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Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 1
Unidade Auditada: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
Exercício: 2014
Município: Campina Grande - PB
Relatório nº: 201503668
UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DA
PARAÍBA
_______________________________________________ Análise Gerencial
Chefe,
Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201503668, e
consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01,
de 06/04/2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de
contas anual apresentada pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE.
1. Introdução
Os trabalhos de campo foram realizados no período de 11 a 22 de maio de 2015,
por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do
exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela unidade
auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público
Federal.
Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames.
O Relatório de Auditoria encontra-se dividido em duas partes: Resultados dos
Trabalhos, que contempla a síntese dos exames e as conclusões obtidas; e Achados de
Auditoria, que contém o detalhamento das análises realizadas. Consistindo, assim, em
subsídio ao julgamento das contas apresentadas pela Unidade ao Tribunal de Contas da
União – TCU.
Registra-se que os Achados de Auditoria apresentados neste relatório foram
estruturados, preliminarmente, em Programas e Ações Orçamentárias organizados em
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títulos e subtítulos, respectivamente, segundo os assuntos com os quais se relacionam
diretamente. Posteriormente, apresentam-se as informações e as constatações que não
estão diretamente relacionadas a Programas/Ações Orçamentários específicos.
2. Resultados dos trabalhos
De acordo com o escopo de auditoria firmado, por meio da Ata de Reunião
realizada em 25/11/2014, entre a Controladoria Regional da União no Estado da Paraíba
e a Secretaria de Controle Externo do TCU no Estado da Paraíba e da Ata de Reunião
realizada em 18/12/2014, entre a Secretaria de Educação, da Cultura e do Desporto
(SecexEduc), do Tribunal de Contas da União, e a Diretoria de Auditoria da Área Social
(DS), foram efetuadas as seguintes análises:
2.1 Avaliação da Conformidade das Peças
Considerando a natureza jurídica e o negócio da unidade jurisdicionada, o
presente item teve como objetivo avaliar a conformidade de três peças de que tratam os
incisos I, II e III do art. 13 da IN TCU nº 63/2010, quais sejam: o rol de responsáveis, o
relatório de gestão e o parecer do Colegiado Pleno do Conselho Universitário.
A metodologia adotada pela equipe consistiu na análise documental das três
peças, comparando-as com os dados extraídos nos sistemas informacionais SIAFI e
SIAPE.
A partir dos exames concluiu-se que a unidade apresentou as peças em
desacordo com as normas do TCU, dada a não apresentação de informações necessárias
à prestação de contas, entre as quais, destacam-se, no Relatório de Gestão:
(a) Não há análise sobre como os macroprocessos foram conduzidos pela UJ no
exercício de referência do relatório de gestão e não há informações sobre produtos e
serviços gerados com a execução de suas atividades, principais insumos e fornecedores,
bem como seus clientes;
(b) A unidade não promoveu pesquisa de satisfação junto aos usuários dos seus
serviços;
(c) Não há informação objetiva sobre a avaliação do desempenho da unidade;
(d) Não há informação que permita avaliar as medidas adotadas pela unidade
para garantir o cumprimento das normas relativas à acessibilidade.
Por fim, o parecer do relator referente à apreciação das contas foi aprovado “ad
referendum” pelo presidente do Colegiado Pleno do Conselho Universitário, consistindo
o pronunciamento sobre a gestão da unidade numa certidão da Secretaria dos Órgãos
Deliberativos Superiores da UFCG, portanto, em desacordo com Art. 2º, § 1º, da DN
TCU nº 140, de 15 de outubro de 2014.
##/Fato##
2.2 Avaliação dos Resultados Quantitativos e Qualitativos da Gestão
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Durante o exercício de 2014, foi realizada auditoria sobre a atuação docente,
operacionalizada por meio da ação de controle cujas conclusões foram consignadas no
Relatório de Avaliação de Resultados da Gestão n.º 201410708.
Para tanto, foram estabelecidos procedimentos, questões e subquestões de
auditoria aplicados na UFCG, respeitando o mandamento constitucional que trata da
autonomia didático-científica, administrativa e financeira, bem como as estruturas
administrativas.
Foi definida a seguinte questão de auditoria: “A atuação do corpo docente está
distribuída equilibradamente entre o ensino, pesquisa e extensão?”. Para respondê-la,
foram criadas subquestões divididas em eixos, nos quais foram agrupadas de acordo
com sua similaridade.
Assim, a regularidade da atividade finalística da Universidade, analisada neste
relatório, teve como base os seguintes eixos: 1) existência de regulamentação das
atividades docentes; 2) planejamento e monitoramento das atividades docentes; 3) uso
de recursos tecnológicos; 4) gestão e resultados institucionais; e 5) professores
substitutos.
Sobre a existência de 1) regulamentação das atividades docentes, verificou-se
que a UFCG apresentou normatização interna de parâmetros relativos à distribuição de
carga horária dos docentes entre as atividades de ensino, pesquisa e extensão, bem como
aos limites mínimos e máximos de carga horária de aulas. Também foi observada
regulamentação interna relativa às atividades de pesquisa e extensão.
Entretanto, a Entidade não regulamentou o processo de acompanhamento e
avaliação das atividades dos docentes e os critérios para alteração de seus regimes de
trabalho. Dessa forma, a partir dos elementos selecionados para análise, verificou-se que
a regulamentação das atividades docentes mostrou-se parcial no âmbito da UFCG.
No que tange ao 2) planejamento e monitoramento das atividades docentes,
observou-se que há processo de planejamento referente a ensino, pesquisa e extensão,
porém ele limita-se basicamente ao planejamento da alocação da carga horária dos
docentes, não contemplando objetivos, indicadores ou metas.
Ainda acerca do monitoramento, verificou-se a falta de controle sobre as
atividades desenvolvidas pelo corpo docente. Ressalta-se, diante das incongruências das
informações disponibilizadas pela UFCG, a impossibilidade de identificar, com
razoável precisão, a distribuição efetiva da carga horária dos docentes entre ensino,
pesquisa e extensão.
Portanto, o planejamento das atividades docentes mostrou-se parcial, ao passo
que o monitoramento dessas atividades mostrou-se ineficaz.
Quanto ao 3) uso de recursos tecnológicos, em linhas gerais, foi observada a
utilização de vários sistemas de gerenciamento de informações relacionadas às
atividades docentes. Entretanto, a ausência de integração entre eles foi considerada
como um fator de risco sobre os processos operacionais finalísticos da UFCG.
Em relação a 4) gestão e resultados institucionais, foi notada importante lacuna
procedimental, tendo em vista que a Entidade não tem providenciado o registro e a
proteção do patrimônio intelectual gerado por meio das atividade de pesquisas.
Por fim, foi possível observar que a contratação de 5) professores substitutos
ocorreu dentro dos parâmetros legais.
Com o intuito de sanar as irregularidades de gestão/controle identificadas acima,
foram construídas em parceria com o gestor recomendações que, em linhas gerais,
visam que a UFCG:
- implemente sistemas de informação adequados à gestão integrada das atividades de
ensino, pesquisa e extensão, bem como de recursos humanos;
- regulamente o processo de acompanhamento e avaliação das atividades dos docentes e
os critérios para alteração de seus regimes de trabalho;
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- dote os órgãos detentores de competências relativas à gestão das atividades de criação
intelectual dos recursos necessários ao bom desempenho de suas atribuições. ##/Fato##
2.3 Avaliação da Gestão de Pessoas
O presente item tem como objetivo conhecer e avaliar a situação da governança
da gestão de pessoas no âmbito da UJ, com o intuito de identificar pontos mais
vulneráveis e induzir melhorias nessa área.
Os aspectos avaliados constam no questionário estruturado a seguir. Vale
ressaltar que, eventualmente, foram registradas observações relevantes para o
entendimento dos posicionamentos da equipe de auditoria registrados nas respostas:
Quadro 1 - Informações sobre governança e gestão de pessoas: alta administração
Quadro 2 - Informações sobre governança e gestão de pessoas: corpo técnico
Liderança da alta administração
A alta administração da unidade: Sim Não
1-Monitora regularmente o cumprimento das diretrizes relativas à gestão de pessoas? X
2-Designou formalmente corpo colegiado (ex.comitê, conselho) responsável por auxiliá-la
nas decisões relativas à gestão de pessoas? X
3-Monitora regularmente o funcionamento desse corpo colegiado? X
A unidade, sistematicamente: Prática ainda não adotada Nível de adoção de prática
Alinhamento estratégico Não
prevê
adotar
a
prática
Pretende
adotar a
prática
Iniciou ou
concluiu o
planejamento
para adotar a
prática
Adota
parcialmente
a prática
Adota
integralmente
a prática Planejamento da gestão de
pessoas
4-Executa processo de
planejamento de gestão de
pessoas, aprovando e
publicando objetivos, metas e
indicadores de desempenho?
X
Unidade de Gestão de Pessoas como parceira estratégica
5-Identifica lacunas de
competência da equipe de RH,
com o objetivo de avaliar suas
necessidades de capacitação
(ex. necessidades de
competências na área de gestão
estratégica de pessoas, na área
de concessão de direitos, etc.)?
X
Gestão da liderança e do conhecimento
Gestão da liderança e processo decisório
6-Oferece programas de
treinamento e desenvolvimento
de competências de liderança
que atendem às necessidades
de cada nível de gestão (do
operacional ao estratégico),
incluindo potenciais líderes?
X
Integridade e comprometimento
7-Verifica a opinião dos
colaboradores quanto ao
ambiente de trabalho e utiliza
os resultados para orientar
eventuais mudanças?
X
Aprendizagem contínua
8-Identifica as necessidades X X
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Sobre a alta administração, verificou-se que monitora o cumprimento das
diretrizes da UFCG para gestão de pessoas, a saber, capacitação e qualificação de
professores e técnicos em consonância com os objetivos da Entidade, por meio das
avaliações de desempenho anual (técnicos) e bianual (professores).
Entretanto, cabe ressalvar que servidores, tanto técnicos quanto docentes, ao
atingir o último estágio das respectivas carreiras, não mais são submetidos a avaliações
de progressão.
Dessa forma, o mecanismo utilizado pela UFCG para o cumprimento das
diretrizes relativas à gestão de pessoas não se mostra suficiente, em todos os casos,
como fonte de informações sobre o cumprimento das diretrizes aplicadas, relativas à
gestão de pessoas da Entidade.
Em outra vertente, verificou-se que a administração superior da Entidade
instituiu vários órgãos colegiados com atribuições relacionadas à área de gestão de
pessoas. Nessa situação a UFCG listou os seguintes: Comissão Permanente de Pessoal
Docente, Comitê de Vagas Docentes, Comitê de Vagas de Servidores Técnico-
Administrativos; Câmara Superior de Pós-Graduação e Assembleia de Unidades
Acadêmicas.
Como mecanismos de aferição do funcionamento dos colegiados, a alta
administração da UFCG dispõe de atas, expedientes emanados pelos órgãos e
individuais de capacitação
quando da avaliação de
desempenho dos
colaboradores, levando-as em
consideração nas avaliações
subsequentes?
Cultura orientada a resultados
Comunicação
9-Identifica e divulga para os
profissionais de RH a
legislação, jurisprudência e as
orientações normativas
relativas à gestão de pessoas,
orientando acerca de como elas
devem ser aplicadas
internamente?
X X
Avaliação de desempenho
10-Realiza avaliação de
desempenho dos membros da
alta administração e demais
gestores, vinculada ao alcance
dos resultados da
unidade/organização?
X
Gestão de talentos
Recrutamento, seleção e integração
11-Executa processo formal,
baseado em competências, para
seleção de gestores?
X
Resultados e prestação de contas (Accountability)
12-Monitora, por meio de
sistema informatizado de
gestão de pessoas, algum
conjunto de informações
relevantes sobre a força de
trabalho (ex. índices de
absenteísmo, índices de
rotatividade, projeções de
aposentadoria, etc)?
X
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direcionados às demais instâncias administrativas, emissão de certidões de progressão
funcional e promoção, entre outros documentos.
Quanto ao alinhamento estratégico da gestão de pessoas, verificou-se que o
órgão responsável pela gerência de recursos humanos da Entidade – a Secretaria de
Recursos Humanos – não possui plano estratégico exclusivo, somente as diretrizes
incluídas no Plano de Desenvolvimento Institucional da UFCG.
Verificou-se, ainda nessa seara, que a Unidade de Gestão de Pessoas não foi
utilizada como parceira estratégica. Isso porque a Entidade, embora tenha empreendido
processo de identificação de necessidades de competências no exercício de 2007 como
subsídio para plano de capacitação da UFCG, o procedimento não foi retomado, mesmo
diante da renovação do quadro de servidores. Ademais, não foram identificados
procedimentos adotados para identificação das necessidades de capacitação específicas
do pessoal atuante na área de Recursos Humanos.
No que concerne à gestão da liderança, a UFCG informou que nunca foi
desenvolvido nenhum trabalho técnico em Gestão de Recursos Humanos cujo objetivo
específico fosse a análise das competências de líderes e gestores da Entidade.
De forma similar, não existe na Universidade processos de avaliação de
ambiente de trabalho ou do clima organizacional.
No que tange à gestão do conhecimento, verificou-se que existem rotinas para
levantamento por necessidades de treinamento, na modalidade on line, anualmente,
entre os meses de agosto e setembro. As informações provenientes da pesquisa na
internet, por meio da qual os servidores podem indicar suas necessidades de
treinamento, serve para subsidiar a elaboração do Plano Anual de Capacitação.
Conforme informações fornecidas pela Entidade, a vinculação entre o processo
de capacitação e da avaliação de desempenho se dá quando o servidor não é considerado
apto (média inferior a sete). As consequências da inaptidão são a impossibilidade de
progressão por mérito, recomendação técnica para que não seja concedido o
afastamento para fins de capacitação, e demissão, após processo administrativo
disciplinar, no caso de o servidor apresentar média abaixo de sete em três avaliações
seguidas.
As informações prestadas pela Entidade não indicam eventuais análises do
impacto da ausência de capacitações identificadas como necessárias e não fornecidas,
sobre a avaliação de desempenho dos servidores.
Em prosseguimento, as necessidades mapeadas dizem respeito tão somente a
capacitações na modalidade on line e necessidades sob a visão do servidor. Como
mencionado anteriormente, um mapeamento de necessidades de capacitação mais amplo
não é realizado desde o exercício de 2007.
E, ainda, considerando que a causa identificada para parte das irregularidades e
impropriedades apresentadas nos achados de auditoria das diversas áreas de gestão
avaliadas foi a inadequação da capacitação, verifica-se que a política adotada para esse
assunto mostra-se aquém das necessidades da Entidade.
Dessa forma, conclui-se que a gestão do conhecimento ainda não está
estabelecida plenamente no âmbito da Entidade.
Quanto ao elemento comunicação, a UFCG limitou-se a informar que inexiste
prática sistematizada, mas que informações sobre legislação, jurisprudências e
orientações normativas relativas a pessoal são repassadas à Coordenação de Legislação
e Normas, da Secretaria de Recursos Humanos para análise e aprofundamento jurídico,
de modo a realizar a adição de procedimentos ou recomendações.
A falta de procedimentos mais estruturados de comunicação restou refletida na
impropriedade relatada no item 4.2.1.1 deste Relatório. Nele há registro da existência de
incompatibilidade entre o Decreto 1.590/1995, que dispõe sobre jornada de trabalho dos
servidores federais e a Portaria n.º 138/2011, que trata da jornada reduzida no âmbito da
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Universidade. O fato demonstra a inexistência de procedimentos preventivos e de
resolução de conflitos entre normativos.
Em relação à gestão de talentos, não é realizado processo de seleção para
gestores. Os cargos são indicados pela Administração Central do órgão aos servidores
em função de confiança e as competências exigidas para o cargo, segundo a UFCG, são
empiricamente conhecidas e avaliadas pelo gestor.
Por fim, referente a resultados e a prestação de contas, cumpre informar que o
sistema relacionado às informações de Recursos Humanos utilizados pela UFCG é tido,
pela própria Entidade, como incipiente para o atendimento das necessidades de
gerenciamento. Isso porque não contempla indicadores, subsídios para planejamento e
informações mais fidedignas sobre o quadro de servidores, em tempo real, e outros
dados essenciais para a Gestão de Pessoas como um todo.
A afirmação foi corroborada nos argumentos contidos no item 4.1.1.1. Conforme
o item, a UFCG não dispõe de parâmetros de lotação consolidados, controles adequados
acerca de horas trabalhadas pelos servidores, das funções que estão realizando e da
qualidade das atividades desempenhadas. Tais informações, afetas à área de recursos
humanos, poderiam ser administradas por sistemas de gerenciamento de pessoal
apropriado.
A inadequação do sistema de informações dos Recursos Humanos foi reforçada
por observações realizadas por ocasião da Avaliação de Resultados da Gestão,
consignada no Relatório n.º 201410708. Conforme registro disposto no item 7.1.1.1,
não existem controles sobre a atividades desenvolvidas pelo corpo docente, o que traz
grande insegurança quanto aos atingimentos dos objetivos da Entidade. Uma das causas
identificadas para esse fato foi a ausência de integração dos sistemas que gerenciam as
áreas finalísticas – ensino, pesquisa e extensão – com informações relacionadas aos
recursos humanos da UFCG.
Deste modo, percebe-se que a UFCG, apesar de apresentar existência de
elementos de governança de gestão de pessoal, necessita promover melhorias dessa
área, por meio, inclusive, de estabelecimento de metas e sistematização dos processos,
formulação de planos e normativos, com objetivo final de prover a Entidade dos
recursos humanos necessários ao atingimento de seus objetivos institucionais. ##/Fato##
2.4 Estrutura e Atuação da Auditoria Interna
Neste item o objetivo da auditoria consistiu em avaliar a estrutura e atuação da
unidade de auditoria interna da Instituição Federal de Ensino (Audin).
Em relação à estrutura da Audin, foram considerados os seguintes aspectos: (a)
independência e sua posição no organograma da Entidade; (b) existência de
regulamento, estatuto e (ou) regimento da Entidade com definição de responsabilidades,
delimitação da atuação dos trabalhos, bem como do estabelecimento das normas que
devem ser seguidas pelos auditores internos; (c) existência de uma política de
desenvolvimento de competências para os auditores internos; e (d) estrutura disponível
na Auditoria Interna e sua adequação às necessidades.
Quanto à atuação da equipe da Audin, avaliaram-se as seguintes ações: (a)
aderência das atividades realizadas pela Auditoria Interna no exercício sob análise,
constantes no Relatório Anual de Atividades de Auditoria Interna (RAINT), com
relação às planejadas; (b) o processo de gerenciamento de riscos, quando realizado pela
Audin; (c) adequação do Plano Anual de Atividades de Auditoria Interna (PAINT) às
fragilidades apontadas na avaliação de riscos, quando realizada; (d) atuação da
Auditoria Interna em submeter o PAINT e possíveis modificações ao Conselho
Diretor/Deliberativo da Entidade ou órgão equivalente para aprovação; (e) atuação da
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Audin no assessoramento à alta administração; (f) aplicação do princípio da segregação
de funções, principalmente no que tange à realização de atividades típicas de gestão; e
(g) atuação da Auditoria Interna em trabalhos de avaliação dos controles internos
administrativos da Unidade Jurisdicionada.
Para fundamentar as análises realizadas, foram utilizados os principais
normativos que regem as atividades da auditoria interna no âmbito da administração
pública federal, entendimentos recentes do Tribunal de Contas sobre a matéria e normas
internacionais sobre a prática da auditoria interna no setor público, elaboradas pelo
Institute of Internal Auditors (IIA).
As técnicas e procedimentos adotados para a obtenção de informações
abrangeram a análise dos seguintes documentos: PAINT do exercício avaliado e do
exercício seguinte à avaliação; relatórios de auditoria do exercício avaliado;
Regulamento, Estatuto e (ou) Regimento Interno em que conste a formalização da
política a ser adotada pela Auditoria Interna, a posição da Audin no organograma da
entidade, a estrutura e a definição de responsabilidades.
Em relação à estrutura da unidade de auditoria interna, verificou-se que há
contradição entre os regimentos da Reitoria e da CCI no tocante a sua vinculação e até a
sua nomenclatura, o que desfavorece a independência dos auditores internos para a
realização de suas atribuições. Também, a ausência de determinações regimentais e
normativas que estabeleçam o envolvimento direto do Conselho Universitário na
aprovação e acompanhamento das atividades da CCI compromete sua atuação.
Além disso, a Audin compõe-se de seis servidores, incluindo o chefe da
auditoria interna. Com base no histórico de baixa execução do PAINT nos últimos
exercícios, pode-se considerar este quadro insuficiente.
Ainda, verifica-se que não há uma política formalizada de capacitação dos
auditores internos. Nos últimos exercícios, têm predominado treinamentos realizados no
âmbito do Fórum Nacional de Auditores Internos (FONAI) e do Programa Capacita, da
CGU.
Por fim, as instalações físicas da CCI não são apropriadas para o
desenvolvimento de suas atividades.
Quanto à atuação da equipe da Auditoria Interna, verificou-se que, das onze
ações planejadas no PAINT, nenhuma foi concluída, e foi reportada atuação em apenas
duas delas. Ressalte-se que esta situação de baixa execução do PAINT tem sido
frequente nos últimos exercícios. Esse fato revela que o grau de aderência das auditorias
realizadas no exercício em relação ao planejado foi insatisfatório. Destaque-se que o
PAINT foi elaborado levando em consideração as características da UFCG e
fundamentado na gestão de riscos, o qual se embasa nos resultados dos trabalhos
realizados, bem como nos da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de
Contas da União (TCU).
Para a elaboração da matriz de risco e mapeamento das atividades foram levados
em consideração todos os programas, ações e atividades com créditos orçamentários no
exercício e sua correlação com as áreas de atuação previstas para a unidade de auditoria
interna. O mapeamento foi detalhado juntamente com a hierarquização das atividades,
apresentando os programas, ações e atividades, bem como os classificando segundo
critérios de materialidade, relevância e criticidade, a fim de mensurar o risco inerente às
atividades a serem realizadas.
Considerando que não foi concluído nenhum relatório de auditoria no exercício
sob exame, a Audin não exerceu adequadamente sua função de assessoramento aos
gestores da Instituição, não tendo sido observado qualquer benefício obtido pela atuação
da Audin para a melhoria da gestão da IFE.
Diante do exposto, entende-se necessário prover a unidade de auditoria dos
recursos humanos e materiais necessários ao adequado desenvolvimento de suas
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atividades, bem como proceder à adequação dos normativos internos voltados a sua
estruturação e funcionamento para dotá-la de capacidade para cumprir sua missão.
##/Fato##
2.5 Avaliação da Gestão do Patrimônio Imobiliário
No que se refere à Gestão Patrimonial da UFCG, os exames foram realizados
considerando o escopo acordado entre este órgão de Controle Interno e o TCU,
mediante ata de customização de escopo.
A metodologia aplicada consistiu na inspeção dos registros patrimoniais e na
aplicação de questionários, mediante inspeção física de amostra não estatística de
instalações prediais, visando a avaliar a correção dos registros contábeis, a qualidade
dos controles internos administrativos instituídos pela IFE, bem como o estado das
instalações prediais e o conforto por elas proporcionado à comunidade acadêmica para a
realização de suas atividades.
A partir dos exames realizados, constatou-se que os registros contábeis
referentes à gestão de patrimônio mostraram-se incompletos, conforme itens específicos
deste relatório.
Constatou-se, ainda, que os controles internos administrativos não atendem às
necessidades da Entidade, haja vista terem sido identificadas inconformidades nos
quesitos levantados por meio de formulários, avaliados, dentre outros aspectos, a
apropriada segregação de funções. Dentre as inconformidades encontradas, destacam-
se:
a) Deficiências nos controles internos administrativos e/ou políticas de inclusão social
às pessoas portadoras de necessidades especiais;
b) Deficiências nos controles internos administrativos direcionados à segurança contra
incêndios;
c) Normatização insuficiente para regular as atribuições de unidade administrativa
responsável pela coordenação das atividades/manutenção predial;
d) Quadro funcional da unidade administrativa responsável pela coordenação das
atividades/manutenção predial com n.º de engenheiros insuficiente para o desempenho
das atividades do setor;
e) Ausência do uso consolidado de sistema informatizado (software) de apoio à gestão
da manutenção predial, que possibilite o gerenciamento dos dados e informações
pertinentes às atividades de manutenção predial;
f) Ausência de normativos que disciplinem e formalizem a gestão das atividades de
conservação/manutenção predial e/ou Manual de Operação, Uso e Manutenção da
Edificação, em atendimento à ABNT NBR 14037;
No que se refere às instalações prediais, foram avaliados aspectos de
acessibilidade e inclusão digital nas dependências do edifício e de conservação e
conforto de suas salas de aula. Dessa forma, os exames indicaram inconformidades,
dentre as quais se destacam:
a) Deficiências na infraestrutura de acessibilidade dos edifícios vistoriados;
b) Inexistência de sinal de internet nas salas de aula;
c) Salas com índice reduzido de m2/aluno, sem ofertar padrões mínimos de conforto;
d) Salas com mau estado de conservação.
Verificou-se, ainda, que a Unidade não realizou o cadastramento dos imóveis
nos sistemas corporativos; tampouco regularizou, junto aos órgãos competentes, a
situação da totalidade dos imóveis sob sua responsabilidade.
Quanto à segregação de funções nos processos que envolvem a gestão do
patrimônio imobiliário da Unidade, verifica-se o não atendimento desse princípio, haja
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vista que o servidor responsável pela cobrança e pelo controle de operações imobiliárias
no campus principal da UFCG, onerosas ou não, é o mesmo servidor responsável por
efetuar controles para que os imóveis sejam ocupados apenas por pessoas/entidades
autorizadas. ##/Fato##
2.6 Avaliação do Cumprimento das Determinações/Recomendações do TCU
A CGU optou por examinar o grau de atendimento da unidade às determinações
efetuadas pelo TCU no exercício avaliado, bem como os seus resultados para a melhoria
da gestão e dos programas desenvolvidos pela IFE.
O escopo dos trabalhos se limitou aos acórdãos com determinação expressa do
Tribunal à CGU para monitoramento, inclusive aqueles expedidos antes do exercício a
que se referem as contas. A metodologia consistiu no levantamento e análise dos
acórdãos e de solicitação de documentos e informações para verificar os processos
implementados pela IFE para cumprimento das determinações do TCU.
Nesse sentido, dos seis acórdãos informados no relatório de gestão da unidade
que foram publicados no exercício referente às contas, dois apresentaram determinação
expressa à CGU para monitoramento.
Além disso, outros três acórdãos expedidos em exercícios anteriores ao das
contas continham determinação expressa para acompanhamento pela CGU.
A partir da análise dos cinco acórdãos, verificou-se que os cinco foram atendidos
parcialmente, quer pelo atendimento parcial de algum item ou pelo descumprimento de
itens de cada acórdão examinado.
Em relação às determinações não cumpridas ou cumpridas parcialmente, a
principal oportunidade de melhoria é a implementação de rotina de acompanhamento
quanto ao atendimento das determinações do TCU, preferencialmente com a utilização
de ferramenta de controle informatizada.
Nesse contexto, considera-se insatisfatório o tratamento dado pela unidade às
determinações do Tribunal, vez que todos os acórdãos analisados demandam ações
corretivas e preventivas da IFE.
Dessa forma, recomendou-se à Entidade: alterar normativos internos e definir
responsáveis para controlar o atendimento de determinações do TCU.
##/Fato##
2.7 Avaliação do Cumprimento das Recomendações da CGU
Neste item a auditoria objetivou verificar a adequada e oportuna implementação
das recomendações expedidas pela Controladoria-Geral da União em ações de controle
realizadas junto à UJ relacionadas ao período de exame, para compor o Relatório de
Auditoria de Gestão, analisando as eventuais justificativas do gestor para o
descumprimento, bem como as providências adotadas em cada caso.
O escopo da auditoria se limitou a todas as recomendações acordadas com o
gestor para serem atendidas no ano da gestão avaliada, bem como nos dois anos
antecedentes ao das contas. A metodologia consistiu no levantamento e análise de
quatro relatórios de auditoria emitidos no período de 2009 a 2013 e dos Planos de
Providências Permanente da Entidade.
A partir do resultado das análises, conclui-se que das 52 recomendações com
prazo de atendimento referente ao exercício das contas e aos dois antecedentes, 45
foram atendidas integralmente e sete não foram atendidas. Das sete recomendações não
atendidas, destacam-se as seguintes oportunidades de melhoria no caso de a IFE
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implementá-las: otimização no gerenciamento de pessoal cedido e regularização dos
bens imóveis. Cabe ressaltar que as recomendações pendentes de atendimento,
referentes às faltas de registro no SPIUNet e de atualização dos registros nos cartórios
de imóveis, impactam de forma negativa na gestão da IFE.
Nesse contexto, considera-se satisfatório o tratamento dado pela IFE para
cumprimento das recomendações da CGU, dado que 86% delas foram atendidas
integralmente.
##/Fato##
2.8 Avaliação do CGU/PAD
O órgão de controle interno teve como objetivo verificar se a unidade examinada
está registrando as informações referentes aos procedimentos disciplinares instaurados
no sistema CGU-PAD.
A partir dos exames realizados, verificou-se que foram instaurados dois
processos disciplinares em 2014 e ambos foram cadastrados no Sistema CGUPAD.
##/Fato##
2.9 Avaliação do Parecer da Auditoria Interna
O Parecer da Auditoria Interna da UFCG não contempla de forma suficiente os
elementos previstos no Anexo III da DN TCU nº 140, de 15 de outubro de 2014,
quanto: (a) às informações gerenciais sobre a execução do plano de trabalho da
auditoria interna do exercício de referência das contas; (b) às informações sobre a
confiabilidade das demonstrações contábeis, demonstrando as eventuais inconsistências
verificadas, bem como a estratégia e os procedimentos adotados para a verificação.
Os demais temas exigidos pelo Tribunal estão de acordo o normativo sobre os
conteúdos das peças complementares que comporão os processos de contas de 2014.
##/Fato##
2.10 Avaliação da Regularidade dos Processos Licitatórios da UJ
A fim de avaliar a regularidade dos processos licitatórios e das contratações,
bem como a utilização de critérios de sustentabilidade ambiental na aquisição de bens e
na contratação de serviços e obras, selecionaram-se sete processos conduzidos no
exercício de 2014.
Esses processos foram escolhidos com base nos critérios de materialidade,
relevância e criticidade e representam 3,26% dos recursos executados em 2014, pela
Unidade Gestora utilizada na gestão do campus central da UFCG (158195) conforme
demonstrado a seguir: Quadro - Licitações avaliadas
Qtde total de
processos*
Qtde de processos
licitatórios
avaliados
Valor orçado dos
processos
avaliados
Qtde de processos
em que foi
detectada alguma
desconformidade
Pregão eletrônico 95 2 R$ 12.142.535,76 2 * Fonte: SIASG/Comprasnet
Quadro - Dispensas de licitação avaliadas
Qtde total de Qtde de processos Valor orçado dos Qtde de processos
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processos* de dispensa
avaliados
processos
avaliados
em que foi
detectada alguma
desconformidade
Processos de
dispensa 178 4 R$ 3.372.842,22 4
* Fonte: SIASG/Comprasnet
Quadro – Inexigibilidades de licitação avaliadas
Qtde total de
processos*
Qtde de processos
de inexigibilidade
avaliados
Valor orçado dos
processos
avaliados
Qtde de processos
em que foi
detectada alguma
desconformidade Processos de
inexigibilidade 369 2 R$ 260.925,05 2
* Fonte: SIASG/Comprasnet
Em decorrência das análises, verificou-se que os processos licitatórios
examinados foram irregulares.
Referente às contratações diretas de serviços, observou-se o registro de transação
em Sistema Corporativo do Governo Federal sem o suporte processual para amparar o
pagamento da despesa bem como instrução processual com atos extemporâneos à
apreciação jurídica, à ratificação e à vigência inicial de contrato.
Especificamente nas sucessivas contratações diretas de serviços de apoio
administrativo realizadas pelo Hospital Universitário Alcides Carneiro, verificou-se que
a manipulação de dados em Sistema Corporativo propiciou a emissão de empenhos sem
o devido suporte documental para amparar a despesa sem cobertura contratual.
Além disso, diante do prolongamento desarrazoado por 605 dias de licitação na
modalidade Pregão Eletrônico, cujo resultado foi o encerramento por abandono, houve
contratações diretas por emergência, cujos processos são frontalmente contrários à lei,
no valor total de R$ 1.799.380,31, em 2014, compreendendo o montante do ato
inquinado como ilegal.
No que se refere às aquisições diretas, verificou-se que a falta da perfeita
caracterização do bem e a instrução processual desprovida dos requisitos legais
indispensáveis deu margem ao favorecimento de empresa na compra de equipamento
destinado à pesquisa cientifica. Numa aquisição a universidade efetuou a anulação da
dispensa de licitação e do empenho, no valor de R$ 519.500,00, após tomar ciência das
irregularidades apontadas pela CGU, entretanto, na outra aquisição, a unidade já havia
efetuado o pagamento, no valor total de R$ 679.736,59, que compreende o montante do
ato apurado como ilegal e antieconômico.
Nesse aspecto, a plena indiferença aos requisitos legais para as contratações
diretas contribuíram para a condução dos processos de forma irregular.
Entre as principais impropriedades relacionadas às licitações, verificou-se o
planejamento inadequado, sobretudo quanto ao dimensionamento do objeto.
Como consequência desse fato, verificou-se a restrição da competitividade, a
existência de contratos com objetos que não retratam a realidade jurídica dos serviços
prestados, a previsão de acréscimos e supressões do objeto em percentuais ilegais, e a
desigualdade de tratamento entre as empresas contratadas.
Além disso, verificou-se que a UFCG efetuou, sem demonstrar o caráter de
excepcionalidade, licitações de serviços quantificados por postos de serviço, quando a
previsão normativa é da contratação por resultados.
Ademais as licitações foram efetuadas sem a certificação da existência de
orçamento disponível para a execução dos objetos.
As contratações decorrentes das licitações analisadas também apresentaram
várias não conformidades e inconsistências, das quais se sobressai a fragilidade da
fiscalização dos contratos.
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Nessa seara podem ser mencionadas ocorrências de execução e pagamento do
objeto diferente do licitado, com dano ao erário, em virtude de os serviços prestados
terem custos inferiores aos contratados e pagos.
Tem relevância, ainda, a verificação da existência de diferença das remunerações
declaradas nas propostas ofertadas na licitação pelas empresas contratadas, em relação
às remunerações efetivamente pagas, com prejuízo aos trabalhadores e ao erário.
Durante o período de campo foi possível calcular o montante de R$ 151.654,81
pagos indevidamente às contratadas, em decorrência das não conformidades
relacionadas às falhas da fiscalização, para os quais foi recomendada a reposição de
valores. O montante ainda pode ser majorado em virtude de valores pagos
indevidamente e que ainda necessitam ser identificados pela UFCG.
Além desses, R$ 191.604,68 foram considerados como despesas relativas à
prestação serviços de portaria desnecessários ou subutilizados. Em que pese a
impossibilidade de reposição dos valores, tendo em vista que os serviços foram
prestados, o fato revela gestão antieconômica por parte da Entidade.
Ressalta-se que as fragilidades detectadas nas licitações examinadas e nos
contratos decorrentes têm grande relevância à medida que tratam de serviços de
fornecimento de mão de obra para serviços de apoio administrativo e vigilância armada.
Isso porque consulta ao Sistema Integrado de Administração Financeira e
Orçamentária do Governo Federal (SIAFI) indica que no exercício de 2014 a UG do
campus principal da UFCG liquidou R$ 20.213.550,48 em despesas cujas naturezas
foram descritas como “apoio administrativo, técnico e operacional” ou “vigilância
ostensiva/monitorada/rastreamento”. O valor representa 40,92% do valor executado em
despesas com aquisição de bens e de serviços pela UG em 2014, a saber, R$
49.386.873,66.
Dessa forma, é bastante plausível que as falhas identificadas nas licitações e
contratações examinadas sejam reproduzidas também nas demais licitações e
contratações, pela similaridade de objetos.
Em outro sentido, a Entidade demonstrou ter utilizado critérios de
sustentabilidade ambiental nos editais das licitações analisadas, consubstanciados na
exigência de programa interno de treinamento de seus empregados, pelas contratadas,
para redução de consumo de energia elétrica, consumo de água e redução de produção
de resíduos sólidos, observadas as normas ambientais vigentes.
Por fim, verificou-se como boa prática da Entidade a manualização dos
procedimentos de compras, que detalha o fluxo e a sequência de ações que devem ser
adotadas pelos atores do processo, muito embora a própria UFCG reconheça que tais
documentos apresentam fragilidades e necessidade de aprimoramento.
##/Fato##
3. Conclusão
Os resultados do trabalho, consubstanciados por meio de testes e pelas
informações prestadas pelos gestores e constantes do Relatório de Gestão da
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), apontam falhas que causaram
potencialmente prejuízo ao erário, mediante ato de gestão antieconômico, por conta da
contratação de serviços de portaria desnecessários ou subutilizados, cuja estimativa do
dano alcançou o montante de R$ 191.604,68.
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A fragilidade da fiscalização dos contratos é um ponto que merece atenção da
UFCG, vez que não foi capaz de detectar a prestação de serviços com custos inferiores
aos contratados e pagos, inclusive mediante pagamento das remunerações dos
trabalhadores em valores inferiores àquelas declaradas nas propostas que respaldam o
contrato, resultando em dano aos trabalhadores e ao erário, com a agravante da possível
responsabilidade solidária da Administração perante a Justiça do Trabalho, nesses casos.
Haja vista a atuação inadequada da fiscalização dos contratos, foi recomendada a
reposição ao erário, no total de R$ 151.654,81.
No tocante às contratações diretas, a condução dos processos de forma
totalmente contrária à legislação permitiu contínuas e sucessivas contratações de
serviços de apoio administrativo, no montante de R$ 1.799.380,31, em caráter de
urgência, para o Hospital Universitário Alcides Carneiro, inicialmente por meio do
registro de transação no Siafi sem o suporte processual legítimo para amparar a despesa
e, posteriormente, pela instrução processual extemporânea à execução da despesa e
alheia aos requisitos legais para a contratação direta.
No âmbito das aquisições diretas de equipamentos para a pesquisa cientifica, as
contratações irregulares atingiram o valor de R$ 1.199.236,59, porém, após a
apresentação dos fatos pela auditoria, a UFCG providenciou a anulação de uma
dispensa de licitação, no valor de R$ 519.500,00. Nesse caso, restaram medidas a serem
tomadas em face da aquisição irregular, no total de R$ 679.736,59, na qual há
evidências de condução do processo com favorecimento de empresas com vínculo entre
si.
Foram verificadas, também, falhas na Gestão de Recursos Humanos,
relacionadas à falta de controle da frequência dos servidores, à inutilização de sistema
biométrico de controle de frequência e à ausência de mecanismos de prevenção da
acumulação irregular de cargos. Os danos ao erário em virtude dessas falhas, apurados
pontualmente para cada caso identificado durante os trabalhos de campo, estão
apontados nos itens específicos deste relatório de auditoria.
Tendo sido abordados os pontos requeridos pela legislação aplicável,
submetemos o presente relatório à consideração superior, de modo a possibilitar a
emissão do competente Certificado de Auditoria.
João Pessoa/PB, 28 de setembro de 2015.
Nome: Cargo: ANALISTA DE FINANCAS E CONTROLE
Assinatura:
Nome:
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Cargo: ANALISTA DE FINANCAS E CONTROLE
Assinatura:
Nome: Cargo: ANALISTA DE FINANCAS E CONTROLE
Assinatura:
Relatório supervisionado e aprovado por:
_____________________________________________________________
Chefe
_______________________________________________ Achados da Auditoria - nº 201503668
1 Educação Superior - Graduação, Pós-Graduação, Ensino, Pesquisa e Extensão
1.1 Funcionamento de Instituições Federais de Ensino Superior
1.1.1 OPORTUNIDADE DA LICITAÇÃO
1.1.1.1 CONSTATAÇÃO
Realização de processos licitatórios para contratação de serviços sem indicação da
metodologia de quantificação do objeto e sem verificação de disponibilidade
orçamentária.
Fato
O pregão n.º 19/2014 teve por objeto a contratação de serviços de apoio
administrativo para os campi de Campina Grande, Sumé e Pombal. O valor orçado da
licitação foi de R$ 7.682.840,16.
Ao analisar os documentos que constituíram a fase interna desse pregão,
verificou-se que não foi autuado o plano de trabalho da contratação.
Menciona-se que foi identificada parte das informações que constituem a
essência do plano de trabalho – conforme a previsão da IN SLTI/MPOG n.º 02/2008
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(IN 02/2008), em seu art. 6º, §3º – a exemplo da justificativa da contratação e resultados
a serem alcançados em termos de economicidade.
Diferentemente, não foram identificados documentos que estabelecessem
relação entre a demanda prevista e a quantidade de serviço a ser contratada, conforme
exigência disposta no inciso II do art. 6º, §3º da citada IN 02/2008.
Sobre o assunto, foram autuados no processo tão somente memorandos trocados
entre a Pró-Reitoria de Administração e a Prefeitura Universitária, nos quais já
constaram os quantitativos a serem contratados.
Em prosseguimento às análises, verificou-se, a partir dos processos de
pagamentos decorrentes do pregão eletrônico n.º 19/2014 disponibilizados pela UFCG,
que para determinados serviços contratados houve grande diferença entre o quantitativo
de postos licitados e os efetivamente em prestação de serviços. Segue quadro
demonstrativo:
Quadro – Confronto entre quantitativos licitados e executados
Contrato Posto licitado Qtde
licitada
Qtde de postos de serviços efetivamente pagos por competência
Jul/2014 Ago/14 Set/2014 Out/2014 Nov/14 Dez/14 Jan/15 Fev/15
49/2014
Porteiro –
escala 12x36h 40 22 25 29 28 29 29 29 29
Porteiro – 44h 10 4 5 5 5 7 7 7 7
50/2014
Auxiliar de serviços gerais
40 24 24 24 24 24 24 24 24
Cozinheiro 04 0 0 0 0 0 0 0 0
Copeiro 04 01 01 01 01 01 01 01 01
Eletricista 04 01 01 01 01 01 01 01 01
Carpinteiro 04 01 01 01 01 01 01 01 01
Encarregado 04 02 02 02 02 02 02 02 02
Pedreiro 06 06 04 04 04 04 04 04 04
Recepcionista 20 05 05 05 05 05 05 05 05
Bombeiro
hidráulico 02 01 01 01 01 01 01 01
01
Telefonista 08 02 02 02 02 02 02 02 02
Jardineiro 04 04 04 04 04 04 04 04 04
51/2014
Auxiliar de
serviços gerais 60
Não houve
prestação de
serviços
18 18 18 18 18 21
Cozinheiro 06 01 01 01 01 01 01
Eletricista 06 01 01 01 01 01 01
Carpinteiro 04 0 0 0 0 0 0
Pedreiro 06 03 03 03 03 03 03
Recepcionista 20 14 14 14 14 14 14
Bombeiro hidráulico
04 0 0 0 0 0 0
Auxiliar de
cozinha 08 02 02 02 02 02 02
Porteiro – escala 12x36h
10 02 02 02 02 02 02
Jardineiro 08 02 02 02 02 02 02
Total 282 73 75 122 121 124 124 124 127
Fonte: Edital do pregão n.º 19/2014, processos de pagamentos dos contratos n.ºs 49, 50 e 51/2014.
A partir do quadro, verifica-se que o quantitativo de postos licitados mostrou-se
muito maior do que aqueles demandados pela UFCG ao longo da execução contratual.
Houve casos em que os postos licitados foram desarrazoadamente excessivos, a
exemplo dos postos de eletricista e de cozinheiro relativos ao contrato n.º 51/2014, que
se apresentou 500% maior que o efetivamente contratado.
Ademais, no processo do pregão eletrônico n.º 19/2014 não foram identificadas
as memórias de cálculo para o caso específico dos postos de auxiliar de serviços gerais,
aos quais estão associados índices de produtividade determinados na IN 02/2008, em
seu arts. 43 a 48, tratada em relato específico.
Portanto, constatou-se que as estimativas de quantidade do pregão eletrônico n.º
19/2014 não foram objetivamente estabelecidas e que a metodologia utilizada para o
dimensionamento dos serviços não se coadunam com o dispositivo da Lei n.º
8.666/1993, disposto em seu art. 6º, IX, f, c/c art. 7, §4º, indicando a fragilidade do
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planejamento da contratação e dando origem a irregularidades e impropriedades que
seguem descritas em registro próprio.
Ressalta-se que as observações ora apresentadas foram verificadas também em
relação ao pregão eletrônico n.º 18/2014, cujo objeto foi a prestação de serviços de
vigilância armada em quatro dos campi da UFCG, com orçamento estimado de R$
4.459.695,60
Indo além, verificou-se que o dimensionamento a maior dos postos é uma prática
rotineira da Entidade, o que pode ser facilmente verificado no Relatório de Gestão –
2014, mais especificamente nos quadros 7.9 - Contratos de Prestação de Serviços de
Limpeza e Higiene e Vigilância Ostensiva – UG 158195 e Quadro 7.13 – Contratos de
Prestação de Serviços com Locação de Mão de Obra – UG 158195.
De acordo com os quadros citados, apurou-se que o quantitativo de 1.980
trabalhadores previstos nos contratos firmados pela UFCG encontra-se 86% superior do
quantitativo de trabalhadores efetivamente contratados, em número de 1.063.
Frisa-se que para obter tais números foram considerados os contratos na situação
(A) Ativo Normal e (P) Ativo Prorrogado, conforme legenda dos quadros 7.9 e 7.13
retromencionados.
Em prosseguimento às análises, tem-se que a disponibilidade orçamentária para
execução do objeto licitado é um dos pré-requisitos do processo licitatório, conforme
estabelecido no art. 7º, §2º, III da Lei Geral das Licitações. Entretanto, a comprovação
de que havia recursos orçamentários disponíveis para a contratação dos objetos licitados
não foi identificada nos processos a que se referem os pregões eletrônicos n.ºs 18 e
19/2014, por ocasião da fase interna dos certames.
Conforme manifestações obtidas durante o período dos trabalhos de campo, a
verificação sobre a existência de orçamento, nas avenças decorrentes dos certames em
análise, ocorreu quando das alterações das demandas por posto de serviço, já no âmbito
da execução contratual.
Ao lado do planejamento deficiente, então, tem-se que a ausência de verificação
da disponibilidade de recursos orçamentários em antecedência ao processo licitatório
contribuiu sobremaneira para a estimativa superdimensionada dos postos.
A par do que já foi exposto, conclui-se que, caso a administração da Entidade
necessitasse contratar o total de postos licitados, haveria o risco da impossibilidade de
execução por conta da inexistência de recursos orçamentários.
Questionada sobre a ausência de plano de trabalho e instada a apresentar
documentação indicativa da forma como o número de profissionais/postos para cada
serviço contratado foi dimensionado – a exemplo de demandas setoriais, estudos de
necessidade, cálculo de áreas a serem atendidas, etc – a UFCG esclareceu, por meio do
Ofício n.º 65/R/GR/UFCG, de 10/03/2015, o seguinte:
“(...) temos a informar que a Universidade Federal de Campina Grande não tem um
Plano de Trabalho específico para a contratação de serviço terceirizado. Quando da
última expansão pela qual passou a Instituição (Plano de Expansão e REUNI), foi
realizado dimensionamento do quadro de pessoal efetivo e de infraestrutura. À medida
que as obras projetadas vão sendo concluídas, os Dirigentes Setoriais solicitam, à
Administração Central, o preenchimento daqueles cargos que, por não pertencerem à
carreira federal, são ocupados pelo serviço terceirizado. A Prefeitura Universitária
define as categorias e os quantitativos a serem licitadas e a contratação é realizada a
partir de autorização do Vice-Reitor, tendo como fundamento as justificativas
encaminhadas pelos dirigentes setoriais. O número licitado, definido pela Prefeitura
Universitária, sempre a maior, evita contratação de empresas diferentes para
prestação de serviço idêntico, no mesmo setor. A procuradoria jurídica emitiu parecer
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favorável a minuta de edital, que contém a justificativa para este procedimento.(...)”
(grifo nosso).
Há de ser reconhecida a existência de necessidades previsíveis e futuras, em
decorrência do processo de expansão da Universidade. Porém, o que se observou é que
o planejamento empreendido pela UFCG ocorreu de forma simplista, sem a utilização
de qualquer aferição de pertinência sobre o que seria necessidade atual, o que seria
demanda futura, e os prazos possíveis para o aumento da demanda.
Registra-se que não foram anexados documentos demonstrativos do
dimensionamento do quadro de pessoal ou as solicitações de preenchimento de vagas
pelos dirigentes setoriais mencionadas na manifestação, não restando demonstrada a
necessidade original, a qual a Prefeitura Universitária teria utilizado como base para a
licitação.
Nessa vereda e como exemplificação dos critérios adotados para os quantitativos
licitados, cabe mencionar excerto de manifestação disposta no Ofício n.º
186/R/GR/UFCG:
“(...) Com relação às informações solicitadas acerca do Contrato UFCG/PRA
N°051/2014, temos a acrescentar que o quantitativo do número de postos foi levantado
pela Direção do Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar, levando em
consideração as necessidades do momento e deixando uma margem de sobra para
atendimento de demandas futuras, uma vez que estavam previstos trabalhos a serem
executados na Fazenda Experimental, na Central de Laboratórios III, bem como as
atividades inerentes ao início do curso de Engenharia Civil, contemplando mais urna
Central de Aulas e mais uma Central de Laboratórios.(...)”
Entretanto, informações acerca dos possíveis prazos em que as novas estruturas
estariam concluídas não constaram no processo relativo ao pregão eletrônico n.º
19/2014, tampouco nas manifestações apresentadas ao longo dos trabalhos, de forma a
justificar o dimensionamento do objeto licitado.
Frisa-se que, para o caso específico do contrato n.º 51/2014, apenas 32,57% dos
postos licitados foram realmente demandados, conforme informações obtidas no
processo de pagamento relativo ao mês de dezembro/2014.
Outrossim, a fim de identificar a dinâmica de ocupação dos postos já no âmbito
da execução contratual, foi solicitado à UFCG que disponibilizasse informações e
documentos indicativos do fluxo de requisição de postos de trabalho, pelos setores. Em
resposta, ofertada por meio do Ofício n.º 186/R/GR/UFCG, de 21 de maio de 2015,
manifestou-se da seguinte forma:
“(...)b. após a formalização do contrato, o setor competente pela gestão dos serviços
solicita autorização de postos ao Pró-Reitor de Planejamento, o qual emite autorização
a partir da existência de disponibilidade orçamentária, encaminhando o processo à
Pró-Reitoria de Gestão Administrativo-Financeira para emissão de ofício a ser
encaminhado à contratada, solicitando a contratação de postos necessários, sendo
realizados, de acordo com as necessidades da Instituição, acréscimos e supressões, no
quantitativo de postos, ao longo da execução do contrato. (...)
7. Com relação às informações solicitadas acerca do Contrato UFCG/PRA N°
050/2014, temos a apresentar os seguintes esclarecimentos:
(...)
b. devido à limitação orçamentária, não foi possível a contratação de mais postos de
serviços, embora exista a necessidade e a disponibilidade no contrato.(...)”
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A título de comprovação, foram anexados à manifestação memorandos e ofícios
emitidos após o início da execução contratual dos termos n.ºs 49, 50 e 51/2014.
A análise dos documentos vem a corroborar o entendimento de que as
especificações de quantidade utilizadas na licitação não guardam relação com as
necessidades vivenciadas pela UFCG e seus campi, a curto e médio prazo.
Como exemplo, menciona-se o Mem. CDSA/UFCG/Nº 43/2014, de 11 de julho
de 2014, que teve por origem o Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido
(CDSA), situado no campus de Sumé, e por destino a Pró-Reitoria de Administração
Financeira.
O teor do referido memorando consistiu na solicitação de supressão de dois
postos de pedreiro (contrato n.º 050/2014) e acréscimo de dois postos de portaria
(contrato n.º 55/2014), a partir de 1º de agosto de 2014.
Da comparação entre as datas de início de vigência dos contratos n.ºs 50 e
55/2014 – ambas, 1º de julho de 2014 – e a data da solicitação de alteração de postos,
verifica-se que a prestação de serviços já se iniciou com quantitativos equivocados,
revelando extrema fragilidade do planejamento que deu origem à contratação.
Ademais, a manifestação também revela que, na visão do gestor, há necessidade
que não pôde ser atendida em virtude de limitação orçamentária. Ressalta-se que tais
riscos seriam minimizados se a consulta à disponibilidade orçamentária fosse realizada
oportunamente, em antecedência à fase externa da licitação, de forma que o objeto fosse
estabelecido conjugando-se as demandas e os recursos viáveis para seu atendimento.
Além das disposições legais e normativas infringidas já mencionadas, os
procedimentos adotados pela UFCG no âmbito dos pregões eletrônicos n.ºs 18 e
19/2014, no tocante ao planejamento, são indicados como irregulares também pela
jurisprudência do Tribunal de Contas da União (TCU).
Nesse sentido, enumeram-se os Acórdãos n.ºs 1.633/2014-Plenário, 301/2005-
Plenário, 3.267/2007-Primeira Câmara e 2.417/2007-TCU-2ª Câmara.
##/Fato##
Causa
Homologação de processos licitatórios cujos editais foram elaborados sem respaldo do
planejamento adequado da contratação, conforme preceitos contidos na Lei 8.666/1993,
10.520/2006 e IN SLTI MPOG 02/2008.
Homologação de processos licitatórios executados sem certificação da existência de
recursos orçamentários para lastrear as contratações decorrentes.
Instâncias detentoras de competências de supervisão, acompanhamento e elaboração de
editais (Pró-reitoria de Administração, Coordenação de Compras e Contratos e Divisão
de Materiais) não impediram o prosseguimento dos procedimentos de licitações sem o
adequado planejamento e sem verificação da disponibilidade orçamentária.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n.º 244/R/GR/UFCG, de 02/07/2015, a Entidade manifestou-
se sobre o fato apontado da seguinte forma:
“Com referência aos itens 1 e 2 - Planejamento deficiente das contratações decorrentes
dos Pregões Eletrônicos N°s. 18/2014 e 19/2014 e irregularidades decorrentes deste
planejamento -, ratificamos que a Universidade Federal de Campina Grande não tem
um Plano de Trabalho específico para a contratação de serviços terceirizados, sendo o
quantitativo de postos licitados estimados, considerando a expansão pela qual passou a
Instituição e visando evitar a duplicidade de objetos contratuais, decorrentes da
contratação de empresas diferentes para prestação de serviços idênticos.
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 20
Contudo, e após ciência desta Solicitação de Auditoria, a UFCG adotará as medidas
necessárias para corrigir as possíveis irregularidades e impropriedades, no tocante ao
planejamento para a contratação de serviços terceirizados, já tendo, inclusive, iniciado
processo para contratação de serviços de limpeza, nos termos da IN SLTI 02/2008,
para os Campi de Patos e Sousa.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A manifestação da UFCG apenas enfatiza argumentos já apresentados durante o
período de campo, quais sejam, a Entidade não dispõe de Plano de Trabalho para
contratação de serviços e os quantitativos de postos licitados foram estimados
considerando a expansão da Universidade.
Não foram apresentadas novas informações que fossem capazes de afastar as
irregularidades apontadas no campo fato.
A UFCG, de igual forma, ratifica que a estimativa visou evitar a duplicidade de
objetos contratuais. Sobre esse aspecto, vale mencionar que a duplicidade de contratos
com objetos idênticos realmente deve ser evitada. Entretanto, a maneira mais apropriada
para fazê-lo é por meio de planejamento adequado, por meio do qual sejam identificadas
as necessidades atuais e futuras e, ainda, considerando a normatização atinente a cada
modalidade de serviço a ser contratada.
Por fim, a UFCG informou que iniciou processo de contratação de serviços nos
termos da IN SLTI 02/2008, o que indica o reconhecimento das impropriedades
relatadas ao mesmo passo que revela o intento de corrigir procedimentos equivocados
de planejamento.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Inserir, nos documentos que regem as atividades de compras, etapas
relativas: - Ao dimensionamento do objeto a partir de documentos/estudos que
justifiquem a relação entre a demanda e a quantidade de serviços a ser contratada. - À
certificação da existência de dotação orçamentária capaz de subsidiar as despesas
pretendidas em antecedência a etapas externas dos procedimentos de aquisição
(licitação/dispensa/inexigibilidade. Dar ciência das alterações aos servidores atuantes
nos setores envolvidos com os procedimentos de compras.
Recomendação 2: Providenciar capacitação adequada aos servidores atuantes no fluxo
das compras, inclusive aqueles lotados na Divisão de Materiais.
1.1.1.2 CONSTATAÇÃO
Planejamento inadequado dos pregões n.ºs 18 e 19/2014 deu origem à restrição da
competitividade dos certames, à execução de contratos com objetos em
quantitativos menores que os contratados e ao tratamento não isonômico entre
empresas contratadas.
Fato
As falhas observadas na fase do planejamento das contratações relativas aos
Pregões Eletrônicos n.ºs 18 e 19/2014, materializadas principalmente no
estabelecimento dos objetos licitados em proporções maiores do que os serviços
efetivamente demandados pela UFCG, deram causa a irregularidades, cujas ocorrências
seguem descritas a seguir:
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Restrição à competitividade
A consequência imediata do superdimensionamento dos serviços licitados foi a
restrição à competitividade do certame.
No que tange à qualificação econômico-financeira, houve a exigência de
condições contábeis mais robustas a serem atendidas pelos licitantes, tendo em vista que
são baseadas no valor estimado da contratação. Nesse sentido, cita-se que o Capital
Circulante Líquido (CCL) da licitante deveria ser, no mínimo, 16,66% do valor
estimado da contratação, enquanto que o Patrimônio Líquido (PL) não poderia ser
inferior a 10% desse valor, conforme itens 4.2.1 e 4.2.2 dos editais.
De forma similar, o superdimensionamento dos postos de serviço impactou nos
requisitos de qualificação técnica, uma vez que, para atendimento das exigências, fez-se
necessária a comprovação de experiência de um mínimo de 50% da quantidade de
postos de trabalho objetos da licitação, de acordo com o item 4.3.3 dos editais.
A demonstração do enrijecimento das condições de habilitação mencionado
segue exemplificada na tabela a seguir. Nela foram apresentados os requisitos a serem
atendidos pelas licitantes do Pregão Eletrônico n.º 19/2014, considerados os
quantitativos que foram licitados, e os requisitos que seriam exigidos caso o n.º de
postos licitados correspondesse aos postos efetivamente demandados para os campi em
dezembro/2014. Os preços dos postos de serviço utilizados na tabela foram os preços de
referência da Administração.
Tabela 1 – Demonstrativo das condições de habilitação utilizando o n.º de postos licitados x n.º de postos
demandados
N.º de
postos
Valor do
contrato
(R$)
Qualificação
econômico-financeira
Qualificação
técnica
CCL
mínimo (R$)
PL mínimo
(R$)
50% dos
postos
Item 1
Campina
Grande
Licitação 50 2.151.595,20 358.455,76 215.159,52 25
Demanda 36 1.554.280,32 258.943,10 155.428,03 18
Item 2
Sumé
Licitação 100 2.286.958,56 381.007,30 228.695,86 50
Demanda 45 1.020.042,60 169.939,10 102.004,26 22,5
Item 3
Pombal
Licitação 132 3.244.286,40 540.498,11 324.428,64 66
Demanda 43 1.021.658,40 170.208,29 102.165,84 21,5
Fonte: Papel de trabalho elaborado pela equipe de auditoria.
A partir da tabela, vislumbra-se que o universo de licitantes aptas a participar da
disputa do Pregão Eletrônico n.º 19/2014 seria maior caso o n.º de postos licitados fosse
mais próximo das reais necessidades da Entidade.
Dessa forma, tem-se que o procedimento utilizado pela UFCG no âmbito dos
pregões Eletrônico s n.ºs 18 e 19/2014 restringiu o caráter competitivo dos certames e,
por conseguinte, contrariou o art. 3º, §1º, I da Lei n.º 8.666/1993 e art. 3º, I e II da Lei
n.º 10.520/2002.
Contrato com objeto irreal. Possibilidade ilegal de acréscimos e supressões do objeto.
Outra consequência indesejável foi o não alinhamento dos termos decorrentes
dos Pregões Eletrônicos n.ºs 18 e 19/2014 com a realidade jurídica da prestação de
serviços a eles relacionada. Pois, apesar de os contratos n.ºs 53, 54, 57 (oriundos do
Pregão n.º 18/2014), 49, 50 e 51/2014 (oriundos do Pregão n.º 19/2014) terem sido
firmados considerando os valores de todos os postos licitados, o fato é que a prestação
de serviços se deu em quantitativos e em valores inferiores àqueles assinalados nas
avenças.
De relevo mencionar a existência de disposição nos editais que, em tese, viria a
validar as alterações do número de postos de serviço a ser fornecido à UFCG, conforme
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demanda, sem fazer consideração aos limites de alteração contratual estabelecidos na
Lei n.º 8.666/1993. Segue transcrição do item 10.8, presente em ambos os instrumentos
convocatórios:
“10.8 – Em que pese a contratação contemplar a totalidade dos postos de trabalho
licitados, o preenchimento destes se dará de acordo com a necessidade da
Universidade Federal de Campina Grande que será expressa mediante autorização
formalizada pela autoridade superior da UFCG.”(Original sem grifo)
No tocante ao Pregão n.º 19/2014, o Termo de Referência ainda trouxe o
seguinte:
“5.1 - A quantidade estimativa prevista no quadro acima corresponde ao número
máximo da disponibilidade contratual para utilização pela UFCG, não obrigando,
todavia, a utilizá-lo no todo.”
Tais conteúdos possibilitaram a contratação de quaisquer números de postos de
trabalho, entre um e o quantitativo máximo previsto nos editais.
Reforça a constatação a comparação entre os quantitativos licitados e os
demandados no âmbito da execução dos contratos decorrentes dos Pregões n.ºs 18 e
19/2014, em prestação de serviço em dezembro/2014:
Tabela 2 – Percentual de ocupação dos postos licitados por meio dos Pregões n.ºs 18 e 19/2014 Instrumento Nº de postos licitados e
contratados
Nº de postos em
execução contratual
% de utilização de
postos
Contrato n.º 49/2014 50 36 72%
Contrato n.º 50/2014 100 45 45%
Contrato n.º 51/2014 132 43 32,57%
Contrato n.º 52/2014 10 10 100%
Contrato n.º 53/2014 15 7 46,66%
Contrato n.º 54/2014 20 15 75%
Contrato n.º 57/2014 15 10 66,67%
Fonte: Papel de trabalho elaborado pela equipe de auditoria.
Conclui-se então que o item 10.8 dos editais consistem, de fato, em fuga aos
limites de acréscimo/supressão de serviços expressamente definidos no art. 65, §1º da
Lei 8.666/1993, a saber, de 25% do valor inicial atualizado do contrato.
Para melhor visualização, faz-se referência ao termo n.º 51/2014: apesar de sua
execução manter-se em torno dos 43 postos, os mecanismos do edital do Pregão
Eletrônico n.º 19/2014 permitem a contratação de 165 postos, correspondentes aos
100% (132 postos) e ao adicional de 25% permitido pela Lei 8.666/1993 (33 postos).
Ou seja, seria possível o acréscimo de 283,72% dos postos em execução.
Ressalta-se que a Lei Geral da Licitações e Contratos é enfática ao estabelecer
que nenhum acréscimo ou supressão pode exceder aos limites mencionados, salvo as
supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes, nos termos do §2º do
art. 65.
Outro item do Termo de Referência do Pregão Eletrônico n.º 19/2014, desta feita
o item 5.2., permite a conversão de quantitativos de postos de serviços de determinada
categoria profissional para outra:
“5.2 - O quantitativo poderá sofrer alteração a critério do UFCG, de uma categoria
profissional para outra, desde que adequadamente justificado e aprovado pela
autoridade competente, observados o valor global da contratação, os seus acréscimos e
supressões, até o limite estabelecido no art. 65, §1º, II, da Lei nº 8.666, de 1993.”
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O dispositivo consiste em mecanismo de flexibilização que não encontra sede na
Lei das Licitações e Contratos Administrativos, tendo em vista que um dos requisitos
para o procedimento licitatório é a precisão do objeto, conforme art. 3º, II da Lei n.º
10.520/2002. E, novamente, o superdimensionamento dos postos de serviço permite
livre alteração de n.º de postos das categorias profissionais contratadas sem que seja
atingido o limite de acréscimo previsto em Lei, face ao alto valor global do contrato.
Logo, a permissão de alterações quantitativas entre postos diferentes estatui a
maleabilidade completa do contrato, a critério da Administração, sem esbarrar em
limites reais.
Da combinação dos elementos já apresentados, verifica-se que o ambiente
regulatório dos Pregões Eletrônicos n.ºs 18 e 19/2014 e dos contratos decorrentes foram
propícios a diversos riscos, entre eles a facilidade para contratação de postos de trabalho
desnecessários e o jogo de planilhas.
Tratamento não isonômico entre contratadas decorrente da diversidade de referências
para o valor da garantia contratual
Em que pese a clara disposição acerca dos valores das garantias a serem
apresentadas pelos licitantes, verificou-se que os valores irreais dos contratos levaram a
UFCG a tolerar diversidade de valores de referência para prestação de garantias
contratuais, causando tratamento não isonômico perante as contratadas por meio dos
termos n.ºs 49, 50 e 51/2014.
Para melhor compreensão, faz-se necessário transcrever a Cláusula Décima
Primeira – Da Garantia, comum aos contratos em epígrafe:
“11.1 Em decorrência do procedimento licitatório e do Termo de Referência, a
CONTRATADA prestará garantia no valor correspondente a 5% (cinco por cento) do
valor total do Contrato, nos termos do artigo 56 e seus parágrafos, da Lei nº
8.666/1993, com validade durante a execução do contrato e 3 (três) meses após o
término da vigência contratual ou da data de satisfação de eventual pendência de
natureza financeira junto à CONTRATANTE, dentre estas a maior, devendo ser
renovada a cada prorrogação, observado o disposto no Art. 18, XIX, e suas alíneas, da
Instrução Normativa SLTI/MPOG Nº 02/2008;”
As empresas prestadoras dos contratos n.ºs 49 e 51/2014 forneceram garantias
correspondentes a 5% do valor total registrado nos contratos. Já a empresa ZÊLO
LOCAÇÃO DE MÃO DE OBRA EIRELI, CNPJ n.º 10.339.944/0001-41, fornecedora
do contrato n.º 50/2014, foi autorizada a apresentar garantia contratual no valor de 5%
do valor dos postos efetivamente demandados pela UFCG. Seguem valores das
garantias conforme os contratos em comparação aos valores das garantias prestadas de
fato:
Quadro 1 – Garantias contratuais apresentadas pelos contratados – Pregão n.º 19/2014.
Nº Contrato Valor do
contrato
5% do valor total
contratado
Valor da garantia contratual
prestada pela empresa
49/2014 R$ 1.950.081,92 R$ 97.504,10 R$ 97.504,09
50/2014 R$ 1.971.098,62 R$ 98.554,93 R$ 45.994,67
51/2014 R$ 2.856.821,04 R$ 142.841,05 R$ 142.841,05
Fonte: Processo relativo ao Pregão Eletrônico n.º 19/2014, Anexos ao Ofício n.º 065/R/GR/UFCG, de
10/03/2015.
Sabe-se que as instituições seguradoras fornecerem garantias para a
Administração mediante a apresentação de contragarantias, pelas contratadas, às
seguradoras. Para tanto, as contratadas precisam inscrever ônus sobre seus bens/direitos
ou incorrem em despesas com prêmio de seguros proporcionais à garantia.
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Dessa forma, restou demonstrado tratamento mais benéfico à empresa ZÊLO
LOCAÇÃO DE MÃO DE OBRA EIRELI.
Questionada sobre o tratamento considerado não isonômico entre as contratadas,
a UFCG manifestou-se por meio do Ofício n.º 186/R/GR/UFCG, de 21 de maio de
2015:
“(...) a. nas licitações que visam à contratação de postos de serviço, a UFCG vem
licitando um quantitativo de postos superior ao necessário no momento da realização
do citado certame licitatório para assegurar uma margem para possíveis ampliações de
postos de serviços, haja vista o processo de expansão da Instituição;
b. em decorrência deste contexto, a UFCG tem aceitado que as empresas contratadas
apresentem garantia contratual, tanto no valor correspondente a 5% do valor total do
contrato quanto no valor correspondente a 5% do valor referente ao quantitativo de
postos de serviços efetivamente disponibilizados para a Instituição.
c. ocorrendo aumento ou supressão nos quantitativos de postos, a contratada efetua o
endosso na garantia, de modo que todos os postos efetivamente utilizados ficam
assegurados.(...)”
A manifestação informa que a UFCG “tem aceitado” garantias contratuais tendo
por valor de referência os serviços efetivamente disponibilizados. Entretanto, essa
disposição inexiste nos contratos em análise.
A aceitação de garantias em valores diversos ao previsto no edital e contratos
contraria o princípio da vinculação ao instrumento convocatório, previsto em diversos
dispositivos da Lei n.º 8.666/1993, como nos art. 3º; art. 55, XI; e, principalmente no
art. 41.
Além disso, ao estabelecer tratamento mais favorável a uma das empresas
contratadas em relação às demais, a UFCG vai de encontro ao princípio da isonomia
que é consagrado na Lei Geral das Licitações e Contratos, mormente demonstrado em
seu art. 3º.
De relevo mencionar que situação similar ocorreu em relação às garantias
prestadas no bojo dos contratos n.ºs 52, 53, 54 e 57/2014:
Quadro 2 – Garantias contratuais apresentadas pelos contratados – Pregão n.º 19/2014.
Nº do contrato Valor do
Contrato (R$)
5% do valor total do
contrato (R$)
Valor da garantia contratual
prestada pela empresa (R$)
52/2014 711.290,40 35.564,52 38.864,52
53/2014 1.089.000,00 54.450,00 50.820,00
54/2014 1.408.627,20 70.431,36 52.823,52
57/2014 1.061.316,00 53.065,80 35.377,20
Fonte: Processo relativo ao Pregão Eletrônico n.º 18/2014. Processos de pagamento referentes aos
contratos n.ºs 51, 52, 54 e 57/2014.
Por tudo que foi apresentado, constatou-se que, em razão do planejamento
deficiente e da forma de contratação adotada, houve restrição à competitividade, bem
como previsão ilegal de modificação contratual, em decorrência de o objeto pactuado
estar além da necessidade e da comprovação da capacidade orçamentária da unidade,
propiciando ajustes que incorrem em tratamento não isonômico entre as contratadas e
riscos de contratação desnecessária e de possibilidade do jogo de planilhas.
##/Fato##
Causa
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Homologação de processos licitatórios cujos editais foram elaborados sem respaldo do
planejamento adequado da contratação, conforme preceitos contidos na Lei 8.666/1993,
10.520/2006 e IN SLTI MPOG 02/2008.
Instâncias detentoras de competências de supervisão e acompanhamento dos serviços
licitados (Pró-reitoria de Administração, Coordenação de Compras e Contratos e
Divisão de Contratos e Convênios) não atuaram de forma a impedir que os contratos
fossem executados em divergência de seus termos.
De acordo com o Estatuto da UFCG, aprovado pela Resolução Consuni nº
5/2002:
“Art. 29. A Reitoria, órgão executivo da Administração Superior que coordena,
fiscaliza e superintende as atividades da Universidade, é exercida pelo Reitor,
auxiliado pelo Vice-Reitor e assessorado por:
I - Pró-Reitorias;
(...)
Art. 32. São atribuições do Reitor:
(...)
VII – firmar acordos ou convênios entre a UFCG e entidades públicas e
privadas;
(...)
XIII – administrar as finanças da UFCG e determinar a aplicação dos seus
recursos, de conformidade com o orçamento aprovado e os fundos instituídos;”
Ainda, conforme a Resolução Consuni nº 6/2005, que aprova o Regimento da
Reitoria:
“Art. 8º Compete à Pró-Reitoria de Gestão Administrativo-Financeira:
I – expedir instruções, portarias e demais atos necessários ao fiel desempenho
das suas atribuições;
(...)
VI – supervisionar e controlar as atividades dos setores que lhe são
subordinados;
VII – fiscalizar o andamento das atividades inerentes a sua área de atuação,
notificando os dirigentes de órgãos da administração, no que se refere a distorções ou
irregularidades eventualmente identificadas;”
Na estrutura da Pró-Reitoria de Gestão Administrativa-Financeira, compete à
Coordenação de Compras e Contratos (UFCG/PRA/CCC) acompanhar a elaboração dos
Editais, dos Contratos e Empenhos e gerenciar a demanda e os fluxos dos processos nas
divisões a ela subordinadas.
Por seu turno, a formalização, a conferência da documentação do fornecedor
contratado e o gerenciamento das informações pertinentes aos contratos é atribuição da
Divisão de Contratos e Convênios, unidade integrante da CCC.
Desse modo, a falta de atuação no desempenho de competências de supervisão e
acompanhamento das licitações e dos contratos pelo Pró-Reitor de Gestão
Administrativa-Financeira, pela Coordenadora de Compras e Contratos e pela Chefe da
Divisão de Contratos e Convênios propiciou a celebração de contratos com quantitativo
e valor global inadequados à realidade da Unidade, a diminuição da competitividade nas
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licitações e o tratamento não isonômico entre contratadas, concernente à exigência
desproporcional no cumprimento de obrigações contratuais.
No que se refere à falta de isonomia na exigência de garantia contratual,
nenhuma conduta do Reitor concorreu para esse resultado. Entretanto, possui
responsabilidade por homologar procedimentos licitatórios com vício de ilegalidade e
firmar contratos com objeto superior ao necessário ou possível de ser executado pela
Universidade. O poder-dever que lhe é atribuído exige a verificação da regularidade do
procedimento sob aspectos amplos, inclusive a adequação do objeto do contrato
celebrado. Portanto, no desempenho de suas atribuições legais, caberia ao Magnífico
Reitor anular o procedimento ou determinar, caso possível, o saneamento da ilegalidade,
abstendo-se de celebrar os contratos cuja realidade jurídica não corresponderia à fática.
Nesse caso, a responsabilidade do Reitor é atenuada pela existência de parecer
jurídico da licitação e por não haver recebido informações relevantes de terceiros que
tinham o dever legal ou funcional de alertá-lo.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n.º 244/R/GR/UFCG, de 02/07/2015, a Entidade manifestou-
se sobre o fato apontado da seguinte forma:
“Com referência aos itens 1 e 2 - Planejamento deficiente das contratações decorrentes
dos Pregões Eletrônicos N°s. 18/2014 e 19/2014 e irregularidades decorrentes deste
planejamento -, ratificamos que a Universidade Federal de Campina Grande não tem
um Plano de Trabalho específico para a contratação de serviços terceirizados, sendo o
quantitativo de postos licitados estimados, considerando a expansão pela qual passou a
Instituição e visando evitar a duplicidade de objetos contratuais, decorrentes da
contratação de empresas diferentes para prestação de serviços idênticos.
Contudo, e após ciência desta Solicitação de Auditoria, a UFCG adotará as medidas
necessárias para corrigir as possíveis irregularidades e impropriedades, no tocante ao
planejamento para a contratação de serviços terceirizados, já tendo, inclusive, iniciado
processo para contratação de serviços de limpeza, nos termos da IN SLTI 02/2008,
para os Campi de Patos e Sousa.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A manifestação da UFCG abordou tão somente os elementos considerados para
o estabelecimento do quantitativo dos objetos licitados por meio dos pregões n.ºs 18 e
19/2014.
As informações apresentadas, portanto, mostram-se insuficientes para afastar as
irregularidades descritas no campo “fato”.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Inserir, nos documentos que regem as atividades de compras, etapas
relativas: - Ao dimensionamento do objeto a partir de documentos/estudos que
justifiquem a relação entre a demanda e a quantidade de serviços a ser contratada. - À
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 27
certificação da existência de dotação orçamentária capaz de subsidiar as despesas
pretendidas em antecedência a etapas externas dos procedimentos de aquisição
(licitação/dispensa/inexigibilidade). Dar ciência das alterações aos servidores atuantes
nos setores envolvidos com os procedimentos de compras.
Recomendação 2: Providenciar capacitação adequada aos servidores atuantes no fluxo
do acompanhamento dos contratos, inclusive a Divisão de Contratos e Convênios.
Recomendação 3: Apurar responsabilidades dos que deram causa a licitações com
restrição à competitividade, à celebração de contratos que não refletem a realidade
jurídica dos serviços executados e apresentam limites ilegais de acréscimos e supressões
e ao tratamento não isonômico entre contratadas.
1.1.1.3 CONSTATAÇÃO
Contratação de postos de serviço em detrimento da contratação por resultados.
Serviços de limpeza e conservação.
Fato
Os itens 2 e 3 do pregão eletrônico n.º 19/2014 previram a contratação de
diversos postos de serviço, dentre os quais o de auxiliar de serviços gerais. Foram
licitados o total de 100 postos, com contratação efetiva de 42, assim distribuídos:
Quadro – Postos de auxiliar de serviços gerais licitados e demandados
Item do pregão Categoria profissional Qtde de postos
licitados
Qtde de postos
demandados
(dez/2014)
2 – Campus Sumé Auxiliar de serviços gerais 40 24
3 – Campus Pombal Auxiliar de serviços gerais 60 18
Fonte: Edital do pregão eletrônico n.º 19/2014, processos de pagamento dos contratos 50 e 51/2014.
Verificou-se, a partir de manifestações do gestor, que tais profissionais foram
contratados para desempenharem serviços de limpeza e conservação nos campi.
Ocorre que limpeza e conservação são serviços cujo fornecimento deve ser
contratado a partir de unidade de medida que permita a mensuração de resultados. No
caso específico, área física a ser limpa, conforme previsão do art. 11 c/c arts. 42 a 48 da
IN SLTI n.º 02/2008.
Diante da inexistência, no processo relativo ao Pregão Eletrônico n.º 19/2014,
de memorial acerca do dimensionamento objeto, concluiu-se que a UFCG contratou
serviços de limpeza e conservação por simples locação de postos de serviços, em
detrimento da contratação por resultados.
A UFCG foi instada a justificar a inadequação do critério de contratação. A
resposta foi ofertada por meio do Ofício n.º 065/R/GR/UFCG, de 10 de março de 2015:
“(...) b. Acerca do solicitado no item 2, temos a informar que a Prefeitura
Universitária, analisando processos anteriores de contratação de serviço terceirizado,
constatou que a contratação de postos de auxiliar de serviço, em detrimento da
especificação do custo do serviço por área a ser coberta pelo contrato, torna-se mais
barato para a Instituição, que, nesse caso, pode fazer remanejamento do pessoal,
deslocando-os de uma área para outra, conforme necessidade específica de cada uma.
(...)”
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A fim de avaliar os motivos pelos quais os técnicos da UFCG chegaram à
conclusão de que haveria vantagem em contratar serviços de limpeza e conservação por
postos, foi solicitada a apresentação dos estudos mencionados na transcrição acima,
bem como a documentação comprobatória da ciência, pela alta administração da UFCG,
de tais conclusões. A UFCG manifestou-se por meio do Ofício n.º 186/R/GR/UFCG, de
21 de maio de 2015, como abaixo apresentado:
“(...) temos a informar que da análise realizada não resultou nenhum documento
formal, tendo as conclusões sido apresentadas à Administração Central em Reuniões de
Equipe, em que se tratam dos temas administrativos de rotina. Acrescentamos, no
entanto, que a Pró-Reitoria de Gestão Administrativo-Financeira está, neste momento,
procedendo a certame licitatório visando à contratação de serviço de limpeza para os
campi de Sousa e Patos, desta vez seguindo a orientação da IN02/2008 da
LSTI/MPOG.(...)”
Não houve demonstração da vantagem em contratação por postos, indicando que
a decisão foi tomada a partir de impressões, sem exames mais detidos e analíticos.
Apesar de a UFCG ter demonstrado que reconhece a necessidade de alinhamento
à IN 02/2008, no tocante à utilização de critérios de mensuração de serviços de limpeza
e conservação para contratações futuras, a manifestação não afastou a irregularidade da
contratação de postos de serviços para o desempenho dessas atividades no âmbito dos
contratos n.ºs 50 e 51/2014.
Ressalta-se que não há impedimento para adoção de outros parâmetros de
produtividade diferentes daqueles expressamente previstos na IN 02/2008, conforme se
depreende do parágrafo único do art. 43 e do art. 47 dessa Instrução Normativa.
Entretanto, há necessidade que haja justificativas para tanto, bem como a aprovação
pela autoridade competente.
Por fim, cabe mencionar decisões do TCU que reforçam que houve inadequação
da metodologia adotada pela UFCG, no que tange aos serviços em epígrafe: Acórdãos
n.ºs 6.771/2009 – 1ª Câmara e 1.442/2010 – 2ª Câmara, dentre outros.
##/Fato##
Causa
Homologação de processos licitatórios cujos editais foram elaborados sem respaldo do
planejamento adequado da contratação, conforme preceitos contidos na Lei 8.666/1993,
10.520/2006 e IN SLTI MPOG 02/2008.
Instâncias detentoras de competências de supervisão, acompanhamento e elaboração de
editais (Pró-reitoria de Administração, Coordenação de Compras e Contratos e Divisão
de Materiais) não impediram o prosseguimento dos procedimentos de licitações sem o
adequado planejamento.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação
dos fatos, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no
campo „fato‟.
##/AnaliseControleInterno##
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Recomendações:
Recomendação 1: Realizar estudos necessários à contratação de serviços de limpeza e
conservação a partir de critérios de produtividade.
Recomendação 2: Proceder à prorrogação dos contratos - cujos serviços de limpeza e
conservação tenham sido quantificados por postos de serviço - somente pelos prazos
necessários à produção dos estudos mencionados na recomendação anterior e de forma
que, tão logo os estudos sejam concluídos, seja(m) realizada(s) nova(s) licitação(ões).
1.1.1.4 CONSTATAÇÃO
Contratação de postos de serviço em detrimento da contratação por resultados.
Outros serviços.
Fato
A partir dos elementos observados nas contratações de serviços de apoio
administrativo relacionadas aos contratos n.ºs 50 e 51/2014, e da licitação que lhes deu
origem, a saber, o pregão eletrônico n.º 19/2014, constatou-se a contratação baseada,
exclusivamente, em postos de serviço para o desempenho das atividades de apoio
necessárias à UFCG.
Os profissionais contemplados nos contratos, dentre outros, foram bombeiros
hidráulicos, eletricistas, pedreiros, carpinteiros, jardineiros, etc. Reproduz-se quadro
com os profissionais disponibilizados à UFCG em dezembro/2014, em decorrência dos
contratos n.ºs 50 e 51/2014:
Quadro 1 – Profissionais disponibilizados à UFCG em dezembro/2014
Contrato Posto contratado
Qtde de postos de serviços
efetivamente pagos por
competência
50/2014
Auxiliar de serviços gerais 24
Cozinheiro 0
Copeiro 01
Eletricista 01
Carpinteiro 01
Encarregado 02
Pedreiro 04
Recepcionista 05
Bombeiro hidráulico 01
Telefonista 02
Jardineiro 04
51/2014
Auxiliar de serviços gerais 18
Cozinheiro 01
Eletricista 01
Carpinteiro 0
Pedreiro 03
Recepcionista 14
Bombeiro hidráulico 0
Auxiliar de cozinha 02
Porteiro – escala 12x36h 02
Jardineiro 02
Fonte: Processos de pagamento dos contratos n.ºs 50 e 51/2014
Sobre a contratação de serviços continuados, a IN 02/2008 estabelece, em seu
art. 11, que deverá ser adotada unidade de medida que permita a mensuração dos
resultados para o pagamento da contratada, e que elimine a possibilidade de remunerar
as empresas com base na quantidade de horas de serviço ou por postos de trabalho.
Portanto, e de acordo com a previsão do §1º do mencionado artigo, a contratação
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de serviços continuados por postos consiste em excepcionalidade, e deve ocorrer
quando houver inviabilidade da adoção do critério de aferição de resultados.
Apesar disso, não foi identificado no bojo do processo de que trata o pregão
eletrônico n.º 19/2014 a motivação para adoção de postos de serviço, em detrimento da
contratação por resultados, a exemplo da situação específica relacionada aos serviços de
limpeza e conservação.
O modelo adotado para a contratação pode trazer prejuízos à Administração pelo
fato de que, ao invés de serem contratados serviços, está sendo contratada a
disponibilidade dos profissionais, gerando despesa mesmo quando não há serviços a
serem desempenhados ou quando há impossibilidade de realizá-los.
Para melhor visualização da inadequação do procedimento, registra-se que por
ocasião das análises relativas à gestão de imobiliário da Entidade, a UFCG informou
que teve ao seu dispor, em dezembro/2014, 112 profissionais com atribuições
relacionadas à manutenção e à conservação das instalações da Entidade, conforme
Ofício n.º 205/R/GR/UFCG, de 1 de junho de 2015.
O citado Ofício, ao detalhar o fluxo adotado para manutenção das edificações,
informa que “o serviço [de manutenção] segue, sempre que possível, com tarefas que
não dependem de material até o recebimento deste”.
É possível observar, então, que a UFCG é obrigada a retribuir as empresas
contratadas pelos postos de profissionais disponibilizados, mesmo que não tenha
material para execução dos serviços de manutenção.
Em decorrência do exposto e considerando a ausência de motivação para
contratação por postos ao invés de resultados, verifica-se que a UFCG não cumpriu os
ditames da IN 02/2008. No caso específico de profissionais de manutenção, assumiu
riscos de prejuízos pela realização da despesa independentemente da prestação efetiva
de serviços, em situações de ociosidade da mão de obra contratada.
##/Fato##
Causa
Homologação de processos licitatórios cujos editais foram elaborados sem respaldo do
planejamento adequado da contratação, conforme preceitos contidos na Lei 8.666/1993,
10.520/2006 e IN SLTI MPOG 02/2008.
Instâncias detentoras de competências de supervisão, acompanhamento e elaboração de
editais (Pró-reitoria de Administração, Coordenação de Compras e Contratos e Divisão
de Materiais), não impediram o prosseguimento dos procedimentos de licitações sem o
adequado planejamento.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação
dos fatos, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no
campo „fato‟.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Realizar estudos necessários à contratação dos serviços de apoio
administrativo a partir de critérios de produtividade, de forma que as novas licitações
estejam adequadas ao modelo de contratação por resultados ou promovendo a
motivação para contratação por postos de serviço, conforme disposição da IN 02/2008.
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Recomendação 2: Proceder à prorrogação dos contratos - cujos serviços de apoio
administrativo permitam mensuração por resultados e tenham sido quantificados por
postos de serviço - somente pelos prazos necessários à produção dos estudos
mencionados na recomendação anterior e de forma que, tão logo os estudos sejam
concluídos, seja(m) realizada(s) nova(s) licitação(ões).
1.1.1.5 CONSTATAÇÃO
Inserção de custos, sem embasamento legal, em planilha de formação de preços de
postos de serviços licitados e contratados.
Fato
Entre os postos de serviços licitados no âmbito do pregão eletrônico n.º 19/2014,
constou o posto de porteiro, em regime de escala 12x36h. E, por meio do pregão n.º
18/2014, foram licitados postos de serviço de vigilância noturna, também em regime de
escala 12x36h.
Verificou-se que para os postos de serviço mencionados, a UFCG incluiu na
composição dos custos a rubrica “Descanso Semanal Remunerado” (DSR) entre os itens
constituintes da remuneração dos trabalhadores.
Ocorre que tal rubrica não tem sede legal, tampouco tem origem em Convenção
Coletiva de Trabalho das categorias de porteiro e vigilante. Nesse sentido, vale ressaltar
a Súmula n.º 444/TST:
“É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e
seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo
de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro
dos feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao pagamento de adicional
referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas.”
Instada a manifestar-se acerca da impropriedade no âmbito do Pregão n.º
19/2014, a UFCG informou, por meio do Ofício n.º 065/R/GR/UFCG, de 10 de março
de 2015:
“(...) constatamos que a rubrica Descanso Semanal Remunerado (DSR) fora incluída
indevidamente, nas planilhas de custo. Informamos ainda que procedemos à exclusão
do DSR das referidas planilhas nos Contratos UFCG/PRA 049/2014 e 051/2014, o que
foi formalizado por meio de Termos de Apostilamento, em anexo.
Após a exclusão do DSR, calculou-se a diferença dos valores pagos indevidamente às
respectivas contratadas, referentes ao DSR, apurando-se um total de R$ 8.567,97 do
Contrato UFCG/PRA 049/2014, no período de julho/2014 à janeiro/2015, e de R$
899,60 do Contrato UFCG/PRA 051/2014, no período de setembro/2014 à
janeiro/2015, valores que serão descontados na próxima Nota Fiscal/Fatura a ser
encaminhada pelas respectivas contratadas, referente ao pagamento dos serviços
prestados no mês de fevereiro (...)”
A UFCG demonstrou que reconheceu como indevido o pagamento de DSR e já
tem adotado providências para saneamento da impropriedade, no âmbito dos contratos
n.ºs 49 e 51/2014.
Entretanto, não houve apresentação de eventuais providências adotadas em
relação aos contratos decorrentes do Pregão Eletrônico n.º 18/2014 (contratos n.ºs 52,
53, 54 e 57/2014).
##/Fato##
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Causa
Componentes da Divisão de Contratos e Convênios, setor responsável pela
elaboração de planilhas de custos de serviços terceirizados, sem conhecimentos
necessários para o desempenho adequado da atividade.
Conforme a Resolução Consuni nº 6/2005, que aprova o Regimento da Reitoria:
“Art. 8º Compete à Pró-Reitoria de Gestão Administrativo-Financeira:
I – expedir instruções, portarias e demais atos necessários ao fiel desempenho
das suas atribuições;
(...)
VI – supervisionar e controlar as atividades dos setores que lhe são
subordinados;
VII – fiscalizar o andamento das atividades inerentes a sua área de atuação,
notificando os dirigentes de órgãos da administração, no que se refere a distorções ou
irregularidades eventualmente identificadas;”
Na estrutura da Pró-Reitoria de Gestão Administrativa-Financeira, compete à
Coordenação de Compras e Contratos (UFCG/PRA/CCC) acompanhar a elaboração dos
Editais, dos Contratos e Empenhos e gerenciar a demanda e os fluxos dos processos nas
divisões a ela subordinadas.
Por seu turno, o assessoramento na elaboração e na análise de planilhas de custo
é atribuição da Divisão de Contratos e Convênios, unidade integrante da CCC.
Em virtude do desempenho deficiente das respectivas atribuições, as condutas do
Pró-Reitor de Gestão Administrativa-Financeira, da Coordenadora de Compras e
Contratos e da Chefe de Divisão de Contratos e Convênios concorreram para a situação
irregular detectada.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
A manifestação apresentada pela UFCG sobre esse tema constou no Ofício n.º
241/R/GR/UFCG, de 01 de julho de 2015. Segue transcrição:
“(...) informamos que a UFCG tomará as providências para exclusão do referido custo
nos contratos que ainda não foram repactuados, sendo realizada quando da
repactuação contratual para ajustes dos salários decorrentes da nova Convenção
Coletiva do Trabalho, evitando o retrabalho, cujos Processos já se encontram na Pró-
reitoria de Gestão Administrativo-Financeira, para formalização das repactuações.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A manifestação pautou-se em apresentar as providências a serem adotadas pela
UFCG em relação ao saneamento das impropriedades no âmbito dos contratos n.ºs 52,
53, 54 e 57/2014.
Não foram apresentadas justificativas que elidissem a impropriedade apontada
no campo “fato”.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Realizar levantamento dos contratos de serviço de portaria e
vigilância vigentes e cujas planilhas de custos prevêem a rubrica Descanso Semanal
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Remunerado, e proceder à retirada desse elemento, bem como à glosa dos valores pagos
indevidamente.
1.1.1.6 CONSTATAÇÃO
Ausência de comprovação da necessidade de alocação de postos de portaria, no
valor de ao menos R$ 191.604,68.
Fato
A fim de coletar elementos acerca da adequação de quantitativos de postos de serviço
em execução na Entidade, a equipe de auditoria realizou visitações, no dia 21 de maio
de 2015, aos postos disponibilizados à UFCG no âmbito do termo n.º 49/2014, cujo
objeto consistiu em serviços de portaria.
O contrato foi selecionado pelo fato de ser o único, dentre aqueles decorrentes
dos Pregões n.ºs 18 e 19/2014 a prever postos de serviço no campus principal da UFCG,
em coincidência, portanto, com o local da realização dos trabalhos de campo da
auditoria.
A partir das inspeções, verificou-se postos de serviço de portaria para os quais a
efetiva necessidade de contratação não restou evidenciada.
Segue descrição de situações pontuais, para fins de exemplificação das
ocorrências.
Situação 1 – Reitoria e proximidades
Imagem – Visão superior do prédio da Reitoria e proximidades
Legenda: - - posto de portaria, regime de escala 12x36h
Nas proximidades da entrada principal verificaram-se os seguintes postos de
portaria, todos em regime de escala 12x36 h (12x36h):
- Entrada principal
- Estacionamento em frente à reitoria
- Reitoria
- Portaria de acesso ao Complexo Esportivo
Durante a inspeção, não foram encontrados elementos que confirmassem a
necessidade de alocar um posto de portaria apenas para observar a ordem do
estacionamento da Reitoria, considerando ainda que há postos alocados na guarita da
entrada principal e na entrada do prédio da Reitoria.
Entrada
principal
Reitoria
Estacionamento da
Reitoria
Portaria C.
Esportivo L~200m
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No mesmo sentido, entendeu-se não comprovada a real necessidade de utilização
de posto de serviço no portão que dá acesso ao Complexo Esportivo da Universidade.
Isso porque tal portão encontra-se a menos de 200 metros da guarita principal, o que
possibilita o redirecionamento do fluxo de automóveis e pedestres ao portão principal
da Universidade, sem maiores prejuízos aos frequentadores da Entidade.
Situação 2 – Bloco BG e proximidades
O bloco BG consiste em central de aulas e é construído com três pavimentos.
Apesar de ter mais de um acesso, durante a inspeção apurou-se que apenas um é
utilizado.
No bloco e seus arredores foram identificados os seguintes postos de portaria:
- Dois postos de porteiro, regime 44h semanais (44h), internos ao bloco
- Um posto de porteiro, 12x36h, interno ao bloco
- Um posto de porteiro, 12x36h na área do estacionamento nas proximidades do bloco
BG
- Um posto de porteiro, 12x36h, na chamada Entrada da Creche
A imagem abaixo melhor representa a distribuição dos postos em comento.
Imagem – Visão superior do Bloco BG e proximidades
Legenda: - posto de portaria 12x36h
- posto de portaria 44h
Internamente ao bloco BG, verificou-se que há dois colaboradores que atuam em
turnos de 8h: um durante os turnos manhã e tarde; outro, no durante os turnos tarde e
noite. Conforme relatado durante a inspeção, suas atribuições são controlar a entrega de
chaves de sala de aula e de controles remotos dos aparelhos de ar condicionado das
salas de aula.
Há um terceiro posto interno ao bloco BG, porém, no regime de escala 12x36h.
O colaborador entrevistado à ocasião informou que auxilia os colegas e que também é
responsável pelo acionamento das luzes do prédio.
Quanto ao colaborador que atua na área externa ao bloco, este mencionou que é
responsável por organizar o fluxo de carros na área, e por observar o estacionamento. A
imagem abaixo melhor apresenta a área de atuação sob sua responsabilidade.
Entrada
Creche
Estacionamento
Bloco BG
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Foto – Estacionamento próximo ao bloco BG, ao qual foi dedicado posto de portaria em regime de escala
12x36h. Campina Grande/PB, 21/05/2015.
Conjugando as informações, não houve a comprovação da necessidade de
contratação dos dois postos no regime 12x36h interno ao bloco e alocado no
estacionamento, fato agravado quer seja pela sobreposição de atribuições, bem como
pela possibilidade de utilização de que placas informativas e elementos de organização
de fluxo, que em princípio, alcançariam o mesmo resultado que alocar um posto
específico para organização do trânsito em um pequeno trecho do campus.
Situação 3 – Bloco CAA
Foto – Entrada do bloco CAA. Campina Grande/PB, em 20/05/2015.
Ao Bloco CAA foram destinados três postos de porteiro, regime 12x36h. Faz-se
necessário esclarecer que, não obstante o prédio ser constituído de quatro pavimentos,
possui apenas um acesso. Dessa forma, restando, também, não comprovada a real
necessidade de dois dos postos ali alocados.
Bloco BG
Colaborador em seu
posto de serviço
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A afirmação pode ser corroborada pelo fato de que durante a visitação foi
observada a presença de apenas um porteiro no bloco, sem que fossem percebidos
transtornos à rotina de atividades desempenhadas naquele local.
Sobre o local ainda é válido ressaltar que a concentração de postos sem a real
necessidade cria ambiente favorável à prestação de serviços realizados apenas em
forma. Nesse sentido, reproduz-se parte da folha de ponto de um dos colaboradores
alocados no Bloco CAA, não encontrado em seu posto durante a inspeção que, repisa-
se, foi realizada no dia 21/05/2015:
Foto – Folha de ponto do colaborador de CPF n.º ***.915.464-**. Campina Grande/PB, 21/05/2015
Situação 4 – Estacionamento em frente a posto bancário
As imagens abaixo reproduzem área guarnecida com posto de portaria, regime
de 44h semanais:
Imagem – Visão superior do estacionamento próximo a
posto bancário e restaurante universitário.
Legenda: - posto de portaria, 44h
Foto – Estacionamento próximo a posto
bancário e restaurante universitário.
Campina Grande/PB, 21/05/2015.
Não foram identificados elementos que justificassem a alocação deste posto de
portaria, tendo em vista que a atribuição exclusiva consistiu na observação de
estacionamento com capacidade aproximada de 80 veículos, situado em frente a posto
bancário e nas proximidades do restaurante universitário e do arquivo da UFCG.
Situação 5: Hall das Placas
De maneira similar, não foram identificados elementos que justificassem a
alocação de um posto de portaria 12x36h no chamado Hall das Placas. Tal área consiste
em pátio aberto, de livre circulação, assim denominado por abrigar diversas placas
memoriais das turmas formadas pela UFCG.
À ocasião da visita, o posto esteve a descoberto.
Situação 6: Patologia HUAC
Apesar de haver previsão de dois postos de portaria, regime de 44h, para o
Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), durante a inspeção, realizada durante
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a tarde do dia 21/05/2015, verificou-se que não havia nenhum colaborador atuando
naquela função.
Um dos colaboradores, apesar de ter sido encontrado no local, informou que não
presta serviços de portaria, mas sim de auxiliar administrativo. Além do desvio de
função na prestação de serviços, é possível constatar a desnecessidade da contratação do
posto de portaria, 44h.
No que tange ao segundo colaborador alocado no HUAC, foi informado à equipe
de auditoria que presta serviços das 06:00 às 14:00, e por esta razão, já teria deixado o
posto de serviço.
Situação 7: Associação de Catadores e Recicladores - Bairro Mutirão
Durante a inspeção não foi encontrado nenhum colaborador no posto de portaria
12x36h previsto para a Associação de Catadores e Recicladores, situada no Bairro
Mutirão.
A partir de informações fornecidas pelo servidor da UFCG que acompanhou a
equipe de auditoria, os colaboradores designados para o posto se deslocam até a
associação mediante demanda da docente que mantém projetos junto à comunidade. Na
ausência da demanda, portanto, o posto fica a descoberto.
Por não haver necessidade permanente da presença dos colaboradores
designados para o local, entende-se que o posto de portaria 12x36h é supérfluo e não
consiste no regime de serviço mais adequado para o caso, por ser uma solução de
prestação de serviços que oferece muito além do que realmente é preciso para o bom
desempenho das atividades da Administração.
A partir das observações realizadas, foram considerados como de contratação
não efetivamente comprovada em sua necessidade ao menos oito postos de portaria em
regime de escala 12x36h e outros dois postos de portaria em regime de 44h semanais.
Tomando por referência os serviços pagos em março/2015 (processo de
pagamento mais recente disponibilizado à CGU), foi possível constatar que a UFCG
tem-se utilizado de 29 postos de portaria 12x36h e outros sete postos em regime de 44h
semanais, totalizando 36 postos de serviço.
Portanto, o quantitativo de postos identificados na situação ora descrita foi de
27% do total de postos contratados e efetivamente pagos. O montante envolvido nestas
contratações (cujas necessidades não restaram comprovadas) foi de, pelo menos, R$
191.604,68. O n.º de postos disponibilizados à UFCG no âmbito do contrato n.º 49/2014
variou ao longo da execução contratual, fato pelo qual no cálculo apresentado foram
consideradas apenas as competências de julho/2014 a março/2015 em que houve a
disponibilização, pela contratada, do quantitativo máximo de postos, por regime.
De outra banda, há de ser levado em conta que as atividades acadêmicas
apresentam acentuada diminuição aos finais de semana, sobretudo aos domingos.
Considerando que o horário de prestação de serviços sob regime de escala de 12x36h
ocorre das 06:00 às 18:00h, de segunda-feira a domingo, tem-se que há subutilização
dos postos de serviço distribuídos em locais de pouco ou nenhum movimento aos finais
de semana. Nessa situação, estão os postos alocados nos blocos de salas de aula/
laboratórios, blocos administrativos, estacionamentos, biblioteca, portarias secundárias
e creche.
Alternativamente, para os postos que têm necessidade da permanência de
colaboradores de segunda-feira a sábado, de 06:00h às 22:00h, vislumbra-se que a
modalidade de prestação de serviço mais vantajosa para a UFCG seria a contratação de
dois colaboradores em regime de 44h semanais, revezando-se diariamente, durante os
turnos manhã/tarde e tarde/noite.
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 38
O arranjo permitiria maior cobertura diária de serviços (06:00h às 22:00h, ao
invés de 06:00 às 18:00h), sem dispêndios com serviços não utilizados, prestados aos
domingos. Além disso, possibilitaria alguma economia, pois o posto em regime de
escala 12x36h tem custo mensal de R$ 3.637,20, ao passo que dois postos de portaria
em regime de 44h semanais custam o montante R$ 3.403,72 para o mesmo período.
Por tudo o que foi apresentado, há a percepção de que a UFCG não avaliou
adequadamente o melhor regime de prestação de serviços, conforme a necessidade de
cada local a ser guarnecido.
Frisa-se que todos os apontamentos tiveram por pressupostos os elementos
coletados durante a inspeção. Eventuais análises acerca dos critérios específicos
considerados pela UFCG ao prover os locais com profissionais porteiros e as
respectivas cargas horárias ficaram prejudicadas ao longo dos trabalhos de campo, pelo
fato de inexistirem, no bojo do processo a que se refere o Pregão n.º 19/2014,
documentos que contivessem o planejamento da contratação, a exemplo de estudos de
necessidade ou expedientes indicativos da motivação das soluções de serviço adotadas
pela Entidade.
De relevo mencionar trecho do Relatório de Gestão 2014 da Entidade,
disponível às fls. 11, o qual segue transcrito:
“Planejar bem e executar os recursos com parcimônia e competência é a forma de
evitar excessos e gastos desnecessários. É esse o exemplo da administração superior da
UFCG; é esse o pedido que se faz aos Centros e às Unidades Acadêmicas.”
Em que pese a alta administração da Entidade reconhecer a necessidade do
planejamento adequado como formar de evitar excessos e gastos desnecessários, o fato
é que tal planejamento inexistiu no âmbito do contrato n.º 49/2014.
Como pode ser verificado em campo, a ausência do bom planejamento deu causa
à situação em comento, com consequente ato antieconômico ao erário, bem como para
Entidade, ao passo que direcionou recursos escassos a serviços dos quais não precisou,
em detrimento do atendimento de outras necessidades reais.
Nesse caso, embora a equipe entenda que não há obrigação de reparar, uma vez
que o serviço foi prestado, ocorreu a prática de ato de gestão antieconômico, em valor
estimado de R$ 191.604,68, consideradas apenas as competências de julho/2014 a
março/2015, nas quais houve a disponibilização, pela contratada, do quantitativo
máximo de postos, por regime.
##/Fato##
Causa
As causas estruturantes identificadas são a ausência de estudos para
conhecimento das necessidades da Entidade e das melhores soluções de atendimento, no
tocante aos serviços de portaria; a inexistência de controles e/ou apreciação sobre a
pertinência dos pedidos de ocupação de postos de portaria, viabilizada pelo modelo de
contratação adotado, o qual prevê livre adição e supressão de postos; e, por fim,
controles internos adotados nos procedimentos de fiscalização insuficientes para
identificar situações de prestação de serviços desnecessários ou a melhor solução de
prestação de serviço.
De acordo com o Estatuto da UFCG, aprovado pela Resolução Consuni nº
5/2002:
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“Art. 5º A administração dos campi universitários é descentralizada por meio de
delegação de competência conferida pelo Reitor.
Parágrafo único. A administração dos campi universitários será exercida por
prefeituras universitárias, diretamente subordinadas à Reitoria, com atribuições
definidas no Regimento da Reitoria.
(...)
Art. 29. A Reitoria, órgão executivo da Administração Superior que coordena,
fiscaliza e superintende as atividades da Universidade, é exercida pelo Reitor,
auxiliado pelo Vice-Reitor e assessorado por:
I - Pró-Reitorias;
(...)
IV – Órgãos de Apoio Acadêmico-Administrativo.
(...)
Art. 32. São atribuições do Reitor:
(...)
III – nomear e dar posse aos dirigentes dos órgãos da UFCG;
(...)
VII – firmar acordos ou convênios entre a UFCG e entidades públicas e
privadas;
(...)
XIII – administrar as finanças da UFCG e determinar a aplicação dos seus
recursos, de conformidade com o orçamento aprovado e os fundos instituídos;
(...)
XVIII – delegar poderes e atribuições, cancelando-os, no todo ou em parte,
segundo as conveniências do serviço;
(...)
XX – desempenhar as demais atribuições inerentes à sua função, não
especificadas neste Estatuto.”
Conforme a Resolução Consuni nº 6/2005, que aprova o Regimento da Reitoria:
“Art. 8º Compete à Pró-Reitoria de Gestão Administrativo-Financeira:
I – expedir instruções, portarias e demais atos necessários ao fiel desempenho
das suas atribuições;
(...)
VI – supervisionar e controlar as atividades dos setores que lhe são
subordinados;
VII – fiscalizar o andamento das atividades inerentes a sua área de atuação,
notificando os dirigentes de órgãos da administração, no que se refere a distorções ou
irregularidades eventualmente identificadas;
(...)
Art. 26. A Prefeitura Universitária tem, por atribuição, a proposição de
diretrizes, a orientação, a coordenação, a supervisão e a fiscalização de assuntos
concernentes a infra-estrutura da Universidade, compreendendo:
(...)
VI – manter e conservar bens móveis e imóveis da universidade;”
Tendo em vista a atribuição sintética de proposição de diretrizes, da orientação,
da supervisão e da fiscalização de assuntos concernentes à infraestrutura da
Universidade, recai sobre o Prefeito Universitário, preliminarmente, a responsabilidade
por estimar quantitativos sem embasamento adequado para os serviços licitados e
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contratados; e, posteriormente, por não ter atuado diligentemente no exercício da
supervisão, fiscalização e acompanhamento da execução dos serviços.
No caso do(a) Pró-Reitor(a) de Gestão Administrativa-Financeira, na qualidade
de ordenador da despesa, sua competência não se exaure na mera verificação da
adequada formalização do processo, pelo contrário, alcança a necessária demonstração
de que a despesa realizada proporcione o máximo benefício com o mínimo dispêndio
possível. Haja vista a existência de postos identificados como desnecessários nas
proximidades e no próprio prédio da Reitoria, as circunstâncias lhe possibilitam
reconhecer a inadequação da despesa sob o aspecto da economicidade.
Na delimitação das responsabilidades, ao Reitor é atribuída a celebração do
contrato com objeto superdimensionado, o que possibilita alterações (acréscimos e
supressões) sem nenhum limite ou controle, favorecendo, assim, a alocação de postos de
portaria indiscriminadamente.
Diante do exposto, por conta do desempenho deficiente das respectivas
atribuições, as condutas do Reitor, do(a) Pró-Reitor(a) de Gestão Administrativa-
Financeira e do Prefeito Universitário concorreram para a situação irregular
identificada.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Sobre o fato, a UFCG manifestou-se conforme transcrição que segue, por meio
do Ofício n.º 244/R/GR/UFCG, de 02 de julho de 2015:
“(...)temos a informar que a UFCG, por meio de análise de contratos anteriores,
percebeu que seria mais vantajoso para a Administração, ao invés de adotar a
contratação de vigilância armada diurna para monitoramento de ambientes, controle
de entrada de pessoal, veículos, inibição de entrada de ambulantes e proteção ao
patrimônio da instituição, fazer o uso de contratos de serviços de portaria, tendo em
vista que os custos são consideravelmente menores e as funções são em parte
semelhantes.
4. Os postos de serviço de portaria não podem ser classificados peremptoriamente
como funções básicas de administração de abertura ou fechamento de Unidades, assim
é o que descreve o Edital PE N° 019/2014 UFCG/PRA em seu Termo de Referência,
item 5, definindo como serviços básicos dos profissionais:
(...) Posto de serviço de Porteiro
A prestação dos serviços de portaria nos Postos fixados pela Administração envolve a alocação,
pela CONTRATADA, de mão-de-obra capacitada para:
• Comunicar imediatamente à Administração, bem como ao responsável pelo Posto, qualquer
anormalidade verificada, inclusive de ordem funcional, para que sejam adotadas as
providências de regularização necessárias.
• Observar a movimentação de indivíduos suspeitos nas imediações do Posto e comunicar à
Administração todo acontecimento entendido como irregular e que possa vir a representar risco
para o patrimônio da Administração.
• Proibir o ingresso de vendedores, ambulantes e assemelhados às instalações, sem que estejam
devida e previamente autorizados pela Administração ou responsável pela instalação.
• Proibir a utilização do Posto para guarda de objetos estranhos ao local, de bens de
empregados, de servidores ou de terceiros.
• Manter o(s) porteiro(s) no Posto, não devendo se afastar (em) de seus afazeres, principalmente
para atender chamados ou cumprir tarefas solicitadas por terceiros não autorizados.
• Fiscalizar a entrada e a saída de pessoas, veículos e outros observando o movimento da(o)s
mesma(o)s nos postos de portaria encaminhando aos destinos solicitados.
• Sob nenhuma justificativa a Unidade poderá ficar descoberta da portaria contratada, devendo
a CONTRATADA prever toda a mão-de-obra necessária para garantir a operação dos postos,
nos regimes contratados, obedecidas às disposições da legislação trabalhista vigente.
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• Após o cumprimento de seu turno de trabalho, o porteiro somente poderá deixar as instalações
da Unidade se o seu substituto já tiver se apresentado para assumir o seu lugar, devendo
quando ocorrer atraso, comunicar tal fato imediatamente a seus superiores, solicitando
providências.
• A CONTRATADA deverá impedir que a mão-de-obra julgada inadequada para a prestação
dos serviços ou que venha a cometer falta disciplinar, qualificada como de natureza grave, seja
mantida ou retorne às instalações da mesma, devendo, também, efetuar a reposição da mão-de-
obra nos postos, em caráter imediato, em eventual ausência, não sendo permitida a prorrogação
da jornada de trabalho (dobra). Destarte, considera-se que a Administração, usando o seu poder discricionário de
utilização dos recursos, prezou por diversos princípios administrativos, dentre eles o da
economicidade, visto que, sem que caracterize desvio de função, atividades básicas que
anteriormente eram desenvolvidas por vigilância ostensiva armada, ou similares, estão
sendo desempenhadas satisfatoriamente por porteiros.
6. Assim pode-se examinar que atualmente a UFCG não utiliza serviços de vigilância
armada no período diurno, bem como outros serviços a exemplo de guardas de trânsito
ou serviços de orientação a usuários da Comunidade Universitária. A utilização de
serviços de portaria para os postos mencionados na Solicitação de Auditoria
supramencionada fazem-se necessários, tendo em vista os argumentos já citados e
também em vista da grande extensão territorial do Campus, assim como o expressivo
número de usuários e veículos que circulam nele.
7. Ainda nos períodos em que não há circulação de pessoas, como finais de semana e
feriados, o Campus não pode prescindir dos serviços de portaria tendo em vista que
eles são essenciais para a Proteção do Patrimônio da instituição. Assim, a utilização de
colaboradores em regime de 12x36 é justificável uma vez que caso fossem utilizados
apenas os com regime de 44 horas os dias citados ficariam descobertos.
8. Ademais, é importante ressaltar que esta Universidade não fica sem utilização
completa em finais de semana, visto que importantes atividades acadêmicas são
desenvolvidas nesses dias, como pesquisas em laboratórios, ministração de aulas
extras, provas, eventos de extensão, etc. Nesse sentido, se não fossem utilizados os
postos de serviço de portaria a Comunidade Universitária ficaria desassistida de
proteção, orientação, controle, etc.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A manifestação menciona que a UFCG passou a adotar a contratação de serviços
de portaria ao invés de serviços de vigilância armada diurna para desempenho de
atividades relacionadas ao monitoramento de ambientes, controle de entrada de
veículos, inibição de entrada de ambulantes, etc.
De fato, essa foi uma boa prática adotada pela Entidade, tendo em vista a
economicidade alcançada pela substituição de serviços de vigilância armada por
serviços de portaria, sem prejuízo do desempenho das atividades rotineiras da Entidade.
A prática de realizar estudos a fim de otimizar os postos de vigilância armada, inclusive,
é aconselhada no “Caderno de logística – Prestação de Serviços de Vigilância”,
produzido pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, de forma a extinguir
aqueles que não forem essenciais.
Entretanto, conforme registro no campo “fato”, o que se verificou durante a
inspeção foi a subutilização de determinados postos de serviço de portaria, nos casos
específicos mencionados. Sobre esses postos, a UFCG considerou que “fazem-se
necessários, tendo em vista os argumentos já citados e também em vista da grande
extensão territorial do Campus, assim como o expressivo número de usuários e veículos
que circulam nele.”
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Em que pese esse trecho da manifestação, ratifica-se que a equipe de auditoria
mantém a opinião de que os postos descritos são desnecessários, considerando ainda a
ausência de demonstração, caso a caso, da necessidade de permanência de dez dos
postos contratados, mesmo diante da verificação de impropriedades como sobreposição
de atribuições, áreas de atuação extremamente próximas, postos a descoberto sem
prejuízo das atividades da Entidade, desvio de função e acionamento eventual do
colaborador porteiro. São eles:
- Dois postos 12x36h próximos à área da Reitoria (situação 1)
- Dois postos 12x36h, um interno ao bloco BG e outro posto alocado no estacionamento
do referido bloco (situação 2)
- Dois postos 12x36 internos ao bloco CAA (situação 3)
- Um posto 44h alocado no estacionamento em frente à agência bancária (situação 4)
- Um posto 12x36, alocado no Hall das Placas (situação 5)
- Um posto 44h, em desvio de função no HUAC (situação 6)
- Um posto 12x36, acionado eventualmente para atuar na cooperativa do Bairro Mutirão
(situação 7).
Em prosseguimento, a UFCG informou que “Ainda nos períodos em que não há
circulação de pessoas, como finais de semana e feriados, o Campus não pode
prescindir dos serviços de portaria tendo em vista que eles são essenciais para a
Proteção do Patrimônio da instituição.”.
Sobre esse trecho, apesar de a UFCG informar que necessita de serviços de
portaria aos finais de semana, vislumbra-se que o movimento nesse período não é o
mesmo que ao longo dos dias úteis. Portanto, não obstante a manifestação, tem-se como
improvável que a realização de pesquisas em laboratórios, ministração de aulas extras,
provas, eventos de extensão, etc, aos domingos se dê com a mesma intensidade e
frequência atividades realizadas nos demais dias da semana.
Há de ser ressaltado que a situação ideal não é a eliminação de postos de portaria
em sua totalidade, tendo em vista que os serviços realmente são essenciais, mas sim
uma alocação racional dos postos de serviço.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Proceder ao levantamento para identificação de postos efetivamente
necessários e realizar as alterações contratuais de forma a ajustá-los à necessidade
identificada.
1.1.1.7 CONSTATAÇÃO
Deficiências na fiscalização da execução dos contratos de terceirização oriundos
dos pregões eletrônicos n° 18 e 19, com ocorrência de prejuízo ao Erário e aos
terceirizados contratados.
Fato
Ao analisar os processos de pagamento referente aos contratos decorrentes dos
pregões eletrônicos n.ºs 18 e 19/2014, foi possível constatar diversas falhas da
fiscalização, por ocasião da realização dos pagamentos às contratadas. Seguem os
apontamentos mais relevantes.
Execução de serviços de vigilância diurna, quando edital, contratos e pagamentos
referem-se a serviços de vigilância noturna. Prejuízo de, ao menos, R$ 70.070,53.
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Verificou-se que houve a prestação de serviços de vigilância diurna, quando o
objeto licitado, contratado e pago foi exclusivamente serviços de vigilância noturna.
O fato foi observado a partir das folhas de ponto dos trabalhadores autuadas em
processos de pagamento dos contratos n.ºs 54 e 57/2014, cujo fornecedor de ambos é a
empresa FORÇA ALERTA SEGURANÇA E VIGILÂNCIA PATRIMONIAL LTDA,
CNPJ n.º 10.446.347/0001-16. Segue exemplo de folha de ponto indicativa de prestação
de serviços diurnos:
Imagem – Folha de ponto de prestador de serviços – Contrato n.º 54/2014 – Processo de pagamento
referente à competência de outubro/2014
As ocorrências descritas foram melhor detalhadas no quadro a seguir:
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Quadro 1 – Quantitativo de colaboradores em prestação de serviços de vigilância, por turno –
Contratos n.ºs 54 e 57/2014 CONTRATO 54/2014
07/2014 08/2014 09/2014 10/2014 11/2014 12/2014 01/2015 02/2015
Qtde de
colaboradores
diurnos
8 10 Folhas de ponto não
autuadas 10 10 9 10 10
Qtde de
colaboradores
noturnos
21 19 Folhas de ponto não
autuadas 20 18 17 20 19
CONTRATO 57/2014
Qtde de
colaboradores
diurnos -
4 4 4 4 4 4 4
Qtde de
colaboradores
noturnos
- 16 16 15 15 14 13 14
Fonte: Processos de pagamento – Contratos n.ºs 54 e 57
O quadro revela a média de prestação de serviços de cinco postos diurnos, no
âmbito do contrato n.º 54/2014, e de dois postos diurnos, no bojo do contrato n.º
57/2014.
A verificação indica a irregularidade de execução de objeto não previsto em
edital e contratos, contrariando os arts. n.º 41 e 66 da Lei 8.666/1993.
Outrossim, os preços relativos a prestação de serviços de vigilância diurna são
inferiores aos de serviços de vigilância noturna, como pôde ser confirmado a partir
documento autuado no processo de pagamento relativo ao mês de setembro/2014, no
qual a empresa contratada menciona o valor de R$ 5.090,32 como o preço de postos
diurnos. O documento segue abaixo reproduzido:
Imagem: Indicação de preços de postos de vigilância diurna
Portanto, em que pese os serviços prestados serem diurnos, os pagamentos foram
realizados como se noturno fossem, em claro prejuízo para o erário – estimado no valor
de R$ 70.073,53.
Necessário faz-se esclarecer que para o cálculo do prejuízo foi considerado:
- Contrato n.º 54/2014: cinco postos diurnos, no período de julho/2014 a fevereiro/2015.
O valor do posto diurno utilizado foi aquele enumerado pela própria empresa
contratada, reproduzido na imagem anterior, no valor de R$ 5.090,32.
- Contrato n.º 57/2014: dois postos diurnos, no período de setembro/2014 a
fevereiro/2015, mais 22 dias relativos à execução do mês de agosto/2014. O valor do
posto foi estabelecido em R$ 5.580,84, obtidos a partir da planilha de custos relativa ao
1º Termo Aditivo ao contrato n.º 57/2014, por meio da eliminação das rubricas relativas
à jornada noturna que compõem a remuneração dos vigilantes.
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Pagamentos de rubricas pelas contratadas aos colaboradores em valores menores que
os previstos nas propostas
Ao cotejar contracheques de colaboradores com as propostas de preço ofertadas
pelas contratadas durante a licitação ou repactuação dos contratos, verificou-se a
ausência de pagamento ou pagamento a menor das rubricas: intrajornada, hora noturna
adicional, descanso semanal remunerado e efeitos da súmula n.º 444 TST. O fato foi
observado em diversas competências, ao longo da execução dos contratos n.ºs 51, 52,
54 e 57.
Os quadros abaixo trazem exemplos de rubricas pagas a menor ou não pagas
(grafadas em itálico), com especificação do contrato e da competência em que foi
observado.
Quadro 2 - Proposta x pagamentos efetivo – posto de porteiro 12x36h – Contrato n.º 51/104.
Fonte: Processos de pagamentos – competência de setembro/2014 – contrato n.º 51/2014
Quadro 3- Proposta repactuada x pagamentos efetivos – posto vigilante noturno 12x36h – Contrato n.º
52/2014.
Fonte: Processos de pagamento – competência de outubro/2014 - contrato n.º 52/2014
Quadro 4 – Proposta repactuada x pagamentos efetivo – posto vigilante noturno 12x36h – Contrato n.º
54/104
Fonte: Processos de pagamento – competência de outubro/2014 - contrato n.º 54/2014
Quadro 5- Proposta x pagamentos efetivo – posto vigilante noturno 12x36h – Contrato n.º 57/104
Remuneração prevista na proposta Proventos enumerados em contracheque –
Setembro 2014
Salário base: R$ 734,00
Intervalo intrajornada: R$ 75,07
Outros: R$ 11,54
Total da remuneração: R$ 820,61
Salário base: R$ 734,00
Salário família: R$ 24,20
Intrajornada: R$ 30,58
Total de proventos: R$ 789,24
Remuneração prevista na proposta
repactuada
Proventos enumerados em recibo de
pagamento de salário – Outubro/2014
Salário base: R$ 774,00
Adicional de risco: R$ 232,45
Adicional Noturno: R$ 109,88
Hora noturna adicional: R$ 131,90
Intervalo intrajornada: R$ 131,90
Descanso semanal remunerado: R$ 40,58
Efeitos da súmula n.º 444 do TST: R$ 64,30
Total da remuneração: R$ 1.485,83
Saldo de salário: R$ 774,82
Adicional noturno: R$ 117,15
Adicional de periculosidade: R$ 232,45
Vale alimentação: R$ 120,00
Feriado em dobro: R$ 32,90
Total de vencimentos: R$ 1.277,32
Remuneração prevista na proposta
repactuada
Proventos enumerados em recibo de
pagamento de salários – Setembro/2014
Salário base: R$ 774,00
Adicional de risco: R$ 232,45
Adicional Noturno: R$ 109,88
Hora noturna adicional: R$ 131,90
Intervalo intrajornada: R$ 131,90
Descanso semanal remunerado: R$ 40,58
Efeitos da súmula n.º 444 do TST: R$ 64,30
Total da remuneração: R$ 1.485,83
Saldo de salário: R$ 774,62
Adicional noturno: R$ 109,79
Adicional de periculosidade: R$ 232,45
Vale alimentação: R$ 120,00
Feriado em dobro: R$ 32,90
Total de vencimentos: R$ 1.269,96
Remuneração prevista na proposta
repactuada
Proventos enumerados em recibo de
pagamento de salários – Outubro/2014
Salário base: R$ 774,00
Adicional de risco: R$ 232,45
Adicional Noturno: R$ 109,20
Saldo de salário: R$ 774,62
Adicional noturno: R$ 109,79
Adicional de periculosidade: R$ 232,45
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Fonte: Processos de pagamento – competência de novembro/2014 - contrato n.º 57/2014
Faz-se necessário esclarecer que, para a elaboração dos quadros, foram
selecionadas as remunerações de determinados colaboradores. Entretanto, os valores das
rubricas enumeradas representam os valores pagos aos demais empregados, por
contrato.
O não pagamento ou pagamento a menor de rubricas especificadas nas propostas
das licitações e das repactuações traz prejuízo à Administração, à medida que os preços
pagos às contratadas pelos serviços incluíram o pagamento de direitos dos trabalhadores
que, efetivamente, não têm sido atendidos pelas contratadas.
Para melhor percepção do impacto, e atentando para o fato de que o vale
alimentação de R$ 120,00 não faz parte da remuneração básica, o trabalhador cujos
proventos foram avaliados no quadro 6, recebeu R$ 334,37 a menos do que a contratada
declarou, na proposta de repactuação, que iria pagar a título de remuneração a cada
empregado.
Em prosseguimento, é importante ressaltar que tais rubricas compõem os custos
da remuneração dos trabalhadores. Estes, por sua vez, são base de cálculo para outros
grupos de custos do preço total dos postos de serviço, a exemplo dos encargos sociais e
previdenciários.
Utilizando o valor de remuneração pago efetivamente pela empresa contratada, o
posto de vigilante noturno seria de R$ 5.189,50, quando a UFCG pagou, por cada posto,
o valor de R$ 6.579,30. O cálculo foi realizado a partir da planilha de repactuação
referente ao 1º Termo Aditivo ao contrato n.º 57/2014.
Outrossim, o não pagamento de itens que deveriam compor a remuneração dos
colaboradores por força de legislação ou de acordo coletivo configura violação de
direitos trabalhistas.
Nessa seara, vale reproduzir parte da súmula n.º 331 do Tribunal Superior do
Trabalho (TST):
“IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica
a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações,
desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo
judicial. ”
Diante da inércia perante as situações apontadas, a UFCG incorre em riscos de
ser responsável subsidiária em demandas trabalhistas por parte dos trabalhadores das
empresas contratadas.
Controle manual de frequência. Ausência de registros de frequência. Inexistência de
análises sobre o efetivo cumprimento da carga horária dos colaboradores.
Seguem os itens 12.2.2 do edital do Pregão Eletrônico n.º 19/2014 e 23 da
Cláusula Sexta – Das obrigações da contratada – item comum aos contratos n.ºs 49, 50 e
51/2014, respectivamente:
“12.2 O pagamento será efetuado mediante a apresentação de Nota Fiscal ou da
Fatura pela contratada, que deverá conter o detalhamento dos serviços executados,
conforme disposto no art. 73 da Lei nº 8.666, de 1993, observado o disposto no art. 35
da Instrução Normativa 03 de 15/10/2009 e os seguintes procedimentos,
correspondentes ao mês da última competência vencida:
Hora noturna adicional: R$ 131,55
Intervalo intrajornada: R$ 131,55
Descanso semanal remunerado: R$ 40,47
Efeitos da súmula n.º 444 do TST: R$ 64,30
Total da remuneração: R$ 1.484,33
Vale alimentação: R$ 120,00
Feriado em dobro: R$ 32,90
Total de vencimentos: R$ 1.269,96
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12.2.2 Apresentação imperativa do relatório de frequência dos empregados emitido por
ponto eletrônico-instalado pela empresa- devidamente visado pelo responsável pelos
setores da UFCG onde os postos de serviços estão alocados. No relatório mensal de
frequência deverá constar:
Carga horária total contratada;
Carga horária total efetivamente cumprida;
Carga horária total contratada por posto;
Carga horária total efetivamente cumprida por posto.”
“23. Controlar a freqüência, a assiduidade e a pontualidade de seus profissionais e
apresentar relatórios mensais de freqüência, abatendo faltas e atrasos por ocasião da
elaboração da fatura;”
Registra-se que há disposições semelhantes no item 12.11 do Termo de
Referência relativo ao edital n.º 18/2014.
Em que pese a regra, dos sete contratos decorrentes dos Pregões Eletrônicos n.ºs
18 e 19/2014, apenas os colaboradores que prestaram serviço por intermédio do contrato
n.º 51/2014 tiveram frequência controlada por ponto eletrônico.
Indo além, verificou-se que houve competências pagas sem que as contratadas
tenham apresentado quaisquer registros de frequência de seus empregados. O caso mais
extremo diz respeito ao contrato n.º 49/2014: nenhum processo de pagamento
disponibilizado conteve registros de frequência dos colaboradores, indicando a
inexistência de aferição, pela UFCG, sobre a efetiva disponibilização dos profissionais
responsáveis pela execução dos serviços contratados.
O quadro a seguir melhor demonstra o que foi dito:
Quadro 6 – Demonstrativo dos registros de frequência constantes dos processos de pagamentos
Competências dos pagamentos
Contrato Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro
49 - RFA RFA RFA RFA RFA RFA RFA
50 - RFA CM AGOSTO CM
SETEMBRO
CM
OUTUBRO
CM
NOVEMBRO
CM
DEZEMBRO CM JANEIRO
52 RFA CM JULHO RFA CM
OUTUBRO CM
NOVEMBRO CM
DEZEMBRO CM JANEIRO
CM FEVEREIRO
53 CM
JUNHO CM JULHO
CM
SETEMBRO
CM
OUTUBRO RFA RFA CM JANEIRO
CM
FEVEREIRO
54 RFA CM JULHO E AGOSTO
CM AGOSTO CM
OUTUBRO CM
NOVEMBRO CM
DEZEMBRO RFA CM JANEIRO
57 - CM
AGOSTO
CM AGOSTO
E SETEMBRO
CM
OUTUBRO
CM
NOVEMBRO
CM
NOVEMBRO
CM
DEZEMBRO
CM
FEVEREIRO
CM = Controle manual de frequência [competência a que se refere]
RFA = Relatórios de frequência ausentes
Fonte: Processos de pagamentos dos contratos n.ºs 49, 50, 52, 53, 54 e 57/2014.
A utilização de controle manual de frequência, em contrariedade ao mandamento
contratual e editalício de utilização de ponto biométrico, revela a aceitação de controle
ineficiente.
Nesse sentido, vale ressaltar as observações de inspeção realizada pela equipe de
auditoria nos locais que deveriam ser guarnecidos pelos profissionais porteiros atuantes
no contrato n.º 49/2014.
Durante a inspeção, que ocorreu em 21 de maio de 2015, foi possível observar
os seguintes registros de frequências dos trabalhadores:
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Foto – Folhas de ponto preenchidas antecipadamente - Contrato n.º 49/2014. Campina Grande/PB,
21/05/2015
Claramente é possível identificar que os registros de frequência não refletem a
realidade dos serviços prestados. Ainda que pautando-se exclusivamente nos registros
observados durante a inspeção, verifica-se irregularidade na forma de prestação dos
serviços, pois o contrato n.º 49/2014 previu regimes de escala de 12x36h, entretanto, foi
registrada em folha de ponto a prestação de serviços em escala de 6x48h.
Outrossim, tendo em vista que os objetos dos contratos em análise não são
medidos por critérios de produtividade, a carga horária cumprida pelos colaboradores
das contratadas passa a ser o único critério objetivo de medição. A inexistência de
controle sobre as cargas horárias, então, tem reflexos financeiros e contribui para o
pagamento por serviços não prestados à UFCG.
Não por acaso verificou-se que, dentre os sete contratos avaliados, houve
indicação de serviços não prestados em virtude de faltas e a atrasos somente no âmbito
dos pagamentos do contrato n.º 51/2014 – único com controle biométrico de frequência.
Mesmo para as competências em que foram apresentados relatórios manuais de
frequência, pôde ser observada a fragilidade da fiscalização.
Como ilustração, menciona-se o pagamento relativo à competência de
agosto/2014 do contrato n.º 54/2014, por meio do qual se deu a retribuição pela
prestação de 15 postos de serviço de vigilantes noturnos, em regime de escala de 12x36
horas, envolvendo 30 colaboradores.
O processo de pagamento mencionado consignou a folha de ponto, preenchida
manualmente, de apenas 29 colaboradores. Oito desses preencheram suas folhas de
ponto até os dias 22 ou 23 de agosto de 2014.
Não obstante a ausência da folha de ponto de um colaborador e, ainda, a
inexistência de registro de frequência no período entre os dias 22 e 31 de agosto de
2014, a nota fiscal n.º 20916 foi apresentada com o valor de R$ 88.039,20 – o valor
total de 15 postos de serviço – e integralmente paga pela UFCG. Caso a Universidade
confirmasse oportunamente a não disponibilização dos profissionais mencionados,
haveria uma dedução na fatura de ao menos R$ 9.750,57.
Resta configurado, então, que a ausência de procedimentos para certificação do
cumprimento da carga horária dos colaboradores revela-se uma grande fragilidade da
fiscalização, com riscos de prejuízos financeiros, além da má execução dos objetos
contratados.
Pagamentos de colaboradores realizados após o 5º dia útil.
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Os editais dos pregões eletrônicos n.ºs 18 e 19/2014 trouxeram regramento
quanto à data limite para realização dos pagamentos dos colaboradores, inclusive,
previram a aplicação de multa contratual para eventos dessa natureza.
De relevo mencionar o item 21 da Cláusula Sexta dos Contratos n.ºs 49, 50 e 51.
Disposições semelhantes constaram no item 60 da Cláusula Sexta dos contratos n.ºs 53
e 57/2014.
“21. A CONTRATADA não poderá, em nenhuma hipótese, condicionar o pagamento
dos salários de seus empregados e a entrega dos vales alimentação e vales transportes
ao recebimento do pagamento de suas faturas junto ao CONTRATANTE, devendo
cumprir fielmente o disposto nas convenções coletivas/dissídios de cada categoria, ou
seja, efetuar até o 5º (quinto) dia útil do mês subsequente, ao da realização dos
serviços, o pagamento de seus empregados.”
Apesar da vedação, verificou-se ser comum o atraso no pagamento dos
colaboradores, pelas empresas contratadas. Seguem listadas as ocorrências identificadas
no período entre julho/2014 e fevereiro/2015. As células sombreadas indicam as
ocorrências identificadas:
Quadro 7 – Ocorrências de atraso no pagamento dos colaboradores
Contrato
Competência do pagamento
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro
Dia útil do mês subsequente em que foram realizados os pagamentos
49 8º 11º 7º 10º 2º 26º 17º *
50 6º 6º 5º 6º 6º 12º 15º 6º
51
Sem execução
contratual 4º 1º 5º 4º 6º *
53 * * 5º * 6º 12º 15º 6º
57 * 16º 5º * 5º 5º 5º 5º
* Informação não disponível nos processos de pagamento
Fonte: Processos de pagamento dos contratos n.ºs 49, 50, 51, 53 e 57.
Cumpre frisar a previsão dos item 11.6.1.1 do Termo de Referência anexo ao
edital do pregão eletrônico n.º 19/2014 (similar ao item 11.6.1.4 do Termo de
Referência referente ao pregão eletrônico n.º 18/2014):
“11.6 - MULTA POR INEXECUÇÃO CONTRATUAL
(...)
11.6.1.4 – atrasar sem justificativas o recolhimento de FGTS e INSS ou o pagamento de
salários e outros proventos aos funcionários:
Multa: 0,2% (zero vírgula dois por cento) por dia de ocorrência; (...)”
Em que pese a previsão editalícia, não foram constatadas aplicações de multa
sobre as empresas.
Ausência de verificação oportuna do pagamento realizado aos colaboradores
Conforme disposição existente nos editais n.ºs 18 e 19/2014, um dos requisitos
para a realização do pagamento das faturas às contratadas seria a apresentação dos
comprovantes de pagamento das remunerações dos empregados envolvidos nos
contratos, relativos à última competência vencida.
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A despeito disso, entre os documentos autuados nos processos de pagamento a
seguir listados, não constaram os comprovantes de pagamento aos colaboradores
relativos às últimas competências vencidas anteriores à competência do faturamento.
Quadro 8 – Ocorrências de pagamento às contratadas sem a confirmação do pagamento de remuneração
aos colaboradores
Contrato Competências dos pagamentos
53/2014 Agosto, setembro e novembro/2014
54/2014 Agosto, setembro e outubro/2014
Fonte: Processos de pagamento relativos aos contratos n.º 53 e 54/2014
Não restou demonstrado, então, para os meses listados, que a UFCG tenha
confirmado que os vencimentos dos colaboradores, relativos às competências
imediatamente anteriores às das faturas, tenham sido efetivamente pagos.
Acerca das inadequações das fiscalizações dos contratos n.ºs 49, 50 e 51/2014 a
UFCG, por meio do Ofício n.º 186/R/GR apresentou extensa manifestação, da qual é
relevante mencionar os trechos que seguem transcritos:
Sobre a ausência de pagamento de rubricas previstas na proposta e não pagas aos
trabalhadores:
“n. constatando-se que houve pagamento a menor, pela empresa contratada, aos
trabalhadores, da rubrica “Intrajornada”, que compõe a remuneração dos
profissionais, está sendo calculado a diferença para notificar a empresa, visando que
esta regularize a situação, com o pagamento desta diferença com efeito retroativo;
(...)”
A manifestação apenas indica que, se verificada a inadequação, providências
serão tomadas. Não há argumentos que afastem a impropriedade da ausência do
cotejamento entre os elementos que compõem a remuneração dos trabalhadores na
proposta de preços e a remuneração efetivamente paga, gerando prejuízos à UFCG e aos
trabalhadores.
Sobre o controle de frequência:
b. o controle de frequência dos serviços contratados vem sendo feito pelo fiscal de
campo, que vai ao local de cada posto averiguar a presença dos servidores; (...)
f. embora em alguns Processos de Pagamentos não tenham sido incluídos os controles
de frequência dos empregados da Contratada, há documentação que comprova a
aferição realizada, o que permitiu o ateste nas notas fiscais pelo fiscal do contrato (Cf.
Anexo IV).
h. o controle de frequência dos empregados terceirizados ainda é realizado a partir da
coleta de assinatura em folha de ponto, registrado na entrada e saída do expediente;
i. o acompanhamento e fiscalização, concomitantemente realizado pelo fiscal de
contrato e chefes de cada setor em que o profissional está prestando o serviço tem
assegurado a assiduidade e a pontualidade dos prestadores de serviços e,
consequentemente, a prestação efetiva dos serviços contratados;(...)
m. no Contrato UFCG/PRA N.º 051, o controle de frequência é realizado por meio de
ponto eletrônico e a glosa é realizada com base no arquivo colhido diretamente do
ponto eletrônico, no entanto, este controle de frequência não vinha sendo colocado no
processo de pagamento das faturas, motivo pelo qual foi solicitado à contratada (CF.
Anexo VII) que envie cópia dos relatórios do ponto eletrônico, desde a competência
SETEMBRO/2014 até a competência atual;
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A UFCG informa que o controle de frequência, além da folha de ponto manual,
também é efetuada de forma concomitantemente, pelos fiscais. Entretanto, verificou-se
que tais mecanismos não foram suficientes para refletir a realidade da prestação de
serviços, impactando na mensuração e pagamento dos serviços efetivamente prestados.
Houve afirmação de que, apesar de não estarem consignados nos processos de
pagamento, houve documentação comprobatória da aferição realizada. Entretanto, a
documentação anexada – folhas de ponto assinadas, sem identificação de data de
recebimento ou tramitação – é incapaz, em si mesma, de comprovar que análises acerca
do cumprimento de carga horária e da existência de faltas a serem glosadas tenham sido
realizadas em antecipação ao pagamento.
Sobre o atraso nos pagamentos:
“(...)a. a fiscalização verifica in loco, a prestação dos serviços, constatando que vem
sendo realizados de forma satisfatória, em qualidade e quantidade, não tendo havido
registro de reclamações por parte dos profissionais que pudesse ensejar notificações à
contratada;(...)
d. nas situações de atrasos de pagamentos aos empregados da Contratada não se
verificou transtornos na continuidade da prestação dos serviços. (...)
Como já mencionado, o atraso de pagamento é considerado falta ensejadora de
penalização, tendo em vista que visa a proteção da regularidade do pagamento das
remunerações dos trabalhadores.
Dessa forma, a UFCG não poderia prescindir da competência de fiscalizar e até
mesmo penalizar as empresas diante de atrasos nos pagamentos, ainda que diante da
continuidade a contento dos serviços.
Em relação a impropriedades similares, verificadas na execução dos contratos
n.ºs 52, 53, 54 e 57/2014, a UFCG não se manifestou.
Retenções sobre faturamento utilizando o Simples Nacional quando os valores totais
das faturas foram utilizados regime comum de tributação. Utilização de percentual
indevido de SAT. Pagamento indevido de R$ 33.584,40.
O item 3 do pregão eletrônico n.º 18/2014 consistiu em 15 postos de serviços de
vigilância armada noturna, regime de escala de 12x36h, a serem disponibilizados no
campus de Patos.
A empresa vencedora do item foi a WEIDER SEGURANÇA PRIVADA
EIRELI – EPP, CNPJ n.º 08.705.015/0001-67. A proposta da empresa, para cada posto
de serviço foi de R$ 6.050,00. O contrato decorrente foi o de n.º 53/2014, cujo valor foi
global foi celebrado em R$ 1.089.000,00, considerados os custos relativos aos 15
postos. A vigência do termo foi estabelecida para iniciar-se em 13 de junho de 2014, até
12 de junho de 2015, conforme DOU n.º 113/2014, Seção 3, pg. 79.
Frisa-se que a empresa apresentou proposta contemplando os custos de todos os
encargos previdenciários possíveis e as alíquotas máximas para os tributos PIS e
COFINS.
Entretanto, ao analisar os processos de pagamentos referentes ao contrato,
verificou-se que a empresa WEIDER SEGURANÇA PRIVADA EIRELI – EPP anexou
documentação comprobatória de sua opção pelo regime de tributação Simples Nacional.
Motivo pelo qual a UFCG realizou as retenções cabíveis a esse regime de tributação.
Convém esclarecer que a Lei Complementar n.º 123/2006 estabelece que às
microempresas (ME) e às empresas de pequeno porte (EPP) optantes pelo Simples
Nacional são aplicáveis alíquotas diferenciadas de diversos tributos. Às empresas de
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vigilância, em específico, aplicam-se as alíquotas constantes do anexo IV da
referenciada Lei (ver art. 18, caput e §5º-C).
Em prosseguimento, por força do art. 13, §3º, as ME/EPP optantes do Simples
são dispensadas do pagamento de certas contribuições instituídas pela União, inclusive
as contribuições para as entidades privadas de serviço social e de formação profissional
vinculadas ao sistema sindical, de que trata o art. 240 da Constituição Federal, e demais
entidades de serviço social autônomo.
Dessa forma, restou comprovada a incompatibilidade entre as composições de
custos apresentadas durante a licitação – e utilizadas quando da realização dos
pagamentos – em face aos determinados percentuais de encargos sociais e tributos
aplicáveis à luz da legislação, conforme demonstrado no quadro abaixo:
Quadro 9 – Comparação entre elementos de custo da proposta para o item 3 x elementos de custo
aplicáveis às ME/EPP
*Percentuais mínimos e máximos aplicáveis, conforme enquadramento previsto no Anexo IV da Lei n.º
123/2006.
Fonte: Processo do pregão eletrônico n.º 18/2014, LC n.º 123/2006.
Além disso, verificou-se que nas planilhas de custos e formação de preços da
empresa WEIDER SEGURANÇA PRIVADA EIRELI – EPP, apresentadas durante o
pregão n.º 18/2014 constou o seguinte elemento de custo:
Quadro 10 – Percentual do seguro acidente de trabalho da empresa WEIDER SEGURANÇA
PRIVADA EIRELI – EPP
Fonte: Processo do pregão eletrônico n.º 18/2014.
Entretanto, a partir das GFIP dispostas nos processos de pagamento apresentados
a esta CGU, verificou-se que o percentual de Riscos Ambientais de Trabalho (RAT)
ajustado da empresa é, de fato, 3%.
Portanto, há incompatibilidade entre as composições de custos apresentadas
durante a licitação e o percentual correspondente ao Seguro Acidente de Trabalho
(SAT), conjugados os Fator Acidentário de Prevenção (FAP) e RAT registrados na
GFIP da empresa.
Foram solicitadas, à UFCG, justificativas quanto às inconsistências observadas
e, ainda, informações acerca de ações adotadas pela Entidade no sentido de corrigir
eventual lucro indevido auferido pela empresa.
Proposta para o item 3 do pregão n.º 18/2014
Lei n.º 123/2006 4.1 Encargos previdenciários e FGTS Percentual
Valor
(R$)
B SESI ou SESC 1,5% 19,92 0%
C SENAI ou SENAC 1,00% 13,28 0%
D INCRA 0,20% 2,65 0%
E Salário Educação 2,50% 33,20 0%
H SEBRAE 0,60% 7,96 0%
5 Custos Indiretos, Tributos e Lucro
C Tributos 8,65% 261,68
C.1 Pis 0,65% 19,66 0% - 0,57%*
C.2 Cofins 3,00% 90,75 1,28% - 2,63%*
C.3 ISS 5,00% 151,25 2,00% - 5%*
4.1 Encargos previdenciários e
FGTS
Percentual Valor
(R$)
G Seguro acidente de trabalho 6% 79,69
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Em resposta, a Entidade forneceu o Ofício n.º 210/R/GR/UFCG, de 28 de maio
de 2015, por meio do qual afirma:
“(...) a. consultando os processos de pagamento mencionados na Solicitação de
Auditoria em epígrafe, reconhecemos que estes foram realizados tendo como referência
uma planilha de custos atrelada ao Regime de Tributação Simples Nacional, apesar de
a empresa WEIDER SEGURANÇA PROVADA EIRELI – EPP, no momento da
realização do processo de licitação do qual saiu vencedora, ter apresentado planilha de
custos com a adoção do regime de Tributação Lucro Presumido;
b. visando corrigir a obtenção indevida de lucro, por parte da contratada, bem como
salvaguardar o erário, calculamos os valores pagos indevidamente (Cf. documentos no
Anexo I), comparando os itens informados na planilha de custos com os extratos do
Regime de Tributação Simples Nacional (Cf. documentos do Anexo II), constantes nos
citados processos de pagamento, o que gerou uma diferença de R$ 15.771,22 (quinze
mil setecentos e setenta e um reais e vinte e dois centavos), a ser glosada na próxima
fatura;
c. foi providenciado, para a devida glosa, o cálculo dos valores pagos indevidamente,
em decorrência de a empresa WEIDER SEGURANÇA PROVADA EIRELI – EPP ter
incluído em seus processos de pagamento um percentual para o Seguro Acidente de
Trabalho que não respeita o estabelecido na legislação vigente, contrariando o
percentual informado na planilha de custos da licitação (Cf. documentos no Anexo I);
(...)”
Entretanto, ao analisar as planilhas encaminhadas, utilizadas no mencionado
cálculo, verificou-se que não houve ajuste quanto aos encargos sociais e
previdenciários, os quais a empresa WEIDER SEGURANÇA PROVADA EIRELI –
EPP esteve dispensada de recolher, em virtude de sua opção de optante do SIMPLES.
Então, complementarmente, a UFCG informou por meio do Ofício n.º
210/R/GR/UFCG, de 15 de junho de 2015, o seguinte:
“(...) constatamos não terem sido excluídos os custos referentes aos itens abaixo
descritos:
(2) Diante disso, a diferença paga à contratada foi de R$ 33.584,40 (...).
(3) O mesmo procedimento anteriormente informado será levado a efeito, com o novo
valor verificado (...)”
Verificou-se que houve o reconhecimento da falha e que os procedimentos já
foram iniciados para a reposição dos valores pagos indevidamente ao erário.
A constatação segue em relatório apenas para fins de acompanhamento da
recomendação, inclusive quanto aos demais contratos celebrados pela empresa
WEIDER SEGURANÇA PRIVADA EIRELI – EPP com a UFCG.
Erro na apuração dos valores de serviços prestados, dando causa a pagamento
indevido de R$ 47.996,88
Ao analisar os processos de pagamento referentes aos serviços prestados pela
empresa SALMOS COMÉRCIO, REPRESENTAÇÃO E SERVIÇOS LTDA (CNPJ
06.982.630/0001-95), relativos ao posto de porteiro, regime escala de 12x36 horas,
4.1 Encargos previdenciários e FGTS Percentual
B SESI ou SESC 1,5%
C SENAI ou SENAC 1,00%
D INCRA 0,20%
E Salário Educação 2,50%
H SEBRAE 0,60%
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observou-se que o valor pago pelos serviços mostrou-se maior que o valor estabelecido
no contrato n.º 51/2014.
Conforme documentos intitulados “Boletim de Medição”, o valor
correspondente aos custos dos serviços de cada um dos porteiros atuantes no contrato
foi registrado como R$ 3.441,20.
Entretanto, esse valor correspondeu, de fato, ao posto de portaria em regime de
escala 12x36h, já contabilizados os valores relativos aos serviços de dois profissionais
porteiros que cada posto de portaria envolve.
Nesse sentido, vale mencionar os preços apresentados pela empresa quando da
realização do Pregão n.º 19/2014. Segue excerto do quadro que consigna o valor global
da proposta relativa a dez postos de portaria, regime de escala 12x36h:
Quadro 11 – Preços para o posto de porteiro, escala 12x36h - SALMOS COMÉRCIO,
REPRESENTAÇÃO E SERVIÇOS LTDA
Anexo III-D Quadro demonstrativo – Valor Global da Proposta
Descrição Valor (R$)
Valor total por empregado 1.720,60
Valor mensal do serviço 34.411,93
Fonte: Proposta de preços contida no processo relativo ao pregão eletrônico n.º 19/2014
Dessa forma, os valores praticados pela fornecedora para cada posto de portaria
12x36h corresponderam ao dobro do valor dos serviços efetivamente prestados.
Por meio da Nota de Auditoria (NA) n.º 201503668-01, foi recomendado à
UFCG que identificasse os valores pagos indevidamente e providenciasse a glosa
correspondente.
Em resposta, a Universidade apresentou o processo n.º 23096.019269/15-43, no
qual seguiu autuado o Memo/SPU/CCTA/UFCG/N.º 015/2015, de 18 de maio de 2015.
Por seu turno, esse memorando identifica o montante de R$ 47.996,88 como valores
pagos indevidamente no período de setembro/2014 a março/2015.
Informa, ainda, que os valores foram corrigidos por ocasião da confecção do
boletim de medição da competência de abril/2015 e que haveria o desconto do valor na
próxima fatura.
Por toda a manifestação do gestor, verificou-se que houve o reconhecimento da
falha e que os procedimentos para a reposição dos valores pagos indevidamente ao
erário foram adotados.
De todos os apontamentos apresentados, e apenas em valores já identificados,
verifica-se que a atuação da fiscalização não impediu o pagamento indevido de, ao
menos, R$ 151.654,81 às contratadas.
Os fatos revelam, ainda, a necessidade de adoção providências urgentes, pela
alta Administração da UFCG, de forma a dar maior efetividade na atuação dos fiscais, a
fim de que, seja assegurado o perfeito cumprimento dos contratos, conforme previsão
contida no art. 31 da IN 02/2008 e, em última instância, a finalidade pública dos
instrumentos seja atingida.
##/Fato##
Causa
Omissão da fiscalização diante da verificação de descumprimento contratual, nas
situações de fornecimento de objeto diferente do contratado, de controle de frequência
em desacordo com disposições contratuais e de atraso no pagamento de colaboradores.
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Instâncias detentoras de competências de supervisão e acompanhamento (Pró-reitoria de
Administração, Coordenação de Compras e Contratos e Divisão de Contratos e
Convênios), da execução de serviços licitados, bem como de assessoramento dos fiscais
de contrato (Divisão de Contratos e Convênios) não impediram a prestação de serviços
em divergência dos termos contratuais.
Ausência de capacitação adequada dos fiscais dos contratos e dos responsáveis pela
realização dos pagamentos.
As instâncias detentoras de competências de supervisão e acompanhamento da execução
de serviços licitados, bem como de assessoramento dos fiscais de contrato não
impediram a prestação de serviços em divergência dos termos contratuais.
Além disso, a ausência de capacitação adequada dos fiscais dos contratos e dos
responsáveis pela realização dos pagamentos contribuiu para o resultado.
Conforme a Resolução Consuni nº 6/2005, que aprova o Regimento da Reitoria:
“Art. 8º Compete à Pró-Reitoria de Gestão Administrativo-Financeira:
I – expedir instruções, portarias e demais atos necessários ao fiel desempenho
das suas atribuições;
(...)
VI – supervisionar e controlar as atividades dos setores que lhe são
subordinados;
VII – fiscalizar o andamento das atividades inerentes a sua área de atuação,
notificando os dirigentes de órgãos da administração, no que se refere a distorções ou
irregularidades eventualmente identificadas;”
Na estrutura da Pró-Reitoria de Gestão Administrativa-Financeira, a
Coordenação de Compras e Contratos (UFCG/PRA/CCC) possui a Divisão de
Contratos e Convênios cuja competência é o acompanhamento da execução dos serviços
licitados.
Também integrante da estrutura dessa Pró-Reitoria, a Coordenação de
Contabilidade e Finanças (UFCG/PRA/CCF) possui a Divisão de Liquidação, que tem
por atribuição conferir as informações referentes ao fornecedor e ao montante exato a
pagar com base no empenho contratado.
Em virtude do desempenho deficiente das respectivas atribuições, as condutas do
Chefe da Divisão de Liquidação e da Chefe de Divisão de Contratos e Convênios
concorreram para a situação irregular detectada.
No que se refere ao Pró-Reitor(a) de Gestão Administrativa-Financeira, a
ausência de diligência na supervisão da conduta dos servidores responsáveis pelo
acompanhamento da execução contratual e fiscalização do contrato, conciliando com a
falta de rigor no exercício da atribuição de ordenador de despesa, a despeito da
fragilidade dos serviços de fiscalização, foram decisivas para que os danos não fossem
evitados de forma imediata.
Por outro lado, admite-se que o(a) Pró-Reitor não estava munido de informações
suficientes para reconhecer a inadequação do ato e tinha competência legal para
demandar a sua produção, mas não havia pessoal qualificado disponível, o que atenua
sua responsabilidade.
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##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
A UFCG manifestou-se por meio do Ofício n.º 241/R/GR/UFCG, de 01 de julho
de 2015, conforme transcrição:
“(...)Com referência ao item 1 - Fiscalização ineficaz, com prejuízos ao erário e aos
trabalhadores, gerando a ocorrência de pagamentos de colaboradores realizados após
o 5" dia útil; ausência de verificação oportuna do pagamento realizado aos
colaboradores; pagamentos de rubricas pelas contratadas aos colaboradores em
valores menores que os previstos nas propostas; controle manual de freqüência;
ausência de registros de freqüência; inexistência de análises sobre o efetivo
cumprimento da carga horária dos colaboradores e execução de serviços de vigilância
diurna, quando edital, contratos e pagamentos, referem-se a serviços de vigilância
noturna -, temos a informar a Pró-Reitoria de Administração da UFCG / Universidade
Federal de Campina Grande encaminhou a referida Solicitação de Auditoria para os
ficais dos respectivos contratos decorrentes dos Pregões Eletrônicos N°s. 18/2014 e
19/2014 e Diretores dos Campi onde os serviços são executados, para ciência e
providências para regularização das ocorrências citadas. Ressalto que o não
atendimento imediato das providências, decorre do número reduzido de servidores em
efetivo exercício, devido à greve instaurada na UFCG, pelos docentes e técnicos
administrativos. Contudo, esta Instituição informará à CGU os resultados alcançados
com as medidas tomadas.
3. No tocante, ainda, ao item 1, referente ao ponto que trata das retenções sobre
faturamento utilizando o Simples Nacional quando os valores totais das faturas foram
utilizados regime comum de tributação e utilização de percentual indevido de SAT,
para o Contrato UFCG/PRA Nº. 53/2014 (...)a diferença paga indevidamente, à
contratada, foi de R$ 36.658,38 (trinta e seis mil seiscentos e cinqüenta e oito reais e
trinta e oito centavos), conforme planilhas em anexo, e não R$ 15.771,22 (quinze mil
setecentos e setenta e um reais e vinte e dos centavos), conforme informado
anteriormente. Calculamos os valores pagos indevidamente e notificamos a contratada
para manifestação de defesa e contraditório, tendo a mesma apresentado defesa, a qual
encaminhamos para análise do setor jurídico desta Instituição.
5. Quanto ao item 2 - inserção de custos, referente ao Descanso Semanal Remunerado,
sem embasamento legal, em planilha de formação de preços de postos de serviços
licitados e contratados - informamos que a UFCG tomará as providências para
exclusão do referido custo nos contratos que ainda não foram repactuados, sendo
realizada quando da repactuação contratual para ajustes dos salários decorrentes da
nova Convenção Coletiva do Trabalho, evitando o retrabalho, cujos Processos já se
encontram na Pró-reitoria de Gestão Administrativo-Financeira, para formalização
das repactuações.”
Sobre o subitem “Erro na apuração dos valores de serviços prestados, dando
causa a pagamento indevido de R$ 47.996,88”, a UFCG apresentou manifestação por
meio do Ofício n.º 244/R/GR/UFCG, de 02 de julho de 2015, da seguinte forma:
“(...)temos a informar que foi efetuada glosa de R$ 47.996,88, na Nota Fiscal referente
aos serviços prestados no mês de abril de 2014, conforme cópia do Processo
23096.018321/15-10, em anexo.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
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Para todos os subitens que constituíram o campo “fato”, a Entidade limitou-se a
comunicar a adoção de providências, não tendo sido ofertadas novas informações que
demonstrassem regularidade dos procedimentos imputados como inadequados.
Cabe destacar que a manifestação contida no Ofício n.º 241/R/GR/UFCG traz
novo cálculo para os valores pagos indevidamente à empresa WEIDER SEGURANÇA
PRIVADA EIRELI – EPP, a saber, de R$ 36.658,38, quando na manifestação anterior
que tratou sobre o tema, foi mencionado o valor de R$ 33.584,40.
Sobre o subitem “Erro na apuração dos valores de serviços prestados, dando
causa a pagamento indevido de R$ 47.996,88” o gestor demonstrou haver reconhecido a
impropriedade, inclusive com medidas efetivas de reposição ao erário.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Apurar responsabilidades dos agentes que permitiram a execução
contratual (vigilância diurna) de objeto diferente do licitado e pago (vigilância noturna)
ao longo da execução dos contratos n.ºs 54 e 57/2014.
Recomendação 2: Instaurar procedimento, garantindo a prévia defesa, visando aplicar
sanção à empresa FORÇA ALERTA SEGURANÇA E VIGILÂNCIA PATRIMONIAL
LTDA, por inexecução dos contratos nºs 54 e 57/2014.
Recomendação 3: Identificar os valores pagos indevidamente pela prestação de serviços
diurnos como se noturno fossem, no âmbito dos contratos n.ºs 54 e 57/2014 e promover
a glosa correspondente.
Recomendação 4: Identificar o montante referente às rubricas do grupo "Remuneração
básica" constante nas planilhas de custos dos contratos n.ºs 51, 52, 54, 57 e que não
compuseram, de fato, a remuneração dos colaboradores. Providenciar a glosa
correspondente.
Recomendação 5: Realizar levantamento de todas as planilhas de custos relativas aos
contratos cujo fornecedor é a empresa WEIDER SEGURANÇA PRIVADA EIRELI -
EPP a fim de verificar se são compatíveis com a situação de optante do Simples
Nacional e com o percentual de SAT aplicável à empresa. Providenciar a glosa nos
casos em que couber.
Recomendação 6: Instaurar procedimento, garantindo a prévia defesa, visando aplicar
sanção à empresa WEIDER SEGURANÇA PRIVADA EIRELI - EPP, por inexecução
do contrato nº 53/2014.
Recomendação 7: Informar, de ofício, aos responsáveis pela elaboração de editais sobre
a necessidade de os instrumentos convocatórios trazerem informações sobre a
impossibilidade de as empresas que executarão contratos sob a égide do Simples
Nacional cotarem, em suas planilhas de custos, contribuições as quais estão dispensadas
de recolher (SESI, SESC, SENAI, SENAC, SEBRAE, INCRA e Salário Educação), sob
pena de desclassificação.
Recomendação 8: Informar, de ofício, aos responsáveis pela elaboração de editais sobre
a necessidade de os instrumentos convocatórios trazerem a exigência de apresentação,
junto à proposta, a Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social
- GFIP ou outro documento apto a comprovar o FAP, de forma que seja possível à
equipe responsável a análise da adequação do percentual de Riscos Ambientais
apresentado nas propostas.
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Recomendação 9: Identificar os contratos cujo objeto são serviços continuados de mão
de obra com dedicação exclusiva e, para os contatos que tiveram essa previsão, instar as
contratadas a instalarem equipamentos de controle biométrico de frequência, sob pena
de aplicação de multa contratual, a fim de permitir deduções sobre atrasos e faltas.
Recomendação 10: Providenciar capacitação adequada aos servidores atuantes na
fiscalização de contratos.
Recomendação 11: Avaliar a conveniência e oportunidade de designar servidores para
desempenhar atribuições de GESTOR DO CONTRATO, bem como FISCAL
ADMINISTRATIVO DO CONTRATO e FISCAL TÉCNICO DO CONTRATO,
conforme definições atuais constantes do Anexo I da Instrução Normativa n.º 02/2008.
1.2 Fomento às ações de Ensino, Pesquisa e Extensão
1.2.1 CONTRATOS SEM LICITAÇÃO
1.2.1.1 CONSTATAÇÃO
Aquisição direta de equipamentos, no valor total de R$ 679.736,59, mediante
processo de dispensa alheio aos requisitos legais e com propostas de preços cujas
empresas possuem vínculos entre si.
Fato
O processo nº 23096.027220/14-87, referente à Dispensa de Licitação nº
17/2014, destina-se à aquisição de equipamentos voltados à pesquisa dos programas de
pós-graduação da UFCG com recursos oriundos do Termo de Cooperação
CAPES/UFCG nº 2329/2014.
Conforme o Memorando PRPG/UFCG nº 32/2014, de 7 de julho de 2014 (fls.
1), “o detalhamento dos equipamentos, todos a serem adquiridos no Brasil” é:
Quadro I – Lista de equipamentos apresentada pela PRPG.
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Anexo do Memo PRPG/UFCG nº 32/2014, de 7 de julho de 2014.
O mencionado memorando propõe ao Reitor da UFCG a aquisição direta,
amparada no art. 24, XXI, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, cuja legalidade foi
avaliada por meio do Parecer Jurídico nº 930/14, de 25 de agosto de 2014.
Em 8 de setembro de 2014, foi encaminhado o processo à Coordenadora de
Aquisição de Material (servidora ***.376.264-**) para efetivação da aquisição,
consoante o despacho sem número do Pró-Reitor de Pós-Gradução (fls. 9).
Aparece no processo, então, nova lista de equipamentos, com o valor total de R$
919.811,24, por haver incluído 20 estações de trabalho (valor global de R$ 72.000,00),
conforme demonstrado a seguir:
Quadro II – Nova lista de equipamentos.
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Nova lista de equipamentos, após despacho encaminhando o processo à Coordenadora de Aquisição.
A partir da folha 12 do processo foram inseridas as propostas de preços
apresentadas pelas empresas para o fornecimento dos equipamentos. Não há, entretanto,
qualquer documentação que comprove a provocação da Unidade junto às empresas para
apresentarem essas propostas, com a devida especificação dos equipamentos.
Até esse ponto do processo administrativo, constatou-se a falta de aderência às
normas legais quanto aos aspectos resumidos no quadro a seguir:
Quadro III – Síntese desconformidades normativas do processo.
Fato Base Legal
Ausência de pesquisa de preços para estimar o
custo dos equipamentos.
Art. 26, parágrafo único, III, Lei nº 8.666, de 21 de
junho de 1993.
Art. 15, V, Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
Art. 43, IV, Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
Ausência da devida caracterização do objeto. Art. 15, § 7º, I, Lei nº 8.666, de 21 de junho de
1993.
Ausência do documento de aprovação dos
projetos de pesquisa aos quais os bens serão
alocados.
Art. 26, parágrafo único, IV, Lei nº 8.666, de 21 de
junho de 1993.
Ausência da justificativa da escolha do
fornecedor.
Art. 26, parágrafo único, II, Lei nº 8.666, de 21 de
junho de 1993.
Após análise das propostas de preços, constatou-se que 19 equipamentos dentre
os 29 constantes no Quadro II tiveram o menor preço cotado exatamente igual àquele da
lista “PRO-EQUIPAMENTOS 2014 – EQUIPAMENTOS APROVADOS” (fls. 10).
No quadro adiante estão identificados os equipamentos em que houve essa
coincidência bem como os preços apresentados pelas empresas:
Quadro IV – Comparação entre valor orçado e as propostas de preços das empresas.
Equipamento Valor lista
(R$)
DATASONIC
(R$)
SET (R$) WITEX
(R$)
TS
TECNOLOGIA
(R$)
R4 (R$)
Termociclador 54.800,00 54.800,00 60.000,00 - - 56.000,00
Kit
processamento
4.272,80 4.272,80 4.422,39 4.568,86 - -
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Equipamento Valor lista
(R$)
DATASONIC
(R$)
SET (R$) WITEX
(R$)
TS
TECNOLOGIA
(R$)
R4 (R$)
vídeo
Kit cidades
inteligentes
11.428,45 11.428,45 11.938,73 11.999,87 - -
Kit sinal digital 16.500,00 16.500,00 16.995,00 17.504,85 - -
20 estações de
trabalho
72.000,00 72.000,00 75.600,00 74.580,00 - -
Sistema de
telemetria
35.000,00 35.000,00 35.930,00 36.180,00 - -
TV 13.500,00 13.500,00 14.200,00 14.000,00 - -
Hardware banco
de dados
6.200,00 6.200,00 7.900,00 6.800,00 - -
Ilha de edição 26.000,00 26.000,00 26.830,00 28.000,00 - -
Lousa interativa 35.000,00 35.000,00 35.930,00 36.200,00 - -
Medidor de área
foliar
38.018,00 40.000,00 38.018,00 43.000,00 - -
Esteomicroscópio 19.900,00 20.000,00 19.900,00 20.000,00 - -
Espectofotômetro 23.881,00 25.000,00 23.881,00 41.300,00 - -
Câmera de vídeo 24.000,00 24.000,00 - 27.000,00 - 25.200,00
Estufa de
secagem
3.200,00 3.200,00 - 3.800,00 - 3.800,00
Hemogasômetro 28.800,00 28.800,00 - 40.000,00 - 43.700,00
Evaporador 16.949,00 16.949,00 - 18.000,00 22.000,00 -
Digestor 16.669,00 16.669,00 - 20.000,00 19.900,00 -
Fonte: lista de equipamentos e propostas de preços das empresas - processo nº 23096.027220/14-87.
Mediante consulta aos Sistemas Corporativos do Governo Federal, identificou-se
que as quatro empresas do quadro antecedente possuem sócios com vínculos entre si.
Trata-se das empresas (1) DATASONIC INDUSTRIA E DISTRIBUIÇAO DE
ELETRONICOS LTDA, CNPJ: 07.179.175/0001-57; (2) SET – SOLUÇOES
EDUCACIONAIS E TECNOLOGICAS – EIRELI – EPP, CNPJ: 16.841.931/0001-52;
(3) FLAVIANO CARVALHO MEIRA – ME (WITEX COMERCIO E SERVIÇO
ESPECIALIZADO EM AUDIO E VIDEO), CNPJ: 12.127.275/0001-70; e (4) R4
COMERCIO VAREJISTA LTDA. – ME, CNPJ: 10.425.836/0001-91.
De acordo com a pesquisa aos Sistemas, constatou-se que as mencionadas
empresas apresentavam os vínculos especificados no quadro a seguir:
Quadro V – Relacionamento entre sócios/empresários.
CPF Sócio/Empresário Vínculos Societários Outros Vínculos
***.226.984-** (1) DATASONIC INDUSTRIA E
DISTRIBUIÇAO DE ELETRONICOS
LTDA.
(A) D. T. I. COMERCIO DE
ARTIGOS DE INFORMATICA
LTDA – EPP.
(B) DATASHOP COMERCIO E
SERVIÇO DE INFORMATICA
LTDA
Não há.
***.112.434-** (1) DATASONIC INDUSTRIA E
DISTRIBUIÇAO DE ELETRONICOS
LTDA.
(C) R4 REPRESENTACOES LTDA –
EPP.
Mãe do sócio CPF:
***.226.984-**
***.914.894-** (2) SET – SOLUÇOES
EDUCACIONAIS E
TECNOLOGICAS – EIRELI – EPP.
(B) DATASHOP COMERCIO E
SERVIÇO DE INFORMATICA
LTDA.
Ex-empregado da (B)
DATASHOP COMERCIO E
SERVIÇO DE INFORMATICA
LTDA.
***.823.494-** (3) FLAVIANO CARVALHO Ex-empregado da (B)
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CPF Sócio/Empresário Vínculos Societários Outros Vínculos
MEIRA – ME.
(B) D. T. I. COMERCIO DE
ARTIGOS DE INFORMATICA
LTDA – EPP.
DATASHOP COMERCIO E
SERVIÇO DE INFORMATICA
LTDA.
***.848.197-** (4) R4 COMERCIO VAREJISTA
LTDA. – ME.
(C) R4 REPRESENTACOES LTDA –
EPP.
Não há.
Fonte: Sistemas Corporativos do Governo Federal, 28 de janeiro de 2015.
Constatou-se, também, que as empresas (C) R4 REPRESENTACOES LTDA –
EPP e (2) SET - SOLUCOES EDUCACIONAIS E TECNOLOGICAS - EIRELI – EPP
possuem o mesmo endereço na base de dados do CNPJ: Rua Padre Aristides Ferreira da
Cruz, 240, em Campina Grande/PB.
Embora a empresa (C) R4 REPRESENTACOES LTDA – EPP não tenha
apresentado proposta de preços na dispensa de licitação em análise, o seu sócio
administrador é o mesmo da empresa (4) R4 COMERCIO VAREJISTA LTDA – ME,
que apresentou proposta na compra direta feita pela UFCG.
Em visita à sede da empresa (4) R4 COMERCIO VAREJISTA LTDA. – ME,
localizada na Rua Amapá, nº 63, Bairro dos Estados, João Pessoa/PB (segundo a
proposta de preços apresentada no processo e o endereço constante na base do CNPJ),
constatou-se o funcionamento das empresas (D) RH BRASIL RECURSOS HUMANOS
e (2) SET nesse local, conforme registro fotográfico a seguir:
Quadro VI – Registro fotográfico do endereço da R4 COMERCIO VAREJISTA LTDA. – ME
Empresas em funcionamento no endereço da R4 COMERCIO VAREJISTA LTDA – ME, 2/2/2015.
Em consulta ao site da (D) RH BRASIL RECURSOS HUMANOS
(www.rhbrasil.com.br), verificou-se a existência de duas unidades na Paraíba, uma na
Rua Amapá, nº 63, Bairro dos Estados, João Pessoa/PB, e a outra na Rua Padre
Aristides Ferreira da Cruz, 240, em Campina Grande/PB.
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Além disso, o número do telefone que aparece identificado no muro (Quadro
VI), (83) 3222-6265, é o mesmo cadastrado na base do CNPJ para as empresas (C) R4
REPRESENTACOES LTDA – EPP e (4) R4 COMERCIO VAREJISTA LTDA – ME.
Desse modo, há evidências de que essas duas empresas atuam como unidades da (D)
“RH BRASIL RECURSOS HUMANOS”, não possuindo por atividade econômica o
objeto da aquisição direta realizada pela UFCG e funcionam juntamente com a empresa
(2) SET - SOLUCOES EDUCACIONAIS E TECNOLOGICAS - EIRELI – EPP.
Tais fatos, por si, inviabilizam a possibilidade de obtenção da proposta mais
vantajosa no procedimento de compra direta realizado pela UFCG, dado o latente
vínculo entre as empresas, o que favorece a simulação, a fraude e a violação ao sigilo
das propostas.
Nesse aspecto, ao se observar as propostas de preços, constatou-se a semelhança
dos textos entre os expedientes de encaminhamento das empresas (1) DATASONIC e
(2) SET, inclusive com a utilização de caracteres em caixa alta para grafia do mês, fato
inusitado a menos que fossem produzidos pela mesma pessoa utilizando o artifício de
copiar e colar, conforme demonstrado no quadro a seguir:
Quadro VII – Comparação entre propostas de preços.
Proposta DataSonic. Proposta SET.
Diante da falta de comprovação das especificações dos equipamentos pela
UFCG e da evidência dos vínculos existentes entre as empresas, conclui-se que a
aquisição direta a que se refere a Dispensa de Licitação nº 17/2014 resultou por
favorecer a empresa (1) DATASONIC INDUSTRIA E DISTRIBUIÇAO DE
ELETRONICOS LTDA, CNPJ: 07.179.175/0001-57, no valor de R$ 583.677,59,
conforme 2014NE804335, e a empresa (2) SET – SOLUÇOES EDUCACIONAIS E
TECNOLOGICAS – EIRELI – EPP, CNPJ: 16.841.931/0001-52, no valor de R$
96.059,00, conforme 2014NE804333, cujas contratações na forma delineada
constituem-se em ato de gestão ilegal e antieconômico.
##/Fato##
Causa
Planejamento deficiente das contratações em conjunto com a não observação às
formalidades legais, respaldada pela ausência e (ou) fragilidade nos mecanismos de
controle, favorecem a condução do processo de forma irregular.
De acordo com o caput do Art. 26 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, cabe
à autoridade superior da unidade ratificar a dispensa de licitação ora em exame.
No processo nº 23096.027220/14-87, embora o Termo de Ratificação (fl. 124)
tenha sido expedido pela Pró-Reitora de Administração (que não é a autoridade superior
do órgão), constatou-se que o Reitor, mediante senha pessoal, ratificou a compra no
SIASGnet, gerando a publicação do extrato da dispensa na imprensa oficial, com a sua
ratificação (DOU Nº 186, seção 3, pág. 64, em 26 de setembro de 2014).
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Saliente-se, em agravante a esse fato, a ausência de previsão regimental da
competência para dispensar a licitação e reconhecer as situações de inexigibilidade no
âmbito da UFCG, cuja atribuição é razoável conferir à(o) Pró-Reitor(a) de
Administração.
De acordo com o Estatuto da UFCG, aprovado pela Resolução Consuni nº
5/2002:
“Art. 29. A Reitoria, órgão executivo da Administração Superior que coordena,
fiscaliza e superintende as atividades da Universidade, é exercida pelo Reitor,
auxiliado pelo Vice-Reitor e assessorado por:
I - Pró-Reitorias;
(...)
Art. 32. São atribuições do Reitor:
(...)
XIII – administrar as finanças da UFCG e determinar a aplicação dos seus
recursos, de conformidade com o orçamento aprovado e os fundos instituídos;”
Ainda, conforme a Resolução Consuni nº 6/2005, que aprova o Regimento da
Reitoria:
“Art. 8º Compete à Pró-Reitoria de Gestão Administrativo-Financeira:
I – expedir instruções, portarias e demais atos necessários ao fiel desempenho
das suas atribuições;
II – executar a programação financeira da Universidade, tendo em vista os
compromissos e os recursos repassados pelo MEC, bem como de convênios e contratos,
e de outras agências financiadoras nacionais e estrangeiras;
(...)
VI – supervisionar e controlar as atividades dos setores que lhe são
subordinados;
VII – fiscalizar o andamento das atividades inerentes a sua área de atuação,
notificando os dirigentes de órgãos da administração, no que se refere a distorções ou
irregularidades eventualmente identificadas;”
Tendo em vista que, na dispensa de licitação em análise, incumbe à autoridade
superior aferir a lisura do procedimento tendente à contratação direta do fornecimento
de bens, bem como a(o) Pró-Reitor(a) de Administração supervisionar, controlar e
fiscalizar as atividades dos setores subordinados, ao não efetuar o controle dos atos que
compuseram o processo e ratificar a dispensa "após constatada a regularidade dos atos
procedimentais", as condutas do Reitor e do(a) Pró-Reitor(a) de Administração foram
essenciais para o resultado.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação
dos fatos, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no
campo „fato‟.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
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Recomendação 1: Apurar a responsabilidade dos agentes que, por ação e (ou) omissão,
permitiram a condução do processo administrativo nº 23096.027220/14-87, referente à
Dispensa de Licitação nº 17/2014, de forma alheia aos requisitos legais imprescindíveis
à regularidade do procedimento, dentre eles a suficiente e adequada especificação dos
equipamentos a serem adquiridos e a existência de propostas cujos fornecedores têm
vínculo entre si ou sequer atuam no ramo da atividade econômica compatível com o
objeto da aquisição, o que torna inviável a escolha da proposta mais vantajosa e
adequada à necessidade da Administração, e, por fim, resultando no favorecimento das
empresas DATASONIC INDUSTRIA E DISTRIBUIÇAO DE ELETRONICOS LTDA
e SET SOLUÇOES EDUCACIONAIS E TECNOLOGICAS - EIRELI - EPP.
Recomendação 2: Apurar o eventual prejuízo ao Erário, e promover a respectiva
reposição, em decorrência da aquisição direta efetuada por meio da Dispensa de
Licitação nº 17/2014 de forma irregular, haja vista a inexistência da pesquisa de
mercado para aferir a adequabilidade do preço pago.
1.3 Reestruturação e Expansão das Universidades Federais
1.3.1 CONTRATOS SEM LICITAÇÃO
1.3.1.1 CONSTATAÇÃO
Irregularidades nas inexigibilidades para contratação de serviço de
telecomunicação.
Fato
Em relação às Inexigibilidades nº 1/2014 e nº 53/2014, para prestação de
serviços de telecomunicação, constatou-se a ausência, nos autos dos processos nº
23096.050095/13-76 e nº 23096.04169/14-21, da comprovação de justificativa de preço,
mediante a comparação da proposta apresentada com preços praticados pela futura
contratada junto a outros órgãos públicos ou pessoas privadas, conforme estabelecido na
Orientação Normativa AGU nº 17, de 01/04/2009.
Constatou-se, também, a divergência entre os preços dos serviços em comum
nos contratos nº 32/2014 (IN nº 1/2014) e nº 56/2014 (IN nº 53/2014), conforme
detalhamento do quadro a seguir:
Quadro I – Comparativo entre preços dos serviços das Inexigibilidades nº 1/2014 e nº 53/2014.
Serviço Valor Contrato nº 32/2014 (R$) Valor Contrato nº 56/2014 (R$)
Assinatura Digitronco 778,17 699,00
Tarifa local 0,1168 0,8028
Fixo-Móvel 0,6903 0,5578
LD Fixo-Móvel (VC2 VC3) 0,8742 1,1027
Fonte: Processo nº 23096.050095/13-76 e nº 23096.04169/14-21.
Além disso, verificou-se a ausência de comprovação, nos processos nº
23096.050095/13-76 e nº 23096.04169/14-21, da publicação na imprensa oficial da
ratificação das inexigibilidades nº 1/2014 e nº 53/2014, respectivamente.
Por fim, constatou-se a inclusão, no contrato nº 56/2014 (IN nº 53/2014), de
quantitativos e serviços não previstos por ocasião da apreciação do processo nº
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23096.04169/14-21 pela assessoria jurídica e pela autoridade superior, conforme
destacado no quadro a seguir:
Quadro II – Comparação entre o objeto apresentado à assessoria jurídica e à autoridade superior e
aquele firmado no contrato 56/2014.
Serviços solicitados pelo Memo nº 12/2014
PU/DT, de 21/2/2014
Serviços constantes no contrato nº 56/2014 (após
parecer jurídico e termo de ratificação da
inexigibilidade)
Serviço de Link de Dados para interligar Campina
Grande, Patos, Sousa e São João do Rio do Peixe
Serviço de Link de Dados para interligar Campina
Grande, Patos, Sousa e São João do Rio do Peixe
3 linhas telefônicas analógicas para o CSTR de
Patos
3 linhas telefônicas analógicas para o CSTR de
Patos
19 linhas telefônicas para Campina Grande 28 linhas analógicas para Campina Grande
Não foi previsto 24 velox (serviço de dados) para Campina Grande
Não foi previsto 30 linhas digitais PABX para Sousa
Fonte: Processo nº 23096.04169/14-21.
##/Fato##
Causa
Planejamento deficiente das contratações em conjunto com a indiferença às
formalidades, respaldada pela ausência e (ou) fragilidade nos mecanismos de controle,
favorecem a condução do processo de forma irregular.
Conforme o Regimento da Reitoria, aprovado pela Resolução Consuni nº
6/2005:
Art. 8º Compete à Pró-Reitoria de Gestão Administrativo-Financeira:
(...)
VI – supervisionar e controlar as atividades dos setores que lhe são
subordinados;
VII – fiscalizar o andamento das atividades inerentes a sua área de atuação,
notificando os dirigentes de órgãos da administração, no que se refere a distorções ou
irregularidades eventualmente identificadas;
Tendo em vista as falhas recorrentes nas instruções dos processos
administrativos relativos ao suprimento de bens e serviços na unidade, no exercício de
2014, conclui-se que a falta de cautela e zelo do agente responsável pela Pró-Reitoria de
Gestão Administrativo-Financeira na verificação da regularidade dos atos que
culminaram com as contratações, desde o planejamento consubstanciado nos estudos
preliminares (os quais a unidade não apresentou para nenhuma das licitações e
contratações diretas examinadas), finalizando com a adequação do valor do contrato,
contribui para a ocorrência e perpetuação das irregularidades apresentadas neste
relatório.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 204/R/GR/UFCG, de 1 de junho de 2015, a unidade
apresentou a seguinte manifestação:
(...)
“a. A ausência de justificativa de preço, mediante comparação da proposta
apresentada com preços praticados pela contratada em outros órgãos, justifica-se pelo
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fato de o setor responsável pela elaboração dos processos de inexigibilidade ter se
pautado pela nova redação da Orientação Normativa da AGU nº 17 (publicada no
DOU em 14 de dezembro de 2011), que permite que a razoabilidade do valor das
contratações decorrentes de inexigibilidade possa ser aferida não apenas por meio de
comparação da proposta apresentada com preços praticados pela futura contratada em
outros entes públicos e ou privados, mas também por intermédio de outros meios
igualmente idôneos, com é o caso do teto de valores estabelecidos pela ANATEL, para
o serviço de telefonia;
b. A divergência verificada entre os preços dos serviços em comum, nos
contratos nº 32/2014 e nº 56/2014 é decorrente de:
i. os citados contratos serem resultados de dois processos de inexigibilidade
realizados em dois diferentes momentos (fevereiro de 2014 e julho de 2014,
respectivamente);
ii. ter havido a necessidade de se realizar dois processos para se contratar
serviço comum de telefonia, uma vez que, quando da realização do primeiro contrato,
não foram contempladas linhas necessárias ao campus de Patos e nem aquelas que
seriam necessárias às novas instalações do campus de Sousa, ainda em obras, bem
como o serviço de link de dados para a interligação dos vários campi da Instituição;
iii. os supramencionados serviços não poderiam ser incluídos no primeiro
contrato haja vista a ampliação necessária ao serviço de telefonia para a Instituição
extrapolara o limite de 25% permitido em Termo Aditivo;
iv. a razoabilidade do valor das citadas contratações foi verificada tendo-se por
base o teto de valores estabelecidos pela ANATEL, para o serviço de telefonia, o qual
permite a prática de valores diferentes em diferentes datas e localidades;
c. A ausência de comprovação da publicação na imprensa oficial da ratificação
das inexigibilidades nº 1/2014 e nº 53/2014 deve-se ao desconhecimento dessa
obrigatoriedade, o que gerou o entendimento de que a publicação dos dados do
contrato no comprasnet fosse suficiente para a legitimação do ato;
d. A inclusão, no contrato nº 56/2014, de quantitativos e serviços não previstos
por ocasião da apreciação do processo nº 23096.04169/14-21 pela assessoria jurídica
e pela autoridade superior, foram solicitados pelo setor responsável pelo serviço de
telefonia – em vista das ampliações que se encontravam em curso –, durante a
tramitação do processo acima mencionado (Cf. Memos nº 21/2014 e nº 37/2014 da
Divisão de Telecomunicações, ambos constantes do processo em referência – Anexo I);
e. O parecer da Procuradoria Federal atem-se ao pedido de autorização para a
realização de inexigibilidade, motivo pelo qual a alteração dos quantitativos não foi
dado ao conhecimento desta assessoria;
f. Apesar de não existir autorização expressa da autoridade superior no
processo que resultou no contrato nº 56, as informações atinentes à ampliação dos
quantitativos foram repassadas às instâncias deliberativas;
g. No pedido de ampliação de serviço (Cf. Memo nº 12/2014) está contemplada
a inclusão de 19 linhas analógicas para o campus da Campina Grande, com 15 VELOX
agregados a estas;
h. Já se encontrava em tramitação, na mesma operadora, a instalação de mais 9
linhas analógicas, também atreladas a VELOX, o que totaliza os quantitativos
praticados;
i. A inclusão dos serviços acima detalhados foram feitas após o parecer da
assessoria jurídica, tendo como objetivo evitar-se um terceiro processo de
inexigibilidade para o mesmo serviço.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
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Análise do Controle Interno
Embora a manifestação, inicialmente, assevere a utilização de outro meio idôneo
para justificar os preços dos serviços contratados por meio das Inexigibilidades nº
1/2014 e nº 53/2014, salienta-se que não há, nos processos administrativos a que se
referem as citadas inexigibilidades, qualquer documentação ou consulta que apresente o
“teto de valores estabelecidos pela ANATEL, para o serviço de telefonia”.
A esse respeito, ressalte-se ser indispensável a justificativa dos preços praticados
pela pretensa contratada por se tratar de requisito legal previsto no Art. 26, parágrafo
único, inciso III, da Lei nº 8.666/93, cuja comprovação ocorre mediante juntada ao
processo de documentos e informações que atestem ser razoável o preço cobrado pelo
fornecedor exclusivo.
No que se refere à divergência de preços entre os serviços comuns aos dois
contratos celebrados, em síntese, a manifestação da unidade a justifica em face da
imprevisibilidade dos novos serviços, da impossibilidade de alteração contratual por
extrapolar o limite legal, da justificativa de preço com base no “teto de valores
estabelecidos pela ANATEL, para o serviço de telefonia” e da realização dos
procedimentos em momentos distintos (fevereiro e julho de 2014).
Nessa oportunidade, destaca-se, novamente, a imprescindibilidade da
demonstração, no processo, da razoabilidade do preço cobrado por fornecedor
exclusivo, vez que a divergência de preços dos serviços em comum aos contratos em
análise variou entre -19,19% até 587,33%, de acordo com a tabela a seguir:
Tabela I – Variações percentuais entre preços dos serviços das Inexigibilidades nº 1/2014 e nº 53/2014.
Serviço 1. Valor Contrato nº
32/2014 (R$)
2. Valor Contrato nº
56/2014 (R$)
3. (%) Diferença [(2-
1)/1] X 100
Assinatura Digitronco 778,17 699,00 -10,17%
Tarifa local 0,1168 0,8028 587,33%
Fixo-Móvel 0,6903 0,5578 -19,19%
LD Fixo-Móvel (VC2 VC3) 0,8742 1,1027 26,14%
Fonte: Processo nº 23096.050095/13-76 e nº 23096.04169/14-21.
Diante de tamanha variação nos preços e da ausência no processo de documento
da ANATEL que sinalize o teto dos valores de telefonia fixa, não há como o conjunto
de elementos da justificativa apresentada demonstrar a pertinência da diferença de
valores contratados.
Relativamente à falta de comprovação da publicação dos termos de ratificação
das inexigibilidades (na realidade a inexistência dessas publicações), é necessário
reformar o entendimento da equipe da unidade, pois se trata de requisito essencial para a
eficácia do ato, nos termos do caput do Art. 26, da Lei nº 8.666/93.
Finalmente, para justificar a contratação de objeto diferente daquele apresentado
à assessoria jurídica e à autoridade máxima, a unidade informa que advém de
“ampliações que se encontravam em curso –, durante a tramitação do processo acima
mencionado”; o parecer jurídico “atem-se ao pedido de autorização para a realização
de inexigibilidade, motivo pelo qual a alteração dos quantitativos não foi dado ao
conhecimento desta assessoria”; que a inexistência da autorização expressa da
autoridade superior foi suprida por repasse das informações de ampliação “às instâncias
deliberativas”; e que as alterações após o parecer jurídico tiveram por objetivo “evitar-
se um terceiro processo de inexigibilidade para o mesmo serviço.”.
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Acerca dessa parte da manifestação, tem-se a comentar que se pode extrair a
justificativa para a inviabilidade da competição a partir do pedido consignado no Memo
nº 12/2014, de 21 de fevereiro de 2014 (fls. 01 e 02), a seguir transcrito:
“Nossa instituição necessita formalizar a contratação da Prestação de Serviço
de Link de Dados, para prover conexão de acesso à internet com fins institucionais
(pregão eletrônico, etc) e interligar à intranet da UFCG os Campi Patos e Sousa
(centro) e o Núcleo de São João do Rio do Peixe ao campus sede (Campina Grande).
(...)
Nas cidades de Patos, Sousa e São João do Rio do Peixe, atualmente apenas a
OI possui infraestrutura para interliga-las ao campus sede, nesse tipo de serviço; assim
no nosso entendimento isso configura uma situação de inexigibilidade. (...)
Outrossim, por um lapso, no pedido de contrato de inexigibilidade encaminhado
anteriormente a Vossa Senhoria (Processo nº 23096.050095/13-73), não foram
incluídas 3 linhas telefônicas analógicas utilizadas pelo CSTR em Patos, nem também
19 linhas (15 delas com velox), todas em Campina Grande.
Assim, de acordo com o exposto acima, solicitamos a Vossa Senhoria que
encaminhe para seus devidos trâmites, o pedido de contratação (na verdade uma
formalização) por inexigibilidade, da Operadora Telemar Norte Leste S.A., para
Prestação de Serviço de Link de Dados, utilizando a tecnologia proposta que for
escolhida (tecnicamente factível pela operadora) – para interligar os Campi Patos,
Sousa (centro) e o Núcleo de São João do Rio do Peixe, ao concentrador STI, (...) e
também a inclusão no mesmo das 3 linhas do CSTR e as 19 linhas utilizadas em
Campina Grande.
(...)
OBS: Em Campina Grande, é do nosso conhecimento que a GVT também
oferece linhas telefônicas com o serviço de acesso à internet, sendo que a mesma não
atende em todos os bairros onde temos linhas instaladas, assim, achamos razoável e
prático, dado a pequena monta, que se firme contrato apenas com a operadora que
atende em toda a cidade (no caso a OI).”
O cerne da justificativa para contratação direta do serviço de link de dados para
os campi de Patos, Sousa e o Núcleo de São João do Rio do Peixe, e da prestação do
serviço de telefonia fixa no campus de Patos (três linhas adicionais) é a inviabilidade de
competição, que nesse último caso foi apreciado no processo nº 23096.050095/13-73,
referente à Inexigibilidade nº 1/2014.
No caso das linhas de telefonia fixa e de serviço de dados do campus de
Campina Grande, o pedido induz à conclusão de que é razoável e prática a contratação
da operadora que atende toda a cidade, por conta do suposto pequeno valor envolvido.
Entretanto, não esclarece quais seriam os lugares (e quantas linhas) atendidos
exclusivamente por uma operadora (o que afastaria a licitação).
Desse modo, o controle de legalidade efetuado pela assessoria jurídica
restringiu-se ao objeto delineado no pedido formulado por meio do memorando
anteriormente transcrito. Portanto, a ampliação do número de linhas e inclusão de
serviço de dados para o campus de Campina Grande, além da contratação de 30 linhas
digitais para o campus de Sousa, não foram objeto do parecer jurídico que embasou a
contratação direta. Tampouco, a ratificação da autoridade superior recaiu sobre o novo
objeto do contrato nº 56/2014, posto que a data de ambos os atos – parecer jurídico e
termo de ratificação (27/02/2014 e 06/03/2014, respectivamente) – é anterior ao
Memorando nº 37/2014, de 15 de maio de 2014, posteriormente inserido entre a capa do
processo administrativo e a folha número 1 (Memo nº 12/2014, de 21 de fevereiro de
2014), como se fosse o pedido original que iniciou o processo.
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Diante dos fatos, observa-se que a unidade deve adequar o planejamento das
contratações, dividindo-as em tantas quantas sejam necessárias e de acordo com a
realidade de mercado, para eliminar as impropriedades e irregularidades verificadas nas
contratações diretas em 2014.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Instruam em processo próprio os estudos preliminares que subsidiam
o plano de licitação (e as contratações diretas), conjugando a demonstração da
necessidade dos bens/serviços, da pesquisa de mercado e da viabilidade da estratégia
adotada para o suprimento de suas necessidades.
Recomendação 2: Instrua os processos de inexigibilidade com a comprovação da
pesquisa de preços ou do meio idôneo adotado para aferir a razoabilidade do valor a ser
contratado com fornecedor exclusivo.
2 Ciência, Tecnologia e Inovação
2.1 Fomento a Projetos de Implantação e Recuperação da Infraestrutura de
Pesquisa das Instituições Públicas (CT-Infra)
2.1.1 CONTRATOS SEM LICITAÇÃO
2.1.1.1 CONSTATAÇÃO
Realização de processo para aquisição direta de equipamentos, no valor total de
R$ 519.500,00, cujas irregularidades resultaram em favorecimento do fornecedor
na Dispensa de Licitação nº 18/2014.
Fato
O processo nº 23096.033068/14-65, referente à Dispensa de Licitação nº
18/2014, destina-se à aquisição direta do equipamento “spray dryer”, com recursos da
FINEP (Convênio FINEP 01.09.460.00), para a implantação do projeto intitulado
“Equipamentos para Laboratórios de Pesquisa da UFCG”.
Embora a requisição do equipamento mencione que as especificações estariam
contidas nos documentos em anexo ao Memorando 003 – UFCG/MCT/FINEP/CT-
INFRA-PROINFRA, de 8 de agosto de 2014 (fl. 01), verificou-se que, dentre a
documentação subsequente no processo, não consta o detalhamento do equipamento
pela Unidade.
No quadro a seguir, apresenta-se a sequência dos documentos autuados após o
citado memorando:
Quadro I – Lista de documentos subsequentes à requisição do equipamento.
Documento Data Folha do Processo
Carta Aprovação Remanejamento FINEP 26/11/2010 02
Relação de itens Sem data 03 e 04
Cronograma de Desembolso Sem data 05
Memo AAPPA 39/2014 24/02/2014 06
Proposta da (1) SPRAY PROCESS 29/07/2014 07 a 10
Proposta da (2) RPM 29/07/2014 11 a 20
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Documento Data Folha do Processo
Proposta da (3) DATASONIC 25/07/2014 21 a 24
Proposta da (4) CETEC 29/07/2014 25
Fonte: processo nº 23096.033068/14-65.
A autorização para a realização da despesa foi dada pelo Vice-Reitor, em 12 de
agosto de 2014, na folha de Despacho nº 1355-14/G/PRA/UFCG, de 11 de agosto de
2014, que fora destinada ao Magnífico Reitor (fls. 35).
Na mesma data do despacho do Vice-Reitor, o processo foi encaminhado à
assessoria jurídica para elaboração de parecer, cuja emissão ocorreu em 25 de agosto de
2014.
Por fim, em 17 de setembro de 2014, houve a emissão do Termo de Ratificação
pela Pró-Reitora de Adminstração da UFCG (fls. 40) sem, contudo, haver comprovação,
no processo, da publicação dessa ratificação na imprensa oficial.
A despeito de haver tramitado entre diferentes setores da unidade, em nenhum
momento questionou-se a falta de caracterização do pretendido equipamento
denominado “spray dryer”, em detrimento do caput do Art. 14 e do Art. 15, § 7º, I, da
Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
Tampouco cogitou-se a ausência do documento de aprovação dos projetos de
pesquisa aos quais o bem seria alocado, cuja previsão encontra-se no Art. 26, parágrafo
único, IV, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
Ao se analisar as propostas de preços apresentadas pelas empresas, verificou-se
que apenas duas contemplavam equipamento com a mesma capacidade de evaporação
de água, conforme demonstrado no quadro a seguir:
Quadro II – Orçamentos apresentados pelas empresas.
Empresa Modelo Capacidade
Evaporação
Líquido
* Valor Equipamento
(R$)
(1) SPRAY PROCESS FAB. COM. DE
SECADORES IND. LTDA.
DR-4 15 até 40 l/h 390.000,00
(2) RPM BRASIL MAQ. E EQUIP. IND.
LTDA
SB-50 50 kg/h 412.027,43
(3) DATASONIC SD-5.0 5 l/h 511.000,00
(4) CETEC não há 5 l/h 600.000,00
* Valor referente ao equipamento exclusivamente.
Fonte: processo nº 23096.033068/14-65.
Aparentemente, as propostas existentes no processo tratam de equipamentos
distintos, a não ser pela capacidade de evaporação do bem cotado pela (3)
DATASONIC e (4) CETEC, em que pese a falta de discriminação do modelo cotado
por essa última empresa.
Observou-se que a ausência de documentação comprobatória referente a
provocação da Unidade junto às empresas para apresentarem essas propostas, com a
devida especificação dos equipamentos, é fato recorrente nas aquisições diretas
efetuadas em 2014 (com base no Art. 24, XXI, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de
1993), haja vista idêntica situação evidenciada na Dispensa de Licitação nº 17/2014.
Nesse aspecto, há de se ressaltar que as propostas encaminhadas são
extemporâneas (cinco meses depois) ao Memo AAPPA 39/2014, de 24 de fevereiro de
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2014, que teria encaminhado três das propostas, conforme fluxo demonstrado no
Quadro I e cópia a seguir reproduzida:
Quadro III – Documento que encaminha as propostas de preço existentes no processo.
Memo AAPPA 39/2014, de 24 de fevereiro de 2014 (fls. 6).
Diante da falta de especificação do objeto pela Administração, constatou-se que
os orçamentos apresentados pelas empresas eram os mais variados, consoante o quadro
a seguir:
Quadro IV – Orçamentos do processo.
Empresa Valor Equipamento
(R$)
Valor Itens Opcionais ou
Extras (R$)
Valor Total
(R$)
(1) SPRAY PROCESS FAB. COM.
DE SECADORES IND. LTDA. 390.000,00 338.000,00 728.000,00
(2) RPM BRASIL MAQ. E EQUIP.
IND. LTDA 412.027,43 159.641,67 571.669,10
(3) DATASONIC 511.000,00 8.500,00 519.500,00
(4) CETEC 600.000,00 39.500,00 639.500,00
Fonte: processo nº 23096.033068/14-65.
Apesar da agravante concernente à diversidade da composição dos itens
opcionais ou extras dos orçamentos das empresas, não há no processo a motivação da
escolha da proposta e (ou) fornecedor, conforme estabelece o Art. 26, parágrafo único,
II, Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
Saliente-se, por oportuno, que a variação dos itens opcionais torna inviável a
escolha da proposta mais vantajosa, considerando que os itens extras/opcionais são
diferentes em cada proposta.
Levando-se em conta, ainda, que os recursos disponibilizados por meio do
Convênio FINEP 01.09.460.00 destinam-se à aquisição de material permanente (ND
449052), conforme o Plano de Trabalho e a Nota de Crédito 2014NC000115 da
UG/Gestão 240901/0001, não há razão para a inclusão de itens extras nos orçamentos
que, em parte, referem-se a serviços, cuja natureza da despesa não foi contemplada no
Plano de Trabalho da aquisição em exame.
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Assim, haveria coerência na escolha da proposta cujo valor do equipamento
(excluindo itens extras/opcionais) fosse o menor e atendesse a necessidade da
Administração.
No que se refere à capacidade de evaporação (secagem), observou-se que os
equipamentos de menor capacidade (5 l/h), objeto das propostas da (3) DATASONIC e
(4) CETEC, coincidentemente foram os “spray dryer” cujo valor exclusivo do
equipamento são os mais elevados, R$ 511.000,00 e R$ 600.000,00, respectivamente.
Mediante consulta aos Sistemas Corporativos do Governo Federal, constatou-se
que as duas empresas citadas possuíam algum tipo de vínculo entre si ou com a própria
Unidade, conforme quadro a seguir:
Quadro V – Relacionamento entre sócios/empresários/Unidade.
CPF
Sócio/Empresário
Vínculos Societários Outros Vínculos
***.226.984-** (3) DATASONIC INDUSTRIA
E DISTRIBUIÇAO DE
ELETRONICOS LTDA.
Ex-sócio da (4) CETEC
CENTRO DE
TECNOLOGIA EM
ENGENHARIA CLÍNICA
LTDA.
***.806.144-** (4) CETEC CENTRO DE
TECNOLOGIA EM
ENGENHARIA CLÍNICA
LTDA.
Servidor da UFCG
(matrícula SIAPE
0336542).
Fonte: Sistemas Corporativos do Governo Federal, 13 de maio de 2015.
Após visita à sede da empresa (4) CETEC, situada na Rua Luis Soares, 242,
Campina Grande/PB, consoante endereço da proposta de preço existente no processo e
cadastro na base de dados do CNPJ, constatou-se que a referida empresa não está
sediada nesse local e funcionários de estabelecimentos comerciais vizinhos ao endereço
desconhecem a atuação da empresa naquela área. É o que se demonstra no registro
fotográfico a seguir:
Quadro VI – Endereço da CETEC CENTRO DE TECNOLOGIA EM ENGENHARIA CLÍNICA LTDA.
Fachada da suposta sede empresa (4) CETEC, em 13/05/2015.
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Haja vista a falta de comprovação das especificações do equipamento “spray
dryer” pela UFCG, a ausência de motivação da escolha da proposta e do fornecedor,
bem como a existência de antigos vínculos entre as empresas (3) DATASONIC e (4)
CETEC, na qual há presença de sócio também servidor da UFCG, conclui-se que a
aquisição direta a que se refere a Dispensa de Licitação nº 18/2014 resultou por
favorecer a empresa (3) DATASONIC INDUSTRIA E DISTRIBUIÇAO DE
ELETRONICOS LTDA, CNPJ: 07.179.175/0001-57, no valor de R$ 519.500,00,
conforme 2014NE804214, mediante preterição de propostas cujo valor exclusivo do
“spray dryer”, com maior capacidade de secagem, era menor.
##/Fato##
Causa
Planejamento deficiente das contratações em conjunto com a não observação às
formalidades legais, respaldada pela ausência e (ou) fragilidade nos mecanismos de
controle, favorecem a condução do processo de forma irregular.
De acordo com o caput do Art. 26 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, cabe
à autoridade superior da unidade ratificar a dispensa de licitação ora em exame.
No processo nº 23096.033068/14-65, embora o Termo de Ratificação (fl. 40)
tenha sido expedido pela Pró-Reitora de Administração (que não é a autoridade superior
do órgão), constatou-se que o Reitor, mediante senha pessoal, ratificou a compra no
SIASGnet, gerando a publicação do extrato da dispensa na imprensa oficial, com a sua
ratificação (DOU Nº 187, seção 3, pág. 18, em 29 de setembro de 2014).
Saliente-se, em agravante a esse fato, a ausência de previsão regimental da
competência para dispensar licitação e reconhecer as situações de inexigibilidade no
âmbito da UFCG, cuja atribuição é razoável conferir à(o) Pró-Reitor(a) de
Administração.
De acordo com o Estatuto da UFCG, aprovado pela Resolução Consuni nº
5/2002:
“Art. 29. A Reitoria, órgão executivo da Administração Superior que coordena,
fiscaliza e superintende as atividades da Universidade, é exercida pelo Reitor, auxiliado
pelo Vice-Reitor e assessorado por:
I - Pró-Reitorias;
(...)
Art. 32. São atribuições do Reitor:
(...)
XIII – administrar as finanças da UFCG e determinar a aplicação dos seus
recursos, de conformidade com o orçamento aprovado e os fundos instituídos;”
Ainda, conforme a Resolução Consuni nº 6/2005, que aprova o Regimento da
Reitoria:
“Art. 8º Compete à Pró-Reitoria de Gestão Administrativo-Financeira:
I – expedir instruções, portarias e demais atos necessários ao fiel desempenho
das suas atribuições;
II – executar a programação financeira da Universidade, tendo em vista os
compromissos e os recursos repassados pelo MEC, bem como de convênios e contratos,
e de outras agências financiadoras nacionais e estrangeiras;
(...)
VI – supervisionar e controlar as atividades dos setores que lhe são
subordinados;
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VII – fiscalizar o andamento das atividades inerentes a sua área de atuação,
notificando os dirigentes de órgãos da administração, no que se refere a distorções ou
irregularidades eventualmente identificadas;”
Tendo em vista que, na dispensa de licitação em análise, incumbe à autoridade
superior aferir a lisura do procedimento tendente à contratação direta do fornecimento
de bens, bem como a(o) Pró-Reitor(a) de Administração supervisionar, controlar e
fiscalizar as atividades dos setores subordinados, ao não efetuar com zelo o controle dos
atos que compuseram o processo e ratificar a dispensa "após constatada a regularidade
dos atos procedimentais", as condutas do Reitor e do(a) Pró-Reitor(a) de Administração
foram essenciais para o resultado.
Ambas condutas são atenuadas pela anulação do empenho e consequente
contratação direta, após questionados por meio da Solicitação de Auditoria – SA nº
201413344/09, na qual foram apresentados os fatos.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
A unidade apresentou a seguinte manifestação, por meio do Ofício nº
188/R/GR/UFCG, de 21 de maio de 2015:
“(...) temos a informar que, após constatada irregularidades formais no Processo,
foi providenciada a anulação total do empenho 2014NE804214 e anulada a Dispensa de
Licitação, conforme comprovam documentos em anexo.
Acrescentamos que novo processo será aberto para a aquisição do equipamento
de que trata a dispensa de licitação em epígrafe”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A manifestação da unidade e a providência adotada são consentâneas ao achado
de auditoria, na medida em que o procedimento licitatório eivado de vícios motivou a
anulação da Dispensa de Licitação nº 18/2014.
Entretanto, a empresa DATASONIC INDUSTRIA E DISTRIBUIÇAO DE
ELETRONICOS LTDA, CNPJ: 07.179.175/0001-57, possui histórico recente de
contratações diretas pela UFCG, como no caso da Dispensa nº 17/2014, na qual foram
constatados procedimentos irregulares que resultaram no favorecimento dela, também,
mediante pagamentos no total de R$ 583.677,59.
Além disso, no exercício de 2013, também houve contratações diretas da
mencionada empresa e de duas outras em que há comprovado vínculo (SET -
SOLUCOES EDUCACIONAIS E TECNOLOGICAS - EIRELI – EPP e FLAVIANO
CARVALHO VIEIRA – ME), no valor total de R$ 596.980,30.
Em todas essas contratações diretas, referentes à aquisição de equipamentos para
pesquisa cientifica, o fundamento que afastou a licitação foi o Art. 24, XXI, da Lei nº
8.666, de 21 de junho de 1993.
Tendo em vista que, além do amparo legal coincidente, há a presença da
empresa DATASONIC nesse tipo de contratação direta feita pela UFCG, merece
atenção da unidade a fragilidade com que esses processos vêm sendo realizados, haja
vista o comprovado favorecimento de empresas acarretar prejuízos mediante a aquisição
de equipamentos inadequados à necessidade da Administração, em virtude da
insuficiente caracterização do objeto.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
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Recomendação 1: Apurar a responsabilidade dos agentes que, por ação e (ou) omissão,
permitiram a condução do processo administrativo nº 23096.033068/14-65, referente à
Dispensa de Licitação nº 18/2014, de forma alheia aos requisitos legais imprescindíveis
à regularidade do procedimento, dentre eles a suficiente e adequada especificação do
equipamento a ser adquirido, possibilitando a existência de propostas cujos orçamentos
apresentam diversidade de itens em sua composição, o que torna inviável a escolha da
proposta mais vantajosa e adequada à necessidade da Administração, e, por fim,
resultando no favorecimento da empresa DATASONIC INDUSTRIA E
DISTRIBUIÇAO DE ELETRONICOS LTDA.
3 Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS)
3.1 Atenção à Saúde da População para Procedimentos em Média e Alta
Complexidade
3.1.1 CONTRATOS SEM LICITAÇÃO
3.1.1.1 CONSTATAÇÃO
Contratação direta de serviços de apoio administrativo mediante registro de
informação em Sistema Corporativo sem amparo documental e formalização de
processos destituídos dos requisitos legais.
Fato
Em 2007, o HUAC firmou o contrato nº 2/2007 (Pregão nº 1/2007) com a
empresa RH Assessoria, Consultoria e Serviços Ltda. para a prestação de serviços de
apoio administrativo, cujo prazo de vigência inicial foi de 1/4/2007 a 31/3/2008.
Após sucessivas prorrogações de prazo, o contrato HUAC nº 2/2007 vigorou até
28/9/2012, conforme detalhado no quadro a seguir:
Quadro I – Prazo de vigência do contrato nº 2/2007.
Instrumento Termo inicial Termo final
Contrato nº 2/2007 1/4/2007 31/3/2008
Termo Aditivo nº 2/2008 1/4/2008 31/3/2009
Termo Aditivo nº 4/2009 1/4/2009 31/3/2010
Termo Aditivo nº 5/2010 1/4/2010 31/3/2011
Termo Aditivo nº 6/2011 1/4/2011 1/4/2012
Termo Aditivo nº 8/2012 31/3/2012 28/9/2012
Fonte: SIASG.
Entre o termo final do contrato nº 2/2007, em 28/9/2012, e a celebração do
contrato emergencial nº 2/2014 (Dispensa nº 44/2013), cuja vigência compreendeu o
periodo de 22/11/2013 a 21/05/2014, houve o pagamento de serviços de apoio
administrativo para a empresa RH Assessoria, Consultoria e Serviços Ltda., amparado
pelas notas de empenho 2012NE800672, de 14/11/2012, e 2013NE800004, de 6/2/2013,
da UG/GESTÃO 153196/15281.
Mesmo tendo expirado o contrato nº 2/2007, a emissão dos mencionados
empenhos realizou-se na modalidade pregão, identificado como nº 1/2007, acobertando
as despesas com serviços de apoio administrativo prestados pela RH Assessoria,
Consultoria e Serviços Ltda., até a celebração do contrato emergencial nº 2/2014.
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Nesse caso, observa-se que, além da ausência de instrumento contratual
registrado no SIASG, houve a inserção de dados incorretos no SIAFI, distorcendo a
informação contábil.
Assim, entre 01/10/2012 e 21/11/2013, houve a execução da despesa com
serviços de apoio administrativo independentemente de qualquer processo formalizado
que amparasse legal e legitimamente a contratação da RH Assessoria, Consultoria e
Serviços Ltda. para a realização desse serviço, vez que o contrato 2/2007 havia
expirado.
Posteriormente, foram efetuadas três dispensas de licitação, com fundamento no
Art. 24, IV, da Lei nº 8.666/93, conforme consolidado no quadro a seguir:
Quadro II – Contratos celebrados após encerramento do contrato nº 2/2007.
Nº Dispensa Nº Contrato Termo inicial Termo final
44/2013 2/2014 22/11/2013 21/05/2014
35/2014 15/2014 22/05/2014 18/09/2014
44/2014 Sem contrato - -
Pertinente as duas dispensas emergenciais de 2014 (DI nº 35/2014 e DI nº
44/2014), constatou-se as seguintes falhas:
Quadro III – falhas nas dispensas nº 35/2014 e nº 44/2014.
Falha Base Legal
Ausência de projeto básico para caracterizar os
serviços contratados
Art. 6º, IX, da Lei nº 8.666/93
Ausência de orçamento detalhado com a
composição dos custos unitários
Art. 7º, § 2º, II, da Lei nº 8.666/93
Ausência de caracterização da situação
emergencial que justifique a dispensa
Art. 26, Parágrafo Único, I, da Lei nº 8.666/93
Ausência da razão da escolha do fornecedor Art. 26, Parágrafo Único, II, da Lei nº 8.666/93
Ausência da justificativa de preço Art. 26, Parágrafo Único, II, da Lei nº 8.666/93
Ausência de parecer jurídico sobre a dispensa e
contrato
Art. 38, VI, da Lei nº 8.666/93
Art. 38, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93
Aliado às falhas acima, constatou-se a extemporaneidade na formalização dos
processos que respaldaram a continuidade da prestação do serviço de apoio
administrativo pela RH Assessoria, Consultoria e Serviços Ltda., de acordo com o
demonstrado no quadro a seguir:
Quadro IV – Cronologia dos atos.
Nº Processo Data
abertura
Nº
Dispensa
Vigência do
contrato
Nº Empenho Data
Empenho
Data inclusão
SIASG
23096.034251/14-43 20/08/14 35/2014 22/05 a
18/09/14
2014NE800540 20/08/14 19/08/14
23096.041257/14-87 06/11/14 44/2014 Sem contrato 2014NE800819 12/11/14 05/11/14
No processo nº 23096.034251/14-43, que trata da Dispensa nº 35/2014, o
Memorando nº 130/2014/DA/HUAC/UFCG, de 15/08/2014, que inicia o processo de
contratação direta, somente foi expedido mais de dois meses após a expiração do
contrato emergencial antecedente (contrato nº 2/2014), em 21/05/2014.
Por seu turno, o processo nº 23096.041257/14-87, referente à Dispensa nº
44/2014, também só foi autuado após a expiração do contrato emergencial anterior
(contrato nº 15/2014, expirado em 18/09/2014), conforme data da abertura do processo,
em 06/11/2014.
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Vale salientar que o procedimento de licitação começa pela abertura do processo
administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, exatamente com prevê o
caput do Art. 38, da Lei nº 8.666/93.
Constatou-se, ainda, a inexistência, no processo nº 23096.041257/14-87 (DI nº
44/2014), do termo de contrato, em detrimento do disposto no Art. 38, X, da Lei nº
8.666/93.
Ademais, nos processos administrativos em exame, constatou-se a inexistência
de manifestação formal da autoridade superior ratificando o procedimento, bem como a
respectiva publicação dessa ratificação na imprensa oficial, como condição para eficácia
dos atos, em atendimento ao Art. 26 da Lei nº 8.6666/93.
Diante disso, concluiu-se que os processos a que se referem as Dispensas de
Licitação nº 35/2014 e nº 44/2014, para amparar a contratação emergencial da RH
Assessoria, Consultoria e Serviços Ltda., não preenchem os requisitos legais para
sustentar a contratação direta, demonstrando a fragilidade das atividades inerentes à
licitação e contratação do HUAC.
##/Fato##
Causa
De acordo com o Regimento do Hospital Universitário Alcides Carneiro –
HUAC, aprovado pela Resolução Consuni nº 2/2006:
Art. 8º Ao Diretor Geral compete:
(...);
IV – autorizar compra de materiais e equipamentos e a execução de obras e
serviços;
V – ordenar despesas;
Tendo em vista a atuação consciente da Diretora Geral ao ordenar a despesa
pública mesmo diante da precariedade em que a contratação se encontrava, entende-se
que ela assumiu totalmente a responsabilidade e os riscos dessa conduta.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
A manifestação da unidade foi encaminhada por meio do Memorando nº
23/2015-DRH/HUAC/UFCG, de 29 de maio de 2015:
“(...) informamos que a falha apontada no processo nº 23096.034251/14-43, que
trata da Dispensa nº 35/2014, foi ocasionada por um equivoco da Diretoria
Administrativa que anexou o pedido da referida dispensa com parte integrante do
processo nº 23096.036885/13-43 conforme descrito nas cópias das páginas 16 e 17
(anexo). Situação essa corrigida posteriormente com a abertura de um novo processo
conforme solicitado pela Divisão de Materiais deste hospital (cópia página 13, anexo).
No tocante ao Quadro III, que pelo fato da referida empresa ter sido contratada
por este hospital através de processo licitatório anterior onde já constavam o projeto
básico e o parecer jurídico autorizando a prorrogação entendeu esta diretoria não ser
necessário novo parecer já que a situação era apenas de uma dilatação da referida
prorrogação.
Quanto as ausências de orçamento detalhado com composição dos custos
unitários, caracterização da situação de emergência e escolha do fornecedor,
justificativa do preço, fica esclarecido que os mesmos foram providenciados de acordo
com as cópias das páginas 01 a 17 (anexo) constantes no referido processo.
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Fica ainda exposto que diante da escolha da mesma empresa escolhida
anteriormente por processo licitatório, nas mesmas condições anteriormente acordadas
não causo prejuízo ao erário.
Quanto a inexistência de contrato da Dispensa 44/2014 apontada no Quadro II,
segue anexo o Contrato 20/2014 referente a mesma.
Salientamos que a sobrecarga de trabalho, à época, facilitou a ocorrência de
tais fatos, o que já foi corrigido, com a adoção de novas rotinas de controle e mais
revisões nas etapas dos trabalhos para evitar a repetição de tais falhas.”
Também houve manifestação encaminhada por meio do Memorando nº 26/2015-
DCF/HUAC/UFCG, de 27 de maio de 2015:
“(...) informamos que os pagamentos ocorridos no período compreendido entre
o final da vigência do contrato nº 02/2007 (Pregão nº 01/2007) e o contrato
emergencial nº 2/2014 (Dispensa nº 44/2013), através dos empenhos 2012NE800674 e
do 2013NE800004, respectivamente, emitidos após o parecer jurídico nº 562/2012/PF-
AGU, ocorreram com a autorização do ordenador de despesa, conforme consta nos
processos de pagamentos.
O pregão eletrônico que sucederia a contratação não encerrou-se em tempo
hábil, acarretando uma lacuna entre o contrato 02/2007 e o 02/2014. Os processos de
pagamentos, ao chegarem a este departamento, já instruídos, não tinham saldo de
empenho, portanto, foram empenhados e pagos com autorização do ordenador de
despesas, após parecer jurídico, mencionando, por lapso, o pregão já expirado, uma
vez que a observação foi apenas copiada do empenho anteriormente emitido,
ajustando-se alguns dados.
A sobrecarga de atividades, à época, facilitou a ocorrência de tais lapsos, o que
já foi parcialmente corrigido, com a chegada de mais um servidor ao departamento.
(...)”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Embora as manifestações procurem esclarecer e justificar a contratação direta
dos serviços de apoio administrativo, não apresentam fatos aptos a modificar as
irregularidades apresentadas. Pelo contrário, ratificam o pleno descumprimento dos
requisitos legais para amparar a contratação direta em virtude de licitação dispensável
por emergência.
Cumpre esclarecer que o parecer jurídico nº 562/2012/PF-AGU, de 28 de março
de 2012, trata da prorrogação de seis meses efetivada no Termo Aditivo nº 8/2012
(último aditivo de prazo do contrato nº 2/2007, expirado em 28 de setembro de 2012).
Portanto, os empenhos 2012NE800672, de 14/11/2012, e 2013NE800004, de 6/2/2013,
da UG/GESTÃO 153196/15281, emitidos na modalidade pregão, caracterizam, no
mínimo, o registro de transação sem comprovação, acarretando, ainda, modificação
indevida dos registros contábeis.
Além disso, o Pregão nº 13/2012, cuja sessão pública ocorreu em 4 de setembro
de 2012, e tinha por objeto a contratação dos serviços de apoio administrativo para o
HUAC, foi reaberto sucessivas vezes, até o dia 2 de maio de 2014, quando foi encerrada
a sessão e o pregão dado como abandonado, apesar da falta de razoabilidade em admitir
que o certame fosse contar com a participação dos licitantes ao longo dos 605 dias em
que a sessão foi indiscriminadamente reaberta, conforme os registros do Comprasnet.
Assim, a contratação direta da empresa RH Assessoria, Consultoria e Serviços
Ltda. para a prestação de serviços de apoio administrativo para o HUAC, desde o fim da
vigência do contrato nº 2/2007 (em 28 de setembro de 2012) foi realizada à margem da
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lei, quer mediante a inserção de dados nos Sistemas Corporativos do Governo Federal
sem respaldo documental, quer pela instrução processual extemporânea e destituída dos
elementos exigidos pela Lei de Licitações e Contratos Administrativos.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Apurar a responsabilidade pelas contratações diretas e irregulares da
empresa RH Assessoria, Consultoria e Serviços Ltda., mediante registros no Siafi sem o
suporte documental para amparar despesa sem contrato e instrução de processos alheios
aos requisitos legais, enquanto se prolongava excessivamente no Comprasnet, por 605
dias, o Pregão Eletrônico nº 13/2012, cujo resultado foi o abandono.
4 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS
4.1 MOVIMENTAÇÃO
4.1.1 QUANTITATIVO DE PESSOAL
4.1.1.1 INFORMAÇÃO
Análise da Gestão de RH.
Fato
Para realizar a auditoria sobre a política de gestão de recursos humanos na
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), foram estabelecidos procedimentos,
questões de auditoria e um questionário a ser aplicado à instituição de ensino,
respeitando o mandamento constitucional que trata da autonomia didático-científica,
administrativa e financeira, bem como das estruturas administrativas das universidades.
Foram definidas sete questões de auditoria. Para respondê-las, a CGU
considerou o relatório de Gestão da Unidade, entrevistou diversos servidores lotados na
Secretaria de Recursos Humanos e nas coordenações setoriais dos cursos de graduação e
analisou os documentos requeridos por meio das Solicitações de Auditoria nº
20150366801/RH01 a 20150366801/RH11.
A primeira questão a ser respondida foi a seguinte:
1) A força de trabalho existente atende às necessidades da UJ?
A equipe de auditoria entende que, atualmente, inexiste resposta possível a tal
questão, posto que a UFCG não possui parâmetros de lotação consolidados; controles
institucionalizados adequados acerca das horas trabalhadas pelos servidores, das
funções que estão realizando e da qualidade com que desempenham essas funções.
Conforme itens 4.2.1.1 e 4.2.1.3 desta relatoria, há fragilidades nos controles acerca da
jornada de trabalho dos servidores da UFCG, existem, inclusive, áreas que aderiram ao
regime de seis horas corridas sem anuência formal da gestão central da universidade.
Esse descontrole possibilita que algumas áreas da UFCG possuam excesso de
mão de obra, enquanto outras sofrem com um número reduzido de servidores. Além
disso, há uma maior suscetibilidade a um aumento no número de servidores que
deveriam estar trabalhando e assinam o controle de frequência, mas estão ociosos, ou
seja, não há registro da realização de quaisquer atividades por parte deles.
Exemplo disso é a documentação entregue pela UFCG através do Ofício
nº227/R/GR/UFCG, de 18 de junho de 2015, que disponibiliza o diário de classe das
disciplinas ministradas nas salas de aula 201, 204 e 403, do Bloco CAA; 03,04,102 e
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103, do bloco BG; 103,104,105 e 200 do bloco CD; atelier 03, do bloco CW; 107,202 e
204, do bloco CA; 11, 12 e 13, do bloco CB, até o mês de abril de 2015.
Esse material mostra que os apontamentos dos registros de aulas são
heterogêneos. Enquanto alguns professores registram as horas-aula, descrevendo
assunto tratado e a data da aula, outros não fazem registro algum, restando a dúvida se
as aulas efetivamente foram ministradas e há uma falha nos controles, ou,
simplesmente, não houve aulas. Foram analisadas as informações relativas a 127
turmas, todas com uma carga horária de 60 horas ou mais. Dessas, em relação a 43
turmas não havia registro de nenhuma hora aula, ou seja, mais de um terço dos
professores (33,85%) ou não registraram suas atividades, ou não ministraram as aulas
devidas. Ressalta-se ainda que, conforme Resolução nº08/2009, que fixa normas para
distribuição de carga horária mínima do docente por regime de trabalho, o professor em
regime de trabalho de 40h semanais, ou Dedicação Exclusiva, deverá cumprir, no
mínimo, uma carga-horária de 16 horas de aula semanais, enquanto aquele em regime
de trabalho de 20h, 10 horas de aula semanais.
Quadro I – Registros de aulas das salas de aula 201, 204 e 403, do Bloco CAA; 03,04,102 e 103, do
bloco BG; 103,104,105 e 200 do bloco CD; atelier 03, do bloco CW; 107,202 e 204, do bloco CA; 11, 12
e 13, do bloco CB, até o mês de abril de 2015.
Total de registros de aulas analisados Registros de aula sem nenhum apontamento
127 43
100% 33,85%
Fonte: Ofício nº227/R/GR/UFCG
2) Houve ganho/perda da força de trabalho no decorrer do exercício?
Acerca de perda ou ganho de força de trabalho verificou-se que, durante o ano
de 2014, houve a perda de 81 servidores, enquanto 273 ingressaram na UFCG,
conforme quadro retirado do relatório de gestão da instituição.
Quadro contendo o número de servidores efetivos e temporários ingressos e egressos
no ano de 2014.
Uma análise gerencial, no entanto, mostra que apesar de o número absoluto de
servidores haver aumentado durante o período em exame, não é possível afirmar que
isso acarretou um efetivo ganho de força de trabalho.
Conforme ficou evidenciado nos supracitados itens 4.2.1.3 e 4.2.1.1. desta
auditoria, há fragilidades graves nos controles de frequência dos servidores utilizados
pela universidade. Além disso, analisando-se o conteúdo dos ofícios 161/R/GR/UFCG,
que e Ofício nº227/R/GR/UFCG de 08 de maio de 2015 e 18 de junho de 2015,
respectivamente, conclui-se que inexistem instrumentos eficientes de mensuração da
produtividade dos servidores, ou o estabelecimento de metas a serem cumpridas dentro
de um espaço temporal. Tais falhas, do mesmo modo que impedem que se saiba se a
força de trabalho existente na UJ é suficiente, impedem qualquer afirmação acerca de
ganho ou perda da força de trabalho.
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3) Qual a qualificação da força de trabalho (idade e escolaridade)?
No tocante à qualificação da força de trabalho (idade e escolaridade) dos
servidores da UFCG, registra-se que a universidade possui as informações necessárias
para a realização de estudos com vistas à lotação adequada dos servidores, de acordo
com suas capacidades. No entanto, inexiste uma política central de alocação da mão de
obra, conforme o perfil de cada servidor. De acordo com a UFCG, por meio do
memorando nº135/2015 SRH/UFCG, de 13 de maio de 2015, as próprias unidades
acadêmicas são responsáveis pela lotação dos servidores, sem que haja diretrizes
centrais a serem seguidas.
Além disso, ainda através do citado memorando, a UFCG atestou que nunca
foram realizados estudos quanto ao dimensionamento da força de trabalho, no que diz
respeito ao quantitativo, à composição, ou a possíveis parâmetros de lotação. Tampouco
existem estudos relativos à suficiência qualitativa e quantitativa do quadro de pessoal,
em relação aos objetivos da UFCG.
Fonte: Secretaria de Recursos Humanos da UFCG
Quadro contendo o número de docentes de 1º e 2º graus, por sexo e faixa etária em
20/05/2015.
Quadro contendo o número de docentes de 3º grau, por sexo e faixa etária em
20/05/2015.
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Quadro contendo o número de técnicos administrativos, por sexo e faixa etária em
20/05/2015.
4) A UJ realizou estudos quanto ao dimensionamento da força de trabalho,
no que diz respeito ao quantitativo, composição, perfil e parâmetros de lotação?; e
5) A UJ realizou estudos quanto à suficiência quantitativa e qualitativa do
quadro de pessoal frente aos objetivos, metas e estratégias da Unidade?
Acerca da realização de estudos quanto ao dimensionamento e à suficiência da
força de trabalho, conclui-se que não foram realizados, durante o período de exame,
quaisquer estudos acerca da suficiência do quadro de pessoal da universidade, ou quanto
ao dimensionamento da força de trabalho. Por meio do Ofício nº 161, a UFCG informou
que não possui um processo sistematizado de planejamento em gestão de pessoas, o que
também foi verificado por ocasião dos trabalhos de campo desta auditoria, através de
entrevistas e da análise de documentos. A universidade informou ainda, por meio do
Ofício supracitado, que tampouco existe um plano estratégico definido para a área de
recursos humanos.
Além disso, o Memorando nº 135/2015 SRH/UFCG, de 13 de maio de 2015
atesta que:
“A seleção de docentes para as atividades curriculares dos diversos cursos de
graduação e pós-graduação da UFCG é realizada pela própria unidade acadêmica
responsável por oferecê-los”.
6) A UJ realizou estudos quanto à utilização de instrumentos e metas para a
redução da defasagem entre o quantitativo e o perfil atual e desejado, com
estimativa de custos e cronograma de implementação?
Não foram realizados quaisquer estudos nesse sentido, durante o período em
exame. Ressalta-se que, no ano de 2007, a UFCG iniciou um planejamento, com o
intuito de implantar o modelo de gestão por competências, atendendo a uma exigência
do Ministério da Educação. Chegou a ser realizado o Plano de Desenvolvimento de
Carreira dos Servidores da UFCG e, posteriormente, o mapeamento das competências
necessárias para o ambiente da referida universidade. Esse material foi utilizado para a
capacitação dos servidores nos dois anos subsequentes. No entanto, a partir de 2010,
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não houve prosseguimento dos mapeamentos, ou das capacitações neles baseada e os
dados colhidos estão inutilizados.
A UFCG, por meio do Ofício nº161, de 08 de maio de 2015 atesta que:
“se faz necessário um novo plano de desenvolvimento de RH e o mapeamento de
competências com o objetivo de identificar as lacunas das equipes, do RH e demais
unidades administrativas e acadêmicas”.
7) A UJ realizou estudos quanto ao impacto no quantitativo de pessoal
decorrente da evolução futura dos desligamentos e aposentadorias?
No âmbito da UFCG, não houve estudos no tocante à perda da força de trabalho
em decorrência de aposentadorias futuras. Foram realizados, de acordo com o
Memorando nº135/2015 SRH/UFCG, de 13 de maio de 2015, levantamentos objetivos
acerca da quantidade de servidores que, permanecendo as regras, terão a opção de se
aposentar até o ano de 2017, conforme quadros 1 e 2, a seguir:
Quadro 1 - Previsão de aposentadoria dos docentes – dados de outubro de 2013.
2014 2015 2016 2017 Total
M F M F M F M F M F 203
78 55 17 08 15 10 15 5 125 78
Fonte: UFCG/SRH/CCL
Quadro 2 - Previsão de aposentadoria dos Técnicos Administrativos – dados de outubro de 2013.
2014 2015 2016 2017 Total
M F M F M F M F M F 492
103 204 35 22 41 23 44 20 223 269
Fonte: UFCG/SRH/CCL
Os Quadros, contudo, não retratam a quantidade de aposentadoria que
efetivamente acontecerão, posto que há a possibilidade de o servidor optar pelo abono
de permanência, uma vez preenchidos todos os requisitos para a concessão da
aposentadoria.
Apenas um estudo qualitativo, envolvendo estatísticas e entrevistas com os
servidores que poderão se aposentar nos próximos anos, seria suficiente para traçar um
panorama sobre a necessidade de reposição da força de trabalho em decorrência de
aposentadorias. Esse estudo ainda não ocorreu no âmbito da UFCG.
A resposta a cada uma das questões de auditoria mostra as fragilidades da UFCG
no tocante ao Planejamento Estratégico, o que atinge sobremaneira o desenvolvimento
de capacidades tanto do corpo administrativo, como do corpo docente. Ademais, ficou
clara a total ausência controles de frequência, de resultados e das atividades
desenvolvidas pelo corpo docente, sem os quais se torna impossível a realização de um
estudo robusto acerca da suficiência e da alocação da força de trabalho.
##/Fato##
4.1.2 Gestão de Pessoas
4.1.2.1 CONSTATAÇÃO
Reincidência de indícios de o mesmo servidor estar exercendo outras atividades
concomitantes com o regime de Dedicação Exclusiva, com prejuízo da atividade
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docente, em virtude da ausência de mecanismos de prevenção de situações
irregulares.
Fato
Durante o ano de 2013, a Controladoria-Geral da União realizou diligências com
o objetivo de verificar a legalidade do exercício de cargos, empregos e funções, no
âmbito da UFCG. Ao final dos trabalhos realizados, a CGU publicou o relatório nº
201306515, que constata irregularidades e recomenda providências.
Em decorrência desse relatório, a Comissão Permanente de Acumulação de
Cargos e Empregos da universidade (Cpace) abriu processos, dentre os quais o processo
nº 23096.036781/13-09, que resultou na abertura de dez Processos Administrativos
Disciplinares no dia 12 de junho de 2015.
Cabe destacar, no entanto, que, nesses processos, a UFCG se limitou a apurar
algumas situações evidenciadas pelos órgãos de controle, sem que fosse tomada
nenhuma providência no sentido de monitorar a acumulação de cargos por parte de seus
servidores e, por consequência, mitigar os riscos de acumulação ilícita de forma perene.
Em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201503668/01-RH, de 28 de abril de 2015, a
universidade atestou que não existem quaisquer instrumentos de rotina utilizados para
prevenir a acumulação ilegal de cargos, empregos e funções públicas:
“A UFCG não tem acesso a sistemas que possibilitem o cruzamento de
informações com outros órgãos públicos, objetivando a detecção de
acumulações lícitas ou ilícitas de seus servidores”.
Ademais, quando instada a informar os controles internos utilizados para
identificar e tratar as acumulações ilegais de cargos, a UFCG respondeu que se atém à
apuração das demandas dos órgãos de controle e daquelas advindas de denúncias. Além
disso, somente exige uma certidão da Cpace, que, conforme transcrito acima, não utiliza
sistemas corporativos que possibilitam o cruzamento de informações para tal fim.
Tampouco foram especificados os mecanismos de consulta utilizados pela Cpace para a
emissão do certificado em comento.
Verificou-se, nessa oportunidade, que a Comissão Permanente de Acumulação
de Cargos e Empregos da UFCG (Cpace) é composta por apenas dois servidores e não
possui etapas estabelecidas para o monitoramento contínuo do acúmulo ilícito de
cargos. O fato de os sistemas corporativos fechados estarem inacessíveis não inviabiliza
tal monitoramento, visto que existem diversas bases de dados públicas para consulta,
como o portal da transparência mantido pelo Governo Federal, os portais mantidos por
estados e prefeituras, o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (Cnes) e o
Sagres, do Tribunal de Contas da Paraíba. Sem o estabelecimento dessas rotinas, não é
possível prevenir aquelas situações de ilegalidade que ocorrem no decorrer do vínculo
dos servidores com a universidade.
O caso relatado a seguir é a materialização das fragilidades encontradas nos
controles acerca da acumulação ilícita de cargos, acima descritas.
O item 1.1.1.3 do Relatório nº 201306515, que trata da acumulação ilícita de
cargos públicos, atesta que a Cpace manifestou-se pela manutenção da existência de
indício de irregularidade acerca da situação de quatro servidores. Um desses casos foi o
da servidora C.P. de F., CPF XXX.701.284-XX, Siape 3514262, conforme
manifestação da comissão:
“A servidora C.P.F, CPF XXX.701.284-XX, Professora do magistério Superior
– DE, atualmente cedida ao Ministério Público Federal em Campina Grande – PB,
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 86
exerceu no período de 01.08.11 a 31.12.12 outro cargo público como Professor
substituto da UEPB. Portanto, esta Comissão entende que mesmo estando com sua
situação funcional atualmente regularizada, no período supra mencionado, a servidora
causou prejuízo ao erário público, devendo a mesma ressarcir a UFCG, no que
concerne ao recebimento da Dedicação Exclusiva (fls. 534-552)”.
Após verificar as providências tomadas pela UFCG, a equipe de auditoria
constatou que, em relação aos fatos acima relatados, foi instaurado o Processo
Administrativo Disciplinar nº 23096.052451/13-32, no dia 20/11/2013. O objeto do
PAD era a acumulação ilícita de dois cargos de professor, um junto à UECG e outro, à
UFCG, sendo o segundo em regime de Dedicação Exclusiva (DE). Contudo, o
procedimento foi arquivado e não houve penalidade para a servidora, ou seja, ela
continuou, inclusive, recebendo a gratificação.
Como não existem mecanismos contínuos de monitoramento, a UFCG não
realizou mais nenhuma diligência para se certificar de que a situação funcional da
servidora se mantinha regular, apesar de haver indícios de problemas, como o fato de
ela não ter voltado a trabalhar na universidade após o fim de sua licença médica,
primeiro em 29 de setembro de 2014, depois em 26 de outubro do mesmo ano e, por
último em 11 de maio de 2015.
Uma consulta ao sistema corporativo do Governo Federal, Siapenet, no dia 27 de
maio de 2015, mostrou que entre 17 de setembro de 2013 e 29 de setembro de 2014 a
servidora ficou de licença médica, totalizando 374 dias, conforme quadro a seguir.
Quadro 1 – Licenças médicas da servidora C.P. de F, Siape 3514262.
Data do afastamento Número de dias
17 de setembro de 2013 a 20 de setembro de 2013 04
23 de setembro de 2013 a 27 de setembro de 2013 05
28 de setembro de 2013 a 11 de dezembro de 2013 75
12 de dezembro de 2013 a 09 de fevereiro de 2014 60
10 de fevereiro de 2014 a 10 de maio de 2014 90
12 de maio de 2014 a 09 de agosto de 2014 90
11 de agosto de 2014 a 29 de setembro de 2014 50
Total: 374
Fonte: Siape, em 27 de maio de 2015.
Documentação enviada pela UFCG, porém, registra datas de afastamento
diversas daquelas contidas no sistema corporativo consultado pela CGU e alimentado
pela própria UFCG. De acordo com a universidade, os afastamentos da servidora para
tratamento de saúde ocorreram, descontinuamente, entre 17 de setembro de 2013 e 11
de Maio de 2015, conforme quadro a seguir.
Data do afastamento Número de dias
17 de setembro de 2013 a 20 de setembro de 2013 04
23 de setembro de 2013 a 27 de setembro de 2013 05
28 de setembro de 2013 a 11 de dezembro de 2013 75
12 de dezembro de 2013 a 09 de fevereiro de 2014 60
10 de fevereiro de 2014 a 10 de maio de 2014 90
12 de maio de 2014 a 09 de agosto de 2014 90
11 de agosto de 2014 a 29 de setembro de 2014 50
13 de outubro de 2014 a 26 de dezembro de 2014 74
11 de fevereiro de 2015 a 11 de maio de 2015 90
Total: 538
Fonte: Memorando nº 042/2015/PRE/UFCG, de 22 de maio de 2015.
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Na sequência, é apresentada a comparação entre a extração de dados realizada
diretamente a partir do Siape e aquela enviada pela UFCG.
Tela do Siape mostrando os afastamentos
da servidora para tratamento de saúde em
extração de dados realizada no dia 27 de
maio de 2015.
Imagem enviada pela UFCG, mostrando
os afastamentos da servidora para
tratamento de saúde em extração de dados
realizada no dia 22 de maio de 2015.
Levando-se em consideração apenas as informações fornecidas pela UFCG,
mais benéficas tanto para a universidade, quanto para a servidora, observou-se que,
durante o período em que se encontrava de licença médica, a servidora em questão
figurou como advogada em, no mínimo, 20 processos. Consulta ao banco de dados do
Tribunal de Justiça da Paraíba e ao do Tribunal Regional Federal da 5ª Região mostra
registros de 20 processos, já abertos enquanto estava vigente o afastamento, e que
permanecem ativos no dia 17 de junho de 2015, conforme imagens a seguir.
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Processos de competência do Tribunal de Justiça da Paraíba nos quais a sra. C. P. de F.
figura como advogada. Consulta realizada em 17 de junho de 2015.
Processos de competência do Tribunal Regional Federal da 5ª região, nos quais a sra.
C. P. de F. figura como advogada. Consulta realizada em 17 de junho de 2015
De acordo com o artigo 20, § 2º, da Lei 12.772/2012, o regime de quarenta
horas, com dedicação exclusiva, implica o impedimento do exercício de outra atividade
remunerada, seja ela pública ou privada. No caso em comento, além de receber a
gratificação por dedicação exclusiva, que equivale a um aumento de 42,61% do
vencimento básico correspondente ao regime de 40 horas semanais, a professora deixou
de atuar no serviço público, em virtude de atestados médicos, ao tempo em que, na
iniciativa privada, figurou como advogada em pelo menos 20 processos.
Ressalta-se ainda que as licenças médicas não foram contínuas. Contudo, entre
um afastamento e outro, a servidora não voltou a exercer suas atividades na
universidade, conforme relatórios de frequência da UFCG e depoimento de A. A. de N.,
CPF ***.832.704-** e A. J. Q. R., CPF ***.457.764-**, alunos de Direito,
matriculados em turmas sob a responsabilidade de C. P. de F. e que foram contatados
pela equipe de auditoria, por telefone, no dia 26 de maio de 2015.
Quadro 3 – Faltas não justificadas pela servidora C.P. de F., Siape 3514262.
Intervalo entre as licenças Número de dias ausente
30 de setembro de 2014 a 12 de outubro de 2014 13
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Intervalo entre as licenças Número de dias ausente
27 de dezembro de 2014 a 10 de fevereiro de
2015
45
11 de maio de 2015 a 25 de maio de 2015* 15
Total: 73
*Foi considerada como data final para todos os cálculos referentes aos valores recebidos pela servidora o
dia de publicação da sua convocação para retorno ao trabalho.
Em um dos casos, a ausência não justificada da servidora ultrapassou 30 dias e
não houve desconto no pagamento, ou foi aberto processo administrativo disciplinar
para verificar a inassiduidade. É importante registrar que, conforme prevê o artigo nº 44
da Lei 8.112/90, o servidor perde a remuneração do dia em que faltar ao serviço sem
motivo justificado. Além disso, de acordo com entendimento da AGU, exarado por
ocasião do Processo n° 0006984-49.2011.4.05.8500 – TRF5, o dever de não remunerar
quem falta ao trabalho é decorrência do princípio da legalidade, não estando a
administração pública obrigada a pagar os servidores que não estão prestando o serviço
público.
Apenas no dia 25 de maio, após 73 faltas injustificadas, por parte da servidora, e
da Solicitação de Auditoria da CGU nº 201503668/RH-07, de 22 de maio de 2015, que
pede diversas informações acerca de C.P. de F., a UFCG realizou sua primeira atuação
sobre o caso, convocando-a para retorno ao trabalho. Cabe observar que o documento
enviado pela UFCG vai de encontro à legislação, visto que, conforme destacado na
imagem a seguir, a universidade comunica a servidora que o não comparecimento
implicará em registro de faltas. Na verdade, já deveriam ter sido registradas e
descontadas em folha todas as ausências injustificadas da servidora.
Documento do dia 25 de maio de 2015, enviado pela UFCG, convocando a servidora
C. P. de F. para retorno ao trabalho.
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Se, por um lado, houve atuação intempestiva e incompleta da UFCG em relação
às ausências injustificadas da servidora C.P. de F.; por outro, a ausência de mecanismos
de monitoramento/prevenção de casos de acumulação ilegal demonstram a inépcia da
unidade em promover a apuração do exercício de atividades jurídicas para além do
cargo de professora com Dedicação Exclusiva.
Ressalta-se que, embora o Processo Administrativo Disciplinar nº
23096.052451/13-32 tivesse como objeto uma situação outra, caso a unidade utilizasse
as fontes de dados abertos para consulta, poderia tomar ciência do fato de a professora
estar, ao mesmo tempo, advogando e submetida ao regime de Dedicação Exclusiva,
situação que já ocorria à época da apuração anterior e não foi analisada pela UFCG.
Diante dos fatos narrados, e considerando que, mesmo durante o período de
duração de seus atestados médicos a servidora atuou como advogada, conclui-se que
não há que se falar em dedicação exclusiva. Portanto, foram pagos indevidamente, nesse
interim, os valores referentes à diferença entre o vencimento básico do regime de
trabalho de quarenta horas semanais e o de Dedicação Exclusiva. Outrossim, em relação
aos dias em que a servidora não trabalhou, ou apresentou documentação que justificasse
sua ausência, considera-se que o valor pago indevidamente é a totalidade do que foi
recebido pela professora.
Os valores expostos na tabela a seguir têm por base o anexo III da Lei
12.772/2012, que dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreiras e Cargos de
Magistério Federal e as informações encontradas nos sistemas corporativos do Governo
Federal. Os valores anteriores ao ano de 2014 não foram considerados na tabela, o que
não significa que não devam ser apurados em uma eventual investigação, por parte da
UFCG.
Para o período em que a servidora estava de licença médica, foi calculado como
valor pago indevidamente a parcela referente à diferença entre o vencimento básico do
regime de quarenta horas semanais e da Dedicação Exclusiva. Já nos meses em que há
faltas injustificadas, foi calculado o valor referente aos dias de ausência, dividindo-se o
valor total da remuneração pelo número de dias do mês e multiplicando-se pelo número
de faltas. Para cálculo do 13º salário e das férias, considerou-se como recebido
indevidamente apenas o valor referente à gratificação por Dedicação Exclusiva.
Tabela 1 – Demonstrativo dos valores percebidos indevidamente pela servidora no ano de 2014.
Ano Mês Vencimento
Básico - 40h
R$
Vencimento
Básico -
Dedicação
Exclusiva
R$
Remuneração
total
Valor
recebido
indevidament
e R$
Faltas
injustifica
das
2014 Janeiro 2.714,89 3.594,57 4.463,65 879,68 -
Fevereiro 2.714,89 3.594,57 4.463,65 879,68 -
Março 2.764,45 3.804,29 4.785,51 1.039,84 -
Abril 2.764,45 3.804,29 4.785,51 1.039,84 -
Maio 2.764,45 3.804,29 4.785,51 1.039,84 -
Junho 2.764,45 3.804,29 4.785,51 1.039,84 -
Julho 2.764,45 3.804,29 4.785,51 1.039,84 -
Agosto 2.764,45 3.804,29 4.785,51 1.039,84 -
Setembro 2.764,45 3.804,29 4.785,51 1.039,84
Outubro 2.764,45 3.804,29 4.785,51 2.006,81 +
603,78
13
Novembro 2.764,45 3.804,29 4.785,51 1.039,84 -
Dezembro 2.764,45 3.804,29 4.785,51 872,12 +
771,85
05
13º 2.764,45 3.804,29 4.785,51 1.039,84 -
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Ano Mês Vencimento
Básico - 40h
R$
Vencimento
Básico -
Dedicação
Exclusiva
R$
Remuneração
total
Valor
recebido
indevidament
e R$
Faltas
injustifica
das
Férias 921,48 1.268,09 - 346,61 -
Total pago indevidamente no ano de 2014: R$ 15.719,09
Fonte: ficha financeira; folhas de frequência da servidora C. P. de F., CPF XXX.701.284-XX, Siape
nº3514262, Lei 12.772/2012 e entrevistas com alunos.
Tabela 2 – Demonstrativo dos valores percebidos indevidamente pela servidora no ano de 2015, até o
mês de maio, quando a UFCG a convocou para voltar ao trabalho.
Ano Mês Vencimento
Básico - 40h
R$
Vencimento
Básico -
Dedicação
Exclusiva
R$
Remuneraç
ão total
Valor recebido
indevidamente
R$
Faltas
injustifica
das
2015 Janeiro 2.764,45 3.804,29 4.785,51 4.785,51 31
Fevereiro 2.764,45 3.804,29 5.565
(591,32 de
aux. nat.)
1.494,54 +
631,33
11
Março 2.814,77 4.014,00 5.069,83 1199,23 -
Abril 2.814,77 4.014,00 5.069,83 1199,23 -
Maio 2.814,77 4.014,00 5.069,83 2.453,14 +
618,95
15
Total pago indevidamente até maio de 2015: R$ 12.381,93
Fonte: ficha financeira; folhas de frequência da servidora C. P. de F., CPF XXX.701.284-XX, Siape
nº3514262, Lei 12.772/2012 e entrevistas com alunos.
Diante do exposto, conclui-se que a UFCG possui fragilidades no tocante à
apuração dos casos de acumulação ilícita de cargos, empregos e funções públicas e de
infração ao regime de Dedicação Exclusiva. Tampouco há mecanismos que previnam
esse tipo de conduta por parte do corpo docente e administrativo da universidade.
A Cpace, composta por apenas dois servidores não dá a celeridade necessária aos
processos e ratifica que não possui instrumentos para investigar tais casos e que
inexistem rotinas de prevenção à acumulação ilícita.
Em relação ao caso da servidora C.P de F., ressalta-se que ficaram claras as
falhas da UFCG acerca dos instrumentos adotados para a apuração de situações
irregulares relativas ao regime de Dedicação Exclusiva. Além disso, é patente a
morosidade na apuração de casos de inassiduidade habitual e na adoção de medidas para
o efetivo desconto, em contracheque, do valor referente a dias não trabalhados, devido a
faltas injustificadas, conforme prescrito pela legislação.
##/Fato##
Causa
Descontrole acerca dos controles de registros de frequência e de monitoramento das
atividades realizadas pelos docentes;
Inexistência de rotinas institucionalizadas preventivas acerca da acumulação ilícita de
cargos e da realização de atividades de prática jurídica concomitantes ao regime de
Dedicação Exclusiva.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Memorando nº 200/2015 SRH/UFCG, de 25 de junho de 2015, a
unidade apresentou a seguinte manifestação:
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I) Das Faltas da servidora CPF ***.701.284-** SIAPE 1514262-9:
A Secretaria de Recursos Humanos implanta falta(s) de servidor(es) a partir de
comunicado dos coordenadores de unidade e diretores de centro, particularmente em
número importante como estas referentes à servidora 1514262-9.
A esse respeito advertimos pessoalmente os dirigentes para que não se ativessem
a comunicação de faltas apenas pelo boletim de frequências, dada a impossibilidade de
revisão manual e mensal de mais de 3.000 documentos dessa natureza.
Em 16/06/2015 expedimos o Memorando Circular 180/2015 SRH/UFCG
(ANEXO I), destinados a todos os dirigentes da UFCG, reafirmando a recomendação
sobredita.
O quadro acima, contante da SA 201503668/RH/02, requer algumas
considerações:
a) Sem prejuizo do necessário cuidado que o servidor deve ter em se antecipar aos
fatos, mas, é provável que, os 13 (treze) dias de ausência entre 30/09/2014 e
12/10/2014 referem-se ao tempo entre a nova avaliação clínica pelo facultativo e a
subsequentemente submissão do Laudo Médico à Pericia Oficial;
b) Dos 45(quarenta e cinco) dias indicados entre 27/12/2014 e 10/02/2015, devem ser
deduzidos 24(vinte e quatro) dias referentes à primeira parcela de férias
(02/01/2015 a 25/02/2015), conforme extrato do SIAPECAD (ANEXO II);
c) No dia 15/06/2015 foi recebido na SRH o Memorando n° 23/2015/CCJS/UAD (
ANEXO III), solicitando a implantação de 29(vinte e nove) dias de falta da
servidora 1514262-9, correspondente ao período de 12/05/2015 a 09/06/2015.
Imediatamente foram implantadas 20 (vinte) faltas nos proventos de junho
(ANEXO IV), ficando as 9 (nove) restantes para implantação em julho.
II) Da Acumulação de cargos da servidora CPF 010.701.284-73 SIAPE 1514262-9:
Foi aberto o processo administrativo n° 23096.02359/15-87 (ANEXO V),
objetivando a apuração por parte da Comissão Permanente de Acumulação de Cargos e
Empregos (CPACE), dos indícios de acumulação ilícita, noticiados na SA
201503668/RH/02.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A manifestação da UFCG, por meio do Memorando nº 200, de 25 de junho de
2015, vai ao encontro de cada um dos fatos narrados neste ponto da auditoria. Todas as
providências tomadas pelo gestor da universidade e descritas no Memorando ocorreram
após o início dos trabalhos da auditoria, o que mostra as citadas fragilidades no tocante
à apuração dos casos de acumulação ilícita de cargos, empregos e funções públicas e de
infração ao regime de Dedicação Exclusiva.
A exposição do gestor deixou claro que não há mecanismos que previnam a
acumulação de cargos por parte do corpo docente e administrativo da universidade.
Ademais, trouxe um novo fato: não havia, até memorando circular 180, de 16 de junho
de 2015, de instrumento algum que regulamentasse a forma como as faltas anotadas em
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folha de registro de frequência deveriam ser consignadas e implantadas. Ou seja, além
dos controles de frequência de ambos, servidores administrativos e docentes, ser
extremamente frágil, mesmo quando funcionavam, as faltas não estavam sendo
implantadas.
Em relação especificamente às considerações feitas pela UFCG acerca do
conteúdo do quadro 3, que expõe as faltas não justificadas pela servidora, ressalta-se
que não é possível considerar uma informação que a própria universidade não reputa
verdadeira, mas apenas provável:
“Sem prejuizo do necessário cuidado que o servidor deve ter em se antecipar
aos fatos, mas, é provável que, os 13 (treze) dias de ausência entre 30/09/2014 e
12/10/2014 referem-se ao tempo entre a nova avaliação clínica pelo facultativo e a
subsequentemente submissão do Laudo Médico à Pericia Oficial;”
Ainda sobre as considerações ao quadro 3, esta auditoria considerou os 24 dias
de férias da servidora. Com base nesses novos dados, foi refeito o cálculo relativo às
faltas injustificadas, no ano de 2015, bem como ao valor a ser restituído ao erário, após
devido processo legal.
Quadro 3 – Faltas não justificadas pela servidora C.P. de F., Siape nº 3514262
Intervalo entre as licenças Número de dias ausente
30 de setembro de 2014 a 12 de outubro de 2014 13
27 de dezembro de 2014 a 10 de fevereiro de 2015 20
11 de maio de 2015 a 25 de maio de 2015* 15
Total: 48
Tabela 2 – Demonstrativo dos valores percebidos indevidamente pela servidora no ano de 2015, até o
mês de maio, quando a UFCG a convocou para voltar ao trabalho.
Ano Mês Vencimento
Básico -
40h
R$
Vencimento
Básico -
Dedicação
Exclusiva
R$
Remuneração
total
Valor
recebido
indevidamente
R$
Faltas
injustificadas
2015 Janeiro 2.764,45 3.804,29 4.785,51 926,22 +
838,58
06
Fevereiro 2.764,45 3.804,29 5.565 (591,32
de aux. nat.)
1.776,31 +
668,46
10
Março 2.814,77 4.014,00 5.069,83 1199,23 -
Abril 2.814,77 4.014,00 5.069,83 1199,23 -
Maio 2.814,77 4.014,00 5.069,83 2.453,14 +
618,95
15
Total pago indevidamente até maio de 2015: R$ 9.680,12
Fonte: ficha financeira; folhas de frequência da servidora C. P. de F., Siape nº3514262, Lei 12.772/2012 e
entrevistas com alunos.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Instituir rotinas periódicas, legalmente definidas, de fiscalização
acerca da acumulação ilícitas de cargos/empregos/funções, de modo a prevenir novas
situações de acúmulo indevido.
Recomendação 2: Implementar rotinas a fim de garantir que os dados referentes a
licenças e férias dos servidores sejam inseridos no SIAPE de forma fidedigna e
tempestiva.
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Recomendação 3: Apurar a responsabilidade acerca das faltas comprovadas, mas não
implantadas, da servidora C. P. de F., bem como em relação ao recebimento da
Dedicação Exclusiva de forma concomitante à prática jurídica.
4.1.3 PROVIMENTOS
4.1.3.1 CONSTATAÇÃO
Descumprimento do prazo de encaminhamento dos Atos de Admissão e
Concessões do Sistema SISAC à Controladoria-Geral da União.
Fato
O prazo para os registros de atos de pessoal, referentes à concessão de
aposentadoria e pensão, no sistema SISAC, bem como para o respectivo
encaminhamento dos processos ao órgão de controle interno, estão disciplinados no art.
7° da IN/TCU nº 55/2007, a seguir:
“As informações pertinentes aos atos de admissão e concessão deverão ser
cadastradas no Sisac e disponibilizadas para o respectivo órgão de controle interno no
prazo de 60 (sessenta) dias, contados:
I – da data de sua publicação ou, em sendo esta dispensada, da data de
assinatura do ato;
II – da data do efetivo exercício do interessado, nos casos de admissão de
pessoal;
III – da data do apostilamento, no caso de alteração.”
Nesse sentido, os exames realizados para verificação do cumprimento dos prazos
estabelecidos na norma citada, evidenciaram as seguintes ocorrências:
a) em relação ao cumprimento do prazo de encaminhamento, ao órgão de
controle interno, dos atos emitidos e registrados no SISAC, foi analisada a situação de
63 atos de aposentadoria e 22 atos de pensão.
Desses totais, constatou-se que 100% dos atos foram encaminhados fora do
prazo, conforme quadros a seguir:
Atos de Aposentadoria Encaminhados Fora do Prazo
Número de Controle Data da publicação
do ato (1)
Data da entrada do
processo na CGU (2)
Dias entre a data da
publicação e a data de
entrada do processo na
CGU (2-1)
10003886-04-2014-000031-2 24/2/2014 26/11/2014 275 dias
10003886-04-2014-000025-8 1/4/2014 26/11/2014 239 dias
10003886-04-2014-000047-9 17/2/2014 28/11/2014 284 dias
10003886-04-2014-000048-7 1/4/2014 26/11/2014 239 dias
10003886-04-2014-000007-2 4/8/2014 23/02/2015 203 dias
10003886-04-2014-000044-4 16/6/2014 26/11/2014 163 dias
10003886-04-2014-000042-8 29/4/2014 26/11/2014 211 dias
10003886-04-2015-000025-0 11/11/2014 23/02/2015 104 dias
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Atos de Aposentadoria Encaminhados Fora do Prazo
Número de Controle Data da publicação
do ato (1)
Data da entrada do
processo na CGU (2)
Dias entre a data da
publicação e a data de
entrada do processo na
CGU (2-1)
10003886-04-2015-000030-7 2/10/2014 23/02/2015 144 dias
10003886-04-2014-000021-5 29/4/2014 26/11/2014 211 dias
10003886-04-2015-000026-9 21/11/2014 23/02/2015 94 dias
10003886-04-2015-000004-8 19/8/2014 23/02/2015 188 dias
10003886-04-2015-000023-4 24/11/2014 23/02/2015 91 dias
10003886-04-2014-000038-0 6/1/2014 26/11/2014 324 dias
10003886-04-2015-000031-5 21/9/2014 23/02/2015 155 dias
10003886-04-2014-000024-0 10/2/2014 26/11/2014 289 dias
10003886-04-2014-000020-7 14/3/2014 26/11/2014 257 dias
10003886-04-2014-000043-6 25/4/2014 26/11/2014 215 dias
10003886-04-2014-000049-5 23/1/2014 26/11/2014 307 dias
10003886-04-2015-000027-7 11/11/2014 23/02/2015 104 dias
10003886-04-2015-000029-3 12/8/2014 23/02/2015 195 dias
10003886-04-2014-000030-4 11/3/2014 26/11/2014 260 dias
10003886-04-2015-000017-0 12/8/2014 23/02/2015 195 dias
10003886-04-2015-000020-0 10/10/2014 23/02/2015 136 dias
10003886-04-2015-000018-8 21/9/2014 23/02/2015 155 dias
10003886-04-2014-000046-0 27/3/2014 26/11/2014 244 dias
10003886-04-2015-000024-2 22/10/2014 23/02/2015 124 dias
10003886-04-2015-000019-6 22/10/2014 23/02/2015 124 dias
10003886-04-2015-000014-5 20/8/2014 23/02/2015 187 dias
10003886-04-2015-000013-7 1/8/2014 23/02/2015 206 dias
10003886-04-2014-000016-9 14/3/2014 26/11/2014 257 dias
10003886-04-2015-000010-2 4/8/2014 23/02/2015 203 dias
10003886-04-2015-000011-0 4/8/2014 23/02/2015 203 dias
10003886-04-2014-000035-5 17/2/2014 26/11/2014 282 dias
10003886-04-2014-000028-2 10/3/2014 26/11/2014 261 dias
10003886-04-2015-000008-0 12/8/2014 23/02/2015 195 dias
10003886-01-2014-000026-6 27/3/2014 26/11/2014 244 dias
10003886-04-2014-000052-5 16/5/2014 28/11/2014 196 dias
10003886-01-2014-000039-8 29/4/2014 26/11/2014 211 dias
10003886-04-2015-000022-6 18/11/2014 23/02/2015 97 dias
10003886-04-2015-000002-1 11/7/2014 23/02/2015 227 dias
10003886-04-2015-000006-4 11/7/2014 23/02/2015 227 dias
10003886-04-2014-000032-0 17/2/2014 26/11/2014 282 dias
10003886-04-2014-000033-9 13/2/2014 26/11/2014 286 dias
10003886-04-2014-000022-3 17/4/2014 26/11/2014 223 dias
10003886-04-2015-000021-8 25/9/2014 23/02/2015 151 dias
10003886-04-2014-000050-9 10/3/2014 26/11/2014 261 dias
10003886-04-2015-000016-1 10/11/2014 23/02/2015 105 dias
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 96
Atos de Aposentadoria Encaminhados Fora do Prazo
Número de Controle Data da publicação
do ato (1)
Data da entrada do
processo na CGU (2)
Dias entre a data da
publicação e a data de
entrada do processo na
CGU (2-1)
10003886-04-2015-000028-5 15/8/2014 23/02/2015 192 dias
10003886-04-2015-000009-9 18/4/2014 23/02/2015 311 dias
10003886-04-2014-000017-7 27/3/2014 26/11/2014 244 dias
10003886-04-2015-000003-0 20/8/2014 23/02/2015 187 dias
10003886-04-2014-000040-1 16/4/2014 28/11/2014 226 dias
10003886-04-2014-000029-0 10/3/2014 26/11/2014 261 dias
10003886-04-2014-000041-0 29/4/2014 26/11/2014 211 dias
10003886-04-2014-000037-1 17/4/2014 26/11/2014 223 dias
10003886-04-2015-000015-3 5/8/2014 23/02/2015 202 dias
10003886-04-2014-000027-4 29/8/2014 26/11/2014 89 dias
10003886-04-2015-000012-9 24/2/2014 23/02/2015 364 dias
10003886-04-2014-000036-3 30/6/2014 26/11/2014 149 dias
10003886-04-2014-000015-0 16/5/2014 26/11/2014 194 dias
10003886-04-2014-000023-1 22/2/2014 26/11/2014 277 dias
10003886-04-2014-000034-7 10/2/2014 26/11/2014 289 dias
Fonte: Pesquisa SISAC em maio/15 em confronto com os documentos de entrada na CGU.
Atos de Pensão Encaminhados Fora do Prazo
Número de Controle Data da publicação
do ato (1)
Data da entrada do
processo na CGU (2)
Dias entre a data da
publicação e a data de
entrada do processo na
CGU (2-1)
10003886-05-2014-000031-1 25/8/2014 02/02/2015 161 dias
10003886-05-2014-000018-4 27/1/2014 22/12/2014 329 dias
10003886-05-2014-000019-2 26/9/2014 22/12/2014 87 dias
10003886-05-2014-000005-2 10/1/2014 13/03/2014 62 dias
10003886-05-2014-000026-5 29/4/2014 22/12/2014 237 dias
10003886-05-2014-000003-6 15/8/2014 02/04/2015 230 dias
10003886-05-2014-000014-1 23/4/2014 22/12/2014 243 dias
10003886-05-2014-000006-0 9/1/2014 25/07/2014 197 dias
10003886-05-2014-000030-3 22/9/2014 02/02/2015 133 dias
10003886-05-2014-000007-9 12/2/2014 22/12/2014 313 dias
10003886-01-2015-000005-5 25/10/2014 02/04/2015 159 dias
10003886-05-2014-000025-7 6/8/2014 22/12/2014 138 dias
10003886-01-2014-000016-8 12/4/2014 22/12/2014 254 dias
10003886-05-2014-000010-9 22/10/2014 22/12/2014 61 dias
10003886-05-2014-000028-1 5/10/2014 22/12/2014 78 dias
10003886-01-2014-000029-0 18/8/2014 02/04/2015 227 dias
10003886-05-2014-000017-6 25/1/2014 22/12/2014 331 dias
10003886-01-2014-000023-0 21/6/2014 22/12/2014 184 dias
10003886-05-2014-000011-7 6/6/2014 22/12/2014 199 dias
10003886-05-2014-000020-6 30/6/2014 22/12/2014 175 dias
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 97
Atos de Pensão Encaminhados Fora do Prazo
Número de Controle Data da publicação
do ato (1)
Data da entrada do
processo na CGU (2)
Dias entre a data da
publicação e a data de
entrada do processo na
CGU (2-1)
10003886-05-2014-000015-0 9/3/2014 22/12/2014 288 dias
10003886-05-2014-000027-3 29/5/2014 22/12/2014 207 dias
Fonte: Pesquisa SISAC em maio/15 em confronto com os documentos de entrada na CGU.
b) Relativamente aos atos de admissão, constatamos que houve descumprimento
do prazo de encaminhamento, ao órgão de controle interno, dos atos emitidos e
registrados no SISAC, foi analisada a situação de 121 atos.
Desse total, constatou-se que 108 atos foram encaminhados fora do prazo,
conforme quadro a seguir:
Atos de Admissão Encaminhados Fora do Prazo
Número de Controle Data do Efetivo
exercício (1)
Data da entrada do
processo na CGU (2)
Dias entre a data da
publicação e a data de
entrada do processo na
CGU (2-1)
10003886-01-2014-000121-4 21/08/2014 24/11/2014 95
10003886-01-2014-000097-8 26/08/2014 24/11/2014 90
10003886-01-2014-000054-4 25/03/2014 13/08/2014 141
10003886-01-2014-000105-2 29/08/2014 24/11/2014 87
10003886-01-2014-000112-5 12/09/2014 24/11/2014 73
10003886-01-2014-000037-4 02/05/2014 13/08/2014 103
10003886-01-2014-000079-0 23/06/2014 15/09/2014 84
10003886-01-2014-000033-1 09/04/2014 13/08/2014 126
10003886-01-2014-000074-9 06/06/2014 15/09/2014 101
10003886-01-2014-000038-2 09/04/2014 13/08/2014 126
10003886-01-2014-000055-2 28/03/2014 13/08/2014 138
10003886-01-2014-000011-0 20/01/2014 13/08/2014 205
10003886-01-2014-000017-0 20/01/2014 13/08/2014 205
10003886-01-2014-000077-3 10/07/2014 15/09/2014 67
10003886-01-2014-000135-4 26/09/2014 24/12/2014 89
10003886-01-2014-000007-2 17/01/2014 13/08/2014 208
10003886-01-2014-000098-6 15/08/2014 24/11/2014 101
10003886-01-2014-000045-5 09/04/2014 13/08/2014 126
10003886-01-2015-000080-6 29/04/2014 13/03/2015 318
10003886-01-2014-000114-1 09/10/2014 02/02/2015 116
10003886-01-2014-000073-0 04/07/2014 15/09/2014 73
10003886-01-2014-000034-0 11/03/2014 13/08/2014 155
10003886-01-2013-000150-5 30/01/2014 13/08/2014 195
10003886-01-2014-000050-1 06/06/2014 13/08/2014 68
10003886-01-2014-000093-5 10/07/2014 15/09/2014 67
10003886-01-2014-000047-1 11/03/2014 13/08/2014 155
10003886-01-2014-000044-7 28/03/2014 13/08/2014 138
10003886-01-2014-000043-9 09/04/2014 13/08/2014 126
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 98
Atos de Admissão Encaminhados Fora do Prazo
Número de Controle Data do Efetivo
exercício (1)
Data da entrada do
processo na CGU (2)
Dias entre a data da
publicação e a data de
entrada do processo na
CGU (2-1)
10003886-01-2015-000081-4 30/06/2014 13/03/2015 256
10003886-01-2014-000128-1 24/09/2014 24/12/2014 91
10003886-01-2014-000115-0 24/09/2014 24/11/2014 61
10003886-01-2014-000110-9 29/08/2014 24/11/2014 87
10003886-01-2014-000136-2 24/09/2014 24/12/2014 91
10003886-01-2014-000099-4 29/08/2014 24/11/2014 87
10003886-01-2014-000109-5 24/09/2014 24/11/2014 61
10003886-01-2014-000076-5 10/07/2014 15/09/2014 67
10003886-01-2014-000058-7 29/05/2014 13/08/2014 76
10003886-01-2014-000062-5 07/05/2014 13/08/2014 98
10003886-01-2014-000035-8 10/02/2014 13/08/2014 184
10003886-01-2014-000084-6 04/07/2014 15/09/2014 73
10003886-01-2014-000021-8 11/02/2014 13/08/2014 183
10003886-01-2014-000036-6 02/05/2014 13/08/2014 103
10003886-01-2014-000067-6 10/07/2014 15/09/2014 67
10003886-01-2014-000060-9 22/05/2014 13/08/2014 83
10003886-01-2014-000134-6 24/09/2014 24/12/2014 91
10003886-01-2014-000026-9 10/02/2014 13/08/2014 184
10003886-01-2014-000027-7 10/02/2014 13/08/2014 184
10003886-01-2014-000019-6 07/01/2014 13/08/2014 218
10003886-01-2014-000131-1 08/10/2014 24/12/2014 77
10003886-01-2014-000080-3 20/06/2014 15/09/2014 87
10003886-01-2014-000020-0 10/02/2014 13/08/2014 184
10003886-01-2014-000004-8 13/01/2014 13/08/2014 212
10003886-01-2014-000022-6 10/02/2014 13/08/2014 184
10003886-01-2014-000053-6 06/06/2014 13/08/2014 68
10003886-01-2014-000016-1 13/01/2014 13/08/2014 212
10003886-01-2014-000068-4 20/06/2014 15/09/2014 87
10003886-01-2014-0000042-0 20/03/2014 13/08/2014 146
10003886-01-2014-000049-8 10/02/2014 13/08/2014 184
10003886-01-2014-000064-1 10/07/2014 15/09/2014 67
10003886-01-2014-000124-9 31/03/2014 24/11/2014 238
10003886-01-2014-000051-0 06/06/2014 13/08/2014 68
10003886-01-2014-000066-8 10/07/2014 15/09/2014 67
10003886-01-2014-000126-5 24/09/2014 24/11/2014 61
10003886-01-2014-000024-2 10/02/2014 13/08/2014 184
10003886-01-2014-000003-0 10/01/2014 13/08/2014 215
10003886-01-2014-000065-0 10/07/2014 15/09/2014 67
10003886-01-2014-000137-0 26/09/2014 24/12/2014 89
10003886-01-2014-000086-2 06/06/2014 15/09/2014 101
10003886-01-2014-000132-0 26/09/2014 24/12/2014 89
10003886-01-2015-000084-9 18/12/2014 24/03/2015 96
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 99
Atos de Admissão Encaminhados Fora do Prazo
Número de Controle Data do Efetivo
exercício (1)
Data da entrada do
processo na CGU (2)
Dias entre a data da
publicação e a data de
entrada do processo na
CGU (2-1)
10003886-01-2014-000101-0 15/08/2014 24/11/2014 101
10003886-01-2014-000052-8 06/06/2014 13/08/2014 68
10003886-01-2014-000002-1 10/01/2014 13/08/2014 215
10003886-01-2014-000071-4 23/06/2014 15/09/2014 84
10003886-01-2014-000005-6 13/01/2014 13/08/2014 212
10003886-01-2014-000046-3 20/03/2014 13/08/2014 146
10003886-01-2014-000048-0 20/03/2014 13/08/2014 146
10003886-01-2014-000072-2 20/06/2014 15/09/2014 87
10003886-01-2014-000014-5 21/01/2014 13/08/2014 204
10003886-01-2014-000102-8 15/08/2014 24/11/2014 101
10003886-01-2014-000029-3 15/01/2014 13/08/2014 210
10003886-01-2013-000096-7 01/04/2013 13/08/2014 499
10003886-01-2015-000011-3 20/06/2014 13/03/2015 266
10003886-01-2014-000082-0 12/06/2014 15/09/2014 95
10003886-01-2015-000001-6 20/06/2014 13/03/2015 266
10003886-01-2014-000057-9 20/03/2014 13/08/2014 146
10003886-01-2014-000032-3 28/03/2014 13/08/2014 138
10003886-01-2014-000008-8 20/01/2014 13/08/2014 205
10003886-01-2014-000040-4 28/03/2014 13/08/2014 138
10003886-01-2014-000113-3 15/04/2014 24/11/2014 223
10003886-01-2014-000028-5 10/02/2014 13/08/2014 184
10003886-01-2014-000025-0 10/02/2014 13/08/2014 184
10003886-01-2013-000222-6 21/10/2013 13/08/2014 296
10003886-01-2014-000096-0 11/09/2014 24/11/2014 74
10003886-01-2014-000006-4 13/01/2014 13/08/2014 212
10003886-01-2014-000069-2 20/06/2014 15/09/2014 87
10003886-01-2014-000123-0 19/08/2014 24/11/2014 97
10003886-01-2014-000013-7 20/01/2014 13/08/2014 205
10003886-01-2014-000085-4 23/06/2014 15/09/2014 84
10003886-01-2014-000133-8 24/09/2014 24/12/2014 91
10003886-01-2014-000083-8 07/04/2014 15/09/2014 161
10003886-01-2014-000100-1 15/08/2014 24/11/2014 101
10003886-01-2014-000059-5 07/05/2014 13/08/2014 98
10003886-01-2014-000031-5 25/03/2014 13/08/2014 141
10003886-01-2014-000078-1 23/06/2014 15/09/2014 84
10003886-01-2015-000074-1 20/06/2014 13/03/2015 266
10003886-01-2014-000009-9 20/01/2014 13/08/2014 205
10003886-01-2014-000061-7 06/06/2014 13/08/2014 68
10003886-01-2014-000039-0 02/05/2014 13/08/2014 103
10003886-01-2014-000075-7 06/06/2014 15/09/2014 101
10003886-01-2014-000010-2 20/01/2014 13/08/2014 205
10003886-01-2014-000104-4 04/07/2014 24/11/2014 143
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 100
Atos de Admissão Encaminhados Fora do Prazo
Número de Controle Data do Efetivo
exercício (1)
Data da entrada do
processo na CGU (2)
Dias entre a data da
publicação e a data de
entrada do processo na
CGU (2-1)
10003886-01-2014-000122-2 15/08/2014 24/11/2014 101
10003886-01-2014-000081-1 04/07/2014 15/09/2014 73
10003886-01-2014-000023-4 10/02/2014 13/08/2014 184
10003886-01-2014-000056-0 20/03/2014 13/08/2014 146
10003886-01-2014-000094-3 04/07/2014 15/09/2014 73
10003886-01-2014-000041-2 17/03/2014 13/08/2014 149
Fonte: Pesquisa SISAC em maio/15 em confronto com os documentos de entrada na CGU.
##/Fato##
Causa
Disfunção estrutural decorrente de rotinas e procedimentos não aderentes à
legislação referente ao registro de atos de pessoal propiciam a ocorrência da falha.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
A manifestação da unidade foi encaminhada por meio do Memorando
SRH/UFCG nº 201/2015, de 29 de junho de 2015:
“Cumpri-me reconhecer a inobservância ao prazo estabelecido pela IN/TCU nº
55/2007.
Como a tramitação dos processos (aposentadoria, pensão, admissão) envolve
várias etapas e, pelo menos, seis servidores da unidade de recursos humanos, além da
Procuradoria Federal, serão realizadas revisões de procedimentos com vistas à correção
dessa inadequação.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A manifestação da unidade examinada reconhece a falha apontada e propõe o
ajuste, o que demonstra a intensão de corrigir a impropriedade.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Instituir rotinas consentâneas com o cumprimento dos prazos
estabelecidos na IN/TCU nº 55/2007 para registro no Sistema SISAC das informações
relativas aos atos de admissão, às aposentadorias e às pensões concedidas no âmbito da
Unidade, como também para o envio ao Controle Interno dos processos físicos
correspondentes.
4.1.3.2 CONSTATAÇÃO
A unidade não registrou ato de pessoal no SISAC.
Fato
Confrontando os dados efetuados no Siape com os atos de pensão registrados no
Sisac, verificou-se que a unidade não efetuou o registro de 01 ato de concessão no
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 101
Sisac, em descumprimento ao disposto no art. 7º da IN/TCU nº 55/2007, para o ato
abaixo evidenciado.
SERVIDOR CPF Matrícula VIGÊNCIA
JSF 06849580400 0329719 22/10/2014
Dessa forma, as informações pertinentes ao ato de concessão não foi cadastrado
no Sisac e nem disponibilizadas para o respectivo órgão de controle interno.
##/Fato##
Causa
Disfunção estrutural decorrente de mecanismos de monitoramento de atividades
insuficiente ou mesmo a ausência de cautela e de zelo na realização de procedimentos
da gestão de pessoal podem ter dado causa à falha.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
A manifestação da unidade foi encaminhada por meio do Memorando
SRH/UFCG nº 201/2015, de 29 de junho de 2015:
“Já foi identificada a falha de encaminhamento ocorrida com o ato de pensão do
servidor 0329719. Está sendo providenciado o devido registro no SISAC e
disponibilizado ao Órgão de Controle, no menor espaço de tempo.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A manifestação da unidade examinada reconhece a falha apontada e propõe o
ajuste, o que demonstra a intensão de corrigir a impropriedade.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Efetuar o registro do ato de concessão de pensão no SISAC, referente
ao servidor matrícula Siape nº 0329719, e encaminhar para a apreciação da CGU-R/PB.
4.2 REMUNERAÇÃO, BENEFÍCIOS E VANTAGENS
4.2.1 SISTEMAS DE CONCESSÕES
4.2.1.1 CONSTATAÇÃO
Fragilidades e descontrole acerca da adesão à jornada reduzida.
Fato
Acerca da conformidade da aplicação da jornada de trabalho em regime de
turnos ou escalas de seis horas diárias e trinta semanais, de acordo com os instrumentos
legais vigentes, na Universidade Federal de Campina Grande, constatou-se o seguinte:
O artigo 19 da Lei nº 8112, de 11 de dezembro de 1990, trata da jornada de
trabalho dos servidores públicos federais, que deve ser fixada em razão das atribuições
pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de
quarenta horas e observados os limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 102
diárias respectivamente. Além disso, a referida lei dispõe que o ocupante de cargo em
comissão ou função de confiança deve se submeter a regime de integral dedicação ao
serviço, podendo ser convocado sempre que houver interesse da Administração.
À luz da Lei nº 8112, o Decreto 1590/95 descreve, em seu artigo 3º, os casos em
que a jornada de trabalho dos servidores públicos federais pode ser de seis horas diárias
e trinta semanais:
“Quando os serviços exigirem atividades contínuas de regime de turnos ou
escalas, em período igual ou superior a doze horas ininterruptas, em função de
atendimento ao público ou trabalho no período noturno, é facultado ao dirigente
máximo do órgão ou da entidade autorizar os servidores a cumprir jornada de trabalho
de seis horas diárias e carga horária de trinta horas semanais, devendo-se, neste caso,
dispensar o intervalo para refeições”.
Tal dispositivo normativo diz ainda que os dirigentes máximos dos órgãos ou
entidades que autorizarem a flexibilização da jornada de trabalho deverão determinar a
afixação, nas suas dependências, em local visível e de grande circulação de usuários dos
serviços, de quadro, permanentemente atualizado, com a escala nominal dos servidores
que trabalharem neste regime, constando dias e horários dos seus expedientes.
No âmbito da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), a
regulamentação do disposto no Decreto nº 1590/95 ocorreu por meio da Portaria nº 138,
de 25 de outubro de 2011, que especifica os setores da universidade aptos à adoção da
jornada reduzida. No entanto, tal instrumento contraria o Decreto, visto que autoriza,
genericamente, a adotarem a jornada de trabalho de seis horas diárias todos os
servidores lotados nos seguintes Setores: “Biblioteca Central; Bibliotecas Setoriais dos
demais campus, do CCBS e do HUAC; Protocolo Geral; Restaurante Universitário do
Campus de Campina Grande; REENGE e Setores do HUAC.”
A faculdade outorgada pela legislação ao gestor da universidade está restrita à
autorização de que determinados servidores, e não setores, realizem a jornada de
trabalho reduzida. Ao autorizar genericamente setores, a universidade fragiliza os
controles e, tacitamente, autoriza que servidores que não preenchem os requisitos
impostos pelo Decreto para a adoção de tal jornada a adotem.
Ademais, analisando-se as disposições contidas no Decreto n° 1.590/95,
conforme o exposto acima, conclui-se que se deve adotar a jornada reduzida apenas nas
situações em que os serviços exijam atividades contínuas de regime de turnos ou
escalas, em período igual ou superior a doze horas ininterruptas, em função de
atendimento ao público ou trabalho no período noturno. Note-se que, de acordo com o
Decreto nº 1.590/95, os requisitos para a adoção do regime de 6 horas diárias e carga
horária de 30 horas semanais são cumulativamente os seguintes:
a) Os serviços exigirem atividades contínuas de regime de turnos ou escalas;
b) Os serviços sejam compulsoriamente desenvolvidos em período igual ou
superior a doze horas ininterruptas;
c) Os serviços estejam voltados ao atendimento ao público ou a trabalhos em
período noturno.
Assim, confrontando as disposições contidas na Portaria nº 138 com o
estabelecido no Decreto nº 1.590/95, constatou-se que a UFCG permitiu, de acordo com
o texto da Portaria e com a análise de folhas de frequência, que servidores lotados em
setores cujas atividades não atendem integralmente aos requisitos do art. 3º do Decreto
nº 1.590/95 ficassem submetidos indevidamente ao regime de 6 horas diárias e à carga
horária de 30 horas semanais. Foram analisados, por ocasião dos trabalhos de campo
desta auditoria, três setores da UFCG contemplados, de acordo com a Portaria 138, com
a jornada reduzida. A escolha de tais unidades foi aleatória, sob o critério de que são as
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 103
primeiras a aparecerem no texto da supracitada portaria. A partir dessa análise, chegou-
se ao quadro a seguir, que é exemplificativo, uma vez que a auditoria não examinou
todas as unidades para as quais houve a autorização de adoção da jornada de seis horas
diárias:
Quadro1 – Situação dos servidores enquadrados na Portaria nº 138.
SETORES SERVIDORES NÃO AMPARADOS PELO
DECRETO 1.590/95
Biblioteca Central e Bibliotecas Setoriais da
UFCG.
Servidores lotados em funções que não suscitam
atendimento ao público, conforme quadro 2.
Protocolo Geral Servidores que desenvolvem atividades administrativas
internas e que não atendem ao público, conforme
quadro 3.
Coordenação de Apoio Estudantil
(Restaurante Universitário). Nenhum dos servidores efetivos lotados nesta
Unidade realiza atividades de atendimento ao público.
As funções que requerem necessariamente contato com
os usuários do restaurante são desempenhadas por
profissionais terceirizados.
O setor, de um modo geral, não preenche os
requisitos elencados pela Portaria 138, visto que seu
horário de funcionamento, de acordo com as folhas de
registro de frequência dos servidores, vai das 7h às 19h
e não das 7h às 22h, conforme preconiza o artigo 2º da
Portaria.
Como são servidas apenas duas refeições diárias,
não são necessários serviços desenvolvidos em período
igual ou superior a doze horas ininterruptas.
Fonte: Portaria nº 138, de 25 de outubro de 2011; folhas de frequência (mês x,y,z) e observação das
atividades desempenhadas pelos servidores lotados nos setores amparados pela Portaria nº 138.
Para melhor visualização da ausência de pertinência na concessão da jornada
reduzida, estão listados nos quadros a seguir os nomes dos servidores lotados nas três
unidades analisadas acompanhados das respectivas funções que, de acordo com a
legislação vigente, não ensejariam a redução de jornada:
Quadro2- Servidores da Biblioteca Central com jornada reduzida em desacordo com a legislação.
Servidor Matrícula
Siape
Cargo Jornada de
trabalho no mês
de maio de 2015
A. B. 1475193 Técnico em arquivo 6h
A. J. B. da S. 333623 Assistente de Tecnologia da
Informação
6h
E. N. M. 336559 Operador de máquina copiadora 6h
E. V. S. 336040 Produtor cultural 6h
M. E. L. de A. 3345767 Tecnólogo em cooperativismo 6h
R. P. de A. 1117356 Auxiliar de enfermagem 6h
V. L. C. de M. 330269 Analista de tecnologia da
informação
6h
Quadro 3 – Servidores do Protocolo Geral com jornada reduzida em desacordo com a legislação.
Servidor Matrícula
Siape
Cargo Jornada de
trabalho no mês
de maio 2015
D. S. da S. 3313385 Técnico de tecnologia da
informação
6h
J. G. de S. 3365580 Contínuo 6h
J. M. da S. 3357633 Auxiliar em mecânica 6h
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Quadro 4 – Servidores do Restaurante Universitário com jornada reduzida em desacordo com a
legislação. Servidor Matrícula
Siape
Cargo Jornada de
trabalho no mês
de maio 2015
A. G. da S. 334457 Cozinheiro 6h
E. C. D. 334489 Açougueiro 6h
F. B. dos S. 334500 Auxiliar de nutrição e dietetica 6h
I. de O. 336373 Auxiliar de cozinha 6h
J. da S. C. 334555 Auxiliar de cozinha 6h
J. F. da S. 336524 Copeiro 6h
M. J. Q. A. 337062 Auxiliar de agropecuária 6h
M. da C. de S. 334588 Assistente em administração 6h
M. L. C. B. L. 2012501 Auxiliar em administração 6h
R. F. R. 336526 Copeiro 6h
R. P. de A. 336776 Auxiliar em administração 6h
V. G. de V. 1174957 Nutricionista 6h
É necessária, portanto, a alteração do texto da Portaria, adequando-a à
necessidade de referência nominal àqueles servidores aptos à utilização da jornada de
trabalho reduzida.
Além disso, constatou-se que diversos setores da UFCG, a exemplo da Unidade
de Educação Infantil (UEI), da Unidade Acadêmica de Ciências Sociais (UACS) e do
laboratório de informática ligado ao Centro de Humanidades estão beneficiando
indevidamente os servidores com o regime de trabalho de 6 horas diárias e carga horária
de 30 horas semanais, quando tais profissionais deveriam estar submetidos à carga
horária de 40 horas semanais. Por exemplo, não há respaldo legal, ou sequer da Portaria
138 para que os servidores abaixo relacionados, lotados na UEI, façam jus à jornada de
trabalho reduzida:
Quadro 5- Unidade de Educação infantil
Servidor Matrícula
Siape
Cargo Jornada de trabalho
no mês de maio 2015
P. S. G. 335437 Jardineiro 6h
M. Z. de L. S.
1114925
Auxiliar de nutrição e
dietética
6h
L. M. L. de O. 1145318 Médica 6h
V. L. D. de O. 332393 Técnico em economia
doméstica
6h
Tampouco o servidor J.F.da S., CPF ***018.994-**, matrícula Siape nº 332542,
lotado na UACS, cujo cargo é “operador de máquina copiadora”, deveria realizar uma
jornada de seis horas diárias, conforme folha de registro de frequência abaixo:
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Imagem da folha de frequência do mês de Dezembro de 2014, do servidor J .F.da S.,
CPF ***018.994-**, atestando a jornada de seis horas diárias realizada pelo servidor.
Registro feito no dia 21 de maio de 2015.
Por ocasião dos trabalhos de campo, realizados entre os dias 18 e 22 de
maio de 2015, constatou-se ainda que há servidores, a exemplo do Sr. R. E. G. L., CPF
***.131.954-**, matrícula Siape nº 333215, que possuem Função Gratificada e ainda
assim, de acordo com as inspeções e entrevistas realizadas pela equipe de auditoria,
trabalham em regime de jornada reduzida. Tal fato vai de encontro ao disposto no Art.
19, § 1º, da Lei nº 8112, que estabelece que o ocupante de cargo em comissão ou função
de confiança deve se submeter a regime de integral dedicação ao serviço.
Imagem de página do Portal da Transparência do dia 02 de junho de 2015, mostrando
que o servidor de CPF ***.131.954-** possui função gratificada.
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Com os casos relatados acima, novamente constatou-se que a UFCG permitiu
que servidores, cujas atividades não atendem integralmente aos requisitos do art. 3º do
Decreto nº 1.590/95, ficassem submetidos indevidamente ao regime de 6 horas diárias e
à carga horária de 30 horas semanais. Contudo, nesses casos, os profissionais
contemplados sequer são amparados pela Portaria nº 138, posto que lotados em diversos
setores e/ou ocupantes de cargos/funções de confiança.
O Decreto nº 1590/95 determina a afixação de quadro, permanentemente
atualizado, com a escala nominal dos servidores que trabalharem neste regime,
constando dias e horários dos seus expedientes. Apesar de tal exigência constar da
Portaria nº 138, constatou-se que, dos locais examinados, quais sejam, Protocolo Geral,
Biblioteca Central e Restaurante Universitário, apenas o terceiro possuía o quadro, que,
no entanto, encontrava-se desatualizado, com o nome de dois servidores já aposentados.
Registro fotográfico do dia 20 de maio de 2015, mostrando o local de atendimento ao
público do Protocolo Geral, no qual não está afixada a lista de servidores que
realizam jornada reduzida.
Registro fotográfico do dia 20 de maio de 2015, mostrando a fachada da Biblioteca
Central, na qual não está afixada a lista de servidores que realizam jornada reduzida.
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 107
Diante do exposto, foi possível constatar que a UFCG não tem controles efetivos
acerca de quem, ou de quantos são os servidores submetidos à jornada de trabalho
reduzida. Tampouco há registro acurado acerca das áreas que adotaram tal regime e do
real horário de funcionamento de tais locais. Como consequência dessas fragilidades,
foram encontrados diversos servidores que não preenchem os requisitos legais e
usufruem da jornada reduzida indevidamente. Esses servidores, lotados em setores não
amparados pela Portaria 138, podem inclusive registrar a jornada de seis horas diárias
em suas folhas de frequência sem que haja quaisquer consequências pecuniárias ou
administrativas. Ainda em virtude do descontrole acerca da adoção das 30h semanais no
âmbito da UFCG, restou comprovado que existem casos de servidores ocupantes de
corgo/função de confiança que adotam, por conta própria, a jornada reduzida.
Constatou-se ainda que o marco regulatório da UFCG, no tocante à jornada de
trabalho reduzida, qual seja a Portaria 138, vai de encontro à legislação vigente acerca
do tema na Administração Pública Federal, visto que não há, na Portaria menção à
necessidade de que sejam apontados os servidores e não os setores aptos à adoção da
jornada reduzida. Tal falha trouxe como consequência o fato de que, apenas nos três
setores analisados pela equipe de auditoria, quais sejam, a Biblioteca Central, o
Protocolo Geral e o Restaurante Universitários, foram identificados 22 servidores que
não preenchem os requisitos legais, e, no entanto, estão realizando a jornada de seis
horas diárias.
##/Fato##
Causa
De acordo com o Estatuto da UFCG, aprovado pela Resolução Consuni nº
5/2002:
“Art. 29. A Reitoria, órgão executivo da Administração Superior que coordena,
fiscaliza e superintende as atividades da Universidade, é exercida pelo Reitor, auxiliado
pelo Vice-Reitor e assessorado por:
I - Pró-Reitorias;
(...)
IV – Órgãos de Apoio Acadêmico-Administrativo.
(...)
Art. 32. São atribuições do Reitor:
(...)
IV – baixar provimentos e resoluções decorrentes de decisões do Conselho
Universitário;
(...)
VIII – nomear, contratar, exonerar, dispensar e demitir os servidores da UFCG,
observada a legislação em vigor;
IX – fixar a lotação e conceder aposentadoria, na forma da legislação vigente;
(...)
XX – desempenhar as demais atribuições inerentes à sua função, não
especificadas neste Estatuto.”
Ainda, conforme a Resolução Consuni nº 6/2005, que aprova o Regimento da
Reitoria:
“Art. 24. A Secretaria de Recursos Humanos tem, por atribuições, o estudo, a
proposição de diretrizes, a orientação, a coordenação, a supervisão e a fiscalização de
assuntos e atividades concernentes à Administração de Recursos Humanos da
Universidade, compreendendo:
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 108
I – executar a política de recursos humanos da Universidade;
II – instruir e encaminhar os processos relativos a direitos e deveres dos
servidores vinculados à Universidade;
III – manter atualizado o sistema de assentamento e de documentação referente
ao controle de pessoal;
(...)
V – determinar o órgão de exercício dos servidores admitidos, cedidos ou
redistribuídos para a Universidade;
(...)
VI – expedir declarações, circulares, ordem de serviço, instruções, e outros atos
normativos relacionados com os assuntos e atividades na área de sua abrangência;”
A inadequação da regulamentação interna sobre a jornada reduzida, as
fragilidades nos controles de frequência bem como a inexistência de controles acerca
dos requisitos a serem preenchidos para que os servidores façam jus à jornada reduzida
foram a causa da situação irregular detectada.
Desse modo, a falta de diligência do Reitor na coordenação e fiscalização da
política de recursos humanos da universidade, notadamente a admissão de
regulamentação interna da jornada reduzida contrária à legislação, bem como a do
Secretario de Recursos Humanos para executar essa política, propor diretrizes, orientar
e fiscalizar as atividades inerentes à administração de recursos humanos da
Universidade, foram relevantes para o resultado.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação
dos fatos, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no
campo „fato‟.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Adotar providências para que, nos termos do art. 3º do Decreto n°
1.590/95, apenas os servidores cujos serviços se enquadrem cumulativamente nas
situações abaixo relacionadas possam exercer o regime de 6 horas diárias e carga
horária de 30 horas semanais: a) Os serviços exigirem atividades contínuas de regime de
turnos ou escalas; b) Os serviços sejam compulsoriamente desenvolvidos em período
igual ou superior a doze horas ininterruptas; c) Os serviços estejam voltados ao
atendimento ao público ou a trabalhos em período noturno.
Recomendação 2: Instituir, em caráter de urgência, controle de frequência ao trabalho
para os servidores da UFCG, adotando preferencialmente o controle biométrico de
frequência, o uso de catracas ou outros mecanismos eficazes de controle, assegurando o
cumprimento dos princípios da impessoalidade e da legalidade e afastando eventual
liberalidade ou corporativismo por parte dos servidores e das respectivas chefias
imediatas, de modo que os servidores cumpram efetivamente as jornadas de trabalho a
que estão obrigados por lei.
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Recomendação 3: Apurar a responsabilidade pela adoção e manutenção da jornada de
trabalho reduzida por servidores da UFCG que não se enquadram nos requisitos legais,
conforme demonstrado nesta constatação.
4.2.1.2 CONSTATAÇÃO
Inutilização de sistema biométrico de controle de frequência.
Fato
Por ocasião da auditoria relativa à jornada de trabalho reduzida, verificou-se que
algumas unidades da UFCG possuem leitores biométricos de controle de frequência. No
entanto, tais equipamentos não são utilizados. A universidade enviou, por meio do
Ofício nº0202/R/GR/UFCG, do dia 28 de maio de 2015, em resposta à Solicitação de
Auditoria nº201503668-RH08, documentos relativos à compra desses equipamentos,
bem como uma cópia da Resolução nº05/2013, que regulamenta o sistema de registro
eletrônico de ponto e o controle de frequência dos servidores da UFCG.
De acordo com os documentos enviados por meio do Ofício supracitado, no dia
26 de março de 2012 foi emitida a nota de empenho nº2012NE800357, cujo credor foi a
empresa Keypass tecnologia LTDA e a partir da qual foram comprados 30 unidades do
equipamento “Registrador eletrônico relógio de ponto KP1510 keypass”. Pouco menos
de dois meses depois, no dia 16 de maio do mesmo ano, as notas fiscais nº 000.000.661
e 000.000.662, referentes à compra desses aparelhos, foram emitidas, totalizando um
gasto de R$ 76.854,55. Pouco mais de uma semana depois, no dia 25, o então chefe do
almoxarifado central da UFCG, E.de Q. B., CPF ***.524.594-**, recebeu o material já
patrimoniado, sob os números de tombamento de 81550 a 81604. Finalmente, no dia 12
de junho de 2012, o servidor G.T. de A., CPF ***.606.884-**, por meio do termo de
responsabilidade 8615, então lotado na divisão de patrimônio da Pró-Reitoria de Gestão
Administrativo-Financeira, declarou estarem sob sua responsabilidade os equipamentos.
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Imagem das duas notas fiscais relativas à compra dos registradores eletrônicos de
ponto, enviadas à CGU no dia 28 de maio de 2015. Em destaque a data de
recebimento do material pelo setor de patrimônio da UFCG.
Imagem do termo de responsabilidade relativo à guardo dos 30 equipamentos
comprados. Documento enviado à CGU no dia 28 de maio de 2015.
Apenas mais de um ano após a aquisição dos relógios de ponto, em agosto de
2013, a UFCG publicou a Resolução nº05/2013. Durante a auditoria, verificou-se,
portanto, que os leitores biométricos foram adquiridos sem o devido planejamento. A
regulamentação para a utilização do equipamento aconteceu um ano e três meses depois
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da compra e, ainda mais grave, três anos depois do recebimento, pela UFCG, o material
que possibilita o registro eletrônico de frequência dos servidores não está sendo
utilizado.
Conforme foi evidenciado nos itens 4.2.1.1 e 4.2.1.3, a falta de controle nos
registros de frequência dos servidores, por parte da universidade, é patente. A utilização
do equipamento ocioso é necessária não só para que se justifique o gasto realizado no
ano de 2012 com a compra, como também para que haja controles mínimos relativos à
jornada de trabalho dos servidores da UFCG.
##/Fato##
Causa
De acordo com o Estatuto da UFCG, aprovado pela Resolução Consuni nº
5/2002:
“Art. 29. A Reitoria, órgão executivo da Administração Superior que coordena,
fiscaliza e superintende as atividades da Universidade, é exercida pelo Reitor,
auxiliado pelo Vice-Reitor e assessorado por:
I - Pró-Reitorias;
(...)
IV – Órgãos de Apoio Acadêmico-Administrativo.
(...)
Art. 32. São atribuições do Reitor:
(...)
IV – baixar provimentos e resoluções decorrentes de decisões do Conselho
Universitário;
(...)
XIII – administrar as finanças da UFCG e determinar a aplicação dos seus
recursos, de conformidade com o orçamento aprovado e os fundos instituídos;
(...)
XX – desempenhar as demais atribuições inerentes à sua função, não
especificadas neste Estatuto.”
Ainda, conforme a Resolução Consuni nº 6/2005, que aprova o Regimento da
Reitoria:
“Art. 24. A Secretaria de Recursos Humanos tem, por atribuições, o estudo, a
proposição de diretrizes, a orientação, a coordenação, a supervisão e a fiscalização de
assuntos e atividades concernentes à Administração de Recursos Humanos da
Universidade, compreendendo:
I – executar a política de recursos humanos da Universidade;
II – instruir e encaminhar os processos relativos a direitos e deveres dos
servidores vinculados à Universidade;
III – manter atualizado o sistema de assentamento e de documentação referente
ao controle de pessoal;”
A decisão pela implantação de sistema de controle de frequência mediante
leitores biométricos é da alçada do órgão executivo da Administração Superior, no caso
a Reitoria.
Após a tomada da decisão, verificou-se a inexistência de planejamento para a
aquisição dos equipamentos eletrônicos de registro de frequência e a morosidade na
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regulamentação da sua utilização o que resultou em falta de efetividade na realização da
despesa pública.
Tendo em vista a falta de diligência na coordenação e fiscalização da atividade
de implantação do sistema eletrônico de registro de frequência, após a decisão pela
medida, a atitude do Reitor, na qualidade de titular do órgão superior executivo da
Universidade, bem como do Secretario de Recursos Humanos, a quem competia
executar a política de recursos humanos da Universidade, foram fundamentais para o
resultado.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação
dos fatos, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no
campo „fato‟.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Instituir, em caráter de urgência, controle eletrônico de frequência ao
trabalho para os servidores da UFCG, adotando os equipamentos comprados pela
universidade para controle biométrico de frequência, cujos números de tombamento são
de 81550 a 81604, assegurando o cumprimento dos princípios da impessoalidade e da
legalidade e afastando eventual liberalidade ou corporativismo por parte dos servidores
e das respectivas chefias imediatas, de modo que os servidores cumpram efetivamente
as jornadas de trabalho a que estão obrigados por lei. Caso não haja a possibilidade de
utilização do equipamento adquirido, apurar a responsabilidade pela compra sem o
devido planejamento e instaurar processo para a reposição dos valores gastos ao erário.
Recomendação 2: Caso não haja a possibilidade de utilização do equipamento
adquirido, apurar a responsabilidade pela compra sem o devido planejamento e instaurar
processo para a reposição dos valores gastos ao erário.
4.2.1.3 CONSTATAÇÃO
Descontrole acerca da frequência dos servidores da universidade e divergências
entre as informações atestadas nas folhas de frequência e a situação fática
verificada pela equipe de auditoria.
Fato
A partir de entrevistas com docentes e discentes da UFCG, foram identificadas
como áreas e risco, e selecionadas, para uma análise minuciosa dos recursos humanos
empregados, quatro unidades cujos servidores, de acordo com a análise das folhas de
registro de frequência, trabalham em regime de jornada reduzida. A equipe de auditoria,
então, inspecionou o Restaurante Universitário, a Biblioteca e a Unidade Acadêmica de
Ciências Sociais. Constatou-se, a partir das evidências colhidas em tais visitas, que não
há efetivo controle de frequência em nenhum dos locais selecionados, conforme
relatado adiante:
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Restaurante Universitário:
Nos cinco dias de trabalho de campo, realizados entre os dias 18 e 22 de maio de
2015, a equipe de auditoria da CGU atestou que o Restaurante Universitário abriu
apenas na segunda-feira, 18. Apesar de não haver ninguém trabalhando na feitura das
refeições, conforme registros fotográficos a seguir, os servidores lotados no RU, por
ocasião da inspeção da equipe de auditoria, realizada às 11:00h no dia 20 de maio de
2015, encontravam-se ociosos, na entrada do restaurante.
Também em relação a essa unidade, foram constatadas irregularidades acerca do
cumprimento da jornada de trabalho, visto que todos os servidores da unidade realizam
a jornada reduzida, independentemente da função que realizam, conforme entrevista
com a gestora e análise das folhas de controle de frequência. Além disso, a unidade
descumpre o disposto no artigo 2º da Portaria nº 138, visto que, ainda de acordo com
entrevista com a gestora e análise das folhas de controle de frequência, o funcionamento
da unidade é das 07:00h às 19:00h e não das 07:00h às 22:00h, conforme exige a citada
Portaria.
Restaurante Universitário, em imagem do dia 20 de maio de 2015.
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Cozinha do Restaurante Universitário, em imagem do dia 20 de maio de 2015.
Biblioteca Central:
De acordo com documentação entregue pela UFCG, estão lotados na biblioteca
48 servidores, que se revezam em três turnos de seis horas diárias. A equipe de auditoria
realizou inspeção no local no dia 21 de maio 2015, entre 15:30h e 16:30h, ou seja,
durante os turnos da manhã e da tarde e no dia 22 de maio de 2015, entre 11:45h e
12:00h, ou seja, durante os turnos da manhã e da tarde. De acordo com os dados
colhidos por ocasião da visita, e também conforme informações prestadas por discentes
e pelos servidores e análise das folhas de frequência dos servidores, foi produzido o
quadro abaixo:
Quadro 1 – Comparação da quantidade de servidores lotados com os efetivamente encontrados
Turno Horário Número de
servidores**
Número de servidores presentes
Visita 1 (T+N) Visita 2 (M+T)
Manhã (M) 07:00-13:00 h 30 3* 16
Tarde (T) 12:00-18:00 h 10
Noite (N) 16:00-22:00 h 4
Função Gratificada Dois turnos 2 0 2
- Total: **45 3 18
**Estão excluídos dessa contagem os servidores que estão afastados para doutorado, a
Diretora, que não se submete ao controle de frequência por meio da assinatura de Folha
de Registro de Ponto. A servidora D. de F. de L. P., cuja jornada não foi fornecida pela
UFCG foi considerada como se trabalhasse no período da manhã.
*Havia sete servidores presentes na primeira visita, entre os turnos da tarde e da noite.
No entanto, quatro deles têm como horário habitual de trabalho o turno da manhã. Fonte: Elaboração própria.
Conclui-se, então, que, na primeira visita da equipe de auditoria da CGU, no dia
21 de maio de 2015, incluindo os turnos da tarde e da noite, dos dezesseis servidores
que deveriam estar trabalhando no horário da inspeção, apenas três estavam presentes.
Note-se que as servidoras M. E. da S. P. e K. S. de L. B. estavam ausentes. Ambas
possuem função de confiança e deveriam realizar jornada de quarenta horas semanais.
Já por ocasião da segunda inspeção, por parte da equipe de auditoria, realizada
no dia 22 de maio de 2015, incluindo os turnos da manhã e da tarde, dos 42 servidores
que deveriam estar trabalhando, foi atestado que apenas 18 se encontravam na unidade.
Desse modo, a consolidação do resultado das visitas demonstra que menos da metade
dos servidores que deveriam estar trabalhando na Biblioteca Central, nos dias das visitas
se encontravam no local, conforme representado no quadro a seguir:
Quadro 2 – Demonstrativo da força de trabalho ociosa na Biblioteca Central
Força de trabalho
devida
Força de trabalho
efetiva
Percentual da força de
trabalho ocioso
Visita 1 16 7 56,25%
Visita 2 41 18 56,09%
Fonte: elaboração própria. Além disso, o cotejamento entre os dados da folha de frequência do mês de
maio, dos servidores lotados na Biblioteca Central, e a situação constatada pela equipe
de auditoria durante a inspeção, atesta que 28 servidores não estavam presentes, mas
assinaram a folha de registro de frequência como se estivessem, conforme quadro
abaixo:
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Quadro 3 – Servidores que assinaram o registro de ponto sem que estivessem efetivamente trabalhando
Servidores que deveriam
estar trabalhando
Matrícula Siape Horário de
trabalho
Atesto da folha de
frequência
Servidores presentes
21/05/2015 22/05/2015 Visita 1
21/05/2015
15:30 –
16:30
Visita 2
22/05/20
15 11:45
– 12:00
A. B. 1475193 07:00 às 13:00 h 12:00-18:00 12:00-18:00
A. J. B.da S.** 333623 07:00 às 13:00 h 16:00-22:00 16:00-22:00 X
A. C. M. 335797 07:00 às 13:00 h 07:00-13:00 07:00-13:00 X
A. C. de A. 336774 07:00 às 13:00 h 12:00-18:00 12:00-18:00
A. C. da S. 333369 07:00 às 13:00 h 07:00-13:00 07:00-13:00
C. S. da S. 333314 12:00 às 18:00 h 12:00-18:00 12:00-18:00
C. K. de A. M.** 1628951 07:00 às 13:00 h 08:00-14:00 08:00-14:00 X
D. de F. de L.P.* 1804941 07:00-13:00 07:00-13:00 X
E. G.D. 336388 07:00 às 13:00 h 12:00-18:00 12:00-18:00
E. A. T. A. 335723 07:00 às 13:00 07:00-13:00 07:00-13:00
E. N. M. 336559 12:00 às 18:00 12:00-18:00 12:00-18:00
E. V. S. 336040 07:00 às 13:00 07:00-13:00 07:00-13:00 X
E. E. de S. 335411 07:00 às 13:00 12:00-18:00 12:00-18:00 X
E. V. C. 1022153 12:00 às 18:00 12:00-18:00 12:00-18:00
E. A. B.** 335063 07:00 às 13:00 12:00-18:00 12:00-18:00 X X
E. S. da C. 1827187 07:00 às 13:00 07:15-12:53 07:10-12:50
F. da S. F. 1553933 Ausente para
doutorado
Ausente para doutorado Ausente para
doutorado
G. D. do N. 1750676 16:00 às 22:00 --------- ---------
H. L. de S. 336338 07:00 às 13:00 07:00-13:00 07:00-13:00
H. B. da T. N. 335720 12:00 às 18:00 Atestado Atestado
I. S.D. 1460194 07:00 às 13:00
I. L. da S. 1114643 07:00 às 13:00 16:00-22:00 16:00-22:00
J. C. dos S. 335431 07:00 às 13:00
J. L. S. N.** 2010854 07:00 às 13:00 X X
J. da S. H. B. 333313 16:00 às 22:00 16:00-22:00 16:00-22:00
K. S. de L. B.* 2018555 FG 07:00-
12:00/14:00-
17:00
07:00-
12:00/14:00-
17:00
X
L. de M. L. 1677773 12:00 às 18:00 07:00-13:00 07:00-13:00 X
L. E. R. 1139894 16:00 às 22:00 16:00-22:00 16:00-22:00
L.da C. F. 1762218 12:00 às 18:00 07:00-13:00 07:00-13:00 X
M. E. L. de A. 334576 16:00 às 22:00 16:00-22:00 16:00-22:00 X
M. D. M. 7350781 12:00 às 18:00 07:00-13:00 07:00-13:00 X
M. do S. B. de L. 332544 07:00 às 13:00 07:00-13:00 07:00-13:00
M. J. de A. P. 333307 07:00 às 13:00 07:00-13:00 07:00-13:00
M. P. da S. 1116006 12:00 às 18:00 12:00-18:00 12:00-18:00
M. G. da T. 331398 12:00 às 18:00 12:00-18:00 FALTOU X
M. V. B. V. 336430 07:00 às 13:00 16:00-22:00 16:00-22:00
M. da C. S. 336404 07:00 às 13:00 07:00-13:00 07:00-13:00
M E. da S.P.* 334450 FG 07:00-
12:00/14:00-
17:00
07:00-
12:00/14:00-
17:00
X
P. de T. F. V. 335449 07:00 às 13:00 07:00-13:00 07:00-13:00 X
P.R.de A. 332194 07:00 às 13:00 07:00-13:00 07:00-13:00 X
R. P. de A. 1117356 07:00 às 13:00 16:00-22:00 16:00-22:00
S. S. da S. O. 1476208 12:00 às 18:00 12:00-18:00 12:00-18:00 X X
S. F. C. da C. 333316 07:00 às 13:00 07:00-13:00 07:00-13:00
T. J. de F. 331400 07:00 às 13:00 07:00-13:00 07:00-? X
V. P. B. CD 000.4 (não preenche registro de frequência)
V. C. 1116048 07:00 às 13:00 08:00-14:00 08:00-
14:00
V. L. C. de M. 330269 Ausente para Ausente para doutorado Ausente para
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Servidores que deveriam
estar trabalhando
Matrícula Siape Horário de
trabalho
Atesto da folha de
frequência
Servidores presentes
21/05/2015 22/05/2015 Visita 1
21/05/2015
15:30 –
16:30
Visita 2
22/05/20
15 11:45
– 12:00
doutorado doutorado
W. F. M. D. 331571 06:00 às 12:00 05:40-12:00 05:30-
12:00
X
Z. M. N. S. 336511 07:00 às 13:00 12:00-18:00 12:00-
18:00
X
**Os servidores A.J.B. da S., E. A. B., C. K. de A. M. e J.L. da S. N. estavam presente às 15:30, quando seu horário deveria ser das
07:00 às 13:00
Traçado o panorama, fica claro que não foram implementados, pelo gestor,
controles efetivos acerca do cumprimento da jornada de trabalho pelos servidores
lotados na Biblioteca Central da UFCG.
Foi feito o cotejamento entre os dados contidos na folha de registro de
frequência dos 45 servidores lotados na biblioteca e a realidade observada pela equipe
de auditoria, em relação à frequência dos servidores, nos dias 20 e 21 de maio. O
resultado é que apenas 37,77% das folhas ponto enviadas pela UFCG corroboram com o
que foi encontrado pela CGU e corroborado pela diretora da unidade, que reduziu a
termo o atesto dos servidores que se encontravam presentes por ocasião da inspeção. Ou
seja, 28 servidores (em vermelho na tabela) atestaram em seus registros de frequência
estar presentes em momentos nos quais comprovadamente não estavam. Ademais, em
todas essas ocasiões, a responsável pela unidade corroborou com tais atestos falsos.
Portanto, além de diversos servidores não preencherem os requisitos
cumulativos descritos pelo Decreto nº 1590/95, e citados no item 4.2.1.1, como
condição para que se faça jus à jornada reduzida, a situação encontrada e evidenciada
mostra que sequer as seis horas diárias estão sendo cumpridas por todos os servidores e
que há informações falsas sendo prestadas por meio da folha de frequência.
Ressalta-se que a falta de controle apontada pela equipe de auditoria afeta
diretamente a prestação de serviços da biblioteca. Foram realizadas e reduzidas a termo
entrevistas com seis alunos dos cursos de Geografia, Ciências Sociais e Engenharia
Química, dos quais cinco afirmaram haver tido problemas em relação à utilização da
biblioteca, tanto com o horário de funcionamento, quanto no tocante à presteza com que
os serviços são realizados.
Durante a fiscalização in loco à Biblioteca Central, foi constatada ainda uma
situação em particular que mostra, além da dificuldade de gestão, por parte da Unidade,
uma fragilidade em relação ao acompanhamento dos dados relatados nas folhas de
controle de frequência, por parte da Secretaria de Recursos Humanos da UFCG.
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Recorte da folha de controle de frequência assinada pela servidora J. da S. H. B.,
contendo uma falta e um dia de trabalho no qual ela esteve presente durante apenas
uma hora. Foto do dia 21 de maio de 2015.
Recorte da folha de controle de frequência da servidora J. da S. H. B., homologada pela
UFCG, contendo uma falta e uma rasura no local em que antes apontava um dia de
trabalho no qual ela esteve presente durante apenas uma hora. Registro enviado pela
UFCG no dia 03 de julho de 2015.
Conforme imagem acima, foi apontada pela diretora da unidade, responsável
pelo controle de frequência, a falta da servidora J. da S. H. B., no dia 04 de maio. No
entanto, não houve o desconto no contracheque da profissional no mês de maio, ou a
justificativa oficial para a falta.
Da mesma forma, aconteceu em relação à servidora M.G. da T., para a qual foi
apontada uma falta no dia 22 do mês de maio, sem que houvesse o desconto no
contracheque da servidora, conforme imagem a seguir:
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Recorte da folha de controle de frequência da servidora M.G. da T., homologada pela
UFCG, contendo uma falta. Registro enviado pela UFCG no dia 03 de julho de 2015.
Essa situação de ausência, ou não atesto da presença, do servidor conforme
dados contidos nos instrumentos de controle de frequência e pagamento integral do
salário do profissional se estende a outras áreas da universidade avaliadas nesta
auditoria, como a Unidade Acadêmica de Ciências Sociais.
Unidade Acadêmica de Ciências Sociais (UACS):
De acordo com documentação entregue pela UFCG, estão lotados na UACS seis
servidores administrativos, além de um trabalhador terceirizado. A análise das folhas de
frequência desses servidores mostra que dois deles são inassíduos, enquanto um outro
realiza jornada de trabalho de seis horas diárias e trinta semanais, sem, no entanto,
preencher os requisitos dispostos no Decreto nº 1590/95, ou sequer a UACS estar no rol
da Portaria nº 138/UFCG, conforme item 4.2.1.1.
A equipe de auditoria realizou inspeção no local no dia 20 de maio de 2015, pela
manhã, entre 10:30h e 11:30h e, depois, à tarde, entre 16:00h e 17:00h. No dia seguinte,
às 16:30h, houve nova visita. De acordo com os dados colhidos por ocasião da visita, e
também conforme informações prestadas por discentes e pelos servidores e análise das
folhas de frequência dos servidores, foram produzidos os quadros a seguir:
Quadro 4 – Comparação entre a quantidade de servidores lotados na UACS e os que se encontravam
ausentes presentes em 20 e 21 de maio de 2015
Identificação Data Turno Número de Servidores Total de Servidores Presentes
Visita 1 20/05/2015 Manhã 6 0
Visita 2 20/05/2015 Tarde 6 3
Visita 3 21/05/2015 Manhã 6 3
Quadro 5 – Demonstrativo da força de trabalho ociosa nos locais visitados.
Força de trabalho devida Força de trabalho efetiva Percentual da força de
trabalho ocioso
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Visita 1 6 0 100%
Visita 2 6 3 50%
Visita 3 6 3 50%
Quadro 6 – Servidores presentes no momento das visitas.
Servidores que deveriam estar
trabalhando
Horário de trabalho Servidores presentes
Visita 1 Visita 2 Visita 3
L. D. de A. Manhã + Tarde
E. G. C. Manhã + Tarde
J. F. da S. Manhã + Tarde
R. E. G. L. Manhã + Tarde X X
R.R. da S. Manhã + Tarde X X
A. L. S. Manhã + Tarde X X
Durante as fiscalizações in loco foi atestado pela equipe de auditoria que apenas
três, dos quatro servidores que deveriam estar trabalhando encontrava-se no local.
Mesmo esses servidores não estavam cumprindo integralmente a jornada, visto que pela
manhã havia na Unidade apenas o trabalhador terceirizado.
Assim como em relação à biblioteca, a falta de implementação de controle, por
parte do gestor, e de assiduidade, por parte dos servidores, comprometem gravemente a
prestação do serviço. Durante a primeira visita da equipe de auditoria, as salas da
secretaria da UACS e da Coordenação de Ciências Sociais se encontravam fechadas,
conforme registro fotográfico a seguir.
Salas, da secretaria da UACS e da Coordenação de Ciências Sociais fechadas. Foto do
dia 20 de maio de 2015, às 11:00h.
Após as inspeções à UACS e à consequente constatação das irregularidades
acima descritas, a equipe de auditoria entrevistou membros do corpo docente ligado à
Unidade e analisou os registros de controle de frequência dos servidores no ano de 2014
e nos cinco primeiros meses de 2015. Tal verificação mostrou que, além da dificuldade
de gestão, por parte da Unidade, há uma fragilidade em relação ao acompanhamento dos
dados relatados nas Folhas de Controle de Frequência, por parte da Secretaria de
Recursos Humanos da UFCG.
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Os documentos contendo o controle de frequência dos servidores L. D. de A.,
CPF ***.925.404-**, matrícula Siape nº 333772 e E. G. C., CPF ***.429.764-**,
matrícula Siape nº 334434 foram, em diversas ocasiões, enviados à Secretaria de
Recursos Humanos em branco, posto que, de acordo com alunos e professores
vinculados à UACS, esses profissionais não comparecem habitualmente à UFCG para o
cumprimento de sua jornada laboral, ou sequer para assinar o controle.
A servidora, Sra. L. D. de A., conforme dados dos sistemas corporativos da
CGU e informações prestadas pela UFCG, gozava de licença médica até a data de 02 de
fevereiro de 2014. A partir de tal data e até o final do mês de maio, limite definido pela
equipe da CGU para a colheita de informações para subsidiar esta auditoria, a
profissional em questão, tendo em vista suas folhas de frequência e as entrevistas com
alunos e professores, não compareceu à UACS para cumprimento de sua jornada de
trabalho. Tampouco houve, em relação à ausência comprovada e habitual da servidora,
tomada de providências tempestivas, por parte dos gestores da UACS. Ao receber as
folhas de frequência em branco, a Secretaria de Recursos Humanos da UFCG não
efetuou o desconto dos dias não trabalhados.
A tabela 1, a seguir, mostra os gastos do Governo Federal com os salários da
servidora durante o período em que ela esteve ausente. A coluna “valor recebido” será
sempre o quantitativo bruto percebido pelo servidor naquele mês; já a coluna “valor
recebido indevidamente” foi preenchida de acordo com o valor recebido por dia
trabalhado, levando-se em conta que os meses possuem 28, 30 ou 31 dias. Em relação
às férias e ao 13º salário, o valor recebido indevidamente foi calculado tendo em vista
os meses trabalhados. Nesse sentido, o mês de fevereiro foi considerado como não
trabalhado, posto que após o dia 02, término da sua licença médica, a servidora não
voltou a exercer suas atividades laborais.
Tabela 1 – Valor percebido pela servidora sem que houvesse a contraprestação laboral
Ano Mês Valor recebido
R$
Faltas não
justificadas
Valor recebido
indevidamente
R$
2014 Fevereiro 4.745,66 De 03 a 28 4.404,68
Março 4.964,30 Todo o mês 4.964,30
Abril 4.964,30 Todo o mês 4.964,30
Maio 4.964,30 Todo o mês 4.964,30
Junho 4.964,30 Todo o mês 4.964,30
Julho 4.964,30 Todo o mês 4.964,30
Agosto 4.964,30 Todo o mês 4.964,30
Setembro 4.964,30 Todo o mês 4.964,30
Outubro 4.964,30 Todo o mês 4.964,30
Novembro 9.555,60 Todo o mês 4.964,30
Dezembro 4.964,30 Todo o mês 4.964,30
Férias 1.654,76 1.505,73
13º Salário 4.927,86 4.517,20
Total recebido indevidamente no ano de 2014 60.070,61
2015 Janeiro 5.080,82 Todo o mês 5.080,82
Fevereiro 5.080,82 Todo o mês 5.080,82
Março 5.316,20 Todo o mês 5.316,20
Abril 5.316,20 Todo o mês 5.316,20
Maio 5.316,20 Todo o mês 5.316,20
Total recebido indevidamente até o mês de maio de 2015 26.110,24
Fonte: ficha financeira; folhas de frequência da servidora L. D. de A., CPF ***.925.404-**, matrícula
Siape nº 333772 e entrevistas com os servidores lotados na unidade.
Já o servidor E. G. C., CPF ***.429.764-**, matrícula Siape nº 334434, também
conforme dados dos sistemas corporativos da CGU e informações prestadas pela
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UFCG, não possui nenhum afastamento por licença médica, até o mês de maio de 2015.
Apesar disso, tendo em vista suas folhas de frequência e as entrevistas com alunos e
professores, o profissional não compareceu à UACS para cumprimento de sua jornada
de trabalho nos meses de julho, agosto e dezembro. Tampouco houve, em relação à
ausência comprovada e habitual do servidor, tomada de providências tempestivas, por
parte dos gestores da UACS. Ao receber as folhas de frequência em branco, a Secretaria
de Recursos Humanos da UFCG não efetuou o desconto dos dias não trabalhados.
A tabela 2, a seguir, mostra os gastos do Governo Federal com os salários do
servidor durante o período em que ele esteve ausente. O quadro abaixo mostra os gastos
do Governo Federal com os salários do servidor durante o período em que ele esteve
ausente. A coluna “valor recebido” será sempre o quantitativo bruto percebido pelo
servidor naquele mês; já a coluna “valor recebido indevidamente” foi preenchida de
acordo com o valor recebido por dia trabalhado, levando-se em conta que os meses
possuem 28, 30 ou 31 dias. Em relação às férias e ao 13º salário, o valor recebido
indevidamente foi calculado tendo em vista os meses trabalhados.
Quadro 8 – Valor percebido pelo servidor sem que houvesse a contraprestação laboral
Ano Mês Valor recebido
(R$)
Faltas não
justificadas
Valor recebido
indevidamente
(R$)
2014 Julho 4.443,90 Todo o mês 4.443,90
Agosto 4.443,90 Todo o mês 4.443,90
Dezembro 7.836,31 Todo o mês 4.443,90
Férias 1.481,30 3 meses 370,32
13º Salário 4.443,90 3 meses 1.110,97
Total recebido indevidamente: 14.812,99
Fonte: ficha financeira; folhas de frequência do servidor E. G. C., CPF ***.429.764-**, matrícula Siape
nº 334434e entrevistas com os servidores lotados na unidade. : ##/Fato##
Causa
De acordo com o Estatuto da UFCG, aprovado pela Resolução Consuni nº
5/2002:
“Art. 29. A Reitoria, órgão executivo da Administração Superior que coordena,
fiscaliza e superintende as atividades da Universidade, é exercida pelo Reitor,
auxiliado pelo Vice-Reitor e assessorado por:
I - Pró-Reitorias;
(...)
IV – Órgãos de Apoio Acadêmico-Administrativo.
(...)
Art. 32. São atribuições do Reitor:
(...)
IV – baixar provimentos e resoluções decorrentes de decisões do Conselho
Universitário;
(...)
VIII – nomear, contratar, exonerar, dispensar e demitir os servidores da UFCG,
observada a legislação em vigor;
(...)
XX – desempenhar as demais atribuições inerentes à sua função, não
especificadas neste Estatuto.”
Ainda, conforme a Resolução Consuni nº 6/2005, que aprova o Regimento da
Reitoria:
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“Art. 24. A Secretaria de Recursos Humanos tem, por atribuições, o estudo, a
proposição de diretrizes, a orientação, a coordenação, a supervisão e a fiscalização de
assuntos e atividades concernentes à Administração de Recursos Humanos da
Universidade, compreendendo:
I – executar a política de recursos humanos da Universidade;
II – instruir e encaminhar os processos relativos a direitos e deveres dos
servidores vinculados à Universidade;
III – manter atualizado o sistema de assentamento e de documentação referente
ao controle de pessoal;
(...)
VI – expedir declarações, circulares, ordem de serviço, instruções, e outros atos
normativos relacionados com os assuntos e atividades na área de sua abrangência;”
Os problemas de falta de assiduidade dos servidores decorrentes da inexistência
de controle efetivo da frequência perpetuam-se na Universidade por conta da inércia na
adoção de medidas efetivas coordenadas pela Administração Superior para combater
essa disfunção.
Em paralelo, falta à Secretária de Recursos Humanos a proposição de
regulamentação apropriada acerca da comunicação e implantação das ausências não
justificadas pelos servidores, vez que os exames comprovam a fragilidade dos
mecanismos existentes para registro e repercussão financeira das ausências não
justificadas na folha de pagamento.
Desse modo, a falta de diligência do Reitor na coordenação e fiscalização da
política de recursos humanos da universidade, notadamente implantação de sistema
efetivo de controle de frequência, bem como a do Secretario de Recursos Humanos para
executar essa política, propor diretrizes, orientar e fiscalizar as atividades inerentes à
administração de recursos humanos da Universidade, foram fundamentais para o
resultado.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Não houve manifestação da unidade examinada para esse item. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação dos
fatos, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no
campo „fato‟.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Instituir, em caráter de urgência, controle de frequência ao trabalho
para os servidores da UFCG, adotando preferencialmente o controle biométrico de
frequência, o uso de catracas ou outros mecanismos eficazes de controle, assegurando o
cumprimento dos princípios da impessoalidade e da legalidade e afastando eventual
liberalidade ou corporativismo por parte dos servidores e das respectivas chefias
imediatas, de modo que os servidores cumpram efetivamente as jornadas de trabalho a
que estão obrigados por lei.
Recomendação 2: Apurar responsabilidade acerca dos falsos atestos de presença dos
servidores da Biblioteca Central e da Unidade Acadêmica de Ciências Sociais e
posterior chancela, por parte dos gestores das unidades.
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Recomendação 3: Apurar responsabilidade acerca das faltas registradas em folha de
frequência, mas não implantadas para os servidores J. da S. H. B, Siape nº 3333313;
M.G. da T, Siape nº 331396; L.D. de A., Siape nº 333772 e E.G.C. Siape nº 334434.
Recomendação 4: Apurar os valores percebidos indevidamente pelos servidores, com
vistas à devolução destes, em face do não cumprimento da jornada de trabalho.
5 CONTROLES DA GESTÃO
5.1 CONTROLES EXTERNOS
5.1.1 ATUAÇÃO DO TCU/SECEX NO EXERCÍCIO
5.1.1.1 INFORMAÇÃO
Avaliação do cumprimento de Determinações do TCU em que haja manifestação
expressa de acompanhamento pelo Controle Interno.
Fato
Os exames de auditoria relativos ao cumprimento das determinações do TCU
para a UFCG restringiram-se aos Acórdãos em que houve determinação expressa para
verificação pelo Controle Interno.
Nesse caso, foram objeto de análise, também, os Acórdãos expedidos antes do
exercício a que se referem às contas sob exame, desde que contivessem essa
determinação ao Controle Interno.
Registra-se, a seguir, a situação quanto ao cumprimento pela unidade dos
Acórdãos do TCU examinados:
1. Acórdão TCU nº 5100/2013 – 1 Câmara:
1.7.1.1. ultime as providências no sentido de proceder ao reembolso total das
remunerações pagas pela UFCG aos servidores Noeide Clemens Ferreira de Oliveira
(SIAPE 715480) e Antônio Domingos Duarte (SIAPE 11174050), cedidos a outros
órgãos;
Situação: Foi comprovado o reembolso referente à servidora Noeide Clemens
Ferreira de Oliveira (SIAPE 715480). Entretanto, desde 31 de maio de 2011, o processo
nº 23096.015401/11-00, referente ao pedido de adoção de medidas legais cabíveis para
a cobrança do Município de Massaranduba dos valores não reembolsados relativos à
cessão do servidor Antônio Domingos Duarte (SIAPE 11174050), encontra-se na carga
da Procuradoria-Geral da UFCG.
1.7.1.2. ultime as providências no sentido de proceder ao ressarcimento ao erário
junto à servidora Vilma Lúcia Fonseca Mendoza, em razão da acumulação de dois
cargos efetivos e cargo de confiança, e ao servidor Gilvandro Silva da Siqueira, neste
último caso após desfecho de processo judicial favorável às pretensões da União.
Situação: Mediante o trânsito em julgado dos processos judiciais (Processos nº
0000874-24.2012.4.05.8201 e nº 0002236-66.2009.4.05.8201) com resultado
desfavorável às pretensões da UFCG, tornou-se inviável o cumprimento da
determinação.
2. Acórdão TCU nº 2847/2014 – 2ª Câmara:
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1.10. Recomendar à Controladoria-Geral da União que:
1.10.1. inclua no próximo relatório de auditoria de gestão informação quanto ao
cumprimento da determinação do subitem 9.2 do Acórdão 5.492/2011-TCU-2ª Câmara.
Situação: Trata-se de determinação para que a UFCG apure a possível
acumulação indevida de cargos, funções e empregos públicos, conforme levantamento
constante em planilha encaminhada por meio do Ofício nº 1685/2011 – TCU/SECEX-
PB.
O trabalho foi iniciado pela Comissão Permanente de Acumulação de Cargos e
Empregos (CPACE) que constatou que apenas 240 servidores (dentre os 390 nomes
existentes na planilha) fazerem parte dos quadros da UFCG, dos quais supostamente
90% teriam a situação resolvida mediante demandas oriundas de outros órgãos
(Ouvidoria, MEC, CGU).
Após solicitação da equipe de auditoria, a CPACE efetuou a comparação entre o
nome dos servidores que já passaram pela comissão para esclarecer possíveis
acumulações indevidas com o nome dos 240 servidores remanescentes da planilha
enviada pela SECEX/PB, obtendo um total de 92 nomes de servidores em que não
houve tratamento algum acerca da possível acumulação indevida.
Tendo em vista que não houve a apuração da situação desses 92 servidores, bem
como não foi comprovada a comunicação do resultado alcançado ao Tribunal, verificou-
se o descumprimento do item 9.2 do Acórdão 5.492/2011-TCU-2ª Câmara.
1.10.2. caso seja confirmado a ocorrência de provável prejuízo ao Erário
decorrente de erro na rescisão do Contrato 23/2009, deve ser instaurado, consoante o
§5º do art. 11 da Instrução Normativa TCU nº 63/2010, processo de tomada de contas
especial para apurar a responsabilidade pela ocorrência de dano à administração pública
federal, com apuração dos fatos, quantificação do dano, identificação dos responsáveis e
obtenção do respectivo ressarcimento, observadas as hipóteses de dispensa de
instauração elencadas pelo art. 6º da Instrução Normativa TCU nº 71/2012.
Situação: O prejuízo apontado no Relatório de Auditoria nº 201203301, no valor
de R$ 37.415,66, na data de 21 de agosto de 2011, ao ser atualizado até 15 de maio de
2015, alcança o montante de R$ 50.100,27, valor inferior àquele estabelecido no Art. 6,
I, da IN TCU nº 71/2012, o que dispensa a instauração da tomada de contas especial
pela unidade.
Além disso, o relatório final do processo administrativo disciplinar nº
23096.051736/13-98, para apurar a responsabilidade pela indevida rescisão amigável do
Contrato nº 23/2009, concluiu pela inexistência de “dano pecuniário à UFCG”.
3. Acórdão TCU nº 6688/2013 – 1ª Câmara:
1.7.1. Determinar a CGU que, na análise das próximas contas:
1.7.1.1. Informe acerca da adoção das providências recomendadas pela própria
CGU no Relatório de Auditoria de Gestão, exercício 2010 (Processo
23096.009870/2011-99), referentes às seguintes irregularidades:
a) imóveis da UFCG não estão registrados no SPIUnet e os registros nos
cartórios de imóveis encontram-se desatualizados (subitem 4.1.1.1);
Situação: As providências adotadas pela unidade não foram suficientes para
sanear as pendências apontadas.
b) indícios de pagamento indevido dos adicionais de periculosidade e
insalubridade, contrariando o Decreto 97.458/1989 e Orientação Normativa/SRH/MP
02, de 19/02/2010 (subitem 7.1.1.1);
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Situação: As duas recomendações atinentes à constatação foram atendidas, de
acordo com o registro de monitoramento consignado no Sistema Monitor.
c) permanência de dois servidores no órgão cessionário após o fim do período de
cessão e ausência de reembolso das remunerações pagas pela UFCG, no valor de R$
442.091,61 (subitem 7.1.1.2); e
Situação: A recomendação referente ao reembolso da remuneração do servidor à
época cedido ao Governo do Estado da Paraíba não foi atendida. Houve provocação da
Procuradoria-Geral, por meio do Ofício nº 159/2011/SRH/UFCG, de 12 de maio de
2011, mediante o processo nº 23096.015884/11-32, para adoção de medidas legais com
o propósito de cobrar o reembolso do Estado da Paraíba. Entretanto, conforme consulta
ao sistema de protocolo, o processo encontra-se sem movimentação na Procuradoria-
Geral da UFCG, desde 31 de maio de 2011.
d) cinco servidores da UFCG prestando serviços, há dezesseis anos ao SENAI-
PB, sem o devido instrumento legal (subitem 7.1.1.4).
Situação: Os servidores de que trata a constatação retornaram à UFCG e estão
em exercício no Centro de Ciências e Tecnologia. Quanto à recomendação atinente à
apuração de responsabilidade pela cessão sem instrumento jurídico hábil, não houve a
abertura de procedimento nesse sentido. Todavia, foi determinada, pelo dirigente
máximo da unidade, a abertura de sindicância com esse propósito, após o
questionamento da equipe de auditoria.
1.7.1.2. Informe, ainda, sobre:
a) a conclusão do desconto nas folhas de pagamentos dos servidores de
matrículas Siape 337044, 335030 e 116179, ante a não comprovação de conclusão de
curso de pós-graduação (subitem 7.1.1.5);
Situação: De acordo com as informações prestadas pela unidade, a situação
quanto à reposição ao erário encontra-se consignada no quadro a seguir:
Quadro I – Valores descontados dos servidores até abril/2015.
Matrícula SIAPE Valor a ser ressarcido Valor descontado até abril/2015
337044 R$ 98.576,28 R$ 28.264,03
335030 R$ 72.276,33 R$ 28.942,36
1161791 R$ 214.467,53 RS 26.724,93
Fonte: item 7.1.1.5 do RA nº 201108941 e Memorando nº 136/2015 SRH/UFCG, de 13/05/2015.
b) a conclusão e os resultados do processo 23096.008380, que tratava da entrega
dos equipamentos de informática, adquirido da TECH COPR Tecnologia Coorporativa
Ltda.(subitem 7.2.1.1); e
Situação: A unidade comprovou, mediante os pagamentos referentes ao processo
nº 23096.012650/10-21, que houve a entrega de 625 computadores.
c) as providências quanto ao ressarcimento ao erário no valor de R$ 16.967,82,
percebidos pelo servidor mat. Siape 1117405 cedido à Prefeitura de Massaranduba-PB
de 2006 a 2007, já motivo de recomendação por este órgão em Nota Técnica CGU
10525/2010 (subitem 7.1.1.3).
Situação: Conforme salientado na situação quanto ao atendimento do item
1.7.1.1. do Acórdão TCU nº 5100/2013 – 1ª Câmara, o processo nº 23096.015401/11-00
encontra-se na Procuradoria-Geral da UFCG desde 31de maio de 2011, de acordo com o
extrato do sistema de protocolo. Portanto, até o presente momento, não houve o
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reembolso e tampouco a comprovação da adoção de medidas administrativas e (ou)
judiciais para concretizar a recomendação.
Nada obstante, a unidade informou que mediante a Portaria nº 54, de 18 de maio
de 2015, o Magnífico Reitor da UFCG decidiu aplicar a “penalidade de demissão” ao
servidor em função do “abandono de cargo” apurado no processo administrativo
disciplinar nº 23096.035048/13-21.
4. Acórdão TCU nº 11461/2011 – 2ª Câmara:
9.13. determinar à Secretaria Federal de Controle Interno/CGU que informe nas
próximas contas o cumprimento das determinações contidas no subitem 9.10 da
presente deliberação.
Situação: Seis das determinações contidas no subitem 9.10 do Acórdão em
análise foram atendidas totalmente e uma foi parcialmente atendida, conforme registro
dos itens 2.16 e 2.1.1.1. do RA nº 201203301 (Auditoria Anual de Contas de 2011).
5. Acórdão TCU nº 1081/2014 – 1ª Câmara:
9.9 determinar à Controladoria Geral da União que verifique o cumprimento das
determinações descritas no subitem 9.8 nas próximas contas apresentadas pela
Universidade Federal de Campina Grande;
9.8 determinar à Universidade Federal de Campina Grande que:
9.8.1 envide esforços no sentido de solucionar a situação da contratação
temporária de médicos, atualmente resguardada por decisão judicial;
Situação: De acordo com o relatório de gestão da unidade, a solução adotada foi
a adesão à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), cuja perspectiva de
celebração do contrato é meados de agosto de 2015.
9.8.2 ultime as providências no sentido de buscar o ressarcimento das quantias
indevidamente recebidas pelos servidores Vilma Lúcia Fonseca Mendoza e Gilvandro
Silva da Siqueira, em razão da acumulação de dois cargos efetivos e cargo de confiança,
assim que se cesse os impedimentos decorrentes de ordens judiciais;
Situação: Essa determinação já foi relatada concernente ao atendimento do item
7.1.1.2 do Acórdão TCU nº 5100/2013 – 1 Câmara.
9.8.3 notifique a servidora Alana Abrantes Nogueira de Pontes, ocupante de dois
vínculos efetivos (Professor 3º Grau - T 20 da Unidade Acadêmica de
Medicina/CCBS/UFCG e Médica - T-40 do HUAC/UFCG) e de um cargo de comissão
(Diretora Geral do HUAC/UFCG), fixando-lhe prazo para que, nos termos do art. 133
da Lei 8.112/1990, opte por dois dos três cargos, desde que haja compatibilidade de
horários, sob pena de perda do benefício de boa-fé, nos termos da Lei 9.527/1997,
ressaltando que a opção deve resultar na exoneração de um dos vínculos, não sendo
suficiente o gozo de licença sem vencimentos, nos termos da Súmula TCU 246;
Situação: A servidora foi exonerada do cargo comissionado em 30 de novembro
de 2010.
9.8.4 instaure processo administrativo para apurar os valores recebidos
cumulativamente pelas servidoras Cassandra Teixeira Vale e Renata Silva de Carvalho
Gurgel referente aos plantões de cinco horas diárias, sobreavisos médicos e realização
de palestras, no período de 10/1/2008 a 10/4/2008;
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Situação: Foi aberto o processo nº 23096.026795/14-10, conforme Portaria nº
133, de 24 de julho de 2014.
##/Fato##
5.2 CONTROLES INTERNOS
5.2.1 AUDITORIA DE PROCESSOS DE CONTAS
5.2.1.1 INFORMAÇÃO
Cumprimento das recomendações da CGU.
Fato
As recomendações do Plano de Providência Permanente da unidade que não
foram atendidas ao longo do tempo advêm da morosidade quanto à adoção de medidas
judiciais para o reembolso de valores pertinentes à cessão de servidores para outras
esferas de governo.
Nesse aspecto, o período em que os processos encontram-se na Procuradoria-
Geral da UFCG sem pronunciamento conclusivo ou proposição de ação judicial
comprometem a efetividade da recomendação.
Paralelamente, a falta de exercício do poder disciplinar bem como a criação de
dependência de atuação de outro órgão (Superintendência do Patrimônio da União no
Estado da Paraíba – SPU/PB) para realizar a avaliação de seus imóveis com vistas a
atualização das pendências nos registros dos bens imóveis da unidade constituem
fatores que também impactaram a gestão.
Dentre os fatos imediatamente identificados para o descumprimento das
recomendações, destacam-se as situações consignadas no quadro a seguir:
Quadro – Fatos impeditivos do atendimento das recomendações do Controle Interno.
Nº Relatório / Item do
Relatório
Recomendação Fato impeditivo da
implementação da
recomendação
201108941
7.1.1.2 Permanência de dois
servidores no órgão cessionário
após o fim do período de cessão
e ausência de reembolso das
remunerações pagas pela
UFCG, no valor de R$
442.091,61.
Promover o ressarcimento de
salários junto ao Governo do
Estado da Paraíba, referente ao
servidor Mat. 332029, no valor
de R$ 157.527,52
Processo sem movimentação na
Procuradoria-Geral da UFCG
desde maio de 2011.
201108941
7.1.1.3 Ausência de
providências quanto à
recomendação constante na
Nota Técnica CGU nº
10525/2010, impossibilitando
ressarcimento ao erário no valor
de R$ 16.967,82.
Apresentar a esta CGU/PB os
comprovantes de ressarcimento
da Prefeitura de
Massaranduba/PB, referente ao
servidor Mat. 1117405, no valor
de R$ 16.967,82.
Processo sem movimentação na
Procuradoria-Geral da UFCG
desde maio de 2011.
201108941
7.1.1.2 Permanência de dois
servidores no órgão cessionário
após o fim do período de cessão
e ausência de reembolso das
remunerações pagas pela
UFCG, no valor de R$
442.091,61.
Apurar as responsabilidades
pela manutenção da cessão de
servidores fora do período de
vigência das Portarias de cessão.
Dirigente Máximo não cumpriu
atribuição prevista no Art. 32,
XVII do Estatuto da UFCG:
“exercer o poder disciplinar na
jurisdição da Universidade, nos
termos da legislação
específica.”
201108941
7.1.1.3 Ausência de
Apurar as responsabilidades
pela cessão de servidor fora do
Processo sem movimentação na
Procuradoria-Geral da UFCG
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 128
Nº Relatório / Item do
Relatório
Recomendação Fato impeditivo da
implementação da
recomendação
providências quanto à
recomendação constante na
Nota Técnica CGU nº
10525/2010, impossibilitando
ressarcimento ao erário no valor
de R$ 16.967,82.
período de vigência da Portaria
de cessão, fato que, inclusive,
gerou prejuízo ao erário haja
vista a não comprovação de
reembolso do órgão cessionário
no valor estimado de R$
16.967,82.
desde novembro de 2011.
201108941
7.1.1.4 Cinco servidores da
UFCG prestando serviços ha
dezesseis anos ao SENAI/PB
sem o devido instrumento legal.
Apurar as responsabilidades
pela cessão dos servidores Mat.
334325, Mat. 336409, Mat.
336453, Mat. 335198 e Mat.
334324 ao SENAI/PB, sem
instrumento jurídico hábil.
Dirigente Máximo não cumpriu
atribuição prevista no Art. 32,
XVII do Estatuto da UFCG:
“exercer o poder disciplinar na
jurisdição da Universidade, nos
termos da legislação
específica.”
201108941
4.1.1.1 Imóveis da UFCG não
estão registrados no SPIUnet e
os registros nos cartórios de
imóveis encontram-se
desatualizados.
Recomendação 1: Adotar as
medidas necessárias para
empossar-se das escrituras
públicas dos imóveis cuja
propriedade lhe foi atribuída
pela Lei nº 10.419/2002, seja
recebendo-as da UFPB ou
requerendo-as junto aos
cartórios de registro de imóveis;
bem como, promover as devidas
atualizações cadastrais, tanto em
relação à titularidade, quanto em
relação às reais edificações
existentes
Recomendação 2: Promover as
devidas atualizações cadastrais,
junto aos respectivos cartórios,
dos imóveis incorporados ao seu
patrimônio, em virtude de
aquisição, doação ou outros;
tanto em relação à titularidade,
quanto em relação às reais
edificações existentes.
Apesar de ser um processo
demorado, verificou-se que a
adoção de providência
consistente na utilização de
avaliação dos imóveis pela
SPU/PB, resultou em
dependência externa de órgão
sob cuja atuação a unidade não
possui qualquer ingerência.
Desse modo, a solução adotada
possui o risco inerente à
capacidade e à possibilidade de
atendimento da SPU/PB em
detrimento de medidas
alternativas como contratação
do serviço ou utilização do
quadro efetivo próprio para a
avaliação dos imóveis.
##/Fato##
5.2.1.2 INFORMAÇÃO
Conformidade das peças do processo de contas da unidade.
Fato
No Relatório de Gestão do exercício de 2014, enviado por meio do sistema e-
Contas ao Tribunal de Contas da União, a Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG), vinculada ao Ministério da Educação (MEC), apresentou informações
incompletas, conforme registrado no quadro a seguir:
Quadro I – Desconformidade Relatório de Gestão de 2014.
Item do Normativo Item do Relatório de Gestão Situação de desconformidade
Item 1.4, da parte A, do Anexo
II da DN TCU nº 134/2013.
Item 1.4, pág. 30. Não há análise sobre como os
macroprocessos foram conduzidos
pela UJ no exercício de referência do
relatório.
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 129
Não há informações sobre produtos e
serviços gerados com a execução de
suas atividades, principais insumos e
fornecedores, bem como seus
clientes.
Item 2.2, da parte A, do Anexo
II da DN TCU nº 134/2013.
Item 2.2, pág. 43 a 47. Não há informação objetiva sobre os
subitens b; c; d; e, e.
Item 3.3, da parte A, do Anexo
II da DN TCU nº 134/2013.
Item 3.3, pág. 55. A unidade não promoveu pesquisa de
satisfação junto aos usuários dos seus
serviços.
Item 3.4, da parte A, do Anexo
II da DN TCU nº 134/2013.
Item 3.3, pág. 55. Não foi informado o caminho de
acesso no portal da unidade
jurisdicionada às informações
referentes a sua atuação.
Item 3.5, da parte A, do Anexo
II da DN TCU nº 134/2013.
Item 3.3, pág. 55. Não há informação objetiva sobre a
avaliação do desempenho da unidade.
Item 3.6, da parte A, do Anexo
II da DN TCU nº 134/2013.
Item 3.3, pág. 55. Não há informação que permita
avaliar as medidas adotadas pela
unidade para garantir o cumprimento
das normas relativas à acessibilidade.
Fonte: Relatório de Gestão UFCG de 2014 obtido do sistema e-Contas do TCU, em 5/5/2015.
Além disso, concernente aos itens 4, 5.5, 6.8 e 7.3 (incluído pela Decisão
Normativa nº 139, de 24/9/2014), da parte A, do Anexo II da DN TCU nº 134/2013, não
houve apresentação de informação alguma.
##/Fato##
5.2.2 ATUAÇÃO DA AUDITORIA INTERNA
5.2.2.1 CONSTATAÇÃO
Desconformidade entre o Parecer da Auditoria Interna e a DN TCU nº 140, de 15
de outubro de 2014.
Fato
Constatou-se que o Parecer da Auditoria Interna da UFCG não contemplou de
forma suficiente os elementos previstos no Anexo III da DN TCU nº 140, de 15 de
outubro de 2014, quanto: (a) às informações gerenciais sobre a execução do plano de
trabalho da auditoria interna do exercício de referência das contas; (b) às informações
sobre a confiabilidade das demonstrações contábeis, demonstrando as eventuais
inconsistências verificadas, bem como a estratégia e os procedimentos adotados para a
verificação.
Relativamente ao item (a), identificou-se a ausência da exposição dos motivos e
fatos, bem como das medidas adotadas, pertinentes à falta de conclusão dos trabalhos de
auditoria previstos no Plano Anual de Atividades de Auditoria Interna (PAINT 2014).
Perdeu-se, portanto, a oportunidade de apresentar as dificuldades enfrentadas pela
unidade de auditoria e os riscos e o consequente impacto para a gestão da UFCG
decorrentes da atuação deficiente dela (situação abordada no item 5.2.2.3 deste
relatório).
Quanto ao item (b), observou-se que a atuação deficiente da unidade de auditoria
tornou frágil o seu pronunciamento acerca da confiabilidade das demonstrações
contábeis.
Tendo em vista a incompatibilidade entre as conclusões do parecer sobre a
confiabilidade das demonstrações contábeis e os levantamentos realizados pela CGU,
conforme registro no item 5.2.2.2 deste relatório, conclui-se pela inadequação dessa
informação no parecer.
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Desse modo, verificou-se a baixa aderência do Parecer da Auditoria Interna da
UFCG ao normativo que estabelece os conteúdos das peças complementares que
compõem os processos de contas de 2014 (DN TCU nº 140/2014).
##/Fato##
Causa
A atuação deficiente da Unidade de Auditoria Interna da UFCG foi a causa da
falta de aderência do parecer à DN TCU nº 140/2014.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação
dos fatos, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no
campo „fato‟.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Fazer cumprir o planejamento da Auditoria Interna da IFE de sorte
que os relatórios dos trabalhos realizados possam embasar o pronunciamento acerca da
gestão da unidade.
5.2.2.2 CONSTATAÇÃO
Incompatibilidade entre a conclusão do Parecer da Auditoria Interna e os
levantamentos realizados pela CGU na Auditoria Anual de Contas.
Fato
No que se refere ao pronunciamento da Auditoria Interna da UFCG sobre a
confiabilidade dos demonstrativos contábeis, constatou-se que a informação apresentada
no parecer destoa dos resultados alcançados pela CGU na Auditoria Anual de Contas.
A dissensão reside na manifestação do parecer acerca da regularidade da
contratação de serviços terceirizados e da conformidade dos pagamentos contratuais,
conforme descrição a seguir:
“Durante o ano de 2014, a CCI/UFCG executou ações relacionadas com as
atividades de ensino, pesquisa e extensão relativas ao curso de enfermagem no Campus
de Cuité, acompanhamento dos processos licitatórios, de dispensa e inexigibilidade de
licitação, terceirização de mão-de-obra, dentre outros.
(...)
No tocante aos contratos administrativos concernentes a terceirização,
verificou-se a regularidade dos mesmos, aplicação da legislação vigente, os valores
contratados, dentre outros aspectos.
Quanto aos pagamentos efetuados, as retenções estavam de acordo com as
normas, nota fiscal em conformidade e recolhimento das obrigações trabalhistas
devidamente efetuados.”
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 131
Embora o parecer não especifique a seleção de itens para exame bem como a
delimitação do escopo (extensão dos itens examinados e a profundidade dos exames
realizados), as falhas e irregularidades encontradas pela CGU nas licitações e execução
de todos os contratos de terceirização de mão-de-obra examinados indicam que há
fragilidades nessas atividades da unidade, cuja identificação pela Auditoria Interna da
UFCG admite-se ser plenamente possível e razoável ocorrer.
A despeito de a Auditoria Interna da UFCG ter informado a realização de doze
ações em contratos de serviços continuados com fornecimento de mão de obra (apoio
administrativo e vigilância), em seis campi da UFCG, até 21 de novembro de 2014, o
Parecer não menciona nenhuma ressalva decorrente dos exames, muito embora a CGU
tenha detectado as seguintes situações:
(a) planejamento deficiente das contratações;
(b) restrição à competitividade;
(c) possibilidade ilegal de alterações contratuais;
(d) tratamento não isonômico entre contratadas;
(e) contratação de postos desnecessários;
(f) pagamento em duplicidade de serviço de portaria;
(g) contratação indevida por postos de trabalho em detrimento da contratação
por resultados, conforme prevê a IN MPOG/SLTI nº 02/2008;
(h) pagamentos de rubricas pelas contratadas aos colaboradores em valores
menores que os previstos nas propostas;
(i) controle manual de frequência; ausência de registros de frequência;
inexistência de análises sobre o efetivo cumprimento da carga horária dos
colaboradores;
(j) execução de serviços de vigilância diurna, quando edital, contratos e
pagamentos referem-se a serviços de vigilância noturna;
(k) retenções sobre faturamento utilizando o Simples Nacional quando os
valores totais das faturas foram utilizados regime comum de tributação; utilização de
percentual indevido de SAT;
(l) inserção de custos, sem embasamento legal, em planilha de formação de
preços de postos de serviços licitados e contratados.
Desse modo, conclui-se que as irregularidades recorrentes no planejamento, na
licitação e nos contratos de terceirização examinados pela CGU e apontados no
Relatório de Auditoria Anual de Contas poderiam ser detectadas, também, nas doze
ações empreendidas pela Auditoria Interna da UFCG em 2014, ensejando ressalvas no
Parecer de sua competência.
##/Fato##
Causa
A atuação deficiente da Unidade de Auditoria Interna é a causa imediata da
constatação.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 132
Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação
dos fatos, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no
campo „fato‟.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Fazer cumprir o planejamento da Auditoria Interna da IFE de sorte
que os relatórios dos trabalhos realizados possam embasar o pronunciamento acerca da
gestão da unidade.
5.2.2.3 CONSTATAÇÃO
Deficiência na atuação da Auditoria Interna.
Fato
Durante o acompanhamento da unidade em 2014, verificou-se que o PAINT
2014 da entidade não foi objeto de prévia apreciação e aprovação formal pelo Conselho
Universitário da UFCG. Apenas em 13 de novembro de 2014, após questionamento da
equipe de auditoria da CGU, o Presidente do CONSUNI emitiu, ad referendum, parecer
favorável ao documento, encaminhado para apreciação em 10 de novembro de 2014.
Ressalte-se, ainda, que se tratou de documento idêntico à versão preliminar
encaminhada à CGU em 10 de janeiro de 2014, para análise prévia – portanto, ao qual
não foram incorporadas as alterações recomendadas por meio do Relatório de Auditoria
nº 201315712, de 27 de janeiro de 2014.
Naquela oportunidade verificou-se que, até a data de 21 de novembro de 2014, a
CCI não havia concluído nenhuma ação de auditoria no exercício. Instada a apresentar
“planilha resumo relativa a todas as auditorias realizadas pela [...] CCI em 2014
(constem ou não do PAINT 2014), incluindo as datas de conclusão planejada e realizada
para cada uma delas”, a unidade de auditoria interna apresentou uma planilha em que
são listadas catorze ações auditoriais, sendo uma relativa a atividades docentes; uma
relativa a uma dispensa de licitação; e as outras doze relativas à atuação de fiscais em
contratos de serviços continuados com fornecimento de mão de obra (apoio
administrativo e vigilância), em seis campi da UFCG. A situação de todas elas foi
reportada como “relatório preliminar” (ou “final”, em um dos casos) “em fase de
elaboração” ou “em fase de conclusão”, e não foram apresentadas as datas de conclusão
planejadas.
As ações de auditoria listadas não puderam ser cotejadas diretamente com as
planejadas no PAINT, pois estão em níveis de detalhamento diferentes; por exemplo,
enquanto na listagem apresentada cada linha correspondia a uma auditoria em um
contrato específico de serviços continuados, no PAINT havia uma só ação
correspondente (“contratos: verificar [se] as formalidades dos contratos continuados
estão em conformidade com as IN 02 e 03 da SLTI”). Esta ação do PAINT estava
prevista para ser concluída até 31 de outubro de 2014. Já as ações identificadas como
“processos licitatórios (1): verificar se os processos de dispensa e inexigibilidade estão
devidamente fundamentados” e “processos licitatórios (2): verificar se os procedimentos
licitatórios estão em conformidade com a legislação” tinham sua conclusão prevista
para 7 de novembro de 2014. Já a auditoria realizada sobre as atividades docentes não
estava explicitamente prevista no PAINT.
O PAINT 2014 previa ainda várias outras ações auditoriais – sobre
“sustentabilidade ambiental”; “cartões de pagamento”; “convênios, contratos, acordos
de cooperação ou outros”; “auxílio financeiro a estudantes”; “aluguéis dos imóveis”;
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 133
“prestações de contas no sistema SCDP”; “assistência médica e odontológica aos
servidores e seus dependentes”; e “SISAC - admissão” – cuja realização não foi
reportada.
Em resumo, das onze ações auditoriais (áreas de atuação) planejadas no PAINT
2014 (sendo 8 delas com prazo de conclusão previsto para data anterior a 21 de
novembro de 2014), nenhuma havia sido concluída, e foi reportada atuação em apenas
duas delas (dispensas de licitação e contratos de serviços continuados). Ressalte-se que
esta situação de baixa execução do PAINT tem sido frequente nos últimos exercícios.
Adicionalmente, foi constatado que inexiste rotina de acompanhamento, pela
CCI, da implementação das recomendações de auditoria interna por ela emitidas, bem
como das recomendações da Controladoria-Geral da União (CGU) e das determinações
do Tribunal de Contas da União (TCU).
Instada a apresentar planilhas resumo relativas a todas as recomendações e
determinações emitidas (em 2014 ou em exercícios anteriores) pela CCI, pela CGU ou
pelo TCU e ainda pendentes de atendimento, “incluindo, para cada uma delas: número
do relatório; instrumento de contratação (contrato, convênio, etc.) e valor da
contratação, quando aplicável; texto da recomendação; e estágio de implementação”, a
unidade de auditoria interna apresentou: uma planilha em que são listadas seis
recomendações da CCI, sem especificação dos respectivos relatórios ou notas técnicas,
tampouco dos instrumentos ou valores de contratação, em que três das recomendações
constam como atendidas, e as demais como “aguardando informações” ou “ainda não
monitorado”; e outra planilha em que constam 34 determinações do TCU, exaradas em
seis Acórdãos, e ainda uma solicitação de informações, tendo sido informado que, “para
todas as determinações, a CCI estará monitorando o cumprimento se dará a partir da
segunda quinzena de dezembro de 2014” (sic). Quanto às recomendações da CGU, a
unidade informou apenas que “a CCI está no aguardo de que os gestores da UFCG
enviem tais recomendações para que estas sejam monitoradas”.
Por fim, por ocasião da apresentação do processo de contas de 2014 da UFCG,
ratificou-se a atuação deficiente da CCI, mediante informação do parecer de que “os
resultados dos trabalhos desenvolvidos pela Coordenação de Controle Interno estão
ainda em relatórios preliminares, restando a conclusão dos mesmos a fim de que possam
ser informados ao Magnifico Reitor e consequentemente aos setores auditados.”
##/Fato##
Causa
É provável que estejam ligadas ao comprometimento da independência,
autoridade e responsabilidade da unidade de auditoria interna, em função de
contradições e omissões normativas; e deficiência de recursos para o funcionamento da
unidade de auditoria interna.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
A unidade manifestou-se por meio do Ofício nº 003/2014/CCI/UFCG, de 21 de
novembro de 2014, conforme a seguir transcrito.
Com relação à intempestividade na aprovação e encaminhamento do PAINT
2014:
“8 [...] A CCI/UFCG reconhece a intempestividade pela não entrega do PAINT
de 2014 devidamente aprovado, porém, em virtude da UFCG ter feito a adesão à
EBSERH, empresa criada pelo Governo Federal para administrar os HU’s das IFES,
um grupo de estudantes, professores e servidores contrários à adesão, tem
sistematicamente inviabilizado o funcionamento do Conselho Pleno. Ressalte-se que as
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 134
medidas legais estão sendo pela reitoria no sentido de reestabelecer a normalidade do
Conselho, por meio de ação judicial interdito Proibitório a ser ajuizada pela
Procuradoria Federal.”
Acerca da inexistência de rotina de acompanhamento, pela CCI, da
implementação das recomendações de auditoria por ela emitidas, bem como das
recomendações da CGU e das determinações do TCU:
“5. [...] Não há um monitoramento tempestivo por parte da CCI as suas
recomendações, porém, na segunda quinzena de dezembro e início do exercício
seguinte é feito um levantamento para saber se as mesmas foram atendidas pelos
demandados. [...]
7. [...] Não há um acompanhamento tempestivo por parte da CCI as
recomendações emanadas pela CGU e determinações pelo TCU, porém, na segunda
quinzena de dezembro e início do exercício seguinte é feito um levantamento para saber
se as mesmas foram atendidas pelos demandados.”
No tocante à baixa execução do PAINT 2014, não houve manifestação formal da
unidade. Em entrevista realizada em 4 de dezembro de 2014, o Coordenador de
Controle Interno da UFCG citou apenas a ocorrência da greve ocorrida no primeiro
semestre do exercício como fator que dificultou a realização dos trabalhos planejados.
Na mesma ocasião, o gestor confirmou não haver rotina de acompanhamento, pelo
Conselho Universitário, do andamento ou dos resultados dos trabalhos de auditoria
interna. A esse respeito, informou ainda o que segue, por meio do Ofício nº
005/2014/CCI/UFCG, de 10 de dezembro de 2014.
“Quando da abertura de cada trabalho de auditoria promovido pela
CCI/UFCG, inicialmente, comunicamos e enviamos ao Magnífico Reitor – Presidente
do CONSUNI – através de memorando, contendo em anexo a SA, o início da realização
dos trabalhos bem como, as demandas por informações e documentos necessários para
a realização dos mesmos.
Ainda, quando da conclusão do relatório final, enviamos ao Presidente do
CONSUNI, para que este tome ciência do resultado dos trabalhos e envie aos auditados
para conhecimento e o possível acatamento às recomendações nele dispostas.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Sobre a elaboração, apresentação, aprovação e execução do PAINT, a Instrução
Normativa CGU nº 07, de 29 de dezembro de 2006, que estabelece normas de
elaboração e acompanhamento da execução do Plano Anual de Atividades das
Auditorias Internas das entidades da administração indireta do Poder Executivo Federal,
estabelece o que segue:
“Art. 4º A proposta de PAINT será submetida à análise prévia da CGU ou dos
respectivos órgãos setoriais do Sistema de Controle Interno que fiscalizam a entidade,
até o último dia útil do mês de outubro do exercício anterior ao de sua execução.
Art. 5º As unidades de controle da CGU e os órgãos setoriais restituirão a
proposta de PAINT à entidade no prazo máximo de 20 (vinte) dias úteis a contar do seu
recebimento, com expressa manifestação sobre o cumprimento das normas e
orientações pertinentes, acrescida de observações sobre as atividades programadas e
recomendação, quando for o caso, de inclusão de ações de auditoria interna que não
tenham sido programadas pela entidade, para atendimento a pontos que sejam
relevantes segundo a avaliação do respectivo órgão de controle interno. [...]
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 135
§ 2º O eventual não-atendimento às recomendações que tenham sido
adicionadas deverá ser devidamente justificado pela entidade quando do
encaminhamento do PAINT definitivo ao órgão de controle interno respectivo.
Art. 6º O Conselho de Administração ou instância de atribuição equivalente, ou,
em sua falta, o dirigente máximo da entidade, aprovará o PAINT do exercício seguinte
até o último dia útil do mês de dezembro de cada ano.
Art. 7º O PAINT, devidamente aprovado, será encaminhado ao respectivo órgão
de controle interno até o dia 31 (trinta e um) de janeiro de cada exercício a que se
aplica, juntamente com o Relatório Anual de Atividades de Auditoria Interna do
exercício anterior.
Art. 8º A auditoria interna encaminhará às respectivas unidades de controle
interno, em até 60 (sessenta) dias após sua edição, os relatórios ou documentos
equivalentes das auditorias realizadas.
Art. 9º As unidades de controle interno acompanharão a execução do PAINT
através dos relatórios encaminhados, ocasião em que analisarão o seu conteúdo,
extraindo-se as informações necessárias com vistas à racionalização das ações de
controle.” (Original sem grifo)
Com relação à intempestividade na aprovação e encaminhamento do PAINT
2014, a unidade atribuiu o fato à inviabilização do funcionamento do Colegiado Pleno
do Conselho Universitário por “um grupo de estudantes, professores e servidores
contrários à adesão” da UFCG à EBSERH. Considerando, porém, que o prazo
normativo para o encaminhamento à CGU do PAINT aprovado seria 31/01/2014, e que
a adesão da UFCG à EBSERH ocorreu em 26/03/2014, torna-se difícil aceitar a
justificativa apresentada como único fator que teria ensejado o fato. Ainda,
considerando que, após questionamento da equipe de auditoria da CGU, o documento
foi aprovado “ad referendum” pelo Presidente do CONSUNI, em 13/11/2014, não se
pode deixar de observar que tal providência poderia ter sido tomada há mais tempo, e
não no penúltimo mês do exercício, quando quase todas as ações de auditoria previstas
já deveriam ter sido realizadas. Ademais, como atestam os documentos acostados ao
processo nº 23096.050977/14-87, apenas em 10/11/2014 o documento foi encaminhado
para apreciação e aprovação – repita-se, sem as alterações recomendadas pela CGU em
sua análise prévia (Relatório de Auditoria nº 201315712, de 27/01/2014).
No tocante à baixa execução do PAINT 2014, o Coordenador da CCI citou
apenas a ocorrência da greve ocorrida no primeiro semestre do exercício como fator que
dificultou a realização dos trabalhos. Ressalte-se, novamente, que esta situação tem sido
frequente nos últimos exercícios. A título de exemplo, observe-se o seguinte trecho do
Relatório de Auditoria nº 201315649, de 3 de fevereiro de 2014.
“Em análise ao PAINT-2013 [...] constatamos a não execução de auditorias na
área de Sustentabilidade Ambiental; Convênios, contratos, acordos de cooperação ou
outros; Auxílio Financeiro a Estudantes; Aluguéis de Imóveis; Assistência Médica e
Odontológica aos Servidores e Admissões no sistema SISAC.
Vale salientar a existência de outros trabalhos de auditoria pendentes de
conclusão ou de encaminhamento à CGU-Regional/PB como os referentes à Auditoria
de Processos Licitatórios, Contratos e Cartões de Pagamento.
Conforme manifestação da CCI a inexecução integral das atividades previstas
no PAINT/2013 ocorreu devido à priorização de outras áreas cujas demandas
ocorreram durante o exercício, bem como pela ausência de conhecimento específico
para as análises necessárias em determinadas áreas.
Em síntese, a CCI apresentou as seguintes justificativas para a não realização
integral do PAINT/2013:
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Nº Área/Objeto da Auditoria Justificativa para a não Realização
01 Sustentabilidade Ambiental “Em virtude da complexidade do assunto, a
CCI estará atuando nesta ação a partir de
2014.”
02 Convênios, contratos,
acordos de cooperação ou
outros
“A UFCG não mais se conveniou com
instituições outras.”
03 Auxílio Financeiro a
Estudantes
“A CCI já programando para janeiro de 2014
os trabalhos de auditoria.”
04 Aluguéis de Imóveis “A CCI já fez gestão junto a Prefeitura
Universitária que é o setor que administra os
contratos, para agendar os trabalhos.”
05 Assistência Médica e
Odontológica aos Servidores
“A CCI priorizou a área de pessoal do
HUAC.”
06 Admissões no sistema SISAC “A CCI não tem pessoal treinado nesta área
para atuar.”
[...]”
Note-se que as áreas de atuação previstas no PAINT 2014 em que não houve
atuação da CCI são praticamente as mesmas do exercício de 2013, acrescidas das áreas
“cartões de pagamento” e “prestações de contas no sistema SCDP”. Ainda, para três
delas (“sustentabilidade ambiental”, “auxílio financeiro a estudantes” e “aluguéis dos
imóveis”) a CCI afirmara em janeiro de 2014 que tais trabalhos seriam realizados no
exercício – um deles em janeiro. Quanto à área de instrumentos de transferência de
recursos (convênios e afins), a unidade afirmara que não vinha se utilizando desse tipo
de instrumento – porém manteve esta ação no PAINT 2014, contradição apontada pela
CGU quando da análise da versão preliminar do documento (Relatório de Auditoria nº
201315712, que afirmou: “os trabalhos específicos de auditoria, apesar de focarem
áreas essenciais da UFCG, reproduzem o mesmo planejamento do PAINT 2013”). No
tocante às admissões no Sistema de Apreciação e Registro dos Atos de Admissão e
Concessões (Sisac), apesar de ter afirmado não contar com pessoal capacitado para
desenvolver o trabalho, a previsão de realização da ação foi mantida no PAINT 2014,
mesmo sem a correspondente previsão de ação de capacitação específica nesta área.
No que concerne à inexistência de rotina de acompanhamento, pela CCI, da
implementação das recomendações de auditoria por ela emitidas, bem como das
recomendações da CGU e das determinações do TCU, a manifestação do gestor da CCI
confirma os fatos apontados. Ressalte-se que o PAINT 2014 previa a alocação de 120
homens-hora para “acompanhar o atendimento das determinações do TCU e as
recomendações da CGU e CCI”.
No tocante à inexistência de rotina de acompanhamento, pelo Conselho
Universitário, do andamento ou dos resultados dos trabalhos de auditoria interna, as
manifestações do gestor confirmam os fatos apontados. O citado envio de documentos
relativos à realização e finalização dos trabalhos ao Presidente do CONSUNI não é
suficiente para caracterizar o efetivo acompanhamento das atividades pelo órgão
colegiado máximo da UFCG.
Pelo exposto, verifica-se que a atuação da unidade de auditoria interna da UFCG
tem sido deficiente, caracterizada principalmente pela baixa execução do PAINT e pela
ausência de rotina de acompanhamento da implementação das recomendações da CCI e
da CGU, bem como das determinações do TCU. Considerando a ligação dos fatos com
os relatados nos dois itens anteriores do presente relatório (quais sejam:
comprometimento da independência, autoridade e responsabilidade da unidade de
auditoria interna, em função de contradições e omissões normativas; e deficiência de
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recursos para o funcionamento da unidade de auditoria interna), cabe complementar as
recomendações já emitidas nos citados itens, com medida específica quanto ao
acompanhamento da implementação de providências pela unidade.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Implementar uma rotina de acompanhamento, pela CCI, do
atendimento às recomendações de auditoria por ela emitidas, bem como às
recomendações da CGU e às determinações do TCU, envolvendo a utilização de
ferramenta de controle informatizada.
5.2.2.4 CONSTATAÇÃO
Comprometimento da independência, autoridade e responsabilidade da unidade de
auditoria interna, em função de contradições e omissões normativas.
Fato
Verifica-se que nem o Estatuto da UFCG, aprovado pela Resolução nº 05/2002
do Conselho Universitário (CONSUNI), de 4 de outubro de 2002, nem o Regimento
Geral da Universidade, aprovado pela Resolução nº 04/2004 do CONSUNI, de 16 de
setembro de 2004, fazem qualquer referência a uma unidade de auditoria interna. Já o
Regimento da Reitoria, aprovado pela Resolução nº 06/2005 do CONSUNI, de 16 de
agosto de 2005, cita entre as comissões permanentes que integram a estrutura da
Reitoria a “Comissão de Controle Interno – CCI” (Art. 31, IV), sem que lhe sejam
definidas competências ou atribuições.
Ainda, a Resolução nº 07/2003 do CONSUNI, de 26 de setembro de 2003,
aprova o Regimento Interno da “Coordenação de Controle Interno da UFCG”. O
Regimento, em seu Art. 1º, define a CCI como “órgão técnico de controle” da
Universidade, que “funciona junto ao Conselho Universitário”. Verifica-se, assim,
contradição entre os regimentos da Reitoria e da CCI, tanto no tocante à sua
nomenclatura quanto à sua vinculação.
Adicionalmente, apesar do Regimento Interno da CCI ter sido aprovado pelo
Conselho Universitário, não há determinação regimental expressa nesse sentido.
Também não há previsão normativa acerca de outros atos do CONSUNI relativos às
atividades da unidade de auditoria interna, como aprovação do Plano Anual de
Atividades de Auditoria Interna (PAINT) – e de suas alterações – ou acompanhamento
de sua execução.
##/Fato## No âmbito da UFCG, as políticas e os procedimentos relativos à atividade de
auditoria interna estão normatizados no Regimento Interno da CCI. Comparando as
disposições do normativo com as normas do The Institute of Internal Auditors (IIA),
constatam-se algumas lacunas.
Primeiramente, o Regimento Interno da CCI não define, ao menos nos termos
recomendados pelo IIA, a missão da unidade de auditoria interna. Também não há
disposições sobre a elaboração do PAINT, nem sobre a necessidade de sua aprovação
pelo CONSUNI, tampouco quanto à obrigatoriedade da CCI reportar-se regularmente
àquele conselho acerca do andamento e dos resultados dos trabalhos desenvolvidos,
conforme já comentado.
Ainda, não há delimitação clara no tocante à amplitude dos trabalhos da unidade
de auditoria interna. Ao contrário, alguns dispositivos vão no sentido oposto,
sinalizando a possibilidade de os auditores internos realizarem atividades típicas de
gestão, como a seguir transcrito:
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 138
“Art. 6º Compete ao Coordenador de Controle Interno: [...]
VII – pronunciar-se sobre questões relativas à interpretação de normas,
instruções de procedimentos e sobre qualquer outro assunto, no âmbito de sua
competência ou atribuição; [...]
Art. 7º Compete ao Corpo Técnico: [...]
X – emitir pareceres sobre matéria de natureza contábil, orçamentária,
financeira, patrimonial e operacional que lhes submeterem a exames, para subsidiar
decisão superior;”
##/Fato##
Causa
Estabelecimento do marco regulatório da Auditoria Interna da IFE mediante normas que
apresentam conflito entre si bem como elaboração do Regimento Interno sem
conhecimento das boas práticas recomendadas pelo IIA.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
A unidade manifestou-se por meio do Ofício nº 462/R/GR/UFCG, de 16 de
dezembro de 2014, conforme a seguir transcrito.
“a) A UFCG foi criada mediante o desmembramento da UFPB no ano de 2002;
b) A Resolução nº 06/2005-Regimento da Reitoria, em seu inciso IV do Art. 31,
expressa que a CCI é uma comissão permanente da UFCG;
c) Já a Resolução nº 07/2013 (sic) do CONSUNI que aprovou o Regimento
interno da Coordenação de Controle Interno da UFCG, foi a época, baseada nos
moldes da que havia na UFPB em consonância com o Decreto nº 3.591/2000, que por
lapso, não atentou para o Regimento da Reitoria já devidamente aprovado;
Vale ressaltar, que em virtude da UFCG ter aderido a EBSERH, um grupo de
alunos, professores e servidores técnico administrativos, vem repetidamente durante o
exercício de 2014, provocando balbúrdias nas reuniões do CONSUNI, ocasionando
uma deficiência considerável nas tratativas de modificação dos normativos desta
instituição.
Ademais, mediante as constatações, as recentes modificações introduzidas no
âmbito da gestão pública, com a convergência as normas contábeis internacionais, bem
como as recentes ações almejadas pelos órgãos de controle no que concerne à
Governança Aplicada aos Órgãos e Entidades da Administração Pública, a UFCG irá
adequar os Regimentos da Reitoria e da CCI, aos padrões legais e necessários que o
momento requer.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Em sua manifestação, a unidade confirmou os fatos apontados, e afirmou que
“irá adequar os Regimentos da Reitoria e da CCI”. Afirmou ainda que, quando da
aprovação do Regimento Interno da CCI, “por lapso”, não se teria atentado para o
estabelecido no Regimento da Reitoria, “já devidamente aprovado”; porém, como já
comentado, o Regimento Interno da CCI (Resolução nº 07/2003 do CONSUNI, de
26/09/2003) é anterior ao Regimento da Reitoria (Resolução nº 06/2005 do CONSUNI,
de 16/08/2005).
Um dos quesitos que podem ser utilizados para medir o grau de independência
da unidade de auditoria interna corresponde a seu posicionamento na estrutura
organizacional. A esse respeito, o Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de 2000, que
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 139
dispõe sobre o Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, estabelece, em
seu art. 15, §§ 3º e 4º, o que segue:
“Art. 15. (omissis)
§ 3º A auditoria interna vincula-se ao conselho de administração ou órgão de
atribuições equivalentes.
§ 4º Quando a entidade da Administração Pública Federal indireta não contar
com conselho de administração ou órgão equivalente, a unidade de auditoria interna
será subordinada diretamente ao dirigente máximo da entidade, vedada a delegação a
outra autoridade.”
Sobre o tema, a Instrução Normativa SFC nº 01, de 6 de abril de 2001, que
define diretrizes, princípios, conceitos e aprova normas técnicas para a atuação do
Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, reitera e justifica o
posicionamento retrocitado, afirmando que “essa vinculação tem por objetivo
proporcionar à unidade de auditoria interna um posicionamento suficientemente
elevado de modo a permitir-lhe desincumbir-se de suas responsabilidades com
abrangência e maior independência”.
Além da questão da vinculação (na verdade, decorrente dela), o envolvimento do
conselho de administração (ou órgão equivalente) na definição dos normativos que
regem a atividade da unidade de auditoria interna, bem como no acompanhamento de
sua atuação e desempenho, é fundamental para garantir que tal atividade seja
desempenhada com independência. A esse respeito, convém citar que, conforme as
Normas Internacionais para a Prática Profissional de Auditoria Interna (Normas), do
The Institute of Internal Auditors (IIA), a independência dentro da organização se
alcança de forma efetiva quando o executivo chefe de auditoria se reporta
funcionalmente ao conselho. Alguns exemplos de reporte funcional ao Conselho
implicam que este:
– aprove o estatuto de auditoria interna;
– aprove o planejamento de auditoria;
– receba comunicações do executivo chefe de auditoria sobre o desempenho do
plano de auditoria interna e outros assuntos;
– aprove as decisões referentes à nomeação e exoneração do executivo chefe de
auditoria;
– formule questionamentos adequados à administração e ao executivo chefe de
auditoria para determinar se existem escopos inadequados ou limitações de recursos.
Cabe ressaltar que o Regimento Interno da CCI, em seu Art. 4º, I, estabelece que
“a designação ou exoneração do Coordenador do Controle Interno será submetida pelo
Reitor à aprovação do Conselho Universitário”, em conformidade com o disposto no §
5º do Art. 15 do Decreto nº 3.591/2000 e com o recomendado pelo IIA.
Pelo exposto, verifica-se que a independência da unidade de auditoria interna da
UFCG é desfavorecida, tanto pelas contradições entre os regimentos da Reitoria e da
CCI no tocante à sua vinculação (e mesmo nomenclatura), quanto pela ausência de
determinações regimentais e normativas que estabeleçam o envolvimento direto do
Conselho Universitário na aprovação e acompanhamento das atividades de auditoria
interna.
Ressalte-se que as Normas do IIA têm como propósitos: delinear os princípios
básicos que representam a prática de auditoria interna; fornecer uma estrutura para a
execução e promoção de um amplo espectro de auditoria interna de valor agregado;
estabelecer as bases para a avaliação de desempenho da auditoria interna; e promover a
melhoria dos processos e operações organizacionais.
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 140
As Normas do IIA estabelecem que “o propósito, a autoridade e a
responsabilidade da atividade de auditoria interna devem estar formalmente definidos
em um estatuto de auditoria interna”, e ainda que “o executivo chefe de auditoria deve
estabelecer políticas e procedimentos para orientar a atividade de auditoria interna”.
Dispõem também que o normativo que tratar de tais políticas e procedimentos deve:
– definir a missão, a responsabilidade e a autoridade da unidade de auditoria
interna;
– delimitar a atuação dos trabalhos de auditoria interna, evitando que sejam
desempenhadas tarefas de gestão administrativa, próprias de gestores; e
– estabelecer as normas que devem ser seguidas pelos auditores, evitando
conflitos de interesses e favorecendo a imparcialidade e objetividade dos trabalhos.
Segundo o Internal Audit Capability Model (IA-CM) for the Public Sector, do
IIA, a missão da unidade de auditoria interna é prover, de forma independente e
objetiva, serviços de atestação e consultoria com o intuito de adicionar valor e melhorar
as operações da organização.
Com relação à delimitação de escopo dos trabalhos de auditoria interna, o IIA
estabelece que deve constar de normativo interno que a unidade de auditoria interna
deve ter como objetivo determinar se os controles internos, a gestão de riscos e a
governança da organização estão funcionando adequadamente, de forma a garantir que:
– os riscos são adequadamente identificados e administrados;
– a interação entre os diversos grupos responsáveis pela governança ocorre
quando necessário;
– as informações operacionais, gerenciais e financeiras são acuradas, confiáveis
e tempestivas;
– os atos dos servidores estão em conformidade com políticas, padrões,
procedimentos, leis e regulamentos aplicáveis;
– a interação da organização com terceiros, inclusive fornecedores, está em
conformidade com políticas, padrões, procedimentos, leis e regulamentos aplicáveis;
– os ativos e recursos são adquiridos com economicidade, eficientemente
utilizados e adequadamente protegidos;
– os programas, planos e objetivos organizacionais são atingidos;
– qualidade e melhoria contínua são promovidas no âmbito dos processos de
controle da organização; e
– problemas de conformidade legal dentro da organização são apropriadamente
reconhecidos e tratados.
O IIA trata ainda das responsabilidades do executivo chefe de auditoria. A esse
respeito, cabe ressaltar alguns dispositivos do Regimento Interno da CCI que fortalecem
a atuação do Coordenador da CCI e de seu corpo técnico, em conformidade com o
estabelecido pelo IIA, destacando-se os seguintes:
“Art. 5º Compete à Coordenação de Controle Interno: [...]
VII – analisar e avaliar os controles internos adotados, com vistas a garantir a
eficiência e eficácia dos respectivos controles; [...]
Art. 6º Compete ao Coordenador de Controle Interno: [...]
III – representar a Coordenação de Controle Interno perante o Conselho
Superior e demais Órgãos e Unidades descentralizadas; [...]
V – subsidiar os Conselhos Superiores e o Dirigente máximo, fornecendo
informações que visem auxiliar nas tomadas de decisões; [...]
Art. 7º Compete ao Corpo Técnico: [...]
III – determinar o universo e a extensão dos trabalhos, definindo o alcance dos
procedimentos a serem utilizados, estabelecendo as técnicas apropriadas; [...]
Art. 8º (omissis)
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 141
§2º – Os dirigentes de entidades e unidades ligadas direta ou indiretamente à
Instituição devem proporcionar ao corpo técnico amplas condições para o exercício de
suas funções, permitindo-se livre acesso a informações, dependências e instalações,
bens, títulos, documentos e valores. [...]
Art. 10. As demandas de informações e providências emanadas pela
Coordenação de Controle Interno terão prioridade administrativa na Instituição, e sua
recusa ou atraso importará em representação para os órgãos superiores.
Art. 11. Quando dos trabalhos de campo, em havendo necessidade de
especialista fora da área de atuação do auditor, poderá ser requisitado, pelo
Coordenador do Controle Interno, profissional habilitado para acompanhar os
trabalhos a serem executados.”
Pelo exposto, apesar de existirem pontos de aderência, verifica-se que o
Regimento Interno da CCI não se conforma plenamente aos princípios e normas do IIA,
apresentando lacunas em relação à institucionalização do funcionamento da unidade de
auditoria interna.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Alterar o Regimento da Reitoria de modo a eliminar as contradições
com o Regimento Interno da CCI no tocante à sua nomenclatura e vinculação.
Recomendação 2: Incluir determinações regimentais e normativas que estabeleçam o
envolvimento direto do Conselho Universitário na aprovação e acompanhamento das
atividades da unidade de auditoria interna, em especial no tocante à obrigatoriedade de:
(a) aprovação do Regimento Interno da CCI pelo CONSUNI; (b) aprovação do PAINT
e de suas eventuais alterações pelo CONSUNI; e (c) acompanhamento regular, pelo
CONSUNI, do desempenho da CCI na execução do PAINT, incluindo o andamento e os
resultados dos trabalhos.
Recomendação 3: Alterar o Regimento Interno da CCI de modo a elevar seu grau de
aderência aos princípios e normas do IIA com relação à institucionalização do
funcionamento da unidade de auditoria interna, em especial no tocante a: (a) definição
da missão da unidade de auditoria interna; (b) elaboração do PAINT e sua submissão à
aprovação do CONSUNI; (c) vedação expressa da atuação de auditores internos em
atividades típicas de gestão; e (d) fornecimento de serviços de consultoria à
administração com o intuito de adicionar valor e melhorar as operações da organização,
sem que os auditores assumam responsabilidades de gestão.
5.2.2.5 CONSTATAÇÃO
Deficiência de recursos para o funcionamento da unidade de auditoria interna.
Fato
Foi constatada deficiência de recursos materiais e humanos para o
funcionamento da unidade de auditoria interna da UFCG.
Na porta de entrada da unidade, há uma identificação em que se lê “Comissão de
Controle Interno”, nomenclatura divergente da estabelecida no Regimento Interno da
CCI, qual seja, “Coordenação de Controle Interno”.
As instalações físicas da CCI não são apropriadas para o desenvolvimento de
suas atividades. Trata-se de duas salas contíguas, com área total de 34m2, interligadas
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 142
por uma porta de acesso entre elas – sendo uma delas, de 13m2, ocupada pelo
Coordenador da CCI, e a outra, de 21m2, ocupada pelos demais auditores internos. A
média na sala dos auditores é de 4,2m2 por servidor. Não há sala específica para a
realização de reuniões, ou adequada à utilização por equipes de auditoria externas à
instituição. Além disso, ambas as salas apresentam danos e rachaduras nas paredes e
tetos. Há um buraco no forro de gesso fechado com papel e fita adesiva, para evitar que
por ele passem poeira e sujeira para dentro da sala.
O ambiente é climatizado, dispondo de dois aparelhos de ar condicionado, um
em cada sala. Em um deles, na sala do Coordenador da CCI, verifica-se infiltração de
água na alvenaria. Na mesma sala, observa-se uma instalação lógica inadequada, com
cabos da rede lógica “brotando” de dentro da alvenaria, inexistindo caixa ou duto de
passagem.
Também em relação ao mobiliário verificam-se problemas pontuais, havendo
cadeiras danificadas. As mesas de trabalho dos auditores e demais itens do mobiliário
disponível, como armários e estantes, são adequados ao desenvolvimento dos trabalhos.
Os equipamentos de que dispõe a CCI, de forma geral, são adequados ao
desenvolvimento de suas atividades. O número de computadores de mesa disponíveis
supera o de servidores, e há ainda dois computadores portáteis que podem ser utilizados
nos trabalhos de campo. A CCI dispõe ainda de dois ramais telefônicos, um aparelho de
fax, uma impressora multifuncional (com capacidade de digitalizar documentos), uma
máquina fotográfica digital, um digitalizador portátil, uma fragmentadora de papel e um
bebedouro (tipo “gelágua”). A esse respeito, sente-se falta, na sala dos auditores,
principalmente de uma impressora (a única disponível fica na mesa do Coordenador da
CCI), e também de ao menos mais um ramal telefônico (há apenas um).
Foto – Rachaduras na parede e teto da sala do
Coordenador da CCI. Campina Grande (PB), 4 de
dezembro de 2014.
Foto – Rachaduras na parede e teto da sala dos
auditores da CCI. Campina Grande (PB), 4 de
dezembro de 2014.
Foto – Infiltração de água do ar condicionado na
parede da sala do Coordenador da CCI. Campina
Grande (PB), 4 de dezembro de 2014.
Foto – Buraco no forro de gesso, coberto com
papel e fita adesiva. Campina Grande (PB), 4 de
dezembro de 2014.
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Foto – Instalação lógica inadequada na sala do
Coordenador da CCI. Campina Grande (PB), 4 de
dezembro de 2014.
Foto – Cadeira danificada na sala dos auditores da
CCI. Campina Grande (PB), 4 de dezembro de
2014.
A CCI conta com um quadro de seis servidores, incluindo o seu Coordenador.
Com base no histórico de baixa execução do PAINT nos últimos exercícios, pode-se
considerar este quadro insuficiente.
Ainda, Verifica-se que não há uma política formalizada de capacitação dos
auditores internos. Nos últimos exercícios, têm predominado treinamentos realizados no
âmbito do Fórum Nacional de Auditores Internos (FONAI) e do Programa Capacita, da
CGU.
##/Fato##
Causa
Disfunção estrutural relacionada à falta de priorização de recursos para a
Auditoria Interna e à inexistência de política de capacitação dos auditores internos
ocasionaram as falhas.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Acerca da deficiência de recursos materiais e humanos para o funcionamento da
CCI, unidade manifestou-se por meio do Ofício nº 462/R/GR/UFCG, de 16 de
dezembro de 2014, conforme a seguir transcrito.
“Cabe registrar que a Universidade Federal de Campina Grande em função do
processo de implantação tem deixado algumas unidades com algumas carências em seu
funcionamento, mas sempre motivada a efetuar suas correções.
Neste sentido será efetivada as correções necessárias, garantindo as condições
concretas para atender a estrutura organizacional da Auditoria Interna. A seguir será
descrito medidas adotas e a previsão de concretização. [...]
a) Não temos previsão de construção de novas edificações, no entanto estamos
realizando uma reestruturação e adequação de espaços físicos existentes. Há no bloco
AB, alguns espaços que estamos planejando realizar uma nova estruturação,
concentrando as comissões permanentes, a exemplo da CPPAD já devidamente
instalada. Estimamos que até meados do próximo ano, estaremos também instalando a
CPPD, CPACE, CPA e CCI. No novo espaço, será instalado sistema de refrigeração e
rede lógica.
b) No ano passado e neste ano realizamos processo de licitação na modalidade
Registro de Preços, para atender os órgãos e as unidades vinculadas a nossa
instituição, que tivessem deficiência em seu mobiliário. Nos mencionados, O TCU
suspendeu a licitação e depois determinou o cancelamento do certame. Em 2015,
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 144
voltaremos a abrir novo processo licitatório, visando contemplar todos os setores da
UFCG, inclusive a CCI.
c) Iremos autorizar formalmente a Pró-Reitoria de Administração a instalação
de uma impressora multifuncional a empresa que detém o atual contrato de locação de
máquinas fotocopiadora. Com respeito a linha telefônica, o atual prédio não comporta
expansão de novos ramais. Esperamos contemplar este item, no novo espaço
mencionado.
Todo o processo de instalação do novo ambiente que abrigará a CCI, atendendo
as condições necessárias ao seu bom funcionamento, está prevista para ser concluída
até o final do 1º semestre civil de 2015.”
Especificamente sobre a inexistência de política formalizada de capacitação dos
auditores internos, a unidade manifestou-se por meio do Ofício nº
005/2014/CCI/UFCG, de 10 de dezembro de 2014, conforme segue.
“Não há uma política formal direcionada para os membros da CCI, porém,
existe na UFCG uma Coordenação de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas com o
objetivo de implantar a Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal regida pelo
Decreto nº 5.707/06 e o Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em
Educação estruturado por meio da Lei nº 11.091/05 e regulamentado pelos Decretos
nºs 5.824 e 5.825 de 30 de junho de 2006, que tem como atribuições:
a) Avaliação de Desempenho Funcional;
b) Concessão de Progressão por Mérito Profissional;
c) Avaliação de Estágio Probatório para o pessoal técnico-administrativo;
d) Planejamento, Coordenação e execução do Plano anual de Capacitação
anual nas modalidades presencial e a distância;
e) Análise de processos para concessão de Progressão por Capacitação
Profissional;
f) Análise de processos para concessão de Incentivo à Qualificação;
g) Outras atividades da mesma natureza.
Destarte, a UFCG através das PORTARIAS – em anexo – R/SRH/Nº 1925/2012
Regulamenta o Programa de Capacitação e Desenvolvimento de Talentos dos
servidores integrantes do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em
Educação da Universidade Federal de Campina Grande, e da PORTARIA R/SRH/Nº
1926/2012 Regulamenta a Capacitação de Servidores Técnico-Administrativos da
Universidade Federal de Campina Grande na modalidade à distância.
Além do que, semestralmente a UFCG autoriza que 02 (dois) membros da CCI
participem dos FONAITec realizado pela Associação Nacional dos Servidores
Integrantes das Auditorias Internas do MEC. Excepcionalmente, no segundo semestre
de 2014 a UFCG autorizou que todos os seus membros participassem do 41º
FONAITec, ocorrido na cidade de João Pessoa, no período de 24 a 28 de novembro.
Ademais, a CCI em consonância com a Reitoria incentiva a participação de seus
membros em cursos de capacitação oferecidos pela INTERLEGIS, ENAP, TCU, ESAF,
etc.”
O documento apresenta ainda tabelas com o detalhamento das capacitações de
que participaram os servidores da CCI no exercício de 2014. Trata-se de dez eventos,
totalizando 498 homens-hora.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 145
Sobre os recursos materiais e humanos para o funcionamento da unidade de
auditoria interna, o Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de 2000, que dispõe sobre o
Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, estabelece, em seu art. 14, o
que segue:
“Art. 14. As entidades da Administração Pública Federal indireta deverão
organizar a respectiva unidade de auditoria interna, com o suporte necessário de
recursos humanos e materiais, com o objetivo de fortalecer a gestão e racionalizar as
ações de controle.” (Original sem grifo)
Ainda, as Normas do IIA estabelecem que “o executivo chefe de auditoria deve
assegurar que os recursos de auditoria interna sejam apropriados, suficientes e
eficazmente aplicados para o cumprimento do planejamento aprovado”. E esclarecem
os conceitos associados: “Apropriado refere-se à combinação de conhecimentos,
habilidades e outras competências necessárias para executar o planejamento.
Suficiente refere-se à quantidade de recursos necessários para cumprir o planejamento.
Os recursos são aplicados eficazmente quando são utilizados de forma a otimizar o
cumprimento do planejamento aprovado.”.
Conforme relatado, foi constatada deficiência de recursos materiais e humanos
para o funcionamento da unidade de auditoria interna da UFCG, em termos de
instalações físicas, mobiliário, equipamentos e pessoal.
Em sua manifestação, a unidade confirmou os fatos apontados, e afirmou que
serão efetivadas “as correções necessárias”, com a transferência da CCI para outro
espaço, a ser preparado, até o final do primeiro semestre de 2015. Informou ainda
providências pontuais a serem adotadas em relação ao mobiliário e equipamentos.
Especificamente acerca do tema da capacitação, as Normas do IIA estabelecem o
que segue:
“Os auditores internos devem possuir o conhecimento, as habilidades e outras
competências necessárias ao desempenho de suas responsabilidades individuais. A
atividade de auditoria interna deve possuir, ou obter, coletivamente o conhecimento, as
habilidades e outras competências necessárias ao desempenho de suas
responsabilidades.”
A esse respeito, em sua manifestação, o gestor reconhece que “não há uma
política\ formal direcionada para os membros da CCI”, porém apresenta os normativos
que regem o tema da capacitação, bem como informações sobre a participação de
auditores internos em eventos do gênero, dando a entender que considera a situação
atual satisfatória.
Como já comentado, nos últimos exercícios têm predominado treinamentos
realizados no âmbito do Fórum Nacional de Auditores Internos (FONAI) e do Programa
Capacita, da CGU. Tais ações, porém, não são coordenadas ou orientadas conforme as
necessidades específicas de capacitação dos auditores internos da CCI. Ressalte-se
ainda que o planejamento das ações de capacitação para os auditores, constante da
versão preliminar do PAINT 2015, foi considerado genérico e superficial, conforme
consta do Relatório de Auditoria nº 201411597, desta CGU.
Assim, foi constatado que não há uma política formalizada de capacitação dos
auditores internos da UFCG, o que seria de suma importância para dotar a unidade de
auditoria interna de conhecimentos, habilidades e outras competências necessárias ao
desempenho de suas responsabilidades institucionais. Ressalte-se que isto pode ser feito
de forma integrada à política de capacitação geral da UFCG, contanto que sejam
contempladas as necessidades específicas dos auditores internos.
Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 146
Pelo exposto, verifica-se que a realização dos trabalhos da unidade de auditoria
interna da UFCG é desfavorecida pela deficiência de recursos materiais e humanos.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Dotar a CCI dos recursos materiais e humanos necessários ao
adequado desenvolvimento de suas atividades e desempenho de suas atribuições,
incluindo instalações físicas, mobiliário, equipamentos, pessoal e treinamento.
Recomendação 2: Formalizar uma política de capacitação dos auditores internos da
UFCG.
5.2.2.6 INFORMAÇÃO
Estrutura e atuação da Auditoria Interna - IFE.
Fato
A avaliação da estrutura e da atuação da Auditoria Interna da UFCG está consolidada
nos quadros a seguir:
Quadro I – Estrutura da Unidade da Auditoria Interna da UFCG.
Questões Itens Critérios Evidências
1) Qual a posição da
Audin no organograma
da entidade?
Vinculada ao Conselho
Universitário da UFCG,
conforme Resolução
Consuni nº 7/2003, que
aprovou o Regimento
Interno da Coordenação
de Controle Interno da
UFCG;
Integra a estrutura da
Reitoria, como
Comissão de Controle
Interno – CCI, conforme
Resolução Consuni nº
6/2005, que aprovou o
Regimento da Reitoria.
Quanto à vinculação, a
unidade de auditoria
interna ou o auditor
interno deverão estar
subordinados ao
conselho de
administração ou a
órgão de atribuições
equivalentes. Caso a
entidade não conte
com conselho de
administração ou
órgão equivalente, a
auditoria interna ou o
auditor interno
subordinar-se-ão
diretamente ao
dirigente máximo da
entidade, vedado
delegar a vinculação a
outra autoridade. Essa
vinculação tem por
objetivo proporcionar
à unidade de auditoria
interna um
posicionamento
suficientemente
elevado de modo a
permitir-lhe
desincumbir-se de
suas responsabilidades
com abrangência e
maior independência.
(IN-SFC nº 1/2001,
cap.X, item 8).
Resolução Consuni nº
7/2003;
Resolução Consuni nº
6/2005.
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Questões Itens Critérios Evidências
Os auditores internos
devem se reportar ao
chefe da Audin, que,
por seu turno, deve se
reportar
funcionalmente ao
Conselho Diretor ou
órgão colegiado
(deliberativo)
equivalente e
administrativamente
ao reitor.
2) O Conselho
Deliberativo da IFE:
O Conselho
Deliberativo deve:
2.1) Aprova o
regulamento da Audin?
Sim - Aprovar o
regulamento da Audin;
Resolução Consuni nº
7/2003.
2.2) Aprova o Paint? Não - Aprovar o plano
anual de auditoria
(idealmente baseado
na identificação de
riscos);
Não há previsão
normativa.
2.3) Recebe
comunicações da Audin
sobre o cumprimento do
Paint?
Não - Receber
comunicações do
auditor-chefe a
respeito do
desempenho da Audin
relativamente ao
cumprimento do Paint;
Não há previsão
normativa.
2.4) Aprova as decisões
sobre nomeação e
exoneração do auditor-
chefe?
Sim - Aprovar as decisões
sobre nomeação e
exoneração do auditor-
chefe;
- Inquirir o reitor e o
auditor-chefe a fim de
identificar qualquer
limitação de escopo e
recursos que possam
dificultar o trabalho da
Audin;
Resolução Consuni nº
7/2003.
3) Existe uma política
formalizada no
regulamento/estatuto/
regimento da IFE que:
Existência de política
formalizada para:
3.1) Defina a missão da
Audin?
Não - Definir a missão, a
responsabilidade e a
autoridade da Audin;
- Delimitar a atuação
dos trabalhos da
Audin, evitando que
desempenhe tarefas de
gestão administrativa,
próprias de gestores;
- Estabelecer as
normas que devem ser
seguidas pelos
auditores internos a
fim de evitarem
conflitos de interesses
e favorecer a
imparcialidade e a
objetividade nos
Não há previsão
normativa.
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Questões Itens Critérios Evidências
resultados dos
trabalhos;
3.2) Defina as
responsabilidades do
auditor-chefe perante o
Conselho Deliberativo da
IFE?
Não - // - Não há previsão
normativa.
3.3) Estabeleça que o
auditor-chefe deva
opinar sobre a adequação
e a efetividade dos
controles internos
administrativos da IFE?
Sim - // - Resolução Consuni nº
7/2003, Art. 5º, VII.
3.4) Estabeleça que o
auditor-chefe deva
opinar sobre a gestão de
riscos realizada na IFE?
Não - // - Não há previsão
normativa.
3.5) Estabeleça que o
auditor-chefe deva
informar sobre o
andamento e os
resultados do Paint ao
Conselho Deliberativo e
à alta administração?
Não - // - Não há previsão
normativa.
3.6) Estabeleça que o
auditor-chefe deva
informar sobre a
suficiência dos recursos
financeiros, materiais e
de pessoal destinados à
Audin ao Conselho
Deliberativo e à alta
administração?
Não - // - Não há previsão
normativa.
3.7) Defina que o
auditor-chefe é
responsável pelo
alinhamento da atuação
da Audin com os riscos
identificados na gestão?
Não - // - Não há previsão
normativa.
3.8) Garanta ao auditor-
chefe a autoridade
necessária para
desempenhar suas
atribuições?
Sim - // - Resolução Consuni nº
7/2003, Art. 6º.
3.9) Estabeleça que a
Audin tenha acesso
irrestrito a todos os
documentos, registros,
bens e servidores da
IFE?
Sim - // - Resolução Consuni nº
7/2003, Art. 8º, § 1º e
§ 2º.
3.10) Estabeleça que o
auditor-chefe tenha livre
acesso ao Conselho
Deliberativo ou órgão
colegiado equivalente?
Sim - // - Resolução Consuni nº
7/2003, Art. 6º, III.
3.11) Garanta ao auditor-
chefe a autonomia
necessária para
determinar o escopo dos
trabalhos e aplicar as
técnicas necessárias para
Não - // - Não há previsão
normativa.
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Questões Itens Critérios Evidências
a consecução dos
objetivos da auditoria?
3.12) Determine que a
prestação de serviços de
consultoria à
Administração da IFE
seja realizada quando a
Audin considera-los
apropriados?
Não - // - Não há previsão
normativa.
3.13) Delimite a atuação
dos trabalhos da Audin,
evitando que execute
trabalhos próprios de
gestores?
Não - // - Não há previsão
normativa.
3.14) Minimize os
conflitos de interesses e
favoreçam a
imparcialidade dos
auditores internos?
Não - // - Não há previsão
normativa.
4) Existe uma política
formalizada de
desenvolvimento de
competências para os
auditores internos da
IFE?
Não - Não há previsão
normativa.
5) Quantos auditores
internos compõem a
Audin?
Seis (6) - Paint/2014.
6) As instalações da
Audin na IFE podem ser
consideradas como:
Regulares - Item 5.2.2.5 deste
Relatório de Auditoria.
7) A Audin possui
equipamentos de
informática em
quantidade/qualidade
suficiente para realizar
seu trabalho.
Não - Item 5.2.2.5 deste
Relatório de Auditoria.
8) Tomando-se como
base o número de
trabalhos de auditoria
previstos no Paint, pode-
se considerar que o
número de auditores
internos é:
Insuficiente - Item 5.2.2.5 deste
Relatório de Auditoria.
Quadro II – Atuação da Unidade de Auditoria Interna da UFCG.
Questões Itens Critérios Evidências
9) Qual o grau
aproximado de aderência
das atividades realizadas
pela Audin no exercício
avaliado, constantes do
Raint, com relação às
planejadas.
0% - Elaborar o Paint do
exercício seguinte,
bem como o Raint, a
serem encaminhados
ao órgão ou à unidade
de controle interno a
que estiver
jurisdicionado, para
efeito de integração
das ações de controle,
nos prazos
estabelecidos nesta
Instrução Normativa
de Controle, no
Até o encerramento
dos trabalhos de
campo da auditoria
anual de contas não foi
emitido o Raint/2014.
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Questões Itens Critérios Evidências
capítulo V item 5
incisos I e II (capítulo
X item 13 alínea j da
IN-SFC 01/2001).
- Plano Anual de
Atividades de
Auditoria Interna–
PAINT
c.1) Aderência das
atividades
efetivamente
realizadas pela Audin
no exercício avaliado,
constantes no Raint,
com relação às
planejadas;
c.2)
Existência/aderência
de planejamento das
atividades da Audin às
fragilidades detectadas
na avaliação de riscos
realizada pelo gestor
e/ou pela própria
Auditoria Interna;
10) Quem realiza a
gestão de riscos na IFE?
A Audin - Paint/2015
(preliminar).
11) Caso seja realizada a
atividade de gestão de
riscos, qual o grau
aproximado de aderência
do planejamento das
atividades da Audin em
relação às fragilidades
apontadas na avaliação
de riscos?
100% O PAINT foi
elaborado com base
em metodologia
adequada de avaliação
de riscos,
considerando também
as preocupações
relativas a riscos e
controles levantadas
pela administração, e
foi submetido,
juntamente com
eventuais
subsequentes
modificações, à
reitoria e ao conselho
diretor ou órgão
colegiado
(deliberativo)
equivalente para
revisão e aprovação
Na versão preliminar
do Paint/2015, as áreas
de atuação da unidade
de auditoria interna
foram definidas
levando em
consideração as
características da
UFCG e o
planejamento prévio,
fundamentado na
gestão de riscos, o
qual se embasa nos
resultados dos
trabalhos realizados,
bem como nos da
Controladoria-Geral
da União (CGU) e do
Tribunal de Contas da
União (TCU).
Para a elaboração da
matriz de risco e
mapeamento das
atividades foram
levados em
consideração todos os
programas, ações e
atividades com
créditos orçamentários
no exercício e sua
correlação com as
áreas de atuação
previstas para a
unidade de auditoria
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Questões Itens Critérios Evidências
interna. O
mapeamento foi
detalhado juntamente
com a hierarquização
das atividades,
apresentando os
programas, ações e
atividades, bem como
os classificando
segundo critérios de
materialidade,
relevância e
criticidade, a fim de
mensurar o risco
inerente às atividades
a serem realizadas.
12) O Paint do exercício
avaliado foi submetido
ao Conselho Deliberativo
ou órgão colegiado
equivalente para
aprovação?
Não Periodicamente prover
informação sobre o
andamento e os
resultados do PAINT e
a suficiência dos
recursos destinados à
Audin. Isso inclui
assegurar que recursos
são suficientes em
quantidade e
competência a fim de
que os riscos
identificados no
PAINT sejam atacados
Apenas em 13 de
novembro de 2014,
após questionamento
da equipe de auditoria
da CGU, o Presidente
do Consuni emitiu, ad
referendum, parecer
favorável ao
Paint/2014,
encaminhado para
apreciação em 10 de
novembro de 2014
(fls. 36 e 37 do
processo nº
23096.050977/14-87).
13) As eventuais
modificações ocorridas
durante o exercício no
Paint do exercício
avaliado foram
submetidas ao Conselho
Deliberativo ou órgão
colegiado equivalente
para aprovação?
Não - // - - // -
14) A Audin realiza
atividade de
assessoramento à alta
administração:
- - As atividades
específicas são as
seguintes:
-
14.1) Propondo ações
corretivas para os
desvios gerenciais
identificados?
Não b) Assessorar os
gestores da entidade
no acompanhamento
da execução dos
programas de governo,
visando comprovar o
nível de execução das
metas, o alcance dos
objetivos e a
adequação do
gerenciamento
d) Verificar o
desempenho da gestão
da entidade, visando a
comprovar a
legalidade e a
legitimidade dos atos e
Não há comprovação
documental da
realização de
assessoramento à alta
administração.
14.2) Objetivando
contribuir para a
melhoria da gestão
quanto à economicidade?
Não Não há comprovação
documental da
realização de
assessoramento à alta
administração.
14.3) Objetivando
contribuir para a
melhoria da gestão
quanto à eficiência?
Não Não há comprovação
documental da
realização de
assessoramento à alta
administração.
14.4) Objetivando
contribuir para a
Não Não há comprovação
documental da
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Questões Itens Critérios Evidências
melhoria da gestão
quanto à eficácia?
examinar os resultados
quanto à
economicidade, à
eficácia, eficiência da
gestão orçamentária,
financeira,
patrimonial, de pessoal
e demais sistemas
administrativos
operacionais;
e) Orientar
subsidiariamente os
dirigentes da entidade
quanto aos princípios e
às normas de controle
interno, inclusive
sobre a forma de
prestar contas; (IN-
SFC 1/2001, cap.X,
item 13 b, d, e);
- Assessorar a
administração em
investigações sobre
suspeitas de práticas
fraudulentas dentro da
IFE e notificar a
reitoria e conselho de
administração ou
órgão colegiado
(deliberativo)
equivalente sobre os
resultados do trabalho
- Quando apropriado,
fornecer serviços de
consultoria e
aconselhamento à
administração com o
intuito de agregar
valor e melhorar os
processos de controle,
governança e gestão
de risco, sem que o
auditor interno assuma
responsabilidades de
gestão, tampouco que
seja demandada
opinião da Audin
como condição sine
qua non para o
prosseguimento de
atos administrativos.
realização de
assessoramento à alta
administração.
14.5) Nas ocasiões em
que haja suspeitas de
práticas fraudulentas
dentro da IFE?
Não Não há comprovação
documental da
realização de
assessoramento à alta
administração.
15) A Audin realiza
atividades típicas de
gestão, tais como
elaboração de editais e
minutas de contratos?
Não O auditor-chefe e os
auditores internos não
estão autorizados a:
- Desempenhar
quaisquer atribuições
operacionais e de
gestão para a IFE;
- Iniciar ou aprovar
quaisquer registros
contábeis fora do
Embora haja previsão
na Resolução Consuni
nº 7/2003, Art. 6, VII,
e Art. 7, X, não houve
a emissão de pareceres
para subsidiar decisão
superior.
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Questões Itens Critérios Evidências
âmbito da Audin.
16) A Audin já realizou
trabalhos que
envolvessem a avaliação
dos controles internos
administrativos da IFE?
Não - Oferecer opinião
sobre a adequação e
efetividade dos
controles internos dos
processos de trabalho
da IFE e gestão de
riscos em áreas
abrangidas na sua
missão e escopo de
trabalho;
- Relatar problemas
importantes
relacionados a
controles internos e
gestão
de risco, inclusive a
respeito de melhorias
nesses processos;
Não há relatório de
análise dos controles
internos da UFCG.
##/Fato##
6 GESTÃO PATRIMONIAL
6.1 BENS IMOBILIÁRIOS
6.1.1 UTILIZAÇÃO DE IMOBILIÁRIOS
6.1.1.1 CONSTATAÇÃO
Inadequação dos registros contábeis relacionados ao patrimônio imobiliário da
UFCG.
Fato
Verificou-se que os registros contábeis relacionados à gestão do patrimônio
imobiliário da UJ não representam adequadamente em todos os aspectos relevantes a
posição patrimonial da Entidade.
Sobre esse tema, o Relatório de Gestão, às fls. 125, indica que a UFCG tem sob
sua posse sete imóveis sem registros no Sistema de Gerenciamento dos Imóveis de Uso
Especial da União (SPIUnet).
O citado Relatório esclarece que, no ato de criação da Entidade, o patrimônio
imobiliário dos campi de Campina Grande, Patos, Sousa e Cajazeiras, anteriormente sob
responsabilidade da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), passaram a ser
patrimônio da UFCG, conforme disposição do artigo 8º da Lei n.º 10.419, de 09 de abril
de 2002. Entretanto, a correspondente regularização quanto à titularidade dos imóveis
foi iniciada somente no exercício de 2011, conforme consignado no próprio Relatório
de Gestão.
A UFCG informa ainda que, na seara do programa de expansão da Universidade,
iniciado no exercício de 2006, recebeu imóveis nos municípios de Cuité e Pombal, em
decorrência de doação das edilidades municipais. Entretanto, sem a transferência das
respectivas titularidades dos imóveis.
Dessa forma, é possível identificar a ausência de titularidade dos imóveis como
principal razão para não conformidades relativas aos registros dos imóveis no SPIUnet.
O Relatório de Gestão finalmente registra que foi celebrado Termo de
Cooperação Técnica com a Secretaria Patrimônio da União no Estado da Paraíba
(SPU/PB), em agosto 2013, cujo objeto seria a regularização dos imóveis.
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Assim, a UFCG demonstrou que adotou providências, entretanto, verificou-se
que essas não foram suficientes para promover a conformidade de questões patrimoniais
imobiliárias da Entidade, tendo em vista a existência de imóveis não registrados no
SPIUnet.
A par disso, constatou-se a grande dependência da UFCG em relação ao corpo
técnico da SPU/PB para dar prosseguimento ao processo de regularização de imóveis
sob sua posse, tanto em relação à obtenção da titularidade quanto aos procedimentos
necessários para a estimativa do valor contábil dos imóveis, para posterior inserção nos
sistemas corporativos.
Nesse sentido, reproduz-se manifestação contida no Ofício n.º 180/R/GR/UFCG,
de 20 de maio de 2015:
“(...) a. a Secretaria do Patrimônio da União – SPU vinha realizando avaliação de
imóveis da Instituição com vistas à elaboração do memorial descritivo, imprescindível
para a regularização dos registros cartoriais dos seus bens imóveis;
b. haja vista demissões no quadro de pessoal temporário da SPU, o citado trabalho de
avaliação foi suspenso, estando hoje a Instituição e a SPU em novos contatos, com
vistas a novo Termo de Cooperação Técnica para a conclusão dos trabalhos iniciados;
(...)”
Ao ser instada a apresentar o Termo de Cooperação Técnica então celebrado, a
UFCG encaminhou o documento, datado de 28 de agosto de 2013. A vigência do ajuste
foi estabelecida em doze meses, a contar da assinatura. O Termo previu a possibilidade
de prorrogação, mediante Termos Aditivos, por iguais períodos, até o máximo de 24
meses. Entretanto, não foram apresentados os eventuais aditamentos. Assim, o Termo
de Cooperação em comento teve vigência expirada no mês de agosto/2014 sem que
houvesse a conclusão dos trabalhos.
E, em que pese haver tratativas para celebração de novo Termo de Cooperação
Técnica junto à SPU/PB, o fato é que a UFCG não demonstrou dispor, ao longo do
exercício examinado, de solução eficaz de regularização de seus imóveis.
Além disso, embora existam doze imóveis sob responsabilidade da unidade
cadastrados no SPIUnet, o Relatório de Gestão relaciona somente oito imóveis,
omitindo as informações quanto aos quatro imóveis dispostos no quadro abaixo:
Quadro 1 – Imóveis sob responsabilidade da UFCG cadastrados no SPIUnet e não mencionados no item
8.2 do Relatório de Gestão
UG RIP do Imóvel Regime Valor histórico (R$)
158199 2117 00046.500-5 Uso em serviço público 1.600.182,45
158199 2117 00048.500-6 Comodato 320.000,00
158199 2177 00004.500-0 Uso em serviço público 176.800,00
158301 0522 00001.500-0 Cessão – Adm. Federal Indireta 168.021,38
Fonte: Consulta realizada ao SPIUnet em janeiro/2015, pela CGU-Órgão Central.
De acordo com as informações do SPIUnet, os imóveis listados no quadro 1 não
se tratam de imóveis funcionais e, por esse motivo, deveriam constar no Relatório de
Gestão 2014. Essa omissão demonstra a ausência de coordenação entre as áreas com
atribuições de gerência sobre as informações patrimoniais da Entidade.
Ao lado dos fatos mencionados, reforça a inadequação das informações
contábeis patrimoniais o fato de existir imóvel cadastrado no SPIUnet sob o Registro
Imobiliário Patrimonial (RIP) de n.º 2225007535006 que não constou do ativo
imobilizado da Unidade Gestora (UG) ao qual está vinculado, a saber UG n.º 158198 –
Centro de Ciências Jurídicas e Sociais/UFCG, conforme consulta ao balancete
disponível no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), realizada em 17
de junho de 2015.
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Por conseguinte, não há como afirmar que os registros contábeis relacionados à
gestão do patrimônio imobiliário da UJ representam adequadamente todos os aspectos
relevantes da posição patrimonial da Entidade. ##/Fato##
Causa
Solução adotada mostrou-se insuficiente para promover a regularização dos imóveis sob
responsabilidade da UFCG.
Normatização relativa à gestão do patrimônio imobiliário da UFCG mostrou-se
incompleta.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Sobre esse tema, a Unidade manifestou-se por meio do Ofício n.º
246/R/GR/UFCG, de 02 de julho de 2015. Seguem principais excertos:
“(...)
b. estamos providenciando novo Termo de Cooperação com a Secretaria de Patrimônio
da União - SPU, conforme Of. N° 242/R/GR/UFCG, de 10 de junho de 2015, que segue
no Anexo II;
c. por equivoco, os imóveis apresentados no quadro 1 do anexo da SA
N°.201503668/Gestão patrimonial/01 deixaram de ser informados no Relatório de
Gestão de 2014;
d. caso seja possível, será providenciada a retificação desta informação no Relatório
acima citado ou a inclusão dos referidos imóveis no Relatório de Gestão 2015;
e. em relação ao imóvel cadastrado no Sistema de Gerenciamento dos Imóveis de Uso
Especial da União (SPIUnet), sob o Registro Imobiliário Patrimonial (RJP) de N°.
225007535006, vinculado à UG N°. 158198 (Centro de Ciências Jurídicas e Sociais),
será tomada a providência para que a UG responsável pelo mesmo realize a devida
correção do seu registro;
(...)
g. como forma de diminuir nossa dependência da SPU, pleiteamos (conforme cópia do
Of N° 242/R/GR/UFCG, em anexo, acrescentar ao objeto do novo Termo de
Cooperação Técnica o treinamento de servidores da UFCG, para o desenvolvimento de
habilidades na execução de serviços de avaliação de imobiliária;
(...).”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Por meio da manifestação, a UFCG demonstrou ter iniciado tratativas para
celebração de novo termo de cooperação com a SPU/PB, com vistas à regularização de
imóveis sob sua responsabilidade e, ainda, ao treinamento de servidores de forma a
habilitá-los para realização de avaliação dos imóveis.
Apesar de a manifestação trazer possível solução para o problema, trata-se de
ação de resultados futuros, sem alterações sobre as impropriedades relativa à ausência
de cadastramento de imóveis no SPIUnet durante o exercício sob exame.
Sobre a omissão de informações de patrimônio imobiliário no Relatório de
Gestão e de registros contábeis no ativo imobilizado da Entidade, houve
reconhecimento das falhas e descrição de ações pontuais para seu saneamento.
As não conformidades, como já mencionado, indicam a necessidade de
aprimorar a coordenação de informações contábeis gerenciadas pelas diversas áreas que
detêm responsabilidades sobre os imóveis da Entidade, sem prejuízo da
descentralização prevista em normativo interno.
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A manifestação, portanto, não trouxe elementos que afastassem a impropriedade
da inadequação dos registros contábeis, no tocante ao patrimônio imobiliário da UFCG. ##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Elaborar e cumprir cronograma de regularização dos bens imóveis e
da correspondente avaliação, de forma a possibilitar inserção das respectivas
informações contábeis em sistemas corporativos, como SIAFI e SPIUnet.
Recomendação 2: Sem prejuízo da descentralização da gestão patrimonial estabelecida
por meio da Portaria n.º 109/2011, providenciar maior detalhamento das atribuições no
âmbito da gestão patrimonial da Entidade (manuais, fluxogramas, portarias, etc.)
inclusive quanto ao estabelecimento de instância capaz de coordenar e fornecer, com
completude, informações referente ao patrimônio imobiliário de todos os campi.
6.1.1.2 CONSTATAÇÃO
Fragilidades dos controles internos administrativos relativos à gestão patrimonial
Fato
Conforme o Ofício n.º 168/R/GR/UFCG, de 13 de maio de 2015, o normativo
que normatiza as atividades e procedimentos relacionados à gestão dos bens imóveis no
âmbito da UFCG é a Portaria Gabinete do Reitor, n.º 109, de 24 de agosto de 2011.
Entretanto, o referido normativo apenas institui a descentralização da
responsabilidade dos bens imóveis da UFCG entre as Unidades Gestoras (UG). Seguem
transcrição dos arts. 3º e 6º da Portaria:
“Art. 4º O controle dos Bens Imóveis da UFCG, sob a responsabilidade de cada
Unidade Gestora da UFCG engloba todas as atividades referentes à função de controle
patrimonial quais sejam: aquisição, utilização, guarda e conservação, bem como
cadastramento, atualização, consulta, reavaliação e depreciação no SPIUnet. (...)
Art. 6º As operações inerentes ao controle patrimonial dos Bens Imóveis no âmbito das
Unidades Gestoras da UFCG estão amparadas na legislação federal que rege o
controle patrimonial, na Administração Pública Federal.”
De relevo mencionar que para a boa gestão patrimonial são necessários
procedimentos que envolvem diversas atividades, a exemplo de regularização fundiária
de imóveis, confecção de registros contábeis, avaliação e atualização permanente de
informações acerca de áreas construídas, controle da forma de ocupação dos imóveis,
dentre outros.
Dada a complexidade de procedimentos necessários à boa gestão patrimonial
imobiliária, verifica-se que o normativo apresentado, único a regular a atividade no
âmbito da UFCG, mostra-se insuficiente.
Em outra vertente, constatou-se a ausência de segregação de funções ao verificar
que o servidor responsável pela cobrança e pelo controle de operações imobiliárias no
campus principal da UFCG, onerosas ou não, é o mesmo servidor responsável por
efetuar controles para que os imóveis sejam ocupados apenas por pessoas/entidades
autorizadas. A saber, o servidor de matrícula Siape n.º 0334675-5.
Faz-se necessário esclarecer que não foram fornecidas informações acerca da
estrutura da gestão patrimonial empreendida nas demais UG, prejudicando eventuais
análises sobre a adequação da segregação das funções nas outras unidades gestoras
vinculadas à Universidade.
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Destarte, é possível observar que os controles internos aplicados pela UFCG à
gestão patrimonial mostraram-se insuficientes, tendo em vista as lacunas normativas e a
ausência de segregação de funções de processos.
##/Fato##
Causa
Normatização relativa à gestão do patrimônio imobiliário sob responsabilidade da
UFCG mostrou-se incompleta.
Ausência da segregação de funções de atividades relacionadas à gestão patrimonial.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Não houve manifestação da unidade examinada para esse item. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação
dos fatos, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no
campo „fato‟.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Providenciar melhor detalhamento das atribuições no âmbito da
gestão patrimonial da Entidade (manuais, fluxogramas, portarias, rotinas, etc.).
Recomendação 2: Alterar as competências atualmente distribuídas de forma que sejam
atribuídas a setores/servidores distintos as seguintes atividades: - Inscrição ou exclusão
cadastral e a gestão de informações e documentos sobre os imóveis e regularização dos
imóveis frente aos órgãos competentes (Registro); - Autorização da utilização,
aquisição, oneração ou alienação de imóveis, etc. (Autorização); - Execução de obras e
serviços de engenharia necessários (Execução); - Realização da cobrança e do controle
envolvendo operações imobiliárias (Execução); e - Processo que verifica se os imóveis
sejam ocupados apenas por pessoas autorizadas (Controle).
6.1.1.3 CONSTATAÇÃO
Deficiência na execução de medidas efetivas de inclusão social das pessoas
portadoras de necessidades especiais.
Fato
Apesar de iniciativas e providências setoriais, verificou-se que a UFCG ainda
não dispõe de política de inclusão social às pessoas portadoras de necessidades
especiais, de forma consolidada.
Sobre o assunto, impende mencionar que existe comissão responsável por
apoiar, orientar e acompanhar a política de inclusão de estudantes com necessidades
especiais – a Comissão de Apoio a Estudantes com Necessidades Educacionais
Especiais (CAENEE), instituída em 2013. Entretanto, ainda não há regulamentação
aprovada que disponha, no âmbito da UFCG, sobre o atendimento educacional a
estudantes com necessidades educacionais especiais.
Conforme Ofício n.º 168/R/GR/UFCG, de 13 de maio de 2015, a UFCG vem
realizando diagnóstico de seus campi para adequá-los à legislação sobre normas gerais e
critérios básicos para programação da acessibilidade e:
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- no campus de Sousa foram realizados estudo e elaboração de projeto de adequações
para garantir a acessibilidade de pessoas com deficiência. As obras correspondentes
foram contratadas e encontram-se em execução, por meio do Contrato n.º CCJS/UFCG
n.º 19/2014, no valor de R$ 719.586,04.
- no campus de Campina Grande, as obras de urbanização que estão sendo realizadas
contemplam em seu projeto soluções para garantir a acessibilidade, tais como a
construção de faixas elevadas para travessia de pedestres, a instalação de piso tátil e a
construção de rampas para acesso aos prédios.
- para os demais campi não foram realizados estudos específicos para adequação destes
à legislação para promoção de acessibilidade, embora soluções pontuais já tenham sido
implementadas, a exemplo de construção de rampas e definição de vagas reservadas
para pessoas com mobilidade reduzida.
Em que pese as iniciativas apresentadas pela UFCG, em inspeções realizadas no
campus principal, foi possível observar que parte das estruturas da Universidade
apresentam inadequações relativas aos acessos de pessoas com mobilidade reduzida.
Nessa seara, utilizando-se de amostra não estatística para seleção de blocos e
salas de aula existente na UFCG, verificou-se que dos cinco blocos de sala de aula
inspecionados, predominantemente, as edificações não possuem acesso vertical a
portadores de deficiência. O quadro 1 melhor detalha a situação:
Quadro 1 – Informações sobre acessibilidade de blocos visitados
Bloco Situação do bloco Existe banheiro
adaptado?
Existe via de deslocamento
vertical adaptada?
CA Construção anterior a 2002 Não Não
CB Construção anterior a 2002 Não Não
CD Reformado em 2014 Não Não
CAA Construído em 2011 Sim Sim
BG Construído em 2013 Sim Não
Fonte: Papéis de trabalho da equipe de auditoria
Convém detalhar a situação observada no Bloco BG. Em manifestação obtida
da UFCG, este bloco de três pavimentos foi construído no exercício de 2013 e consiste
em Central de Aulas.
Embora o prédio possua banheiros com cabines adaptadas nos três pavimentos, o
acesso vertical é constituído apenas por escadarias, não tendo sido identificado elevador
ou rampas que permitissem o acesso de pessoas portadoras de deficiência com
mobilidade reduzida a todos os pavimentos.
Ademais, verificou-se que o acesso do bloco ao estacionamento mostra-se
dificultoso às pessoas com mobilidade reduzida, pois não há acesso adaptado nas
proximidades da entrada principal do bloco.
Fotos – Área de acesso ao Bloco BG. Campina Grande/PB, 21/05/2015
Acesso
principal
Escadas
Acesso
principal
Escadas
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As observações vão de encontro ao parágrafo único do art. 11 da Lei n.º
10.098/2000.
Também verificou-se que os corredores de interligação entre os prédios da
Universidade já possuem algum tipo de adaptação, entretanto, com necessidade de
melhorias. Por exemplo, há corredores de acesso que, embora apresentem rampas para
transposição de desníveis, apresentam piso irregular, constituído de placas de pedras
assentadas com argamassa.
Fotos – Corredores de interligação entre blocos. Campina Grande/PB, 21/05/2014
Por sua vez, verificou-se que o sítio eletrônico da Universidade na rede mundial
de computadores não é acessível para o uso das pessoas portadoras de deficiência
visual.
Enfatiza-se que a Entidade informou que há 99 alunos e quarenta servidores
autodeclarados como pessoa portadora de necessidade especial ou com mobilidade
reduzida.
Por todo o exposto e, em que pese avanços pontuais e/ou setoriais, conclui-se
que há deficiência na execução de medidas efetivas de inclusão social das pessoas
portadoras de necessidades especiais, por parte da UFCG. ##/Fato##
Causa
- Ausência de regulamentação para efetivar ações de promoção da inclusão e de
acessibilidade de alunos e servidores portadores de necessidades especiais.
- Execução de obras de construção e de reforma sem a necessária previsão de requisitos
mínimos de acessibilidade ##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação
dos fatos, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no
campo „fato‟.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Providenciar a regulamentação necessária para o início de atividades
de inclusão e de acessibilidade de alunos e servidores portadores de necessidades
especiais.
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Recomendação 2: Incluir, nos documentos norteiam a confecção dos projetos básicos e
termos de referência de construção e reforma, a necessidade de verificar se os requisitos
mínimos de acessibilidade previstos na Lei n.º 10.098/2000 foram contemplados.
Recomendação 3: Dar ciência das alterações aos servidores atuantes nos setores
envolvidos com os procedimentos de aquisição de serviços de construção e reforma das
alterações de procedimento decorrentes da implementação da recomendação anterior.
6.1.1.4 CONSTATAÇÃO
Inexistência de planos de combate a incêndio, aprovado pelo corpo de bombeiros
militar (CBM), para os prédios da UFCG.
Fato
As edificações atualmente existentes na UFCG não possuem Projeto de
Prevenção e Combate a Incêndio – PPCI aprovado pelo Corpo de Bombeiros. Ressalta-
se que a UFCG indicou a existência 287 benfeitorias em seus campi. Dessas, ao menos
81 edificações têm mais de um pavimento.
A Entidade informou que, a partir de 2014, os editais de licitação para
construção ou reforma de edificações passaram a contemplar o Projeto de Prevenção e
Combate a Incêndio (PPCI). Nessa situação, estariam oito contratos de obras, a seguir
enumerados:
Quadro 1 – Obras listadas pela UFCG que teriam a previsão de PPCI
N.º do contrato Objeto
UFCG/CFP n.º 21/2014 Construção de Residência Feminina II do campus
UFCG/PRA n.º 65/2014 Conclusão do Posto Médico do campus de Campina Grande
UFCG/PRA n.º 05/2015 Conclusão do DART
UFCG/CES n.º 12/2014 Conclusão do Prédio do Biotério do campus de Cuité
UFCG/CDSA n.º 11/2014 Construção do Restaurante Universitário do campus de Sumé
UFCG/CSTR n.º 29/2014 Construção do Viveiro Florestal do campus de Patos
UFCG/CSTR n.º 16/2015 Conclusão da Central de Aulas no Hospital Veterinário do campus de
Patos
UFCG/CCTA N.º 27/2014 Construção da Central de Aulas III do campus de Pombal
Fonte: Ofício n.º 168/R/GR/UFCG, de 13/05/2015.
Porém, utilizando-se das informações disponíveis no sítio eletrônico do
Comprasnet – portal de compras do Governo Federal – a previsão de projetos de
prevenção e combate a incêndio nas licitações correspondentes só pôde ser confirmada
em relação a cinco contratos, devidamente sombreados no quadro 1.
Além das observações já realizadas, e por afinidade ao tema, cabe ressaltar a
celebração do contrato n.º 25/2015, que tem por objeto o serviço de recarga e
manutenção de extintores da UFCG.
Diante desse contexto, conclui-se que a UFCG, durante o exercício de 2014 não
contou com elementos suficientes para garantir a segurança contra incêndio no âmbito
da Universidade, em desacordo com a Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) n.º
152019/2005 e Norma Reguladora 23 (NR) – Proteção Contra Incêndio, editada pelo
Ministério do Trabalho e Emprego. ##/Fato##
Causa
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Execução de obras de construção e de reforma sem a necessária previsão de elaboração
de projeto e execução de sistema contra incêndio e pânico.
Omissão do dever de zelar pela segurança da comunidade acadêmica, bem como pelo
patrimônio da UFCG. ##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação
dos fatos, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no
campo „fato‟.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Estabelecer e cumprir cronograma de ações visando a obtenção de
aprovação do corpo de bombeiros quanto aos sistemas contra incêndio e pânico das
edificações da Universidade, a fim de garantir que tenham os elementos de segurança
requeridos pela normatização pertinente.
Recomendação 2: Providenciar maior detalhamento das atribuições no âmbito da gestão
patrimonial da Entidade (manuais, fluxogramas, portarias, etc.), inclusive quanto à
responsabilidade pela obtenção de aprovação pelo corpo de bombeiros do plano de
combate a incêndio e pânico das edificações a serem construídas na Entidade.
6.1.1.5 CONSTATAÇÃO
Impropriedades na gestão das atividades de manutenção predial.
Fato
O setor administrativo da UFCG responsável pela pelas atividades de
manutenção predial é a Coordenação de Manutenção (CM), estruturada no âmbito da
Prefeitura Universitária (PU) que, por seu turno, é subordinada à Reitoria.
Conforme Ofício n.º 205/R/GR/UFCG, as atribuições da Coordenação incluem a
manutenção da infraestrutura física dos campi, o gerenciamento de equipes de
servidores efetivos e colaboradores terceirizados envolvidos na conservação da estrutura
civil da Entidade e de suas instalações elétricas.
A UFCG apontou o Regimento da Reitoria como o documento institucional que
regulamenta as atribuições do órgão responsável pela coordenação das atividades de
manutenção predial. Entretanto, ao examinar o documento, verificou-se que há as
competências gerais da Prefeitura Universitária, dentre as quais consta:
“Art. 26. VI – manter e conservar bens móveis e imóveis da universidade;”
Não foi identificada a existência de normativos específicos para as atividades de
manutenção no âmbito da UFCG que disciplinasse e formalizasse a gestão das
atividades de conservação e manutenção predial, com definições claras de competência,
de fluxos de informações ou de rotinas.
Em prosseguimento, registra-se que para desempenhar suas atividades, a
Coordenação de Manutenção dispõe de treze servidores, distribuídos nos seguintes
cargos:
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Quadro 1 – Distribuição quantitativa de profissionais atuantes na Coordenação de Manutenção por
cargo
Cargo N.º de servidores
Engenheiro Civil 1
Engenheiro Eletricista 1
Bombeiro Hidráulico 1
Pedreiro 2
Pintor 2
Técnico em Móveis e Esquadrias 2
Eletricista 2
Técnico de Laboratório 1
Técnico em Eletricidade 1
Fonte: Ofício n.º 168/R/GR/UFCG, de 13/05/2015.
Não existe contrato específico para manutenção predial na Entidade, tampouco
foram identificadas rotinas administrativas com vistas à realização de manutenção
preventiva das edificações, de forma sistemática.
Outrossim, verificou-se que a UFCG dispõe de serviços de profissionais atuantes
em manutenção, por intermédio de diversos contratos de apoio administrativo,
conforme quadro a seguir:
Quadro 2 – Quantitativo de profissionais de manutenção à disposição da UFCG em dezembro/2014
Campus Categoria profissional N.º profissionais Contrato relacionado
Campina Grande
Auxiliar Eletricista 1
UFCG/PRA 044.2013
Bombeiro Hidráulico 3
Carpinteiro 1
Eletricista 2
Jardineiro 10
Marceneiro 1
Mestre de obras 1
Pedreiro 7
Pintor 3
Técnico em Manutenção 1
Sumé
Bombeiro Hidráulico 1
UFCG/PRA 050.2014
Carpinteiro 1
Encarregado 2
Eletricista 1
Jardineiro 4
Pedreiro 4
Cajazeiras
Carpinteiro 2
UFCG/PRAC 022.2014
Eletricista 4
Jardineiro 4
Pedreiro 3
Técnico em Manutenção 5
Cuité
Bombeiro Hidráulico 1
UFCG/PRAC 003.2014
Eletricista 1
Jardineiro 1
Marceneiro 1
Pedreiro 2
Pintor 2
Pombal
Eletricista 1
UFCG/PRAC 003.2014 Jardineiro 1
Pedreiro 3
Sousa
Carpinteiro 1
UFCG/PRAC 003.2014
Eletricista 2
Jardineiro 1
Pedreiro 3
Técnico em Manutenção 4
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Campus Categoria profissional N.º profissionais Contrato relacionado
Patos
Eletricista 1
UFCG/PRAC 008.2014 Jardineiro 4
Pedreiro 1
Técnico em Manutenção 4
Hospital
Universitário Júlio
Bandeira
Técnico em Manutenção 6 UFCG/PRAC 02.2007
Hospital
Universitário Alcides
Carneiro
Auxiliar Eletricista 1
UFCG/PRAC 02.2007
Auxiliar de Pedreiro 1
Encanador 2
Eletrotécnico 1
Jardineiro 1
Marceneiro 1
Pintor 2
Técnico em Arquitetura 1
Técnico em Construção 1
Total 112
Fonte: Ofício n.º 205/R/GR/UFCG, de 01/06/2015.
Para realização de manutenções pontuais, a UFCG conta com o Sistema de
Ordens de Serviço da Prefeitura Universitária (SOSPU). O sistema, em implantação, foi
desenvolvido pela própria Universidade e, atualmente, é utilizado diretamente por
apenas dois setores: o Centro de Tecnologia e Recursos Naturais e a Administração
Central.
Os demais demandantes entram em contato direto com a CM, que realiza a
abertura da Ordem de Serviço (OS) no SOSPU.
Cada chamado é acompanhado pelo engenheiro responsável pela área – civil ou
elétrica.
Caso haja necessidade de material para realização do serviço, em estrutura de
responsabilidade dos Centros, é encaminhado levantamento deste material ao solicitante
do serviço. Este encaminha requisição do material ao almoxarifado do Centro enquanto
que em estruturas de responsabilidade da Prefeitura Universitária, é encaminhada
requisição de material ao Almoxarifado Central. O serviço segue, sempre que possível,
com tarefas que não dependem de material até o recebimento deste.
Após a realização do serviço, o servidor designado para acompanhamento do
SOSPU atualiza o sistema.
Diante das atribuições de acompanhamento e supervisão de todas as edificações,
e ainda, considerando que no campus principal há, pelo menos 93 edificações, verifica-
se que o quantitativo de engenheiros atuantes na seção de Manutenção mostra-se
deficitário.
Em outra vertente, a fim de avaliar se a Entidade exige em suas licitações para
execução de obras a confecção do Manual de Operação, Uso e Manutenção da
Edificação, de que trata a ABNT NBR 14037, foram selecionados, de forma não
estatística, os seguintes editais de licitações ocorridas em 2014:
Quadro 3 – Editais examinados
Licitação N.º da UG Objeto
TP 01/2014 158197 Construção de Residência Feminina II do campus de
Cajazeiras
TP 03/2014 158195 Conclusão do Posto Médico do campus de Campina
Grande
TP 01/2014 150154 Conclusão do Prédio do Biotério do campus de Cuité
TP 01/2014 158401 Construção do Restaurante Universitário do campus
de Sumé
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TP 02/2014 158199 Construção do Viveiro Florestal do campus de Patos
A partir do exame dos editais e seus anexos disponíveis no sítio eletrônico
Comprasnet, não foi identificada a exigência de confecção, pelas contratadas, do
referido Manual em nenhum deles.
Por fim, menciona-se que a UFCG não garantiu que as certidões de “Habite-se”
fossem expedidas para as edificações de seus campi. Isso porque, ao ser instada a
apresentar tais certidões relativas aos blocos CAA, BG, CD, CW, CA e CB. Conforme
manifestação, disposta no Ofício n.º 205/R/GR/UFCG, de 01 de junho de 2015:
“(...) Ainda em 2003, quando da criação da UFCG, houve uma ação no sentido de
averbar os imóveis recebidos (herdados) do patrimônio da UFPB. Tal intento esbarrou
na obrigatoriedade do recolhimento das obrigações sociais (por parte do INSS), em
função da inexistência também de previsão orçamentária para realização de tal
despesas, haja vista algumas edificações terem sido construídas na década de 50.
Diante dos fatos apresentados, restou apenas a transferência dos terrenos (áreas)
adquiridos pela UFPB para UFCG.
Inexiste, entre os documentos institucionais, a Carta de Habite-se dos Blocos
CAA, BG, CD, CW, CA e CB, tendo em vista que estas obras foram concluídas
anteriormente ao Acordão que passou a exigir este Documento(...)”.
Em que pese a situação diferenciada no tocante às edificações recebidas da
UFPB, verificou-se que a manifestação não afasta a impropriedade apontada, sobretudo
em relação à inexistência de Habite-se também para blocos edificados após a instituição
da UFCG, a saber, os blocos CAA (de 2011) e o bloco BG (de 2013).
Por tudo que foi exposto, a atuação da UFCG no que tange à gestão da
manutenção das edificações não se mostrou adequada durante o exercício avaliado,
tendo em vista que:
- Não dispôs de normatização específica para atividades de manutenção das edificações,
- Apresentou quadro deficitário de servidores para gerência de atividades de
manutenção predial,
- Inexistiram rotinas ou procedimentos sistemáticos de manutenção preventiva das
edificações,
- Não dispôs de sistema plenamente operacional como ferramenta de gerência de
manutenção,
- Inexistência de Habite-se das edificações, mesmo para obras concluídas após a criação
da UFCG. ##/Fato##
Causa
Insuficiência de normativos que disciplinem e formalizem a gestão das atividades de
conservação/manutenção predial. ##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação
dos fatos, a análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no
campo „fato‟.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
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Recomendação 1: Providenciar maior detalhamento das atribuições no âmbito da gestão
patrimonial da Entidade (manuais, fluxogramas, portarias, etc.), inclusive quanto à
previsão de rotinas de manutenção preventiva e corretiva das edificações,
Recomendação 2: Estabelecer e cumprir cronograma de ações para obtenção da certidão
de Habite-se para as construções já edificadas.
Recomendação 3: Incluir, nos documentos que norteiam a confecção dos projetos
básicos e termos de referência de obras, a informação sobre a necessidade de
fornecimento do Manual de Operação, Uso e Manutenção da Edificação, com conteúdos
previstos na ABNT NBR 14037, e da obtenção da certidão de Habite-se pelas
contratadas.
6.1.1.6 INFORMAÇÃO
Informações sobre as condições das salas de aula.
Fato
No intuito de avaliar a infraestrutura disponibilizada aos alunos da UFCG, foram
selecionadas dezoito salas de aula, distribuídas em seis blocos, abaixo discriminados:
Quadro 1 – Blocos e salas constituintes da amostra inspecionada
Bloco Ano Salas
CA Construído antes de 2002 107, 202,204
CB Construído antes de 2002 RE11, RE12, RE14
CD Reformado em 2014 200, 105, 103, 104
CAA Construído em 2011 201, 204, 403,
BG Construído em 2013 03, 04, 102, 103
CW Construído em 2015 Ateliê 03
Fonte: Relação de bens imóveis da UFCG, anexo do Ofício n.º 168/R/GR/UFCG
Em inspeção, realizada conjuntamente com representante da Prefeitura
Universitária no dia 18 de maio de 2015, foram coletadas informações sobre a
infraestrutura ofertada aos alunos da UFCG, detalhadas a seguir.
Relação entre a quantidade máxima de alunos matriculados para cada sala de aula:
Verificou-se que a relação de área por aluno mostra-se reduzida a níveis
considerados desconfortáveis (inferiores a 1,6m2) para as seguintes salas/turmas:
Tabela 1 – Salas com relação m
2/aluno inferiores a 1,6
Sala Disciplina
Nº máx
alunos
matriculados
Área aproximada da
sala (m2) m2/aluno
BG 103 Tecs (Assessoria de
impr em educomunic.) 29 44,24 1,52
CB RE11 Ciências do Ambiente 44 48 1,09
CB RE12 Mecânica dos solos 50 48 0,96
CB RE13 Mecânica dos sólidos 60 48,98 0,81
CD 105 Teoria dos grafos 45 64,8 1,44
CD 103 Introdução à
engenharia química 51 70 1,37
CD 104 Gestão da qualidade 41 28,615 0,69
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Fonte: Papéis de trabalho da equipe de auditoria, Ofício n.º 227/R/GR/UFCG, de 18/06/2015.
Para melhor visualização do desconforto em virtude da área reduzida, segue
imagem da sala CB RE12. Conforme documento fornecido pela UFCG, o horário e data
da inspeção indicam que a turma observada é da disciplina de Mecânica dos Solos, com
cinquenta alunos matriculados.
Foto – Sala CB RE12. Turma da disciplina de Mecânica dos Solos. Campina Grande/PB, em
18/05/2015.
Apesar de não haver legislação que normatize a área mínima por aluno em
ambientes educacionais, da conjugação de melhores práticas estabelecidas por
diferentes instâncias, verifica-se que o dimensionamento das salas de aula ótimo é
inferior 1,6m2/aluno.
Nesse sentido, mencionam-se o Manual de Ambientes Didáticos da
Universidade de São Paulo e a Lei Complementar do estado de Santa Catarina n.º
170/1998, art. 67, VI.
Estado de conservação do ambiente da sala de aula e do mobiliário
Quanto ao quesito conservação do ambiente de sala de aula, verificou-se, de
forma geral, que as salas situadas em blocos construídos anteriormente a 2002
encontram-se mal conservadas. As observações são referentes ao piso, às paredes, às
esquadrias e à pintura.
As fotografias abaixo trazem imagens dos blocos mais antigos:
Foto – Estrutura da sala CA 202. Campina Grande/PB, 18 de maio de 2015
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Foto – Porta da sala CB RE12. Campina
Grande/PB, 18 de maio de 2015 Foto – Parede da sala CB RE14. Campina
Grande/PB, 18 de maio de 2015
As salas situadas nos demais blocos inspecionados, construídas ou reformadas
em exercícios posteriores a 2011, apresentam melhoras sensíveis quanto à conservação
em relação aos blocos CA e CB (de construção anterior a 2002).
No entanto, apresentaram situações pontuais que merecem intervenção de forma
a não haver degradação das edificações. Seguem imagens exemplificativas:
Foto – Lateral da sala CD 105. Campina
Grande/PB, 18 de maio de 2015 Foto – Lateral da sala BG 03. Campina
Grande/PB, 18 de maio de 2015
Frisa-se a existência do Manual de Obras Públicas – Manutenção, disponível no
sítio eletrônico Comprasnet, o qual menciona em seu Anexo 3, item 2:
“Os serviços de conservação e manutenção correspondem às atividades de inspeção,
limpeza e reparos dos componentes e sistemas da edificação e serão executados em
obediência a um Plano ou Programa de Manutenção, baseado em rotinas e
procedimentos periodicamente aplicados nos componentes da edificação.”
Estado de conservação do mobiliário da sala de aula
Embora tenha sido constatada a ocorrência de salas com mobiliário antigo e em
formato que não favorece a ergonomia, verificou-se, de forma geral, que os movéis
(carteiras e mesas) apresentam-se conservados e em bom estado.
Estado de conservação dos dispositivos utilizados para conforto térmico
Não foram verificadas inadequações sobre a disponibilidade dos dispositivos
utilizados para o conforto térmico dos ambientes.
Entretanto, importa ressaltar que as salas dos blocos mais antigos contam apenas
com ventiladores (bloco CA) ou com aparelhos refrigeradores que substituíram
aparelhos mais antigos, sem que houvesse a adequação das instalações anteriores (bloco
CB).
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Foto – Sala CA 107, Campina Grande/PB,
18/05/2015
Foto – Sala CB RE14 Campina Grande/PB,
18/05/2015
Disponibilidade de tomadas e de lâmpadas
Mediante testes realizados com chave de teste, não foram identificadas tomadas
indisponíveis ou em mau funcionamento.
Similarmente, verificou-se que as salas encontravam-se bem iluminadas, com
poucas ocorrências de lâmpadas indisponíveis ou queimadas.
Disponibilidade de projetor multimídia
Verificou-se que, à exceção das salas do bloco CA, todas as salas visitadas
apresentaram projetor multimídia. O funcionamento deles, entretanto, só pôde ser
confirmado para as salas que, no momento da inspeção, estavam sendo usadas (salas
RE11, RE12, RE14 e CD 103).
Disponibilidade de sinal de internet
Verificou-se a indisponibilidade de sinal wi-fi em todas as salas visitadas. Três
dos blocos vistoriados não dispunham de internet e, em outros três, havia
disponibilidade de internet a cabo, porém somente em laboratórios, inexistindo oferta
nas salas de aula comuns.
Quadro 2 – Disponibilidade de sinal de internet
Bloco Situação quanto à disponibilidade
CA Não dispõe
CB A cabo
CD A cabo
CAA A cabo
BG Não dispõe
CW Não dispõe
Apesar de não haver normas regulando todos os aspectos evidenciados no
presente registro, os apontamentos indicam que há espaço para melhorias nas estruturas
disponibilizadas aos alunos, de forma a contribuir com ambiente favorável ao
aprendizado acadêmico. ##/Fato##
6.1.1.7 INFORMAÇÃO
Avaliação, reavaliação e atualização dos valores contábeis dos imóveis sob
responsabilidade da UFCG cadastrados no SPIUnet.
Fato
Inicialmente, faz-se oportuno mencionar que a Portaria STN/SPU n.º 703/2014,
recentemente editada, disciplina procedimentos e requisitos gerais para mensuração,
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atualização, reavaliação e depreciação dos bens imóveis da União, autarquias, e
fundações públicas federais.
Tal normativo, vigente desde dezenove de dezembro de 2014, traz em seu art. 2º
os seguintes conceitos:
Art. 2º Para fins desta Portaria, deverão ser considerados os conceitos estabelecidos no
Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público - MCASP, bem como as seguintes
aplicações específicas destes aos bens imóveis:
IV - atualização: alocação sistemática da variação dos valores da acessão e do terreno,
com base na variação dos valores do CUB e da PVG, respectivamente;
V - reavaliação: alocação de novo valor do imóvel após mensuração inicial, obtido a
partir do valor justo;
XI - valor justo: aquele determinado a partir de laudo de avaliação;”
Já o art. 3º elenca o critério que deve ser adotado para a mensuração e
lançamento de valores contábeis dos imóveis nos sistemas corporativos da SPU:
“Art. 3º Para fins contábeis, os bens imóveis da União, das autarquias e das fundações
públicas federais devem ser mensurados e lançados nos sistemas corporativos da SPU,
com base no valor:
I - justo, na data de sua incorporação, quando se tratar de imóveis adquiridos a título
gratuito, exceto por sucessão de entidade federal extinta;
II - de aquisição, quando se tratar de imóvel adquirido de forma onerosa; ou
III - de reposição depreciada da acessão acrescido do valor do terreno, nas demais
situações, inclusive nas hipóteses de inexistência de evidência para determinação do
valor justo.”
No tocante à atualização e reavaliação, o normativo dispõe:
Art. 4º Para fins contábeis, após mensuração e lançamento nos sistemas corporativos
da SPU, os valores dos bens imóveis de uso especial da União, autarquias e fundações
públicas federais deverão ser:
I - atualizados sistemicamente, a cada ano, na data base de 31 de dezembro,
independentemente da classificação;
II - reavaliados, aqueles nos quais:
a) seja aplicado, a título de benfeitoria, valor percentual igual ou superior ao
estipulado pela SPU;
b) houver alteração de área construída, independentemente do valor investido;
c) seja comprovada a ocorrência de quaisquer sinistros, tais como incêndio,
desmoronamento, desabamento, arruinamento, dentre outros.
E ainda:
“Art. 6º Os bens imóveis já lançados nos sistemas corporativos da SPU na data de
publicação desta Portaria e para os quais se exija a mensuração com base no valor
justo, deverão ser necessariamente reavaliados quando:
I - o último valor cadastrado para o imóvel ou conjunto de utilizações não decorrer de
laudo de avaliação; e
II - a última reavaliação tiver ocorrido em prazo superior a 5 (cinco) anos, contado da
publicação desta portaria.
§1º Os órgãos e entidades terão o prazo de 5 (cinco) anos, contados da publicação
desta Portaria, para cumprimento do disposto no caput em relação aos imóveis sob sua
jurisdição.”
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De posse dessas informações, cabe demonstrar consulta ao SPIUnet realizada em
janeiro/2015 pela CGU-Órgão Central, a qual permitiu verificar a existência de doze
imóveis sob responsabilidade da UFCG. Os imóveis e as respectivas datas de avaliação
seguem listados abaixo:
Quadro 1 – Imóveis de uso especial sob responsabilidade da UFCG
UG RIP do Imóvel RIP da Utilização
Data da Validade da
Avaliação do Imóvel
de Uso Especial
Data da Validade
da Avaliação da
Utilização
150154 2003000015003 2003000025009 30/05/2008 30/05/2008
158195 1981001255001 1981001265007 01/01/2012 01/01/2012
158195 1981001575006 1981001585001 11/11/2014 11/11/2014
158195 1981001595007 1981001605002 11/11/2014 11/11/2014
158197 1913000055004 1913000065000 29/04/2012 29/04/2012
158198 2225007525000 2225007535006 21/05/2014 21/05/2014
158199 2117000465005 2117000475000 20/09/2013 20/09/2013
158199 2117000485006 2117000495001 06/07/2013 06/07/2013
158199 2177000045000 2177000055005 20/09/2013 20/09/2013
158301 2143000195007 2143000205002 27/09/2013 27/09/2013
158301 522000015000 522000035001 18/08/2016 18/08/2016
158401 2227001205000 2227001215006 26/02/2010 26/02/2010
Fonte: FTP CGU/DF
Considerando as disposições vigentes que regem a atualização, avaliação e
reavaliação de imóveis de uso especial, entendeu-se que a UFCG mantém tão somente
um de seus doze imóveis cadastrados no SPIUnet com pendências relativas à
atualização de valores contábeis de bens imóveis durante o exercício de 2014. A saber,
o imóvel de RIP n.º 2003000015003. O quantitativo de imóveis com pendências de
avaliação, então, representa 8,33% do total de imóveis já cadastrados no sistema de
gerenciamento de imóveis de uso especial.
Os demais imóveis foram submetidos à avaliação ou à reavaliação dentro do
intervalo de cinco anos, considerado o início da vigência da Portaria STN/SPU. E,
apesar de seus valores não terem sido submetidos à atualização, entendeu-se que esse é
um procedimento a encargo da SPU, conforme art. 8º, II, a:
“Art. 8º Em relação a presente portaria, compete:
II - à SPU, na qualidade de órgão responsável pela administração do patrimônio
imobiliário da União, assim como pela gestão dos sistemas corporativos de cadastro de
imóveis pertencentes ou utilizados por órgãos e entidades da Administração Pública
Federal:
a) desenvolver e implantar, no prazo de 2 (dois) anos a contar da data de publicação
desta Portaria, as funcionalidades sistêmicas relativas à depreciação e atualização
automáticas dos imóveis da União, autarquias e fundações;”.
##/Fato##
7 GESTÃO OPERACIONAL
7.1 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS
7.1.1 EFETIVIDADE DOS RESULTADOS OPERACIONAIS
7.1.1.1 INFORMAÇÃO
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Informações sobre a Avaliação de Resultados da Gestão: atuação dos docentes em
atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Fato
Durante o exercício de 2014 a CGU-R/PB efetuou ação de controle cujo objetivo
foi a Avaliação dos Resultados da Gestão da UFCG, considerando atuação dos docentes
da UFCG em atividades de ensino, pesquisa e extensão, quanto a elementos de
planejamento, controle, monitoramento e avaliação.
Para tanto, foram selecionados os macroprocessos finalísticos da UFCG,
denominados: “Graduação e Programas de Apoio”; “Pós-Graduação”; “Pesquisa
Científica e Inovação”; e “Extensão de Ações à Comunidade”. Os macroprocessos
foram selecionados por estarem estreitamente relacionados à missão institucional da
unidade, qual seja, “sua inserção no desenvolvimento regional socialmente
comprometido, sem perder de vista o contato com o mundo contemporâneo, em seu
contexto global, preservando fundamentos e princípios como a manutenção do espaço
onde a ética, a coerência e a democracia são os balizamentos para cada atividade de
ensino, de pesquisa e de extensão”.
A partir dos exames, verificou-se que os macroprocessos finalísticos da UFCG,
denominados: “Graduação e Programas de Apoio”; “Pós-Graduação”; “Pesquisa
Científica e Inovação”; e “Extensão de Ações à Comunidade”, apresentam os seguintes
aspectos que contribuem para o alcance da missão da unidade:
a) normatização interna de parâmetros relativos à distribuição de carga horária dos
docentes entre as atividades de ensino, pesquisa e extensão, bem como aos limites
mínimos e máximos de carga horária de aulas;
b) regulamentação interna relativa às atividades de pesquisa e extensão;
c) contratação de professores substitutos dentro dos parâmetros legais.
Por outro lado, verificou-se que os seguintes aspectos constituem obstáculos
para o atingimento da sua missão:
a) falta de controle sobre as atividades desenvolvidas pelo corpo docente;
b) falta de registro e proteção do patrimônio intelectual gerado por meio das atividades
de pesquisa.
Nesse contexto, conclui-se que, para que a unidade cumpra adequadamente a sua
missão institucional, é necessário:
a) formalizar seu planejamento estratégico institucional e de tecnologia da informação;
b) implementar sistemas de informação adequados à gestão integrada das atividades de
ensino, pesquisa e extensão, bem como de recursos humanos;
c) regulamentar o processo de acompanhamento e avaliação das atividades dos docentes
e os critérios para alteração de seus regimes de trabalho;
d) dotar os órgãos responsáveis pelo Programa de Inovação e Transferência de
Tecnologia da UFCG dos recursos necessários ao bom desempenho de suas atribuições.
Além das recomendações listadas, consideradas as mais relevantes, outras foram
emitidas. O inteiro teor das análises e verificações constam do Relatório de Avaliação
dos Resultados da Gestão n.º 201410708. ##/Fato##
Presidência da República - Controladoria-Geral da União - Secretaria Federal de Controle Interno
Certificado: 201503668
Unidade(s) Auditada(s): UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
Ministério Supervisor: MINISTERIO DA EDUCACAO
Município (UF): Campina Grande (PB)
Exercício: 2014
1. Foram examinados os atos de gestão praticados entre 01/01/2014 e 31/12/2014
pelos responsáveis das áreas auditadas, especialmente aqueles listados no artigo 10 da
Instrução Normativa TCU nº 63/2010.
2. Os exames foram efetuados por seleção de itens, conforme escopo do trabalho
informado no Relatório de Auditoria Anual de Contas, em atendimento à legislação federal
aplicável às áreas selecionadas e atividades examinadas, e incluíram os resultados das ações
de controle, realizadas ao longo do exercício objeto de exame, sobre a gestão da unidade
auditada.
3. As seguintes constatações subsidiaram a certificação dos agentes do Rol de
Responsáveis:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE - 201503668
– Realização de processos licitatórios para contratação de serviços sem indicação da
metodologia de quantificação do objeto e sem verificação de disponibilidade orçamentária.
(item 1.1.1.1)
– Planejamento inadequado dos pregões n.ºs 18 e 19/2014 deu origem à restrição da
competitividade dos certames, à execução de contratos com objetos em quantitativos menores
que os contratados e ao tratamento não isonômico entre empresas contratadas. (item 1.1.1.2)
– Contratação de postos de serviço em detrimento da contratação por resultados. Serviços de
limpeza e conservação. (item 1.1.1.3)
– Contratação de postos de serviço em detrimento da contratação por resultados. Outros
serviços. (item 1.1.1.4)
– Ausência de comprovação da necessidade de alocação de postos de portaria, no valor de ao
menos R$ 191.604,68. (item 1.1.1.6)
– Deficiências na fiscalização da execução dos contratos de terceirização oriundos dos
pregões eletrônicos n° 18 e 19, com ocorrência de prejuízo ao Erário e aos terceirizados
contratados. (item 1.1.1.7)
Certificado de Auditoria
Anual de Contas
– Aquisição direta de equipamentos, no valor total de R$ 679.736,59, mediante processo de
dispensa alheio aos requisitos legais e com propostas de preços cujas empresas possuem
vínculos entre si. (item 1.2.1.1)
– Irregularidades nas inexigibilidades para contratação de serviço de telecomunicação. (item
1.3.1.1)
– Realização de processo para aquisição direta de equipamentos, no valor total de R$
519.500,00, cujas irregularidades resultaram em favorecimento do fornecedor na Dispensa de
Licitação nº 18/2014. (item 2.1.1.1)
– Contratação direta de serviços de apoio administrativo mediante registro de informação em
Sistema Corporativo sem amparo documental e formalização de processos destituídos dos
requisitos legais. (item 3.1.1.1)
– Reincidência de indícios de o mesmo servidor estar exercendo outras atividades
concomitantes com o regime de Dedicação Exclusiva, com prejuízo da atividade docente, em
virtude da ausência de mecanismos de prevenção de situações irregulares. (item 4.1.2.1)
– Fragilidades e descontrole acerca da adesão à jornada reduzida. (item 4.2.1.1)
– Inutilização de sistema biométrico de controle de frequência. (item 4.2.1.2)
– Descontrole acerca da frequência dos servidores da universidade e divergências entre as
informações atestadas nas folhas de frequência e a situação fática verificada pela equipe de
auditoria. (item 4.2.1.3)
– Inadequação dos registros contábeis relacionados ao patrimônio imobiliário da UFCG. (item
6.1.1.1)
– Fragilidades dos controles internos administrativos relativos à gestão patrimonial (item
6.1.1.2)
– Deficiência na execução de medidas efetivas de inclusão social das pessoas portadoras de
necessidades especiais. (item 6.1.1.3)
– Inexistência de planos de combate a incêndio, aprovado pelo corpo de bombeiros militar
(CBM), para os prédios da UFCG. (item 6.1.1.4)
– Impropriedades na gestão das atividades de manutenção predial. (item 6.1.1.5)
6. Diante dos exames realizados e da identificação de nexo de causalidade entre
os atos de gestão de cada agente e as constatações mencionadas, proponho que o
encaminhamento das contas dos integrantes do Rol de Responsáveis seja conforme indicado a
seguir:
CPF do agente
público
Cargo ou função Avaliação do
órgão de
Controle Interno
Fundamentação da avaliação do
Controle Interno
***.813.604-** Pró-Reitor de
Administração -
01/01 a 08/09/2014
Irregular Itens 1.1.1.1, 1.1.1.2, 1.1.1.3,
1.1.1.4, 1.1.1.6, 1.1.1.7, 1.2.1.1,
1.3.1.1, 2.1.1.1, 6.1.1.1 e
6.1.1.2 do Relatório de
Auditoria nº 201503668
***.932.954-** Diretora do Irregular Item 3.1.1.1 do Relatório de
Hospital
Universitário
Alcides Carneiro
Auditoria nº 201503668
***.320.964-** Secretário de
Recursos Humanos
Irregular Itens 4.1.2.1, 4.2.1.1, 4.2.1.2 e
4.2.1.3 do Relatório de
Auditoria nº 201503668
***.142.684-** Reitor Irregular Itens 1.1.1.1, 1.1.1.2, 1.1.1.3,
1.1.1.4, 1.1.1.6, 1.2.1.1, 2.1.1.1,
4.1.2.1, 4.2.1.1, 4.2.1.2 e 4.2.1.3
do Relatório de Auditoria nº
201503668
***.317.904-** Prefeito
Universitário
Regular com
Ressalva
Itens 1.1.1.1, 1.1.1.3, 1.1.1.4,
1.1.1.6, 6.1.1.2, 6.1.1.3, 6.1.1.4
e 6.1.1.5 do Relatório de
Auditoria nº 201503668
***.541.004-** Pró-Reitor de
Administração -
09/09/2014 a
31/12/2014
Irregular Itens 1.1.1.6, 1.1.1.7, 1.2.1.1,
1.3.1.1, 2.1.1.1, 6.1.1.1 e 6.1.1.2
do Relatório de Auditoria nº
201503668
***.976.024-** Secretario de
Planejamento e
Orçamento
Regular com
Ressalva
Item 6.1.1.3 do Relatório de
Auditoria nº 201503668
Demais
integrantes do
Rol de
Responsáveis
Regularidade Considerando o escopo do
Relatório de auditoria, não
foram identificadas
irregularidades com
participação determinante
destes agentes.
João Pessoa (PB), 24 de setembro de 2015.
Chefe da Controladoria Regional da União no Estado da Paraíba.