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24/05/2013 1 PESSOA JURÍDICA Homem = Ser gregário CASAL

PESSOA JURÍDICA - Professor Eduardo Hoffmann€¦ · Crítica: a pessoa jurídica não tem vontade própria; o fenômeno volitivo é peculiar ao ser humano, daí ser inaceitável

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PESSOA JURÍDICA

Homem = Ser gregário CASAL

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FAMÍLIA IGREJA

REINADOS VILAS

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CIDADES

Tudo isto foi conquistado por um

único homem?

OBJETIVO

� Pela impossibilidade de exercer, realizar,por si só, certas atividades e atingirdeterminadas finalidades queultrapassam suas forças e limites, a pessoanatural precisa se unir a outras pessoas

humanas, formando grupos comdesiderato próprio.

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OBJETIVO

�A estes grupos é conferidoautonomia e independência,dotando-os de estrutura própriae personalidade jurídica

distinta daqueles que a

instituíram.

É neste passo que é conferido pelo

ordenamento jurídico personalidade jurídica a estes entes, dando a eles a

capacidade para titularizarrelações jurídicas e praticar os

atos da vida civil.

ORIGEM

Pessoa

Física

Processo biológico ou afetivo

Jurídica

Fenômeno cultural e social

ORIGEM

Pessoas

Patrimônios

Pessoa jurídica

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FUNDAMENTO

Pessoa jurídica

Tendência humana

Convívio social

Vantagens

HISTÓRICO

� Não há evidências na Roma Antiga ou no DireitoGermânico;

� No império romano, a notícia das Universitates ouCollegia (grupos de estudos) sem qualquerpersonalidade.

� Reconheceu-se a personalidade e capacidade emespecial ao Estado, aos Municípios e ao Fisco e nocampo privado a certas associações ou fundações.

� No direito medieval, seu conceito é moldado namedida em que as necessidades da igreja se ampliam,sendo definida como persona ficta ou corpus mysticum.

CONCEITO

Por quê a pessoa jurídica é dotada de

personalidade e capacidade jurídica?

CONCEITO

Estado percebe a importância das formas associativas como elemento essencial da economia contemporânea, razão pela qual resolveu dotá-la de uma

estrutura jurídica que fosse própria para acompanhar o desenvolvimento social.

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CONCEITO

Neste sentido, pode-se afirmar categoricamente que a pessoa

jurídica só possui personalidade e capacidade

por concessão do ___________________!

CONCEITO

�A) Do Papa;

�B) Da polícia;

�C) da Luiza que seencontra no Canadá.

�D) Do Estado;

NOMENCLATURA

Pessoa moral

Ente de existência

legal

Ente coletivo

Pessoa jurídica

ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS

O que caracteriza a pessoa jurídica?

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ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS

Pessoa jurídica

Unidade de

pessoas

Patrimônio

Finalidade lícita

ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS

Como defini-la, portanto?

ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS

Unidade de pessoas naturais ou patrimônios, que visa a

consecução de certos fins, reconhecida à essa unidade como sujeito de direitos e

obrigações.

ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS

• É o que lhe da origem;• É a vontade criadora;

Vontade humana

• Seja de pessoas ou patrimônio; • Afetado à um fim específico;Organização

• Os propósitos devem ser lícitos; Licitude

• Deve ser reconhecida pela norma; Capacidade

jurídica

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QUINTO ELEMENTO

Ideia do Prof. Caio Mário da Silva Pereira

� Defende ele que deve a pessoa jurídica atender àsformalidades legais!

� CC/02, art. 45:� Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com

a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida,quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo,averbando-se no registro todas as alterações por que passar o atoconstitutivo.

CARACTERÍSTICAS

PERSONALIDADE JURÍDICA

Instituidor Pessoa jurídica

PATRIMÔNIO

Instituidor Pessoa jurídica

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EXISTÊNCIA JURÍDICA

Instituidor Pessoa jurídica

ATOS PRIVATIVOS DE PESSOA FÍSICA

Instituidor Pessoa jurídica

Fica uma pergunta?

Pessoa jurídica pode ser sujeito ativo ou passivo de ações cíveis e/ou

criminais?

Na esfera cível ... o CPC/73, fixa:

� Art. 12. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:� I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, por seus

procuradores;� II - o Município, por seu Prefeito ou procurador;� III - a massa falida, pelo síndico;� IV - a herança jacente ou vacante, por seu curador;� V - o espólio, pelo inventariante;� VI - as pessoas jurídicas, por quem os respectivos estatutos designarem,

ou, não os designando, por seus diretores;� VII - as sociedades sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem

couber a administração dos seus bens;� VIII - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou

administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada noBrasil (art. 88, parágrafo único);

� IX - o condomínio, pelo administrador ou pelo síndico.

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E na esfera criminal?

E na Lei nº 9.605/98 que se vê ...

� Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são:� I - suspensão parcial ou total de atividades;� II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;� III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter

subsídios, subvenções ou doações.� § 1º A suspensão de atividades será aplicada quando estas não

estiverem obedecendo às disposições legais ou regulamentares,relativas à proteção do meio ambiente.

� § 2º A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ouatividade estiver funcionando sem a devida autorização, ou emdesacordo com a concedida, ou com violação de disposição legal ouregulamentar.

� § 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele obtersubsídios, subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de dezanos.

E na Lei nº 9.605/98 que se vê ...

� Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoajurídica consistirá em:� I - custeio de programas e de projetos ambientais;� II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas;� III - manutenção de espaços públicos;� IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.

� Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada,preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ouocultar a prática de crime definido nesta Lei terádecretada sua liquidação forçada, seu patrimônio seráconsiderado instrumento do crime e como tal perdido emfavor do Fundo Penitenciário Nacional.

LIMITES

Sócio/quotista de uma pessoa jurídica é obrigado ao pagamento integral das

dívidas daquela?

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LIMITES

0

20

40

60

80

100

120

Sociedade I Sociedade II

Patrimônio

Dividas

LIMITES

�CC/02, art. 47.Obrigam a pessoa jurídica osatos dos administradores,exercidos nos limites de seuspoderes definidos no atoconstitutivo.

NATUREZA JURÍDICA

O que é a natureza jurídica?

NATUREZA JURÍDICA

� É afinidade que um instituto tem em diversos pontos,com uma grande categoria jurídica, podendo nela serincluído o título de classificação.

� Portanto, determinar a natureza jurídica de um institutoconsiste em determinar sua essência para classificá-lodentro do universo de figuras existentes no Direito.

� Seria como uma forma de localizar tal institutotopograficamente.

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NATUREZA JURÍDICA NATUREZA JURÍDICA

Teorias

Negativista Afirmativista

NATUREZA JURÍDICA

TEORIAS AFIRMATIVISTAS

Ficção

Realidade objetiva

ou orgânica

Realidade das

instituições jurídicas

NATUREZA JURÍDICA

Teoria da ficção

� Legal: a pessoa jurídica é uma ficção legal, isto é, umacriação artificial da lei para exercer direitos patrimoniais efacilitar a função de certas entidades, uma vez que só ohomem é capaz de ser sujeito de direito;

� Doutrinária: a pessoa jurídica apenas tem a existência nainteligência dos juristas, apresentando-se como mera ficçãocriada pela doutrina.� Crítica: não pode ser aceita porque se o Estado é uma pessoa

jurídica, dizer que ele é ficção é o mesmo que afirmar que odireito que dele emana também o é.

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NATUREZA JURÍDICA

Teoria da realidade objetiva ou orgânica

� Admite ao lado da pessoa natural, que é organismofísico, organismos sociais constituídos pelas pessoasjurídicas, que têm existência própria distinta da de seusmembros, tendo por objetivo realizar um fim social.

� Crítica: a pessoa jurídica não tem vontade própria; ofenômeno volitivo é peculiar ao ser humano, daí serinaceitável.

NATUREZA JURÍDICA

Teoria da realidade das instituições jurídicas

� Afirma que, como a personalidade humana derivado direito, da mesma forma esta pode concedê-laa agrupamentos de pessoas ou de bens. Apersonalidade jurídica é um atributo que a ordemjurídica outorga a entes que o merecem.

CLASSIFICAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA

Aula 02

NACIONALIDADE

Nacional Estrangeira

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NACIONALIDADE

Leva-se em consideração a ordem jurídica que lhe emprestou personalidade.

No caso de filial de empresa americana em São Paulo, qual lei será aplicada?

Qual a implicação de ser nacional ou estrangeira?

NACIONALIDADE

CF/88, Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos mineraise os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta dado solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem àUnião, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.

§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dospotenciais a que se refere o "caput" deste artigo somente poderão serefetuados mediante autorização ou concessão da União, no interessenacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras eque tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, queestabelecerá as condições específicas quando essas atividades sedesenvolverem em faixa de fronteira ou terras indígenas.

NACIONALIDADE

CF/88, art. 222. A propriedade de empresa jornalística e deradiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa debrasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, oude pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras eque tenham sede no País.

§ 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capitaltotal e do capital votante das empresas jornalísticas e deradiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, diretaou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há maisde dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão dasatividades e estabelecerão o conteúdo da programação.

NACIONALIDADE

� Lei nº 6.634, de 02 de maio de 1979.� Art. 1º. - É considerada área indispensável à Segurança Nacional a

faixa interna de 150 Km (cento e cinqüenta quilômetros) delargura, paralela à linha divisória terrestre do território nacional,que será designada como Faixa de Fronteira.

� Art. 2º. - Salvo com o assentimento prévio do Conselho deSegurança Nacional, será vedada, na Faixa de Fronteira, a práticados atos referentes a: (...)� V - transações com imóvel rural, que impliquem a obtenção, porestrangeiro, do domínio, da posse ou de qualquer direito real sobre oimóvel;

� VI - participação, a qualquer título, de estrangeiro, pessoa natural oujurídica, em pessoa jurídica que seja titular de direito real sobre imóvelrural;

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Estrutura interna

Universitasbonorum

Fundações

Destinação patrimonial

Universitaspersonarum

Corporações

Affectio societatis

ESTRUTURA INTERNA

Estrutura

Corporações

Sociedades

Empresariais

Nome coletivo

Comandita simples

Sociedade limitada

Sociedade anônima

Simples

Associação

Fundações

Qual a diferença entre corporações e

fundações?

FUNDAÇÃO

CORPORAÇÃO

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ESTRUTURA INTERNA

Estrutura

Corporações

Sociedades

Empresariais

Nome coletivo

Comandita simples

Sociedade limitada

Sociedade anônima

Simples

Associação

Fundações E entre sociedade e associação?

ASSOCIAÇÃO vs. SOCIEDADE

� CC/02, art. 53:� Constituem-se as associações pela união de pessoas que

se organizem para fins não econômicos.

� CC/02, art. 981:� Celebram contrato de sociedade as pessoas que

reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou

serviços, para o exercício de atividadeeconômica e a partilha, entre si, dos resultados.

ASSOCIAÇÃO vs. SOCIEDADE

A diferença está aonde?

Nos fins!

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ASSOCIAÇÃO vs. SOCIEDADE

Associação

• Social

• Moral

• Cultural

Sociedade

• Lucrativo

• Circulação de bens

FUNÇÕES EXERCIDAS

Pessoa jurídica

Direito Público

Interno Externo

Direito privado

CC/02, art. 40: Aspessoas jurídicas são dedireito público, internoou externo, e de direitoprivado

FUNÇÕES EXERCIDAS

� CC/02, art. 41:

� São pessoas jurídicas de direito público interno:

� I - a União;

� II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;

� III - os Municípios;

� IV - as autarquias;

� IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;

� V - as demais entidades de caráter público criadas porlei.

FUNÇÕES EXERCIDAS

�CC/02, art. 42:São pessoas jurídicas de direitopúblico externo os Estadosestrangeiros e todas as pessoas queforem regidas pelo direitointernacional público.

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FUNÇÕES EXERCIDAS

� CC/02, art. 44:

� São pessoas jurídicas de direito privado:

� I - as associações;

� II - as sociedades;

� III - as fundações.

� IV - as organizações religiosas;

� V - os partidos políticos.

� VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.

FUNÇÕES EXERCIDAS

Qual a razão do § 1º do art. 44 do CC/02?

FUNÇÕES EXERCIDAS

� CC/02, art. 44 (...) § 1º:�São livres a criação, a organização, aestruturação interna e o funcionamento dasorganizações religiosas, sendo vedado aopoder público negar-lhes reconhecimento ouregistro dos atos constitutivos e necessários aoseu funcionamento.

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LIBERDADE RELIGIOSA

� CF/88, art. 19:

� É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos

Municípios:

� I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los,embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seusrepresentantes relações de dependência ou aliança,ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interessepúblico;

� II - recusar fé aos documentos públicos;

� III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

E as ONG’s: onde se

enquadram?

ONG’s

� Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999� Art. 1o Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil

de Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado, sem finslucrativos, desde que os respectivos objetivos sociais e normasestatutárias atendam aos requisitos instituídos por esta Lei.

� Lei nº 9.637, 15 de maio de 1998� Art. 1o O Poder Executivo poderá qualificar como organizações

sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujasatividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, aodesenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meioambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstosnesta Lei.

ASSOCIAÇÃO

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ESTRUTURA INTERNA

Estrutura

Corporações

Sociedades

Empresariais

Nome coletivo

Comandita simples

Sociedade limitada

Sociedade anônima

Simples

Associação

Fundações

PREVISÃO CONSTITUCIONAL

� CF/88, art. 5º:

� XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a decaráter paramilitar;

� XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativasindependem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seufuncionamento;

� XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou tersuas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeirocaso, o trânsito em julgado;

� XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecerassociado;

� XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têmlegitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

ASSOCIAÇÃO

Lembrando: o que são as

associações?

ASSOCIAÇÃO

� CC/02, art. 53.� Constituem-se as associações pela união de pessoas que seorganizem para fins não econômicos. Parágrafo único. Nãohá, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.

� Exemplos:� Associações estudantis, beneficentes, filantrópicas,

recreativas, esportivas, de determinadas classes oucategorias, de moradores de bairro e etc.

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ASSOCIAÇÃO

Pela leitura do art. 53 do CC/02, pode-se dizer que não devem as associações

ter lucro?

ASSOCIAÇÃO

A lei não veda o lucro!

Veda a partilha do lucro entre os associados!

LIBERDADE ASSOCIATIVA

� CF/88, art. 5º:XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou apermanecer associado

� Código Penal:Atentado contra a liberdade de associação

Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou graveameaça, a participar ou deixar de participar de determinadosindicato ou associação profissional:

Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da penacorrespondente à violência.

LIBERDADE ASSOCIATIVA

Criação

• É livre o direito de criação e manutenção de umaassociação, independentemente de autorização;

Associar

• É livre o direito de associar-se, não podendo ninguémser obrigado a tanto;

Desassociação

• É livre para manter-se associado ou não

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SINDICATOS

Sindicatos são associações?

SINDICATOS

�CF/88, art. 8º:�É livre a associação profissional ou

sindical, observado o seguinte:

�(...)

�V - ninguém será obrigado a filiar-seou a manter-se filiado a sindicato;

SINDICATOS

� Algumas diretrizes das associações nãose aplicaram aos sindicatos, assim o é oinc. II do art. 54 do CC/02, queestabelece:

Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto dasassociações conterá: (...)

II - os requisitos para a admissão, demissão eexclusão dos associados;

Qual é o instrumento que regulamenta as relações internas da associação?

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ESTATUTOO que deve conter o

estatuto, obrigatoriamente?

REQUISITOS DO ESTATUTO

� CC/02, art. 54:� Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:

� I - a denominação, os fins e a sede da associação;

� II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;

� III - os direitos e deveres dos associados;

� IV - as fontes de recursos para sua manutenção;

� V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;

� VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para adissolução.

� VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.

Pensando em um clube, há de se constar no Estatuto o horário e dias de utilização da piscina e academia, assim como, o dia

de utilização da sauna?

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Não é recomendável!

E o que se faz?

LEGITIMAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO

Não consta do art. 54 do CC/02, mas pode a associação pleitear direito dos associados frente ao Judiciário?

É necessária autorização dos associados para tanto?

LEGITIMAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO

� CF/88, art. 5º,� LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: (...)� b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente

constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dosinteresses de seus membros ou associados;

� Lei nº 12.016, de 07 de agosto de 2009.� Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por

partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa deseus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidadepartidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associaçãolegalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano,em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seusmembros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde quepertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorizaçãoespecial.

LEGITIMAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO

Pode uma associação de bairro propor ação para discutir a legalidade da cobrança de tarifa bancária de todos os

correntistas de um dado banco?

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LEGITIMAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO

NÃO!� Súmula 630 do STF

� A ENTIDADE DE CLASSE TEM LEGITIMAÇÃO PARA OMANDADO DE SEGURANÇA AINDA QUANDO APRETENSÃO VEICULADA INTERESSE APENAS A UMAPARTE DA RESPECTIVA CATEGORIA.

SUCESSÃO

O associado pode transmitir sua posição na associação ao seu filho

no caso de seu falecimento?

SUCESSÃO

SOCIEDADE EMPRESARIAL

José dos Santos Junior João da Silva Filho

SÓCIOS MORREM

Herdeiros dos sócios passam para sociedade

SOCIEDADE EMPRESARIAL

José dos Santos João da Silva

SUCESSÃO

ASSOCIAÇÃO DEPOIS

JOSÉ MARIA JOÃO

ASSOCIADO MORRE

JOSÉ MARIA JOÃO

ASSOCIAÇÃO

JOSÉ MARIA PEDRO JOÃO

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SUCESSÃO: EXCEÇÃO

� CC/02, art. 56.

� A qualidade de associado é intransmissível, se o estatutonão dispuser o contrário.

Parágrafo único. Se o associado for titular de quota oufração ideal do patrimônio da associação, atransferência daquela não importará, de per si, naatribuição da qualidade de associado ao adquirente ouao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.

IGUALDADE DOS ASSOCIADOS

Há igualdade de direitos entre os

associados?

IGUALDADE DOS ASSOCIADOS

Há igualdade!

� Mas na forma do art. 55 do CC/02, os associadosdevem ter iguais direitos, mas o estatuto poderáinstituir categorias com vantagens especiais.

� É o caso dos associados-proprietários, associados-beneméritos, associados-honorários.

IGUALDADE DOS ASSOCIADOS

Mas o associado pode sofrer alguma

restrição?

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IGUALDADE DOS ASSOCIADOS

�CC/02, art. 58:�Nenhum associado poderá ser impedido

de exercer direito ou função que lhetenha sido legitimamente conferido, anão ser nos casos e pela forma previstosna lei ou no estatuto.

IGUALDADE DOS ASSOCIADOS

O que significa a parte final do art. 58 do CC/02?

Em que hipóteses isso pode ocorrer?

IGUALDADE DOS ASSOCIADOS IGUALDADE DOS ASSOCIADOS

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IGUALDADE DOS ASSOCIADOS IGUALDADE DOS ASSOCIADOS

Nestas restrições deve-se evitar o subjetivismos.

Exemplo:

“Está proibido a utilização da sauna pela loira de carro branco, que deu escândalo

no sábado 21.04.2012!”

IGUALDADE DOS ASSOCIADOS

�A preferência é de que ditas restrições sejam aprovadas em assembléia pelos associados e não baixadas pela diretoria

da Associação.

DESPESAS DA ASSOCIAÇÃO

Com relação às despesas todos os associados, inclusive aquele que

não está se utilizando da associação é obrigado ao

pagamento?

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DESPESAS DA ASSOCIAÇÃO

e no caso do rateio de despesas ao proprietário não filiado a uma

associação de bairro que promova atividades comunitárias?

DESPESAS DA ASSOCIAÇÃO

Deve ou não pagar?

DESPESAS DA ASSOCIAÇÃO

� PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL. ASSOCIAÇÃO DEMORADORES. LOTEAMENTO FECHADO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. CONTRIBUIÇÃO.INEXIGIBILIDADE DE QUEM NÃO É ASSOCIADO. MATÉRIA PACÍFICA. FUNDAMENTO

INATACADO. SÚMULAS N. 168 E 182-STJ. I. "As taxas de manutenção criadaspor associação de moradores, não podem ser impostas aproprietário de imóvel que não é associado, nem aderiu ao atoque instituiu o encargo" (2ª Seção, EREsp n. 444.931/SP, Rel. p/ acórdão Min.

Humberto Gomes de Barros, DJU de 01.02.2006). Incidência à espécie da Súmula n. 168/STJ. II.A assertiva de que os julgados apontados divergentes são anteriores à pacificação do tema peloColegiado, fundamento da decisão agravada, não foi objeto do recurso, atraindo o óbice daSúmula n. 182-STJ, aplicada por analogia. III. Agravo improvido. (AgRg nos EREsp1034349/SP, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em27/05/2009, DJe 17/06/2009)

DESPESAS DA ASSOCIAÇÃO

Correta a decisão não é verdade?

Mas e o benefício recebido?

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DESPESAS DA ASSOCIAÇÃO

� LOTEAMENTO. ASSOCIAÇÃO DE MORADORES QUE COBRA CONTRIBUIÇÃOCOMPULSÓRIA POR SERVIÇOS PRESTADOS. ALEGAÇÃO DE QUE A OBRIGAÇÃO FOIASSUMIDA QUANDO DA AQUISIÇÃO DO TERRENO. RECURSO ESPECIAL COM BASE NAALÍNEA “C”. - NÃO-CUMPRIMENTO DAS EXIGÊNCIAS PREVISTAS NOS ARTS. 541,PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC, E 255, § 2º, DO RISTJ. DISSONÂNCIA INTERPRETATIVA NÃO

DEMONSTRADA. - NÃO OBSTANTE A POLÊMICA EM TORNO DA MATÉRIA, COMJURISPRUDÊNCIA OSCILANTE DESTA CORTE, A POSIÇÃO MAIS CORRETA É A QUERECOMENDA O EXAME DO CASO CONCRETO. PARA ENSEJAR A COBRANÇA DACOTA-PARTE DAS DESPESAS COMUNS, NA HIPÓTESE DE CONDOMÍNIO DE FATO,MISTER A COMPROVAÇÃO DE QUE OS SERVIÇOS SÃO PRESTADOS E O RÉU DELESSE BENEFICIA. NO CASO, O EXAME DESSA MATÉRIA SIGNIFICA REVOLVER OSSUBSTRATOS FÁTICOS DA CAUSA DECIDIDA, INCIDINDO, PORTANTO, AS SÚMULAS 5 E7/STJ. - RECURSO ESPECIAL NÃO CONHECIDO. (REsp 302538/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPESALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 05/08/2008, DJe 18/08/2008)

DESPESAS DA ASSOCIAÇÃO

� Por não se confundir a associação de moradores como condomínio disciplinado pela Lei 4.591/1964,descabe, a pretexto de evitar vantagem sem causa,impor mensalidade a morador ou a proprietário deimóvel que a ela não tenha aderido. Consideraçõessobre o princípio da legalidade e da autonomia damanifestação de vontade – art. 5º, II e XX, da CF.(RE 432.106, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamentoem 20-9-2011, Primeira Turma, DJE de4-11-2011.)

DESPESAS DA ASSOCIAÇÃO

� Ao que tudo indica, dependeremos de uma decisão do Supremo Tribunal Federal.

Cobrança de taxa a moradores de loteamento imobiliário é tema de repercussão geral

Associado pode ser expulso da associação?

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EXPULSÃO DE ASSOCIADO

�CC/02, art. 57:�A exclusão do associado só é admissível

havendo justa causa, assim reconhecidaem procedimento que assegure direito dedefesa e de recurso, nos termos previstosno estatuto.

EXPULSÃO DE ASSOCIADO

�CF/88, art. 5º:�LIV - ninguém será privado da liberdade ou

de seus bens sem o devido processo legal;

�LV - aos litigantes, em processo judicial ouadministrativo, e aos acusados em geral sãoassegurados o contraditório e ampla defesa,com os meios e recursos a ela inerentes;

ASSEMBLEIA

� CC/02, art. 59:�Compete privativamente à assembléia geral:

� I – destituir os administradores;

� II – alterar o estatuto. Parágrafo único. Para asdeliberações a que se referem os incisos I e II desteartigo é exigido deliberação da assembléiaespecialmente convocada para esse fim, cujo quorumserá o estabelecido no estatuto, bem como oscritérios de eleição dos administradores.

ASSEMBLEIA: CONVOCAÇÃO

�CC/02, art. 60:�A convocação dos órgãosdeliberativos far-se-á na forma doestatuto, garantido a 1/5 (umquinto) dos associados o direitode promovê-la.

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ASSOCIAÇÃO: DISSOLUÇÃO

� CC/02, art. 61:� Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois

de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas noparágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins nãoeconômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dosassociados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ousemelhantes.

� § 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dosassociados, podem estes, antes da destinação do remanescente referidaneste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, ascontribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação.

� § 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou noTerritório, em que a associação tiver sede, instituição nas condiçõesindicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá àFazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.

FUNDAÇÃO

HISTÓRIA

� Historicamente está ligada a ideia de filantropia,em especial a partir do Renascimento.

� Desde então, se compreende como expressão deafetação patrimonial destinada a uma finalidadeespecífica, proibida a distribuição de lucros.

CONCEITO

�Organizações com patrimônioafetado por uma finalidadeespecífica determinada peloinstituidor, com personalidadejurídica atribuída pela lei.

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REQUISITOS

FUNDAÇÃO

Patrimônio

Finalidade

Afetação

REQUISITOS

� CC/02, art. 62:�Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, porescritura pública ou testamento, dotação especial debens livres, especificando o fim a que se destina, edeclarando, se quiser, a maneira de administrá-la.Parágrafo único. A fundação somente poderáconstituir-se para fins religiosos, morais, culturais oude assistência.

ESPÉCIES

Pela leitura do parágrafo único do art. 62 do CC/02 há uma

restrição conquanto as espécies de fundações que podem ser

criadas.

Trata-se de um rol taxativo?

ESPÉCIES

� Enunciados do CJF/STJ:

� 8 – Art. 62, parágrafo único: a constituição defundação para fins científicos, educacionais ou depromoção do meio ambiente está compreendida noCC, art. 62, parágrafo único.

� 9 – Art. 62, parágrafo único: o art. 62, parágrafoúnico, deve ser interpretado de modo a excluir apenasas fundações com fins lucrativos.

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FASES

1ª. De dotação ou de instituição

2ª. De elaboração dos estatutos

3ª. De aprovação dos estatutos

4ª. De registro

1ª Fase: Dotação ou instituição

� Nos termos do art. 62 do CC/02 há a reserva dopatrimônio, por ato inter vivos ou causa mortis.

� O instituidor tanto pode ser pessoa física oujurídica, atentando-se as regras de doação e detestamento.

� Não pode dispor mais da metade de seu patrimônio setiver herdeiros necessários (CC/02, art. 1.845) ou debens que o privem do necessário (CC/02, art. 548).

2ª Fase: elaboração dos estatutos

� Modo direto, quando o próprio instituidor elabora;

� Modo fiduciário, quando é confiado a terceiro;

� Vale a regra do art. 65 do CC/02:� Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio,

em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suasbases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, emseguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.

� Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado peloinstituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbênciacaberá ao Ministério Público.

3ª Fase: Aprovação dos estatutos

� Incumbe ao Ministério Público aprovar os estatutosfundacionais, salvo quando por ele elaborado;

� Quando elaborado pelo Ministério Público, de sesubmeter à homologação do Poder Judiciário;

� Caso seja negado pelo Ministério Público, caberecurso ao Poder Judiciário;

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4ª Fase: Registro

�O registro será efetuado noCartório de Pessoas Jurídicas.

INSUFICIÊNCIA DE BENS

�CC/02, art. 63:�Quando insuficientes para constituir a

fundação, os bens a ela destinadosserão, se de outro modo não dispuser oinstituidor, incorporados em outrafundação que se proponha a fim igualou semelhante.

FISCALIZAÇÃO

� CC/02, art. 66:

� Velará pelas fundações o Ministério Público do Estadoonde situadas.

� § 1o Se funcionarem no Distrito Federal, ou em Território,caberá o encargo ao Ministério Público Federal.

� § 2o Se estenderem a atividade por mais de um Estado,caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivoMinistério Público.

ALTERAÇÃO DO ESTATUTO

Pode-se alterar a finalidade da

fundação?

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ALTERAÇÃO DO ESTATUTO

� CC/02, art. 67:

� Para que se possa alterar o estatuto da fundação émister que a reforma:

� I - seja deliberada por dois terços dos competentespara gerir e representar a fundação;

� II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;

� III - seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e,caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, arequerimento do interessado.

EXTINÇÃO

� CC/02, art. 69:� Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a

que visa a fundação, ou vencido o prazo de suaexistência, o órgão do Ministério Público, ouqualquer interessado, lhe promoverá a extinção,incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposiçãoem contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, emoutra fundação, designada pelo juiz, que seproponha a fim igual ou semelhante.