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PLANO DE GESTÃO DE RISCOS DE CORRUPÇÃO E INFRACÇÕES CONEXAS PLANO DE GESTÃO DE RISCOS DE CORRUPÇÃO E INFRACÇÕES CONEXAS DO CHLN, EPE 1

plano de gestão de riscos de corrupção e infracções conexas

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PLANO DE GESTÃO DE RISCOS DE CORRUPÇÃO E INFRACÇÕES CONEXAS

PLANO DE GESTÃO DE RISCOS DE CORRUPÇÃO E INFRACÇÕES CONEXAS DO

CHLN, EPE

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PLANO DE GESTÃO DE RISCOS DE CORRUPÇÃO E INFRACÇÕES CONEXAS

SUMÁRIO

1. Introdução

2. Caracterização Geral do CHLN

3. Identificação dos Riscos

4. Medidas Gerais

5. Comunicação e divulgação do Plano de Gestão de Riscos de Corrupção e Infracções Conexas

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PLANO DE GESTÃO DE RISCOS DE CORRUPÇÃO E INFRACÇÕES CONEXAS

1. Introdução

O Conselho de Prevenção da Corrupção – criado pela Lei nº 54/2008, de 4 de Setembro, como entidade Administrativa independente a funcionar

junto do Tribunal de Contas – em reunião de 4 de Março de 2009, “…deliberou, como primeiro passo estrutural para contribuir para prevenir a

corrupção e infracções conexas, fazer o levantamento da situação neste domínio, concentrando a sua atenção imediata nas áreas da contratação

pública e da concessão de benefícios públicos…”.

Paralelamente a ACSS preparou e divulgou junto de todas as entidades do SNS o “Modelo de Controlo Interno” que pretende ver implementado

em todas as instituições do sector da saúde, constituído por um “Manual de Auditoria”, um “Manual de Procedimentos Administrativos e

Contabilísticos” e uma “Metodologia de Gestão de Risco”. Este Modelo de Controlo Interno é um modelo teórico, baseados nas melhores

práticas e que cada instituição do SNS deverá ajustar à sua realidade concreta. O CHLN tem vindo a ajustar os seus procedimentos de controlo

interno em linha com o preconizado no referido Modelo de Controlo interno, com vista a uma maior segregação de funções e delegação de

competências internas.

O CHLN tem vindo a implementar e a aperfeiçoar procedimentos internos que visam uma maior segregação de funções e mecanismos de

controlo.

No desempenho das suas funções, os colaboradores do Centro Hospitalar devem pautar a sua conduta por princípios de competência, integridade,

independência, isenção e equidade, actuando sempre com respeito pelos valores nucleares do Centro Hospitalar, legislação aplicável e

respectivos códigos de conduta, deontológicos e éticos.

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Para além de existir no CHLN. EPE a figura do Fiscal único, foi igualmente criada uma comissão de auditoria que tem por objectivo contribuir

para a integridade e eficácia do sistema de controlo interno do Centro Hospitalar, a melhoria da qualidade e fiabilidade da informação

contabilística e dos indicadores de gestão e a realização dos objectivos fixados. Compete igualmente a esta comissão promover e supervisionar as

actividades de controlo, através de núcleos de auditoria, aos quais competirá verificar e avaliar os sistemas e procedimentos organizacionais, com

vista a minimizar as probabilidades de ocorrência de irregularidades, erros ou práticas ineficazes, monitorizar a realização dos objectivos fixados

em termos de gestão e em matéria de controlo interno, reportando eventuais desvios e propondo as necessárias correcções ou ajustamentos das

medidas ou procedimentos.

2. Caracterização Geral do CHLN, EPE

2.1. Breve Apresentação

O CHLN, EPE foi criado em 1 de Março de 2008. Através do Decreto-lei nº 23/2008 de 8 de Fevereiro, pela fusão dos Hospitais de Sta Maria,

EPE e Pulido Valente, EPE, que abrangeu os respectivos patrimónios.

Ambas as instituições são Hospitais Centrais. O HSM é um Hospital Universitário, com o maior volume assistencial da região de Lisboa e vale

do Tejo, quer em urgência, quer em actividade programada, sendo referência para muitos doentes com patologias complexas ou raras. Por seu

lado, o HPV celebrou em 2005 um protocolo de colaboração com a Faculdade de Ciências Médicas da UNL, para o ensino da Medicina.

O Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE insere-se na Unidade Setentrional da Sub-Região de Saúde de Lisboa, prestando cuidados directos a

cerca de 350.000 habitantes, correspondentes às áreas dos centros de saúde de Alvalade, Benfica, Loures, Lumiar. Odivelas e Pontinha. No

entanto as suas características de centro de destino para a referenciação diferenciada alargam a sua influência a níveis regional e nacional.

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2.2. Órgãos Sociais

Conselho de Administração

Por Despacho Conjunto do Senhor Ministro de Estado e das Finanças e da Senhora Ministra da Saúde, foi nomeado com efeitos a 1 de Fevereiro

de 2010 o Conselho de Administração para o triénio 2010/2012:

Presidente – João Álvaro Leonardo Correia da Cunha

Vogal – Jorge Manuel Firmo Poole da Costa

Vogal – Maria de Fátima Campos de Sena e Silva

Vogal – José Carlos Ferreira Caiado

Vogal – Sara Lourenço Fernandes Duarte

Director Clínico – João Álvaro Leonardo Correia da Cunha

Enfermeira Directora – Catarina Dores Santos Batuca

Fiscal Único

Fiscal Único – Alves da Cunha, A. Dias § Associados, representado por José Duarte Assunção Dias

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2.3. Estrutura Organizacional

Presidente

Vogal Executivo Vogal Executivo Director Clínico Enfermeira Directora

Fiscal Único

Conselho Consultivo

Auditor Interno

Comissão de Ética

Comissão Departamental

Comissão de Humanização e Qualidade

de Serviços

Comissão Técnica de Certificação de Interrupção

Voluntária da Gravidez

Comissão de Farmácia e Terapêutica

Comissão de Controlo da Infecção Hospitalar

Comissão de Introdução e Análise de Reagentes

Laboratoriais

Comissão de Coordenação Oncológica

Comissão de Harmonização e Boas

Práticas

Comissão de Catástrofe e Emergência Interna

Direcção do Internato Médico

Gabinete Jurídico

Gabinete de Comunicação e Relações Públicas

Gabinete de Planeamento e Informação de Gestão

Gabinete de Segurança

Departamento de Angiologia, Cirurgia Vascular e Cirurgia

Endovascular

Departamento da Criança e da Família

Departamento de Medicina

Departamento de Meios Complementares de

Diagnóstico e Terapêutica

Departamento de Obstetrícia, Ginecologia

e Medicina de Reprodução

Departamento de Otorrinolaringologia, Voz

e Perturbações da Comunicação

Departamento do TóraxDepartamento de

Urgência e Medicina Intensiva

Serviço de Cirurgia I

Serviço de Cirurgia II

Comissão de Auditoria

Comissão Transfusional

Serviço de Cirurgia Vascular I

Serviço de Cirurgia Vascular II

Departamento de Cirurgia

Serviço de Cirurgia Plástica

Serviço de Estomatologia

Serviço de Ortopedia

Serviço de Transplantação

Serviço de Urologia

Bloco Operatório Central I

Bloco Operatório Central II

Central de Esterilização I

Central de Esterilização II

Unidade de Cirurgia de Ambulatório

Unidade de Cirurgia Experimental

Unidade de Traumatologia

Serviço de Cirurgia Pediátrica

Serviço de Genética

Serviço de Neonatologia

Serviço de Pediatria

Serviço de Dermatologia

Serviço de Doenças Infecciosas

Serviço de Endocrinologia,

Diabetes e Metabolismo

Serviço de Gastrenterologia e

Hepatologia

Serviço de Imuno-Alergologia

Serviço de Medicina I

Serviço de Medicina II

Serviço de Medicina III

Serviço de Nefrologia e Transplantação Renal

Serviço de Reumatologia

Unidade de Cuidados Intermédios

Unidade de Cuidados Paliativos

Unidade de Nutrição

Serviço de Anatomia Patológica

Serviço de ImagiologiaGeral I

Serviço de ImagiologiaGeral II

Serviço de ImagiologiaNeurológica

Serviço de Imuno-Hemoterapia

Serviço de Medicina Física e Reabilitação

Serviço de Patologia Clínica

Departamento de Neurociências

Serviço de Neurocirurgia

Serviço de Neurologia

Serviço de Oftalmologia

Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental

Serviço de Obstetrícia

Serviço de Ginecologia

Departamento de Oncologia

Serviço de Hematologiae Transplantação de

Medula

Serviço de Oncologia Médica

Serviço de Radioterapia

Unidade de Tratamento do Cancro da Mama

Serviço de Otorrinolaringologia I Serviço de Cardiologia I

Serviço de Cardiologia II

Serviço de Cirurgia Cardio-Torácica

Serviço de Cirurgia Torácica

Serviço de Pneumologia I

Serviço de Pneumologia II

Serviço de Pneumologia III

Serviço de Medicina Intensiva

Serviço de Urgência Central

Centro de Ambulatório I

Serviço de Anestesiologia

Gabinete Coordenador de Colheita e

Transplantação

Serviço de Assistência Religiosa e Espiritual

Serviço de Dietética e Nutrição I

Serviço de Dietética e Nutrição II

Serviço de Gestão Técnico Farmacêutica

Serviço de Saúde Ocupacional I

Serviço de Saúde Ocupacional II

Serviço Social e Gabinete do Utente

Serviço de Gestão de Compras

Serviço de Gestão Financeira

Serviço de Gestão Hospitalar

Serviço de Instalações e Equipamento

Serviço de Logística e Stocks

Serviço de Recursos Humanos

Serviço de Sistemas de Informação

Centro de Formação

Conselho de Administração

Gabinete de Gestão Clínica

Gabinete de Apoio à Investigação Clínica

Gabinete de Estudos e Planeamento

Serviço de Otorrinolaringologia II

Outros Serviços ClínicosServiços de Suporte à Prestação de Cuidados

de Saúde

Serviços de Apoio Geral e Logística

Centro de Ambulatório II

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2.4. Missão, Objectivos e Políticas

Missão

O CHLN, EPE é um estabelecimento de referência do Serviço Nacional de Saúde, desempenhando funções diferenciadas na prestação de

cuidados de saúde, na formação pré, pós-graduada e continuada, bem como na área da investigação.

A actividade do CHLN, EPE, centrada na satisfação das necessidades dos utentes no acesso aos cuidados de saúde, orienta-se por critérios

exigentes de qualidade, economia, eficiência e eficácia, num contexto de equilíbrio económico e financeiro sustentável, em conformidade com o

contrato-programa em vigor, devendo desenvolver a sua acção por centros de responsabilidade com vista ao aprofundamento do modelo

empresarial de gestão adoptado.

Objectivos

O Centro Hospitalar tem por objecto a prestação de cuidados de saúde aos cidadãos no âmbito das suas capacidades e responsabilidades, em

conformidade com o seu grau de diferenciação e posicionamento no Serviço Nacional de Saúde.

São objectivos para o Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE:

Proporcionar aos profissionais condições de realização profissional, que permitam atrair os melhores e mais motivados

Prestação da sua actividade centrada no primado do doente;

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Qualidade e humanização dos cuidados prestados;

Assegurar e melhorar as condições de acolhimento e internamento dos cidadãos utilizadores dos serviços prestados pelo Centro

Hospitalar;

Garantir elevados padrões técnico-científicos;

Adequar equipamentos e instalações directamente ligados à prestação de cuidados de saúde;

Gestão de recursos humanos eficaz e eficiente;

Proporcionar aos profissionais condições de realização profissional, que permitam atrair os melhores e mais motivados;

Desenvolver as actividades de investigação, ensino e formação subordinada, no que respeita à formação de profissionais de saúde;

Promover a articulação funcional com a rede de cuidados primários, no âmbito da sua área de influência, bem como com a rede nacional

de cuidados continuados integrados;

Promover critérios de rigor, autonomia, responsabilização e flexibilidade na gestão;

Garantir a sustentabilidade económica e financeira do Centro Hospitalar.

Políticas

Para assegurar os objectivos estratégicos definidos, o CHLN, EPE terá que concretizar um conjunto de programas e acções, que decorrem do seu

plano estratégico.

2.5. Regulamentos Internos e Externos

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O CHLN, EPE é um estabelecimento público do Serviço Nacional de Saúde (SNS), dotado de personalidade jurídica, autonomia administrativa,

financeira e patrimonial de natureza empresarial. O CHLN, EPE insere-se no sector empresarial do Estado, ao qual se aplica o regime jurídico do

sector empresarial do Estado (RJSEE) constante do Decreto-lei nº 588/99, na redacção do Decreto-Lei nº 300/2007, de 23 de Agosto.

O CHLN, EPE, rege-se ainda pelo regime jurídico aplicável às entidades públicas empresariais constantes do Decreto-Lei nº 233/2005, de 29 de

Dezembro, pelas normas em vigor para o Serviço Nacional de Saúde que não sejam incompatíveis com o regime jurídico dos Hospitais EPE e

pelo seu regulamento interno, homologado pelo Ministério da Saúde.

O regulamento interno define a missão, os objectivos e a forma de organização do Centro Hospitalar.

O CHLN, EPE, organiza-se em três áreas de actividade:

Acção médica;

Suporte à prestação de cuidados;

Apoio geral e logística

A área de acção médica compreende esta estruturada por Departamentos, Serviços e Unidades funcionais.

Os departamentos, serviços e unidades funcionais, devem desenvolver a sua actividade por centros de responsabilidade. Os departamentos

compreendem os serviços e se necessário as unidades funcionais em ordem ao estabelecimento da necessária articulação com vista à satisfação

das necessidades e prossecução de objectivos comuns.

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Os serviços, enquanto unidades próprias e específicas de funcionamento autónomo, poderão ser agrupados em departamentos, sempre que tal se

revele adequado. As unidades funcionais, enquanto organizações específicas de recursos humanos e tecnológicos, integram-se nos serviços ou

actuam de modo autónomo, integradas nos departamentos, colaborando com os vários serviços.

Na área de suporte à prestação de cuidados, são constituídos serviços ou, quando de reduzida dimensão unidades autónomas, com funções de

suporte das serviços de acção médica. Os serviços e unidades autónomas são dirigidos respectivamente por um Director de Serviço ou

coordenador, ambos responsáveis perante o Conselho de Administração.

Os serviços de apoio geral e logística são dirigidos por responsáveis a nomear pelo Conselho de Administração, em comissão de serviço, nos

termos do código do trabalho. Compete aos responsáveis dos serviços de apoio geral dirigir as actividades dos respectivos serviços, definindo

objectivos de actuação harmonizando-se com os objectivos gerais estabelecidos.

3. Identificação dos Riscos

3.1. Valores éticos e de integridade

Os objectivos de uma entidade e a forma como são implementados são baseados e m preferências ou opções, julgamentos de valor e estilos de

gestão. A integridade da gestão bem como o seu compromisso em relação a valores éticos influenciam estas preferências e julgamentos de valor,

normalmente traduzidos em normas comportamentais. Como a reputação de uma entidade é tão importante, as normas comportamentais deverão

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estar para além de um mero cumprimento da legislação. A sociedade espera mais do que isto ao reconhecer a reputação das melhores

organizações.

É necessária uma filosofia de gestão que se traduza em comunicações, opiniões e atitudes caracterizando a forma como a entidade percepciona o

risco em todas as suas actividades, desde o desenvolvimento e implementação de uma estratégia até ás suas actividades do dia a dia. A filosofia

de gestão, reflecte os valores da entidade, influenciando a sua cultura e estilo operacional e afectando a forma como os componentes de gestão de

risco são postos em prática.

O CHLN, EPE tem vindo introduzir e a implementar um conjunto de regras e normas de procedimentos de controlo interno, que permita abarcar

toda a instituição, desde os aspectos macros de alto nível, às compras, aos aspectos operacionais das normas contabilísticas, do registo da

produção clínica, à introdução de mecanismos de controlo e monitorização de toda a sua estrutura de custos, de modo fortalecer os seus

mecanismos de controlo e de segregação de funções.

3.2. Conceito de corrupção e definição do grau de risco

A prática de qualquer acto ou a sua omissão, seja lícito ou ílicito, contra o recebimento ou a promessa de uma qualquer compensação que não

seja devida, para o Próprio ou para terceiro, constitui uma situação de corrupção.

Existem outros crimes, próximos da corrupção, os quais são igualmente prejudiciais ao bom funcionamento das instituições, tais como o suborno,

o peculato, o abuso de poder, a concussão, o tráfico de influência, a participação económica em negócio e o abuso de poder.

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Na definição do risco o presente plano toma como referência o guião do Conselho de Prevenção e Corrupção (CPC) o qual estabelece que os

riscos devem ser classificados segundo uma escala de risco, elevado, moderado e fraco, em função do grau de probabilidade de ocorrência,

também elevado, moderado ou fraco.

3.3. Identificação dos potenciais riscos de corrupção e infracções conexas

A metodologia utilizada no levantamento das áreas e processos críticos resulta percepção e das entrevistas com os responsáveis de cada serviço e

utilizado como referencial o questionário sobre avaliação da gestão de riscos elaborado pelo CPC.

Deste modo foram identificadas as seguintes áreas de risco:

PROCESSO SERVIÇORecursos Humanos

Compras Património Gestão de Tesouraria

Gestão Clínica

Aquisição de Bens e Serviços

. X

Recrutamento XProcessamento de salários XPagamentos e Recebimentos

X

Gestão de Activos XDoacções X XPrestações de cuidados de saúde

X

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De seguida destacamos em cada uma das áreas de risco os processos susceptíveis de comportar maiores riscos de corrupção e infracções conexas.

3.4. Recursos Humanos

Descrição Risco de Corrupção e Infracção Conexa Frequência de Risco

Procedimento a Adoptar que Previna a sua Ocorrência

Recrutamento de colaboradores Favorecimento do candidato;Corrupção passiva para acto ilícito;Tráfico de influência

Médio Nomeação de júris diferenciados para concursos;Formalização de regras de recrutamento e selecção;Implementação de regulamento de contratação

Processamentos diversos de remunerações

Pagamentos indevidos;Corrupção activa para acto ilícito;Peculato

Baixo Implementação de mecanismos de controlo interno que passam pela segregação de funções e rotatividade do pessoal nas diferentes tarefas;Revisão das regras existentes, visando o reforço de medidas de prevenção da corrupção e infracções conexas (Segregação de funções e rotatividade).

Elaboração e cumprimento de mapa de férias

Atribuição de férias em número superior ao que o funcionário tem direito;Corrupção passiva para acto ilícito.

Baixo Verificação anual, num período aleatório, do cumprimento específico para esta área no âmbito do sistema de controlo interno existente;Segregação de funções e rotatividade.

Exercício de actividades em acumulação de funções

Incompatibilidades;Acumulação de funções sem prévia autorização

Baixa Ampla divulgação do regime de acumulações;Verificação anual de declaração de rendimentos dos profissionais em

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exclusividade;Obtenção de declaração do empregado sobre acumulações de funções.

Deslocação em serviço público Deslocação em serviço público sem prévia autorização

Baixa Aplicação das normas e procedimentos instituídos no âmbito do modelo de controlo interno na instituição

3.5. Compras

Descrição Risco de Corrupção e Infracção Conexa Frequência de Risco

Procedimento a Adoptar que Previna a sua Ocorrência

Aquisição de bens e serviços por ajuste directo

Aquisições diversas ao mesmo fornecedor;Violação dos princípios gerais de contratação;Corrupção passiva para acto ilícito;Tráfico de influência, participação económica em negócio, abuso de poder

Médio Justificação da necessidade de aquisição;Qualificar e seleccionar os melhores fornecedores, capazes de satisfazer as necessidades do hospital.

Processos de aquisição de bens e serviços

Supressão de procedimentos necessários;Corrupção passiva por acto ilícito;Tráfico de influência;Participação económica em negócio;Violação dos princípios gerais de contratação

Baixo Segregação de funções em termos de consulta ao mercado, pedidos de compra e gestão de dados mestre de fornecedores

Verificação do material aquando da sua recepção

Desvio ou não fiscalização da quantidade ou qualidade dos bens;Retenção de material para uso próprio,Entrega, pelo fornecedor, de material inferior ao contratado;Abuso de poder, corrupção passiva para acto ilícito e tráfico de influência.

Baixo Comparação das quantidades recepcionadas com as notas de encomenda;Documentar correctamente todas de e para armazém;Realização de testes de conformidade;Contagens físicas periódicas de stocks.

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Aquisição de bens Repetição de procedimentos de aquisição do mesmo bem ao longo do ano – fraccionamento da despesa;Corrupção passiva para acto ilícito e tráfico de influência

Baixo Planeamento adequado das actividades a desenvolver em termos de compras anuais;Melhoria do processo de gestão de stocks

Fornecimento de bens, serviços e empreitadas

Fornecimento por familiares ou pessoas com relações de forte amizade ou inimizade;Informação privilegiada;Violação do segredo por funcionário;Conluio entre os adjudicatários e os funcionários;Corrupção passiva para acto lícito ou ilícito e tráfico de influência.

Médio Ampla divulgação do regime de impedimentos;Subscrição de delegação de compromisso relativo a incompatibilidades, impedimentos ou reserva.

Pré consultas para determinados preços base

Passagem de informação privilegiada;Corrupção passiva para acto lícito ou ilícito;Tráfico de influência;Participação económica em negócio

Baixo Quando possível, determinação do preço base sem consulta ao mercado recorrendo a base de dados com informações de aquisições anteriores;Realização preferencial de consulta ao mercado via recolha de preços disponibilizados via internet.

Intervenção em processos de contratação e processos de júris de concurso

Intervenção em processos em situação de impedimento;Corrupção passiva para acto lícito ou ilícito;Tráfico de influência;Participação económica em negócio

Baixo Ampla divulgação do regime de impedimentos;Subscrição de declaração de compromisso relativa a incompatibilidades, impedimentos ou escusa.

Inexistência de mecanismos que possam identificar situações de conluio entre adjudicatários e os funcionários

Favorecimento de fornecedores de forma a obter benefícios;Corrupção passiva para acto ilícito ou lícito;Tráfico de influência;Participação económica em negócio

Baixo Sensibilização para as consequências da corrupção e infracções conexas.

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Existência de trabalhos a mais no âmbito de empreitadas

Risco de avançar com a execução dos trabalhos sem prévia autorização do órgão competente e realização de novo procedimento para efectuar o pagamento destes trabalhos;Corrupção passiva para acto ilícito ou lícito;Tráfico de influência

Baixo Criação de manual de procedimentos no âmbito das empreitadas;

Renovação de contratos Falha no sistema de alerta dos termos dos contratos, provocando a sua renovação automática, sem possibilidade de avaliação da necessidade de renovação;Favorecimento de fornecedores;Participação económica em negócio;Corrupção passiva para acto ilícito ou lícito;Tráfico de influência

Médio Base de dados com contratos existentes e sua calendarização em termos de renovações;Listagem mensal dos contratos susceptíveis de renovação,Criação de sistemas de alertas informáticos.

3.6. Património

Descrição Risco de Corrupção e Infracção Conexa Frequência de Risco

Procedimento a Adoptar que Previna a sua Ocorrência

Abates Bem abatido continuar no serviço;Abates sem autorização do órgão competente;Utilização indevida, para fins privados, de bens abatidos documentalmente no período até à data da sua eliminação física;Proposta indevida de envio de bens para abate

Média Realização de testes de conformidade relativamente ao cumprimento dos manuais de procedimentos e de controlo interno existentes na instituição;Conferências físicas periódicas para verificar se os bens abatidos ainda se encontram no local;Verificar se a autorização do abate foi proferida pelo órgão com competência para

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o efeito.

Etiquetagem Equipamento não etiquetado,Apropriação ou utilização indevida de bens públicos, para fins privados,Peculato e abuso de poder

Baixo Realização de testes de conformidade relativamente aos manuais de procedimentos e de controlo interno da instituição;Conferências físicas periódicas.

Utilização de bens públicos Apropriação indevida de bens públicos;Utilização indevida de bens públicos, designadamente para fins privados.Violação do princípio do interesse público;Peculato e abuso de poder

Baixo Reforço das medidas de controlo interno, numa perspectiva da corrupção de infracções;Divulgação dos princípios gerais da actividade administrativa

Transferência de bens Transferência de bens sem comunicação;Apropriação indevida de bens públicos;Desaparecimento do bem;Peculato e abuso de poder.

Médio Reforço das medidas de controlo interno, numa perspectiva de prevenção.

Cedência de equipamentos Cedência de equipamentos por pessoa ou órgão sem competência;Prática de actos anuláveis.

Baixa Reforço das medidas de controlo interno

Ofertas à instituição Ofertas à instituição sem processo formal de aceitação;Não inventariação de bens causadora de eventual apropriação ou utilização indevida de bens públicos, para fins privados;Violação do princípio do interesse público;Peculato e abuso de poder.

Baixa Reforço de medidas de controlo interno. Criação da comissão de doações.

3.8. Tesouraria

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Descrição Risco de Corrupção e Infracção Conexa Frequência de Risco

Procedimento a Adoptar que Previna a sua Ocorrência

Emissão de recibos Não emissão ou anulação indevida de recibos, de modo a eliminar a receita ou o recebimento do dinheiro, ficando o funcionário com o montante recebido;Corrupção passiva para acto ilícito;Abuso de pode.

Baixo Reforço das medidas de controlo interno;Sempre que um funcionário anula um recibo deverá emitir uma listagem com os recibos anulados e justificar o motivo;Sensibilização dos utentes para que solicitem sempre o recibo do pagamento das taxas moderadoras;

Conferência de valores Entrega de valores não coincidentes com o somatório dos recibos; Corrupção para acto ilícito;Peculato e abuso de poder.

Baixo Seguir os procedimentos instituídos no hospital para o caso de não coincidência entre os valores entregues e as folhas resumo dos recebimentos.

Pagamentos adoptando procedimentos excepcionais

Abuso de poder;Corrupção passiva para acto ilícito.

Baixa Seguir os procedimentos de controlo interno instituídos no CHLN.

3.9. Gestão Clínica

Descrição Risco de Corrupção e Infracção Conexa Frequência de Risco

Procedimento a Adoptar que Previna a sua Ocorrência

Doentes admitidos com informação insuficiente

Não identificação adequada do utente;Não identificação da entidade financeira responsável;Facturação de episódios que não é concretizada;Corrupção passiva para acto ilícito

Médio Registar todos os dados relevantes do utente, nomeadamente: nome, data nascimento, morada, BI, subsistema e número de beneficiário;Implementar regra no sistema de

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informação que garanta que todos os campos obrigatórios têm que ser preenchidos

Organização de eventos em nome da instituição

Utilização indevida do hospital para eventos;Abuso de poder;Corrupção passiva para acto ilícito

Baixo Respeitar os procedimentos instituídos quanto à organização de eventos em nome do CHLN

Ofertas, viagens e patrocínios de congressos

Favorecimento a fornecedores;Participação económica em negócio;Corrupção passiva para acto lícito ou ilícito;Tráfico de influência

Baixo Sensibilização para as consequências da corrupção e infracções conexas

Envio de doentes para exterior Favorecimento a fornecedores;Participação económica em negócio;Corrupção passiva para acto lícito ou ilícito;Tráfico de influência

Médio Definição das regras e procedimentos instituídos quanto à sua autorização;Definição de acordos/protocolos com as entidades que apresentam melhores condições globais para a instituição;

Acesso de doentes ao Hospital Favorecimento de familiares ou pessoas com relações de forte amizade;

Baixa

Não registo de actos médicos de doentes externos

Utilização de recursos e bens públicos para os quais o hospital não é compensado com o correspondente proveito pelo serviço prestado;Não cumprimento das obrigações profissionais de registo de todos os actos realizados no hospital

Baixa Divulgação da necessidade de cumprimento com as regras instituídas

Prescrição de medicamentos indevidos

Favorecimento de fornecedores;Participação económica em negócio;Corrupção passiva para acto ilícito ou ilícito;Tráfico de influência.

Baixa Reforço das medidas de controlo interno, nomeadamente com a divulgação acrescida das regras sobre a prescrição de medicamentos indevidos.

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4. Medidas Gerais

São definidos os seguintes princípios orientadores na realização da despesa:

Autorização prévia da entidade/responsável com competência para o efeito;

Existência de dotação orçamental;

Obrigatoriedade de enquadramento no plano de actividades que justifiquem a efectivação das despesas relacionadas com investimento;

Aprovação de cláusulas financeiras dos contratos pelo órgão competente e cumprimento dos procedimentos sobre aquisições no exterior, de

acordo com a legislação em vigor.

Todas as aquisições efectuadas pelo CHLN, quer de bens ou serviços, deverão respeitar um conjunto sequencial de procedimentos, regras, validações e

sempre em conformidade com a regulamentação aplicável.

a) Avaliação da necessidade - A necessidade de aquisição de um bem ou serviço constitui o primeiro acto do processo aquisitivo, devendo ser

determinada por critério técnico e, cumulativamente, satisfazer o princípio da economia, eficiência, eficácia e da conformidade regulamentar. A

inscrição no plano de actividades e a cobertura orçamental e financeira devem ser indicadas.

b) Procurement – Conjunto de actividades pré-contratuais, que permitem assegurar a qualificação e selecção dos melhores fornecedores e

prestadores de serviços, capazes de fornecer o CHLN na qualidade e quantidade pretendida e que serão consultados para apresentação de

propostas.

c) Procedimentos pré-contratuais – Nesta fase deverá ser assegurado que a abertura de um procedimento está autorizada por quem tem

competências para o efeito, que se privilegiaram os procedimentos concorrenciais, públicos ou limitados, que o recurso ao ajuste directo esteja

sempre fundamentado, que se cumpriu a regulamentação aplicável a uma entidade com a natureza EPE como é o caso do CHLN e que o

caderno de encargos contém as especificações técnicas adequadas à natureza das prestações objecto do contrato a celebrar.

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PLANO DE GESTÃO DE RISCOS DE CORRUPÇÃO E INFRACÇÕES CONEXAS

d) Negociação – Inclui todo o processo de avaliação das propostas dos fornecedores, a negociação com vista à obtenção do melhor preço e das

melhores condições, nomeadamente o desconto comercial e o desconto financeiro por antecipação do pagamento ao prazo fixado.

e) Celebração e execução do contrato – As cláusulas do contrato deverão ser claras e corresponderem ao objecto do concurso ou ajuste directo a

que digam respeito, nomeadamente quanto ao âmbito, descrição dos bens ou serviços, preços unitários e globais, prazo de entrega, prazo de

validade, descontos comerciais e financeiros. A assinatura do contrato deverá ser efectuada por quem tem competência para o efeito.

f) Encomenda, recepção, facturação e pagamento – As encomendas deverão confinar-se exclusivamente aos bens e serviços previamente

negociados e contratados, a recepção deverá ser validada por pessoal do CHLN, comparando a descrição e quantidades recepcionadas com a

encomenda efectuada, as facturas deverão ser atempadamente entregues no serviço de gestão financeira e o pagamento deverá respeitar os

prazos superiormente definidos e a optimização de tesouraria do hospital.

5. Comunicação e divulgação do Plano de Gestão de Riscos de Corrupção e Infracções Conexas

O presente plano deverá ser disponibilizado e divulgado aos principais dirigentes do CHLN, EPE.

Criação de área na página Web do CHLN sobre toda a matéria de prevenção da corrupção e riscos conexos, com divulgação do Plano,

legislação aplicável sobre o tema, código de ética e toda a informação sobre os princípios de bom governo das sociedades.

Constituição de um grupo de trabalho com o objectivo de monitorizar a matriz de risco associada ao CHLN, avaliar a necessidade de

implementação de medidas de controlo interno e propor as medidas correctivas que julgue necessárias.

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PLANO DE GESTÃO DE RISCOS DE CORRUPÇÃO E INFRACÇÕES CONEXAS

Propor acções de auditoria externa a áreas consideradas de maior risco com vista a verificara e avaliar a fiabilidade do sistema de controlo

interno implementado.

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