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1. BREVE RELATO DOS FATOS Marcelo ajuizou ação indenizatória por dano material, em face de Roberto , pelo motivo de ter sido atacado pelo cão vizinho. Alegou que, no momento do ataque, o animal estava solto dentro do quintal de Roberto. Deste modo pede o ressarcimento de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) em gastos hospitalares e R$ 3.000,00 tres mil reais) em medicamentos, cujos comprovantes não juntou aos autos do processo alegando ter esquecido de pegá-los na farmácia . roberto em contestação alegou que o ataque ocorrera por provocação de marcelo, que jogava pedras no cachorro. Da mesma forma reafirmou que a cobrança de despesas com medicamentos não foram comprovadas, assim sendo não deveriam ser computadas na indenização já que não houve a prova dos gastos. Houve audiência de instrução e julgamento, na qual as testemunhas ouvidas declararam que a mureta da casa de Roberto media cerca de um metro e vinte centímetros e que, de fato, Marcelo atirava pedras no animal antes do evento lesivo.

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Direito Processual Civil

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1. BREVE RELATO DOS FATOS

Marcelo ajuizou ao indenizatria por dano material, em face de Roberto , pelo motivo de ter sido atacado pelo co vizinho. Alegou que, no momento do ataque, o animal estava solto dentro do quintal de Roberto. Deste modo pede o ressarcimento de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) em gastos hospitalares e R$ 3.000,00 tres mil reais) em medicamentos, cujos comprovantes no juntou aos autos do processo alegando ter esquecido de peg-los na farmcia .roberto em contestao alegou que o ataque ocorrera por provocao de marcelo, que jogava pedras no cachorro. Da mesma forma reafirmou que a cobrana de despesas com medicamentos no foram comprovadas, assim sendo no deveriam ser computadas na indenizao j que no houve a prova dos gastos.Houve audincia de instruo e julgamento, na qual as testemunhas ouvidas declararam que a mureta da casa de Roberto media cerca de um metro e vinte centmetros e que, de fato, Marcelo atirava pedras no animal antes do evento lesivo.O juiz da 20. Vara Cvel de Campo Grande MS proferiu sentena condenando Roberto a indenizar Marcelo pelos danos materiais, no valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais), sob o argumento de que o proprietrio do animal falhara em seu dever de guarda e por considerar razovel a quantia que o autor alegara ter gasto com medicamentos. Pelos danos morais decorrentes dos incmodos evidentes em razo do fato, Roberto foi condenado a pagar indenizao no valor de R$ 9.000,00 (nove mil reais).

No entanto, como ser demonstrado a seguir, a sentena merece ser reformada.

2. RAZES PARA REFORMA

O apelado, alega ser atacado pelo fato do co estar solto no ptio. Ocorre que, mesmo que tenha o ru deixado o co desamarrado dentro de seu ptio, no haveria perigo a qualquer pessoa que passasse pelo lado de fora da propriedade, uma vez que j afirmado pelos testemunha em depoimento que casa de Roberto tem um muro de um metro e vinte centmetros Conforme depoimentos nos autos Marceloa tirava pedras no animal antes do evento lesivo. Portanto, faz-se inegvel a participao objetiva do autor da ao como motivador para o ataque do cachorro. Restando, evidente a culpa exclusiva da vtima, legalmente prevista pelo artigo 945 do Cdigo Civil Brasileiro. Roberto prova por meio das testemunhas que Marcelo provocava o animal antes do ataque, comprovando a culpa da vtima escusando-se da responsabilidade de indenizar, conforme lhe previsto pelo artigo 936 do Cdigo Civil Brasileiro.Marcelo, props ao por indenizao por danos materiais alegando ter gasto R$ 5.000,00 (cinco mil reais) em atendimento hospitalar e R$ 3.000,00 (tres mil reais) em medicamentos. Os gastos hospitalares foram devidamente comprovados com as notas fiscais, no entanto, os gastos com medicamentos no so comprovados pelo autor da ao, assim, no havendo a efetiva demonstrao do desembolso por parte do apelado, com fulcro no artigo 333, I do Cdigo de Processo Civil.A sentena com resoluo do mrito, portanto terminativa alide processual. Condena Roberto ao pagamento de indenizao por danos materiais no valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais), ocorre que tal reparao no foi requerida pelo autor da ao. Aplicando o disposto pelos artigos 128 e 460, caput do Cdigo de Processo Civil sendo que:Art. 460. defeso ao juiz proferir sentena, a favor do autor, de natureza diversa da pedida (...) ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.Logo, mostra-se, a sentena extra petita. No podendo, uma sentena dispor sobre contedo superior ao pedido da parte autora.Depreende-se, portanto, que a sentena merece ser reformada para que o pedido do autor seja julgado improcedente.

3. REQUERIMENTO DE REFORMA4. a) que o presente recurso de apelao seja conhecido nos efeitos devolutivo e suspensivo;b) que o apelado seja intimado para, querendo, apresente contrarrazes de recurso;c) que a sentena apelada seja anulada por error in procedendo;a. subsidiariamente, que a sentena apelada seja reformada, julgando improcedente o pedido de indenizao, em razo da culpa exclusiva da vtima, ou requer-se a reduo do valor da condenao, em razo da falta das notas fiscais dos medicamentos;d) que o autor da demanda seja condenado ao pagamento das custas e honorrios sucumbncias.

Nestes termos,Pede o deferimento.

Curitiba, 20 de janeiro de 2009.

AdvogadoOAB/XX n XX.XXX