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Universidade Estadual de Goiás Unidade Universitária de Inhumas Curso de Pedagogia Karla Costa Azevedo Kelly Pereira Gonçalves Layslaine de Paula Caponi Patrícia Alves Guedes Pasta de Estágio Educação Infantil Inhumas 2013

Pasta de Estágio Educação Infantil filecontato direto com uma instituição de Educação Infantil, e para quem já participava como estagiários em Creches, esta seria a primeira

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Universidade Estadual de Goiás Unidade Universitária de Inhumas

Curso de Pedagogia

Karla Costa Azevedo Kelly Pereira Gonçalves

Layslaine de Paula Caponi Patrícia Alves Guedes

Pasta de Estágio Educação Infantil

Inhumas 2013

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Universidade Estadual de Goiás

Unidade Universitária de Inhumas Curso de Pedagogia

Karla Costa Azevedo Kelly Pereira Gonçalves

Layslaine de Paula Caponi Patrícia Alves Guedes

Pasta de Estágio Educação Infantil

Sob a Orientação e Supervisão da ProfªMs. Valdirene Alves de Oliveira.

Inhumas 2013

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Ser tolerante não é ser conivente com o intolerável, não é acobertar o desrespeito, não é amaciar o agressor, disfarçá-lo. A tolerância é a virtude que nos ensina a conviver com o diferente. A aprender com o diferente, a respeitar o diferente. Paulo Freire (2009, p.63)

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Dedicamos este trabalho a todos que nos apoiaram e compreenderam a importância e a conclusão deste projeto, para nossa formação e aprendizagem.

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Agradecimentos

Agradecemos a Deus por nós dar sabedoria, as instituições

que nos recebeu muito bem durante todo o semestre, aos pais,

esposos (as), amigos (as), namorados (as), aos filhos (as), e com

carinho a nossa orientadora ProfªMs. Valdirene Alves de Oliveira.

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Sumário Relatório de observação creche......................................................

Relatório de observação Pré-escola...............................................

Projeto de trabalho..........................................................................

Considerações finais.......................................................................

Anexos............................................................................................

Creche............................................................................................

Ficha de encaminhamentos;................................................

Fichas de freqüência;...........................................................

Declarações.........................................................................

Pré-escola.......................................................................................

Fichas de encaminhamento;................................................

Fichas de freqüência;...........................................................

Declarações.........................................................................

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE INHUMAS

CURSO DE PEDAGOGIA

DAYANNE ANA GOMES KARLA COSTA AZEVEDO

KELLY PEREIRA GONÇALVES LAYSLANE DE PAULA

PATRICIA ALVES GUEDES RONAM GAMA PEREIRA

RELATÓRIO DE ESTÁGIOSUPERVISIONADO: CAMPO CEMEI

INHUMAS 2013

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DAYANNE ANA GOMES KARLA COSTA AZEVEDO

KELLY PEREIRA GONÇALVES LAYSLANE DE PAULA

PATRICIA ALVES GUEDES RONAM GAMA PEREIRA

RELATÓRIO DE ESTÁGIOSUPERVISIONADO

Relatório elaborado para fins de avaliação parcial da disciplina de Estágio Supervisionado I, relativos ao 3° ano de Pedagogia da Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Inhumas, sob orientação da Professora Ms. Valdirene Alves de Oliveira.

INHUMAS 2013

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO: CAMPO CMEI

Experiência de estágio com crianças de dois a três anos.

Em nossa disciplina de estágio I, tivemos a oportunidade de

acompanhar a rotina de 6 tardes das crianças de um CMEI ( Centro Municipal

de Educação Infantil ) situado na cidade de Inhumas. A ansiedade era clara na

face de todos os membros do grupo, visto que para a maioria, seria o primeiro

contato direto com uma instituição de Educação Infantil, e para quem já

participava como estagiários em Creches, esta seria a primeira vivência como

observadores.

De início houve alguns rumores dos alunos que já trabalham com

a Educação Infantil, pois até então se cogitava o porquê dessa vivência para as

pessoas que já atuavam em instituições semelhantes, mas hoje conseguimos

identificar claramente a devida importância, afinal:

A observação como recurso da pesquisa qualitativa, conduz a um conhecimento aprofundado do ambiente pelo convívio prolongado (...) as conclusões obtidas podem vir a contribuir para o encaminhamento de questões como a definição da graduação como nível de escolarização que convém aos professores atuantes da Educação Infantil. (SCHULTZ, 1977, p.337)

Sabemos que o estágio sempre foi visto como a parte prática dos

cursos de formação de profissionais se faz comum ouvirmos alunos que

concluíram seus cursos se referirem a eles como teóricos. “Na verdade, os

currículos de formação têm-se constituído em um aglomerado de disciplinas,

isoladas entre si, sem qualquer explicitação de seus nexos com a realidade que

lhes deu origem”. (PIMENTA E LIMA, 2005/2006, p.6)

A prática educacional é vista também como uma reprodução de

modelos, chamadas até de “artesanal” o que caracteriza o modo tradicional

docente. Permeiam sobre a lógica que a realidade do ensino é imutável e os

alunos também o são, se os alunos não aprendem não é culpa dos

professores, mas sim dos alunos, de suas famílias e de sua cultura

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diversificada da escola. O professor diante dessa prática reproduzirá um

modelo prático, desvalorizando sua formação intelectual, reduzindo a atividade

docente a um simples fazer, sendo assim bem sucedido quanto mais se

aproximar dos modelos observados, gerando um conformismo, conservando

hábitos, idéias, valores, comportamentos pessoais e sociais. O estágio se for

visto por esta perspectiva reduzirá os professores em formação a meros

fantoches.

Felizmente o estágio nos tempos de hoje já se encontra mais

sólido, os estudos e pesquisas tem trazido outra visão, formando uma nova

perspectiva da compreensão existente da relação entre teoria e pratica, pois:

Pimenta e Gonçalves (1990) consideram que a finalidade do estágio é a de propiciar ao aluno uma aproximação à realidade na qual atuará. Assim, o estágio se afasta da compreensão até então corrente, de que seria a parte prática do curso. Defendem uma nova postura, uma re-definição do estágio que deve caminhar para a reflexão, a partir da realidade. (PIMENTA E LIMA, 2005/2006, p.13)

O estágio se mostra hoje com outra postura diante do

conhecimento. Ele não é mais considerado como uma verdade capaz de

explicar toda e qualquer situação observada, deixando de ser considerada

apenas uma matéria do currículo e passando a integrar como diz Pimenta e

Lima “o corpo de conhecimentos do curso de formação de professores”.

Podendo ser desenvolvido várias atividades que possibilitam o conhecimento, a

análise e a reflexão do trabalho docente.

Algumas estagiárias que já trabalhavam em CMEI’s, cogitaram

sobre qual a necessidade de estarem ali naquela instituição visto que já

freqüentavam um ambiente semelhante, não conseguiam entender o motivo

desse estágio.

Não consigo entender o motivo de termos que participar desse estágio, já que estamos todos os dias dentro de Creches e todos os dias tendo contato direto com crianças, acho que será uma perca de tempo, nós já sabemos toda rotina vivenciada pelas crianças e professoras. (Registro N ° 2, Març o de 2013)

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Mais adiante este aspecto será retomado, para que fique claro

como a experiência no campo de estágio trouxe contribuições para o nosso

desenvolvimento.

Fomos bem acolhidos em nossa chegada, tivemos uma ótima

recepção por parte da Diretora juntamente com as professoras, que já nos

esperavam e se prontificaram a responder todos os nossos questionamentos

imediatos. Percebemos que o prédio da instituição é bem antigo, a estrutura

física se encontra em estado precário, visto que o prédio era uma casa e foi

“adaptado” para servir de CMEI, mas ao nos apresentarem cada cômodo, ou

seja, os quatro cômodos existentes, além da secretaria, nos deparamos com

um choque de realidade.

Encontramos um espaço pequeno com salas multifuncionais,

com um berçário onde estão inscritos 18 crianças de 8 meses à 2 anos, um

dormitório que também serve de sala de atividades, uma sala de TV que é

usada em revezamento pelas crianças do Maternal e Jardim, e um refeitório

onde se reúnem para fazerem suas refeições, o maternal I tem 22 crianças de

2 à 3 anos, no Maternal 2 são 23 de 3 à 4 anos e Jardim I e 2 com 32 crianças

de 4 à 6 anos, uma sala de TV que é usada em revezamento pelas crianças do

Maternal e Jardim, e um refeitório onde se reúnem para fazerem suas

refeições, não tivemos contato com as crianças do Jardim I e 2 pois

permanecem na instituição apenas pela manhã, e nossas visitas aconteceram

no período da tarde, quando as mesmas se encontram em suas escolas,

perfazendo assim um total de 95 crianças.

Do lado de fora existe um parque com alguns balanços e

escorregadores. Este espaço fica em baixo de árvores e possui grama no chão,

mas é pouco usado, as professoras dizem que “não gostam de levá-los para

não se sujarem de barro”.

(...) como as crianças são, desde pequenas muito curiosas e mostram-se ávidas por conhecer e compreender esse mundo, é importante lhes oferecer também oportunidades de explorarem diversos tipos de objetos e de fenômenos, seres e materiais da natureza (...). (DIAS, FARIA 2007, p.90)

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A maior parte da nossa vivência se deu no grupo do Maternal I,

que são crianças de 2 a 3 anos, que ficavam sob os cuidados de uma

Pedagoga e uma estagiária.Na quarta-feira, dia de nossa visita, eles ficavam

na sala de TV. No primeiro dia estávamos bastante ansiosos para ver de perto

com olhos de pesquisadores, esse mundo até então desconhecido e

contraditório.

A Professora de Estágio havia pedido para que cada um levasse

um caderno para registrar tudo que pudéssemos ver, e que deveríamos fazer

anotações todos os dias.

Ao escrevermos a nossa experiência, nosso fazer ganha visibilidade, torna-se documento ao qual podemos retornar para rever o vivido, atribuindo-lhe outros significados e projetando outros fazeres desejados ou necessários. Por meio do registro, travamos um diálogo com nossa prática, entremeando perguntas, percebendo idas e vindas, buscando respostas que vão sendo elaboradas no encadeamento da escrita, na medida em que o vivido vai se tornando explicito, traduzido e, portanto, passível de reflexão. (OSTETTO, 2008 p.13)

Chegamos a questionar se realmente se fazia necessária esta

escrita diária, mas quando começou nossa vivência direta com as crianças

percebemos essa necessidade.

A importância de escrever sobre os alunos é evidente, tudo pode

ser retomado e provado se fizer necessário e hoje sabemos reconhecer o

quanto foi importante, pois vimos que através destes registros podemos,

construir, analisar, avaliar, rever e refazer os momentos desse fazer

pedagógico, esse era o início da história de uma relação que seria vivida e

sentida intensamente.

Para além de uma tarefa a ser executada ou técnica a ser aplicado, o registro diário, compreende como espaço privilegiado da reflexão do professor, converte-se em atitude vital. Quando vivenciado no seu sentido profundo, com significado, dá apoio e oferece base para o professor seguir sua jornada educativa junto com as crianças. (OSTETTO, 2008, P.13)

Ao entrarmos, as crianças estavam todas sentadas, cada uma em

sua cadeirinha, assistindo um filme e com o movimento de nossa entrada elas

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ficaram um pouco agitadas, começamos a observar os olhares de cada um,

alguns ficaram com vergonha querendo esconder o rostinho, outras

começaram a conversar e apontar para nós, e alguns até se levantaram e

vieram nos receber.

Havia um que se chama Daniel, que deu abraço em todas as

estagiárias, ele se mostrou muito carente e queria ficar no colo, mas como

fomos orientadas a não pegar nenhuma criança, apesar de termos vontade de

acalentá-los, não podíamos, pois esta era uma norma do CMEI, tão logo as

professoras já chamaram a atenção de todos e os colocaram sentados, o

Daniel se desmanchou em lágrimas. Uma de nossas colegas estagiárias

encheu os olhos de água, ao vê-lo sentadinho chorando com os bracinhos

pedindo colo, mas mesmo sendo crianças tão pequenas de apenas 2 anos,

eles tinham de obedecer à ordem e ficarem sentadas e caladas.

Mesmo sendo uma pessoa estranha o Daniel veio correndo, pulou em seus braços, abriu um sorriso maravilhoso querendo compartilhar sua alegria de nos ver ali, mas infelizmente a professora também veio depressa, mandou ele se sentar e o proibiu de se levantar novamente, a criança se desmanchou em lágrimas e a estagiária custou conter sua emoção de não poder acalentá-lo (Registro n° 1, Março de 2013)

Quando acabou o filme as crianças se manifestaram com palmas

e risadas, demonstrando muita empolgação, mas novamente foram proibidas

de manifestarem qualquer reação, a ordem era clara, tinham de ficar sentadas

e caladas, nem mesmo quando colocou um DVD de músicas elas não podiam

cantar e nem bater palmas, pois faria muito barulho.

Criança gosta de se movimentar, de pular, de correr, e se existe

um momento em que há possibilidades da criança se expressar, é quando

ouvem músicas, a maioria se solta.

A música é outra das múltiplas linguagens que possibilitam a expressão de sentimentos, sensações, idéias e o compartilhamento de significados entre os sujeitos de uma cultura. Dessa forma é fundamental que ela seja trazida para a Instituição de Educação Infantil, na perspectiva de contribuir para a formação humana das crianças. (DIAS, FARIA,2007, p.80)

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Encontramos aqui, conforme nos mostra Ostetto (2002) a prática

pedagógica que se resume na chamada “hora da atividade”, a criança não se

encontra em foco em momento algum, o que é visto é a necessidade de se

ocupar as crianças durante o tempo em que estão na instituição, “hoje é dia de

assistir TV”, e elas são obrigadas a assistir TV a tarde toda, este momento não

poderia ser classificado como “planejamento”, uma vez que a intencionalidade

do educador não está definida considerando princípios educativos.

A educação é um direito de cada criança, é muito mais que uma

obrigação que os professores tem para com as crianças, e visto que as

crianças desta instituição ficam separadas por modulações de idade, e em

espaços diferentes, este ambiente poderia propiciar inúmeras possibilidades de

se trabalhar, de tal forma que, as professoras tragam uma contribuição para o

desenvolvimento e a formação integral do sujeito, como aspectos culturais,

sociais, psicológicos e motores.

Tanto Creches quanto Pré-escolas, como Instituições Educativas, têm uma responsabilidade para com as crianças pequenas, seu desenvolvimento e sua aprendizagem, o que reclama um trabalho intencional e de qualidade. Na intencionalidade do trabalho reside a preocupação com o planejamento. (OSTETTO, 2002, p.175)

É chegada a hora do banho, nossa professora de Estágio nos

orientou a oferecer para ajudar, quando víssemos a necessidade, assim o

fizemos, imaginávamos um banho bem tomado, com as crianças cantando e se

divertindo, bem, o que presenciamos foi um banho muito tumultuado. Primeiro

chamaram os meninos e encaminharam todos de uma vez, eles saíram

correndo e empurrando uns aos outros, o banheiro possui 4 chuveiros, mas

apenas um funciona, dos 2 vasos existentes que são de adultos, somente um

funciona, para as crianças conseguirem usar precisam da ajuda de um adulto,

as crianças então subiram todas de uma vez e foram para debaixo do chuveiro

e ficaram se batendo, brigando por espaço, o banho foi rápido e logo

terminamos de ajudá-los a se vestirem, então chamaram as meninas que se

comportaram um pouco melhor que os meninos, mas mesmo assim o banho

também foi ligeiro, não vimos nenhuma criança sair com a cabeça lavada, nem

ouvimos uma música para acalmá-los quando estavam agitados.Existem várias

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possibilidades de aproveitamento de tempo, quando se está em contato direto

com uma criança. E esta é a hora de se desenvolver uma relação mais

próxima, neste momento as práticas de cuidado devem estar interligadas às

práticas educativas, para se proporcionar a conquista da linguagem e a

exploração do próprio corpo e dos movimentos.

Falar de cuidado e educação na Educação Infantil significa tratar de todas as situações presentes neste espaço como possibilidades de desenvolvimento para as crianças. Momentos como banho, sono, alimentação, troca de fraldas representam tempos e espaços privilegiados de contato das crianças com os adultos presentes nas creches e pré-escolas e também com as outras crianças. Não se trata de atender de forma mecânica às necessidades básicas dos meninos e meninas, cuidando para que fiquem sempre limpos e saciados. Trata-se, sim, de aproveitar cada situação para observar as particularidades de cada criança, oferecendo-lhe, inclusive, momentos de atenção individual, mesmo nas situações coletivas. (NONO, s/d, p.2)

Quase todos os nossos dias de vivência, se passaram nesta sala

de TV, e foram rotineiramente repetidos todos os momentos dessas crianças,

primeiro assistiam a filmes, alguns eles já sabiam até mesmo a fala dos

personagens, depois a professora colocava um DVD de músicas, eles ficavam

agitados, recebiam um monte de críticas, que não era para sair do lugar, nem

bater palmas, nem cantar as músicas, depois chegava à hora do banho rápido,

e eles iam para o refeitório jantar, cantavam uma música, e após comerem,

voltavam para a sala de TV e ficavam ali até a hora de irem para casa.

Quanto tempo se passando, e aquelas crianças reprimidas, sendo

que a função primordial da Educação Infantil é a de auxiliar a criança a

compreender o mundo por meio da indagação, da discussão e da solução de

problemas, havendo assim uma constante inter-relação entre as atividades

educacionais e as necessidades e interesses da criança.

A compreensão de mundo, segundo Barbosa e Horn (2012), só

ocorrerá se a criança conseguir desenvolver por meio da aprendizagem a

elaboração de sentido, e é na vida social que as pessoas adquirem marcos de

referência, e para que a inteligência seja formada, a criança precisa passar por

situações desafiadoras, enfrentar problemas, quer sejam reais ou abstratos em

sua vida cotidiana e em suas relações com outros indivíduos, e cabe a Escola

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assumir o papel de atuante organizando os conhecimentos em cima dos

questionamentos levantados.

Questionamos se acontecia algum tipo de avaliação feita sobre o

desenvolvimento das crianças e tivemos como resposta que sim, que elas

eram avaliadas por meio de fichas que chegam prontas, compartimentadas em

tópicos onde se marca com um X a resposta desejada, isso ocorre a partir de

observações esporádicas e fragmentadas das crianças. Os professores

utilizam-se de um caderno de “ocorrências”, para descreverem algum

acontecimento que achem necessário a participação dos pais ou responsáveis,

como por exemplo, se a criança passar mau, ou cair e se machucar é feito um

relato neste caderno, a professora assina e o responsável que for buscar a

criança também assina.

No último dia de nossa vivência, presenciamos o acontecimento

de um teatro, foi um momento mágico, foi apresentado pelas crianças do

Maternal II. Finalmente tivemos um momento onde as crianças eram atuantes,

recitaram um poema de Vinícius de Morais, que falava das cores das

borboletas, vimos uma alegria radiante nos olhos daquelas crianças, tanto nas

que atuavam como também nas outras que assistiam. Teve uma criança do

Maternal I, que era o agrupamento que estávamos acompanhando, que nos

contou com detalhes sobre o teatro e quais eram as cores das borboletas,

vimos que, as atividades quando trabalhadas com planejamento dão resultados

incríveis.

(...) planejar na Educação Infantil é planejar um contexto educativo, envolvendo atividades e situações desafiadoras e significativas, que favoreçam a exploração, a descoberta e a apropriação de conhecimento sobre o mundo físico e social. (OSTETTO, 2002.p.193)

O teatro foi prova de que as crianças são capazes de aprender,

de participar e de reaver o seu papel neste processo, como protagonistas,

demonstrando que, se o professor refletir sobre suas práticas, envolver todas

as disciplinas do curso de formação, constituir um articulado projeto político

pedagógico, relacionando os saberes teóricos e práticos, conseqüentemente

ocorrerá às devidas transformações que se fazem necessárias no trabalho

docente.

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As estagiárias que no início do processo, tinham dúvidas sobre a

verdadeira necessidade da participação em todas as visitas conseguem hoje

entender quão ricas foram nossas vivências, visto que enquanto estagiárias

podemos ser observadoras, saindo do papel de professoras, onde muitas

vezes agimos embalados pela rotina da instituição. Com certeza não teríamos

outra forma de nos despertarmos para o estudo, a análise, a problematização,

a reflexão e a proposição de soluções, nessas situações de ensinamentos e

aprendizagens, hoje conseguimos perceber o quanto se faz importante à

vontade e os desejos da criança que está em constante construção e

desenvolvimento.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através de observações e registros, conseguimos identificar

vários aspectos que são de extrema relevância para a prática pedagógica,

desde a relação de convivência e socialização das crianças, a relação do

professor e a nossa relação com as crianças e como fazer disto um

aprendizado para a nossa prática.

Ao refletirmos sobre as práticas observadas durante o estágio,

notamos a falta de uma intervenção planejada das professoras, para que possa

acontecer um desenvolvimento pleno, com momentos propiciadores de

saberes. A intencionalidade deve estar em todos os momentos de um bom

educador. Aproveitar os instantes em que a criança desperta sua sede de

descoberta e usar estes momentos como estímulo para seu desenvolvimento.

Afirma Schultz (1997) ainda que: “(...) devemos estar atentos para

oferecer para as crianças pequenas situações que envolvam ações educativas

e de cuidados”.

É necessário que o educador acredite em sua capacidade de

mudar a realidade, e se houver dedicação estudo e vontade é possível faze a

diferença. Ao invés de nos acomodarmos e contentarmos com a situação

esperando uma possível mudança, fazer acontecer sendo a própria mudança.

Chegamos ao final desta primeira etapa, cheios de expectativas,

compreendemos a importância das nossas anotações diárias, pois foi por meio

delas que conseguimos decorrer este relatório, conseguimos agora perceber

que para nos estruturarmos, devemos passar por este momento de

experiência, e que devemos estar ligados à prática pedagógica, e entendemos

que uma identidade docente se constrói a partir do significado social, ficou

claro que é preciso oferecer espaços com propostas significativas e situações

diversificadas que ampliem a possibilidade de exploração das crianças,

permitindo que elas vivam, sonhem, criem e aprendam o que é infância.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBOSA, Maria Carmem Silveira e HORN, Maria da Graça Souza. Projetos

Pedagógicos na Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 2008.

NONO, Maévi Anabel. Educar e Cuidar nas Creches e Pré-escolas. S/d.

OSTETTO, Luciana E. Observação, registro, documentação: Nomear e

significar as experiências. In: OSTETTO, Luciana E. Educação Infantil:

Saberes e fazeres da formação de professores. Campinas, SP: Papirus, 2008,

p.13-32.

OSTETTO, Luciana Esmeralda. Planejamento na educação infantil: mais que a

atividade, a criança em foco. In: OSTETTO, Luciana Esmeralda. Encontro e

encantamento na Educação Infantil: Partilhando experiências de estágio.

Campinas -São Paulo: Papirus, 2002, p. 175-198.

PIMENTA, Selma Garrido e LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e docência:

diferentes concepções. Revista Poíesis – Volume 3, Números 3 e 4, pp.5-24,

2005/2006.

SCHULTZ, Lenita Maria J. Professores de bebês. In: Educativo. Goiânia: Dep.

de Educação da UCG, 1997.p.335-348.

DIAS, Fátima Regina Teixeira de Salles; FARIA, Vitória Líbia Barreto de.

Currículo na Educação Infantil : Diálogo com os elementos da proposta

Pedagógica. São Paulo, Scipione, 2007.

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Universidade Estadual de Goiás Unidade de inhumas Curso de Pedagogia

RELATÓRIO DE ESTÁGIO DE OBSERVAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTI PRE- ESCOLA

INHUMAS 2013

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KARLA COSTA AZEVEDO

KELLY PEREIRA GONÇALVES LAYSLAINE DE PAULA CAPONI

PATRICIA ALVES GUEDES

RELATÓRIO DE ESTÁGIO DE OBSERVAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL DA PRE-ESCOLA

Relatório apresentado como requisito parcial da disciplina Estagio Supervisionado do Curso de Pedagogia, da Universidade Estadual de Goiás, Unidade de Inhumas, sob a orientação da ProfªªMs. Valdirene Alves de Oliveira.

INHUMAS

2013

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VIVÊNCIA DE UM ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Relatar as vivências do Estágio Supervisionado na Educação Infantil foi

uma experiência única para algumas, e para outras não era a primeira

experiência.

No dia 17/04/2013 ocorreu o primeiro encontro na pré-escola, Escola

Municipal Peralta. Uma instituição pequena, pública, somente com quatro

salas. Nosso primeiro momento foi com a gestão da escola, professores,

diretora, coordenadora. Toda a equipe nos recebeu muito bem, sentimos à

vontade e com muitas expectativas, colhemos as informações mais importantes

para o momento, a estrutura, a gestão em atividade e o reconhecimento na

comunidade. A instituição tem um quadro de dezoito funcionários, professoras,

coordenadora, cozinheira, diretora, porteira e faxineira, são 154 crianças

atendidas.

Escolhemos o primeiro período para nossos dias de observação, outro

desafio para nós, não tínhamos nenhuma experiência, quando chegamos às

crianças ficaram curiosas com nossa presença, e de imediato começa uma

conversa ali outra aqui, “oi tia, olha meu desenho, você mim ajuda?”“ brinca

comigo”,“ olha minha bolsinha é de princesa...” ficamos encantadas com a

atenção que fomos recebidas, tínhamos “medo” de fazer o estágio, porque não

sabíamos o que estava nós esperando, esse seria o momento de saber se

iríamos continuar no curso. O estágio tornou um momento de pesquisa para

nossa teoria como para a nossa formação pessoal, tendo que nos superar para

nos permitir e compreender, o desenvolvimento e as faces da infância.

A observação é de certa forma bastante complexa, pois as teorias e

práticas se aproximam e se distanciam em um movimento dialético, as

atividades feitas pelas crianças estão sempre relacionadas à pintura, a

organização se pauta por filas, as crianças sempre caladas, algumas atitudes

são indiferentes com o currículo da Educação Infantil.

As atividades são desenvolvidas no interior da sala, o espaço é

pequeno de modo que fica impossibilitado desenvolver uma atividade

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maior. Na observação constatamos que a linguagem oral é trabalhada

com a contagem dos números e do alfabeto, juntamente com a

linguagem matemática. Todos os dias a professora cantava a música do

alfabeto, as crianças já tinham decorado. É uma rotina que elas não

erravam e sabiam o que iria acontecer no momento seguinte.

As crianças possuem desenvolvimento peculiar, por isso tem que ter a

observação individual para se desenvolver atividades em que todos sejam

contemplados, pois o ensino bom é aquele que esta adiante do

desenvolvimento e que o puxa para frente, Vygostky (1987), é mostrar para a

criança que ela é a diferença na sala de aula o educador insere no conteúdo o

estimulo para aprender, a curiosidade da criança, ser desafiador, inovar, têm

que ter uma situação didática em que a aprendizagem das crianças será a

prioridade. Mostrar que elas têm autonomia como na hora de ir ao banheiro,

pegar os brinquedos por sinal o baú onde são guardados não é o tamanho

ideal, para elas pegar e depois guardar, o recreio é um momento de pura

alegria e interatividade com todas as crianças, muitas brincadeiras, sorrisos,

movimentos corporal. Brincamos com elas foram momentos mágicos, pois

brincadeira é a passagem para o mundo ideal da aprendizagem e com a

brincadeira pode se desenvolver as múltiplas linguagens, ou seja:

Na perspectiva de cuidar das crianças e educá-las em uma Instituição de Educação Infantil, as múltiplas linguagens ocupam lugar fundamental, tendo em vista que cumprem o papel de mediadoras nas relações entre os vários sujeitos envolvidos nas ações realizadas nessas instituições, bem como possibilitam as interações entre as crianças com a natureza e com a cultura, construindo sua subjetividade e constituindo-se como sujeitos sociais. Numa proposta curricular para a Educação Infantil, essas linguagens devem ser pensadas e trabalhadas intencionalmente nas ações pedagógicas dessas instituições como objeto de conhecimento (FARIA e DIAS, 2007, p. 61-63)

Observar a prática da professora foi desafiador e possibilitou algumas

reflexões como o fato de constatar que a regente não teve experiência em

estágio, por essa razão a nossa convivência com ela no primeiro momento foi

meio que “estranha” Ela não sabia o que fazer com tantas estagiarias dentro da

sua sala, foi preciso fazer dessa oportunidade tanto para nós como para ela,

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uma forma de aprender juntas, tanto as crianças como a professora e nós

estagiarias.

A instituição é uma das mais aceitas pela comunidade, tem uma lista de

espera, a comunidade como os pais são ativos, participam das reuniões como

dos projetos propostos pela escola, segundo a direção da escola nesse

sentido:

No âmbito da Educação Infantil tem crescido a preocupação relacionada à “como planejar” o trabalho educativo com as crianças de zero a seis há anos em geral, e em particular com os menores de três anos. (OSTETTO, 2002, p.175)

Ostetto (2002) demarca um mundo de conhecimentos, a criança em

foco, o planejamento de projetos como a alavanca para uma educação

renovada. A observação no estágio foi sustentada por essa prerrogativa, como

forma de enriquecimento para os futuros projetos na regência. Para a autora

essa é a maneira mais eficaz para desenvolver o trabalho de alfabetização,

letramento, linguagens, coordenação motora, sensibilidade. É possível

encontrar os elementos para um desenvolvimento individual e para a

participação na sociedade, ou seja, o desenvolvimento natural da criança. O

professor deve realçar a metodologia da escola, mostrando seu potencial na

reestruturação dos projetos.

As leituras teóricas que realizamos apresentam a criança como ator

principal do processo educativo. Por essa razão tiraremos o foco das

dificuldades e discutiremos os conhecimentos apreendidos no estágio.

As informações que observamos são trabalhadas na ação de teorias

estudadas por autoras como Barbosa e Horn (2008) que vêem o projeto como

um processo criativo para o aluno e o professor, possibilitando uma relação de

enriquecimento entre o ensino e aprendizagem, são atividades inovadoras.

Hernandez (1998) diz que os projetos permitem aproximar- se da identidade

dos alunos e favorecem a construção da subjetividade, revisando a

organização do currículo por disciplinas situando-o no tempo e no espaço

escolar, levando em conta o que acontece na escola, fora da escola. O

desenvolvimento dos projetos de trabalho fundamentado nos autores Barbosa,

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Horn e Hernandez mostra que cada projeto possui uma duração que pode

variar conforme o objetivo, o desenrolar das varias etapas, o desejo e a

necessidade das crianças pelo assunto tratado. Os projetos comportam uma

grande dose de imprevisibilidade, podendo ser alterado sempre que

necessário, tendo inclusive modificações no produto final. Não podemos

esquecer-nos de mencionar que a instituição observada tem uma relação entre

professor/aluno/gestão de respeito, sendo um fator primordial na relação

escola/gestão/conteúdo.

As observações realizadas pretendem subsidiar experiências para a

proposição de projetos. Para tanto, não esquecendo em nenhum momento que

na condição de estagiárias, o contato com a observação era uma vez por

semana, quatro horas no máximo, ou seja, foram observadas atividades de

pintar e canto, (linguagem oral como a leitura, linguagem plástica o pintar,

linguagem musical o cantar, linguagem escrita o desenvolvimento das vogais e

consoantes), o recreio, que era o momento de brincar livres, expressando a

linguagem corporal/movimento não esquecendo os conhecimentos relativos à

sociedade e à natureza, respeitar um ao outro, ajudar, dividir, brincar com as

linguagens.

Podemos abordar, a partir da nossa observação, a ZDP (Zona de

Desenvolvimento Proximal) mostrando que as crianças não têm iguais níveis

de desenvolvimento mental, o nível de aprendizagem será diferente por isso o

professor tem que observar para fazer as orientações certas, sendo a ZDP,

uma distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma

determinar através da solução independente de problemas, e o nível de

desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob

a orientação de um adulto (pais, professores) ou em colaboração com

companheiros mais capazes. A criança tendo essa liberdade de pintar e

escolher as cores como também saber o que está pintando ou desenhar, saber

onde é o filtro colocar água sozinha ir ao banheiro pegar o brinquedo, é um

movimento natural da ZDP em atividade, ou também são as funções que ainda

não amadureceram, mas que estão em processo de maturação, funções que

amadurecerão, mas que estão presentemente no dia a dia, com isso a ZDP

permite-nos delinear o futuro da criança e seu estado dinâmico de

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desenvolvimento, não esquecendo que a criança na pré-escola tem esse poder

de dominação, marcar território, e é nesse momento que o professor como

mediador deve aproveitar esse desafio de comportamento para desenvolver os

conteúdos diferenciados no modo interdisciplinar aproveitar o espaço e ser nele

um material de trabalho riquíssimo em uma diferente perspectiva para o

conhecimento, lembrando que o trabalho interdisciplinar não é ensinado é

vivenciado.

A autonomia e o egocentrismo da criança são processos de construção,

primeiro é a base (a aprendizagem em casa), segundo é o alicerce (a

aprendizagem na escola), terceiro é o telhado (sua própria vivencia com o

mundo), é o momento de se conhecer social e cultural.

Assim, em seu ponto de partida, o egocentrismo exprime essencialmente a irreversibilidade das ações: uma ação é, com efeito, incompatível com outras e não pode se desenrolar nos dois sentidos, justamente na medida em que ela é centralizada e é essa centralização inicial que explica simultaneamente a irreversibilidade do comportamento e essa ilusão de ponto de vista que é o egocentrismo ou assimilação á atividade própria. (PIAGET, 1999, p.89)

Paulo Freire, (1921-1997) diz que o Educador, que se aliena a

ignorância, se mantém em posições fixas, invariáveis. Será sempre o que sabe,

enquanto os educando serão sempre os que não sabem. A rigidez destas

posições nega a educação e o conhecimento como processos de busca. O

educador tem que aprimorar os conhecimentos para a metodologia em si como

da sua própria unidade ser o diferencial na educação da criança, será nesses

momentos que mostraram o resultado de todas as teorias estudadas. Como

observadoras tivemos muitos desafios, como aprender e ter a sensibilidade de

ver e ouvir. Mostrar em nossos projetos o diferencial de toda nossa visão a

respeito dos momentos e oportunidades da vivencia no estagio.

Nas observações feitas entendemos que o projeto a ser realizado não

tendo êxito, o educador tem que imediatamente reelaborar suas hipóteses,

porque sendo o projeto algo para ser desejável, para se envolver, descobrir

algo novo, procurar respostas para o problema colocado, tem que tornar-se um

momento muito prazeroso com uma aprendizagem valorizando o educador

como diz Corsino:

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E a escola passa a ser um espaço de busca, de reflexão critica que se vale de fontes e áreas de conhecimento diversas para entender um fenômeno natural, cultural ou social. Lugar onde as diferentes linguagens assumem grande importância, pois são as ferramentas necessárias para se ler, entender, interpretar e dizer o mundo. A leitura e a escrita, ao assumirem nesse espaço funções reais, tornam-se necessárias e relevantes. (2009 p.106)

Os momentos de integração com a criança nos permitem ver o grau de

conhecimento individual e o desenvolvimento em grupo, como para Barbosa e

Horn (2008) que sempre ressaltam a importância de desenvolver o coleguismo

o saber repartir, ajudar o outro, na instituição esse enfoque era bem posto pela

educadora, conhecer e respeitar o limite do próximo.

A pedagogia tem a finalidade de concepção da infância, de educação,

conhecimento, cultura, social, teoria e prática, o ambiente escolar tem que

agradar a criança por isso as praticas pedagógicas desenvolvidas nas escolas

devem contemplar o projeto brincar. Também precisam desde o iniciam do ano

letivo, o PPP (Projeto Político Pedagógico), pois é uma exigência da

Constituição Federal de 1998, que propôs a gestão democrática do ensino

básico das escolas da rede publica, artigo 206, inciso VI, e, posteriormente, foi

definido pela LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) em 1996, artigo 14,

como garantia da participação dos profissionais da educação, das

comunidades escolar e local em conselhos escolares. Conforme a legislação a

educação é para todas as crianças. Essas prerrogativas legais têm como foco

fortalecer esse poder de educação, mostrar valores da cultura, mostrar também

que a educação é uma pratica de uma ação entre sujeito e objeto, o educador

tem que atuar na formação da criança e em seu desenvolvimento com

condições materiais e sociais, concretos, onde a gestão terá esse apoio para

com o educador, o socializar com o PPP nós quer dizer, que, a didática é o

rumo da pedagogia onde a teoria se organiza na gestão conteúdo/projeto, para

o bom desenvolvimento e rendimento da criança no processo de formação

social.

O estágio de observação foi muito significativo e de muita aprendizagem,

podemos ver a realidade da instituição e conhecer cada criança

compreendendo e aceitando cada uma, essa experiência nos ensina um pouco

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da aprendizagem sobre a prática da educadora observada, vemos que a

habilidade e competência são primordiais nessa tarefa. Um dos pontos que

observamos são as dificuldades encontradas na sala de aula e nas possíveis

maneiras de encontrar uma solução em nosso projeto, vemos que o educador

não deve se acomodar e sim encontrar novas mudanças para passar pelas

dificuldades, o cuidar implica varias formas de se expressar, o cuidado com o

corpo, os movimentos, o desenvolvimento da autonomia, a percepção do

mundo, a socialização isso e cuidar educando, mostrar que esse detalhe é

significativo para a criança, por isso o planejamento é indiscutível nesse

relatório como para; (OSTETTO 2002 p.177), pois:

O planejamento marca a intencionalidade do processo educativo, mas não pode ficar só na intenção, ou melhor, só na imaginação, na concepção... Ninguém diria que não é necessário escrever o planejamento. A intencionalidade traduz-se no traçar, programar, documentar a proposta de trabalho do educador. Documentando o processo, o planejamento é instrumento orientador do trabalho docente.

Teoria e prática duas palavras relevantes na discussão educacional o

excesso de criticidade para com a instituição observada, pode ser tendencioso

e empobrecer o rico momento em que temos a chance de ver como se constrói

um espaço de produção de conhecimento sobre a prática pedagógica. Vimos à

realidade do ensino, que nos aproximou dos desafios que deveremos enfrentar

no segundo semestre. Aproveitamos esses momentos e conhecemos as

crianças, seus modos de pensar, o nível de conhecimento, a cultura que cada

uma vive em casa, o desenvolvimento psicomotor, com essa prática mesmo

que de observação nos fez atingir um nível significativo de como trabalhar em

sala de aula. Estudando esses comportamentos da criança, surgiram muitas

perguntas e a vontade de exercer os projetos para colhermos os frutos para

desenvolver as práticas discutidas por, Barbosa e Horn (2008, p.31):

Disseram que a proposta de trabalho com projetos possibilita momentos de autonomia e de dependência do grupo; momentos de cooperação do grupo sob uma autoridade mais experiente e também de liberdade; momentos de individualidade e de sociabilidade; momentos de interesse e de esforço; momentos de jogo

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e de trabalho como fatores que expressam a complexidade do fato educativo.

O estágio é o momento e o espaço de questionar a gestão, o educador e

o educando, é o instrumento de pesquisa necessário para nossa formação,

segundo Pimenta e Lima (2004, p.114)

[...] apontando novas possibilidades de ensinar e aprender a profissão docente, inclusive para os professores formadores, que são convocados a rever suas certezas, suas concepções do ensinar e do aprender e seus modos de compreender, de analisar, de interpretar os fenômenos percebidos nas atividades de estagio.

Paulo Freire (1921-1997, p.80), deixou um trecho que nos deixa orgulhosa e pensativa, muita responsabilidade para o educador como para o educando;

A narração, de que o educador é o sujeito, conduz os educando à memorização mecânica do conteúdo narrado. Mais ainda, a narração os transforma em “vasilhas”, em recipientes a serem “enchidos” pelo educador. Quanto mais vá “enchendo” os recipientes com seus “depósitos”, tanto melhor educador será. Quanto mais se deixem docilmente “encher”, tanto melhores educando serão.

Em todo nosso estagio de observação, percebemos que as crianças têm

a mesma resposta, quando perguntamos o que elas gostavam de fazer na

escola a resposta era que gostavam de brincar e pintar. A brincadeira é o meio

mais interdisciplinar e lúdico que a educação tem para desenvolver todos os

gêneros que a criança possui de inteligência, além de mexer com a

coordenação motora, social, psicológica, o desenvolvimento corporal e etc. por

isso não termina aqui a nossa observação somente essa primeira etapa de

muitas coisas que virão os projetos e suas execuções, com a vontade de um

resultado positivo, e no próximo capítulo vamos contar com detalhe toda essa

experiência.

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Considerações finais

Ufa!!!! Acabamos a primeira etapa, as vivências e experiências da

observação na creche e pré-escola, passamos por bons e maus momentos,

nos fortalecemos como uma equipe, nossos objetivos estão focados em um só

destino, aprimorar nossos conhecimentos, refletir sobre as ações e buscar

novas alternativas.

Este momento foi de muita importância, para desenvolver nosso projeto,

agradecemos à gestão da creche e da pré-escola pela oportunidade nesse

primeiro momento de observação, sabemos que poderíamos estar tirando a

liberdade de alguma atividade, mas nossa intenção foi de contribuir no

processo da aprendizagem oferecendo nosso apoio para ajudá-la nas

atividades, agradecemos pelo conhecimento que nós foi proporcionado,

deixamos a instituição com à alegria e certeza de que irem como toda nossa

vontade e conhecimento desenvolver um trabalho excelente.

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Bibliografias

BARBOSA, HORN. Maria, Projetos Pedagógicos na Educação Infantil, Porto Alegre: Artmed, 2008 CORSINO, Patrícia, Educação Infantil: Cotidiano e Políticas, Campinas, SP: Autores Associados, 2009. FREIRE, PAULO, 1927-1997, Pedagogia do Oprimido, 50. Ed. Ver. E atual- Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011. FARIA Vitória Líbia Barreto; DIAS, Fátima Regina Teixeira de Salles. Currículo na Educação Infantil: dialogo com os demais elementos da proposta pedagógica. São Paulo: Scipione, 2007 HERNANDEZ, Fernando. Transgressão e Mudança na Educação: Os Projetos de Trabalho Porto Alegre. Artmed, 1998. OSTETTO, L. E. Encontro e encantamento na educação infantil: partilhando experiências de estagio. Campinas: Papirus, 2002 PIAGET, Jean, A Linguagem e o Pensamento da Criança, 7ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. (psicologia e pedagogia) PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e Docência. São Paulo: 2004. VYGOTSKY, A Formação Social da Mente. SP. Martins Fontes, 1987.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIAS

UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE INHUMAS

PEDAGOGIA

Brincadeira e Interações na Educação Infantil

PROJETO DE ESTÁGIO

INHUMAS, 2013

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Brincadeiras e Interações na Educação Infantil

PROJETO DE ESTÁGIO

Projeto de Estágio Supervisionado, apresentado como requisito parcial para composição da média integralização do Estágio Supervisionado I na Educação Infantil, sob orientação do Prof.Ms. Valdirene Alves de Oliveira

INHUMAS, 2013

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BARBARA BEATRIZ VAZ

CENIO MACEDO RAMOS JUNIOR

DAYANNE ANA GOMES

DANÚBIA SOUZA ROQUE

EVÂNIA CRISTINA VIEIRA COSTA

ERIKA DE OLIVEIRA LÔBO

KELLY PEREIRA GONÇALVES

KARLA COSTA DE AZEVEDO

LAYSLAINE DE PAULA CAPONI

LUCIA DA CUNHA ALVARENGA

MÁRCIA MERILLA DE REZENDE

MARIANNE RAMOS DE OLIVEIRA

NATALLYA SILVA SILVEIRA

OSCAR FERREIRA MENDES NETO

PATRÍCIA ALVES GUEDES

RONAN GAMA PEREIRA

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

1 CARACTERIZAÇÃO DOS CAMPO DE ESTÁGIOS

1.1 Descrição dos campos de estágio

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

2.1 Recorte temático

2.2 Problema

2.3 Justificativa

2.4 Objetivos

2.4.1 Objetivo geral

2.4.2 Objetivos específicos:

2.5 Etapas previstas

2.6 Referencial teórico

2.7 Recursos materiais necessários

2.8 Proposta de finalização

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1. CARACTERIZAÇÃO DOS CAMPOS DE ESTÁGIOS

1.1 Descrição dos campos de estágio

O trabalho de estágio foi realizado em dois campos no turno vespertino. No

campo-creche CMEI Maria Caetano que se encontra localizado na Rua 19 de junho,

quadra 32, lote 06 e 07, Parque Santa Marta, no município de Inhumas, zona urbana,

sob a direção da Sra. Geany da Cruz F. Oliveira, o Centro Municipal de Educação

Infantil Maria Caetano da Silva Ferreira foi criado através da Lei Municipal nº 2.550de

29 de setembro de 2003, com autorização de funcionamento pela portaria SEE nº 1876

de 25 de abril de 2005.

No CMEI se encontram 95 crianças matriculadas de 4 meses à 5 anos de idade e

28 funcionários, sendo no turno vespertino duas cozinheiras, duas lavadeiras, uma

passadeira, uma secretária, uma coordenadora, uma diretora e sete professoras. A

infraestrutura da Instituição é bastante precária e carente, mas pode-se dizer que é

organizado de acordo com as necessidades de todos, mesmo sendo um espaço pequeno.

Possui somente uma sala que funciona como secretaria, coordenação, sala dos

professores, direção e reuniões, contém um banheiro interligado a mesma, possui

somente um berçário, um dormitório, um refeitório, uma sala de vídeo que também é

utilizada como dormitório, uma cozinha, há um espaço externo onde se encontra o pátio

e um parque para o lazer e realização de atividades pedagógicas. As práticas

pedagógicas são desenvolvidas de acordo com as divisões das salas e também do clima,

pois, no dia em que há chuva os alunos fazem suas devidas atividades somente nas salas

em que se encontram.

O outro campo de estágio foi a pré-escola Peralta que foi inaugurada em

16 de novembro de 1981, criada pela Lei nº 8118; sua denominação se deu pela Lei

Municipal de 26 de outubro de1993 (Lei de Criação 2.219/93), se localiza na Rua

Nagasaki, Quadra 01, Lote 01, s/n, Setor Nipo Brasileiro também no município de

Inhumas na zona urbana, sob a direção da Sra. Solimar A. dos Reis Qualhato. A

modalidade de educação fornecida pela Instituição de Educação Infantil é o ensino na

pré-escola, na qual crianças de 04 anos freqüentam o primeiro período e crianças de 05

anos freqüentam o segundo período. Se encontram na Instituição 153 crianças

matriculadas, sendo 75 no turno matutino e 78 no turno vespertino, como a Instituição

funciona em dois turnos, as crianças atendidas no turno matutino não são as mesmas

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atendidas no turno vespertino, assim como a equipe de professores não é a mesma nos

dois turnos.

A Instituição possui uma sala que funciona como direção, coordenação e

sala dos professores, duas salas para o primeiro período e duas para o segundo, dois

banheiros que são utilizados tanto pelos alunos como também pelos funcionários e uma

cozinha. Há um grande espaço verde ao redor da pré-escola que é utilizado para

algumas práticas pedagógicas e também um parque que não é muito utilizado.

As práticas pedagógicas são desenvolvidas através de um planejamento

anual, feito por todas as professoras e com a diretora e coordenadora, e por base se faz o

planejamento diário de cada professora. Foi observado que a Prefeitura Municipal criou

uma cartilha para acompanhar o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças, onde

cada criança possui a sua de Língua Portuguesa e Matemática e são utilizadas no

decorrer das aulas da professora.

2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

2.1 Recorte temático

O estagio tem como ênfase ter a aproximação entre teoria e prática nos espaços

educativos formais. Do mesmo modo é salutar ressaltar que a concepção de criança

como foco de toda ação pedagógica, tem sido a mais recorrente nos cursos de formação

docente inicial, por outro lado o estágio possibilita problematizar qual/uais concepções

permeiam as práticas pedagógicas produzidas nas instituições, campos de estágio.

Tal concepção de prática pedagógica deve ter como sua essência a brincadeira

tendo o foco logicamente a criança que tem como brincar algo natural de sua vida, que

por sua vez o professor deve utilizar determinada brincadeira como o foco em seu

trabalho para que seja executado um trabalho pedagógico com intencionalidade, tendo

em vista as interações entre as crianças.

A brincadeira para a criança é algo fundamental e, sem exageros, é algo tão

importante como comer ou dormir, ou seja, e um elemento natural para que a criança

esteja em plena forma para desenvolver outras atividades que são essenciais para seu

desenvolvimento tanto físico como intelectual. O brincar deve estar presente durante

toda a infância da criança dessa forma, mesmo que ela tenha que fazer algo de grande

importância logicamente dentro de suas limitações seria de grande importância que

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fossem encontradas formas para que ela o fizesse de uma forma divertida e ao mesmo

tempo séria, ou seja: “brincando”.

A brincadeira na infância tem dois caminhos nos quais andam entrelaçados,

sendo que podem educar e divertir. As concepções de brincadeiras devem envolver não

só um conteúdo especifico, mas, fazer com que tal brincadeira englobe vários

conteúdos. Devem-se ter concepções de que brincar pode e deve ensinar e não apenas

divertir, tendo sempre o objetivo da interação e intenção em todas as brincadeiras que se

seguem na instituição.

Sabemos a profunda importância do brincar para o bom desenvolvimento das

crianças, se conciliarmos esse momento do lúdico com uma intencionalidade

pedagógica para enriquecer no aprendizado infantil seria um passo gigante que

estaríamos dando, por que ao observar determinada instituição vemos que as

brincadeiras acontecem de forma que não são planejadas pelos professores de uma

forma que essa intencionalidade seja colocada em prática. O período em que brincam é

muito curto para o tempo que passam nas instituições de Educação Infantil (nesse caso,

nos dois campos de estágio). Isso acarreta em secundarizar o que deveria ser prioridade,

pois na Educação Infantil a criança deve sempre brincar de forma que esse princípio

seja condição precípua no fazer pedagógico. Em outras palavras é preciso que a criança

possa brincar sempre, de forma livre e/ou dirigida. O brincar livre, entre os pares pode

ser “dirigido e intencional” por parte do professor. Dessa forma fazendo com que as

crianças brinquem não por brincar sem desenvolver algo como e feito nesta instituição,

mas tendo o foco em “Aprender brincando”, mas em especial que elas estejam aos olhos

da criança “apenas brincando”.

Mediante esta concepção, devemos ter o cuidado ao introduzirmos o brincar em

sala de aula, pois algumas crianças poderão não gostar da atividade proposta. Caberá ao

professor propor uma atividade que possa abranger toda a turma para que nenhum aluno

possa ficar excluído de determinada brincadeira, de forma que procure buscar a

interação entre os alunos de forma que ninguém possa estar sendo prejudicado. Para

tanto, a criança deve ser o foco do seu planejamento, pois isso revela conhecimento do

grupo, dos seus interesses e necessidades.

Para que tal interação ocorra é de fundamental importância que possamos

conhecer/observar as crianças e seus processos internos de pensamento para que

desenvolvamos uma atividade que busque atender cada criança de forma que todas

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tenham o que contribuir para o bom desenvolvimento das brincadeiras que serão

propostas e conseqüentemente realizadas, desde que atendam todos os alunos.

Tendo como embasamento este texto nos surge uma questão fundamental que

traria em seu foco o aprender brincando, subsidiados por uma intencionalidade

permeada de fins na interação entre os pares surge uma indagação provocativa de outras

tantas reflexões e norteamento para ações vindouras:

2.2 Problema

Como promover brincadeiras na educação infantil sob a intencionalidade de mediar o

brincar e as interações tendo a criança como foco?

2.3 Justificativa

O tema ora proposto partiu das vivências durante as observações no período de

estágio, o que nos proporcionou uma visão da prática educativa ali encontrada e a

necessidade de elaborarmos proposta de um projeto de trabalho que contenha em sua

essência as interações e brincadeiras, tendo em vista como eixo norteador a criança em

foco. Dessa forma valorizar as manifestações das crianças, diante de suas escolhas e do

brincar espontâneo que surge de diversas situações no decorrer de uma atividade, sem

autoritarismo, relacionando-os com as descobertas que irão surgir, e até mesmo na sua

forma de se expressar, gestual ou dialogicamente. Nesse enfoque Rech afirma: “A

imaginação possibilita que as crianças planejem, organizem o pensamento. Neste caso,

é necessário a mediação dos adultos, para que pela imaginação, elas formulem

hipóteses, questionamentos”. (RECH, 2006).

Na Educação Infantil de acordo com os estudos já realizados, o que precisa ser

preservado são os interesses das crianças, suas pretensões, sua interação com o meio em

que vive e com as pessoas ao seu redor, trata-se de instruir a criança, estimular sua

criatividade e aguçar sua curiosidade a fim de transformar esses aspectos em elementos

que venham contribuir para a sua formação como pessoa humana e transformadora de

sua história.

A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o

desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico,

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psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

(Lei 9394/96, artigo 29).

É importante ressaltar que as atividades a serem planejadas devem ser

organizadas de acordo com a individualidade e que valorizem o tempo da criança, o

tempo de exercer seus direitos de criança e do envolvimento de sua capacidade

imaginativa em todos os momentos do cotidiano, que podem transformar uma simples

atividade em um instante de construção de diálogo entre a criança e o mundo.

Os projetos permitem criar, sob forma de autoria singular ou de grupo, um modo

próprio para abordar ou construir uma questão e respondê-la. A proposta de trabalho

com projetos possibilita momentos de autonomia e de dependência do grupo; momentos

de cooperação do grupo sob uma autoridade mais experiente e também de liberdade,

momentos de individualidade e de sociabilidade; momentos de interesse e de esforço;

momentos de jogo e de trabalho como fatores que expressam a complexidade do fato

educativo. (BARBOSA E HORN, 2008, p.?).

Nesse sentido Barbosa e Horn (2008) falam da Projetualidade que deve

acontecer na instituição e conseqüentemente dentro da sala de aula. Elas explicitam a

necessidade de se projetar os caminhos a serem percorridos na Educação Infantil, que

prevê a condição de se planejar e projetar, a partir de situações acontecidas no cotidiano

das crianças, como um jogo, ou uma brincadeira, que podem se tornar recursos

extremamente importantes para o desenvolvimento da criança, os projetos devem partir

da curiosidade e espontaneidade das crianças e que ao mesmo tempo propiciem uma

ação educativa que explore as múltiplas linguagens da criança.

Conforme Barbosa e Horn o processo educativo deve se constituir de uma

pedagogia de projetos, projetos esses que precisam ser planejados e constituídos das

necessidades e interesses das crianças, visto que o conhecimento deve acontecer na

educação infantil, de uma forma prazerosa e intencional, que valorize a criança em sua

essência de sujeito de direitos, com direito a ser feliz e construtora de sua personalidade.

Projetar é nortear o caminho a ser traçado pelo professor para facilitar a

execução de seu trabalho, Barbosa e Horn enfatizam a necessidade de se documentar,

registrar e planejar a prática educativa, que deve ser baseada na necessidade da criança e

assim propiciar o desenvolvimento de seu raciocínio lógico, isso só acontece se a

criança for estimulada a transmitir suas vontades.

Dentro desse aspecto é importante enfatizar que a brincadeira é essencial na vida

da criança, durante o tempo que a criança está brincando, acontece uma formação

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subjetiva e ao mesmo tempo coletivamente, pois a criança estará desenvolvendo suas

potencialidades de uma maneira agradável e a prazerosa.

O brincar como vem sendo ressaltado em nossos estudos é o eixo da educação

infantil, é o que norteia ou deveria nortear todo e qualquer projeto pedagógico voltado

para os pequenos. Embora o que temos conseguido observar em nossas aulas campo, é

que esse princípio básico não tem sido respeitado.

É importante ressaltar que o ato de brincar tem um significado especial para as

crianças, trata-se de uma atividade que elas gostam de fazer, é a maneira que elas

possuem de expressar seus sentimentos, e através da brincadeira o professor tem a

possibilidade de conhecer seus alunos, perceber suas necessidades e explorar seus

conhecimentos. A atividade lúdica tem a capacidade de propiciar uma aprendizagem

natural e prazerosa, e que contribui substancialmente para a formação humana das

crianças.

Vale enfatizar que para desenvolver uma brincadeira, não se pode considerá-la

como um instrumento, uma alternativa, e sim uma brincadeira educativa e necessária

que possibilite à criança uma experimentação de si mesmo, e da sua relação com os

outros. A brincadeira é uma relação de bem estar com liberdade, com curiosidade, que

faz com que as crianças exercitem sua imaginação e ao mesmo tempo explore e dê vida

às suas fantasias.

A criança é um sujeito de direitos, um desses direitos está o de viver plenamente

a sua infância, dentro desse contexto faz se necessário analisar então a postura do

professor, que deve ser o mediador do conhecimento bem como o transformador desse

conhecimento em algo substancial para o crescimento intelectual, social e formativo

dessa criança.

Nessa perspectiva, a problemática foi estabelecida sob a pretensão de levar o

conhecimento à criança de uma maneira que ela aprenda brincando, que ela encontre

nas brincadeiras e na interação com os outros, quer seja colegas, professor ou outras

pessoas envolvidas no ensino, formas de se inserir no mundo e de se constituir como o

sujeito de sua história. Contudo se faz necessário um planejamento consistente que

contemple uma proposta contextualizada que venha atender o objetivo de uma atividade

pedagógica, mas que e ao mesmo tempo, torne essa intenção significativa e prazerosa,

que desperte seu interesse, estimule sua curiosidade e contribua substancialmente para a

formação de um adulto criativo e autônomo.

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É necessário dar enfoque à relevância social que esse projeto pode proporcionar

para as crianças do campo de estágio, no que tange a ampliação de seus conhecimentos

e o de reconhecer seus desejos consolidados com o que há de melhor para a criança “o

brincar” e assim efetivar uma educação significativa, com o compromisso de reconhecer

a criança como um sujeito que contem voz, bem como produtor de cultura e

conhecimento e que acima de tudo seja respeitado o direito de viver a sua infância.

A pretensão desse projeto se faz após o reconhecimento de que o estágio nos

proporcionou importantes subsídios para se chegar a essa proposta, visto que é de

fundamental importância na constituição e formação de nossa identidade profissional.

Enfatizamos ainda o quanto foi necessário e enriquecedor essa aproximação da

realidade de atuação docente, que veio assim possibilitar uma reflexão acerca da

interação que deve estar inserida na instituição.

Após analisados todas essas proposições é importante afirmar que esse projeto

pode proporcionar para as crianças dos campos, tendo em vista que na Educação Infantil

de acordo com os teóricos embasados, é direito da criança ser educada na concepção de

que se deve preservar a sua infância, nesse sentido está incluído de forma expressiva as

brincadeiras e a sua interação com os colegas, e com o mundo que a rodeia. E ao mesmo

tempo, vem contribuir essencialmente para a construção de nossa formação profissional,

ressaltando a responsabilidade do educador em ser o transformador da realidade e

propiciar às crianças condições para elas sejam também transformadoras da realidade

que vivem.

2.4 Objetivos

2.4.1 Objetivo geral

Propiciar as crianças momentos de interação saudável, construtiva, criativa,

possibilitando que desenvolvam suas potencialidades com a parceria de adultos atentos

as suas necessidades.

2.4.2 Objetivos específicos:

• Propiciar momentos de interação entre alunos e alunos e professores

• Organizar espaço adequado para o desenvolvimento das brincadeiras propostas

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• Promover incentivo de valores como: cooperação, respeito, solidariedade

importantes para o desenvolvimento das crianças

• Contribuir com a construção da autonomia das crianças

• Contemplar nas brincadeiras trabalhadas o resgate à cultura dos grupos sociais

em que as crianças estão inseridas e o conhecimento das diversidades

• Promover socialização entre os diferentes grupos

• Promover o conhecimento de si mesmas e do mundo permitindo que

desenvolvam suas potencialidades

• Favorecer a imersão das crianças nas diferentes linguagens: gestual, verbal,

plástica, gramática, musical e seu progressivo domínio

• Ampliar a confiança e a participação das crianças nas atividades individuais e

coletivas

• Incentivar a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a

indagação é a imaginação.

2.5 Etapas previstas

O trabalho será feito através de propostas pedagógicas em que as brincadeiras e

as interações serão os eixos para que todos possam desenvolver tal atividade, de

maneira que o professor seja o mediador entre criança e brincadeira, tendo em vista

nesse momento o que pode ser desenvolvido na área pedagógica. Podemos desenvolver

atividades em sala de aula ou até mesmo no pátio de determinada instituição como ideia

de mudar o local para que isso se torne algo diferenciado para a criança. Dessa forma

devemos utilizar objetos feitos por nós professores e os objetivos encontrados na

própria instituição, pois tal brincadeira será desenvolvida com custo mínimo para que

não ultrapasse os limites financeiros. Com isso o professor deverá confeccionar

registros que poderão ser feitos de diversas formas, com as narrativas da criança sendo

um ponto providencial para um melhor andamento das atividades, vendo o que pode

melhorar e o que pode ser mudado, tirar ou colocar determinadas brincadeiras.

ETAPAS

• Estudo dos grupos de estagiários (as) sobre as brincadeiras;

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• Conhecer os interesses particulares e por agrupamento das crianças;

• Fazer uso dos relatórios desenvolvidos diariamente;

• Trabalhar formas diversificadas de brincadeiras;

• Elaboração de subprojetos dos estagiários (as) por agrupamento e por campo de

estágio;

• Executar os subprojetos;

• Registrar a execução do mesmo para que possa ser feito o portfólio do grupo;

• Avaliar a execução dos subprojetos através de um diálogo com as crianças e

criar um relatório sobre o desenvolvimento dos projetos;

• Semanalmente fazer uma avaliação do desenvolvimento dos projetos nos

campos de estagio durante os encontros na universidade;

• Promover um momento coletivo nos campos de estagio para divulgação à

comunidade educativa sobre o trabalho desenvolvido mediante os subprojetos de

estágio;

2.6 Referencial teórico

Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem. (Carlos Drummond de Andrade/1902-1987).

O projeto relatado é o resultado do trabalho de observação no estágio da creche e

da pré-escola pelos acadêmicos (as) do 3° ano da matriz curricular do Curso de

Pedagogia, da Universidade Estadual de Goiás, Unidade de Inhumas. O presente

trabalho se propõe como uma síntese do Estágio Supervisionado em Educação Infantil I

e ao mesmo tempo como um norte para as atividades de Estágio Supervisionado em

Educação Infantil II.

Desse modo, o eixo do estágio se constitui e constituiu em um eixo calcado na

brincadeira e as interações na Educação Infantil como ponto de partida para as ações

pedagógicas no semestre da regência, por todos os grupos de estágio tanto na creche

quanto na pré-escola, que por sua vez desenvolverão subprojetos a partir desse projeto

coletivo. Por tanto, foram utilizados como referência os seguintes autores: Kami e

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Deuries (1991); Martins (2002); Santos (1997 1999); Vygotsky (1989, 1996, 2002);

conhecimentos de Barbosa e Horn (2008); dentre outros.

A ludicidade tem conquistado espaço na Educação Infantil (EI). O termo

lúdico vem do latim ludus que significa brincar, e neste brincar estão incluídos jogos,

brinquedos e divertimentos (Santos, 1997, p.9). O jogo só será visto de uma forma

lúdica quando possuir caráter pedagógico, ou seja, quando estiver voltado para uma

determinada aprendizagem, diferenciando-se do jogo competitivo. Brincar é prazeroso e

gratificante. Com brincadeiras objetivas a criança aprende a respeitar, cooperar,

obedecer às regras, trabalhar em grupo e a ter responsabilidade. Uns trataram como

recreação outros para descanso ou reposição das energias, não sabiam eles que brincar

seria uma maneira de aprender, de estimular, de socializar, enfim, de educar. E, de

acordo com Kami e Deuries (1991, P. 125)

Educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um caminho, aquele caminho que o professor considera mais correto, mas é ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. É aceitar-se como pessoa e saber aceitar os outros. É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher, entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com circunstâncias adversas que cada um irá encontrar. Educar é preparar para a vida.

Ser sociável na infância é fundamental para o desenvolvimento da criança, e

brincando ela aprende a se socializar e se desenvolve em vários aspectos, procuraremos

atividades que envolvam;

• o desenvolvem o emocional;

• o funcionamento corporal;

• o prepara o psicológico;

• a superação do medo;

• a melhora da coordenação motora;

• a ordenação da fala, concentração e destreza;

• o reconhecimento da força;

• a diferenciação do bem e do mal;

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Buscar atividades em filmes, historia, teatros, propor um exercício no plano da

imaginação e da capacidade de planejar situações diversas, tanto o lúdico como a

criatividade, diverge de acordo com a cultura de cada criança, no jogo a criança,

representa e produz mais do que aquilo que viu. Por meio da brincadeira a criança se

expressa, assimila conhecimentos e constrói a sua realidade e passa a confiar mais em si

mesma, o brinquedo pode criar uma zona de desenvolvimento na criança, visto que

brincando a criança comporta-se de forma mais avançada e menos ameaçadora, se

comparada às atividades da vida real e aprendem a separar objeto e significado.

O comportamento das crianças pequenas é fortemente determinado pelas

características das situações concretas em que elas se encontram. Para Vygotsky (1996),

justamente por sua ênfase no processo sócio-histórico, a ideia de aprendizado inclui a

independência dos indivíduos envolvidos no processo, e o desenvolvimento cognitivo,

resulta da interação entre a criança e as pessoas com quem mantém contato regular.

Convém lembrar ainda que o principal conceito da teoria de Vygotsky (1989) é o de

Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), que ele define como o “espaço” entre o

desenvolvimento atual da criança e o nível que atinge quando resolve problemas com

auxilio de um adulto ou outra criança mais experiente, o que leva a consequência de que

as crianças podem fazer mais do que conseguiriam fazer por si só. Neste processo se

encontram dois níveis de desenvolvimento infantil, o real que são as funções mentais

que já estão desenvolvidas e que a criança realiza sozinha, e o potencial que é

demonstrado pela distância entre o que ela já sabe e o que ela pode aprender com

alguma assistência, a ZDP de hoje será o nível de desenvolvimento real amanhã.

Promover situações que permitam imitações, não se refere a “ritual de cópias”, mas sim

a observação e reprodução de modelos, por exemplo: propor que as crianças copiem do

quadro-negro desenhos já prontos não favorecerá o processo de criação da criança,

servirá para inibir e estereotipar sua expressão. Já o professor sugerir a apreciação de

obras expostas na parede ou de imagens em livros e propor que escolham alguma

característica que queiram reproduzir quanto á cor, material ou técnica empregada, ele

estará ampliando o repertório de cada criança, propiciando troca de informações e

experiências entre os colegas e permitindo o contato com a arte produzida por outras

pessoas. Por intermédio da imitação realizada na brincadeira, a criança internaliza

regras de conduta, valores, modos de agir e pensar do seu grupo social vigente, que

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orienta seu comportamento e desenvolvimento cognitivo. Através de uma brincadeira o

professor pode trazer o mundo para dentro da sala de aula.

A brincadeira, portanto, não será vista como secundário ou mero “passatempo”.

Deveria ser valorizada e estimulada, pois possui grande importância na função

pedagógica de ensino/aprendizagem.

Interesse e curiosidade fazem parte dos mecanismos de aprendizagem, por meio

das estruturas de assimilação e de acomodação, o processo de aprendizagem é intenso

em crianças de até seis anos e a curiosidade é um dos principais elementos para esse

estudo, mas a criança por sua natureza tende a desviar rapidamente a atenção, se não

conseguirem prendê-la de uma forma mais específica, por isso o lúdico vem contribuir

no desenvolvimento do interesse e curiosidade por parte da criança, o brinquedo é a

essência da infância e o seu uso, com orientação específica dos professores, poderá

estabelecer mecanismos que ajudarão no desenvolvimento e aprendizagem da criança,

esta poderá ser a motivação que a criança precisa para conseguir se concentrar, sendo a

melhor forma para desenvolver a criatividade. Aprender depende muito do espaço

educacional e da finalidade pedagógica oferecida pelo educador, entende-se que é na

escola que o educador propiciará oportunidades para que o aluno possa desenvolver

suas potencialidades cognitivas, por meio do ato pedagógico. Acompanhar e estabelecer

uma relação de diálogo com os alunos é fundamental para que expressem o que já

sabem a partir desse ponto de conhecimento o professor irá trabalhar novas descobertas

e planejar estratégias que permitam avanços, reestruturação e ampliação.

Barbosa e Horn (2008) ao considerar o interacionismo pressupõem que

trabalhar com projetos é de fundamental importância para o desenvolvimento das

crianças da Educação Infantil, Barbosa (2008) ressalta que a vida é uma elaboração e

reelaborarão de projetos, mostrando estar ligado constantemente com o

desenvolvimento do ser humano.

Barbosa e Horn (2008) afirmam que um projeto é um plano com características e

possibilidades de concretização, ou seja, tudo que se faz deve ser planejado, elaborado e

analisado antes de acontecer para promover uma boa realização, dessa maneira ao

elaborar um projeto voltado para a Educação Infantil, o professor deverá em primeiro

lugar observar as necessidades dos alunos. Essa importância Barbosa e Horn (2008)

afirmam que na Educação Infantil é necessário uma prática pedagógica que parta da

elaboração de um projeto que tenha significado para as crianças, pois através dele elas

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podem conhecer o mundo. Então esse é o papel do professor de transformar a sala de

aula em um espaço amplo de aprendizagem.

A elaboração de uma proposta pedagógica competente para as instituições de

Educação Infantil requer colocar as crianças como um sujeito de direitos, Oliveira

(2010) diz que requer valorizar nas crianças, a construção da sua identidade pessoal e de

sociabilidade, o que envolve um aprendizado de direitos e deveres, cabe ao professor

com seu olhar atento entender que a criança desde o nascimento é capaz de indagar

sobre o mundo que ela esta vivendo e trilhar diversos universos simbólicos, dessa forma

Barbosa e Horn (2008) afirmam que a escola deve sair da função de transmissora de

conhecimentos a serem acumulados para assumir a capacidade de atuar e organizar os

conhecimentos em função das questões que se levantem, colocando a criança como foco

do aprendizado e transmitindo a ela de forma intencional o conhecimento cientifico que

ela necessita.

Ostetto (2002) afirma a importância do planejamento colocando a criança em

foco e a importância do registro para nortear a prática docente em busca do

conhecimento pensando em um compromisso que tem com sua profissão, do respeito

que tem com o grupo escolar, das relações que estabelece com o conhecimento, não

planejando sozinho, mas junto com e para as crianças, sabendo que o ato de planejar é

assumir no cotidiano um processo de reflexão, e para maior esclarecimento Ostetto

(2002) afirma que planejar é uma atitude de traçar, programar, elaborar um roteiro para

empreender uma viagem de conhecimento, planejamento pedagógico é atitude crítica do

educador diante do seu trabalho, planejar na educação infantil é planejar um contexto

educativo, envolvendo atividades e situações desafiadoras e significativas, que

favoreçam a exploração, a descoberta e a apropriação do conhecimento sobre o mundo

físico e social.

Para o sucesso de um projeto de trabalho na Educação Infantil é preciso sobre

tudo a intencionalidade do professor no momento de elaborar suas atividades, sejam

elas brincando ou não Barbosa (2008) nos lembram que a intencionalidade traduz-se no

traçar, programar, documentar a proposta de trabalho do educador, voltando seu olhar

para as necessidades dos seus alunos, não deixando o foco das atividades passarem

despercebidos e aleatoriamente, sobretudo ainda nos esclarece que o pedagógico

também envolve o que se passa nós trocas afetivas, em todos os momentos do cotidiano

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com a criança, o pedagógico não esta na atividade em si, mas na postura do educador.

Elaborar um planejamento bem planejado no espaço da Educação Infantil significa

entrar na relação com as crianças, destacando que qualquer proposta de planejamento,

na ação vai depender, em muito, do educador, sendo este mediador do conhecimento é

preciso ser critico e observador para ser capaz de desvendar as necessidades reais de

seus alunos.

O que se observa nos dias atuais é as instituições de educação infantil se

tornando escolas, os educadores professores e as crianças alunos, destacamos, pois uma

fala de Oliveira (2002) dizendo que muitas destas por sua vez, estão preocupadas com a

construção de uma proposta pedagógica, que julgam progressista, orientada

primordialmente para o desenvolvimento cognitivo, esquecendo-se de deixar a criança

viver sua infância como tem que ser.

Sabe-se que a consciência desse fato é imprescindível ao seu sucesso.

Infelizmente são muitos os desafios a serem enfrentados para que o lúdico na educação

seja considerado como um gerador de avanços científicos. Felizmente a cada dia cresce

o número de estudiosos defendendo que as brincadeiras oferecem condições adequadas

ao desenvolvimento físico, psicomotor, emocional, cognitivo e afetivo. Na escola o

ambiente onde isso ocorrerá, deverá ser aconchegante, desafiador, rico em

oportunidades e experiências, propício ao crescimento e desenvolvimento sadio das

crianças.

É realmente um desafio para nos estagiários, pois o jogo/brincar pode indicar certa

dificuldade, devido á variedade existente e suas relações para com a aprendizagem. A dinâmica

do lúdico desenvolverá nas crianças, funções que, sentadas em uma cadeira dentro da sala de

aula jamais iriam aprender, apenas com aulas repetitivas e copistas. O resultado pode ser

extraordinário e gratificante, a criança poderá tornar-se espontânea, alegre, comunicativa,

poderá se libertar de vários problemas psicológicos, psicomotores e sociais dentre outros.

Algumas brincam por prazer, outras para dominar angústias, dar vazão à

agressividade. Segue o destaque teórico dado ao brincar por Santos (1999), entre vários

pontos de vista:

� Filosófico: o brincar é abordado como mecanismo para contrapor à

racionalidade. A emoção deverá estar junto na ação humana tanto quanto a

razão;

� Sociológico: o brincar tem sido visto como a forma mais pura de inserção da

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criança na sociedade. Brincando, a criança vai assimilando crenças, costumes,

regras, leis e hábitos do meio em que vive;

� Psicológico: o brincar está presente em todo desenvolvimento da criança nas

diferentes formas de modificação de seu comportamento;

� Criativo: tanto o ato de brincar como os atos criativos estão centrados na busca

do “eu”. É no brincar que se pode ser criativo, e é no criar que se brinca com as

imagens e signos fazendo uso do próprio potencial;

� Pedagógico: o brincar tem-se revelado como uma estratégia poderosa para a

criança aprender.

Para Santos (1999), brincar é viver. Esta afirmativa é bastante usada e aceita,

pois a história da humanidade nos mostra que as crianças sempre brincaram, brincam e

continuarão brincando.

2.7 Recursos materiais necessários

Para o desenvolvimento do projeto Brincadeira e as interações na Educação

Infantil, diversos materiais serão utilizados, sejam recursos materiais ou humanos. Entre

os recursos materiais os estagiários (as) se responsabilizarão por boa parte dos itens

necessários para a execução do projeto. Em relação ao campo de estágio contaremos

com todo o espaço físico da instituição, a colaboração de todos do corpo docente e

discente, de recursos naturais como a água e as arvores.

• Cola

• Tesoura

• Lápis de cor

• Giz de cera

• Tinta guache

• Revistas

• Jornais

• Livros infantis

• Brinquedos

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2.8 Proposta de finalização

De acordo com Barbosa e Horn (2012), as crianças devem se sentir inseridas em

uma comunidade através da escola, proporcionando momentos de interação por parte

das crianças para com a comunidade e por parte da comunidade para com as crianças.

As instituições de Educação Infantil precisam proporcionar meios de trabalhar em

equipe com a comunidade, já que parte do principio de as escolas são para as

comunidades.

Durante as atividades propostas às crianças, far-se-á necessário o uso de

registros. Os registros podem ser feitos de diferentes modos, utilizando como recursos

materiais os diários, os portfólios, os dossiês, a filmadora, a câmera fotográfica. A partir

da produção de registros há meios de expor o que foi trabalhado com e pelas crianças

nas IEI (Instituição de Educação Infantil) em um momento aberto a comunidade, com o

intuito de divulgar o trabalho e o progresso das crianças.

Os portfólios e os dossiês são outra forma muito apreciada no trabalho com

crianças da Educação Infantil. A construção de uma coletânea de atividades da qual as

crianças participaram efetivamente, organizadas em portfólios ou dossiês e apresentadas

por elas mesmas desde o processo de construção e seleção das atividades. A exposição

de fotos e apresentação de vídeos para e com as crianças de suas atividades realizadas é

outra forma de registro que servirá para fomentar uma interação com as crianças durante

o período em os estagiários desenvolveram o trabalho no campo-estágio.

O encerramento da vivência no campo-estágio de Educação Infantil pode ser

feito com uma confraternização entre crianças, professores, estagiários, funcionários da

creche e pais dos alunos atendidos, na qual seriam expostos os trabalhos realizados

pelas crianças, e a colaboração da exposição realizada de acordo com os anseios das

mesmas. O trabalho junto com a família seria no intuito de valorizar e incentivar a

presença da família na instituição de ensino.

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Considerações Finais De acordo com o referencial que norteou este trabalho e sob a ótica de alguns autores como Barbosa e Horn (2008), Corsino (2009), Freire (2011), Faria e Dias (2007), Hernandez (1998), Ostetto (2002), Piaget (1999), Pimenta e Lima (2004), Vygotsky (1987), Oliveira (2010), entre outros, buscamos suscitar reflexões acerca do projeto para um bom desenvolvimento do trabalho, tendo como eixo esses autores, podemos concluir que nós estamos construindo e produzindo conhecimento para a transformação e o desenvolvimento social da criança. É importante o desenvolvimento de estudos que tenham como referência a investigação participante e pesquisa/ação, para discussão do significado dos temas estudados, sabemos que temos que desempenhar o papel na educação com um amadurecimento de uma nova consciência social e no aprimoramento da formação cultural das novas gerações. Muitos são aqueles que acreditam na educação como a ponte para o conhecimento, a socialização, o respeito, a dignidade, o ser cidadão, ter voz, nós futuros regentes da educação lutaremos por um Brasil uma nação, de gente que, quer ser gente.

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Anexos

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Referências Bibliográficas

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BARBOSA, Maria Carmem Silveira, HORN, Maria da Graça Souza, Projetos pedagógicos na educação infantil- Porto Alegre. Artmed, 2008

OSTETTO, LE Encontro e Encantamento na educação infantil partilhando experiências de estagio. Campinas: Papirus, 2002.

KAMI, Constance. DEURIES, Rheta. Piaget para Educação Pré-Escolar. Porto

Alegre: Artes Médicas, 1991.

SANTOS, Brinquedo e Infância: Um guia para pais e educadores. Rio de Janeiro:

Vozes, 1999.

_______. O Lúdico na Formação do Educador . Rio de Janeiro: Vozes, Edição 8ª,

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