1
10 Quinta-feira, 12 de julho de 2012 CIDADES Jornal de Brasília PERSONAL MOTHER Presença de ANA RAYSSA mãe Cláudia pensa em ampliar o negócio e abrir uma rede de personal mothers Dia corrido Dione Maycon [email protected] N os tempos modernos, há pro- fissões até então inimaginá- veis. Atualmente, há personal para tudo, que vai do mercado fit- ness – como o personal trainer – ao mundo da moda – como o stylist. Mas há um novo personal surgindo no mercado: a personal mother, uma espécie de mãe de aluguel. A procura por esta profissional é associada à falta de tempo dos pais. A correria do dia a dia nas grandes cidades faz com que os pequenos tenham menos contato com eles. É justamente para preencher esta lacuna que a personal mother Cláudia San- tana, 43 anos, entra em cena. Cláudia trabalha nesta profissão há quatro meses e o atendimento é voltado para crianças e adolescentes de até 14 anos. A ideia nasceu há dois anos. “Surgiu quando comecei obser- var a necessidade das pessoas do mundo corportativo. Às vezes, uma mãe precisa buscar um filho, não pode sair do trabalho e não confia em terceiros. Então, surge meu traba- lho”, destaca Santana, que também é funcionária terceirizada do GDF. O carinho e o amor pelas crianças também foi determinante para tornar esse nicho como uma profissão. “Eu gosto muito de crianças; não é à toa que tive cinco filhos! E faço tudo por eles, são meus tesouros. Já as crianças que atendo, considero uma amizade e amor sincero. É bem mais fácil lidar com eles”, afirma. Cláudia acredita ter uma sintonia com as crianças, uma vez que, segundo ela, o contato é sempre bem recebido. O trabalho com crianças não é de hoje. A personal revela que durante seis anos foi motorista do transporte escolar do condomínio Entre Lagos, onde mora. Ela já acumula quatro clientes fixos. Uma delas, que inclusive foi a primeira, é Edileuza Alves, 49 anos, que conta que a paciência e o carinho que a Cláudia passa aos filhos é muito gratificante. “É uma benção na minha vida! Confio muito nela e no trabalho dela. SAIBA + O blog da personal mother Cláudia Santana é o www.personalmother.com.br. Para entrar em contato com ela, basta ligar para o número residencial 3369-0569 ou celular 9999-1102. l Cláudia entra em cena quando os pais estão ocupados e não podem ficar com os filhos Confesso que às vezes fico com ciú- mes, pois meus dois filhos chamam muito por ela e quando saímos para passear, eles querem que ela vá tam- bém. Eles a chamam de tia Cacá”, disse Edileuza. PLANOS Cláudia acredita que o mercado para personal mother vai crescer. Em seus planos, ela diz trabalhar com a meta de criar uma rede com outras mães de aluguel, para atuar em todo o DF. Para executar a tarefa, já exis- tem quatro candidatas, que segundo ela, são de total confiança. Quanto ao trabalho, ela não considera como uma simples tarefa de babá. “É uma babá de luxo. O serviço não se limita apenas dentro de casa. Faço o que uma mãe faz: levo pra passear, brincar, ao médico, dentista e até participo de reuniões escolares”, comenta Cláudia Santana, que deixa bem claro que o objetivo não é subs- tituir a mãe, mas dar um apoio a elas. Outra cliente da personal mother é a servidora pública Érica Gadelha, 34 anos, que também é colega de trabalho de Cláudia. Érica considera o trabalho da colega “lindo e ino- vador”. “Meu filho tem dois anos e adora a Cláudia. Como eu e meu maridos viemos de outro estado e não temos nenhum parente aqui, é difícil achar uma companhia de con- fiança para eles. Felizmente, ela en- trou em nossa vida para nos so- correr”, conta. Uma pesquisa realizada com 12 mil tra- balhadores, em 85 países, pela multinacional Re- gus, encomendada à organização Mindmetre, re- vela que a maior parte das pessoas trabalha mais que oito horas diárias. No Brasil, o percentual de pessoas que trabalham mais do que oito horas por dia fica acima da média mundial: quase 50% dos brasileiros admitem trabalhar até onze horas por dia. No restante do mundo, a média é de 38%. Em Brasília, o índice também ultrapassa a média mundial: 40% dos entrevistados admitem trabalhar de nove a 11 horas diárias, e 15% mais de 11h. Cláudia acredita que devido à correria diária em Brasília, os pais acabam se tornando ausentes. “Eles têm que contar com alguém de confiança para não só cuidar de seus filhos, mas para fazer companhia e entretê-los durante o tempo que ficam longe dos pais”, acredita. Cláudia Santana criou um blog, onde es- creve uma espécie de diário, a respeito dos trabalhos realizados. Ela também vai postar dicas de cuidados e compartilhar soluções de atendimento emergencial com as crian- ças. Segundo ela, é uma forma moderna para contar o dia a dia com as crianças e uma maneira de os pais saberem como foi o compor- tamento deles e os mé- todos que ela utiliza. Uma das clientes de Cláudia (à esquerda) é Érica (à direita): elas são colegas de trabalho

Personal Mother "Claudia Santana" > No Jornal de Brasília

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Conheça a história da 'Personal Mother de Brasília', Claudia Santana.

Citation preview

Page 1: Personal Mother "Claudia Santana" > No Jornal de Brasília

10 Quinta-feira, 12 de julho de 2012CIDADES Jornal de Brasília

PERSONAL MOTHER

Presença de

ANA RAYSSA

mãe

Cláudia pensaem ampliar onegócio e abriruma rede depersonal

mothers

Dia corrido

� Dione Maycond i o n e . m ayc o n @ j o r n a l d e b ra s i l i a . c o m . b r

N os tempos modernos, há pro-fissões até então inimaginá-veis. Atualmente, há personal

para tudo, que vai do mercado fit-ness – como o personal trainer – aomundo da moda – como o stylist.Mas há um novo personal surgindono mercado: a personal mother, umaespécie de mãe de aluguel.

A procura por esta profissional éassociada à falta de tempo dos pais. Acorreria do dia a dia nas grandescidades faz com que os pequenostenham menos contato com eles. Éjustamente para preencher esta lacunaque a personal mother Cláudia San-tana, 43 anos, entra em cena. Cláudiatrabalha nesta profissão há quatromeses e o atendimento é voltado paracrianças e adolescentes de até 14 anos.A ideia nasceu há dois anos.

“Surgiu quando comecei obser-var a necessidade das pessoas domundo corportativo. Às vezes, umamãe precisa buscar um filho, nãopode sair do trabalho e não confia emterceiros. Então, surge meu traba-lho”, destaca Santana, que também éfuncionária terceirizada do GDF.

O carinho e o amor pelas criançastambém foi determinante para tornaresse nicho como uma profissão. “Eugosto muito de crianças; não é à toaque tive cinco filhos! E faço tudo poreles, são meus tesouros. Já as criançasque atendo, considero uma amizadee amor sincero. É bem mais fácil lidarcom eles”, afirma. Cláudia acreditater uma sintonia com as crianças,uma vez que, segundo ela, o contatoé sempre bem recebido.

O trabalho com crianças não é dehoje. A personal revela que duranteseis anos foi motorista do transporteescolar do condomínio Entre Lagos,onde mora. Ela já acumula quatroclientes fixos. Uma delas, que inclusivefoi a primeira, é Edileuza Alves, 49anos, que conta que a paciência e ocarinho que a Cláudia passa aos filhosé muito gratificante.

“É uma benção na minha vida!Confio muito nela e no trabalho dela.

SAIBA +O blog da personal mother Cláudia Santana é owww.personalmother.com.br.

Para entrar em contato com ela, basta ligar para onúmero residencial 3369-0569 ou celular 9999-1102.

l Cláudia entra em cena quando os pais estãoocupados e não podem ficar com os filhos

Confesso que às vezes fico com ciú-mes, pois meus dois filhos chamammuito por ela e quando saímos parapassear, eles querem que ela vá tam-bém. Eles a chamam de tia Cacá”,disse Edileuza.

PLANOSCláudia acredita que o mercado

para personal mother vai crescer. Emseus planos, ela diz trabalhar com ameta de criar uma rede com outrasmães de aluguel, para atuar em todo

o DF. Para executar a tarefa, já exis-tem quatro candidatas, que segundoela, são de total confiança. Quanto aotrabalho, ela não considera comouma simples tarefa de babá.

“É uma babá de luxo. O serviçonão se limita apenas dentro de casa.Faço o que uma mãe faz: levo prapassear, brincar, ao médico, dentista eaté participo de reuniões escolares”,comenta Cláudia Santana, que deixabem claro que o objetivo não é subs-tituir a mãe, mas dar um apoio a elas.

Outra cliente da personal motheré a servidora pública Érica Gadelha,34 anos, que também é colega detrabalho de Cláudia. Érica considerao trabalho da colega “lindo e ino-vador”. “Meu filho tem dois anos eadora a Cláudia. Como eu e meumaridos viemos de outro estado enão temos nenhum parente aqui, édifícil achar uma companhia de con-fiança para eles. Felizmente, ela en-trou em nossa vida para nos so-c o r re r ”, conta.

Uma pesquisa realizada com 12 mil tra-balhadores, em 85 países, pela multinacional Re-gus, encomendada à organização Mindmetre, re-vela que a maior parte das pessoas trabalha maisque oito horas diárias. No Brasil, o percentual depessoas que trabalham mais do que oito horas pordia fica acima da média mundial: quase 50% dosbrasileiros admitem trabalhar até onze horas pordia. No restante do mundo, a média é de 38%.

Em Brasília, o índice também ultrapassa amédia mundial: 40% dos entrevistados admitemtrabalhar de nove a 11 horas diárias, e 15% maisde 11h. Cláudia acredita que devido à correriadiária em Brasília, os pais acabam se tornandoausentes. “Eles têm que contar com alguém deconfiança para não só cuidar de seus filhos, maspara fazer companhia e entretê-los durante otempo que ficam longe dos pais”, acredita.

Cláudia Santana criou um blog, onde es-creve uma espécie de diário, a respeito dos

trabalhos realizados. Ela também vai postardicas de cuidados e compartilhar soluções

de atendimento emergencial com as crian-ças. Segundo ela, é uma forma moderna

para contar o dia a dia com ascrianças e uma maneira de os pais

saberem como foi o compor-tamento deles e os mé-

todos que ela utiliza.

Uma das clientes de Cláudia (à esquerda) é Érica(à direita): elas são colegas de trabalho