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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE ENGENHARIA AMBIENTAL MÁRCIA RAQUEL RONCONI DE SOUZA PLANEJAMENTO E REALIZAÇÃO DE SIMULADOS DE EMERGÊNCIA EM EMPRESA MINERADORA DE CARVÃO CRICIÚMA, JULHO DE 2007

Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

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Page 1: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE

ENGENHARIA AMBIENTAL

MÁRCIA RAQUEL RONCONI DE SOUZA

PLANEJAMENTO E REALIZAÇÃO DE SIMULADOS DE

EMERGÊNCIA EM EMPRESA MINERADORA DE CARVÃO

CRICIÚMA, JULHO DE 2007

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MÁRCIA RAQUEL RONCONI DE SOUZA

PLANEJAMENTO E REALIZAÇÃO DE SIMULADOS DE

EMERGÊNCIA EM EMPRESA MINERADORA DE CARVÃO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à

obtenção do grau de Engenheiro Ambiental pelo

Curso Engenharia ambiental da Universidade do

Extremo Sul Catarinense

Orientadora: Prof. Msc. Rosimeri Venâncio

Redivo

CRICIÚMA, JULHO DE 2007

Page 3: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

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MÁRCIA RAQUEL RONCONI DE SOUZA

PLANEJAMENTO E REALIZAÇÃO DE SIMULADOS DE

EMERGÊNCIA EM EMPRESA MINERADORA DE CARVÃO

Submetido ao corpo docente do Departamento de Engenharia Ambiental como um

dos requisitos para obtenção do grau de Engenheira Ambiental.

Prof. Dr. Carlyle Torres Bezerra de Menezes

Coordenador do Curso de Engenharia Ambiental

Prof. M.Sc. Rosimeri Venâncio Redivo (UNESC)

Orientadora

Banca Examinadora:

Eng. Minas Cleber Baldoni Gomes (SIECESC)

Prof. M.Sc. Nadja Zim Alexandre (UNESC)

Page 4: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

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Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso ao

geólogo Dr. Antonio Silvio Jornada Krebs, com

quem tive a oportunidade de trabalhar em dois

projetos de pesquisa pela UNESC além de outros

tantos trabalhos dos quais participei como membro

de sua equipe, pela experiência adquirida e pelo

apoio e incentivo dados ao longo dos últimos três

anos de minha formação acadêmica e profissional.

Page 5: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

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AGRADECIMENTOS

A DEUS, pela coragem e pela fé necessárias à superação de todos os desafios.

A meu marido, Raimundo, pelo incentivo, apoio, paciência e amor dedicados durante todo o

período de conclusão do curso e com quem divido minha vitória.

A minha amada filha, Isabele, pelas longas horas subtraídas de seu convívio durante todo o

tempo em que estive ausente.

Aos meus pais, Renato e Maria Margarete, que me educaram e me ensinaram o valor do

trabalho.

As minhas irmãs, Marina e Monique, que sempre me apoiaram e me ajudaram a cuidar da

Isabele.

À Carbonífera Criciúma S.A., que me deu essa oportunidade e confiou no meu trabalho.

À professora Rosimeri Venâncio Redivo, profissional em quem confio e por quem tenho

muita admiração, por ter aceitado a tarefa de me orientar.

Ao meu orientador de trabalho, Guilherme de Bom Búrigo, que confiou no meu trabalho e

possibilitou que juntos conseguíssemos superar os desafios.

A Alzira Krebs, pelo apoio, incentivo e preciosa correção desse trabalho.

A Eduardo Amaral, Marcos Imério Leão e Eduardo Nosse, amigos que conquistei por

intermédio do amigo Krebs, os quais respeito por sua integridade e lealdade.

Aos colegas de trabalho, José Carlos, Damiani, Maiara, Renato, Valmir, André e Jonatas,

pela amizade e coleguismo.

Aos amigos que conquistei na empresa, Lisiane, Ângelo e Arilton.

Page 6: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

6

Aos meus irmãos, Marcos, Mateus e Maria Gisele.

A minha amiga Franciele Anselmo Ferreira, pela amizade demonstrada nos trabalhos

desenvolvidos em parceria.

Ao Eng. de Minas Cleber e à professora Nadja, profissionais que muito admiro.

Page 7: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

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"Comece fazendo o que é necessário, depois o que é

possível, e de repente você estará fazendo o

impossível".

São Francisco de Assis

Page 8: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

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RESUMO

A principal atividade econômica do sul do estado de Santa Catarina (Brasil) baseou-se,

durante várias décadas, na extração e no beneficiamento do carvão mineral. Porém, este

desenvolvimento se fez acompanhar de vários impactos ambientais negativos. O atual

panorama ambiental e a conjuntura socioeconômica da região carbonífera, aliados à exigência

do principal comprador do carvão mineral produzido na região, que determina como requisito

para a compra do carvão mineral produzido na bacia carbonífera a certificação do sistema de

gestão ambiental de acordo com a NBR ISO 14001, levaram as empresas carboníferas a

buscar melhorias na explotação do carvão sob ambos os aspectos da qualidade e do meio

ambiente. O presente estudo visa a planejar e a realizar simulados de emergência como parte

de um Plano de Atendimento a Emergências a ser implementado em uma mineradora de

carvão bem como a avaliar os procedimentos e propor melhorias para o atendimento a um dos

requisitos normativo da NBR ISO 14001. Através de exercícios simulados pretendeu-se

conscientizar e preparar os colaboradores para desempenharem seu papel nas situações

emergenciais. O Plano de Atendimento a Emergências - PAE descreve procedimentos para

todas as situações de emergência possíveis em uma empresa de mineração e através da

realização dos treinamentos referentes ao PAE os colaboradores puderam se familiarizar com

seu conteúdo. O planejamento do PAE e a execução dos simulados propiciou a identificação

de falhas e a proposição de melhorias para os procedimentos descritos no PAE.

Palavras-chave: emergências, simulados, mineração de carvão.

Page 9: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

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ABSTRACT

The main economical activity of southern Santa Catarina State (Brazil) has been during

several decades based in mineral coal explotation and treatment. However, this development

has brought several negative environmental impacts. Coal region environmental and

economical situation and main custom requirement - environmental managing system

certification according to NBR ISO 14 001 as a condition to buy mineral coal produced in the

coal basin - has led coal miners to improve coal explotation under both quality and

environment aspects. This study aims to plan and to carry out emergency simulation

trainings as a part of an Emergency Plan to be introduced in a coal mine as well as to

evaluate procedures and propose improvement measures in order to be in accordance with one

of NBR ISO 14 001 requirements. Through simulated exercises, we intended to make all

workers aware and prepared to play their respective roles. The Emergency Plan describes

procedures for almost all possible emergency situations in a coal mining industry and through

simulated exercises concerning the EP all workers could be in contact with its content. EP

planning and simulation trainings have identified failures and proposed EP procedure

improvements.

Key-words: emergencies, simulation and coal mining

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................14

2. OBJETIVOS........................................................................................................................15

2.1. Objetivo geral .......................................................................................................15

2.2. Objetivos específicos ............................................................................................15

3. JUSTIFICATIVA ................................................................................................................15

3.1. Localização da área de estudo ..............................................................................16

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................................17

4.1. O carvão mineral e a mineração: uma visão global, nacional e estadual..............17

4.1.1. Formação e classificação do carvão mineral .........................................17

4.1.2. A história do carvão mineral..................................................................18

4.1.3. Mineração no mundo .............................................................................20

4.1.4. Carvão mineral no Brasil .......................................................................22

4.1.5. Mineração em Santa Catarina ................................................................22

4.1.6. Região Carbonífera ................................................................................23

4.2. Aspectos Normativos............................................................................................23

4.2.1. Importância da norma ISO 14001 ..........................................................24

4.2.2. Aspectos gerais ......................................................................................24

4.3. Plano de Atendimento a Emergências ..................................................................25

4.3.1. Requisito 4.4.7. da NBR ISO 14001 – Preparação e respostas a

emergências .....................................................................................................25

4.3.2. Norma do NR 22.32 - Operações de emergência ..................................26

4.4. Simulados de Emergências...................................................................................27

4.5. Treinamentos, Capacitação e Educação Ambiental .............................................31

4.5.1. Procedimento 4.4.2 da ISO 14001. Treinamento, conscientização e

competência .....................................................................................................32

Page 11: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

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5. METODOLOGIA................................................................................................................33

5.1. Consolidação das informações disponíveis ..........................................................34

5.2. Matriz de Aspectos e Impactos.............................................................................34

5.3. Plano de Atendimento a Emergências – PAE ......................................................38

5.4. Treinamentos dos colaboradores ..........................................................................39

5.5. Planejamento dos simulados de emergência ........................................................39

5.6. Realização de simulados de emergência ..............................................................40

5.7. Avaliação dos resultados das simulações realizadas ............................................40

6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .............................................................40

6.1. Consolidação das informações disponíveis ..........................................................40

6.2. Impactos emergenciais da empresa ......................................................................50

6.3. Plano de Atendimento a Emergências ..................................................................54

6.4. Treinamentos dos colaboradores ..........................................................................55

6.5. Planejamento dos simulados de emergência ........................................................57

6.6. Realização de simulados de emergência ..............................................................58

6.7. Avaliação dos simulados ......................................................................................71

7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES...........................................................................73

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................76

Page 12: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Vista aérea da área de estudo ............................................................................... 16

Figura 2 – Perfuratriz JOY ou Amanda ..................................................................................41

Figura 3 – Blaster preparando local para desmonte ................................................................42

Figura 4 – Carregamento do minério através de pás carregadeiras.........................................42

Figura 5 – Escoramento realizado com perfuratriz hidráulica ............................................... 43

Figura 6 – Monitor do circuito interno de TV ........................................................................43

Figura 7 – Circuito interno de TV ..........................................................................................43

Figura 8 – Fluxograma do método de extração ......................................................................44

Figura 9 – Escoramento de teto com o uso de perfuratriz hidráulica .....................................44

Figura 10 – Escoramento de teto sendo realizado ..................................................................44

Figura 11 – Ventilação por exaustão forçada a partir do Poço 2 ............................................45

Figura 12 – Drenagem realizada nas frentes de serviço por meio de bombas SPV ...............46

Figura 13 – Instalações de britagem e peneiramento ..............................................................47

Figura 14 – Lavador de carvão ................................................................................................49

Figura 15 – Características das camadas explotáveis na UM II ..............................................50

Figura 16 – Sala de treinamento .............................................................................................55

Figura 17 – Treinamento do Plano de Emergências ...............................................................56

Figura 18 – Reciclagem do Plano de Emergências ................................................................56

Figura 19 – Produto vazado propositadamente ......................................................................58

Figura 20 – Início do procedimento de renovação ..................................................................59

Figura 21 – Utilização do kit vazamento.................................................................................59

Figura 22 – Recolhimento do material ...................................................................................60

Figura 23 – Utilização do latão do kit vazamento ...................................................................60

Figura 24 – Acabamento com serragem fina ..........................................................................60

Figura 25 – Utilização de vassoura .........................................................................................60

Figura 26 – Recolhimento do recipiente .................................................................................61

Figura 27 – Acondicionamento dos materiais utilizados .......................................................61

Figura 28 – Produto vazado propositadamente ..................................................................... 61

Figura 29 – Funcionários passando pelo local ........................................................................62

Figura 30 – Funcionários avaliando o produto .......................................................................62

Figura 31 – Funcionários identificando o produto ..................................................................62

Page 13: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

13

Figura 32 – Funcionário avaliando o produto ........................................................................62

Figura 33 – Funcionários passando pelo local ........................................................................63

Figura 34 – Funcionários trabalhando próximo ao local .........................................................63

Figura 35 – Brigadista passando pelo local ............................................................................63

Figura 36 – Brigadista e funcionário verificando o local .......................................................63

Figura 37 – Dois brigadistas discutindo o episódio.................................................................64

Figura 38 – Brigadista retornando ao local .............................................................................64

Figura 39 – Brigadista avaliando o vazamento ......................................................................64

Figura 40 – Início dos procedimentos ....................................................................................65

Figura 41 – Utilização do kit vazamento ................................................................................65

Figura 42 – Execução dos procedimentos ..............................................................................65

Figura 43 – Ação dos brigadistas ............................................................................................65

Figura 44 – Lavação do local com mangueira ........................................................................66

Figura 45 – Presença de brigadistas .......................................................................................66

Figura 46 – Reclamante fictícia efetuando a ligação ..............................................................66

Figura 47 – Ligação para a guarita .........................................................................................68

Figura 48 – Descrição dos procedimentos ..............................................................................68

Figura 49 – Reunião com os técnicos envolvidos ...................................................................68

Figura 50 – Produto vazado propositadamente ......................................................................69

Figura 51 – Vazamento provocado .........................................................................................69

Figura 52 – Identificação do vazamento .................................................................................69

Figura 53 – Avaliação do vazamento .....................................................................................69

Figura 54 – Veículo sendo manobrado ...................................................................................70

Figura 55 – Marcas de pneu sobre o óleo................................................................................70

Figura 56 – Funcionários trabalhando no local .......................................................................70

Figura 57 – Funcionários saindo do local................................................................................70

Figura 58 – Emprego de serragem...........................................................................................71

Figura 59 – Serragem espalhada sobre o óleo .........................................................................71

Figura 60 – Serragem sobre o óleo..........................................................................................71

Figura 61 – Funcionários andando sobre o óleo......................................................................71

Page 14: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

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1. INTRODUÇÃO

A mineração de carvão, uma atividade ambientalmente impactante como o são

muitas outras atividades antrópicas, é fundamental para a economia sul-catarinense por ser o

minério de carvão responsável por uma significativa porção da energia gerada nessa região.

Entretanto, as empresas mineradoras estão cada vez mais preocupadas com a

obtenção da Certificação Ambiental ISO 14001, requisito fundamental para o sistema de

gerenciamento do meio ambiente, cujos pilares são o atendimento à legislação, a prevenção e

a melhoria contínua dos métodos de produção como forma de controle da poluição. A

implantação do Sistema de Gestão Ambiental - SGA é uma das exigências da FATMA, com

acompanhamento do Ministério Público, a ser cumprida através do Termo de Ajuste de

Conduta - TAC. A conquista da Certificação pela norma ISO 14001 é requisito contratual,

cujo prazo limite é junho de 2008, imposto pela TRACTEBEL ENERGIA S.A., principal

comprador do carvão produzido na região.

A norma ISO 14001 determina o planejamento, a implementação e a manutenção

de vários requisitos, entre os quais formulação da política ambiental, levantamento dos

aspectos e impactos, atendimento aos requisitos legais, definição de objetivos, metas e

programas ambientais, definição da responsabilidade e autoridade, realização de treinamento,

medição, monitoramento, auditorias, comunicação, levantamento das não-conformidades,

escolha das ações corretivas e preventivas, implementação de controle operacional, análise

crítica, levantamento e avaliação dos requisitos legais e definição das situações de

emergência, ou seja, para os impactos significativos e as situações emergenciais levantados na

Matriz de Aspectos e Impactos deve ser elaborado e implementado um Plano de Atendimento

a Emergências.

Para a implementação do Plano de Atendimento a Emergências (PAE), com

proposição de melhorias através de realização de treinamentos e de sua análise crítica, este

trabalho aborda a elaboração, a execução e a avaliação de exercícios de simulação referentes

ao processo de mineração de carvão na UM II – Verdinho, pertencente à Carbonífera

Criciúma S.A.

Page 15: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Planejar e realizar simulados de emergência em uma mineradora de carvão.

2.2. Objetivos Específicos

• Planejar quatro simulados referentes às situações emergenciais previstas no

calendário de simulados da UM II – Verdinho, da Carbonífera Criciúma S.A.

• Realizar os simulados planejados de acordo com o calendário.

• Avaliar os resultados dos simulados de emergência realizados de acordo com o

calendário de simulados.

• Propor melhorias para o Plano de Atendimento a Emergências e proceder ao

treinamentos dos funcionários da empresa.

3. JUSTIFICATIVA

As mudanças operadas na postura da sociedade brasileira em relação às questões

ambientais, associada à forte atuação do Ministério Público, em particular, e às recentes

exigências dos órgãos de fiscalização e dos clientes, levaram as empresas de mineração do sul

do estado a buscarem a Certificação Ambiental ISO 14 001 como forma de se adequarem ao

novo padrão que ora se estabelece de forma definitiva.

No caso deste trabalho, procurou-se abordar a exigência da Norma 14001,

relacionada ao Procedimento Operacional PO. 07, que se refere ao Plano de Atendimento a

Emergências-PAE, particularmente aos simulados de emergência, empregados como

instrumentos de verificação da eficácia dos procedimentos emergenciais tomados pelos

envolvidos na operação de combate aos possíveis danos.

Page 16: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

16

3.1. Localização da área de estudo

A Unidade Mineira II - Verdinho (UM II) (Figura 1), pertencente à Carbonífera

Criciúma S.A., estende-se desde as localidades de Verdinho e São Miguel, em Forquilhinha,

onde se situam as unidades operacionais de superfície e de subsolo, até o município de

Maracajá, mais ao Sul. O acesso à mina pode se dar a partir de Criciúma pela Rodovia Jorge

Lacerda, passando pelo bairro Sangão, derivando-se à direita em direção a Forquilhinha pela

Rodovia Gabriel Arns, percorrendo-se 4Km da Rua Nereu Belolli, chegando-se então aos

portões de acesso da empresa. As divisas em áreas contíguas da unidade mineira são as

seguintes: norte: área de pastagem, vegetação e rio Mãe Luzia; sul: áreas de vegetação,

agricultura e acesso à Br-101; leste: áreas de vegetação, agricultáveis e rio Sangão; oeste:

áreas agricultáveis.

Figura 1: Vista aérea da área de estudo

Page 17: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

17

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1. O carvão mineral e a mineração: uma visão global, nacional e estadual

Para se entender este trabalho do ponto de vista das simulações realizadas no

recinto de uma mineradora de carvão, uma abordagem sobre o carvão em seu aspecto global,

nacional e estadual e sua caracterização enquanto bem mineral são fundamentais.

4.1.1. Formação e classificação do carvão mineral

Segundo Borba (Balanço Mineral Brasileiro – 2001/DNPM), o carvão mineral –

ou simplesmente carvão – é um combustível fóssil sólido formado a partir da matéria orgânica

de vegetais depositados em bacias sedimentares. Por ação de pressão e temperatura em

ambiente sem contato com o ar, em decorrência de soterramento e atividade orogênica, os

restos vegetais, ao longo do tempo geológico, se solidificam, perdem oxigênio e hidrogênio e

se enriquecem com carbono. Este processo se denomina carbonificação. Quanto mais intensa

a pressão e a temperatura a que a camada de matéria vegetal for submetida e quanto mais

tempo durar o processo, mais alto será o grau de carbonificação atingido, ou rank, e melhor a

qualidade do carvão. Os diversos estágios de carbonificação, do menor para o maior rank, são

dados pelo esquema: turfa → sapropelito → linhito → carvão sub-betuminoso → carvão

betuminoso → antracito. O estágio mínimo para a utilização industrial do carvão é o do

linhito. Outro índice qualitativo do carvão é o grade, que mede de forma inversamente

proporcional o percentual em massa de matéria mineral incombustível (cinzas) presente na

camada carbonífera. Baixo grade significa que o carvão possui um alto percentual de cinzas

misturado à matéria carbonosa, o que consequentemente empobrece sua qualidade. Isto pode

ser comparado através dos dados apresentados no Quadro 01, em que é possível se observar a

classificação dos diferentes tipos de carvão e as variáveis físico-químicas características

destas substâncias.

Page 18: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

18

Fundamentalmente importante para a economia mundial, o carvão é empregado

em escala planetária na geração de energia e na produção de aço. Na siderurgia emprega-se o

carvão coqueificável, um carvão nobre, de alto rank e grade, com propriedades aglomerantes.

No ano de 2000, o mundo produziu 831 Mt (milhões de toneladas) de aço, que requereram

608 Mt de carvão, representando aproximadamente 17,5% da produção global deste bem

mineral, que foi de 3.466 Mt. No uso para fins energéticos o carvão admite, a partir do linhito,

toda gama possível de qualidade, sendo uma questão de adaptação dos equipamentos ao

carvão disponível.

Entre os recursos energéticos não renováveis, o carvão ocupa a primeira colocação

em abundância e perspectiva de vida útil, constituindo, em longo prazo, a mais importante

reserva energética mundial, conforme quadro comparativo.

Na composição da matriz energética global, o carvão fica abaixo apenas do

petróleo. Especificamente na geração de eletricidade, passa folgadamente à condição de

principal recurso mundial.

TURFA LINHITO CARVÃO ANTRACITO

DENSIDADE (%) 1 1 a 1,3 1,2 a 1,5 1

UMIDADE (%) 65 a 90 15 a 45 1 a 3 < 1

CARBONO (%) 55 65 a 75 75 a 90 90 a 96

HIDROGÊNIO (%) 6 5 4,5 a 5,5 2 a 5

OXIGÊNIO (%) 33 25 3 a 11 4 a 11

MAT. VOLÁTIL (%) 60 40 10 a 45 3 a 10

CARBONO FIXO (%) 25 35 25 a 80 90

CINZAS (%) 10 9 0,5 a 40 3 a 30

PODER

CALORÍFICO (Cal/g)

4000 a 5700 < 5700 5700 a 9600 8200 a 9200

PODER

REFLETOR (vitrinita)

- 0,5 0,5 a 1,5 2,2

Quadro 01: Classificação dos diferentes tipos de carvão em valores médios (Fonte: Perfil Analítico do Carvão -

Boletim n° 6, DNPM - 1987)

4.1.2. A história do carvão mineral

A história do carvão confunde-se com o desenvolvimento do Homem. Na Pré-

História, considerava-se o fogo como algo produzido pelos deuses até quando os primitivos

observaram que as florestas se transformavam em pedras negras após terem sido incendiadas

Page 19: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

19

por um raio e que estes resíduos também eram inflamáveis. Era o carvão vegetal, que desde

então proporcionou mais conforto e facilidade aos homens das cavernas. No Período

Neolítico, uma nova descoberta: minerais negros colocados para proteger as fogueiras eram

reduzidos a metal quando em contato com a lenha carbonizada. Seguiu-se a Idade do Cobre,

do Bronze e do Ferro, e o Homem foi utilizando o calor do carvão mineral para tornar

moldáveis as matérias-primas com que confeccionava suas ferramentas (BELOLLI, 2002).

O carvão passava a ser agente direto do que mais tarde seria reconhecido como

uma verdadeira revolução. Em 1668, o engenheiro militar inglês Thomas Savery desenvolveu

um motor para bombear água das minas profundas de carvão. Em 1709, Abraham Darby

produzia o primeiro gusa a partir do coque de carvão mineral em Coalbrockdale (Inglaterra).

Com o mesmo objetivo de Thomas Savery, o ferreiro Thomas Newcomen utilizou, em 1711,

o vapor como base energética de sua máquina atmosférica. A criação de Newcomen foi

aperfeiçoada, em 1765, pelo escocês James Watt e o engenheiro Matthew Bouton, tendo

resultado a máquina a vapor de duplo efeito. Eles instalaram cerca de 500 desses

equipamentos para acionarem bombas de minas de carvão, máquinas de fiar e tecer,

sopradores de altos fornos e inúmeros outros instrumentos (BELOLLI, 2002).

Nos transportes o uso do carvão também foi essencial para o desenvolvimento

tecnológico. No início do século XIX, em 1803, Robert Fulton construiu, em Paris, o primeiro

barco a vapor. Em 1825, George construiu a primeira ferrovia com locomotiva a vapor

(BELOLLI, 2002).

Aos poucos, as forças hidráulicas, animal e humana eram substituídas pelo poder

energético do carvão mineral. E uma verdadeira revolução industrial acontecia. A Grã-

Bretanha foi a pioneira desta revolução devido às suas ricas reservas de carvão e de minério

de ferro e à qualidade de seus minerais (BELOLLI, 2002).

O carvão foi determinante neste processo, tendo ajudado a movimentar máquinas

produtoras de bens e de transporte. A Revolução Industrial não conheceu fronteira. Espalhou-

se pela Europa Central, tendo a Alemanha como principal seguidora. A produção de bens

aconteceu em quantidade infinitamente superior à do passado. Só no período que vai de 1850

a 1910 a produção de ferro e carvão aumentou vinte e seis vezes graças ao uso da máquina a

vapor. Essa rápida industrialização teve como conseqüência o domínio colonialista para

assegurar o suprimento de matérias-primas aos que não as possuíam e o consumo de

mercados além-fronteiras, o que gerou disputas acirradas que mais tarde culminaram na

Primeira Guerra Mundial (BELOLLI, 2002).

Page 20: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

20

O carvão mineral foi descoberto em Santa Catarina no ano de 1822 quando

tropeiros que desciam a chamada Serra do Doze (Serra do Rio do Rastro), na região de Lauro

Müller, observaram que determinadas “pedras pretas” ardiam em brasa nas fogueiras dos

acampamentos. Os impressionantes relatos feitos por estes tropeiros propagaram-se

rapidamente até chegarem ao conhecimento das autoridades da Corte Imperial, a qual enviou

várias missões de pesquisadores e cientistas à região sul de Santa Catarina a fim de estudar o

“fenômeno” Concluiu-se à época que tais pedras eram muito semelhantes ao carvão mineral,

uma substância muito utilizada na Inglaterra como fonte de energia para a uso industrial e

doméstico (BELOLLI, 2002).

Os estudos de caracterização mineral e de viabilidade econômica do carvão

mineral, realizados a partir de amostras enviadas ao continente Europeu, levaram o Visconde

de Barbacena a empreender, em 1876, a primeira tentativa de exploração comercial deste

minério no Município de Lauro Müller, a partir do que foram introduzidos os primeiros

conceitos e técnicas para a mineração do carvão mineral bem como a construção da Estrada

de Ferro Dona Tereza Cristina, inaugurada em 1884 (BELOLLI, 2002).

Todavia, este empreendimento enfrentou dificuldades de ordem burocrática,

econômicas e de infra-estrutura, o que retardou o desenvolvimento e a expansão desta

atividade. Esta situação perdurou até o início deste século quando o bloqueio Europeu à

importação, devido à Primeira Guerra Mundial, marca o início de um novo período para a

exploração do carvão catarinense, época em que o industrial Henrique Lage adquiriu a firma

falida do Visconde de Barbacena e fundou a empresa Lage e Irmãos. A partir de então,

criaram-se condições para a estruturação da base para a indústria catarinense através da

construção do Porto de Imbituba e de lavadores de carvão, o que abriu mercado para a

produção deste minério (BELOLLI, 2002).

4.1.3. Mineração no mundo

Em termos de participação na matriz energética mundial, segundo o Balanço

Energético Nacional (2003), o carvão é atualmente responsável por cerca de 7,9% de todo o

consumo mundial de energia e de 39,1% de toda a energia elétrica gerada. Em âmbito

mundial, apesar dos impactos sobre o meio ambiente, o carvão ainda é uma importante fonte

de energia. As principais razões para isso são as seguintes: i) abundância das reservas; ii)

Page 21: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

21

distribuição geográfica das reservas; iii) baixos custos e estabilidade nos preços em relação a

outros combustíveis (AIE, 1997).

Embora fontes renováveis como biomassa, solar e eólica venham a ocupar maior

parcela na matriz energética mundial, o carvão deverá continuar sendo, por muitas décadas, o

principal insumo para a geração de energia elétrica, especialmente nos países em

desenvolvimento (AIE, 1997).

Segundo Borba (Balanço Mineral Brasileiro – 2001/DNPM), o consumo mundial

de carvão diminuiu um pouco na última década, tendo passado de 3.579 Mt em 1989 para

3.465 Mt em 1999, uma redução de 3,3%. Isto se deveu à forte contração no consumo

ocorrida nesse período na Europa Ocidental que, com a exaustão de suas jazidas mais

rentáveis, fez um esforço de substituição, de que é exemplo a opção da França pela energia

nuclear e a substituição generalizada do carvão pelo gás natural e pelo petróleo no

aquecimento na Europa Ocidental. Também a desestruturação da URSS e de outros países da

Europa Oriental, com a conseqüente redução de seu ritmo econômico, contribuiu

intensamente para essa queda. Em compensação, a recuperação econômica dos EUA fez com

que o consumo crescesse neste país, o que também ocorreu na área do Pacífico, tendo sido o

consumo puxado pelo forte ritmo desenvolvimentista da China, crescimento que teria sido

ainda maior não fossem a crise econômica japonesa e coreana nos últimos anos.

A recente nova alta nos preços do petróleo e do gás natural criou uma perspectiva

favorável ao mercado carbonífero internacional visto que o carvão, além da posição que

ocupa de forma natural na economia, também atua como um bem de substituição aos demais

combustíveis fósseis, tendo um importante papel de moderador de preços no mercado de

recursos energéticos.

A pressão ambientalista contra o carvão tem sido intensa, principalmente com o

advento das teorias do aquecimento global e da redução da camada de ozônio, no sentido do

controle e da redução das emissões de poluentes para a atmosfera, mas a posição desse bem

mineral vem se mantendo relativamente inabalável no cenário mundial. Em parte, o sucesso

da resistência do carvão deve-se ao extraordinário progresso da tecnologia de prevenção e de

recuperação de danos ambientais em sua mineração e queima ocorrido nos últimos anos, mas

principalmente à realidade da dificuldade tecnológica dos recursos limpos aumentarem sua

participação na matriz energética mundial de modo que com a gigantesca necessidade global

de energia, tanto atual quanto estimada, não há nenhuma perspectiva, mesmo de longo prazo,

de dispensar os combustíveis fósseis como base energética da sociedade industrial moderna

(BORBA, 2001).

Page 22: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

22

4.1.4 Carvão mineral no Brasil

As principais reservas de carvão mineral localizam-se no sul do País, notadamente

no Estado do Rio Grande do Sul, que detém mais de 90% das reservas nacionais. No final de

2002, as reservas nacionais de carvão giravam em torno de 12 bilhões de toneladas, o que

corresponde a mais de 50% das reservas sul-americanas e a 1,2% das reservas mundiais (AIE,

1997).

No entanto, segundo o Balanço Energético Nacional (2003), o uso energético do

carvão mineral ainda é bastante restrito, representando apenas 6,6% da matriz energética

brasileira. Entre outras restrições, os altos teores de cinza e enxofre (da ordem de 50% e 2,5%,

respectivamente) são os principais responsáveis pelo baixo índice de aproveitamento do

carvão no Brasil. Espera-se, porém, que o desenvolvimento de tecnologias de remoção de

impurezas e de combustão eficiente, como se descreve no próximo item, proporcione maiores

índices de aproveitamento desse recurso (AIE, 1997).

4.1.5. Mineração em Santa Catarina

Em Santa Catarina, o carvão ocorre na bacia sul-catarinense, estendendo-se, de sul

para norte, do município de Araranguá ao de Lauro Müller, com cerca de 21% das reservas

medidas oficiais brasileiras (1.525.021.083 t) e 22% das provadas e prováveis (201.921.000

t). Trata-se de um carvão coqueificável pobre, e energético pobre a médio, que admite algum

beneficiamento e transporte à curta distância. As partes a céu aberto e de subsolo rasas já

foram quase todas mineradas de modo que há uma crescente dificuldade dessa jazida em

manter um ritmo intenso de lavra por serem as minas profundas e estruturalmente difíceis

(BORBA, 2001).

Page 23: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

23

4.1.6. Região carbonífera

No Brasil, as principais ocorrências de carvão mineral localizam-se na Região Sul

e se estendem desde São Paulo, passando pelos Estados do Paraná e Santa Catarina, até o Rio

Grande do Sul (BELOLLI, 2002).

A bacia carbonífera catarinense constitui uma faixa aproximada de cem

quilômetros de comprimento e largura média de vinte quilômetros, entre a Serra Geral, a

oeste, e o maciço granítico da Serra do Mar, a leste, seguindo a orientação norte-sul

(BELOLLI, 2002).

A exploração do carvão catarinense desenvolve-se na região sul do estado, cujos

importantes centros de mineração se afirmam nos municípios de Lauro Muller, Urussanga,

Siderópolis, Treviso, Criciúma, Forquilhinha, Içara, Morro da Fumaça e Maracajá

(BELOLLI, 2002). Recentemente, em decorrência de uma produção definida e crescente,

essa região desenvolveu condições estruturais favoráveis à instalação de importante centro de

produção de carvão mineral. Esta produção contribuiu também para consolidar os alicerces de

novos setores empresariais que por sua vez corroboram para um importante aumento

demográfico da região sul catarinense, completando um encadeamento socioeconômico de

repercussão nacional e internacional (BELOLLI, 2002).

De forma resumida, a mineração é uma seqüência de operações capazes de

conferir um valor comercial a uma determinada matéria-prima (valor agregado), o que

envolve um conjunto de trabalhos de transformação do carvão mineral bruto em um produto

que atende a uma necessidade de mercado, obedecendo a determinados padrões de qualidade

definidos pelo cliente, incluindo-se aí o aspecto ambiental envolvido na avaliação deste

produto.

4.2. Aspectos normativos

O principal objetivo do Sistema de Gestão Ambiental implantado bem como do

procedimento relacionado ao Plano de Atendimento a Emergências, especialmente a

realização de simulados, é fazer com que a empresa atenda à legislação ambiental, minimize

os impactos ambientais negativos e se proponha a buscar a melhoria contínua das operações

Page 24: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

24

de produção, o que deverá ser alcançado a partir da implantação da Norma ISO 14001. Os

exercícios simulados serão planejados e executados de acordo com a referida norma.

Cabe ressaltar também que, embora esse trabalho tenha sido feito em função da Norma

ISO 14001, foram consideradas também os procedimentos estabelecidos pela NR 22 no que

se refere às Operações de Emergências bem como as NRM estabelecidas pelo DNPM no que

se refere à Segurança no Trabalho.

4.2.1. Importância da norma ISO 14000

A norma ISO 14001 facilita o comércio, eliminando barreiras comerciais. Nos

últimos anos, elaboraram-se normas ambientais nacionais e regionais em países como E.U.A.,

Canadá, Inglaterra, da União Européia, entre outros, que criam barreiras comerciais das quais

a Eco Etiqueta é um exemplo (TORRES, 2005). A norma ISO 14001 permite a melhoria

ambiental em nível mundial por ser uma norma de conselho internacional, proporcionar uma

concepção e terminologia ambiental comum e desempenhar papel significativo na avaliação

ambiental do planeta, facilitando a harmonização internacional de estratégias ambientais

(TORRES, 2005).

Ela melhora a administração ambiental por estar preparada para atender a todas as

etapas da operação de uma organização, a seus produtos e serviços, incluindo-se elementos de

política ambiental, recursos, capacitação, operações, respostas a emergências, auditorias,

medidas e revisões administrativas, e adquirindo confiabilidade mediante a percepção

contínua e a participação de todos os diretivos e empregados (TORRES, 2005).

4.2.2. Aspectos gerais

A ISO (International Organization for Standardization) é um organismo não

governamental com sede em Genebra, com mais de 100 países-membros e abrangência

internacional, dedicado à padronização de produtos, segurança e ambiente (TORRES, 2005).

Em 1987, a ISO concluiu as normas da série ISO 9000, adotadas e reconhecidas

mundialmente, cujo êxito permitiu que se adquirisse confiança para desenvolver outras

normas. (TORRES, 2005). Devido à preocupação global para com os problemas ambientais,

Page 25: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

25

a ISO estabeleceu compromisso com a UNCED (Conferência sobre o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento) de elaborar as normas ambientais, constituindo um grupo de trabalho

denominado SAGE (Strategic Advisory Group on the Environment), ou Grupo Assessor

Estratégico sobre o Ambiente, o qual concluiu suas atividades no ano de 1992. (TORRES,

2005).

4.3. Plano de Atendimento a Emergências

O Plano de Atendimento a Emergências, exigência da NR-22 e da NRM do DNPM e

corroborado pela ISO 14001, visa a fornecer controles e procedimentos necessários para a

minimização dos riscos para a saúde humana, para o meio ambiente e para o patrimônio,

resultantes de situações emergenciais definidas na Matriz de Aspectos e Impactos Ambientais,

tais como incêndios, explosões, liberação de produtos tóxicos e perigosos para a atmosfera,

solo e água. Este plano deve conter as ações preventivas e os procedimentos de resposta a

emergências a serem adotados diante da ocorrência de qualquer uma das situações

emergenciais definidas no plano.

4.3.1. Requisito 4.4.7 da NBR ISO 14001 - Preparação e respostas a emergências

É da responsabilidade de cada organização desenvolver procedimento(s) de

preparação e respostas a emergências que atenda(m) às suas necessidades específicas. No

desenvolvimento deste(s) procedimento(s), recomenda-se que a organização considere:

a) natureza dos perigos locais como, por exemplo, líquidos inflamáveis, tanques

de armazenamento, gases comprimidos, e medidas a serem tomadas no caso de vazamento e

lançamentos acidentais;

b) tipo e escala mais prováveis de ocorrência de uma situação de emergência ou

acidente;

c) método mais apropriado para responder a um acidente ou a uma situação de

emergência;

d) planos de comunicação interna e externa;

Page 26: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

26

e) ação(ões) requerida(s) para minimizar o dano ambiental;

f) ação(ões) de mitigação e resposta(s) a ser(em) tomadas(s) para diferentes tipos

de acidente ou situação de emergência;

g) necessidade de processos de avaliação pós-acidente para estabelecer e

implementar ações corretivas e preventivas;

h) simulações periódicas do(s) procedimento(s) de resposta a emergências;

i) treinamento do pessoal de resposta a emergências;

j) lista de pessoas-chave e de órgãos de atendimento, incluindo-se detalhes de

contato como, por exemplo, corpo de bombeiros e serviços de remediação;

k) rota(s) de evacuação e ponto(s) de encontro;

l) potencial de situação(ões) de emergência ou acidente(s) em instalações

próximas como, por exemplo, planta, estrada, linha férrea; e

m) possibilidade de assistência mútua entre organizações vizinhas (ABNT, 2004).

A NR 22 define o plano de emergências detalhado a seguir:

4.3.2. Norma da NR - 22. 32. Operações de Emergência

Toda mina deverá elaborar, implementar e manter atualizado um plano de

emergência que inclua, no mínimo, os seguintes requisitos:

a) Identificação de seus riscos maiores;

b) Normas de procedimentos para operações em caso de:

I. incêndios;

II. inundações;

III. explosões;

IV. desabamentos;

V. paralisação do fornecimento de energia para o sistema de ventilação;

VI. acidentes maiores;

VII. outras situações de emergência em função das características da mina, dos

produtos e dos insumos utilizados;

Page 27: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

27

c) Localização de equipamentos e materiais necessários às operações de

emergência e de prestação de primeiros socorros;

d) Descrição da composição e procedimentos de operação de brigadas de

emergência para atuar nas situações descritas nos incisos I a VII;

e) Treinamento periódico das brigadas de emergência;

f) Simulação periódica de situações devidamente construídas e equipadas para

refúgio das pessoas e prestação de primeiros socorros;

g) Definição de áreas e instalações devidamente construídas e equipadas para

refúgio das pessoas e prestação de primeiros socorros;

h) Definição de sistema de comunicação e sinalização de emergência, abrangendo

o ambiente interno e externo;

i) Articulação da empresa com órgãos da defesa civil.

22.32.1.1. Compete ao supervisor conhecer e divulgar os procedimentos do plano

de emergência a todos os seus subordinados.

22.32.2. A empresa proporcionará treinamento semestral específico para a brigada

de emergência, com aulas teóricas e aplicações práticas.

22.32.3. Deve-se realizar, anualmente, simulações do plano de emergência com

mobilização do contingente da mina diretamente afetado.

22.32.4. Nas minas de subsolo deve existir uma área reservada para refúgio em

caso de emergência, devidamente construída e equipada para abrigar o pessoal e para a

prestação de primeiros socorros (NR 22, 1997).

4.4. Simulados de emergência

Os simulados são exercícios ensaiados com os quais se criam situações de

emergência o mais próximo possível da realidade e cujas ações, desenvolvidas para seu

controle e extinção, serão avaliadas com base nos procedimentos descritos no Plano de

Atendimento a Emergências para que se promova sua melhoria contínua.

De acordo com a norma ISO 14000, o item “n” do Requisito 4.4.7 - Preparação e

resposta a emergências determina que devem ser realizadas:

Page 28: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

28

“Simulações periódicas do(s) procedimento(s) de resposta a emergências;”

De acordo com a Norma do DNPM - 22. 32., o item “f”, Operações de

Emergência, estatui que:

“Simulação periódica de situações devidamente construídas e equipadas para

refúgio das pessoas e prestação de primeiros socorros;”

A Norma ABNT 14.276 define exercício simulado como o exercício prático

realizado periodicamente para manter a brigada e os ocupantes das edificações em condições

de enfrentar uma situação real de emergência (ARAÚJO, 2005).

Exercício simulado parcial é o exercício simulado que abrange apenas uma parte

da planta, respeitando os turnos de trabalho. Com a chegada do órgão oficial competente, a

brigada deve ficar à sua disposição.

Planta é o local onde se situa uma ou mais empresas, em uma ou mais edificações

(ARAÚJO, 2005).

A norma sugere que se realizem exercícios simulados parciais e completos no

estabelecimento ou local de trabalho, com a participação de toda a população, no período

máximo de três meses para simulados parciais e de seis meses para simulados completos.

Imediatamente após o simulado, deve-se realizar uma reunião para a avaliação e a correção

das falhas detectadas (ARAÚJO, 2005).

Deve-se elaborar ata da qual conste:

• Horário do evento;

• Tempo gasto no abandono;

• Tempo gasto no retorno;

• Tempo gasto na prestação dos primeiros socorros;

• Atuação da brigada;

• Comportamento da população;

• Participação do Corpo de Bombeiros e tempo gasto para sua chegada;

• Ajuda externa;

• Falhas de equipamentos;

• Falhas operacionais;

• Demais problemas levantados na reunião.

Os exercícios de combate ao fogo devem ser efetuados periodicamente para que se

verifiquem os requisitos preventivos. Vale ressaltar que os simulados servem para testar não

Page 29: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

29

apenas o comportamento das pessoas, mas a condição de operação dos equipamentos

preventivos (ARAÚJO, 2005). Por isso, os profissionais de segurança devem tomar cuidado

para evitar acidentes durante os exercícios simulados, principalmente os que envolvam

resgate de pessoas em edificações, navios e plataformas.

Sugere-se que estes treinamentos sejam conduzidos através de convênio com a

corporação de bombeiros e que, numa primeira etapa, se utilizem pesos no lugar de pessoas

para garantir a operacionalidade dos equipamentos. Em caso de simulado de incêndio deve-se

adotar os seguintes procedimentos:

• Manter a calma

• Caminhar em ordem, sem atropelos

• Não correr e não empurrar

• Não correr e não fazer algazarras

• Não ficar na frente de pessoas em pânico; evitá-las se não puder acalmá-las. Se

possível, avisar um brigadista;

• Seguir rigorosamente as instruções do brigadista (todos os empregados,

independentemente do cargo que ocupam na empresa);

• Nunca voltar para apanhar objetos;

• Ao sair de um lugar, fechar as portas e janelas sem trancá-las;

• Não se afastar dos outros e não parar nos andares;

• Levar consigo os visitantes que estiverem em seu local de trabalho;

• Retirar sapatos de salto alto;

• Não acender ou apagar luzes, principalmente se sentir cheiro de gás;

• Deixar as ruas e as entradas livres para a ação dos bombeiros e do pessoal de

socorro médico;

• Acessar o local seguro indicado pela brigada e aguardar novas instruções.

Em locais com mais de um pavimento:

• Nunca utilizar o elevador;

• Não subir, procurar sempre descer;

Ao utilizar as escadas de emergência, descer sempre pelo lado direito da escada

(ARAÚJO, 2005).

De acordo com a CETESB, consideram-se quatro categorias básicas de exercício,

a saber:

Page 30: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

30

Exercícios de notificação

Neles se verificam os procedimentos de alerta e acionamento predefinidos no

Plano de Emergência. Pode-se testar o sistema de comunicação, o tempo de resposta, a

eficiência no repasse de informação, a disponibilidade dos coordenadores e responsáveis.

Também se avaliaram os procedimentos de levantamento preliminar de informações,

planilhas e questionários. Podem ser conduzidos em qualquer dia ou hora, programados ou

não.

Exercícios tabletop

Exercícios com base teórica, que envolvem discussões sobre diferentes cenários

possíveis ou previstos nos estudos de análise de risco. Neste importante exercício, após o

informe do acidente, desencadeia-se o fluxograma de acionamento e todas as etapas do

exercício de notificação. Conduzem-se também as orientações das ações de resposta,

liberação de recursos, frentes de trabalho, estabelecimento de prioridades. Abordam-se todos

os focos do plano de contingência.

Exercícios de uso de equipamentos

Nestes simulados dá-se o treinamento prático das operações de resposta nas fases

de contenção e remoção no mar bem como de proteção e limpeza da costa. É fundamental

para o pessoal operacional estar familiarizado e bem treinado para o lançamento de

equipamentos e seu manejo durante a situação de emergência.

Manejo de acidentes

Este é um exercício mais completo e complexo, que envolve todas as atividades de

um evento real previstas no plano de contingência. Nesta fase, os simulados realmente testam

a habilidade do grupo de resposta em atender adequadamente a uma emergência. Envolve

complexa estrutura, inclusive com a participação de terceiros (meio ambiente, prefeituras

etc.), todos assumindo suas responsabilidades pré-definidas no plano.

Page 31: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

31

4.5. Treinamentos, Capacitação e Educação Ambiental

A prática de treinar trabalhadores para desempenharem funções específicas nas

empresas é quase tão antiga quanto a Revolução Industrial. Pouco antes do início do Século

XX já se encontravam em funcionamento grandes programas de treinamento para que os

empregados desempenhassem as tarefas com eficiência nos novos arranjos organizacionais

que se desenvolviam (DEMAJOROVIC, 2003). Esta realidade começou a mudar a partir da

década de 1950, quando os setores empresariais reconheceram que os programas de educação

e treinamento, além de prepararem melhor o trabalhador para o desempenho de suas funções,

contribuíam para assegurar sua vantagem competitiva (DEMAJOROVIC, 2003).

Logo, verifica-se que as duas definições são bastante similares. Portanto, é

necessário buscar outras referências para se poder entender e ter uma visão mais ampla do que

seja treinamento e capacitação.

Treinamento é o aperfeiçoamento de habilidades ou competências, ou seja,

processo aplicável quando um indivíduo, apesar de já capacitado a realizar determinada

atividade, necessita de uma orientação ou acompanhamento de forma a desempenhar melhor

esta mesma atividade. FILIPPI (2003, 38p.). Buscando-se saber um pouco mais sobre o

processo de treinamento, têm-se os seguintes conceitos que diferenciam as formas de

treinamento:

• Treinamento do tipo geral é aquele que será útil ao indivíduo de determinada

empresa, mas também pode beneficiá-lo futuramente nas demais empresas para as quais ele

venha a trabalhar. O funcionário adquire conhecimentos abrangentes, normalmente

relacionados à sua profissão ou vivência pessoal (BECKER apud ORELLANO, 1997).

• Treinamento do tipo específico é aquele em que a habilidade conseguida

somente será útil enquanto o funcionário trabalhar na empresa que o treinou. Normalmente

são treinamentos relativos aos procedimentos freqüentemente adotados pela empresa e que

visam a familiarizar novos empregados com as particularidades da organização (BECKER

apud ORELLANO, 1997).

Conforme FILIPPI (2003, 39p.), capacitação é o processo de desenvolvimento de

novas habilidades e/ou conhecimentos relacionados à área de atuação ou vivência pessoal de

um indivíduo ou grupo, que serão úteis em suas atividades e em qualquer local de trabalho,

pois trarão novas competências aos beneficiados com este processo.

Page 32: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

32

Capacitação ambiental é o aperfeiçoamento de pessoal técnico para exercício em

atividades de controle, preservação, conservação, fiscalização e educação para o meio

ambiente como suporte às ações de educação formal e não formal (OLIVEIRA, 2000. 99p.).

Como uma ação que complementa a educação formal e não formal, a capacitação sugere

cursos de aperfeiçoamento de quadros técnicos de instituições públicas, privadas ou civis para

o exercício de implementação de projetos de educação ambiental (OLIVEIRA, 2000).

Quando se trabalha com capacitação, não se tem o intuito de formular cursos de

longa duração, com o sentido de especialização técnica ou de profissionalização. Deve-se

considerá-los como cursos de reciclagem, cuja finalidade é a de fornecer aportes substantivos

ou operacionais para atividades específicas de projetos ou diretrizes para compreensão e a

busca de soluções de problemas contextualizados (OLIVEIRA, 2000).

4.5.1. Procedimento 4.4.2 da ISO 14001 – Treinamento, conscientização e competência

A organização deve identificar as necessidades de treinamento. Ela deve

determinar que todo o pessoal cujas tarefas possam criar um impacto significativo sobre o

meio ambiente receba treinamento apropriado. (HARRINGTON; KNIGHT, 2001. 101p.)

A organização deve estabelecer e manter procedimentos que façam com que seus

funcionários ou membros, em cada nível e cargo pertinente, se conscientizem:

a) da importância da conformidade com a política ambiental, dos procedimentos e

requisitos do sistema de gestão ambiental;

b) dos impactos ambientais significativos, reais ou potenciais, de suas atividades e

dos benefícios para o meio ambiente resultantes da melhoria de seu desempenho pessoal;

c) de suas funções e responsabilidades para atingir a conformidade com a política

ambiental, procedimentos e requisitos do sistema de gestão ambiental, inclusive os de

preparação e atendimento a emergências; e

d) das possíveis conseqüências negativas decorrentes da inobservância de

procedimentos operacionais especificados (HARRINGTON; KNIGHT, 2001. 101p.).

O treinamento pretende assegurar tanto a conscientização das questões ambientais

quanto a competência para realizar as tarefas necessárias para administrá-las. A norma requer

que a organização tenha procedimentos em uso para identificar o treinamento necessário, para

oferecê-lo e para avaliar e prover segurança para que todo o pessoal cujas tarefas possam

Page 33: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

33

causar impactos ambientais significativos seja competente e tenha educação, treinamento e/ou

experiência apropriados (HARRINGTON; KNIGHT, 2001. 102p.).

5. METODOLOGIA

Para a execução desse trabalho consolidar-se-ão inicialmente as informações

disponíveis a respeito das etapas da mineração de carvão: extração, beneficiamento e

transporte.

A seguir, definir-se-ão as situações de emergência de acordo com a Matriz de

Aspectos e Impactos da empresa de mineração.

Definidas as situações emergenciais presentes na Matriz de Aspectos e Impactos

da empresa, elaborar-se-á um Plano de Atendimento a Emergências (PAE) no qual se

descreverão os procedimentos operacionais referentes a essas situações. Para a implementação

do Plano de Atendimento a Emergências e o atendimento à norma ISO 14001 no que se refere

ao treinamento e à capacitação, promover-se-ão sessões de treinamento a todos os

funcionários da empresa cujo enfoque será o PAE.

Para a completa implementação do Plano de Atendimento a Emergências,

planejar-se-ão simulados que envolvam cenários referentes às situações emergenciais

passíveis de simulação, isto é, que não impliquem riscos potenciais de danos à saúde, ao meio

ambiente e ao patrimônio tais como vazamentos, incêndios, derramamentos de carga, entre

outros.

Após a etapa de planejamento, terão lugar os simulados, os quais servirão de

exercício para se avaliar se o procedimento descrito e passado em treinamento está coerente

com as ações praticadas na execução dos simulados. Realizados os simulados, proceder-se-á a

reuniões com os envolvidos para avaliação das simulações, visando à proposição de

melhorias, à correção de falhas e à elaboração de relatórios que serão registrados sob forma de

R.A. (Registros Ambientais).

5.1. Consolidação das informações disponíveis

Page 34: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

34

Consolidaram-se inicialmente as informações disponíveis sobre as Áreas e

Reservas de ROM, Métodos de Lavra, Beneficiamento, Caracterização do Minério, entre

outras referentes à mineração. Nessa ocasião, avaliaram-se também plantas de subsolo e

superfície, sistemas de ventilação, métodos de lavra, normas, projeto de bombeiro, turnos de

funcionários, entre outros.

5.2. Matriz de Aspectos e Impactos

As situações de emergência serão definidas através da Matriz de Aspectos e

Impactos da empresa.

Os impactos serão definidos de acordo com a classificação da respectiva matriz, a

qual determina três classificações para impacto ambiental: normal, anormal e emergencial.

Para os impactos emergenciais descreveram-se os procedimentos de emergência a partir dos

quais se definiram os simulados.

Definições

Meio ambiente: circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo ar,

água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações;

Aspecto ambiental: elementos das atividades, produtos ou serviços de uma

organização que podem interagir com o meio ambiente;

Impacto ambiental: qualquer modificação do meio, adversa ou benéfica, que

resulte, no todo ou em parte, da interação dos aspectos ambientais ou elementos de processos,

operações, produtos ou serviços de uma organização com o meio ambiente através de todo o

ciclo de negócios da organização e sobre as quais ela tenha capacidade de exercer controle

direto ou tenha capacidade de influenciar.

Limite de significância: valor de escore da avaliação de significância, definido

pela organização, a partir do qual os impactos ambientais são considerados significativos.

Filtro de significância: critério utilizado com indicador de significância de

impactos ambientais independentemente do valor de escore de significância.

Partes interessadas: indivíduo ou grupo interessado ou afetado pelo desempenho

ambiental da organização;

Page 35: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

35

Passivo ambiental: impacto real ou potencial sobre o meio ambiente, proveniente

de atividades passadas e/ou instalações ou equipamento desativados ou obsoletos e derivado

de pendências legais.

Caracterização dos aspectos / impactos ambientais identificados

Concluídas as etapas de identificação, os aspectos e os impactos ambientais terão

aplicabilidade quando de sua caracterização com o propósito de permitir uma melhor

avaliação e/ou definição dos métodos de gerenciamento e priorização daqueles considerados

significativos.

Verifica-se a importância dos impactos ambientais através dos critérios de análise

relativos à conseqüência/severidade e à freqüência/probabilidade, com base nas seguintes

classes:

Escala (Quantidade)

Para cada impacto ambiental caracterizado, analisa-se a escala (quantidade)

conforme definições constantes no quadro abaixo:

Escala

(Quantidade)Características básicas

Grande (5)Ocorre em quantidade / intensidade crítica.

Extrapola as fronteiras da empresa ou atinge mais de 60% dos funcionários.

Média (3)

Ocorre em moderada quantidade / intensidade.

Atinge mais de uma área dentro da empresa ou atinge até 60% dos

funcionários.

Pequena (1)

Ocorre em pequena quantidade / intensidade.

Restrito à área limitada dentro das dependências da empresa ou atinge menos

de 20% dos funcionários.

Page 36: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

36

Conseqüência / severidade

Para cada impacto ambiental caracterizado, analisa-se a conseqüência/severidade

conforme definições constantes no quadro abaixo:

Conseqüência/

SeveridadeCaracterísticas básicas

Grande (5)

�Abrangência global;

�Impacto ambiental potencial de grande magnitude;

�Degradação ambiental com conseqüências financeiras e de imagem irreversíveis

mesmo com ações de controle/mitigação.

Média (3)

�Abrangência regional;

�Impacto potencial de média magnitude, capaz de alterar a qualidade ambiental;

�Degradação ambiental com conseqüências para o negócio e para a imagem da

empresa, reversíveis com ações de controle/mitigação;

�Com possibilidade de gerar reclamações de partes interessadas.

Pequena (1)

�Abrangência local;

�Impacto ambiental potencial de magnitude desprezível;

�Degradação ambiental sem conseqüências para o negócio e para a imagem da

empresa, totalmente reversível com ações de controle/mitigação.

Nota: O enquadramento deve recair na classe que abrigar o maior número de características básicas. Em

caso de empate, considera-se a classe mais restritiva.

Page 37: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

37

Freqüência / Probabilidade

Para cada aspecto ambiental caracterizado analisa-se a freqüência/probabilidade

conforme definições do quadro abaixo:

Freqüência /

ProbabilidadeCaracterísticas básicas

Grande (5)

�Ocorre diariamente;

�Inexistência de procedimentos/controles/gerenciamentos dos aspectos

ambientais;

�Elevado número de aspectos ambientais associados ao impacto em

verificação de importância.

Média (3)

�Ocorre mais de uma vez por mês;

�Existência de procedimentos/controles/gerenciamentos inadequados dos

aspectos ambientais;

�Médio número de aspectos ambientais associados ao impacto em verificação

de importância.

Pequena (1)

�Ocorre menos de uma vez por mês;

�Existência de procedimentos/controles/gerenciamentos adequados dos

aspectos ambientais;

�Reduzido número de aspectos ambientais associados ao impacto em

verificação de importância.

Nota: O enquadramento deve recair na classe que abrigar o maior número de características básicas. Em caso de

empate, considerar a classe mais restritiva.

Critérios de significância dos impactos ambientais

Pontuação: Pequena (1); Média (3) e Grande (5)

Escala x Severidade x Duração (Probabilidade)

� Nível I (Alto) – Valor entre 75 – 125

� Nível II (Moderado) – Valor entre 10 – 45

� Nível III (Baixo) – Valor entre 1 – 9

Page 38: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

38

Avaliação da significância dos Impactos Ambientais

Situações Normal / Anormal e Emergencial

Impacto Normal

Impactos relativos ao processo da empresa, são situações do cotidiano da empresa tais como:

- consumo de energia elétrica;

- consumo de água;

- consumo de combustível;

- outros.

Impacto Anormal

Impactos que ocorrem de maneira esporádica no processo da empresa tais como:

- uso de herbicidas ou pesticidas;

Impacto Emergencial

Impacto que pode causar danos à saúde, ao patrimônio ou ao meio ambiente e

requer medidas de controle.

Os impactos ambientais examinados e enquadrados no grau de importância Alto

são sempre considerados significativos, independentemente de suas retenções ou não-

retenções nos chamados filtros de significância.

Os impactos ambientais examinados e enquadrados no grau de importância

Moderado devem ser submetidos à avaliação de significância. Esses impactos ambientais são

considerados significativos quando lhes é aplicável pelo menos um dos seguintes critérios

denominados Filtros de Significância:

Passivo Ambiental: quando houver associado ao impacto ambiental a ocorrência

de um possível passivo ambiental;

Demanda de Partes Interessadas: quando houver associada ao impacto ambiental

uma demanda registrada pertinente de partes interessadas.

Opções Estratégicas: quando o gerenciamento do aspecto e seu respectivo impacto

ambiental estiver associado a determinado interesse estratégico ou da Carbonífera Criciúma

S.A.

Page 39: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

39

5.3. Plano de Atendimento a Emergências - PAE

Para a elaboração do Plano de Atendimento a Emergências descrever-se-ão

procedimentos operacionais que atendam a todas as situações emergenciais previstas na

matriz de aspectos e impactos referentes à atividade de mineração da empresa em estudo bem

como a comunicação utilizada, responsabilidades, objetivos, recursos externos e internos que

poderão ser utilizados.

5.4. Treinamentos dos colaboradores

Para a implementação do Plano de Atendimento a Emergências e o cumprimento

da norma ISO 14001, no que se refere o treinamento e capacitação, serão treinados todos os

funcionários da empresa, tendo como enfoque PAE, avaliando-se seu desempenho nos

exercícios simulados quanto a sua atuação em situações emergenciais. Os treinamentos

deverão se realizar em local adequado (sala de treinamento) e a presença dos participantes,

registrada em Listas de Presença. A eficácia dos treinamentos será testada quando da

realização dos simulados de emergência.

5.5. Planejamento dos simulados de emergência

Os exercícios simulados serão planejados em escritório com a participação de

técnicos da área de Segurança e Meio Ambiente. O planejamento será concretizado com

visitas aos locais definidos para realização de simulados para se definir local de filmagem,

pessoas-chave que terão ciência da realização dos simulados, entre outros aspectos como

definição e treinamento dos observadores.

Page 40: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

40

Os simulados, previstos anualmente pela área ambiental e de segurança, serão

revisados quando necessário. Os simulados a serem realizados serão registrados no

Calendário de Simulados. Os simulados seguirão o Plano de Simulados que descreverá

objetivo, tipo, cenário proposto e ações de emergência a serem avaliadas.

5.6. Realização de simulados de emergências

Serão quatro os simulados a serem realizados: vazamento de óleos e graxas na

oficina mecânica da superfície, vazamento de produtos perigosos (sulfato férrico) no local de

produção do Carbotrat Premium* , suposta subsidência em um local próximo à empresa e

vazamento de óleos e graxas no estacionamento de veículos (marinetes) no subsolo. Os

simulados de emergência serão realizados sem prévio aviso aos colaboradores e em horário de

trabalho para que a prática fique o mais próximo possível da realidade.

As emergências simuladas serão aquelas passíveis de simulação, isto é, situações

cuja realização não cause danos à saúde, ao patrimônio e ao meio ambiente.

5.7. Avaliação dos resultados das simulações realizadas

Os exercícios simulados deverão ser avaliados através do Relatório de Avaliação

de Simulados, com a colaboração das pessoas envolvidas na observação do exercício. No

Relatório de Avaliação de Simulados avalia-se o desempenho dos colaboradores, do grupo de

atendimento e dos recursos materiais disponíveis além da comunicação entre os envolvidos no

atendimento à situação simulada. No relatório, serão propostas ações corretivas quando

cabíveis.

6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

6.1. Consolidação das informações disponíveis

Para a consolidação das informações disponíveis analisaram-se as operações

realizadas na empresa estudada. As principais operações, denominadas extração,

beneficiamento e transporte, são demonstradas e descritas a seguir.*

* Carbotrat Premium – Subproduto de carvão utilizado para filtragem de água.

Page 41: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

41

Extração

Método de lavra

O processo de extração mineral utilizado na UM II – Verdinho é o de câmaras e

pilares com preservação dos pilares, por meio de equipes denominadas “Conjuntos

Mecanizados” (Conjuntos MT) cujo ciclo de operações reúne equipamentos específicos para a

realização das operações de lavra. Tais equipamentos, constituídos de sistemas hidráulicos

acionados por motores elétricos, destinam-se às seguintes operações e funções:

Perfuração de Frente (Perfuratriz JOY ou Amanda), adaptadas com lança dupla

para martelos roto-percussivos e de rotação pura, montados na própria empresa - furação a

úmido. A Figura 2 ilustra a perfuratriz;

Figura 2: Perfuratriz JOY ou Amanda.

Desmonte pelo método drill and blasting no qual se empregam explosivos de

emulsão nitroglicerinada ativados com brinel, ilustrado na Figura 3;

Page 42: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

42

Figura 3: Blaster preparando local para desmonte.

Carregamento do minério desmontado através de pás carregadeiras - modelo MT

700 (montadas na própria empresa), com capacidade para 850 Kg/rafa*, ciclo de 130 rafas*

por turno. Na Figura 4, pode-se verificar o carregamento;

Figura 4: Carregamento do minério através de pás carregadeiras.

Este ciclo de operações permite o transporte do minério por meio de correias

transportadoras de 42”(600 t/h), transporte este supervisionado através de circuito interno de

TV. As Figuras 6 e 7 ilustram o circuito interno de TV.†

* Rafa – Unidade de medida usada na mineração de carvão na Região Carbonífera.

Page 43: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

43

Figura 6: Monitor do circuito interno de TV Figura 7: Circuito interno de TV

Desta forma, o minério chega até a superfície, onde assume a denominação ROM

(do jargão mineiro "Run of Mine"), entrando automaticamente no circuito de britagem e

beneficiamento. A Figura 8 ilustra o ciclo de operações do processo de extração.

Figura 8: Fluxograma do método de extração

As condições de segurança e de salubridade para o desenvolvimento normal de

todas as atividades dão-se pela eficiência das seguintes operações e sistemas:

Escoramento de teto - através dos parafusos fixados com resina, utilizando-se a

perfuratriz hidráulica Secoma, responsável pela execução do furo, colocação e fixação do

parafuso no teto imediato, através do que se estabelece o efeito “viga” que impede seu

Page 44: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

44

desabamento e garantindo a integridade do pessoal, dos materiais e dos equipamentos. As

Figuras 9 e 10 ilustram o escoramento de teto na empresa em estudo.

Figura 9: Escoramento de teto come perfuratriz hidráulica Figura 10: Escoramento de teto sendo realizado.

Ventilação - por exaustão forçada a partir do Poço 2 (Exaustor Joy de 500 CV),

numa vazão equivalente a 7.900 m³/min, criando desta forma uma zona de baixa pressão

capaz de forçar o ingresso do ar através do Poço 1 e do Plano Inclinado. Ainda no subsolo

existem exaustores auxiliares que, em conjunto com os tapumes e dutos de ventilação, forçam

a circulação do ar em circuito paralelo, proporcionando desta forma sua contínua renovação e

circulação nas diferentes frentes de serviço, em taxas que variam entre 3.416 m³/min

(conjunto MT 1) e 3.049 m³/min (conjunto MT 2). A qualidade do ar também é controlada

pela utilização de água nas operações de perfuração de rocha (frente de serviço e escoramento

de teto) e nas detonações, auxiliando na depressão dos gases e partículas geradas pelas

diferentes operações. A Figura 11 ilustra o exaustor.

Figura 11: Ventilação por exaustão forçada a partir do Poço 2

Page 45: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

45

Drenagem - realizada nas frentes de serviço por meio de bombas SPV, com

capacidade para 15 m³/h, de tal forma que parte desta água seja distribuída para os

equipamentos e sistemas depressores de partículas e gases anteriormente referidos enquanto a

parcela maior é bombeada para um sistema principal de barragem (represa central – Poço 1 e

Plano Inclinado), onde um conjunto de bombas se encarrega de descartá-la na superfície,

numa vazão medida equivalente a 320 m³/h x 24 h, o que representa uma emissão total de

7.680 m³/dia. A Figura 12 ilustra a saída de água para superfície através de bombas.

Figura 12: Drenagem realizada nas frentes de serviço por meio de bombas SPV

A operação plena conta com um efetivo de 750 funcionários, distribuídos em dois

conjuntos semi-mecanizados, dimensionados para a produção diária em torno de 5.160,00 t

ROM, numa escala de serviços organizada em dois turnos de produção e um turno de

preparação e manutenção, de segunda a sexta-feira, durante 21 dias por mês, em média.

Para a segurança contra doenças ocupacionais e acidentes pessoais, empregam-se

materiais de proteção individual (MPI) que consistem de máscaras com filtros contra poeira,

óculos de proteção, luvas, botas, capacete e abafadores de ruído, além de sistemas contra a

exposição física ao pó, através da implantação de sistemas para depressão de poeira spray nos

equipamentos de furação e corte, e implantação do circuito interno de TV para monitoramento

remoto de correias.

O sistema de TV constitui igualmente um importante instrumento de segurança e

salubridade uma vez que tira das áreas de maior geração de materiais particulados suspensos

(cabeçotes) um funcionário encarregado de aciona /desativar os motores, o que é feito à

distância pelo operador/controlador dos monitores de TV.

Page 46: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

46

Beneficiamento

O minério ROM é caracterizado por impurezas, cujos teores não atendem, em

geral, à especificação do mercado, o que torna necessário o beneficiamento capaz de reduzir o

teor de elementos inertes (metais e alumino-silicatos) invariavelmente presentes no minério

bruto.

Para que o produto comercializado atenda às condições do atual mercado, procede-se a

uma série de operações unitárias que envolvem classificação granulométrica (seca e úmida),

cominuição e separação densimétrica, de tal forma que o produto final atenda às

especificações do mercado, operações estas que se processam com base nas características e

propriedades físico-químicas do minério.

Britagem

A primeira etapa por que passa o minério extraído na UM II consiste na sua

homogeneização granulométrica através de um conjunto de peneiras de duplo deck (com

scalping), um par de britadores cônicos da marca “Telsmith”- modelo 48 FC, e um britador de

mandíbula fabricação PIACENTINI, modelo BM 800, cuja finalidade é a de reduzir a

granulometria do minério para a faixa entre 1½” a 0,60mm (± 93 %). A alimentação deste

circuito dá-se por correia transportadora, diretamente do plano inclinado da UM II. O minério

britado é estocado em uma pilha sobre o túnel alimentador do lavador, o qual tem capacidade

para 2.500t de minério britado. Na Figura 13 verifica-se o britador.

Figura 13: Instalações de britagem e peneiramento

Page 47: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

47

Separação sólido-sólido

A usina de beneficiamento comporta equipamentos destinados ao processo de

separação sólido–sólido, os quais utilizam principalmente as propriedades densimétricas do

carvão e das demais rochas associadas. O processo implantado utiliza basicamente a via

úmida. A usina de beneficiamento da UM II comporta uma série de equipamentos, montados

em um prédio de 7 pavimentos, com cerca de 900m² de área construída, adaptado para

beneficiar 600 t/h, consumindo um volume de água equivalente a 1,68 m³/t ≈ 1000 m³/h. A

respectiva usina é ilustrada na Figura 14.

O transporte do minério se realiza por correia que abastece um silo para 150t de

carvão, responsável pela alimentação contínua de um conjunto de peneiras e hidrociclones

que distribuem o minério para dois circuitos distintos:

� Circuito de finos (Ø < 0,60mm - 60 t/h), constituído de um conjunto de

ciclones autógenos, responsáveis pela distribuição dos finos nas diferentes rotas de

concentração, a saber: flotação (overflow Ø < 0,25mm) e espirais (underflow Ø 0,25mm a

0,60mm);

� Circuito para granulados (1½” a 0,60mm - 600 t/h), constituído de um jigue

para separação gravimétrica via úmida, modelo “Kopex”, com leito dividido (2 x 300 ton/h);

Parte dos materiais finos gerados durante o processo de jigagem, assim como

aqueles oriundos do conjunto de peneiras desaguadouras (passante), é recirculada para o

sistema de finos.

Page 48: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

48

Figura 14: Lavador de carvão

Caracterização do minério

Neste contexto, destacam-se as características das camadas explotáveis na UM II,

as quais compreendem jazimentos dos horizontes Barro Branco e Irapuá bem como os

minerais associados, cuja caracterização se inicia pela ilustração do perfil típico da camada

Barro Branco, a qual comporta sedimentos laminados e consolidados, de constituição pirítico-

carbonosa a alumino-silicatada, formando intercalações entre leitos piritosos de carvão do

grupo da vitrinita e da exinita (minerais reativos) e níveis subordinados de siltitos carbonosos

de cor cinza a cinza-escuro (alevante), folhelho negro (quadração) e argilitos (barro branco),

conforme a Figura 2.2.4.1.

Page 49: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

49

Figura 15: Características das camadas explotáveis na UM II,

6.2. Impactos Emergenciais da Empresa

A Matriz de Aspectos e Impactos, ilustrada n Anexo 01, foi ferramenta essencial

para a definição das situações emergenciais relacionadas à empresa de mineração. Os

impactos levantados a partir da matriz são apresentados a seguir.

Descrição das situações emergenciais

Os impactos emergenciais relacionados à mineração de carvão foram avaliados de

acordo com a Matriz de Aspectos e Impactos da empresa. Para a elaboração desse Trabalho

de Conclusão de Curso – TCC avaliaram-se apenas os impactos emergenciais, os quais, de

acordo com a Norma ISO 14001, devem conter procedimentos descritos no Plano de

Atendimento a Emergências. Os impactos identificados na Matriz de Aspectos e Impactos da

empresa são descritos a seguir.

Alevante Siltito cinza-claro

Forro Carvão laminado com nódulos de pirita.

Quadração

Folhelho carbonoso, cinza-escuro, com

lâminas de carvão

Barro

Branco

Argilito refretário

Banco

Níveis de carvão laminado intercalado

com folhelho e nódulos de pirita

Lapa

Folhelho cinza-claro com lâminas de

carvão

Page 50: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

50

Incêndio

Fogo indesejável e fora do controle que pode causar danos à vida, à saúde, ao

patrimônio e ao meio ambiente. O incêndio no subsolo se relaciona ao aspecto dinâmico,

térmico e de intoxicação provocado pelo gás CO. A principal causa pode estar no uso de

energia elétrica, dos equipamentos de corte e soldadura (acetileno e oxigênio), dos explosivos,

da fricção e da correia transportadora.

Explosão

Detonação produzida pelo desenvolvimento repentino de uma força ou pela

expansão súbita de um gás ou poeiras. As explosões e incêndios no ambiente subterrâneo se

relacionam fundamentalmente com a existência de gases e poeiras explosivas em certas

concentrações, as quais, na presença de oxigênio, tornam-se altamente explosivas e

inflamáveis. O metano, misturado ao ar na proporção de 5% a 15%, torna-se altamente

explosivo. Em outras proporções tem dificuldade de ignição e simplesmente provoca uma

situação de desconforto no ambiente subterrâneo.

Geração de subsidência

A abertura subterrânea resulta da escavação de rochas feita pelo homem, visando a

aproveitar o recurso natural (mineral) ou o espaço do subsolo. Esta abertura produz alteração

do estado natural de tensões do meio rochoso, com a possibilidade de originar desabamento

ou queda de bloco, podendo causar efeitos ambientais negativos, problemas operacionais ou

mesmo atentar contra a vida humana. O desabamento e queda de blocos no ambiente

subterrâneo constituem um risco ambiental, quer no subsolo quer no exterior. No exterior, o

risco se manifesta através de subsidências do terreno que atingem a superfície.

Devido que na região os simulados de emergências é uma ferramenta nova de

gestão ambiental, está sendo avaliado formas de simular a subsidência para avaliação do

plano elaborado. Desta forma o simulado realizado teve o objetivo de avaliar a comunicação e

o tempo de atuação dos técnicos responsáveis no atendimento dessa emergência.

Alagamento/Enchente

Page 51: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

51

A micro-bacia hidrográfica onde se insere o empreendimento se relaciona aos rios

Sangão e Mãe Luzia, afluentes do Rio Araranguá, constituindo um terreno plano, levemente

ondulado, sujeito a alagamentos (enchente) por ocasião de chuvas intensas.

Vazamento de óleos e graxas

São ocorrências de eventos não planejados que podem atingir o solo e ou corpos

d’água. A equipe, treinada e provida de equipamento próprio, deverá estancar e remover o

vazamento.

Vazamentos de produtos perigosos

São materiais, substâncias ou artefatos que podem causar danos ao homem,

prejuízos materiais e/ou danos ao meio ambiente. O procedimento é o mesmo do item

anterior.

Vazamento de gás

O vazamento de gás dá-se principalmente nos controladores de pressão ou nas

mangueiras. O gás butano, ou G. P. L., por se tratar de um gás mais pesado que o ar, tende a

se espalhar próximo ao solo. Outros gases, como metano ou gás natural, são mais leves e

tendem a subir, acumulando-se junto ao teto da mina. No caso do vazamento de butano, o

local deverá ser evacuado e a equipe responsável deverá interromper o fornecimento de gás

até que se solucione o problema. No caso do metano, as seguintes providências próprias

devem ser tomadas.

Incêndio - combustão em pilhas de rejeito

No caso de combustão espontânea em pilhas de rejeito, a equipe responsável

deverá ser imediatamente comunicada a fim de tomar providências. Como a combustão nesse

caso se dá pela penetração de oxigênio no interior da pilha de rejeito, a solução é o

aterramento dos locais com combustão de forma a cessar o aporte de oxigênio.

Transbordamento das bacias

Page 52: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

52

Deverão ser escavadas valetas, em caráter de urgência, em volta dos locais

atingidos pelos transbordamentos de forma a conduzir os resíduos para local seguro.

Rompimento de pontes

As passagens deverão ser imediatamente sinalizadas com clareza e totalmente

impedidas até sua reparação pela equipe técnica.

Rompimento do escoramento passivo

O local atingido e suas adjacências deverão ser interditados e sinalizados. Somente

após o reescoramento e a remoção do entulho e depois de a segurança ter sido avaliada pela

equipe técnica, o local poderá ser novamente liberado.

Rompimento dos tapumes

A ventilação de uma mina tem por finalidade assegurar o ar puro, criando

condições de trabalho, além de prevenir explosões em conseqüência da acumulação de gases.

Para isso se empregam alguns recursos como a instalação de exaustores, que criam uma

pressão negativa no interior da mina, sugando para o exterior gases e poeiras. Os tapumes

auxiliam o direcionamento do fluxo da ventilação para os locais desejados. Com o

rompimento desses tapumes, ocorre o curto-circuito do fluxo do ar puro com ar viciado, o que

poderá provocar danos à saúde das pessoas bem como baixa eficiência do sistema na limpeza

de gases indesejáveis no ambiente de trabalho. Em caso de rompimento de tapume, este

deverá ser imediatamente reparado, ficando a critério da equipe de segurança a evacuação ou

permanência do pessoal.

Inundações

No caso de inundações no subsolo por rompimento de barragens ou por

infiltrações anômalas, o pessoal deverá ser imediatamente evacuado, permanecendo apenas as

equipes de segurança e os auxiliares para efetuarem os reparos e tomarem providências

visando a cessar o incidente.

Page 53: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

53

Presença de gás metano

Quando houver ocorrência de metano na atmosfera da mina, as seguintes medidas

deverão ser tomadas:

1% de metano – alerta e diluição

1,25% de metano – interrupção da eletricidade e suspensão do o uso de explosivos.

2% de metano – evacuação do pessoal.

Retomar os trabalhos somente após a verificação de valores nulos de metano na

atmosfera da mina.

Ausência de oxigênio

O volume de oxigênio no ar deverá perfazer 19%. Se durante o monitoramento de

rotina o teor estiver abaixo deste valor, o sistema de ventilação deverá passar por perícia e e

imediata reparação.

Ausência de energia elétrica

Em caso de ausência total de energia elétrica, todo o pessoal de subsolo deverá ser

evacuado até seu restabelecimento através de geradores próprios ou do fornecedor.

6.3. Plano de Atendimento a Emergências

O Plano de Atendimento a Emergências, identificado como PO. 07, é um

procedimento obrigatório para a certificação pela ISO 14001. Para sua elaboração foi

necessário se conhecer todo o processo de mineração da empresa objeto do estudo bem como

sua matriz de aspectos e impactos anteriormente descrita.

De posse dessas informações, elaborou-se o plano, o qual contém informações

sobre a comunicação a ser utilizada em uma situação emergencial e determina objetivos,

responsabilidades, brigada de emergência, recursos externos e internos que poderão ser

utilizados, além de mapas com as rotas de fuga, ponto de encontro, localização dos produtos

perigosos e equipamentos de emergência. Para a descrição das situações emergenciais,

Page 54: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

54

elaboraram-se Instruções de Trabalho (IT’s) em que todos as respectivas situações são

detalhadas.

Para o procedimento operacional correspondente ao Plano de Atendimento a

Emergências da UM II – Verdinho, a Instrução de Trabalho correspondente é a IT. 07. 01.

O referido Procedimento Operacional (PO. 07) e a Instrução de Trabalho (IT. 07.

01) são apresentados nos Anexos 02 e 03, respectivamente.

6.4. Treinamentos dos colaboradores

Após a elaboração do Plano de Atendimento a Emergências, foi necessário treinar

todos os colaboradores. Para a elaboração do Plano consideraram-se todos os turnos para que

todos os colaboradores recebessem o treinamento. A figura 16 ilustra a sala de treinamento.

Os treinamentos tiveram dois objetivos principais, a saber:

• Treinamento para a brigada de emergência

• Preparação dos colaboradores nas situações emergenciais

Figura 16: Sala de treinamento

O treinamento da brigada

A empresa optou por treinar 10% dos funcionários a fim de formar uma Brigada

de Emergência. A equipe de brigada é composta de um líder com função de coordenar o

grupo de brigadistas no combate às situações de emergência, e o grupo de brigadistas,

Page 55: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

55

funcionários devidamente treinados para o atendimento às emergências da empresa. Os

membros do grupo de brigadistas podem ser identificados através de uniforme (camiseta de

cor vermelha com identificação de brigadistas). O grupo de brigadistas foi composto de forma

a representar todos os setores e horários de trabalho da empresa. O treinamento constou de

etapa prática e teórica.

A parte prática para o combate a princípios de incêndio, primeiros socorros e

outras funções foi ministrada pelo Corpo de Bombeiros, num total de 16 horas. A parte teórica

foi ministrada pelos autores do Plano de Atendimento a Emergências e teve a duração de 8

horas.

De acordo com a norma adotada, haverá treinamento anual sobre todo o conteúdo

do plano. O Plano de Atendimento a Emergências deverá passar por avaliações periódicas

para que suas ações sejam continuamente melhoradas. Daí a importância da realização dos

simulados, da avaliação e da análise crítica.

Os treinamentos ocorreram na sala de treinamento e os funcionários assinaram

listas de presença, arquivadas sob forma de R.A. (Registro Ambiental), conforme modelo

exibido no Anexo 04. As Figuras 17 e 18 ilustram os treinamentos.

Figura 17: Treinamento do Plano de Emergências Figura 18: Reciclagem do Plano de Emergências

6.5. Planejamento dos simulados de emergência

Através do calendário de simulações, demonstrado no Anexo 05, planejaram-se os

simulados a serem realizados. Optou-se pela realização de simulados sem aviso aos

colaboradores e em horário de trabalho para que eles estivessem o mais próximo possível da

realidade.

Page 56: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

56

Planejou-se inicialmente o simulado referente a vazamento de óleos e graxas,

realizado no mês janeiro de 2007, no escritório, envolvendo os funcionários da oficina

mecânica da superfície da UM II – Verdinho. No planejamento definiu-se que o produto

escolhido seria elaborado à base de água, corantes e coagulantes para não gerar riscos de

contaminação para o solo ou para a saúde das pessoas. Para se provocar a situação

emergencial, contou-se com a colaboração de um funcionário (Odair Villain) a fim de não

despertar a atenção dos demais funcionários, contribuindo para que o cenário chegasse o mais

próximo possível de uma situação emergencial real.

Posteriormente elaborou-se um simulado com vazamento de produtos perigosos.

Definiu-se que o local seria o da produção do Carbotrat Premium e o produto escolhido seria

o sulfato férrico. Para simular o produto, contou-se com ajuda da funcionária Gislaine na sua

elaboração. O referido produto foi feito à base de óleo biodegradável e de corante. Planejou-

se o simulado para ser efetivado em escritório e envolver os funcionários do CARBOTRAT

Premium da UM II – Verdinho.

De acordo com o calendário, os próximos simulados seriam de incêndio em

vegetação e de combustão em pilhas de rejeito. Porém, eles foram adiados devido ao fato de

os equipamentos a serem utilizados e testados não estarem prontos.

Na seqüência, planejou-se o simulado envolvendo suposta subsidência, tendo-se

decidido que o local onde será executada a suspeita de geração de subsidência será a SC- 446

- Linha Westrupp s/nº, que liga os municípios de Forquilhinha a Maracajá, próximo ao Horto

de Forquilhinha, pertencente ao Sr. Dalvani Brillinger. A reunião de planejamento foi

realizada na sala de segurança e contou com o apoio do setor de geologia.

Posteriormente elaborou-se um simulado referente a vazamento de óleos e graxas

no subsolo, definindo-se como local de simulação o estacionamento dos veículos (marinetes)

utilizados para o transporte dos funcionários que trabalham no subsolo, no qual eles

manuseiam constantemente óleos e graxas e estão treinados para dar combate a vazamentos

desses produtos. A reunião do planejamento aconteceu na sala de segurança, tendo-se

registrado o Plano de Simulados, conforme o Anexo 06.

6.6. Realização de simulados de emergência

Concluído o planejamento, seguiu-se a realização dos simulados.

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57

Vazamento de óleos e graxas na oficina mecânica da superfície

Com o objetivo de se verificar o procedimento estabelecido no Plano de

Atendimentos Emergências em vazamento de óleos e graxas bem como de identificar

oportunidades de melhoria, realizou-se um simulado de vazamento de óleos e graxas na

oficina mecânica.

As ações com os respectivos tempos de atuação deste simulado são apresentadas a

seguir:

13h00min – O funcionário Odair Vilain, sem que alguém percebesse, derramou o

produto propositalmente no local pré-estabelecido e saiu do local. A Figura 19 ilustra o

produto vazado.

Figura 19: Produto vazado propositadamente.

13h01min - O funcionário Evandro Luiz dos Santos identificou e avaliou o

vazamento, tendo iniciado logo a seguir os procedimentos de remoção e de paralisação do

vazamento. A Figura 20 ilustra o funcionário dando início aos procedimentos de remoção do

óleo.

Page 58: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

58

Figura 20: Início do procedimento de remoção

13h02min – O funcionário, ao dar início aos procedimentos de remoção, utiliza o

kit de vazamentos, conforme instrução de trabalho passada em treinamento e disponível na

caixa onde ficam os procedimentos operacionais e o Plano de Atendimento a Emergências. A

Figura 21 ilustra a utilização do kit de vazamentos.

Figura 21: Utilização do Kit de Vazamentos

13h04min – O funcionário emprega serragem mais grossa para recolher o material

vazado e utiliza o latão do kit de vazamentos para armazenar esse material, conforme

treinamento aplicado no Plano de Atendimento a Emergências. As Figuras 22 e 23

demonstram a utilização dos materiais disponíveis para dar combate a emergências.

Page 59: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

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Figura 22 – Recolhimento do material Figura 23 – Utilização do latão do kit Vazamento

13h08min – Na Figura 24 pode-se verificar que o funcionário utiliza serragem fina

para dar acabamento final ao restante do produto vazado. A Figura 25 ilustra a utilização de

uma vassoura para recolher completamente o produto vazado.

Figura 24: Acabamento com serragem fina Figura 25: Utilização de vassoura

13h18min – Após executar a limpeza do local, o funcionário recolhe o recipiente

com o restante de óleo e procede a seu descarte, conforme demonstra a Figura 26. Então o

recipiente é colocado novamente no local onde foi encontrado. Os materiais utilizados durante

o procedimento de remoção do óleo vazado são acondicionados e guardados no latão do kit de

Vazamentos, conforme se verifica na Figura 27.

Page 60: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

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Figura 26: – Recolhimento do recipiente Figura 27: Acondicionamento dos materiais utilizados

Vazamento de produto perigoso (sulfato férrico) CARBOTRAT Premium

A fim de se verificar o procedimento estabelecido no Plano de Atendimento a

Emergências referente ao item vazamentos com produtos perigosos e de se identificar

oportunidades de melhorias, realizou-se um simulado surpresa, cujas ações e respectivos

tempos de atuação são descritos a seguir:

13h00min – A estagiária Márcia Raquel Ronconi de Souza, sem que alguém

percebesse, derramou o produto propositadamente no local pré-estabelecido e saiu do local. A

seta na Figura 28 mostra o vazamento do produto.

Figura 28 - Produto vazado propositadamente.

13h11min - Dois funcionários, ao passarem pelo local, identificaram e avaliaram o

vazamento, mas não tomaram nenhuma atitude em relação ao procedimento do Plano de

Atendimento a Emergências levado a treinamento. As Figuras 29 e 30 ilustram a

identificação.

Page 61: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

61

Figura 29: Funcionários passando pelo local. Figura 30: Funcionários avaliando o produto

13h15min – Alguns funcionários passaram pelo local, porém não tomaram

nenhuma atitude em relação ao procedimento do Plano de Atendimento a Emergências levado

a treinamento. As Figuras 31 e 32 mostram os funcionários identificando e avaliando o

vazamento, respectivamente.

Figura 31: Funcionários identificando o vazamento Figura 32: Funcionário avaliando o produto

13h36min – Alguns funcionários trabalhavam próximo ao local do vazamento,

porém não tomaram nenhuma atitude em relação ao procedimento do Plano de Atendimento a

Emergências objeto do treinamento. As Figuras 33 e 34 mostram os funcionários passando

pelo local e executando trabalhos próximo ao local, respectivamente.

Page 62: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

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Figura 33: Funcionários passando pelo local. Figura 34: Funcionário trabalhando próximo ao local

14h15min – Um brigadista passou pelo local, retornou juntamente com um

funcionário e avaliou o vazamento, porém não tomou nenhuma atitude com relação ao

procedimento relacionado a vazamentos de produtos perigosos. As Figuras 35 e 36 mostram

um brigadista passando sozinho pelo local e posteriormente acompanhado de um funcionário.

Figura 35: Brigadista passando pelo local. Figura 36: Brigadista e funcionário verificando o local

14h16min – O brigadista passou pelo local, analisou, pisou no produto, chamou

outro brigadista, avaliaram, conversaram e logo após saíram do local. A Figura 37 ilustra a

presença de dois brigadistas no local.

Page 63: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

63

Figura 37 – Dois brigadistas discutindo o episódio

14h25min – Neste momento alertaram-se os brigadistas através do setor de

segurança SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do

Trabalho), porém sem resultado. Posteriormente repetiu-se o aviso para os brigadistas através

da portaria. Neste momento, os brigadistas vão até o local, conforme se verifica nas Figuras

38 e 39.

Figura 38: Brigadista retornando ao local Figura 39: Brigadista avaliando o vazamento

14h35min – Após aviso da guarita, o brigadista vai ao local e utiliza os materiais

do kit de vazamentos. Ao manuseá-los (espalhamento da serragem, recolhimento da

serragem), o brigadista não utiliza os EPIs (Equipamento de Segurança Individual)

adequados. As Figuras 40 e 41 ilustram os procedimentos adotados pelos brigadistas.

Page 64: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

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Figura 40 – Início dos procedimentos Figura 41 – Utilização do kit de Vazamentos

14h43min – Conforme as Figuras 42 e 43, verifica-se que três brigadistas dão

combate ao vazamento dos produtos, porém, nenhum usou os EPIs adequados ou isolou o

local, o que facilitou a aproximação de curiosos.

Figura 42 – Execução dos procedimentos Figura 43 – Ação dos brigadistas

14h45min – Um funcionário, sem portar os EPIs adequados, lava o local com uma

mangueira. As Figuras 44 e 45 ilustram o local lavado.

Page 65: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

65

Figura 44 – Lavagem do local com mangueira Figura 45 – Presença de brigadistas

Suspeita de subsidência

Visando à verificação do procedimento estabelecido no Plano de Emergências

referente à comunicação no item que trata de geração de subsidência bem como à

identificação das oportunidades de melhorias, realizou-se um simulado em 30 de maio de

2007. Suas ações e respectivos tempos de atuação são descritos a seguir:

15h25min – A estagiária Maiara Gaspar ligou de um telefone localizado nas

instalações da empresa para guarita e reclamou de uma suposta subsidência em sua

propriedade, identificando-se com o nome fictício de Maria Eduarda Marcolino. A

funcionária usou um nome fictício para que o funcionário da guarita acreditasse que a

situação era real e desempenhasse as funções definidas no treinamento. Ao dar início aos

procedimentos estabelecidos, o funcionário preencheu o registro das comunicações

ambientais externas. A Figura 46 ilustra a reclamante fictícia.

Page 66: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

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Figura 46 – Reclamante fictícia efetuando a ligação.

15h30min – O funcionário da guarita, Valdeci Marcílio, ao receber as informações

passadas pela suposta reclamante, preencheu imediatamente o registro de comunicações

ambientais externas com o número de telefone, endereço etc., conforme o modelo descrito

no Anexo 07. A seguir, o funcionário entrou em contato com o Sr. Clécio, o qual avisou

imediatamente o responsável técnico da unidade mineira, eng. Alfredo. Este, por sua vez,

acionou a geóloga Lisiane e o engenheiro de segurança, Guilherme, para verificar a suspeita

de subsidência no local informado.

Posteriormente nova ligação é executada, mas desta vez por uma jornalista que

questiona a respeito do episódio de suspeita de subsidência. O funcionário da guarita, um

tanto nervoso, expressou alguns comentários do tipo “não se preocupe que está tudo

resolvido”. Posteriormente o funcionário encaminhou a ligação ao responsável pelo

atendimento à imprensa, conforme estabelecido em treinamento do Plano de Atendimento a

Emergência. A Figura 47 ilustra as ligações efetuadas para a guarita.

Page 67: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

67

Figura 47 – Ligação para a guarita

Após a finalização do simulado, procedeu-se a uma reunião com os envolvidos na

qual se propuseram melhorias e treinamentos. A Figura 48 ilustra a descrição dos

procedimentos e a 49 ilustra a reunião com os técnicos envolvidos, respectivamente.

Figura 48 – Descrição dos procedimentos Figura 49 – Reunião com os técnicos envolvidos

Vazamento de óleos e graxas no subsolo

Com o objetivo de verificar a eficácia do procedimento estabelecido no Plano

de Atendimento a Emergências referente ao procedimento relacionado a vazamento de óleos e

graxas no subsolo bem como de identificar oportunidades de melhoria quando cabíveis,

procedeu-se a um simulado em 11 de junho de 2007. Suas ações e respectivos tempos de

atuação são descritos a seguir.

Page 68: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

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13h50min – A estagiária Márcia Raquel Ronconi e o funcionário Renato Rangel,

da Carbonífera Criciúma, sem que alguém percebesse, provocaram propositadamente um

vazamento com um produto semelhante a óleo no local pré-estabelecido e se afastaram. As

Figuras 50 e 51 ilustram o vazamento de óleo provocado.

Figura 50 - Produto vazado propositadamente. Figura 51 – Vazamento provocado

13h59min - O funcionário Pedro Hoepers, motorista, e o funcionário Douglas

Inácio Rodrigues, mecânico, identificaram e avaliaram o vazamento, conforme se verifica nas

Figuras 52 e 53.

Figura 52 – Identificação do vazamento Figura 53 – Avaliação do vazamento

14h01min – Mesmo após a identificação e a verificação, os funcionários não

executaram os procedimentos de remoção passados em treinamento. Sem dar importância ao

fato, manobraram o veículo sobre o produto vazado. As Figuras 54 e 55 ilustram o veículo

sendo manobrado bem como as marcas do pneu sobre o óleo.

Page 69: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

69

Figura 54 – Veículo sendo manobrado Figura 55 – Marcas de pneu sob o óleo

14h04min – Após as manobras com o veículo, os funcionários executaram seus

trabalhos de rotina sem tomar qualquer atitude com relação ao produto vazado. Após a

conclusão de seus trabalhos rotineiros, eles saíram do local. As Figuras 56 e 57 ilustram a

presença dos funcionários no local.

Figura 56 – Funcionários trabalhando Figura 57 – Funcionários saindo do local

15h03min – Ao retornar ao subsolo, o funcionário Pedro Hoepers iniciou algumas

atividades a fim de solucionar o vazamento. Ele espalhou a serragem existente no kit de

Vazamentos sobre o óleo vazado, mas não o recolheu. As Figuras 58 e 59 ilustram os

procedimentos adotados.

Figura 58 – Emprego da serragem Figura 59 – Serragem espalhada sobre o óleo

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15h25min – Funcionários pisoteiam a serragem colocada sobre o óleo vazado. As

Figuras 60 e 61 ilustram a presença de vários funcionários passando no local.

Figura 60 – Serragem sob óleo Figura 61 – Funcionários sobre o óleo

6.7. Avaliação dos simulados

Vazamento de óleos e graxas na oficina mecânica da superfície

Logo após o simulado, realizou-se uma breve reunião com os funcionários do setor

para avisá-los de que o ocorrido fora um simulado e parabenizá-los pelo bom desempenho no

atendimento à emergência. Constatou-se que para um melhor desempenho seria necessário

colocar vassouras no kit preparado para situações de vazamento.

Vazamento de produtos perigosos (sulfato férrico) no local de produção do Carbotrat

Premium

Logo após o simulado, procedeu-se a uma reunião com os brigadistas envolvidos

visando a avaliar os procedimentos executados. Na ocasião, os brigadistas revelaram

desconhecer a existência de EPIs, equipamentos que deveriam ser usados no combate a

emergências desse porte. Decidiu-se que esses equipamentos seriam postos em local visível e

de fácil acesso.

Constatou-se também que os funcionários daquele local deveriam passar por treinamentos

mais detalhados a respeito de manuseio de produtos perigosos.

Page 71: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

71

Suspeita de subsidência

Findo o simulado, realizou-se uma reunião com os participantes para avaliação dos

procedimentos executados. Na ocasião, os envolvidos disseram desconhecer alguns aspectos

relacionados à comunicação nas situações emergenciais desse porte. Sugeriu-se a elaboração

de um manual mais simplificado para essa modalidade e/ou ainda alguns cartazes com uma

forma simplificada da comunicação a ser utilizada. Constatou-se também que por ter

cometido dois erros o funcionário da guarita deveria passar por treinamento sobre a

comunicação a ser utilizada. O primeiro erro ocorreu ao encaminhar a suspeita ao Sr. Clécio

quando deveria tê-lo feito ao setor de geologia. O segundo, ao expressar comentários a

respeito da suposta emergência quando do atendimento à imprensa ao invés de encaminhar as

informações imediatamente ao responsável pela assessoria de imprensa.

Vazamento de óleos e graxas no subsolo

Logo após o simulado, o funcionário Pedro Hoerpers, chamado para uma breve

reunião destinada à avaliação dos procedimentos desenvolvidos, relatou que ao visualizar o

material de coloração escura na lapa teve dúvidas quanto à sua natureza. Não teve certeza de

se tratar de óleo. Quando retornou ao local, cerca de uma hora mais tarde, colocou o pó de

serra sobre o produto. Foi então orientado quanto aos procedimentos que deveria ter adotado e

concordou que deveria ter procedido de forma diferente já que os conhece. Após esse relato,

constatou-se que treinamentos e conscientização precisariam ser ambos reforçados visto que o

sistema de gestão é novo e esta mudança de hábito está sendo aprimorada.

Os simulados serviram para a avaliar os procedimentos descritos e passados em

treinamento quanto à sua coerência com as ações praticadas quando de sua execução.

Page 72: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

72

7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A Matriz de Aspectos e Impactos foi fundamental para a definição das situações

emergenciais relacionadas à empresa de mineração objeto deste estudo. A partir do

conhecimento dos impactos emergenciais, elaborou-se o Plano de Atendimento a

Emergências - PAE e com as informações nele disponibilizadas elaborou-se um calendário

das situações emergenciais as quais serão simuladas durante o ano.

Os principais impactos emergenciais identificados na Matriz de Aspectos e

Impactos relacionam-se a:

• Incêndios e explosões

• Geração de subsidência

• Alagamento/enchente

• Vazamentos de óleos e graxas, produtos perigosos e gases

• Derramamento de carga

• Transbordamento das bacias

• Rompimento de pontes, escoramento passivo e tapumes

• Inundações

• Presença de gás metano

• Ausência de oxigênio e de energia elétrica

Para os impactos emergenciais descritos elaborou-se o Plano de Atendimento a

Emergências – PAE.

Com os treinamentos realizados foi possível a transmissão de instruções sobre o

plano bem como a preparação dos funcionários para atuarem em situações emergenciais. Os

treinamentos foram também essenciais à formação da Brigada de Emergência.

Com a elaboração e a aplicação dos treinamentos e com a formação da Brigada de

Emergência, planejaram-se os simulados a fim de se verificar a eficácia e o preparo dos

funcionários bem como a atuação da brigada no combate a emergências e, quando cabível,

propor medidas de melhorias.

O planejamento foi elaborado na sala de segurança, tendo sido tomadas algumas

decisões tais como local de execução do simulado, escolha dos funcionários envolvidos,

Page 73: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

73

definição do produto a ser utilizado, definição da estrutura e dos recursos disponíveis na

empresa além dos possíveis recursos externos de forma a não se gerarem riscos para a saúde

das pessoas, para o meio ambiente e também para o patrimônio.

Após essa etapa, realizaram-se os simulados, os quais serviram de exercício para

se avaliar a coerência entre o procedimento descrito e o passado em treinamento com as ações

praticadas em sua execução. Decidiu-se inicialmente pela realização de quatro simulados de

emergência para o presente Trabalho de Conclusão de Curso – TCC. Os simulados realizados

foram de vazamento de óleos e graxas na oficina mecânica da superfície, vazamento de

produtos perigosos (sulfato férrico) no local de produção do CARBOTRAT Premium,

geração de subsidência e vazamento de óleos e graxas no subsolo.

O primeiro simulado relacionou-se ao vazamento de óleos e graxas na oficina

mecânica da superfície. O resultado obtido através do simulado demonstrou que os

funcionários desse setor estão preparados para esse tipo de situação visto que as medidas

tomadas foram aquelas previstas no Plano de Atendimento a Emergências.

O segundo simulado relacionou-se ao vazamento de produtos perigosos (Sulfato

Férrico) na área de produção do CARBOTRAT Premium. O resultado obtido através deste

simulado demonstrou que os funcionários desse setor não estão preparados para uma situação

real de emergência visto que os procedimentos adotados por eles não estavam de acordo com

os procedimentos passados nos treinamentos realizados. Constatou-se também que os

funcionários não deram a devida importância ao produto envolvido, tendo exposto sua saúde a

riscos.

O terceiro simulado tratou da possibilidade de ocorrência de subsidência. O

resultado obtido demonstrou que houve falhas de procedimento entre as pessoas envolvidas.

Alguns técnicos da empresa agiram de acordo com os treinamentos recebidos, mas outros

demonstraram certa insegurança e desconhecimento dos procedimentos relativos a esta

situação emergencial.

O quarto simulado relacionou-se ao vazamento de óleos e graxas no

estacionamento dos veículos do subsolo. O resultado obtido demonstrou que houve falhas de

procedimento entre as pessoas envolvidas. Os funcionários envolvidos não executaram o

procedimento corretamente visto que não recolheram o material conforme determina o

procedimento definido para vazamentos de óleos e graxas.

Page 74: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

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Os resultados apresentados pelos simulados demonstraram:

• que os funcionários ainda não estão devidamente preparados para enfrentarem

situações emergenciais tais como as simuladas;

• que os funcionários não estão devidamente conscientizados a respeito da

possível gravidade de uma situação emergencial real e de seu papel fundamental como ator na

condução dos procedimentos a serem adotados;

Tendo em vista o acima exposto, recomenda-se que:

• se realizem periodicamente, na empresa, treinamentos para todos os

funcionários, direcionados para o atendimento às situações emergenciais;

• se dê continuidade aos simulados, respeitando-se o calendário proposto;

• após a realização dos simulados se avaliem os procedimentos e se dê ciência

dos resultados alcançados aos funcionários envolvidos.

Com a identificação dessas deficiências, constatou-se que:

• os treinamentos e a conscientização precisariam ser reforçados visto que o

sistema de gestão é novo e esta mudança de hábito está sendo aprimorada.

• aos técnicos envolvidos na elaboração dos Planos de Atendimento a

Emergências deveria ser facultada a realização de cursos de aperfeiçoamento e troca de

experiências com outras empresas de mineração.

Esse requisito da norma NBR ISO 14001 é uma ferramenta importante na

preparação das empresas para respostas a situações de emergência, ou seja, no gerenciamento

dos impactos potenciais e, através do PDCA ( planejar, desenvolver, checar e agir), na

efetivação da melhoria contínua.

Page 75: Planejamento e realização de simulados de emergência em empresas mineradoras de carvão

75

8. RÊFENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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