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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA IARA CELLY GOMES DA SILVA Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em bibliotecas universitárias dos setores público e privado PROFESSOR ORIENTADOR: PROF a MSc Luciana Moreira Carvalho NATAL - RN 2004.2

Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da … · 2012-03-07 · IARA CELLY GOMES DA SILVA Perfil profissional dos egressos do curso de ... sistematização do

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA

IARA CELLY GOMES DA SILVA

Perfil profissional dos egressos do curso de

Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte: análise da atuação em bibliotecas

universitárias dos setores público e privado

PROFESSOR ORIENTADOR: PROFa MSc Luciana Moreira Carvalho

NATAL - RN

2004.2

IARA CELLY GOMES DA SILVA

Perfil profissional dos egressos do curso de

Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte: análise da atuação em bibliotecas

universitárias dos setores público e privado

Monografia apresentada à professora

Maria do Socorro de Azevedo Borba e

orientada pela professora Luciana

Moreira Carvalho para fins de

avaliação da disciplina e como

requisito parcial para a conclusão do

curso de Biblioteconomia do Centro

de Ciências Sociais Aplicadas da

Universidade Federal do Rio Grande

do Norte.

NATAL - RN

2004.2

Catalogação da Publicação na fonte

S586p Silva, Iara Celly Gomes da. Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em bibliotecas universitárias dos setores público e privado / Iara Celly Gomes da Silva. - Natal, 2004.

58f.: il.

Monografia (Graduação em Biblioteconomia) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2004.

Orientadora: Profª MSc. Luciana Moreira Carvalho, Departamento de Biblioteconomia.

1. Perfil do bibliotecário - Monografia. 2. Estudantes de Biblioteconomia - Monografia. 3. Educação bibliotecária - Monografia. I. Carvalho, Luciana Moreira (Orient.). II. Título.

CDU 023:331.543

IARA CELLY GOMES DA SILVA

PERFIL PROFISSIONAL DOS EGRESSOS DO CURSO DE BIBLIOTECONOMIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO

NORTE: ANÁLISE DA ATUAÇAO EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS DOS SETORES PÚBLICO E PRIVADO

MONOGRAFIA APROVADA EM / /2005.

BANCA EXAMINADORA

Profª. MSc Luciana Moreira Carvalho

(Orientadora)

Profª. MSc Maria do Socorro de Azevedo Borba

(Profª da Disciplina)

Profª. MSc Antônia de Freitas Neta

(Membro)

A meus pais, João Batista e

Acilêda, pelo amor e educação que me dispensaram. Aos meus familiares e amigos, pela confiança que depositam em mim. A Raul e Rafaela, meus sobrinhos tão queridos, únicos até o momento. A Hermano, meu namorado, cuja paciência demonstrada durante a realização desse estudo tanto me surpreendeu.

AGRADECIMENTOS

Sou grata, primeiramente a Deus, pelo dom da existência, pela força que

me sustenta na superação dos momentos difíceis e pelas bênçãos que me

destina a cada dia.

À Luciana, cuja orientação contribuiu em todos os aspectos para a

concretização desse trabalho e cuja serenidade serve de fonte de inspiração

para a minha atuação profissional.

À professora Socorro Borba, pela dedicação e apoio incondicionais aos

seus alunos.

À professora Antônia, de quem recebi colaborações valiosas para

realizar esse estudo.

À professora Mônica, pela perfeita elaboração do abstract dessa

monografia.

Agradeço ainda a todo o corpo docente do curso de Biblioteconomia da

UFRN: Andréa, Fátima, Francisca, Renata, Rilda, Rildeci, Terezinha, que

prestaram contribuições valorosas durante as aulas e até mesmo fora delas.

Não esquecendo de Goretti (in memorian), pois, apesar de não ter sido sua

aluna diretamente, foi a primeira professora do Departamento que me acolheu,

antes que eu prestasse vestibular para Biblioteconomia.

Aos sujeitos que responderam ao questionário, às diretoras dos

sistemas de Bibliotecas da UFRN e da UnP, respectivamente, professoras

Rildeci e Adriana, pois sem a colaboração dos mesmos a pesquisa ficaria

inviável.

A todos os meus colegas de turma, em especial a Audinêz, Fernando,

Gustavo, Magnólia e Sale Mário, pela convivência, ajuda e companheirismo

nos momentos sérios e de descontração.

Finalmente, embora não inferior em importância, sou grata aos meus

pais, pelos ensinamentos da vida; aos meus familiares, amigos e meu

namorado, por compreenderem que em alguns momentos eu precisei me privar

de suas companhias.

"Os obstáculos da vida servem para aguçar nossa inteligência, despertar e questionar nossa paciência e, principalmente, desafiar nossa sabedoria".

Carmem Zitta

RESUMO

Analisa o perfil dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte que atuam em bibliotecas universitárias. Resgata o contexto histórico da Biblioteconomia no Brasil, desde o surgimento do primeiro curso, passando pela organização de entidades de classe - Associações profissionais, Conselho Federal de Biblioteconomia e Conselhos Regionais, regulamentação da profissão e criação e estruturação do curso de Biblioteconomia da UFRN. Aborda a diversidade terminológica entre as denominações "profissional da informação" e "bibliotecário", tomando como base a Classificação Brasileira de Ocupações, bem como autores renomados na área. Descreve as competências e habilidades que devem compor o perfil do egresso de Biblioteconomia, conforme orienta o Ministério da Educação -MEC e segundo a literatura pesquisada. Fornece informações sobre os sistemas de bibliotecas da UFRN e Universidade Potiguar - UnP, instituições em que atuam os bibliotecários pesquisados. A partir da adoção da metodologia da pesquisa descritiva, utilizando o questionário como instrumento de coleta de dados, percebe-se que os pesquisados avaliaram positivamente o curso de Biblioteconomia da UFRN, apesar de apresentarem sugestões de melhoria. Conclui-se, portanto, que o curso, apesar de possuir algumas deficiências, consegue construir uma base sólida na preparação dos seus futuros profissionais, para que atuem com eficiência no mercado das bibliotecas universitárias.

Palavras-chave: Perfil do bibliotecário. Estudantes de Biblioteconomia. Educação bibliotecária.

ABSTRACT

This research analyzes the former library science graduation students from Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). The focus was upon those who work at academic libraries. Thus, the historical context of Library Science in Brazil was seen from its beginning with the first courses, considering union organizations, professional associations, Regional and Federal Library Science Councils. The profession's regulation and the creation of the Library Science course were also considered. The terminology diversification and the denominations such as "information professional" and "librarians" were seen here taking the Brazilian Occupation Classification into consideration as well as important authors of the área. Competences and abilities that should compose the professional's profile are based on Ministério da Educação - MEC and researched literature. The research also has data about the institution where subjects work such a UFRN's and Universidades Potiguar-UNP's library system. The methodology was of descriptive nature. A questionnaire was used as a data collection tool. Results show that subjects have presented suggestion and have a positive opinion of the Library Science course at UFRN. It concludes that although the course has some deficiencies, it is able to build a solid base for the preparation of the future professionals, making them able to act efficiently in the academic library field.

Key Words: Librarian Profile. Library Science students. Library Science

Education.

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 Gênero........................................................................... 30

GRÁFICO 2 Faixa etária .................................................................... 31

GRÁFICO 3 Ano de ingresso ............................................................. 31

GRÁFICO 4 Semestre de conclusão .................................................. 32

GRÁFICO 5 Graduação em outra área............................................... 33

GRÁFICO 6 Formas de atualização .................................................. 33

GRÁFICO 7 Forma de ingresso na instituição .................................... 34

GRÁFICO 8 Tempo de ocupação do cargo........................................ 35

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................. 10

2 BREVE PANORAMA HISTÓRICO DA BIBLIOTECONOMIA NO

BRASIL................................................................................................ 14

2.1 O CURSO DE BIBLIOTECONOMIA DA UFRN .............................. 15

3 PERFIL DO PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO /

BIBLIOTECÁRIO.................................................................................. 17

4 BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA........................................................ 26

4.1 SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UFRN.......................................... 27

4.2 SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE POTIGUAR..... 29

5 METODOLOGIA................................................................................ 30 6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS................................ 32 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES.......................... 44

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado 10

1 INTRODUÇÃO

No cenário mundial, com a globalização e a emergência das

tecnologias de informação, verifica-se uma nova ordem voltada para as

mudanças do ponto de vista científico, tecnológico, econômico, social, cultural

etc. Desde a chamada era pós-industrial, a partir da década de 1950, essas

transformações se intensificaram, afetaram e continuarão afetando todos os

setores da vida dos indivíduos.

É fato indiscutível que o clichê "informação é poder" é cada vez mais

atual. Desde meados do século passado, a informação é um recurso primordial

do desenvolvimento humano. Na atualidade, ela corresponde à representação

da posse da terra no feudalismo e da detenção dos meios de produção e do

capital na época industrial.

Em substituição ao conceito de "sociedade pós-industrial", a expressão

"sociedade da informação" relaciona-se com:

[...] as transformações técnicas, organizacionais e administrativas que têm como 'fator-chave' não mais os insumos baratos de energia - como na sociedade industrial -mas os insumos baratos de informação propiciados pelos avanços tecnológicos na microeletrônica e telecomunicações. (WERTHEIN, 2000, p.71).

Trata-se de uma sociedade que ainda está se construindo, ainda não

se pode conceituá-la plenamente, visto que se está vivendo nesse contexto, o

que torna mais difícil o distanciamento necessário para a sua completa

compreensão.

Antes mesmo dessa expressão "sociedade da informação" ser

utilizada, ainda no século XVIII, anterior à era industrial, o homem tentava se

inserir no contexto informacional através do acesso ao saber. A Enciclopédia

elaborada por Didérot e D'Alembert nessa época representa o início da

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado 11

sistematização do conhecimento, com a finalidade de se obter domínio sobre o

mesmo. (CARVALHO; KANISKI, 2000, p.35).

É devido a essa necessidade que o homem teve de controlar o

saber/conhecimento/explosão informacional que atualmente constatam-se

impactos socioculturais e econômicos.

No aspecto econômico, provocou-se a expansão do setor terciário,

responsável pela produção e geração de serviços e socioculturalmente,

contribuiu para aumentar a disparidade entre os indivíduos das diversas

camadas da sociedade ou, numa perspectiva contrária, permitiu a superação

de tais desigualdades.

Encontra-se, assim, uma contradição: "[...] a informação pode tanto ser

fator de dominação quanto de emancipação." (CARVALHO; KANISKI, 2000,

p.36).

Nesse contexto, a biblioteca (leia-se: "unidades de informação") tem

um papel primordial no sentido de democratização do acesso à informação.

Como um meio educativo, esse espaço deverá propiciar o desenvolvimento

social, na medida em que possibilita que as necessidades informacionais dos

indivíduos sejam supridas.

O aumento do fluxo informacional que a humanidade vem vivenciando

tem trazido muitos problemas para as bibliotecas, pois este aumento dificulta

ainda mais os serviços de transformar os conhecimentos em produtos que

satisfaçam as necessidades informacionais de seus usuários, sejam elas reais

ou potenciais.

Para tentar sanar esse problema, as bibliotecas estão tentando buscar

soluções nos recursos das tecnologias de informação e comunicação, no

entanto, esta não é a única solução, pois não se pode transferir, muitas vezes

de forma desorganizada, "[...] para os recursos computacionais processos que

tradicionalmente eram, ou ainda são executados de forma manual".

(CARVALHO; KANISKI, 2000, p. 37).

Como se vê, o avanço das novas tecnologias acarretou em

modificações na profissão do bibliotecário, provocando uma maior

diversificação das suas atividades de gerenciamento, processamento e

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado 12

disseminação da informação para atender às novas demandas que surgem

nesse mundo moderno.

A simples obtenção do diploma acadêmico não representa mais uma

garantia em um mercado de trabalho a cada dia mais competitivo e que preza

por profissionais adequadamente qualificados, não apenas através de tarefas

que requeiram habilidades intelectuais e técnicas, mas também de interação

social e com características de inovação, criatividade e capacidade de decisão.

Diante desse cenário, observa-se uma preocupação com a formação

profissional do bibliotecário no momento presente e questionam-se quais as

competências e conhecimentos necessários para a sua atuação eficiente.

Assim, através desse estudo, objetivou-se analisar o perfil dos

egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte - UFRN, atuantes em bibliotecas universitárias de entidades públicas

e privadas.

Especificamente, pretendeu-se:

a) verificar as habilidades e competências que estão sendo abordadas

na formação profissional do curso de Biblioteconomia da UFRN;

b) investigar se os egressos do curso de Biblioteconomia da UFRN

estão aptos a desempenhar as atividades exigidas no segmento das bibliotecas

universitárias.

O campo de atuação da biblioteca universitária foi escolhido pelo fato

deste segmento de mercado se configurar como um setor de grande

concentração de profissionais bibliotecários e a escolha desse tema teve como

mola propulsora a motivação pessoal de estudar o assunto para contribuir para

a percepção de como se encontra o curso de Biblioteconomia da UFRN.

Como produto dessa investigação, obteve-se a presente monografia,

que está estruturada da seguinte maneira: após essas reflexões iniciais,

necessárias para a ambientação sobre o tema, é oferecida uma

contextualização histórica sobre o ensino da Biblioteconomia no Brasil, em que

se abordam os primórdios dos cursos oferecidos no país e seus respectivos

enfoques.

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado 13

No capítulo 3, apresentam-se explanações sobre o perfil profissional do

bibliotecário, decorrente dessa educação bibliotecária que é praticada em

níveis nacional e local.

O capítulo 4 fornece a caracterização das instituições envolvidas no

estudo e no capítulo 5, apresenta-se a metodologia utilizada para o

desenvolvimento da pesquisa. Os resultados são analisados e interpretados no

capítulo 6 e, finalmente, apresentam-se às considerações finais.

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado 14

2 BREVE PANORAMA HISTÓRICO DA BIBLIOTECONOMIA NO BRASIL

Para se compreender a formação profissional do bibliotecário no Brasil

é importante conhecer a evolução da educação bibliotecária no país desde o

seu início.

O primeiro curso de Biblioteconomia no Brasil entrou em

funcionamento em 1915 na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, através do

então diretor da referida instituição: Manuel Cícero Peregrino da Silva.

(CONSELHO FEDERAL DE BIBLIOTECONOMIA, 2004). Daí até a década de

30, o modelo humanista francês prevaleceu com sua forte ligação à cultura e

às artes, características oriundas da École Nationale des Chartes, de onde

advêm os primórdios do curso de Biblioteconomia. Dessa forma, as atividades

dos bibliotecários (eruditos) restringiam-se à guarda dos materiais impressos,

objetivando sua preservação. (MARTINS, 2003).

Da década de 30 à década de 50, a educação bibliotecária no Brasil

sofreu transformações com a criação da primeira Escola de Biblioteconomia

funcionando junto ao Departamento de Cultura da cidade de São Paulo.

Posteriormente, passou a ser dirigida por Rubens Borba de Moraes na Escola

de Sociologia e Política, também em São Paulo. (CONSELHO FEDERAL DE

BIBLIOTECONOMIA, 2004).

A partir dessa primeira escola predominou a formação mais técnica no

tratamento dos documentos, influenciada pelo ensino norte-americano da

School of Library Economy, que teve como fundador Melvil Dewey. (MARTINS,

2003). Foi ainda nesse período que a Associação Paulista de Bibliotecários foi

fundada, numa tentativa incipiente de organização da classe para o

desenvolvimento e reconhecimento da profissão no Brasil.

Essa iniciativa deu frutos, comprovados na década seguinte,

exatamente no ano de 1962 através da lei 4.084, que regulamentou a profissão

de bibliotecário (BRASIL. Senado Federal, 2004). A regulamentação da referida

lei possibilitou oficialmente a instalação do Conselho Federal de

Iara Celly Gomes da Silva 15 Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado

Biblioteconomia - CFB no dia 16 de março de 1966 e deu início à aprovação

das primeiras resoluções do órgão, como a criação dos Conselhos Regionais

de Biblioteconomia - CRBs. (CONSELHO FEDERAL DE BIBLIOTECONOMIA,

2004).

A partir da década de 1970, começaram a surgir os cursos de pós-

graduação e, como consequência, surgiram também os periódicos

especializados, decorrentes do desenvolvimento de pesquisas de mestrado,

principalmente. Até esse momento os cursos enfatizavam a formação

predominantemente técnica, mas na década de 80 os currículos sofreram uma

reformulação, com uma visão do bibliotecário como agente cultural e

exercitando um papel de educador.

Com o acelerado desenvolvimento das tecnologias de informação na

década de 90, os profissionais da Biblioteconomia passam a ampliar sua

atuação para além de espaços físicos delimitados e começam a ser vistos

também como gestores da informação. (MARTINS, 2003).

As mudanças provenientes desse novo contexto tecnológico afetaram

também a formação do bibliotecário, exigindo novo enfoque para a formulação

de seus currículos. Desde a criação do primeiro curso até a regulamentação da

profissão e organização de entidades de classe, o número de escolas e cursos

de Biblioteconomia tornou-se crescente, chegando atualmente a 32 cursos

oficiais, distribuídos nas cinco regiões do país.

2.1 O CURSO DE BIBLIOTECONOMIA DA UFRN

Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, o curso de

graduação em Biblioteconomia foi criado pela resolução 002/96, de 10 de maio

de 1996, do Conselho Universitário - CONSUNI.

Anterior ao funcionamento do curso, foi criado o Departamento de

Biblioteconomia, em 23 de abril de 1992, cujo objetivo primordial era o de

coordenar as atividades acadêmicas da criação do curso de graduação de

Biblioteconomia, que passou a funcionar no primeiro semestre de 1997, através

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado 16

do preenchimento de todas as vagas ofertadas pelo vestibular. Seu objetivo é

capacitar o profissional em Biblioteconomia a partir de uma proposta que

equilibra as abordagens humanista e tecnicista, além de enfocar a visão crítica

do bibliotecário frente à sociedade. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO

GRANDE DO NORTE, 1999).

O curso funciona no turno vespertino e possui duração mínima de 4

anos e máxima de 8 anos, compreendendo 2.500 horas-aula, distribuídas em

disciplinas obrigatórias instrumentais, de formação geral e de cunho

profissional, além das disciplinas complementares. (Anexo A).

O corpo docente do Departamento de Biblioteconomia é constituído por

11 professores, dentre adjuntos e assistentes e, destes, nove possuem

mestrado e dois, grau de especialista.

Desde o início de funcionamento do curso, formaram-se bacharéis em

Biblioteconomia os alunos de 4 turmas distintas: do ano 2000 ao ano de 2003.

Devido ao seu caráter recente, o referido curso carece de estudos que o

analisem em diferentes aspectos: diretrizes curriculares, trabalhos de

conclusão de curso, perspectivas para o mercado de trabalho, enfim, pesquisas

orientadas para a análise do curso, de seus alunos e futuros profissionais.

No Rio Grande do Norte ainda não foi realizada nenhuma pesquisa

sobre o perfil dos egressos da UFRN, única instituição de ensino superior em

Biblioteconomia no estado.

A seguir, será tratada a temática que envolve o perfil do profissional da

informação / bibliotecário.

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado 17

3 PERFIL DO PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO / BIBLIOTECÁRIO

Perfil e formação profissionais são assuntos que estão inter-

relacionados: as habilidades e competências desenvolvidas durante o curso de

graduação são os subsídios para o delineamento do perfil profissional e vice-

versa, ou seja, os elementos almejados para se formar um determinado perfil

profissional são aqueles enfatizados na estruturação dos currículos e na

elaboração dos conteúdos programáticos das disciplinas.

Ao exercer uma profissão, o profissional coloca em prática o conjunto

de habilidades e competências pertencentes a essa profissão, sendo isso que

caracteriza o perfil profissional. (MUELLER, 1989).

Não existe consenso na literatura quanto ao conceito de competências

e habilidades, portanto, para os propósitos desse trabalho, será considerada a

concepção de Garcia (2004, p.1)1 sobre o assunto, quando diz: "[...] a

competência implica uma mobilização dos conhecimentos e esquemas que se

possui para desenvolver respostas inéditas, criativas, eficazes para problemas

novos."

Assim, a competência envolve a capacidade de se utilizar de

conhecimentos adquiridos durante a vida para responder de modo distinto a

situações diversas, de forma adequada ao contexto ao qual se está em

contato.

As habilidades são componentes das competências, embora não exista

uma referência direta e única entre uma determinada habilidade e uma

determinada competência, como exemplifica Garcia (2004, p.2):

Uma pessoa, por exemplo, que tenha uma boa expressão verbal (considerando que isso seja uma habilidade) pode se utilizar dela para ser um bom professor, um radialista, um

1 Dados colhidos na www sem numeração de páginas. Para efeito de citação direta (NBR 10 520) na qual orienta o uso de numeração da página, optou-se por usar uma numeração mecânica feita por esta autora.

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bibliotecas universitárias dos setores público e privado 18

advogado, ou mesmo um demagogo. Em cada caso, essa habilidade estará compondo competências diferentes.

Estabelecidos esses conceitos, é necessário se voltar para a discussão

acerca do profissional bibliotecário e sua formação.

De modo geral, o bibliotecário é o profissional responsável pelo

intermédio entre o usuário e a informação, onde quer que esta esteja

registrada. Para isso, utiliza-se de atividades de coleta, recuperação, seleção,

tratamento/organização e disseminação de qualquer tipo de informação,

podendo atuar tradicionalmente em bibliotecas cujo acervo seja

predominantemente impresso, passando por arquivos, museus, centros de

documentação a até unidades de informação altamente especializadas e

eletrônicas ou digitais.

É necessário esclarecer ainda que, na literatura sobre o tema,

profissionais da informação referem-se àqueles profissionais que de alguma

maneira lidam com o tratamento da informação. Entretanto, a Classificação

Brasileira de Ocupações - CBO, cuja versão mais recente data do ano de

2002, desenvolvida pelo Ministério do Trabalho e do Emprego, considera

profissionais da informação os profissionais que possuem formação

universitária em Biblioteconomia, dentre os quais se encontram denominados:

bibliotecários, documentalistas e analistas da informação. (CUNHA; CRIVELLA,

2004, p.50).

Muitos trabalhos já foram feitos com o propósito de delinear o perfil do

profissional da informação. Tarapanoff (1997) realizou uma pesquisa nesse

sentido, numa tentativa de identificar quem é esse profissional, qual sua

formação e como é sua atuação. Dentre outros resultados, esse estudo

constatou que os profissionais da informação das instituições que compuseram

a amostra eram, em sua maioria, bibliotecários, embora também existissem

outros profissionais de diferentes áreas: arquivistas, documentalistas,

museólogos, analistas de sistemas, sociólogos, dentre outros. Isso demonstra

a grande abrangência da categoria "profissionais da informação".

Guimarães (1997) e Castro (2000) vão mais além e abordam o perfil

almejado do Moderno Profissional da informação {Modem Information

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado

19

Professional - MIP), em que se destacam competências relacionadas ao

planejamento e gerenciamento de sistemas de informação; às técnicas

biblioteconômicas e documentais; ao tratamento da informação em qualquer

suporte; ao uso de tecnologias da informação; e à participação em atividades

sociais e culturais, com vistas à contribuição para formação de cidadãos.

Nesses estudos, continuam incluídos profissionais de áreas diversas como:

Arquivístiva, Biblioteconomia, Documentação, Informática, Comunicação,

dentre outras.

Observa-se, assim, que na literatura encontram-se descritas

habilidades e competências dos profissionais da informação que são comuns

àquelas exigidas para os profissionais bibliotecários. Isso denota que as

atividades desenvolvidas pelo profissional da informação se entrelaçam com as

atividades do bibliotecário.

Para efeito de esclarecimento e coerência com os propósitos do

presente estudo, a categoria profissional da informação será utilizada como

sinónimo de profissional bibliotecário, em consonância com a explicação de

Cunha; Crivella (2004, p.48): "[...] este termo vem sendo, frequentemente,

empregado na literatura da área no Brasil, nos últimos dez anos sendo, na

maioria das vezes denominado 'bibliotecário' o 'profissional da informação'."

Dentre tantas descrições de competências do bibliotecário contidas nos

diversos trabalhos realizados sobre o assunto, Farias; Lima; Lucena (2004, p.

9-10)2 agregaram em três grandes blocos as competências a serem

desenvolvidas pelo bibliotecário atuante em unidades de informação:

a. Competência intelectual [grifo do autor] - baseada em conhecimentos adquiridos: • Apoio às necessidades institucionais (gerentes e diretores de curso); • Planejamento de atividades; • Elaboração de projetos; • Planejamento para recebimento de comissões de avaliação (MEC); • Gerenciamento de pessoas;

2 Dados colhidos na www sem numeração de páginas. Para efeito de citação direta (NBR 10 520) na qual orienta o uso de numeração da página, optou-se por usar uma numeração mecânica feita por esta autora.

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado 20

• Previsão orçamentária; • Implementação de atividades cooperativas entre instituições;

Administração do compartilhamento de recursos informacionais; • Planejamento de campanhas de divulgação e marketing; • Desenvolvimento de políticas de aquisição; • Avaliação de serviços e produtos; • Elaboração de procedimentos e regulamentos; • Avaliação de desempenho de funcionários; • Desenvolvimento de padrões de qualidade gerencial; • Seleção de suportes informacionais;

b. Competência técnica [grifo do autor]: desenvolvimento de atividades técnicas: • Classificação, indexação e catalogação de acervos; • Controlar a conservação do patrimônio físico da biblioteca;

• Coordenar serviços técnicos-auxiliares; • Disponibilizar informação em qualquer suporte; • Elaborar estratégias de busca; • Intercambiar informações e documentos; • Prestar serviços on-line; • Orientar normalização bibliográfica da produção científica da universidade; • Compilar bibliografia; • Disseminar a informação; • Elaborar bibliografia; • Elaborar dossiês de informação • Elaborar clipping de informação;

c. Competência psicossocial [grifo do autor]: atividades que envolvem capacidade de interação emocional, ética e intelectual: • Promover ação cultural; • Promover atividades de fomento à leitura; • Promover projetos sociais; • Capacitar usuário; • Capacitar recursos humanos; • Orientar estágios curriculares;

• Elaborar serviços de apoio para educação presencial e a distância; • Ministrar palestras; (FARIAS; LIMA; LUCENA, 2004, p.9-10).

Percebe-se que é uma constante na literatura a necessidade de aliar as

visões tecnicista e humanista para a formação das competências profissionais.

Espera-se que o bibliotecário desenvolva suas competências não apenas no que

se refere às suas atividades já consagradas como catalogação, classificação e

indexação, mas também como gestor de unidades de informação e, mais além,

adotando uma postura crítica, voltada também para o social.

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado 21

Complementares a essas questões a respeito da formação profissional, o

Ministério da Educação - MEC, através de documento que aborda as diretrizes

curriculares nacionais para diversos cursos das áreas de ciências humanas e

sociais (BRASIL. Ministério da Educação, 2004, p.1-2)3, listou as principais

competências e habilidades que devem ser destacadas na graduação em

Biblioteconomia, segregando as de caráter geral e as de caráter específico:

1 De Caráter Geral e Comum [grifo do autor]

• Identificar as fronteiras que demarcam o respectivo campo de conhecimento;

• Integrar conteúdos de áreas correlatas; • Utilizar as metalinguagens pertinentes; • Articular elementos empíricos e conceituais com

propriedade; • Gerar produtos resultantes dos conhecimentos

adquiridos; • Desenvolver e aplicar instrumentos de trabalho

adequados; • Formular e executar políticas institucionais; • Elaborar, coordenar, executar e avaliar planos,

programas e projetos; • Utilizar racionalmente os recursos disponíveis; • Desenvolver e utilizar novas tecnologias; • Traduzir as necessidades de indivíduos, grupos e

comunidades nas respectivas áreas de atuação; • Realizar ações pedagógicas voltadas para a

melhoria do desempenho profissional e para a ampliação do conhecimento na área;

• Desenvolver atividades profissionais autônomas, de modo a orientar, dirigir, assessorar, prestar consultoria, realizar perícias e emitir laudos técnicos e pareceres;

• Responder a demandas determinadas pelas transformações que caracterizam o mundo contemporâneo.

2 De Caráter Específico [grifo do autor]

• Interagir e agregar valor nos processos de geração, transferência e uso da informação, em todo e qualquer ambiente;

Iara Celly Gomes da Silva 22 Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado

• Criticar, investigar, propor, planejar, executar e avaliar recursos e produtos de informação;

• Trabalhar com fontes de informação de qualquer natureza;

• Processar a informação registrada em diferentes tipos de suporte, mediante a aplicação de conhecimentos teóricos e práticos de coleta, processamento, armazenamento e difusão da informação;

• Realizar pesquisas relativas a produtos, processamento, transferência e uso da informação.

Essa proposta sugere que cada Instituição de Ensino Superior deve

adaptar as diretrizes a sua realidade, assim como devem acentuar os

conteúdos das disciplinas numa perspectiva humanista, que vai além da mera

formação tecnicista.

Com isso, o MEC pretende que os egressos em Biblioteconomia

desenvolvam essas competências e habilidades durante a sua formação e

estejam aptos a atuar profissionalmente nas Unidades de Informação em geral.

O conceito de egresso segundo o dicionário Houaiss (EGRESSO,

2001, p.1104), é "[...] 1. que se retirou, que se afastou. 2. que não mais

pertence a um grupo [...]". Ou seja: os egressos aqui tratados referem-se aos

ex-alunos do curso de graduação em Biblioteconomia da UFRN, que não

pertencem mais a esse grupo de estudantes.

No Brasil, alguns estudos sobre egressos do curso de Biblioteconomia

já foram elaborados e, um exemplo pouco recente, porém relevante, é a

dissertação de mestrado de Nastri (1988), que aborda a adequação da

formação dos egressos da Escola de Biblioteconomia e Documentação de São

Carlos ao mercado de trabalho do estado de São Paulo, constatando, no geral,

uma avaliação positiva da referida escola.

Outro exemplo é o abordado por Abreu (2001), no seu Trabalho de

Conclusão de Curso (TCC) que mostra a adaptação dos ex-alunos do curso de

Biblioteconomia da Universidade Estadual Paulista - UNESP ao mercado de

trabalho. Nele é feita uma comparação entre o perfil desses egressos e o perfil

requerido pelos "caçadores de talento", além de caracterizar as habilidades e

capacidades dos profissionais bibliotecários.

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado 23

Associadas às qualificações profissionais, desenvolvidas através da

educação acadêmica, o bibliotecário deverá buscar o desenvolvimento de

características pessoais que se apliquem às suas atividades profissionais, que

nem sempre se desenvolvem através da graduação, mas devem ser

praticadas cotidianamente.

Habilidades como capacidade de inovação, de liderança, de

comunicação, de relacionamento interpessoal e de flexibilidade para lidar com

mudanças, configuram-se como qualificações demandadas pelo mercado de

trabalho de qualquer profissional em qualquer área do conhecimento.

Alguns estudos já foram feitos sobre as exigências do mercado de

trabalho quanto às habilidades necessárias para o profissional bibliotecário.

Ferracin et al (1993), através de uma pesquisa comparativa entre os mercados

de trabalho para os bibliotecários de Recife e João Pessoa, relacionaram as

habilidades requeridas pelos empregadores e os conhecimentos adquiridos

pelos profissionais no curso de graduação de Biblioteconomia, de onde:

Verifica-se a necessidade da contextualização do ensino de Biblioteconomia com a realidade social brasileira, pois os bibliotecários devem procurar atender a demanda de informações, e isso significa ser um profissional consciente de suas possibilidades de atuação e das necessidades informacionais dos vários grupos que compõem a sociedade brasileira. Foi constatada, também, a necessidade de desenvolverem-se práticas voltadas para a automação e informatização de sistemas de informação, ou seja os bibliotecários devem aprender a trabalhar com as novas tecnologias de informação. (FERRACIN et al, 1993, p.11)4.

Com um enfoque mais direto, Cristianini; Moraes (2002) fizeram a

correlação entre o mercado de trabalho e a formação profissional do

bibliotecário, tomando por base os currículos de cursos de graduação em

Biblioteconomia das escolas do estado de São Paulo e concluíram: "[...] não

há como negar a necessidade de revisões curriculares periódicas de modo a

Iara Celly Gomes da Silva 24 Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado

garantir a qualidade do ensino e, consequentemente, atender a demanda do

mercado aliada a boa imagem do profissional bibliotecário". (CRISTIANINI;

MORAES, 2002, p. 6).

Em outra pesquisa, Baptista (2002, p. 11) apresenta sugestões para

resolver a dicotomia: demandas do mercado X formação profissional do

bibliotecário e conclui que:

A tecnologia dessa nova era deve servir principalmente para a escola ter maior agilidade para responder às demandas do mercado. A escola deve procurar parcerias, associando-se à iniciativa privada, buscando outras formas de investimento para adotar novas técnicas de ensino e transmissão de conhecimento, criando e equipando laboratórios para essa finalidade ou criando cursos mais ágeis ao equacionar melhor os seus recursos humanos e tecnológicos.

Esses trabalhos evidenciam uma tendência nacional da preocupação

das escolas de Biblioteconomia em formar profissionais que atendam às

exigências do mercado de trabalho. Entretanto, outros autores não concordam

plenamente com essa concepção:

Percebemos que para responder aos desafios que a complexidade das sociedades atuais impõe, precisamos pensar e implementar uma educação transformadora [grifo do autor]. Uma educação que não atenda apenas às demandas do mercado, mas, que sem desconsiderá-las, esteja fundamentalmente comprometida com a formação de um cidadão imbuído de valores éticos que, com competência técnica, atue no seu contexto social de modo comprometido com a construção de uma sociedade mais inclusiva. (RODRIGUES, 2002, p.2)5.

Pode-se destacar também a opinião de Almeida Júnior (2002, p. 135),

quando coloca: "Estruturar um perfil profissional a partir apenas das demandas

de mercado significa formar, preparar e voltar um segmento tão somente para

atender interesses que não são necessariamente frutos das necessidades da

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado

25

sociedade." Sua concepção é de que a formação profissional não deve se

direcionar somente à tentativa de satisfação do perfil que o mercado requer,

mas deve ir além, atender às demandas da sociedade, que incluem aquelas

que o mercado exige, mas não apenas elas.

Assim, alerta-se para a necessidade dos cursos de graduação em

Biblioteconomia não mais pensarem a formação profissional baseada em

grades curriculares fechadas, mas enfocarem diretrizes que apontem para o

perfil que se almeja, unindo as visões tecnicista e humanista.

É necessário também afastar a concepção de que o profissional que

sai formado da universidade está completo, com todas as competências e

habilidades constituídas para atuar no mercado e responder às questões

sociais.

Daí, observa-se a necessidade de investimento na educação

continuada, seja em cursos de pós-graduação (especialização, mestrado,

doutorado), educação à distância e/ou participação em eventos científicos. E

essa responsabilidade de atualização deve partir do interesse do profissional.

Como já foi visto, o mercado de trabalho do bibliotecário é amplo e

diversificado e, direcionando-se as explanações teóricas para os objetivos do

presente estudo, será tratado a seguir um ambiente específico de seu campo

de atuação: a biblioteca universitária.

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado

26

4 BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA

A universidade, como ambiente de formação profissional, é a grande

responsável pelo avanço tecnológico e científico que se verifica nos diversos

campos da Ciência. Nesse processo de desenvolvimento, a biblioteca

universitária se revela como fator de influência decisiva, que deve oferecer

atualização constante do conhecimento, visto que ela é a base de sustentação

teórica para a pesquisa, atividade fundamental no ensino superior,

particularmente na pós-graduação.

A biblioteca universitária deve oferecer a informação em seus

diferentes suportes: impressos ou eletrônicos, deve possuir uma coleção

atualizada e em crescimento constante, além de contar com um quadro de

pessoal qualificado para o tratamento e disseminação do acervo, promovendo

o uso adequado pelos seus usuários.

Os objetivos e funções da biblioteca universitária devem coincidir com

a natureza e os fins da instituição de ensino superior da qual é pertencente, e

são os bibliotecários universitários que ajudam a cumprir os fins e objetivos da

universidade através de seus múltiplos serviços.

Uma das medidas de qualidade utilizada pelo Ministério da Educação

para avaliar uma instituição universitária é a excelência de sua biblioteca,

através de um documento específico (BRASIL, 2002) que orienta as comissões

de especialistas responsáveis pelas visitas às Instituições de Ensino Superior.

No que se refere à biblioteca, são avaliados aspectos relacionados aos

espaços físicos, ao acervo, serviços oferecidos e os recursos humanos

existentes na unidade de informação. A partir dos critérios de avaliação

constantes no referido documento, destacam-se as seguintes informações:

[...] verificar se o pessoal técnico (bibliotecários, auxiliares de biblioteca, assistente de administração, entre outros) é suficiente e capacitado para o atendimento aos alunos do

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado

27

curso e se existe programa de capacitação. Com relação aos serviços oferecidos pela biblioteca, considerar a equipe dedicada ao sustento de serviços e atividades de rotina; [...]. (BRASIL, 2002, p.59).

Segundo Barcelos; Gomes (2004), o peso das bibliotecas corresponde

a 40% do total de requisitos para a avaliação institucional universitária. Devido

a essas exigências do MEC, é que se observa grande concentração de

bibliotecários nas bibliotecas universitárias, pois é esse profissional que se

responsabiliza pelo gerenciamento de recursos físicos e humanos da unidade

de informação, sendo sua presença durante todo o período de funcionamento

da biblioteca responsável por pontos na avaliação do Ministério.

Em seguida, serão abordadas as instituições às quais a pesquisa se

refere.

4.1 SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UFRN

O Sistema de Bibliotecas da UFRN entrou em funcionamento em 1959,

com a denominação de Serviço Central de Bibliotecas - SCB, cuja função era

coordenar as atividades técnicas e administrativas das bibliotecas das

Faculdades Isoladas.

A partir de 1974, com a reforma universitária sofrida também pela

UFRN, o SCB transformou-se em Biblioteca Central, onde passam a se

concentrar os acervos das bibliotecas das antigas Faculdades Isoladas.

Em 1985, a biblioteca da UFRN passa a ser chamada de Biblioteca

Central Zila Mamede - BCZM, em homenagem à idealizadora e organizadora

do Sistema de Biblotecas da UFRN, a bibliotecária Zila da Costa Mamede.

(BIBLIOTECA CENTRAL ZILA MAMEDE, 2004).

O Sistema é composto pela Biblioteca Central e 15 bibliotecas

setoriais, dos centros de ensino no campus da UFRN e centros regionais no

interior do estado:

• Biblioteca Setorial do Centro de Ciências da Saúde - CCS

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado

28

• Biblioteca Setorial de Odontologia Prof. Alberto Moreira Campos

• Biblioteca Setorial do Departamento de Oceanografia e Liminologia

• Biblioteca Setorial do Colégio Agrícola de Jundiaí - CAJ

• Biblioteca Setorial Especializada Centro de Biociências - CB

• Biblioteca Setorial Especializada do Centro de Ciências Exatas e da Terra -

CCET

• Biblioteca Setorial Especializada do Centro de Ciências Humanas Letras e

Artes - CCHLA

• Biblioteca Setorial Especializada da Escola de Música "Pe. Jaime Diniz"

• Biblioteca Setorial Especializada do Centro de Tecnologia - CT

• Biblioteca Setorial Especializada do Centro de Ciências Sociais e

Aplicadas - CCSA

• Biblioteca Setorial do Centro Regional de Ensino Superior do Seridó -Caicó

• Biblioteca Setorial do Centro Regional de Ensino Superior do Seridó -Currais

Novos

• Biblioteca Setorial do Centro Regional de Ensino Superior do Trairí (NEST) -

Santa Cruz

• Biblioteca Setorial do Núcleo de Ensino Superior do Agreste - Nova Cruz

• Biblioteca Setorial do Núcleo de Ensino Superior de Macau

A BCZM é diretamente vinculada à Reitoria e é responsável pela

administração, planejamento, coordenação e fiscalização das atividades do

Sistema de Bibliotecas da UFRN. Sua missão é fornecer suporte informacional

às atividades de ensino, pesquisa e extensão da UFRN.

Distribuídos nesse Sistema, atuam 15 bibliotecários e, dentre esses, 5

são egressos do curso de Biblioteconomia da UFRN.

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado

29

4.2 SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE POTIGUAR

A Universidade Potiguar - UnP é uma instituição de ensino superior

particular credenciada como Universidade desde 1996, única privada no Rio

Grande do Norte. É composta por um campus em Mossoró e cinco campi em

Natal: Floriano Peixoto, Salgado Filho, Nascimento de Castro, Roberto Freire e

Zona Norte. Cada campus da instituição possui uma Biblioteca, que juntas

formam o Sistema Integrado de Bibliotecas da UnP. As bibliotecas atendem às

necessidades informacionais dos cursos oferecidos na sua unidade.

(UNIVERSIDADE POTIGUAR, 2004).

O objetivo do Sistema é disponibilizar informação e serviços

informacionais de forma ágil, confiável e com qualidade à comunidade

acadêmica (professores e alunos da instituição) pertencente aos diversos

cursos oferecidos pela Universidade. A sua prioridade é atuar como referência

para o público-alvo, por meio de identificação, busca, organização e

disseminação de informações e serviços, proporcionando respostas e

soluções, atuando como uma rede integrada do conhecimento.

Existem atualmente 7 bibliotecários atuando no sistema. Desses, 4 são

egressos do curso de Biblioteconomia da UFRN.

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado 30

5 METODOLOGIA

Para um adequado desenvolvimento dos propósitos desse trabalho,

optou-se pela pesquisa descritiva que, em essência, se trata da interpretação

de fatos observados/analisados, sem a interferência do pesquisador. (BORBA;

LIMA, 2003).

Nesse caso, pretendeu-se analisar o perfil dos alunos graduados pelo

curso de Biblioteconomia da UFRN que atualmente atuam em bibliotecas

universitárias. Desse modo, o universo da pesquisa foi composto pelos

Sistemas de Bibliotecas da UFRN e UnP, e os sujeitos foram os egressos do

curso de Biblioteconomia da UFRN atuantes nesse universo.

Para atingir tal objetivo, dividiu-se o trabalho em duas fases:

inicialmente, foi realizada a pesquisa bibliográfica para se investigar trabalhos

já realizados a respeito dos egressos do curso de Biblioteconomia, assim como

também para delinear a formação profissional do bibliotecário no Brasil e no

Rio Grande do Norte, além de procurar levantar o perfil do bibliotecário

evidenciado pela literatura.

A contextualização teórica foi necessária para a formulação do

questionário que serviu como instrumento para o levantamento de dados dos

sujeitos da pesquisa, cuja aplicação se constituiu no segundo momento do

estudo.

Anterior à aplicação dos questionários, foi necessário contactar as

direções de ambos os sistemas de Bibliotecas (da UnP e da UFRN), que se

constituíram no universo da pesquisa, através de ofícios (Anexos B e C) solicitando a permissão para a coleta de dados junto aos bibliotecários que se

enquadrassem no perfil requerido pelo estudo. Nesse momento, foi levantado,

junto às direções, o número de bibliotecários que atuam em cada sistema e

desses, quais eram os bibliotecários formados pelo curso da UFRN.

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado

31

Dessa forma, a população foi composta por 9 sujeitos, dos quais 3

atuam na BCZM e 2 na biblioteca setorial do CCHLA (totalizando 5 sujeitos do

Sistema da UFRN), e 4 atuam no Sistema da UnP, sendo 1 na unidade

Floriano Peixoto, 1 na unidade Nascimento de Castro e 2 na unidade Salgado

Filho.

A coleta de dados deu-se pela aplicação dos questionários (Apêndice A) aos sujeitos em seus locais de trabalho, fazendo-se o contato inicial

diretamente com cada sujeito através da entrega do questionário, momento em

que se acordava com o mesmo quando este poderia ser recolhido. Houve um

percentual de 100% de questionários respondidos e devolvidos.

Por fim, as respostas foram analisadas quantitativa e qualitativamente,

assim como foram comparadas quanto às semelhanças e diferenças entre os

profissionais das duas Instituições de Ensino Superior. O resultado dessa

análise será vista no próximo capítulo.

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado 32

6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Para se atingir os objetivos inicialmente propostos nesse estudo,

procedeu-se à análise dos dados obtidos através do questionário, seguindo a

ordem de disposição em que as questões estão expostas no mesmo.

As duas primeiras questões referem-se ao género e à idade dos

respondentes. Os resultados obtidos apontam para a predominância do género

feminino nos respondentes, conforme é ilustrado no gráfico 1:

GRÁFICO 1 - Género

Masculino Feminino

Observa-se que este é um dado já encontrado em outros estudos,

como, por exemplo, uma pesquisa sobre a auto-imagem do bibliotecário

brasileiro (OLIVEIRA, 1983), que encontrou 88% de profissionais de

Biblioteconomia do sexo feminino, confirmando a tendência nacional da

presença de uma minoria masculina na área.

A faixa etária dos respondentes é representada no gráfico 2:

Iara Celly Gomes da Silva 33 Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado

GRÁFICO 2 - Faixa etária

21 a 25 anos 26 a 30 anos mais de 35

anos

Verifica-se que há concentração de profissionais com idades entre 26 e

acima de 35 anos, evidenciando bibliotecários com relativo nível de maturidade

atuando nas duas instituições pesquisadas.

Nas questões 3 e 4, os respondentes informaram o ano em que

ingressaram e o semestre em que concluíram o curso de Biblioteconomia da

UFRN, como mostra os respectivos gráficos:

GRÁFICO 3 - Ano de ingresso

34

Os bibliotecários pesquisados ingressaram no curso

predominantemente no ano de 1999, da mesma forma que predominou a

conclusão do curso no semestre 2002.2. Isso significa que esses profissionais

levaram 4 anos (tempo de duração mínima) para a conclusão do curso de

Biblioteconomia.

Além disso, pode-se observar que a concentração de profissionais

atuantes nas bibliotecas universitárias pesquisadas e que ingressaram no

curso 2 anos após a criação do mesmo pode significar o início de uma abertura

do mercado local para esses egressos, visto que no ano em que esses

bibliotecários concluíram sua formação acadêmica, 2 turmas de bibliotecários

do curso da UFRN já tinham se formado. Provavelmente, isso reflete o

aprimoramento do curso no sentido de preparação dos alunos para o ingresso

no mercado de trabalho.

O gráfico a seguir refere-se à questão 5, em que os sujeitos foram

questionados quanto a possuírem graduação em outra área do conhecimento

além da Biblioteconomia. Caso a resposta fosse positiva, eles deveriam

especificar qual a outra área e se esta graduação tinha sido anterior ou

posterior à formação em Biblioteconomia.

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado

GRÁFICO 4 - Semestre de conclusão

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado

35

Conforme o gráfico, a maior parte dos respondentes possui apenas a

graduação em Biblioteconomia e, das 3 pessoas que responderam possuir

graduação em outra área, 1 especificou que era Bacharel em Turismo e

também em Economia, outra tem formação em Ciências Sociais e a terceira

possui formação em Educação Artística. Todos esses 3 respondentes

afirmaram que suas outras graduações foram anteriores à formação em

Biblioteconomia.

Mais uma vez, pode-se cogitar a hipótese de que o mercado de

trabalho local para o bibliotecário está se abrindo, visto que esses profissionais

já formados em outras áreas ainda tiveram o interesse em ingressar no curso

de Biblioteconomia e atuar como bibliotecários.

A questão 6 enfocou as maneiras escolhidas pelos bibliotecários para

se atuaiizarem no exercício da profissão. Os resultados estão demonstrados a

seguir:

GRÁFICO 5 - Graduação em outra área

De modo geral, os sujeitos possuem a tendência a se atualizarem

profissionalmente. Quanto às formas de atualização, as respostas se

direcionaram para leituras e participação em congressos / eventos da área e,

em seguida, cursos de pós-graduação.

Essa questão é muito importante do ponto de vista da educação

continuada, que é uma necessidade real atualmente, pois, como já foi

explanado, a formação universitária por si só não fornece todos os

conhecimentos que um profissional possa ter para atuar eficientemente em sua

área, especificamente na Biblioteconomia, que oferece uma grande diversidade

de competências a serem desenvolvidas por seus profissionais, tais como as

que foram apontadas pela literatura: gerenciamento de unidades e sistemas de

informação, aplicação das técnicas específicas de Biblioteconomia, tratamento

da informação em todos os suportes e preocupação com o social.

(GUIMARÃES, 1997; CASTRO, 2000).

Com relação à forma com que os sujeitos ingressaram na instituição

em que trabalham, observa-se de acordo com o gráfico 7 que esses dados

estão visivelmente delimitados:

Iara Celly Gomes da Silva 36Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado

GRÁFICO 6 - Formas de atualização

Iara Celly Gomes da Silva 37 Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado

GRÁFICO 7 - Forma de ingresso na instituição

Concurso público Seleção da instituição

As características peculiares a cada instituição explicam a contratação

dos bibliotecários: a UFRN, por ser uma instituição pública, através de

aprovação em concurso; a UnP, por se tratar de uma entidade privada, utiliza

métodos próprios para selecionar seus funcionários.

Como pôde ser constatado anteriormente na questão 5, a UnP

absorveu profissionais com outra formação em 50% dos casos, o que evidencia

a importância do currículo diferenciado para os setores público e privado, já

que a forma de ingresso em cada instituição também é diferenciada.

O tempo de ocupação dos sujeitos no cargo de bibliotecário das

instituições pesquisadas foi contemplado na questão 8, conforme o gráfico:

GRÁFICO 8 - Tempo de ocupação do cargo

Constata-se a concentração de bibliotecários que ocupam o cargo na

instituição há menos de 1 ano. No caso da UFRN, isso se explica pelo fato de

que o concurso público para o cargo de bibliotecário foi realizado no ano de

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado

38

2003, portanto, conta com a contratação recente desses profissionais. No caso

da UnP, verifica-se uma distribuição uniforme do período de permanência dos

bibliotecários atuantes na entidade, como foi constatado previamente na

questão 3, em que se observa que a UnP absorveu mais profissionais ao longo

do tempo.

Na questão 9, foi abordada a ocupação dos respondentes no cargo de

bibliotecário em outra instituição além das pesquisadas. Todos os sujeitos

afirmaram que não exercem a função de bibliotecário em outra instituição.

Possivelmente, isso se deve ao preenchimento da carga horária de trabalho

tanto na UnP, quanto na UFRN, não sobrando tempo para a atuação em outro

local.

Foi perguntado aos sujeitos na questão 10 como eles percebem os

aspectos que influenciaram na aquisição de conhecimentos necessários para o

desenvolvimento de suas atividades na instituição.

QUADRO 1 - Aspectos que influenciaram na aquisição de conhecimentos para a atuação na instituição

O quadro 1 permite verificar que os respondentes consideraram "muito

útil" e "útil" para a sua atuação aspectos diretamente relacionados ao curso de

Biblioteconomia da UFRN, como: o conteúdo das disciplinas, o estágio extra-

curricular e o estágio supervisionado.

Também predominou a opinião "muito útil" o aspecto da experiência de

trabalho, que não está relacionado ao curso da UFRN e caberia investigar se,

independentemente da formação universitária em Biblioteconomia, esses

profissionais já atuaram em unidades de informação anteriormente, ou essa

experiência se refere apenas aos estágios extra-curriculares.

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado

39

No que concerne ao grau de dificuldade encontrado nos aspectos

relacionados para exercer as atividades profissionais na instituição, o quadro 2

permite uma interpretação:

QUADRO 2 - Grau de dificuldade encontrado para a atuação profissional na instituição de acordo com os aspectos relacionados

Pode-se observar pouco grau de dificuldade encontrado pelos sujeitos

quanto à deficiência de habilidades profissionais necessárias para

desempenhar satisfatoriamente as suas atividades. Em outras palavras, as

habilidades obtidas na formação acadêmica permitem que eles desempenhem

suas tarefas sem maiores dificuldades.

O número insuficiente de pessoal de apoio e a falta de capacitação

desses recursos humanos oferecem mais dificuldades para a atuação eficiente

dos bibliotecários. Esses fatores se referem às características da instituição,

não ao curso da UFRN.

No item "dificuldade financeira da instituição" observam-se novamente

as peculiaridades existentes entre instituições públicas e privadas, visto que os

bibliotecários da UFRN consideraram que esse fator oferece muita dificuldade

para a sua atuação, já que os recursos públicos geralmente são escassos. Ao

contrário da opinião dos bibliotecários da UnP, por atuarem em uma entidade

privada, não carecem muito de dificuldades financeiras da instituição.

O quadro 3 se refere à atividades mais desenvolvidas pelos

bibliotecários em cada instituição:

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado

40

Observa-se que a maioria dos bibliotecários da UFRN apontou em 1o

lugar o desenvolvimento de atividades do serviço de referência, como:

orientação de usuário, estudo de usuário, levantamento bibliográfico,

normalização bibliográfica e disseminação seletiva da informação.

Em 2o lugar, a maior parte apontou a informática, que envolve o uso

das bases de dados e a comutação bibliográfica, ou seja, atividades que sevem

como instrumento para o auxílio do desenvolvimento do serviço de referência.

Em 3o lugar, estão concentradas as atividades de editoração, que

consiste na aplicação de técnicas editoriais para publicações de livros e

periódicos. Aparentemente, os bibliotecários da UFRN estão orientados para o

desenvolvimento de serviços diretamente ligados ao usuário.

No caso da UnP, a maioria indicou em 1o lugar as atividades de

administração: planejamento, administração e marketing de biblioteca, gestão

de recursos humanos.

Em 2o lugar, foram indicados de forma igualitária: desenvolvimento de

projetos (elaboração de projetos, desenvolvimento de pesquisas), processos

técnicos (catalogação, classificação, indexação, elaboração de resumos,

formação e desenvolvimento de coleções) e promoção de eventos culturais.

Em 3o lugar, ficaram as atividades de arquivística (aplicação de

técnicas arquivísticas, organização de arquivos). Essas atividades

mencionadas pelos bibliotecários da UnP (exceto processos técnicos) são mais

desenvolvidas por pessoas que precisam estar à frente da direção da unidade

de informação.

QUADRO 3 - Ordenação das atividades mais desenvolvidas na instituição

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado 41

Comparando as competências descritas por Farias; Lima; Lucena

(2004) com as atividades desenvolvidas pelos profissionais de cada instituição,

percebe-se que os bibliotecários pesquisados da UFRN estão desenvolvendo

mais atividades de competência técnica e os bibliotecários pesquisados da

UnP estão mais direcionados às atividades de competência intelectual e

psicossocial.

As diferenças encontradas entre as respostas dos bibliotecários das

duas instituições possivelmente são explicadas pelo fato de que o sistema de

bibliotecas da UFRN conta com um maior número de bibliotecários que o

sistema da UnP e provavelmente os respondentes que atuam na UFRN não

precisam acumular atribuições relacionadas às atividades de administração. Já

na UnP, as bibliotecas de cada unidade de ensino possuem praticamente

apenas um bibliotecário atuando, tornando necessário que cada um seja o

gestor da biblioteca de sua responsabilidade.

Ao serem questionados se, das atividades listadas na questão

anterior, alguma não tinha sido abordada durante o curso de Biblioteconomia

da UFRN, os informantes foram unânimes em responder que todas foram

abordadas. Entretanto, alguns citaram gestão de Recursos Humanos,

desenvolvimento de pesquisas, arquivística, editoração e uso de bases de

dados, como conteúdos que deveriam ter sido mais explorados ao longo da

graduação.

A penúltima questão refere-se à opinião dos respondentes sobre a

profissão de bibliotecário. Todos os questionados emitiram considerações positivas sobre a profissão, ressaltando a importância da informação na

sociedade atual. Porém, os respondentes fazem referência à desvalorização do

profissional por parte dessa mesma sociedade, inclusive, se remetem à baixa

remuneração salarial que seus empregadores lhes destinam.

Nesse ponto fica evidente uma contradição da Sociedade da

Informação: com a explosão informacional advinda ao longo dos tempos e

acentuada com o advento das novas tecnologias (sobretudo da informática), as

pessoas necessitam que essa informação seja tratada, para sua recuperação

mais eficiente. Apesar disso, essa mesma sociedade parece não reconhecer o

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado 42

profissional bibliotecário como responsável pelo auxílio no acesso /

disponibilização dessa informação tratada.

Outro ponto a ser levantado é que o fato da profissão ser

predominantemente feminina pode incorrer na questão da desvalorização do

profissional, visto que nossa sociedade ainda mantém resquícios de uma

estrutura social patriarcal e machista, conforme esclarece Nastri (1988, p.56-

57) "É preciso considerar que a maioria dos profissionais é do sexo feminino e

como tal sofre as pressões da sociedade, inerentes à essa condição." Este é

um quadro que ainda permanece nos dias atuais.

Essas explanações acerca da desvalorização do profissional da

Biblioteconomia merecem ser mais profundamente estudadas e esse

aprimoramento foge aos objetivos desse estudo.

A última questão consistiu em um espaço para a expressão da opinião

dos pesquisados e apresentação de sugestões a respeito do curso de

Biblioteconomia da UFRN. Novamente, todos foram unânimes em relatar

opiniões favoráveis, inclusive mencionando expectativas de aperfeiçoamento

do curso no decorrer dos anos.

Dentre as sugestões feitas, destacou-se primeiramente a necessidade

da criação de laboratórios, especialmente para as disciplinas de

Representação Temática I, II e III; Representação Descritiva I e II; e

Editoração. Um dos informantes sugeriu mais exploração dos assuntos: acesso

à base de dados, sistemas de informação, serviço de referência e

desenvolvimento, de projetos, e dois outros chamaram atenção para a

necessidade de atualização dos docentes.

De uma maneira geral, não foram observadas diferenças marcantes

entre os profissionais das duas instituições. As diferenças encontradas dizem

respeito muito mais às características institucionais, e não especificamente às

competências e habilidades dos bibliotecários pesquisados.

Provavelmente, a homogeneidade entre os profissionais das duas

instituições exista em decorrência das orientações do MEC quanto às diretrízes

curriculares que deverão ser enfocadas no curso de Biblioteconomia, assim

como as avaliações do MEC, pelas quais as Instituições de Ensino Superior,

Iara Celly Gomes da Silva 43 Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado

incluindo suas Bibliotecas Universitárias, precisam se submeter e, desse modo,

os bibliotecários precisam se organizar para atender às exigências requeridas

para essas unidades de informação.

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado

44

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

A partir das pesquisas bibliográfica e de campo, pode-se definir o perfil

dos egressos do curso de Biblioteconomia da UFRN que atuam nas bibliotecas

universitárias.

Tratam-se de. profissionais que pertencem predominantemente ao

gênero feminino, com faixa etária que indica maturidade e que levaram 4 anos

para concluir o curso. A maior parte dos respondentes não possui graduação

em outra área, procuram se atualizar profissionalmente através de leituras

especializadas e participação em congressos, ocupam o cargo de bibliotecário

há menos de 1 ano e, consideram possuir habilidades profissionais suficientes

pra desempenharem suas atividades nas instituições em que trabalham.

O fato destes profissionais oferecerem uma avaliação favorável sobre o

curso de Biblioteconomia da UFRN não os isentou de apresentarem sugestões

para o seu aprimoramento.

A principal sugestão se referiu à necessidade urgente de criação de um

laboratório, que serviria como um local de exercício dos conteúdos teóricos

ministrados em sala de aula, possibilitando um maior relacionamento da teoria

com a prática, bem como ofereceria a oportunidade de maior fixação dos

conhecimentos e desenvolvimento de habilidades e competências

profissionais. Esse é um dado muito importante quando se pensa que foi uma

sugestão evidenciada por sujeitos de 4 turmas distintas já formadas pelo curso

e atuantes no mercado de trabalho.

Outra sugestão de destaque foi a necessidade de mais exploração de

disciplinas que tratem de conteúdos de Administração (sobretudo de gestão de

recursos humanos), desenvolvimento de projetos, técnicas de arquivística,

editoração e utilização de bases de dados.

As sugestões dadas pelos informantes da pesquisa devem ficar

registradas como recomendações para o Departamento de Biblioteconomia da

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado

45

UFRN levar em consideração a estruturação das disciplinas das turmas atuais

e das que estão por vir.

Além disso, cabe assinalar mais uma vez a necessidade de

investimento (de tempo, motivação e financeiro) em aprendizagem contínua por

parte dos profissionais já formados, já que um curso de graduação com

duração de 4 anos não é suficiente para abarcar todos os conhecimentos

necessários para a atuação no mercado de trabalho. Aliado a isso, deve-se

atentar para as constantes transformações que ocorrem científica e

tecnologicamente, tornando imprescindível a predisposição à aprendizagem

ininterrupta.

O interesse primário da educação continuada deve partir do próprio

profissional, porém, é indiscutível que esse interesse pode ser reforçado

quando o profissional se sentir estimulado por parte da sua instituição de

trabalho e incentivado pelo oferecimento regular de cursos de pós-graduação,

de reciclagem / atualização, de educação à distância e promoção de eventos

científicos por parte de suas entidades de classe.

Diante de tudo o que foi exposto, espera-se que sejam desenvolvidos

outros estudos sobre bibliotecários egressos do curso de graduação da UFRN,

o que pode ser feito a partir da abordagem de outras vertentes, como por

exemplo, a análise da estrutura curricular do curso e a ampliação dos sujeitos

nas pesquisas, através da inclusão de todos os egressos, estejam eles atuando

ou não na área da Biblioteconomia. Esses estudos, feitos regularmente,

contribuirão para fortalecer a manutenção do curso em um bom nível,

preparando profissionais condizentes, ao mesmo tempo, com as necessidades

do mercado e da realidade social em que atuam.

Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

bibliotecas universitárias dos setores público e privado

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REFERÊNCIAS

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FERRACIN, Ana Maria et al. Estudo comparado do mercado de trabalho do bibliotecário em João Pessoa (PB) e Recife (PE). Informação e Sociedade: estudos, João Pessoa, v.3, n.1, 1993. Disponível em: <http://www.informacaoesociedade.ufpb.br/> Acesso em: 30 out. 2004.

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Iara Celly Gomes da Silva Perfil profissional dos egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte: análise da atuação em

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TARAPANOFF, Kira. Perfil do profissional da informação no Brasil. Brasília: IEL, 1997.

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WERTHEIN, Jorge. A sociedade da informação e seus desafios. Ciência da Informação, Brasília, v.29, n.2, p.71-77, maio/ago.2000.

APÊNDICE

ANEXOS

ANEXO B - Solicitação para aplicação dos questionários no sistema de bibliotecas da UFRN

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA COORDENAÇÃO DO CURSO DE BIBLIOTECONOMIA

Ofício Circular n° 22/04 - COBIB 2004.

Natal, 11 de outubro de

Senhor Diretor (a),

Solicitamos a V.Sa. autorização para que a aluna concluinte do Curso de Biblioteconomia, Iara Celly Gomes da Silva, possa realizar pesquisa académica na Biblioteca desta conceituada Instituição. Informamos, outrossim, que esta pesquisa servirá como suporte para a Monografia de final de curso e que os dados coletados na mesma serão de cunho meramente académico. Agradecemos antecipadamente a

vossa compreensão.

Saudações universitárias,

Atenciosamente,

Maria do Socorro de Azevedo Borba Coordenadora do Curso de Biblioteconomia

Ilma. Srª Profa Rildeci Medeiros Diretora do Sistema de Bibliotecas UFRN NESTA

ANEXO C - Solicitação para aplicação dos questionários no sistema de bibliotecas da UnP

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA COORDENAÇÃO DO CURSO DE BIBLIOTECONOMIA

Ofício Circular n°22/04 - COBIB Natal, 11 de outubro de 2004.

Senhor Diretor (a),

Solicitamos a V.Sa. autorização para que a aluna concluinte do Curso de Biblioteconomia, Iara Celly Gomes da Silva, possa realizar pesquisa académica na Biblioteca desta conceituada Instituição. Informamos outrossim que esta pesquisa servirá como suporte para a Monografia de final de curso e que os ciados coletados na mesma serão de cunho meramente académico. Agradecemos antecipadamente a

vossa compreensão.

Saudações universitárias,

Atenciosamente,

Maria do Socorro de Azevedo Borba Coordenadora do Curso de

Biblioteconomia

Ilma. Srª Adriana Carla de Oliveira Diretora do Sistema de Bibliotecas UNP NESTA