Upload
others
View
3
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Adalberto Lucas Leite de Campos Gestor Ambiental
Paulo Sérgio de Moraes Vieira Gestor Ambiental CRA 6-001146
José Afonso Lopes
Engenheiro Civil CREA 5060182375-SP
Raquel Albuquerque Souza Chefe da Divisão do Meio Ambiente
3G SOLUÇÕES AMBIENTAIS LTDA Rua Abdalla Tebet, n°145
CEP 18052-160 Jardim Bertanha - Sorocaba - São Paulo
Fone: (15) 3011-9234 [email protected]
PREFEITURA MUNICIPAL DE SALTO DE PIRAPORA Secretaria Municipal do Meio Ambiente
Av. Lydia David Haddad, n°150 CEP 18160-000
Bairro do Campo Largo - Salto de Pirapora - São Paulo Fone: (15) 3491-9595
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Apresentação
A fim de estabelecer diretrizes, critérios e procedimentos quanto a
gestão de Resíduos da Construção Civil (RCC), foi criada a Resolução n° 307 do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), entrando em vigor no ano de 2003
tendo como objetivo disciplinar as ações necessárias, minimizando os impactos
ambientais proveniente dos resíduos da construção civil.
Essa resolução define a classificação dos resíduos da construção civil,
bem como todas as medidas de manejo envolvendo a responsabilidade dos
geradores, coletores, transportadores, incluindo também, especificidades referente à
disposição final do resíduo em questão. Quanto a destinação a resolução prevê
alternativas contemplando a reutilização, reciclagem e/ou beneficiamento de RCC, a
utilização de aterros de RCC e a especificação de outras áreas para destinação de
RCC.
Dentro da esfera do poder público municipal, a resolução CONAMA
n°307 prevê a criação de um Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção
Civil (PMGRCC), servindo este de base e instrumento para a gestão de RCC nos
municípios brasileiros. Dentro dessas perspectivas, para que se haja o cumprimento
da lei federal a prefeitura de Salto de Pirapora, através dos métodos legais de
contratação, utilizando dos poderes licitatórios registrados no pregão presencial n°
88/2013 do dia 21 de outubro de 2013, contratou a empresa 3G Soluções Ambientais
(nome fantasia) para o desenvolvimento do plano. Pelo motivo do plano englobar os
resíduos volumosos, adotou-se o termo Plano Municipal Integrado de Gestão de
Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos (PMIGRCC-RV) de Salto de
Pirapora.
Neste plano, após a devida auditoria realizada pelas instâncias
competentes, será indicado como instrumento legal do município de Salto de Pirapora,
com o objetivo de regulamentar a gestão de RCC do mesmo.
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Esse plano está estruturado de forma dinâmica, portanto nota-se
rapidamente a contextualização e explicitação do problema, bem como em seguida a
amostra de todos os objetivos e metodologia utilizada na elaboração dos estudos
efetuados para produção do diagnóstico. O diagnóstico contempla os pontos de vista,
econômico, técnico e jurídico, destacando todos seus fundamentos e definições em
torno da atividade da construção civil no município de Salto de Pirapora.
Abordando todo o potencial econômico, serão explicitadas as ações para
o gerenciamento do RCC levando em consideração todos os impactos em curto,
médio e longo prazo, provindos da geração de RCC no município. Além dos tópicos
mencionados acima, encontra-se anexado a este plano a minuta de lei que, assim que
aprovada, se tornará vigente no município de Salto de Pirapora.
HISTÓRICO DE REVISÕES
Número da revisão Data da Revisão Item revisado
00 Emissão inicial
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
SUMÁRIO
Lista de Siglas ............................................................................................................ 6
Lista de Figuras ......................................................................................................... 8
Lista de Tabelas ....................................................................................................... 10
Lista de Quadros ...................................................................................................... 11
Introdução ................................................................................................................ 12
1 Objetivo ............................................................................................................... 15
1.1 Objetivos específicos ................................................................................... 15
2 Metodologia ......................................................................................................... 16
2.1 Etapas do plano .......................................................................................... 16
3 Definições e Conceitos Técnicos Jurídicos .......................................................... 20
3.1 Resíduos Sólidos......................................................................................... 20
3.2 Os Resíduos da Construção Civil ................................................................ 23
3.3 Geradores de Resíduos da Construção Civil ............................................... 26
3.4 Reservação de Resíduos ............................................................................ 27
3.5 Disque Coleta para PEV (Ponto de Entrega Voluntária) .............................. 27
3.6 Equipamentos de Coleta de RCC-RV .......................................................... 28
3.7 Ecoponto ..................................................................................................... 28
3.8 Área de Transbordo e Triagem (ATT) .......................................................... 29
3.9 Transportadores de RCC-RV ...................................................................... 29
3.10 Controle de Transporte de Resíduos (CTR) .............................................. 30
3.11 Receptores de Resíduos da Construção Civil e de Resíduos Volumosos . 31
3.12 Depósito Clandestino ou Bota-fora ............................................................ 31
3.13 Insalubridade ............................................................................................. 31
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
3.14 Aterro de Resíduos da Construção Civil .................................................... 32
3.15 Banco de Áreas para Aterramento ............................................................ 32
3.16 Alimentadores ........................................................................................... 33
3.17 Fragmentação de Sólidos .......................................................................... 33
3.18 Processos de Separação........................................................................... 34
3.19 Peneiramento ............................................................................................ 34
3.20 Peneira Vibratória e Rotativa ..................................................................... 34
3.21 Grelha Vibratória ....................................................................................... 35
3.22 Separador Magnético ................................................................................ 35
3.23 Britadores .................................................................................................. 36
4 Diagnóstico em Torno da Geração de Resíduos da Construção Civil .................. 36
4.1 Descrição da fonte geradora de RCC-RV .................................................... 37
4.2 Avaliação da geração de RCC..................................................................... 40
4.2.1 Estudo dos alvarás ............................................................................ 41
4.2.2 Estimativa do prestador de serviço público ....................................... 42
4.2.3 Estimativa do prestador de serviço privado ....................................... 44
4.2.4 Total da coleta dos prestadores ........................................................ 46
4.2.5 Comparativo do crescimento físico municipal .................................... 46
4.2.6 Estimativa através dos alvarás .......................................................... 50
4.2.7 Correlação entre o total coletado e o total dos alvarás ...................... 54
4.3 Mapeamento das Áreas de Disposição Irregular ......................................... 55
4.4 Manejo de RCC-RV ..................................................................................... 67
4.5 Logística do Prestador Público .................................................................... 68
4.6 Destinação em Aterro Controlado ................................................................ 71
4.7 Materiais nas caçambas .............................................................................. 73
5 Potencial Econômico de Geração de RCC .......................................................... 74
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
6 Estrutura do Modelo de Gestão ........................................................................... 79
6.1 Análise do plano municipal integrado de gestão de resíduos de Salto de
Pirapora ................................................................................................................ 81
6.2 Definição dos agentes envolvidos e suas responsabilidades ....................... 81
6.3 Apontamento das diretrizes ......................................................................... 82
6.3.1 Proposta de metodologia de gestão .................................................. 84
6.3.2 Controle de indicadores através de ferramenta via web .................... 85
7 Plano de Ação ..................................................................................................... 86
7.1 Ações sociais .............................................................................................. 87
7.2 Ações Ambientais ........................................................................................ 88
7.3 Ações de Controle ....................................................................................... 89
7.4 Ações Educacionais .................................................................................... 93
7.5 Ações público/privadas ................................................................................ 94
8 PERIODICIDADE DO PLANO ............................................................................. 98
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 100
Bibliografia ............................................................................................................. 102
referências Bibliográficas ....................................................................................... 104
Legislações e referências normativas .................................................................... 105
Leis e resoluções federais ............................................................................... 105
Leis estaduais .................................................................................................. 105
Leis municipais ................................................................................................ 105
Normas técnicas .................................................................................................... 106
10 apêndice ............................................................................................................ 107
6
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
LISTA DE SIGLAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
APP – Área de Preservação Permanente
ATT – Área de Transbordo e Triagem
CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
CLT – Consolidação das Leis de Trabalho
CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente
CTR – Controle de Transporte de Resíduo
ETA – Estação de Tratamento de Água
ETE – Estação de Tratamento de Esgoto
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
NBR – Norma Brasileira
PDCA – Plan, Do, Check, Act
PGMRS – Plano de Gestão Municipal de Resíduo Sólido
PGRCC – Plano de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil
PIB – Produto Interno Bruto
PMGRCC – Plano Municipal de Gestão de Resíduo de Construção Civil
PMIGRCC-RV – Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduo de Construção Civil
e Resíduos Volumosos
PMSD – Plano Municipal de Saneamento Básico
7
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos
RCC – Resíduo de Construção Civil
RCC-RV – Resíduo de Construção Civil e Resíduos Volumosos
RCD – Resíduo de Construção e Demolição
RSU – Resíduo Sólido Urbano
RSU – Resíduo Sólido Urbano
Seade – Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados
SIGOR – Sistema de Gestão On-line de Resíduos
Sinduscon – Sindicato da Construção
SMA – Secretaria de Meio Ambiente
SNVS – Sistema Nacional de Vigilância Sanitária
UFSCar – Universidade Federal de São Carlos
8
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Mapa de 1981 ............................................................................................ 39
Figura 2 - Mapa de 2010 ............................................................................................ 39
Figura 3 - Mapa dos Setores ...................................................................................... 47
Figura 4 – Mapa 1981 ................................................................................................ 47
Figura 5 – Mapa 2010 ................................................................................................ 47
Figura 6 - Mapa 1981 ................................................................................................. 48
Figura 7 - Mapa 2010 ................................................................................................. 48
Figura 8 - Mapa 1981 ................................................................................................. 48
Figura 9 - Mapa 2010 ................................................................................................. 48
Figura 10 - Mapa 1981 ............................................................................................... 49
Figura 11 - Mapa 2010 ............................................................................................... 49
Figura 12 - Mapa 1981 ............................................................................................... 49
Figura 13 - Mapa 2010 ............................................................................................... 49
Figura 14 - Mapa 1981 ............................................................................................... 50
Figura 15 - Mapa 2010 ............................................................................................... 50
Figura 16 – Mapa Apontado ....................................................................................... 57
Figura 17 – Estrada Vicinal ........................................................................................ 58
Figura 18 – Estrada da Leiteria .................................................................................. 59
Figura 19 – Vila Xavier ............................................................................................... 60
Figura 20 – Rua Guanabara ....................................................................................... 61
Figura 21 – Rua Virgílio Cerone ................................................................................. 62
Figura 22 – Bairro Ana Guilherme .............................................................................. 63
Figura 23 – Rua Laura T do Rosário .......................................................................... 64
Figura 24 – Rua Roque M Foga ................................................................................. 65
Figura 25 – Rua Paulo R Lopes ................................................................................. 66
Figura 26 – Manejo de RCC ....................................................................................... 67
Figura 27 - Poliguindaste Público ............................................................................... 69
Figura 28 – Trajeto da Cidade ao Aterro .................................................................... 70
Figura 29 – RCC não Tratado .................................................................................... 72
9
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Figura 30 - Resíduo nas Caçambas ........................................................................... 73
Figura 31 – Tabela de Saneamento Básico................................................................ 77
Figura 32 – Zoom da Tabela ...................................................................................... 77
Figura 33 – Organograma de Gestão ......................................................................... 80
Figura 34 – Estrutura de Ações .................................................................................. 84
Figura 35 - Croqui da ATT/Britagem........................................................................... 95
Figura 36 - Modelos de Caçambas Fechadas ............................................................ 97
10
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Classe dos Resíduos .............................................................................. 25
Tabela 2 – Setor 1 ................................................................................................... 51
Tabela 3 – Setor 2 ................................................................................................... 51
Tabela 4 – Setor 3 ................................................................................................... 52
Tabela 5 – Setor 4 ................................................................................................... 52
Tabela 6 – Setor 5 ................................................................................................... 52
Tabela 7 – Setor 6 ................................................................................................... 53
11
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Classe dos Resíduos ............................................................................. 25
Quadro 2 – Relação de Insumos para Construção Civil ........................................... 75
Quadro 3 - Cronograma de Investimento ................................................................. 78
Quadro 4 – Cronograma de Ações Sociais .............................................................. 88
Quadro 5 – Cronograma de Ações Ambientais ........................................................ 89
Quadro 6 - Controle de Alvarás Deferidos ................................................................ 91
Quadro 7 - Controle do Fluxo de Resíduos .............................................................. 91
Quadro 8 – Cronograma de Ações de Controle ....................................................... 93
Quadro 9 – Cronograma de Ações Educacionais ..................................................... 94
Quadro 10 - Segregação e Acondicionamento de RCC ........................................... 95
Quadro 11 - Cronograma de Ações Público/Privados .............................................. 97
Quadro 12 - Infrações e Gradações ....................................................................... 132
12
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
INTRODUÇÃO
Diversos problemas ambientais são derivados do crescimento elevado
dos centros urbanos, que junto ao aumento populacional resultam em um crescimento
considerável no consumo de recursos naturais, aumentando assim proporcionalmente
a geração de resíduos, que somado à disposição incorreta dos mesmos propiciam um
cenário de insalubridade e periculosidade para o meio e os que nele vivem.
Quando citamos a geração de resíduos, é necessário afirmar que a
ligação entre o desenvolvimento socioeconômico é diretamente proporcional a
geração dos resíduos. Essa regra se expande para todas as esferas, municipal,
estadual e nacional. Pode-se dizer que essa lógica é respeitada em todo o mundo,
partindo do princípio que quanto maior a população, maior será o consumo e
consequentemente, maior a geração de seus resíduos.
De acordo com estudos realizados em outros países por Schneider
(2004) quanto a geração de resíduos da construção civil, fica claro que o tema em
questão é pesquisado e reconhecido em todo o mundo e apresenta índices relevantes
quanto a geração do mesmo. No caso dos estadunidenses, é descartado o número
aproximado de 136 milhões de toneladas de Resíduo de Construção e Demolição
(RCD) anualmente. Sendo explicitada nesse mesmo estudo uma quantidade de 3500
unidades recicladoras, sendo estas responsáveis por 25% da reciclagem dos resíduos em
comparação ao total de resíduos da construção e demolição gerados. Em contra
partida, o autor mostra em seus estudos que 90% dos resíduos da construção civil
gerado nos países baixos são reciclados.
Partindo desse mesmo pressuposto, Pinto (2005) também apresenta
estudos similares realizados em algumas cidades do estado de São Paulo.
Computando dados a respeito da relação de RCD e a massa total de Resíduo Sólido
Urbano (RSU) em São Paulo, Guarulhos, Diadema, Campinas, Piracicaba, São José
dos Campos, Ribeirão Preto, Jundiaí, São José do Reio Preto e Santo André, foi
13
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
observado que em todas as cidades em questão, o conjunto de resíduos da
construção civil e demolição superaram 50% de massa do total dos resíduos gerados.
Corroborando com os estudos aqui citados, o município de Salto de
Pirapora cita em seu Plano de Gestão Municipal de Resíduos Sólidos (PGMRS) a forte
preocupação com os resíduos provenientes da construção civil, tendo em vista que
PGMRS municipal apresentou o RCC com o maior índice de geração de peso no
município, perfazendo a média acima dos 50% referente a massa total de resíduos
gerados. Tal diagnóstico resultou em planos de ações de curto, médio e longo prazo
para que fosse possível a regularização do município dentro das leis vigentes, bem
como o desenvolvimento de novas práticas visando a gestão correta da problemática
em torno do RCC, bem como todos os envolvidos nesse processo.
De maneira geral, o RCC gerado teve sempre o mesmo tratamento de
disposição que o resíduo comum, tendo em vista que qualquer serviço de retirada de RCC
podia ser vendido se houvesse alguém disposto a pagar por ele, automaticamente
ignorando o destino que o mesmo receberia. Dentro de um contexto sociocultural, esse
tipo de atitude da população ou do gerador de resíduos sempre existiu, o que
ocasionou na disposição irregular do RCC em municípios brasileiros, causando
diversos problemas e passivos nas cidades.
Levando em consideração que todo tipo de gestão incorreta, ou
destinação irregular de resíduos, gera custos excessivos ao poder público. De acordo
com John e Agopyan (2000), esse tipo de problema ocorre em quase todas as grandes
cidades brasileiras o que acaba levando a contratação de terceiros para mitigar os
problemas gerados pela gestão incorreta do RCC, trazendo um custo médio de
R$10,00 por habitante ao ano. Esse pode ser o caso da cidade vizinha – Sorocaba –
que possui uma usina de reciclagem de entulho que recebe diariamente 2.000m³
desse material. O resíduo verde totaliza 3 toneladas e os resíduos gerados em 19
ecopontos espalhados pela cidade chega a somar 300ton/dia.
Contudo, esse tipo de ação como dito anteriormente não previne ou
soluciona o problema, podendo causar um efeito acumulativo dentro do município,
14
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
produzindo um efeito contrário, ou seja, incentivando a disposição irregular dos
resíduos, onerando cada vez mais a administração pública, bem como os munícipes.
Para que esse tipo de consequência não ocorresse no município de
Salto de Pirapora, a gestão administrativa da cidade, junto a parcerias e contratação
de empresa especializada, desenvolveram este plano, a fim de buscar medidas
preventivas para a solução dos problemas em torno do RCC no município.
Partindo desse pressuposto, temos em foco a problemática aqui citada,
o qual deverá ser analisada, diagnosticada e posteriormente avaliada de forma
contundente para que se haja metas e melhorias nos processos de gestão de resíduos
do município de Salto de Pirapora, tendo em vista os pilares da PNRS (Política
Nacional de Resíduos Sólidos) sendo eles, a não geração, a redução, a reciclagem e
a disposição final adequada dos resíduos e a responsabilidade compartilhada.
Quanto ao que se trata este plano, pode-se afirmar que os resíduos
provenientes da construção civil é um dos grandes desafios para o cumprimento da
legislação que se refere aos resíduos sólidos, isto porquê além de ser um tema
recente na realidade de nosso país, existe diversas dificuldades na produção de
alternativas ambientalmente corretas para o tratamento e destinação correta dos
resíduos.
Dentro desse contexto, a prefeitura de Salto de Pirapora, unida a
experiência da empresa contratada – 3G Soluções Ambientais – e todos os envolvidos
e interessados dos setores responsáveis do setor público, deram início a elaboração
do Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos de Salto de Pirapora, cujo o produto final apresenta o diagnóstico atual da
cidade, em comparativo com o seu crescimento e as propostas de melhorias e
projeções de programas, investimentos e parcerias, visando sempre o bem estar
social, ambiental e econômico da cidade, alinhado ao crescimento e desenvolvimento
do município de Salto de Pirapora.
15
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
1 OBJETIVO
O objetivo do PMIGRCC-RV de Salto de Pirapora é o atendimento a
resolução do CONAMA nº 307, de 05 de julho de 2002. É esperado como consequência
após sua transformação em lei e decreto, a normatização e responsabilização de todos
os envolvidos nos processos de gestão dos resíduos que abrangem a coleta,
transporte, tratamento e destinação final dos resíduos da construção civil e resíduos
volumosos sejam eles, tanto dos pequenos quanto dos grandes geradores.
Em todos os casos, a ação do PMIGRCC-RV estará sempre em
conformidade com as legislações em vigor – PNRS, prevalecendo sempre os 3R’s –
três erres – especificados como: reduzir, reutilizar, reciclar.
1.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Diagnosticar a atividade da construção civil e resíduos volumosos
no município de Salto de Pirapora, partindo dos processos de
geração, coleta, transporte, tratamento e destinação final dos
resíduos da construção civil;
Fornecer subsídios para a caracterização e identificação dos
resíduos da construção civil gerados no município de Salto de
Pirapora, afim de analisar seus aspectos e sua valoração no
mercado;
A apresentação das diretrizes e ações do PMIGRCC-RV do
município;
A apresentação das estratégias/métodos de execução das ações
indicadas no PMIGRCC-RV do município.
16
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
2 METODOLOGIA
Um dos desafios que estão associados a gestão de resíduos em grande
parte da problemática referente aos resíduos é a metodologia. Para que se tenham
dados e indicadores mais próximos da realidade, faz-se necessário o uso de métodos
peculiares, podendo os mesmos mudarem conforme as diferentes situações
encontradas no decorrer do desenvolvimento das ações para a elaboração do plano.
Contudo, não existe metodologia padrão ou determinação legal para o
uso de alguma metodologia específica no quesito da elaboração do plano e seus
devidos diagnóstico. Por isso, é importante ressaltar que toda metodologia utilizada
nas etapas podem ou não sofrer alterações com o passar do tempo e/ou nas revisões
do plano, afim de aumentar a eficiência dos resultados ou corrigir métodos já
obsoletos.
2.1 ETAPAS DO PLANO
Para este plano, as etapas foram separadas da seguinte forma:
1° Etapa: diagnóstico em torno da geração de resíduos da construção
civil e coleta de volumosos no município;
2° Etapa: identificação/caracterização quantitativa dos resíduos da
construção civil gerados no município e o valor comercial e industrial dos mesmos,
visando o potencial econômico dos resíduos da construção civil;
3° Etapa: apresentação das diretrizes e ações do PMIGRCC-RV;
4° Etapa: apresentação das estratégias/métodos de execução das ações
contempladas na etapa anterior;
17
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
5° Etapa: projeção das medidas e ações propostas pelo PMIGRCC-RV;
6° Etapa: elaboração do modelo de minuta inerente a PMIGRCC-RV.
A metodologia de cada etapa prevista anteriormente será detalhada a
seguir.
1° Etapa: Elaboração do Diagnóstico a partir da geração de resíduos da
construção civil e volumosos do município.
O diagnóstico foi realizado por meio do levantamento do crescimento
físico da cidade, juntamente da análise das características do local, inventário que
resultou na caracterização demográfica, análise e levantamento do potencial de
geração de RCC bem como análise dos processos e métodos quanto a fonte de
geração, coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos da construção
civil praticados no município de Salto de Pirapora.
Posteriormente foram analisadas as quantidades de resíduos gerados
localmente, a identificação dos agentes envolvidos com a geração, a coleta, o
transporte, tratamento e a destinação final, bem como a avaliação das condições de
operação dos agentes públicos e privados que atuam nessa atividade. Além disso,
será apresentado através das imagens fotográficas os impactos resultantes do atual
sistema de gestão de resíduos da construção civil e resíduos volumosos do município.
O crescimento da cidade mensurado através dos dados dos alvarás, que
foram disponibilizados pela secretaria de planejamento e obras do município,
correspondente ao período de janeiro de 2013 a dezembro de 2013. Os mesmos
foram classificados em 2 tipos de alvarás – perímetro urbano e rural, sendo eles
construções novas, reformas e ampliações.
Os resultados dessa análise de dados foram apresentados na forma
gráficos e tabelas adaptados, bem como um mapa representativo para melhor
visualização dos dados. No mapa representativo é possível encontrar informações
importantes para ao diagnóstico presente neste plano, podendo facilitar a observação
18
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
da divisão dos bairros, crescimento da cidade e a geração de RCC, separada através
de setores dentro do município de Salto de Pirapora.
Desse modo, identificou-se o potencial de geração de resíduos da
construção civil, bem como se avaliou o modelo do atual sistema de gestão de
resíduos da construção civil do município.
2° Etapa: identificação/caracterização quantitativa dos resíduos da
construção civil gerados no município e o valor comercial e industrial dos mesmos,
visando o potencial econômico dos resíduos da construção civil
Para que houvesse possibilidade de realizar a aferição do valor
comercial e industrial dos RCC, inicialmente, com base da correlação foi identificado
os tipos de resíduos que resultam da atividade da construção civil, diferenciados por
componentes e outros elementos comuns presentes nos resíduos. Seguidamente,
foram explicitadas as quantidades geradas nesses processos, este último foi
apresentado em classe de resíduo.
Em seguida, foi realizado um levantamento de preço para cada material
gerado no beneficiamento de RCC e seu correspondente no mercado.
3° Etapa: apresentação das diretrizes e ações do PMIGRCC-RV
A apresentação das diretrizes e ações do plano municipal integrado de
gestão de resíduos da constrição civil e resíduos volumosos foi realizado com base
na resolução 307 – CONAMA – que trata do gerenciamento de resíduos da construção
civil unido a pesquisas de outros trabalhos técnicos implementados em outros
municípios brasileiros.
Para cada elemento aqui apresentado foi proposto ações e diretrizes
tanto nas esferas do pequeno gerador quanto para o grande gerador. Para a
realização desta fase, foi necessária, visitas a campo e reuniões com entidades
19
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
envolvidas no tema, visando a socialização dos envolvidos e a melhor escolha das
diretrizes e ações propostas pela sociedade.
4° Etapa: apresentação das estratégias/métodos de execução das ações
contempladas na etapa anterior
Para o conjunto de diretrizes e ações, correspondentes aos pequenos
e grandes geradores, conforme apresentado na etapa 3, avaliadas como necessárias
para o atendimento da resolução 307/2002, foram desenvolvidos métodos de
execução – estratégias – com base na reutilização e/ou reincorporação na cadeira
produtiva, seguindo a mesma sequência dos elementos estruturais considerados na
etapa 3, ou seja, fonte geradora de resíduos, coleta, transporte e destinação.
5° Etapa: projeção das medidas e ações propostas pelo PMIGRCC-RV
Após serem feitas as etapas anteriores, envolvendo as diretrizes,
métodos e ações entre todos os aspectos quanto a geração, coleta, transporte e
destinação dos resíduos, é chegada a etapa de apresentação da avaliação dos
impactos das medidas e ações já propostas nas etapas anteriores.
Conforme cada qual, relacionado a sua respectiva ação, os impactos
devem ser analisados de forma imparcial, gerando então uma diversidade de óticas
para que se possa obter dados próximos da realidade do plano em questão.
Em seguida são apresentadas as considerações finais acerca do
PMIGRCC-RV para o município e os correspondente modelo de minuta da lei.
20
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
3 DEFINIÇÕES E CONCEITOS TÉCNICOS JURÍDICOS
De acordo com o CONAMA foram definidas toda a responsabilidade
referente aos resíduos da construção civil, partindo desde o escopo dos geradores,
dos transportadores e dos gestores interno e externo, bem como forma e os conceitos
de reutilização, reciclagem, beneficiamento, aterros específicos, áreas de destinação
e classificação, segundo as características físico-químicas dos resíduos.
Dessa forma, faz-se necessário para a adequada elaboração deste
plano, posteriormente servindo como instrumento para implantação da gestão de
resíduos da construção civil e para a melhoria da eficiência no entendimento dos
aspectos técnicos, jurídicos legais e econômicos é apresentado a seguir uma revisão
dos conceitos e definições de todo o tema, utilizando como base as normas técnicas
atuais, trabalhos já realizados e legislações pertinentes.
3.1 RESÍDUOS SÓLIDOS
De forma inequívoca, a PNRS é bem clara quanto as diferenças entre os
resíduos gerados nos municípios brasileiros, fazendo assim uma distinção e
classificação específica dos mesmos. Assim sendo, o presente documento está
embasado na lei federal nº 12.305/2.010, que estabeleceu a política nacional de
resíduos sólidos e em sua regulamentação, o decreto federal nº 7.404/2.010, bem
como na política estadual de resíduos sólidos, lei estadual nº 12.300/2006 e seu
regulamento. Os artigos 6° e 7° da política estadual definem os principais termos do
universo que trata dos resíduos sólidos, conforme segue:
Artigo 6º - Nos termos desta lei, os resíduos sólidos enquadrar-se-ão nas seguintes categorias:
I) Resíduos Urbanos: os provenientes de residências, estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços, da varrição, de podas e da limpeza de
21
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
vias, logradouros públicos e sistemas de drenagem urbana passíveis de contratação ou delegação a particular, nos termos de lei municipal;
II) Resíduos Industriais: os provenientes de atividades de pesquisa e de transformação de matérias-primas e substâncias orgânicas ou inorgânicas em novos produtos, por processos específicos, bem como os provenientes das atividades de mineração e extração, de montagem e manipulação de produtos acabados e aqueles gerados em áreas de utilidade, apoio, depósito e de administração das indústrias e similares, inclusive resíduos provenientes de Estações de Tratamento de Água - ETAs e Estações de Tratamento de Esgoto - ETEs;
III) Resíduos de Serviços de Saúde: os provenientes de qualquer unidade que execute atividades de natureza médico-assistencial humana, ou animal; os provenientes de centros de pesquisa, desenvolvimento ou experimentação na área de farmacologia e saúde; medicamentos e imunoterápicos vencidos ou deteriorados; os provenientes de necrotérios, funerárias e serviços de medicina legal; e os provenientes de barreiras sanitárias;
IV) Resíduos de Atividades Rurais: os provenientes da atividade agropecuária, inclusive os resíduos dos insumos utilizados;
V) Resíduos provenientes de Portos, Aeroportos, Terminais Rodoviários, e Ferroviários, Postos de Fronteira e Estruturas Similares: os resíduos sólidos de qualquer natureza provenientes de embarcação, aeronave ou meios de transporte terrestre, incluindo os produzidos nas atividades de operação e manutenção, os associados às cargas e aqueles gerados nas instalações físicas ou áreas desses locais;
VI) Resíduos da Construção Civil: os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras, compensados, forros e argamassas, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações e fiação elétrica, comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha;
Parágrafo único - Os resíduos gerados nas operações de emergência ambiental, em acidentes dentro ou fora das unidades geradoras ou receptoras de resíduo, nas operações de remediação de áreas contaminadas e os materiais gerados nas operações de escavação e dragagem deverão ser previamente caracterizados e, em seguida encaminhados para destinação adequada.
Artigo 7º - Os resíduos sólidos que, por suas características exijam ou possam exigir sistemas especiais para acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento ou destinação final, de forma a evitar danos ao meio ambiente e à saúde pública, serão definidos pelos órgãos estaduais competentes.
Já na política nacional de resíduos sólidos, nos termos do artigo 13 da
lei federal nº 12.305/2010, são classificados os resíduos sólidos, conforme segue:
22
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Art. 13. Para os efeitos desta Lei, os resíduos sólidos têm seguinte
classificação:
I – quanto à origem:
• resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residência urbanas;
• resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e via públicas e outros serviços de limpeza urbana;
• resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”;
• resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os gerado nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”;
• resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos na alínea “c”;
• resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais;
• resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS;
•resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluindo os resultantes da preparação escavação de terrenos para obras civis;
•resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;
•resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, terminai alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;
•resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração o beneficiamento de minérios;
II - quanto à periculosidade:
•resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica;
•resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”. Parágrafo único. Respeitado o disposto no art. 20, os resíduos referidos na alínea “d” do inciso I do caput, se caracterizados como não perigosos, podem, em razão de sua natureza composição ou volume, ser equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público municipal.
23
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
3.2 OS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
São classificados RCC aqueles gerados através de processos de
construções, reformas, reparos e demolições de obra de construções civil, incluindo
os resíduos oriundos da preparação e escavação de terrenos de obras civis, sendo
genericamente caracterizados com constituição de tijolos, metais, pedaços de
concreto, blocos, bem como embalagens e outros tipos gerados nas obras.
De acordo com a resolução CONAMA 307, de 5 de julho de 2002, que
dispõe sobre a gestão dos resíduos da construção civil e estabelece diretrizes,
critérios e procedimentos para a gestão de tais resíduos, temos as seguintes
definições:
Resíduos da Construção Civil – São os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha;
Geradores – São pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis por atividades ou empreendimentos que gerem os resíduos definidos nesta Resolução;
Transportadores – São as pessoas, físicas ou jurídicas, encarregadas da coleta e do transporte dos resíduos entre as fontes geradoras e as áreas de destinação;
Agregado reciclado – É o material granular proveniente do beneficiamento de resíduos de construção que apresentem características técnicas para a aplicação em obras de edificação, de infra-estrutura, em aterros sanitários ou outras obras de engenharia;
Gerenciamento de resíduos – É o sistema de gestão que visa reduzir, reutilizar ou reciclar resíduos, incluindo planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos e recursos para desenvolver e implementar as ações necessárias ao cumprimento das etapas previstas em programas e planos;
Reutilização – É o processo de reaplicação de um resíduo, sem transformação do mesmo;
Reciclagem – É o processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter sido submetido à transformação;
Beneficiamento – É o ato de submeter um resíduo a operações e/ou processos que tenham por objetivo dotá-los de condições que permitam que sejam utilizados como matéria-prima ou produto;
24
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Aterro de resíduos classe A de reservação de material para usos futuros: é a área tecnicamente adequada onde serão empregadas técnicas de destinação de resíduos da construção civil classe A no solo, visando a reservação de materiais segregados de forma a possibilitar seu uso futuro ou futura utilização da área, utilizando princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente e devidamente licenciado pelo órgão ambiental competente;
Área de transbordo e triagem de resíduos da construção civil e resíduos volumosos (ATT): área destinada ao recebimento de resíduos da construção civil e resíduos volumosos, para triagem, armazenamento temporário dos materiais segregados, eventual transformação e posterior remoção para destinação adequada, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos a saúde pública e a segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.
Os resíduos da construção civil deverão ser classificados da seguinte forma:
CLASSE A – São os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:
de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;
de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;
Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso;
Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação;
Classe D: são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde.
Os resíduos da construção civil deverão ser destinados das seguintes formas:
Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados ou encaminhados a aterro de resíduos classe A de reservação de material para usos futuros;
CLASSE B – Deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura;
CLASSE C – Deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas especificas.
Classe D: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas.
25
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Referindo-se a resolução CONAMA 307, a mesma foi alterada pela
resolução n°348 de 16 de agosto de 2004, onde é incluído o amianto na classe dos
resíduos perigosos – classe D, onde consta atualmente no artigo 3°, inciso IV da
própria 307.
Seguidamente, a resolução de n° 431 de 25 de maio de 2011, altera o
disposto no artigo 3°, incisos II e III da resolução 307 em destaque, modificando o
gesso quanto sua classificação, hoje fazendo parte da classe B dos resíduos da
construção civil.
Por fim, a última alteração da resolução 307/2002 foi realizada pela
resolução n°448 de 18 de janeiro de 2012, alterando então os artigos 2°, 4°, 5°, 6°, 8°,
9°, 10° e 11°, entretanto tais alterações não caracterizaram mudanças de classes de
resíduos como as alterações anteriores e são resumidas na tabela abaixo.
Tabela 1 - Classe dos Resíduos
Classe Característica Exemplo
A Recicláveis inertes Solo, argamassa, cerâmicos B Recicláveis não inertes Papeis, plásticos, metais, vidros C Sem tratamento comercial Isopor D Perigosos Tintas, solventes, óleos, amianto
A tabela acima apresenta a característica dos resíduos que leva a
separação por classes e o quadro abaixo mostra de forma mais segregada a
discriminação dos resíduos de forma mais abrangente.
Quadro 1 - Classe dos Resíduos
Tipos de RCC
Definição Exemplos Destinações
Classe A
Resíduos reutilizáveis ou
recicláveis como agregados
Resíduos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de
terraplanagem; Resíduos de componentes cerâmicos (tijolos, blocos,
telhas, placas de revestimentos), argamassa e
concreto; Resíduos oriundos de processo de fabricação e/ou demolição de
peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-
Reutilização ou reciclagem na forma de agregados, ou encaminhados às áreas de
aterro de resíduos da construção civil, sendo
dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura.
26
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
fios) produzidas nos canteiros de obras.
Classe B
São os resíduos recicláveis para
outras destinações
Plásticos, papeis/papelão, metais, vidros, madeiras e
gesso.
Reutilização /reciclagem ou encaminhamento às áreas
de armazenamento temporário, sendo dispostos
de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem
futura.
Classe C
São os resíduos para os quais não
foram desenvolvidas tecnologias ou
aplicações economicamente
viáveis que permitam a sua
reciclagem/ recuperação
Luvas, pincéis, rolos, lixas e discos diamantados.
Armazenamento, transporte e destinação final, conforme normas técnicas específicas.
Classe D
São os resíduos perigosos
oriundos do processo de construção
Tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles
contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos
de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.
Armazenamento, transporte, reutilização e destinação
final conforme normas técnicas específicas.
3.3 GERADORES DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Segundo a resolução CONAMA 307 os geradores são classificados
como pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, que sejam responsáveis por
ações, atividades, ou empreendimentos que gerem os resíduos da construção civil.
Partindo desse pressuposto, é possível a partir deste plano, classificar dois tipos de
geradores: o pequeno gerador e o grande gerador.
Abaixo, segue os critérios de classificação dos geradores citados
anteriormente:
Pequenos geradores de resíduos da construção civil
A partir desse plano são considerados pequenos geradores de resíduos
da construção civil todos os indivíduos públicos, privados, físicos ou jurídicos que
27
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
atendam ao seguinte parâmetro de enquadramento, sendo este definido da seguinte
forma: caso a área correspondente à obra – nova, reforma, ampliação ou demolição
– seja menor ou igual a 30m².
Grandes geradores de resíduos da construção civil
A partir desse plano são considerados grandes geradores de resíduos
da construção civil todos os indivíduos públicos, privados, físicos ou jurídicos que
atendam ao seguinte parâmetro de enquadramento, sendo este definido da seguinte
forma: caso a área correspondente à obra – nova, reforma, ampliação ou demolição
– superior a 30m².
3.4 RESERVAÇÃO DE RESÍDUOS
Quando é citado o processo de disposição segregada dos resíduos da
construção civil em ambiente adequado e de forma correta, pode-se apresentar tal
operação como reservação de resíduos.
3.5 DISQUE COLETA PARA PEV (PONTO DE ENTREGA VOLUNTÁRIA)
“Disque Coleta” número de telefone dedicado para atender solicitações
de retirada dos materiais das PEV’s. As PEV’s são pontos de coleta de materiais de
RCC, volumoso e recicláveis dispostos na cidade para entrega de pequenos volumes.
Os pontos de entrega para pequenos volumes, serão instalados ficando à disposição
dos munícipes visando atender à solicitação de coleta de pequenos volumes de
resíduos da construção civil, resíduos volumosos e recicláveis, por meio do
acionamento do transportador público.
28
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
3.6 EQUIPAMENTOS DE COLETA DE RCC-RV
Os equipamentos de coleta de resíduos da construção civil e resíduos
volumosos são dispositivos utilizados para a coleta e posterior transporte de resíduos,
tais como caçambas metálicas estacionárias, caçambas basculantes instaladas em
veículos autopropelidos, carrocerias para carga seca e outros, incluídos os
equipamentos utilizados no transporte do resultado de movimento de terra.
3.7 ECOPONTO
A resolução CONAMA em seu artigo 6º apud – gestão de resíduos da
construção civil, preconiza que deverá constar no plano municipal de gestão o
cadastramento de áreas públicas ou privadas, destinadas à atração e triagem dos
resíduos de pequenos geradores. Neste plano essas áreas serão denominadas de
Ecopontos.
Os pontos de entrega para pequenos volumes – ecopontos – são as
ferramentas públicas destinadas ao recebimento de pequenos volumes de RCC-RV,
gerados e entregues pelos munícipes. Os resíduos podem ser coletados e entregues
por pequenos transportadores diretamente contratados pelos geradores. Quanto aos
equipamentos e ferramentas, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente,
devem ser utilizados para a triagem de resíduos recebidos, posteriormente a coleta
diferenciada e depois a remoção para disposição de forma adequada.
29
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
3.8 ÁREA DE TRANSBORDO E TRIAGEM (ATT)
A área de transbordo e triagem de resíduos da construção civil se
caracteriza como uma instalação destinada a captação dos resíduos de grandes
geradores e pequenos geradores compromissados com a sua total triagem. Esse
estabelecimento destinam-se ao recebimento de RCC-RV gerados e coletados por
agentes públicos e/ou privados, tendo em seus processos, ferramentas e
equipamentos um sistema de serviço que não cause danos à saúde pública e ao meio
ambiente. Além de todas especificações anteriores a ATT conta com o beneficiamento
e posterior remoção para adequada disposição e/ou uso, conforme especificações da
Norma Brasileira (NBR) 15.112/2004, e NBR 15,114/2004 da ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas).
3.9 TRANSPORTADORES DE RCC-RV
Os Transportadores de RCC-RV são caracterizados como pessoas
físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, encarregadas da coleta e do transporte
remunerado – ou não – dos resíduos entre as fontes geradoras até as áreas de
destinação. Os transportadores são reconhecidos como ação privada de coleta
regulamentada, sendo assim, devem se submeter às diretrizes e à ação da gestão do
poder público municipal, devendo ser cadastrados pelo departamento responsável na
diretoria de meio ambiente e/ou na secretaria de obras do município, conforme
regulamentação específica.
O transporte deverá ser realizado em conformidade com as etapas
anteriores e de acordo com as normas técnicas vigentes para o transporte de
resíduos.
30
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Todo transportador de RCC-RV deverá portar a autorização de tráfego,
emitida pela secretaria de planejamento/obras e/ou diretoria do meio ambiente para
cada obra autorizada – pública ou privada – e/ou o Controle de Transporte de Resíduo
(CTR) emitida pelo transportador em 3 (três) vias.
3.10 CONTROLE DE TRANSPORTE DE RESÍDUOS (CTR)
O CTR é um documento emitido pelo transportador de resíduos que
fornece informações sobre gerador, origem, quantidade e descrição dos resíduos e
seu destino, além data do início, o término da movimentação e a classificação – com
3 opções – do material transportado: material de terraplenagem, resíduos recicláveis,
ou rejeitos da construção civil.
O CTR é um documento emitido pelo transportador de resíduos que
fornece informações sobre gerador, origem, quantidade e descrição dos resíduos e
seu destino, além da data do início, o término da movimentação e a classificação que
deverá ser avaliada dentro de 3 opções quanto ao material transportado: material de
terraplenagem, resíduos recicláveis ou rejeitos da construção civil.
A CTR é emitida em 3 vias para fins de controle do gerador, do
transportador e da ATT que receberá o resíduo. Caso a verificação do RCC-RV não
coincida com o apresentado na CTR, um adendo será acrescentado no mesmo
documento.
31
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
3.11 RECEPTORES DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E DE
RESÍDUOS VOLUMOSOS
Receptores de resíduos da construção civil e de resíduos volumosos se
tratam de pessoas jurídicas, públicas ou privadas, operadoras de empreendimentos,
cuja função seja o manejo adequado de resíduos da construção civil e resíduos
volumosos em pontos de entrega, áreas de triagem, áreas de reciclagem e aterros,
entre outras.
3.12 DEPÓSITO CLANDESTINO OU BOTA-FORA
É uma área procedente da disposição irregular de resíduos executada,
principalmente, por empresas privadas de transporte de RCC-RV, o qual utilizam
grandes áreas sem licenças ambientais ou com consentimento tácito, ou explicito, das
administrações locais.
Áreas de bota fora, podem ser considerados pelos mesmos aspectos dos
depósitos clandestinos, porém em áreas menores, geralmente com disposição não só
de transportadores, mas também de pequenos geradores dos arredores de tais áreas.
As áreas geralmente utilizadas para essas ações irregulares são beiras de estradas
intermunicipais, beiras de terrenos abandonados e margem de áreas verdes nos
arredores da cidade, em bairros afastados ou terrenos baldios.
3.13 INSALUBRIDADE
Segundo a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) lei 6.5144 de 22
de dezembro de 1977 em seu artigo 189 diz:
32
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.
3.14 ATERRO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
A resolução CONAMA nº 307/2002 preconiza que fica proibido os
depósitos clandestinos, os bota-foras e a disposição final dos resíduos da construção
civil em aterros de resíduos domiciliares.
O aterro de resíduos da construção civil se define pelo estabelecimento
onde são empregadas técnicas de disposição adequadas de RCC de origem mineral,
de forma que tal disposição possibilite a reservação dos materiais, sendo possível
posteriormente seu uso no futuro ou ainda, a disposição destes materiais com vistas
à futura utilização da área.
No aterro de RCC são empregados princípios de engenharia para
confiná-los com a melhor logística possível, resultando em um volume menor e
otimizando o espaço utilizado dentro do aterro, sem causar danos à saúde pública e
ao meio ambiente, conforme especificações da norma brasileira NBR 15.113/2004 da
ABNT.
3.15 BANCO DE ÁREAS PARA ATERRAMENTO
São áreas cadastradas para o recebimento de resíduo classe A, neste
caso específico esse resíduo passa a ser considerado matéria prima para o
alteamento de cota. O banco de áreas para aterramento é composto de lotes ou
pequenos espaços urbanos, públicas ou particulares, que necessitem de aterramento
de seus relevos, dentro de normas específicas e que não comprometam o meio
33
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
ambiente e em caráter definitivo e de forma adequada, com vistas à implantação
posterior de outra atividade urbana.
Para a implantação desse banco de áreas além do cadastro das áreas
disponíveis para aterramento, e as que possam ter a solicitação de alteamento, deve
conter critérios corretos para atender à demanda de materiais limpos, definição das
responsabilidades e procedimentos para o licenciamento e execução do aterramento.
Também deve ser exigido dos responsáveis pelas obras o uso exclusivo dos resíduos
classe A, adequadamente triados nas instalações do novo sistema de gestão, não
sendo possível a utilização de RCC sem a devida triagem.
3.16 ALIMENTADORES
Os alimentadores são dispositivos como correias, ou esteiras utilizados
para a alimentação de matérias primas/insumos nas correspondentes etapas do
processo. Existem diversos tipos de alimentadores e a escolha dos mesmos
dependerá das características construtivas do equipamento alimentador, forma de
operação, tipo e quantidade de material a ser alimentado.
3.17 FRAGMENTAÇÃO DE SÓLIDOS
É a operação que tem por objetivo a redução do tamanho de um
determinado material sólido, podendo este ser matéria prima, insumo ou produto nas
diversas etapas de um processo de transformação. Existe uma grande diversificação
de equipamentos relacionados a fragmentação de sólidos, os quais podem ser
classificados de acordo com a redução do tamanho das partículas em grossos, médios
e finos.
34
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
3.18 PROCESSOS DE SEPARAÇÃO
Os processos de separação são etapas utilizadas na triagem dos
materiais provindos do RCC coletado. Esse tipo de processo utiliza fenômenos físicos
para sua realização, são provindos de equipamentos específicos que podem variar
suas características conforme o tipo de material a ser separado. As etapas que se
utiliza a separação é possível encontrar o processo de peneiramento e de separação
magnética.
3.19 PENEIRAMENTO
O peneiramento é um tipo de processo de separação mecânica, onde
tem como objetivo separar os materiais sólidos granulados através de peneiras
especificas para cada tipo de granulação escolhida na etapa. Os principais tipos de
peneiras para o processo de RCC são as peneiras vibratórias, rotativas e a grelha.
3.20 PENEIRA VIBRATÓRIA E ROTATIVA
A peneira rotativa é uma ferramenta utilizada para a separação mecânica
dos materiais. Quando a separação manual dos resíduos acaba sendo ineficiente por
questões de gerenciamento de tempo e mão de obra é utilizado no processo a peneira
rotativa, ela tem como objetivo a separação dos materiais recicláveis – sacos e
plásticos – dos resíduos da construção civil.
A peneira vibratória consiste de uma ferramenta para separar os
materiais em granulometrias diferentes de forma que eles possam ser utilizados como
35
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
matéria prima de outros produtos, ou seja, a peneira vibratória serve para separar o
material triturado em tamanhos diferentes para ser coprocessado em outro material.
3.21 GRELHA VIBRATÓRIA
Grelha vibratória é o equipamento que tem como objetivo separar as
pedras menores na alimentação de britadores e rebritadores. Tal processo permite
que as máquinas de britagem não tenham acúmulo de matéria fina entre seus
mecanismos permitindo assim que os equipamentos trabalhem em seus níveis
máximos de capacidade, melhorando a eficiência da produção e processamento do
material a ser britado.
3.22 SEPARADOR MAGNÉTICO
Os separadores magnéticos são equipamento eletro mecânicos que tem
como função separar os materiais de que contenham metais ferrosos contidos em sua
composição. Geralmente utilizados após a britagem dos resíduos, os mesmos que
passam por uma esteira onde o separador magnético poderá estar suspenso, atraindo
os metais e retirando-os da material granulado. A potência do separador magnético
vai depender da necessidade de seu uso, sendo assim para cada potência de um
separador desse tipo, existe determinados pesos e tamanhos de metais que podem
ser separados.
36
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
3.23 BRITADORES
Para diminuir o tamanho dos materiais a serem trabalhados é utilizado o
britador. O processo de trituração envolve energia mecânica de caráter compressivo,
ou de impacto. Alguns tipos de britadores mais utilizados são: britador de mandíbulas
e britador de rolos. Os britadores são equipamentos usados para a redução grosseira
de grandes quantidades de sólidos como argamassa, tijolos, concreto e alvenaria em
geral.
4 DIAGNÓSTICO EM TORNO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS DA
CONSTRUÇÃO CIVIL
Este capítulo apresenta o diagnóstico referente ao crescimento da área
urbana de Salto de Pirapora e a correspondente relação que o mesmo possui com a
geração de resíduos da construção civil e volumosos.
Para que tal etapa fosse realizada com sucesso, foi necessário
considerar alguns elementos importantes para a análise sendo os seguintes:
Descrição da fonte geradora de RCC-RV;
Avaliação da geração de RCC;
Reconhecimento da capacidade de geração de RCC-RV através
dos prestadores de serviço no ano de 2013 – privados e
particulares;
Análise do sistema de logística utilizado pelo prestador de serviço
público;
Avaliação do processo de coleta de RCC-RV;
Análise referente à disposição dos resíduos da construção civil,
utilizando a comparação entre as quantidades de RCC gerados –
37
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
através dos alvarás emitidos – e o total de resíduos coletados
pelos prestadores de serviço público e privado e;
Estimativa do potencial econômico relacionado a gestão
municipal do RCC-RV.
4.1 DESCRIÇÃO DA FONTE GERADORA DE RCC-RV
Fazendo limite com Votorantim, Piedade, Araçoiaba da Serra, Sarapuí,
Pilar do Sul e Sorocaba o município de Salto de Pirapora encontra-se na micro região
de Sorocaba, sendo esse um dos principais polos metal mecânico do estado. O
município é ligado pelas rodovias João Leme dos Santos SP-264, Rodovia Francisco
José Ayub e Rodovia João Guimarães. Situado a margem esquerda do rio Pirapora,
o município fica a 121 km da cidade de São Paulo.
Possuindo uma área de 280,31Km², o município de Salto de Pirapora
apresenta hoje, através de projeções do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística) para o ano de 2013 uma densidade demográfica de 152,20 habitantes/km²
perfazendo um total de 42.710 habitantes, sendo que desse montante 78% reside em
área urbana e o restante 21,61% residem na área rural do município. Salto de Pirapora
possui um sistema intermunicipal de transporte para atender a demanda de entrada e
saída de pessoas da cidade, que geralmente possuem emprego nas cidades vizinhas
ou estudam em universidades de Sorocaba.
Um dos destaques que estão entre o município de Salto de Pirapora e
Sorocaba é a UFSCAR (Universidade Federal de São Carlos), inaugurada
recentemente (2008) que possui cursos considerados únicos no país, o que possibilita
uma grande procura de imóveis para estudantes na cidade.
Segundo dados do SEADE (Fundação Sistema Estadual de Análise de
Dados) de 2009 a renda per capta da população era de 12.095,96 em reais correntes,
distribuídos em uma população de 40.639 habitantes. Através de dados obtidos pelo
38
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
mesmo instituto, em 2011 a distribuição da população era de 42.710 habitantes com
um PIB (Produto Interno Bruto) que totaliza o valor de 595.930.000.000 em reais
correntes, tendo assim o valor per capta de 14.709,00 em reais correntes ao ano.
Sendo assim, em dois anos tivemos um incremento de 2.071 habitantes e um aumento
na renda per capta de 2.613,04 em reais correntes.
As questões ligadas ao resíduos da construção civil estão diretamente
envolvidas com todo o desenvolvimento socioeconômico de uma cidade ou região,
havendo sempre uma equivalência proporcional quanto ao crescimento e geração de
resíduos. Partindo desse pressuposto, é notável o aumento de problemas, destacando
problemas ambientais relacionados ao desenvolvimento das cidades brasileiras, o que
pode em médio e longo prazo causar grandes prejuízos ao país e consequentemente
a toda população aqui residente.
Em 1981 segundo levantamento obtido pelo Seade a população de Salto
de Pirapora era de 15.319 habitantes, já em 2014 segundo o mesmo instituto o número
de habitantes é de 41.384. Utilizando-se dos mapas de 1981 – cedido pelo setor de
planejamento e obras – e de 2010 – disponibilizado pelo plano diretor de 2010 –
podemos visualizar a expansão física da cidade através das imagens abaixo.
39
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Figura 1 - Mapa de 1981
Fonte 1 – Mapa de Expansão Urbana 81
Figura 2 - Mapa de 2010
Utilizando como orientação principal os mapas figuras 01 e 02 expostas
anteriormente, é notável a visualização da expansão da cidade, resultando em
diversos novos bairros como Jd (Jardim) St (Santa) Helena, Jd Madalena, Jd Daniel
D Haddad, Jd Alvorada, Jd Ilha das Flores, Jd Ana Guilherme, Jd Amélia, Jd Conde
Matarazzo, Jd Vera Lúcia, Jd Floriano, Jd Agenor, Jd Maria Clara, Jd Teixeira, Jd
Áurea, Jd Elizabeth, Jd Cachoeira, Recanto São Manoel I e II, Distrito Industrial I e II.
Atualmente existem diversos loteamentos novos e em fase de
finalização na cidade o que confirma uma expansão residencial dentro do município.
Tal crescimento derivado também do plano diretor municipal, juntamente das
ampliações e reformas de imóveis já existentes, bem como a construção de novos
empreendimentos e imóveis que atendam a demanda de moradia dos cidadãos,
podem afirmar que a cidade possui um grande potencial de geração de resíduos.
Avaliando tais pontos citados, faz-se necessário que o município de
Salto de Pirapora, observando toda a complexidade da problemática em torno dos
resíduos da construção civil, desenvolva ferramentas e mecanismos que contribuam
para a redução de geração de RCC, bem como processos para melhor
reaproveitamento dos mesmos. Para que haja pleno funcionamento de tais programas
40
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
de redução, bem como uso das ferramentas criadas pelo município faz-se necessário
a utilização desse plano como instrumento de direção, podendo este nortear todo o
processo de implantação descrito no cronograma deste plano.
Além de todo processo de instalação de infra estrutura, a logística e os
planos de ação, os programas de informação ambiental da população enfatizando a
preservação de áreas verdes, bem como a disposição correta do resíduos da
construção civil, são indispensáveis na gestão dos resíduos do município de Salto de
Pirapora.
4.2 AVALIAÇÃO DA GERAÇÃO DE RCC
Além da diferentes origens dos RCC, estes também apresentam
elementos de diferentes naturezas, tais como: solo, rocha, concreto armado ou não,
argamassa de cimento e cal, metais, madeiras, dentre outros. Estes elementos
apresentam-se em diferentes proporções e dependem basicamente, da origem do
RCC, da fase da obra, da tecnologia construtiva e da natureza da construção.
É possível encontrar nas literaturas referente ao tema, diversas
definições para os tipos de resíduos da construção civil e demolição. Uma grande
parte dos autores, entre eles (apud ZORDAN 1997, p.7), diz que RCC são resíduos
sólidos não contaminados, provenientes de construção, reforma, reparos e demolição
de estruturas e estradas, e resíduos sólidos não contaminados de vegetação,
resultantes de limpeza e escavação de solos. Como resíduos, incluem-se, mas não
limitam-se, blocos, concreto e outros materiais de alvenaria, solo, rocha, madeira,
forros, argamassa, gesso, encanamentos, telhas, pavimento asfáltico, vidros,
plásticos que não camuflem outros resíduos, fiação elétrica e equipamentos que não
contenham líquidos perigosos e metais que estiverem num dos itens acima.
Segundo a resolução CONAMA 307 em seu artigo número 2 e primeiro
parágrafo diz:
41
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha.
4.2.1 Estudo dos alvarás
Esta parte do plano foi elaborada através da análise dos alvarás emitidos
em 2013 disponibilizados pelo setor de planejamento e obras, discriminados por
imóveis residenciais e industriais, e ainda os do perímetro urbano e rural. A
quantificação e a qualificação dos dados foram embasados em diversos autores
dentre muitas pesquisas realizadas e visitas a campo e acompanhamento do trabalho
de geração dos RCC’s no município.
Segundo o controle de autorizações de construções, reformas e
ampliações emitidas pela secretaria de obras do município, utilizados como base dos
dados para a metodologia citada neste plano, é possível contabilizar no ano de 2013
o total de uma área de 38.697,8 m². Para desenvolvimento dos cálculos esse valor foi
multiplicado pela média de geração citada por Pinto (1999) especificada em 150kg/m².
A partir desse primeiro cálculo temos uma estimação do total de RCC gerado em kg,
perfazendo o valor de 5.804.670kg ou aproximadamente 6.000ton. Utilizando os
mesmos estudos do cálculo anterior, que apresenta uma média de 1.200kg para cada
1m³ de resíduo de construção civil gerado, foi dividido o total do resíduo gerado pelo
valor do peso médio de uma caçamba 5m³ (8.000kg) o cálculo estimou a quantia de
aproximadamente 725 caçambas geradas pelas obras residenciais da zona urbana
no município.
Aplicando a mesma metodologia para as área rurais obtêm-se
2.224,42m² que por sua vez multiplicado pela média de geração por m² (150kg/m²) e
dividido pela média do peso das caçambas de 5m³ foi obtido resultado de 41
caçambas geradas nas construções autorizadas dentro das áreas rurais. Já nas áreas
industriais que perfazem um total de 1.916,16m² obteve-se a estimativa de 35
caçambas de 5m³ através da metodologia apresentada aqui neste plano.
42
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Os dados contabilizados para o ano de 2013 considerou a literatura
utilizada neste plano, tem-se então a autorização de construções, reformas e
ampliações para uma área de 38.697,8m². Multiplica-se esse valor por 150kg sendo
este a quantia em peso por m² e obteve-se 5.804.670kg, ou 5.804, 67ton. Divide-se
esse valor por 8ton – 8.000kg – que é o peso médio de uma caçamba – levando-se
em consideração que cada m³ pesa em torno de 1.200kg – e obteve-se 725 caçambas
geradas pelas obras residenciais da zona urbana.
Aplicando a mesma metodologia para a zona industrial e área rurais
obteve-se 2.224,42m² multiplicado por 150kg e dividido por 8ton resultando em 41
caçambas. Para áreas rurais utilizou-se a medida de 1.916,16m², aplicando a mesma
metodologia obteve-se 35 caçambas para as áreas industriais respectivamente.
Alguns autores enfatizam que a origem e composição dos RCC’s provém
de várias fontes e de acordo com Pinto e Gonzáles (2005), a grande quantidade de
resíduos, ou a maioria possuem origem em reformas, ampliações e demolições. Ainda
segundo Pinto ele demonstra que alguns municípios brasileiros uma geração de 75%
dos resíduos da construção civil são provenientes de construções informais – obras
não licenciadas, enquanto 15 a 30% são oriundas de obras formais – licenciadas pelo
poder público.
4.2.2 Estimativa do prestador de serviço público
Esta etapa do plano foi elaborada através da análise das solicitações de
caçambas ao setor público, bem como entrevistas no setor responsável pelo envio e
coleta das caçambas aos endereços de solicitação. Após entrevista com todos
envolvidos foi necessário o levantamento dos registros referentes a quantidade,
localização e composição dos resíduos coletados pelo prestador de serviços público.
Os resultados são apresentados ainda neste, posteriormente, contendo dados
imprescindíveis para a formulação do diagnóstico deste plano.
Segundo os dados disponibilizados pelo pátio onde o prestador de
serviço público tem sua sede, foram contabilizados todos os serviços de coleta
43
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
prestados aos munícipes o que totalizou em 586 registros do serviço de coleta de
RCC-RV através das caçambas do serviço público. Esses dados foram separados de
acordo com os bairros do município e servirão posteriormente para análises e
demonstrativos específicos para esse plano.
O poder público disponibiliza o serviço de um caminhão com caçamba
para o atendimento à população após aprovação do setor de assistência social da
prefeitura. Através de uma entrevista com um assistente social o candidato deve
apresentar comprovantes de renda e as possibilidades financeiras em que se
encontra. Após a constatação da necessidade da caçamba e a impossibilidade do
munícipe arcar com os devidos custos para a retirada do RCC-RV por meio de
serviços particulares o assistente social encarrega o serviço público para tal tarefa.
Esse tipo de coleta através de entrevista ocorre há muitos anos no município, sendo
o serviço de mão de obra – encaminhamento e coleta das caçambas – desenvolvido
pelo mesmo funcionário a mais de 10 anos, o que agregou informações importantes
a respeito deste estudo.
O volume e a composição das caçambas – que em muitos casos não
completam a carga total – segundo o que foi relatado em entrevista é de 10m³ de
entulho sendo estes 70% composto de terra, argamassa, tijolo, blocos, pisos e outros
resíduos pertencentes a classe A, 25% compondo os resíduos da classe B e 5%
classe D. Os resíduos volumosos integram 5m³, os resíduos de podas totalizam 5m³
e os inservíveis perfazem 5m³. A destinação desses resíduos são semelhantes, pois
todos são levados para o aterro controlado fazendo diferenciação apenas para os
inservíveis que possuem uma destinação diferenciada, ou seja, são dispostos
diretamente nas células de disposição.
Pode-se representar esses dados através do seguinte gráfico.
44
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Gráfico 1 - Prestador Público
Fonte 2 - Pátio de Obras
4.2.3 Estimativa do prestador de serviço privado
Esta etapa contemplou todo um diagnóstico elaborado e realizado
diretamente das informações do prestador de serviço privado. Foi disponibilizado pelo
mesmo, através de entrevista e carta protocolada pelo setor responsável da prefeitura
municipal, os dados referente a quantidade de resíduos recolhidos em m³ pela
empresa, bem como especificação dos tipos de resíduos recolhidos em “%” e a
destinação final para os mesmos. O município de Salto de Pirapora, possui apenas
uma empresa prestadora desse tipo de serviço, o que trouxe ao diagnóstico um melhor
controle sobre os resíduos da construção civil gerados.
Através dos dados disponibilizados pela administração do prestador de
serviço privado – em um documento enviado para a diretoria de meio ambiente da
cidade – é apresentado as gerações do ano de 2013 para os resíduos coletados pela
empresa Jose Roberto de Carvalho & CIA LTDA – ME. Segundo levantamento da
empresa, foram coletados 8.000m³ sendo distribuídos da seguinte forma:
4.800m³, ou seja, 60% do total de resíduos sendo englobados os
resíduos de reformas, demolições de obras, escavação de
Entulho40%
Podas20%
Inservíveis20%
Volumosos20%
RCC
45
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
terrenos, dentre outros e tiveram sua destinação a áreas
particulares – através de doação – para arrumação de estradas;
3.200m³, ou seja, 40% do restante dos resíduos subdivididos em:
15% de resíduo comercial como papel, papelão,
embalagens plásticas. Esses resíduos foram doados para a
empresa Só Alegria e carrinhos de reciclagem;
5% em resíduos não recicláveis;
20% em resíduos como galhos de árvore, madeiras dentre
outros, os quais foram doados para olarias.
Através do levantamento desses dados com o prestador de serviços
privados delimita-se a quantia de caçambas geradas por dia no município, ou seja,
divide-se o valor total de resíduos coletados em m³ ao ano, pelos dias oficialmente
trabalhados, ou seja, 8.000m³ dividido por 260 dias onde temos 30,77m³, onde divide-
se pela capacidade de carga das caçambas que é de 5m³ e temos 6 caçambas diárias
sendo coletada pelo prestador de serviço privado.
Pode-se visualizar no gráfico abaixo a distribuição dos resíduos de forma
mais didática:
Gráfico 2 - Prestador Privado
Fonte 3 - Empresa Jose Roberto de Carvalho & CIA LTDA – ME
Embora a destinação do prestador de serviço privado tenha sido
especificada no relatório enviado pela administração da empresa, o mesmo possui um
Entulho60%
Podas20%
Recicláveis15%
Não Recicláveis
5%
RCC
46
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
local onde está sendo obtido licença para implementar o tratamento do RCC que ainda
não é feito no momento.
4.2.4 Total da coleta dos prestadores
Após aplicação da metodologia para o diagnóstico, levando em
consideração a quantia de RCC-RV coletados utilizando como unidade de medida a
caçamba coletora de RCC, foi obtido através da análise dos dados do setor público
responsável pelo serviço e também pelos dados do setor privado o valor total de 2186
caçambas sendo desse montante 586 caçambas recolhidas pelo setor público e o
restando, 1600 caçambas de responsabilidade do setor privado.
Os dados obtidos pelo setor público foram retirados do controle do
serviço de caçambas a população, dessa forma foi possível contabilizar a quantia
exata de caçambas disponibilizadas, o que representa 26,8% do total de caçambas
geradas. Em contra partida os dados obtidos do setor privado, foram repassados do
controle direto do dono do empreendimento ao banco de dados desse plano, o que
somou o total de 73,2% do total de caçambas coletadas.
4.2.5 Comparativo do crescimento físico municipal
O mapa da cidade foi dividido em setores para a melhor compreensão
dos bairros alocados e a geração dentro deles, assim sendo a figura abaixo elucida a
forma de setorização atribuída ao mapa.
47
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Figura 3 - Mapa dos Setores
Fonte 4 – Mapa do Plano Diretor Alterado
Utilizando-se das figuras dos mapas de 1981 e 2010 que foram
subdivididos anteriormente em setores, nota-se o crescimento da cidade através das
ampliações dos bairros do setor 01.
Figura 4 – Mapa 1981
Fonte 5 - Mapa do Plano Diretor Alterado
Figura 5 – Mapa 2010
Verifica-se através desses mapas que houve o aumento de mais 3
bairros na cidade dentro do setor 1, sendo eles o Jd Santa Helena, o Jd Daniel David
Hadad e o Jd Madalena.
48
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
As próximas figuras apresentam o setor 2 e seus respectivos mapas.
Figura 6 - Mapa 1981
Fonte 6 – Mapa do Plano Diretor Alterado
Figura 7 - Mapa 2010
Esse mapa mostra o crescimento da cidade através de 2 bairros, o Jd
Alvorada, e o Jd Ana Guilherme.
Adiante apresenta-se os mapas do setor 3 e seus bairros.
Figura 8 - Mapa 1981
Fonte 7 - Mapa do Plano Diretor Alterado
Figura 9 - Mapa 2010
Nota-se o surgimento de vários bairros nesse setor, visto que ele está
próximo ao centro e a tendência de urbanização parte do marco zero da cidade esses
bairros se apresentam com os seguinte nomes: Jd Alexandre, Jd Amélia, Ilha das
Flores, Jd Conde Matarazzo e Jd Vera Lúcia.
49
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
No setor 4 os bairros que adicionaram ao inventário da cidade são
apresentados nas figuras abaixo.
Figura 10 - Mapa 1981
Fonte 8 - Mapa do Plano Diretor Alterado
Figura 11 - Mapa 2010
Este é um dos poucos setores onde a visualização da expansão urbana
é mais nítida através dos mapas e os bairros que preenchem o espaço em branco são
os bairros Jd Maria Clara, Jd Teixeira dos Santos e Jd Agenor Leme dos Santos.
Logo a seguir visualiza-se as figuras dos mapas relativos aos setores 5
e 6 com a adição dos bairros nos mesmos.
Figura 12 - Mapa 1981
Fonte 9 - Mapa do Plano Diretor Alterado
Figura 13 - Mapa 2010
50
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Figura 14 - Mapa 1981
Fonte 10 - Mapa do Plano Diretor Alterado
Figura 15 - Mapa 2010
Os setores 5 e 6 contam com a adição dos bairros Jd Cachoeira,
Recanto São Manoel I, II e o Distrito Industrial I, II respectivamente.
4.2.6 Estimativa através dos alvarás
Para a classificação dos setores foi levado em consideração a
proximidade dos bairros e o agrupamento das ruas da cidade, resultando então nas
seguintes classificações:
Setor 1: Jd Santa Helena, Jd Campo Largo, Jd Madalena, Jd Xavier, Jd
São Carlos;
Setor 2: Jd Avenida, Jd São Joao, St Maria, Jd Primavera, Jd Alvorada,
Jd Ana Guilherme;
Setor 3: Jd Alexandre, Jd Silva Barros, Jd Ilha das Flores, Jd Cidade
Nova, Centro, Jd Bela Vista, Jd Áurea, Vila Floriano;
Setor 4: Jd Maria Clara, Jd Teixeira, Jd Agenor, Jd Elizabeth;
51
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Setor 5: Jd América, Jd Bandeira, Jd Cachoeira, Jd Paulistano;
Setor 6: Jd São Manoel, Zona Industrial, Jd São Francisco.
Através da divisão por setores foi realizado o levantamento dos registros
de alvarás constando autorizações de ampliação, reformas, demolição e construção,
obtendo-se assim os seguintes resultados apresentados nas tabelas e representados
no gráfico abaixo por m².
Tabela 2 – Setor 1
Bairro m²
Jd Santa Helena Jd Campo Largo Vila Madalena Vila Xavier Jd São Carlos
3.391,85 2.251,26
391,18 455,00
1.055,06
Total 7.544,35
Fonte 11 – Secretaria de Obras e Planejamento
Os bairros comtemplados pelo setor 1 teve uma quantificação de
7.544,35m² de autorização de construções, reformas e ampliações no ano de 2013.
Tabela 3 – Setor 2
Bairro m²
Jd Avenida Jd São João Jd St Maria Jd Primavera Jd Alvorada Jd Ana Guilherme
420,00 1.168,00
648,03 128,62
1.765,61 1.208,65
Total 5.339,01
Fonte 12 – Secretaria de Obras e Planejamento
52
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
O setor 2 teve como área permitida para as ampliações de 5.339,01 para
o ano de 2013.
Tabela 4 – Setor 3
Bairro m²
Jd Alexandre Jd Silva Barros Jd Ilha das Flores Jd Cidade Nova Centro Jd Bela vista Jd Áurea Jd Floriano
734,36 236,72
3.415,06 628,91
4.447,14 735,10 834,24
4.656,16
Total 16.367,71
Fonte 13 – Secretaria de Obras e Planejamento
O setor 3 contabilizou 16.367,71m² autorizados pelo setor de
planejamento e obras da cidade.
Tabela 5 – Setor 4
Bairro m²
Jd Maria Clara Jd Teixeira Jd Agenor Jd Elizabeth
311,39 74,36
1.447,03 185,75
Total 2.268,53
Fonte 14 – Secretaria de Obras e Planejamento
O Setor 4 teve 2.268,53m².
Tabela 6 – Setor 5
Bairro m²
Jd América Jd Bandeira Jd Cachoeira Jd Paulistano
1.309,22 1.118,44 1.466,01
635,15
Total 4.528,82
Fonte 15 – Secretaria de Obras e Planejamento
53
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
O setor 5 por sua vez teve 4.528,82m²
Tabela 7 – Setor 6
Bairro m²
Jd São Manoel I e II Zona Industrial I e II Jd São Francisco
483,60 3.389,82 2.085,90
Total 5.959,32
Fonte 16 – Secretaria de Obras e Planejamento
O setor 6 ficou com 5.959,32.
Visualizamos a geração das emissões de alvarás para as construções
de forma mais didática no gráfico abaixo.
Gráfico 3 – Geração por Setores
Fonte 17 – Secretaria de Obras e Planejamento
Percebe-se na visualização do gráfico que o setor que possui maior
quantidade de obras relativas a ampliação, reforma, construção e demolição (em m²),
é o setor 3. Isso se dá pelo fato desse setor ter sua maior parte localizada no centro
da cidade, apresentando maior número de estabelecimentos comerciais e quantidade
maior de ampliações. É possível relacionar tais dados com o nível de eficiência e
Setor 118%
Setor 213%
Setor 339%
Setor 45%
Setor 511%
Setor 614%
M²
54
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
eficácia da fiscalização, que possui grande participação nas áreas centrais, o que
eleva o pedido de regularização de obras dentro do setor.
4.2.7 Correlação entre o total coletado e o total dos alvarás
Utilizando-se da metodologia aplicada acima, toma-se a quantidade
coletada pelos prestadores públicos e privados o qual é a soma dos dois resultados,
ou seja, 586 caçambas do prestador público multiplicado por um valor aproximado de
6ton/caçamba temos uma quantificação em peso (massa) de 3.516 toneladas. O
mesmo se aplica ao prestador privado com 1.600 caçambas que gera uma quantidade
em toneladas de 9.600ton.
A coleta do município em toneladas coletadas pelos prestadores é de
13.116ton que servirá de base para a correlação entre os totais de correlação.
Para o cálculo da estimativa dos alvarás toma-se a quantidade dada por
m² e aplica-se os valores estipulados por Pinto (1999) de 150kg/m². O valor obtido
pela soma dos alvarás apresenta uma quantia de 42.007,74m² multiplicado por 150kg
obtêm-se o valor de 6.301.161kg, ou seja, 6.301ton.
O gráfico abaixo ilustra melhor a correlação estimada para o tema
proposto.
55
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Gráfico 4 – Percentual de Coleta e Estimado
Fonte 18 - Plano Municipal Integrado de Resíduos da Construção Civil
Através do gráfico visualiza-se que a coleta dos prestadores de serviço
foi maior do que o estimado pelos alvarás deferidos pelo poder público municipal, isto
deve se ao fato de que como ciado acima, segundo Pinto (2005) 75% das obras são
de origem informal, ou seja, são reparos ou construções não licenciadas pelos alvarás
estudados neste plano.
4.3 MAPEAMENTO DAS ÁREAS DE DISPOSIÇÃO IRREGULAR
Como resultado da gestão atual do RCC-RV levando em consideração
a geração e coleta no município, pode-se diagnosticar a disposição irregular dos
mesmos. Tal levantamento de disposição irregular foi compilado em um mapa
explicativo representado abaixo. Para tal explanação do estudo e diagnóstico foi
utilizado o software Google Earth como ferramenta para localização através de
coordenadas geográficas.
Prestadores68%
Estimado32%
CORRELAÇÃO
56
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
O mapa gerado possui áreas delimitadas, que posteriormente serão
detalhadas quanto a sua localização exata, bem como fotos registradas dos resíduos
descartados nas mesmas. As áreas foram organizadas em 9 pontos de disposição,
no entanto, por tratar-se de locais de disposição irregular, pode ao decorrer do tempo
de elaboração e de execução deste ocorrer o surgimento de mais áreas irregulares
de disposição.
57
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Figura 16 – Mapa Apontado
Fonte 19 - Mapa do Plano Diretor Alterado
Área Nº 1
Localizada na extensão da rua Pernambuco essa área faz parte de uma
estrada vicinal e serve de acesso a alguns pontos turísticos da cidade, como o casarão
58
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
colonial e a cachoeira do alemão. Pode-se verificar no quadro abaixo a localização
geográfica, a altitude e logo e os registros fotográficos tirados no 1º trimestre do ano
de 2014.
Latitude S – 23º 40’ 16,96”
Longitude O – 47º 35’ 43,29”
Elevação 652m
Figura 17 – Estrada Vicinal
Pode-se notar na fotografia acima a disposição de resíduo de poda,
resíduos da construção civil destacando uma quantidade relevante de telhas de
amianto, além de peças de carros e resíduo sólido domiciliar comum.
59
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Área Nº 2
Essa área é aparentemente a mais recente quanto à disposição irregular
dos resíduos da construção civil, volumosos e também urbanos. Quando não se conta
com áreas específicas para a disposição correta dos resíduos, a população elege
áreas próximas aparentemente abandonadas para a disposição dos resíduos,
geralmente a escolha da área é dada através dos requisitos de localização e
conveniência motora dos moradores.
É possível citar a área 2 como exemplo, levando em consideração que
o antigo proprietário do imóvel desocupou o local, que posteriormente se tornou
depósito irregular de RCC-RV devido a diminuição de transito da estrada que servia
de acesso a antiga leiteria.
Latitude S – 23º 39’ 55,57”
Longitude O – 47º 35’ 19,96”
Elevação 651m
Figura 18 – Estrada da Leiteria
Neste local, bem como em todas as áreas foi encontrado o mesmo
padrão de resíduos, lembrando que cada local apresenta suas especificidades, esta
área também mantém o padrão, apresentando uma grande quantidade de resíduos
volumosos e uma grande quantidade de resíduos sólidos domiciliares, este último pelo
fato da área estar localizada próxima a áreas residenciais.
60
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Área 3
Esta área está localizada entre dois bairros antigos, no entanto, existe
um local perfazendo um trecho entre esses bairros, delimitado por uma área contendo
uma nascente de água perene, que através da lei 12.651 de 2012 é configurada como
área de preservação permanente (APP). Apesar de ser protegida por leis federais e
estaduais, os munícipes realizam a disposição de RCC-RV neste local a muito tempo,
e embora a administração pública faça limpeza constante no terreno, a população
insiste em dispor cada vez mais resíduos nessa área. Abaixo é apresentada as
coordenadas da área.
Latitude S – 23º 39’ 46,05”
Longitude O – 47º 35’ 08,83”
Elevação 632m
Figura 19 – Vila Xavier
Apesar da administração pública fornecer sinalização de proibição de
despejo de entulho na área é possível observar pelas imagens acima o nível de
desinformação dos moradores residentes ao redor da área, que mesmo informados
pelas placas, contribuem com a irregularidade da disposição dos resíduos. É possível
analisar também através das fotos o mesmo padrão de resíduos dispostos
irregularmente nas outras áreas, tendo um maior destaque para resíduos volumosos,
da construção civil e também os resíduos sólidos domiciliares.
61
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Área 4
Nota-se que nesse ponto de disposição irregular utilizados para
alteamento de cota está disposto em uma área que consta no plano diretor, como uma
área de parques, tendo como principal preocupação uma margem de córrego, que
através das leis pertinentes é considerada uma área de preservação permanente
(APP).
Latitude S – 23º 40’ 08,01”
Longitude O – 47º 34’ 08,83”
Elevação 632m
Figura 20 – Rua Guanabara
Apesar da baixa nitidez, é possível observar nas imagens acima o
córrego a esquerda (foto da esquerda) e juntamente na mesma área é possível
observar a disposição irregular do RCC (foto da direita), ressaltando que todo o
material disposto na área não passou por nenhum tratamento para esse fim,
resultando em impactos ambientais na área em questão.
62
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Área 5
A localização dessa área está entre a junção de dois novos bairros do
município, por existir terrenos em declive e vazios os munícipes acabam depositando
diversos resíduos no local com o intuito de elevar o terreno e dispor os resíduos
gerados eventualmente em suas residências.
Latitude S – 23º 39’ 42,08”
Longitude O – 47º 34’ 12,27”
Elevação 602m
Figura 21 – Rua Virgílio Cerone
É possível observar nas imagens acima, um grande acumulo de resíduos
sólidos domiciliares e uma quantia considerável de resíduos perigosos e não
degradáveis como exemplo o isopor – foto da esquerda. Quanto aos resíduos
perigosos é possível encontrar o amianto – imagem da direita – e latas de tintas sem
tampa, que além de poderem contaminar o solo com resíduos de tinta, podem também
servir como foco de animais vetores de doenças, ameaçando a saúde pública
municipal.
Área 6
Essa é uma nova área de loteamento na cidade, sendo que possui uma
grande área em relação aos outros bairros, sendo assim, partindo da teoria já citada
63
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
neste plano de que a geração de resíduos é diretamente proporcional a população
local, a área em questão possui uma grande geração e disposição incorreta dos
resíduos. A disposição se dá em ruas mais distantes da avenida que liga o centro da
cidade, além da disposição irregular existe também a utilização de RCC para
alteamento de cota nessa região, que por análise in loco é feito de forma incorreta.
Latitude S – 23º 39’ 06,48”
Longitude O – 47º 34’ 53,25”
Elevação 611m
Figura 22 – Bairro Ana Guilherme
A imagem da esquerda foi registrada ao lado da avenida, próximo a um
córrego. Os materiais foram encontrados depositados para elevar o terreno, porém
existe corpos d’água nas mediações dessa área o que é preocupante nos quesitos de
assoreamento e contaminação de córregos da cidade. Na segunda imagem pode-se
visualizar um bueiro aberto totalmente entupido o que contribui com o efeito de erosão
do solo. Ao lado do bueiro nota-se a disposição de resíduos da construção civil, o
mesmo pode ter sido trazido tanto pela força da água da chuva, quanto da disposição
irregular dos residentes em torno da área.
Área 7
Essa área está situada em um dos poucos locais de acesso a um dos
bairros mais carentes da cidade, portanto, é uma das áreas que mais recebe atenção
64
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
do poder público municipal, sendo que recebe grande quantidade de resíduos de
todos os tipos. É possível notar a sinalização instalada pelo setor responsável
municipal, porém, por falta de informação e conveniência das situações a ordem de
proibição é constantemente infringida segundo os residentes próximos da área.
Latitude S – 23º 38’ 46,62”
Longitude O – 47º 34’ 02,98”
Elevação 615m
Figura 23 – Rua Laura T do Rosário
Nota-se também pelas imagens acima, que após a intervenção do poder
público quanto a limpeza da área, rapidamente a mesma torna a receber resíduos da
construção civil e resíduos domésticos. No entorno existem moradores que
sobrevivem da coleta e venda de materiais recicláveis, mas os materiais que não
possuem valor comercial são descartados, por isso é possível encontrar diversos
resíduos que são inservíveis economicamente para os catadores que vivem ao redor.
Área 8
Localizada próxima a entrada da cidade, essa área é utilizada pelo poder
público municipal, servindo para alocação de materiais que possam futuramente ser
utilizados como fonte de reforma e manutenção de estradas vicinais municipais,
65
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
porém, por se tratar de uma área aberta é possível encontrar diversos tipos de
resíduos além do RCC.
Latitude S – 23º 38’ 24,65”
Longitude O – 47º 34’ 42,55”
Elevação 606m
Figura 24 – Rua Roque M Foga
É notável pelas imagens acima que é possível encontrar além dos
resíduos de construção civil, os resíduos volumosos e contaminados, um exemplo
destes é a imagem de uma lona contaminada com óleo – imagem da direita. Embora
a área possua um bom intuito para um princípio de correta gestão dos resíduos da
construção civil, não é possível encontrar ações equivalentes por parte dos munícipes,
que por falta de informação e como nas maiores situações a conveniência dispõe
quaisquer resíduos na área aqui citada, dificultando o processo de reuso desses
materiais e podendo causar problemas e impactos ambientais nessa área.
Área 9
Mesmo não se tratando de uma área localizada em um bairro novo, a
quantia de reformas e reparos no bairro Jardim América é considerável. Através da
análise dos alvarás nota-se que uma boa parcela dos que requisitaram o serviço de
coleta do setor público tiveram seus pedidos deferidos, porém ainda é possível
66
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
encontrar alguns pontos de descarte de resíduos nos arredores do bairro, destacando
as áreas verdes que margeiam o local, assim como é possível observar nas imagens
abaixo.
Latitude S – 23º 38’ 13,56”
Longitude O – 47º 34’ 52,85”
Elevação 615m
Figura 25 – Rua Paulo R Lopes
Nos locais citados e mostrados pelas imagens acima é nítida a existência
de resíduos da construção reformas e demolição, bem como resíduos domiciliares,
volumosos e uma quantidade considerável de resíduos provenientes de materiais para
pintura e pequenos reparos residenciais.
67
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Esse tipo de disposição é preocupante, pois dá ênfase no descuido e
acomodação da população do entorno, podendo posteriormente sofrer com aumento
de animais vetores de doenças, animais peçonhentos, odores e problemas de saúde.
4.4 MANEJO DE RCC-RV
Nas áreas onde são depositados os resíduos de construção civil e
volumosos na cidade o manejo é feito de forma que as áreas de proteção permanente
sofram ainda mais danos, isso por quê os materiais são direcionados mecanicamente
ou manualmente para dentro dessas áreas impactando ainda mais o ambiente. Por não
oferecerem aspectos sociais positivos para a população local, as áreas verdes, tornam-
se ambiente para a utilização de drogas ilícitas, bem como a prática de prostituição em
alguns casos, o que além de causar certo repúdio pela população causa também o
incentivo do despejo de resíduos criando a necessidade do poder público solucionar o
problema preenchendo tais áreas. Dessa forma, os munícipes acreditam que fazem um
“favor” ao setor público soterrando o resíduo na área, tendo em mente que o poder público
quer enterrar os “buracos” da cidade, o que na realidade resulta em um desserviço ao
meio ambiente.
Figura 26 – Manejo de RCC
68
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
A responsabilidade compartilhada é um item que não deve deixar os
munícipes, geradores e prestadores de serviço incorrerem no erro de uma ação
prejudicial ao ambiente em que vivem, sendo assim, todos são responsáveis, tanto o
gerador que dispôs de forma errada o material em área verde, como o operador de
máquina que direcionou o entulho, quanto o responsável pelo operador da máquina e
seus superiores hierárquicos.
Referente aos procedimentos de deposição de resíduos da construção
civil, a administração pública de Salto de Pirapora contribui com medidas mitigadoras
quanto à disposição inadequada dos resíduos, arcando com todos os custos de
logística e disposição final adequada. Esse tipo de medida, porém, não aumenta a
eficiência na solução dos problemas em sua fonte, em primeira vista isso ocorre pois
o sistema não alcança a totalidade na remoção dos resíduos o que acaba resultando
também o efeito reverso a esse objetivo, incentivando cada vez mais o munícipe a
descartar o RCC em locais inadequados.
A administração pública cobra dos munícipes que querem limpar seus
terrenos R$147,70 por hora/máquina para terrenos de 250m² e mais R$127,20 por
caçamba de entulho retirado do local.
Além dessas consequências, a remoção dos resíduos irregularmente
acumulados aumenta os custos municipais. Como já citado anteriormente neste plano,
segundo John e Agopyan (2003, p. 4), isso tem se transformado em um negócio
adotado na maior parte das grandes cidades brasileiras, envolvendo as empresas
contratadas pela prefeitura para recolher o entulho depositado incorretamente,
resultando em um custo médio de R$10/hab/ano (transporte e disposição).
4.5 LOGÍSTICA DO PRESTADOR PÚBLICO
O poder público municipal dispõem de um caminhão poliguindaste com
caçambas para recolher os RCC’s da população carente e o mesmo faz o trajeto de
69
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
coleta das caçambas levando diretamente para o aterro municipal. Em média o
caminhão percorre em torno de 10km até o aterro, sendo que cada viagem leva em
torno de 1 hora para fazer o trajeto. O aterro está situado na cota 655m, ou seja, fica
em torno de 25m a 30m mais elevado que a média da cidade.
Abaixo temos as imagens do caminhão poliguindaste Mercedes Benz
modelo 1113 e o trajeto que ele realiza até o aterro controlado do município.
Figura 27 - Poliguindaste Público
70
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Figura 28 – Trajeto da Cidade ao Aterro
Fonte 20 - Google Earth 2014
A maior parte do trajeto é de ruas pavimentadas – cerca de 7km – e
uma pequena parte de chão batido – 3km – até a chegada ao aterro. O trecho
pavimentado do percurso é composto por um terreno praticamente nivelado, em
contra partida a parte do trecho composto por terra possui além de um grande
desnível, muitos buracos, obrigando o caminhão a percorrer o percurso em baixa
velocidade. Abaixo temos um gráfico que mostra a correlação de combustível utilizado
pelo prestador de serviço.
71
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Gráfico 5 – Correlação Km/l
O caminhão vazio em área pavimentada possui uma autonomia em torno
de 4,5km/l e quando carregado perfaz uma autonomia de 3,5km/l, percorrendo uma
média a cerca de 7km, resultando em um consumo de 3,55 litros de combustível. Em
terra batida o consumo tem um aumento significante, ficando com uma variação 3km/l
carregado e 4km/l vazio apresentando um consumo em torno de 1,75 litros,
representando assim um gasto de combustível em torno de 5,3 litros por viagem.
Levando em consideração que o caminhão realiza em torno de 6 viagens ao dia,
somente em combustível existe um consumo de 31,8 litros sem considerar o gasto de
combustível do poliguindaste e seus deslocamentos dentro da cidade, que representa
aproximadamente 2 horas para cada carregamento.
4.6 DESTINAÇÃO EM ATERRO CONTROLADO
O material de RCC-RV coletado na cidade é levado diretamente para o
aterro não havendo nenhum tipo de tratamento. Quanto aos materiais que são
enviados para esse destino, grande parte deles poderiam ser destinados a fins de
maior nobreza, sendo assim reutilizados, reciclados e reintroduzidos na cadeia
produtiva, gerando emprego e renda, diminuindo assim o passivo ambiental da cidade
e aumentando a vida útil do aterro. Além desses benefícios a destinação correta não
acarretaria na lesão ao erário público com multas e infrações.
0
1
2
3
4
5
6
7
PavimentadoVazio
PavimentadoCarregado
Terra BatidaVazio
Terra BatidaCarregado
Km/l Km
72
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Nas imagens abaixo pode-se visualizar o tipo de material que é
encaminhado para o aterro.
Figura 29 – RCC não Tratado
Apesar de não ser tratado pode-se observar que os materiais seguem
uma linha de elementos que compõem cada caçamba, por isso se vê uma
heterogeneidade nos montes/pilhas de RCC dispostos no local.
Quanto aos materiais encontrados nas imagens acima pode-se tria-los
da seguinte forma:
Roupas, sapatos velhos, brinquedos quebrados podem ser levados
diretamente para as valas;
Entulho de obras, reformas e demolições pode ser triados em agregado
vermelho e agregado cinza tendo várias finalidades diferentes;
73
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Galhos, troncos, raízes podem ser transformados em combustível sendo
assim reinseridos na cadeia produtiva com reaproveitamento energético em fornos de
cerâmica como telhas e tijolos.
4.7 MATERIAIS NAS CAÇAMBAS
Com os diversos empreendimentos tendo início e alguns em fase de
operação, a variedade de materiais na construção civil aumenta, assim como as
tendências da construção civil utilizar em empreendimentos alguns materiais
diferenciados como, por exemplo, gesso. A cidade está em plena expansão urbana e
um dos fatores que movem esse impulso de ampliação é que o município faz parte do
mais novo polo metropolitano do estado de São Paulo, sendo integrante da região
metropolitana de Sorocaba com mais de 1.000.000 de habitantes.
Abaixo temos imagens dos resíduos encontrado nas caçambas
provenientes de obras novas e reformas.
Figura 30 - Resíduo nas Caçambas
74
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Pode-se observar na primeira imagem uma quantidade de telhas que
podem ser de amianto, ou de fibrocimento. Neste caso a verificação dar-se-á através
da norma NBR 10.004, já na segunda imagem verifica-se uma quantidade maior de
plásticos, papel, papelão e garrafa PET do que materiais de alvenaria.
Na terceira imagem verifica-se uma grande quantidade de gesso,
atentando que independentemente da quantidade, o gesso é um material
contaminante, sendo assim, toda caçamba deve ser encaminhada para uma
destinação especifica (Classe I) caso não tenha sido efetivada a segregação desse
material em sua fonte visando sua reciclagem.
Observando a quarta imagem nota-se algo comum, presenciado
diariamente quando é efetuada a contratação de um caçambeiro para disposição de
RCC. Observa-se também o alteamento da caçamba com tábuas nas laterais para
aumentar o volume de material a ser transportado, dificultando o trabalho do
transportador, aumentando assim o risco de acidentes através de derramamento de
resíduos provindos da carga de RCC.
5 POTENCIAL ECONÔMICO DE GERAÇÃO DE RCC
Avaliar o potencial econômico quanto a geração de resíduos de um
município é uma das etapas mais importantes, pois é a partir desta que serão
75
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
apresentados os futuros investimentos para a melhoria da eficiência quanto a gestão
de resíduos municipal, bem como a solicitação de parcerias e programas contínuos
de educação e bem estar social.
Para produzir resultados reais quanto ao potencial econômico dos
resíduos da construção civil, é necessário estabelecer critérios de análise dos dados
obtidos no diagnóstico deste plano, visualizando através de diversas óticas as
vertentes ligadas aos investimentos necessários para infraestrutura, informação,
prevenção, mitigação e controle dos problemas que cercam a problemática do RCC.
Tratando-se de Salto de Pirapora, é notável que exista um excelente
potencial econômico que, através de parcerias público-privadas e o condicionamento
dos envolvidos na gestão do RCC sendo possível em médio e a longo prazo
estabelecer um excelente exemplo de sustentabilidade unido ao crescimento
econômico da cidade, utilizando para o mesmo investimentos visando a correta gestão
de resíduos no município.
Para que se obtivesse o valor econômico quanto a gestão de RCC, foi
necessário a realização de pesquisas no mercado de produtos reciclados de RCC, e
foi levado a em consideração o valor do pó de pedra, brita, rachão e areia em
comparativo com os valores de investimentos e/ou contratação para instalação de
sistemas de centrais de reciclagem no município.
Abaixo temos um quadro com a relação de preços médios relacionados
aos produtos provindos da reciclagem do RCC e do produto comercializado de matéria
prima virgem.
Quadro 2 – Relação de Insumos para Construção Civil
Produto Valor m³
RCC Tratado Comercial
Pedrisco 45,00 60,00 Pedra 3 e 4 (mesclado) 35,00 50,00
Pedra Rachão 35,00 – Pó de Pedra 38,00 50,00
Bica Corrida 20,00 – Fonte 21 – Pesquisa de Mercado
76
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
É importante estabelecer pesquisas no mercado desses materiais, bem
como a relação entre custo benefício dos mesmos dentro da construção civil, podendo
os atuais produtos comprados para as obras do setor público serem substituídos pelos
produtos de origem dos processos de reciclagem conforme estipula a PNRS.
Nota-se na quadro 2, o comparativo entre o produtos, onde é possível
encontrar uma diferença média entre 30% a 35% entre os mesmos. Tal diferença
projetada em grande escala, significa uma grande economia para os encargos com
esses tipos de materiais, o que pode trazer um bônus para o erário público quanto aos
aspectos financeiros do município.
Além de existir a possibilidade de substituição de matéria prima, é
necessário estabelecer critérios de investimentos, visando a possibilidade de
construção de uma usina de reciclagem municipal, observando não só a compra de
ferramentas e contratação de funcionários, como também a realidade do município
quanto a sua capacidade em gerar a demanda necessária para que o
empreendimento seja sustentável financeiramente.
Observando por tais óticas e pesquisando os planos já aprovados no
município, foi analisado o PMSB (Plano Municipal de Saneamento Básico) que aborda
todas as soluções das problemáticas de saneamento básico, incluindo resíduos
sólidos urbanos municipais dentro de um consórcio entre 34 municípios.
Conforme o plano de saneamento básico, existe uma projeção de
investimentos a curto, médio e longo prazo dentro do consórcio estabelecido nos
estudos relacionados a solução de resíduos. Esse estudo de investimento mostra o
valor investido no decorrer dos anos, referente a parcela de responsabilidade do
município quanto a sua geração de resíduos da construção civil. Abaixo encontra-se
o quadro explicativo dos investimentos propostos no ano de 2010 quanto a solução
de RCC no referido consórcio.
77
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Figura 31 – Tabela de Saneamento Básico
Figura 32 – Zoom da Tabela
É possível notar na imagem acima, que dentro de um consórcio entre
municípios, existe uma viabilidade de investimento próprio municipal para a
destinação correta do RCC, porém, os planos consorciados acabaram tendo as
projeções obsoletas após 4 anos passados sem concretização e organização dos
consórcios, obrigando assim, cada município agir por conta própria, o que nas atuais
circunstâncias aumentaria consideravelmente o valor do investimento de
infraestrutura, ferramental e contratação de mão de obra para uma solução adequada
quanto a gestão do RCC.
Derivando dessas informações foi estabelecido neste plano projeções
de investimentos e ações promovendo parcerias entre o setor público e privado, de
forma que o valor necessário para infraestrutura, operacionalização, logística e
recursos humanos seja viável para o município.
78
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Abaixo é apresentada uma quadro de investimentos a curto, médio e
longo prazo, visando o aumento da abrangência de coleta de RCC, bem como seu
tratamento e disposição adequada.
Quadro 3 - Cronograma de Investimento
Empreendi- mento
Insumos Investimento R$
201
4
201
5
201
6
201
7
201
8
201
9
202
0
202
1
202
2
202
3
202
4
202
5
202
6
202
7
202
8
202
9
203
0
203
1
203
2
203
3
203
4
ATT / Britagem
Terreno 700.000,00 20% 20% 20% 20% 20%
Infra estrutura 1.101.960,00 50% 25% 25%
Máquinas 458.900,00 21,81% 67,68% 10,51%
Total 2.260.860,00 791.066,90 1.141.563,52 328.230,29
Aterro de Reservação
Terreno 126.570,00 100%
Benfeitoria 38.700,00 100%
Total 165.270,00 165.270,00
Fonte 22 - Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduo da Construção Civil
Exemplificando a tabela acima, é possível notar que os investimentos
são diluídos em uma projeção de 20 anos, isso se dá pelo motivo do crescimento dos
empreendimentos conforme o crescimento da demanda da cidade. A aquisição dos
equipamentos para beneficiar os resíduos se dá na mesma proporção que aumenta a
demanda, ou o bando de reservação e podem ser implementados de forma parcial,
ou até mesmo alugada, portanto, equipamentos como os britadores, alimentadores
grelha vibratória e peneira são imprescindíveis no primeiro momento, já os
separadores magnéticos, fragmentador de sólidos e a peneira rotativa e o rebritador
pode ser inserido posteriormente.
É possível discutir os valores dos investimentos, atentando a
administração pública a inviabilidade do projeto, partindo do princípio que a demanda
gerada apenas pelo município não é suficiente para a sustentabilidade financeira dos
empreendimentos referente a gestão do RCC-RV da cidade.
Esse tipo de projeto só poderá se tornar viável quando formado
consórcios entre os municípios e/ou parcerias com o setor privado, onde a prefeitura
participaria com um valor consideravelmente menor de investimento e teria benefícios
nos insumos para manutenção e construção de bens públicos.
Dentro desse prisma, é possível através da implantação desse plano,
obter melhores resultados de potencial econômico valiosos, tendo em vista que
investindo em informação do pequeno gerador e controlando os grandes geradores
se tem menos gastos com reparação de impacto resultante da disposição incorreta de
79
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
RCC, bem como a diminuição do valor de manutenção de estradas vicinais e
construções públicas.
Segundo informação coletada com o setor responsável pela manutenção
das estradas vicinais, o gasto do poder público com a aquisição de materiais é na
ordem de 629.000,00 reais correntes que se fosse adquirido apenas materiais
referentes a pedra 3, 4 daria em torno de 11.436m³ desse material, enquanto que a
bica corrida que é ideal para sub leito e sub base de estradas daria para adquirir
31.450m³ de material diminuindo ainda o impacto ambiental com a disposição.
6 ESTRUTURA DO MODELO DE GESTÃO
Com o intuito de padronizar todo o sistema de gestão de resíduos da
construção civil, faz-se necessário a adequação do município de Salto de Pirapora em
um sistema já proposto em outras cidades. A fim de manter o controle dos processos
de gestão, um sistema ágil e dinâmico deverá ser implantado, visando a eficiência na
produção de indicadores e desempenho na implantação e no decorrer desse plano.
Conforme apontado no organograma abaixo, é importante enfatizar um
modelo de gestão que tende a se manter em constante avaliação e otimizações,
criando assim um padrão de melhorias continuas, onde a meta é sempre o máximo
de eficiência na gestão dos resíduos, tendo em como orientação os pilares da PNRS
– não geração, redução, reciclagem, tratamento e destinação final adequada).
80
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Como foi exemplificado nos quadros acima, o processo de implantação
e manutenção do plano, depende do ciclo aqui exposto, onde, cada etapa deverá ser
realizada periodicamente, tendo como objetivo principal estabelecer melhorias para o
plano de gestão através de sua revisão, estabelecer novos critérios ou novas
metodologias para melhor adequação do plano as mudanças nas legislações que
possam ser criadas posteriormente e também a dinamização do plano em questão as
adversidades emergenciais, temporais ou sociais que possam surgir ao longo da fase
de implantação e controle do sistema de gestão.
Análise do plano municipal integrado de
gestão de resíduos de Salto de Pirapora
Definição dos agentes envolvidos e suas
responsabilidades
Apontamento das diretrizes
Estrutura de uma proposta modelo de
gestão de resíduos da construção civil
Controle de dados e indicadores através
de ferramenta computacional
Figura 33 – Organograma de Gestão
81
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
6.1 ANÁLISE DO PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE GESTÃO DE
RESÍDUOS DE SALTO DE PIRAPORA
O plano municipal integrado de gestão de resíduos da construção civil e
resíduos volumosos de Salto de Pirapora tem como objetivo cumprir com as
legislações vigentes, bem como orientar aos gestores municipais e os munícipes para
o correto manejo dos resíduos dessa classe gerados no município.
A análise do plano dar-se-á por audiência pública, onde serão colocadas
e confrontadas informações dos geradores e prestadores de serviço, além do poder
público sobre os fatos relatados em uma breve introdução onde o plano aponta que
os resíduos de construção e volumosos são depositados em locais inapropriados,
gerando ônus ao meio ambiente e aos contribuintes causando dados ao erário público,
além de descumprir com inúmeras legislações sendo que o material é desperdiçado
com a possibilidade de ter fins muito mais nobres com a reutilização e a reciclagem.
Apesar de ser analisado, o plano não é estático, ou seja, depende
bastante da atuação dos atores que envolvem todo o ciclo produtivo desses materiais,
sendo assim ele é dinâmico e se moldará com o tempo as novas possibilidades e
tecnologias que venham a fazer parte dos quadros e classes dos materiais envolvidos
nessa análise.
6.2 DEFINIÇÃO DOS AGENTES ENVOLVIDOS E SUAS
RESPONSABILIDADES
A priori todos são responsáveis por cuidar do ambiente em que vivem,
mas a definição dos agentes serve para nortear as ações dos mesmos quanto a
geração dos resíduos, sendo assim, os prestadores de serviço de transporte – seja
de caçamba, ou carroceria –, os proprietários que cedem suas áreas para elevação
82
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
de terreno, alteamento de cota e nivelamento de solo que recebem o RCC, os
proprietários das áreas destinadas ao recebimento dos materiais para a triagem e/ou
transbordo e o poder público.
Na descrição do software de controle de indicadores e dados no item
6.5, será explanado de forma mais abrangente as responsabilidades, sendo estas em
âmbito compartilhado entre todos os geradores.
Pode-se elencar as responsabilidades da seguinte forma:
O poder público tem como responsabilidades orientar, fiscalizar e
controlar a conformidade da execução dos processos de
gerenciamento, bem como solucionar e adotar medidas para a
estruturação de áreas para o recebimento para materiais de
reservação e de recebimento para armazenamento, triagem para
o transbordo de pequenos volumes para a destinação em locais
de tratamento desses resíduos;
Quanto ao gerador, o plano normatiza que o mesmo possa evitar
a contaminação de materiais por processos desnecessários e que
haja a reutilização e a reciclagem no local de geração;
Ao transportador cabe cumprir com as determinações do plano
que se dá pelo uso do CTR;
O cedente de área, ou o operador de áreas de triagem e
transbordo deve atentar para as normas de recebimento de
inertes para a não contaminação do solo, bem como aterramento
de APP’s (Área de Preservação Permanente).
6.3 APONTAMENTO DAS DIRETRIZES
Para se obter um resultado real referente a gestão correta dos resíduos
da construção civil e resíduos volumosos é necessário explicitar todas as diretrizes
envolvidas no processo, desde a apresentação das envolvidas na criação do plano,
83
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
bem como as de execução, licenciamento entre outras que serão descritas
posteriormente neste tópico.
Apresentar as diretrizes do plano de gestão significa a segurança de um
sistema com um pequenas probabilidades de falhas, permitindo que todos os
envolvidos estejam registrando, comunicando e agindo da mesma forma, utilizando o
plano em vigência e as legislações de todas as esferas presentes no que diz respeito
ao RCC-RV.
Partindo dessa importante visão proposta no modelo de gestão, segue
abaixo as diretrizes necessárias para o sistema de gestão atual.
Fiscalização da execução dos PGRCC (Plano de Gerenciamento
de Resíduos da Construção Civil) pelas empresas construtoras;
Realizar ações de orientação e educação ambiental para os
agentes envolvidos;
Licenciar as áreas de beneficiamento e de disposição final de
resíduos;
Proibir e penalizar a deposição dos resíduos de construção em
áreas não-licenciadas;
Realizar ações de fiscalização e de controle dos agentes
envolvidos;
Cadastrar áreas possíveis de recebimento, triagem e
armazenamento, possibilitando a destinação posterior dos
resíduos oriundos de pequenos geradores às áreas de
beneficiamento;
Incentivar a reinserção dos resíduos reutilizáveis ou reciclados no
ciclo produtivo;
Definir critérios para o cadastramento de empresas coletoras;
Realizar ações educativas visando reduzir a geração de resíduos
e possibilitar a sua segregação.
De forma dinâmica, todas as diretrizes deverão ser revistas nos períodos
de revisão desse plano, tendo em vista a melhoria do mesmo. Torna-se importante
84
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
salientar que, toda diretriz deverá ser seguida de acordo com cada responsabilidade
especifica para todas as partes, desde os setores públicos responsáveis pela
aplicação das mesmas, até os envolvidos nos processos da gestão de resíduos, direta
ou indiretamente.
6.3.1 Proposta de metodologia de gestão
Dentro de um modelo de gestão de resíduos é possível encontrar
diversas metodologias de gestão, sendo que as mesmas podem variar conforme as
necessidades e considerações dentro de cada escopo de abrangência do sistema
gestionário condizente com os resíduos sólidos.
A proposta a seguir é similar a propostas já utilizadas em alguns planos,
que através de estudos de indicadores e dados provindos do sistema, aperfeiçoaram
constantemente suas metodologias.
Abaixo encontramos uma estrutura de ações dessa metodologia, onde é
destacado o caminho das informações referente ao gerador, transportador e
destinatário final dos RCC-RV. É imprescindível que haja controle de toda a geração
dentro desse sistema, o que posteriormente poderá ser substituído por um software,
ou ferramenta similar eletrônica via web para disponibilização de relatórios e
prestação de contas para os encargos referentes a gestão de resíduos e eficiência da
fiscalização.
Tratamento
P M I G R C C - R V
R C C - R V
Grande
Gerador
Pequeno
Gerador
Trans
Público
Trans Privado
Trans Privado
A T T
Reservação
Reciclagem
Reutilização
Aterro
Classe I
Figura 34 – Estrutura de Ações
Fonte 23 – Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil
85
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Pode-se perceber com a estrutura acima que as informações passam
por todos os envolvidos na gestão do RCC-RV, fechando um circuito que diminui a
probabilidade de ações irregulares dentro do sistema de gestão.
Dessa forma, o grande gerador deverá cumprir com as diretrizes e fazer
solicitação de transportadores e destinação final somente com empresas
credenciadas e participantes do sistema municipal, estando devidamente cadastradas
e licenciadas para as suas atividades.
6.3.2 Controle de indicadores através de ferramenta via web
Para que se tenha controle de dados da geração real do município de
Salto de Pirapora, é importante que a administração pública invista ou projete
ferramentas de controle na gestão dos resíduos. Tal sistema será responsável pela
geração de relatórios, que contribuirão para a avaliação de todo o processo,
metodologia, diretrizes e planos de ações futuras no que se diz respeito a gestão de
resíduos de construção civil municipal.
Algumas alternativas tem sido levantadas atualmente referente a gestão
de RCC-RV, sendo esta uma parceria entre o SINDUSCON (Sindicato da
Construção), CETESB (Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental) e SMA
(Secretaria de Meio Ambiente), que visa implantar um Sistema On line de Gestão de
Resíduos (SIGOR), que terá como objetivo unificar as informações e informatizar
burocracias no processo de autorizações de transporte e disposição final de resíduos,
facilitando assim os processos de fiscalização e controle em escala estadual do RCC-
RV.
Realizando o controle de indicadores e desempenho do sistema de
gestão de resíduos da construção civil, fecha-se o ciclo dentro do modelo de gestão
proposto, dando continuidade aos processos de melhorias, através dos resultados
obtidos. Após essa conclusão, torna-se a dar início a todos os processos, aplicando
novas metodologias, alterando regras e diretrizes, para que se possa ter cada vez
86
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
mais eficiência e aprimoramento das atividades, reduzindo custos e trabalhando na
prevenção dos problemas no plano de gestão.
7 PLANO DE AÇÃO
Afim de estabelecer e objetivar resultados positivos advindos de um
plano de gestão de resíduos da construção civil, o plano de ação faz parte do plano
que cuidará das projeções de geração, percentuais de destinação adequada,
reciclagem e projetos sócio educativos, visando a preservação do meio ambiente
através da gestão correta do RCC-RV.
O plano de ação deste plano tem como ações principais de abrangência
a todos os envolvidos, sendo eles o órgão público responsável, o pequeno e grande
gerador, todos os responsáveis pelo transporte, seja esse de iniciativa privada ou
pública e também o local de destinação final.
O plano de ação terá posteriormente a apresentação de um cronograma
de atividades os quais deverão ser cumpridos de acordo com as prioridades e
necessidades do município, tendo em vista a priorização do controle de geração e a
abordagem com os envolvidos quanto a destinação inadequada dos mesmos.
Por se tratar de um plano que envolve tanto o setor de meio ambiente,
quanto o setor de obras, planejamento e educação, ficarão estabelecidos neste a
responsabilidade partilhada dos devidos setores citados, sendo que para melhor
interpretação das ações propostas, as mesmas foram divididas por áreas e
posteriormente apresentadas em cronogramas condizentes com a possibilidade e
capacidade de implantação das mesmas.
Nesta etapa, foi realizado a divisão das ações conforme explicitado
acima, o que resultou nas seguintes divisões:
Ações sociais;
87
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Ações ambientais;
Ações de controle;
Ações educacionais;
Ações público/privadas.
Quanto a prioridade das ações foi dada uma nota de prioridade que
obedece a escala de 1 a 5, sendo a nota 1 a de menor prioridade e de nota 5 a de
maior prioridade obedecendo as seguintes colocações:
Nota 1 – Prioridade baixa;
Nota 2 – Prioridade média;
Nota 3 – Prioridade alta;
Nota 4 – Prioridade muito alta;
Nota 5 – Prioridade circunstancial.
As notas foram utilizadas para auxiliar todos os envolvidos quanto a
prioridade das ações, sendo essencial o cumprimento dentro do prazo pelo
responsável obedecendo o nível de prioridade. Dessa forma, as metas de longo prazo
serão alcançadas com mais facilidade, podendo assim, manter o controle dos
indicadores de desempenho do PMIGRCC-RV.
7.1 AÇÕES SOCIAIS
Para que se obtenha sucesso na disseminação de um novo conceito de
gestão de resíduos da construção civil, notáveis ações sociais devem ser realizadas
no município, visando a melhoria da logística para os resíduos, bem como ações que
acondicionem e promovam a fiscalização nas intermediações de onde são residentes.
88
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Abaixo é apresentado um cronograma de 12 meses após aprovação do
plano constando ações em âmbito social, que deverão ser implantadas de acordo com
a prioridade das mesmas.
Quadro 4 – Cronograma de Ações Sociais
Ações Sociais Responsável Meses Prior.
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º Criação de ECOPONTO OBRAS 5
Promoção de campanhas MEIO AMBIENTE
2
Projetos informativos MEIO AMBIENTE
3
Revisão da legislação municipal
JURIDICO/MEIO AMBIENTE
4
Atualização do cadastro municipal carrinheiros e
pequenos transportadores
OBRAS 2
Cadastramento de áreas para recebimento de RCC
Classe A
MEIO AMBIENTE/
OBRAS
2
Fonte 24 – Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil
Pode-se perceber que as ações sociais são encaradas como início de
um novo ciclo de gestão de resíduos, colocando a população a par de seus direitos e
deveres como cidadão, trazendo através de projetos e programas toda informação
necessária para a melhoria da qualidade de vida e dos espaços públicos de Salto de
Pirapora.
7.2 AÇÕES AMBIENTAIS
Quanto as ações ambientais, é necessário a reparação dos impactos já
causados pelo atual sistema de gestão de resíduos e a criação de programas visando
a preservação das áreas verdes da cidade, dando ao cidadão residente próximo a
área verde, a responsabilidade de preservação da mesma.
Uma ferramenta que pode auxiliar a administração pública é a utilização
de um telefone dedicado (Disk Coleta) para receber solicitação de retirada de material
PEV. Esses materiais podem ser acumulados em igrejas, escolas, associação de
89
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
bairro ou outro local onde haja frequência de moradores. Esse número será entrega
de materiais recicláveis, ou não além de servir para o caso de denúncia.
Além da reparação, através de plantio de mudas e retirada dos resíduos
em áreas de preservação ambiental, é necessário também a transformação das atuais
áreas de disposição incorreta de resíduos em áreas de lazer e/ou recreação para a
sociedade. Podendo assim, ter os cuidados dos munícipes a favor da preservação de
tais áreas que hoje estão abandonadas.
Abaixo, é apresentado um cronograma de atividades e ações no
decorrer de 12 meses, sendo aplicadas em ordem prioritária dentro das possibilidades
administrativas do município de Salto de Pirapora.
Quadro 5 – Cronograma de Ações Ambientais
Ações Ambientais Responsável Meses Prior.
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º Criação de Programas
OBRAS 3
Limpeza de Áreas Verdes
MEIO AMBIENTE/OBRAS
4
Projetos informativos
MEIO AMBIENTE 2
Transformação de Áreas
OBRAS 4
Fonte 25 – Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil
É importante salientar que o cronograma acima, trata como prioridade
máxima a questão da limpeza das áreas e os programas e campanhas informativas,
tendo em vista que quanto menos houver a degradação das APP’s, menor será o valor
gasto com recuperação de áreas verdes e mecanismos de manutenção e limpeza
emergencial de áreas com disposição irregular de resíduos.
7.3 AÇÕES DE CONTROLE
No site da prefeitura encontramos a lei de 1956 que dispõem sobre a
regulamentação de construção. Essa lei precisa de alguns adendos para a inserção
da necessidade do PGRCC por parte dos construtores para se adequar ao plano. No
90
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
mais, esse lei dá prerrogativa para que os munícipes não priorizem a confecção dos
referidos planos.
Para que se tenha dados próximos da realidade para a realização de
projeções no quesito de geração de resíduos, áreas para disposição, estratégias e
melhorias de logística e de sistema é necessário que o município implante ações de
controle da gestão dos resíduos, utilizando ferramentas que podem ser adaptadas
para esse fim.
Nesse aspecto de questão, existe uma parceria entre a SMA, o
SINDUSCON e a CETESB para a implantação de uma ferramenta que melhora a
eficiência de toda gestão de resíduos da construção civil. Intitulado como SIGOR, esse
sistema tem como objetivo facilitar a gestão de resíduos da construção civil em todos
os aspectos, desde as burocracias de autorizações de transporte até a geração de
destinação final dos mesmos.
Esse sistema está em teste e entrará como piloto em alguns municípios
do estado de São Paulo por volta de junho deste ano – 2014 – e será de grande valia
para os municípios do estado.
Apesar de existir esse projeto, os municípios podem obter seu próprio
controle de gestão, utilizando recursos mais simples e registrando todas as ações
referente a resíduos da construção civil, bem como gerando relatórios de geração e
detalhes da mesma periodicamente, visando a criação de indicadores de desempenho
do sistema de gestão.
Um mecanismo simples pode ser implementado, sendo este a adição de
campos nos registros elaborados pelo setor de obras. No atual sistema de controle do
setor não constam informações referente ao tipo de obra a ser autorizada, sendo
assim, é de grande importância o tipo de intervenção realizada pelo empreendedor ou
construtor na área a ser autorizada.
Abaixo temos os quadros referentes ao controle de deferimento dos
alvarás da secretaria de obras.
91
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Quadro 6 - Controle de Alvarás Deferidos
Fonte 26 - Secretaria de Obras
Fonte 27 - PMIGRCC-RV
Acima de 30m² o gerador é considerado grande gerador sendo
necessário uma forma especifica de manejo. É preciso salientar ainda que os grandes
geradores devem implementar em suas obras a segregação dos materiais em baias
para que o mesmo não seja misturado, facilitando e barateando o tratamento desses
resíduos. Esse passo dever ser colocado em prática através do PGRCC do técnico
responsável pela obra e ter seu devido deferimento através do alvará.
O quadro abaixo elenca os dados mínimos para a melhor gestão dos
resíduos para que o plano possa atender de forma mais eficiente as necessidades
dos munícipes e do município.
Quadro 7 - Controle do Fluxo de Resíduos
Controle Conteúdo mínimo Objetivos
PEV, Ecoponto Planilha de controle diário da
entrada de resíduos
- Data - Hora - Tipo / placa do veículo transportador - Responsável pelo transporte - Tipo de resíduo - Endereço de origem - Volume (m3) - Responsável pelo registro
Controlar quantidades: - De resíduos - De usuários Monitorar: - Horários de maior uso - Origem em relação à bacia - Tipo de veículo usuário - Tipos de resíduos
PEV Planilha de controle diário da
saída de resíduos
- Data - Hora - Tipo / placa do veículo transportador - Responsável pelo transporte - Tipo de resíduo - Endereço de destino - Volume (m3) - Responsável pelo registro
Controlar quantidades de resíduos por tipo Monitorar: - Demanda por remoção - Destino dos tipos de resíduos
ATTs e outras áreas de manejo públicas
Planilha de controle diário da entrada de resíduos
- Data - Hora - Tipo / placa do veículo transportador - Responsável pelo transporte - Tipo de resíduo - Endereço de origem
Controlar quantidades: - De resíduos do PEV - De resíduos da limpeza corretiva - De resíduos de obras públicas Monitorar:
92
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
- Volume (m3) - Tipos de resíduos
ATTs e outras áreas de manejo públicas
Planilha de controle diário da saída de resíduos
- Data - Hora - Tipo / placa do veículo transportador - Responsável pelo transporte - Tipo de resíduo - identificação do destino - Volume (m3)
Controlar quantidades: - De resíduos por tipo Monitorar: - Destino dos tipos de resíduos
Deposições Irregulares
Planilha de controle diário das correções
- Data - Hora - Endereço preciso do local - Tipo / placa do veículo transportador - Tipo do equipamento de carga - Tempo da atividade - Tipo de resíduo - Volume (m3) - Endereço do destino
Controlar quantidades: - De resíduos - De equipamentos utilizados Monitorar: - Locais de deposição irregular - Destino dos tipos de resíduos
Áreas de Manejo Privadas Relatório de controle mensal
das operações
- Identificação completa do operador e sua licença de operação - Consolidação dos volumes recebidos por tipo de resíduo - Listagem dos usuários e respectivos quantitativos no período - Consolidação dos volumes expurgados por tipo de resíduo e identificação do destino - Consolidação dos volumes de produtos gerados, por tipo
Controlar quantidades: - De resíduos recebidos, - Resíduos expurgados, - Produtos gerados Monitorar: - Declarações dos transportadores - Destino dos tipos de resíduos
Transportadores autorizados Relatório de controle mensal
das operações
- Identificação completa do transportador e sua autorização de operação - Consolidação dos volumes transportados por tipo de resíduo -Quantitativo de geradores atendidos no período - Identificação do destino por tipo de resíduo e sua licença de operação - Comprovantes de entrega dos resíduos (consolidação)
Controlar quantidades: - De resíduos transportados - Geradores atendidos Monitorar: - Declarações dos receptores - Destino dos tipos de resíduos
Fonte 28 – Manual de Implantação Adaptado
Abaixo, é apresentado um cronograma de decorrência de 12 meses,
para a implantação de ações de controle.
93
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Quadro 8 – Cronograma de Ações de Controle
Ações de Controle Responsável Meses Prior.
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º Criação de Mecanismos de
Controle OBRAS/ MEIO
AMBIENTE
4
Implantação de Mecanismos de Controle
OBRAS/ MEIO AMBIENTE
3
Programa informativo sobre Ferramenta de
Controle
OBRAS/ MEIO AMBIENTE
3
Criação de Relatórios de Controle
OBRAS 4
Fonte 29 – Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil
É possível notar que as ações de controle são imprescindíveis na gestão
de resíduos, sendo a responsável posteriormente por projeções de geração, custos e
investimentos municipais e que dependendo de sua eficiência, pode causar lucros ou
prejuízos na administração pública, quanto a gestão dos resíduos e todos os aspectos
que situam-se em seu redor.
7.4 AÇÕES EDUCACIONAIS
Como tratado em alguns pontos desse plano, a problemática envolvendo
resíduos da construção civil, possui também um aspecto de formação sociocultural, o
que implica na mudança de hábitos da população e o acesso da mesma a informações
dessa importância.
O fato de haver um comportamento dos munícipes contrário ao que
deveria ser correto pode ser justificado pela combinação da ignorância referente ao
tema, junto de hábitos que já se tem desde gerações passadas e que com o passar
do tempo não houve questionamentos sobre as atitudes prejudiciais, reforçando e
aumentando cada vez mais a frequência das práticas de disposição incorreta do RCC-
RV.
Partindo desse pressuposto, é necessário que haja intervenções
educacionais, utilizando de programas e projetos que enfatizem a importante relação
da correta gestão de resíduos com a preservação ambiental.
94
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Essa questão referente a educação resultou em um cronograma de 12
meses corridos a partir do início da implantação desse plano pela administração
pública e pode ser observado logo abaixo.
Quadro 9 – Cronograma de Ações Educacionais
Ações Educacionais Responsável Meses Prior.
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º Criação de Programas
Educacionais EDUCAÇÃO/
MEIO AMBIENTE
4
Implantação dos Programas em Espaço
Escolar
EDUCAÇÃO/ MEIO AMBIENTE
3
Implantação dos Programas em Espaço
Externo e Público
EDUCAÇÃO/ MEIO AMBIENTE
3
Criação de Calendários de Eventos de
Educação
EDUCAÇÃO/ MEIO AMBIENTE
4
Fonte 30 – Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil
7.5 AÇÕES PÚBLICO/PRIVADAS
As ações relacionadas ao setor público em conjunto com o setor privado
são sempre importantes para a melhoria das ações e metas estipuladas no plano de
gestão de resíduos da construção civil. Geralmente existe parcerias entre os dois
setores, quando algumas soluções não são viáveis economicamente para o município,
dessa forma a união entre os setores pode ser uma boa alternativa na resolução de
problemas e cumprimento de leis, resultando em benefícios para ambos os lados.
Assim como explicitado nesse plano, as soluções quanto a reciclagem
de resíduos da construção civil demandam altos valores de investimentos em
maquinários e mão de obra especializada, o que acaba tornando-se inviável sua
aplicação referente a geração atual municipal tornando o sistema insustentável
administrativamente. Abaixo apresentamos um modelo esquemático para a área de
triagem transbordo e britagem.
95
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Figura 35 - Croqui da ATT/Britagem
Fonte 31 - PMIGRCC-RV
Nota: o Platô elevado serve como ecoponto, já que o mesmo facilita para
o munícipe descarregar seu carro, carreta ou outro meio que ele possa trazer seu
RCC.
A imagem acima mostra como os resíduos serão triados, tratados e
dispostos. Para facilitar o entendimento, o quadro abaixo mostra como deve ser feita
essa segregação.
Quadro 10 - Segregação e Acondicionamento de RCC
TIPOS DE RESÍDUO
CUIDADOS REQUERIDOS
DESTINAÇÃO
Blocos de concreto, blocos cerâmicos,
argamassas, outros componentes
cerâmicos, concreto, tijolos e
assemelhados
Privilegiar soluções de destinação que envolvam a reciclagem dos resíduos, de modo a permitir seu aproveitamento como
agregado.
Áreas de Transbordo e Triagem, Áreas para Reciclagem ou Aterros de resíduos da
construção civil licenciadas pelos órgãos competentes; os resíduos classificados como
classe A (blocos, telhas, argamassa e concreto em geral) podem ser reciclados para uso em pavimentos e concretos sem função
estrutural.
Madeira
Para uso em caldeira, garantir separação da serragem dos demais resíduos de madeira.
Atividades econômicas que possibilitem a reciclagem destes resíduos, a reutilização de peças ou o uso como combustível em fornos
ou caldeiras.
Plásticos (embalagens,
Máximo aproveitamento dos materiais contidos e a limpeza da embalagem.
Empresas, cooperativas ou associações de coleta seletiva que comercializam ou reciclam
estes resíduos.
96
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
aparas de tubulações etc.)
Papelão (sacos e caixas de
embalagens) e papéis (escritório)
Proteger de intempéries. Empresas, cooperativas ou associações de
coleta seletiva que comercializam ou reciclam estes resíduos.
Metal (ferro, aço, fiação revestida,
arames etc.) Não há.
Empresas, cooperativas ou associações de coleta seletiva que comercializam ou reciclam
estes resíduos.
Serragem Ensacar e proteger de
intempéries.
Reutilização dos resíduos em superfícies impregnadas com óleo para absorção e
secagem, produção de briquetes (geração de energia) ou outros usos.
Gesso em placas cartonadas
Proteger de intempéries. É possível a reciclagem pelo fabricante ou
empresas de reciclagem.
Gesso de revestimento e
artefatos Proteger de intempéries.
É possível o aproveitamento pela indústria gesseira e empresas de reciclagem.
Solo Examinar a caracterização
prévia dos solos para definir destinação.
Desde que não estejam contaminados, destinar a pequenas áreas de aterramento ou
em aterros de resíduos da construção civil, ambos devidamente licenciados pelos órgãos
competentes.
Telas de fachada e de proteção
Não há. Possível reaproveitamento para a confecção
de bags e sacos ou até mesmo por recicladores de plásticos.
EPS (poliestireno expandido –
exemplo: isopor)
Confinar, evitando dispersão.
Possível destinação para empresas, cooperativas ou associações de coleta seletiva que comercializam, reciclam ou
aproveitam para enchimentos.
Materiais, instrumentos e embalagens
contaminados por resíduos perigosos
(exemplos: embalagens
plásticas e de metal, instrumentos de aplicação como
broxas, pincéis, trinchas e outros
materiais auxiliares como panos,
trapos, estopas etc.)
Maximizar a utilização dos materiais para a redução dos resíduos a descartar.
Encaminhar para aterros licenciados para recepção de resíduos perigosos.
Fonte 32 - PMIGRCC-RV
É partindo do diagnóstico desse plano que a parceria entre a prefeitura
municipal e o setor privado pode facilitar no cumprimento da PNRS, bem como as
legislações pertinentes ao que se diz respeito a gestão de RCC. A PNRS ainda
estipula a responsabilidade compartilhada, ou seja, do gerador a destinação final,
todos são responsáveis pelos resíduos gerados. Partindo desse pressuposto e do item
4.7 materiais nas caçambas é que este plano traz a ideia de caçambas fechadas,
97
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
tendo em vista que o gerador pode até segregar seu resíduo, mas seus vizinhos
podem contaminar a caçamba com resíduos não pertencentes ao grupo tratado,
encarecendo o tratamento e dificultando o trabalho de reciclagem dos materiais.
Abaixo apresenta-se alguns modelos de caçambas fechadas.
Figura 36 - Modelos de Caçambas Fechadas
Geralmente as caçambas permanecem dispostas em frente à casa do
solicitante entre 24h e 48h, nesse período outros munícipes utilizam esse local para
depositar seus resíduos. Com a caçamba fechada (cadeado) o solicitante ficará com
a chave, e somente ele e quem ele autorizar poderá se utilizar dessa caçamba. Como
responsável pelo resíduo, tudo que estiver dentro desse contentor será de sua
responsabilidade.
Abaixo encontra-se um cronograma que explicita as atividades de 12
meses seguidos quanto a questão das ações público/privado.
Quadro 11 - Cronograma de Ações Público/Privados
Ações Público/Privados Responsável Meses Prior.
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º Criação de Projetos
Público/Privados OBRAS/ MEIO
AMBIENTE
4
Aprovação de Empresa na Parceria
OBRAS/ MEIO AMBIENTE
3
Licenciamento da Área OBRAS/ MEIO AMBIENTE
3
Construção de ATT/Britagem
OBRAS/ MEIO AMBIENTE
4
Início de Atividades de Reciclagem e Disposição
Correta de RCC-RV
OBRAS/ MEIO AMBIENTE
4
Aquisição de Caçambas Fechadas
OBRAS/ MEIO AMBIENTE
5
Fonte 33 – Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil
98
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Para existir uma parceria viável para ambas as partes, é necessário que
ambos contribuam para o objetivo principal, sendo este o cumprimento das leis,
através de uma gestão correta de resíduos da construção civil, visando benefícios aos
setores pertinentes municipais bem como lucros para sustentabilidade financeira do
setor privado.
Para isso, deve-se conduzir acordos entre o município e a empresa
escolhida, a qual vai será responsável pelo coprocessamento do RCC-RV e a
transformação do mesmo em matéria prima para manutenção de estradas vicinais,
bem como materiais para serem reincorporados na construção civil. De forma que
todo material coletado pela prefeitura seja disposto na ATT criada em parceria, bem
como a criação de lei, definindo que todo grande gerador deverá realizar a disposição
dos resíduos gerados (e já triados in loco) na construção reforma ou demolição nessa
ATT parceira, participando devidamente dos trâmites de controle para tal atividade.
Em contrapartida a ATT participante da parceria, fornecerá os produtos
finais dos processos de reciclagem de RCC-RV com descontos para os
empreendimentos da prefeitura quando necessários, bem como o repasse dos
materiais recicláveis (plástico, papel, vidro) para as organizações e/ou cooperativas
de reciclagem instaladas no município.
É importante ressaltar, que o projeto público privado, visa a melhor forma
de uso dos recursos públicos, trazendo vantagens para o município, diminuição dos
gastos com estradas vicinais, melhora da logística para a coleta de resíduos e também
o caminho para certificações sustentáveis para o município de Salto de Pirapora.
8 PERIODICIDADE DO PLANO
Salto de Pirapora possui um grande potencial quanto a inovação de
alternativas de disposição final de resíduos e coleta seletiva, no que resulta em uma
99
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
dedicação maior na implementação e operacionalização futuramente do plano aqui
apresentado.
Assim como diversos modelos de gestão, a gestão de resíduos da
construção civil deve estar ligada ao ciclo de melhoria contínua, que estabelece
através de etapas e métodos de estudos de aspectos, impactos e mitigação de
prejuízos, tanto financeiros como ambientais.
A partir da conclusão do plano, deve-se estabelecer períodos de revisão
para que se possa mensurar os resultados de ações, verificar as metas atingidas e
projetar novas metas, afim de manter o controle das ações já realizadas e a criação
de novas medidas, metodologias e alternativas quanto ao plano apresentado no
período.
Em razão de todo exposto nesse PMIGRCC-RV, a fim de manter um
período para coletas de dados reais e compilação de indicadores, foi estabelecido um
horizonte de até doze meses para a primeira revisão, sendo que as demais revisões
poderão ser realizadas a cada 18 meses.
100
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com o trabalho realizado as diversas atividades inseridas no
primeiro, segundo e terceiro setor da economia, bem como as atividades ligadas ao
consumidor final têm como característica principal a geração de resíduos. No início
das atividades humanas, o próprio meio de vivência nunca foi a fonte de preocupação
na sociedade, enfatizando sempre a atenção ao desenvolvimento regional, tendo
como base a exploração de recursos naturais evoluindo para a industrialização,
advento das tecnologias e diversificação do consumo, bens e serviços. Esse modelo
de desenvolvimento, somado ao crescimento populacional e o aumento na
concentração de pessoas nos centros urbanos potencializaram os efeitos negativos
da crescente geração de resíduos, o que atingiu em determinados casos, grande
preocupação por desafiar o modelo de economia utilizado atualmente.
Partindo desse causo, surge então o termo sustentabilidade, o qual
passa a ser incorporado nas atividades econômicas como diferencial em resposta a
preocupação aos problemas ambientais decorrentes da geração de resíduos. No
início e ainda atualmente, o termo sustentabilidade é tido como uma estratégia
utópica, pois a sua implementação depende de diversos fatores, sendo os mesmos
técnicos, econômicos, sociais, políticos, jurídico legais, de saúde e segurança,
filosóficos, culturais e meteorológicos.
O aspecto positivo desse cenário é a explicitação do problema ambiental
como elemento aglutinador das diversas áreas de conhecimento, tendo como
consequência a intensificação de esforços intelectuais, cujo tema principal gira em
torno da problemática ambiental estudada entre diversos pontos de vista. Para
sistematizar as ações e, principalmente, para minimizar o aspecto utópico que tende
prevalecer quanto aos termos de sustentabilidade, surge a ferramenta do
planejamento como instrumento para qualificação e quantificação dos problemas
ambientais e ao mesmo tempo para identificar as oportunidades que podem surgir
desses problemas.
101
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
No presente caso foi trabalhada a problemática ambiental e as
oportunidades em torno da geração, coleta, transporte e destinação dos resíduos da
construção civil. Este esforço resultou no plano municipal integrado de gerenciamento
de resíduos da construção civil e resíduos volumosos do município de Salto de
Pirapora. Por meio deste documento foi possível identificar elementos que permitem
afirmar que os resíduos nem sempre representam problemas, sendo assim, eles
podem ser transformados em fontes de oportunidades de geração de novos modelos
de negócios e geração de emprego e renda, principalmente, para pessoas com pouca
ou nenhuma qualificação profissional, tendo como parte do resultado uma automática
mitigação dos problemas até sua real solução.
É com essa objetividade e com esse tipo de ação que o município de
Salto de Pirapora caminha para um futuro mais sustentável dentro dos âmbitos
sociais, ambientais e econômicos.
102
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. Resolução 348, de 16 de
agosto de 2004. Brasil. 1 p.
CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Resíduos Urbanos, de
Serviços de Saúde e da Construção Civil. Disponível em:
<http://www.cetesb.sp.gov.br/residuos-solidos/residuos-urbanos/2-residuos-
urbanos>. Acesso em: 05 de Jan de 2014.
ENGECORPS – Corpo de Engenheiros Consultores S.A. Plano Municipal Integrado
de Saneamento Básico de Salto de Pirapora. 2011. 170 p.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1>. Acesso em: 05 de Jan de
2014.
JOHN & AGOPYAN. Reciclagem de resíduos da construção. Departamento de
Engenharia de Construção Civil, Escola Politécnica da USP (PCC USP). São Paulo
1997.
PERS – Política Estadual de Resíduos Sólidos. Lei Nº 12.300/2006. Disponível em:
<http://www.resol.com.br/textos/decreto_54.645-
regulamenta_politica_de_residuos_solidos_de_sao_paulo.htm>. Acesso em: 05 de
Jan de 2014.
PINTO, T. de P.; GONZÁLES, Juan LR. Manejo e Gestão de Resíduos da Construção
Civil. Manual de Orientação: como implantar um sistema de manejo e gestão nos
municípios, 194 p. Brasília. 2005.
PINTO, T. P. (Coord.) Gestão Ambiental de Resíduos da Construção Civil: a
experiência do Sinduscon-SP. Obra Limpa: I&T: Sinduscon-SP, São Paulo. p. 9, 2005.
103
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
PINTO, T. P. Metodologia para a Gestão Diferenciada de Resíduos Sólidos da
Construção Urbana. 1999. Tese (Doutorado em Engenharia). Escola Politécnica,
Universidade de São Paulo. São Paulo. 1999.
PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos. Lei Nº 12.305, de 2 de Agosto de
2010. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=636>. Acesso em: 05 de
Jan de 2014.
Salto de Pirapora, Prefeitura Municipal. Leis Municipais: Dispõe sobre Regulamento
de Construção do Município de Salto de Pirapora. Lei nº 0003/1956. Disponível em:
<http://saltodepirapora.sp.gov.br/site2012/detalhe.php?id=1858>. Acesso em: 05 de
Jan de 2014.
SALTO DE PIRAPORA, Prefeitura Municipal. Plano Diretor: Disponível em
<http://saltodepirapora.sp.gov.br/sessao/plano-diretor>. Acesso em 13 de Janeiro de
2014.
SCHNEIDER, D. M.; PHILIPPI, A. JR. Gestão Pública de Resíduos da Construção
Civil no Município de São Paulo. Ambiente Construído, Porto Alegre, v.4, n.4, p. 21-
32, 2004.
SEADE – Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados. Perfil Municipal de Salto
de Pirapora. Disponível em: <
http://www.seade.gov.br/produtos/perfil/perfilMunEstado.php>. Acesso em: 05 de Jan
de 2014.
SINDUSCOM – SP. Resíduo da Construção Civil e o Estado de São Paulo: PDF,
2012.
ZORDAN, S. E. A Utilização do Entulho como Agregado na Confecção do Concreto.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Universidade de Campinas, 1997.
104
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente
Urbano. Manual para Implantação de Sistema de Gestão de Resíduos de Construção
Civil em Consórcios Públicos. Brasília, 2010. 63p.
DALPINO, Carlos Eduardo Ruiz. Utilização de Resíduos da Construção Civil para a
Produção de Concreto. São Paulo, 2008, 68p. tese (bacharelado). Curso de
Engenharia Civil, Universidade Anhembi Morumnbi. São Paulo.
PINTO, T. P. Metodologia para a Gestão Diferenciada de Resíduos Sólidos da
Construção Urbana. São Paulo, 1999, 190p tese (doutorado). Departamento de
Engenharia de Construção Civil, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
São Paulo.
PINTO, T. P.; Gestão Ambiental dos Resíduos de Construção Civil: a experiência do
Sinduscon-SP, São Paulo. Sinduscon, 2005. 47p.
PINTO, T. P.; GONZÁLES, J.L.R. Manejo e Gestão dos Resíduos da Construção
Civil. Volume 1 – Manual da Orientação: Como implementar um sistema de manejo e
gestão nos municípios. Brasília. 2005. 194p.
105
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
LEGISLAÇÕES E REFERÊNCIAS NORMATIVAS
LEIS E RESOLUÇÕES FEDERAIS
Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2.010 - Institui a Política Nacional de Resíduos
Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1.998 e dá outras providências.
Resolução Conama nº 307, de 05 de julho de 2.002 - Estabelece diretrizes, critérios e
procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.
Resolução Conama nº 348, de 16 de agosto de 2.004 – Altera a Resolução Conama
nº 307, de 05 de julho de 2002, incluindo o amianto na classe de resíduos perigosos.
Resolução Conama nº 431, de 24 de maio de 2.011 – Altera a Resolução Conama nº
307, de 05 de julho de 2002, incluindo o gesso na Classe B.
Resolução Conama nº 448, de 18 de janeiro de 2.012 – Altera a Resolução Conama
nº 307, de 05 de julho de 2002, nos arts. 2º, 4º, 5º, 6º, 8º, 9º, 10 e 11.
LEIS ESTADUAIS
Lei Estadual nº 12.300, de 16 de março de 2.006 - Institui a Política Estadual de
Resíduos Sólidos e define princípios e diretrizes.
LEIS MUNICIPAIS
Lei Municipal nº 0003, de 01 de agosto de 1.956 – Dispõe sobre regulamento de
construção.
106
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
NORMAS TÉCNICAS
ABNT NBR 10004/2004 – Resíduos Sólidos – Classificação
ABNT NBR 10007/2004 – Amostragem de Resíduos Sólidos
ABNT NBR 15112/2004 – Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos –
Áreas de Transbordo e Triagem – Diretrizes Para Projeto, Implantação e Operação
ABNT NBR 15113/2004 – Resíduos Sólidos da Construção Civil e Resíduos Inertes -
Aterros - Diretrizes para Projeto, Implantação e Operação
ABNT NBR 15114/2004 – Resíduos Sólidos da Construção Civil - Áreas de
Reciclagem - Diretrizes para Projeto, Implantação e Operação
ABNT NBR 15115/2004 – Agregados Reciclados de Resíduos Sólidos da Construção
Civil - Execução de Camadas de Pavimentação – Procedimentos
ABNT NBR 15116/2004 – Agregados Reciclados de Resíduos Sólidos da Construção
Civil - Utilização em Pavimentação e Preparo de Concreto Sem Função Estrutural –
Requisitos
107
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
10 APÊNDICE
Conteúdo mínimo para emissão da CTR segundo a NBR 15.112/2004.
Emissão em 3 vias sendo elas entregues ao gerador, transportador e
destinatário. Blocos emitidos pelo poder público para controle de geração.
Controle de Transporte de Resíduos
1. Transportador Nome ou razão social: Endereço: Condutor:
Telefone: Cadastro municipal: Placa:
2. Gerador Nome ou razão social: Endereço: Endereço da retirada:
Telefone: CNPJ ou CPF: Município:
3. Área receptora Nome ou razão social: Endereço:
Nº da licença de funcionamento: Telefone:
4. Caracterização do resíduo argamassa / concreto / alvenaria
Volume volumosos (móveis e outros)
transportado m³ volumosos (podas)
solo
madeira
outro (especificar)
5. Responsabilidades
Visto do condutor do veículo:___________________visto do gerador ou responsável pelo serviço:__________________visto e carimbo da área receptora:______________________ Data: ___/___/___ hora ___:___
6. Orientação aos usuários Do gerador:
a) Somente resíduos de construção civil podem ser dispostos nos equipamentos de coleta. Resíduos domiciliares, de serviço de saúde e industriais serão penalizados.
b) Não ultrapassar o limite original de borda do coletor. c) Não poderá contratar transportador não cadastrado. d) Pode solicitar recibo de destinação ao transportador.
Do Transportador a) É proibido de coletar, transportar resíduos domiciliares, de serviço de saúde e industriais sob
risco de penalidades. b) Não poderá coletar o equipamento com excesso de volume, nem trafegar com o mesmo. c) É obrigado a usar dispositivo de cobertura. d) Priorizar o estacionamento da caçamba dentro do imóvel. e) Não deixar caçambas estacionadas por período superior a 60 horas.
108
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Minuta
Ante projeto de Lei Municipal
Institui o Plano Municipal Integrado de Resíduos de
Construção Civil e Resíduos Volumosos de acordo
com o previsto na Resolução CONAMA nº 307, de
05 de julho de 2002, e dá outras providências.
O Prefeito do Município de Salto de Pirapora, Estado de São Paulo, no
uso das atribuições que lhe são conferidas por lei, considerando que todos os
munícipes têm direito ao meio ambiente equilibrado, bem de uso comum e essencial
à sadia qualidade de vida; considerando que cabe ao município proteger o meio
ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas, como as inúmeras
deposições irregulares de entulho e outros resíduos; considerando que cabe ao
município prover sobre a limpeza de resíduos de qualquer natureza e, portanto, sobre
sua captação e destinação; considerando que cabe ao município a responsabilidade
sobre a gestão dos resíduos da construção civil conforme disposto na Resolução
Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) nº 307 de 5/07/2002; considerando
que cabe ao município disciplinar a coleta, o tratamento e a destinação dos resíduos
decorrentes da atividade humana, de modo a evitar possíveis danos ao meio ambiente
e à saúde da população; considerando que os resíduos da construção civil e resíduos
volumosos representam um significativo percentual dos resíduos sólidos produzidos
no município; considerando ainda a necessidade de redução dos elevados custos
municipais de limpeza pública e daqueles decorrentes dos danos ao ambiente urbano
e à saúde pública além do não aproveitamento dos resíduos enquanto matéria prima;
Faz saber que a Câmara Municipal de Salto de Pirapora aprovou e ele
sanciona e promulga a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DO OBJETO
109
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Art. 1º A gestão dos Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos, no âmbito do Município de Salto de Pirapora deve obedecer ao disposto
nesta Lei.
CAPÍTULO II
DO OBJETIVO
Art. 2º Os Resíduos da Construção Civil e os Resíduos Volumosos
gerados no município, nos termos do Plano Municipal Integrado de Gestão de
Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos, devem ser destinados às áreas
indicadas no art. 4º desta Lei, visando à triagem, reutilização, reciclagem, reservação
ou destinação mais adequada, conforme a Resolução CONAMA nº 307 de 05 de julho
de 2002 ou qualquer outra que venha a sucedê-la.
§ 1º. Os Resíduos da Construção Civil e os Resíduos Volumosos não
podem ser dispostos em:
I - áreas de “bota fora”;
II - encostas;
III - corpos d’água;
IV - lotes vagos;
V - passeios, vias e outras áreas públicas;
VI - áreas não licenciadas;
VII - áreas protegidas por lei.
§ 2º. Os Resíduos da Construção Civil, se apresentados na forma de
agregados reciclados ou na condição de solos não contaminados, podem ser
utilizados em aterros sanitários com a finalidade de execução de serviços internos ao
aterro.
CAPÍTULO III
110
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
DAS DEFINIÇÕES
art. 3º Para efeito do disposto nesta Lei, ficam estabelecidas as
seguintes definições:
I - Agregados Reciclados: material granular proveniente do
beneficiamento de Resíduos da Construção Civil de natureza mineral (concreto,
argamassas, produtos cerâmicos e outros), designados como classe A, que apresenta
características técnicas adequadas para aplicação em obras de edificação ou infra-
estrutura conforme especificações da norma brasileira NBR 15.116/2004 da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT);
II - Área de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil:
estabelecimento destinado ao recebimento e transformação de Resíduos da
Construção Civil designados como classe A, já triados, para produção de agregados
reciclados conforme especificações da norma brasileira NBR 15.114/2004 da ABNT;
III - Área de Transbordo e Triagem de Resíduos da Construção Civil e
Resíduos Volumosos (ATT): estabelecimento destinado ao recebimento de Resíduos
da Construção Civil e Resíduos Volumosos gerados e coletados por agentes públicos
ou privados, cuja área, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente, deve
ser usada para triagem dos resíduos recebidos, eventual transformação e posterior
remoção para adequada disposição, conforme especificações da norma brasileira
NBR 15.112/2004 da ABNT;
IV - Aterro de Resíduos da Construção Civil: estabelecimento onde são
empregadas técnicas de disposição de Resíduos da Construção Civil de origem
mineral, designados como classe A, visando a reservação de materiais de forma
segregada que possibilite seu uso futuro ou ainda, a disposição destes materiais, com
vistas à futura utilização da área, empregando princípios de engenharia para confiná-
los ao menor volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente
conforme especificações da norma brasileira NBR 15.113/2004 da ABNT;
V - Bacia de Captação de Resíduos: parcela da área urbana municipal
que ofereça condições homogêneas para a disposição correta dos resíduos de
111
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
construção ou Resíduos Volumosos nela gerados, em um único ponto de captação
(Ponto de Entrega Voluntária) e que podem ser disponibilizadas às instituições
voltadas à coleta seletiva de Resíduos Secos Domiciliares Recicláveis;
VI - Controle de Transporte de Resíduos (CTR): documento emitido pelo
transportador de resíduos que fornece informações sobre gerador, origem, quantidade
e descrição dos resíduos e seu destino, conforme especificações das normas
brasileiras NBR 15.112/2004, NBR 15.113/2004 e NBR 15.114/2004 da ABNT;
VII - Disque Coleta para Pequenos Volumes: sistema de informação
colocado à disposição dos munícipes visando atender à solicitação de coleta de
pequenos volumes de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos, por meio
do acionamento de pequenos transportadores privados e/ou público;
VIII - Equipamentos de Coleta de Resíduos da Construção Civil e
Resíduos Volumosos: dispositivos utilizados para a coleta e posterior transporte de
resíduos, tais como caçambas metálicas estacionárias, caçambas basculantes
instaladas em veículos autopropelidos, carrocerias para carga seca e outros, incluídos
os equipamentos utilizados no transporte do resultado de movimento de terra;
IX - Geradores de Resíduos da Construção Civil: pessoas físicas ou
jurídicas, públicas ou privadas, proprietárias ou responsáveis por obra de construção
civil ou empreendimento com movimento de terra, que produzam Resíduos da
Construção Civil;
X - Geradores de Resíduos Volumosos: pessoas físicas ou jurídicas,
públicas ou privadas, proprietárias, locatárias ou ocupantes de imóvel em que sejam
gerados Resíduos Volumosos;
XI - Grandes geradores: áreas com intervenção maior que 30m²;
XII - Pequenos geradores: áreas com intervenção menor ou igual a 30m²;
XIII - Ecoponto: local destinado ao recebimento de pequenos volumes
de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos, gerados e entregues pelos
munícipes, podendo ainda ser coletados e entregues por pequenos transportadores
112
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
diretamente contratados pelos geradores, equipamentos esses que, sem causar
danos à saúde pública e ao meio ambiente, devem ser usados para a triagem de
resíduos recebidos, posterior coleta diferenciada e remoção para adequada
disposição. Devem atender às especificações da norma brasileira NBR 15.112/2004
da ABNT;
XIV - Receptores de Resíduos da Construção Civil e de Resíduos
Volumosos: pessoas jurídicas, públicas ou privadas, operadoras de
empreendimentos, cuja função seja o manejo adequado de Resíduos da Construção
Civil e Resíduos Volumosos em pontos de entrega, áreas de triagem, áreas de
reciclagem e aterros, entre outras;
XV - Reservação de Resíduos: processo de disposição segregada de
resíduos triados para reutilização ou reciclagem futura;
XVI - Resíduos da Construção Civil: provenientes de construções,
reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da
preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto
em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados,
forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações,
fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras. Devem ser
classificados, conforme o disposto na Resolução Conama nº 307, nas classes A, B, C
e D;
XVII - Resíduos Secos Domiciliares Recicláveis: resíduos provenientes
de residências ou de qualquer outra atividade que gere resíduos com características
domiciliares ou a estes equiparados, constituído principalmente por embalagens e que
podem ser submetidos a um processo de reaproveitamento;
XVIII - Resíduos Volumosos: resíduos constituídos basicamente por
material volumoso não removido pela coleta pública municipal rotineira, como móveis
e equipamentos domésticos inutilizados, grandes embalagens e peças de madeira,
resíduos vegetais provenientes da manutenção de áreas verdes públicas ou privadas
113
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
e outros, comumente chamados de bagulhos e não caracterizados como resíduos
industriais;
XIX - Transportadores de Resíduos de Construção e Resíduos
Volumosos: pessoas físicas ou jurídicas, encarregadas da coleta e do transporte
remunerado dos resíduos entre as fontes geradoras e as áreas de destinação.
CAPÍTULO IV
DO SISTEMA DE GESTÃO SUSTENTÁVEL DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO
CIVIL E RESÍDUOS VOLUMOSOS
Art. 4º Fica instituído o Plano Municipal Integrado de Gestão de
Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos cujo objetivo é a facilitação da
correta disposição, o disciplinamento dos fluxos e dos agentes envolvidos e a
destinação adequada dos Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos
gerados no município.
§ 1º. O Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção
Civil e volumosos incorpora:
I - diretrizes para pequenos geradores;
II - diretrizes para grandes geradores não compreendidos no inciso I;
§ 2º. O Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção
Civil é corporificado no Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção
Civil e Resíduos Volumosos que é constituído por um conjunto integrado de áreas
físicas e ações, descritas a seguir:
I - uma rede de Pontos de Entrega para Pequenos Volumes de Resíduos
da Construção Civil e Resíduos Volumosos, implantada em bacias de captação de
resíduos;
II - serviço Disque Coleta para Pequenos Volumes, de acesso telefônico
a pequenos transportadores de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos;
114
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
III - uma rede de Áreas para Recepção de Grandes Volumes (Áreas de
Transbordo e Triagem, Áreas de Reciclagem e Aterros de Resíduos da Construção
Civil);
IV - ações para a informação e educação ambiental dos munícipes, dos
transportadores de resíduos e das instituições sociais multiplicadoras, definidas em
programas específicos;
V - ações para o controle e fiscalização do conjunto de agentes
envolvidos, definidas em programa específico.
VI - ação de gestão integrada a ser desenvolvida pela secretaria de
obras e meio ambiente que garanta a unicidade das ações previstas no Plano
Municipal Integrado de Gestão e exerça o papel gestor que é competência do Poder
Público Municipal.
§ 3º. O Poder Público Municipal deve criar procedimentos para licenciar
as áreas físicas cujo licenciamento esteja sob sua competência.
SEÇÃO I
DO PROGRAMA MUNICIPAL DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Art. 5º A gestão dos resíduos em pequenos volumes deve ser feita por
intermédio do Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção
Civil que tem como diretrizes técnicas:
I - a melhoria da limpeza urbana;
II - a possibilitação do exercício das responsabilidades dos pequenos
geradores, por meio de pontos de captação perenes;
III - fomentar a redução, a reutilização, a reciclagem e a correta
destinação destes resíduos.
115
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Art. 6° Para implementação do Programa Municipal de Gerenciamento
de Resíduos da Construção Civil ficam criados os Pontos de Entrega para Pequenos
Volumes, sendo definidas:
I - sua constituição em rede;
II - sua qualificação como serviço público de coleta;
III - sua implantação em locais degradados por ações de deposição
irregular de resíduos, sempre que possível.
§ 1º. Para a instalação de Pontos de Entrega para Pequenos Volumes
devem ser destinadas, pelo Poder Público, áreas livres reservadas ao uso público,
preferencialmente as já degradadas devido à deposição irregular e sistemática de
resíduos sólidos, com o objetivo de sua recuperação nos aspectos paisagísticos e
ambientais.
§ 2º. É vedada a utilização de áreas verdes que não tenham sofrido a
degradação referida no parágrafo 1º para a instalação de Pontos de Entrega para
Pequenos Volumes.
§ 3º. O número e a localização dos Pontos de Entrega para Pequenos
Volumes devem ser definidos e readequados por ato das secretarias de Meio
Ambiente e Obras, previsto no art. 22, para obtenção de soluções eficazes de
captação e destinação.
§ 4º. Os Pontos de Entrega para Pequenos Volumes:
I - devem receber de munícipes e pequenos transportadores
cadastrados, descargas de resíduos de construção e Resíduos Volumosos, limitadas
ao volume de 1 (um) metro cúbico por descarga, para triagem obrigatória, posterior
transbordo e destinação adequada dos diversos componentes;
II - podem, sem comprometimento de suas funções originais, ser
utilizados de forma compartilhada por grupos locais que desenvolvam ações de coleta
seletiva de resíduos seco domiciliares recicláveis;
116
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
§ 5º. A operação dos Pontos de Entrega para Pequenos Volumes deve
incluir o Disque Coleta para Pequenos Volumes ao qual os geradores de pequenos
volumes podem recorrer para a remoção remunerada dos resíduos, realizada pelos
pequenos transportadores privados sediados nos Pontos de Entrega.
Art. 7º É vedado aos Pontos de Entrega para Pequenos Volumes receber
a descarga de resíduos domiciliares não-inertes oriundos do preparo de alimentos,
resíduos industriais e resíduos dos serviços de saúde.
Art. 8º As ações de educação ambiental e de controle e fiscalização,
necessárias ao bom funcionamento da rede de Pontos de Entrega para Pequenos
Volumes, fazem parte do Programa Municipal de Gestão de Resíduos da Construção
Civil.
Parágrafo único. Caberá as secretarias de Meio Ambiente e Obras a
coordenação das ações previstas no caput, em conformidade com as diretrizes dos
Departamentos / Secretarias envolvidos.
SEÇÃO II
DOS PROJETOS DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Art. 9º Os geradores de grandes volumes de resíduos da construção
civil, públicos ou privados, cujos empreendimentos requeiram a expedição de alvará
de aprovação e execução de edificação nova, de reforma ou reconstrução, de
demolição, de muros de arrimos e de movimento de terra, nos termos da legislação
municipal, devem desenvolver e implementar Projetos de Gerenciamento de Resíduos
da Construção Civil, em conformidade com as diretrizes da Resolução CONAMA nº
307, estabelecendo os procedimentos específicos da obra para o manejo e destinação
ambientalmente adequados dos resíduos.
§1º. Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil:
I - devem apresentar a caracterização dos resíduos e os procedimentos
a adotar para sua minimização e para o manejo correto nas etapas de triagem,
acondicionamento, transporte e destinação;
117
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
II - em obras com atividades de demolição, devem incluir o compromisso
com a prévia desmontagem seletiva dos componentes da construção, respeitadas as
classes estabelecidas pela Resolução CONAMA nº 307 visando à minimização dos
resíduos a serem gerados e a sua correta destinação.
§2º. Os geradores especificados no caput devem:
I - especificar nos seus projetos, em conformidade com as diretrizes da
legislação municipal, os procedimentos que serão adotados para outras categorias de
resíduos eventualmente gerados no empreendimento, em locais tais como
ambulatórios, refeitórios e sanitários;
II - quando contratantes de serviços de transporte, triagem e destinação
de resíduos, especificar, em seus Projetos de Gerenciamento de Resíduos da
Construção Civil, os agentes responsáveis por estas etapas, definidos entre os
agentes licenciados pelo Poder Público;
III - quando entes públicos, na impossibilidade de cumprimento do
disposto no inciso II em decorrência de certame licitatório ainda não iniciado,
apresentar, junto aos Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil,
termo de compromisso de contratação de agente licenciado para a execução dos
serviços de transporte, triagem e destinação de resíduos, em substituição temporária
à sua identificação, conforme exigido no artigo 10 desta Lei.
§ 3º. Os geradores especificados no caput poderão, a seu critério,
substituir, em qualquer tempo, os agentes responsáveis pelos serviços de transporte,
triagem e destinação de resíduos, por outros, desde que legalmente licenciados pelo
Poder Público.
§4º. Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
podem prever o deslocamento, recebimento ou envio, de resíduos da construção civil
classe A, triados, entre empreendimentos licenciados, detentores de Projetos de
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.
118
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Art. 10 Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
devem ser implementados pelos construtores responsáveis por obra objeto de
licitação pública, devendo ser exigida, para a assinatura do contrato, comprovação da
regularidade dos agentes responsáveis pelas atividades de transporte, triagem e
destinação de resíduos, definidos entre os devidamente licenciados pelo Poder
Público.
§1º. É de responsabilidade dos executores de obras ou serviços em
logradouros públicos a manutenção dos locais de trabalho permanentemente limpos
e a manutenção de registros e comprovantes (CTR) do transporte e destinação
corretos dos resíduos sob sua responsabilidade.
§2º. Todos os editais referentes às obras públicas em licitação, bem
como os documentos que os subsidiem, na forma de contratos, especificações
técnicas, memoriais descritivos e outros, devem incluir a exigência de implementação
dos Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e fazer constar as
normas emanadas desta Lei.
Art. 11 O Executivo deve regulamentar os procedimentos de análise dos
Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil para as obras públicas
e privadas.
§1º. O Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, de
empreendimentos e atividades:
I - não enquadrados na legislação como objeto de licenciamento
ambiental, deve ser apresentado juntamente com o projeto de construção do
empreendimento para análise pelo órgão municipal competente.
II - sujeitos ao licenciamento ambiental, deve ser analisado dentro do
processo de licenciamento, pelo órgão competente.
§2º. Por meio de boletins bimestrais, ou em prazo inferior, o órgão
municipal responsável pela limpeza urbana deve informar os órgãos responsáveis
pela análise dos Projetos de Gerenciamentos de Resíduos da Construção Civil, sobre
119
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
os transportadores e receptores de resíduos com cadastro ou licença de operação em
validade.
§ 3º. A emissão de Habite-se ou Alvará de Conclusão, pelo órgão
municipal competente, para os empreendimentos dos geradores de resíduos de
construção, deve estar condicionada à apresentação do documento de Controle de
Transporte de Resíduos (CTR) e outros documentos de contratação de serviços
anunciados no Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil,
comprovadores da correta triagem, transporte e destinação dos resíduos gerados.
§ 4º. O documento de Controle de Transporte de Resíduos relativos aos
empreendimentos devem estar disponíveis nos locais da geração dos resíduos para
fins de fiscalização pelos órgãos competentes.
Art. 12 Os executores de obra objeto de licitação pública devem
comprovar durante a execução do contrato, e no seu término, o cumprimento das
responsabilidades definidas no Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção
Civil.
Parágrafo único. O não cumprimento da determinação expressa no
caput deste artigo determina o impedimento dos agentes submetidos a contratos com
o Poder Público, em conformidade com o art. 87 da Lei Federal nº 8.666, de 21 de
junho de 1993.
CAPÍTULO V
DAS RESPONSABILIDADES
Art. 13 São responsáveis pela gestão dos resíduos:
I - os Geradores de Resíduos da Construção Civil, pelos resíduos das
atividades de construção, reforma, reparos e demolições, bem como por aqueles
resultantes dos serviços preliminares de remoção de vegetação e escavação de solos;
II - os Geradores de Resíduos Volumosos, pelos resíduos desta natureza
originados nos imóveis municipais, de propriedade pública ou privada;
120
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
III - os Transportadores de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos e os Receptores de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos,
no exercício de suas respectivas atividades.
SEÇÃO I
DA DISCIPLINA DOS GERADORES
Art. 14 Os Geradores de Resíduos da Construção Civil e Geradores de
Resíduos Volumosos devem ser fiscalizados e responsabilizados pelo uso incorreto
dos equipamentos disponibilizados para a captação disciplinada dos resíduos
gerados.
§ 1º. Os pequenos volumes de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos, limitados ao volume de 1 (um) metro cúbico por descarga, podem ser
destinados à rede de Pontos de Entrega para Pequenos Volumes, onde os usuários
devem ser responsáveis pela sua disposição diferenciada.
§ 2º. Os grandes volumes de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos, superiores ao volume de 1 (um) metro cúbico por descarga, devem ser
destinados à rede de Áreas para Recepção de Grandes Volumes, onde devem ser
objeto de triagem e destinação adequada.
§ 3º. Os geradores citados no caput:
I - só podem utilizar caçambas metálicas estacionárias e outros
equipamentos de coleta destinados a Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos para a disposição exclusivamente destes resíduos;
II - não podem utilizar chapas, placas e outros dispositivos
suplementares que promovam a elevação da capacidade volumétrica de caçambas
metálicas estacionárias, devendo estas serem utilizadas apenas até o seu nível
superior original.
§ 4º. Os geradores, obedecido o disposto no art. 15, parágrafo 2º, II e
parágrafo 3º, II, podem transportar seus próprios resíduos e, quando usuários de
121
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
serviços de transporte, ficam obrigados a utilizar exclusivamente os serviços de
remoção de transportadores licenciados pelo Poder Público Municipal.
SEÇÃO II
DA DISCIPLINA DOS TRANSPORTADORES
Art. 15 Os Transportadores de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos, reconhecidos como ação privada de coleta regulamentada, submetida às
diretrizes e à ação gestora do poder público municipal, devem ser cadastrados pela
Secretaria de Meio Ambiente, conforme regulamentação especifica.
§ 1º. Os equipamentos para a coleta de Resíduos da Construção Civil e
Resíduos Volumosos não podem ser utilizados para o transporte de outros resíduos.
§ 2º. É vedado aos transportadores:
I - realizar o transporte dos resíduos quando os dispositivos que os
contenham estejam com a capacidade volumétrica elevada pela utilização de chapas,
placas ou outros suplementos;
II - sujar as vias públicas durante a operação com os equipamentos de
coleta de resíduos;
III - fazer o deslocamento de resíduos sem o respectivo documento de
Controle de Transporte de Resíduos (CTR) quando operarem com caçambas
metálicas estacionárias ou outros tipos de dispositivos deslocados por veículos
automotores;
IV - estacionar as caçambas na via pública quando estas não estiverem
sendo utilizadas para a coleta de resíduos.
§ 3º. Os transportadores ficam obrigados:
I - a estacionar as caçambas em conformidade com a regulamentação
específica;
122
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
II - a utilizar dispositivos de cobertura de carga em caçambas metálicas
estacionárias ou outros equipamentos de coleta, durante o transporte dos resíduos;
III - quando operarem com caçambas metálicas estacionárias ou outros
tipos de dispositivos deslocados por veículos automotores, a fornecer:
a) aos geradores atendidos, comprovantes identificando a correta
destinação dada aos resíduos coletados;
b) aos usuários de seus equipamentos, documento simplificado de
orientação, com:
1 - instruções sobre posicionamento da caçamba e volume a ser
respeitado;
2 - tipos de resíduos admissíveis;
3 - prazo de utilização da caçamba;
4 - proibição de contratar os serviços de transportadores não
cadastrados;
5 - penalidades previstas em lei e outras instruções que julgue
necessárias.
§ 4º. A presença de transportadores irregulares descompromissados
com o Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção Civil e a utilização
irregular das áreas de destinação e equipamentos de coleta devem ser coibidas pelas
ações de fiscalização.
SEÇÃO III
DA DISCIPLINA DOS RECEPTORES
Art. 16 Os Receptores de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos devem promover o manejo dos resíduos em grandes volumes nas Áreas
para Recepção de Grandes Volumes de resíduos, sendo definidas:
123
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
I - sua constituição em rede;
II - a necessidade de seu licenciamento pelos órgãos competentes;
III - a implantação preferencialmente de empreendimentos privados
regulamentados, operadores da triagem, transbordo, reciclagem, reservação e
disposição final, cujas atividades visam à destinação adequada dos resíduos em
conformidade com as diretrizes desta Lei, de sua regulamentação e das normas
técnicas brasileiras.
§ 1º. Fazem parte da rede de Áreas para Recepção de Grandes
Volumes:
I - Áreas de Transbordo e Triagem de Resíduos da Construção Civil e
Resíduos Volumosos (ATT);
II - Áreas de Reciclagem;
III - Aterros de Resíduos da Construção Civil;
§ 2°. Os operadores das áreas referidas no parágrafo 1° devem receber,
sem restrição de volume, resíduos oriundos de geradores ou transportadores de
Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos;
§ 3°. Podem compor ainda a rede de Áreas para Recepção de Grandes
Volumes áreas públicas que devem receber, sem restrição de volume, Resíduos da
Construção Civil e Resíduos Volumosos oriundos de ações públicas de limpeza.
§ 4º. Os Resíduos da Construção Civil e os Resíduos Volumosos devem
ser integralmente triados pelos operadores das áreas citadas no parágrafo 1º e
parágrafo 3º e devem receber a destinação definida em legislação federal específica,
priorizando-se sua reutilização ou reciclagem.
§ 5º. Não são admitidas nas áreas citadas no parágrafo 1º e parágrafo
3º a descarga de:
124
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
I - resíduos de transportadores que não tenham sua atuação licenciada
pelo Poder Público Municipal;
II - resíduos domiciliares, resíduos industriais e resíduos dos serviços de
saúde.
Art. 17 A Secretaria de Meio Ambiente, previsto no art. 22, visando
soluções e capazes de captação e destinação, deve definir e readequar:
I - o número e a localização das áreas públicas previstas;
II - o detalhamento das ações públicas de educação ambiental;
III - o detalhamento das ações de controle e fiscalização.
Art. 18 O Poder Público Municipal, por meio das Secretarias de Meio
Ambiente e Obras, deve criar procedimento de registro e licenciamento para que
proprietários de áreas que necessitem de eegularização topográfica possam executar
Aterro de Resíduos da Construção Civil de pequeno porte, obedecidas as normas
técnicas brasileiras específicas.
§ 1º. Os Aterros de Resíduos da Construção Civil de pequeno porte:
I - devem receber resíduos previamente triados, isentos de lixo, materiais
velhos e quaisquer outros detritos, dispondo-se neles exclusivamente os Resíduos da
Construção Civil de natureza mineral, designados como classe A pela Resolução
CONAMA nº 307;
§ 2º. Toda e qualquer movimentação de terra que configure a alteração
do relevo local, por corte ou aterro acima de 1 (um) metro de desnível, só pode ser
realizada mediante a análise e expedição de alvará pelo órgão municipal competente.
CAPÍTULO VI
DA DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS
125
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
Art. 19 Os Resíduos Volumosos captados no Sistema de Gestão
Sustentável de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos devem ser
triados, aplicando-se a eles, sempre que possível, processos de reutilização,
desmontagem e reciclagem que evitem sua destinação final a aterro sanitário.
Art. 20 Os Resíduos da Construção Civil devem ser integralmente triados
pelos geradores ou nas áreas receptoras, segundo a classificação definida pelas
Resoluções CONAMA nº 307, nº 341, nº 348 e nº 448, em classes A, B, C e D e devem
receber a destinação prevista nestas resoluções e nas normas técnicas brasileiras.
Parágrafo único. Os Resíduos da Construção Civil de natureza mineral,
designados como classe A pela Resolução CONAMA nº 307, devem ser
prioritariamente reutilizados ou reciclados, salvo se inviáveis estas operações,
quando:
I - devem ser conduzidos a Aterros de Resíduos da Construção Civil
licenciados:
a) para reservação e beneficiamento futuro;
b) ou para conformação topográfica de áreas com função urbana
definida.
Art. 21 O Poder Executivo Municipal deve regulamentar as condições
para o uso preferencial dos resíduos referidos no artigo 20, parágrafo único, na forma
de agregado reciclado:
I - em obras públicas de infra-estrutura (revestimento primário de vias,
camadas de pavimento, passeios e muração públicos, artefatos, drenagem urbana e
outras);
II - e em obras públicas de edificações (concreto, argamassas, artefatos
e outros).
126
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
§ 1º. As condições para o uso preferencial de agregados reciclados
devem ser estabelecidas para obras contratadas ou executadas pela administração
pública direta e indireta, obedecidas as normas técnicas brasileiras específicas.
§ 2º. Estão dispensadas da exigência imposta no parágrafo 1º:
I - as obras de caráter emergencial;
II - as situações em que não ocorra a oferta de agregados reciclados;
III - as situações em que estes agregados tenham preços superiores aos
dos agregados naturais.
§ 3º. Todas as especificações técnicas e editais de licitação para obras
públicas municipais devem fazer, no corpo dos documentos, menção expressa ao
disposto neste artigo.
CAPÍTULO VII
DAS SANÇÕES ADMINISTRAT IVAS
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 24 Considera-se infração administrativa toda ação ou omissão,
praticada a título de dolo ou culpa, que viole as disposições estabelecidas nesta Lei e
nas normas dela decorrentes.
Art. 25 Por transgressão do disposto nesta Lei e das normas dela
decorrentes, consideram-se infratores:
I - o proprietário, o locatário, o síndico ou aquele que estiver, a qualquer
título, na posse do imóvel;
II - o representante legal do proprietário do imóvel ou responsável técnico
da obra;
127
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
III - o motorista e o proprietário do veículo transportador;
IV - o dirigente legal da empresa transportadora;
V - o proprietário, o operador ou responsável técnico da área para
recepção de resíduos.
Art. 26 Considera-se reincidência o cometimento de nova infração dentre
as tipificadas nesta Lei, ou de normas dela decorrentes, dentro do prazo de doze
meses após a data de aplicação de penalidade por infração anterior.
Art. 27 No caso de os efeitos da infração terem sido sanados pelo Poder
Público, o infrator deverá ressarcir os custos incorridos, em dinheiro, ou, a critério da
autoridade administrativa, em bens e serviços.
SEÇÃO II
DAS PENALIDADES
Art. 28 O infrator está sujeito à aplicação das seguintes penalidades:
I - multa;
II - suspensão do exercício de atividade por até noventa dias;
III - cassação da autorização ou licença para execução de obra;
IV - interdição do exercício de atividade;
V - perda de bens.
Art. 29 A pena de multa consiste no pagamento de valor pecuniário
definido mediante os critérios constantes do Anexo desta Lei, sem prejuízo das
demais sanções administrativas previstas no art. 28.
§ 1º. Será aplicada uma multa para cada infração, inclusive quando duas
ou mais infrações tenham sido cometidas simultânea ou sucessivamente.
128
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
§ 2º. No caso de reincidência, o valor da multa será do dobro do previsto
no Anexo desta Lei.
§ 3º. A quitação da multa, pelo infrator, não o exime do cumprimento de
outras obrigações legais nem o isenta da obrigação de reparar os danos causados ao
meio ambiente ou a terceiros.
Art. 30 A suspensão do exercício da atividade por até noventa dias será
aplicada nas hipóteses de:
I - obstaculização da ação fiscalizadora;
II - não pagamento da pena de multa em até 120 (cento e vinte) dias
após a sua aplicação;
III - desobediência ao embargo de obra ou resistência à apreensão de
equipamentos e outros bens.
§ 1º. A suspensão do exercício de atividade consiste do afastamento
provisório do desempenho de atividades determinadas.
§ 2º. A pena de suspensão do exercício de atividade poderá abranger
todas as atividades que constituam o objeto empresarial do infrator.
§ 3º. A suspensão do exercício de atividade será aplicada por um mínimo
de dez dias, com exceção de quando aplicada com fundamento no inciso III do caput,
cujo prazo mínimo será de trinta dias.
Art. 31 Se, antes do decurso de um ano da aplicação da penalidade
prevista no art. 30, houver cometimento de infração ao disposto nesta Lei, será
aplicada a pena de cassação da autorização ou de licença, para execução de obra ou
para o exercício de atividade; caso não haja autorização ou licença, ou a infração nova
envolver obra diferente, será aplicada a pena de interdição do exercício de atividade.
§ 1º. A pena de interdição de atividade perdurará por no mínimo dez
anos e incluirá a proibição de qualquer das pessoas físicas sócias da empresa
129
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
infratora desempenhar atividade igual ou semelhante, diretamente ou por meio de
outra empresa.
Art. 32 A pena de perda de bens consiste na perda da posse e
propriedade de bens antes apreendidos e poderá ser aplicada cumulativamente nas
hipóteses de:
I - cassação de autorização ou licença;
II - interdição de atividades;
III - desobediência à pena de interdição de atividade.
SEÇÃO III
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO
Art. 33 A cada infração, ou conjunto de infrações cometidas simultânea
ou sucessivamente, será emitido Auto de Infração, do qual constará:
I - a descrição sucinta da infração cometida;
II - o dispositivo legal ou regulamentar violado;
III - a indicação de quem é o infrator e as penas a que estará sujeito;
IV - as medidas preventivas eventualmente adotadas.
Art. 34 O infrator será notificado mediante a entrega de cópia do Auto de
Infração e Multa para, querendo, exercer o seu direito de defesa em 48 (quarenta e
oito) horas.
§ 1º. Considerar-se-á notificado o infrator mediante a assinatura ou
rubrica de seu representante legal, ou de qualquer preposto seu presente no local da
infração.
§ 2º. No caso de recusa em lançar a assinatura ou rubrica, poderá o
agente fiscalizador declarar tal recusa e identificar o notificando por meio da menção
130
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
a seu documento de identidade; caso inviável a menção ao documento de identidade,
deverá descrever o notificado e indicar duas testemunhas idôneas, que comprovem
que o notificado teve acesso ao teor do Auto de Infração.
§ 3º. No caso de erro ou equívoco na notificação, este será sanado por
meio de publicação de extrato do Auto de Infração corrigido na imprensa oficial.
§ 4º. A notificação com equívoco ou erro será convalidada e considerada
perfeita com a tempestiva apresentação de defesa pelo notificado.
Art. 35 Decorrido o prazo de defesa, o Auto de Infração será enviado à
autoridade superior para confirmá-lo e aplicar as penalidades nele previstas, ou para
rejeitá-lo.
§ 1º. Caso tenham sido juntados documentos ou informações novas ao
Auto de Infração, o infrator será novamente notificado para apresentar defesa.
§ 2º. A autoridade superior, caso julgue necessário, poderá realizar
instrução, inclusive com realização de perícia e oitiva de testemunhas.
§ 3º. A autoridade administrativa poderá rejeitar parcialmente o Auto de
Infração, inclusive reconhecendo infração diversa ou aplicando penalidade mais
branda.
§ 4º. A autoridade administrativa poderá deixar de aplicar penalidade no
caso de o infrator não ser reincidente e, ainda, em sua defesa demonstrar que tomou
efetivamente todas as medidas a seu alcance para a correção da infração e o
cumprimento do disposto nesta Lei.
§ 5º. Com a decisão prevista no caput cessarão os efeitos de todas as
medidas preventivas.
Art. 36 Da decisão administrativa prevista no art. 35 não caberá recurso
administrativo, podendo, no entanto, ser anulada no caso de ofensa ao direito de
defesa ou outro vício jurídico grave.
131
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
SEÇÃO IV
DAS MEDIDAS PREVENTIVAS
Art. 37 Sempre que em face da presença da fiscalização a atividade
infracional não cessar, ou houver fundado receio de que ela venha a ser retomada,
serão adotadas as seguintes medidas preventivas:
I - embargo de obra;
II - apreensão de bens.
§ 1º. As medidas preventivas poderão ser adotadas separadamente ou
em conjunto.
§ 2º. As medidas preventivas previstas neste artigo poderão ser
adotadas também no caso de o infrator não cooperar com a ação fiscalizadora,
especialmente impedindo o acesso a locais e documentos, inclusive os de
identificação de pessoas físicas ou jurídicas.
§ 3º. Os equipamentos apreendidos devem ser recolhidos ao local
definido pelo órgão municipal competente; os documentos, especialmente contábeis,
ficarão na guarda da Administração ou em instituição bancária.
§ 4º. Tendo sido sanada a irregularidade objeto de notificação, o infrator
poderá requerer a liberação dos equipamentos ou documentos apreendidos desde
que apurados e recolhidos os valores referentes às custas de apreensão, remoção e
guarda.
CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 38 Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogando-
se todas as disposições em contrário.
Salto de Pirapora, __ de _________ de ____.
132
Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos da Construção Civil e Resíduos
Volumosos – Salto de Pirapora/SP
3G Soluções Ambientais
_______________________________
Prefeito Municipal
Quadro de Infrações
Quadro 12 - Infrações e Gradações
Ref Artigo Natureza da Infração Gradação das multas (referência)
I Art. 2º, § 1º Deposição de resíduos em locais proibidos 100% II Art. 14, § 3º Deposição de resíduos proibidos em caçambas
metálicas estacionárias 100%
III Art. 14, § 3º Desrespeito do limite de volume de caçamba estacionária por parte dos geradores
25%
IV Art. 14, § 4º Uso de transportadores não licenciados 100% V Art. 15 Transportar resíduos sem cadastramento 100% VI Art. 15, § 1º Transporte de resíduos proibidos 100% VII Art. 15, § 2º I Desrespeito do limite de volume de caçamba
estacionária por parte dos transportadores 25%
VIII Art. 15, § 2º, II Despejo de resíduos na via pública durante a carga ou transporte
50%
IX Art. 15, § 2º, III
Ausência de documento de Controle de Transporte de Resíduos (CTR)
25%
X Art. 15, § 2º, IV
Estacionamento na via pública de caçamba não utilizada para a coleta de resíduos
50%
XI Art. 15, § 3º, I Estacionamento irregular de caçamba 50% XII Art. 15, § 3º, II Ausência de dispositivo de cobertura de carga 50% XIII Art. 15, § 3º,
III Não fornecer comprovação da correta destinação e documento com orientação aos usuários
50%
XIV Art. 15, § 4º Uso de equipamentos em situação irregular (conservação, identificação)
25%
XV Art. 16, § 5º, I Recepção de resíduos de transportadores sem licença atualizada
100%
XVI Art. 16, § 5º, II Recepção de resíduos não autorizados 100% XVII Art. 18, § 1º, I Utilização de resíduos não triados em aterros 50% até 1m³ e 25%
a cada m³ acrescido XVIII Art. 18, § 2º Realização de movimento de terra sem alvará 50%
Fonte 34 - Caixa Econômica Federal Adaptado