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CULTIVO DE PEIXES EM TANQUES-REDE E IMPACTOS AMBIENTAIS
Evoy Zaniboni FilhoAlex Pires de Oliveira NuñerRenata Maria GuereschiSamara Hermes-Silva
Universidade Federal de Santa Catarina
Produção mundial de pescados
• Estabilização da produção pesqueira
Produção mundial de pescados
• Estabilização da produção pesqueira• 1990 – 2001
–Pesca cresceu 7,8%–Aquicultura mundial cresceu 187%
Produção mundial de pescados
• Estabilização da produção pesqueira• 1990 – 2001
–Pesca cresceu 7,8%–Aquicultura mundial cresceu 187%–No Brasil: Aquicultura cresceu 925%
Cultivo em tanques-rede
• Crescimento mundial (China, Indonésia, Brasil)
• Estímulo do Governo Federal
Sistemas de cultivo da piscicultura
DensidadeEstocagem
AlimentoNatural
AlimentoArtificial
Extensivo
Intensivo
Sistemas de cultivo da piscicultura
- 2 – 6 ton/ha/ano (Tomazelli & Casaca, 1998)- 225 kg/m3/ano (Bozano & Cyrino, 1999)
DensidadeEstocagem
AlimentoNatural
AlimentoArtificial
Extensivo
Intensivo
Sistema de tanque-rede
ração
nível d'águaSem Plâncton
água
fezes e ração
Objetivos
Destacar as alterações do cultivo sobre:• Qualidade da água do entorno• Comunidades zooplanctônica e bentônicas
Características do sistema
• Densidade máxima:
Características do sistema
• Densidade máxima:
• Qualidade e taxa de renovação da água
Características do sistema
• Densidade máxima:
• Qualidade e taxa de renovação da água– Tamanho da malha, hidrodinâmica– Fundo vazado (saída dos resíduos)– Profundidade suficiente para que os
resíduos do sedimento não interfiram
Origem do impacto dos tanques-rede
• Matéria orgânica depositada no ambiente:– Metabolismo dos peixes– Ração não ingerida
• Produz mudanças (físicas, químicas e biológicas)
Efeito poluidor dos tanques-rede
• Dependência:– Intensidade de produção dos peixes– Dispersão dos resíduos efluentes– Capacidade de assimilação do ambiente
CAPACIDADE SUPORTE DO AMBIENTE:
• Capacidade de degradar e assimilar a carga de nutrientes do cultivo sem sofrer profundas alterações
CAPACIDADE SUPORTE DO AMBIENTE:
• Capacidade de degradar e assimilar a carga de nutrientes do cultivo sem sofrer profundas alterações• Varia de um ambiente para outro
Sistema de tanque-rede
• 20% do alimento é perdido sem ingestão pelos peixes (Pearson & Gowen, 1990)
Sistema de tanque-rede
• 20% do alimento é perdido sem ingestão pelos peixes (Pearson & Gowen, 1990)
• Taxa de utilização do alimento: (Guo & Li, 2003)
– 14,8% para o nitrogênio e 11% para o fósforo
Sistema de tanque-rede
• 20% do alimento é perdido sem ingestão pelos peixes (Pearson & Gowen, 1990)
• Taxa de utilização do alimento: (Guo & Li, 2003)
– 14,8% para o nitrogênio e 11% para o fósforo• A produção de 1 ton. de peixe libera ao
ambiente: (Haakanson et al., 1988)
– 10 - 20kg de fósforo + 75kg de nitrogênio
Sistema de tanque-rede
• Teste realizado em lago chinês (Guo & Li, 2003)
– Interfere até 50m de distância
Sistema de tanque-rede
• Teste realizado em lago chinês (Guo & Li, 2003)
– Interfere até 50m de distância– Reduz a diversidade biológica (plâncton e bentos)
Sistema de tanque-rede
• Teste realizado em lago chinês (Guo & Li, 2003)
– Interfere até 50m de distância– Reduz a diversidade biológica (plâncton e bentos)– Aumenta a biomassa fitoplanctônica (correlação
negativa: r = - 0,936)
Tanque-rede: qualidade da água
• O desperdício de ração reduz a conversão alimentar de trutas em 20% (Beveridge, 1984)
Tanque-rede: qualidade da água
• O desperdício de ração reduz a conversão alimentar de trutas em 20% (Beveridge, 1984)
• A estruturas alteram o fluxo da água no local (Wheaton, 1977)
Tanque-rede: qualidade da água
• O desperdício de ração reduz a conversão alimentar de trutas em 20% (Beveridge, 1984)
• A estruturas alteram o fluxo da água no local (Wheaton, 1977)
• Perda de ração ao ambiente (Hall et al., 1992)
– Truta: 72% fósforo e 82% de nitrogênio– Bagre americano: 80% P e 85% N
Tanque-rede: zooplâncton
• Importante indicador do estado trófico dos ambientes (Esteves & Sendacz,1988)
Tanque-rede: zooplâncton
• Importante indicador do estado trófico dos ambientes (Esteves & Sendacz,1988)
• Mudança na qualidade da água produz alterações qualitativas e quantitativas
Tanque-rede: zooplâncton
Tanque-rede: zooplâncton
• Lago chinês no rio Yangtze (Guo & Li, 2003)
– Baia de 35,5ha– Período: 9 meses– 1000m² coberto por tanques-rede– Produção anual: 16 toneladas– 3 espécies de peixes: 2 a 4% do peso vivo/dia
Tanque-rede: zooplâncton
• Lago chinês no rio Yangtze (Guo & Li, 2003)
– Amostragens de zooplâncton (20, 50, 80, 100 e 130m de distância dos tanques)
– Rotíferos: relação direta com a distância– Cladóceros: relação inversa– Copépodos: sem relação com a distância– Aumento da biomassa fitoplanctônica próximo aos
tanques
Tanque-rede: zooplâncton
• Lago canadense (Cornel & Whoriskey, 2003)
– Área total de 222.500m²– 8 tanques com 81m² cada– Cultivo de truta arco-iris– Produção anual de 14 toneladas– Uso de 52 toneladas de ração no período
Tanque-rede: zooplâncton
• Lago canadense (Cornel & Whoriskey, 2003)
– Amostragens em 3 pontos (junto aos tanques, meio do lago e lado oposto)
– 90% do zooplâncton: Daphnia sp. (Cladócero)– Redução junto aos tanques-rede
Tanque-rede: zoobentos
• Exerce um importante papel no fluxo de energia e ciclagem de nutrientes (Merrit & Cummins, 1984)
• Participa da decomposição e reciclagem da matéria orgânica (Kuhlmann, 1993)
Tanque-rede: zoobentos
• Exerce um importante papel no fluxo de energia e ciclagem de nutrientes (Merrit & Cummins, 1984)
• Participa da decomposição e reciclagem da matéria orgânica (Kuhlmann, 1993)
• São considerados bons bioindicadores
Tanque-rede: zoobentos
Tanque-rede: zoobentos
Principais grupos reconhecidos:• A- Oligocheta (Annelida -
minhocas); • B – Família Chironomidae (Insecta-
Diptera); • C – Família Glossiphoniidae
(Hirudinea - sanguessuga)..
A
B
C
Estudo de caso
Estudo de caso
• Uhe de Machadinho (rio Uruguai)• Área do reservatório: 56 km²
• Localizado a 500m da barragem• Situado numa baia de 2,4ha• 6 tanques-rede de 4m³
jundiá Rhamdia quelen
• 535kg de jundiá (média de 700g)• Estocagem de 64kg/m³• Ração: 36% PB• CAA: 1,45• Duração de 123 dias
10 0 1060 30 20 20 30 60
10 (17,1 m)
20 (19,5m)
30 (25,8 m)
60 (38,7 m)
120 (58,20 m)
10 (15,9)
30 (19,2)
1,2 m 15,2 m 16,0 m 16,5 m 16,8 m16,1 m 15,3 m 9,5 m
10 (12,6 m)
20 (10,9 m)
30 (6,5 m)
60 (10,8)
120 (8,1 m)
10(16,9 m)
20 (16,8 m)
30 (17,5 m)
60 (13,5 m)
LEGENDA
PONTOS MEDIDA QUALIDADE DE ÁGUA
PONTOS AMOSTRAGEM SEDIMENTOS
PONTOS AMOSTRAGEM ZOOPLÃNCTON
10 (14,20 m)
EIXO 2
EIXO 1
CABO FIXAÇÃO TANQUES-REDE
TANQUES-REDE
20 (12,10 m)
30 (2,8 m)
10(16,5 m)
20 (13,5 m)
30(11,0 m)
50 (2,0 m)
Estudo de caso: qualidade da água
• Água da superfície: variação temporal e não espacial
Estudo de caso: qualidade da água
• Água da superfície: variação temporal e não espacial
• Água de fundo: variação espacial– Próximo aos tanques-rede: elevação da amônia e
nitrato
Estudo de caso: qualidade da água
• Água da superfície: variação temporal e não espacial
• Água de fundo: variação espacial– Próximo aos tanques-rede: elevação da amônia e
nitrato • Pulsos de vazão são importantes para
remoção dos nutrientes
Estudo de caso : zooplâncton
• Variação temporal evidente:– Maior concentração na seca e menor na cheia
Estudo de caso : zooplâncton
• Variação temporal evidente:– Maior concentração na seca e menor na cheia
• Variação espacial:– Maior concentração próximo aos tanques
Estudo de caso : zoobentos
• Variação temporal e espacial evidente:– Maior concentração de Oligochaeta e
Chironomidae (tolerante ao aumento de matéria orgânica)
Estudo de caso : zoobentos
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0
500
1000
1500
2000
2500
3000
Antes Depois Antes Depois Antes Depois
Fora área de cultivo Abaixo tanques-rede Área de entorno
dens
idad
e (in
d./m
2)
������������ Chironomidae Hirudinea
������������ Oligochaeta Outros
Exemplos adotados:• Limitação da produção (1,3 ton/ha/ano)
Exemplos adotados:• Limitação da produção (1,3 ton/ha/ano)
• Incremento inferior a 1% do nitrogênio na área onde é feito o cultivo
E para os diferentes lagos brasileiros?
Considerações finaisConsiderações finais
• Atividade promissora
Considerações finaisConsiderações finais
• Atividade promissora• Necessidade: respeitar os limites do ambiente
Considerações finaisConsiderações finais
• Atividade promissora • Necessidade: respeitar os limites do ambiente• Monitoramento ambiental
Considerações finaisConsiderações finais
• Atividade promissora • Necessidade: respeitar os limites do ambiente• Monitoramento ambiental••• Estabelecer planos de uso para as bacias e Estabelecer planos de uso para as bacias e Estabelecer planos de uso para as bacias e
corpos de águacorpos de águacorpos de água