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UNIVERSIDADE TUIUTI DE PARANÁ WINIA JESSICA RIGONI PERCEPÇÃO DOS PARÂMETROS DE CONFORTO DOS PROTETORES AURICULARES ENTRE TRABALHADORES CURITIBA 2016

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UNIVERSIDADE TUIUTI DE PARANÁ

WINIA JESSICA RIGONI

PERCEPÇÃO DOS PARÂMETROS DE CONFORTO DOS

PROTETORES AURICULARES ENTRE TRABALHADORES

CURITIBA

2016

WINIA JESSICA RIGONI

PERCEPÇÃO DOS PARÂMETROS DE CONFORTO DOS

PROTETORES AURICULARES ENTRE TRABALHADORES

Trabalho de conclusão do curso apresentada ao Curso de Especialização em Audiologia Clínica: enfoque prático e ocupacional da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná como requisito parcial para a obtenção do Título de Especialista em Audiologia. Orientadora: Profa. Dra. Cláudia Giglio de Oliveira Gonçalves

CURITIBA

2016

TERMO DE APROVAÇÃO

WINIA JESSICA RIGONI

PERCEPÇÃO DOS PARÂMETROS DE CONFORTO DOS

PROTETORES AURICULARES ENTRE TRABALHADORES

A pesquisa intitulada como “Percepção dos parâmetros de conforto dos protetores auriculares entre trabalhadores”, que teve como objetivo avaliar os a percepção dos parâmetros de conforto dos protetores auriculares entre trabalhadores, por meio da utilização de um questionário de avaliação de conforto, foi julgada e aprovada para obtenção do titulo de Especialista em Audiologia no curso de Especialização em Audiologia Clinica da Universidade Tuiuti do Paraná.

Curitiba, 03 de dezembro de 2016.

________________________________________

Especialização em Audiologia Clínica Universidade Tuiuti do Paraná

Orientadora: Profa. Dra. Cláudia Giglio de Oliveira Gonçalves UTP Profa. Tangriane H. Ramos Melek UTP Profa. Dra. Juliana De Conto UNICENTRO

Dedico esta e minhas demais conquistas, aos meus

amados pais (Alba e Emídio Rigoni), meus irmãos

(Wagner, Wander, Wania e Walquiria) e a meus dois

sobrinhos (Gabriela e José Eduardo – Meus

melhores e mais lindos presentes...).

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da minha vida, por estar

sempre ao meu lado, me dando força e coragem.

Aos meus pais, irmãos e toda a minha família que, com muito carinho,

dedicação e apoio não mediram esforços para que eu chegasse até essa etapa

da minha vida.

A minha orientadora, Profa. Dra. Cláudia Giglio de Oliveira Gonçalves,

pela paciência na orientação, incentivo, confiança e competência que fez com

que esse trabalho se concretizasse.

A RP Clinica de Segurança e Medicina do Trabalho, pela disponibilidade,

prontidão e auxilio na coleta de dados.

A todos aqueles que de alguma forma estiveram e estão próximos de

mim e contribuíram para a conclusão desta etapa, o meu muito obrigada.

RESUMO

A implementação do Programa de Preservação Auditiva (PPA) visa á

promoção da saúde auditiva e prevenção de agravos a audição que podem ser

provocados pela exposição a níveis de pressão sonora elevados e outros

agentes ototóxicos. No PPA são realizadas ações que envolvem o ambiente de

trabalho e seus riscos, o acompanhamento auditivo e de saúde do trabalhador

e o desenvolvimento de ações educativas. Os protetores auriculares fazem

parte dessas ações, são considerados como uma das formas de prevenção da

perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados. Objetivo:

avaliar a percepção dos parâmetros de conforto dos protetores auriculares

entre trabalhadores. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo

transversal com abordagem quantitativa, realizado através de uma empresa de

saúde e segurança no trabalho, do interior do Paraná. Realizou-se avaliação

auditiva dos trabalhadores e aplicou-se um questionário sobre o conforto do

protetor auricular. Participaram desse estudo 30 trabalhadores do sexo

masculino, 23 (76,6%) trabalhadores utilizavam o protetor tipo “plug” e 7

trabalhadores utilizavam o protetor tipo “concha”. A idade dos trabalhadores

variou de 18 a 52 anos, o tempo de empresa predominante foi de 1 a 6 anos

(93,3%). A função predominante foi de montador de estruturas metálicas

(13,3%). A maioria dos trabalhadores tem ensino fundamental incompleto

(40%). Quanto ao perfil auditivo 36,6% tinham limiares sugestivos de PAIR. O

protetor auricular mais utilizado pelos trabalhadores é o protetor auricular do

tipo plug (76,6%). Na análise global do conforto do protetor auricular, ambos os

tipos, foram considerados pelos trabalhadores como confortáveis. Não houve

diferença significativa entre as variáveis estudadas com relação ao conforto do

protetor. Conclusão: A implementação de um PPA nas empresas, como a

escolha correta do tipo de protetor e o treinamento da colocação do protetor

auricular, determinam a eficácia, o conforto e a atenuação correta do protetor

auricular, fazendo com que o trabalhador utilize o protetor auricular durante

todo o horário de trabalho.

Palavras Chaves: Equipamento de Proteção Individual, Ruído, Audição.

ABSTRATC

The implementation of the Hearing Preservation Program (HPP) aims at

promoting hearing health and prevention of hearing impairment that may be

caused by exposure to high sound pressure levels and other ototoxic agents. In

the HPP actions are carried out involving the work environment and its risks, the

hearing and health monitoring of the worker and the development of educational

actions. The ear protectors are part of these actions, they are considered as

one of the ways to prevent hearing loss induced by high sound pressure levels.

Objective: to evaluate the perception of comfort parameters of ear protectors

among workers. Methods: This is a descriptive, cross-sectional study with a

quantitative approach, carried out through a health and safety at work company,

in the interior of Paraná State. The Hearing evaluation of the workers was

carried out and a questionnaire about the comfort of the ear protector was

applied. Thirty male workers participated in this study, 23 (76.6%) workers were

using the plug protector and 7 workers were using the "shell" type protector.

The age of the workers ranged from 18 to 52 years old, the predominant

company time was from 1 to 6 years (93.3%). The predominant function was

the assembler of metal structures (13.3%). Most workers have incomplete

elementary education (40%). As for the hearing profile, 36.6% had thresholds

suggestive of Noise-Induced Hearing Loss (NIHL). The most used ear protector

by workers is the plug-type one (76.6%). In the overall analysis of the comfort of

the ear protector, both types, were considered comfortable by the workers.

There was no significant difference between the variables studied regarding the

comfort of the protector. Conclusion: The implementation of an HPP in

companies, such as the correct choice of protector type and the training of the

ear protector placement, determine the efficiency, comfort and correct

attenuation of the ear protector, causing the worker to use the ear protector

during all working hours.

Key Words: Personal Protection Equipment, Noise, Hearing.

LISTA DE SIGLAS

CIPA Comissões internas de Prevenção de Acidentes (CIPA)

EPI Equipamento de Proteção Individual

NR Norma Regulamentadora

PAIR Perda Auditiva Induzida por ruído

PCMSO Programa de Controle Médico e de Saúde Ocupacional

PPA Programa de Preservação Auditiva

PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

SESMET Serviços Especializados em Engenharia e Segurança do Trabalho

SINAN Sistemas de Informação de Agravos de Notificação

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Caracterização dos trabalhadores que passaram por exame

audiológico ocupacional em uma Clinica de Segurança e Medicina do Trabalho

......................................................................................................................... 25

TABELA 2 – Distribuição do perfil auditivo em função da exposição ao ruído

......................................................................................................................... 28

TABELA 3 – Distribuição do perfil auditivo pelo tipo de protetor auricular

utilizado N=30 .................................................................................................. 28

TABELA 4 – Estatísticas descritas dos limiares auditivos nas diversas

freqüências N=30 ............................................................................................. 29

TABELA 5 – Demonstrativo da percepção do conforto do protetor auricular

N=30 ................................................................................................................. 31

TABELA 6 – Demonstrativo da classificação global do protetor auricular por

diferentes variáveis N=30 ................................................................................. 32

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 12

2 OBJETIVO ................................................................................................. 15

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................. 16

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS................................................... 22

4.1 TIPO DO ESTUDO E ABORDAGEM ......................................................... 22

4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ....................................................................... 22

4.3 LOCAL........................................................................................................ 22

4.4 MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................... 22

4.5 ANÁLISES DE DADOS .............................................................................. 23

4.6 ASPECTOS ÉTICOS.................................................................................. 23

5 RESULTADOS ........................................................................................... 25

6 DISCUSSÃO .............................................................................................. 34

7 CONCLUSÃO ............................................................................................ 38

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 39

ANEXOS .......................................................................................................... 42

12

1 INTRODUÇÃO

O Programa de Preservação Auditiva (PPA) visa à promoção da saúde

auditiva e prevenção de agravos a audição que podem ser provocados pela

exposição a níveis de pressão sonora elevados e outros agentes ototóxicos

(Gonçalves, 2009a).

No PPA são realizadas ações que envolvem o ambiente de trabalho e

seus riscos, o acompanhamento auditivo e de saúde do trabalhador e o

desenvolvimento de ações educativas. Primeiramente, são verificados os riscos

no ambiente de trabalho, como o ruído e os agentes ototóxicos. Em seguida,

são elaboradas medidas de interdição, eliminação ou controle desses riscos de

maneira coletiva e individual. Em um segundo momento é realizado a avaliação

audiológica para identificar as alterações auditivas nos trabalhadores e suas

causas. O gerenciamento auditivo é realizado anualmente para identificar a

estabilidade, agravando ou desencadeando a perda auditiva e identificar

possíveis riscos que estejam alterando a audição do trabalhador (Gonçalves,

2009b).

A exposição ao ruído de intensidade alta e por tempo prolongado pode

causar sintomas auditivos e extra-auditivos nos trabalhadores. São

considerados como efeitos auditivos a perda auditiva, dificuldade de

compreensão de fala, zumbido e intolerância a sons intensos, e são

considerados sintomas extra-auditivos a cefaléia, tontura, irritabilidade,

problemas digestivos, entre outros (Costa, et al., 2009).

Após a identificação dos riscos no ambiente de trabalho e o perfil

auditivo dos trabalhadores, são realizadas ações educativas que envolvem

empresários e os trabalhadores, com o objetivo de mostrar a importância da

preservação auditiva frente aos riscos no ambiente de trabalho, assim como

orientar sobre modificações nesse ambiente para proporcionar a produtividade,

saúde e segurança dos trabalhadores (Gonçalves, 2009b).

Os protetores auriculares fazem parte dessas ações. Estes são

considerados como uma das formas de prevenção da perda auditiva induzida

por níveis de pressão sonora elevados, até que outras medidas possam reduzir

ou eliminar o ruído intenso nos ambientes de trabalho. São classificados como

13

Equipamento de Proteção Individual (EPI), que exerce a função de proteger a

integridade física e a saúde dos trabalhadores (Gerges, 2003).

Segundo a Norma Regulamentadora (NR) n.6 da Portaria/GM n.º

3.214/1978, o empregador é obrigado a fornecer o EPI, exigir seu uso, orientar

e treinar sobre o uso adequado, substituir quando necessário, responsabilizar-

se pela higienização e manutenção periódica. O empregado tem como

responsabilidade, utilizar com a finalidade estabelecida e responsabilizar-se

pela guarda e conservação (Brasil, 1978).

Existem diversos modelos e tipos de protetores auriculares, porém,

deve-se considerar o tipo do ambiente ruidoso e fatores como atenuação do

ruído possibilitada pelo protetor auricular, características físicas do trabalhador,

compatibilidade no uso de outros equipamentos de segurança, atividade

desenvolvida pelo trabalhador, conforto na utilização, aceitabilidade e custo. No

entanto, o melhor protetor auricular será aquele que o trabalhador aceitar usar,

fazendo-o corretamente (Gerges, 2003).

Após a seleção do protetor auricular mais adequado, é necessária uma

ação de orientação e treinamento sobre seu uso aos trabalhadores (Gonçalves,

2009b).

Os modelos, de protetores auriculares, mais utilizados em ambientes de

trabalho são os tipos: concha, inserção ou plug moldável ou o pré-moldado,

capa de canal e acoplado no capacete. O tipo concha é utilizado para

exposições por período alternado de tempo, pela praticidade, porém para

períodos de longa duração não são adequados por serem pesados. Os tipos

inserção/plug pré-moldado ou moldável são mais confortáveis para exposições

por um período longo de tempo. O modelo do tipo capacete é indicado para

utilização por um período muito curto de tempo (Cezár, 2000).

A adaptação do trabalhador ao protetor auricular não é uma tarefa fácil,

pois há características dos protetores auriculares que influenciam no conforto e

na sua utilização correta (Gerges, 2003).

A partir das informações citadas acima, observa-se a importância da

implementação de um PPA nas empresas, como também a importância da

escolha correta do tipo de protetor, tendo em vista, o ambiente de trabalho e

características físicas de cada trabalhador, e a importância do treinamento da

colocação do protetor auricular. Essas fases determinam a eficácia, o conforto

14

e a atenuação correta do protetor auricular, fazendo com que o trabalhador

utilize o protetor de forma correta e assim irá diminuir os casos de PAIR.

15

2 OBJETIVO

Avaliar a percepção dos parâmetros de conforto dos protetores

auriculares entre trabalhadores.

16

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Revolução Industrial teve inicio no século XIII, na Inglaterra, com a

mecanização dos sistemas de produção. Apesar de apresentar uma melhoria

da produção de mercadorias, apresentou também consequências nocivas para

a saúde de seus trabalhadores, visto que o ambiente em que estavam

inseridos e a alta quantidade de horas dedicadas ao trabalho prejudicavam o

bem estar destes, fazendo crescer assustadoramente o número de mortos,

mutilados, doentes, órfãos e Viúvas (Mendes e Dias, 1991).

Nesse período, surgiu à etapa de Medicina do Trabalho, cuja

característica foi à colocação de um médico no interior da empresa para

atender os trabalhadores e manter produtiva a mão-de-obra. Nesta fase, foram

implementadas, as primeiras NRs que tratam-se de um conjunto de requisitos e

procedimentos referentes à segurança do trabalho, que visam à proteção da

saúde do trabalhador. Entende-se como saúde do trabalhador a atenção a

saúde desta classe, contemplando ações de promoção, prevenção e

reabilitação, incluindo ações de vigilância sanitária e epidemiológica (Oliveira,

2007).

No Brasil, em meados do século XX, as NRs, foram ampliadas, pois foi

visto que era preciso ir além do atendimento médico, pelo fato de que sem

interferência nos fatores causais dos acidentes, o tratamento no trabalhador

não seria satisfatório. Com isso, instituem-se os Serviços Especializados em

Engenharia e Segurança do Trabalho (SESMET) e as Comissões Internas de

Prevenção de Acidentes (CIPA) (Oliveira, 2007).

Dentre as normas, a NR n.9, determina a obrigatoriedade de elaborar e

implementar, por parte dos empregadores que admitam trabalhadores, o

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), que visa a preservação

da saúde e da integridade do trabalhador (Brasil, 1994).

Na NR n.9 são considerados riscos ambientais os agentes físicos,

químicos e biológicos, em função de sua natureza, concentração ou

intensidade e tempo de exposição, capazes de causar danos à saúde do

trabalhador. São considerados agentes físicos, as diversas formas de energia

como a temperatura elevada, umidade, vibrações, ruído, etc. (Brasil, 1994).

17

O ruído, como um agente físico, sempre foi um fator de preocupação

com relação aos danos que provoca à saúde (Avagliano e Almeida, 2001). É

definido como um sinal acústico aperiódico, que origina-se da superposição de

vários movimentos de vibração com diferentes freqüências que não

apresentam relação entre si, ou seja, é desagradável para ouvir-se (Brasil,

2006). O ruído é considerado como o fator mais predominante no inicio de

doenças ocupacionais e também como um risco nocivo á saúde nos ambientes

de trabalho (Costa, Gama e Santos, 2009).

A NR n.15 da Portaria MTb n.º 3.214, de 08 de junho de 1978,

estabelece os limites de exposição ao ruído continuo sendo 85dB(A) de limite

de tolerância, para uma exposição máxima permissível durante 8 horas diárias

(Brasil, 1978). Quando o ruído ultrapassa os limites estabelecidos pela NR

n.15, ocorrem alterações estruturais na orelha interna, que determinam a

ocorrência da Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR), patologia essa

passível de prevenção.

Entende-se por PAIR as alterações permanentes dos limiares auditivos,

do tipo sensorioneural, em decorrência da exposição ocupacional prolongada a

níveis de pressão sonora elevados. Tem como características principais a

irreversibilidade e a progressão gradual com o tempo de exposição ao risco.

Acomete, inicialmente, os limiares auditivos em uma ou mais freqüências da

faixa de 3.000 a 6.000 Hz. Uma vez cessada a exposição, não haverá

progressão da redução auditiva (Brasil, 2006).

Como a NR n.15 estabelece os limites de exposição ao ruído, a NR n.7,

da Portaria n.19, estabelece diretrizes e parâmetros mínimos para a avaliação

e o acompanhamento da audição de trabalhadores expostos a níveis de

pressão sonora elevados, através da realização de exames audiológicos de

referência e sequências (Brasil, 1998). O cumprimento dessas normas, fornece

subsídios para adesão de programas que visem a prevenção da perda auditiva

induzida por níveis de pressão sonora elevados e a conservação da saúde

auditiva dos trabalhadores, bem como a obrigatoriedade da elaboração e

implementação do PCMSO (Brasil, 1998).

Os protetores auriculares são considerados como uma das formas de

prevenção de perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados, e

suas características são descritas por Abelenda (2006) abaixo:

18

• Atenuação: Os protetores auriculares devem ter uma atenuação que

garanta a proteção auditiva e que reduza o ruído, e que não dificulte a

percepção de sinais sonoros e a comunicação verbal.

• Peso: O peso exercido pelo protetor auricular, também exerce influência

sobre seu uso. Os protetores tipo concha e o tipo capacete são mais

pesados, potencializando seu desconforto.

• Pressão: A pressão exercida pelos protetores também devem ser

levados em consideração. No caso dos abafadores a pressão exercida

pela banda e espuma não deve ser excessiva para evitar o alargamento

da banda pelo trabalhador. A pressão exercida pelos tampões de

inserção semi-aural pode causar dor e a pressão por tampões moldáveis

levam a pressão nas paredes do canal auditivo.

• Textura: Os protetores auriculares devem ser macios e flexíveis, não

podem causar irritações ou alergias na pele do trabalhador.

• Capacidade de dispersar o calor gerado: Em ambientes quentes o

uso de abafadores pode ser desconfortável, pois aumenta a temperatura

na região de colocação do protetor, porem em ambientes frios os

abafadores contribuem para a manutenção do calor, sendo assim mais

confortável.

• Capacidade de absorver a transpiração: Nos ambientes términos

quentes, ocorre a transpiração no contato do protetor auricular com a

pele, com isso, o protetor deve ter a capacidade de absorver a

transpiração ou poderá ocorrer uma irritação no local de contato.

• Dificuldade em realizar tarefas: Outro fator para não utilização do

protetor auricular é a dificuldade na realização das atividades realizadas

no ambiente de trabalho, ou seja, quando em alguma atividade é

necessário identificar alguns sons ou quando o trabalhador se desloca

para espaços confinados que não permitem a utilização dos abafadores.

• Dificuldade de colocação: A facilidade na colocação do protetor

auditivo também influencia em seu uso. Os protetores com

procedimentos mais difíceis de colação são mal colocados e menos

utilizados. Outro fator é o desconforto do protetor do tipo tampão, que

19

deve ser inserido mais profundamente no canal auditivo, para uma

atenuação adequada o que leva a um maior desconforto.

• Diminuição da inteligibilidade : A diminuição na inteligibilidade de sons

em geral e da fala, são os principais fatores para não utilização dos

protetores auriculares. Em ambientes onde não tem ruído o uso do

protetor auricular diminui a inteligibilidade pela atenuação ou pela

distorção dos sons. Já em ambientes ruidosos o protetor melhora a

inteligibilidade da fala. O uso do protetor auricular de maneira adequada

pode melhorar a percepção de avisos sonoros e a comunicação verbal

entre os trabalhadores.

Vários estudos foram feitos, nos últimos anos, com a finalidade de se

avaliar o uso e o conforto do protetor auricular.

Rodrigues, Dezan e Marchiori (2006) verificaram a eficácia do protetor

auricular por tamanho pequeno, médio e grande. A população do estudo foi

composta por 30 sujeitos com audição normal, de Indústria Moveleira. Foi feita

a avaliação audiológica convencional, audiometria em campo livre sem o

protetor auricular de inserção, com protetor tamanho universal e com tamanho

adequado a cada sujeito. Os resultados na pesquisa mostram que houve uma

melhora significativa na comparação das médias das freqüências testadas de

500 à 8Khz, do protetor adequado em comparação ao protetor tamanho

universal(M). Das orelhas testadas, a maioria se adequou ao tamanho

diferenciado P ou G, e outras que não obtiveram a diferença nos limiares se

referiram ao maior conforto com o tamanho escolhido. Com relação a melhora

da atenuação dos protetores nas freqüências independentes, foi identificado

uma melhora significativa na freqüência de 4Khz, sendo que é uma das

freqüências acometidas pela PAIR. Os autores concluem que os resultados

mostram a eficácia dos protetores auriculares pequeno e grande sobre os

protetores tamanho universal.

Costa, Gama e Santos (2009) verificaram a eficácia dos protetores

auriculares usados por trabalhadores expostos a ruído de 96,5dB(L) em uma

metalúrgica no interior do Estado de São Paulo. Nesse estudo, foi feita a

audiometria tonal antes e após a jornada de trabalho, em 13 trabalhadores

usuários do protetor auricular do tipo inserção expostos ao ruído de 96dB (L),

para determinar a mudança temporária de limiar. Esse estudo mostrou que a

20

audição dos trabalhadores não sofreu alterações nos limiares audiométricos

entre o exame pré e pós jornada de trabalho, concluindo que os protetores do

tipo inserção é eficaz, pois não gerou mudança temporária no limiar nos

trabalhadores expostos ao ruído.

Em 2009c Gonçalves e colaboradores, realizaram um estudo para

analisar a eficácia da colocação de diferentes protetores auriculares em

sujeitos que foram treinados para colocação e outros que não foram treinados

para verificar a importância do treinamento para colocação do protetor

auricular. Foi analisada a atenuação de quatro tipos de protetores, por meio de

dois procedimentos: audiometria em campo livre e medidas com microfone

sonda, com e depois sem o protetor para comparação e verificação da sua

atenuação do ruído. Após a analise dos resultados da pesquisa foi concluído

que houve diferença entre os limiares auditivos com e sem protetor auricular,

pelos métodos utilizados, entre os sujeitos com treinamento e sem treinamento,

sendo que os que tiveram treinamento apresentaram valores de atenuação

superiores aos sujeitos sem treinamento. Houve também diferença quanto a

atenuação de acordo com o tipo de protetor auricular, sendo que o modelo tipo

concha, obteve melhor desempenho e o modelo do tipo oliva apresentou o pior

resultado.

Sviech e colaboradores (2013), analisaram o conforto do protetor

auricular, em trabalhadores expostos a níveis elevados de ruído, por meio de

um questionário de avaliação de conforto. A pesquisa foi realizada em um

frigorífico de Curitiba. Primeiramente foi feita a análise dos documentos da

empresa, investigação do ruído e uso do protetor auricular, seleção do protetor

auricular, atividades educativas, aplicação de questionário e avaliação

audiológica. A população do estudo foi composta por 20 trabalhadores

expostos ao ruído acima de 80dB(A). Os trabalhadores utilizaram protetores do

tipo inserção e concha, cada um dos modelos por 15 dias e após respondiam o

questionário avaliando os dois tipos de protetores. Foi observado nesse estudo,

que ambos os protetores analisados foram classificados como sendo

confortáveis, sendo que o tipo concha foi considerado o mais confortável e o

mais aceitável pelos trabalhadores. Dentre as características negativas do uso

do protetor, destacaram-se a interferência com a comunicação, diminuição da

audição e não sentir necessidade de usar o protetor no ambiente de trabalho.

21

Gonçalves e colaboradores (2015) avaliaram e compararam a percepção

dos trabalhadores sobre características de conforto e uso do protetor auricular

tipo concha e o protetor auricular do tipo inserção. A população do estudo foi

composta por 440 trabalhadores em três unidades de uma empresa madeireira

com tempos diferentes de implantação do Programa de Preservação Auditiva,

sobre os protetores. Após foram aplicados dois questionários fechados sobre a

percepção de conforto dos protetores auriculares e analisadas as audiometrias.

Após realizadas as etapas foi concluído que em relação ao questionário de

percepção de conforto, os parâmetros mais relevantes para os trabalhadores

foram a atenuação do protetor e a comunicação verbal.

Na avaliação do protetor, a unidade que apresentava mais tempo de

PPA, apresentou pontuações melhores tanto para a percepção de aspectos

fundamentais do protetor auricular pelos trabalhadores quanto na avaliação do

protetor auricular. Houve diferença sobre a dificuldade de comunicação com o

uso do protetor entre trabalhadores com audição normal e com perda auditiva.

Com relação ao conforto na comparação dos trabalhadores usuários do

protetor auricular do tipo concha com os do tipo inserção, não houve diferença

entre os locais analisados.

22

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

4.1 TIPO DE ESTUDO E ABORDAGEM

Estudo descritivo, do tipo transversal, com abordagem quantitativa.

4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população do estudo foi composta por 30 trabalhadores do sexo

masculino, de diferentes empresas e funções, que passaram por exame de

audiometria na Clínica de Segurança e Medicina do Trabalho localizada em

Ponta Grossa. Tendo como critério de inclusão na pesquisa, exames com

limiares auditivos dentro do padrão de normalidade, exames com perda

auditiva sensorioneural, exames periódicos e demissionais. Tendo com

exclusão, exames com perda auditiva condutiva, perda auditiva mista,

rebaixamento auditivo, exames admissionais, retorno ao trabalho e mudança

de função.

4.3 LOCAL

O estudo foi realizado em uma Clínica de Segurança e Medicina do

Trabalho, situada em Ponta Grossa – Paraná.

4.4 MATERIAS E MÉTODOS

O estudo foi feito através da análise do perfil audiológico dos

trabalhadores e análise de respostas a um questionário (Anexo 1).

Os procedimentos do estudo foram realizados, primeiramente através da

realização do exame de audiometria. A audiometria foi realizada em cabine

acústica, com audiômetro A260 – Amplivox calibrado segundos as normas ISO

389/64 e fones TDH39. Foram considerados exames com critério de inclusão,

audiogramas normais classificados quando os limiares auditivos tonais aéreos

em todas as frequências forem iguais ou inferiores a 25 dBNA; exames

alterados do tipo sensorioneural classificados quando os limiares de via área

23

forem maiores do que 25dBNA e via óssea maiores que 15dBNA, com gap

aéreo-osseo maior ou igual a 15 dB; exames periódicos realizados anualmente

na empresa para gerenciamento do perfil audiológico dos trabalhadores e

exames demissionais realizado na demissão do trabalhador, onde visa

documentar as condições de saúde do funcionário no momento de saída da

empresa. Após realizada audiometria, foi feita análise do perfil audiológico do

paciente e se aderido como critério de inclusão, o paciente de maneira

voluntária assinava o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para a

participação do estudo.

Em um segundo momento foi aplicado o questionário estruturado

originalmente por Abelenda (2006) e adaptado pelos pesquisadores (Anexo1).

O questionário visa avaliar a percepção de parâmetros de conforto dos

protetores auriculares utilizado pelos trabalhadores. Foram analisados os

seguintes parâmetros do protetor auricular: a atenuação do ruído, pressão do

protetor auricular na orelha, peso do protetor auricular, textura do protetor

auricular, capacidade de dissipar o calor gerado, capacidade de absorver a

transpiração, incômodo do protetor na realização de tarefas, colocação,

comunicação verbal e conforto. Esses parâmetros foram associados a uma

escala de 1 a 5, sendo que 1 corresponde a avaliação positiva e 5 a uma

avaliação negativa em relação ao protetor auricular. Foi também incluído no

questionário sobre a sensação global de conforto do protetor auricular, sendo

que 1 corresponde ao protetor ser desconfortável e 5, confortável.

Também foram levantados no questionário dados como: idade; formação

acadêmica, tempo de empresa, função e setor, nível de pressão sonora e qual

tipo de protetor auricular que utiliza.

4.5 ANÁLISES DE DADOS

Os dados foram coletados, através de análise do perfil audiológico e

resposta de questionário, foram analisados quantitativamente. Utilizou-se

análise estatística para verificar as semelhanças entre as variáveis. Para tanto

foi analisado pelo Teste Exato de Fisher, ao nível de significância 0,05.

4.6 ASPECTOS ÉTICOS

24

O projeto de pesquisa foi explicado à clínica, onde a mesma consentiu a

realização da pesquisa.

Os sujeitos participantes desta pesquisa assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 2) para liberação dos dados.

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em pesquisa da

Universidade Tuiuti do Paraná – UTP sob parecer n. 1.592.473 (Anexo 3).

25

5 RESULTADOS

Participaram desse estudo, 30 trabalhadores do sexo masculino

expostos a níveis elevados de ruído, que passaram por exame audiológico

ocupacional em uma Clínica de Segurança e Medicina do Trabalho. Destes 30

trabalhadores, 23 trabalhadores utilizam o protetor plug e 7 trabalhadores

utilizam o protetor concha.

A seguir são apresentados os resultados em forma de tabela e gráficos.

TABELA 1 – Caracterização dos trabalhadores que passaram por exame audiológico ocupacional em uma Clinica de Segurança e Medicina do Trabalho. Frequência absoluta Frequência relativa %

IDADE (anos)

18-29 9 30%

30-39 9 30%

40-49 10 33,3%

Mais de 50 2 6,6%

TEMPO DE EMPRESA (anos)

1-6 28 93,3%

7-12 2 6,6%

FUNÇÃO

Ajudante de montagem de estruturas metálicas

1

3,3%

Armador de obra

1

3,3%

Auxiliar de produção na fabricação de móveis

1

3,3%

Caldeireiro em serviços de usinagem, tornearia e solda

1

3,3%

Desossador no

1

3,3%

26

processamento de carne

Encarregado de produção no comércio de beneficiamento de minerais

1

3,3%

Encarregado Operacional de serviços de informática Encarregado Operacional de montagem e manutenção industrial

1 1

3,3% 3,3%

Escariador na recapagem de pneus

1

3,3%

Mecânico na montagem industrial

2

6,6%

Mecânico montador na reparação de veículos ferroviários

1

3,3%

Meio oficial de obras

1

3,3%

Mestre de obras

1

3,3%

Montador de estruturas metálicas

4

13,3%

Op. de Efluentes na indústria e comércio de aditivos

1

3,3%

Op. de Empilhadeira no transporte rodoviário Op. de Empilhadeira no comércio de beneficiamento de minerais Op. de Empilhadeira em empresa de bebidas (cervejaria)

1 1 1

3,3% 3,3% 3,3%

Op. de Máquina indústria e comércio de aditivos

1

3,3%

Op. de Máquina em

1

3,3%

27

madeireira e materiais de construção Pintor na reparação de veículos ferroviários

1

3,3%

Servente de obra

3

10%

Soldador de estruturas metálicas

2

6,6%

GRAU DE ESCOLARIDADE

Fundamental incompleto

12

40%

Fundamental completo

2

6,6%

Médio incompleto

4

13,3%

Médio completo

10

33,3%

Superior incompleto

1

3,3%

Superior completo

1

3,3%

PERFIL AUDITIVO

Limiares Normais

16

53,3%

Sugestivo de PAIR

11

36,6%

Não sugestivo de PAIR

2

6,6%

Podemos observar, na tabela 1, que a faixa etária de maior prevalência

está entre 40 a 49 anos (33,3%). O tempo de empresa que predominou foi de 1

a 6 anos (93,3%). Tendo em vista a variedade de funções relatadas pelos

trabalhadores, a predominante foi de montador de estruturas metálicas

(13,3%). A maioria dos trabalhadores tem ensino fundamental incompleto

(40%). E quanto ao perfil auditivo 53,3% obtiveram resultado com limiares

normais quando realizado o exame de audiometria.

28

TABELA 2 – Distribuição do perfil auditivo em função da exposição ao ruído.

NPS (dBA) Perfil auditivo Alterado Normal Total n % N % 80 a 84 4 13,3% 2 6,6% 6 (20%) 85 ou mais 9 30% 15 50% 24 (80%) Total 13 43,3% 17 56,6%

Na tabela 2, podemos observar que 50% dos trabalhadores que ficam

expostos a nível de pressão sonora de 85 dBA ou mais, tem audição normal.

TABELA 3 – Distribuição do perfil auditivo pelo tipo de protetor auricular utilizado N=30.

Tipo Perfil auditivo Alterado Normal Total P n % N % Plug 11 36,6% 12 40% 23

(76,6%) 0,4268

Concha 2 6,6% 5 16,6% 7 (23,3%) Total 13 43,3% 17 56,6% OBS: Teste exato de Fisher, nível de significância de 0,05

Na tabela 3, observa-se que não há diferença significativa quanto ao tipo

de protetor com relação ao perfil auditivo. Em 43% dos trabalhadores

observou-se alteração auditiva. O resultado não é significativo ao nível de 0,05.

29

TABELA 4 – Estatísticas descritas dos limiares auditivos nas diversas

freqüências N=30.

ORELHA E FREQUÊNCIA

(Hz) N MÉDIA MÍNIMO MÁXIMO

DESVIO PADRÃO

OD500 30 12,67 5,00 25,00 6,40 OD1000 30 8,83 0,00 20,00 5,83 OD2000 30 10,67 0,00 35,00 10,15 OD3000 30 14,50 0,00 50,00 15,33 OD4000 30 19,17 0,00 45,00 15,82 OD6000 30 21,50 0,00 55,00 16,62 OD8000 30 18,33 0,00 50,00 16,78 OE500 30 14,50 5,00 25,00 5,31 OE1000 30 9,00 0,00 25,00 6,21 OE2000 30 8,17 0,00 40,00 9,60 OE3000 30 13,33 0,00 50,00 15,22 OE4000 30 20,67 0,00 65,00 18,42 OE6000 30 23,00 5,00 85,00 17,98 OE8000 30 19,67 0,00 75,00 18,66

Nas figuras a seguir estão demonstrados os limiares auditivos tonais

aéreos mínimos, médios e máximos:

30

Gráfico 1 – Média, mínimo e máximo dos limiares auditivos aéreos nas diversas

frequências para a orelha direita

Média Mínimo Máximo

500 1000 2000 3000 4000 6000 8000

Frequências (Hz)

-10

0

10

20

30

40

50

60

Lim

iare

s (d

B)

31

Gráfico 2 – Média, mínimo e máximo dos limiares auditivos aéreos nas diversas

freqüências para a orelha esquerda

Média Mínimo Máximo

500 1000 2000 3000 4000 6000 8000

Frequências (Hz)

-10

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Lim

iare

s (d

B)

Observa-se a presença de entalhe acústico característico de PAIR nos

limiares máximos.

Na tabela 5, demonstramos a percepção dos parâmetros de conforto dos

protetores auriculares pelos trabalhadores. Os parâmetros que se incluem

como conforto são: pressão do protetor auricular na orelha, peso do protetor

auricular, textura do protetor auricular, capacidade de dissipar o calor gerado,

capacidade de absorver a transpiração, incômodo do protetor na realização de

tarefas, colocação, comunicação verbal. Esses parâmetros foram associados a

uma escala de 1 a 5, sendo que 1 corresponde a avaliação positiva e 5 a uma

avaliação negativa em relação ao protetor auricular.

32

TABELA 5 – Demonstrativo da percepção do conforto do protetor auricular

N=30.

Percepção Classificação 1 2 3 4 5 Atenuação 17 0 8 1 4 Pressão 23 1 2 0 4 Peso 28 0 2 0 0 Textura 29 0 1 0 0 Dissipar calor 21 0 4 2 3 Absorver suor 22 0 6 1 1 Incômodo na realização de tarefas

26 0 3 0 1

Colocação 30 0 0 0 0 Comunicação

verbal 14 4 5 0 7

Classificação global

4 1 11 1 13

Na tabela 5, podemos observar que o trabalhador importa-se mais com o

conforto do protetor auricular do que com a atenuação que ele oferece.

Na tabela 6, demonstramos a classificação global do protetor auricular

relacionando com as variáveis: tipo do protetor, perfil auditivo, tempo de

empresa e escolaridade. Essas variáveis foram associadas a uma escala de 1

a 5, sendo que 1 corresponde o protetor ser desconfortável e 5 o protetor ser

confortável.

33

TABELA 6 – Demonstrativo da classificação global do protetor auricular por

diferentes variáveis N=30.

VARIÁVEIS E CATEGORIAS CLASSIFICAÇÃO

TOTAL P 1 e 2 3 4 e 5

Tipo de protetor Plug 4 10 9 23 0,3313 Concha 1 1 5 7 Total 5 11 14 30 Perfil auditivo Normal 5 5 7 17 0,1093 Alterado - 6 7 13 Total 5 11 14 30 Tempo de empresa 5 anos ou menos 3 9 13 25 0,2095 6 a 10 anos 2 2 1 5 Total 5 11 14 30 Escolaridade Ensino fundamental (incompleto e completo)

2 8 4 14 0,1054

Ensino médio (incompleto e completo) e Ensino superior

3 3 10 16

Total 5 11 14 30 OBS: Teste exato de Fisher. Nenhum resultado significativo ao nível de 0,05.

Na tabela 6, podemos observar que quanto ao tipo de protetor na

classificação global, ambos os protetores foram descritos como sendo

confortáveis. Com relação ao perfil auditivo tanto os trabalhadores com audição

normal e com audição alterada relataram ser confortável o protetor. Quanto ao

tempo de empresa, a maioria dos trabalhadores relataram ser confortável o

protetor que utilizam. Com relação a escolaridade os trabalhadores com ensino

fundamental completo e incompleto relataram que o protetor não é tão

confortável, já os trabalhadores com ensino médio completo, incompleto e

superior completo e incompleto relataram que o protetor é confortável. Não

houve diferenças significativas entre as variáveis analisadas ao nível de 0,5.

34

6 DISCUSSÃO

Este estudo buscou avaliar a percepção dos parâmetros de conforto dos

protetores auriculares entre trabalhadores, por meio da utilização de um

questionário de avaliação de conforto.

A amostra do estudo foi composta por 30 trabalhadores do sexo

masculino expostos a níveis de pressão sonora elevados. Amostra semelhante

foi encontrada no estudo de Almeida (2015), sobre a percepção de

trabalhadores expostos a ruído intenso quanto ao uso de protetores auditivos,

onde avaliou 40 trabalhadores do sexo masculino. Já em estudos como o de

Tiago e Araújo (2013), realizado em uma indústria com os trabalhadores,

observou-se que 90,0% eram do sexo masculino. No boletim informativo do

Sistema de informação de agravos de notificação (SINAN), no período de 2007

a 2012, mostra que 90,7% dos homens estão em contrato formal de trabalho,

ou seja, nas empresas ainda predomina a contração de homens no mercado

de trabalho.

A idade dos trabalhadores variou de 18 a 52 anos. Caldart e

colaboradores (2006), observaram variação de idade entre 18 a 64 anos;

Guerra e colaboradores (2005), observaram variação de idade de 19 a 70 anos

dos trabalhadores. Esses dados mencionados corroboram com dados

encontrados nesse estudo.

O tempo mais prevalente de trabalho na empresa variou de 1 a 6 anos

(93,3%). Esse dado nos mostra que a maioria dos trabalhadores mencionados

nesse estudo, está no inicio de exposição a níveis de pressão sonora elevado.

Quanto ao grau de escolaridade, verificou-se que 40% não concluíram o

ensino fundamental, mais em contrapartida 39,9% possuem grau de

escolaridade elevado, tendo ensino médio completo e alguns com ensino

superior. Estudos como o de Santo, Paula e Pereira (2009), mostram que de 81

trabalhadores, 50, 62% não concluíram o ensino fundamental e 23, 45% tem

ensino médio completo; Tiago e Araújo (2013), mostram que de 100

trabalhadores, 27,0% não concluíram o ensino fundamental; Sviech e

colaboradores (2013), mostram que de 20 trabalhadores, 10% dos

trabalhadores eram analfabetos, 40% completaram o ensino fundamental e

35

50% completaram o ensino médio; Almeida (2015), mostra que de 40

trabalhadores, 52% dos trabalhadores tem ensino médio completo e 18%

possuem ensino médio incompleto; Haeffner e colaboradores (2015), mostram

que de 273 trabalhadores, 27,8% possuem pós gradução. O nível de

escolaridade dos trabalhadores deve ser levado em consideração no momento

em que é passado informações sobre a necessidade de proteção e a maneira

correta do uso do protetor auricular no ambiente de trabalho (Didoné,1999). A

opinião e a participação do trabalhador no PPA é muito importante, para que

esse programa seja bem sucedido (Didoné,1999).

Com relação ao perfil auditivo 17 (56,6%) apresentavam limiares

auditivos normais, 11(36,6%) apresentava-se alterados com curva audiométrica

sugestivo de PAIR e 2 (6,6%) com alteração não sugestivo de PAIR.

Outros estudos encontraram diferentes percentuais de alterações

auditivas, sendo menores do que encontrado nesse estudo, como o estudo de

Caldart e colaboradores (2006), realizaram um estudo em uma Indústria Têxtil

de São Paulo, onde avaliaram 184 trabalhadores, sendo que 28,3%

apresentaram curvas audiométricas compatíveis com PAIR; Guerra e

colaboradores (2005), realizaram um estudo em uma empresa metalúrgica,

situada na cidade do Rio de Janeiro, onde avaliaram 182 trabalhadores e

obtiveram 15,9% do trabalhadores com caso sugestivo de PAIR; Regis, Crispim

e Ferreira (2014), realizaram um estudo em uma indústria metalúrgica de

Manaus, onde avaliaram 1499 trabalhadores, sendo que 28,89% apresentavam

PAIR; Presado, Peck e Souza (2011), realizaram um estudo em uma empresa

privada de cerâmica, situada no extremo sul catarinense, onde avaliaram 109

trabalhadores, dois quais 5,6% apresentavam curva audiométrica sugestivo de

PAIR.

No Brasil, são escassos os dados epidemiológicos sobre a PAIR, o que

se tem são dados parciais sobre as ocorrência da situação de risco relacionada

a perda auditiva. Estima-se que 25% da população trabalhadora exposta a

níveis se pressão sonora elevados seja portadora de PAIR em algum grau

(Brasil, 2006).

Verificou-se que o EPI mais utilizado pelos trabalhadores é o protetor

auricular do tipo plug (76,6%) (tabela 3). No estudo de Marta e Gonçalves

(2016), relatam que entre os trabalhadores avaliados houve uma maior

36

ocorrência de utilização do protetor auditivo do tipo plug tanto nos funcionários

do sexo feminino 23 (95,90%), quanto nos funcionários do sexo masculino 68

(70,10%). Gerges (2003), relata que para se escolher um tipo de protetor além

do tipo de ambiente ruidoso, também deve-se levar em conta o conforto,

aceitação do usuário, custo, durabilidade, problemas de comunicação,

segurança e higiene.

Observa-se que o trabalhador importa-se mais com o conforto do

protetor do que a atenuação que ele exerce (tabela 5). Gerges (2003) comenta

que na maioria das indústrias, o conforto e a durabilidade são fatores mais

importantes do que a atenuação do protetor. Já estudo em Taiwan sobre a

percepção de trabalhadores sobre os protetores auriculares encontrou

atenuação do ruído referida pelos trabalhadores como o aspecto mais

importante (Hsu et al., 2004).

Não houve diferenças significativas na avaliação do conforto global pelas

variáveis estudadas (tabela 6). O tipo de protetor auricular, o perfil auditivo, o

tempo de empresa e a escolaridade do trabalhador não interferem na avaliação

de conforto do protetor auricular. Isso pode ter acontecido uma vez que essas

empresas apresentam PPA instalado, o que pode ter trazido mais informação e

melhor conscientização sobre a importância de utilizar protetores auriculares

(Gonçalves, 2009). Nesse estudo os trabalhadores avaliaram, de forma global

com sendo confortável tanto o protetor tipo plug como o tipo concha.

Com relação ao conforto global do protetor auricular, a literatura aponta

que tanto o protetor auricular do tipo plug e concha são descritos como

confortáveis. Em estudos como o da Gonçalves e colaboradores (2015),

analisaram 440 trabalhadores de três unidades de uma mesma empresa do

ramo madeireiro situadas em três diferentes municípios do interior do estado do

Paraná, com o objetivo de avaliar e comparar a percepção de trabalhadores

sobre aspectos de conforto e uso de dois tipos de protetores auriculares (tipo

concha e inserção). Os autores verificaram que o conforto global dos protetores

auriculares foram bem classificados e sem diferenças entre a percepção dos

usuários do tipo concha com os do tipo inserção. E Almeida (2015) estudou 40

trabalhadores do sexo masculino expostos a níveis elevados de ruído, como o

objetivo de analisar a percepção de trabalhadores quanto ao uso de protetores

auditivos. Verificou que a classificação global dos protetores auditivos tipo

37

concha e plug, obtiveram pontuação acima da média, sendo considerados

confortáveis. Estudo de Marta e Gonçalves (2016), avaliaram 121

trabalhadores de várias empresas em Umuarama – PR expostos a níveis ruído

superiores a 85dBA, com o objetivo de analisar a percepção de trabalhadores

sobre parâmetros de conforto e higienização dos protetores auriculares.

Verificaram que, em relação ao conforto global, a maioria dos homens

(74,22%) e das mulheres (79,16%) consideraram o protetor auricular

confortável. Já em outro estudo onde analisaram 20 trabalhadores de um

frigorífico de Curitiba, com o objetivo de analisar o conforto do protetor auditivo

individual como parte de uma intervenção para prevenção de perdas auditivas

em trabalhadores expostos a elevados níveis de ruído, foi relatado que os

trabalhadores percebem diferenças na avaliação do conforto de tipos diferentes

de protetor auricular, sendo o tipo concha considerado mais confortável (Sviech

et al., 2013).

38

7 CONCLUSÃO

Pode-se concluir que na análise global do conforto do protetor auricular

tanto o protetor plug como o concha foram considerados pelos trabalhadores

como sendo confortáveis. Não houve diferença significativa entre as variáveis

estudadas com relação ao conforto. Sugere-se mais pesquisas com amostra

maior de trabalhadores relacionando o tipo de protetor auricular, o perfil

auditivo, o tempo de empresa e a escolaridade do trabalhador com o conforto

do protetor auricular.

A implementação de um PPA nas empresas, como a escolha correta do

tipo de protetor e o treinamento da colocação do protetor auricular, determinam

a eficácia, o conforto e a atenuação correta do protetor auricular, fazendo com

que o trabalhador utilize o protetor auricular durante todo o horário de trabalho.

39

REFERÊNCIAS ABELENDA, Catarina Soares Sousa Avaliação do conforto de protectores individuais auditivos. 70 p. Tese (Mestrado em Engenharia Humana) – Escola de Engenharia, Universidade do Minho, 2006. ALMEIDA, Maria Cândida. Percepção de trabalhadores expostos à ruído intenso quanto ao uso de protetores auditivos. 55p. Trabalho de conclusão de curso (Especialização em Audiologia Clínica) – Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, 2015. AVAGLIANO, Adriana; ALMEIDA, Kátia de. Estudo do desempenho de diferentes tipos de protetores auditivos. Rev. CEFAC, v.3, p.77-87, 2001. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Perda auditiva induzida por ruído (PAIR). Brasília, Editora do Ministério da Saúde, p. 40, 2006. BRASIL. Consolidação das Leis Trabalhistas. NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Ministério do Trabalho de Emprego. Portaria n.º 19, de 09 de abril de 1998. Anexo II - Diretrizes e Parâmetros mínimos para a avaliação e acompanhamento da audição em trabalhadores expostos a níveis de pressão sonora elevados. BRASIL. Consolidação das Leis Trabalhistas. NR 9 – Programas de Prevenção de Riscos ocupacionais. Ministério do Trabalho de Emprego. Portaria n. 25, de 31 de Dezembro de 1994. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria MTb n.º 3.214, de 08 de junho de 1978. NR n.15 – Atividades de Operações Insalubres.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978. NR n.6 – Equipamento de Proteção Individual (EPI). CALDART, A. U. et al. Prevalência da perda auditiva induzida pelo ruído em trabalhadores de indústria têxtil. Arq. Int. Otorrinolaringol, São Paulo, v.10, n.3, p.192-196, 2006. CÉZAR, Maria do Rozário Vieira. Atuação do fonoaudiólogo na prevenção da perda auditiva induzida por ruído. 32p. Trabalho de conclusão de curso (Especialização em Audiologia Clínica) – CEFAC, Recife, 2000. COSTA, Cláudia Barsanelli; GAMA, Waléria Umeoka; SANTOS, Teresa M. Momensohn. Eficácia do protetor auditivo de inserção em programa de prevenção de perdas auditiva. Arq. Int. Otorrinolaringol, São Paulo, v.13, n.3, p.281-286, 2009.

40

DIDONÉ, JANETE ARAGONES. Conforto oferecido por diferentes protetores auditivos. Dissertação (Mestre em Engenharia de Produção) – Programa de pós-graduação em engenharia de produção, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, 1999. GERGES, Samir Nagi Yousri. Protetores Auditivos. 1. ed. Florianópolis: NR, 2003. GUERRA, M. R. et al. Prevalência de perda auditiva induzida por ruído em empresa metalúrgica. Rev. Saúde Pública, v.39, n.2, p.238-244, 2005. GONÇALVES, C. G. de O. Gestão da saúde do trabalhador – enfoque nos programas de preservação auditiva no trabalho. In:______. Saúde do trabalhador: da estruturação á avaliação de programas de preservação auditiva. São Paulo: Roca, 2009a. p.47-60. GONÇALVES, C. G. de O. Investigação do trabalho: análise dos riscos. In: ______. Saúde do trabalhador: da estruturação á avaliação de programas de preservação auditiva. São Paulo: Roca, 2009b. p.61-74. GONÇALVES, C. G. de O. et al. Avaliação da colocação de protetores auriculares em grupos com e sem treinamento. Rev. CEFAC, v.11, n.2, p.345-352, 2009c. GONÇALVES, C. G. de O. et al. A percepção sobre protetores auriculares por trabalhadores participantes de programas de preservação auditiva: estudo preliminar. CoDAS, São Paulo, v.27, n.4, 2015. HAEFFNER, R. et al. Prevalência de problemas auditivos e fatores associados em uma empresa agropecuária do sul do Brasil. Rev. Bras. Epidemiol., v.18, n.3, p.679-690, 2015. HSU, Y.L.; HUANG, C.C.; YO, C.Y.; CHEN, C.H.; LIEN, C.H. Comfort evaluation of hearing protection. International Journal of Industry Ergonomics, v.33, n.5, p.43-55, 2004. MARTA, Aline Camilo de Campos; GONÇALVES, Cláudia Giglio de Oliveira. Saúde do trabalhador: um estudo sobre o conforto auditivo e higienização dos protetores auriculares. Tuiuti: Ciência e Cultura, Curitiba, n. 52, p.47-56, 2016. MENDES, René; DIAS, Elizabeth Costa. Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador. Rev. Saúde públ, v.25, n.5, p.341-349, 1991. OLIVEIRA, S. G. de. Estrutura normativa de segurança e saúde do trabalhador no Brasil. Revista do Tribunal Regional do Trabalho – 3a Região, Belo Horizonte, v.45, n.75, p.107-130, 2007. PRESADO, Ana Carolina de Oliveira; PECK, Giane Michele Frare; SOUZA, Mariana de Oliveira Presado Macarini de. Prevalência de perda auditiva induzida pelo ruído nas audiometrias realizadas em trabalhadores de uma

41

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42

ANEXO

ANEXO 1 – QUESTIONÁRIO: AVALIAÇÃO DO PROTETOR INDIVIDUAL

AUDITIVO

Nome :

Função : NPS: Setor/atividade :

Idade: Foi na escola até qual série?

Tempo de empresa:

1. Selecione o protetor auditivo utilizado: ( ) plug ( ) concha 2. Classifique o protetor auditivo que você utiliza quanto aos itens que se apresentam

abaixo:

Atenuação do ruído Boa 1 2 3 4 5 Má

Pressão

abafadores – exercida pela haste

tampões – no canal auditiva

Adequada 1 2 3 4 5 Inadequada

Peso Leve 1 2 3 4 5 Muito pesado

Textura Macia 1 2 3 4 5 Áspera

Capacidade de dissipar o calor gerado Boa 1 2 3 4 5 Má

Capacidade de absorver o suor Boa 1 2 3 4 5 Má

Incomodo na realização de tarefas Nenhuma 1 2 3 4 5 Muita

Colocação Fácil 1 2 3 4 5 Difícil

Comunicação Verbal Fácil 1 2 3 4 5 Difícil

Globalmente, como classifica o protetor auditivo usado?

Desconfortável 1 2 3 4 5 Confortável

OBS: _________________________________________________________________________

43

Resultado Audiometria:

250 500 1000 2000 3000 4000 6000 8000 OD OE

44

ANEXO 2 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Nós CLÁUDIA GIGLIO DE OLIVEIRA GONÇALVES e WINIA JESSIC A RIGONI da

Universidade, estou(amos) convidando você, a participar de um estudo

intitulado Percepção de parâmetros de conforto dos protetores auriculares entre

trabalhadores com e sem PAIR. Este estudo é importante para novas pesquisas sobre

os protetores auriculares com relação ao seu conforto, pois o conforto do protetor

auricular determina sua eficácia na atenuação do ruído e sua utilização correta.

a) O objetivo desta pesquisa é avaliar a percepção de parâmetros de conforto dos

protetores auriculares entre trabalhadores com e sem PAIR

b) Caso você participe da pesquisa, será necessário responder a um

questionário fechado contendo perguntas sobre o tipo do protetor auricular que

você faz uso no ambiente de trabalho e realizar o exame audiométrico –

audiometria tonal liminar, na clínica credenciada para tal.

c) Para tanto você deverá comparecer na clínica credenciada para seu exame

auditivo periódico para a realização da audiometria e o preenchimento de

questionário, o que levará aproximadamente 20 minutos no total

d) É possível que você experimente algum desconforto, principalmente

relacionado ao cansaço em responder ao questionário

e) Alguns riscos relacionados ao estudo podem ser em relação ao questionário,

como dificuldades em responder

f) Os benefícios esperados com essa pesquisa são conhecer melhor as

dificuldades e facilidades na utilização de protetores auriculares, para melhor

indicá-los e orientar seu uso. Nem sempre você será diretamente beneficiado

com o resultado da pesquisa, mas poderá contribuir para o avanço científico.

g) Os pesquisadores CLÁUDIA GIGLIO DE OLIVEIRA GONÇALVES e WINIA

JESSICA RIGONI, responsáveis por este estudo poderão ser localizados pelo

celular: (42) 99678161 ou email [email protected] no horário comercial

para esclarecer eventuais dúvidas que você possa ter e fornecer-lhe as

informações que queira, antes, durante ou depois de encerrado o estudo.

h) A sua participação neste estudo é voluntária e se você não quiser mais fazer

parte da pesquisa poderá desistir a qualquer momento e solicitar que lhe

devolvam este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado. O seu

atendimento para audiometria está garantido e não será interrompido caso

você desista de participar.

i) As informações relacionadas ao estudo poderão ser conhecidas por pessoas

autorizadas – os pesquisadores. No entanto, se qualquer informação for

45

divulgada em relatório ou publicação, isto será feito sob forma codificada, para

que a sua identidade seja preservada e mantida sua confid encialidade.

j) O material obtido pelo questionário será utilizado unicamente para essa

pesquisa e será destruído/descartado no lixo ao término do estudo, dentro de 2

anos.

k) As despesas necessárias para a realização da pesquisa questionário e

exames, não são de sua responsabilidade e você não receberá qualquer valor

em dinheiro pela sua participação.

l) Quando os resultados forem publicados, não aparecerá seu nome, e sim um

código, ou serão apresentados apenas dados gerais de todos participantes da

pesquisa.

m) Se você tiver dúvidas sobre seus direitos como participante de pesquisa, você

pode contatar também o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade

Tuiuti do Paraná, pelo telefone (041) 3331-7668. Rua: Sidnei A. Rangel Santos,

238 Sala 328 Bloco C. Horário de atendimento das 13:30 às 17:30.

Eu,_________________________________ li esse Termo de Consentimento e

compreendi a natureza e objetivo do estudo do qual concordei em participar. A

explicação que recebi menciona os riscos e benefícios. Eu entendi que sou livre para

interromper minha participação a qualquer momento sem justificar minha decisão e

sem qualquer prejuízo para mim e sem que esta decisão afete meu atendimento. Fui

informado que serei atendido sem custos para mim.

Eu receberei uma via assinada e datada deste documento.

Eu concordo voluntariamente em participar deste estudo.

Local, ___ de ___________ de 20_____.

_________________________________________________________

[Assinatura do Participante de Pesquisa ou Responsável Legal]

_______________________________________________________

[Nome e Assinatura do Pesquisador]

46

ANEXO 3 – PARECER CEP

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