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Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 1 Unidade Auditada: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE Exercício: 2014 Município: Campina Grande - PB Relatório nº: 201503668 UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DA PARAÍBA _______________________________________________ Análise Gerencial Chefe, Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201503668, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01, de 06/04/2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual apresentada pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE. 1. Introdução Os trabalhos de campo foram realizados no período de 11 a 22 de maio de 2015, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela unidade auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal. Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames. O Relatório de Auditoria encontra-se dividido em duas partes: Resultados dos Trabalhos, que contempla a síntese dos exames e as conclusões obtidas; e Achados de Auditoria, que contém o detalhamento das análises realizadas. Consistindo, assim, em subsídio ao julgamento das contas apresentadas pela Unidade ao Tribunal de Contas da União TCU. Registra-se que os Achados de Auditoria apresentados neste relatório foram estruturados, preliminarmente, em Programas e Ações Orçamentárias organizados em

Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · observou-se que há processo de planejamento referente a ensino, pesquisa e extensão, porém ele limita-se basicamente ao planejamento

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Unidade Auditada: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

Exercício: 2014

Município: Campina Grande - PB

Relatório nº: 201503668

UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DA

PARAÍBA

_______________________________________________ Análise Gerencial

Chefe,

Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201503668, e

consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01,

de 06/04/2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de

contas anual apresentada pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE.

1. Introdução

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 11 a 22 de maio de 2015,

por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do

exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela unidade

auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público

Federal.

Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames.

O Relatório de Auditoria encontra-se dividido em duas partes: Resultados dos

Trabalhos, que contempla a síntese dos exames e as conclusões obtidas; e Achados de

Auditoria, que contém o detalhamento das análises realizadas. Consistindo, assim, em

subsídio ao julgamento das contas apresentadas pela Unidade ao Tribunal de Contas da

União – TCU.

Registra-se que os Achados de Auditoria apresentados neste relatório foram

estruturados, preliminarmente, em Programas e Ações Orçamentárias organizados em

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títulos e subtítulos, respectivamente, segundo os assuntos com os quais se relacionam

diretamente. Posteriormente, apresentam-se as informações e as constatações que não

estão diretamente relacionadas a Programas/Ações Orçamentários específicos.

2. Resultados dos trabalhos

De acordo com o escopo de auditoria firmado, por meio da Ata de Reunião

realizada em 25/11/2014, entre a Controladoria Regional da União no Estado da Paraíba

e a Secretaria de Controle Externo do TCU no Estado da Paraíba e da Ata de Reunião

realizada em 18/12/2014, entre a Secretaria de Educação, da Cultura e do Desporto

(SecexEduc), do Tribunal de Contas da União, e a Diretoria de Auditoria da Área Social

(DS), foram efetuadas as seguintes análises:

2.1 Avaliação da Conformidade das Peças

Considerando a natureza jurídica e o negócio da unidade jurisdicionada, o

presente item teve como objetivo avaliar a conformidade de três peças de que tratam os

incisos I, II e III do art. 13 da IN TCU nº 63/2010, quais sejam: o rol de responsáveis, o

relatório de gestão e o parecer do Colegiado Pleno do Conselho Universitário.

A metodologia adotada pela equipe consistiu na análise documental das três

peças, comparando-as com os dados extraídos nos sistemas informacionais SIAFI e

SIAPE.

A partir dos exames concluiu-se que a unidade apresentou as peças em

desacordo com as normas do TCU, dada a não apresentação de informações necessárias

à prestação de contas, entre as quais, destacam-se, no Relatório de Gestão:

(a) Não há análise sobre como os macroprocessos foram conduzidos pela UJ no

exercício de referência do relatório de gestão e não há informações sobre produtos e

serviços gerados com a execução de suas atividades, principais insumos e fornecedores,

bem como seus clientes;

(b) A unidade não promoveu pesquisa de satisfação junto aos usuários dos seus

serviços;

(c) Não há informação objetiva sobre a avaliação do desempenho da unidade;

(d) Não há informação que permita avaliar as medidas adotadas pela unidade

para garantir o cumprimento das normas relativas à acessibilidade.

Por fim, o parecer do relator referente à apreciação das contas foi aprovado “ad

referendum” pelo presidente do Colegiado Pleno do Conselho Universitário, consistindo

o pronunciamento sobre a gestão da unidade numa certidão da Secretaria dos Órgãos

Deliberativos Superiores da UFCG, portanto, em desacordo com Art. 2º, § 1º, da DN

TCU nº 140, de 15 de outubro de 2014.

##/Fato##

2.2 Avaliação dos Resultados Quantitativos e Qualitativos da Gestão

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Durante o exercício de 2014, foi realizada auditoria sobre a atuação docente,

operacionalizada por meio da ação de controle cujas conclusões foram consignadas no

Relatório de Avaliação de Resultados da Gestão n.º 201410708.

Para tanto, foram estabelecidos procedimentos, questões e subquestões de

auditoria aplicados na UFCG, respeitando o mandamento constitucional que trata da

autonomia didático-científica, administrativa e financeira, bem como as estruturas

administrativas.

Foi definida a seguinte questão de auditoria: “A atuação do corpo docente está

distribuída equilibradamente entre o ensino, pesquisa e extensão?”. Para respondê-la,

foram criadas subquestões divididas em eixos, nos quais foram agrupadas de acordo

com sua similaridade.

Assim, a regularidade da atividade finalística da Universidade, analisada neste

relatório, teve como base os seguintes eixos: 1) existência de regulamentação das

atividades docentes; 2) planejamento e monitoramento das atividades docentes; 3) uso

de recursos tecnológicos; 4) gestão e resultados institucionais; e 5) professores

substitutos.

Sobre a existência de 1) regulamentação das atividades docentes, verificou-se

que a UFCG apresentou normatização interna de parâmetros relativos à distribuição de

carga horária dos docentes entre as atividades de ensino, pesquisa e extensão, bem como

aos limites mínimos e máximos de carga horária de aulas. Também foi observada

regulamentação interna relativa às atividades de pesquisa e extensão.

Entretanto, a Entidade não regulamentou o processo de acompanhamento e

avaliação das atividades dos docentes e os critérios para alteração de seus regimes de

trabalho. Dessa forma, a partir dos elementos selecionados para análise, verificou-se que

a regulamentação das atividades docentes mostrou-se parcial no âmbito da UFCG.

No que tange ao 2) planejamento e monitoramento das atividades docentes,

observou-se que há processo de planejamento referente a ensino, pesquisa e extensão,

porém ele limita-se basicamente ao planejamento da alocação da carga horária dos

docentes, não contemplando objetivos, indicadores ou metas.

Ainda acerca do monitoramento, verificou-se a falta de controle sobre as

atividades desenvolvidas pelo corpo docente. Ressalta-se, diante das incongruências das

informações disponibilizadas pela UFCG, a impossibilidade de identificar, com

razoável precisão, a distribuição efetiva da carga horária dos docentes entre ensino,

pesquisa e extensão.

Portanto, o planejamento das atividades docentes mostrou-se parcial, ao passo

que o monitoramento dessas atividades mostrou-se ineficaz.

Quanto ao 3) uso de recursos tecnológicos, em linhas gerais, foi observada a

utilização de vários sistemas de gerenciamento de informações relacionadas às

atividades docentes. Entretanto, a ausência de integração entre eles foi considerada

como um fator de risco sobre os processos operacionais finalísticos da UFCG.

Em relação a 4) gestão e resultados institucionais, foi notada importante lacuna

procedimental, tendo em vista que a Entidade não tem providenciado o registro e a

proteção do patrimônio intelectual gerado por meio das atividade de pesquisas.

Por fim, foi possível observar que a contratação de 5) professores substitutos

ocorreu dentro dos parâmetros legais.

Com o intuito de sanar as irregularidades de gestão/controle identificadas acima,

foram construídas em parceria com o gestor recomendações que, em linhas gerais,

visam que a UFCG:

- implemente sistemas de informação adequados à gestão integrada das atividades de

ensino, pesquisa e extensão, bem como de recursos humanos;

- regulamente o processo de acompanhamento e avaliação das atividades dos docentes e

os critérios para alteração de seus regimes de trabalho;

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- dote os órgãos detentores de competências relativas à gestão das atividades de criação

intelectual dos recursos necessários ao bom desempenho de suas atribuições. ##/Fato##

2.3 Avaliação da Gestão de Pessoas

O presente item tem como objetivo conhecer e avaliar a situação da governança

da gestão de pessoas no âmbito da UJ, com o intuito de identificar pontos mais

vulneráveis e induzir melhorias nessa área.

Os aspectos avaliados constam no questionário estruturado a seguir. Vale

ressaltar que, eventualmente, foram registradas observações relevantes para o

entendimento dos posicionamentos da equipe de auditoria registrados nas respostas:

Quadro 1 - Informações sobre governança e gestão de pessoas: alta administração

Quadro 2 - Informações sobre governança e gestão de pessoas: corpo técnico

Liderança da alta administração

A alta administração da unidade: Sim Não

1-Monitora regularmente o cumprimento das diretrizes relativas à gestão de pessoas? X

2-Designou formalmente corpo colegiado (ex.comitê, conselho) responsável por auxiliá-la

nas decisões relativas à gestão de pessoas? X

3-Monitora regularmente o funcionamento desse corpo colegiado? X

A unidade, sistematicamente: Prática ainda não adotada Nível de adoção de prática

Alinhamento estratégico Não

prevê

adotar

a

prática

Pretende

adotar a

prática

Iniciou ou

concluiu o

planejamento

para adotar a

prática

Adota

parcialmente

a prática

Adota

integralmente

a prática Planejamento da gestão de

pessoas

4-Executa processo de

planejamento de gestão de

pessoas, aprovando e

publicando objetivos, metas e

indicadores de desempenho?

X

Unidade de Gestão de Pessoas como parceira estratégica

5-Identifica lacunas de

competência da equipe de RH,

com o objetivo de avaliar suas

necessidades de capacitação

(ex. necessidades de

competências na área de gestão

estratégica de pessoas, na área

de concessão de direitos, etc.)?

X

Gestão da liderança e do conhecimento

Gestão da liderança e processo decisório

6-Oferece programas de

treinamento e desenvolvimento

de competências de liderança

que atendem às necessidades

de cada nível de gestão (do

operacional ao estratégico),

incluindo potenciais líderes?

X

Integridade e comprometimento

7-Verifica a opinião dos

colaboradores quanto ao

ambiente de trabalho e utiliza

os resultados para orientar

eventuais mudanças?

X

Aprendizagem contínua

8-Identifica as necessidades X X

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Sobre a alta administração, verificou-se que monitora o cumprimento das

diretrizes da UFCG para gestão de pessoas, a saber, capacitação e qualificação de

professores e técnicos em consonância com os objetivos da Entidade, por meio das

avaliações de desempenho anual (técnicos) e bianual (professores).

Entretanto, cabe ressalvar que servidores, tanto técnicos quanto docentes, ao

atingir o último estágio das respectivas carreiras, não mais são submetidos a avaliações

de progressão.

Dessa forma, o mecanismo utilizado pela UFCG para o cumprimento das

diretrizes relativas à gestão de pessoas não se mostra suficiente, em todos os casos,

como fonte de informações sobre o cumprimento das diretrizes aplicadas, relativas à

gestão de pessoas da Entidade.

Em outra vertente, verificou-se que a administração superior da Entidade

instituiu vários órgãos colegiados com atribuições relacionadas à área de gestão de

pessoas. Nessa situação a UFCG listou os seguintes: Comissão Permanente de Pessoal

Docente, Comitê de Vagas Docentes, Comitê de Vagas de Servidores Técnico-

Administrativos; Câmara Superior de Pós-Graduação e Assembleia de Unidades

Acadêmicas.

Como mecanismos de aferição do funcionamento dos colegiados, a alta

administração da UFCG dispõe de atas, expedientes emanados pelos órgãos e

individuais de capacitação

quando da avaliação de

desempenho dos

colaboradores, levando-as em

consideração nas avaliações

subsequentes?

Cultura orientada a resultados

Comunicação

9-Identifica e divulga para os

profissionais de RH a

legislação, jurisprudência e as

orientações normativas

relativas à gestão de pessoas,

orientando acerca de como elas

devem ser aplicadas

internamente?

X X

Avaliação de desempenho

10-Realiza avaliação de

desempenho dos membros da

alta administração e demais

gestores, vinculada ao alcance

dos resultados da

unidade/organização?

X

Gestão de talentos

Recrutamento, seleção e integração

11-Executa processo formal,

baseado em competências, para

seleção de gestores?

X

Resultados e prestação de contas (Accountability)

12-Monitora, por meio de

sistema informatizado de

gestão de pessoas, algum

conjunto de informações

relevantes sobre a força de

trabalho (ex. índices de

absenteísmo, índices de

rotatividade, projeções de

aposentadoria, etc)?

X

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direcionados às demais instâncias administrativas, emissão de certidões de progressão

funcional e promoção, entre outros documentos.

Quanto ao alinhamento estratégico da gestão de pessoas, verificou-se que o

órgão responsável pela gerência de recursos humanos da Entidade – a Secretaria de

Recursos Humanos – não possui plano estratégico exclusivo, somente as diretrizes

incluídas no Plano de Desenvolvimento Institucional da UFCG.

Verificou-se, ainda nessa seara, que a Unidade de Gestão de Pessoas não foi

utilizada como parceira estratégica. Isso porque a Entidade, embora tenha empreendido

processo de identificação de necessidades de competências no exercício de 2007 como

subsídio para plano de capacitação da UFCG, o procedimento não foi retomado, mesmo

diante da renovação do quadro de servidores. Ademais, não foram identificados

procedimentos adotados para identificação das necessidades de capacitação específicas

do pessoal atuante na área de Recursos Humanos.

No que concerne à gestão da liderança, a UFCG informou que nunca foi

desenvolvido nenhum trabalho técnico em Gestão de Recursos Humanos cujo objetivo

específico fosse a análise das competências de líderes e gestores da Entidade.

De forma similar, não existe na Universidade processos de avaliação de

ambiente de trabalho ou do clima organizacional.

No que tange à gestão do conhecimento, verificou-se que existem rotinas para

levantamento por necessidades de treinamento, na modalidade on line, anualmente,

entre os meses de agosto e setembro. As informações provenientes da pesquisa na

internet, por meio da qual os servidores podem indicar suas necessidades de

treinamento, serve para subsidiar a elaboração do Plano Anual de Capacitação.

Conforme informações fornecidas pela Entidade, a vinculação entre o processo

de capacitação e da avaliação de desempenho se dá quando o servidor não é considerado

apto (média inferior a sete). As consequências da inaptidão são a impossibilidade de

progressão por mérito, recomendação técnica para que não seja concedido o

afastamento para fins de capacitação, e demissão, após processo administrativo

disciplinar, no caso de o servidor apresentar média abaixo de sete em três avaliações

seguidas.

As informações prestadas pela Entidade não indicam eventuais análises do

impacto da ausência de capacitações identificadas como necessárias e não fornecidas,

sobre a avaliação de desempenho dos servidores.

Em prosseguimento, as necessidades mapeadas dizem respeito tão somente a

capacitações na modalidade on line e necessidades sob a visão do servidor. Como

mencionado anteriormente, um mapeamento de necessidades de capacitação mais amplo

não é realizado desde o exercício de 2007.

E, ainda, considerando que a causa identificada para parte das irregularidades e

impropriedades apresentadas nos achados de auditoria das diversas áreas de gestão

avaliadas foi a inadequação da capacitação, verifica-se que a política adotada para esse

assunto mostra-se aquém das necessidades da Entidade.

Dessa forma, conclui-se que a gestão do conhecimento ainda não está

estabelecida plenamente no âmbito da Entidade.

Quanto ao elemento comunicação, a UFCG limitou-se a informar que inexiste

prática sistematizada, mas que informações sobre legislação, jurisprudências e

orientações normativas relativas a pessoal são repassadas à Coordenação de Legislação

e Normas, da Secretaria de Recursos Humanos para análise e aprofundamento jurídico,

de modo a realizar a adição de procedimentos ou recomendações.

A falta de procedimentos mais estruturados de comunicação restou refletida na

impropriedade relatada no item 4.2.1.1 deste Relatório. Nele há registro da existência de

incompatibilidade entre o Decreto 1.590/1995, que dispõe sobre jornada de trabalho dos

servidores federais e a Portaria n.º 138/2011, que trata da jornada reduzida no âmbito da

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Universidade. O fato demonstra a inexistência de procedimentos preventivos e de

resolução de conflitos entre normativos.

Em relação à gestão de talentos, não é realizado processo de seleção para

gestores. Os cargos são indicados pela Administração Central do órgão aos servidores

em função de confiança e as competências exigidas para o cargo, segundo a UFCG, são

empiricamente conhecidas e avaliadas pelo gestor.

Por fim, referente a resultados e a prestação de contas, cumpre informar que o

sistema relacionado às informações de Recursos Humanos utilizados pela UFCG é tido,

pela própria Entidade, como incipiente para o atendimento das necessidades de

gerenciamento. Isso porque não contempla indicadores, subsídios para planejamento e

informações mais fidedignas sobre o quadro de servidores, em tempo real, e outros

dados essenciais para a Gestão de Pessoas como um todo.

A afirmação foi corroborada nos argumentos contidos no item 4.1.1.1. Conforme

o item, a UFCG não dispõe de parâmetros de lotação consolidados, controles adequados

acerca de horas trabalhadas pelos servidores, das funções que estão realizando e da

qualidade das atividades desempenhadas. Tais informações, afetas à área de recursos

humanos, poderiam ser administradas por sistemas de gerenciamento de pessoal

apropriado.

A inadequação do sistema de informações dos Recursos Humanos foi reforçada

por observações realizadas por ocasião da Avaliação de Resultados da Gestão,

consignada no Relatório n.º 201410708. Conforme registro disposto no item 7.1.1.1,

não existem controles sobre a atividades desenvolvidas pelo corpo docente, o que traz

grande insegurança quanto aos atingimentos dos objetivos da Entidade. Uma das causas

identificadas para esse fato foi a ausência de integração dos sistemas que gerenciam as

áreas finalísticas – ensino, pesquisa e extensão – com informações relacionadas aos

recursos humanos da UFCG.

Deste modo, percebe-se que a UFCG, apesar de apresentar existência de

elementos de governança de gestão de pessoal, necessita promover melhorias dessa

área, por meio, inclusive, de estabelecimento de metas e sistematização dos processos,

formulação de planos e normativos, com objetivo final de prover a Entidade dos

recursos humanos necessários ao atingimento de seus objetivos institucionais. ##/Fato##

2.4 Estrutura e Atuação da Auditoria Interna

Neste item o objetivo da auditoria consistiu em avaliar a estrutura e atuação da

unidade de auditoria interna da Instituição Federal de Ensino (Audin).

Em relação à estrutura da Audin, foram considerados os seguintes aspectos: (a)

independência e sua posição no organograma da Entidade; (b) existência de

regulamento, estatuto e (ou) regimento da Entidade com definição de responsabilidades,

delimitação da atuação dos trabalhos, bem como do estabelecimento das normas que

devem ser seguidas pelos auditores internos; (c) existência de uma política de

desenvolvimento de competências para os auditores internos; e (d) estrutura disponível

na Auditoria Interna e sua adequação às necessidades.

Quanto à atuação da equipe da Audin, avaliaram-se as seguintes ações: (a)

aderência das atividades realizadas pela Auditoria Interna no exercício sob análise,

constantes no Relatório Anual de Atividades de Auditoria Interna (RAINT), com

relação às planejadas; (b) o processo de gerenciamento de riscos, quando realizado pela

Audin; (c) adequação do Plano Anual de Atividades de Auditoria Interna (PAINT) às

fragilidades apontadas na avaliação de riscos, quando realizada; (d) atuação da

Auditoria Interna em submeter o PAINT e possíveis modificações ao Conselho

Diretor/Deliberativo da Entidade ou órgão equivalente para aprovação; (e) atuação da

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Audin no assessoramento à alta administração; (f) aplicação do princípio da segregação

de funções, principalmente no que tange à realização de atividades típicas de gestão; e

(g) atuação da Auditoria Interna em trabalhos de avaliação dos controles internos

administrativos da Unidade Jurisdicionada.

Para fundamentar as análises realizadas, foram utilizados os principais

normativos que regem as atividades da auditoria interna no âmbito da administração

pública federal, entendimentos recentes do Tribunal de Contas sobre a matéria e normas

internacionais sobre a prática da auditoria interna no setor público, elaboradas pelo

Institute of Internal Auditors (IIA).

As técnicas e procedimentos adotados para a obtenção de informações

abrangeram a análise dos seguintes documentos: PAINT do exercício avaliado e do

exercício seguinte à avaliação; relatórios de auditoria do exercício avaliado;

Regulamento, Estatuto e (ou) Regimento Interno em que conste a formalização da

política a ser adotada pela Auditoria Interna, a posição da Audin no organograma da

entidade, a estrutura e a definição de responsabilidades.

Em relação à estrutura da unidade de auditoria interna, verificou-se que há

contradição entre os regimentos da Reitoria e da CCI no tocante a sua vinculação e até a

sua nomenclatura, o que desfavorece a independência dos auditores internos para a

realização de suas atribuições. Também, a ausência de determinações regimentais e

normativas que estabeleçam o envolvimento direto do Conselho Universitário na

aprovação e acompanhamento das atividades da CCI compromete sua atuação.

Além disso, a Audin compõe-se de seis servidores, incluindo o chefe da

auditoria interna. Com base no histórico de baixa execução do PAINT nos últimos

exercícios, pode-se considerar este quadro insuficiente.

Ainda, verifica-se que não há uma política formalizada de capacitação dos

auditores internos. Nos últimos exercícios, têm predominado treinamentos realizados no

âmbito do Fórum Nacional de Auditores Internos (FONAI) e do Programa Capacita, da

CGU.

Por fim, as instalações físicas da CCI não são apropriadas para o

desenvolvimento de suas atividades.

Quanto à atuação da equipe da Auditoria Interna, verificou-se que, das onze

ações planejadas no PAINT, nenhuma foi concluída, e foi reportada atuação em apenas

duas delas. Ressalte-se que esta situação de baixa execução do PAINT tem sido

frequente nos últimos exercícios. Esse fato revela que o grau de aderência das auditorias

realizadas no exercício em relação ao planejado foi insatisfatório. Destaque-se que o

PAINT foi elaborado levando em consideração as características da UFCG e

fundamentado na gestão de riscos, o qual se embasa nos resultados dos trabalhos

realizados, bem como nos da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de

Contas da União (TCU).

Para a elaboração da matriz de risco e mapeamento das atividades foram levados

em consideração todos os programas, ações e atividades com créditos orçamentários no

exercício e sua correlação com as áreas de atuação previstas para a unidade de auditoria

interna. O mapeamento foi detalhado juntamente com a hierarquização das atividades,

apresentando os programas, ações e atividades, bem como os classificando segundo

critérios de materialidade, relevância e criticidade, a fim de mensurar o risco inerente às

atividades a serem realizadas.

Considerando que não foi concluído nenhum relatório de auditoria no exercício

sob exame, a Audin não exerceu adequadamente sua função de assessoramento aos

gestores da Instituição, não tendo sido observado qualquer benefício obtido pela atuação

da Audin para a melhoria da gestão da IFE.

Diante do exposto, entende-se necessário prover a unidade de auditoria dos

recursos humanos e materiais necessários ao adequado desenvolvimento de suas

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atividades, bem como proceder à adequação dos normativos internos voltados a sua

estruturação e funcionamento para dotá-la de capacidade para cumprir sua missão.

##/Fato##

2.5 Avaliação da Gestão do Patrimônio Imobiliário

No que se refere à Gestão Patrimonial da UFCG, os exames foram realizados

considerando o escopo acordado entre este órgão de Controle Interno e o TCU,

mediante ata de customização de escopo.

A metodologia aplicada consistiu na inspeção dos registros patrimoniais e na

aplicação de questionários, mediante inspeção física de amostra não estatística de

instalações prediais, visando a avaliar a correção dos registros contábeis, a qualidade

dos controles internos administrativos instituídos pela IFE, bem como o estado das

instalações prediais e o conforto por elas proporcionado à comunidade acadêmica para a

realização de suas atividades.

A partir dos exames realizados, constatou-se que os registros contábeis

referentes à gestão de patrimônio mostraram-se incompletos, conforme itens específicos

deste relatório.

Constatou-se, ainda, que os controles internos administrativos não atendem às

necessidades da Entidade, haja vista terem sido identificadas inconformidades nos

quesitos levantados por meio de formulários, avaliados, dentre outros aspectos, a

apropriada segregação de funções. Dentre as inconformidades encontradas, destacam-

se:

a) Deficiências nos controles internos administrativos e/ou políticas de inclusão social

às pessoas portadoras de necessidades especiais;

b) Deficiências nos controles internos administrativos direcionados à segurança contra

incêndios;

c) Normatização insuficiente para regular as atribuições de unidade administrativa

responsável pela coordenação das atividades/manutenção predial;

d) Quadro funcional da unidade administrativa responsável pela coordenação das

atividades/manutenção predial com n.º de engenheiros insuficiente para o desempenho

das atividades do setor;

e) Ausência do uso consolidado de sistema informatizado (software) de apoio à gestão

da manutenção predial, que possibilite o gerenciamento dos dados e informações

pertinentes às atividades de manutenção predial;

f) Ausência de normativos que disciplinem e formalizem a gestão das atividades de

conservação/manutenção predial e/ou Manual de Operação, Uso e Manutenção da

Edificação, em atendimento à ABNT NBR 14037;

No que se refere às instalações prediais, foram avaliados aspectos de

acessibilidade e inclusão digital nas dependências do edifício e de conservação e

conforto de suas salas de aula. Dessa forma, os exames indicaram inconformidades,

dentre as quais se destacam:

a) Deficiências na infraestrutura de acessibilidade dos edifícios vistoriados;

b) Inexistência de sinal de internet nas salas de aula;

c) Salas com índice reduzido de m2/aluno, sem ofertar padrões mínimos de conforto;

d) Salas com mau estado de conservação.

Verificou-se, ainda, que a Unidade não realizou o cadastramento dos imóveis

nos sistemas corporativos; tampouco regularizou, junto aos órgãos competentes, a

situação da totalidade dos imóveis sob sua responsabilidade.

Quanto à segregação de funções nos processos que envolvem a gestão do

patrimônio imobiliário da Unidade, verifica-se o não atendimento desse princípio, haja

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vista que o servidor responsável pela cobrança e pelo controle de operações imobiliárias

no campus principal da UFCG, onerosas ou não, é o mesmo servidor responsável por

efetuar controles para que os imóveis sejam ocupados apenas por pessoas/entidades

autorizadas. ##/Fato##

2.6 Avaliação do Cumprimento das Determinações/Recomendações do TCU

A CGU optou por examinar o grau de atendimento da unidade às determinações

efetuadas pelo TCU no exercício avaliado, bem como os seus resultados para a melhoria

da gestão e dos programas desenvolvidos pela IFE.

O escopo dos trabalhos se limitou aos acórdãos com determinação expressa do

Tribunal à CGU para monitoramento, inclusive aqueles expedidos antes do exercício a

que se referem as contas. A metodologia consistiu no levantamento e análise dos

acórdãos e de solicitação de documentos e informações para verificar os processos

implementados pela IFE para cumprimento das determinações do TCU.

Nesse sentido, dos seis acórdãos informados no relatório de gestão da unidade

que foram publicados no exercício referente às contas, dois apresentaram determinação

expressa à CGU para monitoramento.

Além disso, outros três acórdãos expedidos em exercícios anteriores ao das

contas continham determinação expressa para acompanhamento pela CGU.

A partir da análise dos cinco acórdãos, verificou-se que os cinco foram atendidos

parcialmente, quer pelo atendimento parcial de algum item ou pelo descumprimento de

itens de cada acórdão examinado.

Em relação às determinações não cumpridas ou cumpridas parcialmente, a

principal oportunidade de melhoria é a implementação de rotina de acompanhamento

quanto ao atendimento das determinações do TCU, preferencialmente com a utilização

de ferramenta de controle informatizada.

Nesse contexto, considera-se insatisfatório o tratamento dado pela unidade às

determinações do Tribunal, vez que todos os acórdãos analisados demandam ações

corretivas e preventivas da IFE.

Dessa forma, recomendou-se à Entidade: alterar normativos internos e definir

responsáveis para controlar o atendimento de determinações do TCU.

##/Fato##

2.7 Avaliação do Cumprimento das Recomendações da CGU

Neste item a auditoria objetivou verificar a adequada e oportuna implementação

das recomendações expedidas pela Controladoria-Geral da União em ações de controle

realizadas junto à UJ relacionadas ao período de exame, para compor o Relatório de

Auditoria de Gestão, analisando as eventuais justificativas do gestor para o

descumprimento, bem como as providências adotadas em cada caso.

O escopo da auditoria se limitou a todas as recomendações acordadas com o

gestor para serem atendidas no ano da gestão avaliada, bem como nos dois anos

antecedentes ao das contas. A metodologia consistiu no levantamento e análise de

quatro relatórios de auditoria emitidos no período de 2009 a 2013 e dos Planos de

Providências Permanente da Entidade.

A partir do resultado das análises, conclui-se que das 52 recomendações com

prazo de atendimento referente ao exercício das contas e aos dois antecedentes, 45

foram atendidas integralmente e sete não foram atendidas. Das sete recomendações não

atendidas, destacam-se as seguintes oportunidades de melhoria no caso de a IFE

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implementá-las: otimização no gerenciamento de pessoal cedido e regularização dos

bens imóveis. Cabe ressaltar que as recomendações pendentes de atendimento,

referentes às faltas de registro no SPIUNet e de atualização dos registros nos cartórios

de imóveis, impactam de forma negativa na gestão da IFE.

Nesse contexto, considera-se satisfatório o tratamento dado pela IFE para

cumprimento das recomendações da CGU, dado que 86% delas foram atendidas

integralmente.

##/Fato##

2.8 Avaliação do CGU/PAD

O órgão de controle interno teve como objetivo verificar se a unidade examinada

está registrando as informações referentes aos procedimentos disciplinares instaurados

no sistema CGU-PAD.

A partir dos exames realizados, verificou-se que foram instaurados dois

processos disciplinares em 2014 e ambos foram cadastrados no Sistema CGUPAD.

##/Fato##

2.9 Avaliação do Parecer da Auditoria Interna

O Parecer da Auditoria Interna da UFCG não contempla de forma suficiente os

elementos previstos no Anexo III da DN TCU nº 140, de 15 de outubro de 2014,

quanto: (a) às informações gerenciais sobre a execução do plano de trabalho da

auditoria interna do exercício de referência das contas; (b) às informações sobre a

confiabilidade das demonstrações contábeis, demonstrando as eventuais inconsistências

verificadas, bem como a estratégia e os procedimentos adotados para a verificação.

Os demais temas exigidos pelo Tribunal estão de acordo o normativo sobre os

conteúdos das peças complementares que comporão os processos de contas de 2014.

##/Fato##

2.10 Avaliação da Regularidade dos Processos Licitatórios da UJ

A fim de avaliar a regularidade dos processos licitatórios e das contratações,

bem como a utilização de critérios de sustentabilidade ambiental na aquisição de bens e

na contratação de serviços e obras, selecionaram-se sete processos conduzidos no

exercício de 2014.

Esses processos foram escolhidos com base nos critérios de materialidade,

relevância e criticidade e representam 3,26% dos recursos executados em 2014, pela

Unidade Gestora utilizada na gestão do campus central da UFCG (158195) conforme

demonstrado a seguir: Quadro - Licitações avaliadas

Qtde total de

processos*

Qtde de processos

licitatórios

avaliados

Valor orçado dos

processos

avaliados

Qtde de processos

em que foi

detectada alguma

desconformidade

Pregão eletrônico 95 2 R$ 12.142.535,76 2 * Fonte: SIASG/Comprasnet

Quadro - Dispensas de licitação avaliadas

Qtde total de Qtde de processos Valor orçado dos Qtde de processos

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processos* de dispensa

avaliados

processos

avaliados

em que foi

detectada alguma

desconformidade

Processos de

dispensa 178 4 R$ 3.372.842,22 4

* Fonte: SIASG/Comprasnet

Quadro – Inexigibilidades de licitação avaliadas

Qtde total de

processos*

Qtde de processos

de inexigibilidade

avaliados

Valor orçado dos

processos

avaliados

Qtde de processos

em que foi

detectada alguma

desconformidade Processos de

inexigibilidade 369 2 R$ 260.925,05 2

* Fonte: SIASG/Comprasnet

Em decorrência das análises, verificou-se que os processos licitatórios

examinados foram irregulares.

Referente às contratações diretas de serviços, observou-se o registro de transação

em Sistema Corporativo do Governo Federal sem o suporte processual para amparar o

pagamento da despesa bem como instrução processual com atos extemporâneos à

apreciação jurídica, à ratificação e à vigência inicial de contrato.

Especificamente nas sucessivas contratações diretas de serviços de apoio

administrativo realizadas pelo Hospital Universitário Alcides Carneiro, verificou-se que

a manipulação de dados em Sistema Corporativo propiciou a emissão de empenhos sem

o devido suporte documental para amparar a despesa sem cobertura contratual.

Além disso, diante do prolongamento desarrazoado por 605 dias de licitação na

modalidade Pregão Eletrônico, cujo resultado foi o encerramento por abandono, houve

contratações diretas por emergência, cujos processos são frontalmente contrários à lei,

no valor total de R$ 1.799.380,31, em 2014, compreendendo o montante do ato

inquinado como ilegal.

No que se refere às aquisições diretas, verificou-se que a falta da perfeita

caracterização do bem e a instrução processual desprovida dos requisitos legais

indispensáveis deu margem ao favorecimento de empresa na compra de equipamento

destinado à pesquisa cientifica. Numa aquisição a universidade efetuou a anulação da

dispensa de licitação e do empenho, no valor de R$ 519.500,00, após tomar ciência das

irregularidades apontadas pela CGU, entretanto, na outra aquisição, a unidade já havia

efetuado o pagamento, no valor total de R$ 679.736,59, que compreende o montante do

ato apurado como ilegal e antieconômico.

Nesse aspecto, a plena indiferença aos requisitos legais para as contratações

diretas contribuíram para a condução dos processos de forma irregular.

Entre as principais impropriedades relacionadas às licitações, verificou-se o

planejamento inadequado, sobretudo quanto ao dimensionamento do objeto.

Como consequência desse fato, verificou-se a restrição da competitividade, a

existência de contratos com objetos que não retratam a realidade jurídica dos serviços

prestados, a previsão de acréscimos e supressões do objeto em percentuais ilegais, e a

desigualdade de tratamento entre as empresas contratadas.

Além disso, verificou-se que a UFCG efetuou, sem demonstrar o caráter de

excepcionalidade, licitações de serviços quantificados por postos de serviço, quando a

previsão normativa é da contratação por resultados.

Ademais as licitações foram efetuadas sem a certificação da existência de

orçamento disponível para a execução dos objetos.

As contratações decorrentes das licitações analisadas também apresentaram

várias não conformidades e inconsistências, das quais se sobressai a fragilidade da

fiscalização dos contratos.

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Nessa seara podem ser mencionadas ocorrências de execução e pagamento do

objeto diferente do licitado, com dano ao erário, em virtude de os serviços prestados

terem custos inferiores aos contratados e pagos.

Tem relevância, ainda, a verificação da existência de diferença das remunerações

declaradas nas propostas ofertadas na licitação pelas empresas contratadas, em relação

às remunerações efetivamente pagas, com prejuízo aos trabalhadores e ao erário.

Durante o período de campo foi possível calcular o montante de R$ 151.654,81

pagos indevidamente às contratadas, em decorrência das não conformidades

relacionadas às falhas da fiscalização, para os quais foi recomendada a reposição de

valores. O montante ainda pode ser majorado em virtude de valores pagos

indevidamente e que ainda necessitam ser identificados pela UFCG.

Além desses, R$ 191.604,68 foram considerados como despesas relativas à

prestação serviços de portaria desnecessários ou subutilizados. Em que pese a

impossibilidade de reposição dos valores, tendo em vista que os serviços foram

prestados, o fato revela gestão antieconômica por parte da Entidade.

Ressalta-se que as fragilidades detectadas nas licitações examinadas e nos

contratos decorrentes têm grande relevância à medida que tratam de serviços de

fornecimento de mão de obra para serviços de apoio administrativo e vigilância armada.

Isso porque consulta ao Sistema Integrado de Administração Financeira e

Orçamentária do Governo Federal (SIAFI) indica que no exercício de 2014 a UG do

campus principal da UFCG liquidou R$ 20.213.550,48 em despesas cujas naturezas

foram descritas como “apoio administrativo, técnico e operacional” ou “vigilância

ostensiva/monitorada/rastreamento”. O valor representa 40,92% do valor executado em

despesas com aquisição de bens e de serviços pela UG em 2014, a saber, R$

49.386.873,66.

Dessa forma, é bastante plausível que as falhas identificadas nas licitações e

contratações examinadas sejam reproduzidas também nas demais licitações e

contratações, pela similaridade de objetos.

Em outro sentido, a Entidade demonstrou ter utilizado critérios de

sustentabilidade ambiental nos editais das licitações analisadas, consubstanciados na

exigência de programa interno de treinamento de seus empregados, pelas contratadas,

para redução de consumo de energia elétrica, consumo de água e redução de produção

de resíduos sólidos, observadas as normas ambientais vigentes.

Por fim, verificou-se como boa prática da Entidade a manualização dos

procedimentos de compras, que detalha o fluxo e a sequência de ações que devem ser

adotadas pelos atores do processo, muito embora a própria UFCG reconheça que tais

documentos apresentam fragilidades e necessidade de aprimoramento.

##/Fato##

3. Conclusão

Os resultados do trabalho, consubstanciados por meio de testes e pelas

informações prestadas pelos gestores e constantes do Relatório de Gestão da

Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), apontam falhas que causaram

potencialmente prejuízo ao erário, mediante ato de gestão antieconômico, por conta da

contratação de serviços de portaria desnecessários ou subutilizados, cuja estimativa do

dano alcançou o montante de R$ 191.604,68.

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A fragilidade da fiscalização dos contratos é um ponto que merece atenção da

UFCG, vez que não foi capaz de detectar a prestação de serviços com custos inferiores

aos contratados e pagos, inclusive mediante pagamento das remunerações dos

trabalhadores em valores inferiores àquelas declaradas nas propostas que respaldam o

contrato, resultando em dano aos trabalhadores e ao erário, com a agravante da possível

responsabilidade solidária da Administração perante a Justiça do Trabalho, nesses casos.

Haja vista a atuação inadequada da fiscalização dos contratos, foi recomendada a

reposição ao erário, no total de R$ 151.654,81.

No tocante às contratações diretas, a condução dos processos de forma

totalmente contrária à legislação permitiu contínuas e sucessivas contratações de

serviços de apoio administrativo, no montante de R$ 1.799.380,31, em caráter de

urgência, para o Hospital Universitário Alcides Carneiro, inicialmente por meio do

registro de transação no Siafi sem o suporte processual legítimo para amparar a despesa

e, posteriormente, pela instrução processual extemporânea à execução da despesa e

alheia aos requisitos legais para a contratação direta.

No âmbito das aquisições diretas de equipamentos para a pesquisa cientifica, as

contratações irregulares atingiram o valor de R$ 1.199.236,59, porém, após a

apresentação dos fatos pela auditoria, a UFCG providenciou a anulação de uma

dispensa de licitação, no valor de R$ 519.500,00. Nesse caso, restaram medidas a serem

tomadas em face da aquisição irregular, no total de R$ 679.736,59, na qual há

evidências de condução do processo com favorecimento de empresas com vínculo entre

si.

Foram verificadas, também, falhas na Gestão de Recursos Humanos,

relacionadas à falta de controle da frequência dos servidores, à inutilização de sistema

biométrico de controle de frequência e à ausência de mecanismos de prevenção da

acumulação irregular de cargos. Os danos ao erário em virtude dessas falhas, apurados

pontualmente para cada caso identificado durante os trabalhos de campo, estão

apontados nos itens específicos deste relatório de auditoria.

Tendo sido abordados os pontos requeridos pela legislação aplicável,

submetemos o presente relatório à consideração superior, de modo a possibilitar a

emissão do competente Certificado de Auditoria.

João Pessoa/PB, 28 de setembro de 2015.

Nome: Cargo: ANALISTA DE FINANCAS E CONTROLE

Assinatura:

Nome:

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Cargo: ANALISTA DE FINANCAS E CONTROLE

Assinatura:

Nome: Cargo: ANALISTA DE FINANCAS E CONTROLE

Assinatura:

Relatório supervisionado e aprovado por:

_____________________________________________________________

Chefe

_______________________________________________ Achados da Auditoria - nº 201503668

1 Educação Superior - Graduação, Pós-Graduação, Ensino, Pesquisa e Extensão

1.1 Funcionamento de Instituições Federais de Ensino Superior

1.1.1 OPORTUNIDADE DA LICITAÇÃO

1.1.1.1 CONSTATAÇÃO

Realização de processos licitatórios para contratação de serviços sem indicação da

metodologia de quantificação do objeto e sem verificação de disponibilidade

orçamentária.

Fato

O pregão n.º 19/2014 teve por objeto a contratação de serviços de apoio

administrativo para os campi de Campina Grande, Sumé e Pombal. O valor orçado da

licitação foi de R$ 7.682.840,16.

Ao analisar os documentos que constituíram a fase interna desse pregão,

verificou-se que não foi autuado o plano de trabalho da contratação.

Menciona-se que foi identificada parte das informações que constituem a

essência do plano de trabalho – conforme a previsão da IN SLTI/MPOG n.º 02/2008

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(IN 02/2008), em seu art. 6º, §3º – a exemplo da justificativa da contratação e resultados

a serem alcançados em termos de economicidade.

Diferentemente, não foram identificados documentos que estabelecessem

relação entre a demanda prevista e a quantidade de serviço a ser contratada, conforme

exigência disposta no inciso II do art. 6º, §3º da citada IN 02/2008.

Sobre o assunto, foram autuados no processo tão somente memorandos trocados

entre a Pró-Reitoria de Administração e a Prefeitura Universitária, nos quais já

constaram os quantitativos a serem contratados.

Em prosseguimento às análises, verificou-se, a partir dos processos de

pagamentos decorrentes do pregão eletrônico n.º 19/2014 disponibilizados pela UFCG,

que para determinados serviços contratados houve grande diferença entre o quantitativo

de postos licitados e os efetivamente em prestação de serviços. Segue quadro

demonstrativo:

Quadro – Confronto entre quantitativos licitados e executados

Contrato Posto licitado Qtde

licitada

Qtde de postos de serviços efetivamente pagos por competência

Jul/2014 Ago/14 Set/2014 Out/2014 Nov/14 Dez/14 Jan/15 Fev/15

49/2014

Porteiro –

escala 12x36h 40 22 25 29 28 29 29 29 29

Porteiro – 44h 10 4 5 5 5 7 7 7 7

50/2014

Auxiliar de serviços gerais

40 24 24 24 24 24 24 24 24

Cozinheiro 04 0 0 0 0 0 0 0 0

Copeiro 04 01 01 01 01 01 01 01 01

Eletricista 04 01 01 01 01 01 01 01 01

Carpinteiro 04 01 01 01 01 01 01 01 01

Encarregado 04 02 02 02 02 02 02 02 02

Pedreiro 06 06 04 04 04 04 04 04 04

Recepcionista 20 05 05 05 05 05 05 05 05

Bombeiro

hidráulico 02 01 01 01 01 01 01 01

01

Telefonista 08 02 02 02 02 02 02 02 02

Jardineiro 04 04 04 04 04 04 04 04 04

51/2014

Auxiliar de

serviços gerais 60

Não houve

prestação de

serviços

18 18 18 18 18 21

Cozinheiro 06 01 01 01 01 01 01

Eletricista 06 01 01 01 01 01 01

Carpinteiro 04 0 0 0 0 0 0

Pedreiro 06 03 03 03 03 03 03

Recepcionista 20 14 14 14 14 14 14

Bombeiro hidráulico

04 0 0 0 0 0 0

Auxiliar de

cozinha 08 02 02 02 02 02 02

Porteiro – escala 12x36h

10 02 02 02 02 02 02

Jardineiro 08 02 02 02 02 02 02

Total 282 73 75 122 121 124 124 124 127

Fonte: Edital do pregão n.º 19/2014, processos de pagamentos dos contratos n.ºs 49, 50 e 51/2014.

A partir do quadro, verifica-se que o quantitativo de postos licitados mostrou-se

muito maior do que aqueles demandados pela UFCG ao longo da execução contratual.

Houve casos em que os postos licitados foram desarrazoadamente excessivos, a

exemplo dos postos de eletricista e de cozinheiro relativos ao contrato n.º 51/2014, que

se apresentou 500% maior que o efetivamente contratado.

Ademais, no processo do pregão eletrônico n.º 19/2014 não foram identificadas

as memórias de cálculo para o caso específico dos postos de auxiliar de serviços gerais,

aos quais estão associados índices de produtividade determinados na IN 02/2008, em

seu arts. 43 a 48, tratada em relato específico.

Portanto, constatou-se que as estimativas de quantidade do pregão eletrônico n.º

19/2014 não foram objetivamente estabelecidas e que a metodologia utilizada para o

dimensionamento dos serviços não se coadunam com o dispositivo da Lei n.º

8.666/1993, disposto em seu art. 6º, IX, f, c/c art. 7, §4º, indicando a fragilidade do

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planejamento da contratação e dando origem a irregularidades e impropriedades que

seguem descritas em registro próprio.

Ressalta-se que as observações ora apresentadas foram verificadas também em

relação ao pregão eletrônico n.º 18/2014, cujo objeto foi a prestação de serviços de

vigilância armada em quatro dos campi da UFCG, com orçamento estimado de R$

4.459.695,60

Indo além, verificou-se que o dimensionamento a maior dos postos é uma prática

rotineira da Entidade, o que pode ser facilmente verificado no Relatório de Gestão –

2014, mais especificamente nos quadros 7.9 - Contratos de Prestação de Serviços de

Limpeza e Higiene e Vigilância Ostensiva – UG 158195 e Quadro 7.13 – Contratos de

Prestação de Serviços com Locação de Mão de Obra – UG 158195.

De acordo com os quadros citados, apurou-se que o quantitativo de 1.980

trabalhadores previstos nos contratos firmados pela UFCG encontra-se 86% superior do

quantitativo de trabalhadores efetivamente contratados, em número de 1.063.

Frisa-se que para obter tais números foram considerados os contratos na situação

(A) Ativo Normal e (P) Ativo Prorrogado, conforme legenda dos quadros 7.9 e 7.13

retromencionados.

Em prosseguimento às análises, tem-se que a disponibilidade orçamentária para

execução do objeto licitado é um dos pré-requisitos do processo licitatório, conforme

estabelecido no art. 7º, §2º, III da Lei Geral das Licitações. Entretanto, a comprovação

de que havia recursos orçamentários disponíveis para a contratação dos objetos licitados

não foi identificada nos processos a que se referem os pregões eletrônicos n.ºs 18 e

19/2014, por ocasião da fase interna dos certames.

Conforme manifestações obtidas durante o período dos trabalhos de campo, a

verificação sobre a existência de orçamento, nas avenças decorrentes dos certames em

análise, ocorreu quando das alterações das demandas por posto de serviço, já no âmbito

da execução contratual.

Ao lado do planejamento deficiente, então, tem-se que a ausência de verificação

da disponibilidade de recursos orçamentários em antecedência ao processo licitatório

contribuiu sobremaneira para a estimativa superdimensionada dos postos.

A par do que já foi exposto, conclui-se que, caso a administração da Entidade

necessitasse contratar o total de postos licitados, haveria o risco da impossibilidade de

execução por conta da inexistência de recursos orçamentários.

Questionada sobre a ausência de plano de trabalho e instada a apresentar

documentação indicativa da forma como o número de profissionais/postos para cada

serviço contratado foi dimensionado – a exemplo de demandas setoriais, estudos de

necessidade, cálculo de áreas a serem atendidas, etc – a UFCG esclareceu, por meio do

Ofício n.º 65/R/GR/UFCG, de 10/03/2015, o seguinte:

“(...) temos a informar que a Universidade Federal de Campina Grande não tem um

Plano de Trabalho específico para a contratação de serviço terceirizado. Quando da

última expansão pela qual passou a Instituição (Plano de Expansão e REUNI), foi

realizado dimensionamento do quadro de pessoal efetivo e de infraestrutura. À medida

que as obras projetadas vão sendo concluídas, os Dirigentes Setoriais solicitam, à

Administração Central, o preenchimento daqueles cargos que, por não pertencerem à

carreira federal, são ocupados pelo serviço terceirizado. A Prefeitura Universitária

define as categorias e os quantitativos a serem licitadas e a contratação é realizada a

partir de autorização do Vice-Reitor, tendo como fundamento as justificativas

encaminhadas pelos dirigentes setoriais. O número licitado, definido pela Prefeitura

Universitária, sempre a maior, evita contratação de empresas diferentes para

prestação de serviço idêntico, no mesmo setor. A procuradoria jurídica emitiu parecer

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favorável a minuta de edital, que contém a justificativa para este procedimento.(...)”

(grifo nosso).

Há de ser reconhecida a existência de necessidades previsíveis e futuras, em

decorrência do processo de expansão da Universidade. Porém, o que se observou é que

o planejamento empreendido pela UFCG ocorreu de forma simplista, sem a utilização

de qualquer aferição de pertinência sobre o que seria necessidade atual, o que seria

demanda futura, e os prazos possíveis para o aumento da demanda.

Registra-se que não foram anexados documentos demonstrativos do

dimensionamento do quadro de pessoal ou as solicitações de preenchimento de vagas

pelos dirigentes setoriais mencionadas na manifestação, não restando demonstrada a

necessidade original, a qual a Prefeitura Universitária teria utilizado como base para a

licitação.

Nessa vereda e como exemplificação dos critérios adotados para os quantitativos

licitados, cabe mencionar excerto de manifestação disposta no Ofício n.º

186/R/GR/UFCG:

“(...) Com relação às informações solicitadas acerca do Contrato UFCG/PRA

N°051/2014, temos a acrescentar que o quantitativo do número de postos foi levantado

pela Direção do Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar, levando em

consideração as necessidades do momento e deixando uma margem de sobra para

atendimento de demandas futuras, uma vez que estavam previstos trabalhos a serem

executados na Fazenda Experimental, na Central de Laboratórios III, bem como as

atividades inerentes ao início do curso de Engenharia Civil, contemplando mais urna

Central de Aulas e mais uma Central de Laboratórios.(...)”

Entretanto, informações acerca dos possíveis prazos em que as novas estruturas

estariam concluídas não constaram no processo relativo ao pregão eletrônico n.º

19/2014, tampouco nas manifestações apresentadas ao longo dos trabalhos, de forma a

justificar o dimensionamento do objeto licitado.

Frisa-se que, para o caso específico do contrato n.º 51/2014, apenas 32,57% dos

postos licitados foram realmente demandados, conforme informações obtidas no

processo de pagamento relativo ao mês de dezembro/2014.

Outrossim, a fim de identificar a dinâmica de ocupação dos postos já no âmbito

da execução contratual, foi solicitado à UFCG que disponibilizasse informações e

documentos indicativos do fluxo de requisição de postos de trabalho, pelos setores. Em

resposta, ofertada por meio do Ofício n.º 186/R/GR/UFCG, de 21 de maio de 2015,

manifestou-se da seguinte forma:

“(...)b. após a formalização do contrato, o setor competente pela gestão dos serviços

solicita autorização de postos ao Pró-Reitor de Planejamento, o qual emite autorização

a partir da existência de disponibilidade orçamentária, encaminhando o processo à

Pró-Reitoria de Gestão Administrativo-Financeira para emissão de ofício a ser

encaminhado à contratada, solicitando a contratação de postos necessários, sendo

realizados, de acordo com as necessidades da Instituição, acréscimos e supressões, no

quantitativo de postos, ao longo da execução do contrato. (...)

7. Com relação às informações solicitadas acerca do Contrato UFCG/PRA N°

050/2014, temos a apresentar os seguintes esclarecimentos:

(...)

b. devido à limitação orçamentária, não foi possível a contratação de mais postos de

serviços, embora exista a necessidade e a disponibilidade no contrato.(...)”

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A título de comprovação, foram anexados à manifestação memorandos e ofícios

emitidos após o início da execução contratual dos termos n.ºs 49, 50 e 51/2014.

A análise dos documentos vem a corroborar o entendimento de que as

especificações de quantidade utilizadas na licitação não guardam relação com as

necessidades vivenciadas pela UFCG e seus campi, a curto e médio prazo.

Como exemplo, menciona-se o Mem. CDSA/UFCG/Nº 43/2014, de 11 de julho

de 2014, que teve por origem o Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido

(CDSA), situado no campus de Sumé, e por destino a Pró-Reitoria de Administração

Financeira.

O teor do referido memorando consistiu na solicitação de supressão de dois

postos de pedreiro (contrato n.º 050/2014) e acréscimo de dois postos de portaria

(contrato n.º 55/2014), a partir de 1º de agosto de 2014.

Da comparação entre as datas de início de vigência dos contratos n.ºs 50 e

55/2014 – ambas, 1º de julho de 2014 – e a data da solicitação de alteração de postos,

verifica-se que a prestação de serviços já se iniciou com quantitativos equivocados,

revelando extrema fragilidade do planejamento que deu origem à contratação.

Ademais, a manifestação também revela que, na visão do gestor, há necessidade

que não pôde ser atendida em virtude de limitação orçamentária. Ressalta-se que tais

riscos seriam minimizados se a consulta à disponibilidade orçamentária fosse realizada

oportunamente, em antecedência à fase externa da licitação, de forma que o objeto fosse

estabelecido conjugando-se as demandas e os recursos viáveis para seu atendimento.

Além das disposições legais e normativas infringidas já mencionadas, os

procedimentos adotados pela UFCG no âmbito dos pregões eletrônicos n.ºs 18 e

19/2014, no tocante ao planejamento, são indicados como irregulares também pela

jurisprudência do Tribunal de Contas da União (TCU).

Nesse sentido, enumeram-se os Acórdãos n.ºs 1.633/2014-Plenário, 301/2005-

Plenário, 3.267/2007-Primeira Câmara e 2.417/2007-TCU-2ª Câmara.

##/Fato##

Causa

Homologação de processos licitatórios cujos editais foram elaborados sem respaldo do

planejamento adequado da contratação, conforme preceitos contidos na Lei 8.666/1993,

10.520/2006 e IN SLTI MPOG 02/2008.

Homologação de processos licitatórios executados sem certificação da existência de

recursos orçamentários para lastrear as contratações decorrentes.

Instâncias detentoras de competências de supervisão, acompanhamento e elaboração de

editais (Pró-reitoria de Administração, Coordenação de Compras e Contratos e Divisão

de Materiais) não impediram o prosseguimento dos procedimentos de licitações sem o

adequado planejamento e sem verificação da disponibilidade orçamentária.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício n.º 244/R/GR/UFCG, de 02/07/2015, a Entidade manifestou-

se sobre o fato apontado da seguinte forma:

“Com referência aos itens 1 e 2 - Planejamento deficiente das contratações decorrentes

dos Pregões Eletrônicos N°s. 18/2014 e 19/2014 e irregularidades decorrentes deste

planejamento -, ratificamos que a Universidade Federal de Campina Grande não tem

um Plano de Trabalho específico para a contratação de serviços terceirizados, sendo o

quantitativo de postos licitados estimados, considerando a expansão pela qual passou a

Instituição e visando evitar a duplicidade de objetos contratuais, decorrentes da

contratação de empresas diferentes para prestação de serviços idênticos.

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Contudo, e após ciência desta Solicitação de Auditoria, a UFCG adotará as medidas

necessárias para corrigir as possíveis irregularidades e impropriedades, no tocante ao

planejamento para a contratação de serviços terceirizados, já tendo, inclusive, iniciado

processo para contratação de serviços de limpeza, nos termos da IN SLTI 02/2008,

para os Campi de Patos e Sousa.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação da UFCG apenas enfatiza argumentos já apresentados durante o

período de campo, quais sejam, a Entidade não dispõe de Plano de Trabalho para

contratação de serviços e os quantitativos de postos licitados foram estimados

considerando a expansão da Universidade.

Não foram apresentadas novas informações que fossem capazes de afastar as

irregularidades apontadas no campo fato.

A UFCG, de igual forma, ratifica que a estimativa visou evitar a duplicidade de

objetos contratuais. Sobre esse aspecto, vale mencionar que a duplicidade de contratos

com objetos idênticos realmente deve ser evitada. Entretanto, a maneira mais apropriada

para fazê-lo é por meio de planejamento adequado, por meio do qual sejam identificadas

as necessidades atuais e futuras e, ainda, considerando a normatização atinente a cada

modalidade de serviço a ser contratada.

Por fim, a UFCG informou que iniciou processo de contratação de serviços nos

termos da IN SLTI 02/2008, o que indica o reconhecimento das impropriedades

relatadas ao mesmo passo que revela o intento de corrigir procedimentos equivocados

de planejamento.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Inserir, nos documentos que regem as atividades de compras, etapas

relativas: - Ao dimensionamento do objeto a partir de documentos/estudos que

justifiquem a relação entre a demanda e a quantidade de serviços a ser contratada. - À

certificação da existência de dotação orçamentária capaz de subsidiar as despesas

pretendidas em antecedência a etapas externas dos procedimentos de aquisição

(licitação/dispensa/inexigibilidade. Dar ciência das alterações aos servidores atuantes

nos setores envolvidos com os procedimentos de compras.

Recomendação 2: Providenciar capacitação adequada aos servidores atuantes no fluxo

das compras, inclusive aqueles lotados na Divisão de Materiais.

1.1.1.2 CONSTATAÇÃO

Planejamento inadequado dos pregões n.ºs 18 e 19/2014 deu origem à restrição da

competitividade dos certames, à execução de contratos com objetos em

quantitativos menores que os contratados e ao tratamento não isonômico entre

empresas contratadas.

Fato

As falhas observadas na fase do planejamento das contratações relativas aos

Pregões Eletrônicos n.ºs 18 e 19/2014, materializadas principalmente no

estabelecimento dos objetos licitados em proporções maiores do que os serviços

efetivamente demandados pela UFCG, deram causa a irregularidades, cujas ocorrências

seguem descritas a seguir:

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Restrição à competitividade

A consequência imediata do superdimensionamento dos serviços licitados foi a

restrição à competitividade do certame.

No que tange à qualificação econômico-financeira, houve a exigência de

condições contábeis mais robustas a serem atendidas pelos licitantes, tendo em vista que

são baseadas no valor estimado da contratação. Nesse sentido, cita-se que o Capital

Circulante Líquido (CCL) da licitante deveria ser, no mínimo, 16,66% do valor

estimado da contratação, enquanto que o Patrimônio Líquido (PL) não poderia ser

inferior a 10% desse valor, conforme itens 4.2.1 e 4.2.2 dos editais.

De forma similar, o superdimensionamento dos postos de serviço impactou nos

requisitos de qualificação técnica, uma vez que, para atendimento das exigências, fez-se

necessária a comprovação de experiência de um mínimo de 50% da quantidade de

postos de trabalho objetos da licitação, de acordo com o item 4.3.3 dos editais.

A demonstração do enrijecimento das condições de habilitação mencionado

segue exemplificada na tabela a seguir. Nela foram apresentados os requisitos a serem

atendidos pelas licitantes do Pregão Eletrônico n.º 19/2014, considerados os

quantitativos que foram licitados, e os requisitos que seriam exigidos caso o n.º de

postos licitados correspondesse aos postos efetivamente demandados para os campi em

dezembro/2014. Os preços dos postos de serviço utilizados na tabela foram os preços de

referência da Administração.

Tabela 1 – Demonstrativo das condições de habilitação utilizando o n.º de postos licitados x n.º de postos

demandados

N.º de

postos

Valor do

contrato

(R$)

Qualificação

econômico-financeira

Qualificação

técnica

CCL

mínimo (R$)

PL mínimo

(R$)

50% dos

postos

Item 1

Campina

Grande

Licitação 50 2.151.595,20 358.455,76 215.159,52 25

Demanda 36 1.554.280,32 258.943,10 155.428,03 18

Item 2

Sumé

Licitação 100 2.286.958,56 381.007,30 228.695,86 50

Demanda 45 1.020.042,60 169.939,10 102.004,26 22,5

Item 3

Pombal

Licitação 132 3.244.286,40 540.498,11 324.428,64 66

Demanda 43 1.021.658,40 170.208,29 102.165,84 21,5

Fonte: Papel de trabalho elaborado pela equipe de auditoria.

A partir da tabela, vislumbra-se que o universo de licitantes aptas a participar da

disputa do Pregão Eletrônico n.º 19/2014 seria maior caso o n.º de postos licitados fosse

mais próximo das reais necessidades da Entidade.

Dessa forma, tem-se que o procedimento utilizado pela UFCG no âmbito dos

pregões Eletrônico s n.ºs 18 e 19/2014 restringiu o caráter competitivo dos certames e,

por conseguinte, contrariou o art. 3º, §1º, I da Lei n.º 8.666/1993 e art. 3º, I e II da Lei

n.º 10.520/2002.

Contrato com objeto irreal. Possibilidade ilegal de acréscimos e supressões do objeto.

Outra consequência indesejável foi o não alinhamento dos termos decorrentes

dos Pregões Eletrônicos n.ºs 18 e 19/2014 com a realidade jurídica da prestação de

serviços a eles relacionada. Pois, apesar de os contratos n.ºs 53, 54, 57 (oriundos do

Pregão n.º 18/2014), 49, 50 e 51/2014 (oriundos do Pregão n.º 19/2014) terem sido

firmados considerando os valores de todos os postos licitados, o fato é que a prestação

de serviços se deu em quantitativos e em valores inferiores àqueles assinalados nas

avenças.

De relevo mencionar a existência de disposição nos editais que, em tese, viria a

validar as alterações do número de postos de serviço a ser fornecido à UFCG, conforme

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demanda, sem fazer consideração aos limites de alteração contratual estabelecidos na

Lei n.º 8.666/1993. Segue transcrição do item 10.8, presente em ambos os instrumentos

convocatórios:

“10.8 – Em que pese a contratação contemplar a totalidade dos postos de trabalho

licitados, o preenchimento destes se dará de acordo com a necessidade da

Universidade Federal de Campina Grande que será expressa mediante autorização

formalizada pela autoridade superior da UFCG.”(Original sem grifo)

No tocante ao Pregão n.º 19/2014, o Termo de Referência ainda trouxe o

seguinte:

“5.1 - A quantidade estimativa prevista no quadro acima corresponde ao número

máximo da disponibilidade contratual para utilização pela UFCG, não obrigando,

todavia, a utilizá-lo no todo.”

Tais conteúdos possibilitaram a contratação de quaisquer números de postos de

trabalho, entre um e o quantitativo máximo previsto nos editais.

Reforça a constatação a comparação entre os quantitativos licitados e os

demandados no âmbito da execução dos contratos decorrentes dos Pregões n.ºs 18 e

19/2014, em prestação de serviço em dezembro/2014:

Tabela 2 – Percentual de ocupação dos postos licitados por meio dos Pregões n.ºs 18 e 19/2014 Instrumento Nº de postos licitados e

contratados

Nº de postos em

execução contratual

% de utilização de

postos

Contrato n.º 49/2014 50 36 72%

Contrato n.º 50/2014 100 45 45%

Contrato n.º 51/2014 132 43 32,57%

Contrato n.º 52/2014 10 10 100%

Contrato n.º 53/2014 15 7 46,66%

Contrato n.º 54/2014 20 15 75%

Contrato n.º 57/2014 15 10 66,67%

Fonte: Papel de trabalho elaborado pela equipe de auditoria.

Conclui-se então que o item 10.8 dos editais consistem, de fato, em fuga aos

limites de acréscimo/supressão de serviços expressamente definidos no art. 65, §1º da

Lei 8.666/1993, a saber, de 25% do valor inicial atualizado do contrato.

Para melhor visualização, faz-se referência ao termo n.º 51/2014: apesar de sua

execução manter-se em torno dos 43 postos, os mecanismos do edital do Pregão

Eletrônico n.º 19/2014 permitem a contratação de 165 postos, correspondentes aos

100% (132 postos) e ao adicional de 25% permitido pela Lei 8.666/1993 (33 postos).

Ou seja, seria possível o acréscimo de 283,72% dos postos em execução.

Ressalta-se que a Lei Geral da Licitações e Contratos é enfática ao estabelecer

que nenhum acréscimo ou supressão pode exceder aos limites mencionados, salvo as

supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes, nos termos do §2º do

art. 65.

Outro item do Termo de Referência do Pregão Eletrônico n.º 19/2014, desta feita

o item 5.2., permite a conversão de quantitativos de postos de serviços de determinada

categoria profissional para outra:

“5.2 - O quantitativo poderá sofrer alteração a critério do UFCG, de uma categoria

profissional para outra, desde que adequadamente justificado e aprovado pela

autoridade competente, observados o valor global da contratação, os seus acréscimos e

supressões, até o limite estabelecido no art. 65, §1º, II, da Lei nº 8.666, de 1993.”

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O dispositivo consiste em mecanismo de flexibilização que não encontra sede na

Lei das Licitações e Contratos Administrativos, tendo em vista que um dos requisitos

para o procedimento licitatório é a precisão do objeto, conforme art. 3º, II da Lei n.º

10.520/2002. E, novamente, o superdimensionamento dos postos de serviço permite

livre alteração de n.º de postos das categorias profissionais contratadas sem que seja

atingido o limite de acréscimo previsto em Lei, face ao alto valor global do contrato.

Logo, a permissão de alterações quantitativas entre postos diferentes estatui a

maleabilidade completa do contrato, a critério da Administração, sem esbarrar em

limites reais.

Da combinação dos elementos já apresentados, verifica-se que o ambiente

regulatório dos Pregões Eletrônicos n.ºs 18 e 19/2014 e dos contratos decorrentes foram

propícios a diversos riscos, entre eles a facilidade para contratação de postos de trabalho

desnecessários e o jogo de planilhas.

Tratamento não isonômico entre contratadas decorrente da diversidade de referências

para o valor da garantia contratual

Em que pese a clara disposição acerca dos valores das garantias a serem

apresentadas pelos licitantes, verificou-se que os valores irreais dos contratos levaram a

UFCG a tolerar diversidade de valores de referência para prestação de garantias

contratuais, causando tratamento não isonômico perante as contratadas por meio dos

termos n.ºs 49, 50 e 51/2014.

Para melhor compreensão, faz-se necessário transcrever a Cláusula Décima

Primeira – Da Garantia, comum aos contratos em epígrafe:

“11.1 Em decorrência do procedimento licitatório e do Termo de Referência, a

CONTRATADA prestará garantia no valor correspondente a 5% (cinco por cento) do

valor total do Contrato, nos termos do artigo 56 e seus parágrafos, da Lei nº

8.666/1993, com validade durante a execução do contrato e 3 (três) meses após o

término da vigência contratual ou da data de satisfação de eventual pendência de

natureza financeira junto à CONTRATANTE, dentre estas a maior, devendo ser

renovada a cada prorrogação, observado o disposto no Art. 18, XIX, e suas alíneas, da

Instrução Normativa SLTI/MPOG Nº 02/2008;”

As empresas prestadoras dos contratos n.ºs 49 e 51/2014 forneceram garantias

correspondentes a 5% do valor total registrado nos contratos. Já a empresa ZÊLO

LOCAÇÃO DE MÃO DE OBRA EIRELI, CNPJ n.º 10.339.944/0001-41, fornecedora

do contrato n.º 50/2014, foi autorizada a apresentar garantia contratual no valor de 5%

do valor dos postos efetivamente demandados pela UFCG. Seguem valores das

garantias conforme os contratos em comparação aos valores das garantias prestadas de

fato:

Quadro 1 – Garantias contratuais apresentadas pelos contratados – Pregão n.º 19/2014.

Nº Contrato Valor do

contrato

5% do valor total

contratado

Valor da garantia contratual

prestada pela empresa

49/2014 R$ 1.950.081,92 R$ 97.504,10 R$ 97.504,09

50/2014 R$ 1.971.098,62 R$ 98.554,93 R$ 45.994,67

51/2014 R$ 2.856.821,04 R$ 142.841,05 R$ 142.841,05

Fonte: Processo relativo ao Pregão Eletrônico n.º 19/2014, Anexos ao Ofício n.º 065/R/GR/UFCG, de

10/03/2015.

Sabe-se que as instituições seguradoras fornecerem garantias para a

Administração mediante a apresentação de contragarantias, pelas contratadas, às

seguradoras. Para tanto, as contratadas precisam inscrever ônus sobre seus bens/direitos

ou incorrem em despesas com prêmio de seguros proporcionais à garantia.

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Dessa forma, restou demonstrado tratamento mais benéfico à empresa ZÊLO

LOCAÇÃO DE MÃO DE OBRA EIRELI.

Questionada sobre o tratamento considerado não isonômico entre as contratadas,

a UFCG manifestou-se por meio do Ofício n.º 186/R/GR/UFCG, de 21 de maio de

2015:

“(...) a. nas licitações que visam à contratação de postos de serviço, a UFCG vem

licitando um quantitativo de postos superior ao necessário no momento da realização

do citado certame licitatório para assegurar uma margem para possíveis ampliações de

postos de serviços, haja vista o processo de expansão da Instituição;

b. em decorrência deste contexto, a UFCG tem aceitado que as empresas contratadas

apresentem garantia contratual, tanto no valor correspondente a 5% do valor total do

contrato quanto no valor correspondente a 5% do valor referente ao quantitativo de

postos de serviços efetivamente disponibilizados para a Instituição.

c. ocorrendo aumento ou supressão nos quantitativos de postos, a contratada efetua o

endosso na garantia, de modo que todos os postos efetivamente utilizados ficam

assegurados.(...)”

A manifestação informa que a UFCG “tem aceitado” garantias contratuais tendo

por valor de referência os serviços efetivamente disponibilizados. Entretanto, essa

disposição inexiste nos contratos em análise.

A aceitação de garantias em valores diversos ao previsto no edital e contratos

contraria o princípio da vinculação ao instrumento convocatório, previsto em diversos

dispositivos da Lei n.º 8.666/1993, como nos art. 3º; art. 55, XI; e, principalmente no

art. 41.

Além disso, ao estabelecer tratamento mais favorável a uma das empresas

contratadas em relação às demais, a UFCG vai de encontro ao princípio da isonomia

que é consagrado na Lei Geral das Licitações e Contratos, mormente demonstrado em

seu art. 3º.

De relevo mencionar que situação similar ocorreu em relação às garantias

prestadas no bojo dos contratos n.ºs 52, 53, 54 e 57/2014:

Quadro 2 – Garantias contratuais apresentadas pelos contratados – Pregão n.º 19/2014.

Nº do contrato Valor do

Contrato (R$)

5% do valor total do

contrato (R$)

Valor da garantia contratual

prestada pela empresa (R$)

52/2014 711.290,40 35.564,52 38.864,52

53/2014 1.089.000,00 54.450,00 50.820,00

54/2014 1.408.627,20 70.431,36 52.823,52

57/2014 1.061.316,00 53.065,80 35.377,20

Fonte: Processo relativo ao Pregão Eletrônico n.º 18/2014. Processos de pagamento referentes aos

contratos n.ºs 51, 52, 54 e 57/2014.

Por tudo que foi apresentado, constatou-se que, em razão do planejamento

deficiente e da forma de contratação adotada, houve restrição à competitividade, bem

como previsão ilegal de modificação contratual, em decorrência de o objeto pactuado

estar além da necessidade e da comprovação da capacidade orçamentária da unidade,

propiciando ajustes que incorrem em tratamento não isonômico entre as contratadas e

riscos de contratação desnecessária e de possibilidade do jogo de planilhas.

##/Fato##

Causa

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Homologação de processos licitatórios cujos editais foram elaborados sem respaldo do

planejamento adequado da contratação, conforme preceitos contidos na Lei 8.666/1993,

10.520/2006 e IN SLTI MPOG 02/2008.

Instâncias detentoras de competências de supervisão e acompanhamento dos serviços

licitados (Pró-reitoria de Administração, Coordenação de Compras e Contratos e

Divisão de Contratos e Convênios) não atuaram de forma a impedir que os contratos

fossem executados em divergência de seus termos.

De acordo com o Estatuto da UFCG, aprovado pela Resolução Consuni nº

5/2002:

“Art. 29. A Reitoria, órgão executivo da Administração Superior que coordena,

fiscaliza e superintende as atividades da Universidade, é exercida pelo Reitor,

auxiliado pelo Vice-Reitor e assessorado por:

I - Pró-Reitorias;

(...)

Art. 32. São atribuições do Reitor:

(...)

VII – firmar acordos ou convênios entre a UFCG e entidades públicas e

privadas;

(...)

XIII – administrar as finanças da UFCG e determinar a aplicação dos seus

recursos, de conformidade com o orçamento aprovado e os fundos instituídos;”

Ainda, conforme a Resolução Consuni nº 6/2005, que aprova o Regimento da

Reitoria:

“Art. 8º Compete à Pró-Reitoria de Gestão Administrativo-Financeira:

I – expedir instruções, portarias e demais atos necessários ao fiel desempenho

das suas atribuições;

(...)

VI – supervisionar e controlar as atividades dos setores que lhe são

subordinados;

VII – fiscalizar o andamento das atividades inerentes a sua área de atuação,

notificando os dirigentes de órgãos da administração, no que se refere a distorções ou

irregularidades eventualmente identificadas;”

Na estrutura da Pró-Reitoria de Gestão Administrativa-Financeira, compete à

Coordenação de Compras e Contratos (UFCG/PRA/CCC) acompanhar a elaboração dos

Editais, dos Contratos e Empenhos e gerenciar a demanda e os fluxos dos processos nas

divisões a ela subordinadas.

Por seu turno, a formalização, a conferência da documentação do fornecedor

contratado e o gerenciamento das informações pertinentes aos contratos é atribuição da

Divisão de Contratos e Convênios, unidade integrante da CCC.

Desse modo, a falta de atuação no desempenho de competências de supervisão e

acompanhamento das licitações e dos contratos pelo Pró-Reitor de Gestão

Administrativa-Financeira, pela Coordenadora de Compras e Contratos e pela Chefe da

Divisão de Contratos e Convênios propiciou a celebração de contratos com quantitativo

e valor global inadequados à realidade da Unidade, a diminuição da competitividade nas

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licitações e o tratamento não isonômico entre contratadas, concernente à exigência

desproporcional no cumprimento de obrigações contratuais.

No que se refere à falta de isonomia na exigência de garantia contratual,

nenhuma conduta do Reitor concorreu para esse resultado. Entretanto, possui

responsabilidade por homologar procedimentos licitatórios com vício de ilegalidade e

firmar contratos com objeto superior ao necessário ou possível de ser executado pela

Universidade. O poder-dever que lhe é atribuído exige a verificação da regularidade do

procedimento sob aspectos amplos, inclusive a adequação do objeto do contrato

celebrado. Portanto, no desempenho de suas atribuições legais, caberia ao Magnífico

Reitor anular o procedimento ou determinar, caso possível, o saneamento da ilegalidade,

abstendo-se de celebrar os contratos cuja realidade jurídica não corresponderia à fática.

Nesse caso, a responsabilidade do Reitor é atenuada pela existência de parecer

jurídico da licitação e por não haver recebido informações relevantes de terceiros que

tinham o dever legal ou funcional de alertá-lo.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício n.º 244/R/GR/UFCG, de 02/07/2015, a Entidade manifestou-

se sobre o fato apontado da seguinte forma:

“Com referência aos itens 1 e 2 - Planejamento deficiente das contratações decorrentes

dos Pregões Eletrônicos N°s. 18/2014 e 19/2014 e irregularidades decorrentes deste

planejamento -, ratificamos que a Universidade Federal de Campina Grande não tem

um Plano de Trabalho específico para a contratação de serviços terceirizados, sendo o

quantitativo de postos licitados estimados, considerando a expansão pela qual passou a

Instituição e visando evitar a duplicidade de objetos contratuais, decorrentes da

contratação de empresas diferentes para prestação de serviços idênticos.

Contudo, e após ciência desta Solicitação de Auditoria, a UFCG adotará as medidas

necessárias para corrigir as possíveis irregularidades e impropriedades, no tocante ao

planejamento para a contratação de serviços terceirizados, já tendo, inclusive, iniciado

processo para contratação de serviços de limpeza, nos termos da IN SLTI 02/2008,

para os Campi de Patos e Sousa.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação da UFCG abordou tão somente os elementos considerados para

o estabelecimento do quantitativo dos objetos licitados por meio dos pregões n.ºs 18 e

19/2014.

As informações apresentadas, portanto, mostram-se insuficientes para afastar as

irregularidades descritas no campo “fato”.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Inserir, nos documentos que regem as atividades de compras, etapas

relativas: - Ao dimensionamento do objeto a partir de documentos/estudos que

justifiquem a relação entre a demanda e a quantidade de serviços a ser contratada. - À

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certificação da existência de dotação orçamentária capaz de subsidiar as despesas

pretendidas em antecedência a etapas externas dos procedimentos de aquisição

(licitação/dispensa/inexigibilidade). Dar ciência das alterações aos servidores atuantes

nos setores envolvidos com os procedimentos de compras.

Recomendação 2: Providenciar capacitação adequada aos servidores atuantes no fluxo

do acompanhamento dos contratos, inclusive a Divisão de Contratos e Convênios.

Recomendação 3: Apurar responsabilidades dos que deram causa a licitações com

restrição à competitividade, à celebração de contratos que não refletem a realidade

jurídica dos serviços executados e apresentam limites ilegais de acréscimos e supressões

e ao tratamento não isonômico entre contratadas.

1.1.1.3 CONSTATAÇÃO

Contratação de postos de serviço em detrimento da contratação por resultados.

Serviços de limpeza e conservação.

Fato

Os itens 2 e 3 do pregão eletrônico n.º 19/2014 previram a contratação de

diversos postos de serviço, dentre os quais o de auxiliar de serviços gerais. Foram

licitados o total de 100 postos, com contratação efetiva de 42, assim distribuídos:

Quadro – Postos de auxiliar de serviços gerais licitados e demandados

Item do pregão Categoria profissional Qtde de postos

licitados

Qtde de postos

demandados

(dez/2014)

2 – Campus Sumé Auxiliar de serviços gerais 40 24

3 – Campus Pombal Auxiliar de serviços gerais 60 18

Fonte: Edital do pregão eletrônico n.º 19/2014, processos de pagamento dos contratos 50 e 51/2014.

Verificou-se, a partir de manifestações do gestor, que tais profissionais foram

contratados para desempenharem serviços de limpeza e conservação nos campi.

Ocorre que limpeza e conservação são serviços cujo fornecimento deve ser

contratado a partir de unidade de medida que permita a mensuração de resultados. No

caso específico, área física a ser limpa, conforme previsão do art. 11 c/c arts. 42 a 48 da

IN SLTI n.º 02/2008.

Diante da inexistência, no processo relativo ao Pregão Eletrônico n.º 19/2014,

de memorial acerca do dimensionamento objeto, concluiu-se que a UFCG contratou

serviços de limpeza e conservação por simples locação de postos de serviços, em

detrimento da contratação por resultados.

A UFCG foi instada a justificar a inadequação do critério de contratação. A

resposta foi ofertada por meio do Ofício n.º 065/R/GR/UFCG, de 10 de março de 2015:

“(...) b. Acerca do solicitado no item 2, temos a informar que a Prefeitura

Universitária, analisando processos anteriores de contratação de serviço terceirizado,

constatou que a contratação de postos de auxiliar de serviço, em detrimento da

especificação do custo do serviço por área a ser coberta pelo contrato, torna-se mais

barato para a Instituição, que, nesse caso, pode fazer remanejamento do pessoal,

deslocando-os de uma área para outra, conforme necessidade específica de cada uma.

(...)”

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A fim de avaliar os motivos pelos quais os técnicos da UFCG chegaram à

conclusão de que haveria vantagem em contratar serviços de limpeza e conservação por

postos, foi solicitada a apresentação dos estudos mencionados na transcrição acima,

bem como a documentação comprobatória da ciência, pela alta administração da UFCG,

de tais conclusões. A UFCG manifestou-se por meio do Ofício n.º 186/R/GR/UFCG, de

21 de maio de 2015, como abaixo apresentado:

“(...) temos a informar que da análise realizada não resultou nenhum documento

formal, tendo as conclusões sido apresentadas à Administração Central em Reuniões de

Equipe, em que se tratam dos temas administrativos de rotina. Acrescentamos, no

entanto, que a Pró-Reitoria de Gestão Administrativo-Financeira está, neste momento,

procedendo a certame licitatório visando à contratação de serviço de limpeza para os

campi de Sousa e Patos, desta vez seguindo a orientação da IN02/2008 da

LSTI/MPOG.(...)”

Não houve demonstração da vantagem em contratação por postos, indicando que

a decisão foi tomada a partir de impressões, sem exames mais detidos e analíticos.

Apesar de a UFCG ter demonstrado que reconhece a necessidade de alinhamento

à IN 02/2008, no tocante à utilização de critérios de mensuração de serviços de limpeza

e conservação para contratações futuras, a manifestação não afastou a irregularidade da

contratação de postos de serviços para o desempenho dessas atividades no âmbito dos

contratos n.ºs 50 e 51/2014.

Ressalta-se que não há impedimento para adoção de outros parâmetros de

produtividade diferentes daqueles expressamente previstos na IN 02/2008, conforme se

depreende do parágrafo único do art. 43 e do art. 47 dessa Instrução Normativa.

Entretanto, há necessidade que haja justificativas para tanto, bem como a aprovação

pela autoridade competente.

Por fim, cabe mencionar decisões do TCU que reforçam que houve inadequação

da metodologia adotada pela UFCG, no que tange aos serviços em epígrafe: Acórdãos

n.ºs 6.771/2009 – 1ª Câmara e 1.442/2010 – 2ª Câmara, dentre outros.

##/Fato##

Causa

Homologação de processos licitatórios cujos editais foram elaborados sem respaldo do

planejamento adequado da contratação, conforme preceitos contidos na Lei 8.666/1993,

10.520/2006 e IN SLTI MPOG 02/2008.

Instâncias detentoras de competências de supervisão, acompanhamento e elaboração de

editais (Pró-reitoria de Administração, Coordenação de Compras e Contratos e Divisão

de Materiais) não impediram o prosseguimento dos procedimentos de licitações sem o

adequado planejamento.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação

dos fatos, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no

campo „fato‟.

##/AnaliseControleInterno##

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Recomendações:

Recomendação 1: Realizar estudos necessários à contratação de serviços de limpeza e

conservação a partir de critérios de produtividade.

Recomendação 2: Proceder à prorrogação dos contratos - cujos serviços de limpeza e

conservação tenham sido quantificados por postos de serviço - somente pelos prazos

necessários à produção dos estudos mencionados na recomendação anterior e de forma

que, tão logo os estudos sejam concluídos, seja(m) realizada(s) nova(s) licitação(ões).

1.1.1.4 CONSTATAÇÃO

Contratação de postos de serviço em detrimento da contratação por resultados.

Outros serviços.

Fato

A partir dos elementos observados nas contratações de serviços de apoio

administrativo relacionadas aos contratos n.ºs 50 e 51/2014, e da licitação que lhes deu

origem, a saber, o pregão eletrônico n.º 19/2014, constatou-se a contratação baseada,

exclusivamente, em postos de serviço para o desempenho das atividades de apoio

necessárias à UFCG.

Os profissionais contemplados nos contratos, dentre outros, foram bombeiros

hidráulicos, eletricistas, pedreiros, carpinteiros, jardineiros, etc. Reproduz-se quadro

com os profissionais disponibilizados à UFCG em dezembro/2014, em decorrência dos

contratos n.ºs 50 e 51/2014:

Quadro 1 – Profissionais disponibilizados à UFCG em dezembro/2014

Contrato Posto contratado

Qtde de postos de serviços

efetivamente pagos por

competência

50/2014

Auxiliar de serviços gerais 24

Cozinheiro 0

Copeiro 01

Eletricista 01

Carpinteiro 01

Encarregado 02

Pedreiro 04

Recepcionista 05

Bombeiro hidráulico 01

Telefonista 02

Jardineiro 04

51/2014

Auxiliar de serviços gerais 18

Cozinheiro 01

Eletricista 01

Carpinteiro 0

Pedreiro 03

Recepcionista 14

Bombeiro hidráulico 0

Auxiliar de cozinha 02

Porteiro – escala 12x36h 02

Jardineiro 02

Fonte: Processos de pagamento dos contratos n.ºs 50 e 51/2014

Sobre a contratação de serviços continuados, a IN 02/2008 estabelece, em seu

art. 11, que deverá ser adotada unidade de medida que permita a mensuração dos

resultados para o pagamento da contratada, e que elimine a possibilidade de remunerar

as empresas com base na quantidade de horas de serviço ou por postos de trabalho.

Portanto, e de acordo com a previsão do §1º do mencionado artigo, a contratação

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de serviços continuados por postos consiste em excepcionalidade, e deve ocorrer

quando houver inviabilidade da adoção do critério de aferição de resultados.

Apesar disso, não foi identificado no bojo do processo de que trata o pregão

eletrônico n.º 19/2014 a motivação para adoção de postos de serviço, em detrimento da

contratação por resultados, a exemplo da situação específica relacionada aos serviços de

limpeza e conservação.

O modelo adotado para a contratação pode trazer prejuízos à Administração pelo

fato de que, ao invés de serem contratados serviços, está sendo contratada a

disponibilidade dos profissionais, gerando despesa mesmo quando não há serviços a

serem desempenhados ou quando há impossibilidade de realizá-los.

Para melhor visualização da inadequação do procedimento, registra-se que por

ocasião das análises relativas à gestão de imobiliário da Entidade, a UFCG informou

que teve ao seu dispor, em dezembro/2014, 112 profissionais com atribuições

relacionadas à manutenção e à conservação das instalações da Entidade, conforme

Ofício n.º 205/R/GR/UFCG, de 1 de junho de 2015.

O citado Ofício, ao detalhar o fluxo adotado para manutenção das edificações,

informa que “o serviço [de manutenção] segue, sempre que possível, com tarefas que

não dependem de material até o recebimento deste”.

É possível observar, então, que a UFCG é obrigada a retribuir as empresas

contratadas pelos postos de profissionais disponibilizados, mesmo que não tenha

material para execução dos serviços de manutenção.

Em decorrência do exposto e considerando a ausência de motivação para

contratação por postos ao invés de resultados, verifica-se que a UFCG não cumpriu os

ditames da IN 02/2008. No caso específico de profissionais de manutenção, assumiu

riscos de prejuízos pela realização da despesa independentemente da prestação efetiva

de serviços, em situações de ociosidade da mão de obra contratada.

##/Fato##

Causa

Homologação de processos licitatórios cujos editais foram elaborados sem respaldo do

planejamento adequado da contratação, conforme preceitos contidos na Lei 8.666/1993,

10.520/2006 e IN SLTI MPOG 02/2008.

Instâncias detentoras de competências de supervisão, acompanhamento e elaboração de

editais (Pró-reitoria de Administração, Coordenação de Compras e Contratos e Divisão

de Materiais), não impediram o prosseguimento dos procedimentos de licitações sem o

adequado planejamento.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação

dos fatos, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no

campo „fato‟.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Realizar estudos necessários à contratação dos serviços de apoio

administrativo a partir de critérios de produtividade, de forma que as novas licitações

estejam adequadas ao modelo de contratação por resultados ou promovendo a

motivação para contratação por postos de serviço, conforme disposição da IN 02/2008.

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Recomendação 2: Proceder à prorrogação dos contratos - cujos serviços de apoio

administrativo permitam mensuração por resultados e tenham sido quantificados por

postos de serviço - somente pelos prazos necessários à produção dos estudos

mencionados na recomendação anterior e de forma que, tão logo os estudos sejam

concluídos, seja(m) realizada(s) nova(s) licitação(ões).

1.1.1.5 CONSTATAÇÃO

Inserção de custos, sem embasamento legal, em planilha de formação de preços de

postos de serviços licitados e contratados.

Fato

Entre os postos de serviços licitados no âmbito do pregão eletrônico n.º 19/2014,

constou o posto de porteiro, em regime de escala 12x36h. E, por meio do pregão n.º

18/2014, foram licitados postos de serviço de vigilância noturna, também em regime de

escala 12x36h.

Verificou-se que para os postos de serviço mencionados, a UFCG incluiu na

composição dos custos a rubrica “Descanso Semanal Remunerado” (DSR) entre os itens

constituintes da remuneração dos trabalhadores.

Ocorre que tal rubrica não tem sede legal, tampouco tem origem em Convenção

Coletiva de Trabalho das categorias de porteiro e vigilante. Nesse sentido, vale ressaltar

a Súmula n.º 444/TST:

“É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e

seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo

de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro

dos feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao pagamento de adicional

referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas.”

Instada a manifestar-se acerca da impropriedade no âmbito do Pregão n.º

19/2014, a UFCG informou, por meio do Ofício n.º 065/R/GR/UFCG, de 10 de março

de 2015:

“(...) constatamos que a rubrica Descanso Semanal Remunerado (DSR) fora incluída

indevidamente, nas planilhas de custo. Informamos ainda que procedemos à exclusão

do DSR das referidas planilhas nos Contratos UFCG/PRA 049/2014 e 051/2014, o que

foi formalizado por meio de Termos de Apostilamento, em anexo.

Após a exclusão do DSR, calculou-se a diferença dos valores pagos indevidamente às

respectivas contratadas, referentes ao DSR, apurando-se um total de R$ 8.567,97 do

Contrato UFCG/PRA 049/2014, no período de julho/2014 à janeiro/2015, e de R$

899,60 do Contrato UFCG/PRA 051/2014, no período de setembro/2014 à

janeiro/2015, valores que serão descontados na próxima Nota Fiscal/Fatura a ser

encaminhada pelas respectivas contratadas, referente ao pagamento dos serviços

prestados no mês de fevereiro (...)”

A UFCG demonstrou que reconheceu como indevido o pagamento de DSR e já

tem adotado providências para saneamento da impropriedade, no âmbito dos contratos

n.ºs 49 e 51/2014.

Entretanto, não houve apresentação de eventuais providências adotadas em

relação aos contratos decorrentes do Pregão Eletrônico n.º 18/2014 (contratos n.ºs 52,

53, 54 e 57/2014).

##/Fato##

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Causa

Componentes da Divisão de Contratos e Convênios, setor responsável pela

elaboração de planilhas de custos de serviços terceirizados, sem conhecimentos

necessários para o desempenho adequado da atividade.

Conforme a Resolução Consuni nº 6/2005, que aprova o Regimento da Reitoria:

“Art. 8º Compete à Pró-Reitoria de Gestão Administrativo-Financeira:

I – expedir instruções, portarias e demais atos necessários ao fiel desempenho

das suas atribuições;

(...)

VI – supervisionar e controlar as atividades dos setores que lhe são

subordinados;

VII – fiscalizar o andamento das atividades inerentes a sua área de atuação,

notificando os dirigentes de órgãos da administração, no que se refere a distorções ou

irregularidades eventualmente identificadas;”

Na estrutura da Pró-Reitoria de Gestão Administrativa-Financeira, compete à

Coordenação de Compras e Contratos (UFCG/PRA/CCC) acompanhar a elaboração dos

Editais, dos Contratos e Empenhos e gerenciar a demanda e os fluxos dos processos nas

divisões a ela subordinadas.

Por seu turno, o assessoramento na elaboração e na análise de planilhas de custo

é atribuição da Divisão de Contratos e Convênios, unidade integrante da CCC.

Em virtude do desempenho deficiente das respectivas atribuições, as condutas do

Pró-Reitor de Gestão Administrativa-Financeira, da Coordenadora de Compras e

Contratos e da Chefe de Divisão de Contratos e Convênios concorreram para a situação

irregular detectada.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

A manifestação apresentada pela UFCG sobre esse tema constou no Ofício n.º

241/R/GR/UFCG, de 01 de julho de 2015. Segue transcrição:

“(...) informamos que a UFCG tomará as providências para exclusão do referido custo

nos contratos que ainda não foram repactuados, sendo realizada quando da

repactuação contratual para ajustes dos salários decorrentes da nova Convenção

Coletiva do Trabalho, evitando o retrabalho, cujos Processos já se encontram na Pró-

reitoria de Gestão Administrativo-Financeira, para formalização das repactuações.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação pautou-se em apresentar as providências a serem adotadas pela

UFCG em relação ao saneamento das impropriedades no âmbito dos contratos n.ºs 52,

53, 54 e 57/2014.

Não foram apresentadas justificativas que elidissem a impropriedade apontada

no campo “fato”.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Realizar levantamento dos contratos de serviço de portaria e

vigilância vigentes e cujas planilhas de custos prevêem a rubrica Descanso Semanal

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Remunerado, e proceder à retirada desse elemento, bem como à glosa dos valores pagos

indevidamente.

1.1.1.6 CONSTATAÇÃO

Ausência de comprovação da necessidade de alocação de postos de portaria, no

valor de ao menos R$ 191.604,68.

Fato

A fim de coletar elementos acerca da adequação de quantitativos de postos de serviço

em execução na Entidade, a equipe de auditoria realizou visitações, no dia 21 de maio

de 2015, aos postos disponibilizados à UFCG no âmbito do termo n.º 49/2014, cujo

objeto consistiu em serviços de portaria.

O contrato foi selecionado pelo fato de ser o único, dentre aqueles decorrentes

dos Pregões n.ºs 18 e 19/2014 a prever postos de serviço no campus principal da UFCG,

em coincidência, portanto, com o local da realização dos trabalhos de campo da

auditoria.

A partir das inspeções, verificou-se postos de serviço de portaria para os quais a

efetiva necessidade de contratação não restou evidenciada.

Segue descrição de situações pontuais, para fins de exemplificação das

ocorrências.

Situação 1 – Reitoria e proximidades

Imagem – Visão superior do prédio da Reitoria e proximidades

Legenda: - - posto de portaria, regime de escala 12x36h

Nas proximidades da entrada principal verificaram-se os seguintes postos de

portaria, todos em regime de escala 12x36 h (12x36h):

- Entrada principal

- Estacionamento em frente à reitoria

- Reitoria

- Portaria de acesso ao Complexo Esportivo

Durante a inspeção, não foram encontrados elementos que confirmassem a

necessidade de alocar um posto de portaria apenas para observar a ordem do

estacionamento da Reitoria, considerando ainda que há postos alocados na guarita da

entrada principal e na entrada do prédio da Reitoria.

Entrada

principal

Reitoria

Estacionamento da

Reitoria

Portaria C.

Esportivo L~200m

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No mesmo sentido, entendeu-se não comprovada a real necessidade de utilização

de posto de serviço no portão que dá acesso ao Complexo Esportivo da Universidade.

Isso porque tal portão encontra-se a menos de 200 metros da guarita principal, o que

possibilita o redirecionamento do fluxo de automóveis e pedestres ao portão principal

da Universidade, sem maiores prejuízos aos frequentadores da Entidade.

Situação 2 – Bloco BG e proximidades

O bloco BG consiste em central de aulas e é construído com três pavimentos.

Apesar de ter mais de um acesso, durante a inspeção apurou-se que apenas um é

utilizado.

No bloco e seus arredores foram identificados os seguintes postos de portaria:

- Dois postos de porteiro, regime 44h semanais (44h), internos ao bloco

- Um posto de porteiro, 12x36h, interno ao bloco

- Um posto de porteiro, 12x36h na área do estacionamento nas proximidades do bloco

BG

- Um posto de porteiro, 12x36h, na chamada Entrada da Creche

A imagem abaixo melhor representa a distribuição dos postos em comento.

Imagem – Visão superior do Bloco BG e proximidades

Legenda: - posto de portaria 12x36h

- posto de portaria 44h

Internamente ao bloco BG, verificou-se que há dois colaboradores que atuam em

turnos de 8h: um durante os turnos manhã e tarde; outro, no durante os turnos tarde e

noite. Conforme relatado durante a inspeção, suas atribuições são controlar a entrega de

chaves de sala de aula e de controles remotos dos aparelhos de ar condicionado das

salas de aula.

Há um terceiro posto interno ao bloco BG, porém, no regime de escala 12x36h.

O colaborador entrevistado à ocasião informou que auxilia os colegas e que também é

responsável pelo acionamento das luzes do prédio.

Quanto ao colaborador que atua na área externa ao bloco, este mencionou que é

responsável por organizar o fluxo de carros na área, e por observar o estacionamento. A

imagem abaixo melhor apresenta a área de atuação sob sua responsabilidade.

Entrada

Creche

Estacionamento

Bloco BG

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Foto – Estacionamento próximo ao bloco BG, ao qual foi dedicado posto de portaria em regime de escala

12x36h. Campina Grande/PB, 21/05/2015.

Conjugando as informações, não houve a comprovação da necessidade de

contratação dos dois postos no regime 12x36h interno ao bloco e alocado no

estacionamento, fato agravado quer seja pela sobreposição de atribuições, bem como

pela possibilidade de utilização de que placas informativas e elementos de organização

de fluxo, que em princípio, alcançariam o mesmo resultado que alocar um posto

específico para organização do trânsito em um pequeno trecho do campus.

Situação 3 – Bloco CAA

Foto – Entrada do bloco CAA. Campina Grande/PB, em 20/05/2015.

Ao Bloco CAA foram destinados três postos de porteiro, regime 12x36h. Faz-se

necessário esclarecer que, não obstante o prédio ser constituído de quatro pavimentos,

possui apenas um acesso. Dessa forma, restando, também, não comprovada a real

necessidade de dois dos postos ali alocados.

Bloco BG

Colaborador em seu

posto de serviço

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A afirmação pode ser corroborada pelo fato de que durante a visitação foi

observada a presença de apenas um porteiro no bloco, sem que fossem percebidos

transtornos à rotina de atividades desempenhadas naquele local.

Sobre o local ainda é válido ressaltar que a concentração de postos sem a real

necessidade cria ambiente favorável à prestação de serviços realizados apenas em

forma. Nesse sentido, reproduz-se parte da folha de ponto de um dos colaboradores

alocados no Bloco CAA, não encontrado em seu posto durante a inspeção que, repisa-

se, foi realizada no dia 21/05/2015:

Foto – Folha de ponto do colaborador de CPF n.º ***.915.464-**. Campina Grande/PB, 21/05/2015

Situação 4 – Estacionamento em frente a posto bancário

As imagens abaixo reproduzem área guarnecida com posto de portaria, regime

de 44h semanais:

Imagem – Visão superior do estacionamento próximo a

posto bancário e restaurante universitário.

Legenda: - posto de portaria, 44h

Foto – Estacionamento próximo a posto

bancário e restaurante universitário.

Campina Grande/PB, 21/05/2015.

Não foram identificados elementos que justificassem a alocação deste posto de

portaria, tendo em vista que a atribuição exclusiva consistiu na observação de

estacionamento com capacidade aproximada de 80 veículos, situado em frente a posto

bancário e nas proximidades do restaurante universitário e do arquivo da UFCG.

Situação 5: Hall das Placas

De maneira similar, não foram identificados elementos que justificassem a

alocação de um posto de portaria 12x36h no chamado Hall das Placas. Tal área consiste

em pátio aberto, de livre circulação, assim denominado por abrigar diversas placas

memoriais das turmas formadas pela UFCG.

À ocasião da visita, o posto esteve a descoberto.

Situação 6: Patologia HUAC

Apesar de haver previsão de dois postos de portaria, regime de 44h, para o

Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), durante a inspeção, realizada durante

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a tarde do dia 21/05/2015, verificou-se que não havia nenhum colaborador atuando

naquela função.

Um dos colaboradores, apesar de ter sido encontrado no local, informou que não

presta serviços de portaria, mas sim de auxiliar administrativo. Além do desvio de

função na prestação de serviços, é possível constatar a desnecessidade da contratação do

posto de portaria, 44h.

No que tange ao segundo colaborador alocado no HUAC, foi informado à equipe

de auditoria que presta serviços das 06:00 às 14:00, e por esta razão, já teria deixado o

posto de serviço.

Situação 7: Associação de Catadores e Recicladores - Bairro Mutirão

Durante a inspeção não foi encontrado nenhum colaborador no posto de portaria

12x36h previsto para a Associação de Catadores e Recicladores, situada no Bairro

Mutirão.

A partir de informações fornecidas pelo servidor da UFCG que acompanhou a

equipe de auditoria, os colaboradores designados para o posto se deslocam até a

associação mediante demanda da docente que mantém projetos junto à comunidade. Na

ausência da demanda, portanto, o posto fica a descoberto.

Por não haver necessidade permanente da presença dos colaboradores

designados para o local, entende-se que o posto de portaria 12x36h é supérfluo e não

consiste no regime de serviço mais adequado para o caso, por ser uma solução de

prestação de serviços que oferece muito além do que realmente é preciso para o bom

desempenho das atividades da Administração.

A partir das observações realizadas, foram considerados como de contratação

não efetivamente comprovada em sua necessidade ao menos oito postos de portaria em

regime de escala 12x36h e outros dois postos de portaria em regime de 44h semanais.

Tomando por referência os serviços pagos em março/2015 (processo de

pagamento mais recente disponibilizado à CGU), foi possível constatar que a UFCG

tem-se utilizado de 29 postos de portaria 12x36h e outros sete postos em regime de 44h

semanais, totalizando 36 postos de serviço.

Portanto, o quantitativo de postos identificados na situação ora descrita foi de

27% do total de postos contratados e efetivamente pagos. O montante envolvido nestas

contratações (cujas necessidades não restaram comprovadas) foi de, pelo menos, R$

191.604,68. O n.º de postos disponibilizados à UFCG no âmbito do contrato n.º 49/2014

variou ao longo da execução contratual, fato pelo qual no cálculo apresentado foram

consideradas apenas as competências de julho/2014 a março/2015 em que houve a

disponibilização, pela contratada, do quantitativo máximo de postos, por regime.

De outra banda, há de ser levado em conta que as atividades acadêmicas

apresentam acentuada diminuição aos finais de semana, sobretudo aos domingos.

Considerando que o horário de prestação de serviços sob regime de escala de 12x36h

ocorre das 06:00 às 18:00h, de segunda-feira a domingo, tem-se que há subutilização

dos postos de serviço distribuídos em locais de pouco ou nenhum movimento aos finais

de semana. Nessa situação, estão os postos alocados nos blocos de salas de aula/

laboratórios, blocos administrativos, estacionamentos, biblioteca, portarias secundárias

e creche.

Alternativamente, para os postos que têm necessidade da permanência de

colaboradores de segunda-feira a sábado, de 06:00h às 22:00h, vislumbra-se que a

modalidade de prestação de serviço mais vantajosa para a UFCG seria a contratação de

dois colaboradores em regime de 44h semanais, revezando-se diariamente, durante os

turnos manhã/tarde e tarde/noite.

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Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 38

O arranjo permitiria maior cobertura diária de serviços (06:00h às 22:00h, ao

invés de 06:00 às 18:00h), sem dispêndios com serviços não utilizados, prestados aos

domingos. Além disso, possibilitaria alguma economia, pois o posto em regime de

escala 12x36h tem custo mensal de R$ 3.637,20, ao passo que dois postos de portaria

em regime de 44h semanais custam o montante R$ 3.403,72 para o mesmo período.

Por tudo o que foi apresentado, há a percepção de que a UFCG não avaliou

adequadamente o melhor regime de prestação de serviços, conforme a necessidade de

cada local a ser guarnecido.

Frisa-se que todos os apontamentos tiveram por pressupostos os elementos

coletados durante a inspeção. Eventuais análises acerca dos critérios específicos

considerados pela UFCG ao prover os locais com profissionais porteiros e as

respectivas cargas horárias ficaram prejudicadas ao longo dos trabalhos de campo, pelo

fato de inexistirem, no bojo do processo a que se refere o Pregão n.º 19/2014,

documentos que contivessem o planejamento da contratação, a exemplo de estudos de

necessidade ou expedientes indicativos da motivação das soluções de serviço adotadas

pela Entidade.

De relevo mencionar trecho do Relatório de Gestão 2014 da Entidade,

disponível às fls. 11, o qual segue transcrito:

“Planejar bem e executar os recursos com parcimônia e competência é a forma de

evitar excessos e gastos desnecessários. É esse o exemplo da administração superior da

UFCG; é esse o pedido que se faz aos Centros e às Unidades Acadêmicas.”

Em que pese a alta administração da Entidade reconhecer a necessidade do

planejamento adequado como formar de evitar excessos e gastos desnecessários, o fato

é que tal planejamento inexistiu no âmbito do contrato n.º 49/2014.

Como pode ser verificado em campo, a ausência do bom planejamento deu causa

à situação em comento, com consequente ato antieconômico ao erário, bem como para

Entidade, ao passo que direcionou recursos escassos a serviços dos quais não precisou,

em detrimento do atendimento de outras necessidades reais.

Nesse caso, embora a equipe entenda que não há obrigação de reparar, uma vez

que o serviço foi prestado, ocorreu a prática de ato de gestão antieconômico, em valor

estimado de R$ 191.604,68, consideradas apenas as competências de julho/2014 a

março/2015, nas quais houve a disponibilização, pela contratada, do quantitativo

máximo de postos, por regime.

##/Fato##

Causa

As causas estruturantes identificadas são a ausência de estudos para

conhecimento das necessidades da Entidade e das melhores soluções de atendimento, no

tocante aos serviços de portaria; a inexistência de controles e/ou apreciação sobre a

pertinência dos pedidos de ocupação de postos de portaria, viabilizada pelo modelo de

contratação adotado, o qual prevê livre adição e supressão de postos; e, por fim,

controles internos adotados nos procedimentos de fiscalização insuficientes para

identificar situações de prestação de serviços desnecessários ou a melhor solução de

prestação de serviço.

De acordo com o Estatuto da UFCG, aprovado pela Resolução Consuni nº

5/2002:

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Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 39

“Art. 5º A administração dos campi universitários é descentralizada por meio de

delegação de competência conferida pelo Reitor.

Parágrafo único. A administração dos campi universitários será exercida por

prefeituras universitárias, diretamente subordinadas à Reitoria, com atribuições

definidas no Regimento da Reitoria.

(...)

Art. 29. A Reitoria, órgão executivo da Administração Superior que coordena,

fiscaliza e superintende as atividades da Universidade, é exercida pelo Reitor,

auxiliado pelo Vice-Reitor e assessorado por:

I - Pró-Reitorias;

(...)

IV – Órgãos de Apoio Acadêmico-Administrativo.

(...)

Art. 32. São atribuições do Reitor:

(...)

III – nomear e dar posse aos dirigentes dos órgãos da UFCG;

(...)

VII – firmar acordos ou convênios entre a UFCG e entidades públicas e

privadas;

(...)

XIII – administrar as finanças da UFCG e determinar a aplicação dos seus

recursos, de conformidade com o orçamento aprovado e os fundos instituídos;

(...)

XVIII – delegar poderes e atribuições, cancelando-os, no todo ou em parte,

segundo as conveniências do serviço;

(...)

XX – desempenhar as demais atribuições inerentes à sua função, não

especificadas neste Estatuto.”

Conforme a Resolução Consuni nº 6/2005, que aprova o Regimento da Reitoria:

“Art. 8º Compete à Pró-Reitoria de Gestão Administrativo-Financeira:

I – expedir instruções, portarias e demais atos necessários ao fiel desempenho

das suas atribuições;

(...)

VI – supervisionar e controlar as atividades dos setores que lhe são

subordinados;

VII – fiscalizar o andamento das atividades inerentes a sua área de atuação,

notificando os dirigentes de órgãos da administração, no que se refere a distorções ou

irregularidades eventualmente identificadas;

(...)

Art. 26. A Prefeitura Universitária tem, por atribuição, a proposição de

diretrizes, a orientação, a coordenação, a supervisão e a fiscalização de assuntos

concernentes a infra-estrutura da Universidade, compreendendo:

(...)

VI – manter e conservar bens móveis e imóveis da universidade;”

Tendo em vista a atribuição sintética de proposição de diretrizes, da orientação,

da supervisão e da fiscalização de assuntos concernentes à infraestrutura da

Universidade, recai sobre o Prefeito Universitário, preliminarmente, a responsabilidade

por estimar quantitativos sem embasamento adequado para os serviços licitados e

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contratados; e, posteriormente, por não ter atuado diligentemente no exercício da

supervisão, fiscalização e acompanhamento da execução dos serviços.

No caso do(a) Pró-Reitor(a) de Gestão Administrativa-Financeira, na qualidade

de ordenador da despesa, sua competência não se exaure na mera verificação da

adequada formalização do processo, pelo contrário, alcança a necessária demonstração

de que a despesa realizada proporcione o máximo benefício com o mínimo dispêndio

possível. Haja vista a existência de postos identificados como desnecessários nas

proximidades e no próprio prédio da Reitoria, as circunstâncias lhe possibilitam

reconhecer a inadequação da despesa sob o aspecto da economicidade.

Na delimitação das responsabilidades, ao Reitor é atribuída a celebração do

contrato com objeto superdimensionado, o que possibilita alterações (acréscimos e

supressões) sem nenhum limite ou controle, favorecendo, assim, a alocação de postos de

portaria indiscriminadamente.

Diante do exposto, por conta do desempenho deficiente das respectivas

atribuições, as condutas do Reitor, do(a) Pró-Reitor(a) de Gestão Administrativa-

Financeira e do Prefeito Universitário concorreram para a situação irregular

identificada.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Sobre o fato, a UFCG manifestou-se conforme transcrição que segue, por meio

do Ofício n.º 244/R/GR/UFCG, de 02 de julho de 2015:

“(...)temos a informar que a UFCG, por meio de análise de contratos anteriores,

percebeu que seria mais vantajoso para a Administração, ao invés de adotar a

contratação de vigilância armada diurna para monitoramento de ambientes, controle

de entrada de pessoal, veículos, inibição de entrada de ambulantes e proteção ao

patrimônio da instituição, fazer o uso de contratos de serviços de portaria, tendo em

vista que os custos são consideravelmente menores e as funções são em parte

semelhantes.

4. Os postos de serviço de portaria não podem ser classificados peremptoriamente

como funções básicas de administração de abertura ou fechamento de Unidades, assim

é o que descreve o Edital PE N° 019/2014 UFCG/PRA em seu Termo de Referência,

item 5, definindo como serviços básicos dos profissionais:

(...) Posto de serviço de Porteiro

A prestação dos serviços de portaria nos Postos fixados pela Administração envolve a alocação,

pela CONTRATADA, de mão-de-obra capacitada para:

• Comunicar imediatamente à Administração, bem como ao responsável pelo Posto, qualquer

anormalidade verificada, inclusive de ordem funcional, para que sejam adotadas as

providências de regularização necessárias.

• Observar a movimentação de indivíduos suspeitos nas imediações do Posto e comunicar à

Administração todo acontecimento entendido como irregular e que possa vir a representar risco

para o patrimônio da Administração.

• Proibir o ingresso de vendedores, ambulantes e assemelhados às instalações, sem que estejam

devida e previamente autorizados pela Administração ou responsável pela instalação.

• Proibir a utilização do Posto para guarda de objetos estranhos ao local, de bens de

empregados, de servidores ou de terceiros.

• Manter o(s) porteiro(s) no Posto, não devendo se afastar (em) de seus afazeres, principalmente

para atender chamados ou cumprir tarefas solicitadas por terceiros não autorizados.

• Fiscalizar a entrada e a saída de pessoas, veículos e outros observando o movimento da(o)s

mesma(o)s nos postos de portaria encaminhando aos destinos solicitados.

• Sob nenhuma justificativa a Unidade poderá ficar descoberta da portaria contratada, devendo

a CONTRATADA prever toda a mão-de-obra necessária para garantir a operação dos postos,

nos regimes contratados, obedecidas às disposições da legislação trabalhista vigente.

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• Após o cumprimento de seu turno de trabalho, o porteiro somente poderá deixar as instalações

da Unidade se o seu substituto já tiver se apresentado para assumir o seu lugar, devendo

quando ocorrer atraso, comunicar tal fato imediatamente a seus superiores, solicitando

providências.

• A CONTRATADA deverá impedir que a mão-de-obra julgada inadequada para a prestação

dos serviços ou que venha a cometer falta disciplinar, qualificada como de natureza grave, seja

mantida ou retorne às instalações da mesma, devendo, também, efetuar a reposição da mão-de-

obra nos postos, em caráter imediato, em eventual ausência, não sendo permitida a prorrogação

da jornada de trabalho (dobra). Destarte, considera-se que a Administração, usando o seu poder discricionário de

utilização dos recursos, prezou por diversos princípios administrativos, dentre eles o da

economicidade, visto que, sem que caracterize desvio de função, atividades básicas que

anteriormente eram desenvolvidas por vigilância ostensiva armada, ou similares, estão

sendo desempenhadas satisfatoriamente por porteiros.

6. Assim pode-se examinar que atualmente a UFCG não utiliza serviços de vigilância

armada no período diurno, bem como outros serviços a exemplo de guardas de trânsito

ou serviços de orientação a usuários da Comunidade Universitária. A utilização de

serviços de portaria para os postos mencionados na Solicitação de Auditoria

supramencionada fazem-se necessários, tendo em vista os argumentos já citados e

também em vista da grande extensão territorial do Campus, assim como o expressivo

número de usuários e veículos que circulam nele.

7. Ainda nos períodos em que não há circulação de pessoas, como finais de semana e

feriados, o Campus não pode prescindir dos serviços de portaria tendo em vista que

eles são essenciais para a Proteção do Patrimônio da instituição. Assim, a utilização de

colaboradores em regime de 12x36 é justificável uma vez que caso fossem utilizados

apenas os com regime de 44 horas os dias citados ficariam descobertos.

8. Ademais, é importante ressaltar que esta Universidade não fica sem utilização

completa em finais de semana, visto que importantes atividades acadêmicas são

desenvolvidas nesses dias, como pesquisas em laboratórios, ministração de aulas

extras, provas, eventos de extensão, etc. Nesse sentido, se não fossem utilizados os

postos de serviço de portaria a Comunidade Universitária ficaria desassistida de

proteção, orientação, controle, etc.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação menciona que a UFCG passou a adotar a contratação de serviços

de portaria ao invés de serviços de vigilância armada diurna para desempenho de

atividades relacionadas ao monitoramento de ambientes, controle de entrada de

veículos, inibição de entrada de ambulantes, etc.

De fato, essa foi uma boa prática adotada pela Entidade, tendo em vista a

economicidade alcançada pela substituição de serviços de vigilância armada por

serviços de portaria, sem prejuízo do desempenho das atividades rotineiras da Entidade.

A prática de realizar estudos a fim de otimizar os postos de vigilância armada, inclusive,

é aconselhada no “Caderno de logística – Prestação de Serviços de Vigilância”,

produzido pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, de forma a extinguir

aqueles que não forem essenciais.

Entretanto, conforme registro no campo “fato”, o que se verificou durante a

inspeção foi a subutilização de determinados postos de serviço de portaria, nos casos

específicos mencionados. Sobre esses postos, a UFCG considerou que “fazem-se

necessários, tendo em vista os argumentos já citados e também em vista da grande

extensão territorial do Campus, assim como o expressivo número de usuários e veículos

que circulam nele.”

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Em que pese esse trecho da manifestação, ratifica-se que a equipe de auditoria

mantém a opinião de que os postos descritos são desnecessários, considerando ainda a

ausência de demonstração, caso a caso, da necessidade de permanência de dez dos

postos contratados, mesmo diante da verificação de impropriedades como sobreposição

de atribuições, áreas de atuação extremamente próximas, postos a descoberto sem

prejuízo das atividades da Entidade, desvio de função e acionamento eventual do

colaborador porteiro. São eles:

- Dois postos 12x36h próximos à área da Reitoria (situação 1)

- Dois postos 12x36h, um interno ao bloco BG e outro posto alocado no estacionamento

do referido bloco (situação 2)

- Dois postos 12x36 internos ao bloco CAA (situação 3)

- Um posto 44h alocado no estacionamento em frente à agência bancária (situação 4)

- Um posto 12x36, alocado no Hall das Placas (situação 5)

- Um posto 44h, em desvio de função no HUAC (situação 6)

- Um posto 12x36, acionado eventualmente para atuar na cooperativa do Bairro Mutirão

(situação 7).

Em prosseguimento, a UFCG informou que “Ainda nos períodos em que não há

circulação de pessoas, como finais de semana e feriados, o Campus não pode

prescindir dos serviços de portaria tendo em vista que eles são essenciais para a

Proteção do Patrimônio da instituição.”.

Sobre esse trecho, apesar de a UFCG informar que necessita de serviços de

portaria aos finais de semana, vislumbra-se que o movimento nesse período não é o

mesmo que ao longo dos dias úteis. Portanto, não obstante a manifestação, tem-se como

improvável que a realização de pesquisas em laboratórios, ministração de aulas extras,

provas, eventos de extensão, etc, aos domingos se dê com a mesma intensidade e

frequência atividades realizadas nos demais dias da semana.

Há de ser ressaltado que a situação ideal não é a eliminação de postos de portaria

em sua totalidade, tendo em vista que os serviços realmente são essenciais, mas sim

uma alocação racional dos postos de serviço.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Proceder ao levantamento para identificação de postos efetivamente

necessários e realizar as alterações contratuais de forma a ajustá-los à necessidade

identificada.

1.1.1.7 CONSTATAÇÃO

Deficiências na fiscalização da execução dos contratos de terceirização oriundos

dos pregões eletrônicos n° 18 e 19, com ocorrência de prejuízo ao Erário e aos

terceirizados contratados.

Fato

Ao analisar os processos de pagamento referente aos contratos decorrentes dos

pregões eletrônicos n.ºs 18 e 19/2014, foi possível constatar diversas falhas da

fiscalização, por ocasião da realização dos pagamentos às contratadas. Seguem os

apontamentos mais relevantes.

Execução de serviços de vigilância diurna, quando edital, contratos e pagamentos

referem-se a serviços de vigilância noturna. Prejuízo de, ao menos, R$ 70.070,53.

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Verificou-se que houve a prestação de serviços de vigilância diurna, quando o

objeto licitado, contratado e pago foi exclusivamente serviços de vigilância noturna.

O fato foi observado a partir das folhas de ponto dos trabalhadores autuadas em

processos de pagamento dos contratos n.ºs 54 e 57/2014, cujo fornecedor de ambos é a

empresa FORÇA ALERTA SEGURANÇA E VIGILÂNCIA PATRIMONIAL LTDA,

CNPJ n.º 10.446.347/0001-16. Segue exemplo de folha de ponto indicativa de prestação

de serviços diurnos:

Imagem – Folha de ponto de prestador de serviços – Contrato n.º 54/2014 – Processo de pagamento

referente à competência de outubro/2014

As ocorrências descritas foram melhor detalhadas no quadro a seguir:

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Quadro 1 – Quantitativo de colaboradores em prestação de serviços de vigilância, por turno –

Contratos n.ºs 54 e 57/2014 CONTRATO 54/2014

07/2014 08/2014 09/2014 10/2014 11/2014 12/2014 01/2015 02/2015

Qtde de

colaboradores

diurnos

8 10 Folhas de ponto não

autuadas 10 10 9 10 10

Qtde de

colaboradores

noturnos

21 19 Folhas de ponto não

autuadas 20 18 17 20 19

CONTRATO 57/2014

Qtde de

colaboradores

diurnos -

4 4 4 4 4 4 4

Qtde de

colaboradores

noturnos

- 16 16 15 15 14 13 14

Fonte: Processos de pagamento – Contratos n.ºs 54 e 57

O quadro revela a média de prestação de serviços de cinco postos diurnos, no

âmbito do contrato n.º 54/2014, e de dois postos diurnos, no bojo do contrato n.º

57/2014.

A verificação indica a irregularidade de execução de objeto não previsto em

edital e contratos, contrariando os arts. n.º 41 e 66 da Lei 8.666/1993.

Outrossim, os preços relativos a prestação de serviços de vigilância diurna são

inferiores aos de serviços de vigilância noturna, como pôde ser confirmado a partir

documento autuado no processo de pagamento relativo ao mês de setembro/2014, no

qual a empresa contratada menciona o valor de R$ 5.090,32 como o preço de postos

diurnos. O documento segue abaixo reproduzido:

Imagem: Indicação de preços de postos de vigilância diurna

Portanto, em que pese os serviços prestados serem diurnos, os pagamentos foram

realizados como se noturno fossem, em claro prejuízo para o erário – estimado no valor

de R$ 70.073,53.

Necessário faz-se esclarecer que para o cálculo do prejuízo foi considerado:

- Contrato n.º 54/2014: cinco postos diurnos, no período de julho/2014 a fevereiro/2015.

O valor do posto diurno utilizado foi aquele enumerado pela própria empresa

contratada, reproduzido na imagem anterior, no valor de R$ 5.090,32.

- Contrato n.º 57/2014: dois postos diurnos, no período de setembro/2014 a

fevereiro/2015, mais 22 dias relativos à execução do mês de agosto/2014. O valor do

posto foi estabelecido em R$ 5.580,84, obtidos a partir da planilha de custos relativa ao

1º Termo Aditivo ao contrato n.º 57/2014, por meio da eliminação das rubricas relativas

à jornada noturna que compõem a remuneração dos vigilantes.

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Pagamentos de rubricas pelas contratadas aos colaboradores em valores menores que

os previstos nas propostas

Ao cotejar contracheques de colaboradores com as propostas de preço ofertadas

pelas contratadas durante a licitação ou repactuação dos contratos, verificou-se a

ausência de pagamento ou pagamento a menor das rubricas: intrajornada, hora noturna

adicional, descanso semanal remunerado e efeitos da súmula n.º 444 TST. O fato foi

observado em diversas competências, ao longo da execução dos contratos n.ºs 51, 52,

54 e 57.

Os quadros abaixo trazem exemplos de rubricas pagas a menor ou não pagas

(grafadas em itálico), com especificação do contrato e da competência em que foi

observado.

Quadro 2 - Proposta x pagamentos efetivo – posto de porteiro 12x36h – Contrato n.º 51/104.

Fonte: Processos de pagamentos – competência de setembro/2014 – contrato n.º 51/2014

Quadro 3- Proposta repactuada x pagamentos efetivos – posto vigilante noturno 12x36h – Contrato n.º

52/2014.

Fonte: Processos de pagamento – competência de outubro/2014 - contrato n.º 52/2014

Quadro 4 – Proposta repactuada x pagamentos efetivo – posto vigilante noturno 12x36h – Contrato n.º

54/104

Fonte: Processos de pagamento – competência de outubro/2014 - contrato n.º 54/2014

Quadro 5- Proposta x pagamentos efetivo – posto vigilante noturno 12x36h – Contrato n.º 57/104

Remuneração prevista na proposta Proventos enumerados em contracheque –

Setembro 2014

Salário base: R$ 734,00

Intervalo intrajornada: R$ 75,07

Outros: R$ 11,54

Total da remuneração: R$ 820,61

Salário base: R$ 734,00

Salário família: R$ 24,20

Intrajornada: R$ 30,58

Total de proventos: R$ 789,24

Remuneração prevista na proposta

repactuada

Proventos enumerados em recibo de

pagamento de salário – Outubro/2014

Salário base: R$ 774,00

Adicional de risco: R$ 232,45

Adicional Noturno: R$ 109,88

Hora noturna adicional: R$ 131,90

Intervalo intrajornada: R$ 131,90

Descanso semanal remunerado: R$ 40,58

Efeitos da súmula n.º 444 do TST: R$ 64,30

Total da remuneração: R$ 1.485,83

Saldo de salário: R$ 774,82

Adicional noturno: R$ 117,15

Adicional de periculosidade: R$ 232,45

Vale alimentação: R$ 120,00

Feriado em dobro: R$ 32,90

Total de vencimentos: R$ 1.277,32

Remuneração prevista na proposta

repactuada

Proventos enumerados em recibo de

pagamento de salários – Setembro/2014

Salário base: R$ 774,00

Adicional de risco: R$ 232,45

Adicional Noturno: R$ 109,88

Hora noturna adicional: R$ 131,90

Intervalo intrajornada: R$ 131,90

Descanso semanal remunerado: R$ 40,58

Efeitos da súmula n.º 444 do TST: R$ 64,30

Total da remuneração: R$ 1.485,83

Saldo de salário: R$ 774,62

Adicional noturno: R$ 109,79

Adicional de periculosidade: R$ 232,45

Vale alimentação: R$ 120,00

Feriado em dobro: R$ 32,90

Total de vencimentos: R$ 1.269,96

Remuneração prevista na proposta

repactuada

Proventos enumerados em recibo de

pagamento de salários – Outubro/2014

Salário base: R$ 774,00

Adicional de risco: R$ 232,45

Adicional Noturno: R$ 109,20

Saldo de salário: R$ 774,62

Adicional noturno: R$ 109,79

Adicional de periculosidade: R$ 232,45

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Fonte: Processos de pagamento – competência de novembro/2014 - contrato n.º 57/2014

Faz-se necessário esclarecer que, para a elaboração dos quadros, foram

selecionadas as remunerações de determinados colaboradores. Entretanto, os valores das

rubricas enumeradas representam os valores pagos aos demais empregados, por

contrato.

O não pagamento ou pagamento a menor de rubricas especificadas nas propostas

das licitações e das repactuações traz prejuízo à Administração, à medida que os preços

pagos às contratadas pelos serviços incluíram o pagamento de direitos dos trabalhadores

que, efetivamente, não têm sido atendidos pelas contratadas.

Para melhor percepção do impacto, e atentando para o fato de que o vale

alimentação de R$ 120,00 não faz parte da remuneração básica, o trabalhador cujos

proventos foram avaliados no quadro 6, recebeu R$ 334,37 a menos do que a contratada

declarou, na proposta de repactuação, que iria pagar a título de remuneração a cada

empregado.

Em prosseguimento, é importante ressaltar que tais rubricas compõem os custos

da remuneração dos trabalhadores. Estes, por sua vez, são base de cálculo para outros

grupos de custos do preço total dos postos de serviço, a exemplo dos encargos sociais e

previdenciários.

Utilizando o valor de remuneração pago efetivamente pela empresa contratada, o

posto de vigilante noturno seria de R$ 5.189,50, quando a UFCG pagou, por cada posto,

o valor de R$ 6.579,30. O cálculo foi realizado a partir da planilha de repactuação

referente ao 1º Termo Aditivo ao contrato n.º 57/2014.

Outrossim, o não pagamento de itens que deveriam compor a remuneração dos

colaboradores por força de legislação ou de acordo coletivo configura violação de

direitos trabalhistas.

Nessa seara, vale reproduzir parte da súmula n.º 331 do Tribunal Superior do

Trabalho (TST):

“IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica

a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações,

desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo

judicial. ”

Diante da inércia perante as situações apontadas, a UFCG incorre em riscos de

ser responsável subsidiária em demandas trabalhistas por parte dos trabalhadores das

empresas contratadas.

Controle manual de frequência. Ausência de registros de frequência. Inexistência de

análises sobre o efetivo cumprimento da carga horária dos colaboradores.

Seguem os itens 12.2.2 do edital do Pregão Eletrônico n.º 19/2014 e 23 da

Cláusula Sexta – Das obrigações da contratada – item comum aos contratos n.ºs 49, 50 e

51/2014, respectivamente:

“12.2 O pagamento será efetuado mediante a apresentação de Nota Fiscal ou da

Fatura pela contratada, que deverá conter o detalhamento dos serviços executados,

conforme disposto no art. 73 da Lei nº 8.666, de 1993, observado o disposto no art. 35

da Instrução Normativa 03 de 15/10/2009 e os seguintes procedimentos,

correspondentes ao mês da última competência vencida:

Hora noturna adicional: R$ 131,55

Intervalo intrajornada: R$ 131,55

Descanso semanal remunerado: R$ 40,47

Efeitos da súmula n.º 444 do TST: R$ 64,30

Total da remuneração: R$ 1.484,33

Vale alimentação: R$ 120,00

Feriado em dobro: R$ 32,90

Total de vencimentos: R$ 1.269,96

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12.2.2 Apresentação imperativa do relatório de frequência dos empregados emitido por

ponto eletrônico-instalado pela empresa- devidamente visado pelo responsável pelos

setores da UFCG onde os postos de serviços estão alocados. No relatório mensal de

frequência deverá constar:

Carga horária total contratada;

Carga horária total efetivamente cumprida;

Carga horária total contratada por posto;

Carga horária total efetivamente cumprida por posto.”

“23. Controlar a freqüência, a assiduidade e a pontualidade de seus profissionais e

apresentar relatórios mensais de freqüência, abatendo faltas e atrasos por ocasião da

elaboração da fatura;”

Registra-se que há disposições semelhantes no item 12.11 do Termo de

Referência relativo ao edital n.º 18/2014.

Em que pese a regra, dos sete contratos decorrentes dos Pregões Eletrônicos n.ºs

18 e 19/2014, apenas os colaboradores que prestaram serviço por intermédio do contrato

n.º 51/2014 tiveram frequência controlada por ponto eletrônico.

Indo além, verificou-se que houve competências pagas sem que as contratadas

tenham apresentado quaisquer registros de frequência de seus empregados. O caso mais

extremo diz respeito ao contrato n.º 49/2014: nenhum processo de pagamento

disponibilizado conteve registros de frequência dos colaboradores, indicando a

inexistência de aferição, pela UFCG, sobre a efetiva disponibilização dos profissionais

responsáveis pela execução dos serviços contratados.

O quadro a seguir melhor demonstra o que foi dito:

Quadro 6 – Demonstrativo dos registros de frequência constantes dos processos de pagamentos

Competências dos pagamentos

Contrato Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro

49 - RFA RFA RFA RFA RFA RFA RFA

50 - RFA CM AGOSTO CM

SETEMBRO

CM

OUTUBRO

CM

NOVEMBRO

CM

DEZEMBRO CM JANEIRO

52 RFA CM JULHO RFA CM

OUTUBRO CM

NOVEMBRO CM

DEZEMBRO CM JANEIRO

CM FEVEREIRO

53 CM

JUNHO CM JULHO

CM

SETEMBRO

CM

OUTUBRO RFA RFA CM JANEIRO

CM

FEVEREIRO

54 RFA CM JULHO E AGOSTO

CM AGOSTO CM

OUTUBRO CM

NOVEMBRO CM

DEZEMBRO RFA CM JANEIRO

57 - CM

AGOSTO

CM AGOSTO

E SETEMBRO

CM

OUTUBRO

CM

NOVEMBRO

CM

NOVEMBRO

CM

DEZEMBRO

CM

FEVEREIRO

CM = Controle manual de frequência [competência a que se refere]

RFA = Relatórios de frequência ausentes

Fonte: Processos de pagamentos dos contratos n.ºs 49, 50, 52, 53, 54 e 57/2014.

A utilização de controle manual de frequência, em contrariedade ao mandamento

contratual e editalício de utilização de ponto biométrico, revela a aceitação de controle

ineficiente.

Nesse sentido, vale ressaltar as observações de inspeção realizada pela equipe de

auditoria nos locais que deveriam ser guarnecidos pelos profissionais porteiros atuantes

no contrato n.º 49/2014.

Durante a inspeção, que ocorreu em 21 de maio de 2015, foi possível observar

os seguintes registros de frequências dos trabalhadores:

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Foto – Folhas de ponto preenchidas antecipadamente - Contrato n.º 49/2014. Campina Grande/PB,

21/05/2015

Claramente é possível identificar que os registros de frequência não refletem a

realidade dos serviços prestados. Ainda que pautando-se exclusivamente nos registros

observados durante a inspeção, verifica-se irregularidade na forma de prestação dos

serviços, pois o contrato n.º 49/2014 previu regimes de escala de 12x36h, entretanto, foi

registrada em folha de ponto a prestação de serviços em escala de 6x48h.

Outrossim, tendo em vista que os objetos dos contratos em análise não são

medidos por critérios de produtividade, a carga horária cumprida pelos colaboradores

das contratadas passa a ser o único critério objetivo de medição. A inexistência de

controle sobre as cargas horárias, então, tem reflexos financeiros e contribui para o

pagamento por serviços não prestados à UFCG.

Não por acaso verificou-se que, dentre os sete contratos avaliados, houve

indicação de serviços não prestados em virtude de faltas e a atrasos somente no âmbito

dos pagamentos do contrato n.º 51/2014 – único com controle biométrico de frequência.

Mesmo para as competências em que foram apresentados relatórios manuais de

frequência, pôde ser observada a fragilidade da fiscalização.

Como ilustração, menciona-se o pagamento relativo à competência de

agosto/2014 do contrato n.º 54/2014, por meio do qual se deu a retribuição pela

prestação de 15 postos de serviço de vigilantes noturnos, em regime de escala de 12x36

horas, envolvendo 30 colaboradores.

O processo de pagamento mencionado consignou a folha de ponto, preenchida

manualmente, de apenas 29 colaboradores. Oito desses preencheram suas folhas de

ponto até os dias 22 ou 23 de agosto de 2014.

Não obstante a ausência da folha de ponto de um colaborador e, ainda, a

inexistência de registro de frequência no período entre os dias 22 e 31 de agosto de

2014, a nota fiscal n.º 20916 foi apresentada com o valor de R$ 88.039,20 – o valor

total de 15 postos de serviço – e integralmente paga pela UFCG. Caso a Universidade

confirmasse oportunamente a não disponibilização dos profissionais mencionados,

haveria uma dedução na fatura de ao menos R$ 9.750,57.

Resta configurado, então, que a ausência de procedimentos para certificação do

cumprimento da carga horária dos colaboradores revela-se uma grande fragilidade da

fiscalização, com riscos de prejuízos financeiros, além da má execução dos objetos

contratados.

Pagamentos de colaboradores realizados após o 5º dia útil.

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Os editais dos pregões eletrônicos n.ºs 18 e 19/2014 trouxeram regramento

quanto à data limite para realização dos pagamentos dos colaboradores, inclusive,

previram a aplicação de multa contratual para eventos dessa natureza.

De relevo mencionar o item 21 da Cláusula Sexta dos Contratos n.ºs 49, 50 e 51.

Disposições semelhantes constaram no item 60 da Cláusula Sexta dos contratos n.ºs 53

e 57/2014.

“21. A CONTRATADA não poderá, em nenhuma hipótese, condicionar o pagamento

dos salários de seus empregados e a entrega dos vales alimentação e vales transportes

ao recebimento do pagamento de suas faturas junto ao CONTRATANTE, devendo

cumprir fielmente o disposto nas convenções coletivas/dissídios de cada categoria, ou

seja, efetuar até o 5º (quinto) dia útil do mês subsequente, ao da realização dos

serviços, o pagamento de seus empregados.”

Apesar da vedação, verificou-se ser comum o atraso no pagamento dos

colaboradores, pelas empresas contratadas. Seguem listadas as ocorrências identificadas

no período entre julho/2014 e fevereiro/2015. As células sombreadas indicam as

ocorrências identificadas:

Quadro 7 – Ocorrências de atraso no pagamento dos colaboradores

Contrato

Competência do pagamento

Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro

Dia útil do mês subsequente em que foram realizados os pagamentos

49 8º 11º 7º 10º 2º 26º 17º *

50 6º 6º 5º 6º 6º 12º 15º 6º

51

Sem execução

contratual 4º 1º 5º 4º 6º *

53 * * 5º * 6º 12º 15º 6º

57 * 16º 5º * 5º 5º 5º 5º

* Informação não disponível nos processos de pagamento

Fonte: Processos de pagamento dos contratos n.ºs 49, 50, 51, 53 e 57.

Cumpre frisar a previsão dos item 11.6.1.1 do Termo de Referência anexo ao

edital do pregão eletrônico n.º 19/2014 (similar ao item 11.6.1.4 do Termo de

Referência referente ao pregão eletrônico n.º 18/2014):

“11.6 - MULTA POR INEXECUÇÃO CONTRATUAL

(...)

11.6.1.4 – atrasar sem justificativas o recolhimento de FGTS e INSS ou o pagamento de

salários e outros proventos aos funcionários:

Multa: 0,2% (zero vírgula dois por cento) por dia de ocorrência; (...)”

Em que pese a previsão editalícia, não foram constatadas aplicações de multa

sobre as empresas.

Ausência de verificação oportuna do pagamento realizado aos colaboradores

Conforme disposição existente nos editais n.ºs 18 e 19/2014, um dos requisitos

para a realização do pagamento das faturas às contratadas seria a apresentação dos

comprovantes de pagamento das remunerações dos empregados envolvidos nos

contratos, relativos à última competência vencida.

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A despeito disso, entre os documentos autuados nos processos de pagamento a

seguir listados, não constaram os comprovantes de pagamento aos colaboradores

relativos às últimas competências vencidas anteriores à competência do faturamento.

Quadro 8 – Ocorrências de pagamento às contratadas sem a confirmação do pagamento de remuneração

aos colaboradores

Contrato Competências dos pagamentos

53/2014 Agosto, setembro e novembro/2014

54/2014 Agosto, setembro e outubro/2014

Fonte: Processos de pagamento relativos aos contratos n.º 53 e 54/2014

Não restou demonstrado, então, para os meses listados, que a UFCG tenha

confirmado que os vencimentos dos colaboradores, relativos às competências

imediatamente anteriores às das faturas, tenham sido efetivamente pagos.

Acerca das inadequações das fiscalizações dos contratos n.ºs 49, 50 e 51/2014 a

UFCG, por meio do Ofício n.º 186/R/GR apresentou extensa manifestação, da qual é

relevante mencionar os trechos que seguem transcritos:

Sobre a ausência de pagamento de rubricas previstas na proposta e não pagas aos

trabalhadores:

“n. constatando-se que houve pagamento a menor, pela empresa contratada, aos

trabalhadores, da rubrica “Intrajornada”, que compõe a remuneração dos

profissionais, está sendo calculado a diferença para notificar a empresa, visando que

esta regularize a situação, com o pagamento desta diferença com efeito retroativo;

(...)”

A manifestação apenas indica que, se verificada a inadequação, providências

serão tomadas. Não há argumentos que afastem a impropriedade da ausência do

cotejamento entre os elementos que compõem a remuneração dos trabalhadores na

proposta de preços e a remuneração efetivamente paga, gerando prejuízos à UFCG e aos

trabalhadores.

Sobre o controle de frequência:

b. o controle de frequência dos serviços contratados vem sendo feito pelo fiscal de

campo, que vai ao local de cada posto averiguar a presença dos servidores; (...)

f. embora em alguns Processos de Pagamentos não tenham sido incluídos os controles

de frequência dos empregados da Contratada, há documentação que comprova a

aferição realizada, o que permitiu o ateste nas notas fiscais pelo fiscal do contrato (Cf.

Anexo IV).

h. o controle de frequência dos empregados terceirizados ainda é realizado a partir da

coleta de assinatura em folha de ponto, registrado na entrada e saída do expediente;

i. o acompanhamento e fiscalização, concomitantemente realizado pelo fiscal de

contrato e chefes de cada setor em que o profissional está prestando o serviço tem

assegurado a assiduidade e a pontualidade dos prestadores de serviços e,

consequentemente, a prestação efetiva dos serviços contratados;(...)

m. no Contrato UFCG/PRA N.º 051, o controle de frequência é realizado por meio de

ponto eletrônico e a glosa é realizada com base no arquivo colhido diretamente do

ponto eletrônico, no entanto, este controle de frequência não vinha sendo colocado no

processo de pagamento das faturas, motivo pelo qual foi solicitado à contratada (CF.

Anexo VII) que envie cópia dos relatórios do ponto eletrônico, desde a competência

SETEMBRO/2014 até a competência atual;

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A UFCG informa que o controle de frequência, além da folha de ponto manual,

também é efetuada de forma concomitantemente, pelos fiscais. Entretanto, verificou-se

que tais mecanismos não foram suficientes para refletir a realidade da prestação de

serviços, impactando na mensuração e pagamento dos serviços efetivamente prestados.

Houve afirmação de que, apesar de não estarem consignados nos processos de

pagamento, houve documentação comprobatória da aferição realizada. Entretanto, a

documentação anexada – folhas de ponto assinadas, sem identificação de data de

recebimento ou tramitação – é incapaz, em si mesma, de comprovar que análises acerca

do cumprimento de carga horária e da existência de faltas a serem glosadas tenham sido

realizadas em antecipação ao pagamento.

Sobre o atraso nos pagamentos:

“(...)a. a fiscalização verifica in loco, a prestação dos serviços, constatando que vem

sendo realizados de forma satisfatória, em qualidade e quantidade, não tendo havido

registro de reclamações por parte dos profissionais que pudesse ensejar notificações à

contratada;(...)

d. nas situações de atrasos de pagamentos aos empregados da Contratada não se

verificou transtornos na continuidade da prestação dos serviços. (...)

Como já mencionado, o atraso de pagamento é considerado falta ensejadora de

penalização, tendo em vista que visa a proteção da regularidade do pagamento das

remunerações dos trabalhadores.

Dessa forma, a UFCG não poderia prescindir da competência de fiscalizar e até

mesmo penalizar as empresas diante de atrasos nos pagamentos, ainda que diante da

continuidade a contento dos serviços.

Em relação a impropriedades similares, verificadas na execução dos contratos

n.ºs 52, 53, 54 e 57/2014, a UFCG não se manifestou.

Retenções sobre faturamento utilizando o Simples Nacional quando os valores totais

das faturas foram utilizados regime comum de tributação. Utilização de percentual

indevido de SAT. Pagamento indevido de R$ 33.584,40.

O item 3 do pregão eletrônico n.º 18/2014 consistiu em 15 postos de serviços de

vigilância armada noturna, regime de escala de 12x36h, a serem disponibilizados no

campus de Patos.

A empresa vencedora do item foi a WEIDER SEGURANÇA PRIVADA

EIRELI – EPP, CNPJ n.º 08.705.015/0001-67. A proposta da empresa, para cada posto

de serviço foi de R$ 6.050,00. O contrato decorrente foi o de n.º 53/2014, cujo valor foi

global foi celebrado em R$ 1.089.000,00, considerados os custos relativos aos 15

postos. A vigência do termo foi estabelecida para iniciar-se em 13 de junho de 2014, até

12 de junho de 2015, conforme DOU n.º 113/2014, Seção 3, pg. 79.

Frisa-se que a empresa apresentou proposta contemplando os custos de todos os

encargos previdenciários possíveis e as alíquotas máximas para os tributos PIS e

COFINS.

Entretanto, ao analisar os processos de pagamentos referentes ao contrato,

verificou-se que a empresa WEIDER SEGURANÇA PRIVADA EIRELI – EPP anexou

documentação comprobatória de sua opção pelo regime de tributação Simples Nacional.

Motivo pelo qual a UFCG realizou as retenções cabíveis a esse regime de tributação.

Convém esclarecer que a Lei Complementar n.º 123/2006 estabelece que às

microempresas (ME) e às empresas de pequeno porte (EPP) optantes pelo Simples

Nacional são aplicáveis alíquotas diferenciadas de diversos tributos. Às empresas de

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vigilância, em específico, aplicam-se as alíquotas constantes do anexo IV da

referenciada Lei (ver art. 18, caput e §5º-C).

Em prosseguimento, por força do art. 13, §3º, as ME/EPP optantes do Simples

são dispensadas do pagamento de certas contribuições instituídas pela União, inclusive

as contribuições para as entidades privadas de serviço social e de formação profissional

vinculadas ao sistema sindical, de que trata o art. 240 da Constituição Federal, e demais

entidades de serviço social autônomo.

Dessa forma, restou comprovada a incompatibilidade entre as composições de

custos apresentadas durante a licitação – e utilizadas quando da realização dos

pagamentos – em face aos determinados percentuais de encargos sociais e tributos

aplicáveis à luz da legislação, conforme demonstrado no quadro abaixo:

Quadro 9 – Comparação entre elementos de custo da proposta para o item 3 x elementos de custo

aplicáveis às ME/EPP

*Percentuais mínimos e máximos aplicáveis, conforme enquadramento previsto no Anexo IV da Lei n.º

123/2006.

Fonte: Processo do pregão eletrônico n.º 18/2014, LC n.º 123/2006.

Além disso, verificou-se que nas planilhas de custos e formação de preços da

empresa WEIDER SEGURANÇA PRIVADA EIRELI – EPP, apresentadas durante o

pregão n.º 18/2014 constou o seguinte elemento de custo:

Quadro 10 – Percentual do seguro acidente de trabalho da empresa WEIDER SEGURANÇA

PRIVADA EIRELI – EPP

Fonte: Processo do pregão eletrônico n.º 18/2014.

Entretanto, a partir das GFIP dispostas nos processos de pagamento apresentados

a esta CGU, verificou-se que o percentual de Riscos Ambientais de Trabalho (RAT)

ajustado da empresa é, de fato, 3%.

Portanto, há incompatibilidade entre as composições de custos apresentadas

durante a licitação e o percentual correspondente ao Seguro Acidente de Trabalho

(SAT), conjugados os Fator Acidentário de Prevenção (FAP) e RAT registrados na

GFIP da empresa.

Foram solicitadas, à UFCG, justificativas quanto às inconsistências observadas

e, ainda, informações acerca de ações adotadas pela Entidade no sentido de corrigir

eventual lucro indevido auferido pela empresa.

Proposta para o item 3 do pregão n.º 18/2014

Lei n.º 123/2006 4.1 Encargos previdenciários e FGTS Percentual

Valor

(R$)

B SESI ou SESC 1,5% 19,92 0%

C SENAI ou SENAC 1,00% 13,28 0%

D INCRA 0,20% 2,65 0%

E Salário Educação 2,50% 33,20 0%

H SEBRAE 0,60% 7,96 0%

5 Custos Indiretos, Tributos e Lucro

C Tributos 8,65% 261,68

C.1 Pis 0,65% 19,66 0% - 0,57%*

C.2 Cofins 3,00% 90,75 1,28% - 2,63%*

C.3 ISS 5,00% 151,25 2,00% - 5%*

4.1 Encargos previdenciários e

FGTS

Percentual Valor

(R$)

G Seguro acidente de trabalho 6% 79,69

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Em resposta, a Entidade forneceu o Ofício n.º 210/R/GR/UFCG, de 28 de maio

de 2015, por meio do qual afirma:

“(...) a. consultando os processos de pagamento mencionados na Solicitação de

Auditoria em epígrafe, reconhecemos que estes foram realizados tendo como referência

uma planilha de custos atrelada ao Regime de Tributação Simples Nacional, apesar de

a empresa WEIDER SEGURANÇA PROVADA EIRELI – EPP, no momento da

realização do processo de licitação do qual saiu vencedora, ter apresentado planilha de

custos com a adoção do regime de Tributação Lucro Presumido;

b. visando corrigir a obtenção indevida de lucro, por parte da contratada, bem como

salvaguardar o erário, calculamos os valores pagos indevidamente (Cf. documentos no

Anexo I), comparando os itens informados na planilha de custos com os extratos do

Regime de Tributação Simples Nacional (Cf. documentos do Anexo II), constantes nos

citados processos de pagamento, o que gerou uma diferença de R$ 15.771,22 (quinze

mil setecentos e setenta e um reais e vinte e dois centavos), a ser glosada na próxima

fatura;

c. foi providenciado, para a devida glosa, o cálculo dos valores pagos indevidamente,

em decorrência de a empresa WEIDER SEGURANÇA PROVADA EIRELI – EPP ter

incluído em seus processos de pagamento um percentual para o Seguro Acidente de

Trabalho que não respeita o estabelecido na legislação vigente, contrariando o

percentual informado na planilha de custos da licitação (Cf. documentos no Anexo I);

(...)”

Entretanto, ao analisar as planilhas encaminhadas, utilizadas no mencionado

cálculo, verificou-se que não houve ajuste quanto aos encargos sociais e

previdenciários, os quais a empresa WEIDER SEGURANÇA PROVADA EIRELI –

EPP esteve dispensada de recolher, em virtude de sua opção de optante do SIMPLES.

Então, complementarmente, a UFCG informou por meio do Ofício n.º

210/R/GR/UFCG, de 15 de junho de 2015, o seguinte:

“(...) constatamos não terem sido excluídos os custos referentes aos itens abaixo

descritos:

(2) Diante disso, a diferença paga à contratada foi de R$ 33.584,40 (...).

(3) O mesmo procedimento anteriormente informado será levado a efeito, com o novo

valor verificado (...)”

Verificou-se que houve o reconhecimento da falha e que os procedimentos já

foram iniciados para a reposição dos valores pagos indevidamente ao erário.

A constatação segue em relatório apenas para fins de acompanhamento da

recomendação, inclusive quanto aos demais contratos celebrados pela empresa

WEIDER SEGURANÇA PRIVADA EIRELI – EPP com a UFCG.

Erro na apuração dos valores de serviços prestados, dando causa a pagamento

indevido de R$ 47.996,88

Ao analisar os processos de pagamento referentes aos serviços prestados pela

empresa SALMOS COMÉRCIO, REPRESENTAÇÃO E SERVIÇOS LTDA (CNPJ

06.982.630/0001-95), relativos ao posto de porteiro, regime escala de 12x36 horas,

4.1 Encargos previdenciários e FGTS Percentual

B SESI ou SESC 1,5%

C SENAI ou SENAC 1,00%

D INCRA 0,20%

E Salário Educação 2,50%

H SEBRAE 0,60%

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observou-se que o valor pago pelos serviços mostrou-se maior que o valor estabelecido

no contrato n.º 51/2014.

Conforme documentos intitulados “Boletim de Medição”, o valor

correspondente aos custos dos serviços de cada um dos porteiros atuantes no contrato

foi registrado como R$ 3.441,20.

Entretanto, esse valor correspondeu, de fato, ao posto de portaria em regime de

escala 12x36h, já contabilizados os valores relativos aos serviços de dois profissionais

porteiros que cada posto de portaria envolve.

Nesse sentido, vale mencionar os preços apresentados pela empresa quando da

realização do Pregão n.º 19/2014. Segue excerto do quadro que consigna o valor global

da proposta relativa a dez postos de portaria, regime de escala 12x36h:

Quadro 11 – Preços para o posto de porteiro, escala 12x36h - SALMOS COMÉRCIO,

REPRESENTAÇÃO E SERVIÇOS LTDA

Anexo III-D Quadro demonstrativo – Valor Global da Proposta

Descrição Valor (R$)

Valor total por empregado 1.720,60

Valor mensal do serviço 34.411,93

Fonte: Proposta de preços contida no processo relativo ao pregão eletrônico n.º 19/2014

Dessa forma, os valores praticados pela fornecedora para cada posto de portaria

12x36h corresponderam ao dobro do valor dos serviços efetivamente prestados.

Por meio da Nota de Auditoria (NA) n.º 201503668-01, foi recomendado à

UFCG que identificasse os valores pagos indevidamente e providenciasse a glosa

correspondente.

Em resposta, a Universidade apresentou o processo n.º 23096.019269/15-43, no

qual seguiu autuado o Memo/SPU/CCTA/UFCG/N.º 015/2015, de 18 de maio de 2015.

Por seu turno, esse memorando identifica o montante de R$ 47.996,88 como valores

pagos indevidamente no período de setembro/2014 a março/2015.

Informa, ainda, que os valores foram corrigidos por ocasião da confecção do

boletim de medição da competência de abril/2015 e que haveria o desconto do valor na

próxima fatura.

Por toda a manifestação do gestor, verificou-se que houve o reconhecimento da

falha e que os procedimentos para a reposição dos valores pagos indevidamente ao

erário foram adotados.

De todos os apontamentos apresentados, e apenas em valores já identificados,

verifica-se que a atuação da fiscalização não impediu o pagamento indevido de, ao

menos, R$ 151.654,81 às contratadas.

Os fatos revelam, ainda, a necessidade de adoção providências urgentes, pela

alta Administração da UFCG, de forma a dar maior efetividade na atuação dos fiscais, a

fim de que, seja assegurado o perfeito cumprimento dos contratos, conforme previsão

contida no art. 31 da IN 02/2008 e, em última instância, a finalidade pública dos

instrumentos seja atingida.

##/Fato##

Causa

Omissão da fiscalização diante da verificação de descumprimento contratual, nas

situações de fornecimento de objeto diferente do contratado, de controle de frequência

em desacordo com disposições contratuais e de atraso no pagamento de colaboradores.

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Instâncias detentoras de competências de supervisão e acompanhamento (Pró-reitoria de

Administração, Coordenação de Compras e Contratos e Divisão de Contratos e

Convênios), da execução de serviços licitados, bem como de assessoramento dos fiscais

de contrato (Divisão de Contratos e Convênios) não impediram a prestação de serviços

em divergência dos termos contratuais.

Ausência de capacitação adequada dos fiscais dos contratos e dos responsáveis pela

realização dos pagamentos.

As instâncias detentoras de competências de supervisão e acompanhamento da execução

de serviços licitados, bem como de assessoramento dos fiscais de contrato não

impediram a prestação de serviços em divergência dos termos contratuais.

Além disso, a ausência de capacitação adequada dos fiscais dos contratos e dos

responsáveis pela realização dos pagamentos contribuiu para o resultado.

Conforme a Resolução Consuni nº 6/2005, que aprova o Regimento da Reitoria:

“Art. 8º Compete à Pró-Reitoria de Gestão Administrativo-Financeira:

I – expedir instruções, portarias e demais atos necessários ao fiel desempenho

das suas atribuições;

(...)

VI – supervisionar e controlar as atividades dos setores que lhe são

subordinados;

VII – fiscalizar o andamento das atividades inerentes a sua área de atuação,

notificando os dirigentes de órgãos da administração, no que se refere a distorções ou

irregularidades eventualmente identificadas;”

Na estrutura da Pró-Reitoria de Gestão Administrativa-Financeira, a

Coordenação de Compras e Contratos (UFCG/PRA/CCC) possui a Divisão de

Contratos e Convênios cuja competência é o acompanhamento da execução dos serviços

licitados.

Também integrante da estrutura dessa Pró-Reitoria, a Coordenação de

Contabilidade e Finanças (UFCG/PRA/CCF) possui a Divisão de Liquidação, que tem

por atribuição conferir as informações referentes ao fornecedor e ao montante exato a

pagar com base no empenho contratado.

Em virtude do desempenho deficiente das respectivas atribuições, as condutas do

Chefe da Divisão de Liquidação e da Chefe de Divisão de Contratos e Convênios

concorreram para a situação irregular detectada.

No que se refere ao Pró-Reitor(a) de Gestão Administrativa-Financeira, a

ausência de diligência na supervisão da conduta dos servidores responsáveis pelo

acompanhamento da execução contratual e fiscalização do contrato, conciliando com a

falta de rigor no exercício da atribuição de ordenador de despesa, a despeito da

fragilidade dos serviços de fiscalização, foram decisivas para que os danos não fossem

evitados de forma imediata.

Por outro lado, admite-se que o(a) Pró-Reitor não estava munido de informações

suficientes para reconhecer a inadequação do ato e tinha competência legal para

demandar a sua produção, mas não havia pessoal qualificado disponível, o que atenua

sua responsabilidade.

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##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

A UFCG manifestou-se por meio do Ofício n.º 241/R/GR/UFCG, de 01 de julho

de 2015, conforme transcrição:

“(...)Com referência ao item 1 - Fiscalização ineficaz, com prejuízos ao erário e aos

trabalhadores, gerando a ocorrência de pagamentos de colaboradores realizados após

o 5" dia útil; ausência de verificação oportuna do pagamento realizado aos

colaboradores; pagamentos de rubricas pelas contratadas aos colaboradores em

valores menores que os previstos nas propostas; controle manual de freqüência;

ausência de registros de freqüência; inexistência de análises sobre o efetivo

cumprimento da carga horária dos colaboradores e execução de serviços de vigilância

diurna, quando edital, contratos e pagamentos, referem-se a serviços de vigilância

noturna -, temos a informar a Pró-Reitoria de Administração da UFCG / Universidade

Federal de Campina Grande encaminhou a referida Solicitação de Auditoria para os

ficais dos respectivos contratos decorrentes dos Pregões Eletrônicos N°s. 18/2014 e

19/2014 e Diretores dos Campi onde os serviços são executados, para ciência e

providências para regularização das ocorrências citadas. Ressalto que o não

atendimento imediato das providências, decorre do número reduzido de servidores em

efetivo exercício, devido à greve instaurada na UFCG, pelos docentes e técnicos

administrativos. Contudo, esta Instituição informará à CGU os resultados alcançados

com as medidas tomadas.

3. No tocante, ainda, ao item 1, referente ao ponto que trata das retenções sobre

faturamento utilizando o Simples Nacional quando os valores totais das faturas foram

utilizados regime comum de tributação e utilização de percentual indevido de SAT,

para o Contrato UFCG/PRA Nº. 53/2014 (...)a diferença paga indevidamente, à

contratada, foi de R$ 36.658,38 (trinta e seis mil seiscentos e cinqüenta e oito reais e

trinta e oito centavos), conforme planilhas em anexo, e não R$ 15.771,22 (quinze mil

setecentos e setenta e um reais e vinte e dos centavos), conforme informado

anteriormente. Calculamos os valores pagos indevidamente e notificamos a contratada

para manifestação de defesa e contraditório, tendo a mesma apresentado defesa, a qual

encaminhamos para análise do setor jurídico desta Instituição.

5. Quanto ao item 2 - inserção de custos, referente ao Descanso Semanal Remunerado,

sem embasamento legal, em planilha de formação de preços de postos de serviços

licitados e contratados - informamos que a UFCG tomará as providências para

exclusão do referido custo nos contratos que ainda não foram repactuados, sendo

realizada quando da repactuação contratual para ajustes dos salários decorrentes da

nova Convenção Coletiva do Trabalho, evitando o retrabalho, cujos Processos já se

encontram na Pró-reitoria de Gestão Administrativo-Financeira, para formalização

das repactuações.”

Sobre o subitem “Erro na apuração dos valores de serviços prestados, dando

causa a pagamento indevido de R$ 47.996,88”, a UFCG apresentou manifestação por

meio do Ofício n.º 244/R/GR/UFCG, de 02 de julho de 2015, da seguinte forma:

“(...)temos a informar que foi efetuada glosa de R$ 47.996,88, na Nota Fiscal referente

aos serviços prestados no mês de abril de 2014, conforme cópia do Processo

23096.018321/15-10, em anexo.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

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Para todos os subitens que constituíram o campo “fato”, a Entidade limitou-se a

comunicar a adoção de providências, não tendo sido ofertadas novas informações que

demonstrassem regularidade dos procedimentos imputados como inadequados.

Cabe destacar que a manifestação contida no Ofício n.º 241/R/GR/UFCG traz

novo cálculo para os valores pagos indevidamente à empresa WEIDER SEGURANÇA

PRIVADA EIRELI – EPP, a saber, de R$ 36.658,38, quando na manifestação anterior

que tratou sobre o tema, foi mencionado o valor de R$ 33.584,40.

Sobre o subitem “Erro na apuração dos valores de serviços prestados, dando

causa a pagamento indevido de R$ 47.996,88” o gestor demonstrou haver reconhecido a

impropriedade, inclusive com medidas efetivas de reposição ao erário.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Apurar responsabilidades dos agentes que permitiram a execução

contratual (vigilância diurna) de objeto diferente do licitado e pago (vigilância noturna)

ao longo da execução dos contratos n.ºs 54 e 57/2014.

Recomendação 2: Instaurar procedimento, garantindo a prévia defesa, visando aplicar

sanção à empresa FORÇA ALERTA SEGURANÇA E VIGILÂNCIA PATRIMONIAL

LTDA, por inexecução dos contratos nºs 54 e 57/2014.

Recomendação 3: Identificar os valores pagos indevidamente pela prestação de serviços

diurnos como se noturno fossem, no âmbito dos contratos n.ºs 54 e 57/2014 e promover

a glosa correspondente.

Recomendação 4: Identificar o montante referente às rubricas do grupo "Remuneração

básica" constante nas planilhas de custos dos contratos n.ºs 51, 52, 54, 57 e que não

compuseram, de fato, a remuneração dos colaboradores. Providenciar a glosa

correspondente.

Recomendação 5: Realizar levantamento de todas as planilhas de custos relativas aos

contratos cujo fornecedor é a empresa WEIDER SEGURANÇA PRIVADA EIRELI -

EPP a fim de verificar se são compatíveis com a situação de optante do Simples

Nacional e com o percentual de SAT aplicável à empresa. Providenciar a glosa nos

casos em que couber.

Recomendação 6: Instaurar procedimento, garantindo a prévia defesa, visando aplicar

sanção à empresa WEIDER SEGURANÇA PRIVADA EIRELI - EPP, por inexecução

do contrato nº 53/2014.

Recomendação 7: Informar, de ofício, aos responsáveis pela elaboração de editais sobre

a necessidade de os instrumentos convocatórios trazerem informações sobre a

impossibilidade de as empresas que executarão contratos sob a égide do Simples

Nacional cotarem, em suas planilhas de custos, contribuições as quais estão dispensadas

de recolher (SESI, SESC, SENAI, SENAC, SEBRAE, INCRA e Salário Educação), sob

pena de desclassificação.

Recomendação 8: Informar, de ofício, aos responsáveis pela elaboração de editais sobre

a necessidade de os instrumentos convocatórios trazerem a exigência de apresentação,

junto à proposta, a Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social

- GFIP ou outro documento apto a comprovar o FAP, de forma que seja possível à

equipe responsável a análise da adequação do percentual de Riscos Ambientais

apresentado nas propostas.

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Recomendação 9: Identificar os contratos cujo objeto são serviços continuados de mão

de obra com dedicação exclusiva e, para os contatos que tiveram essa previsão, instar as

contratadas a instalarem equipamentos de controle biométrico de frequência, sob pena

de aplicação de multa contratual, a fim de permitir deduções sobre atrasos e faltas.

Recomendação 10: Providenciar capacitação adequada aos servidores atuantes na

fiscalização de contratos.

Recomendação 11: Avaliar a conveniência e oportunidade de designar servidores para

desempenhar atribuições de GESTOR DO CONTRATO, bem como FISCAL

ADMINISTRATIVO DO CONTRATO e FISCAL TÉCNICO DO CONTRATO,

conforme definições atuais constantes do Anexo I da Instrução Normativa n.º 02/2008.

1.2 Fomento às ações de Ensino, Pesquisa e Extensão

1.2.1 CONTRATOS SEM LICITAÇÃO

1.2.1.1 CONSTATAÇÃO

Aquisição direta de equipamentos, no valor total de R$ 679.736,59, mediante

processo de dispensa alheio aos requisitos legais e com propostas de preços cujas

empresas possuem vínculos entre si.

Fato

O processo nº 23096.027220/14-87, referente à Dispensa de Licitação nº

17/2014, destina-se à aquisição de equipamentos voltados à pesquisa dos programas de

pós-graduação da UFCG com recursos oriundos do Termo de Cooperação

CAPES/UFCG nº 2329/2014.

Conforme o Memorando PRPG/UFCG nº 32/2014, de 7 de julho de 2014 (fls.

1), “o detalhamento dos equipamentos, todos a serem adquiridos no Brasil” é:

Quadro I – Lista de equipamentos apresentada pela PRPG.

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Anexo do Memo PRPG/UFCG nº 32/2014, de 7 de julho de 2014.

O mencionado memorando propõe ao Reitor da UFCG a aquisição direta,

amparada no art. 24, XXI, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, cuja legalidade foi

avaliada por meio do Parecer Jurídico nº 930/14, de 25 de agosto de 2014.

Em 8 de setembro de 2014, foi encaminhado o processo à Coordenadora de

Aquisição de Material (servidora ***.376.264-**) para efetivação da aquisição,

consoante o despacho sem número do Pró-Reitor de Pós-Gradução (fls. 9).

Aparece no processo, então, nova lista de equipamentos, com o valor total de R$

919.811,24, por haver incluído 20 estações de trabalho (valor global de R$ 72.000,00),

conforme demonstrado a seguir:

Quadro II – Nova lista de equipamentos.

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Nova lista de equipamentos, após despacho encaminhando o processo à Coordenadora de Aquisição.

A partir da folha 12 do processo foram inseridas as propostas de preços

apresentadas pelas empresas para o fornecimento dos equipamentos. Não há, entretanto,

qualquer documentação que comprove a provocação da Unidade junto às empresas para

apresentarem essas propostas, com a devida especificação dos equipamentos.

Até esse ponto do processo administrativo, constatou-se a falta de aderência às

normas legais quanto aos aspectos resumidos no quadro a seguir:

Quadro III – Síntese desconformidades normativas do processo.

Fato Base Legal

Ausência de pesquisa de preços para estimar o

custo dos equipamentos.

Art. 26, parágrafo único, III, Lei nº 8.666, de 21 de

junho de 1993.

Art. 15, V, Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

Art. 43, IV, Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

Ausência da devida caracterização do objeto. Art. 15, § 7º, I, Lei nº 8.666, de 21 de junho de

1993.

Ausência do documento de aprovação dos

projetos de pesquisa aos quais os bens serão

alocados.

Art. 26, parágrafo único, IV, Lei nº 8.666, de 21 de

junho de 1993.

Ausência da justificativa da escolha do

fornecedor.

Art. 26, parágrafo único, II, Lei nº 8.666, de 21 de

junho de 1993.

Após análise das propostas de preços, constatou-se que 19 equipamentos dentre

os 29 constantes no Quadro II tiveram o menor preço cotado exatamente igual àquele da

lista “PRO-EQUIPAMENTOS 2014 – EQUIPAMENTOS APROVADOS” (fls. 10).

No quadro adiante estão identificados os equipamentos em que houve essa

coincidência bem como os preços apresentados pelas empresas:

Quadro IV – Comparação entre valor orçado e as propostas de preços das empresas.

Equipamento Valor lista

(R$)

DATASONIC

(R$)

SET (R$) WITEX

(R$)

TS

TECNOLOGIA

(R$)

R4 (R$)

Termociclador 54.800,00 54.800,00 60.000,00 - - 56.000,00

Kit

processamento

4.272,80 4.272,80 4.422,39 4.568,86 - -

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Equipamento Valor lista

(R$)

DATASONIC

(R$)

SET (R$) WITEX

(R$)

TS

TECNOLOGIA

(R$)

R4 (R$)

vídeo

Kit cidades

inteligentes

11.428,45 11.428,45 11.938,73 11.999,87 - -

Kit sinal digital 16.500,00 16.500,00 16.995,00 17.504,85 - -

20 estações de

trabalho

72.000,00 72.000,00 75.600,00 74.580,00 - -

Sistema de

telemetria

35.000,00 35.000,00 35.930,00 36.180,00 - -

TV 13.500,00 13.500,00 14.200,00 14.000,00 - -

Hardware banco

de dados

6.200,00 6.200,00 7.900,00 6.800,00 - -

Ilha de edição 26.000,00 26.000,00 26.830,00 28.000,00 - -

Lousa interativa 35.000,00 35.000,00 35.930,00 36.200,00 - -

Medidor de área

foliar

38.018,00 40.000,00 38.018,00 43.000,00 - -

Esteomicroscópio 19.900,00 20.000,00 19.900,00 20.000,00 - -

Espectofotômetro 23.881,00 25.000,00 23.881,00 41.300,00 - -

Câmera de vídeo 24.000,00 24.000,00 - 27.000,00 - 25.200,00

Estufa de

secagem

3.200,00 3.200,00 - 3.800,00 - 3.800,00

Hemogasômetro 28.800,00 28.800,00 - 40.000,00 - 43.700,00

Evaporador 16.949,00 16.949,00 - 18.000,00 22.000,00 -

Digestor 16.669,00 16.669,00 - 20.000,00 19.900,00 -

Fonte: lista de equipamentos e propostas de preços das empresas - processo nº 23096.027220/14-87.

Mediante consulta aos Sistemas Corporativos do Governo Federal, identificou-se

que as quatro empresas do quadro antecedente possuem sócios com vínculos entre si.

Trata-se das empresas (1) DATASONIC INDUSTRIA E DISTRIBUIÇAO DE

ELETRONICOS LTDA, CNPJ: 07.179.175/0001-57; (2) SET – SOLUÇOES

EDUCACIONAIS E TECNOLOGICAS – EIRELI – EPP, CNPJ: 16.841.931/0001-52;

(3) FLAVIANO CARVALHO MEIRA – ME (WITEX COMERCIO E SERVIÇO

ESPECIALIZADO EM AUDIO E VIDEO), CNPJ: 12.127.275/0001-70; e (4) R4

COMERCIO VAREJISTA LTDA. – ME, CNPJ: 10.425.836/0001-91.

De acordo com a pesquisa aos Sistemas, constatou-se que as mencionadas

empresas apresentavam os vínculos especificados no quadro a seguir:

Quadro V – Relacionamento entre sócios/empresários.

CPF Sócio/Empresário Vínculos Societários Outros Vínculos

***.226.984-** (1) DATASONIC INDUSTRIA E

DISTRIBUIÇAO DE ELETRONICOS

LTDA.

(A) D. T. I. COMERCIO DE

ARTIGOS DE INFORMATICA

LTDA – EPP.

(B) DATASHOP COMERCIO E

SERVIÇO DE INFORMATICA

LTDA

Não há.

***.112.434-** (1) DATASONIC INDUSTRIA E

DISTRIBUIÇAO DE ELETRONICOS

LTDA.

(C) R4 REPRESENTACOES LTDA –

EPP.

Mãe do sócio CPF:

***.226.984-**

***.914.894-** (2) SET – SOLUÇOES

EDUCACIONAIS E

TECNOLOGICAS – EIRELI – EPP.

(B) DATASHOP COMERCIO E

SERVIÇO DE INFORMATICA

LTDA.

Ex-empregado da (B)

DATASHOP COMERCIO E

SERVIÇO DE INFORMATICA

LTDA.

***.823.494-** (3) FLAVIANO CARVALHO Ex-empregado da (B)

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CPF Sócio/Empresário Vínculos Societários Outros Vínculos

MEIRA – ME.

(B) D. T. I. COMERCIO DE

ARTIGOS DE INFORMATICA

LTDA – EPP.

DATASHOP COMERCIO E

SERVIÇO DE INFORMATICA

LTDA.

***.848.197-** (4) R4 COMERCIO VAREJISTA

LTDA. – ME.

(C) R4 REPRESENTACOES LTDA –

EPP.

Não há.

Fonte: Sistemas Corporativos do Governo Federal, 28 de janeiro de 2015.

Constatou-se, também, que as empresas (C) R4 REPRESENTACOES LTDA –

EPP e (2) SET - SOLUCOES EDUCACIONAIS E TECNOLOGICAS - EIRELI – EPP

possuem o mesmo endereço na base de dados do CNPJ: Rua Padre Aristides Ferreira da

Cruz, 240, em Campina Grande/PB.

Embora a empresa (C) R4 REPRESENTACOES LTDA – EPP não tenha

apresentado proposta de preços na dispensa de licitação em análise, o seu sócio

administrador é o mesmo da empresa (4) R4 COMERCIO VAREJISTA LTDA – ME,

que apresentou proposta na compra direta feita pela UFCG.

Em visita à sede da empresa (4) R4 COMERCIO VAREJISTA LTDA. – ME,

localizada na Rua Amapá, nº 63, Bairro dos Estados, João Pessoa/PB (segundo a

proposta de preços apresentada no processo e o endereço constante na base do CNPJ),

constatou-se o funcionamento das empresas (D) RH BRASIL RECURSOS HUMANOS

e (2) SET nesse local, conforme registro fotográfico a seguir:

Quadro VI – Registro fotográfico do endereço da R4 COMERCIO VAREJISTA LTDA. – ME

Empresas em funcionamento no endereço da R4 COMERCIO VAREJISTA LTDA – ME, 2/2/2015.

Em consulta ao site da (D) RH BRASIL RECURSOS HUMANOS

(www.rhbrasil.com.br), verificou-se a existência de duas unidades na Paraíba, uma na

Rua Amapá, nº 63, Bairro dos Estados, João Pessoa/PB, e a outra na Rua Padre

Aristides Ferreira da Cruz, 240, em Campina Grande/PB.

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Além disso, o número do telefone que aparece identificado no muro (Quadro

VI), (83) 3222-6265, é o mesmo cadastrado na base do CNPJ para as empresas (C) R4

REPRESENTACOES LTDA – EPP e (4) R4 COMERCIO VAREJISTA LTDA – ME.

Desse modo, há evidências de que essas duas empresas atuam como unidades da (D)

“RH BRASIL RECURSOS HUMANOS”, não possuindo por atividade econômica o

objeto da aquisição direta realizada pela UFCG e funcionam juntamente com a empresa

(2) SET - SOLUCOES EDUCACIONAIS E TECNOLOGICAS - EIRELI – EPP.

Tais fatos, por si, inviabilizam a possibilidade de obtenção da proposta mais

vantajosa no procedimento de compra direta realizado pela UFCG, dado o latente

vínculo entre as empresas, o que favorece a simulação, a fraude e a violação ao sigilo

das propostas.

Nesse aspecto, ao se observar as propostas de preços, constatou-se a semelhança

dos textos entre os expedientes de encaminhamento das empresas (1) DATASONIC e

(2) SET, inclusive com a utilização de caracteres em caixa alta para grafia do mês, fato

inusitado a menos que fossem produzidos pela mesma pessoa utilizando o artifício de

copiar e colar, conforme demonstrado no quadro a seguir:

Quadro VII – Comparação entre propostas de preços.

Proposta DataSonic. Proposta SET.

Diante da falta de comprovação das especificações dos equipamentos pela

UFCG e da evidência dos vínculos existentes entre as empresas, conclui-se que a

aquisição direta a que se refere a Dispensa de Licitação nº 17/2014 resultou por

favorecer a empresa (1) DATASONIC INDUSTRIA E DISTRIBUIÇAO DE

ELETRONICOS LTDA, CNPJ: 07.179.175/0001-57, no valor de R$ 583.677,59,

conforme 2014NE804335, e a empresa (2) SET – SOLUÇOES EDUCACIONAIS E

TECNOLOGICAS – EIRELI – EPP, CNPJ: 16.841.931/0001-52, no valor de R$

96.059,00, conforme 2014NE804333, cujas contratações na forma delineada

constituem-se em ato de gestão ilegal e antieconômico.

##/Fato##

Causa

Planejamento deficiente das contratações em conjunto com a não observação às

formalidades legais, respaldada pela ausência e (ou) fragilidade nos mecanismos de

controle, favorecem a condução do processo de forma irregular.

De acordo com o caput do Art. 26 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, cabe

à autoridade superior da unidade ratificar a dispensa de licitação ora em exame.

No processo nº 23096.027220/14-87, embora o Termo de Ratificação (fl. 124)

tenha sido expedido pela Pró-Reitora de Administração (que não é a autoridade superior

do órgão), constatou-se que o Reitor, mediante senha pessoal, ratificou a compra no

SIASGnet, gerando a publicação do extrato da dispensa na imprensa oficial, com a sua

ratificação (DOU Nº 186, seção 3, pág. 64, em 26 de setembro de 2014).

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Saliente-se, em agravante a esse fato, a ausência de previsão regimental da

competência para dispensar a licitação e reconhecer as situações de inexigibilidade no

âmbito da UFCG, cuja atribuição é razoável conferir à(o) Pró-Reitor(a) de

Administração.

De acordo com o Estatuto da UFCG, aprovado pela Resolução Consuni nº

5/2002:

“Art. 29. A Reitoria, órgão executivo da Administração Superior que coordena,

fiscaliza e superintende as atividades da Universidade, é exercida pelo Reitor,

auxiliado pelo Vice-Reitor e assessorado por:

I - Pró-Reitorias;

(...)

Art. 32. São atribuições do Reitor:

(...)

XIII – administrar as finanças da UFCG e determinar a aplicação dos seus

recursos, de conformidade com o orçamento aprovado e os fundos instituídos;”

Ainda, conforme a Resolução Consuni nº 6/2005, que aprova o Regimento da

Reitoria:

“Art. 8º Compete à Pró-Reitoria de Gestão Administrativo-Financeira:

I – expedir instruções, portarias e demais atos necessários ao fiel desempenho

das suas atribuições;

II – executar a programação financeira da Universidade, tendo em vista os

compromissos e os recursos repassados pelo MEC, bem como de convênios e contratos,

e de outras agências financiadoras nacionais e estrangeiras;

(...)

VI – supervisionar e controlar as atividades dos setores que lhe são

subordinados;

VII – fiscalizar o andamento das atividades inerentes a sua área de atuação,

notificando os dirigentes de órgãos da administração, no que se refere a distorções ou

irregularidades eventualmente identificadas;”

Tendo em vista que, na dispensa de licitação em análise, incumbe à autoridade

superior aferir a lisura do procedimento tendente à contratação direta do fornecimento

de bens, bem como a(o) Pró-Reitor(a) de Administração supervisionar, controlar e

fiscalizar as atividades dos setores subordinados, ao não efetuar o controle dos atos que

compuseram o processo e ratificar a dispensa "após constatada a regularidade dos atos

procedimentais", as condutas do Reitor e do(a) Pró-Reitor(a) de Administração foram

essenciais para o resultado.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação

dos fatos, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no

campo „fato‟.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

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Recomendação 1: Apurar a responsabilidade dos agentes que, por ação e (ou) omissão,

permitiram a condução do processo administrativo nº 23096.027220/14-87, referente à

Dispensa de Licitação nº 17/2014, de forma alheia aos requisitos legais imprescindíveis

à regularidade do procedimento, dentre eles a suficiente e adequada especificação dos

equipamentos a serem adquiridos e a existência de propostas cujos fornecedores têm

vínculo entre si ou sequer atuam no ramo da atividade econômica compatível com o

objeto da aquisição, o que torna inviável a escolha da proposta mais vantajosa e

adequada à necessidade da Administração, e, por fim, resultando no favorecimento das

empresas DATASONIC INDUSTRIA E DISTRIBUIÇAO DE ELETRONICOS LTDA

e SET SOLUÇOES EDUCACIONAIS E TECNOLOGICAS - EIRELI - EPP.

Recomendação 2: Apurar o eventual prejuízo ao Erário, e promover a respectiva

reposição, em decorrência da aquisição direta efetuada por meio da Dispensa de

Licitação nº 17/2014 de forma irregular, haja vista a inexistência da pesquisa de

mercado para aferir a adequabilidade do preço pago.

1.3 Reestruturação e Expansão das Universidades Federais

1.3.1 CONTRATOS SEM LICITAÇÃO

1.3.1.1 CONSTATAÇÃO

Irregularidades nas inexigibilidades para contratação de serviço de

telecomunicação.

Fato

Em relação às Inexigibilidades nº 1/2014 e nº 53/2014, para prestação de

serviços de telecomunicação, constatou-se a ausência, nos autos dos processos nº

23096.050095/13-76 e nº 23096.04169/14-21, da comprovação de justificativa de preço,

mediante a comparação da proposta apresentada com preços praticados pela futura

contratada junto a outros órgãos públicos ou pessoas privadas, conforme estabelecido na

Orientação Normativa AGU nº 17, de 01/04/2009.

Constatou-se, também, a divergência entre os preços dos serviços em comum

nos contratos nº 32/2014 (IN nº 1/2014) e nº 56/2014 (IN nº 53/2014), conforme

detalhamento do quadro a seguir:

Quadro I – Comparativo entre preços dos serviços das Inexigibilidades nº 1/2014 e nº 53/2014.

Serviço Valor Contrato nº 32/2014 (R$) Valor Contrato nº 56/2014 (R$)

Assinatura Digitronco 778,17 699,00

Tarifa local 0,1168 0,8028

Fixo-Móvel 0,6903 0,5578

LD Fixo-Móvel (VC2 VC3) 0,8742 1,1027

Fonte: Processo nº 23096.050095/13-76 e nº 23096.04169/14-21.

Além disso, verificou-se a ausência de comprovação, nos processos nº

23096.050095/13-76 e nº 23096.04169/14-21, da publicação na imprensa oficial da

ratificação das inexigibilidades nº 1/2014 e nº 53/2014, respectivamente.

Por fim, constatou-se a inclusão, no contrato nº 56/2014 (IN nº 53/2014), de

quantitativos e serviços não previstos por ocasião da apreciação do processo nº

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23096.04169/14-21 pela assessoria jurídica e pela autoridade superior, conforme

destacado no quadro a seguir:

Quadro II – Comparação entre o objeto apresentado à assessoria jurídica e à autoridade superior e

aquele firmado no contrato 56/2014.

Serviços solicitados pelo Memo nº 12/2014

PU/DT, de 21/2/2014

Serviços constantes no contrato nº 56/2014 (após

parecer jurídico e termo de ratificação da

inexigibilidade)

Serviço de Link de Dados para interligar Campina

Grande, Patos, Sousa e São João do Rio do Peixe

Serviço de Link de Dados para interligar Campina

Grande, Patos, Sousa e São João do Rio do Peixe

3 linhas telefônicas analógicas para o CSTR de

Patos

3 linhas telefônicas analógicas para o CSTR de

Patos

19 linhas telefônicas para Campina Grande 28 linhas analógicas para Campina Grande

Não foi previsto 24 velox (serviço de dados) para Campina Grande

Não foi previsto 30 linhas digitais PABX para Sousa

Fonte: Processo nº 23096.04169/14-21.

##/Fato##

Causa

Planejamento deficiente das contratações em conjunto com a indiferença às

formalidades, respaldada pela ausência e (ou) fragilidade nos mecanismos de controle,

favorecem a condução do processo de forma irregular.

Conforme o Regimento da Reitoria, aprovado pela Resolução Consuni nº

6/2005:

Art. 8º Compete à Pró-Reitoria de Gestão Administrativo-Financeira:

(...)

VI – supervisionar e controlar as atividades dos setores que lhe são

subordinados;

VII – fiscalizar o andamento das atividades inerentes a sua área de atuação,

notificando os dirigentes de órgãos da administração, no que se refere a distorções ou

irregularidades eventualmente identificadas;

Tendo em vista as falhas recorrentes nas instruções dos processos

administrativos relativos ao suprimento de bens e serviços na unidade, no exercício de

2014, conclui-se que a falta de cautela e zelo do agente responsável pela Pró-Reitoria de

Gestão Administrativo-Financeira na verificação da regularidade dos atos que

culminaram com as contratações, desde o planejamento consubstanciado nos estudos

preliminares (os quais a unidade não apresentou para nenhuma das licitações e

contratações diretas examinadas), finalizando com a adequação do valor do contrato,

contribui para a ocorrência e perpetuação das irregularidades apresentadas neste

relatório.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 204/R/GR/UFCG, de 1 de junho de 2015, a unidade

apresentou a seguinte manifestação:

(...)

“a. A ausência de justificativa de preço, mediante comparação da proposta

apresentada com preços praticados pela contratada em outros órgãos, justifica-se pelo

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fato de o setor responsável pela elaboração dos processos de inexigibilidade ter se

pautado pela nova redação da Orientação Normativa da AGU nº 17 (publicada no

DOU em 14 de dezembro de 2011), que permite que a razoabilidade do valor das

contratações decorrentes de inexigibilidade possa ser aferida não apenas por meio de

comparação da proposta apresentada com preços praticados pela futura contratada em

outros entes públicos e ou privados, mas também por intermédio de outros meios

igualmente idôneos, com é o caso do teto de valores estabelecidos pela ANATEL, para

o serviço de telefonia;

b. A divergência verificada entre os preços dos serviços em comum, nos

contratos nº 32/2014 e nº 56/2014 é decorrente de:

i. os citados contratos serem resultados de dois processos de inexigibilidade

realizados em dois diferentes momentos (fevereiro de 2014 e julho de 2014,

respectivamente);

ii. ter havido a necessidade de se realizar dois processos para se contratar

serviço comum de telefonia, uma vez que, quando da realização do primeiro contrato,

não foram contempladas linhas necessárias ao campus de Patos e nem aquelas que

seriam necessárias às novas instalações do campus de Sousa, ainda em obras, bem

como o serviço de link de dados para a interligação dos vários campi da Instituição;

iii. os supramencionados serviços não poderiam ser incluídos no primeiro

contrato haja vista a ampliação necessária ao serviço de telefonia para a Instituição

extrapolara o limite de 25% permitido em Termo Aditivo;

iv. a razoabilidade do valor das citadas contratações foi verificada tendo-se por

base o teto de valores estabelecidos pela ANATEL, para o serviço de telefonia, o qual

permite a prática de valores diferentes em diferentes datas e localidades;

c. A ausência de comprovação da publicação na imprensa oficial da ratificação

das inexigibilidades nº 1/2014 e nº 53/2014 deve-se ao desconhecimento dessa

obrigatoriedade, o que gerou o entendimento de que a publicação dos dados do

contrato no comprasnet fosse suficiente para a legitimação do ato;

d. A inclusão, no contrato nº 56/2014, de quantitativos e serviços não previstos

por ocasião da apreciação do processo nº 23096.04169/14-21 pela assessoria jurídica

e pela autoridade superior, foram solicitados pelo setor responsável pelo serviço de

telefonia – em vista das ampliações que se encontravam em curso –, durante a

tramitação do processo acima mencionado (Cf. Memos nº 21/2014 e nº 37/2014 da

Divisão de Telecomunicações, ambos constantes do processo em referência – Anexo I);

e. O parecer da Procuradoria Federal atem-se ao pedido de autorização para a

realização de inexigibilidade, motivo pelo qual a alteração dos quantitativos não foi

dado ao conhecimento desta assessoria;

f. Apesar de não existir autorização expressa da autoridade superior no

processo que resultou no contrato nº 56, as informações atinentes à ampliação dos

quantitativos foram repassadas às instâncias deliberativas;

g. No pedido de ampliação de serviço (Cf. Memo nº 12/2014) está contemplada

a inclusão de 19 linhas analógicas para o campus da Campina Grande, com 15 VELOX

agregados a estas;

h. Já se encontrava em tramitação, na mesma operadora, a instalação de mais 9

linhas analógicas, também atreladas a VELOX, o que totaliza os quantitativos

praticados;

i. A inclusão dos serviços acima detalhados foram feitas após o parecer da

assessoria jurídica, tendo como objetivo evitar-se um terceiro processo de

inexigibilidade para o mesmo serviço.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

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Análise do Controle Interno

Embora a manifestação, inicialmente, assevere a utilização de outro meio idôneo

para justificar os preços dos serviços contratados por meio das Inexigibilidades nº

1/2014 e nº 53/2014, salienta-se que não há, nos processos administrativos a que se

referem as citadas inexigibilidades, qualquer documentação ou consulta que apresente o

“teto de valores estabelecidos pela ANATEL, para o serviço de telefonia”.

A esse respeito, ressalte-se ser indispensável a justificativa dos preços praticados

pela pretensa contratada por se tratar de requisito legal previsto no Art. 26, parágrafo

único, inciso III, da Lei nº 8.666/93, cuja comprovação ocorre mediante juntada ao

processo de documentos e informações que atestem ser razoável o preço cobrado pelo

fornecedor exclusivo.

No que se refere à divergência de preços entre os serviços comuns aos dois

contratos celebrados, em síntese, a manifestação da unidade a justifica em face da

imprevisibilidade dos novos serviços, da impossibilidade de alteração contratual por

extrapolar o limite legal, da justificativa de preço com base no “teto de valores

estabelecidos pela ANATEL, para o serviço de telefonia” e da realização dos

procedimentos em momentos distintos (fevereiro e julho de 2014).

Nessa oportunidade, destaca-se, novamente, a imprescindibilidade da

demonstração, no processo, da razoabilidade do preço cobrado por fornecedor

exclusivo, vez que a divergência de preços dos serviços em comum aos contratos em

análise variou entre -19,19% até 587,33%, de acordo com a tabela a seguir:

Tabela I – Variações percentuais entre preços dos serviços das Inexigibilidades nº 1/2014 e nº 53/2014.

Serviço 1. Valor Contrato nº

32/2014 (R$)

2. Valor Contrato nº

56/2014 (R$)

3. (%) Diferença [(2-

1)/1] X 100

Assinatura Digitronco 778,17 699,00 -10,17%

Tarifa local 0,1168 0,8028 587,33%

Fixo-Móvel 0,6903 0,5578 -19,19%

LD Fixo-Móvel (VC2 VC3) 0,8742 1,1027 26,14%

Fonte: Processo nº 23096.050095/13-76 e nº 23096.04169/14-21.

Diante de tamanha variação nos preços e da ausência no processo de documento

da ANATEL que sinalize o teto dos valores de telefonia fixa, não há como o conjunto

de elementos da justificativa apresentada demonstrar a pertinência da diferença de

valores contratados.

Relativamente à falta de comprovação da publicação dos termos de ratificação

das inexigibilidades (na realidade a inexistência dessas publicações), é necessário

reformar o entendimento da equipe da unidade, pois se trata de requisito essencial para a

eficácia do ato, nos termos do caput do Art. 26, da Lei nº 8.666/93.

Finalmente, para justificar a contratação de objeto diferente daquele apresentado

à assessoria jurídica e à autoridade máxima, a unidade informa que advém de

“ampliações que se encontravam em curso –, durante a tramitação do processo acima

mencionado”; o parecer jurídico “atem-se ao pedido de autorização para a realização

de inexigibilidade, motivo pelo qual a alteração dos quantitativos não foi dado ao

conhecimento desta assessoria”; que a inexistência da autorização expressa da

autoridade superior foi suprida por repasse das informações de ampliação “às instâncias

deliberativas”; e que as alterações após o parecer jurídico tiveram por objetivo “evitar-

se um terceiro processo de inexigibilidade para o mesmo serviço.”.

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Acerca dessa parte da manifestação, tem-se a comentar que se pode extrair a

justificativa para a inviabilidade da competição a partir do pedido consignado no Memo

nº 12/2014, de 21 de fevereiro de 2014 (fls. 01 e 02), a seguir transcrito:

“Nossa instituição necessita formalizar a contratação da Prestação de Serviço

de Link de Dados, para prover conexão de acesso à internet com fins institucionais

(pregão eletrônico, etc) e interligar à intranet da UFCG os Campi Patos e Sousa

(centro) e o Núcleo de São João do Rio do Peixe ao campus sede (Campina Grande).

(...)

Nas cidades de Patos, Sousa e São João do Rio do Peixe, atualmente apenas a

OI possui infraestrutura para interliga-las ao campus sede, nesse tipo de serviço; assim

no nosso entendimento isso configura uma situação de inexigibilidade. (...)

Outrossim, por um lapso, no pedido de contrato de inexigibilidade encaminhado

anteriormente a Vossa Senhoria (Processo nº 23096.050095/13-73), não foram

incluídas 3 linhas telefônicas analógicas utilizadas pelo CSTR em Patos, nem também

19 linhas (15 delas com velox), todas em Campina Grande.

Assim, de acordo com o exposto acima, solicitamos a Vossa Senhoria que

encaminhe para seus devidos trâmites, o pedido de contratação (na verdade uma

formalização) por inexigibilidade, da Operadora Telemar Norte Leste S.A., para

Prestação de Serviço de Link de Dados, utilizando a tecnologia proposta que for

escolhida (tecnicamente factível pela operadora) – para interligar os Campi Patos,

Sousa (centro) e o Núcleo de São João do Rio do Peixe, ao concentrador STI, (...) e

também a inclusão no mesmo das 3 linhas do CSTR e as 19 linhas utilizadas em

Campina Grande.

(...)

OBS: Em Campina Grande, é do nosso conhecimento que a GVT também

oferece linhas telefônicas com o serviço de acesso à internet, sendo que a mesma não

atende em todos os bairros onde temos linhas instaladas, assim, achamos razoável e

prático, dado a pequena monta, que se firme contrato apenas com a operadora que

atende em toda a cidade (no caso a OI).”

O cerne da justificativa para contratação direta do serviço de link de dados para

os campi de Patos, Sousa e o Núcleo de São João do Rio do Peixe, e da prestação do

serviço de telefonia fixa no campus de Patos (três linhas adicionais) é a inviabilidade de

competição, que nesse último caso foi apreciado no processo nº 23096.050095/13-73,

referente à Inexigibilidade nº 1/2014.

No caso das linhas de telefonia fixa e de serviço de dados do campus de

Campina Grande, o pedido induz à conclusão de que é razoável e prática a contratação

da operadora que atende toda a cidade, por conta do suposto pequeno valor envolvido.

Entretanto, não esclarece quais seriam os lugares (e quantas linhas) atendidos

exclusivamente por uma operadora (o que afastaria a licitação).

Desse modo, o controle de legalidade efetuado pela assessoria jurídica

restringiu-se ao objeto delineado no pedido formulado por meio do memorando

anteriormente transcrito. Portanto, a ampliação do número de linhas e inclusão de

serviço de dados para o campus de Campina Grande, além da contratação de 30 linhas

digitais para o campus de Sousa, não foram objeto do parecer jurídico que embasou a

contratação direta. Tampouco, a ratificação da autoridade superior recaiu sobre o novo

objeto do contrato nº 56/2014, posto que a data de ambos os atos – parecer jurídico e

termo de ratificação (27/02/2014 e 06/03/2014, respectivamente) – é anterior ao

Memorando nº 37/2014, de 15 de maio de 2014, posteriormente inserido entre a capa do

processo administrativo e a folha número 1 (Memo nº 12/2014, de 21 de fevereiro de

2014), como se fosse o pedido original que iniciou o processo.

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Diante dos fatos, observa-se que a unidade deve adequar o planejamento das

contratações, dividindo-as em tantas quantas sejam necessárias e de acordo com a

realidade de mercado, para eliminar as impropriedades e irregularidades verificadas nas

contratações diretas em 2014.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Instruam em processo próprio os estudos preliminares que subsidiam

o plano de licitação (e as contratações diretas), conjugando a demonstração da

necessidade dos bens/serviços, da pesquisa de mercado e da viabilidade da estratégia

adotada para o suprimento de suas necessidades.

Recomendação 2: Instrua os processos de inexigibilidade com a comprovação da

pesquisa de preços ou do meio idôneo adotado para aferir a razoabilidade do valor a ser

contratado com fornecedor exclusivo.

2 Ciência, Tecnologia e Inovação

2.1 Fomento a Projetos de Implantação e Recuperação da Infraestrutura de

Pesquisa das Instituições Públicas (CT-Infra)

2.1.1 CONTRATOS SEM LICITAÇÃO

2.1.1.1 CONSTATAÇÃO

Realização de processo para aquisição direta de equipamentos, no valor total de

R$ 519.500,00, cujas irregularidades resultaram em favorecimento do fornecedor

na Dispensa de Licitação nº 18/2014.

Fato

O processo nº 23096.033068/14-65, referente à Dispensa de Licitação nº

18/2014, destina-se à aquisição direta do equipamento “spray dryer”, com recursos da

FINEP (Convênio FINEP 01.09.460.00), para a implantação do projeto intitulado

“Equipamentos para Laboratórios de Pesquisa da UFCG”.

Embora a requisição do equipamento mencione que as especificações estariam

contidas nos documentos em anexo ao Memorando 003 – UFCG/MCT/FINEP/CT-

INFRA-PROINFRA, de 8 de agosto de 2014 (fl. 01), verificou-se que, dentre a

documentação subsequente no processo, não consta o detalhamento do equipamento

pela Unidade.

No quadro a seguir, apresenta-se a sequência dos documentos autuados após o

citado memorando:

Quadro I – Lista de documentos subsequentes à requisição do equipamento.

Documento Data Folha do Processo

Carta Aprovação Remanejamento FINEP 26/11/2010 02

Relação de itens Sem data 03 e 04

Cronograma de Desembolso Sem data 05

Memo AAPPA 39/2014 24/02/2014 06

Proposta da (1) SPRAY PROCESS 29/07/2014 07 a 10

Proposta da (2) RPM 29/07/2014 11 a 20

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Documento Data Folha do Processo

Proposta da (3) DATASONIC 25/07/2014 21 a 24

Proposta da (4) CETEC 29/07/2014 25

Fonte: processo nº 23096.033068/14-65.

A autorização para a realização da despesa foi dada pelo Vice-Reitor, em 12 de

agosto de 2014, na folha de Despacho nº 1355-14/G/PRA/UFCG, de 11 de agosto de

2014, que fora destinada ao Magnífico Reitor (fls. 35).

Na mesma data do despacho do Vice-Reitor, o processo foi encaminhado à

assessoria jurídica para elaboração de parecer, cuja emissão ocorreu em 25 de agosto de

2014.

Por fim, em 17 de setembro de 2014, houve a emissão do Termo de Ratificação

pela Pró-Reitora de Adminstração da UFCG (fls. 40) sem, contudo, haver comprovação,

no processo, da publicação dessa ratificação na imprensa oficial.

A despeito de haver tramitado entre diferentes setores da unidade, em nenhum

momento questionou-se a falta de caracterização do pretendido equipamento

denominado “spray dryer”, em detrimento do caput do Art. 14 e do Art. 15, § 7º, I, da

Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

Tampouco cogitou-se a ausência do documento de aprovação dos projetos de

pesquisa aos quais o bem seria alocado, cuja previsão encontra-se no Art. 26, parágrafo

único, IV, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

Ao se analisar as propostas de preços apresentadas pelas empresas, verificou-se

que apenas duas contemplavam equipamento com a mesma capacidade de evaporação

de água, conforme demonstrado no quadro a seguir:

Quadro II – Orçamentos apresentados pelas empresas.

Empresa Modelo Capacidade

Evaporação

Líquido

* Valor Equipamento

(R$)

(1) SPRAY PROCESS FAB. COM. DE

SECADORES IND. LTDA.

DR-4 15 até 40 l/h 390.000,00

(2) RPM BRASIL MAQ. E EQUIP. IND.

LTDA

SB-50 50 kg/h 412.027,43

(3) DATASONIC SD-5.0 5 l/h 511.000,00

(4) CETEC não há 5 l/h 600.000,00

* Valor referente ao equipamento exclusivamente.

Fonte: processo nº 23096.033068/14-65.

Aparentemente, as propostas existentes no processo tratam de equipamentos

distintos, a não ser pela capacidade de evaporação do bem cotado pela (3)

DATASONIC e (4) CETEC, em que pese a falta de discriminação do modelo cotado

por essa última empresa.

Observou-se que a ausência de documentação comprobatória referente a

provocação da Unidade junto às empresas para apresentarem essas propostas, com a

devida especificação dos equipamentos, é fato recorrente nas aquisições diretas

efetuadas em 2014 (com base no Art. 24, XXI, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de

1993), haja vista idêntica situação evidenciada na Dispensa de Licitação nº 17/2014.

Nesse aspecto, há de se ressaltar que as propostas encaminhadas são

extemporâneas (cinco meses depois) ao Memo AAPPA 39/2014, de 24 de fevereiro de

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2014, que teria encaminhado três das propostas, conforme fluxo demonstrado no

Quadro I e cópia a seguir reproduzida:

Quadro III – Documento que encaminha as propostas de preço existentes no processo.

Memo AAPPA 39/2014, de 24 de fevereiro de 2014 (fls. 6).

Diante da falta de especificação do objeto pela Administração, constatou-se que

os orçamentos apresentados pelas empresas eram os mais variados, consoante o quadro

a seguir:

Quadro IV – Orçamentos do processo.

Empresa Valor Equipamento

(R$)

Valor Itens Opcionais ou

Extras (R$)

Valor Total

(R$)

(1) SPRAY PROCESS FAB. COM.

DE SECADORES IND. LTDA. 390.000,00 338.000,00 728.000,00

(2) RPM BRASIL MAQ. E EQUIP.

IND. LTDA 412.027,43 159.641,67 571.669,10

(3) DATASONIC 511.000,00 8.500,00 519.500,00

(4) CETEC 600.000,00 39.500,00 639.500,00

Fonte: processo nº 23096.033068/14-65.

Apesar da agravante concernente à diversidade da composição dos itens

opcionais ou extras dos orçamentos das empresas, não há no processo a motivação da

escolha da proposta e (ou) fornecedor, conforme estabelece o Art. 26, parágrafo único,

II, Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

Saliente-se, por oportuno, que a variação dos itens opcionais torna inviável a

escolha da proposta mais vantajosa, considerando que os itens extras/opcionais são

diferentes em cada proposta.

Levando-se em conta, ainda, que os recursos disponibilizados por meio do

Convênio FINEP 01.09.460.00 destinam-se à aquisição de material permanente (ND

449052), conforme o Plano de Trabalho e a Nota de Crédito 2014NC000115 da

UG/Gestão 240901/0001, não há razão para a inclusão de itens extras nos orçamentos

que, em parte, referem-se a serviços, cuja natureza da despesa não foi contemplada no

Plano de Trabalho da aquisição em exame.

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Assim, haveria coerência na escolha da proposta cujo valor do equipamento

(excluindo itens extras/opcionais) fosse o menor e atendesse a necessidade da

Administração.

No que se refere à capacidade de evaporação (secagem), observou-se que os

equipamentos de menor capacidade (5 l/h), objeto das propostas da (3) DATASONIC e

(4) CETEC, coincidentemente foram os “spray dryer” cujo valor exclusivo do

equipamento são os mais elevados, R$ 511.000,00 e R$ 600.000,00, respectivamente.

Mediante consulta aos Sistemas Corporativos do Governo Federal, constatou-se

que as duas empresas citadas possuíam algum tipo de vínculo entre si ou com a própria

Unidade, conforme quadro a seguir:

Quadro V – Relacionamento entre sócios/empresários/Unidade.

CPF

Sócio/Empresário

Vínculos Societários Outros Vínculos

***.226.984-** (3) DATASONIC INDUSTRIA

E DISTRIBUIÇAO DE

ELETRONICOS LTDA.

Ex-sócio da (4) CETEC

CENTRO DE

TECNOLOGIA EM

ENGENHARIA CLÍNICA

LTDA.

***.806.144-** (4) CETEC CENTRO DE

TECNOLOGIA EM

ENGENHARIA CLÍNICA

LTDA.

Servidor da UFCG

(matrícula SIAPE

0336542).

Fonte: Sistemas Corporativos do Governo Federal, 13 de maio de 2015.

Após visita à sede da empresa (4) CETEC, situada na Rua Luis Soares, 242,

Campina Grande/PB, consoante endereço da proposta de preço existente no processo e

cadastro na base de dados do CNPJ, constatou-se que a referida empresa não está

sediada nesse local e funcionários de estabelecimentos comerciais vizinhos ao endereço

desconhecem a atuação da empresa naquela área. É o que se demonstra no registro

fotográfico a seguir:

Quadro VI – Endereço da CETEC CENTRO DE TECNOLOGIA EM ENGENHARIA CLÍNICA LTDA.

Fachada da suposta sede empresa (4) CETEC, em 13/05/2015.

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Haja vista a falta de comprovação das especificações do equipamento “spray

dryer” pela UFCG, a ausência de motivação da escolha da proposta e do fornecedor,

bem como a existência de antigos vínculos entre as empresas (3) DATASONIC e (4)

CETEC, na qual há presença de sócio também servidor da UFCG, conclui-se que a

aquisição direta a que se refere a Dispensa de Licitação nº 18/2014 resultou por

favorecer a empresa (3) DATASONIC INDUSTRIA E DISTRIBUIÇAO DE

ELETRONICOS LTDA, CNPJ: 07.179.175/0001-57, no valor de R$ 519.500,00,

conforme 2014NE804214, mediante preterição de propostas cujo valor exclusivo do

“spray dryer”, com maior capacidade de secagem, era menor.

##/Fato##

Causa

Planejamento deficiente das contratações em conjunto com a não observação às

formalidades legais, respaldada pela ausência e (ou) fragilidade nos mecanismos de

controle, favorecem a condução do processo de forma irregular.

De acordo com o caput do Art. 26 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, cabe

à autoridade superior da unidade ratificar a dispensa de licitação ora em exame.

No processo nº 23096.033068/14-65, embora o Termo de Ratificação (fl. 40)

tenha sido expedido pela Pró-Reitora de Administração (que não é a autoridade superior

do órgão), constatou-se que o Reitor, mediante senha pessoal, ratificou a compra no

SIASGnet, gerando a publicação do extrato da dispensa na imprensa oficial, com a sua

ratificação (DOU Nº 187, seção 3, pág. 18, em 29 de setembro de 2014).

Saliente-se, em agravante a esse fato, a ausência de previsão regimental da

competência para dispensar licitação e reconhecer as situações de inexigibilidade no

âmbito da UFCG, cuja atribuição é razoável conferir à(o) Pró-Reitor(a) de

Administração.

De acordo com o Estatuto da UFCG, aprovado pela Resolução Consuni nº

5/2002:

“Art. 29. A Reitoria, órgão executivo da Administração Superior que coordena,

fiscaliza e superintende as atividades da Universidade, é exercida pelo Reitor, auxiliado

pelo Vice-Reitor e assessorado por:

I - Pró-Reitorias;

(...)

Art. 32. São atribuições do Reitor:

(...)

XIII – administrar as finanças da UFCG e determinar a aplicação dos seus

recursos, de conformidade com o orçamento aprovado e os fundos instituídos;”

Ainda, conforme a Resolução Consuni nº 6/2005, que aprova o Regimento da

Reitoria:

“Art. 8º Compete à Pró-Reitoria de Gestão Administrativo-Financeira:

I – expedir instruções, portarias e demais atos necessários ao fiel desempenho

das suas atribuições;

II – executar a programação financeira da Universidade, tendo em vista os

compromissos e os recursos repassados pelo MEC, bem como de convênios e contratos,

e de outras agências financiadoras nacionais e estrangeiras;

(...)

VI – supervisionar e controlar as atividades dos setores que lhe são

subordinados;

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VII – fiscalizar o andamento das atividades inerentes a sua área de atuação,

notificando os dirigentes de órgãos da administração, no que se refere a distorções ou

irregularidades eventualmente identificadas;”

Tendo em vista que, na dispensa de licitação em análise, incumbe à autoridade

superior aferir a lisura do procedimento tendente à contratação direta do fornecimento

de bens, bem como a(o) Pró-Reitor(a) de Administração supervisionar, controlar e

fiscalizar as atividades dos setores subordinados, ao não efetuar com zelo o controle dos

atos que compuseram o processo e ratificar a dispensa "após constatada a regularidade

dos atos procedimentais", as condutas do Reitor e do(a) Pró-Reitor(a) de Administração

foram essenciais para o resultado.

Ambas condutas são atenuadas pela anulação do empenho e consequente

contratação direta, após questionados por meio da Solicitação de Auditoria – SA nº

201413344/09, na qual foram apresentados os fatos.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

A unidade apresentou a seguinte manifestação, por meio do Ofício nº

188/R/GR/UFCG, de 21 de maio de 2015:

“(...) temos a informar que, após constatada irregularidades formais no Processo,

foi providenciada a anulação total do empenho 2014NE804214 e anulada a Dispensa de

Licitação, conforme comprovam documentos em anexo.

Acrescentamos que novo processo será aberto para a aquisição do equipamento

de que trata a dispensa de licitação em epígrafe”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação da unidade e a providência adotada são consentâneas ao achado

de auditoria, na medida em que o procedimento licitatório eivado de vícios motivou a

anulação da Dispensa de Licitação nº 18/2014.

Entretanto, a empresa DATASONIC INDUSTRIA E DISTRIBUIÇAO DE

ELETRONICOS LTDA, CNPJ: 07.179.175/0001-57, possui histórico recente de

contratações diretas pela UFCG, como no caso da Dispensa nº 17/2014, na qual foram

constatados procedimentos irregulares que resultaram no favorecimento dela, também,

mediante pagamentos no total de R$ 583.677,59.

Além disso, no exercício de 2013, também houve contratações diretas da

mencionada empresa e de duas outras em que há comprovado vínculo (SET -

SOLUCOES EDUCACIONAIS E TECNOLOGICAS - EIRELI – EPP e FLAVIANO

CARVALHO VIEIRA – ME), no valor total de R$ 596.980,30.

Em todas essas contratações diretas, referentes à aquisição de equipamentos para

pesquisa cientifica, o fundamento que afastou a licitação foi o Art. 24, XXI, da Lei nº

8.666, de 21 de junho de 1993.

Tendo em vista que, além do amparo legal coincidente, há a presença da

empresa DATASONIC nesse tipo de contratação direta feita pela UFCG, merece

atenção da unidade a fragilidade com que esses processos vêm sendo realizados, haja

vista o comprovado favorecimento de empresas acarretar prejuízos mediante a aquisição

de equipamentos inadequados à necessidade da Administração, em virtude da

insuficiente caracterização do objeto.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

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Recomendação 1: Apurar a responsabilidade dos agentes que, por ação e (ou) omissão,

permitiram a condução do processo administrativo nº 23096.033068/14-65, referente à

Dispensa de Licitação nº 18/2014, de forma alheia aos requisitos legais imprescindíveis

à regularidade do procedimento, dentre eles a suficiente e adequada especificação do

equipamento a ser adquirido, possibilitando a existência de propostas cujos orçamentos

apresentam diversidade de itens em sua composição, o que torna inviável a escolha da

proposta mais vantajosa e adequada à necessidade da Administração, e, por fim,

resultando no favorecimento da empresa DATASONIC INDUSTRIA E

DISTRIBUIÇAO DE ELETRONICOS LTDA.

3 Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS)

3.1 Atenção à Saúde da População para Procedimentos em Média e Alta

Complexidade

3.1.1 CONTRATOS SEM LICITAÇÃO

3.1.1.1 CONSTATAÇÃO

Contratação direta de serviços de apoio administrativo mediante registro de

informação em Sistema Corporativo sem amparo documental e formalização de

processos destituídos dos requisitos legais.

Fato

Em 2007, o HUAC firmou o contrato nº 2/2007 (Pregão nº 1/2007) com a

empresa RH Assessoria, Consultoria e Serviços Ltda. para a prestação de serviços de

apoio administrativo, cujo prazo de vigência inicial foi de 1/4/2007 a 31/3/2008.

Após sucessivas prorrogações de prazo, o contrato HUAC nº 2/2007 vigorou até

28/9/2012, conforme detalhado no quadro a seguir:

Quadro I – Prazo de vigência do contrato nº 2/2007.

Instrumento Termo inicial Termo final

Contrato nº 2/2007 1/4/2007 31/3/2008

Termo Aditivo nº 2/2008 1/4/2008 31/3/2009

Termo Aditivo nº 4/2009 1/4/2009 31/3/2010

Termo Aditivo nº 5/2010 1/4/2010 31/3/2011

Termo Aditivo nº 6/2011 1/4/2011 1/4/2012

Termo Aditivo nº 8/2012 31/3/2012 28/9/2012

Fonte: SIASG.

Entre o termo final do contrato nº 2/2007, em 28/9/2012, e a celebração do

contrato emergencial nº 2/2014 (Dispensa nº 44/2013), cuja vigência compreendeu o

periodo de 22/11/2013 a 21/05/2014, houve o pagamento de serviços de apoio

administrativo para a empresa RH Assessoria, Consultoria e Serviços Ltda., amparado

pelas notas de empenho 2012NE800672, de 14/11/2012, e 2013NE800004, de 6/2/2013,

da UG/GESTÃO 153196/15281.

Mesmo tendo expirado o contrato nº 2/2007, a emissão dos mencionados

empenhos realizou-se na modalidade pregão, identificado como nº 1/2007, acobertando

as despesas com serviços de apoio administrativo prestados pela RH Assessoria,

Consultoria e Serviços Ltda., até a celebração do contrato emergencial nº 2/2014.

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Nesse caso, observa-se que, além da ausência de instrumento contratual

registrado no SIASG, houve a inserção de dados incorretos no SIAFI, distorcendo a

informação contábil.

Assim, entre 01/10/2012 e 21/11/2013, houve a execução da despesa com

serviços de apoio administrativo independentemente de qualquer processo formalizado

que amparasse legal e legitimamente a contratação da RH Assessoria, Consultoria e

Serviços Ltda. para a realização desse serviço, vez que o contrato 2/2007 havia

expirado.

Posteriormente, foram efetuadas três dispensas de licitação, com fundamento no

Art. 24, IV, da Lei nº 8.666/93, conforme consolidado no quadro a seguir:

Quadro II – Contratos celebrados após encerramento do contrato nº 2/2007.

Nº Dispensa Nº Contrato Termo inicial Termo final

44/2013 2/2014 22/11/2013 21/05/2014

35/2014 15/2014 22/05/2014 18/09/2014

44/2014 Sem contrato - -

Pertinente as duas dispensas emergenciais de 2014 (DI nº 35/2014 e DI nº

44/2014), constatou-se as seguintes falhas:

Quadro III – falhas nas dispensas nº 35/2014 e nº 44/2014.

Falha Base Legal

Ausência de projeto básico para caracterizar os

serviços contratados

Art. 6º, IX, da Lei nº 8.666/93

Ausência de orçamento detalhado com a

composição dos custos unitários

Art. 7º, § 2º, II, da Lei nº 8.666/93

Ausência de caracterização da situação

emergencial que justifique a dispensa

Art. 26, Parágrafo Único, I, da Lei nº 8.666/93

Ausência da razão da escolha do fornecedor Art. 26, Parágrafo Único, II, da Lei nº 8.666/93

Ausência da justificativa de preço Art. 26, Parágrafo Único, II, da Lei nº 8.666/93

Ausência de parecer jurídico sobre a dispensa e

contrato

Art. 38, VI, da Lei nº 8.666/93

Art. 38, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93

Aliado às falhas acima, constatou-se a extemporaneidade na formalização dos

processos que respaldaram a continuidade da prestação do serviço de apoio

administrativo pela RH Assessoria, Consultoria e Serviços Ltda., de acordo com o

demonstrado no quadro a seguir:

Quadro IV – Cronologia dos atos.

Nº Processo Data

abertura

Dispensa

Vigência do

contrato

Nº Empenho Data

Empenho

Data inclusão

SIASG

23096.034251/14-43 20/08/14 35/2014 22/05 a

18/09/14

2014NE800540 20/08/14 19/08/14

23096.041257/14-87 06/11/14 44/2014 Sem contrato 2014NE800819 12/11/14 05/11/14

No processo nº 23096.034251/14-43, que trata da Dispensa nº 35/2014, o

Memorando nº 130/2014/DA/HUAC/UFCG, de 15/08/2014, que inicia o processo de

contratação direta, somente foi expedido mais de dois meses após a expiração do

contrato emergencial antecedente (contrato nº 2/2014), em 21/05/2014.

Por seu turno, o processo nº 23096.041257/14-87, referente à Dispensa nº

44/2014, também só foi autuado após a expiração do contrato emergencial anterior

(contrato nº 15/2014, expirado em 18/09/2014), conforme data da abertura do processo,

em 06/11/2014.

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Vale salientar que o procedimento de licitação começa pela abertura do processo

administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, exatamente com prevê o

caput do Art. 38, da Lei nº 8.666/93.

Constatou-se, ainda, a inexistência, no processo nº 23096.041257/14-87 (DI nº

44/2014), do termo de contrato, em detrimento do disposto no Art. 38, X, da Lei nº

8.666/93.

Ademais, nos processos administrativos em exame, constatou-se a inexistência

de manifestação formal da autoridade superior ratificando o procedimento, bem como a

respectiva publicação dessa ratificação na imprensa oficial, como condição para eficácia

dos atos, em atendimento ao Art. 26 da Lei nº 8.6666/93.

Diante disso, concluiu-se que os processos a que se referem as Dispensas de

Licitação nº 35/2014 e nº 44/2014, para amparar a contratação emergencial da RH

Assessoria, Consultoria e Serviços Ltda., não preenchem os requisitos legais para

sustentar a contratação direta, demonstrando a fragilidade das atividades inerentes à

licitação e contratação do HUAC.

##/Fato##

Causa

De acordo com o Regimento do Hospital Universitário Alcides Carneiro –

HUAC, aprovado pela Resolução Consuni nº 2/2006:

Art. 8º Ao Diretor Geral compete:

(...);

IV – autorizar compra de materiais e equipamentos e a execução de obras e

serviços;

V – ordenar despesas;

Tendo em vista a atuação consciente da Diretora Geral ao ordenar a despesa

pública mesmo diante da precariedade em que a contratação se encontrava, entende-se

que ela assumiu totalmente a responsabilidade e os riscos dessa conduta.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

A manifestação da unidade foi encaminhada por meio do Memorando nº

23/2015-DRH/HUAC/UFCG, de 29 de maio de 2015:

“(...) informamos que a falha apontada no processo nº 23096.034251/14-43, que

trata da Dispensa nº 35/2014, foi ocasionada por um equivoco da Diretoria

Administrativa que anexou o pedido da referida dispensa com parte integrante do

processo nº 23096.036885/13-43 conforme descrito nas cópias das páginas 16 e 17

(anexo). Situação essa corrigida posteriormente com a abertura de um novo processo

conforme solicitado pela Divisão de Materiais deste hospital (cópia página 13, anexo).

No tocante ao Quadro III, que pelo fato da referida empresa ter sido contratada

por este hospital através de processo licitatório anterior onde já constavam o projeto

básico e o parecer jurídico autorizando a prorrogação entendeu esta diretoria não ser

necessário novo parecer já que a situação era apenas de uma dilatação da referida

prorrogação.

Quanto as ausências de orçamento detalhado com composição dos custos

unitários, caracterização da situação de emergência e escolha do fornecedor,

justificativa do preço, fica esclarecido que os mesmos foram providenciados de acordo

com as cópias das páginas 01 a 17 (anexo) constantes no referido processo.

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Fica ainda exposto que diante da escolha da mesma empresa escolhida

anteriormente por processo licitatório, nas mesmas condições anteriormente acordadas

não causo prejuízo ao erário.

Quanto a inexistência de contrato da Dispensa 44/2014 apontada no Quadro II,

segue anexo o Contrato 20/2014 referente a mesma.

Salientamos que a sobrecarga de trabalho, à época, facilitou a ocorrência de

tais fatos, o que já foi corrigido, com a adoção de novas rotinas de controle e mais

revisões nas etapas dos trabalhos para evitar a repetição de tais falhas.”

Também houve manifestação encaminhada por meio do Memorando nº 26/2015-

DCF/HUAC/UFCG, de 27 de maio de 2015:

“(...) informamos que os pagamentos ocorridos no período compreendido entre

o final da vigência do contrato nº 02/2007 (Pregão nº 01/2007) e o contrato

emergencial nº 2/2014 (Dispensa nº 44/2013), através dos empenhos 2012NE800674 e

do 2013NE800004, respectivamente, emitidos após o parecer jurídico nº 562/2012/PF-

AGU, ocorreram com a autorização do ordenador de despesa, conforme consta nos

processos de pagamentos.

O pregão eletrônico que sucederia a contratação não encerrou-se em tempo

hábil, acarretando uma lacuna entre o contrato 02/2007 e o 02/2014. Os processos de

pagamentos, ao chegarem a este departamento, já instruídos, não tinham saldo de

empenho, portanto, foram empenhados e pagos com autorização do ordenador de

despesas, após parecer jurídico, mencionando, por lapso, o pregão já expirado, uma

vez que a observação foi apenas copiada do empenho anteriormente emitido,

ajustando-se alguns dados.

A sobrecarga de atividades, à época, facilitou a ocorrência de tais lapsos, o que

já foi parcialmente corrigido, com a chegada de mais um servidor ao departamento.

(...)”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Embora as manifestações procurem esclarecer e justificar a contratação direta

dos serviços de apoio administrativo, não apresentam fatos aptos a modificar as

irregularidades apresentadas. Pelo contrário, ratificam o pleno descumprimento dos

requisitos legais para amparar a contratação direta em virtude de licitação dispensável

por emergência.

Cumpre esclarecer que o parecer jurídico nº 562/2012/PF-AGU, de 28 de março

de 2012, trata da prorrogação de seis meses efetivada no Termo Aditivo nº 8/2012

(último aditivo de prazo do contrato nº 2/2007, expirado em 28 de setembro de 2012).

Portanto, os empenhos 2012NE800672, de 14/11/2012, e 2013NE800004, de 6/2/2013,

da UG/GESTÃO 153196/15281, emitidos na modalidade pregão, caracterizam, no

mínimo, o registro de transação sem comprovação, acarretando, ainda, modificação

indevida dos registros contábeis.

Além disso, o Pregão nº 13/2012, cuja sessão pública ocorreu em 4 de setembro

de 2012, e tinha por objeto a contratação dos serviços de apoio administrativo para o

HUAC, foi reaberto sucessivas vezes, até o dia 2 de maio de 2014, quando foi encerrada

a sessão e o pregão dado como abandonado, apesar da falta de razoabilidade em admitir

que o certame fosse contar com a participação dos licitantes ao longo dos 605 dias em

que a sessão foi indiscriminadamente reaberta, conforme os registros do Comprasnet.

Assim, a contratação direta da empresa RH Assessoria, Consultoria e Serviços

Ltda. para a prestação de serviços de apoio administrativo para o HUAC, desde o fim da

vigência do contrato nº 2/2007 (em 28 de setembro de 2012) foi realizada à margem da

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lei, quer mediante a inserção de dados nos Sistemas Corporativos do Governo Federal

sem respaldo documental, quer pela instrução processual extemporânea e destituída dos

elementos exigidos pela Lei de Licitações e Contratos Administrativos.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Apurar a responsabilidade pelas contratações diretas e irregulares da

empresa RH Assessoria, Consultoria e Serviços Ltda., mediante registros no Siafi sem o

suporte documental para amparar despesa sem contrato e instrução de processos alheios

aos requisitos legais, enquanto se prolongava excessivamente no Comprasnet, por 605

dias, o Pregão Eletrônico nº 13/2012, cujo resultado foi o abandono.

4 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

4.1 MOVIMENTAÇÃO

4.1.1 QUANTITATIVO DE PESSOAL

4.1.1.1 INFORMAÇÃO

Análise da Gestão de RH.

Fato

Para realizar a auditoria sobre a política de gestão de recursos humanos na

Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), foram estabelecidos procedimentos,

questões de auditoria e um questionário a ser aplicado à instituição de ensino,

respeitando o mandamento constitucional que trata da autonomia didático-científica,

administrativa e financeira, bem como das estruturas administrativas das universidades.

Foram definidas sete questões de auditoria. Para respondê-las, a CGU

considerou o relatório de Gestão da Unidade, entrevistou diversos servidores lotados na

Secretaria de Recursos Humanos e nas coordenações setoriais dos cursos de graduação e

analisou os documentos requeridos por meio das Solicitações de Auditoria nº

20150366801/RH01 a 20150366801/RH11.

A primeira questão a ser respondida foi a seguinte:

1) A força de trabalho existente atende às necessidades da UJ?

A equipe de auditoria entende que, atualmente, inexiste resposta possível a tal

questão, posto que a UFCG não possui parâmetros de lotação consolidados; controles

institucionalizados adequados acerca das horas trabalhadas pelos servidores, das

funções que estão realizando e da qualidade com que desempenham essas funções.

Conforme itens 4.2.1.1 e 4.2.1.3 desta relatoria, há fragilidades nos controles acerca da

jornada de trabalho dos servidores da UFCG, existem, inclusive, áreas que aderiram ao

regime de seis horas corridas sem anuência formal da gestão central da universidade.

Esse descontrole possibilita que algumas áreas da UFCG possuam excesso de

mão de obra, enquanto outras sofrem com um número reduzido de servidores. Além

disso, há uma maior suscetibilidade a um aumento no número de servidores que

deveriam estar trabalhando e assinam o controle de frequência, mas estão ociosos, ou

seja, não há registro da realização de quaisquer atividades por parte deles.

Exemplo disso é a documentação entregue pela UFCG através do Ofício

nº227/R/GR/UFCG, de 18 de junho de 2015, que disponibiliza o diário de classe das

disciplinas ministradas nas salas de aula 201, 204 e 403, do Bloco CAA; 03,04,102 e

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103, do bloco BG; 103,104,105 e 200 do bloco CD; atelier 03, do bloco CW; 107,202 e

204, do bloco CA; 11, 12 e 13, do bloco CB, até o mês de abril de 2015.

Esse material mostra que os apontamentos dos registros de aulas são

heterogêneos. Enquanto alguns professores registram as horas-aula, descrevendo

assunto tratado e a data da aula, outros não fazem registro algum, restando a dúvida se

as aulas efetivamente foram ministradas e há uma falha nos controles, ou,

simplesmente, não houve aulas. Foram analisadas as informações relativas a 127

turmas, todas com uma carga horária de 60 horas ou mais. Dessas, em relação a 43

turmas não havia registro de nenhuma hora aula, ou seja, mais de um terço dos

professores (33,85%) ou não registraram suas atividades, ou não ministraram as aulas

devidas. Ressalta-se ainda que, conforme Resolução nº08/2009, que fixa normas para

distribuição de carga horária mínima do docente por regime de trabalho, o professor em

regime de trabalho de 40h semanais, ou Dedicação Exclusiva, deverá cumprir, no

mínimo, uma carga-horária de 16 horas de aula semanais, enquanto aquele em regime

de trabalho de 20h, 10 horas de aula semanais.

Quadro I – Registros de aulas das salas de aula 201, 204 e 403, do Bloco CAA; 03,04,102 e 103, do

bloco BG; 103,104,105 e 200 do bloco CD; atelier 03, do bloco CW; 107,202 e 204, do bloco CA; 11, 12

e 13, do bloco CB, até o mês de abril de 2015.

Total de registros de aulas analisados Registros de aula sem nenhum apontamento

127 43

100% 33,85%

Fonte: Ofício nº227/R/GR/UFCG

2) Houve ganho/perda da força de trabalho no decorrer do exercício?

Acerca de perda ou ganho de força de trabalho verificou-se que, durante o ano

de 2014, houve a perda de 81 servidores, enquanto 273 ingressaram na UFCG,

conforme quadro retirado do relatório de gestão da instituição.

Quadro contendo o número de servidores efetivos e temporários ingressos e egressos

no ano de 2014.

Uma análise gerencial, no entanto, mostra que apesar de o número absoluto de

servidores haver aumentado durante o período em exame, não é possível afirmar que

isso acarretou um efetivo ganho de força de trabalho.

Conforme ficou evidenciado nos supracitados itens 4.2.1.3 e 4.2.1.1. desta

auditoria, há fragilidades graves nos controles de frequência dos servidores utilizados

pela universidade. Além disso, analisando-se o conteúdo dos ofícios 161/R/GR/UFCG,

que e Ofício nº227/R/GR/UFCG de 08 de maio de 2015 e 18 de junho de 2015,

respectivamente, conclui-se que inexistem instrumentos eficientes de mensuração da

produtividade dos servidores, ou o estabelecimento de metas a serem cumpridas dentro

de um espaço temporal. Tais falhas, do mesmo modo que impedem que se saiba se a

força de trabalho existente na UJ é suficiente, impedem qualquer afirmação acerca de

ganho ou perda da força de trabalho.

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3) Qual a qualificação da força de trabalho (idade e escolaridade)?

No tocante à qualificação da força de trabalho (idade e escolaridade) dos

servidores da UFCG, registra-se que a universidade possui as informações necessárias

para a realização de estudos com vistas à lotação adequada dos servidores, de acordo

com suas capacidades. No entanto, inexiste uma política central de alocação da mão de

obra, conforme o perfil de cada servidor. De acordo com a UFCG, por meio do

memorando nº135/2015 SRH/UFCG, de 13 de maio de 2015, as próprias unidades

acadêmicas são responsáveis pela lotação dos servidores, sem que haja diretrizes

centrais a serem seguidas.

Além disso, ainda através do citado memorando, a UFCG atestou que nunca

foram realizados estudos quanto ao dimensionamento da força de trabalho, no que diz

respeito ao quantitativo, à composição, ou a possíveis parâmetros de lotação. Tampouco

existem estudos relativos à suficiência qualitativa e quantitativa do quadro de pessoal,

em relação aos objetivos da UFCG.

Fonte: Secretaria de Recursos Humanos da UFCG

Quadro contendo o número de docentes de 1º e 2º graus, por sexo e faixa etária em

20/05/2015.

Quadro contendo o número de docentes de 3º grau, por sexo e faixa etária em

20/05/2015.

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Quadro contendo o número de técnicos administrativos, por sexo e faixa etária em

20/05/2015.

4) A UJ realizou estudos quanto ao dimensionamento da força de trabalho,

no que diz respeito ao quantitativo, composição, perfil e parâmetros de lotação?; e

5) A UJ realizou estudos quanto à suficiência quantitativa e qualitativa do

quadro de pessoal frente aos objetivos, metas e estratégias da Unidade?

Acerca da realização de estudos quanto ao dimensionamento e à suficiência da

força de trabalho, conclui-se que não foram realizados, durante o período de exame,

quaisquer estudos acerca da suficiência do quadro de pessoal da universidade, ou quanto

ao dimensionamento da força de trabalho. Por meio do Ofício nº 161, a UFCG informou

que não possui um processo sistematizado de planejamento em gestão de pessoas, o que

também foi verificado por ocasião dos trabalhos de campo desta auditoria, através de

entrevistas e da análise de documentos. A universidade informou ainda, por meio do

Ofício supracitado, que tampouco existe um plano estratégico definido para a área de

recursos humanos.

Além disso, o Memorando nº 135/2015 SRH/UFCG, de 13 de maio de 2015

atesta que:

“A seleção de docentes para as atividades curriculares dos diversos cursos de

graduação e pós-graduação da UFCG é realizada pela própria unidade acadêmica

responsável por oferecê-los”.

6) A UJ realizou estudos quanto à utilização de instrumentos e metas para a

redução da defasagem entre o quantitativo e o perfil atual e desejado, com

estimativa de custos e cronograma de implementação?

Não foram realizados quaisquer estudos nesse sentido, durante o período em

exame. Ressalta-se que, no ano de 2007, a UFCG iniciou um planejamento, com o

intuito de implantar o modelo de gestão por competências, atendendo a uma exigência

do Ministério da Educação. Chegou a ser realizado o Plano de Desenvolvimento de

Carreira dos Servidores da UFCG e, posteriormente, o mapeamento das competências

necessárias para o ambiente da referida universidade. Esse material foi utilizado para a

capacitação dos servidores nos dois anos subsequentes. No entanto, a partir de 2010,

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não houve prosseguimento dos mapeamentos, ou das capacitações neles baseada e os

dados colhidos estão inutilizados.

A UFCG, por meio do Ofício nº161, de 08 de maio de 2015 atesta que:

“se faz necessário um novo plano de desenvolvimento de RH e o mapeamento de

competências com o objetivo de identificar as lacunas das equipes, do RH e demais

unidades administrativas e acadêmicas”.

7) A UJ realizou estudos quanto ao impacto no quantitativo de pessoal

decorrente da evolução futura dos desligamentos e aposentadorias?

No âmbito da UFCG, não houve estudos no tocante à perda da força de trabalho

em decorrência de aposentadorias futuras. Foram realizados, de acordo com o

Memorando nº135/2015 SRH/UFCG, de 13 de maio de 2015, levantamentos objetivos

acerca da quantidade de servidores que, permanecendo as regras, terão a opção de se

aposentar até o ano de 2017, conforme quadros 1 e 2, a seguir:

Quadro 1 - Previsão de aposentadoria dos docentes – dados de outubro de 2013.

2014 2015 2016 2017 Total

M F M F M F M F M F 203

78 55 17 08 15 10 15 5 125 78

Fonte: UFCG/SRH/CCL

Quadro 2 - Previsão de aposentadoria dos Técnicos Administrativos – dados de outubro de 2013.

2014 2015 2016 2017 Total

M F M F M F M F M F 492

103 204 35 22 41 23 44 20 223 269

Fonte: UFCG/SRH/CCL

Os Quadros, contudo, não retratam a quantidade de aposentadoria que

efetivamente acontecerão, posto que há a possibilidade de o servidor optar pelo abono

de permanência, uma vez preenchidos todos os requisitos para a concessão da

aposentadoria.

Apenas um estudo qualitativo, envolvendo estatísticas e entrevistas com os

servidores que poderão se aposentar nos próximos anos, seria suficiente para traçar um

panorama sobre a necessidade de reposição da força de trabalho em decorrência de

aposentadorias. Esse estudo ainda não ocorreu no âmbito da UFCG.

A resposta a cada uma das questões de auditoria mostra as fragilidades da UFCG

no tocante ao Planejamento Estratégico, o que atinge sobremaneira o desenvolvimento

de capacidades tanto do corpo administrativo, como do corpo docente. Ademais, ficou

clara a total ausência controles de frequência, de resultados e das atividades

desenvolvidas pelo corpo docente, sem os quais se torna impossível a realização de um

estudo robusto acerca da suficiência e da alocação da força de trabalho.

##/Fato##

4.1.2 Gestão de Pessoas

4.1.2.1 CONSTATAÇÃO

Reincidência de indícios de o mesmo servidor estar exercendo outras atividades

concomitantes com o regime de Dedicação Exclusiva, com prejuízo da atividade

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docente, em virtude da ausência de mecanismos de prevenção de situações

irregulares.

Fato

Durante o ano de 2013, a Controladoria-Geral da União realizou diligências com

o objetivo de verificar a legalidade do exercício de cargos, empregos e funções, no

âmbito da UFCG. Ao final dos trabalhos realizados, a CGU publicou o relatório nº

201306515, que constata irregularidades e recomenda providências.

Em decorrência desse relatório, a Comissão Permanente de Acumulação de

Cargos e Empregos da universidade (Cpace) abriu processos, dentre os quais o processo

nº 23096.036781/13-09, que resultou na abertura de dez Processos Administrativos

Disciplinares no dia 12 de junho de 2015.

Cabe destacar, no entanto, que, nesses processos, a UFCG se limitou a apurar

algumas situações evidenciadas pelos órgãos de controle, sem que fosse tomada

nenhuma providência no sentido de monitorar a acumulação de cargos por parte de seus

servidores e, por consequência, mitigar os riscos de acumulação ilícita de forma perene.

Em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201503668/01-RH, de 28 de abril de 2015, a

universidade atestou que não existem quaisquer instrumentos de rotina utilizados para

prevenir a acumulação ilegal de cargos, empregos e funções públicas:

“A UFCG não tem acesso a sistemas que possibilitem o cruzamento de

informações com outros órgãos públicos, objetivando a detecção de

acumulações lícitas ou ilícitas de seus servidores”.

Ademais, quando instada a informar os controles internos utilizados para

identificar e tratar as acumulações ilegais de cargos, a UFCG respondeu que se atém à

apuração das demandas dos órgãos de controle e daquelas advindas de denúncias. Além

disso, somente exige uma certidão da Cpace, que, conforme transcrito acima, não utiliza

sistemas corporativos que possibilitam o cruzamento de informações para tal fim.

Tampouco foram especificados os mecanismos de consulta utilizados pela Cpace para a

emissão do certificado em comento.

Verificou-se, nessa oportunidade, que a Comissão Permanente de Acumulação

de Cargos e Empregos da UFCG (Cpace) é composta por apenas dois servidores e não

possui etapas estabelecidas para o monitoramento contínuo do acúmulo ilícito de

cargos. O fato de os sistemas corporativos fechados estarem inacessíveis não inviabiliza

tal monitoramento, visto que existem diversas bases de dados públicas para consulta,

como o portal da transparência mantido pelo Governo Federal, os portais mantidos por

estados e prefeituras, o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (Cnes) e o

Sagres, do Tribunal de Contas da Paraíba. Sem o estabelecimento dessas rotinas, não é

possível prevenir aquelas situações de ilegalidade que ocorrem no decorrer do vínculo

dos servidores com a universidade.

O caso relatado a seguir é a materialização das fragilidades encontradas nos

controles acerca da acumulação ilícita de cargos, acima descritas.

O item 1.1.1.3 do Relatório nº 201306515, que trata da acumulação ilícita de

cargos públicos, atesta que a Cpace manifestou-se pela manutenção da existência de

indício de irregularidade acerca da situação de quatro servidores. Um desses casos foi o

da servidora C.P. de F., CPF XXX.701.284-XX, Siape 3514262, conforme

manifestação da comissão:

“A servidora C.P.F, CPF XXX.701.284-XX, Professora do magistério Superior

– DE, atualmente cedida ao Ministério Público Federal em Campina Grande – PB,

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exerceu no período de 01.08.11 a 31.12.12 outro cargo público como Professor

substituto da UEPB. Portanto, esta Comissão entende que mesmo estando com sua

situação funcional atualmente regularizada, no período supra mencionado, a servidora

causou prejuízo ao erário público, devendo a mesma ressarcir a UFCG, no que

concerne ao recebimento da Dedicação Exclusiva (fls. 534-552)”.

Após verificar as providências tomadas pela UFCG, a equipe de auditoria

constatou que, em relação aos fatos acima relatados, foi instaurado o Processo

Administrativo Disciplinar nº 23096.052451/13-32, no dia 20/11/2013. O objeto do

PAD era a acumulação ilícita de dois cargos de professor, um junto à UECG e outro, à

UFCG, sendo o segundo em regime de Dedicação Exclusiva (DE). Contudo, o

procedimento foi arquivado e não houve penalidade para a servidora, ou seja, ela

continuou, inclusive, recebendo a gratificação.

Como não existem mecanismos contínuos de monitoramento, a UFCG não

realizou mais nenhuma diligência para se certificar de que a situação funcional da

servidora se mantinha regular, apesar de haver indícios de problemas, como o fato de

ela não ter voltado a trabalhar na universidade após o fim de sua licença médica,

primeiro em 29 de setembro de 2014, depois em 26 de outubro do mesmo ano e, por

último em 11 de maio de 2015.

Uma consulta ao sistema corporativo do Governo Federal, Siapenet, no dia 27 de

maio de 2015, mostrou que entre 17 de setembro de 2013 e 29 de setembro de 2014 a

servidora ficou de licença médica, totalizando 374 dias, conforme quadro a seguir.

Quadro 1 – Licenças médicas da servidora C.P. de F, Siape 3514262.

Data do afastamento Número de dias

17 de setembro de 2013 a 20 de setembro de 2013 04

23 de setembro de 2013 a 27 de setembro de 2013 05

28 de setembro de 2013 a 11 de dezembro de 2013 75

12 de dezembro de 2013 a 09 de fevereiro de 2014 60

10 de fevereiro de 2014 a 10 de maio de 2014 90

12 de maio de 2014 a 09 de agosto de 2014 90

11 de agosto de 2014 a 29 de setembro de 2014 50

Total: 374

Fonte: Siape, em 27 de maio de 2015.

Documentação enviada pela UFCG, porém, registra datas de afastamento

diversas daquelas contidas no sistema corporativo consultado pela CGU e alimentado

pela própria UFCG. De acordo com a universidade, os afastamentos da servidora para

tratamento de saúde ocorreram, descontinuamente, entre 17 de setembro de 2013 e 11

de Maio de 2015, conforme quadro a seguir.

Data do afastamento Número de dias

17 de setembro de 2013 a 20 de setembro de 2013 04

23 de setembro de 2013 a 27 de setembro de 2013 05

28 de setembro de 2013 a 11 de dezembro de 2013 75

12 de dezembro de 2013 a 09 de fevereiro de 2014 60

10 de fevereiro de 2014 a 10 de maio de 2014 90

12 de maio de 2014 a 09 de agosto de 2014 90

11 de agosto de 2014 a 29 de setembro de 2014 50

13 de outubro de 2014 a 26 de dezembro de 2014 74

11 de fevereiro de 2015 a 11 de maio de 2015 90

Total: 538

Fonte: Memorando nº 042/2015/PRE/UFCG, de 22 de maio de 2015.

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Na sequência, é apresentada a comparação entre a extração de dados realizada

diretamente a partir do Siape e aquela enviada pela UFCG.

Tela do Siape mostrando os afastamentos

da servidora para tratamento de saúde em

extração de dados realizada no dia 27 de

maio de 2015.

Imagem enviada pela UFCG, mostrando

os afastamentos da servidora para

tratamento de saúde em extração de dados

realizada no dia 22 de maio de 2015.

Levando-se em consideração apenas as informações fornecidas pela UFCG,

mais benéficas tanto para a universidade, quanto para a servidora, observou-se que,

durante o período em que se encontrava de licença médica, a servidora em questão

figurou como advogada em, no mínimo, 20 processos. Consulta ao banco de dados do

Tribunal de Justiça da Paraíba e ao do Tribunal Regional Federal da 5ª Região mostra

registros de 20 processos, já abertos enquanto estava vigente o afastamento, e que

permanecem ativos no dia 17 de junho de 2015, conforme imagens a seguir.

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Processos de competência do Tribunal de Justiça da Paraíba nos quais a sra. C. P. de F.

figura como advogada. Consulta realizada em 17 de junho de 2015.

Processos de competência do Tribunal Regional Federal da 5ª região, nos quais a sra.

C. P. de F. figura como advogada. Consulta realizada em 17 de junho de 2015

De acordo com o artigo 20, § 2º, da Lei 12.772/2012, o regime de quarenta

horas, com dedicação exclusiva, implica o impedimento do exercício de outra atividade

remunerada, seja ela pública ou privada. No caso em comento, além de receber a

gratificação por dedicação exclusiva, que equivale a um aumento de 42,61% do

vencimento básico correspondente ao regime de 40 horas semanais, a professora deixou

de atuar no serviço público, em virtude de atestados médicos, ao tempo em que, na

iniciativa privada, figurou como advogada em pelo menos 20 processos.

Ressalta-se ainda que as licenças médicas não foram contínuas. Contudo, entre

um afastamento e outro, a servidora não voltou a exercer suas atividades na

universidade, conforme relatórios de frequência da UFCG e depoimento de A. A. de N.,

CPF ***.832.704-** e A. J. Q. R., CPF ***.457.764-**, alunos de Direito,

matriculados em turmas sob a responsabilidade de C. P. de F. e que foram contatados

pela equipe de auditoria, por telefone, no dia 26 de maio de 2015.

Quadro 3 – Faltas não justificadas pela servidora C.P. de F., Siape 3514262.

Intervalo entre as licenças Número de dias ausente

30 de setembro de 2014 a 12 de outubro de 2014 13

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Intervalo entre as licenças Número de dias ausente

27 de dezembro de 2014 a 10 de fevereiro de

2015

45

11 de maio de 2015 a 25 de maio de 2015* 15

Total: 73

*Foi considerada como data final para todos os cálculos referentes aos valores recebidos pela servidora o

dia de publicação da sua convocação para retorno ao trabalho.

Em um dos casos, a ausência não justificada da servidora ultrapassou 30 dias e

não houve desconto no pagamento, ou foi aberto processo administrativo disciplinar

para verificar a inassiduidade. É importante registrar que, conforme prevê o artigo nº 44

da Lei 8.112/90, o servidor perde a remuneração do dia em que faltar ao serviço sem

motivo justificado. Além disso, de acordo com entendimento da AGU, exarado por

ocasião do Processo n° 0006984-49.2011.4.05.8500 – TRF5, o dever de não remunerar

quem falta ao trabalho é decorrência do princípio da legalidade, não estando a

administração pública obrigada a pagar os servidores que não estão prestando o serviço

público.

Apenas no dia 25 de maio, após 73 faltas injustificadas, por parte da servidora, e

da Solicitação de Auditoria da CGU nº 201503668/RH-07, de 22 de maio de 2015, que

pede diversas informações acerca de C.P. de F., a UFCG realizou sua primeira atuação

sobre o caso, convocando-a para retorno ao trabalho. Cabe observar que o documento

enviado pela UFCG vai de encontro à legislação, visto que, conforme destacado na

imagem a seguir, a universidade comunica a servidora que o não comparecimento

implicará em registro de faltas. Na verdade, já deveriam ter sido registradas e

descontadas em folha todas as ausências injustificadas da servidora.

Documento do dia 25 de maio de 2015, enviado pela UFCG, convocando a servidora

C. P. de F. para retorno ao trabalho.

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Se, por um lado, houve atuação intempestiva e incompleta da UFCG em relação

às ausências injustificadas da servidora C.P. de F.; por outro, a ausência de mecanismos

de monitoramento/prevenção de casos de acumulação ilegal demonstram a inépcia da

unidade em promover a apuração do exercício de atividades jurídicas para além do

cargo de professora com Dedicação Exclusiva.

Ressalta-se que, embora o Processo Administrativo Disciplinar nº

23096.052451/13-32 tivesse como objeto uma situação outra, caso a unidade utilizasse

as fontes de dados abertos para consulta, poderia tomar ciência do fato de a professora

estar, ao mesmo tempo, advogando e submetida ao regime de Dedicação Exclusiva,

situação que já ocorria à época da apuração anterior e não foi analisada pela UFCG.

Diante dos fatos narrados, e considerando que, mesmo durante o período de

duração de seus atestados médicos a servidora atuou como advogada, conclui-se que

não há que se falar em dedicação exclusiva. Portanto, foram pagos indevidamente, nesse

interim, os valores referentes à diferença entre o vencimento básico do regime de

trabalho de quarenta horas semanais e o de Dedicação Exclusiva. Outrossim, em relação

aos dias em que a servidora não trabalhou, ou apresentou documentação que justificasse

sua ausência, considera-se que o valor pago indevidamente é a totalidade do que foi

recebido pela professora.

Os valores expostos na tabela a seguir têm por base o anexo III da Lei

12.772/2012, que dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreiras e Cargos de

Magistério Federal e as informações encontradas nos sistemas corporativos do Governo

Federal. Os valores anteriores ao ano de 2014 não foram considerados na tabela, o que

não significa que não devam ser apurados em uma eventual investigação, por parte da

UFCG.

Para o período em que a servidora estava de licença médica, foi calculado como

valor pago indevidamente a parcela referente à diferença entre o vencimento básico do

regime de quarenta horas semanais e da Dedicação Exclusiva. Já nos meses em que há

faltas injustificadas, foi calculado o valor referente aos dias de ausência, dividindo-se o

valor total da remuneração pelo número de dias do mês e multiplicando-se pelo número

de faltas. Para cálculo do 13º salário e das férias, considerou-se como recebido

indevidamente apenas o valor referente à gratificação por Dedicação Exclusiva.

Tabela 1 – Demonstrativo dos valores percebidos indevidamente pela servidora no ano de 2014.

Ano Mês Vencimento

Básico - 40h

R$

Vencimento

Básico -

Dedicação

Exclusiva

R$

Remuneração

total

Valor

recebido

indevidament

e R$

Faltas

injustifica

das

2014 Janeiro 2.714,89 3.594,57 4.463,65 879,68 -

Fevereiro 2.714,89 3.594,57 4.463,65 879,68 -

Março 2.764,45 3.804,29 4.785,51 1.039,84 -

Abril 2.764,45 3.804,29 4.785,51 1.039,84 -

Maio 2.764,45 3.804,29 4.785,51 1.039,84 -

Junho 2.764,45 3.804,29 4.785,51 1.039,84 -

Julho 2.764,45 3.804,29 4.785,51 1.039,84 -

Agosto 2.764,45 3.804,29 4.785,51 1.039,84 -

Setembro 2.764,45 3.804,29 4.785,51 1.039,84

Outubro 2.764,45 3.804,29 4.785,51 2.006,81 +

603,78

13

Novembro 2.764,45 3.804,29 4.785,51 1.039,84 -

Dezembro 2.764,45 3.804,29 4.785,51 872,12 +

771,85

05

13º 2.764,45 3.804,29 4.785,51 1.039,84 -

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Ano Mês Vencimento

Básico - 40h

R$

Vencimento

Básico -

Dedicação

Exclusiva

R$

Remuneração

total

Valor

recebido

indevidament

e R$

Faltas

injustifica

das

Férias 921,48 1.268,09 - 346,61 -

Total pago indevidamente no ano de 2014: R$ 15.719,09

Fonte: ficha financeira; folhas de frequência da servidora C. P. de F., CPF XXX.701.284-XX, Siape

nº3514262, Lei 12.772/2012 e entrevistas com alunos.

Tabela 2 – Demonstrativo dos valores percebidos indevidamente pela servidora no ano de 2015, até o

mês de maio, quando a UFCG a convocou para voltar ao trabalho.

Ano Mês Vencimento

Básico - 40h

R$

Vencimento

Básico -

Dedicação

Exclusiva

R$

Remuneraç

ão total

Valor recebido

indevidamente

R$

Faltas

injustifica

das

2015 Janeiro 2.764,45 3.804,29 4.785,51 4.785,51 31

Fevereiro 2.764,45 3.804,29 5.565

(591,32 de

aux. nat.)

1.494,54 +

631,33

11

Março 2.814,77 4.014,00 5.069,83 1199,23 -

Abril 2.814,77 4.014,00 5.069,83 1199,23 -

Maio 2.814,77 4.014,00 5.069,83 2.453,14 +

618,95

15

Total pago indevidamente até maio de 2015: R$ 12.381,93

Fonte: ficha financeira; folhas de frequência da servidora C. P. de F., CPF XXX.701.284-XX, Siape

nº3514262, Lei 12.772/2012 e entrevistas com alunos.

Diante do exposto, conclui-se que a UFCG possui fragilidades no tocante à

apuração dos casos de acumulação ilícita de cargos, empregos e funções públicas e de

infração ao regime de Dedicação Exclusiva. Tampouco há mecanismos que previnam

esse tipo de conduta por parte do corpo docente e administrativo da universidade.

A Cpace, composta por apenas dois servidores não dá a celeridade necessária aos

processos e ratifica que não possui instrumentos para investigar tais casos e que

inexistem rotinas de prevenção à acumulação ilícita.

Em relação ao caso da servidora C.P de F., ressalta-se que ficaram claras as

falhas da UFCG acerca dos instrumentos adotados para a apuração de situações

irregulares relativas ao regime de Dedicação Exclusiva. Além disso, é patente a

morosidade na apuração de casos de inassiduidade habitual e na adoção de medidas para

o efetivo desconto, em contracheque, do valor referente a dias não trabalhados, devido a

faltas injustificadas, conforme prescrito pela legislação.

##/Fato##

Causa

Descontrole acerca dos controles de registros de frequência e de monitoramento das

atividades realizadas pelos docentes;

Inexistência de rotinas institucionalizadas preventivas acerca da acumulação ilícita de

cargos e da realização de atividades de prática jurídica concomitantes ao regime de

Dedicação Exclusiva.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Memorando nº 200/2015 SRH/UFCG, de 25 de junho de 2015, a

unidade apresentou a seguinte manifestação:

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I) Das Faltas da servidora CPF ***.701.284-** SIAPE 1514262-9:

A Secretaria de Recursos Humanos implanta falta(s) de servidor(es) a partir de

comunicado dos coordenadores de unidade e diretores de centro, particularmente em

número importante como estas referentes à servidora 1514262-9.

A esse respeito advertimos pessoalmente os dirigentes para que não se ativessem

a comunicação de faltas apenas pelo boletim de frequências, dada a impossibilidade de

revisão manual e mensal de mais de 3.000 documentos dessa natureza.

Em 16/06/2015 expedimos o Memorando Circular 180/2015 SRH/UFCG

(ANEXO I), destinados a todos os dirigentes da UFCG, reafirmando a recomendação

sobredita.

O quadro acima, contante da SA 201503668/RH/02, requer algumas

considerações:

a) Sem prejuizo do necessário cuidado que o servidor deve ter em se antecipar aos

fatos, mas, é provável que, os 13 (treze) dias de ausência entre 30/09/2014 e

12/10/2014 referem-se ao tempo entre a nova avaliação clínica pelo facultativo e a

subsequentemente submissão do Laudo Médico à Pericia Oficial;

b) Dos 45(quarenta e cinco) dias indicados entre 27/12/2014 e 10/02/2015, devem ser

deduzidos 24(vinte e quatro) dias referentes à primeira parcela de férias

(02/01/2015 a 25/02/2015), conforme extrato do SIAPECAD (ANEXO II);

c) No dia 15/06/2015 foi recebido na SRH o Memorando n° 23/2015/CCJS/UAD (

ANEXO III), solicitando a implantação de 29(vinte e nove) dias de falta da

servidora 1514262-9, correspondente ao período de 12/05/2015 a 09/06/2015.

Imediatamente foram implantadas 20 (vinte) faltas nos proventos de junho

(ANEXO IV), ficando as 9 (nove) restantes para implantação em julho.

II) Da Acumulação de cargos da servidora CPF 010.701.284-73 SIAPE 1514262-9:

Foi aberto o processo administrativo n° 23096.02359/15-87 (ANEXO V),

objetivando a apuração por parte da Comissão Permanente de Acumulação de Cargos e

Empregos (CPACE), dos indícios de acumulação ilícita, noticiados na SA

201503668/RH/02.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação da UFCG, por meio do Memorando nº 200, de 25 de junho de

2015, vai ao encontro de cada um dos fatos narrados neste ponto da auditoria. Todas as

providências tomadas pelo gestor da universidade e descritas no Memorando ocorreram

após o início dos trabalhos da auditoria, o que mostra as citadas fragilidades no tocante

à apuração dos casos de acumulação ilícita de cargos, empregos e funções públicas e de

infração ao regime de Dedicação Exclusiva.

A exposição do gestor deixou claro que não há mecanismos que previnam a

acumulação de cargos por parte do corpo docente e administrativo da universidade.

Ademais, trouxe um novo fato: não havia, até memorando circular 180, de 16 de junho

de 2015, de instrumento algum que regulamentasse a forma como as faltas anotadas em

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folha de registro de frequência deveriam ser consignadas e implantadas. Ou seja, além

dos controles de frequência de ambos, servidores administrativos e docentes, ser

extremamente frágil, mesmo quando funcionavam, as faltas não estavam sendo

implantadas.

Em relação especificamente às considerações feitas pela UFCG acerca do

conteúdo do quadro 3, que expõe as faltas não justificadas pela servidora, ressalta-se

que não é possível considerar uma informação que a própria universidade não reputa

verdadeira, mas apenas provável:

“Sem prejuizo do necessário cuidado que o servidor deve ter em se antecipar

aos fatos, mas, é provável que, os 13 (treze) dias de ausência entre 30/09/2014 e

12/10/2014 referem-se ao tempo entre a nova avaliação clínica pelo facultativo e a

subsequentemente submissão do Laudo Médico à Pericia Oficial;”

Ainda sobre as considerações ao quadro 3, esta auditoria considerou os 24 dias

de férias da servidora. Com base nesses novos dados, foi refeito o cálculo relativo às

faltas injustificadas, no ano de 2015, bem como ao valor a ser restituído ao erário, após

devido processo legal.

Quadro 3 – Faltas não justificadas pela servidora C.P. de F., Siape nº 3514262

Intervalo entre as licenças Número de dias ausente

30 de setembro de 2014 a 12 de outubro de 2014 13

27 de dezembro de 2014 a 10 de fevereiro de 2015 20

11 de maio de 2015 a 25 de maio de 2015* 15

Total: 48

Tabela 2 – Demonstrativo dos valores percebidos indevidamente pela servidora no ano de 2015, até o

mês de maio, quando a UFCG a convocou para voltar ao trabalho.

Ano Mês Vencimento

Básico -

40h

R$

Vencimento

Básico -

Dedicação

Exclusiva

R$

Remuneração

total

Valor

recebido

indevidamente

R$

Faltas

injustificadas

2015 Janeiro 2.764,45 3.804,29 4.785,51 926,22 +

838,58

06

Fevereiro 2.764,45 3.804,29 5.565 (591,32

de aux. nat.)

1.776,31 +

668,46

10

Março 2.814,77 4.014,00 5.069,83 1199,23 -

Abril 2.814,77 4.014,00 5.069,83 1199,23 -

Maio 2.814,77 4.014,00 5.069,83 2.453,14 +

618,95

15

Total pago indevidamente até maio de 2015: R$ 9.680,12

Fonte: ficha financeira; folhas de frequência da servidora C. P. de F., Siape nº3514262, Lei 12.772/2012 e

entrevistas com alunos.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Instituir rotinas periódicas, legalmente definidas, de fiscalização

acerca da acumulação ilícitas de cargos/empregos/funções, de modo a prevenir novas

situações de acúmulo indevido.

Recomendação 2: Implementar rotinas a fim de garantir que os dados referentes a

licenças e férias dos servidores sejam inseridos no SIAPE de forma fidedigna e

tempestiva.

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Recomendação 3: Apurar a responsabilidade acerca das faltas comprovadas, mas não

implantadas, da servidora C. P. de F., bem como em relação ao recebimento da

Dedicação Exclusiva de forma concomitante à prática jurídica.

4.1.3 PROVIMENTOS

4.1.3.1 CONSTATAÇÃO

Descumprimento do prazo de encaminhamento dos Atos de Admissão e

Concessões do Sistema SISAC à Controladoria-Geral da União.

Fato

O prazo para os registros de atos de pessoal, referentes à concessão de

aposentadoria e pensão, no sistema SISAC, bem como para o respectivo

encaminhamento dos processos ao órgão de controle interno, estão disciplinados no art.

7° da IN/TCU nº 55/2007, a seguir:

“As informações pertinentes aos atos de admissão e concessão deverão ser

cadastradas no Sisac e disponibilizadas para o respectivo órgão de controle interno no

prazo de 60 (sessenta) dias, contados:

I – da data de sua publicação ou, em sendo esta dispensada, da data de

assinatura do ato;

II – da data do efetivo exercício do interessado, nos casos de admissão de

pessoal;

III – da data do apostilamento, no caso de alteração.”

Nesse sentido, os exames realizados para verificação do cumprimento dos prazos

estabelecidos na norma citada, evidenciaram as seguintes ocorrências:

a) em relação ao cumprimento do prazo de encaminhamento, ao órgão de

controle interno, dos atos emitidos e registrados no SISAC, foi analisada a situação de

63 atos de aposentadoria e 22 atos de pensão.

Desses totais, constatou-se que 100% dos atos foram encaminhados fora do

prazo, conforme quadros a seguir:

Atos de Aposentadoria Encaminhados Fora do Prazo

Número de Controle Data da publicação

do ato (1)

Data da entrada do

processo na CGU (2)

Dias entre a data da

publicação e a data de

entrada do processo na

CGU (2-1)

10003886-04-2014-000031-2 24/2/2014 26/11/2014 275 dias

10003886-04-2014-000025-8 1/4/2014 26/11/2014 239 dias

10003886-04-2014-000047-9 17/2/2014 28/11/2014 284 dias

10003886-04-2014-000048-7 1/4/2014 26/11/2014 239 dias

10003886-04-2014-000007-2 4/8/2014 23/02/2015 203 dias

10003886-04-2014-000044-4 16/6/2014 26/11/2014 163 dias

10003886-04-2014-000042-8 29/4/2014 26/11/2014 211 dias

10003886-04-2015-000025-0 11/11/2014 23/02/2015 104 dias

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Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 95

Atos de Aposentadoria Encaminhados Fora do Prazo

Número de Controle Data da publicação

do ato (1)

Data da entrada do

processo na CGU (2)

Dias entre a data da

publicação e a data de

entrada do processo na

CGU (2-1)

10003886-04-2015-000030-7 2/10/2014 23/02/2015 144 dias

10003886-04-2014-000021-5 29/4/2014 26/11/2014 211 dias

10003886-04-2015-000026-9 21/11/2014 23/02/2015 94 dias

10003886-04-2015-000004-8 19/8/2014 23/02/2015 188 dias

10003886-04-2015-000023-4 24/11/2014 23/02/2015 91 dias

10003886-04-2014-000038-0 6/1/2014 26/11/2014 324 dias

10003886-04-2015-000031-5 21/9/2014 23/02/2015 155 dias

10003886-04-2014-000024-0 10/2/2014 26/11/2014 289 dias

10003886-04-2014-000020-7 14/3/2014 26/11/2014 257 dias

10003886-04-2014-000043-6 25/4/2014 26/11/2014 215 dias

10003886-04-2014-000049-5 23/1/2014 26/11/2014 307 dias

10003886-04-2015-000027-7 11/11/2014 23/02/2015 104 dias

10003886-04-2015-000029-3 12/8/2014 23/02/2015 195 dias

10003886-04-2014-000030-4 11/3/2014 26/11/2014 260 dias

10003886-04-2015-000017-0 12/8/2014 23/02/2015 195 dias

10003886-04-2015-000020-0 10/10/2014 23/02/2015 136 dias

10003886-04-2015-000018-8 21/9/2014 23/02/2015 155 dias

10003886-04-2014-000046-0 27/3/2014 26/11/2014 244 dias

10003886-04-2015-000024-2 22/10/2014 23/02/2015 124 dias

10003886-04-2015-000019-6 22/10/2014 23/02/2015 124 dias

10003886-04-2015-000014-5 20/8/2014 23/02/2015 187 dias

10003886-04-2015-000013-7 1/8/2014 23/02/2015 206 dias

10003886-04-2014-000016-9 14/3/2014 26/11/2014 257 dias

10003886-04-2015-000010-2 4/8/2014 23/02/2015 203 dias

10003886-04-2015-000011-0 4/8/2014 23/02/2015 203 dias

10003886-04-2014-000035-5 17/2/2014 26/11/2014 282 dias

10003886-04-2014-000028-2 10/3/2014 26/11/2014 261 dias

10003886-04-2015-000008-0 12/8/2014 23/02/2015 195 dias

10003886-01-2014-000026-6 27/3/2014 26/11/2014 244 dias

10003886-04-2014-000052-5 16/5/2014 28/11/2014 196 dias

10003886-01-2014-000039-8 29/4/2014 26/11/2014 211 dias

10003886-04-2015-000022-6 18/11/2014 23/02/2015 97 dias

10003886-04-2015-000002-1 11/7/2014 23/02/2015 227 dias

10003886-04-2015-000006-4 11/7/2014 23/02/2015 227 dias

10003886-04-2014-000032-0 17/2/2014 26/11/2014 282 dias

10003886-04-2014-000033-9 13/2/2014 26/11/2014 286 dias

10003886-04-2014-000022-3 17/4/2014 26/11/2014 223 dias

10003886-04-2015-000021-8 25/9/2014 23/02/2015 151 dias

10003886-04-2014-000050-9 10/3/2014 26/11/2014 261 dias

10003886-04-2015-000016-1 10/11/2014 23/02/2015 105 dias

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Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 96

Atos de Aposentadoria Encaminhados Fora do Prazo

Número de Controle Data da publicação

do ato (1)

Data da entrada do

processo na CGU (2)

Dias entre a data da

publicação e a data de

entrada do processo na

CGU (2-1)

10003886-04-2015-000028-5 15/8/2014 23/02/2015 192 dias

10003886-04-2015-000009-9 18/4/2014 23/02/2015 311 dias

10003886-04-2014-000017-7 27/3/2014 26/11/2014 244 dias

10003886-04-2015-000003-0 20/8/2014 23/02/2015 187 dias

10003886-04-2014-000040-1 16/4/2014 28/11/2014 226 dias

10003886-04-2014-000029-0 10/3/2014 26/11/2014 261 dias

10003886-04-2014-000041-0 29/4/2014 26/11/2014 211 dias

10003886-04-2014-000037-1 17/4/2014 26/11/2014 223 dias

10003886-04-2015-000015-3 5/8/2014 23/02/2015 202 dias

10003886-04-2014-000027-4 29/8/2014 26/11/2014 89 dias

10003886-04-2015-000012-9 24/2/2014 23/02/2015 364 dias

10003886-04-2014-000036-3 30/6/2014 26/11/2014 149 dias

10003886-04-2014-000015-0 16/5/2014 26/11/2014 194 dias

10003886-04-2014-000023-1 22/2/2014 26/11/2014 277 dias

10003886-04-2014-000034-7 10/2/2014 26/11/2014 289 dias

Fonte: Pesquisa SISAC em maio/15 em confronto com os documentos de entrada na CGU.

Atos de Pensão Encaminhados Fora do Prazo

Número de Controle Data da publicação

do ato (1)

Data da entrada do

processo na CGU (2)

Dias entre a data da

publicação e a data de

entrada do processo na

CGU (2-1)

10003886-05-2014-000031-1 25/8/2014 02/02/2015 161 dias

10003886-05-2014-000018-4 27/1/2014 22/12/2014 329 dias

10003886-05-2014-000019-2 26/9/2014 22/12/2014 87 dias

10003886-05-2014-000005-2 10/1/2014 13/03/2014 62 dias

10003886-05-2014-000026-5 29/4/2014 22/12/2014 237 dias

10003886-05-2014-000003-6 15/8/2014 02/04/2015 230 dias

10003886-05-2014-000014-1 23/4/2014 22/12/2014 243 dias

10003886-05-2014-000006-0 9/1/2014 25/07/2014 197 dias

10003886-05-2014-000030-3 22/9/2014 02/02/2015 133 dias

10003886-05-2014-000007-9 12/2/2014 22/12/2014 313 dias

10003886-01-2015-000005-5 25/10/2014 02/04/2015 159 dias

10003886-05-2014-000025-7 6/8/2014 22/12/2014 138 dias

10003886-01-2014-000016-8 12/4/2014 22/12/2014 254 dias

10003886-05-2014-000010-9 22/10/2014 22/12/2014 61 dias

10003886-05-2014-000028-1 5/10/2014 22/12/2014 78 dias

10003886-01-2014-000029-0 18/8/2014 02/04/2015 227 dias

10003886-05-2014-000017-6 25/1/2014 22/12/2014 331 dias

10003886-01-2014-000023-0 21/6/2014 22/12/2014 184 dias

10003886-05-2014-000011-7 6/6/2014 22/12/2014 199 dias

10003886-05-2014-000020-6 30/6/2014 22/12/2014 175 dias

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Atos de Pensão Encaminhados Fora do Prazo

Número de Controle Data da publicação

do ato (1)

Data da entrada do

processo na CGU (2)

Dias entre a data da

publicação e a data de

entrada do processo na

CGU (2-1)

10003886-05-2014-000015-0 9/3/2014 22/12/2014 288 dias

10003886-05-2014-000027-3 29/5/2014 22/12/2014 207 dias

Fonte: Pesquisa SISAC em maio/15 em confronto com os documentos de entrada na CGU.

b) Relativamente aos atos de admissão, constatamos que houve descumprimento

do prazo de encaminhamento, ao órgão de controle interno, dos atos emitidos e

registrados no SISAC, foi analisada a situação de 121 atos.

Desse total, constatou-se que 108 atos foram encaminhados fora do prazo,

conforme quadro a seguir:

Atos de Admissão Encaminhados Fora do Prazo

Número de Controle Data do Efetivo

exercício (1)

Data da entrada do

processo na CGU (2)

Dias entre a data da

publicação e a data de

entrada do processo na

CGU (2-1)

10003886-01-2014-000121-4 21/08/2014 24/11/2014 95

10003886-01-2014-000097-8 26/08/2014 24/11/2014 90

10003886-01-2014-000054-4 25/03/2014 13/08/2014 141

10003886-01-2014-000105-2 29/08/2014 24/11/2014 87

10003886-01-2014-000112-5 12/09/2014 24/11/2014 73

10003886-01-2014-000037-4 02/05/2014 13/08/2014 103

10003886-01-2014-000079-0 23/06/2014 15/09/2014 84

10003886-01-2014-000033-1 09/04/2014 13/08/2014 126

10003886-01-2014-000074-9 06/06/2014 15/09/2014 101

10003886-01-2014-000038-2 09/04/2014 13/08/2014 126

10003886-01-2014-000055-2 28/03/2014 13/08/2014 138

10003886-01-2014-000011-0 20/01/2014 13/08/2014 205

10003886-01-2014-000017-0 20/01/2014 13/08/2014 205

10003886-01-2014-000077-3 10/07/2014 15/09/2014 67

10003886-01-2014-000135-4 26/09/2014 24/12/2014 89

10003886-01-2014-000007-2 17/01/2014 13/08/2014 208

10003886-01-2014-000098-6 15/08/2014 24/11/2014 101

10003886-01-2014-000045-5 09/04/2014 13/08/2014 126

10003886-01-2015-000080-6 29/04/2014 13/03/2015 318

10003886-01-2014-000114-1 09/10/2014 02/02/2015 116

10003886-01-2014-000073-0 04/07/2014 15/09/2014 73

10003886-01-2014-000034-0 11/03/2014 13/08/2014 155

10003886-01-2013-000150-5 30/01/2014 13/08/2014 195

10003886-01-2014-000050-1 06/06/2014 13/08/2014 68

10003886-01-2014-000093-5 10/07/2014 15/09/2014 67

10003886-01-2014-000047-1 11/03/2014 13/08/2014 155

10003886-01-2014-000044-7 28/03/2014 13/08/2014 138

10003886-01-2014-000043-9 09/04/2014 13/08/2014 126

Page 98: Pesquisa - Relatórios de Auditoria da CGU · observou-se que há processo de planejamento referente a ensino, pesquisa e extensão, porém ele limita-se basicamente ao planejamento

Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 98

Atos de Admissão Encaminhados Fora do Prazo

Número de Controle Data do Efetivo

exercício (1)

Data da entrada do

processo na CGU (2)

Dias entre a data da

publicação e a data de

entrada do processo na

CGU (2-1)

10003886-01-2015-000081-4 30/06/2014 13/03/2015 256

10003886-01-2014-000128-1 24/09/2014 24/12/2014 91

10003886-01-2014-000115-0 24/09/2014 24/11/2014 61

10003886-01-2014-000110-9 29/08/2014 24/11/2014 87

10003886-01-2014-000136-2 24/09/2014 24/12/2014 91

10003886-01-2014-000099-4 29/08/2014 24/11/2014 87

10003886-01-2014-000109-5 24/09/2014 24/11/2014 61

10003886-01-2014-000076-5 10/07/2014 15/09/2014 67

10003886-01-2014-000058-7 29/05/2014 13/08/2014 76

10003886-01-2014-000062-5 07/05/2014 13/08/2014 98

10003886-01-2014-000035-8 10/02/2014 13/08/2014 184

10003886-01-2014-000084-6 04/07/2014 15/09/2014 73

10003886-01-2014-000021-8 11/02/2014 13/08/2014 183

10003886-01-2014-000036-6 02/05/2014 13/08/2014 103

10003886-01-2014-000067-6 10/07/2014 15/09/2014 67

10003886-01-2014-000060-9 22/05/2014 13/08/2014 83

10003886-01-2014-000134-6 24/09/2014 24/12/2014 91

10003886-01-2014-000026-9 10/02/2014 13/08/2014 184

10003886-01-2014-000027-7 10/02/2014 13/08/2014 184

10003886-01-2014-000019-6 07/01/2014 13/08/2014 218

10003886-01-2014-000131-1 08/10/2014 24/12/2014 77

10003886-01-2014-000080-3 20/06/2014 15/09/2014 87

10003886-01-2014-000020-0 10/02/2014 13/08/2014 184

10003886-01-2014-000004-8 13/01/2014 13/08/2014 212

10003886-01-2014-000022-6 10/02/2014 13/08/2014 184

10003886-01-2014-000053-6 06/06/2014 13/08/2014 68

10003886-01-2014-000016-1 13/01/2014 13/08/2014 212

10003886-01-2014-000068-4 20/06/2014 15/09/2014 87

10003886-01-2014-0000042-0 20/03/2014 13/08/2014 146

10003886-01-2014-000049-8 10/02/2014 13/08/2014 184

10003886-01-2014-000064-1 10/07/2014 15/09/2014 67

10003886-01-2014-000124-9 31/03/2014 24/11/2014 238

10003886-01-2014-000051-0 06/06/2014 13/08/2014 68

10003886-01-2014-000066-8 10/07/2014 15/09/2014 67

10003886-01-2014-000126-5 24/09/2014 24/11/2014 61

10003886-01-2014-000024-2 10/02/2014 13/08/2014 184

10003886-01-2014-000003-0 10/01/2014 13/08/2014 215

10003886-01-2014-000065-0 10/07/2014 15/09/2014 67

10003886-01-2014-000137-0 26/09/2014 24/12/2014 89

10003886-01-2014-000086-2 06/06/2014 15/09/2014 101

10003886-01-2014-000132-0 26/09/2014 24/12/2014 89

10003886-01-2015-000084-9 18/12/2014 24/03/2015 96

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Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 99

Atos de Admissão Encaminhados Fora do Prazo

Número de Controle Data do Efetivo

exercício (1)

Data da entrada do

processo na CGU (2)

Dias entre a data da

publicação e a data de

entrada do processo na

CGU (2-1)

10003886-01-2014-000101-0 15/08/2014 24/11/2014 101

10003886-01-2014-000052-8 06/06/2014 13/08/2014 68

10003886-01-2014-000002-1 10/01/2014 13/08/2014 215

10003886-01-2014-000071-4 23/06/2014 15/09/2014 84

10003886-01-2014-000005-6 13/01/2014 13/08/2014 212

10003886-01-2014-000046-3 20/03/2014 13/08/2014 146

10003886-01-2014-000048-0 20/03/2014 13/08/2014 146

10003886-01-2014-000072-2 20/06/2014 15/09/2014 87

10003886-01-2014-000014-5 21/01/2014 13/08/2014 204

10003886-01-2014-000102-8 15/08/2014 24/11/2014 101

10003886-01-2014-000029-3 15/01/2014 13/08/2014 210

10003886-01-2013-000096-7 01/04/2013 13/08/2014 499

10003886-01-2015-000011-3 20/06/2014 13/03/2015 266

10003886-01-2014-000082-0 12/06/2014 15/09/2014 95

10003886-01-2015-000001-6 20/06/2014 13/03/2015 266

10003886-01-2014-000057-9 20/03/2014 13/08/2014 146

10003886-01-2014-000032-3 28/03/2014 13/08/2014 138

10003886-01-2014-000008-8 20/01/2014 13/08/2014 205

10003886-01-2014-000040-4 28/03/2014 13/08/2014 138

10003886-01-2014-000113-3 15/04/2014 24/11/2014 223

10003886-01-2014-000028-5 10/02/2014 13/08/2014 184

10003886-01-2014-000025-0 10/02/2014 13/08/2014 184

10003886-01-2013-000222-6 21/10/2013 13/08/2014 296

10003886-01-2014-000096-0 11/09/2014 24/11/2014 74

10003886-01-2014-000006-4 13/01/2014 13/08/2014 212

10003886-01-2014-000069-2 20/06/2014 15/09/2014 87

10003886-01-2014-000123-0 19/08/2014 24/11/2014 97

10003886-01-2014-000013-7 20/01/2014 13/08/2014 205

10003886-01-2014-000085-4 23/06/2014 15/09/2014 84

10003886-01-2014-000133-8 24/09/2014 24/12/2014 91

10003886-01-2014-000083-8 07/04/2014 15/09/2014 161

10003886-01-2014-000100-1 15/08/2014 24/11/2014 101

10003886-01-2014-000059-5 07/05/2014 13/08/2014 98

10003886-01-2014-000031-5 25/03/2014 13/08/2014 141

10003886-01-2014-000078-1 23/06/2014 15/09/2014 84

10003886-01-2015-000074-1 20/06/2014 13/03/2015 266

10003886-01-2014-000009-9 20/01/2014 13/08/2014 205

10003886-01-2014-000061-7 06/06/2014 13/08/2014 68

10003886-01-2014-000039-0 02/05/2014 13/08/2014 103

10003886-01-2014-000075-7 06/06/2014 15/09/2014 101

10003886-01-2014-000010-2 20/01/2014 13/08/2014 205

10003886-01-2014-000104-4 04/07/2014 24/11/2014 143

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Atos de Admissão Encaminhados Fora do Prazo

Número de Controle Data do Efetivo

exercício (1)

Data da entrada do

processo na CGU (2)

Dias entre a data da

publicação e a data de

entrada do processo na

CGU (2-1)

10003886-01-2014-000122-2 15/08/2014 24/11/2014 101

10003886-01-2014-000081-1 04/07/2014 15/09/2014 73

10003886-01-2014-000023-4 10/02/2014 13/08/2014 184

10003886-01-2014-000056-0 20/03/2014 13/08/2014 146

10003886-01-2014-000094-3 04/07/2014 15/09/2014 73

10003886-01-2014-000041-2 17/03/2014 13/08/2014 149

Fonte: Pesquisa SISAC em maio/15 em confronto com os documentos de entrada na CGU.

##/Fato##

Causa

Disfunção estrutural decorrente de rotinas e procedimentos não aderentes à

legislação referente ao registro de atos de pessoal propiciam a ocorrência da falha.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

A manifestação da unidade foi encaminhada por meio do Memorando

SRH/UFCG nº 201/2015, de 29 de junho de 2015:

“Cumpri-me reconhecer a inobservância ao prazo estabelecido pela IN/TCU nº

55/2007.

Como a tramitação dos processos (aposentadoria, pensão, admissão) envolve

várias etapas e, pelo menos, seis servidores da unidade de recursos humanos, além da

Procuradoria Federal, serão realizadas revisões de procedimentos com vistas à correção

dessa inadequação.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação da unidade examinada reconhece a falha apontada e propõe o

ajuste, o que demonstra a intensão de corrigir a impropriedade.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Instituir rotinas consentâneas com o cumprimento dos prazos

estabelecidos na IN/TCU nº 55/2007 para registro no Sistema SISAC das informações

relativas aos atos de admissão, às aposentadorias e às pensões concedidas no âmbito da

Unidade, como também para o envio ao Controle Interno dos processos físicos

correspondentes.

4.1.3.2 CONSTATAÇÃO

A unidade não registrou ato de pessoal no SISAC.

Fato

Confrontando os dados efetuados no Siape com os atos de pensão registrados no

Sisac, verificou-se que a unidade não efetuou o registro de 01 ato de concessão no

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Sisac, em descumprimento ao disposto no art. 7º da IN/TCU nº 55/2007, para o ato

abaixo evidenciado.

SERVIDOR CPF Matrícula VIGÊNCIA

JSF 06849580400 0329719 22/10/2014

Dessa forma, as informações pertinentes ao ato de concessão não foi cadastrado

no Sisac e nem disponibilizadas para o respectivo órgão de controle interno.

##/Fato##

Causa

Disfunção estrutural decorrente de mecanismos de monitoramento de atividades

insuficiente ou mesmo a ausência de cautela e de zelo na realização de procedimentos

da gestão de pessoal podem ter dado causa à falha.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

A manifestação da unidade foi encaminhada por meio do Memorando

SRH/UFCG nº 201/2015, de 29 de junho de 2015:

“Já foi identificada a falha de encaminhamento ocorrida com o ato de pensão do

servidor 0329719. Está sendo providenciado o devido registro no SISAC e

disponibilizado ao Órgão de Controle, no menor espaço de tempo.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação da unidade examinada reconhece a falha apontada e propõe o

ajuste, o que demonstra a intensão de corrigir a impropriedade.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Efetuar o registro do ato de concessão de pensão no SISAC, referente

ao servidor matrícula Siape nº 0329719, e encaminhar para a apreciação da CGU-R/PB.

4.2 REMUNERAÇÃO, BENEFÍCIOS E VANTAGENS

4.2.1 SISTEMAS DE CONCESSÕES

4.2.1.1 CONSTATAÇÃO

Fragilidades e descontrole acerca da adesão à jornada reduzida.

Fato

Acerca da conformidade da aplicação da jornada de trabalho em regime de

turnos ou escalas de seis horas diárias e trinta semanais, de acordo com os instrumentos

legais vigentes, na Universidade Federal de Campina Grande, constatou-se o seguinte:

O artigo 19 da Lei nº 8112, de 11 de dezembro de 1990, trata da jornada de

trabalho dos servidores públicos federais, que deve ser fixada em razão das atribuições

pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de

quarenta horas e observados os limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas

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diárias respectivamente. Além disso, a referida lei dispõe que o ocupante de cargo em

comissão ou função de confiança deve se submeter a regime de integral dedicação ao

serviço, podendo ser convocado sempre que houver interesse da Administração.

À luz da Lei nº 8112, o Decreto 1590/95 descreve, em seu artigo 3º, os casos em

que a jornada de trabalho dos servidores públicos federais pode ser de seis horas diárias

e trinta semanais:

“Quando os serviços exigirem atividades contínuas de regime de turnos ou

escalas, em período igual ou superior a doze horas ininterruptas, em função de

atendimento ao público ou trabalho no período noturno, é facultado ao dirigente

máximo do órgão ou da entidade autorizar os servidores a cumprir jornada de trabalho

de seis horas diárias e carga horária de trinta horas semanais, devendo-se, neste caso,

dispensar o intervalo para refeições”.

Tal dispositivo normativo diz ainda que os dirigentes máximos dos órgãos ou

entidades que autorizarem a flexibilização da jornada de trabalho deverão determinar a

afixação, nas suas dependências, em local visível e de grande circulação de usuários dos

serviços, de quadro, permanentemente atualizado, com a escala nominal dos servidores

que trabalharem neste regime, constando dias e horários dos seus expedientes.

No âmbito da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), a

regulamentação do disposto no Decreto nº 1590/95 ocorreu por meio da Portaria nº 138,

de 25 de outubro de 2011, que especifica os setores da universidade aptos à adoção da

jornada reduzida. No entanto, tal instrumento contraria o Decreto, visto que autoriza,

genericamente, a adotarem a jornada de trabalho de seis horas diárias todos os

servidores lotados nos seguintes Setores: “Biblioteca Central; Bibliotecas Setoriais dos

demais campus, do CCBS e do HUAC; Protocolo Geral; Restaurante Universitário do

Campus de Campina Grande; REENGE e Setores do HUAC.”

A faculdade outorgada pela legislação ao gestor da universidade está restrita à

autorização de que determinados servidores, e não setores, realizem a jornada de

trabalho reduzida. Ao autorizar genericamente setores, a universidade fragiliza os

controles e, tacitamente, autoriza que servidores que não preenchem os requisitos

impostos pelo Decreto para a adoção de tal jornada a adotem.

Ademais, analisando-se as disposições contidas no Decreto n° 1.590/95,

conforme o exposto acima, conclui-se que se deve adotar a jornada reduzida apenas nas

situações em que os serviços exijam atividades contínuas de regime de turnos ou

escalas, em período igual ou superior a doze horas ininterruptas, em função de

atendimento ao público ou trabalho no período noturno. Note-se que, de acordo com o

Decreto nº 1.590/95, os requisitos para a adoção do regime de 6 horas diárias e carga

horária de 30 horas semanais são cumulativamente os seguintes:

a) Os serviços exigirem atividades contínuas de regime de turnos ou escalas;

b) Os serviços sejam compulsoriamente desenvolvidos em período igual ou

superior a doze horas ininterruptas;

c) Os serviços estejam voltados ao atendimento ao público ou a trabalhos em

período noturno.

Assim, confrontando as disposições contidas na Portaria nº 138 com o

estabelecido no Decreto nº 1.590/95, constatou-se que a UFCG permitiu, de acordo com

o texto da Portaria e com a análise de folhas de frequência, que servidores lotados em

setores cujas atividades não atendem integralmente aos requisitos do art. 3º do Decreto

nº 1.590/95 ficassem submetidos indevidamente ao regime de 6 horas diárias e à carga

horária de 30 horas semanais. Foram analisados, por ocasião dos trabalhos de campo

desta auditoria, três setores da UFCG contemplados, de acordo com a Portaria 138, com

a jornada reduzida. A escolha de tais unidades foi aleatória, sob o critério de que são as

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primeiras a aparecerem no texto da supracitada portaria. A partir dessa análise, chegou-

se ao quadro a seguir, que é exemplificativo, uma vez que a auditoria não examinou

todas as unidades para as quais houve a autorização de adoção da jornada de seis horas

diárias:

Quadro1 – Situação dos servidores enquadrados na Portaria nº 138.

SETORES SERVIDORES NÃO AMPARADOS PELO

DECRETO 1.590/95

Biblioteca Central e Bibliotecas Setoriais da

UFCG.

Servidores lotados em funções que não suscitam

atendimento ao público, conforme quadro 2.

Protocolo Geral Servidores que desenvolvem atividades administrativas

internas e que não atendem ao público, conforme

quadro 3.

Coordenação de Apoio Estudantil

(Restaurante Universitário). Nenhum dos servidores efetivos lotados nesta

Unidade realiza atividades de atendimento ao público.

As funções que requerem necessariamente contato com

os usuários do restaurante são desempenhadas por

profissionais terceirizados.

O setor, de um modo geral, não preenche os

requisitos elencados pela Portaria 138, visto que seu

horário de funcionamento, de acordo com as folhas de

registro de frequência dos servidores, vai das 7h às 19h

e não das 7h às 22h, conforme preconiza o artigo 2º da

Portaria.

Como são servidas apenas duas refeições diárias,

não são necessários serviços desenvolvidos em período

igual ou superior a doze horas ininterruptas.

Fonte: Portaria nº 138, de 25 de outubro de 2011; folhas de frequência (mês x,y,z) e observação das

atividades desempenhadas pelos servidores lotados nos setores amparados pela Portaria nº 138.

Para melhor visualização da ausência de pertinência na concessão da jornada

reduzida, estão listados nos quadros a seguir os nomes dos servidores lotados nas três

unidades analisadas acompanhados das respectivas funções que, de acordo com a

legislação vigente, não ensejariam a redução de jornada:

Quadro2- Servidores da Biblioteca Central com jornada reduzida em desacordo com a legislação.

Servidor Matrícula

Siape

Cargo Jornada de

trabalho no mês

de maio de 2015

A. B. 1475193 Técnico em arquivo 6h

A. J. B. da S. 333623 Assistente de Tecnologia da

Informação

6h

E. N. M. 336559 Operador de máquina copiadora 6h

E. V. S. 336040 Produtor cultural 6h

M. E. L. de A. 3345767 Tecnólogo em cooperativismo 6h

R. P. de A. 1117356 Auxiliar de enfermagem 6h

V. L. C. de M. 330269 Analista de tecnologia da

informação

6h

Quadro 3 – Servidores do Protocolo Geral com jornada reduzida em desacordo com a legislação.

Servidor Matrícula

Siape

Cargo Jornada de

trabalho no mês

de maio 2015

D. S. da S. 3313385 Técnico de tecnologia da

informação

6h

J. G. de S. 3365580 Contínuo 6h

J. M. da S. 3357633 Auxiliar em mecânica 6h

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Quadro 4 – Servidores do Restaurante Universitário com jornada reduzida em desacordo com a

legislação. Servidor Matrícula

Siape

Cargo Jornada de

trabalho no mês

de maio 2015

A. G. da S. 334457 Cozinheiro 6h

E. C. D. 334489 Açougueiro 6h

F. B. dos S. 334500 Auxiliar de nutrição e dietetica 6h

I. de O. 336373 Auxiliar de cozinha 6h

J. da S. C. 334555 Auxiliar de cozinha 6h

J. F. da S. 336524 Copeiro 6h

M. J. Q. A. 337062 Auxiliar de agropecuária 6h

M. da C. de S. 334588 Assistente em administração 6h

M. L. C. B. L. 2012501 Auxiliar em administração 6h

R. F. R. 336526 Copeiro 6h

R. P. de A. 336776 Auxiliar em administração 6h

V. G. de V. 1174957 Nutricionista 6h

É necessária, portanto, a alteração do texto da Portaria, adequando-a à

necessidade de referência nominal àqueles servidores aptos à utilização da jornada de

trabalho reduzida.

Além disso, constatou-se que diversos setores da UFCG, a exemplo da Unidade

de Educação Infantil (UEI), da Unidade Acadêmica de Ciências Sociais (UACS) e do

laboratório de informática ligado ao Centro de Humanidades estão beneficiando

indevidamente os servidores com o regime de trabalho de 6 horas diárias e carga horária

de 30 horas semanais, quando tais profissionais deveriam estar submetidos à carga

horária de 40 horas semanais. Por exemplo, não há respaldo legal, ou sequer da Portaria

138 para que os servidores abaixo relacionados, lotados na UEI, façam jus à jornada de

trabalho reduzida:

Quadro 5- Unidade de Educação infantil

Servidor Matrícula

Siape

Cargo Jornada de trabalho

no mês de maio 2015

P. S. G. 335437 Jardineiro 6h

M. Z. de L. S.

1114925

Auxiliar de nutrição e

dietética

6h

L. M. L. de O. 1145318 Médica 6h

V. L. D. de O. 332393 Técnico em economia

doméstica

6h

Tampouco o servidor J.F.da S., CPF ***018.994-**, matrícula Siape nº 332542,

lotado na UACS, cujo cargo é “operador de máquina copiadora”, deveria realizar uma

jornada de seis horas diárias, conforme folha de registro de frequência abaixo:

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Imagem da folha de frequência do mês de Dezembro de 2014, do servidor J .F.da S.,

CPF ***018.994-**, atestando a jornada de seis horas diárias realizada pelo servidor.

Registro feito no dia 21 de maio de 2015.

Por ocasião dos trabalhos de campo, realizados entre os dias 18 e 22 de

maio de 2015, constatou-se ainda que há servidores, a exemplo do Sr. R. E. G. L., CPF

***.131.954-**, matrícula Siape nº 333215, que possuem Função Gratificada e ainda

assim, de acordo com as inspeções e entrevistas realizadas pela equipe de auditoria,

trabalham em regime de jornada reduzida. Tal fato vai de encontro ao disposto no Art.

19, § 1º, da Lei nº 8112, que estabelece que o ocupante de cargo em comissão ou função

de confiança deve se submeter a regime de integral dedicação ao serviço.

Imagem de página do Portal da Transparência do dia 02 de junho de 2015, mostrando

que o servidor de CPF ***.131.954-** possui função gratificada.

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Com os casos relatados acima, novamente constatou-se que a UFCG permitiu

que servidores, cujas atividades não atendem integralmente aos requisitos do art. 3º do

Decreto nº 1.590/95, ficassem submetidos indevidamente ao regime de 6 horas diárias e

à carga horária de 30 horas semanais. Contudo, nesses casos, os profissionais

contemplados sequer são amparados pela Portaria nº 138, posto que lotados em diversos

setores e/ou ocupantes de cargos/funções de confiança.

O Decreto nº 1590/95 determina a afixação de quadro, permanentemente

atualizado, com a escala nominal dos servidores que trabalharem neste regime,

constando dias e horários dos seus expedientes. Apesar de tal exigência constar da

Portaria nº 138, constatou-se que, dos locais examinados, quais sejam, Protocolo Geral,

Biblioteca Central e Restaurante Universitário, apenas o terceiro possuía o quadro, que,

no entanto, encontrava-se desatualizado, com o nome de dois servidores já aposentados.

Registro fotográfico do dia 20 de maio de 2015, mostrando o local de atendimento ao

público do Protocolo Geral, no qual não está afixada a lista de servidores que

realizam jornada reduzida.

Registro fotográfico do dia 20 de maio de 2015, mostrando a fachada da Biblioteca

Central, na qual não está afixada a lista de servidores que realizam jornada reduzida.

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Diante do exposto, foi possível constatar que a UFCG não tem controles efetivos

acerca de quem, ou de quantos são os servidores submetidos à jornada de trabalho

reduzida. Tampouco há registro acurado acerca das áreas que adotaram tal regime e do

real horário de funcionamento de tais locais. Como consequência dessas fragilidades,

foram encontrados diversos servidores que não preenchem os requisitos legais e

usufruem da jornada reduzida indevidamente. Esses servidores, lotados em setores não

amparados pela Portaria 138, podem inclusive registrar a jornada de seis horas diárias

em suas folhas de frequência sem que haja quaisquer consequências pecuniárias ou

administrativas. Ainda em virtude do descontrole acerca da adoção das 30h semanais no

âmbito da UFCG, restou comprovado que existem casos de servidores ocupantes de

corgo/função de confiança que adotam, por conta própria, a jornada reduzida.

Constatou-se ainda que o marco regulatório da UFCG, no tocante à jornada de

trabalho reduzida, qual seja a Portaria 138, vai de encontro à legislação vigente acerca

do tema na Administração Pública Federal, visto que não há, na Portaria menção à

necessidade de que sejam apontados os servidores e não os setores aptos à adoção da

jornada reduzida. Tal falha trouxe como consequência o fato de que, apenas nos três

setores analisados pela equipe de auditoria, quais sejam, a Biblioteca Central, o

Protocolo Geral e o Restaurante Universitários, foram identificados 22 servidores que

não preenchem os requisitos legais, e, no entanto, estão realizando a jornada de seis

horas diárias.

##/Fato##

Causa

De acordo com o Estatuto da UFCG, aprovado pela Resolução Consuni nº

5/2002:

“Art. 29. A Reitoria, órgão executivo da Administração Superior que coordena,

fiscaliza e superintende as atividades da Universidade, é exercida pelo Reitor, auxiliado

pelo Vice-Reitor e assessorado por:

I - Pró-Reitorias;

(...)

IV – Órgãos de Apoio Acadêmico-Administrativo.

(...)

Art. 32. São atribuições do Reitor:

(...)

IV – baixar provimentos e resoluções decorrentes de decisões do Conselho

Universitário;

(...)

VIII – nomear, contratar, exonerar, dispensar e demitir os servidores da UFCG,

observada a legislação em vigor;

IX – fixar a lotação e conceder aposentadoria, na forma da legislação vigente;

(...)

XX – desempenhar as demais atribuições inerentes à sua função, não

especificadas neste Estatuto.”

Ainda, conforme a Resolução Consuni nº 6/2005, que aprova o Regimento da

Reitoria:

“Art. 24. A Secretaria de Recursos Humanos tem, por atribuições, o estudo, a

proposição de diretrizes, a orientação, a coordenação, a supervisão e a fiscalização de

assuntos e atividades concernentes à Administração de Recursos Humanos da

Universidade, compreendendo:

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I – executar a política de recursos humanos da Universidade;

II – instruir e encaminhar os processos relativos a direitos e deveres dos

servidores vinculados à Universidade;

III – manter atualizado o sistema de assentamento e de documentação referente

ao controle de pessoal;

(...)

V – determinar o órgão de exercício dos servidores admitidos, cedidos ou

redistribuídos para a Universidade;

(...)

VI – expedir declarações, circulares, ordem de serviço, instruções, e outros atos

normativos relacionados com os assuntos e atividades na área de sua abrangência;”

A inadequação da regulamentação interna sobre a jornada reduzida, as

fragilidades nos controles de frequência bem como a inexistência de controles acerca

dos requisitos a serem preenchidos para que os servidores façam jus à jornada reduzida

foram a causa da situação irregular detectada.

Desse modo, a falta de diligência do Reitor na coordenação e fiscalização da

política de recursos humanos da universidade, notadamente a admissão de

regulamentação interna da jornada reduzida contrária à legislação, bem como a do

Secretario de Recursos Humanos para executar essa política, propor diretrizes, orientar

e fiscalizar as atividades inerentes à administração de recursos humanos da

Universidade, foram relevantes para o resultado.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação

dos fatos, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no

campo „fato‟.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Adotar providências para que, nos termos do art. 3º do Decreto n°

1.590/95, apenas os servidores cujos serviços se enquadrem cumulativamente nas

situações abaixo relacionadas possam exercer o regime de 6 horas diárias e carga

horária de 30 horas semanais: a) Os serviços exigirem atividades contínuas de regime de

turnos ou escalas; b) Os serviços sejam compulsoriamente desenvolvidos em período

igual ou superior a doze horas ininterruptas; c) Os serviços estejam voltados ao

atendimento ao público ou a trabalhos em período noturno.

Recomendação 2: Instituir, em caráter de urgência, controle de frequência ao trabalho

para os servidores da UFCG, adotando preferencialmente o controle biométrico de

frequência, o uso de catracas ou outros mecanismos eficazes de controle, assegurando o

cumprimento dos princípios da impessoalidade e da legalidade e afastando eventual

liberalidade ou corporativismo por parte dos servidores e das respectivas chefias

imediatas, de modo que os servidores cumpram efetivamente as jornadas de trabalho a

que estão obrigados por lei.

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Recomendação 3: Apurar a responsabilidade pela adoção e manutenção da jornada de

trabalho reduzida por servidores da UFCG que não se enquadram nos requisitos legais,

conforme demonstrado nesta constatação.

4.2.1.2 CONSTATAÇÃO

Inutilização de sistema biométrico de controle de frequência.

Fato

Por ocasião da auditoria relativa à jornada de trabalho reduzida, verificou-se que

algumas unidades da UFCG possuem leitores biométricos de controle de frequência. No

entanto, tais equipamentos não são utilizados. A universidade enviou, por meio do

Ofício nº0202/R/GR/UFCG, do dia 28 de maio de 2015, em resposta à Solicitação de

Auditoria nº201503668-RH08, documentos relativos à compra desses equipamentos,

bem como uma cópia da Resolução nº05/2013, que regulamenta o sistema de registro

eletrônico de ponto e o controle de frequência dos servidores da UFCG.

De acordo com os documentos enviados por meio do Ofício supracitado, no dia

26 de março de 2012 foi emitida a nota de empenho nº2012NE800357, cujo credor foi a

empresa Keypass tecnologia LTDA e a partir da qual foram comprados 30 unidades do

equipamento “Registrador eletrônico relógio de ponto KP1510 keypass”. Pouco menos

de dois meses depois, no dia 16 de maio do mesmo ano, as notas fiscais nº 000.000.661

e 000.000.662, referentes à compra desses aparelhos, foram emitidas, totalizando um

gasto de R$ 76.854,55. Pouco mais de uma semana depois, no dia 25, o então chefe do

almoxarifado central da UFCG, E.de Q. B., CPF ***.524.594-**, recebeu o material já

patrimoniado, sob os números de tombamento de 81550 a 81604. Finalmente, no dia 12

de junho de 2012, o servidor G.T. de A., CPF ***.606.884-**, por meio do termo de

responsabilidade 8615, então lotado na divisão de patrimônio da Pró-Reitoria de Gestão

Administrativo-Financeira, declarou estarem sob sua responsabilidade os equipamentos.

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Imagem das duas notas fiscais relativas à compra dos registradores eletrônicos de

ponto, enviadas à CGU no dia 28 de maio de 2015. Em destaque a data de

recebimento do material pelo setor de patrimônio da UFCG.

Imagem do termo de responsabilidade relativo à guardo dos 30 equipamentos

comprados. Documento enviado à CGU no dia 28 de maio de 2015.

Apenas mais de um ano após a aquisição dos relógios de ponto, em agosto de

2013, a UFCG publicou a Resolução nº05/2013. Durante a auditoria, verificou-se,

portanto, que os leitores biométricos foram adquiridos sem o devido planejamento. A

regulamentação para a utilização do equipamento aconteceu um ano e três meses depois

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da compra e, ainda mais grave, três anos depois do recebimento, pela UFCG, o material

que possibilita o registro eletrônico de frequência dos servidores não está sendo

utilizado.

Conforme foi evidenciado nos itens 4.2.1.1 e 4.2.1.3, a falta de controle nos

registros de frequência dos servidores, por parte da universidade, é patente. A utilização

do equipamento ocioso é necessária não só para que se justifique o gasto realizado no

ano de 2012 com a compra, como também para que haja controles mínimos relativos à

jornada de trabalho dos servidores da UFCG.

##/Fato##

Causa

De acordo com o Estatuto da UFCG, aprovado pela Resolução Consuni nº

5/2002:

“Art. 29. A Reitoria, órgão executivo da Administração Superior que coordena,

fiscaliza e superintende as atividades da Universidade, é exercida pelo Reitor,

auxiliado pelo Vice-Reitor e assessorado por:

I - Pró-Reitorias;

(...)

IV – Órgãos de Apoio Acadêmico-Administrativo.

(...)

Art. 32. São atribuições do Reitor:

(...)

IV – baixar provimentos e resoluções decorrentes de decisões do Conselho

Universitário;

(...)

XIII – administrar as finanças da UFCG e determinar a aplicação dos seus

recursos, de conformidade com o orçamento aprovado e os fundos instituídos;

(...)

XX – desempenhar as demais atribuições inerentes à sua função, não

especificadas neste Estatuto.”

Ainda, conforme a Resolução Consuni nº 6/2005, que aprova o Regimento da

Reitoria:

“Art. 24. A Secretaria de Recursos Humanos tem, por atribuições, o estudo, a

proposição de diretrizes, a orientação, a coordenação, a supervisão e a fiscalização de

assuntos e atividades concernentes à Administração de Recursos Humanos da

Universidade, compreendendo:

I – executar a política de recursos humanos da Universidade;

II – instruir e encaminhar os processos relativos a direitos e deveres dos

servidores vinculados à Universidade;

III – manter atualizado o sistema de assentamento e de documentação referente

ao controle de pessoal;”

A decisão pela implantação de sistema de controle de frequência mediante

leitores biométricos é da alçada do órgão executivo da Administração Superior, no caso

a Reitoria.

Após a tomada da decisão, verificou-se a inexistência de planejamento para a

aquisição dos equipamentos eletrônicos de registro de frequência e a morosidade na

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regulamentação da sua utilização o que resultou em falta de efetividade na realização da

despesa pública.

Tendo em vista a falta de diligência na coordenação e fiscalização da atividade

de implantação do sistema eletrônico de registro de frequência, após a decisão pela

medida, a atitude do Reitor, na qualidade de titular do órgão superior executivo da

Universidade, bem como do Secretario de Recursos Humanos, a quem competia

executar a política de recursos humanos da Universidade, foram fundamentais para o

resultado.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação

dos fatos, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no

campo „fato‟.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Instituir, em caráter de urgência, controle eletrônico de frequência ao

trabalho para os servidores da UFCG, adotando os equipamentos comprados pela

universidade para controle biométrico de frequência, cujos números de tombamento são

de 81550 a 81604, assegurando o cumprimento dos princípios da impessoalidade e da

legalidade e afastando eventual liberalidade ou corporativismo por parte dos servidores

e das respectivas chefias imediatas, de modo que os servidores cumpram efetivamente

as jornadas de trabalho a que estão obrigados por lei. Caso não haja a possibilidade de

utilização do equipamento adquirido, apurar a responsabilidade pela compra sem o

devido planejamento e instaurar processo para a reposição dos valores gastos ao erário.

Recomendação 2: Caso não haja a possibilidade de utilização do equipamento

adquirido, apurar a responsabilidade pela compra sem o devido planejamento e instaurar

processo para a reposição dos valores gastos ao erário.

4.2.1.3 CONSTATAÇÃO

Descontrole acerca da frequência dos servidores da universidade e divergências

entre as informações atestadas nas folhas de frequência e a situação fática

verificada pela equipe de auditoria.

Fato

A partir de entrevistas com docentes e discentes da UFCG, foram identificadas

como áreas e risco, e selecionadas, para uma análise minuciosa dos recursos humanos

empregados, quatro unidades cujos servidores, de acordo com a análise das folhas de

registro de frequência, trabalham em regime de jornada reduzida. A equipe de auditoria,

então, inspecionou o Restaurante Universitário, a Biblioteca e a Unidade Acadêmica de

Ciências Sociais. Constatou-se, a partir das evidências colhidas em tais visitas, que não

há efetivo controle de frequência em nenhum dos locais selecionados, conforme

relatado adiante:

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Restaurante Universitário:

Nos cinco dias de trabalho de campo, realizados entre os dias 18 e 22 de maio de

2015, a equipe de auditoria da CGU atestou que o Restaurante Universitário abriu

apenas na segunda-feira, 18. Apesar de não haver ninguém trabalhando na feitura das

refeições, conforme registros fotográficos a seguir, os servidores lotados no RU, por

ocasião da inspeção da equipe de auditoria, realizada às 11:00h no dia 20 de maio de

2015, encontravam-se ociosos, na entrada do restaurante.

Também em relação a essa unidade, foram constatadas irregularidades acerca do

cumprimento da jornada de trabalho, visto que todos os servidores da unidade realizam

a jornada reduzida, independentemente da função que realizam, conforme entrevista

com a gestora e análise das folhas de controle de frequência. Além disso, a unidade

descumpre o disposto no artigo 2º da Portaria nº 138, visto que, ainda de acordo com

entrevista com a gestora e análise das folhas de controle de frequência, o funcionamento

da unidade é das 07:00h às 19:00h e não das 07:00h às 22:00h, conforme exige a citada

Portaria.

Restaurante Universitário, em imagem do dia 20 de maio de 2015.

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Cozinha do Restaurante Universitário, em imagem do dia 20 de maio de 2015.

Biblioteca Central:

De acordo com documentação entregue pela UFCG, estão lotados na biblioteca

48 servidores, que se revezam em três turnos de seis horas diárias. A equipe de auditoria

realizou inspeção no local no dia 21 de maio 2015, entre 15:30h e 16:30h, ou seja,

durante os turnos da manhã e da tarde e no dia 22 de maio de 2015, entre 11:45h e

12:00h, ou seja, durante os turnos da manhã e da tarde. De acordo com os dados

colhidos por ocasião da visita, e também conforme informações prestadas por discentes

e pelos servidores e análise das folhas de frequência dos servidores, foi produzido o

quadro abaixo:

Quadro 1 – Comparação da quantidade de servidores lotados com os efetivamente encontrados

Turno Horário Número de

servidores**

Número de servidores presentes

Visita 1 (T+N) Visita 2 (M+T)

Manhã (M) 07:00-13:00 h 30 3* 16

Tarde (T) 12:00-18:00 h 10

Noite (N) 16:00-22:00 h 4

Função Gratificada Dois turnos 2 0 2

- Total: **45 3 18

**Estão excluídos dessa contagem os servidores que estão afastados para doutorado, a

Diretora, que não se submete ao controle de frequência por meio da assinatura de Folha

de Registro de Ponto. A servidora D. de F. de L. P., cuja jornada não foi fornecida pela

UFCG foi considerada como se trabalhasse no período da manhã.

*Havia sete servidores presentes na primeira visita, entre os turnos da tarde e da noite.

No entanto, quatro deles têm como horário habitual de trabalho o turno da manhã. Fonte: Elaboração própria.

Conclui-se, então, que, na primeira visita da equipe de auditoria da CGU, no dia

21 de maio de 2015, incluindo os turnos da tarde e da noite, dos dezesseis servidores

que deveriam estar trabalhando no horário da inspeção, apenas três estavam presentes.

Note-se que as servidoras M. E. da S. P. e K. S. de L. B. estavam ausentes. Ambas

possuem função de confiança e deveriam realizar jornada de quarenta horas semanais.

Já por ocasião da segunda inspeção, por parte da equipe de auditoria, realizada

no dia 22 de maio de 2015, incluindo os turnos da manhã e da tarde, dos 42 servidores

que deveriam estar trabalhando, foi atestado que apenas 18 se encontravam na unidade.

Desse modo, a consolidação do resultado das visitas demonstra que menos da metade

dos servidores que deveriam estar trabalhando na Biblioteca Central, nos dias das visitas

se encontravam no local, conforme representado no quadro a seguir:

Quadro 2 – Demonstrativo da força de trabalho ociosa na Biblioteca Central

Força de trabalho

devida

Força de trabalho

efetiva

Percentual da força de

trabalho ocioso

Visita 1 16 7 56,25%

Visita 2 41 18 56,09%

Fonte: elaboração própria. Além disso, o cotejamento entre os dados da folha de frequência do mês de

maio, dos servidores lotados na Biblioteca Central, e a situação constatada pela equipe

de auditoria durante a inspeção, atesta que 28 servidores não estavam presentes, mas

assinaram a folha de registro de frequência como se estivessem, conforme quadro

abaixo:

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Quadro 3 – Servidores que assinaram o registro de ponto sem que estivessem efetivamente trabalhando

Servidores que deveriam

estar trabalhando

Matrícula Siape Horário de

trabalho

Atesto da folha de

frequência

Servidores presentes

21/05/2015 22/05/2015 Visita 1

21/05/2015

15:30 –

16:30

Visita 2

22/05/20

15 11:45

– 12:00

A. B. 1475193 07:00 às 13:00 h 12:00-18:00 12:00-18:00

A. J. B.da S.** 333623 07:00 às 13:00 h 16:00-22:00 16:00-22:00 X

A. C. M. 335797 07:00 às 13:00 h 07:00-13:00 07:00-13:00 X

A. C. de A. 336774 07:00 às 13:00 h 12:00-18:00 12:00-18:00

A. C. da S. 333369 07:00 às 13:00 h 07:00-13:00 07:00-13:00

C. S. da S. 333314 12:00 às 18:00 h 12:00-18:00 12:00-18:00

C. K. de A. M.** 1628951 07:00 às 13:00 h 08:00-14:00 08:00-14:00 X

D. de F. de L.P.* 1804941 07:00-13:00 07:00-13:00 X

E. G.D. 336388 07:00 às 13:00 h 12:00-18:00 12:00-18:00

E. A. T. A. 335723 07:00 às 13:00 07:00-13:00 07:00-13:00

E. N. M. 336559 12:00 às 18:00 12:00-18:00 12:00-18:00

E. V. S. 336040 07:00 às 13:00 07:00-13:00 07:00-13:00 X

E. E. de S. 335411 07:00 às 13:00 12:00-18:00 12:00-18:00 X

E. V. C. 1022153 12:00 às 18:00 12:00-18:00 12:00-18:00

E. A. B.** 335063 07:00 às 13:00 12:00-18:00 12:00-18:00 X X

E. S. da C. 1827187 07:00 às 13:00 07:15-12:53 07:10-12:50

F. da S. F. 1553933 Ausente para

doutorado

Ausente para doutorado Ausente para

doutorado

G. D. do N. 1750676 16:00 às 22:00 --------- ---------

H. L. de S. 336338 07:00 às 13:00 07:00-13:00 07:00-13:00

H. B. da T. N. 335720 12:00 às 18:00 Atestado Atestado

I. S.D. 1460194 07:00 às 13:00

I. L. da S. 1114643 07:00 às 13:00 16:00-22:00 16:00-22:00

J. C. dos S. 335431 07:00 às 13:00

J. L. S. N.** 2010854 07:00 às 13:00 X X

J. da S. H. B. 333313 16:00 às 22:00 16:00-22:00 16:00-22:00

K. S. de L. B.* 2018555 FG 07:00-

12:00/14:00-

17:00

07:00-

12:00/14:00-

17:00

X

L. de M. L. 1677773 12:00 às 18:00 07:00-13:00 07:00-13:00 X

L. E. R. 1139894 16:00 às 22:00 16:00-22:00 16:00-22:00

L.da C. F. 1762218 12:00 às 18:00 07:00-13:00 07:00-13:00 X

M. E. L. de A. 334576 16:00 às 22:00 16:00-22:00 16:00-22:00 X

M. D. M. 7350781 12:00 às 18:00 07:00-13:00 07:00-13:00 X

M. do S. B. de L. 332544 07:00 às 13:00 07:00-13:00 07:00-13:00

M. J. de A. P. 333307 07:00 às 13:00 07:00-13:00 07:00-13:00

M. P. da S. 1116006 12:00 às 18:00 12:00-18:00 12:00-18:00

M. G. da T. 331398 12:00 às 18:00 12:00-18:00 FALTOU X

M. V. B. V. 336430 07:00 às 13:00 16:00-22:00 16:00-22:00

M. da C. S. 336404 07:00 às 13:00 07:00-13:00 07:00-13:00

M E. da S.P.* 334450 FG 07:00-

12:00/14:00-

17:00

07:00-

12:00/14:00-

17:00

X

P. de T. F. V. 335449 07:00 às 13:00 07:00-13:00 07:00-13:00 X

P.R.de A. 332194 07:00 às 13:00 07:00-13:00 07:00-13:00 X

R. P. de A. 1117356 07:00 às 13:00 16:00-22:00 16:00-22:00

S. S. da S. O. 1476208 12:00 às 18:00 12:00-18:00 12:00-18:00 X X

S. F. C. da C. 333316 07:00 às 13:00 07:00-13:00 07:00-13:00

T. J. de F. 331400 07:00 às 13:00 07:00-13:00 07:00-? X

V. P. B. CD 000.4 (não preenche registro de frequência)

V. C. 1116048 07:00 às 13:00 08:00-14:00 08:00-

14:00

V. L. C. de M. 330269 Ausente para Ausente para doutorado Ausente para

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Servidores que deveriam

estar trabalhando

Matrícula Siape Horário de

trabalho

Atesto da folha de

frequência

Servidores presentes

21/05/2015 22/05/2015 Visita 1

21/05/2015

15:30 –

16:30

Visita 2

22/05/20

15 11:45

– 12:00

doutorado doutorado

W. F. M. D. 331571 06:00 às 12:00 05:40-12:00 05:30-

12:00

X

Z. M. N. S. 336511 07:00 às 13:00 12:00-18:00 12:00-

18:00

X

**Os servidores A.J.B. da S., E. A. B., C. K. de A. M. e J.L. da S. N. estavam presente às 15:30, quando seu horário deveria ser das

07:00 às 13:00

Traçado o panorama, fica claro que não foram implementados, pelo gestor,

controles efetivos acerca do cumprimento da jornada de trabalho pelos servidores

lotados na Biblioteca Central da UFCG.

Foi feito o cotejamento entre os dados contidos na folha de registro de

frequência dos 45 servidores lotados na biblioteca e a realidade observada pela equipe

de auditoria, em relação à frequência dos servidores, nos dias 20 e 21 de maio. O

resultado é que apenas 37,77% das folhas ponto enviadas pela UFCG corroboram com o

que foi encontrado pela CGU e corroborado pela diretora da unidade, que reduziu a

termo o atesto dos servidores que se encontravam presentes por ocasião da inspeção. Ou

seja, 28 servidores (em vermelho na tabela) atestaram em seus registros de frequência

estar presentes em momentos nos quais comprovadamente não estavam. Ademais, em

todas essas ocasiões, a responsável pela unidade corroborou com tais atestos falsos.

Portanto, além de diversos servidores não preencherem os requisitos

cumulativos descritos pelo Decreto nº 1590/95, e citados no item 4.2.1.1, como

condição para que se faça jus à jornada reduzida, a situação encontrada e evidenciada

mostra que sequer as seis horas diárias estão sendo cumpridas por todos os servidores e

que há informações falsas sendo prestadas por meio da folha de frequência.

Ressalta-se que a falta de controle apontada pela equipe de auditoria afeta

diretamente a prestação de serviços da biblioteca. Foram realizadas e reduzidas a termo

entrevistas com seis alunos dos cursos de Geografia, Ciências Sociais e Engenharia

Química, dos quais cinco afirmaram haver tido problemas em relação à utilização da

biblioteca, tanto com o horário de funcionamento, quanto no tocante à presteza com que

os serviços são realizados.

Durante a fiscalização in loco à Biblioteca Central, foi constatada ainda uma

situação em particular que mostra, além da dificuldade de gestão, por parte da Unidade,

uma fragilidade em relação ao acompanhamento dos dados relatados nas folhas de

controle de frequência, por parte da Secretaria de Recursos Humanos da UFCG.

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Recorte da folha de controle de frequência assinada pela servidora J. da S. H. B.,

contendo uma falta e um dia de trabalho no qual ela esteve presente durante apenas

uma hora. Foto do dia 21 de maio de 2015.

Recorte da folha de controle de frequência da servidora J. da S. H. B., homologada pela

UFCG, contendo uma falta e uma rasura no local em que antes apontava um dia de

trabalho no qual ela esteve presente durante apenas uma hora. Registro enviado pela

UFCG no dia 03 de julho de 2015.

Conforme imagem acima, foi apontada pela diretora da unidade, responsável

pelo controle de frequência, a falta da servidora J. da S. H. B., no dia 04 de maio. No

entanto, não houve o desconto no contracheque da profissional no mês de maio, ou a

justificativa oficial para a falta.

Da mesma forma, aconteceu em relação à servidora M.G. da T., para a qual foi

apontada uma falta no dia 22 do mês de maio, sem que houvesse o desconto no

contracheque da servidora, conforme imagem a seguir:

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Recorte da folha de controle de frequência da servidora M.G. da T., homologada pela

UFCG, contendo uma falta. Registro enviado pela UFCG no dia 03 de julho de 2015.

Essa situação de ausência, ou não atesto da presença, do servidor conforme

dados contidos nos instrumentos de controle de frequência e pagamento integral do

salário do profissional se estende a outras áreas da universidade avaliadas nesta

auditoria, como a Unidade Acadêmica de Ciências Sociais.

Unidade Acadêmica de Ciências Sociais (UACS):

De acordo com documentação entregue pela UFCG, estão lotados na UACS seis

servidores administrativos, além de um trabalhador terceirizado. A análise das folhas de

frequência desses servidores mostra que dois deles são inassíduos, enquanto um outro

realiza jornada de trabalho de seis horas diárias e trinta semanais, sem, no entanto,

preencher os requisitos dispostos no Decreto nº 1590/95, ou sequer a UACS estar no rol

da Portaria nº 138/UFCG, conforme item 4.2.1.1.

A equipe de auditoria realizou inspeção no local no dia 20 de maio de 2015, pela

manhã, entre 10:30h e 11:30h e, depois, à tarde, entre 16:00h e 17:00h. No dia seguinte,

às 16:30h, houve nova visita. De acordo com os dados colhidos por ocasião da visita, e

também conforme informações prestadas por discentes e pelos servidores e análise das

folhas de frequência dos servidores, foram produzidos os quadros a seguir:

Quadro 4 – Comparação entre a quantidade de servidores lotados na UACS e os que se encontravam

ausentes presentes em 20 e 21 de maio de 2015

Identificação Data Turno Número de Servidores Total de Servidores Presentes

Visita 1 20/05/2015 Manhã 6 0

Visita 2 20/05/2015 Tarde 6 3

Visita 3 21/05/2015 Manhã 6 3

Quadro 5 – Demonstrativo da força de trabalho ociosa nos locais visitados.

Força de trabalho devida Força de trabalho efetiva Percentual da força de

trabalho ocioso

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Visita 1 6 0 100%

Visita 2 6 3 50%

Visita 3 6 3 50%

Quadro 6 – Servidores presentes no momento das visitas.

Servidores que deveriam estar

trabalhando

Horário de trabalho Servidores presentes

Visita 1 Visita 2 Visita 3

L. D. de A. Manhã + Tarde

E. G. C. Manhã + Tarde

J. F. da S. Manhã + Tarde

R. E. G. L. Manhã + Tarde X X

R.R. da S. Manhã + Tarde X X

A. L. S. Manhã + Tarde X X

Durante as fiscalizações in loco foi atestado pela equipe de auditoria que apenas

três, dos quatro servidores que deveriam estar trabalhando encontrava-se no local.

Mesmo esses servidores não estavam cumprindo integralmente a jornada, visto que pela

manhã havia na Unidade apenas o trabalhador terceirizado.

Assim como em relação à biblioteca, a falta de implementação de controle, por

parte do gestor, e de assiduidade, por parte dos servidores, comprometem gravemente a

prestação do serviço. Durante a primeira visita da equipe de auditoria, as salas da

secretaria da UACS e da Coordenação de Ciências Sociais se encontravam fechadas,

conforme registro fotográfico a seguir.

Salas, da secretaria da UACS e da Coordenação de Ciências Sociais fechadas. Foto do

dia 20 de maio de 2015, às 11:00h.

Após as inspeções à UACS e à consequente constatação das irregularidades

acima descritas, a equipe de auditoria entrevistou membros do corpo docente ligado à

Unidade e analisou os registros de controle de frequência dos servidores no ano de 2014

e nos cinco primeiros meses de 2015. Tal verificação mostrou que, além da dificuldade

de gestão, por parte da Unidade, há uma fragilidade em relação ao acompanhamento dos

dados relatados nas Folhas de Controle de Frequência, por parte da Secretaria de

Recursos Humanos da UFCG.

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Os documentos contendo o controle de frequência dos servidores L. D. de A.,

CPF ***.925.404-**, matrícula Siape nº 333772 e E. G. C., CPF ***.429.764-**,

matrícula Siape nº 334434 foram, em diversas ocasiões, enviados à Secretaria de

Recursos Humanos em branco, posto que, de acordo com alunos e professores

vinculados à UACS, esses profissionais não comparecem habitualmente à UFCG para o

cumprimento de sua jornada laboral, ou sequer para assinar o controle.

A servidora, Sra. L. D. de A., conforme dados dos sistemas corporativos da

CGU e informações prestadas pela UFCG, gozava de licença médica até a data de 02 de

fevereiro de 2014. A partir de tal data e até o final do mês de maio, limite definido pela

equipe da CGU para a colheita de informações para subsidiar esta auditoria, a

profissional em questão, tendo em vista suas folhas de frequência e as entrevistas com

alunos e professores, não compareceu à UACS para cumprimento de sua jornada de

trabalho. Tampouco houve, em relação à ausência comprovada e habitual da servidora,

tomada de providências tempestivas, por parte dos gestores da UACS. Ao receber as

folhas de frequência em branco, a Secretaria de Recursos Humanos da UFCG não

efetuou o desconto dos dias não trabalhados.

A tabela 1, a seguir, mostra os gastos do Governo Federal com os salários da

servidora durante o período em que ela esteve ausente. A coluna “valor recebido” será

sempre o quantitativo bruto percebido pelo servidor naquele mês; já a coluna “valor

recebido indevidamente” foi preenchida de acordo com o valor recebido por dia

trabalhado, levando-se em conta que os meses possuem 28, 30 ou 31 dias. Em relação

às férias e ao 13º salário, o valor recebido indevidamente foi calculado tendo em vista

os meses trabalhados. Nesse sentido, o mês de fevereiro foi considerado como não

trabalhado, posto que após o dia 02, término da sua licença médica, a servidora não

voltou a exercer suas atividades laborais.

Tabela 1 – Valor percebido pela servidora sem que houvesse a contraprestação laboral

Ano Mês Valor recebido

R$

Faltas não

justificadas

Valor recebido

indevidamente

R$

2014 Fevereiro 4.745,66 De 03 a 28 4.404,68

Março 4.964,30 Todo o mês 4.964,30

Abril 4.964,30 Todo o mês 4.964,30

Maio 4.964,30 Todo o mês 4.964,30

Junho 4.964,30 Todo o mês 4.964,30

Julho 4.964,30 Todo o mês 4.964,30

Agosto 4.964,30 Todo o mês 4.964,30

Setembro 4.964,30 Todo o mês 4.964,30

Outubro 4.964,30 Todo o mês 4.964,30

Novembro 9.555,60 Todo o mês 4.964,30

Dezembro 4.964,30 Todo o mês 4.964,30

Férias 1.654,76 1.505,73

13º Salário 4.927,86 4.517,20

Total recebido indevidamente no ano de 2014 60.070,61

2015 Janeiro 5.080,82 Todo o mês 5.080,82

Fevereiro 5.080,82 Todo o mês 5.080,82

Março 5.316,20 Todo o mês 5.316,20

Abril 5.316,20 Todo o mês 5.316,20

Maio 5.316,20 Todo o mês 5.316,20

Total recebido indevidamente até o mês de maio de 2015 26.110,24

Fonte: ficha financeira; folhas de frequência da servidora L. D. de A., CPF ***.925.404-**, matrícula

Siape nº 333772 e entrevistas com os servidores lotados na unidade.

Já o servidor E. G. C., CPF ***.429.764-**, matrícula Siape nº 334434, também

conforme dados dos sistemas corporativos da CGU e informações prestadas pela

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UFCG, não possui nenhum afastamento por licença médica, até o mês de maio de 2015.

Apesar disso, tendo em vista suas folhas de frequência e as entrevistas com alunos e

professores, o profissional não compareceu à UACS para cumprimento de sua jornada

de trabalho nos meses de julho, agosto e dezembro. Tampouco houve, em relação à

ausência comprovada e habitual do servidor, tomada de providências tempestivas, por

parte dos gestores da UACS. Ao receber as folhas de frequência em branco, a Secretaria

de Recursos Humanos da UFCG não efetuou o desconto dos dias não trabalhados.

A tabela 2, a seguir, mostra os gastos do Governo Federal com os salários do

servidor durante o período em que ele esteve ausente. O quadro abaixo mostra os gastos

do Governo Federal com os salários do servidor durante o período em que ele esteve

ausente. A coluna “valor recebido” será sempre o quantitativo bruto percebido pelo

servidor naquele mês; já a coluna “valor recebido indevidamente” foi preenchida de

acordo com o valor recebido por dia trabalhado, levando-se em conta que os meses

possuem 28, 30 ou 31 dias. Em relação às férias e ao 13º salário, o valor recebido

indevidamente foi calculado tendo em vista os meses trabalhados.

Quadro 8 – Valor percebido pelo servidor sem que houvesse a contraprestação laboral

Ano Mês Valor recebido

(R$)

Faltas não

justificadas

Valor recebido

indevidamente

(R$)

2014 Julho 4.443,90 Todo o mês 4.443,90

Agosto 4.443,90 Todo o mês 4.443,90

Dezembro 7.836,31 Todo o mês 4.443,90

Férias 1.481,30 3 meses 370,32

13º Salário 4.443,90 3 meses 1.110,97

Total recebido indevidamente: 14.812,99

Fonte: ficha financeira; folhas de frequência do servidor E. G. C., CPF ***.429.764-**, matrícula Siape

nº 334434e entrevistas com os servidores lotados na unidade. : ##/Fato##

Causa

De acordo com o Estatuto da UFCG, aprovado pela Resolução Consuni nº

5/2002:

“Art. 29. A Reitoria, órgão executivo da Administração Superior que coordena,

fiscaliza e superintende as atividades da Universidade, é exercida pelo Reitor,

auxiliado pelo Vice-Reitor e assessorado por:

I - Pró-Reitorias;

(...)

IV – Órgãos de Apoio Acadêmico-Administrativo.

(...)

Art. 32. São atribuições do Reitor:

(...)

IV – baixar provimentos e resoluções decorrentes de decisões do Conselho

Universitário;

(...)

VIII – nomear, contratar, exonerar, dispensar e demitir os servidores da UFCG,

observada a legislação em vigor;

(...)

XX – desempenhar as demais atribuições inerentes à sua função, não

especificadas neste Estatuto.”

Ainda, conforme a Resolução Consuni nº 6/2005, que aprova o Regimento da

Reitoria:

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“Art. 24. A Secretaria de Recursos Humanos tem, por atribuições, o estudo, a

proposição de diretrizes, a orientação, a coordenação, a supervisão e a fiscalização de

assuntos e atividades concernentes à Administração de Recursos Humanos da

Universidade, compreendendo:

I – executar a política de recursos humanos da Universidade;

II – instruir e encaminhar os processos relativos a direitos e deveres dos

servidores vinculados à Universidade;

III – manter atualizado o sistema de assentamento e de documentação referente

ao controle de pessoal;

(...)

VI – expedir declarações, circulares, ordem de serviço, instruções, e outros atos

normativos relacionados com os assuntos e atividades na área de sua abrangência;”

Os problemas de falta de assiduidade dos servidores decorrentes da inexistência

de controle efetivo da frequência perpetuam-se na Universidade por conta da inércia na

adoção de medidas efetivas coordenadas pela Administração Superior para combater

essa disfunção.

Em paralelo, falta à Secretária de Recursos Humanos a proposição de

regulamentação apropriada acerca da comunicação e implantação das ausências não

justificadas pelos servidores, vez que os exames comprovam a fragilidade dos

mecanismos existentes para registro e repercussão financeira das ausências não

justificadas na folha de pagamento.

Desse modo, a falta de diligência do Reitor na coordenação e fiscalização da

política de recursos humanos da universidade, notadamente implantação de sistema

efetivo de controle de frequência, bem como a do Secretario de Recursos Humanos para

executar essa política, propor diretrizes, orientar e fiscalizar as atividades inerentes à

administração de recursos humanos da Universidade, foram fundamentais para o

resultado.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Não houve manifestação da unidade examinada para esse item. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação dos

fatos, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no

campo „fato‟.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Instituir, em caráter de urgência, controle de frequência ao trabalho

para os servidores da UFCG, adotando preferencialmente o controle biométrico de

frequência, o uso de catracas ou outros mecanismos eficazes de controle, assegurando o

cumprimento dos princípios da impessoalidade e da legalidade e afastando eventual

liberalidade ou corporativismo por parte dos servidores e das respectivas chefias

imediatas, de modo que os servidores cumpram efetivamente as jornadas de trabalho a

que estão obrigados por lei.

Recomendação 2: Apurar responsabilidade acerca dos falsos atestos de presença dos

servidores da Biblioteca Central e da Unidade Acadêmica de Ciências Sociais e

posterior chancela, por parte dos gestores das unidades.

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Recomendação 3: Apurar responsabilidade acerca das faltas registradas em folha de

frequência, mas não implantadas para os servidores J. da S. H. B, Siape nº 3333313;

M.G. da T, Siape nº 331396; L.D. de A., Siape nº 333772 e E.G.C. Siape nº 334434.

Recomendação 4: Apurar os valores percebidos indevidamente pelos servidores, com

vistas à devolução destes, em face do não cumprimento da jornada de trabalho.

5 CONTROLES DA GESTÃO

5.1 CONTROLES EXTERNOS

5.1.1 ATUAÇÃO DO TCU/SECEX NO EXERCÍCIO

5.1.1.1 INFORMAÇÃO

Avaliação do cumprimento de Determinações do TCU em que haja manifestação

expressa de acompanhamento pelo Controle Interno.

Fato

Os exames de auditoria relativos ao cumprimento das determinações do TCU

para a UFCG restringiram-se aos Acórdãos em que houve determinação expressa para

verificação pelo Controle Interno.

Nesse caso, foram objeto de análise, também, os Acórdãos expedidos antes do

exercício a que se referem às contas sob exame, desde que contivessem essa

determinação ao Controle Interno.

Registra-se, a seguir, a situação quanto ao cumprimento pela unidade dos

Acórdãos do TCU examinados:

1. Acórdão TCU nº 5100/2013 – 1 Câmara:

1.7.1.1. ultime as providências no sentido de proceder ao reembolso total das

remunerações pagas pela UFCG aos servidores Noeide Clemens Ferreira de Oliveira

(SIAPE 715480) e Antônio Domingos Duarte (SIAPE 11174050), cedidos a outros

órgãos;

Situação: Foi comprovado o reembolso referente à servidora Noeide Clemens

Ferreira de Oliveira (SIAPE 715480). Entretanto, desde 31 de maio de 2011, o processo

nº 23096.015401/11-00, referente ao pedido de adoção de medidas legais cabíveis para

a cobrança do Município de Massaranduba dos valores não reembolsados relativos à

cessão do servidor Antônio Domingos Duarte (SIAPE 11174050), encontra-se na carga

da Procuradoria-Geral da UFCG.

1.7.1.2. ultime as providências no sentido de proceder ao ressarcimento ao erário

junto à servidora Vilma Lúcia Fonseca Mendoza, em razão da acumulação de dois

cargos efetivos e cargo de confiança, e ao servidor Gilvandro Silva da Siqueira, neste

último caso após desfecho de processo judicial favorável às pretensões da União.

Situação: Mediante o trânsito em julgado dos processos judiciais (Processos nº

0000874-24.2012.4.05.8201 e nº 0002236-66.2009.4.05.8201) com resultado

desfavorável às pretensões da UFCG, tornou-se inviável o cumprimento da

determinação.

2. Acórdão TCU nº 2847/2014 – 2ª Câmara:

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1.10. Recomendar à Controladoria-Geral da União que:

1.10.1. inclua no próximo relatório de auditoria de gestão informação quanto ao

cumprimento da determinação do subitem 9.2 do Acórdão 5.492/2011-TCU-2ª Câmara.

Situação: Trata-se de determinação para que a UFCG apure a possível

acumulação indevida de cargos, funções e empregos públicos, conforme levantamento

constante em planilha encaminhada por meio do Ofício nº 1685/2011 – TCU/SECEX-

PB.

O trabalho foi iniciado pela Comissão Permanente de Acumulação de Cargos e

Empregos (CPACE) que constatou que apenas 240 servidores (dentre os 390 nomes

existentes na planilha) fazerem parte dos quadros da UFCG, dos quais supostamente

90% teriam a situação resolvida mediante demandas oriundas de outros órgãos

(Ouvidoria, MEC, CGU).

Após solicitação da equipe de auditoria, a CPACE efetuou a comparação entre o

nome dos servidores que já passaram pela comissão para esclarecer possíveis

acumulações indevidas com o nome dos 240 servidores remanescentes da planilha

enviada pela SECEX/PB, obtendo um total de 92 nomes de servidores em que não

houve tratamento algum acerca da possível acumulação indevida.

Tendo em vista que não houve a apuração da situação desses 92 servidores, bem

como não foi comprovada a comunicação do resultado alcançado ao Tribunal, verificou-

se o descumprimento do item 9.2 do Acórdão 5.492/2011-TCU-2ª Câmara.

1.10.2. caso seja confirmado a ocorrência de provável prejuízo ao Erário

decorrente de erro na rescisão do Contrato 23/2009, deve ser instaurado, consoante o

§5º do art. 11 da Instrução Normativa TCU nº 63/2010, processo de tomada de contas

especial para apurar a responsabilidade pela ocorrência de dano à administração pública

federal, com apuração dos fatos, quantificação do dano, identificação dos responsáveis e

obtenção do respectivo ressarcimento, observadas as hipóteses de dispensa de

instauração elencadas pelo art. 6º da Instrução Normativa TCU nº 71/2012.

Situação: O prejuízo apontado no Relatório de Auditoria nº 201203301, no valor

de R$ 37.415,66, na data de 21 de agosto de 2011, ao ser atualizado até 15 de maio de

2015, alcança o montante de R$ 50.100,27, valor inferior àquele estabelecido no Art. 6,

I, da IN TCU nº 71/2012, o que dispensa a instauração da tomada de contas especial

pela unidade.

Além disso, o relatório final do processo administrativo disciplinar nº

23096.051736/13-98, para apurar a responsabilidade pela indevida rescisão amigável do

Contrato nº 23/2009, concluiu pela inexistência de “dano pecuniário à UFCG”.

3. Acórdão TCU nº 6688/2013 – 1ª Câmara:

1.7.1. Determinar a CGU que, na análise das próximas contas:

1.7.1.1. Informe acerca da adoção das providências recomendadas pela própria

CGU no Relatório de Auditoria de Gestão, exercício 2010 (Processo

23096.009870/2011-99), referentes às seguintes irregularidades:

a) imóveis da UFCG não estão registrados no SPIUnet e os registros nos

cartórios de imóveis encontram-se desatualizados (subitem 4.1.1.1);

Situação: As providências adotadas pela unidade não foram suficientes para

sanear as pendências apontadas.

b) indícios de pagamento indevido dos adicionais de periculosidade e

insalubridade, contrariando o Decreto 97.458/1989 e Orientação Normativa/SRH/MP

02, de 19/02/2010 (subitem 7.1.1.1);

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Situação: As duas recomendações atinentes à constatação foram atendidas, de

acordo com o registro de monitoramento consignado no Sistema Monitor.

c) permanência de dois servidores no órgão cessionário após o fim do período de

cessão e ausência de reembolso das remunerações pagas pela UFCG, no valor de R$

442.091,61 (subitem 7.1.1.2); e

Situação: A recomendação referente ao reembolso da remuneração do servidor à

época cedido ao Governo do Estado da Paraíba não foi atendida. Houve provocação da

Procuradoria-Geral, por meio do Ofício nº 159/2011/SRH/UFCG, de 12 de maio de

2011, mediante o processo nº 23096.015884/11-32, para adoção de medidas legais com

o propósito de cobrar o reembolso do Estado da Paraíba. Entretanto, conforme consulta

ao sistema de protocolo, o processo encontra-se sem movimentação na Procuradoria-

Geral da UFCG, desde 31 de maio de 2011.

d) cinco servidores da UFCG prestando serviços, há dezesseis anos ao SENAI-

PB, sem o devido instrumento legal (subitem 7.1.1.4).

Situação: Os servidores de que trata a constatação retornaram à UFCG e estão

em exercício no Centro de Ciências e Tecnologia. Quanto à recomendação atinente à

apuração de responsabilidade pela cessão sem instrumento jurídico hábil, não houve a

abertura de procedimento nesse sentido. Todavia, foi determinada, pelo dirigente

máximo da unidade, a abertura de sindicância com esse propósito, após o

questionamento da equipe de auditoria.

1.7.1.2. Informe, ainda, sobre:

a) a conclusão do desconto nas folhas de pagamentos dos servidores de

matrículas Siape 337044, 335030 e 116179, ante a não comprovação de conclusão de

curso de pós-graduação (subitem 7.1.1.5);

Situação: De acordo com as informações prestadas pela unidade, a situação

quanto à reposição ao erário encontra-se consignada no quadro a seguir:

Quadro I – Valores descontados dos servidores até abril/2015.

Matrícula SIAPE Valor a ser ressarcido Valor descontado até abril/2015

337044 R$ 98.576,28 R$ 28.264,03

335030 R$ 72.276,33 R$ 28.942,36

1161791 R$ 214.467,53 RS 26.724,93

Fonte: item 7.1.1.5 do RA nº 201108941 e Memorando nº 136/2015 SRH/UFCG, de 13/05/2015.

b) a conclusão e os resultados do processo 23096.008380, que tratava da entrega

dos equipamentos de informática, adquirido da TECH COPR Tecnologia Coorporativa

Ltda.(subitem 7.2.1.1); e

Situação: A unidade comprovou, mediante os pagamentos referentes ao processo

nº 23096.012650/10-21, que houve a entrega de 625 computadores.

c) as providências quanto ao ressarcimento ao erário no valor de R$ 16.967,82,

percebidos pelo servidor mat. Siape 1117405 cedido à Prefeitura de Massaranduba-PB

de 2006 a 2007, já motivo de recomendação por este órgão em Nota Técnica CGU

10525/2010 (subitem 7.1.1.3).

Situação: Conforme salientado na situação quanto ao atendimento do item

1.7.1.1. do Acórdão TCU nº 5100/2013 – 1ª Câmara, o processo nº 23096.015401/11-00

encontra-se na Procuradoria-Geral da UFCG desde 31de maio de 2011, de acordo com o

extrato do sistema de protocolo. Portanto, até o presente momento, não houve o

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reembolso e tampouco a comprovação da adoção de medidas administrativas e (ou)

judiciais para concretizar a recomendação.

Nada obstante, a unidade informou que mediante a Portaria nº 54, de 18 de maio

de 2015, o Magnífico Reitor da UFCG decidiu aplicar a “penalidade de demissão” ao

servidor em função do “abandono de cargo” apurado no processo administrativo

disciplinar nº 23096.035048/13-21.

4. Acórdão TCU nº 11461/2011 – 2ª Câmara:

9.13. determinar à Secretaria Federal de Controle Interno/CGU que informe nas

próximas contas o cumprimento das determinações contidas no subitem 9.10 da

presente deliberação.

Situação: Seis das determinações contidas no subitem 9.10 do Acórdão em

análise foram atendidas totalmente e uma foi parcialmente atendida, conforme registro

dos itens 2.16 e 2.1.1.1. do RA nº 201203301 (Auditoria Anual de Contas de 2011).

5. Acórdão TCU nº 1081/2014 – 1ª Câmara:

9.9 determinar à Controladoria Geral da União que verifique o cumprimento das

determinações descritas no subitem 9.8 nas próximas contas apresentadas pela

Universidade Federal de Campina Grande;

9.8 determinar à Universidade Federal de Campina Grande que:

9.8.1 envide esforços no sentido de solucionar a situação da contratação

temporária de médicos, atualmente resguardada por decisão judicial;

Situação: De acordo com o relatório de gestão da unidade, a solução adotada foi

a adesão à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), cuja perspectiva de

celebração do contrato é meados de agosto de 2015.

9.8.2 ultime as providências no sentido de buscar o ressarcimento das quantias

indevidamente recebidas pelos servidores Vilma Lúcia Fonseca Mendoza e Gilvandro

Silva da Siqueira, em razão da acumulação de dois cargos efetivos e cargo de confiança,

assim que se cesse os impedimentos decorrentes de ordens judiciais;

Situação: Essa determinação já foi relatada concernente ao atendimento do item

7.1.1.2 do Acórdão TCU nº 5100/2013 – 1 Câmara.

9.8.3 notifique a servidora Alana Abrantes Nogueira de Pontes, ocupante de dois

vínculos efetivos (Professor 3º Grau - T 20 da Unidade Acadêmica de

Medicina/CCBS/UFCG e Médica - T-40 do HUAC/UFCG) e de um cargo de comissão

(Diretora Geral do HUAC/UFCG), fixando-lhe prazo para que, nos termos do art. 133

da Lei 8.112/1990, opte por dois dos três cargos, desde que haja compatibilidade de

horários, sob pena de perda do benefício de boa-fé, nos termos da Lei 9.527/1997,

ressaltando que a opção deve resultar na exoneração de um dos vínculos, não sendo

suficiente o gozo de licença sem vencimentos, nos termos da Súmula TCU 246;

Situação: A servidora foi exonerada do cargo comissionado em 30 de novembro

de 2010.

9.8.4 instaure processo administrativo para apurar os valores recebidos

cumulativamente pelas servidoras Cassandra Teixeira Vale e Renata Silva de Carvalho

Gurgel referente aos plantões de cinco horas diárias, sobreavisos médicos e realização

de palestras, no período de 10/1/2008 a 10/4/2008;

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Situação: Foi aberto o processo nº 23096.026795/14-10, conforme Portaria nº

133, de 24 de julho de 2014.

##/Fato##

5.2 CONTROLES INTERNOS

5.2.1 AUDITORIA DE PROCESSOS DE CONTAS

5.2.1.1 INFORMAÇÃO

Cumprimento das recomendações da CGU.

Fato

As recomendações do Plano de Providência Permanente da unidade que não

foram atendidas ao longo do tempo advêm da morosidade quanto à adoção de medidas

judiciais para o reembolso de valores pertinentes à cessão de servidores para outras

esferas de governo.

Nesse aspecto, o período em que os processos encontram-se na Procuradoria-

Geral da UFCG sem pronunciamento conclusivo ou proposição de ação judicial

comprometem a efetividade da recomendação.

Paralelamente, a falta de exercício do poder disciplinar bem como a criação de

dependência de atuação de outro órgão (Superintendência do Patrimônio da União no

Estado da Paraíba – SPU/PB) para realizar a avaliação de seus imóveis com vistas a

atualização das pendências nos registros dos bens imóveis da unidade constituem

fatores que também impactaram a gestão.

Dentre os fatos imediatamente identificados para o descumprimento das

recomendações, destacam-se as situações consignadas no quadro a seguir:

Quadro – Fatos impeditivos do atendimento das recomendações do Controle Interno.

Nº Relatório / Item do

Relatório

Recomendação Fato impeditivo da

implementação da

recomendação

201108941

7.1.1.2 Permanência de dois

servidores no órgão cessionário

após o fim do período de cessão

e ausência de reembolso das

remunerações pagas pela

UFCG, no valor de R$

442.091,61.

Promover o ressarcimento de

salários junto ao Governo do

Estado da Paraíba, referente ao

servidor Mat. 332029, no valor

de R$ 157.527,52

Processo sem movimentação na

Procuradoria-Geral da UFCG

desde maio de 2011.

201108941

7.1.1.3 Ausência de

providências quanto à

recomendação constante na

Nota Técnica CGU nº

10525/2010, impossibilitando

ressarcimento ao erário no valor

de R$ 16.967,82.

Apresentar a esta CGU/PB os

comprovantes de ressarcimento

da Prefeitura de

Massaranduba/PB, referente ao

servidor Mat. 1117405, no valor

de R$ 16.967,82.

Processo sem movimentação na

Procuradoria-Geral da UFCG

desde maio de 2011.

201108941

7.1.1.2 Permanência de dois

servidores no órgão cessionário

após o fim do período de cessão

e ausência de reembolso das

remunerações pagas pela

UFCG, no valor de R$

442.091,61.

Apurar as responsabilidades

pela manutenção da cessão de

servidores fora do período de

vigência das Portarias de cessão.

Dirigente Máximo não cumpriu

atribuição prevista no Art. 32,

XVII do Estatuto da UFCG:

“exercer o poder disciplinar na

jurisdição da Universidade, nos

termos da legislação

específica.”

201108941

7.1.1.3 Ausência de

Apurar as responsabilidades

pela cessão de servidor fora do

Processo sem movimentação na

Procuradoria-Geral da UFCG

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Nº Relatório / Item do

Relatório

Recomendação Fato impeditivo da

implementação da

recomendação

providências quanto à

recomendação constante na

Nota Técnica CGU nº

10525/2010, impossibilitando

ressarcimento ao erário no valor

de R$ 16.967,82.

período de vigência da Portaria

de cessão, fato que, inclusive,

gerou prejuízo ao erário haja

vista a não comprovação de

reembolso do órgão cessionário

no valor estimado de R$

16.967,82.

desde novembro de 2011.

201108941

7.1.1.4 Cinco servidores da

UFCG prestando serviços ha

dezesseis anos ao SENAI/PB

sem o devido instrumento legal.

Apurar as responsabilidades

pela cessão dos servidores Mat.

334325, Mat. 336409, Mat.

336453, Mat. 335198 e Mat.

334324 ao SENAI/PB, sem

instrumento jurídico hábil.

Dirigente Máximo não cumpriu

atribuição prevista no Art. 32,

XVII do Estatuto da UFCG:

“exercer o poder disciplinar na

jurisdição da Universidade, nos

termos da legislação

específica.”

201108941

4.1.1.1 Imóveis da UFCG não

estão registrados no SPIUnet e

os registros nos cartórios de

imóveis encontram-se

desatualizados.

Recomendação 1: Adotar as

medidas necessárias para

empossar-se das escrituras

públicas dos imóveis cuja

propriedade lhe foi atribuída

pela Lei nº 10.419/2002, seja

recebendo-as da UFPB ou

requerendo-as junto aos

cartórios de registro de imóveis;

bem como, promover as devidas

atualizações cadastrais, tanto em

relação à titularidade, quanto em

relação às reais edificações

existentes

Recomendação 2: Promover as

devidas atualizações cadastrais,

junto aos respectivos cartórios,

dos imóveis incorporados ao seu

patrimônio, em virtude de

aquisição, doação ou outros;

tanto em relação à titularidade,

quanto em relação às reais

edificações existentes.

Apesar de ser um processo

demorado, verificou-se que a

adoção de providência

consistente na utilização de

avaliação dos imóveis pela

SPU/PB, resultou em

dependência externa de órgão

sob cuja atuação a unidade não

possui qualquer ingerência.

Desse modo, a solução adotada

possui o risco inerente à

capacidade e à possibilidade de

atendimento da SPU/PB em

detrimento de medidas

alternativas como contratação

do serviço ou utilização do

quadro efetivo próprio para a

avaliação dos imóveis.

##/Fato##

5.2.1.2 INFORMAÇÃO

Conformidade das peças do processo de contas da unidade.

Fato

No Relatório de Gestão do exercício de 2014, enviado por meio do sistema e-

Contas ao Tribunal de Contas da União, a Universidade Federal de Campina Grande

(UFCG), vinculada ao Ministério da Educação (MEC), apresentou informações

incompletas, conforme registrado no quadro a seguir:

Quadro I – Desconformidade Relatório de Gestão de 2014.

Item do Normativo Item do Relatório de Gestão Situação de desconformidade

Item 1.4, da parte A, do Anexo

II da DN TCU nº 134/2013.

Item 1.4, pág. 30. Não há análise sobre como os

macroprocessos foram conduzidos

pela UJ no exercício de referência do

relatório.

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Não há informações sobre produtos e

serviços gerados com a execução de

suas atividades, principais insumos e

fornecedores, bem como seus

clientes.

Item 2.2, da parte A, do Anexo

II da DN TCU nº 134/2013.

Item 2.2, pág. 43 a 47. Não há informação objetiva sobre os

subitens b; c; d; e, e.

Item 3.3, da parte A, do Anexo

II da DN TCU nº 134/2013.

Item 3.3, pág. 55. A unidade não promoveu pesquisa de

satisfação junto aos usuários dos seus

serviços.

Item 3.4, da parte A, do Anexo

II da DN TCU nº 134/2013.

Item 3.3, pág. 55. Não foi informado o caminho de

acesso no portal da unidade

jurisdicionada às informações

referentes a sua atuação.

Item 3.5, da parte A, do Anexo

II da DN TCU nº 134/2013.

Item 3.3, pág. 55. Não há informação objetiva sobre a

avaliação do desempenho da unidade.

Item 3.6, da parte A, do Anexo

II da DN TCU nº 134/2013.

Item 3.3, pág. 55. Não há informação que permita

avaliar as medidas adotadas pela

unidade para garantir o cumprimento

das normas relativas à acessibilidade.

Fonte: Relatório de Gestão UFCG de 2014 obtido do sistema e-Contas do TCU, em 5/5/2015.

Além disso, concernente aos itens 4, 5.5, 6.8 e 7.3 (incluído pela Decisão

Normativa nº 139, de 24/9/2014), da parte A, do Anexo II da DN TCU nº 134/2013, não

houve apresentação de informação alguma.

##/Fato##

5.2.2 ATUAÇÃO DA AUDITORIA INTERNA

5.2.2.1 CONSTATAÇÃO

Desconformidade entre o Parecer da Auditoria Interna e a DN TCU nº 140, de 15

de outubro de 2014.

Fato

Constatou-se que o Parecer da Auditoria Interna da UFCG não contemplou de

forma suficiente os elementos previstos no Anexo III da DN TCU nº 140, de 15 de

outubro de 2014, quanto: (a) às informações gerenciais sobre a execução do plano de

trabalho da auditoria interna do exercício de referência das contas; (b) às informações

sobre a confiabilidade das demonstrações contábeis, demonstrando as eventuais

inconsistências verificadas, bem como a estratégia e os procedimentos adotados para a

verificação.

Relativamente ao item (a), identificou-se a ausência da exposição dos motivos e

fatos, bem como das medidas adotadas, pertinentes à falta de conclusão dos trabalhos de

auditoria previstos no Plano Anual de Atividades de Auditoria Interna (PAINT 2014).

Perdeu-se, portanto, a oportunidade de apresentar as dificuldades enfrentadas pela

unidade de auditoria e os riscos e o consequente impacto para a gestão da UFCG

decorrentes da atuação deficiente dela (situação abordada no item 5.2.2.3 deste

relatório).

Quanto ao item (b), observou-se que a atuação deficiente da unidade de auditoria

tornou frágil o seu pronunciamento acerca da confiabilidade das demonstrações

contábeis.

Tendo em vista a incompatibilidade entre as conclusões do parecer sobre a

confiabilidade das demonstrações contábeis e os levantamentos realizados pela CGU,

conforme registro no item 5.2.2.2 deste relatório, conclui-se pela inadequação dessa

informação no parecer.

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Desse modo, verificou-se a baixa aderência do Parecer da Auditoria Interna da

UFCG ao normativo que estabelece os conteúdos das peças complementares que

compõem os processos de contas de 2014 (DN TCU nº 140/2014).

##/Fato##

Causa

A atuação deficiente da Unidade de Auditoria Interna da UFCG foi a causa da

falta de aderência do parecer à DN TCU nº 140/2014.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação

dos fatos, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no

campo „fato‟.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Fazer cumprir o planejamento da Auditoria Interna da IFE de sorte

que os relatórios dos trabalhos realizados possam embasar o pronunciamento acerca da

gestão da unidade.

5.2.2.2 CONSTATAÇÃO

Incompatibilidade entre a conclusão do Parecer da Auditoria Interna e os

levantamentos realizados pela CGU na Auditoria Anual de Contas.

Fato

No que se refere ao pronunciamento da Auditoria Interna da UFCG sobre a

confiabilidade dos demonstrativos contábeis, constatou-se que a informação apresentada

no parecer destoa dos resultados alcançados pela CGU na Auditoria Anual de Contas.

A dissensão reside na manifestação do parecer acerca da regularidade da

contratação de serviços terceirizados e da conformidade dos pagamentos contratuais,

conforme descrição a seguir:

“Durante o ano de 2014, a CCI/UFCG executou ações relacionadas com as

atividades de ensino, pesquisa e extensão relativas ao curso de enfermagem no Campus

de Cuité, acompanhamento dos processos licitatórios, de dispensa e inexigibilidade de

licitação, terceirização de mão-de-obra, dentre outros.

(...)

No tocante aos contratos administrativos concernentes a terceirização,

verificou-se a regularidade dos mesmos, aplicação da legislação vigente, os valores

contratados, dentre outros aspectos.

Quanto aos pagamentos efetuados, as retenções estavam de acordo com as

normas, nota fiscal em conformidade e recolhimento das obrigações trabalhistas

devidamente efetuados.”

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Embora o parecer não especifique a seleção de itens para exame bem como a

delimitação do escopo (extensão dos itens examinados e a profundidade dos exames

realizados), as falhas e irregularidades encontradas pela CGU nas licitações e execução

de todos os contratos de terceirização de mão-de-obra examinados indicam que há

fragilidades nessas atividades da unidade, cuja identificação pela Auditoria Interna da

UFCG admite-se ser plenamente possível e razoável ocorrer.

A despeito de a Auditoria Interna da UFCG ter informado a realização de doze

ações em contratos de serviços continuados com fornecimento de mão de obra (apoio

administrativo e vigilância), em seis campi da UFCG, até 21 de novembro de 2014, o

Parecer não menciona nenhuma ressalva decorrente dos exames, muito embora a CGU

tenha detectado as seguintes situações:

(a) planejamento deficiente das contratações;

(b) restrição à competitividade;

(c) possibilidade ilegal de alterações contratuais;

(d) tratamento não isonômico entre contratadas;

(e) contratação de postos desnecessários;

(f) pagamento em duplicidade de serviço de portaria;

(g) contratação indevida por postos de trabalho em detrimento da contratação

por resultados, conforme prevê a IN MPOG/SLTI nº 02/2008;

(h) pagamentos de rubricas pelas contratadas aos colaboradores em valores

menores que os previstos nas propostas;

(i) controle manual de frequência; ausência de registros de frequência;

inexistência de análises sobre o efetivo cumprimento da carga horária dos

colaboradores;

(j) execução de serviços de vigilância diurna, quando edital, contratos e

pagamentos referem-se a serviços de vigilância noturna;

(k) retenções sobre faturamento utilizando o Simples Nacional quando os

valores totais das faturas foram utilizados regime comum de tributação; utilização de

percentual indevido de SAT;

(l) inserção de custos, sem embasamento legal, em planilha de formação de

preços de postos de serviços licitados e contratados.

Desse modo, conclui-se que as irregularidades recorrentes no planejamento, na

licitação e nos contratos de terceirização examinados pela CGU e apontados no

Relatório de Auditoria Anual de Contas poderiam ser detectadas, também, nas doze

ações empreendidas pela Auditoria Interna da UFCG em 2014, ensejando ressalvas no

Parecer de sua competência.

##/Fato##

Causa

A atuação deficiente da Unidade de Auditoria Interna é a causa imediata da

constatação.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

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Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação

dos fatos, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no

campo „fato‟.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Fazer cumprir o planejamento da Auditoria Interna da IFE de sorte

que os relatórios dos trabalhos realizados possam embasar o pronunciamento acerca da

gestão da unidade.

5.2.2.3 CONSTATAÇÃO

Deficiência na atuação da Auditoria Interna.

Fato

Durante o acompanhamento da unidade em 2014, verificou-se que o PAINT

2014 da entidade não foi objeto de prévia apreciação e aprovação formal pelo Conselho

Universitário da UFCG. Apenas em 13 de novembro de 2014, após questionamento da

equipe de auditoria da CGU, o Presidente do CONSUNI emitiu, ad referendum, parecer

favorável ao documento, encaminhado para apreciação em 10 de novembro de 2014.

Ressalte-se, ainda, que se tratou de documento idêntico à versão preliminar

encaminhada à CGU em 10 de janeiro de 2014, para análise prévia – portanto, ao qual

não foram incorporadas as alterações recomendadas por meio do Relatório de Auditoria

nº 201315712, de 27 de janeiro de 2014.

Naquela oportunidade verificou-se que, até a data de 21 de novembro de 2014, a

CCI não havia concluído nenhuma ação de auditoria no exercício. Instada a apresentar

“planilha resumo relativa a todas as auditorias realizadas pela [...] CCI em 2014

(constem ou não do PAINT 2014), incluindo as datas de conclusão planejada e realizada

para cada uma delas”, a unidade de auditoria interna apresentou uma planilha em que

são listadas catorze ações auditoriais, sendo uma relativa a atividades docentes; uma

relativa a uma dispensa de licitação; e as outras doze relativas à atuação de fiscais em

contratos de serviços continuados com fornecimento de mão de obra (apoio

administrativo e vigilância), em seis campi da UFCG. A situação de todas elas foi

reportada como “relatório preliminar” (ou “final”, em um dos casos) “em fase de

elaboração” ou “em fase de conclusão”, e não foram apresentadas as datas de conclusão

planejadas.

As ações de auditoria listadas não puderam ser cotejadas diretamente com as

planejadas no PAINT, pois estão em níveis de detalhamento diferentes; por exemplo,

enquanto na listagem apresentada cada linha correspondia a uma auditoria em um

contrato específico de serviços continuados, no PAINT havia uma só ação

correspondente (“contratos: verificar [se] as formalidades dos contratos continuados

estão em conformidade com as IN 02 e 03 da SLTI”). Esta ação do PAINT estava

prevista para ser concluída até 31 de outubro de 2014. Já as ações identificadas como

“processos licitatórios (1): verificar se os processos de dispensa e inexigibilidade estão

devidamente fundamentados” e “processos licitatórios (2): verificar se os procedimentos

licitatórios estão em conformidade com a legislação” tinham sua conclusão prevista

para 7 de novembro de 2014. Já a auditoria realizada sobre as atividades docentes não

estava explicitamente prevista no PAINT.

O PAINT 2014 previa ainda várias outras ações auditoriais – sobre

“sustentabilidade ambiental”; “cartões de pagamento”; “convênios, contratos, acordos

de cooperação ou outros”; “auxílio financeiro a estudantes”; “aluguéis dos imóveis”;

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“prestações de contas no sistema SCDP”; “assistência médica e odontológica aos

servidores e seus dependentes”; e “SISAC - admissão” – cuja realização não foi

reportada.

Em resumo, das onze ações auditoriais (áreas de atuação) planejadas no PAINT

2014 (sendo 8 delas com prazo de conclusão previsto para data anterior a 21 de

novembro de 2014), nenhuma havia sido concluída, e foi reportada atuação em apenas

duas delas (dispensas de licitação e contratos de serviços continuados). Ressalte-se que

esta situação de baixa execução do PAINT tem sido frequente nos últimos exercícios.

Adicionalmente, foi constatado que inexiste rotina de acompanhamento, pela

CCI, da implementação das recomendações de auditoria interna por ela emitidas, bem

como das recomendações da Controladoria-Geral da União (CGU) e das determinações

do Tribunal de Contas da União (TCU).

Instada a apresentar planilhas resumo relativas a todas as recomendações e

determinações emitidas (em 2014 ou em exercícios anteriores) pela CCI, pela CGU ou

pelo TCU e ainda pendentes de atendimento, “incluindo, para cada uma delas: número

do relatório; instrumento de contratação (contrato, convênio, etc.) e valor da

contratação, quando aplicável; texto da recomendação; e estágio de implementação”, a

unidade de auditoria interna apresentou: uma planilha em que são listadas seis

recomendações da CCI, sem especificação dos respectivos relatórios ou notas técnicas,

tampouco dos instrumentos ou valores de contratação, em que três das recomendações

constam como atendidas, e as demais como “aguardando informações” ou “ainda não

monitorado”; e outra planilha em que constam 34 determinações do TCU, exaradas em

seis Acórdãos, e ainda uma solicitação de informações, tendo sido informado que, “para

todas as determinações, a CCI estará monitorando o cumprimento se dará a partir da

segunda quinzena de dezembro de 2014” (sic). Quanto às recomendações da CGU, a

unidade informou apenas que “a CCI está no aguardo de que os gestores da UFCG

enviem tais recomendações para que estas sejam monitoradas”.

Por fim, por ocasião da apresentação do processo de contas de 2014 da UFCG,

ratificou-se a atuação deficiente da CCI, mediante informação do parecer de que “os

resultados dos trabalhos desenvolvidos pela Coordenação de Controle Interno estão

ainda em relatórios preliminares, restando a conclusão dos mesmos a fim de que possam

ser informados ao Magnifico Reitor e consequentemente aos setores auditados.”

##/Fato##

Causa

É provável que estejam ligadas ao comprometimento da independência,

autoridade e responsabilidade da unidade de auditoria interna, em função de

contradições e omissões normativas; e deficiência de recursos para o funcionamento da

unidade de auditoria interna.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

A unidade manifestou-se por meio do Ofício nº 003/2014/CCI/UFCG, de 21 de

novembro de 2014, conforme a seguir transcrito.

Com relação à intempestividade na aprovação e encaminhamento do PAINT

2014:

“8 [...] A CCI/UFCG reconhece a intempestividade pela não entrega do PAINT

de 2014 devidamente aprovado, porém, em virtude da UFCG ter feito a adesão à

EBSERH, empresa criada pelo Governo Federal para administrar os HU’s das IFES,

um grupo de estudantes, professores e servidores contrários à adesão, tem

sistematicamente inviabilizado o funcionamento do Conselho Pleno. Ressalte-se que as

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medidas legais estão sendo pela reitoria no sentido de reestabelecer a normalidade do

Conselho, por meio de ação judicial interdito Proibitório a ser ajuizada pela

Procuradoria Federal.”

Acerca da inexistência de rotina de acompanhamento, pela CCI, da

implementação das recomendações de auditoria por ela emitidas, bem como das

recomendações da CGU e das determinações do TCU:

“5. [...] Não há um monitoramento tempestivo por parte da CCI as suas

recomendações, porém, na segunda quinzena de dezembro e início do exercício

seguinte é feito um levantamento para saber se as mesmas foram atendidas pelos

demandados. [...]

7. [...] Não há um acompanhamento tempestivo por parte da CCI as

recomendações emanadas pela CGU e determinações pelo TCU, porém, na segunda

quinzena de dezembro e início do exercício seguinte é feito um levantamento para saber

se as mesmas foram atendidas pelos demandados.”

No tocante à baixa execução do PAINT 2014, não houve manifestação formal da

unidade. Em entrevista realizada em 4 de dezembro de 2014, o Coordenador de

Controle Interno da UFCG citou apenas a ocorrência da greve ocorrida no primeiro

semestre do exercício como fator que dificultou a realização dos trabalhos planejados.

Na mesma ocasião, o gestor confirmou não haver rotina de acompanhamento, pelo

Conselho Universitário, do andamento ou dos resultados dos trabalhos de auditoria

interna. A esse respeito, informou ainda o que segue, por meio do Ofício nº

005/2014/CCI/UFCG, de 10 de dezembro de 2014.

“Quando da abertura de cada trabalho de auditoria promovido pela

CCI/UFCG, inicialmente, comunicamos e enviamos ao Magnífico Reitor – Presidente

do CONSUNI – através de memorando, contendo em anexo a SA, o início da realização

dos trabalhos bem como, as demandas por informações e documentos necessários para

a realização dos mesmos.

Ainda, quando da conclusão do relatório final, enviamos ao Presidente do

CONSUNI, para que este tome ciência do resultado dos trabalhos e envie aos auditados

para conhecimento e o possível acatamento às recomendações nele dispostas.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Sobre a elaboração, apresentação, aprovação e execução do PAINT, a Instrução

Normativa CGU nº 07, de 29 de dezembro de 2006, que estabelece normas de

elaboração e acompanhamento da execução do Plano Anual de Atividades das

Auditorias Internas das entidades da administração indireta do Poder Executivo Federal,

estabelece o que segue:

“Art. 4º A proposta de PAINT será submetida à análise prévia da CGU ou dos

respectivos órgãos setoriais do Sistema de Controle Interno que fiscalizam a entidade,

até o último dia útil do mês de outubro do exercício anterior ao de sua execução.

Art. 5º As unidades de controle da CGU e os órgãos setoriais restituirão a

proposta de PAINT à entidade no prazo máximo de 20 (vinte) dias úteis a contar do seu

recebimento, com expressa manifestação sobre o cumprimento das normas e

orientações pertinentes, acrescida de observações sobre as atividades programadas e

recomendação, quando for o caso, de inclusão de ações de auditoria interna que não

tenham sido programadas pela entidade, para atendimento a pontos que sejam

relevantes segundo a avaliação do respectivo órgão de controle interno. [...]

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§ 2º O eventual não-atendimento às recomendações que tenham sido

adicionadas deverá ser devidamente justificado pela entidade quando do

encaminhamento do PAINT definitivo ao órgão de controle interno respectivo.

Art. 6º O Conselho de Administração ou instância de atribuição equivalente, ou,

em sua falta, o dirigente máximo da entidade, aprovará o PAINT do exercício seguinte

até o último dia útil do mês de dezembro de cada ano.

Art. 7º O PAINT, devidamente aprovado, será encaminhado ao respectivo órgão

de controle interno até o dia 31 (trinta e um) de janeiro de cada exercício a que se

aplica, juntamente com o Relatório Anual de Atividades de Auditoria Interna do

exercício anterior.

Art. 8º A auditoria interna encaminhará às respectivas unidades de controle

interno, em até 60 (sessenta) dias após sua edição, os relatórios ou documentos

equivalentes das auditorias realizadas.

Art. 9º As unidades de controle interno acompanharão a execução do PAINT

através dos relatórios encaminhados, ocasião em que analisarão o seu conteúdo,

extraindo-se as informações necessárias com vistas à racionalização das ações de

controle.” (Original sem grifo)

Com relação à intempestividade na aprovação e encaminhamento do PAINT

2014, a unidade atribuiu o fato à inviabilização do funcionamento do Colegiado Pleno

do Conselho Universitário por “um grupo de estudantes, professores e servidores

contrários à adesão” da UFCG à EBSERH. Considerando, porém, que o prazo

normativo para o encaminhamento à CGU do PAINT aprovado seria 31/01/2014, e que

a adesão da UFCG à EBSERH ocorreu em 26/03/2014, torna-se difícil aceitar a

justificativa apresentada como único fator que teria ensejado o fato. Ainda,

considerando que, após questionamento da equipe de auditoria da CGU, o documento

foi aprovado “ad referendum” pelo Presidente do CONSUNI, em 13/11/2014, não se

pode deixar de observar que tal providência poderia ter sido tomada há mais tempo, e

não no penúltimo mês do exercício, quando quase todas as ações de auditoria previstas

já deveriam ter sido realizadas. Ademais, como atestam os documentos acostados ao

processo nº 23096.050977/14-87, apenas em 10/11/2014 o documento foi encaminhado

para apreciação e aprovação – repita-se, sem as alterações recomendadas pela CGU em

sua análise prévia (Relatório de Auditoria nº 201315712, de 27/01/2014).

No tocante à baixa execução do PAINT 2014, o Coordenador da CCI citou

apenas a ocorrência da greve ocorrida no primeiro semestre do exercício como fator que

dificultou a realização dos trabalhos. Ressalte-se, novamente, que esta situação tem sido

frequente nos últimos exercícios. A título de exemplo, observe-se o seguinte trecho do

Relatório de Auditoria nº 201315649, de 3 de fevereiro de 2014.

“Em análise ao PAINT-2013 [...] constatamos a não execução de auditorias na

área de Sustentabilidade Ambiental; Convênios, contratos, acordos de cooperação ou

outros; Auxílio Financeiro a Estudantes; Aluguéis de Imóveis; Assistência Médica e

Odontológica aos Servidores e Admissões no sistema SISAC.

Vale salientar a existência de outros trabalhos de auditoria pendentes de

conclusão ou de encaminhamento à CGU-Regional/PB como os referentes à Auditoria

de Processos Licitatórios, Contratos e Cartões de Pagamento.

Conforme manifestação da CCI a inexecução integral das atividades previstas

no PAINT/2013 ocorreu devido à priorização de outras áreas cujas demandas

ocorreram durante o exercício, bem como pela ausência de conhecimento específico

para as análises necessárias em determinadas áreas.

Em síntese, a CCI apresentou as seguintes justificativas para a não realização

integral do PAINT/2013:

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Nº Área/Objeto da Auditoria Justificativa para a não Realização

01 Sustentabilidade Ambiental “Em virtude da complexidade do assunto, a

CCI estará atuando nesta ação a partir de

2014.”

02 Convênios, contratos,

acordos de cooperação ou

outros

“A UFCG não mais se conveniou com

instituições outras.”

03 Auxílio Financeiro a

Estudantes

“A CCI já programando para janeiro de 2014

os trabalhos de auditoria.”

04 Aluguéis de Imóveis “A CCI já fez gestão junto a Prefeitura

Universitária que é o setor que administra os

contratos, para agendar os trabalhos.”

05 Assistência Médica e

Odontológica aos Servidores

“A CCI priorizou a área de pessoal do

HUAC.”

06 Admissões no sistema SISAC “A CCI não tem pessoal treinado nesta área

para atuar.”

[...]”

Note-se que as áreas de atuação previstas no PAINT 2014 em que não houve

atuação da CCI são praticamente as mesmas do exercício de 2013, acrescidas das áreas

“cartões de pagamento” e “prestações de contas no sistema SCDP”. Ainda, para três

delas (“sustentabilidade ambiental”, “auxílio financeiro a estudantes” e “aluguéis dos

imóveis”) a CCI afirmara em janeiro de 2014 que tais trabalhos seriam realizados no

exercício – um deles em janeiro. Quanto à área de instrumentos de transferência de

recursos (convênios e afins), a unidade afirmara que não vinha se utilizando desse tipo

de instrumento – porém manteve esta ação no PAINT 2014, contradição apontada pela

CGU quando da análise da versão preliminar do documento (Relatório de Auditoria nº

201315712, que afirmou: “os trabalhos específicos de auditoria, apesar de focarem

áreas essenciais da UFCG, reproduzem o mesmo planejamento do PAINT 2013”). No

tocante às admissões no Sistema de Apreciação e Registro dos Atos de Admissão e

Concessões (Sisac), apesar de ter afirmado não contar com pessoal capacitado para

desenvolver o trabalho, a previsão de realização da ação foi mantida no PAINT 2014,

mesmo sem a correspondente previsão de ação de capacitação específica nesta área.

No que concerne à inexistência de rotina de acompanhamento, pela CCI, da

implementação das recomendações de auditoria por ela emitidas, bem como das

recomendações da CGU e das determinações do TCU, a manifestação do gestor da CCI

confirma os fatos apontados. Ressalte-se que o PAINT 2014 previa a alocação de 120

homens-hora para “acompanhar o atendimento das determinações do TCU e as

recomendações da CGU e CCI”.

No tocante à inexistência de rotina de acompanhamento, pelo Conselho

Universitário, do andamento ou dos resultados dos trabalhos de auditoria interna, as

manifestações do gestor confirmam os fatos apontados. O citado envio de documentos

relativos à realização e finalização dos trabalhos ao Presidente do CONSUNI não é

suficiente para caracterizar o efetivo acompanhamento das atividades pelo órgão

colegiado máximo da UFCG.

Pelo exposto, verifica-se que a atuação da unidade de auditoria interna da UFCG

tem sido deficiente, caracterizada principalmente pela baixa execução do PAINT e pela

ausência de rotina de acompanhamento da implementação das recomendações da CCI e

da CGU, bem como das determinações do TCU. Considerando a ligação dos fatos com

os relatados nos dois itens anteriores do presente relatório (quais sejam:

comprometimento da independência, autoridade e responsabilidade da unidade de

auditoria interna, em função de contradições e omissões normativas; e deficiência de

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recursos para o funcionamento da unidade de auditoria interna), cabe complementar as

recomendações já emitidas nos citados itens, com medida específica quanto ao

acompanhamento da implementação de providências pela unidade.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Implementar uma rotina de acompanhamento, pela CCI, do

atendimento às recomendações de auditoria por ela emitidas, bem como às

recomendações da CGU e às determinações do TCU, envolvendo a utilização de

ferramenta de controle informatizada.

5.2.2.4 CONSTATAÇÃO

Comprometimento da independência, autoridade e responsabilidade da unidade de

auditoria interna, em função de contradições e omissões normativas.

Fato

Verifica-se que nem o Estatuto da UFCG, aprovado pela Resolução nº 05/2002

do Conselho Universitário (CONSUNI), de 4 de outubro de 2002, nem o Regimento

Geral da Universidade, aprovado pela Resolução nº 04/2004 do CONSUNI, de 16 de

setembro de 2004, fazem qualquer referência a uma unidade de auditoria interna. Já o

Regimento da Reitoria, aprovado pela Resolução nº 06/2005 do CONSUNI, de 16 de

agosto de 2005, cita entre as comissões permanentes que integram a estrutura da

Reitoria a “Comissão de Controle Interno – CCI” (Art. 31, IV), sem que lhe sejam

definidas competências ou atribuições.

Ainda, a Resolução nº 07/2003 do CONSUNI, de 26 de setembro de 2003,

aprova o Regimento Interno da “Coordenação de Controle Interno da UFCG”. O

Regimento, em seu Art. 1º, define a CCI como “órgão técnico de controle” da

Universidade, que “funciona junto ao Conselho Universitário”. Verifica-se, assim,

contradição entre os regimentos da Reitoria e da CCI, tanto no tocante à sua

nomenclatura quanto à sua vinculação.

Adicionalmente, apesar do Regimento Interno da CCI ter sido aprovado pelo

Conselho Universitário, não há determinação regimental expressa nesse sentido.

Também não há previsão normativa acerca de outros atos do CONSUNI relativos às

atividades da unidade de auditoria interna, como aprovação do Plano Anual de

Atividades de Auditoria Interna (PAINT) – e de suas alterações – ou acompanhamento

de sua execução.

##/Fato## No âmbito da UFCG, as políticas e os procedimentos relativos à atividade de

auditoria interna estão normatizados no Regimento Interno da CCI. Comparando as

disposições do normativo com as normas do The Institute of Internal Auditors (IIA),

constatam-se algumas lacunas.

Primeiramente, o Regimento Interno da CCI não define, ao menos nos termos

recomendados pelo IIA, a missão da unidade de auditoria interna. Também não há

disposições sobre a elaboração do PAINT, nem sobre a necessidade de sua aprovação

pelo CONSUNI, tampouco quanto à obrigatoriedade da CCI reportar-se regularmente

àquele conselho acerca do andamento e dos resultados dos trabalhos desenvolvidos,

conforme já comentado.

Ainda, não há delimitação clara no tocante à amplitude dos trabalhos da unidade

de auditoria interna. Ao contrário, alguns dispositivos vão no sentido oposto,

sinalizando a possibilidade de os auditores internos realizarem atividades típicas de

gestão, como a seguir transcrito:

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“Art. 6º Compete ao Coordenador de Controle Interno: [...]

VII – pronunciar-se sobre questões relativas à interpretação de normas,

instruções de procedimentos e sobre qualquer outro assunto, no âmbito de sua

competência ou atribuição; [...]

Art. 7º Compete ao Corpo Técnico: [...]

X – emitir pareceres sobre matéria de natureza contábil, orçamentária,

financeira, patrimonial e operacional que lhes submeterem a exames, para subsidiar

decisão superior;”

##/Fato##

Causa

Estabelecimento do marco regulatório da Auditoria Interna da IFE mediante normas que

apresentam conflito entre si bem como elaboração do Regimento Interno sem

conhecimento das boas práticas recomendadas pelo IIA.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

A unidade manifestou-se por meio do Ofício nº 462/R/GR/UFCG, de 16 de

dezembro de 2014, conforme a seguir transcrito.

“a) A UFCG foi criada mediante o desmembramento da UFPB no ano de 2002;

b) A Resolução nº 06/2005-Regimento da Reitoria, em seu inciso IV do Art. 31,

expressa que a CCI é uma comissão permanente da UFCG;

c) Já a Resolução nº 07/2013 (sic) do CONSUNI que aprovou o Regimento

interno da Coordenação de Controle Interno da UFCG, foi a época, baseada nos

moldes da que havia na UFPB em consonância com o Decreto nº 3.591/2000, que por

lapso, não atentou para o Regimento da Reitoria já devidamente aprovado;

Vale ressaltar, que em virtude da UFCG ter aderido a EBSERH, um grupo de

alunos, professores e servidores técnico administrativos, vem repetidamente durante o

exercício de 2014, provocando balbúrdias nas reuniões do CONSUNI, ocasionando

uma deficiência considerável nas tratativas de modificação dos normativos desta

instituição.

Ademais, mediante as constatações, as recentes modificações introduzidas no

âmbito da gestão pública, com a convergência as normas contábeis internacionais, bem

como as recentes ações almejadas pelos órgãos de controle no que concerne à

Governança Aplicada aos Órgãos e Entidades da Administração Pública, a UFCG irá

adequar os Regimentos da Reitoria e da CCI, aos padrões legais e necessários que o

momento requer.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Em sua manifestação, a unidade confirmou os fatos apontados, e afirmou que

“irá adequar os Regimentos da Reitoria e da CCI”. Afirmou ainda que, quando da

aprovação do Regimento Interno da CCI, “por lapso”, não se teria atentado para o

estabelecido no Regimento da Reitoria, “já devidamente aprovado”; porém, como já

comentado, o Regimento Interno da CCI (Resolução nº 07/2003 do CONSUNI, de

26/09/2003) é anterior ao Regimento da Reitoria (Resolução nº 06/2005 do CONSUNI,

de 16/08/2005).

Um dos quesitos que podem ser utilizados para medir o grau de independência

da unidade de auditoria interna corresponde a seu posicionamento na estrutura

organizacional. A esse respeito, o Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de 2000, que

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dispõe sobre o Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, estabelece, em

seu art. 15, §§ 3º e 4º, o que segue:

“Art. 15. (omissis)

§ 3º A auditoria interna vincula-se ao conselho de administração ou órgão de

atribuições equivalentes.

§ 4º Quando a entidade da Administração Pública Federal indireta não contar

com conselho de administração ou órgão equivalente, a unidade de auditoria interna

será subordinada diretamente ao dirigente máximo da entidade, vedada a delegação a

outra autoridade.”

Sobre o tema, a Instrução Normativa SFC nº 01, de 6 de abril de 2001, que

define diretrizes, princípios, conceitos e aprova normas técnicas para a atuação do

Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, reitera e justifica o

posicionamento retrocitado, afirmando que “essa vinculação tem por objetivo

proporcionar à unidade de auditoria interna um posicionamento suficientemente

elevado de modo a permitir-lhe desincumbir-se de suas responsabilidades com

abrangência e maior independência”.

Além da questão da vinculação (na verdade, decorrente dela), o envolvimento do

conselho de administração (ou órgão equivalente) na definição dos normativos que

regem a atividade da unidade de auditoria interna, bem como no acompanhamento de

sua atuação e desempenho, é fundamental para garantir que tal atividade seja

desempenhada com independência. A esse respeito, convém citar que, conforme as

Normas Internacionais para a Prática Profissional de Auditoria Interna (Normas), do

The Institute of Internal Auditors (IIA), a independência dentro da organização se

alcança de forma efetiva quando o executivo chefe de auditoria se reporta

funcionalmente ao conselho. Alguns exemplos de reporte funcional ao Conselho

implicam que este:

– aprove o estatuto de auditoria interna;

– aprove o planejamento de auditoria;

– receba comunicações do executivo chefe de auditoria sobre o desempenho do

plano de auditoria interna e outros assuntos;

– aprove as decisões referentes à nomeação e exoneração do executivo chefe de

auditoria;

– formule questionamentos adequados à administração e ao executivo chefe de

auditoria para determinar se existem escopos inadequados ou limitações de recursos.

Cabe ressaltar que o Regimento Interno da CCI, em seu Art. 4º, I, estabelece que

“a designação ou exoneração do Coordenador do Controle Interno será submetida pelo

Reitor à aprovação do Conselho Universitário”, em conformidade com o disposto no §

5º do Art. 15 do Decreto nº 3.591/2000 e com o recomendado pelo IIA.

Pelo exposto, verifica-se que a independência da unidade de auditoria interna da

UFCG é desfavorecida, tanto pelas contradições entre os regimentos da Reitoria e da

CCI no tocante à sua vinculação (e mesmo nomenclatura), quanto pela ausência de

determinações regimentais e normativas que estabeleçam o envolvimento direto do

Conselho Universitário na aprovação e acompanhamento das atividades de auditoria

interna.

Ressalte-se que as Normas do IIA têm como propósitos: delinear os princípios

básicos que representam a prática de auditoria interna; fornecer uma estrutura para a

execução e promoção de um amplo espectro de auditoria interna de valor agregado;

estabelecer as bases para a avaliação de desempenho da auditoria interna; e promover a

melhoria dos processos e operações organizacionais.

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As Normas do IIA estabelecem que “o propósito, a autoridade e a

responsabilidade da atividade de auditoria interna devem estar formalmente definidos

em um estatuto de auditoria interna”, e ainda que “o executivo chefe de auditoria deve

estabelecer políticas e procedimentos para orientar a atividade de auditoria interna”.

Dispõem também que o normativo que tratar de tais políticas e procedimentos deve:

– definir a missão, a responsabilidade e a autoridade da unidade de auditoria

interna;

– delimitar a atuação dos trabalhos de auditoria interna, evitando que sejam

desempenhadas tarefas de gestão administrativa, próprias de gestores; e

– estabelecer as normas que devem ser seguidas pelos auditores, evitando

conflitos de interesses e favorecendo a imparcialidade e objetividade dos trabalhos.

Segundo o Internal Audit Capability Model (IA-CM) for the Public Sector, do

IIA, a missão da unidade de auditoria interna é prover, de forma independente e

objetiva, serviços de atestação e consultoria com o intuito de adicionar valor e melhorar

as operações da organização.

Com relação à delimitação de escopo dos trabalhos de auditoria interna, o IIA

estabelece que deve constar de normativo interno que a unidade de auditoria interna

deve ter como objetivo determinar se os controles internos, a gestão de riscos e a

governança da organização estão funcionando adequadamente, de forma a garantir que:

– os riscos são adequadamente identificados e administrados;

– a interação entre os diversos grupos responsáveis pela governança ocorre

quando necessário;

– as informações operacionais, gerenciais e financeiras são acuradas, confiáveis

e tempestivas;

– os atos dos servidores estão em conformidade com políticas, padrões,

procedimentos, leis e regulamentos aplicáveis;

– a interação da organização com terceiros, inclusive fornecedores, está em

conformidade com políticas, padrões, procedimentos, leis e regulamentos aplicáveis;

– os ativos e recursos são adquiridos com economicidade, eficientemente

utilizados e adequadamente protegidos;

– os programas, planos e objetivos organizacionais são atingidos;

– qualidade e melhoria contínua são promovidas no âmbito dos processos de

controle da organização; e

– problemas de conformidade legal dentro da organização são apropriadamente

reconhecidos e tratados.

O IIA trata ainda das responsabilidades do executivo chefe de auditoria. A esse

respeito, cabe ressaltar alguns dispositivos do Regimento Interno da CCI que fortalecem

a atuação do Coordenador da CCI e de seu corpo técnico, em conformidade com o

estabelecido pelo IIA, destacando-se os seguintes:

“Art. 5º Compete à Coordenação de Controle Interno: [...]

VII – analisar e avaliar os controles internos adotados, com vistas a garantir a

eficiência e eficácia dos respectivos controles; [...]

Art. 6º Compete ao Coordenador de Controle Interno: [...]

III – representar a Coordenação de Controle Interno perante o Conselho

Superior e demais Órgãos e Unidades descentralizadas; [...]

V – subsidiar os Conselhos Superiores e o Dirigente máximo, fornecendo

informações que visem auxiliar nas tomadas de decisões; [...]

Art. 7º Compete ao Corpo Técnico: [...]

III – determinar o universo e a extensão dos trabalhos, definindo o alcance dos

procedimentos a serem utilizados, estabelecendo as técnicas apropriadas; [...]

Art. 8º (omissis)

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§2º – Os dirigentes de entidades e unidades ligadas direta ou indiretamente à

Instituição devem proporcionar ao corpo técnico amplas condições para o exercício de

suas funções, permitindo-se livre acesso a informações, dependências e instalações,

bens, títulos, documentos e valores. [...]

Art. 10. As demandas de informações e providências emanadas pela

Coordenação de Controle Interno terão prioridade administrativa na Instituição, e sua

recusa ou atraso importará em representação para os órgãos superiores.

Art. 11. Quando dos trabalhos de campo, em havendo necessidade de

especialista fora da área de atuação do auditor, poderá ser requisitado, pelo

Coordenador do Controle Interno, profissional habilitado para acompanhar os

trabalhos a serem executados.”

Pelo exposto, apesar de existirem pontos de aderência, verifica-se que o

Regimento Interno da CCI não se conforma plenamente aos princípios e normas do IIA,

apresentando lacunas em relação à institucionalização do funcionamento da unidade de

auditoria interna.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Alterar o Regimento da Reitoria de modo a eliminar as contradições

com o Regimento Interno da CCI no tocante à sua nomenclatura e vinculação.

Recomendação 2: Incluir determinações regimentais e normativas que estabeleçam o

envolvimento direto do Conselho Universitário na aprovação e acompanhamento das

atividades da unidade de auditoria interna, em especial no tocante à obrigatoriedade de:

(a) aprovação do Regimento Interno da CCI pelo CONSUNI; (b) aprovação do PAINT

e de suas eventuais alterações pelo CONSUNI; e (c) acompanhamento regular, pelo

CONSUNI, do desempenho da CCI na execução do PAINT, incluindo o andamento e os

resultados dos trabalhos.

Recomendação 3: Alterar o Regimento Interno da CCI de modo a elevar seu grau de

aderência aos princípios e normas do IIA com relação à institucionalização do

funcionamento da unidade de auditoria interna, em especial no tocante a: (a) definição

da missão da unidade de auditoria interna; (b) elaboração do PAINT e sua submissão à

aprovação do CONSUNI; (c) vedação expressa da atuação de auditores internos em

atividades típicas de gestão; e (d) fornecimento de serviços de consultoria à

administração com o intuito de adicionar valor e melhorar as operações da organização,

sem que os auditores assumam responsabilidades de gestão.

5.2.2.5 CONSTATAÇÃO

Deficiência de recursos para o funcionamento da unidade de auditoria interna.

Fato

Foi constatada deficiência de recursos materiais e humanos para o

funcionamento da unidade de auditoria interna da UFCG.

Na porta de entrada da unidade, há uma identificação em que se lê “Comissão de

Controle Interno”, nomenclatura divergente da estabelecida no Regimento Interno da

CCI, qual seja, “Coordenação de Controle Interno”.

As instalações físicas da CCI não são apropriadas para o desenvolvimento de

suas atividades. Trata-se de duas salas contíguas, com área total de 34m2, interligadas

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por uma porta de acesso entre elas – sendo uma delas, de 13m2, ocupada pelo

Coordenador da CCI, e a outra, de 21m2, ocupada pelos demais auditores internos. A

média na sala dos auditores é de 4,2m2 por servidor. Não há sala específica para a

realização de reuniões, ou adequada à utilização por equipes de auditoria externas à

instituição. Além disso, ambas as salas apresentam danos e rachaduras nas paredes e

tetos. Há um buraco no forro de gesso fechado com papel e fita adesiva, para evitar que

por ele passem poeira e sujeira para dentro da sala.

O ambiente é climatizado, dispondo de dois aparelhos de ar condicionado, um

em cada sala. Em um deles, na sala do Coordenador da CCI, verifica-se infiltração de

água na alvenaria. Na mesma sala, observa-se uma instalação lógica inadequada, com

cabos da rede lógica “brotando” de dentro da alvenaria, inexistindo caixa ou duto de

passagem.

Também em relação ao mobiliário verificam-se problemas pontuais, havendo

cadeiras danificadas. As mesas de trabalho dos auditores e demais itens do mobiliário

disponível, como armários e estantes, são adequados ao desenvolvimento dos trabalhos.

Os equipamentos de que dispõe a CCI, de forma geral, são adequados ao

desenvolvimento de suas atividades. O número de computadores de mesa disponíveis

supera o de servidores, e há ainda dois computadores portáteis que podem ser utilizados

nos trabalhos de campo. A CCI dispõe ainda de dois ramais telefônicos, um aparelho de

fax, uma impressora multifuncional (com capacidade de digitalizar documentos), uma

máquina fotográfica digital, um digitalizador portátil, uma fragmentadora de papel e um

bebedouro (tipo “gelágua”). A esse respeito, sente-se falta, na sala dos auditores,

principalmente de uma impressora (a única disponível fica na mesa do Coordenador da

CCI), e também de ao menos mais um ramal telefônico (há apenas um).

Foto – Rachaduras na parede e teto da sala do

Coordenador da CCI. Campina Grande (PB), 4 de

dezembro de 2014.

Foto – Rachaduras na parede e teto da sala dos

auditores da CCI. Campina Grande (PB), 4 de

dezembro de 2014.

Foto – Infiltração de água do ar condicionado na

parede da sala do Coordenador da CCI. Campina

Grande (PB), 4 de dezembro de 2014.

Foto – Buraco no forro de gesso, coberto com

papel e fita adesiva. Campina Grande (PB), 4 de

dezembro de 2014.

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Foto – Instalação lógica inadequada na sala do

Coordenador da CCI. Campina Grande (PB), 4 de

dezembro de 2014.

Foto – Cadeira danificada na sala dos auditores da

CCI. Campina Grande (PB), 4 de dezembro de

2014.

A CCI conta com um quadro de seis servidores, incluindo o seu Coordenador.

Com base no histórico de baixa execução do PAINT nos últimos exercícios, pode-se

considerar este quadro insuficiente.

Ainda, Verifica-se que não há uma política formalizada de capacitação dos

auditores internos. Nos últimos exercícios, têm predominado treinamentos realizados no

âmbito do Fórum Nacional de Auditores Internos (FONAI) e do Programa Capacita, da

CGU.

##/Fato##

Causa

Disfunção estrutural relacionada à falta de priorização de recursos para a

Auditoria Interna e à inexistência de política de capacitação dos auditores internos

ocasionaram as falhas.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Acerca da deficiência de recursos materiais e humanos para o funcionamento da

CCI, unidade manifestou-se por meio do Ofício nº 462/R/GR/UFCG, de 16 de

dezembro de 2014, conforme a seguir transcrito.

“Cabe registrar que a Universidade Federal de Campina Grande em função do

processo de implantação tem deixado algumas unidades com algumas carências em seu

funcionamento, mas sempre motivada a efetuar suas correções.

Neste sentido será efetivada as correções necessárias, garantindo as condições

concretas para atender a estrutura organizacional da Auditoria Interna. A seguir será

descrito medidas adotas e a previsão de concretização. [...]

a) Não temos previsão de construção de novas edificações, no entanto estamos

realizando uma reestruturação e adequação de espaços físicos existentes. Há no bloco

AB, alguns espaços que estamos planejando realizar uma nova estruturação,

concentrando as comissões permanentes, a exemplo da CPPAD já devidamente

instalada. Estimamos que até meados do próximo ano, estaremos também instalando a

CPPD, CPACE, CPA e CCI. No novo espaço, será instalado sistema de refrigeração e

rede lógica.

b) No ano passado e neste ano realizamos processo de licitação na modalidade

Registro de Preços, para atender os órgãos e as unidades vinculadas a nossa

instituição, que tivessem deficiência em seu mobiliário. Nos mencionados, O TCU

suspendeu a licitação e depois determinou o cancelamento do certame. Em 2015,

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voltaremos a abrir novo processo licitatório, visando contemplar todos os setores da

UFCG, inclusive a CCI.

c) Iremos autorizar formalmente a Pró-Reitoria de Administração a instalação

de uma impressora multifuncional a empresa que detém o atual contrato de locação de

máquinas fotocopiadora. Com respeito a linha telefônica, o atual prédio não comporta

expansão de novos ramais. Esperamos contemplar este item, no novo espaço

mencionado.

Todo o processo de instalação do novo ambiente que abrigará a CCI, atendendo

as condições necessárias ao seu bom funcionamento, está prevista para ser concluída

até o final do 1º semestre civil de 2015.”

Especificamente sobre a inexistência de política formalizada de capacitação dos

auditores internos, a unidade manifestou-se por meio do Ofício nº

005/2014/CCI/UFCG, de 10 de dezembro de 2014, conforme segue.

“Não há uma política formal direcionada para os membros da CCI, porém,

existe na UFCG uma Coordenação de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas com o

objetivo de implantar a Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal regida pelo

Decreto nº 5.707/06 e o Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em

Educação estruturado por meio da Lei nº 11.091/05 e regulamentado pelos Decretos

nºs 5.824 e 5.825 de 30 de junho de 2006, que tem como atribuições:

a) Avaliação de Desempenho Funcional;

b) Concessão de Progressão por Mérito Profissional;

c) Avaliação de Estágio Probatório para o pessoal técnico-administrativo;

d) Planejamento, Coordenação e execução do Plano anual de Capacitação

anual nas modalidades presencial e a distância;

e) Análise de processos para concessão de Progressão por Capacitação

Profissional;

f) Análise de processos para concessão de Incentivo à Qualificação;

g) Outras atividades da mesma natureza.

Destarte, a UFCG através das PORTARIAS – em anexo – R/SRH/Nº 1925/2012

Regulamenta o Programa de Capacitação e Desenvolvimento de Talentos dos

servidores integrantes do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em

Educação da Universidade Federal de Campina Grande, e da PORTARIA R/SRH/Nº

1926/2012 Regulamenta a Capacitação de Servidores Técnico-Administrativos da

Universidade Federal de Campina Grande na modalidade à distância.

Além do que, semestralmente a UFCG autoriza que 02 (dois) membros da CCI

participem dos FONAITec realizado pela Associação Nacional dos Servidores

Integrantes das Auditorias Internas do MEC. Excepcionalmente, no segundo semestre

de 2014 a UFCG autorizou que todos os seus membros participassem do 41º

FONAITec, ocorrido na cidade de João Pessoa, no período de 24 a 28 de novembro.

Ademais, a CCI em consonância com a Reitoria incentiva a participação de seus

membros em cursos de capacitação oferecidos pela INTERLEGIS, ENAP, TCU, ESAF,

etc.”

O documento apresenta ainda tabelas com o detalhamento das capacitações de

que participaram os servidores da CCI no exercício de 2014. Trata-se de dez eventos,

totalizando 498 homens-hora.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

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Sobre os recursos materiais e humanos para o funcionamento da unidade de

auditoria interna, o Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de 2000, que dispõe sobre o

Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, estabelece, em seu art. 14, o

que segue:

“Art. 14. As entidades da Administração Pública Federal indireta deverão

organizar a respectiva unidade de auditoria interna, com o suporte necessário de

recursos humanos e materiais, com o objetivo de fortalecer a gestão e racionalizar as

ações de controle.” (Original sem grifo)

Ainda, as Normas do IIA estabelecem que “o executivo chefe de auditoria deve

assegurar que os recursos de auditoria interna sejam apropriados, suficientes e

eficazmente aplicados para o cumprimento do planejamento aprovado”. E esclarecem

os conceitos associados: “Apropriado refere-se à combinação de conhecimentos,

habilidades e outras competências necessárias para executar o planejamento.

Suficiente refere-se à quantidade de recursos necessários para cumprir o planejamento.

Os recursos são aplicados eficazmente quando são utilizados de forma a otimizar o

cumprimento do planejamento aprovado.”.

Conforme relatado, foi constatada deficiência de recursos materiais e humanos

para o funcionamento da unidade de auditoria interna da UFCG, em termos de

instalações físicas, mobiliário, equipamentos e pessoal.

Em sua manifestação, a unidade confirmou os fatos apontados, e afirmou que

serão efetivadas “as correções necessárias”, com a transferência da CCI para outro

espaço, a ser preparado, até o final do primeiro semestre de 2015. Informou ainda

providências pontuais a serem adotadas em relação ao mobiliário e equipamentos.

Especificamente acerca do tema da capacitação, as Normas do IIA estabelecem o

que segue:

“Os auditores internos devem possuir o conhecimento, as habilidades e outras

competências necessárias ao desempenho de suas responsabilidades individuais. A

atividade de auditoria interna deve possuir, ou obter, coletivamente o conhecimento, as

habilidades e outras competências necessárias ao desempenho de suas

responsabilidades.”

A esse respeito, em sua manifestação, o gestor reconhece que “não há uma

política\ formal direcionada para os membros da CCI”, porém apresenta os normativos

que regem o tema da capacitação, bem como informações sobre a participação de

auditores internos em eventos do gênero, dando a entender que considera a situação

atual satisfatória.

Como já comentado, nos últimos exercícios têm predominado treinamentos

realizados no âmbito do Fórum Nacional de Auditores Internos (FONAI) e do Programa

Capacita, da CGU. Tais ações, porém, não são coordenadas ou orientadas conforme as

necessidades específicas de capacitação dos auditores internos da CCI. Ressalte-se

ainda que o planejamento das ações de capacitação para os auditores, constante da

versão preliminar do PAINT 2015, foi considerado genérico e superficial, conforme

consta do Relatório de Auditoria nº 201411597, desta CGU.

Assim, foi constatado que não há uma política formalizada de capacitação dos

auditores internos da UFCG, o que seria de suma importância para dotar a unidade de

auditoria interna de conhecimentos, habilidades e outras competências necessárias ao

desempenho de suas responsabilidades institucionais. Ressalte-se que isto pode ser feito

de forma integrada à política de capacitação geral da UFCG, contanto que sejam

contempladas as necessidades específicas dos auditores internos.

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Pelo exposto, verifica-se que a realização dos trabalhos da unidade de auditoria

interna da UFCG é desfavorecida pela deficiência de recursos materiais e humanos.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Dotar a CCI dos recursos materiais e humanos necessários ao

adequado desenvolvimento de suas atividades e desempenho de suas atribuições,

incluindo instalações físicas, mobiliário, equipamentos, pessoal e treinamento.

Recomendação 2: Formalizar uma política de capacitação dos auditores internos da

UFCG.

5.2.2.6 INFORMAÇÃO

Estrutura e atuação da Auditoria Interna - IFE.

Fato

A avaliação da estrutura e da atuação da Auditoria Interna da UFCG está consolidada

nos quadros a seguir:

Quadro I – Estrutura da Unidade da Auditoria Interna da UFCG.

Questões Itens Critérios Evidências

1) Qual a posição da

Audin no organograma

da entidade?

Vinculada ao Conselho

Universitário da UFCG,

conforme Resolução

Consuni nº 7/2003, que

aprovou o Regimento

Interno da Coordenação

de Controle Interno da

UFCG;

Integra a estrutura da

Reitoria, como

Comissão de Controle

Interno – CCI, conforme

Resolução Consuni nº

6/2005, que aprovou o

Regimento da Reitoria.

Quanto à vinculação, a

unidade de auditoria

interna ou o auditor

interno deverão estar

subordinados ao

conselho de

administração ou a

órgão de atribuições

equivalentes. Caso a

entidade não conte

com conselho de

administração ou

órgão equivalente, a

auditoria interna ou o

auditor interno

subordinar-se-ão

diretamente ao

dirigente máximo da

entidade, vedado

delegar a vinculação a

outra autoridade. Essa

vinculação tem por

objetivo proporcionar

à unidade de auditoria

interna um

posicionamento

suficientemente

elevado de modo a

permitir-lhe

desincumbir-se de

suas responsabilidades

com abrangência e

maior independência.

(IN-SFC nº 1/2001,

cap.X, item 8).

Resolução Consuni nº

7/2003;

Resolução Consuni nº

6/2005.

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Questões Itens Critérios Evidências

Os auditores internos

devem se reportar ao

chefe da Audin, que,

por seu turno, deve se

reportar

funcionalmente ao

Conselho Diretor ou

órgão colegiado

(deliberativo)

equivalente e

administrativamente

ao reitor.

2) O Conselho

Deliberativo da IFE:

O Conselho

Deliberativo deve:

2.1) Aprova o

regulamento da Audin?

Sim - Aprovar o

regulamento da Audin;

Resolução Consuni nº

7/2003.

2.2) Aprova o Paint? Não - Aprovar o plano

anual de auditoria

(idealmente baseado

na identificação de

riscos);

Não há previsão

normativa.

2.3) Recebe

comunicações da Audin

sobre o cumprimento do

Paint?

Não - Receber

comunicações do

auditor-chefe a

respeito do

desempenho da Audin

relativamente ao

cumprimento do Paint;

Não há previsão

normativa.

2.4) Aprova as decisões

sobre nomeação e

exoneração do auditor-

chefe?

Sim - Aprovar as decisões

sobre nomeação e

exoneração do auditor-

chefe;

- Inquirir o reitor e o

auditor-chefe a fim de

identificar qualquer

limitação de escopo e

recursos que possam

dificultar o trabalho da

Audin;

Resolução Consuni nº

7/2003.

3) Existe uma política

formalizada no

regulamento/estatuto/

regimento da IFE que:

Existência de política

formalizada para:

3.1) Defina a missão da

Audin?

Não - Definir a missão, a

responsabilidade e a

autoridade da Audin;

- Delimitar a atuação

dos trabalhos da

Audin, evitando que

desempenhe tarefas de

gestão administrativa,

próprias de gestores;

- Estabelecer as

normas que devem ser

seguidas pelos

auditores internos a

fim de evitarem

conflitos de interesses

e favorecer a

imparcialidade e a

objetividade nos

Não há previsão

normativa.

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Questões Itens Critérios Evidências

resultados dos

trabalhos;

3.2) Defina as

responsabilidades do

auditor-chefe perante o

Conselho Deliberativo da

IFE?

Não - // - Não há previsão

normativa.

3.3) Estabeleça que o

auditor-chefe deva

opinar sobre a adequação

e a efetividade dos

controles internos

administrativos da IFE?

Sim - // - Resolução Consuni nº

7/2003, Art. 5º, VII.

3.4) Estabeleça que o

auditor-chefe deva

opinar sobre a gestão de

riscos realizada na IFE?

Não - // - Não há previsão

normativa.

3.5) Estabeleça que o

auditor-chefe deva

informar sobre o

andamento e os

resultados do Paint ao

Conselho Deliberativo e

à alta administração?

Não - // - Não há previsão

normativa.

3.6) Estabeleça que o

auditor-chefe deva

informar sobre a

suficiência dos recursos

financeiros, materiais e

de pessoal destinados à

Audin ao Conselho

Deliberativo e à alta

administração?

Não - // - Não há previsão

normativa.

3.7) Defina que o

auditor-chefe é

responsável pelo

alinhamento da atuação

da Audin com os riscos

identificados na gestão?

Não - // - Não há previsão

normativa.

3.8) Garanta ao auditor-

chefe a autoridade

necessária para

desempenhar suas

atribuições?

Sim - // - Resolução Consuni nº

7/2003, Art. 6º.

3.9) Estabeleça que a

Audin tenha acesso

irrestrito a todos os

documentos, registros,

bens e servidores da

IFE?

Sim - // - Resolução Consuni nº

7/2003, Art. 8º, § 1º e

§ 2º.

3.10) Estabeleça que o

auditor-chefe tenha livre

acesso ao Conselho

Deliberativo ou órgão

colegiado equivalente?

Sim - // - Resolução Consuni nº

7/2003, Art. 6º, III.

3.11) Garanta ao auditor-

chefe a autonomia

necessária para

determinar o escopo dos

trabalhos e aplicar as

técnicas necessárias para

Não - // - Não há previsão

normativa.

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Questões Itens Critérios Evidências

a consecução dos

objetivos da auditoria?

3.12) Determine que a

prestação de serviços de

consultoria à

Administração da IFE

seja realizada quando a

Audin considera-los

apropriados?

Não - // - Não há previsão

normativa.

3.13) Delimite a atuação

dos trabalhos da Audin,

evitando que execute

trabalhos próprios de

gestores?

Não - // - Não há previsão

normativa.

3.14) Minimize os

conflitos de interesses e

favoreçam a

imparcialidade dos

auditores internos?

Não - // - Não há previsão

normativa.

4) Existe uma política

formalizada de

desenvolvimento de

competências para os

auditores internos da

IFE?

Não - Não há previsão

normativa.

5) Quantos auditores

internos compõem a

Audin?

Seis (6) - Paint/2014.

6) As instalações da

Audin na IFE podem ser

consideradas como:

Regulares - Item 5.2.2.5 deste

Relatório de Auditoria.

7) A Audin possui

equipamentos de

informática em

quantidade/qualidade

suficiente para realizar

seu trabalho.

Não - Item 5.2.2.5 deste

Relatório de Auditoria.

8) Tomando-se como

base o número de

trabalhos de auditoria

previstos no Paint, pode-

se considerar que o

número de auditores

internos é:

Insuficiente - Item 5.2.2.5 deste

Relatório de Auditoria.

Quadro II – Atuação da Unidade de Auditoria Interna da UFCG.

Questões Itens Critérios Evidências

9) Qual o grau

aproximado de aderência

das atividades realizadas

pela Audin no exercício

avaliado, constantes do

Raint, com relação às

planejadas.

0% - Elaborar o Paint do

exercício seguinte,

bem como o Raint, a

serem encaminhados

ao órgão ou à unidade

de controle interno a

que estiver

jurisdicionado, para

efeito de integração

das ações de controle,

nos prazos

estabelecidos nesta

Instrução Normativa

de Controle, no

Até o encerramento

dos trabalhos de

campo da auditoria

anual de contas não foi

emitido o Raint/2014.

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Questões Itens Critérios Evidências

capítulo V item 5

incisos I e II (capítulo

X item 13 alínea j da

IN-SFC 01/2001).

- Plano Anual de

Atividades de

Auditoria Interna–

PAINT

c.1) Aderência das

atividades

efetivamente

realizadas pela Audin

no exercício avaliado,

constantes no Raint,

com relação às

planejadas;

c.2)

Existência/aderência

de planejamento das

atividades da Audin às

fragilidades detectadas

na avaliação de riscos

realizada pelo gestor

e/ou pela própria

Auditoria Interna;

10) Quem realiza a

gestão de riscos na IFE?

A Audin - Paint/2015

(preliminar).

11) Caso seja realizada a

atividade de gestão de

riscos, qual o grau

aproximado de aderência

do planejamento das

atividades da Audin em

relação às fragilidades

apontadas na avaliação

de riscos?

100% O PAINT foi

elaborado com base

em metodologia

adequada de avaliação

de riscos,

considerando também

as preocupações

relativas a riscos e

controles levantadas

pela administração, e

foi submetido,

juntamente com

eventuais

subsequentes

modificações, à

reitoria e ao conselho

diretor ou órgão

colegiado

(deliberativo)

equivalente para

revisão e aprovação

Na versão preliminar

do Paint/2015, as áreas

de atuação da unidade

de auditoria interna

foram definidas

levando em

consideração as

características da

UFCG e o

planejamento prévio,

fundamentado na

gestão de riscos, o

qual se embasa nos

resultados dos

trabalhos realizados,

bem como nos da

Controladoria-Geral

da União (CGU) e do

Tribunal de Contas da

União (TCU).

Para a elaboração da

matriz de risco e

mapeamento das

atividades foram

levados em

consideração todos os

programas, ações e

atividades com

créditos orçamentários

no exercício e sua

correlação com as

áreas de atuação

previstas para a

unidade de auditoria

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Questões Itens Critérios Evidências

interna. O

mapeamento foi

detalhado juntamente

com a hierarquização

das atividades,

apresentando os

programas, ações e

atividades, bem como

os classificando

segundo critérios de

materialidade,

relevância e

criticidade, a fim de

mensurar o risco

inerente às atividades

a serem realizadas.

12) O Paint do exercício

avaliado foi submetido

ao Conselho Deliberativo

ou órgão colegiado

equivalente para

aprovação?

Não Periodicamente prover

informação sobre o

andamento e os

resultados do PAINT e

a suficiência dos

recursos destinados à

Audin. Isso inclui

assegurar que recursos

são suficientes em

quantidade e

competência a fim de

que os riscos

identificados no

PAINT sejam atacados

Apenas em 13 de

novembro de 2014,

após questionamento

da equipe de auditoria

da CGU, o Presidente

do Consuni emitiu, ad

referendum, parecer

favorável ao

Paint/2014,

encaminhado para

apreciação em 10 de

novembro de 2014

(fls. 36 e 37 do

processo nº

23096.050977/14-87).

13) As eventuais

modificações ocorridas

durante o exercício no

Paint do exercício

avaliado foram

submetidas ao Conselho

Deliberativo ou órgão

colegiado equivalente

para aprovação?

Não - // - - // -

14) A Audin realiza

atividade de

assessoramento à alta

administração:

- - As atividades

específicas são as

seguintes:

-

14.1) Propondo ações

corretivas para os

desvios gerenciais

identificados?

Não b) Assessorar os

gestores da entidade

no acompanhamento

da execução dos

programas de governo,

visando comprovar o

nível de execução das

metas, o alcance dos

objetivos e a

adequação do

gerenciamento

d) Verificar o

desempenho da gestão

da entidade, visando a

comprovar a

legalidade e a

legitimidade dos atos e

Não há comprovação

documental da

realização de

assessoramento à alta

administração.

14.2) Objetivando

contribuir para a

melhoria da gestão

quanto à economicidade?

Não Não há comprovação

documental da

realização de

assessoramento à alta

administração.

14.3) Objetivando

contribuir para a

melhoria da gestão

quanto à eficiência?

Não Não há comprovação

documental da

realização de

assessoramento à alta

administração.

14.4) Objetivando

contribuir para a

Não Não há comprovação

documental da

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Questões Itens Critérios Evidências

melhoria da gestão

quanto à eficácia?

examinar os resultados

quanto à

economicidade, à

eficácia, eficiência da

gestão orçamentária,

financeira,

patrimonial, de pessoal

e demais sistemas

administrativos

operacionais;

e) Orientar

subsidiariamente os

dirigentes da entidade

quanto aos princípios e

às normas de controle

interno, inclusive

sobre a forma de

prestar contas; (IN-

SFC 1/2001, cap.X,

item 13 b, d, e);

- Assessorar a

administração em

investigações sobre

suspeitas de práticas

fraudulentas dentro da

IFE e notificar a

reitoria e conselho de

administração ou

órgão colegiado

(deliberativo)

equivalente sobre os

resultados do trabalho

- Quando apropriado,

fornecer serviços de

consultoria e

aconselhamento à

administração com o

intuito de agregar

valor e melhorar os

processos de controle,

governança e gestão

de risco, sem que o

auditor interno assuma

responsabilidades de

gestão, tampouco que

seja demandada

opinião da Audin

como condição sine

qua non para o

prosseguimento de

atos administrativos.

realização de

assessoramento à alta

administração.

14.5) Nas ocasiões em

que haja suspeitas de

práticas fraudulentas

dentro da IFE?

Não Não há comprovação

documental da

realização de

assessoramento à alta

administração.

15) A Audin realiza

atividades típicas de

gestão, tais como

elaboração de editais e

minutas de contratos?

Não O auditor-chefe e os

auditores internos não

estão autorizados a:

- Desempenhar

quaisquer atribuições

operacionais e de

gestão para a IFE;

- Iniciar ou aprovar

quaisquer registros

contábeis fora do

Embora haja previsão

na Resolução Consuni

nº 7/2003, Art. 6, VII,

e Art. 7, X, não houve

a emissão de pareceres

para subsidiar decisão

superior.

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Questões Itens Critérios Evidências

âmbito da Audin.

16) A Audin já realizou

trabalhos que

envolvessem a avaliação

dos controles internos

administrativos da IFE?

Não - Oferecer opinião

sobre a adequação e

efetividade dos

controles internos dos

processos de trabalho

da IFE e gestão de

riscos em áreas

abrangidas na sua

missão e escopo de

trabalho;

- Relatar problemas

importantes

relacionados a

controles internos e

gestão

de risco, inclusive a

respeito de melhorias

nesses processos;

Não há relatório de

análise dos controles

internos da UFCG.

##/Fato##

6 GESTÃO PATRIMONIAL

6.1 BENS IMOBILIÁRIOS

6.1.1 UTILIZAÇÃO DE IMOBILIÁRIOS

6.1.1.1 CONSTATAÇÃO

Inadequação dos registros contábeis relacionados ao patrimônio imobiliário da

UFCG.

Fato

Verificou-se que os registros contábeis relacionados à gestão do patrimônio

imobiliário da UJ não representam adequadamente em todos os aspectos relevantes a

posição patrimonial da Entidade.

Sobre esse tema, o Relatório de Gestão, às fls. 125, indica que a UFCG tem sob

sua posse sete imóveis sem registros no Sistema de Gerenciamento dos Imóveis de Uso

Especial da União (SPIUnet).

O citado Relatório esclarece que, no ato de criação da Entidade, o patrimônio

imobiliário dos campi de Campina Grande, Patos, Sousa e Cajazeiras, anteriormente sob

responsabilidade da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), passaram a ser

patrimônio da UFCG, conforme disposição do artigo 8º da Lei n.º 10.419, de 09 de abril

de 2002. Entretanto, a correspondente regularização quanto à titularidade dos imóveis

foi iniciada somente no exercício de 2011, conforme consignado no próprio Relatório

de Gestão.

A UFCG informa ainda que, na seara do programa de expansão da Universidade,

iniciado no exercício de 2006, recebeu imóveis nos municípios de Cuité e Pombal, em

decorrência de doação das edilidades municipais. Entretanto, sem a transferência das

respectivas titularidades dos imóveis.

Dessa forma, é possível identificar a ausência de titularidade dos imóveis como

principal razão para não conformidades relativas aos registros dos imóveis no SPIUnet.

O Relatório de Gestão finalmente registra que foi celebrado Termo de

Cooperação Técnica com a Secretaria Patrimônio da União no Estado da Paraíba

(SPU/PB), em agosto 2013, cujo objeto seria a regularização dos imóveis.

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Assim, a UFCG demonstrou que adotou providências, entretanto, verificou-se

que essas não foram suficientes para promover a conformidade de questões patrimoniais

imobiliárias da Entidade, tendo em vista a existência de imóveis não registrados no

SPIUnet.

A par disso, constatou-se a grande dependência da UFCG em relação ao corpo

técnico da SPU/PB para dar prosseguimento ao processo de regularização de imóveis

sob sua posse, tanto em relação à obtenção da titularidade quanto aos procedimentos

necessários para a estimativa do valor contábil dos imóveis, para posterior inserção nos

sistemas corporativos.

Nesse sentido, reproduz-se manifestação contida no Ofício n.º 180/R/GR/UFCG,

de 20 de maio de 2015:

“(...) a. a Secretaria do Patrimônio da União – SPU vinha realizando avaliação de

imóveis da Instituição com vistas à elaboração do memorial descritivo, imprescindível

para a regularização dos registros cartoriais dos seus bens imóveis;

b. haja vista demissões no quadro de pessoal temporário da SPU, o citado trabalho de

avaliação foi suspenso, estando hoje a Instituição e a SPU em novos contatos, com

vistas a novo Termo de Cooperação Técnica para a conclusão dos trabalhos iniciados;

(...)”

Ao ser instada a apresentar o Termo de Cooperação Técnica então celebrado, a

UFCG encaminhou o documento, datado de 28 de agosto de 2013. A vigência do ajuste

foi estabelecida em doze meses, a contar da assinatura. O Termo previu a possibilidade

de prorrogação, mediante Termos Aditivos, por iguais períodos, até o máximo de 24

meses. Entretanto, não foram apresentados os eventuais aditamentos. Assim, o Termo

de Cooperação em comento teve vigência expirada no mês de agosto/2014 sem que

houvesse a conclusão dos trabalhos.

E, em que pese haver tratativas para celebração de novo Termo de Cooperação

Técnica junto à SPU/PB, o fato é que a UFCG não demonstrou dispor, ao longo do

exercício examinado, de solução eficaz de regularização de seus imóveis.

Além disso, embora existam doze imóveis sob responsabilidade da unidade

cadastrados no SPIUnet, o Relatório de Gestão relaciona somente oito imóveis,

omitindo as informações quanto aos quatro imóveis dispostos no quadro abaixo:

Quadro 1 – Imóveis sob responsabilidade da UFCG cadastrados no SPIUnet e não mencionados no item

8.2 do Relatório de Gestão

UG RIP do Imóvel Regime Valor histórico (R$)

158199 2117 00046.500-5 Uso em serviço público 1.600.182,45

158199 2117 00048.500-6 Comodato 320.000,00

158199 2177 00004.500-0 Uso em serviço público 176.800,00

158301 0522 00001.500-0 Cessão – Adm. Federal Indireta 168.021,38

Fonte: Consulta realizada ao SPIUnet em janeiro/2015, pela CGU-Órgão Central.

De acordo com as informações do SPIUnet, os imóveis listados no quadro 1 não

se tratam de imóveis funcionais e, por esse motivo, deveriam constar no Relatório de

Gestão 2014. Essa omissão demonstra a ausência de coordenação entre as áreas com

atribuições de gerência sobre as informações patrimoniais da Entidade.

Ao lado dos fatos mencionados, reforça a inadequação das informações

contábeis patrimoniais o fato de existir imóvel cadastrado no SPIUnet sob o Registro

Imobiliário Patrimonial (RIP) de n.º 2225007535006 que não constou do ativo

imobilizado da Unidade Gestora (UG) ao qual está vinculado, a saber UG n.º 158198 –

Centro de Ciências Jurídicas e Sociais/UFCG, conforme consulta ao balancete

disponível no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), realizada em 17

de junho de 2015.

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Por conseguinte, não há como afirmar que os registros contábeis relacionados à

gestão do patrimônio imobiliário da UJ representam adequadamente todos os aspectos

relevantes da posição patrimonial da Entidade. ##/Fato##

Causa

Solução adotada mostrou-se insuficiente para promover a regularização dos imóveis sob

responsabilidade da UFCG.

Normatização relativa à gestão do patrimônio imobiliário da UFCG mostrou-se

incompleta.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Sobre esse tema, a Unidade manifestou-se por meio do Ofício n.º

246/R/GR/UFCG, de 02 de julho de 2015. Seguem principais excertos:

“(...)

b. estamos providenciando novo Termo de Cooperação com a Secretaria de Patrimônio

da União - SPU, conforme Of. N° 242/R/GR/UFCG, de 10 de junho de 2015, que segue

no Anexo II;

c. por equivoco, os imóveis apresentados no quadro 1 do anexo da SA

N°.201503668/Gestão patrimonial/01 deixaram de ser informados no Relatório de

Gestão de 2014;

d. caso seja possível, será providenciada a retificação desta informação no Relatório

acima citado ou a inclusão dos referidos imóveis no Relatório de Gestão 2015;

e. em relação ao imóvel cadastrado no Sistema de Gerenciamento dos Imóveis de Uso

Especial da União (SPIUnet), sob o Registro Imobiliário Patrimonial (RJP) de N°.

225007535006, vinculado à UG N°. 158198 (Centro de Ciências Jurídicas e Sociais),

será tomada a providência para que a UG responsável pelo mesmo realize a devida

correção do seu registro;

(...)

g. como forma de diminuir nossa dependência da SPU, pleiteamos (conforme cópia do

Of N° 242/R/GR/UFCG, em anexo, acrescentar ao objeto do novo Termo de

Cooperação Técnica o treinamento de servidores da UFCG, para o desenvolvimento de

habilidades na execução de serviços de avaliação de imobiliária;

(...).”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Por meio da manifestação, a UFCG demonstrou ter iniciado tratativas para

celebração de novo termo de cooperação com a SPU/PB, com vistas à regularização de

imóveis sob sua responsabilidade e, ainda, ao treinamento de servidores de forma a

habilitá-los para realização de avaliação dos imóveis.

Apesar de a manifestação trazer possível solução para o problema, trata-se de

ação de resultados futuros, sem alterações sobre as impropriedades relativa à ausência

de cadastramento de imóveis no SPIUnet durante o exercício sob exame.

Sobre a omissão de informações de patrimônio imobiliário no Relatório de

Gestão e de registros contábeis no ativo imobilizado da Entidade, houve

reconhecimento das falhas e descrição de ações pontuais para seu saneamento.

As não conformidades, como já mencionado, indicam a necessidade de

aprimorar a coordenação de informações contábeis gerenciadas pelas diversas áreas que

detêm responsabilidades sobre os imóveis da Entidade, sem prejuízo da

descentralização prevista em normativo interno.

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A manifestação, portanto, não trouxe elementos que afastassem a impropriedade

da inadequação dos registros contábeis, no tocante ao patrimônio imobiliário da UFCG. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Elaborar e cumprir cronograma de regularização dos bens imóveis e

da correspondente avaliação, de forma a possibilitar inserção das respectivas

informações contábeis em sistemas corporativos, como SIAFI e SPIUnet.

Recomendação 2: Sem prejuízo da descentralização da gestão patrimonial estabelecida

por meio da Portaria n.º 109/2011, providenciar maior detalhamento das atribuições no

âmbito da gestão patrimonial da Entidade (manuais, fluxogramas, portarias, etc.)

inclusive quanto ao estabelecimento de instância capaz de coordenar e fornecer, com

completude, informações referente ao patrimônio imobiliário de todos os campi.

6.1.1.2 CONSTATAÇÃO

Fragilidades dos controles internos administrativos relativos à gestão patrimonial

Fato

Conforme o Ofício n.º 168/R/GR/UFCG, de 13 de maio de 2015, o normativo

que normatiza as atividades e procedimentos relacionados à gestão dos bens imóveis no

âmbito da UFCG é a Portaria Gabinete do Reitor, n.º 109, de 24 de agosto de 2011.

Entretanto, o referido normativo apenas institui a descentralização da

responsabilidade dos bens imóveis da UFCG entre as Unidades Gestoras (UG). Seguem

transcrição dos arts. 3º e 6º da Portaria:

“Art. 4º O controle dos Bens Imóveis da UFCG, sob a responsabilidade de cada

Unidade Gestora da UFCG engloba todas as atividades referentes à função de controle

patrimonial quais sejam: aquisição, utilização, guarda e conservação, bem como

cadastramento, atualização, consulta, reavaliação e depreciação no SPIUnet. (...)

Art. 6º As operações inerentes ao controle patrimonial dos Bens Imóveis no âmbito das

Unidades Gestoras da UFCG estão amparadas na legislação federal que rege o

controle patrimonial, na Administração Pública Federal.”

De relevo mencionar que para a boa gestão patrimonial são necessários

procedimentos que envolvem diversas atividades, a exemplo de regularização fundiária

de imóveis, confecção de registros contábeis, avaliação e atualização permanente de

informações acerca de áreas construídas, controle da forma de ocupação dos imóveis,

dentre outros.

Dada a complexidade de procedimentos necessários à boa gestão patrimonial

imobiliária, verifica-se que o normativo apresentado, único a regular a atividade no

âmbito da UFCG, mostra-se insuficiente.

Em outra vertente, constatou-se a ausência de segregação de funções ao verificar

que o servidor responsável pela cobrança e pelo controle de operações imobiliárias no

campus principal da UFCG, onerosas ou não, é o mesmo servidor responsável por

efetuar controles para que os imóveis sejam ocupados apenas por pessoas/entidades

autorizadas. A saber, o servidor de matrícula Siape n.º 0334675-5.

Faz-se necessário esclarecer que não foram fornecidas informações acerca da

estrutura da gestão patrimonial empreendida nas demais UG, prejudicando eventuais

análises sobre a adequação da segregação das funções nas outras unidades gestoras

vinculadas à Universidade.

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Destarte, é possível observar que os controles internos aplicados pela UFCG à

gestão patrimonial mostraram-se insuficientes, tendo em vista as lacunas normativas e a

ausência de segregação de funções de processos.

##/Fato##

Causa

Normatização relativa à gestão do patrimônio imobiliário sob responsabilidade da

UFCG mostrou-se incompleta.

Ausência da segregação de funções de atividades relacionadas à gestão patrimonial.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Não houve manifestação da unidade examinada para esse item. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação

dos fatos, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no

campo „fato‟.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Providenciar melhor detalhamento das atribuições no âmbito da

gestão patrimonial da Entidade (manuais, fluxogramas, portarias, rotinas, etc.).

Recomendação 2: Alterar as competências atualmente distribuídas de forma que sejam

atribuídas a setores/servidores distintos as seguintes atividades: - Inscrição ou exclusão

cadastral e a gestão de informações e documentos sobre os imóveis e regularização dos

imóveis frente aos órgãos competentes (Registro); - Autorização da utilização,

aquisição, oneração ou alienação de imóveis, etc. (Autorização); - Execução de obras e

serviços de engenharia necessários (Execução); - Realização da cobrança e do controle

envolvendo operações imobiliárias (Execução); e - Processo que verifica se os imóveis

sejam ocupados apenas por pessoas autorizadas (Controle).

6.1.1.3 CONSTATAÇÃO

Deficiência na execução de medidas efetivas de inclusão social das pessoas

portadoras de necessidades especiais.

Fato

Apesar de iniciativas e providências setoriais, verificou-se que a UFCG ainda

não dispõe de política de inclusão social às pessoas portadoras de necessidades

especiais, de forma consolidada.

Sobre o assunto, impende mencionar que existe comissão responsável por

apoiar, orientar e acompanhar a política de inclusão de estudantes com necessidades

especiais – a Comissão de Apoio a Estudantes com Necessidades Educacionais

Especiais (CAENEE), instituída em 2013. Entretanto, ainda não há regulamentação

aprovada que disponha, no âmbito da UFCG, sobre o atendimento educacional a

estudantes com necessidades educacionais especiais.

Conforme Ofício n.º 168/R/GR/UFCG, de 13 de maio de 2015, a UFCG vem

realizando diagnóstico de seus campi para adequá-los à legislação sobre normas gerais e

critérios básicos para programação da acessibilidade e:

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- no campus de Sousa foram realizados estudo e elaboração de projeto de adequações

para garantir a acessibilidade de pessoas com deficiência. As obras correspondentes

foram contratadas e encontram-se em execução, por meio do Contrato n.º CCJS/UFCG

n.º 19/2014, no valor de R$ 719.586,04.

- no campus de Campina Grande, as obras de urbanização que estão sendo realizadas

contemplam em seu projeto soluções para garantir a acessibilidade, tais como a

construção de faixas elevadas para travessia de pedestres, a instalação de piso tátil e a

construção de rampas para acesso aos prédios.

- para os demais campi não foram realizados estudos específicos para adequação destes

à legislação para promoção de acessibilidade, embora soluções pontuais já tenham sido

implementadas, a exemplo de construção de rampas e definição de vagas reservadas

para pessoas com mobilidade reduzida.

Em que pese as iniciativas apresentadas pela UFCG, em inspeções realizadas no

campus principal, foi possível observar que parte das estruturas da Universidade

apresentam inadequações relativas aos acessos de pessoas com mobilidade reduzida.

Nessa seara, utilizando-se de amostra não estatística para seleção de blocos e

salas de aula existente na UFCG, verificou-se que dos cinco blocos de sala de aula

inspecionados, predominantemente, as edificações não possuem acesso vertical a

portadores de deficiência. O quadro 1 melhor detalha a situação:

Quadro 1 – Informações sobre acessibilidade de blocos visitados

Bloco Situação do bloco Existe banheiro

adaptado?

Existe via de deslocamento

vertical adaptada?

CA Construção anterior a 2002 Não Não

CB Construção anterior a 2002 Não Não

CD Reformado em 2014 Não Não

CAA Construído em 2011 Sim Sim

BG Construído em 2013 Sim Não

Fonte: Papéis de trabalho da equipe de auditoria

Convém detalhar a situação observada no Bloco BG. Em manifestação obtida

da UFCG, este bloco de três pavimentos foi construído no exercício de 2013 e consiste

em Central de Aulas.

Embora o prédio possua banheiros com cabines adaptadas nos três pavimentos, o

acesso vertical é constituído apenas por escadarias, não tendo sido identificado elevador

ou rampas que permitissem o acesso de pessoas portadoras de deficiência com

mobilidade reduzida a todos os pavimentos.

Ademais, verificou-se que o acesso do bloco ao estacionamento mostra-se

dificultoso às pessoas com mobilidade reduzida, pois não há acesso adaptado nas

proximidades da entrada principal do bloco.

Fotos – Área de acesso ao Bloco BG. Campina Grande/PB, 21/05/2015

Acesso

principal

Escadas

Acesso

principal

Escadas

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As observações vão de encontro ao parágrafo único do art. 11 da Lei n.º

10.098/2000.

Também verificou-se que os corredores de interligação entre os prédios da

Universidade já possuem algum tipo de adaptação, entretanto, com necessidade de

melhorias. Por exemplo, há corredores de acesso que, embora apresentem rampas para

transposição de desníveis, apresentam piso irregular, constituído de placas de pedras

assentadas com argamassa.

Fotos – Corredores de interligação entre blocos. Campina Grande/PB, 21/05/2014

Por sua vez, verificou-se que o sítio eletrônico da Universidade na rede mundial

de computadores não é acessível para o uso das pessoas portadoras de deficiência

visual.

Enfatiza-se que a Entidade informou que há 99 alunos e quarenta servidores

autodeclarados como pessoa portadora de necessidade especial ou com mobilidade

reduzida.

Por todo o exposto e, em que pese avanços pontuais e/ou setoriais, conclui-se

que há deficiência na execução de medidas efetivas de inclusão social das pessoas

portadoras de necessidades especiais, por parte da UFCG. ##/Fato##

Causa

- Ausência de regulamentação para efetivar ações de promoção da inclusão e de

acessibilidade de alunos e servidores portadores de necessidades especiais.

- Execução de obras de construção e de reforma sem a necessária previsão de requisitos

mínimos de acessibilidade ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação

dos fatos, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no

campo „fato‟.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Providenciar a regulamentação necessária para o início de atividades

de inclusão e de acessibilidade de alunos e servidores portadores de necessidades

especiais.

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Recomendação 2: Incluir, nos documentos norteiam a confecção dos projetos básicos e

termos de referência de construção e reforma, a necessidade de verificar se os requisitos

mínimos de acessibilidade previstos na Lei n.º 10.098/2000 foram contemplados.

Recomendação 3: Dar ciência das alterações aos servidores atuantes nos setores

envolvidos com os procedimentos de aquisição de serviços de construção e reforma das

alterações de procedimento decorrentes da implementação da recomendação anterior.

6.1.1.4 CONSTATAÇÃO

Inexistência de planos de combate a incêndio, aprovado pelo corpo de bombeiros

militar (CBM), para os prédios da UFCG.

Fato

As edificações atualmente existentes na UFCG não possuem Projeto de

Prevenção e Combate a Incêndio – PPCI aprovado pelo Corpo de Bombeiros. Ressalta-

se que a UFCG indicou a existência 287 benfeitorias em seus campi. Dessas, ao menos

81 edificações têm mais de um pavimento.

A Entidade informou que, a partir de 2014, os editais de licitação para

construção ou reforma de edificações passaram a contemplar o Projeto de Prevenção e

Combate a Incêndio (PPCI). Nessa situação, estariam oito contratos de obras, a seguir

enumerados:

Quadro 1 – Obras listadas pela UFCG que teriam a previsão de PPCI

N.º do contrato Objeto

UFCG/CFP n.º 21/2014 Construção de Residência Feminina II do campus

UFCG/PRA n.º 65/2014 Conclusão do Posto Médico do campus de Campina Grande

UFCG/PRA n.º 05/2015 Conclusão do DART

UFCG/CES n.º 12/2014 Conclusão do Prédio do Biotério do campus de Cuité

UFCG/CDSA n.º 11/2014 Construção do Restaurante Universitário do campus de Sumé

UFCG/CSTR n.º 29/2014 Construção do Viveiro Florestal do campus de Patos

UFCG/CSTR n.º 16/2015 Conclusão da Central de Aulas no Hospital Veterinário do campus de

Patos

UFCG/CCTA N.º 27/2014 Construção da Central de Aulas III do campus de Pombal

Fonte: Ofício n.º 168/R/GR/UFCG, de 13/05/2015.

Porém, utilizando-se das informações disponíveis no sítio eletrônico do

Comprasnet – portal de compras do Governo Federal – a previsão de projetos de

prevenção e combate a incêndio nas licitações correspondentes só pôde ser confirmada

em relação a cinco contratos, devidamente sombreados no quadro 1.

Além das observações já realizadas, e por afinidade ao tema, cabe ressaltar a

celebração do contrato n.º 25/2015, que tem por objeto o serviço de recarga e

manutenção de extintores da UFCG.

Diante desse contexto, conclui-se que a UFCG, durante o exercício de 2014 não

contou com elementos suficientes para garantir a segurança contra incêndio no âmbito

da Universidade, em desacordo com a Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) n.º

152019/2005 e Norma Reguladora 23 (NR) – Proteção Contra Incêndio, editada pelo

Ministério do Trabalho e Emprego. ##/Fato##

Causa

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Execução de obras de construção e de reforma sem a necessária previsão de elaboração

de projeto e execução de sistema contra incêndio e pânico.

Omissão do dever de zelar pela segurança da comunidade acadêmica, bem como pelo

patrimônio da UFCG. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação

dos fatos, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no

campo „fato‟.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Estabelecer e cumprir cronograma de ações visando a obtenção de

aprovação do corpo de bombeiros quanto aos sistemas contra incêndio e pânico das

edificações da Universidade, a fim de garantir que tenham os elementos de segurança

requeridos pela normatização pertinente.

Recomendação 2: Providenciar maior detalhamento das atribuições no âmbito da gestão

patrimonial da Entidade (manuais, fluxogramas, portarias, etc.), inclusive quanto à

responsabilidade pela obtenção de aprovação pelo corpo de bombeiros do plano de

combate a incêndio e pânico das edificações a serem construídas na Entidade.

6.1.1.5 CONSTATAÇÃO

Impropriedades na gestão das atividades de manutenção predial.

Fato

O setor administrativo da UFCG responsável pela pelas atividades de

manutenção predial é a Coordenação de Manutenção (CM), estruturada no âmbito da

Prefeitura Universitária (PU) que, por seu turno, é subordinada à Reitoria.

Conforme Ofício n.º 205/R/GR/UFCG, as atribuições da Coordenação incluem a

manutenção da infraestrutura física dos campi, o gerenciamento de equipes de

servidores efetivos e colaboradores terceirizados envolvidos na conservação da estrutura

civil da Entidade e de suas instalações elétricas.

A UFCG apontou o Regimento da Reitoria como o documento institucional que

regulamenta as atribuições do órgão responsável pela coordenação das atividades de

manutenção predial. Entretanto, ao examinar o documento, verificou-se que há as

competências gerais da Prefeitura Universitária, dentre as quais consta:

“Art. 26. VI – manter e conservar bens móveis e imóveis da universidade;”

Não foi identificada a existência de normativos específicos para as atividades de

manutenção no âmbito da UFCG que disciplinasse e formalizasse a gestão das

atividades de conservação e manutenção predial, com definições claras de competência,

de fluxos de informações ou de rotinas.

Em prosseguimento, registra-se que para desempenhar suas atividades, a

Coordenação de Manutenção dispõe de treze servidores, distribuídos nos seguintes

cargos:

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Quadro 1 – Distribuição quantitativa de profissionais atuantes na Coordenação de Manutenção por

cargo

Cargo N.º de servidores

Engenheiro Civil 1

Engenheiro Eletricista 1

Bombeiro Hidráulico 1

Pedreiro 2

Pintor 2

Técnico em Móveis e Esquadrias 2

Eletricista 2

Técnico de Laboratório 1

Técnico em Eletricidade 1

Fonte: Ofício n.º 168/R/GR/UFCG, de 13/05/2015.

Não existe contrato específico para manutenção predial na Entidade, tampouco

foram identificadas rotinas administrativas com vistas à realização de manutenção

preventiva das edificações, de forma sistemática.

Outrossim, verificou-se que a UFCG dispõe de serviços de profissionais atuantes

em manutenção, por intermédio de diversos contratos de apoio administrativo,

conforme quadro a seguir:

Quadro 2 – Quantitativo de profissionais de manutenção à disposição da UFCG em dezembro/2014

Campus Categoria profissional N.º profissionais Contrato relacionado

Campina Grande

Auxiliar Eletricista 1

UFCG/PRA 044.2013

Bombeiro Hidráulico 3

Carpinteiro 1

Eletricista 2

Jardineiro 10

Marceneiro 1

Mestre de obras 1

Pedreiro 7

Pintor 3

Técnico em Manutenção 1

Sumé

Bombeiro Hidráulico 1

UFCG/PRA 050.2014

Carpinteiro 1

Encarregado 2

Eletricista 1

Jardineiro 4

Pedreiro 4

Cajazeiras

Carpinteiro 2

UFCG/PRAC 022.2014

Eletricista 4

Jardineiro 4

Pedreiro 3

Técnico em Manutenção 5

Cuité

Bombeiro Hidráulico 1

UFCG/PRAC 003.2014

Eletricista 1

Jardineiro 1

Marceneiro 1

Pedreiro 2

Pintor 2

Pombal

Eletricista 1

UFCG/PRAC 003.2014 Jardineiro 1

Pedreiro 3

Sousa

Carpinteiro 1

UFCG/PRAC 003.2014

Eletricista 2

Jardineiro 1

Pedreiro 3

Técnico em Manutenção 4

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Campus Categoria profissional N.º profissionais Contrato relacionado

Patos

Eletricista 1

UFCG/PRAC 008.2014 Jardineiro 4

Pedreiro 1

Técnico em Manutenção 4

Hospital

Universitário Júlio

Bandeira

Técnico em Manutenção 6 UFCG/PRAC 02.2007

Hospital

Universitário Alcides

Carneiro

Auxiliar Eletricista 1

UFCG/PRAC 02.2007

Auxiliar de Pedreiro 1

Encanador 2

Eletrotécnico 1

Jardineiro 1

Marceneiro 1

Pintor 2

Técnico em Arquitetura 1

Técnico em Construção 1

Total 112

Fonte: Ofício n.º 205/R/GR/UFCG, de 01/06/2015.

Para realização de manutenções pontuais, a UFCG conta com o Sistema de

Ordens de Serviço da Prefeitura Universitária (SOSPU). O sistema, em implantação, foi

desenvolvido pela própria Universidade e, atualmente, é utilizado diretamente por

apenas dois setores: o Centro de Tecnologia e Recursos Naturais e a Administração

Central.

Os demais demandantes entram em contato direto com a CM, que realiza a

abertura da Ordem de Serviço (OS) no SOSPU.

Cada chamado é acompanhado pelo engenheiro responsável pela área – civil ou

elétrica.

Caso haja necessidade de material para realização do serviço, em estrutura de

responsabilidade dos Centros, é encaminhado levantamento deste material ao solicitante

do serviço. Este encaminha requisição do material ao almoxarifado do Centro enquanto

que em estruturas de responsabilidade da Prefeitura Universitária, é encaminhada

requisição de material ao Almoxarifado Central. O serviço segue, sempre que possível,

com tarefas que não dependem de material até o recebimento deste.

Após a realização do serviço, o servidor designado para acompanhamento do

SOSPU atualiza o sistema.

Diante das atribuições de acompanhamento e supervisão de todas as edificações,

e ainda, considerando que no campus principal há, pelo menos 93 edificações, verifica-

se que o quantitativo de engenheiros atuantes na seção de Manutenção mostra-se

deficitário.

Em outra vertente, a fim de avaliar se a Entidade exige em suas licitações para

execução de obras a confecção do Manual de Operação, Uso e Manutenção da

Edificação, de que trata a ABNT NBR 14037, foram selecionados, de forma não

estatística, os seguintes editais de licitações ocorridas em 2014:

Quadro 3 – Editais examinados

Licitação N.º da UG Objeto

TP 01/2014 158197 Construção de Residência Feminina II do campus de

Cajazeiras

TP 03/2014 158195 Conclusão do Posto Médico do campus de Campina

Grande

TP 01/2014 150154 Conclusão do Prédio do Biotério do campus de Cuité

TP 01/2014 158401 Construção do Restaurante Universitário do campus

de Sumé

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TP 02/2014 158199 Construção do Viveiro Florestal do campus de Patos

A partir do exame dos editais e seus anexos disponíveis no sítio eletrônico

Comprasnet, não foi identificada a exigência de confecção, pelas contratadas, do

referido Manual em nenhum deles.

Por fim, menciona-se que a UFCG não garantiu que as certidões de “Habite-se”

fossem expedidas para as edificações de seus campi. Isso porque, ao ser instada a

apresentar tais certidões relativas aos blocos CAA, BG, CD, CW, CA e CB. Conforme

manifestação, disposta no Ofício n.º 205/R/GR/UFCG, de 01 de junho de 2015:

“(...) Ainda em 2003, quando da criação da UFCG, houve uma ação no sentido de

averbar os imóveis recebidos (herdados) do patrimônio da UFPB. Tal intento esbarrou

na obrigatoriedade do recolhimento das obrigações sociais (por parte do INSS), em

função da inexistência também de previsão orçamentária para realização de tal

despesas, haja vista algumas edificações terem sido construídas na década de 50.

Diante dos fatos apresentados, restou apenas a transferência dos terrenos (áreas)

adquiridos pela UFPB para UFCG.

Inexiste, entre os documentos institucionais, a Carta de Habite-se dos Blocos

CAA, BG, CD, CW, CA e CB, tendo em vista que estas obras foram concluídas

anteriormente ao Acordão que passou a exigir este Documento(...)”.

Em que pese a situação diferenciada no tocante às edificações recebidas da

UFPB, verificou-se que a manifestação não afasta a impropriedade apontada, sobretudo

em relação à inexistência de Habite-se também para blocos edificados após a instituição

da UFCG, a saber, os blocos CAA (de 2011) e o bloco BG (de 2013).

Por tudo que foi exposto, a atuação da UFCG no que tange à gestão da

manutenção das edificações não se mostrou adequada durante o exercício avaliado,

tendo em vista que:

- Não dispôs de normatização específica para atividades de manutenção das edificações,

- Apresentou quadro deficitário de servidores para gerência de atividades de

manutenção predial,

- Inexistiram rotinas ou procedimentos sistemáticos de manutenção preventiva das

edificações,

- Não dispôs de sistema plenamente operacional como ferramenta de gerência de

manutenção,

- Inexistência de Habite-se das edificações, mesmo para obras concluídas após a criação

da UFCG. ##/Fato##

Causa

Insuficiência de normativos que disciplinem e formalizem a gestão das atividades de

conservação/manutenção predial. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação

dos fatos, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no

campo „fato‟.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

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Recomendação 1: Providenciar maior detalhamento das atribuições no âmbito da gestão

patrimonial da Entidade (manuais, fluxogramas, portarias, etc.), inclusive quanto à

previsão de rotinas de manutenção preventiva e corretiva das edificações,

Recomendação 2: Estabelecer e cumprir cronograma de ações para obtenção da certidão

de Habite-se para as construções já edificadas.

Recomendação 3: Incluir, nos documentos que norteiam a confecção dos projetos

básicos e termos de referência de obras, a informação sobre a necessidade de

fornecimento do Manual de Operação, Uso e Manutenção da Edificação, com conteúdos

previstos na ABNT NBR 14037, e da obtenção da certidão de Habite-se pelas

contratadas.

6.1.1.6 INFORMAÇÃO

Informações sobre as condições das salas de aula.

Fato

No intuito de avaliar a infraestrutura disponibilizada aos alunos da UFCG, foram

selecionadas dezoito salas de aula, distribuídas em seis blocos, abaixo discriminados:

Quadro 1 – Blocos e salas constituintes da amostra inspecionada

Bloco Ano Salas

CA Construído antes de 2002 107, 202,204

CB Construído antes de 2002 RE11, RE12, RE14

CD Reformado em 2014 200, 105, 103, 104

CAA Construído em 2011 201, 204, 403,

BG Construído em 2013 03, 04, 102, 103

CW Construído em 2015 Ateliê 03

Fonte: Relação de bens imóveis da UFCG, anexo do Ofício n.º 168/R/GR/UFCG

Em inspeção, realizada conjuntamente com representante da Prefeitura

Universitária no dia 18 de maio de 2015, foram coletadas informações sobre a

infraestrutura ofertada aos alunos da UFCG, detalhadas a seguir.

Relação entre a quantidade máxima de alunos matriculados para cada sala de aula:

Verificou-se que a relação de área por aluno mostra-se reduzida a níveis

considerados desconfortáveis (inferiores a 1,6m2) para as seguintes salas/turmas:

Tabela 1 – Salas com relação m

2/aluno inferiores a 1,6

Sala Disciplina

Nº máx

alunos

matriculados

Área aproximada da

sala (m2) m2/aluno

BG 103 Tecs (Assessoria de

impr em educomunic.) 29 44,24 1,52

CB RE11 Ciências do Ambiente 44 48 1,09

CB RE12 Mecânica dos solos 50 48 0,96

CB RE13 Mecânica dos sólidos 60 48,98 0,81

CD 105 Teoria dos grafos 45 64,8 1,44

CD 103 Introdução à

engenharia química 51 70 1,37

CD 104 Gestão da qualidade 41 28,615 0,69

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Fonte: Papéis de trabalho da equipe de auditoria, Ofício n.º 227/R/GR/UFCG, de 18/06/2015.

Para melhor visualização do desconforto em virtude da área reduzida, segue

imagem da sala CB RE12. Conforme documento fornecido pela UFCG, o horário e data

da inspeção indicam que a turma observada é da disciplina de Mecânica dos Solos, com

cinquenta alunos matriculados.

Foto – Sala CB RE12. Turma da disciplina de Mecânica dos Solos. Campina Grande/PB, em

18/05/2015.

Apesar de não haver legislação que normatize a área mínima por aluno em

ambientes educacionais, da conjugação de melhores práticas estabelecidas por

diferentes instâncias, verifica-se que o dimensionamento das salas de aula ótimo é

inferior 1,6m2/aluno.

Nesse sentido, mencionam-se o Manual de Ambientes Didáticos da

Universidade de São Paulo e a Lei Complementar do estado de Santa Catarina n.º

170/1998, art. 67, VI.

Estado de conservação do ambiente da sala de aula e do mobiliário

Quanto ao quesito conservação do ambiente de sala de aula, verificou-se, de

forma geral, que as salas situadas em blocos construídos anteriormente a 2002

encontram-se mal conservadas. As observações são referentes ao piso, às paredes, às

esquadrias e à pintura.

As fotografias abaixo trazem imagens dos blocos mais antigos:

Foto – Estrutura da sala CA 202. Campina Grande/PB, 18 de maio de 2015

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Foto – Porta da sala CB RE12. Campina

Grande/PB, 18 de maio de 2015 Foto – Parede da sala CB RE14. Campina

Grande/PB, 18 de maio de 2015

As salas situadas nos demais blocos inspecionados, construídas ou reformadas

em exercícios posteriores a 2011, apresentam melhoras sensíveis quanto à conservação

em relação aos blocos CA e CB (de construção anterior a 2002).

No entanto, apresentaram situações pontuais que merecem intervenção de forma

a não haver degradação das edificações. Seguem imagens exemplificativas:

Foto – Lateral da sala CD 105. Campina

Grande/PB, 18 de maio de 2015 Foto – Lateral da sala BG 03. Campina

Grande/PB, 18 de maio de 2015

Frisa-se a existência do Manual de Obras Públicas – Manutenção, disponível no

sítio eletrônico Comprasnet, o qual menciona em seu Anexo 3, item 2:

“Os serviços de conservação e manutenção correspondem às atividades de inspeção,

limpeza e reparos dos componentes e sistemas da edificação e serão executados em

obediência a um Plano ou Programa de Manutenção, baseado em rotinas e

procedimentos periodicamente aplicados nos componentes da edificação.”

Estado de conservação do mobiliário da sala de aula

Embora tenha sido constatada a ocorrência de salas com mobiliário antigo e em

formato que não favorece a ergonomia, verificou-se, de forma geral, que os movéis

(carteiras e mesas) apresentam-se conservados e em bom estado.

Estado de conservação dos dispositivos utilizados para conforto térmico

Não foram verificadas inadequações sobre a disponibilidade dos dispositivos

utilizados para o conforto térmico dos ambientes.

Entretanto, importa ressaltar que as salas dos blocos mais antigos contam apenas

com ventiladores (bloco CA) ou com aparelhos refrigeradores que substituíram

aparelhos mais antigos, sem que houvesse a adequação das instalações anteriores (bloco

CB).

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Foto – Sala CA 107, Campina Grande/PB,

18/05/2015

Foto – Sala CB RE14 Campina Grande/PB,

18/05/2015

Disponibilidade de tomadas e de lâmpadas

Mediante testes realizados com chave de teste, não foram identificadas tomadas

indisponíveis ou em mau funcionamento.

Similarmente, verificou-se que as salas encontravam-se bem iluminadas, com

poucas ocorrências de lâmpadas indisponíveis ou queimadas.

Disponibilidade de projetor multimídia

Verificou-se que, à exceção das salas do bloco CA, todas as salas visitadas

apresentaram projetor multimídia. O funcionamento deles, entretanto, só pôde ser

confirmado para as salas que, no momento da inspeção, estavam sendo usadas (salas

RE11, RE12, RE14 e CD 103).

Disponibilidade de sinal de internet

Verificou-se a indisponibilidade de sinal wi-fi em todas as salas visitadas. Três

dos blocos vistoriados não dispunham de internet e, em outros três, havia

disponibilidade de internet a cabo, porém somente em laboratórios, inexistindo oferta

nas salas de aula comuns.

Quadro 2 – Disponibilidade de sinal de internet

Bloco Situação quanto à disponibilidade

CA Não dispõe

CB A cabo

CD A cabo

CAA A cabo

BG Não dispõe

CW Não dispõe

Apesar de não haver normas regulando todos os aspectos evidenciados no

presente registro, os apontamentos indicam que há espaço para melhorias nas estruturas

disponibilizadas aos alunos, de forma a contribuir com ambiente favorável ao

aprendizado acadêmico. ##/Fato##

6.1.1.7 INFORMAÇÃO

Avaliação, reavaliação e atualização dos valores contábeis dos imóveis sob

responsabilidade da UFCG cadastrados no SPIUnet.

Fato

Inicialmente, faz-se oportuno mencionar que a Portaria STN/SPU n.º 703/2014,

recentemente editada, disciplina procedimentos e requisitos gerais para mensuração,

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atualização, reavaliação e depreciação dos bens imóveis da União, autarquias, e

fundações públicas federais.

Tal normativo, vigente desde dezenove de dezembro de 2014, traz em seu art. 2º

os seguintes conceitos:

Art. 2º Para fins desta Portaria, deverão ser considerados os conceitos estabelecidos no

Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público - MCASP, bem como as seguintes

aplicações específicas destes aos bens imóveis:

IV - atualização: alocação sistemática da variação dos valores da acessão e do terreno,

com base na variação dos valores do CUB e da PVG, respectivamente;

V - reavaliação: alocação de novo valor do imóvel após mensuração inicial, obtido a

partir do valor justo;

XI - valor justo: aquele determinado a partir de laudo de avaliação;”

Já o art. 3º elenca o critério que deve ser adotado para a mensuração e

lançamento de valores contábeis dos imóveis nos sistemas corporativos da SPU:

“Art. 3º Para fins contábeis, os bens imóveis da União, das autarquias e das fundações

públicas federais devem ser mensurados e lançados nos sistemas corporativos da SPU,

com base no valor:

I - justo, na data de sua incorporação, quando se tratar de imóveis adquiridos a título

gratuito, exceto por sucessão de entidade federal extinta;

II - de aquisição, quando se tratar de imóvel adquirido de forma onerosa; ou

III - de reposição depreciada da acessão acrescido do valor do terreno, nas demais

situações, inclusive nas hipóteses de inexistência de evidência para determinação do

valor justo.”

No tocante à atualização e reavaliação, o normativo dispõe:

Art. 4º Para fins contábeis, após mensuração e lançamento nos sistemas corporativos

da SPU, os valores dos bens imóveis de uso especial da União, autarquias e fundações

públicas federais deverão ser:

I - atualizados sistemicamente, a cada ano, na data base de 31 de dezembro,

independentemente da classificação;

II - reavaliados, aqueles nos quais:

a) seja aplicado, a título de benfeitoria, valor percentual igual ou superior ao

estipulado pela SPU;

b) houver alteração de área construída, independentemente do valor investido;

c) seja comprovada a ocorrência de quaisquer sinistros, tais como incêndio,

desmoronamento, desabamento, arruinamento, dentre outros.

E ainda:

“Art. 6º Os bens imóveis já lançados nos sistemas corporativos da SPU na data de

publicação desta Portaria e para os quais se exija a mensuração com base no valor

justo, deverão ser necessariamente reavaliados quando:

I - o último valor cadastrado para o imóvel ou conjunto de utilizações não decorrer de

laudo de avaliação; e

II - a última reavaliação tiver ocorrido em prazo superior a 5 (cinco) anos, contado da

publicação desta portaria.

§1º Os órgãos e entidades terão o prazo de 5 (cinco) anos, contados da publicação

desta Portaria, para cumprimento do disposto no caput em relação aos imóveis sob sua

jurisdição.”

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De posse dessas informações, cabe demonstrar consulta ao SPIUnet realizada em

janeiro/2015 pela CGU-Órgão Central, a qual permitiu verificar a existência de doze

imóveis sob responsabilidade da UFCG. Os imóveis e as respectivas datas de avaliação

seguem listados abaixo:

Quadro 1 – Imóveis de uso especial sob responsabilidade da UFCG

UG RIP do Imóvel RIP da Utilização

Data da Validade da

Avaliação do Imóvel

de Uso Especial

Data da Validade

da Avaliação da

Utilização

150154 2003000015003 2003000025009 30/05/2008 30/05/2008

158195 1981001255001 1981001265007 01/01/2012 01/01/2012

158195 1981001575006 1981001585001 11/11/2014 11/11/2014

158195 1981001595007 1981001605002 11/11/2014 11/11/2014

158197 1913000055004 1913000065000 29/04/2012 29/04/2012

158198 2225007525000 2225007535006 21/05/2014 21/05/2014

158199 2117000465005 2117000475000 20/09/2013 20/09/2013

158199 2117000485006 2117000495001 06/07/2013 06/07/2013

158199 2177000045000 2177000055005 20/09/2013 20/09/2013

158301 2143000195007 2143000205002 27/09/2013 27/09/2013

158301 522000015000 522000035001 18/08/2016 18/08/2016

158401 2227001205000 2227001215006 26/02/2010 26/02/2010

Fonte: FTP CGU/DF

Considerando as disposições vigentes que regem a atualização, avaliação e

reavaliação de imóveis de uso especial, entendeu-se que a UFCG mantém tão somente

um de seus doze imóveis cadastrados no SPIUnet com pendências relativas à

atualização de valores contábeis de bens imóveis durante o exercício de 2014. A saber,

o imóvel de RIP n.º 2003000015003. O quantitativo de imóveis com pendências de

avaliação, então, representa 8,33% do total de imóveis já cadastrados no sistema de

gerenciamento de imóveis de uso especial.

Os demais imóveis foram submetidos à avaliação ou à reavaliação dentro do

intervalo de cinco anos, considerado o início da vigência da Portaria STN/SPU. E,

apesar de seus valores não terem sido submetidos à atualização, entendeu-se que esse é

um procedimento a encargo da SPU, conforme art. 8º, II, a:

“Art. 8º Em relação a presente portaria, compete:

II - à SPU, na qualidade de órgão responsável pela administração do patrimônio

imobiliário da União, assim como pela gestão dos sistemas corporativos de cadastro de

imóveis pertencentes ou utilizados por órgãos e entidades da Administração Pública

Federal:

a) desenvolver e implantar, no prazo de 2 (dois) anos a contar da data de publicação

desta Portaria, as funcionalidades sistêmicas relativas à depreciação e atualização

automáticas dos imóveis da União, autarquias e fundações;”.

##/Fato##

7 GESTÃO OPERACIONAL

7.1 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

7.1.1 EFETIVIDADE DOS RESULTADOS OPERACIONAIS

7.1.1.1 INFORMAÇÃO

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Informações sobre a Avaliação de Resultados da Gestão: atuação dos docentes em

atividades de ensino, pesquisa e extensão.

Fato

Durante o exercício de 2014 a CGU-R/PB efetuou ação de controle cujo objetivo

foi a Avaliação dos Resultados da Gestão da UFCG, considerando atuação dos docentes

da UFCG em atividades de ensino, pesquisa e extensão, quanto a elementos de

planejamento, controle, monitoramento e avaliação.

Para tanto, foram selecionados os macroprocessos finalísticos da UFCG,

denominados: “Graduação e Programas de Apoio”; “Pós-Graduação”; “Pesquisa

Científica e Inovação”; e “Extensão de Ações à Comunidade”. Os macroprocessos

foram selecionados por estarem estreitamente relacionados à missão institucional da

unidade, qual seja, “sua inserção no desenvolvimento regional socialmente

comprometido, sem perder de vista o contato com o mundo contemporâneo, em seu

contexto global, preservando fundamentos e princípios como a manutenção do espaço

onde a ética, a coerência e a democracia são os balizamentos para cada atividade de

ensino, de pesquisa e de extensão”.

A partir dos exames, verificou-se que os macroprocessos finalísticos da UFCG,

denominados: “Graduação e Programas de Apoio”; “Pós-Graduação”; “Pesquisa

Científica e Inovação”; e “Extensão de Ações à Comunidade”, apresentam os seguintes

aspectos que contribuem para o alcance da missão da unidade:

a) normatização interna de parâmetros relativos à distribuição de carga horária dos

docentes entre as atividades de ensino, pesquisa e extensão, bem como aos limites

mínimos e máximos de carga horária de aulas;

b) regulamentação interna relativa às atividades de pesquisa e extensão;

c) contratação de professores substitutos dentro dos parâmetros legais.

Por outro lado, verificou-se que os seguintes aspectos constituem obstáculos

para o atingimento da sua missão:

a) falta de controle sobre as atividades desenvolvidas pelo corpo docente;

b) falta de registro e proteção do patrimônio intelectual gerado por meio das atividades

de pesquisa.

Nesse contexto, conclui-se que, para que a unidade cumpra adequadamente a sua

missão institucional, é necessário:

a) formalizar seu planejamento estratégico institucional e de tecnologia da informação;

b) implementar sistemas de informação adequados à gestão integrada das atividades de

ensino, pesquisa e extensão, bem como de recursos humanos;

c) regulamentar o processo de acompanhamento e avaliação das atividades dos docentes

e os critérios para alteração de seus regimes de trabalho;

d) dotar os órgãos responsáveis pelo Programa de Inovação e Transferência de

Tecnologia da UFCG dos recursos necessários ao bom desempenho de suas atribuições.

Além das recomendações listadas, consideradas as mais relevantes, outras foram

emitidas. O inteiro teor das análises e verificações constam do Relatório de Avaliação

dos Resultados da Gestão n.º 201410708. ##/Fato##

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Presidência da República - Controladoria-Geral da União - Secretaria Federal de Controle Interno

Certificado: 201503668

Unidade(s) Auditada(s): UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

Ministério Supervisor: MINISTERIO DA EDUCACAO

Município (UF): Campina Grande (PB)

Exercício: 2014

1. Foram examinados os atos de gestão praticados entre 01/01/2014 e 31/12/2014

pelos responsáveis das áreas auditadas, especialmente aqueles listados no artigo 10 da

Instrução Normativa TCU nº 63/2010.

2. Os exames foram efetuados por seleção de itens, conforme escopo do trabalho

informado no Relatório de Auditoria Anual de Contas, em atendimento à legislação federal

aplicável às áreas selecionadas e atividades examinadas, e incluíram os resultados das ações

de controle, realizadas ao longo do exercício objeto de exame, sobre a gestão da unidade

auditada.

3. As seguintes constatações subsidiaram a certificação dos agentes do Rol de

Responsáveis:

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE - 201503668

– Realização de processos licitatórios para contratação de serviços sem indicação da

metodologia de quantificação do objeto e sem verificação de disponibilidade orçamentária.

(item 1.1.1.1)

– Planejamento inadequado dos pregões n.ºs 18 e 19/2014 deu origem à restrição da

competitividade dos certames, à execução de contratos com objetos em quantitativos menores

que os contratados e ao tratamento não isonômico entre empresas contratadas. (item 1.1.1.2)

– Contratação de postos de serviço em detrimento da contratação por resultados. Serviços de

limpeza e conservação. (item 1.1.1.3)

– Contratação de postos de serviço em detrimento da contratação por resultados. Outros

serviços. (item 1.1.1.4)

– Ausência de comprovação da necessidade de alocação de postos de portaria, no valor de ao

menos R$ 191.604,68. (item 1.1.1.6)

– Deficiências na fiscalização da execução dos contratos de terceirização oriundos dos

pregões eletrônicos n° 18 e 19, com ocorrência de prejuízo ao Erário e aos terceirizados

contratados. (item 1.1.1.7)

Certificado de Auditoria

Anual de Contas

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– Aquisição direta de equipamentos, no valor total de R$ 679.736,59, mediante processo de

dispensa alheio aos requisitos legais e com propostas de preços cujas empresas possuem

vínculos entre si. (item 1.2.1.1)

– Irregularidades nas inexigibilidades para contratação de serviço de telecomunicação. (item

1.3.1.1)

– Realização de processo para aquisição direta de equipamentos, no valor total de R$

519.500,00, cujas irregularidades resultaram em favorecimento do fornecedor na Dispensa de

Licitação nº 18/2014. (item 2.1.1.1)

– Contratação direta de serviços de apoio administrativo mediante registro de informação em

Sistema Corporativo sem amparo documental e formalização de processos destituídos dos

requisitos legais. (item 3.1.1.1)

– Reincidência de indícios de o mesmo servidor estar exercendo outras atividades

concomitantes com o regime de Dedicação Exclusiva, com prejuízo da atividade docente, em

virtude da ausência de mecanismos de prevenção de situações irregulares. (item 4.1.2.1)

– Fragilidades e descontrole acerca da adesão à jornada reduzida. (item 4.2.1.1)

– Inutilização de sistema biométrico de controle de frequência. (item 4.2.1.2)

– Descontrole acerca da frequência dos servidores da universidade e divergências entre as

informações atestadas nas folhas de frequência e a situação fática verificada pela equipe de

auditoria. (item 4.2.1.3)

– Inadequação dos registros contábeis relacionados ao patrimônio imobiliário da UFCG. (item

6.1.1.1)

– Fragilidades dos controles internos administrativos relativos à gestão patrimonial (item

6.1.1.2)

– Deficiência na execução de medidas efetivas de inclusão social das pessoas portadoras de

necessidades especiais. (item 6.1.1.3)

– Inexistência de planos de combate a incêndio, aprovado pelo corpo de bombeiros militar

(CBM), para os prédios da UFCG. (item 6.1.1.4)

– Impropriedades na gestão das atividades de manutenção predial. (item 6.1.1.5)

6. Diante dos exames realizados e da identificação de nexo de causalidade entre

os atos de gestão de cada agente e as constatações mencionadas, proponho que o

encaminhamento das contas dos integrantes do Rol de Responsáveis seja conforme indicado a

seguir:

CPF do agente

público

Cargo ou função Avaliação do

órgão de

Controle Interno

Fundamentação da avaliação do

Controle Interno

***.813.604-** Pró-Reitor de

Administração -

01/01 a 08/09/2014

Irregular Itens 1.1.1.1, 1.1.1.2, 1.1.1.3,

1.1.1.4, 1.1.1.6, 1.1.1.7, 1.2.1.1,

1.3.1.1, 2.1.1.1, 6.1.1.1 e

6.1.1.2 do Relatório de

Auditoria nº 201503668

***.932.954-** Diretora do Irregular Item 3.1.1.1 do Relatório de

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Hospital

Universitário

Alcides Carneiro

Auditoria nº 201503668

***.320.964-** Secretário de

Recursos Humanos

Irregular Itens 4.1.2.1, 4.2.1.1, 4.2.1.2 e

4.2.1.3 do Relatório de

Auditoria nº 201503668

***.142.684-** Reitor Irregular Itens 1.1.1.1, 1.1.1.2, 1.1.1.3,

1.1.1.4, 1.1.1.6, 1.2.1.1, 2.1.1.1,

4.1.2.1, 4.2.1.1, 4.2.1.2 e 4.2.1.3

do Relatório de Auditoria nº

201503668

***.317.904-** Prefeito

Universitário

Regular com

Ressalva

Itens 1.1.1.1, 1.1.1.3, 1.1.1.4,

1.1.1.6, 6.1.1.2, 6.1.1.3, 6.1.1.4

e 6.1.1.5 do Relatório de

Auditoria nº 201503668

***.541.004-** Pró-Reitor de

Administração -

09/09/2014 a

31/12/2014

Irregular Itens 1.1.1.6, 1.1.1.7, 1.2.1.1,

1.3.1.1, 2.1.1.1, 6.1.1.1 e 6.1.1.2

do Relatório de Auditoria nº

201503668

***.976.024-** Secretario de

Planejamento e

Orçamento

Regular com

Ressalva

Item 6.1.1.3 do Relatório de

Auditoria nº 201503668

Demais

integrantes do

Rol de

Responsáveis

Regularidade Considerando o escopo do

Relatório de auditoria, não

foram identificadas

irregularidades com

participação determinante

destes agentes.

João Pessoa (PB), 24 de setembro de 2015.

Chefe da Controladoria Regional da União no Estado da Paraíba.

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