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CVDEE - Centro Virtual de Divulgao e Estudo do Espiritismo http://www.c vdee.org.br
PEDRO , O FLAMENGO
Conta Kardec : Um de nossos amigos, depois de longas e infrutferas tentativas, viu triunfar sua pac inc ia, aotornar- se, de repente, excelente mdium psic grafo e, mais tarde, mdium audiente.
Certa vez, em reunio que realizava em companhia de um amigo, tambm mdium, foi evocado determinadoesprito, ao qual f izeram algumas perguntas, mas pelas respostas psic ografadas, no se rec onhec ia o c arter do
evocado...
_ ... parece-me que algo est errado! ... Em nome de Deus, diga-me: quem s?
_ Pedro, o Flamengo
_ ... No conheo ningum com esse nome.
_ Sou um de teus antigos c olegas de c olgio
_ ... No guardo a menor lembrana.
_ No te rec ordas de uma surra que um dia levastes?
_ ... Sim, recordo-me disso, mas lembro-me tambm de que paguei na mesma
moeda...
_ Pois era eu... Hoje no repetiria...
_ ... T udo bem, mas, pelas minhas lembranas, no eras o que se pode chamar
de um bom rapaz...
_ Sim, brigava c om qualquer um, mas no era por maldade, era uma espc ie de
nec essidade.
_ ...Quando e c om que idade falec este?
_ H quinze anos... morri c om uns vinte de idade, c oisas de moo desmiolado.
_ ...Ainda tens famlia?
_ Cedo, perdi pai e me, morava com um tio, nic o parente...Se fores a
Cambrai, no deixes de procur- lo, exc elente pessoa, que muito estimo,
embora me haja tratado c om dureza, que eu merec ia. O endereo : rua...
Comentrio de Kardec : A verac idade dessas informaes foi c omprovada pelo
prprio mdium, tempos depois.
_ ... Foi por ac aso que vieste minha c asa?
_ Por ac aso se quiseres.
_ Estou c onvenc ido de que foi meu bom gnio quem me empurrou at aqui; tenho
a impenso de que s temos a luc rar c om o nosso enc ontro. Estava aqui ao
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lado, na c asa de teu vizinho, entretido c om uns quadros e... de repente, te
vi e... aqui estou!
Vi que proseavas c om outro Esprito e quis meter-me na c onversa.
_ Por que respondeste s perguntas feitas ao outro Esprito?
_ Era um Esprito srio que no parec ia disposto a responder; respondendo
por ele, esperava for a- lo a falar.
_ Se eu no houvesse perc ebido a fraude poderia ter apresentado resultados
desagradveis.
_ Tu descobririas.
_ Conta-me, c omo entraste aqui?
_ Ora bolas! Ac has que temos nec essidade de nos fazer anunc iar?
_ Ento podes ir a toda parte e entrar?
_ Na maior tranquilidade
_ Pelo que sei, nem todos os Espritos podem penetrar em todas as
reunies...
_ Pensas, por ac aso, que tua sala um santurio no qual sou indigno de penetrar?
_ Responde c om seriedade e deixa de brinc adeira; os Espritos mistif ic adores no so bem rec ebidos em minhac asa.
_ H reunies de espritos nas quais ns, desc lassif ic ados, no podemos penetrar, verdade; mas so os EspritosSuperiores que nos impedem no vs, os homens. De mais a mais, quando vamos a alguma parte, sabemos
permanecer a distnc ia, se necessrio, e fic ar em silnc io, escutamos e se
no gostamos, retiramo-nos.
_ Eis que est morto h quinze anos...
_ Alto l! Quem est morto o meu c orpo, mas EU que te falo, no estou
morto.
Comentrio de Kardec : Quer entre Espritos sem expressividade, quer entre os
mais grosseiroes, ouvem- se , muitas vezes, palavras de grande profundeza!
Este EU que no est morto pura filosofia.
_ H quinze anos ests morto, mas parec es to sem juzo c omo antigamente;
no progrediste, por ventura?
_ Sou aquilo que era: nem pior nem melhor.
_ Como passas o tempo?
_ No tenho outras ocupaes seno a de me divertir ou de me informar a
respeito dos ac ontec imentos que podem influenc iar meu destino.
Observo muitas c oias. Passo parte de meu tempo, s vezes, em c asa de
amigos... s vezes em teatros...s vezes surpreendo c oisa hilariantes...Se
as pessoas soubessem as testemunhas que tm, quando julgam estar a ss!...
Enfim, proc edo de maneira a que o tempo me pese o menos possvel...No sei
dizer quanto isto vai durar, e, no entanto, permaneo assim h bastante
tempo...
_ Que que te falta? No tens mais enc essidade de nada; no sofres mais,
vais a toda parte e tudo vs. No tens mais c omo o que te preocupares, nem
com doenas, nem com achaques prprios da velhic e, no ser isto uma
existnc ia feliz?
_ Falta- me a realidade dos prazeres; no sou sufic ientemente elevado para
usufruir a felic idade moral; desejo tudo que vejo, e isso me tortura.
Aborreo-me e procuro matar o tempo como passo!...COmo longo o tempo! Fic o
numa inquietude, que no posso definir..., preferiria sofrer as misrias da
vida, que essa ansiedade que me c onfunde.
Comentrio de Kardec : No isto um quadro eloquente dos sofrimentos morais
dos espritos inferiores? Desejar tudo quanto vem; ter os mesmos desejos e,
em realidade, no gozar nenhum deles; deve ser uma verdadeira tortura."
_ Disseste que ias ver os amigos; isso no uma distra o?
_ Meus amigos no suspeitam que estou ao lado deles; no pensam mais em mim
e isto me faz sofrer.
_ No tens amigos entre os Espritos?
_ Entre os insensatos, os inferiores c omo eu que vivem desgostosos; a
c ompanhia deles no muito divertida; os Espritos felizes e equilibrados
afastam-se de mim.
_ Pobre rapaz! Eu te lamento e, se puder ser- te til, s- lo- ei, c om prazer.
_ Se soubesses c omo essas palavras me fazem bem! a primeira vez que as
esc uto.
_ No poderias proc urar as oportunidades para ver e esc utar c oisas boas e
teis que servissem ao teu progresso?
_ Sim, mas para isso, nec essrio fora que soubesse tirar proveito das
li es. Confesso que prefiro presenc iar c enas de amor e deboche , que no
influenc iam meu esprito para o bem. Entretanto, soube resistir a formular
um pedido de reenc arna o para gozar os prazeres de que tanto abusei; agora,
vejo quanto teria errado. Vindo tua c asa , sinto que fiz bem.
_ Quando vais ao teatro experimentas as mesmas emo es que tinhas quando
vivo?
_ Diversas ! Inic ialmente, as dos tempos de vivo, depois, misturo-me,
algumas vezes, nas c onversas dos outros...e ou o c oisas singulares.
_ Qual o teu teatro predileto?
_ "Les Variets", mas muitas vezes, visito todos na mesma noite. Vou tambm
aos bailes e s reunies onde se diverte.
_ ...Divertindo- te , no podes tambm instruir- te, j que, na condi o em
que estas, podes observar vontade tanta c oisa?
_ Sim, mas o que gosto mesmo de c ertos c olquios, verdadeiramente
curioso observar o c omportamento inbil de determinados indivduos,
espec ialmente dos que ainda querem passar por jovens. Ningum diz a verdade;
o c orao se disfar a assim c omo o rosto. A respeito disso, fiz um estudo
dos c ostumes.
_ Gostaria de oferec er- te uma oportunidade para pratic ares uma boa a o,
queres?
_ De todo o c ora o! Deverei servir para alguma c oisa! Dize-me , depressa o
que devo fazer!
_ Devagar! Estudarei o problema e falaremos sobre isso noutra oportunidade.
_ At logo
Assim transcorreu a primeira palestra.
Comentrio de Kardec : No menos interessante foi a Segunda, uma semana
depois, vejamos.
_ Ento, meu c aro Pedro, refletiste seriamente sobre o que dissemos
outro dia?
_ Mais seriamente do que imaginas; dec idi provar- te que valho mais do
que pare o. Sinto-me mais a vontade desde que arranjei alguma c oisa para
fazer. T enho agora um objetivo e no me aborreo mais.
_ Falei a teu respeito c om o Senhor Allan Kardec ; c omuniquei- lhe nossa
conversa e ele fic ou muito c ontente e deseja entrar em c ontato c ontigo.
_ Eu sei disso; fui a c asa dele.
_ Quem te levou at l?
_ T eu pensamento. Voltei aqui no dia seguinte e ,vendo que tu lhe querias
falar a meu respeito, disse a mim mesmo: vou l de uma vez; provavelmente
desc obrirei alguma c oisa para ser observada e, talvez, uma oportunidade de
ser til.
_ Gosto de ver- te c om esses pensamentos srios. Que impresso te c ausou a
visita?
_ Oh! Muito grande! Aprendi c oisas de que nem suspeitava e que me
esc lareceram muito a respeito de meu futuro. Foi uma luz que se fez em mim.
Compreendo agora tudo o que tenho a ganhar, se me aperfei oar...
necessrio...
_ Se no for indisc re o, posso perguntar- te o que viste?
_ T al c omo ac ontec e nas outras c asas que visito, h c oisas que no
quero...e outras que no posso c ontar.
_ Como explic as isso? T u no podes dizer tudo o que queres?
_ No, de uns dias para c , vejo um Esprito que parec e seguir-me por toda
parte; que me estimula ou me contm. Dir- se- ia que me dirige. Sinto um
impulso que no sei desc rever e ao qual sou obrigado a obedec er. Se quero
dizer ou fazer alguma c oisa inc onveniente, c oloc a- se diante de
mim...olha-me...eu me calo... e paro.
_ Quem esse Esprito?
_ No fao a menor idia, mas ele me domina. Deve ser bom, pois impede-me de
dizer tolic es... s vezes imagino ser o Esprito de meu bom pai, que deseja
ocultar- se.
_ provvel. Sabemos que os pais tm por misso educar os filhos e
dirig- los no c aminho do bem at c erto ponto, a c onduta dos filhos influi na
felic idade dos pais, mesmo depois da morte. Na c erta, deseja ajudar- te no
bom caminho em que ac abas de entrar.
_ Ele est atrs de ti... Coloc ou a mo sobre a tua c abea,