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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA PERCEPÇÃO DE LEIGOS E ODONTÓLOGOS QUANTO ÀS ASSIMETRIAS SIMULADAS NO TERÇO INFERIOR DA FACE EM DIFERENTES ETNIAS ARACAJU Fevereiro/2016

PERCEPÇÃO DE LEIGOS E ODONTÓLOGOS QUANTO ÀS … · Ao meu orientador, Dr. Luiz Renato Paranhos, gostaria de dizer que: “Nada acontece por acaso e não foi à toa que Deus te

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

PERCEPÇÃO DE LEIGOS E ODONTÓLOGOS QUANTO

ÀS ASSIMETRIAS SIMULADAS NO TERÇO INFERIOR

DA FACE EM DIFERENTES ETNIAS

ARACAJU

Fevereiro/2016

ii

PRISCILLA BISPO DE CARVALHO BARBOSA

PERCEPÇÃO DE LEIGOS E ODONTÓLOGOS QUANTO

ÀS ASSIMETRIAS SIMULADAS NO TERÇO INFERIOR

DA FACE EM DIFERENTES ETNIAS

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-graduação em Odontologia, da

Universidade Federal de Sergipe, para

obtenção do título de Mestra em

Odontologia.

Orientador: Prof. Dr. Luiz Renato Paranhos

Coorientador: Prof. Dr. Matheus Melo Pithon

Aracaju

Fevereiro/2016

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA BISAU

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

B238

Barbosa, Priscilla Bispo de Carvalho

Percepção de leigos e odontólogos quanto às

assimetrias simuladas no terço inferior da face em diferentes

etnias / Priscila Bispo de Carvalho Barbosa ; orientador Luiz

Renato Paranhos ; co-orientador Matheus Melo Pithon. –

Aracaju, 2016.

57 f.: il.

Dissertação (mestrado em Odontologia) – Universidade

Federal de Sergipe, 2016.

1. Assimetria facial. 2. Estética. 3. Julgamento. 4.

Mandíbula. 5. Percepção. I. Paranhos, Luiz Renato, orient.

II. Pithon, Matheus Melo, co-orient. III. Título.

CDU 616.314

iii

DEDICATÓRIA

Ao meu esposo Averlúcio, por me apoiar nessa caminhada rumo a mais uma

conquista! Por buscar suprir as necessidades de nossa família e por entender algumas

renúncias que foram necessárias, durante esse tempo, até que se concretizasse essa

etapa. Sou imensamente grata por todos os esforços em me erguer quando eu precisei e

por sempre me passar a certeza de que eu seria capaz! Obrigada amor!

Aos meus filhos Enzo Gabriel e Ruan Rafael por partilharem sua infância com

meu crescimento profissional. Por sempre estarem ao meu lado e me confortarem

quando eu mais precisei, mesmo sem entenderem ao certo o que se passava. Com vocês

a vida é mais colorida e feliz! Muito obrigada meus pequenos! Amo vocês!

Aos meus pais Arari e Márjore, verdadeiros exemplos de luta e força. Por me

passarem os reais valores da vida e por nunca permitirem me sentir menos capaz do que

eu sou! Com vocês aprendi a ter garra e perseverança! Meus anjos protetores! Meus

incentivadores! Obrigada painho e mainha!

iv

AGRADECIMENTOS

A Deus, por sempre se fazer presente em minha vida e me dar a força interior

necessária para superar os obstáculos.

Ao meu orientador, Dr. Luiz Renato Paranhos, gostaria de dizer que: “Nada

acontece por acaso e não foi à toa que Deus te escolheu para me orientar!”. Eu precisava

de alguém exatamente assim: que confiasse em mim, que fosse paciente e que

despertasse em mim a maturidade necessária para que essa etapa pudesse ser concluída

com êxito. A você o meu sincero agradecimento!

À professora Dra. Kelly da Silva por se dispor em colaborar e enriquecer o meu

trabalho. Muito obrigada!

Aos professores Dr. Paulo Henrique Luiz de Freitas e Dra. Carla Patrícia

Hernandez Alves Ribeiro Cesar pela contribuição intelectual nesse trabalho.

Aos colegas do mestrado, Klinger, Catielma e Felipe pelo incentivo e partilha.

Em especial agradeço a Sara Juliana Vasconcellos, amiga e confidente que ganhei ao

longo dessa jornada.

A todos que direta ou indiretamente contribuíram para realização desse trabalho.

v

“Deus não escolhe os capacitados, capacita os

escolhidos. Fazer ou não fazer algo só

depende de nossa vontade e perseverança.”

Albert Einstein

vi

RESUMO

A mensuração da beleza facial é bastante subjetiva, portanto quando se pensa em

restabelecer a harmonia facial e a função do sistema estomatognático, deve-se buscar

conhecer as nuances das características individuais e étnicas de cada paciente, além de

suas necessidades para a instituição de um adequado plano de tratamento. Assim, o

objetivo principal da presente pesquisa foi comparar a percepção estética de leigos e

cirurgiões-dentistas em relação a assimetrias faciais simuladas no terço inferior da face,

em diferentes etnias. Para tanto, foram selecionadas três modelos femininas (branca,

amarela e negra), nas quais foram realizadas alterações simuladas no terço inferior da

face, unilateralmente, de dois em dois graus até atingir a alteração de oito graus. Ao

final, foi obtido um total de 15 imagens (cinco de cada modelo). Para avaliação dessas

imagens, foi utilizada uma amostra composta por 60 indivíduos divididos igualmente

entre cirurgiões-dentistas (ortodontistas e cirurgiões buco-maxilo-faciais) e leigos. As

imagens foram apresentadas, por meio de slides em Power Point, aos avaliadores que

realizaram suas análises respondendo a um questionário que continha, em um primeiro

momento, perguntas referentes ao grau de agradabilidade facial das imagens

apresentadas (expresso por uma escala intervalar numérica de zero a dez) e à

necessidade de intervenção das mesmas, posteriormente, perguntas relativas à qual seria

a imagem mais e a menos agradável de uma mesma modelo. Para a análise estatística

dos dados foi utilizado o teste Kruskall Wallis (p < .05) para avaliar a existência de

diferença estatística na percepção estética dos grupos de avaliadores quanto aos graus de

alteração facial instituídos e em relação às etnias utilizadas na pesquisa e o teste Mann-

Whitney (p < .05) para verificar entre quais grupos ocorria tal diferença e se existia a

influência do gênero do avaliador em sua percepção das assimetrias faciais. De acordo

com os testes estatísticos utilizados, foi verificado que ortodontistas e leigos

apresentaram o mesmo nível de percepção quanto às alterações faciais até quatro graus

de desvio, ortodontistas e cirurgiões buco-maxilo-faciais avaliaram de modo diferente

as alterações faciais até quatro graus e que leigos e cirurgiões buco-maxilo-faciais

apresentaram olhares diferentes quanto à percepção das alterações faciais em todos os

níveis de alteração. Quanto à verificação da diferença estatística entre as etnias

vii

avaliadas, foi observado que entre as etnias branca e amarela, apenas apresentou

diferença em dois graus de alteração facial, entre as etnias branca e negra, houve

diferença em zero, dois e quatro graus, e entre as etnias amarela e negra não houve

diferença estatisticamente significante. Em relação ao gênero do avaliador, foi

constatado que homens e mulheres apresentaram níveis de percepção semelhantes

quanto às deformidades faciais promovidas. Foi possível concluir que os cirurgiões

buco-maxilo-faciais foram mais hábeis em detectar as alterações faciais instituídas,

sugerindo que a formação do profissional promove um olhar diferenciado na percepção

de assimetrias faciais, que a etnia possui papel relevante na percepção da alteração

facial e que o gênero do avaliador não exerceu influência na percepção das assimetrias

faciais.

Palavras-chave: Assimetria Facial. Estética. Julgamento. Mandíbula. Percepção.

viii

ABSTRACT

The measurement of facial beauty is rather subjective, therefore when attempting to

reestablish facial harmony and stomatognathic system function, one should learn the

nuances of individual and ethnic characteristics of each patient, as well as their needs, in

order to set an adequate treatment plan. Thus, the main objective of the present research

was to compare the esthetic perception of lay people and dentists regarding asymmetries

simulated in the inferior third of the face, in different ethnicities. Hence, three female

models were selected (white, yellow, and black) and simulated alterations were

performed in the inferior third of their faces, unilaterally, in every two degrees up to

eight degrees of alteration. Finally, a total of 15 images was obtained (five of each

model). A sample including 60 individuals equally divided between dentists

(orthodontists, and oral-maxillofacial surgeons) and lay people evaluated these images.

The images were presented in Power Point slides to the evaluators who made their

analyses by answering a questionnaire that included, at first, questions regarding the

level of facial pleasantness of the images presented (expressed by a numerical interval

scale from zero to ten) and the need for intervention. Later, there were questions

regarding what images were more and less pleasant for the same model. For data

statistical analysis, the Kruskall Wallis test (p < .05) was used to assess the presence of

statistical difference in the esthetic perception of the groups of evaluators regarding the

degrees of facial alteration and the ethnicities used in the research; and the Mann-

Whitney test (p < .05) was used to verify between which groups such difference

occurred and whether the gender of evaluators had an influence on their perception of

facial asymmetries. According to the statistical tests used, it was verified that

orthodontists and lay people presented the same level of perception regarding facial

alterations up to four degrees of deviation, orthodontists and oral-maxillofacial surgeons

had a different assessment of facial alterations up to four degrees, and lay people and

oral-maxillofacial surgeons had different overviews regarding the perception of facial

alterations in all degrees of alteration. As for the verification of statistical difference

among the ethnicities evaluated, white and yellow ethnicities presented difference in

two degrees of facial alteration; white and black ethnicities presented difference in zero,

ix

two, and four degrees; and yellow and black ethnicities did not present statistically

significant difference. As for the gender of the evaluator, it was found that men and

women presented similar levels of perception regarding the facial deformities promoted.

It was concluded that oral-maxillofacial surgeons were more skilled in detecting the

facial alterations established, which suggests that the professional education provides a

different overview in the perception of facial asymmetries, ethnicity plays a relevant

role in the perception of facial alterations, and the gender of the evaluator had no

influence in the perception of facial asymmetries.

Keywords: Facial Asymmetry. Esthetics. Judgement. Mandible. Perception.

x

SUMÁRIO

1. Introdução 11

2. Objetivos 14

3. Material e Métodos 15

3.1 Critérios éticos da pesquisa 15

3.2 Tipo e caracterização do objeto de estudo 15

3.3 Amostra 19

3.4 Metodologia 20

3.5 Análise dos dados 22

4. Resultados 23

5. Considerações Finais 41

6. Comunicado de imprensa 42

Referências 43

Apêndice 48

Anexos 51

11

1. INTRODUÇÃO

A preocupação com a beleza sempre acompanhou o ser humano e, desde a

Idade Antiga, era observada nas civilizações egípcias e gregas, por intermédio de

suas esculturas e pinturas, a busca em descrever traços fisionômicos que traduzissem

uma estética perfeita (Peck & Peck, 1970; Naini et al., 2006).

Com o passar do tempo, evidências científicas (Kiekens et al., 2008; Jon et

al., 2009; Almeida et al., 2010; Feu et al., 2012) comprovaram que a percepção da

beleza depende de uma preferência individual e que recebe influência dos mais

variados fatores, como por exemplo, o contexto sociocultural no qual se insere o

indivíduo (Türkkahraman & Gökalp, 2004; Reis et al., 2006; Naini et al., 2006;

Barroso et al., 2012; Hayn-Leichsenring et al., 2013; McLeod et al., 2013; Chong et

al., 2014; Ioi et al., 2014; Salmória et al., 2014). Além dos fatores que cerceiam este

contexto sociocultural (aspectos sociais e culturais), existe a influência dos meios de

comunicação que exploram os padrões de beleza e terminam por modificar e

influenciar nas escolhas pessoais a respeito da estética e do que seria uma face bela

(Reis et al., 2006; Almeida et al., 2010).

Embora a beleza facial seja objeto de mensuração subjetiva, possui uma

relação direta com a simetria da face (Meyer-Marcotty et al., 2011; Silva et al.,

2011; Jackson et al., 2013). A simetria facial está longe de ser uma realidade e se

tornou mais uma questão teórica utilizada, mais apropriadamente, como um

parâmetro a ser seguido, pois, em tese, aproximando-se do mesmo teríamos faces

harmônicas e belas (Jackson et al., 2013; Corte et al., 2015). Ela se traduz na

perfeita correlação, em medidas, formas e posição, das estruturas que compõe o lado

esquerdo e o direito da face, e entre o terço superior, o médio e o inferior da mesma

(Suguino, 1996; Silva et al., 2011). Uma face perfeitamente simétrica exprime o

mais alto padrão de beleza, porém faces com níveis elevados de assimetria

interferem diretamente na atratividade facial (Baudouin & Tiberghien, 2004;

DeBruine et al., 2007; Silva & Fukusima, 2010).

As deformidades faciais expressas pelas assimetrias afetam uma parcela

significativa da população e, em decorrência dessas alterações, podem advir

diferentes níveis de comprometimento estético e funcional (Dias et al., 2004;

12

Allgayer et al., 2011; Soares et al., 2012). Essas alterações são provenientes de um

crescimento desordenado das estruturas craniofaciais, advindo dos mais variados

fatores e condições, como os genéticos e os fatores ambientais, como hábitos e/ou

traumas (Allgayer et al., 2011; Silva et al., 2011; Corte et al., 2015).

Em relação às assimetrias relacionadas à mandíbula, as mesmas podem

resultar de um crescimento excessivo ou deficiente do corpo e ramo da mandíbula

como também de um crescimento assimétrico de estruturas associadas, e geralmente

é caracterizada, clinicamente, pela presença de desvio do mento para um dos lados

da face, de discrepância dentoesqueletal da linha média, de mordida cruzada e de

discrepância no sentido vertical da mandíbula (Dias et al., 2004; Allgayer et al.,

2011).

Má oclusão e leves desvios funcionais podem ser tratados ortodonticamente.

Entretanto, assimetrias faciais não são facilmente camufladas pelo tratamento

ortodôntico (Silva et al., 2011). Vários fatores, isolados ou em conjunto, que

demandem alterações faciais estruturais mais severas, podem indicar a necessidade

de realização da cirurgia ortognática (Dias et al., 2004; Silva et al., 2011; Naini et

al., 2012). Outra possibilidade de indicação cirúrgica baseia-se no efeito

psicossocial causado pela deformidade dentofacial e pela assimetria facial

manifestada de maneira importante (Dias et al., 2004; Meyer-Marcotty et al., 2011).

Quando se pensa em restabelecer a harmonia facial e a função do sistema

estomatognático, deve-se buscar conhecer as nuances das características individuais

e étnicas de cada paciente (Reis et al., 2006), realizando uma anamnese bem

conduzida, para que se possa harmonizá-las de forma que o resultado da intervenção

a ser instituída não seja comprometido a ponto de recidivar por influência das

mesmas, ou então, que o resultado de determinado procedimento não seja agradável,

esteticamente, aos olhos do paciente (Reis et al., 2006; Freitas, 2008; Almeida et al.,

2010).

A morfologia da face está diretamente relacionada à hereditariedade e ao

estágio de desenvolvimento e crescimento craniofacial, determinados por fatores

genéticos modificados por fatores ambientais (fenótipo), dependendo da época e da

intensidade dos mesmos (Freitas, 2008). A variabilidade do fenótipo humano é um

fato incontestável e motivou o surgimento do conceito de “raça” para facilitar a

classificação dessa diversidade humana (Alves et al., 2005; Freitas, 2008; Santos et

al., 2010). Este conceito se baseia em critérios estabelecidos de acordo com as

13

diferenças e semelhanças existentes entre os indivíduos. Desde o século XVIII,

considera-se a cor da pele como um critério fundamental e divisor entre as

denominadas “raças”, e por esta razão, a espécie humana foi dividida em três raças

que permanecem, ainda hoje, com a mesma terminologia: raças branca, amarela e

negra (Freitas, 2008).

No século XX, com a evolução da ciência biológica, a denominação “raça”

se tornou um conceito em desuso para categorizar a diversidade humana (Freitas,

2008; Santos et al., 2010). Desse modo, “raça” passa a ter um conceito de

descendência, ou seja, um grupo de indivíduos com um ancestral comum. Já etnia,

se designa ao conjunto de indivíduos que historicamente possuem um ancestral

comum, mesma língua, mesma cultura e habitam geograficamente o mesmo espaço

(Alves et al., 2005; Freitas, 2008; Santos et al., 2010). Desta forma, um conjunto

populacional denominado de raça branca, amarela ou negra pode conter diversas

etnias (Alves et al., 2005; Freitas, 2008).

Em função da necessidade que o cirurgião-dentista, em especial o

ortodontista e o cirurgião buco-maxilo-facial, possui em obter dados que o auxiliem

na avaliação de elementos que compõe a harmonia facial para a instituição do

adequado plano de tratamento, a presente pesquisa comparou a percepção estética de

leigos, ortodontistas e cirurgiões buco-maxilo-faciais quanto à detecção de

assimetrias simuladas em terço inferior da face nas etnias branca, amarela e negra.

14

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Comparar a percepção estética de leigos, ortodontistas e cirurgiões buco-maxilo-

faciais em relação a assimetrias simuladas no terço inferior da face de mulheres de

diferentes etnias.

2.2 Objetivos Específicos

- Identificar divergências quanto à percepção estética de leigos e cirurgiões-

dentistas (especialistas em ortodontia e em cirurgia e traumatologia buco-maxilo-facial)

em relação aos diferentes graus do desvio no terço inferior da face;

- Observar a influência das características étnicas sobre a percepção das

alterações faciais;

- Verificar a influência do gênero do avaliador (masculino e feminino) sobre a

percepção do grau de alteração da face.

15

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Critérios éticos da pesquisa

O presente estudo foi submetido à Plataforma Brasil para avaliação dos critérios

éticos, sendo aprovado sob o protocolo 094635/2014 (CAAE: 37580614.0.0000.5546)

(Anexo 1).

3.2 Tipo e caracterização do objeto do estudo

Trata-se de um estudo observacional analítico no qual foram avaliadas imagens

de três indivíduos do gênero feminino nas etnias branca, amarela e negra, que foram

selecionadas de acordo com uma adaptação dos critérios preconizados por Krieger et al.

(1965). Esses critérios levam em consideração basicamente traços fenotípicos externos

como a cor da pele (leucoderma, melanoderma e xantoderma), a forma do nariz e a

textura dos cabelos (Tabela 1). As imagens iniciais dessas mulheres foram coletadas em

agências de modelos da cidade de Aracaju/SE.

Além das características étnicas, os demais critérios de inclusão utilizados para

seleção das mulheres foram: idade entre 18 e 29 anos; presença de adequado equilíbrio

muscular facial expresso pelo selamento labial passivo (Reis et al., 2006). Foram

excluídas aquelas que apresentavam quaisquer condições que pudessem comprometer a

estética facial (sinais de expressão marcantes, sinais de nascença, etc.) (Reis et al.,

2006).

Tabela 1 - Adaptação da classificação de Krieger et al. (1965) para designar

características étnicas.

Leucodermas Melanodermas Xantodermas

Cor da pele Branco Negro Amarelo

Textura dos Cabelos Liso/Ondulado Encarapinhado Liso

Olhos Horizontais Grandes Puxados

Espessura dos Lábios Delgados Grossos Delgados

Forma do Nariz Afilado Largo Mediana

16

Foi agendada uma sessão fotográfica para obtenção de imagens faciais

padronizadas, na qual as mulheres selecionadas deveriam estar de cabelo preso e sem

maquiagem, além de retirar quaisquer adereços da face que pudessem interferir na

avaliação da estética facial (óculos, piercings, etc) (Morihisa et al., 2009; Silva &

Fukusima, 2010; Hayn-Leichsenring et al., 2013).

Para a realização das fotografias faciais padronizadas em norma frontal, foi

utilizada a máquina fotográfica da marca Canon®

(EOS 7D, Melville, NY, EUA) com

resolução de 300 dpi, posicionada com uma distância focal de um metro em relação às

modelos. As modelos foram instruídas a manter a posição natural da cabeça, olhando

para a linha do horizonte, mantendo uma expressão facial neutra, com lábios levemente

selados (Silva & Fukusima, 2010), como expresso na figura 1.

Figura 1. Imagens originais das modelos selecionadas para pesquisa (padronizadas em

norma frontal): A (leucoderma/branca); B (xantoderma/amarela); C

(melanoderma/negra).

As fotografias obtidas foram digitalizadas (resolução de 1366 x 768 pixels) e

exportadas para um computador, no qual passaram por um processo de tratamento (com

o objetivo de corrigir imperfeições faciais que comprometiam o grau de atratividade

facial) por meio do programa Adobe Photoshop®

CS5 (Adobe Systems Inc., San Jose,

Califórnia, EUA), e então foi realizada a técnica de espelhamento das imagens com a

finalidade de estabelecer o padrão simétrico. Desse modo, em cada uma das três faces

17

(da branca, da amarela e da negra) foi realizado o rebatimento lateral de sua hemiface

direita, por reflexão, transformando-as em faces simétricas (Silva & Fukusima, 2010) a

fim de prepará-las para empregar as deformidades a serem trabalhadas, como pode ser

observado na figura 2.

Figura 2. Imagens das modelos selecionadas após a técnica de espelhamento: A

(leucoderma/branca); B (xantoderma/amarela); C (melanoderma/negra).

Para a inserção das alterações látero-laterais na mandíbula, a partir da imagem

original simetrizada, foi traçada a linha média facial passando pelo centro da glabela,

ponta do nariz e ponto médio do filtro labial (de cada imagem), dividindo cada face em

lados direito e esquerdo, sendo esta perpendicular à linha horizontal que passa pelo

centro dos olhos (Meyer-Marcotty et al., 2011). Tomando por base a proeminência

anterior mentoniana, foram realizadas alterações nessas imagens de dois em dois graus

em sentido horizontal no terço inferior da face até atingir um desvio de oito graus

unilateralmente, como exemplificado na figura 3. Para manipulação dessas imagens foi

utilizado o programa Adobe Photoshop® CS5. Ao final, foram obtidas cinco imagens

para cada uma das modelos, totalizando 15 fotografias (Figuras 4, 5 e 6).

18

Figura 3. Demonstrativo do processo de confecção das alterações horizontais instituídas

por intermédio da angulação do terço inferir da face.

Figura 4. Imagens espelhada e alterada em 2, 4, 6 e 8 graus, unilateralmente, em terço

inferior da face da leucoderma/branca: A (Imagem espelhada); B (Imagem com 2° de

desvio); C (Imagem com 4° de desvio); D (Imagem com 6° de desvio); E (Imagem com

8° de desvio).

19

Figura 5. Imagens espelhada e alterada em 2, 4, 6 e 8 graus, unilateralmente, em terço

inferior da face da xantoderma/amarela: A (Imagem espelhada); B (Imagem com 2° de

desvio); C (Imagem com 4° de desvio); D (Imagem com 6° de desvio); E (Imagem com

8° de desvio).

Figura 6. Imagens espelhada e alterada em 2, 4, 6 e 8 graus, unilateralmente, em terço

inferior da face da melanoderma/negra: A (Imagem espelhada); B (Imagem com 2° de

desvio); C (Imagem com 4° de desvio); D (Imagem com 6° de desvio); E (Imagem com

8° de desvio).

3.3 Amostra

A amostra utilizada na pesquisa foi composta por três grupos de avaliadores:

leigos, ortodontistas e cirurgiões buco-maxilo-faciais. Como critério de inclusão, os

profissionais da odontologia deveriam ser especialistas na área e os leigos não poderiam

trabalhar na área da saúde e/ou estética e não poderiam ter sido submetidos a nenhum

procedimento estético/cirúrgico na face.

O tamanho amostral foi definido de acordo com o utilizado por outros autores

(Krishnan et al., 2008; Almeida et al., 2010; Salmória et al., 2014; Yin et al., 2014),

sendo composta por 60 avaliadores (20 por grupo).

20

3.4 Metodologia

Após a obtenção das imagens, estas foram organizadas de forma aleatória de

acordo com a sequência proposta por um programa de randomização on line

(http://www.random.org/lists/). Inicialmente, foi inserida no site uma lista numérica de

um a quinze referente às imagens resultantes do processo de manipulação. Assim, foi

obtida a sequência em que cada imagem deveria aparecer. Essas imagens compuseram o

primeiro momento de avaliação (Figura 7).

Figura 7. Posicionamento das imagens após processo de randomização para o primeiro

momento de avaliação.

Posteriormente, foi lançada no site uma lista de um a três, referente ao número

de mulheres que foram o objeto de estudo da presente pesquisa, para que fosse definida

a ordem de apresentação das imagens de cada uma delas. Em seguida, uma nova

randomização foi realizada inserindo outra lista numérica de um a cinco referente ao

total de imagens de cada mulher, e então foi obtida a posição em que cada imagem

deveria estar no slide apresentado. Essas imagens compuseram o segundo momento de

avaliação, como exemplificado na figura 8.

21

Figura 8. Exemplo de processo de randomização para segunda etapa de avaliação.

Estabelecida a sequência de apresentação, as imagens foram montadas no

programa de exibição de apresentações gráficas PowerPoint (Microsoft Office 2007,

Redmont, Wash, EUA) em Ultrabook da marca Dell®

(P35G, São Paulo, Brasil) para

que fossem realizadas as avaliações, conforme sugerido pela literatura (Morihisa et al.,

2009; Meyer-Marcotty et al., 2011; Naini et al., 2012).

Cada avaliador recebeu, para o julgamento das imagens, um questionário no qual

constava, além de dados pessoais e profissionais, perguntas que orientavam a avaliação

das imagens, estando elas relacionadas à pontuação da agradabilidade facial e à

necessidade ou não de intervenção na face (Apêndice A). Os avaliadores receberam

informações a respeito da pesquisa e foram instruídos a avaliar as faces apresentadas

segundo seu grau de atratividade.

No primeiro momento, os avaliadores julgaram cada imagem, individualmente,

de acordo com uma escala intervalar numérica de agradabilidade facial graduada de

zero a dez (“0” nada agradável, “5” agradável e “10” extremamente agradável) (Pithon

et al., 2012). Cada avaliador conferiu a pontuação que julgou mais coerente de acordo

com seu grau de percepção. Após, os avaliadores responderam se, de acordo com a sua

percepção, a face apresentada necessitaria de algum tipo de tratamento (duas respostas

possíveis: “sim” e “não”) (Willians et al., 2014).

No segundo momento, cada avaliador escolheu a imagem que julgava a mais e a

menos agradável dentre as cinco imagens da modelo apresentada. Essa avaliação foi

feita com as imagens de todos os modelos selecionados.

Cada imagem individual apresentada ficou exposta aos avaliadores por um

período de dez segundos. Como tela de transição aparecia uma tela negra que ficava

22

exposta por três segundos. Na avaliação das imagens agrupadas por modelo, cada slide

ficou exposto pelo tempo de quinze segundos e a tela negra, entre imagens, pelo tempo

de três segundos. O tempo total de avaliação foi de quatro minutos e trinta segundos. Os

tempos foram ajustados após a aplicação do teste piloto, no qual foram utilizados vinte

leigos que não fizeram parte da amostra principal da pesquisa.

3.5 Análise dos dados

Para avaliar se houve diferença quanto à percepção estética entre os três grupos

de avaliadores (ortodontistas, cirurgiões buco-maxilo-faciais e leigos), e entre a

percepção dos diferentes graus de alteração nas três etnias (branca, amarela e negra), foi

utilizado o teste estatístico Kruskal Wallis (p < .05). Para verificação entre quais grupos

de avaliadores houve diferença estatística na percepção de alterações faciais, e entre

quais etnias houve diferença na percepção de determinado grau de alteração facial, foi

utilizado o teste estatístico Mann-Whitney (p < .05). Este teste também foi aplicado para

verificar a correlação entre o gênero do avaliador e a percepção dos níveis de alteração

facial. Para essas análises, foi considerado um nível de significância de 95%. O

programa estatístico utilizado foi o SPSS® 15.0 para o Windows.

23

4. RESULTADOS

Este artigo segue as normas da revista The Angle Orthodontist

(http://www.angle.org/). As normas estão no Anexo 2.

Título: Percepção de leigos e odontólogos quanto às assimetrias simuladas no terço

inferior da face em mulheres de diferentes etnias

RESUMO

Objetivo: Comparar a percepção estética de dentistas e leigos em relação à

agradabilidade facial em diferentes etnias.

Material e Métodos: Foram realizadas alterações simuladas no terço inferior da face,

em três mulheres (branca, amarela e negra), de dois em dois graus até atingir o desvio

de oito graus. Para avaliação, foi utilizada uma amostra composta por 60 indivíduos

(ortodontistas, cirurgiões buco-maxilo-faciais e leigos). As imagens foram apresentadas,

de forma aleatória, de modo que os avaliadores pudessem julgar seu grau de

agradabilidade facial segundo uma escala intervalar numérica de zero a dez. Para a

análise dos dados foram utilizados os testes Kruskall Wallis (p < .05) e Mann-Whitney

(p < .05) com nível de confiança de 95%.

Resultados: Ortodontistas e leigos diferiram apenas nas avaliações de seis e oito graus

de alteração facial, os cirurgiões buco-maxilo-faciais apresentaram diferença estatística

em relação aos leigos em todos os graus de alteração e em relação aos ortodontistas nas

avaliações de zero, dois e quatro graus. As avaliações entre a etnia branca e a amarela

diferiram apenas em dois graus de alteração facial, a branca e a negra diferiram em dois

e quatro graus, e a negra e amarela apenas em oito graus.

Conclusão: Os cirurgiões buco-maxilo-faciais foram mais hábeis em detectar as

alterações faciais instituídas, sugerindo que a formação profissional promove um olhar

diferenciado na percepção de assimetrias faciais e que a etnia possui papel relevante na

percepção da alteração faciais mais discretas.

Palavras-chave: Assimetria Facial. Estética. Julgamento. Mandíbula. Percepção.

24

INTRODUÇÃO

A preocupação com o padrão de beleza ideal sempre foi pauta de discussões e,

com o passar do tempo, evidências científicas1-4

comprovaram que a percepção da

beleza depende de uma preferência individual e que recebe influência dos mais variados

fatores, como por exemplo, o contexto sociocultural no qual se insere o indivíduo5-13

, e

a influência dos meios de comunicação que exploram os padrões de beleza e terminam

por modificar e influenciar nas escolhas pessoais a respeito da estética e do que seria

uma face bela3,6

.

Apesar de a beleza facial ser objeto de análise subjetiva, possui uma relação

direta com a simetria da face14-16

. Nem sempre uma face perfeitamente simétrica

exprimir o mais alto padrão de beleza, porém faces com níveis elevados de assimetria

interferem diretamente na atratividade facial17-19

.

De forma geral, as deformidades dentofaciais afetam uma importante parcela da

população e, em decorrência dessas alterações, podem advir diferentes níveis de

comprometimento estético e funcional20-22

que podem variar de leves desvios

funcionais, facilmente corrigidos pelo tratamento ortodôntico, à problemas mais sérios

como mastigação debilitada, disfunção da articulação têmporomandibular e a

susceptibilidade à cárie e à doença periodontal devido à higiene oral comprometida pela

protrusão e irregularidades dentais, os quais podem demandar a necessidade de cirurgia

ortognática20

.

Desse modo, percebendo a necessidade que os cirurgiões-dentistas, em especial

o ortodontista e o cirurgião buco-maxilo-facial, possuem em obter dados que os

auxiliem na avaliação de elementos que compõe a harmonia facial para a instituição de

um adequado plano de tratamento, o presente estudo comparou a percepção estética de

leigos, ortodontistas e cirurgião buco-maxilo-facial quanto à detecção de assimetrias

simuladas em terço inferior da face nas etnias branca, amarela e negra.

25

MATERIAL E MÉTODOS

Esse estudo foi submetido e aprovado ao Comitê de Ética sob o número de

protocolo 094635/2014 (CAAE: 37580614.0.0000.5546). Todos os participantes

receberam instruções a respeito da pesquisa e assinaram um Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido.

Foram realizadas fotografias, em norma frontal, em três mulheres brasileiras de

etnias branca, amarela e negra, as quais foram instruídas a manter a posição natural da

cabeça, olhando para a linha do horizonte, mantendo uma expressão facial neutra, com

lábios levemente selados19

.

As imagens passaram pela técnica de espelhamento com a finalidade de

estabelecer seu padrão simétrico. A partir dessas imagens simetrizadas foi traçada suas

linhas médias faciais e, tomando por base a proeminência mentoniana, foram realizadas

alterações horizontais na mandíbula unilateralmente de dois em dois graus até atingir o

desvio de oito graus, por meio do programa Adobe Photoshop® CS5 (Adobe Systems

Inc., San Jose, Califórnia, EUA). Ao final, foi obtido um total de cinco imagens para

cada uma das mulheres, totalizando 15 imagens como pode ser visto nas Figuras de 1 a

3.

A amostra utilizada na pesquisa foi composta por três grupos de avaliadores:

leigos, ortodontistas e cirurgiões buco-maxilo-faciais.

As imagens passaram por um processo de randomização

(http://www.random.org/lists/) para organização da ordem de exposição e foram, então,

apresentadas aos avaliadores por meio do programa de exibição de apresentações

gráficas PowerPoint (Microsoft Office 2007, Redmont, Wash, EUA) em Ultrabook da

marca Dell®

(P35G, São Paulo, Brasil)7,14,23

.

A pesquisa foi composta por duas etapas. Inicialmente, as 15 imagens foram

apresentadas sequencialmente e os avaliadores foram instruídos a julgar o seus graus de

agradabilidade facial segundo uma escala intervalar numérica que variava de zero a dez

(“0” nada agradável, “5” agradável” e “10” extremamente agradável)24

. Também foi

solicitado que avaliassem se as imagens apresentadas necessitavam de algum tipo de

intervenção (apenas “sim” ou “não”), de acordo com sua percepção25

. Em seguida,

foram apresentadas aos avaliadores as cinco imagens de uma mesma modelo (lado a

lado), e foi solicitado que os mesmos julgassem qual seria a imagem mais e a menos

26

agradável. Assim sucedeu com as imagens das três mulheres. O tempo total de

avaliação foi de seis minutos.

Figura 1. Imagens espelhada e alterada em 2, 4, 6 e 8 graus, unilateralmente, em terço

inferior da face da leucoderma/branca: A (Imagem espelhada); B (Imagem com 2° de

desvio); C (Imagem com 4° de desvio); D (Imagem com 6° de desvio); E (Imagem com

8° de desvio).

Figura 2. Imagens espelhada e alterada em 2, 4, 6 e 8 graus, unilateralmente, em terço

inferior da face da xantoderma/amarela: A (Imagem espelhada); B (Imagem com 2° de

desvio); C (Imagem com 4° de desvio); D (Imagem com 6° de desvio); E (Imagem com

8° de desvio).

27

Figura 3. Imagens espelhada e alterada em 2, 4, 6 e 8 graus, unilateralmente, em terço

inferior da face da melanoderma/negra: A (Imagem espelhada); B (Imagem com 2° de

desvio); C (Imagem com 4° de desvio); D (Imagem com 6° de desvio); E (Imagem com

8° de desvio).

Análise dos dados

Para avaliar se houve diferença quanto à percepção estética entre os três grupos

de avaliadores (ortodontistas, cirurgiões buco-maxilo-faciais e leigos), e entre a

percepção dos diferentes graus de alteração nas três etnias (branca, amarela e negra), foi

utilizado o teste estatístico Kruskal Wallis (p < .05). Para verificação entre quais grupos

de avaliadores houve diferença estatística na percepção de alterações faciais, e entre

quais etnias houve diferença na percepção de determinado grau de alteração facial, foi

utilizado o teste estatístico Mann-Whitney (p < .05). Este teste também foi aplicado para

verificar a correlação entre o gênero do avaliador e a percepção dos níveis de alteração

facial. Para essas análises, foi considerado um nível de significância de 95%. O

programa estatístico utilizado foi o SPSS® 15.0 para o Windows.

RESULTADOS

A amostra da presente pesquisa consistiu de 60 indivíduos, sendo 32 do gênero

masculino e 28 do gênero feminino. A média de idade dos avaliadores foi de 36.5 anos

para os ortodontistas, de 38 anos para os cirurgiões buco-maxilo-faciais e de 35,4 anos

para os leigos.

Os resultados quanto à divergência na percepção estética de leigos, ortodontistas

e cirurgiões buco-maxilo-faciais, nos diferentes graus do desvio no terço inferior da face

28

e em cada uma das etnias (branca, negra e amarela), podem ser observados nas tabelas

de 1 a 5. A tabela 6 apresenta as médias dadas pelos avaliadores em relação aos graus de

alteração facial e etnias.

Após a aplicação do teste estatístico, foi verificado que não houve correlação

entre o gênero do avaliador e a percepção do grau de alteração facial (Tabela 7).

Tabela 1. Comparação quanto à percepção do grau de alteração facial entre os grupos de

avaliadores.

Grau de alteração facial Grupo de avaliadores Mean Rank p

00

Ortodontistas

C. buco-maxilo-faciais

Ortodontistas

Leigos

C. buco-maxilo-faciais

Leigos

68.20

52.80

57.04

63.96

49.64

71.36

.014**

.265

.001***

20

Ortodontistas

C. buco-maxilo-faciais

Ortodontistas

Leigos

C. buco-maxilo-faciais

Leigos

68.21

52.79

58.52

62.48

50.45

70.55

.013**

.524

.001***

40

Ortodontistas

C. buco-maxilo-faciais

Ortodontistas

Leigos

C. buco-maxilo-faciais

Leigos

68.35

52.65

53.49

67.51

46.40

74.60

.012**

.025*

.000***

60

Ortodontistas

C. buco-maxilo-faciais

Ortodontistas

Leigos

C. buco-maxilo-faciais

Leigos

62.78

58.22

43.94

77.06

42.28

78.72

.465

.000***

.000***

80

Ortodontistas

C. buco-maxilo-faciais

Ortodontistas

Leigos

C. buco-maxilo-faciais

Leigos

61.58

59.42

42.63

78.37

42.26

78.74

.730

.000***

.000***

*p ≤ .05. **p ≤ .01. ***p ≤ .001.

29

Tabela 2. Comparação quanto à da percepção do grau de alteração facial na modelo

branca entre os três grupos de avaliadores.

Grau de alteração facial Grupo de avaliadores Mean Rank p

00

Ortodontistas

C. buco-maxilo-faciais

Ortodontistas

Leigos

C. buco-maxilo-faciais

Leigos

19.95

21.05

16.62

24.38

17.48

23.52

.763

.035*

.102

20

Ortodontistas

C. buco-maxilo-faciais

Ortodontistas

Leigos

C. buco-maxilo-faciais

Leigos

22.30

18.70

17.72

23.28

15.30

25.70

.341

.134

.004**

40

Ortodontistas

C. buco-maxilo-faciais

Ortodontistas

Leigos

C. buco-maxilo-faciais

Leigos

22.85

18.15

17.60

23.40

15.92

25.08

.211

.121

.012**

60

Ortodontistas

C. buco-maxilo-faciais

Ortodontistas

Leigos

C. buco-maxilo-faciais

Leigos

22.85

18.15

13.45

27.55

12.78

28.22

.211

.000***

.000***

80

Ortodontistas

C. buco-maxilo-faciais

Ortodontistas

Leigos

C. buco-maxilo-faciais

Leigos

21.22

19.78

14.55

26.45

14.45

26.55

.698

.001***

.001***

*p ≤ .05. **p ≤ .01. ***p ≤ . 001

30

Tabela 3. Comparação quanto à percepção do grau de alteração facial na modelo

amarela entre os três grupos de avaliadores.

Grau de alteração facial Grupo de avaliadores Mean Rank p

00

Ortodontistas

C. buco-maxilo-faciais

Ortodontistas

Leigos

C. buco-maxilo-faciais

Leigos

24.32

15.90

19.47

20.50

16.20

24.80

.019**

.773

.018**

20

Ortodontistas

C. buco-maxilo-faciais

Ortodontistas

Leigos

C. buco-maxilo-faciais

Leigos

20.42

19.60

20.39

19.62

20.45

20.55

.815

.828

.978

40

Ortodontistas

C. buco-maxilo-faciais

Ortodontistas

Leigos

C. buco-maxilo-faciais

Leigos

22.79

17.35

18.11

21.80

15.88

25.12

.128

.303

.011**

60

Ortodontistas

C. buco-maxilo-faciais

Ortodontistas

Leigos

C. buco-maxilo-faciais

Leigos

18.89

21.05

13.95

25.75

15.88

25.12

.549

.001***

.011**

80

Ortodontistas

C. buco-maxilo-faciais

Ortodontistas

Leigos

C. buco-maxilo-faciais

Leigos

19.82

20.18

13.92

25.78

14.50

26.50

.920

.001***

.001***

*p ≤ .05. **p ≤ .01. ***p ≤ .001

31

Tabela 4. Comparação quanto à percepção do grau de alteração facial na modelo negra

entre os três grupos de avaliadores.

Grau de alteração facial Grupo de avaliadores Mean Rank p

00

Ortodontistas

C. buco-maxilo-faciais

Ortodontistas

Leigos

C. buco-maxilo-faciais

Leigos

24.45

16.55

21.38

19.62

17.00

24.00

.028*

.622

.052*

20

Ortodontistas

C. buco-maxilo-faciais

Ortodontistas

Leigos

C. buco-maxilo-faciais

Leigos

24.78

16.22

20.55

20.45

16.40

24.60

.018**

.978

.024*

40

Ortodontistas

C. buco-maxilo-faciais

Ortodontistas

Leigos

C. buco-maxilo-faciais

Leigos

23.40

17.60

17.92

23.08

15.48

25.52

.105

.156

.006**

60

Ortodontistas

C. buco-maxilo-faciais

Ortodontistas

Leigos

C. buco-maxilo-faciais

Leigos

21.52

19.48

16.55

24.45

14.52

26.48

.572

.030*

.001***

80

Ortodontistas

C. buco-maxilo-faciais

Ortodontistas

Leigos

C. buco-maxilo-faciais

Leigos

21.38

19.62

14.90

26.10

14.12

26.88

.631

.002**

.000***

*p ≤ .05. **p ≤ .01. ***p ≤ .001

32

Tabela 5. Correlação entre a etnia das modelos e grau de alteração facial.

Grau de alteração

facial

Etnia avaliada Mean rank p

00

Branca

Amarela

Branca

Negra

Amarela

Negra

56.19

64.81

54.17

66.83

58.49

62.51

.168

.042

.518

20

Branca

Amarela

Branca

Negra

Amarela

Negra

51.94

69.06

52.95

68.05

60.54

60.46

.006**

.016**

.989

40

Branca

Amarela

Branca

Negra

Amarela

Negra

54.46

66.54

51.21

69.79

56.28

64.72

.053

.003**

.175

60

Branca

Amarela

Branca

Negra

Amarela

Negra

59.43

61.57

55.44

65.56

56.81

64.19

.733

.106

.238

80

Branca

Amarela

Branca

Negra

Amarela

Negra

57.94

63.06

52.14

68.86

54.38

66.62

.413

.008

.051*

*p ≤ .05. **p ≤ .01. ***p ≤ . 001

33

Tabela 6. Descrição das médias e desvio padrão dados pelos avaliadores em relação aos

graus de alteração facial e etnias.

Grau de

alteração facial

Avaliadores Etnias

Ortodontistas Cirurgiões

buco-

maxilo-

faciais

Leigos Branca Amarela Negra

µ (σ) µ (σ) µ (σ) µ (σ) µ (σ) µ (σ)

00 7.97 (2.12) 7.1(0.70) 8.28(1.41) 8 (1.41) 7.85(0.70) 8.06(0)

20 7.9 (4.24) 7.06(0) 7.98(0.70) 6(2.82) 7.95(0) 7.98(0)

40 6.52 (4.24) 5.63(0.70) 7.18(2.82) 5.5(2.12) 6.55(0) 6.9(1.41)

60 4.35 (2.89) 4.11(0) 6.01(0.70) 4.5(2.12) 4.66(1.41) 5.18(2.12)

80 3.22(2.83) 3.16(1.41) 5.13(2.82) 3.5(3.53) 3.7(2.82) 4.4(1.41)

µ= média. σ = desvio padrão

Tabela 7. Correlação entre gênero do avaliador e percepção da alteração facial.

Grau de alteração

facial

Gênero do avaliador Mean Rank p

00

Masculino

Feminino

32.69

28.00

.293

20

Masculino

Feminino

29.72

31.39

.708

40

Masculino

Feminino

28.06

33.29

.241

60

Masculino

Feminino

26.66

34.89

.063

80

Masculino

Feminino

27.67

33.73

.173

DISCUSSÃO

A genética, mesmo influenciada por fatores ambientais, é soberana na

morfologia da face26

. Desta forma, o tratamento ortodôntico instituído com a finalidade

de corrigir importantes discrepâncias esqueléticas e dentais deve ser combinado com o

tratamento cirúrgico27

, sempre com o objetivo de devolver uma adequada função do

34

sistema estomatognático aliada à uma estética satisfatória. A presente pesquisa teve

como objetivo principal realizar um estudo comparativo, entre ortodontistas, leigos e

cirurgiões buco-maxilo-faciais, quanto à percepção de alterações horizontais no terço

inferior da face em diferentes etnias, por meio de fotografias frontais da face. Para tanto,

foi utilizada uma escala numérica intervalar de zero a dez (“0” nada agradável, “5”

agradável e “10” extremamente agradável) como objeto de mensuração do nível de

agradabilidade facial. A escolha desse instrumento de mensuração se deu devido ao fato

de possuir larga aplicabilidade da literatura8,19,22,28-30

além do que, permitiu uma

mensuração rápida e simples, sendo de fácil compreensão por parte dos avaliadores.

A relevância das características étnicas de indivíduos que apresentam assimetrias

faciais tem sido relatada como fator relevante na percepção dessas alterações, no

entanto apenas estudos comparando brancos e negros3,22

, brancos e mexicanos31

e

comparando populações com as mesmas características étnicas5,11,12,32

haviam sido

relatados até o momento. Portanto, esse estudo possui um caráter inovador em sua

proposta de avaliação por permitir comparar a repercussão de diferentes alterações

faciais em indivíduos com características faciais distintas (branca, amarela e negra).

Almeida et al.3 (2010) e Soares et al.

22 (2012), em seus estudos sobre

comparação de alterações anteroposteriores em indivíduos brancos e negros,

constataram que os piores índices de avaliação recaíram sobre a etnia negra. Esses

resultados entram em contradição com os nossos achados, muito provavelmente, devido

ao fato de que esses autores trabalharam com alterações em sentido anteroposterior. As

faces de etnia negra apresentam-se com perfil biprotruso em relação às faces de etnia

branca (perfil mais reto) podendo essa característica gerar avaliações mais negativas

quando alterações nesse sentido são realizadas em faces negras.

Os resultados dessa pesquisa demonstraram que a face da modelo que representa

a etnia branca obteve os menores índices de avaliação quanto à agradabilidade facial

(µ=5.5, σ = 1.70) em todos os níveis de alteração promovidos, enquanto que a negra

recebeu as melhores pontuações em todas as suas avaliações (µ= 6.51, σ= 1.66). O que

nos leva a perceber que as características da face negra (largura facial estreita;

comprimento facial longo; altura facial baixa, nariz largo entre outras características)

conseguiram mascarar a alteração promovida, em sentido horizontal da face,

permitindo-a receber pontuações de agradabilidade mais elevadas. Entretanto, apesar de

observadas essas diferenças na avaliação entre as médias, apenas foi detectada diferença

estatística nas alterações faciais com dois e quatro graus entre as referidas etnias, o que

35

sugere que a partir desse desvio, a alteração facial passa a ser fator preponderante na

avaliação da agradabilidade facial em detrimento à etnia.

Com relação à modelo de etnia amarela, a mesma ficou em uma posição

intermediária quanto à sua agradabilidade facial (µ= 6.14, σ= 1.90), em todos os níveis

de alteração, porém sem diferença estatisticamente significativa em relação à negra (p >

0.05). Isto nos permite inferir que os avaliadores percebem as alterações promovidas em

ambas as faces de modo semelhante e, portanto as características que cerceiam as duas

faces conseguem mascarar as alterações promovidas de modo mais positivo que na etnia

branca.

Neste estudo, os cirurgiões buco-maxilo-faciais apresentaram uma maior

sensibilidade e poder crítico na detecção das alterações faciais em relação aos demais

grupos de avaliadores (p < .05), conferindo as pontuações mais baixas em todos os

graus de alteração promovidos, com exceção dos desvios de seis e oito graus, nos quais

passa a não haver uma diferença estatisticamente significativa entre ortodontistas e

cirurgiões buco-maxilo-faciais (p > .05). Esse resultado sugere que a prática cirúrgica

de correção de deformidades dentofaciais dos cirurgiões buco-maxilo-faciais promove

uma influência marcante sobre poder crítico desses profissionais quanto à avaliação da

estética facial mesmo nos mais baixos graus de desvio facial. O que vem de encontro

aos estudos de Montini et al.33

(2007) e de Falkensammer et al.32

(2014) nos quais,

avaliando alterações sagitais no terço inferior da face, constataram que os ortodontistas

eram mais críticos que os cirurgiões buco-maxilo-faciais em relação à detecção das

alterações instituídas.

Ademais, foi constatado que os ortodontistas e leigos apresentaram percepções

semelhantes quanto à avaliação de cada alteração facial, corroborando os resultados de

Meyer-Marcotty et al.14

(2011) e Silva et al.15

, (2011) quanto à avaliação desses

profissionais em relação à alterações horizontais da face. Esses achados levantam a

hipótese de que os indivíduos em geral estão com um poder crítico mais elevado quando

se fala em estética facial, muito possivelmente pelas exigências estéticas do mundo

contemporâneo que são movidas e incentivadas pela mídia e meios de comunicação3.

Nossos resultados contrariam os estudos de McAvinchey et al.34

(2014) que, avaliando

alterações na simetria facial, observou que os ortodontistas eram muitos mais críticos

em suas avaliações que os leigos. Essa divergência nos resultados se deve, muito

provavelmente, devido ao fato de que nossa pesquisa suporta a hipótese que as

características étnicas são fator relevante quanto à percepção de alterações, enquanto

36

que o referido estudo não leva em consideração esse aspecto, pois o mesmo utilizou

faces que foram produzidas em computador (um homem e uma mulher) obtidas por

meio da mescla de imagens de indivíduos com grande variedade étnica.

De acordo com as médias apresentadas pelos grupos de avaliadores em relação à

cada alteração instituída na face, é possível observar que os grupos de avaliadores não

conseguem detectar uma diferença real entre as faces sem alteração e as com alteração

de dois graus. Resultados semelhantes foram encontrados no estudo de Meyer-Marcotty

et al.14

, em 2011, que também trabalharam com a percepção de alterações faciais

horizontais envolvendo os mesmos grupos de avaliadores. Apesar de essa pesquisa

possuir resultados semelhantes aos nossos, a mesma apresenta um possível viés, pois

não leva em consideração a cor e textura da pele, ao avaliar as faces somente em escala

de cor cinza, fato esse que interfere diretamente na agradabilidade facial34

. As alterações

passam, de fato, a serem observadas pelos avaliadores quando apresentam quatro graus

de desvio facial, como mostrado na tabela 6. Em todos os grupos, à medida que o grau

de alteração aumenta, as médias das avaliações caem, demonstrando que o grupo de

leigos está apto em perceber as alterações promovidas na face embora tenham dado

pontuações mais elevadas em relação aos demais grupos.

Apesar de alguns estudos6,7

sugerirem uma correlação entre gênero do avaliador

e percepção de alterações faciais, sendo as mulheres mais críticas em suas avaliações,

em nosso estudo este fator não representou uma influência quanto à percepção das

alterações promovidas na face. Resultado semelhante ao do presente estudo foi

encontrado nas pesquisas de Parekh et al.35

(2006), Komori et al.36

(2009), Ioi et al.12

(2014), Ordobazari et al.37

(2012) e Falkensammer et al.32

(2014).

Embora muitos trabalhos presentes na literatura abordem a respeito de percepção

estética, há uma carência na padronização de suas metodologias. Sugere-se mais estudos

na área para que resultados consistentes, baseados em evidências científicas, possam

servir de parâmetro para instituição de planos de tratamentos adequados e condizentes

com as expectativas dos pacientes.

CONCLUSÕES

- Os cirurgiões buco-maxilo-faciais apresentaram maior habilidade na detecção

das assimetrias faciais em relação aos ortodontistas e leigos.

37

- As alterações faciais foram mais facilmente detectadas na mulher que

representava a etnia branca. Em contrapartida, a face da modelo negra foi a que mais

mascarou as alterações, sendo avaliada como mais agradável em relação às demais

etnias; e

- O gênero do avaliador não representou influência na percepção das alterações

faciais promovidas.

REFERÊNCIAS

1. Kiekens RMA, Maltha JC, van „t Hof MA , Straatman H, Kuijpers-Jagtman AM.

Panel perception of change in facial aesthetics following orthodontic treatment in

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FS, Polido

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ortodôntico-cirúrgico da assimetria facial esquelética: relato de caso. Dental Press J

Orthod. 2011; 16:100-110.

39

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análise subjetiva do Padrão Facial. Dental Press J Orthod. 2009; 14:46.e1-46.e9.

24. Pithon MM, Santos AM, Coutto FS, Freitas LMA, Coqueiro RS. Comparative

evaluation of esthetic perception of black spaces in patients with mandibular incisor

extraction. Angle Orthod. 2012; 82:806-811.

25. Williams RP, Rinchuse DJ, Zullo TG. Perceptions of midline deviations among

different facial types. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2014; 145:249-255.

26. Capelozza Filho L. Metas Terapêuticas Individualizadas. Maringá: Dental Press;

2011.

27. Torsello F, Graci M, Grande NM, Deli R. Relationships between facial features in

the perception of profile attractiveness. Prog Orthod. 2010; 11:92–97.

28. Pithon MM, Santos AM, Campos MS, Couto FS, Santos AF, Coqueiro RS, Oliveira

DD, Tanaka OM. Perception of laypersons and dental professionals and students as

regards the aesthetic impact of gingival plastic surgery. Eur J Orthod. 2014; 36:173–

178.

29. Corte CCD, Silveira BL, Marquezan M. Influence of occlusal plane inclination and

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perception of facial asymmetry using 3-dimensional simulated images. Angle

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40

35. Parekh SM, Fields HW, Beck M, Rosenstiel S. Attractiveness of Variations in the

Smile Arc and Buccal Corridor Space as Judged by Orthodontists and Laymen. Angle

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Outcome in Sagital and Vertical Dimensions, Using Computerized Prediction. Pesq

Bras Odontoped Clin Integr. 2012; 12:315-323.

41

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Essa pesquisa aponta que a percepção estética do público leigo diante de

alterações faciais está cada vez maior. Fato esse respaldado nos resultados encontrados

em relação à proximidade de detecção das mesmas entre leigos e ortodontistas.

Entretanto, o conhecimento científico e prática diária dos cirurgiões buco-maxilo-faciais

parece ser fator relevante em permiti-los uma maior sensibilidade na detecção de

assimetrias faciais, tornando-os mais críticos em relação à percepção da estética facial.

As características étnicas de faces alteradas demonstraram possuir influência na

percepção de assimetrias presentes nas mesmas. No tocante às alterações aqui

trabalhadas (em sentido horizontal da face), a características presentes nas etnias negra e

amarela demonstraram ser um fator positivo no mascaramento dessas alterações,

aumentado a agradabilidade das mesmas.

Apesar de a estética ser um assunto bastante discutido na literatura, ainda é

necessário que uma metodologia mais acurada a respeito das alterações estudadas para

que possamos conhecer a realidade vivenciada pelos pacientes, bem como as suas

expectativas, para que possam ser definidas estratégias de tratamento com resultados

satisfatórios.

42

6. COMUNICADO DE IMPRENSA (PRESS RELEASE)

As deformidades dentofaciais, em seus mais variados graus de

comprometimento estético e funcional, é uma realidade vivenciada por uma parcela

significativa da população. A melhoria da estética facial é um dos objetivos mais

importantes quando do tratamento de assimetrias faciais. Desse modo, as avaliações das

características faciais individuais bem como as expectativas de cada paciente em relação

ao tratamento a ser instituído se fazem extremamente relevantes. O presente estudo se

propôs a avaliar a percepção de leigos (indivíduos sem conhecimento estético) e

cirurgiões dentistas em relação às alterações na simetria facial envolvendo o terço

inferior da face bem como a influência das características étnicas de faces alteradas na

percepção dessas assimetrias. Os resultados de nossa pesquisa apontam que dentre os

grupos de avaliadores utilizados, os cirurgiões buco-maxilo-faciais apresentaram um

nível crítico e grau de detecção das alterações instituídas maior que os demais grupos

(ortodontistas e leigos) e que as características faciais inerentes à etnia interferiram na

percepção de alterações na face apenas quando os desvios faciais foram mais sutis

(alterações horizontais do terço inferior da face até quatro graus). O grau de alteração

representou uma influência maior sobre a agradabilidade facial que as características

étnicas diante de alterações mais severas na simetria facial (a partir de quatro graus de

desvio horizontal do terço inferior da face). Embora os leigos tenham demonstrado um

poder crítico de avaliação menor que os profissionais envolvidos nessa pesquisa, foi

observado que as pontuações conferidas por eles em relação à agradabilidade das faces

avaliadas reduziam à medida que os graus de alteração aumentavam demonstrando que

esse público consegue detectar as alterações promovidas na simetria facial e, portanto,

faz-se necessários conhecer seus limiares de aceitabilidade para a instituição do plano

de tratamento mais adequado às suas demandas.

43

REFERÊNCIAS

Allgayer

S, Mezzomo

FS, Polido

WD, Rosenbach

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ortodôntico-cirúrgico da assimetria facial esquelética: relato de caso. Dental Press J

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mandibular deviation on esthetics. Dental Press J Orthod. 2015; 20(5):50-57.

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and Attractiveness: Attractive Faces Are Not Always Average. J Exp Psychol Hum

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cirúrgico de assimetria mandibular: Relato de caso clínico. Rev cir traumatol buco-

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Freitas LMA. Estudo cefalométrico das estruturas esqueléticas, dentárias e

tegumentares, em jovens brasileiros, leucodermas, feodermas e melanodermas, com

“oclusão normal”. Bauru. Tese [Doutorado em Odontologia] - Faculdade de

Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo; 2008.

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Reis SAB, Abrão J, Capelozza Filho L, Claro CAA. Análise facial numérica do perfil

de brasileiros Padrão I. Dental Press J Orthod. 2006; 11(6):24-34.

Salmória I; Furtado A; Rosário HD; Furtado GC; Paranhos LR. Análise facial de Arnett

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ortodontistas e leigos na percepção de assimetrias da mandíbula. Dental Press J Orthod.

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atraentes que as faces naturais. Psicol Reflex Crit. 2010; 23(3):466-475.

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different facial types. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2014; 145(2):249-255.

48

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO

Idade: ____________ Sexo: ________________________

Etnia: ____________ Estado civil: __________________

Escolaridade: ______________________ Profissão: ____________________

1ª BATERIA DE IMAGENS

PERGUNTAS:

1. Numa escala de 0 a 10 (onde 0 é “nada agradável”, 5 é “agradável” e 10 é

“extremamente agradável”), que nota você daria a essa imagem?

2. Você acha que essa pessoa requer algum tipo de tratamento? Marque “Sim” ou “Não”.

IMAGEM 1 IMAGEM 2

Nota_____ Nota_____

Tratamento? Tratamento?

( ) Sim ( ) Sim

( ) Não ( ) Não

IMAGEM 3 IMAGEM 4

Nota_____ Nota_____

Tratamento? Tratamento?

( ) Sim ( ) Sim

( ) Não ( ) Não

IMAGEM 5 IMAGEM 6

Nota_____ Nota_____

Tratamento? Tratamento?

( ) Sim ( ) Sim

( ) Não ( ) Não

IMAGEM 7 IMAGEM 8

Nota_____ Nota_____

Tratamento? Tratamento?

( ) Sim ( ) Sim

( ) Não ( ) Não

49

IMAGEM 9 IMAGEM 10

Nota_____ Nota_____

Tratamento? Tratamento?

( ) Sim ( ) Sim

( ) Não ( ) Não

IMAGEM 11 IMAGEM 12

Nota_____ Nota_____

Tratamento? Tratamento?

( ) Sim ( ) Sim

( ) Não ( ) Não

IMAGEM 13 IMAGEM 14

Nota_____ Nota_____

Tratamento? Tratamento?

( ) Sim ( ) Sim

( ) Não ( ) Não

IMAGEM 15

Nota_____

Tratamento?

( ) Sim

( ) Não

2ª BATERIA DE IMAGENS

PERGUNTAS:

1. Qual a imagem mais agradável?

2. Qual a imagem menos agradável

SLIDE 1 SLIDE 2

Mais agradável Mais agradável

Imagem_____ Imagem_____

50

Menos agradável Menos agradável

Imagem_____ Imagem_____

SLIDE 3

Mais agradável

Imagem_____

Menos agradável

Imagem_____

51

ANEXO 1

52

53

54

55

ANEXO 2

INFORMATION FOR CONTRIBUTORS

Please be aware that The Angle Orthodontist participates in the CrossCheckTM

initiative

and that all submissions are subject to screening with iThenticate software to detect

plagiarism.

Please organize and enter your Original Article manuscript using the following

headings (Case reports and other types of articles may vary):

COVER LETTER - Must contain the following:

Copyright Releases - The following written statement, signed by one of the authors

and acting on behalf of all of the authors, must accompany all manuscripts:

"The undersigned author transfers all copyright ownership of the manuscript (fill in the

title of your manuscript) to The Angle Orthodontist in the event the work is published.

The undersigned author warrants that the article is original, is not under consideration

for publication by another journal and has not been previously published. I sign for and

accept responsibility for releasing this material on behalf of any and all coauthors."

Direct quotations, tables or images that have appeared elsewhere in copyrighted

material must be accompanied by a signed release from the copyright owner. Complete

information identifying the source of the material is required.

Patient Releases - A signed release must be obtained for all images that contain

identifiable patients or human subjects. These releases must be retained indefinitely by

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attesting to the fact that all applicable patient releases were obtained and are on file with

the Corresponding Author.

Each release statement must be on a separate page, include the manuscript title, all

authors' names and contain a copy of the following statement signed by the patient:

"I hereby grant all rights to publish photographs or other images of me in the above

manuscript where I appear as a patient or subject without payment of any kind. I have

been informed that any images of me that do appear may be modified."

ARTICLE FILE

Articles must be original and written in clear English. The total article file must be

entered as one document and must contain the Title, Abstract, Text References and

56

Figure Legends. The article file must not exceed a maximum of 3500 words. To

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Please enter only the following items in the article file:

Title of the manuscript

Abstract - The Angle Orthodontist is using a structured abstract which must be limited

to 250 words. The abstract should conform to the following outline and not contain an

introduction, literature review or discussion.

ABSTRACT

Objective: List the specific goal(s) of the research.

Materials and Methods: Briefly describe the procedures you used to

accomplish this work. Leave the small details for the manuscript itself.

Results: Identify the results that were found as a result of this study.

Conclusion: List the specific conclusion(s) that can be drawn based on

the results of this study.

Manuscript text - Please remove all references to the author's identity or institutions as

manuscripts are peer reviewed anonymously. An original article text will contain the

following in order:

INTRODUCTION - This section states the purpose of the research and

includes a brief summary of the literature describing the current state of

the field.

MATERIALS AND METHODS -This section states exactly what was

done and should enable a reader to replicate the work. Materials or

methods described elsewhere in the literature can be referenced without

repeating these details. Identify teeth using the full name of the tooth or

the FDI annotation. If human subjects or animals were involved in the

work, this section must contain a statement that the rights of the human

or animal subjects were protected and approval was obtained from an

identified institutional review board, or its equivalent.

RESULTS - This section should describe the objective findings without

any comment on their significance or relative importance. Cite all tables

and figures in sequential order in the text.

DISCUSSION - Only this section allows you freedom to interpret your

data and to give your opinion of the value of your findings relative to

previous work. All opinions must be limited to this section.

CONCLUSION - This section states what conclusions can be drawn

specifically from the research reported. Bullet points are preferred. Do

not repeat material from other sections..

57

REFERENCES - References cited must refer to published material.

Number references consecutively in order of their appearance in the

manuscript using superscript and Arabic numerals. References to

"personal communication" or unpublished theses are not acceptable. The

style and punctuation of references should strictly conform to American

Medical Association Manual of Style: A Guide for Authors and

Editors, 9th ed (Baltimore, Md: Williams & Wilkins; 1998). Consult

previous issues of The Angle Orthodontist for guidance (Available

at http://www.angle.org ).

FIGURE LEGENDS - All figures must be numbered sequentially in the

manuscript and a legend for each figure must appear in this section.

TABLE FILES

Each table must be in WORD or EXCEL format and entered as a separate file. Each

table must have its own legend accompanying it, numbered with Arabic numerals and

sequentially referred to in the text. All abbreviations used in the table must be defined in

a footnote. Use * P=.05; ** P=.01; *** P=.001; ****P=.0001 as needed. Tables cannot

be in pictorial or image formats. Pictorial or image formats are figures and must be

entered as figures.

FIGURE FILES

Each figure must be of sufficient resolution for high quality publication usually in TIFF

or EPS format. All images need to be at 300 DPI when the figure is of the size to be

used in publication.

If you enter a large image at 300 DPI and reduce it to a much smaller size for

publication, this will increase the DPI and the image will be very heavy and slow to

open electronically. If you enter a small image (such as a 35 mm picture) and plan to

enlarge it for publication, it needs to be entered at more than 300 DPI since enlargement

will only reduce the resolution.

Figures in WORD or presentation software such as PowerPoint, Corel Draw or Harvard

Graphics do not contain sufficient resolution for publication and will not be accepted.

Authors will be charged for publication of figures in color.