Perspectivas em Gestão do Conhecimento

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    Perspectivas em Gesto do Conhecimento

    [Insight 048, em 07/01/2002]

    Por Jayme Teixeira Fil ho

    O comeo de 2002 est sendo caracterizado por ansiedade, no mercado e na

    sociedade, em relao ao cenr io futuro: recuperao da economia americana,

    mudana de patamar nos conflitos internacionais relacionados ao terrorismo, solues

    para a crise na Argentina e, mais prximo ao cotidiano brasileiro, eleies no final deste

    ano . Tod os esses a spe c tos, de ntre o utros, co nd ic iona ro o c om p ortame nto d a

    ec onom ia, das empresas e d o me rca do em 2002. Num pa s em q ue c erca da meta de do

    PIB est relacionado com a atividade estatal, como o Brasil, a realizao de eleies

    afeta os gastos do governo, suas compras, suas prioridades de investimento e, em

    consequncia, muito do comportamento do resto da economia. Considerando a

    situao da Argentina, e seu impacto no Mercosul, temos mais motivos para ansiedade

    entre as empresas brasileiras. E muito da economia mundial flutua em funo das

    importaes e exportaes do mercado americano, do nvel de valorizao do dlar,

    dos acordos comerciais, barreiras protecionistas e manobras do governo americano nas

    organizaes multilaterais. Embora, para talvez grande parte da populao brasileira, o

    ac ontecimento d e m aior interesse e ste a no ven ha a ser a Cop a do Mundo, o a mb ienteprofissional e de negcios vai estar mais afetado por aqueles outros fatores. Emprego e

    desemprego, impostos e taxas, crdito e juros, licitaes e compras, investimentos e

    prazos, enfim, sero c ond icionad os p or esse c enrio g loba l.

    E c omo f ica a G esto do Conhec imento ne ste c en rio? O q ue espe rar de

    desenvo lvime nto d as em presas nessa rea este a no? Q ue p rojeto s e experinc ias esta ro

    sendo realizados em Gesto do Conhecimento, Capital Intelectual e Inteligncia

    Co m p et itiva, no Brasil e no mund o, em 2002? Qua is as p rincipa is tend nc ias no seto r?

    Pelo lado pblico, como indicado pelos debates realizados em novembro passado no

    CONGEP 2001 - Congresso Nacional de Gesto do Conhecimento na Esfera Pblica

    (ww w.sb gc .org.b r) - a te nd nc ia q ue os go vernos c onc entrem esfor os em d uas frentesprincipais: melhoria da administrao pblica e combate excluso digital.

    Pelo lad o d a melhoria da ad ministra o pb lica , na t ica da Gesto do Conhec imento,

    muita coisa ainda pode ser feita no nvel federal, estadual e municipal. Existe uma

    tendncia , j h alguns anos, de uso de tecnologia Internet para facilitar a

    c om unica o , c riar sistem a s d e informa e s ma is ab ertos e interop erveis, red uzir o c iclo

    de d esenvo lvime nto e c riar inte rfac es ma is a mig veis pa ra os usu rios finais. Ma s hoje, na

    maioria dos casos de organizaes pblicas brasileiras, ainda se est no nvel da

    mudana tecnolgica. Ainda no se tem mudanas profundas, nem de processos de

    trabalho, nem de gerenciamento, nem na cultura organizacional. Esses so pontos que

    precisaro ser atacados para implantao de Gesto do Conhecimento no espao

    pb lico d e forma ma is c onc reta , co nsistente e durad oura. Ca so c ontrrio, co rre-se o risc o

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    de f icar ao sabor da moda da tecnologia, incorporando funcionalidades novas sem

    resolver os prob lem as ce ntrais da a dm inistra o pb lic a.

    A perda de conhecimento tcito nas organizaes pblicas um dos principais

    problemas, na tica da Gesto do Conhecimento, e no pode ser resolvido

    simp lesmente pe lo uso de novas tec nologias, co mo a cria o de intranets ou d e ac ervosde documentos em mdia digital. A criao e manuteno de memria organizacional,

    tambm na administrao pblica, passa por diretrizes gerenciais coerentes, processos

    de trab alho ad eq uad os, equipe s prep arad a s e d iversos outros a sp ec tos no

    relacionad os diretam ente tec nologia. E co m o rga niza es pb lic as que no tm

    investido em pessoal, no tm renovado sistematicamente seus quadros e no tm se

    preoc upa do c om a reten o do c onhec imento, o pa s c orre o r isc o srio d e p erder seus

    melhores valores para o setor privado - nacional ou estrangeiro - ou de ver seus

    profissionais mais experientes se aposentarem, sem terem a quem repassar os

    conhecimentos adquiridos.

    A tendncia em Gesto de Conhecimento no setor pblico brasileiro parece ser de

    projetos para estruturao e disseminao de memria organizacional, utilizandotecnologia Internet, como e-mail, intranets, chats, instant messengers, etc.. Por questes

    de c usto, fac ilida de o pe rac iona l e p op ulariza o de sse t ipo de tec nologia, a tend ncia

    que cada vez mais organizaes pblicas util izem a Internet como base para

    imp leme nta o d e treinam entos d istnc ia, tamb m.

    Pelo lado do combate excluso digital, a mdia tem noticiado diversas iniciativas de

    levar microcomputadores, com acesso Internet, s comunidades carentes na periferia

    da s grand es c ida d es. O g ove rno fed eral tem a c ena do c om ve rba s de vulto d o FUST -

    Fund o p a ra Universa liza o d e Servi os de Telec om unica e s. Este fund o ta mb m

    fina nc iaria os projetos d o Prog ra ma Soc ieda d e d a Informa o (ww w.soc info.org.br) ,

    c oo rde nad o p or Tad ao Taka hashi, do Ministrio d a Cinc ia e Tec nologia.

    O problema, no Brasil ao menos, com a "excluso digital" que ela antecedida por

    diversa s outras "excluse s". A m a ior parte d a p op ula o brasileira est a ind a exclud a do

    acesso aos servios bsicos de higiene e sade, est excluda do acesso aos cursos da

    ed uca o elementar, est e xcluda do mercad o formal de trab alho e est e xc luda do s

    servio s bsico s de a ssistnc ia e seg urid ade soc ial. A "c a rnc ia de informa o" ma is

    uma a se sob rep or s d em a is c a rnc ias histric as. Qua lque r mo viment o srio e d urad ouro

    de "incluso d igita l" prec isa p a ssa r pe la "inc luso " prvia - ou a o m eno s c onc om itante -

    nas rea s d e Sa d e, Ed uc a o e Seg urida de Soc ial. Isso p ara no falar na incluso na

    d isc uss o p oltica . Afina l, a q ue m od elo d e d esenvo lvime nto interessa o tip o d e "inc lus o

    digital" que se p retend e financ iar?

    Enq uanto essa d isc uss o n o se a profunda , a tendnc ia no c om ba te a e xc luso digitalpa rec e ser a d e investimento s go vernam enta is em infra -estrutura, custea do s p elos

    c ont ribuintes e usu rios d os servios e p rod utos d e Telec om unica o e Inform tica .

    ab eth G ome s (betg ome s@c nen.gov.br) , que a ssinam o a rt igo c om enta ndo a pe squisa

    c itad a, estimam que os investime ntos em p rojetos de Ge sto do Co nhec imento , entre a s

    100 maiores empresas brasileiras, devero girar em torno de 2% do faturamento anual

    bruto.

    Na rea privada, em Gesto do Conhecimento como em vrios outros setores, o Brasil

    segue as tendncias internacionais, principalmente as do mercado americano e

    europeu. Mas segue a uma certa distncia. Essa distncia se deve ao porte menor do

    mercado brasileiro e capacidade mdia de investimento das empresas brasileiras. O

    c usto d o d esenvolvimento d e projetos em G esto do Conhe c imento - c omo em o utras

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    tecnologias e prticas inovadoras - abrange pessoal, consultoria, ferramentas,

    tecnologia, etc.. Por isso, muitas empresas brasileiras so cautelosas na realizao desse

    tipo de investimento. At que os conceitos estejam amplamente disseminados, existam

    experincias de sucesso bem documentadas e divulgadas, e o mercado conte com

    profissionais capacitados em Gesto do Conhecimento, as iniciativas estaro restritas ao

    grupo d os "p ioneiros" , "ea rly adop ters" e subsidirias d e orga niza e s transna c iona is.

    No KMWORLD 2001 (ww w.kmw orld.com ), rea liza d o e m Santa Cla ra , Ca lifrnia, no inc io

    d e nove mb ro de ste a no, Nigel Oxbrow - CEO d a c onsultoria inglesa TFPL (ww w.tfp l.com ) -

    fez uma ap resenta o resumindo o C KO Summ it , pa troc inad o p ela Fac tiva

    (www.factiva.com) , do grupo Dow Jones & Reuters. Ele pontuou diversas idias e

    inic iativas que em ergiram d esse e nc ontro de CKOs - Chief Know ledg e Office rs - em

    outubro na Irland a. Por exemp lo, usar voz pa ra c omp artilhar co nhec imento c om que m

    no tem tempo de ler, e usar acesso wireless para equipes permanentemente em

    movimento. A preocupao com compartilhamento de informaes e inteligncia

    c om p etitiva foi a t nic a do CKO Sum mit, influenc iado pe los ate ntad os terroristas de 11 de

    sete mb ro em New York e Washingto n.

    A TFPL ed itou e d istribuiu um relat rio exec utivo, elab orad o a pa rtir dos deb a tes no C KO

    Summ it, ab rang end o estrat gias c orporativas em rela o Ge sto d o Conhe c ime nt o.

    Esse material uma fonte de referncia tambm em relao s perspectivas e

    tend nc ia s no seto r.

    Por exemp lo, a TFPL defe nd e q ue um CKO de ve te r, da qui pa ra a frente , as seg uintes

    caracterst icas: foco no negcio, conhecimento do ambiente competit ivo, motivao

    para mudanas culturais, liderana e carisma, ampla cultura geral, formao

    acadmica diversif icada e ampla rede de relacionamentos dentro e fora da

    organizao.

    Ainda seg undo a viso da TFPL, num a mb iente c om pe titivo b asea do em c onhec ime nto,as empresas sucessivamente vem transferindo o foco de produtos e servios para

    "pa rc eria s" e "red es d e c onta tos". A c om pe ti o no e-business tem levad o e mp resa s d e

    vanguarda a criarem ambientes favorveis inovao, menos no sentido de "novas

    idias" e m a is na busc a por "nova s solu e s".

    Comunidades de prticas - virtuais, presenciais ou mistas - so uma importante tendncia

    em Gesto de Conhecimento. O alcance global da atuao das organizaes, a

    po pulariza o d as novas forma s de c omunica o e a c onsc inc ia em to rno da

    imp ortnc ia d o c omp artilhame nto de c onhec imentos numa orga niza o p arece m ser as

    mo las p rop ulsoras dessa tend nc ia.

    Numa c omunida de de prtica s po de-se estab elece r e a mp liar uma red e profissiona l derelacionamentos, podem ser mapeados especialistas em cada rea de conhecimento

    da empresa, pode-se identificar melhores prticas, pode-se fazer uma memria de

    problemas e solues mais frequentes, etc.. Enfim, em uma comunidade de prticas se

    do muitos dos processos da Gesto do Conhecimento. E as empresas j esto

    de spe rtand o p ara isso. Comunida de s de ntro d o a mb iente d e neg c ios foi um d os tema s

    ma is exp lorad os no KMWorld 2001.

    Mas essa uma tendncia que tambm no Brasil est se verificando. Um artigo do ano

    pa ssa d o na md ia ("A Era d os Portais Huma no s", p or Luc a s Ta uil de Freita s, Revista Exam e,

    ma r o/ 2001) j d iscutia po rque a c ria o de c omunidad es de prtica s um c am inho de

    sucesso para implantao de Gesto do Conhecimento. "Portais humanos" um termo

    usad o po r Morten Hansen e Bolko von O et inger, do BCG - Boston Co nsulting Group , pa ra

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    denominar pessoas detentoras do conhecimento numa organizao. Esse conhecimento

    que pode ser transformado e compartilhado em comunidades de prticas, intranets,

    websites, etc. Essas pessoas so arquivos vivos de informao, e podem ser localizadas

    em uma empresa atravs de um mapa das especialidades de cada um dos seus

    funcion rios. Ou num "banc o d e ta lentos" ou num a "rvore d e c onhec imentos".

    A Og ilvy, p or exem p lo, um d os ma iores grupo s d e p ublicida d e mund iais, ma ntinha ent o

    uma c om unida de d e 10.000 pe ssoa s, tra ba lhand o e m m ais de 100 pa ses. Seus me mb ros

    tm a c esso b ase d e c onhec ime nto que o grupo ma ntm em sua intrane t. Ma s aq uela

    matria da Exame e outros artigos e relatos de empresas mostram que o caminho para

    isso long o e d ifc il.

    Uma pesquisa da consultoria Ernst & Young, citada pela Exame, mostra que 80% da

    produ o intelec tual da s emp resas no sistema tic am ente a plic ad a em proc essos de

    negcios. Cerca de metade de todos os projetos de Gesto do Conhecimento fracassa

    na etapa de implementao. A causa pr incipal apontada a dif iculdade na

    substituio de uma cultura individualista por outra colaborativa, ou de uma cultura que

    no valoriza o c onhec imento po r outra que enfatize seu c omp artilham ento.

    Jea n Ma rc Lao uche z, da Mc Kinsey, na me sma ma tria, a lerta que as c omunida de s de

    prticas sempre existiram informalmente, e surgem espontaneamente, medida que as

    pessoas buscam ajuda, tentam solucionar problemas ou desenvolver novas idias. Por

    exemp lo, a ame rica na 3M j c ontava c om uma b ase de c onhec imento informa tizad a na

    dca da de 60.

    A novidade as empresas estarem buscando fomentar esse tipo de associao, com o

    uso de tecnologia, voltadas para resultados nos negcios. Por exemplo, em meados de

    1999 a Siemens ad oto u um p rog ra ma de inc entivo pa ra d issem ina o d o uso d o

    Sha rene t, seu sistem a d e Ge sto d o Co nhec imento . Esse c aso c itad o na m a tria d a

    Exam e e ta mb m no rela t rio e xec utivo da TFPL. Os usu rios s o 12.500 func ion rios,trabalhando em 84 pases, nas reas de tecnologia da informao e de

    telecomunicaes. Como no caso da Ogilvy, entre outros, trata-se de uma imensa

    comunidade virtual, composta de diversas sub-comunidades, estruturadas em torno de

    interesses comuns dos participantes, dentro do universo de temas relacionados ao seu

    trabalho.

    Natura lme nte, isso te m um c usto. Para c uida r da ba se m undial d a Siem en, po r exem plo,

    na Alemanha um time de 18 pessoas d suporte s subsidirias. J a 3M hoje investe 1%

    de sua verba de pe squisa no g erenciam ento d o c ap ital intelectual, ou seja, cerca de 1,1

    milho de dlares anuais. Mas isso ainda no o patamar de 2% do faturamento bruto,

    indica d o p ela p esq uisa d a CO PPE/ UFRJ citad a no inc io d este a rtigo. Na 3M s o m a is d e

    70 ba ses de d ad os q ue supo rta m c om unida de s d e interesse na s diferente s rea s dacompanhia. Cerca de 7.000 dos 75.000 funcionrios da 3M, em 40 pases, participam

    delas.

    Um outro exemplo citado na mdia a Unilever, que mantm um grande portal

    co rpo rativo e fomenta a forma o de c omunidad es de prtica s. Da Inglaterra, um time

    d supo rte a os po rtais reg ionais. O c onte d o fornec ido e m v rias lngua s, o q ue raro

    entre as multina c ionais, ma s fac ilita e m muito o c om pa rtilha me nto d e c onhe c imento. Um

    d os prob lema s c itad os por Ant nio Jos Bra sil, da Ca rterpillar, em e vento d e a go sto d e

    2001, da Mission (www.mission.com.br) sobre Gesto do Conhecimento e Recursos

    Huma nos, em So Paulo, era justam ente q ue g rand e p arte da ba se d e c onhec imento s

    d a em presa, q ue multina c ional, esta va disp onvel ap ena s em ingls. Na Unilever, quem

    cria o conhecimento responsvel por ele e sabe onde esto e quem so seus

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    po tenc ia is usurios. Assim h grupo s q ue troc am informa e s em p ortugus, esp anho l ou

    ingls.

    O retorno sob re o investimento em co munida de s de prtica s p olmic o, no de vendo

    ser encarado de forma tradicional. A tecnologia e a inovao trazem grandes

    mud an as, d ifc eis d e a c om pa nha r pe los mto do s industriais c lssicos. Seg und o umestudo da consultoria americana Delphi, apenas 14% das empresas americanas usam

    mtodos tradicionais para medir o retorno sobre esse investimento, porque no se

    aplicam a esse tipo de situao. Os indicadores mais usados so: taxas de reteno de

    clientes , volume do registro de novas patentes e a criao de prticas inovadoras de

    trab a lho. H um a te nd nc ia, ind ica da em v rias a p resenta e s no KMWorld 2001, d e se

    me d ir ma is o "retu rn ove r expec ta tions" - ret orno sob re as expec ta tivas - em projetos

    inova d ores que lida m c om a tivos inta ngveis, c om o os de G esto do Co nhec ime nt o.

    Do ponto de vista dos "vendedores", o mercado brasileiro ainda est em formao. As

    grandes c onsultorias internac iona is est o p resente s, mas n o est o p a rticula rme nte a tivas

    na vend a d e p rojetos de Gesto do Conhec imento. A terminologia prpria d e Ge st o d o

    Co nhec imento e st se inco rpo rand o a o d isc urso d os princ ip ais fornece do res de softw are,mas ainda h relativamente poucas solues especficas sendo vendidas no mercado

    brasileiro. Alguns fornec ed ores d e solu es de ma ior porte t m d irec ionad o seus esforo s

    pa ra a vend a de solu e s c om p letas e servi os - no m od elo d e BSP - business solution

    providers - com um nvel maior de terceirizao e, naturalmente, de investimentos. Mas

    de uma forma geral, pode-se afirmar que o mercado potencial para Gesto do

    Conhecimento no Brasil ainda muito maior do que o mercado efetivamente realizado.

    Os fornecedores neste momento devem estar voltados mais para a consolidao do

    mercad o e a prospec o d e novos c lientes.

    Ainda muito cedo para consolidaes entre fornecedores, pois os nichos de

    concorrncia so amplos e variados. As aquisies de empresas atuando nessa rea,

    que a c ont ec eram no s ltimo s dois anos no Brasil - c om o da Inteligens pela Prom on -foram mais resultado de planos de expanso de empresas de maior porte do que por

    esgotamento da competio. E ainda h muitos fornecedores internacionais que no

    entraram no me rc ad o b ra sileiro, o que d eve a c onte c er nos prximo s ano s, a m ed id a q ue

    o m erca d o se d esenvo lva e se to rne m a is a tra ente . Essa entrad a po de r se d ar p or meio

    de a ssoc ia es c om em presas nac iona is - c omo , por exemp lo, da Sop heon c om a

    Montreal - ou diretamente, como no caso da Dialog. Algumas empresas estrangeiras

    fizeram tentativas fracassadas de insero no mercado brasileiro de Gesto do

    Conhec imento no p assad o, ma s estva mos em outro estg io. Hoje h um c onhec imento

    maior sobre prticas e ferramentas nessa rea, bem como uma maior disposio das

    empresas para investir.

    Na rea de treinam ento e eventos tamb m d everemo s ver um a umento d a oferta. Nos o te ma Ge sto d o C onhec ime nto e st c ad a vez mais presente em c ong ressos de TI, E-

    Business, Qua lida d e, CRM e ge sto d e em presas em g eral, c om o tam b m em 2002 sero

    rea lizados ma is eve ntos espec fic os sob re o assunto . SENAC, SEBRAE, SENAI, USP, UFRJ,

    FGV, Mission, IBC, ESPM e a p rp ria SBGC - Soc ied ad e Brasileira d e Ge st o do

    Co nhec imento (ww w.sb gc .org.b r) - est o prog ra ma nd o eve ntos sob re tem a s a fins. Esse

    aum ento d a oferta de eventos profissiona is sob re G esto do Conhec imento ac omp anha

    um a ma d urec imento d o me rc a do e um ma ior interesse d o p blic o sob re o a ssunto.

    A tendncia no meio ac ad mico tamb m pa rec e ser de m aior aten o sobre o tema.

    No exterior j existem c ursos de gradua o e m G esto do Conhec imento, enq uanto que

    no Brasil aind a so p ouc os os c urso s d e e sp ec ializa o e p s-grad ua o. No enta nto, j

    se vem linhas de pesquisa especficas em universidades, bem como trabalhos de

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    mestrado e doutorado em nmero crescente sobre Gesto do Conhecimento,

    princ ipalme nte e m A dm inistra o , Informtica e Enge nharia d e Prod u o . E os c ursos d e

    p s-grad ua o latu sensu ca da vez ma is est o inco rp orand o d isc iplina s relac ionad a s

    Gesto do Conhecimento em seus currculos.

    Enfim, embora 2002 provavelmente v ser um ano atpico, tanto pelo quadrointernac ional instve l qu a nto p elas elei es b ra sileira s, deve r ser tam b m um m om ento

    de consolidao do mercado de Gesto do Conhecimento no Brasil, com maior oferta

    de produtos, servios, solues e cursos na rea, e com mais empresas realizando

    projetos de implanta o. Salvo grand es guinad a s ec on mica s, da s q uais, numa

    ec ono mia g loba lizad a , ningum e st livre, as p erspe c tivas s o d e d esenvo lvime nto p a ra

    a G esto d o C onhec imento no Bra sil.

    Essa perspectiva de desenvolvimento se deve fundamentalmente ao fato de que

    algumas questes "eternas" da gesto de negcios no esto bem respondidas. Como

    avaliar o que nossa organizao aprendeu de til nesse ano? Como usar nosso

    co nhecimento sob re o s clientes pa ra ob ter vanta ge m c omp etit iva sob re a co nco rrnc ia?

    Como utilizar de forma mais eficaz e eficiente o conhecimento de nossos colaboradoresna soluo dos nossos problemas? Como criar e manter um ambiente favorvel ao

    compartilhamento de conhecimentos, idias e experincias? Questes como estas,

    essenc iais p ara a c om pe titivida de na nova ec ono mia e a inda sem resp osta s sa tisfat rias,

    q ue animam as pe rspe c tivas em G esto do Conhec imento.

    Jaym e Teixeira Filho (in mem orian), consultor da Informa l Inform tica

    Ltda.(www.informal.com.br), autor dos livros "Gerenciando Conhecimento"

    (www.gerenciandoconhecimento.com.br) e "Novas Oportunidades Profissionais emCo m rc io Eletrnic o" p ela Ed itora SENAC Rio, professor d a Fund a o G etlio Varga s / RJ

    e foi o prime iro preside nte d a Soc ied ad e Brasileira de Ge sto do Co nhec imento

    (www.sbgc.org.br).

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