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PLANO DE MANEJO INTEGRADO DAS RPPNs PORTAL DAS NASCENTES E PORTAL DAS NASCENTES II, URUBICI – SC Proprietários: Eliana dos Santos Alves Paulo Ricardo Pezzuto Urubici, SC 31 de outubro de 2015

PLANO DE MANEJO INTEGRADO DAS RPPNs PORTAL DAS NASCENTES E ... · inúmeras nascentes e cursos de água na propriedade (Anexo V, Figura 7); e b) o fato de existir na área de entorno

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PLANO DE MANEJO INTEGRADO DAS RPPNs

PORTAL DAS NASCENTES E PORTAL DAS NASCENTES II,

URUBICI – SC

Proprietários:

Eliana dos Santos Alves

Paulo Ricardo Pezzuto

Urubici, SC

31 de outubro de 2015

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos à Dra. Georgina Bond-Buckup (Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS) pela identificação das espécies de crustáceos aeglídeos. Ao Dr. Luiz Carlos Pinho (Departamento de Ecologia e Zoologia, Universidade Federal de Santa Catarina – ECZ/UFSC) pela coleta e identificação de dois insetos novos para a ciência. Ao grande amigo, Dr. Leonardo Rubi Rörig (Departamento de Botânica, Universidade Federal de Santa Catarina – BOT/UFSC) pelo auxílio no orçamento de equipamentos científicos e pelo encaminhamento de espécimes para identificação junto a outros pesquisadores de sua instituição. Ao Dr. Elisandro Ricardo Drechsler-Santos (BOT/UFSC) pela identificação de algumas espécies de fungos. Ao Dr. Luis Augusto Ebert e à MSc. Cláudia Sabrine Brandt (ambos do Centro Univesitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI) pela identificação de algumas espécies de pássaros. À Luís Adriano Funez (Bacharel em Ciências Biológicas pela Fundação Universidade Regional de Blumenau – FURB) pela identificação de Myrcia guianensis.

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SUMÁRIO

1. Informações gerais das RPPNs _______________________________________________________ 8

1.1. Ficha resumo ________________________________________________________________ 8

1.2. Acesso ______________________________________________________________________ 9

1.3. Histórico de criação das RPPNs ___________________________________________________ 10

2. Diagnóstico das RPPNs ____________________________________________________________ 13

2.1. Clima _______________________________________________________________________ 13

2.2. Características geológicas e edáficas ______________________________________________ 15

2.3. Vegetação ___________________________________________________________________ 16

2.4. Fauna _______________________________________________________________________ 21

2.5. Fungos _____________________________________________________________________ 23

2.6. Relevo ______________________________________________________________________ 24

2.7. Espeleologia (cavidades naturais) _________________________________________________ 24

2.8. Recursos hídricos _____________________________________________________________ 25

2.9. Aspectos culturais ou históricos (patrimônio material e imaterial) _______________________ 27

2.10. Infraestrutura existente nas RPPNs ______________________________________________ 28

2.11. Equipamentos e serviços ______________________________________________________ 31

2.12. Ameaças ou impactos nas RPPNs ________________________________________________ 33

2.13. Atividades desenvolvidas nas RPPNs _____________________________________________ 38

2.14. Recursos humanos ___________________________________________________________ 41

2.15. Parcerias ___________________________________________________________________ 42

2.16. Publicações ________________________________________________________________ 42

2.17. Área da propriedade ________________________________________________________ 43

2.18. Área de entorno das RPPNs ___________________________________________________ 47

2.19. Áreas de conectividade ______________________________________________________ 50

3. Planejamento ____________________________________________________________________ 51

3.1. Objetivos de manejo das RPPNs __________________________________________________ 51

3.2. Zoneamento _________________________________________________________________ 51

3.3. Programas de manejo __________________________________________________________ 56

3.4. Projetos específicos ___________________________________________________________ 63

4. Referências bibliográficas ___________________________________________________________ 63

Anexo I - Lista de espécies da flora ________________________________________________ 68

Anexo II - Lista de espécies da fauna e do Reino Fungi ________________________________ 70

Anexo III - Mapa ou croqui do zoneamento das RPPNs ________________________________ 73

Anexo IV - Regulamento para realização de pesquisas científicas nas RPPNs _______________ 74

Anexo V - Imagens das RPPNs ____________________________________________________ 76

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1. INFORMAÇÕES GERAIS DAS RPPNs

1.1. FICHA RESUMO

FICHA RESUMO

Nome das RPPNs Portal das Nascentes Portal das Nascentes II

Proprietários Eliana dos Santos Alves Paulo Ricardo Pezzuto

Nome do imóvel Recanto Portal das Nascentes

Portarias de criação Portaria ICMBio no.

09/2010* Portaria ICMBio n

o. 90/2011**

Município(s) que abrange(m) as RPPNs Urubici UF Santa Catarina

Área da propriedade (ha) 29,5* Área da RPPN (ha) 15,70*

5,0** 3,64**

Endereço completo para correspondência

Rua 1041, no.

85, apto. 303 Centro Balneário Camboriú – SC CEP: 88330 -768

Telefone ________ Celular (47) 9967 09 91

Site/Blog ________ E-mail [email protected]

Ponto de localização (coordenada geográfica)

Latitude (S): 28o 03’14’’; Longitude (W): 49

o 22’38’’

Bioma que predomina nas RPPNs Mata Atlântica

Atividade(s) desenvolvida(s) ou implementada(s) na RPPN:

( X ) Proteção/Conservação ( ) Educação Ambiental ( X ) Pesquisa Científica ( ) Visitação

( ) Recuperação de Áreas ( ) Outros: __________________________________________________________

Observação:

A propriedade Recanto Portal das Nascentes é composta por duas matrículas distintas, cada uma contendo uma RPPN. Assim, as informações apresentadas nesta ficha resumo referem-se a: * - RPPN Portal das Nascentes, criada na matrícula no. 6.149; e ** - RPPN Portal das Nascentes II, criada na matrícula no. 6.575, ambas do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Urubici - SC.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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1.2. ACESSO

A propriedade Recanto Portal das Nascentes, que abriga as Reservas Particulares do Patrimônio Natural objeto deste plano de manejo, localiza-se às margens da rodovia SC-370 (antiga SC-439), na Serra do Corvo Branco, Urubici - SC. Para acessá-la, a partir da sede deste município, é necessário seguir o seguinte trajeto (Figura 1A):

a) partindo da Av. Adolfo Konder (avenida principal da área urbana de Urubici), acessar a rodovia SC-370, no sentido do município de Grão Pará;

b) seguir pela referida rodovia por cerca de 25 km até a localidade do Canudo, na Serra do Corvo Branco. Observa-se que os primeiros 20 km deste trajeto são constituídos por rodovia pavimentada, enquanto os últimos 5 km são atualmente constituídos por estrada de chão, embora o projeto de pavimentação deste trecho da rodovia já se encontre licitado;

c) a propriedade localiza-se no lado esquerdo da rodovia, e pode ser facilmente identificada por placas indicativas contendo seu nome (Figura 1B). O acesso à sede da propriedade é efetuada por uma porteira, localizada às margens da rodovia, no km 100+400, ao lado do rio Corvo Branco (Figura 1C).

Urubici

RPPN’s

Serra do Corvo Branco

Rodovia SC-370

Rio Rufino

Grão Pará

A

B C

Figura 1. Mapa de acesso às RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II, a partir do centro do município de Urubici, SC (A); Placa indicativa da propriedade e RPPNs (B); Vista da sede da propriedade e de parte das RPPNs ao fundo (C).

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1.3. HISTÓRICO DE CRIAÇÃO DAS RPPNs

Motivados pela intenção de constituir uma propriedade que tivesse como objetivo conciliar conservação ambiental e atividade produtiva, em janeiro de 2008 iniciamos a busca por um imóvel rural que apresentasse as seguintes características:

a) possuir atributos ecológicos adequados à implantação de uma RPPN;

b) localizar-se nas imediações de outras unidades de conservação e/ou em local que garantisse conectividade com ambientes naturais adjacentes, como forma de ampliar seu potencial de conservação ambiental;

c) possuir uma área adequada para compor a porção produtiva da propriedade sem necessidade de supressão de vegetação;

d) não apresentar uma área demasiadamente extensa, como forma de garantir sua manutenção e gestão com recursos próprios; e

e) localizar-se no município de Urubici, o qual possui especial significado para nós e onde sempre sonhamos estabelecer residência e permanecer pelo resto de nossas vidas, e também depois delas...

Assim, em dezembro de 2008, após percorrermos boa parte do município de Urubici analisando diversos imóveis disponíveis para venda, conseguimos adquirir uma propriedade de 29,5 ha, na Serra do Corvo Branco, a qual denominamos “Recanto Portal das Nascentes” (Anexo 5, Figura 1A).

A área em questão fora desmembrada de uma extensa fazenda de gado de corte e não contava com qualquer infraestrutura. As primeiras ações implantadas por nós no local foram: a) providenciar o cercamento do imóvel (Anexo V, Figura 1B); b) ingressar com o processo de criação da RPPN Portal das Nascentes junto ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); e c) solicitar a espacialização da Reserva Legal junto à Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (FATMA), de modo a concretizar o mosaico ecológico pretendido para a conservação da área (vide 2.17.6. Informações adicionais sobre a propriedade), e iniciar a implantação de medidas destinadas a sua proteção.

Dois anos depois, já tendo nossa primeira RPPN oficializada junto ao ICMBio (criada em 27/01/2010, através da Portaria no 09/2010) e uma sede construída no imóvel (Anexo V, Figura 1C), surgiu a oportunidade de adquirirmos mais 5 ha de terra (sendo 4 ha formados por floresta em bom estado de conservação) contíguos à propriedade já existente. Concretizamos esta ação em outubro de 2010 e ingressamos posteriormente com o pedido de criação da RPPN Portal das Nascentes II junto ao ICMBio, a qual foi oficializada em 11/11/2011, através da Portaria no 90/2011.

Cabe destacar que o nome “Portal das Nascentes”, escolhido para denominar tanto a propriedade como as RPPNs contidas em seu interior, teve origem em dois fatores: a) a presença de inúmeras nascentes e cursos de água na propriedade (Anexo V, Figura 7); e b) o fato de existir na área de entorno do imóvel uma feição geomorfológica que desempenha, naturalmente, o papel de um “portal” para quem transita pelo local. Trata-se de um corte vertical (90 m de altura) em rocha arenítica, existente no alto da Serra do Corvo (Anexo V, Figura 2A), na divisa entre os municípios de Urubici e Grão-Pará, através do qual passa a rodovia SC-370. Nossa propriedade é a primeira paisagem a ser avistada por quem ingressa nesta feição a partir do último município (Anexo V, Figura 2B). Foi o que aconteceu conosco quando, em janeiro de 2008, em uma viagem de férias, atravessamos esta feição e, sentados no alto da serra, decidimos adquirir um imóvel no município para constituir uma RPPN. Não podíamos imaginar que estávamos contemplando uma paisagem que viria a ser nossa quase um ano mais tarde... nosso canto: o Recanto Portal das Nascentes!!!

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Como citado anteriormente, a intenção de criar uma RPPN é pretérita a aquisição de nossa propriedade e fora motivada por ideologia pessoal (decorrente, em parte, de nossa formação e atuação profissional). A iniciativa de poder desenvolver alguma ação concreta e expressiva na área de conservação sempre fez parte de nossos sonhos, embora sem objetivos claros. Foi quando tomamos conhecimento sobre a possibilidade de uma pessoa física poder instituir formalmente uma Reserva Particular do Patrimônio Natural, que passamos a planejar e direcionar nossas ações neste sentido. Até que, em 2008, conseguimos obter os recursos financeiros necessários para concretizar esta iniciativa, que hoje se tornou nosso projeto de vida. Neste sentido, queremos registrar formalmente neste documento que, na condição de fundadores das RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II, solicitamos que os objetivos e o zoneamento determinados por nós para estas Unidades de Conservação, sejam respeitados em caráter de perpetuidade, por quem vier a possuí-las ulteriormente. Salientamos, especialmente, que usos menos restritivos do que aqueles propostos neste plano de manejo não devem ser permitidos no futuro.

Apesar de apresentarem uma área pouca extensa, as RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II desempenham um importante papel na conservação dos recursos hídricos e da biodiversidade na região onde encontram-se inseridas, pois:

a) além de se localizarem em uma área de afloramento do Aquífero Guarani, estas RPPNs caracterizam-se pela presença de inúmeras nascentes e cursos de água (de primeira e segunda ordem) bem preservados, que alimentam a bacia hidrográfica do Rio Canoas, um importante manancial superficial de água para a região (Koehler, 2009; Silva, 2010). Estas nascentes e cursos de água abrigam uma expressiva variedade de invertebrados bentônicos, incluindo espécies novas para a ciência (vide 2.4. Fauna), e constituem a base de um ecossistema florestal complexo, composto por remanescentes de floresta ombrófila mista alto-montana e mata nebular (vide 2.3. Vegetação), e caracterizado por: 1) elevada variedade de espécies vegetais; 2) populações bem desenvolvidas do xaxim-bugio Dicksonia sellowiana (que consta na Lista Oficial das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção – Portaria MMA no. 443, de 17/12/2014, e cuja distribuição atual no estado de Santa Catarina restringe-se a poucas localidades com condições edafo-climáticas adequadas (Mantovani, 2004)); 3) existência de uma complexa comunidade epifítica; 4) presença de grande variedade de fungos (vide 2.5. Fungos); e 5) fauna diversificada, especialmente pássaros e mamíferos (de médio e grande porte), dentre os quais destacam-se espécies presentes na Lista Oficial das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção – Portaria MMA no. 444, de 17/12/2014 (vide 2.4. Fauna);

b) conjuntamente com outra RPPN (RPPN Corvo Branco – Portaria ICMBio no 120, 09/11/2012), duas Reservas Legais, e Áreas de Preservação Permanente, as RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II formam um mosaico ecológico que atualmente amplia as medidas de conservação já instituídas no Parque Nacional São Joaquim, uma vez que se localizam em seu entorno imediato. Outrossim, caso o PARNA Campo dos Padres venha a ser efetivamente implantado pelo governo federal, estas RPPNs e o mosaico supracitado formarão um importante corredor ecológico, interligando dois parques nacionais no ponto de maior proximidade entre eles, sobretudo se o Projeto de lei no 107/2002 (que altera os limites do Parque Nacional de São Joaquim e que está tramitando no Congresso Nacional) for aprovado, colaborando assim para a consolidação da Zona Núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e para a preservação da “Grande Região dos Aparados da Serra” (considerada área prioritária para a conservação da biodiversidade, classe: extremamente alta) (Brasília, 2003; Portaria MMA no. 126, 27/05/2004); e

c) as ações de proteção implantadas, desde a criação destas RPPNs por seus proprietários (p. ex. cercamento da área, vigilância do local, colocação de placas indicativas nas RPPNs

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(Anexo V, Figura 3)), têm coibido a prática de atividades nocivas ao meio ambiente, e anteriormente comuns no local, como: caça, coleta ilegal de orquídeas e bromélias, risco de incêndios causado pelo uso recreativo das margens dos rios por populares, deposição de lixo, dentre outras.

Cabe ainda destacar que as RPPNs também desempenham um importante papel no contexto socioeconômico da região. Pois, por estarem localizadas em uma área de exuberante beleza cênica e ao lado de um dos principais pontos turísticos da serra catarinense (o alto da Serra do Corvo Branco), sua criação tem contribuído para a manutenção da paisagem e seus atributos naturais, considerados pilares fundamentais da atividade turística realizada no município de Urubici e região (Santa Catarina, 2013).

Antes de finalizar esta seção, torna-se necessário observar que, embora tenham sido criadas em matrículas distintas (por questões operacionais e de redução de custos), as RPPNs Portal das Nascentes e Portal das nascentes II foram planejadas para serem geridas conjuntamente, dentro do contexto proposto para a propriedade como um todo (vide 2.17.6. Informações adicionais sobre a propriedade). Desta forma, este documento apresenta um Plano de Manejo Integrado para estas unidades de conservação, especificando-se, para cada uma das áreas, as informações pertinentes à sua gestão e necessárias à correta avaliação deste documento pelo ICMBio.

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2. DIAGNÓSTICO DAS RPPNs

Cabe esclarecer que, além dos requisitos solicitados formalmente pelo ICMBio para a composição do diagnóstico, fez-se necessária a inclusão de informações referentes ao clima, às características edáficas e à riqueza de espécies do Reino Fungi nas RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II, para efeito do seu plano de manejo, como descrito a seguir:

2.1. CLIMA

Principais Características

De acordo com a classificação macroclimática de Köppen-Geiger, o município de Urubici localiza-se em uma região de clima temperado mesotérmico úmido, cujas principais características são: inexistência de estação seca definida e ocorrência de precipitação em todos os meses do ano, temperatura média dos meses mais frios variável entre -3 e 18oC, e temperatura média do mês mais quente inferior a 22oC (Nimer, 1990; Bettes Jr., 2001). A umidade relativa do ar é de 85% em média, e a precipitação total anual varia entre 1.400 e 1.600 mm, dependendo da localidade considerada no município (Santa Catarina, 1991).

As RPPNs objeto deste plano de manejo situam-se na microrregião dos Campos de Lages, na borda superior da Serra Geral catarinense, em cotas topográficas que variam de 1.030 a 1.200m (aproximadamente) acima do nível do mar (Figura 2). Em função desta localização geográfica, estas unidades de conservação apresentam um microclima muito particular e fortemente influenciado pela circulação marítima, e cujas características são essenciais para a compreensão dos aspectos edáficos, hidrológicos e vegetacionais aí presentes. Dentre suas principais características, destacam-se:

- Elevado índice pluviométrico: além dos eventos de precipitação associados com a passagem de sistemas frontais de baixa pressão (mais comuns no inverno), esta localidade é caracterizada pela presença frequente de chuvas orográficas, que lhe conferem a reputação de local mais chuvoso do município de Urubici. Este tipo de precipitação é verificada ao longo de todo o ano, e costuma apresentar longa duração e intensidades baixa a moderada. Eventos de precipitação de grande intensidade e curta duração são mais comuns nos meses de verão (quando costumam se manifestar no período vespertino) e decorrem de temperaturas mais elevadas associadas a altos índices de umidade. O período mais seco do ano se restringe ao mês de maio, quando bloqueios atmosféricos costumam se estabelecer no estado, impedindo a passagem de sistemas frontais e colaborando para uma menor ocorrência de eventos de precipitação (Monteiro, 2001). Os elevados índices de precipitação verificados durante todo o ano para o local, associados às características geológicas e edáficas aí existentes, contribuem para a formação e manutenção das inúmeras nascentes e cursos de água presentes nas RPPNs (vide 2.8. Recursos hídricos), bem como para o estabelecimento de espécies vegetais higrófitas; e

- Presença constante de fortes neblinas/nevoeiros: a presença cotidiana de densos nevoeiros constitui uma das características mais marcantes do local (Anexo V, Figuras 4B, 4C e 4D), e resulta da condensação de massas de ar quente e úmidas provenientes da planície costeira, quando estas ascendem pelas encostas da Serra Geral e se condensam próximo ao topo, depois de sofrerem um processo de resfriamento. Em decorrência deste fenômeno, verifica-se um elevado grau de umidade relativa do ar e uma redução na incidência de radiação solar no local, características que contribuem para o estabelecimento de uma vegetação peculiar e especializada, formada por grande variedade de epífitas e espécies esciófitas, e com relevante importância para a conservação por serem características de mata nebular (vide 2.3. Vegetação).

Destaca-se ainda que, durante a estação de inverno, esta localidade costuma apresentar temperaturas negativas e um número elevado de geadas, se comparada com regiões do entorno (Anexo V, Figuras 4E e 4F). A presença de neve é ocasional, estando geralmente restrita à cotas topográficas superiores às abrangidas pelas RPPNs. Apenas em eventos extremos de nevasca (como o ocorrido em 22-23/07/2013) a ocorrência deste fenômeno pode ser registrada nestas unidades de conservação.

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Por fim, cabe esclarecer que as características microclimáticas observadas nas RPPNs carecem de estudos sistemáticos em decorrência da inexistência de estações meteorológicas no local e seu entorno. Assim, e considerando a importância destas informações para a compreensão de processos ecológicos, considera-se fundamental a instalação de um equipamento desta natureza para fins de pesquisa e conservação das RPPNs.

Florianópolis

Campos de Lages

RPPN’s

Figura 2. Localização das RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II em relação à formação Serra Geral e à planície costeira do estado de Santa Catarina, evidenciando a influência da circulação marítima no microclima local.

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2.2. CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICAS E EDÁFICAS

Principais Características

As RPPNs são caracterizadas pela presença de duas formações geológicas pertencentes à sequência de depósitos sedimentares gondwânicos da Bacia do Paraná. São elas:

- Formação Arenito Botucatu: constituída por arenitos finos a médios, quartzosos e normalmente bimodais,

depositados por ação eólica em condições de ambiente desértico, entre cerca de 200 e 140 milhões de anos antes do presente, e caracterizada por elevada porosidade primária que lhe confere a capacidade de armazenar água e de constituir um potencial manancial de água subterrâneo ou um aquífero poroso (Schobbenhaus et al., 1984; Scheibe, 1986; Santa Catarina, 1991; Koehler, 2009; Lavina & Fauth, 2010). Em Santa Catarina, esta formação geológica está diretamente relacionada ao Sistema Aquífero Guarani, sendo que seus afloramentos representam zonas potenciais de descarga ou recarga direta deste manancial subterrâneo, e cuja conservação e preservação são consideradas essenciais (Almeida & Silva, 2011). Especialmente aquelas existentes em áreas de cabeceira de drenagem e associadas a encostas revestidas de vegetação de porte florestal, onde existem condições mais propícias à infiltração das águas superficiais no aquífero (Koehler, 2009), a exemplo dos afloramentos observados em cotas topográficas mais elevadas das RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II;

- Formação Rio do Rasto: constituída por siltitos, argilitos e arenitos finos, bem selecionados, depositados em condições que variaram de planícies costeiras a ambientes deltaicos e eólicos, durante o Permiano Superior (Schobbenhaus et al., 1984; Scheibe, 1986; Warren et al., 2008). As rochas desta formação geológica afloram em regiões de relevo arrasado como o fundo de vales e bases de encostas, e caracterizam-se por serem pouco permeáveis, não permitindo a passagem e retenção de água. Tal fato resulta na ocorrência de diversas nascentes em regiões de contato entre esta formação e o Arenito Botucatu, pois as rochas do Rio do Rasto funcionam como uma barreira que impede a transferência da água que percola pelo Arenito Botucatu para estratos inferiores, fazendo com que esta seja armazenada ou aflore em forma de nascentes (Koehler, 2009). É o que ocorre nas RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II, onde a Formação Rio do Rasto localiza-se abaixo do Arenito Botucatu, e juntamente com os elevados índices de precipitação local (vide 2.1. Clima), contribui para a formação de inúmeras nascentes e cursos de água.

Na maior parte da área das RPPNs, as formações supracitadas encontram-se recobertas por solos recentes, caracterizados por depósitos heterogêneos compostos por materiais carreados pela ação de rios e transportados de encostas através de movimentos de massa (Koehler, 2009). São solos areníticos e pedregosos (compostos por seixos e matacões basálticos oriundos da formação vulcânica Serra Geral existente no alto das encostas da região, sobreposta ao Arenito Botucatu), geralmente rasos, ricos em matéria orgânica, extremamente frágeis e suscetíveis ao pisoteio, e que podem apresentar-se próximos da saturação ou completamente saturados na maior parte do tempo (Anexo V, Figura 5).

De acordo com Jacomine (2000), em áreas ribeirinhas a cursos de água, sob formações ciliares, com sedimentos de origem arenítica e onde o lençol freático está à superfície ou próximo dela durante todo o ano (como observado nas RPPNs), desenvolvem-se solos muito pobres, de cor escura, e ricos em matéria orgânica, ácidos a fortemente ácidos, com alta saturação por alumínio trocável, e deficiência de macro e micronutrientes, mas que integram um ecossistema extremamente frágil e suscetível a processos erosivos. Neste sentido, cabe destacar que, em períodos de precipitação intensa ou prolongada, torna-se necessário evitar o uso (ou reduzir sua frequência) de algumas trilhas destinadas exclusivamente para trabalhos de pesquisa e manutenção nas RPPNs, de modo a evitar processos de compactação e desestruturação física do solo, o que evidencia sua fragilidade.

Além de fundamentais para a compreensão da estrutura e composição das formações florestais existentes no local, estas características geológicas e edáficas indicam que a área ocupada pelas RPPNs não é adequada ao uso para visitação com fins educativos, turísticos e recreacionais, pois: a) as formações geológicas presentes no local indicam a importância destas unidades de conservação para a proteção de recursos hídricos superficiais e subterrâneos; b) a preservação destes recursos depende, dentre outros aspectos, da integridade física do solo; e c) a conjunção entre as características geológicas, edáficas e climáticas existentes no local contribuem para uma elevada suscetibilidade do solo a impactos negativos, especialmente erosão e pisoteio, como já verificado empiricamente pelos proprietários. Da mesma forma, a frequência de uso e o número de pessoas admitidas nas equipes científicas e de fiscalização/monitoramento deverão ser adequadamente dimensionados.

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2.3. VEGETAÇÃO

2.3.1. Formação e Estágio Sucessional

Formação Estágios Sucessionais

Bioma Estágio

Primário Secundária (Estágios) Em

Recuperação Inicial Intermediário Avançado

( ) Floresta Amazônica ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( X ) Mata Atlântica ( ) ( ) ( X ) ( X ) ( )

( ) Cerrado ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( ) Caatinga ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( ) Pantanal ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( ) Campos Sulinos ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( ) Outros ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Observação:

De acordo com a classificação fitogeográfica do IBGE (2012), as RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II localizam-se no domínio da Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana do Bioma Mata Atlântica, em uma área com altitudes variáveis entre 1.030 e 1.200 m e situada na borda da Serra Geral de Santa Catarina, próximo da divisa entre os municípios de Urubici e Grão Pará.

Esta região, assim como todo o município de Urubici, sofreu intensa exploração madeireira, que teve como alvo o pinheiro-brasileiro (Araucaria angustifolia) e outras espécies de valor econômico como o cedro (Cedrela fissilis), a erva-mate (Ilex paraguariensis), a imbuia (Ocotea porosa), e também o xaxim-bugio (Dicksonia sellowiana) que era extraído para a fabricação de vasos e de substrato para o cultivo de plantas ornamentais. O chamado ciclo da madeira teve seu auge nas décadas de 1960 e 1970, e resultou na expressiva redução das populações dessas espécies e na total descaracterização das matas originais de araucária existentes na região (Buratto et al., 2010). Em decorrência desta e de outras ações antrópicas (p. ex. conversão de florestas em áreas de agricultura e criação de gado, uso de fogo em manejo de pastagens, etc.), atualmente a floresta ombrófila mista (ou mata de araucária) de Santa Catarina apresenta-se altamente fragmentada (82% do total de remanescentes desta formação no estado são constituídos por fragmentos menores que 50 hectares), o que, conjuntamente com a elevada diversidade biológica que abriga, torna esta formação prioritária para a conservação (Vibrans et al., 2013). Em Urubici, a maioria destes remanescentes é constituída por mata secundária em distintos estágios de regeneração.

No caso específico das RPPNs objeto deste documento, além da extração madeireira, a área foi também utilizada como local para criação de gado de corte entre os anos 1978 e 2008. Embora a vegetação não tenha sido suprimida para este fim (a não ser por uma pequena área localizada na borda florestal da RPPN Portal das Nascentes, vide 2.10.4. Recuperação de área degradada), esta atividade afetou a sucessão ecológica deste remanescente florestal (através de pisoteio e herbivoria), que atualmente se encontra em estágios intermediário e avançado de regeneração, sendo que este último é verificado, principalmente, em áreas mais íngremes e/ou acidentadas das RPPNs.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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2.3.2. Especificidades

Especificidades Principais Características

( X ) Mata Ciliar ou de Galeria Segundo Ab’Saber (2000), a expressão mata ciliar refere-se a vegetação florestal existente às margens de cursos de água, independentemente de sua área ou região de ocorrência e de sua composição florística. Este tipo vegetacional encontra-se presente ao longo dos diversos cursos de água de primeira e segunda ordem existentes nas RPPNs e apresenta bom estado de conservação, sendo essencial à preservação dos recursos hídricos e da biodiversidade a eles associada.

( X ) Mata Nebular De acordo com Bubb et al. (2004), as matas nebulares são formações florestais típicas de regiões montanhosas, caracterizadas pela presença persistente de neblina ou nuvens, e capazes de capturar umidade adicional a da chuva, através da condensação de gotículas de água. Este tipo de formação florestal é verificado em toda a área das RPPNs, em decorrência do microclima existente no local (vide 2.1. Clima), e apresenta características florísticas, fisionômicas e ecológicas bastante peculiares e de extrema relevância no contexto da conservação (vide 2.3.3. Flora).

( ) Mata de Encosta

( ) Campos rupestres

( ) Campos de altitudes

( ) Brejos e alagados

( ) Espécies Exóticas

( ) Espécies Invasoras

( X ) Espécies que sofrem pressão de extração e coleta

Atualmente, são susceptíveis à pressão por extração e coleta ilegal as espécies vegetais das famílias Orchidaceae e Bromeliaceae (em função da grande variedade de espécies encontradas na região e do seu elevado valor comercial), e também as sementes do pinheiro-brasileiro (Araucaria angustifolia), utilizado e comercializado para fins alimentares. Ressalta-se que, embora as RPPNs abriguem populações do xaxim-bugio (Dicksonia sellowiana), a extração desta espécie não tem sido verificada nos últimos anos na região, provavelmente em decorrência da baixa demanda atual de mercado. Da mesma forma, apesar da existência de diversos exemplares adultos de erva-mate (Ilex paraguariensis) e de seu valor comercial, não se verificou qualquer extração ilegal desta espécie até o momento.

( X ) Espécies em risco de extinção, raras ou endêmicas

Dentre as espécies vegetais identificadas até o momento nas RPPNs, constam da Lista Oficial da Flora Ameaçada de Extinção (Portaria MMA n

o. 443/2014): o pinheiro-brasileiro (Araucaria angustifolia), o

xaxim-bugio (Dicksonia sellowiana), e uma espécie de begônia (Begonia itatinensis). Até o momento não se registrou a presença de espécies vegetais raras ou endêmicas nas RPPNs.

( ) Outros

Observação:

Cabe destacar que, em função da inexistência de um estudo sistemático da vegetação das RPPNs, espera-se que o número de espécies em risco de extinção, raras e endêmicas esteja subestimado. Isto porque espécies pertencentes a estas categorias, e também novas para a ciência, têm sido registradas em formações florestais e rupícolas existentes no entorno imediato das RPPNs (p.ex. Falkenberg, 2003; Giulieti et al., 2009; Zanin et al., 2009; Romão & Kinoshita, 2010; Schneider et al., 2011; Martinelli & Moraes, 2013; Falkenberg, 2014).

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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2.3.3. Flora

Principais Características e Importância

As RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II são completamente recobertas por formações florestais. Estas, por sua vez, resultam da conjunção entre fatores macro e microclimáticos, edáficos e históricos (vide itens anteriores deste diagnóstico), e representam um remanescente de extrema importância no contexto da conservação, especialmente por seu papel na proteção de recursos hídricos (tanto superficiais como subterrâneos), de espécies vegetais ameaçadas, e da biodiversidade associada com ecossistemas reconhecidamente frágeis.

Além de abrigarem espécies pertencentes à formação vegetal predominante na região (floresta ombrófila mista), estas RPPNs diferenciam-se de áreas do entorno por apresentarem componentes vegetacionais característicos de matas nebulares (ou florestas de neblina - Anexo V, Figura 6D)). Este tipo de floresta constitui um hábitat raro e frágil, que concentra excepcional número de espécies e endemismos, além de nascentes e cursos de água, sendo considerado prioritário para a conservação da biodiversidade e de recursos hídricos (Bruijnzeel, 2001; Hostettler, 2002; Falkenberg, 2003; Bubb et al., 2004).

Em função de suas características ecológicas e hidrológicas únicas, e de sua restrita distribuição geográfica (limitada a encostas montanhosas úmidas), as florestas nebulares são particularmente susceptíveis à fragmentação de hábitats e às mudanças climáticas, sendo consideradas como um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta (Aldrich et al., 1997). Sua aparência, estrutura e composição florística são amplamente variáveis e dependentes do relevo e de fatores edáficos, climáticos e altitudinais (Bubb et al., 2004; Marcon et al., 2014).

Dentre as principais características fisionômicas verificadas nas formações florestais das RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II, destacam-se:

- presença de populações bem desenvolvidas do xaxim-bugio (Dicksonia sellowiana): a espécie apresenta densidades elevadas em decorrência da existência de condições edafo-climáticas adequadas, e concentra-se em locais mais úmidos e sombreados das RPPNs, chegando a formar grupamentos monoespecíficos em alguns setores (Anexo V, Figura 6E). O tamanho dos indivíduos é variável, sendo comum a ocorrência de exemplares com altura superior a 5 m (Anexo V, Figura 6F). D. sellowiana desempenha importante papel ecológico em função da capacidade de armazenar água em seu cáudice, de produzir grande quantidade de matéria orgânica, e por ser fundamental para a manutenção da biodiversidade de epífitas, através da disponibilização de micro-hábitats para a fixação destes organismos (Fraga et al., 2008). Atualmente em Santa Catarina, a distribuição da espécie é esparsa e encontra-se restrita a poucas localidades com condições edafo-climáticas adequadas (Mantovani, 2004; Gasper et al., 2011), como é o caso das RPPNs em questão. O crescimento extremamente lento de D. sellowiana, os distúrbios em seu hábitat e os elevados índices de fixação e divergência genética verificados para as suas populações no estado, indicam uma condição crítica para a perpetuação da espécie (que figura na Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção - Portaria MMA no. 443/2014) em seu ambiente natural (Montagna et al., 2012). Neste contexto, as RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II apresentam relevante papel, pois localizam-se em uma das regiões consideradas prioritárias para a conservação de D. sellowiana, em função de conter densidades populacionais elevadas, um dos maiores índices de variabilidade genética, e um reduzido índice de fixação, se comparada com outras áreas do estado (Gasper et al., 2011; Bitencourt, 2012);

- expressiva abundância de epífitas: esta constitui uma das feições mais características das RPPNs e decorre do elevado teor de umidade do ar verificado cotidianamente nestas unidades de conservação. Praticamente a totalidade dos troncos e galhos de árvores e arbustos, e os cáudices de xaxim existentes nas RPPNs apresentam-se recobertos por elevada quantidade e variedade de epífitas (Anexo V, Figuras 6G e 6H), cujos grupos mais representativos são: pteridófitas, orquídeas, bromélias, musgos e liquens (especialmente do gênero Usnea). As epífitas constituem um

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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importante componente da biodiversidade de florestas nebulares e desempenham um relevante papel ecossistêmico. Além de capturar e armazenar água e nutrientes diretamente das nuvens e nevoeiros, e de transferi-los para outros setores do ambiente florestal, a comunidade de epífitas disponibiliza alimento e micro-hábitats para uma grande variedade de insetos, anfíbios, répteis, pássaros e outros animais (Nadkarni, 1985; Hostettler, 2002; Bruijnzeel, 2005; Gotsch et al., 2015). Embora não se tenha efetuado um estudo sistemático das epífitas existentes nas RPPNs, já foi possível identificar algumas espécies (vide 2.3.4. Lista de espécies da flora) e proceder o registro fotográfico de inúmeros morfotipos pertencentes a este componente vegetacional, o que indica a relevância do local para a sua conservação;

- agrupamentos de taquarinhas do gênero Chusquea: popularmente conhecido como cará, este gênero de bambu de colmo sólido é característico de solos higromórficos e pode ser encontrado em diferentes ambientes (Dalmolim, 2013). Nas RPPNs, agrupamentos de Chusquea spp. ocorrem tanto no interior como na borda da floresta, sempre associados a cursos de água e/ou solos saturados. Em função de seu comportamento invasivo, estes agrupamentos costumam ser dominantes em áreas mais alteradas da propriedade (p. ex. em locais onde o gado costumava transitar com mais frequência no passado), dificultando a locomoção através da floresta, uma vez que formam touceiras densas que crescem se entrelaçando com árvores e arbustos. Além de contribuir para a estabilização do solo das encostas mais íngremes, nota-se que Chusquea spp. desempenha um importante papel na proteção das nascentes e margens de rios nas RPPNs;

- ocorrência de Gunnera manicata: conhecida vulgarmente como urtigão-da-serra, G. manicata é característica da região dos Aparados da Serra Geral em Santa Catarina (Falkenberg, 2003) e considerada espécie típica de matas nebulares do planalto sulino (Rambo, 1953 apud Zanin et al., 2009). Ocorre também em algumas regiões do Paraná e Rio Grande do Sul, especialmente em locais rochosos e úmidos, em banhados e margens de rios (Stehmann, 2012). Nas RPPNs, a espécie ocorre em locais pouco sombreados e com substrato permanentemente saturado de água. É especialmente abundante na margem do rio Corvo Branco, em locais de solo raso e pedregoso, onde suas folhas podem atingir 1,5 m de diâmetro (Anexo V, Figura 6B). Embora não tenha sido incluída na Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção, G. manicata inspira cuidados, uma vez que necessita de condições ambientais específicas para sua sobrevivência e que seus hábitats naturais estão sendo amplamente afetados por ações antrópicas (Stehmann, 2012); e

- presença de Araucaria angustifolia: popularmente conhecida como pinheiro-brasileiro, esta espécie é um dos principais componentes da floresta ombrófila mista, e constitui uma importante fonte de alimento para seres humanos e fauna silvestre, pois produz sementes ricas em reservas energéticas: o pinhão (Coradin et al., 2011). Nas RPPNs, A. angustifolia encontra-se representada por um número reduzido de indivíduos adultos (se comparada com outras regiões do município), geralmente observados próximo da borda florestal (Anexo V, Figura 6A), e cujo DAP (diâmetro a altura do peito) raramente ultrapassa 30 cm. A baixa representatividade de espécimes adultos de A. angustifolia nas RPPNs resulta, provavelmente, da história pretérita de exploração madeireira na região (vide 2.3.1. Formação e estágio sucessional). Entretanto, a presença de plântulas e indivíduos jovens em locais menos sombreados no interior da floresta demonstra a capacidade de recuperação da espécie no local, fato de extrema importância, uma vez que A. angustifolia está diagnosticada como ameaçada de extinção (Portaria MMA no. 443/2014).

Cabe ainda destacar, a presença frequente de erva-mate (Ilex paraguariensis), casca-d’anta (Drymis brasiliensis e D. angustifolia), goiaba-serrana (Acca sellowiana), gramimunha (Weinmannia humilis), ipê-amarelo (Handroanthus albus), ingá (Inga sp.), bracatinga (Mimosa scabrella), arbustos dos gêneros Myrceugenia, Myrcia, Myrciaria, Siphoneugena, Miconia e Leandra, e de espécies escandentes como o brinco-de-princesa (Fuchsia regia), a amora-do-mato (Rubus sellowii) e begônias terrestres (Begonia spp.) nas formações florestais das RPPNs (Anexo I, Tabela 1).

Pelo exposto, e considerando que: a) a região dos Aparados da Serra Geral Catarinense (que compreende a área ocupada pelas RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II) é caracterizada por uma incomum concentração de endemismo, raridade e riqueza de espécies (Falkenberg, 2003); b)

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espécies novas para a ciência têm sido descritas no entorno das RPPNs (Romão & Kinoshita, 2010; Schneider et al., 2011; Falkenberg, 2014 ); c) uma das estratégias sugeridas para a conservação de matas nebulares e de outros ecossistemas existentes na região dos Aparados consiste na preservação de um número elevado de pequenas áreas através da criação de RPPNs (Falkenberg, 2003); e d) a efetividade desta estratégia depende da preservação de fragmentos ecologicamente significativos, conclui-se que o levantamento florístico das formações florestais que compõem as RPPNs deve constituir uma das prioridades de pesquisa destas unidades de conservação, de modo a ampliar o conhecimento sobre a biodiversidade vegetal efetivamente protegida pelas mesmas. Neste sentido, ressalta-se que o registro das florações e frutificações das espécies vegetais tem sido efetuado sistematicamente pelos proprietários para facilitar sua identificação futura.

2.3.4. Lista das espécies da flora

As espécies da flora, registradas até o presente momento nas RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II, constam do Anexo I deste plano de manejo (Tabela 1).

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2.4. FAUNA

Principais Características e Importância

Apesar das ações antrópicas estabelecidas historicamente na região serrana de Santa Catarina, o município de Urubici ainda conta com cobertura florestal expressiva (Buratto et al., 2010). Além disso, a região é formada por um mosaico de campos de altitude entremeados por florestas de araucária, matas nebulares e afloramentos rochosos de origem sedimentar e vulcânica que, associados com o clima peculiar da região, as variações altitudinais e uma grande disponibilidade de recursos hídricos, possibilita a manutenção de uma elevada diversidade faunística, com presença de espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção (Cherem et al., 2004; Boldrini, 2009; Almond, 2013; Sevegnani et al., 2013).

Especificamente no que se refere às RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II, é possível apresentar informações sobre os seguintes grupos faunísticos:

- Mamíferos

Entre janeiro/2010 e agosto/2015, registros sobre a mastofauna do imóvel Recanto Portal das Nascentes e suas imediações foram obtidos pelos proprietários: a) com duas armadilhas fotográficas Tigrinus (modelos 6.0D - em operação desde janeiro/2011, e 6.1D - em operação desde abril/2013), instaladas nas RPPNs e em outras áreas florestadas do imóvel; b) por avistagens ocasionais efetuadas na propriedade Recanto Portal das Nascentes como um todo e ao longo da rodovia que a margeia, entre os kms 98+660 e 101+740 (o qual foi percorrido a intervalos que variaram de quinzenal a mensal entre março e dezembro, e semanais entre os meses de janeiro e fevereiro dos anos de 2010 a 2014); e c) a partir da verificação de rastros obtidos na mesma área citada no item anterior. Ressalta-se que, embora pequenos roedores da família Cricetidae sejam comumente observados na área de estudo (tanto na área florestada como de campo), este grupo não foi considerado no presente documento, uma vez que os métodos de coleta utilizados não permitem identificar adequadamente as espécies desta família (Reis et al., 2010).

Os dados obtidos revelaram a presença de pelo menos 16 espécies de mamíferos silvestres na localidade, sendo que alguns constam na Lista Nacional da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Portaria MMA no. 444, 17/12/2014), como Puma concolor, Leopardus tigrinus e L. wiedii (Anexo II, Tabela 1). Cabe também destacar a presença de indivíduos do gênero Mazama, já que a maioria das populações de cervídeos brasileiros encontra-se em declínio (Duarte & Reis, 2012), sendo que quatro das oito espécies existentes no território nacional são consideradas vulneráveis na atualidade (Portaria MMA no. 444, 17/12/2014).

As seguintes espécies foram registradas com maior frequência ao longo do período de estudo: Cerdocyon thous, Eira barbara, Nasua nasua, Leopardus spp., Dasypus novencynctus, Mazama spp. e a espécie exótica Lepus europeus. Excetuando E. barbara, N. nasua, Procyon cancrivorus, Cavia sp. e L. europeus, os demais táxons identificados foram registrados preferencialmente entre 17:30h da tarde e 07:30h da manhã, demonstrando que tais espécies possuem hábitos preferencialmente noturnos e/ou crepusculares.

Cabe ainda destacar que a maioria das espécies registradas costuma efetuar a travessia da rodovia que margeia a propriedade, sendo que 10 delas utilizam as imediações do rio Corvo Branco para este fim, com destaque para P. concolor, Leopardus spp., C. thous, E. barbara e P. cancrivorus. Tal fato revela a importância deste curso de água como um corredor natural para a fauna silvestre da região e destaca a necessidade de se implantar estratégias que consolidem sua efetividade e que favoreçam o fluxo seguro dos animais pelo local. Sobretudo considerando que este rio conecta fisicamente as RPPNs Portal das Nascentes, Portal das Nascentes II e Corvo Branco (vide 2.8. Recursos hídricos).

De acordo com informações obtidas com o proprietário anterior do imóvel e com moradores locais, as imediações da Serra do Corvo Branco, onde localizam-se as RPPNs, era densamente povoada por pacas (Cuniculus paca) no passado. Também se verificava no local a presença de

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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grupos do macaco-bugio (Alouatta guariba) e de cutias (Dasyprocta azarae). Entretanto, em função do uso histórico da região como área de caça, atualmente as duas primeiras espécies parecem estar localmente extintas, enquanto a última parece ter sofrido drástica redução populacional, já que foi registrada apenas em duas ocasiões ao longo do período de estudo.

Pelo exposto, torna-se possível inferir que a área ocupada pelas RPPNs objeto deste plano de manejo abriga uma elevada variedade de mamíferos de pequeno a grande porte e inclui, além de espécies ameaçadas de extinção, predadores de topo que indicam a existência de integridade ambiental no local, demonstrando sua importância para a conservação da mastofauna. Outrossim, acredita-se que as ações de proteção e fiscalização implantadas nas RPPNs serão fundamentais para promover o restabelecimento das populações de C. paca, A. guariba e D. azarae no futuro.

- Aves

Observações rotineiras efetuadas pelos proprietários, entre janeiro/2009 e agosto/2015, no imóvel Recanto Portal das Nascentes (especialmente na borda florestal das RPPNs e na área de campo da propriedade) permitiram identificar um total de 69 espécies de pássaros, pertencentes a 18 ordens e 33 famílias (Anexo II, Tabela 2), sendo que duas delas integram a Lista Nacional da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Portaria MMA no. 444, 17/12/2014). São elas: a noivinha-de-rabo-preto (Xolmis dominicana) e o caboclinho-de-barriga-vermelha (Sporophila hypoxantha).

Merecem também destaque: a) o urubu-rei (Sarcoramphus papa) que, embora não conste oficialmente como ameaçado de extinção, inspira cuidados por ser uma espécie rara em Santa Catarina e cujo hábitat vem sendo amplamente afetado por atividades antrópicas (Tortato & Rupp, 2007); e b) a araponga (Procnias nudicollis) que consta como vulnerável na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, 2015).

Dentre as espécies características das formações florestais existentes na região, e residentes no local, destacam-se: gralha-azul (Cyanocorax caeruleus), pica-pau-do-campo (Colaptes campestres), jacuaçu (Penelope obscura), saracura-do-mato (Aramides saracura), tico-tico (Zonotrichia capensis), tiriba-de-testa-vermelha (Pyrrhura frontalis), sanhaço-frade (Stephanophorus diadematus), corujinha-do-sul (Megascops sanctaecatarinae) e inhambuguaçu (Chrypturellus obsoletus), sendo que muitas delas utilizam o local para alimentação e nidificação.

Algumas espécies são sazonais, ocorrendo apenas durante a primavera e verão (p. ex. Notiochelidon cyanoleuca, Amazonetta brasiliensis, Sporophila caerulescens, Turdus subalaris, Tyrannus savana), enquanto outras ocorrem apenas ocasionalmente, independentemente da época do ano (p. ex. Cacicus chrysopterus, Mackenziaena leachii, Pipraeidea melanonota, Columbina picui, Spizaetus tyrannus).

Importante destacar que a avifauna verificada até o presente momento na área das RPPNs e seus arredores corresponde a cerca de 31% da totalidade de espécies de pássaros registrada para os Campos do Planalto das Araucárias, onde 26 pontos amostrais distribuídos em ambientes de campo, banhado e floresta foram estudados (Fontana et al., 2009). Assim, mesmo considerando que o interior do ambiente florestal ainda encontra-se sub-amostrado, tal fato indica que estas unidades de conservação colaboram expressivamente para a preservação deste grupo faunístico.

Os demais representantes da fauna não foram submetidos a estudos sistemáticos ou observações rotineiras até o presente momento. Entretanto, cabe comentar que: a) duas espécies de crustáceos anomuros do gênero Aegla foram coletadas nos cursos de água das RPPNs, sendo uma delas nova para a ciência (com. pess. Dra. Georgina Bond-Buckup, UFRGS); b) um total de 43 morfotipos de insetos foi registrado no local, sendo uma espécie nova de coleóptero do gênero Stenochironomus e um gênero novo de inseto para a ciência (com. pess. Dr. Luiz Carlos Pinho, ECZ-UFSC); e c) três espécies de anfíbios e répteis onufídeos foram registradas em encontros acidentais.

Diante do exposto, e considerando que: a) as RPPNs apresentam um ambiente caracteristicamente úmido, ombrófilo e composto por inúmeros micro-habitats que favorecem a ocorrência de anfíbios; b) muitas espécies de anuros são endêmicas de ambientes montanhosos florestados no Brasil, e que este grupo faunístico tem sofrido declínios populacionais intensos e extinções locais de espécies, estando

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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amplamente ameaçado em nível mundial (Haddad et al., 2008; Kwet et al., 2010; c) a macrofauna e ictiofauna limníca da região apresenta elevado grau de endemismo e diversidade (Boldrini, 2009); e d) as RPPNs possuem inúmeros cursos de água bem preservados, que propiciam o estabelecimento destes grupos; conclui-se que levantamentos faunísticos e estudos ecológicos da fauna límnica e de anfíbios anuros devem constituir prioridades de pesquisa nestas unidades de conservação.

2.4.1. Lista das espécies da fauna

As espécies da fauna registradas até o presente momento nas RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II, constam do Anexo II deste plano de manejo (Tabelas 1 a 5).

2.5. FUNGOS

Principais Características e Importância

O Reino Fungi constitui um dos grupos mais diversos de seres vivos do planeta, sendo composto por organismos essencialmente heterótrofos, que podem: apresentar tamanho, cor, forma e ciclos de vida extremamente variáveis; viver como sapróbios, parasitas ou simbiontes; e habitar diversos tipos de substratos (orgânicos e inorgânicos) em ecossistemas terrestres e aquáticos (Carlile et al., 2001).

Estes organismos desempenham papéis ecológicos importantes, sobretudo em ecossistemas florestais onde figuram como decompositores, sendo um dos principais responsáveis pela ciclagem de nutrientes e pelo estabelecimento de relações mutualísticas essenciais para o funcionamento de determinados processos sistêmicos (Maia et al., 2005). Apesar disso, o conhecimento sobre o grupo é ainda escasso e fragmentado, o que dificulta a proposição de planos de manejo destinados a sua conservação (Dreschler-Santos, 2005).

Nas RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II, a presença de fungos macroscópicos constitui uma das feições mais conspícuas do ambiente florestal e decorre, provavelmente, da elevada oferta de matéria orgânica e de umidade existente no local. Registros fotográficos efetuados pelos proprietários, entre 2009 e 2015, permitiram identificar, pelo menos, 58 morfotipos de fungos macroscópicos pertencentes ao filo Basidiomycota. Sua presença esteve associada a diferentes tipos de substrato (p. ex. madeira viva e morta, solo florestal, fezes de animais, etc.) e foi caracterizada pela maior ocorrência de espécies raras (observadas uma única vez).

Se comparada com outros estudos realizados em formações florestais de Santa Catarina, a riqueza de espécies (morfotipos) de macrofungos verificada nas RPPNs é expressiva (Michels, 2006; Campos-Santana et al., 2007; Gutjahr, 2010). Assim, e considerando que: a) a ampliação do conhecimento sobre a diversidade do Reino Fungi é essencial para o planejamento de estratégias de conservação do grupo; e b) florestas úmidas podem servir como refúgios para a esporulação de fungos basiomicetos e costumam abrigar elevada diversidade do grupo (Nunez, 1996 apud Baltazar, 2010), conclui-se que o levantamento das espécies de fungos deve constituir uma prioridade de pesquisa nas RPPNs.

2.5.1. Lista das espécies do Reino Fungi

As espécies de fungos, registradas até o presente momento nas RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II, constam do Anexo II deste plano de manejo (Tabela 6).

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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2.6. RELEVO

Tipos (Predominante) Principais Características

( ) Planaltos

( X ) Montanhas As RPPNs localizam-se na porção inferior e intermediária de uma encosta montanhosa orientada, em sua maior parte, para sudoeste (Anexo V, Figura 1A). O relevo desta encosta é resultado de processos erosivos recentes, que têm como principais agentes modeladores a ação de cursos de água e o movimento de massas. Observa-se no local a presença de um terreno fortemente acidentado, composto por áreas elevadas intercaladas com grotas profundas, escavadas pela ação da água e orientadas em sentido aproximadamente perpendicular à encosta montanhosa.

( ) Depressões

( ) Planícies

( ) Outros

Observação:

Sem observações adicionais.

2.7. ESPELEOLOGIA (CAVIDADES NATURAIS)

Tipo de Cavidade Nome (opcional) Principais

características

Ponto de Coordenada Geográfica

(localização)

( ) Caverna

( ) Gruta

( ) Lapa

( ) Furna

( ) Toca

( ) Abrigo sobre Rochas

( ) Abismo

( ) Outros

( X ) Não possui nenhum tipo de cavidade

Observação:

Sem observações adicionais.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

25

2.8. RECURSOS HÍDRICOS

Recursos hídricos Nome (opcional) Principais Características

( X ) Rio\córrego Rio Corvo Branco Também conhecido localmente como Arroio da Casa de Pedra, este rio margeia parte da RPPN Portal das Nascentes (na qual ingressa em alguns trechos), e toda a porção sul da RPPN Portal das Nascentes II. Neste trecho (que compreende cerca de 225m de extensão), o rio Corvo Branco apresenta profundidade reduzida (0,20 – 1,50m) e largura variável entre 3 e 10m.

Depois de nascer nos campos de cima da serra, em uma propriedade vizinha e nas proximidades do Parque Nacional de São Joaquim, este rio percorre a RPPN Corvo Branco antes de ingressar nas RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II. Ou seja, este curso de água constitui um potencial e importante corredor ecológico entre estas unidades de conservação.

Por outro lado, em períodos de precipitação intensa, o rio Corvo Branco costuma sair de sua calha e tem sua turbidez aumentada, em decorrência da lixiviação do leito de terra da rodovia SC-370, que é atravessada por este rio.

( X ) Riacho\Igarapé Ribeirão da Serra Este curso de água nasce no interior na propriedade e margeia parte da porção sul da RPPN Portal das Nascentes (na qual ingressa em alguns trechos), antes de desaguar no rio Corvo Branco. Possui mata ciliar ao longo de todo o seu trajeto, e se desenvolve em ambiente sempre sombreado. Caracteriza-se por apresentar profundidade reduzida (0,10 - 1m) e largura variável entre 1 e 5 m.

O Ribeirão da Serra recebe o aporte de diversos cursos de água natural em suas duas margens. Os cursos que deságuam em sua margem esquerda provêm de propriedades vizinhas e atravessam a rodovia SC-370 antes de ingressarem na propriedade. Como resultado, a qualidade de sua água pode ser amplamente afetada pelas atividades desenvolvidas na rodovia. Atualmente, este curso de água sofre aumento de turbidez durante eventos de precipitação intensa, em decorrência da lixiviação do leito de terra da rodovia.

Além deste, existem outros inúmeros pequenos cursos de água (de primeira e segunda ordem) que nascem e se desenvolvem através das RPPNs, desaguando no Ribeirão da Serra ou no rio Corvo Branco pelas suas margens direitas. Estes não foram totalmente nominados e suas características (p. ex. profundidade, largura, declividade, vazão, sinuosidade, etc.) são amplamente variáveis.

( X ) Nascentes\Olho d’água

__________ As RPPNs em questão caracterizam-se pela presença de inúmeras nascentes, não cabendo aqui nominá-las. Tratam-se tanto de nascentes pontuais como difusas, geralmente localizadas em regiões de contato entre as formações Rio do Rasto e Arenito Botucatu, em áreas de afloramento deste último, e em encostas declivosas onde o lençol freático intercepta tangencialmente o relevo. A maioria é perene, enquanto outras possuem caráter intermitente, estando estas últimas limitadas a períodos de maior precipitação.

( ) Lago

( ) Lagoa natural

( ) Lagoa artificial

( ) Cachoeira

( ) Banhado

( ) Açude

( ) Represa

( ) Bacia hidrográfica

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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( X ) Aquíferos subterrâneos

Aquífero Guarani O Sistema Aquífero Guarani é considerado um dos maiores reservatórios de água doce do mundo e caracteriza-se por ser um manancial subterrâneo transfronteiriço (Ribeiro, 2008; Curtareli et al., 2010). Seus afloramentos são considerados áreas muito frágeis, onde o risco de contaminação das águas subterrâneas é facilitado, sendo essencial sua proteção e conservação (Koehler, 2009).

Como citado no item 2.2 deste diagnóstico, as RPPNs encontram-se totalmente inseridas em uma região de potencial carga/descarga do Aquífero Guarani. E merecem destaque por localizarem-se em áreas de cabeceira de drenagem, e por estarem associadas a encostas revestidas por formações florestais, onde existem condições mais propícias à infiltração das águas superficiais no aquífero (Koehler, 2009). Ou seja, a conservação da vegetação, do solo e dos recursos hídricos superficiais existentes nestas RPPNs é essencial à manutenção da qualidade deste manancial subterrâneo.

Observação:

Os recursos hídricos existentes nas RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II constituem um de seus maiores atributos ecológicos (Anexo V, Figura 7).

Estas RPPNs estão contidas em uma região de afloramento do Aquífero Guarani (Koehler, 2009) e localizam-se próximo do divisor de águas entre os dois grandes sistemas de drenagem de Santa Catarina: a vertente do Atlântico (formada por um conjunto de bacias isoladas) e a vertente do interior (comandada pela bacia do Prata) (Santa Catarina, 1991). As águas que nascem e/ou percorrem as RPPNs contribuem para o abastecimento desta última vertente, especificamente através da bacia hidrográfica do rio Canoas, localizado a cerca de 1,5 km a jusante destas unidades de conservação, e considerado um importante manancial superficial de água para a região (Silva, 2010).

A elevada quantidade de nascentes e pequenos cursos de água existentes no interior das RPPNs é ocasionada pela combinação dos seguintes fatores: a) altos índices de precipitação local; b) existência de afloramentos da formação Arenito Botucatu, e de zonas de contato entre esta e a formação Rio do Rasto (vide 2.2. Características geológicas e edáficas); e c) existência de suprimento extra de água, propiciado pela vegetação da floresta nebular presente no local, que possui a capacidade de absorver e armazenar a umidade das nuvens/nevoeiros, disponibilizando-a para o ecossistema e favorecendo a existência de nascentes e cursos de água com fluxo estável ao longo do tempo (Nadkarni, 1985; Brujinzeel & Hamilton, 2000; Gotsch et al., 2015).

A maioria dos cursos de água flui do interior das RPPNs em direção ao Rio Canoas. Assim, em função de se tratar de uma região de cabeceira, e de estarem, em sua maioria, completamente contidos nestas unidades de conservação, estes remanescentes superficiais de água sofrem pouca ou nenhuma interferência externa. Por isso, apresentam bom estado de conservação, além de serem dotados de notável beleza cênica. Caracterizam-se pela presença de remansos e pequenas corredeiras, com substrato predominantemente pedregoso e algumas áreas de fundo inconsolidado, largura, profundidade, sinuosidade e declividade variáveis, o que confere grande diversidade de micro-hábitats para a fauna límnica (FISRWG, 1998). Constituem um dos principais agentes de conformação do relevo, contribuindo para a complexidade ambiental existente nas RPPNs, e representam uma potencial e importante fonte de água e alimento para a fauna silvestre.

Neste contexto, e considerando a reconhecida importância dos recursos hídricos para o funcionamento dos ecossistemas florestais (Puig, 2008), especialmente em matas nebulares, onde a água está intimamente relacionada com a manutenção da biodiversidade e dos processos ecológicos (Bubb et al., 2004), resolve-se que as pesquisas desenvolvidas nas RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II terão como um de seus principais objetivos compreender o papel da água nos processos ecológicos do ecossistema florestal aí existente.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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2.9. ASPECTOS CULTURAIS OU HISTÓRICOS (PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL)

Atributos Nome (opcional) Principais

características

Ponto de Coordenada Geográfica

(localização)

( ) Ruínas históricas

( ) Muros históricos

( ) Igreja

( ) Cemitério

( ) Práticas místicas e religiosas e outras manifestações culturais

( ) Inscrições rupestres

( ) Abrigos sob rochas

( ) Casas subterrâneas

( ) Urnas de sepultamento

( ) Sítios arqueológicos

( ) Outros

( X ) Não possui nenhum tipo de atributo

Observação:

Embora até o presente momento não se tenha detectado nenhum dos atributos acima descritos nas RPPNs objeto deste plano de manejo, não é possível desconsiderar a possibilidade de sua presença, especialmente de atributos arqueológicos. Isto porque:

a) o município de Urubici apresenta grande importância no contexto arqueológico do estado de Santa Catarina (Lucas, 1996). Possui um total de 104 sítios mapeados, cujo adensamento e diversidade (p. ex. abrigos sob rocha, casas subterrâneas, montículos, sepultamentos, inscrições rupestres, oficinas líticas, etc.) refletem um processo de pelo menos 2.000 anos de história (Corteletti, 2012), e sugerem a presença de grupos humanos de culturas bastante diversas ao longo do tempo na região (Buratto et al., 2010; Scunderlick et al., 2010);

b) um destes sítios localiza-se em uma propriedade vizinha e dista apenas 700 m das RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II. Trata-se de um abrigo sob rocha denominado Casa de Pedra, que contém inscrições rupestres em seu interior (Rohr, 1971), e cuja data de ocupação remonta cerca de 1.040 anos antes do presente (Piazza, 1966); e

c) a coleta de material lítico por moradores de propriedades vizinhas (localidade do Canudo e imediações da Serra do Corvo Branco) (Corteletti, 2012), e por nós na área produtiva da propriedade Recanto Portal das Nascentes, indica a possível presença de sítios arqueológicos no local.

Assim, é possível que estudos futuros possam revelar atributos culturais e históricos nas RPPNs em questão.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

28

2.10. INFRAESTRUTURA EXISTENTE NAS RPPNs

Infraestrutura Existe na RPPN Qdade Estado de

Conservação Principais características

Aceiro ( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Alojamento para pesquisadores

( ) Sim ( X ) Não ( ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Alojamento para visitantes ( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Área de acampamento ( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Auditório ( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Instalação sanitária ( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Casa do proprietário ( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Casa do caseiro ( ) Sim ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Camping ( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Centro de visitantes ( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Cerca ( X ) Sim ( ) Não ( ) Não se aplica

01 ( X ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Cerca de arame (3 fios), construída no limite noroeste da RPPN Portal das Nascentes II, onde esta confronta com propriedade vizinha. Neste local, o risco de ingresso indevido de animais de criação e de pessoas é elevado. Os demais limites das RPPNs não são cercados, pois confrontam com a propriedade que as abriga.

Estrada ( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Guarita ( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Hotel / Pousada ( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Lanchonete / Cafeteria ( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Loja de souvenir / Conveniência

( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Mirante ( ) Sim ( ) Bom

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Regular ( ) Ruim

Museu ( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Passarela suspensa ( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Ponte ( ) Sim ( X ) Não ( ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Portaria ( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Restaurante ( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Sinalização indicativa ou informativa

( X ) Sim ( ) Não ( ) Não se aplica

06 ( X ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

As RPPNs dispõe de placas indicativas, contendo as ações que não devem ser praticadas em seu interior. Estas foram dispostas nos limites destas unidades de conservação, em áreas com maior suscetibilidade ao ingresso indevido de terceiros.

Sinalização interpretativa ( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Sede administrativa ( ) Sim ( X ) Não ( ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Torre de observação ( ) Sim ( X ) Não ( ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Trilhas ( X ) Sim ( ) Não ( ) Não se aplica

04 ( X ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

As RPPNs possuem trilhas destinadas a fiscalização, monitoramento e realização de pesquisas. Foram constituídas pelos proprietários, aproveitando antigos caminhos de gado, sem necessidade de supressão de qualquer espécie arbórea já estabelecida. Possuem largura máxima de 1,5m, e foram instituídas na submata, sem alteração do dossel florestal. Sua disposição permite o deslocamento para as extremidades das RPPNs, a partir da sede da propriedade.

Outros

( ) Sim ( X ) Não ( ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Não possui infraestrutura na RPPN

( ) Sim ( X ) Não ( ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Observação:

Prevê-se a ampliação da estrutura física atualmente existente nas RPPNs (Figura 3), especialmente de edificações e instalações destinadas às atividades administrativas e de pesquisa nestas unidades de conservação. Destaca-se a implantação de uma Zona Administrativa (a ser construída na RPPN Portal das Nascentes, para atendimento às demandas das duas RPPNs – vide Programa de Administração) e de novas trilhas destinadas a realização de pesquisa e fiscalização.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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Cabe ainda destacar que parte da infraestrutura necessária à proteção das RPPNs encontra-se instalada em área externa à estas unidades de conservação, sendo essenciais ao seu manejo, como descrito a seguir:

- sinalização: as RPPNs possuem dois modelos de sinalização (Anexo V, Figura 3): a) placas instaladas nos limites das RPPNs – descritas na tabela acima; e b) placas instaladas no limite da área produtiva da propriedade com a rodovia SC-370 (em área externa às RPPNs), totalizando 04 unidades. Esta última contém o nome da propriedade, das RPPNs e seus objetivos, e têm a finalidade de dar ciência da existência das unidades de conservação no local para aqueles que transitam pela rodovia. A rodovia SC-370 constitui uma importante ligação entre a serra e o litoral catarinense, sendo a única via pela qual se pode acessar o local com veículos automotores. Por isso, a possibilidade de ingresso indevido de pessoas nas RPPNs a partir desta rodovia é elevado, o que exige a implantação de medidas de proteção, a exemplo das placas de sinalização;

- construção de cercas: o cercamento da propriedade constitui um item essencial para a proteção das RPPNs. Este foi efetuado após a aquisição do imóvel (Anexo V, Figuras 1B e 1C) e tem coibido a prática de atividades nocivas ao meio ambiente, e que eram anteriormente comuns no local em função do livre acesso (p. ex. caça, coleta ilegal de espécies vegetais, risco de incêndios causado pelo uso recreativo das margens dos rios e da rodovia por populares, e deposição de lixo). Especialmente, nos seguintes locais: a) limite entre a área produtiva do imóvel e a propriedade vizinha; e b) limite entre a área produtiva do imóvel e a rodovia SC-370, uma vez que estas constituem as áreas com maior suscetibilidade ao ingresso indevido de animais de criação e de pessoas nas unidades de conservação. O seguinte modelo foi adotado: cerca com 4 fios, sendo os 3 superiores farpados (com intervalo de 20 cm entre si), e o inferior liso com distanciamento superior aos demais em relação ao solo, de modo a permitir o trânsito seguro de animais silvestres; e

- trilha de fiscalização: a extremidade leste da RPPN Portal das Nascentes é acessada, para fins de pesquisa e fiscalização, por uma trilha que se desenvolve (em sua maior parte) através da Reserva Legal da propriedade. Esta trilha foi estabelecida segundo os mesmos critérios descritos na tabela acima, porém sua localização foi definida de modo a evitar impactos por pisoteio no solo da RPPN. Isto porque esta trilha exige maior frequência de uso por parte dos proprietários pois, além de ser usada para a fiscalização da RPPN Portal das Nascentes (Figura 3), conduz a uma área produtiva existente na porção leste do imóvel.

RPPN Portal das Nascentes

Placas de sinalização

Cerca

Trilhas

1

2

3

4

5

Figura 3. Localização aproximada da estrutura física atualmente existente nas RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II, Urubici-SC. Onde: 5 – trilha de fiscalização que, em sua maior parte, se desenvolve em área externa às RPPNs.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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2.11. EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS

Equipamentos ou serviços Existe na RPPN Qdade Estado de

Conservação Principais características

Sistemas de radio comunicação ( X ) Sim ( ) Não ( ) Não se aplica

01 ( X ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

par de rádios Motorola (modelo T525), utilizado nos trabalhos de monitoramento e fiscalização das RPPNs

Sistema telefônico ( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Rede de esgoto ( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Equipamento de primeiros socorros

( X ) Sim ( ) Não ( ) Não se aplica

01 ( X ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

kit composto por: material para curativos; bandagens, substâncias para assepsia de ferimentos; e pomadas para contusão.

Equipamento de proteção (fiscalização)

( X ) Sim ( ) Não ( ) Não se aplica

02 ( X ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

facões; botas de cano longo; capas de chuva; pares de perneiras protetoras contra picada de cobra.

Equipamento de combate ao fogo

( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Equipamento para apoio a pesquisa

( X ) Sim ( ) Não ( ) Não se aplica

02

01

01

01

01

01

( X ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

armadilha fotográfica Tigrinus (modelos 6.0D e 6.1D) para monitoramento de mastofauna;

rede de arrasto (tipo D) para coleta de macroinvertebrados bentônicos de cursos de água;

binóculo Pentax (8x24) p/ observação de avifauna e outras feições no interior da floresta;

binóculo Nikon (10-22 x 50) p/ observação de avifauna e outras feições em áreas abertas; também utilizado em ações de fiscalização e monitoramento;

câmera fotográfica Canon EOS Rebel T3i para registro de características abióticas e espécimes da flora e fauna; GPS de mão, Garmin, 12 XL, para localizar pontos de amostragem e mapear feições de interesse para pesquisa, bem como nos trabalhos de fiscalização e monitoramento das UC’s.

Veiculo Terrestre ( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Veiculo Aquático ( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

32

Veiculo Aéreo ( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Tirolesa ( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Teleférico ( ) Sim ( ) Não ( X ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Sem equipamento e serviços disponíveis na RPPN

( ) Sim ( X ) Não ( ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Outros

( ) Sim ( X ) Não ( ) Não se aplica

( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Observação:

Em função da localização geográfica das RPPNs em relação ao seu entorno e das susceptibilidades existentes no local, os trabalhos de fiscalização e monitoramento incluem tanto à área destas unidades de conservação como também os limites externos da propriedade que as abriga. Neste contexto, cabe destacar que: embora os trabalhos de vistoria e fiscalização no interior destas unidades de conservação sejam efetuados percorrendo o terreno a pé (em função das características acidentadas do relevo e da inexistência de estradas), são utilizados no monitoramento da área externa da propriedade tanto os cavalos criados no local, como também o carro particular dos proprietários, que é devidamente identificado para este fim (Anexo V, Figura 8A).

A totalidade dos equipamentos obtidos até o presente momento foi adquirida com recursos próprios, porém não se descarta a possibilidade de se utilizar recursos advindos de parcerias e/ou projetos para este fim.

Em curto e médio prazo, prevê-se a ampliação de equipamentos de apoio à pesquisa, especialmente: uma estação meteorológica e um estereomicroscópio.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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2.12. AMEAÇAS OU IMPACTOS NAS RPPNs

Nº AMEAÇAS OU

IMPACTOS PRESENÇA OU OCORRÊNCIA

GRAU DE INTERFERÊNCIA

ATIVIDADES DE PROTEÇÃO IMPLANTADAS

1 Presença ou acesso de animais na RPPN

( X ) Domésticos/Estimação ( ) Invasores/Exóticos ( X ) Criação (bovinos,

caprinos, equinos, ovinos, etc.)

( ) Nenhuma presença ou ocorrência

( ) Outros

( ) Alta ( ) Média ( X ) Baixa

( ) Isolamento / Cercamento da RPPN

( ) Sinalização alertando sobre danos causado por animais domésticos ou estimação na RPPN

( X ) Retirada de animais de criação na área da RPPN

( ) Nenhuma atividade implantada

( X ) Outros – isolamento/cercamento da propriedade

2 Áreas degradadas ( ) Erosão (laminar, sulcos ou voçorocas) dentro da RPPN

( X ) Erosão (laminar, sulcos ou voçorocas) no entorno da RPPN, dentro da propriedade, que prejudique de alguma forma a integridade ambiental da reserva.

( ) Áreas degradadas dentro da RPPN

( ) Nenhuma ocorrência ( ) Outros

( ) Alta ( ) Média ( ) Baixa ( X ) vide observações

( ) Recuperação da área afetada pela erosão. ( X ) Recuperação da área afetada pela erosão no entorno da RPPN, dentro da propriedade. ( ) Recuperação da área degradada, que não seja erosão. ( ) Nenhuma atividade

implantada ( ) Outros

3 Acesso indevido de terceiros

( X ) Caça, apanha ou captura da fauna

( ) Pesca ( X ) Extração de vegetais ( ) Retirada de vegetação ( ) Deposito de lixo no

interior da RPPN ( ) Acesso ou circulação

indevida de terceiros, pessoas estranhas ou não autorizadas pelo proprietário da RPPN

( ) Invasão (grilagem / assentamento)

( ) Nenhuma presença ou ocorrência

( ) Outros

( ) Alta ( ) Média ( X ) Baixa

( X ) Sinalização contra entrada de terceiros não autorizados na RPPN ( X ) Sinalização contra caça, pesca, retirada de vegetais... ( ) Vigilância na área da RPPN ( X ) Rondas periódicas na RPPN ( ) Nenhuma atividade

implantada ( X ) Outros –

isolamento/cercamento da propriedade

4 Ocorrência de Fogo

( ) Ocorrência de fogo iniciado no interior da RPPN nos últimos 2 anos, provocado pelo homem ou por causas naturais

( ) Ocorrência de fogo iniciado na vizinhança

( ) Alta ( ) Média ( ) Baixa

( ) Abertura e manutenção de aceiro ( ) Formação de brigadas de combate ao fogo ( ) Sinalização contra o fogo ( ) Campanha de conscientização contra o fogo ( ) Nenhuma atividade

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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ou entorno imediato da RPPN nos últimos 2 anos, provocado pelo homem ou por causas naturais.

( X ) Nenhuma ocorrência ( ) Outros

implantada ( ) Outros

5 Superpopulações de espécies dominantes ou presença de espécies com potencial invasor

( ) Ocorrência de espécies vegetais exóticas regenerando-se espontaneamente.

( X ) Ocorrência de espécies animais exóticos reproduzindo-se espontaneamente.

( ) Ocorrência de espécies nativas da flora ou fauna que ocorram em grande quantidade formando superpopulações, ou seja, espécies que estejam dominando (superdominantes) a área ao ponto de prejudicarem as demais espécies.

( ) Nenhuma presença ou ocorrência

( ) Outros

( ) Alta ( ) Média ( ) Baixa

( X ) vide observações

( ) Controle ou erradicação de espécies da flora (superpopulações, dominantes e invasoras) ( ) Controle ou erradicação de espécies da fauna (superpopulações, dominantes e invasoras) ( ) Controle das superpopulações das espécies dominantes. ( ) Controle ou erradicação das espécies exóticas invasoras ( ) Nenhuma atividade

implantada ( X ) Outros – vide observações

6 Ameaça externa que prejudique de alguma forma a integridade ambiental da reserva

( ) Centrais Hidrelétricas ( ) Rede de transmissão

elétrica ( ) Estradas no interior da

RPPN ( X ) Estradas ou rodovias

no entorno da RPPN ( ) Gasoduto ( ) Mineração/Garimpo ( X ) Lixo no entorno da

RPPN ( X ) Poluição dos cursos

d´água ( ) Nenhuma ocorrência ( X ) Outros – poluição

sonora

( ) Alta ( ) Média ( ) Baixa ( X ) vide

observações

( ) Nenhuma atividade implantada

( X ) Outros – vide observações

Observação:

1. Quanto à presença ou acesso de animais nas RPPNs, ressalta-se que:

a) o ingresso de gado bovino nas RPPNs constitui um impacto de frequência ocasional, limitado a situações nas quais as cercas da propriedade são momentaneamente danificadas por eventos naturais ou antrópicos. Ocorre pois existem na região criadores de gado de corte que mantêm seus rebanhos soltos, permitindo que os mesmos ingressem livremente em propriedades alheias e que circulem pela rodovia que margeia a propriedade. As principais consequências deste impacto são: a) pisoteio de nascentes e cursos de água; b) pisoteio, compactação e desestruturação do solo; e c) herbivoria de plântulas e espécies vegetais nativas presentes na submata das RPPNs. Ressalta-se que,

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

35

para minimizar este problema, vistorias e manutenções sistemáticas são efetuadas pelos proprietários nas cercas que delimitam a propriedade. Tais medidas têm se mostrado efetivas, uma vez que este tipo de ocorrência não é registrado há mais de 1,5 anos;

b) a presença de animais domésticos (especialmente cães e gatos) constitui um impacto de frequência moderada e de difícil controle por parte dos proprietários. Os animais em questão são provenientes de duas fontes: 1) propriedades vizinhas onde são criados soltos; e 2) animais abandonados por seus proprietários na região. Embora não tenham sido diretamente observadas, as possíveis consequências deste impacto sobre a fauna silvestre são: i) mortalidade por ataque ou predação direta; ii) competição por alimento e/ou abrigo; e iii) transmissão de doenças. Atualmente, o grau de interferência desta ocorrência pode ser considerado baixo. Entretanto, prevê-se o agravamento deste problema em decorrência da ocupação humana e do crescimento populacional que vem ocorrendo nas propriedades da região; e

c) atualmente, a propriedade Recanto Portal das Nascentes não possui animais domésticos. Existem apenas dois cavalos mantidos como animais de criação. Embora vivam em sistema de livre pastejo, estes animais não ingressam na área florestada pertencente às RPPNs, uma vez que preferem áreas de campo aberto em decorrência de seus hábitos de vida. De qualquer modo, vistorias sistemáticas são efetuadas pelos proprietários no sentido de identificar possíveis ingressos destes animais nas RPPNs e implementar medidas cabíveis para evitar sua repetição.

2. Quanto à existência de áreas degradadas, cabe esclarecer que:

Em janeiro de 2010, intervenções efetuadas pela Secretaria de Obras do município de Urubici na rodovia SC-370, causaram o desbarrancamento de uma encosta existente no interior da propriedade, localizada no entorno da RPPN Portal das Nascentes. Esta situação teve como consequências: 1) o comprometimento temporário da qualidade da água de um curso de água (Ribeirão da Serra) existente nesta RPPN, causado pela lixiviação do solo exposto durante eventos de precipitação; e 2) a facilitação de acesso indevido de terceiros à área da referida RPPN, através da encosta alterada.

Na ocasião, a área em questão foi isolada e submetida ao plantio de espécies arbóreas nativas pelos proprietários, como forma de acelerar o processo de recuperação da vegetação da encosta. Atualmente, existe no local um estrato arbóreo/arbustivo estabelecido, e capaz de impedir o acesso indevido de terceiros. Da mesma forma, os processos erosivos foram controlados, embora o solo ainda seja frágil e susceptível a escorregamentos.

3. Quanto ao acesso indevido de terceiros, cabe destacar que:

a) as RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II foram criadas em uma região que sofreu historicamente com a prática da caça de animais silvestres. Apesar de não ter sido mais registrada no interior destas unidades de conservação há pelo menos 5 anos (em decorrência do cercamento e sinalização da área, e da vigilância de seus proprietários), esta atividade continua representando uma ameaça em potencial. Além de constituir uma prática arraigada da cultura regional, a caça de animais silvestres continua sendo praticada nas áreas de entorno das RPPNs, sendo mais frequente entre os meses de maio e agosto, período em que se intensificam as vistorias na propriedade. Neste sentido, considera-se que o nível de interferência desta atividade é alto, pois: 1) em função de sua área reduzida (total de 19,3ha), as RPPNs sofrem amplamente com as atividades realizadas no se entorno; 2) como parte da fauna registrada nestas unidades de conservação caracterizam-se por espécies com amplas áreas de sobrevivência (vide 2.4. Fauna), pode-se supor que a prática da caça na área de entorno afeta a diversidade da mastofauna existente no local;

b) a coleta de espécies vegetais caracteriza-se, principalmente, pela extração de orquídeas e bromélias. Esta atividade constitui uma prática antiga nesta região, e decorre da reconhecida diversidade dos grupos citados. Concentra-se entre os meses de setembro e janeiro, coincidindo com o período de maior floração das espécies. Costuma ser praticada como uma atividade complementar de renda, o que colabora para que sua maior incidência seja verificada em finais de semana e feriados. Embora esta atividade não tenha mais sido verificada no interior das RPPNs há pelo menos 5 anos (em decorrência das ações de fiscalização empreendidas pelos proprietários), continua sendo

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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considerada uma ameaça em potencial, sobretudo levando-se em conta que as ações de conservação implementadas na área têm contribuído para o aumento das populações-alvo desta atividade. Deste modo, vistorias são efetuadas nas RPPNs com maior frequência entre setembro e janeiro. Outra atividade relacionada às espécies vegetais consiste na coleta das sementes de Araucaria angustifolia (conhecida popularmente como pinhão), utilizadas e comercializadas para fins alimentares. Sua ocorrência concentra-se entre os meses de abril e maio (coincidindo com o período de maturação das sementes), caracteriza-se pela retirada das pinhas diretamente das árvores, com o uso de longas varas de bambu, e seu controle tem sido dificultado em função da demanda crescente do produto para venda a turistas. A última ocorrência desta natureza foi registrada em abril/2014.

4. Quanto à ocorrência de fogo, salienta-se que:

Embora o manejo de pastagens através do uso do fogo constitua uma prática culturalmente arraigada na região serrana de Santa Catarina, e seja aplicada em áreas próximas, nunca se verificou sua ocorrência em propriedades lindeiras ao imóvel que abriga as RPPNs objeto deste plano de manejo. Portanto, até o presente momento não foi necessário adotar medidas protetivas a este respeito.

Atualmente, o único risco de incêndio verificado para a área de entorno imediato da propriedade é decorrente do uso indevido das margens da rodovia SC-370, onde turistas de passagem costumam montar churrasqueiras (através do empilhamento de pedras recolhidas no ambiente), especialmente no alto da Serra do Corvo Branco (Anexo V, Figura 12H). Para coibir tal ação são efetuadas vistorias no local para o desmanche de estruturas eventualmente existentes e/ou para solicitar a interrupção da atividade por seus praticantes, quando esta é verificada pelos proprietários.

5. Quanto à presença de espécies com potencial invasor, cabe registrar que:

Até o presente momento, a única espécie exótica com potencial invasor identificada nas RPPNs em questão foi a abelha Apis mellifera, cuja densidade populacional parece estar aumentado em decorrência da expansão da atividade de apicultura em propriedades rurais do entorno. Nos últimos dois anos, durante a primavera e o verão, nuvens de A. mellifera se deslocam para as RPPNs vindas de propriedades vizinhas, e têm constituído um problema inclusive à segurança dos proprietários e de seus animais de criação.

Entretanto, não é possível prever um plano de controle para a espécie, uma vez que a apicultura constitui uma atividade produtiva regulamentada e em franca expansão na região. Outrossim, com os objetivos de: a) reduzir os impactos negativos de A. mellifera sobre os processos de polinização das espécies vegetais nativas; e b) evitar a competição (por alimento e espaço para constituição de colônias reprodutivas) com as espécies de abelhas silvestres; procedeu-se a implantação de um meliponário na área produtiva da propriedade, para o qual existe projeto de expansão. A intenção é possibilitar o incremento das populações de abelhas nativas, através da disponibilização de espaços artificiais, no entorno das RPPNs, para o estabelecimento de novas colônias reprodutivas, na época de enxameamento. Destaca-se ainda que vistorias sistemáticas são realizadas para verificar a colocação não autorizada de caixas de A. mellifera no interior da propriedade, procedendo-se a remoção e destruição destas estruturas quando encontradas.

6. Quanto às ameaças externas capazes de prejudicar a integridade ambiental das RPPNs, é necessário salientar que:

A rodovia SC- 370, que margeia a propriedade, pode ser considerada uma ameaça em potencial sob diversos aspectos, dentre os quais destacam-se:

a) atropelamento da fauna silvestre: esta rodovia teve seu projeto de pavimentação licitado recentemente, embora as obras tenham sido paralisadas. O fato é que, depois de concluída de acordo com o projeto original proposto para o local, a pavimentação resultará em um incremento no fluxo de veículos e na velocidade de tráfego local. Deste modo, espera-se que a fauna silvestre presente nas RPPNs passe a sofrer maior mortalidade por atropelamento, sobretudo considerando que muitas espécies registradas possuem amplas áreas de sobrevivência e dependem da travessia da rodovia para o cumprimento de suas atividades biológicas (vide 2.4. Fauna). Estima-se que o grau de interferência desta ameaça seja alta, se não forem adotadas medidas mitigatórias durante o processo de pavimentação da rodovia;

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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b) turbidez e perda de qualidade em cursos de água: impacto associado a eventos de precipitação, e decorrente do atual leito de terra existente na rodovia supracitada (Anexo V, Figura 11H). Como parte desta rodovia se desenvolve em cotas topográficas superiores aquelas verificadas para as RPPNs, sedimentos são carreados para o interior destas unidades de conservação pelos cursos de água que atravessam a estrada antes de ingressar nas RPPNs (vide 2.5. Recursos hídricos). Este impacto tende a se intensificar durante as obras de pavimentação da rodovia, caso não sejam adotadas medidas para evitar processos erosivos, podendo afetar a diversidade da fauna límnica e o sistema florestal como um todo, que está intimamente ligado com este e com os demais cursos d`água. O grau de interferência desta ameaça é atualmente baixa, mas estima-se que possa variar de moderada a elevada, durante a execução das obras de pavimentação, e também após seu término, caso medidas de controle adequadas não sejam implementadas;

c) danos à sinalização da RPPN: impacto ocasional, concentrado nas placas de sinalização instaladas próximas da rodovia SC-370, especialmente aquela existente no alto da Serra do Corvo Branco (Anexo V, Figura 12E), um importante ponto turístico da região e que concentra grande número de pessoas em finais de semana e feriados. Caracteriza-se por atos de vandalismo, que variam desde apedrejamento, danificação dos dizeres presentes nas placas, até alvejamento das mesmas por arma de fogo. Embora não represente ameaça à integridade ambiental das RPPNs, foi citada pois prejudica as ações de proteção implantadas na área. O controle deste impacto é efetuado através de vistorias e manutenções periódicas nas placas danificadas pelos proprietários (Anexo V, Figuras 12F e 12G);

d) danos ao cercamento da propriedade: impacto ocasional, concentrado nas cercas que delimitam o imóvel e a rodovia SC-370, especialmente aquela existente no alto da Serra do Corvo Branco (Anexo V, Figura 12C), pelo mesmo motivo apontado no item anterior. Caracteriza-se pelo rompimento intencional dos fios de arame, por motivações diversas: puro vandalismo, para permitir o ingresso na propriedade para obtenção de imagens fotográficas e/ou para uso do local como banheiro, para instalação não autorizada de caixas para captura de abelha (Apis mellifera), etc. Esta ação pode representar ameaça à integridade ambiental das RPPNs, pois facilita o ingresso indevido de gado e de pessoas não autorizadas no local. O controle deste impacto é efetuado através de vistorias e manutenções periódicas nas cercas do local pelos proprietários (Anexo V, Figura 12D);

e) poluição sonora: impacto associado ao tráfego de veículos que circulam pela rodovia, especialmente pelo uso abusivo de som automotivo. Como a região é rodeada por grandes paredões rochosos, o som se propaga a grandes distâncias, sendo percebido em toda a área das RPPNs, podendo interferir no ritmo de atividade das espécies silvestres aí existentes. Tal impacto deve ser intensificado após a conclusão das obras de pavimentação da rodovia, em função do expressivo aumento no fluxo de veículos previsto para o local. Trata-se de um impacto irreversível, cujo grau de interferência poderá variar de baixo a moderado;

f) deposição de lixo: impacto decorrente da atividade turística desenvolvida na região. Consiste na deposição de lixo ao longo da rodovia SC-370, por condutores de veículos automotores. Parte deste material costuma chegar ao interior das RPPNs através de ação eólica ou dos cursos de água. Para minimizar este impacto, os proprietários efetuam a coleta sistemática de lixo ao longo da rodovia, especialmente durante finais de semana, feriados e períodos de férias (Anexo V, Figura 12B). Em função desta ação, atualmente este impacto apresenta um baixo grau de interferência nas RPPNs.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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2.13. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NAS RPPNs

2.13.1. Pesquisa científica

Nº Título da Pesquisa Objetivo da Pesquisa A pesquisa interfere na gestão da RPPN

1 Monitoramento de mamíferos de médio e grande porte nas RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II, Serra do Corvo Branco, Urubici-SC.

Identificar as espécies de mamíferos (médio e grande porte) existentes nas RPPNs, e monitorar sua ocorrência ao longo do ano, de modo que seja possível avaliar a efetividade das ações protetivas implantadas nestas unidades de conservação para este grupo faunístico.

( ) Sim ( X ) Não

Observação:

A pesquisa vem sendo desenvolvida pelos proprietários das RPPNs com recursos próprios, desde janeiro/2010, e parte dos resultados obtidos encontram-se descritos no item 2.4. Fauna.

2.13.2. Educação ambiental

Atividades Periodicidade Público Alvo Existem parceiros

envolvidos

Número de participantes

por ano

( ) Atividades de educação ambiental em escolas e universidades

( ) Atividade realizada esporadicamente ( ) Atividade realizada durante o ano inteiro

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) 3º Idade

( ) sim ( ) não

( ) Palestras e reuniões sobre educação ambiental

( ) Atividade realizada esporadicamente ( ) Atividade realizada durante o ano inteiro

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) 3º Idade

( ) sim ( ) não

( ) Oficinas e cursos sobre educação ambiental

( ) Atividade realizada esporadicamente ( ) Atividade realizada durante o ano inteiro

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) 3º Idade

( ) sim ( ) não

( ) Elaboração e distribuição de material sobre educação ambiental

( ) Atividade realizada esporadicamente ( ) Atividade realizada durante o ano inteiro

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) 3º Idade

( ) sim ( ) não

Outros

( ) Atividade realizada esporadicamente ( ) Atividade realizada durante o ano inteiro

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) 3º Idade

( ) sim ( ) não

( X ) Não realizo nenhuma atividade de educação ambiental na RPPN

Observação:

Cabe destacar que, apenas em três ocasiões, uma área na borda florestal da RPPN Portal das Nascentes foi utilizada para fins educativos de alunos de graduação (novembro/2012 e junho/2013) e pós-graduação (dezembro/2009, antes da publicação da portaria de criação da RPPN). Em nenhum dos casos, o número de alunos foi superior a 12.

Atualmente, a área pertencente às RPPNs não é utilizada para a prática de educação ambiental. Quando realizada, este tipo de atividade fica limita à área produtiva da propriedade. O ingresso nas RPPNs é permitido apenas aos proprietários, representantes de órgãos gestores/fiscalizadores, pesquisadores, e estudantes selecionados para atuar nos trabalhos de pesquisa e fiscalização destas unidades.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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2.13.3. Visitação

Atividades Periodicidade Público Alvo Número

visitantes/ano Principais

Características

( ) Caminhada de até ½ dia (com até 5 km de percurso)

( ) Atividade realizada esporadicamente ( ) Atividade realizada durante o ano inteiro

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) 3º Idade

( ) Caminhada de 1 dia (com mais 5 km de percurso ida e volta)

( ) Atividade realizada esporadicamente ( ) Atividade realizada durante o ano inteiro

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) 3º Idade

( ) Flutuação / Snorkeling

( ) Atividade realizada esporadicamente ( ) Atividade realizada durante o ano inteiro

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) 3º Idade

( ) Caminhada com pernoite

( ) Atividade realizada esporadicamente ( ) Atividade realizada durante o ano inteiro

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) 3º Idade

( ) Camping ( ) Atividade realizada esporadicamente ( ) Atividade realizada durante o ano inteiro

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) 3º Idade

( ) Mergulho ( ) Atividade realizada esporadicamente ( ) Atividade realizada durante o ano inteiro

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) 3º Idade

( ) Ratfing / Tirolesa

( ) Atividade realizada esporadicamente ( ) Atividade realizada durante o ano inteiro

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) 3º Idade

( ) Banho de piscina ( ) Atividade realizada esporadicamente ( ) Atividade realizada durante o ano inteiro

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) 3º Idade

( ) Banho rio ou cachoeira

( ) Atividade realizada esporadicamente ( ) Atividade realizada durante o ano inteiro

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) 3º Idade

( ) Canoagem ( ) Atividade realizada esporadicamente ( ) Atividade realizada durante o ano inteiro

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) 3º Idade

( ) Boiacross ( ) Atividade realizada esporadicamente ( ) Atividade realizada durante o ano inteiro

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) 3º Idade

( ) Descida de cachoeira - cachoeirismo

( ) Atividade realizada esporadicamente ( ) Atividade realizada durante o ano inteiro

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) 3º Idade

( ) Visita a caverna ( ) Atividade realizada esporadicamente ( ) Atividade realizada durante o ano inteiro

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) 3º Idade

( ) Travessia em caverna

( ) Atividade realizada esporadicamente ( ) Atividade realizada durante o ano

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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inteiro ( ) 3º Idade

( ) Visita a atributos culturais ou históricos

( ) Atividade realizada esporadicamente ( ) Atividade realizada durante o ano inteiro

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) 3º Idade

( ) Escalada / Rapel ( ) Atividade realizada esporadicamente ( ) Atividade realizada durante o ano inteiro

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) 3º Idade

( ) Visita educativa / Escola

( ) Atividade realizada esporadicamente ( ) Atividade realizada durante o ano inteiro

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) 3º Idade

( ) Observação de aves

( ) Atividade realizada esporadicamente ( ) Atividade realizada durante o ano inteiro

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) 3º Idade

( ) Acampamento ( ) Atividade realizada esporadicamente ( ) Atividade realizada durante o ano inteiro

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) 3º Idade

Outros

( ) Atividade realizada esporadicamente ( ) Atividade realizada durante o ano inteiro

( ) Crianças ( ) Jovens ( ) Adultos ( ) 3º Idade

( X ) Não realizo nenhuma atividade de visitação na RPPN

Observação:

Sem observações adicionais.

2.13.4. Recuperação de área degradada

Os dados apresentados a seguir referem-se exclusivamente à RPPN Portal das Nascentes. A RPPN Portal das Nascentes II não possui área degradada.

Localização Origem da

degradação Forma de

Recuperação Período da ocorrência

Tamanho aproximado da área

degradada

Coordenada geográfica:

28o 03’08’’ N

49o 22’39’’ O

( X ) Ação provocada pelo homem ( ) Ação provocada por fenômenos naturais

( ) Natural

( ) Induzida

( X ) Vide observação

( X ) Antes da criação da RPPN ( ) Após a criação da RPPN

2.250 m2

( ) Na RPPN não existe área degradada

Observações:

A área em questão foi submetida à corte raso pelo antigo proprietário do imóvel, e utilizada como local de pastagem para gado de corte até o final do ano de 2009, quando os proprietários atuais efetuaram a retirada dos mesmos da área em função da criação da RPPN Portal das Nascentes. Atualmente, ainda apresenta a configuração de uma clareira, embora já contenha exemplares de arbustos pioneiros (principalmente dos gêneros Baccharis, Myrceugenia, Miconia e Leandra), além de touceiras de carqueja e taquarinhas do gênero Chuschea. Apesar de ter sofrido alterações antrópicas recentes, esta área não será submetida a processos de recuperação. Outrossim, será aproveitada para a implantação de uma Zona Administrativa na RPPN Portal das Nascentes, onde encontra-se localizada (vide 3.3. Programas de Manejo -Administração).

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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2.14. RECURSOS HUMANOS

Funcionários Quantidade de Funcionários

Pessoal capacitado

Periodicidade

( ) Brigadista ( ) sim ( ) não

( ) Trabalha menos de um ano na reserva ( ) Trabalha mais de um ano na reserva ( ) Trabalha desde a criação da reserva ( ) Esporadicamente

( ) Caseiro ( ) sim ( ) não

( ) Trabalha menos de um ano na reserva ( ) Trabalha mais de um ano na reserva ( ) Trabalha desde a criação da reserva ( ) Esporadicamente

( ) Corpo Técnico (especialistas)

( ) sim ( ) não

( ) Trabalha menos de um ano na reserva ( ) Trabalha mais de um ano na reserva ( ) Trabalha desde a criação da reserva ( ) Esporadicamente

( ) Gerente ( ) sim ( ) não

( ) Trabalha menos de um ano na reserva ( ) Trabalha mais de um ano na reserva ( ) Trabalha desde a criação da reserva ( ) Esporadicamente

( ) Guarda Parque ( ) sim ( ) não

( ) Trabalha menos de um ano na reserva ( ) Trabalha mais de um ano na reserva ( ) Trabalha desde a criação da reserva ( ) Esporadicamente

( ) Guia ( ) sim ( ) não

( ) Trabalha menos de um ano na reserva ( ) Trabalha mais de um ano na reserva ( ) Trabalha desde a criação da reserva ( ) Esporadicamente

( ) Pessoal Administrativo ( ) sim ( ) não

( ) Trabalha menos de um ano na reserva ( ) Trabalha mais de um ano na reserva ( ) Trabalha desde a criação da reserva ( ) Esporadicamente

( ) Recepcionista ( ) sim ( ) não

( ) Trabalha menos de um ano na reserva ( ) Trabalha mais de um ano na reserva ( ) Trabalha desde a criação da reserva ( ) Esporadicamente

( ) Vigilante ( ) sim ( ) não

( ) Trabalha menos de um ano na reserva ( ) Trabalha mais de um ano na reserva ( ) Trabalha desde a criação da reserva ( ) Esporadicamente

( ) Voluntários ( ) sim ( ) não

( ) Trabalha menos de um ano na reserva ( ) Trabalha mais de um ano na reserva ( ) Trabalha desde a criação da reserva ( ) Esporadicamente

Outros

( ) sim ( ) não

( ) Trabalha menos de um ano na reserva ( ) Trabalha mais de um ano na reserva ( ) Trabalha desde a criação da reserva ( ) Esporadicamente

( X ) As RPPNs não possuem nenhum funcionário

Observação:

As RPPNs objeto deste plano de manejo não possuem funcionários. As atividades de fiscalização, manutenção e monitoramento, bem como algumas atividades de pesquisa são desenvolvidas por seus proprietários. Entretanto, dentro do planejamento destas unidades de conservação, prevê-se a realização de contratações temporárias para serviços de manutenção e melhoria de infraestrutura, bem como a aceitação de estudantes universitários e de pós-graduação para atuarem como assistentes/monitores, em caráter voluntário, nas atividades de pesquisa e fiscalização.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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2.15. PARCERIAS

Nome da Instituição Tema Tipo do Apoio Descrição da forma do apoio

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Sede do Parque Nacional de São Joaquim (PNSJ).

( ) Educação Ambiental ( X ) Proteção / Fiscalização ( ) Pesquisa científica ( ) Visitação ( X ) Outros – recebimento

de alunos do programa de voluntários do PNSJ nas RPPNs

( ) Financeiro ( X ) Técnico

O ICMBio, através da equipe da sede do Parque Nacional de São Joaquim, tem prestado apoio à proteção das RPPNs, desde sua criação.

Além disso, universitários do programa de voluntariado do PNSJ são recebidos anualmente na propriedade para conhecer e acompanhar as atividades de proteção desenvolvidas nas RPPNs.

( ) Não possui nenhuma parceria

Observação:

Prevê-se a ampliação do estabelecimento de parcerias, sobretudo com instituições de pesquisa e ensino, para o desenvolvimento de investigações científicas no local.

2.16. PUBLICAÇÕES

Tipo De acordo com cada publicação, informe: Título, Autor(es), Editora, Nome do

periódico, Nome da mídia, Blog ou site.

( ) Livro

( ) Artigo

( ) Folder / Folheto

( ) Matéria Jornalística

( ) Matéria em Revista

( ) Cartaz

( ) Painel

( ) Publicação em blog ou site

( ) Outros

( X ) Não existe nenhuma publicação referente às RPPNs

Observação:

Sem observações adicionais.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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2.17. ÁREA DA PROPRIEDADE

2.17.1. Reserva legal e áreas de preservação permanente

Estas informações encontram-se descritas a seguir para cada uma das RPPNs e suas respectivas matrículas:

RPPN Portal das Nascentes

A área da RPPN é a área total do imóvel. Em caso negativo, aponte a porcentagem da área remanescente da propriedade.

( ) sim ( X ) não: 46,7 %

A reserva legal da propriedade sobrepõe a área da RPPN, se sim qual a porcentagem. ( ) sim ( X ) não

As áreas de preservação permanente (APP) da propriedade sobrepõem à área da RPPN, se sim qual a porcentagem.

( X ) sim – vide obs. ( ) não

RPPN Portal das Nascentes II

A área da RPPN é a área total do imóvel. Em caso negativo, aponte a porcentagem da área remanescente da propriedade.

( ) sim ( X ) não: 27,2 %

A reserva legal da propriedade sobrepõe a área da RPPN, se sim qual a porcentagem.

( X ) sim: 100 % ( ) não

As áreas de preservação permanente (APP) da propriedade sobrepõem a área da RPPN, se sim qual a porcentagem.

( X ) sim – vide obs. ( ) não

Observação:

As duas RPPNs foram criadas em área parcial da propriedade e, no contexto geral, protegem 56,1% da área total do imóvel. Além delas, e desconsiderando as sobreposições existentes, mais 20% da propriedade encontra-se protegida como Reserva Legal, totalizando 76,1% da área do imóvel protegida por alguma medida de restrição de uso. Soma-se a estas, algumas áreas de preservação permanente existentes na porção de campo produtivo do imóvel, que representam aproximadamente mais 4,1% da área total. Conjuntamente, RPPNs, reserva legal e áreas de preservação permanente permitem proteger legalmente a quase totalidade de formações florestais de Mata Atlântica existentes na propriedade.

Cabe ressaltar que, em função da complexa disposição espacial das nascentes e cursos d’água existentes no interior das RPPNs e de não se ter efetuado um levantamento específico para este fim até o presente momento, não é possível precisar a área de preservação permanente que se sobrepõe às RPPNs. Contudo, estima-se que pelo menos 60% e 30% das RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II, respectivamente, integrem esta categoria de restrição de uso.

2.17.2. Atividades desenvolvidas na propriedade (área fora das RPPNs)

Atividades Desenvolvidas na Propriedade

( X ) Agricultura familiar ( ) Agricultura para produção de alimentos (Agronegócios) ( ) Pecuária familiar ( ) Pecuária de corte ( ) Pecuária Leiteira ( ) Turismo Rural ( X ) Outros – Meliponicultura de subsistência ( X ) Outros – Criação de equinos para uso da família ( ) Não se desenvolve nenhuma atividade produtiva no imóvel

Observação:

Atualmente, a totalidade das atividades produtivas desenvolvidas no imóvel Recanto Portal das Nascentes baseiam-se em práticas agroecológicas e tem a finalidade de suprir as necessidades da família. Entretanto, dentro do planejamento proposto para a propriedade, prevê-se a diversificação e ampliação dessas atividades com a finalidade de geração de renda, em médio e longo prazo.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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2.17.3. Forma de utilização do imóvel onde se encontram as RPPNs

( ) Moradia ( ) Lazer ( ) Trabalho ( X ) Outros – Preservação e atividade produtiva de subsistência ( ) Somente para preservar

Observação:

Atualmente, o imóvel Recanto Portal das Nascentes não constitui o local de moradia definitiva de seus proprietários. Outrossim, é utilizado para o desenvolvimento de culturas de subsistência, baseado em manejo orgânico, para atendimento às necessidades da família.

A permanência dos proprietários no imóvel é variável, dependendo da época do ano. Em períodos de maior fluxo turístico ou mais propícios à prática de caça e de coleta de espécimes vegetais na região, a visitação à área é efetuada com maior frequência e de modo aleatório na tentativa de coibir tais ações. De qualquer modo, o intervalo entre visitações nunca é superior a 15 dias.

Cabe ressaltar que a propriedade está sendo estruturada para ser utilizada, em médio prazo, como local definitivo de moradia e geração de renda.

2.17.4. Infraestrutura existente na propriedade

Infraestrutura

( X ) Casa dos proprietários ( ) Casa do caseiro ( ) Hotel / Pousada ( ) Centro de visitantes ( ) Estacionamento ( ) Museu ( ) Camping

( ) Galpão ( ) Estradas ( ) Portaria ( ) Piscina ( ) Área para lazer ( ) Redário / Churrasqueira ( ) Lanchonete / Restaurante

( X ) Outros – Cerca ( X ) Outros – Estábulo ( X ) Outros – Horta ( X ) Outros – Pomar ( X ) Outros – Parreiral ( X ) Outros – Meliponário ( ) A propriedade não possui nenhuma infraestrutura

Observação:

Prevê-se, na área externa às RPPNs, a ampliação da infraestrutura existente na propriedade de acordo com o planejamento previsto para a mesma, especialmente de edificações destinadas à moradia (a casa atual dos proprietários é provisória) e ao desenvolvimento de atividades produtivas.

2.17.5. Funcionários que trabalham na propriedade, se residem e a quantidade de funcionários

Pessoal Reside na Propriedade No.

Funcionários

( ) Administrador ( ) sim ou ( ) não

( ) Pessoal administrativo ( ) sim ou ( ) não

( ) Pessoal que trabalha diretamente na agricultura/pecuária ( ) sim ou ( ) não

( ) Vigilante ou segurança ( ) sim ou ( ) não

( ) Caseiro ( ) sim ou ( ) não

( ) Outros ( ) sim ou ( ) não

( X ) Os proprietários trabalham na propriedade

Observação:

A propriedade Recanto Portal das Nascentes não possui funcionários. As atividades necessárias à sua manutenção são efetuadas por seus proprietários e/ou por contratação de serviços temporários de terceiros.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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2.17.6. Informações adicionais sobre a propriedade

Descrição

A propriedade Recanto Portal das Nascentes foi concebida com o objetivo de conciliar preservação ambiental e atividade produtiva. Para tanto, seu planejamento foi alicerçado em diferentes ferramentas destinadas à conservação em terras privadas, conforme disposto na legislação ambiental vigente (Lei no 9.985, de 18/07/2000; Decreto no 5.746, de 05/04/2006; Lei no 12.651, de 25/05/2012).

O zoneamento do imóvel (Figura 4) considerou o grau de conservação ambiental, acessibilidade e características vocacionais (aptidões/restrições) de cada área, e foi efetuado de modo: a) a instituir um mosaico ecológico que permitisse estabelecer um claro e diferenciado gradiente nos níveis de proteção e utilização econômica destas; e b) a promover o aproveitamento máximo da propriedade, sem necessidade de supressão de vegetação. Desta forma, as seguintes zonas foram estabelecidas para a propriedade:

- Reservas Particulares do Patrimônio Natural: área destinada exclusivamente à preservação ambiental e ao desenvolvimento de pesquisas científicas, em função de seus significativos atributos ecológicos. Instituída na porção mais bem preservada da propriedade, em local totalmente recoberto por formações florestais e afastado da rodovia SC-370, e interposta à esta por áreas de reserva legal ou campo produtivo, de modo a dificultar os impactos antrópicos sobre a mesma e a simplificar os processos operacionais a serem instituídos pelos proprietários para sua proteção;

- Reserva Legal: área destinada a aliar preservação ambiental e atividade produtiva, a partir da utilização sustentável do ecossistema florestal, na forma da lei. Estabelecida entre a RPPN Portal das Nascentes e a rodovia SC-370, em local com vegetação de porte florestal em bom estado de conservação, e onde o acesso para obtenção e posterior escoamento dos produtos florestais pode ser efetuado através da rodovia, ou por trilhas que conduzem à área de campo da propriedade. Em função de sua localização, esta reserva legal também funciona como área de amortecimento para a RPPN supracitada, minimizando as possibilidades de interferência humana não desejada sobre a mesma; e

- Área de Campo Produtivo: área destinada exclusivamente ao desenvolvimento de atividades produtivas/econômicas de natureza diversa, e que não exerçam impactos negativos às RPPNs. Inclui a implantação de infraestrutura necessária para este fim e a construção de edificações destinadas à moradia dos proprietários. Constituída em locais alterados do imóvel, desprovidos de cobertura vegetal de porte florestal, e/ou caracterizados por campos antrópicos (utilizados no passado para a criação de gado de corte), em dois locais distintos, a saber: 1) na porção noroeste da propriedade, especificamente entre as RPPNs e a rodovia SC-370; e 2) na extremidade leste do imóvel, em área contígua à RPPN Portal das Nascentes e a reserva legal. Soma-se a estas, áreas rurais consolidadas existentes às margens de cursos de água (localizados no exterior de ambas RPPNs e reserva legal), onde pretende-se desenvolver atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental para composição de sistemas agroflorestais, na forma da lei (Lei no 12.651, de 25/05/2012).

Diante disso, e considerando que a) as RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II foram planejadas para serem geridas conjuntamente, dentro do contexto supracitado; e b) estas unidades de conservação podem ser amplamente afetadas por seu entorno em função de sua área pouco extensa, cabe destacar as seguintes medidas adotadas, no âmbito da propriedade, para minimizar os impactos negativos sobre estas unidades de conservação e ampliar seu potencial de proteção ambiental:

- priorizar o desenvolvimento de atividades produtivas que não causem impactos ambientais negativos sobre as RPPNs existentes na propriedade, e que alterem o mínimo possível as condições naturais existentes no imóvel;

- privilegiar o desenvolvimento de atividades produtivas baseadas no cultivo e/ou extração sustentável de essências nativas; e, no caso de culturas exóticas, priorizar o uso de sementes e/ou variedades crioulas;

- promover a diversificação de culturas, e efetuar sua espacialização de modo a criar núcleos de espécies distintas ao longo da propriedade, aumentando assim a diversidade de micro-hábitats, nichos e agrossistemas existentes na área produtiva;

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- utilizar, no enriquecimento da reserva legal e na recuperação de áreas de preservação permanente (existentes na porção produtiva da propriedade), espécies arbóreas nativas que foram suprimidas da região por ocasião da extração madeireira ocorrida no passado (vide 2.3.1. Formação e Estágio Sucessional), adotando-se estratégias que garantam o estabelecimento de populações com elevada diversidade genética. Neste sentido, e considerando a importância ecológica de Araucaria angustifolia e sua atual escassez na propriedade e RPPNs, o plantio da espécie será efetuado priorizando-se a seleção das distintas variedades existentes (p. ex. São José, meia-safra, caiová e macaco), as quais se diferenciam, dentre outros aspectos, pelas diferentes épocas de maturação de suas pinhas (Adan, 2013);

- proporcionar a recuperação das áreas de preservação permanente existentes na porção de campo da propriedade, especificamente aquela localizada na margem do rio Corvo Branco, de modo a fortalecer o papel deste potencial corredor ecológico na conectividade entre as unidades de conservação existentes no local (vide 2.4. Fauna e 2.8. Recursos hídricos);

- utilizar alternativas de baixo impacto ambiental na construção das edificações e estruturas necessárias à moradia e ao desenvolvimento das atividades previstas para a propriedade como um todo;

- adotar, na construção das edificações do imóvel, critérios arquitetônicos que privilegiem sua integração com o ambiente natural, e que valorizem a paisagem rural existente no local, de modo a colaborar com a atividade turística realizada na região; e

- implantar, em áreas externas às RPPNs, todas as medidas que sejam necessárias à proteção destas unidades de conservação, incluindo: construção de cercas, implantação de sinalização e trilhas de fiscalização, etc.

Além disso, estabelece-se que:

- a produção de alimentos na propriedade deve ser obrigatoriamente conduzida por princípios agroecológicos;

- fica permitida a criação de animais na área de campo do imóvel, desde que tomados os cuidados necessários para impedir seu ingresso nas RPPNs. O mesmo se aplica para animais domésticos;

- fica proibido o uso de fogo para manejo de pastagens e áreas de campo do imóvel; e

- quando realizadas na propriedade, atividades educativas devem ficar restritas às áreas externas às RPPNs.

Reserva Legal

RPPN Portal das Nascentes

ACP2

Figura 4. Zoneamento do imóvel Recanto Portal das Nascentes, Urubici-SC. Onde: ACP1 e ACP2 correspondem às Áreas de Campo Produtivo estabelecidas nas porções noroeste e leste da propriedade, respectivamente Ressalta-se que não foram plotadas no mapa as áreas de preservação permanente e as áreas de sobreposição entre reserva legal e RPPNs existentes no imóvel.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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2.18. ÁREA DE ENTORNO DAS RPPNs

2.18.1. As RPPNs fazem limite com:

Limites discriminados para cada uma das RPPNs

- RPPN Portal das Nascentes

( X ) A RPPN faz limite com a própria propriedade ( ) A RPPN faz limite somente numa parte da propriedade ( ) Zona urbana ( X ) Outras áreas protegidas ( ) Zona rural de outras propriedades ( X ) Rio ou córrego

- RPPN Portal das Nascentes II ( ) A RPPN faz limite com a própria propriedade ( X ) A RPPN faz limite somente numa parte da propriedade ( ) Zona urbana ( X ) Outras áreas protegidas ( ) Zona rural de outras propriedades ( X ) Rio ou córrego ( X ) Outros – Área florestada de outra propriedade rural

Observação:

Sem informações adicionais.

2.18.2. As RPPNs são próximas à zona urbana:

Proximidade com zona urbana

( ) sim ( X ) não Distância da sede do município: 25 km.

Observação:

Sem observação adicional.

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2.18.3. Principais atividades econômicas que são desenvolvidas no município onde as RPPNs estão localizadas

Atividades

( X ) Agricultura ( X ) Pecuária ( ) Florestais ( ) Minerais ( ) Industriais ( ) Pesqueiras ( ) Crescimento urbano (loteamentos) ( ) Infraestrutura (rodovias, ferrovias, barragens) ( X ) Outros - Turismo

Observação:

O município de Urubici localiza-se no planalto serrano de Santa Catarina e possui uma população estimada em 11.102 habitantes (IBGE, 2015). Com uma área territorial de 1.017,6 km2, é caracterizado por apresentar paisagens variadas e de elevada beleza cênica, que incluem: vales de rios, cânions, cachoeiras, cadeias de montanhas, paredões rochosos abruptos, florestas de araucárias, matinhas nebulares, campos de altitude, dentre outras. Abriga a sede do Parque Nacional de São Joaquim e alguns dos principais atrativos turísticos da serra catarinense, como o Morro da Igreja e a Serra do Corvo Branco (Buratto et al., 2010).

Desde que foi elevado à categoria de município, em 1956, Urubici sempre se destacou por sua vocação agrícola, sendo um grande produtor de hortaliças e desenvolvendo atividades de fruticultura, apicultura, piscicultura e pecuária, além do extrativismo da erva-mate e do pinhão (Nunes et al., 2013; SEBRAE/SC, 2013). Entretanto, na última década e meia, a atividade turística cresceu dramaticamente na região, colaborando para a mudança da fisionomia do município e para a diversificação de sua vocação econômica (Buratto et al., 2010).

Atualmente, Urubici constitui um dos principais destinos turísticos de Santa Catarina, sendo procurado por suas belezas naturais e por suas particularidades climáticas (p. ex. a ocorrência de neve no inverno). Possui estrutura hoteleira diversificada e crescente oferta de prestadores de serviços voltados para o setor, conta com diversos atrativos turísticos, e tem como principais segmentos o ecoturismo, o turismo rural e o turismo de aventura (Santa Catarina, 2013).

Neste contexto, as RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II desempenham um importante papel para o desenvolvimento socioeconômico da região pois: a) localizam-se em uma área de exuberante beleza cênica e ao lado de um dos principais pontos turísticos da serra catarinense (o alto da Serra do Corvo Branco); e b) contribuem para a manutenção da paisagem aí existente e seus atributos naturais, considerados pilares fundamentais da atividade turística realizada no município de Urubici e região (Santa Catarina, 2013).

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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2.18.4. Informações adicionais sobre o entorno das RPPNs

Descrição

No contexto do plano de manejo das RPPNs, cabe destacar as seguintes informações relativas à sua área de entorno:

- a região caracteriza-se pela presença de formações florestais relativamente contínuas, o que garante a conectividade destas unidades de conservação com ambientes naturais adjacentes e amplia seu potencial de proteção ambiental (Figuras 13A a 13D). Sobretudo, se considerarmos que parte destas formações encontra-se protegida legalmente como RPPNs, reservas legais e áreas de preservação permanente (vide 2.19. Áreas de Conectividade);

- existe no local um mosaico de ecossistemas contínuos de relevante importância ecológica, e pertencentes a distintos tipos vegetacionais (Figura 13E), dentre os quais destacam-se: campos de altitude, floresta ombrófila mista, floresta ombrófila densa alto-montana, matas nebulares e vegetação rupícola. Esta diversidade de hábitats, ao mesmo tempo em que colabora para a riqueza de espécies que podem ser encontradas nas RPPNs, também evidencia a importância destas unidades de conservação para a proteção da biodiversidade local. Especialmente, porque este mosaico é formado por ambientes singulares e extremamente frágeis, e encontra-se distribuído em uma área geográfica relativamente pequena, onde se verifica uma incomum concentração de endemismo, raridade e riqueza de espécies vegetais (Falkenberg, 2003);

- o limite leste da propriedade confronta com o alto da Serra do Corvo Branco (Anexo V, Figura 2A) que, como citado anteriormente, constitui um dos principais atrativos turísticos de Urubici e da Serra Catarinense (Anexo V, Figuras 13G e 13H). O local é procurado em função da expressiva beleza cênica de seus atributos naturais (p. ex. vegetação exuberante, extensos paredões rochosos, cachoeira e pequenas quedas de água), e do traçado peculiar e bucólico da rodovia existente no local, a qual possui pista estreita, sinuosidade acentuada e completa integração com a paisagem natural. O contexto da abertura da passagem através da Serra do Corvo Branco, iniciada há várias décadas, também merece absoluto destaque do ponto de vista histórico. Isto porque, a estrada foi construída de maneira artesanal, por iniciativa, esforços e recursos dos habitantes de vários municípios, dentre os quais destacam-se Urubici e Grão Pará. As dificuldades e riscos envolvidos nesta empreitada, bem como o sucesso obtido mediante o espírito desbravador da época, são motivos de orgulho da população atual da região, incluindo muitos descendentes diretos ou conhecidos dos pioneiros dessa iniciativa. Ou seja, neste contexto, as RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II cumprem um importante papel para o desenvolvimento socioeconômico da região, uma vez que contribuem para a conservação deste importante patrimônio ambiental e cultural, através da manutenção de seus atributos naturais;

- como consequência do item anterior e do crescimento expressivo da atividade turística praticada no município (Buratto et al., 2010), um número cada vez maior de pessoas tem procurado o local (Anexo V, Figuras 13G e 13H), demandando maior atenção dos proprietários para a implantação de medidas que visem minimizar os impactos antrópicos sobre as RPPNs. Neste sentido, e como destacado anteriormente neste documento, o cercamento da propriedade e sua verificação periódica, a sinalização existente em seus limites com a rodovia SC-370 (que conduz à Serra do Corvo Branco), e a fiscalização/vigilância do imóvel como um todo pelos proprietários, constituem ações essenciais para garantir a proteção das RPPNs;

- por fim, cabe destacar que as RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II, distam cerca de 50 a 160m da rodovia SC-370 (Anexo V, Figuras 13A e 13F) e recebem todos os cursos de água naturais que passam através desta, entre os kms 99+900 e 101+700. Diante disso, espera-se que estas unidades de conservação sejam diretamente afetadas pela obra de pavimentação prevista para o local (a qual foi licitada - edital DEINFRA/SC no 099/2013, resultado publicado em 20/02/2014, e posteriormente paralisada no início de 2015), especialmente aquelas destinadas à drenagem. Da mesma forma, prevê-se que esta ação cause um incremento no número de veículos que circula pela rodovia e em sua velocidade de tráfego, o que deverá colaborar para um maior risco de atropelamentos e colisões com a fauna silvestre existente no local (vide 2.4. Fauna). Em

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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função disto, e da necessidade de se implantar no local uma obra rodoviária condizente com as características ambientais e vocacionais desta região singular e de extrema importância para a conservação ambiental e para o desenvolvimento socioeconômico da região serrana de Santa Catarina, cabe esclarecer que os proprietários das RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II têm atuado, desde junho/2014, junto ao governo do estado de Santa Catarina para tentar implantar no local uma estrada-parque.

2.19. ÁREAS DE CONECTIVIDADE

Áreas de Conectividade com as RPPN’s

As duas RPPNs fazem limite com outras áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente.

( X ) sim ( ) não

As duas RPPNs estão localizadas próximas de outras unidades de conservação ( X ) sim ( ) não

Em caso afirmativo, responda: ( X ) Faz limite com RPPN ( X ) Localizada num raio de 1 km das RPPNs ( X ) Localizada num raio de 5 km das RPPNs ( X ) Localizada num raio de 10 km das RPPNs ( ) Não tenho conhecimento

Se alguma unidade de conservação está localizada dentro de um raio de 10 km, descrever o nome dessas unidades:

1. RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II - fazem limite entre si; 2. RPPN Corvo Branco – localizada a cerca de 600m, e conectada com as RPPNs supracitadas por áreas de

preservação permanente, especialmente aquela existente às margens do rio Corvo Branco; 3. Parque Nacional de São Joaquim – localizado a cerca de 3km; 4. RPPN Pedra da Águia – localizada a cerca de 3,2km; 5. RPPN Leão da Montanha – localizada a cerca de 4km de distância; 6. Parque Estadual da Serra Furada – localizado a cerca de 9,5km, e que faz limite com o Parque Nacional de

São Joaquim.

Observação:

Além das unidades de conservação listadas acima, as RPPNs objeto deste plano de manejo conectam-se com áreas de preservação permanente e reservas legais, formando um importante mosaico ecológico na região onde estão localizadas.

Ressalta-se que, caso o Parque Nacional Campo dos Padres venha a ser efetivamente implantado pelo governo federal, as duas RPPNs também farão divisa com essa nova unidade de conservação em suas cotas mais altas. Portanto este mesmo mosaico formará um importante corredor ecológico, conectando dois parques nacionais no ponto de maior proximidade entre eles, sobretudo se o Projeto de lei no 107/2002 (que altera os limites do Parque Nacional de São Joaquim) for aprovado no Congresso Nacional.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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3. PLANEJAMENTO

3.1. OBJETIVOS DE MANEJO DAS RPPNs

( X ) Proteção/ Conservação

( ) Educação Ambiental

( X ) Pesquisa Científica ( ) Recuperação de Áreas

( ) Visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais

( ) Outros: _____________________________________________________________________

Observação:

As RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II foram criadas com o objetivo de promover exclusivamente a conservação e a pesquisa científica dos ecossistemas que abrigam.

Entretanto, embora não constitua um objetivo destas unidades de conservação, não se descarta a possibilidade de utilizar o conhecimento gerado pelas pesquisas desenvolvidas nestas RPPNs para a produção de material educativo.

Cabe ainda destacar que o manejo proposto para estas RPPNs irá necessariamente priorizar sua proteção/conservação. Assim, as regras para realização de pesquisas científicas (Anexo IV) foram estabelecidas de acordo com critérios que buscam impedir a interferência negativa desta atividade na preservação ambiental das unidades de conservação. Dentre elas, destaca-se que:

a) fica expressamente proibida nas RPPNs a captura de mamíferos e aves silvestres para fins de pesquisa que demande o sacrifício destes animais; e

b) a coleta de espécies raras, endêmicas e/ou em risco de extinção, pertencentes a qualquer Reino, poderá ser restringida pelos proprietários, dependendo da natureza do projeto de pesquisa e da metodologia proposta para o mesmo.

3.2. ZONEAMENTO

3.2.1. Zonas das RPPNs

O número de zonas estabelecido para cada RPPN é distinto, como apresentado a seguir:

RPPN Portal das Nascentes

Zona Porcentagem em relação à área da RPPN

( X ) Zona de Proteção 97,4%

( X ) Zona de Administração 2,6%

( ) Zona de Visitação

( ) Zona de Recuperação

RPPN Portal das Nascentes II

( X ) Zona de Proteção 100 %

( ) Zona de Administração

( ) Zona de Visitação

( ) Zona de Recuperação

Observação:

Ressalta-se que a zona de administração estabelecida na RPPN Portal das Nascentes, servirá aos propósitos de pesquisa, fiscalização, monitoramento e manutenção de ambas RPPNs.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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3.2.2. Critérios utilizados

Zona de Proteção

Os seguintes critérios foram utilizados para compor a zona de proteção estabelecida para as RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II:

- a área selecionada compreende a maior parte das RPPNs e caracteriza-se por: a) elevado grau de integridade ambiental; b) presença de formações florestais em bom estado de conservação, com destaque para os componentes vegetacionais pertencentes às matas nebulares; c) existência de inúmeras nascentes e cursos de água bem preservados; d) expressiva riqueza de espécies vegetais, animais e pertencentes ao Reino Fungi; e e) presença de espécies em risco de extinção, sendo, portanto, essencial para a conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos, bem como para a realização de pesquisas científicas; e

- constitui um local de elevada fragilidade ambiental (especialmente, em função de suas características edáficas, da presença conspícua de recursos hídricos e do microclima predominante), sendo sensível ao pisoteio e ao uso intensivo, o que evidencia a necessidade de sua conservação e exige medidas de proteção mais restritivas.

Zona de Administração

Os critérios utilizados para compor a zona de administração estabelecida na RPPN Portal das Nascentes, para atendimento às demandas de ambas RPPNs, são os que seguem:

- a área selecionada é pouco extensa e encontra-se alterada (vide 2.13.4. Recuperação de área degradada), sendo desprovida (em sua maior parte) de cobertura florestal e caracterizada pela presença de uma clareira (ou área de campo consolidado) com plantas rasteiras e arbustos pioneiros, o que permite otimizar seu uso para a implantação de infraestrutura administrativa, sem necessidade de supressão de espécimes arbóreos nativos já estabelecidos;

- a ausência de formação florestal, verificada em parte da área, permite o estabelecimento de espécies vegetais heliófitas e típicas de ambientes abertos, o que amplia a biodiversidade protegida pelas RPPNs e justifica a manutenção das características de campo consolidado aí existentes;

- antes da criação da RPPN Portal das Nascentes, os proprietários efetuaram na área o plantio de espécies arbóreas nativas (que foram localmente extintas pela exploração madeireira), o que possibilita seu aproveitamento para a composição de um arboreto com fins científicos e de conservação;

- constitui um local de fácil acesso, estando situado na borda florestal da RPPN Portal das Nascentes (onde esta limita com a porção produtiva da propriedade) e em área próxima à sede principal do imóvel, o que permite o ingresso rápido e seguro de pessoas;

- possui localização estratégica para fins de pesquisa e fiscalização, pois: a) encontra-se separada da área de campo produtivo da propriedade por um curso de água e por um cordão de vegetação arbórea/arbustiva, que conferem ao local características de isolamento e favorecem a circulação da fauna silvestre, bem como sua observação e estudo; b) apesar de localizar-se próximo da borda florestal, o local não pode ser avistado a partir da rodovia SC-370 (que margeia o imóvel), o que possibilita a instalação segura de equipamentos de pesquisa de caráter permanente (p. ex. estação meteorológica); e c) além da proximidade com a sede do imóvel, a área fica próxima da divisa entre as duas RPPNs, permitindo estabelecer caminhos e/ou acessar trilhas já existentes que conduzem às extremidades destas unidades de conservação; e

- sua delimitação pôde ser estabelecida tomando-se como referência atributos facilmente reconhecíveis em campo (um curso de água permanente e outro intermitente), de modo a facilitar os trabalhos de fiscalização e manejo da área.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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3.2.3. Normas de uso

Zona de Proteção

Além das restrições de uso impostas pela legislação vigente, a zona de proteção estabelecida para as RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II será regida pelas seguintes normas:

1. a pesquisa científica e as ações de fiscalização, monitoramento e instalação/manutenção de estruturas necessárias à proteção e estudo das unidades de conservação, constituem as únicas atividades permitidas no local;

2. o ingresso e permanência nesta zona são permitidos exclusivamente para os proprietários, representantes de órgãos gestores/fiscalizadores, pesquisadores (incluindo alunos e técnicos associados aos respectivos projetos de pesquisa), funcionários contratados para a execução de serviços de manutenção e instalação de infraestrutura, e estudantes selecionados para atuar em investigações científicas e em trabalhos de fiscalização/monitoramento destas unidades de conservação. Para tanto, fica estabelecido que:

a. o ingresso e permanência nesta zona deverão ser previamente autorizados e orientados pelos proprietários, exceto no caso de representantes de órgãos ambientais competentes no exercício das atividades de vistoria, fiscalização e acompanhamento, conforme legislação vigente (Art. 23, Decreto MMA – no. 5.746 de 15/04/2006);

b. os grupos formados para fins de pesquisa, monitoramento, fiscalização e trabalhos de manutenção e instalação de infraestrutura nunca poderá exceder 6 pessoas (incluindo os proprietários);

c. os proprietários reservam-se o direito de permitir o ingresso eventual nesta zona de familiares e amigos, para conhecimento da área e das ações praticadas nas RPPNs, desde que o grupo não exceda 06 pessoas (incluindo os proprietários), e que não ultrapasse mais de 03 ingressos por semestre;

3. fica permitida a abertura de trilhas destinadas à fiscalização, monitoramento, trabalhos de instalação/manutenção de estruturas e realização de pesquisas, desde que:

a. não ultrapassem 1,5m de largura;

b. não descaracterizem o dossel florestal;

c. sejam instituídas através da remoção de galhos, plantas rasteiras, plântulas, pequenos arbustos e espécies nativas com potencial invasor (p. ex. taquarinhas do gênero Chuschea), sem supressão de espécimes arbóreos já estabelecidos (DAP > 10cm) e de exemplares de xaxim-bugio (Dicksonia sellowiana); e

d. seu traçado seja estabelecido, preferencialmente, em locais previamente alterados pela ação do gado, e/ou onde seja possível minimizar os impactos do pisoteio sobre a integridade física do solo e dos recursos hídricos.

4. os trabalhos de abertura e manutenção das trilhas deverão ser executados sem o uso de motosserra ou roçadeira, exceto em casos onde seja necessário efetuar a remoção de espécimes arbóreos mortos para desobstrução do caminho. Neste caso, deverão ser adotados os procedimentos administrativos exigidos pela legislação vigente;

5. o material vegetal extraído durante a abertura e manutenção das trilhas deverá ser necessariamente depositado no interior das RPPNs para aproveitamento pelo ecossistema e decomposição natural;

6. o fechamento temporário ou definitivo das trilhas pode ser determinado pelos proprietários, a qualquer tempo, se verificada pelo menos uma das situações a seguir:

a. quando houver comprometimento da integridade física do solo e/ou dos recursos hídricos;

b. se forem identificados sítios reprodutivos de espécies da fauna nativa que necessitem

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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permanecer isolados para cumprimento de suas funções;

c. por ocasião de estudos científicos que necessitem de exclusão de pessoas no local; ou

d. quando se verificar a existência de qualquer risco à proteção e/ou à integridade ambiental das RPPNs.

7. a construção de estradas de acesso é expressamente proibida nesta zona;

8. fica autorizada a construção de cercas e a instalação de placas de sinalização, além de outras estruturas que sejam essenciais à proteção das RPPNs, desde que adotadas medidas de baixo impacto ambiental;

9. admite-se a remoção de vegetação para fins de manutenção das estruturas citadas no parágrafo anterior, desde que utilizados os mesmos métodos descritos nos itens 3.a, 4 e 5;

10. a instalação de equipamentos científicos é permitida, desde que não cause qualquer interferência nas medidas de proteção das RPPNs e que não comprometa a conservação da biodiversidade e dos atributos ambientais destas unidades de conservação;

11. fica autorizada a utilização de nascentes e/ou cursos de água para abastecimento da propriedade que abriga as RPPNs, desde que adotadas tecnologias de baixo impacto ambiental para sua captação;

12. os proprietários (ou terceiros por eles designados) ficam autorizados a portar materiais, equipamentos e dispositivos destinados a prover sua segurança no exercício dos trabalhos de fiscalização, monitoramento, manutenção e pesquisa; e

13. a deposição de esgoto, resíduos sólidos e outros contaminantes é expressamente proibida.

Zona de Administração

Além das restrições impostas pela legislação vigente, as normas de uso desta zona são as que seguem:

1. as seguintes atividades são permitidas no local: pesquisa científica, funções administrativas de natureza diversa, ações de fiscalização e monitoramento, e instalação/manutenção de infraestrutura de apoio à pesquisa, à proteção e à administração das unidades de conservação;

2. o ingresso e permanência nesta zona são permitidos exclusivamente para os proprietários, representantes de órgãos gestores/fiscalizadores, pesquisadores (incluindo alunos e técnicos associados aos respectivos projetos de pesquisa), funcionários contratados para a execução de serviços de manutenção e instalação de infraestrutura, e estudantes selecionados para atuar em investigações científicas e em trabalhos de fiscalização/monitoramento destas unidades de conservação. Para tanto, fica estabelecido que:

a. o ingresso e permanência nesta zona deverão ser previamente autorizados e orientados pelos proprietários, exceto no caso de representantes de órgãos ambientais competentes no exercício das atividades de vistoria, fiscalização e acompanhamento, conforme legislação vigente (Art. 23, Decreto MMA – no. 5.746 de 15/04/2006);

b. os grupos formados para fins de pesquisa, monitoramento, fiscalização e trabalhos de manutenção e instalação de infraestrutura nunca poderá exceder 6 pessoas (incluindo os proprietários);

c. os proprietários reservam-se o direito de permitir o ingresso nesta zona de familiares e amigos, para conhecimento da área e das ações praticadas nas RPPNs, desde que o grupo não exceda 6 pessoas (incluindo os proprietários);

3. fica autorizada a construção de uma edificação para apoio às atividades administrativas e de pesquisa, desde que:

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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a. sua área não ultrapasse 30 m2;

b. sua execução ocorra em local desprovido de vegetação com porte florestal; e

c. sejam adotados materiais e técnicas construtivas de baixo impacto ambiental.

4. fica permitida a manutenção da área de campo consolidado existente no local, de modo a possibilitar sua utilização nas atividades administrativas e de pesquisa das RPPNs. Para tanto, admite-se o uso de roçadeira à combustão e motosserra em seu manejo;

5. fica autorizada a abertura de trilhas destinadas à fiscalização, monitoramento, trabalhos de instalação/manutenção de estruturas e realização de pesquisas, desde que:

a. não ultrapassem 1,5m de largura;

b. não descaracterizem o dossel florestal;

c. sejam instituídas através da remoção de galhos, plantas rasteiras, plântulas, pequenos arbustos e espécies nativas com potencial invasor (p. ex. taquarinhas do gênero Chuschea), sem supressão de espécimes arbóreos já estabelecidos (DAP > 10cm) e de exemplares de xaxim-bugio (Dicksonia sellowiana); e

d. seu traçado seja estabelecido, preferencialmente, em locais previamente alterados pela ação do gado, e/ou onde seja possível minimizar os impactos do pisoteio sobre a integridade física do solo e dos recursos hídricos.

6. os trabalhos de abertura e manutenção das trilhas deverão ser executados sem o uso de motosserra ou roçadeira, exceto em casos onde seja necessária efetuar a remoção de espécimes arbóreos mortos para desobstrução do caminho. Neste caso, deverão ser adotados os procedimentos administrativos exigidos pela legislação vigente;

7. o material vegetal extraído durante a abertura e manutenção das trilhas, e durante o manejo da área de campo consolidado deverá ser necessariamente depositado no interior das RPPNs para aproveitamento pelo ecossistema e decomposição natural;

8. a construção de estradas de acesso é expressamente proibida nesta zona;

9. fica autorizada a construção de cercas e ponte de acesso ao local, bem como a instalação de placas de sinalização, além de outras estruturas que sejam essenciais à proteção das RPPNs, desde que adotadas medidas de baixo impacto ambiental em sua execução;

10. a instalação de equipamentos científicos e de estruturas destinadas a compor o paisagismo do local é permitida, desde que não impactem negativamente as medidas de conservação aí implantadas;

11. fica permitida a instalação de um arboreto no local, para fins de pesquisa científica e conservação;

13. os proprietários (ou terceiros por eles designados) ficam autorizados a portar materiais, equipamentos e dispositivos destinados a prover sua segurança no exercício dos trabalhos de fiscalização, monitoramento, manutenção e pesquisa; e

14. a deposição de esgoto, resíduos sólidos e outros contaminantes é expressamente proibida.

3.2.4. Croqui do zoneamento da área da RPPN – Anexo III do plano de manejo.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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3.3. PROGRAMAS DE MANEJO

Programa de Proteção N Atividade Cronograma de execução

(semestre e ano) Orçamento

Previsto (R$) Projeto

Específico Fonte do Recurso

1 Proteção física da área Atividade caracterizada pela construção de cercas nos locais mais propícios ao ingresso indevido de pessoas e animais de criação nas RPPNs, quais sejam: a) no limite entre a propriedade Recanto Portal das Nascentes e a rodovia SC-370; e b) no limite entre a RPPN Portal das Nascentes II e a propriedade vizinha.

Executado 1

o semestre/2009

11.829,00* Não Próprio

2 Sinalização da área Ação executada em áreas internas e externas às RPPNs, que envolve a implantação de dois modelos distintos de sinalização. São eles: a) placas instaladas nos limites destas unidades de conservação, em áreas com maior suscetibilidade ao ingresso indevido de terceiros, indicando a existência das RPPNs e as ações que não devem ser praticadas em seu interior; e b) placas instaladas no limite da área produtiva da propriedade com a rodovia SC-370 (em área externa às RPPNs), contendo o nome da propriedade, das RPPNs e seus objetivos, e que têm a finalidade de dar ciência da existência das unidades de conservação no local para aqueles que transitam pela rodovia.

Executado 1

o semestre /2010

593,00** Não Próprio

3 Abertura de trilhas de fiscalização e monitoramento Atividade que envolveu a abertura de 05 trilhas até o momento, sendo que uma delas localiza-se em área externa às RPPNs. Estas mesmas trilhas devem servir para fins científicos e foram constituídas pelos proprietários, aproveitando antigos caminhos de gado, sem necessidade de supressão de qualquer espécie arbórea já estabelecida. Possuem largura máxima de 1,5m, e foram instituídas na submata, sem alteração do dossel florestal. Prevê-se ampliação desta ação para melhor cobertura da fiscalização destas unidades de conservação, de acordo com as normas de uso estabelecidas para as zonas de proteção e administração.

Executado entre 2009 - 2013

Com ampliação prevista para 2016

___ Não Próprio

4 Realização de vistorias sistemáticas nas RPPNs Ação que envolve a realização de rondas sistemáticas através das trilhas de fiscalização e monitoramento existentes nas RPPNs, e ao longo da cerca que separa a RPPN Portal das Nascentes II e a propriedade vizinha. Consiste na vistoria e correção de eventuais irregularidades que possam comprometer a proteção das unidades de conservação. Dentre elas, destacam-se: danos ao cercamento, vestígios de ingresso indevido de pessoas, animais domésticos e de criação nas unidades de conservação, indícios de caça e/ou apreensão de animais silvestres, vestígios de coleta de espécies vegetais nativas, etc.

Em execução desde 1º semestre/2009

___ Não Próprio

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5 Realização de vistorias sistemáticas em área externa às RPPNs Atividade desenvolvida no limite entre a propriedade que abriga as RPPNs e a rodovia SC-370. Consiste em percorrer a referida rodovia (de carro, a pé ou a cavalo) até o alto da Serra do Corvo Branco para: verificação de irregularidades na cerca da propriedade e nas placas de sinalização, coleta de resíduos sólidos existentes no local (de modo a impedir que estes sejam carreados para o interior das RPPNs por ação eólica ou pelos cursos de água), e vistoriar e corrigir a possível ocorrência de outras atividades que possam afetar a integridade das unidades de conservação (p. ex. fogueiras feitas à margem da rodovia, caixas da abelha Apis mellifera colocadas sem autorização no interior da propriedade, trilhas abertas irregularmente a partir da rodovia para o interior do imóvel, etc.). A frequência desta ação é variável e dependente da época do ano e do fluxo de pessoas registrado no entorno da propriedade.

Em execução desde 1º semestre/2009

____ Não Próprio

6 Registro e sistematização das ocorrências verificadas nas RPPNs Ação caracterizada pelo registro e organização da totalidade de ocorrências verificadas durante a realização das vistorias sistemáticas nas RPPNs e seu entorno. Tais informações são sintetizadas em um relatório anual de atividades da propriedade Recanto Portal das Nascentes, para acompanhamento e avaliação da efetividade das medidas de proteção implantadas na área.

Em execução desde 1º semestre/2009

____ Não ____

7 Formalização de ocorrências e/ou irregularidades junto à órgãos competentes Atividade que consiste em comunicar formalmente órgãos competentes sobre a ocorrência de atividades indevidas na área das RPPNs e em seu entorno (quando estas afetarem potencialmente as unidades de conservação).

Em execução desde 1º semestre/2009

____ Não ____

TOTAL 12.422,00

Infraestrutura: Atividade 1 – cerca de arame, com três fios superiores farpados e o inferior liso, construída na área externa às RPPNs e cerca com 3 fios, sendo o inferior liso na RPPN Portal da

Nascentes II. Atividade 2 - placas de sinalização confeccionadas em chapa de metal e madeira, totalizando 06 unidades do tipo “a” e 04 unidades do tipo “b”.

Observação: A construção das cercas para proteção das RPPNs exigiu, além da aquisição de material, a contratação de terceiros para sua execução. Já a implantação das placas de

sinalização foi efetuada pelos proprietários, sendo que o valor apresentado na tabela acima refere-se apenas à confecção das mesmas. As demais ações descritas não requerem a contratação de recursos humanos, uma vez que são desenvolvidas pelos proprietários. Por este motivo, não foram apresentados custos orçamentários relacionados com as mesmas. * valores relativos ao ano 2009 ** valores relativos ao ano 2010

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Programa de Pesquisa N Atividade Cronograma de execução

(semestre e ano) Orçamento

Previsto (R$) Projeto

Específico Fonte do Recurso

1 Estabelecimento de regras para a realização de pesquisas científicas Consiste na elaboração de um protocolo com normas e procedimentos a serem seguidos pelos interessados em desenvolver pesquisas científicas nas RPPNs. O referido documento foi desenvolvido pelos proprietários com base na legislação vigente e nos objetivos do plano de manejo destas unidades de conservação, e encontra-se no Anexo IV deste documento.

Executado 2º semestre/2015

_____ Não _____

2 Monitoramento das variáveis microclimáticas das RPPNs Ação identificada neste plano de manejo como sendo fundamental para a compreensão dos processos ecológicos das RPPNs. Será financiada e executada pelos proprietários (aproveitando sua formação acadêmica), sendo que seu início depende da aquisição de equipamento específico e da implantação de infraestrutura para sua instalação (vide Programa de Administração).

Previsão 1º semestre/2018

_____ Não Próprio

3 Levantamento florístico das RPPNs Ação identificada como prioritária no diagnóstico deste plano de manejo. Pretende-se que sua execução seja efetuada a partir do estabelecimento de parcerias com instituições de ensino/pesquisa, de modo a minimizar gastos.

Previsão 2º semestre/2018

_____ Não Parceria

4 Levantamento da fauna de anfíbios anuros nas RPPNs Ação identificada como prioritária no diagnóstico deste plano de manejo. Pretende-se que sua execução seja efetuada a partir do estabelecimento de parcerias com instituições de ensino/pesquisa, de modo a minimizar gastos.

Previsão 2º semestre/2019

_____ Não Parceria

5 Levantamento da fauna bentônica residente nos cursos de água das RPPNs Ação identificada como prioritária no diagnóstico deste plano de manejo. Pretende-se que sua execução seja efetuada pelos proprietários (aproveitando sua formação acadêmica), porém não se descarta o estabelecimento de parcerias com instituições de ensino/pesquisa.

Previsão 1º semestre/2017

_____ Não Próprio

6 Levantamento da ictiofauna límnica das RPPNs Ação identificada como prioritária no diagnóstico deste plano de manejo. Pretende-se que sua execução seja efetuada a partir do estabelecimento de parcerias com instituições de ensino/pesquisa, de modo a minimizar gastos.

Previsão 1º semestre/2019

_____ Não Parceria

7 Levantamento de fungos basidiomicetos das RPPNs Ação identificada como prioritária no diagnóstico deste plano de manejo. Pretende-se que sua execução seja efetuada a partir do estabelecimento de parcerias com instituições de

Previsão 2º semestre/2018

_____ Não Parceria

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ensino/pesquisa, de modo a minimizar gastos.

8 Monitoramento da mastofauna das RPPNs Ação que busca identificar as espécies de mamíferos (médio e grande porte) existentes nas unidades de conservação, e monitorar sua ocorrência ao longo do ano, de modo que seja possível avaliar a efetividade das ações protetivas implantadas nestas unidades de conservação para este grupo faunístico. Sua execução e custeio são de responsabilidade dos proprietários.

Em execução desde 1º semestre/2010

3.250,00* Não Próprio

TOTAL 3.250,00

Infraestrutura: Atividade 2 – aquisição e instalação de estação meteorológica, cujos custos encontram-se descritos no Programa de Administração; Atividade 5 - para esta ação prevê-se a aquisição de um estereomicroscópio, cujo uso será posteriormente ampliado para outras pesquisas. O custo desta ação encontra-se

descrito no Programa de Administração; Atividade 8 – armadilhas fotográficas, cuja aquisição já foi efetuada pelos proprietários.

Observação: Além das ações descritas acima, pretende-se desenvolver pesquisas que tenham como foco o estudo de processos ecológicos (especialmente aqueles relacionados com o

papel da água no ecossistema florestal), sendo que sua execução dependerá de oportunidades e do estabelecimento de parcerias com instituições de ensino/pesquisa. Os custos relativos às atividades 3, 4, 6 e 7 não foram apresentados, pois se espera que estas sejam executadas em colaboração com instituições de pesquisa. Neste sentido,

ressalta-se que as datas previstas para o início destas ações podem sofrer modificações, e ficam condicionadas ao estabelecimento de parcerias. * valor referente aos custos de aquisição e manutenção de equipamentos, e compra de material de consumo, entre 2010 e 2015.

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Programa de Administração

N Atividade Cronograma de execução

(semestre e ano)

Orçamento Previsto

(R$)

Projeto Específico

(sim ou não)

Fonte do Recurso

(Próprio ou Parceria)

1 Estruturação da Zona de Administração das RPPNs Atividade caracterizada pela implantação de uma zona administrativa na RPPN Portal das Nascentes para atendimento às demandas das duas RPPNs. Sua execução será efetuada em etapas, de acordo com os recursos disponíveis, e contará com as seguintes ações: abertura de trilhas conforme normas de uso definidas para a zona; supressão de arbustos e vegetação rasteira através da roçada do terreno; implantação de insfraestrutura necessária à instalação de uma estação meteorológica; constituição de arboreto para fins de conservação e pesquisa, e implantação de estruturas para atração da fauna (especialmente avifauna) e para a composição paisagística do local.

Previsão 1º semestre/2016

_____ Sim Próprio

2 Construção de edificação de apoio à pesquisa e atividades administrativas Esta atividade integra as ações a serem executadas para a estruturação da Zona de Administração. Entretanto, optou-se por apresenta-la separadamente em função de seu custo elevado, o que demandará mais tempo para sua concretização. Consiste na edificação de uma pequena sede destinada ao desenvolvimento de atividades administrativas diversas, à guarda de equipamentos de pesquisa, e à servir de apoio para pesquisadores, conforme detalhado em projeto específico.

Previsão 2019/2020

_____ Sim Próprio

3 Aquisição de estação meteorológica Ação necessária à realização da atividade 2 do Programa de Pesquisa. Consiste na compra de uma pequena estação meteorológica, que será instalada na Zona de Administração da RPPN Portal das Nascentes.

Previsão 1º semestre/2018

8.850,00* Não Próprio

4 Aquisição de estereomicroscópio Ação necessária ao desenvolvimento da atividade 5 do Programa de Pesquisa, sendo que seu uso será posteriormente ampliado para outras pesquisas. Prevê-se que este equipamento seja instalado na edificação a ser construída na Zona de Administração da RPPN Portal das Nascentes, de forma que sirva de apoio aos pesquisadores. Entretanto, sua aquisição deverá ser feita antecipadamente para o cumprimento dos prazos previstos para o levantamento da macrofauna bentônica residente nos cursos de água das RPPNs.

Previsão 1º semestre/2017

5.600,00* Não Próprio

5 Substituição das placas de sinalização das RPPNs Embora apresentem bom estado de conservação, prevê-se a substituição das placas de sinalização das RPPNs (existentes em áreas internas e externas às mesmas), como forma

Previsão 2016

1.100,00 Não Próprio

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de evitar seu desgaste excessivo. Nesta ocasião, poderão ser realizadas eventuais adequações de texto e formato, além do redimensionamento de sua quantidade e localização.

6 Revitalização e manutenção das cercas de proteção Embora apresente bom estado de conservação, prevê-se a realização de uma vistoria geral nas cercas de proteção das RPPNs (existentes em áreas internas e externas às mesmas), de modo a substituir eventuais palanques e/ou fios que estejam desgastados pelo tempo. Não se descarta a possibilidade de ampliação das cercas ora existentes como forma de melhorar as medidas de proteção das unidades de conservação.

Previsão 1º semestre/2016

_____ Não Próprio

7 Estabelecimento e implementação de protocolo de rotina para fiscalização e monitoramento das RPPNs

Ação que consiste em desenvolver, de forma sistemática, uma lista de atividades necessárias à fiscalização e monitoramento das RPPNs, dentre as quais destacam-se: realização de rondas, verificação de indício sobre ingresso indevido de terceiros ou de animais domésticos/criação nas RPPNs, vestígios de coleta indevida de espécies vegetais e/ou captura ou caça de animais silvestres, correção de irregularidades, etc.

Em execução desde 1º semestre/2009

_____ Não Próprio

8 Implantação de protocolo de rotina para manutenção de trilhas e área administrativa Atividade caracterizada pela realização de procedimentos sistemáticos visando a manutenção constante das trilhas de fiscalização/monitoramento e da Zona de Administração. Sua execução será efetuada de acordo com os procedimentos descritos nas normas de uso estabelecidas para as diferentes zonas das RPPNs.

Em execução desde 1º semestre/2009

(para trilhas)

Previsão 1º semestre/2016

(para área administrativa)

_____ Não Próprio

9 Registro e sistematização das ações e custeio das atividades administrativas Ação caracterizada pelo registro e organização das ações (p. ex. compra e instalação de equipamentos, implantação de infraestrutura, edificações, trabalhos de manutenção, etc.) e recursos financeiros necessários à gestão das RPPNs. Tais informações serão sintetizadas em um relatório anual de atividades da propriedade Recanto Portal das Nascentes, para acompanhamento dos investimentos e aprimoramento das ações necessárias à gestão das unidades de conservação.

Em execução desde 1º semestre/2009

0,00 Não ____

10 Estabelecimento de parcerias para a realização de pesquisas científicas Atividade que consiste em compor parcerias com instituições de ensino e pesquisa para o desenvolvimento de estudos científicos, de acordo com as prioridades e diretrizes estabelecidas para as RPPNs.

Previsão 1º semestre/2016

0,00 Não ____

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11 Estabelecimento de parcerias para promover a proteção das RPPNs Ação que objetiva obter o apoio de órgãos gestores/fiscalizadores e de moradores locais para a proteção das RPPNs. Consiste no estabelecimento formal e informal de parcerias que resultem na ampliação do monitoramento da área. Dentre estas, destacam-se aquelas estabelecidas com o ICMBio (através da equipe da sede do Parque Nacional de São Joaquim), com guias de turismo de Urubici, e com proprietários de imóveis vizinhos e/ou de outras RPPNs existentes na região.

Em execução desde 1º semestre/2009

0,00 Não ____

TOTAL 15.550,00

Infraestrutura: Atividades 1 e 2 - a infraestrutura necessária à realização destas ações estão sendo dimensionadas e serão detalhadas nos projetos específicos correspondentes.

Observação: Os projetos específicos das atividades 1 e 2 encontram-se em fase de elaboração. Por isso, ainda não é possível apresentar uma previsão orçamentária para estas ações.

Situação semelhante ocorre com a atividade 6, cujos custos dependerão dos resultados da vistoria prevista para o 1º semestre/2016. As atividades 7 e 8 são desenvolvidas pelos proprietários, sendo que seu custo restringe-se geralmente a compra e reposição de material de consumo. Em função do valor

reduzido, estes não costumam ser computados no orçamento geral de manutenção da propriedade e, por este motivo, não foram apresentados na tabela acima. Quanto à comunicação das RPPNs, destaca-se que o termo “RPPN Portal das Nascentes” será utilizado em placas de sinalização, material educativo e/ou de divulgação,

para se referir às duas RPPNs conjuntamente, com os objetivos de facilitar a disseminação das ações desenvolvidas nestas unidades de conservação junto ao público em geral e de simplificar as estratégias de comunicação. Da mesma forma, prevê-se a ampla divulgação apenas de informações que não comprometam a proteção e gestão destas RPPNs e da propriedade como um todo.

Por fim, cabe ressaltar que as RPPNs foram dimensionadas e planejadas para serem geridas com recursos próprios dentro do contexto da propriedade como um todo. Por isso, não cabe apresentar uma ação relacionada à sustentabilidade econômica destas unidades de conservação. * valores relativos ao ano 2015

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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3.4. PROJETOS ESPECÍFICOS

Nº Título do Projeto Objetivo

1 Implantação e estruturação da zona de administração das RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II, Urubici-SC.

Implantar, na RPPN Portal das Nascentes, um espaço de apoio à pesquisa e às atividades administrativas de ambas RPPN’s, provendo-o com a infraestrutura necessária para o desenvolvimento destas atividades, através do aproveitamento de uma área submetida a alterações antrópicas no passado.

2 Construção de edificação de apoio à pesquisa e atividades administrativas na RPPN Portal das Nascentes, Urubici-SC.

Construir uma sede, na zona de administração da RPPN Portal das Nascentes, destinada ao desenvolvimento de atividades administrativas diversas, à guarda de equipamentos, e à servir de apoio para pesquisadores, provendo-a com a infraestrutura necessária para o desenvolvimento destas atividades.

Observação:

Ambos os projetos encontram-se em fase de elaboração e serão posteriormente encaminhados ao ICMBio para aprovação.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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ANEXO I - LISTA DE ESPÉCIES DA FLORA Tabela 1. Lista de espécies da flora registradas pelos proprietários, entre 2009 e 2015, nas RPPNs Portal das Nascentes e

Portal das Nascentes II, Serra do Corvo Branco, Urubici – SC. Os morfotipos não identificados ao nível de gênero não foram incluídos nesta tabela. Onde: P – dados primários; S – dados secundários.

Nº FAMÍLIA NOME COMUM NOME CIENTÍFICO DADO 1 Acanthaceae Justícia-rosa Justicia carnea P

2 Farroupilha Justicia floribunda P 3 Aquifoliaceae Erva-mate Ilex paraguariensis P 4 Araliaceae Figueira-brava Oreopanax fulvum P 5 Araucariaceae Pinheiro-brasileiro Araucaria angustifolia P 6 Asteraceae Macela Achyrocline alata P 7 Macela Achyrocline satureoides P 8 Vassourinha Baccharis dracunculifolia P 9 Vassoura Baccharis uncinella P

10 Carqueja Baccharis trimera P 11 Catião-trepador Pentacalia desiderabilis P 12 Margarida-do-banhado Senecio bonariensis P 13 Maria-mole Senecio brasiliensis P 14 Margarida-do-banhado Senecio icoglossus P 15 Vassourão-branco Vernonanthura discolor P 16 Balanophoraceae Espiga-de-dragão Helosis cayennensis P 17 Begoniaceae Begonia-do-brejo Begonia cuccullata P 18 Begonia-de-itatins Begonia itatinensis P 19 Berberidaceae São-João Berberis laurina P 20 Bignoneaceae Pente-de-macaco Amphilophium cf. crucigerus P 21 Ipê-amarelo Handroanthus albus P 22 Blechnaceae Samambaia-do-banhado Blechnum sp. P 23 Bromeliaceae Bromélia Aechmea cf. recurvata P 24 Bromélia Aechmea sp A. P 25 Cravo-do-mato Tillandsia cf. aeranthus P 26 Bromélia-gigante Vriesea reitzii P 27 Campanulaceae Coral-da-serra Siphocampylus sp. P 29 Celastraceae Espinheira-santa Maytenus ilicifolia P 30 Carne-de-vaca Chletra sp. P 31 Cunoniaceae Gramimunha Weinmmania humilis P 32 Dicksoniaceae Xaxim-bugio Dicksonia sellowiana P 33 Ericaceae -------------- Gaylussacia brasiliensis P 34 Euphorbiaceae Leiteiro Sapium glandulatum P 35 Fabaceae Ingá Inga sp. P 36 Mimosa-rosa-rasteira Mimosa ramboi P 37 Bracatinga Mimosa scabrella P 38 Gesneriaceae Peixinho Nematanthus sp. P 39 Grossulariaceae Canudo-de-pito Escallonia sp. P 40 Gunneraceae Urtigão-da-serra Gunnera manicata P 41 Iridaceae -------------- Sisyrinchium cf. micranthum P 42 -------------- Sisyrinchium cf. vaginatum P 43 Lentibulariaceae -------------- Utricularia reniformis P 44 -------------- Utricularia cf. tridentata P 45 Malvaceae -------------- Abutilon sp. P 46 Melastomataceae Pixirica Leandra spp. P 47 -------------- Miconia spp. P 48 Manacá Tibouchina mutabilis P 49 -------------- Tibouchina spp. P 50 Myrtaceae Goiaba-serrana Acca sellowiana P 51 Carrapato Myrrinium artropurpureum P 52 Pitanga Eugenia uniflora P 53 Araçá-vermelho Psidium catleianum P 54 Guamirim Myrceugenia spp. P 55 Camboim Siphoneugena cf. reitzii P 56 Camboim-vermelho Myrcia guianensis P 57 Onagraceae Brinco-de-princesa Fuchsia regia P 58 Flor-amarela-do-banhado Ludwigia cf. longifolia P

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59 Orchidaceae Orquídea Gomesa cf. loefgrenii P 60 Orquídea Habenaria macronectar P 61 Orquídea Habenaria spp. P 62 Orquídea Octomeria cf.glasioviana P 63 Orquídea Oncidium ottonis P 64 Orquídea Phymatidium cf. delicatum P 65 Orquídea Rodrigueziella gomesioides P 66 Orquídea Sacoila lanceolata P 67 Orquídea Sophronitis coccínea P 68 Passifloraceae Maracujá-de-cobra Passiflora caerulea P 69 Plantaginaceae Tanchagem Plantago spp. P 70 Poaceae Cará Chusquea spp. P 71 Capim-dos-pampas Cortaderia selloana P 72 Primulaceae Capororoca Myrsine coriacea P 73 Rosaceae Amora-do-mato Rubus brasiliensis P 74 Amora-verde Rubus erithrocladus P 75 Rubiaceae ------------ Galium sp. P 76 Salicaceae Sucará Xylosma sp. P 77 Styracaceae Canelinha Styrax leprosus P 78 Verbenaceae ------------ Verbena spp. P 79 Winteraceae Casca d’anta Drimys brasiliensis P 80 Casca d’anta Drimys angustifolia P

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ANEXO II – LISTA DE ESPÉCIES DA FAUNA E DO REINO FUNGI Tabela 1. Lista de espécies de mamíferos de médio e grande porte registradas pelos proprietários, entre 2009 e 2015,

nas RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II e em suas imediações, Serra do Corvo Branco, Urubici – SC. Onde: P – dados primários; S – dados secundários; * - espécie exótica.

MAMMALIA

Nº ORDEM FAMÍLIA NOME COMUM NOME CIENTÍFICO DADO 1 Artiodactyla Cervidae Veado Mazama sp. P

2 Tayassuidae Cateto Pecari tajacu P

3 Carnivora Canidae Cachorro-do-mato Cerdocyon thous P

4 Cachorro-do-campo Pseudalopex gymnocercus P

5 Felidae Gato-do-mato-pequeno Leopardus tigrinus P

6 Gato-maracajá Leopardus wiedii P

7 Puma ou leão baio Puma concolor P

8 Procyonidae Mão-pelada Procyon cancrivorus P

9 Quati Nasua nasua P

10 Mustelidae Zorrilho Conepatus chinga P

11 Irara Eira barbara P

12 Furão Galictis cuja P

13 Lagomorpha Leporidae Lebre Lepus europeus* P

14 Rodentia Caviidae Preá Cavia sp. P

15 Dasyproctidae Cutia Dasyprocta cf. azarae P

16 Hydrochoerinae Capivara Hydrochoerus hydrochaeris P

17 Xenarthra Dasypodidae Tatu-galinha Dasypus novencinctus P

Tabela 2. Lista de espécies da avifauna registradas pelos proprietários, entre 2009 e 2015, nas RPPNs Portal das

Nascentes e Portal das Nascentes II e em suas imediações, Serra do Corvo Branco, Urubici – SC. Onde: P – dados primários; S – dados secundários.

AVES Nº ORDEM FAMÍLIA NOME COMUM NOME CIENTÍFICO DADO 1 Accipitriformes Accipitridae Gavião-de-penacho Spizaetus ornatus P 2 Gavião-pega-macaco Spizaetus tyrannus P 3 Anseriformes Anatidae Marrequinha-de-pé-vermelho Amazonetta brasiliensis P 4 Apodiformes Trochilidae Beija-flor-de-papo-branco Leucochloris aubicollis P 5 Besourinho-de-bico-vermelho Chlorostilbon lucidus P 6 Beija-flor-de-topete Stephanoxis lalandi P 7 Cariamiformes Cariamidae Siriema Cariama cristata P 8 Catartiformes Cathartidae Urubu-de-cabeça-vermelha Cathartes aura P 9 Urubu-comum Coragyps atratus P

10 Urubu-rei Sarcoramphus papa P 11 Charadriiformes Charadriidae Quero-quero Vanellus chilensis P 12 Columbiformes Columbidae Rolinha-picui Columbina picui P 13 Juriti-gemedeira Leptotila rufaxilla P 14 Juriti- pupu Leptotila verreauxi P 15 Pomba amargosa Patagioenas plúmbea P 16 Coraciiformes Alcedinidae Martim-pescador-pequeno Chloroceryle americana P 17 Cuculiformes Cuculidae Anu-branco Guira guira P 18 Falconiformes Falconidae Caracará Caracara plancus P 19 Carrapateiro Milvago chimachima P 20 Chimango Milvago chimango P 21 Quiriquiri Falco sparverius P 22 Galliformes Cracidae Jacuaçu Penelope obscura P 23 Gruiformes Rallidae Saracura-do-mato Aramides saracura P 24 Passeriformes Corvidae Gralha-azul Cyanocorax caeruleus P 25 Cotingidae Araponga Procnias nudicollis P 26 Dendrocolaptiidae Arapaçu Lepidocolaptes sp. P

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27 Fringillidae Pintassilgo Carduelis magellanica P 29 Furnariidae João-de-barro Furnarius rufus P 30 Grimpeirinho Leptasthenura striolata P 31 Trepador-quiete Syndactyla rufosuperciliata P 32 Hirundinidae Andorinha-azul-e-branca Notiochelidon cyanoleuca P 33 Icteridae Tecelão Cacicus chrysopterus P 34 Vira-bosta Molothrus bonariensis P 35 Parulidae Mariquita Setophaga pitiayumi P 36 Passerelidae Tico-tico Zonotrichia capensis P 37 Thamnophilidae Borralha-assobiadora Mackenziaena leachii P 38 Thraupidae Trinca-ferro-verdadeiro Saltator similis P 39 Sanhaçu-frade Stephanophorus diadematus P 40 Quete Poospiza lateralis P 41 Canário-da-terra-verdadeiro Sicalis flaveola P 42 Sabiá-do-banhado Embenagra platensis P 43 Coleirinho Sporophila caerulescens P 44 Caboclinho-barriga-vermelha Sporophila hypoxantha P 45 Saíra-viúva Pipraeidea melanonota P 46 Troglodytidae Corruíra Troglodytes musculus P 47 Turdidae Sabiá-poca Turdus amaurochalinus P 48 Sabiá-una Turdus flavipes P 49 Sabiá-laranjeira Turdus rufiventris P 50 Sabiá-ferreiro Turdus subalaris P 51 Tyrannidae Maria-preta-de-bico-azulado Knipolegus cyanirostris P 52 Maria-preta-de-papo-vermelho Knipolegus nigerrimus P 53 Bem-te-vi Pitangus sulfuratus P 54 Alegrinho Serpophaga subcristata P 55 Suiriri Tyrannus malancholicus P 56 Tesourinha Tyrannus savana P 57 Noivinha-de-rabo-preto Xolmis dominicana P 58 Vereonidae Verdinho-coroado Hylophilus cf. poicilotis P 59 Pelecaniformes Ardeidae Maria-faceira Syrigma sibilatrix P 60 Threskiornithidae Curicaca Theristicus caudatus P 61 Piciformes Picidae Pica-pau-rei Campephilus robustus P 62 Pica-pau-do-campo Colaptes campestres P 63 Pica-pau-dourado Piculus aurulentus P 64 Pica-pau-anão Picumnus sp. P 65 Picapauzinho-verde-carijó Veniliornis spilogaster P 66 Psittaciformes Psittacidae Tiriba-de-testa-vermelha Pyrrhura frontalis P 67 Strigiformes Strigidae Corujinha-do-sul Megascops sanctaecatarinae P 68 Tinamiformes Tinamidae Inhambuguaçu Chrypturellus obsoletus P 69 Perdiz Rhyncotus rufescens P

Tabela 3. Lista de espécies de anfíbios registradas pelos proprietários, entre 2009 e 2015, nas RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II e em suas imediações, Serra do Corvo Branco, Urubici – SC. Os morfotipos não identificados ao nível de gênero não foram incluídos nesta tabela. Onde: P – dados primários; S – dados secundários.

Nº NOME COMUM NOME CIENTÍFICO DADO 1 Rã-escavadeira Leptodactylus plaumanni P 2 Sapo Rhinella icterica P

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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Tabela 4. Lista de espécies de répteis registradas pelos proprietários, entre 2009 e 2015, nas RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II e em suas imediações, Serra do Corvo Branco, Urubici – SC. Os morfotipos não identificados ao nível de gênero não foram incluídos nesta tabela. Onde: P – dados primários; S – dados secundários.

Nº NOME COMUM NOME CIENTÍFICO DADO 1 Jararaca Bothrops jararaca P 2 Cobra d’água Liophis spp. P

Tabela 5. Espécies de crustáceos registradas pelos proprietários, entre 2009 e 2015, nos cursos de água das RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II, Serra do Corvo Branco, Urubici – SC. Onde: P – dados primários; S – dados secundários.

Nº NOME COMUM NOME CIENTÍFICO DADO 1 Lagostinha Aegla jarai P 2 Lagostinha Aegla sp. n. P

Tabela 6. Espécies de fungos registradas pelos proprietários, entre 2009 e 2015, nas RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II e em suas imediações, Serra do Corvo Branco, Urubici – SC. Os morfotipos não identificados ao nível de gênero não foram incluídos nesta tabela. Onde: P – dados primários; S – dados secundários.

Nº NOME COMUM NOME CIENTÍFICO DADO 1 ------------ Ascrotremella sp. P 2 Fungo anêmona Aseroe rubra P 3 ----------- Auricularia sp. P 4 ----------- Marasmium sp. P 5 ----------- Tremella sp. P 6 ----------- Xylaria sp. P

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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ANEXO III - MAPA OU CROQUI DO ZONEAMENTO DAS RPPNs Figura 1. Croqui demonstrativo da localização das zonas de administração e de proteção das RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II,

Urubici-SC.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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ANEXO IV

REGULAMENTO PARA REALIZAÇÃO DE PESQUISAS CIENTÍFICAS NAS RPPNs PORTAL DAS NASCENTES E PORTAL DAS NASCENTES II, URUBICI – SC.

__________________________________________________________________________________________________

As Reservas Particulares do Patrimônio Natural Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II foram criadas para promover exclusivamente a pesquisa científica e a proteção/conservação de seus ecossistemas, sendo que este último constitui o objetivo prioritário destas unidades de conservação. Assim, as regras para realização de investigações científicas foram estabelecidas de acordo com critérios que visam impedir eventuais interferências negativas, diretas ou indiretas, desta atividade na proteção e preservação ambiental destas RPPNs, conforme descrito a seguir:

1. A realização de qualquer pesquisa nas RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II só será permitida após anuência expressa e por escrito dos proprietários, e deverá necessariamente obedecer às normas do plano de manejo destas unidades de conservação e às cláusulas deste regulamento.

2. As pesquisas poderão ser motivadas tanto por demandas dos proprietários como de pesquisadores vinculados a instituições de ensino e/ou pesquisa, públicas ou privadas.

3. Serão consideradas prioritárias as pesquisas que tenham como foco o estudo da biodiversidade e de processos ecológicos (especialmente aqueles relacionados com o papel da água no ecossistema florestal), conforme previsto no plano de manejo das RPPNs.

4. Não serão admitidas pesquisas que:

a) impliquem o sacrifício de mamíferos e/ou aves silvestres;

b) envolvam maus tratos a qualquer organismo (seja ele alvo ou não da investigação); e

c) utilizem organismos geneticamente modificados e/ou que visem modificar geneticamente

organismos coletados nas RPPNs.

Parágrafo único: outros temas ou métodos poderão ser restringidos a critério exclusivo dos proprietários.

5. A coleta de espécies raras, endêmicas e/ou em risco de extinção pertencentes a qualquer Reino poderá ser limitada ou impedida pelos proprietários, dependendo da natureza do projeto de pesquisa e da metodologia proposta para o mesmo.

6. Os interessados em desenvolver trabalhos científicos nas RPPNs deverão encaminhar aos proprietários o formulário específico para apresentação de projeto de pesquisa1, para que estes possam efetuar a avaliação da proposta.

7. Os proprietários terão até 60 dias para avaliar os projetos encaminhados e para comunicar formalmente sua aprovação mediante envio de ofício ao pesquisador responsável (coordenador).

8. Depois da aprovação do projeto, o pesquisador responsável deverá:

a) solicitar ao ICMBio, via SISBIO (e a outros órgãos eventualmente necessários) as devidas autorizações para a realização de pesquisa científica nas RPPNs, e encaminhar a cópia desses documentos para os proprietários;

b) informar, por escrito, as datas previstas para visita/coleta na propriedade, assim como a identificação de todos os membros da equipe de campo.

9. Ainda que autorizado, o início dos trabalhos de pesquisa ficará condicionado ao preenchimento e entrega do termo de anuência2 a este regulamento, devidamente assinado pelo pesquisador responsável, assim como as demais documentações exigidas acima.

1 O formulário para apresentação de projetos científicos contém as informações mínimas necessárias à avaliação da

pesquisa proposta e será fornecido aos interessados pelos proprietários das RPPNs.

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10. Na fase de execução do projeto, só será permitido o acesso à propriedade aos membros previamente identificados e durante as datas acordadas entre as partes.

Parágrafo único: Havendo necessidade de alteração no cronograma e/ou na composição da equipe, estas deverão ser informadas com 15 dias de antecedência para obtenção de anuência dos proprietários.

11. O acesso à propriedade para realização da pesquisa, uma vez autorizado, será um ato meramente colaborativo dos proprietários. Ainda que estes, dentro das suas possibilidades, envidem todos os esforços para orientar os pesquisadores quanto aos aspectos pertinentes e para colaborar para o bom andamento dos trabalhos, caberá unicamente ao coordenador da pesquisa a responsabilidade pelos atos praticados por si e por sua equipe dentro da propriedade, assim como por quaisquer aspectos trabalhistas, ambientais, previdenciários, técnicos, logísticos, financeiros ou relativos à segurança física e patrimonial dos membros da equipe de pesquisa, dos auxiliares e acompanhantes, e pelos materiais, equipamentos e demais insumos utilizados direta ou indiretamente nos trabalhos.

12. A interrupção das pesquisas poderá ser exigida, a qualquer tempo pelos proprietários, desde que identificada pelo menos uma das situações a seguir:

a) descumprimento de cláusulas deste regulamento;

b) descumprimento de normas estabelecidas no plano de manejo das unidades de conservação;

c) verificação de interferências negativas, geradas pela pesquisa ou membros de sua equipe, sobre a proteção ou conservação das RPPNs;

d) verificação de interferências negativas, geradas pela pesquisa ou membros de sua equipe, nas atividades cotidianas, na segurança e na manutenção da propriedade;

e) motivos de força maior que prejudiquem ou impossibilitem o acesso à propriedade e/ou sua utilização para fins de pesquisa.

13. A obtenção de imagens e a divulgação de informações referentes às RPPNs e à propriedade serão autorizadas exclusivamente para uso nos produtos de divulgação científica relacionados com o projeto aprovado.

Parágrafo único: Fica terminantemente proibida a divulgação de imagens e informações da propriedade, dos proprietários e das RPPNs em redes sociais, imprensa ou quaisquer outros veículos. Casos especiais poderão ser considerados, demandando, contudo, autorização prévia e expressa dos proprietários.

14. O pesquisador responsável deverá entregar obrigatoriamente aos proprietários uma cópia eletrônica (PDF) e uma impressa de todos os produtos científicos gerados a partir da pesquisa, como relatório final (e parciais, se assim exigido previamente pelos proprietários), resumos em congresso, trabalhos publicados em periódicos científicos, monografias, dissertações, teses de doutorado ou outros, até 30 dias após a sua divulgação/finalização.

15. As informações geradas pelas pesquisas científicas poderão ser utilizadas pelos proprietários para a produção de material educativo das RPPNs, com a devida citação das fontes.

16. O nome da(s) RPPN(s) deverá(ão) constar na área de estudo e/ou nos agradecimentos dos produtos científicos resultantes das pesquisas realizadas nas RPPNs, de modo que as publicações possam ser utilizadas em ações de conservação destas unidades.

Parágrafo único: A divulgação do nome da(s) RPPN(s) nos produtos científicos poderá ser eventualmente restringida pelos proprietários visando à proteção de espécies e/ou a segurança destas unidades de conservação.

17. Casos omissos serão decididos pelos proprietários.

2 O termo de anuência ao regulamento para realização de pesquisas nas RPPNs será encaminhado ao pesquisador

responsável após a aprovação do projeto e poderá conter orientações específicas à equipe, de modo a prover sua

segurança bem como a proteção das unidades de conservação.

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ANEXO V – IMAGENS DAS RPPNs

RPPN Portal das Nascentes II

RPPN Portal das Nascentes

A

B

C

Figura 1. Propriedade Recanto Portal das Nascentes, com destaque para as RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II (A); visão parcial das RPPNs por ocasião do cercamento da propriedade, em 2009 (B); visão mais atual das RPPNs, com destaque para a sede da propriedade e para placa de sinalização (C).

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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A

B

Figura 2. Corte vertical efetuado em rocha arenítica (A), existente no alto da Serra do Corvo Branco, e a partir do qual a primeira paisagem a ser avistada (por quem ingressa nesta feição pelo município de Grão Pará) é a propriedade Recanto Portal das Nascentes (B).

A B

Figura 3. Detalhe dos distintos modelos de sinalização instalados para proteção das RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II, Urubici-SC. Onde: A – placa instalada no limite da área produtiva da propriedade com a rodovia SC-370 (em área externa às RPPNs); e B – placa instalado nos limites das RPPNs.

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A

B

C

D

E

F

Figura 4. Aspectos gerais das características climáticas e microclimáticas das RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II, Urubici-SC. Onde: A - Propriedade Recanto Portal das Nascentes, com alto da Serra do Corvo Branco ao fundo em situação de tempo aberto; B- e com entrada no nevoeiro característico da região; C e D - Formação florestal da RPPN Portal das Nascentes recoberta pelo nevoeiro característico da região; E e F – Vista geral das RPPNs durante evento de geada.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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A

B

C D

Figura 5. Aspectos gerais das características edáficas registradas nas RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II, Urubici-SC. Onde: A- Perfil vertical do solo existente às margens do Ribeirão da Serra, na RPPN Portal das Nascentes, com destaque para a elevada quantidade de rochas; B- Superfície do solo na RPPN Portal das Nascentes II, com coloração característicamente escura pelo alto grau de matéria orgânica e presença de cobertura vegetal morta; C e D – solo saturado e suscetível à pisoteio encontrado ao longo das RPPNs.

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RPPN Portal das Nascentes

RPPN Portal das Nascentes II

A B

C D

E F

G H

Figura 6. Aspecto geral da vegetação das RPPNs, com destaque para: A - presença de Araucaria angustifolia na borda florestal; B- exemplares de Gunnera manicata na margem de rios; C- elevada diversidade florística; D – interior da floresta com a neblina característica e E- grupamento monoespecífico de Dicksonia sellowiana; F- exemplares bem desenvolvidos de D. sellowiana; G e H – elevada quantidade de epífitas no interior da formação florestal.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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A

B

C

Figura 7. Exemplos de espécies da mastofauna registradas nas RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II, Urubici-SC, entre 2010 e 2015. Onde: A- Leopardus wiedii; B- Cerdocyon thous; e C- Eira barbara.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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A B

C D

E F

G H

Figura 8. Exemplos de espécies da avifauna registradas nas RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II, Urubici-SC, entre 2010 e 2015. Onde: A- Cyanocorax caeruleus; B- Theristicus caudatus; C-Penelope obscura; D – Embernagra platensis; E- Sicalis flaveola (macho); F- Stephanophorus diadematus; G- Amazonetta brasiliensis (casal); H- Colaptes campestris. Fotos: Paulo R. Pezzuto.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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Figura 9. Exemplos de morfotipos de insetos registradas nas RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II, Urubici-SC, entre 2009 e 2015. Fotos: Paulo R. Pezzuto.

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RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II

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Figura 10. Exemplos de morfotipos de fungos registrados nas RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II,

Urubici-SC, entre 2009 e 2015. Onde: imagem superior (direita): Azeroe rubra; imagem inferior (direita): Xylaria

sp.. Fotos: Paulo R. Pezzuto.

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A B

C D

E F

G H

Figura 11 . Exemplos de nascentes (A - B) e cursos de água (C - F) existentes nas RPPN Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II, Urubici-SC. Onde: H – evidencia a diferença da qualidade da água, durante eventos de precipitação intensa, de cursos de água que nascem nas RPPNs (porção inferior da imagem) e daqueles que atravessam a rodovia SC-370 antes de ingressarem nas mesmas (porção superior da imagem). Fotos: Paulo R. Pezzuto.

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A B

C D

E F

G H

Figura 12. Exemplos de ações de proteção às RPPNs efetuadas pelos proprietários, no alto da Serra do Corvo Branco, onde concentram-se diversos impactos que podem afetar estas unidades de conservação. Onde: A- carro particular, devidamente identificado para realizar as vistorias efetuadas ao longo da rodovia que margeia a propriedade Recanto Portal das Nascentes; B- lixo coletado ao longo da rodovia de modo a evitar seu transporte, por cursos d’água e ação eólica, para o interior das RPPNs; C – Vandalismo praticado na cerca de proteção da propriedade e D- correção do problema verificado, logo após vistoria da área; E – vandalismo praticado na placa de sinalização das RPPNs e F e G – correção do problema verificado, logo após vistoria; H – fogueira realizada por usuários da rodovia, próximo da vegetação.

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A B

C D

E F

G H

Figura 13. Características da área de entorno das RPPNs Portal das Nascentes e Portal das Nascentes II, Urubici-SC. Onde: A – localização da rodovia SC-370 em relação às RPPNs (direita da foto); B – continuidade do ambiente florestal no entorno das RPPN’s; C e D- conectividade ambiental entre as RPPNs Portal das Nascentes, Portal das Nascentes II e Corvo Branco ; E- campos de altitude, vegetação rupestre e matinhas nebulares existentes no entorno das RPPNs, F – alterações causadas na paisagem pelas obras de pavimentação da rodovia SC-370 (atualmente paralisadas); G e H – movimento de turistas durante final de semana no alto da Serra do Corvo Branco.