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APOSTILA PREPARATÓRIA WWW.FOCUSCONCURSOS.COM.BR PC-PR INVESTIGADOR E ESCRIVÃO LÍNGUA PORTUGUESA ECONOMIA E DEMOGRAFIA PARANAENSE INFORMÁTICA RACIOCÍNIO LÓGICO NOÇÕES DO ESTATUTO DA POLÍCIA CIVIL NOÇÕES DE DIREITO PENAL NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO PROCESSUAL PENAL LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

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APOSTILAPREPARATÓRIA

WWW.FOCUSCONCURSOS.COM.BR

PC-PRINVESTIGADOR E ESCRIVÃO

LÍNGUA PORTUGUESA

ECONOMIA E DEMOGRAFIA PARANAENSE

INFORMÁTICA

RACIOCÍNIO LÓGICO

NOÇÕES DO ESTATUTO DA POLÍCIA CIVIL

NOÇÕES DE DIREITO PENAL

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO PROCESSUAL PENAL

LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

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POLÍCIA CIVILDO ESTADO DO PARANÁ

Língua Portuguesa

Economia e Demografi a Paranaense

Informática

Raciocínio Lógico

Noções do Est atuto da Polícia Civil

Direit o Penal

Noções de Direit o Const it ucional

Direit o Administ rativo

Direit o Processual Penal

Legislação Especial

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2016 FOCUS CONCURSOS

Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/1998. Proibida a repro-dução de qualquer parte deste material, sem autorização prévia expressa por escrito do autor e da editora, por quaisquer meios empregados, sejam eletrônicos, mecânicos, videográficos, fonográficos, reprográficos, microfílmicos, fotográficos, gráficos e outros. Essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem como às características gráficas.

APOSTILA PREPARATÓRIA PARA ESCRIVÃO E AGENTE DA PC-PR

Organizadores:

Vitor Matheus Krewer , Marcelo Adriano Ferreira

DIRETORIA EXECUTIVAEvaldo Roberto da SilvaRuy Wagner Astrath

PRODUÇÃO EDITORIALVítor Matheus Krewer

DIAGRAMAÇÃOLiora Vanessa CoutinhoWillian Brognoli

CAPA/ILUSTRAÇÃORafael Lutinski

DIREÇÃO EDITORIALVítor Matheus KrewerMarcelo Adriano Ferreira

COORDENAÇÃO EDITORIALVítor Matheus KrewerMarcelo Adriano Ferreira

REVISÃOVítor Matheus Krewer

NÍVEL SUPERIORConhecimentos Gerais e Específicos

Publicado em Junho/2016

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APRESENTAÇÃOPrezado aluno,

Est e material foi concebido para que você tivesse a oportunidade de entrar em contato com os conteú-dos necessários para realizar a prova do seu concurso. Muit o esforço foi empregado para que fosse possível ch egar à síntese de conteúdos que aqui est á propost a. Na verdade, esse material é o resultado do trabalho dos escrit ores que se dedicam – há bast ante tempo – à preparação de candidatos para a realização de concur-sos públicos. A sugest ão é que você faça um est udo sist emáti-co com o que est á nest e livro. Dit o de outra maneira: você não deve pular partes dest e material, pois há uma ideia de unicidade entre tudo que est á aqui publicado. Cada exercício, cada capítulo, cada parágrafo, cada li-nha dos textos será fundamental (serão fundamentais em sua coletividade) para que sua preparação seja ple-na. Caso o seu objetivo seja a aprovação em um con-curso público, saiba que partilhamos desse mesmo ob-jetivo. Nosso sucesso depende necessariamente do seu sucesso! Por isso, desejamos muit a força, concentração e disciplina para que você possa “zerar” os conteúdos aqui apresentados, ou seja, para que você possa est u-

PROFESSOR

Pablo Jamilk

dar tudo que verá aqui e compreender bem. Desejamos que todo esse esforço se transforme em quest ões corretas e aprovações em concursos.

Bons est udos!

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PROPOSTA DA APOSTILA PREPARATÓRIA PARA O CONCURSO DE ESCRIVÃO E AGENTE DA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO PARANÁ

O presente material tem como objetivo preparar candidatos para o certame da PC-PRCom a finalidade de permitir um estudo autodidata, na confecção do material foram utilizados diversos recursos

didáticos, dentre eles, Dicas e Gráficos. Assim, o estudo torna-se agradável, com maior absorção dos assuntos lecio-nados, sem, contudo, perder de vista a finalidade de um material didático, qual seja uma preparação rápida, prática e objetiva.

Conhecimentos Básicos e Específicos

LÍNGUA PORTUGUESACompreensão e interpretação de textos, com eleva-

do grau de complexidade, incluindo textos de divulga-ção científica. Reconhecimento da finalidade de textos de diferentes géneros. Localização de informações ex-plícitas no texto. Inferência de sentido de palavras e/ou expressões. Inferência de informações implícitas no texto e das relações de causa e consequência entre as partes de um texto. Distinção de fato e opinião so-bre esse fato. Interpretação de linguagem não-verbal (tabelas, fotos, quadrinhos etc). Reconhecimento das relações lógico-discursivas presentes no texto, marca-das por conjunções, advérbios, preposições argumen-tativas, locuções etc. Reconhecimento das relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para sua continuidade. Identificação de efeitos de ironia ou humor em textos variados. Reconhecimento de efeitos de sentido decor-rentes do uso de pontuação, da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos, de campos semân-ticos, e de outras notações. Identificação de diferentes estratégias que contribuem para a continuidade do texto (anáforas, pronomes relativos, demonstrativos etc). Compreensão de estruturas temática e lexical complexas. Ambiguidade e paráfrase. Relação de si-nonímia entre uma expressão vocabular complexa e uma palavra.

ECONOMIA E DEMOGRAFIA PARANAENSEAgricultura. Pecuária. Indústria. Exportação. Im-

portação. Turismo. Indicadores Demográficos e So-ciais. Etnografia. Concentração urbana e rural. Princi-pais centros urbanos.

NOÇÕES DE INFORMÁTICAArquitetura e Organização de Computadores:

Componentes. Periféricos; Internet: World Wide Web: Conceitos. Browser (Internet Explorer 7.0). Correio Eletrônico: conceitos; Gerenciador de e-mail (Outlook Express 6.0); Vírus; BrOffice 3.1: BrOffice Documento Texto (Writer): Atalhos e barra de ferramentas; Modos de seleção de texto; Formatação de texto; Formatação de Parágrafos; Alinhamento; BrOffice Planilha (Cale): Atalhos e barra de ferramentas; Formatação de Dados; Seleção de Células; Atributos de Caractere.

RACIOCÍNIO LÓGICOCompreensão de estruturas lógicas. Lógica de argu-

mentação: analogias, inferências, deduções e conclusões. Diagramas lógicos. Princípios de contagem e probabili-dade.

NOÇÕES DO ESTATUTO DA POLÍCIA CIVILEstatuto da Polícia Civil (Lei Complementar nº 14/82

e alterações posteriores). site www.pc.pr.gov.br

NOÇÕES DE DIREITO PENALInfração penal: elementos, espécies. Sujeito ativo e

sujeito passivo da infração penal. Tipicidade, ilicitude, culpabilidade, punibilidade. Erro de tipo e erro de proi-bição. Imputabilidade penal. Concurso de pessoas. Cri-mes contra a pessoa. Crimes contra o patrimônio. Crimes contra a administração pública.

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONALDireitos e deveres fundamentais: direitos e deve-

res individuais e coletivos; direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade; direitos sociais; nacionalidade; cidadania e direitos políticos; partidos políticos; garantias constitucionais individuais; garantias dos direitos coletivos, sociais e políticos. Poder Legislati-vo: fundamento, atribuições e garantias de independên-cia. Poder Executivo: forma e sistema de governo; chefia de Estado e chefia de governo; atribuições e responsa-bilidades do presidente da República. Defesa do Estado e das instituições democráticas: segurança pública; or-ganização da segurança pública. Ordem social: base e objetivos da ordem social; seguridade social; educação, cultura e desporto; ciência e tecnologia; comunicação so-cial; meio ambiente; família, criança, adolescente e idoso. Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU-1948).

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVOEstado, governo e administração pública: concei-

tos, elementos, poderes e organização; natureza, fins e princípios. Organização administrativa da União: admi-nistração direta e indireta. Agentes públicos: espécies e classificação; poderes, deveres e prerrogativas; cargo, emprego e função públicos; regime jurídico único: provi-mento, vacância, remoção, redistribuição e substituição; direitos e vantagens; regime disciplinar; responsabili-dade civil, criminal e administrativa. Poderes adminis-trativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder

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regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder. Serviços públicos: conceito, classificação, regulamen-tação e controle; forma, meios e requisitos; delegação: concessão, permissão, autorização. Controle e respon-sabilização da administração: controle administrativo; controle judicial; controle legislativo; responsabilidade civil do Estado.

NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENALInquérito policial; notitia criminis. Ação penal: es-

pécies. Jurisdição; competência. Prova (artigos 158 a 184 do CPP). Prisão em flagrante. Prisão preventiva. Prisão temporária (Lei n.° 7.960/1989).

NOÇÕES DE LEGISLAÇÃO ESPECÍFICALegislação e suas alterações. Tráfico ilícito e uso in-

devido de drogas (Lei n.° 11.343/2006). Crimes hedion-dos (Lei n.° 8.072/1990). Crimes resul tantes de pre-conceitos de raça ou de cor (Lei n.° 7.716/1989). Abuso de Autoridade (Lei n.° 4.898/1965). Crimes de tortura (Lei n.° 9.455/1997). Estatuto da Criança e do Adoles-cente (Lei n.° 8.069/1990). Estatuto do desarmamento (Lei n.° 10.826/2003). Crimes previsto s no Código de proteção e defesa do consumidor (Lei n.° 8.078/1990). Crimes contra o meio ambiente (Lei n.° 9.605/1998). Jui-zados especiais (Lei n.° 9.099/1995 e Lei 10.259 /2001). Crimes previstos no Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9503/1997).

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LÍNGUAPORTUGUESAPROFESSOR

Pablo Jamilk

Professor de Língua Portuguesa, Redação e Redação

Ofi cial. Formado em Letras pela Universidade Est adual

do Oest e do Paraná. Mest re em Letras pela Universida-

de Est adual do Oest e do Paraná. Doutorando em Letras

pela Universidade Est adual do Oest e do Paraná. Espe-

cialist a em concursos públicos, é professor em diversos

est ados do Brasil.

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SUMÁRIO

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SUMÁRIO

1. COMO ESTUDAR LÍNGUA PORTUGUESA .................................................................................................................................. 15Introdução ..................................................................................................................................................................................................................................................... 1 5Morfologia: classes de palavras ........................................................................................................................................................................................................... 1 5Artigo .............................................................................................................................................................................................................................................................. 1 5Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 16

2. MORFOLOGIA ......................................................................................................................................................................................... 16Adjetivo .......................................................................................................................................................................................................................................................... 16Classificação Quanto ao Sentido .......................................................................................................................................................................................................... 16Classificação Quanto à Expressão ....................................................................................................................................................................................................... 16Adjetivo x Locução Adjetiva .................................................................................................................................................................................................................. 16Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 19Advérbio ........................................................................................................................................................................................................................................................ 19Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 19Conjunção ...................................................................................................................................................................................................................................................... 20Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 20Preposição ..................................................................................................................................................................................................................................................... 21Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 21Pronome ......................................................................................................................................................................................................................................................... 21Questões Gabaritadas .............................................................................................................................................................................................................................. 24Substantivo ................................................................................................................................................................................................................................................... 24

3. SINTAXE ....................................................................................................................................................................................................26Sujeito ............................................................................................................................................................................................................................................................. 27Predicado ....................................................................................................................................................................................................................................................... 28Termos Integrantes ................................................................................................................................................................................................................................... 28Vozes Verbais ............................................................................................................................................................................................................................................... 28Questões Gabaritadas .............................................................................................................................................................................................................................. 29Tempos e Modos verbais ......................................................................................................................................................................................................................... 29Formas Nominais do Verbo .................................................................................................................................................................................................................... 30Complementos Verbais ............................................................................................................................................................................................................................ 30Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 31

4. ACENTUAÇÃO GRÁFICA ...................................................................................................................................................................32Antecedentes ................................................................................................................................................................................................................................................ 32Encontros vocálicos ................................................................................................................................................................................................................................... 32Regras de Acentuação .............................................................................................................................................................................................................................. 32Alterações do Novo Acordo Ortográfico ........................................................................................................................................................................................... 33Questão Gabaritada .................................................................................................................................................................................................................................. 33

5. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL ....................................................................................................................................34Conceituação ................................................................................................................................................................................................................................................ 34Concordância Verbal ................................................................................................................................................................................................................................ 34Regras com Verbos Impessoais ............................................................................................................................................................................................................ 35Questões Gabaritadas .............................................................................................................................................................................................................................. 35Concordância Nominal ............................................................................................................................................................................................................................ 36Questões Gabaritadas .............................................................................................................................................................................................................................. 37

6. CRASE ........................................................................................................................................................................................................37Casos Proibitivos ........................................................................................................................................................................................................................................ 38Casos Obrigatórios .................................................................................................................................................................................................................................... 38Casos Facultativos ...................................................................................................................................................................................................................................... 39Questões Gabaritadas .............................................................................................................................................................................................................................. 39

7. COLOCAÇÃO PRONOMINAL .............................................................................................................................................................39Posições dos Pronomes – Casos de Colocação ............................................................................................................................................................................... 40Colocação Facultativa ............................................................................................................................................................................................................................... 41Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 41

8. REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL ................................................................................................................................................. 41Principais Casos de Regência Verbal: .............................................................................................................................................................................................. 42Questões Gabaritadas .............................................................................................................................................................................................................................. 43Regência Nominal ...................................................................................................................................................................................................................................... 44Questões Gabaritadas .............................................................................................................................................................................................................................. 44

9. PONTUAÇÃO ..........................................................................................................................................................................................45Questões Gabaritadas .............................................................................................................................................................................................................................. 46Ponto Final – Pausa Total. ....................................................................................................................................................................................................................... 46Ponto-e-Vírgula – Pausa Maior do que uma Vírgula e Menor do que um Ponto Final ................................................................................................. 46

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SUMÁRIO

Dois-Pontos – Indicam Algum Tipo de Apresentação ................................................................................................................................................................ 47Aspas – Indicativo de Destaque. ......................................................................................................................................................................................................... 47Reticências (...) ............................................................................................................................................................................................................................................. 47Parênteses ..................................................................................................................................................................................................................................................... 47Travessão ....................................................................................................................................................................................................................................................... 48Questões Gabaritadas .............................................................................................................................................................................................................................. 48

10. ORTOGRAFIA ........................................................................................................................................................................................48Definição ........................................................................................................................................................................................................................................................ 48Emprego de “E” e “I” .................................................................................................................................................................................................................................. 48Empregaremos o “I” .................................................................................................................................................................................................................................. 49Orientações sobre a Grafia do Fonema /S/ ..................................................................................................................................................................................... 49Emprego do SC ............................................................................................................................................................................................................................................ 50Grafia da Letra “S” com Som de “Z” .................................................................................................................................................................................................... 50Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 5 1

11. INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS ....................................................................................................................................................... 51Tipologia Textual ........................................................................................................................................................................................................................................ 5 1Texto Narrativo ........................................................................................................................................................................................................................................... 5 1Texto Descritivo: ......................................................................................................................................................................................................................................... 5 1Texto Dissertativo ...................................................................................................................................................................................................................................... 52Leitura e Interpretação de Textos ....................................................................................................................................................................................................... 52Vícios de Leitura ......................................................................................................................................................................................................................................... 52Organização Leitora .................................................................................................................................................................................................................................. 52

12. ESTILÍSTICA: FIGURAS DE LINGUAGEM .................................................................................................................................54Figuras de Linguagem ............................................................................................................................................................................................................................. 54Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 55

13. REESCRITURA DE SENTENÇAS ..................................................................................................................................................55Substituição .................................................................................................................................................................................................................................................. 55Deslocamento ............................................................................................................................................................................................................................................... 56Paralelismo ................................................................................................................................................................................................................................................... 56Variação Linguística ................................................................................................................................................................................................................................. 57Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 57

14. SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS ...................................................................................................................................................59Campo Semântico ...................................................................................................................................................................................................................................... 59Sinonímia e Antonímia ............................................................................................................................................................................................................................ 59Hiperonímia e Hiponímia ....................................................................................................................................................................................................................... 59Homonímia e Paronímia ......................................................................................................................................................................................................................... 59Questões Gabaritadas .............................................................................................................................................................................................................................. 67

15. REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS .........................................................................................................................................75OFICIAIS ........................................................................................................................................................................................................75

Aspectos da Correspondência Oficial ................................................................................................................................................................................................ 75Documentos Norteadores da Comunicação Oficial ...................................................................................................................................................................... 76Os Vocativos e Pronomes de Tratamento Mais Utilizados ........................................................................................................................................................ 77Concordância dos Termos Relacionados aos Pronomes de Tratamento ............................................................................................................................. 78Os Fechos Adequados para Cada Correspondência .................................................................................................................................................................... 78Identificação do Signatário .................................................................................................................................................................................................................... 78Normas Gerais para Elaboração para Documentos Oficiais .................................................................................................................................................... 79Destaques ...................................................................................................................................................................................................................................................... 79Documentos ................................................................................................................................................................................................................................................. 82Aviso ................................................................................................................................................................................................................................................................ 82Ofício ............................................................................................................................................................................................................................................................... 83Memorando................................................................................................................................................................................................................................................... 83Requerimento .............................................................................................................................................................................................................................................. 83Ata .................................................................................................................................................................................................................................................................... 84Parecer............................................................................................................................................................................................................................................................ 84Atestado ......................................................................................................................................................................................................................................................... 85Certidão .......................................................................................................................................................................................................................................................... 85Apostila .......................................................................................................................................................................................................................................................... 85Declaração ..................................................................................................................................................................................................................................................... 86Portaria ......................................................................................................................................................................................................................................................... 86Telegrama ...................................................................................................................................................................................................................................................... 87Exposição de Motivos ............................................................................................................................................................................................................................... 87Mensagem ..................................................................................................................................................................................................................................................... 89Fax .................................................................................................................................................................................................................................................................... 89Correio Eletrônico ...................................................................................................................................................................................................................................... 90

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CAPÍTULO 01 - Como Estudar Língua Portuguesa

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1. COMO ESTUDAR LÍNGUA PORTUGUESA

Introdução

A parte inicial desse material se volta para a orienta-ção a respeito de como estudar os conteúdos dessa dis-ciplina. É preciso que você faça todos os apontamentos necessários, a fim de que sua estratégia de estudo seja produtiva. Vamos ao trabalho!

Teoria: recomendo que você estude teoria em 30 % do seu tempo de estudo. Quer dizer: leia e decore as re-gras gramaticais.

Prática: recomendo que você faça exercícios em 40% do seu tempo de estudo. Quem quer passar tem que conhecer o inimigo, ou seja, a prova.

Leitura: recomendo que você use os outros 30% para a leitura de textos de natureza variada. Assim, não terá problemas com interpretação na prova.

Níveis de Análise da Língua:

Fonético / Fonológico: parte da análise que estuda os sons, sua emissão e articulação.

Morfológico: parte da análise que estuda a estrutu-ra e a classificação das palavras.

Sintático: parte da análise que estuda a função das palavras em uma sentença.

Semântico: parte da análise que investiga o signifi-cado dos termos.

Pragmático: parte da análise que estuda o sentido que a expressões assumem em um contexto.

Exemplos: anote os termos da

análise.

O aluno fez a prova.

Morfologicamente falando, temos a se-

guinte análise:

O = artigo.

Aluno = substantivo.

Fez = verbo.

A = artigo.

Prova = substantivo.

Sintaticamente falando, temos a se-

guinte análise:

O aluno = sujeito.

Fez a prova = predicado verbal.

A prova = objeto direto.

Morfologia: classes de palavras

Iniciemos o nosso estudo pela Morfologia. Assim, é

mais simples para construir uma base sólida para a re-flexão sobre a Língua Portuguesa.

Artigo: termo que particulariza um substantivo.Ex.: o, a, um, uma.

Adjetivo: termo que qualifica, caracteriza ou indica a origem de outro.

Ex.: interessante, quadrado, alemão.

Advérbio: termo que imprime uma circunstância sobre verbo, adjetivo ou advérbio.

Ex.: mal, bem, velozmente.

Conjunção: termo de função conectiva que pode criar relações de sentido.

Ex.: mas, que, embora.

Interjeição: termo que indica um estado emotivo momentâneo.

Ex.: Ai! Ufa! Eita!

Numeral: termo que indica quantidade, posição, multiplicação ou fração.

Ex.: sete, quarto, décuplo, terço.

Preposição: termo de natureza conectiva que im-prime uma relação de regência.

Ex.: a, de, em, para.

Pronome: termo que retoma ou substitui outro no texto.

Ex.: cujo, lhe, me, ele.

Substantivo: termo que nomeia seres, ações ou conceitos da língua.

Ex.: pedra, Jonas, fé, humanidade.

Verbo: termo que indica ação, estado, mudança de estado ou fenômeno natural e pode ser conjugado.

Ex.: ler, parecer, ficar, esquentar.

A partir de agora, estudaremos esses termos mais pontualmente. Apesar disso, já posso antecipar que os conteúdos mais importantes e mais cobrados em concur-sos são: advérbios, conjunções, preposições, pronomes e verbos.

Artigo

Termo que define ou indefine um substantivo, par-ticularizando-o de alguma forma. Trata-se da partícula gramatical que precede um substantivo.

Classificação:• Definidos: o, a, os, as.• Indefinidos: um, uma, uns, umas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Emprego do Artigo:

1 – Definição ou indefinição de termo.Ex.: Ontem, eu vi o aluno da Sandra.Ex.: Ontem, eu vi um aluno da Sandra.

2 – Substantivação de termo:Ex.: O falar de Juliana é algo que me encanta.

3 – Generalização de termo (ausência do arti-go)

Ex.: O aluno gosta de estudar. Ex.: Aluno gosta de estudar.

4 – Emprego com “todo”:Ex.: O evento ocorreu em toda cidade.Ex.: O evento ocorreu em toda a cidade.

5 – Como termo de realce:Ex.: Aquela menina é “a” dentista.

Observação: mudança de sentido pela flexão:Ex.: O caixa / A caixa. Ex.: O cobra / A cobra.

Questões Gabaritadas

(IBFC) Veja as três palavras que seguem. Com-plete as lacunas com o artigo.___ púbis;___cal;__mascote. Em concordância com o gênero das pala-vras apresentadas, assinale abaixo a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacu-nas.

a. o/a/ab. a/a/o.c. o/o/ad. a/o/o

Resposta: A

(MB) Assinale a opção em que a palavra desta-cada é um artigo.

a. Foi a pé para casa.b. O aluno fez a prova a lápis.c. Chegamos a São Paulo no inverno.d. Convidaram a mãe para as férias.e. Não a deixaram de fora da festa.

Resposta: D

2. MORFOLOGIA

Adjetivo

Podemos tomar como definição de adjetivo a seguinte sentença “termo que qualifica, caracteriza ou in-

dica a origem de outro”. Vejamos os exemplos:

• Casa vermelha.• Pessoa eficiente.• Caneta alemã.

Veja que “vermelha” indica a característica da casa; “eficiente” indica uma qualidade da pessoa; e “alemã” indica a origem da caneta. No estudo dos adjetivos, o mais importante é identificar seu sentido e sua classi-ficação.

Classificação Quanto ao Sentido

Restritivo: adjetivo que exprime característica que não faz parte do substantivo, portanto restringe o seu sentido.

Exemplos: cachorro inteligente,

menina dedicada.

Explicativo: adjetivo que exprime característica que já faz parte do substantivo, portanto explica o seu sentido.

Exemplos: treva escura, animal

mortal.

Classificação Quanto à Expressão

Objetivo: indica caraterística, não depende da sub-jetividade.

Exemplos: Roupa verde.

Subjetivo: indica qualidade, depende de uma aná-lise subjetiva.

Exemplos: Menina interessante.

Gentílico: indica origem

Exemplos: Comida francesa.

Adjetivo x Locução Adjetiva

Essencialmente, a distinção entre um adjetivo e uma locução adjetiva está na formação desses elementos. Um adjetivo possui apenas um termo, ao passo que a locução adjetiva possui mais de um termo. Veja a diferença:

Ela fez a sua leitura do dia.Ela fez a sua leitura diária.

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CAPÍTULO 02 - Morfologia

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ADJETIVO LOCUÇÃO ADJETIVA

A

abdômen abdominal

abelha apícola

abutre vulturino

açúcar sacarino

águia aquilino

alma anímico

aluno discente

anjo angelical

ano anual

arcebispo arquiepiscopal

aranha aracnídeo

asno asinino

audição ótico, auditivo

B

baço esplênico

bispo episcopal

boca bucal, oral

bode hircino

boi bovino

bronze brônzeo, êneo

C

cabeça cefálico

cabelo capilar

cabra caprino

campo campestre, bucólico ou rural

cão canino

carneiro arietino

Carlos Magno carolíngio

cavalo cavalar, equino, equídeo ou hí-pico

chumbo plúmbeo

chuva pluvial

cidade citadino, urbano

cinza cinéreo

coelho cunicular

cobra viperino, ofídico

cobre cúprico

coração cardíaco, cordial

crânio craniano

criança pueril, infantil

D

dedo digital

diamante diamantino, adamantino

dinheiro pecuniário

E

elefante elefantino

enxofre sulfúrico

esmeralda esmeraldino

esposos esponsal

estômago estomacal, gástrico

estrela estelar

F

fábrica fabril

face facial

falcão falconídeo

farinha farináceo

fera ferino

ferro férreo

fígado figadal, hepático

filho filial

fogo ígneo

frente frontal

G

gado pecuário

gafanhoto acrídeo

garganta gutural

gato felino

gelo glacial

gesso típseo

guerra bélico

H

homem viril, humano

I

idade etário

ilha insular

irmão fraternal

intestino celíaco, entérico

inverno hibernal, invernal

irmão fraternal, fraterno

J

junho junino

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ECONOMIA E DEMOGRAFIA PARANAENSEPROFESSOR

Tiago Zanolla

Professor multidisciplinar, Ética no Serviço Público,

Conhecimentos Bancários e Direit o Regimental. For-

mado em Engenharia de Produção pela Universidade

Pan-Americana de Ensino. Técnico Judiciário Cumpri-

dor de Mandados no Tribunal de Just iça do Est ado do

Paraná. Envolvido com concursos públicos desde 2009

é professor em diversos est ados do Brasil

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SUMÁRIO

93

SUMÁRIO

1. ECONOMIA E DEMOGRAFIA PARANAENSE .............................................................................................................................95Indicadores Demográficos e Sociais ................................................................................................................................................................................................. 103Questões Gabaritadas .............................................................................................................................................................................................................................121

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CAPÍTULO 01 - Economia e Demografia Paranaense

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1. ECONOMIA E DEMOGRAFIA PARANAENSE

A economia paranaense é baseada principalmente

na agricultura, na indústria primária e no extrativismo vegetal.

AgropecuáriaO Paraná é o maior produtor nacional de grãos, apre-

sentando uma pauta agrícola diversificada. A utilização de avançadas técnicas agronômicas coloca o Estado em destaque em termos de produtividade. A cana-de-açú-car, o milho, a soja, a mandioca, o trigo e a batata-inglesa sobressaem na estrutura produtiva da agricultura local, observando-se, em paralelo, forte avanço de outras ativi-dades, como a produção de frutas.

Já na pecuária, destaca-se a avicultura, com 29,2% do total de abates do País. Nos segmentos de bovinos e suínos, a participação do Estado atinge 4,2% e 19,1%, respectivamente.

PRINCIPAIS PRODUTOS AGRÍCOLAS - PARANÁ - 2014

PRODUTO QUANTIDADE(toneladas)

ParticipaçãoParaná/Brasil (%)

Cana-de-açúcar 47.947.529 6,50

Milho 15.823.241 19,81

Soja 14.913.173 17,19

Mandioca 3.958.798 17,03

Trigo 3.816.201 60,94

Batata-Inglesa 850.959 23,06

FONTE: IBGE - Produção Agrícola Municipal

ABATES DE ANIMAIS - PARANÁ - 2014

tipo deanimal

peso total das carcaças(mil t)

participação paraná/brasil (%)

Aves 3.651.564 29,18

Suínos 611.183 19,14

Bovinos 336.996 4,18

FONTE: IBGE - Pesquisa Trimestral do Abate de Animais

AGRICULTURAO Paraná está localizado na Região Sul do Brasil, e

ocupa uma área de 199.324 quilômetros quadrados, o que equivale a 2,3% do território brasileiro.

A economia paranaense é fortemente dependente do setor primário, ou seja, o agronegócio é a principal ati-vidade econômica do estado, gerando aproximadamente 1/3 do PIB estadual.

A agropecuária paranaense sofreu transformações importantes ao longo dos últimos anos. Em um breve exame da agroindústria paranaense, é possível consta-

tar as principais culturas no estado. São elas: a Cana de Açúcar; Feijão; Mandioca; Milho; Soja e o Trigo.

A grande e eficiente produção garante vários con-tratos de exportação ao estado. Há inclusive um grande porto para escoar essa safra. É o porto de Paranaguá.

O café, que foi a principal riqueza do Paraná, perdeu espaço para a soja . A soja se expandiu por quase todo o Estado e é exportada para outros países in natura, na forma de farelo de soja e também como óleo degomado.

Já o trigo é a principal cultura de inverno. O Paraná produz mais de 50% de todo o trigo produzido no Brasil.

PECUÁRIAO estado é o maior avicultor do país. Da produção

de ovos ao frango de corte, a avicultura se especializou em todas as regiões do Paraná. Maior produtor nacional da carne de ave, o estado concentra do cultivo de milho à fabricação de ração. Os centros de produção geram, direta e indiretamente, cerca de 5% da empregabilidade no estado.

A produção industrial de frangos de corte distribui-se por todo o Estado, e concentra-se nas seguintes regiões: 1. SUDOESTE (Francisco Beltrão e Pato Branco): 23,68%; 2. OESTE (Cascavel e Toledo): 34,32%; 3. CENTRO SUL (Curitiba e Ponta Grossa): 13,47%; 4. NORTE (Apucarana, Jacarezinho, Londrina e Maringá): 22,51% e 5. NOROESTE (Umuarama e Paranavaí): 6,02%

Segundo dados do DERAL/DEB (2011), no Paraná, as regiões que se destacam na produção de ovos de gali-nha para consumo, são: Apucarana (18,9%), Paranavaí (14,49%), Maringá (13,6%), Cascavel (10,8%), Francisco Bel-trão (9,7%) e Curitiba (7,3%).

Tradicionalmente o Paraná é também um grande produtor de suínos e bovinos, especialmente nas regiões oeste e sudoeste do Estado, onde estão localizados os grandes frigoríficos voltados para a comercialização interna e para as exportações.

O Brasil é o maior produtor de carne bovina do mun-do. Dentro do país, o Paraná possui o 10º maior rebanho comercial, participando com 4,3% do rebanho nacional.

A pecuária de corte é bastante desenvolvida tecno-logicamente no estado, tem rebanhos de alto nível ge-nético e a maioria dos produtores é preocupado com a sanidade nos animais.

O rebanho bovino paranaense divide-se entre várias regiões do Estado, sendo que a maior parte está situado no Norte e Noroeste (59%), e o restante distribui-se pelas demais regiões.

Quanto ao rebanho de suínos, o paraná concentra 16,9% da produção nacional. A produção está concentra-da no núcleo regional de Toledo que representa 44,7% do Valor Bruto da Produção. O núcleo regional de Cas-cavel corresponde a 16,4%, Ponta Grossa 12,9% e Fran-cisco Beltrão 6,2%. A suinocultura representa 6,2% do Valor Bruto da Produção paranaense, correspondendo a R$ 4,4 bilhões. Comparativamente a 2013 a suinocultura aumentou sua representatividade no VBP em 1,1 pontos percentuais, entretanto o Valor Bruto da produção teve um incremento de 24,4%.

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ECONOMIA E DEMOGRAFIA PARANAENSE

É no centro-sul que estão os melhores rebanhos brasileiros de gado leiteiro, onde se encontram animais que produzem mais de 50 litros de leite por dia.

São ainda significativos, no Paraná a produção de ovos, de casulos do bicho-da-seda, mel e cera de abelha. Mas é na avicultura que o Estado vem se destacando nos últimos dez anos, graças à implantação de frigo-ríficos pela iniciativa privada e pelas cooperativas. Con-siderando que existem no Paraná em torno de 135.000 produtores de suínos, estimamos que isto possa gerar em torno 200.000 empregos diretos e 300.000 indiretos.

Indústria

A indústria no Paraná que, de maneira tradicional, tem ligação ao trabalho de transformar produtos agríco-las e florestais está em processo de modificação. Nota se hoje a existência de indústrias eletrônicas, automobilís-ticas, metalúrgicas, mecânicas, de adubos, além das em-presas que fabricam cimento, de cerâmica e fios sinté-ticos. As empresas industriais que mais fabricam papel na América Latina estão localizadas no Paraná. O setor secundário é o segundo setor que tem mais relevância no papel econômico do estado, onde 27,28% das riquezas produzidas provêm desse setor (IPARDES, 2011).

O Paraná ocupa posição de destaque no cenário bra-sileiro. A indústria1 paranaense é a quarta do país em número de empregos e estabelecimentos, sendo que Ali-mentos, Veículos & Carrocerias, Construção, Vestuário & Acessórios são os setores mais relevantes nesse quesito.

O valor da transformação industrial do Paraná atin-giu R$ 78 bilhões em 2013. Na estrutura da indústria de transformação, predominam os segmentos de alimentos, veículos automotores e refino de petróleo, responsáveis por aproximadamente 55,4% .

Além da força observada no mercado interno, a in-dústria paranaense vem aumentando sua participação nas exportações brasileiras. Atualmente, negocia com diversos países, como China, Argentina, Holanda, Esta-dos Unidos e Alemanha.

Em relação à dinâmica estadual, as economias dos municípios da Região Metropolitana de Curitiba estão entre as maiores do Paraná. Em razão do dinamismo da indústria, Curitiba, São José dos Pinhais e Araucária são os municípios mais representativos no PIB do Paraná. No interior, Londrina e Maringá têm forte presença da agroindústria e, em Foz do Iguaçu, sobressaem as ati-vidades ligadas à produção de energia elétrica. Já no li-

1 FONTE: IPARDES

toral, Paranaguá se destaca pelas atividades ligadas ao Porto.

A mais importante das áreas industrializadas do es-tado compreende de Curitiba até Ponta Grossa e é carac-terizada pela produção diversificada: tecidos, produtos químicos, metalúrgicos, gráficos, alimentícios, móveis, papel, indústria gráfica. O Norte do Paraná é a segunda mais importante das áreas industrializadas do estado aí são predominantes as agroindústrias de beneficiamento de café, algodão, hortelã, cana-de-açúcar, além de amen-doim e girassol, que se utilizam no trabalho de fabricar óleos vegetais.

As indústrias de transformação da madeira se distri-buem pela totalidade do Paraná as serrarias que carac-terizam a paisagem rural são deslocadas de acordo com o início da falta de madeira.

O parque industrial do Paraná destina-se, de manei-ra principal, para atividades econômicas como agroin-dústria, extrativismo vegetal e mineral e, mais recente-mente, indústria de bens de consumo.

A maioria das prefeituras estimulou para que fos-sem instalados parques industriais em seus municípios como a Cidade Industrial de Curitiba, Distrito Industrial Botuquara em Ponta Grossa, Cidade Industrial de Ma-ringá, Distrito Industrial de Londrina, Distrito Industrial de Cascavel, Distrito Industrial de Guaratu em Guarapu-ava, Centro Industrial de Araucária, Centro Industrial de Francisco Beltrão e outros.

O Paraná é o estado possuidor de uma diversidade de tipologias industriais como produtos de base agrária; transformação da madeira; transformação mineral; pe-troquímica; produtos metalúrgicos e mecânicos; artigos eletrodomésticos; produtos eletrônicos; têxtil e de vestu-ário; artigos de cerâmica; artigos de couro, pele e lã.

A atual configuração da indústria do Estado do Pa-raná responde por sua expansão nos anos setenta, dada pelo forte crescimento da sua base agroindustrial, em linha com intenso crescimento agrícola, e pela implanta-ção de ramos modernos, produtores de bens de capital e insumos intermediários. A introdução dessas atividades deveu-se, à época, às demandas do setor público estadu-al nas áreas de energia e telecomunicações. Decorreu, ainda, das necessidades de expansão do mercado nacio-nal previstas no segundo Plano Nacional de Desenvolvi-mento (II PND), do qual decidiu-se, para o Paraná, insta-lação de grande planta para produção de combustíveis. Resultou, por fim, da intervenção direta do governo esta-dual na atração de investimentos, com destaque a uma grande empresa de ônibus e caminhões. Pela relevância e integração então adquiridas no cenário nacional, a in-dústria paranaense não deixou de sentir os reveses do baixo e irregular crescimento da economia brasileira nos anos oitenta, apresentando taxas de crescimento igual-mente modestas. Entretanto, durante a década de no-venta, renovou e expandiu suas bases de operação, num ambiente nacional que mesclou relativa estabilização econômica, ampliação das oportunidades no comércio internacional, lenta recuperação da taxa de investimento e forte reestruturação produtiva, em virtude da abertura de mercado e da redução da atuação estatal no esquema produtivo. Por tudo isso, a indústria paranaense mantém

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CAPÍTULO 01 - Economia e Demografia Paranaense

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posição destacada no cenário nacional, respondendo por cerca de 6% do PIB industrial do País e por 6% das expor-tações nacionais de produtos industrializados em 2007. Sustenta essas estatísticas uma estrutura produtiva que, apesar de concentrar em algumas atividades a geração de valor, não deixa de se diversificar de modo significa-tivo em várias outras atividades, conforme mostram os dados de valor de transformação industrial.

O Paraná responde atualmente por 6% do PIB nacio-nal. Dos R$ 256 bilhões gerados pelo estado em 2012, cerca de 25% eram de responsabilidade da indústria1 . Apesar do expressivo posicionamento, a participação da indústria no PIB paranaense vem apresentando sinais de reestruturação nos últimos anos: em 2006, a indús-tria representava 29% do PIB estadual e, em 2012, passou para 25%. Esse cenário pode ser fruto do baixo cresci-mento do PIB industrial paranaense em relação à média nacional: 6% entre 2006 e 2012, contra 15%. No entanto, o percentual apresentado pelo Paraná não foi observado de maneira uniforme em todo território, pois as mesor-regiões Sudoeste e Noroeste apresentaram crescimento substancialmente superior a dinâmica estadual: 55% e 46%, respectivamente, entre 2006 e 2012. Em relação ao contexto interno, observa-se que as indústrias dos muni-cípios da Região Metropolitana de Curitiba estão entre as maiores do estado. Juntos os municípios de Curitiba, São José dos Pinhais e Araucária representam 35% do PIB industrial paranaense. No interior do estado, Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa concentram ou-tros 18% e, no litoral, o município de Paranaguá também se destaca em função das atividades portuárias

As vendas da indústria de transformação e extração1 paranaense totalizaram R$ 181,8 bilhões em 2012. Esse montante representa 8,7% das vendas industriais brasi-leiras e posiciona o Paraná em terceiro lugar no volu-me de vendas realizado em 2012. No que diz respeito ao volume produzido, verifica-se que o estado apresen-ta a quinta maior produção industrial, com R$ 168,1 bi-lhões em 2012, representando 7,8% do montante brasi-leiro. Como pode ser observado, a produção industrial apresentou desempenho inferior ao volume de vendas, indicando que o estado trabalhou com estoques disponí-veis no ano de 2012. Já em relação ao valor adicionado, que corresponde à diferença entre produção e custos da transformação industrial2 , verifica-se que, em 2012, o Paraná gerou R$ 68,8 bilhões, ocupando a quarta coloca-ção nacional. O desempenho desses indicadores mostra que a variação paranaense tanto do volume de vendas, como da produção e do valor adicionado foi superior à dinâmica nacional entre 2010 e 2012. No entanto, a va-riação dos custos embutidos na produção paranaense foi consideravelmente mais alta do que a dinâmica nacio-nal, colocando o grau de industrialização3 estadual em patamares inferiores ao desempenho médio da indústria brasileira.

Indústria de produtos de base agráriaDentre os produtos de base agrária incluem deriva-

dos da farinha, laticínios, açúcar e álcool, óleos e gor-duras vegetais, derivados da carne, banha e toicinho, bebidas e frutas.

A farinha é a matéria prima destinada para fabrica-

ção de massas e biscoitos e bolachas. A indústria mais concentrada de farinha está localizado em Curitiba, que muito se conhece pelos seus produtos de qualidade. O milho processado pela indústria é a matéria prima for-necedora de fubá e de canjica e, juntamente com a soja, é a produtora de ração para animais. A produção de lati-cínios é feita por cooperativas que estão localizadas em Carambeí, Castrolanda, Witmarsum, Londrina, Curitiba, Maringá e Oeste do Paraná. As usinas que produzem açúcar e álcool estão distribuídas por uma variedade locais como Bandeirantes, Porecatu, Jacarezinho, São Tomé, Cidade Gaúcha e muitas outras. As indústrias que fabricam óleos e gorduras vegetais estão localizadas em Ponta Grossa, Maringá, Londrina e Cascavel.[3]

A industrialização de derivados da carne, banha e toucinho é feita por frigoríficos que se localizam no Ex-tremo Oeste (Medianeira, Toledo e Cascavel) no Sudoeste Paranaense (Pato Branco, Francisco Beltrão), no Norte e Noroeste do Paraná (Londrina, Maringá e Paranavaí), Ponta Grossa e Curitiba.[3]

Quanto às bebidas merecem destaque a produção de aguardente em Morretes, a fabricação da cerveja em Curitiba, Londrina e Ponta Grossa, a industrialização de malte em Entre Rios, a produção de vinho em Colom-bo, Campo Largo e Curitiba, as fábricas que beneficiam mate em Curitiba, a produção de refrigerantes em Curi-tiba, Londrina, Maringá e Cascavel, a industrialização de café solúvel em Londrina e Cornélio Procópio a produção de água mineral em Campo Largo, Almirante Tamanda-ré, Cornélio Procópio e Londrina.

O favorecimento de derivados de frutas é destinada à indústria produtora de geleia, sucos, compotas e doces em geral

Indústria de transformação da madeiraA indústria de transformação da madeira dá propor-

ção ao trabalho de fabricar móveis, esquadrias (portas e janelas), compensados, caixas, chapas de aglomerado, lambris, cabos de vassouras, fósforos, papel e papelão. Os municípios de Telêmaco Borba, Jaguariaíva e Arapoti são os que mais fabricam papel e papelão no Paraná.

Indústria de transformação mineralOs minerais metálicos são os produtos de maior in-

dustrialização no Paraná. Destacam-se o calcário, ma-téria prima que se emprega no trabalho de fabricar ci-mento, cal e corretivos para os solos agrícolas. Muitas indústrias que se derivam do calcário estão localizadas no município de Colombo e principalmente no prolonga-mento da Rodovia dos Minérios no município de Almi-rante Tamandaré e Itaperuçu e Rio Branco do Sul.

Indústria petroquímicaA mais importante destilaria da Petrobras no Paraná

é a Refinaria Presidente Getúlio Vargas. A Refinaria Pre-sidente Getúlio Vargas tem suas instalações encontradas em Araucária, município onde é feito o refinamento do petróleo. Em Araucária também é encontrada a Petro-fértil. A Petrofértil é uma unidade industrial que se des-tina à fabricação de amônia e ureia.

Existe também uma outra unidade industrial da Pe-trobras no Paraná: a Usina do Xisto. A Usina do Xisto teve sua construção em São Mateus do Sul e é hoje pro-dutora de óleo, gás e enxofre.

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ECONOMIA E DEMOGRAFIA PARANAENSE

Indústria de produtos metalúrgicos e mecânicosA produção feita pelas indústrias metalúrgicas me-

cânicas no Paraná reside no trabalho de fabricar veícu-los motorizados, máquinas agrícolas, máquinas para be-neficiamento da madeira, motores, máquinas de costura, cofres, artigos de alumínio, trefilados, aços, ferros e cha-pas metálicas. Os meios de transporte como caminhões, ônibus e automóveis são fabricados na Cidade Industrial de Curitiba, destacando-se a fábrica da Volvo. A Cidade Industrial de Ponta Grossa merece destaque no trabalho de fabricar máquinas que se utilizam em setores indus-triais como o de beneficiamento da madeira. Na Ponta do Poço em Pontal do Paraná são construídas plataformas marítimas que se destinam às pesquisas petrolíferas.

Indústria de produtos eletrônicosO avanço tecnológico mais expressivamente eviden-

te está no trabalho de fabricar de aparelhos e materiais que se destinam às comunicações. Na Cidade Industrial de Curitiba nota-se a existência de empresas que fabri-cam telefones, cabos eletrônicos, antenas, DVDs, blurays, etc.

Indústria têxtil e de vestuárioNota se a existência do beneficiamento das fibras de

rami e do algodão que se destinam para o trabalho de fa-bricar tecidos. O aparecimento do trabalho de confeccio-nar roupas se dá principalmente em Curitiba, Maringá, Londrina, Cianorte, Imbituva, Guarapuava, Apucarana, Ponta Grossa, Goioerê, Cascavel, Pato Branco e Francisco Beltrão

Nota se a existência no Paraná de empresas que fabricam louças, azulejos, pisos, vasos, telhas e tijolos. Campo largo é o município de maior destaque na indús-tria cerâmica, onde é fabricada porcelana cuja qualida-de é dotada de fineza.

Indústria de artigos de couroA indústria de couro no Paraná é fabricante de ma-

las, bolsas, cintos, carteiras, bolas, e outros artigos usados pelas pessoas. A malas que se produzem em Curitiba são mundialmente famosas pela qualidade apresentada por elas. Os artigos de pele e lã se empregam principalmente no trabalho de fabricar peças para o vestuário. A produ-ção de produtos de couro e pele e lã é feita em Curitiba, Apucarana, Londrina, Arapongas, Maringá e Guarapua-va. É possível que a maioria das indústrias se encontram no Paraná tais como fabricantes de pianos, plásticos, bo-tões, cigarros, artigos esportivos, equipamentos médico--hospitalares, artesanato de vime, etc.

A indústria paranaense atualmente conta 54 mil es-tabelecimentos, representando o quarto maior parque industrial do país, considerando somente esse quesito. Entre 2006 e 2013, o número de estabelecimentos cres-ceu cerca de 58% colocando o desempenho paranaense em patamares superiores à média nacional. As mesorre-giões que mais contribuíram para essa dinâmica foram a Sudoeste, com crescimento de 71,4% no período, e a Centro-Ocidental com 68%. A análise por porte dos esta-belecimentos indica expressiva participação das micro-empresas2 (87%), seguidas por pequenas empresas (11%). A união desses dois extratos mostra que 98% dos esta-belecimentos industriais paranaenses empregam até 99

empregados.Praticamente metade dos trabalhadores alocados na

indústria paranaense possui entre 30 e 49 anos, Ensino Médio completo e ganham entre 1 e 2 salários mínimos. Em relação aos indicadores paranaenses de permanên-cia no emprego, verifica-se que tanto o percentual de trabalhadores substituídos por outros (taxa de rotativi-dade) como o percentual de desligados (taxa de desli-gamento) são maiores que a média brasileira. No que diz respeito aos acidentes de trabalho, constata-se que das mais de 300 mil ocorrências registradas em todos os estados brasileiros, o Paraná se posiciona em quarto lugar no ranking.

Exportações²

O Paraná consolidou sua liderança na exportação de frango no País com mais um recorde nos embarques em 2015. Foram 1,481 milhão de toneladas exportadas, volu-me 15,17% maior do que em 2014, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministé-rio de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O Paraná representou 34% das exportações bra-sileiras, que somaram 4,304 milhões de toneladas no ano passado.

Impulsionada pelos investimentos das cooperativas agropecuárias, pela integração com o produtor e o bom resultado na exportação, a avicultura paranaense cresce mesmo com a economia nacional encolhendo. “A avicul-tura paranaense atingiu um forte grau de especializa-ção, com a conquista de mercados exigentes e ainda tem espaço para expansão no Estado”, diz Francisco Carlos Simioni, chefe do Departamento de Economia Rural (De-ral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abaste-cimento.

O setor respondeu por 20% das exportações do agro-negócio do Paraná em 2015, de acordo com levantamen-to realizado pela Federação da Agricultura do Paraná (Faep). Os principais mercados da carne de frango foram Arábia Saudita (22%), União Europeia (13%), China (11%), Japão (9%) e Emirados Árabes (9%).

A cadeia paranaense da avicultura abate cerca de 1,8 bilhão de aves por ano e gera 60 mil empregos diretos e cerca de 600 mil indiretos no Estado. Ao todo são 36 frigoríficos, a maioria na região Oeste, com uma produ-ção de 3,6 milhões de toneladas, de acordo com o Deral.

RECEITA - As exportações de carne de frango soma-ram US$ 2,37 bilhões no ano passado, com uma varia-ção de 0,10% em relação a 2014. O crescimento menor em faturamento, apesar do aumento do volume, ocorreu porque houve, em média, uma queda de 13% no preço do frango comercializado no Exterior, explica a economista Tania Moreira, do departamento técnico e econômico da Faep.

A queda dos preços em dólar, no entanto, foi com-pensada pela desvalorização do real, de acordo com Do-mingos Martins, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar). “Alguns cortes não tiveram aumento de preços, principalmente

1 FONTE: Governo do Estado do Paraná

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INFORMÁTICAPROFESSOR

Vit or Krewer

Graduado em Processos Gerenciais e graduando

em Tecnologia da Informação pela UniCesumar -

Centro Universitário de Maringá. Envolvido na

área de concursos públicos como escritor,

organizador e editor no Focus Concursos desde 2012.

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SUMÁRIO

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SUMÁRIO

1. HARDWARE. ...........................................................................................................................................................................................127Hardware ..................................................................................................................................................................................................................................................... 127Tipos de Computadores e Dispositivos ............................................................................................................................................................................................ 127Conceito ....................................................................................................................................................................................................................................................... 127Tipos de Hardware .................................................................................................................................................................................................................................. 128BIOS e CMOS...............................................................................................................................................................................................................................................131

2. INTERNET E CORREIO ELETRÔNICO ........................................................................................................................................133Internet Explorer 11 ................................................................................................................................................................................................................................ 133Microsoft Outlook Express .................................................................................................................................................................................................................. 135Outlook Express........................................................................................................................................................................................................................................ 136Redes de Computadores ........................................................................................................................................................................................................................ 137

3. SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO ..................................................................................................................................................138Melhores Práticas em Políticas de Segurança ..............................................................................................................................................................................141Identificação de Tipos de Códigos Maliciosos .............................................................................................................................................................................. 143Malware ....................................................................................................................................................................................................................................................... 143Vírus .............................................................................................................................................................................................................................................................. 143Cavalo de Tróia (Trojan) ........................................................................................................................................................................................................................ 143Worm ............................................................................................................................................................................................................................................................. 144Bots ................................................................................................................................................................................................................................................................ 144Backdoors (Porta dos Fundos) ............................................................................................................................................................................................................ 144Spyware........................................................................................................................................................................................................................................................ 144Ransomwares ............................................................................................................................................................................................................................................. 144Adwares ....................................................................................................................................................................................................................................................... 144Spams ............................................................................................................................................................................................................................................................ 144Hoaxes .......................................................................................................................................................................................................................................................... 144Phishing ....................................................................................................................................................................................................................................................... 145Pharming ..................................................................................................................................................................................................................................................... 145Ataque de Senhas .................................................................................................................................................................................................................................... 145Hijacker ....................................................................................................................................................................................................................................................... 146Rootkits ........................................................................................................................................................................................................................................................ 146

4. LibreOffice Writer ...............................................................................................................................................................................146

5. Libreoffice Calc ..................................................................................................................................................................................... 155

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CAPÍTULO 01 - Hardware

127

1. HARDWARE.

Neste capítulo será abordado o tópico referente aos conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias; ferramentas; aplicativos e procedimentos de informáti-ca: tipos de computadores; conceitos de hardware e de software; instalação de periféricos. O objetivo e expor o conteúdo relativo aos elementos básicos de hardware e software recorrentes em provas e concursos.

Hardware

Todo computador é constituído de componentes e peças que se conectam e se comunicam entre si, levan-do instruções e devolvendo informações para o usuário. Este elemento físico denominado de hardware é nosso assunto a ser estudado.

Os dispositivos de hardware podem ser considerados desde peças esparsas de componentes de um computa-dor do tipo de desktop até notebooks e todos os dis-positivos portáteis relacionados a ideia de computação móvel, como é o caso de smartphones, tablets e smar-twatches (relógios inteligentes).

Tipos de Computadores e Dispositivos

Os dispositivos relacionados a computação podem ser do tipo:

Desktop: conceito desenvolvido para simbolizar a ideia de “área de trabalho”, sendo um computador do tipo desktop um microcomputador que se associa a ideia da utilização em uma mesa; é aquele computador que possui um monitor, gabinete (com todos os compo-nentes de hardware dentro), mouse, teclado e geralmen-te uma conexão com a rede. É muito utilizado em escri-tórios e casas, sendo os primeiros formatos associados a computação portátil desenvolvida pela Apple e IBM no início dos anos 1980; denominada de computação pes-soal. Como mencionado, os computadores desktop são modulares e seus componentes podem ser facilmente melhorados ou substituídos, os chamados upgrades de hardware; estando disponíveis em gabinetes dos mais variados estilos.

Com o advento dos notebooks, os desktops tiveram uma grande queda na compra e utilização, porém, com o avanço e popularização dos denominados gamers, vol-taram com ao mercado devido a já mencionada versati-lidade na complementação e melhoria dos componentes de hardware.

Notebook: a grande distinção entre os notebooks e

os desktops está no conceito de portabilidade dos, tendo os notebooks hardwares como monitor, teclado, e caixas acústicas totalmente integrados, formando uma única peça. Outro ponto é o fato de possuírem autonomia elé-trica por meio de uma bateria recarregável.

Outro ponto importante é a presença de um dispo-sitivo que substitui o mouse dos desktops chamado de touchpad; hardware constituído por uma superfície sen-sível ao toque onde o usuário posiciona o ponteiro na tela por meio de movimentos dos dedos. Sendo acompanhado de dois botões com as mesmas funções dos botões do mouse.

Conceito

Podemos conceituar hardware como componentes fí-sicos que de um sistema computacional. Seu conjunto ou agrupamento de unidades funcionais como Processador, memória principal, unidades de armazenamento e dis-positivos de entrada e saída é chamado de computador, ou seja, tudo aquilo que você “pode tocar”.

A soma de todos os componentes de Hardware de um computador são conectados e trabalham conforme uma arquitetura base, portanto, a forma como é feita co-municação destes componentes segue um padrão, esse padrão nos chamamos de arquitetura dos computadores. Sua definição vem de encontro com outro elemento, o chamado software; enquanto o hardware é a parte física, ou software é o elemento lógico, ou seja, não podemos tocar. São os programas do computador.

A utilização e interação dos computadores possui três elementos:

• Físico: Hardware• Lógico/Abstrato: Software• Operador: Peopleware ou usuário.

Componentes físicos que somados possibilitam o pro-cessamento de dados, resultando em informações, tor-nando viável e a interação usuário/máquina.

Os principais componentes de hardware são:• Placa-mãe• Processadores• Memória Principal ou RAM• Unidades de Armazenamento• Periféricos de Entrada e Saída (Teclado,

Mouse e Monitor)• Fonte de Energia

Organização dos Computadores

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128

INFORMÁTICA

Embora os computadores sejam concebidos como algo “moderno”, sua história de desenvolvimento começa no início de século passado; sendo a forma de como são organizados e estruturados, remonta aos anos 40.

A chamada Arquitetura dos computadores foi ela-borada por John von Neumann (1903-1957), matemático húngaro, idealizador da arquitetura básica de funcio-namento dos computadores. Mesmo sendo considerada historicamente como antiga, sua arquitetura continua sendo a base para a criação dos mais modernos com-putadores atuais, incluindo tablets e smartphones, afinal de contas, sua capacidade de processamento se iguala a de muitos computadores do padrão Desktop e Notebook.

Von Neumann idealizou a comunicação dos compo-

nentes seguindo a seguintes estruturas:Dispositivos de entrada, como teclado e mouse en-

viaram instruções ao computador, dando início aos cha-mados processos, sendo posteriormente devolvidos aos usuários como informação, resultados que serão exibi-dos pelos dispositivos de saída como monitores, e im-pressora.

Uma CPU (Central Processing Unit, ou Unidade Cen-tral de Processamento), o cérebro do sistema; constituída por uma ULA (Unidade Lógica e Aritmética), cuja função será a de realizar cálculos; e uma Unidade de Controle, gerenciadora da comunicação da CPU com os compo-nentes externos. Os dois elementos listados, ULA e UC são partes integrantes dos processadores, somados aos registradores, pequenas unidades de memória integra-das cuja função é realizar seus cálculos internamente.

Outro elemento importante é a unidade de memória, na qual dados e instruções utilizadas pelo processador serão armazenados temporariamente.

Andrew Tanenbaum, criador de sistemas operacio-nais e grande perito em computação. Redesenhou a ar-quitetura de von Neumann, demonstrando a presença de dois elementos: os registradores e o barramento.

A ilustração de Tanenbaum demonstra o barramento

como canal de comunicação entre os dispositivos de um computador, presente através de circuitos integrados das placa-mãe.

Enfim, para prosseguirmos no estudo do hardware, é necessário compreender os principais componentes de um computador. A partir dos próximos tópicos, começa-remos o estudo dos componentes mais relevantes.

Tipos de Hardware

O computador é composto por várias peças, tendo cada uma delas sua função especifica no funcionamento do computador. Pensando nisso, será abordado cada um dos elementos relacionados aos itens de hardware de um computador.

Placa Mãe

A placa-mãe é o componente responsável por conec-tar e interligar todos os outros componentes do compu-tador; possibilitando a comunicação entre processador com memória RAM, unidades de armazenamento, e dispositivos de saída. Trata se de um circuito impresso responsável por interconectar os componentes.

A conexão é realizada através de sockets (proces-sador), slots (memória principal ou RAM) e Conectores ou portas para demais componentes de armazenamento (HD) e entrada e saída (Teclado, Mouse e Monitores).

Socket: dispositivo mecânico destinado a conectar o processador (CPU) por meio de um componente elétrico que realiza a comunicação por meio de uma placa de circuito impresso; o chamado barramento.

Slots: sua função é conectar as memórias principais ou memória RAM a placa mãe.

Conectores e Portas: A placa-mãe possibilita inter-ligar novos dispositivos por meio de conectores e portas. Por elas podemos conectar dispositivos de armazena-mento e dispositivos de entrada e saída.

As portas que conectam novos dispositivos ao compu-tador, como portas USB, serial e paralelas, são chamadas de Drive. Algumas bancas tentam confundir Drive (Har-dware) com Driver (Software). O último tem a função de fazer funcionar o primeiro; trata se de um software de sistema (programa) que faz a comunicação entre a má-quina e o sistema operacional.

Barramento

É o caminho utilizado para haver a comunicação entre os dispositivos conectados a uma placa-mãe. Sua transmissão é compartilhada ou exclusiva de determi-nado componente. Em resumo, são vias de comunicação para a transmissão de informação utilizando circuitos impressos na placa-mãe.

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CAPÍTULO 01 - Hardware

129

Processador

O processador é o componente que recebe os dados da memória RAM e processa por meio de instruções da-das pelo sistema. Após o processamento dos dados, os mesmos são devolvidos em forma de informação. Sua função é ser o “cérebro do computador”. Também pode ser chamado de CPU, termo em inglês que significa Uni-dade Central de Processamento. É responsável por reali-zar os cálculos necessários.

Sua principal função é controlar e executar instru-ções contidas na memória principal através de opera-ções básicas como somar, subtrair, comparar e movi-mentar dados. É basicamente composto por Unidade de Controle, Unidade Lógica e Aritmética, e registradores.

Processadores Risc e Cisc

Todos os dados enviados para processamento são trabalhados dentro da ULA do processador, através do auxílio dos registradores, porém, indiferente da comple-xidade do software, todo processador opera um conjunto limitado de instruções. Com base nisso, os fabricantes desenvolvem processadores com mais núcleos (cores) e com maior capacidade.

As instruções são trabalhadas pela ótica de duas ar-quiteturas dos processadores: a RISC e a CISC.

Os processadores RISC, sigla que significa Reduced Instruction Set Computer, temo característica operar com um conjunto muito menor de instruções, sendo as-sim, os programadores têm a missão de desenvolver os seus programas com o foco na combinação de instruções simples para operar tarefas complexas.

Em contrapartida, os processadores do tipo CISC, si-gla que significa Complex Instruction Set Computer, ope-ram um conjunto complexo (maior) de instruções, tendo o programador maior facilidade na construção de pro-gramas que exigem tarefas complexas, pois é presente neste tipo de processador, instruções mais complexas para operar algumas tarefas.

Atualmente os processadores são “mistos”, ou seja, há

uma combinação sendo chamado de RCISC. Os proces-sadores considerados RISC utilizam algumas instruções complexas, bem como os processadores CISC utilizam algumas instruções simples.

Vale mencionar que os processadores da Intel e AMD (maiores fabricantes do mercado) utilizando o CISC.

Processadores de 32 Bits e 64 Bits

É comum lermos nas especificações de vários pro-gramas o indicativo 32 bits e 64 bits. Os computadores podem possuir processadores que trabalhavam com “pa-lavras” de 32 ou 64 bits. Para o termo “Palavra”, podemos definir como o tamanho máximo de bits que o processa-dor pode operar de uma vez só, sendo indiferente o tipo de operação que será executado; se de soma, subtração, etc. Por exemplo: um processador de 32 bits tem capaci-dade de lidar com “pacotes” que armazenam até 32 bits. Para se comunicar com a memória RAM, o processador utilizará essa “palavra” para determinar os caminhos de memória e, fazendo uso de uma “palavra” de 32 bits, levando em consideração que o computador opera em binário (0 ou 1), implica em ler memórias de até 4GB (Gigabytes) de RAM.

Os computadores modernos, com seu contínuo avan-ço, evidenciaram o fato de ser insustentável operar so-mente com a “palavra” de 32bits, sendo assim, foi de-senvolvida a arquitetura x64, com palavras de 64bits, resolvendo o problema de memória, permitindo com até 16TB (Terabytes) de memória RAM.

No momento da compra de um computador, é im-portante analisar qual arquitetura do processador, sendo fator relevante ao desempenho e da versão do sistema operacional.

Os processadores que utilizam a arquitetura de har-dware de 64 bits são compatíveis com software de 32 bits, porém, o inverso não é verdadeiro; o mesmo se apli-ca aos softwares do tipo aplicativo em relação ao sistema operacional.

Sobre a velocidade de processamento, é importante salientar que não é apenas a velocidade do processador que determina o desempenho da máquina, sendo refe-rência a velocidade utilizada para efetuar cálculos in-ternos.

São fatores determinantes na velocidade e desempe-nho dos processadores:

• O clock da memória, velocidade na troca da-dos com a memória RAM;

• Capacidade de armazenamento da memória cache;

• Capacidade de armazenamento da RAM, ve-locidade do disco rígido;

• Software utilizado; cada sistema operacional pode apresentar performance diferente, portanto, temos o fator lógico como influência.

Considerando condições iguais, podemos dizer que:

• Maior o clock do processador, mais rápida é;

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130

INFORMÁTICA

• Mais núcleos (core) presentes no processa-dor, melhor é a performance;

• Maior for a Capacidade de armazenamento da memória cache, mais rápido será o processa-dor.

Processadores ARM

Atualmente os dispositivos móveis como smartpho-nes e tablets tem ganhado a preferências dos usuários, fato devido ao fato de ser portáteis e realizarem a maio-ria das tarefas que um computador do tipo desktop ou notebook faria. Estes dispositivos são construídos com a mesma arquitetura dos computadores, porém, com ele-mentos mais compactos. Esses processadores não possu-am a mesma performance dos x86 ou x64, porém, tam-bém podem ser multicore.

Memórias

Dispositivos que armazenam dados ou instruções, com o objetivo de transmiti-las ao processador (no caso da memória RAM) ou armazenar permanentemente dados. As memórias são classificadas como principal e secundária; o primeiro tipo é composto pelas memórias de acesso rápido e o segundo tipo são as chamadas uni-dades de armazenamento.

Há vários tipos de memórias, cuja variação é deter-minada por fatores como proximidade e comunicação com o processador, capacidade de armazenamento.

Memória principal: RAM sigla para Random Ac-cess Memory ou memória de acesso randômico ou alea-tória. É volátil possibilitando a leitura e escrita de dados, sendo considerada uma memória de acesso rápido. Os dados contidos neste tipo de memória são perdidos após o desligamento do computador.

Este tipo de memória carrega as instruções e as transmite ao processador por meio de um barramento e o processador, por sua vez, as devolve em forma de informação. Os sistemas operacionais são carregados di-retamente na memória RAM.

Dica Focus: Muita atenção! Al-

gumas bancas gostam de fazer perguntas

indicando que os sistemas e programas de

um computador são carregados no HD ou

disco rígido. Como veremos, as unidades

de armazenamento são consideradas me-

mórias secundárias e de acesso lento, não

sendo necessárias para a execução de um

programa (software). Qualquer programa,

seja de qualquer tipo, sempre são carrega-

dos na memória RAM ou Memória Prin-

cipal.

Memória ROM: sigla para Read Only Memory ou

memória somente leitura, são do tipo não volátil, ou seja, ao contrário da memória RAM, não é possível gravar no-vos dados, apenas o processador realizará a leitura dos dados contidos permanentemente nela. Os dados conti-dos neste tipo de memória não são perdidos quando o computador é desligado, podendo ser acessadas toda vez que o sistema for iniciado.

O principal exemplo de memória ROM é a chamada BIOS, sigla para Basic Input Output System ou Sistema Básico de Entrada e Saída. Consiste num pequeno chip que contém um software responsável por controlar o uso dos dispositivos e manter informações de data e hora. Sua fonte de energia é uma pequena bateria conectada na placa-mãe.

Dica Focus: A maioria das ban-

cas gosta de utilizar os temos volátil e não

volátil para definir a forma como os dados

são carregados pelo computador. Portanto,

não esqueça: Volátil é leitura/gravação e

não volátil apenas leitura.

Memória Cache: considerada como uma área de armazenamento temporário, este tipo de memória tem a função de acelerara transferência de dados. É tida como ultrarrápida e consiste no armazenamento de dados mais utilizados pelo processador.

Memória Virtual: é uma forma de utilização de unidades de armazenamento (memórias secundárias) no caso HD’s, cartão de memória e pen drives, como socorro no caso de as memórias principais terem chegado no seu limite de armazenamento.

Registradores: memórias de altíssima velocidade, integradas ao processador. Utilizada para a realização interna de cálculos pela ULA (Unidade Lógica Aritmé-tica). A capacidade de armazenamento varia de acordo com cada processador, sendo sua ordem de medição es-tar na casa dos bytes. Este tipo de memória é de alto curso.

Levando em consideração aos apontamentos feitos sobre cada memória, é notório que existem diversos ní-veis de memória, sendo fatores classificatórios, elemen-tos como proximidade e comunicação com o processa-dor, capacidade de armazenamento e custo.

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RACIOCÍNIO LÓGICOPROFESSOR

Altevir Rossi

Formado em Matemática pela Universidade Est a-

dual do Oest e do Paraná – UNIOESTE. Especialist a em

Ensino da Matemática pela Universidade Paranaense

– UNIPAR. Mest rando em Educação pela Universidade

Est adual do Oest e do Paraná – UNIOESTE Professor

de Matemática, Matemática Financeira, Est atíst ica e

Raciocínio Lógico, atua desde 1998 em cursos prepara-

tórios para concursos e pré-vest ibulares

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SUMÁRIO

165

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................................................167

2. O QUE É LÓGICA .................................................................................................................................................................................167

3. ARGUMENTOS .....................................................................................................................................................................................167Validade De Um Argumento ................................................................................................................................................................................................................ 167Argumentos Dedutivos .......................................................................................................................................................................................................................... 168Argumentos Indutivos ........................................................................................................................................................................................................................... 168

4. ARGUMENTOS E DIAGRAMAS LÓGICOS .................................................................................................................................168

5. VERDADES E MENTIRAS .................................................................................................................................................................169

6. PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E PROBABILIDADE.................................................................................................................170Fatorial ......................................................................................................................................................................................................................................................... 170Arranjos Simples ...................................................................................................................................................................................................................................... 170Permutações Simples ..............................................................................................................................................................................................................................171Combinação Simples ...............................................................................................................................................................................................................................171Teoria das Probabilidades .....................................................................................................................................................................................................................171

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CAPÍTULO 01 - Introdução

167

1. INTRODUÇÃO

Em geral, as pessoas pretendem raciocinar e agir “lo-gicamente”, no dia-a-dia, nos estudos, no trabalho, falan-do de política, de futebol, de seus projetos, do futuro da humanidade, etc.

Entretanto, a lógica que fundamenta os raciocínios e as ações raramente é explicitada ou submetida a críticas. Ela é incorporada de forma inconsciente a partir, sobre-tudo, do aprendizado da língua natural e parece tão bem partilhada por todos que poucos se julgam carentes de lógica ou consideram necessário estudá-la.

Por outro lado, é muito frequente ouvirmos dizer que estudar matemática desenvolve o raciocínio lógico. Apesar de esta relação não ser direta e nem imediata, a percepção da estreita relação entre a matemática e a lógica, entre a lógica e a linguagem, entre a linguagem e o pensamento contribui bastante para esclarecer mitas das razões pelas quais estudamos certos assuntos, sobre-tudo a matemática.

2. O QUE É LÓGICA

De maneira simples, podemos dizer que a lógica é uma ciência do raciocínio. Segundo Irving Copi, a sua ideia está ligada ao processo de raciocínio correto e incorreto que depende da estrutura dos argu-mentos envolvidos nele.

A lógica estuda as formas ou estruturas do pensa-mento, isto é, seu propósito é estudar e estabelecer as propriedades das relações formais entre as proposições. Edmundo D. Nascimento afirma que a lógica investiga o pensamento não como ele é, mas como deve ser.

3. ARGUMENTOS

Um argumento é um conjunto de proposições (p₁, p₂, p₃, ..., pn) com uma estrutura lógica que tem como conse-quência uma outra proposição (q).

As proposições p₁, p₂, p₃, ..., pn são chamadas premis-sas do argumento, e a proposição q é chamada conclusão do argumento.

De um modo geral, os argumentos são escritos na forma

p₁ p₂ p₃ : pn_______ ∴q

Exemplos:a)p₁: Se eu passar no concurso, então irei trabalhar.p₂: Passei no concurso.q: Irei trabalhar.

b)• Todos os brasileiros são humanos.• Todos os paranaenses são brasileiros.• Conclusão: Todos os paranaenses são huma-

nos.

c)• Se o Brasil ganhar o jogo, todos os jogadores

receberão o prêmio.• Se o Brasil não ganhar o jogo, todos os joga-

dores receberão o prêmio.• Conclusão: Todos os jogadores receberão o

prêmio.

d)Premissa: Todos so sais de sódio são substâncias so-

lúveis em água.Premissa: Todo sabão é um sal de sódio.Conclusão: Todo sabão é uma substância solúvel em

água.

Validade De Um Argumento

De acordo com o que já estudamos anteriormente, sabemos que uma proposição pode ser verdadeira ou falsa. No caso de um argumento, diremos que ele é vali-do ou não válido.

A validade é uma propriedade dos argumentos dedu-tívos que depende da estrutura lógica das suas proposi-ções (premissas e conclusão) e não do conteúdo de cada uma delas.

Sendo assim, podemos ter as seguintes combinações para os argumentos válidos dedutivos:

Premissas verdadeiras e conclusão verdadei-ra.

Exemplo:• Premissas:

– Todos os apartamentos são pequenos. (V)– Todos os apartamentos são residências. (V)

• Conclusão:– Algumas residências são pequenas. (V)

Algumas ou todas as premissas falsas e uma conclusão verdadeira.

Exemplo:• Premissas:

– Todos os peixes têm asas. (F)– Todos os peixes são pássaros. (F)

• Conclusão:– Todos os pássaros têm asas. (V)

Algumas ou todas as premissas falsas e uma conclusão falsa.

Exemplo:• Premissas:

– Todos os peixes têm asas. (F)– Todos os cães são peixes. (F)

• Conclusão:– Nem todos os cães têm asas. (F)

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168

RACIOCÍNIO LÓGICO

Todos os argumentos vistos são válidos, pois se suas premissas fossem verdadeiras, então as conclusões tam-bém seriam.

Um argumento é válido se, quando todas as suas premissas forem verdadeiras, a sua conclusão também será verdadeira.

Um argumento é não válido se existir a possibilida-de de suas premissas serem verdadeiras e sua conclusão ser falsa.

A validade do argumento depende apenas da estru-tura dos enunciados.

Exemplo:• Premissas:

– Todas as mulheres são bonitas.– Todas as princesas são mulheres.

• Conclusão:– Todas as princesas são bonitas.

Não precisamos de nenhum conhecimento aprofun-dado sobre o assunto para concluir que o argumento aci-ma é válido.

Para concluir que o argumento anterior é válido, va-mos substituir mulheres, bonitas e princesas por A, B e C respectivamente e teremos:

• Premissas:– Todos os A são B.– Todos os C são A.

• Conclusão:– Todos os C são B.

O que importa é a forma do argumento e não o co-nhecimento sobre mulheres, bonitas e princesas. A vali-dade é conseqüência da forma do argumento.

Os argumentos são divididos em dois grupos: dedu-tivos e indutivos.

Argumentos Dedutivos

O argumento será dedutivo quando suas premissas fornecerem uma prova conclusiva da veracidade da con-clusão.

O argumento é dedutivo quando a conclusão é com-pletamente derivada das premissas.

Exemplo:• Premissa:

– Todo ser humano têm mãe.– Todos os homens são humanos.

• Conclusão:– Todos os homens têm mãe.

Argumentos Indutivos

O argumento será indutivo quando suas premissas não fornecerem o apoio completo para ratificar as con-clusões.

Exemplo:• Premissas:

– O Flamengo é um bom time de futebol.– O Palmeiras é um bom time de futebol.– O Vasco é um bom time de futebol.

– O Cruzeiro é um bom time de futebol.• Conclusão:

– Todos os times brasileiros de futebol são bons.

Nos argumentos indutivos a conclusão possui infor-mações que ultrapassam as fornecidas nas premissas.

Não se aplica, então, a definição de argumentos váli-dos ou não válidos para argumentos indutivos.

Assim, é importante destacar, sobre os argumentos dedutivos válidos:

1. A noção de argumentos válidos ou não válidos apli-ca-se apenas aos argumentos dedutivos.

2. A validade depende apenas da forma do argumen-to, e não dos respectivos valores lógicos das premissas.

3. Não podemos ter um argumento válido com pre-missas verdadeiras e conclusão falsa.

Duas Formas Importantes De Argumentos De-dutivos Válidos

• Afirmação do antecedente (modus ponens)Este argumento é evidentemente válido e sua forma

pode ser escrita da seguinte maneira:• Premissas:

– Se p então q.– p

• Conclusão:– q

Exemplo:• Premissas:

– Se Rui for reprovado no concurso, então será demitido do serviço.

– Rui foi reprovado no concurso.• Conclusão:

– Rui será demitido do serviço.

• Negação do consequente (modus tollens)Este argumento tem sua validade garantida pela

equivalência contrapositiva da proposição condicional. Sua forma pode ser escrita da seguinte maneira:

• Premissas:– Se p então q.– ~q

• Conclusão:– ~p

Exemplo:• Premissas:

– Se ela me ama, então casa comigo.– Ela não casa comigo.

• Conclusão:– Ela não me ama.

4. ARGUMENTOS E DIAGRAMAS LÓGICOS

Haverá momentos que a Lógica Proposicional sofre-rá algumas limitações. Quando certos tipos de questões incluírem em seus enunciados alguns quantificadores como todo, nenhum etc. (quantificador universal), ou existe um, existe algum, para algum etc. (quantifica-

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CAPÍTULO 05 - Verdades e Mentiras

169

dor existencial) não poderemos aplicar a Lógica das proposições.

Estaremos, pois, diante dos denominados predicados (ou sentenças abertas) que é uma expressão P(x) tal que P(a) é verdadeira (V) ou falsa (F) para todo elemento a pertencente ao conjunto A, ou seja, para todo a perten-cente ao conjunto A.

Não estaremos aqui preocupados com demonstra-ções matemáticas das sentenças abertas. Simplificare-mos nosso estudo, adotando um recurso gráfico bastante interessante chamado Driagrama de Venn. É uma forma mais didática e fácil de ser usada na resolução de ques-tões de concursos, pois muitas declarações verbais po-dem ser traduzidas em proposições equivalentes sobre conjuntos. Usaremos tais diagramas para determinar a validade ou não de um argumento.

Sendo essa a nossa opção, nos resta elucidar sua apli-cação através de um exemplo.

Exemplo:(AFC/TCU) Em uma comunidade, todo trabalhador é

responsável. Todo artista, se não for filósofo, ou é traba-lhador ou é poeta. Ora, não há filósofo e não há poeta que não seja responsável. Portanto, tem-se que, neces-sariamente,

a. todo responsável é artistab. todo responsável é filósofo ou poetac. todo artista é responsáveld. algum filósofo é poetae. algum trabalhador é filósofo

Para cada declaração, desenharemos o respectivo Diagrama:

“todo trabalhador é responsável”

“não há filósofo e não há poeta que não seja respon-sável”

“todo artista, se não for filósofo, ou é trabalhador ou é poeta”

Analisando cada item:a) todo responsável é artistaERRADO. Os elementos que estão na área escura

não são artistas.b) todo responsável é filósofo ou poetaERRADO. Pode ser trabalhador.c) todo artista é responsávelCERTO. Pois o artista ou é filósofo, ou poeta, ou tra-

balhador, e estes conjuntos estão todos contidos no con-junto dos responsáveis.

d) algum filósofo é poetaERRADO. Não necessariamente, pois, pelos diagra-

mas, podemos ter nenhum filósofo sendo poeta.e) algum trabalhador é filósofoERRADO. Não necessariamente, pois, pelos diagra-

mas, podemos ter nenhum trabalhador sendo filósofo.

5. VERDADES E MENTIRAS

Uma forma particular de argumento que é bastan-te cobrada em certames públicos são os problemas que envolvem Verdades e Mentiras. São geralmente decla-rações, que podem ser verdadeiras ou falsas, atri-buídas a determinadas pessoas, onde podemos deduzir uma conclusão válida de quem está mentindo ou não.

Aqui, não se tem nada a acrescentar no tocante a con-teúdo de Lógica. Será necessário apenas o conhecimento de alguns conceitos já estudados em aulas anteriores, como as operações lógicas fundamentais e o princípio da Não-contradição, por exemplo.

Cabe só destacar que as principais bancas examina-doras do país adotam como objeto de avaliação esse tipo de problema.

Vamos ver, através de um exemplo, como se opera-cionaliza a resolução desse tipo de problema.

Exemplo:(AFC/CGU) Três homens são levados à presença de

um jovem lógico. Sabe-se que um deles é um honesto marceneiro, que sempre diz a verdade. Sabe-se, tam-bém, que um outro é um pedreiro, igualmente honesto e trabalhador, mas que tem o estranho costume de sempre mentir, de jamais dizer a verdade. Sabe-se, ainda, que o restante é um vulgar ladrão que ora mente, ora diz a verdade. O problema é que não se sabe quem, entre eles, é quem. À frente do jovem lógico, esses três homens fa-zem, ordenadamente, as seguintes declarações:

O primeiro diz: “Eu sou o ladrão.”O segundo diz: “É verdade; ele, o que acabou de falar,

é o ladrão.”O terceiro diz: “Eu sou o ladrão.”Com base nestas informações, o jovem lógico pode,

então, concluir corretamente que:a. O ladrão é o primeiro e o marceneiro é o

terceiro.b. O ladrão é o primeiro e o marceneiro é o

segundo.c. O pedreiro é o primeiro e o ladrão é o se-

gundo.d. O pedreiro é o primeiro e o ladrão é o ter-

ceiro.

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NOÇÕESDO ESTATUTODA PC-PRPROFESSOR

Tiago Zanolla

Professor de Ética no Serviço Público, Co-nheci-

mentos Bancários e Direit o Regimental. Formado em

Engenharia de Produção pela Universidade Pan-A-

mericana de Ensino. Técnico Judiciário Cumpridor de

Mandados no Tribunal de Just iça do Est ado do Paraná.

Envolvido com concursos públicos desde 2009 é pro-

fessor em diversos est ados do Brasil.

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SUMÁRIO

175

SUMÁRIO

1. COMO ESTUDAR O ESTATUTO DA POLÍCIA CIVIL .............................................................................................................. 177INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................................................................................................177

2. ESTATUTO DA POLÍCIA CIVIL DO PARANÁ ........................................................................................................................... 177Título I da Organização da Polícia Civil ..........................................................................................................................................................................................177Título II das Carreiras e do Provimento ......................................................................................................................................................................................... 179Título III dos Direitos, Prerrogativas e Vantagens ..................................................................................................................................................................... 185Título IV da Vacância dos Cargos ...................................................................................................................................................................................................... 196Título V do Direito de Petição ............................................................................................................................................................................................................. 196Título VI do Impedimento, Suspeição e Hierarquia Funcional............................................................................................................................................. 197Título VII do Regime Disciplinar ....................................................................................................................................................................................................... 198Título VIII das Disposições Gerais ....................................................................................................................................................................................................207Questões Propostas .................................................................................................................................................................................................................................208

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CAPÍTULO 01 - Como Estudar o Estatuto da Polícia Civil

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1. COMO ESTUDAR O ESTATUTO DA POLÍCIA CIVIL

INTRODUÇÃO

A cobrança de Estatutos em provas, por serem nor-mas restritas ao órgão, tem sido cobrado abordando o “texto de lei” e suas interpretações. Assim, ao vencermos os tópicos da ementa teremos grande êxito

O Estatuto, nada mais é que a lei que organiza e regulamenta todas as competências internas da Polícia Civil do Paraná e traz de forma mais deta-lhada suas atribuições administrativas e jurisdicionais – que partem da Constituição Federal –, a fim de organizar e sistematizar esse rol de atribuições dos membros da instituição.

Via de regra a incidência de estatutos em provas gira em torno de 5 a 10% da pontuação total possível. O estudo com afinco pode render pontos preciosos na classifica-ção. Portanto, estude muito o Estatuto da Polícia Civil!

Para que haja uma internalização eficiente, é indica-do ler ao menos três vezes o conteúdo. Ademais, são dis-ciplinas que fogem à regra das disciplinas tradicionais incidentes em provas, por isso o entendimento torna-se mais complexo.

2. ESTATUTO DA POLÍCIA CIVIL DO PARANÁ

Em linhas gerais, um estatuto serve para orientar os servidores do órgão com uma série de regras de conduta e o relacionamento profissional dentro da ética desejável na instituição.

Título I da Organização da Polícia Civil

Capítulo I Disposições Preliminares

A Polícia Civil é a unidade de execução progra-mática da Secretaria de Estado da Segurança Pública - SESP, com vínculo de subordinação hierárquica ao respectivo Secretário de Estado.

Dizer que há subordinação hierárquica, é dizer que os policiais membros da Polícia Civil devem obedecer às ordens emanadas pelo Secretário de Segurança Pública.

São incumbências da Polícia Civil, em todo território estadual, a preservação da ordem pública e o exer-cício da Polícia Judiciária, Administrativa e de Se-gurança, com a prevenção, repressão e apuração das infrações penais e atos antissociais, na forma estabeleci-da pela legislação em vigor.

Cabe diferenciar polícia administrativa de polícia

judiciária. A primeira atua na prevenção de crimes e a segunda na repressão. Assim, a polícia administrativa teria como objetivo impedir a conduta antissocial ao pas-so que a judiciária apurar os fatos já ocorridos.

A função policial, por suas características e finalida-des, fundamenta-se nos princípios da hierarquia e da disciplina. Toda e qualquer organização necessita de hierarquia e disciplina para seu funcionamento.

Para fixar:

DISCIPLINA Ordenação progressiva de auto-ridade, é necessária para fixar funções e responsabilidades.

HIERARQUIA Obediência às funções que se deve desempenhar, é funda-mental para o desenvolvimento das atividades

São servidores policiais civis os integrantes das car-reiras previstas no Quadro de Pessoal da Polícia Civil (QPPC). A saber:

• Delegado• Investigador de Polícia• Escrivão de Polícia• Papiloscopista• Agente de Operações Policiais• Comissário de Polícia (em extinção)

Capítulo II das Unidades da Polícia Civil

Unidades da Polícia Civil

Ao nível de Direção a) Departamento da Polícia Ci-vil;

b) Conselho da Polícia Civil.

c) Corregedoria Geral da Polícia Civil.

Ao nível de assessora-mento

a) Secretaria Executiva;

b) Assessoria Técnica.

A nível instrumental a) Divisão de Infraestrutura;

b) Coordenação de Informática;

c) Escola Superior de Polícia Civil;

d) Grupos Auxiliares.

Ao nível de execução a) Divisões Policiais;

b) Centro de Operações Policiais Especiais;

c) Instituto Médico Legal;

d) Instituto de Criminalística;

e) Instituto de Identificação;

f) Subdivisões Policiais;

g) Delegacias Regionais;

h) Delegacias de Polícia;

i) Outras unidades policiais ci-vis auxiliares.

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ESTATUTO DA POLÍCIA CIVIL DO PARANÁ

O Conselho da Polícia Civil é órgão consultivo, nor-mativo e deliberativo.

Consultivo Os membros da corporação pode tirar dúvidas (fazer con-sultas) sobre assuntos pertinen-tes a este estatuto.

Normativo O Conselho irá baixar o regu-lamento sobre assuntos de sua alçada.

Deliberativo Cabe ao Conselho decidir sobre assuntos postos em pauta.

Importante: O Conselho tem es-

sas atribuições para fins de controle do

ingresso, ascensão funcional, hierarquia e

regime disciplinar das carreiras policiais

civis.

O Conselho é integrado pelos seguintes membros:

Ao Conselho da Polícia Civil do Estado do Paraná compete:

a) deliberar sobre as questões que lhe forem submetidas pelo de-legado geral de Polícia Civil;

b) zelar pela observância dos princípios e funções da Polícia Civil do Estado do Paraná;

c) aprovar regimentos internos das unidades policiais civis e ou-tros atos normativos que definam a atuação da Instituição;

d) propor medidas de aprimoramento técnico-profissio-nal, visando ao desenvolvimento e a eficiência da organiza-ção policial civil;

e) pronunciar-se sobre matéria relevante, concernente a funções, princípios e condutas funcionais ou particulares do policial civil que resultem em reflexos à Instituição;

f) examinar e avaliar as propostas das unidades admi-nistrativas da Polícia Civil do Estado do Paraná, em função dos planos e programas de trabalhos previstos para cada exercício financeiro;

g) analisar e avaliar programas e projetos atinentes à expansão de recursos humanos;

h) proceder ao julgamento, como instância originária, dos pro-cessos disciplinares instaurados contra autoridades policiais civis;

i) deliberar sobre a remoção de delegados de polícia, no interesse do serviço policial, observadas as disposições desta lei;

j) deliberar sobre proposta de criação e extinção de car-gos e de unidades administrativas no âmbito da Polícia Civil do Estado do Paraná;

l) deliberar sobre a promoção por merecimento do po-licial, por ato de bravura e post mortem e para proposição de comendas previstas em lei, conforme dispuser o regula-mento;

m) deliberar, conclusivamente, sobre a indenização, pro-moção ou pensão especial decorrente de enfermidade ou morte em virtude de serviço ou do exercício da função;

n) exercer outras atribuições previstas em lei.

O Regulamento da Polícia Civil estabelecerá a es-trutura e o funcionamento das unidades, bem como, as atribuições dos respectivos servidores policiais civis, observado o disposto nesta lei.

Capítulo III Das Autoridades Policiais, Seus Agentes e Auxiliares

São autoridades policiais:

Os agentes e auxiliares são subordinados diretamen-te às autoridades policiais perante as quais servirem, ob-servado o disposto no § 3º., do art. 209.

Os servidores da Polícia Científica, no interior do Estado, subordinam-se administrativamente à auto-ridade policial competente, exceto os dos Institutos Médico Legal e de Criminalística, quando houver Secção Técnica em funcionamento, com a respectiva chefia preenchida.

A polícia científica é a responsável por reconsti-tuir a materialidade do delito, ou, em palavras mais simples, descobrir a verdade sobre como o crime aconteceu, orientando a investigação policial e o pro-cesso criminal. É a prova pericial que demonstra-rá, por exemplo, se o acusado por um determinado crime realmente o praticou ou não, ou se agiu em legítima defesa.

Em decorrência da Emenda Constitucional Esta-dual nº 10, de 24 de outubro de 2001, desvincula-ram-se do Departamento da Polícia Civil, passando a constituir a Polícia Científica do Estado do Paraná. Trata-se de uma unidade administrativa, técnica e financeiramente autônoma, subordinada à Secreta-ria de Estado de Segurança Pública do Paraná.

Mas olha só: Quando do desempenho de serviços policiais em equipe, os servidores policiais civis espe-cializados, técnicos, científicos e administrativos, serão dirigidos pela autoridade policial competente.

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CAPÍTULO 02 - Estatuto da Polícia Civil do Paraná

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Veja como é cobrado em provas:

(UFPR – 2007 – Polícia Civil-PR)De acordo com a Lei complementar nº 98/2003,

que alterou dispositivos do Estatuto da Polícia Civil do Estado do Paraná (Lei Complementar nº 14/82), o Conselho da Polícia Civil é integrado, dentre outros membros:

a. pelo Secretário de Estado da Segurança Pú-blica, como presidente e membro nato.

b. por 5 (cinco) delegados de polícia estáveis, indicados pelo Delegado Geral da Polícia Civil.

c. pelo Delegado Geral da Polícia Civil, como membro nato e presidente do Conselho.

d. por 1 (um) representante da Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania, de notório saber jurídico e experiência administrativa, indicado pelo respectivo Secretário de Estado.

e. por 1 (um) representante da Procuradoria do Município da Capital do Estado do Paraná, in-dicado pelo Procurador Geral do Município.

Comentários

O Conselho da Polícia Civil, nos termos do artigo 47, § 2º, da Constituição do Estado do Paraná, é órgão con-sultivo, normativo e deliberativo, para fins de controle do ingresso, ascensão funcional, hierarquia e regime disci-plinar das carreiras policiais civis, sendo integrado pelos seguintes membros:

I. o delegado geral da Polícia Civil, como presidente e membro nato;

II. o delegado geral adjunto da Polícia Ci-vil, como vice-presidente e membro nato;

III. pelo corregedor-geral da Polícia Civil; IV. por dois representantes do Ministério

Público, indicados pelo Procurador-Geral de Jus-tiça;

V. por dois Delegados de Polícia estáveis, in-dicados pelo Governador do Estado do Paraná;

VI. por um representante da Secretaria de Estado da Segurança Pública, de reconhecido sa-ber jurídico e experiência administrativa, indica-do pelo respectivo Secretário;

VII. por um representante da Procuradoria--Geral do Estado, indicado pelo Procurador-Geral do Estado;

Portanto a única assertiva correta é a letra C.GABARITO: Letra “C”.

Título II das Carreiras e do Provimento

Capítulo I das Carreiras Policiais

Art. 13. São Carreiras Policiais:I - Delegado de Polícia;II - Comissário de Polícia (em extinção);III - Investigador de Polícia;IV - Escrivão de Polícia;

V - Papiloscopista;VI - Agente em Operações Policiais

O que faz cada um?DELEGADO - São policiais civis responsáveis pe-

las delegacias e por todas as ocorrências policiais registradas em sua área de competência;

COMISSÁRIO DE POLÍCIA – era o cargo mais elevado das carreiras de agente das policias civis. Perdeu suas atribuições com a criação do cargo de Delegado;

INVESTIGADOR DE POLÍCIA - investigar indí-cios e provas subjetivas e objetivas para esclarecer a autoria de crime e todas as pessoas relacionadas a ele;

ESCRIVÃO DE POLÍCIA – Responsável pelo tra-balho burocrático. Documenta e acompanha o de-senvolvimento de processos policiais;

AGENTE EM OPERAÇÕES POLICIAIS – exercem atividades congêneres a dos Investigadores, reali-zando demais atribuições da polícia judiciária, como efetuar prisões, buscas, atender ocorrências poli-ciais, entregar intimações etc.

PAPILOSCOPISTA – profissional especializado em identificação humana.

Os que trabalham externamente realizam seu serviço na área do crime, que pode ser desde algo leve como um arrombamento, até um assassinato.

Já os que trabalham internamente fazem o servi-ço em Institutos de Identificação, onde normalmen-te encontra-se um Laboratório de Papiloscopia, que possui equipamentos para realizar a identificação.

Capítulo II do Concurso

As classes iniciais das carreiras policiais civis se-rão providas mediante concurso público regionalizado, de provas, ou de provas e títulos, para o provimento de cargos que exijam formação de nível superior, realizada através das seguintes fases, todas eliminatórias:

I - Prova preambular de conhecimentos gerais;II - Prova de conhecimento específicos;III - Exame de Investigação de conduta;IV - Exame de Higidez Física;V - Exame de Aptidão Física.

Observe que só será aplicada a modalidade provas e títulos para cargos que exijam graduação superior. Além disso, tem algumas regrinhas básicas. Vejamos:

§ 1º. O provimento de cargo na carreira de Delegado de Policia é privativo de bacharel em Direito.

§ 2º. Para os cargos da carreira de Perito Criminal será exigida formação de nível superior nos cursos de Química, Física, Enge-nharia e Arquitetura, Ciências Contábeis, Ge-ologia, Farmácia e Bioquímica, Ciências da Computação e Informática, e Direito, observada sempre a correspondência da função policial com a respectiva área de habilitação pro-fissional.

§ 3º. O exercício pleno da atividade policial civil depen-derá da conclusão e aprovação nos cursos de formação téc-nico-profissional específicos.

§ 4º. O número de cargos a serem preenchidos será

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DIREITO PENALPROFESSOR

Antônio Pequeno

Professor de Direit o Penal e Legislação Es-

pecial Servidor público federal desde 2009. Fis-

cal de controle urbano da Prefeit ura do Municí-

pio do Rio de Janeiro de 2007 a 2009. Aprovado no

concurso para o cargo de Ofi cial de Cartório da

Polícia Civil do Rio de Janeiro em 2009. Aprovado para

o cargo de técnico administ rativo da Anvisa.

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SUMÁRIO

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SUMÁRIO

1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL .............................................................................................................................................................215Princípios da Legalidade e da Anterioridade ............................................................................................................................................................................... 215Medidas provisórias: Nº 253 (2005), 379, 390, 394 (2007) e 417 (2008) ............................................................................................................................. 215Lei Penal no Tempo ................................................................................................................................................................................................................................. 216Sucessão de Leis no Tempo .................................................................................................................................................................................................................. 216Tempo e Lugar do Crime....................................................................................................................................................................................................................... 217Lei Excepcional e Temporária ............................................................................................................................................................................................................ 217Territorialidade e Extraterritorialidade ......................................................................................................................................................................................... 218Formas de Extraterritorialidade: ...................................................................................................................................................................................................... 219Pena Cumprida no Estrangeiro .......................................................................................................................................................................................................... 219Eficácia de Sentença Estrangeira ...................................................................................................................................................................................................... 219Contagem do Prazo................................................................................................................................................................................................................................. 220Frações não Computáveis na Pena .................................................................................................................................................................................................. 220Interpretação da Lei Penal .................................................................................................................................................................................................................. 220Analogia ....................................................................................................................................................................................................................................................... 221Irretroatividade da Lei Penal .............................................................................................................................................................................................................. 221Conflito Aparente de Normas ............................................................................................................................................................................................................. 221Infração Penal ...........................................................................................................................................................................................................................................222A Teoria Adotada pela Doutrina é a Finalista Tripartida........................................................................................................................................................223

2. O FATO TÍPICO E SEUS ELEMENTOS ........................................................................................................................................ 223Conduta ........................................................................................................................................................................................................................................................223Resultado .....................................................................................................................................................................................................................................................224Espécies de Causas ..................................................................................................................................................................................................................................225Crimes Consumados e Tentados ........................................................................................................................................................................................................226Pena de Tentativa .................................................................................................................................................................................................................................... 230Concurso de Crimes ............................................................................................................................................................................................................................... 230Crime Continuado ....................................................................................................................................................................................................................................233Ilicitude e Causas de Exclusão e Punibilidade ............................................................................................................................................................................235Ilicitude ........................................................................................................................................................................................................................................................235Estado de Necessidade .........................................................................................................................................................................................................................236Legítima Defesa ........................................................................................................................................................................................................................................236Ofendículo ...................................................................................................................................................................................................................................................237Excesso Punível ........................................................................................................................................................................................................................................238Culpabilidade (Elementos e Causas de Exclusão) e Imputabilidade Penal .....................................................................................................................238Imputabilidade .........................................................................................................................................................................................................................................238Potencial Consciência da Ilicitude ................................................................................................................................................................................................... 240

3. DOS CRIMES CONTRA A HONRA ................................................................................................................................................241Calúnia ......................................................................................................................................................................................................................................................... 241 Disposições Comuns ..............................................................................................................................................................................................................................245

4. DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL .......................................................................................................... 246I - Dos Crimes Contra a Liberdade Pessoal ...................................................................................................................................................................................246Causas de Aumento de Pena ..............................................................................................................................................................................................................246Seção II - Dos Crimes contra a Inviolabilidade do Domicílio ................................................................................................................................................249Seção III - Dos Crimes contra a Inviolabilidade de Correspondência ............................................................................................................................... 251Seção IV - Dos Crimes contra a Inviolabilidade dos Segredos ..............................................................................................................................................253

5. DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO .................................................................................................................................... 255Capítulo I - Do Furto ...............................................................................................................................................................................................................................255Capítulo II - Do Roubo e da Extorsão...............................................................................................................................................................................................258Capítulo III - Da Usurpação .................................................................................................................................................................................................................264Capítulo IV - Do Dano ............................................................................................................................................................................................................................264Capítulo V - Da Apropriação Indébita .............................................................................................................................................................................................265Capítulo VI - Do Estelionato e outras Fraudes ............................................................................................................................................................................267Capítulo VII - Da Receptação .............................................................................................................................................................................................................. 271Capítulo VIII - Disposições Gerais ....................................................................................................................................................................................................274

6. DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA...................................................................................................................................... 274Capítulo I - Da Moeda Falsa .................................................................................................................................................................................................................274Capítulo II - Da Falsidade de Títulos e Outros Papéis Públicos ............................................................................................................................................277Capítulo IV - De Outras Falsidades ..................................................................................................................................................................................................283Capítulo V (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) - Das Fraudes em Certames de Interesse Público (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) ..285

7. DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ...................................................................................................... 286Capítulo I - Dos Crimes Praticados por Funcionário Público contra a Administração em Geral ..........................................................................286Capítulo II - Dos Crimes Praticados por Particular contra a Administração em Geral ............................................................................................ 290Capítulo II - A (Incluído pela Lei nº 10.467, de 11.6.2002) - Dos Crimes Praticados por Particular Contra a Administração Pública Estrangeira .................................................................................................................................................................................................................................................295

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SUMÁRIO

Capítulo III - Dos Crimes contra a Administração da Justiça ...............................................................................................................................................295Capítulo IV - Dos Crimes Contra as Finanças Públicas ...........................................................................................................................................................298Concurso de Pessoas ...............................................................................................................................................................................................................................299

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CAPÍTULO 01 - Aplicação da Lei Penal

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1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL

Princípios da Legalidade e da Anterioridade

Princípio da Legalidade e seus dois desdobramentos: princípio da reserva legal e da anterioridade

Art.5º,II, CRFB/88 – “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”

Art.5º, XXXIX, CRFB/88 - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

Art. 1º do Código Penal - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. (Re-dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Princípio da reserva legal ou da est rit a legali-dade - O art.5º, inc.XXXIX, da Const it uição Federal e o art. 1º supracit ado tratam do princípio da reserva legal ou est rit a legalidade. Preceit ua, basicamente, a exclusi-vidade da lei para a criação de delit os (e contravenções penais) e cominação de penas, possuindo indiscutível dimensão democrática, pois representa a aceit ação pelo povo, representado pelo Congresso Nacional, da opção legislativa no âmbit o criminal. De fato, não há crime sem lei anterior que o defi na, nem pena sem prévia co-minação legal (nullum crimen nulla poena sine lege). É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativo a direit o penal (Const it uição Federal, art.62, inc.I, alínea B).

***Medida Provisória pode tratar sobre Direit o Penal Incriminador? E quanto ao Direit o Penal não incriminador ou uma norma permissiva?

Em hipótese alguma uma medida provisória poderá tratar sobre direit o penal incriminador, conforme o arti-go 62, §1ª, I, b, da C.F/88.

Art. 62. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

I – relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

b) direito penal, processual penal e processual civil; (In-cluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

Respondendo a segunda indagação, a medi-da provisória poderá tratar de Direit o Penal não incriminador ou uma norma permissiva. Abaixo temos exemplos de medida provisória tratando de Direit o Penal não incriminador.

Medidas provisórias: Nº 253 (2005), 379, 390, 394 (2007) e 417 (2008)

(LEI 10826/2003) Art. 30. Os possuidores e pro-prietários de arma de fogo de uso permit ido ainda não regist rada deverão solicit ar seu regist ro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresentação de documen-to de identifi cação pessoal e comprovante de residência fi xa, acompanhados de nota fi scal de compra ou com-provação da origem lícit a da posse, pelos meios de pro-va admit idos em direit o, ou declaração fi rmada na qual const em as caract eríst icas da arma e a sua condição de proprietário, fi cando est e dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências cons-tantes dos incisos I a III do caput do art. 4o dest a Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo)

LEI (10826/2003) Art. 32. Os possuidores e proprie-tários de arma de fogo poderão entregá-la, espontane-amente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma do regulamento, fi cando extinta a punibilidade de eventual posse irregular da re-ferida arma. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

O STF também entende que a medida provisó-ria pode tratar sobre Direit o Penal não incrimi-nador, conforme o julgado abaixo:

(STF – Segunda Turma – HC 88594 – Rela Min. Eros Graus – DJ 02/06/2008)

*** Lei delegada pode tratar sobre Direit o Pe-nal???

R.: A lei delegada não pode tratar sobre Direit o Penal, conforme o artigo 68, §1º, C.F/88.

Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Pre-sidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.

§ 1º - Não serão objeto de delegação os atos de compe-tência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:

Princípio da anterioridade da lei penal – Decor-

re também do art.5º, inc.XXXIX, da Const it uição Federal, e do artigo 1º do Código Penal, quando est abelecem que o crime e a pena devem est ar defi nidos em lei prévia ao fato cuja punição se pretende.

A lei penal produz efeit os a partir de sua entrada em vigor. Não pode retroagir, salvo para benefi ciar o réu.

É proibida a aplicação da lei penal inclusive aos fa-tos praticados durante seu período de vacatio. Embora já publicada e vigente, a lei ainda, não est ará em vigor e não alcançará as condutas praticadas em tal período.

Publicação da Lei Entrada em Vigor

Vacatio Legis

Exemplo de aplicação do princípio da anteriorida-de foi o caso da cola eletrônica. Antes do advento da lei 12550/2011 quem fraudava concurso público, avaliação

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216

DIREITO PENAL

ou exames públicos, processo seletivo para ingresso de ensino superior ou exame ou processo previsto em lei, segundo o STF a conduta do agente era considerada atí-pica. Hoje, temos a tipificação dessa conduta prevista no artigo 311-A do Código Penal:

Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)

I - concurso público; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)II - avaliação ou exame públicos; (Incluído pela Lei

12.550. de 2011)III - processo seletivo para ingresso no ensino superior;

ou (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: (In-

cluído pela Lei 12.550. de 2011)Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)

Lei Penal no Tempo

“Tempus Regit Actum” (o Tempo Rege o Ato)

A regra geral é a da prevalência da lei que se en-contrava em vigor quando da prática do fato, vale dizer, aplica-se vigente quando da prática da conduta (tempus regit actum). Dessa forma, resguarda-se a reserva legal, bem como a anterioridade da lei penal, em cumprimento às diretrizes do texto constitucional.

***Princípio da irretroatividade: “ ART.5º, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

Extra-atividade - A exceção é a extra-atividade, ou seja, a possibilidade de aplicação de uma lei a fatos ocor-ridos fora do âmbito de sua vigência. O fenômeno da ex-tratividade, no campo penal, realiza-se em dois ângulos:

a. Retroatividade - Abre-se exceção à vedação à irretroatividade quando se trata de lei penal be-néfica. Esta pode voltar no tempo para favorecer o agente, ainda que o fato tenha sido decidido por sentença condenatória com trânsito em julgado (art. 5.º, XL, CF; art. 2.º, parágrafo único, CP).

b. Ultra-atividade - Significa a aplicação da lei penal benéfica, já revogada, a fato ocorrido após o período da sua vigência.

Sucessão de Leis no Tempo

Sucessão de Lei Incriminadora (Neocriminalização)

Exemplo de neocriminalização foi o caso da cola eletrônica. Antes do advento da lei 12550/2011 quem fraudava concurso público, avaliação ou exames públi-cos, processo seletivo para ingresso de ensino superior ou exame ou processo previsto em lei, segundo o STF a conduta do agente era considerada atípica. Hoje, temos

a tipificação dessa conduta prevista no artigo 311-A do Código Penal:

Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)

I - concurso público; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)II - avaliação ou exame públicos; (Incluído pela Lei

12.550. de 2011)III - processo seletivo para ingresso no ensino superior;

ou (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: (In-

cluído pela Lei 12.550. de 2011)Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)

Lei Penal Nova Mais Grave ou “Novatio Legis In Pejus”

É a lei posterior que traz uma gravidade para o agente. Pode ser através de uma pena mais grave, mudança no tipo de ação penal, mudança no prazo prescricional do crime, são exemplos que vão preju-dicar o réu.

Ela não poderá retroagir. Nesse caso será aplicado o efeito ultra-ativo para que lei antiga, mesmo depois de revogada ou cessado os seus efeitos, seja aplicada, para que a lei posterior não prejudique o réu.

Qual lei deverá ser aplicada se no decorrer da conduta de crime permanente e crime continua-do vier surgir uma lei mais grave?

De acordo com a súm. 711 do STF, será aplicada a lei mais grave no caso de crime permanente e continuado, por uma questão de lógica! Ex.: Mário sequestro Maria sob a vigência da lei A (que trazia a pena do crime de sequestro de reclusão de 2 a 3 anos), a conduta do sujei-to se prolongou pelo período de 3 meses, nesse período surge a lei B que traz a conduta de forma mais grave (pena do crime passa a ser reclusão de 2 a 5 anos). Por uma questão lógica, a conduta de Mário só veio a cessar depois do advento da lei mais grave, então essa que de-verá ser aplicada.

“Art.5º, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para bene-ficiar o réu”;

“Abolitio Criminis” (Abolição do Crime)

É a nova lei que exclui do âmbito do Direito Penal um fato até então considerado criminoso. Encontra pre-visão legal no art. 2º, caput, do CP. Alcança a execução e os efeitos penais da sentença condenatória, não servin-do como pressuposto da reincidência, nem configurando maus antecedentes. Sobrevivem, entretanto, os efeitos ci-vis de eventual condenação, isto é, a obrigação de repa-rar o dano provocado pela infração penal e a constituição de título executivo judicial.

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CAPÍTULO 01 - Aplicação da Lei Penal

217

Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei pos-terior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Re-dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).

A natureza jurídica do “Abolitio Criminis” é ser uma causa de extinção da punibilidade, conforme o artigo 107, III, C.P. Exemplo de abolição do crime foi o que ocor-reu com o crime de adultério (art.240 do C.P), extirpado do ordenamento jurídico pela lei 11106/2005.

Novatio Legis In Mellius (Lei Nova Mais Benéfica)

Por vezes, o legislador prefere alterar determinado tipo penal incriminador, variando a descrição da condu-ta, de forma a excluir certas maneiras de execução, bem como modificando a sanção penal, conferindo-lhe abran-damento ou concedendo-lhe benefícios penais antes ine-xistentes. Assim, mantém-se a figura delitiva, embora com outra face. Quando isso acontece, não se trata de abolição do crime, mas apenas de modificação benéfica da lei penal.

Exemplo: foi o que aconteceu com

o artigo 28 da lei de Drogas (11343/2006),

que veio trazendo uma despenaliza-

ção comparando com o artigo 16 da lei

6368/1976 (antiga lei de entorpecentes). Os

dois crimes supracitados tratam do por-

te para consumo próprio, sendo que a lei

6368/1976 foi revogada totalmente pela lei

11343/2006.

Previsão da “ NOVATIO LEGIS IN MELLIUS” está no artigo 2ª, § único do C.P, conforme abaixo:

Art.2º, Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ain-da que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).

Para beneficiar o réu, admite-se combinação de leis?

Lei APena: 1 a 3

Multa

Lei BPena: 2 a 6Sem multa

Lei A + Lei BPena: 1 a 3Sem multa

Pode ocorrer o conflito entre duas leis penais suces-sivas no tempo, cada qual com partes favoráveis e des-favoráveis ao réu. A discussão reside na possibilidade ou não de o juiz, na determinação da lei penal mais branda, acolher os preceitos favoráveis da primitiva e, ao mesmo tempo, os da posterior, combinando-os para utilizá-los no caso concreto, de modo a extrair o máximo benefício resultante da aplicação conjunta dos aspectos mais inte-ressantes ao réu.

Atualmente, o Supremo Tribunal Federal não

admite a combinação de leis penais. O Superior Tribunal de Justiça, de seu turno, editou a Súmula 501, igualmente contrária à combinação de leis penais: “É cabível a aplicação retroativa da Lei 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis”

Princípio da Continuidade Normativo-Típica

O princípio da continuidade normativa, tam-bém conhecido como princípio da continuidade tí-pico-normativa, pois o fato subsiste criminoso, embora disciplinado em tipo penal diverso.

Exemplo da aplicação desse princípio foi o que ocor-reu com o tipo penal do art.214, atentado violento ao pu-dor. Este não foi abolido, e sim, migrou do artigo 214 para o artigo 213 do C.P. O que era atentado violento ao pudor, hoje é estupro depois do advento da lei 12105/2009.

Tempo e Lugar do Crime

Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resulta-do.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)

Importante: O Código Penal ado-

tou a teoria da atividade: considera-se o

crime praticado no momento da conduta

omissiva ou comissiva

Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)

O Código Penal adotou a teoria da ubiquidade: Nos termos do art. 6º do Código Penal “considera-se pra-ticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omis-são, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado”. Foi, portanto, adotada a teoria da ubiquidade, segundo a qual o lugar do crime é tanto o da conduta quanto o do resultado

Lei Excepcional e Temporária

Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decor-rido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)

Lei Excepcional é aquela feita para vigorar em épo-cas especiais, como guerra, calamidade etc. É aprovada para vigorar enquanto perdurar o período excepcional.

Lei Temporária é aquela feita para vigorar por de-terminado tempo, estabelecido previamente na própria lei. Assim, a lei traz em seu texto a data de cessação de sua vigência.

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218

DIREITO PENAL

Nessas hipóteses, determina o art. 3º do Código Penal que, embora cessadas as circunstâncias que a determi-naram (lei excepcional) ou decorrido o período de sua duração (lei temporária), aplicam-se elas aos fatos prati-cados durante sua vigência. São, portanto, leis ultra-ati-vas, pois regulam atos praticados durante sua vigência, mesmo após sua revogação.

Territorialidade e Extraterritorialidade

Territorialidade

Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de con-venções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)

§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como ex-tensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo bra-sileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)

§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes pra-ticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspon-dente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)

Há várias teorias para fixar o âmbito de aplicação da norma penal a fatos cometidos no Brasil:

a. Princípio da territorialidade. A lei pe-nal só tem aplicação no território do Estado que a editou, pouco importando a nacionalidade do su-jeito ativo ou passivo.

b. Princípio da territorialidade absoluta. Só a lei nacional é aplicável a fatos cometidos em seu território;

c. Princípio da territorialidade tempera-da. A lei nacional se aplica aos fatos praticados em seu território, mas, excepcionalmente, permi-te-se a aplicação da lei estrangeira, quando assim estabelecer algum tratado ou convenção interna-cional. Foi este o princípio adotado pelo art. 5º do Código Penal: Aplica-se a lei brasileira, sem pre-juízo de convenções, tratados e regras de direi-to internacional, ao crime cometido no território nacional.

O Território Nacional abrange todo o espaço em que o Estado exerce sua soberania: o solo, rios, lagos, mares interiores, baías, faixa do mar exterior ao longo da costa (12 milhas) e espaço aéreo. Os § 1º e 2º do art. 5º do Código Penal esclarecem ainda que:

“Para os efeitos penais, consideram-se como exten-são do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as ae-ronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar” (§ 1º).

“É também aplicável a lei brasileira aos crimes pra-ticados a bordo de aeronaves ou embarcações estran-geiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil” (§ 2º).

Extraterritorialidade

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometi-dos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)

I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repú-blica; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Dis-trito Federal, de Estado, de Território, de Município, de em-presa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domi-ciliado no Brasil; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

II - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em territó-rio estrangeiro e aí não sejam julgados. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estran-geiro.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

b) ser o fato punível também no país em que foi pratica-do; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime come-tido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reu-nidas as condições previstas no parágrafo anterior: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

Comentários sobre a Extraterritorialidade Extraterritorialidade Incondicionada: art. 7º, CP Princípio da Extraterritorialidade: consiste na

aplicação da lei brasileira aos crimes cometidos fora do Brasil.

Em respeito ao princípio da soberania, um país não pode impor regras jurisdicionais a outro.

O direito internacional concede ampla liberdade aos Estados para julgar, dentro de seus limites territoriais,

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NOÇÕES DEDIREITO CONSTITUCIONALPROFESSOR

Willian Prates

Professor de Direit o Const it ucional, Administ rativo,

Tributário e Processo Civil em diversos preparatórios

para concursos públicos. Foi coordenador pedagógico

de diversos preparatórios para concursos. Palest rante

sobre planejamento e técnicas de est udos. Palest ran-

te motivacional. Foi Cadete do Curso de Formação de

Ofi ciais da Polícia Milit ar do Est ado de Minas Gerais

– aprovado no concurso aos 17 anos de idade. Apro-

vado em mais de 13 concursos públicos e vest ibulares

de universidades públicas, entre os quais: Minist ério

Público da União, Banco Central do Brasil, Corpo de

Bombeiros Milit ar do Est ado de Minas Gerais e Polícia

Civil do Est ado de Minas Gerais.

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SUMÁRIO

307

SUMÁRIO

Apresentação do Material ....................................................................................................................................................................................................................309

1. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ......................................................................................................................................................309Análise dos Artigos 1º-4º .......................................................................................................................................................................................................................309Formas de Governo .................................................................................................................................................................................................................................309Formas de Estado .....................................................................................................................................................................................................................................310Regime Político ..........................................................................................................................................................................................................................................311Regime ou Sistema de Governo ..........................................................................................................................................................................................................311Fundamentos da República Federativa Brasil ............................................................................................................................................................................. 312Tripartição dos Poderes ......................................................................................................................................................................................................................... 312Objetivos Fundamentais........................................................................................................................................................................................................................ 313Princípios das Relações Internacionais .......................................................................................................................................................................................... 313Objetivos Internacionais ....................................................................................................................................................................................................................... 313Questões Gabaritadas ............................................................................................................................................................................................................................ 314

2. EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS .......................................................................................................................315Tipos de Eficácia ....................................................................................................................................................................................................................................... 315Espécies de Normas de Eficácia Limitada ..................................................................................................................................................................................... 316Definidoras de Princípios Programáticos ...................................................................................................................................................................................... 316Questões Gabaritadas ............................................................................................................................................................................................................................ 316

3. DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ..................................................................................................................317Diferença entre Direitos e Garantias ............................................................................................................................................................................................... 317Titularidade dos Direitos e Garantias Fundamentais ............................................................................................................................................................... 317Gerações ou Dimensões de Direitos Fundamentais .................................................................................................................................................................. 317Características dos Direitos Fundamentais .................................................................................................................................................................................. 318Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos ........................................................................................................................................................................... 319Direito à Igualdade .................................................................................................................................................................................................................................. 319Origem ..........................................................................................................................................................................................................................................................335Possíveis Nomes .......................................................................................................................................................................................................................................335Remédios Constitucionais ....................................................................................................................................................................................................................339Questão Gabaritada ................................................................................................................................................................................................................................344

4. DIREITOS SOCIAIS ............................................................................................................................................................................ 345Direitos Sociais em Espécie .................................................................................................................................................................................................................345Direito Individual do Trabalho ...........................................................................................................................................................................................................346Direitos Coletivo do Trabalho – Direito Sindical .........................................................................................................................................................................350

5. DIREITOS DA NACIONALIDADE ................................................................................................................................................. 352Nacionalidade Primária ou Originária ...........................................................................................................................................................................................353Nacionalidade Secundária ou Adquirida .......................................................................................................................................................................................353Distinções entre Brasileiro Nato e Naturalizado ........................................................................................................................................................................354Hipóteses de Perda da Nacionalidade .............................................................................................................................................................................................354Idioma e Símbolos Nacionais ..............................................................................................................................................................................................................355Questões Gabaritadas ............................................................................................................................................................................................................................355

6. DIREITOS POLÍTICOS ....................................................................................................................................................................... 356O Voto Como Forma de Democracia Indireta ...............................................................................................................................................................................356Instrumentos de Democracia Direta ................................................................................................................................................................................................357Capacidade Eleitoral Ativa ...................................................................................................................................................................................................................357Capacidade Eleitoral Passiva ..............................................................................................................................................................................................................357Direitos Políticos Negativos .................................................................................................................................................................................................................358Princípio da Anualidade da Lei Eleitoral ....................................................................................................................................................................................... 361Partidos Políticos ...................................................................................................................................................................................................................................... 361Questões Gabaritadas ............................................................................................................................................................................................................................362

7. PODER LEGISLATIVO ....................................................................................................................................................................... 363Considerações Gerais .............................................................................................................................................................................................................................363Estrutura e Funcionamento do Poder Legislativo ......................................................................................................................................................................363Atribuições do Poder Legislativo .......................................................................................................................................................................................................366Estatuto dos Congressistas ..................................................................................................................................................................................................................366Incompatibilidades dos Parlamentares ..........................................................................................................................................................................................368Perda do Mandato ....................................................................................................................................................................................................................................368

8. PODER EXECUTIVO .......................................................................................................................................................................... 369Atribuições do Presidente da República ........................................................................................................................................................................................369Responsabilidade do Presidente da República ............................................................................................................................................................................370Questões Gabaritadas ............................................................................................................................................................................................................................ 371

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308

SUMÁRIO

9. DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA .................................................................................................................................. 373Ministério Público ...................................................................................................................................................................................................................................373Advocacia Pública ....................................................................................................................................................................................................................................374Defensoria Pública ..................................................................................................................................................................................................................................375Advocacia Privada ...................................................................................................................................................................................................................................376Questões Gabaritadas ............................................................................................................................................................................................................................376

10. ORDEM SOCIAL .................................................................................................................................................................................377Seguridade Social.....................................................................................................................................................................................................................................377Meio-Ambiente .........................................................................................................................................................................................................................................383Educação ......................................................................................................................................................................................................................................................383Cultura ..........................................................................................................................................................................................................................................................385Desporto .......................................................................................................................................................................................................................................................386Família, Criança, Adolescente, Jovem e Idoso ..............................................................................................................................................................................386Ciência e Tecnologia ...............................................................................................................................................................................................................................388Comunicação Social ................................................................................................................................................................................................................................388Índios.............................................................................................................................................................................................................................................................389Questões Gabaritadas ............................................................................................................................................................................................................................389

11. DIREITOS HUMANOS .....................................................................................................................................................................390Generalidades e Conceito .....................................................................................................................................................................................................................390Gerações ou Dimensões de Direitos Fundamentais .................................................................................................................................................................. 391Características dos Direitos Humanos ............................................................................................................................................................................................ 391Evolução Histórica ...................................................................................................................................................................................................................................392Objetivos, Princípios e Principais Características da Carta de São Francisco ..............................................................................................................392Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948 (DUDH) ...............................................................................................................................................393Questões Gabaritadas ............................................................................................................................................................................................................................398

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CAPÍTULO 01 - Princípios Fundamentais

309

Apresentação do Material

A presente obras foi elaborada na medida certa para aqueles que estão se preparando para concursos públi-cos (nível médio ou superior) – tribunais, carreiras admi-nistrativas, carreira policial, carreira fiscal etc.

Os temas são abordados na profundidade necessária, em sintonia com o entendimento doutrinário majoritário e jurisprudência dos tribunais superiores (notadamente o Supremo Tribunal Federal), bem como o entendimento das principais bancas organizadoras de concursos públi-cos do Brasil.

Obra indicada para aqueles que estão no início dos estudos, bem como para aqueles que desejam aprofun-dar os conhecimentos em alguns temas do Direito Cons-titucional.

1. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Os princípios fundamentais são tratados na Consti-tuição Federal de 1988 (CF/88) entre os artigos 1º e 4º.

É tema que se relaciona com a parte estrutural do Es-tado, onde são abordados fundamentos, objetivos, prin-cípios que regerem as relações internacionais do Brasil, bem como os objetivos internacionais.

Análise dos Artigos 1º-4º

Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Fe-deral, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: [...].

Do dispositivo acima é possível extrair:

• Forma de governo (república);• Forma de Estado (federado);• Regime político (democrático).

Implicitamente também é possível extrair o regime ou sistema de governo adotado pelo Brasil, que é o pre-sidencialismo.

Formas de Governo

A forma de governo trata da relação governante-go-vernado, notadamente no que se relaciona ao exercício do poder. no que tange ao exercício do poder. Analisar forma de governo é analisar fonte do poder.

Como os governantes adquirem o poder?O exercício do poder é de forma temporária ou

vitalícia?Há responsabilidade dos governantes perante

os governados?

Republicana

República vem do latim “res”, que significa coisa, e pública, que significa algo que é público, do povo.

Desse modo, a coisa, que é o poder, é do povo, que o exerce diretamente ou por meio de representantes elei-tos (art. 1º, parágrafo único, CF/88).

Na república, os governantes chegam ao poder atra-vés das eleições, cujo mandato é exercido por prazo de-terminado, e, ainda, devem prestar contas aos governa-dos, de modo que na república há a responsabilidade do governante.

Na Forma de Governo Republicana os governantes chegam ao Poder através de eleições, exercem manda-to por prazo determinado, devendo ainda prestar contas aos governados, ou seja, na República temos a responsa-bilidade do Governante.

Exemplo: Brasil – O Presidente

da República chega ao poder através de

eleição, para exercer mandato por 4 anos,

representando os anseios do povo. Caso co-

menta algum crime de responsabilidade,

será processado e julgado por tal crime,

cuja condenação gera a perda do cargo,

suspensão de direitos políticos etc.

A forma de governo republicano possui as seguintes características:

• Eletividade;• Temporalidade;• Representatividade popular, pois os gover-

nantes são eleitos para representar o povo;• Responsabilidade do governante.

Monarquia

Na monarquia, o poder é exercido por uma única pessoa – o rei e sua família real. O povo não é titular do poder.

Na forma de governo monárquico, o governante che-ga ao poder pelo fato de pertencer à família real, e o exercício do poder se dá de forma vitalícia (não há elei-ções “reais”), de modo que não há representatividade po-pular. O governante é irresponsável, pois não há presta-ção de contas de seus atos.

A monarquia possui as seguintes características:

• Hereditariedade;• Vitaliciedade;• Não representatividade popular, pois o rei

não é eleito pelo povo (cidadãos);• Irresponsabilidade do governante, pois este

não presta conta dos seus atos.

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310

DIREITO CONSTITUCIONAL

República Monarquia

Eletividade Hereditariedade

Temporalidade Vitaliciedade

Representatividade popular Não-representatividade popular

Responsabilidade do Governan-te – deve prestar contas

Irresponsabilidade do gover-nante – Não prestação de contas

Prosseguindo com os desdobramentos do caput do art. 1º, temos que o Brasil é uma República Federativa, e isso diz respeito à Forma de Estado adotada pelo Brasil.

Formas de Estado

A forma de estado diz respeito à distribuição espacial do poder, ou seja, como o poder é geograficamente distri-buído dentro do território.

Estado Unitário

No Estado unitário existe apenas um ente com capacidade política no território, o que não impede a realização de descentralizações administrativas.

Assim, é possível a existência de governos regionais, frutos de descentralização administrativa. No entanto, estes governos não possuem poderes políticos (mas sim, administrativos), de modo que não são dotados de auto-nomia.

Exemplo: Portugal é um Estado

unitário, pois o país não é dividido em en-

tes federados. O que existe é descentrali-

zação administrativa, onde são formadas

as províncias, mas qualquer obra, por me-

nor que seja, é feita pelo governo central,

pois os administradores das províncias

não possuem nenhuma capacidade políti-

ca, não possuem autonomia. A divisão em

províncias é simplesmente para facilitar

a constatação e solução de problemas. As decisões nacionais, regionais e locais partem de um único centro de poder.

Estado Composto

Já no Estado composto há a presença de vários entes políticos, ou seja, vários são os entes dotados de capacidade política (descentralização).

Dependendo da composição do Estado, este poderá ser federado (entes autônomos) ou confederado (entes soberanos). Importante ressaltar que o modelo de Esta-do federal brasileiro é do tipo segregador (fruto de mo-

vimento centrífugo), pois inicialmente o Brasil era um Estado unitário (Brasil Império), e, posteriormente, sur-giram entes dotados de autonomia (Estados-membros, Distrito Federal e Municípios).

Estado Federado: é formado por vários entes po-líticos dotados de autonomia. Porém, tais entes, não são dotados de poder de secessão (separação). Em regra, são organizados por uma Constituição Federal.

Exemplo: Brasil – É formado pela

União, Estados, Distrito Federal e Municí-

pios, que são entes dotados de capacidade

política, ou seja, podem legislar, se organi-

zarem administrativamente etc.

Estado Confederado: é formado por vários entes soberanos, e, geralmente, são organizados por meio de tratados e acordos internacionais.

Exemplo: União Europeia – é for-

mada por vários países que se juntaram

para constituir um Estado Confederado,

um bloco econômico. A organização é fei-

ta por meio de um tratado internacional,

e cada ente (país) que compõe o Estado

confederado pode deixá-lo quando bem

entenderem.

Quadro Comparativo

Estado Composto Federado

Estado Composto Confederado

Organizado por uma consti-tuição.

Organizados através de um tra-tado internacional

Não possuem poder de seces-são.

Possuem poder de secessão.

Os entes são dotados de Auto-nomia.

Os entes são dotados de Sobe-rania.

Prosseguindo com os desdobramento do caput do art. 1º da CF/88, constata-se que a República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Esta-dos, Municípios e DF.

A referida indissolubilidade é consequência do mo-delo federado de Estado adotado pelo Brasil, pois os en-tes federados não possuem poder de secessão.

Assim, os Estados-membros, Municípios e DF que compõem a República Federativa do Brasil não podem abandonar a mesma para formar um novo Estado fede-rado, ou seja, um novo país.

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DIREITOADMINISTRATIVOPROFESSOR

Robson Fach ini

Experiência em concursos públicos desde 1999, ten-

do sido aprovado nos cargos de agente administ rativo

da prefeit ura de Ranch aria – SP, recenciador do IBGE,

agente de escolta e vigilância penit enciária – SP, agen-

te de segurança penit enciária – SP, agente penit enciá-

rio – PR, agente penit enciário federal – MJ, analist a do

tribunal de contas do DF e atualmente aprovado para

o cargo de audit or de controle externo do tribunal de

contas dos municípios do est ado de Goiás. Formado em

tecnologia em gest ão pública pelo inst it uto tecnológico

da Universidade Federal do Paraná e pós graduando

em MBA em gest ão pública. Professor de direit o ad-

minist rativo em cursos preparatórios para concursos

desde 2010.

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SUMÁRIO

403

SUMÁRIO

1. NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO, ESTADO E GOVERNO ............................................................................ 405Conceito de Direito ..................................................................................................................................................................................................................................405Ramos do Direito ......................................................................................................................................................................................................................................405Conceito de Direito Administrativo..................................................................................................................................................................................................405Objeto do Direito Administrativo ......................................................................................................................................................................................................405Fontes do Direito Administrativo ..................................................................................................................................................................................................... 406Sistemas Administrativos ................................................................................................................................................................................................................... 406Noções de Estado .....................................................................................................................................................................................................................................407Formas de Estado .....................................................................................................................................................................................................................................407Poderes do Estado ................................................................................................................................................................................................................................... 408Noções de Governo ................................................................................................................................................................................................................................. 408Sistemas de Governo ............................................................................................................................................................................................................................. 409Formas de Governo ................................................................................................................................................................................................................................ 409Questões Gabaritadas ............................................................................................................................................................................................................................410

2. NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E TÉCNICAS ADMINISTRATIVAS ...........................................................410Conceito de Administração Pública .................................................................................................................................................................................................410Classificação da Administração Pública .........................................................................................................................................................................................411Comparação entre Governo e Administração Pública ..............................................................................................................................................................411Administração Pública Direta ............................................................................................................................................................................................................ 412Administração Pública Indireta ........................................................................................................................................................................................................ 412Organização Administrativa da União ............................................................................................................................................................................................ 413Técnicas Administrativas .....................................................................................................................................................................................................................414Criação dos Entes da Administração Indireta ............................................................................................................................................................................. 416Autarquia .................................................................................................................................................................................................................................................... 416Fundação Pública ..................................................................................................................................................................................................................................... 417Empresas Estatais (Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista) ........................................................................................................................... 418Empresa Pública ...................................................................................................................................................................................................................................... 418Sociedade de Economia Mista ............................................................................................................................................................................................................ 419Entidades Paraestatais .......................................................................................................................................................................................................................... 420Questões Gabaritadas ............................................................................................................................................................................................................................422

3. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 423Regime Jurídico Administrativo ........................................................................................................................................................................................................423Princípios Fundamentais da Administração Pública ...............................................................................................................................................................423

4. ÓRGÃOS PÚBLICOS E AGENTES PÚBLICOS .......................................................................................................................... 428Órgão Público ............................................................................................................................................................................................................................................428Agentes Públicos ..................................................................................................................................................................................................................................... 430Questões Gabaritadas ............................................................................................................................................................................................................................432

5. PODERES ADMINISTRATIVOS ..................................................................................................................................................... 433Poder Hierárquico ...................................................................................................................................................................................................................................433Poder Disciplinar .....................................................................................................................................................................................................................................434Poder de Polícia ........................................................................................................................................................................................................................................434Poder Regulamentar ...............................................................................................................................................................................................................................437Abuso de Poder .........................................................................................................................................................................................................................................437Questões Gabaritadas ............................................................................................................................................................................................................................438

6. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ......................................................................................................................... 439Classificação do Controle da Administração Pública ...............................................................................................................................................................439Espécies de Controle da Administração Pública ........................................................................................................................................................................441

7. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO ................................................................................................................................ 445Responsabilidade Civil (Direito Civil) .............................................................................................................................................................................................445Classificação da Responsabilidade Civil ....................................................................................................................................................................................... 446Responsabilidade Civil do Estado em Decorrência da Atuação da Administração Pública ................................................................................... 446Responsabilidade Civil do Estado em Decorrência de Atos Legislativos .........................................................................................................................449Responsabilidade Civil do Estado em Decorrência de Atos Judiciais................................................................................................................................449Ação de Reparação de Danos ..............................................................................................................................................................................................................450Ação Regressiva ........................................................................................................................................................................................................................................450

8. SERVIÇOS PÚBLICOS ....................................................................................................................................................................... 450Conceito Amplo de Serviço Público ................................................................................................................................................................................................. 451Conceito Estrito de Serviço Público ................................................................................................................................................................................................. 451Classificações de Serviço Público......................................................................................................................................................................................................452Distribuição Constitucional de Competência para Prestar Serviços Públicos ..............................................................................................................453Formas de Prestação dos Serviços Públicos .................................................................................................................................................................................454Controle da Prestação dos Serviços Públicos ...............................................................................................................................................................................455

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404

SUMÁRIO

Serviço Público Adequado ...................................................................................................................................................................................................................455Delegação de Serviços Públicos .........................................................................................................................................................................................................455

9. LEI 8.112/90 – ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DA UNIÃO ............................................................. 459Título I – Das Disposições Preliminares .........................................................................................................................................................................................459Título II - Do Provimento, Vacância, Remoção, Reditribuição e Substituição ............................................................................................................... 461Título III – Dos Direitos e Vantagens ................................................................................................................................................................................................467Título IV – Do Regime Disciplinar.....................................................................................................................................................................................................476Processo Administrativo Disciplinar ............................................................................................................................................................................................... 481Da Seguridade Social do Servidor .....................................................................................................................................................................................................486Questões Gabaritadas ............................................................................................................................................................................................................................ 491

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CAPÍTULO 01 - Noções de Direito Administrativo, Estado e Governo

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1. NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO, ESTADO E GOVERNO

O direito administrativo é o conjunto de regras que orientam a atuação da administração pública e o exercí-cio das atividades administrativas do Estado.

Sendo assim, o direito administrativo é a espécie de direito que tem por objetivo definir as regras que orien-tam a atuação do Estado como administrador da coisa pública.

Sendo o direito administrativo uma espécie de direi-to, para o bom entendimento da matéria, neste bloco ire-mos conhecer o conceito de direito, os ramos do direito, o conceito e objetos do direito administrativo, as fontes do direito administrativo e os sistemas administrativos.

Conceito de Direito

Para uma boa compreensão do conceito de direito administrativo, ou seja, do que é o direito administrativo, e também qual a finalidade do direito administrativo, é importante, em primeiro, plano compreender de forma objetiva o que é o direito.

Direito é um conjunto de normas impostas coativa-mente pelo Estado, que vão regular a vida em sociedade, possibilitando a coexistência pacífica das pessoas.

Ramos do Direito

O direito é dividido em dois ramos distintos, são eles: o direito privado e o direito público.

Direito Privado

O direito privado é caracterizado pela regulamen-tação de interesses PRIVADOS. Neste ramo do direito, existe um conflito entre particulares, ou seja, em um dos lados da disputa tem um particular, seja este uma pessoa física, ou uma pessoa jurídica, e do outro lado tem-se ou-tro particular, tanto faz se ele é pessoa física ou pessoa jurídica.

Em regra, o direito privado não regula relações entre particulares e o Estado. Eventualmente o Estado pode integrar um dos polos regulados pelo direito privado, conforme veremos logo adiante.

Característica marcante do direito privado é a relação jurídica de igualdade estabelecida entre as partes. Essa relação jurídica de igualdade também é chamada de relação jurídica horizontal.

O direito administrativo não faz parte do ramo do di-reito privado, e como exemplos desse ramo do direito tem-se o direito civil o direito empresarial, dente outros.

Direito Público

O direito público é caracterizado pela regulamenta-ção dos interesses públicos e o seu objetivo é a resolução

de conflitos que envolvam tais interesses contra os inte-resses dos particulares. Nestes casos, em um dos lados do conflito está o Estado, representante dos interesses da coletividade, e do outro lado da disputa tem-se o particu-lar (tanto faz esse particular ser pessoa física ou pessoa jurídica), representando os seus próprios interesses.

No direito público, o Estado tem um tratamento pri-vilegiado diante do particular, ou seja, as normas que regulam o direito público conferem prerrogativas espe-ciais ao Estado diante do particular, o que impede um tratamento igualitário entre as partes.

A característica marcante do direito público é a relação jurídica de desigualdade estabelecida entre os polos. Assim sendo, no direito público as partes são tratadas com distinção de direitos, obrigações e respon-sabilidades. Essa relação jurídica de desigualdade tam-bém é chamada de relação jurídica vertical.

O fundamento dessa relação jurídica vertical entre o Estado e o particular, arbitrada pelo direito público é encontrado no princípio da supremacia do interesse público, tal princípio preconiza que os interesses pú-blicos (da coletividade) se sobrepõem aos interesses pri-vados, e sendo o Estado o procurador dos interesses da sociedade, a ele são conferidos poderes especiais para conseguir defender o interesse da coletividade.

O direito administrativo faz parte do ramo do direi-to público, e como outros exemplos do direito público temos o direito constitucional, penal, processual penal, tributário, dentre outras searas do direito.

Conceito de Direito Administrativo

O professor Hely Lopes Meirelles conceitua o direi-to administrativo como sendo “o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem órgãos, agentes e ativi-dades públicas que tendem a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado”.

A professora Maria Sylvia Di Pietro define o Direi-to Administrativo como “o ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas ad-ministrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de na-tureza política.”

Objeto do Direito Administrativo

O direito administrativo tem dois objetos, a adminis-tração pública e o exercício das atividades administra-tivas do Estado.

O direito administrativo tem por objetivo regular as relações da administração pública, sejam estas relações de natureza interna entre as entidades que a compõe, seus órgãos e agentes; ou relações de natureza externa entre a administração e os administrados.

Além de ter por objeto a administração pública, tam-bém é foco do direito administrativo o desempenho das atividades públicas, tanto exercidas pelo próprio estado, por meio da administração pública, ou exercidas por al-gum particular, como no caso das concessões, permis-

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406

DIREITO ADMINISTRATIVO

sões e autorizações de serviços públicos.Resumidamente, pode-se dizer que o direito adminis-

trativo tem por objeto a administração pública e também as atividades administrativas, independente de quem as exerça.

Fontes do Direito Administrativo

O termo fonte dá ideia do lugar onde algo começa a surgir. Sendo assim, por fontes do direito administrativo, deve-se entender os lugares onde encontramos as suas regras.

Todavia o direito administrativo não é codificado, dessa forma, não é possível encontrarmos um código que contemple as normas de direito administrativo como acontece com o direito penal, civil, processual penal, dentre outros. Para encontrarmos as normas de direito administrativo temos que recorrer a diversas fontes.

São fontes do direito administrativo a lei, a jurispru-dência, a doutrina e os costumes (praxe administrativa). Veja a seguir as características de cada uma das fontes.

Lei

Em decorrência do princípio fundamental da legali-dade, que orienta todo o direito administrativo, a lei é a fonte primária e principal do direito administrativo. A lei vincula a atuação da administração pública dos três poderes e de todas as esferas da federação.

No entanto, para entendermos melhor o significado do termo lei e da sua finalidade, é importante classificá--la em dois tipos: Lei em sentido estrito e Lei em sentido amplo.

Lei em sentido estrito são os atos legislativos que ino-vam o ordenamento jurídico, tais como as leis comple-mentares, ordinárias e delegadas.

Lei em sentido amplo é um termo mais amplo que inclui qualquer tipo de norma aplicada à administração pública, independente do órgão estatal que a produziu. Neste caso, entende-se por lei a própria Constituição Federal, as leis ordinárias, complementares, delegadas, medidas provisórias, decretos, resoluções, portarias e qualquer outro ato que seja de obediência obrigatória pela administração pública.

O direito administrativo adota como fonte principal a lei em seu sentido amplo.

Jurisprudência

A jurisprudência é o resultado de vários julgados realizados pelo poder judiciário sobre determinada ma-téria que caminham num mesmo sentido, serve como paradigma para o julgamento de novas ações judiciais referentes aos mesmos temas.

Em regra, a jurisprudência não vincula a atuação da administração pública, somente serve como ponto de orientação, mas como exceção tem-se as súmulas vincu-lantes que foram introduzidas no ordenamento jurídico brasileiro pela emenda constitucional nº 45. As súmulas vinculantes são publicadas pelo Supremo Tribunal Fe-

deral (STF) depois de reiteradas decisões num mesmo sentido e seu conteúdo vincula a administração pública dos poderes legislativo, executivo e judiciário da União, Estados, DF e municípios.

Doutrina

A doutrina é o resultado do trabalho dos estudiosos do direito administrativo. São livros que têm a finalida-de de tentar sistematizar e melhor explicar o conteúdo das normas de direito administrativo, os quais podem ser utilizados como critério de interpretação de normas, bem como auxiliar a produção normativa.

A doutrina não vincula a atuação da administração pública, ela é só uma fonte de orientação.

Devido ao fato de a doutrina representar o entendi-mento do seu autor sobre as regras do direito adminis-trativo, essa fonte do direito apresenta várias contradi-ções, pois é comum que em alguns pontos os autores tenham entendimentos distintos de um ou outro instituto jurídico.

Costumes Administrativos (Praxe Administrativa)

Os costumes são práticas reiteradas observadas pelos agentes administrativos diante de determinada situação quando há lacuna da norma.

Os costumes somente podem ser utilizados para orientar a atuação da administração pública na falta de lei determinando o que deve ser feito. Sendo assim, o costume não pode substituir a lei, mas somente pode ser utilizado para tampar uma lacuna deixada na lei pelo legislador.

Sistemas Administrativos

São os regimes que dispõe o Estado para realizar o controle de legalidade dos seus atos administrativos. E estes podem ser classificados em sistema francês ou in-glês. Veja a seguir.

Sistema Francês / Dualidade da Jurisdição / Contencioso Administrativo

Pelo sistema francês, o poder judiciário não tem com-petência para fazer controle de legalidade dos atos da administração pública.

Neste caso existe duas justiças, uma justiça comum para julgar os particulares e uma justiça administrativa que tem a competência de julgar os atos da administra-ção pública.

Neste sistema, os atos praticados pela administração pública não podem ser anulados pelo poder judiciário. Existem tribunais de natureza administrativa que têm a competência de realizar o controle de legalidade dos atos administrativos e caso seja necessário, anulá-los.

As decisões desses tribunais administrativos têm efeito de coisa julgada, pois não podem ser revistas pelo poder judiciário, haja vista o fato de o poder judiciário

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CAPÍTULO 01 - Noções de Direito Administrativo, Estado e Governo

407

não realizar controle de legalidade dos atos da adminis-tração pública.

O sistema administrativo francês não é o sistema administrativo para controle de legalidade dos atos da administração pública.

Sistema Inglês / Jurisdição Única / Sistema não Contencioso

Pelo sistema inglês, o poder judiciário tem competên-cia para fazer controle de legalidade dos atos da admi-nistração pública.

Neste caso, existe uma única justiça, representada pelo poder judiciário e este tem competência para julgar tanto processos que envolvam particulares como tam-bém processos que envolvam a administração pública.

Todos os conflitos entre a administração e o adminis-trado e ainda entre a administração e os seus agentes, podem ser levados até o poder judiciário, e só este tem o poder de decidir com força de coisa julgada. É impor-tante observar que neste sistema, a administração pode julgar conflitos, todavia mesmo que ela já tenha julgado ou esteja julgando um conflito, o particular pode acionar o poder judiciário e este poderá desfazer o resultado do julgamento feito pela administração pública, pois as de-cisões da administração pública não tem força de coisa julgada.

Esse é o modelo de sistema administrativo adotado pelo Brasil.

Ainda que as decisões da administração pública não tenham força de coisa julgada, isso não impede que a administração pública julgue conflitos. Todavia, estes conflitos podem ser levados para solução perante o po-der judiciário e é este quem tem o poder de dizer qual é o direito aplicável ao caso.

Para entender melhor o assunto, basta comparar o sistema inglês com o francês, enquanto no primeiro existe uma justiça com competência para julgar poder público e particulares, no sistema francês existe uma justiça para julgar o poder público e outra para julgar o particular.

Noções de Estado

Neste tópico nós iremos estudar o Estado. Abordare-mos o conceito de Estado, os elementos que o integram, seus poderes e suas funções.

Conceito de Estado

O termo Estado pode ter várias interpretações, por exemplo, tal termo é geralmente utilizado para nos re-ferirmos aos Estados-membros, entes que compõe a República Federativa do Brasil (ex. São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Sergipe etc.). No entanto, neste tópico, devemos associar a palavra Estado à ideia de país. Neste sentido, podemos conceituar Estado como sendo a pessoa jurídica territorial soberana.

Analisando o conceito de Estado, encontramos alguns elementos que devem ser bem compreendidos, veja a se-

guir:

• Pessoa: capacidade para contrair direitos e obrigações.

• Jurídica: É a pessoa constituída através de uma formalidade documental (de uma convenção entre pessoas físicas), seu contraponto é a pessoa física ou humana.

• Territorial soberana: quer dizer que dentro do território do Estado, este detém a so-berania, ou seja, sua vontade prevalece ante a das demais pessoas (sejam elas físicas ou jurídicas).

Podemos definir soberania da seguinte forma, sobe-rania representa independência na ordem internacional (lá fora ninguém manda no Estado) e supremacia na or-dem interna (aqui dentro quem manda é o Estado).

Elementos do Estado

Os elementos que compõe o Estado são três: o territó-rio, o povo e o governo soberano.

• Território: é a base fixa do Estado (solo, subsolo, mar, espaço aéreo).

• Povo: é o componente humano do Estado.• Governo Soberano: é o responsável pela

condução política do Estado, por ser tal governo soberano, temos que este não se submete a ne-nhuma vontade externa, pois, relembrando, lá fora o Estado é independente e aqui dentro sua vontade é suprema.

Observação: A palavra povo não

pode ser substituída por população, cida-

dão, nem por nenhuma outra similar.

Formas de Estado

Existem duas formas de Estado: Estado unitário e Es-tado federado.

Estado Unitário

Estado unitário é o termo utilizado para se referir aos países caracterizados pela centralização política. Neste tipo de país existe um poder político central que emana sua vontade por todo o território nacional.

Em um Estado unitário, existe relação de hierarquia e subordinação entre o poder político central e os po-deres políticos regionais e locais, ou seja, Estados-mem-bros e municípios em regra não existem e quando exis-tem não são dotados de competências políticas, pois as competências políticas são exclusivas do poder político central. Neste caso, Estados-membros e municípios são subordinados a vontade do poder político central.

O Brasil não é um Estado unitário.Um exemplo de Estado unitário é o Uruguai.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

Estado Federado

Estado federado é termo utilizado para se referir aos países caracterizados pela descentralização política, ou seja, existem diferentes entidades políticas autôno-mas que são distribuídas regionalmente e cada uma exerce o poder político dentro de sua área de compe-tência.

Em um Estado federado não existe relação de hie-rarquia e subordinação entre o poder político central e os poderes políticos regionais e locais, ou seja, Estados--membros e municípios são dotados de competências políticas, dessa forma, as competências políticas não são exclusivas do poder político central. Neste caso, Estados--membros e municípios não são subordinados à vontade do poder político central e também não são subordina-dos uns aos outros.

O Brasil é um Estado federado.

Poderes do Estado

Os poderes do Estado são três: o Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário.

Art. 2º da CF: São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Observe que a Constituição Federal trata os poderes como independentes e harmônicos, isso significa que en-tre os poderes não existe relação de subordinação e nem de hierarquia, nenhum poder é mais importante do que o outro.

Cada poder tem a sua função principal e eles devem exercer essas funções de forma harmônica.

Funções dos Poderes

As funções dos poderes, em regra, são a de criar leis (inovar o ordenamento jurídico), de administrar e de jul-gar conflitos. Cada poder é responsável pelo exercício de uma dessas funções, mas é errado pensar que cada poder somente desempenha uma dessas funções.

Cada poder desempenha uma das funções do Estado de forma principal e também desempenha as outras fun-ções do Estado de forma acessória. Em razão do fato de cada poder desempenhar, além da sua função principal, algumas funções acessórias, a doutrina classifica a sepa-ração dos poderes como flexível.

Sendo assim, como a classificação da separação dos poderes é flexível, ela não é absoluta ou rígida. A se-paração seria absoluta caso cada poder desempenhasse somente a sua função principal, não podendo desempe-nhar funções acessórias, o que não é o caso do Brasil.

A função principal de cada poder é aquela função que realmente justifica sua existência.

Poder Função Típica Ou

Principal

Função Atípica

Ou Acessória

Poder ExecutivoAdministrar

Inovar o ordena-mento jurídico e julgar conflitos

Poder JudiciárioJulgar conflitos

Inovar o ordena-mento jurídico e administrar

Poder Legislativo Inovar o ordena-mento jurídico e fiscalizar a admi-nistração pública

Administrar e jul-gar conflitos

Relacionando a análise feita sobre os poderes e suas funções com os entes que compõe a República Federati-va do Brasil, verifica-se que não existe poder judiciário municipal.

Noções de Governo

Neste tópico nós iremos estudar o governo. Aborda-remos o conceito de governo, suas classificações, seus sistemas e suas formas.

Conceito de Governo

Governar está relacionado com a função política do Estado, a função de comando, de coordenar, de direcio-nar e fixar planos e diretrizes de atuação do Estado. O governo é o conjunto de Poderes e órgãos constitucionais responsáveis pela função política do Estado.

O governo está diretamente ligado às decisões toma-das pelo Estado e exerce a direção suprema e geral do Estado. Considerando o Estado uma pessoa e fazendo uma analogia com o corpo humano, podemos dizer que o governo é o cérebro do Estado.

A doutrina classifica o governo como uma ativida-de política, discricionária e independente, sendo assim, governar é uma atividade política, pois é exercida por políticos e tem o poder de inovar o ordenamento jurídi-co, além de ser, também, uma atividade discricionária e independente porque se subordina somente aos manda-mentos da Constituição Federal, não havendo hierarquia e subordinação entre os responsáveis pelo exercício do governo.

Classificação de Governo

A doutrina classifica o conceito de governo em um sentido formal/subjetivo e em um sentido material/ob-jetivo.

Governo em Sentido Formal ou Subjetivo

Em sentido formal ou subjetivo, governo é o conjun-to de poderes e órgãos responsáveis pela atividade de governar. Neste caso, associa-se a palavra governo com as instituições públicas responsáveis pelo comando, co-ordenação, direção e fixação de planos e diretrizes de atuação do Estado.

Governo em Sentido Material ou Objetivo

Em sentido material ou objetivo, governo é a ativida-de de governar, independentemente da instituição pú-

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DIREITOPROCESSUAL PENALPROFESSOR

Marcelo Adriano

Professor para concursos públicos desde 2009. Sou ex-

militar de carreira das Forças Armadas (minha pri-meira

aprovação aos 18 anos de idade) e atualmente servidor

Público Federal, sendo aprovado em vários concursos, como

Polícia Federal (2x), Polícia Civil do Distrito Federal, DEPEN,

dentre outros. Autor do livro Série Provas & Concursos,

lançado pela editora Abril Educação - Alfacon, te auxiliarei

em seu grande obje-tivo que é a aprovação para o tão

sonhado cargo público. Formado pela UEFS (Universidade

Estadual de Feira de Santana) ministro aulas em grandes

cursos para concursos públicos online e presenciais em pra-

ticamente todo o Brasil (Brasília, Curitiba, Cascavel,

Fortaleza). Também sou professor da ANP (Academia

Nacional de Polícia) e instrutor nas matérias de Tiro, Uso

Progressivo da Força e Técnicas e Tecnologias não Letais.

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SUMÁRIO

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SUMÁRIO

1. CONCEITOS INTRODUTÓRIOS E PRINCÍPIOS ....................................................................................................................... 497Papel do Estado .........................................................................................................................................................................................................................................497Direito Penal ..............................................................................................................................................................................................................................................497Jus Puniendi ...............................................................................................................................................................................................................................................499Persecução Penal (Persecutio Criminis) .........................................................................................................................................................................................499Direito Processual Penal ...................................................................................................................................................................................................................... 500Lei Processual no Espaço ..................................................................................................................................................................................................................... 500Lei Processual no Tempo ...................................................................................................................................................................................................................... 501Interpretação da Lei Processual Penal ............................................................................................................................................................................................502

2. PRINCÍPIOS APLICADOS AO DIREITO PROCESSUAL PENAL - DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICADA AO PROCESSO PENAL .......................................................................................................................................................................... 503

Princípio do Devido Processo Legal .................................................................................................................................................................................................503Princípio da Inocência ou Presunção de Inocência ou da não Culpabilidade ................................................................................................................503Princípio da Ampla Defesa (art. 5º, LV, CF) ..................................................................................................................................................................................504Princípio do Contraditório ou da Bilateralidade da Audiência (art. 5º, LV, CF) ............................................................................................................505Princípio da Plenitude da Defesa ......................................................................................................................................................................................................505Princípio da Publicidade .....................................................................................................................................................................................................................505Vedação das Provas Ilícitas ..................................................................................................................................................................................................................506Princípio do Juiz Natural .....................................................................................................................................................................................................................506Princípio da Legalidade da Prisão ....................................................................................................................................................................................................506Princípios da Economia Processual, Celeridade Processual e Duração Razoável do Processo (art. 5º, LXXVIII, CF) ...................................507Princípio da Prevalência do Interesse do Réu ou Favor Rei, Favor Libertatis, In Dubio Pro Reo , Favor Inocente (art. 5º, LVII, CF) ......507Não Obrigatoriedade de Produção de Prova Contra Si ............................................................................................................................................................507Princípio do Juiz Imparcial .................................................................................................................................................................................................................508Inércia Judicial ..........................................................................................................................................................................................................................................508Princípio da Verdade Real ....................................................................................................................................................................................................................508Princípio do Livre Convencimento Motivado ...............................................................................................................................................................................509Princípio da Legalidade .........................................................................................................................................................................................................................509

3. AÇÃO PENAL ........................................................................................................................................................................................ 509Conceito de Ação Penal ......................................................................................................................................................................................................................... 510Fundamentos do Direito de Ação ...................................................................................................................................................................................................... 510Características do Direito de Ação ................................................................................................................................................................................................... 510Classificação das Ações/espécies de Ação - (Titular do Direito) ......................................................................................................................................... 510Início da Ação Penal ............................................................................................................................................................................................................................... 512Identificação da Espécie de Ação Penal que se Aplica a Cada Crime ................................................................................................................................ 513Condições da Ação Penal ...................................................................................................................................................................................................................... 514Pressupostos Processuais ..................................................................................................................................................................................................................... 516Ação Penal Pública ...................................................................................................................................................................................................................................517Princípios Da Ação Pública Incondicionada ................................................................................................................................................................................. 518Ação Penal Privada .................................................................................................................................................................................................................................523Princípios da Ação Penal Privada .....................................................................................................................................................................................................525 Pontos a Serem Destacados ................................................................................................................................................................................................................528Questões Gabaritadas ............................................................................................................................................................................................................................529

4. RESTRIÇÕES CAUTELARES DE DIREITO .................................................................................................................................531Espécies De Medidas Cautelares .......................................................................................................................................................................................................533Prisões Cautelares ...................................................................................................................................................................................................................................533 Prisões Especiais .....................................................................................................................................................................................................................................537Prisão em Flagrante ................................................................................................................................................................................................................................539Prisão Preventiva .....................................................................................................................................................................................................................................548Da Prisão Domiciliar................................................................................................................................................................................................................................551Prisão Temporária (Lei Nº 7.960/89) ................................................................................................................................................................................................552Questões Gabaritadas ............................................................................................................................................................................................................................554

5. PROVAS - TEORIA GERAL ...............................................................................................................................................................555Conceito ....................................................................................................................................................................................................................................................... 555Elementos de Informação x Prova ....................................................................................................................................................................................................556Princípio da Busca pela Verdade Real ............................................................................................................................................................................................556Provas Em Espécies - Perícias (Considerações Gerais) ............................................................................................................................................................559Questões Gabaritadas ............................................................................................................................................................................................................................572

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CAPÍTULO 01 - Conceitos Introdutórios

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1. CONCEITOS INTRODUTÓRIOS E PRINCÍPIOS

O Direito Processual Penal é uma matéria muito re-corrente em concursos de área policial, isso quer dizer que aprendê-la é essencial para você que deseja ser um operacional e integrante de uma das carreiras relaciona-das à segurança pública.

Especialmente para Agente e Escrivão de Polícia Fe-deral, as questões vêm embasadas no texto de lei, na doutrina e, não raro, em jurisprudência.

A despeito de boa parte das questões serem res-pondidas com a “letra” da lei e muitas vezes não serem diretamente cobradas em edital, alguns conhecimentos introdutórios, como conceitos gerais e princípios aplica-dos ao Direito Processual Penal (cuja uma das principais fontes é a Constituição Federal) devem ser conhecidos e estudados, pois algumas questões requerem uma certa interdisciplinaridade.

Por exemplo:

Questão Comentada

(CESPE /2013/Escrivão da Polícia Federal)O valor probatório do inquérito policial, como regra,

é considerado relativo, entretanto, nada obsta que o juiz absolva o réu por decisão fundamentada exclusivamente em elementos informativos colhidos na investigação.

Gabarito: Certo

Comentário: CPP

Art. 155. O juiz formará sua convicção

pela livre apreciação da prova produzida

em contraditório judicial, não podendo

fundamentar sua decisão exclusivamente

nos elementos informativos colhidos na

investigação, ressalvadas as provas caute-

lares, não repetíveis e antecipadas.

Apesar da redação da lei dizer que o

juiz não deve decidir com base nos ele-

mentos exclusivos do inquérito policial, o

entendimento doutrinário e jurispruden-

cial é que o juiz não pode condenar exclu-

sivamente com base nessas provas, pois

não foram submetidas ao contraditório e a

ampla defesa, mas ele pode absolver com

base nesses mesmos elementos.

Papel do Estado

O Estado é o produto da soma da vontade de todos os que vivem sob sua jurisdição. O ser humano é um ser gregário, que necessita viver em comunidade. Para que

se possa viabilizar sua existência, sem que haja domi-nação, abuso e violações por parte de outros indivíduos, em um sistema democrático, as pessoas se sujeitam ao poder do Estado para que ele possa garantir o bem-estar de todos. Para tanto, os integrantes contribuem abrindo mão de parcela de sua liberdade e entregando recursos financeiros em prol da viabilidade desse ente público para que ele possa zelar pela paz social, sendo assim seu guardião. Quando o Estado é efetivamente democrá-tico, ou seja, com existências de liberdades individuais e coletivas, respeito à dignidade da pessoa humana, per-mitindo o acesso ao poder e existindo para promover o bem-estar da maioria, as regras a serem obedecidas são elaboradas e aprovadas por representantes do povo.

Visando a obtenção e manutenção da paz social, es-ses representantes aprovam leis que definem todos os aspectos relevantes para a vida em sociedade, dentre eles quais condutas são consideradas inaceitáveis, ou seja, quais não são socialmente aceitas. Dentre elas, es-pecial atenção é dada à proteção de bens jurídicos mais relevantes que, quando agredidos, geram profundos pre-juízos físicos, emocionais e patrimoniais, sendo, em boa parte das vezes, irreparáveis.

Para que seja efetivada essa “proteção”, o Estado deve promover o cumprimento dessas leis, utilizando ferramentas como instituições especializadas na inves-tigação, acusação, julgamento e, sendo o caso, aplicação da pena que visem à proteção daquilo que a sociedade considera mais relevante, mais caro.

Direito Penal

É o ramo do direito público que tem por função sele-cionar os bens mais relevantes para a sociedade, descre-ver as condutas consideradas agressões insuportáveis a esses bens jurídicos (crimes e contravenções) juntamen-te com as diversas circunstâncias que possam influen-ciar de alguma forma algum aspecto relevante, além de estabelecer as sanções para aqueles que incorrerem na prática das infrações penais.

Assim, as regras penais (princípios, Constituição, leis,) têm por função:

01. Definir quais bens jurídicos são considera-dos mais caros, ou seja, aqueles que devem ser protegidos com mais vigor: vida, incolumidade física, honra, liberdade, patrimônio, dignidade se-xual etc.

02. Descrever as condutas consideradas agres-sões insuportáveis aos bens jurídicos caros. Essas agressões são classificadas com infrações penais (crimes e contravenções) e, por consequência, pu-nidas com maior rigor. Seguem alguns exemplos:

Bem jurídico protegido: vidaExemplos de condutas consideradas, segundo o or-

denamento jurídico vigente, agressões insuportáveis à vida:

“Matar alguém” (homicídio, art. 121);Fique atento, pois a ocorrência do resultado não de-

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

fini a existência de uma infração penal. Quando não se age com dolo ou culpa, mesmo matando alguém, por exemplo, não existirá o crime de homicídio.

Serve de exemplo alguém que, pretendendo suicidar--se, atire-se na frente de um automóvel de um condutor que dirigia dentro dos limites de velocidade e tomando as devidas cautelas, mas que, pela surpresa da conduta, não consegue parar a tempo.

“Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar--lhe auxílio para que o faça”;

Bem jurídico protegido: liberdadeExemplo de conduta considerada agressão liberdade:“Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro

ou cárcere privado”;

Bem jurídico protegido: patrimônioExemplo de conduta considerada agressão ao patri-

mônio:“Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel”.Descrição de todos os outros fatores que podem tor-

nar “pior” ou “melhor” juridicamente essa conduta, como atenuantes, agravantes, causas de redução e aumento de pena, ou ainda, situações que venham a justificar a agressão, desqualificando-a como crime ou excluindo a pena. Servem de exemplo alguns institutos previstos em nosso código penal abaixo relacionados:

Excludentes de Ilicitude:

Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exer-

cício regular de direito.

Excludente de Culpabilidade

É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Caso de Diminuição de Pena

Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de vio-lenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Qualificadora

Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por

outro motivo torpe; II - por motivo fútil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia,

tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;

IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;

V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunida-de ou vantagem de outro crime:

Estabelecimento de punições específicas para aque-les que incorrerem nas condutas descritas, agredindo bens jurídicos protegidos:

Para fazer valer a vontade social, inibindo a prática dessas condutas, os representantes do povo por meio de leis atribuem punições a quem às práticas, que no Bra-sil, em tempo de paz, podem chegar à restrição total do direito de ir e vir, a pena de prisão.

Art. 32 - As penas são:I - privativas de liberdade;II - restritivas de direitos;III - de multa.

Definição dos diversos elementos necessários ao direito penal, como por exemplo a definição técnica de crime.

Segundo doutrina majoritária, pode-se definir crime como fato típico, antijurídico e culpável:

Fato Típico

Como primeiro elemento do crime, segundo a maio-ria da doutrina, para que um fato seja considerado crime ele deve:

• Ser uma conduta (omissiva ou comissiva) humana;

• Produzir um resultado e que se ajusta for-mal e materialmente ao direito penal;

• Existência de nexo causal entre a conduta e o resultado;

• Enquadramento perfeito à descrição legal, ou seja, deve conter tipicidade.

Antijuridicidade

Ilicitude ou antijuridicidade é a afronta da conduta ao ordenamento jurídico, às normas legalmente estabe-lecidas. É de se imaginar que toda agressão humana a um bem jurídico caro possa ser considerado um crime, pois afrontaria o ordenamento jurídico. Porém, existindo a agressão, se essa conduta ocorrer em razão de situa-ções definidas pela norma, ela passa a ser tolerada pela sociedade, o que lhe retira o caráter criminoso.

No Brasil, segundo o Art. 23 do código penal, não há crime quando o agente pratica o fato:

• Em estado de necessidade;• Em legítima defesa;• Em estrito cumprimento de dever legal ou• No exercício regular de direito

Culpabilidade

Culpabilidade é pressuposto para aplicação da pena,

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CAPÍTULO 01 - Conceitos Introdutórios

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é definida como o juízo de reprovação da conduta típica e antijurídica praticada. É o juízo de censura social.

Segundo corrente majoritária (teoria normativa pura da culpabilidade, que se relaciona coma teoria finalista da ação), a culpabilidade possui o seguinte elementos:

Imputabilidade

São condições pessoais do agente para que o mesmo seja considerado capaz. Essas condições tornam possível que lhes seja imputado o fato punível.

Considera-se imputável o agente com capacidade mental plena, desenvolvida, capaz de entender o cará-ter ilícito do fato e determinar-se de acordo com esse entendimento.

O art. 26 do Código Penal estabelece as causas de exclusão da imputabilidade:

I -Doença mental (art. 26, caput );II -Desenvolvimento mental incompleto (art. 26, caput);III-Desenvolvimento mental retardado (art. 26, caput);IV -Embriaguez completa, proveniente de caso fortuito

ou força maior (art. 28, § 1º).Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença

mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Redução de penaParágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a

dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou re-tardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse enten-dimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Menores de dezoito anosArt. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmen-

te inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Potencial Consciência da Ilicitude da Conduta

Potencial conhecimento de que a conduta afronta ao ordenamento jurídico, de que conduta é um crime. É uma condição intelectual e também denominada erro de proibição.

Segundo o art. 21 do CPP, o desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevi-tável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.

Exigibilidade de Conduta Diversa

É considerada inexigível a conduta quando não é possível para autor agir de forma diversa, restando-lhe cometer o fato típico e antijurídico.

Jus Puniendi

Como guardião da paz social, ao estado é deferida a

responsabilidade por aplicar a lei penal quando infra-ções penais são cometidas. Assim, cometido o ilícito pe-nal, surge para o Estado o Jus Puniendi Estatal, o direito de punir a pessoa que cometeu o crime. Em realidade é um poder dever, já que não há facultatividade no desen-volvimento dessa atividade, ou seja, comprovada exis-tência da infração penal é obrigação do Estado punir.

O direito de punir (jus puniendi) concentra-se na fi-gura do Estado, como consequência do monopólio juris-dicional Penal, manifestando-se de maneira abstrata ou concreta.

01. Poder dever de punir em abstratoÉ representado pela previsão legal do tipo penal de

crime, que se aplica a todas as pessoas dentro de deter-minado espaço.

02. O poder dever de punir em concretoO direito de punir em concreto é representado pela

persecução penal exercida em face da pessoa que come-te qualquer fato definido como crime.

Persecução Penal (Persecutio Criminis)

Persecução Penal é o conjunto de atividades estatais destinadas a propiciar ao Estado o exercício do Jus Pu-niendi, ou seja, fazer cumprir em concreto a lei penal.

Diante da impossibilidade de o Estado “adivinhar” todos os elementos necessários para aplicação da pena (existência da infração penal, autoria, culpa, dolo, cir-cunstâncias etc.), sendo o estado Democrático, ou seja, com direitos e garantias individuais, é necessário que se elucide todos os acontecimentos relacionados ao fato para que, em primeiro lugar, se chegue a duas conclu-sões:

01. Existe prova da existência da infração pe-nal;

02. Existem, ao menos, indícios suficientes de autoria

03. Quais foram as circunstâncias em que o fato aconteceu

Em um segundo momento, processar os acusados e aplicar a pena aquele que comete conduta criminosa levando em consideração todas as circunstâncias rela-cionadas.

Deve-se, ainda, ter em mente as implicações da exis-tência de um Estado Democrático, cujos objetivos prin-cipais são os de:

• Aplicar a lei penal;• Manter a paz social; e • Preservar a dignidade da pessoa humana.

Pode-se entender a persecução penal em duas partes distintas:

01. Pré-processual, investigativa (extrajudi-cial).

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500

DIREITO PROCESSUAL PENAL

A persecução penal extrajudicial ocorre através da Investigação criminal. Por isso, é que se pode afirmar que a persecução penal extrajudicial é uma atividade preparatória da ação Penal, de caráter preliminar e in-formativo.

02. Processo, a Ação Penal (judicial)A persecução penal judicial ocorre por intermédio

da ação penal, do exercício do direito de ação deferi-do ao cidadão e exercido, em regra por intermédio do ministério público, titular da ação penal pública. O juiz, representante do Estado, com base nas provas colhidas em contraditório judicial, julga o caso decidindo sobre a culpabilidade ou inocência do acusado.

Direito Processual Penal

É certo que é praticamente impossível conhecer to-das as circunstâncias que envolvam a ocorrência de uma infração penal. Diante dessa certeza e para que a apli-cação da lei penal seja justa, é necessário que o Estado busque elucidar tudo que for relevante para a definição das responsabilidades penais e para a consequente apli-cação da pena. Para tanto, é necessário também que o Estado providencie para que todas as informações sejam produzidas, subsidiando o julgador (juiz) na definição da sentença.

Porém, sob o argumento da necessidade de elucidação da infração penal, não pode o estado produzir informa-ções a qualquer custo. No desempenho dessa atividade, é necessário que se tome todas as cautelas possíveis para que nenhum direito seja indevidamente violado. Em um país democrático, a persecução penal deve primar pela garantia ao exercício dos direitos humanos, individuais e coletivos, balizada por normas, preferencialmente de ordem legal, que sejam previa e democraticamente esta-belecidas e que e garantam:

01. Aplicação efetiva da lei penal aos culpa-dos pelo cometimento de um crime, contribuindo para a manutenção da paz social;

02. Garantia a todos os acusados de um devido processo legal, ou seja, um processo justo, onde se poderá exercer o contraditório e a ampla de-fesa em sua plenitude, sem distinções, balizado por normas constitucionais e legais previamente estabelecidas.

03. Culminação de uma pena previamente es-tabelecida e compatível com a conduta criminosa e com todas as circunstâncias que a envolveram.

Para que se possa atingir esses objetivos, é necessá-rio, dentre outros:

01. Definir regras para obtenção da informa-ção;

02. Definir regras e procedimentos para que se possa processar o acusado;

03. Definir atribuições (quem investiga, quem acusa, quem julga, quem aplica a pena);

04. Definir os limites da atuação estatal.

Conceito de Direito Processual Penal

É o ramo do Direito Público formado por um con-junto de princípios, normas e procedimentos que tem por finalidade disciplinar a persecução penal, desde os procedimentos investigatórios (Inquérito Policial), o seu processo (Ação Penal), até a aplicação da pena, visando a solução das lides de natureza penal.

Também pode ser definido como o conjunto de prin-cípios, normas e procedimentos legais que regulam a aplicação jurisdicional do Direito Penal, cuja finalidade é determinar o modo, meio; e responsáveis pela perse-cução penal.

Segundo Isaías, Direito Processual Penal é conjunto de princípios e normas que regula a aplicação jurisdicio-nal do Direito Penal, bem como a atividade persecutória da Polícia Judiciária.

Fontes do Direito Processual Penal

As principais fontes do Direito Processual penal Bra-sileiro são:

A constituição Federal de 1988;

• O decreto 3.689/41, CPP (Código de Processo Penal);

• Principal regramento processual penal bra-sileiro.

• Leis específicas que regulam parte de pro-cedimentos específicos;

• Outros regramentos.

Lei Processual no Espaço

O princípio que rege a aplicação da lei processual penal brasileira é o da Territorialidade, é a expressão da soberania nacional.

Levando em consideração o crime (viés penal) , a ado-ção desse princípio determina que a todo delito ocorri-do em território brasileiro será aplicada a lei processual penal brasileira. Levando em consideração o processo, esse princípio determina que a todo processo penal que venha a ser realizado dentro de nosso território deverá ser aplicada a lei processual penal brasileira (CPP).

Resumindo, o estudo da aplicação da lei processual penal no espaço define:

• Define em que local a legislação processual penal brasileira será aplicada no processo

• Princípio da territorialidade (lócus rigit ac-tum): Expressão da soberania nacional;

Exceções:O regramento base processual penal Brasileiro é o

decreto 3689/41 CPP (Código de Processo Penal), que traz a base da legislação processual penal brasileira e sendo aplicado, em regra, a todos os crimes cometidos em território nacional.

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LEGISLAÇÃOESPECIALPROFESSOR

Antônio PequenoPROFESSOR

Tiago Zanolla

Professor de Direit o Penal e Legislação Es-

pecial Servidor público federal desde 2009. Fis-

cal de controle urbano da Prefeit ura do Municí-

pio do Rio de Janeiro de 2007 a 2009. Aprovado no

concurso para o cargo de Ofi cial de Cartório da

Polícia Civil do Rio de Janeiro em 2009. Aprovado para

o cargo de técnico administ rativo da Anvisa.

Professor de Ética no Serviço Público, Co-nheci-

mentos Bancários e Direit o Regimental. Formado em

Engenharia de Produção pela Universidade Pan-A-

mericana de Ensino. Técnico Judiciário Cumpridor de

Mandados no Tribunal de Just iça do Est ado do Paraná.

Envolvido com concursos públicos desde 2009 é pro-

fessor em diversos est ados do Brasil.

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SUMÁRIO

577

SUMÁRIO

1. LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006................................................................................................................................579Título I - Disposições Preliminares ..................................................................................................................................................................................................579Princípios do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas .................................................................................................................................579Objetivos do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas ..................................................................................................................................580Capítulo III - Dos Crimes e das Penas .............................................................................................................................................................................................580Título IV - Da Repressão à Produção não Autorizada e ao Tráfico Ilícito de Drogas .................................................................................................. 581Concurso de Crimes ................................................................................................................................................................................................................................583Cessão Gratuita de Droga para Consumo Conjunto ..................................................................................................................................................................584Tráfico Privilegiado .................................................................................................................................................................................................................................584Tráfico de Drogas ou Matéria-Prima ...............................................................................................................................................................................................585Agente Primário e de Bons Antecedentes .....................................................................................................................................................................................585Associação para o Tráfico .....................................................................................................................................................................................................................585Causas de Aumento de Pena ...............................................................................................................................................................................................................587Colaboração Premiada ...........................................................................................................................................................................................................................587Consequências para Quem Praticar os Crimes Previstos nos Arts.33, Caput, e §1º, e 34 a 37 da Lei de Drogas .............................................588Inimputabilidade ......................................................................................................................................................................................................................................588Semi-Imputabilidade ..............................................................................................................................................................................................................................588Capítulo III - Do Procedimento Penal ..............................................................................................................................................................................................588Capítulo IV - Da Apreensão, Arrecadação e Destinação de Bens do Acusado ...............................................................................................................590Título V - Da Cooperação Internacional ......................................................................................................................................................................................... 591Título VI - Disposições Finais e Transitórias ............................................................................................................................................................................... 591Questões Gabaritadas ............................................................................................................................................................................................................................592

2. CRIMES HEDIONDOS (LEI 8072/1990) ...................................................................................................................................... 592Previsão Constitucional - XLIII ..........................................................................................................................................................................................................592Crimes Hediondos ...................................................................................................................................................................................................................................592Rol dos Crimes Hediondos ...................................................................................................................................................................................................................593Crimes Equiparados ou Assemelhados a Hediondos ................................................................................................................................................................593Regime Inicial de Cumprimento de Pena ......................................................................................................................................................................................593Progressão no Regime nos Crimes Hediondos e Equiparados .............................................................................................................................................594Possibilidade de Apelar em Liberdade em Caso de Condenação por Crime Hediondo ou Equiparado ..............................................................594Prisão Temporária nos Crimes Hediondos e Equiparados .....................................................................................................................................................594Previsão da Manutenção pela União de Estabelecimentos Penais de Segurança Máxima ......................................................................................595Livramento Condicional nos Crimes Hediondos e Equiparados ..........................................................................................................................................595Qualificadora na Hipótese da Prática do Crime do 288 do C.p, Quando se Tratar de Crimes Hediondos e Equiparados ...........................595Delação Premiada ....................................................................................................................................................................................................................................595Questões Gabaritadas ............................................................................................................................................................................................................................595

3. CRIMES DE PRECONCEITO DE RAÇA OU DE COR (LEI Nº 7716 DE 5 DE JANEIRO DE 1989) ........................... 596Efeito da Condenação .............................................................................................................................................................................................................................599Discriminação Relacionada ao Nazismo ....................................................................................................................................................................................... 600

4. LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE Nº 4.898/1965 .................................................................................................................600Sujeitos do Crime de Abuso de Autoridade ................................................................................................................................................................................. 600Consumação e Tentativa dos Crimes de Abuso de Autoridade.............................................................................................................................................601Espécie de Ação Penal ...........................................................................................................................................................................................................................601Competência...............................................................................................................................................................................................................................................601Crimes de Abuso de Autoridade (Arts. 3 e 4 da Lei 4898/1965) .......................................................................................................................................... 602Concurso de Crimes ................................................................................................................................................................................................................................605Sanções Penais ..........................................................................................................................................................................................................................................605Questões Gabaritadas ............................................................................................................................................................................................................................607

5. LEI 9455/1997 – LEI DE TORTURA ..............................................................................................................................................608Tortura (imprescritibilidade) ............................................................................................................................................................................................................. 608Art. 1, inc.I, da lei 9455/97 ................................................................................................................................................................................................................... 608Art. 1 Inc.II, da Lei 9455/97 ................................................................................................................................................................................................................. 609Art. 1, parágrafo primeiro, da lei 9455/97..................................................................................................................................................................................... 609Art.1, Parágrafo Segundo, da Lei 9455/97 (Omissão Perante a Tortura ou Tortura Omissiva) ................................................................................610Tortura Omissão Própria ......................................................................................................................................................................................................................610Art.1, Parágrafo Quarto, da Lei 9455/97...........................................................................................................................................................................................611Art.1, Parágrafo 6º, L. 9455/1997 .........................................................................................................................................................................................................611Art.1ª, § 7º, L.9455/1997 ...........................................................................................................................................................................................................................611Questões Gabaritadas .............................................................................................................................................................................................................................611

6. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - LEI N.° 8.069/1990 ..........................................................................612Dos Crimes Previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente ..........................................................................................................................................637

7. LEI 10.826/13 - ESTATUTO DO DESARMAMENTO ...............................................................................................................644Capítulo I - Do Sistema Nacional de Armas ................................................................................................................................................................................ 644Competência.............................................................................................................................................................................................................................................. 644

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SUMÁRIO

Capítulo II - Do Registro .......................................................................................................................................................................................................................645Capítulo III - Do Porte ............................................................................................................................................................................................................................645Porte Civil ....................................................................................................................................................................................................................................................647Omissão de cautela ..................................................................................................................................................................................................................................648Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Permitido .........................................................................................................................................................................649Disparo de Arma de Fogo ..................................................................................................................................................................................................................... 651Posse ou Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Restrito ..........................................................................................................................................................652Comércio Ilegal de Arma de Fogo .....................................................................................................................................................................................................653Tráfico internacional de arma de fogo ............................................................................................................................................................................................653Capítulo V - Disposições Gerais .........................................................................................................................................................................................................653Capítulo VI - Disposições Finais ........................................................................................................................................................................................................654Questões Gabaritadas ............................................................................................................................................................................................................................655

8. LEI DE CRIMES AMBIENTAIS (9.605/98) ................................................................................................................................. 658Capítulo I - Disposições Gerais ..........................................................................................................................................................................................................659Capítulo II - Da Aplicação da Pena ...................................................................................................................................................................................................662Capítulo III - Da Apreensão do Produto e do Instrumento de Infração ............................................................................................................................670Capítulo IV - Da Ação e do Processo Penal ...................................................................................................................................................................................670Capítulo V - Dos Crimes contra o Meio Ambiente .....................................................................................................................................................................672

9. LEI Nº 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995. ......................................................................................................................... 688

10. CRIMES PREVISTOS NO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO - LEI 9503/1997 ................................................. 693

11. INTRODUÇÃO AO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR .......................................................................................... 699Princípios Fundamentais do CDC ....................................................................................................................................................................................................702Relação Jurídica de Consumo .............................................................................................................................................................................................................706Política Nacional das Relações de Consumo................................................................................................................................................................................. 714Princípio da Garantia de Adequação ............................................................................................................................................................................................... 716Direitos Básicos do Consumidor ........................................................................................................................................................................................................ 718Da Proteção à Saúde e Segurança ....................................................................................................................................................................................................722Defeito ...........................................................................................................................................................................................................................................................724Das Práticas Comerciais .......................................................................................................................................................................................................................730Da Proteção Contratual ..........................................................................................................................................................................................................................735Sanções Administrativas ......................................................................................................................................................................................................................740Crimes Contra o Consumidor............................................................................................................................................................................................................ 741Da Defesa do Consumidor em Juízo .................................................................................................................................................................................................743Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor .........................................................................................................................................................................744Questões Gabaritadas ............................................................................................................................................................................................................................746

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CAPÍTULO 01 - Lei Nº 11.343, de 23 de Agosto de 2006

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1. LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006.

Mensagem de veto Regulamento

Institui o Sistema Nacional de Políticas Pú-blicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e rein-serção social de usuários e dependentes de dro-gas; estabelece normas para repressão à produ-ção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço sa-ber que o Congresso Nacional decreta e eu san-ciono a seguinte Lei:

Título I - Disposições Preliminares

Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políti-cas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes.

Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de cau-sar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.

Comentário: A lei de drogas é uma norma penal em branco, ou seja, ela necessita de um complemento que traga a definição do que são drogas. Essa complementa-ção e a portaria SVS/MS de nº 344 de 12 de maio de 1998, que traz os princípios ativos das substâncias que pode-rão ser enquadradas como drogas e consequentemente a tipificação da conduta do agente nos crimes elencados nesta lei. A previsão legal de que a lei 11343/2006 é uma norma penal em branco heterogênea é o artigo 1º, pa-rágrafo único, c/c art. 66 do diploma legal mencionado. Abaixo segue o art. 66 da lei de drogas:

Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1º desta Lei, até que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob con-trole especial, da Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio de 1998.

Comentário: Consoante o artigo segundo da lei 11343/2006, as substâncias psicotrópicas derivadas das plantas de uso estritamente ritualístico-religioso são ressalvas, para que ocorra o enquadramento do agen-te nos crimes previstos nesta lei, quando for utilizadas para essa finalidade. Exemplos de plantas, com substân-cias psicotrópicas, sendo usadas para o ritual religioso: Ayahuasca[ (do quíchua aya, que significa ‘morto, defun-to, espírito’, e waska, ‘cipó’, podendo ser traduzido como “cipó do morto” ou “cipó do espírito”), também conhecida como hoasca, daime, iagê , santo-daime, vegetal e mariri[ é uma bebida psicodélica produzida a partir da combi-nação da videira Banisteriopsis caapicom várias plantas, em particular a Psychotria viridis e a Diplopterys cabre-

rana.Segue abaixo o artigo segundo da lei 11343/2006:

Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a explora-ção de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Con-venção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psi-cotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.

Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cul-tura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas.

Comentário: o Artigo terceiro traz as finalidades do Sisnad (sistema nacional de políticas públicas sobre droga). Lembrando que o artigo 4º traz os prin-cípios e o artigo quinto os objetivos. Tome cuidado para você não cair em algum tipo de pegadinha envolvendo esses artigos, o examinador pode trocar a função de cada um deles.

Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas com:

I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas;

II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.

Princípios do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas

Art. 4º São princípios do Sisnad:I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa huma-

na, especialmente quanto à sua autonomia e à sua liberdade;II - o respeito à diversidade e às especificidades popu-

lacionais existentes;III - a promoção dos valores éticos, culturais e de cida-

dania do povo brasileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros comporta-mentos correlacionados;

IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla par-ticipação social, para o estabelecimento dos fundamentos e estratégias do Sisnad;

V - a promoção da responsabilidade compartilhada en-tre Estado e Sociedade, reconhecendo a importância da par-ticipação social nas atividades do Sisnad;

VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados com o uso indevido de drogas, com a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;

VII - a integração das estratégias nacionais e interna-cionais de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito;

VIII - a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à cooperação mútua nas atividades do Sisnad;

IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que reco-nheça a interdependência e a natureza complementar das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinser-ção social de usuários e dependentes de drogas, repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas;

X - a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua pro-dução não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a ga-

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

rantir a estabilidade e o bem-estar social;XI - a observância às orientações e normas emanadas do

Conselho Nacional Antidrogas - Conad.

Objetivos do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas

Art. 5º O Sisnad tem os seguintes objetivos:I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando

a torná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e ou-tros comportamentos correlacionados;

II - promover a construção e a socialização do conheci-mento sobre drogas no país;

III - promover a integração entre as políticas de preven-ção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União, Distrito Federal, Estados e Municípios;

IV - assegurar as condições para a coordenação, a in-tegração e a articulação das atividades de que trata o art. 3º desta Lei.

Capítulo III - Dos Crimes e das Penas

Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substi-tuídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor.

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, dro-gas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:

• Tem o preceito primário (conteúdo criminoso)• Tem o preceito secundário (consequência jurídica)

Importante: caso de pena alter-

nativa e não substitutiva

1ª corrente – O art.28 tem natureza jurídica de cri-me.

Fundamentos

a. O comportamento do usuário está inserido no capítulo III intitulado “dos crimes”.

b. O art. 28, §4º, fala em reincidência.c. O art.30 fala em prescrição criminal.d. O art.5º, XLVI, CRFB/1988, prevê outras pe-

nas, além das de reclusão e detenção.

2ª corrente – A natureza jurídica do art.28 é de in-fração penal “sui generis”.Fundamentos

a. O fato de o comportamento está no capí-tulo 3, intitulado dos crimes não significa que é crime, pois não raras vezes o legislador intitula como crime infrações diversas ( por exemplo dec.lei 201/1967, chama de crime infrações política – administrativas);

b. A expressão reincidência não é exclusiva de crime presentes também nas infrações adminis-trativas, disciplinares;

c. Prescrição também não é exclusiva de cri-mes , cabendo nos ilícitos civis, atos infracionais, etc...

d. A lei de introdução ao código penal fala em reclusão e detenção para crimes e prisão simples para contravenção. Não tendo o art.28 qualquer dessas penas, caracteriza infração penal “sui ge-neris”;

e. O art.48, §2º, da lei 11343/2006, determina que o ususário seja levado ao juiz e não à dele-gacia.

Observação: é o mesmo trata-

mento dado para o menor infrator.

A corrente supracitada é adotada por

Luiz Flávio Gomes.

3ª corrente – O art.28 não configura infração penal, mas fato atípico sujeito das medidas educativas.

Fundamentos

a. A lei 11343/2006 ao invés de punir prefere falar em medidas educativas para o usuário;

b. O não cumprimento das medidas não gera consequência penal. Ex.: Se o condenado não cumprir, o juiz pode dobrar e se o delinquente continuar descumprindo o máximo que o magis-trado pode fazer é impor multa cominatória por dia de trabalho faltado;

c. Princípio da intervenção mínima;d. A saúde individual é um bem jurídico dis-

ponível.

Observação: Corrente adotada

por Alice Bianchini.

O STF está analisando um caso con-

creto envolvendo um detento condenado

por porte de 3 gramas de maconha em

cela. Dependendo da decisão a ser tomada

pelo guardião da Constituição pode ocor-

rer uma mudança no entendimento sobre

a incriminação do porte ilegal de drogas

para consumo próprio, previsto no artigo

28 da lei 11343/2006 (que hoje é conside-

rado crime).

Bem jurídico tutelado ou objetividade jurídica - A Saúde Pública colocada em risco pelo comportamen-to do usuário. Não se pune o porte da droga para o uso próprio, em função da proteção à saúde do agente, mas

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CAPÍTULO 01 - Lei Nº 11.343, de 23 de Agosto de 2006

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em razão do mal potencial que pode gerar a coletividade.Sujeito ativo – Aquele que pratica a conduta previs-

ta como crime. Pode ser qualquer pessoa, ou seja, crime comum.

Sujeito passivo – Aquele sofre a conduta prevista como crime. É a coletividade, ou seja, crime vago.

Conceito de crime vago - Crime vago: é aquele que tem por sujeito passivo uma entidade destituída de personalidade jurídica, como a sociedade, o público, a família etc.

Uso pretérito – Não se pune o agente se for sur-preendido usando ou logo depois de usar a droga, sem possibilidade de se usar a droga em seu poder.

Elemento subjetivo - O crime é punido a título de dolo mais fim especial (consumo próprio).

Consumação - Consuma-se com prática de qual-quer um dos núcleos: quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo.

Crime de Perigo Abstrato

Para a maioria o crime é de perigo abstrato (crime absolutamente previsto em lei).

O eminente jurista, Guilherme de Souza Nucci, rotu-la o art.28 da lei 11343/2006 como de “ínfimo potencial ofensivo”, tendo em vista que, mesmo sendo inviável no caso concreto a transação penal, ainda que reincidente o agente e com maus antecedentes ou péssima conduta social, jamais será aplicada a pena privativa liberdade, mas penas alternativas com medidas assecuratórias de cumprimento.

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, dro-gas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:

I - advertência sobre os efeitos das drogas;II - prestação de serviços à comunidade;III - medida educativa de comparecimento a programa

ou curso educativo.§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu

consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destina-das à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.

§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consu-mo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.

§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.

§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos in-cisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.

§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumpri-da em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públi-cos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, prefe-rencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas.

§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas edu-cativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz subme-tê-lo, sucessivamente a:

I - admoestação verbal;II - multa.§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque

à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de

saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento es-pecializado.

Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz, atendendo à repro-vabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacida-de econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo.

Prescrição

Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.

Título IV - Da Repressão à Produção não Autorizada e ao Tráfico Ilícito de Drogas

Capítulo I - Disposições Gerais

Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade competente para produzir, extrair, fabricar, transformar, pre-parar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, ree-xportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, com-prar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as demais exigências legais.

Comentário: A previsão legal da destruição das plantações ilícitas está no artigo 32 e da destruição das drogas ilícitas no artigo 50, todos da lei 11343/2006. Abaixo montei uma tabela trazendo as diferenças e a literalidade dos artigos mencionados.

Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo delegado de polícia na forma do art. 50-A, que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições encontra-das, com a delimitação do local, asseguradas as medidas ne-cessárias para a preservação da prova. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)

Plantações Ilícitas Drogas Ilícitas

Quem poderá destruir?

R.: Delegado de polícia

Quem poderá destruir?

R.: Delegado de polícia

Precisa-se de autorização judi-cial?

R.: Não

Precisa-se de autorização ju-dicial?R.: Sim

Quando que ocorrerá a destrui-ção?

R.: Imediatamente

Quando que ocorrerá a des-truição?

R.: Depois da determinação judicial a autoridade policial tem um prazo de 15 dias para destruir a droga na presença do ministério público e da au-toridade sanitária.

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas.

§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em fla-grante e estabelecimento da materialidade do delito, é su-ficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.

§ 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º deste artigo não ficará impedido de participar da elabora-ção do laudo definitivo.

§ 3º Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a regularidade formal do laudo de constatação e determinará a destruição das drogas apreendidas, guardando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)

§ 4º A destruição das drogas será executada pelo de-legado de polícia competente no prazo de 15 (quinze) dias na presença do Ministério Público e da autoridade sanitária. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)

§ 5º O local será vistoriado antes e depois de efetivada a destruição das drogas referida no § 3º, sendo lavrado auto circunstanciado pelo delegado de polícia, certificando-se neste a destruição total delas. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)

Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão em flagrante será feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contado da data da apre-ensão, guardando-se amostra necessária à realização do lau-do definitivo, aplicando-se, no que couber, o procedimento dos §§ 3º a 5º do art. 50. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)

§ 3º Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, observar-se-á, além das cautelas necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto no 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada a autori-zação prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.

§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, conforme o disposto no art. 243 da Constitui-ção Federal, de acordo com a legislação em vigor.

Capítulo II - Dos Crimes

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com deter-minação legal ou regulamentar:

Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e paga-mento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias--multa.

Bem jurídico tutelado ou objetividade jurídica - Saúde pública (tutela imediata); saúde individual das pessoas que integram a sociedade (tutela imediata).

Sujeito ativo – Qualquer pessoa (crime comum).Sujeito passivo – A coletividade (crime vago)

Vender substância geradora de dependência para criança ou adolescente

1ª hipótese 2ª hipótese

Substância prevista na portaria 344 SVS/MS

Substância não previs-ta na portaria 344 SVS/MS

Art.33 da lei 11343/2006 Art.243 do ECA (lei 8069/1990

Por exemplo: maconha Por exemplo: cola de sapateiro, thiner, etc...

Vai incidir a majorante do art.40, inc.VIII, da lei 11343/2006

Conduta - O artigo 33 da lei 11343/2006 possui 18 condutas, sendo considerado pela doutrina como crime de ação múltipla ou conteúdo variado e também crime plurinuclear.

Importante: Mesmo que o agen-

te pratique, no mesmo contexto fático e

sucessivamente, mais de uma ação típica

(Ex.: importa, guarda e vende), por força

do princípio da alternatividade responde-

rá por crime único. O juiz deve conside-

rar a pluralidade de núcleos na fixação da

pena).

Dica Focus: Faltando proximida-

de comportamental entre as várias condu-

tas haverá concurso de crimes.

Observação: Equivale à ausência

de autorização o desvio de autorização,

ainda que regularmente concedida.

Jurisprudência

Dificuldade de subsistência por meios lícitos decor-rentes de doença, embora grave, não justifica apelo ao recurso ilícito, morlmente reprovável e socialmente pe-rigoso, de se entregar o agente ao comércio de drogas.

Circunstâncias Indicativas do Tráfico

Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:

I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, jus-tificando as razões que a levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do pro-duto apreendido, o local e as condições em que se desenvol-veu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente;

a. Quantidade e natureza da subsistênciab. Local e as condições e em que se desenvolva

a ação criminosac. Circunstâncias da prisão