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Edição 516 - 28.03.2014 Participe, no dia 2 de abril, do Grande Expediente Especial, proposto por Villa, em repúdio ao Golpe de 1964. Saiba mais sobre outras atividades alusivas à data nas páginas 2, 4, 5 e 6

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Page 1: Participe, no dia 2 de abril, do Grande Expediente ...€¦ · m roteiro pelo município de General Câmara, Villa participou, no sábado (23), da “Festa de São José”. O evento

Edição 516 - 28.03.2014

Participe, no dia 2 de abril, do Grande Expediente Especial, proposto por Villa, em repúdioao Golpe de 1964. Saiba mais sobre outras atividades alusivas à data nas páginas 2, 4, 5 e 6

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INTERIOR

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ogo em seguida, Villa reuniu-se como assessor especial do gabinete do pre-feito de Canoas, Paulo Ricardo Accineli.No encontro, discutiram temas relacio-nadas à conjuntura política e às elei-ções deste ano. Também trataram so-bre capacitação de recursos para pro-jetos

ProjetoAfroempreendedoramplia espaçopara troca deexperiências

om o objetivo de conversar sobre o projeto “Afroempreendedor”, Villarecebeu, na manhã desta terça-feira (25), o coordenador do projeto epresidente do Conselho de Cultura de Pelotas, Carlos Ferreira. O“Afroempreendedor” é uma iniciativa da sociedade civil que tem o ob-jetivo de estabelecer estratégias inovadoras voltadas à formação e qua-lificação dos empreendedores afro-brasileiros. O projeto prevê a reali-zação de doze seminários estaduais em diversos estados que possibilita-rão a troca de experiências e reunirão mais 1.200 empreendedores. Villasalientou que o projeto é consistente e “consolida a participação dos em-preendedores afro-brasileiros no mercado”.

E audiência comRicardo Accineli

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m roteiro pelo município de GeneralCâmara, Villa participou, no sábado(23), da “Festa de São José”. O eventoreuniu pessoas da região e contou comas presenças do prefeito da cidade,Darci Garcia de Freitas, do vereadorNorberto Azambuja, do padre da comu-

Festa de São Joséem General Câmara

nidade do Boqueirão, Sérgio Endler, doprefeito de Taquari, Emanuel Hassen deJesus (Maneco), dos vereadorestaquarenses Ramon Jesus e Luis Portoe do deputado federal Fernando Marronientre outras autoridades e liderançasda região.

o fim da manhã de terça-feira (25),Villa também recebeu o servidor do Gru-po Hospitalar Conceição (GHC) JoselitoFerreira. Na reunião, debateram ques-tões relacionada à prevenção contraincêndios, principalmente nas instala-ções do hospital; e o desenvolvimentoda cadeia produtiva do Carnaval emCachoeirinha.

Reunião comJoselito Ferreira

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Convite para escrever noencarte voltado à juventude

a manhã desta terça-feira (25),Villa recebeu em seu gabinete par-lamentar o historiador e escritor Se-bastião Medeiros, de Gravataí. Au-tor de livros de contos, poesias ehistória real, Medeiros convidouVilla para participar da inaugura-ção da sede do PT do município.

Também ofereceu ao parla-mentar espaço para escrever no encarte “Tá Rolando”, que traz tex-tos e depoimentos de jovens sobre assuntos variados. Entre os livros deSebastião, destacam-se “A confissão”, “O refúgio”, “O caminho da vida”,“Um olhar histórico: Gravataí” e as coletâneas “Escrever é viver” e “O eloda literatura”. Também a companhou a reunião o administrador e inte-grante da ULD de Gravataí Mauro Kozerski.

NDiogo Baigorra

L

E

Gilmar da Rosa

Diogo Baigorra

Diogo B

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FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO

LITERATURA

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Associação das costureiras de Butiáfomenta cadeia produtiva do setor

a tarde de quarta-feira (26) Villa reuniu-se com representantes da Associação deCostureiras, Confecções e Facções de Butiá, que representam importante seguimentoda economia e da geração de emprego e renda do município. Na ocasião o parlamentarouviu os relatos da necessidade de reorganização do setor, que precisa de fomento eapoio gerencial para a cadeia produtiva. Em conversa com o vereador Daniel Almeida,articularam uma visita da Secretaria do Trabalho do Estado, especificamente da eco-nomia solidária, para juntos encontrarem as melhores alternativas.

GERAÇÃO DEEMPREGO E RENDA

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Gilm

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MORRINHOS

Educação providencia construção de muro em escola do município

a manhã de quarta-feira (26), representando o gabinete do Villa, o asses-sor Gilmar da Rosa acompanhou reunião entre a diretora administrativa daSecretaria Estadual de Educação (Seduc), Sonia Maria da Costa e o diretor dearticulação Antonio Marangon, que receberam o vereador Edimilson Pinto, domunicípio de Morrinhos, a diretora da Escola Estadual Sagrada Família, MarleteJosefino e a vice-diretora, Seumei Sheffer.

Na audiência, discutiram a construção do muro no entorno da escola, de-manda que consta na consulta popular do Estado e também no Plano de Neces-sidade de Obras (PNO) do Estado gerido pela Seduc. De acordo com os direto-res da Secretaria, os encaminhamentos estão sendo feitos e a definição daexecução da obra será anunciada na próxima segunda-feira (31).

Gilmar da Rosa

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Diretores da Seduc e comitiva de Morrinhos

MINAS DO LEÃO

Confraternização discute ações dos governos Dilma e Tarso

m roteiro pela região Carbonífera na noite de quarta-feira (26), Villaparticipou de um momento de confraternização com amigos e apoiadoresdo mandato em Minas do Leão. Na ocasião, discutiram pautas referentes àregião, demandas e compromissos do mandato com o desenvolvimento e aarticulação das políticas dos Governos Dilma e Tarso que estão sendoimplementadas no município. Villa foi recepcionado pelos companheirosAdemar Leites, Rui Osório, vereador Vaguinho (Vagner Carvalho), DerliDuarte, Acimar de Souza Leite, Luciano Martins, Marcio Teichikoski, AribaldoLopes, Cassio Carvalho e o companheiro Mario da Silva Lopes, que se en-carregou do preparo de um grande churrasco.

EGilmar da Rosa

Ao meio dia de quarta-feira (26), em que se comemoraramos 242 anos de Porto Alegre, Villa almoçou no tradicional Mer-cado Público com o ex-secretário estadual de Desenvolvimen-to Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan, o empresário deTeutônia Raul Wolf e o ativista Vladimir da Silva, também domunicípio. Na ocasião, conversaram sobre a conjuntura políti-ca e os investimentos dos governos de Dilma e Tarso.

TEUTÔNIA

Almoço com liderançasdo município e Ivar Pavan

Gilmar da Rosa

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SEGURANÇA, PREVENÇÃO EPROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS

Nova legislação é tema de Seminário em Santa Rosa

omo já fez em outras oportunida-des pelo interior do estado, Villa deta-lhou ponto a ponto da nova legislaçãodurante a abertura do seminário de Se-gurança, prevenção e proteção contraincêndio realizado pelo Conselho Regi-onal de Engenharia e Agronomia do RS(CREA/RS), Sinduscon Nordeste e Asso-ciação dos Engenheiros e Arquitetos(APEA). A atividade ocorreu na sexta-feira (21) à noite, no Hotel Imigrantesem Santa Rosa.

O parlamentar explicou que a lei tem

C

o objetivo de preser-var vidas humanas egarantir o funciona-mento seguro dasedificações. “A lei éclara e rigorosa ejusta. Clara do pon-to de vista dos con-teúdos, critérios,parâmetros, respon-sabilidades, atribui-ções e competênci-as; rigorosa quantos

às inspeções, licenciamentos, fiscaliza-ções e sanções; e justa porque exigede cada edificação o que ela realmentenecessita para funcionar de maneira se-gura”. Villa destacou que a grande no-vidade da lei 14.376 é a inclusão de no-vos quesitos na definição das exigênci-as de prevenção.

“A lei anterior levava em conta ape-nas a área e altura das edificações. Anova lei inclui quatro novos critérios:capacidade de lotação, controle de fu-maça, ocupação e uso e carga de in-

cêndio, que o grande diferencial”, pon-tuou ele. A carga de incêndio afere opotencial térmico de combustão consi-derando tudo aquilo que compõe asedificações, desde a estrutura até omaterial interno, como a madeira, otecido de cortinas ou carpetes, o pa-pel, o gesso, etc.

Em relação às responsabilidades dosagentes envolvidos, Villa ressaltou que alei não cria nenhuma nova responsabili-dade aos municípios, mas define, demodo claro, as atribuições da Prefeitura,dos bombeiros e dos proprietários dosimóveis. Para finalizar, ele apontou que anova lei deve estar regulamentada aindano primeiro semestre deste ano.

Antes do pronunciamento de Villa, opresidente do CREA/RS, Luiz AlcidesCapoani, ressaltou que a lei foiconstruída em conjunto com diversosórgãos técnicos e representativos daárea da engenharia, da arquitetura, doCorpo de Bombeiros, da área técnica ede pesquisa e da sociedade civil.

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MEIO AMBIENTE

Irmão Cechin pede apoio para galpões de reciclagem

i l la rece-beu a visitade Antôn ioCech in , natarde de ter-ça-feira (28),que es teveem seu gabi-nete para pe-dir apoio aodeputado so-bre as ques-tões da recu-peração degalpões de reciclagem que estão situados na cidade de Viamão.Cechin, junto com Frei Beto e Leonardo Boff, promoveu a Teo-logia da Libertação, motivo pelo qual foi perseguido, preso etorturado pelos militares no período da ditadura. Um dos fun-dadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra(MST), criador da Romaria da Terra e da Romaria das Águas,além de ativista ecológico, hoje com 85 anos, está envolvidodesde 1987 na luta pela recuperação de galpões de reciclagem,área onde foi pioneiro no estado, organizando as atividadesdos catadores.

Diogo B

aigorra

VVilla é autor do PL 11/2010, que tratado destino dos resíduos recicláveisdescartados pelos órgãos e entidadesda administração pública estadualdireta e indireta do Rio Grande do Sul.

Protocolado em 2010, o PL foi arqui-vado quando Villa assumiu a presi-dência da Assembleia, em 2011.Logo após deixar o cargo, no iníciode 2012, o parlamentar desarquivouo projeto, que está em tramitaçãono Parlamento. Villa reforça que "amedida proposta propiciará, de umlado, a implantação de um sistemapermanente de coleta seletiva demateriais recicláveis, comdestinação certa para esses traba-lhadores e, de outro lado, oinventivo da organização doscatadores da através da FARRGS".

PARA RECORDAR

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AGENDE-SE

O Seminário de Planejamento do mandato do Villa aconteceno dia 5 de abril (sábado), das 9h às 13h, na Casa dos Bancários

FRONTEIRAS DO PENSAMENTO

radicionalmente, o Fronteiras doPensamento apresenta intelectuais,artistas, cientistas e líderes que es-tão na vanguarda das mais diversasáreas. Na temporada 2014, o deba-te é sobre ideias para reinventar omundo.

O ciclo de palestras ocorre emPorto Alegre de maio a novembro, noSalão de Atos da UFRGS. Ao lado, aprogramação completa desta edição.

Edição teminício em maio

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– 12/05, SALMAN RUSHDIE: Escri-tor britânico. Autor de Os versos satâ-nicos, obra que causou controvérsia nomundo islâmico.

– 26/05, MICHAEL SANDEL: Filóso-fo político norte-americano. Professorreconhecido mundialmente pelo cursoJustiça, que ministra na Universidadede Harvard.

- 04/08, GEOFFREY WEST: Físicoteórico britânico. Um dos mais desta-cados pesquisadores dos modelos cien-tíficos das grandes cidades.

- 25/08, PAUL BLOOM: Psicólogocanadense Ph.D em psicologia cognitivapelo MIT e destacado professor de Psi-cologia e Ciência Cognitiva em Yale.

- 15/09, GRO BRUNDTLAND: Diplo-mata norueguesa. Líder internacionalna área do desenvolvimento sustentá-vel e da saúde pública.

- 29/09, BRIAN GREENE: Físico te-órico norte-americano. Um dos maisdestacados especialistas emCosmologia e Física de Partículas naatualidade.

- 22/10, PASCAL BRUCKNER: Filó-sofo francês. Conhecido por suas críti-cas ao multiculturalismo, autor de Luade fel e A euforia perpétua.

- 03/11, RICARDO PIGLIA: Escritorargentino. Agraciado com o PrêmioRómulo Gallegos, autor de Respiraçãoartificial e Alvo noturno.

Saiba mais acessandoem http://goo.gl/hbHYP4

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Hidalgo ao lado do ecologistaChristophe Najdovski

Aprovação do Marco Civil da Internet é umprimeiro passo para a democratização da informação

illa comemorou a aprovação do pro-jeto de lei 2.126/11, de autoria doExecutivo, sobre do Marco Civil daInternet.

“Trata-se de uma significativa con-quista que potencializa o processo dedemocratização do acesso à informa-ção”, ressaltou ele.

O PL trata dos princípios que devemnortear o uso da rede no Brasil, direi-tos dos usuários, obrigações dos pro-vedores do serviço e responsabilidadesdo Poder Público. Agora, o projeto osegue para análise do Senado.

Dentre os pontos aprovados desta-ca-se a neutralidade da rede que, deacordo com o relator, deputadoAlessandro Molon (PT-RJ), “é uma re-gra de ouro da internet”.

O texto prevê que o decreto para aregulamentação da neutralidade deve-

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COMUNICAÇÃO

Anne Hidalgo pode conquistar prefeitura de Paris no domingo

s eleições municipais em Paris do último domingo mostraram um cenário político de significativos avanços da direita, sobre-tudo sua representação mais extremada, conhecida por Front National, além do crescimento da abstenção, que alcançou o índicepróximo a 35%.

O resultado do primeiro turno das municipais francesas é reflexo da crise recente que abalou a Europa, sobretudo com o desem-prego, cortes sociais e inflação.

No próximo domingo, dia 30, será o segundo turno (chamado de Ballotage). Para isto a candidata socialista à prefeiturade Paris, Anne Hidalgo, que ficou um ponto atrás da candidata da UMP no primeiro turno, já fez fortes articulações paraapoio dos Verdes, que têm significativo peso na capital, com o partido comunista francês e com a chamada extremaesquerda. Isto seguramente lhe dará uma condição fortemente competitiva de virar o apertado resultado do primeiro turno,levando-a à prefeitura de Paris.

Em 2012, quando Villa esteve na França a convite do Programa Cidades Sustentáveis, do Instituto Ethos, encontrou-se comHidalgo (vice-prefeita do governo de Bertrand Delanoë), que na época também ocupava o cargo de prefeita em exercício. Noencontro, tiveram a oportunidade de conversar sobre as fortes intervenções feitas na cidade pela prefeitura no campo da mobilidadee da sustentabilidade urbana na última década.

A

rá seguir o que está previsto na lei e haverá consultas à Anatel e ao ComitêGestor da Internet. A neutralidade determina que os provedores devem tratar damesma forma todos os pacotes de dados, sem distinção por conteúdo, serviço,origem ou aplicativo.

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Villa e Hidalgoem Paris, em 2012

Hidalgo em contatocom a população de Paris

Marcelo Antunes Jacques Demarthon/AFPDivulgação

Saiba mais no site do PT Sul, acessando http://goo.gl/5CmqCw

Luis Macedo/Câmara dos Deputados

CENÁRIO POLÍTICO INTERNACIONAL

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Segunda ponte do Guaíba temresultado da licitação homologado

GOVERNO DILMA

m cadeia de emissoras de rádio doRio Grande do Sul, a presidenta DilmaRousseff anunciou, na manhã de quin-ta-feira (27), a homologação do resul-tado da licitação para a construção dasegunda ponte do Guaíba, que terá maisde sete quilômetros de extensão.

A presidenta reforçou que o empreen-dimento “vai melhorar o tráfego da re-gião metropolitana de Porto Alegre e tam-bém a ligação com a metade sul do RS”. Aprevisão de construção é de três anos.

“A nova ponte facilita a vida de todosos gaúchos. Menos tempo no trânsito émais qualidade de vida. A empresa quevenceu a licitação é a mesma que cons-truiu a BR-448 e vai iniciar imediatamen-te os trabalhos. (…) A assinatura do con-trato será agora no dia 31. (…) Todos queamamos Porto Alegre sabemos a impor-tância dessa nova ponte e vamos come-morar”, afirmou a presidenta.

E Divulgação/Dnit

É esperado um tráfego de 50 mil veículos por dia na nova ponte, melhorando otrânsito na região metropolitana de Porto Alegre e a ligação com a região Sul do RS

Câmara aprova cotas para negros emconcursos para administração federal

Câmara dos Deputados aprovou, naquarta-feira (26), por 314 votos a fa-vor, 36 contra e seis abstenções, umprojeto de lei que reserva 20% das va-gas em concursos públicos da adminis-tração federal para candidatos que sedeclararem negros ou pardos.

De acordo com o texto, a reservade vagas vale em concursos realizados

A para a administração pública federal,autarquias, fundações públicas, empre-sas públicas e sociedades de economiamista controladas pela União, comoPetrobras, Caixa Econômica Federal,Correios e Banco do Brasil. O projetonão estende as cotas para os poderesLegislativo e Judiciário.

Pela proposta, a reserva será ofere-

LEGISLATIVO FEDERAL

cida sempre que o concurso oferecermais de três vagas. Poderá concorrerpelo sistema de cotas o candidato quese autodeclarar preto ou pardo no atoda inscrição do concurso.

O texto é de autoria do governo fe-deral e ainda precisa de aprovação doSenado antes de seguir para sanção pre-sidencial.

Luis Macedo / Câmara dos Deputados

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DESENVOLVIMENTO SOCIAL

534 beneficiários já devolveram cartõesdo Bolsa Família nos últimos seis meses

Comitê Intersetorial do ProgramaBolsa Família, composto pelas secreta-rias de Assistência Social, Educação eCultura e Saúde, começa a distribuir naspróximas semanas uma carteira para oacompanhamento das condicionalidadesna área da saúde, nos mesmos moldesdos cartões de vacinação e da gestante.No documento serão registrados dadoscomo peso e altura das crianças de zeroa sete anos e realização de exames pre-ventivos para mulheres de 14 a 45 anos,a serem preenchidos exclusivamentepelas unidades básicas de saúde.

O comitê modificou também as da-tas para a atualização cadastral, agoraduas vezes ao ano. A primeira começouem fevereiro e vai até junho, ficando asegunda entre agosto e dezembro, con-forme já acontece com o calendário dasaúde. Na educação, a cada dois meseso setor de registro escolar relacionajunto a 60 escolas do município afrequência escolar das crianças de seis

O a 18 anos cujas famílias rece-bem o benefício. Além disso, aequipe visita em média 450famílias por mês para a verifi-cação dos dados registrados nocadastro.

Com 5.325 famílias bene-ficiárias no município, o se-tor na Secretaria de Assistên-cia Social da Prefeitura do Ale-grete responsável pela fisca-lização recebeu desde outu-bro 534 devoluções espontâ-neas de cartões do programapor terem ultrapassado a rendade 140 reais por pessoa. “Esse éum dado excepcional, por que são10% do total de beneficiários. Iden-tifica que a fiscalização tem fun-cionado e o Bolsa Família está mu-dando de verdade a vida das pessoas”, analisa a vice-prefeita Preta Mulazzani.

Denúncias de irregularidades devem ser apresentadas diretamente na Secreta-ria de Assistência Social ou pelos telefones (55) 8449 1342 e (55) 39611718 paraavaliação da equipe técnica.

MEIO AMBIENTE

Prefeitura do Alegrete, através daSecretaria de Meio Ambiente, firmouconvênio com a empresa catarinenseAmbyservice, licenciada pelos órgãoscompetentes e cadastrada no IBAMA,para destinação correta de lâmpadas flu-orescentes, a vapor, fotocélulas e rea-tores inservíveis, oriundos do processode substituição e manutenção. A empre-sa é especializada em descontaminação,trituração e destinação de lâmpadas flu-orescentes, vapor de mercúrio, vapor desódio, econômicas, reatores entre ou-tras espécies de riscos por possuir me-tais pesados perigosos e contaminantes.

No dia 25 de fevereiro, houve o pri-meiro carregamento de aproximadamen-te nove mil lâmpadas fluorescentes, avapor e reatores armazenados no setorde iluminação do Parque de Máquinas, nasubsede da SEMMAM na Avenida Caveráe algumas lojas de material elétrico dacidade. Segundo o secretário Arildo Gon-

çalves de Oliveira, o objetivo é reduziro número de lâmpadas e reatores arma-zenados, com grande potencial de polui-ção ao meio ambiente. “O municípiocumpre sua parte, conforme lei federalque trata da política reversa, em que aresponsabilidade compartilhada estáinsculpida na política nacional de resí-duos sólidos”, afirma.

Neste primeiro carregamento foijunto material eletroeletrônico destina-do ao Instituto Estadual de ProteçãoAmbiental, de Caxias do Sul, sem custopara o município. A partir do próximorecolhimento, haverá o custo no valorde R$0,80 por unidade.

Para a prefeita em exercício PretaMulazzani, as pessoas ainda não conhe-cem suas obrigações na logísticareversa. “Todas as partes tem a suaparcela de responsabilidade neste pro-cesso, dentre os quais também os usu-ários e pontos de venda. As pessoas

precisam adquirir o hábito de devolveras lâmpadas aos locais onde as com-praram”, reforça.

O projeto em andamento do ParqueMunicipal de Resíduos Sólidos possuiárea específica para a logística reversade diversos materiais. O parque tem37% da obra executada, com recursosde 2,7 milhões do BNDES através doBadesul.

Prefeitura do Alegrete firma convêniopara destinação correta de lâmpadas

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REPÚDIO AO GOLPE DE 64

Câmara de Vereadores restituimandatos cassados pela ditadura

Câmara Municipal de Porto Alegrerealizou, na quinta-feira (27), no Plená-rio Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho,o Ato de Restituição dos mandatos do ex-prefeito Sereno Chaise, do ex-vice-pre-feito Ajadil de Lemos (já falecido) e deseis ex-vereadores da capital, alguns tam-bém já falecidos como Glênio Peres, Mar-cos Klassmann, Dilamar Machado e Ha-milton Chaves além de Alberto Schroetere Índio Vargas, cassados durante a dita-dura militar, iniciada em 1964.

Na mesa, ao lado do presidente daCâmara, vereador Professor Garcia, Villarepresentou a Assembleia Legislativa.

Como esperado, a cerimônia contoucom discursos emocionados, como o deSereno Chaise, que falou sobre os acon-tecimentos que antecederam o abril de1964, desde as falas de Brizola, quandoo então governador pedia respeito àconstituição durante as primeiras ten-tativas de tomada de poder pelos mili-tares em 1961, até as manifestações derua no ano em que se instaurou o regi-me de exceção. “Lembrar para que nun-ca mais ocorra um período desses na his-tória do país”, reforçou o ex-prefeito.

Falaram também o vereador AlbertoKopittke, que coordenou o evento com ocolega Pedro Ruas, e se dirigiu aos maisnovos dizendo que eventos como esseservem “para que a juventude saiba queo futuro do país foi construído por jo-vens como eles”. Finalizou com o gritode “abaixo a ditadura”, sob aplausos dopúblico, familiares, filhos e esposas dos

A políticos cassados, que lotou o Plenário.Em memória de falecido filho, rece-

beu o diploma parlamentar a mãe deMarcos Klassmann, Maria Isabel da SilvaKlassmann. O vereador foi cassado apósdiscurso feito em 15 de fevereiro de1977, quando denunciou a privação dedireitos humanos e a violenta ação darepressão.

Glênio Peres, destituído dois diasantes do discurso de Klassmann, pelosmesmos motivos, teve homenagem re-cebida pela esposa Lícia Peres, assimcomo os irmãos Alceu, Anderson e AndréMachado e a esposa Léa Machado, quereceberam o diploma de restituição ho-menageando Dilamar Machado, verea-dor mais votado nos anos 1960, em Por-to Alegre.

Ricardo Chaves, o Kadão, editor deFotografia de Zero Hora, recebeu emmemória do pai, Hamiltom Chaves e EloíFlores, em nome da família de Ajadil deLemos.

Simbolicamente, o eleitor também sefez presente no ato. Seguidas foram asvezes em que o presidente da Câmara,professor Garcia, anunciava o nome deum parlamentar a ser homenageado eouvia-se o grito de “devolveram meuvoto”, vindo de quem assistia o ato.

Outra demonstração aplaudida pelopúblico foi a de Aida Rabello, que um diaapós ter completado 82 anos, seguravaum “santinho” com foto antiga do ex-prefeito Sereno Chaise e comemorava:“meu presente é meu voto restituído”.

Rub

em R

ocha

1. Álvaro Petracco da Cunha (PTB)2. Antônio Simão Visintainer (PTB)3. Beno Orlando Burmann (PTB)4. Hélio Ricardo Carneiro da Fontoura (PTB)5. João Caruso Scuderi (PTB)6. José Lamaison Porto (PTB)7. Justino da Costa Quintana (PTB)8. Rubens Dario Porciúncula (PTB)9. Seno Frederico Ludwig (PTB)10. Sereno Chaise (PTB)11. Wilmar Corrêa Taborda (PTB)12. Wilson Vargas da Silveira (PTB)13. Cândido Norberto dos Santos (MTR)14. Osmar Lautenschleiger (MTR)15. Marino Rodrigues dos Santos (ARS)16. Alberto Schroetter (ARS)17. Jorge Alberto Campezatto (ARS)18. Ottomar Ataliba Dillemburg (ARS)19. Edson Medeiros (ARS)20. Jair de Moura Calixto (ARS)21. Floriano Maia D’Ávila (ARS)22. Nelson Amorelli Vianna (ARS)23. Guilherme do Valle Tonnigues (ARS)24. Bruno Segalla (ARS)25. Fúlvio Petraco (ARS)26. Vicente Martins Real (ARS)27. Marino Rodrigues dos Santos (ARS)28. Carlos Lima Aveline (ARS)29. Darcilio Ivo Giacomazzi (MDB)30. Flávio Antônio Lopes Ramos (MDB)31. João Brusa Netto (MDB)32. Lauro Hagemann (MDB)33. Mozart Bianchi Rocha (MDB)34. Pedro Gomes Nunes (MDB)35. Renato Souza (MDB)36. Rubem Machado Lang (MDB)37. Terezinha Gisela Irigaray Chaise (MDB)38. Ary da Silva Delgado (ARENA)

Deputados estaduaiscassados pela ditadura

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REPÚDIO AO GOLPE DE 64

As tentativasque acabaram

no golpe de 1964

gestação do golpe militar de 1964foi longa. Longuíssima. Durou quase 20vezes mais do que os nove meses es-perados pelo nascimento de uma crian-ça. As raízes golpistas remontam a 1945,ao final da Segunda Guerra Mundial, emque os militares brasileiros lutaram aolado dos norte-americanos na Itália con-tra o nazismo de Hitler e seus aliados.Os vitoriosos acabaram divididos entrecapitalistas, liderados pelos norte-ame-ricanos, e socialistas, pela Rússia. Onovo mundo e as relações com os mili-tares estadunidenses influenciaram atémesmo o general Góes Monteiro, per-sonagem do golpe de 1937, comandadopor Getúlio Vargas, que permanecia nopoder desde a Revolução de 1930. Dogolpe de 1945 ao de 1964, houve trêstentativas. A vitória dos golpistas se deucom o apoio da sociedade civil.

Acostumados, desde a proclamaçãoda República, em 1889, a intervir napolítica brasileira, os militaresretornaram ao país decididos a deporVargas e promover a redemocratização.Em 1º de novembro de 1944, GóesMonteiro já avisara a Getúlio: “Vim paraacabar com o Estado Novo”. Mas, o gol-pe mesmo só se efetivaria quase umano depois, em 29 de outubro de 1945.Pressionado pelo Exército, Marinha eAeronáutica, o presidente renunciou aocargo, sendo substituído pelo presiden-te do STF, José Linhares. O presidente,segundo o escritor Lira Neto, no segun-do volume de suatrilogia Getúlio, ironizou a ação dosgolpistas: “Isso está mais parecido comuma ação de despejo que um golpe deEstado. Só falta aparecer o oficial dejustiça”.

As Forças Armadas brasileiras, queajudaram a derrotar os simpatizantesdo nazismo, entre os quais esteve Ge-túlio, no início da Guerra, com a vitó-ria se alinharam ao capitalismo norte-americano contra o comunismo russo.O sentimento anticomunista marcou ogoverno seguinte, o do General EuricoGaspar Dutra. Em maio de 1947, elecassou o registro do Partido ComunistaBrasileiro (PCB), que voltara à legalida-

de em março de 1945. E, mais tarde,em janeiro de 1948, revogou os man-datos dos eleitos pela sigla, levando oentão deputado e líder comunista LuizCarlos Prestes para a clandestinidade.

O panorama nacional vive primeiroas consequências da Segunda GuerraMundial e depois, as da Guerra Fria,entre países do Ocidente, liderados pe-los EUA, e do Oriente, pela Rússia. Osex-aliados se olhavam com desconfian-ça. Desconfiança que militares, políti-cos, Igreja Católica e empresários re-petiam internamente.

Coordenadora do Núcleo de Pesqui-sa em História da Universidade Federaldo Rio Grande do Sul (Ufrgs), Carla Si-mone Rodeghero, em suatese Memórias e Avaliações: Norte-ame-ricanos, Católicos e a Recepção doAnticomunismo Brasileiro entre 1945 e1964, relembra a manifestação de ca-tólicos na Praça da Sé, em São Paulo,em 14 de julho de 1945, em que “o dis-curso católico anticomunista compara-va o comunismo com o fascismo, der-rotado na guerra”. As autoridades ca-tólicas advertiam os fiéis de que nãodeveriam se aproximar dos comunistas.

O anticomunismo esteve presentetambém na tentativa de golpe de 1954,que levou ao suicídio de Getúlio Vargas,na investida contra a posse de Jusceli-no Kubitschek, que tinha como vice otrabalhista João Goulart, e no levante

contra a posse do vice-presidente JoãoGoulart, após a renúncia do presidenteJânio Quadros, em 1961.

Um memorando do FBI, já dos anos1950, citado por Carla em sua tese, re-laciona os diversos gruposanticomunistas que atuariam no Brasil,em especial em São Paulo: “a União deResistência Nacional, o Partido Demo-crata Cristão, a polícia, a imprensa, osintegralistas e grupos apoiados pelaIgreja Católica”. Além desses, a Fede-ração das Indústrias de São Paulo (FIESP)e a Associação Comercial. As ações des-ses grupos se centrariam na produçãode editoriais, distribuição de panfletose publicação de anúncios na imprensa.

Mais uma tentativa de golpeOs militares, apoiados na tese do

anticomunismo, permaneciam atuantesna política brasileira. O ano de 1954pode ser também considerado como umpré-golpe do ocorrido em 1964, porquenaquela época já existiam os grupos quepolarizariam a situação 10 anos depois,afirma o professor Enrique Serra Padrós,do Departamento de História e do Pro-grama de Pós-Graduação em História,da Ufrgs. “Estávamos, também, no apo-geu da Guerra Fria e o golpe de 64 émuito marcado por estas questões in-ternacionais”, ressalta o professor.

A

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| POR NUBIA SILVEIRA

Jango no comício em frente à Centraldo Brasil: defesa das reformas de base

Foto: rededemocratica.org

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REPÚDIO AO GOLPE DE 64

Coordenador da ComissãoEstadual da Verdade

participará do GrandeExpediente Especial

illa convidou o coordenador da Comissão Estadual daVerdade, Carlos Frederico Guazzelii, para integrar a mesaprincipal do Grande Expediente Especial que o parlamen-tar promoverá no dia 2 de abril, no plenário da AssembleiaLegislativa, para repudiar o golpe de 1964, no marco docinquentenário do acontecimento que antecedeu a insta-lação da ditadura que perdurou por 21 anos no país.

Ao aceitar o convite, Guazzelli disse que a iniciativa derepudiar o regime de horror é imprescindível para a ver-dade da memória histórica do Brasil e para a preservaçãoda própria democracia.

V

No Jornal do Comércio de quarta-feira (26), o colunistaFernando Albrecth, que assina a página 3, "Começo deConversa", destacou o encontro de Villa com Guazzelli.

Flávio Tavares lança“1964: O GOLPE”

illa esteve ontem com o mestre e companheiro Olívio Dutrana sessão de autógrafos do livro “1964: O GOLPE”, do jornalis-ta e amigo Flávio Tavares.

A obra literária detalha a participação do governo dos EstadosUnidos no golpe que levou a mais longa ditadura da nossa Histó-ria e reconstrói sua gestação. Também traz as tramas secretas,os conluios e as tramoias com que a esquerda e a direita disputa-vam o controle do poder político e econômico, à sombra das pres-sões de Washington sobre o Brasil e a América Latina, em plenaGuerra Fria.

Presentes na atividade muitos amigos e amigas, companhei-ros e companheiras e admiradores do Flávio, entre os quais ElbioFlores e Armindo Trevisan.

V

Elbio Flores

Lançamento do livro"Das legalidades injustas às(i)legalidades justas: estudossobre direitos humanos, suadefesa por assessoria jurídicapopular em favor de vítimasdo descumprimento dafunção social dapropriedade."

Jacques Alfonsin

Dia 3 de abril

19h

Casa de Cultura Mário Quintana

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Advogados Gaúchos na Defesa da CidadaniaRELATOS DA COMISSÃO DA VERDADE

Comissão Estadual da Verdade (CEV/RS) realizou audiência pública, no últimodia 21, a partir de 14h, no auditório daOrdem dos Advogados do Brasil (OAB/RS).Na ocasião, foram colhidos relatos acercada atuação dos advogados gaúchos, e deseu órgão de classe, na defesa de pessoasperseguidas durante o regime militar quese seguiu ao golpe de estado de 1964.

O primeiro a depor foi Honório Cam-pos Peres, que narrou sua prisão, comoutros advogados, em Porto Alegre, no anode 1975, acusados de participarem do Par-tido Comunista do Brasil (PCB). Conheci-do advogado trabalhista, ex-Conselheiroda OAB/RS, além de contar as circunstân-cias do verdadeiro sequestro de que foivítima, em sua casa, em março daqueleano, Honório testemunhou sobre a ativaposição adotada na oportunidade pela di-reção da entidade em favor de seusfiliados. O Conselho Seccional da Ordemmanteve-se em permanente reunião, e suadireção atuou firmemente junto às auto-ridades governamentais, a fim de preser-var a integridade física e moral dos pre-sos, logrando ao cabo de um mês sua li-bertação.

Também depuseram Werner Becker eAna Eni Machado Millan sobre sua atuaçãojunto às Auditorias Militares e aos órgãosde repressão política, em favor de cida-dãos presos e processados por sua ação

A

Advogado Honório Campos Peres foi o primeiro a ser ouvido

Raphael Seabra/Palácio Piratini

na resistência ou oposição aos governosditatoriais. É que aqui, ao contrário doocorria com as ditaduras da Argentina, doUruguai, do Chile e do Paraguai, os refra-tários do regime eram processados judi-cialmente, dados como incursos na Lei deSegurança Nacional, perante a Justiça Mi-litar Federal, que recebeu esta competên-cia no Ato Institucional n.º 02, em 1966.

Isto fazia parte da mesma estratégiade manter no país simulacros da vida de-mocrática – como parlamentos esvaziados,eleições limitadas e irrelevantes, partidoscriados e controlados pelo executivo, im-prensa censurada e sindicatos sob inter-venção.

De qualquer sorte, a submissão dos ad-versários políticos a processo criminalensejava aos advogados importante espa-ço de movimentação em favor de seus as-sistidos. A propósito, em seu depoimento,Werner Becker referiu que, após a transfe-rência da competência para a Justiça Mili-tar, aumentou o índice de sucesso obtidopelas defesas, o que o advogado credita aofato de os militares não temerem represá-lias – ao contrário do que acontecia anteri-ormente com os magistrados civis.

Ana Eni Machado Millan falou sobre operíodo em que atuou no escritório do ad-vogado Eloar Guazzelli, já falecido, infor-mando que, desde o ingresso no mesmo,embora alertada por seu titular dos riscos

daí advindos, aceitou o desafio de defen-der os dissidentes do regime, persegui-dos pelos aparelhos do sistema repressivoestatal. Estimando em perto de trezentaspessoas o total de defendidos por aquelabanca de advocacia, a depoente pinçoualguns casos em que atuou mais direta-mente, no acompanhamento da situaçãode presos junto ao DOPS estadual ou àPolícia Federal.

Tanto Werner quanto Ana Eni lembra-ram, em suas falas, da atuação do advo-gado de ofício Luís Lopes Dariano, tam-bém já falecido, e que patrocinou a defe-sa de inúmeros réus junto à 1ª Auditoriada Justiça Militar, em Porto Alegre. Suafunção, equivalente hoje à de defensorpúblico, era a de representar os réus quenão indicavam advogado, e mesmo po-dendo sofrer represálias – pois era servi-dor público – dedicou-se com extremoprofissionalismo ao seu dever.

Por sua vez, Omar Ferri, conhecidoadvogado, ainda militante, abordou suaparticipação na defesa de vários militan-tes políticos, alvos da repressão política,sobretudo ao final da década de 1970 einício dos anos 1980 – com especial ênfa-se no chamado “sequestro dos uruguai-os”. Tratou-se da mais famosa ação, en-tre nós, do Operativo Condor, nome em-prestado à atuação consorciada das polí-cias políticas das ditaduras do cone sul daAmérica do Sul.

No caso em questão, policiais uruguai-os, em conjunto e com a participação ati-va dos policiais gaúchos lotados no DOPSestadual, sob a chefia do Delegado PedroSeelig, sequestraram um casal de natu-rais daquele país, que viviam nesta cida-de. Universindo Diaz, recentemente fale-cido, e Lílian Celeberti, foram capturados,inclusive com o casal de filhos desta últi-ma, no apartamento em que moravam,na rua Botafogo, no bairro Menino Deus.

Por casualidade, os autores do seques-tro foram avistados pelos jornalistas LuizCláudio Cunha e João Batista Scalco, e apartir do reconhecimento de um dos poli-ciais gaúchos que participaram do ato – oex-jogador de futebol conhecido por DidiPedalada – a manobra criminosa foi sendodesvendada, inclusive pela atuação deFerri como advogado dos sequestrados.

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REPÚDIO AO GOLPE DE 64

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REPÚDIO AO GOLPE DE 64

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Bona Garcia:“Sinto orgulho deter feito algo, de

não ter sidoomisso, alienado”

oão Carlos Bona Garcia é um exemplode resiliência. Começou a trabalhar aos 14anos. Aos 17, já estava na militância contraa ditadura. Na VPR – Vanguarda Popular Re-volucionária, participou da luta armada. Foipreso, torturado, trocado pelo embaixadorsuíço, Giovanni Enrico Bucher, que havia sidosequestrado. Foi banido e exilado.

No Chile, sofreu com mais um golpe dadireita. Conseguiu entrar na embaixada daArgentina em Santiago. Em Buenos Aires,escapou de uma cilada. Com a ajuda doex-governador pernambucano Miguel Arraesfoi para a Argélia. Viajou com a mulher,Célia, e o primeiro filho, Rodrigo, nascidono Chile. A identidade argelina, escrita emárabe, impedia a sua entrada em outro país.Mais uma vez Miguel Arraes o ajudou: con-seguiu-lhe identidade falsa, com a qualentrou na França. O segundo filho, Luciano,havia nascido na Argélia.

J

“Não é fácil calcular onúmero de pessoas que se

engajaram na luta armada.Penso que com todas as

organizações que existiamno país, o número não

alcançava dez mil. Uma lutacompletamente desigual.”

Bona Garcia

No exílio, lutou pela anistia. Voltouao Brasil quase dez anos depois dobanimento. Aqui nasceu o terceiro fi-lho, Diego. Ajudou a formar o PMDB noVale do Taquari e em sua terra natal,Passo Fundo, onde foi candidato a pre-feito, pelo partido, nas eleições de1982. Não contou com o apoio do PMDB,que o impedira de ser candidato a de-putado estadual, e sofreu a pressão doExército, que não deixava de vigiá-lo.Não foi eleito. Recomeçou a vida emPorto Alegre. Trabalhou nos governosSimon e Britto e estudou Direito, o quelhe permitiu ser juiz e presidente doTribunal de Justiça Militar.

Há alguns anos, lutou contra outroinimigo: o câncer. Venceu. Hoje, estáaposentado. Lembra que nunca perdeuo controle de sua vida, sempre definiuo que fazer dela. Está sempre em bus-ca de algo. Agora, estuda italiano. Emparceria com Júlio Posenato, escreveuVerás que um filho teu não foge à lutae foi personagem do filme Em teunome, dirigido por Paulo Nascimento.Ao olhar para trás, afirma, serenamen-te, que tudo o que fez valeu a pena:“Sinto orgulho de ter feito algo, de nãoter sido omisso, alienado. A vida nãopassou em branco”.

Sul21 – Quando você decidiu entrarpara a resistência à ditadura?João Carlos Bona Garcia – Primeiro épreciso lembrar que os anos 1960 fo-ram um período diferenciado, marca-ram a insatisfação e da revolta dos jo-vens. O mundo estava dividido entreUnião Soviética e Estados Unidos. A ju-ventude estava se posicionando. Aquios jovens passaram a focar na situaçãodo país, na filosofia, na política. Nós,com 16, 17 anos, nos preocupávamos emler sobre a revolução russa, a longa mar-cha de Mao, a história de Lênin. Mesmoque não se entendesse nada, se carrega-va o livro embaixo do braço, para dizerque estava lendo. Queríamos romper coma família, com a sociedade, com tudo.Buscávamos novos horizontes. O fato deo pessoal hoje ficar com a namorada, nósiniciamos isso, naquela época.

Sul21 – Vocês viveram também a épocado pré-golpe.Bona Garcia – O golpe já havia sido ten-tado. Foi assim com JK. Queriam impedira posse dele. E depois com Jango, porque

João Carlos Bona Garcia: “É pre-ciso dizer que a resistência arma-da se deve à própria repressão”

o Exército já estava comprometido com aideologia norte-americana, que não que-ria ninguém tentando sair daquele curral.Também houve, naquela época, algo ex-traordinário, que merece estudo: é a ques-tão do anticomunismo, do antimarxismo.Foi algo nunca visto em termos de ideolo-gia. Era impressionante a luta, o medoque os setores conservadores tinham docomunismo, era algo fantástico. Lembro

que no colégio tinha um cartaz, mostran-do um trem que vinha esmagar ascriancinhas, todas com uma flor na mão.Era grotesco.Sul21 – Diziam que os comunistas faziamsabão com as crianças.Bona Garcia – E o pessoal da direita acre-ditava naquela baboseira dos Estados Uni-dos. Os norte-americanos interferiam deforma descarada. Teve o encontro do Jango(João Goulart, presidente do Brasil, de 1961a 1964) com o Kennedy (John Kennedy pre-sidente dos Estados Unidos, de 1961-1963)no Vaticano, na posse do papa João XXIII,em que o americano insistia em reclamarde Jango, dizendo que ele tinha comunis-tas no ministério. Isso foi uma afronta.Os Estados Unidos diziam que era precisoesmagar o comunismo, não podiam deixá-lo crescer no Brasil. Descarregaram muitodinheiro aqui. Fizeram o mesmo no Chile.Trabalhei com Allende (presidente chilenoSalvador Allende, de 1970 a 1973), no go-verno dele. Foi brutal o que fizeram lá.

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Bernard

o Jardim

Rib

eiro/Sul21

| POR NUBIA SILVEIRA,COM COLABORAÇÃO DE LORENA PAIM

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REPÚDIO AO GOLPE DE 64

16h – “O judiciário e os anos de chumbo”, debate promovido pela Associação de Juízes do Rio Grande do Sul (AJURIS), com o objetivode resgatar por meio de depoimentos de magistrados que atuaram no período, as implicações do regime na atuação da Magistratura. Oevento ocorrerá no miniauditório da Escola Superior de Magistratura (rua celeste Gobbato, nº 229). Local: Salão de Atos da UFRGS

17h - 19h - Exibição do filme "O dia que durou 21 anos", dirigido por Camilo Tavares. Local: Faculdade Dom Bosco

18h45 - O Coletivo pela Educação, Memória e Justiça organizado pelo professor da UFRGS Enrique Padrós, alunos degraduação e pós-graduação da Universidade e professores da rede pública e privada, convidam todos a participarem dehomenagem de cidadãos que viveram o período da ditadura. Participam João Carlos Bona Garcia, Nilce Azevedo Cardoso, LiliánCeliberti, Suzana Keniger Lisbôa, Antônio Losada, Sônia Haas, Nei Lisboa e Flávio Koutzii, que compartilharão suas trajetóriasde luta e denúncia contra a ditadura e suas vivências durante esse período de grande repressão. A mediação é da professora daUFRGS Lorena Holzmann.

10h30 - Acontece aula pública no Memorial dos Desaparecidos (Av. Ipiranga com Av. Edvaldo Pereira Paiva), às 10h30, com a presençade Suzana Lisbôa, Paulo de Tarso Carneiro, Ignez Maria Serpa Ramminger (Martinha) e Lino Brum Filho, comentando sobre o período daditadura civil-militar. O professor e diretor da Escola Padre Réus Ruy Guimarães explicará o contexto da época e do Memorial. A atividadeé promovida pelo Coletivo pela Educação, Memória e Justiça organizado pelo professor da UFRGS Enrique Padrós, alunos de graduaçãoe pós-graduação da Universidade e professores da rede pública e privada.

18h30 - Show de abertura da programação da “Semana da Democracia”, promovida pelo Governo do Estado, contará com os showsde Daniel Drexler e Ernesto Fagundes, em frente ao Memorial do Rio Grande do Sul, na praça da Alfandega.

20h - Abertura do Museu dos Direitos Humanos do Mercosul no Memorial do Rio Grande do Sul.

Acompanhe as principais atividades alusivas ao Golpe de 64 que ocorrerão nos próximos dias

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14h - Grande Expediente do Villa sobre os 50 anos do golpe civil-militar de 1964, com o Grande Expediente intitulado“Para que jamais se esqueça, para que nunca mais aconteça”.

9h – Na Casa de Cultura Mário Quintana, o evento 50 anos do “Golpe Civil/Militar: para que não se esqueça, para que nuncamais aconteça”, , inicia com o painel “Para que nunca mais se esqueça...”, com depoimentos da psicopedagoga e professora,Nice Cardoso, sobre repressão policial na ditadura militar e da arquiteta e urbanista, Cláudia Favaro, que falará sobre repressãopolicial nas manifestações de 2013. Haverá também palestra de Marcos Rolim. O evento continua às 14h, com o painel “...Paraque nunca mais aconteça!”, coordenado pela dirigente do núcleo de defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública doEstado, Alessandra Quines Cruz, junto com o defensor público, Carlos Fraderico, a defensora pública mestre em Direitos Huma-nos, Silvia Brum e o professor de direito da Uniritter e doutor em sociologia, Dani Rudnick. Às 17h, o espetáculo teatral “Parasempre Poesia”, monólogo de Rita Maurício. A promoção é de Centro de Referência em Direitos Humanos (CDRH), o Centro deEstudos, de Capacitação e de Aperfeiçoamento da Defensoria Pública e o Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (NUDDH).

SEMANA DA DEMOCRACIA - Memória, Direitos Humanos e Reparação: Políticas de Memória, Arquivos e Museus:

09h - Abertura do evento da “Semana da Democracia”, com o governador do Estado, Tarso Genro; Secretário dos Direitos Humanos doUruguai, Javier Miranda; vice-ministro dos Direitos Humanos da Argentina, Luis Alén; secretário-executivo do Instituto de Políticas emDireitos Humanos do Mercosul (IPPDH), Victor Abramovich; ministra-chefe da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da Republica.

10h15 – apresentação do Projeto Guia de Arquivos (IPPDH), com Jorge Vivar.

11h – 13h – Painel Gestão de Arquivos e Memória da Repressão, como os palestrantes: Carlos Lafforgue (Diretos do Arquivo Nacional deLa Memória, Argentina); Graciela Jorge (Diretora da Secretaria de Direitos Humanos para o Passado Recente); Jaime Antunes (Diretos doArquivo Nacional, Brasil); Ricardo Brodski (Diretor do Museo de La Memória, Chile).

15h – 16h30 – Painel A Memória como Política de Estado, com os palestrantes Eduardo Jozami (Diretor Nacional do Centro Cultural deMemória Haroldo Conti, Argentina); Gilles Gomes (Coordenador da Comissão de Mortos e Desaparecidos da SDH, Brasil) e Elbio Ferrario(Diretor do Museo de La Memória, Uruguai).

19h - abertura do seminário Jango, as reformas de base e o Golpe de 1964. Local: Teatro Dante Barone. Promoção: AssembléiaLegislativa

31 DE MARÇO (segunda-feira)

10 DE ABRIL (terça-feira)

2 DE ABRIL (quarta-feira)

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3 DE ABRIL(quinta-feira)

REPÚDIO AO GOLPE DE 64

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL – Memória, Direitos Humanos e Reparação: Políticas de Memória, Arquivos e Museus:

10h – 12h – Painel: Linguagens Artísticas e Pedagogia da Memória: Experiências, com os palestrantes:Nora Hochbaum (Diretora do Parque de La Memória, Argentina); Gaudêncio Fidélis (Diretor do Museu de Artedo Rio Grnade do Sul, Brasil); Maria José Bunster (Diretora de Exposições do Museo de La Memória, Chile);Ramón Castillo Inostroza (Curador e Diretor da Faculdade de Artes da Universidad Diego Portales, Chile);Cristina Pozzobon (Artista Plástica do Rio Grande do Sul).

14h – 16h30 – Painel Arquivos Orais e Testemunho, com os palestrantes: Alejandra Oberti, Diretora doGrupo Memória Abierta, da Argentina; Rejane Penna, Historiógrafa do Arquivo Histórico do RS. É autorado livro “Fontes Orais e Historiografia: novas perspectivas ou falsos avanços” e Carla Rodeghero, Coorde-nadora do Núcleo de Pesquisa em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Pesquisadora dostemas ditadura, anistia, história oral e memória.

18h30 – 20h – Painel “Os Marcos Internacionais da Reparação de Violações de Direitos Humanos”, comos palestrantes: Baltasar Garzón, Jurista espanhol. Responsável pela prisão do ditador Augusto Pinochetna Inglaterra. Atualmente é assessor do Tribunal Penal de Haia; João Clemente Baena Soares, Presidentedo Comitê Interamericano de Direitos Humanos.

19h - A bancada estadual do PT promoverá um fórum sobre o golpe, com a participação dos companhei-ros Flávio Koutzii e Hamilton Pereira da Silva (Pedro Tierra), secretário da Cultura de Brasília. Local:Plenarinho da Assembleia Legislativa.

4 DE ABRIL(sexta-feira)

Diálogos: ¨DO GOLPE A REDEMOCRATIZAÇÃO: CAMINHOS DO BRASIL¨

10h – 12h – Painel: De Jango ao Golpe, com os palestrantes: Christopher Goulart, Neto do PresidenteJoão Goulart; Juremir Machado da Silva, jornalista, cronista e professor da Faculdade de Comunicação daPontifícia Universidade Católica do RS; Maria Celina D’Araújo, professora de História da Pontifícia Univer-sidade Católica do RJ; Nadine Borges, Comissão da Verdade RJ. Advogada e professora na UniversidadeFederal Fluminense; Pedro Simon, Senador da República e Ex-Governador do Estado do Rio Grande do Sul;Mediadora: Mecedes Cànepa, professora Doutora de Ciência Política da UFRGS e Conselheira do CDES RS.

14h – 17h – Painel: Ditadura, Democracia e Gênero, com os palestrantes: Céli Regina Pinto, professora de Históriana Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Lilian Celiberti, Uruguaia, ativista dos Direitos Humanos, foi seques-trada junto com seus dois filhos em 1978 durante a Operação Condor; Lícia Peres, socióloga, foi a primeira presiden-te do Movimento pela Anistia; Soledad Muñoz, advogada, profesora de Direito Internacional Público (UniversidadNacional de La Plata, UNLP); membro do Departamento de Direitos Humanos do Instituto de Relaciones Internacionales,(UNLP). Mediadora: Ariane Leitão, secretária de Estado de Políticas para as Mulheres do RS.

18h – O músico e preso político Raul Elwanguer apresenta o show “GuriD´América”

18h30 – 20h – Painel: Terrorismo de Estado, com os palestrantes: Estela de Carlotto, ativista argentina pelos DireitosHumanos e presidenta da Associação Abuelas de Plaza de Mayo; Franklin Martins, jornalista, fez parte do MR-8 e daAção Libertadora Nacional. Mediador: Antônio Escosteguy Castro, advogado representante do conselho federal OAB.

10h – 12h – Painel: Ditadura, Resistência e Reparação, com os palestrantes Rodrigo Patto Sá Motta,professor de história da Universidade Federal de Minas Gerais; Victoria Montenegro, Filha de desaparecidosapropriados pelos militares argentinos; Caroline Silveira Bauer, historiadora, professora de História da Uni-versidade Federal de Pelotas e colunista da Revista Carta Maior. Mediador: Daniel Vieira Sebastiani, profes-sor de história, diretor nacional do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz e Conselheirodo CDES RS.

14h – 18h – Painel: Golpe, Ditadura e Movimentos Culturais, com os palestrantes: Silvio Tendler, documentarista ecineasta; Luis Augusto Fischer, escritor e professor da UFRGS; Nei Lisboa, músico, irmão mais novo de Luiz Eurico TejeraLisbôa, primeiro desaparecido político brasileiro cujo corpo pôde ser localizado, no final dos anos 70; Nelson Coelho de Castro,cantor e compositor, vivenciou o cenário musical da época através dos festivais universitários, das Rodas de Som deCarlinhos Hartlieb e de apresentações na noite porto-alegrense; Edgar Vasquez, ilustrador, artista gráfico e cartunista.

18h – Exibição de documentários de Silvio Tendler, “Os militares que disseram não” e “Por uma questãode justiça: os advogados contra a ditadura”.

20h – Coquetel de encerramento da Semana da Democracia.

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Argentina comemorou Dia da Memória, da Verdade e da Justiça

GOLPE CONTRAA DEMOCRACIA

Buenos Aires - Em meio aos proble-mas econômicos que enfrenta o governoargentino, centenas de milhares de pes-soas recordaram o golpe de estado de24 de março de 1976 em uma marchanacional que teve como epicentro a his-tórica Praça de Maio. A manifestação foiuma recordação da hora mais sombriada história argentina no século XX, mastambém um voto tácito de apoio à polí-tica de direitos humanos e sociais dokirchnerismo. Nos últimos dez anos, okirchnerismo anulou as leis de Obediên-cia Devida e Ponto Final, que outorga-vam impunidade nos processos por vio-lações de direitos humanos, declarou-se “filho das Mães da Praça de Maio”perante a Assembleia Geral das NaçõesUnidas e avançou nos julgamentos dosresponsáveis pelo crime de genocídiodurante a ditadura.

esde 2003, esses julgamentos já re-sultaram em mais de 500 condenações,há cerca de mil outros processos em cur-so e se ampliou a respon-sabilização pe-los crimes de lesa humanidade aos cola-boradores civis da repressão. A consig-na deste novo aniversário – “Democra-cia ou Corporações” – vai mais além aotraçar uma continuidade entre o golpede 1976 que contou com o decidido apoiode setores empresariais e agrários há38 anos e a atual pressão que sofre ogoverno de Cristina Kirchner por partedos interesses econômicos, financeirose midiáticos mais concentrados do país.“É evidente que as corporações estãoquerendo atentar contra esta democra-cia que custou tanto sangue aos argen-tinos”, disse Taty Almeida, integrantedas Mães da Praça de Maio.

Os problemas estão à vista. No finalde janeiro houve uma desvalorização dopeso de 20%, a inflação dos primeirosmeses do ano foi de mais de 7%, os pro-fessores estão em greve em 11 das 24províncias e a taxa de juro disparou para30% para segurar o peso e evitar umadisparada para o dólar. Em 2013, houvesuperávit comercial, mas a balança depagamentos teve um déficit de 4,43 bi-lhões de dólares pelo pagamento da dí-vida, a perda do autoabastecimentoenergético e o déficit da indústria, con-centrado nos setores de automóveis,

D

Paula Ribas/Telam

químicos e eletrônicos de consumo, pon-tos fracos do projeto reindustrializadore de fortalecimento do consumo internodo kirchnerismo.

“A mudança de rumo (do kir-chnerismo) permitiu recuperar a produ-ção e o emprego e atender necessida-des sociais urgentes, mas agora reapa-recem problemas vinculados ao modelode industrialização por substituição deimportações. Por um lado, há a necessi-dade de uma elevada proporção deinsumos e de equipamentos importadospara a produção manufatureira. Por ou-tro, uma baixa capacidade de exporta-ção de bens de origem industrial”, es-creveu no Le Monde Diplomatique um doseconomistas heterodoxos maisprestigiados da Argentina, o ex-minis-tro da Economia, Aldo Ferrer.

A responsabilidade das corporaçõespara este estado de coisas é evidente.Cerca de 64,1% das exportações nacio-nais estão nas mãos de 200 empresas.Apesar da nacionalização da petroleiraYPF em 2012, a estrangeirização da eco-nomia é alarmante. Das 500 maioresempresas em nível nacional, 321 sãoestrangeiras. E os conglomeradosmidiáticos bombardeiam diariamente ogoverno com qualquer tema à mão: se-gurança, inflação, salários, e até fute-bol (o governo tornou gratuita a trans-missão ao vivo dos jogos do campeona-

to nacional, retirando o negócio que es-tava sob controle do grupo Clarín).

O apoio popular, a negociação com oClube de Paris sobre uma dívida de cer-ca de 9 bilhões de dólares e, sobretudo,o jogo de braço com os Fundos Abutreque será decidido na Corte Suprema dosEstados Unidos este ano serão fundamen-tais para o futuro do governo de CristinaFernández de Kirchner. Com um panora-ma complicado, o governo tem duas coi-sas a favor. Em primeiro lugar seus avan-ços sociais garantem uma sólida base desustentação política. Em comparaçãocom 2003, hoje o desemprego é de 6,3%(era 25% há dez anos) e o coeficienteGini que mede a desigualdade é de 0,41(era de 0,54 naquele período). Em se-gundo lugar, a oposição está dividida eé patética sua ausência de propostas.

O fenômeno não é novo. Esses doisfatores – inclusão social e falta de alter-nativa da oposição – têm mantido operonismo no centro da cena políticanacional desde sua primeira eleição em1946. O líder e fundador Juan DomingoPerón tinha clara consciência do tema.“Não é que fôssemos tão bons. É que osque vieram depois de nós eram tão ru-ins que passamos a ser ótimos”, resu-miu ele pouco antes de sua morte em1974, ao explicar a duradoura populari-dade de seu movimento.

| TRADUÇÃO: MARCO AURÉLIO WEISSHEIMER

Milhares de pessoas recordaram o golpe de estado de 24 de março de 1976em uma marcha nacional que teve como epicentro a histórica Praça de Maio

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