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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO FACULDADE DE COMUNICAÇÃO CURSO DE JORNALISMO ALINE TORRIERI CAMARGO CAROLINA PEREIRA OTERO RODRIGUES MARINA DANTAS GUIMARÃES NATHALIA DE AZEVEDO SALVADO RELATÓRIO DE PESQUISA DO PROJETO “SOS PROFESSOR” SÃO BERNARDO DO CAMPO 2010

Pesquisa - Violência contra professores em São Paulo

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Pesquisa realizada por alunos do 7º semestre de Jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo para coleta de dados para o projeto SOS Professor.

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Page 1: Pesquisa - Violência contra professores em São Paulo

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

FACULDADE DE COMUNICAÇÃO

CURSO DE JORNALISMO

ALINE TORRIERI CAMARGO

CAROLINA PEREIRA OTERO RODRIGUES

MARINA DANTAS GUIMARÃES

NATHALIA DE AZEVEDO SALVADO

RELATÓRIO DE PESQUISA DO PROJETO

“SOS PROFESSOR”

SÃO BERNARDO DO CAMPO

2010

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ALINE TORRIERI CAMARGO

CAROLINA PEREIRA OTERO RODRIGUES

MARINA DANTAS GUIMARÃES

NATHALIA DE AZEVEDO SALVADO

RELATÓRIO DE PESQUISA DO PROJETO

“SOS PROFESSOR”

Relatório da pesquisa realizada para a

elaboração do Trabalho de Conclusão de

Curso para o curso de Jornalismo da

Universidade Metodista de São Paulo,

Faculdade de Comunicação. Disciplina:

Pesquisa de Comunicação, com orientação de

Marli dos Santos.

SÃO BERNARDO DO CAMPO

2010

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 4

1.1 OBJETIVO DA PESQUISA.......................................................................... 5

1.2 O LIVRO....................................................................................................... 6

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS....................................................... 7

2.1 QUESTÕES OBJETIVAS E DISSERTATIVAS........................................... 8

2.2 APLICAÇÃO................................................................................................ 8

3 ANÁLISE........................................................................................................ 10

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 47

4.1 SOBRE A APLICAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS....................................... 47

4.2 SOBRE AS RESPOSTAS........................................................................... 48

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 50

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1 INTRODUÇÃO

Em 2008, a cidade de São Paulo abrigava 5.867 escolas públicas de ensino

pré-escolar, fundamental e médio, segundo o IBGE. Ao todo, eram 81.348

docentes para lidar com os 1.964.639 alunos, matriculados no mesmo ano do

ensino pré-escolar ao médio.

O piso salarial dos professores do ensino básico é de R$ 1.024,67 para 40

horas semanais. Esse valor é resultado de um reajuste de 7,86% que foi

aplicado em 1º de janeiro de 2010 sobre o piso nacional que vigorava até o

momento, de R$ 950.

O salário que esses educadores recebem deveria ser uma recompensa pelo

trabalho de ensinar e passar conhecimento a crianças e adolescentes. Mas,

infelizmente, nem sempre o dia a dia desses professores inclui apenas

momentos de aprendizagem, pois podem se deparar também com situações de

risco. Todos estão sujeitos a enfrentar problemas em sala de aula, como falta

de respeito, desinteresse e agressões físicas e verbais.

A Udemo (Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial do

Estado de São Paulo) realizou em 2008 a pesquisa “Violência nas Escolas”,

com instituições da rede pública estadual. Foram respondidos apenas 683

questionários dos enviados a 5.300 escolas.

Apesar da pouca participação dos educadores, os números merecem

destaque. Os resultados gerais apontam que em 86% das escolas que

participaram da pesquisa houve algum tipo de violência em 2007. E em 70%

dos casos foram registrados Boletins de Ocorrência (B.O.), com média anual

de 2,18 por escola.

Quando a pesquisa é desmembrada por regiões, a Grande São Paulo teve a

maior ocorrência de violência nas escolas em 2007, com 97%, seguida pela

capital (88%), litoral (87%) e interior (82%).

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No item Violência contra Pessoas, o desacato contra os profissionais da

educação foi o mais citado: 88% afirmam que houve na escola desacato contra

professores, funcionários ou direção no ano de 2007. Em sexto lugar ficaram

as ameaças de morte (neste caso envolvendo alunos, professores, funcionários

e direção), citadas em 21% dos questionários.

Antes, em 2001, uma pesquisa realizada pelo Laboratório de Psicologia do

Trabalho, comparou a qualidade do ensino médio e fundamental em escolas

públicas e privadas de todo o Brasil. E os números mostram que os maiores

índices de violência são das escolas públicas.

O registro de atos violentos, graves e não graves, na quarta série da rede

pública, foi de 14,5%. Na rede particular, o índice atingiu apenas 2,4%. Nas

oitava séries a porcentagem é ainda maior nas escolas públicas, cerca de

24,3% contra 2,5 % das particulares. E na terceira série do ensino médio as

escolas públicas registraram 23,1% de ocorrências e as privadas apenas 3,2%.

Mesmo com resultados como esses sendo apontados em pesquisas sobre a

violência nas escolas, a cidade de São Paulo ainda conta com mais de 80 mil

professores. Ao menos uma parcela deles acredita no seu papel de educador e

pretende fazer da escola um ambiente melhor para eles próprios e para as

crianças e adolescentes.

1.1 OBJETIVOS DA PESQUISA

A pesquisa que está sendo analisada neste relatório teve o objetivo principal de

compreender o cenário vivido pelos professores da rede de ensino público de

São Paulo e, assim, aprimorar o projeto do livro “SOS Professor”.

Dessa maneira, os questionários serviram para que as autoras conhecessem

melhor o público que vão abordar no livro e para quem o livro é destinado,

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coletar dados para o projeto e ter noções básicas de como está a violência

contra professores dentro das escolas públicas da capital paulista.

O questionário também ofereceu espaço para que os professores que

quisessem participar do livro como personagens pudessem deixar um contato

às autoras e transformar-se em entrevistados.

1.2 O LIVRO

Diante dessas informações, será elaborado um livro reportagem que pretende

abordar o universo das escolas públicas da cidade de São Paulo através da

realidade vivida pelos professores: o "SOS Professor".

O livro será construído em cima de estudos, análises, histórias e projetos

relacionados às diversas formas de violência sofridas por esses profissionais.

Os personagens serão aqueles que, de alguma forma, conseguiram contornar

o problema, ou os que ainda não descobriram como fazer isso. O objetivo é

abrir os olhos da sociedade para um tema que nem sempre recebe a atenção

que merece.

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2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para compreender o cenário vivido pelos professores da rede de ensino público

de São Paulo, foi desenvolvido um questionário. O método utilizado foi a

amostra não-probabilística por cota, ou seja, foi consultada uma parcela dos

professores de São Paulo. Ana Lucia Romero Novelli explica o conceito em

Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação:

A amostra de uma pesquisa pode ser selecionada de forma probabilística ou

não probabilística. No primeiro caso, todas as pessoas que fazem parte do

universo da pesquisa têm a mesma chance de ser selecionadas para

participar das entrevistas. A amostra é selecionada de maneira aleatória, e as

pessoas concorrem em igualdade de condições (...). A amostra não

probabilística já é selecionada de acordo com critérios de intencionalidade e

conveniência. Embora não possua a mesma representatividade que a

amostra probabilística, muitos surveys utilizam a amostragem não

probabilística (NOVELLI in BARROS e DUARTE, 2005, p. 168)

O questionário desenvolvido possui 27 questões, sendo 19 objetivas e oito

dissertativas. Ele foi repassado a 132 professores de escolas municipais e

estaduais da cidade de São Paulo.

Por meio dele, buscou-se descobrir qual o perfil desses profissionais, quais as

maiores dificuldades enfrentadas por eles, que soluções eles possuem para

enfrentar esses problemas e, para se aproximar do tema central do projeto, se

eles já sofreram algum tipo de violência.

Para realizar uma pesquisa equilibrada, os questionários foram distribuídos em

escolas das zonas Norte (duas), Sul (três), Leste (duas), Oeste (duas) e

Central (duas) da cidade de São Paulo.

Ainda com o mesmo objetivo, as autoras escolheram, em cada região, uma

escola bem colocada no ranking do Idesp (Índice de Desenvolvimento da

Educação do Estado de São Paulo) e uma mal colocada. Com isso, a pesquisa

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pôde verificar a realidade geral do ensino público da cidade, tanto nas

instituições bem reconhecidas quanto nas pouco recomendadas.

No total, foram entrevistados 19 professores de escolas da região Central, 20

docentes de escolas da Zona Leste, 31 da Zona Norte, 21 da Zona Oeste e 41

professores de escolas públicas da Zona Sul.

O número de professores por escola e região variou de acordo com a

quantidade de docentes presentes nas reuniões em que os questionários foram

aplicados.

2.1 QUESTÕES OBJETIVAS E DISSERTATIVAS

As 19 perguntas objetivas do questionário foram colocadas para levantar dados

pontuais do perfil dos professores, como idade, tempo de profissão e disciplina

ministrada; e dados vinculados ao objetivo principal da pesquisa, que é verificar

a incidência da violência contra docentes nas salas de aula.

Nas dissertativas, a intenção foi a de entender quais são as principais

dificuldades enfrentadas durante o dia a dia, que soluções eles executam e

quais acham que deveria existir, além de descobrir até que ponto essa

violência interfere no gosto pela profissão.

2.2 APLICAÇÃO

Durante pouco mais de um mês, os questionários foram passados nas 11

escolas públicas determinadas. A intenção inicial era de as autoras da

pesquisa estarem presentes em todas as instituições, para garantir o

entendimento da proposta pelos professores e reafirmar a importância da

participação dos docentes.

Contudo, nem sempre foi possível estar presente nas escolas, devido a

horários incompatíveis com o trabalho das autoras, por isso, alguns

questionários foram enviados por correio.

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Do total, oito escolas foram visitas pessoalmente pelas autoras e três foram

contadas por telefone, com questionários encaminhados via correio.

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3 ANÁLISE Questão 1 - Idade

Como se pode perceber, a maior parte dos professores entrevistados, cerca de

42,42%, tem entre 41 e 50 anos. São mais velhos e, na maioria das vezes,

possuem mais experiência.

Em segundo lugar vêm os professores com mais de 50 anos, com 29,55%. A

proporção é quase a mesma entre os de 36 a 40 anos, que representam

9,85%, e os que têm entre 31 e 35 anos, cerca de 9,09%. Poucos professores

entre 26 e 40 anos foram entrevistados; eles representam apenas 5,30% do

total. E 1% dos entrevistados não respondeu a questão.

Apenas a minoria dos entrevistados, 3,3%, possui entre 20 e 25 anos. Com

isso, chega-se à conclusão de que dificilmente uma pessoa opta por lecionar

em seus primeiros anos de carreira.

Estes dados são importantes porque, sugerem que a diferença de idade entre

professores e alunos, pode gerar maior conflito entre gerações. Afinal, é muito

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mais difícil, para um professor mais velho, falar a mesma linguagem do jovem e

saber penetrar em seu mundo.

Questão 2 - Qual seu regime de trabalho?

Quase a totalidade dos professores entrevistados estão efetivados; cerca de

85%. Apenas 15% trabalha em regime substituto.

Os professores efetivados tem, normalmente, uma carga horária de aulas

maior, e possuem mais contato no dia a dia com os alunos.

Questão 3 - Em qual escola trabalha?

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A pesquisa buscou entrevistar um número parecido de escolas de cada

macrorregião da cidade de São Paulo. Contudo, como se pode perceber,

obteve-se um número maior de questionários respondidos por professores da

Zona Sul, cerca de 31,06%, e em seguida da Zona Norte, com 23,48%. As

outras três aparecem em proporções muito parecidas, com 14,39% no Centro,

15,81% na Zona Oeste e 15,15% na Zona Leste.

O que acontece é que as escolas da Zona Norte e do Centro foram mais

receptivas à pesquisa. Nas outras regiões o acesso a reuniões de professores,

ou a aplicação deles por meio de coordenadores e diretores, foi mais

complicada.

Não será apresentado um gráfico sobre quantos professores de cada escola

responderam. Isso porque, para que o processo de entrega dos questionários

não fosse barrado pela coordenação nas escolas, o grupo de pesquisa

comprometeu-se a não divulgar nomes - nem de professores, nem de escolas.

Questão 4 - Também leciona em outra escola? Se não, pule para a questão 7

Conforme pode ser observado no gráfico acima, a maior parte dos professores

entrevistados, cerca de 55,3%, não dá aula em outra escola além daquela em

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que respondeu o questionário. 29,55% dos entrevistados também são

professores em outro lugar e 15,15% não responderam a pergunta.

São vários os motivos que podem levar um professor a trabalhar em mais de

um estabelecimento. Um deles é a própria distribuição de aulas do estado ou

do município. O outro é a necessidade de mais uma renda. Há também a

possibilidade de o professor optar por dedicar-se melhor a apenas uma

atividade.

Questão 5 - Se sim, de que tipo?

A maior parte dos entrevistados deixou esta questão em branco, cerca de

65,15%. Este número engloba tanto os que não quiseram responder se a outra

escola em que dão aula é pública ou privada, quanto os que, na questão

anterior, responderam que não dão aula em outro lugar além daquele em que

foi aplicada a pesquisa.

Nota-se que a maior parte dos professores que disse que trabalha em outra

escola, o faz em uma instituição privada; 29,55% do total. E a minoria

respondeu que trabalha em outra pública e em outra privada; apenas 1,52 %.

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A diferença entre os que têm uma escola pública e os que têm uma escola

privada como segunda fonte de renda é de 25,76 pontos percentuais. Como

espera-se que as instituições privadas de ensino fundamental e médio paguem

melhor que as públicas, conclui-se que a maioria dos professores que trabalha

em duas escolas o faz por considerar o salário de uma delas insuficiente.

Isso mostra um outro problema bastante citado pelos professores durante a

pesquisa: o baixo salário.

Questão 6. Qual o nome da escola?

A questão seis do questionário era uma consequência das questões quatro e

cinco, que perguntavam se o professor também ministrava aulas em outras

escolas e se elas eram públicas ou privadas.

Perguntar o nome desse segundo local de trabalho serviu simplesmente para

as autoras se certificarem de que nenhum professor consultado trabalhasse em

mais de uma escola pesquisada, ou seja, queriam evitar dois questionários de

uma mesma pessoa.

Como nenhum docente tinha uma das escolas abordadas como segundo local

de trabalho, não ocorreu nenhum tipo de problema.

As respostas dessa questão não foram colocadas em gráfico por não serem

relevantes para o projeto e porque as autoras se comprometeram a não

divulgar o nome das escolas.

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Questão 7 - Já lecionou em outras escolas? Se não, pule para a questão 9

O gráfico mostra que a maior parte dos entrevistados, 88,64%, não está dando

aulas pela primeira vez, pois responderam que já lecionaram em outras

escolas. Apenas 4,55% nunca deram aula em outro lugar, e 6,82% não

responderam a questão. Isso mostra que, raramente, um professor permanece

por toda sua vida profissional na mesma escola.

Questão 8- De que tipo?

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A maior parte dos entrevistados que já deu aula em outra escola o fez em uma

escola também pública - cerca de 76,52%. A minoria deles deu aula em

escolas públicas no passado, apenas 11,36%. Porém, 20,45% já tiveram

experiências em escolas tanto públicas quanto privadas.

A mudança de escola normalmente acontece porque nem sempre um professor

se adapta ao lugar que escolheu ou teve que escolher ao passar em seu

concurso público. Isso explica porque se encontra uma quantidade muito maior

de professores que já deram aula em outra escola pública antes.

São poucos os entrevistados que trabalharam apenas em escolas privadas

antes de trabalharem no lugar atual. Isso pode ser explicado pelo fato de que

as escolas particulares exigem certo nível de experiência em sala de aula,

enquanto para os concursos públicos de professores basta formação e

conhecimento.

Questão 9 . Qual sua área de atuação?

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Na pesquisa também foram consultadas as disciplinas ministradas pelos

professores. Como diversos docentes ensinam mais do que uma matéria, a

contagem final passou de 100%.

Assim, 25,76% dos professores entrevistados trabalham no Ensino

Fundamental, que vai da primeira a quarta série. A disciplina de Língua

Portuguesa é ministrada por 20,45% dos docentes. Em seguida, praticamente

empatadas, ficam as matérias Matemática e Ciências, exercidas por 12,12% e

12,88% dos professores, respectivamente.

Também foram consultados professores de História (10,61%), Geografia

(9,09%), Artes (9,09%), Educação Física (8,33%), Inglês (6,82%), Biologia

(6,82%), Química (4,55%), Informática (2,27%), Física (2,26%) e

Coordenadores (3,03%).

Alguns docentes ministravam matérias que não apareciam em alternativas e

foram consideradas como “Outros”. São elas Filosofia e Sociologia, que

totalizaram 3,03%.

A disciplina “Música”, alternativa “h” da questão, não era ministrada por

nenhum dos professores consultados. Do total, 1,52% dos docentes não

responderam a questão.

Esses resultados permitem compreender que professores das mais diversas

áreas participaram da pesquisa. Dessa maneira, as realidades apresentadas

englobam todos os setores possíveis da profissão.

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Questão 10. Formação?

Formação

A - 65,15%

B -2 8,03%

C - 4,55%

D - 0,76%

E - 1,52%

A - Graduado

B - Pós-graduado Lato Sensu

C - Pós-graduado Strictu

Sensu

D - Outros

E - Branco

De acordo com a análise dos questionários, verificou-se que a grande maioria

dos professores consultados tem apenas o Ensino Superior completo. Dos 132

docentes, 65,15% declararam ter a graduação.

Em segundo lugar ficou a formação com pós-graduação lato sensu, que atingiu

28,03% dos entrevistados. Programas de especialização e cursos definidos

como MBA (Master Business) fazem parte desse tipo de curso de extensão. A

pós-graduação lato sensu tem duração mínima de 360 horas e, ao concluir, o

aluno recebe um certificado (não é um diploma).

Esse tipo de pós-graduação costuma ser mais curto e mais viável

financeiramente e, por isso, deve ter sido mais escolhida entre as opções de

especialização.

Isso pode ser observado pelo baixo número de professores com pós-

graduação stricto sensu (4,55%). Fazem parte desse tipo de graduação os

programas de mestrado e doutorado. Ao concluir o curso, o aluno obtém um

diploma.

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Na categoria “Outros”, que recebeu 0,76% das respostas, foi inserido o nome

de um curso bastante específico: “Especialização de Voleibol em Cuba”.

Apenas 1,52% dos entrevistados não responderam a questão.

Com os resultados, percebe-se que os professores de Ensino Primário ao

Médio não têm o costume de buscar aprimoramento na área de atuação.

Existem dois motivos que podem levar a essa realidade – o salário dos

professores pode não permitir que cursem uma pós-graduação ou o dia a dia

da profissão pode desmotivar os docentes, tirando-lhes a vontade de se

aprofundar na área.

Questão 11. Há quanto tempo leciona?

A partir das respostas obtidas, nota-se que há certo equilíbrio em relação ao

tempo de formação dos professores das escolas públicas consultadas.

A maior parte dos docentes (18,94%) já tem de 21 a 24 anos de profissão.

Contudo, em segundo lugar, com 17,42%, estão os professores que possuem

de seis a dez anos de trabalho na área. É uma pequena diferença na

porcentagem, mas uma grande diferença em tempo de trabalho, que pode

chegar a 18 anos.

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Com 15,91% das respostas, está quem tem de 16 a 20 anos de carreira. Em

seguida vêm os que possuem até cinco anos de profissão (13,64%).

Praticamente empatadas estão as alternativas “entre 25 e 30 anos”, com

12,88%, e “entre 11 e 15”, com 12,12%.

A opção que menos apareceu foi a de quem já tinha mais de 30 anos de

carreira, por conta da aposentadoria aos 25 anos de profissão. Foram 9,09%

do total de respostas. Isso mostra que nem todos os professores pretendem

passar o resto da vida como docentes, deixando a profissão assim que têm a

possibilidade de se aposentar.

Questão 12 - Cite as três principais dificuldades que possui atualmente em seu

trabalho, colocando-as em ordem crescente de importância.

Esta questão é aberta. Os entrevistados tinham uma linha para escrever cada

item, sem nenhum tipo de sugestão de resposta. Porém, para facilitar a

contagem e a análise dos resultados, as respostas foram agrupadas de acordo

com seu conteúdo, como pode ser verificado a seguir:

Questão12, item A - Primeira principal dificuldade

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Como se pode observar no gráfico acima, a indisciplina dos alunos é

considerada a principal dificuldade de 23,48% dos professores, ou seja, a

maioria deles. Em proporção quase igual está o desinteresse dos alunos,

apontado como principal dificuldade por 21,21% dos entrevistados.

Esses dois problemas refletem um problema complexo e de raízes profundas,

que é o da perda da autoridade dentro da sala de aula. O professor tem

dificuldades em atrair a atenção dos alunos para o conteúdo a ser passado,

que parece desinteressante e longe da realidade deles. E, muito diferente de

escolas encontradas no passado, em que a rigidez mantinha a maior parte dos

alunos com uma postura impecável dentro da sala de aula, hoje o professor

tem sérias dificuldades em controlar o comportamento dos jovens. Isso pode

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ser exemplificado em outras respostas que apareceram nesta pesquisa, como

poderá ser visto mais a frente ao longo deste relatório.

Os outros dois problemas mais mencionados como principais, a desestrutura

escolar ( 6,82% ) e a desestrutura familiar (5%), também são um importante

reflexo do cenário em que se encontra a escola pública de São Paulo.

Dentro de estrutura escolar foram encaixadas respostas que reclamavam do

funcionamento da instituição em que os professores trabalham como um todo,

como desatenção do governo, troca de políticas educacionais quando trocam

as diretrizes políticas governamentais, a má organização administrativa,e até

mesmo a estrutura da legislação, quando relacionada à escola.

A desestrutura familiar envolve uma discussão muito séria a respeito da escola

no Brasil. Em uma instituição em que se espera a presença de todas as

crianças e jovens, é óbvio que se tem a presença de todos os tipos de pessoa,

com histórias de vida e quadros familiares distintos. Assim, a escola absorve

um papel que vai muito além do de fornecer conhecimento ou adequar

comportamentos. Como explica Nancy Cardia:

Quer os educadores estejam ou não conscientes da ampliação de

seu papel, o fato é que direta e indiretamente a escola passou a ter

outras responsabilidades, além daquela de prover os conteúdos

educacionais tradicionais. É na escola que milhares de crianças

aprendem a se relacionar umas com as outras, adquirem valores e

crenças, desenvolvem senso crítico, auto-estima e segurança. Esse

papel tem ainda maior peso quando não há, na comunidade, uma

rede de serviços de proteção social que dê um atendimento

suplementar a essas crianças e jovens, naqueles intervalos entre o

término do período escolar e a volta de seus pais para casa. Nesses

contextos a escola pode ser (e com freqüência é) o único local onde

crianças e jovens têm um contato estruturado com adultos outros que

a família. Esse contato tem um enorme potencial de proteção contra

riscos de problemas de comportamento ou de ampliação dos riscos

(CARDIA, 2006, p. 13)

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O item "n" reúne as respostas únicas, apontadas por cada professor. São

problemas como: baixo rendimento dos alunos; desorganização da escola;

desvalorização da escola na vida dos alunos; excesso de obrigações; falta de

limites dos alunos; falta de tempo; impotência; irresponsabilidade dos alunos;

e até mesmo o interesse eleitoral do governo sobre a escola.

Questão 12, item B - 2ª Principal dificuldade

De acordo com esse gráfico, o desinteresse é o problema mais mencionado

como a segunda principal dificuldade dos professores, com 17,42% das

respostas. Em seguida vem a indisciplina, com 10,61%. São proporções

extremamente parecidas com as do item anterior, assim como a do itens "falta

de incentivo da família", com 12,88%. Assim, chega-se a conclusão de que a

maior parte dos professores realmente considera a indisciplina como maior

dificuldade de seu trabalho e o desinteresse dos alunos como segunda maior.

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A falta de recursos foi mais mencionada como segunda principal dificuldade do

que a desestrutura escolar. Em falta de recursos foram encaixadas respostas

referentes a detalhes que atrapalham de maneira incisiva o funcionamento da

escola, como por exemplo: materiais didáticos inadequados, lousas, carteiras e

salas em más condições, a hierarquia da escola, e etc. São ferramentas a que

muitas vezes não se dá a devida atenção, mas que são essenciais para que o

professor se sinta motivado a trabalhar.

Nessa questão também foram agrupadas em "outros" respostas únicas,

fornecidas por um só professor. São elas: descaso do governo; desestrutura

familiar; alunos desmotivados; desorganização da escola; falta de autonomia

da escola; alunos irresponsáveis; pais de alunos problemáticos e falta de pré-

requisitos (a pessoa que respondeu não disse se dos alunos, dos professores

ou da escola).

É curioso notar que, enquanto a desestrutura familiar dos alunos foi

mencionada por 5% dos professores como o principal problema de seu

trabalho, apenas um professor indicou isso como o segundo principal

problema. Isso significa que, para os que sofrem mais com alunos que tem

uma situação ruim em casa, isso é um problema ainda maior que a indisciplina,

o desinteresse ou a falta de recursos. Provavelmente essa é a situação dos

que trabalham em lugares onde a situação de vida da comunidade é mais

precária.

Apesar de todos os professores terem recebido a orientação de preencher

todas as perguntas do questionário, a maior parte deles - cerca de 19% -

deixou o segundo item da questão 12, o B, em branco. Isso também aconteceu

no item C, como pode ser visto a no próximo gráfico.

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Questão 12, item C - 3ª Principal dificuldade

Nesse gráfico, assim como no anterior, pode-se perceber que a maior parte

dos entrevistados - cerca de 32,58% - deixou o item C da questão 12 em

branco. A maioria dos que responderam indicou apenas uma ou duas

dificuldades em seu trabalho, que foram contabilizadas como A e B,

respectivamente.

Com esse gráfico, percebe-se que o desinteresse dos alunos é lembrado pela

maioria dos entrevistados que indicou a terceira principal dificuldade em seu

trabalho, cerca de 11,36% deles. E os outros três problemas mais lembrados

também são os mesmos colocados nos itens anteriores: Falta de incentivo da

família, com 10,61%. desestrutura familiar, com 9,09% e falta de recursos,

com 6,82%.

É interessante notar que o baixo salário não apareceu como a principal

dificuldade de nenhum dos professores, mas como a segunda principal de

2,27% e a terceira de 4,55%. Isso mostra que a maior parte deles está mais

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26

preocupada com sua atuação e suas condições de trabalho do que com sua

remuneração. Como pode ser visto nas respostas de outras questões, isso

prova que, de forma geral, o docente é um profisisonal extremamente engajado

com a proposta de ensinar e criar cidadãos para o futuro.

A falta de incentivo da família também foi muito mencionada nos três itens da

questão 12, e em outras questões dissertativas também, como se pode

perceber ao longo deste relatório. Percebe-se que o docente sempre espera

que os responsáveis pela criança e do adolescente façam sua parte na

educação, incentivando-os a ir a escola, a estudar e saber a importância disso

para seu futuro. A impressão que se tem é a de que o docente sente que a

escola não representa, para eles, a importância que deveria representar.

Nesse item da questão 12, também foram agrupados as respostas únicas,

fornecidas por apenas um entrevistado cada. São elas: assiduidade dos

alunos, descaso do governo, desprestígio, excesso de alunos por sala, falta de

limites dos alunos, falta de rede de apoio fora da escola, impunidade aos

alunos, a mídia que interfere na escola e o projeto vida, sobre o qual não foram

encontradas informações.

Questão 13. Você gosta da sua profissão?

Os resultados obtidos por meio dessa questão foram surpreendentes para as

autoras da pesquisa. Dos 132 professores consultados, 92,42% declararam

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gostar da profissão. Apenas 0,76% afirmaram que não gostam da área e 6,06%

oscilam em relação a isso e responderam “Às vezes”. Do total, 0,76% não

responderam a questão.

Isso mostra que, mesmo com todas as dificuldades do cotidiano, os

professores ainda têm amor à profissão que escolheram. O que foi relevante

para a pesquisa é que as autoras esperavam um maior número de respostas

“Às vezes”, pois se pensava que os conflitos pudessem alterar o gosto pela

profissão.

Já o número de negativas fugiu pouco do esperado, afinal, seria difícil continuar

trabalhando em uma profissão não desejada.

Questão 14. Por quê?

A questão de número catorze do questionário era ligada à treze, que

perguntava se o professor gosta da profissão e indicava três opções de

resposta – sim, não ou talvez.

Como as razões fornecidas pelos docentes foram feitas de acordo com as

diferentes possibilidades de resposta da questão anterior, foram feitos gráficos

diferentes, que ajudam a analisar os resultados.

As respostas relativas a “talvez” foram inseridas nos gráficos dos motivos

relacionados às respostas “sim” ou “não”, de acordo com o significado. Não foi

feito um gráfico para os motivos dessas respostas, pois os professores

acabaram pendendo para apenas um lado no momento de dissertar a respeito.

As respostas dos professores foram dissertativas, ou seja, não foram

fornecidas alternativas. Os próprios docentes escreveram o que desejaram,

sem nenhum tipo de delimitação. Para tabular as respostas, as autoras as

dividiram em categorias, de acordo com a semelhança e significado.

Page 28: Pesquisa - Violência contra professores em São Paulo

28

Um dos maiores motivos apontados pelos professores para gostar da profissão

foi o fato de eles terem a capacidade de formar cidadãos. Com 44,07%, essa

resposta mostra que o prazer de instruir um jovem é uma das maiores

recompensas desse trabalho. Foram incluídos nesse item respostas como

"Porque apesar das dificuldades existentes é gratificante contribuir para a

construção do conhecimento de outras pessoas" e "O que me fascina é a

possibilidade de transformar o ser humano, de atuar de forma tão importante

na vida do indivíduo."

Em segundo lugar na lista de razões para gostar da profissão, com 21,19%,

está o sentimento de gratificação. Isso significa que os docentes sentem-se

satisfeitos e realizados com o trabalho exercido, em diversos aspectos.

"Quando consigo dar aula sem o desgaste da falta de respeito e indisciplina me

sinto realizada", foi uma das respostas que estão incluídas nesse item. Outra

respondeu: "Sou feliz lecionando e plenamente realizada, do contrário, não

estaria há mais de 35 anos na rede pública."

Quase empatado ficou o motivo de gosto pela área, que totalizou 20,34% das

respostas. Os professores gostam da profissão pois têm interesse pelo ensino

e pela instituição escolar.

Page 29: Pesquisa - Violência contra professores em São Paulo

29

Bem mais abaixo das últimas respostas está a razão “desafio”, com 3,39%.

Isso significa que os docentes têm gosto pela profissão por ela ser desafiadora,

por provocar uma vontade de superar os obstáculos do dia a dia. Com a

mesma porcentagem (3,39%), ficou a resposta “realização compensa

decepção”, que já é bastante clara. Os lados positivos da profissão superam os

negativos e esse é o motivo, considerando esse número de professores, para

gostar da profissão.

Há alguns docentes que gostam da profissão por ela ser a opção de vida deles.

Esse número foi de 2,54%. Com a mesma porcentagem ficou o gosto pela

disciplina, que significa que o gosto por determinada matéria (português,

matemática, etc) faz a profissão ser aprovada.

Com 1,69% das ocorrências, ficou o motivo da formação pessoal. Esse número

de docentes gosta da profissão pois sente que cresce e se instrui por meio

dela. Por último, com 0,85%, ficou a resposta “ambiente agradável”.

Com os resultados, é possível analisar que o objetivo principal da carreira de

um professor, que é o de formar pessoas, faz com que a profissão seja

valorizada por quem a pratica.

Page 30: Pesquisa - Violência contra professores em São Paulo

30

O fato dos alunos serem desinteressados a ponto de atrapalhar o andamento

da aula é o maior motivo para os professores não gostarem da profissão, com

25% das ocorrências. "O que fazemos é administrar a bagunça", respondeu um

dos entrevistados nessa questão.

Todos os outros motivos apontados pelos docentes ficaram empatados, com

12,5%. São eles: “baixo salário”, “cansativo”, “decepção em relação à

profissão”, “indisciplina” e “ilusão passado”.

Assim é possível observar que tanto o comportamento dos alunos quanto à

situação do ensino público em geral desmotivam os professores e fazem os

profissionais perderem o gosto pela área em que trabalham.

A indisciplina e o cansaço podem ser relacionados ao problema

comportamental dos alunos. O baixo salário, a decepção em relação à

profissão e a ilusão em relação ao que já foi o ambiente escolar em outras

épocas está ligado à situação atual do ensino brasileiro.

Do total dos professores abordados, 89% responderam a questão de número

catorze. Já 11% deixaram a questão em branco.

Page 31: Pesquisa - Violência contra professores em São Paulo

31

Questão 15. Se pudesse escolher novamente, ainda seria um professor?

Boa parte dos professores entrevistados escolheria a profissão novamente se

pudessem escolher. Foram 73,48% docentes que reafirmaram o gosto pela

profissão mesmo diante das dificuldades enfrentadas.

Contudo, 23,48% não seriam professores novamente. Essa parcela está

descontente com diversas facetas da profissão, como salário, comportamento

estudantil e institucional e, por isso, preferiria trabalhar em outro ramo. Do total,

3,03% não responderam a questão.

Questão 16. Por quê?

A questão de número dezesseis do questionário era ligada à quinze, que

perguntava se o professor escolheria a mesma profissão novamente, se

pudesse optar. Era possível responder “sim” ou “não”.

Como as razões fornecidas pelos docentes foram feitas de acordo com as

diferentes possibilidades de resposta da questão anterior, foram feitos gráficos

diferentes, que ajudam a analisar os resultados.

As respostas dos professores foram dissertativas, ou seja, não foram

fornecidas alternativas. Os próprios docentes escreveram o que desejaram,

Page 32: Pesquisa - Violência contra professores em São Paulo

32

sem nenhum tipo de delimitação. Para tabular as respostas, as autoras as

dividiram em categorias, de acordo com a semelhança e significado.

Praticamente empatados, os dois maiores motivos declarados pelo professores

para escolher a mesma profissão, caso pudessem optar, são o gosto pela área

(32,93%) e o sentimento de gratificação (30,49%).

Em sentimento de gratificação, uma das respostas mais interessantes obtidas

foi essa: "Foi essa escolha que já fiz, pois aposentei em 1990 e voltei a lecionar

e já sinto tristeza em saber que não mais terei contato com essas crianças que

me fazem sentir viva. "

Em terceiro lugar, com 15,85% das ocorrências, está o fato de as realizações

compensarem as decepções. Em seguida, com 8,54%, ficou a importância de

formar cidadãos e, logo abaixo, com 6,10%, o fato de a carreira ser

desafiadora.

A carreira de professor ser a única opção de vida para alguns docentes foi

escolhida como motivo por 2,44%. A resposta que melhor exemplifica isso é a

"Por que é que eu melhor que sei fazer".

Page 33: Pesquisa - Violência contra professores em São Paulo

33

Algumas respostas apareceram apenas uma vez nos questionários. Elas foram

classificadas como “outros” para facilitar a visualização e entendimento do

gráfico, e ficaram com 3,66%.

Fazem parte dessa categoria as seguintes respostas: ambiente bom,

flexibilidade e necessidade intelectual.

Com os resultados, percebe-se que o que faz os professores da rede de ensino

público persistirem na profissão é o fato de o lado positivo prevalecer sobre o

negativo. O gosto pela instituição escolar, a realização pessoal e os casos de

sucesso encontrados em sala de aula permitem uma esperança por conta dos

docentes.

De acordo com a questão de número quinze do questionário, 23,48% dos

professores não escolheriam a mesma profissão novamente se pudessem

optar. O motivo mais recorrente apontado pelos docentes para isso é o fato de

a profissão estar desvalorizada (30,6%).

Uma das respostas mais interessantes que exemplificam isso é: "Apesar de

gostar da minha profissão e fazê-la com amor, gostaria de ter uma ocupação

mais rentável e reconhecida, valorizada pela sociedade. Infelizmente o

professor não é."

Page 34: Pesquisa - Violência contra professores em São Paulo

34

Os entrevistados não sentem que a carreira de professor é vista com o respeito

e a valorização que deveria ter e, por conhecerem a real situação de um

docente, não escolheriam novamente essa profissão.

O segundo motivo, com 22,22% das ocorrências, é o baixo salário. Além de

enfrentarem diversas dificuldades durante o dia e de a profissão não ser

valorizada pela sociedade, eles também não são recompensados pelo trabalho

da maneira que gostariam.

Já 19,44% dos docentes estão descontentes com a baixa qualidade de ensino.

Eles não acreditam que a instituição possa oferecer estrutura para uma boa

formação de alunos e, por isso, não seriam professores novamente.

Mais abaixo, com 5,56%, está o estresse. O desgaste causado pelos

problemas de dentro da escola impacta os professores de tal maneira que faz

com que eles desistam da profissão com que um dia sonharam.

Algumas respostas apareceram apenas uma vez nos questionários. Elas foram

classificadas como “outros” para facilitar a visualização e entendimento do

gráfico, e ficaram com 22,22%.

Fazem parte dessa categoria as seguintes respostas: ilusão proveniente da

faculdade, falta de limites, governo, falta de incentivo, decepções maiores que

realizações, desgaste emocional, desejo de trabalhar com arte, interesse

eleitoral que atrapalha a escola.

Page 35: Pesquisa - Violência contra professores em São Paulo

35

Do total de respostas da questão de número dezesseis, foram respondidas

82,57%. Mas 17,42% dos docentes deixaram a resposta em branco, não se

sabe se por receio ou por falta de comprometimento com a pesquisa realizada.

Questão 17. Como você considera sua relação com os alunos?

Do total dos professores consultados, 48,48% consideram ter uma boa relação

com os alunos. Em segundo lugar, com 34,85%, ficou a alternativa que define a

relação como muito boa. O relacionamento foi considerado regular por 14,39%

Page 36: Pesquisa - Violência contra professores em São Paulo

36

dos professores e nenhum deles respondeu que a relação era ruim ou

péssima.

Três leituras podem ser feitas a partir desse resultado. A relação entre

professor-aluno realmente pode ser boa ou muito boa na maior parte dos casos

consultados ou os docentes talvez tenham uma noção equivocada do que é

uma relação saudável, devido à banalização da violência e à frequente falta de

respeito. A terceira hipótese é de que alguns professores não conseguem

admitir que não possuem uma boa relação com os estudantes.

Do total, 2,27% dos professores não responderam a questão, não se sabe se

por receio ou por falta de comprometimento com a pesquisa realizada.

Questão 18. Já sofreu violência por parte dos alunos, mesmo que de forma

não-física?

A maior parte dos professores consultados na pesquisa declararam já ter

sofrido violência por parte dos alunos. Foram 68,94% dos docentes que

admitiram o fato.

Já 28,79% dos professores disseram nunca ter sofrido violência na escola.

Esse número parece muito alto para as autoras da pesquisa e isso deve

Page 37: Pesquisa - Violência contra professores em São Paulo

37

acontecer devido ao não esclarecimento de algumas pessoas em relação à

definição de violência, que também inclui a falta de respeito. É muito raro

conhecer docentes que nunca tenham sofrido com falta de atenção extremada

ou com falta de respeito em sala de aula.

Do total, 2,27% dos professores não responderam a questão, não se sabe se

por receio ou por falta de comprometimento com a pesquisa realizada.

Questão 19 – Se sim, de que tipo?

Ao contrário do que muitos podem pensar, há várias atitudes que podem ser

consideradas atos violentos. A falta de atenção que impossibilita o andamento

da aula é a forma de violência que mais atinge os professores, abrangendo

50% das respostas.

Os alunos não veem mais a escola como um local de aprendizado e pretendem

fazer o que bem querem nesse ambiente. A falta de autoridade dos

professores, que já não dão conta de lidar com as crianças e adolescentes de

hoje, impedem que as aulas tenham o encaminhamento adequado.

Page 38: Pesquisa - Violência contra professores em São Paulo

38

Em segundo lugar aparece o desrespeito, por meio declarado ou não (49,24%),

o que mostra mais uma vez que os estudantes não encaram mais o professor

como alguém que deve ser respeitado. Hoje, os alunos falam o que querem,

como querem e quando querem, sem receio algum de enfrentar os docentes.

As ameaças aparecem em terceiro lugar, com 10,61%, seguido pela violência

física (3,79%). A agressão física não necessariamente vem após uma ameaça,

mas, em muitos casos, a violência parece não vir depois de ser anunciada.

Questão 20 – Você teve algum problema de saúde em consequência das

violências por que passou?

As diferentes formas de violência às quais os professores são expostos todos

os dias podem causar traumas inesquecíveis na vida desses profissionais. Mas

está visível que a maioria deles não teve problemas de saúde devido à

violência.

Foram 56,06% de respostas negativas, e apenas menos da metade (22,73%)

dos entrevistados, afirmam que tiveram problemas de saúde.

O número de respostas em branco atingiu 21,21%, o que faz supor que muitas

pessoas podem ter enfrentado problemas de saúde sem se darem conta de

Page 39: Pesquisa - Violência contra professores em São Paulo

39

que eram provenientes do desgaste causado pela atividade de lecionar.

Questão 21 – Se sim, que tipos de problema de saúde?

A maioria dos professores, 78,03%, deixou a resposta desta questão em

branco. Isso significa que 30 das 74 pessoas que afirmaram na questão

anterior ter problemas de saúde como resultado da violência não identificaram

qual o problema enfrentado.

Mesmo assim, os números mostram as doenças que mais afetam os

educadores, que são as com relação ao psicológico e mental desses

profissionais: o estresse (9,09%) e a depressão (6,06%).

A resposta de um dos professores nesta questão ilustra bem isso: “Acabei

ficando com depressão, pois é difícil se preparar para uma aula e não

conseguir concluí-la por falta de respeito”.

A voz e as doenças de fundo emocional empataram como os problemas que

menos atingem os professores, com 2,27% das respostas.

Page 40: Pesquisa - Violência contra professores em São Paulo

40

Questão 22 – Como é sua relação com os pais dos alunos que enfrentam/causam problemas durante a aula?

A relação com os pais dos alunos parece não ser a grande causa dos atos

violentos contra professores por parte da família. A maioria dos entrevistados

considera como boa a relação com os pais (47,73%) e apenas 2,27% acha

essa convivência ruim.

Muitas vezes, apesar da boa relação com os professores, os pais partem para

cima com palavras grosseiras e até ameaças. Porém, não é possível afirmar

que pais com boa convivência na escola têm menos riscos de agredir um

professor, e que nos casos nos quais a convivência entre ambas as partes é

regular, há mais riscos dos pais usarem da violência contra os professores.

Na maioria das vezes, o que vai influenciar na agressão dos familiares é a

maneira como a situação será exposta pelos filhos. Afinal, com a tendência de

serem bons protetores, eles vão querer defender seus filhos.

Page 41: Pesquisa - Violência contra professores em São Paulo

41

Questão 23 – Você já sofreu violência por parte de pais de alunos?

Os professores convivem cinco dos sete dias da semana com os alunos,

sujeitos diariamente a situações de risco. Porém, não são apenas as crianças e

adolescentes que podem agir com violência contra os educadores.

Apesar de a maioria afirmar que não sofreu violência por parte dos pais dos

alunos (71,21%), 26,52% disseram que sofreram algum tipo de ato violento por

parte deles.

Assim, é possível notar que os riscos para os educadores estão além dos

limites da escola. Mesmo não sendo a maior porcentagem de respostas, os

números mostram que quase um terço dos professores sofreu violência por

parte dos pais. Apenas 2,27% deixaram de responder a questão.

Page 42: Pesquisa - Violência contra professores em São Paulo

42

Questão 24 – De que tipo?

A maior porcentagem de alternativas em branco se justifica pelas respostas da

questão anterior, na qual mais de 70% dos professores admite não ter sofrido

violência por parte dos mais.

Quando isso acontece, na maioria das vezes se trata de desrespeito à pessoa,

por meio declarado ou não (21,21%). Isso é facilitado pelo contato próximo que

as escolas permitem que os pais tenham dos professores. Muitos familiares

aproveitam essa ocasião para ameaçar os pais, o que ocorreu com 9,09% dos

educadores entrevistados.

Talvez isso pudesse ser evitado se o professor não tivesse que receber os pais

em qualquer ocasião, mesmo que não em casos mais graves. A violência física

foi a opção menos citada, com 0,76%.

Page 43: Pesquisa - Violência contra professores em São Paulo

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Questão 25 – Como você lida com o problema da violência de seus alunos?

De acordo com os professores, a conversa ainda é a melhor opção para

resolver o problema da violência. A maioria deles (69,70%) orienta os alunos

diante de um ato violento dentro da escola.

A seguinte frase de um professor, escrita em um dos questionários, exemplifica

bem isso: “Tento mostrar aos alunos que o caminho do diálogo, da

compreensão, é sempre o melhor. Converso em particular, busco o motivo,

tento trabalhar o respeito mútuo e a ética interdisciplinadamente”.

A segunda opção mais citada foi chamar os pais, representando 16,67% das

respostas, empatada com as respostas em branco. Muitos professores já

descobriram que conversar apenas com os alunos não resolve mais. Assim,

preferem fazer isso com os pais, passando para eles uma parcela da

responsabilidade em cuidar das atitudes dos filhos na escola.

Apenas 1,52% dos professores culpam a sociedade pela violência no ambiente

escolar. Isso mostra que os educadores estão cada vez mais cientes do seu

papel e das suas responsabilidades na escola, ainda mais perante aos

problemas.

Page 44: Pesquisa - Violência contra professores em São Paulo

44

Questão 26 – Como você acredita que a escola poderia lidar com esses

problemas?

Quando o assunto é a melhor maneira de lidar com a violência nas escolas,

muitos professores aparentam não saber o que fazer. Essa afirmação vem da

resposta com segunda maior porcentagem desta questão, a qual 20,45%

deixaram em branco.

Uma frase interessante de um professor pode explicar por que tantos

professores não responderam a questão. “Honestamente, não sei. A violência

já vem de casa, da família, da sociedade e, muitas vezes, parece que a escola

está sempre contra o aluno e não tentando ajudá-lo”.

Porém, para a maioria dos professores (26,51%) a saída ideal para resolver o

problema é aproximar a escola da família, como descreve um docente: “Não é

Page 45: Pesquisa - Violência contra professores em São Paulo

45

um problema simples, mas a interação família-escola-comunidade de uma

forma mais abrangente pode ajudar”.

Tendo em vista que cada uma dessas partes é responsável pelo aprendizado e

educação de crianças e adolescentes, levar a família para a escola pode fazer

com que os pais também reconheçam suas responsabilidades e saibam a

melhor maneira de agir, junto com a atuação da escola, não apenas em casos

de violência, mas em qualquer situação.

Como ressalta um professor, os pais precisam ser mais participativos e não

apenas passar toda a responsabilidade da educação de seus filhos para a

escola e criticar a atuação de professores, coordenadores e diretores. “Os

problemas fogem da alçada escolar. A raiz de grande parte dos problemas é a

família, desestruturada, sem cumprir seu papel e delegando suas obrigações

para a escola”.

As medidas que parecem ser menos efetivas para resolver casos de violência

no ambiente escolar são a conscientização dos alunos e o encaminhamento ao

Conselho Tutelar ou a especialistas. Apenas 2,27% dos entrevistados citou

cada um desses três itens.

Questão 27 – Você conhece professores que sofrem com violência na escola?

Page 46: Pesquisa - Violência contra professores em São Paulo

46

A maioria dos professores, o que corresponde a 65,91% dos entrevistados,

afirmou conhecer alguém que já sofreu algum tipo de violência. Os educadores

que não sofreram isso - ou que não quiseram se expor quanto ao assunto - e

até mesmo os que viveram situações dessas poderiam contribuir com a

pesquisa indicando alguém que sabiam que passou por situações de violência

no contexto escolar.

Porém, apesar de mais da metade ter respondido “sim” nesta pergunta, poucos

desses deixaram o contato. Com isso, perdemos algumas possíveis fontes

para o livro.

O número de respostas em branco nesta questão foi o menor entre as três

alternativas, 6,82%. Porém, não é um número pequeno.

E o que se pode entender disso é que muitos educadores têm medo de contar

suas experiências quando sofrem violência e de expor seus colegas trabalho

para um grupo desconhecido que pretende fazer um livro sobre a violência nas

escolas. Talvez, nesses resultados esteja escondida uma porcentagem ainda

maior de pessoas que sofreram violência nas escolas.

Page 47: Pesquisa - Violência contra professores em São Paulo

47

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

4.1 SOBRE A APLICAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS

Durante a aplicação dos questionários para os professores, foram encontradas

diversas dificuldades em relação à aceitação da atividade de pesquisa

realizada nas escolas.

Um ranking que classifica as escolas públicas da cidade de São Paulo quanto à

qualidade do ensino foi usado como base para selecionar escolas boas e ruins

neste quesito para compor uma lista com 20 escolas das cinco regiões da

capital paulista.

Porém, o número de escolas foi reduzido a 11, sendo duas da região Norte,

duas da Leste, duas da Oeste, duas do Centro e três da região Sul. O contato

com a pessoa certa foi difícil, e foram necessárias várias ligações para cada

escola até achar uma pessoa que liberasse a visita às instituições de ensino.

Em alguns casos, a pesquisa foi recusada ou a aplicação foi proibida já durante

visita.

Uma das percepções quanto a isso foi a de que os diretores têm receio do que

pode ser respondido nos questionários e, posteriormente, levado a público.

Têm medo de que seja divulgado algo que comprometa sua posição e a escola

que representa. Também observou-se que muitos representantes das escolas

se esquivam de tudo o que foge da rotina deles. Reclamam que têm atividades

demais, programas demais para cumprir e que a aplicação do questionário só

viria a atrapalhar.

Em relação aos professores, surgiram os mais diferentes perfis, desde os que

responderam ao questionário com atenção e expuseram disposição em

colaborar de alguma forma com o trabalho, até os que demonstraram pouco

interesse e responderam às perguntas com pouca dedicação e vontade,

deixando algumas, ou mesmo quase todas as questões em branco.

Page 48: Pesquisa - Violência contra professores em São Paulo

48

Foi possível notar também que a direção da escola faz toda a diferença em

relação às respostas dos professores, apesar disso não poder ser quantificado

em gráficos estatísticos. Percebeu-se que as escolas que contam com uma

direção rígida – e não necessariamente áspera -, organizadas e bem

hierarquizadas , se mostram mais efetivas e com menos probabilidade de

ocorrência de violência.

E o curioso é que, diferentemente do que pensavam muitos do grupo,

descobriu-se não são os bairros mais carentes que possuem escolas mais

violentas. Houve inclusive surpresa ao verificar que uma escola na Brasilândia,

por exemplo, foi uma das mais bem organizadas com que foi feito o contato,

com respostas de professores dedicados e apaixonados pela profissão.

Em algumas visitas, foram presenciados momentos curiosos do cotidiano das

instituições de ensino. Entre eles, brigas entre mães e diretoras e bagunça

incontrolada em salas de aula.

Apesar dos contratempos, o contato com as escolas e a aplicação e análise

dos questionários foram experiências muito enriquecedoras. Pudemos

conhecer a realidade dentro das escolas, que muitas não conheciam, sua

hierarquia e a burocracia tão presente nessa instituição.

Além disso, aprendemos um pouco mais de como "funciona" a cabeça de um

professor, o que pode tornar mais fácil a coleta dos depoimentos para a

elaboração do livro-reportagem.

As experiências, junto com os dados coletados, vão agregar muito ao produto

final deste trabalho, a produção do livro-reportagem “SOS Professor”.

4.2 SOBRE AS RESPOSTAS

A primeira conclusão que pode ser tirada ao analisar as respostas dos

questionários é que muitos professores, apesar de sua formação em ensino

superior, não compreendem corretamente a pergunta. Na questão "25 - Como

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49

você lida com o problema da violência de seus alunos?" e na questão "26 -

como você acredita que a escola poderia lidar com esses problemas?", muitos

entrevistados escreveram um desabafo sobre as causas da violência, as

mazelas da sociedade, e etc.

Além disso, muitos deles não conseguem expressar corretamente sua opinião,

escrevendo de forma confusa e pouco coesa. E é extremamente irônico que

justo aqueles que deveriam servir de exemplo tenham problemas em

comunicar-se por escrito.

Outro fato que pode ser observado é que praticamente todos os professores -

alguns mais, outros menos - estão insatisfeitos com suas condições de

trabalho. Porém, são poucos os que se mostram realmente ativos na hora de

resolver os problemas da sala de aula. A maioria deles encaminha o aluno para

a coordenação, culpa o sistema, culpa a família... Mas não tem muitas ideias

ou propostas que possam ajudar a mudar a situação em que vivem.

Apesar das dificuldades enfrentadas pelos professores, as respostas apontam

que a maioria ainda gosta do que faz e optaria novamente pela profissão se

pudesse escolher novamente. E se eles, vítimas dessa violência, ainda

acreditam na profissão, podemos ter a certeza de que as histórias do SOS

Professor podem atingir esse público, seja para se identificar com os

depoimentos ou para servir de exemplo em possíveis situações de violência

nas escolas.

Page 50: Pesquisa - Violência contra professores em São Paulo

50

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAMOVAY, Miriam e RUA, Maria das Graças. Violência nas Escolas –

Versão Resumida. Brasília: UNESCO Brasil, 2003. Disponível em:

http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001339/133967por.pdf

BARROS, Antonio e DUARTE, Jorge. Métodos e técnicas de pesquisa em

comunicação. São Paulo: Atlas, 2005.

IBGE – Cidades. São Paulo – SP. Capital: São Paulo. Informações

estatísticas: Ensino - matrículas, docentes e rede escolar 2008. Acesso em

05/05/2010

http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1

PEREIRA, Maria Auxiliadora Pereira. Dissertação de Mestrado: Violência

nas Escolas – Visão de Professores do Ensino Fundamental sobre esta

Questão. USP, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto,

2003.

RUOTTI, Caren; ALVES, Renato e CUBAS, Viviane de Oliveira. Violência na

Escola: Um guia para pais e professores. Andhep: Imprensa Oficial do

Estado de São Paulo. São Paulo, 2006.

Violência nas Escolas, São Paulo, UDEMO, 2008. Disponível em:

http://www.udemo.org.br/Violencia%20nas%20Escolas%202008.htm