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património de - Agência ECCLESIA · 2016. 5. 27. · Este fim-de-semana, Braga festejou no Jamor e na subida para o Sameiro 6 - «Acordai! Acordai! Voltamos a lembrar o grito do

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04 - Editorial: Paulo Rocha06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional14 - Internacional20 - Semana de.. José Carlos Patrício22 - Dossier Diocese de Viana do Castelo24 - Entrevista D. Anacleto Oliveira

44 - Multimédia46 - Estante48 - Concílio Vaticano II50 - Agenda52 - Por estes dias54 - Programação Religiosa55 - Minuto Positivo56 - Liturgia58 - Jubileu da Misericórdia60 - Fundação AIS62 - LusoFonias

Foto da capa: Agência ECCLESIAFoto da contracapa: Agência ECCLESIA

AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio CarmoRedação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,Luís Filipe Santos, Sónia NevesGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Padre Américo AguiarPessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D1885-076 MOSCAVIDE.Tel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

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Opinião

Prémio parapatrimónio deSantarém[ver+]

Cimeira MundialHumanitária[ver+]

Igreja no AltoMinho[ver+] Paulo Rocha| Pablo Lima | José Silva

Lima | José Carlos Patrício| ManuelBarbosa | Paulo Aido | Tony Neves |

Fernando Cassola Marques

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Educação e democracia

Paulo Rocha Agência ECCLESIA

O debate em torno da diminuição do número deturmas com contrato de associação em escolasnão estatais está longe de ser esclarecedor.Sucede-se a publicação de estudos por parte deentidades públicas, por associações querepresentam as privadas, por estruturas daadministração pública que têm por objetivofiscalizar umas como outras... E permanece adúvida.Por outro lado, o debate de ideias entrerepresentantes de escolas estatais e as nãoestatais, tanto particulares como cooperativas,facilmente se fixa em ideologias em torno daeducação, incapaz de avaliar o sucesso e acapacidade integradora das diferentes ofertaseducativas, que têm na escolha por parte dasfamílias um indicador maior.Ao debate sobre a interpretação de artigos daConstituição da República Portuguesa, onde selê, por um lado, a respeito da educação, que “égarantido o direito de criação de escolasparticulares e cooperativas” (artigo 43) e, poroutro, se afirma que “o Estado criará uma redede estabelecimentos públicos de ensino quecubra as necessidades de toda a população”,interessa perseguir opções que garantam a“liberdade de aprender e ensinar”, que aConstituição também indica.

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A democracia torna-se tanto maisrobusta quanto maior for aparticipação de todos os cidadãos ena medida em que os contributospessoais e institucionaisnecessários à organização dacomunidade forem plurais,representativos de diferenteshumanismos, distantes de modelosmonolíticos e inflexíveis. Assim temacontecido nos vários setores, comona assistência social, na saúde, nostransportes, comércio, agricultura…E também assim deveria acontecerna educação.Nesta democrática participação epartilha de responsabilidade deconstrução das sociedades, oprivado surge frequentemente comosupletivo do público, quando o seuequilíbrio deveria seguir o princípioda subsidiariedade, no respeito evalorização pela capacidadecriadora e produtiva de instânciasmais próximas e particulares,referindo-se assim à identidade e àsreais necessidades de indivíduos ecomunidades.

No que diz respeito a este debateem torno da educação e àracionalização de meios no setor,sobretudo em épocas que obrigam auma gestão sempre mais rigorosa,parece evidente que é necessáriocombater a duplicação deequipamentos escolares, tambémpelo declínio demográfico em curso.Mais claro parece ser que asentidades fiscalizadoras nãodeveriam ter permitido essaduplicação, impedindo a construçãode escolas estatais ou não estataisonde já existia tal oferta. Umproblema que parece estar aagudizar-se numa ocasião em quedeveria ser combatido.O horizonte de uma democraciaestável e sustentável não écompatível com modelos deeducação que manifestamdificuldade em aceitar referênciasessenciais dessa organização dassociedades: a participação de todose a pluralidade de ofertas.

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Este fim-de-semana, Braga festejou no Jamor e na subida para oSameiro

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- «Acordai! Acordai! Voltamos a lembrar ogrito do saudoso D. Manuel de AlmeidaTrindade, que contribuiu, decisivamente,para acordar os católicos portugueses»(Padre Querubim Silva; In: jornal «Correiodo Vouga» de 25 de maio de 2016). - «Desde o início do ano morreram menos422 pessoas no Mediterrâneo emcomparação com 2015. Isso é bom. Masnão significa que haja menos refugiados ouimigrantes a quererem abandonar os seuspaíses» (Editorial do jornal «Público» de 25de maio de 2016) - «O efeito Rui Vitória nas finanças doBenfica é uma bola de neve que vaicrescendo a cada dia» (Nuno Farinha; In:jornal «Record» de 25 de maio de 2016) - «Num tempo em que há dias mundiaispara quase tudo, podemos dizer que oCorpo de Deus é uma espécie de DiaMundial da Eucaristia» (João AntónioPinheiro Teixeira: In: jornal «Diário doMinho» de 24 de maio de 2016)

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Catedral e Museu Diocesano deSantarém recebem prémio EuropaNostra

Os Prémios ‘Europa Nostra’ 2016,que distinguiram a reabilitação daCatedral e do Museu Diocesano deSantarém na categoria deconservação, foram entregues emMadrid. A distinção foi recebida pelopadre Joaquim Ganhão, diretor doMuseu Diocesano de Santarém,numa cerimónia que decorreu noTeatro da Zarzuela.

O padre Joaquim Ganhão saúda adistinção como “um projeto dereferência nacional e europeia” queprocurou dar resposta àsnecessidades de valorização de“muito património móvel disperso”.O responsável agradece o apoio doSecretariado Nacional para os BensCulturais da Igreja, da Direção

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Regional de Cultura de Lisboa eVale do Tejo, da Direção-Geral doPatrimónio Cultural e da equipatécnica que “desde a primeira hora”acompanhou o projeto. “Manifestoemoção e honra, peloreconhecimento ‘Europa Nostra’2016, recordando, uma vez mais, aspalavras do bispo diocesano, D.Manuel Pelino Domingues, nomomento da inauguração: ‘umexemplo de como unidos para serviro mesmo povo podemos fazermuito’”, refere o padre JoaquimGanhão, em comunicado.Para o diretor do Museu Diocesanode Santarém, a distinção de hoje é“um momento crucial para apromoção” do território diocesano,com especial enfoque à cidade deSantarém, “cuja riqueza histórica,artística e até humana clama pordignidade e respeito”. “Destaco odesafio que esta atribuição lança àcontinuidade do projeto Rota dasCatedrais nas demais diocesesportuguesas, à qualidade dosprojetos museológicos da Igreja, àresponsabilidade na conservaçãocredenciada do património culturalportuguês”, prosseguiu.O júri dos prémios ‘Europa Nostra’

2016 destacou “o compromisso naaplicação de técnicas tradicionaisem todas a áreas deintervenção, assegurando umrestauro fiel quer ao nível daarquitetura quer na coleção de artereligiosa”. A Catedral de Santarémfoi submetida a um “significativo eabrangente” projeto de conservaçãoentre 2012 e 2014, que incluiu orestauro de patrimónioarquitetónico, móvel e integrado devários elementos artísticos dointerior e fachada, bem como areabilitação de áreas destinadas aoMuseu, que acolhe uma coleção dearte religiosa.“A grande qualidade desta complexaconservação, quer da arte quer daarquitetura, é uma realizaçãoimpressionante, especialmentequando consideramos o volume detrabalho desenvolvido”, disse o júri,peritos independentes queanalisaram um total de 187candidaturas.Em 2015, o projeto do MuseuDiocesano de Santarém tinhavencido a oitava edição do PrémioVasco Vilalva, atribuído anualmentepela Fundação Gulbenkian, quereconheceu o papel da novainstituição para “a dinamizaçãocultural da região”.

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Instituições sociais da IgrejaCatólicadevem ser casas de responsabilidadeAs Misericórdias da Arquidiocese deÉvora peregrinaram este sábado aoSantuário de Nossa Senhora daConceição, em Vila Viçosa, numainiciativa inserida no Ano Santo daMisericórdia. Na celebraçãoeucarística inserida no evento,enviada hoje à Agência ECCLESIA,o arcebispo de Évora destacou o“excelente trabalho” que todas asinstituições de solidariedade socialda região prestam “a favor dosidosos, dos doentes, das crianças edas pessoas carenciadas”.D. José Alves sublinhou no entanto,a importância deste tipo deperegrinações para que quempresta este serviço aos outros,desde os membros da direção aosauxiliares e funcionários, possareforçar a chama da sua missão.“Todos estamos sujeitos aodesgaste da rotina (…) de deixaresvanecer o entusiasmo dosprimeiros tempos, mesmo quandose trata da vivência dum ideal tãonobre como é o da misericórdia”,apontou.Na sua reflexão, o responsávelcatólico defendeu a necessidade deinstituições que sirvam sob o signo

da “diligência” e da“responsabilidade”, onde “reine aalegria e não falte a delicadeza, aprontidão e o amor”.“A misericórdia não é uma teoria,são obras. E ser misericordiosoimplica sair de si, exilar-se dopróprio comodismo, fazer do outro ocentro das atenções e chegar aoponto de assumir o mal alheio comoseu”, salientou.O arcebispo de Évora propôs aindaum desafio às instituições, “numasociedade” atual “em que acompetição é feroz”, quer “porrazões económicas” quer “deprestígio”. Que as Santas Casas eoutros projetos sociais de raiz cristã“sejam capazes de introduzir outrotipo de competição. A competição damisericórdia”.

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D. Manuel Clemente falou dosuniversitários como bênção de DeusO cardeal-patriarca pediu aosestudantes universitários de Lisboaque ao longo da vida falem do querealmente assimilaram “não apenasno pensamento e no conhecimento”,mas pelo “coração”. “A vossa vidafalará daquilo que guardais nocoração, daquilo que assimilaste edepois passará também em termosde coração. Quer dizer, não apenastécnico-profissionais mas em termosde envolvimento pessoal no que fora vossa aplicação profissional ecívica”, disse D. Manuel Clementena celebração da Bênção deFinalistas 2016, este sábado.O cardeal-patriarca de Lisboaexplicou aos estudantesuniversitários finalistas que a Bíblia,quando se refere ao coração, “não”é apenas em “termos afetivos, comoé corrente”, mas àquilo que se“guarda mais profundamente, quese assimila”. “Isso passouseguramente por tudo aquilo que osvossos professores vos ensinaram,por tudo aquilo que as vossasescolas vos proporcionaram maspassou em termos pessoais, dequem o transmitiu e de quem orecebeu. Isso é que é realmenteaprender, não é apenas terinformação no sentido científico,

técnico ou literário das coisas”,desenvolveu.A Bênção de Finalistas 2016 foicelebrada com o tema ‘Partilhar osaber, servir com misericórdia’, naAlameda das Universidade, naCidade Universitária, em Lisboa.“Com esta bênção que recebeissereis a própria bênção de Deuspara a sociedade que servirdes, nosdiversos momentos e termos davossa aplicação da existênciahumana”, disse D. ManuelClemente, pedindo que osestudantes universitários guardemessa “consciência todos os dias”.O patriarca de Lisboa destacou queessa bênção se realiza nas“diferentes atividades e ramosprofissionais, no dia-a-dia”, onde avida os levar e “em tudo” queconstruírem porque “será o próprioDeus em cada um de vós a realizara sua obra, a salvação de todos”.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizadosemwww.agencia.ecclesia.pt

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Projeto sobre «património azulejar religioso» na diocese recebe prémio

Dia Nacional da Faculdade de Teologia 2016

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"Nenhum refugiado semacolhimento"

O Papa enviou uma mensagem aosparticipantes na primeira CimeiraHumanitária Mundial das NaçõesUnidas, que decorreu em Istambul,Turquia, pedindo um compromissoda comunidade internacional emfavor dos refugiados e dos maisdesfavorecidos.“Não deve haver nenhuma famíliasem casa, nenhum refugiado sem

acolhimento, nenhuma pessoa semdignidade, nenhuma pessoa feridasem cuidados, nenhuma criançasem infância, nenhum jovem semfruto, nenhum idoso sem umavelhice digna”, escreveu Francisco,num texto lido esta tarde na cidadeturca.A mensagem dirigida ao secretário-geral da ONU, Ban ki-moon, para ostrabalhos do ‘World Humanitarian

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Summit’, deixa um “desafio” aautoridades e ONG reunidas com oobjetivo de melhorar as respostasàs crises humanas provocadaspelas guerras e as alteraçõesclimáticas.“Ouçamos o grito das vítimas e dosque sofrem; permitamos-lhe que nosensinem uma lição de humanidade;mudemos o nosso estilo de vida,políticas, escolhas económicas,comportamentos e atitudes desuperioridade cultural”, pediu oPapa.Francisco deixa votos de que estainiciativa seja um “ponto de viragem”para as vidas de “milhões depessoas” que precisam de proteção,cuidado e assistência.“Espero que os vossos esforçoscontribuam de forma real paraaliviar os sofrimentos destes milhõesde pessoas, de forma a que osfrutos da cimeira sejamdemonstrados através de umasolidariedade profunda, de umrespeito verdadeiro e profundopelos direitos e dignidade dos quesofrem”, referiu.O Papa lembra as vítimas de“conflitos, violência, perseguição edesastres naturais”, bem como osque vivem em condições de “misériae exploração”.A mensagem lamenta os “muitosinteresses” que impedem a soluçãode conflitos, bem como o impacto de“restrições comerciais eideológicas”.

“Estratégias militares, económicas egeopolíticas deslocam pessoas epovos, impondo o deus do dinheiro,o deus do poder”, adverteFrancisco.A mensagem apela à defesa da“dignidade e dos direitos humanos”,promovendo a cooperação, odiálogo e “especialmente a paz”.“Não deixar ninguém para trás efazer o melhor de cada um exigemque não desistamos e assumamos aresponsabilidade pelas nossasdecisões e ações que dizemrespeito às próprias vítimas”, podeler-se no texto divulgado pela salade imprensa da Santa Sé e lido emIstambul.Francisco elogia os que trabalhamem favor dos refugiados edeslocados, em particular atravésde “escolhas corajosas em favor dapaz”.A Santa Sé participou nesteencontro, com a presença dosecretário de Estado, cardeal PietroParolin.Mais de 50 líderes mundiais dosquatro continentes e 5000intervenientes estão presentesnesta Cimeira Humanitária Mundial,debatendo linhas de ação ecompromissos concretos comunscom o objetivo de garantir a Agendapara a Humanidade 2030. Adelegação portuguesa, liderada peloprimeiro-ministro, António Costa,incluiu o ex-alto comissário dasNações Unidas para os Refugiados(ACNUR), António Guterres.

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Bento XVI reafirma que publicaçãodo Segredo de Fátima está completaO Papa emérito Bento XVI rompeu oseu silêncio para reafirmar que apublicação do chamado 'Segredo deFátima' ficou completa após adivulgação da sua terceira parte, noano 2000. A declaração foipublicada pela sala de imprensa daSanta Sé, em reação a artigos quedavam contas de declaraçõesatribuídas ao professor IngoDollinger, padre alemão e antigoprofessor de teologia no Brasil,segundo o qual o então cardealJoseph Ratzinger lhe teria dito que apublicação do segredo não estavacompleta."A este propósito, o Papa eméritoBento XVI comunica que 'nuncafalou com o professor Dollinger arespeito de Fátima' e afirmaclaramente que as declaraçõesatribuídas ao professor Dollingersão 'puras invenções,completamente não verdadeiras",refere a nota oficial. "A publicaçãodo terceiro segredo de Fátima estácompleta", acrescenta ocomunicado.A terceira parte do Segredo deFátima foi dada a conhecer em2000, no Santuário da Cova da Iria,por ocasião da terceiraperegrinação de João Paulo II aPortugal.

Em 2000, o agora Papa eméritoBento XVI era prefeito daCongregação para a Doutrina da Fé(cardeal Joseph Ratzinger) eassinou o “comentário teológico” àterceira parte do segredo, no qualse fala de um “Bispo vestido debranco” que caminha no meio deruínas e cadáveres, imagemassociada ao atentado sofrido porJoão Paulo II a 13 de maio de 1981.O texto relativo ao Segredo deFátima (uma mensagem anunciadapor Nossa Senhora aos Pastorinhosem julho de 1917 e escrita por Lúciana década de 40 do século XX) pode ser consultado no sítio doVaticano. Nessas aparições, osvidentes receberam o chamado“segredo”, divido em três partes.

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«Ignorar o pobre é desprezar Deus»O Papa alertou no Vaticano para anecessidade de ajudar os “pobresda terra”, afirmando que “ignorar opobre é desprezar Deus”. “Ignorar opobre é desprezar Deus, temos deaprender bem isto, ignorar o pobreé desprezar Deus”, insistiu, durantea audiência pública que decorreuesta quarta-feira na Praça de SãoPedro, perante milhares deperegrinos.Dando continuidade ao ciclo decatequeses sobre a misericórdia,Francisco lamentou que “tantagente finja não ver os pobres”.“Para eles, os pobres não existem”,observou.A intervenção ligou a misericórdiade Deus à misericórdia de cadapessoa para com o seu “próximo”.“Quando esta falta, também amisericórdia de Deus não encontraespaço no nosso coração fechado,não pode entrar. Se eu não abrir aporta do meu coração ao pobre,essa porta permanece fechada,mesmo para Deus, e isto é terrível”,declarou.O Papa partiu de uma passagem doEvangelho de São Lucas, na qualJesus apresenta a parábola dohomem rico e do pobre Lázaro, aoqual o rico não prestou atenção.“Nenhum mensageiro e nenhumamensagem poderão substituir

os pobres que encontramos nocaminho, porque neles se encontrao próprio Jesus”, assinalou.Segundo Francisco, a figura deLázaro - que ao contrário do homemrico é tratado pelo seu nome próprio- “representa bem o grito silenciosodos pobres de todos os tempos e acontradição de um mundo cujasimensas riquezas e recursos estãonas mãos de poucos”.O homem abastado retratado naparábola de Jesus, explicou o Papa,viveu “fechado” no seu mundo deluxo, sem ter em conta a lei de Deusou o sofrimento dos próximos. “Serácondenado, portanto, não pelassuas riquezas, mas porque foiincapaz de sentir compaixão porLázaro e de o socorrer”, precisou.

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O Papa presidiu Roma à solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue deCristoem Roma

Vaticano: Papa associa-se ao Dia Internacional da Criança Desaparecida

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Não se estraguem

José Carlos Patrício Agência ECCLESIA

Não caro leitor, este reparo não é para si, o títulorecorda a mensagem que o nosso presidente daRepública deixou aos jovens que foramrecentemente campeões da Europa de futebol,na categoria de sub-17.Com este repto, Marcelo Rebelo de Sousa deixoutambém um desafio a toda a juventudeportuguesa, para que não desaproveite o seupotencial, e ao país, para que não a deixe àderiva, sem apoio nem perspetivas de futuro.Mas esta frase poderia muito bem ter sidoaplicada a várias áreas da realidade nacional,inclusivamente ao futebol, onde rebentou oescândalo dos resultados viciados na SegundaLiga.Mas destaco sobretudo a classe política. EmPortugal, o atual Governo ainda dá os primeirospassos, mas bem que se poderia dizer que temtido a subtileza de um elefante numa loja deporcelanas.Não estou a falar apenas da perspetiva de umministro da Cultura andar à estalada na praçapública, quando João Soares ameaçou AugustoSeabra e Vasco Pulido Valente com “bofetadas”.Nem tão pouco do combate a que estamos aassistir entre o Ministério da Educação e asescolas privadas com contrato de associaçãocom o Estado, grande parte delas católicas, eque agora serão consideradas dispensáveis.Refiro-me também à Assembleia da Repúblicaque tem sido, nos últimos meses, palco dedebate de matérias cuja urgência será no mínimoduvidosa.Desde a despenalização da eutanásia àlegalização

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da maternidade de substituição oudas “barrigas de aluguer”; a adoçãopor casais do mesmo sexo e aalteração à lei do aborto, ou adefinição do estatuto dos animais.Não quer dizer que sejam assuntossem importância, em muitos delesestá em causa o valor da vida e apreservação da natureza e dahumanidade, do homem, da mulher,do como e para quê foram criados.Sim, são matérias relevantes, masnão para servirem uma agenda queparece privilegiar o individualismo,uma lógica de posse material davida e do corpo, em vez daobservância às mais elementaresleis da vida e da sociedade.E não também agora, no momentopresente que os portugueses estãoa viver, de um quotidiano que émarcado por tantas dificuldades.

Porque não testemunhamos estemesmo empenho, da nossa classepolítica, na aprovação de diplomas eleis que combatam o desempregonacional, que ainda aflige tantascentenas de milhares de pessoas?Ou medidas que permitam aosidosos uma vida mais digna e maisde acordo com o contributo quederam à sociedade, nos maisdiversos ambientes?Onde estão projetos que contribuampara o combate à criminalidade, àintegração dos mais pobres eexcluídos, dos sem-abrigo quecontinuam a aparecer em tantoslugares de Lisboa e de outrascidades?Sim, o “não se estraguem” poderiater tanta aplicação política e socialque parece-me que, com uma frase,Marcelo Rebelo de Sousa expressouo desejo de todo um país.

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A Agência ECCLESIA foi ao encontro da Diocese de Viana do Castelo,que no Ano Santo extraordinário preparou um ‘CampusMisericordiae’, fórum intergeracional de oração, de reflexão e deconvívio, de dois dias. Este dossier apresenta uma entrevista aobispo diocesano, declarações do seu sucessor e testemunhos dequem acompanha a realidade das comunidades católicas, numa terraintimamente ligada à figura de Frei Bartolomeu dos Mártires.

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A vitalidade da Igreja Católicano Alto Minho D. Anacleto Oliveira é bispo de Viana do Castelo desde 2010. A mais jovemdiocese portuguesa cruza mar, rio, montanha, condições naturais quemarcam a religiosidade do seu povo.

Entrevista conduzida por Luis Filipe Santos Agencia ECCLESA (AE) - No Montede Santa Luzia, um ex-libris deViana, temos o Coração de Jesusque abraça a cidade e abraça omar. Que significado tem estaimagem?D. Anacleto Oliveira (AO) - Uma dascanções que aqui existem diz “SantaLuzia dos meus amores/Santa Luziabonita és/Santa Luzia dos meusolhares/Linda Viana está a teuspés”. Foi uma canção bastantepopular aqui há uns 50 anos eainda hoje gostam que eu lhes falenela. Na minha primeiraperegrinação a Santa Luzia - ésempre no domingo a seguir àsolenidade do Coração de Jesus -,lembro-me que peguei nestaquadra, exatamente para enaltecero papel deste local na cidade deViana. É o emblema da cidade:ninguém vem a Viana sem ir a SantaLuzia, pelo menos se quiser ficar aconhecer alguma coisa. Lá em cimao panorama é estupendo.O facto de ter sido o lugarconsagrado ao Coração de Jesus émais recente, do princípio do séculopassado, em

que o atual santuário lhe foidedicado. Para nós é uma graçasentir-nos protegidos, abraçadospelo Coração de Jesus lá em cima,onde a nossa vista fica muito paraalém da cidade de Viana. AE - O termo periferia está muito namoda. A Diocese de Vianaconsidera-se periférica?AO - Não. Se periférico significaabandonado, desprezado, não.Se por periférico se entender osentido geográfico, é evidente quesomos uma diocese periférica e atéjá brinquei com isso na ConferênciaEpiscopal, quando se discutia ondeé que o Papa devia ir, se visitaroutros sítios além de Fátima.Nós não sentimos abandonados,como diocese. Estamos plenamenteintegrados na Igreja Católica emPortugal, com todos os direitos. Éuma diocese nova, mas não é deforma alguma periférica.Geograficamente, no entanto, é.Fica mais longe de Lisboa, demora-se mais tempo a chegar.

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AE - Que potencialidades eentraves se encontram nascomunidades católicas destadiocese?AO - Há coisas que podem servistas como potencialidade eentrave, como a religiosidadepopular. Não é exclusiva do AltoMinho, nem sequer do Norte dePortugal: se formos à Espanha, naGaliza encontramos expressões dereligiosidade popular idênticas àsque encontramos aqui. Aliás, asnossas festas mais populares, diria,sobretudo aquelas que ficam empovoações mais junto à fronteira,acabam muitas vezes por ter maisdevotos da Galiza do queportugueses. Lembro-me de ter idoà Senhora da Cabeça, um santuárioque fica junto da vila de Monção, eo pároco dizer que 70% daspessoas que lá estavam - era umamultidão - seriam da Galiza.Portanto, é um fenómeno comum.A religiosidade popular tempotencialidades enormes, enormes.Encontramos nas pessoas que sereúnem para exprimir a sua fé, parase encontrarem com Deus, com osoutros, nessas expressões dereligiosidades popular, uma aberturamuito maior do que fora dessesmomentos. São pessoas que ouvemcom muito mais atenção, vão sem

qualquer preconceito, unicamentepara encontrar alimento para a suafé, para a sua vida.Neste caso, é uma potencialidadeenorme, que o Papa Franciscoenaltece muito, falando da suaprópria experiência na Argentina, decomo saboreava os momentos emque as pessoas se aproximavamdos santuários.Por outro lado, muitas vezes podeser um entrave. A religiosidadepopular tem algumas expressõesque se podem não conjugarperfeitamente com a fé. É precisoter um bocadinho de paciência, dejeito, de tato pastoral, diria, que secalhar nem todos os sacerdotesconseguem ter para tentar purificaro que não está bem ou está menoscerto, sem destruir tudo.Há que manter a vontade deencontrar algo. Por vezes, há coisasque não ofendem nada: porexemplo, quem vai participar nagrande festa de São João de Arga,em finais de agosto – um dosacontecimentos que atrai mais gente-, encontra um hábito que podeescandalizar. Não sei se conhecema história: as pessoas vão fazer assuas promessas, dão a sua esmolae colocam a moeda junto da imagemde São João e depois passam juntoda imagem do arcanjo São Gabriel

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que está a pisar o diabo e colocamuma moeda nesse diabo.Obviamente, teologicamente não éo mais aconselhável, mas é umaexpressão tão humana, tão humana,que é possível tirar algo daqui.Mais tarde, o pároco chamou-me aatenção para um facto: São Joãoleva uma moeda branca e o diabo ésempre uma moeda preta. Até nissoas pessoas sabem distinguir, têm

o conceito de hierarquia (risos).Não podemos pura e simplesmenteproibir de uma vez para sempre.Para mim, o dominante é o desejo, aprocura das pessoas de encontrarrespostas para as suas vidas.As romarias são dos momentosbelos, das coisas bonitas queexistem no Alto Minho.

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AE – A Igreja Católica em Portugalespera a canonização de freiBartolomeu dos Mártires. Ele aindaestá no coração deste povo doMinho?AO – Claro, e depois da celebraçãodos 500 anos do seus nascimento,ainda ficou mais no coração daspessoas. Foi uma iniciativainspirada o levar as relíquias de FreiBartolomeu para percorrer todas asparóquias da diocese. Nessa altura,constatamos que era muitoconhecido e amado aqui em Viana eà volta de Viana, mas noutras zonasmais afastadas do centro dadiocese, na periferia, não era tãoconhecido.Foi uma bela ocasião, não só para aconhecer a figura mas sobretudopara dar a conhecer a mensagem, oseu amor à Igreja, o que fez pelaevangelização de então.Naturalmente, também seaproveitou para mais uma vez fazerevangelização. Frei Bartolomeupassou a ser muito mais querido,mais amado.Em Viana, fomos surpreendidos com uma série de iniciativas que nãopartiram da Igreja, não partiram dadiocese, mas de organizações,entidades civis de todo o género.Foi uma altura em que não se podiavir

a Viana sem ficar a conheceralguma coisa do Beato Bartolomeudos Mártires. Ele continua na almadestas pessoas.Neste momento, estamos a tratar daetapa final do processo decanonização, estamos ainda arecolher material, sobretudo nesteano jubilar. Não seremos exaustivos,certamente, mas temos medo dedeixar de fora algo importante.Depois será elaborada a chamada‘positio’, que é aquilo que o Papanos exige neste momento,esperando pela decisão final, quena prática está tomada. É mais umaformalidade.Nós esperamos que no próximo mêstudo seja entregue em Roma todo omaterial que foi recolhido agora. Eutenho a esperança de que nopróximo ano pastoral (2016-2017), oúltimo de um triénio dedicado aBartolomeu dos Mártires –começamos pelo nascimento, depoispelos 450 anos da sua morte e parao ano seriam os 15 da beatificação– seja o coroar do projeto pastoral,com a sua canonização. Foi semdúvida uma graça que ele nosconcedeu.

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AE - O verde ajuda a definir o AltoMinho?AO - É, em toda a parte. Mesmoquando há fogos, o verde é tãoforte que depois irrompe. Podemosdizer que o verde é a cor do AltoMinho. AE - Depois há um rio que aqui sedespede em direção ao mar…AO - É verdade, o Lima condicionaesta cidade, como aliás todos osgrandes rios. Estou convencido deque se formou aqui uma povoaçãopor causa deste rio, compotencialidades

enormes. Sabemos que no séculoXVI, no tempo de Bartolomeudos Mártires, dizia-se que Viana doCastelo era a segunda Lisboa, osegundo maior porto do país. Daquipartiram muitos navios, mesmo nosDescobrimentos, depois para apovoação das terras descobertas econquistadas. O Rio Lima é, defacto, um elemento que condiciona acidade e é um dos títulos que se dáa Viana, ‘Princesa do Lima’.É um rio maravilhoso.

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AE - Junto à foz vemos ainda osEstaleiros Navais (de Viana), queestão a sofrer alguma ebulição…AO - Atenção. A empresa dosEstaleiros de Viana do Casteloacabou, ainda está num processode dissolução, mas na etapa final. Éum elemento, mais um, na históriadesta cidade, mas hoje essaempresa não existe. Claro que nóslamentamos, porque quando umaempresa fecha, há sempre umaperda.

Agora, a indústria de construçãonaval continua, uma empresa comcaraterísticas um tanto diferente daanterior, que foi nacionalizada,sobretudo na sua organização.Neste momento, temos umaempresa privada, mas a construção,a reparação naval continua emandamento, há quem diga até commuito mais força do que na partefinal da existência dos Estaleiros deViana do Castelo.

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Dar respostas aos idososO bispo emérito de Viana doCastelo que vive agora uma vida“mais tranquila e, essencialmente,sem responsabilidades”, numaanálise social alerta que Portugal, “acurto prazo”, precisa olhar comatenção para a 3.ª idade, “um gruposocial de grandes carências”.“Em Viana do Castelo tenhoconcelhos com mais de 60% depessoas maiores de 65 anos. Paraatender essas pessoas preciso deum staff para em cada cinco ter pelomenos um funcionário permanente”,comenta D. José Pedreira.À Agência ECCLESIA, o bispoemérito de Viana (1997-2010)alarga a análise e considera quePortugal a curto prazo, nos“próximos 20 anos”, vai ter“problemas muito sérios” com a 3.ªidade essencialmente por causa daquebra da natalidade.Outro problema que o entrevistadoidentifica é a falta de “estruturasestatais, da sociedade civil”, quesejam capazes de “responder àscarências que vão surgir” porquecom menor natalidade a populaçãodiminui e também “o número dosdisponíveis para o trabalho”.“É necessário ir buscar uma parcelagrande para cuidar da terceira

idade que, daqui a pouco tempo,passa a ser a parcela social maisalta. Estamos em 30% e daqui a 10anos são 40% ou mais”, alerta oprelado sobre “um problema muitosério”.Natural da diocese do Alto Minho, deGondomil, em Valença (1935), obispo emérito de Viana do Casteloconsidera que essa Igreja e a suapopulação é periférica dependendodo termo porque se for relacionadacom a capital portuguesa realmente“é muito longe de Lisboa”.“Se periférica é fora de uma zonaindustrializada, desenvolvida, éintermédia. Não é de interior emboraesteja junto do Atlântico, na silhuetada nação não é consideradainterior”, observou ainda.As declarações do preladorealizaram-se no contexto do‘Campus Misericórdia’, uma iniciativaintergeracional, que levou criançase jovens entre outras atividades aoslares onde contactaram compessoas da 3.ª idade, “um gruposocial de grandes carências, a maiorparte afetivas”, da incapacidade dasfamílias retribuírem o que lhes foidado e também “carênciaseconómicas”.D. José Pedreira recorreu àsociologia e destacou que umaforma de “aliviar

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a solidão” dos idosos é criar juntodos lares espaços de criançasporque a terceira idade que estáinstitucionalizada “hoje têm muitopouco contacto” com os netos, “amaior parte bisnetos”.Na casa sacerdotal da diocese,

o bispo emérito de Viana do Castelovive “mais” tranquilo e“essencialmente semresponsabilidades”, sem “apreocupação das horas, do ritmo, eserve a comunidade “sempre” quelhe pedem.

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Dinamismos, projetos e desafiosViana do castelo é uma diocesejovem (Papa Paulo VI, 03 denovembro de 1977).A Diocese (área do alto Minho) é oterreno de um dinamismo fresco,onde o Espírito Santo faz novidadesna atualidade. Diocese comespíritos empreendedores, não secansa de sugerir iniciativas e delevar ao esforço pastoral atividadesque dela vão dando uma imagemvoltada para o futuro. A galeria deseus bispos revela o ímpetorenovador que enobrece a suahistória.O impulso norteou primeiro paraestruturas físicas essenciais, oempenho nas primeiras décadas dacurta história (infraestruturas físicas,secretariados, departamentosdiocesanos, movimentos com apoiodiocesano), o que desde o iniciodemonstrou o vigor e a tenacidadede quantos se entregavam aotrabalho. Consolidou-se umarealidade que se impunhaestrutural. O Seminário foiconstruído com a participação detoda a grei, que sempre oconsiderou como seu Seminário,tendo passado por variadas figuras(Centro Paulo VI, colégio S.Teotónio em Monção, seminário-edifício junto ao campo

de futebol), coração sempre pujantede vida e de realizações, lugar dopalpitar do coração para a vida detodos, sempre visível e benéfico.Houve um tempo para estruturas deformação para leigos e clero, o queocupou a década de 90 do séculopassado. A energia desta dioceseaquilatou-se em planos de futuro,criando com o auxílio da Faculdadede Teologia de Braga, apossibilidade de fiéis formados quehoje fazem a formação das novasgerações em toda a diocese(Secretariado de Liturgia,Catequese no seu DepartamentoDiocesano do Ensino Religioso nasEscolas) e um núcleo de formaçãopermanente para o clero que aindahoje realiza o Fórum sacerdotal. Foia altura da criação do InstitutoCatólico, com iniciativas que abriramo presente século na vida daspessoas ali alicerçadas. A Dioceseconta com a realização do I Sínododiocesano, celebrando o seuprimeiro quarto de século.A vida atual é a de novasplataformas pastorais que cruzamgerações, que abrem novoscaminhos: na fidelidade à historia ena ousadia de programasinovadores, visualizam no presente

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uma evangelização renovada comsementes sempre prometedoras defuturo, no presente que se desejaviçoso e carregado de esperança.Catequese familiar em marcha emvárias paróquias, comunicaçãovirtual implementada, areópagosatuais de aprofundamento da fé,novo organigrama da geografiaparoquial: marcas e sinais dodinamismo que não enfraqueceu.Desafios hodiernos: o futuro demuitos minhotos enfrentando

a pobreza (evangelização eesperança), o desencanto domercado de trabalho (imaginação einclusão), a família como bênção(insistência no elementar), ocrescente rodopio de seitas e areligiosidade acrítica (formação eparticipação), a corresponsabilidadelaical (novo mapa dos serviçosparoquiais).O futuro projeta-se nas realizaçõesatuais.

José da Silva Lima

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Ser Igreja diocesanacom Frei Bartolomeu dos Mártires

A diocese de Viana do Casteloaproxima-se das comemorações dosquarenta anos da sua fundação porPaulo VI, com a bula Ad aptiorempopuli Dei, de 03 de Novembro de1977. Neste contexto, preparamostambém e aguardamos o anúncio dafeliz data da canonização doarcebispo Frei Bartolomeu dosMártires, que quis viver e morrer emViana da Foz do Lima.A ocasião, pois, é propícia paraolharmos para este luminar da Igrejaportuguesa e, com ele, identificar

duas áreas de força e dois desafiosda mais jovem diocese de Portugal. 1. O presbitério e os fiéis. Continuamos a ser uma dasdioceses portuguesas com opresbitério mais jovem e numeroso,em termos proporcionais. E é bonitoparticipar nas reuniões arciprestaise celebrações diocesanas ondereina uma grande fraternidade entreos padres mais novos e os padresmais “presbíteros”, isto é, anciãos.As nossas assembleias

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dominicais são ainda das maisparticipadas em Portugal e não setrata apenas do chavão dospraticantes com baixo nível deliteracia: muitos dos nossos crentesvivem, estudam e trabalham emvários pontos do país e regressam àparóquia aos Domingos. Graças aDeus, temos um bom número deseminaristas menores e maioresque são uma promessa de Deus euma alegria para a nossa diocese.Mas temos ainda muita necessidadede promover uma fé esclarecida ede aceitarmos todos – padres eleigos – o paradigma da formaçãopermanente. A maior acção de FreiBartolomeu foi a pregação. Nela segastou e por ela consumiu agarganta e as mãos com queescreveu o Catecismo, as PráticasEspirituais, o Estímulo de Pastores,o Comentário aos Salmos… Nãosão as suas relíquias, mas as suasobras que temos de passar de mãosem mãos; a sua doutrina – não osseus despojos – são a maiorherança que nos deixou. E temosdificuldade em compreender, aceitare amar este facto. É verdade que opovo já não grita “benta seja asanta Trindade, irmã de nossaSenhora”, mas a religiosidadepopular só por si não é garantia devida cristã. 2. A unidade da igrejadiocesanaUma certa ideia poética faz pensarque a unidade eclesial consiste

na ausência de tensões. Pensarassim é ignorar as Escrituras(sobretudo os Evangelhos e osActos). A unidade não é umsentimento de harmonia psicológica;é um dom do Espírito Santo que setorna evidente quando as diferençase as fragilidades não são obstáculopara o trabalho em comunhão. E,nesse sentido, podemos dizer quevivemos em profunda comunhão. Asexcepções confirmam a regra, comoem todo o mundo, como no livro dosActos…Por outro lado, a breve história danossa diocese faz que muitosalimentem a ilusão de que o fortesentimento identitário (tantas vezesexacerbado e pouco cristão) doutrasdioceses se consolidou em menosde quarenta anos… Frei Bartolomeupercorreu por inteiro a sua diocesepara aplicar o concílio e construir aunidade, teve que enfrentar ocabido bracarense para fundar oseminário e quis sessentaquilómetros de distância entre oColégio dos jesuítas e o Conventodominicano...Neste momento favorável que Deusnos concede, celebramos comalegria a condição de povoperegrino de Deus entre o Minho eo Lima. Mas ainda não chegamos ameta, da mesma forma que o rio nãoacaba de chegar ao mar.

P. Pablo Lima

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Acreditar no «positivo» e na«disponibilidade» dos jovens

O diretor do SecretariadoDiocesano da Pastoral Juvenil deViana do Castelo não esconde que“seja difícil trabalhar com ajuventude”, mais concretamente“cativar, manter”,

mas não concorda que Deus não diznada aos jovens.“Acredito no lado positivo, nadisponibilidade dos jovens, napresença dos jovens e eles

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quando marcam presença são defacto de valor, é marcante”, analisao padre José Domingos Meira.À Agência ECCLESIA, o sacerdote apartir da sua experiência nãoconcorda quando se diz que paramuito jovens Deus não lhes diznada, pelo menos que seja de “umaforma tão geral, tão negativa”.Numa entrevista no contexto do DiaDiocesano da Juventude, realizadono âmbito da iniciativaintergeracional ‘CampusMisericórdia’, o diretor doSecretariado Diocesano da PastoralJuvenil de Viana do Castelo nãoesconde que “é difícil” manter dosjovens uma “presença ativa efrequente” mas destaca os gruposjuvenis existentes e ainda que “vãosurgindo novos”.“Temos ainda a adesão viva da

diocese às iniciativas com ajuventude, a oração mensal deTaizé, o caminho de preparaçãopara os encontros diocesanos,nacionais e mesmo a JornadaMundial da Juventude(JMJ)”, esenvolve.No contexto da JMJ, o encontromundial de jovens com o Papa, queeste ano se realiza em Cracóvia,capital da Polónia, o padre JoséDomingos Meira destaca queFrancisco é uma “estrela” para ajuventude.“Penso que já antes da JornadaMundial do Rio de Janeiro (2013).Na JMJ do Rio para os participantese quem acompanhou de perto, aspalavras que dirigiu aos jovensforam marcantes, sem dúvida”,recorda o responsável pela PastoralJuvenil na Diocese de Viana doCastelo.

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Campo da Misericórdia

A Diocese de Viana do Casteloenvolveu este sábado e domingocerca de mil jovens, adultos eidosos na primeira edição do“Campus Misericordiae”, iniciativainserida neste Ano da Misericórdia.Em entrevista à Agência ECCLESIA,o padre Vasco Gonçalves, vigárioepiscopal da Evangelização eDoutrina da Fé, destaca aimportância de fazer “renascer” acomunidade local “como Igrejacomprometida, que vai

ao encontro do mundo de hoje equer ser rosto da misericórdia”.Num evento “intergeracional”, comparticipantes dos 15 aos 90 anos,houve tempo para o convívio e paraa música de inspiração cristã, para a“atenção aos mais frágeis”, e para aformação e oração. “Se nãoapostarmos na formação, não sódas crianças e adolescentes mastambém dos adultos, nuncachegaremos a renovar esta nossaIgreja”, frisa o

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sacerdote, para quem “o ladoemotivo” da fé “é importante” mas épreciso criar espaço para uma “férefletida”.Uma fé que vá além das “tradições”e que permita contrariar a“secularização da sociedade”.Muitas vezes, realça o padre VascoGonçalves, “pressupomos” que ocontexto onde estamos “ainda temalgo de fé” quando “afinal não temnada a ver com o Evangelho, navida não tem uma ação concreta”.É preciso “construir este homemnovo, iluminado pelo rosto damisericórdia de Deus”, frisa aqueleresponsável.Durante os dois dias do “CampusMisericordiae”, no Centro PastoralPaulo VI, em Darque, osparticipantes tiveram acesso adiversos workshops, visitaraminstituições de caridade e pessoasmais necessitadas, viveram temposde vigília e de reconciliação.Juntaram-se todos ainda para umaperegrinação até à Catedral deViana do Castelo, designada como“porta santa” no contexto do Jubileuda Misericórdia.Nessa caminhada, passaram peloRio Lima, cuja água simboliza a“purificação” e o “batismo” mastambém o “esquecer do Homemvelho, de uma diocese que tambémtem as suas fragilidades”, apontou

o padre Vasco Gonçalves.Para a professora Lígia Pereira, queintegrou a organização do Campus,foi motivo de esperança ver tantosjovens presentes, “com muitavontade de lutar e viver uma Igrejacom força de missão e que cheguea todos”. A docente dá comoexemplo uma realidade que bemconhece, da disciplina de EducaçãoMoral e Religiosa Católica.“Muitos dos alunos que temos, émesmo por uma opção pessoal, apartir dos 16 anos são eles queescolhem e que preferem lá estar,alguns sem serem batizados mascontinuam a optar e querem ir poraquele caminho, estar nas aulas, eassim se afirmam”, complementa.

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Bartolomeu dos Mártires

O bispo de Viana do Castelo esperaque frei Bartolomeu dos Mártires(1514-1590) possa ser canonizadoaté ao final do Jubileu daMisericórdia, convocado pelo Papa(20 de novembro de 2016).“Esperemos agora que acanonização, cumpridas asformalidades ainda exigidas, venhaa realizar-se no presente Ano Santoda Misericórdia”, escreveu D.Anacleto Oliveira, numacomunicação aos diocesanos deViana do Castelo sobre o processode canonização.O Papa Francisco aceitou o pedidode canonização de Bartolomeu dos

Mártires “sem a necessidade demais um milagre divino concedidopor sua intercessão”.Trata-se de uma ‘canonizaçãoequipolente’, processo a que o PapaFrancisco tem recorridos emdiversas ocasiões, é um processoinstituído no século XVIII por BentoXIV, através do qual o Papa vinculaa Igreja como um todo para queobserve a veneração de um Servode Deus ainda não canonizado pelainserção de sua festividade nocalendário litúrgico da Igrejauniversal, com Missa e Ofício Divino.

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“O que os vianenses, desde a suamorte, se habituaram a chamar-lhe— ‘Arcebispo Santo’ —passará,dentro em breve e se Deus o quiser,a ser finalmente reconhecido portoda a Igreja”, precisa D. AnacletoOliveira.O prelado recorda que a oraçãopela canonização de Bartolomeudos Mártires foi um dos motivos dorecente ano jubilar em que secomemoraram os 500 anos do seunascimento.Frei Bartolomeu, nascido em Lisboa,foi arcebispo de Braga e tambémresponsável pelo território que hojecompreende as dioceses de Vianado Castelo, Bragança-Miranda eVila Real. Foi declarado venerável a23 de março de 1845, pelo PapaGregório XVI e beato a 4 denovembro de 2001, pelo Papa JoãoPaulo II.A 1 de maio de 2014, a ConferênciaEpiscopal Portuguesa publicou umanota pelos 500 anos de nascimentodo futuro santo, que se encontrasepultado em Viana do Castelo, noConvento de São Domingos que elepróprio mandou construir e onde serecolheu até à sua morte em 16 dejulho de 1590.“Há pessoas que, pelos princípios evalores que pautaram as suasvidas, são permanentes modelosde

referência de todos os tempos. OBeato Bartolomeu, tendo vivido emtempos de uma enorme criseepocal, dentro e fora da Igreja, podee deve ser visto como testemunhapara acreditarmos que aevangelização e as reformas naIgreja não só são necessárias comopossíveis”, refere o documento daConferência Episcopal Portuguesa.O Município e a Diocese de Vianado Castelo comemoraram o 500.ºAniversário do nascimento do BeatoBartolomeu dos Mártires até 18 julho2015, de forma a dar a conhecer oseu legado e promover a causa dacanonização.

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Leigos onlinehttp://www.leigos.pt/ Celebrou-se na semana passada,entre 15 e 22 de maio, mais umasemana da vida. Esta semana já écomemorada desde 1994 sendoorganizada pela ConferênciaEpiscopal Portuguesa, através daComissão Episcopal para o laicadoe família. “Esta iniciativa vem nasequência do apelo lançado em1991 pelo Papa João Paulo II, naEncíclica O Evangelho da Vidasobre o valor e a inviolabilidade davida humana, ao propor umacelebração que tenha por objetivo«suscitar nas consciências, nasfamílias, na Igreja e na sociedade, oreconhecimento do sentido e valorda vida humana em todos os seusmomentos e condições,concentrando a atenção de modoespecial na gravidade do aborto eda eutanásia, sem contudomenosprezar os outros momentos easpetos da vida…» (EV 85).”Assim esta semana a minhaproposta passa por uma visita aosítio da comissão episcopalresponsável pela organização destasemana na qual está inserida acelebração do Dia Mundial daFamília (15 de Maio).

Ao digitarmos o endereçowww.leigos.pt encontramos umespaço eminentemente informativo,apresentando uma estrutura eambiente tradicionais, não fugindoaos cânones habituais. Na páginaprincipal além do menu encontramosas últimas notícias inseridas e aindaalgumas sugestões para outrossítios relacionados.Ao clicarmos em comissão podemosver quem são os elementos que acompõem e perceber que a suafinalidade passa pelo“acompanhamento das associaçõesde fiéis na área do Apostolado dosLeigos (Movimentos Eclesiais, NovasComunidades, Obras de Apostolado,etc.) e a promoção da Pastoral nasáreas da Família, da Juventude e doEnsino Superior”.Em “família”, ficamos a perceber queesta área engloba a área dapastoral familiar e que é formada“por um grupo de pessoas comexperiência de trabalho nasquestões da Família”.Na opção “juventude”, descobrimosque aí se enquadram as váriasiniciativas no campo juvenil sendocoordenadas pelo Departamento

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Nacional da Pastoral Juvenil(DNPJ).Por último, em ensino superior,ficamos ainda a saber que estacomissão episcopal é tambémresponsável pelo sector da pastoraldo ensino superior integrando tantoos alunos bem como os seusdocentes.Tendo em conta que a semana davida deve ser vivenciada ao longode todo

o ano aqui fica o desafio deacederem a este espaço. Porquepara, além de consultarem osconteúdos apresentados, podemtambém ver os materiais relativos aesta semana que teve como mote“cuidar da vida: a Terra é a nossacasa”.

Fernando Cassola [email protected]

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Mural dos Valores

Os alunos de Educação Moral eReligiosa Católica (EMRC), doAgrupamento de Escolas Dr. RamiroSalgado - Torre de Moncorvo,escreveram ‘Mural dos Valores’,uma obra poética. Num comunicadoenviado à Agência ECCLESIA, oprofessor Mário Rodrigues informaque o projeto do ‘Mural’ nasceu

no início do atual ano letivo e“desenvolveu-se nas aulas” com oempenho dos alunos que “souberamtrabalhar em equipa, em união efraternidade”, algo que “nem sempreé fácil” quando um poema é escrito,por exemplo, “a quatro ou cincomãos”.“Neste ano da Misericórdia,lembramos os valores inerentes à fé

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cristã que nos elevam à grandezada ajuda ao próximo, à prática dobem e à multiplicação do amorporque cada um de nós é o rosto eas mãos de Deus a atuar nahistória”, assinala o docente deEMRC, no prefácio da obra.A nova publicação apresenta ummural de valores que fazem aspessoas “mais justas ehumanamente mais ricas eautênticas”, a partir das“experiências de encontro e de

diálogo interpessoais” que criam eque vai marcar o ser humano para“laços fruto da amizade, comunhãoe cooperação”.O comunicado sublinha que livro‘Mural dos Valores’ dos alunos deEMRC do Agrupamento de EscolasDr. Ramiro Salgado - Torre deMoncorvo é um mural que foiconstruído “tijolo a tijolo, palavra apalavra, rima por cima de rima,poemas e mais poemas”.

O novo livro do padre Jesuíta Vasco Pinto de Magalhães foi apresentadoesta quarta-feira, no Palácio D. Amélia, em Lisboa. ‘Olhar para Maria ever a Igreja’, sobre a vida e missão de Maria de Nazaré e com ilustradocom desenhos do autor, tem a chancela Edições Tenacitas.O padre Vasco Pinto de Magalhães nasceu em Lisboa, em 1941, e entrouna Companhia de Jesus em 1965; É licenciado em Filosofia pelaUniversidade Católica e em Teologia pela Universidade Gregoriana(Roma), É autor, entre outros, de «Vocação e Vocações Pessoais», «OOlhar e o Ver», e «Nem Quero Crer».«Um novo e esperado livro do conhecido jesuíta Vasco Pinto deMagalhães, dedicado à vida e missão de Maria de Nazaré, ilustrado comdesenhos do autor. A vida, missão e lugar de Maria de Nazaré na históriada humanidade fazem reconhecer nela o modelo exemplar do que cadaum de nós e todos nós, a Igreja, deve ser, para ser quem é. Por issodizemos dela que é “Nossa Senhora” e o nosso desejo de a conhecermelhor. É esse o propósito do presente livro»

(Edições Tenacitas)

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II Concílio do Vaticano:«Transferências» e novos bispos noepiscopado português (I)

Após o encerramento do II Concílio do Vaticano(dezembro de 1965), num curto período de tempo (23de janeiro a 28 de fevereiro de 1966) foi assinaladopelo fato de seis bispos portugueses terem tomadoposse de seus novos cargos, o que pode serinterpretado como sintoma e esperança de renovaçãopastoral.Quando entrou, a 30 de janeiro de 1966, na Diocesedo Algarve, D. Júlio Tavares Rebimbas (Bunheiro,Murtosa, 21 de Janeiro de 1922 - Porto, 6 deDezembro de 2010) deixou vários apelos e as suaspalavras “comoveram profundamente muitossacerdotes e fiéis algarvios” (Boletim de InformaçãoPastoral – Ano VIII – Nº 46-47 – Página 58). “Eu queroser, irmãos, e queria que vós pudésseis sempre verem mim, como é a vontade de Deus, não um senhor,mas o vosso servo”, disse o bispo.Nesta apologia de serviço, D. Júlio Tavares Rebimbasprometeu estimular os algarvios da sua “condiçãocristã a darem-se à atividade apostólica emissionária”. Através desta dimensão, o bispo doAlgarve compreende as “fraquezas” dos católicos etambém as suas “porque eu também as tenho”,sublinhou o prelado quando entrou na diocese mais asul de Portugal. “Somos homens de Deus ao serviçodos irmãos. Porque somos homens e não anjos,temos fraquezas inerentes à condição humana ehavemos de ter, mutuamente, inteligência e coraçãocapazes de entender, perdoar e amar sempre”.Finalmente, D. Júlio Tavares Rebimbas referiu-se aoproblema “número um da Diocese do Algarve, a faltade clero” (Boletim de Informação Pastoral – Ano VIII –Nº 46-47 – Página 58). Nas suas palavras, o prelado

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salientou que “a linha atual dosproblemas da Diocese do Algarve,por vários que sejam, toma a suaforma mais destacada na falta desacerdotes”. É este um “problemachave”, paradoxalmente causa eefeito de muitos outros. Conformefor “debelado crescerá a vida cristãe, aumentando esta, crescerão ossacerdotes”, desejava D. JúlioTavares Rebimbas.Com cerca de 315 mil habitantes,“dos quais se declaram católicos311 mil

e 62 sacerdotes”, a diocese algarviavivia com poucas vocaçõessacerdotais. Esta relação de númeroé “esclarecedora e é motivo demeditação para os que na diocesesão responsáveis e para todos oscristãos. E é apelo de sentidoconciliar, permanente estender demãos, a quantos, fora dela, sãoresponsáveis pela Igreja emPortugal”. Na próxima semanafalaremos de outras «entradas» nasdioceses portuguesas.

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Maio 2016 28 de maio. Portalegre - Dia Diocesano doRenovamento Carismático . Porto - Casa de Vilar - Encontrodiocesano das associações,movimentos e obras orientado po D.António Bessa Taipa, bispo auxiliardo Porto. . Évora - Vila Viçosa - Peregrinação das Famílias da Arquidiocese deÉvora ao Santuário de Vila Viçosa. . Cidade do Vaticano, 11h00 - Aestação de caminho-de-ferro daCidade do Vaticano vai receber o‘Comboio das Crianças’, levandocerca de 400 meninos e meninas daCalábria (Itália) ao encontro doPapa. . Leiria - Batalha (auditório domosteiro), 16h00 - Conferênciasobre «Reflexões sobre a históriade Portugal à luz da História daEuropa» por Diogo Freitas doAmaral

29 de maio. Fátima - Peregrinação de surdosportugueses, organizada pelo Grupode Intérpretes de LinguagemGestual Portuguesa e as Irmãs daAliança de Santa Maria. . Coimbra - Mosteiro de SantaClara-a-Nova - A Confraria daRainha Santa Isabel e GrupoFolclórico de Coimbra organizam,dia 29 deste mês, no Mosteiro deSanta Clara-a-Nova, um workshopde doces conventuais. . Vaticano - Praça de São Pedro,10h30 - Papa Francisco preside aojubileu dos diáconos . Algarve – Silves, 16h00 - Reabertura da Igreja de Pêra(Silves) com celebração presididapor D. Manuel Quintas, bispo doAlgarve. 31 de maio. Lisboa - Museu Nacional do CNE - Encerramento da exposição «90Anos Sempre Mais Além» promovidapelo Corpo Nacional de Escutas

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. Aveiro - Oliveira do Bairro, 09h30 - Encontro interescolas de EducaçãoMoral e Religiosa Católica daDiocese de Aveiro com tema «EMRCfaz-te próximo». 01 de junho. Aveiro - Conselho presbiteral. Fátima - Congresso da União dasMisericórdias Portuguesas ? terminaa 04 de junho . Holanda ? Groningen - Cáritas deCoimbra apresenta o projeto deenvelhecimento ativo «GrowMeUp»na Holanda na conferênciainternacional «Building the Future ofHealth».

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Fátima recebe hojea XVI Edição do InterescolasNacional do 1º Ciclo subordinada ao tema "ConTigosou + Feliz". A iniciativa vai contar com cerca de 4000alunos que frequentam a disciplina em todo o país, epretende ser um momento de "muita alegria, festa ecor", realça Fernando Moita, coordenador doDepartamento da EMRC no SNEC. Milhares de pessoas da Arquidiocese de Évora vãofazer-se no dia 28 de maio à estrada, para aPeregrinação das Famílias ao Santuário de NossaSenhora da Conceição, em Vila Viçosa. A Casa de Vilar recebe este sábado o Encontrodiocesano das associações, movimentos e obrasorientado por D. António Bessa Taipa, bispo auxiliar doPorto. O Santuário de Fátima vai acolher este domingo umaperegrinação de surdos portugueses, numa atividadeorganizada em parceria com o seu Grupo deIntérpretes de Linguagem Gestual Portuguesa e comas Irmãs da Aliança de Santa Maria. O encontro interescolas de Educação Moral eReligiosa Católica (EMRC) da Diocese de Aveiro temcomo tema ‘EMRC faz-te próximo’ e a organizaçãoespera cerca de quatro mil alunos, a partir das 09h30de 31 de maio, em Oliveira do Bairro.

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Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h00Transmissão damissa dominical

10h30 - Oitavo Dia 11h00 -Transmissão missa

Domingo: 10h00 - ODia do Senhor; 11h00- Eucaristia; 23h30 -Ventos e Marés;segunda a sexta-feira:6h57 - Sementes dereflexão; 7h55 -Oração daManhã; 12h00 -Angelus; 18h30 -Terço; 23h57-Meditando; sábado:23h30 - TerraPrometida.

RTP2, 13h30Domingo, 22 de maio - Noslugares daBíblia: Referências históriase geográficas que ensinam aler os textos sagrados. Segunda-feira, dia 23 - Entrevista a João Delicado. Terça-feira, dia 24 -Informação e entrevista aJosé Leitão sobre asconferências do CRC. Quarta-feira, dia 25 -Informação e entrevista ao Cónego Luís Alberto sobrea procissão de Corpo de Deus em Lisboa Quinta-feira, dia 26 - Informação e entrevista aopadre Manuel Morujão sobre a Solenidade do Corpode Deus. Sexta-feira, dia 27 - Análise à liturgia de domingopelo padre Armindo e frei José Nunes. Antena 1Domingo, dia 22 de maio - 06h00 - Peregrinação de13 de maio de 2016: Consagração de Portugal eNossa Senhora e encerramento da visita da ImagemPeregrina às dioceses portuguesas. Segunda a sexta-feira, 23 a 27 de maio - 22h45 - AImagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima nasDioceses de Portugal - Coimbra; Viana do Castelo;Évora; Beja e Setúbal

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Ano C – 9.º Domingo do TempoComum Neste 9.º domingo do tempo comum, o Evangelho

apresenta-nos a figura de um centurião romano quese dirige a Jesus para que salve o seu servo, queestava muito doente. É impressionante este relato emque o centurião, amigo dos judeus pois até lhesconstruiu a sinagoga, pede a alguns anciãos dosjudeus para interceder junto de Jesus pela cura doservo a quem muito estimava. E quando Jesus sedirige para a sua casa, manda alguns amigos dizerpara não entrar, pois basta-lhe a sua palavra para queaconteça a cura.Temos aqui uma relação muito estreita e concretaentre a fé e a palavra de Jesus, que se enche deadmiração pela fé deste homem a ponto de dizer quenem em Israel encontrou tão grande fé. E tudo nainfinita misericórdia e compaixão de Jesus para com oservo e o seu senhor. Este centurião, homem degrande fé, para mais estrangeiro à raça de Israel eaos seus cultos, aponta-nos o sentido da nossa fé,sempre em profunda intimidade com a Palavra e naatenção dedicada a quem precisa do nosso amor.«Senhor, eu não sou digno de que entreis em minhamorada, mas dizei uma palavra e serei salvo»: são aspalavras do centurião que dizemos antes decomungarmos em cada Eucaristia que celebramos. Éprofundamente eucarístico este encontro entre ocenturião que acredita sem mais em Jesus, sem o ver,e a palavra de Jesus, proclamada também sem ver ocenturião. A Eucaristia, celebrada, adorada equotidianamente vivida, não é mais do que umencontro como este.Às vezes pergunto-me se nós, cristãos de hoje, queandamos enfarinhados nas coisas de Deus, nasliturgias bem aprumadas e em longas orações,assumimos em todo o nosso ser a causa de Deus naliturgia quotidiana

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da nossa vida. Pergunto-me sebasta a Palavra para a fé, ou aindaprocuramos outros sinais quepodem parecer importantes masnão essenciais. Pergunto-me seandamos no único Evangelho queconta, o de Jesus Cristo, ounavegamos noutros evangelhos;assim nos provoca Paulo nasegunda leitura da Carta aosGálatas. Pergunto-me se habitamose conhecemos o nome de Deus elhe oramos com plena escuta donosso ser ou entretemo-nos comoutros nomes e repetidas oraçõesque apenas passam pelo ouvido;assim nosinterpela a primeira leiturado Primeiro Livro dos Reis.

Toda a liturgia deste domingo noscoloca nesta centralidade em Jesusque a todos se dá, sem exceção esem olhar a quem, exigindo aadesão plena à sua Pessoa a quemo quiser seguir como discípulomissionário. Uma adesão de fécentrada no amor misericordioso deDeus em Jesus Cristo, que há trêsdias celebrámos na Solenidade doSantíssimo Corpo e Sangue deCristo e que na próxima semanavamos intensamente viver naSolenidade do Sagrado Coração.

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.org

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Jubileu das Misericórdias,Confrarias e Irmandades em Braga

O arcebispo de Braga destacou aimportância das Misericórdias,Confrarias e Irmandades nasociedade e na Igreja na celebraçãodo seu jubileu, a 21 de maio, noSantuário do Sameiro. Emdeclarações à Agência ECCLESIA,D. Jorge Ortiga destacou que asMisericórdias, Confrarias eIrmandades são “essenciais”embora

a dimensão associativa dos cristãostenha “diminuído imenso” e “muitas”confrarias se tenham perdido.“Esta nova caracterizaçãosociológica do tempo em quevivemos as pessoas dispersam-se enão querem assumir compromissos”,lamentou o prelado, assinalandoque mesmo assim, nascomunidades/paróquias existem

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essas associações de fiéis,confrarias nos 14 arciprestados daarquidiocese, onde também contamcom 17 Santas Casas daMisericórdia.“Desempenham um papelimportante porque, de harmoniacom os estatutos, têm determinadosobjetivos e finalidades. Algumas deordem religiosa, que é muitoimportante de ligação afetiva dosirmãos e irmãs mas depois outroscompromissos mais exteriores,realização de festas, um papeltambém de formação ecompromisso”, desenvolveu oarcebispo de Braga, no Jubileu dasMisericórdias, Confrarias eIrmandades.Num encontro realizado, no âmbitodo Jubileu da Misericórdia que aIgreja Universal celebra até 20 denovembro, com “quase 200associações de fiéis”, que D. JorgeOrtiga explica que prepararam umencontro onde a “dimensão daformação” tem

destaque porque querem“insistir que os cristãos hoje seassociem e na sociedade procuremtrabalhar e atingir os objetivos queos estatutos sugerem”.O prelado, que é também opresidente da Comissão Episcopalda Pastoral Social e MobilidadeHumana, comentou ainda o “papelimprescindível” das Santas Casasda Misericórdia na sociedadeportuguesa que aliam à história“juventude e pujança” nas suasdiversas áreas – idosos, crianças,mais frágeis, mais abandonados – e“procuram viver a própria fé” nessavertente com “um Deus com rostomisericordioso”.“É uma autêntica aventura,infelizmente extremamentenecessária perante as necessidadesque caracterizam a população danossa sociedade e é uma maneirada Igreja responder”, acrescentou oarcebispo de Braga.

O bispo de Leiria-Fátima vai presidir ao Jubileu das Vocações, paracasais, sacerdotes e religiosos, no Santuário da Cova da Iria, a 4 dejunho, e do programa destaca-se a Eucaristia na Basílica da SantíssimaTrindade, convívio e testemunhos. “Há momentos grandes na vida detodas as pessoas. Há festas importantes em cada família ou comunidade.São “marcos” – que deixam marcas – na história da vida pessoal, familiare comunitária que merecem e requerem ser evocados, celebrados,rezados e meditados à luz da fé, em Igreja”, escreveu D. António Marto noconvite para a celebração.

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Equador: Vidas desfeitas num abalo de apenas 50segundos

Sobreviver à tragédiaDurante 50 segundos a terratremeu tanto que ninguémacreditou que iria sobreviver.Foram instantes trágicos quepareceram eternidades. Ossismógrafos assinalaram umaintensidade de 7,8 na escala deRichter. Ainda hoje, mais detrinta dias depois desteterramoto há populaçõesinteiras, no Equador, queprecisam da nossa ajuda O dia de sábado, 16 de Abril, ficarápara sempre na memória de todosos que sobreviveram ao terramoto.Os prédios colapsaram comestrondo, as ruas esventraram-seem fendas que pareciam quererengolir tudo à sua volta. Naquelessegundos em que a terra tremeu noEquador, deixou de haver ricos oupobres, novos ou velhos, indigentesou poderosos. Todos ficaram àmercê dos caprichos da natureza.Ainda hoje, passados mais de 30dias, as marcas da tragédia estãopor toda a parte, como se ninguémtivesse coragem para varrer osescombros que escondem aslágrimas. D. Lourenço Voltoliniestava na capela de um bairro naperiferia da cidade de Portoviejo,quando

a terra tremeu. “Estava na sacristia.Para não cair, tive que me seguraraos batentes da porta. Os fiéis queainda estavam na igreja caíram nochão, e a electricidade faltou logo”,recorda. A casa do bispo, queresistiu ao terremoto, foitransformada em hospital decampanha. Era necessário socorreros feridos, ajudar as pessoas. As Irmãs de CanoaAs autoridades falam em quase 700mortos, 31 desaparecidos, mais detrês mil desalojados, centenas deedifícios destruídos. A devastaçãoem Canoa foi tão grande queparece uma zona de guerra. Nestapovoação vivem as MissionáriasFranciscanas de Maria Auxiliadora.Em vários quilómetros em redor,elas são, há já muitos anos, a únicapresença da Igreja. São elas quecelebram casamentos, baptizados eoutros sacramentos. Mas, maisimportante ainda, é a presençaamável destas mulheres que sefizeram pobres como os que vivemna aldeia. Agora, também elas estãode mãos vazias. Por ali, ninguémousa imaginar que, um dia, estasirmãs possam

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abandonar a aldeia. “Se elaspartirem, é Deus que se vaiembora”, diz um dos habitantes.Perante a magnitude da tragédia, aFundação AIS deslocou de imediatouma equipa para os locais maisafectados, para se coordenarmelhor o envio das ajudas deemergência. O terramoto de 16 deAbril encheu de lágrimas a vida decentenas de pessoas. Agora, énecessário reconstruir tudo. A Igrejaestá na linha da frente desteprocesso. Os apoios de emergênciaque a Fundação AIS tem feitochegar ao

Equador têm-se reveladoessenciais. O Arcebispo dePortoviejo diz mesmo que esta temsido uma ajuda essencial. “Estamosmuito agradecidos pelasolidariedade da AIS, com a qualtemos conseguido comprar água,alimentos e roupa para as pessoasque agora vivem na rua”. Mas épreciso ir mais além, diz. “Temos dereconstruir o país. Nós perdemostudo… Estamos de mãos vazias.” Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

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Igreja traduz-se por Missão

Tony Neves Espiritano

O Papa Francisco não perde oportunidades deapelar á misericórdia. Na sua mensagem para oDia Mundial das Missões, simbolicamentepublicada no dia de Pentecostes, cruza a Missãocom a Misericórdia. Pede-nos para olhar a‘Missão ad gentes como uma grande, imensaobra de misericórdia, quer espiritual quermaterial’.O Papa convida a ‘sair ’, como ‘discípulosmissionários’, ‘pondo cada um a render os seustalentos, a sua criatividade, a sua sabedoria eexperiência para levar a mensagem da ternura ecompaixão de Deus á família humana inteira’.Repete uma afirmação que, na boca e pena doPapa Francisco, já se torna ‘viral’: ‘Jesusaproxima-Se de quem passa necessidade paraestar perto de todos, sobretudo dos pobres’.Há afirmações que permitem novos olhares:‘Sinal eloquente do amor materno de Deus é umaconsiderável e crescente presença feminina nomundo missionário, ao lado da presençamasculina’.A Mensagem fala de uma evangelização integralque inclui o anúncio do Evangelho, mas tambéminvestimentos na educação, na saúde, nodesenvolvimento, na sensibilização para orespeito e vivência dos direitos humanos. Oscompromissos ‘ditos’ sociais ajudam a construirum mundo mais humano, fraterno e cristão. Éuma exigência para quantos se dizem seguidoresde Cristo.

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A Missão é urgente, pois ‘cada povoe cultura tem direito de receber amensagem da salvação, que é domde Deus para todos’.O empenho no âmbito da ‘justiça epaz’ é também espaço de Missãohoje. Lembra o Papa: ‘Osmissionários sabem, porexperiência, que o Evangelho doperdão e da misericórdia pode levaralegria e reconciliação, justiça e paz’.A ida às periferias e margens – ideiatão querida do Papa Francisco –aparece como convite renovado auma ‘saída missionária’ da Igreja.

Porque todos precisamos demodelos a seguir, a Mensagemconclui com uma focagem em Maria,‘ícone sublime da humanidaderedimida, modelo missionário para aIgreja’.O Dia Mundial das Missões é só a23 de Outubro. Mas ler e reler estaspropostas do Papa Francisco, naMensagem ‘Igreja Missionária,testemunha de Misericórdia’ ajudaráa criar ambiente para que as nossasvidas e comunidades sejam cadavez mais abertas, ousadas emissionárias. Fica o desafio.

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