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O PENSAMENTO COMPLEXO ...as diferentes avenidas que conduzem ao “desafio da complexidade””. (1998, p. 177).

Pensamento complexo

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O PENSAMENTO COMPLEXO

“...as diferentes avenidas que conduzem ao“desafio da complexidade””. (1998, p. 177).

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CONCEITOS

COMPLEXO:

1. Que encerra várias coisas ou ideias.

2. Que não é simples.

3. Conjunto de coisas ligadas por um nexo comum.

COMPLEXIDADE:

1. Qualidade do que é complexo.

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Teoria da Complexidade.

Edgar Morin se refere freqüentemente à teoria da complexidade, apenas com o termo Complexidade.

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OBJETO DE ESTUDO

• Em Ciência com consciência (1998), ele propõeque sejam superados dois mal-entendidossobre a Complexidade. O primeiro é o deconcebê-la “... como receita, como resposta,ao invés de considerá-la como desafio e comomotivação para pensar” (p. 176); o segundo é“... confundir a complexidade comcompletude”: não é, diz ele; é antes oproblema da “incompletude do conhecimentohumano” (p. 176).

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TRECHOS DO TEXTO COMPLEXIDADE E PENSAMENTO

COMPLEXO

Humberto Mariotti

• O que é complexidade

- A complexidade não é um conceito teórico e sim um fato da vida. Corresponde à multiplicidade, ao entrelaçamento e à contínua interação da infinidade de sistemas e fenômenos que compõem o mundo natural. Os sistemas complexos estão dentro de nós e a recíproca é verdadeira. É preciso, pois, tanto quanto possível entendê-los para melhor conviver com eles.

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Não importa o quanto tentemos, não conseguimos reduzir essa

multidimensionalidade a explicações simplistas, regras rígidas, fórmulas

simplificadoras ou esquemas fechados de idéias.

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É o pensamento capaz de reunir(complexus: aquilo que é tecidoconjuntamente), de contextualizar, deglobalizar, mas ao mesmo tempo, capaz dereconhecer o singular, o individual, oconcreto.

(Morin e Moigne, 2000, p.207).

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A complexidade só pode ser entendida por umsistema de pensamento aberto, abrangente e flexível— o pensamento complexo.

Este configura uma nova visão de mundo, queaceita e procura compreender as mudançascontínuas do real e não pretende negar amultiplicidade, a aleatoriedade e a incerteza, e simconviver com elas.

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Lembremos uma frase de Jean Piaget: "Osfenômenos humanos são biológicos em suas raízes,sociais em seus fins e mentais em seus meios". Aexperiência humana é um todo bio-psicosocial, quenão pode ser dividido em partes nem reduzido anenhuma delas. Primeiro, percebemos o mundo.Em seguida, as percepções geram sentimentos eemoções. Na seqüência, estes são elaborados emforma de pensamentos, que vão determinar onosso comportamento no cotidiano.

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O modo como nos tornamos propensos(pela educação e pela cultura) a pensar é quevai determinar as práticas no dia-a-dia, tantono plano individual quanto no social. Doponto de vista bio-psico-social, o principalproblema para a implantação dodesenvolvimento sustentado (e portanto odesenvolvimento da cidadania) é apredominância, em nossa cultura, do modelomental linear.

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Pensamento linear (reducionista)

• Olhando para um dado fenômeno a partir dessalógica, o objeto de estudo é dividido em váriaspartes, em seguida é feito uma análise de cadaparte em separado. Formula-se várias categorias,grupos e subgrupos para classificação eespecializações de cada parte. Fica evidente oquanto é fragmentador e reducionista esse tipode lógica de pensamento.

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Pensamento Sistêmico

• O pensamento sistêmico interliga as partes, diminui adistância entre elas e permite pensar o conjunto(sistema) sem perder de vista todos os seuscomponentes. Admite-se nesse modelo, que naarticulação entre as partes, podem surgir novaspropriedades (idéias novas), o que seria impossível devisualizar a partir do pensamento linear.

pensamento linear.

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• Simplificando: a análise das partes emseparado revela um conhecimento; a análisedas partes em relação com o todo revela umconhecimento com propriedades novas.

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O pensamento complexo não nega os modelos de pensamentos linear e sistêmico. Ele dá um passo além: inclui a aleatoriedade, a incerteza,

a imprevisibilidade e impossibilidade de separação entre sujeito e objeto.

Homem, máquina e ambiente estão intrinsecamente interligados.

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Um exemplo: o raciocínio linear aumenta aprodutividade industrial por meio daautomação, mas não consegue resolver oproblema do desemprego e da exclusão socialpor ela gerados, porque se trata de questõesnão-lineares. O mundo financeiro é apenasmecânico, mas o universo da economia émecânico e humano.

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O pensamento complexo origina-se a partir da obrade vários autores, cujos trabalhos vêm tendo amplaaplicação em biologia, sociologia, antropologia social edesenvolvimento sustentado. Uma de suas principaislinhas é a biologia da cognição, de Maturana, quesustenta que a realidade é percebida por um dadoindivíduo segundo a estrutura (a configuraçãobiopsico-social) de seu organismo num dadomomento. Essa estrutura muda continuamente deacordo com a interação do organismo com o meio.

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A diversidade de visões não impede (pelocontrário, pede) que cheguemos a acordos(consensos sociais) sobre o mundo em quevivemos. Esses consensos é que vãodeterminar as práticas sociais. Para quepossamos chegar a consensos que levem emconta o respeito à diversidade de pontos devista é necessário observar alguns parâmetrosessenciais:

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• O que chamamos de racional é o resultado de nossaspercepções. No início, elas surgem comosentimentos e emoções. Só depois é que setransformam em pensamentos, que geram discursos,que por fim são formalizados como conceitos.

• O racional vem do emocional, não o contrário. Issonão quer dizer que devamos deixar de ser racionais.Significa apenas que precisamos aprender aharmonizar razão e emoção, pensamento mecânico epensamento sistêmico. Essa é a proposta essencialdo modelo complexo.

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• Uma cultura é uma rede de conversações que defineum modo de viver. Toda cultura é definida pelosdiscursos que nela predominam. Estes se originamnas conversações, que começam entre indivíduos,estendem-se às comunidades e por fim a todo oâmbito cultural.

• Os consensos sociais (que determinam, por exemplo,o que é permitido e o que não é, o que é real e o queé imaginário numa determinada cultura) resultamdesses discursos, que por sua vez são oriundos dasredes de conversação.

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• Cresce-se numa cultura vivendo nela como um indivíduo participante da rede de conversações que a define. Crescer numa cultura significa, então, adquirir e desenvolver a cidadania.

• Uma cultura que não desenvolve a cidadania de seus membros não cresce, permanece subdesenvolvida. Logo, não pode sequer começar a pensar em desenvolvimento sustentado.

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• Como vimos há pouco, todo sistema racional começa no emocional: o que pensamos vem do que sentimos. É por isso que nenhum argumento racional pode convencer as pessoas que já não estejam desde o início convencidas ou propensas a isso.

• Os argumentos racionais são úteis para iniciar conversações. Mas se eles insistem em permanecer lineares (ou seja, excludentes, apegados ao "ou/ou"), isso significa que querem manter-se como os únicos "verdadeiros", isto é, que não respeitam a diversidade. E esta, como sabemos, é a essência da cidadania.

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FEEDBACK

• Teoria da complexidade Interligação

Interdependência

• Não se fecha, nem se reduz a regras simplistas;

- Reuni

- Contextualiza

- Globaliza

- Reconhece o indivíduo e o concreto.

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• Visão de Piaget: BIOPSICOSOCIAL

- Percepção de mundo;

- Sentimentos;

- Elaboração de pensamentos

COMPORTAMENTO

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• MODELO MENTAL LINEAR Conhecimento

- Reducionista/fragmentado

• MODELO MENTAL SISTÊMICO

- Interliga as partes gerando Conhecimento

novas ideias. com

propriedades novas

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• Pensamento Complexo inclui a esses modelos mentais a ALEATORIEDADE, INCERTEZA, IMPREVISIBILIDADE e a IMPOSSIBILIDADE DE SEPARAÇÃO ENTRE SUJEITO E OBJETO.

HOMEM + MÁQUINA + AMBIENTE

- DIVERSIDADE DE VISÕES POSSIBILITA OS CONSENSOS SOCIAIS SOBRE ONDE VIVEMOS.

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• Dessa maneira:

- Não se pode desenvolver uma compreensão satisfatória da cidadania e de desenvolvimento sustentado cuja essência seja apenas no pensamento linear.

- Por outro lado, o pensamento sistêmico, quando isolado, é também insuficiente para as mesmas finalidades.

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• Há, portanto, necessidade de uma complementaridadeentre ambos os modelos mentais. O pensamento linearnão se sustenta sem o sistêmico, e vice-versa. Odesenvolvimento sustentado precisa de um modelo depensamento que lhe dê sustentação e estrutura. Este é opensamento complexo.

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• No caso dos adolescentes e adultos de hoje, é possível alcançar mudanças substanciais nessa área, desde que eles sejam educacional e culturalmente sensibilizados.

• Para isso, é essencial a atuação das entidades do terceiro setor (entidades comunitárias), porque por meio delas é possível questionar a rigidez institucional e o modelo mental linear que, em geral, caracteriza as estruturas governamentais.

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Alguns princípios do pensamento

complexo

• Tudo está ligado a tudo.

• O mundo natural é constituído de opostos ao mesmo tempo antagônicos e Complementares.

• Toda ação implica um feedback.

• Todo feedback resulta em novas ações.

• Vivemos em círculos sistêmicos e dinâmicos de feedback, e não em linhas estáticas de causa efeito imediato.

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• Por isso, temos responsabilidade em tudo o que influenciamos.

• O feedback pode surgir bem longe da ação inicial, em termos de tempo e espaço.

• Todo sistema reage segundo a sua estrutura.

• A estrutura de um sistema muda continuamente, mas não a sua organização.

• Os resultados nem sempre são proporcionais aos esforços iniciais.

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• Uma parte só pode ser definida como tal em relação a um todo.

• Nunca se pode fazer uma coisa isolada.

• Não há fenômenos de causa única no mundo natural.

• As propriedades emergentes de um sistema não são redutíveis aos seus componentes.

• É impossível pensar num sistema sem pensar em seu contexto (seu ambiente).

• Os sistemas não podem ser reduzidos ao meio ambiente e vice-versa.

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CONCLUSÃO

Com a ilusão do controle o homem tem negado asi mesmo, na medida em que se afasta, coloca-sefora do mundo, como se fosse algo indiferente aosfenômenos. Assim, ele busca pintar o mundo com ascores da causalidade, da linearidade, da ordem e deum “explicacionismo” em termos quantificáveis eclassificáveis cada vez mais redutivos e simplificados.Ele crê, dessa maneira, não participar, não interagircom os fenômenos, nessa fuga ele não se vê comoresponsável pelos colapsos e catástrofes queocorrem.

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• Esta idéia de desafio é bem interessante: a complexidade não é uma teoria que explica tudo ou qualquer coisa, mas é uma atitude de todo estudioso que põe, para si mesmo, o desafio de estar sempre buscando algo que pode ter faltado na elucidação de qualquer fenômeno (incompletude), ou, o que é o mesmo, na elucidação de tudo o que aparece como sendo ou como existindo. Isto porque está convencido que nada é simples: tudo é complexo.

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• Não precisamos nem de um pensamento parcelar ou reducionista, incapaz de ver o contexto e a globalidade, nem de um pensamento global e oco. Precisamos de um pensamento que considere as partes em relação com o todo e o todo em suas relações com as partes.

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BIBLIOGRAFIA

• Http://www.teoriadacomplexidade.com.br/textos/teoriadacomplexidade/CartaParaAsFuturasGeracoes.pdf

• Mariotti, Humberto. As Paixões do Ego: Complexidade, Política e Solidariedade. São Paulo, Editora Palas Athena, 2000.

• http://www.teoriadacomplexidade.com.br/textos/teoriadacomplexidade/Complexidade-e-PensamentoComplexo.pdf

• http://www.eternoretorno.com/2008/12/20/modelos-de-pensamentos-do-homem-linear-e-sistemico

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MATERIAL COMPLEMENTAR:

“ O conhecimento científico também foi durante muito tempo e continua sendo concebido como tendo por missão dissipar a aparente complexidade dos fenômenos a fim de revelar a ordem simples a que elas obedecem.” (Iniciação ao Pensamento Complexo, p. 5)

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EDGAR MORIN

“ O conhecimento científico também foi durante muito tempo e continua sendo concebido como tendo por missão dissipar a aparente complexidade dos fenômenos a fim de revelar a ordem simples a que elas obedecem.” (Iniciação ao Pensamento Complexo, p. 5)

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• Por exemplo, se tentamos pensar no fato de que somos seres ao mesmo tempo físicos, biológicos, sociais, culturais, psíquicos e espirituais, é evidente que a complexidade é aquilo que tenta conceber a articulação, a identidade e a diferença de todos esses aspectos, enquanto o pensamento simplificante separa estes diferentes aspectos, ou unifica-os por uma redução mutilante.

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• Portanto, nesse sentido, é evidente que aambição da complexidade é prestar contas dasarticulações despedaçadas pelos cortes entredisciplinas, entre categorias cognitivas e entretipos de conhecimento. De fato, a aspiração àcomplexidade tende para o conhecimentomultidimensional.

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• Ela não quer dar todas as informações sobre um fenômeno estudado, mas respeitar suas diversas dimensões: assim, como acabei de dizer, não devemos esquecer que o homem é um ser biológico-sociocultural, e que os fenômenos sociais são, ao mesmo tempo, econômicos, culturais, psicológicos, etc.. Dito isto, ao aspirar a multidimensionalidade, o pensamento complexo comporta em seu interior um princípio de incompletude e de incerteza. (p. 176-177)

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• Tal pensamento evita ao mesmo tempo que se perceba apenas um fragmento fechado de humanidade, esquecendo a mundialidade, e que se perceba apenas uma mundialidade, desprovida de complexidades. A reforma do pensamento é portanto necessária para contextualizar, situar, globalizar e também tentar estabelecer um meta-ponto de vista que, sem nos fazer escapar de nossa condição local-temporal-cultural singular, nos permita considerar, como de um mirante, nosso lugar antropoplanetário.

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• A fórmula “pense global e aja local” é sempre verdadeira, mas é preciso acrescentar “pense local e aja global”. (idem, p. 113)

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A Teoria da Complexidade, hoje chamada de Nova Ciência, engloba várias teorias recentes – Teoria do Caos, Teoria dos Fractais, Teoria das Catástrofes, Lógica Fuzzy (difusa) entre outras – procedentes das ciências exatas que se dirigem, explicita ou implicitamente, para uma visão cada vez mais aproximada da realidade, sem simplificação, sem reducionismo. Paradoxalmente, estas teorias aproximam-se das ciências naturais e das ciências humanas. Estão sendo usadas para entender as estruturas e os processos organizacionais complexos que transcendem as teorias clássicas sobre organização. Os processos organizacionais são mais bem explicados e entendidos à luz dessas teorias. É um novo modo de investigação das mudanças.

A visão de complexidade nos remete à idéia de sustentabilidade para reverter o Squadro de vulnerabilidade a que todos estamos submetidos, inclusive o Planeta, na sua totalidade complexa. Sustentabilidade, não no sentido pequeno de adaptação, sobrevivência e de lucro, como às vezes é utilizado no âmbito organizacional, mas no sentido de preocupação com as perspectivas para as gerações futuras. Preocupações estas, tanto em termos de qualidade de vida para todos os seres vivos como em termos ambientais para todo o Planeta e também com relação ao processo sucessório nas organizações.

Ressalte-se que o Paradigma da Complexidade constitui um meio útil para entender os processos de inovação e auto-renovação em qualquer tipo de organização. É um novo modo de investigação das mudanças e para a pesquisa do gerenciamento estratégico e do desenvolvimento organizacional. É também um instrumento útil para entender as mudanças sociais no mundo, pois desafia as suposições convencionais de estabilidade natural, equilíbrio, processos lineares e preditibilidade determinística. Permite-nos trabalhar a pessoa em seus aspectos subjetivos, complexos, numa perspectiva do seu relacionamento nas organizações, nas relações de trabalho, de família, de sociedade ou de qualquer outra manifestação de organização que a cultura propicie.

Este paradigma já vem se instalando desde os anos 70 do século XX, embora muitas pessoas ainda não tenham consciência da existência das teorias que convergem para a mudança de época e de paradigma que estamos presenciando.

A Teoria da Complexidade, por nos propiciar uma visão mais próxima da realidade, pode nos ajudar muito a melhor entender e implementar os processos de Estratégia e de Gestão, proporcionando maior efetividade nas ações da organização e, como conseqüência, proporcionar um melhor relacionamento e atendimento das necessidades tanto dos atores internos como dos atores externos envolvidos com uma organização.

FONTE: http://www.teoriadacomplexidade.com.br/teoria-da-complexidade.html