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PBA PLANO BÁSICO DE CONTROLE E MONITORAMENTO AMBIENTAL LT 500 kV SE Gilbués - SE São João do Piauí

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PBA

PLANO BÁSICO DE

CONTROLE

E MONITORAMENTO

AMBIENTAL

LT 500 kV SE Gilbués - SE São João

do Piauí

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 2

Sumário

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3

2. DADOS BÁSICOS DO EMPREENDIMENTO ......................................................... 4

3. DESCRIÇÃO DOS PROGRAMAS .......................................................................... 5

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA .................................................................. 6

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ............................................................. 18

PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ............................................................. 23

PROGRAMA DE INDENIZAÇÃO E REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA ....................... 36

PROGRAMA DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR ............................... 42

PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO DA FLORA E FAUNA ......................................... 50

Subprograma de Monitoramento da Fauna e da Flora – PMFF ......................... 51

Subprograma de Afugentamento de Fauna – PAF ............................................. 53

Subprograma de Resgate de Germoplasma – PRG ........................................... 54

PROGRAMA DE SUPRESSÃO DA VEGETAÇÃO ..................................................... 57

PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS-PRAD ...................... 77

PROGRAMA DE GESTÃO DE ÁREAS COM ATIVIDADES MINERÁRIAS .............. 95

PROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTENÇÃO DE PROCESSOS

EROSIVOS .............................................................................................................. 101

PROGRAMA DE CONTROLE DE RESÍDUOS SÓLIDOS E LÍQUIDOS ................. 112

PROGRAMA AMBIENTAL PARA A CONSTRUÇÃO – PAC .................................. 128

PROGRAMA DE PROSPECÇÃO, RESGATE ARQUEOLÓGICO E EDUCAÇÃO

PATRIMONIAL ........................................................................................................ 163

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1. INTRODUÇÃO

Este documento, integrante do processo de Licenciamento Ambiental,

apresenta o Plano Básico Ambiental – PBA relativo às obras de implantação da

Linha de Transmissão em 500 kV – SE Gilbués/SE São João do Piauí.

O Plano Básico Ambiental tem por objetivo a continuidade do processo de

Licenciamento Ambiental, apresentando os planos e programas ambientais a serem

executados durante a construção do referido empreendimento, conforme determina

a legislação em vigor, para obtenção da Licença de Instalação – LI junto a Secretaria

Estadual de Recursos Hídricos e Meio Ambiente – SEMAR-PI.

Este conjunto de programas, com suas respectivas medidas preventivas,

mitigadoras e/ou compensatórias é abrangente e certamente garantirá que todos os

impactos diretos e indiretos do Empreendimento sejam de alguma forma

preventivamente atacados, mitigados e/ou compensados.

Para todos os impactos ambientais identificados nos meios físico, biótico e

sócioeconômico, foram apresentadas medidas de prevenção, mitigação e/ou

compensação, reunidas em 13 Programas Ambientais, dispondo, cada um deles, do

seguinte conteúdo: introdução, objetivo, base legal (quando for o caso), público alvo,

ações, equipe técnica responsável pela execução do programa e cronograma de

execução.

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2. DADOS BÁSICOS DO EMPREENDIMENTO

Identificação Do Empreendedor

Razão Social: SÃO JOÃO TRANSMISSORA DE ENERGIA S/A

CNPJ: 18.314.074/0001-68

Endereço: Av. Miguel Sutil, 8695 – 2º andar, Sala 5 – Bairro Duque de Caxias –

Cuiabá-MT

CEP: 78043-305

Telefone: (65) 3051-6100

Representante Legal: Fernando Robério de Borges Garcia – Diretor

CPF: 098.449.451-00

Telefone: (65) 3051-6100

E-mail: [email protected]

Identificação do Responsável Técnico Pelo Licenciamento

Nome: Gleice Medeiros Rodrigues – Engenheira Agrônoma

Endereço: Rua Miguel Seror, 128 – Santa Rosa -Cuiabá-MT

Telefone: (65) 9959-5994 / (65) 3023-1771

Email: [email protected]

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3. DESCRIÇÃO DOS PROGRAMAS

Tabela 3.1 – Programas Ambientais

P.01 Programa de Gestão Ambiental - PGA

P.02 Programa de Educação Ambiental

P.03 Programa de Comunicação Social

P.04 Programa de Indenização e Regularização Fundiária

P.05 Programa de Saúde e Segurança do Trabalhador

P.06 Programa de Conservação da Fauna e Flora

P.06.1 Subprograma de Monitoramento da Fauna e Flora

P.06.2 Subprograma de Afugentamento de Fauna

P.06.3 Subprograma de Resgate de Germoplasma

P.07 Programa de Supressão da Vegetação

P.08 Programa de Recuperação de Áreas Degradadas-PRAD

P.09 Programa de Gestão de Áreas com Atividades Minerárias

P.10 Programa de Monitoramento e Contenção de Processos

Erosivos

P.11 Programa de Controle de Resíduos Sólidos e Líquidos

P.12 Programa Ambiental para a Construção-PAC

P.13 Programa de Prospecção, Resgate Arqueológico e

Educação Patrimonial

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PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL -

PGA

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1. INTRODUÇÃO

A principal característica do PGA é definir e implementar mecanismos que

subsidiarão a execução e o controle das ações planejadas nos Programas

Ambientais e também, a adequada condução das atividades construtivas no

empreendimento, referente aos procedimentos ambientais, com o intuito de se

manter um padrão criterioso, coerente e adequado na sua implantação e

posteriormente nos serviços de manutenção, aplicando para isso o Sistema de

Gestão Ambiental de forma a realizar o ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act / Planejar-

Fazer-Verificar-Agir).

O presente programa apresenta diretrizes técnicas e sequenciais para a

adoção de procedimentos lógicos, estruturados para serem desencadeados

rapidamente em situações que poderão ocorrer durante as obras.

O monitoramento das áreas suscetíveis a impactos ambientais auxiliam no

correto manejo e evitam a ocorrência de impactos desnecessários.

A inspeção de campo irá nos relatar se as medidas preventivas e corretivas

estão sendo aplicadas, e quais os resultados que estão sendo obtidos.

Algumas atividades de construção estão sujeitas a situações emergenciais de

impactos ambientais que poderão ocorrer durante a obra, assim o Programa de

Gestão Ambiental será de grande utilidade para subsidiar os profissionais de campo,

orientando e fiscalizando as equipes de construções.

A fiscalização ambiental é responsável pelo acompanhamento sistemático de

diversos fatores que podem influenciar o empreendimento, tanto na sua fase de

implantação quanto na de operação, estando relacionada com alguns impactos,

como: vazamento de contaminantes, impactos relativos à fauna e flora, controle de

processos erosivos, limpeza e organização nas frentes de trabalho, insegurança da

população, risco de acidentes provocados pelo aumento da circulação de veículos e

máquinas pesadas, entre outros.

Este ciclo consiste em uma sequência de passos utilizados para controlar

qualquer processo definido. É uma ferramenta que auxilia na organização do

processo de implementação de melhorias, dando uma diretriz para a condução de

tais projetos / processos.

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PLAN – Planejar – Refere-se ao planejamento do seu projeto de melhoria, ou seja,

quais são os objetivos, o que já sabemos, o que queremos aprender, e como iremos

fazer (quem, o que, quando, onde, como).

DO – Executar – Conduzir o plano, ou seja, implementar de acordo com o que foi

planejado na etapa anterior.

CHECK – Verificar – Coletar dados, realizar a análise dos dados e com base nessa,

verificar quais são as conclusões que nós podemos tirar.

ACT – Agir Corretivamente – Definir quais mudanças poderão ser feitas e quais

outros ciclos podem ser disparados para a melhoria do processo em questão.

2. OBJETIVOS

• Garantir que todos os programas ambientais contidos neste PBA sejam

atendidos durante a implantação da linha de transmissão;

• Garantir a divulgação e correta compreensão de todos os compromissos e/ou

medidas de controle ambiental pertinentes, junto aos responsáveis diretos e indiretos

do processo de implantação;

• Produzir prova documental de que todas as medidas mitigadoras e de

controle ambiental são rigorosa e continuamente observadas;

• Gerenciar os impactos e/ou os riscos ambientais e controlar as ações ou

atividades geradoras dos mesmos;

• Monitorar e documentar os impactos e as medidas mitigadoras e/ou

compensatórias adotadas.

Atender a legislação vigente.

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As inspeções e fiscalizações ambientais em campo serão realizadas por

equipes especializadas em supervisão / controle ambiental, auxiliando na definição

de soluções técnicas adequadas para as situações de impactos ambientais,

previstas ou não, que possam apresentar-se durante os trabalhos.

A inspeção ambiental deverá ser realizada semanalmente durante a

implantação da Linha de Transmissão.

No início das obras, as situações ambientais em todas as áreas a serem

diretamente afetadas deverão ser documentadas para constituir uma linha base

contra a qual possam ser comparadas situações futuras. Poderá ser produzida a

documentação cadastral mais detalhada de todos os pontos considerados sensíveis,

como: passivos ambientais pré-existentes e gerados; etapas construtivas, com

ênfase nos serviços de obras sobre cursos d‘água, abertura de faixa de passagens,

estradas de acesso, abertura de picadas, canteiro de obras, desmatamento e

dispositivos de prevenção de impacto ambiental implantados (cercas, caixas de

retenção de sedimentos, etc.).

Também deverá ser verificado se toda a documentação pertinente a área

ambiental, como licenças e autorizações estão disponíveis durante a execução da

obra nas frentes de serviço.

O relatório ambiental do processo de implantação do empreendimento será

abrangente, documentando todas as etapas das obras e incluindo setores fora da

faixa de domínio passíveis de serem impactados pelas mesmas. Com o objetivo de

permitir a reconstituição histórica de todas as alterações ambientais induzidas pelas

obras e serviços executados, todas as informações coletadas deverão ser

agregadas, resultando em um Relatório Trimestral de Acompanhamento Ambiental

onde também contemplará os seguintes itens:

• Ponto da situação das obras, contendo documentação fotográfica;

• Informação relativa à gestão de resíduos;

• Informação relativa à gestão de efluentes;

• Registro de árvores cortadas e cubagem do material lenhoso suprimido;

• Principais ocorrências ambientais (incidentes/acidentes) apresentando as

medidas implementadas para resolução dessas ocorrências, com apresentação de

fotos;

• Ações de sensibilização ambiental, com documentos comprobatórios.

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3. METODOLOGIA

Gestão Ambiental das Obras

As diferentes ações ligadas às etapas construtivas estão permanentemente

associadas a procedimentos ambientais, tornando-se extremamente necessária a

execução de vistorias para identificação de ações inadequadas (Não-Conformidades

– NC´s), tanto no aspecto ambiental (desmatamentos excessivos, indução de

processos erosivos, carreamento de sedimentos, etc) quanto no social

(interferências no cotidiano da população, segurança e saúde dos trabalhadores,

etc).

Para que haja o efetivo acompanhamento é importante estabelecer padrões

para a realização das vistorias, dispor de uma equipe multidisciplinar qualificada e,

efetuar o monitoramento criterioso de todas as atividades inerentes a obra. É

importante salientar que as atividades do PGA se estenderão até o término da

implantação da LT.

a) Equipe

A equipe de Gestão Ambiental será dividida em vários níveis de atuação, de

acordo com a especialização e experiência de cada profissional e das necessidades

do empreendimento. A formação da equipe dependerá da quantidade de frentes de

obras propostas pelo empreendedor.

A Figura 1 a seguir apresenta um exemplo de organograma a qual se

submetem todos os envolvidos no PGA, onde o Coordenador Ambiental é a peça

chave para organização e condução do programa.

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Figura 1: Organograma da Equipe de Gestão Ambiental.

Cada um dos níveis hierárquicos da equipe de gestão ambiental destacados

acima tem uma função definida. A seguir é apresentada uma breve descrição das

funções de cada agente.

Coordenador Ambiental (Gerente)

Este profissional ficará baseado na sede da Consultora Ambiental

responsável pela Gestão Ambiental e será o gestor responsável pela articulação

institucional de todo o processo. Dentre suas atribuições estão:

Instituir planejamentos, procedimentos, rotinas e fiscalizar a execução das

atividades do PGA;

Orientar tecnicamente a equipe executiva para o desenvolvimento das ações

de campo;

Realizar a interlocução entre a equipe executiva do PGA e o representante do

empreendedor;

Receber, organizar, gerar e difundir todas as informações do

empreendimento;

Representar o PGA;

Participar de reuniões com a executora das obras ou com os empreiteiros,

sempre que necessário;

Providenciar todo e qualquer apoio técnico ao empreendedor;

Gerenciar o atendimento das solicitações da LI;

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Fiscalizar e adequar às atividades / cronogramas dos executores dos

programas ambientais do PBA;

Gerenciar e organizar a inter-relação entre os executores dos programas do

PBA;

Elaborar os relatórios de atividades do PGA e de atendimento a LI;

Fazer a interlocução com a equipe do órgão ambiental;

Coordenar as atividades dos inspetores de campo, planejando suas ações em

compatibilidade com as ações da obra;

Obter, junto às executoras e às empreiteiras, as programações diárias e

semanais com a antecedência necessária;

Auxiliar na tomada de decisões técnicas das não-conformidades observadas,

bem como às suas ações diárias quando necessário;

Verificar e propor alterações nos relatórios diários recebidos dos inspetores;

Elaborar o Relatório Semanal de Atividades de Campo com base nas próprias

atividades e nas atividades dos inspetores de campo obtidas nos Relatórios Diários

de Inspeção Ambiental;

Convocar e promover reuniões ordinárias semanais de planejamento de

atividades e verificação das atividades da semana anterior com os inspetores de

campo;

Providenciar memórias de toda e qualquer reunião ocorrida, seja com a

própria equipe de inspetores, com a executora das obras ou com as empreiteiras;

Informar as instruções do PGA para as empreiteiras que ora executam as

obras de instalação do empreendimento.

Conduzir e coordenar as questões/solicitações do órgão licenciador bem

como as visitas de inspeção ao empreendimento.

Supervisor Ambiental

O supervisor ambiental tem a função de supervisionar em campo o

trabalho dos inspetores e reunir e consolidar os relatórios semanais para passar ao

coordenador.

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O supervisor ambiental ficará sediado na região e eventualmente

percorrerá o trecho com algum dos inspetores, conforme a necessidade. Participará

das reuniões com as empreiteiras e será o canal direto com o coordenador.

Inspetores Ambientais

Fixados na região de inserção do empreendimento, o Inspetor Ambiental fará

o acompanhamento do seu respectivo trecho de obra através da realização de

vistorias diárias, garantindo o controle das práticas adotadas pelas empresas

construtoras e o registro de possíveis ações indevidas (NC‘s). Também

acompanhará in loco as atividades implantadas em campo para realização dos

Programas Ambientais, dando apoio logístico às equipes especializadas contratadas

para esse fim.

Para cada uma das frentes a obra será designado um inspetor ambiental.

Entre as atribuições dos Inspetores destacam-se:

Inspecionar todas as atividades de campo sob o aspecto ambiental e social

determinado pelo PGA;

Orientar as empresas construtoras em suas ações buscando prevenir e

mitigar os impactos ambientais advindos da instalação do empreendimento;

Orientar e avaliar as ações de supressão de vegetação e limpezas de faixa e

praças de lançamento de cabos;

Orientar e avaliar as ações de planejamento e abertura de acessos;

Elaborar os Relatórios Diários de Inspeção de Campo com todas as

atividades técnicas ocorridas e suas implicações ou demandas, alertando as

atividades que envolvem agentes externos à equipe executora do PGA e enviá-los

diariamente ao Coordenador Ambiental;

Participar de todas as reuniões ordinárias ou extraordinárias convocadas

pelo Coordenador Ambiental;

Assessorar o Coordenador Ambiental a elaborar o Relatório Semanal de

Atividades de Campo, sempre que for necessário.

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a) Atividades de Inspeção Ambiental

Através da realização de vistorias diárias, os inspetores ambientais estão

capacitados para orientar os trabalhadores sobre as melhores práticas e registrar as

ações inadequadas (não-conformidades) na execução dos serviços das empreiteiras

de cada trecho de obra e mostrar alternativas para contenção e recuperação dessas

ações.

Os trabalhos de inspeção acontecerão diariamente, vinculados às

programações diárias de obra de cada empreiteira, com isso, os inspetores poderão

vistoriar os locais onde estão sendo realizadas as atividades, observando as práticas

adotadas in loco. Sempre que possível a equipe do PGA contribuirá para a

prevenção ou redução dos impactos ambientais, interagindo com as equipes de

campo das empreiteiras e indicando as melhores metodologias para realização das

tarefas.

Os danos ambientais, quando não solucionados no ato da execução da

atividade, ficam configurados como Não-Conformidades, que serão levantadas e

registradas em formulários-padrão específicos, com a descrição da situação

observada em campo, os prazos e ações definidos para que as empreiteiras

exerçam a correção da situação indevida. Após o término dos prazos estabelecidos,

as áreas onde foram identificadas as não-conformidades sofrerão novas inspeções

para constatação do atendimento das solicitações.

Serão considerados relevantes para efeito de abertura de não-conformidades,

os seguintes itens:

Recepção de reclamações de partes interessadas;

Ocorrência de impactos ambientais não previstos;

Notificações de órgãos ambientais de controle, advertindo sobre o

descumprimento de requisitos obrigatórios de licenças (condicionantes);

Não atendimento a quaisquer outros requisitos legais aplicáveis às obras

ou o não cumprimento das orientações estabelecidas nos programas ambientais,

especialmente o Plano Ambiental para a Construção (PAC);

O descumprimento das diretrizes e especificações ambientais a serem

elaboradas na fase de mobilização do empreendimento.

De acordo com o escopo de cada um dos programas integrantes deste PBA, foram

definidos os subgrupos de avaliação indicados no organograma a seguir:

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SGA (O sistema de gestão ambiental se divide em dois blocos de

programas: o PAC (programa ambiental da construção e o PGA

(Programa de Gestão Ambiental) O Programa de Gestão Ambiental é de

responsabil idade do empreendedor (no caso da empresa contratada

para executas os programas ambientais – Novo Norte) e o PAC é de

responsabil idade das empreiteiras. (anexo segue exemplo de esquema

para o sistema de gestão ambiental).

Plano de Gestão Ambiental

Plano Ambiental para Construção

Programa de Comunicação Social e Aspectos

Sócioseconômicos

Programas de Prevenção e

Controle

- Programa de Recuperação de Áreas Degradadas - Programa de Supressão de Vegetação - Programa de Educação Ambiental - Programa de Coleta e Disposição Adequada dos Resíduos Sólidos e Líquidos - Programa de Comunicação Social - Programa de Saúde e Segurança do Trabalhador

Programas de Mitigação e

Monitoramento

- Programa de Monitoramento e Contenção de Processos Erosivos - Programa de Conservação da Fauna e Flora - Programa de Prospecção e Resgate Arqueológico - Programa de Gestão de Áreas com Atividades Minerárias

Programa

Compensatório

- Programa de Indenização e Regularização Fundiária

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5. EQUIPE TÉCNICA PARA EXECUÇÃO DO PROGRAMA

A estrutura do PGA contará com 01 (um) Coordenador Ambiental, um

supervisor, que ficará em campo e coordenará os inspetores e 03 (três) Inspetores

Ambientais (aproximadamente 140 km de trecho construt ivo). Também farão

parte desta equipe todos os consultores e responsáveis pela implementação dos

demais programas ambientais.

Será disponibilizado a ART do responsável técnico pelo programa no início

das atividades.

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6. CRONOGRAMA

Plano de Gestão Ambiental

MESES

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Mobilização Equipe

Definição de Diretrizes e

Especificações

Avaliação de todo traçado

Inspeção/Supervisão da

Instalação

Contato com a SEMAR-PI

Gestão dos Programas

Ambientais

Relatórios de Gestão

Início da Instalação Término da Instalação

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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO

AMBIENTAL

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1. INTRODUÇÃO

O programa de Educação Ambiental desenvolverá ações educativas que

visem à efetividade do controle ambiental durante as obras, a partir da capacitação

de técnicos, trabalhadores e escolas para que, durante o período de implantação do

empreendimento, possam agir de forma ambientalmente correta e socialmente

aceitável.

O trabalho voltado aos funcionários da obra irá orientar quanto aos

procedimentos corretos no exercício de suas funções, fazendo com que eles se

tornem responsáveis pelas práticas conservacionistas em seu ambiente de trabalho,

chegando ao seu lar e à sua família.

A Educação Ambiental nas escolas dos municípios afetados será uma prática

educacional sintonizada com a vida na sociedade, que tem como desafio alcançar

todos os cidadãos através de um processo pedagógico participativo procurando

incutir no educando uma consciência sobre a problemática ambiental.

2. OBJETIVOS

Promover um processo de conscientização dos diversos atores sociais das

comunidades próximas ao empreendimento, a fim de incentivar a adoção de

práticas compatíveis com a proteção do meio ambiente;

Mobilizar e orientar os trabalhadores e inspetores envolvidos na construção e

operação do empreendimento, sobre as medidas de proteção ambiental,

como também sobre condutas adequadas de relacionamento com a

comunidade;

Apresentar as medidas a serem adotadas para minimizar as interferências do

empreendimento com o meio ambiente;

Esclarecer a comunidade de modo a garantir um convívio saudável e

socialmente adequado entre a população residente nas imediações do

empreendimento e a mão-de-obra, direta ou indiretamente, envolvida na

construção;

Integrar a comunidade no planejamento de ações de Educação Ambiental,

desenvolvido pela Empresa e consolidar formas adequadas de convivência

das comunidades locais com o empreendimento durante as etapas de

construção e operação;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 20

Capacitar educadores da rede pública de ensino ou lideranças comunitárias

como agentes multiplicadores de educação ambiental para difusão de

informações, sensibilização e mobilização social, planejamento e execução de

ações sócio-ambientais em suas localidades;

Produzir e editar material educativo, destinados a população da região com a

finalidade de instrumentalizar educadores e formadores de opinião para

apoiar o processo de sensibilização da população acerca da importância de

se conservar e/ou recuperar o meio ambiente.

3. METODOLOGIA

Os temas a serem abordados para os trabalhadores deverão tratar da

sensibilização para a preservação ambiental, fauna, flora, recursos hídricos,

resíduos sólidos, educação para o trânsito, respeito à comunidade local, entre outras

questões ambientais ligadas a região e ao empreendimento, enfocando os impactos

positivos e negativos identificados na fase do licenciamento prévio, e suas

respectivas medidas de mitigação e controle. Os trabalhos serão desenvolvidos

através de palestras educativas para os trabalhadores. A carga horária prevista para

as palestras é de 2 horas, devendo ser desenvolvidas no início da implantação do

empreendimento e a cada trimestre até a finalização das obras. A entrega de

material educativo ocorrerá no início das atividades e conforme for necessário.

As atividades de educação ambiental nas escolas serão abordadas de acordo

com a faixa etária. Os conteúdos a serem trabalhados nas escolas são:

Caracterização do empreendimento e sua relação com o meio ambiente;

Percepção ambiental;

Conservação da natureza;

Preservação da fauna e flora;

Lixo;

Conservação da Água.

Para implementar as ações educativas, serão utilizados recursos didáticos

que são distribuídos para os participantes como: folders, cartilhas, jogos educativos.

As palestras nas escolas serão realizadas durante a implantação do

empreendimento e atingirão todos os municípios atingidos pela LT.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 21

A implantação deste Programa deverá ser organizada em conjunto com a

comunidade escolar diretamente afetada pelo traçado da LT e todos os

trabalhadores direta e indiretamente envolvidos na construção do Empreendimento.

Serão elaborados relatórios de acompanhamento das palestras para os

funcionários e escolas a cada trimestre.

4. PÚBLICO ALVO

Foram identificados como público alvo do Programa de Educação Ambiental

os segmentos relacionados a seguir:

População escolar diretamente afetada;

Trabalhadores das obras, diretos e terceirizados.

5. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO

Coordenador Geral: profissional com especialização prática em educação

ambiental, que terá como atribuição coordenar o trabalho da equipe; elaborar estas

ações assim como definir o conteúdo, o tipo e a quantidade do material pedagógico

para a realização destes, sendo ele o principal responsável pela articulação junto às

construtoras e comunidade afetada, a organização e a aplicação dos cursos

programados.

Palestrante para Ministrar as Palestras: técnicos com conhecimentos em

Educação Ambiental que deverão ministrar os cursos e, além das responsabilidades

acima descritas, deverão, junto com o Coordenador Geral, auxiliar nos trabalhos e

preparação de todo o material didático.

Serão disponibilizadas as ARTs dos responsáveis técnicos pelo programa no

início das atividades.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 22

6. Cronograma

Programa de Educação

Ambiental

Meses

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Identificação das comunidades

escolares afetadas

Mobilização de pessoal

Informação do início das obras a

comunidade local

Palestras para os trabalhadores

Palestras para as escolas locais

Distribuição de material de

educação ambiental

Relatório de acompanhamento

Relatório Final

Início da Instalação Término da Instalação

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PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO

SOCIAL

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1. INTRODUÇÃO

O Programa de Comunicação Social visa divulgar para as comunidades

atingidas pela obra, os objetivos, a amplitude e o andamento dos trabalhos, além de

informar sobre a importância do empreendimento no âmbito regional; fortalecer a

articulação com os órgãos envolvidos e fornecer informações sobre os impactos que

poderão surgir com o andamento do empreendimento; criar e manter canais de

comunicação e uma relação de diálogo entre o empreendedor e a população na

Área de Influência do projeto e contribuir para a conscientização da população local

sobre possíveis riscos e cuidados que devem ser observados em relação à LT.

O Programa de Comunicação Social integra o conjunto de programas

sugeridos e se justifica tanto em função da ocorrência desses impactos como,

também, pela necessidade de transparência e busca de um relacionamento

harmonioso entre empreendedores e a sociedade em um contexto de democracia e

constituição da cidadania.

Trata-se do Programa de maior abrangência em relação ao público a ser

atingido e aos impactos que a ele estão associados, em função de seu caráter de

canal de comunicação e interação. Assim sendo, o Programa dará prioridade à

comunidade diretamente afetada, objetivando a informação e o esclarecimento

sobre o empreendimento além de divulgar os demais programas que serão

implementados durante toda a construção da LT e constituir-se como o meio para

ouvir e registrar sugestões, receios e queixas dos diversos setores interessados.

2. OBJETIVOS

Na esfera geral, o Programa de Comunicação Social visa difundir e monitorar

as informações sobre a LT, com transparência, constância e compromisso,

eliminando informações errôneas que poderiam gerar expectativas negativas entre

os diversos segmentos de públicos envolvidos.

Nesse sentido, objetiva-se informar e orientar a população inserida nas Áreas

de Influência do empreendimento sobre as etapas de implantação e seus impactos,

prestando à coletividade um serviço fundamental, sem perder de vista o respeito, a

atenção e o direito à informação que devem ser garantidos a toda população.

Os principais objetivos e metas a serem atingidos com o Programa de

Comunicação Social estão relacionados no quadro a seguir:

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 25

Objetivos Metas

Conhecer a população dos municípios atingidos, no

que diz respeito aos aspectos culturais, sociais e

econômicos locais e regionais.

Agir com maior conformidade com a realidade

socioeconômica das populações locais.

Criar e manter canais de comunicação e uma

relação de diálogo entre o empreendedor e a

população sob influência da LT.

Manter a população local informada sobre o

empreendimento.

Identificar pleitos, demandas, expectativas e

receios da população local durante toda a fase de

implantação e operação da LT.

Divulgar metas, ações, etapas e resultados dos

projetos ambientais a serem realizados pelo

empreendedor.

Manter a população local informada sobre as

medidas de controle e compensação ambiental

relacionadas ao empreendimento.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 26

Objetivos Metas

Informar, através dos meios apropriados — em

linguagem clara, adequada, acessível e precisa —,

as fases e características do empreendimento.

Reduzir ao mínimo os conflitos e problemas

relacionados à implantação do empreendimento,

respondendo ao máximo as solicitações de

informações e de questionamentos enviados ao

empreendedor pelos instrumentos de comunicação

criados.

Enfatizar a importância estratégica da LT, como

uma iniciativa voltada para o bem comum e de

utilidade pública.

Esclarecer a população local sobre a importância

do empreendimento no Sistema Elétrico Brasileiro.

Contribuir na conscientização da população local

sobre os riscos reais das obras e das regras de

segurança, destacar o Código de Conduta do

Trabalhador, os cuidados com a preservação da

faixa de servidão e as áreas de proteção ambiental.

Evitar acidentes que possam ocorrer por

desinformação a respeito dos riscos de

implantação do empreendimento.

Prevenir sobre possíveis transtornos e conflitos

advindos da circulação intensa do contingente de

trabalhadores empregados na obra, visando, dentre

outros aspectos, à ordem, o respeito à população e

à conservação ambiental

Estabelecer, treinar e orientar todas as pessoas

direta e indiretamente envolvidas na obra sobre

normas de conduta, segurança e meio ambiente.

Evitar possíveis sobrecargas na infra-estrutura

local, principalmente nos serviços de saúde,

provenientes da contratação de trabalhadores de

outras regiões.

Informar o contingente e o perfil da mão-de-obra

necessária ao empreendimento, visando sempre à

contratação de trabalhadores da região.

Divulgar os cuidados e restrições de uso na etapa

de operação do empreendimento.

Evitar acidentes que possam ocorrer por

desinformação a respeito dos riscos na operação

do empreendimento.

3. METODOLOGIA

A estrutura do programa segue 3 etapas descritas abaixo.

Reuniões Internas: tem como objetivo articular as ações voltadas ao público interno

(trabalhadores) para que se desempenhe as ações para a implantação e operação

do empreendimento de forma integrada e adequada, sempre respeitando a

necessidade de cumprir normas de conduta, estabelecer regras de segurança, não

comprometer o meio ambiente, manter hábitos saudáveis e o respeito mútuo e com

a população local.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 27

Todos os componentes desse público serão submetidos a treinamentos e

palestras de integração a fim de conhecerem melhor a obra e a região onde será

realizada. Essas ações abordarão os seguintes fundamentos:

Normas de Conduta

Fundamentos Atividades Necessárias

Levar ao conhecimento dos trabalhadores todos os

procedimentos e metodologias utilizados em uma obra

de linha de transmissão.

A) Elaboração de uma Cartilha do

Trabalhador (normas de conduta, primeiros

socorros e plano emergencial).

B) Cartilha de meio ambiente.

C) Distribuição das Cartilhas .

D) Realização de palestras (incluindo

dinâmica de grupos e seminários

participativos) para os trabalhadores, com o

objetivo de prestar esclarecimentos sobre o

empreendimento.

Difundir e praticar o espírito de equipe.

Determinar e exercer o respeito mútuo entre todos

trabalhadores.

Estabelecer procedimentos de convivência entre o

empreendedor e o público externo diretamente

atingido.

Segurança

Fundamentos Atividades Necessárias

Implantação de consciência/responsabilidade para utilização

de:

- equipamentos de proteção individual (EPI);

- equipamento de proteção coletiva (EPC). A) Distribuição das cartilhas.

B) Realização de palestras e

treinamentos sobre segurança.

Elaboração de procedimentos sobre ações emergenciais no

campo.

Direção defensiva.

Respeito à sinalização instalada na faixa de servidão, nos

canteiros de obras e nas vias de acesso.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 28

Meio Ambiente:

Fundamentos Atividades Necessárias

Reconhecimento do ambiente que será

encontrado no decorrer da obra.

A) Realização de palestras para os trabalhadores com

o objetivo de apresentar o EIA e PBA do

empreendimento, com a presença dos responsáveis pela

implantação dos Programas Ambientais.

B) Distribuição das Cartilhas do Trabalhador.

C) Elaboração e distribuição de um folheto informativo

sobre os procedimentos necessários para casos

específicos de acidentes ou cuidados ambientais durante

a época de obras.

D) Realização de uma palestra específica sobre

gerenciamento de resíduos.

E) Apresentação do diagnóstico socioeconômico dos

trechos onde serão realizadas as obras, indicando os

pontos sensíveis para as obras no que diz respeito

aos impactos com a população local. Ressaltar o

cuidado especial com as crianças durante as obras. O

mesmo cuidado deverá ser tomado em relação às

porteiras e cercas das propriedades para evitar fugas

de animais.

Procedimentos no gerenciamento de

resíduos.

Coleta seletiva de lixo.

Cuidados relativos a utilização de máquinas e

equipamentos próximos a rios, córregos,

lagos e nascentes.

Procedimentos no caso de acidentes que

envolvam animais.

Procedimentos no caso da necessidade de

remover plantas nativas.

Procedimentos no caso de encontrar peças

arqueológicas.

Cuidados relativos à escavação em vias,

onde é comum encontrar tubulações da

comunidade (água e esgoto) nem sempre

legalizadas e/ou sinalizadas, deixando local

para o trânsito de pedestres e veículos da

comunidade, assim como uma sinalização e

proteção adequadas relativas à segurança.

Procedimentos quando da interferência no

ambiente das localidades

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 29

Saúde

Fundamentos Atividades Necessárias

Reconhecimento de riscos à saúde decorrentes das

atividades inerentes à obra. A) Distribuição das Cartilhas do

Trabalhador.

B) Realização de palestra sobre os

cuidados com a saúde, ressaltando

aqueles relacionados às atividades

das obras.

C) Realização de treinamento de

primeiros socorros.

D) Inspeção nas cantinas das obras.

Necessidade de cuidados com a higiene corporal.

Noções sobre primeiros socorros.

Informações gerais sobre cuidados com a saúde e doenças

sexualmente transmissíveis (DST).

Reconhecimento de agentes causadores de doenças, tais

como diarréias, verminoses, dentre outras.

Necessidade de cuidados com animais peçonhentos.

Reuniões Institucionais: as reuniões institucionais têm por objetivo apresentar o

projeto executivo do empreendimento ao Poder Público dos municípios, destacando

a sua importância local e regional, o empreendedor, os executores, os aspectos

gerais referentes à obra de implantação, ações propostas pelos Programas

Ambientais que serão desenvolvidos, assim como esclarecer dúvidas iniciais sobre

os impactos esperados e benefícios.

Além das informações gerais sobre o empreendimento, a equipe enfocará os

aspectos relevantes ou os pontos críticos apresentados no lote de obra em que cada

município está inserido, priorizando o cronograma da frente de obra, as ações

propostas para a região e os procedimentos de segurança a serem observados nos

canteiros de obras, trechos em obras e em seu entorno.

Visando à articulação do Poder Público durante a execução da obra para

minimizar os impactos sociais relacionados à fase de implantação do

empreendimento as reuniões institucionais deverão abranger as esferas do Poder

Público de todos os municípios da área de influência do empreendimento.

Reuniões Comunitárias: as reuniões comunitárias serão realizadas por etapa de

obra e visam apresentar o empreendimento para associações, entidades

ambientalistas e organizações da sociedade civil da área de abrangência do

Programa. Estas reuniões têm por objetivo explicar os aspectos referentes à obra de

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 30

implantação do empreendimento e ações propostas pelos Programas Ambientais

que serão desenvolvidos, assim como esclarecer dúvidas iniciais sobre possíveis

impactos esperados e benefícios. A equipe enfocará o cronograma das obras e as

principais ações a serem desenvolvidas no trecho em que estas comunidades estão

inseridas, buscando, assim, prevenir possíveis transtornos e conflitos decorrentes da

circulação do contingente de trabalhadores empregados na obra, visando, entre

outros aspectos, à ordem, ao respeito à população e à conservação do meio

ambiente.

Esta etapa se subdividirá em quatro fases:

Fase I – Mobilização para início das obras

Criação e divulgação de instrumentos/meios de comunicação, concebidos a

partir das perspectivas do público-alvo, em linguagem e formas adequadas e, acima

de tudo, respeitando as características sociais e culturais dos destinatários,

destacando-se:

a) Folheto institucional: contém as justificativas e objetivos para o

empreendimento, sua importância para o desenvolvimento regional e nacional, as

principais fases e características, cuidados ambientais adotados, benefícios diretos

para a região e Programas Ambientais;

b) Boletim Informativo: visa informar o andamento do Projeto; manter os

representantes dos poderes públicos e formadores de opinião a par do

empreendimento; divulgar os resultados de reuniões com a população ou

institucionais (com entrevistas); convênios firmados; apoios ao Projeto;

esclarecimento de questões que venham a surgir; divulgar as formas de contato

direto com o empreendedor. Voltar-se-á, também, para a divulgação dos benefícios

que o empreendimento trará para a população em geral;

c) Caixas de Comunicação: localizadas em locais estratégicos (correio,

escolas, igrejas e canteiros de obras) a fim de facilitar a comunicação da população

e dos trabalhadores com o empreendedor;

d) Volantes: levam diretamente às comunidades circunvizinhas informações

sobre questões relevantes que requeiram rápida divulgação;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 31

e) Material para a mídia: de acordo com o veículo de comunicação (jornal,

televisão, rádio, revista), será produzido material de divulgação e informação

adequado a cada público-alvo;

f) Código de Conduta dos Trabalhadores: publicação contendo o conjunto de

normas, regras e posturas que os trabalhadores vinculados ao empreendimento

devem seguir;

g) Cartilhas: objetivos mais específicos de informar a população, esclarecer

dúvidas, minimizando anseios e apontando os cuidados necessários para se

conviver com a LT como: os cuidados necessários para evitar quaisquer acidentes

relacionados à LT, tais como danificar isoladores, torres, cabos ou estais; as

restrições de uso do espaço compreendido pela faixa de servidão e o perigo da

prática das queimadas próximo à LT.

h) spots em rádios locais: com informações sistemáticas sobre os assuntos

relevantes relacionados ao empreendimento e divulgação das formas de contato

com o empreendedor.

Nesta fase, serão estabelecidos os canais de comunicação com o Poder

Público, associações de moradores, lideranças e organizações da sociedade civil.

Esses canais se manterão durante toda a implantação do empreendimento.

Fase II – Implantação do Empreendimento

Criação e estabelecimento das bases de Ouvidoria:

As bases de Ouvidoria (balcão de sugestões e reclamações) deverão ser

instaladas em cada trecho das obras e localizarem-se, de preferência, nos canteiros

de obras, que se tornam pontos referenciais para a população local.

O número do telefone do Ouvidor deve ser o mesmo durante todo o período

em que o serviço for mantido. Este terá que ter informações detalhadas sobre as

obras como cronograma, nomes das empresas envolvidas, contatos institucionais,

conhecimento sobre restrições na faixa de domínio e procedimentos ambientais,

funcionará como um dos principais interlocutores entre empreendedor, empreiteira e

populações lindeiras.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 32

Divulgação de notícias sobre a LT na mídia local:

Um assessor de imprensa será o elo entre a LT e os meios de comunicação

social, necessários para noticiar, debater e esclarecer dúvidas, ao longo da

execução do empreendimento, bem como será responsável pela elaboração de

releases, produção de spots para rádios e demais eventos relacionados às mídias

locais e regionais.

Contato permanente com as famílias afetadas:

Esta atividade estará diretamente direcionada ao Programa de Indenização e

Regularização Fundiária e trocará informações com as populações diretamente

envolvidas.

As famílias afetadas serão visitadas para receber informações,

esclarecimentos de dúvidas e sugestões sobre o empreendimento e o

desenvolvimento dos Programas Ambientais.

Contato permanente com a população da Área de Influência Direta:

Dar continuidade às atividades de distribuição dos materiais informativos e

acompanhar possíveis conflitos que possam ocorrer durante a implantação da LT.

- Realização, sempre que necessário, de reuniões e fóruns, por trechos ou

regiões (todas as reuniões ou fóruns devem ser registrados em atas e documentos

fotográficos).

- Divulgar, as ações nos meios de comunicação formais dos municípios

como rádio, TV e jornal.

- Divulgar as ações nos meios de comunicação espontâneos do local: carro

de som, comércios locais, etc.

- Distribuir para as famílias e escolas da Área de Influência Direta as

cartilhas sobre os cuidados específicos para evitar acidentes.

- Divulgar os serviços de Ouvidoria da LT.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 33

Fase III – Monitoramento:

Elaboração de relatórios parciais:

A elaboração de relatórios trimestrais servirá para avaliar a evolução dos

trabalhos, aferirem os resultados dos programas e garantir os ajustes necessários.

Viabilizar o fluxo contínuo e transparente de informações:

Manutenção dos canais de comunicação por intermédio da continuidade dos

serviços de Ouvidoria, contatos permanentes com as populações locais e Poder

Público, para esclarecer dúvidas e registrar demandas, queixas, sugestões, etc.

relacionadas ao empreendimento.

Fase IV - Finalização das Atividades:

Divulgação da etapa de operação do empreendimento e fornecimento de

orientações necessárias:

Informar sobre o início da operação do empreendimento, esclarecer à

população sobre as restrições de uso e cuidados a serem observados na faixa de

servidão, contribuir com desmobilização das diferentes frentes que envolvem a obra

e divulgar as atividades futuras.

Elaboração de relatório final:

Consolidação de todas as informações constantes nos relatórios parciais,

apontando estratégias para um acompanhamento social durante a operação do

empreendimento.

4. PÚBLICO ALVO

Público Interno

Refere-se aos trabalhadores da Linha de Transmissão e de empresas

contratadas, responsáveis pela construção da LT.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 34

Público Externo

- Proprietários afetados pela implantação do empreendimento;

- Famílias residentes no entorno das obras;

- Famílias residentes nos assentamentos e acampamentos rurais próximos

ao empreendimento;

- Municípios atingidos pela obra.

5. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO

Coordenador Geral - coordenar toda a implementação do programa, assim como

contratar e coordenar a equipe de comunicação, definir e orientar os trabalhos no

campo e a elaboração dos textos e materiais de divulgação do Programa. Responde

institucionalmente pelo projeto, representando a empresa nas reuniões e eventos

públicos a serem organizados.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 35

6. CRONOGRAMA

Programa de Comunicação Social

Meses

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

1ª Etapa: Informação sobre o Empreendimento

2ª Etapa: Divulgação e criação dos canais de

comunicação

3ª Etapa: Consolidação de canais de interação

entre o Empreendedor e a Sociedade Local

4ª Etapa: Registro e Avaliação das Ações de

Comunicação Social

Relatório de acompanhamento

Relatório Final

Início da Instalação Término da Instalação

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 36

PROGRAMA DE INDENIZAÇÃO E REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 37

1. INTRODUÇÃO

O Programa de Indenização e Regularização Fundiária visa a formulação de

uma proposta de negociação, tendo em vista que, em geral, há a expectativa por

parte dos proprietários sobre os critérios de avaliação e os procedimentos a serem

adotados pelo Empreendedor para a indenização das áreas onde passará a LT.

O estabelecimento de um canal de comunicação entre o Empreendedor e os

proprietários afetados é de fundamental importância para que a implantação do

empreendimento se dê da forma mais transparente possível, evitando, dessa

maneira, inquietações e desinformações destes proprietários.

A constante troca de informações sobre as ações e necessidades das partes

envolvidas não só possibilita a tomada de decisões consensuais, como também

promove a interação entre a população afetada e o Empreendedor.

2. OBJETIVOS

Este programa tem por objetivo geral executar todas as atividades

necessárias à liberação das áreas para a implantação de linhas de transmissão, bem

como o pagamento das indenizações pelas restrições de uso e eventuais danos à

produção ou benfeitorias afetadas.

São objetivos específicos deste programa:

Autorização de passagem: será realizada de forma amigável, para ingresso

em sua Propriedade, para a realização dos Serviços, mediante a assinatura

de documento específico;

Cadastro documental: identificação dos proprietários;

Abertura de Processo: a realização dos Serviços com relação a cada

Propriedade será documentada e registrada em pastas individuais,

denominadas individualmente como ―Processo Administrativo‖;

Levantamentos Físicos: será realizado um inventário criterioso das terras e

benfeitorias-tangentes à terra nua existente em cada Propriedade, as quais

discriminará segundo a classe de aptidão agrícola dos solos e o manejo

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 38

tecnológico empregado, ou segundo o tipo de edificações existentes na

Propriedade;

Pesquisa de preços: consiste na coleta de dados, de acordo com as normas

estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas(ABNT), para

imóveis rurais e urbanos, por amostragem, de valores de terras, benfeitorias

reprodutivas e não reprodutivas, visando a determinação dos valores básicos

unitários a serem utilizados no processo de avaliação;

Constituição da Servidão de Passagem: uma vez efetuada os procedimentos

descritos nos itens anteriores, será constituída a Servidão de Passagem de

forma amigável;

Formalização da constituição da Servidão de Passagem: firma pelo

proprietário do correspondente instrumento, particular ou escritura pública

conforme ao disposto no artigo 108 do Código Civil Brasileiro, de constituição

de Servidão de Passagem. Averbação do referido instrumento no Cartório de

Registro de Imóveis competente e no Cartório de Títulos e Documentos

competente;

Pagamentos de Compensação: uma vez concluídos de forma definitiva os

procedimentos legais necessários à constituição da Servidão de Passagem,

será efetuado o pagamento da Compensação correspondente.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 39

3. METODOLOGIA

As atividades deste programa consistem basicamente na identificação,

avaliação e instituição de servidão averbada na matrícula dos imóveis afetados ou

atingidos pelo traçado da Linha de Transmissão.

Na etapa de Avaliação de Servidão todos os levantamentos serão realizados

na presença do proprietário ou de seu representante, que deverá apor sua

assinatura de concordância nos respectivos formulários.

Inicialmente será feito um levantamento físico que compreenderá o

levantamento da faixa de servidão em cada propriedade, avaliando solo, culturas,

benfeitorias, etc. Essa avaliação subsidiará o cálculo exato do valores das

indenizações.

As negociações com os proprietários devem ocorrer de forma amigável.

Somente nos casos em que persistir a negativa de alguns deles em outorgar a

servidão, será interposta ação judicial para instituição da servidão para passagem do

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 40

empreendimento. Nessa ocasião, a Declaração de Utilidade Pública deverá ser

utilizada para resolver o impasse.

4. PÚBLICO ALVO

Como público alvo do programa serão os proprietários dos imóveis rurais

afetados pelo empreendimento e arrendatários, posseiros, moradores, ou detentores

de bens afetados.

Instituições Envolvidas

Tabelionatos e Cartórios de Registro de Imóveis, prefeituras e outros órgãos

municipais e ou federais existentes nos municípios da área de abrangência do

empreendimento.

5. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA

Serão responsáveis pela implantação deste Programa o empreendedor e

seus respectivos procuradores contratados.

.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 41

6. CRONOGRAMA

Programa de Indenização Meses

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Autorização de passagem

Cadastro Documental

Abertura de processo

Levantamentos Físicos

Pesquisa de preço

Constituição da servidão de

passagem

Pagamento das

indenizações

Início da Instalação Término da Instalação

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 42

PROGRAMA DE SAÚDE E

SEGURANÇA DO TRABALHADOR

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 43

1. INTRODUÇÃO

A preocupação com a segurança e saúde do trabalhador permeia mais que o

próprio indivíduo, é um valor intrínseco e indispensável ao processo de construção

como um todo. A empresa enquanto responsável pelo trabalhador tem por obrigação

oferecer condições para que este possa usufruir de uma boa qualidade de vida, ter

aproveitamento potencial em sua função, além de ter respeitado os direitos

humanos.

A incorporação das boas práticas de gestão de saúde e segurança no

trabalho no âmbito das empresas contribui para a proteção contra os riscos

presentes no ambiente de trabalho, prevenindo e reduzindo acidentes e doenças e

diminuindo consideravelmente os custos.

Com base na experiência da empreiteira em outras obras, é possível antever

os tipos de acidentes que podem nelas ocorrer: os decorrentes de trânsito de

veículos e da utilização de equipamentos e ferramentas; os resultantes de desmonte

de rochas; doenças causadas por vetores transmissores, parasitas intestinais ou

sexualmente transmissíveis, dentre outros.

Por isso, deve-se estabelecer a necessidade de pessoal, equipamentos e

materiais capazes de atender a situações de emergência, assim como cumprir as

rotinas de saúde ocupacional e segurança, exigidas pela Legislação do Trabalho no

Brasil.

Os principais aspectos relacionados são as condições meteorológicas

adversas, os campos eletromagnéticos, a queda de estruturas e o trânsito de

máquinas, equipamentos e veículos, também cuidados especiais serão observados à

eventuais impactos à LT em função de vendavais, rajadas de vento ou fenômenos

semelhantes.

A estratégia do Programa orienta-se por exigir da empresa construtora os

serviços necessários na área de saúde e segurança, assim como fiscalizar e avaliar,

continuamente, a execução desses serviços. Em função disso, considera-se

indispensável que cada empreiteira elabora o seu Programa de Saúde e Segurança nas

Obras, com os objetivos gerais a seguir.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 44

2. OBJETIVOS

O Programa de Saúde e Segurança do Trabalhador tem como objetivos gerais:

- Promover as condições de preservação da saúde e segurança de todos os

empregados e colaboradores da obra;

- Conscientizar os funcionários da importância das recomendações propostas

pelo Programa e da responsabilidade de cada um;

- Zelar pela segurança individual e pela segurança de todos os envolvidos

na obra;

- Atender às situações de emergência;

- Ampliar o conhecimento dos trabalhadores vinculados às obras, esclarecendo-

os sobre a prevenção da saúde e de acidentes.

O Programa de Saúde e Segurança do Trabalhador tem como objetivos específicos:

- Prevenção e primeiros socorros em caso de acidentes, bem como o

pronto atendimento às situações de emergência;

- Uso de equipamentos de proteção individual EPI‘s e EPC‘s na prevenção de

acidentes;

- Prevenção de doenças sexualmente transmissíveis; Medicina preventiva;

Atividades educativas e preventivas em relação a acidentes com animais

peçonhentos, bem como a implantação de uma estrutura de apoio para atuar

em situações de ocorrência de acidentes com animais peçonhentos;

- Implementar o Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e

Medicina do Trabalho (SES), de acordo com a Portaria 3214/78 do MTb -NR

04;

- Implementar o Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na

Indústria da Construção – (PCMAT), de acordo com a NR 18, que o

regulamenta;

- Implementar o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional –

(PCMSO), de acordo com a NR 07, que o regulamenta;

- Plano de remoção de acidentados;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 45

- Assistência pela equipe de saúde contratada pela empresa em caso de

acidentes;

- Campanhas de vacinação para os funcionários;

- Estruturação dos serviços de Segurança e Saúde, atendendo às rotinas de

prevenção e controle e casos emergenciais;

Adoção de procedimentos rápidos e eficientes no atendimento a emergências;

- Promover o uso correto de equipamentos e ferramentas.

Deverá ser estruturada a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

(CIPA), segundo a NR-5, com empregados da empresa construtora, a qual se

reunirá periodicamente e deverá elaborar o Mapa de Riscos Ambientais, e definir os

Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), segundo a NR-6, a serem utilizados

pelos diferentes setores das obras, cuidando para que sejam utilizados e mantidos

estoques de reposição.

Deve-se compor o quadro da equipe de segurança (engenheiros, técnicos,

médicos e enfermeiros especializados), de acordo com o número de funcionários de

cada empreiteira, conforme determinações estabelecidas na NR-4.

Deve ser elaborado um Plano de Contingência para Emergências Médicas e

Primeiros Socorros, incluindo a implementação de convênios com os serviços

hospitalares das cidades mais próximas às obras, garantindo o pronto atendimento

de casos emergenciais, quando a remoção vier a ser necessária.

A meta do Programa é, portanto, a estruturação dos serviços de Segurança

Industrial e Saúde, atendendo às rotinas de prevenção e controle e casos

emergenciais.

3. BASE LEGAL-LEGISLAÇÃO

Portaria 3214 do Ministério do Trabalho: Aprova as Normas

Regulamentadoras -NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do

Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho.

NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do

Trabalho

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 46

NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA

NR 6 - Equipamentos de Proteção Individual – EPIs

NR 7 - Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional – PCMSO

NR-12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos

NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

4. AÇÕES

A infra-estrutura do empreendimento compreende: o canteiro de obras com

contêineres, refeitório, alojamento, ambulatório, ambulâncias e almoxarifado. Para

contemplar a Segurança do Trabalho nestes ambientes, é sugerido que sejam

adotadas as medidas expostas abaixo:

- Criar uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) no canteiro de

obras e registrá-la no órgão regional do Ministério do Trabalho, visando promover a

saúde e proteger a integridade física dos trabalhadores;

- Fazer uma Análise de Risco da atividade executada pelo trabalhador, através da

identificação de riscos potenciais de acidentes físicos e materiais;

- Oferecer treinamento para correta execução de cada etapa do trabalho com

segurança, bem como manejo adequado das máquinas e ferramentas;

- Oferecer Equipamentos de Proteção Individual e promover o uso correto;

- Realizar inspeções de campo para vistoria em equipamentos e instalações;

- Sinalizar materiais (Pesados, difícil manejo, cortante, quente, corrosivo, tóxico,

inflamável, perfurante...) e a obra (Pisos e passagens irregulares, obstruídas,

escorregadias, com saliência ou buracos...) a fim de instruir os trabalhadores;

- Elaborar relatórios mensais com as ocorrências de eventuais acidentes, bem como

dispor medidas para evitar reincidência;

- Condições sanitárias de conforto e segurança das instalações do Canteiro

de Obras e nos pontos de apoio, no que diz respeito a refeitórios, sanitários,

abastecimento de água potável, destinação e tratamento de efluentes e resíduos

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 47

sólidos;

- Instalação de consultório e enfermaria para pronto atendimento na obra para

atendimentos emergenciais;

- Transporte de emergência através de ambulância, a qual permanecerá na obra

durante todo o período de construção.

Figura 2:Equipamentos de proteção individual (EPIs).

Figura 3: Equipamentos de proteção individual (EPIs).

5. PÚBLICO ALVO

Este Programa tem com público-alvo todos os trabalhadores, técnicos e

demais profissionais, das empresas contratadas, envolvidos nas atividades de

construção do empreendimento.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 48

6. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO

A execução dos trabalhos serão efetuados sob a responsabilidade de

profissionais habilitados – Engenheiro (s) de Segurança, Técnico (s) de

Segurança, Médico(s) e Enfermeiro(s) especialistas em Saúde do Trabalho.

Será disponibilizado ART do responsável ou responsáveis pelo programa.

A fiscalização pelo empreendedor dos serviços de saúde e segurança

será exercida pelo Supervisor Ambiental.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 49

7. CRONOGRAMA

Programa de Saúde e

Segurança do Trabalhador

Meses

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Implementar os programas

PCMAT, SESMT e PPRA

Criar a Comissão Interna de

Prevenção de Acidentes (CIPA)

Realização de atividades e

palestras educativas

Instalação de placas de

sinalização

Realizar treinamentos com os

funcionários

Relatórios de acompanhamento

Relatório Final

Início da Instalação Término da Instalação

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 50

PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO DA

FLORA E FAUNA

SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA E FLORA

SUBPROGRAMA DE AFUGENTAMENTO DA FAUNA

SUBPROGRAMA DE RESGATE DE GERMOPLASMA

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 51

1.1. PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO DA FLORA E FAUNA – PCFF

O Programa de Conservação da Flora e Fauna, a ser implantado durante as

atividades de instalação da LT 500 kV SE Gilbués SE São João do Piauí, está

subdividido em três subprogramas, sendo eles: Subprograma de Monitoramento

da Fauna e Flora (PMFF), Subprograma de Afugentamento de Fauna (PAF) e

Subprograma de Resgate de Germoplasma (PRG). Esses subprogramas,

incluindo seus cronogramas, estão intimamente ligados ao Plano de Supressão da

Vegetação, sobretudo para os subprogramas de Afugentamento de Fauna e

Resgate de Germoplasma, sendo considerados indispensáveis no que diz respeito

às medidas de mitigação dos impactos ambientes inerentes à supressão da

vegetação.

1.1.1. Subprograma de Monitoramento da Fauna e da Flora – PMFF

O Programa de Monitoramento da Fauna e da Flora - PMFF é de extrema

importância para se identificar e acompanhar os aspectos ambientais relacionados à

flora e fauna terrestre na área de influência da LT 500 kV SE Gilbués SE São João

do Piauí, tendo por objetivo a avaliação dos impactos decorrentes da implantação

deste Empreendimento sobre a fauna e flora da região.

Este Programa possibilita a identificação dos efeitos referentes à implantação

do Empreendimento sobre a flora e fauna, além de determinar, através de

tratamentos estatísticos avançados, índices de diversidade, frequência, abundância

relativa e índices de similaridades entre diferentes habitats, dentre outros.

Recomenda-se um total de duas campanhas de campo, uma no período chuvoso e

outra no período de estiagem, a fim de completar um ciclo sazonal da região.

Procedimentos Metodológicos

a) Monitoramento da Flora

Para determinação da composição florística, serão realizadas coletas de

material botânico de espécimes em estágio reprodutivo ao longo da área de

influência do Empreendimento. De cada indivíduo amostrado, serão coletados, no

mínimo, quatro ramos com material reprodutivo (botões, flores e frutos) e/ou

vegetativo (não fértil). A coleta dos espécimes em campo será realizada através da

técnica de caminhamento aleatório, com utilização de GPS para marcação dos

pontos.

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Todo material coletado será descrito em fichas de campo, com informações

referentes à denominação popular, ao hábito de crescimento dos espécimes, à

floração, à frutificação, ao comportamento, aos tipos de ambiente, usos, locais e

datas das coletas. Serão destacadas as espécies consideradas de relevância

econômica (utilidade alimentícia, medicinal, ornamental, etc.) e ecológica (rara,

endêmica, ameaçada de extinção, etc.). As atividades serão documentadas através

de amplo registro fotográfico.

O material botânico coletado será submetido à identificação, após passar pelo

processo de herborização, através de levantamento bibliográfico em obras

especializadas e/ou comparação do material com outros existentes no Herbário

Graziela Barroso - TEGB da Universidade Federal do Piauí – UFPI, onde será

incorporado ao acervo do herbário. O sistema de classificação utilizado será

Angiosperm Phylogeny Group III – Sistema APG III. Sendo a classificação das

mesmas conferidas através do banco de dados eletrônico disponível pelo Missouri

Botanical Gardeno.

As espécies amostradas serão inseridas no banco de dados do Programa

Estatístico Mata Nativa 2.06, desenvolvido pela Universidade Federal de Viçosa,

para análise da sua composição florística e da diversidade das espécies, através do

índice de Shannon-Weaver. Após análise da composição florística, torna-se possível

caracterizar detalhadamente as diversas formações vegetais encontradas, seu

estado de conservação e regeneração.

Para determinação de estrutura horizontal (densidade absoluta e relativa,

dominância absoluta e relativa, frequência absoluta e relativa, valor de importância

(VI), valor de cobertura (VC)), índices de diversidade (Shannon (H‘), Simpson (C),

Pielou (J‘)) e índices de similaridades (Jaccard (JS) e Sorensen (SO)) e coeficiente

de mistura de Jentsch (QM) será empregado o método de fitossociologia, obtidas

analisando e confrontando os dados gerados pelo programa Mata Nativa 2.06.

A análise dos parâmetros fitossociológicos permitirá detalhamento da

estrutura horizontal e vertical dos remanescentes florestais, além da dinâmica da

sucessão vegetal.

b) Monitoramento de Mamíferos Não Voadores

As metodologias para os levantamentos mastofaunísticos incluirão busca

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ativa, busca direta por vestígios, captura com armadilhas de arame do tipo live traps

e cameras trap (armadilhas fotográficas), além de entrevistas, para mamíferos de

pequeno, médio e grande porte.

c) Monitoramento de Mamíferos Voadores (quirópteros)

A metodologia utilizada para captura das espécies de quirópteros para o

trabalho em questão será através de redes do tipo Mist-Nets, armadas em

ambientes de mata, incluindo bordas, áreas próximas a corpos-d ‘água, como

riachos e córregos.

d) Monitoramento de Aves

O levantamento das aves realizar-se-á através de contagem direta,

vocalização e de capturas com redes de náilon (Mist-nets) com 12m de comprimento

por três de altura e malha de 36 mm. Serão utilizadas 10 redes neblina dispostas no

campo de forma linear e contínua (linha de rede) abertas no início da manhã entre

cinco e dez horas e, no final da tarde, das 16h30min às 18h30min horas.

Para determinar a composição da avifauna, o levantamento específico nos

diferentes habitats ocorrerá através da observação direta das espécies ou do

registro da vocalização através de gravador portátil, censo auditivo, binóculo e

caderneta de campo, realizados durante sete dias no período diurno, vespertino e

noturno sem horário pré-estabelecido.

e) Monitoramento da Herpetofauna

Serão utilizados quatro conjuntos de armadilhas adaptadas para anfíbios e

répteis, do tipo pitfall, fixadas por um período de 24 horas durante o período de

permanência na estação, cada constituída de quatro alçapões, dispostos em três

linhas de 5,00m, formando ângulos de 120 graus, partindo de um mesmo ponto

central interligado por uma lona plástica, feitos de baldes de plástico de 60 litros, e

as lonas, fixadas com grampos em estacas de madeira. A Procura Limitada por

tempo (PLT) acontecerá manualmente em locais de acumulação d‘água ou não,

dentro da área do empreendimento. As coletas oportunistas aconteceram de forma

aleatória nos deslocamentos realizados durante as atividades em cada estação e

entre as estações de levantamento.

1.1.2. Subprograma de Afugentamento de Fauna – PAF

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O Subprograma de Afugentamento de Fauna apresenta-se como a forma

mais ideia de garantir o mínimo de impacto que venha sofrer a composição

faunística regional durante as atividades de supressão da vegetal para a

implantação da LT 500 kV SE Gilbués SE São João do Piauí.

Este subprograma tem como principal objetivo salvaguardar os espécimes da

fauna silvestre encontrado a frente de desmate do presente Empreendimento,

através do afugentamento, além de subsidiar o desenvolvimento de trabalhos

subsequentes para a elaboração de instrumentos de defesa e preservação dos

recursos naturais durante a etapa de instalação do Empreendimento, contribuir com

dados relevantes ao Subprograma de Monitoramento de Fauna e com o

conhecimento da fauna terrestre da região do Empreendimento.

Procedimentos Metodológicos

A metodologia para este subprograma será de monitorar todas as atividades

previstas no plano de desmatamento, tais como corte com utilização de foices,

motosserras e empilhamento da madeira, visando facilitar a localização dos

espécimes, ninhos, vestígios diretos e indiretos de animais silvestres.

A equipe responsável pelo corte realizará, sob supervisão de um profissional

habilitado, uma varredura extensiva de toda a área com a intenção de afugentar a

fauna silvestre. Recomenda-se que essa varredura seja realizada diariamente,

sempre que houver atividades de desmatamento.

Durante as atividades de afugentamento de fauna, a equipe irá vistoriar as árvores

antes da derrubada e orientar os trabalhadores (equipe de supressão de vegetação)

da presença de animais, principalmente os mamíferos arborícolas e ninhos,

orientando-os sobre os cuidados necessários para não ferir ou matar os mesmos. Na

constatação da presença de animais nas árvores, as atividades de desmatamento,

no local, serão temporariamente suspensas até que o técnico da equipe de

acompanhamento tome as providências necessárias para o afugentamento do

animal.

1.1.3. Subprograma de Resgate de Germoplasma – PRG

O Subprograma de Resgate de Germoplasma tem como objetivo principal a

mitigação dos impactos relacionados à perda da cobertura vegetal oriunda da

implantação da LT 500 kV SE Gilbués SE São João do Piauí. Também, como

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objetivos centrais, o presente subprograma pretende contribuir para o conhecimento

e conservação da flora local, com conservação de espécies consideradas raras,

endêmicas, ameaçadas de extinção, de interesses econômico e científico, e

subsidiar projetos de recuperação de áreas degradadas na região.

Procedimentos Metodológicos

Serão realizadas coletas de material botânico em toda a área onde houver

supressão de vegetação para a implantação do Empreendimento. As áreas alvo de

supressão serão cuidadosamente inspecionadas para a coleta plântulas, espécimes

de epífitas, sementes, além de rizomas, bulbos e raízes.

As espécies prioritárias para o resgate serão aquelas consideradas no EIA como

endêmicas, raras, ameaçadas de extinção, além de espécies de interesse para a

ciência e para a população (medicinais, ornamentais, frutíferas, dentre outras).

O material botânico será encaminhado para viveiro de produção de mudas,

sendo posteriormente utilizadas para a recuperação de áreas degradadas e, se

possível, doados para alguns municípios inseridos na área de influência do

Empreendimento, incluindo escolas, com o intuito de promover atividades

experimentais com alunos, arborização urbana, dentre outros. O excedente de

material coletado, sobretudo de sementes, será estocado em câmaras de

estocagem.

2. PÚBLICO ALVO

Este Programa tem com público-alvo todos os trabalhadores, técnicos e

demais profissionais, das empresas contratadas, envolvidos nas atividades de

construção do empreendimento.

3. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO

A execução dos trabalhos serão efetuados sob a responsabilidade de

profissionais habilitados – Biólogos e Engenheiros Florestais. Será

disponibilizado ART do responsável ou responsáveis pelo programa.

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4. CRONOGRAMA

Legenda: (*) período passível de mudança, conforme dinâmica do plano de avanço da supressão da vegetação.

PBA SUBPROGRAMA ATIVIDADES

PERÍODO DE EXECUÇÃO

ANO

1º 2º

TRIMESTRE

1º 2º 3º 4º 5º 6º

MÊS

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º

Período para a implantação do Empreendimento

Período de supressão da vegetação * Período sem supressão da vegetação

*

Programa de Conservação da

Flora e Fauna - PCFF

Monitoramento da Fauna e Flora

Execução de atividades de campo

Elaboração de Relatório Parcial

Relatório Final

Afugentamento de Fauna

Execução de atividades de campo

Elaboração de Relatório Parcial

Relatório Final

Resgate de Germoplasma

Execução de atividades de campo

Elaboração de Relatório Parcial

Produção e manutenção de mudas

Relatório Final

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PROGRAMA DE SUPRESSÃO DA

VEGETAÇÃO

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1. INTRODUÇÃO

Para a instalação da Linha de Transmissão em questão, a supressão de

vegetação nativa necessária será a menor possível. Ocorrerá somente em alguns

trechos ao longo do seu traçado, principalmente em função das atividades de

lançamento dos cabos (pilotos e condutores) e, em alguns casos, na implantação

de torres. Será, também, necessário que se obedeça às distâncias mínimas de

segurança entre as copas das árvores e os cabos condutores. Em casos especiais,

poderão ocorrer aberturas de acessos para construção de torres, em áreas

florestadas. Nesses casos isolados, a abertura do acesso se dará, sempre que

possível na faixa de serviço, sem a necessidade de intervenções fora dela.

Como primeira medida de mitigação, os impactos decorrentes da supressão

de vegetação foram minimizados durante a otimização do estudo de traçado

realizado, o qual priorizou a escolha de uma alternativa onde a ocorrência de

interferências com áreas cobertas com vegetação nativa era menor, bem como

foram previstos ajustes pontuais, visando preservar as áreas existentes. Como

segunda medida para a mitigação desses impactos, a supressão de vegetação

para instalação da referida LT seguirá as recomendações da NBR-5422/85, que

estabelece a necessidade de se restringi-la ao mínimo necessário, para a

instalação e operação da linha de transmissão.

A adoção deste Programa atenderá ao Artigo 3º, Parágrafo 1º do Código

Florestal - Lei nº 4.771, o qual dispõe sobre a necessidade de prévia autorização

do Poder Executivo Federal para a supressão, total ou parcial, de florestas de

preservação permanente, para a execução de obras, planos, atividades projetos

de utilidade pública ou interesse social, o que é o caso do

empreendimento em questão.

2. OBJETIVOS

Minimizar a supressão de vegetação por meio do estabelecimento de

técnicas e procedimentos ambientais, a serem adotados durante as atividades de

instalação e através da adoção de medidas de controle e monitoramento eficientes;

Quantificar as áreas de vegetação nativa suprimidas ao longo das atividades

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de instalação da LT;

Estimar o volume do material lenhoso a ser retirado, considerando-se as

áreas de supressão total (faixa de serviço), as áreas de corte seletivo (demais áreas da

faixa de servidão);

Identificar e localizar a ocorrência, na faixa de servidão, de espécimes

protegidas de corte e propor medidas para a sua preservação, quando possível;

Atender aos critérios de segurança para a instalação e operação da LT;

Propor um Programa de Manutenção da Faixa de Servidão, no que se refere

ao componente vegetação e às respectivas distâncias de segurança, a ser

implementado na etapa de operação da LT;

Realizar, concomitantemente com as atividades de supressão de vegetação,

o afugentamento e resgate da fauna diretamente afetada;

Atender à Legislação Ambiental em geral.

Com a realização da caracterização quali-quantitativa da vegetação natural, em

áreas representativas dos diversos ambientes com remanescentes de vegetação

arbórea, grande parte dos três primeiros objetivos listados acima, foram atendidos;

entretanto será realizado o acompanhamento dos cortes e a quantificação do material

lenhoso efetivamente suprimido durante a supressão para alcançar o volume real de

madeira a ser suprimida, uma vez que o impacto será minimizado através da aplicação

dos procedimentos ambientais aqui propostos.

O programa de supressão da vegetação pretende atingir as seguintes

metas:

Realizar o acompanhamento dos cortes durante a supressão, em 100%

(cem por cento) das tipologias florestais diagnosticadas para supressão de

vegetação nativa, ao longo do traçado, visando ao controle do material lenhoso

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oriundo das atividades de supressão licenciadas para a instalação da LT.

Solucionar 100% das Não-Conformidades Ambientais, caso ocorram,

principalmente com relação às atividades de supressão de vegetação, consideradas

todas as variáveis de controle e a totalidade das áreas em prazo hábil.

Minimizar o impacto na vegetação afetada através da adoção de

técnicas de controle ambiental e monitoramento das atividades.

3. BASE LEGAL

Constituição da República Federativa do Brasil (1988).

Lei nº 4.771 - Institui o Código Florestal Federal, modificado pela Medida

Provisória nº 1.956-50, de 26/5/2000.

Lei nº 7.754, de 14/4/1989 - Estabelece medidas para proteção das

florestas existentes nas nascentes dos rios, e dá outras providências.

Resolução CONAMA nº 002/96 - Compensação Ambiental.

Resolução CONAMA nº 237/97, de 19/12/97 - Licenciamento Ambiental.

Resolução CONAMA nº 303/02, de 20/3/02 - Dispõe sobre parâmetros,

definições e limites de Áreas de Preservação Permanente.

Lei nº 9.605, de 12/2/98 - Crimes Ambientais.

Instrução Normativa IBAMA nº 30, de 31/12/2002 - Disciplina o cálculo do

volume geométrico das árvores em pé, através da equação de volume que

especifica, e dá outras providências.

Portaria IBAMA nº 37-N/92 - Lista oficial de espécies da flora brasileira

ameaçada de extinção.

Norma Técnica da ABNT 5422/85 - Procedimentos para linhas de

transmissão.

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4. AÇÕES

As atividades de supressão de vegetação deverão acontecer durante a

limpeza das áreas para a implantação de canteiros de obras e alojamentos,

ampliação e construção de acessos, terraplanagem, limpeza da faixa de servidão,

fundações e aterramento, e montagem de torres ao longo de todo traçado da LT,

conforme estabelecido no cronograma geral da obra. As principais etapas previstas

estão descritas a seguir:

A) Operacionalização

As atividades de supressão da vegetação serão limitadas ao mínimo

necessário para a instalação e operação seguras da LT, seguindo-se as

recomendações da Norma Técnica Brasileira NBR-5422/85 e obedecendo-se

rigorosamente às Especificações Ambientais vigentes.

Em virtude dos critérios da NBR-5422/85 e da necessidade de

estabelecimento, em alguns casos, de uma faixa de supressão total da vegetação, é

importante que se considere a distinção entre faixa de servidão (ou de domínio) e

faixa de serviço da LT.

Esta última corresponde a uma estreita faixa, de largura variável (prevista

para ter em média 5 a 25 metros nesse empreendimento), utilizada nas atividades que

envolvem, principalmente, o tráfego de veículos e equipamentos, o transporte

de materiais e o lançamento dos cabos. Nessas áreas, em geral, é praticada a

supressão total de indivíduos de porte arbóreo, ao passo que, no restante da

largura da faixa de servidão neste empreendimento será de 60m, é possível efetuar

cortes seletivos (supressões seletivas de indivíduos arbóreos que impeçam a

instalação e a operação segura da LT). Essa supressão pode ser efetuada em

patamares.

A Supressão de Vegetação será iniciada após a emissão da Licença de

Instalação pela SEMAR-PI, sendo de responsabilidade do empreendedor, e se

encerrará somente após a entrega do relatório final dos resultados obtidos, ao

término das atividades.

Seguem as etapas operativas do Programa de Supressão da Vegetação:

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Planejamento de atividades

É imprescindível que cada intervenção de potencial impactante seja

cuidadosamente planejada. A equipe ambiental do empreendimento será a

responsável pelo planejamento das operações e elaborará, junto com a

empreiteira, um plano semanal e diário de operações, de acordo com as

facilidades e as eventuais prioridades da obra.

Essa atividade destina-se a orientar as operações de corte, precavendo-se

quanto aos elementos desfavoráveis, o que torna conhecidos os eventuais

obstáculos. A importância desta, reside na mitigação dos impactos decorrentes, das

atividades de remoção da cobertura arbórea sobre as áreas limítrofes do

empreendimento e seu entorno, permitindo um planejamento minucioso das

alternativas, técnicas e equipamentos de corte a serem empregados. Outra

avaliação de suma importância reside na segurança dos trabalhadores envolvidos em

tal atividade.

Supressão da Vegetação na Faixa de Servidão

A supressão da vegetação será por corte raso sem destoca numa faixa central

nas áreas sem restrição legal de acordo com as diferentes tipologias interceptadas

pelo eixo da LT.

Nas Áreas de Preservação Permanente (Talvegues, Nascentes, Encostas, Mata

Ciliares, etc) e Reservas Legais, a supressão da vegetação ficará restrita a um corte

raso sem destoca com largura máxima de 5,0 metros apenas para passagem do cabo

piloto e equipamentos.

Nas áreas adjacentes ao corte raso, será realizado abate seletivo das árvores

e arbustos que apresentarem as copas a uma distância superior ao raio de ação

dos cabos condutores, também considerando o movimento dos cabos em dias de

fortes ventanias.

A supressão de vegetação será semi-mecanizada, e será efetuado o corte das

arvores que estiverem dentro da área de trabalho, procurando direcionar a queda

das mesmas para o centro da Faixa de Servidão.

As galhadas (galhos finos, grassos e folhas) provenientes da supressão deverão

ser triturados e deixados na própria faixa da Servidão. Contudo, os fustes das árvores

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com valor comercial deverão ser enleirados separadamente. Esses fustes deverão

ser seccionados em toras acima de 3,0 metros de comprimento (comprimento

comercial), para facilitar o enleiramento. As arvores, arbustos e galhos grossos que

não tiverem valor comercial serão aproveitados em forma de lenha e seccionados em

aproximadamente 1 m e empilhados ao lado da faixa.

As árvores abatidas nas áreas de supressão seletiva deverão permanecer no

próprio terreno após seccionamento em toras, de forma que não obstruam os cursos

d´água, as vias de acesso ou atrapalhem a operacionalização das etapas

construtivas da Linha de Transmissão. A imagem abaixo ilustra os diferentes tipos

de supressão em relação as tipologias ao longo do traçado.

Figura 4: Largura da Supressão na Faixa de Servidão nas Diferentes Tipologias.

Poderão ser suprimidos 25 m de largura de faixa de servidão na tipologia

Cerrado e Caatinga para as áreas especiais de tensão ecológica e as áreas de

preservação permanentes (APPs) assim como as áreas de reserva legal serão

suprimidos apenas 5 m a céu aberto de largura de faixa de servidão e corte

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seletivo até o limite da faixa de servidão, apenas dos indivíduos de grande porte,

que colocam em risco a operação da LT.

Outra operação necessária é a limpeza periódica da faixa de servidão,

cujo objetivo é de reduzir e manter a altura da vegetação em patamar que

possa eliminar possíveis riscos ao sistema de transmissão de energia. Muitas vezes,

esta limpeza é feita mediante o corte raso da vegetação, sendo possível o manejo da

mesma com o corte seletivo em função da altura e distância dos cabos, permitindo a

permanência de árvores de pequeno e médio porte.

Supressão da Vegetação nas Praças das Torres e de Lançamentos

A supressão da vegetação nas praças de montagem e lançamento de cabos

deverá seguir critérios específicos citados anteriormente. Nessas áreas a supressão

será corte raso e deverão ocorrer do centro para a periferia, sempre conservando as

vegetações rasteiras, para se evitar processos erosivos, retirando apenas as arvores e

arbusto e não usando equipamento motorizado.

O desgalhamento e o desdobro deverão seguir as mesmas orientações do

Plano de Supressão de Vegetação do PBA.

O material proveniente da supressão deverá ser enleirado nas bordas

laterais da faixa de servidão, sendo que as toras de valor comercial e lenha

deverão ser enleiradas separadamente.

As praças das torres terão dimensões máximas de 1.600 m² (40 m x 40

m) para torres estaiadas e 400 m2 (20 m x 20 m) para torres autoportantes, suficiente

para montagem e içamento das torres, trânsito de veículos e transporte de materiais.

A imagem abaixo ilustra a forma como será realizada a supressão nas praças

das torres:

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Figura 5:Forma de Supressão nas Praças das Torres.

Supressão da Vegetação nas Vias de Acesso

Evitar ao máximo e sempre que possível a supressão da vegetação nas

estradas e vias de acesso. As árvores abatidas deverão ser desgalhadas e

desdobradas, como já descritas anteriormente.

Enleirar às margens dos acessos, todo material proveniente da supressão,

sendo que as toras de espécies de interesse comercial deverão ser dispostas

separadamente;

Os resíduos provenientes da supressão que representa um volume de material

expressivo e que coloque em risco a linha de transmissão deverão ser

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removidos da Faixa de Servidão e dispostos em local apropriado.

Casos Especiais

a) Intervenção em Reserva Legal e áreas de preservação

permanente

Em relação às áreas de reserva legal, serão tratadas como tal, apenas as propriedades

cujas matrículas estejam averbadas. Sendo assim para estas áreas, estão previstas a

reposição florestal. Serão reflorestadas novas áreas equivalentes às que foram

suprimidas em regime de reserva legal, utilizando espécies do mesmo bioma onde

ocorreram as supressões.

b) Queima e uso de herbicidas

É terminantemente proibida a utilização de queimadas ou herbicidas como forma

de desmatamento.

Os procedimentos gerais no processo de limpeza durante a supressão da

vegetação

A abertura e a limpeza da faixa de servidão, tanto no que se refere à

supressão total (corte raso) quanto à parcial (corte seletivo), envolve a remoção

de árvores ou material lenhoso. Os procedimentos gerais que vêm sendo

seguidos durante o processo de limpeza são:

(a) Demarcação das áreas

A faixa de servidão bem como aquelas de apoio às obras devem ser

demarcadas e sinalizadas.

(b) Identificação botânica das árvores

Esta atividade deve ser exercida por pessoa de comprovada experiência

em trabalhos dessa natureza.

(c) Procedimentos para corte de vegetação

As operações e etapas a seguir descritas apresentam um conjunto de

recomendações de natureza operacional.

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(c.1) Avaliação das árvores

Essa atividade destina-se a orientar as operações de corte, precavendo-

se quanto aos elementos desfavoráveis, o que torna conhecidos os

eventuais obstáculos.

(d) Corte de cipós

O corte de cipós é uma operação fundamental para mitigação dos impactos em

áreas onde há uma densidade elevada dessas lianas. A presença dessas

ocasiona muitos problemas às operações de remoção da vegetação, dentre os

quais, destacam-se os danos às árvores do entorno da faixa de servidão e o risco de

acidentes de trabalho. Essa operação deve ser realizada antes do início dos cortes

das arvores. É uma atividade essencialmente manual, entretanto convém salientar a

importância da utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI) no

resguardo da integridade física do trabalhador.

(e) Planejamento da supressão

Esta atividade buscará identificar a melhor sistemática de trabalho para a supressão,

definindo a forma de trabalho.

(e.1) Operação de corte e retirada da vegetação

Esta atividade pode ser efetuada por métodos mecanizados (tratores para o transporte)

ou semi-mecanizados (motosserra para os cortes).

(f) Procedimentos para o corte com motosserra (semi mecanizados)

Esta atividade requer:

O operador deverá estar legalmente habilitado e treinado conforme a NR 12 para

a operação da motosserra sendo que este equipamento deverá estar

licenciado/autorizado pelo IBAMA.

Verificação, por parte do operador, se a direção de queda recomendada no

planejamento é possível e adequada à minimização dos impactos sobre a

vegetação em torno, além da avaliação sobre riscos de acidentes, por

exemplo, galhos quebrados pendurados na copa, cipós não-seccionados, etc.

Limpeza do tronco a ser cortado, promovendo o corte de cipós e

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arvoretas, além da remoção de eventuais casas de cupins, galhos quebrados

ou outros obstáculos situados próximos à árvore. Deve-se atentar sempre

para a presença de insetos como vespas, abelhas e formigas na área, assim

como para os ofídios venenosos (cobras e serpentes), pois pode provocar

acidentes de natureza grave; Preparação dos caminhos de fuga, por onde a

equipe deve afastar-se no momento da queda da árvore. Esses caminhos

devem ser construídos no sentido contrário ao que a árvore tende a cair. Para

árvores com tronco de boa qualidade (pouco inclinado e sem rachaduras)

e direção natural de queda favorável à operação de arraste, utiliza-se a

técnica padrão de corte. Outras técnicas, classificadas como "cortes

especiais", são utilizadas para as árvores que apresentam, pelo menos,

uma das seguintes características: diâmetro grande, inclinação excessiva,

tendência à rachadura, existência de ocos grandes e direção de queda

desfavorável, conforme Figuras a seguir:

Figura 6:Avaliação da Tendência Natural de Queda da árvore.

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Figura 7:Indicação dos Caminhos de Fuga.

Figura 8:Esquema da técnica de Padrão de Corte

Figura 9: Redirecionamento da queda da Árvore Através da Adoção de Cunha e

Assimetria na Largura da Dobradiça.

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Figura 10: Tifor

Figura 11:Ilustração da Técnica de ancoragem, onde Podem ser Combinadas as Utilizações

de Cunha, de Tirfor e de Assimetria na Largura da Dobradiça.

(g) Cortes especiais

Estas técnicas devem ser empregadas para a mitigação dos impactos da

biota do entorno bem como na prevenção de acidentes. As figuras a seguir

ilustram situações de redirecionamento da queda utilizando: redirecionamento

com cunha, o tifor e técnica de ancoragem com cabos.

Seccionamento e aproveitamento da madeira

Para o seccionamento e melhor aproveitamento da madeira, serão adotados

os seguintes procedimentos:

Os cortes dos troncos serão efetuados próximos ao solo e executados de

forma a resultar numa superfície plana, normal ao eixo longitudinal do caule. Os

cortes executados com ferramentas manuais deverão ser imediatamente acabados.

As árvores com diâmetros maiores que 8 cm deverão ter seus galhos

cortados antes de serem empilhadas.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 71

O seccionamento será regido pelo uso potencial de cada fuste,

objetivando sempre o aproveitamento mais nobre. A madeira poderá ser usada

como estiva, ou para controlar a erosão.

O comprimento das toras será estabelecido em acordo prévio com os

proprietários das terras, procurando seguir um modelo, para facilitar a cubagem. Os

resíduos (lenha) deverão ter comprimento máximo de 0,60 m e serão agrupados em

pilhas de 1,00 m altura por 2,0 m de comprimento, com o mesmo objetivo. O material

suprimido somente deverá ser cubado após o baldeio/transporte/empilhamento

conforme citado anteriormente, sendo elaborados os laudos florestais de supressão

nessa ocasião.

O material lenhoso a ser aproveitado para uso comercial (serraria) serão

aqueles indivíduos com diâmetros superiores a 0,30 m.

Ao término das atividades, o técnico da área ambiental residente deverá

apresentar ao Órgão Licenciador, um relatório, contendo registro fotográfico das

atividades de supressão de vegetação, volume total atingido e destino final do

material lenhoso.

A forma a ser utilizada para quantificação é a cubagem das pilhas de toras já

traçadas, leiradas às margens da faixa de servidão, antes do baldeio.

Figura 12:Empilhamento de Toras de Madeira. Detalhes dos Tipos de Suporte para Aeração da

madeira Empilhada e Recomendações para Evitar Acidentes.

A matéria vegetal será devidamente ordenada fora da faixa de servidão,

preferencialmente em locais próximos às instalações do proprietário das terras

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 72

atravessadas, ou em outro local determinado pelo empreendedor em comum

acordo com os proprietários.

O material lenhoso não aproveitado na obra, será espalhado de forma

uniforme ao longo da faixa suprimida, de modo a promover um acréscimo de

serrapilheira. O aporte de biomassa via serrapilheira é um dos mais importantes

processos de transferência de nutrientes nos ecossistemas florestais tropicais

(Martins e Rodrigues, 1999).

A manutenção da biomassa abatida in locu mantém os nutrientes na floresta,

não havendo a exportação dos mesmos, posteriormente esse material

será decomposto naturalmente e reintroduzido no ciclo natural. Favorecendo assim

a recomposição do ecossistema afetado.

Segundo ALVARENGA (1995) manter a superfície do solo permanente coberta

por materiais vegetais em fase vegetativa ou como resíduos é, efetivamente, o

manejo recomendado para proteção e conservação do solo. A fim de minimizar a

compactação dos solos, o material lenhoso será disposto uniformemente ao longo da

faixa de supressão, atuaria minimizando o impacto do maquinário utilizado para

construção da linha.

Transporte da madeira

A opção de distribuir uniformemente ao longo da faixa de supressão o

material lenhoso seccionado, a fim de acrescentar matéria orgânica e

acelerar a recuperação da floresta, elimina a necessidade de retirada da madeira e

evita os impactos ambientais promovidos pela retirada desse material.

No entanto caso haja interesse do proprietário sobre o material em questão,

o mesmo estará seccionado, empilhado e disponibilizado à propriedade qual

pertence para que o proprietário faça o aproveitamento dessa madeira da forma

que melhor o convier, desde que respeite a legislação municipal, estadual, e

federal vigente e as exigências do órgão ambiental competente (SEMAR) sendo

aconselhado o destino para benfeitorias dentro da própria propriedade.

Quantificação volumétrica posterior à supressão

A quantificação da vegetação suprimida deverá ser realizada para o controle das

atividades propostas neste Programa. O levantamento desses dados deverá ser

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 73

efetuado no momento após as operações de remoção da vegetação nativa. O

objetivo é avaliar, com rigor, o volume extraído em números exatos, através de

laudos florestais a serem encaminhados posteriormente aos órgãos ambientais.

Cubagem e emissão de laudos

Consiste na medição da pilha (1 x 1 x 1 m), geralmente expressa em uma unidade

denominada ―estéreo (st)‖; contudo, para a determinação do volume de lenha

suprimida, é necessária a obtenção de um fator de cubicação ou de empilhamento.

Para isso, é necessária a cubagem rigorosa das toras, comomencionado

anteriormente, e o estabelecimento da razão entre os volumes, que representa o

índice de conversão do volume global da pilha em volume sólido de lenha. Essa

tarefa será de total responsabilidade do executor da supressão e será fiscalizada

pela Supervisão Ambiental.

Registros fotográficos

Esta atividade visa retratar a supressão ocorrida. Além da imagem, deve conter, no

mínimo: a data, o nome do proprietário, e uma referência do que foi suprimido.

Elaboração do Laudo

A elaboração do laudo técnico florestal deverá ocorrer imediatamente após o

transporte ao local acertado com o proprietário das terras suprimidas, devendo ser

elaborado e revisado e assinado por técnico com competência legal para tal

(incluindo laudo o número do CREA e a ART devidamente paga para o profissional

que realizará a confecção dos laudos durante a atividade).

Monitoramento Ambiental

O monitoramento das atividades de supressão da vegetação e de seus

impactos tem como objetivo detectar riscos, corrigir procedimentos, avaliar as

operações, contabilizar e registrar a supressão, centralizar e proceder à

organização e compilação dos documentos afetos a este projeto e inspecionar as

operações de campo, ou seja, inter-relacionar as suas diversas etapas. Esta atividade

deverá ser de responsabilidade do proposto ambiental da empreiteira, fiscalizado pela

Supervisão Ambiental.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 74

Acompanhamento e Avaliação Ambiental

A etapa de acompanhamento e avaliação (inspeção ambiental) deverá

garantir que todas as atividades que envolvam intervenções sobre áreas de

vegetação sejam fiscalizadas. O inspetor ambiental deverá participar em turno

integral das atividades de supressão e zelar para que todos os procedimentos

previstos neste documento sejam executados, principalmente o registro das

supressões de vegetação, assinalando o início e término das atividades em cada

trecho. Serão registradas ocorrências de Não-Conformidades Ambientais, que

deverão ser imediatamente informadas ao empreendedor e devidamente

solucionadas no prazo estabelecido.

A equipe de gerenciamento ambiental diretamente envolvida com o

acompanhamento e avaliação, receberá treinamento para fiscalização das

atividades, sendo igualmente responsável pela fiscalização integral da aplicação das

especificações ambientais correspondentes e pela emissão e

acompanhamento da solução das Não-Conformidades Ambientais.

5. PÚBLICO ALVO

O público alvo do Programa é representado pelo empreendedor e o

conjunto de empresas contratadas envolvidas na instalação e operação da LT, os

proprietários de terras na Área de Influência Direta da LT e o órgão licenciador.

6. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA

O empreendedor contará com uma equipe da empresa consultora formada

por profissionais qualificados, na função de Inspetor Ambiental, para inspecionar,

orientar e informar os atores do empreendimento sobre as normas e diretrizes

contidas neste Plano.

Coordenador de Meio Ambiente

Esse profissional ficará na sede da empresa responsável pela gestão

ambiental, e deverá possuir experiência na área de Meio Ambiente. Ele será

responsável por garantir que todos os requisitos ambientais previstos no

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 75

contrato do empreendedor com o empreiteiro, os Estudos de Impacto Ambiental

(EIA), assim como a legislação municipal, estadual e nacional, e o conteúdo

deste projeto sejam cumpridos.

Inspetores de Campo

O Inspetor Ambiental será um profissional qualificado, a ser lotado no local

da obra para garantir o cumprimento deste projeto à partir da orientação das equipes

de campo e do fornecimento de informações para o Coordenador de Meio

Ambiente. O inspetor também será responsável por elaborar o fator de

empilhamento para as leiras e confeccionar relatórios técnicos semanais sobre o

desenvolvimento das atividades.

Técnicos da área ambiental qualificados para fiscalizar e acompanhar as

atividades propostas; trabalhadores treinados no uso de equipamentos

específicos, EPIs e ferramentas cortantes.

Será disponibilizado a ART do profissional responsável pelo programa antes do

início das atividades.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 76

7. CRONOGRAMA

Programa de Supressão da

Vegetação

Meses

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Corte de cipós

Corte raso com motossera

Seccionamento e empilhamento da

madeira

Limpeza da faixa de servidão, áreas

das torres e praças de montagem.

Reaproveitamento da madeira.

Manutenção da faixa de segurança

Relatório de acompanhamento

Relatório final

Início da Instalação Término da Instalação

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 77

PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE

ÁREAS DEGRADADAS-PRAD

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 78

1. INTRODUÇÃO

O processo de implantação de uma Linha de Transmissão acarreta em

modificações a locais específicos na fase de construção, por exemplo, nas áreas de

canteiros de obras, áreas de empréstimo e bota-fora, escavações para

fundação das torres, montagem das estruturas e instalação dos cabos condutores,

pára-raios e acessórios.

A maioria dos impactos do empreendimento não é de grande magnitude e

ocorre restritamente nas frentes de obras. Nas áreas de canteiros de obras,

empréstimo e bota-fora, previamente escolhidos, os impactos serão pontuais e

minimizados com base em uma série de atividades de recomposição da vegetação e

tratamento do solo.

Conforme indicado no EIA, a LT passará, em uma grande parte, por áreas

onde já existe algum tipo de ocupação, sendo prioritariamente ocupadas com usos

agrícolas. As áreas de pastagens plantadas constituem, também, uma das

fisionomias mais comuns da área do empreendimento, ocupando antigas áreas

agrícolas ou áreas onde houve a supressão da vegetação original.

Na região por onde passará a LT, será utilizada, sempre que possível, a

malha viária existente ou serão construídos alguns acessos para o transporte da

mão-de-obra, de equipamentos e materiais de construção e montagem. As

estradas e caminhos deverão ser conservados durante toda a fase de execução dos

trabalhos.

Este Programa de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD - contém as

diretrizes e as técnicas básicas recomendadas para serem empregadas durante a

construção e montagem da Linha de Transmissão, visando minimizar e/ou evitar os

impactos ambientais. As especificações são baseadas na Legislação vigente e em

técnicas e diretrizes usadas com sucesso em obras lineares similares.

A recomposição de áreas degradadas é obrigatória e necessária não só para

possibilitar a retomada do uso original ou alternativo das áreas impactadas onde

houve intervenção antrópica, como também para atender às Legislações

Ambientais, Federal e Estadual.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 79

2. OBJETIVOS

Este Programa tem como principal objetivo a recuperação das áreas

degradadas durante a implantação da Linha de Transmissão e sua reintegração à

paisagem natural.

As diretrizes gerais são as seguintes:

Identificar e mapear todas as áreas degradadas no processo de Instalação

da LT;

Promover a estabilização dos terrenos;

Colaborar com a conservação, proteção e sustento da fauna;

Implantar uma cobertura vegetal nas áreas degradadas;

Recuperar as áreas que serão utilizadas como canteiros de obras, alojamentos

e outros, visando o reafeiçoamento do relevo e à revegetação dessas áreas;

Implantar medidas capazes de restabelecer e reintegrar áreas

degradadas à paisagem regional, contribuindo para a melhoria da qualidade

ambiental em conformidade com valores ambientais, estéticos e sociais das

circunvizinhanças;

Contribuir para a reconstituição da vegetação nas áreas impactadas, de forma

que, no final, aproximem-se ao máximo das condições naturais anteriores à

intervenção antrópica;

Recompor e proteger o solo nas áreas em que os horizontes

subsuperficiais ficarem expostos (com devolução das camadas de solo fértil), a fim de

preparar o terreno para sua utilização pelos agricultores, promovendo o retorno ao

ciclo produtivo das áreas agrícolas, reintegrando as que forem afetadas;

Fornecer condições mínimas para se estabelecer um novo equilíbrio

dinâmico entre solo-água e vegetação;

O PRAD visa promover a rápida revegetação das áreas degradadas,

estabilizar os terrenos e controlar a erosão, recuperar as atividades biológicas no

solo, realizar o tratamento paisagístico das áreas afetadas e preservar e

restaurar o equilíbrio natural.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 80

3. BASE LEGAL

A Recuperação de Áreas Degradadas atenderá às normas técnicas específicas e

aos requisitos legais pertinentes, compreendendo a Legislação Federal e do

Estado do Mato Grosso.

Todos os métodos de trabalho e processos que serão adotados respeitarão

os artigos concernentes e aplicáveis contidos na Lei nº 4771, de 15 de setembro de

1965, que instituiu o Código Florestal Brasileiro, e em suas modificações pelas Leis

5.106, de 2/9/1966; 5.868, de 12/12/1972; 5.870, de 26/3/1973; 6.535, de

15/6/1978; 7.0511, de 7/7/1986; 7803, de 18/07/1989, e 9.985, de 18/7/2000.

Deverão também ser seguidas as determinações das principais Normas

Técnicas pertinentes que estão sumarizadas no Quadro a seguir:

Quadro 1: Principais Normas Técnicas Pertinentes.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 81

4. METODOLOGIA

As técnicas e as metodologias a serem empregadas na recuperação de áreas

degradadas deverão ser individualizadas para cada uma delas, respeitando-se suas

características específicas bem como o tipo de uso que foi responsável pela

degradação.

As áreas de uso agrícola que sofrerem intervenções devem ser recuperadas

de modo que os proprietários as utilizem com agricultura e/ou pastagem, da

mesma forma como ocorria antes da implantação do empreendimento ou com

outros usos, respeitando-se as recomendações do empreendedor quanto à

segurança.

O Programa compreende um conjunto de fases, desde a caracterização

inicial das áreas que devam ser recuperadas até as recomendações gerais de

medidas a serem tomadas durante e após as obras. Os casos específicos serão

tratados entre empreiteira e empreendedor, mediante a elaboração de projetos

específicos, conforme as necessidades locais, sempre com a aquiescência dos

proprietários.

Os itens a seguir apresentados descrevem, nas distintas fases de trabalho, as

formas convencionais para recuperação das áreas degradadas e as ações que

serão necessárias para atingir os objetivos e metas estabelecidos.

Caracterização e Localização das Áreas a serem Recuperadas

Compreende a identificação, avaliação e delimitação de áreas que devem ser

recuperadas notadamente naquelas destinadas a canteiros de obras principais,

acessos, locais de escavação e fundação de torres, reaterro, locais para

montagem de estruturas, lançamento de cabos condutores, pára-raios e

acessórios.

Remoção, Armazenamento e Manejo do Material Vegetal e da Camada

Superficial do Solo

A camada superficial do solo removida será estocada, para ser utilizada

nas áreas a serem recuperadas. Serão armazenadas em formas de leiras com

cerca de 1,0m de altura, ou em pilhas individuais de 5 a 8m³, permitindo aeração

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 82

necessária para que não haja alteração da matéria orgânica. A principal atividade

biológica do solo ocorre nessas camadas superficiais, e sua conservação

constitui uma prática eficiente para recuperação das camadas superiores do solo.

Os operadores de máquinas devem ser instruídos para que não aprofundem

demasiadamente a retirada desse material, buscando-se evitar mistura com

material subsuperficial ou de subsolo, em caso de escavações mais profundas.

Recuperação de Áreas

Áreas de Canteiros de Obras

A recuperação das áreas de canteiros de obras obedecerá às recomendações

constantes neste Programa. O tratamento para recuperação inclui a

reconfiguração do terreno, procurando recompor suas condições anteriores,

revegetação e/ou plantio de gramíneas pelo método mais indicado ao local, a ser

definido em projeto específico a ser elaborado pela empreiteira.

Os métodos de recuperação serão os descritos nesse Programa e devem ser

aplicados nos pontos de apoio acima citados. São válidas também para as áreas de

canteiros de obras, as diretrizes gerais para recuperação de áreas de

empréstimo descritas a seguir.

Áreas de Bota-fora

A delimitação e a utilização áreas de bota-fora serão regidas pelo Projeto

Executivo a ser elaborado pela(s) empreiteira(s) em cumprimento às normas

pertinentes. Os locais deverão ser objeto de cadastro, com pleno consentimento

dos proprietários e aprovação do empreendedor.

Os processos a serem utilizados para disposição dos materiais consistirão de

espalhamento destes em camadas de cerca de 30cm de espessura sobre toda a

área. As camadas sucessivas deverão ser comprimidas pelo trânsito dos veículos de

transporte na descarga do material. As declividades deverão ser mantidas,

conforme normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

O tratamento para recuperação deve ser semelhante ao descrito para áreas

de empréstimo, incluindo a configuração do terreno, procurando-se recompor suas

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 83

condições anteriores por meio de revegetação e/ou gramagem pelo método mais

indicado ao local, a ser definido em projeto específico a ser elaborado pela

empreiteira.

Recuperação e Conservação de Acessos

Tendo em vista o alto grau de antropização da área onde está inserido o

empreendimento, a maioria dos acessos às obras será feita através de vias já

existentes, evitando-se a abertura d enovas estradas e caminhos, que estarão

condicionados às áreas onde isso seja absolutamente necessário.

Quando for necessária a abertura de novos acessos, recomenda-se adotar medidas

preventivas pertinentes, de modo que os trabalhos de recuperação sejam restritos ao

mínimo necessário,evitando-se intervenções ambientais. Os cuidados que devem ser

seguidos durante a abertura dos acessos estão descritos no Plano Ambiental para a

Construção (PAC), também integrante deste PBA.

Para os casos em que for necessário o corte ou aterro de taludes nas extremidades

das vias, recomenda-se principalmente a execução de rede de drenagem, caixas de

passagens e até bueiros ao pé dos taludes, para direcionamento do fluxo de águas

pluviais.

Recuperação de Praças de Montagem das Torres

Estas praças deverão ser definidas durante a obra, conforme as

necessidades.

É importante evitar a degradação da área, minimizando os gastos e trabalhos

de recomposição. Alguns procedimentos simples permitem diminuir essas

atividades.

Se a montagem for mecanizada com uso de guindastes, o nivelamento para o

uso das máquinas deverá será executado por meio de calços, evitando-se

processos mais complicados e desnecessários. Se algum tipo de raspagem

superficial for necessário, o solo deve ser estocado em pilhas ou leiras.

Antes da recuperação dos terrenos, deve-se coletar todo o material

descartado da montagem (metais, madeira e plástico), deixando o terreno limpo para

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 84

recomposição.

Terminado o trabalho, os solos deverão ser recompostos, utilizando-se os

métodos de gradagem e plantios descritos adiante, com o objetivo de se criar

uma cobertura vegetal a mais próxima possível da original.

Recuperação de Praças de Lançamento e Emendas de Cabos

As praças de lançamento de cabos devem priorizar áreas onde não serão

necessárias supressões de vegetação, quando isso não for possível, a área de

serviço será desmatada e limpa somente nas dimensões mínimas necessárias.

Deve-se evitar a utilização de máquinas pesadas na abertura de praças

de trabalho, para não provocar maior compactação dos solos.

Nos locais propícios pelas condições de relevo e em presença de solos não

pedregosos superficialmente, a recomposição do terreno consistirá em gradagens

— uma mais profunda, atingindo 20 a 25 cm de profundidade e outra, superficial

leve, em profundidades de 10 a 12cm. As gradagens superficiais leves são

utilizadas para melhorar a estrutura dos solos, incorporando restos de cultura,

calcário e destorroamento das camadas superficiais. Quando efetuadas em duas

operações, essas gradagens devem ser cruzadas. Caso se faça apenas uma

operação, inicia-se o corte pela periferia, em direção ao centro da área.

Quando os solos forem rasos ou compactados ou tiverem camadas

impermeáveis nos primeiros 30cm de profundidade, pode-se lançar mão de

escarificadores. Se a camada compactada for mais profunda, podem-se utilizar

subsoladores. Esses procedimentos sempre devem ser avaliados visando-se à

conservação dos solos, de modo que possíveis problemas locais de compactação

não venham a ser agravados pelas gradagens.

Em áreas já terraceadas em pequenos declives, os terraços devem ser

localmente recompostos conforme se encontravam originalmente, considerando as

áreas concretadas e as torres. A drenagem deve ser garantida mediante o uso de

canaletas apropriadas a cada caso, em áreas arenosas e/ou com maiores declives, a

serem previstas no Projeto Executivo.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 85

Revestimento Vegetal - Plantios de Gramíneas

Essa metodologia tem a finalidade de recompor e preservar áreas expostas

durante a obra, proporcionando condições para que resistam à erosão superficial

causada pelas precipitações pluviais, através da proteção vegetal de

gramíneas adaptadas às condições locais.

A empreiteira apresentará ao empreendedor os métodos, os quantitativos

envolvidos e os locais prioritários que serão recuperados. Esses locais receberam a

visita da equipe de meio ambiente para aprovação desses métodos.

Serão prioritários os serviços nas áreas íngremes, margens dos cursos d‘água e

locais onde pode haver escorregamento de massa, pois são sujeitos a maiores

riscos de erosão e assoreamento.

Na recuperação, usam-se as técnicas básicas de cultivo: por semeadura,

enleivamento ou plantio de mudas. A escolha do método depende de fatores, tais

como, a natureza da área a ser semeada, o tamanho, a capacidade germinativa

das sementes e as características de propagação de espécies individuais. A

semeadura pode ser feita a lanço ou por hidrossemeadura. A semeadura a lanço

deixa as sementes expostas na superfície, exigindo a colocação de uma cobertura

de solo.

Enleivamento

Uma cobertura de gramíneas pode também ser obtida por meios diversos,

porém os mais usuais são as placas de grama ou estolões. Esses procedimentos

podem ser utilizados em áreas instáveis, quando houver grande disponibilidade de

grama na região e sua retirada não causar degradação local. Consiste na retirada de

placas de gramados adjacentes aos locais das obras, de forma intercalada, para

permitir a sua regeneração.

É um dos métodos de melhor resultado na proteção vegetal e, para sua

implantação, alguns procedimentos devem ser seguidos, como os descritos

abaixo:

- O terreno deverá ser preparado mediante revolvimento e, em

determinados casos, escarificado. A seguir, deve-se misturar a terra vegetal

resultante da raspagem dos horizontes superiores dos solos, convenientemente

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 86

estocada e tratada;

- A extração das leivas deve ser precedida de um exame técnico sobre a

sanidade do gramado, a infestação por ervas daninhas e o desenvolvimento

satisfatório da gramínea que se desejará retirar. Essa deve ser cortada rente ao

solo, sendo retiradas placas de 30 a 40 cm de lado, com espessura suficiente para

conter raízes e solo superficial — cerca de 5 a 10 cm. A operação poderá ser

realizada por meio de equipamentos manuais, ou mecânicos. Assim que forem

retiradas, as placas podem ser carregadas em veículos de carga e transportadas

para os locais de plantio, quanto mais próximo ao local do plantio, mas adaptada as

gramíneas estarão;

- O plantio constará da colocação manual das placas sobre o terreno. A fixação

poderá ser efetuada por meio de soquetes de madeira ou metal. Caso a área seja

íngreme, recomenda-se cravar ponteiras de madeira com a finalidade de fixar as

placas ao solo;

- A irrigação é importante para a fixação das placas. A prática pode ser repetida

inúmeras vezes, até o completo restabelecimento do gramado.

Plantio de Grama em Mudas

É um método indicado para terrenos planos e de baixa declividade, pois

impede que as mudas sejam levadas pelas águas pluviais antes de enraizarem no

solo onde forem plantadas.

A separação das mudas ou touceiras é efetuada manualmente, no local da

obra. As mudas ou touceiras, à razão de 100 por metro quadrado, serão colocadas em

sulcos especialmente preparados, com cerca de 10cm de profundidade,

recobertas com terra e compactadas manualmente. A terra restante deve ser

espalhada entre as mudas.

Após o plantio, é recomendável irrigar as mudas, quanto necessário, até a

sua definitiva fixação no solo.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 87

Hidrossemeadura

A proteção pelo método de hidrossemeadura é, normalmente, utilizada em

locais terraplanados, onde podem ocorrer processos de mobilização e carreamento de

partículas, em áreas com pouco recobrimento pela vegetação, em taludes

íngremes e valas ou quaisquer outras superfícies de solo desprotegidas e

suscetíveis à erosão.

A hidrossemeadura é uma técnica mecanizada, semelhante à semeadura a

lanço. Uma de suas principais vantagens é a capacidade de cobrir, com rapidez e

economia, áreas inacessíveis em declives íngremes.

A preparação do terreno para fixação das sementes compreende a

regularização do talude e a eliminação de concavidades e negatividade do mesmo,

para evitar a formação de novos focos erosivos e desmoronamentos.

Os procedimentos e métodos a serem utilizados para o sucesso da

hidrossemeadura estão descritos a seguir:

Picoteamento ou Microcoveamento

Consiste em abrir pequenas covas no talude com dimensões de 10x10cm,

espaçadas entre si cerca de 15 a 20 cm, dispostas de forma alternada, com a

finalidade de aumentar a rugosidade do terreno, remover a camada oxidada do

subsolo e permitir a retenção da mistura a ser lançada pela hidrossemeadura.

Preparação da Mistura

A mistura de sementes, fertilizantes, mulch, corretivos e adesivos com água

deve ser preparada em tanque de caminhão, dotado de misturador e pulverizador. A

preparação da mistura consiste em encher o tanque do caminhão até sua capacidade

normal, deixando o misturador ligado. A seguir, devem ser lançados o acetalmulchim,

os adubos e, finalmente, as sementes.

O acetalmulchim trata-se de um composto de acetato de celulose e celulose

que, fixado no solo, forma um tecido protetor altamente resistente à energia

mecânica da água.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 88

Características das Espécies a serem Utilizadas para Revegetação

A escolha das espécies mais adequadas deve basear-se em critérios de

adaptabilidade edafoclimática, rusticidade, boa capacidade de reprodução,

perfilhamento, velocidade de crescimento, adaptabilidade às condições de solo e

subsolo e facilidade de obtenção de sementes. As espécies a serem utilizadas

devem ser tolerantes às eventuais deficiências hídricas e aos fatores climáticos

locais mais importantes.

Deve-se ter em conta que os taludes mais profundos atingem o subsolo, cuja

capacidade de suporte às plantas é muito baixa.

A ocorrência e a constituição de gramados para originarem mudas e a

disponibilidade de sementes ou grama em placa em viveiros locais ou próximos às

áreas a serem recuperadas são fatores a serem considerados, pois podem limitar

a lista de espécies a serem utilizadas, além de proporcionar economia nos custos

de transporte.

Espécies Recomendadas

Entre as gramíneas (família Poaceae ou Gramineae) para hidrossemeadura,

enleivamento, plantio em placas ou mudas, as espécies que preenchem as

melhores condições para revegetação, considerando os critérios expostos, é a

seguinte:

Grama-esmeralda (Zoysia japonica): também conhecida por zoisia-

silvestre, grama-zoisia ou zoisia, possui folhas estreitas e médias, cor verde-

esmeralda e estolões penetrantes, que enraízam facilmente. Esse tipo forma perfeito

tapete de grama, de grande beleza, sendo recomendada para paisagismo e

recuperação de áreas de canteiros de obras em áreas próximas a cidades, com

folhas macias e resistentes ao pisoteio, devido ao entrelaçamento dos estolões

com as folhas.

Recomendada para controle da erosão em climas quentes, possui raízes que chegam

a atingir 20 cm de profundidade. É indicada para plantios a pleno sol e seu porte

pode atingir 15 cm.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 89

Reflorestamento com Espécies Arbóreas

Caso sejam necessários, em locais específicos, a serem definidos no

Projeto Executivo, será necessário recuperar a vegetação arbustiva e

arbórea. Nesse caso, serão plantadas espécies nativas, de preferência que

ocorram na região, segundo um padrão que deve ser delineado para cada local.

Em relação aos aspectos da sucessão secundária na vegetação, BUDOWSKI

(1961;1965) considera três estágios de sucessão antes de a Floresta Tropical

Úmida chegar ao seu clímax: pioneiro, secundário inicial e secundário tardio.

Conforme se avança na sucessão há um aumento na complexidade florística e

na estrutura das florestas em função dos diferentes fatores que condicionam a

regeneração natural.

Baseada nesses princípios, a recomposição da vegetação arbustivo-arbórea

deverá ser do tipo heterogêneo, considerando-se os três grupos ecológicos,

conforme segue:

- 1o grupo: espécies pioneiras - grupo constituído por plantas heliófitas, de porte

médio a baixo, com desenvolvimento rápido;

- 2o e 3o grupos: secundárias iniciais e tardias - plantas que possuem

características intermediárias de exigência de luz, incremento e longevidade e ciclo de

vida maior do que as pioneiras;

- 4o grupo: climáxicas - grupo constituído por plantas de desenvolvimento lento, porte

elevado quando adultas, umbrófilas na fase inicial de desenvolvimento,

longevas e com sementes pesadas dispersas por roedores e pássaros.

A recomendação de percentagens de plantas considerando os grupos

ecológicos para todos os estágios da sucessão poderá ser, por exemplo: 50% de

pioneiras; 30% de secundárias iniciais; 15% de secundárias tardias; 5% de clímax.

Além de considerar esses grupos, é muito importante a introdução de

leguminosas, pois elas se associam com microrganismos fixadores de nitrogênio e

com fungos micorrízicos e têm sido utilizadas com sucesso como condicionadoras da

melhoria das propriedades físicas, químicas e biológicas de substratos

degradados (Faria, Embrapa).

As espécies de rápido crescimento, de metabolismo acelerado, com ciclo

anual, que germinam em sete dias na época das chuvas, denominadas

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 90

transitórias, têm a finalidade de ocupar o solo, fixando os nutrientes lançados por

aspersão e estabelecendo uma proteção eficiente contra a erosão. Formam um

tapete verde permitindo que as espécies permanentes, que germinam 30 a 40

dias após o plantio, invadam os espaços, originando uma cobertura auto-

sustentável.

Espécies Arbóreas Recomendadas

Caso sejam necessários plantios de espécies arbóreas para a recuperação das

áreas degradadas, serão adquiridas mudas de espécies do mesmo bioma,

preferencialmente da mesma região, para que as áreas a serem reflorestadas

mantenham as características mais próximas das de origem

Para o sucesso da recomposição ou do reflorestamento com espécies

nativas, são necessárias várias etapas desde a preparação da área até o plantio e a

manutenção das mudas. Dessa forma, o plantio propriamente dito compreende as

seguintes atividades, descritas a seguir:

Preparação da Área para o Reflorestamento

Abertura de aceiros

Em casos específicos, é importante a demarcação de aceiros externos,

especialmente no Centro-Oeste, onde são comuns os incêndios em pastagens

naturais. A largura deve possuir uma largura que seja eficaz para proteção contra

possíveis queimadas da área a ser reflorestada, bem como para facilitar o acesso,

tanto por ocasião da implantação, como na manutenção.

Espaçamento e marcação

Para reflorestamento, após definidas as áreas, será realizada a marcação das

covas na zona de plantio, com o espaçamento escolhido de 3 X 3 m em média,

totalizando 1,150 plantas por hectare. Quando o local da marca coincidir com uma

árvore em desenvolvimento, deverá ser deslocado no sentido da linha de plantio,

seguindo o espaçamento.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 91

Combate a formigas

O ataque de formigas em plantios de recomposição florestal constitui sério

problema, que merece atenção especial e constante. A erradicação das formigas

cortadeiras deverá ser efetuada na fase de preparo do terreno, por causa da maior

facilidade de localização dos formigueiros, nos quais não deve ser feita nenhuma

limpeza. Devem ser utilizadas iscas granuladas em dias não-chuvosos, à razão de

10g/m² de formigueiro, usando-se porta-iscas para evitar acidentes e destruição das

iscas pelas chuvas. Para os ninhos de difícil localização, a isca de granulação média

ou pequena é recomendada. As iscas devem ser utilizadas quando o formigueiro

estiver em plena movimentação e distribuídas pelos olheiros ativos.

Coveamento

Consiste na abertura das covas, depois de demarcadas, no seu respectivo

espaçamento, nas proporções 0,40 x 0,40 x 0,40 metros. A terra extraída deverá ser

depositada próximo à cova, para posterior incorporação do adubo.

Correção da acidez e adubação do solo

Na terra extraída na abertura das covas, deverá ser feita a correção da acidez

por meio de calagem, devendo-se observar um intervalo para o plantio de, pelo

menos, 20 dias; transcorrido esse período, a terra deverá ser tratada com adubação,

para ser incorporada à cova. As proporções dos nutrientes serão determinadas após

a realização da análise. Sempre é recomendada a coleta de amostras de solos, com

o objetivo de determinar o estado atual de sua fertilidade, em relação ao teor de

elementos essenciais à nutrição das plantas e condições de acidez. Essa análise

inicial servirá como elemento para sugestões de adubação e calagem. Dentre as

determinações que deverão ser feitas, destacam-se: pH em água, Al+++, Ca+++Mg++

em cmolc /kg, Fósforo(ppm) e Potássio (ppm).

Plantio

Deverão ser seguidas as orientações básicas para plantio de árvores,

estabelecimento prévio de módulos considerando a composição florística adequada

a cada caso e plantio nas covas segundo a marcação e conforme o módulo:

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 92

- Distribuição das mudas, de modo que as espécies de rápido crescimento

venham a sombrear as mudas de espécies que se desenvolvem melhor à sombra;

- Os plantios serão efetuados na época das chuvas;

- Deverão ser cumpridas as recomendações técnicas, conforme diretrizes

adotadas para o projeto.

Irrigação

A prática da irrigação é importante no Centro-Oeste, para permitir a pega das

mudas na proporção desejada. Há um importante decréscimo da pluviometria nos

meses de inverno, quando a umidade relativa costuma cair significativamente. Por

isso a manutenção dos plantios compreende também, irrigação das mudas até ser

detectado o seu desenvolvimento satisfatório.

Replantio

As plantas que não sobreviveram ao plantio serão repostas. Essa operação

deverá ser executada 30 dias após o plantio inicial ou de acordo com as condições

climáticas, tendo como objetivo manter um mínimo de sobrevivência do plantio.

Atividades de manutenção

O projeto deve prever o coroamento de manutenção ao redor da muda, que

consta de capinas; a primeira, três meses após o plantio. O número de capinas

dependerá do tempo de fechamento da floresta, que varia conforme as condições

locais e espécies plantadas. Sempre que plantas indesejáveis estiverem competindo

com as mudas, deverá ser realizado o coroamento.

Nas áreas degradadas, dever-se-á ter cuidado para aproveitar ao máximo o

crescimento das espécies em regeneração, eliminando-se apenas a vegetação que

estiver cobrindo as mudas. As roçadas deverão restringir-se ao estritamente

necessário, para evitar que áreas em regeneração sejam cortadas. A menor

intervenção é sempre ecologicamente benéfica; no entanto, deve-se ter em mente

que as áreas deverão estar livres de espécies daninhas e preparadas contra

incêndios.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 93

Adubação de Cobertura

Visando a um desenvolvimento uniforme de todas as mudas plantadas, deve-

se prever uma adubação de cobertura nas covas de plantas não fixadoras de

nitrogênio.

Monitoramento das atividades

O monitoramento dos trabalhos de revegetação deve ser executado pela

equipe de fiscalização do empreendedor, através de visitas periódicas às áreas em

reabilitação, e repassadas as informações ao coordenador ambiental do

empreendimento. Para o acompanhamento do andamento do PRAD é

imprescindível a produção de relatórios com informações das ações executadas nas

áreas passíveis de recuperação.

5.PÚBLICO ALVO

Como públicos-alvo do Programa destacam-se: o empreendedor, a empresa

contratada para execução das atividades, o órgão licenciador (SEMAR / PI), os

proprietários dos imóveis rurais afetados ou próximos do empreendimento, além das

Prefeituras e Secretarias de Meio Ambiente dos Municípios envolvidos.

6. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO

Empresa especializada ou técnicos da área de recuperação qualificados

para fiscalizar e acompanhar as atividades propostas. Será disponibilizada a

ART dos profissionais responsáveis pelo programa.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 94

7. CRONOGRAMA

Programa de Recuperação de

Áreas Degradadas

Meses

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Caracterização das áreas

Abertura de aceiros

Espaçamento e marcação

Combate a formigas

Coveamento

Adubação e calagem

Plantio

Replantio

Adubação de cobertura

Relatório de acompanhamento

Relatório final

Início da Instalação Término da Instalação

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 95

PROGRAMA DE GESTÃO DE

ÁREAS COM ATIVIDADES

MINERÁRIAS

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 96

1. INTRODUÇÃO

Este Programa tem como finalidade estabelecer as ações necessárias para

neutralizar ou minimizar as possíveis interferências em áreas com processos de

atividades minerárias interceptadas pelo eixo da LT.

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste Programa é evitar, ou solucionar, caso já existentes,os

eventuais impactos negativos resultantes da construção e operação da LT sobre as

áreas de interesse para extração mineral, áreas de exploração mineral requeridas e

as que estiverem em diferentes estágios de licenciamento.

2.2 Objetivos Específicos

a) Analisar detalhadamente, junto ao Departamento Nacional de Produção

Mineral – DNPM, os processos de concessão de áreas visando identificar as reais

possibilidades de interferência das ocorrências ou jazidas das substâncias minerais

de interesse. Essa análise inclui a localização precisa das áreas registradas para

pesquisa/exploração mineral.

b) Realizar o cadastramento da faixa de servidão da LT como área prioritária

no DNPM;

c) Solicitar junto ao DNPM a consulta quanto à incompatibilidade de

atividades das áreas relativas aos processos de titularidade minerária já requeridas

e/ou concedidas, interferentes com a faixa de servidão ou que venham a apresentar

alguma restrição à construção e/ou operação da LT;

d) Estabelecer diretrizes para acordo com os detentores do direito minerário,

de modo que sejam satisfatórias para ambas as partes, ressarcindo eventuais

perdas de receita e, assim, liberar as faixas de implantação do empreendimento,

sem que restem pendências judiciais com os detentores de direitos minerários.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 97

3. BASE LEGAL

Este projeto de implantação da Linha de Transmissão está contemplado no

Programa de Aceleração do Crescimento – PAC 2 – do Governo Federal podendo

ser considerado uma obra de utilidade pública, portanto, essa condição confere ao

empreendimento prioridade em relação a outras formas de uso e ocupação do solo,

dentre as quais se incluem as atividades de pesquisa e mineração.

De acordo com a previsão do Código de Mineração (Decreto – Lei n°227, de

28 de fevereiro de 1967) que em seu Capítulo III, Artigo 42o – referente à lavra ―... a

autorização será recusada se a lavra for considerada prejudicial ao bem público ou

comprometer interesses que superem a utilidade da exploração industrial, a juízo do

governo...” .

A solicitação de não-emissão de novos títulos minerários, incluindo-se, nesse

caso, novas Autorizações de Pesquisa, Registros de Licenciamento e Permissões de

Lavra Garimpeira e, também, a transformação das autoridades existentes em

Concessões de Lavra, encontra, portanto, amparo na legislação em vigor e nos

procedimentos adotados anteriormente pelo DNPM, em situações de obras públicas.

Esse pedido permitirá ao Empreendedor precaver-se contra futuras ações

indenizatórias por parte de novos detentores de títulos minerários.

4. METODOLOGIA

4.1 Aspectos Gerais

O Programa iniciará com a análise de imagens aérea atualizadas, com a

finalidade de obter informações sobre o local ideal do traçado da LT de acordo com

a diretriz proposta nos estudos ambientais. Após a definição do traçado da Linha de

Transmissão, será solicitada ao DNPM, o bloqueio dos títulos minerários com

autorização de pesquisa, a não-liberação de novas autorizações e concessões na

Área de Influência Direta do empreendimento. Havendo interferência direta com a

ocorrência mineral ou jazida, serão propostos acordos para compensar os

investimentos realizados.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 98

4.2 Levantamento de Dados sobre a Situação das Interferências Minerárias no

DNPM

Para execução deste Programa, será necessário:

a) consultar o Sistema de Informações Geográficas da Mineração

(SIGMINE), o Cadastro Mineiro e os overlays (mapas com os

processos minerários) atualizados, obtidos no DNPM, que contêm

dados atualizados sobre os processos minerários, protocolados

nesse órgão, como titular, situação legal, bem mineral, localidade,

área, distrito, município, estado e último evento registrado;

b) consultar as cartas de áreas requeridas por processos minerários,

referentes às folhas topográficas correspondentes à Área de

Influência Direta do empreendimento;

Após esse procedimento, o empreendedor deverá solicitar ao Departamento

Nacional de Produção Mineral (DNPM), a não-emissão de novos títulos minerários,

para que não haja interferências futuras com o empreendimento, e a desapropriação

(bloqueio) dos títulos já concedidos.

4.3 Vistorias de Campo

O reconhecimento de campo, além de checar e complementar as informações

obtidas no escritório, deverá permitir a investigação das áreas requeridas e os

métodos de extração adotados, dentre outros aspectos. Essa investigação,

combinada com os dados secundários levantados, visa a estabelecer, também, a

qualidade e a quantidade dos bens minerais existentes, dado que será importante

para os acordos de desapropriação.

4.4 Memorial Descritivo (Consolidação de Dados / Elaboração dos Produtos

Finais)

Serão consolidados os dados das áreas requeridas e as informações sobre os

recursos minerais levantados em conjunto com outros dados geológicos. Adotar-se-

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 99

ão formas simples e legíveis de representação cartográfica dos dados, justapondo-

os com uma base geológica.

O mapa elaborado conterá, também, as áreas requeridas, conforme as

informações obtidas no DNPM. Esse mapa, acompanhado de texto explicativo,

deverá mostrar o relacionamento entre os indícios de minerais e jazidas

reconhecidas no campo e na bibliografia com a potencialidade mineral da região

estudada.

As informações obtidas com esses produtos permitirão caracterizar e avaliar,

com maior segurança, os recursos minerais existentes que despertam interesse para

mineração e suas interferências com a área de Influência Direta do empreendimento.

4.5 Bloqueio de Áreas e Acordo com os Concessionários

Após essas etapas, será solicitado o bloqueio das áreas com atividades

minerárias diretamente afetadas pela LT, junto ao DNPM (Departamento Nacional de

Produção Mineral) e MME (Ministério de Minas e Energia).

Está prevista a realização de acordos e indenizações para compensar as

restrições ou impedimentos às atividades minerárias decorrentes da implantação e

operação do empreendimento, caso estas sejam identificadas ao longo do traçado

da LT.

5. PÚBLICO-ALVO

Todos os requerentes de processos de atividades legais de lavra e/ou de

pesquisa mineral na área diretamente afetada pelo empreendimento são tidos como

público-alvo deste Programa.

6. EQUIPE TECNICA RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA

A equipe será composta por um geólogo responsável pelo bloqueio das áreas de

atividades minerárias protocoladas no DNPM, e pela coordenação das atividades de

campo.

Para realizar as vistorias em campo, serão utilizados como equipe de apoio

os fiscais de obras e técnicos de campo envolvidos com as atividades do PAC e do

Programade Estabelecimento da Faixa de Servidão.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 100

7. CRONOGRAMA

Atividades do Programa

Meses

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Realização de vôo pela diretriz

proposta nos estudos ambientais

Definição do eixo da LT

Levantamento de sobre a

situação das interferências

Minerárias no DNPM

Vistoria em campo

Memorial Descritivo das

atividades minerárias

Bloqueio de áreas em atividades

minerárias

Notificações e acordo com os

Concessionários

Início da Instalação Término da Instalação

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 101

PROGRAMA DE MONITORAMENTO

E CONTENÇÃO DE PROCESSOS

EROSIVOS

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 102

1. INTRODUÇÃO

Este Programa compreende aos dispositivos a serem aplicados e adotados

no sentido de proteger e estabilizar locais que serão diretamente afetados pela

implantação e operação da Linha de Transmissão. Visa manter uma coexistência

harmônica com as áreas circunvizinhas cobertas por vegetação natural ou ocupadas

por culturas temporárias, nas estradas já existentes e nos novos acessos que serão

abertos para construção da obra; e evitar danos aos solos, ao sistema hidrográfico,

aos mananciais e aos ecossistemas.

Em função da geologia, relevo, solos e clima da região podem ocorrer zonas

mais ou menos alteradas e irregulares, caracterizando assim áreas de diferentes

resistências a processos erosivos. A diferença de permeabilidade entre o solo e a

rocha constitui um meio de percolação preferencial na interface entre esses dois

tipos de material, podendo desencadear processos erosivos e instabilidades,

principalmente em terrenos com maior declividade e de solos menos coesivos.

Esses processos são intensificados pelas ações antrópicas e pelas

precipitações pluviométricas, sendo favorecidos pela posição do lençol freático e

quando a cobertura vegetal não é suficiente para a proteção do solo.

Com as alterações provocadas no meio natural pela implantação e operação

do empreendimento, será necessária a adoção de medidas preventivas e corretivas

visando evitar o desencadeamento desses fenômenos morfodinâmicos, tais como, a

aceleração dos processos erosivos, carreamento de sólidos e movimento de massa.

2. OBJETIVOS

Objetivo Geral

O objetivo geral deste Programa é localizar e atuar nas áreas com maior

fragilidade, ao longo do traçado proposto, sugerindo e adotando as medidas de

prevenção e correção mais adequadas e eficazes para controlar processos erosivos,

evitando que se instalem durante as diversas etapas das obras.

Os processos erosivos, eventualmente encontrados antes do início da obra

serão identificados e gerados relatório de passivos ambientais.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 103

Objetivos Específicos

- Manter os caminhos de serviço, acessos e drenagens, para evitar a instalação de

processos erosivos.

- Controlar os processos erosivos e minimizar o carreamento de sedimentos.

- Monitorar as áreas com preexistência de processos erosivos instalados;

- Implementar um sistema de inspeção e acompanhamento ambiental das obras. A

inspeção durante a execução das obras avaliará se as medidas, parâmetros,

especificações técnicas e procedimentos metodológicos utilizados estão sendo

adequadamente aplicados e gerando resultados positivos;

- Monitorar e acompanhar os processos de recomposição das áreas até seu

completo restabelecimento.

3. METODOLOGIA

- Localização de Áreas Críticas e Cadastramento de Focos Erosivos ao Longo

da Linha de Transmissão, Praças de Torres e Vias de Acesso:

A área do empreendimento deve ser inspecionada a fim de que sejam

cadastrados e georreferenciados os locais mais suscetíveis à erosão, em linhas

gerais, conhecidos pelas suas características de solo e relevo.

- Recomendações e obras especiais para os trechos de maior fragilidade

Uma vez identificadas as áreas mais críticas, para minimizar possíveis

impactos oriundos da ocorrência de processos erosivos, tentar-se-á, sempre que

possível, evitar a alocação de grandes estruturas, tais como acessos, cortes e

aterros nesses locais. Quando isso for inevitável, haverá necessidade de análise das

condições do solo, a fim de caracterizar as feições erosivas já existentes e planejar

as medidas adequadas para estabilização dos solos antes de realizar a intervenção.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 104

Em complemento, verificada a existência de sulcos, fendas, ravinas ou

movimentos e colapsos de terra na Área de Influência Direta da LT, os trabalhos

específicos, como reconformação do terreno e desvio de águas pluviais, deverão ser

executados por meio de métodos apropriados, conforme recomendações constantes

a seguir, sempre considerando as características pedológicas, geológicas e

climáticas específicas de cada região. Os sulcos podem ser preenchidos com

matações e solo, e as superfícies expostas devem ser revegetadas, de acordo com

os métodos descritos no Programa de Recuperação de Áreas Degradadas deste

PBA.

Deverão ser tomados cuidados especiais durante as obras, principalmente

nas regiões de maior fragilidade. Se houver necessidade de criar taludes mais

íngremes, devem-se tomar providências para minimizar os efeitos de processos

erosivos, por exemplo:

- Instalação de dispositivos, como canaletas longitudinais tipo escada em descida

d‗água, a serem detalhados em projeto específico;

- Construção de patamares intermediários, de forma a evitar longos percursos das

águas pluviais;

- Remoção de material instável a partir do topo dos taludes, evitando-se os

escorregamentos que ocorrem quando essa atividade é feita nas suas bases;

- Remoção do material excedente da escavação com máximo critério, evitando-se o

desencadeamento de processos erosivos e assoreamento de áreas vizinhas à obra;

- Implantação de sistemas de drenagem e proteção superficial nos taludes.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 105

Nas áreas de maior declividade, se existirem valas, deverão ser instalados

tampões provisórios formados por sacos de areia ou solo, com o propósito de evitar

a atuação de processos erosivos. Os tipos de calhas poderão ser conformados no

próprio terreno, com revestimento vegetal, em concreto, ou solo-cimento. As

canaletas devem ser colocadas nos topos ou no pé de taludes de corte e aterros. Ao

longo da canaleta longitudinal, podem ser dispostos calhaus existentes na área, com

a finalidade de dissipar energia. Essas canaletas e demais componentes do sistema

de drenagem deverão ser desobstruídos e limpos, para ficar livres de sedimentos

que impeçam a drenagem das águas. Caixas de passagem de solo-cimento,

alvenaria ou concreto serão instalados para conexão entre canaletas e para diminuir

a energia das águas, bem como a utilização de gabiões.

O lançamento das águas deverá ser em terreno vegetado e livre de erosão,

no qual haverá estrutura para dissipação de energia da água. Serviços de controle

de erosão de caráter provisório serão executados nas áreas onde houver

intervenção, visando à proteção da faixa de servidão da LT e de áreas

terraplenadas.

As escavações e cortes para implantação de torres terão que estar

adequados aos parâmetros de resistência dos materiais, suas dimensões e

presença d‗água. Em geral, a implantação desse tipo de obra envolve escavações

pouco profundas, posteriormente reaterradas após a conclusão das obras de

fundação; entretanto, escavações em colúvios ou tálus poderão se instabilizar em

função das obras e, até mesmo, provocar escorregamentos de encostas.

Taludes de argilas moles e areias fofas, mesmo de pequenas dimensões,

sempre serão instáveis quando saturados. Estruturas geológicas desfavoráveis —

falhas, diáclases, xistosidade — podem provocar escorregamentos em escavações

sobre solo residual e rocha.

Dessa forma, além do dimensionamento correto da inclinação dos taludes,

bermas de equilíbrio, drenagem superficial e profunda, podem ser necessárias obras

de contenção, como muros de contenção para o período de construção ou para a

vida útil do empreendimento.

Casos especiais de estruturas apoiadas sobre diferentes tipos de litologia,

rocha alterada, solos moles, expansivos, colapsíveis ou agressivos, podem

demandar escavações especiais para substituição parcial ou total desses materiais,

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 106

e posterior recomposição do terreno.

Em áreas mais instáveis, onde houver escorregamentos de massa ou onde já

foram iniciados processos de sulcamento e/ou ravinamentos, deverá ser procedida

inicialmente a estabilização mecânica, através da instalação de barreiras físicas e

diminuição da velocidade de carregamento de materiais inconsolidados, para

posterior implementação de programa de recuperação e reabilitação ambiental.

Nesses casos, dever-se-á priorizar a estabilização em detrimento da recuperação de

condições originais.

- Instalação de canteiros de obras

Deverá ser executado projeto específico para os canteiros de obras,

evitando-se terraplenagens desnecessárias. Deverão ser executadas terraplenagens

quando a topografia não permitir a utilização do terreno natural. Sempre que

possível utilizar áreas antropizadas.

O solo removido para exploração de áreas de empréstimo ou, eventualmente,

para a formação de platôs, nas áreas dos canteiros, deverá ser armazenado, para

posterior reutilização.

A implantação dos canteiros e de áreas de empréstimo e bota-foras (caso

seja necessário) deverá obedecer rigorosamente às diretrizes constantes no Plano

Ambiental para a Construção – PAC.

- Utilização e Conservação dos Acessos Durante a Instalação

Para a instalação da LT, é necessária a preparação de toda a logística e

acessos a serem utilizados para transporte de pessoal, material, insumos e

equipamentos nas várias fases do projeto. Ao final dos trabalhos, os materiais

devem ser retirados das áreas de armazenamento e transportados, também, por via

rodoviária até os locais das obras.

Sempre que possível serão utilizados os acessos existentes, evitando-se a

abertura de novos caminhos e estradas. Uma planta rodoviária da região deve ser

elaborada, identificando as estradas principais, vicinais, secundárias, caminhos e

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 107

trilhas que serão utilizados. Sempre que houver possibilidade, em áreas de relevo

plano, com o consentimento dos proprietários e do empreendedor, pode ser viável o

tráfego sobre terreno natural, sem abertura de acessos, como no caso de caminhos

até o local de instalação das torres. Esses procedimentos provocam pequenos

impactos, pontuais e reversíveis, uma vez que o solo dessa localidade não ficará

exposto.

A abertura de novas estradas vicinais está condicionada às áreas onde não

houver acessos, e a intervenção naquelas já existentes deve contar com a

aprovação do empreendedor, dos proprietários, das Prefeituras locais e órgãos

ambientais, uma vez que pode acontecer indução a processos erosivos,

principalmente se forem gerados materiais inconsolidados e não forem corretamente

dispostos.

Medidas preventivas devem ser tomadas para evitar o início de processos

erosivos nas estradas e caminhos a serem utilizados:

- Os acessos, quando necessários, só devem ser abertos em locais menos

favoráveis à erosão;

- As melhorias a serem executadas nas estradas deverão ser compatíveis com o

tipo de sua utilização e com o porte e peso dos veículos que nelas circularão;

- A movimentação de material deve ser realizada, preferencialmente, em dias menos

chuvosos;

- A execução de cortes e aterros deve ser bastante limitada; se necessário, devem

ser tomadas medidas preventivas cabíveis. Em taludes, devem ser executadas as

obras de contenção comentadas e a recuperação por intermédio de plantios de

espécies vegetais pelos métodos convencionais de enleiramento, plantio de grama

em mudas após picoteamento e/ou hidrossemeadura, consorciando gramíneas e

leguminosas de rápido crescimento, estas últimas, fixadoras de nitrogênio

atmosférico, conforme procedimentos constantes no Programa de Recuperação de

Áreas Degradadas;

- Os taludes dos acessos devem ser protegidos por canaletas colocadas em suas

cristas, escadas d‗água com caixas de dissipação de energia nas vertentes, bermas

e proteção vegetal, medidas estas que visam derivar as águas lateralmente,

evitando erosão nos declives;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 108

- Para evitar sulcamento nas margens e no leito das estradas, um sistema de

drenagem deve ser definitivamente implantado, constituído por caixas de passagem

e meios de redução de energia, com a finalidade de canalizar as águas para os

talvegues próximos;

- Para conservar os leitos das estradas e caminhos, é necessária a aplicação de

revestimentos, adquiridos em pedreiras dos municípios atravessados pela Linha de

Transmissão;

- Os sistemas naturais de drenagem e os cursos d‗água devem ser protegidos, de

forma que as melhorias não os afetem;

- Quando forem necessárias obras em acessos nas áreas de várzeas ou em

drenagens naturais, não deve haver carreamento de sólidos para os cursos d‗água e

para as áreas alagadas;

- Devem ser observadas as recomendações de não se destruir a vegetação vizinha

aos acessos, quando passarem máquinas e veículos fora do leito das estradas e

caminhos;

- Caso seja preciso abrir áreas de empréstimo para retirada de material, elas devem

ser autorizadas e convenientemente recompostas, conforme recomendações

constantes no Programa de Recuperação de Áreas Degradadas.

- Escavações, Preparação e Concretagem

Durante a execução dessas atividades, deve-se ter o cuidado especial para

que o material retirado seja devidamente armazenado, de forma que não ocorra

erosão nos montes, com carreamento de material para cursos d‗água, plantações,

estradas, instalações ou matas. Esse material não deverá interferir com o sistema

de drenagem construído.

Nos locais de estocagem de materiais, deverão ser utilizados calços de

madeira, metálicos ou de concreto, evitando o contato direto com o solo.

Proteção e drenagem serão executadas para evitar o carreamento de material.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 109

-Praças de Montagem de Torres e Lançamento de Cabos

As torres serão montadas diretamente sobre seu ponto de colocação. As

áreas destinadas à pré-montagem de torres devem — na medida do possível — ser

sempre adjacentes aos piquetes de montagem, evitando-se a terraplenagem; caso

contrário, deverá haver aprovação do empreendedor.

As praças de lançamento de cabos ao longo da LT deverão ser definidas

durante a obra e de acordo com as necessidades.

A limpeza dos terrenos será realizada através de roçadas, em área restrita

necessária para a torre, evitando ao máximo a circulação ao seu redor. Também,

nesse caso, não haverá capina, e sim roçamento da vegetação, deixando-a rasteira.

- Travessias de Cursos D’água

Se houver necessidade de remodelação de pontes e transposições de cursos

d‗água, as secções deverão ser dimensionadas convenientemente, de modo a

garantir as vazões dos córregos, inclusive, aquelas após enxurradas.

Pontes, manilhas, pequenos bueiros devem ser colocados a fim de conter o

assoreamento de mananciais provocado pela movimentação durante as obras.

Implantação e Monitoramento

As medidas de monitoramento mais recomendadas são as visitas periódicas

às áreas críticas, com análise visual da situação de estabilidade de taludes e

emissão de relatórios fotográficos. O monitoramento pode ser realizado de seis em

seis meses, a partir da implantação das medidas de controle, ainda durante as

atividades construtivas. Ressalta-se que as atividades de monitoramento devem

subsidiar a atribuição de resultados aos indicadores ambientais apresentados neste

Programa.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 110

4. EQUIPE TÉCNICA

A equipe técnica que coordenará esse programa deverá ser composta por

um profissional com experiência em estudos de processos erosivos,

preferencialmente com experiência em trabalhos nessa área.

O profissional coordenador poderá ser um Agrônomo, Engenheiro Florestal,

Geólogo ou Engenheiro Civil, que deverá contratar trabalhadores braçais para o

caso da necessidade de contenção de processos erosivos específicos. Será

disponibilizado a ART do responsável pelo programa.

5. PLUBLICO ALVO

O publico alvo do Programa de Monitoramento de Processos Erosivos são:

as associações que representem os proprietários dos imóveis rurais afetados ou

próximos do empreendimento, as Prefeituras Municipais, Secretarias de Meio

Ambiente e colaboradores em atividade no projeto da LT.

6. RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA

O Programa será executado pelas empreiteiras contratadas, sob a

supervisão do empreendedor e de suas equipes de meio ambiente.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 111

7. CRONOGRAMA

Programa De Monitoramento E

Contenção De Processos

Erosivos

Meses

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Localização das Áreas Críticas.

Construção de sistemas de

drenagem

Construção de canaletas e

patamares

Armazenamento, proteção e

drenagem de material retirado

das escavações.

Relatório de acompanhamento

Relatório final

Início da Instalação Término da Instalação

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 112

PROGRAMA DE CONTROLE DE

RESÍDUOS SÓLIDOS E LÍQUIDOS

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 113

1. INTRODUÇÃO

De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),

resíduos sólidos são aqueles no estado sólido e semi-sólido, que resultam de

atividade da comunidade, de origem: industrial, doméstica, de serviços de saúde,

comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nessa definição os

lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em

equipamentos e instalações de controle da poluição, assim como determinados

líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento em corpos d‘ água

ou rede de esgoto ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente

inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível.

O problema do tratamento e destinação final do lixo merece destaque, pois o

manejo inadequado de resíduos sólidos gera desperdícios, contribui de forma

importante à manutenção das desigualdades sociais, constitui ameaça constante à

saúde pública e agrava a degradação ambiental, comprometendo assim a qualidade

de vida da população.

O manejo dos resíduos líquidos e sólidos depende de vários fatores, dentre

os quais devem ser ressaltados: sua forma de geração, acondicionamento na fonte

geradora, coleta, transporte, recuperação e disposição final.

Grande parte dos resíduos provenientes das atividades de construção de

Linhas de Transmissão por suas próprias características apresentam pequenos

riscos à saúde humana e ao meio ambiente, mas que exigem cuidados especiais

quanto ao seu tratamento. Os resíduos gerados devem atender às exigências legais,

instruções ambientais e normas de segurança em relação ao seu manuseio, coleta,

acondicionamento, armazenamento, transporte, disposição final e controle, de

acordo com sua natureza, grau de risco, origem, volume e características técnicas,

constantes na legislação ambiental vigente e nas Normas Regulamentadoras do

Ministério do Trabalho, em especial na NR-25 (Resíduos Industriais).

2. OBJETIVOS

O objetivo principal deste programa, é evitar impactos ambientais

relacionados a resíduos líquidos e sólidos da LT, devido a falta de controle que

podem ser gerados com as obras de implantação nas áreas da LT.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 114

Alguns dos objetivos específicos do programa são:

Quantificar e qualificar os resíduos gerados na obra;

Buscar minimizar a geração de resíduos na fonte;

Adequar a segregação na origem;

Controlar e reduzir risco;

Assegurar o correto manuseio, armazenamento e disposição destes resíduos;

Conscientizar os colaboradores da importância da uma correta disposição dos

resíduos e os impactos destes sobre o meio ambiente;

Estar em conformidade com a legislação vigente.

3. METODOLOGIA

Para que os objetivos sejam alcançados deverão ser seguidas as seguintes

etapas:

Estimar a quantidade de resíduos líquidos e sólidos gerados por dia buscando

assim projetar o período de coleta a ser adotado;

Recolher e acondicionar diariamente os resíduos líquidos e sólidos gerados

no empreendimento. Esta atividade deverá ser desenvolvida por funcionários

preparados para essa função. Nas frentes de obra em que ocorra a

alimentação de operários deverão ser habilitadas áreas adequadas,

disponibilizando-se contenedores para lixo doméstico, que deverão ser

coletados pelo menos a cada dois dias;

Definir um local e os tipos de recipientes onde os materiais recicláveis

poderão ser armazenados até uma destinação final viável. Poderão ser

aproveitados tambores de 200 litros (do tipo utilizado para óleo diesel) ou

recipientes de fibra de vidro, os quais deverão ser pintados e portarem

tampas. Recomenda-se que sejam pintados de cores diferentes (ex. verde,

vermelho, azul e amarelo) e colocado o símbolo de reciclagem com o nome

do material a ser recolhido (ex. plástico - vidro – metal – papel);

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 115

Figura 13:Recipientes para Coleta Seletiva.

Figura 14:Cores da Coleta Seletiva.

Designar um encarregado da limpeza para fazer uma coleta seletiva,

separando os materiais recicláveis dos não recicláveis. Tal separação deverá

ser realizada durante o período que for definido para coleta;

Definir um espaço para acondicionamento do resíduo que não será reciclável,

utilizando-se para isso de recipientes adequados;

Separar o lixo proveniente de varrições e poda de plantas de materiais

terrosos, tornando este mais leve e menos volumoso;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 116

Figura 15: Espaço para acondicionamento de resíduos no canteiro de obras.

Os efluentes líquidos gerados nos canteiros (efluentes sanitários, efluentes

domésticos, efluentes industriais das instalações de manutenção, das

instalações industriais e dos pátios de estocagem) deverão se coletados em

redes implantadas separadamente para os efluentes domésticos e sanitários

e outra para os industriais;

Para óleos e graxas deverão ser previstas caixas de separação e

acumulação, além de procedimentos de remoção adequados;

A disposição final dos efluentes deverá ser aprovada pela fiscalização e

deverá observar a normatização estabelecida pelo órgão ambiental,

concessionária local e restrições ambientais da área de destino;

O tratamento dos efluentes domésticos deverá contar com fossas sépticas

e/ou filtros, conforme Norma ABNT – NBR 7229, não sendo permitido o uso

de valas a céu aberto ou de caixas sem tampas adequadas;

Os efluentes domésticos dos refeitórios deverão passar previamente por caixa

retentora de gordura, antes de serem levados a tratamento similar em fossa

séptica ou filtro anaeróbio, conforme norma acima citada;

As águas de lavagem de veículos e peças, as águas de drenagem dos pátios

de estocagem de materiais e derivados de petróleo, como os óleos

lubrificantes utilizados, deverão passar por caixa sedimentadora – caixa de

areia – e caixa retentora de óleos. O efluente da caixa de retenção de óleos

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 117

deverá passar por filtro de areia, por gravidade, antes de sua remoção para a

disposição final;

Os resíduos classificados como de Classe I, como os resíduos oleosos

decorrentes da manutenção de máquinas e equipamentos, deverão ser

armazenados adequadamente e encaminhados para reaproveitamento. A

armazenagem intermediária e o transporte dos resíduos oleosos deverão

processar-se em conformidade com as normas da ABNT: NBR 12.235 e NBR

13.221;

Os resíduos oleosos retidos na caixa separadora deverão ser removidos e

armazenados em tanque apropriado para posterior reciclagem em indústrias

especializadas, como é o caso de óleos e materiais derivados de petróleo,

retirados de veículos e equipamentos. A armazenagem desses resíduos

deverá ser feita em local com piso impermeável e dotado de sistema retentor

de óleo para evitar os riscos de contaminação de águas e solos nas áreas

próximas;

A lavagem de veículos, equipamentos ou peças nos corpos d‘água, gerando

riscos de contaminação por resíduos graxos e oleosos, é terminantemente

proibida;

No final das obras deverá ser elaborado um relatório final apresentando os

dados e resultados obtidos na fase de implantação da rede básica.

Visando mitigar os possíveis impactos advindos de tais resíduos, se faz

necessária uma correta manipulação e segregação destes através das atividades de

acondicionamento, coleta, transporte, e tratamento e/ou disposição final.

Os procedimentos elaborados e implementados no âmbito da correta

segregação de resíduos, consiste na operação de separação dos resíduos por

classe, conforme descrito pela norma ABNT NBR 10.004, identificando-os no

momento de sua geração, buscando formas de acondicioná-lo adequadamente,

conforme a NBR 11.174/89 (resíduos classe II) e NBR 12.235/87 (resíduos classe I),

e a melhor alternativa de armazenamento temporário e destinação final.

A segregação dos resíduos tem como finalidade evitar a mistura daqueles

incompatíveis, visando garantir a possibilidade de reutilização, reciclagem e a

segurança no manuseio. Todos os funcionários serão devidamente treinados sobre

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 118

a correta separação, acondicionamento, transporte e destinação final dos resíduos

líquidos e sólidos e o que a mistura de resíduos incompatíveis pode causar.

Figura 16:Segregação dos Resíduos.

A seguir são apresentados os procedimentos que devem ser adotados na

implantação da LT para a correta segregação dos resíduos líquidos e sólidos

gerados na área de influência direta das obras.

Classificação dos Resíduos Sólidos

Os resíduos sólidos gerados nos ambientes das Subestações da Linha de

Transmissão, serão devidamente identificados, quanto a tipologia e demais

características conforme a Matriz de Geração de Resíduos, apresentada a seguir.

Esta etapa terá o objetivo de classificar, quantificar, indicar formas para a

correta identificação e segregação na origem, dos resíduos gerados por

área/unidade/setor da obra.

Acondicionamento do Lixo

Os tipos de recipientes apropriados para o acondicionamento dos materiais

descartáveis são:

Metálicos: de lata ou chapa galvanizada ou pintada.

Plástico rígido.

Saco plástico: de polietileno, colorido, não devendo ser transparente.

Saco de papel: só de papel, ou de papel com camada interna de

plástico.

As principais características a serem observadas em tais recipientes são:

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 119

Ser hermético e à prova d‘água.

Ter tampa bem ajustada ou sistema adequado de fechamento.

Ser resistente, inclusive à corrosão.

Ser de capacidade adequada, com volume máximo de 100 litros, o que

corresponde mais ou menos a 30 kg.

Ser provido de alças, quando rígido e meio cheio, para que possa ser

manipulado com facilidade por uma pessoa.

Ter forma tronco-cônica, quando rígido, o que facilita o esvaziamento e a

limpeza.

Ser de polietileno e não transparente, quando for saco plástico.

Figura 17:Recipientes Para Acondicionamento Adequado Dos Resíduos Sólidos.

Figura 18:Recipientes Para Acondicionamento Adequado Dos Resíduos Sólidos.

Estes recipientes devem atender as normas: EB588 - Sacos plásticos para

acondicionamento de lixo, P-EB 588 - Recipientes padronizados para lixo e ainda

MB 732 - Sacos plásticos para acondicionamento de lixo, sendo essas da

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 120

No caso do acondicionamento provisório do lixo podem-se utilizar recipientes

especiais, constituídos de caixas ou containers com tampa de vários tamanhos e

formatos, em geral patenteados.

Também podem ser utilizadas lixeiras construídas em alvenaria e revestida

internamente com cerâmica ou azulejo, dimensionada em função do volume de lixo a

ser produzido, bem como da freqüência de coleta para a destinação final.

Figura 19:Exemplo De Local Para Acondicionamento Adequado Dos Resíduos Sólidos.

Os resíduos putrescíveis como os restos orgânicos vegetais e animais,

procedendo de preparo e consumo dos alimentos, devem ser adequadamente

acondicionados, antes de serem depositados nos recipientes. É conveniente

acondicioná-los previamente em sacos plásticos, o que reduzirá odores

desagradáveis, tanto nos recipientes como durante a coleta e o transporte, bem

como acesso de moscas. A adoção dessa prática facilita também o esvaziamento

dos recipientes.

No âmbito do correto acondicionamento do lixo devem ser observados os

seguintes aspectos:

Conservação dos Recipientes e dos seus Arredores em Condições Higiênicas: a

limpeza de recipientes não descartáveis utilizados para a coleta do lixo é muito

importante para o controle de moscas e roedores, bem como para eliminação de

odores. Tal freqüência pode ser ainda diminuída se os resíduos sólidos putrescíveis

forem bem envolvidos em papel ou acondicionados em sacos fechados, e se o

material for envolvido internamente também com papel.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 121

O tratamento por inseticidas dos recipientes não descartáveis também é

conveniente. O recipiente deve ser escovado e desinfetado, pois não existe

acondicionamento à prova de ratos ou de insetos quando os recipientes estão em

mau estado.

Os locais ao redor do recipiente devem ser mantidos limpos, não devendo

existir lixo fora dos mesmos, pois desta forma atrairiam moscas, baratas e ratos.

Bases ou Prateleiras para Recipientes: a construção de prateleiras ou bases para

sustentar os recipientes tem as seguintes vantagens: reduz a corrosão dos

recipientes; dificulta ou impede o acesso de ratos; evita que os recipientes sejam

virados, por exemplo, por cães.

Os tipos de bases ou prateleiras são:

Poste com gancho, nos quais se penduram os recipientes.

Estrados de concreto, ou de madeira, que tenham o fundo a uma distância

mínima de 20 cm do solo.

Prateleiras instaladas na parte interna de portas de caixas para lixo. Há casos

em que estas caixas são providas de duas portas sendo uma para o lado

externo e outra para o lado interno do imóvel.

Coleta e Transporte

A cargo da empresa contratada para execução do projeto, o sistema de coleta

e transporte dos resíduos deverá apresentar segurança e pontualidade, posto que a

falha operacional no sistema possa gerar efeitos negativos como poluição visual,

odores e surgimento de focos de vetores como moscas, mosquitos e etc.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 122

Figura 20: Caminhão para coleta de resíduos sólidos acima e caminhão para coleta de

resíduos líquidos abaixo.

O transporte externo dos resíduos classificados como Classe I – Perigosos,

necessitam de prévia autorização para o seu transporte, denominada

AUTORIZAÇÃO PARA O TRANSPORTE DE RESÍDUOS PERIGOSOS – ATRP.

A ATRP deve ser solicitada pelo gerador, mediante Requerimento próprio fornecido

pelo CRA, acompanhado dos seguintes documentos:

I - cópia da Licença de Operação da empresa geradora;

II - cópia da Licença de Operação da empresa receptora;

III - termo de responsabilidade da transportadora dos resíduos;

IV - anuência da instalação receptora;

V - anuência do órgão ambiental do Estado de destino;

VI - comprovante do pagamento de remuneração fixada no Anexo IV do

Regulamento;

VII - outras informações complementares exigidas pelo CRA.

Durante o percurso do transporte, o responsável pela condução do veículo deverá

dispor de cópia da respectiva ATRP.

Os resíduos serão transportados através de empresas transportadoras

devidamente Licenciadas.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 123

Disposição Final

Todo o lixo sólido gerado durante as obras da linha deverá ser destinado ao

sistema de coleta e disposição final das Prefeituras Municipais. Dessa forma o

responsável deverá recolher adequadamente todo o seu lixo e acondicionar de

maneira sanitariamente correta para destinar ao sistema de coleta público. Os

materiais recicláveis serão destinados para empresas de reciclagem do município

mais próximo.

Controle de Contaminação do Solo

O objetivo é evitar a contaminação do solo por óleos e graxas oriundas da

utilização de equipamentos como geradores, compressores e bombas, por produtos

químicos diversos não degradáveis, e por águas residuais, especialmente aquelas

oriundas de atividades de concretagem e da lavagem de caminhões.

Os princípios básicos que devem reger a prevenção da contaminação do solo são:

Todos os equipamentos devem apresentar boas condições de funcionamento

e não apresentar vazamentos.

Os equipamentos móveis (caminhões, tratores, etc.) que apresentarem

defeito e/ou vazamento devem ser retirados da frente de obra.

Na impossibilidade de retirada do equipamento defeituoso da frente de obra,

poderá ser admitido o conserto do mesmo no local, devendo o fato, no

entanto, ser notificado à supervisão ambiental, que verificará as condições em

que esses trabalhos serão realizados. Em todos esses casos, deverão ser

providenciados dispositivos de retenção de vazamentos provisórios, mesmo

que rústicos, para se evitar a contaminação do solo.

Os equipamentos fixos que utilizem combustível (geradores, compressores ou

outros), deverão sempre contar com dique, bandeja ou outro dispositivo de

contenção de vazamentos, com capacidade superior ao volume máximo

possível de um eventual vazamento.

Constatada a existência de solo contaminado, devem ser adotadas as

seguintes providências:

Eliminação da fonte de contaminação.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 124

Raspagem do solo contaminado.

Recolhimento do material para destino adequado.

Não devem ser armazenados combustíveis ou óleos lubrificantes nas frentes

de obra. Estes depósitos devem estar localizados nas oficinas ou módulos de apoio

às frentes de obra. Preferencialmente, o abastecimento dos equipamentos deve ser

realizado por caminhão-comboio;

Os produtos químicos considerados perigosos ao meio ambiente devem ser

armazenados na Área de Apoio ou na Oficina. Nas frentes de obra deve permanecer

apenas uma quantidade razoável para uso imediato. Os depósitos devem

permanecer em local protegido e sobre área impermeável com dique para proteção

contra vazamentos.

Todo tanque ou área de estocagem de combustíveis ou produtos químicos

deverá ser realizado sobre piso impermeável contornado por dique de contenção

com capacidade pelo menos 25% maior que a do tanque ou contenedor de maior

porte.

Não será permitida a estocagem de combustíveis ou produtos químicos em

tanques enterrados. Tampouco poderão ser enterradas tubulações para esses

produtos.

O uso de produto químico considerado perigoso deve ser cuidadoso,

tomando-se todas as precauções de segurança, especialmente a utilização dos

devidos EPIs, e evitando a contaminação do solo e dos recursos hídricos.

As oficinas e boxes para lavagem de veículos devem dispor de sistemas que

permitam a separação e coleta de óleos e/ou ácidos eventualmente derramados.

Nestes locais, o piso deve ser cimentado ou ter outro revestimento de forma a

evitar a absorção de óleo pelo solo.

Para óleos e graxas devem ser previstas caixas de separação e acumulação

e procedimentos de remoção adequados.

Locais específicos para manutenção e lavagem de máquinas e veículos

devem ser impermeabilizados (com cimento ou cerâmica) e ter capacidade para

contenção de eventuais vazamentos.

O local de lavagem de máquinas e veículos deve ser definido previamente

pela construtora e os motoristas devem ser instruídos a utilizar somente este local.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 125

Controle de Contaminação das Águas

Todas as medidas especificadas para o controle da contaminação do solo

durante a construção são igualmente pertinentes para efeitos de controle da

contaminação da água. Complementarmente, devem ser adotados os seguintes

controles:

Sempre que possível, a rede pública deverá ser o destino final dos esgotos

coletados no canteiro ou alojamento.

Não havendo possibilidade de interligação com a rede pública, deve-se prover

os canteiros/alojamentos com sistemas de tratamento de águas residuais

adequado à carga orgânica existente, podendo ser adotadas fossas sépticas,

poços de absorção ou filtros anaeróbios, atendendo às Normas NBR 7.229/93

e NBR 13.969/97.

Em nenhuma hipótese devem ser interligados os sistemas de drenagem de

águas pluviais e de esgotamento sanitário.

As instalações sanitárias nas frentes de obra serão dimensionadas em

conformidade com as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho

(NRs). Os sanitários devem apresentar boas condições de uso e ser em

número suficiente para a quantidade de trabalhadores em cada frente (na

razão de 1 sanitário para no máximo 20 trabalhadores). Poderão ser utilizados

banheiros químicos ou fossas sépticas, que deverão ser projetadas de acordo

com a NBR 7.229/93.

Nos canteiros de obra, caso não exista rede de coleta pública, deverá

necessariamente ser prevista a implantação de fossas sépticas, projetadas

conforme a NBR 7.229/93. Os efluentes de refeitório deverão ser previamente

tratados em caixas de separação de gordura.

Deve ser evitada a permanência prolongada de empoçamentos d‘água no

sistema de drenagem. As poças podem tornar-se focos de proliferação de

mosquitos e outros vetores de doenças.

Quanto ao abastecimento de água, caso seja necessário manipular qualquer

produto químico para o tratamento e/ou desinfecção, assegurar-se-á seu

manuseio, armazenamento e transporte em condições adequadas, evitando

riscos às pessoas, animais e ao meio ambiente. Neste sentido, todo o sistema

de abastecimento de água deverá estar protegido contra contaminação,

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 126

especialmente caixas d‘água e poços, através de sua localização adequada,

e sua proteção física por meio de cercas, sobre-elevações ou obras similares.

Figura 21:Construção de fossa séptica.

4.PÚBLICO ALVO

O público alvo é o Empreendedor, prefeituras, as empreiteiras/colaboradores,

proprietários rurais e demais envolvidos na execução da obra.

5. EQUIPE TÉCNICA

Um engenheiro sanitarista deverá ser responsável pela execução do

programa. A ART do responsável técnico será disponibilizada no início das

atividades.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 127

6. CRONOGRAMA

Programa de Controle de Resíduos

Sólidos e Líquidos

Meses

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Estimar a quantidade de resíduos

líquidos e sólidos gerados pela obra

Definir um local para os resíduos e os

tipos de recipientes que serão

utilizados

Recolher e acondicionar de forma

adequada os resíduos

Controle de contaminação do solo

Controle de contaminação das águas

Relatório de acompanhamento

Relatório Final

Início da Instalação Término da Instalação

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 128

PROGRAMA AMBIENTAL PARA A

CONSTRUÇÃO – PAC

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 129

1. INTRODUÇÃO

As obras de engenharia em geral interferem no meio ambiente requerendo,

desta forma, a elaboração de estudos técnicos que definam medidas de controle e

ações para prevenir e reduzir os impactos ambientais decorrentes.

Intervenções normais de obra, como a abertura de acessos, a implantação de

canteiros de obras, a realização de escavações e concretagens, entre outras têm um

potencial impactante, uma vez que podem alterar as características da paisagem

local. Para evitar que esses impactos venham a ser concretizados ou para reduzir a

sua magnitude, é importante que as atividades construtivas atendam a padrões

criteriosos preestabelecidos.

O PAC, apresentado de forma detalhada neste capítulo, é um instrumento

gerencial de grande importância para o monitoramento de todas as atividades das

obras. Nele são apresentadas as diretrizes e as técnicas básicas recomendadas

para serem empregadas durante a construção emontagem de empreendimento,

abordando tópicos relacionados aos métodos de construçãopadronizados; métodos

de construção especializados, incluindo procedimentos para desmonte derocha;

medidas para prevenir, conter e controlar os vazamentos de máquinas utilizadas

naconstrução; dentre outros.

Concentrando tais informações, o PAC é utilizado como parte integrante do

contrato entre empreiteiras e empreendedor, para garantir que o empreendedor

obtenha os padrões ambientaisque almeja em suas instalações. Assim, espera-se

que os custos para implementação do PAC estejam contemplados nos

planejamentos e orçamentos das construtoras

Com isso, tal implantação é plenamente justificável, considerando o

atendimento às exigências ambientais impostas pela legislação pertinente,

notadamente as definidas no processo de licenciamento, a partir dos planos e

programas definidos no EIA e das condicionantes da Licença Prévia, além dos

aspectos específicos do empreendimento, adotando cuidados e medidas que evitem

ou corrijam imprevistos que possam ocorrer ao longo do processo construtivo,

aplicados em caráter preventivo ou corretivo, de forma coerente com a política

nacional de meio ambiente, o Plano de Gestão Ambiental das obras e a política

ambiental do empreendedor.

A correta introdução do PAC durante as obras tem a finalidade de garantir a

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 130

mitigação e minimização de impactos e o pleno enquadramento do empreendimento

no contexto sócio-ambiental da região que o mesmo está inserido.

2. OBJETIVOS

O principal objetivo do PAC é o de assegurar que as obras sejam implantadas

e operem em condições de segurança, evitando danos ambientais às áreas de

trabalho e seus entornos, estabelecendo ações para prevenir e reduzir os impactos

identificados no EIA e promover medidas mitigadoras e de controle.

Outros objetivos específicos estão vinculados aos demais subprogramas,

salientando-se os seguintes tópicos:

Cadastro e licenciamento de jazidas;

Controle e prevenção de processos erosivos (limitação da descobertura,

orientação para movimentações de terra, estabilização de solos, revegetação,

dimensionamento de saídas de água e dissipadores de energia);

Critérios para localização de canteiros de obra, usinas, britadores e acessos;

Controle de resíduos de máquinas e equipamentos;

Controle de geração de material particulado, gases e ruídos;

Controle de efluentes e resíduos sólidos (canteiros de obra e frentes de

trabalho);

Procedimentos Operacionais e Estratégias de Ação.

Definir as diretrizes ambientais associadas aos procedimentos executivos de

obras, visando, sobretudo, à eliminação ou mitigação de impactos ambientais

e sociais;

Estabelecer diretrizes visando à segurança, saúde e emergências médicas,

para evitar danos físicos, preservar vidas e prover adequado atendimento;

Ampliar o conhecimento dos empregados referente à preservação ambiental,

da saúde e prevenção de acidentes, por meio da participação em

treinamentos na obra;

Garantir o cumprimento das legislações ambientais federal, estadual e

municipal vigentes.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 131

3. METODOLOGIA

O conjunto de atividades das obras de implantação da LT — construção de

alojamentos, canteiros, acessos, supressão de vegetação, escavações,

concretagem, montagem de torres, lançamentos de cabos e comissionamento —

poderá causar impactos ambientais, significativos ou não, devido a ação de agentes

diversos, como a implementação das atividades de obra e as interferências dessas

obras sobre a flora, a fauna e as populações locais. Nesse caso, os elementos de

controle ambiental, na forma de procedimentos, são necessários para garantir o

desenvolvimento adequado das obras, levando-se em conta também as

características típicas da região. Nesse sentido, destacam-se:

- As APP´s, Reservas Legais, área de inundação, apresentados nos estudos,

suscitam cuidados com a implantação das estruturas das torres, no lançamento de

cabos, visando minimizar as alterações provocadas no hábitat local e a produção de

resíduos gerados pela obra;

- Cuidados especiais deverão ser tomados em relação ao possível

aparecimento de ninhais;

- Para os volumes de escavação de cavas, principalmente em locais com

presença de rocha, deverão ser adotadas, sempre que possível, soluções que

envolvam o uso desse material em proteções superficiais, em áreas susceptíveis a

erosão e transições de taludes, entre outros, minimizando assim os significativos

volumes de bota-fora;

- No caso de ser necessário desmonte de rocha a fogo, serão empregadas as

normas e procedimentos específicos para a realização dessa atividade;

- A mão-de-obra disponível local deverá ser utilizada, e as compras de insumos

básicos deverão ser, na medida do possível, efetuadas nas localidades situadas

próximo às frentes de trabalho, alojamentos e canteiros, objetivando alcançar o

máximo de benefícios sócio-econômicos na região de implantação da Linha de

Transmissão;

- Deverão ser previstas cercas em locais específicos e previamente

identificados nas áreas de abertura de cavas (estas terão que estar isoladas e

tampadas) e nas praças de montagem de torres e de lançamentos de cabos,

principalmente onde ocorra maior densidade de bovinos e pessoas;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 132

- Prever soluções de drenagem, escoamento e proteção, para minimizar e

eliminar problemas de alagamento;

- Adotar dispositivos (cercas-filtro, entre outras) que reduzam a velocidade do

fluxo d‘água para o interior dos corpos hídricos, evitando, desse modo, processos

erosivos e de assoreamento;

- Reduzir as áreas de supressão e desapropriação;

- Todas as superfícies expostas de cortes, principalmente em praças de

montagem de torres, deverão ser protegidas contra as ações erosivas de agentes

naturais (chuvas e ventos);

- Deverá ser elaborado o Código de Conduta destinado a todos os

trabalhadores envolvidos, visando conscientizá-los dos aspectos ambientais (de

segurança e comportamentais), notadamente em relação às comunidades da Área

de Influência Direta da Linha de Transmissão;

- Abastecer os veículos e equipamentos com segurança. Esse serviço fica

proibido em áreas úmidas, só podendo ser executados a 40m de distância dessas

áreas, tendo-se ainda a necessidade de kits contra vazamentos, por ocasião do

abastecimento;

- Prever equipamentos e sistema de combate a incêndio nos locais indicados,

conforme requisitos das normas de segurança.

As construtoras também serão responsáveis pela mitigação dos danos

ambientais durante todas as atividades, de forma a preservar, tanto quanto possível,

as condições naturais da paisagem. As intervenções deverão ser restritas às áreas

necessárias, e a recuperação deverá ser definida da forma mais aproximada às

condições originais (considerar os locais passíveis de recomposição, que deverão

sofrer processos de reconformação dos terrenos, revegetação, implantação dos

dispositivos de drenagem e de estabilização de solos, dentre outras), que deverá ser

executada tão logo estejam concluídas as fases da obra. Para essa finalidade, suas

ações deverão basear-se nas metodologias descritas no Programa de Recuperação

de Áreas Degradadas.

As empresas deverão explicitar também, dentre outros, quais os cuidados

ambientais que deverão ser tomados para evitar derramamentos de combustíveis e

lubrificantes e o deságüe de águas servidas, incluindo-se aquelas usadas no

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 133

beneficiamento de agregados e produção de concreto, bem como as utilizadas para

minimizar a poluição do ar (gases e poeira).

No quadro abaixo são apresentados os aspectos ambientais como local,

causas e medidas a serem realizadas durante a construção do empreendimento.

Quadro 2: Aspectos Ambientais da Construção.

Área Causas e danos ambientais Medidas a considerar

Canteiro de obras

e alojamentos

Erosão dos taludes de

escavação (produção de

sedimentos).

Drenagem superficial, proteção vegetal.

Disposição de resíduos

perigosos – Classe I

(poluição).

Reciclagem/tratamento/disposição em

aterros sanitários especiais.

Disposição de resíduos

sólidos, Classes II e III

(poluição).

Coleta seletiva e disposição em aterros

sanitários/ reciclagem.

Efluentes sanitários

(poluição).

Tratamento em filtros anaeróbios / fossas

sépticas.

Efluentes não-perigosos

(produção de sedimentos). Decantação.

Efluentes líquidos - oficina

(poluição).

Sistema de separação água e óleo /

reciclagem.

Depósito de combustíveis e

lubrificantes (poluição). Sistema de prevenção contra vazamentos.

Produção de ruídos

(poluição).

Uso de EPIs (Equipamentos de Proteção

Individual).

Produção de poeira

(poluição). Aspersão de água.

Emissão de gases (poluição)

por equipamentos. Sistemas de manutenção e filtros.

Transporte de

pessoal,

equipamentos e

materiais

Danos às vias existentes

(interferência no cotidiano).

Melhoria da pista e da drenagem –

restauração imediata.

Acidentes (interferência no

cotidiano).

Reforço da sinalização e treinamento

pessoal. Observar os veículos de transporte

de trabalhadores, que deverão estar

compatíveis com as normas vigentes.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 134

Área Causas e danos ambientais Medidas a considerar

Produção de poeira

(poluição). Aspersão de água.

Emissão de gases (poluição)

por equipamentos. Sistemas de manutenção e filtros.

Utilização e

aberturas de vias

de acesso

Estabilidade de taludes

(produção de sedimentos). Drenagem superficial, proteção vegetal.

Produção de poeira

(poluição). Aspersão de água.

Produção de gases

(poluição). Sistemas de manutenção, filtros.

Emissão de gases (poluição)

por equipamento. Sistemas de manutenção, filtros.

Recomposição (poluição e

produção de sedimentos).

Drenagem superficial e revegetação

(conforme Programa de Recuperação de

Áreas Degradadas).

Canteiro / Bota-

Fora

Recomposição (produção de

sedimentos).

Conformação da morfologia do terreno,

drenagem superficial e proteção vegetal.

Áreas de

empréstimo

Dragagem e degradação da

área (produção de

degradação).

Sistema de controle de erosão e contenção

de sedimentos (geotêxteis, telas-filtro, cercas

de silte).

Emissão de gases (poluição)

por equipamento. Sistemas de manutenção, filtros.

Pedreiras

Desmonte (uso de

explosivos). Normas do Exército e da ABNT.

Produção de ruídos

(poluição). Uso de EPIs.

Produção de poeira

(poluição). Aspersão de água.

Emissão de gases (poluição)

por equipamento. Sistemas de manutenção, filtros.

Recomposição (poluição e

produção de sedimentos).

Conforme Programa de Recuperação de

Áreas Degradadas.

Escavações em

rochas

Desmonte (uso de

explosivos). Normas do Exército e da ABNT.

Produção de ruídos

(poluição). Uso de EPIs.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 135

Área Causas e danos ambientais Medidas a considerar

Produção de poeira

(poluição). Aspersão de água.

Emissão de gases (poluição)

por equipamento.

Sistemas de manutenção, filtros.

Central de

concreto

Os aditivos de concreto.

Deverá ser armazenado em local confinado,

coberto, ventilado e controlado por pessoal

capacitado.

A lavagem dos agregados.

Deverá ser controlada e realizada em local

apropriado, com sistema de canalização e

contenção.

Agregados miúdos e

graúdos.

O material coletado deverá ser reciclado ou

disposto em bota-fora.

Locais de captação de água

para concretagem. Deverão ser devidamente licenciados.

Concretagem em áreas

sensíveis.

Evitar, durante a concretagem, a produção

de resíduos fora dos locais previstos.

Escavações

(cavas)

Escavação (produção de

sedimentos).

Sistemas de controle de erosão e produção

de sedimentos (geotêxteis, telas-filtro, cercas

de silte).

Produção de ruídos

(poluição). Uso de EPIs.

Produção de poeira

(poluição). Aspersão de água.

Emissão de gases (poluição)

por equipamento. Sistemas de manutenção, filtros.

Uso de martelete

Escavação em rocha sem

uso de explosivos. Isolamento da área.

Locais de bota-fora. Licenciamento junto aos órgãos ambientais.

Disposição e controle de

resíduos.

Programa de Recuperação de Áreas

Degradadas.

Topografia Supressão de vegetação. Corte, remoção e disposição em locais

determinados nas licenças ambientais.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 136

Área Causas e danos ambientais Medidas a considerar

Trabalhos em áreas

sensíveis.

Evitar, durante a topografia, a supressão

excessiva e a produção de resíduos,

principalmente em Áreas de Proteção

Ambiental.

Sinalização Colocação de placas.

Fundamental importância para o bom

andamento dos trabalhos, pois aumenta a

segurança dos trabalhadores e das

populações do entorno.

Travessias

Margem de curso d‘água

(Mata Ciliar) Montagem de cavaletes (projeto adequado).

Supressão de vegetação. Corte, remoção e disposição em locais

determinados nas licenças ambientais.

Rodovias e ferrovias

Licenciamento junto aos órgãos ambientais,

sinalização, planejamento e controle de

resíduos.

Terraplenagem

As causas e danos ao meio

ambiente envolvem todas as

fases construtivas da LT

(acesso, canteiro, praças de

montagem, lançamentos,

áreas de empréstimo e bota–

fora).

Observar todo o processo de licenciamento,

principalmente em relação às condicionantes

das licenças e restrições da área e dos

programas ambientais a serem

implementados.

Fundação das

torres

Supressão de vegetação. Corte, remoção e disposição em locais

determinados nas licenças ambientais.

Abertura de cavas.

Observar Normas de Segurança, isolamento

da área e cobertura das cavas até seu

fechamento.

Concretagem das fundações. Evitar, durante a concretagem, a produção

de resíduos fora dos locais previstos.

Aterro das bases

Utilizar o material da abertura das cavas,

evitando, assim, áreas de empréstimo

adicionais.

Segregação e controle de

resíduos Programa de controle de resíduos.

Praça de

montagem de

torres

Supressão de vegetação na

área da torre.

Corte, remoção e disposição em locais

apropriados para a cubagem. Utilizar a

menor área possível.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 137

Área Causas e danos ambientais Medidas a considerar

Isolamento da área de

trabalho.

Cercar toda a área de trabalho, não

permitindo o acesso de animais e pessoas

estranhas. Sinalizar adequadamente a praça,

além de criar uma área de vivência.

Armazenamento das

estruturas metálicas.

Acondicionar, adequadamente, dentro da

praça, as estruturas. Cuidados deverão ser

tomados com as áreas de proteção

ambiental quando houver, por exemplo: mata

ciliar, córregos, parques, reservas florestais,

etc.

Aterramento das estruturas

- Execução de aterramento em toda a LT e o

seccionamento e aterramento de cercas e

demais estruturas condutoras, evitando-se

com isso a propagação das descargas

elétricas que eventualmente incidirem nas

mesmas.

Otimização de processos

erosivos causados, pela

instalação da praça.

Utilizar procedimentos de controle de erosão.

Concretagem em áreas

sensíveis.

Evitar, durante a concretagem, a produção

de resíduos fora dos locais previstos.

Recolhimento, segregação e

disposição dos resíduos

gerados nesta fase.

Programa de controle de resíduos.

Praça de

lançamento de

cabos

Supressão de vegetação na

área da torre.

Corte, remoção e disposição em locais

apropriados para a cubagem. Utilizar a

menor área possível.

Isolamento da área de

trabalho.

Cercar toda a área de trabalho, não

permitindo o acesso de animais e pessoas

estranhas. Sinalizar adequadamente a praça,

além de criar uma área de vivência.

Armazenamento dos

equipamentos, dos carretéis

e cabos.

Acondicionar, adequadamente, dentro da

praça, os materiais. Cuidados deverão ser

tomados com as áreas de proteção

ambiental quando houver, por exemplo: mata

ciliar, córregos, parques, reservas florestais,

etc.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 138

Área Causas e danos ambientais Medidas a considerar

Colocação de isoladores.

Cuidados com a segurança do trabalho.

Observar o programa de controle de

resíduos.

Comissionamento

Recolhimento, segregação e

disposição e dos resíduos

gerados em todas as fases

da obra.

Programa de controle de resíduos.

Eliminação de todas as Não-

Conformidades da

implantação da Linha de

Transmissão.

Realizar auditorias no sentido de entregar a

obra ambientalmente correta, obedecendo às

exigências da Licença de Instalação (LI).

Os requisitos básicos para a construção da LT referem-se àqueles de ordem

geral, necessários para garantir a infra-estrutura básica da obra, envolvendo os

serviços de topografia, estradas de acesso, terraplenagem, canteiro de obras,

supressão de vegetação, escavação e sinalização.

Dessa forma, são descritos, a seguir, os elementos considerados como

requisitos básicos para a construção da Linha de Transmissão, conforme fluxograma

abaixo:

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 139

Figura 22:Fluxograma das atividades do PAC.

Canteiros de Obras

A localização dos canteiros será proposta pela montadora, com a sua

respectivaanálise ambiental, para uma verificação, in loco, pela equipe de meio

ambiente do empreendedor.

As áreas indicadas para os canteiros deverão estar em locais que causem o

mínimo de impactos ambientais e às comunidades locais, e serem submetidas às

Prefeituras locais. A montadora deverá apresentar relatório contendo uma descrição

das áreas, o layout previsto, a estrutura funcional e suas respectivas instalações

(redes de água,esgotos, energia, acessos, alojamentos, ambulatórios, destino final

do lixo e controlede resíduos), o qual deverá ser submetido à análise do

empreendedor e dos órgãos ambientais responsáveis, se for o caso. Os

licenciamentos desses órgãos, quando solicitados, deverão ser apresentados ao

empreendedor antes das obras, para que seja liberada a instalação dos canteiros.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 140

A definição dos locais dos canteiros de obras em empreendimentos lineares

dependede uma série de fatores que diretamente envolvem a logística (procedência

da mão-de-obra especializada e forma de habitação a ser utilizada — alojamentos

e/ouhotéis, pensões, repúblicas) e a forma estratégica de execução da montadora.

A seleção de áreas de apoio e canteiros de obras ocorrerá na fase de início

de construção. No entanto, outras áreas de apoio secundárias serão definidas

paulatinamente ao longo de todo o cronograma de construção. Na presente obra,

além dos canteiros de obra principais, os serviços construtivos necessitarão das

seguintes instalações secundárias:

• Módulos de apoio de frente de obra;

• Oficinas avançadas;

• Frentes de lançamento de cabos.

Para a escolha dessas áreas critérios devem ser observados, dentre esse

incluem:

• Inexistência de qualquer restrição de zoneamento municipal ao tipo de

atividade proposta;

• Inexistência de necessidade de supressão de vegetação nativa ou

interferência com áreas de preservação permanente (APP);

• Preferência por terrenos de baixa declividade.

A estratégia de seleção de áreas de apoio visará minimizar distâncias de

transporte envolvendo o uso de vias locais. Procurar-se-á também evitar, na medida

do possível, o cruzamento de rodovias pelos veículos a serviço das obras.

A localização dos canteiros secundários será proposta pela construtora, com

a sua respectiva análise ambiental, para uma verificação, in loco, pela equipe de

meio ambiente do empreendedor e após essa definição seguirá para ciência e

aprovação da SEMAR /PI.

As áreas indicadas para os canteiros deverão estar em locais que causem

mínimo impacto sobre o meio ambiente e as comunidades locais, e serem

submetidas às Prefeituras locais. As empresas deverão apresentar relatório

contendo uma descrição das áreas, o layout previsto, a estrutura funcional e suas

respectivas instalações (redes de água, esgotos, energia, acessos, alojamentos,

ambulatórios, destino final do lixo e controle de resíduos), o qual deverá ser

submetido à análise do empreendedor e da SEMAR / PI.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 141

Canteiros secundários não possuirão estruturas de alojamentos. Assim, não

provocarão impactos significativos, cumprindo as diretrizes e os critérios

estabelecidos nos estudos, que serão verificados antecipadamente pela Gestão

Ambiental da obra (empreendedor / empreiteira), conforme previsto neste PAC.

Registra-se que, em obras já realizadas ou em andamento, nesses tipos de

unidades, os impactos são mínimos e mitigáveis.

Cabe frisar que o PAC e a estrutura de Gestão Ambiental da obras farão parte

das Especificações Técnicas de contratação das empreiteiras.

As premissas de localização dos canteiros servirão como orientação, tendo

sido estabelecidas a partir da experiência das empresas do Setor Elétrico em obras

similares, uma vez que a definição exata da logística de cada frente de obra é

prerrogativa das empresas que venham a ser contratadas para execução dos

trabalhos em cada trecho considerado.

Em se tratando de uma obra linear de rápido avanço, admitiu-se que canteiros

independentes deverão dar assistência a cada segmento.

Nos canteiros de obras principais, estarão localizadas estruturas, tais como:

almoxarifado, depósitos de máquinas, ferragens das estruturas, equipamentos e

materiais, escritório de projetos e administração, dentre outras.

Os alojamentos, sempre que possível, serão instalados em prédios alugados

nas cidades próximas. O contingente de mão-de-obra deverá ser transportado

diariamente dos alojamentos para os canteiros de obras e, destes, até as frentes de

trabalho.

Para a operação e manutenção dos canteiros, serão previstos dispositivos e

rotinas que não só atendam às prescrições básicas de conforto, higiene e segurança

dos trabalhadores como também minimizem os transtornos que possam ser

causados à população vizinha, tais como ruídos, poeira, bloqueio de acessos, etc.

Os canteiros serão cercados com portaria, identificação das empresas, com

acesso restrito de pessoas autorizadas e com normas rígidas de conduta.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 142

Canteiros de Obras Principais

As diretrizes e os critérios a serem considerados pela empresa contratada,

para a locação dos canteiros de obras principais, são:

- Antecipadamente, deverá ser solicitado o apoio das Prefeituras locais a fim de

cadastrarem a mão-de-obra local disponível para as obras, veiculando propagandas,

pela imprensa e através de cartazes, com especificação dos tipos de profissionais

necessários. Esse procedimento visa priorizar a contratação da mão-de-obra local,

evitando-se a mobilização de pessoas estranhas à região e, ao mesmo tempo,

diminuir a estrutura de apoio às obras (alojamentos, despejos sanitários, resíduos,

lixo, etc.). Contribui também para evitar a veiculação de doenças transmissíveis e

minimizar os problemas de aumento da prostituição e violência, dentre outros

aspectos;

- Estes canteiros deverão situar-se nas imediações de municípios dotados de

boa infra-estrutura: acessos, comunicações, transportes interestadual e

intermunicipal, hotéis, hospital, comércio (peças automotivas e materiais de

construção) e mão-de-obra semi-especializada (pedreiros, carpinteiros, armadores,

etc.), excluindo-se, neste caso, as cidades de pequeno porte;

- Esses locais deverão situar-se, preferencialmente, próximo aos grandes

centros, onde os impactos, em razão da chegada de trabalhadores, serão

minimizados;

- A infra-estrutura da região atravessada pela diretriz da Linha de Transmissão

deverá ser considerada, visando à possibilidade de alojar o máximo de seus

empregados, em casas alugadas, repúblicas, hotéis e pensões existentes nas

redondezas;

- A área a ser utilizada, preferencialmente, já deverá ter sido impactada,

devendo ser previsto o possível reaproveitamento da infra-estrutura a ser instalada,

quando do término da obra;

- A área a ser escolhida deverá ter como requisitos básicos: o tipo de solo e

acessos compatíveis com o porte dos veículos/equipamentos e com a intensidade

do tráfego. Deverá ser dotada de sistema de sinalização de trânsito e de sistema de

drenagem superficial, com um plano de manutenção, fuga e limpeza;

- A localização não deverá interferir expressivamente com o sistema viário e de

saneamento básico, sendo necessário contactar as Prefeituras, órgãos de trânsito,

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 143

segurança pública, sistema hospitalar, concessionária de água, esgotos, energia

elétrica, telefone, etc., para qualquer intervenção em suas áreas e redes de atuação;

- Em regiões com deficiência de infra-estrutura, sua localização deverá priorizar

a não-interferência com as atividades cotidianas da comunidade local;

- Os canteiros centrais não serão implantados próximos a reservas florestais

nem a Áreas de Preservação Permanente (APPs);

- Os procedimentos de mobilização e posterior desmobilização deverão ser

bem informados à comunidade; da mesma forma, os diversos ramos de atividades

locais, como comércio, recursos médicos e outros, deverão ser convenientemente

cientificados dos eventos pertinentes programados para a fase de construção;

- Os víveres serão guardados em local mantido permanentemente limpo,

refrigerado no caso de perecíveis. Deverão ser utilizadas telas e cercas protetoras,

garantindo-se a inacessibilidade a animais e insetos;

- O projeto e a montagem das cozinhas (caso previstas) deverão ser

executados de forma a permitir total higiene e possuir todos os equipamentos e

recursos necessários à limpeza do local e ao pessoal envolvido no preparo de

refeições para atendimento dos canteiros e alojamentos;

- As instalações dos refeitórios deverão prever o uso de telas, boa ventilação,

contar com sanitários em número adequado e demais equipamentos — tudo em

conformidade com as melhores práticas de higiene e saúde;

- O sistema de armazenamento de água para o consumo humano deverá ser

objeto de inspeção e limpeza periódica, visando garantir a potabilidade;

- A drenagem dos canteiros deverá prever estruturas que comportem o tráfego

de máquinas e equipamentos;

- Os sistemas de drenagem de águas pluviais e de esgotamento sanitário ou de

óleos, graxas, etc. serão individualizados, nunca podendo ser interligados;

- Todos os resíduos gerados nos canteiros e demais locais da obra serão

recolhidos com freqüência de acordo com o plano de controle de resíduos;

- Será realizada a separação do lixo hospitalar e dos resíduos perigosos,

classificados conforme a NBR 10.004, visando à sua estocagem, transporte e

destinação final adequada, conforme a Legislação Federal e do Estado do Mato

Grosso;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 144

- No caso de uso de produto químico para tratamento e desinfecção, seu

armazenamento e manipulação serão realizados de forma segura, evitando riscos às

pessoas, aos animais e ao meio ambiente;

- Deverá haver proteção contra contaminação em todo o sistema de

abastecimento de água, especialmente em caixas d‘água e poços. A proteção

deverá ser exercida mediante a escolha adequada de local, construção de cercas,

sobrelevações e outras obras similares;

- Os combustíveis deverão ser armazenados em reservatórios apropriados,

isolados da rede de drenagem e com diques de contenção com capacidade para o

volume armazenado. Os dispositivos de armazenamento não poderão ter drenos, a

não ser que esses dispositivos escoem para outra área de contenção ou

reservatório, onde todo o derramamento possa ser contido;

- Para a instalação de canteiros de obras e alojamentos, serão apresentadas,

posteriormente, as diretrizes complementares específicas para essas atividades;

- Implantar o controle de resíduos, principalmente a coleta seletiva.

Será observado o cumprimento do Plano de Saúde e Segurança do Trabalho (uso

de EPIs), a ser estabelecido pela construtora, de acordo com as Normas do

Ministério do Trabalho.

O preparo de refeições individuais e quaisquer outras atividades geradoras de

resíduos, à exceção daquelas relativas à própria execução das obras, não serão

permitidos.

Canteiros Secundários e Frentes de Obra

Qualquer canteiro secundário, ou frente de obra, deverá adotar os

procedimentos a seguir descritos. Os efluentes gerados nos canteiros secundários e

frentes de obra (resíduos, esgoto, óleos e graxas, etc.) deverão ser recolhidos e

transportados para locais preestabelecidos, para segregação e destinação final. Os

óleos e lubrificantes coletados das operações de manutenção serão encaminhados

para o canteiro central envasados e, posteriormente, para empresas de rerrefino.

Os restos de comida, vasilhames, etc. utilizados nos refeitórios deverão ser

coletados diariamente. Não será admitida a deposição de resíduos orgânicos nas

frentes de trabalho.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 145

Os combustíveis deverão ser armazenados em reservatórios apropriados e

isolados da rede de drenagem com barreiras de contenção. Os dispositivos de

armazenamento não deverão ter drenos, a não ser que esses dispositivos escoem

para outra área de contenção ou reservatório onde todo o derramamento puder ser

contido.

A implantação desse tipo de canteiro deverá ser evitada próximo a Unidades

de Conservação, fragmentos florestais, Reservas Legais e a APPs.

O canteiro secundário deverá dispor, no mínimo, de um kit de primeiros

socorros ou a estrutura estabelecida pela legislação em vigor e um kit de controle de

vazamentos.

O transporte das refeições para as frentes de obra deverá ser efetuado em

embalagens hermeticamente fechadas e higienizadas. O intervalo de transporte até

o campo deverá ser reduzido, a fim de manter a qualidade e o aquecimento da

alimentação.

Será observado o cumprimento do Plano de Saúde e Segurança do Trabalho

(uso de EPIs), a ser estabelecido pela construtora, de acordo com as Normas do

Ministério do Trabalho.

O preparo de refeições individuais e quaisquer outras atividades geradoras de

resíduos, à exceção daquelas relativas à própria execução das obras, não serão

permitidos.

Topografia

Os serviços de topografia foram essenciais para definição traçado, a partir de

um estudo topográfico bem feito, impactos futuros serão evitados. A equipe

responsável assimilou o máximo de informações sócio-ambientais a esse

levantamento, definindo um traçado o mínimo impactante.

Seguindo a Planta Perfil e o Projeto Executivo, a equipe de campo iniciará os

trabalhos de locação das torres, etapa inicial para implantação da LT.

Os trabalhos preliminares de topografia deverão seguir as seguintes

orientações:

- Reconhecimento prévio da área onde será realizada a locação da faixa,

visando minimizar os impactos ao meio ambiente;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 146

- Antes do inicio dos serviços topográficos, a equipe responsável pelo

levantamento cadastral deverá verificar, em qualquer propriedade, se o proprietário

recebeu a comunicação do início dos serviços de implantação da Linha de

Transmissão, ou seja, a entrada das equipes em qualquer propriedade só será

possível com a devida autorização de passagem. Essa comunicação deverá ser

dada de acordo com as diretrizes do Programa de Comunicação Social.

- As equipes do levantamento topográfico deverão receber treinamento

adequado, a fim de se conscientizarem da importância de eliminar ou minimizar os

impactos ambientais referentes aos serviços.

- Todas as motosserras utilizadas nos serviços deverão estar obrigatoriamente

acompanhadas da licença específica (Licença para Porte e Uso de motosserra –

LPU). As recomendações constantes nas Normas de Segurança no Trabalho e do

Código de Conduta deverão ser cumpridas.

- A abertura de picadas de topografia será executada em conformidade com as

orientações e licença obtidas na SEMAR / PI, limitando podas e supressões ao

suficiente apenas para possibilitar a medição e locação da faixa de servidão, praças

de montagem e de lançamento.

- Encontrando-se restos cerâmicos ou artefatos de pedras lascadas ou

qualquer vestígio relacionado a civilizações antigas, ao longo de travessias de

corpos d‘água ou nas proximidades onde serão instaladas as torres e as praças de

lançamento de cabos, ou quando da abertura de novos acessos, o fato deverá ser

comunicado imediatamente ao funcionário responsável, que retransmitirá a

informação ao Inspetor Ambiental ou à Fiscalização das obras, para que tomem as

devidas providências, em conformidade com o Programa de Prospecção e

Salvamento Arqueológico.

Considera-se que, nas etapas de topografia como a exploração de traçado,

poligonação, levantamento do perfil do terreno e cadastro de propriedades e

benfeitorias, assim como no próprio projeto de engenharia, deverão ser levadas em

conta as seguintes condicionantes:

- A locação do traçado deverá levar em conta as condições geológico-

geotécnicas, observando-se as seguintes condições:

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 147

1. Terrenos estáveis;

2. Evitar a locação em terrenos alagados e inundáveis, pântanos, brejos,

mangues e margens de rios;

O traçado definitivo da Linha de Transmissão, estabelecido pelo projeto executivo de

engenharia, a ser implantado topograficamente, deverá evitar a passagem por áreas

onde se encontrem as seguintes ocorrências:

- Proximidade de conglomerados urbanos, sedes de propriedades rurais e de

construções isoladas;

- Passagem por zonas altas, com o objetivo de evitar grandes esforços devido

à pressão do vento e às descargas atmosféricas e a interferência com a rota

migratória de aves;

- Diretriz próxima de caminhos existentes ou em terrenos menos acidentados;

- Passagem por terrenos inundáveis, sujeitos à erosão, afloramentos rochosos

ou de difícil acesso;

- Todo tipo de travessias.

Ao se desviar de interferências como benfeitorias, não deverá haver nenhuma

intervenção com habitações, procurando-se dispensar, dessa forma, qualquer

procedimento de relocação de população/famílias.

Os terrenos deverão ser considerados sob regime por servidão, e sua

demarcação será estabelecida por decreto. A servidão compreenderá uma faixa de

60m de largura ao longo de toda a extensão da LT.

Estradas de Acesso

Os acessos a serem utilizados são os previstos no Projeto da Linha de

Transmissão, evitando-se, ao máximo, a abertura de outros. Durante a construção

desses acessos, poderão ser gerados materiais inconsolidados sujeitos a erosão e

transporte por águas pluviais, muito em função da construção de cortes e aterros.

Dessa forma, deverão ser considerados os seguintes aspectos de proteção

ambiental:

- Implementar cuidados necessários para evitar focos erosivos, principalmente

respeitando a topografia do local, locando os acessos em pontos menos favoráveis

ao desencadeamento de erosões;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 148

- Havendo necessidade de cortes e aterros, dotá-los de proteção, como

canaletas de crista e de pé, além de revegetá-los;

- Procurar encaminhar as saídas d‘água dessas vias para o talvegue mais

próximo, evitando deixá-las a meia vertente, o que poderá favorecer processos

erosivos;

- Quando os caminhos tiverem baixa capacidade de suporte, a superfície deve ser

revestida por toras de madeira colocadas transversalmente (Estivas);

- Utilizar solo-cimento no fundo das canaletas de drenagem com maior fluxo de

água.

- Se forem construídos, os taludes devem ter a proteção adequada:

canaletas colocadas em suas cristas, escadas d‘água, caixas de dissipação de

energia, bermas e proteção vegetal, visando à derivação das águas lateralmente e

evitando, assim, erosão nos declives

Durante as obras, deve-se priorizar o período de menor pluviosidade para a

movimentação de material (solos e rochas escavados), devendo-se aplicar um

colchão de pedrisco com camada mínima de 5 cm para reduzir o desprendimento de

solo nas estradas de terra, vias de acesso e vias de passagem nos canteiros e

alojamentos. Além disso, deverá ser executada a contenção do talude (corte/aterro)

mediante o plantio de gramíneas.

Alguns cuidados, de ordem geral, deverão ser observados:

- Deverão ser usadas as estradas internas de acesso autorizadas, negociadas

pela construtora, com proprietários e empreendedor;

- As estradas de acesso existentes, usadas durante as obras, deverão ser

restauradas nas condições anteriores à construção;

- A utilização de aterros de empréstimos deverá ser autorizada pelo

empreendedor e deverá ser devidamente licenciada;

- As melhorias introduzidas não deverão afetar os sistemas de drenagem e

cursos d‘água naturais existentes;

- Para evitar os transtornos advindos do aumento do tráfego e diminuir o risco

de acidentes, deverão ser adotadas medidas, tais como: sinalização das vias (placas

de controle de velocidade, animais silvestres, cruzamentos, indicação da obra,

escolas, travessias de pedestres, lugarejos e comunidades, etc.); distribuição do

transporte ao longo do dia, para que não haja concentração dessa atividade num

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 149

único período; transporte de determinadas cargas e equipamentos em períodos de

menor fluxo de veículos; conscientização dos motoristas visando à redução de

acidentes;

- Se confirmada a manutenção do tráfego junto às comunidades, deverá ser

providenciada, no período seco, a umectação das vias de acesso a elas, de forma a

reduzir as emissões de poeira sobre as residências locais, além da aplicação de um

colchão de pedrisco com camada mínima de 5 cm, para reduzir o desprendimento

de solo nas estradas de terra;

- Quando forem transportados materiais de construção, devem-se usar, de

preferência, caminhões fechados, a fim de evitar que caiam acidentalmente, o que

pode vir a causar problemas ambientais e de segurança para a população do

entorno.

Ao final dos serviços, materiais e equipamentos, sucata e material

descartável deverão ser retirados dos locais de trabalho, utilizando-se as vias de

acesso disponíveis.

Terraplanagem

Em função das características da região, serão considerados os aspectos

listados a seguir para os serviços de terraplanagem, notadamente para estradas de

acessos, com o objetivo de minimizar, ou mesmo eliminar, a possibilidade de

degradação ambiental decorrente desses serviços.

O serviço terá que ser cuidadosamente planejado, objetivando evitar impactos

desnecessários ao meio ambiente.

Deverão ser considerados para os acessos:

- Os critérios especificados nas instruções técnicas de projeto, em relação à

drenagem de estradas de acesso e aos tipos de traçado (cortes e aterros) que

deverão ser evitados ao máximo;

- Melhoramento dos acessos existentes, objetivando o restabelecimento das

condições naturais da rede de drenagem, por meio da implantação de

bueiros/galerias, pontilhões, etc;

- Proteção de todos os taludes de cortes e/ou aterros, em tempo hábil, visando

à segurança das instalações e preservação do terreno contra a erosão, através do

plantio de vegetação adaptada à região e dispositivos de drenagem/contenção;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 150

- Até o encerramento da obra, as pistas das estradas de acesso serão

mantidas sob condições adequadas, para permitir tráfego permanente aos

equipamentos e veículos de construção, montagem e fiscalização.

Os seguintes itens deverão ser considerados para áreas de canteiros:

- O cumprimento rigoroso dos critérios especificados de projeto;

- Evitar serviços de terraplenagem nas áreas de almoxarifado e depósito de

material ao tempo, mantendo, sempre que possível, as vegetações rasteiras,

retirando-se apenas os arbustos necessários e evitando, ao máximo, cortar as

árvores existentes. O material deverá ser estocado sobre calços metálicos ou de

madeira, de modo a evitar seu contato direto com o solo;

- Manter protegidos e sob condições adequadas os acessos internos de

circulação entre os elementos dos canteiros;

- Manter protegidos todos os taludes de cortes e/ou aterros;

- Redução, ao máximo, dos serviços de terraplenagem/raspagem nessas

áreas.

Os seguintes itens deverão ser considerados para as áreas de empréstimo e

bota-foras:

- Planejar os serviços de terraplenagem, nessas áreas, com o objetivo de evitar

processos erosivos;

- Utilizar o material escavado e não utilizado, proveniente principalmente da

camada superficial rica em matéria orgânica, nas áreas de bota-fora ou em outras

áreas devidamente autorizadas;

- Aplicação de técnicas visando garantir declividades suaves, terraceamento

entre bancadas de escavação e revegetação (plantio de grama ou gramíneas

nativas) nos taludes, após a conclusão dos serviços;

- É terminantemente proibido usar Áreas de Preservação Permanente como

jazidas de empréstimos e bota-foras.

Deverão ser considerados para praças de montagem de torres e lançamento de

cabos os seguintes itens:

- Planejar os serviços com o objetivo de evitar processos erosivos;

- Prever seção típica com solo de escavação comum, empregando material

conforme especificação de projeto, visando minimizar novos locais de bota-fora.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 151

De maneira geral, as obras de terraplanagem devem ser, sempre que

possível, acompanhadas da instalação de dispositivos de drenagem que possibilitem

o escoamento das águas pluviais sem o desencadeamento de processos erosivos.

O Programa de Controle e Monitoramento de Processos Erosivos descreve as

práticas mais adequadas a serem adotadas nesse sentido

Supressão de Vegetação

O corte seletivo e a supressão parcial da vegetação (NBR 5.422), nas áreas

diretamente afetadas pelo empreendimento, quando necessários, têm como

finalidade principal a abertura de acesso, limpeza, abertura e delimitação clara da

faixa de servidão, de serviço, de segurança, além das áreas de escavações das

bases das torres, praças de montagem e lançamentos de cabos.

A limpeza envolve a remoção de árvores, arbustos e restos de vegetação

(resíduos, galhos finos, folhas, etc). Os procedimentos-padrão a serem seguidos

durante o processo de remoção são os seguintes:

- Os locais de obra e os limites da faixa de servidão deverão ser claramente

delimitados, certificando-se de que não irá ocorrer nenhuma remoção além dos seus

limites;

- As árvores deverão ser tombadas nos locais de obra;

- Qualquer árvore que cair dentro de cursos d‘água, drenagem natural ou além

do limite da faixa de servidão deverá ser imediatamente removida;

- As árvores localizadas fora dos limites dos locais da faixa não deverão ser,

em hipótese alguma, cortadas com o objetivo de obter madeira, evitando-se também

a poda dos galhos projetados;

- Toda e qualquer operação de remoção de vegetação só poderá ser iniciada

mediante autorização expressa do Inspetor Ambiental do empreendedor.

O reaproveitamento da madeira abrange os seguintes requisitos:

- A madeira que não for especificamente designada para outros usos deverá

ser cortada no comprimento da árvore e ficará organizadamente empilhada em local

determinado pela Inspeção Ambiental;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 152

- A madeira não deverá ser estocada em valas de drenagem ou em áreas

úmidas, a não ser que as condições específicas do local não permitam o

armazenamento de forma mais adequada;

- Árvores e vegetação arbustiva, bem como restos de vegetação, deverão ser

dispostas, e os tocos de árvores removidos não poderão ser enterrados;

- A queima e o uso de herbicidas são terminantemente proibidos.

Atendendo às restrições do local e das licenças ambientais, utilizar-se-ão as

formas apresentadas a seguir:

- Os arbustos deverão ser empilhados organizadamente em locais previamente

definidos pela Inspeção Ambiental;

- O empilhamento dos arbustos não deverá ser contínuo, sendo necessária a

criação de intervalos entre as pilhas, para facilitar a passagem da fauna e, também,

uma futura remoção.

O lasqueamento, caso necessário, deverá ser efetuado na forma de cortes, e os

arbustos deverão ser dispostos ou transformados em lascas, que poderão ser

utilizadas em áreas a serem recompostas, de maneira que não iniba o crescimento

da vegetação.

Com relação ao enterramento, queima e destruição fora do local da obras, caso

sejam necessários, deverão ser observados os seguintes requisitos:

- Deve-se tentar comercializar qualquer material útil, seguindo rigorosamente

as determinações das licenças ambientais;

- Restos de madeira deverão restringir-se aos locais de obra, a menos que haja

autorização por escrito do proprietário e aval do órgão ambiental.

Escavações

Escavação em Solos: no que diz respeito à escavação em solos, para as fundações

das torres, deverão ser especialmente observados os critérios listados a seguir:

- Dever-se-á evitar a utilização de máquinas pesadas na abertura de praças de

trabalho. A escavação deverá ser executada manualmente, nos locais mais críticos,

visando preservar, ao máximo, as condições naturais do terreno e sua vegetação.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 153

- Todos os taludes escavados nas áreas de empréstimo e de bota-foras

deverão ser, obrigatoriamente, protegidos mediante o plantio de grama

(revegetação).

- Todo o material escavado e não utilizado, proveniente, principalmente, da

camada superficial, rica em matéria orgânica, deverá ser espalhado superficialmente

nas áreas das torres.

- Todas as áreas de escavações em zonas de pastoreio deverão ser cercadas,

a fim de evitar a queda de animais de criação (bovinos caprinos, etc.).

- As cavas, quando abertas, deverão ser tampadas de forma adequada e

segura. Atualmente, em empreendimentos similares, vem-se utilizando a parte

redonda das bobinas menores com excelente resultado.

Escavações em Rocha: caso haja necessidade de escavação em rocha, os

fragmentos poderão ser usados durante a construção da LT, em estruturas da

contenção ou dispostos na região, com a anuência do proprietário da terra.

O material rochoso que não puder ser reaproveitado poderá ser removido e

colocado num local previamente aprovado ou, então, espalhado em áreas de bota-

fora ou na área de influência da torre.

Procedimentos de Uso de Explosivos:

- No início dos trabalhos de localização das áreas rochosas, deverão ser

utilizados equipamentos adequados para a identificação do perfil rochoso, a fim de

se realizar uma cubagem e a identificação da dimensão do bota-fora a ser utilizado.

Evita-se, assim, uma surpresa em relação à quantidade de rochas retiradas da cava;

possibilita, também, se for o caso, um destino final adequado desse material. Antes

das escavações em rocha, deverão ser executadas as seguintes atividades:

- Preparação de um plano de fogo adequado às necessidades do trabalho que

se pretende executar;

- Colocação de sinais de advertência, bandeiras e barricadas;

- Obediência aos procedimentos para armazenar, carregar, disparar e destruir

o material explosivo com segurança e de acordo com os regulamentos do País,

inclusive o R-105 do Ministério do Exército;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 154

- Execução dos serviços por pessoal qualificado, supervisionado por

profissional habilitado, conforme a legislação.

Além da regulamentação do Ministério do Exército sobre o uso de explosivos (R105),

deverão ser cumpridas as seguintes diretrizes:

- Norma Regulamentadora para Explosivos - Portaria nº 3.214 do Ministério do

Trabalho;

- Normas de Segurança para Armazenamento, Descontaminação e Distribuição

de Explosivos do Ministério do Exército.

Além disso, deverão ser utilizadas outras especificações e procedimentos que

cuidam do tema ―Explosivos e Detonadores‖.

No que diz respeito a ruídos e vibrações, diversas são as normas e recomendações

aplicáveis para diferentes tipos de ambientes, dentre as quais se destacam:

- ISO (International Standard Organization) - R 1996 (1971) e R 1999 (1975);

- ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) - NBR 10.151 e 10.152;

- IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) - Resoluções CONAMA 001 e

002, de 17/8/1990.

Essas normas consideram os parâmetros que influenciam o desconforto, e

também a variação dos níveis e das horas em que ocorre a exposição das pessoas.

Todas essas normas deverão ser de conhecimento obrigatório das

construtoras, que deverão assumir o compromisso de cumpri-las, ao elaborarem

suas Propostas e ao assinarem os Contratos com o empreendedor.

A - Procedimentos Gerais:

- As detonações deverão ser executadas em horários preestabelecidos,

programados com, pelo menos, 24 horas de antecedência. A Fiscalização também

deverá ser avisada da detonação com a mesma antecedência.

- No horário das detonações, deverá ser acionada uma sirene, e toda a área

em torno de 300 m do ponto de detonação deverá ser evacuada. As detonações

deverão ser executadas no horário compreendido entre as 10 e as 17 horas.

- Após a detonação, o trabalho só deverá ser liberado após a vistoria de técnico

especializado.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 155

- Nenhum trabalho com explosivos poderá ser realizado sem a obtenção dos

certificados de habilitação dos operadores, do certificado de registro e da

autorização do Ministério do Exército para o uso de explosivos.

- O transporte de explosivos deverá ser feito por veículos autorizados e com

guia de tráfego emitida pelo Ministério do Exército exclusivamente para a obra. O

material deverá ser armazenado atendendo às prescrições das normas específicas.

B - Procedimentos a céu aberto:

Perfuração: deverá ser executada com perfuratrizes e compressores portáteis

especiais.

Explosivos: em áreas secas, deverá ser utilizado explosivo comum e, em regiões

alagadas, emulsões explosivas encartuchadas. Deverão ser iniciadas por cordel

detonante e utilizados explosivos de retardo. O acionamento do cordel deverá ser

por meio de estopim mais espoleta.

Onde houver necessidade de conter o lançamento de fragmentos, deverá ser

usada uma camada de terra limpa sobre a vala e sacos de terra no seu entorno.

C - Proteção Ambiental:

No caso de detonação próxima ou em Áreas de Preservação Permanente,

deverá ser elaborado um procedimento específico de desmonte de rocha, a ser

enviado ao órgão ambiental responsável, antes do início dos serviços.

Para reduzir a onda de choque das detonações, deve-se evitar detonar grande

quantidade de furos ou fogos simultaneamente, usando retardos entre os furos, e

deixar parte do furo sem explosivos.

Os locais de bota-fora dos fragmentos de rocha deverão ser previamente

escolhidos, autorizados pelo proprietário do terreno e devidamente licenciados pelos

órgãos competentes. Deverá ser elaborado um projeto que contemple dispositivos

de drenagem, reconformação do terreno e revegetação.

Quando as explosões forem realizadas a céu aberto, também deverão ser

observados alguns parâmetros importantes, dentre os quais se destacam:

- A fauna local deverá ser observada em função da área-dormitório e da área

de descanso de bandos, onde as explosões que se fizerem necessárias ocorrerão

em horários após o amanhecer, e nunca ao anoitecer;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 156

- Qualquer animal que, porventura, seja atingido deverá ser recolhido ao

zoológico mais próximo, para os devidos cuidados e providências.

Sinalização do Empreendimento

A implantação de placas de sinalização é importante para o bom andamento

dos trabalhos, pois aumenta a segurança dos trabalhadores e das populações do

entorno. O trânsito de veículos envolvidos com as obras, as proximidades de áreas

escolares ou a presença de animais na pista são alguns dos elementos que exigem

atenção das pessoas que circulam pela área, não só motoristas como também

pedestres e trabalhadores. Placas educativas, por exemplo, com recomendações

para a preservação da natureza, também são importantes ferramentas de Educação

Ambiental.

Figura 232: Placa Educativa

Fundações das Torres

Os procedimentos e recomendações ambientais a serem adotados são

apresentados a seguir. Deverão ser tomadas todas as medidas cabíveis, de forma a

evitar o início de processos de erosão no preparo e limpeza dos locais de execução

das fundações, especialmente a recomposição da vegetação rasteira.

Quando da utilização de concretagem local por meio de betoneiras, cuidados

deverão ser tomados visando à utilização total do concreto disponível nelas; isso

impedirá a colocação dos resíduos em áreas inadequadas. A água de lavagem das

betoneiras só poderá ser descartada nas usinas de concretagem.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 157

Quando forem usados pré-moldados nos canteiros de concretagem, os

mesmos cuidados deverão ser tomados.

Deverão ser tomadas precauções especiais na execução das fundações de

torres nas travessias de cursos de água, a fim de não provocar nenhuma alteração

ou interrupção no sistema de drenagem natural.

Deverão ser providenciadas as proteções e sinalizações adequadas, para que

sejam evitados acidentes na execução desses serviços, quando executados nas

proximidades de áreas urbanas/habitacionais.

Sempre que necessário, as fundações deverão ser protegidas contra erosão,

por meio de canaletas, muretas, etc.

Quando do término de todas as obras de fundação, o terreno à sua volta

deverá ser recomposto, revestido, compactado, drenado e protegido, não dando

margem ao início de processos erosivos.

Durante o período das fundações das bases das torres, a inspeção de

segurança deve checar todos os EPIs necessários a esta fase da obra e à saúde

dos trabalhadores.

Reaterro das Fundações das Torres

O material escavado que vier a ser utilizado como reaterro das fundações

deverá ser acondicionado, de maneira a preservar a vegetação nas imediações. O

material escavado e não utilizado deverá ser espalhado e compactado na área da

torre, não deixando acúmulo de terra fofa.

O local de retirada de material de empréstimo, quando necessário, para o

reaterro das fundações deverá ser escolhido de tal forma que cortes no terreno não

venham a provocar erosões futuras; considerar-se-á, nesse caso, a necessidade de

proteção desses cortes. As diretrizes do Plano de Gerenciamento de Resíduos

deverão ser observadas e seguidas.

Durante o período de reaterro das bases das torres, a inspeção de segurança

deve checar todos os EPIs necessários a esta fase da obra, bem como à saúde dos

trabalhadores.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 158

Praça de Montagens das Torres

As estruturas metálicas das torres deverão ser montadas, peça por peça e/ou

por seções pré-montadas no solo, nas praças de montagem preparadas. Os

procedimentos e recomendações ambientais e de segurança a serem adotados são

apresentados a seguir:

,As praças de montagem deverão ocupar as menores áreas de trabalho possíveis ح

pois assim diminuirão os impactos ambientais;

Durante o período de montagem das torres, a inspeção de segurança deve checar ح

todos os EPIs necessários a esta fase da obra, bem como à saúde dos

trabalhadores;

A sinalização também se torna necessária nessas áreas, tendo em vista que a ح

construtora responsável pela obra terá que ser identificada para as comunidades

lindeiras. Da mesma forma, os acessos às torres devem ser restritos;

Deverão ser priorizados procedimentos que reduzam a abertura de áreas ح

destinadas às atividades de construção da Linha de Transmissão, diminuindo,

principalmente, o uso de equipamentos de grande porte, de forma a preservar as

áreas atingidas;

Os serviços de montagem deverão ser executados dentro da área delimitada para ح

a praça de montagem, mantendo-se o processo de recolhimento de resíduos sólidos

e oleosos, em consonância com o Plano de Gerenciamento de Resíduos.

Só poderão permanecer dentro da praça de montagem os funcionários necessários

à execução dos serviços.

Na execução desses serviços próximos a áreas urbanas/habitacionais,

deverão ser providenciadas as proteções adequadas (tapumes, cercas isolantes,

sinalizações, etc.), para evitar acidentes.

Deverão ser criadas as áreas de convivência, compostas de:

- Tenda, com mesa e cadeiras;

- Placa de identificação;

- Mala de primeiros socorros;

- Banheiro químico;

- Coleta seletiva de resíduos;

- Guarda de EPIs;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 159

- Água potável.

Essas áreas destinam-se a pequenas reuniões e refeições, além de servirem

para avaliação da gestão ambiental, quanto à efetiva aplicação deste PAC e à

minimização das Não-Conformidades surgidas durante a implantação da Linha de

Transmissão.

Praça de Lançamento dos Cabos Condutores e Pára-Raios

Para início das atividades de lançamento, o sistema de aterramento deverá

estar completamente instalado. Está instalação é feita antes da montagem das

torres. Os suportes da LT deverão ser enterrados de maneira a tornar a resistência

de aterramento compatível com o desempenho desejado e com a segurança de

terceiros. O aterramento deverá restringir-se à faixa de segurança da Linha e não

interferir com outras instalações existentes e com atividades desenvolvidas dentro

da faixa. A execução das valetas para contrapeso deverá garantir condições

adequadas de drenagem e proteção contra erosão, tanto na fase de abertura como

na de fechamento, recompondo o terreno ao seu término.

O lançamento dos cabos condutores e pára-raios deverão ser executados a

partir das praças de lançamento, sob tensão mecânica controlada automaticamente,

até ser obtido o fechamento recomendado pelo projeto para cada vão da Linha de

Transmissão, seguindo-se o grampeamento dos mesmos.

Para a sinalização, deverão ser identificados os pontos obrigatórios (rotas

aeroviárias, vales profundos, cruzamentos com rodovias, ferrovias e outras linhas de

transmissão), para os quais serão executados projetos específicos de sinalização

aérea e de advertência, baseados nas normas da ABNT e nas exigências de cada

órgão regulador envolvido.

Os principais procedimentos a serem adotados são:

- Evitar praças de lançamento de cabos situadas em encostas íngremes,

próximas a cursos de água e em locais com vegetação nativa de porte arbustivo-

arbóreo;

- Reduzir, ao máximo, o número e a área a ser utilizada em função da

implantação das praças de lançamento;

- A área da praça de lançamento de cabos terá de ser cercada e isolada,

evitando a entrada de pessoas estranhas ao empreendimento;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 160

- Evitar a raspagem do solo nessas localidades e quando a mesma for

necessária armazenar as camadas orgânicas superficiais do solo escavado;

- Remodelar a topografia do terreno ao término da utilização respectiva,

restabelecendo o solo, as condições de drenagem e a cobertura vegetal;

- Limitar a abertura da faixa de servidão por ocasião da etapa de lançamento

dos cabos na medida estritamente necessária, para passagem do trator que conduz

o cabo-guia, de forma a evitar maiores interferências na área atravessada;

- Demarcar, cercar e sinalizar os locais de instalação dos cabos condutores,

pára-raios e acessórios;

- Instalar estruturas de proteção adequada à LT (por exemplo, cavaletes de

madeira), para manter a distância necessária entre os cabos, os obstáculos

atravessados e o solo, nos casos de travessias sobre rodovias, ferrovias, linhas

elétricas e de telecomunicações e outros cruzamentos. Deverá ser instalada uma

rede ou malha de material não-condutor para evitar a queda do cabo sobre o

obstáculo atravessado, em caso de falha mecânica no processo de lançamento;

- Colocar sinais de advertência pintados com tinta fosforescente, se as

empolgaduras (traves de proteção ao lançamento dos cabos) forem situadas a

menos de 2 m do acostamento da estrada. Os sinais deverão ser postos de modo tal

que fiquem facilmente visíveis para os veículos que trafegam nos dois sentidos. Em

rodovias de maior importância, é recomendada a utilização de lâmpadas de

advertência tipo ―pisca-pisca‖;

- Todas as cercas eventualmente danificadas durante a fase de instalação dos

cabos deverão ser reconstituídas após o lançamento;

Durante o período de lançamento de cabos, a inspeção de segurança deve checar

todos os EPIs necessários a esta fase da obra, bem como à saúde dos

trabalhadores. Todos os resíduos desta fase deverão ser recolhidos, selecionados,

classificados e colocados para a disposição final conforme o Plano de

Gerenciamento de Resíduos.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 161

Comissionamento

Na fase de comissionamento das obras, além da parte técnica a ser

observada, deverá ser inspecionado o estado final dos seguintes itens:

- Áreas florestais remanescentes;

- Preservação das culturas;

- Vãos livres de segurança, verticais e laterais, entre árvores e a LT;

- Limpeza de proteção contra fogo;

- Proteção contra erosão e ação das águas pluviais;

- Reaterro das bases das estruturas;

- Condições dos corpos d‘água;

- Recomposição.

As ações a serem implementadas são apresentadas no Programa de

Recuperação de Áreas Degradadas.

4. PÚBLICO ALVO

O Plano Ambiental para a Construção da LT deverá ser executado

considerando a participação de todos os trabalhadores da obra e, também, daqueles

que indiretamente poderão vir a ser alvo das demandas ou consequências da

implantação do empreendimento.

Ressalta-se que estão incluídos no grupo de trabalhadores de obra, todos os

níveis hierárquicos dos quadros de profissionais das empreiteiras e das empresas de

gestão/fiscalização da obra.

5. EQUIPE TÉCNICA

Serão responsáveis pela execução do programa engenheiro civil, agrônomo,

florestal ou ambiental. Será disponibilizado a ART do responsável técnico pelo

programa.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 162

6. CRONOGRAMA

Programa Ambiental para

Construção - PAC

Meses

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Canteiros de obra

Topografia

Estrada de acesso

Terraplanagem

Supressão da Vegetação

Escavação

Fundação de Torre

Praça de Montagem de Torre

Praça de Lançamento de Cabos

Comissionamento

Relatório de acompanhamento

Relatório final

Início da Instalação Término da Instalação

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 163

PROGRAMA DE PROSPECÇÃO,

RESGATE ARQUEOLÓGICO E

EDUCAÇÃO PATRIMONIAL

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 164

1. INTRODUÇÃO

A pesquisa arqueológica realizada nas áreas de influência da LT 500 KV, SE

Gibués - SE São João do Piauí, autorizada pela portaria IPHAN nº 39/2013,

contribuiu para a formação de um quadro acerca dos estudos sobre as ocupações

humanas, em períodos históricos ou pré-históricos, na região de implantação do

empreendimento.

Foram identificados no diagnóstico arqueológico interventivo 3 (três) sítios

arqueológicos e 2 (duas) ocorrências arqueológicas na ADA, aos quais

acrescentasse a existência de 1 (um) sítio arqueológico já existente, cujo cadastro

no CNSA foi realizado pela equipe da FUMDHAM (Fundação Museu do Homem

Americano).

Na AID existem 5 (cinco) sítios arqueológicos e 4 (quatro) ocorrências

arqueológicas. Por outro lado, a AII apresenta 4 (quatro) sítios arqueológicos e 2

(duas) ocorrências, identificados no diagnóstico arqueológico interventivo, aos quais

são acrescentados mais 7 (sete) sítios arqueológicos, cujos cadastros foram

realizados por pesquisadores da FUMDHAM (4 no total) e por arqueológicos que

participaram de um projeto arqueológico, para a implantação de uma linha de

transmissão, desenvolvido no ano de 20061, deste projeto há 3 sítios arqueológicos

no município de Bom Jesus que estão na AII. Ao todo, somando-se os dados da

ADA, AID e AII, chegou-se a 20 sítios e 8 ocorrências arqueológicas2.

No que tange aos sítios históricos observados, destacamos os vestígios

encontrados no interior das estruturas habitacionais apontam para atividades ligadas

diretamente ao suporte ambiental utilizado pelo grupo doméstico em questão.

O conceito de grupo doméstico refere-se a ―um grupo de pessoas co-

residindo em uma residência ou composto residencial, e que, até certo ponto,

1 Prospecção Arqueológica da Área de Implantação das linhas de transmissão 69 kV Eliseu Martins /

Bom Jesus; São João do Piauí / Canto do Buriti; Bertolínia / Uruçuí II; Eliseu Martins / Bertolínia e

Sub-Estações de Uruçuí II, Buriti Grande e Itaueira.

2 As quais poderão indicar a existência de novos sítios arqueológicos, de acordo com os objetivos e

metodologias empregados nas próximas etapas de pesquisa arqueológica, relacionadas ao

licenciamento ambiental.

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compartilham de suas atividades de manutenção e das decisões a ele relacionadas‖

(BLANTON, 1994: 05).

A cultura material encontrada em sítios domésticos, está relacionada às

atividades de caráter diversificado que foram realizadas no interior e no exterior das

estruturas de habitação, e expressão simultaneamente normativas e idiossincrásicas

da unidade mais básica da sociedade em sua interação com a sociedade como um

todo (BEAUDRY, 1984: 27). Pelo fato do grupo doméstico ser a unidade social

responsável pelos vestígios materiais encontrados nas unidades domésticas, e estar

integrado à sociedade mais ampla, este tem sido considerado como uma das

escalas mais apropriadas de análise para a pesquisa arqueológica (KLEIN, 1991:

88).

Por outro lado, no que cumpre aos vestígios pré-históricos, foi possível

perceber a existência de sítios com arte rupestre, em uma área onde ainda não

haviam sido identificados os mesmos, embora esses potencial seja destacado pelos

sítios arqueológicos existentes em espaços no entorno. Além disso, o estudo

indicou, embora de maneira tênue por causa do tamanho da amostra, a formação de

duas perspectivas de organização tecnológica que podem ser pensadas com

relação aos sítios líticos: a primeira delas pode ser enxergada como envolvendo a

vinculação da produção de artefatos às necessidades imediatas; a segunda

perspectiva, envolve uma organização tecnológica que amplia a vida útil dos

artefatos, na medida em que acarreta maiores índices de reuso e, também, de

reciclagem.

Tendo em vista o atendimento das recomendações presentes no relatório final

do projeto Diagnóstico Arqueológico Interventivo na Área da LT 500 KV, SE

Gilbués–SE São João do Piauí, Estado do Piauí, no que tange ao patrimônio cultural

arqueológico é que o presente plano de trabalho foi elaborado.

Objetivos

Identificar a extensão, profundidade, diversidade cultural e grau de

preservação dos sítios arqueológicos identificados nas áreas afetadas pela

implantação do empreendimento;

Aprofundar o estudo das ocorrências arqueológicas, tendo em vista o seu

reconhecimento ou não enquanto sítios arqueológicos;

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 166

Efetuar atividades de salvamento arqueológico nos sítios selecionados,

através de escavações ou de outros métodos que possam contribuir com

informações sobre a arqueologia e os processos de ocupação nas áreas

afetadas pela implantação do empreendimento;

Contribuir para a ampliação do conhecimento acerca do passado pré-colonial

e histórico da Região Sul do Estado do Piauí, pensando essa inserção,

também, dentro de perspectivas regionais e/ou nacionais.

Metodologia

Metodologia simplificada da pesquisa arqueológica

Levantamento de dados históricos, através do estudo de fontes primarias

e/ou secundárias; levantamento de informações acerca do ambiente, tais

como clima, vegetação, hidrografia, geologia, geomorfologia, topografia,

etc., isto, principalmente por meio do exame de uma documentação

cartográfica, em escalas diversificadas, com o propósito de obter

conhecimento prévio da área a ser trabalhada; levantamento acerca da

produção bibliográfica e/ou técnica em arqueologia, considerando-se as

fontes disponíveis para a(s) área(s) em estudo. Essas informações irão

contribuir para uma contextualização da(s) área(s) e, também, auxiliarão

no planejamento de atividades de campo.

Delimitação de áreas piloto, com tamanho variável – dependendo da

espacialidade da região e do alcance do(s) empreendimento(s) –, para o

emprego do método de levantamento arqueológico por amostragem

probabilística estratificada (―Sampling‖), que se caracteriza pela realização

de levantamentos de campo em áreas amostrais delimitadas a partir dos

levantamentos anteriores, como forma de abranger diferentes

compartimentos ambientais e/ou áreas de maior potencial arqueológico.

Realização de intervenções de sub-superfície ao longo de toda a Linha de

Transmissão e, nos locais de implantação das torres.

Levantamento de campo assistemático extensivo, isto é, realização de

uma varredura na(s) área(s) através de ―prospecções‖ oportunísticas e

probabilísticas em que serão considerados fatores como, as diferentes

informações da(s) comunidade(s) local(is) acerca de ocorrências de cunho

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 167

arqueológico e, lugares específicos com maior acessibilidade e

visualização do solo.

Levantamento através de técnicas invasivas na subsuperfície de sítios

arqueológicos, tais como poços teste e/ou sondagens, com tamanho,

espaçamento e profundidade variáveis de acordo com a tipologia das

evidências arqueológicas.

Configuração de sítios e/ou estruturas em uma planta 2-D, realizada

graficamente em papel milimetrado e em 3-D, realizada em software

especifico.

Coleta de amostras que contenham sílica para datações por

Termoluminescência e de amostras para datação por C14, isto, quando a

tipologia do material for insuficiente para inferir uma cronologia e/ou

tipologia do grupo humano e dentro dos limites/prazos de execução do

projeto.

Documentação dos procedimentos de campo e de laboratório através de

fotografias e/ou filmagens.

Coleta e acondicionamento de materiais arqueológicos em campo e

curadoria técnica destes em laboratório e/ou reserva técnica.

Análises laboratoriais que visem identificar as peças quanto a matéria

prima, a tecnologia associada ao(s) processo(s) de elaboração e os

atributos relacionados a(s) forma(s) e ao(s) uso(s) da peça(s).

Identificação do(s) sítio(s) arqueológico(s) através do preenchimento de

fichas de cadastramento tidas como padrão pelo IPHAN – Instituto do

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Essas fichas serão anexadas ao

relatório do projeto e atuam, também, de maneira a possibilitar o registro

dos sítios identificados na(s) área(s) do empreendimento no âmbito do

Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos do IPHAN.

Realização de escavações arqueológicas que delimitem espaços

amostrais nos sítios arqueológicos identificados na fase anterior para

serem resgatados.

Levantamento topográfico dos sítios arqueológicos a serem resgatados.

Utilização de técnicas de relevè para identificação e coleta de informações

em sítios que contenham arte rupestre.

Plano Básico Ambiental – PBA – LT em 500 kv SE Gilbués - SE São João do Piauí Página 168

Coleta de sedimentos, através de colunas testemunho, para análises de

solo encontrado em sítios arqueológicos, quando a estratificação destes

assim o permitir.

Acompanhamento da obra, mitigando ou evitando possíveis impactos ao

patrimônio arqueológico, representado pelos sítios e/ou ocorrências

arqueológicas identificados nas fases anteriores e que não foram

elencados para serem resgatados.

Metodologia simplificada da educação patrimonial

A educação patrimonial, desde a década de 1990, faz parte das ações do

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN que vem promovendo

ações educativas com a finalidade de proporcionar uma discussão ampla sobre a

importância do Patrimônio Cultural.

Assim, ao propormos o trabalho de educação patrimonial nesta pesquisa

desejamos articular um diálogo sobre a histórica local, pois acreditamos que a

educação patrimonial pode propiciar uma relação mais efetiva entre a população e

as suas heranças culturais.

A educação patrimonial pode ser aplicada em vários âmbitos, desde unidades

escolares localizadas nas zonas urbana e rural até à associações de moradores, ou

núcleos residenciais, em áreas nos municípios envolvidos no traçado da Linha de

Transmissão.

A educação patrimonial, como qualquer área que visa a

educação/aprendizagem, trabalha com as capacidades intelectuais dos indivíduos,

através do uso de conceitos e habilidades na vida diária. O reconhecimento do

patrimônio natural cultural em meio ao qual o individuo encontra-se inserido oferece

oportunidades para provocar a curiosidade e estimular a memória e as emoções

sobre o lugar. Desta forma, a educação patrimonial estimula a busca pelo passado,

a compreensão do presente, projetando o futuro.

A materialização das ações de educação patrimonial ocorrerá, entre outros

aspectos, da seguinte maneira:

Observação: exercícios de percepção/ sensorial, por meio de perguntas,

manipulação de objetos, mediação, anotações, dedução, comparação,

jogos de detetive etc.

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Registro: desenhos, descrição verbal ou escrita, gráficos, fotografias,

maquetes, mapas e plantas baixas, modelagem etc.

Exploração: análise do problema, levantamento de hipóteses, discussão,

questionamento, avaliação, pesquisa em outras fontes etc.

Apropriação: recriação, releitura, dramatização, interpretação em

diferentes meios de expressão, como a pintura, escultura, drama, dança,

música, poesia, texto, filme e vídeo, exposição.

Destarte, ressaltamos ainda o fato de que uma pesquisa arqueológica

apresenta vários estágios, sejam eles de trabalhos de campo, de laboratório ou de

gabinete. Basicamente, uma pesquisa em arqueologia pode ser perspectivada a

partir da natureza do dado arqueológico e dos objetivos do pesquisador, sendo que

a esses pontos podem ser ligados outros três que são: o planejamento de campo, os

procedimentos de análise e as ilações interpretativas. Desse modo, observamos que

a eficiência de uma pesquisa não está no maior ou menor uso de determinado

conceito, dado ou inferência analítica, mas que ela consiste essencialmente em um

uso bem articulado e paralelo de um arcabouço teórico, de métodos e técnicas que

possam gerar coleções de dados confiáveis e, também, da coerência pertinente às

hipóteses de trabalho formuladas.

2. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO DO PROGRAMA

Para a realização dos trabalhos de campo: arqueólogos, técnicos arqueólogos

e trabalhadores braçais;

Para realização dos trabalhos em laboratório: estagiários, técnicos em

geoprocessamento, técnicos de laboratório, consultores e arqueólogos de

laboratório.

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3. CRONOGRAMA

Programa de Prospecção Arqueológica e Educação Patrimonial

Atividade Meses

1 2 3 4

Atividades de campo – Prospecção

Elaboração das ações de educação patrimonial

Execução das ações de educação patrimonial

Curadoria e acondicionamento dos materiais arqueológicos coletados

Análise dos materiais arqueológicos coletados

Sistematização e análise dos dados coletados

Elaboração do Relatório Final

Entrega do Relatório Final do Programa de Prospecção Arqueológica e Educação

Patrimonial

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Programa de Resgate Arqueológico, Educação Patrimonial e Monitoramento

Atividade Bimestres

1 2 3 4

Atividades de campo – Resgate arqueológico

Elaboração das ações de educação patrimonial

Execução das ações de educação patrimonial

Curadoria e acondicionamento dos materiais arqueológicos coletados

Análise dos materiais arqueológicos coletados

Sistematização e análise dos dados coletados

Elaboração do Relatório Final

Entrega do Relatório Final do Resgate Arqueológico e da Educação Patrimonial

Monitoramento arqueológico

Entrega do(s) relatório(s) de monitoramento arqueológico

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