Patologia Das Argamassas

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Patologias das argamassas e concreto utilizadas como regularizao e proteo mecnica das impermeabilizaes

Engo Jos Eduardo GranatoMBT Brasil Indstria e Comrcio Ltda Santo Andr/SP - Brasil

ndiceIntroduo 1. Retrao 2. Cura do concreto e argamassa 3. Trincas e fissuras 3.1 Causas da fissurao 3.2 Tipos de trincas e fissuras 4- Empenamento 5. Juntas de dessolidarizao e de construo 6- Resistncia abraso 7. Eflorescncia 7.1 Causas das eflorescncias 7.2 Remoo das eflorescncias 8. Produtos auxiliares das argamassas e concreto 8.1 Aditivos 8.2 Fibras de polipropileno 8.3 Aderncia das argamassas e concreto 8.4 Graute 8.5 Argamassas de reparos 9. Concluses Referncias

IntroduoA argamassas e concretos so regularmente utilizados pelas empresas de impermeabilizao como materiais de preparao de estrutura, da regularizao dos substratos que recebero a impermeabilizao, como tambm nas protees mecnicas e revestimentos finais das mesmas. Uma grande parte dos problemas de patologia destes materiais so causados pelo desconhecimento por parte das empresas de impermeabilizao das caractersticas destes materiais, quer pela qualidade e composio dos traos, como tambm pelo seu manuseio em todas as fases da sua utilizao. O trabalho pretende apresentar as principais causas das patologias das argamassas e concretos, quer no estado fresco (plstico) como endurecido, como trincas, empenamento, segregao, exudao, retrao, baixa resistncia abraso, etc., como tambm as metodologias adequadas para evitar a ocorrncia destas patologias. Todos os profissionais relacionados com a execuo e utilizao das edificaes devem ter um conhecimento mnimo dos processos mais importantes de degradao, assim como dos elementos causadores, de forma a poder executar os servios de forma a evitar estas patologias. No caso em questo, da utilizao de concreto e argamassas utilizadas pelas empresas de impermeabilizao, tanto na preparao da rea a ser impermeabilizada, como nas protees da impermeabilizao, a adoo de tipos de argamassas e concretos, seus traos e metodologia de execuo e cura, da adoo de armaduras e reforos determinam a resistncia e rigidez dos materiais. Tambm, as condies superficiais do substrato das argamassas e concretos influem nestes e em outros fatores de desempenho, segurana, durabilidade, funcionalidade e no aspecto da edificao. Pode se considerar que a maioria das patologias relacionadas s argamassas e concreto utilizados pelas empresas de impermeabilizao est relacionada s patologias de trincas e descolamentos: Elevado teor de cimento Elevado fator gua/cimento Curvas granulomtricas inadequadas dos agregados No utilizao de cal nas argamassas de protees verticais Falta de hidratao prvia do substrato Ausncia de cura Ausncia de aderncia

1. RetraoA hidratao do cimento resultante da transformao de compostos anidros de maior solubilidade em compostos menos solveis. De acordo com Helene, para que ocorra a reao qumica completa, entre o cimento e a gua, so necessrios cerca de 22 a 32% de gua em relao massa de cimento. Para a constituio do gel necessria uma quantidade adicional de gua em torno de 15 a 25%. Portanto, um fator mdio de gua/cimento de 40% suficiente para a hidratao completa do cimento. De acordo com Thomaz, Helene e CEB, podemos enumerar 4 mecanismos de retrao: a) Retrao de secagem: a introduo adicional de gua para promover a trabalhabilidade do concreto ou argamassa acarreta em retrao (retrao de secagem), pois esta quantidade adicional de gua permanece livre no concreto ou argamassa, evaporando-se, gerando tenses capilares, ocasionando a perda de volume. A retrao de secagem do concreto e argamassas se prolonga por vrios meses. Assim sendo, podemos indicar que a retrao do concreto e argamassa tem os seguintes percentuais de retrao ao longo do tempo: 35% a 45% da retrao total ocorre at os 7 dias de idade 50% a 60% da retrao total ocorre at os 28 dias de idade 80% a 95% da retrao total ocorre at os 120 dias de idade

Retrao de secagem aps 120 dias

Fig. 1- Variao de dimenso de um concreto ou argamassa devido retrao de secagem - MBT

A retrao est relacionada a diversos fatores, que potencializam seus valores, tais como: Quantidade de cimento: quanto mais rico em cimento o trao, maior o ndice de retrao.

Fig. 2- Comparao das tenses de retrao de secagem - Fiorito

Relao gua/cimento: a elevada relao gua cimento sem dvida o fator que mais influencia a retrao. Deve se considerar que no costume dos aplicadores de impermeabilizao a utilizao de plastificantes redutores de gua nos traos de argamassa e concreto, que muito contribui para evitar as fissuras de retrao. Finura e composio qumica do cimento: quanto mais fino o cimento ou maior teores de cloretos e lcalis, maior ser a retrao. Cura: quanto maior a cura, menor ser a retrao. Quando a evaporao da gua elevada antes do fim de pega da argamassa ou concreto, a retrao sensivelmente acentuada. Granulometria dos agregados: quanto maior a finura dos agregados, maior ser a retrao, pois maior ser o teor de cimento e gua para recobri-lo. Tipo dos agregados: O menor mdulo de elasticidade do agregado, maior ser a retrao, pois o mesmo sofre maior compresso proveniente das tenses de retrao. Umidade relativa: Maiores retraes ocorrem em ambientes de menor umidade relativa do ar.

Alm das condies intrnsecas da argamassa, tambm influencia bastante a retrao: Espessura: Menores espessuras de argamassas e concretos sofrem maior retrao de secagem.

Retrao de secagem100

50 mm P rc n g o U a S rin a e e e ta e f ltim te h k g 100 mm80

150 mm60

200 mm40

250 mm 300 mm

20

0

0

3

6

9

12

15

18

21

24

Age in MonthsDrying in Laboratory Air from PCA Development Department Bulletin 103

Fig. 3- Menor espessura do concreto ou argamassa sofre maior retrao de secagem ACI - Flooring

Forma geomtrica: A maior relao de rea exposta ao meio ambiente aumenta sensivelmente a retrao. o caso comum das argamassas de regularizao e proteo mecnica, onde temos grandes reas expostas com pequena espessura. Adensamento: quanto maior o adensamento do concreto e argamassa, menor ser a retrao.

b) Retrao qumica: a reao qumica entre o cimento e a gua acarreta em perda de volume, onde de reao sofre uma retrao de cerca de 25% do seu volume original. c) Retrao plstica: a retrao plstica caracterstica de concreto fresco, causado pela tenso capilar da gua nos poros do concreto. Ocorrem nas primeiras horas depois da mistura do concreto, pouco depois do desaparecimento do brilho da pasta mida. Sua causa ocorre quando a perda dgua por evaporao superficial supera a quantidade de gua de exudao, ativando foras capilares na gua dos poros.

Fig. 4- Comportamento da gua nos poros: a) saturao b) evaporao c) presso capilar - CEB

2. Cura do concreto e argamassaO vento e a temperatura acarretam na evaporao rpida da gua de mistura do concreto ou argamassa. Um dos objetivos da cura de assegurar que o concreto ou argamassa no seja submetido a tenses que originem fissuras devido a diferenas trmicas e retrao de secagem. Outro objetivo garantir que o concreto ou argamassa no seque e assegurar que a reao do cimento e gua ocorra em toda a seo transversal e que a resistncia corresponda dosagem do concreto ou argamassa. A gua livre do concreto / argamassa um pr-requisito importante para conseguir a resistncia e densidade desejada. A gua do concreto ou argamassa se evapora atravs da superfcie mida e dura at a reao do cimento, cerca de 10 12 horas. Aps este perodo, o movimento da gua se d por difuso, que um processo muito lento. Portanto, muito importante impedir a secagem do concreto ou argamassa durante as primeiras 24 horas. A continuidade da cura por mais dias, repe a perda de gua por evaporao. A falta de cura do concreto ou argamassa faz com que a primeira camada perca a gua de hidratao, tornando-a fraca, de baixa resistncia abraso, porosa e permevel aos agentes agressivos. A tabela abaixo mostra uma tabela orientativa do tempo mnimo de cura de um concreto ou argamassa, em funo da temperatura e umidade. O tempo de cura varia tambm em funo do tipo de cimento e da velocidade do vento. A ausncia de cura pode diminuir a resistncia de uma argamassa ou concreto em at 50%, quando comparado ao mesmo trao curado.

Fig.5- Tempo mnimo de cura recomendvel - Cnovas

Um dado importante a ser observado : A evaporao da gua mais rpida que o aumento da resistncia, a retrao ocorrer e a fissurao ser factvel. Se o ressecamento grande, que aumenta na medida do vento mais seco e temperatura elevada, possvel que no haja gua residual suficiente para a hidratao do cimento, com o que haver perda de resistncia, principalmente na regio da superfcie superior do concreto e da argamassa, tornando-a degradvel e de menor resistncia. Este fato acarreta baixa resistncia abraso em pisos industriais e de trfego de veculos, proteo mecnica das impermeabilizaes, etc. Em temperaturas muito baixas e clima seco, a hidratao muito lenta do cimento e a rpida evaporao da gua, so fatores de perda de resistncia que provoca baixa resistncia, inclusive resistncia superficial do concreto abraso de pisos e pavimentos.

No baco abaixo, por exemplo, a uma temperatura ambiente de 350C e umidade relativa de 40%, temperatura do concreto de 350C, velocidade do vento de 30 km/h, a evaporao da gua ser de 2 l/m2/h, o que equivale probabilidade de 100% de ocorrncia de fissuras, exigindo portanto uma cura eficaz. Vale salientar que estas condies de vento so encontradas por empresas de impermeabilizao

O aparecimento de fissuras superficiais provvel a partir da velocidade do vento superior a 1 l/m2/h. A partir de 1,5l/m2/h, a probabilidade de surgir fissuras de 100%.

Fig. 6 - Influncia da velocidade a da velocidade do ar e do concreto sobre a evaporao da gua do concreto - Cnovas

A cura do concreto ou argamassa deve ser efetuada preferencialmente at que os mesmos atinjam a 70% da prevista em projeto. A cura pode ser efetuada de vrias formas: Sacos de aniagem permanentemente midos Lenis plsticos estendidos sobre o concreto ou argamassa, com lmina de gua constantemente colocada no seu interior.

Foto 1- Aplicao de cura com gua sob filme plstico branco, para reteno da gua e reflexo do sol - MBT.

Aplicao de lquido de cura, produtos de baixa permeabilidade a gua e ao vapor de gua, que pulverizados sobre o concreto e argamassa formam uma pelcula plstica. Os componentes destes produtos vo, desde os de base parafina at os de base neoprene e outros polmeros.

Foto 2- Aplicao de lquido de cura aps concretagem Rod.Imigrantes - MBT

Na figura abaixo, pode ser observada a importncia da cura na retrao do concreto, onde se pode observar uma drstica reduo da retrao do concreto quando se executa uma boa cura.

Figura 7 - Diminuio da retrao com o tratamento de cura - Cnovas

Fissuras plsticas: A foto abaixo mostra o desempenho de corpo de prova sem cura com outros curados com gua ou lquidos de cura.

Produto normalizado

Foto 3 Retrao plstica: Comparativo entres corpos de prova - Zanetti

3. Trincas e fissuras3.1 Causas da fissuraoA fissurao ocorre sempre que as deformaes trao a que o concreto e argamassa esto submetidos excedem sua prpria resistncia. A capacidade de deformao trao do concreto varia com a idade e velocidade de aplicao da deformao. A fissurao pode ocorrer antes ou depois do endurecimento do concreto. Na tabela abaixo, se resumem as possveis causas da fissurao. Tabela 1: Perodo e causa da fissurao do concreto ou argamassa

Resfriamento precoce

------------ Retrao plstica

Antes do endurecimento

Plsticas Assentamento plstico Movimento do concreto fresco Movimento durante a execuo Movimento da sub base

Areias com retrao Fsicas Retrao de secagem Perda De gua Corroso do ao Qumicas Depois do Endurecimento Trmicas Reao lcali agregado Carbonatao do cimento Gelo x desgelo Variaes trmicas Contrao trmica precoce Sobrecarga Estruturais Fluncia Cargas de clculo

3.2 Tipos de trincas e fissuras3.2.1. Fissurao por retrao plstica e por assentamento plstico Conforme CEB, o concreto e a argamassa jovem so particularmente propcios a fissurar. Dentro da fase de transio entre o estado fresco e endurecido jovem , um perodo crtico, que comea poucas horas depois da concretagem (cerca de 2 a 16 horas), j em que neste perodo as resistncias trao e a deformabilidade do concreto ou argamassa so muito baixas. H 2 tipos de fissurao plstica: por retrao plstica e por assentamento plstico e ambas esto associadas com a exudao. As de fissurao plstica, ocorrem nas zonas prximas a superfcies horizontais. So paralelas entre si, distanciadas entre 0,20 a 1 metro, formando ngulos aproximados de 45 com as quinas.

Fig.8- Fissuras por retrao plstica - CEB

As fissuras por retrao plsticas so em sua maioria superficiais, ainda que e possa atravessar a totalidade da pea.

Foto 4- Fissuras por retrao plstica devido evaporao rpida da gua-MBT

A fissurao por assentamento plstico causada pela diminuio do volume do concreto ou argamassa, que devido a exudao, as partculas vo se assentando no substrato, desprendendo gua para a superfcie, que acaba evaporando. O exemplo abaixo demonstra a ocorrncia de fissurao por assentamento plstico ao longo da armadura, devido a exudao da gua e perda de volume do concreto ou argamassa.

Fig. 9- Fissurao por assentamento plstico - CEB

As fissuras plsticas podem ocasionalmente alinhar-se com as armaduras. As fissuras por assentamento plstico so normalmente na direo das armaduras.

3.2.2 Fissuras por retrao plstica As fissuras por retrao de secagem so devidas a tenses causadas pelas reaes qumicas dos aglomerantes, como o cimento e cal, conforme explicado anteriormente. Como exemplo, estando a argamassa de regularizao ou de proteo aderida ao substrato indeformvel, sua retrao gera tenses de trao na argamassa, jovem e ainda sem resistncia, podendo causar trincas ou descolamentos.

Regularizao

Fissura: retrao de secagem

Laje de concreto

Fig.10- Fissura causada por retrao de secagem, que normalmente atravessa toda a espessura da pea - MBT. As fissuras de retrao plstica das estruturas so comuns de serem encontradas pelas empresas de impermeabilizao, da a necessidade da utilizao de impermeabilizaes flexveis em muitas situaes. Estas fissuras ocorrem nos concretos estruturais e nas argamassas de regularizaes e surgem posteriores aos servios de impermeabilizao. Assim sendo, a empresa de impermeabilizao no percebe a sua ocorrncia, que, em muitas ocasies, so as causas de danos e ruptura das impermeabilizaes nela aderidas. Embora a empresa de impermeabilizao no tenha o controle das fissuras de retrao de secagem das estruturas, devem ter o mximo cuidado em reduzir a sua ocorrncia nos servios de preparao de estrutura, como regularizaes de pisos e paredes, reparos de ninhos de concretagem, etc., como tambm nas protees mecnicas. As fissuras de retrao so o motivo principal de criao de juntas de movimentao induzida nas regularizaes e protees mecnicas. Notamos que as empresas de impermeabilizao se preocupam em cri-las nas protees mecnicas e se esquecem de execut-las nas regularizaes, notadamente em maiores vos.

Foto 5- Exemplo de fissura de retrao com sua localizao induzida por corte de laje de piso industrial - MBT.

3.2.3 Fissurao por cargas diretas So causadas por esforos produzidos por cargas aplicadas (flexo, cortante, toro, etc.). Devem se destacar os seguintes pontos: a) Quando a fissura ocorre mais ou menos paralelamente direo esperada da tenso principal de trao, provvel que sejam fissuras pequenas (menor que 0,5mm) devido s cargas de servio, normalmente quando a armadura atua no limite de escoamento. b) Enquanto nos ensaios de laboratrio pode-se obter um grande nmero de fissuras com pouca separao entre si, na prtica isto no deve ocorrer, pois as cargas de servio reais raramente so bastante elevadas para gerar um grande nmero de fissuras. c) Quando as larguras das fissuras devido s cargas so grandes, indica quase sempre que tenha sido incorreto o clculo estrutural, posicionamento das armaduras ou o clculo das cargas atuantes.

Foto 6- Fissuras induzidas por cargas diretas provocada por insuficiente armadura em proteo armada para trnsito de veculos - MBT

3.2.4 Fissurao causada restries impostas So causados por deformaes impostas, como variao trmica, recalques, etc. Sua caracterstica comum que as tenses e consequente fissurao aparecem onde a estrutura ou elementos da mesma se ope aos movimentos impostos. Quanto maior a coeso das estruturas, mais elevadas sero as tenses e mais largas e profundas sero as fissuras.

Fig. 11- a) Tenses devido a temperatura b) Fissurao em mapa devido ao equilbrio tensional - Fiorito

Estas fissuras na maioria das vezes so superficiais (zona de trao), de poucos mm ou cm de profundidade, tipo fissurao de mapa. Tendem a no serem visveis quando da reduo da temperatura, sendo no entanto visveis quando se umedece a superfcie do concreto.

38 oCPilar

50 mm de espessuraPilar

= 1.2 mm Laje impermeabilizada o 20 C Impermeabilizao

3m

20 oCFig.12- Empenamento de proteo mecnica devido expanso de origem trmica e restrio de movimento

3.2.5 Fissuras devido corroso das armaduras A importncia da fissurao em relao durabilidade e capacidade de resposta durante a vida til da estrutura, dependem fundamentalmente da fissura seguir ou no longitudinalmente a direo das armaduras. So especialmente importantes devido corroso das armaduras, aderncia das armaduras e resistncias frente aos esforos cortantes com o desenvolvimento da fissura longitudinal. As fissuras causadas por penetrao de agentes agressivos, como a penetrao de CO2 (carbonatao), lixiviao de hidrxidos do cimento e ao dos cloretos (maresia, gua clorada) so especialmente danosas s protees mecnicas armadas. Protees mecnicas armadas de elevada porosidade, devido a inmeros fatores, como elevado fator a/c, traos inadequados, falta de cura, fissuras de retrao, esforos de trao ou flexo derivados das cargas diretas ou por deformaes impostas, diminuem em muito a vida til das argamassas e concretos utilizados pelas empresas de impermeabilizao.

CO2 oxignio, cloretos umidade

Fissura

Fig.13- Corroso das armaduras em protees mecnicas armadas - MBT

O risco de ocorrncia de fissurao ao longo das armaduras alto, em particular para as armaduras transversais e, especialmente, nos casos que se tem um recobrimento de concreto menor nas armaduras secundrias do que nas principais, tal como nos estribos de vigas.

Corroso ao longo da armadura Fissura ao longo da armadura

Foto 7- Corroso de armadura ao longo de uma fissura - MBT

3.2.6 Geometria Mudanas bruscas de geometria provocam assentamentos plsticos que conduzem fissurao ou induzem contraes locais de tenses. Exemplos: lajes nervuradas e alveolares. Tambm so comuns nas argamassas de regularizao e proteo, quando h reduo drstica das dimenses nos panos das protees.

O nmero das fissuras e suas dimenses dependem do grau de coeso estrutural. Tanto interna como externa. A coeso interna, por exemplo, entre partes finas e grossas de uma mesma seo, ou entre o interior e a superfcie de uma seo, vem influir nas diferenas de temperaturas produzidas durante as primeiras fases de endurecimento do concreto, durante o uso e pela disposio das armaduras.

Foto 8- Mudana da geometria do concreto - MBT

Foto 9- Fissuras ocasionadas por mudana da geometria das peas e no existncia de armadura para combat-la - MBT.

Esta ocorrncia tambm pode ser causada por mudanas de paginao das protees mecnicas, como podemos exemplificar na foto abaixo.

Foto10-: Fissura devido a mudanas de paginao de juntas de movimentao ou de execuo (construo) - MBT

3.2.7 Disposio das armaduras A armadura pode ocasionar o incio da fissurao, seja por transmitir cargas concentradas no concreto ou argamassa, seja por originar uma influncia desfavorvel sobre a colocao em obra e o assentamento do concreto ou argamassa. Podem ocorrer em regies com cargas concentradas em regies de pequeno raio, nos pontos de corte das armaduras, em rebaixos, em regies de elevada tenso de aderncia, nos pontos de ancoragem de protenso, etc. O posicionamento das armaduras fator decisivo para assegurar uma boa compactao do concreto e argamassa, tanto no seu recobrimento quanto na separao das mesmas, especialmente em zonas fortemente armadas, como nas proximidades dos pilares e fundaes e nos cruzamentos de vigas, pilares e lajes.

Tabela 2 - Resumo dos tipos de fissuras, suas causas e solues.Posio Tipo de fissura na figura A Sub diviso Sobre a armadura Assentamento B Plstico C D E F Retrao plstica G Arco Mudana de espessura Diagonal Aleatria Sobre a armadura Coeso externa Coeso interna Parte superior dos pilares Laje nervurada Exudao do concreto Secagem rpida do concreto Local mais usual Bordas Causa primria Causa Secundria Solues Idade da apario Ver detalhe

Reduzir exudao (incorporar ar) re-vibrar De 10 minutos a 3 horas

3.1

Pavimentos e placas Lajes Secagem Lajes rpida

Baixa velocidade de exudao

Melhorar cura nas primeiras horas

De 30 minutos a 3 horas

3.1

Muro espesso Placas espessas

H Origem trmica

Excesso de calor de hidratao Altos gradientes de temperatu ra

Esfriamento rpido Retrao excessiva

Reduzir calor ou isolar Reduzir fator gua / cimento Melhorar cura

1 dia a 4 semanas

3.1 anexo 1

Retrao de longo prazo

I

Placas delgadas e muros Concreto aparente Placas

Juntas ineficazes

Cura ineficaz

Vrias semanas ou meses 1 a 7 dias

3.1

J Acabamento K

Natural Corroso de armadura Reao lcali agregado N L M Cloreto de clcio

Suporte e vigas Concreto Locais midos

Frma impermevel Misturas Excesso ricas de alisamenCura pobre to Falta de cobrimento da Qualidade do armadura concreto Excesso de cloreto Agregados reativos + cimento com alto teor de lcalis

Melhorar a cura e o acabamento

ou Muito mais tarde

3.1

Eliminar causas Eliminar causas

Mais de 2 anos Mais de 5 anos

6.2

4.4

Classificao de fissuras intrnsecas (Concrete Society) Informe Tcnico n. 22 do Concreto Society Fissuras Estruturais do Concreto

Fig 14- Tipos de fissuras e sua localizao provvel - CEB

A concluso que temos relacionado s empresas de impermeabilizao que em sua grande maioria as mesmas desconhecem os tipos, causas, efeitos de retrao das argamassas ou concreto que provocam fissuras e descolamento das argamassas e concretos utilizados na preparao da estrutura e protees, assim como da forma de preveni-las ,

Estrutural

Retrao de secagem Acabamento

Retrao plstica

Fig 15- Tipos de fissuras/trincas em pavimentos ACI Flooring

4- Empenamento O empenamento do concreto e argamassa causado por diversos fatores, dentre os quais citamos: a) Exudao do cimento do concreto / argamassa: o adensamento inadequado do concreto e argamassa provoca a exudao dos finos (cimento) e da gua. Assim sendo, alteramos o fator gua/cimento, como tambm o contedo do cimento nas diversas camadas da espessura do concreto/argamassa. Desta forma, temos no plano horizontal diversos traos, sendo mais ricos e porosos na superfcie superior e mais densos e menos ricos na superfcie inferior. Esta diferena de traos nos planos acabam por produzir tenses de retraes de secagem diferenciadas entre a superfcie superior e inferior do concreto/argamassa, forando o fenmeno de empenamento (curling) ou arqueamento do concreto e argamassa. Estudo de reconstituio de traos de concreto com adensamento inadequado efetuado em laboratrio, com exudao excessiva, chegaram aos seguintes exemplos, para uma laje de concreto com espessura de 150 mm, contendo 350 kg de cimento por m3 :

Os primeiros 4 mm continham um teor de cimento de 1200 kg/m3 Os 40 mm seguintes continham um teor de cimento de 600 kg/m3 O restante da espessura da laje continha igual ou menos de 350 kg de cimento por m3 de concreto1200 kg Cimento/m3 600 kg Cimento/m3 350 kg Cimento/m3 3 mm 4 cm

15 cm

Fig. 16- Quantidade de cimento/m3 de concreto

Foto 11- Diferena de granulometria, com maior quantidade de cimento e agregados finos no plano superior e agregados maiores na superfcie inferior de um concreto - MBT

b) Cura diferenciada: Vimos anteriormente que a ausncia de cura potencializa a retrao de secagem. Como exemplo de uma proteo mecnica, a camada inferior da proteo mecnica tem a evaporao da gua retida pela camada

de impermeabilizao (maior hidratao do cimento) enquanto a camada superior perde gua em abundncia para a atmosfera (menor hidratao do cimento). Desta forma ocorre a retrao diferenciada entre a camada inferior e superior da argamassa ou concreto de proteo mecnica, causando o empenamento.

Foto 12-Empenamento de placas de proteo mecnica por ausncia de cura

c) Posicionamento de armaduras: As armaduras das protees mecnicas armadas so normalmente posicionadas no tero inferior das protees armadas e restringem parcialmente a retrao de secagem da parte inferior das protees, enquanto que na parte superior, a retrao maior por no haver restrio das armaduras.

Fig. 17- Empenamento das placas de proteo mecnicas, com perda de capacidade de apoio nas bordas ACI Flooring

O desenho abaixo demonstra o empenamento de uma placa de proteo mecnica de impermeabilizao, que faz com que as borda empenadas no suportem a ao de cargas, provocando a quebra das bordas.

Fig. 18- Empenamento das bordas das placas de proteo mecnica - MBT

Fig. 19- Trinca da proteo mecnica - falta de apoio da mesma nas bordas - MBT

No diagrama de tenses abaixo demonstra a capacidade resistncia diferenciada entre vrios pontos de uma placa de concreto ou argamassa, que sofreu empenamento. Assim sendo, a baixa capacidade de carga das bordas das placas demonstra a quebra das quinas das placas de proteo mecnica, que pode, como consequncia, danificar a impermeabilizao da estrutura.

Fig.20- Diagrama de tenses de cargas transferncia de cargas diferenciadas ACI Flooring

Abaixo, algumas fotos de quebras de proteo mecnica causadas pelo empenamento.

Foto 13- Empenamento com quebra de placa de proteo mecnica nas bordas

Foto 14- Empenamento com quebra de placa de proteo mecnica nas bordas

5. Juntas de dessolidarizao e de construoAs juntas de dessolidarizao e as juntas de construo so necessrias de serem criadas nas regularizaes e protees, como forma de aliviar as tenses de retrao e expanso dos concretos e argamassas utilizadas para esta finalidade. Tambm so necessrias as juntas para o alvio de outras tenses impostas regularizao e protees, como s tenses produzidas pelos substratos de alvenarias ou concretos, estrutura de concreto armado, s interfaces entre materiais de propriedades distintas, como variaes trmicas, variao de umidade, deformaes lentas, variao de cargas e esforos, deformaes pela ao do vento e todas as leis da fsica aplicveis ao caso, aliadas s caractersticas reolgicas dos materiais, que normalmente exigem a criao de juntas de alvio de tenses, que em muitas ocasies so esquecidas pelas empresas de impermeabilizao. As restries impostas pela ausncia de juntas, geram esforos de magnitude extremamente elevadas, impossveis de serem absorvidas pelas argamassas de regularizao e proteo, que so rgidos, levando a acarretar diversas patologias, principalmente ao descolamento, trincas e fissuras.

As principais tenses que causam deformaes, alm das que foram explicadas anteriormente so: deformao lenta do concreto da estrutura. recalque de fundaes. deformaes originrias de variao de umidade do ar atuando nas argamassas j endurecidas. deformaes originrias por infiltrao de gua. dilatao higroscpica dos revestimentos de granito e cermica aplicados sobre as protees. dilatao trmica por variao da temperatura. dilatao trmica por insolao. A combinao destes efeitos, com maior ou menor magnitude certamente acarreta a formao de tenses permanentes e variveis no revestimento e na sua ligao ao suporte, acabando por romper estas ligaes, pela fadiga ou magnitude das tenses. A necessidade da criao das juntas, torna-se ento necessrias para que as argamassas de concreto e argamassas utilizadas na impermeabilizao tenham a capacidade de absorver as deformaes intrnsecas (retraes e expanses trmicas e higroscpicas) e deformaes do substrato de pequena amplitude, sem apresentar fissurao ou descolamento visvel ou que comprometa o seu desempenho. A quantidade de juntas necessrias est relacionada capacidade de resistncia, mdulo de deformao e condies de exposio das argamassas e concreto. As juntas so denominadas conforme segue abaixo, segundo sua finalidade: Juntas de assentamento: espao regular entre duas peas de revestimentos adjacentes (Exemplo: placas cermicas, pedras etc.). Juntas de movimentao: espao regular cuja funo subdividir a argamassa, concreto ou revestimento, para aliviar as tenses provocadas pela movimentao da base ou do prprio revestimento. Juntas de dessolidarizao: espao regular cuja funo separar o a argamassa, concreto ou revestimento, para aliviar as tenses provocadas pela movimentao da base ou do prprio revestimento. Junta estrutural: espao regular cuja funo aliviar tenses provocadas pela movimentao da estrutura de concreto.

Foto 15 Trinca por falta de junta de movimentao entre o concreto e pilar - MBT

Um problema comum de ausncia de junta de movimentao acabamento das protees mecnicas das impermeabilizaes e os demais acabamento das edificaes. As argamassas de proteo sofrem retraes plsticas e de secagem e freqentemente ocorrem fissuras nos arremates. Nestes pontos, os aplicadores devem prever a execuo de uma junta de movimentao, que devem ser calafetadas com selantes de poliuretano.

Foto 16- Fissura na ligao da argamassa de proteo mecnica

Trinca

Foto 17- Exemplo de trinca por ausncia de junta de movimentao

Na foto abaixo, indicado o local de criao de uma junta de movimentao, devendo se efetuar um corte alinhado da argamassa de revestimento da fachada.

Nec ess de m idade d ej ovim enta unta o

Foto 18- Detalhe da posio de uma junta de movimentao

6- Resistncia abrasoAs protees mecnicas aplicadas em reas sujeitas a trnsito de veculos, executadas em concreto ou argamassas, necessitam, alm da resistncia mecnica, possurem boa resistncia abraso. Estas protees mecnicas necessitam de cuidados na sua execuo, muitas vezes desprezadas pelas empresas de impermeabilizao.

Foto 19 Baixa resistncia abraso das protees mecnicas

Quando no adequadamente executadas, as protees mecnicas sofrem desgastes acentuados, iniciando pela formao de p, causada pela desagregao dos finos do concreto e argamassas, que so o cimento e areia. Estes elementos soltos atuam como verdadeira lixa, acelerando o desgaste das protees mecnicas.

Foto 20- P gerado pela baixa resistncia abraso das protees mecnicas MBT

As principais causas da baixa resistncia abraso so: Elevado fator gua/cimento dos traos de concreto ou argamassas Baixa resistncia do trao de concreto ou argamassas Exudao da gua e cimento para a superfcie Excesso de desempeno, provocando a exudao da gua, que altera o fator gua/cimento na superfcie. Acabamento com desempenadeira muito precocemente, selando a superfcie e impedindo a retirada da gua em excesso utilizada no trao de concreto ou argamassa Excesso de calor, vento ou baixa UR do ar no momento da execuo Falta de cura ou pouca cura

Foto 21- Desgaste acentuado de um concreto sujeito a trfego de veculos- MBT

A cura tem influncia direta na resistncia abraso das protees mecnicas, pois a sua ausncia pode diminuir a resistncia abraso de uma argamassa ou concreto em at 50%, quando comparado com o mesmo trao curado. As figuras abaixo demonstram a importncia de se efetuar a imediata cura nas protees mecnicas, como tambm do perodo de cura (ideal 7 dias), para melhor resistncia abraso das protees mecnicas da impermeabilizao, efetuadas com argamassas e concreto.

Fig. 21 e 22 Desgaste abraso relacionado ao tempo de cura

A melhoria da resistncia abraso das protees est relacionada a: Reduo do fator gua/cimento, com a utilizao no trao de aditivos redutores de gua Melhor estudo do trao, com curva granulomtrica adequada, inclusive com maior adio de agregados grados Adequadas tcnicas de desempeno e acabamento Evitar a perda de gua excessiva provocadas pelo vento, com a utilizao de aditivos retardadores de evaporao Cura mida ou com utilizao de lquidos de cura

Cuidado especial deve ser efetuado evitando queimar precocemente a superfcie, retendo gua no substrato, que causa a desagregao da pelcula de acabamento.

Fig. 23 Reteno de gua abaixo da superfcie - MBT

A melhoria da resistncia abraso dos pisos pode ser atingida por dois mtodos: Endurecedores qumicos: a asperso de solues de silicatos ou floursilicatos aumentam em at 30% as resistncias das protees convencionais.

Foto 22- Aplicao de endurecedores qumicos, base silicatos ou fluorsilicatos

Endurecedores aspergidos: a asperso de endurecedores compostos de cimento, aditivos e agregados chegam a aumentar em at 400% (agregados de quartzo) e 800% (agregados metlicos) a resistncia abraso de pisos de rolamento de veculos.

Impermeabilizao Concreto

Agregados aspergidosBaixssima Relao A/ C Superfcial > ABSORSO

Maior Relao A/ C

Menor Relao A/ C

Laje

Fig.24- Detalhe de asperso de agregados para aumento de resistncia abraso de protees e pisos. Para recuperao de pisos desgastados, podem ser utilizadas argamassas de reparos especialmente formuladas para esta finalidade.

Foto 23- Recuperao de piso desgastado com argamassas de reparo - MBT

7. Eflorescencia7.1 Causas da eflorescncias Eflorescncia so depsitos normalmente brancos que se formam sobre a superfcie do concreto, argamassas, tijolos, pedras e outros materiais porosos, que alteram a esttica dos acabamentos. As eflorescncias se formam pela dissoluo pelas guas de infiltraes dos sais (hidrxido de clcio) do cimento e cal. Quando a gua evapora, deposita estes sais na superfcie. A principal forma de evitar as eflorescncias nas argamassas a utilizao de cimento CP IV (Cimento pozolnico) ou cimentos tipo RS (resistente a sulfatos).

Foto 24- Eflorescncia em escada - Springer

Na dificuldade em adquirir os cimentos acima, deve-se utilizar o cimento tipo CPIII, com baixo teor de hidrxido de clcio. A utilizao de aditivos redutores de gua e uma eficiente cura do concreto (baixa porosidade superficial) tambm so benficos, pois proporcionam uma argamassa mais densa, impermevel e de menor porosidade capilar. 7.2 Remoo das eflorescncias A eflorescncia difcil de ser retirada, porque a maioria dos cidos, como actico ou muritico causam a degradao da matriz cimentcia e podem tambm manchar pedras e cermicas.

Foto 25- Eflorescncia em revestimento de granito.

Para limpeza, geralmente se recomenda o uso de cido sulfmico (H2N SO2 OH2) ou cido amidosulfnico. Deve-se utilizar uma soluo em torno de 5%, tomandose os cuidados de efetuar testes iniciais e tomar cuidado em proteger superfcies metlicas e outras adjacentes. Quando a superfcie estiver limpa, lavar todo o local com gua em abundncia.

8. Produtos auxiliares das argamassas e concreto para uso em preparao do substrato e proteesO mercado disponibiliza uma srie de produtos que proporcionam melhores argamassas e concretos para utilizao por empresas de impermeabilizao. 8.1 AditivosOs aditivos podem ser considerados hoje como o quarto elemento de um concreto ou argamassa. So produtos adicionados em pequenas quantidades ao concreto, modificando algumas de suas propriedades, no estado fresco ou endurecido, melhorando a trabalhabilidade, as caractersticas mecnicas e qumicas, durabilidade, economia e qualidade. Segundo a norma NBR 11768, os aditivos so classificados segundo suas finalidades:

Tipo

Finalidade

Aplicaes principais Concreto estrutural Concreto de alto desempenho Concreto estrutural Concreto de alto desempenho Concretos prmisturados

Mantida a quantidade de gua de amassamento, proporciona o aumento do ndice de consistncia do concreto ou permite Plastificantes a reduo de no mnimo 6% da quantidade de gua a ser lanada. Mantida a quantidade de gua de amassamento, proporciona o aumento do Superplastificantes ndice de consistncia do concreto ou permite a reduo de no mnimo 6% da quantidade de gua a ser lanada.

Retardador

Aumenta os tempos de incio e fim de pega dos concretos.

Concretagem em grandes volumes Concretos simples Concretagem submersa Concretagem de lastro Concreto projetado Concreto massa

Acelerador

Diminui os tempos de incio e fim de pega dos concretos, bem como acelera o desenvolvimento de suas resistncias iniciais. Para concreto armado, devem ser isentos de cloretos.

Incorporador de ar

Incorporam pequenas bolhas de ar ao concreto.

Concreto sujeito a ciclos de gelo/desgelo Concreto de alto desempenho Concreto resistente a ambientes agressivos e abraso Estruturas esbeltas

Slica ativa

Partculas ultrafinas de slica em suspenso, que pela sua reatividade, otimizam propriedades do concreto.

Plastificante acelerador Plastificante retardador Superplastificante acelerador Superplastificante retardador

Concreto projetado Combina os efeitos dos aditivos plastificantes e acelerador. Combina os efeitos dos aditivos plastificantes e retardador Combina os efeitos dos aditivos superplastificante e acelerador. Combina os efeitos dos aditivos superplastificante e retardador.

Outros aditivosExpansor Impermeabilizante Inibidores de corroso Inibidores de reao lcali agregados Fungicida Injees Controle de hidratao do cimento Anticongelante Redutor de ar incorporado Provoca a expanso de 1% a 2% do concreto, mediante a formao de gases. Formam compostos, notadamente com a reao com o hidrxido de clcio do cimento, repelindo a gua. Soluo de nitrito de clcio ou ster & aminas, inibem o ataque de cloretos. Produto base de ltio, inibe a reao lcali-agregado. Produto base de sulfato de cobre ou pentaclorofenol, impede a formao de fungos e algas no concreto endurecido. Fluidificante para injeo de cimento em bainhas de protenso e trincas. Controlam a hidratao do cimento, permitindo a inibio das reaes de hidratao por at 72 horas. Evita o congelamento da gua de mistura do concreto, durante a concretagem em dias muito frios. Aumenta a viscosidade e coeso da mistura.

8.2 Fibras de polipropileno As fibras de polipropileno so utilizadas para inibir o aparecimento de fissuras por retrao plstica, reduz a possibilidade de exudao e segregao do concreto e argamassa, melhorando as caractersticas de resistncia ao impacto e trao. So utilizadas em dosagens de 100 gramas/m3 nas argamassas e de 500 a 900 gramas/m3 nos concretos utilizados em regularizaes e protees mecnicas.

Proteo mecnica c/ fibras sintticas

Sistema de impermeabilizao Regularizao da laje

Fig. 25- Atuao das fibras de polipropileno para inibio da retrao plstica

8.3 Aderncia das argamassas e concreto A aderncia das argamassas e concretos utilizados nas impermeabilizaes devem atender aos requisitos mnimos de aderncia, conforme na NBR 13.749/96. Para atender estes requisitos de aderncia, as caractersticas de baixo fator gua/cimento e cura so importantes para o atendimento dos requisitos. Tambm muito importante os cuidados de limpeza, prvia hidratao do substrato. A utilizao de adesivos melhoram as propriedades das argamassas e concretos. Os melhores aditivos incorporadores de aderncia so os de base acrlica, quando comparados com os de base SBR. Tambm muito importante avaliar o teor de slidos dos materiais vendidos no mercado, pois alguns fabricantes formulam os materiais com teor de slidos (resina) abaixo de 6%, preocupando-se apenas em ter preos competitivos. A tabela abaixo indica os requisitos mnimos de aderncia das argamassas. Limites de resistncia de aderncia trao para emboo e camada nica (NBR 13.749/96) Resistncia de Local Acabamento aderncia (MPa)Interna Parede Externa Teto Pintura ou base para reboco Cermica ou laminado Pintura ou base para reboco Cermica 0,20 0,30 0,30 0,30 0,20

8.4 GrauteGraute uma argamassa a base de cimentos ou resinas que possui elevadas resistncias e fluidez, com retrao compensada ou no retrtil, utilizado para preencher vazios.

Fig. 25 Exemplo de grauteamento de equipamento

importante lembrar que os grautes foram desenvolvidos para serem utilizados confinados sob as chapas de bases dos equipamentos. 8.4.1 Tipos de graute a) Epoxdicos: No retrtil - utilizado quando so requeridas resistncia a carga cclicas e dinmicas, rpido ganho de resistncias com limites a exposio trmica de 60C e o substrato estiverem secos. Espessura de 2 a 5 cm por camada, no necessita de cura mida ou qumica. b) Cimentcios: Com retrao compensada - utilizado para uso geral, como reparos de estruturas, ancoragens, grauteamentos de mquinas com os limites trmicos do cimento Portland. Espessuras: de 2 a 4 cm sem adies de 5 a 10 cm adiciona-se at 30% de brita 0 em peso. acima de 10cm adiciona-se at 15% de brita 0 e 15% de brita 1 em peso. As adies devem ser estudadas caso a caso, pois poder ser desejvel outras misturas e providncias. O substrato deve estar saturado com gua e seco superficialmente. Precisa de cura mida ou qumica. c) Cimentcios especiais: utilizado para grauteamento de trilhos ou equipamentos sujeitos a cargas cclicas ou dinmicas (devido aos agregados metlicos) em situaes que um graute epoxdico no poder utilizado. Possui limitaes trmicas do cimento Portland. Espessuras: de 2 a 5cm/camada O substrato deve estar saturado com gua e seco superficialmente. Precisa de cura mida ou qumica. d) Cimentcios rpidos: utilizado para grauteamentos rpidos, normalmente liberando em 3 horas o uso das mquinas. Possui elevada resistncia inicial a altas temperaturas por ser a base de cimento aluminoso. Espessuras: de 2 a 4cm: sem adies de 5 a 10cm: com at 40% de brita 0 em peso acima de 10cm: com at 20% de brita 0 e 20% de brita 1. O substrato deve estar saturado com gua e seco superficialmente. Precisa de cura mida ou qumica. e) Ao qumica: utilizado para grauteamento ultra rpido normalmente liberando em 45 min o uso. Mantm seu desempenho para exposies trmicas de at 150C. no necessita de cura e requer substrato seco.

No um graute considerado de preciso devido a sua menor fluidez. Espessura: de 2 a 3cm: sem adies de 3 a 10cm: adicionar at 50% de brita 0 em peso. Acima de 10cm: adicionar at 25% de brita 0 e 25% de brita 1 em peso. 8.5 Argamassas de reparos comum as empresas de impermeabilizao efetuarem reparos no concreto, na fase de preparao do substrato, como por exemplo em reservatrios. Um dos maiores desafios na escolha dos materiais avaliar seu comportamento junto com o substrato. As mudanas das tenses no substrato e nos materiais de reparo podem causar trincas, fissuras, delaminao e desagregao do material de reparo. A aderncia do material de reparo na estrutura tem que ser observada, de forma a que o resultado final seja de uma estrutura slida e monoltica. Outro dado importante a ser considerado sobre o material de reparo o do mesmo possuir caractersticas suficientes para suportar as cargas de servio. Para tanto, o material deve ter caractersticas prprias de desempenho que devem ser analisadas. H casos em que o material de reparo possui mdulo elstico muito inferior ao da estrutura, fazendo com que o mesmo no absorva a sua parte de esforos estruturais. importante que o material de reparo no tenha nenhuma retrao ou tenha a retrao compensada por adio de aditivos compensadores na sua formulao e que o mesmo se comporte da mesma maneira como o substrato de concreto, frente s cargas aplicadas, mudanas de temperatura e umidade. Assim sendo, a escolha dos materiais de reparos um compromisso importante para o desempenho final do reparo. Deve-se efetuar a marcao e delimitao das reas a serem reparadas. importante delimitar as reas de reparos em um desenho geomtrico retangular ou quadrado, evitando delimitar as reas em formas geomtricas que dificultem a execuo, como tambm deve ser levado em considerao esttica do acabamento da rea reparada.

Fig. 26- Lay out de rea a ser reparada

As tabelas abaixo detalham as principais propriedades exigidas dos materiais de reparo e auxiliam a escolha dos mais adequados para as situaes requeridas.Exigncias no suporte de cargas Requisitos de desempenho Aderncia ao substrato Perda de aderncia, delaminao Falhas no desempenho do reparo Exigncias de desempenho Resistncia de aderncia. Tenso interna baixa Evitar

Elevada retrao Mdulo de elasticidade muito diferente da estrutura

Aplicao de cargas

Equalizar o mdulo de Aplicao de elasticidade carga do material de antecipada reparo e do concreto estrutural

Baixo ou alto mdulo de elasticidade, comparado com o do concreto estrutural

Deformao lenta do reparo

Material de reparo com baixa deformao lenta

Material com alta deformao lenta

Retrao de secagem do material de reparo, reduzindo sua capacidade de suportar cargas

Material de reparo sem retrao ou retrao compensada

Material de reparo com retrao de secagem

Fonte: Concrete Repair and Maintenance Illustrated Peter H. Emmons

Propriedades de exposio em servio Requisitos de desempenho Variao de temperatura Falhas no desempenho do reparo Exigncias de desempenho Equalizao do coeficiente de expanso trmica Equalizao do coeficiente de expanso trmica Baixa exotermia durante a execuo e cura Baixa permeabilidade do substrato, sem fissuras Evitar Material com coeficiente de expanso trmica diferente do substrato Material com coeficiente de expanso trmica diferente do substrato Alta isotermia durante a execuo e cura

Retrao causando trinca no material de reparo Compresso do substrato, causando delaminao

Mudana da temperatura do reparo durante a execuo Condies de umidade Gases atmosfricos

Retrao do reparo, causando trinca Corroso do ao, desintegrando o concreto de proteo Meio ambiente Corroso do ao

Alta permeabilidade ou fissuras no material de reparo

Contato qumico

Exposio ao ultravioleta do sol Condies climticas Variao de temperatura ou umidade

Baixa permeabilidade do substrato, sem fissuras Desintegrao Resistente a do concreto ataque qumico Mudana das caractersticas Elevada do material de resistncia ao reparo U.V. do sol Gelo e desgelo Baixa Desintegrao permeabilidado concreto de Baixa Expanso e permeabilidaretrao, de e causando expanso e trincas retrao por umidade

Alta permeabilidade ou fissuras no material de reparo Material com baixa resistncia qumica Baixa resistncia ao U.V. do sol Elevada permeabilidade do material Elevada permeabilidade ou expanso e retrao do material devido a umidade

Fonte: Concrete Repair and Maintenance Illustrated Peter H. Emmons

Propriedades de resistncia s cargas externas Requisitos de desempenho Movimento de lquidos Falhas no desempenho do reparo Eroso do substrato Elevada Densidade Compresso Tenso Eroso e abraso do substrato Abraso dano na superfcie Bordas das juntas Juntas Alta densidade e resistncia compresso e abraso Alta resistncia compresso, trao e aderncia ao substrato Alta resistncia trao e elevada coeso Alta resistncia compresso Baixo mdulo de elasticidade Alta aderncia e ancoragen ao substrato Baixa densidade, resistncia compresso e abraso Baixa resistncia compresso e aderncia Baixa resistncia trao Baixa resistncia compresso Alto mdulo de elasticidade Baixa aderncia Baixa Densidade Compresso Tenso Exigncias de desempenho Evitar

Movimento de lquidos e slidos em suspenso Rodas de veculos

Impacto

Perda de aderncia

Fonte: Concrete Repair and Maintenance Illustrated Peter H. Emmons

Metodologia de execuo e aparncia Requisitos de desempenho Falhas no desempenho do reparo Tempo de execuo Execuo Fluidez Elevado abatimento Agregados pequenos, redondos e trao coeso Tixotropia Elevada coeso interna, tixotropia e aderncia Facilidade de execuo Lei de Murphy Formulao simples Baixa coeso interna, tixotropia e aderncia Complexas formulaes de difcil execuo Baixo abatimento Agregados grados, angulares, e trao inadequado Rpido ganho de Demorado resistncia ganho de resistncia Exigncias de desempenho Evitar

Requisitos de desempenho Aparncia

Resultados se o material errado selecionado Trincas na superfcie devido retrao de secagem Trincas na superfcie devido retrao plstica

Exigncias de desempenho Baixa retrao, flexibilidade.

Evitar

Alta retrao de secagem

Baixa isotermia Perda de gua durante a execuo

Elevada isotermia Elevada perda de gua durante a execuo

Fonte: Concrete Repair and Maintenance Illustrated Peter H. Emmons

9. ConclusesAcredito que as informaes abaixo ajudaro as empresas de impermeabilizao a aperfeioarem seus servios, com a aplicaes das melhores tcnicas de preparao de estruturas e protees necessrias e muito importantes para o desempenho e a durabilidade da impermeabilizao. De nada adianta executar uma impermeabilizao dentro das melhores tcnicas e negligenciar os cuidados necessrios na execuo dos servios preliminares e posteriores impermeabilizao.

Referncias Concrete Repair and Maintenance Illustrated Peter H. Emmons Manual de Inspeccion, Evaluacion y Diagnostico de Corrosion en estructuras de hormign Armado DURAR Patologia e Terapia do Concreto Armado Manoel Fernndez Cnovas Durabilidad de Estructuras de Hormigon CEB Patologia Recuperao e Reforo de Estruturas de Concreto Vicente Custdio e Thomaz Ripper Falhas em Revestimentos - Recomendaes nas fases de projeto, execuo e manuteno - Eng. Roberto Jos Falco Bauer Manual de argamassas e Revestimentos - Estudos e procedimentos de Execuo - Eng. Antonio J. S. I. Fiorito. Tecnologia de Produo de Contrapisos para Edifcios Habitacionais e Comerciais. - Eng. Mercia Maria Semensato Bottura de Barros Admistures - MBT Masterbuilders Technologies Concrete Repair - MBT Master Builders Technologies Patologia na Impermeabilizao - Jos Eduardo Granato Trincas e fissuras em Edificaes Roberto Falco Bauer IV Simpsio Brasileiro de Tecnologia das Argamassas Argamassas de Revestimentos IPT Trincas em Edifcios Ercio Thomaz Troubleshooting Concrete Problems MBT Master Builders Technologies Cracking & Crack Control MBT Master Builders Technologies Troubleshooting Concrete Construction - MBT Master Builders Technologies Sistemas de Reparacin y Proteccin del concreto - MBT Master Builders Technologies Problems with Surface Treatments, Surface Defects and Cracking in Slabs-onGrade - MBT Master Builders Technologies