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Ciênc. vet. tróp., Recife-PE, v. 9, n os 2/3, p. 54 - 62 - maio/dezembro, 2006 Artigo Científico PERFIL BIOQUÍMICO SÉRICO EM GATOS DOMÉSTICOS ( FELIS DOMESTICUS, LINNAEUS, 1758) SUBMETIDOS A DIFERENTES TIPOS DE DIETAS INDUSTRIALIZADAS 1 Evilda Rodrigues de LIMA 2 *, Antonio Tadeu de VASCONCELOS 3 , José de Carvalho REIS 4 , Edvaldo Lopes de ALMEIDA 2 , Miriam Nogueira TEIXEIRA 2 , Eneida Willcox RÊGO 2 , Daniela Godoy COUTINHO 5 , Márcio Apolônio ROCHA JUNIOR 5 RESUMO: Foram utilizados 24 gatos domésticos, de ambos os sexos, sem raça definida, com idade de 2 a 4 anos, divididos por sexo em três grupos e submetidos a três tipos de ração seca industrializada (R 1 , R 2 , R 3 ), sendo avaliados mensalmente durante 6 meses. Nos resultados obtidos de acordo com o tipo de ração, os machos apresentaram diferenças estatisticamente significativas para proteína total, creatini- na, aspartato-aminotransferase (AST), alanina-aminotransferase (ALT) e colesterol e as fêmeas para albumina, creatinina, uréia, ALT, AST, fosfatase alcalina e coleste- rol. De acordo com o tempo de consumo, nos machos as diferenças foram estatis- ticamente significativas para proteína total, albumina, creatinina, uréia, ALT, coleste- rol e glicose e nas fêmeas para proteína total, albumina, creatinina, uréia, ALT e glicose. Conclui-se que algumas variáveis do perfil bioquímico sérico de machos e fêmeas foram afetadas pelo tipo de ração consumida e pelo tempo de consumo da mesma, havendo diferença entre os sexos. Termos para indexação: concentrações sérica, ração seca industrializada, felinos, tempo de consumo. SERIC BIOCHEMICAL PROFILE IN DOMESTIC CATS (FELIS DOMESTICUS, LIN- NAEUS, 1758) SUBMITTED TO DIFFERENT TYPES OF INDUSTRIALIZED DIETS ABSTRACT: Twenty-four domestic cats of both sexes were used, from an unknown breed, with ages between 2 and 4 years, divided in three groups and submitted to three different types of dry industrialized food (R 1 , R 2 , R 3 ), being evaluated monthly for 6 months. In the obtained results, according to the type of food, the males showed statistically significant differences for total protein, creatinin, AST, ALT, and cholesterol and the females for albumin, creatinin, urea, ALT, AST alkaline phosphatase and cholesterol. According to the period of diet consumption, in the males the differences were statistically significant for total protein, albumin, creatinin, urea, ALT cholesterol and glucose and in the females for total protein, albumin, creatinin, urea, ALT and glucose. It may be concluded that some parameters of the seric biochemistry profile of males and females were influenced by the type of administered diet and its period of consumption considering their differences of sexes. Index terms: seric concentrations, industrialized dried ration, feline, time of consumption. 1 Parte da tese de doutorado do primeiro autor, no programa de Pós-Graduação em Ciência Veterinária. Universidade Federal Rural de Pernambuco. 2 Médico Veterinário. Prof. Adjunto Universidade Federal Rural de Pernambuco. Departamento de Medicina Veterinária. Av. Manoel Medeiros, s/n. Dois Irmãos, Recife - Pernambuco - Brasil. *autora para correspondência. E-mail: [email protected] 3 Farmacêutico - HEMOPE - Recife - PE. 4 Médico Veterinário. Prof. Adjunto Universidade Federal Rural de Pernambuco. Departamento de Zootecnia. 5 Médico Veterinário Autônomo – Recife- Pernambuco.

PERFIL BIOQUÍMICO SÉRICO EM GATOS DOMÉSTICOS … · Nas enfermidades renais e digestivas comumente observam-se proteinúria seve-ra e hipoalbuminemia, ocorrendo edema, ... Em felinos,

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54 E. R. LIMA et al.

Ciênc. vet. tróp., Recife-PE, v. 9, nos 2/3, p. 54 - 62 - maio/dezembro, 2006

Artigo Científico

PERFIL BIOQUÍMICO SÉRICO EM GATOS DOMÉSTICOS (FELISDOMESTICUS, LINNAEUS, 1758) SUBMETIDOS A DIFERENTES TIPOS

DE DIETAS INDUSTRIALIZADAS 1

Evilda Rodrigues de LIMA2 *, Antonio Tadeu de VASCONCELOS3 ,José de Carvalho REIS4 , Edvaldo Lopes de ALMEIDA2, Miriam Nogueira TEIXEIRA2,

Eneida Willcox RÊGO2, Daniela Godoy COUTINHO5 , Márcio Apolônio ROCHA JUNIOR5

RESUMO: Foram utilizados 24 gatos domésticos, de ambos os sexos, sem raçadefinida, com idade de 2 a 4 anos, divididos por sexo em três grupos e submetidosa três tipos de ração seca industrializada (R1, R2, R3), sendo avaliados mensalmentedurante 6 meses. Nos resultados obtidos de acordo com o tipo de ração, os machosapresentaram diferenças estatisticamente significativas para proteína total, creatini-na, aspartato-aminotransferase (AST), alanina-aminotransferase (ALT) e colesterole as fêmeas para albumina, creatinina, uréia, ALT, AST, fosfatase alcalina e coleste-rol. De acordo com o tempo de consumo, nos machos as diferenças foram estatis-ticamente significativas para proteína total, albumina, creatinina, uréia, ALT, coleste-rol e glicose e nas fêmeas para proteína total, albumina, creatinina, uréia, ALT eglicose. Conclui-se que algumas variáveis do perfil bioquímico sérico de machos efêmeas foram afetadas pelo tipo de ração consumida e pelo tempo de consumo damesma, havendo diferença entre os sexos.

Termos para indexação : concentrações sérica, ração seca industrializada, felinos,tempo de consumo.

SERIC BIOCHEMICAL PROFILE IN DOMESTIC CATS (FELIS DOMESTICUS, LIN-NAEUS, 1758) SUBMITTED TO DIFFERENT TYPES OF INDUSTRIALIZED DIETS

ABSTRACT: Twenty-four domestic cats of both sexes were used, from an unknownbreed, with ages between 2 and 4 years, divided in three groups and submitted tothree different types of dry industrialized food (R1, R2, R3), being evaluated monthlyfor 6 months. In the obtained results, according to the type of food, the males showedstatistically significant differences for total protein, creatinin, AST, ALT, and cholesteroland the females for albumin, creatinin, urea, ALT, AST alkaline phosphatase andcholesterol. According to the period of diet consumption, in the males the differenceswere statistically significant for total protein, albumin, creatinin, urea, ALT cholesteroland glucose and in the females for total protein, albumin, creatinin, urea, ALT andglucose. It may be concluded that some parameters of the seric biochemistry profileof males and females were influenced by the type of administered diet and its periodof consumption considering their differences of sexes.

Index terms : seric concentrations, industrialized dried ration, feline, time ofconsumption.

1 Parte da tese de doutorado do primeiro autor, no programa de Pós-Graduação em Ciência Veterinária. UniversidadeFederal Rural de Pernambuco.

2 Médico Veterinário. Prof. Adjunto Universidade Federal Rural de Pernambuco. Departamento de Medicina Veterinária.Av. Manoel Medeiros, s/n. Dois Irmãos, Recife - Pernambuco - Brasil. *autora para correspondência. E-mail:[email protected]

3 Farmacêutico - HEMOPE - Recife - PE.4 Médico Veterinário. Prof. Adjunto Universidade Federal Rural de Pernambuco. Departamento de Zootecnia.5 Médico Veterinário Autônomo – Recife- Pernambuco.

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INTRODUÇÃO

A clínica de pequenos animais neces-sita da complementação de exames labo-ratoriais, quando acompanhados da histó-ria clínica e exame físico, para chegar a umdiagnóstico, avaliar o prognóstico e umaterapêutica eficaz. Dentre os exames labo-ratórios, os perfis bioquímicos séricos refle-tem a integridade celular e a função orgâni-ca, ainda que não seja uma medida diretada integridade do ambiente intracelular. Po-dem-se esperar diferentes padrões de alte-rações no perfil bioquímico como resultadode lesão celular ou disfunção orgânica. Es-ses padrões refletem tanto o extravasamen-to de constituintes celulares para o soro,quanto à regulação prejudicada da absor-ção, produção ou excreção dos vários com-ponentes séricos (OSBORNE et al., 2004).

O tipo de dieta e a freqüência com queo animal a recebe pode interferir diretamen-te no metabolismo orgânico, associado aosfatores como sexo, idade, confinamento eos ingredientes contidos nos alimentos in-dustrializados para os animais. Os alimen-tos comerciais para cães e gatos estão dis-poníveis sob as formas seca, úmida e semi-úmida. Na forma seca incluem-se cereaisem grãos, produtos de carne, aves ou pei-xe, alguns produtos lácteos e suplementosvitamínicos e minerais. Esses alimentosutilizam ingredientes de baixa umidade e asua desidratação excessiva ou incorretapode originar uma diminuição na porcenta-gem de nutrientes inclusive a sua perda to-tal. A deficiência de proteína altera a res-posta imunológica, a resistência a infec-ções, reduz a produção de hemoglobina eprovoca anemia e declínio dos níveis deproteínas plasmáticas (CASE et al., 1998).

A alimentação tem um papel importan-te na manutenção e no equilíbrio orgânico.A proteína, aminoácidos, ácidos graxos es-senciais, vitaminas e minerais quando for-necidos em níveis apropriados na dieta,assegurarão o funcionamento em harmo-nia e o aumento dos mecanismos de defe-sa natural (CASE et al., 2002; DIBARTOLAet al., 2003). O sistema renal representa o

sistema de proteção final para o gato. Pelofato de rins saudáveis contribuírem parauma saúde geral e bem-estar, sendo im-portante o fornecimento de uma nutriçãocorreta para que suas funções sejam man-tidas (MORRIS e ROGERS, 2004, PEREZ,2004). A proteína adequada na dieta é im-portante para uma nefrogênese apropria-da. Muitos componentes estruturais dos rinssão proteínas, como numerosas enzimas,colágeno da membrana de base, a ctina ea miosina nos microtúbulos das células domesangio (PEREZ, 2004; HUGHES et al.,2005).

As marcas comerciais de alimentospodem ser classificadas em populares e dequalidade. As marcas populares incluemalimentos ricos em cereais e vegetais quepodem desenvolver distúrbios orgânicos eas marcas de qualidade são desenvolvidaspara proporcionar uma ótima alimentaçãoaos animais, durante as várias etapas desua vida e recomendado em dietas tera-pêuticas (CASE et al., 1998).

O perfil bioquímico sérico é importanteno diagnóstico de distúrbios metabólicos(NELSON e COUTO, 1994, OSBORNE etal., 1999, NELSON e COUTO, 2001, OS-BORNE et al., 2004) informando sobreanormalidades nas substâncias formado-ras de urólitos, bem como indicador de malfuncionamento hepático, renal, digestivo eoutros (NELSON e COUTO, 1994, MEYERet al., 1995, NELSON e COUTO, 2001). Asmensurações séricas podem ser afetadaspor vários fatores metabólicos. Os valoresbioquímicos séricos normais para adultosna espécie felina, segundo Meyer et al.(1995), compreendem: glicose 70,0–150,0mg/dl; proteína total 5,4–7,8 g/dl; albumina2,1–3,9 g/dl; colesterol 90,0–205,0 mg/dl;creatinina 0,8–1,8 mg/dl; uréia 10,0–30,0mg/dl; fosfatase alcalina 10,0–80,0 UI/l; ALT10,0–80,0 UI/l; AST 10,0–80,0 UI/l. Valoresreferênciais similares são citados por Co-les (1984), Nelson e Couto (1994), Wing-field et al. (1998), Bush (1999) e Nelson eCouto, 2001.

Case et al. (1998) afirmaram que to-dos os animais domésticos têm capacida-

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de de metabolizar o excesso de proteína.Este processo origina a produção de uréia ea sua excreção pela urina. A restrição protéi-ca na dieta até níveis que satisfaçam, massem exceder as necessidades do animal,minimizam a produção de uréia e melhoramos sinais clínicos associados à uremia.

Nas enfermidades renais e digestivascomumente observam-se proteinúria seve-ra e hipoalbuminemia, ocorrendo edema,devido à queda da pressão oncótica. A hi-percolesterolemia é freqüente em animaiscom glomerulopatia ou nefrose, mas seumecanismo permanece inexplicado. A de-terminação da concentração sérica da gli-cose é importante no diagnóstico de enfer-midades pancreáticas. As concentraçõesde glicose no soro ou plasma são geral-mente mais altas que as encontradas nosangue integral. Esse fenômeno ocorre por-que o eritrócito maduro contém menos gli-cose que o soro ou plasma (COLES, 1984).

A fosfatase alcalina é mais elevada nosanimais jovens e sua determinação é útilno diagnóstico de hepatopatias degenera-tivas e obstrutivas no gato. A atividade au-mentada dessa enzima pode estar associ-ada com uma patologia óssea (COLES,1984; MEYER et al., 1995). A uréia é pro-duzida no fígado e representa o principalproduto do catabolismo das proteínas nasespécies carnívoras e onívoras. A uréia pas-sa através do filtro glomerular e cerca de25-40% dela é absorvida quando passaatravés dos túbulos renais. O aumento naquantidade de urina diminui a reabsorçãode uréia, enquanto um baixo fluxo facilitasua reabsorção. Comentaram Meyer et al.(1995) que o nível de uréia pode ser au-mentado nos carnívoros com um aumentono consumo dietético de proteína, colapsocatabólico ou hemorragia no interior do tratogastrointestinal. A sua mensuração no soroé feita para avaliar a função renal. Case etal. (1998) citaram que a produção da uréiaé diretamente proporcional ao catabolismodiário das proteínas dietéticas e corporais.

O acúmulo de toxinas urêmicas no or-ganismo, decorrente da diminuição da taxade filtração glomerular, causa alteração da

homeostase. O nível sérico elevado deuréia, e por esta apresentar facilidade dedifusão nos tecidos, favorece a formaçãode amônia, e esta causa irritação da muco-sa, o que justifica os sintomas gastroenté-ricos observados em pacientes com doen-ça renal (OSBORNE et al., 1999; OSBOR-NE et al., 2004). Os rins eliminam os pro-dutos indesejados do catabolismo protéico.Assim, a uréia, creatinina, ácido úrico e aamônia são eliminados e excretados na uri-na. O rim regula o equilíbrio hídrico, o pH dosangue, a pressão sangüínea, a produçãodo hormônio eritropoietina e a forma ativa davitamina D. A diminuição progressiva dessafunção conduz à perda funcional e aos si-nais clínicos eventuais da enfermidade re-nal. A diminuição da capacidade de excre-ção dos rins origina uma elevação da uréiae de outros catabolitos do sangue, comconseqüente retenção orgânica. Os indica-dores de disfunção renal são o aumentode nitrogênio uréico sangüíneo, uréia ecreatinina plasmática (COLES, 1984).

A creatinina, formada durante o meta-bolismo da musculatura esquelética, não éinfluenciada pela dieta ou hemorragias in-testinais. Uma severa perda muscular po-derá reduzir a quantidade de creatinina for-mada. Uma redução da taxa de filtração glo-merular, aumenta a concentração sérica decreatinina. Os mesmos fatores pré-renal,renal e pós-renal que influenciam a uréia,afetam a creatinina sérica (MEYER et al.,1995). O colesterol sérico pode ser de ori-gem dietética ou resultante da síntese nofígado e em vários outros tecidos. O fígadoé o ponto focal de eliminação do colesteroldo organismo sob a forma de ácidos bilia-res (OSBORNE et al., 2004).

As transaminases (aminotransferases)são rotineiramente avaliadas no diagnósti-co clínico laboratorial de doenças hepáti-cas. A alanina-aminotransferase (ALT) eraanteriormente conhecida como transamina-se glutâmico-piruvica (TGP) e a aspartato-aminotransferase (AST), anteriormentetransaminase glutâmico-oxaloacética(TGO). Essas enzimas têm distribuiçãoampla no organismo, estando presentes no

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soro em pequenas quantidades, que po-dem se elevar, como resultado de destrui-ção de tecidos. A AST não é específica paralesões hepáticas em gatos. No entanto, aALT é importante para essa espécie e oaumento dessa transaminase é específicode destruição celular e reflete anormalida-de das células hepáticas, uma elevaçãodiscreta tem sido observada em casos deuremia (FERREIRA NETO et al., 1978;COLES, 1984; MEYER et al., 1995).

Em felinos, diversos fatores têm con-tribuído para uma maior incidência de dis-túrbios degenerativos e metabólicos, den-tre eles os fatores dietéticos. O animal pas-sou a ter alimento à disposição, predispon-do-o a uma vida sedentária, com pouca ati-vidade física para se alimentar, diminuiçãona ingestão de água e o aparecimento deestresse (OSBORNE et al., 1999; OSBOR-NE et al., 2004). Sendo assim, nesta pes-quisa, o objetivo consistiu em avaliar a in-fluência do tipo de ração seca industriali-zada consumida e do tempo de consumosobre o perfil bioquímico sérico de gatos,de ambos os sexos.

MATERIAL E MÉTODOS

Esta pesquisa foi desenvolvida no Gatildo Hospital Veterinário do Departamento deMedicina Veterinária da Universidade Fe-deral Rural de Pernambuco e no Laborató-rio de Análise Clínica da Fundação de He-moterapia de Pernambuco (HEMOPE) eCasa de Saúde Santa Clara, todos locali-zados na Cidade de Recife-PE, no períodode agosto de 2002 a janeiro de 2003. Fo-ram utilizados 24 gatos, sem raça definida,sendo 12 machos e 12 fêmeas, com ida-des variando entre 2 e 4 anos, provenien-tes de doações. Concluída a fase experi-mental os animais foram doados.

Os animais inicialmente foram subme-tidos a um período de adaptação de 30 dias,confinados em seis boxes de 6,0 m x 4,0 mcada, com quatro animais do mesmo sexo,por boxe, onde recebiam água e ração secaindustrializada ad libitum. Os 12 animais decada sexo foram divididos em três grupos

de quatro animais, sendo cada grupo sub-metido a um tipo de ração seca industriali-zada. Foram pesquisados os alimentos in-dustrializados disponíveis no comércio es-pecializado do Recife, através de um pro-cesso de amostragem aleatória simples. Asinformações sobre a composição das ra-ções foram fornecidas pelo fabricante econsideradas verdadeiras.

Grupo 1 (Ração R1): Ração seca indus-trializada específica para gatos, do fabri-cante A, considerada pelos Clínicos Veteri-nários como ração de qualidade (testemu-nha), cuja composição básica: carne deave, fígado de ave, farinha de subprodutosde ave, farinha de arroz, subprodutos deaves, farinha de peixe, gordura de ave, pol-pa de beterraba desidratada, ovo em pó,carbonato de cálcio, levedura de cerveja,cloreto de potássio, cloreto de sódio, DL-metionina, sulfato de manganês, acetato devitamina A, biotina, lecitina, pantotenato decálcio, mononitrato de tiamina, hidroclore-to de piridoxina (vitamina B6), sulfato de co-bre, vitamina B12, riboflavina, inositol, vita-mina D

3, ácido fólico, iodeto de potássio,

carbonato de cobalto. Os níveis de garan-tia foram: Proteína bruta (mín.) 34,000%,Gorduras (mín.) 21,000%, Fibra bruta(máx.) 2,500%, Umidade (máx.) 10,000%,Magnésio (máx.) 0,0965%, Taurina (mín.)0,160%, Ácidos graxos ômega-6 (mín.)1,400%, Ácidos graxos omega-3 (mín.)0,280%, Cálcio 0,950%, Fósforo 0,850%,Minerais totais (máx.) 7,000%, Energia me-tabolizável 4718 kcal/kg.

Grupo 2 (Ração R2): Ração seca indus-

trializada específica para gatos, do fabri-cante B, considerada pelos Clínicos Veteri-nários como ração popular. Tendo comocomposição básica: Farinha de carne defrango, farinha de peixe, farinha de carne,extrato de carne, milho integral moído, tri-go integral, glúten de milho, gordura ani-mal estabilizada, óleo vegetal, leveduraseca de cervejaria, cloreto de sódio, clore-to de potássio, corante, taurina, metionina,vitamina E, colina, arginina, niacina, ácidopantotênico, vitamina B

6, ácido fólico, bioti-

na, tiamina, vitamina A, vitamina B2, vitami-

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na K3, vitamina B12, vitamina D. Os níveisde garantia foram os seguintes: Proteínabruta (mín.) 28,00%, Umidade (máx.)12,00%, Extrato éterio (mín.) 8,00%, Maté-ria fibrosa (máx.) 4,00%, Matéria mineral(máx.) 8,00%, Fósforo (mín.) 0,80%, Cál-cio (máx.) 1,30%, Magnésio (máx.) 0,10%.

Grupo 3 (Ração R3): Ração seca indus-trializada específica para gatos, do fabri-cante C, considerada pelos Clínicos Vete-rinários como ração popular. Tendo comocomposição básica: Vit. A 40.000 UI, Vit. D3

1.600 UI, Vit. E 300 mg, Vit. K3 1,1 mg, Vit. B1

(tiamina) 6 mg, Vit. B2 (riboflavina) 4 mg, Ac.Pantotênico 7,0 mg, Vit. B6 (piridoxina) 12 mg,Ac. Fólico 1,5 mg, Biotina 0,2 mg, Vit. B12 40mcg, Vit. PP 40 mg, Colina 420 mg, Taurina1.500 mg, Cobre 5,0 mg, Ferro 63 mg, Iodo2,6 mg, Manganês 5 mg, Selênio 0,05 mg,Zinco 27 mg e Promotor de Eficiência Ali-mentar UFC: 1010 cujos níveis de garantiaforam: Umidade (máx.) 12,00%, Proteínabruta (mín.) 30,00%, Proteína de origemanimal (mín.) 10,00%, Extrato etério (mín.)10,00%, Matéria fibrosa (máx.) 3,00%,Matéria mineral (máx.) 6,00%, Cálcio (máx.)1,60%, Fósforo (mín.) 0,80%.

Foram realizados exames laboratoriaisdo perfil bioquímico, mensalmente, duran-te 6 meses, sendo colhidos 5 ml de sanguepor venopunção e transferidos para um tubode ensaio de 10 ml, sem anticoagulante, paraobtenção de soro e procedeu-se às dosagensde proteína total, albumina, creatinina, uréia,alanino-aminotransferase (ALT) e aspartato-aminotransferase (AST), fosfatase alcalina,colesterol e glicose. As dosagens foram re-alizadas mediante utilização de kits comer-ciais da marca CELM, com leitura em ana-lisador bioquímico semi-automático mode-lo SB-190 CELM.

Os dados obtidos foram registrados emfichas próprias. A análise estatística dosdados obtidos para as variáveis relaciona-das com o perfil bioquímico sérico realizou-se através da análise de variância(ANOVA), amostra inteiramente casualiza-da, considerando as fontes de variação tipode ração e dias após o consumo, para ma-chos e fêmeas separadamente, uma vez

que os valores referenciais para essas va-riáveis diferem quanto ao sexo. A compa-ração entre as médias das variáveis contí-nuas estudadas foi realizada através daDiferença Mínima Significativa (DMS), cal-culada através do teste t.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela 1 apresenta os valores médi-os obtidos para o perfil bioquímico séricodos machos, de acordo com o tipo de ra-ção consumida e quanto aos dias após oconsumo. Os resultados de acordo com otipo de ração consumida apresentaram di-ferenças estatisticamente significativaspara proteína total e colesterol (P<0,001),para creatinina e AST (P<0,01) e para ALT(P<0,05). A albumina, uréia, fosfatase al-calina e glicose, não apresentaram diferen-ças estatisticamente significativas (P>0,05).De acordo com os dias após o consumo,apresentaram diferenças estatisticamentesignificativas para proteína total, albumina,creatinina e glicose, (P<0,001), para ALT ecolesterol (P<0,01) e para uréia (P<0,05).AST e fosfatase alcalina não apresentaramdiferenças estatisticamente significativas(P>0,05).

Como foi evidenciada nesta pesquisa,a dieta influenciou nas concentrações séri-cas do perfil bioquímico sérico de machos.Os resultados da uréia apresentaram-seelevados em todas as avaliações. A médiageral das concentrações séricas da proteí-na total, albumina, creatinina, ALT, AST, FA,colesterol, apresentou valores médios den-tro dos parâmetros de normalidade confor-me citações de Coles (1984), Nelson eCouto (1994), Meyer et al. (1995), Wing-field et al. (1998), Bush (1999), Nelson eCouto (2001). A proteína total, albumina,creatinina, colesterol e uréia refletem a in-fluência da dieta nos seus metabolismos.As variações observadas para creatinina,ALT e colesterol, evidenciam que estão re-lacionadas com o metabolismo orgânico,como citou Coles (1984), e com o tipo dedieta, seja ração de qualidade ou popular,como afirmaram Case et al. (1998).

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TABELA 1 – Valores médios das variáveis quantitativas relacionadas com o perfil bioquí-mico, referente a proteínas, enzimas, colesterol e glicose, quadrados médi-os e coeficientes de variação em gatos do sexo masculino, de acordo como tipo de ração consumida e dias após o consumo

ns – Não significativo (P>0,05), * Significativo (P<0,05), ** Significativo (P<0,01), *** Significativo (P<0,001).1 Representa a média geral para cada variável considerada.2 Para a variável considerada, o primeiro valor refere-se ao tipo de ração e o segundo a dias após o consumo.

Para uma mesma variável, médias seguidas de letras minúsculas diferentes, na coluna, diferem estatisticamente aonível considerado, pelo teste t.Para uma mesma variável, médias seguidas de letras maiúsculas diferentes, na linha, diferem estatisticamente aonível considerado, pelo teste t, sendo as comparações feitas só em relação ao tempo zero (0).

A Tabela 2 apresenta os resultadosobtidos para o perfil bioquímico sérico dasfêmeas, de acordo com o tipo de raçãoconsumida e dias após o consumo. O tipode ração apresentou efeito estatistica-mente significativo para albumina, crea-tinina, uréia, ALT, AST, fosfatase alcalinae colesterol. As concentrações séricas daproteína total e da glicose não apresen-

taram diferenças estatisticamente signi-ficativas. De acordo com os dias após oconsumo, apresentaram diferenças es-tatisticamente significativas para pro-teína total, albumina, creatinina, uréia,ALT e glicose. As concentrações séri-cas de AST, fosfatase alcalina e coles-terol, não apresentaram diferenças es-tatisticamente significativas (P>0,05).

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TABELA 2 – Valores médios das variáveis quantitativas relacionadas com o perfil bioquí-mico, referente a proteínas, enzimas, colesterol e glicose, quadrados médi-os e coeficientes de variação em gatos do sexo feminino, de acordo com otipo de ração consumida e dias após o consumo

ns – Não significativo (P>0,05), * Significativo (P<0,05), ** Significativo (P<0,01), *** Significativo (P<0,001).1 Representa a média geral para cada variável considerada.2 Para a variável considerada, o primeiro valor refere-se ao tipo de ração e o segundo a dias após o consumo.

Para uma mesma variável, médias seguidas de letras minúsculas diferentes, na coluna, diferem estatisticamente aonível considerado, pelo teste t.Para uma mesma variável, médias seguidas de letras maiúsculas diferentes, na linha, diferem estatisticamente aonível considerado, pelo teste t, sendo as comparações feitas só em relação ao tempo zero (0).

A média geral das concentrações séri-cas do perfil bioquímico em fêmeas comoproteína total, albumina, creatinina, ALT,AST, colesterol, estão de acordo com osvalores referenciais de Coles (1984), Nel-son e Couto (1994), Meyer et al. (1995),Wingfield et al. (1998), Bush (1999) Nel-son e Couto (2001). Os valores médios parao perfil bioquímico sérico das fêmeas apre-sentaram valores elevados para a uréia, emtodas as avaliações. A fosfatase alcalinaapresentou valores elevados após 30 dias

de consumo quanto ao tipo de rações R2 e

R3. As concentrações séricas da proteína

total, albumina, creatinina, ALT, AST estãodentro dos parâmetros normais de acordocom o valor médio para o tipo de ração edias após o consumo.

Nas fêmeas, os valores da uréia mos-traram-se elevados em todas as avaliações.A fosfatase alcalina apresentou valores ele-vados após 30 dias de consumo com ra-ção R

2 e R

3. Esses resultados comprovam

que os metabolismos dessas concentra-

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ções séricas do perfil bioquímico de fêmeasforam mais variáveis pelos tipos de raçãoR1 e R3, ou seja, ração de qualidade e ra-ção popular. A R2 (popular) apresentoumelhores resultados para as variáveis es-tudadas. Case et al. (1998) explicaram queos alimentos na forma seca, com desidra-tação excessiva ou incorreta, podem origi-nar uma diminuição na porcentagem denutrientes, o que certamente acarretarátranstornos metabólicos e alterações nasconcentrações séricas.

O nível elevado de uréia foi observadodurante todo o experimento, em ambos ossexos, podendo estar relacionado com oaumento de consumo da dieta por repre-sentar o principal produto do catabolismodas proteínas nos carnívoros (MEYER etal., 1995). A concentração sérica da creati-nina aumentou ao longo do tempo, nosmachos e nas fêmeas, mas, não além dosvalores de referência. As transaminases(ALT e AST) são enzimas importantes cli-nicamente e têm distribuição ampla no or-ganismo, apesar de estarem presentes empequenas quantidades no soro, como re-sultado de distribuição nos tecidos (FER-REIRA NETO et al., 1978; COLES, 1984;MEYER et al., 1995).

A dieta tem um papel importante namanutenção e equilíbrio orgânico dos ani-mais. De acordo com Case et al. (2002) eDiBartola et al. (2003) a nutrição adequa-da assegura o funcionamento e aumentodos mecanismos de defesas naturais. Mor-ris e Rogers (2004), Perez (2004), Hugheset al. (2005) afirmaram a importância dafunção dos rins por contribuírem para asaúde geral e bem estar do animal atravésda proteína na dieta. Visto que, muitos com-ponentes neste sistema são de estruturaprotéica.

CONCLUSÃO

Com base nos resultados obtidos e nascondições em que o experimento foi reali-zado, pode-se concluir que para a maioriadas variáveis relacionadas com o perfil bio-químico, os fatores tipo de ração, tempo

de consumo e sexo do animal devem serconsiderados pelos clínicos veterinárioscomo fontes de variação importantes, e le-vados em conta na interpretação das dife-renças observadas entre os valores médi-os obtidos para as dosagens realizadas.Das três rações pesquisadas a R2 foi a queproporcionou melhores concentrações sé-ricas para o perfil bioquímico, devendo sera preferida para alimentação de gatos deambos os sexos.

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