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PENSAMENTOS do Autor Desconhecido I

Pensamentos · 2017. 12. 3. · Sei bem o que é sentir-se só, excluído. Estamos numa sociedade que se diz livre, compreensiva, tolerante, mas na minha opinião, é apenas uma fachada

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PENSAMENTOS

do Autor Desconhecido

I

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Uma espécie de Introdução !!

Se me perguntarem, qual o motivo pelo qual decidi escrever este livro? Respondo que não sei ao certo. Julgo que não tem que existir um “motivo”, mas sim uma vontade.

Em primeiro lugar, posso confessar que existe em mim uma necessidade de escrever, em segundo, um desejo de escrever muito. Iria estar a mentir, se dissesse que nunca me imaginei a ser escritor a “tempo inteiro”.

Mas não é propriamente, o “vender livros” que me motiva, nem sessões de autógrafos ou coisa que se pareça.

É diferente.

Quando comecei a escrever nos meus blogs, comecei a ter algum “feedback”. Percebi então, que ao estar a colocar a descoberto as minhas ideias, os meus pontos de vista, poderia estar a ajudar outras pessoas.

Sei bem o que é sentir-se só, excluído. Estamos numa sociedade que se diz livre, compreensiva, tolerante, mas na minha opinião, é apenas uma fachada.

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Queremos “vender” essa ideia, mas,ao fim ao cabo, não estamos assim tão evoluídos, não somos o que dizemos ser.

Portanto, decidi que era tempo de avançar, não poderia esperar mais.

Na verdade, sinto que esperei tempo demais, para começar a escrever assiduamente e com objectivos mais concretos, como este que está nas vossas mãos, ou no ecrã do vosso computador, tablet ou smartphone.

Quando pensava nisto, sempre achava que o resultado iria ser fraco, que nunca iria ser capaz de escrever, que o melhor seria esperar…

Mas tudo isso são desculpas, desculpas causadas, sobretudo, pelo medo de falhar.

Mas mais vale falhar, do que nunca tentar.

Ponto!

Não vou dizer que espero que gostem, nem pedir que partilhem, nem que falem deste livro aos vossos amigos.

Só espero que estas palavras vos ajudem.

Às vezes são pequenas coisas, que impulsionam grandes mudanças.

Talvez esteja aqui um ponto de partida.

!!

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O Difícil é começar !!Uma página em branco…pode não parecer, mas é algo assustador.

O cursor a piscar, como que a gozar comigo, como que a perguntar se serei capaz…

E parece ganhar…pois nada escrevo…

Mas a luta não é entre mim e as teclas abaixo dos meus dedos, é uma luta interna, contra mim mesmo.

Uma parte de mim anseia por escrever, quase que desenfreadamente, enquanto outra, talvez a mais racional, exige que eu pare, antes que me magoe.

Mas isto não acontece só a mim, nem só a quem escreve ou tenta escrever, isto acontece-nos ao longo na nossa Vida, constantemente. Creio que é uma espécie de sistema de protecção, para evitar que uma situação nos cause desconforto e dor.

Se eu não escrever, não corro o risco de não ser lido, não corro o risco de falhar. Mais tarde, poderei afirmar que tinha jeito para a escrita, que poderia ter sido um grande escritor.

Quantas pessoas não conhecem, que também dizem algo deste género?

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Aliás, quantas vezes não deram por vós a dizer isto? Que poderiam ter sido actores, músicos, dançarinos, chef’s, pintores…

Se vos perguntar “e porque não?”, vão dizer-me que agora é tarde, que não dava, que agora os filhos não permitem, que era uma tolice e mil e uma desculpas…todas válidas, claro.

E é a este tipo de conforto a que eu me estava a referir…

!E volto de novo a olhar para o cursor, mas desta vez, ele não parece tão agressivo…parece até sentir-se um pouco só…e começo a escrever algumas palavras.

As palavras têm vida própria, daí que por vezes acabem por me amordaçar, ainda antes de as escrever.

Uma luta, no fim de contas…

Mas como disse no início, o difícil é mesmo começar.

Outra das minhas paixões é a musica, e recordo-me como era difícil criar algo novo, algo diferente, algo que transparecesse para as notas os meus sentimentos…foram imensas horas, muitas sem qualquer resultado imediato…mas na verdade, acabei por ir fazendo algumas músicas. Sim, digamos que às vezes os resultados ficavam aquém

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do que tinha idealizado, mas, mais importante que o resultado, era o caminho percorrido para lá chegar.

E, olhando para trás, sem dúvidas, o difícil é começar.

Somos humanos, e temos tendência a falhar os compromissos, a deixar-nos levar pela vontade de não fazer nada.

Traçamos metas, estabelecemos objectivos, fazemos promessas, celebrámos o momento…mas o momento é breve e a Vida (parece) longa. Vamos perdendo aquele fulgor, a ideia vai perdendo a força e, aos poucos, tudo volta ao normal…e nada acontece.

De que valem afinal as palavras, se não são precedidas de qualquer ação?

Se calhar, é por isso mesmo que acabamos, por nem começar…

Sejamos honestos, se é tão difícil começar, como será o resto do processo?

!!

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Primeiros Passos !!O primeiro passo…é um dos mais difíceis de dar, isto, porque às vezes nem sabemos por onde começar.

A n t e s d e m a i s , d e v o d i z e r q u e f a l o , principalmente, de mim. Sim, muitas vezes, não sei por onde começar e, por isso, acabo por me sentir totalmente bloqueado. É como se em meu redor tivessem sido colocadas paredes: por onde quer que eu vá, para onde quer que eu olhe…parede, parede, parede…

Assim é difícil, não é?

E mais, como começar algo, que não sabemos sequer muito bem o que é?

Como começar algo, que não sabemos sequer fazer?

Se ainda fosse algo mais concreto: um desenho, um texto, umas obras na garagem…

Outra coisa, é algo mais abstracto, mais complexo, como…mudar de Vida!!!

E aqui está uma ferida aberta, onde evitamos a todo o custo colocar o dedo…

Sim, eu sei, sei perfeitamente o que é isso.!- Um dia de manhã

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- Um dia de trabalho

- Regresso a casa

- Jantar, arrumar a cozinha

- Tv ou arrumar a roupa

- Cama

!Repetir, repetir, repetir…

!E vamos ouvindo histórias, de pessoas que largaram tudo para abraçar um projecto, uma causa…e parecem tão felizes…

E eu?

Seria capaz?

Sim, claro que sim…isto assim não pode continuar…

Tenho de Mudar

Vou Mudar!!!

Mas…o tempo passa…

E tudo fica igual…

Pois os dias vão passando…

Aquela indignação vai-se dissipando…

Afinal, o emprego nem é assim tão mau…há pessoas em situações muito piores…

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Até dá para umas férias naquele sitio que os meus amigos falam…

Até dá para comprar aquele telemóvel top, que todos querem…

Afinal, estou bem…

!Bem, não sei se isto vos parece familiar…

No que a mim diz respeito, confesso que já passei por várias fases, e ainda não estacionei em nenhuma de vez.

Talvez essa seja a minha forma de ir resistindo, talvez essa seja a fonte das minhas angustias…

Sim, não é fácil viver num Mundo que às vezes parece não ter lugar para nós…

E sim, acabamos por sentir que a culpa é nossa, e que temos de nos “adaptar”…

Sim, um dia acordámos, e sentimos que, afinal, somos apenas…mais um…

Uma pessoa exemplarmente…comum…

Tantos sonhos, tantas possibilidades, tantos desejos, tantas lutas…e afinal, sou apenas um tipo normal, que se levanta todos os dias para fazer todos os dias as mesmas coisas…

Não era nada disto que eu tinha imaginado…

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Não era nada disto que eu tinha planeado, como é que é possível? Como é que deixei chegar as coisas a este ponto?

Não percebo, sempre disse que iria ser diferente, sempre abominei aquelas pessoas que queriam a “vidinha”, não se queriam chatear com nada…

E afinal, também sou uma dessas pessoas…

E é isto…não vale a pena sequer, pensar mais nisso…

!

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E se…? !!E se fosse possível?

Mas que pergunta poderosa, mas que pode também ser inofensiva.

Sim, sei que pode parecer uma afirmação, digamos, contraditória, mas passo a explicar.

Quando digo que pode é poderosa, digo-o porque pode ser um catalisador para uma profunda mudança. Quando digo inofensiva, significa que não existiu qualquer tipo de acção, após ter sido colocada.

Um dia normal, estão a ver um programa de TV ou a ler um artigo na net. A história fala do percurso de alguém conhecido. Ficam então a saber, que essa pessoa tem uma curiosa história de Vida. Tinha um trabalho, uma rotina, algo de mau aconteceu, perdeu emprego, amigos, etc. Ficou de rastos. Bateu bem lá no fundo, mas tudo isso serviu para criar armas, criar defesas e ergueu-se, criou o seu emprego, criou uma nova Vida e venceu.

Nós ouvimos essa história e vamo-nos identificando com vários pontos, sentimos que aquela pessoa…podíamos ser nós.

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Começamos a sentir algo estranho, uma espécie de mistura entre ansiedade, esperança, adrenalina…sentimos que seriamos também capazes de algo…e pensamos: “E se…?”

É isto a que me refiro…

O nosso cérebro começa a fervilhar, as ideias atravessam-nos o corpo e quase sentimos os pés no ar.

Todas aquelas ideias que nos passam pela cabeça fazem sentido.

Não queremos saber do que as pessoas vão dizer.

Não nos importamos com o que os nossos amigos vão pensar.

EU SOU CAPAZ!!!

EU CONSIGO!!!

Os obstáculos existem, temos consciência disso, mas….

Tinha de colocar aqui um “mas”, pois aqui existe uma fronteira, em que podemos atravessar para o lado em que…nada acontece.

Ou melhor, acontece, mas não pelo caminho que estávamos indo inicialmente.

É aqui que isto pode acontecer: Começamos a pensar com mais calma, quase como se esperássemos pelo fim da tempestade. Começamos a

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achar que estávamos a ir rápido de mais, longe de mais.

É melhor acalmar-me, é melhor pensar mais um pouco, não vá tomar uma decisão precipitada.

E os “e se…?” começam a surgir em debandada, mas como obstáculos: E se isto corre mal?

E se isto acontece, o que farei?

E se falha?

E como vou dar a volta?

E como vou fazer isto, se aquilo acontece?

Etc…

Etc…

Sentimos que acabámos de levar um estalo, mas daqueles que nos fazem andar uma dúzia de passos para trás.

Um murro no estômago, em que sentimos a mão que nos bateu, a percorrer todos os órgãos internos…

Sente-se um nó na garganta…o mundo começa a desabar à nossa volta…

Devia estar doido…deixa-me mas é estar quieto…

E depois da euforia, vem uma espécie de neblina, de zona cinzenta, de uma luz fosca que nos tolda a visão…

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Aos poucos, vamos saindo daquele estado mental, onde a felicidade se tornou numa angústia, onde o sonho se tornou num pesadelo, onde a liberdade se transformou em amarras…

Nunca serei capaz…

Tenho de me contentar…

Tenho de me CONFORMAR…

Conformar, mas que verbo tão recorrente na nossa Vida…

!

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Porquê? !!Mas afinal, porque faço isto? Porque escrevo? Porque quero escrever?

É estranho, ou talvez não…Admito que me sinto um pouco confuso, ao pensar nisso.

Mas não basta dizer…”porque sim”?

Porque sinto que tenho de o fazer, porque preciso de o fazer!

Comecei por escrever, passei pela música, dediquei-me ao vídeo, à fotografia e…a escrita voltou.

Se calhar, o mais correcto será dizer que escrever se tornou uma necessidade, quanto à origem dessa necessidade, creio que é um pouco como aquela velha questão do nascimento da galinha e do ovo.

Em primeiro lugar, vejo a escrita como uma forma de Arte, e a Arte como uma forma de expressão.

Todos nós temos uma voz, todos nós gostámos de nos fazer ouvir. Apesar de eu ser um exímio ouvinte, pessoa de poucas palavras, esta será então a forma que encontrei de me expressar.

Sou um observador por natureza, gosto de descobrir pormenores em coisas banais, descobrir a beleza no comum, questionar-me…

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Mas acredito também que a Arte só faz sentido se partilhada.

De que vale a pena nos expressar, se ninguém ouve?

De que vale a pena escrever, pintar, desenhar, se depois se fecham as obras no fundo da gaveta, ou numa pasta perdida num computador?

De que vale a pena?

Estaremos nós à espera da perfeição para partilhar?

A perfeição não existe em nós…

A única coisa perfeita, seria o Universo, mas nós passamos o tempo a tentar destruir essa perfeição…

Por isso, porque raio queremos alcançar a perfeição?

Talvez a perfeição seja somente uma desculpa, pois na verdade, queremos é ser melhores que o nosso semelhante.

Para quê?

Eu quero somente ser melhor que eu mesmo hoje, do que era ontem.

A minha luta é comigo próprio, pois só assim consigo evoluir…

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Se a luta for contra os outros, apenas os estarei e imitar…ou a sofrer, por querer alcançar os objectivos dos deles…

Sim, esta é uma das bases do Sofrimento…

Queremos o que os outros querem, não o que queremos…

Por isso, queremos atingir as metas a que os outros se propuseram alcançar…

E não as nossas…

Parar!!!

Temos de parar para pensar, reflectir, meditar…

Por mais difícil que seja…

Pois na verdade, não é difícil, nós é que estamos sempre a arranjar desculpas…

A afirmar que não temos tempo…

Sabem que mais?

Não é bem assim…

!

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Um Mundo de Ilusão !!Num Mundo em que as palavras “Realidade” e “Virtual” surgem juntas cada vez mais, acaba por ser normal o facto de as pessoas estarem-se, cada vez mais, a refugiarem-se nesse Mundo Virtual.

Jantar de amigos, o pessoal começa a juntar-se e passados poucos minutos estão todos agarrados ao telemóvel.

Dizem estar tão contentes, que querem partilhar a sua alegria com as outras pessoas, acabando por estar a negligenciar as pessoas que estão a seu lado…

Percebo o que os leva a procurarem refúgio num Mundo Virtual, pois lá tudo parece bom, todos se preocupam uns com os outros, podemos ser defensores de grandes causas, podemos ser famosos…

Falando mais concretamente nas redes sociais, estas têm o poder da Ilusão ao seu mais alto nível. Lá temos PODER, sem sair do sofá…

Podemos ser corajosos, bravos, destemidos…

E não se trata só de aspectos mentais e psicológicos…

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Lá podemos, até, ser mais bonitos…mais novos…

Tira-se uma “selfie”, abre-se um “app” e aplica-se um filtro na imagem e…magia: desapareceram as rugas, desapareceram as marcas do tempo da nossa face…

Os amigos comentam, dizem que estamos com um aspecto fantástico…

Claro que a maior parte não se acredita, e nós, alimentámos essa mentira.

Concordámos!

Olhámos novamente para a foto publicada e até acreditamos que realmente somos aquela pessoa: mais nova, mais bela, mais atraente, corajosa, destemida, que pratica todas aquelas frases que partilha: “vive a vida”, “aproveita cada momento”…

Não sei o que nos irá acontecer…

Às vezes, em jeito de brincadeira mas falando bem a sério, digo que as profissões de futuro serão Psicólogo e Psiquiatra…

Como irão lidar as pessoas com a real Realidade quando tiverem de acordar para a Vida?

Precisamos, urgentemente, de acabar com a expressão “realidade virtual”.

Se é virtual, não é real.

São dois conceitos antagónicos, ponto!

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!A Vida é um Milagre, mas um milagre que pode ser demasiado curto para lhe sentirmos o real sabor…

!Faço para que poucas coisas me irritem, mas ainda não consegui eliminar tudo (se é que é possível), mas confesso que se há algo que me irrita, é a forma despreocupada e leviana, com que a maioria das pessoas desperdiça o seu tempo.

E depois, ainda têm a “coragem”, ou a distinta lata, de se desdobraram em desculpas, quando lhes é proposto que façam algo, pois não têm tempo..

Claro que não têm tempo, não tenho dúvidas…

Se passarem horas no telemóvel, a ver séries e telenovelas, a estarem com pessoas que não interessam para nada, a terem conversas ocas, a discutirem assuntos sem assunto nenhum, etc, etc…realmente admito, sem qualquer ponta de dúvida: não têm tempo…

Nem para chorar…

Nem para sorrir…

Nem para viver…

E quando dão por ela…já passou…

Passou-lhes uma Vida totalmente ao lado…

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E o que fazer?

Nada…

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Medo de ser Feliz !!Não sei se é uma característica de nós Portugueses mas, de uma forma geral, parece que temos medo de ser felizes. Ou então, de admitir que estamos bem, nos sentimos bem.

Basta estar atento às conversas banais, aos encontros casuais de conhecidos, ou um encontro de amigos: quando A pergunta a B como está, como vão as coisas, etc..dificilmente se ouve o outro a dizer que está tudo bem.

Talvez seja o facto de sentirmos inveja por quem achámos que está bem, que achámos que, se dissermos que estamos bem, iremos causar inveja no outro.

Digo isto, porque acho que as pessoas têm tendência a projectar nas outras a sua forma de ver o Mundo.

Ou seja.

Se são mentirosas, para elas as outras pessoas também são.

Se são manipuladoras, as outras também.

Se são falsas, todas as outras pessoas o são…

Por isso, dificilmente admitem que estão bem, que se sentem felizes.

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Pelo contrário, adoram dizer que estão “assim, assim”.

E se alguém começa a debitar tristeza?

Então aí, parece que começa a corrida!

O “Grand Prix” da tristeza.

O Campeonato dos azares.

A Taça das doenças…

E depois, a conversa em casa: “coitadinho do X, tadinha da Y”.

Mas que raio de sentimento é este? Até parece que sentimos prazer em enumerar os nossos problemas.

Não, não vale a pena.

Se estamos bem, vamos admitir que estamos bem,

Vamos partilhar a alegria.

Sim, sabe tão bem um abraço nos momentos maus, como nos momentos bons.

É bom ter um ombro amigo para partilhar as nossas mágoas.

Mas também é fantástico ter um ombro amigo para chorar de alegria.

Parece que a Sociedade censura a Felicidade…

Será?

Então está explicado…

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Por isso é tão difícil ir contra a corrente, desbravar o nosso próprio caminho.

As outras pessoas sentem, percebem que está ali alguém que não se deixa levar pelo que os outros dizem, que não dá muita importância ao que está instaurado, pois sabe que o que procura está mais além, mesmo não sabendo exactamente o que busca.

As pessoas sentem isso…

Por isso, para se defenderem, decidem atacar-nos…

Vão dizer que vamos falhar…

Vão dizer que nos avisaram, e nós não quisemos saber…

E, quando chegarmos aonde deveríamos estar…

Vão dizer que tivemos sorte…

Vão menosprezar todos os nossos momentos de luta…

Vão menosprezar tudo aquilo que tivemos de abdicar…

Não vão dar valor nenhum ao que conseguimos…

Porquê?

Porque elas não têm coragem…

Dizem que somos inconscientes, quando somos ousados.

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Dizem que somos estúpido, quando somos corajosos.

Dizem que somos malucos, quando somos felizes.

É assim, é isto que eu tenho visto a minha Vida inteira…

Vemos um grupo de pessoas que decidiram viver numa comunidade, desligadas do resto do Mundo, e achámos que são uns atrasadinhos, ou uma data de malandros…

Porquê?

Quem nos dá o direito de julgar quem quer que seja, só porque sentiu que o seu caminho não é o mesmo pelo qual todos acham que devem ir?

Não, por favor, não tenham medo de serem felizes…

!

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Valorizar !!Nem sempre damos o devido valor ao que temos, nem a nós próprios, quando deveríamos.

Da mesma forma, por vezes valorizamos em demasia o que somos, sentindo que valemos muita para os outros.

Bem, e depois destas duas frases, afinal em que ficámos?

Pois é, é justamente nesta fronteira que nos devíamos encontrar, e não é fácil.

Eu falo por mim, por vezes subestimo aquilo que faço, e quase perco a vontade de continuar.

Dou o exemplo disto que estou justamente a fazer agora, escrever.

Há já muito tempo que comecei a escrever, sobretudo para mim, é verdade, mas ia escrevendo.

Mas cheguei a um certo ponto, que achei que não valia a pena continuar. A escrita parecia oca, vazia, olhava para o que outros escreviam, e via talento, enquanto o que eu fazia…não sei o que era ao certo.

Também sentia que era muito pessoal, eram como segredos, desabafos e, talvez por isso, ninguém quereria ler.

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Tempo passou…

Mas nunca deixei de escrever…

Há algum tempo atrás, decidi que tinha de mudar (ou voltar, dependendo do ponto de vista)…

Entre outras mudanças que foram acontecendo e novos projectos que fui abraçando, decidi voltar a escrever.

Curiosamente, foram aparecendo pessoas que foram lendo o que eu ia escrevendo..

Bem…é estranho, por estranho que pareça…

Mas serve como um impulso, como uma alavanca para continuar…

Quero ser escritor…

Mas como? Se mal escrevo…

Pois bem, só há uma solução para este impasse: ESCREVER!!!

Escrever, escrever, escrever…

E quando não souber o que escrever?

Escrever mais…

E aqui está um ponto importante, o valorizar.

Antes de tentar, já estava a desistir, achando que não iria ter talento ou sequer tempo.

Mas temos de ter sempre cuidado, para não ultrapassar esta fronteira em demasia.

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Pois podemos acabar por achar que já somo bons, que não precisámos mais de aprender, de tentar, de continuar…

Acabámos por nos sobrevalorizar…

E é nesse momento, que começamos a perder…deixámo-nos levar pelo nosso Ego, e é o nosso Ego que nos guia…

E deixámos de ter valor…

Não sei se algum dia irei ter um livro à venda, se algum dia alguém me irá citar…

Não é isso que me preocupa, assim como não é vender livros o meu objectivo.

O meu objectivo é escrever, somente escrever…e isso já comecei a fazer.

O resto…não me interessa, a não ser, escrever cada vez melhor…

Não quero ser melhor que ninguém, nem sentir que sou pior que ninguém…

Apenas quero ser melhor amanhã, do que sou hoje…

Para isso, tenho que acreditar que sou capaz, pois de outra forma…

Nunca fui propriamente, uma pessoa com uma auto-estima elevada, nem nunca me achei capaz de grandes feitos…pelo contrário, a maior parte da minha vida sentia-me um inútil, em fases mais “complicadas”, achava que era um empecilho, que

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valia tanto como um pedaço de bosta no meio da rua, em que as pessoas tudo faziam por evitar…

Sentia que valia ZERO.

E sentia tanto isso, que acabei por acreditar que era verdade…

Poderia dizer que a culpa era das outras pessoas, da Sociedade, da Educação…

Mas não…

A culpa só é minha.

Vou confessar-vos algo, que pode deixar-vos um pouco…desiludidos, mas, a longo prazo, percebereis que tenho razão, e quanto mais cedo perceberem, melhor: - Não esperem que alguém venha resolver o vosso problema.

Contar com ajuda? Sim.

Esperar que vos tragam a vossa solução no bolso? Esqueçam…

Até pode haver alguém que nos esteja sempre a estender a mão (até um dia se cansar), mas temos de ser sempre nós a dar aquele impulso mais forte, a forçar as pernas e mexer…

Sei que à nossa volta, não faltam pessoas a dizer que nos ajudam a conquistar o Mundo, não faltam anúncios a dizer que nos farão mais fortes, não faltam livros a dizer como alcançar

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os nossos objectivos em 10 passos mas, no final, temos de ser nós próprios a dar o salto, a carregar no botão, a ativar o processo de mudança.

E esqueçam as formas pré-feitas, os planos já desenhados, as técnicas dos outros.

Cada um tem a sua solução.

A minha, não será certamente a vossa.

A vossa, certamente não será a minha.

Devemos olhar para o caminho dos outros, como um exemplo e não mais do que isso. A Vida não é como uma receita de um bolo ou um prato culinário, em que juntámos os ingredientes ABC, mexe-se, acrescenta-se uma pitado de D, vai E minutos ao forno e “tcharan”…está pronto.

NÂO, nada disso!!!

Cada um tem o seu caminho para ser feito, para ser desbravado.

Não queiram que outros o façam por vós.

Não há atalhos.

Sei que agora parece que tudo tem de ser feito rápido e urgentemente, temos de fazer várias coisas ao mesmo tempo, temos de estar constantemente ocupados…

Será?

Será que somos pessoas assim tão ocupadas?

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Ocupadas com o quê? Se ao fim do dia, nos sentimos deprimidos porque parece que não fizemos nada?

Se calhar, não fizemos mesmo nada, apesar de não termos tido tempo para nada…

Sabem porque é que se fica com a sensação de não ter feito nada?

Porque não se fez nada…que valesse a pena.

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A Origem do Sofrimento !!Todos os sentimentos têm uma origem. Pode ser um acontecimento grandioso, uma desgraça, ou simples coisas, como o sorriso de alguém…

Se alguém nos diz algo que nos agrada, sentimo-nos bem, da mesma forma que se acontecer o contrário, sentimos coisas negativas, como o ódio e a raiva.

Analisando um pouco mais, percebemos que existe sempre algo em comum: vem de de nós, aquilo que sentimos.

Uma situação não é boa ou má, nós é que atribuímos o que sentimos á situação.

Claro que isto acontece naturalmente, pois ao longo dos anos vamos incorporando estas reações, vamos interiorizando, de tal forma, que elas surgem de forma espontânea e natural.

Conforme um bebé vai crescendo, vai ouvindo das pessoas que o rodeiam regras e instruções, como “não comas isto”, “isto cheira mal”, “olha que bom”.

Da mesma forma que nós olhamos para outras culturas, e achámos estranho comerem certos alimentos, eles olham para nós e acham o mesmo.

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Mas todos estes exemplos, servem apenas para “provar”, que está em nós, o poder de controlar o que sentimos.

Dito isto, porque sofremos, se podemos controlar o que nos faz sofrer?

A resposta acabou de ser dada.

Podemos controlar o que nos faz sofrer, pois somos nós que interpretámos os acontecimentos.

Se vou no trânsito, e o tipo que vai à minha frente faz uma asneira, ainda para mais, a uma Segunda de manhã, eu vou ficar irritado, vou dizer uns quantos palavrões e dizer que já me estragaram o dia..

Mas reparem, fui eu que fiquei chateado, fui eu que fiquei irritado o dia todo…

A pessoa que ia à minha frente…continuou a vidinha dela…

Portanto, a origem de toda aquela chatice veio de mim, e não de mais ninguém

Claro que não é fácil ter sempre isto em mente, por vezes somos colocados em situações adversas, somos tratados de forma injusta, somos enganados, etc, etc.

E vamos fazer de conta que não é nada???

Vamos pensar nisto: Pensem em.. exercício.

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Vamos correr uma maratona?

Isso…

E que tal andar 10 minutos?

E para a semana 20?

E daqui a dois meses, se calhar podemos andar 30 minutos e correr outros 30, certo?

Estão a perceber onde quero chegar?

Exacto, tal como se treina o corpo, podemos ir treinando a nossa mente.

O nosso cérebro é uma máquina fantástica e, tal como é capaz de adquirir maus vícios facilmente, com perseverança e trabalho, também é capaz de adquirir os bons.

Mas é um processo, por norma, demorado, com altos e baixos.

E mais do que isso, como qualquer outra coisa na vida, cada um tem a sua forma de avançar, cada um tem o seu ritmo.

O problema, é que estamos constantemente a comparar a nossa evolução com a dos outros…

Assim como a nossa Vida…

E acabámos por sofrer…desnecessariamente.

Eu não estou a dizer que devemos acabar com o sofrimento, nada disso.

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Aliás, eu costumo dizer que só conseguimos saborear a felicidade, se tivermos passado pelo sofrimento.

E a Vida não é uma linha uniforme, essa é a linha do Tempo.

A Vida são todos aqueles altos e (muitos) baixos que fazem parte dela.

Esqueçam, esqueçam aqueles programas de TV, em que todas aquelas pessoas que seguem têm uma vida fantástica: têm um emprego de sonho, um corpo de sonho, férias fantásticas, fins de semana de arromba…

É tudo tão bom…

Queria tanto aquela Vida.

Bem, desculpem (uma forma de falar, não peço desculpa), mas isso é tudo FALSO!!!

Acreditam mesmo que “aquilo” existe???

São produtos…

Vocês, quando estão a ver TV, estão a consumir.

Por isso, a TV cria e apresenta produtos, para serem consumidos.

Daí se falar em audiências.

As audiências, são quem compra os produtos.

Tal como no supermercado, um produto é retirado se não é vendido, na TV, o programa acaba se não tiver audiência.

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Por mais culto e útil que seja um programa, se não for consumido…deixa de fazer sentido investir dinheiro para o produzir…

Nunca se esqueçam disto.

E o mesmo se aplica à Internet…

Está cheia de produtos prontos a serem consumidos.

Muitos, oferecidos de forma encoberta.

O que é realmente triste, é que tudo acaba por trazer sofrimento, de uma forma geral.

Pois desliga-se a TV, desliga-se o telemóvel e ficámos nós, e a nossa Vidinha, tão pobrezinha, tão cheia de nada…

Não será esta, a fonte do sofrimento?

Eu já disse o que penso, agora pensem vocês…

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Desistir… !!Desistir…uma palavra bem presente e de forte significado, pelo menos para mim.

E claro, se estão a ler isto, também devem passar por ela várias vezes.

Confesso, sem qualquer tipo de constrangimento, que já me apeteceu desistir…várias vezes.

Por vezes sinto em mim uma súbita vontade de parar, deixar de me preocupar, esquecer tudo…

Acontece em todos os projectos, assim como na Vida.

Dedicamo-nos de corpo e alma a algo, abdicámos de muita coisa e depois…parece que não dá em nada…

Questiono-me…

Duvido…

Pergunto-me…

O cansaço é um travão muito forte, capaz de deturpar todos os nossos sentidos…

E não é só o cansaço, mas sim aquele ponto em que parece que não vemos um fim à vista, acabamos de subir a montanha e…mais monte para subir.

Até quando?

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Eu sei que há sempre algo mais para procurar, é esse o sentido da Vida…

Mas agora…estou tão cansado, tão farto…queria apenas um pouco de Paz…

Fecho os olhos…

Desistir…

Parar…

Esquecer…

A vontade de parar parece tomar conta de nós…

Fico sem vontade de fazer nada, pois parece que faço tanto…para nada.

Final da semana, sinto-me exausto…

Meses passaram, fiz tanto…

Mas parece que não está a resultar em nada…

Desistir…

Mas abraço um novo projecto, agora comecei a escrever.

Compromisso: escrever todos os dias.

Já passou mais de uma semana e…ainda não quebrei o compromisso.

Mas hoje estava a custar…poucas horas de sono, o corpo a exigir descanso…

Mas não posso desistir, não agora.

Vou cumprir…

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Mas por vezes penso: porque é que há-de ser diferente desta vez?

Já tentas-te outras coisas e parece que tem tudo o mesmo fim…

Ninguém quer saber, ninguém liga ao que tu fazes, és apenas mais um…

Mas não consigo parar…porquê?

Porque é que não consigo desistir?

P o r q u e é q u e n ã o c o n s i g o d e i x a r , definitivamente, de acreditar?

Que sou capaz, que tenho uma missão a cumprir…

Que raios…às vezes enerva.

Por vezes chego a detestar-me…

Mas a Verdade, é que não sou apenas mais um…

Ninguém é apenas mais um…mas quase todos fazem questão de esquecer isso…

Não se querem preocupar…

Querem apenas estar de passagem.

E têm a sua razão…

Os seus motivos…

Mas eu não sou assim…já tentei, acreditem que já tentei…

Mas não sou assim…

E não é porque sim, porque me apetece ser “diferente”…

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Isso é o que pensam de mim, quem não me conhece…

“Deve ter a mania que é mais que os outros…”

Não, não é nada disso.

Aliás, quase nem me ouvem falar…

Prefiro escrever, assim, só me “ouve” mesmo quem quer…

Certo?

Desistir…

Não, hoje não…

Quando?

Quando o Universo assim o exigir, e aí, teremos de conversar…

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!!!Luta Perdida

!!Há alguns anos atrás escrevi um pequeno poema com o título “Luta Perdida”. Esse poema resumo um pouco aquilo que a Vida representa para mim, pois acaba por ser uma luta contra o que a Sociedade me impõe, me obriga a cumprir para não ser marginalizado.

Curiosamente (ou não) esse poema parece fazer cada vez mais sentido.

Conjugar o que sinto e o que tenho de fazer não é fácil, é desgastante até.

Eu não me sinto nenhum anarquista ou coisa que se pareça, não quero ser um fora da lei, alguém que se recusa a cumprir regras, nada disso. Mas a verdade, é que sempre me senti um pouco “deslocado”, quase como um viajante do tempo, em que tudo parece não se adequar a mim.

Ao longo da minha adolescência, acabei por me isolar tanto, que nada fazia sentido, nada criava em mim vontade de pertencer ao que quer que fosse. Era um “outsider”, alguém quase sem amigos, sem ninguém com quem pudesse falar, discutir sobre o que viver implicava.

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Não vou dizer que hoje tenha mudado muita coisa, mas, felizmente, acabei por conhecer outras pessoas como eu, não muitas, mas em suficiente número para não me sentir uma aberração.

Mas essa “luta perdida” continua na minha mente.

Porquê?

Porque o mundo quer obrigar-me a ser o que não sou.

Por exemplo, não dou grande valor ao dinheiro nem aos bens materiais, mas a verdade, é que tenho de pensar em dinheiro, em ganhar dinheiro, caso contrário, não tenho comida na mesa…

Ou seja, mesmo que não faça parte da minha forma de ser, parece que tenho de me adaptar obrigatoriamente a uma série de condições, para puder sobreviver.

De certeza que existem outras opções, que talvez, no fundo, me falte coragem para assumir o que sinto, não vou dizer o contrário, pelo contrário, sempre acabo por dizer que ainda me falta coragem.

Sinto que não estou a fazer o que deveria estar a fazer…

Curioso…

Mas estou a ser extremamente honesto, quando digo que ainda estou a procurar o meu caminho, estou a tentar encontrar um rumo a seguir.

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Daí sentir-me perdido, uma boa parte do tempo…

Tenho feito várias coisas, totalmente diferentes. Nos últimos tempos, a expressão “zona de conforto” tem estado a milhas de distância…tenho feito coisas que nunca pensei ter coragem de fazer, ou, pelo menos, chegar ao fim a respirar.

No entanto, parece que ainda não chega…não é nada disto…

Mas pelo menos vou tentando, e esse acaba por ser o meu único consolo…

Tantas vitórias…mas que não sabem a vitória, parecem quase derrotas, uma vez que o seu fim não trouxe nenhum princípio…ou pelo menos eu vejo assim as coisas…

Pois isto pode ser irreal…

Falso…

Tenho a perfeita consciência, de que às vezes temos de tomar um caminho qualquer, para acabar por encontrar o caminho correcto.

É isso que estou a fazer…

A seguir várias direcções…

A tomar várias estradas…

Na esperança de acabar por encontrar um caminho que me faça sentir que estou no trilho certo…

Se é que isso existe…

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E acaba por ser um pouco isto, a luta perdida…

Continuar a procurar, sem saber o que procurar ao certo, sem saber sequer, se algum dia, irei acabar por encontrar o que não sei que busco…

E isto, sem desistir…de viver…

Não quero que vejam isto como algo negativo, embora o seja muitas vezes.

Mas sim, como sendo a minha forma de encarar o presente.

Amanhã tudo pode mudar…a vida é mesmo assim.

Pois a Vida, tal como o Universo, está em constante mudança…e de um momento para o outro, tudo pode deixar de ser como era… por mais que nos custe a aceitar…

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Em jeito de conclusão !!E se chegaram até aqui, é porque cada palavra valeu a pena.

Eu não sou conhecedor da Verdade, nem tenho todas as Respostas, pelo contrário, sou muito mais de ter dúvidas.

Mas são as dúvidas que nos levam mais longe, que nos fazem procurar, questionar, ir mais além.

Acredito que todos nós temos potencial para sermos melhores pessoas, mas que nos faz falta quem nos faça pensar, quem nos faça mover.

Por isso, no fim de contas, apenas quero poder contar convosco, para também vocês me “puxarem”, naqueles momentos de dúvida.

Obrigado, espero que não tenham dado o vosso tempo com as minhas palavras, como perdido.

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Dizem que sou uma pessoa de poucas palavras, mas que quando fala, fala acertado.

No entanto, apesar de pouco falador, escrever é algo que faz parte de mim, uma necessidade tão “básica”, como respirar.

“Autor Desconhecido”, porque atualmente parece que um Autor tem que ter uma carreira, livros publicados, fãs, e sei lá mais o quê. Mas eu sou eu, tenho o meu próprio caminho, aliás, esse é um dos motivos por que escrevo, para poder sentir que tenho um lugar neste mundo. !Sou o Ricardo Oliveira, um Autor Desconhecido. !!!!!

Onde me podem encontrar?

www.doautordesconhecido.wordpress.com

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Autor Desconhecido