49
1 PDITS PLANO DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DO TURISMO SUSTENTÁVEL COSTA DO DENDÊ RESUMO EXECUTIVO MARÇO 2015

PDITS PLANO DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DO …observatorio.turismo.ba.gov.br/wp-content/uploads/2018/10/Resumo...2 FICHA TÉCNICA GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA Rui Costa Governador SECRETARIA

Embed Size (px)

Citation preview

1

PDITS

PLANO DE DESENVOLVIMENTO

INTEGRADO DO TURISMO SUSTENTÁVEL

COSTA DO DENDÊ

RESUMO EXECUTIVO

MARÇO 2015

2

FICHA TÉCNICA

GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA

Rui Costa Governador

SECRETARIA DE TURISMO DO ESTADO

Nelson Pelegrino Secretário de Turismo

Fernando Cesar Ferrero Superintendente de Investimentos em Polos Turísticos

Ângela Gonçalves Superintendente de Serviços Turísticos

Marcelo Gonçalves Carvalho Diretor de Planejamento e Estudos Econômicos/

Coordenador do PDITS

Antônio Sérgio Sousa Diretor de Projetos, Acompanhamento e Controle

Andréia Ferreira Brandão Coordenadora do PDITS

Inez Maria Dantas Amor Garrido Coordenadora do PDITS

EQUIPE TÉCNICA

Andréia Ferreira Brandão, Inez Maria Dantas Amor Garrido, Ívia de Jesus Santana, Julio

Freitas dos Santos, Levi Goes de Queiroz, Maria Teresa Chenaud Sá de Oliveira, Reinaldo

Moreira Dantas, Rodrigo Cruz Lopes, Sandra Maria Daltro Casanova, Vital Péricles Amorim

Lima, William Walter Picket.

CONSULTORIA TÉCNICA:

BARCELONA MEDIA INOVAÇÃO BRASIL (BMiBrasil) / PETROCCHI CONSULTORIA

Coordenação:

Mario Petrocchi Petrocchi Consultoria

Richard Alves Diretor BMiBrasil

Marcela Saad Coordenadora de Turismo BMiBrasil

Equipe:

André Mucarzel, Andreia Ventura, Caique Bispo, Dalva Sant’Anna, Giovana Serenato,

Jaume Garau, Luis Tadeu Assad, Márcio Maia, Marcos Glidson, Mariana Camurugy, Mário

Besteti, Patrícia Reis Pereira, Tatiany Carvalho.

3

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 4

2. OBJETIVOS DO PDITS COSTA DO DENDÊ ......................................................................................... 5

3. METODOLOGIA........................................................................................................................................... 6

4. CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO ............................................................................................................ 8

5. DIAGNÓSTICO DA COSTA DO DENDÊ ............................................................................................... 11

5.1 Aspectos Econômicos e Sociais ..................................................................................................... 11

5.1.1 Caracterização Econômica da Região .................................................................................. 11

5.1.2 Análise da Dinâmica Social ......................................................................................................... 12

5.2 Análise da Dinâmica Ambiental ...................................................................................................... 14

5.3 Análise da Infraestrutura e Serviços Gerais .................................................................................. 15

5.4 Análise da Dinâmica Institucional ................................................................................................... 17

5.5 Análise da Dinâmica Turística ......................................................................................................... 19

5.5.1 Análise da Demanda ................................................................................................................ 19

5.5.2 Análise da Oferta ...................................................................................................................... 23

6. ANÁLISE ESTRATÉGICA DA ÁREA TURÍSTICA ................................................................................ 30

7. VALIDAÇÃO DA ÁREA TURÍSTICA ....................................................................................................... 32

8. ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO .................................................................... 34

8.1 Princípios Norteadores ........................................................................................................................... 34

8.2 Visão ......................................................................................................................................................... 36

8.3 Posicionamento Estratégico .................................................................................................................. 36

8.4 Estratégias................................................................................................................................................ 39

9. PLANO DE AÇÃO .......................................................................................................................................... 41

9.1 Prioridade - 1– Curto Prazo ................................................................................................................... 42

9.2 Prioridade – 2 – Médio Prazo .......................................................................................................... 44

9.3 Prioridade – 3 – Longo Prazo ................................................................................................................ 46

9.4 Quadro Resumo dos investimentos ..................................................................................................... 47

10. MECANISMOS DE GESTÃO, ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO ......................................... 48

4

1. INTRODUÇÃO

O Estado da Bahia sempre se destacou no cenário turístico nacional pela sua beleza natural,

seu rico patrimônio histórico-cultural, pela hospitalidade e alegria de seu povo, despertando

em milhões de pessoas o desejo de visitar e viver cada uma de suas regiões. Considerado o

berço da cultura afro-brasileira, aqui permanecem e se perpetuam os legados culturais das

matrizes africana, indígena e portuguesa, que mesclam a realidade do dia a dia e produzem

o tão propagado jeito baiano de ser.

Diversas iniciativas foram realizadas por parte do governo estadual com vistas ao

planejamento e desenvolvimento do turismo no Estado, a exemplo dos primeiros planos

estratégicos elaborados na década de 1970 e do novo ciclo de planejamento protagonizado

pelo Governo do Estado, a partir de 1991, com a concepção do zoneamento turístico e seus

respectivos planos regionais, que deram origem ao Programa de Desenvolvimento Turístico

da Bahia – PRODETUR – Bahia, que viria integrar-se, posteriormente, ao Programa de

Desenvolvimento Turístico do Nordeste – PRODETUR-NE I.

Em 2001, para inserção da Bahia no PRODETUR-NE II, foram elaborados Planos de

Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável (PDITS),

estando dentre eles o PDITS do Polo Litoral Sul, que engloba as

zonas turísticas Costa do Cacau e Costa do Dendê, esta última

região retratada no presente Plano.

Em continuidade às ações planejadas de desenvolvimento do

turismo, a Secretaria de Turismo do Estado decidiu atualizar o

PDITS Costa do Dendê elaborado em 2002, e em parceria com

a Barcelona Media Inovação Brasil e a Petrocchi Consultoria

adotaram uma abordagem diferenciada, para um horizonte

temporal de cinco anos, cujo foco principal será a busca do

atendimento da demanda, de modo a preparar a região para ser

mais competitiva e sustentável na atividade turística.

Este Resumo Executivo procura sintetizar o presente PDITS Costa do Dendê, a fim de

apresentá-lo de forma compacta nos seus principais elementos diagnósticos, analíticos e

propositivos, com o intuito de facilitar a leitura e compreensão pelos interessados diretos e

indiretos, ou quando da sua utilização pelo Governo do Estado para captação de recursos

oriundos do Governo Federal e de outros organismos multilaterais de financiamento.

Este PDITS tem como eixo central a

identificação e o atendimento das

necessidades da demanda, de forma a deixar o

destino mais competitivo e sustentável.

5

2. OBJETIVOS DO PDITS COSTA DO DENDÊ

•Orientar o crescimento do turismo em bases sustentáveis, em curto, médio e longo prazos, estabelecendo estratégias, ações e prioridades. Objetivo

Principal

•Orientar as autoridades governamentais quanto aos ajustes no marco legal e institucional necessários;

•Oferecer informações específicas para promover investimentos da iniciativa privada;

•Conscientizar os atores do segmento sobre o papel do turismo como indutor do desenvolvimento econômico e social;

•Criar condições infraestruturais para a formatação de produtos turísticos competitivos no mercado nacional e internacional;

•Promover a proteção do patrimônio natural e cultural local e sua integração ao desenvolvimento turístico regional;

•Incentivar a qualificação da oferta visando à atração de perfis de consumo que promovam mais gastos e, consequentemente, maior entrada de divisas nos destinos;

•Desenvolver prioritariamente os segmentos que sejam mais efetivos de acordo com as características da oferta e necessidades da demanda;

•Atrair investimentos privados vinculados diretamente ao turismo ou de atividades fornecedoras de produtos e serviços às empresas de turismo;

•Incrementar a receita do turismo, a geração de emprego e o aumento no recolhimento de tributos;•Contribuir para a melhoria dos indicadores sociais e de qualidade de vida nas regiões contempladas;•Contribuir para aumentar a capacidade de competição dos destinos turisticos brasileiros e consolidar a politica nacional de turismo.

Objetivos Específicos

•Melhorar a qualidade da oferta com base em produtos inovadores;

•Aumentar o fluxo de turistas;

•Aumentar o gasto médio do turista;

•Aumentar os gastos dos turistas com passeios e atrações turísticas;

•Aumentar a taxa de permanência dos turistas;

• Aumentar a arrecadação de tributos municipais;

•Aumentar o número de empregos nas Atividades Características do Turismo (ACTs)

Objetivos Operacionais

6

3. METODOLOGIA

A metodologia de atualização deste Plano contemplou a participação de representantes

do poder público da esfera estadual e municipal, da iniciativa privada dos municípios,

das comunidades envolvidas, e de outras instituições cujas funções e decisões afetem

direta ou indiretamente o desenvolvimento da atividade turística na Costa do Dendê. O

envolvimento desses atores se deu durante todo o trabalho, o que facilitou a troca de

informação, o consenso sobre os objetivos do Plano e o estabelecimento de prioridades. Este

processo adotou o seguinte conjunto de etapas:

Figura 1- Processo Metodológico

Tomando como base o Termo de Referência para revisão e atualização deste PDITS e tendo

como ponto de partida o PDITS do Polo Litoral Sul elaborado e publicado pelo Governo do

Estado em 2003, o processo de preparação foi realizado por meio de seis etapas principais:

Levantamento e análise de fontes secundárias - Pesquisas, estudos e documentos já

existentes apoiaram a análise quantitativa e qualitativa de todas as dimensões.

Entrevistas com as principais entidades públicas, privadas e terceiro setor, tanto

regionais como municipais – Entre os dias 21 de julho e 08 de agosto de 2014 foram

realizadas as entrevistas através de formulários estruturados com questões abertas e

fechadas.

Entrevistas com instituições estaduais – Foram realizadas com gestores e/ou a equipe

técnica de instituições estaduais ligadas ao turismo, meio ambiente e infraestrutura,

paralelamente ao trabalho de campo e também baseadas em instrumentos estruturados.

PDITS

Diagnóstico

Análise Estratégica da Área Turística

Estratégias de Desenvolvimento

TurísticoPlano de Ação

Mecanismos de Gestão,

Monitoramento e Avaliação

7

Visita in loco– Durante o levantamento de informações em campo fez-se necessária a

investigação qualitativa in loco de alguns pontos específicos, no intuito de verificar o

estado de conservação da infraestrutura, dos atrativos e equipamentos turísticos.

Oficina participativa para discussão do diagnóstico – Esta etapa envolveu atores

estaduais, municipais e regionais do poder público, iniciativa privada e comunidade, que

contribuíram para a complementação do diagnóstico.

Análise Estratégica (Matriz SWOT) - foi realizada através da metodologia de análise

SWOT, que sintetiza o momento presente do ambiente interno, bem como os fatores do

ambiente externo. A compreensão ampla acerca do cenário interno e externo atual da

Costa do Dendê será de grande relevância para a definição das estratégias, prioridades e

ações a serem propostas no presente Plano.

8

4. CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO

A Bahia é um dos Estados do Nordeste brasileiro que vem ocupando lugar de destaque no

ranking nacional, entre os destinos mais procurados pelos turistas nacionais e internacionais.

Diante de toda a riqueza natural e cultural distribuída pelo seu território, estabeleceu 13 zonas

turísticas, presentes no mapa nacional da regionalização do Ministério do Turismo, atualizado

em 2013. Para cada zona turística foi criada uma marca nominal e respectivo ícone

representativo, tendo como conceito principal uma característica ou um símbolo marcante da

região. O mapa a seguir apresenta a geografia turística atual da Bahia:

Figura 2 - Mapa das Zonas Turísticas da Bahia

Fonte: Estratégia Turística da Bahia, 2011.

A Costa do Dendê é uma dessas regiões criadas no primeiro zoneamento realizado em 1991,

e atualmente engloba 9 municípios turísticos: Cairu, Camamu, Igrapiúna, Ituberá, Maraú, Nilo

Peçanha, Presidente Tancredo Neves, Taperoá e Valença.

9

Figura 3 – Mapa da Costa do Dendê

Fonte: SETUR/BA (2015)

A Costa do Dendê possui uma área de 5.815,62 Km², cerca de 115 km de litoral, distribuídos

entre oito dos nove municípios que compõem esta zona turística, iniciando no sentido norte a

sul pelo município de Valença e estendendo-se por Cairu, Taperoá, Nilo Peçanha, Ituberá,

Igrapiúna, Camamu e Maraú. O município de Presidente Tancredo Neves, único que não se

encontra no litoral, situa-se na porção norte em território contínuo a Valença.

Esta zona turística integra o litoral sul do Estado, situando-se entre a Baía de Todos-os-

Santos, no limite Norte e a Costa do Cacau ao sul. A região apresenta exuberância em seus

10

atributos naturais, é bastante conhecida pelas suas praias de águas claras e quentes, com

formações variadas de recifes de coral e vastos

coqueirais, estando entre as melhores do país nos

principais guias do gênero. O arquipélago fluvial do

Rio Una abriga uma variedade de ilhas paradisíacas

– Tinharé, onde se situa Morro de São Paulo,

Boipeba e Cairu, nesta última se localiza a sede do

município do mesmo nome.

A Baía de Camamu, segunda maior baía do litoral

baiano e terceira do Brasil pertence a esta região,

abrigando dez ilhas com paisagens naturais

intocadas, praias de rara beleza, matas nativas, manguezais e coqueirais.

Uma extensa contracosta de águas plácidas, ideal para navegação, vela, mergulho e pesca.

As cachoeiras e as corredeiras são locais para a prática de esportes radicais. As Unidades de

Conservação preservam a rica fauna e flora. A grande diversidade ecológica divide a

paisagem com um rico acervo histórico e cultural, bem como as populações tradicionais, que

guardam heranças do Brasil Colônia.

A marca nominal e visual Costa do Dendê está vinculada à abundância de dendezeiros

existentes no seu território, que se constituem na matéria prima para a produção do óleo de

dendê, um dos principais ingredientes da comida baiana tradicional. Nesta região se

concentram 84,5% da produção de dendê do Estado da Bahia, que é o segundo maior

produtor do país, atrás apenas do Pará.

O principal segmento turístico ofertado por todos os destinos da Costa do Dendê é o de Sol e

Praia, mas a região vem avançando na oferta de produtos e serviços do Ecoturismo e de

outros segmentos como o Cultural, Náutico e de Aventura, em destinos específicos. Os

destinos turísticos que se destacam em relação à atração de fluxos turísticos são Morro de

São Paulo, Boipeba, Barra Grande. Os demais recebem turistas em menor escala.

Na medida em que houver um aprimoramento dos produtos e serviços turísticos, da

infraestrutura turística e básica e dos serviços públicos necessários para dinamizar a

atividade, o fluxo turístico tenderá a aumentar. O melhor aproveitamento desses destinos

também passa pelo investimento em ações de promoção e comercialização a fim de

disseminar o conhecimento e gerar interesse da comunidade e dos turistas.

Diante das características da região e do fluxo turístico efetivo e potencial que detém, faz-se

necessária uma análise da situação atual das dimensões que impactam a atividade turística

para traçar estratégias e ações que tenham em vista o melhor desempenho do Turismo. Desta

forma, nas seções que seguem serão apresentadas informações, dados e análises que

direcionarão o Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável da Costa do

Dendê.

Região bastante conhecida pela

exuberância de seus atributos naturais e

belas praias, estando entre as melhores do país nos principais

guias do gênero.

11

5. DIAGNÓSTICO DA COSTA DO DENDÊ

Este diagnóstico apresenta um panorama da situação estrutural da atividade turística na

Costa do Dendê e a posição competitiva da região no mercado, frente aos consumidores e

competidores. A coleta de informações e a análise diagnóstica foram realizadas de acordo

com as dimensões a seguir:

Aspectos Econômicos e Sociais;

Dinâmica Turística;

Infraestrutura Básica;

Aspectos Socioambientais;

Quadro Institucional.

A fim de cumprir as análises previstas no termo de referência e envolver todos os atores, três

equipes estiveram em campo, simultaneamente, na região. Os resultados deste processo de

planejamento integrado e participativo estão registrados ao longo do PDITS e sintetizados

neste Resumo Executivo.

5.1 Aspectos Econômicos e Sociais

5.1.1 Caracterização Econômica da Região

Com base na última divulgação do PIB dos municípios brasileiros, produzido pelo IBGE, em

parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística e Secretarias Estaduais de Governo em

2014, relativo ao ano de 2012, o agregado das riquezas produzidas pelos municípios que

compõem esta Zona Turística totalizou R$ 3,12 bilhões, representando 1,87% do PIB do

Estado.

Destacam-se os municípios de Cairu e Valença, que juntos correspondem a 68,3% da riqueza

produzida nesta Zona Turística. Entretanto, essa assimetria econômica não reflete a

importância dos demais municípios na composição dos atributos turísticos da região.

A Costa do Dendê tem na atividade turística uma das mais importantes da dinâmica

econômica do setor terciário da região. Na região, este setor divide importância de produto

econômico com o segundo setor, concentrado no município de Cairu, diretamente ligado à

atividade de exploração de gás no campo de Manati, na Bacia de Camamu. Uma atividade

pontual que tem sua contrapartida maior à região na forma de tributos, sobretudo royalties e

repasses estaduais de impostos, não impactando decisivamente na geração de emprego e

fomento das atividades de comércio e serviços.

Nas Atividades Características do Turismo (ACTs), a maior representatividade está

concentrada nas atividades de alojamento e alimentação, que obtiveram, em 2012,

respectivamente, 46,5% e 33,7% do total dessas empresas da região. Essas unidades

produtivas são formadas, na sua maioria, por micro e

pequenos empreendimentos. Em Cairu estes

pequenos negócios representam 47,1% de todos os

estabelecimentos locais e em Maraú 37,6%. O

percentual de 6,9% para o município de Valença

também é bastante significativo, levando-se em

consideração que é uma localidade com maior nível

A Costa do Dendê recebeu

5,8% do fluxo total da

Bahia, com uma receita

global de R$ 836,3 milhões

de reais, em 2014.

12

de desenvolvimento econômico e conta com uma ampla diversidade de negócios

estabelecidos nos mais distintos segmentos.

O desempenho do turismo na Costa do Dendê indicou que a região recebeu 5,8% do fluxo

total da Bahia, ou seja, aproximadamente 775.049 viagens, apontando um aumento, com

relação a 2011, de 2,2%, de acordo com as projeções para 2014. Este fluxo gerou uma receita

aproximada de R$836.339.875,001, proporcionando a ocupação dos meios de hospedagem,

restaurantes e bares, visitação nos atrativos, enfim, dinamizando a economia local.

5.1.2 Análise da Dinâmica Social

A Costa do Dendê, como mencionado na sua caracterização, conta com uma área total de

5.815,62 km² e uma população estimada pelo IBGE em 01 de julho de 2014, de 277.018

habitantes, projetando um crescimento de 23.632 habitantes em relação ao último Censo

Demográfico realizado no ano de 2010, quando foram contabilizados 253.386 habitantes. A

população da Costa do Dendê corresponde a aproximadamente 1,83% do total da Bahia

(estimada em 15,126 milhões de habitantes em 01 de julho de 2014).

A dinâmica populacional desta região apresenta três aspectos a destacar: 1- a variação

populacional positiva em todos os municípios no período analisado, indicando que a região

tem conseguido reter sua população local; 2 - há um equilíbrio entre os gêneros, com discreta

predominância de homens, mas registrando taxa de crescimento mais elevada na população

feminina; e 3 - a região ainda preserva certo equilíbrio na distribuição populacional, tanto entre

os municípios, quanto entre áreas urbanas e não urbanas.Com uma taxa média regional de

urbanização por volta dos 54%, apenas dois municípios, Valença, o mais populoso, e Ituberá

ultrapassam esta proporção, o que denota um uso mais

equilibrado do território.

As condições de vida se traduzem pelo acesso da população a

bens infraestruturais e serviços que lhe assegurem saúde,

educação e segurança. O acesso dos domicílios ao

saneamento básico se configura como uma das dimensões

mais importantes para a preservação da saúde e redução da

mortalidade infantil, base para a ampliação da expectativa de

vida.

O Estado da Bahia, em 2010, estava em 22º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano,

com um índice médio (0,66), abaixo da média nacional (0,72). Este índice leva em

consideração a Renda, PIB per capita e Longevidade. Os municípios de Cairu (0,63), Valença

(0,62) e Ituberá (0,61) destacam-se com os melhores IDHs, mas ainda abaixo da média

estadual e nacional. Ainda assim, os índices refletem os avanços ocorridos na escolarização

da população, a ampliação da renda e o aumento da expectativa de vida.

Os dados relativos a emprego apontam na região uma taxa considerável da informalidade do

trabalho, que vai ao encontro da realidade na atividade turística. Cabe ressaltar que as taxas

de formalidade tendem a ser mais acentuadas nos espaços urbanos, enquanto a

1Valor do gasto médio R$1079,08 x viagens 775.049 = R$ 836.339875,00. Dados da projeção com base na pesquisa FIPE

2011

Uma taxa média

regional de

urbanização por volta

dos 54%, a região

preserva um

equilíbrio na

distribuição

populacional.

13

informalidade do vínculo trabalhista predomina no ambiente não urbano. Conforme

mencionado acima, há um equilíbrio entre a população urbana e rural nesta região.

Os ocupados por conta própria acima de 18 anos são os mais representativos entre o total

dos ocupados na região, somando 40,7%. Em seguida aparecem os trabalhadores sem

carteira, totalizando 32,7%, e os profissionais em situação de formalidade no emprego, que

totalizam 23%. A taxa de desocupação é relativamente baixa na região, registrando 8,9% em

2010. Ocorreu redução em quase todos os municípios no período, totalizando uma queda de

4,2%, quando comparada ao ano 2000 (13,1%).

Outro dado marcante nessa região é a redução da parcela da população em situação de

pobreza nos municípios da Costa do Dendê, que foi significativa entre os anos de 2000 e

2010. Contudo, a situação de pobreza, especialmente dos mais pobres (proporção dos

indivíduos com renda domiciliar per capita igual ou inferior a R$140,00) e vulneráveis

(proporção dos indivíduos com renda domiciliar per capita igual ou inferior a R$ 255,00

mensais) ainda é uma realidade para a região.

O nível da oferta de serviços básicos é um dos mais importantes indicadores de qualidade de

vida das comunidades em questão. Os itens considerados são o abastecimento de água, o

esgotamento sanitário, coleta de lixo e energia elétrica. Especialmente durante o período de

alta temporada, a demanda por estes serviços é ampliada significativamente em função do

aumento do fluxo de visitantes.

Conforme mencionado anteriormente, mais de 26,73% dos domicílios da região não são

ocupados regularmente, sendo estes, normalmente, ocupados durante o período de veraneio.

Com a elevação da taxa de ocupação neste período, a demanda com abastecimento de água,

energia e coleta de lixo crescem de forma relevante, exigindo melhor gestão pública para

atendimento dessa demanda.

O serviço de abastecimento de água conta com indicadores crescentes. Em 1991, em média,

31,2% da região era atendida, em 2000 passou a 47,9% e em 2010 chegou a 80,1%. O

município que possui o menor índice de cobertura é Igrapiúna, seguido por Nilo Peçanha. Já

os municípios com maiores taxas de cobertura são Cairu, Valença e Camamu, municípios que

contam com atividade turística representativa.

Outro indicador relevante que avançou nos municípios da Costa do Dendê é a existência de

banheiro e água encanada nos domicílios. Enquanto no ano de 1991 apenas 23,7% dos

domicílios da região contavam com a presença de banheiros e água encanada, em 2010 já

representavam 68,5%. A melhor situação é a dos municípios de Cairu (88,9%) e Valença

(77%). Por outro lado, Igrapiúna e Maraú, embora tenham avançado significativamente nos

últimos anos, contam com a menor cobertura destes itens, com apenas 50,4% e 51,5%,

respectivamente.

A coleta de lixo, outro serviço público essencial, tem avançado com mais celeridade nos

municípios da Costa do Dendê. Na região, 93,3% dos domicílios urbanos já contavam com a

coleta de lixo no ano de 2010, uma cobertura expressiva quando comparada aos anos de

1991 e 2000. Destacam-se, com maior cobertura do serviço, os municípios de Cairu (97,7%),

Ituberá (95,4%) e Igrapiúna (95,1%).

14

Algumas iniciativas podem ser ressaltadas para melhoria da cobertura dos serviços básicos,

como o Programa de Aceleração do Crescimento - PAC. Este Programa liberou para o

município de Valença mais deR$5 milhões. Esse recurso foi investido na Ampliação da

Estação de Tratamento de Água - ETA do Alto do São Roque, em Valença e do Patipe, no

Distrito do Guaibim.

A melhoria educacional na Costa do Dendê se constitui em importante mecanismo para

contribuir com a redução da pobreza ainda existente e a desocupação elevada, bem como

possibilitar melhores rendimentos. Nos municípios da Costa do Dendê estão distribuídas 471

escolas de Ensino Médio e Fundamental, conforme levantamento apresentado pelo Instituto

Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP), para o ano de 2013.

Existem instituições na Bahia que formam técnicos em turismo ou em áreas correlatas como

o SENAC e programas como o PRONATEC - Programa Nacional de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego, que têm como pré-requisito a conclusão do ensino fundamental. Além

dessas instituições, está localizado na Costa do Dendê, o Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), que foi criado pela Lei nº 11.892/2008, sendo resultado

das mudanças promovidas no antigo Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia

(Cefet-BA).

A região também conta com escolas profissionalizantes com cursos construídos para atender

às necessidades locais, a exemplo do Instituto Técnico de Educação Profissional. O instituto

conta com curso na área de Nutrição, que tem por objetivo formar profissionais para atuar em

restaurantes, hotéis e outras unidades produtivas. Para capacitação de empreendedores do

setor, tendo em vista o aprimoramento da gestão, o SEBRAE atua na região através da sua

sede em Valença. O atendimento é realizado através de palestras, cursos e consultorias.

5.2 Análise da Dinâmica Ambiental

Localizada entre a foz do Rio Jaguaripe e a Baía de Camamu, a Costa do Dendê apresenta

o clima que pode ser caracterizado como tropical sem estação seca. A média das

temperaturas máximas é superior a 24° C e a média das mínimas é de 21º C. Os meses mais

quentes vão de novembro a março e, os mais amenos são os de julho e agosto.

A partir dos dados do Ministério do Meio Ambiente constatou-se que toda a região da Costa

do Dendê encontra-se inserida originalmente no bioma Mata

Atlântica, havendo variações florestais deciduais,

semideciduais e densas. Verificou-se também a presença da

savana e de uma vegetação secundária em meio aos usos

antrópicos encontrados naquela área.

Diante da realidade do ambiente natural da Costa do Dendê,

bem como a importância da região para a manutenção e

conservação da biodiversidade, é importante que os municípios estabeleçam regras e normas

de uso e ocupação do solo, buscando evitar a perda da biodiversidade e dos recursos naturais

ali existentes.

A Costa do Dendê

encontra-se inserida

originalmente no

bioma Mata Atlântica.

15

Além do conjunto de praias localizadas na Costa do Dendê, existe também uma grande

quantidade de rios que são fundamentais para o equilíbrio daquele ecossistema, bem como

atrativos em potencial para o Turismo.

Entre as Bacias Hidrográficas estão:

Rio de Contas (Gestão Estadual, com Comitê instalado);

Rio Jaguaripe (Gestão Estadual, com Comitê instalado);

Rio Jequiriçá (Gestão Estadual, com Comitê instalado);

Rio das Almas (Gestão Estadual, com Comitê instalado).

A região conta com expressivos e importantes recursos naturais associados às bacias

hidrográficas, cujos rios principais e seus afluentes formam cachoeiras, balneários e

corredeiras, que alcançam o mar da região em belas praias e manguezais. É importante

assinalar que grande parte das atividades turísticas da Costa do Dendê são praticadas em

áreas naturais e, para tanto, se faz importante a conservação e manutenção desse valioso

patrimônio natural vocacionado ao turismo.

As unidades de conservação representam uma parcela expressiva da área total dos

municípios da Costa do Dendê, constituindo 84,1% do território municipal de Igrapiúna, 64,2%

da área de Cairu, 62,5% do município de Ituberá, 58,9% de toda a área do município de

Maraú, 58,8% do município de Nilo Peçanha e aproximadamente 57% do município de

Camamu.

5.3 Análise da Infraestrutura e Serviços Gerais

Esta seção contempla uma avaliação da situação da Infraestrutura de acesso e transporte

(estruturas – terminais, rodovias e hidrovias – e características da operação dos modais), da

Infraestrutura Urbana Básica, formada pelos sistemas de abastecimento de água, sistemas

de esgotamento sanitário, coleta e destinação final de lixo, da Infraestrutura de Comunicação

e da Infraestrutura de Serviços Básicos para População e Turistas.

A Costa do Dendê localiza-se na porção norte do litoral sul do Estado. Seu território é formado

majoritariamente por uma península e várias ilhas, onde o acesso a algumas localidades

ocorre por meio de transporte hidroviário. A BA-001 é a principal rodovia que estrutura o

sistema rodoviário da região. Embora a classificação da situação física da rodovia seja

satisfatória pelo DNIT, a BA-001 apresenta trechos críticos de pavimentação deteriorada e

sinalização rodoviária precária, principalmente no acesso ao município de Valença.

A Costa do Dendê conta com o aeroporto de Valença, que pode receber voos nacionais. Este

sofreu reestruturação recente, foi reativado no segundo semestre de 2013 com voos regulares

entre Valença e Salvador, suspendendo suas atividades pouco tempo depois. Recentemente

a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) concedeu autorização para voos regulares entre

o Aeroporto de Valença e o Aeroporto de Viracopos (Campinas/SP), gerando a expectativa

de um incremento no fluxo turístico para a região. Conta ainda com 7 pistas de pouso de

menor porte, que possibilitam pousos de aviões de pequeno porte em Morro de São Paulo,

Ituberá e na Península de Marau. As Pistas de Pouso, de modo geral, recebem aeronaves de

pequeno porte. Não possuem área de desembarque.

16

O sistema hidroviário tem extrema importância já que existem muitas ilhas. Além de turísticas,

as travessias são, acima de tudo, parte do sistema de transporte da população local. Existe

uma grande quantidade de atracadouros, mas o estado de conservação é insatisfatório,

segundo as entrevistas realizadas com gestores da região.

Outro espaço de navegação muito importante na região é a Baía de Camamu, a terceira maior

do país em volume de água e fica localizada na Costa do Dendê. Com ventos constantes e

águas profundas e calmas, a baía de Camamu favorece a atracação de embarcações e os

esportes náuticos. Ao redor da baía localizam-se ilhas,

mangues e praias conhecidas pela beleza natural, que

atraem turistas anualmente, como, por exemplo, Barra

Grande (município de Maraú), o principal destino turístico

da Baía de Camamu, além da Ilha da Pedra Furada, Ilha

Grande, Praia de Taipus de Fora, Ilha do Goió, entre

outras.

O serviço de abastecimento de água desempenha papel

fundamental na qualidade de vida de uma região, uma vez

que está diretamente associado a fatores considerados básicos e essenciais como higiene,

alimentação, saúde e conforto. Os problemas relacionados a essa infraestrutura podem

comprometer o desenvolvimento do turismo, razão pela qual este tema é integrante do

diagnóstico do PDITS.

Em relação ao abastecimento de água proveniente da rede geral, a grande maioria dos

municípios dessa região possui índices próximos ou superiores a 50% dos domicílios

atendidos, com destaque para Cairu, onde a cobertura pela rede geral alcança 88,44%.

Entretanto, os municípios de Igrapiúna e Maraú apresentam situações diferenciadas, tendo

apenas 35,96% e 26,87% dos domicílios, respectivamente, atendidos pelo sistema, conforme

demonstra a tabela a seguir.

O esgotamento sanitário é um serviço que está diretamente relacionado com a saúde, o bem-

estar e a preservação do meio ambiente. Segundo o censo demográfico de 2010, o índice de

cobertura da rede geral de esgotamento sanitário, apenas o município de Valença possui mais

de 50% dos domicílios atendidos, enquanto que o município de Ituberá conta com 37%,

Camamu 30% e nos demais municípios o índice é inferior a 25% de domicílios atendidos. No

município de Maraú apenas 7,15% dos domicílios são atendidos pela rede geral de

esgotamento sanitário. Ali, 41,13% dos domicílios utilizam fossas rudimentares, 17,73%

descartam os dejetos em valas e mananciais hídricos, e 19,68% dos domicílios não possuem

banheiro.

O censo demográfico de 2010 identificou que a coleta de resíduos sólidos, considerando as

áreas urbanas e não urbanas, atingem índices distintos entre os municípios. O município de

Cairu conta com 96% do total de domicílios atendidos, destacando-se como a melhor

cobertura na região. Em Ituberá o serviço alcança 76% e em Valença este índice atinge 73,4%,

enquanto os demais municípios apresentam índices entre 40% e 65%. É importante ressaltar

que, embora os índices de serviços de coleta de lixo em domicílios urbanos sejam superiores

em relação aos totais municipais, existe ainda problemas relacionados à coleta de lixo,

principalmente nas áreas não urbanas, que necessitam melhorias.

A Baía de Camamu, a terceira

maior do país em volume de

água, fica localizada na Costa

do Dendê. Ventos constantes e

águas profundas e calmas

favorecem a atracação de

embarcações e os esportes

náuticos.

17

Segundo dados da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (COELBA), o número de

domicílios que possuem cobertura de rede elétrica na Costa do Dendê apresenta variações

na comparação entre os municípios. Observa-se que enquanto Ituberá, Presidente Tancredo

Neves e Valença apresentam um total de mais de 90% de domicílios com cobertura de energia

elétrica da COELBA, os municípios de Taperoá, Maraú e Igrapiúna possuem índices abaixo

dos 80% de domicílios cobertos. Já os municípios de Cairu (88%), Camamu (85%) e Nilo

Peçanha (85%) mantêm a média da região, que é de 85%. Nessa região a rede elétrica

apresenta problemas pontuais de queda de energia em algumas localidades, principalmente

durante o verão, fruto do aumento do fluxo turístico e da falta de sistemas especiais para

momentos de contingenciamento energético nas cidades.

Os espaços de convivência e lazer assumem características diversas em cada território já que

são adaptados ao modo de vida da população local, além de se ter em vista o atendimento às

respectivas necessidades. Com relação ao Turismo da região, que contempla principalmente

os segmentos de ecoturismo e o turismo de sol e praia, as praças, praias e áreas da orla são

os principais espaços de convivência e lazer utilizados pelos turistas. Atualmente, estes locais

utilizados pela comunidade e turistas na região, não são estruturados para incentivar a

socialização e interação das pessoas. Também não contam com programação planejada que

anime esses espaços.

Em toda a Costa do Dendê existem 14 agências bancárias do setor público e setor privado.

Além das agências bancárias, existem 13 agências lotéricas (administradas pela Caixa

Econômica Federal) e 9 agências dos Correios que atendem como Banco Postal. As agências

lotéricas e dos Correios também prestam serviços bancários básicos e essenciais para o

turismo (saques, depósitos e pagamentos).

5.4 Análise da Dinâmica Institucional

O planejamento se constitui numa importante ferramenta para o desempenho da gestão

municipal e das instâncias de governança. A existência de Políticas e Planos focados no

território, bem como de indicadores de sua implementação podem constituir-se em elementos

facilitadores da identificação dos entraves, dos avanços e dos resultados alcançados, por

parte das estruturas de gestão.

Desta forma, buscou-se avaliar a capacidade de planejamento e implementação das políticas

públicas de turismo da Costa do Dendê, verificando-se o grau de instrumentalização das

organizações/entidades responsáveis pelo desenvolvimento da atividade turística, através da

existência de ferramentas de gestão e do acompanhamento do processo de desenvolvimento

da atividade turística desta Zona Turística.

Olhando-se para o conjunto dos municípios desta região, de uma maneira geral, verifica-se

que o inventário turístico é o instrumento mais recorrente nos órgãos de turismo da Costa

do Dendê, estando presente em 7 dos 9 municípios. Ressalta-se que os referidos inventários

foram elaborados entre os anos de 2009 e 2010, tendo como base a metodologia de

Inventariação da Oferta Turística do Ministério do Turismo e encontram-se para aprovação no

Sistema INVTUR.

A respeito dos Planos de Desenvolvimento Turístico Municipais, além dos municípios já

citados Maraú (elaborado em 2010), Cairu e Valença (elaborados em 2013), foi registrado

18

durante a pesquisa que Nilo Peçanha elaborou o seu Plano em 2014, e que no município de

Ituberá, encontra-se em fase de elaboração. Nilo Peçanha também registrou a existência de

outros programas, projetos e estudos para fomento à atividade turística, bem como de um

estudo de demanda turística, elaborado em2011

É importante destacar a situação do conjunto dos municípios em relação à disponibilidade do

Plano Diretor Municipal2. A maioria (90 %) dos municípios que integram a Costa do Dendê

atende ao requisito da disponibilidade do Plano Diretor, uma vez que, dos 09 municípios, 08

possuem esta ferramenta. Apenas em Nilo Peçanha não existe informação sobre a sua

disponibilidade, apesar do grau de instrumentalização do município: Inventário Turístico,

Plano de Desenvolvimento do Turismo, Estudo de Demanda bem como Programas e Projetos.

Nesta perspectiva, as informações coletadas foram direcionadas para a estrutura colegiada

regional (Câmara da Costa do Dendê) e as municipais (Conselhos), uma vez que o Fórum

Estadual de Turismo está ativo e é coordenado pela SETUR. Assim, a Câmara Regional de

Turismo da Costa do Dendê, encontra-se ativa, mas a sua operacionalização necessita

ultrapassar desafios já mencionados, bem como mobilizar o setor privado a participar

efetivamente do funcionamento deste tipo de colegiado. Vale salientar, que a referida Câmara

Regional deu um passo importante na profissionalização de sua gestão, ao construir e

apresentar3 o Plano de Gestão do Turismo– PGT, da Costa do Dendê. Este documento é

resultante da metodologia adotada de transmissão de conhecimentos sobre o processo de

planejamento e gestão do turismo, da Rede de Inovação em Gestão do Turismo.

Foi constatado que um pouco mais da metade dos municípios que integram a Costa do Dendê

(5 dos 9 municípios) têm conselho municipal de turismo, cuja criação está respaldada em lei

municipal. Contudo, os dados colhidos do ponto de vista do exercício dessa prática são

preocupantes, uma vez que, do conjunto dos municípios na Costa do Dendê, apenas dois dos

Conselhos (Marau e Taperoá) encontram-se ativos e com reuniões mensais, apesar de não

terem dito se estão colhendo resultados específicos. Nos demais (Camamu, Igrapiúna e

Valença) os conselhos estão inativos, ou então, no caso dos municípios de Cairu, Ituberá, Nilo

Peçanha e Presidente Tancredo Neves, sequer existem.

Outro vetor na análise da gestão pública do turismo em âmbito municipal está relacionado

com a capacidade de arrecadação/captação de recursos por parte dos municípios e que tem

reflexos na condução do desenvolvimento da atividade turística. A tabela a seguir apresenta

informações sobre a arrecadação dos municípios da Costa do Dendê fornecidas pelo gestor

do exercício de 2013 e publicadas no site do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado da

Bahia, bem como a relação entre a população e a arrecadação per capita.

2A referida Lei Estadual de Turismo, indica que compete aos Municípios integrantes das Zonas Turísticas e aqueles declarados

como Municípios Turísticos, estabelecerem exigências mínimas nos instrumentos de Política Urbana, tais como Plano Diretor

Urbano, Lei de Uso e Ocupação do Solo, Código Ambiental, Código de Obras.

3 Em seminário realizado pela Rede, no período de 16 a 18/10/2014.

19

Tabela 1- Arrecadação Municipal

Municípios Arrecadação Total Ano 2013 em R$

População Censo 2010

Arrecadação Per Capita em R$

Cairu 82.575.930,69 15.374 5.371,14

Camamu 57.127.478,11 35.180 1.623,86

Igrapiúna 28.169.230,82 13.343 2.111,16

Ituberá 51.440.059,70 26.591 1.934,49

Maraú 37.726.776,46 19.101 1.975,12

Nilo Peçanha 29.435.502,75 12.530 2.349,20

Presidente. Tancredo Neves 46.552.407,24 23.846 1.952,21

Taperoá 34.987.978,98 18.748 1.866,22

Valença 124.236.244,60 88.673 1.401,06

Total 492.251.609,35 253.386 1.942,69

Fonte: Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia e IBGE (2014)

Verifica-se que a arrecadação média por habitante dos municípios da Costa do Dendê é de

R$ 1.942,69 (um mil, novecentos e quarenta e dois e sessenta e nove centavos), sendo que

estes recursos são destinados à gestão municipal como um todo, incluindo a prestação de

serviços e manutenção de bens públicos por parte das Prefeituras. O destaque da

arrecadação per capita no município de Cairu está relacionado à descoberta de reservatório

de gás natural, o que propiciou um aumento de 80%, em apenas 2 anos, do valor acumulado

do recebimento de royalties.

Sobre o orçamento destinado aos Órgãos Oficiais de Turismo da Costa do Dendê, 6 dos 8

gestores entrevistados disseram receber menos de 1% do orçamento municipal para realizar

a gestão do turismo. O município de Camamu apontou que não tinha a informação, Maraú

disse que o valor não estava definido e Nilo Peçanha não respondeu à pergunta.

5.5 Análise da Dinâmica Turística

5.5.1 Análise da Demanda

5.5.1.1 Demanda Atual

A Bahia representa boa parte do fluxo do Nordeste, já que contava com 13.069.000 de

turistas/viagens em 2011 (FIPE), sendo 5,1% de fluxo internacional e o restante doméstico.

Destes, 49,3% vêm de outros estados, e 50,7% da própria Bahia.

A Bahia encontrava-se em segundo lugar no ranking da participação dos estados no PIB

Turístico Doméstico, com 13,2% de toda receita turística do país (FIPE 2011) e contabilizou

R$7 bilhões. Os principais estados responsáveis pelo fluxo baiano são a Bahia (50,7%), São

Paulo (16,6%) e Minas (7,4%). E os principais emissores internacionais são Argentina

(18,9%), Espanha (12,9%) e Itália (9,8%).

A pesquisa realizada pela BMiBrasil/Petrocchi Consultoria (2014), traçou um perfil

sociodemográfico dos turistas que visitam a Costa do Dendê e mostra que 49,8% são homens

e 50,2%, mulheres. Há uma ligeira predominância feminina que se assemelha ao resultado

do fluxo Estadual. A maior parte dos visitantes desta região turística (55,6%) possui de 30 a

55 anos, seguida pela das pessoas com menos de 30 anos (37,1%). A melhor idade é a faixa

etária menos representativa. Percebe-se a presença das faixas etárias economicamente

20

ativas da população, ou seja, que tem o tempo mais restrito para viagens apesar da

possibilidade de o consumo ser maior.

Dos visitantes da Costa do Dendê, 54,1% completaram o ensino superior e 31,7% cursaram

e concluíram o ensino médio. Fazendo a comparação entre a faixa etária mais presente no

destino e a porcentagem das pessoas que concluíram o ensino médio, o índice dos que têm

este grau de escolaridade é alto, o que interfere no tipo de turismo que escolhem (massa ou

personalizado) e no nível de exigência dos visitantes.

A metade dos turistas que visitam a Costa do Dendê tem renda mensal superior a R$ 2.896,00

(40% entre R$ 2.896,00 e R$ 7.239,99 e 10,7% com renda superior a essa). Com relação às

outras faixas etárias, 13,1% têm renda mensal inferior a R$ 1.449,00 e 18,5% entre R$

1.449,00 e R$ 2.895,99. Este dado impacta diretamente no tempo de permanência e gastos

durante a viagem, e aponta que a região recebe mais turistas das classes B e C.

Mais da metade das pessoas que visitam a Costa do Dendê residem no Sudeste, sendo a

maioria de São Paulo (26,8%). Também há um grupo importante procedente do Nordeste

(23,9%). Dados que se contrapõem ao total verificado no Estado, que indicam a

predominância da própria Bahia – região Nordeste.

O índice de retorno à Costa do Dendê é baixo, já que a média das visitas realizadas não chega

a duas nos últimos quatro anos. Este índice está diretamente ligado à experiência de viagem

que a região oferece, à facilidade de acesso e à

informação de compra.

As principais fontes de informação utilizadas pelos

turistas para conhecer a região são os amigos e parentes

(99%), e a Internet (93,2%). A maioria dos entrevistados

utiliza os dois meios, o que aumenta a importância da

oferta de uma experiência positiva no pré-venda, através

da utilização de ferramentas digitais para divulgação e comercialização.

Dos visitantes desta região,60,0% o fazem nos meses de alta temporada (dezembro, janeiro,

fevereiro e julho). No entanto, há um índice relevante de pessoas que viajam em agosto

(24,4%), apontando uma propensão e disponibilidade para viajar em baixa temporada, ou um

significativo fluxo de estrangeiros, porque trata-se do período de férias no hemisfério norte.

Os meios de transporte mais utilizados para viajar até o destino são o avião (49,3%),

ferry/barco (28,3%) e o carro (15,1%), confirmando a necessidade da estruturação e

manutenção dos aeroportos e atracadouros, pois muitos estão em más condições. Outro

ponto é a sinalização e a melhor utilização das hidrovias. Vale ressaltar que além do aeroporto

de Valença e a pista de pouso de Morro de São Paulo, a proximidade com a capital, Salvador,

que possui um aeroporto internacional, aumenta a possibilidade de acesso à região por meio

de avião, em associação a outros modais como ferry e/ou carro/van.

Quase a totalidade dos turistas hospeda-se em pousadas (82,4%), somente 6,9% em hotéis

de diferentes categorias e 2,4% na casa de amigos ou familiares. Estes dados são positivos

para a economia dos destinos porque demonstram o gasto efetivo dos visitantes com

hospedagem.

As principais fontes de

informação utilizadas pelos

turistas para conhecer a região

são os amigos e parentes

(99%), e a Internet (93,2%).

21

Quando se pergunta pelas principais motivações para viajar à Costa do Dendê, três fatores

se destacam: a beleza e a paisagem natural (91,2%), as praias (79%) e o clima (76,1%).

Os motivadores estão diretamente ligados à atividade mais realizada entre os turistas que

visitam a região, ir à praia (94,1%). Em seguida estão as caminhadas e o contato com a

natureza (42,4%). As compras (30,2%) e a gastronomia (21%) tiveram uma representatividade

menor, mas também importante. As compras, neste caso, estão relacionadas aos souvenires

ou ao comércio de Valença e Cairu.

A permanência média na Costa do Dendê é de quatro noites e meia, menor que o resultado

da última pesquisa estadual, onde a média foi 6,8 noites para os turistas nacionais (FIPE,

2011). Por isso há necessidade de diversificação da oferta e integração dos municípios para

que se complementem e aumente a permanência dos visitantes.

A maioria dos visitantes gasta de R$ 1.000,00 a R$2.000,00 (38%) durante a viagem. No

entanto, a média do gasto é de R$1.682,70. Das pessoas que visitaram a Costa do Dendê,

apenas 5,4% manifestaram sua intenção de voltar nos próximos anos. Contudo, uma

porcentagem ligeiramente superior (8,8%) opta por ir à Chapada Diamantina, enquanto que

6,3% prefere a Baía de Todos-os-Santos, 5,4% pretendem ir à Costa do Cacau, 4,9% à Costa

do Descobrimento e 3,9% à Costa do Costa do Coqueiros.

O setor melhor avaliado pelos visitantes da Costa do Dendê foi a hospedagem. Recebe 4,6

pontos numa escala de 1 a 5, onde 1 significa que é avaliado muito negativamente e 5 muito

positivamente. Os restaurantes (2,8), a vida noturna (2,5) está em segundo e terceiro lugares,

apesar da avaliação ser mediana. Com relação a praticar esportes (2,4), facilidades para obter

informação do destino (2,3), relacionamento com outras pessoas (2,3), facilidades para

crianças (2,2) e facilidades para idosos (2,1) estão todos avaliados abaixo da média.

5.5.1.2 Demanda Potencial

Conforme mencionado anteriormente, foi realizada uma pesquisa online com 1.200 pessoas

nos principais destinos emissores de turistas para a Bahia, de acordo com a FIPE. (400 em

São Paulo, 200 em Minas Gerais, 200 no Rio de Janeiro, 60 no Espírito Santo, 60 em Sergipe,

60 em Pernambuco, 60 no Distrito Federal, 60 no Paraná, 50 no Rio Grande do Sul, 50 em

Goiás).

A média de idade dos visitantes potenciais da Costa do Dendê é de 38,1 anos, ligeiramente

superior à do conjunto de entrevistados. Mais da metade do mercado potencial está situada

na faixa etária entre 31 e 55 anos, sendo que aproximadamente um terço são menores de 30

anos e 10% maiores de 55.

O nível educacional dos brasileiros que denotam certa preferência pela Costa do Dendê é

maior que o do conjunto de cidadãos entrevistados. A maior parte (38,7%) tem o ensino médio

completo ou superior incompleto, 28,5% concluiu os estudos superiores e 12,4% são pessoas

pós-graduadas. O nível de renda é notavelmente maior entre a demanda potencial da Costa

do Dendê, quando comparado à do total dos entrevistados. Pouco mais de dois terços (67,6%)

possuem renda mensal individual superior a R$1.449,00, enquanto 32,3% têm rendimento

inferior a este valor.

22

A demanda potencial da Costa do Dendê reside, sobretudo, em São Paulo (35%), Minas

Gerais (19,4%), Sergipe (10,6%) e Distrito Federal (8,6%). Este perfil se assemelha à

demanda efetiva atual, principalmente com relação a São Paulo.

As atividades que a demanda potencial costuma realizar durante suas viagens é bem variada.

Primeiramente estão as caminhadas em ambientes naturais (55%), seguida do ato de fazer

compras (51,6%), visitar mercados e feiras (49%), frequentar restaurantes de alta gastronomia

ou culinária tradicional (44%) e ir à praia (43,8%). Dentro destas opções mais indicadas,

alguns destinos da região como Morro de São Paulo e Barra Grande já podem atender essas

expectativas, no entanto a grande maioria necessita realizar medidas para aprimorar a oferta

local.

Considerando o perfil sociodemográfico da demanda potencial da Costa do Dendê verifica-se

que existe uma maior proporção de pessoas das classes AB, que costumam apresentar nível

aquisitivo alto. Outro ponto observado indica que dentre os motivos mais importantes para

viajar se encontra a condição de que as férias se encaixem no orçamento.

A duração das viagens é maior entre o público potencial da Costa do Dendê. Eles ficam no

destino em média por 7,3 noites, enquanto o conjunto dos cidadãos pesquisados fica 6,9

noites. Este número também é maior do que o obtido para a demanda efetiva atual, de acordo

com a pesquisa realizada em 2014que indicou 4,5 noites, bem como o resultado da pesquisa

FIPE em 2011 (6,8 noites) para os turistas nacionais, considerando a média do Estado.

O tipo de hospedagem que ambos escolhem em primeiro lugar são as casas de amigos e

familiares. Entre o público potencial dessa região, o índice declarado é de 41,5%, e entre o

conjunto dos cidadãos ouvidos na pesquisa, é de 47%. Entretanto se considerada a demanda

potencial para os meios de hospedagem comerciais (pousadas e hotéis), quando somados

alcançam 40,7%. Desses, a maior proporção entre os hotéis procurados são os de 3 e 4

estrelas. Outro tipo de hospedagem no qual se realiza gasto na região é o imóvel alugado,

indicado por 14,5% dos que pretendem visitar a Costa do Dendê. Com isso, se observa que

é majoritária a demanda potencial por meios de hospedagem geradores de gastos nos

destinos. O principal meio de transporte para viajar até o destino é o carro (42,9%) embora

entre os turistas potenciais da Costa do Dendê seja significativa a utilização do avião (40,9%).

A época preferida para viajar são os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, tanto para a

demanda potencial (49,2%), quanto para o conjunto dos cidadãos (55,1%). Vale ressaltar que

os turistas potenciais da Costa do Dendê declaram maior propensão a viajar fora de

temporada, sobretudo, em março e abril. Praticamente 9 de cada 10 pessoas que demonstram

certa propensão para viajar para a Costa do Dendê já obtiveram informação sobre o destino

(88,4%). As principais fontes de informação sobre a região são amigos e parentes (62,2%) e

Internet (58,1%). Os demais canais são minoritários.

O gasto médio durante as férias é superior entre as pessoas que tem intenção de viajar para

a Costa do Dendê, em comparação ao conjunto dos cidadãos pesquisados. Entre o conjunto

de cidadãos é de R$1.128,90, enquanto que entre a demanda potencial é de R$1.686,30.

A disposição a pagar mais e desfrutar de novas experiências turísticas é muito similar entre o

conjunto da população (91,1%) e a demanda potencial da Costa do Dendê (93,9%). Isto

reforça a mudança de comportamento de consumo, pois os turistas, atualmente, buscam

23

vivenciar experiências mais profundas através do contato com a comunidade, conhecer a

história e cultura locais, e experimentar a gastronomia típica, mesmo que o valor seja um

pouco mais alto do que as opções regulares.

No âmbito nacional, pode-se considerar que os destinos concorrentes da Costa do Dendê,

apontados pela demanda potencial, são: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito

Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Pernambuco. Estes estados foram visitados

recentemente ou são pretendidos para futuras viagens pelo público potencial da Costa do

Dendê. Dentre as zonas turísticas da Bahia, fica evidenciado que a Costa do Dendê é uma

das principais regiões de referência para a demanda potencial. Concorrem com essa região,

principalmente, a Baía de Todos-os-Santos, a Costa do Descobrimento, a Costa do Cacau, a

Costa dos Coqueiros e a Chapada Diamantina.

A demanda efetiva e potencial da Costa do Dendê têm características e comportamentos de

consumo que se diferenciam em alguns pontos já mencionados. Para ampliação dos ganhos

com a atividade turística por parte de todos os atores (poder público, iniciativa privada e

comunidade) é importante que, tanto a avaliação de quem já

visitou a região, quanto a expectativa dos potenciais turistas seja

a base de iniciativas para o aprimoramento dos destinos

turísticos dessa região.

5.5.2 Análise da Oferta

A partir das análises realizadas entende-se que a atual oferta

turística da Costa do Dendê está fortemente baseada em

atrações ligadas à temática de natureza, predominantemente

atrelada ao turismo de sol e praia. Praias, lagoas, rios, ilhas,

baías, cachoeiras e o patrimônio cultural, somadas às paisagens da Mata Atlântica e árvores

de dendê, são a matéria prima do Turismo na região.

Os municípios onde se localizam os destinos turísticos referência da região, Morro de São

Paulo e Barra Grande, são Cairu e Maraú, que se encontram a 282,5 Km e a 356,5 Km da

capital, respectivamente. Os principais atrativos da região são as praias de Morro de São

Paulo, Boipeba e Moreré (Cairu), Praia do Pratigi (Ituberá), Barra Grande e demais praias da

Península de Maraú (Maraú), Corredeira do Rio das Almas (Nilo Peçanha), Cachoeira da

Pancada Grande (Ituberá), a Cachoeira do Tremembé (Maraú), e a Praia de Guaibim

(Valença). No âmbito cultural a região conta com patrimônios materiais como o Convento de

Santo Antônio, a Fortaleza de Morro de São Paulo (Cairu), a Comunidade Quilombola de

Jatimane (Nilo Peçanha), as ruínas da fábrica têxtil (Valença), as manifestações culturais

como o Zambiapunga (Nilo Peçanha) e a gastronomia baseada nos frutos do mar e no azeite

de dendê.

A região possui uma boa oferta de equipamentos e serviços turísticos de hospedagem e

alimentação, complementada por um comércio variado e alguns pontos de venda do

artesanato nos municípios que sediam os atrativos de maior destaque, sendo que nas outras

localidades há uma carência.

A Costa do Dendê se apresenta como um destino turístico regional fortemente baseado no

turismo de sol e praia, sustentado por destinos como Morro de São Paulo e Barra Grande.

Praias, lagoas, rios, ilhas,

baías, cachoeiras e o

patrimônio cultural,

somadas às paisagens

da Mata Atlântica e

árvores de dendê, são a

matéria prima do

Turismo na região.

24

Segue mapa ilustrativo da região com os segmentos turísticos mais expressivos em cada

município:

Figura 4 - Mapa da Costa do Dendê

Fonte: Secretaria de Turismo do Estado da Bahia. Elaboração: BMiBrasil (2015)

A Zona Turística ainda é pouco identificada pelo mercado como território (Costa do Dendê),

porque os destinos são divulgados e comercializados de forma individualizada, sendo os mais

visitados Morro de São Paulo, Boipeba, (Cairu) e Barra Grande (Maraú).

25

Por estar baseado no segmento de Sol e Praia, a sazonalidade é muito presente na região, o

que pode dificultar o bom atendimento tanto nos meses de maior fluxo quanto nos períodos

de baixa temporada, gerando ainda restrições para a manutenção de uma renda estável para

os empresários e trabalhadores ao longo do ano. Com isso, cria-se obstáculos a atração de

fluxos diversificados de turistas, ao longo do ano.

O desconhecimento na região em relação ao seu perfil de seu público visitante e a falta de

integração de atrativos que complementem e agreguem valor à experiência turística, a

exemplo de elementos culturais como o artesanato, a gastronomia, as manifestações

tradicionais, entre outros, são pontos que ainda precisam melhorar.

O trabalho integrado entre o setor público e a iniciativa privada é pouco desenvolvido,

refletindo na dificuldade de se realizarem ações compartilhadas e coletivas que possam

beneficiar turistas, empresários e cidadãos, a partir da organização de atividades e atribuição

de tarefas adequadas a cada perfil, e responsabilidade dos envolvidos.

Os municípios de Cairu, Ituberá, Maraú e Valença, que sediam os atrativos turísticos de maior

relevância na região, são os mais bem estruturados em termos de acesso, condições de uso

e facilidade de compra, e os de maior destaque em materiais promocionais, podendo ser

considerados municípios onde o turismo apresenta maior impacto na economia.

O quadro a seguir mostra os destinos e principais atrativos identificados por município, bem

como os segmentos mencionados e conceituados acima.

26

Quadro 1-Municípios, Destinos e Atrativos

NAT

CULT

REALIZ. TÉC., CIENT. ARTÍST.

EVENTO

Eco

Cult

Náutico

Aventura

Sol e Praia

Convento de Santo Antônio x x 3,0 4,0 3,0

Centro Histórico x x 3,0 2,0 1,0

Farol x x 3,0 3,0 3,0

Feira de Artesanato x x 4,0 4,0 3,0

Fonte Grande x x 3,0 2,0 2,0

Fortaleza de Tapirandú ou Fortaleza de Morro de São Paulo x x 3,0 5,0 5,0

Igreja Nossa Senhora da Luz x x 3,0 3,0 1,0

Portaló x x 3,0 4,0 3,0

Praia da Gamboa - Argila/ Vila x x 4,0 4,0 3,0

Vila e Lagoa de Garapuá x x 3,0 5,0 3,0

Primeira Praia x x 4,0 4,0 5,0

Segunda Praia x x 4,0 4,0 5,0

Terceira Praia x x 4,0 4,0 5,0

Quarta Praia x x 4,0 4,0 5,0

Quinta Praia (Praia do Encanto) x x 3,0 4,0 4,0

Tirolesa x x 4,0 5,0 5,0

Ilha do Caitá x x 3,0 3,0 3,0

Velha Boipeba x x x x 3,0 4,0 3,0

Vila de Moreré x x x 3,0 4,0 4,0

Moreré - Piscinas naturais x x x 3,0 5,0 5,0

Praia Boca da Barra (Primeira Praia) x x 3,0 3,0 4,0

Praia de Tassimirim x x 3,0 3,0 2,0

Museu de Ossos x x 2,0 3,0 2,0

Cova da Onça ou São Sebastião x x 2,0 3,0 2,0

Praia de Cueira x x 3,0 4,0 4,0

Praia de Velha Boipeba x x 2,0 2,0 2,0

Primeira Praia x x 3,0 3,0 2,0

Praia de Bainema x x 3,0 3,0 3,0

Praia Ponta dos Castelhanos x x x 3,0 3,0 2,0

Ilha da Pedra Furada x x x 3,0 3,0 3,0

Ilha Grande x x x 2,0 2,0 1,0

Balneário de Acaraí x x 2,0 2,0 1,0

Casarios x x 2,0 2,0 1,0

Mercado de Artesanato x x 3,0 3,0 1,0

Cajaíba do Sul - Vila, Artesanato, Estaleiros x x x x 2,0 2,0 1,0

Igreja Nossa Senhora das Dores x x 3,0 1,0 1,0

Ilha Coroa Vermelha x x 2,0 2,0 2,0

Ilha do Contrato x x 2,0 2,0 1,0

Ponta do Santo x x 2,0 2,0 1,0

Cachoeira Castro Alves x x 2,0 1,0 1,0

Barra do Serinhaem x x x x 3,0 3,0 3,0

Igreja Nossa Senhora da Conceição x x 3,0 1,0 1,0

Parque da Comporta (Dique da Ponte) x x 3,0 2,0 2,0

Igreja Santo André x x 3,0 1,0 1,0

Trilha das Andorinhas x x 2,0 1,0 1,0

Cachoeira da Pancada Grande x x 4,0 2,0 3,0

Praia do Pratigi x x 3,0 2,0 3,0

ITUBERÁ Ituberá

Morro de São Paulo

Boipeba

Camamu

Igrapiúna

2,1

MUNICÍPIOSDESTINOS

TURÍSTICOSATRATIVOS TURÍSTICOS

CAIRU

Cairu

CAMAMU

IGRAPIÚNA

ACESSO, SINALIZAÇÃO ESTRUTURA FÍSICA

VALOR PERCEBIDO E GRAU DE USO

PROMO E COMERC

MÉDIA POR DESTINOTIPOLOGIA DOS

PRINCIPAIS

ATRATIVOS

SEGMENTOS

TURÍSTICOS

2,7

3,7

3,0

2,0

1,8

27

Fonte: BMiBrasil / Petrocchi Consultoria (2014)

NAT

CULT

REALIZ. TÉC., CIENT. ARTÍST.

EVENTO

Eco

Cult

Náutico

Aventura

Sol e Praia

Cachoeira de Tremembé x x x 2,0 3,0 3,0

Centro Histórico x x 2,0 1,0 1,0

Lagoa Azul x x 3,0 3,0 3,0

Morro do Celular/Farol x x 3,0 2,0 3,0

Praia Algodões x x 3,0 3,0 3,0

Praia da Bombaça x x 3,0 4,0 4,0

Praia das Mangueiras x x 3,0 3,0 2,0

Praia de Taipus de Fora x x 3,0 5,0 5,0

Praia de Arandi x x 3,0 3,0 3,0

Praia de Barra Grande x x x 3,0 3,0 3,0

Praia de Saquaíra x x 3,0 3,0 3,0

Praia do Cassange x x 3,0 4,0 4,0

Praia Ponta do Mutá x x 3,0 3,0 3,0

Praia Três Coqueiros x x 3,0 3,0 3,0

Praia de Piracanga x x 3,0 3,0 3,0

Vila de Barra Grande x x 3,0 3,0 2,0

Rio Carapitangui x x 2,0 2,0 2,0

Praia da Ilha do Goió x x x 3,0 2,0 3,0

Praia da Ilha de Sapinho x x x 3,0 2,0 3,0

Lagoa do Cassange x x x 3,0 3,0 3,0

Campinho Praia da Ilha do Campinho - Vila e Praia x x x 3,0 2,0 1,0 2,0

Biojóias de Jatimane x x 3,0 2,5 2,0

Comunidade Quilombola Jatimane x x 2,0 2,0 2,0

Praia de Barra dos Carvalhos x x 2,0 2,0 2,0

Trilha do Dendê x x 2,0 2,0 1,0

Correideira do Rio das Almas x 3,0 2,0 3,0

Cachoeira do Oco x x 2,0 2,0 1,0

Comunidade Qulombola de Boitaraca x x 2,0 2,0 1,0

Grupo Cultural Zambiapunga x x 2,0 3,0 2,0

Cachoeira Mariana x x 2,0 2,0 1,0

Cachoeira Paripe x x 2,0 2,0 1,0

Cachoeira Araruna x x 2,0 2,0 1,0

Balneário e Pousada Paraíso das Ilhas x x 3,0 2,0 1,0

Igreja de São Brás x x 3,0 2,0 1,0

Ponta do Curral x x 2,0 2,0 2,0

Ilhas do Conde e da Esperança x x x 2,0 2,0 2,0

Ruínas da antiga fábrica têxtil x x 2,0 2,0 2,0

Igreja Matriz do Sagrado Coração de Jesus x x 2,0 2,0 2,0

Guaibim Praia de Guaibim x x 2,0 2,0 2,0 2,0

87 63 25 0 0 22 25 12 1 41TOTAL

MUNICÍPIOSDESTINOS

TURÍSTICOSATRATIVOS TURÍSTICOS

TIPOLOGIA DOS

PRINCIPAIS

ATRATIVOS

SEGMENTOS

TURÍSTICOS

ACESSO, SINALIZAÇÃO

ESTRUTURA

FÍSICA

VALOR PERCEBIDO

E GRAU DE USO

PROM

O E CO

MERC

MÉDIA PO

R DESTINO

2,0

3,0

2,1

1,8

2,0

NILO PEÇANHA Nilo Peçanha

TAPEROÁ Taperoá

VALENÇAValença

MARAÚ

Maraú

Barra Grande

28

Dentre os atrativos levantados, observa-se a predominância do segmento de Sol e Praia,

cujos destinos de destaque são Morro de São Paulo, Boipeba e Barra Grande, seguidos pelo

potencial Cultural, de Ecoturismo, Náutico e de Aventura.

O Turismo Cultural vem ganhando espaço pelo esforço da região em resgatar e valorizar seu

patrimônio material e imaterial, o que pode aumentar a competitividade da Zona Turística.

Destaca-se nesse segmento a produção associada ao turismo, como os produtos da

gastronomia vinculados ao dendê e ao artesanato, além de produtos naturais como o cravo,

o palmito e a piaçava, além das manifestações da cultura popular, como por exemplo a

comunidade quilombola de Jatimane.

O Ecoturismo e o Turismo Náutico já contam com atividades formatadas

para o mercado, no entanto os recursos naturais podem ser melhor

aproveitados com este viés, a partir da estruturação de novos produtos.

O Turismo de Aventura já conta com produtos específicos que são o

rafting nas corredeiras do Rio da Almas em Nilo Peçanha, a Tirolesa em

Morro de São Paulo e o Rapel na Cachoeira da Pancada Grande em

Ituberá, mas também pode ser ampliado com novos produtos,

aproveitando outros recursos da região, como cachoeiras, outros rios,

regiões de mata atlântica entre outros.

Para a análise dos dados quantitativos dos meios de hospedagem,

optou-se por apresentar as informações do Levantamento da Oferta

Hoteleira da Secretaria do Turismo do Estado da Bahia. A região conta com 376 meios de

hospedagem, com 4.795 Uhs e 13.587leitos, situados principalmente em Cairu (187), Maraú

(78) e Valença (78). Os equipamentos hoteleiros pesquisados atendem a uma média de 377

pessoas por mês, tendo uma taxa de ocupação anual variando de 20% a 80%, o que também

pode sugerir ociosidade nos estabelecimentos, quando comparados à quantidade de leitos

existentes.

O setor de alimentação é o que conta com a maior quantidade de empresas, sendo aqui

considerado o total de restaurantes, bares, locais que ofereçam comida típica,

quiosques/barracas. Como equipamentos de animação e lazer foram considerados os

parques de diversões/temáticos, clubes, estádios/ginásios/quadras, marinas/atracadouros,

mirantes/belvederes, boates/discotecas/casas de espetáculos, cinemas, campos de golfe e

parques agropecuários. Os espaços e equipamentos de eventos contemplaram os centros de

convenções/congressos, parques/pavilhões de exposições, auditórios/salões de convenções

e espaços temáticos. Os transportes consideraram empresas transportadoras marítimas,

fluviais, rodoviárias e aéreas.

Algumas ações para minimizar os impactos da sazonalidade estão sendo desenvolvidas,

como a estruturação de eventos e de novas atividades que possam estimulara vinda de

diferentes perfis de público, especialmente atividades ligadas à produção associada ao

turismo, à cultura e a produtos da agricultura familiar. Destaque para o Festival da Primavera

em Morro de São Paulo, a Festa Rave Universo Paralelo em Ituberá e o Festival da Tainha

em Maraú.

Com relação ao patrimônio material, a Costa do Dendê possui um expressivo patrimônio

arquitetônico, histórico, artístico e cultural, que está prioritariamente atrelado às edificações

O Turismo de Sol e

Praia é

predominante na

região, com

destinos de

destaque como

Morro de São

Paulo, Boipeba e

Barra Grande.

29

religiosas e militares, características do período colonial. Foram listados ao todo 75 bens.

Percebe-se que Camamu, Cairu, Taperoá e Valença possuem a maior quantidade de bens

relacionados na Costa do Dendê com 21, 16, 15 e 13 bens registrados respectivamente. Já

os municípios de Nilo Peçanha, com 4 bens e Maraú e Ituberá, ambos com 3 bens registrados,

são os municípios que concentram a menor quantidade. A grande maioria encontra-se em

condições satisfatórias, com exceção apenas da Igreja Matriz do Divino Espírito Santo em

Cairu, e o Solar dos Oliva em Taperoá.

Em relação ao seu patrimônio imaterial, consideram-se, por exemplo, os conhecimentos

náuticos dos povos que navegam pelas águas que compõem o sistema hídrico da região. Na

Costa do Dendê há exemplos como a “Zambiapunga”, como representante da cultura da

região, especialmente em Nilo Peçanha, Valença, Taperoá e Cairu. Existem comunidades

quilombolas, destacando-se dentre elas a comunidade quilombola de Jatimane, em Nilo

Peçanha, que já realiza o turismo de base comunitária e recebe turistas, conta a história local,

realiza passeios em trilhas, mostra as atividades tradicionais com a pesca e o cultivo da

piaçava, serve as iguarias típicas e realiza apresentações culturais.

A Costa do Dendê vem, timidamente, se promovendo, tanto do ponto de vista institucional

quanto empresarial, com a utilização de materiais gráficos impressos, e portais eletrônicos.

Os materiais impressos e os portais eletrônicos trazem muito pouca informação sobre

atrativos turísticos, e poucos materiais promocionais de empresas ligadas ao turismo foram

identificados.

A apropriação do nome da região é percebida em nomes de empresas e nos materiais

particulares de promoção, fato positivo que mostra o pertencimento e a identificação dos

municípios e dos empresários com o território. A partir da sinalização turística e dos materiais

promocionais do Governo do Estado, o turista é informado sobre a existência da Costa do

Dendê como zona turística. Para reunir e organizar toda essa potencialidade, o trabalho de

construção da imagem turística da Costa do Dendê é imprescindível, com a respectiva

definição de uma identidade enquanto produto, elementos de comunicação visual e de

comunicação integrada.

30

6. ANÁLISE ESTRATÉGICA DA ÁREA TURÍSTICA

Com base nas informações apresentadas no diagnóstico é possível compreender a situação

atual da atividade turística na Costa do Dendê, o que permite, neste momento, elaborar uma

análise estratégica para o PDITS.

A Costa do Dendê é uma das principais zonas turísticas da Bahia, e conta com uma oferta

qualificada de micro, pequenos e médios empreendimentos, detendo ainda aspectos

favoráveis no que diz respeito à possibilidade de acesso da demanda, por conta do aeroporto

de Valença, das rodovias de acesso aos municípios e dos terminais hidroviários.

Os segmentos turísticos predominantes são o de Sol e Praia e o Ecoturismo em função da

atratividade natural existente nesse território do Estado, bem como a singularidade da Mata

Atlântica, a grande quantidade de rios e manguezais interligados por canais propícios à

navegação, as ilhas e a Baía de Camamu.

Em que pese a atividade turística estar consolidada nos principais destinos desta região, como

Morro de São Paulo, Boipeba, Barra Grande, existem diversas oportunidades a serem

aproveitadas, como a melhor utilização dos recursos naturais para produtos turísticos

sustentáveis, mais envolvimento da comunidade, valorização dos aspectos culturais,

históricos, dos recursos hídricos e a dinamização da produção associada ao Turismo.

A melhor utilização dos recursos apoiará o aprimoramento desta atividade nos destinos

consolidados, o desenvolvimento dos destinos em consolidação, como Cairu–sede, Igrapiúna,

Ituberá, Maraú-sede, Nilo Peçanha, Taperoá, Guaibim, Campinho e Valença, ou ainda o

surgimento de novos destinos.

Na Costa do Dendê, a maior atratividade está nos recursos naturais e na qualidade dos

equipamentos. Por isso, atualmente o fluxo é atraído pela beleza natural, praias e, em menor

escala, pela cultura. Algumas potencialidades são pouco aproveitadas como a produção

agroflorestal típica (dendê, cravo, seringa, piaçava), os recursos hídricos para o turismo

náutico, os atrativos culturais, alguns recursos naturais como a Mata Atlântica, manguezais,

cachoeiras e outros ambientes peculiares contidos nas unidades de conservação, e os

saberes que se perdem com o passar do tempo, o que resulta na falta de inovação da oferta.

Fica evidenciado que a região apresenta destinos estruturados e ofertas de qualidade, mas

que precisam renovar e inovar seus produtos turísticos visando ampliar espaço no mercado e

incrementar o fluxo de turistas. Os destinos que ainda estão em consolidação necessitam

formatar mais produtos com base na diversidade de recursos existentes, complementando

assim a oferta da região.

Mesmo existindo estruturas de gestão da atividade nos governos municipais, estes não

contam com os recursos financeiros, humanos e estruturais suficientes para fazer frente às

demandas e oportunidades para fortalecimento do turismo.

Por outro lado, considerando a importância de uma cooperação entre as localidades para a

consolidação de uma oferta regionalizada, apresenta-se como aspecto positivo a articulação

da Câmara Regional de Turismo da Costa do Dendê, que é um ambiente catalizador de

sinergias entre os municípios para a resolução de problemas comuns.

31

Para facilitar a compreensão da situação atual da área, segue a síntese da Matriz SWOT de

todas as dimensões contempladas no diagnóstico.

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Riqueza e diversidade do patrimônio natural e cultural;

Melhoria da infraestrutura básica da região;

Capacidade instalada de equipamentos e serviços;

Existência de fluxo turístico regular nos destinos locais consolidados;

Iniciativas, mesmo que pontuais, de profissionalização da gestão pública no turismo.

Crescimento desordenado e impactos negativos sobre o meio ambiente;

Deficiência nas infraestruturas turísticas que limitam a competitividade da região;

Produtos turísticos pouco inovadores e estruturados e baixa qualidade dos serviços;

Fluxo turístico abaixo da capacidade instalada;

Fragilidade da gestão pública no turismo e da cooperação regional.

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

Aumento da procura pelos turistas por destinos turísticos mais sustentáveis;

Existência de políticas públicas estaduais e federais voltadas para investimentos em infraestrutura básica e turística que poderão melhorar as condições urbanas dos municípios.

Investimentos federais e estaduais nas áreas de turismo, meio ambiente, infraestrutura e programas sociais, todos com impacto na oferta turística local.

Demanda do mercado interno brasileiro crescente com turistas buscando “novidades” e destinos diferenciados;

Existência de diversas entidades /organizações que atuam ou contribuem direta e indiretamente no desenvolvimento da atividade turística

Falta de investimentos no âmbito estadual e federal para ampliação e melhoria das infraestruturas necessárias;

Cenário econômico com previsão de baixo crescimento, por consequência possibilidade de retração da demanda e risco de aumento da sazonalidade;

Falta de suporte técnico do Governo Federal e Estadual para dinamização das instâncias de governança municipais e regional.

32

7. VALIDAÇÃO DA ÁREA TURÍSTICA

O Governo do Estado da Bahia atua com o conceito de zonas turísticas para fins de

planejamento, estruturação e promoção da atividade, reunindo assim municípios com

características similares e/ou complementares.

A Costa do Dendê é uma das 13 zonas turísticas do Estado, sendo uma das mais

estruturadas, com melhor oferta, e que conta com o quinto maior fluxo, somente recebendo

menos turistas que a Baía de Todos-os-Santos, a Costa do Descobrimento, Costa dos

Coqueiros e Costa do Cacau.

Compõem atualmente a região os municípios de Cairu, Camamu, Ituberá, Igrapiúna, Maraú,

Nilo Peçanha, Presidente Tancredo Neves, Taperoá e Valença. Cada município possui

determinados destinos e atrativos (consolidados ou em consolidação) que contribuem para a

conformação de uma oferta integrada regional, mas que apresentam níveis diferentes de

desenvolvimento da atividade.

A estratégia de estímulo à integração entre localidades de um mesmo território também tem

sido a principal política pública no âmbito federal através do Programa de Regionalização do

Turismo.

A organização da oferta dos destinos, bem como dos seus respectivos atrativos e produtos,

pode gerar benefícios como:

Do ponto de vista do mercado - possibilidade de, em uma mesma viagem, realizar

atividades distintas e complementares pela oferta de vários segmentos turísticos como

Sol e Praia, Ecoturismo, Cultural e Náutico.

Do ponto de vista dos gestores públicos e privados – ganho de escala nas ações de

organização e melhoria da oferta turística e desenvolvimento regional, bem como

otimização das ações de promoção e marketing. Principalmente, torna-se relevante

considerar a ampliação do nível de atratividade junto ao mercado no processo de

concorrência com demais destinos nacionais e internacionais.

Para caracterização de uma zona turística não se espera homogeneidade da oferta entre as

localidades, porém torna-se importante que existam complementaridades e convergências, o

que apontam as características da Costa do Dendê que seguem:

Proximidade geográfica entre os atrativos da região e acessos por rodovias e

hidrovias;

Os portões de entrada principais são o atracadouro de Valença, a BR 101, BA 001 e

542, e o aeroporto de Valença.

A segmentação turística predominante é o Sol e Praia em quase todos os destinos,

seguido pelo Ecoturismo, com potencial em todos os destinos, e pelos segmentos

Cultural, Náutico e Aventura, em alguns deles;

Há uma complementaridade do produto turístico do segmento de Sol e Praia com os

demais segmentos potenciais - Ecoturismo, Cultural, Náutico e Aventura e entre os

destinos da região;

33

A região conta com uma Câmara de Turismo que envolve todas as localidades com

potencial de fortalecimento;

A região já apresenta um grau de Integração entre os diversos agentes institucionais

relacionados à Atividade Turística, também com potencial de fortalecimento.

A região conta com um município que destoa das características mencionadas, que pode ser

um impeditivo que impossibilite a sua participação no Polo, o município de Presidente

Tancredo Neves. Este não está localizado numa faixa contínua do território (região litorânea),

um aspecto fundamental em processos de zoneamento turístico, não conta com infraestrutura

turística, equipamentos, produtos turísticos nem fluxo. Os demais municípios estão, apenas,

em níveis de desenvolvimento e de importância da atividade turística diferentes. Por outro

lado, não foi identificado nenhum município que deva ser inserido.

34

8. ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO

Com base nos levantamentos, análises realizadas e oficinas participativas, este capítulo

apresenta a estratégia norteadora do Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo

Sustentável para a Costa do Dendê.

Inicialmente foram definidos os princípios, elementos fundamentais que embasaram a visão

de futuro desejada, bem como as estratégias e ações requeridas para proporcionar o

desenvolvimento sustentável do Turismo da região.

8.1 Princípios Norteadores

Os princípios norteadores indicam as premissas fundamentais do modelo de Turismo

desejado para a região, bem como apontam para valores que devem estar presentes na visão,

nas estratégias e ações.

De acordo com a realidade do território, entende-se que o insumo para aprimorar a atividade

turística e gerar os resultados esperados para todos os envolvidos é a valorização da

qualidade dos serviços, da natureza e da cultura.

Os recursos naturais e culturais são elementos de primeira necessidade para o bem-estar das

pessoas, tanto moradores como visitantes, nos locais onde estão inseridos. Atuar de forma

sustentável nas suas dimensões – ambiental, social, cultural e econômica – e primar pela

qualidade dos serviços ofertados, proporciona benefícios para os atores locais, e também

agrega valor aos destinos por conta de um perfil de consumidores cada vez mais exigentes

com estes aspectos.

Os princípios consideram essa valorização de forma a atender as necessidades e

expectativas das partes interessadas conforme descrito abaixo.

A comunidade é detentora de conhecimento relevante sobre o destino e é quem sofre os

impactos positivos e negativos da atividade turística. Responsável por receber e acolher os

visitantes, também pode prestar serviços e confeccionar produtos consumidos por eles, ou

seja, o turismo gera postos de trabalho e diversifica os segmentos de atuação, gera renda,

possibilidade de capacitação e aumento da autoestima da população. O turismo também

depende da infraestrutura básica, por isso normalmente são priorizadas melhorias que

impactam a qualidade de vida dos moradores.

Entretanto, a população também pode sofrer os impactos negativos do turismo. O aumento

do número de pessoas no destino em determinado período do ano, pode contribuir para a

ineficiência dos serviços básicos como água, energia e transporte, gerar acúmulo de resíduos

sólidos e barulho. Assim sendo, o planejamento se faz fundamental para o desenvolvimento

da atividade turística, tendo em vista o envolvimento da comunidade, minimizando os

impactos negativos e ampliando os positivos.

O setor privado envolve os equipamentos e negócios que formam a cadeia produtiva do

turismo, além de serem essenciais para a experiência do visitante como, meios de

hospedagem, restaurantes, bares, agências de viagem, atrativos particulares, entre outros.

Um dos objetivos é gerar lucro ao proprietário, o que proporciona benefícios para outros

35

atores: geração de emprego para a comunidade e impostos para o setor público, sendo o

motor da atividade econômica. Por este motivo os empresários devem buscar continuamente

o aumento da competitividade dos negócios, a redução da sazonalidade e,

consequentemente, melhorar o desempenho financeiro.

O poder público precisa estar estruturado e fortalecido para desenvolver e implementar

políticas públicas que caminhem para o turismo sustentável. Além disso, para que tudo

aconteça de forma ordenada e gerando benefícios, é essencial planejar, dar subsídios aos

negócios, apoiar a capacitação dos empresários e da comunidade, e sempre aprimorar a

infraestrutura básica e turística dos destinos.

Por fim, os turistas, que são responsáveis pelo consumo no destino e pelos gastos nos

municípios. Estes, cada vez mais exigentes, usufruem de todo o planejamento, infraestrutura,

equipamentos e serviços buscando uma vivência única durante uma viagem.

Os princípios estão diretamente vinculados à geração de resultados para estes atores,

contribuindo assim para que o Turismo cumpra efetivamente o papel de atividade geradora

de ocupação, renda e divisas para os municípios.

Figura 5 - Princípios Norteadores

Fonte: BMiBrasil / Petrocchi Consultoria (2014)

O Turismo é uma atividade complexa, que envolve muitos atores e demanda uma

interdependência na realização das ações para desenvolver a competitividade do destino, e

alcançar os resultados esperados.

Além da interdependência, as ações traçadas por este Plano, que serão apresentadas a

seguir, precisam estar estrategicamente baseadas nos pontos fortes encontrados na região,

buscando os resultados esperados para todos os envolvidos.

TURISMO BASEADO EM QUALIDADE DOS

SERVICOS E EXPERIÊNCIAS

SINGULARES ATRAVÉS DA NATUREZA E

CULTURA

RESULTADO PARA A

COMUNIDADE

RESULTADO PARA O SETOR

PRIVADO

RESULTADO PARA O TURISTA

RESULTADO PARA O SETOR

PÚBLICO

36

8.2 Visão

O processo de desenvolvimento de um território deve ser precedido da identificação da

situação desejada pelos atores locais, situação essa que expresse claramente como deverá

estar a região em um determinado futuro.

No caso deste PDITS o cenário temporal será de cinco anos, fazendo com que as estratégias

e ações sejam voltadas para o alcance da realização da visão de futuro neste período.

Além de norteadora, a visão expressa o conhecimento que os envolvidos têm do turismo na

região embasando as estratégias e ações do planejamento, e unindo esforços para a

transformação necessária, situação com a qual o plano poderá contribuir mediante sua

implantação.

Desta forma, considerando os anseios identificados junto às lideranças das áreas pública e

privada, chega-se à conclusão da seguinte visão de futuro para a Costa do Dendê:

A expressão “ser referência” deixa claro o estado de excelência que se pretende buscar,

tornando a região um modelo que gere resultados concretos para as partes interessadas e

inspire outros destinos.

A “qualidade e sustentabilidade no Turismo” indica ter como premissa a profissionalização

dos serviços ofertados, associada ao uso racional da diversidade natural e cultural existente,

um modelo a ser consolidado para ofertar experiências turísticas diferenciadas.

A visão permeia e inspira os pilares das estratégias que serão as responsáveis pela

materialização do futuro desejado para a Costa do Dendê.

8.3 Posicionamento Estratégico

Após definir os princípios e a visão que norteiam o PDITS, o passo seguinte é a elaboração

do posicionamento estratégico, que consiste na escolha do mercado de atuação e dos valores

que se quer ofertar, alinhados ao comportamento da demanda. Em resumo, é a posição que

se quer ocupar, através da clareza de onde se está, onde se quer chegar, e o caminho que

se pretende percorrer para alcançar os objetivos.

Atualmente, os turistas buscam nas suas viagens se desligar do dia a dia, ter mais contato

com a natureza, preservar a saúde, conhecer mais profundamente as histórias do destino que

visitam, ter contato com a comunidade e os saberes locais e viver experiências diferenciadas

e inesquecíveis.

Por isso, entende-se que, para a consolidação do Turismo da Costa do Dendê, o

posicionamento deve estar baseado na oferta de experiências inovadoras e inesquecíveis

para os visitantes, fundamentadas no meio ambiente, na sustentabilidade, na produção

associada e na inovação. É preciso transformar os atrativos potenciais em produtos turísticos

competitivos, minimizando os impactos socioambientais desta atividade. Estes pilares serão

“Ser referência em qualidade e sustentabilidade no Turismo utilizando os recursos naturais e culturais. ”

37

aplicados prioritariamente aos segmentos de Sol e Praia (consolidado), Ecoturismo, Cultural,

Aventura e Náutico (potencial).

Este posicionamento prevê a manutenção da imagem de belas paisagens, e a possibilidade

de contato com a natureza, somadas à produção associada, história, cultura e iniciativas de

sustentabilidade agregadas à oferta turística. Com isso, busca-se aumentar a competitividade

e utilizar os recursos naturais, culturais e equipamentos ainda ociosos. Esse processo ocorre

à medida em que são trabalhados de forma integrada os seguintes pilares:

As pessoas de um destino são responsáveis pelo atendimento e acolhimento.

Guardam saberes, “causos”, acontecimentos e sentimentos. Isto é uma matéria-prima

muito importante para inovar a oferta turística e torná-la singular. Por isso será

fundamental encontrar alternativas de envolvimento da população com a atividade

turística, fortalecendo a participação das pessoas da região.

A produção associada como a produção de dendê, de produtos à base do fruto, de

coco, piaçava, cravo, guaraná e outros produtos agrícolas, pode ser inserida na

atividade turística de forma a diversificá-la e agregar valor aos destinos, aumentando

a competitividade da região. Potencializar o desenvolvimento de produtos regionais

e valorizar o modo de fazer também permite a dinamização da economia por

envolver a comunidade no processo.

Os recursos naturais são o alicerce do turismo da região. Por isso precisam de

cuidados, manutenção, fiscalização, e novos produtos visando a sustentabilidade do

turismo em áreas naturais, e o aumento da competitividade. O dendê vem sendo

utilizado para muitas ações de sustentabilidade, como o reflorestamento e os

programas de sequestro de carbono, além da produção de biodiesel. Estas ações

também podem ser aplicadas na região, e visitadas, já que se está numa das maiores

produtoras de dendê no país, ou, até mesmo, contar com a contribuição dos turistas

para desenvolvê-las.

A inovação aplicada à infraestrutura, à gestão institucional e da iniciativa privada, ao

desenvolvimento de novos produtos, ou à agregação de valor aos produtos existentes

através de novos processos, por meio da tecnologia e da valorização da cultura nos

empreendimentos turísticos, permite a diversificação da oferta, o aumento da

competitividade e a satisfação do turista.

38

Figura 6 - Posicionamento Estratégico

Fonte: BMiBrasil / Petrocchi Consultoria (2014)

Este posicionamento ainda reforça alguns princípios indicados na Lei de Turismo Estadual da

Bahia, tais como:

Inovação: ações de motivação a novos investimentos públicos e privados, tanto na

infraestrutura física e de serviços, quanto nas ações de incremento ao fluxo turístico;

Integração: conexão das economias locais e regionais com as atividades

características do turismo, fortalecendo a cadeia produtiva, modelo de governança e

articulação inter e intragovernamental;

Sustentabilidade: inclusão social, eficiência econômica, conservação e valorização da

diversidade cultural, proteção e conservação do meio ambiente, visando conferir

melhor qualidade de vida às populações dos destinos turísticos.

A melhoria da infraestrutura e dos serviços básicos requeridos também estão no campo de

atuação do PDITS, e são necessárias para o desenvolvimento turístico. Devem ocorrer de

forma vinculada ao posicionamento estratégico, ou seja, oferecer uma experiência

diferenciada nas áreas naturais associada à sustentabilidade e inovação.

39

Além disso, para viabilizar a implantação do plano, seguindo o posicionamento estratégico e

a concretização dos objetivos, o trabalho cooperado será um dos requisitos principais,

conforme mencionado anteriormente. Ou seja, estão previstas ações que incentivem

mecanismos de trabalho conjunto do poder público e da iniciativa privada, reforçando a

interpendência dos atores do turismo regional.

Para que todo este processo tenha êxito, é indispensável o trabalho de fortalecimento da

gestão institucional regional, a formatação de novos produtos e roteiros, e a capacitação para

uso dos instrumentos de gestão existentes ou previstos para serem elaborados, como estudos

de capacidade de carga de recursos e atrativos, planos de manejo, planos de uso e ocupação

do solo, etc. Estas são diretrizes importantes para o desenvolvimento sustentável da atividade

turística na Costa do Dendê.

8.4 Estratégias

Alinhadas à visão e ao posicionamento, foram elaboradas as estratégias que são as linhas

principais de atuação do plano, onde as ações serão agrupadas tendo em vista proporcionar

experiências inovadoras e inesquecíveis para o turista, conforme segue:

Turismo Sustentável no Meio Natural e Urbano: Envolve ações que visam preparar

os atores do Turismo para atuar de forma consciente na manutenção e/ou

consolidação dos segmentos de Sol e Praia, Ecoturismo, Cultural, Aventura e Náutico.

Além disso, visam diagnosticar e recuperar áreas turísticas degradadas, com o intuito

de ampliar a utilização dos recursos naturais como produto turístico.

Infraestrutura para as Experiências Turísticas: Visa aprimorar a infraestrutura

básica e turística de forma que atenda às necessidades primárias da população e dos

visitantes, promovendo a sociabilização e animação de espaços públicos, mas que

também se tornem atrativos devido às formas criativas e à possibilidade de vivenciar

a história nos detalhes físicos da cidade, aumentando a atratividade da região.

Excelência e Inovação da Oferta: As ações previstas neste eixo consideram

aprimorar e agregar valor à oferta atual, seja nos segmentos consolidados ou em

consolidação, aliando os saberes e ações sustentáveis à atividade. Contemplam,

também, o processo de aprimoramento dos serviços, a fim de atender às expectativas

dos visitantes e promover o incremento do fluxo turístico a partir do retorno e da

indicação desta região.

Gestão da Demanda, Promoção e Comercialização: Esta linha estratégica

contempla ações que visam aprimorar os mecanismos da gestão mercadológica dos

destinos, através da profissionalização, do planejamento, implantação e

monitoramento de ações inovadoras, estando atentos ao comportamento da demanda.

Gestão Institucional do Turismo: Esta linha estratégica tem em vista fortalecer a

gestão institucional no âmbito, estadual, regional e municipal, a partir do planejamento,

implantação e monitoramento de ações para o aprimoramento e desenvolvimento

sustentável do turismo, e da tomada de decisões conjuntas e alinhadas ao

planejamento.

40

Figura 71 - Estratégias

Fonte: BMiBrasil / Petrocchi Consultoria (2014)

Todas as linhas estratégicas convergem para as premissas de ofertar mais qualidade e

aumentar a competitividade do destino. Isso também está alinhado com um dos princípios

orientadores da Política Estadual do Turismo, que defende a busca pela qualidade através do

desenvolvimento de práticas e padrões nos destinos, produtos, serviços e atividades

profissionais, reduzindo a informalidade e estabelecendo critérios de fiscalização e

certificação.

Estas estratégias envolvem um grupo de ações que serão apresentadas no capítulo que

segue.

41

9. PLANO DE AÇÃO

O Plano de Ação tem como objetivo garantir a operacionalidade da estratégia para o alcance

da visão de futuro, ou seja, a situação desejada para o desenvolvimento turístico da Costa do

Dendê.

Tem como principais desafios questões como:

Refletir as demandas e necessidades indicadas pelos atores locais do território

durante o processo de elaboração do Plano;

Contemplar ações que materializem as estratégias planejadas;

Ser viável do ponto de vista de recursos financeiros disponíveis, ou que possam ser

captados;

Contribuir para o alcance dos resultados esperados.

Cada estratégia contempla um conjunto de projetos e ações que foram propostos com base

nas lacunas identificadas para atingir os objetivos e atuar de acordo com o posicionamento

estratégico.

Foram distribuídas em um Plano de Ação por município, ou classificadas como globais, que

são as que devem ser implementadas em todo o território. Cada ação conta com uma ficha

descritiva que se encontra como apêndice do Plano.

Conforme mencionado anteriormente, os projetos e ações têm um papel fundamental para a

materialização da estratégia e alcance da visão de futuro. Desta forma, algumas ações já

indicam, mais diretamente, a relação com o posicionamento de ofertar experiências turísticas

inovadoras, diferenciadas e inesquecíveis para os visitantes. Outras ações são transversais

ou mesmo iniciativas de base para aprimorar a oferta, a exemplo das intervenções de melhoria

de acesso, saneamento básico e implantação de aterro sanitário, que poderão melhorar

significativamente a experiência dos visitantes.

A priorização ocorreu de acordo com a urgência e viabilidade de implantação sendo: 1 – Curto

Prazo; 2- Médio Prazo; 3- Longo Prazo.

As ações de curto prazo devem ter iniciados os trâmites burocráticos e de comprometimento

e/ou captação de recursos entre o 1º e 12º mês de vigência do Plano (primeiro ano).

As ações de médio prazo devem ser iniciadas entre o 13º e o 36º mês de vigência do Plano

(segundo e terceiro ano).

E as ações de longo Prazo devem ser iniciadas entre o 37º e o 60º mês de vigência do plano

(quarto e quinto ano).

42

9.1 Prioridade - 1– Curto Prazo

Tabela 2 - Ações de Prioridade 1- Curto Prazo

TURISMO SUSTENTÁVEL NO MEIO NATURAL E URBANO

MUNICÍPIO AÇÃO TOTAL US$ (US$1,00= R$2,66)

TOTAL R$

Ação Global Estudo de capacidade de carga de atrativos turísticos

766,917.29 2.040.000,00

Diagnóstico ambiental de áreas degradadas com potencial para o Turismo

902,255.64 2.400.000,00

INFRAESTRUTURA PARA AS EXPERIÊNCIAS TURÍSTICAS

Cairu Melhoria do acesso ao povoado de Torrinhas 769,656.15 2.047.285,36

Ampliação e Melhoria do Terminal de atracação de Morro de São Paulo

1,231,449.84 3.275.656,57

Ampliação do sistema de abastecimento de água em Boipeba

1,224,682.92 3.257.656,57

Implantação de sistema de esgotamento sanitário - Morro de São Paulo

1,055,007.95 2.806.321,14

Implantação de sistema de esgotamento sanitário – Moreré

361,278.20 961.000,00

Implantação de sistema de esgotamento sanitário – Boipeba

443,103.01 1.178.654,00

Implantação de solução de destinação final de resíduos sólidos, coleta e elaboração

563,909.77 1.500.000,00

Camamu Implantação de sistema de esgotamento sanitário – Sede

2,111,423.37 5.616.386,16

Igrapiúna Implantação de sistema de esgotamento sanitário - Sede

3,126,343.28 8.316.073,12

Implantação do sistema de esgotamento sanitário na Ilha do Contrato

769,656.15 2.047.285,36

Melhoria no Sistema de Abastecimento de Água – Sede

1,754,090.35 4.665.880,32

Ituberá Melhoria do acesso entre Pratigi e a Barra do Serinhaém

1,308,415.45 3.480.385,11

Melhoria do sistema de abastecimento de água de Barra do Serinhaém

263,113.55 699.882,05

Implantação de sistema de esgotamento sanitário em Barra do Serinhaém

381,272.79 1.014.185,61

Ituberá, Igrapiuna, Taperoá e Nilo Peçanha

Implantação de solução de destinação final de resíduos sólidos, coleta e elaboração e implantação PGIRS

754,263.03 2.006.339,65

Maraú Implantação de sistema de abastecimento de água - Barra Grande

545,522.10 1.451.088,78

Implantação de sistema de esgotamento sanitário - Barra Grande

52,503.97 1.403.160,57

Implantação de Estrada Parque - BA/001 a Maraú 15,413.53 41.000,00

Elaboração do Plano Altimétrico 48,496.24 129.000,00

Camamu e Maraú

Implantação de solução de destinação final de resíduos sólidos, coleta e elaboração e implantação PGIRS

754,263.03 2.006.339,65

Nilo Peçanha Implantação de sistema de esgotamento sanitário – Sede

1,613,199.29 4.291.110,11

Construção de atracadouro - Itiuca 153,931.23 409.457,07

Taperoá Melhoria da infraestrutura do Terminal Hidroviário da Graciosa

58,938.67 1.555.936,87

Valença Construção de anel rodoviário 3,759,398.50 10.000.000,00

MUNICÍPIO AÇÃO TOTAL US$ (US$1,00= R$2,66)

TOTAL R$

Valença Construção de píer para embarque e desembarque – Guaibim

3,078,624.60 8.189.141,43

43

Melhoria no Sistema de Abastecimento de Água – Guaibim

430,409.92 1.144.890,38

Melhoria no Sistema de Esgotamento Sanitário – Guaibim

388,585.83 1.033.638,30

EXCELÊNCIA E INOVAÇÃO DA OFERTA

Ação Global Estudo para identificação dos atributos culturais e históricos para agregação de valor aos negócios

112,781.95 300.000,00

Projeto de diversificação dos segmentos turísticos da Costa do Dendê

676,691.73 1.800.000,00

Elaboração e execução do Plano Estratégico do Turismo Náutico da Costa do Dendê

845,864.66 2.250.000,00

Inventariação e análise da oferta turística 1,052.631.58 2.800.000,00

Estudo de localização, construção e dinamização de Centros de Atendimento aos Turistas

1,710,526.32 4.550.000,00

Cairu

Recuperação do Forte de Morro de São Paulo 1,539,312.30 4.094.570,71

Recuperação do Convento de Cairu 965,129.32 2.567.244,00

Maraú

Ciclovia de Integração entre os distritos (Barra Grande, Taipu de Fora, Saquaira, Taipu de Dentro e Campinhos)

1,894,736.84 5.040.000,00

Elaboração de projeto e construção de Economuseu da Costa do Dendê

375,939.85 1.000.000,00

Valença Construção de Centro de Convenções, entre Valença e Guaibim

2,308,968.45 6.141.856,07

Urbanização da Orla de Valença 461,793.69 1.228.371,22

GESTÃO DA DEMANDA, PROMOÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO

Ação Global Elaboração e execução do Plano de Marketing Turístico

1,127,819.55 3.000.000,00

GESTÃO INSTITUCIONAL DO TURISMO

Ação Global Fortalecimento da Instância Regional de Turismo 2,255,639.10 6.000.000,00

Fortalecimento da Gestão Estadual do Turismo 1,127,819.55 3.000.000,00

44

9.2 Prioridade – 2 – Médio Prazo

Tabela 3 - Ações de Prioridade 2

MUNICÍPIO AÇÃO TOTAL US$ (US$1,00= R$2,66)

TOTAL R$

TURISMO SUSTENTÁVEL NO MEIO NATURAL E URBANO

Ação Global Monitoramento e recuperação de recursos hídricos de interesse turístico

751,879.70 2.000.000,00

Recuperação das áreas degradadas de interesse turístico.

902,255.64 2.400.000,00

INFRAESTRUTURA PARA AS EXPERIÊNCIAS TURÍSTICAS

Cairu Melhoria do acesso viário de Morro de São Paulo, Gamboa, Garapuá

4,617,936.89 12.283.712,14

Ampliação do sistema de captação de água de Morro de São Paulo

1,539,312.30 4.094.570,71

Construção de atracadouro em Moreré

177,020.91 470.875,63

Construção de Terminal Marítimo em Boipeba

138,538.11 368.511,36

Construção do sistema viário entre a Velha Boipeba e São Sebastião

3,848,280.74 10.236.426,78

Camamu Ampliação do sistema de abastecimento de água - Sede

577,242.11 1.535.464,02

Igrapiúna Implantação do Terminal Hidroviário de atracação turística do Pau D´óleo

461,793.69 1.228.371,21

Melhoria dos atracadouros na Praia do Contrato, dos Tubarões e na Ponta do Santo

277,076.21 737.022,73

Maraú

Ampliação de atracadouro em Barra Grande

123,144.98 327.565,66

Ampliação de sistema de abastecimento de água - Sede

529,523.43 1.408.532,33

Implantação de sistema de esgotamento sanitário - Sede

1,731,726.33 4.606.392,05

Nilo Peçanha Implantação de sistema de abastecimento de água - Sede

769,656.15 2.047.285,36

Melhoria de acesso entre a BA - 001 à Barra dos Carvalhos

2,462,899.68 6.551.313,14

Taperoá Ampliação de sistema de esgotamento sanitário - Sede

1,684,007.65 4.479.460,36

Valença Melhoria no Sistema de Abastecimento de Água - Sede

3,412,802.03 9.078.053,39

Melhoria no Sistema de Esgotamento Sanitário - Sede

5,026,291.07 13.369.934,24

Valença, Ituberá, Camamu

Melhoria da BA-001 (acesso à região 72km) de Valença - Ituberá - Camamu

5,947,149.92 15.819.418,80

EXCELÊNCIA E INOVAÇÃO DA OFERTA

Ação Global Programa para qualificação empresarial e profissional

2,443,609.02 6.500.000,00

Cairu Contenção e paisagismo da orla no Galeão

1,539,312.30 4.094.570,71

Urbanização em Boipeba 230,896.85 614.185,61

Urbanização em Gamboa 230,896.85 614.185,61

MUNICÍPIO AÇÃO TOTAL US$(US$1,00= R$2,66)

TOTAL R$

45

Camamu Restauração do centro histórico - Cidade Alta

3,775,933.07 10.043.981,96

Revitalização do centro histórico do porto - Cidade Baixa

2,462,899.68 6.551.313,14

Urbanização da orla Marítima de Cajaíba

230,896.85 614.185,61

Valença Recuperação do Centro Histórico

3,540,418.29 9.417.512,64

Construção de ciclovia ligando a Sede-Guaibim

992,481.20 2.640.000,00

46

9.3 Prioridade – 3 – Longo Prazo

Tabela 4 - Ações de Prioridade 3

MUNICÍPIO AÇÃO TOTAL US$ TOTAL R$

TURISMO SUSTENTÁVEL NO MEIO NATURAL E URBANO

Ação Global Educação Ambiental para o turismo 902,255.64 2.400.000,00

Estudo de identificação de local para criação de área de Proteção Integral que permita visitação e uso turístico

526,315.79 1.400.000,00

INFRAESTRUTURA PARA AS EXPERIÊNCIAS TURÍSTICAS

Cairu Construção de Aeródromo 4,617,936.89 12.283.712,14

Camamu

Construção de anel rodoviário 2,155,037.22 5.732.399,00

Implantação de Terminal Rodoviário Municipal 751,879.70 2.000.000,00

Melhoria no terminal Hidroviário 584,938.67 1.555.936,87

Igrapiúna Construção do Terminal Rodoviário - Sede 153,931.23 409.457,07

Melhoria no Sistema de Abastecimento de Água - Ilha do Contrato

701,636.14 1.866.352,13

Ituberá Implantação de sistema de esgotamento sanitário - Sede

3,968,347.11 10.555.803,30

Maraú Construção de Aeródromo 4,617,936.89 12.283.712,14

Valença Construção Terminal Rodomarítimo 230,896.85 614.185,61

Construção Terminal Rodoviário - Guaibim 153,931.23 409.457,07

EXCELÊNCIA E INOVAÇÃO DA OFERTA

Ação Global Fortalecimento da produção associada ao Turismo 676,691.73 1.800.000,00

Projeto de fortalecimento dos eventos culturais 676,691.73 1.800.000,00

Complementação da sinalização turística da Costa do Dendê

2,067,669.17 5.500.000,00

Cairu Urbanização em Morro de São Paulo - 2a etapa 2,770,762.14 7.370.227,28

Camamu Implantação de projeto paisagístico na Sede 307,862.46 818.914,14

Maraú Construção de Dois Portais 111,755.75 297.270,30

Valença Melhoria do Mercado do Peixe 150,375.94 400.000,00

GESTÃO DA DEMANDA, PROMOÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO

Ação Global Estudo de viabilidade e implantação de programa de relacionamento com turistas

206,766.92 550.000,00

GESTÃO INSTITUCIONAL DO TURISMO

Fortalecimento da Gestão Municipal do Turismo 225,563.91 600.000,00

47

9.4 Quadro Resumo dos investimentos

ESTRATÉGIA 1 – Curto Prazo 2 – Médio Prazo 3 – Longo Prazo TOTAL

US$ R$ US$ R$ US$ R$ US$ R$

TURISMO SUSTENTÁVEL NO MEIO NATURAL E URBANO

1,669,172.93 4.440.000,00 1,654,135.34 4.400.000,00 1,428,571.43 3.800.000,00 4,751,879.70 12.640.000,00

INFRAESTRUTURA PARA AS EXPERIÊNCIAS TURÍSTICAS

28,017,952.70 74.527.754,18 33,324,402.22 88.642.909,91 17,936,471.93 47.711.015,33 79,278,826.85 210.881.679,42

EXCELÊNCIA E INOVAÇÃO DA OFERTA

11,944,376.69 31.772.042,00 15,447,344.09 41.089.935,28 6,761,808.92 17.986.411,72 34,153,529.70 90.848.389,00

GESTÃO DA DEMANDA, PROMOÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO

1,127,819.55 3.000.000,00 0,00 0,00 206,766.92 550.000,00 1,334,586.47 3.550.000,00

GESTÃO INSTITUCIONAL DO TURISMO

3,383,458.65 9.000.000,00 0,00 0,00 225,563.91 600.000,00 123,127,845.28 327.520.068,42

TOTAL 46,142,780.52 122.739.796,18 50,425,881.65 134.132.845,19 26,559,183.11 70.647.427,05 123,116,943.02 327.491.068,42

48

10. MECANISMOS DE GESTÃO, ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO

O processo de planejamento e formulação constitui uma parte do processo para o fomento ao

desenvolvimento turístico nos territórios, sendo a etapa seguinte tão importante quanto a

primeira, ou seja, a implementação, monitoramento e avaliação dos projetos e ações.

Para analisar constantemente a eficiência e o andamento das ações implementadas é

imprescindível definir mecanismos de feedback.

Estes mecanismos devem permear todo o processo de implantação do PDITS e devem ser

implementados de forma cooperada pela SETUR/BA e a Câmara Regional de Turismo. O

objetivo é controlar as atividades e acompanhar os resultados, além dos mecanismos

descritos para cada Projeto previsto no Plano de Ação.

Fortalecimento das instâncias de gestão compartilhada no âmbito regional e municipal

como forma de legitimar o processo de planejamento, execução e avaliação das ações

do plano.

Utilização de um sistema gerencial para inserção e controle das atividades e dos

envolvidos. Com as informações no sistema gerencial, a SETUR/BA poderá monitorar

o andamento das ações e informar o status aos parceiros e executores de cada uma

delas, além dos órgãos municipais. Isto facilita o andamento dos processos, a

qualidade das entregas e a conclusão nos prazos pré-estabelecidos.

Utilização de um espaço comum em rede e online para ser uma biblioteca virtual. Esta

biblioteca servirá como base de dados interna da SETUR/BA, de outras secretarias do

estado, da Câmara Regional e de órgãos municipais a fim de compartilhar as

informações, otimizar recursos e agilizar processos.

Elaboração de relatórios de acompanhamento e avaliação. Os relatórios de

acompanhamento e avaliação devem ser produzidos pela SETUR/BA e Câmara

Regional e disponibilizados na biblioteca virtual e no sistema gerencial para viabilizar

os processos de pagamento e a atualização do status do projeto no sistema e ciência.

Estes mecanismos apoiarão o monitoramento dos resultados e o alcance das projeções

alinhadas aos objetivos específicos e feitas com base nos critérios que seguem:

Gasto Turístico per capita em R$ Nacional: Foram considerados os ajustes financeiros

decorrentes de índices médios de inflação na casa de 5% ao ano.

Incremento dos Empregos nas ACTs: Foram considerados índices de 134,7 empregos

por média de 100 turistas/dia, ou 3000 turistas/mês, com base em pesquisas da

Câmara de Comércio dos Estados Unidos (2002).

Permanência média: Estimativas com base em observações do mercado interno

brasileiro de turismo.

49

Quadro 3 - Projeção de Indicadores

INDICADOR 2014 2019

Demanda Total 775.049 931.500

Demanda Total – Nacional 739.553 888.754

Demanda Total - Internacional 35.496 42.746

Gasto Turístico per capita em R$ Nacional 1.682,70 2.147,60

Permanência média (número de dias) turista nacional

4 a 5 noites 5,5 noites

Incremento nos Empregos ACTs 2.081 2.666