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7/23/2019 Perspetiva Histórica Da Avaliação http://slidepdf.com/reader/full/perspetiva-historica-da-avaliacao 1/2 Perspetiva histórica da avaliação educacional O texto “Desde los tests hasta la investigación evaluativa actual: Un siglo, el XX, de intenso desarrollo de la evaluación en educación”, de Tomás Escudero, fornece-nos uma perspetiva em torno do desenvolvimento da avaliação educacional ao longo dos tempos. O autor assinala a importância de analisar a transformação da avaliação em educação a partir de uma perspetiva histórica, uma vez que considera que a mudança de conceitos está ligada a circunstâncias históricas. Apesar disso, menciona a dificuldade latente em datar de forma taxativa as principais épocas ou etapas na evolução da avaliação educativa. Desta forma, são apresentadas algumas das abordagens, modelos e  perspetivas mais relevantes para a sua compreensão. 1. Antes de testar e medir Os professores sempre procuraram estratégias para avaliar a aprendizagem dos alunos, que vão desde exames orais públicos, utilizados pelos gregos e romanos; passando por processos de observação, na época Renascentista; a aplicação de provas escritas, no século XVIII; diplomas de graduação, ligados à aprovação em exames (exames do Estado), no século XIX e, ainda nesse mesmo século, a aplicação do teste (1897) através de instrumentos que visam dar um quadro mais amplo de avaliação. 2. Testes psicom é tr i cos Esta estratégia de avaliação foi muito popular no final do século XIX, dado o interesse de especialistas em comportamento humano cientificamente medível. A atividade avaliativa é o resultado de circunstâncias históricas (teorias, métodos e desenvolvimento industrial) que provocam o interesse no estudo de parâmetros e indicadores para medir as capacidades dos alunos em diferentes áreas. Esta fase foi apelidada de "a geração da medida." 3. O nascimento de uma verdadeira avaliação educacional: a grande reforma “tyleriana” Foi considerada a primeira abordagem para a verdadeira avaliação educacional, e seu principal objetivo era que, sempre que possível, e baseando-se em elementos diferentes a serem avaliados, se  procurasse eliminar a interpretação inteiramente pessoal por parte do professor. Terá sido Tyler a fazer uma proposta de avaliação metódica, com base na ideia de que uma avaliação científica, apoiada na melhoria da qualidade da educação, consegue, através de objetivos claros, atividades, organização de experiências, verificar os objetivos alcançados, instrumentos de avaliação e sua interpretação. As suas contribuições são ainda tidas em conta nos dias que correm. 4. O desenvolvimento dos anos sessenta Esta fase foi caracterizada por um enorme investimento de fundos públicos com o intuito de melhorar a qualidade do ensino, incorporando ao mesmo tempo alguns dos mais significativos avanços tecnológicos da época: computadores e meios audiovisuais. Esta nova dinâmica na avaliação, embora ainda centrada no aluno como sujeito aprendente, levará a que sua abordagem e interpretação variem de acordo com o tipo de decisão procurada. É também a partir desta data que aparecem termos como “investigação avaliativa, "avaliação formativa" e "sumativa" e "intrínseco" e "extrínseca". 5. Os anos setenta: a consolidação da i nvesti gação aval i ati va  Neste período terá sido a proliferação de diferentes modelos educativos, baseada em diferentes metodologias e critérios conceituais, que levou a uma nova perceção da realidade e que poderia ser analisada em termos quantitativos e qualitativos. 6. A quarta geração de acordo com Guba e Lincoln Estes autores abordam em particular a participação dos envolvidos/interessados no processo ao considerá-los um indicador importante na compreensão e solução dos problemas desde a sua raiz. Ambos propõem-se a considerar as exigências daqueles que denominaram de "grupos de risco", já que na metodologia convencional ficam à margem dos apresentados por eles, e que poderiam resolver

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7/23/2019 Perspetiva Histórica Da Avaliação

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Perspetiva histórica da avaliação educacional

O texto “Desde los tests hasta la investigación evaluativa actual: Un siglo, el XX, de intenso

desarrollo de la evaluación en educación”, de Tomás Escudero, fornece-nos uma perspetiva em tornodo desenvolvimento da avaliação educacional ao longo dos tempos. O autor assinala a importânciade analisar a transformação da avaliação em educação a partir de uma perspetiva histórica, uma vez

que considera que a mudança de conceitos está ligada a circunstâncias históricas. Apesar disso,menciona a dificuldade latente em datar de forma taxativa as principais épocas ou etapas na evoluçãoda avaliação educativa. Desta forma, são apresentadas algumas das abordagens, modelos e

 perspetivas mais relevantes para a sua compreensão.

1. Antes de testar e medir

Os professores sempre procuraram estratégias para avaliar a aprendizagem dos alunos, quevão desde exames orais públicos, utilizados pelos gregos e romanos; passando por processos deobservação, na época Renascentista; a aplicação de provas escritas, no século XVIII; diplomas degraduação, ligados à aprovação em exames (exames do Estado), no século XIX e, ainda nesse mesmoséculo, a aplicação do teste (1897) através de instrumentos que visam dar um quadro mais amplo de

avaliação.

2. Testes psicométr icos

Esta estratégia de avaliação foi muito popular no final do século XIX, dado o interesse deespecialistas em comportamento humano cientificamente medível. A atividade avaliativa é oresultado de circunstâncias históricas (teorias, métodos e desenvolvimento industrial) que provocamo interesse no estudo de parâmetros e indicadores para medir as capacidades dos alunos em diferentesáreas. Esta fase foi apelidada de "a geração da medida."

3. O nascimento de uma verdadeira avaliação educacional: a grande reforma “tyleriana” 

Foi considerada a primeira abordagem para a verdadeira avaliação educacional, e seu principal

objetivo era que, sempre que possível, e baseando-se em elementos diferentes a serem avaliados, se procurasse eliminar a interpretação inteiramente pessoal por parte do professor. Terá sido Tyler afazer uma proposta de avaliação metódica, com base na ideia de que uma avaliação científica, apoiadana melhoria da qualidade da educação, consegue, através de objetivos claros, atividades, organizaçãode experiências, verificar os objetivos alcançados, instrumentos de avaliação e sua interpretação. Assuas contribuições são ainda tidas em conta nos dias que correm.

4. O desenvolvimento dos anos sessenta

Esta fase foi caracterizada por um enorme investimento de fundos públicos com o intuito demelhorar a qualidade do ensino, incorporando ao mesmo tempo alguns dos mais significativos

avanços tecnológicos da época: computadores e meios audiovisuais. Esta nova dinâmica na avaliação,embora ainda centrada no aluno como sujeito aprendente, levará a que sua abordagem e interpretaçãovariem de acordo com o tipo de decisão procurada. É também a partir desta data que aparecem termoscomo “investigação avaliativa, "avaliação formativa" e "sumativa" e "intrínseco" e "extrínseca".

5. Os anos setenta: a consolidação da investi gação avaliativa

 Neste período terá sido a proliferação de diferentes modelos educativos, baseada em diferentesmetodologias e critérios conceituais, que levou a uma nova perceção da realidade e que poderia seranalisada em termos quantitativos e qualitativos.

6. A quarta geração de acordo com Guba e Lincoln

Estes autores abordam em particular a participação dos envolvidos/interessados no processoao considerá-los um indicador importante na compreensão e solução dos problemas desde a sua raiz.Ambos propõem-se a considerar as exigências daqueles que denominaram de "grupos de risco", jáque na metodologia convencional ficam à margem dos apresentados por eles, e que poderiam resolver

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7/23/2019 Perspetiva Histórica Da Avaliação

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Teorias e Modelos de Avaliação Educacional 20/12/2015 Jaime Franco Carmona

muitas das suas necessidades, propondo assim 12 fases ou passos de avaliação de fazê-lo de formasistemática.

7. O novo impulso em torno de Stuf fl ebeam

Daniel L. Stufflebeam propõe que qualquer trabalho em investigação avaliativa deve ser: útil,viável, legitimamente justificado e adequado; seguro e preciso no momento de prestar informações e

 juízos sobre o objeto de estudo. Segundo o mesmo, a avaliação é transdisciplinar, podendo seraplicado a muitas disciplinas e vários objetos.

São dadas 15 recomendações para realizar uma boa pesquisa avaliativa e melhorar o sistemaeducativo. É de salientar, ainda, o apelo à responsabilidade do avaliador e a uma abordagemobjetivista, baseada na teoria ética da bondade moral como algo independente dos sentimentos

 pessoais, o que é considerado universal.