PLANO DE CARREIRA, CARGOS E SALÁRIOS: um caminho para a desprecarização do Trabalho no

SUS

Maria Helena Machado

Brasilia, 2014

II Encontro Nacional das Mesas de Negociação Permanente do SUS

II Encontro Nacional das Mesas de Negociação Permanente do SUS

A definição de trabalhadores de saúde, resulta de uma concepção que envolve uma compreensão mais ampla de recursos humanos como força e agente de trabalho, considerando a produção como um trabalho social. Define-se como Profissionais de saúde “todos aqueles que, estando ou não ocupados no setor saúde, têm formação profissional específica ou qualificação prática ou acadêmica para o desempenho de atividades ligadas direta ou indiretamente ao cuidado ou às ações de saúde”. E, “Trabalhadores de saúde como sendo todos os que se inserem direta ou indiretamente na prestação de serviços de saúde, em estabelecimentos de saúde ou nas atividades de saúde, podendo ter ou não formação específica para o desempenho de funções atinentes ao setor”.

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TENDÊNCIAS DA FTS: o caso Brasil

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Elevação da escolaridade das equipes profissionais;

Feminilização, com destaque da Enfermagem que apresenta um discreto crescimento da FT masculina;

Crescimento descontrolado da oferta de profissionais gerando desequilíbrio entre oferta e demanda da FTS;

Especialização das profissões e, consequentemente ,o aumento de demanda por novas profissões;

Especialização das ocupações técnicas e, consequentemente ,o aumento de demanda por novas ocupações;

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Aumento da participação de equipes multiprofissionais, ampliando o

conceito de saúde e doença;

Aumento do conflito entre profissões por jurisdições e por territórios profissionais;

Aumento da carga de trabalho (jornadas mais longas) para compensar perdas salariais;

Maior concentração dos profissionais nos grandes centros, gerando maiores desigualdades iniquidades regionais;

Aumento das modalidades de empregabilidade no âmbito do setor público, gerando a precarizarição dos vínculos;

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Aumento da Migração e Imigração de profissionais para países com maior e melhor oferta de trabalho, gerando maiores desigualdades regionais (países pobres produzindo e formando mão de obra para os países ricos; Rompimento das barreiras nacionais do Mercado de Trabalho em consequência das políticas de integração regional, no caso MERSOSUL, previsto para 2015;

Fragmentação do movimento associativo e sindical , gerando enfraquecimento das lutas e reivindicações.

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Evolução de empregos de saúde por nível de escolaridade - Brasil, 1992-2009

Fonte: IBGE, Pesquisa Assistência Médico Sanitária (vários anos)

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Fonte: IBGE, Censos Demográficos

Evolução Feminilização dos empregos na saúde- Brasil

Fonte: MEC, INEP- Tabela elaborada a partir dos dados disponíveis INEP/DTDIE/1995,2007

Taxas de crescimento do número de cursos - Brasil- 1995-2009

Fonte: MEC, INEP - Tabela elaborada a partir dos dados disponíveis INEP/DTDIE/1995/2009

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PCSS-SUS

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Importância da criação da MNNP-SUS na década de 1990

Reinstalação no inicio da década de 2000, no governo Lula

Seus Protocolos firmados

Elaboração e aprovação do PCCS-SUS (Protocolo 006/2006

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Como foi construído o PCCS-SUS

Parceria entre Trabalhadores e Gestores na coordenação, na redação e na elaboração de todos os artigos do Protocolo

Como se estrutura o PCCS-SUS

Como diretrizes norteadoras de futuros planos de cargos e carreiras no âmbito do SUS;

Voltado a todos os trabalhadores do SUS, seja municipal, estadual, federal e setor público vinculado ao SUS, inclusive o Filantrópico;

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Está estruturado em 2 Cargos: Assistente e especialista. Inovador pro eliminar a velha divisão hierárquica dos 3 níveis de escolaridade;

São Diretrizes que apontam para os pontos essenciais de um Plano de Cargos e Salários no âmbito do SUS.

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DESAFIOS PARA OS TRABALHADORES DE SAÚDE: agenda para os próximos anos

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1) Que as Diretrizes se tornem de fato em um instrumento da Gestão do Trabalho não só incentivando como determinando sua aplicação em todo território nacional no âmbito do SUS;

2) Os dois Cargos existentes: Especialista e Assistente – sejam viabilizados (legal e juridicamente) nas instituições do SUS. Por exemplo, o enorme contingente de auxiliares de enfermagem que se tornaram técnicos de enfermagem

3) Normatização e regulamentação do artigo 38 que trata do financiamento junto a Tripartite;

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1) As Diretrizes se tornarem peça legal de um Decreto Presidencial, ao molde do Programa Mais Médicos, transformando definitivamente a Gestão do Trabalho em politica de Estado no âmbito do SUS;

2) Adoção de medidas constitucionais junto ao Congresso Nacional para:

Ascensão entre os dois cargos existentes: Especialista e Assistente e no interior do Assistente. O volume de trabalhadores com escolaridade adquirida pós-ingresso no SUS é monumental: por exemplo, enfermagem e a área administrativa;

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Revisão do formato de ingresso dos trabalhadores no SUS – hoje só por concurso, exceto os ACS. Aqui reside um enorme problema que abrange um volume elevado de trabalhadores que acabam ficando a margem do sistema e longe do PCCS-SUS;

Aprovação da redução da jornada de trabalho (30 horas) para todos os trabalhadores de saúde no âmbito do SUS;

Aprovação do piso salarial básico para todos trabalhadores de saúde no âmbito do SUS.

Maria Helena Machado (machado@ensp.fiocruz.br )

Núcleo de Recursos Humanos em Saúde – NERHUS OBSERVARH- ENSP/FIOCRUZ - Brasil

Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca Fundação Oswaldo Cruz- FIOCRUZ

Seminário de Integração Latino-americano dos Trabalhadores Universitários