Perspectivas de Futuro Profissional de Licenciandos

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/26/2019 Perspectivas de Futuro Profissional de Licenciandos

    1/11

    PERSPECTIVAS DE FUTURO PROFISSIONAL DE LICENCIANDOS EM

    CINCIAS BIOLGICAS DE UMA UNIVERSIDADE PBLICA DO ESTADO

    DE GOIS

    Resumo: A formao de futuros profissionais docentes qualificados condionecessria para um pas que pretende crescer, tanto socialmente quantoeconomicamente. Sendo a educao um importante instrumento de transformaosocial, a formao dos atores que l atuam no teria uma importncia menor. Pensandona importncia da formao do professor de Biologia para atuar na Educao Bsica, o

    presente trabalho tem como objetivo analisar as ideias dos alunos de licenciatura emCincias Biolgicas de uma universidade pblica do estado de Gois sobre a profissodocente, mais especificamente em relao s expectativas e conhecimentos sobre acarreira que iro exercer depois de formados. Para isso, foi elaborado e aplicado umquestionrio semi-estruturado. A pesquisa aqui realizada indica que os estudantes noconhecem a legislao e o tratamento da educao nesse documento, mas, entendem o

    papel do professor como mediador e a importncia da reflexo para prtica desse. Apesquisa tambm indica que os alunos do ltimo ano entendem que os problemassociais brasileiros esto distantes de serem superados e que o professor no tem como

    papel apenas mediar os conhecimentos cientficos. Porm, muitos alunos do segundoperodo no tem esse entendimento, o que pode indicar que as discusses sobre oreflexo dos conflitos sociais na escola e na sala de aula so pouco discutidas no primeiroano do Curso pesquisado. Finalmente podemos considerar que a formao inicial dofuturo professor um fator importante para melhoria da educao no pas e entender oque pensam os licenciandos pode contribuir para o entendimento e para a melhoriadessa formao.

    Palavras-chave: Formao de professores. Identidade profissional. Carreira docente.Thayn Carolinne Guimaraes Papalardo

    Graduada em Licenciatura em Ciencias Biolgicas (UFG)E-mail: [email protected]

    Talita Castro OliveiraUniversidade Federal de Gois (UFG)

    Aluna Voluntria do Programa de Licenciatura PROLICEN/UFGE-mail: [email protected]

    Leandro Vasconcelos Baptista

    Universidade Federal de Gois (UFG)Aluno Bolsista do Programa de Licenciatura PROLICEN/UFGE-mail: [email protected]

    Profa. Dra. Simone Sendin Moreira GuimaresUniversidade Federal de Gois (UFG)

    Professora Adjunto I do Instituto de Cincias Biolgicas (ICB)E-mail: [email protected]

    Prof. Ms. Rones de Deus ParanhosUniversidade Federal de Gois (UFG)

    Professor Auxiliar I do Instituto de Cincias Biolgicas (ICB)

    E-mail:[email protected]

    XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Did tica e Pr ticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012

    Junqueira&Marin Editores

    Livro 2 - p.005081

  • 7/26/2019 Perspectivas de Futuro Profissional de Licenciandos

    2/11

    Introduo

    A educao, assim como a sociedade, tem se transformado imensamente no

    tempo e no espao (DURKHEIM, 1995). Atualmente, ao menos nos discursos polticos

    e sociais, ela considera um dos principais setores de desenvolvimento de uma nao.

    Na formao de mdicos, ela contribui para o sistema de sade, na formao de

    engenheiros, contribui para a estruturao fsica, na formao de profissionais da arte,

    para o desenvolvimento da cultura e assim, por diante, em diversos setores que so

    essenciais para a economia e o crescimento de um pas. No entanto, quando se trata de

    formao de professores a educao passa a cuidar de seu prprio desenvolvimento,

    para que possa continuar contribuindo para a medicina, a engenharia, as artes e todas as

    questes que exigem preparao escolar (MELLO, 2000). Alm disso, por ser uma

    poltica pblica que tem como principal finalidade auxiliar na constituio da cidadania

    (MELLO, 2000) ela imprescindvel na sobrevivncia e humanizao do ser humano

    (GUIMARES, 2010).

    Sendo a educao um importante instrumento de transformao social, a

    formao dos atores que l atuam no teria uma importncia menor. Assim, a formao

    de professores qualificados um dos eixos essenciais para que um pas possa terpossibilidades de crescimento, social e econmico.

    Entre as diversas e complexas fases de formao, a formao inicial do futuro

    docente uma das fases mais importantes na construo da sua identidade profissional.

    Para Echeverria et al (2007) a formao inicial um espao para criar uma tradio

    relacionada a superao de uma viso de senso comum sobre a profisso docente, pois

    oferece a possibilidade de interaes entre professores formadores e alunos da

    graduao, num processo de significao e ressignificao da profisso (p.25).Os licenciandos vo construindo sua identidade profissional, na maioria das

    vezes, com base na cultura em que esto inseridos e nos fatos de sua histria, mas

    tambm baseados em prticas e valores que so estabelecidos e consolidados pelas

    prprias instituies de ensino, fazendo com que, muitas vezes, a representao social

    negativa da profisso docente seja repassada pelos prprios professores (LIBNEO,

    2010).

    Ao entrar no curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas, o licenciando tem

    uma perspectiva de futuro profissional, mas e quando ele est prestes a se formar e

    XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Did tica e Pr ticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012

    Junqueira&Marin Editores

    Livro 2 - p.005082

  • 7/26/2019 Perspectivas de Futuro Profissional de Licenciandos

    3/11

    entrar no mercado de trabalho? Com o trmino da graduao, os futuros professores se

    deparam com muitas incertezas e inquietaes acerca do incio da insero na carreira

    docente. o momento em que se concretiza a transio de aluno para professor. O

    presente trabalho teve como objetivo analisar as ideias dos alunos ingressantes e

    concluintes do curso de licenciatura em Cincias Biolgicas sobre a profisso docente,

    mais especificamente em relao aos significados e conhecimentos sobre a carreira de

    professor. Esperamos assim contribuir com as discusses sobre a formao da

    identidade docente no pas.

    Metodologia

    O percurso metodolgico teve incio com a elaborao e aplicao de um

    questionrio semi-estruturado baseado na estrutura VOSTS (Views on Science-

    Technology-Society), produzido por Aikenhead y Ryan (1989, 1992), citados por

    Manassero y Vsquez (2002). Esse questionrio teve como objetivo identificar alguns

    dos significados que os futuros professores atribuem funo docente. O instrumento se

    constituiu de trs blocos de perguntas geradoras, cada um contendo uma srie de

    afirmativas, abrangendo os seguintes temas: a escolha do curso pelos licenciandos(Bloco I); o processo de formao profissional (Bloco II); e carreira docente (Bloco

    III). Este questionrio foi aplicado aos alunos do 2 e 8 semestre do Curso de Cincias

    Biolgicas Licenciatura da UFG Campus Goinia. O recorte para este artigo ser

    apenas a anlise das afirmativas b, f, j, r e u do Bloco III. Essas afirmativas

    esto relacionadas s percepes dos alunos sobre a carreira docente e seu futuro

    profissional.

    As afirmativas constantes do questionrio foram classificadas em Adequadas,Plausveis ou Ingnuas de acordo com os referenciais do trabalho (Quadro 1), o que

    altera a pontuao, dependendo dessa classificao. Assim, uma afirmativa adequada

    tem sua maior pontuao no grau de concordncia 9, j uma ingnua tem sua maior

    pontuao no grau de concordncia 1. Segundo Guimares e Tomazello (2004), com

    esse tipo de instrumento possvel, entre outras coisas, diminuir a tendncia que as

    pessoas tm a responder para satisfazer as expectativas dos entrevistadores (na medida

    em que os valores para cada questo so desconhecidos dos sujeitos).

    XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Did tica e Pr ticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012

    Junqueira&Marin Editores

    Livro 2 - p.005083

  • 7/26/2019 Perspectivas de Futuro Profissional de Licenciandos

    4/11

    Para o Bloco III foram elaboradas 22 afirmativas, sendo 15 adequadas, 3

    plausveis e 4 ingnuas segundo o referencial terico adotado. Os questionrios e os

    termos de autorizao para pesquisa foram entregues a todos os alunos dos semestres

    pesquisados, a aplicao do instrumento aconteceu durante as aulas e os alunos tiveram

    aproximadamente meia hora para responder. A opo de analise dos dados obtidos foi

    unio de abordagens quantitativas e qualitativas.

    Resultados e Discusses

    Iniciamos a anlise das questes com a afirmativa b: Nos programas de

    governo a educao tratada como um dos principais fatores de resoluo de

    problemas do pas. Este item classificado como adequado. Na tabela I, notamos que

    apenas 11% dos alunos do oitavo perodo e 32% dos alunos do segundo tiveram alto

    grau de acordo com a questo. Estes dados revelam que os estudantes no conhecem a

    legislao e o tratamento da educao nesse documento.

    Essa afirmativa remete ao contexto histrico da educao onde a mesma sempre

    foi indicada como uma forma de transformar as condies sociais dos indivduos e da

    sociedade. Corroboramos com Emediato (1978),A educao considerada um poderoso instrumento para um rpidocrescimento econmico e para a mobilidade individual. Como fonte de

    produtividade, implica a pretenso de que os indivduos podem beneficiar-sea si prprios mostrando-se capazes de tirar vantagem da dinmica dasociedade industrial (p. 208).

    Nos termos da legislao atual fica explicito a importncia da educao para a

    sociedade. Podemos citar como exemplo a LDB (Lei de Diretrizes e Bases), que

    regulamenta os princpios e os fins da Educao Nacional. Ela menciona que a educao

    deve preparar o aluno para exercer a cidadania e qualific-lo para o trabalho, com

    princpios de igualdade, garantia de um padro mnimo de qualidade, de condies para

    o acesso e permanncia na escola, vinculando a educao escolar ao trabalho e as

    prticas sociais (LDB, 1996). Porm, na prtica algumas aes vinculadas a essas

    polticas esto longe de serem materializadas. Desvalorizao docente, falta de

    infraestrutura, condies de trabalho inadequadas so alguns fatores que contribuem

    para que as polticas no atinjam seus objetivos.

    Outra afirmativa analisada, tambm classificada como adequada foi o item f:A escola deveria ser um espao de reflexo das prticas pedaggicas . Pela anlise

    XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Did tica e Pr ticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012

    Junqueira&Marin Editores

    Livro 2 - p.005084

  • 7/26/2019 Perspectivas de Futuro Profissional de Licenciandos

    5/11

    quantitativa apresentada na tabela II, percebemos que 78% dos alunos do oitavo perodo

    e 54% do segundo perodo tiveram alto grau de acordo com esta afirmativa. Estes

    resultados revelam que os alunos, principalmente do oitavo perodo, entendem a

    importncia da reflexo para prtica do professor. Os alunos do segundo perodo,

    tambm compreendem essa importncia, contudo 14% desses alunos apresentam um

    baixo grau de acordo com a questo.

    As prticas reflexivas devem alcanar toda a escola, no podendo ser apenas um

    fazer do docente durante a sua aula. Concordamos com Alarco (2010), quando nos diz

    que,

    A escola reflexiva no telecomandada do exterior. autogerida. Tem o seuprojeto prprio, construdo com a colaborao dos seus membros. Sabe paraonde quer ir e avalia-se permanentemente na sua caminhada. Contextualiza-se na comunidade que serve e com esta interage. Acredita nos seus

    professores, cuja capacidade de pensamento e de ao sempre fomenta.Envolve os alunos na construo de uma escola cada vez melhor. Noesquece o contributo dos pais e de toda comunidade (p. 40).

    Entendemos que o espao escolar compartilhado e o desdobramento para a

    reflexo de sua realidade, o de no se restringir apenas a um grupo de profissionais

    que o ocupa. Assim, compreendemos a necessidade de todos os seus atores se

    envolverem com as discusses acerca de sua realidade. Mais do que isso, se

    empenharem nas aes propostas, pois o que modifica efetivamente a realidade a

    ao e no as ideias. Contudo, a ao sem ideia cega e ineficaz (VASCONCELOS,

    2004, p. 45).

    Outra afirmativa escolhida para discusso foi o item j, que diz: Na escola, o

    papel do professor est relacionado a mediar, criar condies, facilitar a ao do

    aluno de aprender, ao veicular o conhecimento como seu porta voz.. Este item,

    classificado como adequado, revelou um resultado semelhante para as duas turmas onde

    o instrumento foi aplicado.

    Na tabela III, podemos verificar que 100% dos alunos do oitavo perodo e 91%

    dos alunos do segundo perodo tiveram um alto grau de acordo com a assertiva.

    Percebemos que os estudantes compreendem o papel do professor na formao do

    aluno, como orientador do aprendizado, contrapondo a ideia de transmissor dos

    contedos tericos, entendendo que ensinar no transferir conhecimento, mas criar as

    possibilidades para sua produo ou sua construo (FREIRE, 1996, p. 22).

    XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Did tica e Pr ticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012

    Junqueira&Marin Editores

    Livro 2 - p.005085

  • 7/26/2019 Perspectivas de Futuro Profissional de Licenciandos

    6/11

    O professor, neste contexto, assume o papel de facilitador e mediador do

    processo de construo do conhecimento em sala de aula. Entendemos que o professor

    assume diferentes papeis, ele coordena, problematiza o dilogo, explicita processos de

    construo de conhecimento, auxilia na autonomia intelectual do aluno preparando-o

    como cidado e profissional (GARRIDO, 2001).

    Outro item a ser discutido a afirmativa r, que apresenta o seguinte

    enunciado: A escola bsica no Brasil um local onde os conflitos j foram superados

    e no qual o professor pode se preocupar apenas em mediar os conhecimentos da sua

    rea do saber. Esta proposio classificada como ingnua e por este motivo optamos

    por discutir o baixo grau de acordo, pois este ndice que indicar a concordncia ou

    no com a questo.

    Os dados obtidos na tabela IV apontam que 100% dos alunos do oitavo perodo e

    64% dos alunos do segundo perodo, apresentam um baixo grau de acordo com essa

    afirmativa. Assim temos que, um nmero expressivo de estudantes discordam da

    afirmativa r, entendendo que os problemas da educao bsica no Brasil esto

    distantes de serem superados e que o professor no tem como papel apenas mediar os

    conhecimentos cientficos. importante que o futuro professor perceba que sua atuao

    vai alm de conhecer toda a matria a ser ensinada. importante destacar que entre os alunos do segundo perodo 9% tiveram um alto

    grau de acordo e 27% um grau de acordo mdio. Esse destaque relevante, pois, pode

    indicar que as discusses sobre o reflexo dos conflitos sociais na escola e na sala de aula

    so pouco discutidas no primeiro ano do Curso pesquisado. Consideramos que

    importante que o futuro professor perceba a escola bsica como algo inserido na

    sociedade, um local onde as crises e conflitos sociais acabam se revelando pois a sala de

    aula de uma escola constituda pelos mesmos sujeitos que compem a sociedade.Apresentar o fenmeno escolar assim como acontece importante e talvez a

    organizao da matriz curricular do curso s propicie esse entendimento no decorrer dos

    outros perodos do curso.

    A ltima alternativa selecionada para discusso foi a afirmativa u: A

    formao de professores no curso de Cincias Biolgicas da UFG apresenta um

    currculo dicotomizado que obedece a lgica que organiza o conhecimento: do terico

    para o prtico. Essa afirmativa classificada como adequada e, assim como em outra

    XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Did tica e Pr ticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012

    Junqueira&Marin Editores

    Livro 2 - p.005086

  • 7/26/2019 Perspectivas de Futuro Profissional de Licenciandos

    7/11

    afirmativa discutida acima, foi revelado um resultado semelhante em ambas as turmas

    em que o instrumento foi aplicado.

    Os dados mostram que 59% dos alunos do segundo perodo e 45% dos alunos do

    oitavo perodo estavam de acordo com a afirmativa apresentada. As discusses mais

    recentes acerca da formao de professores propem a superao da formao de

    futuros docentes baseada nos pressupostos de uma perspectiva tecnicista. Para isso,

    entre outras coisas, propem a aproximao da teoria com a prtica, ou porque no, da

    prtica com a teoria. Sob essa perspectiva, a poltica de formao de professores para a

    educao bsica da Universidade Federal de Gois (CEPEC - Conselho de Ensino,

    Pesquisa, Extenso e Cultura da Universidade Federal de Gois - 0631/2003) destaca,

    entre muitos aspectos, a diluio das dimenses pedaggicas ao longo da formao

    profissional.

    Corra e Alexandre (2008) destacam a importncia de se considerar o currculo

    como uma forma no-dicotomizada na relao teoria-prtica. Porm, no curso de

    Cincias Biolgicas pesquisado, percebemos que essa resoluo, ao dissolver as

    dimenses pedaggicas no decorrer do curso, parece no ser o suficiente.

    De nada adianta se essa no dicotomia dos currculos das licenciaturas esteja

    presente em uma resoluo, se desde o segundo perodo os alunos tem contato com umcurrculo ainda dicotomizado. De acordo com Barbosa (2003) muitos cursos de

    formao no conseguem um mnimo de efetiva integrao e de interdisciplinaridade

    que garantam a inter-relao das disciplinas (p.77) alm disso, a matriz curricular

    fragmentria e dicotmica no garante uma durao suficiente para maturao das

    atividades formadoras da docncia (p. 77).

    Consideraes

    O incio da docncia uma das fases do desenvolvimento profissional,

    entendido como uma continuao, do qual faz parte a experincia acumulada como

    aluno, a formao inicial, a iniciao da carreira e a formao continuada. (LIMA,

    2006).

    A pesquisa aqui realizada indica que os estudantes no conhecem a legislao e

    o tratamento da educao nesse documento, porm, de maneira positiva percebemos que

    os alunos, principalmente do oitavo perodo, entendem a importncia da reflexo para

    XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Did tica e Pr ticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012

    Junqueira&Marin Editores

    Livro 2 - p.005087

  • 7/26/2019 Perspectivas de Futuro Profissional de Licenciandos

    8/11

    prtica do professor, percebendo inclusive a importncia do papel do docente na

    formao do aluno, como orientador do aprendizado, contrapondo a ideia de transmissor

    dos contedos tericos. Outro destaque da pesquisa a grande diferena na percepo

    relacionada aos problemas da educao bsica no Brasil. Os alunos do ltimo ano

    entendem que esses problemas esto distantes de serem superados e que o professor no

    tem como papel apenas mediar os conhecimentos cientficos. Porm, muitos alunos do

    segundo perodo no tem esse entendimento, o que pode indicar que as discusses sobre

    o reflexo dos conflitos sociais na escola e na sala de aula so pouco discutidas no

    primeiro ano do curso pesquisado.

    Finalmente podemos considerar que, embora no seja o nico determinante, a

    formao inicial do futuro professor um fator importante para melhoria da educao

    no pas. Assim, entender o que pensam os licenciandos, futuros professores, pode

    contribuir para o entendimento e para a melhoria dessa formao.

    Referncias Bibliogrficas

    ALARCO, I. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. Ed. Cortez, 7 ed. SoPaulo 2010(coleo questes da nossa poca; v.8).

    BARBOSA, R. L. L. (org.) Formao de educadores: desafios e perspectivas. So

    Paulo: Unesp - 2003.

    BRASIL. Lei n 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da

    Educao Nacional. Dirio Oficinal da Unio, Braslia, 23 de dezembro de 1996.

    CORRA, V.; ALEXANDRE, C. R. O Trabalho Socialmente til do Professor:

    Tentativas de Superao Histrica em um Espao Institucional. In: VI Seminrio doTrabalho, 2008, Marlia. Trabalho, Economia e Educao no Sculo XXI. So

    Paulo, Marlia: FUNDEPE, 2008. p. 1-12.

    DURKHEIM, E. Educao e sociologia, trad. Loureno Filho, Ed. melhoramentos, So

    Paulo, 4 ed., 1995, pp. 25.56.

    EMEDIATO, C. A Educao e transformao social Revista: Anlise Social, vol.

    XIV (54), 1978-2., 207-217

    ECHEVERRA, A. R.; BENITE, A. M. C. ; SOARES, M. H. F. B . A Pesquisa na

    Formao Inicial de Professores de Qumica - a experincia do Instituto de

    XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Did tica e Pr ticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012

    Junqueira&Marin Editores

    Livro 2 - p.005088

  • 7/26/2019 Perspectivas de Futuro Profissional de Licenciandos

    9/11

    Qumica da Universidade Federal de Gois. In: 30 Reunio Anual da Sociedade

    Brasileira de Qumica, 2007, guas de Lindia - MG. 2007. p. 01-19.

    FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: Saberes necessrios prtica educativa. 25

    ed.: Ed. Paz e Terra S/A, So Paulo 1996.

    GARCIA, J. Indisciplina na Escola: uma reflexo sobre a dimenso preventiva.

    Revista Paranaense de Desenvolvimento, Curitiba, n.95, p. 101-108, 1999.

    GARRIDO, E. Sala de aula: espao de construo do conhecimento para o aluno e

    de pesquisa e desenvolvimento profissional para o professor. In: CASTRO, A. D. de

    & CARVALHO, A. M. P. Ensinar a ensinar Didtica para a escola fundamental e

    Mdia. So Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001, p.125- 141.

    GUIMARES, V.S. Formao de Professores: saberes, identidade e profisso. 5

    ed. Campinas/SP: Papirus, 2010.

    GUIMARES, S.S.M. e TOMAZELLO, M.G.C. Avaliao das ideias e atitudes

    relacionadas com sustentabilidade: metodologia e instrumentos. Cincia & Educao.

    V.10, n.2, p.173-183, 2004.

    LIBNEO, J. C. Adeus professor, adeus professora: novas exigncias educacionais

    da profisso docente. 12 ed. So Paulo: Ed. Cortez, 2010.

    LIMA, E, F, de et al. Sobrevivncias: no incio da docncia. Braslia: Lber LivroEditora, 2006. 104 p.

    MANASSERO, M. A. Y VZQUEZ, A. A. Instrumentos y mtodos para la evaluacin

    de las actitudes relacionadas con la ciencia, la tecnologia y la sociedade. Enseanza de

    las Ciencias, 20(1) pp.15-27, 2002.

    MELLO, G. N. de. Formao inicial de professores para a educao bsica: uma

    (re)viso radical. Perspectiva, So Paulo, v. 14, n. 1, mar. 2000. Disponvel em

    www.scielo.br (acesso em 19/08/10).VASCONCELOS, C. S. Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto

    poltico pedaggico elementos metodolgicos para elaborao e realizao. 12.ed.

    So Paulo: Libertad Editora, 2004.

    XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Did tica e Pr ticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012

    Junqueira&Marin Editores

    Livro 2 - p.005089

  • 7/26/2019 Perspectivas de Futuro Profissional de Licenciandos

    10/11

    ANEXOS

    QUADRO 1 Classificao das Afirmativas

    Classificao das Alternativas

    Adequada (A) A afirmativa expressa uma opinio apropriada sobre o tema.

    Plausvel (P) A afirmativa expressa alguns aspectos apropriados, no sendo

    totalmente adequada e nem ingnua.

    Ingnua (I) A afirmativa expressa uma opinio inapropriada ao tema.

    Fonte: Quadro adaptado de Manassero y Vsquez (2002:20)

    Tabela I - Porcentagem aproximada dos estudantes do segundo e oitavo perodocom relao ao grau de acordo com a questo b, considerada adequada: Nos

    programas de governo a educao tratada como um dos principais fatores de

    resoluo de problemas do pas.

    Grau de acordo

    Baixo Mdio AltoSegundo Perodo 32% 36% 32%Oitavo Perodo 67% 22% 11%

    Tabela II - Porcentagem aproximada dos estudantes do segundo e oitavo perodocom relao ao grau de acordo com a questo f: A escola deveria ser um espaode reflexo das prticas pedaggicas.

    Grau de acordoBaixo Mdio Alto

    Segundo Perodo 14% 32% 54%Oitavo Perodo 0 22% 78%

    Tabela III - Porcentagem aproximada dos estudantes do segundo e oitavo perodocom relao ao grau de acordo com a questo J: Na escola, o papel do professorest relacionado a mediar, criar condies, facilitar a ao do aluno de aprender, ao

    veicular o conhecimento como seu porta voz.

    Grau de acordoBaixo Mdio Alto

    Segundo Perodo 0 9% 91%

    Oitavo Perodo 0 0 100%

    XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Did tica e Pr ticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012

    Junqueira&Marin Editores

    Livro 2 - p.005090

  • 7/26/2019 Perspectivas de Futuro Profissional de Licenciandos

    11/11

    Tabela IV - Porcentagem aproximada dos estudantes do segundo e oitavo perodocom relao ao grau de acordo com a questo u: A formao de professores nocurso de Cincias Biolgicas da UFG apresenta um currculo dicotomizado que

    obedece a lgica que organiza o conhecimento: do terico para o prtico.

    Grau de acordoBaixo Mdio Alto

    Segundo Perodo 9% 32% 59%Oitavo Perodo 33% 22% 45%

    XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Did tica e Pr ticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012

    Junqueira&Marin Editores