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PE WALTER MARIAUX SJ... · e em nossos dias encontra sua confirmação. Nunca ... aumenta cada vez mais: reconquistar! Os povos, conforme diz o Papa Pio XI na encíclica de Cristo

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O P Ú S C U L O S DL F O R M A Ç A Opara uso das Congregações Marianas de Moços

C H E F E SI

Proposta de uma formação especializa da

para chefes leigos das Congregações Marianas

o f e r e c i d a aos Revmos. PP. D i r e t o r e s

p e l o

P. WALTER MARIAUX S. J.Dire tor do S e c r e t a r ia d o G e ra l das C o n g r e g a ç õ e s Mar ia na s em Roma

confedeiaçAo nacional oas congregações maiianastfe de J«nefre — Ru« Semdor Otntêt, 11S • 9 # — Cê'*ê Fa«tel 1*561

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C H E F E S I

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Imprimi potest

Rio de Janeiro, 21 de Junho de 1941

P. Luiz Riou S. J.

Prep. Piov. Brasil. Centr.

Imprimatur

Rio de Janeiro, 1 de Julho de 1941

+ Sebastião

Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro

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PREFACIO

ê com o sentimento do mais profundo respei­to, que, por meio dêste livrinho, me dirijo aos Rev. PP. Diretores das Congregações Marianas do Bra­sil, congratulando-me com êles pelo magnífico tra­balho que realizam continuamente na direção da Congregação. Não é exagero dizer que os nume­rosos Sodalícios de Nossa Senhora no Brasil são ad­mirados por todo o mundo católico, pela sua prodi­giosa difusão e por suas atividades, entre as quais se destaca a obra dos retiros do Carnaval.

é inegável, que este estado florescente das Con­gregações se deve, antes de tudo, aos esforços desin­teressados dos Sacerdotes que, apesar de sobrecar­regados de tantos e tão variados trabalhos, se entre­gam eficientemente ao apostolado da mocidade.

Na verdade, o fato de ter-se desenvolvido aqui tão exuberantemente o movimento mariano, ao qual dedica tão preciosas energias o clero secular e regular, em harmoniosa colaboração, é para nós forte moti­vo de fundarmos nas Congregações Marianas, gran­des esperanças para a conquista da mocidade a Nos­so Senhor Jesus Cristo.

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A confiança que o E pisco pado deposita nas Con- gações Marianas, confiança continuamente confir­mada com tantas provas de simpatia e animação, é um estímulo para empenharmos todos os esforços na realização das auspiciosas esperanças, manifestadas pelo Excmo. Sr. Arcebispo de Olinda-Recife no de­creto de fundação da Federação Mariana Esta­dual de Pernambuco. O movimento mariano, afir­ma S. Excia., "virá pôr um dique a essa onda de indiferentismo religioso que grassa implacável por toda parte”. A s Congregações Marianas " são um baluarte promissor contra o paganismo hodierno da nossa sociedade”.

Peço aos Revmos PP. Diretores de C. M., ver neste livrinho, suplemento do precedente, “Cava­leiros de Maria”, destinados aos nossos chefes lei­gos, uma modesta e afetuosa contribuição para o aperfeiçoamento e consolidação das Congregações Marianas do Brasil. A benévola acolhida que o meu primeiro opúsculo de formação, "N a família de Deus”, encontrou no Brasil — em três mezes ven­deram-se mais de 5000 exemplares — me anima a lançar esta nova publicação, e a propor nela aos PP. Diretores um sistema de formação dos nossos che­fes leigos.

Pois, observações pessoais feitas durante mi­nha estadia neste país, despertaram em mim a con­vicção de que é absolutamente necessário encontrar

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meios e métodos para aliviar os ocupadissimos Pa­dres Diretores, de modo que a Congregação Maria- na, não seja um peso mas antes um auxilio sensiyel para o apostolado entre a mocidade. Em outras pa­lavras, os copgregados devem tomar sobre si tôdas as atividades que não exigem a intervenção do Di­retor e, além disso, ajudar quanto possível aos sa­cerdotes nos ministérios paroquiais, como nos cate­cismos, etc.

Como conseguir isto? Há pouca possibilidade de podermos alcançar tanto de todos os congregados. Pensei portanto em propor que se forme, em cada Congregação, uma elite que possa disempenhar este papel.

Considerações semelhantes sobre a necessidade de prestar um auxilio eficaz aos PP. Diretores, ocuparam a atenção do 1.* Congresso Nacional de Diretores de Federações Marianas (realizado no Rio de Janeiro, 30. I. - 1. II. 1941), o qual chegou à mesma conclusão, formulada na Parte II, N.* 8: "O Congresso insiste na formação especializada de che- f'* , isto é, de congregados que possam assumir pro­ficientemente alguma responsabilidade na Congrega­ção, “para ajudar o P. Diretor no governo e admi­nistração da Congregação” (Regra 18) "• O Con­gresso tne pediu que compusesse um sistema -con­creto desta formação especializada, fornecendo tam­bém, em quanto fosse possivel, a matéria necessária.

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Comecei imediatamente a estudar esta questão urgente e a consultar vários PP. Diretores compe­tentes e experimentados no Marianismo do Brasil. Agradeço especialmente o Revmo. P. Cesar Daine- se, Diretor da Confederação Nacional, pelas precio­sas sugestões e conselhos com que me auxiliou. E' o resultado destes estudos c trabalhos que proponho neste livrinho e no outro: “Cavaleiros de Maria".

> 0 fim destas publicações c, portanto, facilitar aformação dos nossos melhores congregados e a cria­ção, em cada C.M., duma elite de chefes leigos, de apóstolos dedicados que, sobre a base duma singe­la confiança e filial obediência, prestam um auxílio eficaz ao P. Diretor.

Trata-se, naturalmente, apenas duma pro­posta.

Ao parecer dos Revmos. Diretores e antes dc tudo dos Exmos. Snrs. Bispos, chefes supremos das Federações Marianas, deixamos o cuidado de adotar este sistema nas suas Federações.

Quer-nos entretanto parecer, que o plano apre­sentado aqui — que pode ser aplicado de modo que não sobrecarregue o Sacerdote —, corresponde aos desejos e às necessidades práticas dos Padres deste país. Quero ainda acrescentar que, por meio des­ta formação sistemática, os chefes leigos serão ca­pazes, pelo menos em muitas Congregações, de ex­

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plicar, êles mesmos, os “Opúsculos de formação”, aliviando assim de maneira sensível os Diretores.

Ofereço, pois, este pequeno opúsculo, junta­mente com o: “Cavaleiros de Maria” às proinissoras Congregações Marianas do Brasil, com a intenção de contribuir um pouco para a formação dos caros ma- rianos, tão insistentemente desejada pelo Exmo. E pisco pado.

Rio de Janeiro, Festa da Medianeira de tôdas as graças, 31 de Maio de 1941.

P. Walter Mariaxtx S. J.

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Precisamos de Chefes)

No livro "Cavaleiros de Maria” citamos uma palestra de Pio X com alguns Cardeaes: “Que é hoje mais necessário para salvar a sociedade hu­mana?”, perguntou o Papa. As respostas foram diversas: “ A fundação de escolas católicas.” "A formação de uma geração de sacerdotes exempla­res” etc. — “ Sem dúvida, disse o Sumo Pontífice, porém mais necessário é, que cada Paróquia possua um grupo de leigos profundamente cristãos instruí­dos, ativos, verdadeiros apóstolos.”

Não sabemos se esta conversa é verdadeiramen­te histórica. Em todo o caso a sua idéia é justa, e em nossos dias encontra sua confirmação. Nunca houve como hoje um momento histórico, em que precisássemos mais de leigos bem formados e intré­pidos; porque nunca as próprias bases da vida so­cial e da dignididade humana estiveram em tão gran­de perigo de ruína. As convulsões atuais da |Euro- pa, terão infalivelmente suas repercussões aqui no Brasil. O mundo tornou-se pequeno e nenhum país hoje se pode dizer isolado.

Ora, sob as catástrofes e revoluçõe# doa nossos tampos, observamos uma luta encarniçada de idéias.

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Todos deveríam convencer-se, de que as raízes dos acontecimentos atuais, encontram-se no terreno re­ligioso. A razão e a experiência histórica, junto às palavras dos Sumos Pontífices, têm demonstrado com evidência, que só a fé em Deus e a submissão à lei da moralidade, podem oferecer fundamento es­tável à vida humana, à verdadeira civilização.

Portanto, múltiplo é hoje o papel da Igreja. Primeiramente, debelar a ignorância e a sua conse­quência, o indiíerentismo religioso. Os católicos in­diferentes. liberais, os católicos às meias, absoluta­mente não serão capazes de resistir à onda do ateís­mo, que levantada por todos os meios da técnica mo­derna, invade todos os recantos da terra.

Depois, impõe-se outro dever, cuja importância aumenta cada vez mais: reconquistar! Os povos, conforme diz o Papa Pio XI na encíclica de Cristo Rei, abandonaram a Deus laicizando todo o campo da vida e da cultura. <

Portanto a Igreja, nunca talvez na história, teve uin trabalho tão difícil e, ao mesmo tempo, tão de­cisivo como hoje. A ela compete novamente, in­fundir o espírito cristão, num mundo não sómente secularizado e acatólico; mas também em parte, an- ticatólico e pronto a si deixar arastar por novas ideo­logias anti-cristãs, que entusiasmam a juventude e prometem à humanidade uma nova ordem, fundada sôbre o paganismo. A ela compete cristianizar um tal mundo, submetendo ao império de Cristo as cé­lulas da vida humana, — a família e a vida pública, a cultura e a civilização, em todos os seus ramos.

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Quem não vê a dificuldade gigantesca de tal tarefa? Como enfrentar estas necessidades? Pio X insis­tiu na formação de apóstolos leigos. Pio XI acres­centou o apêlo à Ação Católica.

E' verdade que a Igreja possue sacerdotes. Mas. que significam cinco mil Padres num país de qua­renta milhões de católicos? E, além disso, quantos homens não querem mais ouvir a voz da Igreja, quantos redutos da sociedade, também aqui no Brasil, são praticamente impenetráveis ao sacer­dote! E quantos, cheios de desconfiança e precon­ceitos, evitam o encontro do Padre! A estes, só os leigos podem conquistar, substituindo o Padre, ou pelo menos, preparando-lhe o caminho. /

Porém, os leigos precisam antes de tudo de bons chefes. Com efeito, sempre se verifica que uma minoria ativa e organizada sacode a massa. A for­mação de pequenos grupos escolhidos é o meio me­lhor, e talvez o único eficaz para influenciar nas multidões e para infundir nelas as próprias idéias, os próprios ideais e as próprias convicções. Muito bem diz o Cardeal Newman: “A graça atua e aper­feiçoa, a sua obra com auxílio dum reduzido núme­ro de homens. E ’ de seus profundos conhecimen­tos, é da clareza e firmeza de suas condências e da sua dedicação absoluta, é do sangue dos mártires e das orações dos santos, dos heroísmos e das ener­gias concentradas numa palavra ou numa institui­ção, que o céu se serve como de instrumento”.

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Mas onde encontrar êstes chefes? Temos que formá-los! E a quem, senão às CC.MM. cabe fazê- lo? Suas regras e sua tradição gloriosa lhe impõem tal obrigação. Lembremos as palavras dirigidas por Pio X, em 1904, aos Congregados: “Julgo-me dian­te de um grupo escolhido de verdadeiros cristãos, isto é, de cristãos fervorosos, dispostos, sob a pro­teção da SS. Virgem, a qualquer sacrifício, até dar a própria vida, para defender a fé e propagar a re­ligião.” O Santo Padre Pio XI declarou expres­samente, que era das Congregações Marianas, que esperava o mais forte apoio para a Ação Católica. E finalmente, é o nosso Santo Padre Pio XII glorio­samente reinante, que qualificou as CC. MM. de “tropas auxiliares da Igreja, arregimentadas em ba­talhões pacíficos sob o estandarte da SStna. Vir­gem; com as quais a Igreja pode sempre contar.’’ (Carta por ocasião do 4.° Centenário da Companhia de Jesús, 8 de Junho de 1940).

Quantos e quantos Excinos. Bispos recomen­davam ainda nos últimos anos as CC. MM. como escolas de apostolado leigo, desejando que fossem fundadas em cada Paróquia. Citemos uma con­clusão do Congresso de Diretores, realizado em 1935 em Roma: “As CC. MM. em conformidade com os seus estatutos e tradições, são destinadas a for­mar grupos escolhidos de fervorosos e zelosos cris­tãos”. No ano de 1940, reuniram-se os PP. Di­retores das CC. de Hespanha num congresso que tomou esta resolução: “Dá excelentes resultados

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formar a todo o custo um grupo de congregados de­sinteressados e inteiramente entregues à Congrega­ção e às suas obras, congregados que sejam como o braço direito do P. Diretor, nos quais pode este con­fiar completamente. Êstes são os que, tomando como próprios todos os interesses da Congregação, fazendo seus todos os planos do Diretor, arrastarão os outros congregados e darão impulso e eficácia a quanto se empreenda para a maior glória de D e u s ..."

Finalizando citemos uma decisão do primeiro congresso dos Padres Diretores das Federações do Brasil, realizado em fins de Janeiro de 1941, que inculca o mesmo assunto: “O congresso insiste na formação especializada de chefes, isto é, de congre­gados que possam assumir proficientemente algu­ma responsabilidade na Congregação, para ajudar o P. Diretor no governo e administração da mesma (Regra 18)”.

Não nos parece, portanto, supérfluo aqui, fazer­mos um exame de conciência. Pergunte-se cada um a si mesmo, se a sua C. M. é efetivamente uma escola de apóstolos leigos, se os congregados acham nela os meios necessários de formação apostólica. Se pelo contrário a C. M. não consegue êstes resul­tados, onde buscar a causa? Talvez o Diretor não inculcou bastante os motivos, por acaso falta a dou­trinação, ou métodos adequados. A metade do su­cesso está garantida, se os Diretores estiverem con­vencidos da transcendência dêste ofício de formar chefes e firmemente resolvidos a realizá-lo.

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n.Responsabilidade e Iniciativa

Eliminemos desde já, a possibilidade de um mal entendido. Ao falarmos de responsabilidade e iniciativa dos chefes nas Congregações Marianas, de modo nenhum queremos identificar estas atitudes eom a de independência. As CC. MM. não conhe­cem chefes “independentes”.

Os estatutos determinam claramente as atri­buições do P. Diretor e do chefe leigo. Por um lado acentuam fortemente a autoridade do P. Diretor e a sua responsabilidade em tudo o que se faz na C. M .; por outro lado põem em evidência bem cla­ramente, a responsabilidade derivada do P. Diretor e aquele espírito de iniciativa, que convêm aos che­fes leigos sempre sob a suprema direção do P. Di­retor. Nisto é preciso ver uma nota caraterística e distintiva da C.M., pois é fácil verificar que em ou­tras organizações católicas, os ofícios do Diretor e do chefe leigo são concebidos doutra maneira.

Fixemos a realidade. É por acaso verdade, que os dois princípios mencionados encontram sem­pre a sua realização? Se examinamos mais de per­to a situação, devemos confessar que há CC. MM. em que reina a tendência de frisar a autoridade do

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P. Diretor de tal maneira que o papel dos chefes leigos é reduzido praticamente à pura passividade.

Com efeito, em várias CC. MM. não se pode falar de “chefes” no sentido verdadeiro da palavra. Não está em prática o que as regras exigem, ou seja a participação dos leigos no govêrno e na adminis­tração da C. M., para despertar neles o sentido de responsabilidade numa atividade que deve ser o fru­to dc suas próprias energias. Parece-nos que em alguns lugares não se chegou a compreender, que o papel mais importante e próprio da C. M. consiste exatamente na formação de verdadeiros “chefes”. Há Diretores que não se deram ainda conta de que uma C. M. da qual não saem tais chefes, não é com­pleta.

Não se conforma total mente com as regras, o Diretor que toma sozinho todas as resoluções sôbre a vida e atividade da sua C. M., sem aconselhar-se com os membros da diretoria nas suas reuniões, ini­ciativas e decisões. I

O mesmo se diga de vários “chefes” leigos, para os quais, o ideal da diretoria, é a renúncia com­pleta de tôda a responsabilidade pessoal e de tôda a iniciativa e a pura execução das ordens do Di­retor.

Compreendemos bem os motivos que levam al­guns Diretores a hesitar em pôr em prática as regras, no seu genuíno sentido. Por experiência própria, sabem que uma participação no govêrno, ainda que derivada do Diretor, traz consigo perigos considerá­

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veis como por ex., falta de união e harmonia, me­nosprezo da obediência e da confiança filial no P. Diretor e ás vezes também, unia certa vaidade dos chefes a ponto de preferir mandar a obedecer, etc.

Concedemos de bom grado que êstes perigos existam e que a obediência filial dos congregados, também dos chefes, ao P. Diretor, é fundamento in­substituível da florescência da C. M. Nem por sonho nos ocorreu propor um método lesivo a êste fundamento da vida mariana. Mas perguntamos: será verdade que as dificuldades e os perigos men­cionados são insuperáveis? Será justo, renunciar por algumas dificuldades à realização completa do ideal, que certamente, só depois de maduras refle­xões foi codificado nos estatutos aprovados pêla su­prema autoridade eclesiástica? Sim, há perigos na participação dos leigos no govêrno da C. M .; más podemos vencê-los por meio de uma formação sólida e especializada dêstes chefes; e é precisamente esta a solução que propomos neste livrinho.

Parece-nos que hoje em dia mais que nunca, não podemos renunciar a fazer dos nossos chefes, homens de iniciativa e de verdadeira responsabili­dade.

Eis as razões: em primeiro lugar, o apêlo do Santo Padre Pio XI à Ação Católica. O sentido dêste apêlo, é evidentemente o desejo da Igreja de associar mais íntima e diretamente o mundo leigo, no apostolado eclesiástico, de conceder aos leigos maior responsabilidade e de animá-los para uma ini-

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ciativa mais acentuada. Certamente, não devemos por isso mudar as nossas regras, mas temos que realizar hoje mais escrupulosamente do que nunca, tôdas as sugestões que as regras fornecem em favor ía responsabilidade e iniciativa dos leigos, tanto mais que professamos na regra 33, expressamente o ‘Sentire cum Ecclesia’’, e que aqui no Brasil como se sabe, as CC. MM. fazem coletivamente parte da Açío Católica.

O objetivo mais sublime da C. M., isto é, a in­terne influência dos seus membros sóbre a vida da famíia, da profissão e sôbre a vida pública, não se pode abter senão com o avivar nos leigos esta con- ciêncii da própria responsabilidade e com o desen- volvirrento da iniciativa pessoal. Não é por acaso natura, que os congregados se hão de dedicar com mais zilo e executar as decisões para as quais êles mesma contribuíram ativamente? Além disso, se recebecm do P. Diretor apenas as grandes linhas do seu trabalho e se os pormenores da execução fo­rem déxados à livre escolha de cada um, certamen­te empnhar-se-ão com muito maior interesse, mobi- lizand» as próprias habilidades, procurando e en­contrando os métodos mais indicados. Tomarão mais i sério as deliberações para as quais concor­reram saberão explicá-las aos outros, defendê-las contr. objeções, vencendo a indolência de uns e a indifcrença de outros, saberão animar e entusiasmar os c.maradas etc. Assim o leigo sentirá de mais em

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mais aumentar o seu interesse e as suas forças, identificando-se com a obra, que em certo sentido, tornou-se “ sua”.

Ora, quem duvida de que o rendimento da sua atividade será muito maior do que no caso de estar o congregado limitado à simples execução de deci­sões tomadas sem a sua colaboração?

Quer-nos parecer, que se pretendemos checar a formar nas CC. MM. moços que mais tarde seám verdadeiros chefes católicos, será necessário dexar campo livre à inciativa pessoal e alimentar o eípíri- to de responsabilidade. Seja dito entre parêrtesis, que muitas vezes na direção da Congregação, tvitar- se-ão imprudências, despertando nos congregalos a conciência d a . própria responsabilidade; poií, ain­da que o Diretor seja superior aos leigos pda sua dignidade sacerdotal e cultura teológica, acont«ce não raramente, que os seus colaboradores leigos he são superiores na experiência da vida e também na ca­pacidade de julgar sôbre as possibilidades cmcretas de adatação do ideal mariano à vida quoidíana. Êles conhecem muitas vezes, melhor do que oP . Di­retor, a mentalidade dos outros congregados, ;s suas dificuldades e desejos. Talvez sabem melhor do que o Sacerdote, induzir os companheiros ao cum­primento dos deveres religiosos. Vários joveis di­retores se arrependeram mais tarde de não t<r pe­dido a opinião dos leigos, ou de a não ter apre­ciado justamente.

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Não nos esqueçamos afinal, de que a Igreja en- enfrenta hoje, um mundo terrivelmente seculariza- do. O espaço entre o terreno religioso e profano, alarga-se cada vez mais, e grandes são os precon­ceitos, unidos a uma desconfiança profunda com respeito aos objetivos e princípios católicos. O iso­lamento da Igreja e dos Padres, em muitos países não é mais um perigo, é uma realidade. Como se poderá recristianizar um mundo paganízado, como reconciliar com a Igreja um mundo que se tornou alheio a ela, como inspirar confiança a um mundo desconfiado, como reconstruir tantas pontes corta­das senão por meio de leigos ativos e conciêntes da própria responsabilidade? E' por conseguinte a si­tuação da Igreja, que imperiosamente exige a for­mação de chefes leigos convictos e capazes.

Os superiores eclesiásticos e especialmente nu­merosos Bispos, certamente induzidos por seme­lhantes reflexões, proclamaram nos últimos tempos, êste dever da C. M. dc formar chefes, dotados de responsabilidade e iniciativa pessoal.

Felizmente, não precisamos modificar os nossos estatutos para harmonizá-los com as exigências do momento e com as diretrizes eclesiásticas. As re­gras e a história das melhores Congregações pro­vam que a C. M. deve ser uma escola de chefes leigos, capazes de trabalhar na convicção da pró­pria responsabilidade. Com efeito, as CG. MM. que dão os maiores resultados apostólicos, que gozam de uma influência mais intensiva na vida pública e

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que vencem as outras não só numericamente, mas também com respeito à atividade dos seus membros, são aquelas em que os chefes leigos tem um papel transcendente.

Tiremos pois a consequência, e insistamos em que os leigos, de sua parte, examinem também se não se contentam talvez comodamente com um papel fácil e passivo demais.

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Vozes Autorizadas

Seria fácil citar centenas de declarações e dire­trizes dos Exmos. Bispos de diver.síssimos paises que inculcam a necessidade de formar nas CC. MM., chefes, no verdadeiro sentido da palavra, i. é, ho­mens de iniciativa e lutadores com o espírito de res­ponsabilidade.

Contentemo-nos com alegar uma carta do Rvmo. P. Geral da Companhia de Jesus aos PP. Diretores das CC. MM. da Itália, e depois, as declarações de alguns congressos marianos, que lançam a mesma orientação.

Na sua Carta (de 18-X-1930), o P. Geral de­clara:

“Ê necessário que o P. Diretor se deixe ajudar o mais possível, pelos mesmos congregados, nio somente nas coisas, por assim dizer, materiais da Congregaçio, mas também, nas atividades de maior importância, dei­xando-lhes uma prudente liberdade de iniciativa e de ação, reservando-se só uma vigilância superior. Assim se deve comportar o P. Diretor sobretudo com Pre- sideite, Assistentes, Conselheiros e outros oficiais da Congregaçio, os quais gozam da confiança dos congre­gados que os elegeram e conforme às regras, devem realmente participar do govêrno da Congregaçio., ftste método ajuda também para a formação dos mesmos congregados, porque aprenderão a desenvolver cada

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vez Tnoía, as suas qualidades. Animados pelo P. Dire­tor e aproveitando a sua experiência, habituar-se-lo a tomar parte nas responsabilidades da C. M. e afeiçoar- se-ão deste modo muito mais a ela.”

O congresso dos Diretores das CC. MM. em Roma, realizado no mês de Agosto de 1935, tomou entre outras, estas resoluções :

”0 apostolado coletivo costuma realizar-se na C. M. por meio de secções que devem ser dirigidas pelos próprios congregados. Assim, ao mesmo tempo o Di­retor achará colaboradores e despertará nos moços o espírito de iniciativa e responsabilidade... No gover­nar a Congregaçio, ainda que retenha a direção supre­ma, prefira manter uma certa reserva, faça-se ajudar pelos congregados segundo os seus vários ofícios, dei­xando-lhes uma sábia liberdade de ação, intervindo so­mente quando fôr necessário, e para os demais conten­tando-se com dar as diretrizes e providenciar a que todos tenham conciência da própria responsabilidade e cum­pram bem o seu encargo. Eis o verdadeiro modo de formar moços no espírito e na ação.”

Em novembro do ano de 1936, realizou-se um Congresso mariano em Miami (Flórida, EstadosUnidos). Entre outros assuntos discutiram-se ostemas seguintes:

“As qualidades dum chefe leigo católico”, "A for­mação destes chefes”, “Porque os Congregados devem ser verdadeiros chefes católicos?”

Em 1936, discutiram-se no “ Quinto Congresso mariano diocesano” de Los Angeles (Estados-Uni- dos) os temas que se referem à formação dos che­fes. O programa do Congresso diz:

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“Que falta à atual vida católica? Faltam chefes corajosos que lutem, tendo como base da sua ação as Congregações Marianas, para a unidade e atividade do Catolicismo. Verdadeiros chefes que nio se deixem afastar da sua missão nem por respeitos humanos nem pelo mêdo de sacrifícios pessoais.".

Acrescentamos duas breves citações:

"Sinto-me especialmente unido à vossa Congrega­ção, porque no seio dela formam-se os futuros chefes e os pioneiros militantes do catolicismo na nossa pá­tria. .

(S. Exc. João Saric, Arcebispo de Serajevo (Croazia) numa carta às C. M. dos estudantes.)

t. ■■■*- --i ■' ’ f »“ Pensai em fundar novas Congregações, especial-

mente entre a mocidade.. . Os diversos grupos na Con­gregação, devem governar-se a si mesmos, sob o im­pulso discreto do P. Diretor. Assim o problema dos chefes achará a sua solução.0

( 0 Excmo. Bispo dc Luxemburgo).

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IV.

Concretamente, qual o papel dos Chefes?

Sc tomarmos a sério nossos estatutos e se reali­zamos as preciosas sugestões e diretrizes citadas aci­ma, é certo que formaremos na C. M. verdadeiros chefes de responsabilidade e iniciativa própria. Con­cretamente, como proceder?

O sentido das regras (Nr. 18 e 48 a 56) é, ao nosso modo de ver o seguinte: Os congregados de­vem ajudar o P. Diretor no seu ofício, participando efetivamente do govêrno da C. M., desenvolvendo assim a própria iniciativa. Analisemos um pouco a realização concreta desta tarefa.

1. Os chefes leigos são também responsáveis pela Congregação inteira. Isto vale para cada um dos dignitários maiores. Sua responsabilidade se estende além do âmbito do seu cargo. Com efeito, as regras exigem dos consultores que conheçam bem todos os membros da Congregação e estejam ao par de tudo o que acontece (Regra 56, cfr. 50, 51, 52). Êles devem decidir junto ao P. Diretor de tudo quanto há de ser organizado na C. M., como sejam seções, programas das reuniões. Comunhões gerais, obras de apostolado, fc3tas, e tc .... Devem deliberar

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com o P. Diretor sòbre a admissão dos aspirantes, sôbre a exclusão dum membro, enfim sòbre tôda a vida da Congregação.

2. Os dignitários do C. M. i. ê., os membros da Diretoria, gozam duma verdadeira autoridade com relação aos congregados, naturalmente sempre sob a dependência do P. Diretor. Por isso, nos li­mites do seu cargo, são autorizados a dar normas e pronunciar decisões podendo exigir a obediência dos congregados. E ’ por esta razão que o Diretor não se cansará de exortar os membros a esta obediência.

3. Devendo os membros da Diretoria partici­par realmente do govêrno da C. M. (Regra 18) é mister, dar-lhes a possibilidade de refletir sôbre as propostas c resoluções a tomar. O P. Diretor por­tanto apresentar-lhes-á estas propostas com antece­dência. A Regra 51 prevê expressamente o fato, os membros da Diretoria devem expor a sua opinião, I>ara dar depois o seu voto. Com respeito às deci­sões que obrigam a Congregação inteira, serão elas ordinariamente tomadas de acordo com a maioria dos votos da Diretoria e promulgadas depois da apro­vação do P. Diretor (R . 50), (ainda que o Diretor possa fazer exceções).

4. Outras consequência se impõe: os mem­bros da Diretoria devem ter ocasião de propor novas idéias e sugestões... (Regra 52).

Por via de regra está previsto que projetos, propostas e dificuldades, devem ser verdadeiramen­te discutido*, — a regra 52 emprega expressamen-

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te este térmo. Segue-se que o P. Diretor não deve levar a mal a manifestação duma opinião contrária à sua a menos que não provenha de um motivo egoís­ta ou pardal (a R. 51 refere-se a este caso). Um Diretor prudente tomará, pois, a sério as propostas feitas pelos membros, abstendo-se absolutamente de pô-las a ridículo diante dos demais congregados para não desanimar ou ferir o chefe no justo sentimento do próprio valor. Se os membros da Diretoria são mais maduros, é preciso respeitá-los como tais; se são ainda novos e inexperientes, convêm accitar-lhes as idéias para fortalecer a conciência da responsabili­dade e dar-lhes a satisfação de uma boa iniciativa.

5. As regras supõem serem os leigos que assumem os diversos cargos em relação à atividade da C. M. e que cies dirijam as seções c obras dc apostolado. Ora, pode-se falar duma “direção” de leigos, se êstes não têm direito e possibilidade dc decidir sôbre a orientação da seção ou da obra, com verdadeira responsabilidade, dependendo, é claro, nas linhas gerais, do P. Diretor? E ’ portanto o mesmo chefe que, na medida de suas forças deve estabelecer o programa da sua obra. Em seguida proponha-o ao P. Diretor ou à Diretoria, e, depois de ter obtido a aprovação, dirija êle mesmo a exe­cução, procurando e aplicando os métodos mais ade­quados, instruindo os colaboradores, etc.. . .

Em tôda esta definição e descrição da responsa­bilidade e iniciativa dos chefes leigos, nossos leito­res observaram certamente DUAS RESTRIÇÕES

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que não devemos de modo algum perder dc vista: a primeira é que todo este trabalho deve ser feito não independentemente, mas sob a discreta e pru­dente orientação do P. Diretor, de modo que, em função também desta relativa autonomia, a decisão definitiva e a suprema responsabilidade recaiam sô­bre o Sacerdote. A segunda é, que tudo quanto te­mos exposto, deve ser entendido por princípio, em geral, segundo o espírito das regras — ; assim que, em caso de necessidade, p. ex. por falta de moços capazes e preparados, o P. Diretor possa modificar êstes métodos conforme lhe parece para o maior bem da C. M.

O P. Diretor pode mesmo anular as decisões não somente dum chefe determinado, mas também as da Diretoria inteira, pode até demitir a Diretoria. Mas, é evidente que esta faculdade não dever ser usada senão em casos extremos, e que nunca deverá servir para satisfazer a um sentimento ferido, mas sómente para o bem da Congregação.

A paz e harmonia na Congregação ficam, em todo o caso garantidas pela fato que, segundo as Re­gras, a suprema direção da C. M. é concentrada na mão do P. Diretor.

Por outro lado, não devemos esquecer que as mesmas regras obrigam ao P. Diretor a revestir os chefes leigos, na medida do possível, duma verda­deira responsabilidade e a tirar largamente proveito de sua iniciativa pessoal.

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A Formação dos Chefes

V.

E ’ sublime o ideal que as regras da Congrega­ção propõem ao chefe leigo. Mas, como realizá-lo? O leitor dos capítulos anteriores sentir-se-á prova­velmente inclinado a dizer: Oxalá tivéssemos emtôda a parte, tais leigos, fervorosos apostolos, capa­zes de iniciativas e de assumir sobre si alguma res­ponsabilidade ; ao mesmo tempo humildes, modestos e dignos de tôda a confiança. Mas, onde encontrá- los? Respondemos: E ’ preciso formá-los! Pro­pomos neste livrinho um sistema para esta formação especializada dos chefes. Não extranhamos encon­trar a princípio, algumas dúvidas e objeções. Por exemplo:

1.* Objeção: Na minha Congregação, não há moços capazes do entusiasmo, zêlo e generosidade, que se supõem num chefe destes.

Resposta: Achamos que semelhante pessi­mismo desconhece a grandiosa eficácia da graça di­vina. Porque não avivará ela o zêlo e a generosi­dade dos nossos moços?

Nossa Senhora da Aparecida, a Padroeira do Brasil, que despertou esta prodigiosa difusão do mo­vimento mariano, dispensará as graças necessárias

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para os chefes que as pedem humildemente e que empregam todos os meios para a sua formação sólida.

2.a Objeção: Meus congregados devido à pobreza de instrução e cultura, não são capazes des­tes cargos e desta formação.

Resposta: Para realizar o tipo de chefes quedescrevemos aqui, não é preciso muita instrução e cultura, mas zêlo religioso e generosidade. Aliás, esta formação de chefes deve adatar-se ao nível in- teletual da Congregação. Ora, por baixo que seja êste, há sempre alguns que sobresaem entre os ou­tros. Êstes são os que devemos escolher, para que possam com sua superioridade sôbre os demais, aju­dar o Padre, influenciando nos outros, como chefes da C. M. Nos cursos e exames (de que falaremos mais adeante) devemos naturalmente adatar-nos, na parte teórica, à capacidade e ao nível cultural dos moços.

3 / Objeção: Fiz experiências pouco anima­doras. Acentuando a responsabilidade dos leigos, êstes não querem mais obedecer, perdendo-se assimfacilmente a união e concórdia na C. M.

«Resposta: Acreditamos que alguns fracas­

sem quando lhes demonstramos maior confiança. Não nos deve isto surpreender.

Contudo, porque alguns não superam esta pro­va, com que direito concluímos que ninguém con-

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seguirá superá-la? Se tuna experiência falhou, por­que não tentar segunda, e desta vez com melhor t mais sólida preparação?

A

Sem esta formação, não podemos esperar a rea­lização do nosso tão sublime ideal. Seria quasi um milagre.

A parte principal desta formação, deve consistir em inculcar o verdadeiro tipo do chefe mariano. que irmana em si a atividade com a humildade, a res­ponsabilidade com a obediência, a iniciativa com a modéstia e a vontade de servir. Por meio da fo r­mação sólida que propomos neste livrinho e nos “ Cavaleiros de Maria”, c ajudados péla graça de Deus chegaremos a evitar os perigos e a realizar o ideal proposto pêlas Regras da Congregação.

4. a Objeção: Os meus congregados não têmtempo para assistir a longos cursos.

Resposta: Certamente um curso de 3 oumesmo de 8 dias, seria ótimo. Mas, onde isto não é possível, bastam cursos noturnos durante uma se­mana, ou duas vezes por semana no domingo e na tarde de sabado.

5. * Objeção: Como podemos nós, vigáriosocupadíssimos, encontrar tempo para êstes cursos?

Resposta: Não tencionamos inculcar, quetodos bs Padres Diretores dêm tais cursos a seus chefes. Pensamos numa organização mais centra­lizada, de modo que, por ex. estes cursos sejam pro­movidos pêlas Federações, para as várias Congrega­ções reunidas. Se o Diretor da Federação não tem

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o tempo necessário para dirigir, deve procurar outro Padre apto e disposto a fazê-lo. A formação dos chefes é de tal alcance que devemos encontrar tem­po e pessoa para conseguí-la e encontrá-los-êmos, uma vez convencidos da importância desta iniciativa.

6.a Objeção: Porque esta novidade? Nuncafoi necessário isto, também hoje não o será.

R e p o sta : Não é uma novidade. Bons dire­tores já há muito tempo se esforçavam para dar aos membros da diretoria uma formação mais profunda. Além disso, o argumento citado nada conclue, pois as CC. MM., como todas as organizações subme- tem-se à lei da evolução, e pode muito bem aconte­cer, que o que nos tempos passados era dispensável, hoje seja necessário.

Ora, quem conhece um pouco os tempos em que vivemos, não ousará negar que a luta das idéias é hoje mais renhida do que em outras épocas. A secularização da vida pública e até familiar, o indi- ferentismo de muitos ambientes e a onda de idéias pagãs e naturalistas são realidades que exigem após­tolos leigos ativos e cuidadosamente preparados para combatê-las. Aliás, as diretrizes das autoridades eclesiásticas são suficientemente claras.

Encaremos, portanto, com optintismo este as­sunto de tanta importância; lembremo-nos de quan­tas organizações não só políticas mas também reli­giosas, concentram todos seus esforços neste ponto, não recuando ante os maiores sacrifícios de pessoal e de recursos pecuniários.

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E não são, por acaso, os inimigos da Igreja que nos dão um exemplo que quasi nos deve encher de vergonha? Fas est et ab hoste doceri!

Quando lemos por exemplo como os comunis­tas empregam anos e anos para instruir sistemati­camente seus chefes, com pessoal escolhidíssimo em cursos especializados, escolas noturnas, internatos, até universidades, não me parece exorbitante pro­por um curso de três dias ou algumas noites para formar os arautos de Nosso Senhor e os cavaleiros de Maria.

Formemos não somente os chefes já empossa­dos no Congregação Mariana, mas também os que prometem tornar-se no futuro bons chefes, mem­bros da Diretoria. £ chamamos chefes os congre­gados dotados de capacidade e de disposição para assumir alguma responsabilidade na Congregação Mariana, como membros da Diretoria, presidentes de seções, de grupos, de círculos de estudo, etc. “ Chefes” são pois não só os congregados que exer­cem atualmente um cargo, mas todos os que, depois de uma formação especializada, têm aptidão para serem escolhidos como responsáveis num posto da Congregáção Mariana.

Quantas vantagens não trarão êstes Cursos às Congregações Marianas, pela simples razão de aper­feiçoar os chefes no seu caráter, na técnica e na or­ganização! No Curso, êles receberão um forte im­pulso religioso e ascético, para se tornarem congre-

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gados exemplares e concientes de que pesa sôbre sua própria responsabilidade a vida mesma da Con­gregação.

Além do mais, êstes Cursos terão particular­mente em vista aumentar nos chefes a capacidade de influir sobre os companheiros, de contribuir ativa­mente para a instrução dos aspirantes ç dos congre­gados, e de ajudar o Diretor no govêrno da Asso­ciação.

Aproveitemos, portanto, dêstes Cursos para a formação dos nossos melhores congregados!

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O método desta formação

A formação dos chefes terá dois graus. No li- vrinho: "Cavaleiros de Maria” só aprestámos amatéria para a formação do primeiro grau.

Seguiremos o método seguinte. Pretendemos convidar os melhores congregados de 16 a 20 anos a frequentarem um Curso, no fim do qual. depois de um exame, receberão o diploma de chefe de primeiro grau. Ficarão assim habilitados a ajudar o P. Dire­tor na C. M.

O fiíit, pois, deste Curso é aperfeiçoar as boas disposições e, ao mesmo tempo, a capacidade técnica e organizadora dos congregados mais hábeis. De­vem muito particularmente aprender a ensinar reli­gião aos seus companheiros, seguindo os textos dos "Opúsculos de Formação” propostos pelo l.° Con­gresso Nacional dos Diretores das Federações.

Esta formação compreende três elementos:O Curso,A preparação do Exame final,O próprio Exame.

No Curso procuraremos aumentar nos futuros chefes, por meio de um sistema de conferências e' exercícios práticos, a vontade de serem congregados

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exemplares, esforçando-se seriamente por realizar, cada dia, o ideal do cavaleiro da Virgem Santissi- tna; procuraremos despertar neles o senso de res­ponsabilidade no movimento das Congregações; que­remos finalmente torná-los aptos a desempenhar as várias ocupações referentes à C. M. com iniciativa própria, prudência e habilidade, e sempre sob a obe­diente dependência do P. Diretor.

O Exame eíetuar-se-á no mínimo três meses após o Curso. O examinando deverá manifestar, além de um sólido conhecimento da religião, uma real capacidade de técnica e de organização, bem co­mo a formação religiosa total da sua personalidade.

Aos que forem aprovados, será conferido um diploma, assinado pelas Federações Diocesanas e Estaduais, e pelo P. Diretor da Confederação Na­cional.

O opúsculo “ Cavaleiros de Maria” é o “ Manual” dos chefes, e para o exame final cada um deve ter assimilado o conteúdo dêste livrinho. Ainda que a matéria seja apresentada numa forma clara, será talvez necessário explicar um ou outro trecho do livro, o que poderá fazer um congregado hábil durante o tempo da preparação para o Exame.

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VII.

Observações sôbre o Curso

Quem dará o Curso?

Naturalmente cada Diretor poderá dar éste Cur­so de formação aos seus futuros chefes. Como, po­rém, os PP. Diretores estão geralmente sobrecarre­gados de serviço, não podendo assumir novos com­promissos, os PP. Diretores das Federações se en­carregarão desta tarefa, dando êles mesmos os Cur­sos ou indicando uma outra pessoa apta a fazê-lo. Deste modo poderão reunir-se várias CC. MM. num só Curso.

A organização do Curso

A duração.

Depende ela naturalmente das condições locais. Podem-se distribuir as conferências e os exercícios práticos de modo que o Curso ocupe uma semana. Onde fôr possível, será melhor organizar um Curso de 2 ou 3 dias inteiros. Nos casos em que os con­gregados não pudessem dispor do dia inteiro, pode- se fazer o Curso muito bem de noite, dando-lhe a duração que fôr necessária.

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Os participantes.

Não se deve convidar um número muito gran­de de congregados, visto que é necessário tratar com cada um individualmente. Os inscritos devem ter mais ou menos a mesma idade, instrução e condição social.

O lugar.

Se possível, uma casa destinada a fins religio­sos, como casa de Retiros, Convento, etc., situada em lugar um pouco recolhido.

Objetos a serem levados e preparados.

Cada inscrito leve consigo o Missal, o Manual, o Terço e material para escrever. Os Diretores preparem uma boa coleção de cânticos e livros com narrações de casos interessantes e próprios para a leitura durante as refeições e convidem alguém que saiba tocar orgão.

O horário.

Procura-se que tudo se faça com empenho e

num ritmo cheio de vida. Não se tolere que os con­gregados cheguem atrasados aos exercícios comuns; as ordens sejam breves e dadas uma so vez.

Quanto possível, tudo será feito pelos próprios congregados; p. e .: lêr e servir à mesa; escolher as orações na Missa e Bênção, ajudar ao Padre, distri­

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buir os livros de orações, indicar os lugares, prepa­rar os cânticos, servir de sacristão, etc. Mudar fre­quentemente os encarregados para se conseguir que cada um se torne o mais ativo possível!

Não há obrigação de silêncio, visto não se tra­tar de Exercícios espirituais; mas, em certas horas, p. ex. à noite, antes da Missa etc., o silêncio será expressamente exigido. Para a leitura à mesa es­colha-se um livro interessante e instrutivo (p. ex. Weiser, “A’ luz das montanhas”).

Os meios principais de formação

são conferências e exercícios práticos. A res­peito das conferências, deve-se evitar que os jovens mantenham somente uma atitude passiva; sejam feitas em forma dialogada; pois, é de grande impor­tância que cada qual seja obrigado a colaborar no esforço comum.

Os exercícios não são de menor importância que as conferências. O Diretor do Curso trate cada ponto com cuidado e faça com que não seja sem­pre o mesmo congregado que execute os exercícios.

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vm.A instrução introdutória

Esta introdução deve, desde o princípio, criar a atmosfera conveniente; deve despertar uma alegre prontidão. Por isso, recomenda-se um tom entu­siástico, juvenil.

Todos devem estar convencidos de que nesse curso existe um programa fixo, sòbre o qual não se discute, mas que deve ser realizado.

Eis os pensamentos principais:

I. — A grandeza desta eleição.

Curso para formar chefes. Que significa isso? Uma série de conferências, de exercícios, de prati­cas, —na solidão desta casa. Para que fim? Para fazer-vos mais dispostos e capazes dc ser chefes na Congregação Mariana. Para tornar-vos verdadeiros auxiliares do Diretor, para fazer-vos dignos de ser os guias dos vossos companheiros e amoldar-vos para serdes congregados exemplares dos quais a Congre­gação estará certa de que se sentem responsáveis pelo seu andamento.

Para tal fim estais aqui reunidos.

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Pensai em quem vos contempla nesta hora, no princípio deste curso. E si os que nos contemplam pudessem e quisessem falar, que diriam?

1. — Contempla-vos Jcsús Cristo. Está aqui presente no tabernáculo. Um dia, diz Êle, Eu cha­mei 12 homens, entre muitos e muitos outros, para que me seguissem de perto. Deveríam tornar-se os chefes, as colunas da Igreja. Eu os escolhí dentre o povo, e os formei em colóquios, exercícios práticos e múltiplas experiências. Não vos chamei, também a vós nos Retiros feitos juntamente com outros con­gregados?. ..

E hoje Eu vos chamo de novo para que apro­fundeis, fortifiqueis e apliqueis tudo o que ouvistes durante os exercícios. Sim, Eu vos chamo; a mim é que deveis esta graça; e Eu, nesta solidão, sou igualmente a finalidade dêste curso. Aproximai-vos pois mais de mim e conhecei-me melhor para que vos tomeis mais entusiastas no meu serviço e tam­bém apóstolos mais bem adextrados do meu Reino, na Congregação de minha Mãe Santíssima.

Eis o que espero de vós.

2. Contempla-vos Maria, a Rainha dos Con­gregados, que vos diz: As vossas Congregações for­mam meu grande Exército. Que exército gigantes­co, com mais de 6 milhões de soldados! Para essas tropas, eu preciso de oficiais. Os meus Diretores estão sobrecarregados de trabalho.

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Preciso de homens de confiança, que os aju­dem. Nas numerosas fileiras de meus filhos, há muitos que não são bem formados, que são super­ficiais, tíbios. Preciso de filhos instruídos e desin­teressados que ensinem com a palavra e com o exemplo a verdadeira vida do congregado mariano. Nas paróquias ainda há muitos jovens, que estão afastados do meu Divino Filho. Preciso de apos- tólos que os tragam e os conquistem para o seu Rei. Deixai-vos formar; e sereis êsses oficiais, chefes e apóstolos, eis o que eu de vos espero.

3. — Contempla-vos de longe vosso Diretor, que aqui vos mandou. Êle vos diz: Aproveitai bem dêste curso. Ficai sabendo que vossa Congregação não poderá florescer si os seus próprios congregados não forem ativos, de boa vontade, zelosos e me au­xiliarem na direção. Conheço vossa boa vontade. Deixai-vos modelar e formar para serdes bons che­fes. Voltai, com entusiasmo maior para poder in­flamar os vossos colegas, com zêlo apostólico, para conquistar os tíbios e arredios, com maior aptidão, para organizar as reuniões, grupos e seções e tam­bém com humildade e modéstia, com prontidão em servir à causa de vossa Mãe do céu. — Eis o que eu de vossa parte espero.

4. — Contempla-vos a Santa igreja, nesta hora, e vos diz: Nestes dias abrir-vos-ei, de novo, 06 tesouros das graças e dons espirituais. Apre-

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sentar-vos-ei o vosso Rei e Supremo Chefe Jesús Cristo, e ensinar-vos-ei, a maravilhosa doutrina do Mestre divino. Sabeis, na verdade, apreciar esta graça?

No interior do vosso país não vivem milhares de almas, que raramente recebem a visita do Sacer­dote — que poucas ocasiões tem de se confessar e comungar e ouvem poucas e raras lições de cate­cismo ?

O mesmo acontece nas vastas regiões das Mis­sões católicas. Há milhares de pessoas que apenas conhecem a Jesús. . .

Como seriam felizes muitos dêles si tivessem uma pequena parte das graças que copiosamente vos são oferecidas!

Na Rússia, os inimigos de Deus levantaram Universidades de ateísmo! Há nações em que ba­talhões de propagandistas do paganismo vêm sendo formados para combater a Jesús e a sua doutrina.

Podemos nós tolerar sermos vencidos pelo zêlo dos inimigos?

N ão ...

Não, nós também organizamos Cursos especiais, mas, para defender a verdadeira Fé, e também nós formamos propagandistas, mas para Cristo e sua doutrina.

E onde se encontram êstes Cursos e êstes apóstolos de Jesús?

— Aqui mesmo.

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Compreendeis, pois a confiança posta em vós!

A Igreja Católica conta convosco nesta hora.

I I . — Técnica do curso.

Trata-se dum curso de formação! Por isso to­dos devem ser ativos! A isto se destinam os exercí­cios práticos, em que cada qual se esforça por au­mentar suas aptidões, e desenvolver suas forças.

Dois princípios gerais:

a) Tudo quanto fór possível, fazei-o vós mes­mos. Não vos deixeis servir pelos outros. Apro­veitemos tudo para nos experimentar, para nos exer­citar, para desenvolver o espírito de prontidão e ad­quirir o hábito dc obsequiar com humildade o pró­ximo. Assim, convém aos cavaleiros da “Ancilla Domini”. No agir c que se conhece o caráter.

b) Nos pequenos ofícios mudar-se-ão conti­nuamente os encarregados. Seremos engenhosos em criar pequenos cargos c procuremos incumbir cada congregado de muitos c variados serviços. Isto per­mitirá o conhecimento das próprias forças e fraque­zas e desenvolverá o espírito dc prontidão para tudo.

— Vossa atitude.

Gratos. Sede portanto, gratos pelo benefício que vós é oferecido. Quantos benefícios nos propor­ciona a Congregação Mariana, a nós em quanto so­mos simples membros dela! Eis um novo beneficio!

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50

Estimemos esta graça! Façamos com magnanimi­dade os sacrifícios exigidos por este curso. Quan­to dinheiro gasta um jovem, quanto tempo, anos e anos, — para adiantar um pouco na sua profissão de comerciante, professor, aprendiz, para falar uma língua estrangeira...

E aqui, na formação dos chefes, trata-se duma tarefa, muito mais importante! Trata-se de com­preender mais profundamente nosso Rei divino, e conseguir maiores aptidões para difundir o seu Rei­no e conquistar-Lhe o mundo.

O próprio Sumo Pontífice Pio X II agradece ter sido membro de uma Congregação Mariana. No autógrafo escrito sob o seu retrato e enviado ao Se­cretariado Geral das CC. MM---- e a tôdas as Con­gregações a êle agregadas liam-se as palavras se­guintes: “ Concedemos a Bênção Apostólica... feli­zes de encontrar em Nossa recordação de antigo congregado especiais motivos de reconhecimento para com Maria Santíssima”.

Quando ainda Bispo de Lourdes, o atual Car- dial Gerlier, arcebispo de Líon, declarava que devia à Congregação Mariana a sua vocação sacerdotal e, portanto, também a episcopal. E quantos poderão falar da mesma maneira! Na Alemanha um Depu­tado, no dia de seu jubileu, dizia: “ Se cheguei aser deputado, devo-o em primeiro lugar à C. Mm pois foi aí que, na qualidade de Presidente, aprendí a falar em público”. E quantos outros, como sol­

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dados, desenvolveram um magnífico apostolado du­rante as últimas guerras devido às práticas que a C. M. lhes ensinou!

Com pureza de intenção

Não se trata aqui de um Curso profano, de um torneio esportivo, ou coisa semelhante. Por isto ex­cluamos tôda a ambição puramente natural e egoisti- ca, todo o propósito exibicionista, tôda a tendência de obter sucesso exterior. Façamos o possível para desenvolver os dons naturais concedidos por Deus, mas não desviemos os olhos de Deus. Ponhamos os dons naturais a seu serviço e não da nossa vontade. Alegremo-nos se por acaso houver companheiros que sabem fazer melhor uso da palavra; que lêm, cantam, conversam melhor do que nós. Imitemo- los, aprendamos com êles, procuremos desenvolver essas faculdades, mas sem inveja e segundo o espí­rito de batalhadores, que lutam pela causa comum. No caso em que alguém, por deficiência de qualida­des naturais (do que Deus é o único responsável), apesar de seus esforços não chegasse a passar no exame final, — não julgue ter perdido o tempo. Po­derá certamente, e melhor que antes, servir a Nosso Rei e á nossa Mãe Celeste. As vantagens dêste curso não consistem principalmente em passarmos uo Exame, mas em termos compreendido melhor a esus Cristo e capacitado das inúmeras possibilida­

des de senrí-lo.

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Disciplinados

Não nos reunimos para discutir, mas para for­mar-nos. Aqui há um sistema e um programa fixo; deve ser realizado! Não deseja a C. M. ser uma tro­pa de assalto? Uma tropa de elite no exército do nosso divino Rei? Mas, em que parte do mundo existirá uma tropa de élite sem rígida disciplina?

Deveis, na C. M. obedecer a vossos diretores; todos vós, por vossa parte, exigireis, no âmbito do próprio cargo obediência dos congregados. A C. M. é baseada sôbre o princípio da autoridade. Obede­cei pois também vós, aqui neste curso. Obedecei como quereis que os outros vos obedeçam; com pron­tidão, alegria, lealdade e sinceridade. Ainda que não sejam vistos, todos se esforçarão por cumprir o que prescreve o horário. Aquele que se desviasse desta atitude, evidentemente seria, sem mais, elimina­do deste curso. E a razão é que não poderá exigir dos demais uma disciplina, que êle próprio não possue.

Êste deve ser um curso-modêlo, exemplar. Or- - dinariamente os congregados se assinalam pela sua

solidez, piedade, disciplina em todos os cursos, p. e- dos exercidos. Provai que vós sois os melhores con­gregados, a elite da elite!

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IX.

A bênção na véspera do cuiso

Recomendamos que nesta ocasião o Diretor do Curso, se fôr Sacerdote, recite uma oração que verse sôbre os seguintes pensamentos: “ Nosso Divino Rei! (Ato de adoração:) Nós vos adoramos e vos oferecemos nossa humilde homenagem. Estamos convencidos do que nos dizeis pela S. Igreja, que estais aqui presente com Vosso corpo... e que vedes a cada um de nós. Tributamo-vos nossa homena­gem em união com todos os Santos, A njos... espe­cialmente com a grande homenagem que Vos ofere­ce a Vossa Mãe Santíssima, e a Vossa Santa Igreja, por quem os sacerdotes Vos louvam no Ofício Divi­no, que Vos exalta nos seus cantos e nas suas pre-, ces, cujos filhos Vos louvam na sua vida e muitos, ainda na sua m o rte ... (Ato de oferta de si mes­mos:) Reunimo-nos neste curso para Vos conhe­cer melhor e mais intensamente Vos amar. Tudo 0 que meditarmos, discutirmos e aprovarmos não tem outro objeto senão Vós, Vosso louvor, Vosso Reino. A esta tarefa queremos dedicar todo o nos­so entusiasmo juvenil, observando com fidelidade o programa que nos propõe a Congregação de Vossa Mãe Santíssima: santificação própria e apostolado.

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Aceitai esta nossa oferta e abençoai-a. (Oração a M aria): Saudamo-Vos, Mãe Santíssima, Rainha da Nossa Congregação. Consagramo-nos a Vós por toda a vida. Vos sabeis quanto prometemos a Vosso Divino Filho. Mas conhecei a nossa fraque­z a ... Vós, que sois a poderosa Medianeira de tôdas as graças, rogamo-Vos nos alcanceis as abundantes graças de que necessitamos para realizar nossos pro­pósitos. Fazei com que êstes dias sejam dias cheios de graças e de progresso espiritual. . .

Ave M aria.. . pelo êxito do cu rso .. .

Ave Maria... por nossa Congregação Mariana...

Ave M aria... pelos membros das CC.MM. no mundo inteiro,. .

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As Conferências

X.

Em lugar de verdadeiras “ Conferências” reco­mendamos palestras em forma de discussão. O Di­retor formulará perguntas para conseguir a colabora­ção interessada de todos. Para isto rriuito contribui­rá o livrinho “ Cavaleiros de Maria”, que todos de­vem ter a mão e que contém compendiada tôda a matéria exigida no Exame final, na qual é incluída também a parte teórica (II. Parte).

Se fôr necessário, o que depende naturalmente da cultura e capacidade dos moços, explique o Dire­tor o texto do livro “ Cavaleiros de Maria”. Em todo caso porém não deixe de tratar em animados debates os seguintes temas.

1. PALESTRA:

Porque temos confiança no movimento mariano?

1* Parte: Motivos externos.

Ouve-se de vez em quando falar que as Con­gregações Marianas não são apropriadas aos tempos modernos. E’ natural tal objeção contra uma or-

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ganização que conta 400 anos dc existência. — como responder ? Quais são os motivos da nossa confiança nas CC. MM. a-pezar da sua idade se­cular? — Apontamos nesta Palestra alguns motivos externos.

I. Porque as CC. MM. representam um mo­vimento mundial.

Quantas CC. contamos no mundo inteiro? — Até l.# de Janeiro de 1941 foram agregadas à Pri­ma Primária de Roma mais de 68.000 CC.

Quantos membros ao todo? — Mais ou menos 7 Milhões.

Onde são difundidas as CC. MM.? — Em todos os países, onde há vida católica florescente e, além disso, em muitas Missões. Encontram-se CC. MM. não só na Europa, mas também no Alasca, Estados Unidos, México, Cuba, em tôda a América Meri­dional, Egito, África do Sul, Madagascar, Austrália, até nas longínquas Ilhas de Oceania (Marshall e Ca- rolinas), nas índias, Java, Filipinas, China. Japão.

Nos Estados Unidos Federações Marianas já passam de 90, com mais de 1.000.000 de membros. A revista das CC. MM. “ Queens W ork” conta 90.000 assinaturas. — Quantas CC. MM. ha no Brasil? Mais ou menos 2.000, reunidas em 37 Federações com mais de 100.000 membros.

Qual é o aumento anual das CC. M. ? ■— Em média 1.000. Nos últimos 10 anos houve um âu*

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mento de 11.257 CC., das quais 5.000 nas duas Américas. No ano de 1940 a-pezar da guerra fo­ram agregadas cêrca dc 900 CC., pertencentes a 37 países.

Cada ano são portanto 1.000 sacerdotes de re­giões diversissimas que pedem a fundação e agrega­ção de novas Congregações.

II. Porque o Sumo Pontífice as estima.

Sem mencionar aqui as inumáveis recomenda­ções e elogios outorgados pelos Sumos Pontífices às Congregações durante seus 4 séculos de existên­cia, citamos apenas as palavras do atual Papa Pio XII com respeito ao Marianismo.

Ainda antes da sua elevação a Vigário de Cris­to, o Cardeal Pacelli durante suas férias na Suíça, visitou uma assembléia de congregadas marianas e lhes dirigiu estas incisivas palavras:

“Séria é a obrigação que a Divina Providência nestes tempos sérios colocou sôbre os vossos ombros: Ação Católica segundo o espírito da Santíssima Vir- gem Maria 1 Soj^ chamadas a abrir novos caminhos no campo do futuro e a preparar para a Verdade Divina uma abundante colheita.”

No mês de Maio de 1939 em uma audiência pú­blica concedida a mais de 5.000 peregrinos, Sua San­tidade dirigiu a palavra a um grupo de 500 slovenos, ctitre os quais muitos congregados e entre outras coisas lhes disse:

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“ fi para o Papa um motivo de grande consolação e conforto saber quanto é florescente a vida religiou destes caro» Fiéis e como se esforçam para torná-1* sempre mais intensa pela devoção ao S. Coração de Jesús, pelas Congregações Marianas e pela Ação Ca­tólica.”

Em Novembro do mesmo ano, numa Encídica, promulgada na ocasião do primeiro centenário do Episcopado dos Estados Unidos da América do Norte, o Papa elogiou a par da Ação Católica, e da Irmandade da Doutrina Cristã especialmente as Con­gregações Marianas por terem “ conquistado louros de glória imperecível pelas suas frutuosas atividades...”

No ano de 1940 o Santo Padre enviou ao Se­cretariado Geral das CC. MM. em Roma o seguinte autógrafo escrito sob o próprio retrato:

“Ao Secretariado Geral das Congregações Maria­nas, aos seus colaboradores, a todas as Congregações que dêle dependem, damos de todo coração a Bênçio Apostólica, felizes por achar nas Nossas lembranças de antigo^ congregado os mais consoladores motivos de gratidão para com o Senhor e sua Mãe Celeste. — Va­ticano, 7 de Abril de 1940. Pius P P . X II” .

Três meses mais tarde na Carta Apostólica en­dereçada ao R. P. Geral da Companhia de Jesús, por ocasião do Quarto Centenário da mesma Companhia, o Papa escreveu estas animadoras palavras sôbre as Congregações Marianas:

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POR DIA N TE ÊSTES SANTÍSSIMOS EMPREEN­DIMENTOS, com a vossa costumada alacrídade; mas não descanseis à sombra dos louros colhidos; pois ain­da há muito por fazer.”

III. Porque os Bispos as recomendam.

Quasi inumeráveis são as declarações com que os Bispos, em todo mundo, frisam a importância e elogiam as atividades magníficas das CC. MM. Na revista internacional “ Acies Ordinata”, publicada pelo Secretariado Geral das CC.MM. em Roma, po- der-se-iam ler quasi em cada número séries de tais recomendações.

A atitude dos Excmos. Bispos do BRASIL é conhecida. Basta citar o discurso do Excmo. Arce­bispo do Maranhão, orador oficial do Concilio Na­cional; os diversos discursos do Exmo. Snr. Car- dial D. Sebastião Leme; o desejo expresso pelo Excmo. Arcebispo de São Paulo num discurso pro­ferido a 26 de Janeiro de 1941, de fundar em cada paróquia da sua Arquidiocese uma C. M., e, por fim, o Decreto do Exmo. Arcebispo de Olinda-Recife, estabelecendo a fundação da Federação Estadual das CC. MM. de Pernambuco, no Dia mundial do Con­gregado de 1941.

IV. Pelas grandiosas obras das CC.MM.

a. No passadoFoi a voz autorizada do falecido Papa Pio XI

que comparou a marcha das CC. MM. através da história, com a Via Láctea que brilha no firma­mento.

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Para a Europa as CC. MM. foram duma im­portância capital.

Pois, quando o P. Leunis reuniu os seus primei, ros marianos no Colégio Romano, deante duma ima­gem de Maria Santíssima, um grandíssimo perigo amea­çava a religião na Europa Central: a assim chamada "Reforma". E foram as CC.MM. que opuzeram fortes diques contra a eresia nascente. Os grandes apóstolos da Contra-Reforma: São Pedro Canísio, Padre Costero, São Carlos Borromeo, etc. fundaram e fomentaram em tôdas as regiões êstes sodalícios marianos. Um Bispo de Flandres, Lindanus, declarou que só seria debelado o perigo da apostasia, quando em toda a parte fossem fundadas Congregações Marianas. O Núncio Apostó­lico Portia distribuiu, um dia, em Colonia, a mais de 200 moços a S. Comunhão. Surpreso perguntou quem eram aqueles jovens. Responderam-lhe: São congregados ma­rianos. O Núncio escreveu então e enviou a Roma um esplêndido relatório, e, depois de algum tempo, pediu ser admitido na C.M.

Vastas regiões da Europa foram preservadas da infeção luterana graças às Congregações de Nos­sa Senhora; p. e. Silésia, Lorena, toda a Hungria etc. Seria longa a descrição da poderosa influência da C. M. dos Homens em Paris, fundada pelo P. Leunis, e das numerosíssimas Congregações da Fran­ça até nosso século.

No Japão, onde já em 1595 encontramos uma C. M., durante a perseguição do comêço do século XVII os congregados portaram-se como heróis, substituindo os Padres deportados ou aprisionados, organizando, às escondidas, reuniões dos Fiéis com orações e leitura espiritual em comum. — As CC. MM. da América Latina (já 1583 encontramos «ma em Puebla — México, e em 1609 no Chile) con*

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tribuiram muito para a cristianização dos índios c para a consolidação da vida católica.

Para justificar o valor das CC. MM. como escolas de santidade, basta dizer que 31 Santos ca­nonizados e 50 beatos sai ram das suas fileiras, entre os quais vários fundadores de famílias religiosas.

No campo do apostolado não há quasi nenhum setor, que não tenha sido cultivado pelos congre­gados, como vocações sacerdotais, catecismos para crianças e camponeses, assistência aos pobres, aos enfermos, aos presos, difusão da boa imprensa, au­xilio nas paróquias etc.

Desde o século X V III surgem em muitíssi­mas cidades da Europa numerosas CC. MM. para as diversas classes: para estudantes, operários, sol­dados, comerciantes, camponeses, empregados, sa­cerdotes etc. e é por êstes grupos sociais que a C. M. exerce grande influência na vida pública." O Papa Bento X IV reconhece estas atividades com a concessão da famosa Bulla áurea: “GloriosaéDominae” em 1748.

b. Hoje.

Enumeremos alguns exemplos desta atividade: No santificação própria:

r e t ir o s ,ZOÍkT 1

especialmente os de Carnaval no Bra- crescente de participantes; em 1941;

FREQUENTE: a maioria doaN j f y j S S lz t 0dA S 08 paifeg comunga todo * muitos também durante a semana.

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ADORAÇAO DO SS. SACRAMENTO, Hora Santa, etc.: promovidas pela» CC.MM. em muito» paises.

VOCAÇÕES SACERDOTAIS E RELIGIOSAS •aem numerosíssimas das CC.MM.

TRIDUOS DE MISSAS E S. COMUNHÕES na intenção do S. Padre em preparação à Festa da Imacu­lada Conceição; as CC.MM. dos Estados Unidos mar­caram no ano 1939: 646. 227 Missas e 580.138 Comu­nhões; em 1940: 797.458 Missas e 767.947 Comunhões.

TÊRÇO: recitação diária é uso quasi geral dos congregados; o Ofício da SS. Virgem canta-se pratica­mente em tôda» as CC.MM. juvení».

No apostolado:

CATECISMOS: obra das mais comuns na» CC. MM. Especialmente em Barcelona com mais de 3.000 crianças, e em Bilbao com 2.000. No México ensinam 109 Congregados todos os domingos em 41 centros, etc.

AUXILIO A CLASSE OPERÁRIA: Muitíssimas escolas noturnas, Caixas rurais etc. (Barcelona tem 7 Centros destinados à assistência dos operários e dos fi­lhos deles, com 30 congregados cada um. Na Bahia o modemissimo “Círculo operário” é obra da C. M., em Natal a Caixa rural etc.).

PÁSCOA DAS DIVERSAS CLASSES SOCIAIS, especialmente na Itália, no Brasil etc.

ASSISTÊNCIA AOS M ENINOS ABANDONA­DOS: p. e. na Argentina, Chile, Irlanda.

CONQUISTA DOS IN TELETU A IS: p. e. Re­cife, Zagreb, Habana, Porto Alegre, etc.

COLABORAÇAO NAS CONFERÊNCIAS DE S.VICENTE: milhares destas Conferências são conexas com as CC. MM.

PROPAGANDA E AUXILIO ÀS MISSÕES: Co­letas, correspondência, revistas, vocações, bolsas de estu­dantes etc. em toda parte.

FORMAÇAO PARA O APOSTOLADO: em gran-proporçoes nos Estados Unidos, onde as CC. MM.

reunem cada ano milhares de sacerdotes e leigos no* "Cursos de Férias da Ação Católica".

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COLABORAÇAO NAS IN IC IA TIV A S E ORGA­NIZAÇÕES DA AÇAO CATÓLICA: em tôda a par­te grande porcentagem dos membros da Ação Católica e muitíssimos dirigentes são congregados.

CONQUISTA DOS ESTU D A N TES: muito co­mum em todos os países, especialmente em Hungria, E s­tados Unidos, Itália, Espanha, em diversas cidades do Brasil, Canadá etc.

LUTA CONTRA OS COM UNISTAS: Os congre­gados assinalaram-se nesta luta em muitas ocasiões, p. e. no Brasil, no México, na Espanha; muitos mártires marianos.

2. P A L E S T R A :

Porque'temos-confiança no movimento mariano?

2. P a rte : M otivos internos.

Quais as razões internas por que as Congre­gações Marianas gozam da estima das autoridades eclesiásticas? Como sc explica a fertilidade de suas atividades? — Com uma palavra: Pelo espírito daC- M. — Êste espírito é caracterizado por três fató- res que são hoje de grande importância: A pre­ponderância do elemento religioso, a devoção ma­riana e a dedicação total à Igreja.

A preponderância do elem ento religioso.

Basta um olhar nas regras da C. M. para con- j. ^ccr P°sição central que nêla ocupa a vida re- ^10Sa‘ ^sso preserva a C. M. de vários perigos:

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Do perigo da exteriorização.

E ’ experiência geral que as organizações da ju­ventude facilmente sucumbem a êste perigo. — Por­que? — As atividades recreativas, como esporte, jo­gos, teatro, música etc., naturalmente têm maior fôr- .ça atrativa, do que as sérias. Aquelas facilmente tornam-se fins em vez de meios. — A C . M. é pre­servada dêste perigo pelo seu caráter rigorosamente religioso. Segundo as regras é a formação religio­sa que está no centro da vida mariana. Comunhão frequente, estudo da doutrina cristã, prática das vir­tudes, aperfeiçoamento do próprio caráter, eis as primeiras preocupações de cada C. M. — A posição decisiva do Padre na C. M. serve igual mente para assegurar esta orientação e cortar imediatamente todo abuso que se possa introduzir. Ainda que a C. M. não condene as atividades recreativas, espe­cialmente quando se trata duma associação juvenil, conserva-se contudo de sobreaviso contra qualquer exagêro nêste sentido.

Pode-se manifestar também idêntico perigo no campo do apostolado? — Certamente, se o aposto­lado é concebido duma maneira superficial, como ati­vidade puramente organizadora e técnica, e se esta atividade absorve praticamente tôdas as forças e todo o tempo. Em que sentido preserva a C. M. dêste perigo? — Obrigando os membros em primeiro lugar, aos exercícios de piedade, à frequência dos Sacramentos etc., assegurando assim a fonte da qual emana todo apostolado: a santificação própria-

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Do perigo do indiferentismo.

Encontra-se este perigo aqui no Brasil? Sem dúvida, e é mesmo muito grande. Não conhecendo a luta pela fé, muitos são católicos por tradição, crêm, mas não cumprem os deveres religiosos; têm a Fé, mas não vivem segundo a Fé. Caso sobre­venha uma provação (doença, oração aparentemen­te não atendida, desemprego etc.), perde-se facil­mente a Fé. Segundo as magníficas palavras do Excmo. Arcebispo de Recife, expressas no Decreto de fundação da Federação interdiocesana das CC. MM. de Pernambuco, as CC. MM. vão "pôr um dique a essa onda de indiferentismo religioso que grassa implacável por tôda a parte”. São de fáto as CC. MM., chamadas a cumprir êste papel? — São, porque educam os moços para uma vida fervo­rosa, cristã, insistindo não só no cumprimento dos deveres religiosos, mas também entusiasmando-os pela figura sobrehumana de nosso Rei Jesús Cristo, e colocando-os sob a proteção materna de Maria, Medianeira de tôdas as graças.

Do perigo da ignorância religiosa.

Parece supérfluo provar a existência dêste pe- riço. Até homens bens instruídos nas disciplinas Profanas, manifestam muitas vêzes uma ignorância espantosa das questões religiosas. Nas instruções

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espirituais, nas alocuções do Padre, nos círculos de estudo etc., os congregados aprofundam-se nos co­nhecimentos da Fé, adquirem uma viva convicção das verdades da nossa Religião, e tornam-se capazes de refutar as objeções contra a Fé. Além disso, os marianos colaboram, em tôda a parte, no ensino do catecismo ás crianças e nas escolas. Assim as CC. MM. são, na realidade, como diz o Excmo. Sr. Ar­cebispo de Recife no Decreto citado "um baluarte promissor contra o paganismo hodiemo de nossa sociedade”.

II. A devoção m ariana.

Para que época da vida a devoção mariana é de maior valor? — Porquê para a juventude? — A devoção a Maria proporciona especiais auxílios nas lutas pela virtude da pureza. —Em que sentido? — Maria como Mãe inspira confiança ao jovem; ela o compreende, e por êle se preocupa. Nos gra­ves e insistentes combates contra as paixões baixas, em que o jovem reconhece sua indigência, êle preci­sa dum refúgio e conforto especiais e os encontra em Maria. — Maria como Guia. Ela é o ideal mais sublime da pureza. (Imaculada; isenta de todo Pe* cado; virgindade perpétua). No tempo da juven­tude é de maior importância que o jovem veja na pureza do coração o seu verdadeiro ideal; é preciso manter a disciplina interior, aumentar a sensibilida­de moral, tornar-se, cada vez mais, cavalheiresco c respeitoso para com o outro sexo. Ora, quem 11,6

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lhor que Maria SS.ma, Mãe e Virgem, pode engnwr isso ao jovem ? Que grande graça é portanto ptn. o moço, aprender na Congregação a venerar a Rai­nha do Céu não somente com diversas pratica* de piedade, p. ex. terço, ofício etc., mas consagrando- se para sempre a Maria, i. é. pôndo tôda a sua vã!a sob a proteção e direção particular da Mãe frieste

No Brasil temos motivos especiais para julgar muito conveniente a intensa devoção mariana da Congregação. Pois, esta devoção corresponde ao caráter do povo que tem uma inclinação quasi natu­ral a esta devoção. O Brasil é tradicionalmente o país de Nossa Senhora. O povo desta terra- tem uma confiança inexaurível em Maria, recorrendo a Ela em tôdas as suas aflições. O povo brasileiro alegra-se em homenagear a Nossa Senhora e sente uma necessidade interior e espontânea, de deixar-se conduzir por Maria no caminho que o leva a Cristo.

III . A dedicação total à Igreja.

Hoje em dia, a Igreja de Cristo é hostilizada sistematicamente com veemência e astúcia, como ra­ras vêzes na sua historia. Importantíssimo, pois, que os fiéis se reúnam em torno dela, combatendo pela sua liberdade e formando um como baluarte contra os inimigos.

Outra consideração: Que é a secularização, fio lamentada pelos Sumos Pontífices? E' a vida, ■obretudo a vida publica divorciada da religião, não

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seguindo mais os princípios cristãos. Como reage a Igreja? — O apêlo dos últimos sumos Pontífices para recristianizar o mundo, o apêlo à Ação Cató­lica. Ora, será possível que os sacerdotes sozinhos resolvam êste problema ? — Certaniente não. A Igreja precisa da colaboração responsável e ativa dos leigos; destes leigos que, animados de profunda confiança na sublime missão da Igreja, pensam c sentem como éla, daqueles que fazem seus os gran­des objetivos dela, e mostram aos companheiros o ca­minho da Igreja.

Ora, não e êste o espírito, que encontramos na Congregação Mariana? A C. M. inculca aos seus membros a mais profunda confiança na Igreja. Exi­ge que todos, congregados e chefes, demonstrem res­peito e obediência ao sacerdote. E ’ o Sacerdote que, como, sabemos, goza de plenos poderes no govêrno da C. M. e está revestido da suprema autoridade. Bem que os chefes leigos participem do govêrno da C. M. (regra 18), sua jurisdição é totalmente derivada e dependente da autoridade do Padre, e também êles são obrigados a obedecer ao Sacerdote. Não há dú­vida: a C. M. é tão intimamente conexa com a Igre­ja como mais não pode ser uma Associação.

A C. M. induz seus membros a pensar e sentir com a Igreja. Temos uma regra especial sôbre êste ponto, (Regra 33). Na sua concepção ascética, a C. M. evita qualquer unilateralidade, aplicando todos os meios aprovados pela Igreja. Em primeiro lugar a assistência ao S. Sacrifício da Missa, a Comunhão

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frequente, a prática das virtudes, o exame particular, os retiros espirituais etc. Tôdas as regras respi­ram, por assim dizer, êste espírito genuinamente ca­tólico.

Fim da C. M. é a conversão e o aperfeiçoamen­to do próximo e a defesa da Igreja contra os ata­ques da impiedade (regra 1.). Eis o sentido do apos­tolado na C. M. — estar à disposição da Igreja, fazer seus os interesses dela, ajudar aos Padres, seguir as diretrizes dos Bispos, acomodar-se completamente às necessidades do país, da diocese, da paróquia. Eis a razão da autonomia da C. M. e da sua universal dependência da Hierarquia eclesiástica.

O Santo Padre espera de nós, que sejamos “ Exércitos com os quais a Igreja de Cristo possa sempre contar” (Carta Apostólica no Centenário da Companhia de Jesús).

3.* PA LESTR A :

O fundamento de tôda atividadeQue é mais importante: um chefe é competente

no sentido técnico, — bom orador, bom organiza­dor etc., — ou um chefe de profunda formação re­ligiosa? — São então supérfluos o dote da palavra, a capacidade de organização, o ascendente sôbre os mais ? — Não, mas só têm valor, se acompanhados do bom exemplo do chefe.

Qual é portanto o tipo ideal do “chefe ? O que reúne em si ambos os carateres: homem pro-

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fundamente religioso, que impressiona aos compa­nheiros com seu exemplo e, ao mesmo tempo, com os métodos e pela sua técnica de organização. Uma síntese de vida interior e qualidades externas.

I. Carater religioso do apostolado.

Porque assim? Qual vem a ser a essência do apostolado? — Eis várias expressões conhecidas: Dar público testemunho de Jesús Cristo; colaborar na grande Missão do Salvador e dos Apóstolos; con­duzir os homens a Cristo; recristianizar o mundo etc. — Uma coisa é, pois, certa: que o apostolado é uma questão essencialmente religiosa, e não, em pri­meiro lugar, um problema de técnica e organização.

Nosso Senhor Jesús Cristo, como descreveu o papel dos apóstolos?

"Recebereis a virtude do Espírito Santo e me sereis testemunhas em Jerusalém, em tôda a Judéia, na Samaria e até aos confins da terra” (Act. 1,8) "Ide, pois, ensinai todas as nações, batizando-as... e ensinando-as a obser­var tudo o que eu vos prescreví” . (Mat. 28, 19s.). “Vós sois o sal da te rra ... Vós sois a luz do m undo..• ” (Mat. 5, 13-14). “Seguí-me e vos farei pescadores de homens” (Mat. 4,19). "Segue-me e deixa os mortos se­pultar os seus mortos” (Mat. 8,22). “Escolheu doze que fossem companheiros seus e aos quais pudesse enviar a p regar...” (Marc. 3,14). “ Não queirais ser chama­dos mestres, porque um só é o vosso mestre, e todo* vós sois irm ãos... Quem fôr o maior dentre vós, s*J® o servo dos outros.” (Mat. 23,8-11). "A vós é dado compreender os mistérios do reino de D e u s ...” (l>uc. 8,10). "Depois de cumprirdes tudo o que vos fôr man­dado, dizei: Somos servos inúteis; fizemos apenas 0 que era de nossa obrigação.” (Luc. 17,10). E, sobre­tudo, veja-se a instrução aos discípulos citada no Evan­gelho de S. Mateus, cap. 10; em que Jeeús inculce P°*

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to sa . renúncia is eomodUUd**, trinqu#*» m pHp fik prootkiSo k « sacriftdoa. conflstiçe em m k ê t m ê í gmções, perseverança, conflaato corajosa á» f a i ã toáiMf dos homens, etc.

Todos êstes textos da S. Escritura 4&he*&fím c que pensa Jesús do apostolado e o que êfe átíqff dos seus apóstolos.

A idéia fundamental dc Jesús sôbre o Sfteefola» do é dara : União mais íntima com Êle! Segs&o. nele depositar tôda a confiança, pregar sua Verdade e seus mandamentos, imitar sua humildade, dar dSe testemunho público, até sofrer perseguições rrmn Êle as sofreu e, finalmente, reinar e triunfar coa. Êle no seu Reino eterno.

O apostolado é totalmente orientado para Êle como para o centro; não é outra coisa senão a imi­tação, a prolongação de seu apostolado.

A quem em primeiro lugar compete esta missão em sentido pleno? — Aos sucessores dos Apostolos, os Bispos e, naturalmentc, também os sacerdotes.

Qual é a relação do chefe leigo com os Bispos e sacerdotes? — Êle é chamado para colaborar com êles no apostolado. Segue-se, pois, que o chefe lei­go se deve convencer que a êle cabe realizar em sentido analógico as diretrizes de Nosso Senhor sô­bre o apostolado. Não existe na Igreja nem apos­tolado nem autoridade que não seja participação de Jesús e irradiação das suas qualidades. Pois. O ehefe supremo é Jesús e o chefe leigo é chefe na ^ ^ d a em que participa déle, pregando-o com a pa­lv ra e a vida.

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II. União com Cristo.

Quais são as consequências destas verdades?

Devemos fazer tudo para intensificar a nossa união com Nosso Senhor. E em que consiste <on- cretamente esta união com Cristo?

União com Jesús Cristo pela graça divina.

Esta é a mais importante. Ele é a videira, nos somos os ramos. E quais são os canais condutores desta vida? Os Sacramentos e a oração. Podem pois ser escolhidos para o cargo de “ chefes” con­gregados que comungam raramente, sendo por outro lado bons oradores e organizadores? — Como che­gamos a uma vida intensa de oração? Com exercí­cio, com a prática concienciosa das orações quotidia­nas, com a participação inteligente no Sacrifício da Missa, com a realização das sugestões que nos for­necem neste sentido as alocuções do Padre Diretor, as reuniões, os “ Opúsculos de formação”, etc. Prin­cipalmente, deve pelejar o chefe por vencer a roti­na e o mecanismo na vida de oração.

União com Cristo pela imitação de sen exemplo-

Na personalidade do chefe leigo devem relampe* jar alguns reflexos das sublimes virtudes c atitudes de Jesús, da sua humildade, pureza, zêlo, desinteres­se, prontidão em servir, bondade, espírito de sacri* fido. Portanto, somente os congregados que se es-

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forçam pela formação do seu caráter, por viver o ideal cristão, é que serão aptos a desempenhar um cargo de responsabilidade na C. M.

Acrescentemos um outro motivo: a eficácia do nosso trabalho. Muitos homens observam a vida dos católicos fervorosos para ter o que criticar. Não se contentam com ouvir palavras, mas querem ver fatos. Ai de nos, sc a nossa vida não está em har­monia com nossa doutrina! Quantas vezes os co­munistas e outros inimigos da Igreja nos fazem esta objeção! E muitos procuram justificar a sua hostilidade contra a Igreja precisamente com a afir­mação de que os próprios arautos do Evangelho não realizam o que pregam aos outros.

União com Cristo por meio do conhecimento da sna personalidade.

Como chegar a um conhecimento profundo da sublime figura do nosso Rei Jesús Cristo? — Pela leitura da S. Escritura e por tôda leitura espiritual. Precisamos de "chefes” integralmente “cristocên- tricos”, entusiastas pelo Chefe supremo e dedicados a Êle sem reserva.

Quem nos dá a êste propósito um exemplo ma­gnífico? — Antes de tudo a SS. Virgem e os Após­tolos. Maria não é, porventura, o ideal da dedica­ção a Cristo? Todos os seus pensamentos, todas as suas ações, todos os seus sofrimentos gravitam em redor de seu divino Filho. Jamais houve pessoa mais “cristocêntrica” do que Maria. Por isso é Ela o modêlo de todos os cristãos.

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E a que se compromete o congregado consa­grando-se a Maria? A orientar a vida pela estrela do seu exemplo, a imitar suas virtudes e sentimen­tos. Ora, qual é a atitude mais caraterística da SS.ma Virgem? E ’ a entrega total a Cristo.

Em que sentido os Apóstolos são modelos da atitude “cristocêntrica” ? Vivendo sempre ao lado de Nosso Senhor, convenceram-se de sua divinda­de, observaram o sublime exemplo de suas virtudes, penetraram cada vez mais os seus sentimentos e fi­zeram-no centro vital de toda a sua existência.

Como podemos imitá-los? Lendo e meditando o que os Evangelistas nos deixaram sôbre a vida de Jesús e os sentimentos do seu Coração. — Será, pois, demais exigir dos chefes a leitura da S. Escri­tura? Por meio de oração, leitura, meditação, deve o chefe penetrar a pessoa de Jesús Cristo de tal ma­neira, que Êle se torne cada vez mais o ideal a imi­tar, com o auxilio e sob a direção de sua Mãe celeste. Ninguém deverá jamais vencer-nos no entusiasmo por Nosso Senhor.

Temos assim caraterizado o fundamento sôbre o qual deve ser construída tôda atividade dos che­fes: a personalidade profundamente cristã! Uma vêz firmado êste fundamento, teremos que aumentar a eficácia do nosso apostolado também pela aplica­ção e aperfeiçoamento das qualidades técnicas e or­ganizadoras. Enumeremos algumas: ser bom ora­dor, saber organizar, ensinar o catecismo duma ma­

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neira atraente, explicar os "Opúsculos de formação”, dirigir círculos de estudo, conquistar camaradas, aju­dar na organização das iniciativas da C. M. etc.

4.» PALESTRA:

As atitudes do chefe para com o P. Diretor e os congregados

I. Atitudes para com o P. Diretor.

Quais são os defeitos que se podem originar nas relações do chefe com o Padre?

Eis alguns: Demasiada indepêndencia; atitu­de de crítica; falta de reverência e de respeito; de­sobediência.

Por outro lado: demasiada passividade; falta de prontidão para ajudá-lo; falta de iniciativa, de responsabilidade, e tc . . . Resumindo: dois extremos: ou ativismo exagerado; ou falta de atividade.

Opomos a êstes defeitos o modêlo de chefe que, como já temos visto, é o equilíbrio entre a iniciati­va e a obediência, entre a atividade e a docilidade modesta.

1. Com respeito à obediência.í

Porquê? O modo de falar inequívoco das re- gras (Lêr as regras dos “oficiais maiores”). A dignidade do Sacerdote: consagração sacerdotal efissão especial para o apostolado. O Apostolado leigo é colaboração com o apostolado sacerdotal.

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Como? — Descrever um pouco, de que manei­ra os chefes podem faltar praticamente ao respeito e à obediência. — Obediência também aos oficiais lei­gos que mandam em nome do P. Diretor; discipli­na na ausência do Padre. União e concórdia dos chefes entre si. Dar exemplo de disciplina aos con­gregados.

2. Com respeito à iniciativa.

Porquê? — As regras; os “oficiais maiores” têm que participar do govêrno da C. M. — A falta de Padres no Brasil, o excesso de trabalho dos Sa­cerdotes. — A situação do Catolicismo no Brasil (Indiferentismo, boa disposição do povo, ignorân­cia religiosa, propaganda protestante e espírita etc.) clama por católicos leigos bem formados e capazes de trabalhar com iniciativa e responsabilidade. — O fim da C. M. que não é tornar-se um peso, mas um alívio para o Sacerdote. — E \ pois, falsa a con­cepção que, na C. M., os leigos devem ficar passi­vos e puramente receptivos. Ao contrário!

Como? — Princípio geral: Tudo o que podemfazer os leigos, devem fazê-lo, e não deixá-lo ao Padre. Aplicação prática: Não há, por acaso, nanossa C. M., ainda vários trabalhos de que os leigos poderíam exonerar o Padre? — Não declinar quenos serviços, oferecer-se a substituir, se falta o encarregado. — Fazer propostas para a organização e atividades da C. M. Aceitar a decisão definitiva

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do P. Diretor, mesmo que nos seja contrária; não tentar realizar as idéias próprias por meios ilegais. ___ Em que forma fazer propostas? As regras o dizem: com franqueza e sinceridade, mas, ao mes­mo tempo, com modéstia. — Preparar bem as reu­niões, festas, retiros, desfiles etc. — Colaboração confidente com o P. Diretor e com os outros chefes. Animar outros mços a tomar pequenos cargos de res­ponsabilidade.

II. Atitude do chefe com os congregados.

1. Humildade e modéstia.

O chefe comparece a miúdo em público, dá ordens em virtude do seu ofício, faz discursos, é tal­vez aplaudido. . . Qual é a tentação mais óbvia ? O chefe se julgará acima dos demais congregados, se tornará vaidoso c até orgulhoso. Se cede a esta tentação, sua influência lucrará ou perderá? E ' lei geral: Ninguém gosta dum orgulhoso e vaidoso. A impressão de ser um chefe vaidoso, é sentença de morte para seu apostolado. A vaidade destrói tôda possibilidade de influenciar e ganhar a sim­patia dos outros.

d ,^ Sta at^uc e á, por acaso, compatível com nosso Sa ,m.ar*ano* Cada palavra, cada ação da Virgem ^ n *ssima condena a vaidade e a presunção. E quefôr Senh<* atitude do "Superior"? "Quem

0 maior entre vós, seja vosso servo" (L er Mat.

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23, 8-12). A êste propósito vem a cena dos filhos de Zebedeu (Ler Mat. 20, 20-28).

Por isso evite o chefe tudo que aparente vai­dade, orgulho etc. Assente-se modestamente entre os congregados, não procure os primeiros lugares. Não vanglorie nem anceie por ver mencionado ou impresso o próprio nome. Não se mostre ofendido por não ser suficientemente honrado.

2. Disciplina e domínio de si mesmo.

Em primeiro lugar com respeito aos congrega­dos individualmente. Ser discreto! Nunca falar sôbre defeitos conhecidos em virtude do cargo, ou em confidência. Em geral, não mencionar. faltas alheias. A confiança supõe discreção. — Ser deli­cado ! Aperfeiçoar seu tato em tratar com os outros. Respeitar os sentimentos dos camaradas. . .

Depois, disciplina na vida coletiva! O chefe está submetido a alguma disciplina com respeito a outros? Certamente, com o P. Diretor e com os oficiais. Na C. M. deve reinar a disciplina entre os congregados; ora, só poderá exigir verdadeira disciplina o chefe que a pratica. Quantas vezes se prejudica a atividade da C. M. por causa de rivali­dades, antipatias pessoais, inveja, rixas mesquinhas. Os chefes devem dar o bom de disdplinstsujeitando-se aos chefes superiores. Desde que soj*

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dada unia ordem, cassem as discussões. Onde se encontra um chefe, deve scr garantida a harmonia c a concórdia. Todos os chefes devem irradiar paz, pois são os pacíficos que “ serão chamados filhos de Deus” (Mat. 5, 9).

3. Bondade e amabilidade.

Temos o exemplo empolgante de Jesús: quebondade para com os pecadores, os discípulos, S. Pedro em particular, para com a mulher adúltera, com o malfeitor crucificado ao seu la d o ... E na vida da Santíssima Virgem observamos o mesmo: que atenção para com sua prima, S. Isabel, nas bo­das de Caná, e na sua perpétua solicitude como Mãe da Igreja. O chefe deve tratar com bondade e mansidão os camaradas. Deverá por isto ser fraco e sempre condescendente? Deverá renunciar a expor com nitidez as obrigações? Não, pelo con­trário! A verdadeira amizade e bondade consiste

*em querer bem ao outro. Quem quer bem, deve, muitás vezes, exigir, ameaçar, advertir. Mas, o mo­tivo tem que ser sempre a verdadeira bondade, a sin- cera e amável cortesia. — O chefe deve ser atencio- so especialmente para com os doentes, os fracos, os pobres, os desviados. Tentemos conquistar os tí­bios na prática da religião, com pequenos atos de ca- ndade. Ser o Anjo da guarda dos mais —1 eis o ideal do chefe mariano!

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5. PALESTRA:

As atitudes do chefe com relação ao trabalho

Suponhamos dever desenhar o tipo do chefe da Congregação em meio a sua atividade. Que tra­ços lhe daríamos? Quais suas virtudes principais? — Enumeremos e analisemos algumas.

v

I. Pureza de intenção.

Que intenções menos retas se podem facilmen­te introduzir no apostolado? Vaidade, desejo de mandar, de captivar com adulação as boas graças do Diretor ou dos congregados, mania de trabalho ex­terior, inveja dos sucessos alheios, ambição de igua­lar ou superar os outros.

E quais as intenções retas e paras? — Espa­lhar o Reino de Cristo, desejo de vê-lo amado por todos, promover a glória de Deus, salvar as almas imortais, contribuir para que Cristo cresça nas almas, alcançar para todos a vida divina da graça, tornar a todos verdadeiramente felizes, colaborar com a graça de Deus etc.

Idéia fundamental: a intenção pura signi­fica procurar, não a si mesmo, mas o interesse de Deus. Mas, é, por acaso, falta de reta intenção, gostar do apostolado, sentir uma alegria natural

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nos trabalhos apostólicos? Não, pois êstes moti­vos naturais podem ajudár-nos; comtudo, o mo­tivo dominante deve ser sobrenatural.

Motivos: Deus precisa de nós? Porque não?£ ' talvez um favor para Deus trabalharmos em seu interesse? Não é, pelo contrário, uma graça para nós mesmos? Porquê? Prêmio especial no Céu; ganhamos pelo apostolado a amizade de Deus e dos Santos, crescemos no amor divino, aperfei­çoamos o nosso caráter.

Dignidade inestimável e honra do apostolado: Colaborar intimamente com o Presidente dum Esta­do, que honra! Nós colaboramos com o mesmo Deus! Valor da alma humana. Não há atividade mais importante e decisiva para tôda a eternidade! Por outro lado: dar tôda a glória a Deus: “ Depois de cumprirdes tudo o que vos fôr mandado, dizei: Somos servos inúteis; fizemos apenas o que era de nossa obrigação” (Luc. 17, 10). S. Paulo: “ Quid habes quod non accepisti? Si autem accepisti, quid gloriaris quasi non acceperis?” (1.* Corinth. 4, 7 ).

Exemplo: Maria Santíssima. Em que passagem da sua vida? Na Anunciação. Não foi grande a tentação de orgulho por ser escolhida para Mãe de Deus? Como exprime Maria a pureza de sua in­tenção ? Ecce ancilla Domini. . . Respexit humi- >tatem andllae suae. . . ” Ela esconde as graças «xtraordinárias, mesmo a S. José.

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Meios'. Renovar cada dia e várias vezes a reta intenção. Jaculatórias: Só por ti, ó meu Deus!Para mim o trabalho, a ti a glória e honra! Im­porta que o bem seja feito, não importa por quem.

II. Zêlo.

Motivos e exemplos: Deus se chama a si mes­mo o “Deus zeloso”. Jesús Cristo quotidianamen- te consome suas forças no trabalho apostólico. Zêlo pela casa do Senhor na expulsão dos vendi­lhões do templo. S. Paulo: “ Caritas Christi urgetnos”. — A atividade incansável dos inimigos da Igreja, dos Protestantes etc. — A importância da nossa atividade apostólica: de uma palavra pode, às vezes, depender a salvação eterna de uma alma. Deus frequentemente faz depender a sua graça do nosso trabalho. Convidar um camarada para Missa, para uma reunião da C. M., pode ser o comêço de sua conversão.

Formas concretas do sèlo : Sentir-se responsá­vel pelos camaradas, pela paróquia, pela C. M.; sempre pronto a ajudar, pôr-se à disposição do Pa­dre, não se fazer de rogado, fazer propostas, con­quistar novos congregados, trazer os camaradas à Comunhão pascal, a Missa dominical, etc. Des­cobrir métodos para influenciar o meio profissional (fichários etc .). . .

Perigos: Exagero do zêlo, a ponto de não achar tempo para rezar e pensar na própria alma. Exteriorização; ativismo vazio e superficial.

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III . Paciência e constância.

Motivos e exemplos: Jesús mesmo. Que pa­ciência durante seu apostolado! Quantas vezes re­petiu a explicação da mesma verdade aos apóstolos; suportou seus defeitos e imperfeições. Que paciên­cia com os pecadores! — Quantas vezes trabalhou sem sucesso sensível, recebido com ingratidão e ti- bieza pelo povo. E. a pesar disso, continuou com constância até à Cruz a ensinar e beneficiar a todos. Tôda a atividade de Jesús é um modelo de dedica­ção séria e constante á sua Missão. Nunca se dei­xou levar por caprichos ou sentimentos passageiros, nunca desanimou. — Maria Santíssima: que provade paciência todos os fatos de sua vida depois da Incarnação! Parece que Deus se tinha esquecido de Seu F ilh o ... fuga para E g ito ... pob reza... vida obscura sem o menor raio dc luz. Mais tarde, observa a hostilidade dos Judeos, o abismo que cada vez mais se abre entre seu Filho e o povo hebraico. Maria sai vencedora desta dura prova de seu amor: nenhum murmúrio contra a Divina Providência, ne­nhum arrefecimento no zêlo; firme e de pé, modê- lo de paciência e constância, está ela junto à Cruz, presenciando o que parecia o fracasso do Messias.

Aplicações concretas: Precisamos de chefes, homens de tôda confiança, que tomem a sério e le- Vem a em qualquer circumstáncia, as empre­sas recebidas. Quantos preconceitos surgirão con-

a a C. M., se os chefes se deixarem guiar por ca­

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prichos, sentimentos ou outros motivos mesquinhos. Cumprir sempre a palavra e observar escrupulosa- mente os prazos combinados. — Constantes na exe­cução dos propósitos... Não conheceis, por acaso, comerciantes que, depois de terem falido por duas vezes, começaram tenazmente pela terceira vez o seu negócio para tornarem-se afinal ricos? Mui­tas vezes ficamos desanimados depois de frustrada a primeira tentativa! Quantos anos de paciente e enérgico trabalho empregam os homens para supe­rar um exame, e nós queremos vitórias sem comba­te, sucessos sem esforço, triunfos sem sacrifícios. Um inventor faz milhares de experiências para pro­var com certeza uma só hipótese. E nós? Deixar- nos-emos vencer por êstes em tenacidade e constân­cia?

IV. Espírito de sacrifício.

Considerações’. Apostolado sem sacrifício é uma ilusão. Quem procura sinceramente os inte­resses de Deus, tem que renunciar a muitas vanta­gens pessoais, comodidades, divertimentos, recreios; deve dar passos aparentemente inúteis, vencer o res­peito humano, humilhar-se diante dos outros, talvez suportar ludíbrios, calúnias etc. — O Espírito de sa­crifício é a alma do apostolado e o índice do valor do chefe. Quanto maior o espírito de sacrifício, tanto mais ‘‘chefe mariano”.

Aplicações práticas: Sacrificar o tempo hvrepara o apostolado. Sacrificar dinheiro para livros

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Nâ0 se esquivar diante de traba- Ihos^desagradáveis. Suportar m silêncio a falta de gratidão^ e reconhecimento da parte dos homens d„s t a r a d a s e até do P. Diretor. Encarregar-s de trabalhos contínuos e regulares. V er com bons olhos os sucessos dos outros. Aceitar cargos mo destos e subordinados.

Motivos e exemplos: Jesús Cristo: A suaatitude até á Cruz. Meditar, muitas vezes, quantos valores sacrificou: casa própria, esplendor externo,riqueza, reputação, boa fama, confiança dos amigos, gratidão do povo, saúde e integridade corporal, até a última gota de sangue.

Maria: também sua atitude central é êste espí­rito de sacrifício: “ Fiat tn ih i.. . Ecce ancilla Do-m in i...” Ela participa das imolações do Salvador sobretudo na Paixão, onde sacrifica o próprio Filho. Regina martyrum. . . Mater dolorosa. . .

Se homens do mundo, “ sportsmans”, pugilistas etc., fazem renúncias enormes durante anos e anos, para alcançar um triunfo profano passageiro, pode­mos nós recusar sacrifícios para alcançar uma coroa eterna? A mocidade imola a vida na guerra pela Pátria terrena, como poderiamos hesitar em sacrifi­car algumas horas, algumas pequenas comodidades pelo Reino de Cristo! Quanto sacrifica a mãe pe- os ih °s, o esposo pela esposa, e de boa vontade!

cioiml ° verdadeiro amor é a prontidão no sacrifí-

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Meios: Meditação da vida e morte de N. Se­nhor, e do exemplo de Maria. Comunhão frequen­te: é o corpo imolado da vítima divina, que recebe­mos na S. Hóstia. Penetrar o sentido da S. Missa como sacrifício. Estudo da S. Escritura. Orações para obter a graça do desinteresse. Vitória sòbre o egoísmo imoderado.

6. PA LE ST R A :

Sugestões práticas para a atividade do chefe

Antes de tratarmos mais em concreto dos pa­péis que o chefe tem a cumprir na Paróquia e no ambiente, lembremos algumas regras gerais.

I. Fazer tudo do melhor modo possível.

Em que caso chamamos uma C. M. verdadeira­mente florescente? Se os membros são zelosos, re­ceber frequentemente os sacramentos, são ativos no apostolado, faltam pouco à S. Missa e às reuniões, se estas são interessantes e formativas etc.. . .

Que se requer, de fato, para que Missa, reuniões, obras apostólicas, retiros etc., sejam bem frequenta­dos e formativos? Consegue-se isto automatica­mente, sem esforços? Depende só do Padre? Cer­tamente não, exige-se a colaboração ativa dos con­gregados e, em primeiro lugar, dos chefes.

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Em que sentido devem os chefes contribuir para o florescimento da C. M.? Quais são os de­feitos que é preciso evitar? Enumeremos alguns:

Comodidade. — Quantas vezes as reuniões ou outras iniciativas preparam-se apenas na última hora! . . .

Caprichos; falta de constância. — Há chefes, que cumprem os deveres de seu cargo somente quan­do se sentem bem dispostos. Prometem, mas não cumprem a palavra. E ’ pena! Sendo eles as colu­nas da Congregação, se não se pode confiar, com certeza absoluta, na sua firmeza e estabilidade, que vale então a C. M. ?

Resoluções gerais. — Na Diretoria resolve-se fazer isto ou aquilo. Muito bem! Mas, quem o fará? Fica tudo geral, v ag o ... Não seria melhor encarregar um determinado chefe, individualmente, dar-lhe a responsabilidade e exigir conta na próxima seção ?

Contentar-se com pouco. — Os chefes sabem, que nas reuniões faltam sempre os mesmos, que o programa da seção é pouco interessante, consistindo sempre nas mesmas orações, nos mesmos cantos, lei­tura que mal se varia; sabem que para a Missa faltam os ajudantes; que são poucos e sempre os mesmos a ensinar o catecismo às crianças, a visitar os pobres e realizar outras obras apostólicas da C.M. Os chefes o sabem — e ficam contentes. Foi sem- Pre assim. Que fazer? — Sim, que fazer? Melho- rar 1 Trabalhar! Fazer tudo o melhor possível,

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quer dizer que cada Missa, cada reunião, cada ini­ciativa apostólica deve ser perfeita! E ’ falsa esta resignação!

Um bom chefe nunca está completamente sa­tisfeito com o estado ou nível atual da C. M. Nun­ca diz: Está bom, basta! Não se aquieta enquan­to os mínimos pormenores não forem perfeitos. Os resultados obtidos lhe servem de estímulo para fa­zer ulteriores progressos. Todo chefe deve ter no coração um ideal para a S. Missa da C. M., para a reunião, para as demais iniciativas, e não se dar por satisfeito até vê-lo realizado!

II. Distribuir o trabalho.

Há muitas CC. MM. nas quais são dois ou três chefes, que fazem tudo. Lamentam-se, que ninguém os ajude. Mas nunca fizeram esforços sérios, para dar cargos a outros; e quando alguém se ofereceu a ajudar, tiveram sempre um motivo para a recusa: “isto supõe experiência, isto é importante demais, aquilo leva menos tempo se o faço eu mesmo, que se o explico a outrem” e tc .. .

Seja qual fôr a causa deste estado, — o fato é que, muitas vezes, só dois ou três chefes ocupam- se de tudo. Segue-se naturalmente que nada é bem feito, nada é feito com cuidado, que, em última ana­lise, todos estão descontentes: os congregados, sen­do puramente passivos e receptivos, têm pouco in­teresse, e os três chefes sobrecarregados queixam.- se da passividade dos outros. Eis a solução: H-’

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preciso distribuir o rrabalbo entre vârtos m d h o r :

l u t o maior número poss.vel. Devemo. ser inventivos na criação de pequenos cargos. Q tas vantagens nos vai isto trazer!

Alívio faro o P. Diretor e para os chefes.Tudo será feito melhor. Pois, um congregado

que só tem entre mãos êste pequeno encargo pode aplicar-lhe mais tempo e cuidado. A inda que talvez não o faça tão bem a principio, por falta deexperiência, irá aprendendo pouco a pouco.

Despertor-se-há mais o interesse. O s congre­gados sempre nesta atitude meramente receptiva, tornam-se naturalmente passivos. Um dos meios para fazé-los ativos, é dar-lhes encargos. U m jo ­vem que tem um ofício, começa a interessar-se. Assim não é a melhor reunião a em que só fala o Diretor e quando muito um leigo, mas aquela em que muitos moços tomam parte, pronunciando dis­cursos, recitando poesias, fazendo uma leitura, res­pondendo a perguntas, cantando, discutindo sôbre questões sérias de formação etc. De fato, quantos moços podem ser ocupados e, portanto, interessa­dos, numa só reunião!

Êste método multiplicará os mesmos chefesos moços encaregados dum papel qualquer, ani-

««m-se faclmeme a tomar responsabilidades maio-« . compreendem melhor os problemas concreto.

M" tornara- « ajudantes do P. D iretor e oua * esP°utaneamente chefes q * '

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7. P A L E S T R A :

A atividade do chefe na Paróquia e no ambiente

A atividade da C. M. desenvolve-se, na maioria dos casos, dentro da Paróquia. Ora, qual é o papel da C. M. na Paróquia, e em que forma pode con­tribuir o chefe para realizá-lo? As Congregações não-paroquiais podem aplicar quasi tudo o que dis­semos com respeito à Paróquia, ao meio em que são erigidas (Colégio, Escola, Universidade etc.).

Parece-nos poder resumir o papel da C. M. na Paróquia ou no seu meio, com estas três palavras: exemplo, colaboração, conquista.

I. Exemplo.

Compreendamos a grande importância do exem­plo que a C. M. dá a tôda a Paróquia (ou a tôda a çscola). Descrevamo-lo um pouco: Não somen­te outros jovens, não congregados, mas tôda a pa­róquia, tênr os olhos fitos na C. M. Como se sen­tem todos edifiçados, elevados, animados, quando a longa fila de congregados se aproxima da Sagrada Mesa; quando, nos Domingos, um grupo considerá­vel de jovens, com a sua medalha e fita, reza com atenção, canta com entusiasmo e comunga com fer­vor. Com tal exemplo, mais de um jovem aprende a vencer o respeito humano e a imitar os congrega­dos. E às vezes são outras organizações que imi­tam a C. M. nestas práticas!

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Com que cuidado, em vários países, os inimigos da Igreja preparam suas demonstrações públicas, sa­bendo que tais espetáculos oferecidos ao povo, con­quistam novos adeptos ao seu movimento!

Conheço um alto funcionário de Estado que en­trando por acaso numa igreja, já cheia de homens, que de uma maneira exemplar rezavam e cantavam, de tal modo se impressionou, que imediatamente ins­creveu-se nessa organização; era uma C. M. de homens casados.

Por ocasião de um desfile de uma C. M. em honra de Nossa Senhora, tão grande foi a impres­são de dois jovens, que incontinenti se aproximaram de um congregado e perguntaram-lhe: Podemos também fazer parte dessa Congregação? — Edifi­cante o exemplo, em Budapest, de dois generais do exército que ostentando as medalhas de congregado, participaram da hora de adoração da sua Congrega­ção, ajoelhados deante do Santíssimo!

Cumpre, portanto, aos chefes fazer tudo que podem, para que tôda representação pública da C. M.11a Paróquia seja sempre não somente digna, mas a mais perfeita possível, até nos mínimos detalhes, como p. e. rezar e cantar bem em comum, caminhar ordenadamente, comportar-se com devoção e respei­to etc.

Qual será a atitude para com os Sacerdotes da Paróquia? Cumprimentar, falar, responder aos P a­dres com sincero respeito, convencidos, de que o Sa­cerdote é o Vigário de Cristo. Jamais comentar

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seus defeitos; pensar que o que deve ditar a nossa atitude, não é a pessoa mas a dignidade do Padre.

Numa conversa, em que se comentavam os de­feitos de um Sacerdote, um congregado, homem ca­sado, se opoz francamente, dizendo: “ Um soldado fala com respeito dos seus oficiais, e no exército de Cristo os Sacerdotes são os nossos oficiais.”

II. Colaboração.

Que representa a C. M. na Paróquia? Uma pequena célula da vida católica. Que é, portanto, mais natural que a Paróquia sirva à C. M. ou que a C. M. sirva à Paróquia? E ’, por acaso, justo ser a C. M. um pêso para os Padres, em lugar de um auxílio? Ponha-se, pois, a C. M. à disposição do P. Vigário; ofereça-se para preparar e organizar mis­sões, procissões, adorações noturnas, e, sobretudo, para o ensino do catecismo e a outras obras de apos­tolado.

Serviço sempre necessário numa Paróquia é o serviço do altar. Quantas vezes faltam os coroi­nhas ! Seria ideal, que todos os congregados sou­bessem ajudar a Missa.

Devemos conseguir que, pouco a pouco, todos os Padres cheguem à convição: Posso sempre con­tar com os congregados, pois estão sempre prontos para qualquer iniciativa e são dignos de tôda con­fiança.

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III. Conquista.

E o trabalho indispensável da Congregação! Para que conquistar os outros? Para a vida paro­quial, para a Missa dominical, a Comunhão e Con­fissão, e também para a C. M. Para isso não é pre­ciso esperar o apêlo expresso do Pároco ou do P. Diretor. Cada congregado é obrigado, pelos esta­tutos, a ser apóstolo. Pensemos, pois, nestes três pontos:

A responsabilidade dos congregados. A C. M. não deve ser um pêso para os Sacerdotes, mas um auxílio. Os congregados devem perguntar a si mes­mos, todos os anos: que fizemos nós para atrairoutros jovens à vida paroquial? Os sacerdotes não podem fazer tudo. Compete aos leigos ajudá-los no ensino do catecismo, no convite aos companheiros para as práticas religiosas. São milhares os que não sabem catecismo, os que não têm coragem de frequentar a igreja sem um convite e sem a compa­nhia de um amigo.

Na Idade Média, milhares de cavaleiros deixa­vam família, pátria, e partiram para a conquista da Terra Santa. O mesmo entusiasmo, a mesma sêde de almas, o mesmo espírito de sacrifício devia ani­mar-nos na conquista de uma “Terra Santa” muito mais importante: a terra santa da alma imortal.Num subúrbio de Barcelona, um congregado maria- no perguntou a um rapazinho, se alguma vez ouvira falar em Deus. "Deus? quem é?” perguntou o pe­

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queno. Também na nossa pátria há crianças que nunca ouviram falar em Deus, nem em Jesús Cristo, nem em Nossa Senhora. São fatos que nos devem preocupar seriamente.

Em Barcelona, aos Domingos, mais de 200 con­gregados vão aos subúrbios ensinar o catecismo, sa­crificando assim quasi todas as horas livres nesse apostolodo. — Também no México são muitos os congregados homens formados e universitários, que, todos os Domingos, vão em carros a aldeias distan­tes, para ensinar aos índios a doutrina católica.

Qual ê o fim deste apostoladot Conquistar al­mas para Cristo; e que atividade poderia ser mais importante! Trata-se da salvação eterna. Trata- se de conhecer a Jesús Cristo, o único Salvador. Trata-se de encontrar o caminho dos Sacramentos, fonte de energia para o homem tornar-se santo e fe­liz. Haverá, por acaso, algum congregado que não esteja disposto a sacrificar uma hora livre para um trabalho de tamanha importância ?

Como conquistar os camaradas? Aconselha­mos às Congregações que organizem um fichário com os nomes de todos os jovens católicos e mais observações que possam facilitar o apostolado. Mui­tas CC. MM. têm um fichário dos próprios mem­bros. Muito bem! Entretanto, porque não com­por mais um fichário, em que se anotem todos os moços católicos da Paróquia ou do meio, sem ex- cepção? E porque não distribuir estes nomes entre os congregados mais fervorosos e capazes, segun-

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do o lugar cm que moram ou as profissões que exercem ?

Cada congregado encarrega-se de 6 ou 8 rapa­zes, procurando cativar-lhes a simpatia. O fim prin­cipal é conquistá-los para a vida cristã, para que façam a Páscoa, frequentem a Missa aos Domingose, pouco a pouco, quem sabe, atraí-los à Congrega­ção.

Como influenciá-los? Algumas sugestões:Procurar primeiro conquistar a amizade. Isto

supõe o bom exemplo de uma vida moral e religiosa. E também conseguir impôr-se no campo profissional.

Prestar-lhes pequenos serviços. Tais atenções feitas com sentimento afetuoso e desinteressado, atraem simpatia e muitas vezes a amizade.

*Procurar o camarada desviado, sobretudo quan­

do está doente. Como é agradável a visita de um amigo durante a enfermidade! Oferecer-lhe algum livro interessante, um número de uma boa revista...

Convidá-lo para tomar parte numa reunião da C. M. e, naturalmente acompanhá-lo.

8. CONFERÊNCIA:A d ifu são d a s C ongregações Marianas

no mundo in te iro .______ __Achamos muito conveniente o Diretor do Curso

apresentar como última Conferência a fita compos­ta pelo Secretariado Geral das CC. MM. em Roma, sob o título: “A difusão das Congregações Maria­nas no mundo inteiro”. Esta fita, com texto riquís*

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airao em português, está à venda na Confederação Nacional (Caixa Postal 1.561, R io). O Diretor recomende aos chefes a compra desta fita, para que repitam esta Conferência, que contribuirá muito para o entusiasmo e para o espírito de união dos maria­nos, nas suas Congregações.

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XI.

Exercícios práticosEntendemos por “Exercícios práticos” a exe­

cução concreta do que se exige na IV Parte dos “ Requisitos no Exame” (“Cavaleiros de Maria”). Por exemplo, para ensinar a ajudar a Missa, mande primeiro um dos congregados executar as cerimô­nias. enquanto os outros observam e apontam as fa­lhas. Depois fará o mesmo ensaio um outro con­gregado, etc. Um dos participantes do Curso dirige a oração comum, chamando a atenção para deficiên­cias eventuais. Outro, ainda, explica aos compa­nheiros um capítulo dos “Opúsculos de formação”, e todos acompanham-no observando o seu método e fazendo-lhe as observações que tiverem notado.

Será inútil contentar-se com algumas diretivas teóricas. E ’ preciso ensaiar cada ponto com cuida­do e precisão. Mudar sempre a pessoa que executa o exercício. Fazer com que os jovens mesmos en­contrem os defeitos e as imperfeições, perguntando o Diretor: Quem o pode fazer melhor? (Portanto o Diretor não aponte os erros, mas faça que os con­gregados os encontrem). Todos tomem aponta­mentos I Se num caso particular parecer supérfluo fazer executar o exercício inteiro, proponha-se ao menos a questão: Quais são os defeitos que ordi­nariamente se notam nesta prática?

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xn.Ultima bênção eucarística

Propomos êste método: Depois da Exposição do SS. Sacramento, o Diretor resume numa só ora­ção todos os argumentos principais do Curso. Reci­tam-se depois as ladainhas; durante esta recitação ou canto cada um dos futuros chefes encaminha-se, um após outro, ao altar e lá depõe um bilhetinho no qual promete a Nossa Senhora: 1.*) preparar-sebem para o exame com o fim de se tornar um chefe segundo a Sua vontade; 2.“) estar convencido da sua indignidade para um tal cargo, e desde já satis­feito, mesmo após um bom exame, em ser o último dos aceitos.

O Diretor explica então, que êstes bilhetinhos, depois de serem colocados no altar como homena­gem a Maria, serão entregues ao respetivo Diretor.

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... XDL

O Exame finalOBSERVAÇÕES

No exame o Examinador deve verificar com toda a exatidão, se o candidato em questão, satisfaz realmente a cada um dos requisitos. Pois, todo êste sistema de formação especializada é instituido para formar uma elite de moços dos quais podemos estar seguros que sabem as coisas exigidas no Exame. Se começarmos a fechar os olhos, deixando passar exa- minandos não bem preparados, todo o sistema perde­rá o seu valor e a sua reputação.

Por isto, a Confederação não pode pôr sua as­sinatura no diploma, se o Examinador não tiver de­clarado por escrito que cada um dos Examinandos satisfez a todos os pontos do Exame.

REQUISITOS PARA O PRIMEIRO GRAU DE CHEFES

I. Condições prévias:

1. Conduta exemplar na C. M.2. Disposição constante de colaborar com a C. M.3. Procedimento irrepreensível na Paróquia, na

Família e na Vida profissional.

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II. Conhecimentos teóricos:

1. Porque formação especial dos “ chefes” ?

2. Que significa ser “chefe” na C. M.? Rela­ções do chefe com Jesús Cristo.

3. A fisionomia do chefe da C. M.

4. O valor da devoção mariana para o chcfc.

III . Obrigações especiais:

1. Comunhão ao menos semanal.

2. Formação do caráter sob a direção espiritual dum Padre.

3. Leitura dum livro sério de formação duas ve­zes por semana.

4. Rezar diariamente o Terço.

IV. Capacidades técnicas e da organização:

1. Saber bem o Catecismo.2. Saber explicar aos congregados, em forma de

conversa, a matéria do 1.*, 2.* e 3.* “ Opús­culos de formação” .

3. Conhecer o modo de ajudar a S. Missa e sa­ber ensiná-lo aos outros.

4. Conhecer o uso do “ Missal”.5. Saber ensinar o comportamento na igreja

(agua benta, genuílexão, etc.).

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6. Saber ensinar a rezar em comum.

7. Saber rezar em público sem fórmula fixa as orações ordinárias (da manhã, da noite, de­pois da S. Comunhão).

8. Saber falar 5 minutos com uma preparação de alguns minutos.

9. Saber ler e contar historietas de um modo atraente.

REQUISITOS PARA O SEGUNDO GRAU DE CHEFES.

I. Condições prévias.

1. Conduta exemplar na C. M.

2. Vida irrepreensível como cristão na família e na vida profissional.

3. Possuir o primeiro grau de chefe e ter desem­penhado um cargo na C. M. com bom êxito.

II. Conhecimentos teóricos.

1. As caraterísticas da C. M.2. As regras da C. M. e o Manual do congregado.

3. O traço caraterístico mariano no semblante dochefe: Vontade de servir.

4. As virtudes necessárias para o chefe sobretudo hoje em dia.

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III. Obrigações especiais.

1. Comunhão ao menos semanal.2. Formação do caráter sob a direção de um Padre.3. Reza diária do Terço.4. Meditação quotidiana.

IV. Capacidades técnicas e de organização.

1. Conhecer todas as reuniões e iniciativas da C.M. e ser capaz de dirigi-las.

2. Conhecer as obrigações e objetivos de cada ofí­cio na C. M.

3. Conhecer o papel da C. M. na paróquia e no meio profissional.

4. Saber ensinar a matéria dos “ Opúsculos de for­mação”.

5. Conhecer os principais métodos de apostolado.6. Saber fazer discursos e conferências sôbre temas

religiosos.

QuestionárioPaia o uso do Examinador sôbre a

parte teórica (D parte)

(v. “Cavaleiros de Maria”, p. 17)

ad I : Porque formação especial dos chefes?

Que entendemos pela palavra “chefe”? — Quais são as razões da parte da C. M. que moti­vam a formação dos chefes? — Que método apli­

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cou Nosso Salvador? — Qual é o elemento de* cisivo num exército? — Qual é o papel dos chefes segundos as regras? (Ajudar o Diretor no gover­no; exceder os outros na virtude; dirigir as seções, obras etc.). — Em que sentido exprimiram-se as pessoas competentes? — Pode ser realizado o fim da C. M. sem chefes bem formados? (A massa dos moços não pode ser influenciada eficazmente sem elite; ora, a C. M., ela mesma não represen­tando esta elite, necessita dum grupo escolhido de chefes ativos e capazes). — Porque os tempos atuais requerem homens bem instruídos? — E no Brasil? — Mas, o Brasil é um país católico? — Há talvez adversários da Igreja que formara os seus chefes? E* justo aprender também do ad­versário? — Fazem êles mais ou menos que nÓ9, para formar os chefes? — Porque exige o interes­se da Igreja a formação de chefes? — Porque o da Pátria?

ad I I : Que significa ser chefe na C. M»?

Explica o significado da palavra “chefe". (Duplo: autoridade externa e interna). — Quem é o chefe absoluto? — Porque Jesús? — E* Jesús, por acaso, o único chefe religioso? — Quem parti­cipa do ofício real de Jesús? — Também os leigos?— Recebem êles para isso uma consagração? — Em que sentido é Jesús o fundamento do nosso ofício de chefe? — Quais obrigações nos impõe isto? — Qual é o objetivo do ofício de chefe? — Quais os meios? — Devem êstes também ser relacionados com Cristo? — Conheces um exem­plo que explica como as nossas virtudes manifes­tam Jesús Cristo?

ad I I I : A fisionomia do chefe na C. M.

Mostra por exemplos os dois tipos extremos de chefes. — Descreve o tipo justo. Descreve com pormenores a maneira de agir dos três tipos.— Quais são as caraterísticas do verdadeiro che­fe mariano? Tem o chefe na C» M. uma verda­

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deira autoridade t responsabilidade? — Parece que nSo pode ser assim, pois as regras dão toda auto* ridade e responsabilidade ao Padre (suprema —

é sim, única — não; pois os chefes tem autoridade e responsabilidade derivada ou participada) .— Que dizem com respeito a isso as regras? — Como o chefe pode e deve praticar a autoridade e respon­sabilidade? Exemplos. — Pode o P. Diretor li­mitar a autoridade e responsabilidade do chefe? Pode êle anular uma resolução da Diretoria? — Depor os chefes dos seus cargos? — E T o chefe isento da obediência para com o P. Diretor? — Como se mostra esta virtude? — Devem os chefes ser ativos? — Como p. ex.? — E* a vida interior menos importante para êles? — Porque não? — Necessitamos de chefes capazes? — Em que sen­tido? — Devem êles também ser humildes e mo­destos? — Como praticá-lo? — Tem um perigo especial neste ponto? — Inculca o próprio espí­rito da C. M. esta atitude?

ad IV : O valor da devoção mariana para o chefe.

E* facil realizar o ideal do chefe mariano? — Porque não? — Quem ajudar-nos-á nos nossos esforços? — Porque propriamente Maria? — Qual é o duplo papel da SS.ma Virgem? — Quais as graças necessárias para nós? (Para vencer os perigos conexos com o ofício de chefe). — Mos­trou-se na história Maria como Medianeira das graças? (Bodas de Cana, vida dos Santos). Necessita o apóstolo leigo também de outras gra­ças? — Para quem? — Se, porém, fazemos gran­des esforços pessoais, parece que podemos renun­ciar à graça divina? — Manifesta-se, na vida prá­tica, às vezes tangivelmente, a infrutuosidade dos nossos trabalhos e a eficácia da graça? — Que faz por isso o apóstolo zeloso? (Reza, faz sacri-

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fíeiô« para obter a graça). — Quais slo no Evan­gelho as principais cenas em que aparece Maria? — Quais os traços carateristicos da SS.ma Vir­gem? — Descreve, como Maria opõe o seu exem­plo ao perigo da exterioridade. — Descreve o pe­rigo da independência. — Como se opõe a isto o exemplo de Maria? — O perigo do orgulho e da vaidade do chefe. — Como é isto vencido pelo exem­plo de Maria? — Como se pode, portanto, resu­mir em duas palavras o ideal do chefe na C. M.?

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í t N D I C E

P r e f á c io .............................................Precisamos de c h e f e s .........................Responsabilidade e iniciativa . . . .Vozes au to rizad as......................... ....Concretamente, qual o papel doe chefes?A formação dos chefes.........................O método desta formaçio....................Observações sôbre o Curso . . . .A instrução in trodu tó ria ....................A benção na Véspera do Curso . . .As conferências...................................1. PALESTRA:

Confiança na C. M. Motivos externos2. PALESTRA

Confiança na C. M. Motivos internos3. PALESTRA:

O fundamento de tôds atividade4. PALESTRA:

As atitudes do chefe para com o P. Diretor e os congregados . .

5. PALESTRA:As atitudes do chefe com relaçio ao

trabalho...................................6. PALESTRA:

Sugestões práticas para a atitude do chefe ........................................

7. PALESTRA:A atividade do chefe na Paróquia e

no ambiente.............................8. CONFERÊNCIA:

A difusão das CC. MM. no mundointeiro.............................................

Exercícios p rá tico s ..............................Última bênçio eucarística....................O Exame f i n a l ...................................Observações........................................Requisitos para o 1.* grau de chefes . . Requisitos para o 2.* grau de chefes . . Questionário sobre a parta teórica do E xam e.............................................•

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