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Planejamento/Políticas Públicas e Realidade Brasileira APO 2015 Aula 18 – Prof. Waldery Rodrigues Jr 01/outubro/2015 01/outubro/2015 waldery rodrigues@yahoo com br waldery .rodrigues@yahoo.com.br 1 Aula_18Planej/PolPub/RealBrasProf.Waldery_Rodrigues_JrIGEPP/APO2015

Planejamento/Políticas Públicas e Realidade Brasileira ... · PLANEJAMENTO : • 3. Noções sobre políticas de infraestrutura no Brasil: transportes, telecomunicações, energia;

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Planejamento/Políticas Públicas e Realidade Brasileira ‐ APO 2015

Aula 18 – Prof. Waldery Rodrigues Jr01/outubro/201501/outubro/2015

waldery rodrigues@yahoo com [email protected]

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Ponderações Iniciais:Ponderações Iniciais:• 7 Professores envolvidos: Waldery Rodrigues Jr, M Graças Ruas G Pacelli Rafael Silveira FM. Graças Ruas, G. Pacelli, Rafael Silveira, F. Lagares, Carolina Cherfem, Stefan Klein. úl l b• Múltiplos Temas, vasta cobertura

• Questões/Exercícios estilo ESAF• Viés acadêmico para alguns tópicos/questões• Reta final DúvidasReta final... Dúvidas.• Reta final... Pontos principais (19 slides)

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Alguns Subitens Selecionados...• (6) Segurança Pública: 

– o mapa da violência 2014; – a violência urbana; ;– a mortalidade de jovens; – os índices de esclarecimentos e julgamentos; – o sistema carcerário: 

• tendências recentes, • a população carcerária, • a ressocialização e • a reincidência

• Diversos: – ciência, tecnologia e inovação. – turismo; – pesca e aquicultura; – Mineração

• (9 e 10) Planejamento: – PPA 2016‐2019

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PLANEJAMENTO : • 3 Noções sobre políticas de infraestrutura no Brasil:• 3. Noções sobre políticas de infraestrutura no Brasil: transportes, telecomunicações, energia; recursos hídricos e meio‐ambiente. 

• 4. Noções sobre políticas de desenvolvimento econômico no Brasil: indústria, agropecuária; serviços; turismo; pesca e aquicultura; mineração; ciênciaturismo; pesca e aquicultura; mineração; ciência, tecnologia e inovação.

• 5. Noções sobre políticas sociais no Brasil: educação, cultura, saúde, trabalho e renda, assistência social, saneamento e habitação, segurança pública e direitos humanos.humanos. 

• 6. Dilemas atuais da agenda nacional: reforma previdenciária; reforma tributária; reforma fiscal; f lí i f d i i ireforma política; reforma administrativa. 

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• 1. Planejamento governamental no Brasil: história, evolução e atualização de conceitos.evolução e atualização de conceitos. – 1.1. A influência dos planos e programas recentes no conceito de planejamento. 

• 2 A tensão entre modelos de planejamento rígidos e• 2. A tensão entre modelos de planejamento rígidos e flexíveis. 

• 7. Críticas aos modelos fechados de Planejamento E é i di d i d d li d àEstratégico: o aprendizado a partir de dentro, ligado à prática, baseado na comunidade, não hierárquico e suspeito da liderança. 

• 8. Crítica à análise de sistemas e ao orçamento‐programa. • 9. Planejamento na Constituição Federal. 

9 1 Plano Plurianual: Caracterização finalidade estrutura– 9.1. Plano Plurianual: Caracterização, finalidade, estrutura básica, prazos. 

– 9.2 A Mensagem Presidencial do Plano Plurianual 2012‐2015. 10 A õ d d d l d Pl Pl i l• 10. As razões da mudança no modelo do Plano Plurianual. 

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POLÍTICAS PÚBLICAS E REALIDADE BRASILEIRA: 4 D i ld d ô i i i d b t b• 4. Desigualdades econômicas e sociais: o debate sobre as causas e as consequências da desigualdade brasileirabrasileira. 

• 8. Desenvolvimento urbano brasileiro: o crescimento das cidades, a infraestrutura urbana, os serviços , , çpúblicos. 

• 10. Infraestrutura e fatores críticos para o crescimento sustentado do país. 

• 11. Papel do Brasil no cenário internacional. Política externa brasileira. Integração sul‐americana. Mercosul e Unasul. 13 Gl b li ã i t i d d• 13. Globalização e seus impactos para as sociedades. 

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• 2. Pobreza: conceito, mensuração e políticas públicas; o conceito de habitus e a pobreza intergeracional. 

• 12. O sistema político brasileiro: a fragmentação partidária, o fundo partidário e o financiamento das campanhas. 

• 1. Mercado de Trabalho: a persistência do trabalho escravo; o trabalho infantil; origem e formas de reprodução do mercado de trabalho de subsistência e informal; tendências recentes do mercado de trabalho: o processo deinformal; tendências recentes do mercado de trabalho: o processo de formalização, a formalidade precária e a "pejotização“.

• 3. Classes e mobilidade social: a dinâmica recente; o debate sobre a definição econômica e social de classes: meios de produção, renda e capital cultural; demanda por bens e direitos; acesso a serviços públicosdemanda por bens e direitos; acesso a serviços públicos. 

• 5. Desigualdade racial: o Estatuto da Igualdade Racial; a desigualdade racial no ambiente escolar; o acesso à saúde e à educação da população negra; o mercado de trabalho; as políticas afirmativas. 

• 7. Desigualdade de gênero: o conceito de feminismo, justiça e reconhecimento; diversidades das mulheres, violência; mulheres, mercado de trabalho, políticas de empoderamento das mulheres. 

• 6. Segurança Pública: o mapa da violência 2014; a violência urbana; a mortalidade g ç p ; ;de jovens; os índices de esclarecimentos e julgamentos; o sistema carcerário: tendências recentes, a população carcerária, a ressocialização e a reincidência. 

• 9. A questão agrária no Brasil: estrutura fundiária, caracterização da sociedade rural o agronegócio a agricultura familiar a reforma agrária e a violência norural, o agronegócio a agricultura familiar, a reforma agrária e a violência no campo.

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d d fl ê• 14. As distintas concepções de justiça e suas influências nas políticas sociais e na democratização das oportunidades. 

• 15. Saúde: necessidade financiamento, gasto per capita, complementariedade e tensões entre os sistemas público e privado, dilemas para a constituição do SUS. púb co e p ado, d e as pa a a co st tu ção do SUS

• 16. Pensamento Clássico da Sociologia: Ordem Social, M t i li Di léti Éti P t t t E í it dMaterialismo Dialético, Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. 

• 18. Sociologia da Dependência. • 17. Sociologia da herança patriarcal‐patrimonial. • 19. Crítica recente ao mito da brasilidade

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SEGURANÇA PÚBLICASEGURANÇA PÚBLICA:

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Referências Bibliográficas – Segurança Pública:Pública:

• O DESAFIO DA SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL ‐ Daniel Ricardo de Castro Cerqueira, Almir de Oliveira Junior e Helder Rogério Sant´ana 

ÍFerreira (CAPÍTULO 18 ‐ Brasil em Desenvolvimento 2014 ‐ Estado, Planejamento e Políticas Públicas ‐ Volume 1 ‐ Ipea)

• Revista Brasileira de Segurança Pública (vários números)

• livro “Brasil: A Nova Agenda Social”, Edmar Lisboa Bacha, Simon Schwartzman (organizadores). Rio de Janeiro : LTC, 2011 

Segurança Públicas nas Grandes Cidades Sérgio Guimarães Ferreira– Segurança Públicas nas Grandes Cidades ‐ Sérgio Guimarães Ferreira (capítulo 12)

– Regionalização e a Diversidade da Criminalidade – Cláudio Beato (capítulo 13)

– Medidas Fracas em Tempo de Crise: As Políticas de Segurança Pública no Brasil – Leandro Piquet Carneiro (capítulo 14)

– Fases e Tendências no Debate sobre Políticas Públicas de Segurança no Brasil – Denis Mizne (capítulo 15)Brasil  Denis Mizne (capítulo 15)

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Sites:Sites:

• www ipea gov brwww.ipea.gov.br• http://www.forumseguranca.org.br/h // i d b / /• http://www.insper.edu.br/cpp/

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Fórum Nacional de Segurança Pública:Fórum Nacional de Segurança Pública:

• EstatísticasEstatísticas• O Anuário• Metodologia dos grupos de qualidade• Metodologia dos grupos de qualidade• Dados do Efetivo PolicialD d P i i i• Dados Prisionais

• Dados Socioeducativos• Dados Financeiros Públicos• Dados Criminais

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Mapa da Violência 2014Mapa da Violência 2014

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Mapas da Violência:• 2015 | Adolescentes de 16 e 17 anos no Brasil|• 2015 | Mortes Matadas por Armas de Fogo• 2014 | Os Jovens do Brasil• 2014 | Atualização Homícidios

2013 | H í idi J t d B il• 2013 | Homícidios e Juventude no Brasil• 2013 | Acidentes de Trânsito e Motocicletas• 2013 | Mortes matadas por armas de fogo• 2012 | A cor dos homicídios no Brasil• 2012 | Atualização: Homicídio de Mulheres no Brasil• 2012 | Crianças e Adolescentes• 2012 | Novos Padrões de Homicídios no Brasil• 2012 | Homícidio de Mulheres• 2012 | Homícidio de Mulheres• 2012 | Acidentes de Trânsito• 2011 | Os Jovens do Brasil• 2010 | Anatomia dos Homicídios• 2008 | Municípios Brasileiros• 2008 | Jovens da América Latina• 2007 | Dos Municípios Brasileiros• 2006 | Juventude e Violência2006 | Juventude e Violência• Mapas da Violência de 1998 a 2005

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Segurança Pública nas Grandes Cidades‐ Sergio Guimarães FerreiraCidades Sergio Guimarães Ferreira

• 1 INTRODUÇÃO• O Brasil é um dos países mais violentos do mundo. Pela única estatística 

metodologicamente consistente entre diferentes países que utiliza óbitos pormetodologicamente consistente entre diferentes países, que utiliza óbitos por agressão de acordo com classificação padronizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS),2 em 2005 o Brasil era o sexto colocado do ranking de homicídios, com 25,8 óbitos por agressão para cada 100 mil habitantes.

• Na comparação com países da América do Sul o Brasil era o terceiro colocado• Na comparação com países da América do Sul, o Brasil era o terceiro colocado em taxa de homicídios, atrás somente da Venezuela e da Colômbia. Chile (5,9), Argentina (5,4) e Uruguai (4,5) são muito mais pacíficos. Entre os países desenvolvidos, à exceção dos Estados Unidos (6,0) e do Canadá (1,6), todos os demais têm taxas inferiores a 1 morte por 100 mil habitantes (Waizelfisz 2010)demais têm taxas inferiores a 1 morte por 100 mil habitantes (Waizelfisz, 2010).

• O Brasil também tem uma enorme população carcerária. Para cada 500 habitantes, existe uma pessoa presa. Essa taxa só é inferior às dos Estados Unidos e da Rússia, segundo dados do International Centre for Prison Studies, i d l i Th E i (2010) 3citados pela revista The Economist (2010).3 

• O gasto público com segurança pública das três esferas de governo alcança atualmente 2,5% do PIB (segundo dados da Secretaria do Tesouro Nacional de 2009), ou cerca de metade do que se gasta com educação. Esse percentual era ) q g ç pde 1% em 2000, ou seja, ao longo da década a despesa mais do que dobrou e os resultados não melhoraram.

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• Existem estratégias que recorram à prevenção da violência através da combinação de ação policial com foco em territórios conflagrados e indivíduos com elevado grau de letalidade?g

• Existem melhorias possíveis nas agências de combate ao crime que permitiriam reduzir a criminalidade sem aumentos adicionais do gasto público? Felizmente, diversas  experiências nacionais e internacionais mostram que a chave do sucesso na rápida redução da criminalidade (emostram que a chave do sucesso na rápida redução da criminalidade (e das taxas de homicídio em particular) depende da combinação de reorganização corporativa e focalização de estratégias. O correto mapeamento do crime depende de uma estrutura sofisticada de obtenção de informações, a partir do cruzamento de dados de natureza investigativa das mais variadas fontes — denúncias anônimas, batidas policiais, além dos dados que dão entrada no sistema através do preenchimento de boletins de ocorrência em delegacias informatizadasboletins de ocorrência em delegacias informatizadas.

• Muitos sistemas policiais têm informações extremamente ricas, organizadas em softwares que possibilitam tanto a análise georreferenciada (permitindo diagnósticos de crime por território e por horário do dia) quanto a associação de diferentes eventos (crime e local) a um mesmo indivíduo. O primeiro tipo de dado é uma condição necessária para uma prevenção policial eficiente. O segundo tipo permite que recursos investigativos sejam despendidos nos indivíduos de maiorrecursos investigativos sejam despendidos nos indivíduos de maior letalidade, aumentando a produtividade e o foco da investigação criminal.

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Fonte: Guimarães (2011)

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• Contudo, não basta a existência de informação organizada de forma inteligente. Incentivos internos à polícia militar (preventiva) e civil (investigativa) precisam estar alinhados com a(preventiva) e civil (investigativa) precisam estar alinhados com a missão de cada instituição, respectivamente, de prevenir o crime e de punir o delinquente.

• Instrumentos de cobrança de resultados e de bônus por• Instrumentos de cobrança de resultados e de bônus por desempenho têm sido utilizados de forma cada vez mais frequente em diversas estruturas policiais, no Brasil e nos Estados Unidos Para isso são muito importantes a construção deUnidos. Para isso, são muito importantes a construção de indicadores sumários de criminalidade e a definição de metas quantitativas (por departamento, companhia policial ou distrito) que impliquem esforço coletivo substancial para seremque impliquem esforço coletivo substancial para serem alcançadas.

• A recompensa pelo alcance da meta deve refletir o benefício marginal social de redução da criminalidade, de forma que amarginal social de redução da criminalidade, de forma que a função objetivo dos agentes (policiais) reproduza a função objetivo do principal (sociedade). Em síntese, a melhoria da governança corporativa das agências de combate ao crime é o g ç p gelemento mais importante em uma agenda de segurança pública.

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Fonte: Guimarães (2011)

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• Além da reestruturação das agências de combate ao crime, um elemento fundamental é o aumento da focalização das políticas de segurança. Não é possível policiar intensamente todos os lugares, portanto esforços e p p g p çrecursos devem ser concentrados em territórios conflagrados.

• Não é possível punir todos os criminosos em um momento de crise, por isso mais recursos de investigação e o encarceramento devem ser utilizados com foco em criminosos mais letais e cujo comportamento represente maiorfoco em criminosos mais letais e cujo comportamento represente maior ameaça para a sociedade. Diversas  experiências mostram que o foco em territórios conflagrados e em indivíduos de maior periculosidade é uma forma rápida e eficaz de reduzir substancialmente a criminalidade.

• O uso da força, ou a disponibilidade de seu uso imediato quando necessário, é precondição para qualquer política de redução de criminalidade em territórios conflagrados. Um número crescente de estudos mostra que a certeza da punição é mais importante do que aestudos mostra que a certeza da punição é mais importante do que a intensidade da punição, como elemento de dissuasão do criminoso.4 Assim, uma política preventiva eficiente dependerá da rapidez com que os recursos punitivos poderão ser despachados.

• O investimento em formas de comunicação das novas regras com a população‐alvo da política é muito importante para que a mudança de regime seja incorporada pelos criminosos em potencial (que decidem entre se engajar ou não em atividade criminal) na forma de novos beliefsse engajar ou não em atividade criminal), na forma de novos beliefs (probabilidade subjetiva mais alta de ser punido caso cometa um delito).

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Fonte: Guimarães (2011)

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• A correta definição do público‐alvo da estratégia policial induz ao aumento de eficiência. Tipicamente jovens do sexo masculino, com passagens pelo sistema socioeducativo, são mais propensos a cometer crimes do que jovens do sexo masculino sem histórico de passagem pelo sistema Tambémjovens do sexo masculino sem histórico de passagem pelo sistema. Também criminosos em regime de liberdade condicional ou cumprindo pena em regime aberto ou de semiliberdade merecem atenção especial. Algumas experiências mostram que o retorno desses indivíduos ao território é um l b d d l ã d ifi ãelemento perturbador e que pode levar a uma reversão da pacificação conquistada. Por exemplo, a explosão da criminalidade em Medellín em 2008‐2010 se deve, ao menos em parte, à chegada de “desmobilizados” a um território mal policiado.5p

• Assim, estratégias focalizadas que incluam um acompanhamento de egressos do sistema prisional, com histórico de passagem pela polícia ou pelas varas de infância e adolescência, em particular, ou mais 

i t d i di íd i d lit ã igenericamente grupos de indivíduos mais propensos ao delito, são mais eficientes do que estratégias de prevenção generalistas. As primeiras produzem mais efeito sobre a dissuasão de novos crimes e, portanto, economizam recursos da sociedade (na forma de mortes evitadas e mais (vagas nos presídios).6

• A focalização de ações em fatores determinantes da criminalidade violenta, ou em indicadores‐meio de letalidade, como a repressão ao porte de arma d f t itó i fl d t bé d b t t fi i tde fogo em territórios conflagrados, também pode ser bastante eficiente para reduzir a taxa de homicídios, como mostram diversas experiências nacionais e internacionais. Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐

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Fonte: Guimarães (2011)

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• Uma estratégia de prevenção ampla pode incluir, com sucesso, programas sociais bem focalizados que procurem atuar sobre fatores indutores de criminalidade. Os custos e benefícios do engajamento em atividades criminais nem sempre são motivados por fatores econômicoscriminais nem sempre são motivados por fatores econômicos.

• Comportamento de pares (peer effects) ou exemplos de sucesso (role models) podem ser importantes na decisão individual. A compreensão das redes sociais de jovens infratores ou em risco de infração penal é um j ç pgrande desafio intelectual. A atuação focalizada de forma a influenciar tais redes é um grande desafio de formulação de políticas públicas.

• Estratégias de integração amplas (que no Brasil têm sido denominadas sob a alcunha de “defesa social”) exigem um alto grau de coordenação dea alcunha de “defesa social”) exigem um alto grau de coordenação de atores públicos, com custos de transação proporcionais. As estruturas de governança tornam‐se complexas e a cobrança de resultados cada vez mais difícil na medida em que o número de stakeholders aumenta. q

• Dificuldades à parte, os programas emblemáticos possuem ações integradas de secretarias de assistência social de estados e prefeituras atuando conjuntamente com agentes de parole (no caso dos Estados Unidos)7 ou varas de infância e adolescência (no caso do Brasil) na prevenção do crimevaras de infância e adolescência (no caso do Brasil) na prevenção do crime. Convênios federais nos Estados Unidos exigem dos governos locais ações integradas que não somente envolvam diversos atores da justiça criminal como também incluam ações sociais complementares a serem executadas por outras áreas de governo.

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Fonte: Guimarães (2011)

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• Mesmo sem alterar o código penal e a lei de execução penal é possível reduzir substancialmente a taxa de crimes violentos, a partir do que se pode concluir dos estudos de casos submetidos a processos rigorosos de p p gavaliação econométrica. Processos de desinflação de crimes são rápidos e sustentáveis por longo tempo. Trajetórias completamente distintas de taxas de violência são possíveis em cidades e estados cujos cidadãos estão sujeitos às mesmas normas constitucionaisestão sujeitos às mesmas normas constitucionais.

• O principal ponto deste artigo é que isso decorre da combinação de governança corporativa das agências policiais, integração de ações no território e, sobretudo, focalização das estratégias.

• Com a mesma legislação, um aumento da eficiência das agências de combate ao crime leva necessariamente a um aumento da qualidade do aprisionamento e, muito provavelmente, da quantidade total de detenções 8 As experiências mais importantes de políticas de combatedetenções.8 As experiências mais importantes de políticas de combate ao crime, ao combinarem prevenção focalizada a aumento da capacidade investigativa, resultam em grande aumento da população prisional. É comum observar uma melhor reorganização policial ocorrer concomitantemente a um grande aumento da taxa de encarceramento. Assim, é importante que as prisões estejam preparadas para receber esse aumento da população carcerária.

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Fonte: Guimarães (2011)

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• Na segunda seção, apresento estatísticas de homicídio por região para o Brasil e como elas se comparam entre cidades Também mostro como aBrasil e como elas se comparam entre cidades. Também mostro como a vitimização é bem definida por gênero e, principalmente, por grupo etário e território.

• Na terceira seção, discuto os impactos sociais da violência. ç , p• Na quarta seção, passo a detalhar boas práticas de governança 

corporativa nas agências de combate ao crime, apresentando as experiências mais emblemáticas no mundo e no Brasil. 

lí f b• Na quinta seção, apresento políticas que foram bem‐sucedidas em agir sobre o território, combinando repressão, prevenção e ações sociais bem focalizadas em público‐alvo bem definido. 

• A sexta seção discute políticas educacionais focalizadas em adolescentes• A sexta seção discute políticas educacionais focalizadas em adolescentes e que foram bem‐sucedidas em reduzir a criminalidade, além de outras intervenções de caráter não policial que são importantes e fortemente complementares à política de segurança pública. 

• A sétima seção conclui discutindo o papel fundamental do Governo Federal em uma agenda de segurança pública, ao coordenar o monitoramento e a avaliação de experiências locais, estimular a integração e premiar as melhores práticasintegração e premiar as melhores práticas.

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Fonte: Guimarães (2011)

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2 A DIMENSÃO DA VIOLÊNCIA NO BRASIL

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Fonte: Guimarães (2011)

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7 CONCLUSÃO E DIGRESSÕES SOBRE O PAPEL DO GOVERNO FEDERAL NO COMBATE À VIOLÊNCIA NAS CIDADES

• Existem diversas experiências locais que poderiam maximizar o retorno da política de segurança pública sem mudar valores orçamentários ou legislação penal O argumento‐segurança pública sem mudar valores orçamentários ou legislação penal. O argumento‐chave deste artigo é que muito pode ser feito antes que optemos por mudar o código penal, e mesmo antes que mais gastos orçamentários sejam reservados para a segurança pública.

• Reformas gerenciais baseadas em uso intensivo de análise de dados e na elaboração de diagnósticos realimentados por monitoramento costumam funcionar em ambientes tãodiagnósticos realimentados por monitoramento costumam funcionar em ambientes tão diversos quanto Nova York, Bogotá e Belo Horizonte. Existem diversos mecanismos para a criação de tal dinâmica de troca franca de ideias, mas a instituição de meritocracia na escolha das chefias e a remuneração por desempenho (com definição de metas anuais) são esteios desse ciclo virtuoso organizacional.

• Um problema pouco discutido aqui foi a corrupção policial, e isso não foi feito porque, embora mais deletéria do que a corrupção de outros servidores públicos, a forma de combatê‐la é semelhante: primeiro, despolitização da liderança como basilar para a instituição de meritocracia na corporação; segundo, mecanismos de accountability tais como os discutidos exaustivamente aqui; terceiro agilização dos processos de exoneração poros discutidos exaustivamente aqui; terceiro, agilização dos processos de exoneração por desvio de conduta.

• A demissão de policiais é um instrumento importante para a reorganização administrativa das polícias, tendo sido usado em larga escala em Bogotá (quando o número de habitantes por policial subiu de 400 para 600 enquanto o crime violento despencava) Um exemplo depor policial subiu de 400 para 600 enquanto o crime violento despencava). Um exemplo de que é possível tal fast‐track mesmo com uma legislação trabalhista tão rígida quanto a brasileira foi dado por São Paulo, em 2002, com a criação da Procuradoria Disciplinar e posteriormente, em 2009, com a instituição da Coordenadoria de Procedimentos Disciplinares (CPD), vinculada à Procuradoria Geral do Estado (PGE) e que centraliza todos os processos disciplinares. Além disso, São Paulo simplificou o processo de demissão, reduzindo o número de testemunhas exigidas para que o processo administrativo seja encaminhado.36

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Fonte: Guimarães (2011)

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• A focalização adequada no criminoso em potencial assim como a integração das ações são elementos importantes de uma política com base territorial. Cabe ao Governo Federal um papel indutor de boas práticas. O Governo Federal, a partir d P i t i d id t d i í i t i ido Pronasci, tem induzido estados e municípios a executar programas sociais que complementam de forma importante as políticas de segurança pública. Contudo, os programas são executados de forma não coordenada.

• Nesse sentido, programas federais que articulem ações integradas no território, nos moldes do Vizinhanças Seguras, são a direção a seguir. Não basta ter na prateleira uma lista de programas filosoficamente bem construídos, pois ações dispersas acabam tendo pouco resultado prático.

• O Governo Federal deve permitir e estimular também a experimentação, queO Governo Federal deve permitir e estimular também a experimentação, que pode ser tanto na forma de procedimentos adotados na seleção de um dado público‐alvo, mas pode também incluir variações substanciais na natureza do programa. Usualmente, os convênios federais com governos subnacionais permitem pouca discricionariedade ao governo local.permitem pouca discricionariedade ao governo local.

• Programas como o Protejo, do Ministério da Justiça, poderiam admitir variações que permitissem, por exemplo, a introdução de elementos de tutoria mais incisivos. Também a mudança na forma como os jovens são encaminhados, muito dependente de redes sociais locais que acabam levando para o programa jovensdependente de redes sociais locais que acabam levando para o programa jovens associados àquelas redes, seria uma forma para melhorar a focalização. Alterações no cardápio de cursos disponíveis, redução do período de duração desses cursos e instituição de um sistema de pontuação ou de créditos poderiam premiar pequenos progressos — tão importantes para jovens infratores — quepremiar pequenos progressos  tão importantes para jovens infratores  que tendem a ter problemas de autoestima e baixa persistência.

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• Experimentação é muito importante, e junto com a experimentação cabe ao Governo Federal induzir a avaliação. O objetivo da avaliação não deve ser rejeitar o programa como um todo, mas avaliar como pequenas variações institucionais alteram seus resultados. O Governo Federal deveria estimular os estados e municípios a fazer avaliações dessa natureza, não só as custeando, mas premiando com mais recursos jurisdições que avaliem seus programas.

• Sistemas georreferenciados são cada vez mais baratos, mas uma base cartográfica é algo caro Convênios federais que possibilitem aos governos locais ter cartografiaé algo caro. Convênios federais que possibilitem aos governos locais ter cartografia no nível de detalhe exigido pela gestão policial são necessários, e os Ministérios da Justiça e das Cidades têm um papel importante nisso. Hoje em dia, ferramentas como o City Stat (aplicados em Baltimore) podem cruzar informações variadas, desde que georreferenciáveis e se transformar em importante instrumento dedesde que georreferenciáveis, e se transformar em importante instrumento de gestão (Baxandall e Euchner, 2003). Outro exemplo dos Estados Unidos é o programa federal MAPS (Mapping and Analysis for Public Safety), que financia pesquisas que apliquem ferramentas georreferenciadas na administração pública 37pública.37

• O Governo Federal, como importante agente financiador de projetos locais, deveria ter um papel indutor de boas práticas. O estímulo à experimentação, condicional à criação de ambiente propício à avaliação de impacto (por exemplo, com a definição de um grupo de tratamento e um grupo de controle em cada projeto inovador)de um grupo de tratamento e um grupo de controle em cada projeto inovador), deveria tornar‐se prioridade nas ações mediante convênio com o Ministério da Justiça.

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• O Governo Federal tem feito pouco para capacitar gestores de segurança pública em planejamento. De certa forma, a criação da Força de Segurança Nacional desviou recursos que poderiam ter sido aplicados em capacitação local. Por exemplo, a estruturação de um Compstat ou metodologias de policiamento p , ç p g porientado para solução de problemas mereceriam mais suporte do Governo Federal. 

• Nesse sentido, a construção de indicadores de desempenho deveria ser estimulada pelo Ministério da Justiça Hoje em dia graças ao movimento Fórumestimulada pelo Ministério da Justiça. Hoje em dia, graças ao movimento Fórum Brasileiro de Segurança Pública, existe algum esforço para padronização de indicadores básicos. Contudo, como tal esforço não é induzido mediante mecanismos de bonificação, gera poucos resultados práticos. Por exemplo, a produção de indicadores padronizados — com a mesma metodologia em todosprodução de indicadores padronizados  com a mesma metodologia em todos os estados — deveria ser um elemento condicionante de convênios na área de defesa social. 

• O Governo Federal proveria assistência técnica para que tais indicadores fossem produzidos inclusive tecnologia necessária para sua elaboração Indicadores aproduzidos, inclusive tecnologia necessária para sua elaboração. Indicadores a serem produzidos e que hoje não existem de forma padronizada, por exemplo, são a taxa de criminalidade por áreas integradas de segurança pública ou a taxa de prisão por tipo de crime. A i i ê i d i d d d i i bili d dê i• A inexistência desse tipo de dados inviabiliza estudos acadêmicos em criminologia. A ausência de tais dados explica por que a ciência criminológica ainda é dominada por estudiosos com formação jurídica, e não dividida, como nos Estados Unidos, com acadêmicos especializados em economia, sociologia e t tí tiestatística.

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• Muito foi mencionado e citado aqui sobre as inter‐relações entre prisões e territórios. Políticas locais que acompanhem egressos na reinserção social devem ser estimuladas. Indicadores de reincidência, uniformes entre diferentes estados, devem ser produzidos. Experiências devem ser comparadas e inovações estimuladas. Toda flexibilização na l i l ã it i úbli i d d itid P i õ idlegislação que permita parcerias público‐privadas devem ser permitidas. Prisões geridas pelo setor privado sob regime de concessão devem ser estimuladas como forma de melhorar a qualidade do serviço e aumentar a oferta de vagas no sistema. Ao mesmo tempo, para presos de menor periculosidade e maiores perspectivas de reinserção, programas de média e alta complexidade de natureza intersetorial e multidisciplinar (queprogramas de média e alta complexidade de natureza intersetorial e multidisciplinar (que combinem tratamento à drogadição com programas educacionais que estimulem habilidades não cognitivas) devem ser estimulados.

• O Governo Federal tem papel central nesse processo, tanto no papel consultivo aos governos locais quanto no papel de indutor —mediante transferências condicionais via g q p pconvênio e que premiem o cumprimento de metas de indicadores padronizados.

• Em quais casos seria justificável um papel ativo do Governo Federal na alocação de recursos humanos no combate ao crime? Na maior parte das vezes, sendo crime um fenômeno local e não havendo fortes evidências de migração do criminoso, não caberia a 

ã d G F d l C d i ili ê datuação do Governo Federal. Contudo, o crime utiliza recursos que provêm de outros estados: por exemplo, a droga vendida nas ruas de São Paulo e grande parte dos produtos ilegais vendidos nas ruas do Rio de Janeiro por camelôs são internalizadas no país através da fronteira do Paraná com o Paraguai. O mesmo ocorre com as armas utilizadas por assaltantes que roubam veículos para revender no Paraguai A internacionalização doassaltantes que roubam veículos para revender no Paraguai. A internacionalização do crime é um fenômeno que se intensificou com a globalização, e as alternativas existentes exigem um envolvimento crescente das autoridades de fronteira — não somente da Polícia Federal, mas também do controle sanitário ou das agências reguladoras como ANVISA.38

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• Ou seja, a tecnologia produtora de crimes possui diversas economias de escopo, e muitas dessas atividades envolvem elos internacionais ou interestaduais e se beneficiam de legislação frouxa ou de leniência administrativa da jurisdição de origem — caso em que cabe a participação direta da Polícia Federal.

• A lavagem de dinheiro resultante do comércio ilegal sempre se dá através de elos com o setor legal — e tais elos passam muitas vezes despercebidos. A utilização da capilaridade da Polícia Rodoviária Federal para p p ç p pcombater o crime urbano a partir do controle do trânsito de caminhões nas fronteiras interestaduais (caminhões que podem incluir carregamentos de mercadorias ilegais) em parceria, por exemplo, com as polícias civis e com a própria fiscalização fazendária estadual, é uma ideia promissora. No caso do Rio de Janeiro, por exemplo, um acordo entre a polícia civil e a inspetoria fiscal de fronteira criou dificuldades para o comércio ilegal de combustíveis — cujo fluxo de caixa muitas vezes alimenta financeiramente outros crimes. As fi d t áfi d d Ri d J i d l d t M t Gfinanças do tráfico de drogas no Rio de Janeiro podem envolver a compra de terras no Mato Grosso, por exemplo. O rastreamento de tais transações é função da Polícia Federal e faz parte de uma estratégia integrada de combate ao crime. Nesse sentido, não há muita novidade aqui a não ser dizer que a integração operacional entre polícias locais e federais deve ser estimulada ao limite.

• Além da repressão às atividades criminais que ultrapassam fronteiras dentro da Federação, existem casos em que o Governo Federal tem que intervir diante da incapacidade dos órgãos locais de se defenderem O crime deque o Governo Federal tem que intervir diante da incapacidade dos órgãos locais de se defenderem. O crime de milícia ou a formação de máfias dentro dos estados e municípios e que usam de ameaças para obter favorecimentos são exemplos disso. A forma como as milícias se relacionam com os governos locais — seja financiando ou formando quadros do legislativo local, seja tendo policiais militares e civis diretamente envolvidos no crime — ameaça o estado de direito de forma tão grave que, no limite, pode capturar — no sentido aplicado pelos cientistas políticos — o processo de tomada de decisão na alta hierarquia do governosentido aplicado pelos cientistas políticos  o processo de tomada de decisão na alta hierarquia do governo local. É muito comum esse tipo de crime evoluir para estágios de corrupção endêmica ou estrutural do estado. Dois exemplos práticos podem ser dados: o Espírito Santo, no início da década de 2000, quando o crime de pistolagem era intermediado por membros do Poder Judiciário (Soares et al., 2009), ou o Rio de Janeiro, no caso do envolvimento da cúpula da polícia civil com as milícias ou com a máfia de caça‐níqueis, em fins de 2006.

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• Nesses casos, é difícil imaginar uma redução do problema a proporções não endêmicas sem a participação ativa e liderança tanto do Ministério Público quanto da Polícia Federal na investigação e na repressão. Cabe também ao poder executivo federal a liderança na proposição de reformas no código penal que o adaptem para esses novos fenômenos criminais.

• Por exemplo, uma mudança da legislação penal que regulamente o crime de milícia e o torne hediondo deve p , ç g ç p q gser estudada. Na Itália, uma lei específica (Artigo 416 bis, crime de associação criminosa) foi importante na prisão de uma série de mafiosos ligados à Camorra napolitana (Saviano, 2008). O endurecimento da legislação penal para crimes graves, sem direito aos benefícios de progressão de pena típicos da lei de execuções penais, seria um complemento fundamental e que ajudaria muito os estados no combate a grupos que controlam o território.

• Os atentados terroristas de novembro de 2010 no Rio que precederam a bem‐sucedida operação militar de invasão do Complexo do Alemão com o auxílio das Forças Armadas no mesmo mês chamam atenção para pelo menos três aspectos que demandam mudanças de legislação federal. O primeiro é que tais atentados, baseados em ataques aleatórios a cidadãos comuns, orquestrados a partir de ordem das chefias dos comandos criminais em presídios federais, não são tipificados como terrorismo no código penal. Nesse caso, na ausência de poderio militar para enfrentar o processo de expansão das UPP os grupos criminosos usaram explicitamentede poderio militar para enfrentar o processo de expansão das UPP, os grupos criminosos usaram explicitamente esses atentados para pressionar, pela via do medo, o governo estadual a desistir da estratégia de reconquista de territórios. As ordens dadas a partir desses presídios e as respostas a elas identificam claramente que tais criminosos são líderes de comandos terroristas e não “apenas” grandes narcotraficantes.

• O segundo ponto é que tais ordens partiram de prisões de segurança máxima. Ou seja, como pode uma prisão de segurança máxima ser tão permissiva em relação a visitas único mecanismo pelo qual tal comunicação podede segurança máxima ser tão permissiva em relação a visitas, único mecanismo pelo qual tal comunicação pode ocorrer?39 O confinamento em tais equipamentos deveria ser total e absoluto, e qualquer comunicação externa só poderia ocorrer acompanhada de agente público federal e mediante gravação de som e vídeo, pois do contrário a segurança não é máxima. A capacidade de se comunicar com agentes externos (advogados e familiares) tende a aumentar o poder de barganha de tais criminosos inclusive dentro do próprio presídio —porque aumenta a capacidade deles de retaliar contra os próprios agentes penitenciários e diretores de p q p p p g ppresídios. Da mesma forma, não deveria ser permitida a comunicação entre presos em tais estabelecimentos correcionais.

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• Em terceiro lugar, cabe discutir o papel das Forças Armadas como força de dissuasão em casos de crise extrema. A política de retomada militar, ao forçar a antecipação da conquista do Complexo do Alemão, necessitou de auxílio das tropas militares. Para que o cronograma de UPP seguisse seu ritmo, foi necessário que tropas do exército ficassem no território até 

lí i ti ti t d li i i fi i t t ã d UPPque a polícia tivesse contingente de policiais suficiente para a construção de UPP com a envergadura exigida para tal ambiente. Casos extraordinários como esse exigem soluções extraordinárias, e a legislação deve ser alterada para que não obstaculize tais alternativas. A invasão da Vila Cruzeiro necessitou de blindados militares. Uma política de segurança não pode depender de permissões especiais de compras de blindados militares pela polícia parapode depender de permissões especiais de compras de blindados militares pela polícia para ser exercida em plenitude. Portanto, as Forças Armadas devem, através de convênios com os estados, colocar à disposição equipamentos e tropas para que sejam utilizados em eventos extremos. Note que isso é muito diferente de dizer que as Forças Armadas devem ser corresponsáveis pela política de segurança, cujas estratégias devem ser delineadas em â bit t d l d tidi t t d iâmbito estadual e que devem operar cotidianamente com recursos estaduais. 

• Por fim, cabe ao Governo Federal liderar o processo de mudança na legislação penal. Em que direção? De forma a maximizar, dada a limitação de recursos, o poder de dissuasão e de incapacitação do sistema penal. Uma legislação bem focalizada que tenha como objetivo maximizar a incapacitação deve despender recursos orçamentários escassos de forma amaximizar a incapacitação deve despender recursos orçamentários escassos de forma a prender por mais tempo indivíduos mais perigosos. Onde e quando a incapacitação é menos necessária, as inovações tecnológicas e de procedimentos dentro da polícia mostram que é possível maximizar dissuasão através de prevenção bem focalizada e bem comunicada. A redução do custo de monitoramento do território e de indivíduos, permitido com as novas ç , ptecnologias, aos poucos faz do aprisionamento indiscriminado uma alternativa ruim. O uso do acompanhamento intensivo de presos em regime aberto (chamado community correction) ou a instalação de monitoramento eletrônico são alternativas ao encarceramento e poupam recursos para que o sistema prisional se concentre em criminosos cuja incapacitação por longo tempo seja imprescindívelincapacitação por longo tempo seja imprescindível. 

• Não se trata portanto de punir mais, mas de punir melhor.Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐

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• O DESAFIO DA SEGURANÇA PÚBLICA NOO DESAFIO DA SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL ‐ Daniel Ricardo de Castro Cerqueira, Almir de Oliveira Junior e Helder RogérioAlmir de Oliveira Junior e Helder Rogério Sant´ana Ferreira – (CAPÍTULO 18 ‐ Brasil em Desenvolvimento 2014 ‐– (CAPÍTULO 18 ‐ Brasil em Desenvolvimento 2014 ‐Estado, Planejamento e Políticas Públicas ‐ Volume 1 ‐ Ipea)p )

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• 1 INTRODUÇÃO• A violência persiste, já por várias décadas, como questão da mais alta relevância 

social no Brasil, de modo que o desafio de firmar um novo paradigma para o seu enfrentamento ainda está postoenfrentamento ainda está posto. 

• Até meados da década de 1990, as políticas de segurança pública eram pautadas por um movimento pendular, que imputava a origem do problema do crime ora à questão social, ora à ausência de uma polícia dura (Soares, 2000). Já no início dos anos 2000 estava claro que este era um falso dilema cujo reducionismo apenasanos 2000, estava claro que este era um falso dilema, cujo reducionismo apenas apartava ainda mais a polícia da sociedade, inviabilizando a coprodução da segurança pública, em que o Estado e a sociedade, necessariamente, deveriam andar juntos. N id i f d ã• Novas ideias foram tomando corpo e encontraram eco não apenas entre os estudiosos e operadores da segurança pública, mas nos meios de comunicação e também na classe política. Gradativamente, houve um reconhecimento que políticas efetivas iam muito além de simplesmente disponibilizar policial e viaturas 

i d di ó i i õ i lnas ruas, mas careciam de diagnósticos precisos e ações preventivas, que levassem em conta não apenas as dinâmicas territoriais, mas a compreensão dos fatores circunstanciais e sociais, bem como dos elementos criminogênicos que facilitariam o crime. Em segundo lugar, ficou claro que o arcabouço legislativo que ordenava o i d úbli li i d A i 144 d C i i ã F d l hásistema de segurança pública, explicitado no Artigo 144 da Constituição Federal, há muito estava superado, havendo a necessidade de reformas institucionais. 

• Por fim, houve um consenso de que a segurança pública era responsabilidade não apenas dos governos estaduais, mas também do governo federal e governos p g g gmunicipais.4

Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐Prof.Waldery_Rodrigues_Jr‐IGEPP/APO2015 35Fonte: Cerqueira, Oliveira 

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• No plano das reformas institucionais, o debate tem sido intenso na mesma proporção do dissenso. A I Conferência Nacional de Segurança Pública (I CONSEG), realizada em 2009, mostrou as tensões oriundas de interesses corporativos e de diferenças ideológicas entre os atores envolvidos, especialmente entre governos estaduais, municipais e o governo federal, t bé t i t i i d d úbli (S i 2010e também entre os movimentos sociais e os operadores da segurança pública (Sapori, 2010; 

Lima e Romão, 2011). As mesmas tensões também podem ser observadas no Conselho Nacional de Segurança Pública (CONASP), instituído logo após a realização da CONSEG (Sá e Silva e Deboni, 2012).

• Em meio ao debate um dilema que surgiu diz respeito à possibilidade de haver políticas• Em meio ao debate, um dilema que surgiu diz respeito à possibilidade de haver políticas efetivas baseadas no aprimoramento da gestão e em ações incrementais, a despeito da complexa reforma institucional; ou se esta seria um pré‐requisito para as primeiras. Aparentemente, os dados sobre a evolução das taxas de homicídio nos anos 2000 dão razão à primeira opção.p pç

• Conforme assinalado em Cerqueira et al. (2013), observando os quatro estados em que houve maior redução dos homicídios nos anos 2000, inserem‐se São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco, que implementaram planos ou ações inovadoras baseadas na compreensão das realidades locais, a despeito do pequeno avanço nas reformas institucionais.

• Contudo, o planejamento de ações e programas de prevenção pressupõe o entendimento de quais são as principais variáveis e fatores que afetam a dinâmica da violência local e quais são os efeitos que se poderia esperar das intervenções por meio de ações preventivas. Pesquisas realizadas nos últimos anos, pelo Ipea e por outros órgãos, apontam que a distribuição da ocorrência de crimes violentos não se dá de forma aleatória na sociedadedistribuição da ocorrência de crimes violentos não se dá de forma aleatória na sociedade. Existem grupos com características etárias, raciais, de gênero e classe que estão mais expostos à violência, bem como municípios e mesmo regiões com determinados atributos urbanos e econômicos que levam à maior concentração dos problemas de segurança pública. Esta desigualdade também se reflete no funcionamento do sistema de justiça p g j çcriminal, que atualmente lida com uma enorme população carcerária, desproporcionalmente composta de jovens negros pobres (Lima, 2004).

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• Este texto não pretende discutir as necessárias reformas institucionais e muito menos as características desejáveis das organizações pertencentes ao sistema de justiçadas organizações pertencentes ao sistema de justiça criminal. 

• O enfoque deste capítulo é entender a situação de grupos i i i l á i ( lh j ) bsociais mais vulneráveis (mulheres, negros e jovens), bem 

como o papel de elementos criminogênicos (drogas psicoativas ilícitas e armas de fogo) na alimentação da d â d l l ddinâmica dos crimes violentos, em particular dos homicídios no Brasil.

• Os achados discutidos aqui constituem uma síntese dos qresultados de várias pesquisas empíricas realizadas no Ipea nos últimos anos, produzidas com o fito de contribuir para a elaboração de diagnósticos no campo das políticas ç g p ppúblicas de segurança. Ao final, apresentaremos ainda uma discussão do cenário sobre tais políticas, tendo em vista os desafios para os próximos anos.desafios para os próximos anos.

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• 2 GRUPOS SOCIAIS VULNERÁVEIS• Uma observação empírica da vitimização violenta no• Uma observação empírica da vitimização violenta no Brasil nos mostra um desconcertante padrão de regularidade estatística em que os grupos sociaisregularidade estatística, em que os grupos sociais diretamente mais afetados são as mulheres, os negros e os jovens. Enquanto os dois últimos grupos g j q g psão os principais alvos de homicídio, os indivíduos do sexo feminino, além dos casos de estupro cometidos por desconhecidos, sofrem reiteradamente violências, em geral fora dos espaços públicos e ainda legitimadas em certa medida por um ethos patriarcal, que contribuem para perpetuar uma b l d lê d l l d d ísubcultura de violência e de letalidade no país.

Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐Prof.Waldery_Rodrigues_Jr‐IGEPP/APO2015 38Fonte: Cerqueira, Oliveira 

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• 2.1 Violência doméstica• A violência doméstica pode ser considerada a força motriz de várias outras 

violências. As vítimas não são apenas as mulheres e crianças, que sofrem reiteradamente apanham são estupradas e eventualmente são mortas A vítimareiteradamente, apanham, são estupradas e eventualmente são mortas. A vítima termina sendo toda a sociedade. Além do sofrimento cotidiano, a violência doméstica reproduz e alimenta um aprendizado que geralmente não fica restrito às paredes do lar e que acaba sendo depois reforçado nas escolas e nas ruas. Crianças e jovens que crescem neste meio muitas vezes respondem aos conflitose jovens que crescem neste meio muitas vezes respondem aos conflitos quotidianos e à necessidade de autoafirmação, tão típicos da juventude, usando a linguagem aprendida, da violência.

• Quando tais incidentes ocasionam uma morte, um espiral de violência e de vinganças recíprocas envolvendo grupos de jovens gera inúmeras outras vítimasvinganças recíprocas envolvendo grupos de jovens gera inúmeras outras vítimas fatais, sendo que o rastro da origem de todos os problemas há muito foi apagado por uma sequência de eventos, tornando invisível para a sociedade as consequências do aprendizado da violência intrafamiliar (Farrington e Nagin, 1992; Fick e Thomas 1995)Fick e Thomas, 1995).

• Tão difícil quanto estimar as consequências da violência doméstica é a identificação do problema pelo Estado. Mesmo que as marcas da violência estejam estampadas no corpo da vítima e sejam vistas por amigos, familiares, colegas e professores, há 

l â i i l à ã difi l id ifi ã d l di ã dcerta tolerância social à questão que dificulta a identificação da real dimensão do problema. Em uma pesquisa sobre percepção social, o Ipea identificou que 63% dos indivíduos concordaram, total ou parcialmente, que “casos de violência dentro de casa devem ser discutidos somente entre os membros da família”. Também, 89% d t i t d t d d “ j d l d89% dos entrevistados tenderam a concordar que “a roupa suja deve ser lavada em casa”; e 82%, que “em briga de marido e mulher não se mete a colher”5 (Ipea, 2014).

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39Fonte: Cerqueira, Oliveira Jr e Ferreira (2014)

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• 2.2 Juventude e violência• A violência contra jovens é um fenômeno disseminado no país e 

tem crescido substancialmente nas últimas décadas. Com base nos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Departamento de Análise de Situação de Saúde (Dasis), e da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde (MS), referente ao ano de 2010, pode‐se afirmar que, entre os jovens na faixa dos 18 aos 24 anos, a taxa de homicídio é superior a 60/100 mil, enquanto a taxa de mortes no trânsito é 

i d t d 35/100 il t E taproximadamente de 35/100 mil para este mesmo grupo. Esta faceta trágica da questão social brasileira tem impacto na expectativa de vida no país, importante indicador de qualidade de vida e de desenvolvimento econômico Por exemplo ade vida e de desenvolvimento econômico. Por exemplo, a erradicação da violência no período da juventude de um homem de 15 anos aumentaria sua chance de sobreviver até os 29 anos em 5,6 pontos percentuais (p.p.), no caso do estado de Alagoas.em 5,6 pontos percentuais (p.p.), no caso do estado de Alagoas. O mesmo cálculo feito para os estados do Espírito Santo e da Bahia apresentou, respectivamente, os resultados de 4,3 e 3,6 p.p. (Cerqueira e Moura, 2013b).p p ( q , )

Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐Prof.Waldery_Rodrigues_Jr‐IGEPP/APO2015 40Fonte: Cerqueira, Oliveira 

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• 2.3 Racismo e violência• Cada vez mais o mito da igualdade racial brasileira é desacreditado. Os 

dados de vitimização violenta mostram um fosso entre negros e o resto d l ã S d Si t d I f õ b M t lid dda população. Segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/Dasis/SVS/MS) e o Censo Demográfico do IBGE de 2010, enquanto a taxa de homicídios de negros é de 36 mortes por 100 mil negros, a mesma medida para o restante dos brasileiros é de 15,2. Indo além, há p , ,uma grande diferença de perda de expectativa de vida ao nascer entre negros e não negros, devido aos homicídios.

• Enquanto o homem negro ao nascer perde 1,7 ano de vida, o homem não negro perde 0 8 em função dos homicídios no Brasil Em alguns estadosnegro perde 0,8, em função dos homicídios no Brasil. Em alguns estados, como Alagoas, esta diferença supera a incrível marca de 1.300%, quando o negro ao nascer tem a expectativa de viver quatro anos menos, apenas em face dos homicídios (Cerqueira e Moura, 2013b).q

• Esses números, principalmente os referentes à parcela jovem da população negra, apontam para uma das mais graves situações de segurança pública e dos direitos humanos no país. Ser adolescente ou jovem negro corresponde a pertencer a um grupo de risco No conjuntojovem negro corresponde a pertencer a um grupo de risco. No conjunto da população residente nos 226 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes, calcula‐se que a possibilidade de um adolescente negro ser vítima de homicídio é 3,7 vezes maior em comparação com os brancos (PRVL, 2010).

Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐Prof.Waldery_Rodrigues_Jr‐IGEPP/APO2015 41Fonte: Cerqueira, Oliveira 

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• 3 ELEMENTOS CRIMINOGÊNICOS• Como mostram inúmeras evidências internacionais, a 

prevalência de determinados elementos se relaciona com aprevalência de determinados elementos se relaciona com a taxa de crimes violentos locais. Entre estes elementos inserem‐se, principalmente, as drogas psicoativas ilícitas e as armas de fogo Pergunta‐se quais são exatamente os papéis destes parafogo. Pergunta‐se quais são exatamente os papéis destes para fazer aumentar a violência letal e quais têm sido as direções das políticas no Brasil e os desafios relacionados. Estas são as questões discutidas nesta seção.questões discutidas nesta seção.

• 3.1 A questão das drogas• Segundo a literatura, a relação entre drogas psicoativas ilícitas e 

violência se dá potencialmente por meio de três canais: dosviolência se dá, potencialmente, por meio de três canais: dos efeitos psicofarmacológicos; da compulsão econômica; e dos efeitos sistêmicos. Enquanto nas duas primeiras categorias a violência é perpetrada pelo próprio usuário de drogas, noviolência é perpetrada pelo próprio usuário de drogas, no último caso esta é associada à proibição, à coerção do Estado, às disputas pelo controle do mercado de drogas ilícitas e a mecanismos para garantir a executabilidade de contratos e p gpagamento de dívidas.

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• São poucas as evidências empíricas que atribuem ao uso das drogas e aos seus efeitos emocionais e mentais sobre os indivíduos a causa da violência. Ainda, segundo as evidências disponíveis, os crimes com motivação econômica praticados pelos usuários geralmente não são violentos, mas são na maioria das vezes p g ,relacionados a furtos e prostituição, conforme documentaram Goldstein (1987) e Kaplan (1983). Goldstein encontrou que entre homicídios relacionados a drogas, 74% eram devidos a fatores sistêmicos. Benson et al. (1992) apontaram alguma evidência de que o aumento do crime contra a propriedade na Flórida era q p pparcialmente resultante do incremento de recursos para a política antidrogas. Já Resignato (2000) encontrou fraca correlação entre crimes violentos e efeitos psicofarmacológicos e compulsão econômica dos usuários de drogas, mas achou alguma evidência da relação entre crimes violentos e os efeitos sistêmicos g çassociados à proibição e ao combate às drogas. De Mello (2010) estimou uma forte elasticidade entre o tráfico de drogas e crimes violentos e levantou evidências que tal relação seria devido aos efeitos sistêmicos, melhor do que decorrente dos efeitos psicofarmacológicos e de compulsão econômica pelo uso de drogas.p g p p g

• Uma hipótese que não pode ser descartada é que o principal fator a impulsionar o aumento de homicídios em muitas cidades menores no interior do Brasil nos anos 2000 foi a expansão dos mercados de drogas ilícitas, no rastro do aumento da renda, observada de forma generalizada nesta década no Brasil, que tornou talrenda, observada de forma generalizada nesta década no Brasil, que tornou tal mercado atrativo, conforme analisaram Cerqueira et al. (2013). 

• Com efeito, ao observar o gráfico 1, fica evidente o aumento da demanda das drogas psicoativas ilícitas no país, que fez aumentar as mortes por overdose em 700% nos onze anos analisados Note que a taxa de mortes por envenenamento700% nos onze anos analisados. Note que a taxa de mortes por envenenamento por drogas serve como uma boa proxy para o consumo, para o caso de o padrão de letalidade no uso de drogas no país não ter se alterado, como parece ser o caso, conforme destacou Cerqueira (2014). 43

Fonte: Cerqueira, Oliveira Jr e Ferreira (2014)Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐

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Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐Prof.Waldery_Rodrigues_Jr‐IGEPP/APO2015 44Fonte: Cerqueira, Oliveira 

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• Não obstante o fracasso das duas abordagens polares que nortearam as políticas de drogas no Brasil e no resto do mundo insiste se nas velhas pseudosoluçõesmundo, insiste‐se nas velhas pseudosoluções. 

• Por um lado, o combateà oferta das drogas mostrou sua retumbante ineficácia mesmo nos Estados Unidos, que i i i d US$ 1 ilhã úl i iinvestiram mais de US$ 1 trilhão nos últimos vinte anos. 

• Por outro lado, a política de redução de danos, que é importante do ponto de vista da saúde pública, nem de p p p ,perto arranha o problema principal da violência relacionada às drogas, que, como apontado anteriormente, se relaciona em grande parte aos efeitos sistêmicos, que poderiam ser g p , q panulados ou por uma política de legalização e regulação do mercado, ou pela diminuição não repressiva da demanda, que passa por ações educacionais e de comunicação mais q p p ç çefetivas para evitar que o jovem queira experimentar a droga.

Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐Prof.Waldery_Rodrigues_Jr‐IGEPP/APO2015 45Fonte: Cerqueira, Oliveira 

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• 3.2 Armas de fogo• Analisando o padrão internacional, parece não haver dúvida acerca de uma 

correlação entre a difusão das armas de fogo e a prevalência de homicídios. Mas a literatura empírica sobre o tema, principalmente nos Estados Unidos, vai mais além, sugerindo (quase unanimemente) uma causalidade positiva entre armas de fogo e crimes violentos. Cerqueira e Mello (2012), em um estudo com dados para o estado de São Paulo, também concluíram que a cada 1% de aumento na difusão de armas de fogo nas cidades, há um crescimento de 2% na taxa de homicídios local. Por outro lado, do ponto de vista estatístico, não se verificou qualquer relação significativa entre armas de fogo e crimes com motivação econômica, o que mostra a falácia da ideia de que o cidadão de bem armado dissuadiria os criminosos profissionais.

• Nas abordagens empíricas, a melhor proxy da prevalência da arma de fogo, reconhecida internacionalmente por muitos estudos (Kleck, 2004; Moody e Marvell, 2005), é a proporção de suicídios em que se utilizou a arma de fogo, que Marvell, 005), é a proporção de suicídios em que se utili ou a arma de fogo, queteria estreita relação com o estoque de armas nas cidades. Empregando este indicador, foram produzidos os rankings das vinte microrregiões geográficas (com mais de 100 mil habitantes) com maior e menor prevalência de armas de fogo no Brasil (Cerqueira e Coelho, 2014). Comparando as microrregiões nestes extremos ( q , ) p gda distribuição, verificou‐se que a taxa de homicídios média do primeiro grupo é 7,4 vezes maior que do segundo grupo. É interessante notar também que a maior parte das localidades com maior difusão de armas de fogo se encontram no Nordeste, para onde a violência letal migrou de forma mais acentuada na última , p gdécada.

Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐Prof.Waldery_Rodrigues_Jr‐IGEPP/APO2015 46Fonte: Cerqueira, Oliveira 

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• 4 O FENÔMENO DA “INTERIORIZAÇÃO” DA CRIMINALIDADE VIOLENTA NO BRASIL• A década de 2000 foi bastante singular se comparada às anteriores, tomando‐se 

como base de análise a difusão dos homicídios no território. No decorrer das décadas de 1980 e 1990 a taxa média de homicídios nas unidades federativasdécadas de 1980 e 1990, a taxa média de homicídios nas unidades federativas aumentou junto com seu desvio‐padrão, o que indicou relativa dispersão da criminalidade violenta no país. Trata‐se de um período em que a criminalidade violenta difundiu‐se pelas grandes cidades, principalmente as capitais.

• A partir dos anos 2000 a taxa média se estabilizou em 27 homicídios para cada 100• A partir dos anos 2000, a taxa média se estabilizou em 27 homicídios para cada 100 mil habitantes, ao mesmo tempo que o desvio‐padrão entre as taxas das unidades federativas diminuiu acentuadamente. Ao focar o município como unidade de análise, observou‐se um aumento da média de homicídios, do desvio‐padrão e da amplitude das taxas entre os municípios Ou seja ao mesmo tempo que ocorreuamplitude das taxas entre os municípios. Ou seja, ao mesmo tempo que ocorreu um processo de convergência das taxas de homicídio entre os estados brasileiros, houve também um processo de aumento na desigualdade de prevalência de homicídios entre os municípios do país.N l d i i l i l d i• Naqueles estados mais violentos, se conseguiu controlar ou mesmo reduzir a taxa de letalidade, ao passo que, nas unidades federativas menos violentas, observou‐se aumento nesta taxa de homicídio. No começo da década de 2000, as regiões Norte, Nordeste e Sul apresentavam taxas por 100 mil habitantes inferiores à apresentada 

B il 2010 iõ S l S d lpara o Brasil, ao passo que, em 2010, somente as regiões Sul e Sudeste lograram taxas mais baixas que a média nacional. Também alguns dos estados mais violentos no começo da década foram aqueles que conseguiram reduzir a letalidade. Em 2010, os estados de Alagoas, Espírito Santo, Pará, Bahia, Pernambuco e Amapá 

i i l t O j Ri d J i Sã P l ã t ieram os mais violentos. Ou seja, Rio de Janeiro e São Paulo não constavam mais nesta lista, como ocorria nas décadas anteriores.

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• Porém, essas médias gerais dissimulam alterações relevantes na dinâmica da letalidade, quando considerado o nível local. Na verdade, municípios pequenos impactados pelo crescimento econômico (que pode ser mensurado, por exemplo, pela variação do PIB, inversão do fluxo de migração, ou pela taxa de p ç , g ç , pdesmatamento) sofreram com maior crescimento de suas taxas de homicídio. Assim, pode‐se perceber claramente o aumento acentuado da violência em regiões da Amazônia e no interior do Nordeste, Sul e Sudeste, ao mesmo tempo que se observa uma queda das taxas de homicídio no estado de Pernambuco e q qnas regiões metropolitanas e costeiras localizadas no Sudeste. Parte desta redistribuição parece estar ligada ao fenômeno do desmatamento na Amazônia. O mesmo estudo aponta que, nos 46 municípios com desmatamento na Amazônia, a taxa cresceu de 32,1, em 2000, para 48,8, em 2010, e nos demais , , , , p , , ,municípios brasileiros, passou de 26,6 para 27,1.

• Portanto, ao analisar a dinâmica dos homicídios no Brasil, Cerqueira et al. (2013) verificaram haver dois vetores de fatores que aparentemente explicariam o padrão observado nos anos 2000padrão observado nos anos 2000. 

• Em primeiro lugar, o fato de a maior diminuição na taxa de homicídios ocorrer nos estados em que houve uma decisão política de priorizar a agenda de segurança pública – ao mesmo tempo que se implementaram ações qualitativamente consistentes sugere que as políticas públicas estaduais são importantes econsistentes – sugere que as políticas públicas estaduais são importantes e podem ser efetivas. 

• Por outro lado, a ausência de um padrão de evolução dos homicídios nos municípios brasileiros, independentemente do estado, mas que caminhou no 

tid d i í i i t i f ô tsentido dos municípios menores e no interior, sugere que o fenômeno tem a ver com dinâmicas socioeconômicas locais.

Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐Prof.Waldery_Rodrigues_Jr‐IGEPP/APO2015 48Fonte: Cerqueira, Oliveira 

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• 5 DESAFIOS PARA A DÉCADA• Estima‐se que os homicídios no Brasil estejam se mantendo em torno da faixa dos 

60 mil nos últimos anos (Cerqueira, 2013). Segundo o IBGE, em uma comparação entre pesquisas de vitimização realizadas em 1988 e 2009 (com pessoas com mais

Fonte: Cerqueira, Oliveira Jr e Ferreira (2014)

entre pesquisas de vitimização realizadas em 1988 e 2009 (com pessoas com mais de 10 anos e verificando se foram vítimas nos últimos 365 dias), as vítimas de tentativas de roubo ou furto passaram de 1,6%, em 1988, para 5,4%, em 2009; as vítimas de roubo e furto aumentaram de 5,4% para 7,4%; as vítimas de agressão física cresceram de 1 0% para 1 6% (IBGE 2010)física cresceram de 1,0% para 1,6% (IBGE, 2010).

• Tudo indica que haverá manutenção da ampla divulgação e grande repercussão de crimes violentos nas mídias. Contudo, os diagnósticos a serem utilizados para elaboração das políticas de segurança pública e da justiça criminal não podem ser baseados em sensacionalismo o que apenas alimenta políticas repressivas e obaseados em sensacionalismo, o que apenas alimenta políticas repressivas e o populismo penal, com a subjacente inflação punitivista. Ações efetivas passam pelo conhecimento científico e evidências empíricas, que deveriam nortear os diagnósticos.A i já há h i i ífi l d i i• A esse respeito, já há conhecimento científico acumulado que permite orientar a direção de políticas preventivas de segurança pública. Nas seções anteriores, por exemplo, discutimos o papel de grupos sociais vulneráveis e dos elementos criminogênicos e suas relações com a prevalência de crimes violentos no país.

• Muitas iniciativas interessantes já foram tomadas, como aquelas que se seguiram com a Lei Maria da Penha para reduzir a violência doméstica; e como as ações afirmativas para reduzir o racismo. Naturalmente há ainda um longo caminho a trilhar no sentido de superar um antigo histórico de ideologia patriarcal e racista, p g g pque retroalimenta e legitima a violência no país. Se estas ações são cruciais para afetar o quadro de violência no longo prazo, seus efeitos de curto prazo são certamente limitados, ainda mais quando se trata do homicídio. 49Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐

Prof.Waldery_Rodrigues_Jr‐IGEPP/APO2015

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• A questão do jovem, por outro lado, além de ter um reconhecimento maior de sua importância entre as autoridades de diferentes níveis governamentais, se bem conduzida, pode gerar resultados concretos de mais curto prazo. A este respeito, como já discutido anteriormente, as oportunidades no mercado de trabalho para jovens são fundamentais. Nota‐se que há vários programas estaduais e municipais voltados para esse fim. No plano federal, o Pronasci foi uma ação importante para jovens em situação de vulnerabilidade social, que se j bj i l b i PRONATEC J A di A ã djuntou a outros programas, com objetivos laborais, como o PRONATEC e o Jovem Aprendiz. A manutenção do jovem na escola é outro elemento fundamental. Segundo as estimativas deste trabalho, o aumento de 1% da taxa de atendimento escolar de jovens entre 15 e 17 anos reduz a taxa de homicídios no Brasil em 5,8%. Esta permanência na escola é importante para afastar o adolescente do crime e favorecer sua posterior inserção no mercado de trabalho, além de fazer estreitar os elos de concordância social. O desafio de manter o jovem na escola contudo não pode ser menosprezado Depois da universalização do ensino fundamental nos anos 1990escola, contudo, não pode ser menosprezado. Depois da universalização do ensino fundamental, nos anos 1990 e 2000, a maioria das escolas brasileiras ainda têm sérias dificuldades de alcançar uma educação de qualidade e ainda é necessário universalizar o ensino médio.

• Acerca das políticas relacionadas aos elementos com potencial criminogênicos, os desafios também não são menores. Como já discutido anteriormente, um deles diz respeito à redução da circulação de armas de fogo, legais e ilegais dando maior força e credibilidade ao Estatuto do Desarmamento pois é perceptível olegais e ilegais, dando maior força e credibilidade ao Estatuto do Desarmamento, pois é perceptível o movimento político para flexibilizá‐lo. Recentemente, foi sancionada a Lei no 12.993/2014, permitindo o porte de armas para agentes penitenciários mesmo fora de serviço. Além disso, há vários projetos favorecendo o acesso ao porte de armas.

• Em pesquisa no site da Câmara,10 foram encontrados 163 projetos de lei (PLs) tramitando que se referem ao Estatuto do Desarmamento. Só de 2014, há nove propostas.11 Mais abrangente, o PL no 7282/2014 visaEstatuto do Desarmamento. Só de 2014, há nove propostas.11 Mais abrangente, o PL no 7282/2014 visa ampliar o acesso ao porte para guardas municipais e conceder, entre outros, para órgãos policiais das Assembleias Legislativas, políticos eleitos, membros do Poder Judiciário e Ministério Público, advogados, agentes de segurança socioeducativos, colecionadores e profissionais da mídia que atuam na cobertura policial e, quando em serviço, para, entre outros, conselheiros tutelares, oficiais de justiça e agentes de fiscalização de trânsito.

Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐Prof.Waldery_Rodrigues_Jr‐IGEPP/APO2015 50Fonte: Cerqueira, Oliveira 

Jr e Ferreira (2014)

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• Sobre as drogas psicoativas ilícitas, o quadro não parece alentador. A taxa de mortes por envenenamento por drogas – que serve como uma medida indireta de consumo –aumentou 700% nos últimos onze anos, o que configura uma verdadeira epidemia. Assim como em outros países, oscilamos entre o combate à oferta de drogas e a política de d ã d d é i t t d t d i t d úd úbli E t t tredução de danos, que é importante do ponto de vista da saúde pública. Entretanto, 

conforme mostram as evidências internacionais, tais políticas nem tangenciam o problema principal, que diz respeito à violência sistêmica ocasionada pela ilegalidade das drogas conjugada à alta demanda pelos entorpecentes. Adicionalmente, o resultado da política de guerra às drogas, além de resultar em mortes de infratores, policiais e moradores deguerra às drogas, além de resultar em mortes de infratores, policiais e moradores de periferia, tem servido apenas para superlotar o combalido e caro sistema penitenciário nacional, dado que cerca de um terço dos detentos são jovens, homens e mulheres, presos por tráfico de drogas, e que pequenos traficantes presos são facilmente substituídos no mercado de drogas. 

• Além dos pontos levantados acima, é preciso também acompanhar de perto as outras políticas, transformações e processos socioeconômicos que terão efeito sobre as taxas de violência.

• A desigualdade social, que pode ser considerada um dos fatores explicativos para os altos í di d i lê i B il (C i L bã 2003) i á l d A f íli iíndices de violência no Brasil (Cerqueira e Lobão, 2003), continuará elevada. As famílias mais ricas podem escolher entre o atendimento público e privado e obter, em geral, no mercado um serviço de melhor qualidade nas áreas de educação e saúde. Da mesma forma, podem ainda contratar produtos e serviços de segurança privada. Esta provisão de segurança privada como já apontado por Anderson e Bandiera (2005) gera externalidades negativas eprivada, como já apontado por Anderson e Bandiera (2005), gera externalidades negativas e um nível ineficiente de bem‐estar social. Todavia, em sociedades com alta desigualdade de renda, a provisão de segurança privada termina sendo preferível pela classe mais abastada, o que pode representar um obstáculo para políticas universais e efetivas de segurança providas pelo Estado.

Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐Prof.Waldery_Rodrigues_Jr‐IGEPP/APO2015 51Fonte: Cerqueira, Oliveira 

Jr e Ferreira (2014)

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• Não poderíamos deixar de citar entre os grandes desafios da segurança pública a reforma da política criminal brasileira no sentido do minimalismo penal.12 É necessário rever as apostas que têm sido feitas na criminalização de condutas como forma de ordenação das relações sociais e na aplicação da prisão como pena principal. A redução do encargo do sistema de justiça criminal se justifica pela própria incapacidade do sistema de responder as inúmeras expectativas colocadas sobre ele, estando no centro delas a elucidação de crimes. U i ã d li b fl d i d j i i i l iUma revisão recente da literatura sobre o fluxo do sistema de justiça criminal mostra que, em nove pesquisas, as taxas de esclarecimento de homicídio variam de 8% a 60%. Na mesma revisão, as taxas de condenação para homicídio obtidas por nove pesquisas variam de 1% a 27% (Ribeiro e Silva, 2010). Por fim, o sistema não consegue punir conforme prevê a lei. Apesar de incapacidade para punir boa parte dos crimes, o sistema carcerário está esgotado. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), publicados em junho de 2014, o deficit de vagas está em 206 307 mas ele estaria em 354 244 se contados os presos em prisão domiciliaro deficit de vagas está em 206.307, mas ele estaria em 354.244 se contados os presos em prisão domiciliar (aplicado em geral por falta de vagas no regime aberto), e em 728.235 na hipótese de cumprirem todos os mandados de prisão em aberto (CNJ, 2014).

• Além dos inúmeros desafios listados para fazer diminuir a criminalidade violenta no país, não menos importante é a necessidade de aprimorar a qualidade e a tempestividade dos dados sobre segurança pública, tarefa que esbarra nas limitações inerentes à produção de informação sobre eventos criminosos por parte detarefa que esbarra nas limitações inerentes à produção de informação sobre eventos criminosos por parte de órgãos oficiais. Boletins de ocorrência policial, assim como outras formas de registro, não refletem uma contabilidade neutra, mas uma série de percalços que envolvem os modos de percepção dos atores envolvidos na coleta das informações e as limitações institucionais impostas aos mesmos (Oliveira Junior, 2012).

• A promulgação da Lei no 12.681/2012, que instituiu o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais e sobre Drogas (SINESPJC), representa um passo fundamental para o aperfeiçoamento do processoPrisionais e sobre Drogas (SINESPJC), representa um passo fundamental para o aperfeiçoamento do processo de coleta e utilização de dados e estatísticas da área no Brasil (Durante e Oliveira Junior, 2012). O sistema ainda está em implementação, mas poderá se tornar bem estruturado no médio prazo. Isto é fundamental, pois não há aperfeiçoamento de política pública sem bons diagnósticos, monitoramento e avaliação, que, por sua vez, só é possível com a disponibilidade de informação qualificada e padronizada para este fim.

Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐Prof.Waldery_Rodrigues_Jr‐IGEPP/APO2015 52Fonte: Cerqueira, Oliveira 

Jr e Ferreira (2014)

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• Com todos os desafios que obstaculizam a queda da criminalidade violenta no país, existe a previsão de um fator no cenário futuro com alto impacto sobre o problema: a diminuição da proporção de homens jovens, entre 15 p ç p p ç je 29 anos, na população. Estimativas mostram uma forte diminuição relativa neste subgrupo populacional, que terá o potencial de fazer diminuir de forma substantiva a taxa de homicídios a partir de 2020 (Cerqueira e Moura 2014) Trata‐se de uma estimativa parcial e(Cerqueira e Moura, 2014). Trata se de uma estimativa parcial e condicional à projeção sobre o envelhecimento populacional em curso. A realização deste cenário dependerá, contudo, do que acontecerá em outras frentes de políticas, sobretudo no que diz respeito ao controle das d ilí it d f M i t ã ti á i ódrogas ilícitas e armas de fogo. Mas isto não garantirá, por si só, uma redução das taxas de homicídio entre os jovens.

• Neste momento, importa, portanto, trabalhar em várias frentes a favor de um sistema efetivo de segurança pública Uma tarefa urgente nestaum sistema efetivo de segurança pública. Uma tarefa urgente nesta trajetória é colocar no topo das prioridades de políticas públicas o jovem, sobretudo aquele em situação de vulnerabilidade social.

• Nunca antes na história do Brasil houve tantos jovens como hoje – cerca Éde 51 milhões – e nunca mais haverá. É urgente! O Brasil precisa escolher 

agora se quer continuar a ser uma sociedade em que morrem milhares de jovens e que milhões serão pouco produtivos no mercado de trabalho ou se quer ser um país desenvolvido.se quer ser um país desenvolvido.

Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐Prof.Waldery_Rodrigues_Jr‐IGEPP/APO2015 53Fonte: Cerqueira, Oliveira 

Jr e Ferreira (2014)

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... Complementos sobre Segurança úblPública:

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• Índice de agilidade no julgamento• CNJ: • Descrição:Mede o percentual de processos judiciais finalizados em 

até um ano.Meta: Aumentar para X% o percentual de processos finalizados emMeta: Aumentar para X% o percentual de processos finalizados em até um ano, por instância, do protocolo à sentença (conhecimento) e do trânsito em julgado à baixa (execução), até 2014.Periodicidade: SemestralEsclarecimento sobre o indicador: Por julgamento, deve ser entendida a primeira decisão tendente a por fim ao processo na instância sob análise. São movimentos computáveis na lista, desde que seja o primeiro praticado no processo e na instância: todos osque seja o primeiro praticado no processo e na instância: todos os contidos sob o código 193 da tabela de movimentos, à exceção dos movimentos 198, 871, 200 e 10953; todos os movimentos contidos sob o código 133; 944; 373; e 374.

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• Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2014/08/25/opinion/1409001123_689002.html

• Outra medida urgente é aumentar o índice de esclarecimento dos crimes cometidos. Ainda que seja um d d d difí il ã t d l i tdado de difícil mensuração, as taxas de esclarecimento variam de 8% a 69%, predominando o percentual de 15% em estados como Pernambuco, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Nos EUA esse percentual é de 64% e na Inglaterra de 81%Nos EUA, esse percentual é de 64% e na Inglaterra de 81%.

• A criação de departamentos especializados voltados para os crimes contra a vida, o incentivo ao cumprimento de mandados de prisão dos acusados de homicídio omandados de prisão dos acusados de homicídio, o investimento nas perícias criminais e o fortalecimento das Varas do Tribunal do Juri são medidas decisivas para aumentar a capacidade de as Polícias esclarecem osaumentar a capacidade de as Polícias esclarecem os homicídios e de priorizar o julgamento dos crimes pelo Poder Judiciário.

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O Brasil não pode mais perder 50.000 d lêvidas para a violência

• A taxa de assassinatos de 2012 foi maior do que a ta a de assass atos de 0 o a o do que ado ano anterior e a mais alta dos últimos 11 anos. Os jovens são os mais atingidos

• C. RICARDO / J. L. RATTON / L. RECHENBERG 25 AGO 2014 ‐ 18:12 BRT

• Carolina Ricardo é analista sênior do Instituto Sou da Paz, José Luiz Ratton é professor do Departamento de Sociologia da UFPE e LigiaDepartamento de Sociologia da UFPE e Ligia Rechenberg é coordenadora de Gestão do Conhecimento do Instituto Sou da Paz.

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• Dados do mais recente Mapa da Violência indicam que, em 2012, 56.337 pessoas foram vítimas de homicídio no Brasil. A taxa de pessoas assassinadas naquele ano foi maior do que em 2011 e a mais alta dos últimos 11 anos. Ou seja, o problema não é grave somente em função do total deproblema não é grave somente em função do total de vidas perdidas a cada ano, mas também porque o país não está conseguindo reverter esse quadro.O j b il i ã i i id h i ídi• Os jovens brasileiros são os mais atingidos; os homicídios respondem por praticamente 40% das mortes deste grupo. Os custos econômicos e sociais das mortes violentas de jovens são altíssimos. Um estudo do IPEA (2013) demonstrou que a violência letal pode reduzir a expectativa de vida de homens ao nascer em até quaseexpectativa de vida de homens ao nascer em até quase três anos e que o custo dessas mortes prematuras é de cerca de R$ 79 bilhões a cada ano, o que corresponde a cerca de 1,5% do PIB nacional.

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• Considerando que a segurança pública é um dos principais desafios para a gestão que vai comandar o país nos próximos quatro anos, fica evidente que a redução dos homicídios deve ser incluída como um tema prioritário. Essa é uma das propostas que compõem a Agenda de Propostas PrioritáriaEssa é uma das propostas que compõem a Agenda de Propostas Prioritária para a segurança no país, elaborada por diversas organizações e especialistas, como o Instituto Sou da Paz. A ideia daAgenda é apresentar caminhos concretos para a construção de um país menos violento.

• Para que a redução de homicídios seja tratada com a devida importância, será necessário articular todos os esforços para incentivar que os Estados priorizem também a redução desses crimes. Um plano nacional de enfrentamento aos homicídios deve prever a produção de diagnósticosenfrentamento aos homicídios deve prever a produção de diagnósticos sólidos, o estabelecimento de metas de redução e produzir indicadores de indicadores de avaliação dessas metas.

• Conhecer a fundo as dinâmicas associadas aos homicídios, buscando superar discursos estereotipados e identificar onde, como, porque acontecem essas mortes é um passo importante para desenvolver ações de caráter preventivo. Outra medida urgente é aumentar o índice de esclarecimento dos crimes cometidos Ainda que seja um dado de difícilesclarecimento dos crimes cometidos. Ainda que seja um dado de difícil mensuração, as taxas de esclarecimento variam de 8% a 69%, predominando o percentual de 15% em estados como Pernambuco, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Nos EUA, esse percentual é de 64% e na Inglaterra d 81%de 81%.

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• A criação de departamentos especializados voltados para os crimes contra a vida, o incentivo ao cumprimento de mandados de prisão dos acusados de homicídio o investimento nasde prisão dos acusados de homicídio, o investimento nas perícias criminais e o fortalecimento das Varas do Tribunal do Juri são medidas decisivas para aumentar a capacidade de as Polícias esclarecem os homicídios e de priorizar o julgamento p j gdos crimes pelo Poder Judiciário.

• Implementar uma política de controle de armas também trará impactos significativos já que o percentual de mortesimpactos significativos já que o percentual de mortes cometidas com estes artefatos supera os 60%. Fortalecer o controle sobre categorias com acesso a armas (como empresas de segurança privada, atiradores e colecionadores), aprimorar programas de retirada de armas de circulação, implementar mecanismos de rastreamento de armas e ampliar a marcação de munições, fomentar a criação de sistemas estaduais de 

t t d did i t d Si trastreamento das armas apreendidas integrados ao Sistema Nacional de Armas (SINARM) e estimular mecanismos estaduais de destruição rápida de armas e munições são medidas que reduzirão o acesso a esses artefatosreduzirão o acesso a esses artefatos.

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• Por fim, a agenda de redução dos homicídios deve contemplar também o desenvolvimento de ações para reduzir o número de mortos em ações policiais tanto civis quanto policiais Émortos em ações policiais, tanto civis, quanto policiais. É possível, por exemplo, substituir a categoria “resistência seguida de morte” por homicídio/morte decorrente de intervenção policial, estimular a atuação das Corregedorias e ç p , ç gOuvidorias com foco na redução da letalidade, desarticular grupos de extermínios com forças‐tarefa inter‐institucionais e disseminar protocolos e procedimentos de uso da força em todos os níveis.

• Para um problema tão complexo e persistente, não há solução única – e definitivamente, ela não passa por promover 

Émudanças na legislação penal. É preciso que cada instância de governo assuma suas responsabilidades e que haja um compromisso político de que todos os esforços serão feitos para it i t D d id t d R úbli té devitar mais mortes. Desde o presidente da República, até cada 

Governador eleito, é esse o compromisso que precisamos cobrar.

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Sistema Carcerário:Sistema Carcerário:

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• 28/06/2015 07h00 ‐ Atualizado em 28/06/2015 07h00

• Dados do sistema carcerário no país estão incompletos

• Ministério da Justiça divulgou novos dados do• Ministério da Justiça divulgou novos dados do Infopen na terça‐feira (23).Estatísticas são de junho de 2014, mas não incluem todos os estados.

• Do G1, em São PauloO ú b t l it ã d i t• Os números sobre a atual situação do sistema carcerário brasileiro estão defasados ou não são levantados pelos órgãos competentes. O G1 tenta há p g pmais de um ano conseguir estatísticas relativas a que tipo de crime respondem os presos no país, mas os dados não estão disponíveis ou estão incompletosdados não estão disponíveis ou estão incompletos.

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• O Ministério da Justiça, que disponibiliza as informações em sua página na internet,divulgou nesta terça‐feira (23) os novos dados, relativos a junho de 2014, mas apenas parcialmente.P bli l t t d d d 2015 G1 t• Para publicar um levantamento com dados de 2015, o G1 entrou em contato com todas as secretarias responsáveis pela administração penitenciária nos estados em maio. Muitos estados, no entanto, também não possuem os dados estratificados (por etnia e tipo de crime, p (p p ,por exemplo).

• O G1 solicitou os dados de presos, número de vagas, percentual de provisórios, além de etnia e principal crime cometido entre os presos. No fim foi possível conseguir apenas o número de vagas e de presos e oNo fim, foi possível conseguir apenas o número de vagas e de presos e o percentual de presos provisórios de todos os 26 estados e do DF. A maioria dos estados respondeu que não tem dados sobre etnia e que também não possui um perfil atualizado dos presos.p p p

• Apesar de quase todos os estados terem passado à reportagem os dados básicos de vagas e presos, além do percentual de provisórios, houve casos, como o de São Paulo, em que as informações não foram enviadas E outros em que houve uma demora de mais de duasenviadas. E outros em que houve uma demora de mais de duas semanas.

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• O ministério também enfrentou dificuldade para obter os dados e, conforme o relatório divulgado, precisou recorrer até à Lei de Acesso à Informação, destinada aos cidadãos que precisam de documentos de órgãos públicos para conseguir estatísticas do sistema carcerário paulistaórgãos públicos, para conseguir estatísticas do sistema carcerário paulista, mais especificamente o número de presos estrangeiros em São Paulo.

• "Apesar de todos os esforços do Depen, com prorrogação de prazos, solicitações reiteradas e adequação do formato de entrega dos dados, o ç q ç g ,estado de São Paulo não respondeu ao presente levantamento. Como este estado é responsável pela custódia de mais de um terçoda população prisional brasileira, levantamos as informações sobre tipo de estabelecimentoestabelecimento,número de vagas e população prisional no portal da Secretaria de Administração Penitenciária do estado de São Paulo, em abril de 2015. Outras informações referentes ao estado de São Paulo não puderam ser btid d l â i di ó ti i i l i lobtidas e, apesar da relevância para o diagnóstico prisional nacional, 

ficaram de fora do presente relatório", informou o Departamento Penitenciário Nacional.

• As estatísticas divulgadas por tipo de crime cometido por exemplo seAs estatísticas divulgadas por tipo de crime cometido, por exemplo, se referem a 188.866 pessoas, de um total de 600 mil presos no sistema. "Grande parte dos estabelecimentos não informouo número de crimes relativos às pessoas privadas de liberdade ou forneceu a informação de 

d i l t " di Dmodo incompleto", diz o Depen.

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• Ao G1, a Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo foi a única a repassar um percentual “aproximado” de provisórios e a única a não informar o número de vagas p gdisponíveis. Foi necessário coletar o dado manualmente, pelo site, somando as vagas das mais de 150 unidades prisionais do estado, uma por uma.p , p

• “Considerando que a média mensal de inclusão nas unidades prisionais desta Secretaria é de 9.444 presos, não há como fornecer dados estatísticas acerca dos delitoshá como fornecer dados estatísticas acerca dos delitos praticados e/ou da cor/raça da população prisional”, informou a SAP, em nota, sobre o restante do pedido.

• Lei de Acesso• Lei de AcessoAntes da divulgação da estatística do Infopen, oG1 também tentou acesso aos dados completos do sistema 

it iá i i d L i d A à I f ã Epenitenciário por meio da Lei de Acesso à Informação. Em resposta, o Ministério da Justiça informou que os dados de junho de 2014 ainda estavam sendo coletados, e não 

l ê d ã i d 2015esclareceu o porquê de não possuir os de 2015.Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐

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• “Cabe informar que o Infopen possui uma nova metodologia de relatório e que sua atualização depende de todas unidades da federação para nutrir o sistema. Como a sistematização é feita de modo conjunto, não há como dar publicidade aos dados parciais. Portanto, a publicação dos dados somente poderá ser p , p ç prealizada após a coleta de todas as informações repassadas pelos Estados”, afirmou o órgão. “É importante esclarecer que os dados também podem ser adquiridos junto às unidades da federação. Atenciosamente, SIC/Depen [Departamento Penitenciário Nacional].”[ p ]

• Em São Paulo, também foi feito o pedido por meio do serviço ao cidadão. Embora a solicitação tenha sido declarada como “atendida”, os dados também foram encaminhados incompletos.

• Em janeiro de 2014 o mesmo pedido já havia sido feito O questionamento foi• Em janeiro de 2014, o mesmo pedido já havia sido feito. O questionamento foi respondido, após a interposição de recursos, apenas em maio de 2015. Os dados enviados foram os de 2013. A Ouvidoria Geral do Estado lamentou a demora e acrescentou: “Sinta‐se à vontade para refazer seu pedido, direcionado ao órgão de seu interesse”direcionado ao órgão de seu interesse .

• ExceçõesApesar da falta de dados em alguns estados, há outros que monitoram a situação do sistema quase que em tempo real. No Paraná, por exemplo, a 

l ã i i ifi d i f õpopulação tem acesso a um site que permite verificar todas as informações diariamente. É possível consultar, além dos dados básicos de capacidade e ocupação, um perfil completo dos detentos (como o gênero, a nacionalidade, o tipo de crime e até o número de presos que trabalham e estudam).

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• RAIO X DO SISTEMA PRISIONAL EM 2015• Mapa mostra taxas de superlotação nos estados eMapa mostra taxas de superlotação nos estados e o percentual de presos provisórios em cada um

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• 23/06/2015 12h39 ‐ Atualizado em 24/06/2015 19h34• Número de presos dobra em 10 anos e passa dos 600 mil no país• Levantamento do G1 faz raio X do sistema prisional no Brasil em 2015.

Faltam 244 mil vagas nas cadeias; 39% dos presos são provisórios.• Clara Velasco, Rosanne D'Agostino e Thiago ReisDo G1, em São Paulo• Com um déficit de 244 mil vagas no sistema penitenciário, o Brasil já conta 

615 933 D 39% ã i ã i ó i d dcom 615.933 presos. Destes, 39% estão em situação provisória, aguardando julgamento. É o que mostra um levantamento feito pelo G1 com base em dados fornecidos pelos governos dos 26 estados e do Distrito Federal referentes a maio deste ano.

• Há superlotação em todas as unidades da federação. A média no país é de 66%. Em Pernambuco, no entanto, essa taxa chega a 184%.

• Os dados obtidos pela reportagem são os mais atualizados disponíveis. Os p p g púltimos números divulgados pelo Ministério da Justiça, por exemplo, são relativos a dezembro de 2013. O órgão deve lançar nesta terça (23) um relatório com os dados de junho de 2014. A Secretaria Nacional da Juventude também divulgou um mapa do encarceramento no início do mêsJuventude também divulgou um mapa do encarceramento no início do mês, mas com dados de 2012.

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• O levantamento do G1mostra que, em dez anos, dobrou o número de presos no sistema carcerário – ante um aumento de apenas 10% da população brasileira no mesmo período. Em 

l ã á f d l2005, a população carcerária era formada por 300 mil pessoas.• O "boom" de presidiários tem feito com que a maioria dos 

estados abra mais vagas, ampliando ou construindo mais unidades. Em pouco mais de um ano, quando foi feito o último levantamento pela reportagem, foram acrescidos ao sistema 8 mil lugares – insuficientes, no entanto, para a nova demanda, d 52 il Há t l t 371 il i tde 52 mil presos. Há atualmente 371 mil vagas no sistema.

• Para a socióloga Camila Nunes Dias, da UFABC, é preciso encontrar alternativas ao modelo atual de encarceramento. “Nã há i di õ d di it“Não há mais condições de expandir vagas, muito menos na proporção que a demanda sempre crescente requer. Os números mostram que é preciso encontrar alternativas. A prisão não é mais uma opção viável nem economicamenteprisão não é mais uma opção viável, nem economicamente, pelos custos (e a privatização a meu ver não é uma solução), nem socialmente, porque ela amplifica a violência, pelas suas próprias características de estar absolutamente dominada porpróprias características, de estar absolutamente dominada por facções criminosas”, afirma.

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• Presos provisóriosUm dos principais problemas enfrentados diz respeito à quantidade de presos provisórios. Atualmente, há 238 mil presos aguardando julgamento dentro dos presídios – 39% do total No Piauí o índice chegajulgamento dentro dos presídios – 39% do total. No Piauí, o índice chega a 66%. No estado, há casos como o de um detento que roubou R$ 200 de um comércio e um ano e quatro meses depois ainda não foi julgado.

• Camila Nunes Dias atribui boa parte desse contingente às prisões em p g pflagrante. “O sistema judiciário não tem capacidade de dar conta desse excesso de prisões em flagrante, não consegue julgar as pessoas em um tempo razoável. Então há uma enorme quantidade de presos provisórios aguardando julgamento em regime fechado o que é um absurdo E valeaguardando julgamento em regime fechado, o que é um absurdo. E vale lembrar que isso só acontece porque essas pessoas, em sua absoluta maioria, são desprovidas de assistência jurídica”, afirma a pesquisadora, que também é associada ao Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP Fó B il i d S PúbliUSP e ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

• Segundo ela, muitos juízes estão “descolados da realidade social brasileira” e acabam condenando as pessoas à pena de prisão “de forma indiscriminada” "Quando tem condições de pagar um bom advogadoindiscriminada .  Quando tem condições de pagar um bom advogado, sobretudo quando não cometeu um crime violento, a pessoa consegue aguardar o julgamento em liberdade."

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• Em São Paulo, um projeto implantado no começo do ano tenta agilizar a análise das prisões provisórias. Agora, o preso em flagrante tem direito a uma audiência de custódia. Ou seja, sua prisão só poderá ser convertida em preventiva (sem prazo) na presença do juiz, advogado ou defensor e Ministério p ( p ) p ç j , gPúblico, em até 24 horas. Antes, o juiz convertia a prisão baseado no que estava escrito no flagrante.

• "Nós percebemos que praticamente metade das prisões em flagrante não está sendo convertida em prisão preventiva Os juízes estão verificando que nemsendo convertida em prisão preventiva. Os juízes estão verificando que nem sempre o flagrante é bem decretado", afirma o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, José Renato Nalini. "O preso só veria o juiz depois de meses ou até de anos conforme o curso do processo. Agora, essa prisão já é resolvida e pode até ser aplicada uma medida alternativa como tornozeleira "resolvida e pode até ser aplicada uma medida alternativa, como tornozeleira.

• Segundo o magistrado, embora o objetivo dessas audiências não seja o de aliviar o sistema prisional, a medida em longo prazo deve ter esse efeito. "Nós temos uma cultura da prisão enfatizada, de enxergar a prisão como única resposta à delinquência Porém a tendência a longo prazo será mostrar que aresposta à delinquência. Porém, a tendência a longo prazo será mostrar que a liberdade deverá ser preservada, porque grande parte desses presos não deveria sequer entrar no sistema prisional."

• A pesquisadora da UFABC também ressalta o caráter repressivo da polícia nos di d h j “N úl i dé d d i ê i i ddias de hoje. “Nas últimas décadas, os governos estaduais têm priorizado a Polícia Militar, com investimento em viaturas e armamentos, e deixado a Polícia Civil sucateada, perdendo cada vez mais sua capacidade de investigação. Há uma quantidade muito pequena de presos por homicídio justamente por isso. Difi il t it d i é fl t Já PMDificilmente uma pessoa suspeita desse crime é presa em flagrante. Já a PM tem muitas vezes uma atuação obsessiva e violenta.”

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• SuperlotaçãoPernambuco é o retrato da superlotação nos presídios. Com o maior déficit de vagas proporcionalmente, o Estado está há cinco meses em situação de emergência. Isso porque sucessivas rebeliões no Complexo do Curado deixaram g p q pquatro mortos e dezenas de feridos no início do ano. Ao todo, Pernambuco tem três vezes mais presos que vagas.

• Detentos relatam condições subumanas nas cadeias. Alguns dizem que a presença da polícia dentro das unidades é quase inexistente "Quem manda lápresença da polícia dentro das unidades é quase inexistente.  Quem manda lá dentro são os chaveiros, e tem de tudo, inclusive droga e arma. Quando eles [os policiais] vêm entrar, já é tarde demais", conta um deles.

• No Amazonas, o segundo estado com a maior superlotação prisional do país, a situação não é diferente Em um vídeo obtido pelo G1 feito pelo Sindicato dossituação não é diferente. Em um vídeo obtido pelo G1 feito pelo Sindicato dos Funcionários da Polícia Civil do Estado do Amazonas (Sinpol‐AM), é possível ver presos amontoados em celas de uma delegacia do interior do estado.

• “As prisões têm se deteriorado pelo próprio processo de encarceramento. Com li ã d ú d d é i d ha ampliação do número de presos, o estado é incapaz de acompanhar esse 

aumento, em termos de expansão das vagas, e há automaticamente uma deterioração das condições das prisões, tanto física como moral. O espaço hoje é desumano, a comida é um horror. Há uma piora na qualidade de todos os 

i d fi iê i i ê i j ídi i l édi ” fi C ilserviços e deficiência na assistência jurídica, social, médica”, afirma Camila Nunes Dias.

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• A socióloga diz que os estados não têm interesse em investir nas prisões já existentes. “Quando isso ocorre é sempre na construção de novas unidadesocorre, é sempre na construção de novas unidades. A relação preso/agente penitenciário, por exemplo, está cada vez pior. Em São Paulo, às vezes há um 

t t t d 400 Eagente para tomar conta de 400 presos. E essa situação se repete em outros estados.”

• Para o presidente do TJ‐SP, é preciso uma mudançaPara o presidente do TJ SP, é preciso uma mudança de consciência. "Trancar todo mundo, prender, é uma solução simplista, egoísta, que não resolve o problema Temos que fazer com que as pessoasproblema. Temos que fazer com que as pessoas repensem essa tática de querer construir cada vez mais presídios e criar feras, que saem com raiva e dispostas a se vingar do mundo. Somos o 4º país que mais prende. Não queremos chegar ao primeiro lugar."lugar.

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Questões Estilo ESAF – Segurança g çPública:

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Ciência, Tecnologia e Inovação:Complementos

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ARIAL BLACK 23CAPA

TAHOMA NEGRITO 40

ARIAL BLACK 23

COR CLARANO FUNDO

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CAPA

Alocação de Recursos em C&T do Governo Federal

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Governo Federal

TAHOMA NEGRITO 22

TAHOMA NEGRITO 16Fonte: MPOG, Audiência Pública no Senado Federal CCT 25/05/205

Audiência Pública CCT - Senado FederalTAHOMA NEGRITO 15– CCT – 25/05/205

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PÁGINADESPESAS DE C&T DO GOVERNO FEDERAL 

PÁGINA INTERA

TAHOMA NEGRITO 26

Valores correntes R$ bilhões2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Total Geral MCTI            2,37             2,49            2,66            3,41            3,53            4,30            5,16             6,40            7,04            8,09            8,84            9,96            9,23           10,73 Pessoal Ativo 0,39           0,44          0,46         0,51         0,53         0,59         0,61         0,63           0,99         1,08         1,14         1,25         1,45         1,50         Demais despesas com Pessoal (1) 0 15 0 15 0 17 0 28 0 30 0 30 0 31 0 33 0 49 0 57 0 61 0 65 0 74 0 82

PLOA

ORÇAMENTO FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL

TAHOMA NEGRITO 26Demais despesas com Pessoal ( ) 0,15           0,15          0,17         0,28         0,30         0,30         0,31         0,33           0,49         0,57         0,61         0,65         0,74         0,82         Benefícios 0,02           0,02          0,02         0,04         0,03         0,03         0,03         0,06           0,06         0,09         0,09         0,09         0,11         0,11         

Demais Despesas Obrigatórias (2) 0,00           0,00          0,01         0,00         0,01         0,00         0,01         0,00           0,00         0,00         0,00         0,00         0,00         0,00         (A) Despesas Discricionárias 1,81           1,88          2,00         2,59         2,63         3,34         3,95         5,11           5,15         5,56         6,07         6,92         6,93         7,31         

    FNDCT 0,70           0,68          0,62         0,76         0,85         1,43         1,99         2,82           2,69         2,82         2,83         3,40         3,38         3,74             Demais UOs 1,11           1,21          1,38         1,83         1,78         1,91         1,96         2,29           2,45         2,74         3,24         3,52         3,55         3,57         

Despesas Financeiras ‐ FINEP (3) ‐             ‐            ‐           ‐           0,04         0,04         0,25         0,27           0,35         0,79         0,93         1,06         ‐           1,00         (B) Despesas de C&T ‐ Demais Órgãos 0,61           1,06          0,77         0,97         0,87         1,04         1,11         1,67           1,66         2,08         2,42         2,42         3,08         3,25         (C) Total C&T OFSS 2,99           3,54          3,43         4,39         4,40         5,34         6,27         8,08           8,70         10,17      11,26      12,38      12,31      13,98       

(D) PLOA TOTAL ‐ GOV. FEDERAL OFSS 637,97      1.009,53  1.457,69  1.580,76  1.637,90  1.511,54  1.352,54  1.585,05  1.738,43  1.940,56  2.118,27  2.140,26  2.361,98  2.863,38   

(E) PIB 1.491,18  1.720,07  1.958,71  2.171,74  2.409,80  2.718,03  3.107,53  3.328,17  3.886,84  4.374,77  4.713,10  5.157,57  5.521,26  5.833,55   (1) Sentenças de pessoal, contribuição previdenciárias e pagamento de inativos.(2) Sentenças de custeio, débitos judiciais e benefícios de legislação especial.(3) Em 2014 houve abertura de crédito suplementar no valor de R$ 1,0 bilhão.

TAHOMA 17

Participação em %(C/D) ‐ Total C&T/PLOA Total 0,5% 0,4% 0,2% 0,3% 0,3% 0,4% 0,5% 0,5% 0,5% 0,5% 0,5% 0,6% 0,5% 0,5%(C/E) ‐ Total C&T/PIB 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2%

OBS.: No período de 2004 a 2012 as despesas do MCTI foram ressalvadas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias ‐ LDO da limitação de empenho.

%

ASSINATURAS

Fonte: MPOG, Audiência Pública no Senado Federal – CCT – 25/05/205

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PÁGINADESPESAS DE C&T DO GOVERNO FEDERAL 

PÁGINA INTERA

TAHOMA NEGRITO 26

ORÇAMENTO FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIALValores constantes R$ bilhões

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015Total Geral MCTI            5,35             4,89            4,90            5,89            5,84            6,88            7,80             9,23            9,66          10,41          10,79          11,45            9,98           10,73 Pessoal Ativo 0,89           0,86          0,85         0,87         0,87         0,94         0,92         0,91           1,36         1,39         1,40         1,43         1,57         1,50         

( )

PLOA

TAHOMA NEGRITO 26Demais despesas com Pessoal (1) 0,35           0,30          0,31         0,48         0,49         0,48         0,46         0,47           0,67         0,73         0,74         0,75         0,80         0,82         Benefícios 0,04           0,04          0,04         0,07         0,05         0,05         0,05         0,08           0,09         0,11         0,10         0,10         0,12         0,11         

Demais Despesas Obrigatórias (2) 0,00           0,00          0,01         0,00         0,01         0,01         0,01         0,00           0,00         0,00         0,00         0,00         0,00         0,00         (A) Despesas Discricionárias 4,08           3,70          3,69         4,47         4,35         5,34         5,98         7,37           7,06         7,16         7,41         7,95         7,49         7,31         

    FNDCT 1,57           1,33          1,14         1,31         1,41         2,29         3,01         4,07           3,70         3,63         3,45         3,91         3,65         3,74         , , , , , , , , , , , , , ,    Demais UOs 2,50           2,37          2,54         3,15         2,94         3,05         2,97         3,30           3,37         3,53         3,96         4,04         3,84         3,57         

Despesas Financeiras ‐ FINEP (3) ‐             ‐            ‐           ‐           0,06         0,06         0,38         0,39           0,48         1,02         1,14         1,22         ‐           1,00         

(B) Despesas de C&T ‐ Demais Órgãos 1,38           2,07          1,42         1,68         1,44         1,66         1,68         2,41           2,27         2,67         2,96         2,78         3,33         3,25         (C) Total C&T OFSS 6,73           6,96          6,32         7,57         7,28         8,53         9,48         11,64        11,93      13,09      13,75      14,23      13,31      13,98       

(D) PLOA TOTAL ‐ GOV. FEDERAL OFSS 1.438,20  1.983,90  2.687,29  2.726,83  2.711,95  2.414,79  2.044,68  2.284,50  2.385,37  2.497,00  2.585,94  2.460,14  2.553,40  2.863,38   

(E) PIB 3.361,62  3.380,22  3.610,93  3.746,28  3.990,02  4.342,25  4.697,75  4.796,83  5.333,27  5.629,20  5.753,64  5.928,43  5.968,71  5.833,55   (1) Sentenças de pessoal, contribuição previdenciárias e pagamento de inativos.(2) Sentenças de custeio, débitos judiciais e benefícios de legislação especial.(3) Em 2014 houve abertura de crédito suplementar no valor de R$ 1,0 bilhão.

TAHOMA 17

(3) Em 2014 houve abertura de crédito suplementar no valor de R$ 1,0 bilhão.

Participação em %(C/D) ‐ Total C&T/PLOA Total 0,5% 0,4% 0,2% 0,3% 0,3% 0,4% 0,5% 0,5% 0,5% 0,5% 0,5% 0,6% 0,5% 0,5%(C/E) ‐ Total C&T/PIB 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2%

%

ASSINATURAS

OBS.: No período de 2004 a 2012 as despesas do MCTI foram ressalvadas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias ‐ LDO da limitação de empenho.

Fonte: MPOG, Audiência Pública no Senado Federal – CCT – 25/05/205 85Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐

Prof.Waldery_Rodrigues_Jr‐IGEPP/APO2015

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PÁGINADESPESAS DE C&T DOS DEMAIS ÓRGÃOS

Valores correntes R$ ilhõPÁGINA INTERA

TAHOMA NEGRITO 26

Valores correntes R$ milhõesÓrgão (desc.) 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

 20000 ‐ Presidência da República  0,9      1,1         7,6     6,2     3,0     3,2         9,0         11,3        13,0      17,3      26,7      2,5         11,0      1,0         22000 ‐ Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento  113,5  585,0      179,1  181,8  175,5  217,1      232,6      523,0      494,2      460,4      546,1      504,6      491,4      502,2      25000 ‐ Ministério da Fazenda  ‐      ‐        19,2   8,1     5,5     7,9         2,4         2,9          2,9         0,1         0,2         ‐        ‐        ‐        26000 ‐ Ministério da Educação  46,3    34,7      44,7   147,6 171,6 207,5    224,0    298,6      394,3    476,9    391,5    192,2    752,5    864,1   TAHOMA NEGRITO 26 28000 ‐ Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior  2,0       8,6           7,7       15,1     14,2     7,4           7,1           12,4        10,6        9,1           6,3           3,8           0,5           5,3           30000 ‐ Ministério da Justiça  0,6      0,8         0,3     0,3     0,3     0,4         0,4         0,4          0,4         0,2         2,6         ‐        ‐        ‐        32000 ‐ Ministério de Minas e Energia  17,5    0,1         12,6   6,4     1,5     7,0         0,3         2,4          3,2         1,9         66,4      54,0      29,3      20,5      33000 ‐ Ministério da Previdência Social  ‐      ‐        1,1     1,5     2,1     0,9         0,9         1,7          1,6         1,1         0,3         0,3         ‐        ‐        34000 ‐ Ministério Público da União  ‐      ‐        0,2     0,2     0,2     0,4         0,4         0,3          0,3         0,3         0,3         ‐        ‐        ‐       35000 ‐Ministério das Relações Exteriores 3,5 4,5 3,6 4,0 2,8 7,6 10,0 13,1 12,7 12,7 9,5 12,4 11,2 11,2 35000   Ministério das Relações Exteriores  3,5      4,5         3,6     4,0     2,8     7,6         10,0      13,1        12,7      12,7      9,5         12,4      11,2      11,2      36000 ‐ Ministério da Saúde  157,6  191,4    282,5 264,2 276,6 296,9    319,2    345,1      284,7    352,5    621,2    800,3    858,2    983,0    38000 ‐ Ministério do Trabalho e Emprego  18,9    12,8      7,2     8,3     8,3     18,2      16,7      15,7        14,8      18,3      13,2      10,6      24,4      10,4      39000 ‐ Ministério dos Transportes  ‐      ‐        35,8   7,0     14,5   14,2      8,0         20,0        15,5      13,6      28,7      1,0         1,6         0,5         41000 ‐ Ministério das Comunicações  ‐      ‐        ‐     160,4 50,3   103,4    44,2      67,3        46,1      181,4    89,6      196,4    102,5    105,0    42000 ‐ Ministério da Cultura  0,1      0,1         ‐     ‐     ‐     ‐        ‐        3,0          2,5         3,5         0,4         ‐        8,6         6,8         44000 ‐ Ministério do Meio Ambiente  8,9      8,8         23,6   8,2     7,9     5,1         5,8         6,3          3,9         2,4         7,1         5,6         5,7         7,5        47000 Mi i té i d Pl j t 47000 ‐ Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão  1,0       0,6           19,3     26,8     32,1     35,7        33,6        29,0        27,8        32,4        29,2        4,8           5,0           6,3           49000 ‐ Ministério do Desenvolvimento Agrário  ‐       ‐          ‐       2,5       1,0       1,0           8,0           7,0           7,0           10,3        5,3           ‐          ‐          ‐          51000 ‐ Ministério do Esporte  3,9      3,9         0,2     0,4     0,4     0,4         0,1         0,1          0,4         0,1         ‐        ‐        ‐        ‐        52000 ‐ Ministério da Defesa  234,6  199,6    121,5 121,2 101,5 101,2    183,2    176,5      169,9    329,2    333,1    347,9    537,2    462,6    53000 ‐ Ministério da Integração Nacional  2,7      3,2         0,9     0,8     0,5     0,5         0,6         0,6          5,4         21,6      37,1      19,3      6,5         2,9        

TAHOMA 17

 54000 ‐ Ministério do Turismo  ‐      ‐        3,5     2,1     1,5     1,5         4,5         5,5          6,0         4,0         4,0         2,0         2,0         5,0         55000 ‐ Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome  ‐       ‐          0,3       ‐       ‐       ‐          ‐          ‐          ‐          ‐          ‐          ‐          ‐          ‐          56000 ‐ Ministério das Cidades  ‐      ‐        0,3     ‐     ‐     ‐        ‐        11,2        19,6      6,7         5,9         4,3         5,0         3,0         61000 ‐ Secretaria de Assuntos Estratégicos  ‐      ‐        ‐     ‐     ‐     ‐        ‐        ‐          ‐        ‐        ‐        53,8      54,3      50,5      68000 ‐ Secretaria de Portos  ‐      ‐        ‐     ‐     ‐     ‐        ‐        ‐          ‐        ‐        ‐        ‐        3,0         1,0        74000 ‐ Operações Oficiais de Crédito ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ 120 0 120 0 120 0 200 0 200 0 170 5 200 0

ASSINATURAS

 74000 ‐ Operações Oficiais de Crédito  ‐      ‐        ‐     ‐     ‐     ‐        ‐        120,0      120,0    120,0    200,0    200,0    170,5    200,0    Total Demais Órgãos  612,2  1.055,1 771,2 973,1 871,2 1.037,6 1.110,9 1.673,2  1.656,6 2.075,9 2.424,5 2.416,0 3.080,5 3.248,7

Fonte: MPOG, Audiência Pública no Senado Federal – CCT – 25/05/205

86Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐Prof.Waldery_Rodrigues_Jr‐IGEPP/APO2015

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MCTIMCTI

SUBSECRETARIA DE PLANEJAMENTO E

ORÇAMENTO E ÇADMINISTRAÇÃO

M i 2015Maio 2015CRISTIAN DE OLIVEIRA LIMACRISTIAN DE OLIVEIRA LIMA

Subsecretário de Planejamento, Orçamento e Administração

SPOA/SE/MCTI

Secretaria-Executiva Subsecretaria de Planejamento Orçamento e

Administração

Apresentação à Audiência Pública CCT/SENADO – 25/05/2015

87Fonte: MCTI‐ Audiência Pública no Senado Federal – CCT – 25/05/205

Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐Prof.Waldery_Rodrigues_Jr‐IGEPP/APO2015

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Dispêndio Nacional em C&TDispêndio Nacional em C&T(C&T), em relação ao produto interno bruto (PIB), por setor institucional, 2000-2012

% em relação ao PIB

Dispêndio nacional em ciência e tecnologia

S t2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012(7)

Total 1,34 1,36 1,34 1,31 1,31 1,31 1,29 1,41 1,50 1,59 1,65 1,65 1,74

Dispêndios públicos 0,73 0,73 0,68 0,65 0,65 0,63 0,67 0,74 0,76 0,83 0,87 0,85 0,91

Dispêndios federais(2) 0,49 0,48 0,44 0,43 0,45 0,45 0,48 0,53 0,53 0,57 0,60 0,57 0,60

çSetores

Orçamento executado 0,36 0,36 0,32 0,31 0,32 0,32 0,34 0,36 0,36 0,41 0,44 0,39 0,42

MCTI 0,11 0,12 0,10 0,12 0,11 0,13 0,13 0,14 0,15 0,16 0,17 0,14 0,15

Pós-graduação 0,13 0,12 0,13 0,13 0,13 0,12 0,14 0,17 0,17 0,16 0,16 0,17 0,18

Dispêndios estaduais(3) 0,24 0,25 0,24 0,22 0,20 0,19 0,18 0,21 0,24 0,26 0,27 0,29 0,31

Orçamento executado 0,11 0,12 0,10 0,09 0,11 0,10 0,10 0,10 0,12 0,15 0,15 0,15 0,16

Pós-graduação 0,13 0,14 0,13 0,12 0,10 0,09 0,08 0,11 0,12 0,11 0,12 0,14 0,15

Dispêndios empresariais 0,61 0,62 0,66 0,66 0,66 0,68 0,62 0,66 0,74 0,76 0,78 0,79 0,83

Empresas privadas e estatais(4) 0,50 0,49 0,48 0,47 0,47 0,51 0,48 0,51 0,55 0,52 0,56 0,54 0,53

Outras empresas estatais federais(5) 0,10 0,12 0,17 0,17 0,17 0,15 0,12 0,13 0,16 0,21 0,20 0,23 0,27

Pós-graduação(6) 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,03 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02

Fontes: Produto interno bruto (PIB): Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, extraído em 27/02/2014;Dispêndios federais: Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi). Extração esp

Dispêndios estaduais: Balanços Gerais dos Estados e levantamentos realizados pelas Secretarias Estaduais

Dispêndios empresariais: Pesquisa de Inovação Tecnológica - Pintec/IBGE e levantamento realizado pelas em

Fonte: MCTI‐ Audiência Pública no Senado Federal – CCT – 25/05/205

88Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐Prof.Waldery_Rodrigues_Jr‐IGEPP/APO2015

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Evolução do Orçamento do MCTIo ução do O ça e o do C2015 2015 Variação Variação

 LOA OCC PLOA OCC LOA OCC% 

LOA15 e LOA14

% LOA15 e PLOA15

A B C D E

SUB TOTAL MCTI 6.929.433.933 7.122.471.330 7.198.673.266 4% 1%

Unidade

2014

ADMINISTRAÇÃO DIRETA 908.039.685 568.590.213 765.354.010 -16% 35%

ADMINISTRAÇÃO CENTRAL 611.068.462 283.203.917 493.636.034 -19% 74%

CEMADEN 99.200.000 99.500.000 38.168.480 -62% -62%

INSTITUTOS 197.771.223 185.886.296 233.549.496 18% 26%

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 6 021 394 248 6 553 881 117 6 433 319 256 7% 2%ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 6.021.394.248 6.553.881.117 6.433.319.256 7% -2%

CNPQ 1.412.682.861 1.650.664.048 1.581.313.326 26% -4%BOLSAS 1.252.283.763 1.463.540.328 1.398.405.189 12% ‐4%DEMAIS 160.399.098 187.123.720 182.908.137 14% ‐2%CNEN 159.729.719 147.019.557 147.019.557 -8% 0%AEB 295.506.952 294.194.051 290.465.579 -2% -1%INB 595.407.429 566.509.098 566.509.098 -5% 0%NUCLEP 83.111.864 80.419.187 79.610.610 -4% -1%CEITEC 78.430.756 78.455.075 75.697.954 -3% -4%FNDCT 3.396.524.667 3.736.620.101 3.692.703.132 9% -1%FUNDOS SETORIAIS 1.107.696.000 500.780.559 507.782.015 ‐54% 1%INSTRUMENTOS 537.294.670 479.988.198 479.988.198 ‐11% 0%TRANSVERSAL 673.873.542 937.568.688 901.069.556 34% ‐4%OS'S 310.660.455 751.282.656 736.863.363 137% ‐2%BOLSAS 767.000.000 1.067.000.000 1.067.000.000 39% 0%SUB TOTAL MCTI OCC 6.929.433.933 7.122.471.330 7.198.673.266 4% 1%Fonte: MCTI‐ SUB TOTAL MCTI OCC 6.929.433.933 7.122.471.330 7.198.673.266 4% 1%

Despesa Obrigatória 107.038.110 111.972.816 111.972.816 5% 0%Fontes 195 (Adm. Central),296,281 - Bolsas CNPq (Doações) 166.433.402 185.592.120 185.846.245 12% 0%

Sentenças de Custeio e Ação 0536 1.980.976 1.538.655 1.284.530 -35% -17%

TOTAL OCC MCTI 7.204.886.421 7.421.574.921 7.497.776.857 4% 1%

Reserva de Contingência INB e FNDCT 119.983.518

Fonte: MCTIAudiência Pública no Senado Federal CCT Pessoal 2.195.394.911 2.311.702.021 2.311.702.021 5% 0%

Total MCTI 9.520.264.850 9.733.276.942 9.809.478.878 3% 1%1.000.000.000 1.000.000.000

TOTAL MCTI + Empréstimo 10.733.276.942 10.809.478.878

UO 74910 - Empréstimo

– CCT –25/05/205

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Evolução do Orçamento Total por Grupo de Natureza de 

DespesaDespesaR$ MIL

Ano OCCVariação 

%Emendas

Variação %

PessoalVariação 

%Reserva de Contingência

Variação %

TOTAL MCTIVariação 

%

Dotação* por Grupo de Despesa e Emendas Parlamentares

2011 5.113.187 ‐ 152.362 ‐ 1.767.268 ‐ 315.837 ‐ 7.348.654 ‐2012 6.958.367 36% 709.906366% 1.942.146 10% ‐ ‐ 9.610.423 31%2013 7.849.788 13% 305.184 ‐57% 2.223.018 14% 214.720 ‐ 10.592.71010%2014 7 594 633 3% 167 003 45% 2 334 232 5% 119 983 44% 10 215 851 4%2014 7.594.633 ‐3% 167.003 ‐45% 2.334.232 5% 119.983 ‐44% 10.215.851 ‐4%2015 7.220.932 ‐5% 276.844 +65% 2.311.702 ‐1% ‐ ‐ 9.809.477 ‐4%

OBS:

Em 2011, houve veto nas emendas no valor de R$ 712 milhões.Dotação = Lei + Créditos

Em 2015, os dados são de LOA.Dados: SIAFI Gerencial

Em 2011, houve veto nas emendas no valor de R$ 712 milhões.Em 2012, não está incluso o crédito extraordinário de R$ 609,1 milhões aprovado para o MCTI. Foi um adiantamento de recursos de capital para2013 e foi cancelado.

Fonte: MCTI Audiência Pública no

Secretaria Executiva Subsecretaria de Planejamento Orçamento e

Administração

Fonte: MCTI‐ Audiência Pública no Senado Federal – CCT – 25/05/205

90Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐Prof.Waldery_Rodrigues_Jr‐IGEPP/APO2015

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Dotação de OCCFonte: MCTI‐ Dotação de OCCAudiência Pública no Senado Federal – CCT – 25/05/205

Secretaria Executiva Subsecretaria de Planejamento Orçamento e

Administração

91Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐Prof.Waldery_Rodrigues_Jr‐IGEPP/APO2015

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Evolução do Orçamento do FNDCTEvolução do Orçamento do FNDCT

R$ MIL

AnoFUNDOS SETORIAIS

Variação % INSTRUMENTOS

Variação % TRANSVERSAL

Variação % OS

Variação % Bolsas

Variação % Total

Variação %

Tabela 4 - Evolução do Orçamento do FNDCT

SETORIAIS % % % % % %

2011 857.293       ‐ 615.154         ‐ 701.169       ‐ ‐            ‐ ‐               ‐ 2.173.616   ‐

2012* 926.182       8% 855.218         39% 904.978       29% 128.365    ‐ ‐               ‐ 2.814.743   29%2013 1.141.077    23% 778.096         ‐9% 1.172.314    30% 321.160    150% 307.610       ‐ 3.720.257   32%

2014 1.110.188    ‐3% 568.294         ‐27% 641.874       ‐45% 310.660    ‐3% 992.235       223% 3.623.251   ‐3%

2015** 492.782       ‐56% 494.988         ‐13% 901.069       40% 736.863    137% 1.067.000    8% 3.692.703   2%*Em 2012, não está incluso o crédito extraordinário de R$ 609,1 milhões aprovado para o MCTI. Foi um adiantamento de recursos de capital para o ano de 2013 e foi cancelado.

Dados: SIAFI Gerencial/SIGMCT** Todos os dados são de LOA + Crédito, exceto 2015, cujo dado é referente à LOA 2015

Fonte: MCTI‐ Audiência Pública no 

Secretaria Executiva Subsecretaria de Planejamento Orçamento e

Administração

Senado Federal – CCT – 25/05/205

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Legislação do FNDCTLegislação do FNDCTLei 11.540, de 12 de novembro de 2007:

Dispõe sobre o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Dispõe sobre o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FNDCT;

Art. 14 ‐ Os recursos do FNDCT poderão financiar as ações transversais, identificadas com as diretrizes da Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação e com as prioridades da Política Industrial e Tecnológica Nacional;

Art. 14, § 4o indica que os recursos passíveis de financiar as ações transversais são aqueles que compõem o fundo, com exceção das receitas da contribuição de intervenção no domínio econômico e o percentual sobre a parcela do produto da arrecadação do Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante; 

Fonte: MCTI Audiência Pública no

Secretaria Executiva Subsecretaria de Planejamento Orçamento e

Administração

Fonte: MCTI‐ Audiência Pública no Senado Federal – CCT – 25/05/205

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FNDCT Fonte: MCTI‐ Audiência Pública no FNDCT Senado Federal – CCT – 25/05/205

OSs: a) CNPEM – R$ 337 milhões (Sirius – R$ 260,5 milhões, LNNano – R$ 11 milhões; e Manuenção – R$ 65,5 milhões); b) IMPA – R$ 74 milhões; c) IDSM – R$ 18 milhões; d) CGEE – R$ 33,6 milhões; e) RNP – R$ 76,3 milhões; 

$ $

94Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐Prof.Waldery_Rodrigues_Jr‐IGEPP/APO2015

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BolsasBolsas

R$ MILTabela 5 - Bolsas

R$ MIL

Demais BolsasAnos FNDCT CNPQ Total CsF CNPQ

Variação %

Lei + CréditosTotal CNPq

Ciência sem FronteirasTotal Bolsas

Anos FNDCT CNPQ Total CsF CNPQ2011 914.935 914.935 914.935 ‐2012 343.326 343.326 922.072 1.265.398 1.265.398 38%2013 307.610 508.842 816.452 1.005.095 1.513.937 1.821.547 44%

q

2014 992.235 417.376 1.409.611 1.076.647 1.494.023 2.486.258 36%2015 1.067.000 398.366 1.465.366 1.000.038 1.398.404 2.465.404 ‐1%

OBS: Em 2015, os dados são de LOA.

Dados: SIAFI Gerencialados S Ge e c a

Fonte: MCTI‐ Audiência Pública no

Secretaria Executiva Subsecretaria de Planejamento Orçamento e

Administração

Fonte: MCTI Audiência Pública no Senado Federal – CCT – 25/05/205

95Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐Prof.Waldery_Rodrigues_Jr‐IGEPP/APO2015

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Organizações Sociais em 2015Organizações Sociais em 2015

Secretaria Executiva Subsecretaria de Planejamento Orçamento e

Administração

Fonte: MCTI‐ Audiência Pública no Senado Federal – CCT – 25/05/205

96Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐Prof.Waldery_Rodrigues_Jr‐IGEPP/APO2015

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UPsUPs

Fonte: MCTI‐A diê iAudiência Pública no Senado Federal – CCT 

Secretaria Executiva Subsecretaria de Planejamento Orçamento e

Administração

– 25/05/205

97Aula_18‐Planej/PolPub/RealBras‐Prof.Waldery_Rodrigues_Jr‐IGEPP/APO2015

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Histórico dos limites de empenho e de pagamento do orçamento de OCC do 

MCTI e dos restos a pagar

R$ MIL

Ano Lei + Crédito Limite de EmpenhoLimite de PagamentoRestos a Pagar (Valores a pagar)

Evolução dos Limites de Pagamento e Restos a Pagar

( p g )

2010 6.139.410 5.791.859 5.191.7652011 5.219.543 4.839.935 4.707.8892012 6.893.750 5.282.588 5.323.3242013 7 912 875 6 747 315 6 075 207

2.378.8162.810.0813 692 5922013 7.912.875 6.747.315 6.075.207

2014 7.507.166 6.218.740 6.046.5962015* 7.310.643 5.319.300*

* Em 2015, os dados são estimativas.**RAP atual (22/05/2015). Inclui recursos próprios e despesas obrigatórias.

3.692.5923.426.675

5.319.300* 2.322.666**

RAP atual (22/05/2015). Inclui recursos próprios e despesas obrigatórias.Dados: SIAFI Gerencial/SIGMCT

Fonte: MCTI‐ Audiência Pública no 

Secretaria Executiva Subsecretaria de Planejamento Orçamento e

Administração

Senado Federal – CCT – 25/05/205

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Turismo Economia EmpregoTurismo: Economia, Emprego

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Brasil é o 6º no mundo em economia ddo turismo

• Ranking• Estudo realizado com 184 países revela o crescimento do 

segmento no País e faz projeções para 2024• por Portal BrasilPublicado: 05/04/2014 12h26Últimapor Portal BrasilPublicado: 05/04/2014 12h26Última 

modificação: 30/07/2014 03h27• O Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, na sigla 

em inglês) ‐ entidade que reúne os maiores empresários deem inglês)  entidade que reúne os maiores empresários de turismo no mundo ‐ divulgou o estudo anual “Viagens e Turismo: Impacto Econômico”, com dados coletados em 184 países. O Brasil aparece em 6º lugar no ranking de países, p p g g pque leva em conta vários indicadores do setor – importância do turismo para o PIB (Produto Interno Bruto), geração de empregos, divisas geradas por turistas internacionais e i i úbli i dinvestimentos públicos e privados.

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• “Os dados mostram a onda de crescimento que o País passa com a realização dos grandes eventos e a nova exposição de visibilidade internacional”, comentou o presidente em exercício da Embratur, Vicente Neto. O impacto do p , pturismo na economia do Brasil deverá alcançar 9,5% do PIB (R$ 466,6 bilhões), um crescimento de 5,2% em relação ao ano passado, que foi de foi de 9,2% do PIB (R$ 443,7 bilhões), segundo o WTTC. O número é superior a média mundial, que será de 2,5%.q

• O estudo de impacto econômico da cadeia produtiva do turismo no País também revela outros indicadores de crescimento para 2014. O setor deverá gerar 8,9 milhões de empregos diretos e indiretos, um crescimento de 4,5% em relação a 2013, quando o segmento foi responsável por 8,5 milhões de postosrelação a 2013, quando o segmento foi responsável por 8,5 milhões de postos de trabalho. No mundo, espera‐se um aumento de 2,5% em relação ao ano anterior. “De acordo com o relatório, o Brasil é o 5º maior gerador de empregos diretos e totais pro meio do turismo no mundo, o que mostra a importância do segmento para a transformação da vida da população em todas as regiões dosegmento para a transformação da vida da população em todas as regiões do País”, complementou o presidente em exercício.

• Ainda segundo o estudo feito pelo WTTC, em parceria com a Universidade de Oxford, o Brasil é o país com maior previsão de crescimento em investimentos no setor de turismo no mundo em este ano: 21 8% enquanto a média mundialno setor de turismo no mundo em este ano: 21,8%, enquanto a média mundial será de 5,7%. Estima‐se que o setor atraiu R$ 52 bilhões em recursos em 2013. “O mundo vê nosso País como um dos mais promissores, pelos investimentos que acontecem e que estão previstos para os próximos anos, e também pelo grande potencial de desenvolvimento que o turismo tem” projeta Netogrande potencial de desenvolvimento que o turismo tem , projeta Neto.

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• Tendências para 2024Tendências para 2024• O relatório do WTTC projeta que o impacto do turismo na economia do Brasil deverá alcançarturismo na economia do Brasil deverá alcançar 10,3% do PIB (R$ 700 bilhões) em 2024. Espera‐se também que, no mesmo ano, o turismo empregue 10,6 milhões de pessoas no Brasil (9,7% do total).

• Fonte:Embratur

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Turismo turbinou economia brasileira em 2014

• por Vandecy Dourado | Jul 3, 2015• A movimentação do setor turístico injetou R$ 492 bilhões na economia 

brasileira em 2014 aponta o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC)brasileira, em 2014, aponta o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), organismo internacional que reúne os maiores empresários de turismo do mundo. O valor movimentado pelo setor corresponde a 9,6% da soma das riquezas produzidas pelo país no ano passado, quase nove vezes mais que o valor investido pelo setorna mesma época que foi de R$ 59 6 bilhõesvalor investido pelo setorna mesma época, que foi de R$ 59,6 bilhões.

• Os números positivos mantiveram o Brasil entre as 10 maiores economias do turismo do mundo. Em todas as regiões do país, o setor foi responsável pela geração de 8,8 milhões de empregos diretos e indiretos, em 2014, ou 8,8% d l d d b lh d ê ú ddo total de postos de trabalho. O mesmo estudo prevê que o número de empregos nas diversas áreas de atuação relacionadas ao turismo supere os nove milhões de vagas.

• Nordeste continua como a região mais procurada pelos brasileirosg p p• No mundo todo, o setor movimentou US$ 7,6 trilhões, em 2014, correspondendo 

a 10% do Produto Interno Bruto mundial. Com relação a novas vagas, o turismo abriu uma de cada 11 vagas no setor produtivo, ou 277 milhões de empregos

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IBGE ‐ Economia do TurismoUma perspectiva macroeconômicaUma perspectiva macroeconômica

2003‐2009

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Pesca e Aquicultura:Pesca e Aquicultura:

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A PESCA NO BRASIL:A PESCA NO BRASIL:• O Brasil é banhado por uma costa marítima de 8,5 mil quilômetros, possui 12% 

de toda a água doce do planeta, e ainda 8,2 bilhões de metros cúbicos de água distribuídos em rios, lagos, açudes e represas. Com condições ambientais e , g , ç p çclimáticas favoráveis e tanta riqueza natural tem potencial para se tornar um dos maiores produtores de pescado no mundo. O Ministério da Pesca e Aquicultura busca apoiar o crescimento da atividade de forma sustentável e respeitando o meio ambiente.p

• Podemos distinguir a atividade pesqueira de acordo com a finalidade econômica e social. Dessa forma, existem três tipos distintos de pesca no Brasil: amadora, artesanal e industrial, todas regulamentadas e assistidas pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) É papel desta instituição proporMinistério da Pesca e Aquicultura (MPA). É papel desta instituição propor políticas, programas e ações que visam o desenvolvimento sustentável da pesca brasileira.

• Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o pescado é a proteína animal mais saudável e consumida no mundo Os brasileiros ultrapassaram oanimal mais saudável e consumida no mundo. Os brasileiros ultrapassaram o consumo mínimo de pescado recomendado pela OMS que é de 12 quilos por habitante ao ano. No Brasil, o consumo chega a 14,50 quilos por habitante/ano de acordo com o levantamento feito em 2013.

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Fonte: Min Pesca e Aquicultura

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Pesca Artesanal:Pesca Artesanal:• Publicado: Quarta, 11 de Junho de 2014, 17h49 | Última atualização em Quarta, 08 de Outubro de 2014, 18h03• Um em cada 200 brasileiros são pescadores artesanais. Considerada uma das atividades econômicas mais tradicionais do 

Brasil, a pesca artesanal é exercida por produtores autônomos, em regime de economia familiar ou individual, ou seja, contempla a obtenção de alimento para as famílias dos pescadores ou para fins exclusivamente comerciais. É uma atividade b d i li id d l ó i b lh d d l i d ili dbaseada em simplicidade, na qual os próprios trabalhadores desenvolvem suas artes e instrumentos de pescas, auxiliados ou não por pequenas embarcações, como jangadas e canoas. Esses pescadores atuam na proximidade da costa, dos lagos e rios.

• Segundo o Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP) do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), estima‐se que existem hoje no Brasil quase um milhão de pescadores artesanais. Sendo assim, uma das atividades de maior impacto social e econômico no Brasil que usufrui da grande extensão litorânea e da biodiversidade pesqueira nas 12 grandes bacias h d áf b l d d d d l d d d b d d dhidrográficas brasileiras. Aproximadamente 45% de toda a produção anual de pescado desembarcada são oriundas da pesca artesanal.

• A profissão de pescador artesanal é devidamente licenciada pelo Ministério. Diversas ações de infraestrutura e comercialização do pescado são desenvolvidas, tais como: fábricas de gelo, caminhões frigoríficos, cozinhas comunitárias, pontos comerciais fixos, kit de manipulação de pescados em específico de mariscos, câmaras frias e etc.

• O Governo Federal garante o benefício do Seguro‐Defeso ao pescador artesanal, que é pago durante o período que a pescaO Governo Federal garante o benefício do Seguro Defeso ao pescador artesanal, que é pago durante o período que a pesca fica proibida por conta da reprodução das espécies. Essa é mais uma iniciativa que assegura o desenvolvimento pesqueiro no País de forma consciente e sustentável. Leia mais em (http://www.mpa.gov.br/index.php/pesca/seguro‐defeso).

• A capacitação dos pescadores artesanais também é promovida por este Ministério em parceria com outras instituições. São diversos programas que visam melhorar as condições de vida dos pescadores e que propõem a inclusão social como: Pescando Letras, Pronatec Pesca e Aquicultura, Projeto de Apoio a Pequenos Empreendimentos na Pesca Artesanal, a Parceria Cozinha Brasil e os Telecentros.Parceria Cozinha Brasil e os Telecentros.

• O crédito facilitado e o óleo diesel mais barato são mais duas iniciativas do MPA que beneficia o pescador artesanal e proporciona competitividade ao setor. A linha de crédito é garantida pelo Plano Safra da Pesca e Aquicultura

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Fonte: Min Pesca e Aquicultura

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Pesca Industrial:• Publicado: Quarta, 11 de Junho de 2014, 19h07 | Última atualização em Segunda, 03 de Q , , | ç g ,

Novembro de 2014, 18h02• Quando se fala em pesca industrial, logo se pensa em pesca em grande escala. Por isso, 

essa modalidade utiliza embarcações de médio e grande porte, exige infraestrutura portuária apropriada para o desembarque dos peixes e a relação de trabalho dos pescadores acontece por meio de vínculo empregatício com o responsável pela embarcação. Para a realização desta atividade que tem como objetivo a captura de grande número de pescado é necessário o uso de tecnologia sofisticada, diferente da pesca artesanal que é baseada em simplicidade.O t d i d t i l é l i t lt d fi i i• O segmento da pesca industrial é exclusivamente voltado para fins comerciais e representa grande relevância social e econômica para o Brasil. Trata‐se de uma atividade de base, fornecedora de matéria‐prima para as grandes indústrias de centros de distribuição de alimentos.

• A pesca industrial no Brasil é composta por cerca de 1 600 embarcações (de acordo com• A pesca industrial no Brasil é composta por cerca de 1.600 embarcações (de acordo com o Sistema Informatizado do Registro Geral da Atividade Pesqueira – SisRGP) e envolve cerca de nove mil trabalhadores dentro destas embarcações. Os principais portos de desembarque da frota industrial ao longo da Costa Brasileira são em: Belém (PA), Fortaleza (CE), Rio de Janeiro (RJ), Santos (SP), Itajaí (SC) e Paranaguá (PR).( ), ( ), ( ), j ( ) g ( )

• Os petrechos mais utilizados na pesca industrial são: arrasto de parelha (simples e duplo), emalhe (superfície, fundo e meia‐água), espinhel (superfície e fundo), cerco, vara e isca‐viva, garateias automáticas, linha de mão e armadilha.

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Fonte: Min Pesca e Aquicultura

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• Nas regiões norte e nordeste a atividade de pesca está direcionada a captura de piramutaba (apenas norte), pargo e camarões. Na região Sudeste/Sul as frotas industriais com maior produção pesqueira são as de emalhe, cerco e arrasto. Essas 

i ã lti ífi d d lid d i i õ t hpescarias são multiespecíficas e cada modalidade possui variações nos petrechos que modificam sua forma de atuar e as espécies por elas capturadas. No entanto, algumas espécies se destacam tanto pela quantidade capturada quanto pelo valor econômico, entre elas: a sardinha‐verdadeira e a tainha pela frota de cerco; a castanha e corvinapelas frotas de emalhe e de arrasto; camarão‐rosa e camarão‐barba‐ruça pelascorvinapelas frotas de emalhe e de arrasto; camarão rosa e camarão barba ruça pelas frotas de arrasto.

• Desde 2004 o PROFROTA – Programa Nacional de Financiamento da Ampliação e Modernização da Frota Pesqueira Nacional tem como finalidade proporcionar financiamentos para a aquisição, construção, conservação, modernização, adaptação p q ç , ç , ç , ç , p çe equipagem de embarcações pesqueira. O PROFROTA proporciona a sustentabilidade da frota industrial tanto costeira quanto continental, promove o máximo aproveitamento das capturas, aumenta e melhora a produção de pescado nacional e consolida a renovação da frota pesqueira oceânica brasileira.O Mi i é i d P A i l (MPA) i bé d 2004• O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) criou também no ano de 2004, uma política voltada para instalação de Terminais Pesqueiros Públicos (TPPs) que são estruturas destinadas desde a recepção do pescado até a sua distribuição para o mercado, com menos desperdícios e mais qualidade de produtos para os consumidores Alguns importantes terminais já estão em operação como no caso de:consumidores. Alguns importantes terminais já estão em operação, como no caso de: Santos (SP), Cananéia (SP), o de Laguna (SC), Camocim (CE) e Vitória (ES). Já os de Santana (AP), Cabedelo (PB), Salvador (BA), Ilhéus (BA) e Niterói (RJ) estão funcionando em esquema pré‐ operacional. Outros quatro TPPs estão em construção e mais sete são projetados pelo MPA.

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Fonte: Min Pesca e Aquicultura

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PESCA AMADORA NO BRASIL:• O Brasil tem as condições mais propícias para se tornar um dos principaisO Brasil tem as condições mais propícias para se tornar um dos principais 

destinos da pesca amadora em todo o mundo, já que conta com mais de 12% de toda a água doce do mundo e oito mil quilômetros de costa.

• Desde maio de 2010, o Ministério da Pesca e Aquicultura tem um importante compromisso com todos os brasileiros: planejar e gerir a pesca amadora nocompromisso com todos os brasileiros: planejar e gerir a pesca amadora no País, de forma a beneficiar os seus milhares de aficionados e a toda a ampla cadeia produtiva que a atividade envolve.

• Para estabelecer as políticas públicas e as diretrizes governamentais para a d i i té i l t d ti t i õ dpesca amadora o ministério leva em conta democraticamente as aspirações dos 

próprios pescadores amadores. São as decisões do I Encontro Nacional da Pesca Amadora, em Brasília, nos dias 1 e 2 de setembro de 2010. Evento com a participação de delegações de todos os estados brasileiros.

• Assim, os pescadores amadores do Brasil, em suas diferentes modalidades, podem esperar daqui para frente muitas conquistas e inovações para o setor.

• Temos duas boas notícias. Uma é a implantação de um novo sistema para o registro dos pescadores amadores. Ele torna o processo mais “amigável” e g p p gpermite o melhor monitoramento da categoria, facilitando o planejamento da atividade.

• Também o novo sistema passou a emitir a licença para as pessoas isentas do pagamento da taxa ou seja aposentados homens com mais de 65 anos epagamento da taxa, ou seja, aposentados, homens com mais de 65 anos e mulheres com mais de 60 anos.

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Fonte: Min Pesca e Aquicultura

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Aquicultura:• SIGNIFICADO E ESPECIALIDADES DA AQUICULTURA• Aquicultura é o cultivo de organismos cujo ciclo de vida em condições naturais se dá 

total ou parcialmente em meio aquático.• Assim como o homem aprendeu a criar aves, suínos e bovinos, bem como a plantarAssim como o homem aprendeu a criar aves, suínos e bovinos, bem como a plantar 

milho e trigo, também aprendeu a cultivar pescado. Dessa forma, assegurou produtos para o consumo com mais controle e regularidade.

• A aquicultura é praticada pelo ser humano há milhares de anos. Existem registros de que os chineses já tinham conhecimentos sobre essas técnicas há muitos séculos e de que os j qegípcios criavam a tilápia há cerca de quatro mil anos.

• A aquicultura pode ser tanto continental (água doce) como marinha (água salgada), esta chamada de maricultura.

• A atividade abrange as seguintes especialidades:g g p• Piscicultura (criação de peixes, em água doce e marinha);• Malacocultura (produção de moluscos, como ostras, mexilhões, caramujos e vieiras). A 

criação de ostras é conhecida por ostreicultura e a criação de mexilhões, por mitilicultura;;

• Carcinicultura (criação de camarão em viveiros);• Algicultura (cultivo de macro ou microalgas);• Ranicultura (criação de rãs);• Criação de jacarés• Criação de jacarés

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Fonte: Min Pesca e Aquicultura

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Pesca e aquicultura (fonte: Embrapa):• O Brasil apresenta todas as condições favoráveis para a atividade pesqueira e• O Brasil apresenta todas as condições favoráveis para a atividade pesqueira e 

para a aquicultura, uma vez que possui uma costa marítima de 8.500 km e 12% da água doce disponível no planeta. Porém, ainda é preciso superar barreiras e investir cada vez mais em conhecimento e pesquisa para que o país deixe de ser um importador e passe a ser um exportador de pescadopaís deixe de ser um importador e passe a ser um exportador de pescado, tornando‐se uma potência aquícola.

Em 2009 foi criado o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) pela Lei 11.958. Mas o marco inicial se deu em 2003 com a edição da Medida Provisória (hojeMas o marco inicial se deu em 2003 com a edição da Medida Provisória (hoje Lei 10.683) que criou a Secretaria Especial da Aquicultura e Pesca (SEAP/PR), órgão responsável por fomentar e desenvolver políticas voltadas ao setor pesqueiro.

Um mês depois da criação do MPA, com o intuito de reforçar o fomento da produção pesqueira e aquícola no Brasil, nasce a Embrapa Pesca e Aquicultura, instalada em Palmas (TO). Uma das missões do novo centro de pesquisa é viabilizar soluções tecnológicas para a sustentabilidade epesquisa é viabilizar soluções tecnológicas para a sustentabilidade e competitividade da aquicultura e pesca, em benefício da sociedade brasileira. Uma forma de consolidar e fortalecer ainda mais o trabalho que já vinha sendo feito por outras unidades da Embrapa, outras instituições de pesquisa e universidades bem como pela iniciativa privadae universidades, bem como pela iniciativa privada.

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• Pesca e aquicultura• A pesca baseia‐se na retirada de recursos pesqueiros do 

bi t t l Já i lt é b d lti dambiente natural. Já a aquicultura é baseada no cultivo de organismos aquáticos geralmente em um espaço confinado e controlado. A grande diferença entre as duas atividades é que a primeira, por ser extrativista, não atende as premissas de um mercado competitivo. Já a aquicultura possibilita produtos mais homogêneos rastreabilidade durante toda aprodutos mais homogêneos, rastreabilidade durante toda a cadeia e outras vantagens que contribuem para a segurança alimentar, no sentido de gerar alimento de qualidade, com l j t l id dplanejamento e regularidade.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a aquicultura é a mais rápida das ç ( ), q patividades agropecuárias em termos de resultados produtivos e uma das poucas capazes de responder com folga ao crescimento populacional o que pode contribuir para ocrescimento populacional, o que pode contribuir para o combate à fome em todo o mundo.

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• Situação atual• De acordo com dados do MPA, entre 2007 e 2010, a produção 

í l d é i ó i 65% d l d idaquícola de espécies exóticas representou 65% do total produzido pela piscicultura brasileira. Esse predomínio se deve muito ao fato dessas espécies como a tilápia, já possuírem uma cadeia produtiva estruturada e um vasto desenvolvimento tecnológico, resultandoestruturada e um vasto desenvolvimento tecnológico, resultando assim, em menor custo de produção, oferta de peixes com qualidade e preços mais baixos.Porém o Brasil possui grande potencial produtivo de espécies nativas, uma vez que apresenta uma grande diversidade Nas baciasuma vez que apresenta uma grande diversidade. Nas bacias hidrográficas brasileiras destacam‐se 52 espécies nativas como: tambaqui, pacu, mantrixã, surubins, cachara, entre outras. Poucas delas possuem tecnologia de produção totalmente desenvolvida e 

l d d d f f d lconsolidada para as diferentes fases de cultivo. O pirarucu, por exemplo, considerado uma espécie de elevado valor, ainda apresenta produção em baixa escala, dificultando a produção e comercialização do pescado.do pescado.

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• Resultados de pesquisa• Alguns resultados de pesquisa na área de aquicultura já podem ser 

observados no âmbito do projeto Aquabrasil, liderado pela Embrapa P t l fi li d 2012 O j t t i i l bj tiPantanal e finalizado em 2012. O projeto teve como principal objetivo o desenvolvimento de conhecimento técnico‐científico, principalmente no que diz respeito a melhoramento genético para o fomento de uma aquicultura sustentável. As espécies selecionadas foram o camarão q pbranco, tilápia GIFT, tambaqui e o surubim cachara.Por meio do melhoramento genético foi possível um ganho na taxa de crescimento da tilápia GIFT, em 28%, com redução de tempo de cultivo de 21 dias em sistemas de tanques‐rede Foram formadas 62 famíliasde 21 dias em sistemas de tanques rede. Foram formadas 62 famílias, sendo que a primeira geração do programa de melhoramento genético de parte dos reprodutores já foi avaliada e disponibilizada para os parceiros privados do projeto.E l ã bi 72 f íli f f d i iEm relação ao surubim, 72 famílias foram formadas e os primeiros alevinos melhorados devem ser obtidos ainda em 2014. No ano de 2012 foi obtida a primeira linhagem melhorada de camarão branco. Quanto ao tambaqui, muitas informações já foram disponibilizadas com o intuito de q , ç j pauxiliar as fábricas a produzirem rações mais eficientes para o seu cultivo.Todo conhecimento gerado é disseminado aos produtores, técnicos de assistência e extensão rural, bem como a sociedade em geral. O objetivo é superar dificuldades e desafio fortalecer o setor e torná‐lo maisé superar dificuldades e desafio, fortalecer o setor e torná‐lo mais competitivo.

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• Desafio da pesquisa• O Brasil possui espécies aquícolas nativas com grande potencial produtivo e econômico, porém, nenhuma 

delas, ainda, possui informações científicas e tecnológicas que permitam a estruturação da cadeia produtiva. Daí surge o grande desafio da pesquisa nacional: gerar conhecimento e tecnologia para o setor.Nesse sentido o foco da pesquisa hoje está na área de reprodução e melhoramento genético de peixes, p q j p ç g p ,nutrição e alimentação de espécies aquícolas com a produção de rações mais sustentáveis que minimizem o impacto ambiental, conservação e manejo de recursos pesqueiros, sanidade de espécies aquícolas, processamento agroindustrial de pescado, sistemas de produção aquícola, tratamento e reuso de efluentes e desenvolvimento sustentável da pesca artesanal continental. A ideia é que a aquicultura brasileira se iguale à agropecuária, em termos de produção.O t d d fi é d l i lt t tá l já ti id d d d it dOutro grande desafio é desenvolver uma aquicultura sustentável, já que a atividade demanda muito dos recursos naturais como água, energia e solo. Por isso, é necessário que se faça a devida gestão e racionalização deles, ou seja, produzir de forma lucrativa, com conservação dos recursos naturais e a promoção do desenvolvimento social. A atividade é considerada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) como sendo de baixo impacto e, por isso, simplifica o licenciamento ambiental para empreendimentos no ramo.Um dos principais entraves na área hoje está relacionado às questões de sanidade e biossegurança ExisteUm dos principais entraves na área hoje está relacionado às questões de sanidade e biossegurança. Existe ainda uma dificuldade de um diagnóstico precoce de doenças, apesar de estudos e ações nesse sentido já estarem em andamento como desenvolvimento de metodologias de monitoramento e avaliação da qualidade da água e do pescado, além de técnicas de manejo da produção.Outro gargalo do setor é o processamento tecnológico da cadeia produtiva de peixes nativos, como já mencionado. Isso faz com que produtores vendam seus pescados sem agregação de valor. No Brasil, de forma q p p g g çgeral, o processamento do pescado resume‐se apenas ao resfriamento ou congelamento precário das espécies e filetagem incipiente.

• São muitos os desafios. Mas a pesquisa pública, em parceria com as universidades e a inciativa privada, está caminhando para a consolidação do setor, em que o avanço tecnológico e a inovação, assim como aconteceu com a agricultura, vão transformar o Brasil numa das maiores potências aquícolas.

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