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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL REGIONAL DE ALCÂNTARA COMARCA DE SÃO GONÇALO. JOSÉ DAS COUVES, brasileiro, divorciado, portador do RG: 123435-1 e CPF: 123.456.789-10, residente e domiciliada à Rua A, 16, Centro, São Gonçalo, RJ, CEP: 24.717-000, vem, respeitosamente, perante V. Excelência, propor a presente: AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, LUCROS CESSANTES E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS Em face de GPFLEX Eletrônicos - Commerce Comércio Eletrônico Ltda-ME (MOURATEC), CNPJ 07.777.077/0001-11 de BH - Minas Gerais. CEP:30.140-000, pelos motivos que passa a expor: 1- DOS FATOS E FUNDAMENTOS: Em 14/09/2013, a autora efetuou a compra de uma câmera digital Kodak easyshare mini, no valor de R$195, 86, para presentear seu filho de 11 anos no dia das crianças. Como se pode verificar no site da empresa ré, o prazo era de no máximo 10 dias úteis, motivo pelo qual a autora efetuou a compra, tendo em vista que o prazo seria suficiente, ou seja, a câmera já estaria em sua posse no dia 12 de outubro (dia das crianças).

PETIÇÃO MOURATEC

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Page 1: PETIÇÃO MOURATEC

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL REGIONAL DE ALCÂNTARA COMARCA DE SÃO GONÇALO.

JOSÉ DAS COUVES, brasileiro, divorciado, portador do RG: 123435-1 e CPF: 123.456.789-10, residente e domiciliada à Rua A, 16, Centro, São Gonçalo, RJ, CEP: 24.717-000, vem, respeitosamente, perante V. Excelência, propor a presente:

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, LUCROS CESSANTES E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

Em face de GPFLEX Eletrônicos - Commerce Comércio Eletrônico Ltda-ME (MOURATEC), CNPJ 07.777.077/0001-11 de BH -Minas Gerais. CEP:30.140-000, pelos motivos que passa a expor:

1- DOS FATOS E FUNDAMENTOS:

Em 14/09/2013, a autora efetuou a compra de uma câmera digital Kodak easyshare mini, no valor de R$195, 86, para presentear seu filho de 11 anos no dia das crianças.

Como se pode verificar no site da empresa ré, o prazo era de no máximo 10 dias úteis, motivo pelo qual a autora efetuou a compra, tendo em vista que o prazo seria suficiente, ou seja, a câmera já estaria em sua posse no dia 12 de outubro (dia das crianças).

Ocorre que o produto até a presente data não foi entregue, o que fez com que seu filho ficasse sem seu presente, passando o dia das crianças frustrado em meio de outras crianças com seus respectivos presentes.

Vale ressaltar, que o motivo principal da compra, além de presentear seu filho, era registrar o passeio do seu filho no zoológico do Rio no dia 12/10/2012, momentos estes que foram perdidos devido à falta do produto e completo descaso por parte da empresa ré.

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Mesmo após diversos envios de emails e contatos telefônicos com a empresa ré, até a presente data o produto não foi entregue e diante de todo transtorno causado à autora, esta não viu outro modo de resolver este litígio.

Fica nítido que a parte ré causou grande transtorno à autora, além de trauma a seu filho devido ao desrespeito, descaso e inobservância do contido no site, e mesmo após diversos contatos não tomou providências para solucionar o problema dentro do prazo.

2- DO DIREITO

DA PROPAGANDA ENGANOSA

Fica claro, ao verificar no site da empresa ré, que a mesma utiliza como argumento para atrair seus clientes a pontualidade e compromisso na entrega, o que de fato não ocorre, deste modo, é nítido que a mesma utilizou de argumentos enganosos para atrais seus clientes, o que desrespeita o estabelecido no Código de defesa do consumidor, conforme abaixo.

O Código Brasileiro de Auto-Regulamentação Publicitária, aprovado pelo III Congresso Brasileiro de Propaganda, realizado em São Paulo, em 1978, define publicidade comercial, em seu art 8º, como: “toda atividade destinada a estimular o consumo de bens e serviços, bem como promover instituições, conceitos e idéias”

Diante dos conceitos expostos, podemos concluir que a publicidade:

a) torna conhecido um produto, um serviço ou uma empresa;

b) é operada claramente, sem ocultação do nome ou intenções do anunciante;

c) tem o objetivo de estimular nos consumidores o desejo pela coisa anunciada, ou criar prestígio ao anunciante;

Ainda, nesse assunto o CDC dispõe o seguinte:

 “ Art. 31 A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores.”

“ Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.

§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços .”

Conclui-se, portanto, que o referido dispositivo legal protege o consumidor de qualquer informação ou comunicação de caráter publicitário capaz de induzi-lo a erro quanto a informações referentes ao produto ou serviço ofertado. A publicidade que

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infringe essa disposição legal contraria os interesses de toda a coletividade e pode causar prejuízos a um número incalculável de consumidores.

DO DANO

"Havendo dano, produzido injustamente na esfera alheia, surge a necessidade de reparação, como imposição natural da vida em sociedade e, exatamente, para a sua própria existência e o desenvolvimento normal das potencialidades de cada ente personalizado. É que investidas ilícitas ou antijurídicas ou circuito de bens ou de valores alheios perturbam o fluxo tranqüilo das relações sociais, exigindo, em contraponto, as reações que o Direito engendra e formula para a restauração do equilíbrio rompido.” (Carlos Alberto Bittar)

Vários foram os danos causados pela Requerida, que não entregou o produto no prazo estipulado.

DO   “QUANTUM”   INDENIZATÓRIO

Uma vez reconhecida a existência do dano moral, e o conseqüente direito à indenização dele decorrente, necessário se faz analisar o aspecto do quantum pecuniário a ser considerado e fixado, não só para efeitos de reparação do prejuízo, mas também sob o cunho de caráter punitivo ou sancionário, preventivo, repressor.

E essa indenização que se pretende em decorrência dos danos morais,  há de ser arbitrada, mediante estimativa prudente, que possa em parte, compensar o "dano moral" do Autor, no caso, a súbita surpresa que lhe gerou constrangimentos, de ter seu nome incluído injustamente no serviço de proteção ao crédito.

Com relação à questão do valor da indenização por esses danos morais, o Autor pede permissa venia para trazer à colação alguns entendimentos jurisprudenciais à respeito da matéria:

Portanto, diante da hodierna jurisprudência que se assemelha ao caso em baila, ampara o Autor, na melhor forma de direito, e como ponderação, sua pretensão a fim de que seja a Requerida condenada a lhe pagar, a título de indenização por danos morais, a quantia de justa e razoável a ser arbitrada por V. Exa.

De imediato, percebe-se que a Requerida deliberadamente atingiu e molestou a integridade moral da Requerente, que se viu impossibilitada de presentear seu filho, e este, ficou vendo seus amigos abrirem seus presentes, sem ter recebido o seu.

Conforme verifica-se, a obrigação de indenizar a partir da humilhação que a Requerente sofreu no âmbito do seu convívio social, encontra amparo na doutrina, legislação e jurisprudência de nossos Tribunais, restando sem dúvidas a obrigação de indenizar da Requerida.

3- DOS PEDIDOS

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Ante o exposto, requer a V. Excelência o que segue:

1- A citação da Requerida, na forma do art. 19, da Lei nº 9.099/95, para comparecer à audiência pré-designada, a fim de responder à proposta de conciliação ou querendo e podendo, conteste a presente peça exordial, sob pena de revelia e de confissão quanto à matéria de fato, de acordo com o art. 20 da Lei 9.099/95;

2- Presentes os pressupostos no art. 273 do CPC, no intuito de que os réus promovam a imediata entrega do produto, sob pena de multa diária a ser arbitrada por esse juízo.

3- A inversão do ônus da prova a teor do art. 6º VIII do CDC, por ser o requerente a parte mais frágil.

4- A procedência da ação, bem como dos pedidos, e também para confirmar a tutela antecipada concedida.

5- Que se julgue procedente a demanda, condenando a reclamada à indenização por danos morais a ser arbitrado por V. Exa.

Protesta por todos os meios de prova e direitos admitidos, documentos supervenientes, depoimento pessoal da ré em audiência sob pena de confessa.

Dá-se a causa o valor de R$12.900,00(doze mil e novecentos reais).

São Gonçalo, 31 de outubro de 2012 de 2012.

____________________________________JOSÉ DAS COUVES