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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA JUAN GUALBERTO PEREZ CUELLAR PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM LAGOA COMPRIDA, NO MUNICÍPIO SÃO BRÁS, ALAGOAS MACEIÓ ALAGOAS 2017

PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL …€¦ · a jurisdição civil, como quanto á eclesiástico nome do Município foi tomado do padroeiro da paróquia, São

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

JUAN GUALBERTO PEREZ CUELLAR

PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL

NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM LAGOA COMPRIDA,

NO MUNICÍPIO SÃO BRÁS, ALAGOAS

MACEIÓ – ALAGOAS

2017

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JUAN GUALBERTO PEREZ CUELLAR

PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL

NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM LAGOA COMPRIDA,

NO MUNICÍPIO SÃO BRÁS, ALAGOAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de

Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família da

Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial

para a obtenção do certificado de especialista pelas normas e

estratégias saúde da família.

Orientador: Márcia Helena Miranda Cardoso

MACEIÓ ALAGOAS

2017

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JUAN GUALBERTO PEREZ CUELLAR

PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL

NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM LAGOA COMPRIDA,

NO MUNICÍPIO SÃO BRÁS, ALAGOAS

Banca examinadora

Examinador 1: Professora Márcia Helena Miranda Cardoso(Unifal)

Examinador 2: Professora Walnéia Aparecida de Sousa(Unifal)

Aprovado em Belo Horizonte em

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RESUMO

A hipertensão arterial sistémica (HAS), é uma doença definida pela persistência de pressão arterial sistólica igual ou acima de 140 mmHg e diastólica igual ou acima de 90 mmHg. Os limites de pressão arterial considerados normais são arbitrários e, na avaliação dos pacientes, deve-se considerar também a presença de fatores de risco, lesões de órgãos-alvo e doenças associadas. É fator de risco para as DCV e insuficiência renal crônica. Quando associada a outros fatores de risco, os níveis pressóricos podem ser ainda mais elevados e as consequentes lesões de órgãos-alvo ainda mais graves. O objetivo deste trabalho foi elaborar um plano de intervenção visando ao controle da HAS nos pacientes da ESF Lagoa Comprida de São Brás/AL, melhorando a adesão ao tratamento e o acompanhamento pela equipe de saúde. Primeiramente foi realizado o diagnóstico situacional pelo método da estimativa rápida, a fim de identificar os problemas de saúde da comunidade e priorização dos mesmos, assim como os “nos críticos” e as formas de atuar sobre a eles, identificando os atores envolvidos, a viabilidade política e os recursos e os meios utilizados para atingir o objetivo. Foi elaborada uma revisão narrativa da literatura, através de dados da Biblioteca Virtual em Saúde, da Biblioteca Virtual da Universidade Federal de Minas Gerais, Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências de Saúde (LILACS), através dos descritores como Hipertensão Arterial, Fatores de riscos e Estratégia de Saúde da Família. Foram propostas intervenções visando a melhorar o controle da HAS. Para o desenvolvimento do Plano de Intervenção foi utilizado o Método do Planejamento Estratégico Situacional (PES). Concluindo, a elaboração do plano de ação apresenta etapas fundamentais no processo de planejamento e, com a execução desse estudo poderá propiciar melhoras no controle da HAS, evitando complicações da doença. Palavras-chave: Hipertensão arterial. Fatores de riscos. Estratégia de Saúde da Família.

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ABSTRACT Systemic arterial hypertension (SAH) is a disease defined by the persistence of

systolic blood pressure equal to or greater than 140 mmHg and diastolic equal or

greater than 90 mmHg. The blood pressure limits considered normal are arbitrary

and, in the evaluation of the patients, the presence of risk factors, target organ

lesions and associated diseases should also be considered. It is a risk factor for CVD

and chronic renal failure. When associated with other risk factors, blood pressure

levels may be even higher and consequent target organ lesions even more severe.

The objective of this study was to elaborate an intervention plan aiming at the control

of SAH in the patients of ESF Lagoa Comprida of São Brás / AL, improving treatment

adherence and follow up by the health team. Firstly, the situational diagnosis was

performed by the rapid estimation method, in order to identify the community's health

problems and their prioritization, as well as the "critics" and the ways of acting on

them, identifying the actors involved, the feasibility Resources and means used to

achieve the goal. It was elaborated a narrative review of the literature, through data

from the Virtual Health Library, the Virtual Library of the Federal University of Minas

Gerais, Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Latin American and Caribbean

Literature in Health Sciences (LILACS), Through the descriptors such as Arterial

Hypertension, Risk Factors and Family Health Strategy. Interventions were proposed

aiming at improving the control of hypertension. For the development of the

Intervention Plan was used the Method of Strategic Situational Planning (PES). In

conclusion, the elaboration of the action plan presents fundamental stages in the

planning process and, with the execution of this study, may lead to improvements in

the control of hypertension, avoiding complications of the disease.

Key words: Hypertension. Risk factors. Family Health Strategy.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AVC- Acidente Vascular Cerebral

DCV- Doença Cardiovascular

HAS- Hipertensão Arterial Sistêmica

IC- Insuficiência cardíaca

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDEB- Índice Desenvolvimento da Educação Básica

LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências de Saúde

NASF- Núcleo de Apoio a Saúde da Família

OMS- Organização Mundial da Saúde

PA – Pressão Arterial

PAD- Pressão Arterial Diastólica

PAS- Pressão Arterial Sistólica

PES- Programa Estratégia da Saúde

PSF- Programa Saúde da Família

SCIELO - Scientific Electronic Library Online

SIAB- Sistema Informação da Atenção Básica

SBC- Sociedade Brasileira de Cardiologia

SUS- Sistema Único de Saúde

UBS- Unidade Básica de Saúde

USF- Unidade Saúde da Família

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8

1.1 Breves informações sobre o município ................................................................. 8

1.2 O sistema municipal de saúde ............................................................................ 13

1.3 ESF Lagoa Comprida .......................................................................................... 14

1.4 Problemas de saúde do território e da comunidade ............................................ 17

1.5 Priorização dos problemas .................................................................................. 17

2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 19

3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 20

4 METODOLOGIA .................................................................................................... 21

5 REVISÃO BIBLIOGRAFICA .................................................................................. 22

5.1 Hipertensão Arterial Sistêmica – Definição ......................................................... 22

5.2 Prevalência da HAS.............................................................................................22

5.3 Classificação etiológica da hipertensão .............................................................. 23

5.4 Sintomas da Hipertensão Arterial Sistemica................................................ 24

5.5 Fatores de riscos ................................................................................................. 24

5.6 Prevenção da Hiertensão Arterial ........................................................................ 28

6 PLANO DE INTERVENÇÃO .................................................................................. 30

6.1 Descrição do problema seleccionado .................................................................. 30

6.2 Explicação do problema ...................................................................................... 30

6.3 Seleção dos nós críticos ...................................................................................... 32

6.4 Desenho das operações para os “nos críticos” ................................................... 32

6.5 Elaboração e controle do plano operativo............................................................36

6.7 CONSIDERACÕES FINAIS.................................................................................39

REFERENCIAS..........................................................................................................41

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1 INTRODUÇÃO

A HAS é uma doença definida pela persistência da pressão arterial sistólica

igual ou acima de 140 mmHg e a diastólica igual ou acima de 90 mmHg. Os limites

de pressão arterial considerados normais são arbitrários e, na avaliação dos

pacientes, deve-se considerar também a presença de fatores de risco, lesões de

órgãos-alvo e doenças associadas(DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO

ARTERIAL-V, 2006, 9 p).

É fator de risco para insuficiência cardíaca ( IC), infarto agudo do miocárdio

(IAM), acidente vascular encefálico (AVE), insuficiência renal crônica, aneurisma de

aorta e retinopatia hipertensiva. Quando associada a outros fatores de risco como

diabetes mellitus, obesidade, sedentarismo e tabagismo, os níveis pressóricos

podem ser ainda mais elevados e as consequentes lesões de órgãos-alvo ainda

mais graves (DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL-VI, 2010,

5p)

A hipertensão arterial é classificada como uma das principais causas de

morbimortalidade, causando as chamadas doenças cardiovasculares ( DCV) , tendo

como fator etiológico aspectos genéticos e ambientais. É caracterizada como uma

síndrome multifatorial, poligênica, devido alterações no mecanismo de controle da

pressão arterial, causando anormalidades das estruturas das artérias e do músculo

cardíaco, ocasionando disfunção endotelial (INÁCIO; MACHADO, 2005, p.20- 25).

A hipertensão arterial sistêmica tornou-se uma problemática para a saúde

pública mundial, devido sua alta incidência e associação com as DCV, independente

dos fatores de risco associado, como obesidade, sedentarismo, tabagismo e

dislipidemia ( DIRETRIZ BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL-V, 2006).

1.1 Contextos gerais do Município

São Brás é um Município situado no Agreste Alagoano, localizada nas

margens do Rio São Francisco, na Microrregião Geográfica de Traipu. Com uma

população de 6970 habitantes segundo a estimativa do IBGE para o ano 2014, que

ocupa uma área de 139,945 km², limitando-se com os municípios de Olho d´Água

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Grande, Porto Real de Colégio, Rio de São Francisco-Amparo, de São Francisco e

Telha-Se-Traipu. Fica a 202,60 quilômetros da capital.

Concentração habitacional: 48,00 habitantes (km²)

Número aproximado de domicílios e famílias: 1.930

Microrregião: MR. De Traipu.

Clima: Tropical chuvoso com verão seco.

Temperatura (ºC): Mínima 27º Máxima 36º

Histórico e descrição do Município

São Brás foi primitivamente uma pequena povoação localizada um pouco

acima de Porto Real do Colégio e do qual fazia parte o seu território, não só quanto

a jurisdição civil, como quanto á eclesiástico nome do Município foi tomado do

padroeiro da paróquia, São Brás, bispo e mártir. A vila foi criada por lei provincial nº

1.056, de 28 de junho de 1889, desmembrada de Porto Real de Colégio, sendo

instalada em 1º de outubro do mesmo ano. O decreto estadual de nº 1.619, de 23 de

fevereiro de 1932, suprimiu o Município, anexando-o a Traipu. A constituição

Estadual de 16 de setembro de 1935 restabeleceu-o, sendo novamente suprimido

pelo Decreto nº 2.335, de 19 de janeiro de 1938, sendo seu território anexado a

Arapiraca. O Decreto nº 2.2442, de 25 de outubro de 1938, desmembrou o distrito de

São Brás, excetuando a povoação Mocambo, do município de Arapiraca e o anexou

a Traipu. Somente com a Constituição de 1947 é que São Brás voltou a ter

autonomia política.

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Aspectos Demográficos

O quadro 1 apresenta a distribuição da população segundo a faixa etária

para o ano de 2014.

Quadro 1- Distribuição da população da população de São Brás segundo a faixa

etária, 2014.

Município: São Brás

Total de População: 6.970 habitantes

No. de

indivíd

uos

>1 1-4 5-9 10-14 15-19 20-25 25-39 40-59 60 e

+

Total

Área

Urban

a

15 171 257 301 354 318 677 693 421 3.207

Área

Rural

34 245 375 381 447 364 834 660 423 3.763

Total 49 416 632 682 801 682 1.511 1.353 844 6.970

Fonte: IBGE - Censo Demográfico, IBGE, Cálculo: SEPLANDE/AL, IBGE, DATASUS, SEPLANDE/AL,

IBGE/ * Estimativa da População.

Densidade demográfica: 47,02hab./Km2

Aspectos socioeconômico

Atividades econômicas e arrecadação

As principais atividades socioeconômicas de São Brás são a Agropecuária,

onde as pessoas trabalham em suas roças ou prestam serviços eventualmente em

outras fazendas. A agricultura consiste na produção de Mandioca e milho, manga e

produção de leite. A pecuária consiste em bovinos e suínos. A pesca está em

redução. O artesanato consiste no bordado e criação de carrancas. Também temos

pedreiros, funcionários públicos e comerciantes.

As fontes de recursos financeiros para a saúde são:

Fundo de participação municipal (FPM);

Imposto sobre serviço de quaisquer naturezas (ISSQN);

PAB Fixo (Piso de Atenção Básica);

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Programa Saúde da Família (PSF);

Epidemiologia Controle de Doenças;

Ações Básicas de Vigilância Sanitária.

Indice de Desenvolvimento Humano- IDH

O IDH médio para o ano de 2012 foi de 0,606. (fonte: médio PNUD/2012).

Proporção de pessoas abaixo da linha da pobreza e indigência-2012

Índice de pobreza: 0,572

Para estimar a proporção de pessoas que estão abaixo da linha da pobreza

foi somada a renda de todas as pessoas do domicílio, e o total dividido pelo número

de moradores, sendo considerado abaixo da linha da pobreza os que possuem

renda per capita até R$ 250,00. No caso da indigência, este valor será inferior a R$

70,00.

Saneamento Básico

A estrutura de saneamento básico na área de abrangência da ESF Lagoa

Comprida não é razoavelmente boa, sendo que a coleta de lixo e o destino de

esgoto na maioria das residências são a céu aberto. Vale lembrar que a área de

abrangência é rural. Tem famílias em situações precárias de moradia.

O quadro 2 sintetiza a informação sobre a situação do saneamento básico

no Município:

ABASTECIMENTO ÁGUA DOMICÍLIOS

Rede geral 1.812

Poço ou nascente (na propriedade) 17

Outra forma 101

Instalação Sanitária Domicílios

Sistema de esgoto 13

Fossa 1.675

Céu aberto 242

Quadro 2 - Síntese de informação sobre a situação do

saneamento básico no Município. 2014

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Coleta de lixo %

Coleta Publica 78,50

Queimado-Enterrado 6,99

Céu Aberto 14,81

Fonte: IBGE/Censos Demográficos

Educação

A situação da educação no município pode ser sintetizada nos seguintes

indicadores:

- Taxa de analfabetismo entre maiores de 15 anos: 41,3% (Para 1.722 Habitantes).

-Crianças em idade escolar fora da escola: 14%

-Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) – 2012

-Índice de desenvolvimento da educação básica, absoluto e relativo no Brasil:

O IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) é a "nota" do ensino

básico no país. Numa escala que vai de 0 a 10, o MEC (Ministério da Educação)

fixou a média 6, como objetivo para o país a ser alcançado até 2021.

Assim, o quadro 3 apresenta os indicadores os indicadores educacionais e tipos de

ensino no ano de 2012.

Quadro 3 –Indicadores Educacionais e Tipos de Ensino. Ano 2012

Indicadores Educacionais Ensino

Fundamental

Ensino Médio

IDEB - 4ª série/ 5º ano 3,4 -

IDEB - 8ª série/ 9º ano 2,5 -

Taxa de Abandono (Rede Pública)

(%)

6,3 16,2

Taxa de Aprovação (Rede Particular)

(%)

0,0 0,0

Taxa de Aprovação (Rede Pública)

(%)

78,9 72,0

Taxa de Reprovação (Rede

Particular) (%)

0,0 0,0

Taxa de Reprovação (Rede Pública)

(%)

14,8 11,8

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Recursos da comunidade

O município conta com 13 escolas, várias igrejas, um ginásio poliesportivo,

sete praças e comércios atuantes. Não consta com Banco do Brasil, só tem uma

casa Lotérica e dois sucursais de Bradesco. Apresenta serviços de luz elétrica,

água, telefonia e correios.

Recursos próprios:

No ano 2015 o governo federal do Brasil destinou ao ministério de saúde o

orçamento de 106 bilhões de reais, com um aumento de 5% em relação ao ano

2014. O Fundo Nacional de Saúde (FNS) é o gestor financeiro, na esfera federal,

dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). Além de atender às despesas do

ministério e de seus órgãos e entidades da administração indireta, os recursos

geridos pelo FNS são transferidos mensalmente aos estados e municípios para o

custeio e investimento na área da saúde.

1.2 O Sistema Municipal de saúde

Quase 100% da população do município é completamente dependente do

SUS. Para prestar o atendimento o município consta com quatro Unidades de Saúde

da Família-USF na Sede e quatro pontos de apoio (Postos de Saúde), sendo um

deles localizado em um distrito na zona rural. A USF encontra-se no interior, a uma

distância de 18 km da Cidade de São Brás e atende quatro Povoados. Com uma

equipe de 13 pessoas, sendo parte efetiva e parte contratada. O Programa de

Saúde da Família foi implantado no município no ano 1997.

No centro de saúde da cidade é realizado atendimento de urgência e

primeiros socorros. O município conta com duas ambulâncias para transporte de

pacientes que precisam de atendimento fora da cidade. Possui também, em pleno

funcionamento, um Conselho Municipal de Saúde, constituído de um presidente e 8

membros, 4 (Quatro) Usuários, 2 (Dois) Profissionais da Saúde, 2 (Dois)

Representantes do Governo Municipal . As reuniões acontecem mensalmente de

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forma ordinária e extraordinariamente quando necessário, ou quando solicitado pela

maioria dos membros.

O municipio só tem redes de baixa complexidade. A referencia para a média

e alta complexidade é para o hospital de Arapiraka, Penedo e a Capital Maceio.

Quanto ao sistema de referência e encaminhamentos dos casos que assim precisar,

os pacientes são trasladados nas ambulâncias do Município, mas não existe contra-

referência hospitalar.

Recursos humanos do município

O quadro 4 apresenta o número de profissionais da saúde do Município

Quadro 4 - Recursos humanos em saúde Ano 2015

Especialidades Médicas 2015

Clínico Geral 0

Médico da Família 3

Psiquiatra 0

Ginecologista 1

Psicóloga 1

Dentistas 3

Enfermeiros 5

Agentes Comunitários de Saúde 18

Assistente Social 2

Ultrassonografia 1

Fisioterapeuta 1

Auxiliares de Enfermagem 19

Total 54

Fonte: Departamento de Estatística do Sistema Único de Saúde - DATASUS

1.3 ESF Lagoa Comprida

A região correspondente à área de abrangência da Equipe de Saúde da

Família tem aceso por pistas de terra, ao igual que os pontos de apoio de saúde

estão em malas condições e a acessibilidade aos mesmos torna-se difícil. A USF foi

implantada em 1997 e há quatro anos está instalada em uma sede própria que

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atende quatro povoados como: Lagoa Comprida, Mão de Engenho, Massaranduba e

Sucupira. Está localizado no interior dentro da mesma Área do Povoado Lagoa

Comprida, a uma distância de 18 km da Cidade de São Brás. Tendo dois pontos de

apoio dos povoados de Massaranduba e Sucupira. Trabalha-se duas vezes por

semana na USF de Lagoa Comprida e o resto dos dias nos pontos de apoio.

Contamos com 491 famílias cadastradas e uma população de 1.934 habitantes. Na

área de abrangência da ESF a estrutura de saneamento básico é má; não tem rede

de esgoto e a população consome a água direto do rio São Francisco, pelo qual se

distribui hipoclorito de sódio para tratamento da água no domicilio. Existem famílias

em situações precárias de moradia.

Os atendimentos de média e alta complexidade são realizados em Maceió e

Arapiraca; as emergências são encaminhadas para Propriá, cidade mais perto,

situada no estado Sergipe. A equipe de saúde realiza consultas agendadas e visita

domiciliares respondendo o diferente programa de impacto como o programa de

Hiperdia; sistema de vigilância epidemiológica como campanha de vacinação;

programa de atenção a mulher (citologia orgânica, planejamento familiar) e os

ademais programas preconizados pelo Ministério da Saúde. Todo paciente com

quadro agudo é atendido por demanda espontânea.

Tabela 1. Estrutura da população da ESF Lagoa Comprida por faixas etárias

e sexo.

Faixa etária Masculino Feminino Total

No % No % No %

Menor de 1 ano 11 0.57 15 0.77 26 1.34

1 a 4 anos 61 3.15 64 3.31 125 6.46

5 a 9 anos 99 5.12 98 5.06 197 10.18

10 a 14 anos 95 4.91 95 4.91 190 9.82

15 a 19 anos 88 4.55 90 4.65 178 9.20

20 a 39 anos 336 17.37 312 16.13 648 33.50

40 a 49 anos 86 4.45 84 4.34 170 8.79

50 a 59 anos 84 4.34 99 5.12 183 9.46

60 e mais 116 5.99 101 5.22 217 11.22

Total 976 50.46 958 49.54 1934 100.0

N= 1943. Fonte: USF Lagoa Comprida

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Como podemos observar na tabela no. 1, existe tendência ao

envelhecimento populacional, pois 11,22% dos habitantes tem mais de 60 anos, fato

que aumenta a prevalência das doenças crônicas e os fatores de risco associados

as mesmas. Não tendo diferencia significativa entre os géneros.

Recursos humanos

A ESF está composto por 1 Medico, 1 Enfermeira, 2 Auxiliares de

Enfermagem, 1 Dentista, 1 Auxiliar de Saúde Bucal, 5 Agentes comunitários e 3

Auxiliares de servicos gerais.

Área Física

A USF está situada no interior da cidade de São Brás/AL. Inaugurado há

cerca de 4 anos, tem uma área adequada e um bom espaço físico. Existe um salão

onde os pacientes esperam o atendimento Médico; banheiros para usuários e

funcionários de cada sexo; sala de pré consulta; sala de esterilização, expurgo,

consultório médico, consultório de enfermeiro, consultório odontológico, sala de RX

odontológico, sala reveladora, sala de curativo, sala de vacina, sala para material

contaminado, sala de reunião, copa e deposito de material de limpeza.

Aspectos mais relevantes da morbidade no PSF Lagoa Comprida

Segundo os registros da equipe de saúde, ano 2016.

-Doenças Crônicas não Transmissíveis:

Total de Diabéticos: 51(4%) (Prevalência Nacional: 11%)

Total de Hipertensos: 188(15,43% da população adulta) (Prevalência

Nacional: 30%)

Total de Asma Bronquial: 3 (0,15%)

Total de Cardiopatas: 35 (1,80%)

Total de Obesos: 67 (3,4%%)

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Tabela No. 2 : Prevalência de HAS, por faixas etárias, sexo e total. UBS Lagoa

Comprida

Faixas etárias Masculino Feminino Total

No HAS % No HAS % No HAS %

18 a 39 anos 346 16 4.62 342 14 4.09 688 30 4.36

40 a 49 anos 86 10 11.62 84 12 14.28 170 22 12,90

50 a 59 anos 74 16 14.86 84 18 16.66 158 34 21.51

60 y mais 111 63 54.05 91 58 56.04 202 121 59.90

Total 617 105 17.01 601 102 16.97 1218 207 16.99

Fonte: Prontuários.

Como podemos observar na tabela 2, a prevalência de HAS na população

adulta de nossa ESF é de 16.9%, sem distinção por sexo, mas com evidente

tendência de aumento com a idade. No Brasil, os estudos que analisam a

prevalência da hipertensão arterial são poucos e não representativos. Entretanto,

estudos isolados em regiões diferentes do país, apontam para uma prevalência

estimada da hipertensão arterial na ordem de 22 a 44% da população adulta

(AZEREDO et al., 2006).

1.4 Estimativas rápidas: problemas de saúde da comunidade

Após fazer uma analise em relação à população da área de abrangência da

USF Lagoa Comprida, com toda nossa equipe de saúde e alguns lideres

comunitário, foram levantados os principais problemas que atingem as famílias:

1- Controle inadequado da HAS;

2- Maus hábitos dietéticos na população;

3- Qualidade inadequada da água de consumo

1.5 Priorização dos problemas

Os critérios utilizados para seleção dos problemas prioritários foram:

A importância do problema;

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18

Sua urgência;

Capacidade do grupo para enfrentá-lo;

Os problemas por ordem de prioridades

A seleção dos problemas ocorre a construção de uma planilha, onde os

problemas identificados foram analisados e priorizados, segundo os critérios

mencionados:

Atribuindo um valor “alto”, “médio” ou “baixo” para a importância do problema;

Distribuindo pontos conforme sua urgência (0 – 10);

Definindo se a solução do problema está dentro, fora, ou parcialmente dentro

da capacidade de enfrentamento da equipe;

Numerando os problemas por ordem de prioridade a partir dos resultados da

aplicação dos critérios.

Quadro 5- Classificação de prioridades para os problemas identificados no

diagnóstico da comunidade de Vila Formosa. 2016.

PRINCIPAIS

PROBLEMAS IMPORTÂNCIA URGÊNCIA

CAPACIDADE DE

ENFRENTAMENTO SELEÇÃO

Controle

inadequado das

DCNT: HAS e

Diabetes Mellitus

Alta 9 Parcial 1

Maus hábitos

dietéticos na

população

Alta 7 Parcial 2

Qualidade

inadequada da

agua de consumo

Alta 7 Parcial 2

A seleção foi realizada por meio da análise dos pontos obtidos com os

critérios anteriores. Na ESF Lagoa Comprida, o controle inadequado das doenças

não transmissíveis como a HAS e o Diabetes Mellitus foram considerada como

prioridade número 1, sendo então escolhida a HAS como nosso problema de saúde

a resolver.

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2 JUSTIFICATIVA

A HAS é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados

e sustentados de PA. Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou

estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a

alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos

cardiovasculares fatais e não fatais. A HAS tem alta prevalência e baixas taxas de

controle, é considerado um dos principais fatores de risco modificáveis e um dos

mais importantes problemas de saúde pública. A mortalidade por doença

cardiovascular aumenta progressivamente com a elevação da PA a partir de 115/75

mmHg de forma linear, contínua e independente. Em 2001, cerca de 7,6 milhões de

mortes no mundo foram atribuídas à elevação da PA, 54% por AVE e 47 % por

doença isquêmica do coração, sendo a maioria em países de baixo e médio

desenvolvimento econômico, e mais da metade em indivíduos entre 45 e 69 anos.

No Brasil, as DCV têm sido a principal causa de morte. Em 2007 ocorreram 308.466

óbitos por doenças do aparelho circulatório. (AVILA et al., 2010).

No Brasil, hipertensão afeta mais de 30 milhões de brasileiros, destes, 36%

de homens adultos e 30% das mulheres, e é o mais importante para o

desenvolvimento de fator de risco de doença cardiovascular, incluindo AVC e infarto

do miocárdio, representando as duas principais causas de mortes no país.

(DIRETRIZES BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL-VI, 2010).

Controlar a HAS é um grande desafio para o sistema de saúde brasileiro, e

para a atenção primária de saúde. No PSF Lagoa Comprida do município de São

Brás, este é um dos maiores problemas de saúde que atualmente demanda atenção

e um melhor trabalho por parte da equipe de saúde, não só pela elevada prevalência

da doença, mas também, pela falta de controle da mesma devido a muitos fatores

sobre os quais se pode trabalhar. O fato de ter nossa comunidade um número

importante de pacientes com déficit motor produto de AVC e que um número

importante de pacientes hipertensos mantém níveis pressóricos elevados, isso nos

levou a pensar em elaborar um plano de ação para o controle da mesma.

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3 OBJETIVOS

4.1 Geral:

Propor um plano de intervenção com vistas a atingir o controle da Hipertensão

arterial nos pacientes do PSF Lagoa Comprida.

4.2 Específicos:

Elaborar um plano de ação com a finalidade de melhorar a adesão ao

tratamento dos pacientes hipertensos e reforçar o tratamento não

farmacológico.

Aprofundar no acompanhamento dos pacientes hipertensos pela

equipe de saúda da família.

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4 METODOLOGIA

Para atingir os objetivos propostos, foi realizado pela equipe de saúde o

diagnóstico situacional da área de abrangência. As informações foram obtidas por

meio do método da Estimativa Rápida, trabalhando com os prontuários, entrevistas

com representantes da comunidade e observação ativa da área. Também nas

reuniões semanais, cada membro da equipe de saúde expunha quais problemas

eram mais relevantes, chegando ao consenso que a falta de controle dos pacientes

hipertensos é o problema de saúde mais importante na comunidade para ser

resolvido.

Os passos seguintes foram concebidos tendo em conta o texto “Elaboração

do plano de ação” (CAMPOS; FARIA;SANTOS, 2010) estudado no módulo

Planejamento e avaliação em saúde.

Para buscar um embasamento teórico sobre o tema recorremos aos dados

da Biblioteca Virtual em Saúde, Biblioteca Virtual da Universidade Federal de Minas

Gerais, Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino-Americana e

do Caribe em Ciências de Saúde (LILACS), além de pesquisa em livros e revistas,

nas publicações do Ministério de Saúde com publicações atualizadas.

Também foram coletados dados secundários em sites específicos como

IBGE, SIAB e HIPERDIA. Os descritores utilizados foram: Hipertensão arterial,

fatores de risco, urgência e emergência hipertensiva, aderência ao tratamento e

estratégia de saúde da família.

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5 REVISÃO DE LITERATURA

5.1 Hipertensão Arterial Sistêmica – Definição

A HAS é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados

e sustentados de PA. Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou

estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a

alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos

cardiovasculares fatais e não fatais. A doença está definida pela persistência de

pressão arterial sistólica acima de 135 mmHg e diastólica acima de 85 mmHg, sendo

hoje considerada um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares e

cerebrovasculares (DIRETRIZES BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL-VI,

2010).

Para outros autores a hipertensão é definida como PAS de 140 mm Hg ou

mais (tendo em conta a primeira aparição do ruído), ou pressão arterial diastólica

(PAD) de 90 mm Hg ou mais (tendo em conta o desaparecimento dos ruídos), ou

ambas as figuras, inclusive. Esta definição aplica-se a adultos e idosos. A

hipertensão é uma das doenças mais estudadas no mundo, não em vão tem sido

chamada de "assassino silencioso", pois muitos pacientes não apresentam sintomas

da doença que muitas vezes só é diagnosticada quando o paciente já teve algum

órgão alvo afetado (CORDIES, 2010).

Para o diagnóstico da HAS é recomenda a medida da PA em ambos os

braços com o paciente sentado, em ortostatismo e posição supina, pelo menos na

primeira avaliação em todos os indivíduos e em todas as avaliações em idosos,

diabéticos, portadores de disautonomias, alcoolistas e/ou em uso de medicação anti-

hipertensiva, e utilizar como referência sempre o braço com o maior valor para as

medidas subsequentes. (DIRETRIZES BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO

ARTERIAL-VI, 2010).

5.2 Prevalência da Hipertensão Arterial

Inquéritos populacionais em cidades brasileiras nos últimos vinte anos

apontaram uma prevalência de HAS acima de 30%. Considerando-se valores de PA

> 140/90 mmHg, 22 estudos encontraram prevalências entre 22,3% e 43,9%, (média

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de 32,5%), com mais de 50% entre 60 e 69 anos e 75 % acima de 70 anos. Entre os

gêneros, a prevalência foi de 35,8% em homens e de 30% em mulheres, semelhante

à de outros países.8 Revisão sistemática quantitativa de 2003 a 2008, de 44 estudos

em 35 países, revelou uma prevalência global de 37,8% em homens e 32,1% em

mulheres(AVILA, et al.,2010)

5.3 Classificação etiológica da hipertensão

A hipertensão arterial pode ser classificada segundo sua causa de base

(primária ou secundária) e de acordo com os níveis tensionais. A hipertensão

primária ou essencial representa aproximadamente 95% dos casos de hipertensão e

se caracteriza por não possuir etiologia definida, mesmo quando exaustivamente

investigada, possuindo importante componente genético e ambiental. Já a

hipertensão arterial secundária, que corresponde a cerca de 5% dos indivíduos

hipertensos, apresenta etiologia definida e possibilidade de cura com tratamento da

doença primária (CORRÊA et al., 2006).

Tabela 3: Classificação da pressão arterial em adultos por Estágio

Classificação PAS (mmHg) PAD (mmHg)

Ótima < 120 < 80

Normal <130 <85

Limítrofe 130 - 139 85- 89

Hipertenssão Estágio 1 140-159 90-99

Hipertenssão Estágio 2 160-179 100-109

Hipertenssão Estágio 3 >180 > 110

Fonte: Sociedade Brasileira de Hipertensão, 2010

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Etiologicamente a hipertensão arterial pode se dividir em HAS essencial ou

primária e hipertensão secundaria. A hipertensão primária é aquela que surge sem

uma causa definida. Essa forma de hipertensão é responsável por 95% dos casos

(PINHEIRO, 2009).

Entre as causas de hipertensão secundárias destacam-se as seguintes:

a) renal: estenose da artéria renal, pielonefrite, glomerulonefrite, tumores renais,

doença policística renal, lesões do rim e radioterapia que afeta o rim;

b) problemas hormonais: hiperaldosteronismo, síndrome de Cushing,

feocromocitoma;

c) medicamentos e substâncias: anticoncepcionais orais, corticosteroides,

ciclosporina, eritropoietina, cocaína, abuso de álcool e alcaçuz (em quantidades

excessivas);

d) outras causas: coarctação da aorta, gravidez complicada por pre- eclampsia,

porfiria intermitente aguda e intoxicação aguda por chumbo, etc.

5.4 Sintomas da hipertensão arterial

Um dos grandes problemas da HAS é o fato de ser assintomática até fases

muito avançadas da doença. O fato de algumas pessoas terem dor de cabeça ou

mal estar quando apresentam pressões arteriais muito elevadas não significa que

estes sintomas sirvam de parâmetro. Estas mesmas pessoas podem ter picos de

hipertensão assintomáticos e não se darem conta disso. É bom salientar que a dor

aumenta a PA, sendo difícil saber nestes casos se a pressão subiu pela dor de

cabeça ou a dor de cabeça surgiu pela pressão alta (PINHEIRO, 2009).

5.5 Fatores de riscos

Define se como fator de risco a presença precoce do fator genético assim

como de característica individual na vida de uma pessoa, levando a mesma a

desenvolver futuras doenças. Os fatores de risco se dividem em não controlável e os

modificáveis (através do estilo de vida). De acordo com últimos estudos realizados,

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os fatores de risco mais relevantes são a obesidade, tabagismo, HAS, diabetes

mellitus e dislipidemia. (SANTOS et al., 2001).

Segundo a OMS, os fatores de risco (FR), estão divididos em dois grupos.

Sendo que o primeiro está relacionado com o indivíduo (idade, sexo, escolaridade,

herança genética); estilo de vida (tabagismo, alcoolismo, sedentarismo e dieta

inadequada) e agentes biológicos (hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes e

hipercolesterolemia). O segundo grupo está associado, as condições

socioeconômicas, culturais e ambientais (NOBRE, 2006).

Relação entre fatores de risco não modificáveis e Hipertensão Arterial.

Idade e sexo

Associando idade e sexo, a hipertensão arterial ocorre com maior frequência

no sexo masculino, porém, devido às mudanças de hábitos das mulheres, essa

frequência tem diminuído. As mulheres que fumam e fazem uso de anticoncepcional,

com mais de 30 anos, são as mais atingidas. No homem ela aparece depois dos 30

anos e na mulher, após a menopausa. Em ambos os sexos, a frequência da

hipertensão cresce com o aumento da idade, sendo que os homens jovens têm

pressão arterial mais elevada que as mulheres, porém após a meia idade este

quadro se reverte (PESSUTO; CARVALHO, 1998).

Raça

Pessuto e Carvalho (1998) relatam que a raça negra é a mais atingida,

destacando que a maior incidência de hipertensão arterial na raça negra ocorre na

faixa etária entre 35 a 44 anos. Mano (2009) confirma ainda que estudos

demonstram que além de uma prevalência maior da hipertensão na raça negra, esta

possui também, pior evolução e complicações mais graves e frequentes.

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Hereditariedade

A genética pode contribuir na determinação dos níveis de pressão arterial de

um indivíduo. Diversos estudos familiares demonstraram a agregação familiar da

hipertensão arterial, tanto entre irmãos quanto entre pais e filhos (KRIEGER;

PEREIRA, 2008).

Relação entre fatores de risco modificáveis e HAS

Obesidade

Segundo Zaitune et al. (2006) a prevalência de hipertensão arterial é maior

em indivíduos com sobrepeso ou obesos. A relação entre obesidade e hipertensão

arterial tem sido relatada em diversos estudos.

Ingestão de sal

O aumento da ingesta de sal tem muito mais probabilidade de elevar a

pressão arterial do que o aumento da ingesta de água. A razão disso é que a água

pura é normalmente excretada pelos rins quase tão rapidamente quanto é ingerida,

enquanto o sal não é excretado com tanta facilidade. Quando existe excesso de sal

no organismo, a osmolalidade dos líquidos corporais aumenta o que, por sua vez,

estimula o centro da sede, motivando o indivíduo a ingerir quantidades adicionais de

água para diluir o sal extracelular até a sua concentração normal, esse processo

aumenta o volume de líquido extracelular (Corrêa et al. 2006).

Sedentarismo

O sedentarismo é um importante fator de risco na condição de ser um

predito para as DCV. Os pacientes hipertensos devem iniciar atividade física regular,

pois além de diminuir a pressão arterial, o exercício pode reduzir consideravelmente

o risco de doença arterial coronária e de acidentes vasculares cerebrais e a

mortalidade geral, facilitando ainda o controle do peso (BRASIL, 2006).

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Tabagismo

O tabagismo é considerado um fator de risco maior, evitável para o

desenvolvimento das DCV. O uso do tabaco além de causar prejuízos à saúde há

fontes que evidenciam que o mesmo possa desencadear uma séria de doenças,

entre elas as doenças cardiovasculares. O indivíduo exposto ao fumo do cigarro é

um forte candidato a desenvolver DCV e o ato de cessar o fumo do tabaco é a

medida mais eficaz para melhorar a qualidade de vida e diminuir a incidência das

DCV (SANTOS; LIMA, 2009).

Alcoolismo

O álcool é um fator de risco que contribui para o agravamento das DCV. O

aumento das taxas de álcool no sangue eleva a pressão arterial lenta e

progressivamente, na proporção de 2 mmHg para cada 30 ml de álcool etílico

ingeridos diariamente. (PESSUTO; CARVALHO, 1998).

Outro estudo confirma que o abuso de álcool pode estar associado à

pressão alta. O significado de "abuso" pode diferenciar de pessoa para pessoa,

dependendo do peso, hábitos alimentares e hereditariedade. De qualquer maneira

recomenda-se moderação (CORRÊA et al., 2006).

Estresse

O estresse é definido como a capacidade natural do indivíduo para reagir às

situações de perigo, preparando-se para enfrentar ou fugir. Sobtensão, o organismo

libera hormônios, como a adrenalina, que alertam o sistema nervoso sobre o perigo,

mas também perturbam a estabilidade do organismo. A adrenalina provoca o

aumento dos batimentos cardíacos, da resistência periférica total e da pressão

arterial, podendo resultar em um ataque cardíaco. Este fator de risco ataca

indiscriminadamente qualquer pessoa, mas prevalece com mais intensidade no

cidadão de grandes centros urbanos. Preocupações com a família, pressões diárias,

excesso de trabalho, risco de desemprego, trânsito, falta de dinheiro, falta de

segurança, desilusões amorosas são alguns dos desencadeadores desta reação

primitiva e tão danosa (SANTOS, 2004).

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Escolaridade

Quanto à variável nível de escolaridade, ficou demonstrado que há uma

tendência na queda da média da pressão arterial sistólica e da proporção da

hipertensão arterial, conforme o grau de educação aumenta. Talvez isso ocorra

devido à influência de outros fatores, como a ocupação e fatores de ordem social.

Há uma menor prevalência da doença com o aumento do nível de escolaridade,

sendo este dado relevante, já que irá interferir diretamente na assimilação das

orientações necessárias ao tratamento (PESSUTO; CARVALHO, 1998).

5.6 Prevenção da HAS

A SBC sugere nas suas diretrizes para HAS que as estratégias para

implementação das medidas preventivas como adotando modelo multidimensional e

multiprofissional incorporando níveis de ação que integrem recursos de sociedades

científicas, universidades, do setor público, privado e do terceiro setor. Englobando

a redução de fatores de riscos usando a vigilância epidemiológica, a promoção de

saúde em níveis educacionais, de trabalho e lazer, comunitário, etc. Educando por

‘todas as formas de mídia’. Garantindo o acesso, redes e equipamentos de saúde

com qualidade e eficiência, estimulando o desenvolvimento e a implantação de

programas, promovendo hábitos alimentares saudáveis, atividade física, reduzindo o

conteúdo de sódio e gorduras saturadas em alimentos industrializados (SBC, 2011).

PREVENÇÃO PRIMÁRIA

Medidas não farmacológicas:

Mudanças no estilo de vida são recomendadas com entusiasmo na

prevenção primária da HAS, notadamente nos indivíduos com PA limítrofe.

Mudanças de estilo de vida reduzem a PA, bem como a mortalidade cardiovascular.

Hábitos saudáveis de vida devem ser adotados desde a infância e adolescência,

respeitando-se as características regionais, culturais, sociais e económicas dos

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indivíduos. As principais recomendações não medicamentosas para prevenção

primária da HAS são: alimentação saudável, consumo controlado de sódio e álcool,

ingestão de potássio, combate ao sedentarismo e ao tabagismo (AVILA, A. et al.)

Tratamento farmacológico:

Para o manejo de indivíduos com comportamento limítrofe da PA

recomenda-se considerar o tratamento medicamentoso apenas em condições de

risco cardiovascular global alto ou muito alto. Até o presente, nenhum estudo já

realizado tem poder suficiente para indicar um tratamento medicamentoso para

indivíduos com PA limítrofe sem evidências de doença cardiovascular(AVILA, A. et

al.)

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6 PLANO DE AÇÃO

6.1 Terceiro passo: Descrição do Problema

Nosso problema de saúde predominante é a falta de controle da HAS entre

outros fatores, pela não aderência ao tratamento, questão presente na maioria dos

pacientes que procuram o PSF para aferir suas taxas de PA. Temos um total de 207

pacientes com hipertensão, correspondendo a 16,9 % da população adulta. Outros

fatores que influenciam são maus hábitos dietéticos, consumo excessivo de álcool e

sedentarismo.

Quadro No. 6 Descritores do Problema: “ Falta de controle da HAS”

DESCRITORES VALORES FONTE

Hipertensos cadastrados 188 Registro da equipe

Hipertensos

Acompanhados 172 Registro da equipe

Hipertensos controlados 71 Registro da equipe

Hipertensos com

sequelas de AVC 7 Registro da equipe

Óbitos por doenças CV 4 Registro da equipe

6.2 Quarto passo: Explicação do problema

Nosso problema: Falta de controle da HAS.

Os fatores hereditários estão entre as causas fundamentais da HAS, assim

como fatores ambientais. O controle adequado da doença está em relação a muitos

fatores, entre eles a aderência ao tratamento, a existência de outras doenças,

fatores socioculturais, politicas em saúde, etc.

Na figura 1 abaixo está apresentado um esquema explicativo da falta de

controle da HAS.

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Influenciam

Como por ex

Influenciam

Interfere na

Interfere na

Problema: HAS

descompensada, Risco

cardiovascular aumentado.

Determina o

Determina

Figura 1-Esquema explicativo da falta de controle da HAS:

Ambiente Politico,

Cultural e ambiente

Socioeconomico

- Habito e estilo de vida

- Nível de Informação,

não aderência ao tt

- Baixo nível escolar

- Baixo salario

- Desemprego

- Informação sobre

os riscos

Modelo de

desenvolvimento

econômico e social

Politicas

Publicas

Modelo Assistencial

Estrutura dos Serviços de Saúde

( Equipe de Saúde)

Resposta da Equipe de Saúde

Criar grupos de hipertensos y

Dar palestras da doença, importância

do tt y possíveis complicações.

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6.3 Quinto passos: Seleção dos “nós críticos”

A identificação das causas de um problema é fundamental. Fazendo uma

avaliação detalhada, poderemos identificar entre as várias causas, quais devem ser

atacadas para impactar o problema principal e assim realmente transforma-o. Para

realizar essa análise utiliza-se o conceito de nó crítico (CAMPOS; FARIA; SANTOS,

2010).

Problemas considerado ‘nós crítico pela equipe de saúde:

Hábitos e estilo de vida inadequada.

Falta de informação

Estrutura dos serviços de saúde deficiente

Processo do trabalho da equipe de saúde inadequado

6.4 Sexto passo: Desenho das operações

Quadro 7: Desenho de operações para os ´´nós´´ críticos do problema.

No critico Operação/

Projeto

Resultados

esperados Produtos

Recursos

necessários

Hábitos e

estilos de

vida

inadequados

Mais Saúde

Modificar

hábitos e estilo

de vida

Diminuir o

sedentarismo

em 50%,

tabagismo,

alcoolismo e

obesidade

em 20%

-Campanha

Educativa

pela equipe

de saúde

-Campanha

na rádio local

Organizacional

para

caminhada.

Cognitivos,

informação

estratégica de

políticos,

recursos

audiovisuais,

folhetos, etc

Falta de

informação

Saber Mais

Aumentar o

nível de

informação dos

Hipertensos

mais

informados

sobre sua

Avaliação do

nível de

informação

dos

Cognitivo-

conhecimento

sobre

estratégia de

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hipertensos e

população

geral sobre os

riscos de

manter a PA

elevada.

Sobre a

importância de

manter

aderência ao to

doença. hipertensos.

Campanha

educativa

pela equipe

de saúde.

comunicação

Organização-

organizar a

agenda

Politico-

articulação

Inter setorial

(parceira com

o setor

educação) e

mobilização

social

Estrutura dos

serviços de

saúde

deficiente.

Cuidar melhor

Melhorar a

estrutura do

serviço para o

atendimento de

hipertensos

Garantia de

medicamento

e exames

previstos nos

protocolos

para

hipertensos

Capacitação

de pessoal.

Contratação

de compras

de exames e

consultas

especializada

Compra de

medicamento

Políticos -+

decisão de

recursos para

estruturar os

serviços

Financeiros -+

aumento da

oferta de

exames e

consulta

Processo do

trabalho da

equipe de

saúde

inadequado

Linha de

cuidado

Implantar a

linha de

cuidado para o

controle da

HAS

Cobertura de

100% dos

hipertensos

do PFS

Lagoa

Comprida

Linha de

cuidado para

a HAS.

Protocolos de

TT

implantados.

Equipe de

saúde

capacitada

Políticos- mais

articulação

entre os

setores da

saúde e

adesão dos

profissionais

Organizacional

- mais

adequação do

fluxos

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Para confirmar a viabilidade do plano determinaram-se os recursos

necessários para o enfrentamento à Falta de controle da HAS no PSF Lagoa

comprida.

Identificação dos recursos críticos

Quadro 8: Recursos críticos para o desenvolvimento das operações definidas para o

enfrentamento dos “Nos” críticos do problema “ Falta de controle da Hipertensão

arterial”

Operação/Projeto Recursos Críticos

Mais Saúde

Cognitivo: Informação sobre o tema

Político: Articulação intersectorial

Financeiro- Para aquisição de recursos

audiovisuais, folhetos educativos, etc.

Saber Mais

Político: articulação Inter setorial

Financeiro: Local, recurso audiovisual, folhetos, radia. Organizativa: organizar agenda.

Linha de Cuidado

Cognitivo: Informação sobre o tema. Financeiro: Local, recursos audiovisuais, folhetos Organizacional: Elaborar a agenda.

Viver Melhor

Cognitivo: Informação sobre o tema. Político: Articulação intersetorial. Financeiro: Local, recursos audiovisuais, folhetos. Organizacional: Organização da agenda

junto com os profissionais.

Autoria própria (2017)

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35

Quadro 9: Propostas de ações para a motivação dos atores:

Operação/Projeto

Recursos

necessários

Controle dos recursos

críticos Ação

estratégica Ator que

controla Motivação

Mais saúde

Político: Articulação

intersetorial.

Setor de

comunicação

social

Indiferente Apresentar o

projeto

Financeiro:

Recursos

audiovisuais,

folhetos.

Setor de

comunicação

social

Organizacional:

Organização da

agenda e exercícios.

Equipe de

saúde Favorável

Não é

necessária

Saber mais

Político: Articulação

intersetorial.

Setor de

comunicação

social

Indiferente

Apresentar o

projeto

Financeiro: Local,

Recursos

audiovisuais,

folhetos.

Setor de

comunicação

social

Organizativa:

Organizar agenda.

Secretaria de

saúde

Viver melhor

Político: Articulação

intersetorial.

Secretaria de

saúde

Indiferente

A presentar o

projeto

Financeiro: Local,

Recurso

audiovisual,

folhetos, rádio.

Secretaria de

saúde

Organizacional:

Organização da

agenda junto com

os profissionais.

Secretaria de

saúde

Favorável Não é

necessária

Melhorar a

estrutura

Financeiro: Local,

Recursos

audiovisuais,

folhetos

Secretaria de

saúde

Organizacional: Secretaria de

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36

Elaborar a agenda. saúde

Linha de cuidado

Financeiro: Local,

Recursos

audiovisuais,

folhetos

Equipe de

saúde Favorável

Não é

necessária

Fonte: Autoria Própria (2017).

6.5 Nono passo: Plano operativo

Quadro 10: Plano operativo

Operações Resultados Produtos Operações

estratégicas

Responsá

vel Prazo

Mais Saúde

Modificar

hábitos e

estilos de

vida

Diminuir em

um 30% o

numero de

sedentários,

obesos,

tabagistas e

alcoolistas no

prazo de 1

ano

-Programa de

caminhada

orientada.

-campanha

educativa na

radio local

-Palestras

nas escolas e

micro áreas

da população

- Criação de

clubes de

idosos.

Apresentar

o projeto

Médico e

enfermeir

a

2 meses

para inicio

das

atividades

Saber Mais

Aumentar o

nível de

informação

dos

hipertensos

sobre sua

doença e

Pacientes

hipertensos

mais

informados

sobre o tt da

doença

Avaliação do

nível de

informação

dos pacientes

hipertenso

sobre o risco

da HAS.

-Campanha

Médico;

Enfermeir

a e

Agentes

Comunitá

rios

Inicio 2

meses e

termino 6

meses

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complicações Educativa

pela Equipe

de Saúde

-Campanha

na radio local

-Programas

de Saúde

Escolar,

Capacitação

Dos ACS

Inicio 15

dias e

termino 1

ano

Inicio 3

meses e

termino 1

ano

Inicio 6

meses,

avaliações

semestral

Inicio 2

meses e

termino 4

meses

Linha de

Cuidado

Aumentar o

trabalho de

prevenção e

promoção

com os

pacientes

hipertensos e

os de risco.

-Cobertura do

100% dos

pacientes

que sofrem

HAS.

-Aumentar o

conheciment

o sobre os

riscos e

complicações

da HAS

-Linha de

cuidado para

a HAS.

-Cumprir com

os protocolos

de TT para a

HAS.

-Controle

sistemático

dos

hipertensos.

A equipe

de saúde.

Inicio 1

mês.

Manter no

trabalho

diário.

Viver Melhor

Aumentar

ofertas de

empregos

-Diminuição

do

desemprego

Criação da

cooperativa

da pesca no

Rio São

Apresentar

o projeto de

apoio das

associações

Prefeitura 6 meses,

3 meses

para início

das

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-Aumentar os

centros de

recreação

Francisco atividades

Fonte: Autoria própria

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A hipertensão arterial é um dos principais problemas de saúde pública

mundial e o Brasil não escapa desta situação, pelo que merece uma consideração

prioritária, por ser uma das principais razões pelas quais os pacientes procuram

consulta médica ou motiva internações. Com uma imagem de tempestade quieta, a

Hipertensão avança no mundo e um número crescente de pessoas que perdem

qualidade de vida por essa síndrome que é considerada a doença crônica mais

comum em adultos.

Nosso estudo permitiu avaliar a realidade da área de abrangência com

relação aos fatores de risco e as complicações da HAS, constatando uma realidade

não muito diferente da brasileira. O analfabetismo e condições socioeconómicas

desfavoráveis conspiram com uma adequada adesão ao tratamento.

A estratégia de intervenção proposta é fundamental na obtenção de uma

melhor qualidade de vida da população da área de abrangência. A implementação

deste projeto melhorará a adesão ao tratamento dos pacientes com hipertensão

arterial sistêmica, o controle da doença, diminuindo assim o surgimento de

complicações e mortalidade por causas relacionadas.

Conclusões

A elaboração do plano de ação são etapas fundamentais no processo de

planejamento e demandam um trabalho coordenado da equipe de saúde para

atingir os objetivos traçados.

Com a colocação em prática do plano de ação, pode-se esperar mudanças

nos hábitos e estilos de vida da população e, portanto, o comportamento

desfavorável das doenças crônicas não transmissíveis e em especial a falta

de controle da HAS.

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É necessária a articulação de todos os setores sociais, governamentais e não

governamentais para a implementação das ações conjuntas.

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