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República de Moçambique Ministério da Administração Estatal Edição 2014 PERFIL DO DISTRITO DE MOMA PROVÍNCIA DE NAMPULA ERATI MOMA RIBAUE MALEMA MECUBURI MEMBA LALAUA MUECATE NAMPULA MONAPO MECONTA MOGINCUAL MOGOVOLAS NACAROA MOSSURIL ANGOCHE MURRUPULA NACALA-A-VELHA NACALA ANGOCHE CIDADE_DE_NAMPULA

PERFIL DO DISTRITO DE MOMA PROVÍNCIA DE NAMPULAmaefp.gov.mz/wp-content/uploads/2017/04/Moma.pdf · extintas, sendo que a prática sistemática de queimadas descontroladas, o desenvolvimento

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República de Moçambique

Ministério da Administração Estatal

Edição 2014

PERFIL DO DISTRITO DE MOMA

PROVÍNCIA DE NAMPULA

ERATI

MOMA

RIBAUE MALEMA

MECUBURI MEMBA

LALAUA MUECATE

NAMPULA

MONAPO

MECONTA MOGINCUAL

MOGOVOLAS

NACAROA

MOSSURIL

ANGOCHE

MURRUPULA

NACALA-A-VELHA NACALA

ANGOCHE

CIDADE_DE_NAMPULA

Moma

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A informação incluída nesta publicação provém de fontes consideradas fiáveis e tem uma natureza informativa.

Copyright © 2012 Ministério da Administração Estatal

Todos os direitos reservados.

Publicado por

MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL

Direcção Nacional de Administração Local

Maputo - Moçambique

Primeira edição, primeira impressão 2012

Esta publicação está disponível na Internet em http://www.portaldogoverno.gov.mz

Moma

Índice ________________________________________________________________________________________________

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Índice

Prefácio v  

Siglas e Abreviaturas vii  

1   Breve Caracterização do Distrito 1  1.1   Localização, Superfície e População 1  1.2   Clima, Relevo e Solos 1  1.3   Recursos Naturais 2  1.4   Infraestruturas 3  1.5   Economia e Serviços 4  1.6   História, Cultura e Sociedade 5  

2   Demografia 7  2.1   Estrutura etária e por sexo 7  2.2   Traço sociológico 8  2.3   Analfabetismo e Escolarização 9  

3   Habitação e Condições de Vida 10  

4   Organização Administrativa e Governação 14  4.1   Governo Distrital 14  4.2   Síntese das atribuições e da actividade dos órgãos distritais 17  4.2.1   Secretaria Distrital 17  4.2.2   Serviço Distrital de Actividades Económicas 17  4.2.3   Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia 18  4.2.3.1   Educação 19  4.2.3.2   Cultura 21  4.2.4   Serviço Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social 22  4.2.4.1   Saúde 22  4.2.4.2   Acção Social 23  4.2.4.3   Género 25  4.2.5   Serviço Distrital de Planeamento e Infraestruturas 28  4.2.5.1   Ordenamento Territorial 28  4.2.5.2   Infraestruturas 28  4.3   Finanças Públicas e Investimento 29  4.4   Justiça, Ordem e Segurança pública 32  4.5   Constrangimentos e Perspectivas 32  

5   Actividade Económica 33  5.1   População economicamente activa 33  5.2   Pobreza e Segurança Alimentar 36  5.3   Infraestruturas de base 37  5.4   Uso e Cobertura da Terra 38  5.5   Sector Agrário 41  

Moma

Índice ________________________________________________________________________________________________

PÁGINAi i i

5.5.1   Produção agrícola e sistemas de cultivo 41  5.5.2   Pecuária 42  5.5.3   Pescas, Florestas e Fauna bravia 43  5.6   Indústria, Comércio e Serviços 43  

6   Visão e Estratégia de Desenvolvimento Local 44  6.1   Visão 44  6.2   Problemas e Potencialidades 44  6.3   Objectivos estratégicos específicos 45  

Lista de quadros Quadro 1.   População por posto administrativo, 1/7/2012 7  Quadro 2.   Pessoas residentes no distrito, segundo o local de nascimento 7  Quadro 3.   Agregados familiares, segundo a dimensão 8  Quadro 4.   Agregados familiares, segundo o tipo sociológico 8  Quadro 5.   Distribuição da população, segundo o estado civil 8  Quadro 6.   População com 5 anos ou mais, por língua materna e sexo 8  Quadro 7.   População de 5 anos ou mais e conhecimento de Português 9  Quadro 8.   População com 15 ou mais anos, e alfabetização, 2012 9  Quadro 9.   Habitações segundo o regime de propriedade 10  Quadro 10.   Tipo de habitações 10  Quadro 11.   Habitações segundo o material de construção 11  Quadro 12.   Habitações, água, saneamento e energia 13  Quadro 13.   Famílias, segundo a posse de casa própria e bens duráveis 13  Quadro 14.   População com 5 anos ou mais, e frequência escolar 19  Quadro 15.   População de 5 anos ou mais, por nível de ensino 19  Quadro 16.   Taxas de escolarização 20  Quadro 17.   Escolas, alunos e professores, 2013 20  Quadro 18.   População de 10 anos ou mais, por nível de ensino concluído 21  Quadro 19.   Indicadores de cuidados de saúde, 2013 22  Quadro 20.   Quadro epidemiológico 23  Quadro 21.   População de 0-14 anos, por condição de orfandade, 2007 23  Quadro 22.   População deficiente, 2007 24  Quadro 23.   População portadora de deficiência, segundo a causa 24  Quadro 24.   Subsídio de alimentos 25  Quadro 25.   Uso de novas tecnologias (10 anos ou mais) 26  Quadro 26.   Execução orçamental (em ‘000 MT) 30  Quadro 27.   Projectos de iniciativa local financiados 30  Quadro 28.   Sector económico do investimento local 30  Quadro 29.   Investimento local em infraestruturas escolares 31  Quadro 30.   Fundo de Investimentos 31  

Moma

Índice ________________________________________________________________________________________________

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Quadro 31.   População segundo a condição de actividade 33  Quadro 32.   População activa, ocupação e ramo de actividade, 2007 34  Quadro 33.   População activa, ocupação e ramo de actividade, 2007 35  Quadro 34.   Fontes de água 37  Quadro 35.   Uso e Cobertura da Terra 38  Quadro 36.   Produção agrícola, por principais culturas: 2011-2012 42  Quadro 37.   Efectivo pecuário 42  Quadro 38.   Produção na pesca artesanal (toneladas) 43  

Lista de figuras

Figura 1.   População com 5 anos ou mais, por língua materna ........................................... 9  Figura 2.   Tipo de habitações ................................................................................................. 11  Figura 3.   Habitações segundo o material de construção .................................................. 12  Figura 4.   Habitações e condições básicas existentes ......................................................... 12  Figura 5.   População (5 anos ou mais) por grau de ensino frequentado ......................... 19  Figura 6.   População (10 anos ou mais) por grau de ensino concluído ........................... 21  Figura 7.   Indicadores de escolarização por sexos .............................................................. 26  Figura 8.   População (15 anos ou mais), segundo a actividade e sexo ............................. 27  Figura 9.   População segundo a posição no trabalho e sexo ............................................. 27  Figura 10.   População com 15 anos ou mais, segundo a actividade ................................. 34  Figura 11.   População activa, segundo a ocupação principal ............................................ 35  Figura 12.   População activa, segundo o ramo de actividade ............................................ 36  Figura 13.   Explorações segundo a sua utilização ............................................................... 40  Figura 14.   Explorações por classes de área cultivada ........................................................ 40  

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Siglas e Abreviaturas

APEs Agentes Polivalentes Elementares

BCI Banco Comercial e de Investimentos

BIM Banco Internacional de Moçambique

CDPRM Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique

CENACARTA Centro Nacional de Cartografia e Teledetecção

CFM Caminhos de Ferro de Moçambique

CGRN Comité de gestão de recursos naturais

CISM Centro de Investigação em Saúde da Malária

CL’s Conselhos Locais

CNCS Conselho Nacional de Combate ao SIDA

COVs Crianças Órfãs e Vulneráveis

DNAL Direcção Nacional da Administração Local

DNPO Direcção Nacional do Plano e Orçamento

DPOPH Direcção Provincial de Obras Públicas e Habitação

DPPF Direcção Provincial do Plano e Finanças

DPS Direcção Provincial de Saúde

DTS Doença de Transmissão Sexual

EDM Electricidade de Moçambique

EN Estrada Nacional

EN1 Estrada Nacional nº 1

EP1 Ensino Primário do 1º Grau

EP2 Ensino Primário do 2º Grau

EPC Escola Primária Completa

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ESG1 Ensino Secundário Geral do 1º ciclo

ESG2 Ensino Secundário Geral do 2º ciclo

ET Ensino Técnico

FDD Fundo de Desenvolvimento Distrital

GD Governo Distrital

IAF Inquérito aos agregados familiares, sobre o orçamento familiar

IFP Instituto de Formação de Professores

INE Instituto Nacional de Estatística

IPCC’s Instituições de participação e consulta comunitária

ITS’s Infecções de Transmissão Sexual

LOLE Lei dos Órgãos Locais do Estado

MAE Ministério da Administração Estatal

Mcel Moçambique Celular

MF Ministério das Finanças

MINAG Ministério da Agricultura

MPD Ministério da Planificação e Desenvolvimento

ONGs Organizações Não Governamentais

ORAM Organização de Ajuda Mútua

PA Posto Administrativo

PARPA Plano de Acção Para Redução da Pobreza Absoluta

PEDD Plano Estratégico de Desenvolvimento Distrital

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PPFD Programa de Planificação e Finanças Descentralizadas

PQG Programa Quinquenal do Governo

PRM Polícia da República de Moçambique

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PSAA Pequeno Sistema de Abastecimento de Água

SD Secretaria Distrital

SDAE Serviço Distrital de Actividades Económicas

SDEJT Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia

SDPI Serviço Distrital de Planeamento e Infraestruturas

SDSMAS Serviço Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social

SIFAP Sistema de Formação em Administração Pública

STV Soico Televisão

TDM Telecomunicações de Moçambique

VODACOM Operadora de telefonia móvel

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1 Breve Caracterização do Distrito

1.1 Localização, Superfície e População

O distrito de Moma está localizado na parte Sul da província de Nampula, confinando a

Norte com o distrito de Mogovolas, a Sul com o Oceano Índico, a Este com o distrito de

Angoche e a Oeste com os distritos de Pebane e Gilé da Zambézia.

A superfície do distrito1 é de 5.774 km2 e a sua população está estimada em 350 mil

habitantes à data de 1/7/2012. Com uma densidade populacional aproximada de 60,6

hab/km2, prevê-se que o distrito em 2020 venha a atingir os 388 mil habitantes.

A relação de dependência económica potencial é de aproximadamente 1:1.1, isto é, por cada

10 crianças ou anciões existem 11 pessoas em idade activa. A população é jovem (46%,

abaixo dos 15 anos de idade), maioritariamente feminina (taxa de masculinidade de 50%) e

de matriz rural (taxa de urbanização de 7%).

1.2 Clima, Relevo e Solos

A região compreendida pela faixa costeira apresenta um clima do tipo sub-húmido seco,

onde a precipitação média anual varia entre 800 e 1000 mm (Mossuril) e, a temperatura

média durante o período de crescimento das culturas excede os 25ºC (24 a 26ºC). A

evapotranspiração potencial é da ordem dos 1400 a 1600 mm.

O norte de Nampula (Memba) apresenta valores médios anuais de precipitação mais baixos,

entre os 600 e 800 mm. A baixa pluviosidade associada à temperatura elevada resulta numa

deficiência de água crítica para a produção agrícola através da ocorrência de secas frequentes

e sub-períodos secos durante o período de crescimento.

Mais para sul e em direcção á região costeira do norte da Zambézia, incluindo os distritos

costeiros de Angoche e Moma na província de Nampula, a precipitação média anual volta

aos valores entre 800 e 1000 mm, embora a evapotranspiração potencial seja superior aos

1500 mm e a temperatura em regra superior a 24ºC.

As planícies costeiras na região são dissecadas por alguns rios que sobem da costa para o

interior, gradualmente passando para um relevo mais dissecado com encostas mais

1 Centro Nacional de Cartografia e Teledetecção http://www.cenacarta.com

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declivosas intermédias, da zona subplanáltica de transição para a zona litoral. Esta zona

corresponde à área costeira da província.

Caracteriza-se pelos seus solos arenosos, lavados a moderadamente lavados,

predominantemente amarelos a castanho-acinzentados, quer seja os da cobertura arenosa do

interior (Ferralic Arenosols), quer seja os das dunas arenosas costeiras (Haplic Arenosols), e

ainda pelos solos da faixa do grés costeiro, de textura arenosa a franco argilo arenosa de cor

alaranjada (Ferralic Arenosols). Os solos arenosos hidromórficos de depressões e baixas

ocorrem alternados com as partes de terreno mais elevadas (Gleyic Arenosols).

1.3 Recursos Naturais

A fauna bravia está, hoje, fracamente representada. De facto, muitas das espécies que

outrora constituíam o potencial faunístico do distrito, nomeadamente, leões, elefantes,

rinocerontes, búfalos, zebras, vários tipos de antílopes, porcos-bravos, estão praticamente

extintas, sendo que a prática sistemática de queimadas descontroladas, o desenvolvimento

descontrolado de actividades económicas e sociais e o uso de armas de fogo terão ditado a

extinção das referidas espécies. Actualmente, a fauna do distrito comporta apenas gazelas,

alguns antílopes e porcos-bravos, hipopótamos, macacos, répteis, coelhos, roedores e aves

diversas.

As areias pesadas representam o minério com peso económico mais significativo e com

larga perspectiva de desenvolvimento. As mesmas localizam-se na zona de Thopuitho no

Posto Administrativo de Larde, estando a ser exploradas pela KENMAR, a empresa

concessionária.

Outros minérios importantes, do ponto de vista económico, existentes no Distrito de

Moma, são as pedras semipreciosas e o ouro, que podem ser encontrados no Posto

Administrativo de Chalaua, nas zonas de Mavuco e Piqueira, respectivamente.

Sendo Moma um distrito onde o acesso à energia eléctrica é quase nulo, é compreensível

que a população viva unicamente do carvão e da lenha, como alternativas para a confecção

dos seus alimentos e necessidades afins. Este facto conduz, obviamente, a uma situação de

exploração contínua da lenha e carvão o que, quando se associa à ausência prevalecente de

um programa específico de reposição florestal, gera implicações ambientais altamente

negativas.

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No domínio da construção de casas para habitação, onde o modelo de pau-a-pique é o mais

comum, particularmente nas regiões do interior, o corte sistemático de árvores acaba

contribuindo, sobremaneira, para o depauperamento das florestas e, consequentemente, do

meio ambiente, para além de criar condições permissivas à erosão e tendências de

desertificação no campo.

1.4 Infraestruturas

O Distrito conta com uma rede rodoviária de 597,7 km de estradas, sendo 310,7 km de

estradas classificadas e 285 km de estradas não classificadas, dos quais 387,7 km são

transitáveis.

Em termos de frota de transportes colectivos de passageiros o Distrito de Moma conta com

os transportadores abulantes provenientes da Cidade de Nampula praticando a rota Moma-

Nametil-Nampula.

O Distrito tem 12 postos rádios, que permitem a comunicação entre a Sede do Distrito e os

Postos Administrativos, Unidades Sanitárias periféricas e outros pontos da Província.

O Distrito é coberto por 3 redes de telefonia móvel que operam na Província com

cobertura total. Também possui uma rede de telefonia fixa das (TDM) na sede do distrito e

em Topuitho.

O Distrito beneficia da Energia Eléctrica de Cahora Bassa que abastece dois (3) Postos

Administrativos, designadamente Larde, Moma-Sede e Chalaua.

O distrito possui 142 escolas (das quais, 98 do ensino primário nível 1, 40 do ensino

primário nível 2, 3 do ensino Secundario nível 1 e 1 do ensino Secundário nível 2) e está

servido por 15 unidades sanitárias, que possibilitam o acesso progressivo da população aos

serviços do Sistema Nacional de Saúde, apesar de a um nível bastante insuficiente.

Apesar dos esforços realizados, importa reter que o estado geral de conservação e

manutenção das infraestruturas não é suficiente, sendo de realçar a rede de bombas de água

a necessitar de manutenção, bem como a rede de estradas e pontes que, na época das

chuvas, tem problemas de transitabilidade.

Moma

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1.5 Economia e Serviços

A agricultura é a actividade dominante e envolve quase todos os agregados familiares.

Existem pequenas infraestruturas de rega com capacidade para fazer irrigação de superfície e

represas com potencial para irrigar pequenas áreas agrícolas (Localidade de M´pago).

De um modo geral, a agricultura é praticada manualmente em pequenas explorações

familiares em regime de consociação de culturas com base em variedades locais.

A faixa costeira é dominada pelo sistema de produção baseado na cultura da mandioca,

consociada com leguminosas de grão como o feijão nhemba e o amendoim.

O arroz de sequeiro é a cultura produzida nas planícies aluvionares dos principais rios que

drenam a costa e planícies estuarinas, sendo normalmente produzidos em bacias de

inundação preparadas para o efeito. Há ainda a referir a importância do coqueiro e do

cajueiro no sistema de produção da zona costeira, quer como um produto que garante a

segurança alimentar ou como fonte de rendimento para as famílias rurais.

O sistema agro-silvícola do cajú é o mais representativo chegando mesmo a ser dominante.

A consociação mais importante do caju compreende culturas como a mandioca e milho,

seguindo o padrão tradicional de rotação e pousio de médio e longo prazo, dependendo

bastante da idade dos cajueiros e sua produtividade. Uma particularidade da zona é que

praticamente toda a mandioca fica dentro da zona do cajueiro. O coqueiro na província

apresenta uma distribuição alargada para o interior.

Na presente campanha agrícola 2011/2012, foram planificados 110.418,9 hectares de

culturas diversas, contra 98.956,8 hectares de 2010/2011, representando um crescimento de

3,7% e um grau de realização de 92,9% em relação à área planificada, sendo 24.976,8 ha de

cereais, 18.133 ha de leguminosas e 57.600,4 ha de raízes e tubérculos.

O fomento pecuário no distrito tem sido fraco. Porém, dada a tradição na criação de gado e

algumas infraestruturas existentes, verificou-se algum crescimento do efectivo pecuário.

É grande o potencial comercial das madeiras nativas como o jambire e a umbila, e Moma

tem grande potencial madeireiro. A madeira não é muito utilizada como material de

construção. A lenha é a fonte de energia mais utilizada.

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A caça e a pesca são um suplemento dietético para as famílias. Os animais mais caçados são

o cudo, o xipenhe, o porco-do-mato, a galinha-do-mato e a perdiz. A proximidade do litoral

e a existência de rios e lagos, faz da pesca uma actividade de rendimento importante para as

famílias, bem como uma fonte suplementar de alimento.

A pequena indústria local (pesca, carpintaria e artesanato) surge como alternativa à

actividade agrícola, ou prolongamento da sua actividade.

Apesar do seu afastamento em relação a centros urbanos importantes, o distrito de Moma já

efectua trocas comerciais com outros mercados da região. Os habitantes do distrito

deslocam-se aos distritos vizinhos, e também às cidades de Nampula e Angoche, para

comprar comida, sendo também comum virem ao distrito comerciantes da capital

provincial, de Pemba e mesmo da Tanzânia, para comprar os produtos locais.

1.6 História, Cultura e Sociedade

O Distrito possui um Conselho Consultivo Distrital presidido pelo Administrador Distrital.

No Distrito funcionam 4 Conselhos Consultivos dos Postos Administrativos, presididos

pelo respectivo Chefe do Posto Administrativo. No seu funcionamento participativo estes

envolvem os membros dos 14 Conselhos Consultivos de Localidade.

Os membros dos Conselhos Consultivos do Distrito são envolvidos na apreciação do

PEDD e PESOD e na avaliação periódica dos instrumentos da planificação territorial local,

bem como no que se refere à opinião sobre a viabilidade de projectos de iniciativa local, e

projectos com impacto directo nas comunidades, no âmbito de investimento local, que são

submetidos posteriormente para decisão do Conselho Consultivo Distrital.

No âmbito da implementação do Decreto 15/2000 sobre as autoridades comunitárias, de

acordo com as entidades distritais, foi levado a cabo um trabalho de divulgação do mesmo

em todos os Postos Administrativos, Localidades, Aldeias e Povoações, tendo sido

envolvidas todas as camadas sociais. Este trabalho culminou com a legitimação pelas

respectivas comunidades dos Líderes Comunitários e com o seu reconhecimento pela

autoridade competente.

A relação entre a Administração e as autoridades comunitárias é positiva e tem contribuído

para a solução dos vários problemas locais, nomeadamente os surgidos devido aos conflitos

de terras existentes no distrito.

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A população, devidamente mobilizada pelas autoridades comunitárias, participa activamente

na abertura de estradas terciárias, que tem facilitado o escoamento dos excedentes agrícolas,

na construção de escolas com material precário, casas para alguns Presidentes das

Localidades e enfermeiros, na conservação de fontes de água, na denúncia de malfeitores e

na localização de terrenos para vários fins socioeconómicos e culturais, sempre que

necessário.

A religião dominante é a Muçulmana, praticada pela maioria da população do distrito.

Existem outras crenças no distrito, sendo prática corrente que os representantes das

hierarquias religiosas se envolvam, em coordenação com as autoridades distritais, em várias

actividades de índole social.

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2 Demografia222 A superfície do distrito3 é de 5.774 km2 e a sua população está estimada em 350 mil

habitantes à data de 1/7/2012. Com uma densidade populacional aproximada de 60,6

hab/km2, prevê-se que o distrito em 2020 venha a atingir os 388 mil habitantes.

2.1 Estrutura etária e por sexo A estrutura etária do distrito reflecte uma relação de dependência económica de 1:1.1, isto é,

por cada 10 crianças ou anciões existem 11 pessoas em idade activa. Com uma população

jovem (45%, abaixo dos 15 anos), tem um índice de masculinidade de 102% (por cada 100

pessoas do sexo feminino existem 102 do masculino) e uma taxa de urbanização do distrito

é de 8%, concentrada na Vila de Moma.

Quadro 1. População por posto administrativo, 1/7/2012

TOTAL Grupos etários

0 - 4 5 - 14 15 - 44 45 - 64 65 e mais Distrito de Moma 349,864 58,812 97,803 146,816 35,499 10,934 Homens 176,570 29,812 50,292 70,898 19,162 6,405 Mulheres 173,295 29,000 47,511 75,919 16,337 4,529 P.A. de Macone Sede 185,345 30,849 52,120 78,032 18,550 5,795 Homens 93,603 15,707 27,056 37,228 10,181 3,431 Mulheres 91,747 15,144 25,062 40,798 8,380 2,363 P. A. de Chalaua 87,075 14,441 24,028 36,871 9,189 2,545 Homens 44,586 7,349 12,361 18,622 4,810 1,446 Mulheres 42,492 7,094 11,667 18,260 4,370 1,101 P. A. de Larde 44,448 7,810 12,157 18,637 4,412 1,431 Homens 21,813 3,758 6,067 8,760 2,405 823 Mulheres 22,626 4,043 6,092 9,874 2,009 609 P. A. de Mucuali 32,997 5,712 9,497 13,276 3,348 1,164 Homens 16,567 2,998 4,808 6,287 1,767 706 Mulheres 16,430 2,719 4,690 6,987 1,578 456 Fonte : INE, Dados do Censo de 2007. Das pessoas residentes no distrito, 95% nasceram no próprio distrito, o que denota fluxos

de migração baixos.

Quadro 2. Pessoas residentes no distrito, segundo o local de nascimento

    Local  de  Nascimento  

   No  próprio  distrito  

Noutro  distrito  da  mesma  província  

Noutra  Província  

Total   95.2%   4.1%   0.8%    -­‐  Homens   95.0%   4.2%   0.9%    -­‐  Mulheres   95.4%   3.9%   0.7%  

Fonte : Inst i tuto Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

2 Os dados demográficos e da habitação, excepto nota contrária, estão referidos a 1/8/2007, última data censitária. 3 Centro Nacional de Cartografia e Teledetecção http://www.cenacarta.com

Moma

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2.2 Traço sociológico

Das 87 mil famílias4 do distrito, o tipo sociológico familiar principal é o nuclear com filhos

(39%), isto é, com um ou mais parentes para além de filhos e têm, em média, 3.6 membros.

Quadro 3. Agregados familiares, segundo a dimensão % de agregados, por dimensão

1 - 2 3 - 5 6 e mais

31.7% 52.9% 15.4% Fonte : INE, Dados do Censo de 2007 e Pro je c ções g lobais da população .

Quadro 4. Agregados familiares, segundo o tipo sociológico TIPO SOCIOLÓGICO DE AGREGADO FAMILIAR

Unipessoal Monoparental (1) Nuclear

Alargado (2) Masculino Feminino Com filhos Sem filhos

12.1% 1.9% 6.8% 39.2% 12.7% 27.3%

Fonte : Inst i tuto Nacional de Estat í s t i ca – Censo de 2007. 1) Família com um dos pais. 2) Família nuclear ou monoparental com ou sem filhos e um ou mais parentes.

Na sua maioria casados após os 12 anos de idade, têm crença religiosa, dominada pela

religião Islâmica.

Quadro 5. Distribuição da população, segundo o estado civil Com 12 anos ou mais, por Estado civil

Total Solteiro Casado ou

união Separado/ Divorciado Viúvo

100.0% 22.8% 68.6% 5.2% 3.4%

Fonte : Inst i tuto Nacional de Estat í s t i ca – Censo de 2007. Tendo o Emakhuwa como língua materna dominante, constata-se que 31% da população do

distrito (com 5 ou mais anos de idade) tem conhecimento da língua portuguesa, sendo este

domínio predominante nos homens, dada a sua maior inserção na vida escolar e no

mercado de trabalho.

Quadro 6. População com 5 anos ou mais, por língua materna e sexo

TOTAL GRUPO ETÁRIO

5 - 9 10 - 14 15 - 19 20 - 44 45 e mais TOTAL 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% Emakhuwa 94.6% 96.7% 94.2% 93.4% 92.3% 94.4% Elomwe 0.2% 0.1% 0.1% 0.2% 0.3% 0.3% Português 3.1% 1.3% 4.1% 4.6% 4.0% 3.0% Outras 2.1% 1.9% 1.6% 1.7% 3.4% 2.2%

Fonte : Inst i tuto Nacional de Estat í s t i ca – Censo de 2007.

4 Estimativa para 2012 a partir das projecções da população do Censo de 2007.

Moma

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Figura 1. População com 5 anos ou mais, por língua materna

Fonte : Inst i tuto Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

Quadro 7. População de 5 anos ou mais e conhecimento de Português

Sabe falar Português Não sabe falar Português

Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres

Total 30.7% 42.2% 19.1% 69.3% 57.8% 80.9%

5 - 9 anos 11.4% 12.7% 10.2% 88.6% 87.3% 89.8%

10 - 14 anos 38.3% 41.9% 34.2% 61.7% 58.1% 65.8%

15 - 44 anos 47.3% 62.4% 33.3% 52.7% 37.6% 66.7%

45 anos ou mais 33.3% 50.7% 16.2% 66.7% 49.3% 83.8%

Fonte : Inst i tuto Nacional de Estat í s t i ca .

2.3 Analfabetismo e Escolarização

Com 31% da população alfabetizada, predominantemente homens, o distrito tem uma taxa

de escolarização normal, constatando-se que 43% dos seus habitantes declararam no Censo

2007 que frequentavam ou já frequentaram antes a escola, ainda que maioritariamente

somente até ao nível primário.

Quadro 8. População com 15 ou mais anos, e alfabetização, 2012 Taxa de analfabetismo

TOTAL Homens Mulheres

Total 68.8% 52.0% 85.1% 15 - 19 anos 55.4% 39.5% 70.2% 20 - 24 anos 65.3% 45.6% 80.9% 25 - 29 anos 70.9% 52.2% 86.5% 30 - 44 anos 69.2% 51.2% 87.7% 45 anos ou mais 78.4% 64.0% 95.4%

P.A. de Macone Sede 66.9% 50.0% 83.2% P. A. de Chalaua 69.3% 52.7% 86.2% P. A. de Larde 73.9% 58.1% 88.9%

P. A. de Mucuali 71.1% 53.2% 88.1%

Fonte : Inst i tuto Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

Emakhuwa,  94,6%  

Elomwe,  0,2%  Português,  

3,1%  

Outras,  2,1%  

Moma

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3 Habitação e Condições de Vida555 As características físicas das habitações, especialmente o material usado na sua construção e

o acesso a serviços básicos de água, saneamento e energia, são indicadores importantes do

nível de vida das famílias. As características do parque habitacional duma sociedade

constituem um indicador bastante relevante do nível de desenvolvimento socioeconómico.

Quadro 9. Habitações segundo o regime de propriedade

Total  de  Habitações   100.0%    -­‐  Próprias   94.9%    -­‐  Alugadas   0.7%    -­‐  Cedidas  ou  emprestadas   3.1%    -­‐  Outro  regime   1.3%  

Fonte : Ins t i tu to Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

A maioria (95%) das cerca de 87 mil habitações6 existentes no distrito são de propriedade

própria. O tipo de habitação dominante é a palhota (97%). A casa mista, que é um tipo de

habitação que combina materiais de construção duráveis e materiais de origem vegetal,

representa 2% do parque habitacional do distrito.

Quadro 10. Tipo de habitações

Casa convencional7 ou apartamento8 0.4% Casa mista9 1.9% Casa básica10 0.6% Palhota11, casa improvisada12 e outras 97.1% Fonte : Inst i tuto Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

5 Os dados demográficos e da habitação, excepto nota contrária, estão referidos a 1/8/2007, última data censitária. 6 Estimativa para 2012 a partir das projecções da população do Censo de 2007. 7Casa convencional - é uma unidade habitacional unifamiliar que tenha quarto(s), casa de banho, cozinha dentro de casa, e

construída com materiais duráveis (bloco de cimento, tijolo, chapa de zinco/lusalite, telha/lage de betão). Pode ser de rés-do-chão,

mais de 1 ou 2 pisos. 8Flat/apartamento - é uma unidade habitacional que tenha quarto(s) casa de banho, cozinha pertencente a uma unidade

habitacional multifamiliar com 1 ou mais pisos podendo ser de um bloco ou conjunto de blocos. 9Casa mista – é uma casa construída com materiais duráveis (bloco de cimento, tijolo, chapa de zinco/lusalite, telha/lage de betão),

materiais de origem vegetal (capim, palha, palmeira, colmo, bambu, caniço, paus maticados, madeira, etc.) e adobe. 10Casa básica – é uma unidade habitacional que só tem quarto(s) e não tem casa de banho e ou cozinha, sendo construída com

materiais duráveis (bloco de cimento, tijolo, chapa de zinco/lusalite, telha/lage de betão). Inclui-se nesta categoria o conjunto de

quartos geminados (casa comboio) que utilizam os mesmos serviços (casa de banho, cozinha e água). 11Palhota – é uma casa cujo material predominante na construção é de origem vegetal (capim, palha, palmeira, colmo, bambu,

caniço, adobe, paus maticados, etc.). 12Casa improvisada – são habitações construídas com material improvisado e precário, tal como papel, saco, cartão,, latas, cascas de

árvores, etc.

Moma

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Figura 2. Tipo de habitações

Fonte : Inst i tuto Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

Apesar de as condições de habitação serem diferentes entre as zonas urbanas e rurais do

distrito, verifica-se um padrão comum dos materiais de construção caracterizado por:

• O principal material usado nas paredes das casas é o bloco de adobe (63%);

• O principal material usado na cobertura das casas é capim ou palha (97%); e

• O principal material usado no pavimento das casas é adobe (82%).

Quadro 11. Habitações segundo o material de construção

Em  %       Total   Urbano   Rural  Paredes   100.0%   100.0%   100.0%    -­‐  Blocos  de  cimento  ou  tijolo   1.1%   3.6%   0.9%    -­‐  Blocos  de  adobe   63.3%   64.3%   63.3%    -­‐  Caniço  /  Paus   35.1%   31.8%   35.4%    -­‐  Madeira  /  Zinco   0.0%   0.0%   0.0%    -­‐  Outro  material   0.5%   0.2%   0.5%  Cobertura   100.0%   100.0%   100.0%    -­‐  Chapas  ou  telhas   2.5%   5.6%   2.2%    -­‐  Laje  de  betão   0.2%   0.6%   0.1%    -­‐  Capim  ou  outro  material   97.3%   93.8%   97.6%  Pavimento   100.0%   100.0%   100.0%    -­‐  Cimento,  parquet  ou  mosaico   3.3%   9.2%   2.8%    -­‐  Adobe   82.0%   81.8%   82.0%    -­‐  Sem  nada   14.7%   9.0%   15.2%  

Fonte : Ins t i tu to Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

Casa  convencional  

ou  Apartamento  ,  

0,4%  

Casa  mista  ,  1,9%  

Casa  básica  ,  0,6%  

Palhota  ,  97,1%  

Moma

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Figura 3. Habitações segundo o material de construção

Fonte : Inst i tuto Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

O gráfico e quadro seguintes mostram a distribuição percentual das habitações segundo o

grau de acesso aos serviços básicos.

• A principal fonte de energia usada pelas famílias é o petróleo (90%);

• Cerca de 16% das famílias tem acesso a fontes de água potável13; e

• Cerca de 2% das famílias usam sistemas de saneamento melhorados14.

Figura 4. Habitações e condições básicas existentes

Fonte : Inst i tuto Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

13Água canalizada (dentro e fora da casa), fontenário e poço/furo protegido c/ bomba. 14Retrete ligada a fossa séptica, Latrina melhorada e Latrina tradicional melhorada.

1,1%  

63,3%  

35,1%  

0,0%   2,5%  

97,3%  

3,3%  

82,0%  

14,7%  

Casas  com  energia  

eléctrica,  0,6%  

Casas  que  usam  fontes  de  água  potável,  16,2%  

Casas  com  sistemas  de  saneamento  melhorados,  

1,9%  

Moma

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Quadro 12. Habitações, água, saneamento e energia

HABITAÇÕES  E  CONDIÇÕES  BÁSICAS  EXISTENTES TOTAL Casa convencional

Casa mista

Casa básica Palhota

ENERGIA 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 Electricidade 0.4 3.2 1.1 1.5 0.4 Gerador/placa solar 0.4 10.2 3.6 6.9 0.2 Gás 0.0 0.0 0.0 0.5 0.0 Petróleo/parafina/querosene 89.8 75.5 89.9 66.8 90.0 Velas 0.7 4.7 1.4 6.7 0.7 Baterias 0.5 1.5 0.8 2.0 0.5 Lenha 7.1 3.8 3.0 15.5 7.1 Outras 1.0 1.2 0.2 0.1 1.0 ÁGUA 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 Água canalizada 0.3 33.2 0.3 0.3 0.2 - dentro da casa 0.1 32.4 0.1 0.0 0.0 - fora de casa 0.2 0.9 0.3 0.3 0.2 Não-canalizada 99.7 66.8 99.7 99.7 99.8 - fontenário 3.4 6.7 4.3 21.5 3.2 - poço/furo protegido c/ bomba 13.9 16.9 23.5 12.8 13.7 - poço sem bomba 74.0 39.4 66.7 57.9 74.4 - rio/lago/lagoa 7.8 3.2 4.8 4.2 7.9 - chuva 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 - mineral 0.1 0.6 0.2 3.2 0.1 - outros 0.4 0.0 0.2 0.1 0.4 SANEAMENTO 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 Retrete ligada a fossa séptica 0.2 12.2 0.5 6.6 0.1 Latrina melhorada 0.6 8.5 1.7 8.6 0.5 Latrina tradicional melhorada 0.7 2.9 2.5 4.3 0.6 Latrina não melhorada 5.0 11.1 13.8 27.2 4.5 Não tem retrete/latrina 93.6 65.3 81.5 53.3 94.3

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 2007.

No que diz respeito a posse de bens, a incidência da posse de bens duráveis pelas famílias

residentes no distrito é apresentada na tabela seguinte.

Quadro 13. Famílias, segundo a posse de casa própria e bens duráveis Casa

própria Rádio Televisor Telefone

fixo Computador Carro Motorizada Bicicleta Nenhum

bem

94.9%   45.6%   0.7%   0.1%   0.0%   0.1%   1.2%   39.1%   40.3%   Fonte : Ins t i tu to Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

Constata-se que, exceptuando a casa própria, 40 por cento das famílias não possuem

nenhum dos bens listados na tabela e observados aquando do Censo da População de 2007.

Moma

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4 Organização Administrativa e Governação O distrito tem quatro Postos Administrativos: Moma-Sede, Chalaua, Larde e Mucuali que,

por sua vez, estão subdivididos em 14 Localidades.

POSTO ADMINISTRATIVO LOCALIDADE Moma- Sede Macone- sede

Mirripi

Jagoma

Pilivili

Naicole

M`pago

Chalaua Chalaua - sede

Namiwi

Nailocne

Piqueira

Larde Larde - sede

Topuitho

Mucuali Mucuali-sede

Najaca

4.1 Governo Distrital O Governo Distrital é dirigido pelo Administrador de Distrito e, ao abrigo da Lei nº 8/2003

de 19 de Maio, está estruturado na Secretaria Distrital e nos seguintes Serviços Distritais:

• Actividades Económicas;

• Saúde, Mulher e Acção Social;

• Educação, Juventude e Tecnologia; e

• Planeamento e Infraestruturas.

De acordo com o Estatuto Orgânico do Governo Distrital aprovado pelo Decreto nº

6/2006 de 12 de Abril, a Estrutura Tipo do Governo Distrital é apresentada em seguida.

Estrutura Tipo do Governo Distrital

Fonte: Decreto nº 6/2006 de 12 de Abril

Moma

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Moma

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Para além destes serviços, funcionam ainda as seguintes instituições públicas:

• Tribunal Judicial;

• Registo e Notariado;

• Comando Distrital da PRM;

• Procuradoria Distrital da República;

• Alfândegas;

• Migração;

• SISE.

Com um total de 1.264 funcionários em 2013 (dos quais, 255 são mulheres), do pessoal da

Administração Distrital 4,7 % tem formação superior, 49,4 % formação média, 22%

formação técnica e 9,5% Assistentes técnicos e as restantes carreiras corresponde a 14,4% .

O Distrito possui um Conselho Consultivo Distrital presidido pelo Administrador Distrital.

No Distrito funcionam 4 Conselhos Consultivos dos Postos Administrativos, presididos

pelo respectivo Chefe do Posto Administrativo. No seu funcionamento participativo estes

envolvem os membros dos 14 Conselhos Consultivos de Localidade.

Os membros dos Conselhos Consultivos do Distrito são envolvidos na apreciação do

PEDD e PESOD e na avaliação periódica dos instrumentos da planificação territorial local,

bem como no que se refere à opinião sobre a viabilidade de projectos de iniciativa local, e

projectos com impacto directo nas comunidades, no âmbito de investimento local, que são

submetidos posteriormente para decisão do Conselho Consultivo Distrital.

No contexto da reforma do sector público, foi nomeado o Secretário Permanente Distrital,

foram institucionalizados os Conselhos Locais (Localidade, Posto Administrativo e

Distrito), Balcão de Atendimento Único Distrital (BAUD), descentralizados os

investimentos no distrito, tramitados os expedientes para a nomeação de directores dos

serviços distritais bem como dos chefes de Localidade.

A governação tem por base os Presidentes das Localidades, Autoridades Comunitárias e

Tradicionais. Os Presidentes das Localidades são representantes da Administração e

subordinam-se ao Chefe do Posto Administrativo e, consequentemente, ao Administrador

Distrital, sendo coadjuvados pelos Chefes de Aldeias, Secretários de Bairros, Chefes de

Quarteirões e Chefes de Blocos.

Moma

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4.2 Síntese das atribuições e da actividade dos órgãos distritais

Nesta secção, sem pretender ser exaustivo transcrevendo o rol de tarefas realizadas, focam-

se as principais actividades de intervenção pública directa que contribuem para o

desenvolvimento social e económico do distrito.

4.2.1 Secretaria Distrital

A Secretaria Distrital dirigida por um Secretário Permanente Distrital é o órgão do Governo

Distrital que tem como principais funções e realizou actividades no âmbito de (a) prestar

assistência técnica e administrativa ao Governo Distrital; (b) assegurar a gestão dos recursos

humanos, materiais e financeiros do Governo Distrital; (c) assistir na organização e controlo

das actividades do Governo distrital, bem como na elaboração de relatórios de análise de

actividades do Governo Distrital; e (d) garantir a assistência técnica e administrativa

necessária ao funcionamento dos postos administrativos, localidades e povoações.

Estrutura Orgânica da Secretaria Distrital

Fonte: MAE/DNAL.

4.2.2 Serviço Distrital de Actividades Económicas

Este Serviço é dirigido por um director e tem como funções específicas de entre outras: (a)

a promoção do uso adequado do solo e a gestão florestal; (b) o incentivo da produção

alimentar e de culturas de rendimento; (c) o fomento pecuário e a construção comunitária

de tanques carracicidas; (d) a emissão de licenças de pesca artesanal, caça e de abate, bem

como o combate a caça furtiva; (e) a promoção da piscicultura e da apicultura; (f) a

divulgação do potencial económico, industrial, turístico e cinegético local; (g) a promoção da

pequena indústria e mineração artesanal; (h) a emissão de pareceres sobre pedidos de

licenciamento de actividades económicas, licenciar actividades comerciais e emitir licenças

turísticas; (i) efectuar o recenseamento das actividades de artesanato; e (j) promover

mecanismos de financiamento das actividades produtivas.

SecretariaGeral

Repartição  de  Planificaçãoe  Desenvolvimento  Local

Secretário  PermanenteDistrital

Repartição  deFinanças

Repartição  de  Administração  Locale  Função  Pública

Moma

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Agricultura e Desenvolvimento Rural

Moma é um distrito com uma densidade populacional moderada, e cerca de metade da

população reside na sede distrital. São reportados alguns conflitos pela posse da terra,

principalmente nas zonas de M'Pivi, Uala, Chalaua, Mucúali e Larde, para cuja solução e

moderação, tem contribuído a Administração em coordenação com anciãos influentes.

De um modo geral, a agricultura no distrito é praticada em regime de consociação de

culturas com base em variedades locais e, em algumas regiões, com o recurso à tracção

animal e tractores.

O cenário de estiagem e seca caracterizado por chuvas irregulares e abaixo do normal criam

frequentemente uma situação de insegurança alimentar, exigindo do Governo Distrital

iniciativas enérgicas de mitigação, de que se destacam:

Distribuição de sementes e utensílios agrícolas às vítimas das cheias;

Reabilitação de valas de drenagem nas baixas do distrito;

Fomento de batata-doce de polpa alaranjada; e

Aquisição e distribuição de bovinos de fomento.

É de referir que o Governo local tem promovido várias iniciativas, sendo uma delas a

formação de associações de camponeses como forma de facilitar a canalização dos apoios

quer do Governo e ONG’s.

A pesca artesanal é uma das fontes de rendimento do Distrito, tendo o Governo local

incentivado esta actividade, através da promoção de encontros com os pescadores para

transmissão de orientações sobre o registo da produção pesqueira e outras recomendações.

4.2.3 Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia

Este Serviço é dirigido por um director e tem como funções específicas de entre outras: (a)

garantir o funcionamento de estabelecimentos de ensino, formação de professores,

alfabetização, educação de adultos e educação não formal; (b) realizar estudos sobre cultura,

diversidade cultural, valores locais e línguas nacionais; (c) promover o fabrico de

instrumentos musicais tradicionais; (d) incentivar o desenvolvimento de associações juvenis,

bem como promover iniciativas geradoras de emprego, autoemprego e outras fontes de

rendimento dos jovens; e (e) promover o uso de novas tecnologias.

Moma

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4.2.3.1 Educação

Da população com 15 anos ou mais de idade 31% é alfabetizada e 43% das pessoas com 5

anos ou mais de idade, predominantemente homens, declararam no Censo 2007 que

frequentavam ou já frequentaram antes o nível primário do ensino. A análise por sexos

revela um melhor padrão de escolarização nos homens.

Quadro 14. População com 5 anos ou mais, e frequência escolar

P O P U L A Ç Ã O Q U E:

FREQUENTA FREQUENTOU NUNCA FREQUENTOU

Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres

Total 19.5% 22.5% 16.4% 23.6% 31.5% 15.5% 57.0% 46.0% 68.0%

P.A. de Macone Sede 21.5% 24.8% 18.2% 23.4% 31.0% 15.7% 55.1% 44.2% 66.1%

P. A. de Chalaua 15.6% 17.1% 14.0% 26.3% 34.7% 17.5% 58.1% 48.1% 68.4%

P. A. de Larde 18.6% 22.7% 14.6% 19.8% 27.7% 12.3% 61.6% 49.6% 73.1%

P. A. de Mucuali 19.3% 23.8% 15.0% 22.2% 30.8% 13.8% 58.4% 45.5% 71.1%

Fonte : Inst i tuto Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 1997. A análise do nível de ensino frequentado pela população que actualmente atende a escola,

revela uma concentração significativa no nível primário de ensino.

Quadro 15. População de 5 anos ou mais, por nível de ensino

NÍVEL DE ENSINO QUE FREQUENTA

Total AEA EP1 EP2 ESG1 ESG2 Técnico Superior TOTAL 100.0% 8.9% 76.0% 10.2% 4.3% 0.5% 0.1% 0.0% 5 - 9 anos 100.0% 0.7% 99.3% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 10 - 14 anos 100.0% 1.0% 90.0% 8.4% 0.6% 0.0% 0.0% 0.0% 15 - 19 anos 100.0% 4.8% 54.6% 27.8% 11.8% 0.9% 0.1% 0.0% 20 - 24 anos 100.0% 23.8% 31.4% 17.1% 23.5% 3.6% 0.5% 0.1% 25 e + anos 100.0% 47.2% 40.5% 6.6% 4.1% 0.9% 0.3% 0.3% HOMENS 100.0% 5.5% 75.3% 12.4% 5.9% 0.7% 0.1% 0.1% MULHERES 100.0% 13.5% 77.0% 7.1% 2.1% 0.2% 0.1% 0.0% EP1 - 1º a 5º anos; EP2 - 6º e 7º anos; ESG I - 8º a 10º Anos; ESG2 - 11º e 12º Anos; ET – Ensino técnico; CFP – Curso de formação de professores; AEA -Alfabetização e educação de adultos.

Fonte : Inst i tuto Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

Figura 5. População (5 anos ou mais) por grau de ensino frequentado

Fonte de dados : Inst i tuto Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

Alfab.,  8,9%  

EP1,  76,0%  

EP2,  10,2%  ESG1,  4,3%  

ESG2,  0,5%   Técnico,  0,1%  

Superior,  0,0%  

Moma

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Um aspecto importante é a observação das taxas de escolarização bruta e líquida. A

primeira taxa calcula-se dividindo o total de alunos de um determinado nível de ensino

(independentemente da idade) pela população do grupo etário correspondente à idade

oficial para o referido nível15. Para calcular a segunda taxa , divide-se o total de alunos cuja

idade coincide com a idade oficial para o nível pela população do grupo etário

correspondente a esse nível. Estas são as medidas mais comuns para estimar o

desenvolvimento quantitativo do sistema educativo.

Quadro 16. Taxas de escolarização

Taxas  de  escolarização  

Taxa  Bruta  de  Escolarização  Taxa  Líquida  de  Escolarização  

TOTAL   H   M   TOTAL   H   M  EP1   69.1   77.8   60.1   29.5   31.8   27.1  EP2   35.6   46.6   22.6   3.0   3.5   2.5  ESG1   12.2   18.0   5.4   1.3   1.6   0.8  ESG2   2.7   4.3   1.1   0.2   0.3   0.1  

Fonte : Inst i tuto Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007 .

O nível de cobertura escolar no distrito é baixo, verificando-se taxas brutas e líquidas de

escolarização baixas. A taxa líquida de escolarização no EP1 confirma este facto, ao indicar

que 30% das crianças de 6 a 10 anos frequentam o nível de ensino correspondente a sua

idade, neste caso o EP1, e que somente 3% das crianças de 11 a 12 anos frequentam o nível

de ensino correspondente a idade, o EP2. Em geral, os rapazes apresentam melhores

indicadores. A situação global descrita reflecte, para além de factores socioeconómicos, o

facto de a rede escolar existente e o efectivo de professores, apesar de terem vindo a evoluir

a um ritmo significativo, serem insuficientes, o que é agravado por baixas taxas de

aproveitamento e altas taxas de desistência em algumas localidades do distrito, devido ao

facto de haverem muitos casamentos prematuros e emigração de jovens.

Quadro 17. Escolas, alunos e professores, 2013 NÍVEIS DE ENSINO N.º de N.º de Alunos N.º de Professores

Escolas M HM M HM TOTAL DO DISTRITO 142 33.522 66.024 22 876 EP1 98 24.832 55.060 18 656

EP2 40 2.241 6.427 4 166

ESG I 3 1072 3.872 0 44

ESG II 1 192 665 0 10 Fonte : SDEJT EP1 - 1º a 5º anos; EP2 - 6º e 7º anos; ESG I - 8º a 10º Anos.

15EP1 – 6 a 10 anos; EP2 – 11 a 12 anos; ESG1 – 13 a 15 anos; ESG2 – 16 a 17 anos; Superior – 18 a 22 anos.

Moma

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Em termos de grau de ensino concluído, constata-se que do total de população com 10 anos

ou mais de idade, 14% concluiu algum nível de ensino, na sua maioria o nível primário.

Quadro 18. População de 10 anos ou mais, por nível de ensino concluído

NÍVEL DE ENSINO CONCLUÍDO

Nenhum TOTAL Alfab. Primário Secund. Técnico C.F.P. Superior

TOTAL 13.9% 0.2% 11.2% 2.3% 0.0% 0.1% 0.0% 86.1%

10 - 14 anos 7.2% 0.1% 6.8% 0.3% 0.0% 0.0% 0.0% 92.8%

15 - 19 anos 22.9% 0.1% 20.2% 2.5% 0.0% 0.0% 0.0% 77.1% 20 - 24 anos 20.4% 0.2% 16.2% 3.9% 0.0% 0.1% 0.0% 79.6% 25 - 29 anos 14.5% 0.3% 11.1% 3.0% 0.1% 0.1% 0.0% 85.5%

30 e + anos 12.0% 0.3% 9.0% 2.5% 0.1% 0.1% 0.0% 88.0%

HOMENS 21.2% 0.2% 17.0% 3.8% 0.1% 0.1% 0.0% 78.8%

MULHERES 6.5% 0.3% 5.4% 0.9% 0.0% 0.0% 0.0% 93.5%

Fonte : Inst i tuto Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

Figura 6. População (10 anos ou mais) por grau de ensino concluído

Fonte : Inst i tuto Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

4.2.3.2 Cultura

Na área da cultura existem vários grupos que praticam diverso tipo de danças e cânticos

típicos de toda a região. No concernente à juventude, destaca-se a existência de grupos

activistas e associações juvenis que de dedicam a motivar boas práticas entre os seus

concidadãos.

Têm sido promovidas várias actividades, nomeadamente a participação no Festival Nacional

de Dança Popular, o fomento do associativismo juvenil e de grupos culturais, bem como o

apoio ao desenvolvimento das artes plásticas, em particular a

escultura.

Alfab.,  0,2%  Primário,  11,2%   Secund.,  2,3%  

Técnico,  0,0%  

C.F.P.,  0,1%  

Superior,  0,0%  

Nenhum,  86,1%  

Moma

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4.2.4 Serviço Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social

Este Serviço é dirigido por um director e tem como funções específicas de entre outras: (a)

assegurar o funcionamento das unidades sanitárias e incentivar a medicina tradicional; (b)

promover acções de apoio e protecção da criança, da pessoa portadora de deficiência e do

idoso; (c) desenvolver acções de prevenção da violência doméstica e de abuso de menores; e

(d) promover a igualdade e equidade do género.

4.2.4.1 Saúde

A rede de saúde do distrito inclui 15 unidades sanitárias (1 hospital distrital, 2 centros de

saúde I, 11 centros de saúde III e 1 postos de saúde) e, apesar de estar a evoluir a bom

ritmo, é insuficiente, evidenciando os seguintes índices de cobertura média:

Uma unidade sanitária por cada 24 mil pessoas;

Um médico por cada 18 mil habitantes; e

Um profissional técnico para cada 5.554 residentes no distrito.

A Direcção Distrital de Saúde distribui regularmente por cada Centro de Saúde “Kits A e B”

e pelos Postos de Saúde “Kits B”. A tabela seguinte apresenta, para o ano de 2003, a

posição de alguns indicadores que caracterizam o grau de acesso e de cobertura dos serviços

do Sistema Nacional de Saúde.

Quadro 19. Indicadores de cuidados de saúde, 2013

Indicadores Partos 14.390 Vacinação 162.536  Saúde materno-infantil 223.722  Consultas externas 344.987

Fonte : SDSMAS

De referir ainda a existência de vários programas de cuidados de saúde primários a vários

níveis que denotam uma evolução positiva nos últimos anos, nomeadamente:

• Saúde ambiental: Esta actividade está sendo realizada em todas as unidades sanitárias,

bem como em brigadas móveis e nos locais de interesse público

• Saúde Ocupacional: Realizadas visitas de trabalho as empresas para vacinação aos

trabalhadores, bem como a todos os outros que manipulam géneros alimentícios

• Saúde reprodutiva

• Saúde Infantil, Nutrição, Saúde Escolar

• Suplementação de Vitamina ‘A’

Moma

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• Programa alargado de vacinação

• Saúde Mental.

O quadro epidémico do distrito é dominado pela malária, diarreia e DTS e SIDA que, no

seu conjunto, representam quase a totalidade dos casos de doenças notificados no distrito.

Quadro 20. Quadro epidemiológico

Doenças

Casos Óbitos

2012 2013 2012 2013

Malária

0-4 anos 14359 22609 5 11

5+ anos 15555 18200 9 7

S. Febril

0-4 anos 9151 10069 0 0

5+ anos 8856 10311 0 0

Diarreias 0-4 anos 6840 6041 1 0

5-14 anos 2457 1910 2 0

15 + anos 3548 2497 1 0

Disenterias 1853 1644 0 0

PFA 0 6 0 0

Sarampo (Suspeitas) 11 6 0 0 Cólera todas as idades 0 0 0 0 Meningite 0 1 0 1 Tétano neonatal 0 2 0 0 Raiva (mordedura canina) 50 154 0 0

Fonte: SDSMAS

4.2.4.2 Acção Social

No distrito existem, segundo os dados do Censo de 2007, cerca de 14 mil órfãos (na sua

maioria órfãos de pai e entre os 10 e 14 anos de idade) e cerca de 8.200 pessoas portadoras

de deficiência (96% com debilidade física e 4% com doenças mentais).

Quadro 21. População de 0-14 anos, por condição de orfandade, 2007

    População   Órfão  de:       0-­‐14  anos   Total   Mãe   Pai   Pai  e  Mãe  Total   100.0% 9.0% 3.1% 5.2% 0.7%  -­‐  Homens   100.0% 9.2% 3.1% 5.3% 0.7%  -­‐  Mulheres   100.0% 8.9% 3.1% 5.0% 0.7% Grupos  etários:      -­‐  0  a  4  anos   100.0% 3.8% 1.2% 2.2% 0.3%    -­‐  5  a  9  anos   100.0% 9.9% 3.6% 5.7% 0.7%    -­‐  10  a  14  anos   100.0% 16.8% 5.8% 9.4% 1.5%

Fonte : Inst i tuto Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

Moma

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Quadro 22. População deficiente, 2007

Grupos de Idade População Sem Com deficiência

Total Deficiência Total Física Mental Total 100.0% 97.4% 2.6% 2.5% 0.1% 0 - 14 100.0% 98.7% 1.3% 1.2% 0.1% 15 - 44 100.0% 97.2% 2.8% 2.7% 0.2% 45 e mais 100.0% 92.5% 7.5% 7.4% 0.1%

Fonte : Inst i tuto Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

A tabela seguinte apresenta a distribuição percentual das 8.200 pessoas portadoras de

deficiência, segundo a causa.

Quadro 23. População portadora de deficiência, segundo a causa

TOTAL Física Mental

Total 100.0% 100.0% 100.0%

À nascença 24.0% 22.8% 48.6%

Doença 59.1% 59.8% 44.1%

Minas/Guerra 1.1% 1.1% 1.0%

Serviço Militar 0.6% 0.6% 0.0%

Acidente de Trabalho 3.5% 3.7% 0.8%

Acidente de Viação 1.6% 1.6% 0.0%

Outras 10.2% 10.4% 5.5% Fonte : Inst i tuto Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

A integração e assistência social a pessoas, famílias e grupos sociais em situação de pobreza

absoluta, dá prioridade à criança órfã, mulher viúva, idosos e deficientes, doentes crónicos e

portadores do HIV-SIDA, toxicodependentes e regressados.

Tem existido coordenação das acções de algumas organizações não governamentais,

associações e sociedade civil, promovendo a criação de igualdade de oportunidades e de

direito entre homem e mulher em todos os aspectos de vida social e económica, e a

integração, quando possível, no mercado de trabalho, em processos de geração de

rendimentos e na vida escolar.

Durante o ano findo foram atendidas 411 crianças vulneráveis e órfãs de mãe/pai ou de

ambos, dos 0-5 anos de idade, que passaram a beneficiar de produtos de primeira

necessidade.

Moma

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Quadro 24. Subsídio de alimentos

Fonte: SDSMAS; PPD= Pessoa Portadora de Deficiência, DC=Doente Crónico.

4.2.4.3 Género

O distrito tem uma população estimada de 350 mil habitantes - 173 mil do sexo feminino -

sendo 7% dos agregados familiares do tipo monoparental chefiados por mulheres.

Ao nível do distrito tem-se privilegiado a coordenação das acções de algumas organizações

não governamentais, associações e sociedade civil, promovendo a criação de igualdade de

oportunidades e direitos entre sexos em todos aspectos de vida social e económica, e a

integração da mulher no mercado de trabalho, processos de geração de rendimentos e vida

escolar.

Esta coordenação recorre a mecanismos de troca de informação, diálogo e concertação da

acção, evitando a sobreposição de actividades e racionalizando recursos de forma a

melhorar a eficácia e eficiência das acções governamentais e das iniciativas da comunidade e

do sector privado.

Tendo por língua materna dominante o Emakhuwa, 19% das mulheres do distrito com 5 ou

mais anos de idade têm conhecimento da língua portuguesa, sendo este domínio mais

acentuado nos homens (42%), dada a sua maior inserção na vida escolar e no mercado de

trabalho. A taxa de analfabetismo na população feminina é de 85%, sendo de 52% no caso

dos homens.

Das mulheres do distrito com mais de 5 anos, 68% nunca frequentaram a escola (no caso

dos homens só 46% nunca estudaram) e 5% concluíram o ensino primário (no caso dos

homens, 17% terminaram o primário).

LOCAL Nº DE IDOSOS

PPD DC TOTAL

Moma-Sede 788   43   4   835  Chalaua 456   69   4   529  Larde 729   6   0   735  Mucuali 624   26   1   651  Distrital 2597   144   9   2750  

Moma

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PÁGINA26

Figura 7. Indicadores de escolarização por sexos

Fonte : Ins t i tu to Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

No que diz respeito ao acesso a novas tecnologias também se verifica um desequilíbrio entre

sexos, como se pode deduzir da tabela seguinte.

Quadro 25. Uso de novas tecnologias (10 anos ou mais)

    Número de pessoas que usou: % de pessoas

    Computador Internet c/ Telemóvel

Total   0.1%   0.0%   1.3%    -­‐  Homens   0.1%   0.0%   2.3%    -­‐  Mulheres   0.0%   0.0%   0.4%  

Fonte : Ins t i tu to Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

No tocante a actividade económica, de um total em 2012 de 173 mil mulheres, 97 mil estão

em idade de trabalho (mais de 15 anos), das quais 76 mil são economicamente activas16. A

população não economicamente activa de mulheres com 15 anos ou mais (21%) é

constituída principalmente por senhoras domésticas (14%) e estudantes a tempo inteiro

(3%). O nível da participação no trabalho das mulheres (79%) é inferior ao dos homens

(82%).

16Segundo recomendações internacionais, a PEA é considerada como a população que participa na actividade económica e que

tenha 15 anos de idade e mais. Dito por outras palavras, a PEA compreende as pessoas que trabalham (ocupadas) e as que procuram

activamente um trabalho (desocupadas), incluindo aquelas que o fazem pela primeira vez.

52%  

42%  46%  

17%  

85%  

19%  

68%  

5%  

Taxa  de  analfabecsmo  

Sabe  falar  Português   Sem  frequencia  escolar  

Ensino  primário  concluído  

Homens  

Mulheres  

Moma

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Figura 8. População (15 anos ou mais), segundo a actividade e sexo

Fonte : Ins t i tu to Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

A distribuição das mulheres economicamente activas residentes no distrito de acordo com a

posição no processo de trabalho e o sector de actividade é a seguinte:

Cerca de 96% são trabalhadoras agrícolas, familiares ou por conta própria;

1% são comerciantes, artesãs, ou empresárias; e

As restantes 3% são, na maioria, trabalhadoras do sector de serviços, incluindo

empregadas do sector comercial formal e informal.

Figura 9. População17 segundo a posição no trabalho e sexo

Fonte : Ins t i tu to Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

17 Com 15 anos ou mais.

Trabalha,  80,5%   Trabalha,  82,4%  Trabalha,  78,6%  

Só  estuda,  5,1%   Só  estuda,  7,1%  Só  estuda,  3,1%  

Doméscco(a),  10,4%  

Doméscco(a),  6,4%  

Doméscco(a),  14,2%  

Total   Homem   Mulher  

Homem,  12,6%  Homem,  7,2%  

Homem,  67,1%  

Homem,  0,9%   Homem,  12,3%  

Mulher,  1,6%   Mulher,  1,2%  

Mulher,  96,3%  

Mulher,  0,1%   Mulher,  0,8%  

Assalariados   Comerciantes  e  artesaos   Camponeses   Empresarios   Outras  

Moma

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4.2.5 Serviço Distrital de Planeamento e Infraestruturas

Este Serviço é dirigido por um director e tem como funções específicas de entre outras: (a)

elaborar propostas de Plano de Estrutura e de Ordenamento Territorial; (b) promover a

construção de fontes de abastecimento de água potável bem como a gestão dos respectivos

sistemas de abastecimento; (c) assegurar, em colaboração com outras entidades, a

disponibilidade do sistema de fornecimento de energia eléctrica e a promoção do

aproveitamento energético dos recursos hídricos e uso de energias renováveis; (d) assegurar

a reabilitação, manutenção das estradas não classificadas, pontes e outros equipamentos de

travessia; (e) promover a construção, manutenção e reabilitação de infraestruturas e edifícios

públicos, bem como de valas de irrigação, jardins públicos, infraestruturas desportivas e

parques de estacionamento; (f) promover o uso da bicicleta e da tracção animal; (g) elaborar

propostas de gestão ambiental; e (g) garantir a prestação dos serviços públicos tais como

cemitérios, matadouros, mercados e feiras, limpeza e salubridade, iluminação pública, jardins

campos de jogos e parques de diversão.

4.2.5.1 Ordenamento Territorial

Durante 2011 foi realizado o trabalho de identificação e levantamento de espaços para

urbanização das Sedes dos Postos Administrativos de Larde e Mucuali.

Foram, ainda, realizados trabalhos de ordenamento da Localidade Administrativa de

Jagoma, que culminaram no parcelamento de cerca de 572 talhões, dos quais 186 foram

distribuídos às populações.

4.2.5.2 Infraestruturas

Têm a seu cargo a execução do investimento e promoção da manutenção de infraestruturas

locais, nomeadamente:

Construção de uma residência do tipo II na Localidade de Pilivili, Posto

Administrativo de Macone, pertencente à Direcção Provincial de Pescas de

Nampula, obra que foi financiada pelo IDPPE e adjudicada à Empresa New line

Construções;

Construção de 2 aquedutos na Estrada Chalaua/Namiwi sobre os rios Nanvava e

Sancusse;

Construção de um Centro de Saúde tipo II em Topuitho, Posto Administrativo de

Larde (Kenmere);

Moma

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Manutenção de rotina do troço Moma/Micane, numa extensão de 20 km;

Manutenção de Rotina no troço Micane/Chalaua, numa extensão de 67 km;

Manutenção de Rotina da Estrada Cruz. R324/ponta caldeira, numa extensão de

30Km;

Manutenção de Rotina de Estrada Chalaua/Muquiquisa, numa extensão de 17 km;

Manutenção de rotina de Estrada Micane/Rio Miluli.

De referir que já foram abertos 36 furos de água nas diversas comunidades dos Postos

Administrativos de Macone, Mucuali e Chalaua, dos quais 11 estão equipados com bombas

Afridev. Está em reabilitação o PSAA, obra que inclui a substituição de 8 condutas

principais.

Continuam as actividades de reabilitação de PSAA, tendo já sido concluídos, faltando a

conduda principal de distribuição de águas aos bairros da Vila-Sede.

4.3 Finanças Públicas e Investimento

O financiamento do funcionamento dos Governos Distritais e das funções para eles

descentralizadas é assegurado por via de:

(i) Receitas próprias18que provém da comparticipação das receitas fiscais e consignadas ao

nível Distrital e as correspondentes taxas, licenças e serviços cobrados pelo Governo

Distrital; e

(ii) Transferências ou dotações orçamentais centrais para despesas correntes;

(iii) Transferências ou dotações orçamentais centrais para despesas de investimento (Fundo

de Desenvolvimento Distrital, Fundo de Investimento em Infraestruturas);

18 Receitas próprias do distrito provenientes de serviços e licenças cobradas fora do território das autarquias locais são: (a) utilização do património

público sob gestão do distrito; (b) ocupação e aproveitamento do domínio público e aproveitamento de bens de utilidade pública; (c) pedidos de uso e

aproveitamento da terra nas áreas cobertas por planos de urbanização; (d) loteamento e execução de obras particulares; (e) realização de infraestruturas

simples; (f) ocupação da via pública por motivo de obras e utilização de edifícios; (g) exercício da actividade de negociante e comércio a título precário;

(h) ocupação e utilização de locais reservados nos mercados e feiras; (i) autorização de venda ambulante nas vias e recintos públicos; (j) aferição e

conferição de pesos, medidas e aparelhos de medição; (k) autorização para o emprego de meios de publicidade destinados a propaganda comercial; (l)

licenças de pesca artesanal marítima e em águas interiores; (m) licenças turísticas nos termos de legislação específica; (n) licenças para a realização de

espectáculos públicos; (o) licenças de caça e abate; (p) licenças e taxas de velocípedes com ou sem motor; (q) estacionamento de veículos em parques ou

outros locais a esse fim destinados; (r) utilização de instalações destinadas ao conforto, comodidade ou recreio público; (s) realização de enterros,

concessão de terrenos e uso de instalações em cemitérios.

Constituem ainda receitas do distrito as taxas e tarifas por prestação dos serviços, nos casos em que os órgãos do distrito tenham sob sua

administração directa, a prestação de serviço público: (a) abastecimento de água; (b) fornecimento de energia eléctrica; (c) utilização de matadouros; (d)

recolha, depósito e tratamento de resíduos sólidos de particulares e instituições; (e) ligação, conservação e tratamento dos esgotos; (f) utilização de infra

estruturas de lazer e gimno-desportivas; (g) utilização de latrinas públicas; (h) transportes urbanos; (i) construção e manutenção de ruas privadas; (j)

limpeza e manutenção de vias privadas; (k) utilização de tanques carracicidas; (l) registos determinados por lei.

Moma

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(iv) Fundos Sectoriais Descentralizados, nomeadamente dos sectores de águas, estradas,

educação e agricultura;

(v) Donativos provenientes de ONGs, cooperação internacional ou entidades privadas.

O Governo Distrital teve em 2011 a seguinte execução orçamental.

Quadro 26. Execução orçamental (em ‘000 MT)

Rubricas 2011

DESPESA TOTAL 124.347

Despesa corrente 106.356 - Despesas com pessoal 94.499 - Bens e serviços 11.733 - Outros gastos materiais 124

Despesa de Investimento 17.991 - Fundo de desenvolvimento distrital 7.355 - Fundo de investimentos em infraestruturas 10.636 - Fundos sectoriais descentralizados s.i.

Fonte: Ministério das Finanças, Conta Geral do Estado, 2011.

No âmbito do investimento de iniciativa local (vulgo 7 milhões) o Governo Distrital

implementou 267 projectos locais de desenvolvimento em 2013, dos quais 26 para produção

de comida e 241 para geração de emprego e rendimento, tendo beneficiado a 804 pessoas.

Quadro 27. Projectos de iniciativa local financiados

Finalidade dos Projectos No de Projectos

Financiados Número de

Beneficiários Desembolsos (em ‘000 MT)

Taxa de Reembolso

(em %) 2011 2012 2013 2011 2012 2013 2011 2012 2013 2011 2012 2013

Produção de comida 52 19 26 431 198 152 3.662 4.564 770      Geração de Emprego 5 4 5 38 15 21 500 1.780 360      Geração de Rendimento 53 132 236 388 369 631 3.193 3.564 8.726      Total 110 155 267 851 583 804 7.355 9.908 9.856 9,9   4,3   4,9  

Fonte: Secretaria Distrital

A distribuição dos projectos financiados por sector de actividade é apresentada na tabela

seguinte.

Quadro 28. Sector económico do investimento local

Sector Económico dos Projectos

No de Projectos Financiados

2011 2012 2013 Agricultura 46 19 26 Pecuária 13 7 22 Agropecuário 1 7 2 Indústria 4 2 2 Comércio 33 113 205 Pesca 10 7 7 Outro 3 1 3 Total 110 156 267

Fonte: Secretaria Distrital

Moma

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De referir, ainda, que o número de projectos aprovados mas não financiados (por diversos

motivos) foi em 2012 de 1 e em 2013 foi de 3 projectos, devido ao atraso no tratamento dos

documentos pelos mutuários para legalizar o financiamento e à não abertura de contas

bancarias.

Durante 2011-2013, para além dos investimentos já mencionados anteriormente, há a referir

as seguintes iniciativas patrocinadas pelo Governo Distrital via FDD:

Ø Financiamento dum projecto de aquisição de um tractor e respectivas alfaias, que

impulsionam o aumento das áreas de cultivo no Posto Administrativo de Mucuali;

Ø Financiados projectos de grande impacto sócio-económico na vida da comunidade,

tal como a implantação de uma indústria panificadora na Vila-sede de Moma.

No âmbito da construção de infraestruturas escolares durante o ano de 2013 foram

construídas 20 salas de Aulas, 16 latrinas e 4 blocos Administrativos segundo o quadro

abaixo.

Quadro 29. Investimento local em infraestruturas escolares

Instituição Salas Latrinas Ponto de situação Localização

EPC de M´pivi 05 04 concluída 100% Localidade de Macone EPC de Nacara 05 04 concluída 100% Localidade de Piqueira EPC de Nacocolo 05 04 concluída 100% Localidade Macone EPC de Micane 05 04 concluída 100% Localidade de M´pago Total 20 16 concluídas 100%

Fonte: SDPI

Quadro 30. Fundo de Investimentos Projecto Localização Ponto de situação

Construção da Secretaria Administrativa da Localidade

Mirrupi Fase acabamentos

Construção da residência do Tipo II Chalaua Concluída e entregue provisoriamente Construção da residência do Tipo II Moma-Sede Concluída e entregue provisoriamente Construção de tanque carracicida Jagoma Concluída Instalação da conduta de distribuição de água potável

Moma-Sede Concluída e entregue provisoriamente

Reabilitação da residência oficial do Administrador

Moma-Sede Concluída e entregue provisoriamente

Reabilitação da residência do Secretario Permanente Distrital

Moma-Sede Concluída e entregue provisoriamente

Fonte: SDPI

Moma

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4.4 Justiça, Ordem e Segurança pública

Os serviços de justiça no distrito estão representados por um conservador e uma

conservatória do registo civil e por um assistente técnico.

Os assaltos não armados, o contrabando de mercadorias, casos de fogo posto e de

homicídio são os crimes mais frequentes no distrito.

Porém, os níveis de criminalidade no Distrito têm reduzido de forma significativa mercê da

pronta intervenção das forças da Lei e Ordem, permitindo, assim, a livre circulação de

pessoas e bens.

4.5 Constrangimentos e Perspectivas

No geral, de acordo com o Governo Distrital, são os seguintes os princ ipais

constrangimentos observados durante a governação dos últimos anos:

Fraca cobertura em abastecimento de água potável;

Insuficiência de efectivo policial para garantir a ordem e tranquilidade públicas;

Elevado nível de degradação das vias de acesso

Falta de uma agência bancária.

Falta de uma escola Secundária Geral de raiz;

Falta de um centro de saúde na Sede do Posto Administrativo de Mucuali;

Ausência de um programa de construções para atender o crescimento do aparelho

de estado.

As minas constituem ou constituíram, em algumas zonas identificadas, uma ameaça à

segurança da população e ao desenvolvimento económico. A acção de desminagem em

curso no país desde 1992, tem permitido diminuir o seu risco, sendo hoje a situação

existente no país e neste distrito mais controlada e conhecida.

Face às restrições orçamentais existentes, tem sido essencial para a prossecução da

actividade do Governo Distrital e para o progresso do distrito, o envolvimento consciente e

participação comunitária, e o apoio do sector privado e de vários organismos internacionais

que operam neste distrito.

Moma

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PÁGINA33

5 Actividade Económica 5.1 População economicamente activa

De um total em 2012 estimado de 350 mil habitantes, 193 mil estão em idade de trabalho

(mais de 15 anos).

Quadro 31. População segundo a condição de actividade19

Total Homens Mulheres

Total 193,249   96,465   96,784  Trabalhou 77.5%   78.8%   76.2%  Não trabalhou, mas tem emprego 0.8%   0.9%   0.6%  Ajudou familiares 2.2%   2.7%   1.8%  Procurava novo emprego 0.1%   0.1%   0.0%  Procurava emprego pela 1ª vez 0.2%   0.3%   0.0%  População economicamente activa 20 80.7%   82.8%   78.6%  Doméstico(a) 10.4%   6.4%   14.2%  Somente estudante 5.1%   7.1%   3.1%  Reformado(a) 0.1%   0.2%   0.1%  Incapacitado(a) 1.8%   1.6%   2.0%  Outra 1.9%   1.9%   1.9%  População não activa 19.3%   17.2%   21.4%  

Fonte : Inst i tuto Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

Verifica-se que 81% da população de 15 anos ou mais (156 mil pessoas) constituem a

população economicamente activa (PEA) do distrito. O nível da participação masculina na

PEA é superior à feminina: 83% contra 79%.

A população não economicamente activa (19%) é constituída principalmente por mulheres

domésticas e estudantes a tempo inteiro.

19Referido a situação na semana anterior a realização do Censo 2007. 20Segundo recomendações internacionais, a PEA é a população que participa na actividade económica com 15 anos de idade e mais.

A PEA compreende, pois, as pessoas que trabalham (ocupadas) e as que procuram activamente um trabalho (desocupadas),

incluindo aquelas que o fazem pela primeira vez. A análise da PEA que é apresentada nesta secção seguiu esta recomendação.

Moma

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Figura 10. População com 15 anos ou mais, segundo a actividade

Fonte : Inst i tuto Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

A distribuição da população economicamente activa indica que 82% são camponeses por

conta própria, na sua maioria mulheres. A percentagem de trabalhadores assalariados é de

7% da população activa e é dominada por homens (as mulheres assalariadas representam

2% da população activa feminina e 13% no caso dos homens).

Quadro 32. População activa21, ocupação e ramo de actividade, 2007

RAMOS DE ACTIVIDADE TOTAL

OCUPAÇÃO PRINCIPAL

Assalariados Comerciantes

& Trabalhadores Empresário Outras e

Total Técnicos Operários Serviços Artesãos Camponeses Patrão desconhecido

Total 100.0% 7.1% 1.2% 0.8% 5.1% 4.2% 81.5% 0.5% 6.6%

- Homens 100.0% 12.6% 2.1% 1.4% 9.1% 7.2% 67.1% 0.9% 12.3%

- Mulheres 100.0% 1.6% 0.4% 0.2% 1.0% 1.2% 96.3% 0.1% 0.8% Agricultura, silvicultura e pesca 100.0% 2.1% 0.0% 0.0% 2.0% 0.0% 91.7% 0.1% 6.1% Indústria, energia e construção 100.0% 77.6% 1.0% 2.8% 73.8% 0.1% 1.0% 0.6% 20.6% Comércio, Transportes Serviços 100.0% 28.9% 16.3% 9.2% 3.4% 59.0% 1.7% 5.2% 5.1% [1]  Com  15  anos  ou  mais,  excluindo  os  que  procuram  emprego  pela  primeira  vez.  

         Fonte : Ins t i tu to Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

21Com 15 anos ou mais, excluindo os que procuram emprego pela primeira vez.

Trabalhou  81%  

Doméscco(a)  10%  

Somente  estudante  

5%  

Outra  4%  

Moma

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Figura 11. População activa, segundo a ocupação principal

Fonte : Ins t i tu to Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

A distribuição segundo o ramo de actividade reflecte que a actividade dominante no distrito

é agrária, que ocupa 89% da população activa do distrito. O comércio e outros serviços tem

tido uma importância crescente, ocupando já 7% da população activa do distrito.

Quadro 33. População activa22, ocupação e ramo de actividade, 2007

RAMOS DE ACTIVIDADE TOTAL

OCUPAÇÃO PRINCIPAL

Assalariados Comerciantes Trabalhadores Empresário Outras e

Total Técnicos Operários Serviços e Artesãos Camponeses Patrão desconhecido

Total 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0%

- Homens 50.6% 89.1% 85.3% 86.9% 90.4% 85.9% 41.6% 92.1% 93.9%

- Mulheres 49.4% 10.9% 14.7% 13.1% 9.6% 14.1% 58.4% 7.9% 6.1% Agricultura, silvicultura e pesca 88.7% 25.7% 1.5% 3.5% 35.1% 0.4% 99.8% 18.5% 81.4% Indústria, energia e construção 4.2% 45.3% 3.4% 14.6% 60.2% 0.1% 0.1% 5.4% 13.0% Comércio, Transportes Serviços 7.2% 29.0% 95.1% 82.0% 4.7% 99.5% 0.2% 76.1% 5.6%

[1]  Com  15  anos  ou  mais,  excluindo  os  que  procuram  emprego  pela  primeira  vez.            Fonte : Ins t i tu to Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

22Com 15 anos ou mais, excluindo os que procuram emprego pela primeira vez.

Assalariados,  7,1%  

Comerciantes  e  artesaos,  4,2%  

Camponeses,  81,5%  

Empresarios,  0,5%  

Outras,  6,6%  

Moma

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Figura 12. População activa, segundo o ramo de actividade

Fonte : Ins t i tu to Nacional de Estat í s t i ca , Dados do Censo de 2007.

5.2 Pobreza e Segurança Alimentar Este distrito apresenta um agravamento no Índice de Incidência da Pobreza23 desde um

nível de 54% em 1997 para 59% no ano de 200724.

Este distrito tem sido alvo de calamidades naturais que afectam a vida social e económica da

comunidade. Estes desastres, associados à fraca produtividade agrícola, conduzem a níveis

de segurança alimentar de risco, sobretudo os camponeses de menos posses, idosos e

famílias chefiadas por mulheres, numa situação potencialmente vulnerável.

Efectivamente, dadas as tecnologias primárias utilizadas e, consequentemente, os baixos

rendimentos das culturas, a colheita principal é, em geral, insuficiente para cobrir as

necessidades de alimentos básicos, que só são satisfeitas com a ajuda alimentar, a segunda

colheita, rendimentos não agrícolas ou outros mecanismos de sobrevivência.

Nos períodos de escassez, as famílias recorrem a uma diversidade de estratégias de

sobrevivência que incluem a participação em programas de "comida pelo trabalho", a

recolha de frutos silvestres, a venda de lenha, carvão, estacas, caniço, bebidas e a caça.

23O Índice de Incidência da Pobreza (poverty headcount índex) é a proporção da população cujo consumo per capita está abaixo da linha

da pobreza. 24Relatório da Pobreza e Bem-Estar em Moçambique: 3ª Avaliação Nacional - Ministe ́rio da Planificac ̧a ̃o e Desenvolvimento,

Direcc ̧a ̃o Nacional de Estudos e Ana ́lise de Poli ́ticas, Outubro de 2010(District Poverty Maps for Mozambique: 1997 and

2007Based on consumption adjusted for calorie underreporting).

Agricultura,  silvicultura  e  pesca,  88,7%  

Indústria,  energia  e  construção,  

4,2%  

Comércio,  Transportes  Serviços,  7,2%  

Moma

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As famílias com homens activos recorrem ao trabalho remunerado nas cidades mais

próximas, já que as oportunidades de emprego no distrito são reduzidas, dado que a

economia ter por base, essencialmente, as relações familiares.

Para atenuar os efeitos desta situação, as autoridades distritais lançaram um plano de acção

para redução do impacto da estiagem incluindo sementes e culturas resistentes e introdução

de tecnologias adequadas ao sector familiar.

5.3 Infraestruturas de base

O Distrito conta com uma rede rodoviária de 597,7 km de estradas, sendo 310,7 km de

estradas classificadas e 285 km de estradas não classificadas, dos quais 387,7 km são

transitáveis.

Em termos de frota de transportes colectivos de passageiros o Distrito de Moma conta com

os transportadores abulantes provenientes da Cidade de Nampula praticando a rota Moma-

Nametil-Nampula.

O Distrito tem 12 postos rádios, que permitem a comunicação entre a Sede do Distrito e os

Postos Administrativos, Unidades Sanitárias periféricas e outros pontos da Província.

O Distrito é coberto por 3 redes de telefonia móvel que operam na Província com

cobertura total. Também possui uma rede de telefonia fixa das (TDM) na sede do distrito e

em Topuitho.

O Distrito dispunha em 2013 de 330 fontes de água potável, das quais 57 poços e 273 furos,

contra 315 fontes de água, das quais 258 furos, em 2012. Porém, apenas 211 fontes estão

operacionais, servindo cerca de 66.900 habitantes.

Quadro 34. Fontes de água

Indicadores Existentes 2013

N0 furos 273 N0 poços 57 N0 PSAA 1 N0 de Caleiras 11 Total de fontes 330

N0 de benificiários 66.900

Nº de fontes avariadas 62

Fonte: SDPI

Moma

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O Distrito beneficia da Energia Eléctrica de Cahora Bassa que abastece dois (3) Postos

Administrativos, designadamente Larde, Moma-Sede e Chalaua.

O Distrito beneficia da Energia Eléctrica de Cahora Bassa, que abastece dois Postos

Administrativos, nomeadamente Larde e Moma-Sede.

Apesar dos esforços realizados, importa reter que o estado geral de conservação e

manutenção das infraestruturas não é suficiente, sendo de realçar a rede de bombas de água

a necessitar de manutenção, bem como a rede de estradas e pontes que, na época das

chuvas, tem problemas de transitabilidade.

5.4 Uso e Cobertura da Terra A agricultura é a actividade dominante e envolve quase todos os agregados familiares.

Quadro 35. Uso e Cobertura da Terra Classe Área (ha) (%)

Cultivado Sequeiro 95199.79 16.49 Área Habitacional Semi Urbanizada 123.51 0.02 Solo Sem Vegetação 3734.81 0.65 Formação Herbácea Inundável 6166.87 1.07 Formação Herbácea Inundada 1509.03 0.26 Mangais (localmente degradados) 14408.77 2.5 Formação Herbácea Degradada Inundável 493.9 0.09 Formação Herbácea 95716.6 16.58 Moita (arbustos baixos) 3233.24 0.56 Matagal Médio 8574.69 1.48 Matagal Aberto 141071.54 24.43 Formação Herbácea Arborizada 118395.13 20.5 Floresta de Baixa Altitude Aberta 87486.98 15.15 Floresta de Baixa Altitude Fechada 298.77 0.05 Oceano 0.76 0.0 Lagos, Lagoas 1023.84 0.18 TOTAL 577438.06 100.00

Fonte : Centro Nacional de Cartogra f ia e Teledete c ção (CENACARTA).

Moma

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Moma

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PÁGINA40

A restante informação desta secção25 foi extraída dos resultados do Censo Agropecuário

realizado pelo INE em 2009/10 e tem por objectivo descrever os traços gerais que

caracterizam a base agrícola do distrito.

O distrito possui cerca de 73 mil explorações agrícolas com uma área média é de 1.3

hectares, sendo 95% ocupadas com a exploração de culturas alimentares.

Figura 13. Explorações segundo a sua utilização

Fonte de dados : Ins t i tu to Nacional de Estat í s t i ca , Censo agropecuár io , 2009-2010

Com um grau de exploração familiar dominante, 87% das explorações do distrito têm

menos de 2 hectares.

Figura 14. Explorações por classes de área cultivada

Fonte de dados : Ins t i tu to Nacional de Estat í s t i ca , Censo agropecuár io , 2009-2010

25Apesar das reservas a colocar na representatividade dos dados ao nível distrital, a sua análise permite observar tendências e os principais aspectos estruturais.

100,0%  95,1%  

60,1%  

Total   Com  culturas  alimentares   Com  árvores  de  fruta  

<    1  ha  48,4%  

1  a  2  ha  38,9%  

2  a  5  ha  12,3%  

5  a  20  ha  0,3%  

>=  20  ha  0,0%  

Moma

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PÁGINA41

Na sua maioria os terrenos não estão titulados e, quando explorados em regime familiar,

têm como responsável o homem da família, apesar de na maioria dos casos ser explorada

por mulheres a trabalharem sozinhas ou com a ajuda das crianças da família. A maioria da

terra é explorada em regime de consociação de culturas alimentares.

5.5 Sector Agrário

5.5.1 Produção agrícola e sistemas de cultivo

De um modo geral, a agricultura é praticada manualmente em pequenas explorações

familiares em regime de consociação de culturas com base em variedades locais.

A produção agrícola é feita predominantemente em condições de sequeiro, nem sempre

bem sucedida, uma vez que o risco de perda das colheitas é alto, dada a baixa capacidade de

armazenamento de humidade no solo durante o período de crescimento das culturas.

Algumas famílias empregam métodos tradicionais de fertilização dos solos como o pousio

das terras, a incorporação no solo de restolhos de plantas, estrume ou cinzas. Para além das

questões climáticas, os principais constrangimentos à produção são as pragas, a seca, a falta

ou insuficiência de sementes e pesticidas.

A faixa costeira é dominada pelo sistema de produção baseado na cultura da mandioca,

consociada com leguminosas de grão como o feijão nhemba e o amendoim.

O arroz de sequeiro é a cultura produzida nas planícies aluvionares dos principais rios que

drenam a costa e planícies estuarinas, sendo normalmente produzidos em bacias de

inundação preparadas para o efeito. Há ainda a referir a importância do coqueiro e do

cajueiro no sistema de produção da zona costeira, quer como um produto que garante a

segurança alimentar ou como fonte de rendimento para as famílias rurais.

O sistema agro-silvícola do cajú é o mais representativo chegando mesmo a ser dominante.

A consociação mais importante do caju, compreende culturas como a mandioca e milho,

seguindo o padrão tradicional de rotação e pousio de médio e longo prazo, dependendo

bastante da idade dos cajueiros e sua produtividade.

Uma particularidade da zona, é que praticamente toda a mandioca fica dentro da zona do

cajueiro. O coqueiro na província apresenta um distribuição alargada para o interior.

Moma

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Quadro 36. Produção agrícola, por principais culturas: 2011-2012

Fonte: SDAE

5.5.2 Pecuária

O fomento pecuário no distrito tem sido fraco. Porém, dada a tradição na criação de gado e

algumas infraestruturas existentes, verificou-se algum crescimento do efectivo pecuário.

Dada a existência de áreas de pastagem, há condições para o desenvolvimento da pecuária,

sendo as doenças e a falta de fundos e de serviços de extensão, os principais obstáculos ao

seu desenvolvimento.

Os animais domésticos mais importantes para o consumo familiar são as galinhas, os patos

e os cabritos, enquanto que, para a comercialização, são os bois, os cabritos, os porcos e as

ovelhas.

Quadro 37. Efectivo pecuário Espécie 2011 Bovinos 5.629 Caprinos 15.770 Ovinos 8.970 Galináceos 44.159 Patos 22.837 Coelhos 290 Suínos 2.153 Gatos 1.034 Total 100.842 Fonte: SDAE

Culturas

Área Planif./ha Área semeada Plano 2012

Produção (ton)

2011 2012 2011 2012 2011 2012

Milho 10984 11013 10991 10304 8810,40 8792,8 7661,8 Mapira 8253 8335,5 8196 3469,3 6668,40 4917,6 1987,9 Mexoeira 1185 1196,9 1201 591,5 957,50 720,6 252,1 Arroz 4387,87 4431,8 5124 4504,9 5628,20 6148,8 4211,2 Feijão 9339 9525,8 9342 8804,2 4762,90 3736,8 4263,1 Amendoim 8438,7 8607,5 8816 11054,8 4471,90 4408 4807,4 Mandioca 47226,8 56672,2 47600 56512 311696,90 261800 247670,4 Batata-doce 919 928,2 1100 620,3 2227,68 2640 1336,6 Hortícolas 636,5 649 641,8 291 4869,30 432,6 2434,7 Sub-total 91369,8 101359,9 9301,8 96152,5 350097,18 293597,2 274624,97 Gergelim 3195 3259 3814 1761,7 1988 2288,4 122 Algodão 5800 5800 2132 4671,2 3017 4066 2062,4 Sub-total 8995 9059,5 5946 6432,9 5004 3354,40 2184,4 Total 100364,8 110418,9 98956,8 102585,4 355126,5 296951,6 276809,5

Moma

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5.5.3 Pescas, Florestas e Fauna bravia

É grande o potencial comercial das madeiras nativas como o jambire e a umbila, e Moma

tem grande potencial madeireiro. A madeira não é muito utilizada como material de

construção. A lenha é a fonte de energia mais utilizada.

O distrito tem laranjeiras, tangerineiras, papaieiras, mangueiras, bananeiras e limoeiros, que

são comercializados localmente ou nos distritos vizinhos e nas cidades de Nampula e de

Angoche. Para além do consumo fresco dos frutos, alguns são processados para o fabrico

de bebidas alcoólicas tradicionais. O maior constrangimento da silvicultura em Moma é a

falta de sementes, a falta e insuficiente qualidade de terra, as pragas e a falta de hábitos.

A caça e a pesca são um suplemento dietético para as famílias. Os animais mais caçados são

o cudo, o xipenhe, o porco-do-mato, a galinha-do-mato e a perdiz. A proximidade do litoral

e a existência de rios e lagos, faz da pesca uma actividade de rendimento importante para as

famílias, bem como uma fonte suplementar de alimento.

Quadro 38. Produção na pesca artesanal (toneladas)

Espécies Real 2011 Real 2012 Real 2013 Camarão 2.143,8 287,7 400,7 Peixe 271,3 3.762,7 2.607,9 Cefalópodes 35,6 38,4 150,7 Caranguejo 10,4 24,75 43,0 Lagosta 70 3 0,7 Tubarão 2,6 3,4 0,2 Outros 200,2 188,6 471,2 Total 2.733 4.308,0 4.688,7

Fonte: SDAE

5.6 Indústria, Comércio e Serviços

A pequena indústria local (pesca, carpintaria e artesanato) surge como alternativa à

actividade agrícola, ou prolongamento da sua actividade.

Apesar do seu afastamento em relação a centros urbanos importantes, o distrito de Moma já

efectua trocas comerciais com outros mercados da região. Os habitantes do distrito

deslocam-se aos distritos vizinhos, e também às cidades de Nampula e Angoche, para

comprar comida, sendo também comum virem ao distrito comerciantes da capital

provincial, de Pemba e mesmo da Tanzânia, para comprar os produtos locais.

Moma

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6 Visão e Estratégia de Desenvolvimento Local Este capítulo tem como base as conclusões do PEDD - Plano Estratégico de

Desenvolvimento Distrital.

6.1 Visão

“Melhorar as condições de vida da população de Moma, visando o seu bem-

estar.”

6.2 Problemas e Potencialidades

PROBLEMAS POTENCIALIDADES P.A. DE MACONE • Água imprópria para o consumo • Frequência de doenças incluindo HIV/SIDA • Fraca cobertura da rede escolar • Degradação de vias de acesso • Falta de Banco • Falta de equipamento agrícola • Desemprego • Fecalismo a céu aberto • Queimadas descontroladas • Uso de artes nocivas na actividade pesqueira • Amarelecimento letal do coqueiro • Ocorrência de erosão costeira

• Mar • Terra fértil para agricultura. • Rios e lagos • Florestas e diversos recursos (plantas) • Existência de palmar • Força humana para trabalhar(mulheres e homens • Clima favorável para a produção agropecuária • Plantas medicinais

P.A. DE CHALAUA • Água imprópria para o consumo • Frequência de doenças s/ tratamento • Degradação de vias de acesso • Fraca cobertura da rede sanitária • Energia de HCB

• Terra para agricultura • Rios e lagos • Riqueza florestal, proliferando essências como

jambir, umbila, metonha, pau-preto, etc. • Pedras semi-preciosas-Mavuco • Ouros(Piqueira) • Plantas medicinais para tratamentos tradicionais

de doenças • Areia branca e pedras para a construção civil • Animais de caça • Força humana para trabalhar (Mulheres e

homens) • Montanhas • Cajueiros

Moma

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P.A. DE LARDE • Água imprópria para o consumo • Degradação de vias de acesso • Erosão costeira e no interior • Frequência de doenças incluindo HIV/SIDA • Uso de artes nocivas na actividade pesqueira • Queimadas descontroladas • Fecalismo a céu aberto • Fraca cobertura da rede sanitária • Energia de HCB na sede do P.Administrativo

• Minérios pesadas das areias costeiras (Topuitho) • Terra para agricultura • Baixas vastas para produção de arroz • Coqueiros • Cajueiros • Mar com os seus recursos • Clima favorável para produção agropecuária • Rios e lagoas • Recursos florestais • Plantas medicinais para tratamento tradicional de

doenças P.A. DE MUCUALI • Água imprópria para consumo • Frequência de doenças s/ assistência • Pessoas não conseguem comunicar à distância • Muitas crianças s/ acesso à EPC • Podridão radicular da mandioca origina

perdas de produção • Camponeses não comercializam produtos

devido deficientes vias de acesso • Energia de HCB • Queimadas descontroladas

• Terra fértil para agricultura • Madeira • Culturas de rendimento (amendoim, castanha de

caju, gergelim, arroz, milho, feijões, algodão e legumes)

• Rios e lagoas • Gados(bovino, caprino) • Estradas • Pessoas para trabalhar (mulheres e homens) • Cajueiros • Recursos florestais • Comércio(lojas e barracas) • Animais de caça • Plantas medicinais para tratamento tradicional de

doenças.

6.3 Objectivos estratégicos específicos

POTENCIAR EM 10% A ACTIVIDADE ECONÓMICA DO DISTRITO

Para que este objectivo seja alcançado o sector das actividades económicas vai empreender

algumas acções como sendo:

• Transmitir técnicas melhoradas de produção agrícola , pesqueira e mineira a 80

grupos de cidadãos correspondentes a 2.800 pessoas. As técnicas serão transmitidas

por 10 extensionistas na base de campos de demonstração.

• Incentivar o Associativismo em diferentes áreas económicas (Comércio, Agricultura,

Turismo e Pesca).

Moma

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PÁGINA46

• Afectar 10 técnicos extensionistas nos diferentes Postos Administrativos

• Fazer o repovoamento pecuário com 200 cabeças

• Produzir 100.000 mudas de fruteiras e plantas de sombra até ao ano de 2013

• Melhorar o sistema de irrigação dos campos agrícolas dos associados e pessoas

singulares, mediante o potenciamento em 10 motobombas; sendo 2 em cada Posto.

• Adquirir 2 fabriquetas.

• Realizar 2 formações aos Associados mineiros

• Criar 1 micro projecto de pesca, conservação e comercialização do pescado

• Introduzir 85 juntas para a tracção animal, aquisição 6 de tractores agrícolas

• Produzir 250.000 mudas de cajueiros.

• Produzir 100.000 mudas de coqueiros

• Multiplicar 100ha de estacas de mandioqueira.

• Reabilitar 4 represas.

• Construir 4 mercados de peixe.

• Adquirir 2 barcos a motor fora do bordo

• Construir 2 talhos.

MELHORAR EM 30% OS CUIDADOS PRIMÁRIOS DE SAÚDE

No que respeita a melhoria dos Cuidados primários de Saúde, para que o sector alcance

aquilo que pretende nos próximos cinco anos, o esforço será em:

• Afectar 60 técnicos qualificados em todas Unidades Sanitárias e colocar

equipamentos nas unidades

• Construir 4 maternidades e 10 casas mãe espera, 88 para melhorar o atendimento as

parturientes

• Criar 10 núcleos de combate ao HIV/SIDA

• Capacitar 10 funcionários para melhor resposta e atendimento público

MELHORAR EM 40% O ACESSO Á EDUCAÇÃO BÁSICA

A melhoria da Educação Básica será nos seguintes domínios:

Moma

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PÁGINA47

• Ampliar a actual rede escolar de 84 escolas para 128 escolas e afectar 530

professores, sendo 310 do EP1, 130 do EPC e 90 do ESG.

• Construir 70 salas de aulas com material convencional ou local melhorado.

• Atingir 102 salas de aulas de construção convencional.

• Converter 15 EP1 em EPCs das 74 EP1 existentes.

• Aumentar de 432 centros de AEA para 530 centros e contratar 1.750

alfabetizadores.

• Abertura de 250 centros de alfabetização

MELHORAR EM 30% A CIRCULAÇÃO DE PESSOAS E BENS

A melhoria da circulação de pessoas e bens será feita nos seguintes moldes:

• Reabilitar 335kms de estradas vicinais

• Fazer manutenção de 88,5 kms de estradas terciárias

• Fazer manutenção de 266,6 kms de estradas classificadas

• Construir 17 pontes de betão armado

• Construir 31 aquedutos

AUMENTAR EM 20% A COBERTURA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

POTÁVEL E SANEAMENTO

MELHORAR EM 10% AS CONDIÇÕES DE TRABALHO DOS

FUNCIONÁRIOS DA FUNÇÃO PÚBLICA

Para melhorar as condições de trabalho dos funcionários da Função Pública, o Governo

Local vai empreender algumas acções tais como: Construção de edifícios, residências e

aquisição de meios circulantes.

- Balanço do Plano Económico e Social Durante o Ano de 2010, Governo

Distrital.

- Balanço do Plano Económico e Social Durante o Ano de 2011, Governo

Distrital.

- CENACARTA - http://www.cenacarta.com

- Conta Geral do Estado 2011 e 2010 – Ministério das Finanças, Direcção Nacional

do Orçamento.

- District Poverty Maps for Mozambique: 1997 and 2007 - Based on

consumption adjusted for calorie underreporting - Ministério do Plano e Finanças,

Direcção Nacional de Estudos e Análise de Políticas.

- Estrutura Tipo do Governo Distrital - Decreto nº 6/2006 de 12 de Abril.

- Fichas estatísticas para o perfil distrital – Serviços Distritais

- Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo agropecuário, 2009-2010.

- Instituto Nacional de Estatística, Dados do Recenseamento da População de 2007.

- Lei dos Órgãos Locais, n.º 8/2003 de 27 de Março.

- Ministério da Educação, Estatísticas Escolares.

- Ministério da Saúde, Estatísticas da Saúde.

- Perfil Distrital de 2005, Ministério da Administração Estatal, Direcção Nacional da

Administração Local.

- Plano Estratégico de Desenvolvimento Distrital, Governo Distrital (Plano para

cinco anos)

- Regulamento da Lei dos Órgãos Locais, n.º 8/2003 de 27 de Março.

- Relatório de Balanço das Actividades Desenvolvidas durante o Ano de 2010,

Governo Distrital.

- Relatório de Balanço das Actividades Desenvolvidas durante o Ano de 2011,

Governo Distrital.

- Relatório de Balanço das Actividades Desenvolvidas durante o Ano de 2011,

SDAE

- Relatório de Balanço das Actividades Desenvolvidas durante o Ano de 2011,

SDPI

- Relatório de Balanço das Actividades Desenvolvidas durante o Ano de 2011,

SDSMAS

- Relatório de Balanço das Actividades Desenvolvidas durante o Ano de 2011,

SDEJT

- Relatório sobre Pobreza e Bem-estar em Moçambique: 3ª Avaliação Nacional

(Outubro de 2010), Ministério do Plano e Finanças, Direcção Nacional de Estudos e

Análise de Políticas.

- Revista de Marketing Territorial – Ministério da Administração Estatal, Direcção

Nacional de Promoção do Desenvolvimento Rural.

 

Moma

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