61
PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE COLETORES E PRODUTORES DE SEMENTES PARA ARTESANATO NO VALE DO RIO ACRE. Consultoria Encomendada pelo SEBRAE/AC Rejane Elize Muxfeldt Engenheira Florestal - FUNTAC Ronei Sant’Ana de Menezes Engenheiro Agrônomo. Msc Engenharia Florestal - PESACRE Rio Branco, AC Março, 2005.

PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

  • Upload
    doannhi

  • View
    216

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE

COLETORES E PRODUTORES DE SEMENTES

PARA ARTESANATO NO VALE DO RIO ACRE.

Consultoria Encomendada pelo SEBRAE/AC

Rejane Elize Muxfeldt Engenheira Florestal - FUNTAC

Ronei Sant’Ana de Menezes

Engenheiro Agrônomo. Msc Engenharia Florestal - PESACRE

Rio Branco, AC

Março, 2005.

Page 2: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

SUMÁRIO

1.0.Introdução

1

2.0. Abrangência e Objeto da pesquisa

2

2.1.Área de Abrangência

2

2.2. Objeto da pesquisa

2

2.3. Plano de Ação

3

3.0. Metodologia

3

4.0. Resultados Alcançados

5

4.1. Grupo de Coletores

6

4.1.1 Caracterização do processo de coleta

10

4.2. Grupo Beneficiador

14

4.2.1. Caracterização do processo de beneficiamento

15

4.2.2. Logística de comercialização das sementes beneficiadas

16

4.3. Grupo Beneficiador/artesão

17

4.3.1.Produção e comercialização do artesanato

21

4.3.2. Grupos, associações e cooperativas dos municípios do vale do Acre que atuam no mercado de sementes

24

5.0. áreas com potencial para fornecimento de sementes manejadas e licenciadas

28

6.0. Abordagem do impacto ambiental

30

7.0.. Abordagem do licenciamento da atividade

31

8.0. Análise do processo produtivo

32

9.0.Conclusões

34

10. Plano de ação

35

11.Bibliografia

38

12. Anexos 40

Page 3: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

1. INTRODUÇÃO

No Estado do Acre os produtos florestais não madeireiros passaram a

ocupar uma posição de destaque no processo de conservação e desenvolvimento

local. O governo e as organizações não governamentais têm procurado incentivar

o manejo florestal comunitário, buscando mercados, viabilizando crédito e

assistência técnica, além de melhorar a extensão rural para o setor florestal.

Dentre os produtos que mais vêm crescendo ao longo dos últimos anos

destaca-se o de sementes florestais de espécies nativas da região. Sua cadeia

produtiva é dividida em três segmentos: Sementes para produção de mudas para

reflorestamentos, sementes para óleos essenciais e sementes para confecção de

artesanatos. O presente estudo aborda a caracterização deste último segmento.

Tal análise busca compreender o processo produtivo desde a coleta e as múltiplas

transformações da matéria-prima até a produção final do artesanato.

Outro enfoque da pesquisa está voltado para as questões sociais que

envolvem esta produção, destacando a quantidade de famílias envolvidas,

organizações e processos de capacitação referentes ao tema.

Por fim, levantou-se o grau de comprometimento com assuntos

relacionados à legislação ambiental, já que o Estado do Acre passou por um longo

processo de discussão e elaboração de portaria que regulamenta a exploração

dos produtos florestais não madeireiros, buscando combater a biopirataria e

garantir a sustentabilidade do ecossistema florestal.

Page 4: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

2

2. ABRANGÊNCIA E OBJETO DA PESQUISA

2.1 Área de abrangência

A área de abrangência do levantamento,compreendeu os municípios: Assis

Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri, Capixaba, Senador Guiomard, Porto Acre,

Acrelândia, Plácido de Castro, Bujari, Sena Madureira e Rio Branco, localizados

no Vale do Acre.

2.2 Objeto da pesquisa

Levantamento investigativo visando estruturação de pesquisa de campo por

censo, com finalidade de apresentar um conjunto de informações que venham a

subsidiar o trabalho de coleta e comercialização de sementes, dentro da

legalidade ambiental e diminuir os impactos ambientais, com vistas à obtenção de

ganhos mensuráveis mediante a:

1- Pesquisa censitária destinada a coletores/produtores de sementes para o

artesanato no Acre;

2- Pesquisa censitária destinada a distribuidores de sementes para

artesanato;

3- Pesquisa de identificação e legislação de sementes.

Page 5: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

3

2.3 Plano de ação

Deverá conter sugestões para agregar valor ao produto, ajustar o processo

produtivo e incrementar a produção, desenvolver e aperfeiçoar técnicas, apontar

nichos de coleta e mercado, ajustar a coleta e a produção às leis vigentes,

minimizar os impactos ambientais, elevar a capacidade competitiva, desenvolver

logística de comercialização e promover a sustentabilidade desse mercado.

3. Metodologia

O presente estudo foi dividido em duas etapas distintas, sendo a primeira

coleta de informações através da aplicação direta de questionários e a segunda

análise e interpretação dos resultados.

As informações referentes aos que praticam exclusivamente a coleta das

sementes na floresta foram obtidas através do contato direto e de informantes-

chaves formados por técnicos de organizações governamentais e não

governamentais, além dos próprios artesãos. Foram realizadas 47 entrevistas

formais, através de questionários e 20 entrevistas com informantes-chaves. Tal

procedimento buscava obter a seguinte base de dados:

Perfil do entrevistado;

Caracterização da produção e comercialização do artesanato;

Caracterização dos processos de colheita e beneficiamento das sementes

utilizadas.

Em Rio Branco a aplicação dos questionários se deu na Feira das Tribos

realizada aos domingos na sede do SEBRAE/AC, Praça Plácido de Castro, em

visita a lojas de artesanato e instituições governamentais e não-governamentais

de apoio ao artesão, nas residências de artesãos e beneficiadores.

Nos demais municípios efetuaram-se levantamento de informações junto às

secretarias de Ação Social, Adjunto da Solidariedade e organizações não

governamentais que atuam junto a comunidades de extrativistas. Tal

Page 6: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

4

procedimento visou a identificação de grupos distintos de público a serem

entrevistados.

Em seguida partiu-se para a aplicação direta de questionários de modo que

fosse levantada a seguinte base de dados:

Perfil do entrevistado - Identificando dados de grau de escolaridade, nível

de renda, envolvimento social;

Caracterização dos processos de colheita – Identificando método de coleta,

legalidade da atividade, espécies coletadas, época, quantidade e onde coleta as

sementes, manejo adotado, mão-de-obra envolvida, equipamentos utilizados, tipo

de acesso ao local de coleta e linhas de crédito;

Beneficiamento do produto – Identificando espécies, processo de

beneficiamento de produtos e sub-produtos, rendimento da matéria-prima e

dificuldades encontradas, mão-de-obra envolvida no processo, quantidade de

sementes, mercado consumidor interno e externo, preços praticados, nível

tecnológico e de capacitação, origem da matéria-prima, faturamento mensal,

dificuldades na comercialização e linhas de crédito;

Caracterização da produção e comercialização do artesanato – Tipos de

artesanato confeccionados, espécies utilizadas, quantidades de peças

comercializadas, mercado interno e externo, dificuldades e formas de

comercialização (direto ao consumidor, feiras, intermediários), faturamento

mensal, apoio de instituições públicas ou privadas, linhas de crédito, nível

tecnológico e de capacitação, quantidade de mão-de-obra, gênero, participação

em eventos locais e externos.

Page 7: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

5

4. Resultados Alcançados

Em análise preliminar detectaram-se quatro grupos distintos de públicos

envolvidos na cadeia produtiva de sementes florestais nativas que atuam no

segmento para o artesanato:

1. Coletores;

2. Beneficiadores;

3. Beneficiadores/Artesãos;

4. Artesãos.

A tabela 1 apresenta a quantidade de atores envolvidos no segmento da

cadeia produtiva de sementes. Apesar das dificuldades na distinção dos mesmos,

exatamente porque alguns atuam mesmo que de modo incipiente em algumas das

fases do processo, procurou-se enquadrá-los de acordo com as características de

maior especialização.

Tabela 1 – Número de atores identificados na atuação da cadeia produtiva do artesanato com sementes Coletores1 Beneficiador/artesão Beneficiador Artesão Total

95 34 5 29 163 1Famílias A figura 2 ilustra a participação relativa das categorias identificadas e

resume as informações da tabela acima. No grupo de coletores convencionou-se

denominá -los famílias em função da dificuldade de realizar o contato direto com a

maioria dos mesmos. Grande parte das informações foi obtida a partir de terceiros

e não há precisão da quantidade exata do número de membros envolvidos em

cada família. Constata-se que os coletores representam a maior quantidade de

atores envolvidos na cadeia produtiva, com 58% do total.

O segundo maior grupo de atores (21%) pertence àqueles responsáveis

pelo beneficiamento das sementes e confecção do artesanato, seguido pelos

artesãos (18%) e dos meramente beneficiadores (3%).

Page 8: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

6

21%

18%

3%

58%

ArtesãoBeneficiador/artesãoBeneficiadorcoletor

Figura 2. Distribuição por categorias na cadeia produtiva do artesanato com

sementes.

4.1 Grupo de Coletores

Atores envolvidos quase exclusivamente com a coleta das sementes na

floresta. Apresentam as seguintes características:

Os locais de coleta identificados constaram de áreas particulares

representadas por reservas legais de médias e grandes fazendas, florestas

públicas, terras indígenas, e outras formas de vegetação representados pelas

próprias residências, colônias de amigos e cultivos próprios.

Ainda nesta categoria estão os coletores de sementes de açaí nas

imediações do mercado municipal de Rio Branco, resultantes do processamento

do vinho deste fruto.

4.1.1 Colonos

Sendo predominantemente moradores ao longo das estradas BR 317 -

Senador Guiomard – 02 famílias. Em Sena Madureira, ao longo da BR 364

constatou-se a existência de 03 famílias e outras 04 no Bujari (mesma estrada);

Page 9: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

7

Na estrada AC-10, mais precisamente na comunidade pertencente ao ramal

do Vê, município de Porto Acre (Projeto de Assentamento Humaitá) foram

identificadas 10 famílias que fazem a coleta. É importante ressaltar que uma

grande parte dessas famílias habita as duas vilas que estão em formação nesta

localidade.

Ao longo da estrada Transacreana, km 58 encontrou-se 01 família de

colonos, que vende as sementes para beneficiadores do bairro Floresta.

Existem ainda duas comunidades que praticam a Doutrina do Santo Daime,

localizadas nos municípios de Capixaba e Rio Branco (sentido Porto Acre). A

primeira, conhecida como Alto Santo recebeu treinamento de técnicas de extração

ministrado pela Universidade Federal do Acre, mas ainda não iniciou a coleta em

escala comercial. Informações levantadas no local dão conta de que

aproximadamente 15 famílias demonstraram interesse em explorar as sementes a

partir de 2005. A segunda comunidade, denominada Colônia 5 Mil faz a coleta há

dois anos. A atividade é praticada por 5 famílias.

A pesquisa encontrou ainda famílias habitantes das proximidades de Rio

Branco e Acrelândia.

Este grupo de coletores é responsável por 45,6% do abastecimento do

mercado (Figura 3).

46%

9%9%5%

31%Colonos

Seringueiros

Indígenas

Ribeirinhos

Hab. Zona Urb

Figura 3 . Participação dos principais atores na coleta de sementes florestais.

Page 10: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

8

4.1.2 Seringueiros

Os seringueiros envolvidos com a coleta pertencem às Associações das

Reservas Extrativistas de Porto Dias e São Luis do Remanso, ambas recebendo

incentivos através do Centro do Trabalhadores da Amazônia (CTA). Nestas duas

comunidades as atividades de coleta são praticadas por 3 e 8 famílias

respectivamente. Reserva Extrativista Chico Mendes, 2 famílias, Floresta

Estadual do Antimary, 5 famílias e Floresta Nacional do Macauã, 2 famílias.

Há de se ressaltar a Associação Nossa Senhora de Fátima, no km 75 da

BR 364 sentido Brasiléia – Assis Brasil. Esta última comunidade é a que possui

o maior nível de capacitação e de tecnologia para a exploração das sementes.

Atualmente 7 famílias estão envolvidas com a coleta, apesar de um total de 25

terem sido capacitadas pela Universidade Federal do Acre.

Apesar do grande potencial existente em suas matas, os seringueiros

contribuem com apenas 9% do mercado local.

4.1.3 Indígenas

Os índios Apurinã são conhecidos como os principais responsáveis pelo

fornecimento das sementes da espécie tucumã. A comunidade está localizada

na fronteira do Acre com o Amazonas, BR-317, km 45, e recebem assessoria do

Grupo Pesacre. Atualmente 20 famílias estão envolvidas com a exploração e

distribuição do produto.

Os indígenas representam 9%, e coletam nas próprias reservas.

4.1.4 Ribeirinhos

Habitantes das margens do rio Acre, município de Porto Acre, Rio Branco, e

rio Iaco, município de Sena Madureira. Representam 5% do abastecimento local.

Page 11: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

9

4.1.5 Habitantes da Zona Urbana

São em sua maioria famílias e grupos de coletores, que também fazem

algum tipo de beneficiamento à matéria-prima ou mesmo confeccionam o

artesanato propriamente dito. Verificou-se esta realidade junto a 03 famílias que

moram no bairro Santa Maria, proximidades do canil municipal de Rio Branco,

saída para o município de Senador Guiomard. Estas coletam sementes de

tucumã das áreas indígenas Apurinã , na estrada de Boca do Acre, km 174, bem

como de fazendas das proximidades de Rio Branco. A família que está a mais

tempo na atividade (aproximadamente um ano) declarou ter coletado entre 250 e

400 kg de sementes durante os últimos 12 meses.

Um grupo de 5 famílias residentes no bairro Floresta também procede a

coleta de modo similar, com a diferença de que seus produtos finais possuem

um maior grau de beneficiamento (polidos e tingidos). Trabalham principalmente

com sementes de açaí, adquirindo-as no período de safra, secando-as e

armazenando-as para o período de escassez.

Ainda fazem parte destes atores os próprios artesãos, organizados em

associações, cooperativas ou de forma individual residentes em Rio Branco, que

por sua vez, efetuam coleta da própria matéria-prima em colônias de amigos ou

parentes e nas proximidades do município. As Associações de Sena Madureira

efetuam coleta na Flona Macauã e do Bujari ao longo do rio Antimary.

Page 12: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

10

4.1.6 Caracterização do Processo de Coleta

A maioria das sementes coletadas é oriunda de espécies de palmeiras

(Tabela 2), através de catação manual no solo, próximo as plantas. Nesta fase, os

frutos das espécies arbóreas estão prontos para serem trabalhados. Quanto ao

patoá e o açaí, a extração é realizada através da escalada com o uso de peconha.

As espécies arbóreas como jatobá, sibipiruna, olho-de-boi, mulungu e

outras, são coletadas no solo ou diretamente na árvore. Apenas coletores da

Associação Nossa Senhora de Fátima possuem equipamentos apropriados para

escalada.

O acesso ao local de coleta se dá em ve ículo próprio, de terceiros ou à pé.

A mão-de-obra envolvida na colheita é predominantemente familiar ou, em

menor escala, contratada. Neste caso o pagamento identificado foi na forma de

diárias a R$ 15,00 (quinze reais).

Os entrevistados afirmaram que as formas de manejo são: Deixar sementes

nas árvores para manutenção da espécie e fauna local; Respeitar tempo de

repouso entre as safras; Colheita de locais distantes e diferentes. Tais

procedimentos são devidos aos conhecimentos empíricos, repassados por

terceiros ou a partir de capacitação de organizações governamentais e não

governamentais. Todavia, percebe-se que há necessidade de maiores

informações inerentes a novas práticas de planos de manejo adequados a cada

uma das espécies que possam servir de referência para a Portaria

Interinstitucional 001/2004 IMAC/IBAMA, cuja finalidade é a regulamentação da

exploração de produtos florestais não madeireiros.

Page 13: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

11

Tabela 2 - Sementes utilizadas na confecção do artesanato por ordem de

importância

Ordem Nome popular Nome científico Família

1 Açaí Euterpe precatoria e Euterpe oleraceae

Areacaea

2 Jarina Phytelephas macrocarpa Areacaea 3 Tucumã Astrocarium aculeatum Areacaea 4 Paxiubão Iriartea deltoidea Areacaea 5 Patoá Oenocarpus bataua Areacaea 6 Inajá Maxiliana regia Areacaea 7 Murmuru Astrocarium murmuru Areacaea 8 Paxiubinha Socratea exorrhiza Areacaea 9 Ouricuri Attalea phalerata Areacaea 10 Sibipiruna ou acácia

vermelha Caesalpinia peltophoroides Leguminoseae

11 Mulungu Grande Ormosia coccinea Fagaceae 12 Mulungu pequeno E Parkia multijuga Leguminoseae 13 Faveira Schyzolobium amazonicum Leguminoseae

14 Flanboyant Flanboyant Leguminoseae 15 Olho de boto Mucuna rostrata Phaseoleae 16 Sororoca Heliconia metallica Heliconeaceae 17 Seringueira Hevea brasiliensis Euphorbiaceae 18 Jutaí Hymenaea Sp. Leguminoseae 19 Jatobá Hymenaea courbaril Leguminoseae 20 Lágrima de nossa senhora Coix lacrima-jobi L. Poaceae

Page 14: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

12

Em se tratando de participação relativa das espécies acima, pode-se

observar na figura 4 que a família das Areacaeae, representada pelo açaí (Euterpe

sp), predomina entre todas as espécies. Em seguida aparecem as Leguminosea,

principalmente sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides) e mulungu (Ormosia

coccinea) e em último lugar as Poaceae, com a lágrimas-de-nossa-senhora (Coix

lacrima-jobi L), cultivada na região de Porto Acre pelas famílias do grupo Pé de

Tucano e indígenas.

Figura 4. Participação das espécies utilizadas no artesanato.

Observou-se ainda que apesar do alto percentual de utilização de jarina

(Phytelephas macrocarpa), mulungu (Ormosia coccínea) e sororoca (Heliconia

metallica) no artesanato, estas espécies se apresentaram como aquelas de mais

difíceis obtenções.

4.1.7 Comercialização das Sementes “in natura”

Considera-se “in natura” sementes antes do processo de beneficiamento, a

maioria dos coletores comercializa as sementes tendo como referência a lata de

18 litros, onde o preço varia em função da espécie conforme tabela 3. O comércio

45%

30%

5%5%

5% 5% 5%

ArecaceaeLeguminosaeFagaceaePhaseoleaeaPoaceaeEuphorbiaceaeHeliconeaceae

Page 15: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

13

ainda é efetuado por quilo, saco de 50 e 60 quilos ou lata de 1litro. Os coletores

trazem as sementes até o município de Rio Branco com uma freqüência mensal,

de acordo com a safra das espécies, utilizando veículos próprios ou os ônibus que

fazem as linhas intermunicipais. Ao chegarem fazem contato com os

beneficiadores que adquirem as sementes.

Tabela 3 – Preços praticados pelos coletores de sementes “in natura” das

espécies mais utilizadas no artesanato.

Espécie UND Preço

(R$/kg)

OBS

Açaí (touceira) Kg 0,50 –3,00

Jarina Kg 0,80 -2,00 25,00/lata 18L1

Paxiuba Kg 0,80 -2,00 20,00/lata 18 L

Paxiubinha Kg 0,80 -2,00 10,00/lata 18 L

Inajá Kg 0,80 -2,00 12,00/lata 18 L

Tucumã (inteiro) Saco 50 kg 22,00

Tucumã (cortado) L 5,00

Mulungu grande Kg 5,00

Sibipiruna Kg 5,00

Jatobá Kg 5,00

(1) Nota: Cada lata de sementes pesa aproximadamente 12 Kg.

Page 16: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

14

4.2 Grupo Beneficiador

O beneficiamento das sementes é realizado com a utilização de

equipamentos (anexo 2) que vão desde ferramentas manuais como esmeril, arco-

de-serra, brocas e materiais rústicos adaptados, movidos à eletricidade como

polideiras, furadeiras e serra elétrica. A polideira é feita com motor esmeril de

bancada (politriz) adaptado em uma mesa de madeira a uma lata redonda (lata

manteiga de 5 kg) que se ajusta ao tamanho das lixas. As furadeiras são

adaptações feitas com motores de máquina de lavar. As furadeiras industriais

(microtec com chicote) são mais eficazes, porém de custo elevado para aquisição.

Um dos grandes problemas é a falta de condições de segurança (acidentes

com as mãos), barulho das máquinas e pó inalado no polimento. Nas visitas

efetuadas às oficinas de beneficiamento não foi observada a utilização de

equipamentos de segurança como óculos de proteção, luvas, máscaras ou

protetores de ouvido (auriculares).

A mão-de-obra envolvida no beneficiamento é a associativa, seguida pela

familiar e pela contratada. Quando a mão-de-obra é associativa ou familiar os

lucros são divididos em partes iguais. Para a contratada, a forma de pagamento

mais indicada foi o pagamento por produção: os valores variam entre R$ 3,00/Kg

(para as mais espécies de mais fácil manuseio) e R$ 5,00/Kg (para as mais

difíceis de serem trabalhadas). Um beneficiador em oito horas diárias de trabalho

processa até 4 kg de sementes das espécies açaí (Euterpe sp), paxiúba e

paxiubinha (Socratea exorrhiza) - furo e polimento - para jarina até 9 kg/dia.

Considerando-se a média de quatro quilos de sementes beneficiadas por

dia, isto corresponde a uma estimativa salarial de (R$ 528,00) quinhentos e vinte e

oito reais mensais em jornada de 44 horas semanais.

As espécies citadas como mais difíceis de serem trabalhadas são a jarina,

o paxiubão e o tucumã (Astrocarium aculeatum), por serem consideradas muito

duras. O beneficiador compra preferencialmente dos índios Apurinã as sementes

de tucumã cortadas em pedaços pequenos.

Page 17: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

15

O tucumã é artesanalmente cortado em peças pequenas com a utilização

de facão (terçado) e posteriormente furado, quando então recebe formatos

variados através da lapidação.

As famílias da comunidade São Luís do Remanso estão iniciando um

processo de beneficiamento de sementes de jarina através da terceirização à

Cooperativa Comuflor. Esta, por sua vez, vem realizando atividades de

capacitação às famílias da comunidade citada e dos seringueiros do PAE Porto

Dias, com o objetivo de adquirir posteriormente um produto de melhor qualidade

para a confecção de seus artesanatos.

4.2.1 Caracterização do Processo de Beneficiamento

O grupo beneficiador/distribuidor atua unicamente no beneficiamento de

sementes, adquiridas pela própria coleta (33%) ou, mais significativamente,

através da aquisição de terceiros (67%).

Os distribuidores se concentram principalmente no município de Rio Branco

nos bairros: Floresta, São Francisco, Jardim Vitória, Aviário, Tucumã, Sobral,

Mocinha Magalhães e outros. Na capital foi identificada apenas uma cooperativa

(Comuflor) possuindo oficina de beneficiamento. A grande maioria da matéria-

prima é beneficiada em oficinas familiares na própria residência (fundo de quintal),

geralmente com poucos equipamentos (anexo 2).

Dos atores que atuam nesta etapa da cadeia produtiva 76,67% não fizeram

qualquer curso de capacitação. Em conversa informal relataram que aprenderam a

trabalhar em outras oficinas de beneficiamento, e principalmente com os índios

Apurinã. Os demais 23,33% fizeram algum tipo de capacitação, através de cursos

oferecidos pelo SEBRAE/AC, governo estadual através da Secretaria da Mulher,

Adjunto da Solidariedade e Centro de Trabalhadores da Amazônia – CTA, além do

Laboratório de Produtos Naturais da UFAC. Dos entrevistados 78% responderam

que acha importante se capacitar e 22% respondeu que não.

Vale ressaltar que ao longo da cadeia produtiva esta categoria

(beneficiador/distribuidor) vem se tornando uma especialidade, apesar de ter sido

Page 18: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

16

verificada apenas no município de Rio Branco. Nos demais municípios, as

iniciativas das comunidades ou de grupos neste sentido, têm como finalidade

colocar no mercado peças artesanais.

4.2.2 Logística de Comercialização das Sementes Beneficiadas

As espécies como: açaí (Euterpe sp), tucumã (Astrocariun aculeatum),

jarina (Phytelephas macrocarpa), paxiubinha (Socratea exorrhiza ), paxiubão

(Iriartea deltoidea), patauá (Oenocarpus bataua), inajá (Maxiliana regia) e

murmuru (Astrocarium murmuru), proporcionam ao beneficiador trabalhar um

grande número de variações em formas, tamanho e cores de peças. Das

espécies beneficiadas, de acordo com a forma de acabamento que é efetuado

(tintura, formas de polimento, perfuração) são oferecidos no mercado 87 tipos de

produtos.

As sementes beneficiadas são comercializadas por quilo ou milheiro (peças

pequenas como canutilhos e continhas).

Os beneficiadores distribuem no mercado interno junto aos artesãos locais

que são abordados nos seus locais de exposição, Feira das Tribos realizada aos

domingos pelo Sebrae. Vendem aos logistas ou em suas próprias residências. No

mercado externo oferecem pela Internet ou contatos pré-estabelecidos via telefone

(encomendas), alguns possuem pontos (pessoas de referência) em outros estados

que realizam a distribuição.

Dos beneficiadores abordados, 55,5% afirmaram enviar sementes

beneficiadas para outros estados e 44,5% responderam que vendem apenas no

mercado interno.

No mercado externo as cidades mais citadas foram: São Paulo, Rio de

Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Manaus, Porto Velho e Cuiabá. No

comércio exterior foram citados os Países: Itália, França, Bélgica, Estados Unidos

e Polinésia. A forma mais comum de envio das sementes para outros centros é

através de transporte aéreo (serviços de correios) e em segundo lugar através de

transportadoras terrestres. Normalmente o produto é encomendado por artesãos e

logistas do centro-sul e dos demais países acima citados.

Page 19: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

17

O faturamento médio mensal declarado é de R$ 458,33 (quatrocentos e

cinqüenta e oito reais) líquidos. Varia de acordo com a participação em eventos

como feiras locais ou em outros estados.

Dos entrevistados, 56% responderam que vendem apenas sementes

beneficiadas e 44% afirmaram que vendem tanto sementes beneficiadas como “in

natura”. Quanto à legalidade, 88% afirmaram ainda não ter procurado licenciar a

atividade, conforme prevê a Portaria Interinstitucional IMAC/IBAMA 001/2004. Por

outro lado, apenas 12% declararam que haviam procurado o Instituto de Meio

Ambiente do Acre-IMAC, mas apenas por ocasião de um problema de apreensão

pelo IBAMA dos produtos compostos de origem animal.

Quanto ao acesso ás linhas de crédito, 78% responderam nunca ter

utilizado qualquer uma das disponíveis pelos programas do governo, como FNO,

PRONAF e PRODEX. Esta poderia ser uma excelente oportunidade de

experimentar as mudanças estabelecidas principalmente na linha PRONAF

Florestal, incluindo as famílias entre os beneficiários do Grupo B (microcrédito)

que apresenta taxas de juros muito baixas e período de carência compatível com

as condições das famílias envolvidas na cadeia produtiva das sementes.

A principal dificuldade citada nesta etapa foi a contratação de mão-de-obra

qualificada, principalmente furadores com prática.

4.3 Grupo Beneficiador/Artesão

Este grupo atua em todas as etapas da cadeia produtiva. Coleta e/ou

compra sementes (caso da Comuflor), efetua beneficiamento em sua oficina,

confecciona peças e ainda disponibiliza peças e sementes beneficiadas ao

mercado local e nacional. O grupo resume todo o processo de agregação de valor

e verticalização do segmento de sementes para produção de artesanato.

Normalmente possui ligação com os mercados regional, nacional e internacional.

A pesquisa identificou que a maioria das pessoas envolvidas nesta fase

(56,5%) pertence ao sexo feminino (Figura 5). O direcionamento das políticas

deve considerar esta peculiaridade, principalmente no tocante ao crédito, já que

Page 20: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

18

existe a linha Pronaf Mulher criada com o objetivo de subsidiar este tipo de

atividade.

Figura 5. Distribuição por gênero na atuação do artesanato com sementes

Em se tratando do nível de escolaridade (figura 6) deve-se destacar a

grande maioria (47%) que declarou possuir o curso colegial incompleto, seguido

daqueles que disseram possuir o curso ginasial incompleto. O surpreendente é a

quantidade de pessoas que afirmaram possuir o nível superior (completo ou

incompleto). Esta constatação pode ser uma excelente oportunidade para um

processo de capacitação tanto na produção como na comercialização do

artesanato.

0% 7% 2%14%

5%

10%47%

10% 5%Analfab

Pri.inc

Pri.Cpl

Gin.Inc

Gin.Cpl

Col.Inc

Col.Cpl

Sup.inc

Sup.Cpl

Figura 6 . Nível de escolaridade dos envolvidas com o artesanato

56,5%

43,5% Feminino Masculino

Page 21: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

19

Na figura 7 são apresentados períodos de tempo em que os entrevistados

atuam no mercado. Percebe-se que 17% dos entrevistados atuam há menos de

um ano, repetindo-se este mesmo percentual para aqueles com 1-2 anos. A

pesquisa identificou ainda que 13% mantêm-se na atividade há 2-3 anos.

Portanto, pode-se constatar que a parcela daqueles envolvidos recentemente com

o artesanato é altamente significativa. Tal realidade pode estar associada à rápida

expansão da atividade.

Constatou-se ainda que 17% dos entrevistados possuem um tempo maior

de experiência, desenvolvendo esta prática por um período compreendido entre 4

e 5 anos, e a maioria, ou seja, 36% está nesse mercado há mais de cinco anos.

Parcela expressiva desenvolve a prática há 10 anos ou mais.

Figura 7 - Tempo de atuação no mercado beneficiamento de sementes

Quanto à distribuição das pessoas envolvidas por idade (figura 8), nota-se

que se forem somadas as classes 20-30 e 30-40, o total será de 54%. Porém, os

produtores acima de 40 anos também participam de modo significativo no

processo de beneficiamento e confecção de artesanato.

Pessoas mais jovens aparecem em último lugar nesta escala de

importância, abrindo-se uma lacuna no processo de geração de emprego e renda.

17%

17%

13% 17%

36% Até 1 ano 1-2 anos 2-3 anos 4-5 anos Mais de 5 anos

Page 22: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

20

2%

27%

27%

35%

9%

10-20

20-30

30-40

40-50

50-60

Figura 8. Distribuição por faixa etária na atuação do artesanato com sementes

Nota-se que o grau de especialização é razoável. Cerca de 52% dos

entrevistados fizeram algum tipo de capacitação na área de confecção de

artesanato. No entanto, ainda é bastante expressiva a quantidade daqueles que

não participaram de qualquer programa de treinamento (48%). Para

complementar a informação, todos os entrevistados ressaltaram que é importante

fazer cursos para se capacitar e melhorar a qualidade de seus produtos.

O nível de capacitação é mais elevado entre aqueles que participaram de

eventos para promover os seus produtos. Constatou-se que esta participação é

bastante significativa, com 28% dos entrevistados tendo exposto as suas peças de

artesanato em eventos promovidos em outros estados.

Page 23: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

21

Figura 9. Nível de capacitação dos entrevistados

4.3.1 Produção e Comercialização do Artesanato

A maioria dos artesãos utiliza sementes para a confecção de artefatos e

adornos pessoais (bijuterias) - colares, pulseiras, anéis e brincos. Quando tais

peças recebem acabamentos com minerais como ouro e prata vêm sendo

ultimamente denominadas “jóias da floresta” ou “biojóias”.

São confeccionados ainda outros objetos como cintos e bolsas. Os objetos

de decoração são pouco representativos, quando comparados aos adornos

pessoais. Normalmente são cortinas, lustres, porta-retratos, topiarias, imãs para

geladeira, porta -incensos, porta-chaves e outros.

Além dos itens citados anteriormente, foram detectadas algumas variações,

como as iniciativas de artesãos que utilizam especificamente sementes de jarina

para fabricação de biojóias, ou aqueles que confeccionam quadros com a

utilização de cascas, folhas, fibras vegetais e sementes. Verificou-se ainda a

iniciativa de utilização de sementes para produção de terços.

No entanto, nas áreas de exposições visitadas, geralmente não se

observou a ocorrência de uma diversificação significativa na forma e design dos

objetos.

A figura 10 resume os principais fatores listados e reconhecidos como

entraves ou problemas na confecção do artesanato. O principal deles é a falta de

sim 52%

não 48%

sim

não

Page 24: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

22

acabamento, com 21,86% das respostas dos entrevistado. A falta de mão-de-obra

qualificada apareceu em segundo lugar (18,9%), reforçando a necessidade de

capacitação em toda a cadeia produtiva de sementes, e a carência de produtos

adequados (13,5%) para o processo de beneficiamento, crucial na elaboração do

produto final. O desperdício com a matéria-prima e com a capacidade de

conservação das sementes (ambos com 8,1%), sobretudo para aquelas de mais

difícil obtenção, também apareceram com alta expressividade.

22%

19%

14%8%8%

5%

5%6%

13%

Falta de mat acab

Falta MDO

Uso equip inadeq

Desperd Mat. Prima

Conserv sem

Prod Inconstante

Proc Sec sementes

Nenhum

Outros

Figura 10. Entraves na confecção do artesanato.

Dos entrevistados, 56% vendem apenas no mercado local e 44% já

enviaram ou enviam mercadorias para outros municípios e/ou estados e países.

Todos afirmaram que vendem diretamente ao consumidor, sendo que ainda 28%

possuem intermediários na comercialização.

Utilizam-se das feiras livres (74%), inclusive a Casa do Artesão, em Rio

Branco, lojas de artesanato locais (12%) e lojas de outros municípios (8%).

Todas as formas de transporte da mercadoria para outros municípios e

estados, foram citadas, como os correios, transportadoras aéreas,

transportadoras terrestres e outras formas menos expressivas (levam quando

viajam, parentes, amigos, etc).

As exportações das peças são direcionadas para aqueles mesmos estados

e países citados para o grupo de beneficiadores/distribuidores.

Page 25: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

23

4.3.1.1 Renda Obtida com o Artesanato

A renda bruta mensal declarada pelos entrevistados, obtida com a

comercialização do artesanato é de R$ 506,00 reais (quinhentos e seis reais).

Considerando-se a média de produtos comercializados por mês e os preços

praticados, efetuou-se uma estimativa de renda bruta máxima mensal obtida com

o comércio de sementes conforme demonstra a figura 11. Observa-se que,

apesar de pouco representativo (apenas 6%) dos entrevistados chegam a

alcançar uma renda de R$ 5 mil em determinados meses do ano. Seguidos

daqueles que afirmaram receber R$ 3,5 mil. A grande maioria, mais de 50%,

afirmou atingir uma renda entre R$ 2 mil e R$ 3,5 mil.

A renda mínima mensal observada foi de R$ 500,00.

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

17,6 5,9 35,3 23,5 11,8 5,9

Percentual de artesãos

Ren

da

men

sal

Níveis de renda

Figura 11. Renda obtida com o artesanato.

Page 26: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

24

4.3.2 Grupos, Associações e Cooperativas dos Municípios no Vale do Acre que

atuam no mercado de sementes

ü Rio Branco

Apresenta a maior concentração de artesãos (Tabela 4), e entidades que

atuam neste mercado. Contatou-se a presença de 11 organizações produzindo

diversas formas de artesanato. Rio Branco também possui a característica de reter

a maior população regional e estar mais ligada com os mercados regional e

internacional. Além disso, a capital favorece maiores condições de acesso à

informação, vias de acesso e de comunicação.

ü Senador Guiomard

Grupo Mulheres do Quinari

Grupo informal composto por 04 de mulheres, que incentivadas por curso

realizado através do Adjunto da Solidariedade e Secretaria de ação social do

município, passaram a confeccionar bijuterias nas suas próprias casas. Atuam

apenas na montagem, as sementes são adquiridas nas lojas em Rio Branco, o

comércio é feito diretamente ao consumidor no mercado local.

ECOAMAZON

01 Grupo Formal composto por 04 mulheres e 01 homem. Atuam na coleta

e beneficiamento de sementes e na montagem de peças. Comercializam a

produção no mercado local e externo com o nome de “Jóias da Floresta”.

Page 27: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

25

ü Capixaba

Associação do Assentamento Extrativista São Luis do Remanso – 8

famílias, atuam na coleta de sementes, beneficiamento e na produção de

artesanato. Focados principalmente em objetos com jarina, estão em fase inicial

com o apoio do CTA/Fundação o Boticário e Brasilconnects. Vendem sementes “in

natura”. O objetivo é atingir o mercado externo, mas também têm colocado no

mercado interno, com a participação em feiras e venda de sementes “in natura ”.

ü Sena Madureira

1. Grupo “ Jóias do Yaco”.

Grupo formal composto por 04 mulheres e 01 homem. Atuam na coleta e

beneficiamento de sementes e na montagem de peças. Comercializam a produção

no mercado local e externo com o nome de “ Jóias do Yaco”. Estão se

especializando em “biojóias”, peças produzidas com jarina, ouro e prata.

Page 28: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

26

Tabela 4. Grupos/Associações/Cooperativas no artesanato com sementes na área de abrangência da

pesquisa.

N. Organização Formas de Atuação Município 1 Associação Novo Horizonte Coleta/beneficiamento/montagem Bujari – Rio Antimariy 2 Grupo “Cipó” Coleta/beneficiamento/montagem Bujari 3 Associação Nossa senhora de Fátima Coleta de sementes Brasiléia

4 Ass.de Mulheres Trabalhadoras de Brasiléia e Epitaciolândia Coleta/beneficiamento/montagem Brasiléia /Epitaciolândia

5 Associação São Luis do Remanso Coleta/beneficiamento/montagem Capixaba 6 Associação de mulheres e homens de Porto Acre Coleta/beneficiamento/montagem Porto Acre 7 Associação Boa Esperança Coleta/beneficiamento/montagem RESEX Chico Mendes 8 Associação Chico Mendes Coleta/beneficiamento/montagem RESEX Chico Mendes 9 Associação dos artesãos do montanhês Montagem de peças Rio Branco 10 Grupo " Biojóia do Acre" Coleta/beneficiamento/montagem Rio Branco 11 Grupo " Arte nas mãos" Montagem de peças Rio Branco 12 Rede Acreana de Jovens em Ação –REAJA Coleta/beneficiamento/montagem Rio Branco 13 Grupo Mãos de mulheres da Amazônia Montagem de peças Rio Branco 14 Grupo “Sementes Vivas” Coleta/beneficiamento/montagem Rio Branco 15 Grupo “Semente Nativa” Coleta/beneficiamento/montagem Rio Branco 16 Grupo "Aconchego da Arte" Beneficiamento/montagem Rio Branco 17 Grupo “Jarina” Coleta/beneficiamento/montagem Rio Branco 18 Grupo “Renascer a Esperança” Montagem de peças Rio Branco 19 Associação Jóias do Yaco Coleta/beneficiamento/montagem Sena Madureira 20 Grupo "Jóias da Floresta" Coleta/beneficiamento/montagem Senador Guiomard 21 Grupo de “mulheres do Quina ri” Montagem de peças Senador Guiomard 22 Cooperativa de Mulheres da Floresta - Comuflor Coleta/beneficiamento/montagem Rio Branco 23 Grupo Indígena Apurinã Coleta/beneficiamento/montagem Boca do Acre 24 Grupo Pé de Tucano Coleta/beneficiamento/montagem Boca do Acre

Page 29: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

27

ü Bujari

1. Associação Novo Horizonte – Rio Antimary, grupo de mulheres foram

capacitadas, possuem equipamentos. Apoio da CPT. Produção em baixa escala,

comercializam somente em feiras.

ü Brasiléia/Epitaciolândia

1. Associação de Mulheres Trabalhadoras de Epitaciolândia e Brasiléia-

AMTREB. Produzem artesanato com sementes em pequena escala e

comercializam o produto em feiras, apoio Comissão Pastoral da Terra –

CPT.

2. Associação Nossa Senhora de Fátima (CAPEB) – Venda de sementes “in

natura”

ü Xapuri

Reserva Extrativista Chico Mendes

1. Associação Wilson Pinheiro – 04 mulheres

2. Associação Filipinas – 11 pessoas

3. Associação Chico Mendes - 12 pessoas

Com o apoio do Laboratório de Produtos Naturais da Universidade Federal

do Acre, foram capacitados em todo processo produtivo do artesanato com

sementes. Estão efetuando estudo de viabilidade econômica da atividade, nas

localidades.

Page 30: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

28

ü Porto Acre

Associação de Mulheres e Homens de Porto Acre. Possui grupo de 08

mulheres que produzem artesanato com cascas, sementes, palha e outros.

Vendem informalmente no mercado local e quando na participação de Feiras em

outros municípios.

Também atuam os grupos Apurinã e Pé de Tucano.

ü Acrelândia

Associação do Assentamento Extrativista Porto Dias - Atuam na coleta de

sementes. As atividades de beneficiamento e produção de artesanato estão em

fase inicial com o apoio do CTA/Fundação o Boticário e Brasilconnets. Vendem

sementes “in natura”.

5. Áreas com potencial para fornecimento de sementes manejadas e

licenciadas

O Centro de Trabalhadores da Amazônia – CTA tem apoiado as

comunidades das Reservas Extrativistas Porto Dias e São Luis do Remanso, no

desenvolvimento do manejo de uso múltiplo. Dentre as atividades desenvolvidas

estão a coleta de sementes e a produção de artesanato de jarina. Estas áreas

estão em processo de licenciamento nos órgãos ambientais competentes.

A Universidade Federal do Acre, através de seu laboratório de produtos

naturais tem trabalhado junto a três associações dentro da reserva Chico Mendes,

no sentido de que as mesmas desenvolvam a coleta, o beneficiamento e a

produção de artefatos com sementes. Estas áreas também serão licenciadas

dentro das normas do manejo para produção de sementes.

A Funtac dentro do plano de manejo de uso múltiplo da Floresta Estadual

do Antimary tem como objetivo apoiar e regularizar as áreas de coleta de

sementes, junto a famílias que já desenvolvem esta atividade.

Page 31: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

29

Outras áreas de reserva legal que vêm sendo citadas como experiências de

manejo de recursos madeireiros também apresentam excelente potencial de

extração sustentável de sementes florestais. A EMBRAPA desenvolve atividades

de pesquisa junto às famílias da associação APRUMA, cujos membros, num total

de 20 famílias estão distribuídos em dois ramais do PAD Peixoto, município de

Acrelândia, localizado a 100 km de Rio Branco. Para efetivar os planos de manejo,

cumprindo as exigências do Código Florestal Brasileiro, áreas privadas devem

averbar 80% de suas reservas florestais. Neste caso o denominado manejo

comunitário pode diversificar a produção florestal com a exploração das sementes,

aumentando a renda das famílias. Esta situação pode se repetir no projeto de

assentamento extrativista Chico Mendes, localizado em Epitaciolândia a 180 km

de Rio Branco.

Todas as comunidades citadas já possuem uma longa caminhada de

atividades de organização comunitária voltada para a comercialização de produtos

florestais. Em algumas delas, como as comunidades do PAE Chico Mendes,

APRUMA e Porto Dias já possuem certificação florestal expedido pelo IMAFLORA.

Page 32: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

30

6. Abordagem do Impacto Ambiental

As espécies que estão sofrendo maior pressão de exploração são as

Arecáceas, constituídas por um grupo de nove espécies conforme demonstra a

tabela 2. As mesmas representam 80% na preferência para a confecção do

artesanato. Estas geralmente possuem polpa comestível apreciada pela fauna, e

a exploração excessiva de sementes em algumas áreas, poderá ocasionar

concorrência e impacto sobre algumas espécies animais. É necessário que se

realize um monitoramento adequado do impacto desta atividade, buscando obter

informações da auto-ecologia de cada uma, bem como os aspectos fisiológicos

como tempo de maturação dos cachos, tempo entre produções. Nesta

perspectiva, existem duas experiências replicáveis: O plano de manejo de

produtos florestais não madeireiros da comunidade Apurinã e; o Monitoramento de

fauna sendo executado pela comunidade do Projeto de Desenvolvimento

Sustentável do Seringal São Salvador, ambos realizados pelo Grupo Pesacre.

A Secretaria de Extrativismo e Produção Familiar – Seprof está

coordenando a elaboração de “manuais de boas práticas”. Onde estão reunidas

informações técnicas que irão subsidiar o manejo dos principais produtos

florestais não-madeireiros extrativos do Acre. Dentre eles: o murmuru, o açaí, as

sementes de espécies arbóreas e outros. Para assegurar esses recursos o

manejo destas espécies deverá ser implementado nos próximos anos. Na

identificação de coletores, observou-se que as áreas de maior pressão de coleta,

localizam-se na fronteira dos Estados do Acre e Amazonas, municípios de Porto

Acre e Boca do Acre (Amazonas).

Page 33: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

31

7. Abordagem do Licenciamento da Atividade

ü Referente á coleta

No Acre, em função da diversidade de produtos de origem floresta l não

madeireiros, os órgãos ambientais criaram legislação específica para licenciar as

atividades. O licenciamento da exploração de produtos de origem florestal sem a

supressão de indivíduos deverá atender á Portaria Interinstitucional n.001 de

12/08/04 IMAC/IBAMA (anexo I).

Todos os organismos ou pessoas físicas que trabalham com a exploração

de produtos florestais devem efetuar cadastro junto ao Instituto de Meio Ambiente

e terão o prazo de três anos a contar da data de publicação da Portaria pra

efetivar a regularização da atividade.

No plano nacional, o Decreto Nº 4.339, DE 22 DE AGOSTO DE 2002

institui princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional da

Biodiversidade. Detalha a utilização sustentável dos componentes da

biodiversidade, reunindo diretrizes para a utilização sustentável da biodiversidade

e da biotecnologia, incluindo o fortalecimento da gestão pública, o

estabelecimento de mecanismos e instrumentos econômicos, e o apoio a práticas

e negócios sustentáveis que garantam a manutenção da biodiversidade e da

funcionalidade dos ecossistemas, considerando não apenas o valor econômico,

mas também os valores sociais e culturais da biodiversidade;

ü Referente à comercialização

Para o transporte de produtos florestais no território nacional e internacional

deve ser emitida pelo IBAMA a ATPF (autorização de transporte de produtos

florestais). O documento é emitido mediante a aprovação dos Planos de manejo

das espécies. Nenhum dos entrevistados na pesquisa afirmou cumprir estas

normas, abrindo uma grande lacuna de orientação e capacitação das

comunidades que extraem e comercializam as sementes florestais.

Page 34: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

32

As exigências relativas á exportação de produtos com sementes ou mesmo

sementes beneficiadas está vinculada as exigências de cada País. Alguns países

exigem laudos técnicos que comprovem a ausência de fungos e outros

parasitas nas sementes. Há aqueles que afirmam a necessidade de

regulamentação da comercialização do produto no tocante à forma em que as

sementes são vendidas para o mercado nacional e internacional. Segundo eles, é

uma temeridade o não estabelecimento de mecanismos que evitem a

possibilidade de exportação de produtos beneficiados ou na forma de artesanato,

cujas sementes possam germinar no futuro, o que se caracterizaria como

biopirataria.

8. Análise do Processo Produtivo

Observa-se que o artesanato com sementes é uma atividade em expansão,

com várias iniciativas através da formação de grupos, associações e cooperativas

tanto na confecção do artesanato como principalmente no processo de

beneficiamento de sementes. Entretanto, a maioria dos artesãos ainda produz de

forma individual e vende diretamente ao consumidor na própria residência e nas

feiras promovidas no estado.

Os artesãos que estabeleceram canais de comercialização no mercado

externo, no Brasil e em outros países, possuem renda significativamente maior do

que a dos artesãos que comercializam somente no mercado local. Porém, mesmo

no mercado local a renda obtida através do artesanato com sementes tem sido a

principal fonte da maioria dos entrevistados.

O abastecimento do mercado com sementes tem se dado de forma

aleatória. Constatou-se que a maioria das espécies fornecidas aos beneficiadores

ou artesãos não tem origem conhecida. São procurados por índios ou colonos e

compram diretamente dos mesmos, por preços que variam entre R$ 2,00/kg e R$

25,00/lata 18l. O valor agregado pós-beneficiamento é considerável,

principalmente para espécies como o açaí (espécie mais utilizada), adquirida

gratuitamente nas fábricas de produção de polpas ou vinho (despolpadeiras). A

jarina é adquirida em latas de 18 litros, o que equivale a 12 quilos de sementes ao

Page 35: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

33

preço médio de R$ 25,00 reais a lata. Sendo comercializada ao preço de R$

25,00/kg de sementes polidas e furadas ou até R$ 0,50 centavos a unidade.

Apenas em períodos fora da safra, os beneficiadores recorrem ao açaí de

plantio (touceira). Entretanto, informam que o mesmo vem de colônias e é

adquirido ao preço de R$ 5,00 (cinco reais) o quilo.

Assim, não é possível dimensionar com exatidão o nível de impacto

ocasionado pela coleta, ou se os mesmos possuem conhecimento sobre as

técnicas de coleta das espécies.

O beneficiamento das sementes é realizado de forma artesanal, a maioria

produz em oficinas no fundo dos quintais. O processo produtivo artesanal reflete

na qualidade dos produtos. Apesar da maioria dos beneficiadores entrevistados

acreditar fazer um produto de boa qualidade, os principais problemas relativos á

qualidade apontados pelos consumidores foram: o mal posicionamento dos furos,

sementes com marcas da lixa (mal polidas), o mofo que se desenvolve em

algumas espécies, aparecimento de larvas e gorgulhos (coleópteros).

A forma de secagem das sementes é realizada a pleno sol, sobre lonas e

telhas, o processo de tintura e polimento ainda é rudimentar como demonstram

as fotografias (anexo 2).

No processo produtivo, as fragilidades encontram-se principalmente no

início da cadeia, com o desconhecimento das técnicas de manejo e colheita das

espécies e pelo pouco valor agregado ao produto. Logo após, estão as

dificuldades no beneficiamento relacionadas a tecnologias adequadas para

conferir qualidade ao produto e otimizar a produção. Na linha de produção,

observa-se a necessidade de diversificar e investir em design e na

comercialização encontrar nichos de mercado fora do Estado.

Page 36: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

34

9. Conclusões

ü A cadeia produtiva do segmento sementes para artesanato é complexa,

pois grande parte de seus atores participa ao mesmo tempo de diversos

elos.

ü As atividades são pouco profissionalizadas na coleta de matéria-prima,

carecendo de uma forte intervenção das entidades governamentais e não

governamentais para orientação em legislação ambiental;

ü Um número significativo de famílias extrativistas necessita de um processo

de capacitação visando pelo menos a comercialização das sementes

beneficiadas, agregando valor e melhorando a qualidade do produto final;

ü As linhas de crédito disponíveis, apesar de extremamente subsidiadas,

ainda não foram acessadas pelos atores envolvidos com a cadeia produtiva

de artesanato com sementes;

ü Apesar de viverem em áreas de alta biodiversidade e concentração de

espécies altamente procuradas para a confecção de artesanato, a coleta de

sementes ainda é pouco praticada pelas populações extrativistas

(seringueiros, índios e ribeirinhos).

ü Há uma significativa carência de equipamentos específicos na linha de

beneficiamento das sementes e produção de peças de artesanato ;

ü Oferta restrita de recursos humanos qualificados (mão-de-obra pouco

qualificada), principalmente no início da cadeia produtiva;

ü O processo de organização dos grupos já vem sendo implementado, ainda

que de modo incipiente, na coleta, e forte no beneficiamento das sementes;

ü As legislações federal e estadual carecem de maiores especificidades

pertinentes ao processo de coleta, beneficiamento e comercialização das

sementes de artesanato, no mercado regional, nacional e internacional;

Page 37: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

35

10. Plano de Ação

Agregar Valor ao Produto – A Cooperativa Comuflor vem implementando diversos

mecanismos para tornar as peças de artesanato com maior qualidade e, por

conseguinte, acessar mercados consumidores dispostos a pagar preços melhores.

Importa óleos e resinas naturais para dar o acabamento final aos produtos, treina

freqüentemente seus cooperados e busca manter-se informada dos padrões de

consumo local e regional. Além disso, vem mantendo parceria com as

comunidades da Reserva São Luís do Remanso para melhor a qualidade no

beneficiamento de sementes de jarina. Estas iniciativas podem perfeitamente ser

replicadas pelas intituições governamentais e não governamentais.

Capacitação - Foram sugeridas 05 alternativas de cursos de capacitação na área,

para o entrevistado escolher se gostaria de participar e obteve-se os seguintes

resultados:

a . Coleta e manejo de sementes - com 8,3% de preferência;

b. Design de bijuterias com sementes – com 33,7% de preferência;

c. Design de objetos para decoração com sementes – com 23% de preferência;

e. Processos de beneficiamento – com 17% de preferência;

f. Técnicas de conservação de sementes – com 18% de preferência;

A preferência pelos cursos “b e c” indica uma necessidade em

especialização ou diversificação de técnicas e produtos pelos artesãos.

Ainda como sugestão de agregar valor ao produto deve-se procurar

estabelecer um processo efetivo de certificação como alternativa de diferenciar o

produto no mercado. Está sendo finalizada a atividade de certificação comunitária

(ACS). Tal condição poderá aumentar o interesse de potenciais compradores.

Ajustar a coleta às leis vigentes – Ver plano de manejo dos Apurinã do quilômetro

45 da estrada de Boca do Acre, AM. Incentivadas e organizadas pelo Grupo

Page 38: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

36

Pesacre as famílias participam do planejamento e da execução do manejo de

tucumã, observando os critérios e limitações da fauna e flora do ecossistema.

Nichos de coleta – Fortalecer a atividade nas áreas de reserva legai das

propriedades privadas dos projetos de assentamento e colonização, reservas

extrativistas e terras indígenas. Incentivar o processo de coleta, beneficiamento e

confecção de artesanato em áreas praticantes da doutrina Santo Daime, pois

nestes espaços há circulação e contato com muitas pessoas de origem nacional e

internacional, o que poderia fortalecer o consumo.

Outras Sugestões

ü Diversificar a linha de produção;

ü Efetuar Intercâmbio com instituições de pesquisa e empresas que detém

tecnologia de produção;

ü Desenvolver tecnologia e design a médio e longo prazo;

ü Realizar oficinas de transferência de tecnologia;

ü Implantar oficina de processamento de matéria prima;

ü Implantar uma unidade de produção experimental;

ü Incentivar a estruturação de associações e ou cooperativas;

ü Efetuar Treinamento de multiplicadores;

ü Efetuar intercâmbio técnico e cooperação;

ü Desenvolver projetos para agregação de valor aos produtos (embalagens,

selos de procedência, etiquetas de contextualização cultural,etc);

ü Organizar exposições dos melhores exemplos da produção

artesanal;

ü Efetuar publicação de material promocional;

ü Realizar concursos para premiar os melhores mestres artesãos;

ü Publicar catálogos com a oferta dos produtos artesanais mais

expressivos;

ü Aumentar a quantidade de eventos e seminários;

Page 39: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

37

ü Implantar mecanismos de monitoração, controle e avaliação de todas

as fases da cadeia produtiva.

Page 40: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

38

11. Bibliografia

Boufleuer,T.N. Avaliação ecológica da exploração de jarina (phytelephas

macrocarpa Ruiz & Pav) em comunidades tradicionais no Estado do Acre:

subsídios para um plano de manejo – Governo do Estado do Acre; Secretaria

Executiva de Florestas e Extrativismo-SEFE; Instituto do Meio Ambiente do Acre-

IMAC/PGAI. Rio branco –2002.

COSTA J.A. & DUARTE A.P . Metodologia de Manejo comunitário da Espécie

Tucumã (Astrocarium aculeatum) Na Terra Indígena Apurinã do KM 45, Boca

do Acre/AM, Brasil. Um modelo replicável para a conservação da

biodiversidade e incremento de renda em áreas extrativistas. GRUPO DE

PESQUISA E EXTENSÃO EM SISTEMAS AGROFLORESTAIS DO ACRE –

PESACRE. Rio Branco, AC. 2000.

http://www.eduardobarroso.com.br/artigos.htm

GOVERNO DO ESTADO DO ACRE, INSTITUTO BRASILEIRO DE MEIO

AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS. Procedimentos básicos relativos à

Utilização Sustentável dos Produtos Florestais Não Madeireiros, relacionadas às

populações tradicionais e produtores rurais.Portaria Interinstitucional nº 001/2004.

Page 41: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

39

ANEXO 1

Portaria Interinstitucional 001/2004 para Produtos Florestais não Madeireiros no

Estado do Acre

Page 42: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

40

PORTARIA INTERINSTITUCIONAL Nº 001 DE 12 DE AGOSTO DE 2004. O Presidente do Instituto de Meio Ambiente do Acre – IMAC, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei nº 851 de 26 de outubro de 1996 e a Lei nº 1.117 de 26 de Janeiro de 1994, Lei Estadual nº 1.426, de 27 de dezembro de 2001 o Gerente Executivo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA no Estado do Acre, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Portaria nº 316/2000-P, DOU de 02/05/00 e Portaria nº910-P, de 16/11/99, publicada no DOU de 17/11/99, retificada pela Portaria nº761 P de 13/09/00 e do que consta na Instrução Normativa IBAMA/MMA nº 4, de março de 2002. Considerando a necessidade de simplificar os procedimentos básicos relativos à Utilização Sustentável dos Produtos Florestais Não Madeireiros, relacionadas às populações tradicionais e produtores rurais. Considerando a necessidade de se aperfeiçoar os procedimentos e mecanismos disponíveis, de forma a valorizar a vocação florestal da região amazônica; RESOLVEM: Art.1º Instituir procedimento administrativo simplificado para exploração econômica de produtos florestais não madeireiros que não envolva a supressão de indivíduos, nas Unidades de Conservação de Uso Sustentável, em Terras Indígenas, em propriedades rurais e áreas com legítimos possuidores de glebas rurais de até 500 ha, localizadas no Estado do Acre, incluindo as áreas de reserva legal, exceto em áreas devolutas da união, estado e município; Art. 2º - Para efeito desta Portaria entende-se por: a) produtos florestais não madeireiros ou produtos florestais diferentes da madeira sãotodos os de origem vegetal oriundos das florestas, sejam eles brutos ou subprodutos, tais como, frutos, sementes, folhas, raízes, cipós, cascas e exsudatos, que sejam destinados a uso medicinal, ornamental, aromático, comestível, industrial e religioso; b) manejo florestal sustentável é um conjunto de atividades que permitem obter bens e serviços da floresta, sem reduzir sua capacidade futura de gera-los e conservando a diversidade biológica. c) cadastro para exploração de produtos florestais não madeireiros – é um documento que contém informações da área e do extrativista, até este se adaptar às condições previstas nesta portaria para exploração através de Plano de Manejo Florestal Simplificado Não Madeireiro - PMFSNM. Deve ser realizado anualmente pelos interessados;

Page 43: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

41

d) plano de manejo florestal simplificado não madeireiro - PMFSNM é um documento técnico que contém, além, das informações da área e do extrativista um conjunto de atividades de exploração de uma ou mais áreas de floresta, para a exploração de produtos não madeireiros, sem a supressão de indivíduos; e) plano operacional anual – Documento que define o cronograma das atividades, área e os procedimentos de operação da exploração e manejo florestal a serem aplicados durante o ano de colheita; f) populações agro-extrativistas tradicionais - são populações, isoladas ou em comunidades, que desenvolvem atividades agrícolas de, que não envolva a supressão de indivíduos, efetuada por populações agrosubsistência associadas ao extrativismo de recursos naturais, em bases sustentáveis de produção, preservando os métodos, hábitos, costumes e cultura de gerações antecessoras. Art. 3º - A exploração econômica de produtos florestais não madeireiros-extrativistas tradicionais, será realizada mediante cadastro e planos de manejo florestal simplificado não madeireiros – PMFSNM. § 1º - A exploração econômica de produtos florestais não madeireiros com de supressão de indivíduos será disciplinada em portarias específicas. Art 4° - Os anexos I, II, III e IV especificam os documentos necessários para o cadastramento para a atividade de exploração de produtos florestais não madeireiros sem supressão de indivíduos e os anexos V,VI,V II definem os documentos e os conteúdos mínimos para o PMFSNM. Art. 5º - O acesso aos recursos florestais não madeireiros, sem destinação comercial, com fins de consumo próprio ou de pesquisa está isento do cadastro, ou da apresentação de PMFSNM. Art. 6º - Os planos de manejo florestal simplificado não madeireiros – PMFSNM a serem executados em áreas de competência federal (Reservas Extrativistas, Florestas Nacionais, Terras Indígenas, e Projeto de Assentamento Agro-extrativista), sob gestão direta do IBAMA, serão protocolizados na Gerência Executiva do IBAMA/AC. Art. 7º - Os planos de manejo florestal simplificado não madeireiros – PMFSNM a serem executados em áreas de competência estadual, serão protocolizados no IMAC a quem caberá emitir as licenças ambientais. Art. 8º - Para o transporte dos produtos florestais não madeireiros dentro do Estado será utilizada a Autorização Especial para Transporte de Produtos Florestais Não Madeireiros - AETPFNM, a ser emitida, mediante a apresentação da Licença Ambiental / autorização de exploração, pelo detentor.

Page 44: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

42

§ 1º – Nas áreas de competência federal a AETPFNM será emitida pelo IBAMA, conforme anexo VIII; § 2º - Nas áreas de competência do Estado a AETPFNM será emitida pelo IMAC, conforme anexo IX; § 3º - As Autorizações Especiais para Transporte de Produtos Florestais Não Madeireiros – AETPFNM serão emitidas sem ônus para o produtor rural; § 4º - Durante o período de 3 anos a partir da data de publicação desta Portaria as Autorizações Especiais para Transporte de Produtos Florestais Não Madeireiros – AETPFNM, serão emitidas com base nas informações constantes do cadastro, após esse período será obrigatório a apresentação de Plano de Manejo. Art 9º - O transporte de produtos florestais não madeireiros para fora do Estado será efetuado com o uso de Autorização para Transporte de Produtos Florestais – ATPF, emitida pelo IBAMA; Art 10 - O primeiro Plano Operacional Anual – POA, deverá ser apresentado juntamente com a descrição do PMFSNM; devendo o proponente apresentar os POA’ s subseqüentes 30 (trinta) dias antes de findado a execução do anterior. § 1º – A análise documental, técnica e demais deliberações sobre o PMFSNM pelo IBAMA e IMAC deverá acontecer em prazo máximo de até 45 dias; § 2º - Após a análise, as pendências deverão ser comunicadas ao interessado que terá um prazo de até 45 dias, para saná-las. § 3º - Após sanadas as pendências, o órgão licenciador terá um prazo de 20 (vinte) dias para deferir ou indeferir o PMFSNM. Art. 11 - Não ocorrendo deliberação do PMFSNM, no prazo estabelecido, poderá o interessado iniciar a execução das atividades previstas, informando ao órgão competente a data de início da exploração florestal. Art. 12 - A transferência do imóvel onde está implantado o PMFSNM, por venda, doação ou outros motivos, deverá ser comunicada pelo detentor do plano de exploração, seja pessoa física ou jurídica, ao órgão competente. Parágrafo único - Em qualquer caso que configure transferência de responsabilidade em relação ao PMFSNM, o adquirente deverá informar ao órgão competente seu interesse de manter as atividades previstas no PMFSNM. Art. 13 - As vistorias técnicas de acompanhamento deverão ser realizadas por técnicos do órgão competente, em qualquer momento ou quando julgar necessário.

Page 45: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

43

Art. 14 - Constatadas incorreções ou irregularidades, através de vistorias técnicas, na execução do PMFSNM, o detentor e o técnico responsável pela elaboração e acompanhamento, serão notificados para saná-las num prazo de 45 dias. Parágrafo único - Caberá ao órgão licenciador, em caso de descumprimento, injustificado, da notificação, tomar as medidas necessárias. Art. 15 - A exploração de produtos florestais não madeireiros pode compreender toda a área florestal da propriedade ou posse ou fração dela, sempre discriminada em mapa, ou croqui e demarcada no campo; Art. 16 - Os órgãos conveniados terão o prazo de 30 (trinta) dias para permutarem cópias das Licenças e Autorizações ambientais emitidas nos PMFSNM. Art.17 - Os requerentes de associações com produtores individuais com áreas até 500 ha estão isentos de pagamento de taxas de emissão de licenças/autorizações ambientais e de transporte. § 1º – O poder público poderá prestar assistência às populações agro -extrativistas tradicionais, no preenchimento do cadastro. § 2º – A elaboração e execução dos PMFSNM para Produtos Não Madeireiros sem supressão de indivíduos, deverá ser exercida por profissional habilitado. Art. 18 - O PMFSNM, sem a supressão de indivíduos, será norteado pelo Manual Prático para o Manejo - MPM que reúne informações técnicas e sugestões para a exploração sustentável e estará disponível nos órgãos de assistência técnica (SEPROF e SEATER), bem como no IMAC e IBAMA § 1º – Caberá a Secretaria de Estado de Extrativismo e Produção Familiar – SEPROF coordenar a elaboração dos Manuais Práticos para o Manejo – MPM. Art. 19 - O IBAMA, IMAC se comprometem a difundir esta Portaria e o Manual Prático para o Manejo, junto ao setor produtivo florestal, com apoio do Serviço de Extensão Florestal do Estado. Art. 20 - Os extrativistas terão um prazo de três anos a contar da data de publicação dessa portaria, para se adaptar as condições de exploração através de PMFSNM. Art. 21 – Fica criado Grupo de Trabalho permanente constituído de 02 membros do IMAC, 02 membros do IBAMA, 01 membro da SEATER e 01 membro da SEPROF, com o propósito de definir os procedimentos operacionais e acompanhar as ações de implementação desta Portaria. Parágrafo Único – Deverá o Grupo de Trabalho elaborar Relatórios de avaliação, com periodicidade Semestral.

Page 46: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

44

Art. 22 - Esta Portaria entrará em vigor a partir da data de sua publicação,revogando-se a Portaria Interinstitucional nº 001 de 200 . Rio Branco/Acre, de Agosto de 2004. CARLOS EDEGARD DE DEUS ANSELMO ALFREDO FORNECK Presidente do IMAC Gerente Executivo do IBAMA/AC ORIGINAL ASSINADO ANEXO I - DOCUMENTOS QUE COMUMENTE CARACTERIZAM A PROPRIEDADE OU JUSTA POSSE: 1. Escritura pública ou documento que comprove a propriedade 2. Autorização de Ocupação de Terras Públicas; 3. Carta de Anuência; 4. Contrato de Alienação de Terras Públicas da União; 5. Contrato de Concessão de Direito Real de Uso; 6. Contrato de Concessão de Terras Públicas; 7. Contrato de Promessa de Compra e Venda de Terras Públicas da União; 8. Decreto Estadua l de Reservas para áreas comunitárias; 9. Licença de Ocupação de terras públicas; 10. Termo de Doação; 11. Título Provisório de Terras Públicas Estaduais; 12. Certidão de Inscrição de Ocupação de Terras da União (terrenos de Marinha e acrescidos); 13. Contrato de Cessão de Uso; 14. Contrato de Concessão de Direito Real de Uso Resolúvel. 15. Cartão de Assentamento do INCRA, declaração de posse ou documento similar emitido pelo mesmo órgão; 16. Documento expedido pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia - CEMACT que caracterize a posse; 17. Comprovante de Domínio da Área expedido pela Associação de Produtores, STR - Sindicatos Rurais ou Cooperativas a qual o interessado estiver vinculado (válido somente para cadastro); 18. Documento definido pela FUNAI no caso de TI. ANEXO II - DOCUMENTOS NECESSÁRIOS AO CADASTRAMENTO PARA EXPLORAÇÃO DE PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS SEM SUPRESSÃO DE INDIVIDUOS A) COMUNITÁRIO OU INDIVIDUAL ATÉ 500 HECTARES DE ÁREA TOTAL DA PROPRIEDADE 1. Cópia do CPF e RG do proprietário ou responsável;

Page 47: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

45

2. Copia do CNPJ ou CGC (No caso de pessoa jurídica); 3. Prova de propriedade ou de justa posse; ANEXO III - DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA O CADASTRO E PLANO DE MANEJO FLORESTAL SIMPLIFICADO NÃO MADEIREIRO SEM SUPRESSÃO DE INDIVÍDUOS – PMFSNM (COMUNITÁRIO OU INDIVIDUAL ATÉ 500 HECTARES DE ÁREA TOTAL DA PROPRIEDADE) 1. Requerimento do interessado ao órgão competente (modelo do órgão competente); 2. Cópia do CPF e RG do proprietário ou responsável; 3. Copia do CNPJ ou CGC (No caso de pessoa jurídica); 4. Termo de Responsabilidade e/ou compromisso de Manutenção de Floresta Manejada – TRMFM; 5. Comprovante do pagamento do Imposto Territorial Rural - ITR, quando for o caso; 6. Croqui de acesso à propriedade; 7. Prova de propriedade ou de justa posse; 8. Cópia da última ata da eleição da diretoria da associação ou cooperativa autenticada; 9. Declaração do conhecimento e anuência em relação ao PMFNM pelo órgão responsável, quando se tratar de áreas indígenas; 10. Procuração quando for representado, registrado em cartório; 11. Termo de compromisso ou responsabilidade de averbação da reserva legal. 12. Cópia da ata de criação da Associação ou Cooperativa. ANEXO IV - INFORMAÇÕES QUE DEVEM CONTER O CADASTRO PARA EXPLORAÇÃO DE PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS SEM SUPRESSÃO DE INDIVÍDUOS 1. IDENTIFICAÇÃO 1.1 Requerente: a) Pessoa física: Nome: Endereço completo: Endereço e telefone para contato: b) Pessoa jurídica Denominação: Endereço completo, com telefone para contato: Tipo de instituição: Natureza Jurídica: Data de registro jurídico: CNPJ: Representante(s) legal (ais): CPF/RG: 1.2 Executor(es):

Page 48: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

46

Nome do(s) produtor(es): CPF/RG Nome da(s ) propriedade(s): Tamanho da área da propriedade e do manejo: Localização: Principais atividades que desenvolve na área: 2. ATIVIDADES DE MANEJO Espécie(s): Produto/finalidade Período de colheita de cada produto: Estimativa de produção/produto total por colocação (lata, saca, quilo, litro); Descrição da forma de exploração; Técnico responsável pelo preenchimento do cadastro (Carimbo e assinatura) OBS: Deverá constar o nome da instituição a que o técnico é vinculado. ANEXO V - INFORMAÇÕES MÍNIMAS QUE DEVEM CONTER NO PLANO DE EXPLORAÇÃO SUSTENTÁVEL PARA PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS E PLANOS OPERACIONAL ANUAIS – POA (COMUNITÁRIO OU INDIVIDUAL) 1. IDENTIFICAÇÃO 1.1 Requerente: Nome: Endereço completo: Endereço contato: No caso de pessoa jurídica Natureza Jurídica: Tipo de instituição: Data do registro jurídico: CNPJ: Representante(s) legal (ais): CPF/RG: 1.2 Executores(s) Nome do(s) produtor(es): CPF/RG: Nome da(s) propriedade(s): Localização: Tamanho da(s) área(s): Principais atividades que desenvolve na área: 2. PLANO OPERACIONAL ANUAL − Espécie (s); − Produto/finalidade; − Inventário simplificado das áreas a serem exploradas, conforme o manual prático para manejo, considerando os indivíduos e as espécies a serem exploradas e manejadas; - Descrição da forma de exploração (Coleta de frutos, casca, folhas, etc...), contendo: 1. Descrição do estoque;

Page 49: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

47

2. Forma de colheita; 3. Equipamentos utilizados; 4. Outras atividades ligadas a exploração a serem executadas; − Tratamentos silviculturais aplicados e programados (raleamento, limpeza, etc...) − Período de colheita de cada produto; − Estimativa de produção/produto total por colocação (lata, saca, quilo, litro); − Estimativa de colheita prevista/produto por unidades produtivas (lata, saca, quilo, litro); − Descrição simples das operações de pré-beneficiamento ou beneficiamento na unidade produtiva (colocação, colônia, lote) se for o caso; Organização sócio-produtiva da atividade de manejo; − Cronograma de execução; - Área de produção. 3. MONITORAMENTO - Ano da safra; − Número de unidades produtivas e pessoas que foram envolvidas; − Volume colhido/produto por unidades produtivas (lata, saca, quilo, litro); − As práticas previstas para o manejo foram aplicadas? − Quais foram às outras técnicas utilizadas; − Área explorada e a explorar ANEXO VI - TERMO DE COMPROMISSO PARA AVERBAÇÃO DE RESERVA LEGAL - TCARL Aos ...dias do mês de ... do ano de ..., o Sr ..., filho de ... e de ... residente ... município ... distrito ... (UF) ... estado civil ... nacionalidade ..., profissão ... CPF... RG/Órgão Emissor/UF ... proprietário ou possuidor do imóvel abaixo caracterizado: DENOMINAÇÃO DA ÁREA: MUNICÍPIO.............................................. DISTRITO ÁREA TOTAL:.........................hectares. LIMITES E CONFRONTAÇÕES: LOCALIZAÇÃO DOCUMENTO DE PROPRIEDADE OU POSSE Vem através deste instrumento, declarar junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA ou Instituto de Meio Ambiente do Acre – IMAC, que mantém a propriedade ou posse livre de contestação e litígios, do imóvel acima caracterizado, comprometendo-se a

Page 50: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

48

proceder a averbação da Reserva Legal, imediatamente após a emissão do documento hábil para o ato. Dando por firme e valioso o declarado e compromissado sujeitando-se, às implicações penais e administrativas decorrentes da infringência de preceitos legais, sem prejuízos das culminações por quebra de compromisso. Firma o presente TERMO em três vias de igual teor e forma na presença do Representante do (IBAMA ou IMAC) que também o assina, e das tes temunhas abaixo qualificadas. Gerente Executivo do IBAMA ou o Presidente do IMAC 1ª Testemunha (Nome, RG e CPF) 2ª Testemunha (Nome, RG e CPF) ANEXO VII - TERMO DE RESPONSABILIDADE DE MANUTENÇÃO DE FLORESTA MANEJADA – TRMFM Aos ... dias do mês de ... do ano de ..., o Sr ..., filho de ... e de ... residente ... município ... ... estado civil ... nacionalidade ..., profissão ... CPF ... RG/Órgão Emissor/UF ... legítimo proprietário (detentor da posse, em caso de posse) do imóvel denominado ... município de ... neste Estado, registrado sob o nº ... fls ... do livro ..., DECLARA perante as autoridades competentes, tendo em vista o que dispõem as legislações florestal e ambiental vigentes, que a floresta ou a forma de vegetação existente na área de ... hectares fica gravada como de utilização limitada, podendo nela ser feita somente a exploração florestal sob forma de Manejo Florestal Sustentável, desde que autorizado / licenciado pelo IBAMA/IMAC. CARACTERÍSTICAS E CONFRONTAÇÕES DO IMÓVEL Descrever de acordo com a área demarcada no mapa ou croqui que é parte integrante do presente termo. LIMITES DA ÁREA MANEJADA Descrever de acordo com a área demarcada no mapa ou croqui que é parte integrante do presente TERMO.

Page 51: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

49

O proprietário ou possuidor compromete-se a efetuar a averbação do presente Termo, no Cartório de Registro de Imóveis ou Títulos. DECLARA ainda, possuir pleno conhecimento das sanções a que fica sujeito pelo descumprimento deste TERMO. Firma o presente TERMO em três vias de igual teor e forma na presença do Gerente Executivo do IBAMA ou Presidente do IMAC, que também o assina, e das testemunhas abaixo qualificadas, as quais rubricam os mapas em três vias. Fica a área referida vinculada ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, ou ao Instituto de Meio Ambiente do Acre - IMAC a contar desta data, para efeito de cumprimento do PMFNM. Gerente Executivo do IBAMA ou o Presidente do IMAC 1ª Testemunha (Nome, RG e CPF) 2ª Testemunha (Nome, RG e CPF)

Page 52: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

50

ANEXO 2

Fotografias de Equipamentos e Instalações Utilizadas no Beneficiamento e

Confecção de Artesanato

Equipamentos e espaço utilizados para o beneficiamento de sementes.

Page 53: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

51

Processo de secagem

Processo e equipamentos utilizados no beneficiamento de sementes

Page 54: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

52

Beneficiamento de sementes para o artesanato

Vista de instalações para beneficiamento de sementes

Page 55: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

53

Peças de artesanato

Page 56: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

54

ANEXO 4

Preços das Sementes Beneficiadas

Page 57: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

55

ESPÉCIES PRODUTO FORNECEDORES Fornec01 Fornec02 Fornec03 Fornec04 Fornec05 Fornec06 Fornec07 Fornec08

Nome popular Desc. do produto R$/Kg R$/Kg R$/Kg R$/Kg R$/Kg R$/Kg R$/Kg R$/Kg Açaí Semente in natura 7,00 15 15

Sementes branca polida e furada 12,00 10,00 10 15 20 20 Semente branca polida e sem furo 7,20 8,00 15 Semente raiada polida e sem furo 18,00 8,00 Semente raiada polida e furada 13,20 10,00 10 Semente torrada polida e furada 24,00 16,00 Semente torrada polida sem furo 17,00 10,00 Sementes colorida polida e furada 24,00 16,00 10 16

Semente colorida polida sem furo 19,20 10,00 20 Semente arrepiada e furada 12,00 16,00

Semente branca arrepiada e sem furo 7,20 6,00 Semente célebro polida e furada 24,00 17,00 Semente célebro polida sem furo 19,20 6,00 Semente célebro tubinho e furado 300,00 40,001 251

Semente celebro boleado polido e furado 150,00 40,001 251

Tubinho polido e furado 300,00 401 251 20 Boleado branco polido e furado 150,00 401 251

1Preço do Milheiro

Page 58: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

56

ESPÉCIES PRODUTO FORNECEDORES Fornec01 Fornec02 Fornec03 Fornec04 Fornec05 Fornec06 Fornec07 Fornec08

Nome popular Desc. do produto R$Kg R$/Kg R$/Kg R$/Kg R$/Kg R$/Kg R$/Kg R$/Kg Boleado torrado polido e furado 155 401 251

Boleado colorido polido e furado 162 401 251 Tucumã Semente in natura 10 Semente inteira polida e furada 24 10 30 30 60 40 25 Semente inteira polida e sem furo 21,6 8 Cascalho polido e furado 64,8 40 Cascalho rústico e furado 60 Tubinho polido e furado 500 551

Continha polida e furada 600 401 Boleado grande polido e furado 250 801

Boleado pequeno polido e furado 300 601

Semente fatiada (inteira) polida e furada 66 401

Semente fatiada (meia) polida e furada 72

Jarina Semente in natura 15 25

Semente inteira polida e furada 32 15 20 15 20 35 25 Semente inteira polida e sem furo 28 20 Cascalho polido e furado 67,2 30 30 15 Cascalho colorido polido e furado 72 40 30

1Preço do Milheiro

Page 59: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

57

ESPÉCIES PRODUTO FORNECEDORES Fornec01 Fornec02 Fornec03 Fornec04 Fornec05 Fornec06 Fornec07 Fornec08

Nome popular Desc. do produto R$/Kg R$/Kg R$/Kg R$/Kg R$/Kg R$/Kg R$/Kg R$/Kg Cascalho rústico e furado 30

Tubinho polido e furado 500 701 12 251 Boleado grande polido e furado 250 701 251

Boleado pequeno polido e furado 300 701 251

Semente fatiada (disco) polida e furada 42 8

Semente em banda polida e furada 42

Paxiubão Semente in natura 15 15 Sementes branca polida e furada 30 20 20 20 15 30 20 20

Semente branca polida e sem furo 25,2 16 Semente raiada polida e sem furo 30 16 Semente raiada polida e furada 25,2 20 20

Semente torrada polida e furada 35 20 Semente torrada polida sem furo 30 16 Sementes colorida polida e furada 36 20 20 Semente colorida polida sem furo 30 16

Semente em banda polida e furada 48 25 Patoá Semente in natura 10 20

Semente inteira polida e furada 30 20 15 10 30 20 25 Semente inteira polida e e sem furo 27,6 15 20

1Preço do Milheiro

Page 60: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

58

ESPÉCIES PRODUTO FORNECEDORES Fornec01 Fornec02 Fornec03 Fornec04 Fornec05 Fornec06 Fornec07 Fornec08

Nome popular Desc. do produto R$/Kg R$/Kg R$/Kg R$/Kg R$/Kg R$/Kg R$/Kg R$/Kg Inajá Semente in natura 15 25 25

Semente inteira polida e furada 24 10 30 Semente inteira polida e e sem furo 21,6 8 Cascalho polido e furado 54 50 Cascalho rústico e furado Tubinho polido e furado 500 60 25 Continha polida e furada 600 601 Boleado grande polido e furado 250 601

Boleado pequeno polido e furado 300 601 Murmuru Semente in natura 15

Semente inteira polida e furada 18 10 30 Semente inteira polida e e sem furo 15,6 Semente em banda polida e furada 30 15 Paxiubinha Semente in natura 15 20 Semente inteira polida e furada 24 20 30 20 25 Semente inteira polida e sem furo 20,4 Semente canutilho natural 200

Semente canutilho torrado 220 Acácia vermelha Semente in natura 30 30 30 35

Sibipiruna Semente inteira polida e furada 51 Semente inteira polida e sem furo 40 Ouricuri Semente in natura 15

Semente lâmina horizontal polida e furada 45 10

Semente lâmina vertical polida e furada 60

Faveira Semente in natura 25 30 Semente inteira polida e furada 40 Semente inteira polida e sem furo 30

1Preço do Milheiro

Page 61: PESQUISA CENSITÁRIA PARA LEVANTAMENTO DE … Artesanato.pdf · pesquisa censitÁria para levantamento de coletores e produtores de sementes para artesanato no vale do rio acre. consultoria

59

ESPÉCIES PRODUTO FORNECEDORES Fornec01 Fornec02 Fornec03 Fornec04 Fornec05 Fornec06 Fornec07 Fornec08

Nome popular Desc. do produto R$/Kg R$/Kg R$/Kg R$/Kg R$/Kg R$/Kg R$/Kg R$/Kg Flanboyant Semente in natura 25

Semente inteira polida com um furo 55 30

Semente inteira polida com dois furos 60

Semente inteira polida com três furos 65

Semente inteira polida e sem furo 30

Mulungu Grande Semente in natura 25 20 Semente inteira polida e furada 40 30 30 30 25 Semente inteira polida e sem furo 30 Mulungu pequeno Semente in natura 40 20 Semente inteira polida e furada 120 40 30 25

Semente inteira polida e sem furo 60 Olho de boto Semente in natura 25 Semente inteira polida e furada 40 30 Semente inteira polida e sem furo 30 Sororoca Semente in natura 30 Semente inteira polida e furada 90 30 Semente inteira polida e sem furo 40

Seringueira Semente in natura 15 Semente inteira polida e furada 25

Semente inteira polida e sem furo 20 Jutaí Semente in natura 50 Semente inteira polida e furada 65 35 30 Semente inteira polida e sem furo 57 Jatobá Semente in natura 50 20 Semente inteira polida e furada 65 30 25 Semente inteira polida e sem furo 57 30