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ANO XXXV . JUNHO 2008 . . APM DO COLÉGIO SÃO VICENTE DE PAULO PINTURA DOS MUROS: CRIATIVIDADE NAS PAREDES DO COLÉGIO E BELEZA

PINTURA DOS MUROS: CRIATIVIDADE E BELEZA NAS PAREDES …csvp.g12.br/wp-content/uploads/2019/06/A-Chama-n74.pdf · meida morreu, em maio de 1999, voltei paraadireçãodaEscola. Em

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ANO XXXV . JUNHO 2008 . . APM DO COLÉGIO SÃO VICENTE DE PAULO

PINTURA DOS MUROS: CRIATIVIDADENAS PAREDES DO COLÉGIOE BELEZA

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ENTREVISTA

6 AÇÃO PEDAGÓGICA

8 GRÊMIO

9 EJA

10 EX-ALUNOS

13 EXCURSÕES DO COLÉGIO

16 CAPA

20 AÇÃO SOCIAL

22 APM

2324 PERFIL

27 AÇÃO PASTORAL

28 NOTAS

33 ARTE EM PAUTA

Muitas felicidades

Formando motoristas e pedestres conscientes

Bate-bola com o Greco

Para aprender um ofício

Matando as saudades

Do Cosme Velho para o mundo

Viajando com o São Vicente

Pintando idéias

Ensinando a pescar

Toneladas de mel

Por uma melhor qualidade de vida

Novos rostos na Família Vicentina

Em defesa da vida

4 COMEMORAÇÃO

2 Rumo aos 50

31 CARTAS

EVENTO

SUM

ÁRIO

junho de 2008. .a chama 1

Supervisão Editorial:

Redação e Edição:

Revisão:

Designer:

Fotos: ,

Secretária da APM e da Redação:

Pe. Lauro Palú, João Afonso Teixeira eChristina Barcellos

Juliana Chagas e Mariana Pombo

Pe. Lauro Palú

Christina Barcellos

Antonio Morais Gilberto de Carvalho, Renata Salles, SchoolPicture e Pe. Lauro Palú

Ana Cláudia Simões

Distribuição interna e venda proibida

Tiragem:

Jornalista Responsável:

2 mil exemplares

Juliana Chagas - Mtb: 27.604/RJ

Ano XXXV Nº 74Junho / 2008

Rua Cosme Velho, 241 - Cosme Velho - Rio de Janeiro - RJ - CEP 22241-090Telefone: (21) 3235-2900 e-mail: [email protected]

DIRETORIA DA APM

João Afonso de Mattos Teixeira e Solange P. de Amorim Teixeira

Joaquim de Almeida e Silva Neto e Sílvia de Souza Almeida

Alfredo C. B. Machado e Maria Christina C. Barcellos

Sérgio Rojtenberg e Adriana Alencar A. do Amaral

Marcelo de A. Lima Gonçalves e Maria Elizabeth F. C. Norões

Lúcia Helena Cavalheiro Villela, Cláudio Coletti Júnior eGlauco José Tavares de Mello Júnior

: Gerson Vellaco Junior e Cristina Cavalcante

Padre Lauro Palú e Padre Paulo Venuto

Presidentes:

Vice-Presidentes:

Relações Públicas:

Secretários:

Tesoureiros:

Conselho Fiscal:

Representantes dos Professores

Moderadores:

Revista editada pela Associação de Pais e Mestres do Colégio São Vicente de Paulo

stamos a um ano do cinqüentenário do Colégio São Vicente de Paulo e aAPM já entrou nas comissões que atuarão nos preparativos dos eventos de2008 e 2009. Em cada comissão (Festas, Área Cultural, Campo Pedagógico,

Memória e Divulgação, Aspecto Religioso e Campo Social) teremos a presençade um Diretor da APM.

Este número de nossa Revista traz uma esclarecedora entrevista com oDiretor do CSVP sobre a preparação para a comemoração dos 50 anos doColégio. Na seção Ex-Alunos, os leitores poderão ver o registro do churrascopromovido pela APM para os que se formaram no ano de 2007. Nessa festa,como sempre, contamos com a integração e alegria dos Alunos e Professores,uma boa semente para a formação da Associação dos Ex-Alunos, um dosprojetos do Colégio.

No Espaço da APM, uma reportagem especial sobre o Projeto Caixa deAbelhas, criado pelo nosso ex-tesoureiro, Edevino Panizzi, que integra um dosProjetos Sociais do CSVP, em Serra Ramalho, no interior da Bahia.

Esta edição também aborda um tema de suma importância para a comunidade vicentina: trânsito e segurança. Engajadas com a Rede Social do CosmeVelho, a APM e a ComPasSo intervieram, junto ao Batalhão de Polícia, paraconseguir policiamento para as imediações do CSVP.

De volta à Revista, a seção Perfil apresenta os novos Professores e Funcionários do Colégio. E a já tradicional pintura dos muros dessa vez ganhou destaque e foi parar na capa de . Na matéria, um histórico dessa atividade,além do acompanhamento da pintura deste ano.

Além disso, notícias sobre as Oficinas Vocacionais da EJA, Feira da Quali-dade de Vida, Campanha da Fraternidade e Projeto Esperança, entre outros.

No final da Revista, uma nova seção, a Arte em Pauta, cujos personagensprincipais são os Alunos, Professores e Funcionários, que escreveram sobrefilmes, exposições e resenhas de livro, numa demonstração da verdadeira FamíliaVicentina.

Em suma, uma Revista de cara nova que marca a mudança na equipe deedição.

-

-

-

a chama

João Afonso de Matos Teixeira

EDIT

ORAL

JOÃO AFONSO ENTREGA O MEL NO DIA DAS MÃES

PANIZZI RUMO A SERRA DO RAMALHO

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ENTR

EVIS

TA

Em 2009, o Colégio São Vicente de Paulo completará 50 anos. Padre Lauro Palú explica as comissõesque organizarão o cinqüentenário, conta um pouco da história do Colégio, comenta seu trabalho nadireção e fala sobre o futuro do CSVP.

O São Vicente está organizando com

antecedência o cinqüentenário.

Quando começaram os preparativos

paraa festa?

Nestes 50 anos, o São Vicente ficou

conhecido, entre outras coisas, pe-

los projetos sociais que desenvolve.

Que projetos marcaram essas cinco

décadas e qual a importância desse

trabalho?

Em 2007, ouvimos o Conselho Peda-gógico, a Associação de Pais e Mestres(APM) e algumas famílias mais parti-cipantes. Nas várias reuniões, vimosque será preciso dividir-nos em comis-sões para cuidar dos diversos aspectosdesse aniversário. Há seis áreas princi-pais, para as quais formaremos comis-sões específicas: festas comemorativas,cultura, campo pedagógico, memória (edivulgação), religião e projetos sociais.

Quando cheguei ao Colégio, em 80, játínhamos há anos o Supletivo, hoje cha-mado Educação de Jovens e Adultos(EJA), e uma ajuda com bolsas de estu-dos. Os Alunos criaram os comitês Gra-úna e Grauninha, que lutavam pela cida-dania e contra a fome, seguindo umaidéia do Betinho. Hoje, temos Mães que

trabalham no Projeto MAS (Multiplica-doras na Ação Social) e o projeto quecomeçou em Cocos e hoje ajuda a f

em Carinhanha eSerra do Ramalho, no sertão baianoEm seus projetos sociais, nossa Província aplica recursos equivalentes a20% de seu movimento bruto. Comisso, o Colégio e a Província mantêm otítulo de entidade filantrópica. Pensamos em novos projetos, como o doEnsino Médio para os Alunos daE A .Esse é um plano bastante caro. Tomaraque se realize para marcar os 50 anos.

O Colégio foi sempre atento às ques-tões políticas. Começamos com o obje-tivo de atingir a excelência acadêmica ede formar pessoas com espírito crítico.A Escola procurou definir-se por umaposição de cobrança cidadã em relaçãoaos nossos políticos. O Grêmio, porexemplo, foi muito ativo na represen-

or-mar Professores de escolas públicas eoutros agentes sociais

.-

-

ducação de Jovens e dultos (EJA)

Durante a ditadura militar, numa

época de censura, como o Colégio

trabalhava as questões políticas? E

hoje, como a política é discutida

pela Escola?

tação dos Alunos junto à UNE (UniãoNacional dos Estudantes) e à AMES(Movimento Estudantil no Municípiodo Rio de Janeiro). Na campanha contrao Collor, por exemplo, os nossos Alu-nos foram para a rua com as caras pinta-das. Os Grêmios reagem em função doque acontece na sociedade. E os Profes-sores chamam a atenção para a neces-sidade de os nossos Alunos conhece-rem e criticarem a realidade, serem do-nos do seu próprio destino, preparan-do-se para serem agentes de transfor-mação social.

Muitos ex-Alunos têm trazido seus Fi-lhos e assim mantemos o contato comeles porque, como Pais, vêm às reuniõesno Colégio. Mas gostaríamos de ter umarelação bem mais estreita com os ex-Alunos. Até agora conseguimos pouco.Um projeto para os 50 anos é a Associa-ção de ex-Alunos, que já existe no papel,mas na prática não engrena. Houve umareunião para a qual convidei 280 pes-soas e vieram 18.

O CSVP se preocupa em manter

contato com os ex-Alunos. Como

isso é feito e qual é a importância

dessa relação?

Qual seriaa funçãodessaassociação?

Qual é o futuro do Colégio?

Manter com o Colégio um laço que nãoseja apenas de saudade, para relembrarcasos acontecidos, falar dos Professorese Colegas. A função de uma associaçãocomo essa é continuar em contato e aju-dar o Colégio e as pessoas da Escola quepossam precisar dela. Por exemplo: seum ex-Aluno tiver uma fábrica, pode fa-cilitar vagas para os Alunos atuais daEJA ou vagas de estágio para ex-Alunosque já estejam na faculdade. O impor-tante é não parar na saudade. Eu disserecentemente: “Morro de saudades, masnão vivo delas”. A gente pode ter sauda-de, mas tem que pensar no presente e nofuturo. Associação de ex-Alunos que sópensa no passado não serve. Tem queolharpara o presente eo futuro.

Numa das primeiras reuniões, sugeri-ram que haja um grupo de trabalho parapensar os próximos 50 anos, o que que-remos para as próximas décadas. Não éum exercício de futurologia. Será umplanejamento baseado na nossa histó-ria, que é muito concreta, real e valiosa.Nossa preocupação hoje é que os Paisestejam engajados nas atividades doColégio. Uma das intenções, quandoconvido o pessoal para formar chapaspara a diretoria da Associação de Pais eMestres, é que os Pais tenham uma pre-sença maior aqui dentro. Contamoscom a boa vontade, a presença, o volun-tariado deles. Isso dá ao nosso Colégiouma característica especial.

Fui diretor aqui de 1980 a 1986. Em se-guida, fui eleito Conselheiro Geral daCongregação, em Roma, onde fiquei 12anos. Voltando para o Brasil, trabalheiuns meses no Caraça. Quando o Pe. Al-meida morreu, em maio de 1999, volteipara a direção da Escola.

Em nossa Congregação, cada padrepertence a uma Província. Nossa Pro-víncia é proprietária e mantenedora doColégio. O Superior provincial, nossoVisitador, como o chamamos, nomeiapara os vários cargos, normalmente pa-ra três anos. Sou o superior da casa pro-vincial e agora termino o nono ano demandato. Fui nomeado e reconduzidoduas vezes. A escolha é prerrogativa doProvincial. Mas ele consulta a comuni-dade, que pode dizer sim ou não em re-lação ao candidato que ele sugere. Re-novam-se os mandatos a cada três anospara impedir que o indivíduo fique eter-namente. Para o meu terceiro mandato,já houve necessidade de uma autori-zação da nossa Cúria Geral de Roma.Agora, termino em maio o terceiromandato. Outro Coirmão pode ser no-meado superior da casa.A mesma coisa, em certo sentido, fun-ciona para a diretoria do Colégio. Poracaso, estou à frente tanto da casa pro-vincial como do Colégio. Para dirigir

A sua vida se confunde com a histó-

ria mais recente do Colégio. Quando

o senhor assumiu a direção do São

Vicente?

Como funciona a troca de direção da

Escola? Existe um prazo?

Rumo aos 50

uma escola, é preciso ter um título que ogoverno reconheça. Formei-me em Pe-dagogia com Administração Escolar etenho registro de diretor. Terminadomeu terceiro mandato em maio desteano no Colégio, minha manutenção nocargo só depende da Congregação. Pos-so continuar sendo nomeado outrasvezes, não há problema. Mas é sempresalutar que a direção mude para nin-guém pensar que é insubstituível. E che-ga um momento também quando aspessoas sentem que estão cansadas.

Gosto muito desse trabalho, mesmosendo muito cansativo. Geralmente,termino o ano exausto. Por isso, me em-penho em descansar nas férias. E tentonão me esgotar durante o ano. Às vezes,há semanas inteiras de reuniões. Sábadoe domingo damos assistência religiosa.Há muitas atividades extraclasse queacontecem nos sábados e devo marcar apresença como diretor. Gosto muito doque faço, me realiza muito. Sinto quesou útil às Famílias, aos Professores eAlunos, como educador, diretor daCasa e Padre.

Não. Talvez, porque mal dou conta defazer tudo que preciso, no presente. Àmedida que as coisas vão acontecendo,aparecerão novas oportunidades. Que-ro estar atento e aproveitá-las.

Como o senhor avalia esses anos à

frente do CSVP?

O senhor tem algum projeto para o

próximo mandato, caso continue na

direção do Colégio?

PE. LAURO PALÚ

2 nº 74. .a chama

"Os professores estãoconstantemente

chamando a atenção paraa necessidade de os

nossos alunos conhecereme criticarem a realidade,

serem donos do seupróprio destino,

preparando-se para seremagentes de

transformação social"

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COM

EMOR

AÇÃO

O São Vicente celebrou a Páscoa no carinho e aconchego das fa-mílias,nos supermercados e shoppings e finalmente no próprio Colégio,no dia 13 de abril.

O convite era sincero e empenhativo:

Cada Missa é uma catequese sobre a Ressurreição.A Ressurreição deCristo é tão fora do normal,do previsível e possível,que se entende porque muitos não a admitem,já não a admitiam no começo da Igreja.Então se propuseram os dois fatos narrados nas leituras da Missa,para ajudar as pessoas a verem que Cristo ressuscitou e está vivo entre nós.Na

, um peregrino voltava de Jerusalém para a Etiópia, lendo o Profeta Isaías quando o missionário Felipe foi ao seu encontro,puxou conversa e explicou o que se referia, nas figuras do profeta, a JesusCristo,que o Etíope conheceu e aceitou a partir dessa aula de catecismo.Pediu o batismo e Felipe o batizou,em nome de Jesus.Aí,o Etíope foi para sua terra,anunciando que Cristo era o Messias,o Salvador do mundo.

Na , que é igual em suas 4 partes, dois discípuloshaviam abandonado a comunidade de Jerusalém, depois que enterraram Jesus,e iam-se embora daquele sonho bonito que tinham tido:

Vamos celebrar a Ressurreiçãode Cristo,esse fato extraordinário,que fez irromper nomundoa certezadeque nossa vida não termina namorte,de que omal não tem a última pa-lavra emnossa existência.Vamos celebrar isso comnossos Filhos eAlunos,para termos confiança no futuro de todos, porque estaremos semeandovida,esperançasecertezas dequeandamos todosbemnecessitados,con-tra a cultura da morte, as drogas, o sexo irresponsável, a violência, odescompromisso social frente ao mau exemplo dos políticos. Vamosmeditar como temos que agir, no dia-a-dia, para que a Ressurreição sejanossa maior força e nos faça participar com Cristo da vitória dele sobre amorte,aescravidãoetodasas formasdomal.

Aqui os esperamos, certos de sua presença neste nosso compromissode fé e vida.Nossos Filhos e Alunos precisamdo nosso exemplo e de nossacompanhianessacelebração.Essa lutaéde todosnós.Sozinho,nenhumdenósdaráconta.

---

primeira leitura -, -

-

segunda leitura-

Nossa Missa de Páscoa

Jesus era o Salvador,ressuscitaria e os libertaria.Iam embora tristes como fracasso de seus ideais, quando o próprio Jesus chegou e começou aconversar com eles,perguntando porque estavam tristes.Eles contaramtudo, sem reconhecer Jesus: sabiam o que fora predito pelos Profetas, oque as catequistas ensinavam, o que os Apóstolos pregavam, sabiamtudo sobre Jesus,mas já não esperavam mais...“Nós esperávamos...”

Jesus lhes explicou o que se referia a ele nas Escrituras,releu os fatoscom eles.Chegaram aonde iam,a Emaús,e Jesus fingiu que ia continuar.Convidaram-no para dormir ali e viajar no dia seguinte.No jantar, Jesusse revelou, repetindo o gesto da Última Ceia, consagrando o pão e ovinho no seu Corpo e Sangue.Então voltaram correndo a Jerusalém,paracontar aos Apóstolos que tinham visto Jesus e falado com ele.

Estes 4 momentos ocorrem em cada missa. ,quando nos encontramos para celebrar, nos interessamos pelos outros, porsua saúde, por seus problemas, quando pedimos perdão a Deus e aosoutros por nossos pecados, nossas faltas e erros.Depois ,nas leituras da Missa, que o Padre explica e ajuda a aplicar à nossa vida.Em seguida, o Padre consagra o pão e o vinho, como Jesus fez, e

com o Corpo e o Sangue de Cristo, presentes no altar.E amissa termina quando ,com a bênção do Padre,que vamos multiplicar em nossas casas,nosso trabalho e nossos ambientes.

. Felipe chega e puxaconversa. Jesus chega e puxa conversa. Os primeiros Cristãos davamtestemunho de Cristo assim.O povo dizia:“Vejam como eles se amam”.Tinham as coisas em comum,não havia necessitados entre eles,reuniam-se para adorar Deus e celebrar sua fé.Os outros momentos,a ,o

(batismo ou comunhão,conforme a leitura) e a sófuncionam se antes houver a ,que de fato nos abre para aPalavra,o Sacramento e a Missão.

catequista

Deus nos reúne -

Deus nos fala

Deusnos alimenta

Deus nos envia -

O primeiro momento, o da fraternidade, é que desencadeiatodo o processo de fé na Ressurreição

-

PalavraSacramento Missão

Fraternidade

Pe. Lauro Palú,

Muitas felicidadesMissa do aniversário de 49 anos do CSVP é presidida pelo Pe.Emanoel Bertunes,que comemora seus nove meses deordenação. Alunos do 2º ano do Ensino Fundamental animam a eucaristia.

Colégio São Vicente de Paulo sealegrou, no dia 30 de março, coma chegada de Pais, Alunos, Pro-

fessores e Convidados, que lotaram oauditório do 4º andar para a missa emcomemoração dos seus 49 anos. No al-tar preparado no palco, o Colégio maisuma vez lembrava a todos o que vemfazendo há quase cinco décadas: edu-cação evangelizadora, educação para ajustiça, educação libertadora e formaçãodeagentesde transformação social.

Depois do canto do hino do CSVP, amissa começou. Pe. Lauro Palú, diretordo Colégio, estava junto ao altar, masavisou que a missa seria presidida pelojovem Pe. Emanoel Bertunes, diretoradministrativo da escola e que, assimcomo o São Vicente, também tinhamuito que comemorar naquele dia: seusnove meses de ordenação. “Isso mostraque temos sucessores”, fala Pe. Lauro.

A homilia, porém, ficou a cargo dodiretor da escola que, depois de explicara passagem bíblica lida, recordou ahistória do Colégio. “O São Vicente co-meçou para dar continuidade ao Caraça,

junho de 2008 . .a chama 5

As comemorações dos 49 anos doCSVP começaram dois dias antes do ani-versário.No dia 28, sexta-feira, em todosos recreios, os Alunos receberam umpedaço de bolo das mãos do Pe. Lauro.Além disso,o Coral Amigos do São Vicen-te apresentou, junto com os corais adul-to e juvenil, o show 'Canto de um Povo',nos dias 28 e 29,no auditório do Colégio.

Bolo e festa antecipada

para ser uma escola de excelência. Maspercebemos que só isso não resolveria.Então, passamos a oferecer uma educa-ção crítica, libertadora. Queremos for-mar agentes de transformação social. E,para isso, trabalhamos em parceria comas famílias”.

A parte mais emocionante da cele-bração ficou por conta dos Alunos do2ºano do Ensino Fundamental. Eles fo-ram para o altar e, junto com os Padres,participaram da animação da eucaristia.Após a missa, um almoço esperava ospresentes na quadra da escola. No final,como não poderia deixar de ser, partiu-se o bolo. Ano que vem tem mais.

ALUNOS DO 2º ANO ANIMAM A CELEBRAÇÃO

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AÇÃO

PED

AGÓG

ICA

junho de 2008 . .a chama 7

Formando motoristas epedestres conscientesDefesa da vida. O tema da Campanha da Fraternidade de 2008 é também o objetivo do novo projeto deeducação para o trânsito criado no Colégio São Vicente de Paulo. Palestra lotou o auditório ecomoveu Alunos e Professores.

ito pessoas morrem por diaem acidentes de trânsito noEstado do Rio de Janeiro.

Cerca de 70% dos acidentes fatais sãocausados pela ingestão de bebidas alco-ólicas. Se beber, não dirija”. Estas foramalgumas das frases repetidas na palestraoferecida por jovens do Detran (Depar-tamento Estadual de Trânsito) aos Alu-nos do São Vicente. Utilizando lingua-gem jovem, música e descontração porum lado, mas também imagens, sloganse surpresas impactantes, por outro, elespassaram o recado: o importante é a-proveitar a festa e, ao mesmo tempo, seprevenir contra acidentes de carro. Nãodirigir após beber, verificar se o moto-rista com quem pretende pegar caronaestá realmente em condições de dirigir eoptar pelo táxi foram dicas dadas àplatéia.

No final de 2007, mais precisamenteno Conselho Pedagógico do dia 8 de no-vembro, foi discutida pela primeira vez apossibilidade de criação do projeto paraeducar jovens e adultos sobre a impor-tância de atitudes conscientes e solidáriaspara a promoção da paz no trânsito.A

O nascimento do projeto idéia surgiu da combinação de três acon-tecimentos principais. Primeiramente,Margarida Nascimento, mãe dos gême-os Gabriel e Rafael, Alunos do 2º ano doEnsino Fundamental, propôs a realiza-ção de um projeto de educação para otrânsito e se ofereceu para trazer aos Alu-nos informações que estimulassem o

estudo e a reflexão sobre questões relaci-onadas ao trânsito. Na mesma época, emreunião na escola, Pais de Alunos do En-sino Médio expressaram sua preocupa-ção com os carros que estacionam inade-quadamente na calçada do Colégio e commotoristas e pedestres que circulam semresponsabilidade pela rua. Além disso,Cristina Caldas, coordenadora pedagógi-ca do Ensino Médio, recebeu o e-mail deum Pai, cujo filho morreu em um aciden-te de carro, se oferecendo para conversarcomos jovens sobreo assunto.

“Optamos por organizar um trabalhopermanente que, ao longo do ano, fosseformando nossa comunidade para umaação mais educada, crítica, reflexiva, soli-dária e transformadora da realidade”, dizo documento que descreve o projeto, cu-ja elaboração, objetivos e estratégias de

"O

ação passaram a ser da responsabilidadedo Grupo de Trabalho (GT) do Trânsito,formado por representantes de todos ossetoresdo São Vicente.

Nas reuniões do GT, iniciadas a partirde março deste ano, metas foram traça-das e atividades planejadas. Liliane Fer-reira dos Santos, coordenadora pedagó-gica do 1º ao 5º ano e do 9º ano, afirmaque o objetivo do projeto é, além deconscientizar toda a comunidade vicenti-na, torná-la apta a passar adiante o co-nhecimento sobre trânsito. “A expecta-tiva é que a gente possa mobilizar Pais,Alunos, Funcionários e Professores paraque saibam dirigir com consciência e se-jam multiplicadores de outras açõesconscientes”, resume. Ela explica aindaque a intenção é focar igualmente na edu-cação do motorista e do pedestre: “É pre-ciso estudar para tirar uma carteira demotorista, mas não para tirar uma cartei-ra de pedestre. Nós, como pedestres,também cometemoserros”.

O Projeto estreou no dia 16 de maio,com uma palestra realizada por jovens doDetran, no auditório do Colégio, paraAlunos do 9º ano e do 1º ano do EnsinoMédio. Foram exibidos vídeos com his-

O primeiro passo

tórias sobre jovens se divertindo em fes-tas, mas que acabaram vítimas de aciden-tes de carro devido ao consumo impru-dente de bebida alcoólica. Nos intervalosentre imagens fortes, a equipe do Detranalertou a platéia sobre os riscos de se aliarálcool e direção. “Mais de 38 mil pessoasnão voltaram para casa por uma noite, oununca mais”, disse Rafael Maia, refe-rindo-se aos jovens que sofrem acidentesao saírem das boates e precisam passar anoiteno hospital oumorremna hora.

Além dos vídeos com personagensfictícios, os Alunos assistiram ao depoi-mento de Laisa de Souza, cuja apariçãoinesperada deixou o auditório em silên-cio e foi muito elogiada pela platéia após apalestra. "Ela sobreviveu, mas sua vida

nunca mais foi a mesma": foi essa a fraseusada para apresentar Laisa, vítima deacidente de trânsito provocado por umjovem de 20 anos, que dirigia na con-tramão no Aterro do Flamengo e bateuno carro em que ela estava. No final, foifeita a apresentação de um esquete de tea-tro para reforçar o slogan “Se beber, nãodirija”. Marina Chiarelli, aluna do 9º ano,aprovou a iniciativa do São Vicente:“Muita gente bebe, não sabe o que vaiacontecer depois, mas agora eles mostra-ram as conseqüências. A gente nunca ti-nha visto uma pessoa que foi vítima, quenemela”.

Rafael conta que o projeto do Detranfoi lançado oficialmente em setembro de2007, um ano após o acidente de carroocorrido na Lagoa, tão comentado na mí-dia. O público alvo são, segundo ele, os a-dolescentes que já estão começando a sairna cidade à noite. “A nossa idéia é mostrarao jovem desde cedo a importância de seter uma postura prudente no trânsito, pa-ra que ele tenha muitas outras

-

noites ediversões. Não queremos bater só na teclado motorista, mas na de que o trânsitosomos todos nós: o passageiro, o pedestre,o carona. Todos precisam estar conscientesparaconscientizarospais,osamigos,asuagalera”,conclui.

MARINA CHIARELLI - 9º ANO

Tudo tem uma razão... Conscientizando as crianças sobre o trânsito

Quando eu tinha dez anos, fui atropelada. Nunca mais esqueci o que sepassou na minha mente naquele instante: “Nossa, é agora que vou!”. Sóacordei no hospital,ao lado de meus pais,com os médicos me fazendo váriasperguntas: Quem eu era? Onde morava? Quantos anos eu tinha? Tudo parasaber o que poderia ter acontecido comigo. Minha cabeça ficou muito ma-chucada,cheia de“galos”,pois fui jogada longe e caí na rua,batendo a cabeçabem perto do meio-fio. Felizmente nada aconteceu de grave, só fiquei ummêsdormindosentada.

O tempo passou e fui levada a ocupar um cargo de certa importância emnosso país e um dos primeiros projetos que a equipe me mostrou chamava-se PARE e era destinado a reduzir os acidentes de trânsito.Naquele instanteme lembrei do que passei quando tinha dez anos e desatei a chorar.Após merecompor, ouvi os argumentos da equipe quanto ao projeto a que ninguémdestinava recursos. Não tive dúvidas de que o PARE devia ser desenvolvido etodo o meu esforço foi concentrado na obtenção de apoio e no lançamentodo Programa, que ocorreu em janeiro de 1994, no sul do país.Os resultadosforambons,porémessaquestãoaindanãoestáresolvidaemnossanação.

Masissopodeserrevertidoseiniciarmosdesdejáumacampanhaensi-

nando às crianças e aos jovens que os automóveis,esforço de nossa indústriaque nos traz divisas e conforto, devem ser utilizados para realmente cumpri-rem seus objetivos.Um jovem que ganha um carro de seus pais aos dezoito a-nos e já inicia a prática da direção ganha uma liberdade que não deve ultrapas-saroslimitesdasegurançaconsigopróprioecomosoutros.Tomarunsdrinksso-cialmente,ficaratétardedançandoeconversandosignificaquevoltarparacasadirigindorequermaisatençãoecuidado.Melhorirsemcarro!Nãoprecisadeixardesedivertir,bastasaberutilizarmelhorsualiberdade.

O exemplo dado às crianças e o ensino de normas no que diz respeito aotrânsito com certeza introduzirão nelas os cuidados que terão no futuro.Nossas crianças são a nossa esperança, pelo menos nessa área do meioambiente cujo“verde”somos nós,seres humanos! Resguardemos o verde emcada um de nós através das tenras sementes que lançamos em nossos jardinsda vida,regando com água suficiente,sem exageros e com os ensinamentosquepossampreservá-laseanósdastristezas que essetipodeperdatraz.

Mãe de Rafael e Gabriel, Alunos do 2° ano do Ensino FundamentalMargarida Nascimento

Além de prudência no trânsito,a segurança dos Alunos é outro tema com que se preocupa o SãoVicente.Nodia13demarço,representantesdaAPM(AssociaçãodePaiseMestres)edaComPasSo(Coordenação Comunitária, Pastoral e Social) se reuniram com a Associação de Moradores do Cos-meVelho e representantes de outras escolas do bairro,no Batalhão de Botafogo,para reivindicar oaumento do policiamento nas ruas. No encontro, ficou estabelecida a colocação de duas motospara circularem,fazendo a ronda no bairro e de uma viatura com dois policiais entre o Colégio Sione o CSVP.Além disso,a equipe do próprio Batalhão se comprometeu a montar uma cartilha ensi-nandoaosestudantescomoevitarumassaltoeenviá-laàsescolasenvolvidas.

Mais policiamento no Cosme Velho

EQUIPE DO DETRAN

6 nº 74. .a chama

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GRÊM

IO

odas as noites, o São Vicente abresuas portas para os estudantes daEducação de Jovens e Adultos

(EJA), que fazem o Ensino Fundamen-tal. Mas o Colégio quer aumentar a es-colaridade desses Alunos, oferecendo oEnsino Médio Integrado. Enquanto es-se projeto não se concretiza, a psicólogae orientadora da EJA, Eleonora Calde-nha, decidiu promover a primeira edi-ção das Oficinas Vocacionais, no dia 26de abril. “As Oficinas foram o primeiropasso rumo a essa educação profissio-nalizante que queremos realizar. Ensi-namos alguns ofícios que poderiam pro-porcionar renda para eles, que voltaram aestudarpara melhorardevida”, diz.

As Oficinas Vocacionais, em sua primeira edição, reuniram cem Alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), queaprenderam a fazer pão,fuxico e encadernação e ainda tiveram aulas de teatro e informática.

Para aprender um ofício

Quais eram os projetos que vocês

tinham como plataforma da chapa

para o Greco? Cumpriram todos?

JOAQUIM:Nossograndeobjetivoera re-estruturar as coisas bacanas que tinhamdeixado de existir no Colégio: o jornal "OElefante", a rádio e a Semana Cultural.Conseguimos fazer tudo isso. O jornal eranosso grande projeto. Queríamos trazê-lodevoltaparaosAlunosteremmaisvoz.MARCELLA: Inovamos a Semana Cul-tural, propondo um tema que, ano pas-sado, foi o Brasil. Cada dia, durante o re-creio de uma hora, uma região do paísera apresentada aos Alunos.NICOLE: Havia prato típico, dança evídeos. Além disso, entregamos uma folhafalando sobre as regiões e brindes como,porexemplo,umchapéudecangaceiro.MARCELLA: Outro projeto que con-cluímos foi o da rádio, que funciona nahora do recreio embaixo da escada. Or-ganizamos ainda a pintura do muro de2007 e 2008 e a Festa Junina, que tevequadrilha, maracatu e forró.JOAQUIM: Tivemos projetos falidostambém. A Semana de Filmes, o Con-curso de Fotografia, a reestruturação dosite do Greco, os Jogos Berrantes, a Se-mana Política, que teve uma participa-

ção muito pequena dos Alunos...NICOLE: Não conseguimos prolongaro recreio, por isso poucos alunos com-pareceram à Semana Política. Mas acon-teceu. Foi na época do escândalo envol-vendo o Renan Calheiros. Chamamosalguns Professores para participar. OFernandão (Professor de História do 1º.ano) falou sobre corrupção e impunida-de. A Renata, Professora de Sociologiado 2º. ano, sobre mídia.

NICOLE: As pessoas não sabem quantacoisa fazemos. É muita coisa. Participa-mosdoConselhoPedagógicotodaquinta-feira.Ouvimos informações sobreativida-des da Escola que eu não fazia idéia de queexistiamantesdeentrarparaoGreco.JOAQUIM: Sempre que temos algumprojeto, ele é levado para a aprovaçãodesse Conselho. Participamos dessa re-união junto com o Pe. Lauro, as coorde-nações de ensino, o gerente de manu-tenção, a ComPasSo, a direção dos ins-petores, a APM.NICOLE: Falamos tudo o que os repre-sentantes de turma nos pedem. Um exem-plo foi a idéia da Carolina, do 9º ano, quenos procurou no ano passado para recla-mar sobre o excesso de gasto de papel namonografia, já que a ABNT (AssociaçãoBrasileiradeNormasTécnicas) sópermiteusar um lado da folha. Num ano em queestávamos falando tanto sobre reciclagem,era preciso levantar esse tema. Então, elafez um abaixo assinado pra mandar para aABNTeformalizar sua reivindicação. Issofoi levado para o Conselho Pedagógico efoimuitobemvisto.JOAQUIM: Não podemos fazer nadasem a aprovação do Colégio. Temos li-berdade de expressão, mas nosso poder élimitado. Temos que lidar com a buro-

Foi difícil organizar tudo isso?

cracia de alguns processos. Muitas vezestentamos facilitar as coisas. Quando setratava de conseguir a autorização de al-guém da escola, por exemplo, falávamosdireto com o responsável, sem passar pe-lo intermédio da ComPasSo. No início,ficaramchateadoscoma gente.NICOLE: O nosso Grêmio se impôsbastante. Conseguimos muita coisa. Naprimeira semana, ganhamos uma sala.Fica no subsolo. Temos dois sofás, umcomputador, um telefone, dois armári-os, uma mesa e o Kuririm, nossa masco-te. É uma boca de palhaço. Pintamosum chapéu e colocamos um bigodinho.Ele também está pintado no espaço queconquistamos na pintura dos muros.

MARCELLA: Muito difícil. Pra come-çar, as reuniões do Conselho Pedagógi-co acontecem quinta de manhã. Tínha-mos que fazer um revezamento. Cadasemana, um faltava aula. Mas esse anonão deu mais. Dos cinco integrantes doGreco, quatro estão no terceiro ano.NICOLE: Ano passado, por exemplo,eu me dei muito mal na escola. Quaserepeti. Eu estava perdendo muita aula.Minha mãe não queria mais que eu par-ticipasse do Grêmio.MARCELLA: E a gente queria prolon-gar nosso mandato. Várias pessoas já nosperguntaram porque não continuamos.Gostaram do que a gente fez. Só que nãotem como conciliar 14 matérias do 3º anomais Grêmio, com os estudos em casa, ovestibular, mais todas as coisas que faze-mos fora do Colégio. Ano passado, para agincana de arrecadação de alimentos eroupas, ficamos contando peças de rou-pa e conferindo as cestas básicas até às22h,durante trêsdias.

NICOLE: Vou pedir para eles darem con-tinuidade aos nossos projetos. Temos umcaderno com dicas de como organizar oseventos, além de várias idéias que não tive-mos tempo de implementar. Queria tam-bém que eles mantivessem uma relaçãoboacomtodososfuncionáriosdaEscola.MARCELLA: Agora queremos apro-veitar. É nosso último ano no Colégio.

Como foi conciliar as atividades do

Greco com os estudos?

O que vocês esperam dos seus

sucessores?

Bate-bola com o Greco

Cerca de cem Alunos da EJA com-pareceram à atividade. Estudantes damanhã também participaram. Eles a-presentaram uma peça sobre a vida dosadultos. “Os estudantes do dia fizeramuma pesquisa antes de montarem os es-quetes, que foram muito apreciadospelas turmas da EJA”, conta Eleonora.Depois do teatro, os grupos se dividi-ram nas oficinas.

A professora de Estudos Sociais eCiências, Valéria Baptista, das 3ª e 4ª fa-ses, foi a responsável pela oficina de en-cadernação. “Trouxemos uma pessoado Arquivo Nacional para ensinar nos-sos Alunos a fazerem um caderno”, diz.Outra atividade muito procurada foi ado pão, ofício ensinado por um dos da

EJA

estudantes da EJA, o padeiro RobsonLoureiro, da 6ª. fase. “Eles fizeram cempães. E o Robson, que já trabalha nessaárea, passou o seu conhecimento paraos colegas”, orgulha-se Eleonora. O fu-xico também fez sucesso. “Eles apren-deram a fazer chaveiros e agora já estãovendendo suas produções”, conta acoordenadora do projeto. Os Alunostambém participaram das oficinas de in-formática e teatro.

Segundo Eleonora, as Oficinas Vo-cacionais terão vida longa: “A respostados Alunos foi muito boa. Eles pediramque a atividade fosse repetida no segun-do semestre. Vamos fazer isso”.

Participar do Conselho Pedagógico, ouvir os representantes de turma, orga-nizar a Festa Junina e a Semana Pedagógica.E ainda estudar.Quase todos pa-ra o vestibular.Entre uma tarefa e outra, Joaquim Strunck, Nicole Meireles eMarcella Sotto-Maior - integrantes, junto com Dora Adesse e Gabriel Mene-zes, do Greco,grêmio do Ensino Médio e 9º ano - contam à Revista oque fizeram em seu mandato e o que esperam dos seus sucessores.

a chama

8 nº 74. .a chama junho de 2008. .a chama 9

AULA DE INFORMÁTICA

PEÇA REPRESENTA VIDA DOS ALUNOS DA EJAESTUDANTES FAZEM CHAVEIRO DE FUXICO

OFICINA DE ENCADERNAÇÃO

ALUNOS APRENDEM A FAZER PÃO

GRÊMIO ELEITO. EM CIMA, ALICE, DORA, NICOLE E JOAQUIM.EM BAIXO, GABRIEL, BRUNA E MARCELLA. ALICE E BRUNASAÍRAM DO COLÉGIO.

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tarde de reencontro dos ex-Alunoscomeçou às 13h com uma missacelebrada pelo diretor do Colégio

São Vicente de Paulo (CSVP), Pe. LauroPalú, na capela da Casa Central que, apesardo tempo chuvoso, foi rapidamente ocu-pada, contando também com a presençade Professores, Funcionários da Escola emembros da Associação de Pais e Mestres(APM).Nacerimônia,osAlunospuderamagradecer a Deus pelos anos de estudo noColégio e resultados obtidos no vestibular,além de pedir perdão pelas atitudes de quesearrependeram.

Matando as saudadesResultados do vestibular, primeiras aulas na universidade, rotina nova: muito assunto para conversar. Amigos,Professores,pessoas queridas para rever.O pátio do Colégio para relembrar os bons momentos de Escola.Não forampoucos os motivos que trouxeram de volta ao CSVP, no dia 15 de março, mais de cem ex-Alunos formados em 2007.

Chegou uma carta do Colégio à minha casa. Chegou à casa de meusamigos também. Aos poucos, uns comentavam com os outros o conteúdo:haveria um churrasco de ex-Alunos, formandos de 2007, num sábadopróximo, no Colégio mesmo. A euforia de rever os amigos era notória emtelefonemas e scraps no orkut.'Você vai?','Fulano vai?'.

Uns estavam viajando, outros não puderam comparecer, mas a verdade éque uma grande massa de recém-formados agentes da transformaçãosocial tomou o pátio do Colégio.Uma mesa farta,alguns Professores e muitaalegria faziam aquele momento mais mágico do que por si só já era.

Há onze anos entrávamos por aquelas portas para assistir as aulas ouparticipar de atividades extra-escolares,mas naquele dia era como se fôsse-mos especiais,enxergávamos as paredes,as pessoas,o Colégio,de um pontode vista jamais experimentado; era curioso. O ninho de nossa formação,principalmente como pessoas,ao mesmo tempo em que parecia familiar,jáparecia distante da realidade.

As conversas sempre começavam com o clichê:'O que está fazendo de suavida?' E o papo ia: UFRJ, UERJ, UNIRIO, IBMEC, PUC, FGV, cursinhos pré-vestibulares... Primeiro ou segundo semestre? Viagens, namoros e, emalgum ponto, o diálogo caminhava para uma recordação: 'Você se lembradaquele dia no Colégio em que...?' Ai! Aquilo dava uma pontada no peito edespertava um sorriso na convidada mais notada do churrasco:a nostalgia.Não houve uma pessoa sequer que não a percebesse. Alguns apenas aviram, sentiram e cumprimentaram, enquanto outros não conseguiamdesviar o olhar da sua inevitável presença.

Pe. Lauro manifestou a alegria derecebê-los mais uma vez no CSVP e acerteza de que levarão para a vida uni-versitária a marca registrada do Colégio:“Já me contaram que o próprio pro-fessor da faculdade, quando vê um alu-no atento, questionador, com senso crí-tico, pergunta: você estudou no São Vi-cente?”. Em seguida, desejou que os Alu-nos sejam muito felizes nessa nova etapade suas vidas e, explicando o significadodo tema da Campanha da Fraternidadedeste ano - defesa da vida -, aconselhouque continuem escolhendo o que é bom,sem se deixar influenciar pela propagan-da ou pela opinião da maioria. No final damissa, ele reforçou a expectativa de quetodos mantenham o contato com a esco-la. “Quero reafirmar o nosso gosto de re-vê-los e o nosso desejo de vê-los mais ve-zes. Quando sentirem que vale a pena seaproximar de novo, venham; nós estare-mos aqui para recebê-los e auxiliá-los.Tragam suas conquistas e alegrias paracompartilhar conosco”,diz.

Terminada a cerimônia religiosa, che-gou a hora do churrasco no pátio interno,cujo aroma já podia ser sentido da capela,conforme brincou Pe. Lauro ao iniciar amissa. Henrique Guimarães, que cursaArtes Cênicas na Universidade Federal

do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO),lembra do cheiro desde a época em queainda era Aluno e não podia, portanto,participar da confraternização: “Duranteos anos todos, a gente ficava lá em cimasó sentindo o cheiro. Agora é a nossachance de desfrutar desse momento.Acho que o mais legal é o reencontro for-

com as pessoas”. Henrique, que parti-cipava do grupo de teatro do Colégio erecebeu dele forte estímulo para a es-colha da profissão, contou também queo CLA (Centro de Letras e Artes) daUNIRIO conta com muitos alunos for-mados no CSVP, o que lhes garante bomreconhecimento na instituição.

Inicialmente, os Alunos se dividiramem mesas para almoçar e conversar, em-balados pela música ao vivo. Depois foia vez de eles próprios pegarem o micro-fone e cantarem suas canções preferidasno karaokê. Também foram pendura-dos nos pilotis painéis com as fotos dastrês turmas do 3º ano do Ensino Médiodo ano passado, para que cada Alunoescrevesse o curso e a universidade naqual obteve aprovação. De forma geral,os Alunos conseguiram ingressar emboas faculdades, públicas e privadas.Eliza Barroso de Aguiar, por exemplo,passou para Medicina nas quatro univer-sidadespúblicasdo estado.

O churrasco para ex-Alunos acon-

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A verdade é que foi uma tarde recheada de risadas, as quais, em suamaioria, devemos ao Ilustríssimo comparecimento do Karaokê, que fez dosex-Alunos cantores, dançarinos e até mesmo apreciadores de desafinados.Embalados pela saudade que aquele ambiente proporcionava, todos sedivertiam,como se aquela tarde fosse um imenso recreio.

Os abraços eram verdadeiros,os beijos,as risadas.Foi bom ver que,estives-sem onde estivessem,todos ainda carregavam a bagagem que o Colégio nosdeu,repleta de valores,atitudes e sentimentos quase inexistentes no mundofora daquele muro.Os detalhes da Química,da Matemática,da História e atémesmo do Português muitos já haviam esquecido, mas a missão de fazer adiferença, não. Não havia nem mesmo um distraído que estudou ali que ativesse esquecido.

Agora os caminhos se separaram, muitos outros desafios e experiênciasestão por vir.Eu,por exemplo,escrevo esse artigo de Londres,onde estou es-tudando inglês e conhecendo o que posso,antes de começar minha faculdadede Comunicação Social na UFRJ (se-gundo semestre). Outros já estão ato-lados de afazeres na faculdade e háainda os que passam de novo pelaexperiência do vestibular.Todos viven-do e se virando, agora sem a partiturado Colégio. Mas tudo bem, ele fez suaparte.E bastante bem,por sinal.

Laura Maia de Castro

"Agora é a nossa chancede desfrutar desse

momento. Acho que omais legal é o

reencontro com aspessoas"

tece desde 2006. Alessandra Lund eMaria Pia Lonzetti, que concluíram oEnsino Médio em 2004 e 2005, e hojecursam Economia na UniversidadeFederal Fluminense (UFF) e Direito naUniversidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ), respectivamente, comparece-ram ao encontro deste ano e reclama-ram de não terem tido a mesma oportu-nidade na sua época de formatura.Segundo elas, uma iniciativa do próprioColégio é capaz de mobilizar Alunos eProfessores com mais facilidade do quese eles resolvessem organizar sozinhoso evento. “Sendo aqui, as pessoas levammuito mais a sério. E o ambiente daEscola também é muito legal para revertodo mundo”, opinou Maria Pia.

Luiza Borges Campos, que foi Alunado CSVP desde o 4º ano do EnsinoFundamental e agora estuda na EscolaSuperior de Propaganda e Marketing(ESPM), também considera muito im-portante esse evento no sábado, porquetendo aulas toda manhã é mais difícil

arranjar tempo para visitar a escola. “Euficava o dia inteiro aqui, porque faziaparte do coral, do teatro, sempre era re-presentante de turma. Isso aqui é mui-to 'casa'. Dá saudade”, confessa. JoãoAfonso Teixeira, presidente da APM,antecipou que uma das metas para ocinqüentenário do Colégio é justamentecriar uma associação de ex-Alunos: “Oobjetivo é manter os ex-Alunos sempreparticipativos na Escola, não deixar queeles se afastem”.

Isso aqui é muito 'casa'.Dá saudade.

HENRIQUE GUIMARÃES

MARIA PIA E ALESSANDRA

Depoimento de uma ex-Aluna

Luiza Campos

ELIZA DE AGUIAR E LUIZA CAMPOS

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ão faz tanto tempo assim que irtodos os dias até o Cosme Velhodeixou de fazer parte da rotina de

Rodrigo Faulhaber. Mas, mesmo assim,a saudade já é grande.

Sobre o Colégio onde passou 11anos da sua vida – ele chegou ao CSVPaos 7 anos, no 2º ano do Ensino Fun-damental, na turma da professora Edna,e saiu ao terminar o Ensino Médio, em2004 – Rodrigo destaca o fato de ter re-cebido uma formação completa: “OSão Vicente, diferentemente de outrasEscolas do Rio de Janeiro, tem uma vi-são mais humanitária e social e não sepreocupa apenas com um simples in-gresso em uma faculdade”. Mas, mes-mo assim, ele cursou um ano e meio deAdministração em uma universidade

Aos 21 anos, de-pois de ter passado dois anos em Curi-tiba e voltado para o Rio (ele mora naTijuca), o ex-Aluno do Colégio São Vi-cente de Paulo sente falta da vida que le-vava há quatro anos e lembra com cari-nho do tempo em que dividia sua paixão– o kart – com os livros de Matemática,Física, Português e Geografia, e em quea hora do recreio servia para um bombate-papo com os Professores, Colegase Inspetores.

Do Cosme Velhopara o mundoCampeão mundial de kart, Rodrigo Faulhaber, ex-Aluno do Colégio SãoVicente de Paulo,conta como foram os anos que passou na Escola,fala sobreseus Professores e Inspetores, avalia a formação que recebeu e diz como oCSVP o preparou para sua profissão.

curitibana. “Tranquei, voltei para o Rio,e vou pedir transferência para continuarestudando”, conta.

Segundo Rodrigo, foi a partir doaprendizado recebido no CSVP e com acerteza de que estava preparado paratrilhar o caminho que escolhesse, queele continuou a se dedicar às corridas e,em 2007, conquistou o título de campe-ão mundial de kart indoor. “Meu prime-iro contato com o automobilismo foiaos dez anos de idade, em uma viagem apasseio aos Estados Unidos. Porém, sócomecei a participar de campeonatosaos 14 anos”, diz. Com títulos no kart,como o de vice-campeão carioca em2004 e campeão paulista em 2007,Rodrigo levou para o mundo o que a-prendeu nas salas do seu Colégio, noCosme Velho: “Eu diria que a idéia deformar 'agentes de transformação so-cial' muito contribuiu para a minhaformação, pois no Colégio desenvolvivalores muito positivos, como a solida-riedade e a fraternidade. E também a-prendi a ter uma visão crítica do mundo,coisa que não vejo sendo ensinada emoutras escolas”.

A seguir, o ex-Aluno relembra algumaspassagensquemarcaramsuavidaescolar.

“Estudei 11 anos no São Vicente e, embo-ra eu fosse um garoto meio tímido, me re-lacionava muito bem com os Funcionáriose Professores do Colégio. Nunca fui demuitos amigos, não era o tipo de Alunoque, quando tocava o sinal, saía correndopara jogar bola. Pelo contrário, durante orecreio eu ficava pelo corredor conver-sando com os Inspetores.Os Inspetores deque mais me recordo são o AlessandroCarreiro e o Gerson. Eu era um bocadodisplicente nas aulas, sofria nas recupe-rações. Fui o tipo de Aluno que estudavapara tirar 6.0, extremamente preguiçoso,tanto que muitas vezes eu mesmo duvi-dava de que fosse capaz de ser um alunonota 10. Meus pais diziam muito que eudeveria ter nos estudos a mesma garraque eu tinha no kart. Em relação às ativi-dades extracurriculares, não cheguei aparticipar muito. Até fiz por um ou doisanos escolinha de futebol, pois desdepequeno meu tempo fora da escola erapraticamente todo dedicado ao kart. Aturma com a qual mais me entrosei foi aturma com a que fiquei do 4º ao 8º ano doEnsino Fundamental.Em relação aos Pro-fessores, é difícil avaliar qual deles maisme marcou. No entanto, posso citar asaulas da Juçara, que eram muito engra-çadas, a disposição do Professor Alexan-dre, que estava sempre bem humorado,de alto astral – ele já entrava na salagritando “Aloha”. Hoje, relembrando ostempos de SãoVicente,posso dizer que euera feliz e não sabia”.

Rodrigo Faulhaber

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LUNO

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12 nº 74. .a chama

RODRIGO COMEMORA VITÓRIA NO KART

Viajando com o São VicenteCaeté e Caraça. Alunos, Funcionários e Professores. Foram estes os destinos e os personagens das excursõesorganizadas pelo Colégio SãoVicente de Paulo no primeiro semestre de 2008.

ara os Professores e Funcionários,trata-se de uma oportunidade paraconhecer melhor a equipe com a

qual trabalha, em um clima mais des-contraído. Para os Alunos, é uma chan-ce de experimentarem desde cedo a li-berdade e aprenderem a lidar com ques-tões do dia-a-dia. Não é à toa que as ex-cursões do São Vicente são concorridase sempre lotam nos primeiros dias deinscrição. Nessa primeira metade do a-no, os Professores e Funcionários pas-saram a Semana Santa no Caraça, osAlunos do 5º ano acamparam no Caetéem abril, e os do 6º foram ao Caraça, umgrupo em abril e outro em maio.

A primeira viagem organizada em2008 pela ComPasSo (Coordenação Co-munitária, Pastoral e Social), setor da Es-cola responsável pelos eventos extraclas-se e pelas excursões, foi a Semana Santa –de 19 a 23 de março – no Caraça paraProfessores e Funcionários, que já é tra-dição no São Vicente. Das cerca de 50pessoas que viajaram juntas, muitas esta-vam indo pela segunda, terceira ou quartavez, como é o caso dos Professores Fa-biano da Silva e Márcia Pereira, que con-sideram os rituais e passeios religiosos omaior atrativo dessa época. “As missas eo entorno depaz edevoção são umbálsa-

mo para a alma”, confessa Márcia. “Oque me emociona é o momento da ViaSacra”, acrescenta Fabiano, referindo-seà caminhada por 14 cruzes que represen-tam as etapas do caminho de Cristo antesda crucificação.

O Parque do Caraça, localizado naSerra do Espinhaço, em Minas Gerais, éum santuário sob a direção dos PadresLazaristas que, nos séculos XIX e XX,era Colégio e seminário. Suas atraçõesvão desde construções arquitetônicas demais de 200 anos, como o Museu e a Igre-ja de Nossa Senhora Mãe dos Homens,

até as caminhadas ecológicas e os banhosem cascatas e piscinas naturais. RenataSalles, programadora visual do Colégio,conta que o santuário oferece atividadespara todos os gostos: “É um local pró-prio tanto para quem deseja descansar aosom de pássaros cantando, conhecer ahistória do local, participar dos momen-tos de interiorização religiosa e aumentarseu círculo de amizades através do rela-cionamento com as pessoas, como paraquem deseja aventurar-se pelas trilhas ecaminhadas ecológicas, num estilo maisradical de lazer”.

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Eu já tinha visto todas aquelas maravilhosas imagens que o Pe. Lauro registra com sua câmera foto-gráfica.Erealmentepudedesfrutardetudoquantoesperadoemuitomais.

Nesta viagem específica da Semana Santa, tivemos a oportunidade de participar da Via Sacra, mo-mento em que fizemos uma reflexão sobre os suplícios vividos por Cristo em seu caminho à Cruz sob análisecomparativa e simbólica em relação aos difíceis desafios que enfrentamos todos os dias em nossas vidas, nasociedade,napolítica.

O Caraça encanta por sua Igreja em estilo neogótico, construção belíssima de se ver. Encanta por seumuseu,antigodormitóriodosestudantesseminaristas,queem1968foipalcodeumincêndio,masquehojeguarda as suas relíquias. Encanta por sua gente, prestativa e acolhedora, pela comida e pela hospedaria.Afinal,encantaporquasetudo.Sónãoencantaporsertãodistanteeimpedirquepossamosestarsemprelá.

Programadora visual do ColégioRenata Salles

Foi a primeira vez que viajei para o Caraça

junho de 2008. .a chama 13

NO CARAÇA, QUEM NÃO VIU O LOBO-GUARÁ TENTOU SE CONSOLAR COM A VISITA DAJARITATACA,TAMBÉM CHAMADA CANGAMBÁ, MUITO MAIS RARA QUE O LOBO...

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COL

ÉGIO Márcia e Renata citaram como um dos

grandes encantos da viagem o ritual queocorre à noite, depois do jantar: reunidasem frente à Igreja, as pessoas aguardam achegada de lobos-guarás, atraídos pelosPadres do santuário, e que são alimenta-dos com pedaços de carne. “O silêncionecessário, a espera e a beleza de poderver um animal selvagem tão de pertinhosão os elementos que enchem de magia aexperiência”, diz Renata, que considerouo passeio ao Caraça uma oportunidadepara conhecer mais intimamente as pes-soas que fazem parte do seu convíviodiário: “Ver pessoas 'mais sérias' sorrin-do, pessoas 'mais calmas' se aventurandoagitadamente pelas trilhas, compartilhardo momento maravilhoso que foi onosso amigo oculto promovido pelaComPasSo: tudo isso une, fortalece”.Márcia concorda: “É um momento deestreitamento de laços”. E Fabiano con-clui: “Permite uma melhor convivência,além de estarmos desligados das respon-sabilidades epreocupaçõesdo dia-a-dia”.

Pe.Lauro Palú,Diretordo Colégio,

conta que essa viagem foi especial, poisele foi de carro com Professores de Geo-grafia, História, Biologia e Sociologia,com o objetivo de, juntos, elaboraremum roteiro com pontos importantes aserem observados no trajeto do CSVP aoCaraça. “Os Professores iam indicandodesde as favelas próximas ao Cosme Ve-lho até às placas tectônicas levantadas nasúltimas convulsões telúricas na serra doCaraça. Tudo eu ia anotando, quilômetropor quilômetro. A idéia é levar, no fim doano, os Alunos e Alunas do 3º Ano doEnsino Médio, parando o ônibus nunstantos lugares estratégicos, e fazendo vero que existe ao longo da BR 40 e depoisna parte da Estrada Real que usamos atéo Caraça”.

“Para muitos, é a primeira viagemsem a Família, o que os enche de muitaexpectativa e de sensações ainda não vi-vidas. Também é muitas vezes a primei-ra oportunidade de dormir em quartoscom mais colegas (e haja bagunça, quedá dor de cabeça aos Professores e Ins-petores!). Além do conhecimento dascoisas que vêem e podem experimentar,

Novos viajantes

vejo três resultados que devemos cul-tivar nos Meninos e Meninas: o colecio-nismo, a documentação e a fotografia”.É essa a mensagem de Pe. Lauro aos no-vos viajantes do Colégio, os Alunos do5º ano, que em abril foram acampar noCaeté, como já acontece há mais de cin-co anos na escola. Por serem muitos, foinecessário dividi-los em dois grupos,com 40 Alunos cada. O primeiro viajouentre 4 e 6 de abril, dias em que choveubastante no acampamento, mas não foinecessário interromper as atividadesprogramadas. A excursão do segundogrupo ocorreu entre os dias 25 e 27.Ambos os passeios contaram com a su-pervisão dos Professores Rafael Doria,de Artes, e Rosana Mota, de Ciências.

O acampamento Caeté, na subida daSerra de Petrópolis, é uma Área de Pre-servação Ambiental (APA), onde po-dem ser encontradas inúmeras espéciesanimais e vegetais nativas da Mata A-tlântica, além de rios, cachoeiras e gru-tas. Além dos dois Professores, os Alu-nos contam com a supervisão e a re-creação de Instrutores que o próprio es-paço disponibiliza. Rafael Doria explicaque as atividades desenvolvidas comeles são lúdicas e abordam muitas ques-tões atuais, como o trabalho em equipee a escolha de um líder para o grupo. “Olegal é que cada Aluno pode contribuircom o seu jeito, seja um mais esportivoou um outro mais intelectualizado, quetrabalha mais com o pensamento. Háatividades para exercitar as capacidadese aptidões de todos os perfis de Alu-nos”, diz. Piratas do Caribe, TesouroIndígena, Fugitivo, Vaga-lume e Filho-

Quando fomos ao acampamento Caeté,nósnos divertimos muito. Tivemos várias brinca-deiras muito legais.

Os instrutores eram muito divertidos. Asrefeições eram deliciosas, e também fiz váriosamigos.

Além da água gelada do lago, foi a melhorviagem com amigos que eu já fiz.

Durante os três dias que passei, pude con-viver melhor com a Rosana e com o Rafael.

Aluna do 5º ano - turma 503Isabela Lacerda Pynho

PROFESSORES FABIANO E MÁRCIA À MESA NO CARAÇA.

O acampamento Caeté

CAMINHADA DA VIA SACRA

junho de 2008 . .a chama 15

tes: esses são os nomes das brincadeirasde que os Alunos mais gostam, todas re-alizadas em grupos de oito componen-tes cada.

Segundo o Professor, o fato de elesestarem em um acampamento tambémé um fator muito positivo: “Como nãoestão em um hotel, eles vivenciam todoo dia-a-dia de um acampamento, experi-mentam estar em uma barraca, no meioda floresta. É também uma oportuni-dade de trocarem informação entre eles,com os Professores e as outras pessoasque estão lá”. Sabrina Seixas, Aluna queviajou com o primeiro grupo, consideraque a convivência com os colegas naviagem foi melhor do que costumava

ser no ambiente do Colégio. “Tinhapessoa com quem eu mal falava e no Ca-eté eu acabei tendo mais contato. Aspessoas se organizavam em grupos e is-so fez com que a convivência fosse maisfácil, sem muitas brigas”, conta, apro-veitando para elogiar a comida do lugare confessar que eles fizeram muita ba-gunça dentro das barracas.

Se os Professores e Funcionários pu-deram desfrutar da tranqüilidade do Ca-raça na Semana Santa, nos feriados deTiradentes (de 18 a 22 de abril) e CorpusChristi (de 21 a 25 de maio) foi a vez de osdois grupos de Alunos do 6º ano curti-rem a natureza do santuário. Foi justa-mente o fato de a natureza estar tão pre-servada o ponto que mais chamou aatenção de Myllena Mota, da turma 601,que também considera muito impor-tante a chance que o Colégio dá aos Alu-nos de viajarem sozinhos. “A gente tem

MaisumavezCaraça

O Caraça é muito legal!É também o lugar ideal!Ideal para encontrarmosuma natureza com muitos seres vivose fazermos novos e bons amigos!Ir ao Caraça é um presentão,é também uma grande comemoração!Mas é uma pressãopara o meu ansioso coração.Sei que tem uma imensidãode preservação esperando para ser abraçada.Mas o tempo não passapara eu ir ao Caraça!Chega logo dia dezenove,o Caraça me espera antes das nove.

Aluna do 6º ano - turma 601Myllena Mota Coelho da Silva

A Espera

uma liberdade para conhecer outros lu-gares. O Caraça é uma viagem mais paraadolescentes, sem muitas brincadeirascomo no Caeté”, diz.

Como acontece na Semana Santa, asexcursões ao Caraça com os Alunos sãorepletas de trilhas ecológicas e visitas aosmonumentos históricos. Para Rafael Bar-rios, da turma 601, as caminhadas e as ca-choeiras foram os pontos altos da via-gem. Já Guilherme Homem, da 602, gos-tou de ter maior contato com os amigos emais tempo para se divertirem juntos: “Agente jogava sinuca, xadrez, dama, ficavano quarto conversando. Achei muito le-gal, porque o Colégio deixou a gente livrepara brincar e conviver entre si”.

A Professora Rosana Mota, que a-companhou os grupos no passeio, consi-dera que essa excursão é justamente oca-sião para os Alunos do 6º ano adquiriremmais intimidade: “É o momento onde agarotada toda passa a se conhecer maisfortemente, não sendo raros os relatos deamizades que nasceram entre Alunos atéentão distantes. Isto se dá justamente porconta da força que o convívio no Caraçapropicia, sem falar, obviamente, no cres-cimento que o lugar em si proporcionapara cada Aluno, individualmente, sejano aspecto das relações interpessoais, se-ja com relação à aquisição de conheci-mento geral”. E acrescenta que as via-gens têm também um cunho pedagógi-co: “As excursões ao Caraça fazem comque os alunos passem a ter uma visão dosconteúdos trabalhados em sala de aula deuma forma prática e abrangente, tornan-do o aprendizado algo muito prazeroso”.

O GRUPO DE ABRIL FEZ SUA POSE OFICIAL AO LADO DOTANQUE GRANDE, NUMA TARDE SEM SOL, MAS MUITO CLARA.

O GRUPO DO 6º ANO QUE FOI AO CARAÇA EM MAIO FOI REGISTRADO EM FRENTEÀ IGREJA, NUMA TARDE DE MUITO SOL (OLHE A MÃO NO ROSTO!).

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CAPA

pintura dos muros é um eventotradicional no Colégio São Vicen-te de Paulo (CSVP), organizado

pela ComPasSo (Coordenação Comu-nitária, Pastoral e Social). Neste ano, elaaconteceu no dia 12 de abril, um sábadoensolarado que trouxe, antes de tudo,alívio aos organizadores, preocupadoscom os estragos que a chuva poderiacausar à arte dos Alunos. E quem pensaque a garotada não gosta de acordarcedo se surpreenderia ao observar que,às oito horas da manhã, lá estavam osAlunos do 5º ao 8º ano, ansiosos paracomeçar a pintar. À tarde, foi a vez de o9º ano e o Ensino Médio fazerem a suaarte no pátio interno do Colégio.

A pintura dos Alunos do 5º ao 8ºano, pela manhã, é resultado de um pro-jeto desenvolvido em sala de aula comos Professores de Artes, tendo comobase o tema da Campanha da Fraterni-dade, que neste ano é a defesa da vida.Rafael Dória, Professor responsávelpela pintura do 5º ano, que acontece nomuro da ladeira do estacionamento,conta que inicialmente os Alunos traba-

lham em grupo e propõem um dese-nho. Em seguida, as turmas elegemquais desenhos serão reproduzidos naparede do Colégio. “A gente faz uma se-leção, não para escolher o mais bonito,e sim para tirar coisas que não condi-zem com a pintura total a ser posta nomuro. E mesmo os que não são escolhi-dos são estimulados a virem ajudar apintar”, explica Rafael. Como o muroreservado ao 5º ano não tem divisõesbem definidas, como o do pátio inter-no, o Professor tenta organizar uma sóimagem, a partir da união de partesdiferentes dos desenhos dos Alunos. “Agente tenta colocar os desenhos nomuro de uma forma integrada. Nemsempre um desenho inteiro é colocado;às vezes é um pedaço de um que se mis-tura com um pedaço de outro”, diz.

O tema “defesa da vida” permitiuaos Alunos usarem bastante a imagina-ção e explorarem assuntos diversifica-dos, como a preservação da natureza, avalorização da amizade e da convivên-cia no Colégio. Caio Paiva, criador dodesenho-base do seu grupo, explica a

sua idéia: “A gente criou um 'CSVP' emestilo graffiti e colocou coisas ruins queprecisam ser mudadas no mundo, co-mo o aquecimento global, a poluição eas favelas”. Ao lado do desenho, os me-ninos expressaram sua aposta de que osproblemas podem ser solucionados nofuturo, através da frase

(As coisas ruinsno mundo podem ser mudadas). Assimmesmo, em inglês, porque, segundoeles, o impacto é maior.

“The bad things in

the world can be changed”

Quando perguntados sobre o queachavam de pintar o muro da escola pelaprimeira vez, já que as séries abaixo nãoparticipam da atividade, as repostas dosAlunos do 5º ano foram unânimes: “mui-to divertido”, “muito maneiro”, “a gentesempre quis”. Alguns foram além disso edisseram que o importante é a oportu-nidadedepassarumamensagemedeixarasua história na parede. “As pessoas que vi-erem para a turma da manhã vão ver nos-so desenho e a gente vai ter a nossa marcaaquinoColégio”,afirmaCaio.

Rafael Dória confessa que sua maiordificuldade é justamente lidar com essaeuforia dos novos pintores: “O mais di-fícil é controlar a animação, a ansiedadee tentar dar uma ordem para isso”. OProfessor considera essencial essa inici-ativa do CSVP de promover a pinturados muros pelos Alunos: “É um mo-mento de eles estarem dentro da escola,mas participando de uma questão ex-tra-acadêmica: não é aquela coisa curri-cular, na sala de aula; é um momento deeles estarem experimentando, não só aquestão da pintura na parede e da tinta,mas a divisão de espaços, o relaciona-mento em grupo. É uma série de coisasque é trabalhada no dia da pintura e nãotem condição de ser feita na sala de Ar-tes. E muitos deles não se encontram,porque são de turmas diferentes. En-tão, a oportunidade da pintura de mu-ros faz com que haja esse encontro deturmas. A gente não tem nenhuma res-ponsabilidade de que o resultado finalfique lindo. O processo é o mais impor-tante; se vai ficar bonito é conseqüên-

cia. Mas a idéia é que durante a pinturaeles tenham o prazer de fazer e lidarcom todas essas questões”.

Os Alunos dos 6º, 7º e 8º anos ficaramencarregados de pintar o muro que cir-cunda a quadra do ginásio, a partir deuma mesma proposta: unir o tema daCampanha da Fraternidade, a vida, como conteúdo programático das aulas deArtes, a linha. “A idéia era trabalhar comos ritmos da vida. No muro está o dese-nho de uma linha só. É uma única linha ecada um fez um pedaço, uma etapa davida”, esclarece Cacau Marçal, Professo-ra deArtesdos7º e8º anos.

Para inspirar os Alunos na sua cri-ação artística, as Professoras passaramem sala um vídeo cuja imagem é exata-mente uma única linha que conta a vidade uma pessoa. “O vídeo mostra que avida se constrói e evolui a partir de umponto que está dentro da gente, o nossodesejo, a nossa vontade”, conta Cacau.A Professora resume, então, a mensa-gem que a arte na parede pretende dei-xar: “Uma ação que você faça, aindaque dentro da sua própria vida, refletena vida de todo mundo. Ninguém con-segue ser feliz e completo sozinho, semlevar em conta o seu entorno, os ami-gos, a sociedade. É essa idéia de que avida de todo mundo está interligada”.

Assim como aconteceu no 5º ano, es-ses Alunos trabalharam em grupo, ouem dupla, para fazer o esboço no papel

Longo processo até a pintura

Baldes. Pincéis. Muitas cores. Roupas sujas de tinta. Alunos empenhados. Professores satisfeitos. Portrás desse cenário, a arte na parede revela, além de beleza, mensagens que os Alunos querem deixarregistradas por um ano nesse espaço do Colégio que pertence só a eles.

Pintando idéias"A gente colocou coisasruins que precisam ser

mudadas no mundo, comoo aquecimento global, apoluição e as favelas."

CAIO PAIVA - 5ºANO

Pintando o Sete1.

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5.-

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7.

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Pe. Lauro Palú

O Grêmio dos Alunos prepara a pinturados muros com uma alegria que só faz aumentar com a aproximação do dia. É tãocontagiante que os Alunos do Ensino Fun-damental também quiseram pintar algummuro e lá fomos nós a procurar outros espaços. E os das séries iniciais também quiseram os deles.Vindo as crianças pequenas,jásabem que os Pais vêm junto.Alguém achaque os Pais e Mães não iriam querer entrarna festa?

Os grandes dividem o espaço do pátio interno, da escadaria e ao lado da escadariaque leva ao laboratório de Informática.Escolhem seus temas, apresentam-os ao Conselho Pedagógico. Pelo muito elaborado dealguns desenhos, começam a traçar os temas no dia anterior, para não perderemtempo na tarde de sábado. O sol castiga ospintores,atéomeiodatarde.

Alguns temas nem dá tempo de terminar. E permanecem inacabados, passada apaixão, passada a fúria artística, passado omomento.

Os do Ensino Fundamental são ajudados pelos Professores de Artes,que ajudamna escolha e elaboração dos temas, ensinam a misturar e usar as tintas, acompanham de perto cada quadro, cada pintura,na manhã ensolarada do sábado.

Os fotógrafos fixam os momentos, asexpressões encantadas dos artistas, acompanhando do desenho à explosão dascores,e disfarçam,morrendo de inveja...

O que há de bom se conservará: a espera, o dia de camaradagem, a convivência, osol na pele, o companheirismo, a uniãoinocente dos vários grupos e dos meninos emeninas, dos pequenos aos grandes, norespeito e no carinho.O que gostariam masnão deixamos: que se pintem todos, comoíndios urbanos,imaginosos,transgressivos,felicíssimos.

Quem assina estas linhas é um meninoque cresceu vendo sua Mãe pintar a óleo,seu Pai desenhar a lápis e carvão. Imaginem como me sinto, ao ver estas belezassurgindo do nada (na realidade,surgem dafantasia, da imaginação, do coração dosMeninos e Meninas felizes do SãoVicente!).

PROFESSOR RAFAEL AJUDA OS ALUNOS A COMBINAR OSDESENHOS NO MURO.

16 nº 74. .a chama junho de 2008 . .a chama 17

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CAPA

1987- o primeiro ano:

-

Década de 1990 Sabadão

Década atual - mais muros:

Letícia Rangel Tura, ex-Aluna do São Vicente e socióloga integrante da ONGFase (Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional), esteve presente no CSVP paraprestigiar a primeira pintura do muro de sua filha Maíra,do 5º ano.Lá,ela lembrou que a primeira vezem que participou dessa atividade,em 1987,quando cursava o hoje chamado 2º ano do Ensino Médio,correspondeu à primeira pintura dos muros da história do Colégio.Segundo Letícia,a iniciativa partiudo Grêmio,como uma alternativa à pixação,muito em voga na época.Ela também contou que a pintura se limitava ao muro do pátio interno do Colégio e era feita somente pelos Alunos do Ensino Médio,sem preparação,rascunho ou seleção de desenhos."O Grêmio marcava um dia e as pessoas tinham asidéias na hora.Eu lembro que na época eu pintei aquela frase do Bertolt Brecht: 'Os poderosos podemmatar uma, duas ou até três rosas, mas jamais poderão deter a primavera'”, recorda. E compara a suageração com a de Maíra: "Uma coisa que eu estava observando é que as bandeiras de luta mudaram.Agora é 'viva a natureza';isso não era uma coisa da minha época.Há 20 anos atrás,as mensagens erammais politizadas".

-" ": Na década de 90, a pintura do muro do pátio interno fazia parte deum evento conhecido como "Sabadão". Como o próprio nome já diz,a atividade acontecia aos sábadose era acompanhada pela apresentação de bandas de música, formada tanto por Alunos como porjovens que não estudavam no CSVP.

Foi somente na nossa década que os muros da quadra do ginásio e daladeira do estacionamento passaram a também serem pintados.Três muros:dois pintados pela manhã,pelos Alunos mais novos,e um à tarde,pelos mais velhos.O sábado ficou totalmente ocupado pela pinturadosmurosepassouanãocontarmaiscomaapresentaçãodebandas.

analisá-la com os conceitos aprendidosem aula, como simetria e assimetria,composições de espaço, relações defigura e fundo. Em seguida, organiza-dos em duplas, eles criaram um novodesenho abstrato, tendo como base aprimeira abstração. No final, cada tur-ma elegeu quatro trabalhos para serempintados. Mas mesmo aqueles cujos de-senhos não foram escolhidos estiverampresentes para ajudar na pintura. Foi ocaso de Alice Gravina, que considera apintura dos muros uma atividade muitosaudável e divertida, que serve paracontrabalancear a grande quantidade deaulas e de dever de casa. “Hoje é um diasociável, em que a gente vem para a es-cola encontrar os amigos, com o propó-

sito de pintar. A gente não tem limite,veio aqui para soltar a criatividade”, diz.

A Professora Cacau chama a atençãopara o fato de que a importância da pin-tura não está somente no ato de pintar,mas na participação dos Alunos em to-do o processo de preparação do traba-lho e no conhecimento do significadoque há por trás dele. “Em Artes às vezesacontece isso: o durante, a construção,é mais importante do que o produto fi-nal. A convivência coletiva também éum desafio: eles têm que pintar, embe-lezar o muro, sem estragar a Escola,sem sujar o chão”, explica. DéboraMontano, Professora de Artes do 6ºano, acrescenta que a pintura nos murospermite que os Alunos experimentem

um novo suporte para a sua arte, pas-sem de um ambiente fechado e peque-no para outro bem mais amplo: “É umnovo espaço também, aberto. Aqui elestêm amplidão”. As Professoras aindaressaltaram a importância da infra-es-trutura disponibilizada pelo Colégiopara a pintura dos muros e da ajuda dosinspetores e outros Funcionários, quecompareceram no sábado para facilitara organização da atividade.

A partir do 9º ano, os Alunos nãotêm mais a supervisão de um Professore a pintura do muro do pátio interno éorganizada pelo Greco(Grêmio Co-legial), responsável pelas atividades do9º ano e do Ensino Médio. “A gente or-ganiza direitinho porque sabe que aspessoas dão muito valor”, diz DoraAdesse, Aluna do 2º ano e integrante doGreco. A pintura acontece à tarde, por-que os Alunos assistem às aulas nas ma-nhãs de sábado, e o tema é livre.

O processo para os “maiores” é dife-rente: cada Aluno, ou grupo de Alunos,preenche uma folha de inscrição distri-buída pelo Grêmio, na qual desenha eexplica seu projeto e especifica as coresdas tintas de que vai precisar. Em segui-da, os desenhos passam pela aprovaçãodo Conselho Pedagógico do Colégio.“Uma pintura dentro da escola significa

Liberdade de expressão

do que seria pintado no sábado. Nãohouve, porém, seleção prévia de dese-nhos. Para Maria Clara Oliveira e TaynáBarbeiro, alunas do 6º ano, o mais inte-ressante foi ver a pintura final, resultadoda junção de todos os rascunhos. “Aquivocê desenha um pouco, passa para ou-tra pessoa e todo mundo vai fazendojunto”, conta Maria Clara. “Ficou tudomisturado, diferente, porque a gentenão sabia com qual trabalho o nosso de-senho ia se juntar”, completa Tayná.

Já o 8º ano, ao invés de estudar a li-nha, partiu dos princípios da arte abs-trata. Cada Aluno foi estimulado pelaProfessora Cacau a procurar imagensda realidade relacionadas ao tema da vi-da, criar a partir delas uma abstração e

PROFESSORAS DÉBORA E CACAU

LETICIA RANGEL TURA COM MAÍRA

A idéia era trabalhar comos ritmos da vida...

É uma única linha e cadaum fez um pedaço, uma

etapa da vida.Prof ª Cacau

que estamos todos apoiando aquelaidéia. Então, não podemos deixar pas-sar uma crítica pejorativa”, explica Ma-ria da Graça Vasconcellos, da ComPas-So, lembrando, porém, que é raro haveresse tipo de problema e que tudo éresolvido com uma boa conversa. Se-gundo ela, a pintura dos muros é umaatividade ao mesmo tempo artística epedagógica, que permite aos Alunostestarem suas aptidões: “A gente dá aoportunidade para os Alunos poderemse encontrar, experimentar, e até sabe-rem se têm aptidão para uma determi-nada carreira”.

Em um extremo, nota-se a animaçãodos Alunos do 9º ano, pintando pelaprimeira vez o muro do pátio interno.Vitor Guimarães Vasconcellos era umdeles e resumiu a euforia: “Esse muro émuito mais visado e a infra-estrutura émuito melhor”. Seu grupo colocou naparede o desenho de um urso tentandoalcançar flores ao seu redor, uma críticaàs dificuldades que os animais enfren-tam hoje para conseguir o alimento ne-

VITOR - 9ºANO

cessário à sua sobrevivência. “A pinturados muros abre espaço para as pessoasdescobrirem talentos e oportunidadesque podem ser seguidas mais à frente navida”, opina Vitor.

No outro extremo, estão os coraçõesapertados dos Alunos do 3º ano, se des-pedindo da última pintura dos murosno Colégio. Além de aproveitar o espa-ço reservado na parede para cada umadas três turmas do 3º ano deixar suamarca, os Alunos, em pequenos gru-pos, fizeram os seus projetos próprios.Ana Beatriz Castor e Maíra Fatorelli,por exemplo, com mais quatro amigasde turma, representaram a si mesmasno muro, através de bonecas, que foramdenominadas 'agentes da transforma-ção social'. “Fizemos de tudo para pin-tar o muro, porque é a última vez e agente não queria deixar em branco. Atransformação social faz parte da ideo-logia do São Vicente. A pintura mostraque o serviço do Colégio foi feito”,explica Ana Beatriz. Junto ao desenho,o trecho da música “Por enquanto”, deRenato Russo –“Se lembra quando agente chegou um dia a acreditar que tu-do era pra sempre, sem saber que o prasempre sempre acaba... Mas nada vaiconseguir mudar o que ficou”– traduz,segundo Maíra, por um lado, a tristezacausada pela formatura e, por outro, acerteza de que a distância não abalará aamizade das meninas no próximo ano.“Quando a gente pinta o muro, ele fica anossa cara, a gente se sente fazendoparte do Colégio. Ano que vem a gentevai chegar aqui e vai ver a nossa pinturano muro”, acrescenta.

ALUNAS DO 6º ANO, DEPOIS DA PINTURA PRONTA

EM 99, PINTURA DOS MUROS HOMENAGEIA PE. ALMEIDA,FALECIDO NAQUELE ANO

ALICE PARTICIPA DAPINTURA ABSTRATADO 8º ANO

ANA BEATRIZ E MAÍRA - 3ºANO

Um pouco de história

junho de 2008 . .a chama 19

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AÇÃO

SOC

IAL

Ensinando a pescarsperança. Este substantivo, quepode ser definido, segundo o Di-cionário Houaiss da Língua Portu-

guesa, como “confiança em coisa boa;fé”, foi escolhido para dar nome ao pro-jeto que está mudando a vida de 25 fa-mílias da comunidade Chico Mendes, daPavuna, bairro do subúrbio do Rio de Ja-neiro. O nome não poderia ser mais pro-pício. Reiniciado em agosto de 2007, oProjeto Esperança ensina um ofício àspessoas mais carentes da comunidade,que já vislumbram novas perspectivas detrabalho. Toda terça-feira, o Grupo MAS(Multiplicadoras da Ação Social), com-posto por Mães de Alunos do ColégioSão Vicente de Paulo, e a assistente socialda Escola, Betania Serra, passam a tardena comunidade ensinando artesanato edespertando a consciência política e ci-dadã dos participantes do projeto.

Há uma rotina de trabalho semanal.Primeiro o grupo se reúne com Betaniapara uma dinâmica que tem como obje-tivo o fortalecimento dos laços entre aspessoas do grupo. Nesse momento, osparticipantes discutem um tema anteri-ormente proposto e desenvolvem habi-lidades para aprenderem a realizar umaatividade em conjunto. Logo depois, aoficina de geração de renda tem início.Nela, eles aprendem a utilizar retalhospara fazer tapete e usam material reci-clado para produzir, por exemplo, peçasde decoração e caixinhas para presentes.Os produtos são vendidos nos bazaresdo Colégio, aumentando a renda das fa-mílias que, na maioria das vezes, não ga-nham mais do que um salário mínimo.“O sustento delas vem da coleta de lixoe do Programa Bolsa Família, que nãodá mais que R$ 98 por mês. Duas famí-lias não têm nenhum tipo de rendimen-to e vivem de doações. Com o ProjetoEsperança, houve uma elevação da au-to-estima e melhoria na perspectiva de

vida dessas pessoas. Elas adquiriram umconhecimento que não tinham e viramsua produção ser vendida no bazar”,conta a assistente social.

O trabalho do Colégio São Vicente naPavuna não começou no ano passado.Desde 2005, a comunidade Chico Men-des tem o apoio da escola. “Nosso traba-lho era através do Projeto Cesta Básica,que dava alimentos para as famílias dessaregião. As turmas do primeiro e segundosegmentos do Ensino Fundamental e doEnsino Médio participavam do recolhi-mento dos produtos para a cesta”, lem-

Do assistencialismo à promoção

social

bra Betania. Mas, segundo ela, o Colégiopercebeu que só isso não bastaria paramudar a realidade daquelas pessoas.“Percebemos que nada iria mudar secontinuássemos trabalhando numa lógi-ca assistencialista. Decidimos, então, pas-sar a fazer promoção social, ou seja, ofe-recer meios para que, no futuro, os indiví-duospossamcaminharsozinhos”.

As 25 famílias (150 pessoas no total)ainda recebem a cesta básica, mas ago-ra devem ter pelo menos um integranteda família participando das oficinas se-manais. “A freqüência mínima exigida éde 50%. Quem faltar mais do que issosem justificativa perde o direito à cestabásica”, diz Betania.

Oficinas realizadas toda terça-feira na comunidade Chico Mendes,na Pavuna (RJ),estão mudando a realidade de 25famílias. Mães dos Alunos do Colégio São Vicente de Paulo ensinam artesanato aos moradores, que vendem seusprodutos nos bazares do CSVP.

O assistencialismo nega os direitos do cidadão, podendo ser considerado como uma prática dedominação realizada no atendimento às populações desfavorecidas.É pelo valor da gratidão queos assistidos se vinculam ao titular das ações de caráter assistencialista.O que se vislumbra,nessaprática,é a possibilidade de os assistidos retribuírem a atenção recebida.Por isso,eles devem sersubmissos e dependentes,não devem se organizar de forma autônoma e muito menos expressardemandas políticas.Já favorecer a promoção social é possibilitar às pessoas que se encontram emsituação de vulnerabilidade condições para que elas alcancem seus direitos, começando pelodireito ao amparo. Parte-se do princípio que os segmentos desfavorecidos são igualmentetitulares de direitos e deveres. O que se deseja é incentivar que os cidadãos atendidos seorganizem de forma independente,elaborem suas demandas de maneira coletiva e passem a crermais em si próprios do que na intervenção de qualquer liderança ou autoridade dita superior.

Assistente Social do CSVPBetania Serra

Assistencialismo X Promoção Social

O projeto na comunidade Chico Mendes faz parte das atividades doGrupo MAS (Multiplicadoras na Ação Social). Nosso trabalho começou hádois anos, quando, à convite da Equipe ComPasSo, fomos à Pavuna a fim deconhecermos a realidade e as necessidades das famílias selecionadas.

Um grupo de Mães, Avós e Amigas do Colégio já se reunia semanal-mente,desde 2001,para produzir artesanato com o objetivo de vender nosbazares, ao longo do ano, cuja renda se destinava a auxiliar projetos sociaisdo Colégio SãoVicente.

Ao longo do tempo algumas pessoas saíram e outras entraram,dandocaracterísticas novas e aumentando o desejo de ver o trabalho multiplicado,atendendo não apenas assistencialmente uma família que apresentassenecessidade,mas de modo que que fosse possível habilitar pessoas excluídasdomercadodetrabalhoeauxiliarnoseuprocessodeconquistadacidadania.

Hoje continuamos a nos encontrar semanalmente para produção dostrabalhos manuais e ainda nos envolvemos diretamente com as pessoasbeneficiárias,orientando no trabalho manual,no cuidado da saúde,da casae da família.

O produto do trabalho feito na comunidade Chico Mendes vai para obazar e todos passaram a se sentir responsáveis pelo sucesso do projeto.Hásempre o que fazer e todo voluntário é bem-vindo.Nosso propósito é que osmembros da comunidade,pela transferência de conhecimento das técnicasde artesanato,tornem-se autores de seu próprio destino. Trabalhamos commateriais doados ou adquiridos no mercado popular (Saara) com parte darenda obtida na venda das peças artesanais. Aceitamos doação de tecidos,linhas para costura,crochê ou bordado,lãs,botões e todo material que possaser aproveitado.

Mãe de Lucas Gomes de Almeida - 3ºBAndréa Márcia de Oliveira Gomes

Grupo MAS – um pouco de história

20 nº 74. .a chama

BETÂNIA FAZ DINÂMICA DE GRUPO EM CHICO MENDES

ANDRÉIA, MARIA JOSÉ, ISA,VIVIANE, CIDA, MARLÚCIA, ENEIDA, LÚCIA,VERA, E NO CHÃO ROSANGELA

junho de 2008 . .a chama 21

ARTESANATO FEITO PELAS MÃES

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sobre o consumo de drogas e suas con-seqüências negativas. “O trabalho ébem forte para conseguir sensibilizar emudar a cabeça de alguém”, explica Fer-nanda Lacerda, uma das organizadoras.

Enquanto alguns estavam nas salas,outros Alunos expuseram, no pátio daEscola, mercadorias de projetos sociais.Foi o caso de Felipe e Gustavo Cunha ede Bernardo Velho, do 2º ano do Ensi-no Médio, responsáveis pela venda decamisetas do Projeto Esperança. Se-gundo eles, o dinheiro arrecadado aju-dará a financiar oficinas de geração derenda da comunidade Chico Mendes,desenvolvidas em parceria com o Gru-po MAS (Multiplicadoras na Ação So-cial), também presente na feira com pe-ças de artesanato. “A gente se sente bemajudando pessoas cuja situação é piordo que a nossa. É gratificante”, dizem.

Cristina Caldas, coordenadora peda-gógica do Ensino Médio, considera quea feira deste ano atendeu à sua proposta:“A maioria dos trabalhos teve mesmo aperspectiva da transformação daqualidade de vida. Gostei muito de ver aparticipação dos Pais e o envolvimentocom seriedade dos Alunos”.

APM

Em julho de 2006, a APM foi con-vidada para participar do Projeto Cons-truindo e Preparando o Futuro (CPF).Eu decidi participar e fui para Serra doRamalho. Após uma tarde de oficinacom diretores das escolas municipais,um diretor me procurou e disse que ti-nha umas abelhas que produziam mel egostaria de se dedicar mais a isso. Euperguntei se havia mais gente interes-sada nisso e ele disse que sim. Então,combinamos um encontro para aquelanoite na Agrovila 07, onde conheci 18pequenos agricultores. Quatro famíliasjá tinham seu apiário e, juntas, produzi-am quatro toneladas de mel por ano.Transmiti a idéia de 'consciência coleti-va' para eles, que decidiram criar umaassociação e manifestaram a necessida-de de conseguir caixas para capturar osenxames e formar as colméias. Cada umacustava R$ 80,00. Para começar, o idealera ter quatro ou cinco caixas. Então, paraas 18 famílias, seriam 90 caixas. Voltei pa-ra o Rio pensando em como consegui-las. Uma caixa corresponderia a R$ 0,05de cada família do CSVP. Apresentei o re-latório da viagem e, junto, a idéia de mon-tar um projeto chamado Caixa de Abe-lhas, que seria patrocinado pela APM.Conseguido isso, faltava a teoria, pois amaioria das famílias nada sabia sobre api-cultura.Agora já eram 28 famílias.No

Caixa de Abelhas: o começo

O projeto Caixa de Abelhas, financiado pela Associação de Pais e Mestres(APM), ajuda as famílias de Serra do Ramalho, na Bahia, a formaremcolméias e produzirem mel.Abaixo,Edevino Panizzi,ex-tesoureiro da APM eatual voluntário responsável por esse trabalho, conta como tudo começou efala sobre o andamento do empreendimento.

fim de 2006, descobri a Codevasf (Com-panhia de Desenvolvimento do Vale doSão Francisco) que, numa parceria com aPrefeitura de Serra do Ramalho, diplo-mou 27 agricultores no curso de apicul-tura. Em janeiro de 2007, proprietáriosde uma serraria na Agrovila 09, que fabri-cavam caixas a R$ 60,00 ensinaram osagricultores a fazê-las e doaram a pri-meira delas. Os professores do Codevasfderam duas caixas e a APM, mais duas.Em março, saiu a primeira parcela para acompra das caixas.Foio primeiro passo.

De madeira de lei, dura cerca de dezanos. Tem 41cm de largura, 50 cm decomprimento e 50 cm de altura. Na par-te inferior fica a colméia das operárias,sua rainha e os zangões. Em cima, ficamas 'melgueiras' (é aqui que está o mel). Oenxame é capturado e transferido para acaixa, que fica no meio da mata por unsdias. Após esse período, a caixa, já com acolméia, vai para o apiário. Três mesesdepois é coletado o mel.

O próprio grupo adotou um critério:as caixas seriam distribuídas primeira-mente para as pessoas casadas e comfilhos. Para participar do projeto, asfamílias têm obrigação de estudar omaterial sobre apicultura.

A caixa

As famílias

O mel

A venda

Resultados

Mais mel

A APM no projeto

A produção começou em 2008. Todomel produzido está sendo vendido a con-sumidores locais, principalmente à Pre-feitura, que o incluiu na merenda escolar.Os ânimos, na verdade, mudaram. Tantoé que na ida de janeiro de 2008, prestaramuma homenagem aos patrocinadores dascaixas com um churrasco, onde fui orepresentante, com muito orgulho.

Por enquanto, cada um vende seumel como pessoa física. O litro é vendi-do a R$ 6,00. Se dividirmos a produçãoexistente pelo número de famílias parti-cipantes, cada família ganha em tornode R$ 40 por mês.

Conseguimos junto à Prefeitura ainstalação de encanamentos para proverde água potável a Agrovila 07. A Univer-sidade Federal de Viçosa, de Minas Gera-is, coletou 20 amostras de um tipo de abe-lhas dado como extinto, de um apicultordo grupo que possui 50 colméias dessaabelha; trata-se da abelha mandaçaia, quenão tem ferrão e produz aproximada-mente dez litros por ano;

. O grupo quer estudar a possibili-dade de produzir própolis. Existem apro-ximadamente 150 pessoas envolvidas noprojeto. Deverá ser pesquisada a formade venda do mel e de outros produtos re-sultantes da atividade. Existe a idéia decriar um entreposto de mel, congregan-do todosos apicultoresdo município.

O projeto deve se prolongar até finalde 2009, pois queremos que as atuais 30famílias, que hoje compõem a Associa-ção de Apicultores de Serra do Ramalho,tenham suas quatro ou cinco caixas cadaeque sejammultiplicadores.

A APM está presente em muitos mo-mentos na vida de muita gente, sem alar-de, mas atuante. Os resultados são atingi-dosde forma direta, com respeito edigni-dade, sem violência, promovendo pesso-as e transformando mentalidades. Sem oapoio da APM, o projeto Caixa de Abe-lhaspoderia não ter acontecido.

seu mel é medi-cinal

Toneladas de mel

22 nº 74. .a chama

APICULTORES TRAZEM MEL DA MATA

o pátio da escola, o visitante daFeira de Qualidade de Vida de2008 podia participar de oficinas

de corte e costura, plantio, cadernos re-ciclados e relaxamento, ou de brincadei-ras sobre a dengue e ainda conhecer me-lhor os projetos sociais do CSVP. Nassalas de aula, tinha a oportunidade deassistir os próprios Alunos apresenta-rem seus trabalhos sobre temas atuais,como células-tronco, transplante deórgãos, drogas e poluição ambiental.

A dengue foi o tema escolhido pelosAlunos do 1º ao 4º ano do Ensino Fun-damental. Com a contribuição de cadasérie, o resultado final foi um conjuntode cartazes, panfletos e jogos, com a in-tenção de alertar para os perigos da do-ença e lembrar as formas de prevenção.Para a Professora de Ciências dos 2º e 3ºanos, a feira é o momento de os Alunosverem que seus esforços deram certo:“É a culminância do projeto em que elestrabalharam ao longo do trimestre”.

As Alunas Ariel Monteiro e NatáliaLopes, do 5º ano, a partir da leitura do li-vro “A semente que vem da África”, re-criaram o jogo awale, cujo objetivo é

Por uma melhorqualidade de vidaDo 1º ano do Ensino Fundamental ao 3º do Ensino Médio,os Alunos do CSVPusaram a criatividade e criaram projetos com o objetivo de conscientizar apopulação e melhorar as suas condições de vida. A exposição dos trabalhosaconteceu na manhã do dia 31 de maio.

lidar com as questões do plantio e da co-lheita, com o uso de sementes da árvorebaobá. Érica, mãe de Ariel, elogia a pro-posta do trabalho: “Acho importante oresgate do jogo e da cultura africana,que não havia quando eu estudava”.

Além do 5º ano, também nas salas doprimeiro andar, o 6º contou um poucoda história da saúde, focando em anes-tesia, diálise e transplante de órgãos; o7º montou um painel contando a ori-gem do universo; e o 8º desenvolveu otema das biotecnologias. Tiago Cytryn,da turma 601, cujo grupo fez a maquetede uma sala de anestesia e um cartazcom os marcos da sua evolução, achaque a feira é uma oportunidade de osAlunos mostrarem o seu talento. “Agente vira Professor, ensina os adultos eisso aumenta o saber de todo mundo”,diz. Já Olívia Costa, da 801, afirma queo objetivo do cartaz do seu grupo, sobreas células-tronco, é informar melhor aspessoas sobre o assunto e fazê-las refle-tir: “A nossa intenção é conscientizar. Agente expõe o trabalho e deixa cada umformar a sua opinião”.

No segundo andar, o 1º ano do En-sino Médio fez cartazes e apresentaçõesem telão a partir do tema “A Químicaem defesa da vida” e o 3º ano apresen-tou propostas locais para a mudança darealidade global. O documentário reali-zado por Alunos do 3º A sobre produ-ção excessiva de lixo foi bastante elogia-do pelos visitantes da feira. O vídeo trazdebates e apresenta propostas para umconsumo mais consciente. Segundo osintegrantes do grupo, o objetivo é divul-gar o vídeo também fora da escola, emfóruns sobre ecologia e meio-ambiente.

No subsolo, os Alunos do 9º anomontaram uma exposição interativa

EVEN

TOS

TIAGO (DE VERDE) E SEU GRUPO DO 6º ANO:TRABALHO SOBRE ANESTESIA

ARIEL E NATÁLIA RECRIARAM JOGO AFRICANO

DENGUE É TEMA ESCOLHIDO PELO ENSINO FUNDAMENTAL

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“Fui muito bem recepciona-da e sou muito bem tratadapela equipe da Escola. As mi-nhas primeiras impressões doColégio são as melhores pos-sível: é tudo de bom. Nuncapensei que fosse trabalhar emum ambiente tão bom. Pare-ce que foi um presente que euganhei.”

CopeiraFrancine Sol

PERF

IL

Doze Professores e sete Funcionári-os: recém-chegados ao CSVP, elescontam suas primeiras impressõesdo ambiente de trabalho e dos Alu-nos, e como pretendem contribuirpara cultivar o diferencial do Colégio.

Novos rostos na família vicentina

cada ano, Professores e Funcio-nários são admitidos ao ColégioSão Vicente de Paulo (CSVP). Em

2008, ingressaram 19 novos profissiona-is. “O que houve, de 2007 para 2008, foiuma orientação da nossa Província, paranão continuarmoscontratando, indefini-

damente, as pessoas que já se aposenta-ram por tempo de serviço, para dar chan-ces a novos Professores e Funcionários,promover alguns de dentro da Casa e as-segurar uma sadia renovação do pes-soal”, explica Pe. Lauro Palú, diretor doColégio. Ele também revela suas expec-tativas em relação aos novos membros dafamília vicentina: “O que esperamos dosnovos é a mesma dedicação, empenho,competência e lealdade dos que saíramou foram substituídos. Este patrimôniohumano de amizade, de entreajuda, derespeito, etc., precisa ser conservado edesenvolvido para o crescimento de cadaum e da Comunidade Educativa comoum todo. O que temos é fruto de um es-pírito, do carisma vicentino, e do esforçoe da colaboração de cada um para a gran-decausa comum”.

“Os Alunos do 7º ano são afe-tuosos, criativos e gostam departicipar das aulas, semprecontribuindo para torná-lasmais ricas. O CSVP disponi-biliza para as aulas de inglês umlaboratório de línguas onde épossível fazer um trabalho dife-renciado. O resultado, com cer-teza, é um Aluno que lê, enten-de, fala e escreve bem o inglês.Nós, Professores, precisamoster claroquenossa funçãoéori-entar os Alunos e desenvolverneles a consciência e a autono-mia para atingirmos o objetivo,queéaaprendizagem.”

Lúcia Regina M. LeiteProfessora de Inglês do 7º ano,

formada pela Faculdade deHumanidades Pedro II (FAHUPE)

“Sinto-me muito bem em tra-balhar no CSPV, pois, além de aequipe docente ser muito bempreparada,oambienteéagradá-vel e harmonioso. Existe umarelação de cooperação e respei-to entre os diversos setores daescola. Percebo desde o primei-ro momento que existe umapreocupação com a formação,nãosónoaspectocognitivo,co-mo também no social, atravésda participação dos Alunos nasdiversas atividades propostaspelaEscola.”

Sérgio L Corrêa Barbosa.Professor de Matemática

do 3º ano do Ensino Médio,formado pela UFF

“O Colégio tem um clima espe-cial. Ainda não consegui definirse é por causa do Colégio pro-priamente dito (49 anos não são49 dias), ou dos Professores, queestão sempre felizes e bem hu-morados, ou dos Alunos, queme conquistaram com seus ca-rismas e afinidades. Neste caso,se fosse uma múltipla-escolha,marcaria letra D - todas as alter-nativas anteriores estão corre-tas. A matemática é belíssima enela centro minhas aulas: noraciocínio lógico, coerente econclusivo. Pretendo, assim,formar cidadãos capazes de ar-gumentar, discutir e modificarnossaatualrealidade.”

Felipe Ferreira da SilvaProfessor de Matemática do 2º

ano do Ensino Médio, formadopela PUC-RIO

24 nº 74. .a chama

“Acho que a escola oferece umambientemuitoacolhedore to-dos sãomuitos solícitos epron-tos para ajudar. Os Alunos sãocuriosos e têm personalidade.Eu, como pesquisadora e atrizde teatro, pretendo levar para asala de aula a idéia da arte comoconhecimento e ferramenta dedescortinamento da realidade ede si mesmo. A dimensão depesquisa na sala de aula man-tém o Professor atualizado eem constante processo de rea-valiação.Oconhecimentosedánatroca.”

Ana Lúcia Brasil MalechaProfessora de História do Teatro

dos 1º e 2º anos do Ensino Médio,formada pela UNIRIO, onde é

pesquisadora, e membro da ONGImagem e Cidadania

“As impressões são as melhorespossível, todos atenciosos, bus-cando integrar-me à Escola.Impressionou-me muito a ale-gria com que todos os Funcio-nários trabalham e a relaçãoAluno/Escola. Pretendo mos-trar ao Aluno que a Químicanão é uma grande vilã e que en-tendê-la pode contribuir muitopara sua formação futura e parasua contribuição pessoal nomeioemquevive.Pretendo im-plementar aulas práticas para o2º ano do Ensino Médio, bemcomo projetos interdisciplina-res com Física, Geografia eBiologia.”

Mauro Braga FrançaProfessor de Química dos 1º e 2º

anos do Ensino Médio, mestreem Bioquímica pela UFRJ

“O ambiente é agradável e, em-bora a escola seja grande, é a-conchegante. Os Alunos desdecedo aprendem a usar a auto-nomia com responsabilidade ejá demonstram um forte espíri-to crítico nas atitudes enaspala-vras. Tenho muita vontade dedesevolver projetos de cunhoecológico, como reaproveita-mentodemateriais, trabalhos ar-tísticos com materiais alterna-tivos, aproveitamento integraldosalimentos,dentreoutros.”

Maria Cristina C. RodriguesProfessora regente do 3º ano do

Ensino Fundamental, pós-graduadaem Psicopedagogia pela

Universidade Cândido Mendes e emEducação Infantil pela PUC-RIO

Em fevereiro, a direção do CSVP reu-niu os Professores contratados nos últi-mos anos para saber como foram aco-lhidos pela equipe da escola e como sesentem trabalhando nela hoje. Pe. Lauroresume suas impressões do encontro:“Foi emocionante a amizade que trans-pareceu nos depoimentos, a entreajudaque os novos receberam, o apoio nas di-ficuldades, as relações intensamente pes-soais que se estabelecem, o respeito à li-berdade de pensamento e de cátedra, oauxílio econômico nas dificuldades pes-soais e familiares, a ajuda espiritual emsuas necessidades interiores e em seusproblemasde família, etc.”

A seguir, os novos Professores e Fun-cionários de 2008 dão seus depoimentos,dessa vez para todos os leitores da Re-vista .achama

“O Colégio São Vicente dePaulo é a primeira escola on-de trabalho. O acolhimentopela equipe do Colégio foi ó-timo. Gosto muito de traba-lhar aqui.”

ZeladoraAline Feliz P. Belchior

junho de 2008 . .a chama 25

“Sinto-me realizado e feliz emfazer parte da equipe de Fun-cionários do Colégio São Vi-cente, pois era o emprego queeu procurava. A Escola dá oinstrumento de trabalho de pri-meira qualidade para poder-mos desenvolver nossas ativi-dades.Oconvíviocomoscom-panheiros de trabalho tambémé muito bom e o grupo é bas-tanteunido.”

ZeladorAgripino G. da Silva Neto

“O diferencial do São Vicenteé a tranqüilidade. As pessoasaparentam níveis mais baixosde estresse, as cobranças sãoalegres, a Coordenação é res-peitosa, as pessoas vivem emum clima bacana. Enfim, o as-tral é maneiríssimo. Atual-mente, acho que é a melhorEscola em que já trabalhei.Quanto à formação dos Alu-nos, pretendo contribuir parao desenvolvimento de habili-dades críticas, para o pensa-mento criativo, reflexivo epropositivo no sentido da au-tonomia”.

Renato Nogueira JúniorProfessor de Filosofia dos 1º e 2º

anos do Ensino Médio, doutor emFilosofia pela UFRJ

“Já conhecia o Colégio, masfico muito feliz por ter sidobem acolhido e por ser muitobem tratado por todos. Mi-nhas primeiras impressões doambiente de trabalho são óti-mas. O relacionamento comos outros Funcionários é mui-to bom.”

ZeladorMarcos A. Chagas da Silva

“Estou realizando um sonhoantigo: em 1978, eu estive aqui,como militante do movimentoestudantil secundarista, paraouvir uma palestra do Pro-fessor Darcy Ribeiro. O Colé-gio me marcou! Chama a aten-ção a precupação da escola emser humana mesmo nos pe-quenos detalhes. Não preten-do formar biólogos, mas cida-dãos que reconheçam a rele-vância da Biologia para olhar einterpretaro mundo.”

Frederico de A Lessa.Professor de Biologia dos 1º e 2º

anos do Ensino Médio,formado pela UFRJ e atualmente

cursando pósgraduação emAdministração Escolar

na Universidade Gama Filho

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“Todas as ameaças à vida devem sercombatidas. Ao dar início à Campanhada Fraternidade deste ano, renovo a es-perança de que as diversas instâncias dasociedade civil queiram solidarizar-secom a vontade popular que, na sua mai-oria, rejeita todas as formas contráriasàs exigências éticas de justiça e de res-peito pela vida humana desde seu inícioaté o seu fim natural”. Isto foi parte damensagem que o Papa Bento XVI en-viou à Conferência Nacional dos Bisposdo Brasil (CNBB) no dia 8 de dezembrode 2007, na ocasião do lançamento daCampanha da Fraternidade de 2008.

Como todos os anos, o Colégio SãoVicente de Paulo também se preparoucom antecedência para trabalhar o tema(Fraternidade e defesa da vida) e o lema(Escolhe, pois, a vida) da Campanha daFraternidade de 2008. Quem deu opasso inicial foi a biblioteca da escola.“A partir do lançamento da Campanhacomeçamos a fazer o levantamento dosmateriais disponíveis em nosso acervo everificamos a necessidade e viabilidadepara compra de novos livros e vídeos.Foram comprados cerca de 30 novostítulos. Esse material serve de apoio pe-dagógico para a abordagem que cadaProfessor dará em sala de aula”,explica Maria Teresa Guedes, coorde-nadora das bibliotecas do CSVP.

Na Jornada Pedagógica, que aconte-ceu nos dias 29 e 30 de janeiro, os Pro-fessores conheceram os livros e filmesescolhidos pela equipe da biblioteca.“Fizemos uma exposição no 4º. andardo Colégio para que os Professores pu-dessem manusear tudo o que separa-mos. A lista com todos os títulos já tinhasido mandada para o e-mail dos docen-tes”, conta Maria Teresa. Segundo ela, otema da vida ofereceu múltiplas possibi-lidades de escolha: “Temos livros e fil-

ao tema

Em defesa da vidaA Campanha da Fraternidade de 2008 deve ativar todas as disciplinas doCSVP. A Biblioteca do Colégio prepara material sobre o tema da Campanhadeste ano,que está à disposição dos Alunos e Professores.São 130 títulos,en-tre livros e filmes.

mes sobre direitos humanos, bioética,meio ambiente, cultura e saúde .

Os Alunos da Educação de Jovens eAdultos (EJA) estão trabalhando o te-ma da Campanha de Fraternidade a par-tir dos relatos sobre o surgimento da vi-da na Terra, relacionando-os a um dosquatro elementos que os filósofos gre-gos acreditavam terem sido a fonte detudo o que há no planeta: água, terra,fogo e ar. “Cada ciclo (conjunto de fa-ses) é responsável por um elemento.Nosso objetivo é falar do surgimento davida, apontando para aquilo que eladeveria ser hoje”, explica Hélcio Alvim,coordenador da EJA. De acordo com

Os quatro elementos: EJA estuda o

surgimento da vida

ele, as turmas estão resgatando ou

aprendendo as histórias sobre o inícioda vida na Terra. “Todos os elementospodem ser considerados fundadores davida. A água é o tema do CA, 1ª e 2ª fases,à luz das narrativas religiosas. Já as 3ª e 4ªfases trabalham com o elemento terra apartir das suas próprias memórias sobreo início da vida. A 5ª e 6ª fases falam dosrelatos poéticos, relacionando-os ao fo-go. Por fim, as 7ª e 8ª trabalham o elemen-to ar, partindo dos relatos científicossobre o surgimento da vida”, afirmaHélcio, lembrando que o tema tambémdeu origem a uma música, compostapelos Professores Albino Pelizzon, deReligião, e Adriana Milagres, de Portu-guês. “A canção foi entoada na romariafeita com os Alunos no lançamento daCampanha no curso da EJA”, conta.

Para mostrar tudo o que foi feito noprimeiro semestre, a EJA, segundo Hél-cio, prepara para 30 de junho e 1º julhoo momento de culminância. “Depois deo tema da Campanha ter sido trabalha-do em todas as disciplinas, os Alunosrealizam trabalhos sobre os assuntosabordados, que podem ser apresenta-dos, por exemplo, em forma de peças deteatro, arte plástica, poesia, dança ouqualquer outra expressão artística”.

A Campanha da Fraternidade de 2008 é a DEFESA DA VIDA, contra as ameaças danatureza, as violências dos poderosos ou da polícia, a baderna dos fanáticos do futebol.Somos manipulados por quem pleiteia, por exemplo, trabalhar com as células embrio-nárias quando podem conseguir maiores frutos com células adultas pluripotentes.

Os Bispos do Brasil não reduziram a Campanha a falar contra o aborto e a eutanásia.Vão bem mais longe,visando proteger as manifestações mais frágeis de vida,organizandoos analfabetos em movimentos sociais,ajudando os desempregados a conseguir os docu-mentos civis,formando cooperativas de artesãos,etc.

O lema deste ano é muitíssimo sugestivo: Deus nos criouracionais,dotados da liberdade gloriosa de filhos.Deus nos diz:Você tem diante de si a vidae a morte, a bênção e a maldição. Deus não manda escolher entre a vida e a morteESCOLHA AVIDA!

Não basta evitar a morte.É preciso escolher a vida e suas manifestações,por mínimasque sejam, apoiar grupos que despontem, ainda sem verdadeiras lideranças, ajudarfuncionários e empregados a sindicalizar-se, para ter força política, proteger plantas eanimais,que não podem valer-se sozinhos.Nossa ajuda,no Colégio,deve ir do estudo paraformar uma consciência crítica e uma opinião própria até às passeatas, passando pelaajuda concreta aos Pobres de nossos lugares de ação.

ESCOLHE, POIS, A VIDA.

.

Pe. Lauro Palú

AÇÃO

PAS

TORA

L

26 nº 74. .a chama

“Por ser uma escola grande, atendência é que haja um trata-mento impessoal, tanto na rela-çãocomosPaiseAlunos,quan-to entre os próprios docentes.Entretanto, isso não acontece etodossão tratadoscomrespeitoe individualidade. Os Alunosparecem gostar muito de vir àEscola, o que é uma enorme sa-tisfação! No 1º ano, por seremcrianças mais novas, elas preci-sam de uma atenção especial noque diz respeito ao espaço. Po-demos fazer 'excursões' pela es-cola, especialmente por ambi-entes por onde eles passam dia-riamente, mas não sabem dequem são as salas ou para queservemosespaços.”

Paula Mendonça de SáProfessora Auxiliar de

Alfabetização do 1º ano do EnsinoFundamental, pós-graduada em

Educação Infantil pela PUC-RIO

“Tenho a sensação de que osAlunos do CSVP percebem otempo de forma diferente, têmmenos pressa; talvez seja umacaracterística da instituição. Asrelações são mais humanas. Sin-to-memenospressionadaema-is livreparaproporcoisasnovas.Pretendo contribuir fazendo daaula de Ensino Religioso ummomento alegre, bem comodevem ser os que crêem emDeus. Creio que o ER deva serum espaço onde se escutemmaisosAlunos.Gostariadepo-der trabalhar mais em contatocom as Professoras de turmapara que proponhamos ativida-des interdisciplinares.”

Giselle C. de OliveiraProfessora de Religião dos 2º e 3º

anos do EnsinoFundamental,pós-graduada em Ensino Religioso

pela Universidade Católica deBrasília e em Literatura Brasileira

pela PUC-RIO

Lema e tema deste ano

“A equipe me recebeu comcarinho e me dá todas as dicasde que preciso. Estou muito fe-liz aqui. As crianças são interes-sadas e o convívio com os cole-gas é ótimo; há um ambiente desolidariedade e de companhei-rismo. Há também um suportegrandedeprofissionaisquenãoestão diretamente na sala deaula,oqueémaravilhoso.”

Petronília P. dos SantosProfessora Regente do 5º ano,

pós-graduada em EducaçãoInfantil pela PUC-RIO e mestre

em Educação pela UERJ

“O acolhimento foi uma dascoisas mais bonitas e verdadei-rasquesenti.Ficomuito feliz emsaber que a Escola se preocupacom o bem-estar dos seus Pro-fessores e Funcionários. Estarno São Vicente é um sonhorealizado. Para contribuir na for-mação dos meus Alunos, procu-ro sempre me atualizar estudan-do, lendo e, principalmente, tro-cando idéiascomosdemaisedu-cadoresdaEscola.”

Beatriz Miguez F. de SáProfessora de Religião dos 3º, 4º e

5º anos, pós-graduada emEducação Infantil pela PUC-RIO

junho de 2008 . .a chama 27

PERF

IL

“A equipe da escola é muitoacolhedora e companheira.Estou muito feliz em fazerparte dela. O São Vicente é umColégio bem estruturado, quetem como objetivo a for-mação, não somente de bonsAlunos, mas principalmentede cidadãos conscientes eparticipativos. Fui muito bemrecebida por todos e percebo asatisfação e o orgulho que têmemtrabalharno CSPV”.

InspetoraHeloísa Helena dos Santos

“Fui muito bem acolhida eme sinto bastante satisfeitaem fazer parte do Colégio.Todas as minhas impressõesforam boas, mas o que me im-pressionou mais foi a disci-plina e a educação que têm osAlunos. Aqui sou tratada deigual para igual, o que nemsempre acontecia no meuemprego anterior.”

ZeladoraMárcia Ferreira

"Este patrimôniohumano deamizade, de

entreajuda, derespeito, etc.,

precisa serconservado e

desenvolvido, parao crescimento de

cada um e daComunidade

Educativa como umtodo"

(Pe. Lauro Palú)

“É uma oportunidade únicafazerpartedeumColégiogran-de e conceituado como o SãoVicente, um dos melhores doRio.ÉumaEscoladiferentedasoutras que conheço. Os Alunosse sentem como se estivessememcasa: estudam,mas tambémparticipam de muitas ativida-des, como futebol, capoeira,recreação e eventos. Percebo aliberdade que os Funcionáriostêm para se expressar. Nas reu-niões, a Coordenação dá opor-tunidade para o Inspetor falar oque está acontecendo no andar,se há algum Aluno causando al-gum probleminha. Isso é mui-to importante dentro do localdetrabalho.”

Inspetor de AlunosFábio Pereira da Silva

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NOTA

S

28 nº 74. .a chama

Caminhada em famíliaSábado, 23 de fevereiro. 8h30. Nesse momento, começava

uma caminhada no Forte Duque de Caxias, no Leme, com oprimeiro grupo de Pais e Alunos do Colégio São Vicente dePaulo. O segundo grupo saiu às 10h30. Organizada pelo coor-denador de Educação Física do CSVP, Paulo Nascimento, aatividade física contou com a presença de 30 pessoas. “Hoje asfamílias ficam pouco tempo juntas. Por isso, foi muito interes-sante conseguir reunir Pais e Filhos para fazerem juntos umexercício físico”, avalia. E, segundo o Professor GersonVellaco, que também acompanhou o grupo, a caminhada comduração de 30 minutos foi bem leve, quase um passeio.“Fomosbem devagar, aproveitando a paisagem”, conta.

No clima de descontração, a Professora de História dos 8º e9º anos, Patrícia Brito, que participou voluntariamente doevento, aproveitou para falar sobre a importância do Forte parao Rio de Janeiro. “O Forte do Leme foi construído no séculoXVIII e, nessa época, não possuía artilharia. Por isso, tambémera chamado de Forte do Vigia, pelo seu caráter apenas de per-manente cuidado contra possíveis invasões, que seriam avi-sadas aos fortes aparelhados. De lá, é possível ver a Fortalezade Santa Cruz, em Niterói, o Forte de São João, na Urca, ambosprotetores da entrada da Baía de Guanabara, e o Forte deCopacabana, na ponta contrária à de onde estivemos. O Rio deJaneiro tem doze fortificações e este tipo de construção sem-pre foi uma preocupação portuguesa desde sua fundação noséculo XVI. Vale lembrar que a invasão francesa da área é queinstigou os portugueses a iniciarem o povoamento como meiode defesa. No século XIX, chegaram os primeiros canhões.Hoje é um centro de estudos para militares do Exército”, ex-plica a Professora, que destaca a importância pedagógica daatividade: “Seria muito bom contar com outras caminhadasque, além de ecológicas, são culturais”.

A equipe de Educação Física promete não parar por aí. OsProfessores já planejam novas caminhadas. “Há alguns anos,fizemos o caminho que leva até o Pão de Açúcar. Queremosretomar essa atividade”, conta Gerson. E como reforço a equi-pe terá, é claro, a Professora de história. “A participação de Pa-trícia é muito importante. Um ótimo complemento para qual-quer atividade física”, elogia Paulo.

Para começar o ano bemÉ tradição. Todo início de ano letivo do Colégio São Vi-

cente de Paulo começa com a Jornada Pedagógica, que este anofoi realizada nos dias 29 e 30 de janeiro. “O objetivo dessesencontros é, em primeiro lugar, estimular os Professores eFuncionários, que também colaboram com a função educado-ra, a iniciarem seu trabalho numa perspectiva de crescimento erenovação”, explica Nina Cunha, coordenadora pedagógica doCSVP. Segundo ela, nos dois primeiros dias da Jornada foramdiscutidos novos caminhos para a avaliação e recuperação dosAlunos: “Buscamos metodologias renovadoras que nos ajudema romper com as amarras de uma avaliação constituída de provase exames para vivenciarmos uma avaliação processual e trans-formadora, que envolva não só os Alunos, mas também os Pro-fessores”. Os participantes também se reuniram em pequenosgrupos com as diversas coordenações para elaborarem oplanejamento de trabalho cooperativo.

O fim da Jornada Pedagógica se deu no primeiro dia de aula.“Na noite do dia 11 de fevereiro, o ano letivo se inaugurou comas palavras do Pe. Lauro. Ele escolheu como tema a abertura donosso ano jubilar, que culmina em 2009, e o fez celebrando asconquistas do passado, as realizações do presente e os sonhospara o futuro. Foi um relato estimulante da história do Colégio eda lembrança de seus construtores no decorrer das diferentesfases da nossa caminhada: de uma proposta de educação crítica,passando pela busca de uma educação libertadora, em luta pelajustiça social, no entendimento de uma educação evangeliza-dora até formularmos como ideal educativo formar agentes detransformação social que, hoje, é a finalidade de nosso traba-lho”, conta Nina. E o encontro, segundo ela, terminou com umsonoro “mãosà obra”.

Sebão e Sarau EJANo dia 5 de abril, sábado, 31 Alunos da Educação de Jo-

vens e Adultos (EJA) participaram do Sebão e Sarau EJA,evento que já é tradicional no Colégio São Vicente de Paulo.Este ano, o encontro foi organizado pelas Professoras dePortuguês Noêmia Bittencourt e Adriana Milagres, das 1ª, 4ª e5ª fases, respectivamente. Segundo Adriana, o primeiro passopara que a atividade fosse realizada com sucesso foi fazer umaforte divulgação, pedindo para que os Alunos doassem livrospara serem vendidos no Sebão. “Das doações, selecionamos328 livros, entre literatura brasileira, infanto-juvenil e livrosdidáticos. As publicações infantis foram vendidas a R$ 0,50 eas outras a R$ 1,00”, diz ela, que contabilizou a venda de 160livros. O evento acontece simultaneamente ao Sarau, no qualos estudantes têm a oportunidade de recitar poesias. “O JoãoPaulo Araújo, por exemplo, Aluno da 9ª fase, escolheu comantecedência o que gostaria de ler para os colegas. Ele recitouo 'Soneto da Separação', de Vinicius de Moraes”, conta Noê-mia. Também foi aberto espaço para a leitura de texto daautoria dos próprios Alunos. Clerisvan Ferreira, da turma 51,leu seu texto sobre a relação amorosa entre as pessoas. Leia aseguir um trecho da prosa.

Exercício para Jovens e AdultosOs Alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), do

Colégio São Vicente de Paulo, também tiveram seu fim desemana esportivo. No dia 8 de março, dividiram-se em equipespara praticar futebol e vôlei. Os jogos foram realizados nasquadras da própria Escola.

CSVP está entre os dez melhores colégios do RioO resultado do Exame Nacional do Ensino Médio

(Enem) de 2007 revelou que o Colégio São Vicente de Paulo(CSVP) está entre as dez melhores instituições de ensino doRio de Janeiro. O São Vicente ficou em oitavo lugar no

do município. A média dos alunos do CSVP foi de 78,28.Além da prova objetiva, os 94 estudantes do Colégio que participaram do exame fizeram uma redação. A prova do Enem2008 acontecerá no dia 31 de agosto.

ran-

king

-

Presente de melTodo ano, no segundo domingo de maio, Mães e Filhos

iniciam as comemorações desse dia na missa celebrada noColégio São Vicente de Paulo. Este ano não foi diferente. Nemmenos emocionante. Com o auditório lotado, Pe. Lauro ce-lebrou a missa do Dia das Mães. Ao final da celebração, ummimo: um pote de mel foi distribuído para todas as mulheres.O presente, oferecido pela Associação de Pais e Mestres(APM), é fruto do projeto Caixa de Abelhas, patrocinado pelaAPM (ver página 22 desta edição).

“O amor é a base da vida de todos os seres humanos. Oamor é um sentimento puro e verdadeiro e, às vezes,quando não o administramos corretamente, nos faz so-frer e nos magoa profundamente. (...) O amor deve sercultivado como uma plantinha. Ele precisa de cui-dados, carinho e muita atenção. (...) Mas o amor de queestou falando vai muito além do amor entre o homem ea mulher. Eu falo do amor pelo próximo, amor por Deusepelos mais insignificantes seresque tenham vida”.

junho de 2008 . .a chama 29

Grupo MAS faz bazar de PáscoaO Bazar de Páscoa do grupo Multiplicadoras na Ação

Social (MAS), composto por Mães de Alunos do CSVP, estavaprogramado para os dias 11, 12, 15 e 16 de abril. Mas, um diaantes do encerramento da atividade, os produtos foram todosvendidos. “Sucesso total”, afirma Rosângela Rego, mãe dePaula e Bernardo Rego, do 2º ano do Ensino Fundamental euma das organizadoras do bazar pelo Grupo MAS. Segundoela, o que mais agradou o público foram os chocolates emforma de pirulito, coelhinhos de feltro e carroças com bom-bons, tudo feito pelas Mães e pelas mulheres da comunidadeChico Mendes, que aprendem artesanato com o Grupo MAS(ver página 20 desta edição). O valor arrecadado com as vendasserá usado no trabalho com a própria comunidade.

PROFESSORES NA JORNADA PEDAGÓGICA

MEL DE SERRA DO RAMALHO É DISTRIBUÍDO PARA MÃES

COELHOS AGRADAM OS COMPRADORES

ADRIANA MILAGRES COM ALUNOS NO SEBÃO

VISTA A PARTIR DO FORTE DO LEME

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Estimado Padre, no puede figurarse

la alegría que he tenido al recibir la

revista del Colegio y su palabrita en

el interior. Me he alegrado mucho de

recibir la revista, de ver sus fotos y su

reportaje, así como de saber de usted

y de sus actividades ahora. (...) Sus

noticias me alegran mucho y espero

que en su trabajo se encuentre usted

a gusto. He visto sus preciosas fotos,

y también a usted con los niños, y

leído la poesía; aunque no conozco

el portugués, la melodía puede com-

prenderse y me gustó mucho.

Marta Esser

It was very good to have news from

you, and to have a copy of the most

(Bruxelas, Bélgica)

Avec grand plaisir j'ai trouvé votre lettreet la revue du Collège après rentrer d'unvoyage aux Etats-Unis. Je suis trèscontente d'entendre de vous - norma-lement mes contacts au Brésil setiennent par l'AIC Brésil et surtout parMarla Barros qui est vice-présidenteinternationale et que je verrai pour le CPà Paris en Octobre. C'est par elle et parmes contacts au Mozambique que jemaintiens une certaine connaissance duPortugais. Je le parle à peine mais je saisle lire et comme ça je peux comprendrele contenu de votre revue. Je mesouviens toujours de vos célébrationsde l'Eucharistie dans plusieurs langueset j'ai vu avec admiration que votrefrançais est toujours parfait.

Anne Sturm(Herde, Alemanha)

recent edition of your College

magazine. It was also good to see

you in one of the photographs

looking so well, - and looking not a

day older from the last time I saw

you. And what shall I say about the

perfection of your English? Not a

single grammatical mistake... Of

course, the community here can

take some credit for that seeing that

you spent a month here. Before you

ever came here it was clear that the

Lord had given you the gift of

tongues... I am glad that you still

have got energy enough to ad-

minister such a large College with all

problems that it must bring to your

desk every day, - difficulties from

both staff and students. I am glad

that you feel that you will be able to

continue for some years yet.

Pe. Richard McCullen, C. M.

Ho ricevuto la sua lettera che mi ha

riempito il cuore di gioia. Ho visto

que lei ha molti impegni che le riem-

piono le giornate e per questo sono

felice per lei. Insieme ad Anna abbia-

mo sfogliato la sua rivista A CHAMA

e ci ha affascinato il lavoro che lei e i

suoi ragazzi svolgete in Brasile.

Gaetano Capelli

(Dublin, Irlanda)

I did receive your school booklet andthank you so much. The photos arefabulous. You can be so proud of yourmarvelous work. I was extremely im-pressed!!! I love seeing the children inthe photos. They all seem to happy intheir work. You must enjoy being ableto produce such beautiful pictures. Youhave a knack for being in the perfectplace at the right time. I will treasure thebooklet.

Nancy Dunne(Holmes Beach, Flórida, EUA)

(Sieci, Florença, Itália)

Very many thanks for your welcomebook on your beloved college. It hasbeen well received among all myfriends; the Nazareth House Nuns allsend their regards. This morning I wentto Mass and prayed for you in ourchapel that has just opened for our

Chinese priest Fr. Oú.Patricia Lever

(Port Elizabeth, África do Sul)

,Superior Geral (Roma, Itália)

Muy querido P. Palú, me ha dado Usteduna gran alegría al recibir la Revista desu Colegio; muchas gracias poracordarse de mi, yo lo recuerdo conmucho cariño y hermandad vicentina.

Mariely Rincón(Maracaibo, Venezuela)

(Sant'Agata Bolognese, Bolonha,Itália)

Merci de m'envoyer fidèlement “a cha-ma” qui m'apporte des nouvelles de vo-tre vie à Rio et de tous ceux que vousaidez là-bas.

Marianne Chevalier(Ohain, Bélgica)

Thank you for your note of 21

August and a copy of the magazine

from the high school. It is attractive

and certainly expresses concretely

the mission of the high school and is

very reflective of our true Vincen-

tian charism. I want to congratulate

you and all the members of the high

school, both the student body and

faculty and staff who are working

hard to make the charism come alive

in your hearts and in the hearts of

those whom you serve.

Pe. G. Gregory Gay, C. M.

Grazie della rivista che mi ha

mandato ad Usakami (Tanzania).

Purtroppo per motivi di salute a

febbraio ho dovuto rientrare in

Italia, dove, dopo accertamenti,

sono stata operata alla colonna, per

grave stenosi foraminale. (...) Mi fa

piacere nel sentire che nel colleggio

ha tanti giovani. Prego il Signore che

tra i tanti qualcuno venga scelto per

diventare un buon religioso. Il

Signore continua a chiamare, ha

bisogno di cuori docili e generosi.

Irmã Maria Grazia

CART

ASNossa revista é internacionalmente conhecida eapreciada. Selecionei, das muitas cartas rece-bidas, alguns tópicos, que mostram várias rea-lidades: a) a Família Vicentina está presente eativa no mundo inteiro; b) a obra educativa doColégio é reconhecida por todos os que tomamconhecimento de quanto se faz aqui dentro;c)ganhamosmaisadesõesparaoprojetoeduca-tivo do Colégio, pois se dá a conhecer o esforçoleal dos Educadores e Formadores que somos;d)envio cada edição da revista para essas pessoas,ligadas à Família Vicentina, pessoas com quemjátrabalheidurantemeus12anosdeRoma.

Pe. Lauro Palú, C. M.

30 nº 74. .a chama

No dia 15 de março, os Alunos dos 6º, 7º e 8º anos par-ticiparam da Manhã Musical do CSVP, junto com Pais, Irmãosou Amigos que tocassem algum instrumento ou cantassem. Asapresentações aconteceram no auditório do Colégio. Segundo oProfessor de Música José Assumpção, organizador do eventojunto com a Professora Ilana Linhares, os participantes ficaramlivres para escolher o repertório. “Como a Manhã Musical é umespaço aberto a todos e conta com a livre iniciativa do Aluno, elemesmo define o que será tocado ou cantado. Este ano, as apre-sentações foram do clássico ao popular. As formações dos gru-pos também variaram. Houve duos, trios e bandas”, conta. Paraela, o mais gratificante é perceber o amadurecimento musicaldos estudantes do São Vicente. “Isso é o resultado do trabalhode excelência de todos os meus colegas Professores de Música ede toda a confiança que o CSVP deposita em nosso trabalho,promovendo seriamente o ensino musical para todos os Alunos,obrigatoriamente”, diz.

Unidos pela música

Olimpíadas de Matemática EJANo subsolo do CSVP, cerca de 30 alunos da Educação de

Jovens e Adultos (EJA) se reuniram para participar daOlimpíada de Matemática. Os estudantes foram divididos emgrupos para fazerem juntos os exercícios, preparados pelosProfessores Guerra, Teresa Cunha e Maria Alice França. “Elesreceberam um livreto de acordo com o seu nível e resolveramas questões juntos. Os Alunos ficaram muito motivados e sesaíram muito bem”, conta Maria Alice.

NOTA

S

junho de 2008 . .a chama 31

Professores e Funcionários cantam juntos pelaprimeira vez

A ComPasSo (Comunitário Pastoral Social) organizou seuprimeiro Sarau no dia 11 de abril, envolvendo Professores eFuncionários do Colégio São Vicente de Paulo. “A idéia surgiuem virtude de termos, na casa, vários talentos. Como aComPasSo congrega os profissionais do Colégio, achamos queum sarau poderia unir todos ainda mais”, explica NanciRaymundo, organizadora da atividade. Segundo ela, a edição deestréia do evento foi um sucesso. “Teve música cantada emgrupo e individualmente, os violões do José Eduardo de Souza(Zedu) e do José Henrique dos Santos e dramatizações. Cadaparticipante pôde trazer alguém da sua Família para seapresentar também. Ao todo, foram 40 pessoas que sedivertiram muito”, conta. A confraternização continuou nojantar. “Foi montada uma mesa com queijos, vinhos,refrigerantes e uma sopa deliciosa”, revela Nanci. Preocupaçãomesmo, só uma: “Quando será o próximo Sarau? Esta é apergunta que não quer calar”, diz.

Avós e Netos juntos no CSVPNo dia 10 de maio, as Avós dos Alunos dos 1º e 2º anos do

Ensino Fundamental foram ao Colégio São Vicente de Pauloparticipar, com seus Netos, da culminância da unidade 'Tempona Família', que faz parte da disciplina de História. Segundo EdnaCardozo, Professora da turma 204, que organiza a atividadejunto com as outras quatro docentes do 2º ano, o encontro dasgerações é muito rico. “As Avós trazem objetos antigos e contampara os nossos Alunos como eram os hábitos familiares na épocaem que eram crianças”, diz. Mas os pequenos também têm o queensinar. “As crianças levaram as Avós para a sala de informáticapara ensiná-las a mexer no computador”, conta. No pátio da Es-cola, além da decoração com corações, as Avós puderam ver pai-néis com as redações de seus Netos sobre a Família. E umasurpresa. “O Professor de Música Jefferson tocou 'Carinhoso',de Pixinguinha, para elas. Foi muito emocionante. Ao final, cadauma ganhou uma rosa”, declara Edna. Segundo ela, alguns Avôse Pais também compareceram à Escola. “Acabou sendo umgrandeencontro da Família”, avalia.

ALUNOS HOMENAGEIAM AS AVÓS

SÍLVIA COSTA - TURMA 803

SOFIA, ISABELA E ANA - TURMA 701

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Livro

As grandes catarses tecnológicasno estilo e os sucessos esca-tológicos dos já não são oobjetivo dourado de Hollywood. Éclaro que toda a euforia comercialproporcionada pelos grandes suces-sos de bilheteria não foi descartada,mas certamente perdeu atenção.

Ultimamente o Tio Sam vem apostando nas produções menores Emsua maioria, são histórias relativamen-te simples que abordam alguns tabusdo . é um desses filmes que tende à construção doque seria um verdadeiro retrato da sociedade norte-americana, o que em sijá carrega certa pretensão. Muito similar ao filme “Pequena Miss Sunshine”(indicado ao Oscar de 2007),acaba por afirmar mais uma vez o mitodas relações sociais perfeitas, só queagora no lugar das (líderesde torcida) os (perdedores) são osprotagonistas e, apesar da inversãonarrativa, a história continua a mesma.

Aluna do 3º A

spiderman

american pie

-

.

american way of life -

-

-

, cheerleaders

, losers

Juno

Juno

Marina de Oliveira Cavalcanti

Em 2008, estamos comemorando50 anos de Bossa Nova. Muito maisdo que um estilo diferente de cantar,ela representa uma época de rupturaentre um "Brasil antigo" e os "Dourados anos JK". Era um período de efer-vescência e liberdade política. "Aulade Matemática", de Tom Jobim e M.Pinto, Lobo Bobo, de Carlos Lyra e R.Bôscoli, "O Barquinho", de R. Bôs-coli, "Garota de Ipanema", de Tom eVinícius, "Samba do Avião", de TomJobim, e tantas outras mais, represen-tam esse universo musical idolatradono mundo todo.(rua Vinícius de Morais, 129, Ipane-ma) é um pedacinho do Rio onde po-demos respirar e absorver a essência daBossa Nova. Visite a Toca, pesquise li-vros, cds e dvds e assista a palestras eshows. Também vale um acesso ao site

.

Professor de Geografia do 8º anoe da EJA

-

A Toca do Vínícius

Marco Antonio Gomes

www.tocadovinicius.com.br

,

Saulo Alves Vasconcellos

Harry é um garoto comum quemora em um armário embutido embaixo da escada na casa dos seus tios.Ele sempre fora mal cuidado por elese seu primo, Duda. Sua vida mudaquando em seu aniversário de onzeanos, um homem meio gigante seapresenta como Rubio Hagrid e lheentrega uma carta, que na verdade éum convite para estudar na Escola deMagia e Bruxaria de Hogwarts.

Já na escola, Harry faz grandes ami-zades, como o ruivo Rony Weasley e aestudiosa Hermione Granger. Juntos,eles irão desvendar os mistérios queenvolvem o passado de Harry, a mortede seuspais e a Pedra Filosofal.

O motivo pelo qual escolhi estelivro é justamente pelo fato de ter sidoo responsável por iniciar o meu gostopela leitura. Esse livro foi muito im-portante para mim, pois por seu inter-médio eu fiz grandes amizades.

Ascensorista do CSVP

ARTE

EM

PAU

TA

Filme

Harry Pottere a PedraFilosofal

Juno Toca doVinicius

Lugar

CART

AS Carissimo P. Palù, che piacere avere suenotizie! Sempre, quando arriva ilbollettino "a chama" vado in cerca diqualche foto che la ritrae... ma lei èsempre lo stesso!! Il suo sorriso la fasembrare sempre giovane, anche conqualche capello bianco in più... ma ciò leconferisce ancora più un'aria simpatica.Non è sempre comune e scontatovedere un "presbitero" (nel senso grecodel termine - con lei posso fare dottiriferimenti! - una persona più grande,anziana, ecc.) sorridente!! Padre, mi fapiacere che lei sia sempre cosìcircondato di "umanità", il Collegio è ilsuo campo di battaglia con tutti questistudenti. Si vede che è felice, e ciò mi faringraziare tanto Dio, perché non saquanto è bello pensare alle personeconsacrate a Dio, che sono "felici"! Dionon solo compie le attese più profondespirituali che abbiamo, ma realizza e fafiorire pienamente l'umano che è in noi,in modo che diventi testimonianzaintellegibile per tutti di vita vera. Vale lapena mettere Dio al primo posto.

Alessandra Spanò(Roma, Itália)

(Viena, Áustria)

Sono felicissimo di ricevere puntual-mente tue notizie. Sfogliando la tuarivista, ho scoperto la tua “vena”ecologista. Sembra strano ma è umasensibilità non molto diffusa tra gliecclesiastici...È pur vero che il tuopaese, ricchissimo di verde, ispira umacoscienza ecologista, il rispetto di unambiente che, ahimè, stiamo perdendo.

Rosario Cosenza(Aprilia, Italia)

Un gros merci de m'avoir envoyé vos

intéressantes publications et voeux

de Noël. Je vois que vous êtes tou-

jours aussi actif !

Andrée Thomanek

Ogni anno le notizie del suo operato

arrivano puntuali e questo mi

dimostra la sua considerazione nei

miei riguardi come persona e come

volontaria. La ringrazio non solo per

questo ma anche per l'esempio che

lei per me ha sempre rappresentato.

Il suo compito, di alta respon-

sabilità, la rende felice ma anche

stanco, perciò fa benissimo a

godersi un meritato riposo. (I capelli

bianchi le stanno benissimo!)

Marisa Pinucci

Merci, Père, ces revues sont très

intéressantes, je me rends très bien

compte de tout ce que vous faites. Je

comprends que vous soyez fatigué.

Ces vacances vont vous permettre de

vous détendre et de vous reposer.

Dans la revue de novembre vous êtes

en photo avec les Volontaires de la

Charité. Cela fait plaisir de vous voir

ainsi. Être directeur d'un collège de

1.600 élèves cela me semble une

responsabilité énorme, mais cela est

sûrement passionnant.

Mauricette Borloo

Dilde Grandi

(Milão, Itália)

Ce fut une joie d'avoir de vos nouvelles.Quelle belle revue! Une vraie carte deNoël. Elle reflète admirablement letravail éducationnel merveilleux qui sefait à votre Collège St-Vincent de Pauldu Brésil. BRAVO! Le Seigneur vous adonné des talents de pasteur, de chef,d'organisateur et vous servez bien lesfamilles, les jeunes, les pauvres. Que leSeigneur soit béni et qu'il vous bénisse.Pe. Yvon Laroche, Superior Geral dos

Religiosos de São Vicente de Paulo(Roma, Itália)

(Paris, França)

Ho ricevuto la sua rivista e la ringraziomolto. Naturalmente mi interessa sa-pere quello che fa e quello che fate a Rioe in Brasile.

(Milão, Itália)

Mon père,Bonjour. Dans mon dernier mail je vousai dit que j'ai beaucoup apprécié lesarticles dans votre magazine et, même sije ne parle pas le portugais, j'arrive àcomprendre un peu ce qui est écrit etc'est vraiment dommage car ce sont desarticles très intéressants. En tout casmerci encore une fois de me l'avoirenvoyé. Union de prières

Rose de Lima Ramanankavana(Manakara, Madagascar)

Por la revista veo y leo todo el trabajo

tan intenso y maravilloso que hacéis.

¡ENHORABUENA!

Pilar Mesones Tuñón

Pe. Eli Chaves dos Santos, C. M.

(Santander, Espanha)

Respondo hoje seu amável bilhete,acompanhando a revista “Chama”. Va-leu, obrigado! Vai aqui, manuscrito (éassim que estou me virando por aqui!)minha gratidão pela atenciosa e amigalembrança, minha visita e notícias. Licom atenção e gosto a “Chama” - tudomuito bonito, artisticamente bem ela-borado, pensado e vivido, num sério es-forço de coerência com a proposta edu-cacional do Colégio e na busca de ani-mação da caminhada da ComunidadeEducativa! Parabéns pela bela revista esobretudo pelo trabalho que vem sendodesevolvido no Colégio.A revista do Colégio, sem dúvida, atiçouas saudades. Mas me deu alegria ver osfrutos deste difícil e consistente traba-lho desenvolvido pela Província. Tam-bém atiçou minhas elocubrações.As fronteiras da missão: aqui é difícil veruma revista como essa do Colégio, re-pleta de atividades criativas e relevantesna educação e promoção social e religi-osa; aqui, os alunos ainda estudam de-baixo das árvores, com barriga vazia, ca-rência total de recursos pedagógicos;nestas bandas, grande pobreza e fortevínculo com as tradições culturais. Aí,na Cidade Maravilhosa, a geração McDonald, com abundância de recursosmateriais, mas fortemente marcada poruma cultura de consumismo, individu-alismo, acumulação... Duas realidadesdiferentes, desafios diferentes, valores eriquezas diferentes, trabalhos e espaçosdiferentes, mas, seguramente, um gran-de desafio comum: como chegar ao co-ração dessas pessoas com a propostacristã de vida nova, de fraternidade eamor, de justiça e solidariedade, de sen-tido novo e realizador para suas vidas?Realidades diferentes, fronteiras missio-nárias desafiantes, a exigir muito tra-balho, não?

(Chókwè, Moçambique)

32 nº 74. .a chama

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