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INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA
ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL
PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA DO INCRA
PLANO DE RECUPERAÇÃO DO ASSENTAMENTO
EDMILSON PASTOR - PRA
NÚCLEO OPERACIONAL DE PIMENTA BUENO
PIMENTA BUENO- RO
2014
INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA
ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL
PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA DO INCRA
PLANO DE RECUPERAÇÃO DO ASSENTAMENTO
EDMILSON PASTOR – PRA
NÚCLEO OPERACIONAL – PIMENTA BUENO
PIMENTA BUENO– RO
2014
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Dilma Vana Roussef
Presidente da República Federativa do Brasil
Gilberto José Spier Vargas
Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário - MDA
Carlos Mario Guedes de Guedes
Presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA
Luís Flávio Carvalho Ribeiro
Superintendente Regional do Estado de Rondônia
Cletho Muniz de Brito
Chefe da Divisão de Desenvolvimento de Projetos de Assentamento
PIMENTA BUENO – RO
2014
Luiz Gomes Furtado Secretário Executivo da EMATER-RO
José Tarcísio Batista Mendes
Diretor Técnico e de Planejamento
EQUIPE TÉCNICA
Luzia Aparecida Ferrari – Extensionista Social Nível Médio
Diego Sanches de Giuli – Engenheiro Agrônomo
Jucinei Roberto de Freitas – Técnico em Agropecuária
Walkiria Torchite – Assistente Administrativa
PIMENTA BUENO – RO
2014
4
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO 11 1.1 Objetivo Geral. 12 1.2. Especifico 12 2. METODOLOGIA 12 2.1 Elaboração do Plano. 12 2.1.1 Primeiro Momento 13 2.1.1.1. Questionário da Pesquisa Elaborado pelos Assentados 20 2.1.2. Segundo Momento... 27 2.1.3. Dinâmica do Balão.. 29 2.2. Assessoria Técnica, Social e Ambiental no Acompanhamento
a Implantação do Plano 32
3. CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO. 33 3.1. Geral 33 3.2. Especifica. 34 3.3. Entidades representativas dos assentados 35 4. DIAGNÓSTICO RELATIVO À ÁREA DE INFLUÊNCIA 35 4.1. Localização de Acesso 35 4.2 Contexto Socioeconômico e Ambiental da Área 35 4.2.1 Condições Climáticas 35 4.2.2 Hidrografia 37 4.2.3. Solos 37 4.2.4 Relevo 38 4.2.5 Vegetação 39 4.2.6 Fauna 41 4.2.7 Unidades de Conservação 42 4.2.8 Situação Social e Demográfica 43 4.2.9. Uso da Terra, Economia e Sistema de Produção 45 5. DIAGNÓSTICO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO 45 5.1. Condições Físicas e Edfoclimátocas 45 5.1.1 Relevo 45 5.1.2 Solos 46 5.1.3. Recursos Hídricos 49 5.1.4 Flora 51 5.1.5. Fauna 53 5.1.6. Uso do Solo e Cobertura Vegetal 55 5.1.7. Reserva Legal e Área de Preservação Permanente 57 5.1.8. Estratificação Ambiental dos Agroecossistemas 60 5.1.9. Capacidade de Uso do Solo 61 5.1.10 Análise Sucinta dos Potenciais e Limitações dos Recursos
Naturais e da Situação Ambiental do Assentamento 63
5
5.2. Organização Espacial Atual 63 5.2.1 Situação Ocupacional 64 5.2.2. Croqui de Cesso ao PA Edmilson Pastor 66 5.2.3 Estradas 67 5.2.4. Pontes 67 5.2.5 Energia 68 5.2.6. Galpões de Associação 69 5.2.7 Igrejas 70 5.2.8. Fonte de Água 71 5.3 Situação do Meio Socioeconômico e Cultural 71 5.3.1. Histórico do Projeto de Assentamento 71 5.3.2 População e Organização Social 71 5.3.2,1 Origem 72 5.3.2.2 Grupos Informais 73 5.3.2.3 Benefícios Sociais 73 5.4. Infraestrutura Física, Social e Econômica 73 5.5 Sistemas Produtivos 74 5.5.1 Sistema de Cultivo 75 5.5.2. Sistema de Criação 76 5.5.3. Comercialização e Abastecimento 76 5.5.4. Analise Sucinta do(s) Sistema Produtivo(s) 77 5.6. Serviço de Apoio à Produção 79 5.6.1. Assistência Técnica e Pesquisa 79 5.6.2 Crédito 80 5.6.3. Capacitação Profissional 80 5.7. Serviços Sociais Básicos 81 5.7.1 Educação 82 5.7.1.1 Nível de Escolaridade do Assentamento 83 5.7.2. Saúde e Saneamento 87 5.7.2.1. Saneamento Básico 87 5.7.2.2 Tratamento da água. 88
5.7.3. Cultura 89 5.7.4 Lazer 91 5.7.5 Habitação 91 5.8. Análise das Limitações, Potencialidades e Condicionantes 93 5.8.1. Potencialidade da área da Educação 93 5.8.2 Problemas da Área da Educação 93 5.8.3. Potencializarão da Área da Saúde 93 5.8.4. Problemas da Área da Saúde 93 5.8.5 Potencialidades da Área de Organização Social 94 5.8.6 Problemas da Área de Organização Social 94 5.8.7 Problemas do Meio Ambiente 94 5.8.8 Problemas na Área Produtiva 94 5.8.9 Problemas na Infraestrutura 95 6. PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL DO PROJETO DE ASSENTAMENTO EDMILSON PASTOR
95
6
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Técnica Boneco Doido 15
Figura 2. Dinâmica, Mapas Passados, Presente, Futuro 16
Figura 3. Técnica da FOFA 17
Figura 4. Técnica Circula da Teia Aranha 18
Figura 5. Discussão dos Problemas 19
Figura 6. Discussão dos Problemas Ambientais 20
Figura 7. Questionamentos sobre o Meio Ambiente 21
Figura 8. Questionário sobre a Infraestrutura 22
Figura 9. Questionário sobre a Economia da Propriedade Rural 24
Figura 10. Questionamentos relacionados à Saúde Pública 25
Figura 11. Questionários relacionado à Organização Social 26
6.1. Apresentação 95
6.1.1. Organização Espacial 97
6.1.2. Serviços e Direitos Sociais Básicos 97
6.1.3. Sistemas Produtivos 98 6.1.4. Meio Ambiente 98
6.1.5. Desenvolvimento Organizacional 99
6.1.6. Assistência Técnica e Extensão Rural no Acompanhamento a
Implantação do Plano
99
6.2. PROGRAMAS 101 6.2.1 Programa Organização Espacial 101
6.2.2 Programa Produtivo 102
6.2.3 Programa Social 103
6.2.4 Programa Ambiental 106 6.2.5. Programa de Desenvolvimento Organizacional e de Gestão do
Plano 107
6.2.6. Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER/INCRA) 107
6.3 Indicativos de Sustentabilidade – Sobre o Projeto, Subprograma
109
6.4 Disposições Gerais 109
7. Referências Consultadas 110
7
Figura 12. Priorização dos Problemas 29
Figura 13. Priorização dos Problemas 29
Figura 14. Dinâmica do Balão 30
Figura 15. Relevo do Projeto PA 46
Figura 16. Relevo do Projeto PA 49
Figura 17. Hidrografia 50
Figura 18. Flora 51
Figura 19. Fauna 54
Figura 20. Embalagem de Agrotóxico 56
Figura 21. Coleta de Embalagem de Agrotóxico 57
Figura 22. Estradas 67
Figura 23. Ponte 68
Figura 24. Energia 69
Figura 25. Barracão de Eventos “Roda de Viola” 70
Figura 26. Igreja 70
Figura 27. Igreja 70
Figura 28. Tanque Granelização de Leite 74
Figura 29. Tanque Granelização de Leite 75
Figura 30. Tanque Granelização de Leite 75
Figura 31. Hortas Caseiras 78
Figura 32. Criação de Galinhas 78
Figura 33. Cultivo de Hortaliças 79
Figura 34. Campo de Futebol 91
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Nomes Científicos e comuns da Flora 52
Quadro 2. Nomes Científicos e comuns da Fauna 53
Quadro 3. Nomes Científicos e comuns das Aves 54
Quadro 4. Nomes Científicos e comuns de Peixes 55
Quadro 5. Situação Ocupacional do PA 65
8
Quadro 6. Associações do PA 69
Quadro 7. Quadro de Professores 83
Quadro 8. Doenças mais comuns no PA 87
LISTA DE TABELA
Tabela 1. Área Produtiva 30
Tabela 2. Área Infraestrutura 31
Tabela 3. Área Ambiental 31
Tabela 4. Área Organização Social 31
Tabela 5. Área Saúde 32
Tabela 6. Área da Educação 32
Tabela 7. Unidade de Conservação 42
LISTA DE GRÁFICO
Gráfico 1. Origens dos Assentamentos 72 Gráfico 2. Nível de escolaridade do PA 84
Gráfico 3. Dejetos Sanitários PA 88
Gráfico 4. Fonte de Água do PA 89
Gráfico 5. Água Encanada PA 90
Gráfico 6. Tipo de Tratamento de Água para consumo PA 90
Gráfico 7.Tipo de Moradia PA 92
9
LISTA DE MAPA
Mapa 01. Vegetação 47
Mapa 02. Hidrografia 50
Mapa 03. Vegetação 58
Mapa 04. Vegetação 60
Mapa 05. Infraestrutura 62
Mapa 06. Centro de Infraestrutura 64
LISTA DE SIGLAS ACS – Agente Comunitário de Saúde AGEVISA - Agência Estadual de Vigilância Sanitária ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária ASPROJO - Associação dos Produtores Rurais do Rio São João - APP – Área de Preservação Permanente ATER – Assistência Técnica e Extensão Rural BPC - Benefício de Prestação Continuada CAR – Cadastro Ambiental Rural CCDTP - Contrato de Concessão de Domínio de Terras Públicas CEF - Caixa Econômica Federal CEPLAC - Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira CFO - Certificado Fitossanitário de Origem CNES - Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil COAPRAV - Cooperativa dos Produtores Rurais e Agroindústrias do Vale do Jamari COOPEMAR - Cooperativa dos Produtores de Peixe da Região de Ariquemes Ltda CPRM - Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais DAP - Declaração de Aptidão ao Pronaf DATASUS - Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde DER - Departamento de Estradas e Rodagem DETRAN - Departamento Estadual de Trânsito EMATER - Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura FIERO – Federação das Indústrias do Estado de Rondônia FUNASA - Fundação Nacional de Saúde GTA - Guia de Trânsito Animal HSBC - Hong Kong and Shanghai Banking Corporation IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDARON - Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia
10
IDH - Índice de Desenvolvimento Humano IFRO - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INSS - Instituto Nacional do Seguro Social MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário PA – Projeto de Assentamento PAA - Programa de Aquisição de Alimentos PACS - Programa de agente de saúde comunitário PBF - Programa Bolsa Família PCH - Pequenas Centrais Hidrelétricas PDA – Plano de Desenvolvimento do Assentamento PIB – Produto Interno Bruto PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar PNRA - Programa Nacional de Reforma Agrária PRA – Plano de Recuperação do Assentamento PRONAF - Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar PRONATEC - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego PRONATER - Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural PROVE - Programa de Verticalização da Pequena Produção Agropecuária PSF - Programa Saúde da Família RADAM – Radar na Amazônia SAF - Secretaria de Agricultura familiar SEAGRI - Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Regularização Fundiária SEBRAE - serviço Nacional de Apoio às Micro E Pequenas Empresas SEDAM - Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental SEDUC - Secretaria de Estado da Educação SEFAZ - Secretaria de Estado da Fazenda SEFIN - Secretaria de Estado de Finanças SEMA - Secretaria Municipal de Meio Ambiente SEMAIC - Secretaria Municipal de Agricultura, Indústria e Comércio SEMDES - Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Ação Social SEMOSP - Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos SEMSAU - Secretaria Municipal de Saúde SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural SESAU - Secretaria de Estado da Saúde SiBCS - Sistema Brasileiro de Classificação de Solos SIE – Serviço de Inspeção Estadual SIM – Serviço de Inspeção Municipal SIF – Serviço de Inspeção Federal SIPRA - Sistema de Informação de Projetos de Reforma Agrária SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente SUCAM - Superintendências de Campanhas de Saúde Pública SUS - Sistema Único de Saúde UNIR - Universidade Federal de Rondônia ZSEE - Zoneamento Socioeconômico-Ecológico do Estado de Rondônia.
11
1. PRESENTAÇÃO
O Plano de Recuperação do Assentamento - PRA foi viabilizado pelo
contrato CRT/RO. 003000/2014 firmado entre o Instituto de Colonização e Reforma
Agrária - INCRA através dos serviços da Associação de Assistência Técnica e
Extensão Rural do Estado de Rondônia - EMATER
O Plano é de fundamental importância no desenvolvimento dos
projetos de assentamento, uma vez que colabora com a transformação da realidade
das famílias assentadas, fortalecendo o elo entre os assentados e o meio onde
estão inseridos.
Tem como objetivo principal promover a viabilidade econômica, a
segurança alimentar e nutricional; a sustentabilidade socioambiental e a promoção
da igualdade nas relações de gênero, raça e etnia nas áreas de assentamento.
Por conseguinte, o PRA se traduz num conjunto de ações planejadas
complementares ao Plano de Desenvolvimento Do Assentamento PDA, ou de
reformulação ou substituição deste, voltadas para garantir ao Projeto de
Assentamento - PA o nível desejado de desenvolvimento sustentável, a curto e
médio prazo, proporcionando crescimento da renda aos seus beneficiários, geração
de empregos, aumento da produção e melhores condições de vida e cidadania,
através do atendimento de itens considerados básicos para esse fim, resultantes da
intervenção de políticas governamentais e de parcerias institucionais e privadas. Os
dados constantes do PRA resultarão no diagnóstico e na definição de ações que
assegurem a consolidação dos PA, em observância às normas pertinentes e ao seu
licenciamento ambiental.
Sendo o PRA um instrumento de planejamento que deverá substituir o
PDA, elaborado para promover adequações, reformulação e complementação das
ações planejadas, constantes do PDA, propõe-se que o roteiro para elaboração do
PRA seja o mesmo do PDA, resultando conteúdos diferenciados, pois tanto no
diagnóstico quanto no prognóstico, irão surgir situações em que já houve
implementação de algumas ações, planejadas ou não. O objetivo almejado por
todos, trazendo uma ampla percepção que permita uma inovação metodológica na
maneira de agir e trabalhar de forma harmônica uns para com os outros, respeitando
12
os recursos naturais alterando-os o mínimo possível para que haja um maior
fortalecimento dos agricultores do Projeto de Assentamento Edmilson Pastor.
1.1. OBJETIVO GERAL
Detectar os problemas e potencialidades, apontados de modo participativo,
com comprometimento e envolvimento da comunidade, específicos às dimensões:
econômica, social, ambiental e infraestrutura. Planejar e implantar ações no designo
de solucionar de forma racional e harmoniosa os problemas priorizados pelos
assentados.
1.2. ESPECÍFICOS
1- Inserir ao máximo a participação das famílias rurais assentadas para
uma autorreflexão e análise crítica sobre a realidade socioeconômica do
assentamento dentro da proposta e prioridades do desenvolvimento sustentável.
2 - Enaltecer a união e interação da comunidade na priorização de
problemas coletivos;
3 - Designar estratégias acessíveis em busca da modificação da realidade
atual, a serem realizadas pelas famílias assentadas, organizações sociais, em
parceria com INCRA, SEDAM, IDARON, CEPLAC, EMBRAPA, EMATER,
PREFEITURAS e suas secretarias, e demais órgãos que possam ser inseridos,
objetivando a melhoria na qualidade de vida e sustentabilidade para as famílias de
pequenos produtores rurais existentes no PA Edmilson Pastor.
2. METODOLOGIA
2.1. Da Elaboração do Plano
A elaboração das atividades desse plano no Projeto de Assentamento
Edmilson Pastor, foi realizada utilizando processos de capacitação com
metodologias participativas para o desenvolvimento local sustentável, da INPA
(Intervenção Participativa dos Atores). Através de uma proposta diferenciada,
somando as experiências e conhecimentos dos envolvidos (técnicos e agricultores)
para que haja a formulação de um Plano Básico de atuação interdisciplinar e a
13
elaboração do resgate sócio histórico da comunidade. Três fatores tem sido
determinantes com a elaboração desse plano: tentar minimizar os impactos sociais,
ambientais e econômicos através de métodos que sejam breves, porém eficazes.
As atividades iniciaram através da mobilização, sensibilização,
pesquisa-ação até chegar ao autodiagnostico do plano de ação, e através deste
apresentar a realidade do PA com o intuito de diagnosticar as ações consideradas
como potencialidades e problemas pelos agricultores, relacionados com cada
dimensão (social, infraestrutura, econômica e ambiental), na expectativa de alcançar
um desenvolvimento sustentável e fortalecido de forma social participativa coletiva e
contínua na cadeia produtiva do PA.
Na elaboração deste plano procurou-se incluir ao máximo a
participação dos assentados, principalmente com a inclusão de jovens, mulheres e
idosos para que fossem levantadas informações nas diversas áreas sociais e
diagnosticar os principais pontos conforme a realidade do PA e que esse represente
os interesses da comunidade local. A grande importância de utilizar as técnicas de
trabalhos participativos coletivos se dá para uma melhor visibilidade dos supostos
problemas e as possíveis soluções da comunidade como um todo. No entanto, o
processo metodológico adotados exige uma forte relação e planejamento entre os
técnicos e agricultores para alcançar o objetivo almejado.
2.1.1 PRIMEIRO MOMENTO
A princípio a oficina de inicialização se deu no mês de agosto, com a
apresentação da equipe que teve como finalidade a sensibilização dos assentados,
contudo o objetivo da primeira abordagem aos assentados foi conquistar o apoio dos
mesmos e o comprometimento deles em participar de um trabalho participativo e
coletivo onde eles seriam os autores de um plano de recuperação do assentamento,
utilizando a ferramenta de auto apresentação. Neste momento cada participante se
apresentou dizendo o nome, região do estado em que nasceu quantos são na
família e as expectativas em viver em comunidade e se já ouviram e conhecem o
que é PRA. Muitos beneficiários se expressaram da seguinte forma:
“(eu sou Ismael Carmo de Oliveira), vim do Estado de Minas Gerais, e tenho dois
filhos e moro aqui desde o inicio do assentamento e ficamos aqui acampados e
deste local eu nunca desisti, sempre quis ter a minha terra para eu trabalhar e nunca
ouvi fala nesse tal de PRA)”.
14
ì ìEu sou (Jose Carlos Nunes Ferreira), conhecido como Zé de Otavio, moro aqui
há 12 anos na Agrovila 02 sou casado, vim de Malacacheta, Estado de Minas
Gerais, estudei ate a 8a serie e tenho 03 filhas, e estou aqui no assentamento desde
o inicio do acampamento, e toda a minha vida fui agricultor familiar”.
Após a auto apresentação e debate sobre o processo de migração dos
beneficiários no assentamento foi explanado sobre a elaboração do PRA na
comunidade, deixando claro aos presentes que eles iriam elaborar um Plano que
visa o desenvolvimento comunitário de todos diante de suas necessidades e
expectativas. Na sequência foi esclarecido que já houve um trabalho dessa natureza
em anos anteriores quando foi elaborado o primeiro PDA, alguns beneficiários
lembraram que foi realizado atividades desse assunto.
“Acho que foi feito mesmo uma reunião dessas há muito tempo atrás”
Senhor José Carlos Nunes Ferreira.
“Eu não morava quando fizeram essas reuniões e nem sei o que é
isso” Senhor Marcos Laudelino de Jesus.
Dando continuidade aos questionamentos foi proposto aos
beneficiários se eles concordam e queiram a elaboração deste plano na qual dará
empoderamento para que eles busquem melhorias e políticas públicas para o
assentamento. Foi esclarecido que eles são os agentes transformadores da própria
realidade. Ficou evidente que os beneficiários compreenderam a ideia do processo e
se dispuseram a participar de todos os momentos da construção do plano.
Na sequência foi realizada a dinâmica do Boneco Doido conforme a
figura 01, visto que a atividade constitui na divisão dos beneficiários em seis grupos
na qual foi designada a missão a cada um de realizarem o desenho de uma das
partes do corpo do boneco. Cada equipe recebeu uma folha de cartolina, afastados
uns dos outros, desenharam uma parte do corpo do boneco.
Em seguida, os grupos se reuniram e tentaram montar um boneco a
partir do que foi desenhando. Após o tempo decorrido da atividade alguns
manifestaram os seguintes depoimentos:
“Cada pessoa dentro de um lugar são diferente um ao outro e se todos
buscassem a mesma coisa nem todos os objetivos seriam alcançados” Senhor
Ismael do Carmo. “Não foi fácil fazer, pois não se tinha dimensão da outra parte do
que o colega tava fazendo” Senhor Lorisvaldo Paixão”.
15
“O boneco ficou desigual, mas de boa feição, mas poderia melhorar e
muito se o boneco fosse construído com todos juntos em grupo” Senhora Gislaine
Aparecida da Silva.”
Após os debates ficou evidente que a atividade alcançou o objetivo
proposto que é sensibilizar aos presentes a importância de conhecer o
assentamento como um todo e não apenas parte dele. Em analogia foi comparado a
individualidade dos beneficiários em relação aos problemas que podem ser
resolvidos conjuntamente por todos. No fechamento da atividade ficou encaminhado
para continuar a discussão do plano para o dia seguinte, considerando que todos
beneficiários estavam sensibilizados com a proposta.
Figura 01: Boneco doido.
Fonte: Autodiagnóstico CRT 3000/14 ATER/INCRA
Na continuidade dos trabalhos, dividiu-se em três grupos para a
realização dos desenhos dos mapas presente, passado e futuro conforme a figura
02, dinâmica essa onde os agricultores detalharam como era, como se encontra e
como gostariam que ficasse o assentamento. O objetivo dessa atividade é fazer com
que os assentados façam uma reflexão das mudanças que ocorreram na
16
comunidade ao decorrer do tempo e que existem grandes possibilidades de
melhorias nas dimensões econômica, social, ambiental e infraestrutura, desde que
se unam e lutem por seus objetivos.
Figura 02: Dinâmica dos Mapas, Passado, Presente e Futuro.
Fonte: Autodiagnóstico CRT 3000/14 ATER/INCRA
Na seqüência foi realizado a FOFA o levantamento das FORTALEZAS,
OPORTUNIDADES, FRAQUEZAS E AMEÇAS, conforme a figura 03.
Ao tratar os problemas e fragilidades do assentamento Edmilson Pastor, a
interatividade e a participação são contagiantes, a ansiedade é notória no rosto dos
atores querendo uma solução rápida para os problemas. Quanto às ameaças
poucas são destacadas e outras por vezes nem percebidas.
17
Figura 03: FOFA – Fortaleza, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças.
Fonte: Autodiagnóstico CRT 3000/14 ATER/INCRA
A teia do envolvimento (figura 04) é uma dinâmica de apresentação
pessoal para que os membros de uma equipe ou grupo possam se conhecer
promovendo o relacionamento interpessoal e a autoconfiança. Com o objetivo de
despertar a importância do trabalho coletivo e mostrar que as dificuldades do
assentamento devem ser abraçadas por todos. Os assentados contaram suas
historias de como cada um chegou ao assentamento.
18
Figura 04: Dinâmica do Círculo Teia de Aranha.
Fonte: Autodiagnóstico CRT 3000/14 ATER/INCRA.
Logo após realização das dinâmicas, houve a divisão em grupos na área
econômica, social, ambiental e infraestrutura (técnicos e agricultores), onde os
assentados deveriam expressar o que consideravam problemas e as potencialidades
no Assentamento. Em cada dimensão desses grupos, foram formadas duplas (figura
05 e 06) para fazer a pesquisa-ação:
1-Social:
“As coisas estão melhores, mas ainda temos muitos problemas a serem
resolvidos.”
2-Saúde:
“A saúde é um problema muito serio aqui, o pessoal que tem pressão alta tem
que buscar os remédios em Espigão do Oeste, pois não temos nem agente de
saúde.”
3-Infraestrutura:
“Tem que ter uma escola para esses jovens daqui, a maioria abandona os
estudos porque é uma dificuldade, se quiser estudar tem que sair cedo de casa não
tem escola não assentamento a escola fica o distrito 14 de Abril aproximadamente
15 km e o transporte o escolar ônibus esta em péssimas condições na maioria das
vezes só chegam de noite.”
19
4-Econômica:
“Eu não sei o que podemos fazer para melhorar essa situação (...) mas
precisamos reunir mais vezes junto com a Assistência técnica, e começar a
descobrir caminhos para podermos conseguir implementos agrícolas e capacitar
mais, porque não adianta esperar só que eles venham resolver os nossos
problemas.”
Figura 05: Discussão dos problemas.
Fonte: Autodiagnóstico CRT 3000/14 ATER/INCRA
Ambiental
“Agora já parou mais, tem uns quatro anos que não queima, mas a gente
morre de medo, porque quando coloca fogo nessa serra, ele desce numa força e sai
destruindo tudo pela frente, não sobra nada.”
20
Figura 06: Discussão das problemáticas ambientais.
Fonte: Autodiagnóstico CRT 3000/14 ATER/INCRA.
2.1.1.1 QUESTIONARIO DA PESQUISAÇÃO ELABORADO PELOS
ASSENTADOS
Pesquisa-ação é uma metodologia baseada na INPA, a qual ajuda a
impulsionar os processos de desenvolvimento e a mantê-los em andamento,
principalmente porque os participantes descobrem muitas coisas sobre sua
realidade, aprendem como lidar com os problemas e a tentar resolvê-los,
aumentando a própria consciência da realidade e da realidade social mais ampla, o
que lhes permite encontrar soluções mais duradouras. A discussão, tendo como
ponto de partida o cotidiano de vida e a própria linguagem é aprofundada, permitindo
que os participantes expandam seu saber e sua competência (Furtado e Furtado,
2000).
Furtado, R; Furtado, E. A Intervenção Participativa dos Atores – INPA: uma
metodologia de capacitação para o desenvolvimento local sustentável. Instituto
Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Brasília, 2000. 180p.
Fizeram parte da equipe como pesquisadores os assentados que
acompanharam todas as oficinas, não houve distinção entre gênero, idade e
21
situação ocupacional no assentamento, participaram mulheres, homens e jovens,
tanto beneficiários da reforma agrária, como ocupantes, porém todos com um único
intuito de se unir para melhorar a qualidade de vida no PA. A pesquisa trabalhou
com uma amostra 19,4% dos agricultores moradores no assentamento entre
assentados e ocupantes, o percentual utilizado está bem acima da média nacional
utilizada em pesquisas do IBOPE.
MEIO AMBIENTE
Pesquisador Linha onde reside
LOURISVALDO Linha 14 de Abril
ROSA PRA Linha 14 de Abril
JOSÉ CARLOS NUNES FERREIRA, Linha 14 de Abril
ESTELITA FERNANDES DA COSTA, Linha 14 de Abril
Figura 07: Questionário de perguntas sobre o Meio Ambiente.
Fonte: Autodiagnóstico CRT 3000/14 ATER/INCRA
22
01) QUAL O DESTINO DO LIXO ORGANICO?
02) QUAL O DESTINO DO LIXO INORGANICO?
03) VOÇE USA EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO NO USO DE AGROTOXICO?
04) POSSUI AREA DE NASCENTE NA PROPRIEDADE? É PRESERVADA SIM OU
NÃO?
05) QUAL O DESTINO FINAL DAS EMBALAGENS DE AGROTOXICO?
06) POSSUI RESERVA LEGAL NA PROPRIEDADE?
07) USA VENENO NA PROPRIEDADE?
08) QUAL O DESTINO DA SOBRA DO OLEO VEGETAL?
09) DE ONDE VEM A AGUA PARA CONSUMO? COMO ESTA A PRESERVAÇÃO?
INFRAESTRUTURA
Pesquisador Linha onde reside
ISMAEL CARMO DE OLIVEIRA Linha 14 de Abril
Figura 8: Questionário sobre dúvidas relacionadas à Infraestrutura.
Fonte: Autodiagnóstico CRT 3000/14 ATER/INCRA
23
01) QUANTAS CASAS TEM NA SUA PROPRIEDADE?
02) TEM BANHEIRO NA SUA CASA?
03) TEM ENERGIA EM CASA?
04) TEM AGUA ENCANADA POÇO OU MINA?
05) TEM CAIXA DE AGUA?
06) TEM CERCA?
07) TEM CURRAL?
08) TEM PASTO?
09) QUAL O SEU MEIO DE LOCOMOÇÃO?
10) QUANTAS PESSOAS MORA NO LOTE?
11) SUA CASA FOI CONSTRUIDA POR CONTA PROPRIA OU PELO INCRA?
ECONOMICA E PRODUÇÃO
Pesquisador Linha onde reside
MARCOS LAUDELINO DE JESUS Linha 14 de Abril
JOSE MARIA DE JESUS Linha 14 de Abril
ADELAIR KRAUSER Linha 14 de Abril
JOSE TOBIAS SANTOS (OCUPANTE) Linha 14 de Abril
24
Figura 9: Questionamentos sobre a Economia e Produção da Propriedade Rural. Fonte: Autodiagnóstico CRT 3000/14 ATER/INCRA
01) QUANTOS EQUITARES DE TERRA POSSUI SUA PROPRIEDADE?
02) QUE TIPO DE CRIAÇÃO POSSUI SUA PROPRIEDADE?
03) QUANTOS EQUITARES DE PASTAGEM TEM SUA PROPRIEDADE?
04) O QUE VC PRODUZ NA SUA PROPRIEDADE?
05) ULTILIZA ALGUM TIPO DE ADUBAÇÃO NA SUA PROPRIEDADE?
06) O QUE PRECISA PARA MELHORAR O REBANHO BOVINO?
07) EXISTE PIQUETE NA SUA PROPRIEDADE É IRRIGADO?
08) QUAL O TIPO DE CAPIM TEM NO PIQUETE?
09) QUAL O TIPO DE BEBEDOURO QUE OS ANIMAIS ULTILIZAM?
10) SUA PROPRIEDADE É TODA CERCADA?
11) SUA PROPRIEDADE TEM CURRAL? É CERCADA?
12) QUAL A RENDA MENSAL DA PROPRIEDADE?
25
GRUPO DA SAÚDE
Pesquisador Linha onde reside
MARIA SOCORRO Linha 14 de Abril
JOELMA SILVA SANTOS Linha 14 de Abril
Quadro 10: Questionário relacionado a Saúde Pública dispensada na Propriedade Rural. Fonte: Autodiagnóstico CRT 3000/14 ATER/INCRA
GRUPO DA SAÚDE
01) NO ASSENTAMENTO TEM POSTO DE SAUDE?
02) AQUI NO ASSENTAMENTO TEM POSTO COMUNITARIO DE SAUDE?
03) AQUI TEM SERVIÇO DE SAUDE PREVENTIVO E CURATIVO?
04) COMO É O SERVIÇO DE SAUDE NO P.A
05) TEM EXAMES PREVENTIVO PARA MULHERES?
06) COMO É O ATENDIMENTO DE SAUDE PARA A COMUNIDADE?
07) O ATENDIMENTO QUE SE TEM DA CONTA DA DEMANDA?
08) TEM PARTEIRA OU ENFERMEIRA NO P.A?
09) ONDE É O HOSPITAL MAIS PROXIMO?
10) TEM VACINAÇÃO? QUAIS?
26
11) QUAIS OS ALIMENTOS CONSUMIDOS POR SUA FAMILIA?
12) TEM ALGUMA CRIANÇA DESNUTRIDA NO ASSENTAMENTO QUE VOÇE
SAIBA ?
13) QUAL É A FREQUENCIA COM QUE VOÇE PROCURA ATENDIMENTO
MEDICO?
14) EXISTE PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NO ASSENTAMENTO?
15) COMO ESTÃO AS CONDIÇÕES DE HABITAÇÃO EM SUA PROPRIEDADE?
16) TEM SANEAMENTO BASICO COM FOSSA, PRIVADA,AGUA ENCANADA E
OUTROS EM SUA CASA?
17) VOÇE TEM ALGUM COSTUME DE UTILIZAR PLANTAS MEDICINAIS PARA
TRATAMENTO DE ALGUMA ENFERMIDADE OU CONHECE ALGUEM QUE UTILIZA?
18) EXISTE CAMPANHA DE SAUDE ?
ORGANIZAÇÃO SOCIAL:
Pesquisador Linha onde reside
ANA PAULA ALVES Linha 14 de Abril
Figura 11: Questionário sobre Organização Social. Fonte: Autodiagnóstico CRT 3000/14 ATER/INCRA
27
01) NO ASSENTAMENTO EDMILSON PASTOR TEM QUANTAS
ASSOCIAÇÕES? VOÇE PARTICIPA DE ALGUMA DELAS? QUANTOS
ASSOCIADOS?
02) É LEGALIZADA A ASSOCIAÇÃO QUE VC E SUA FAMILIA PARTICIPA?
03) ALGUEM DA SUA FAMILIA PARTICIPA DE GRUPO DE JOVENS OU DE
MULHER?
04) COMO SURGIU O ASSENTAMENTO EDMILSON PASTOR?
05) COMO FOI A SUA CHEGADA E DA SUA FAMILIA AQUI NO
ASSENTAMENTO?
06) QUAIS AS RAÇAS E ORIGEM DO POVO DO ASSENTAMENTO
EDMILSON PASTOR ?
07) A SUA FAMILIA PARTICIPA DE QUAL RELIGIÃO?
08) QUAIS SÃO OS COSTUMES DO POVO DO ASSENTAMENTO EDMILSON
PASTOR?
09) VOÇE CONHECE QUAIS SÃO AS COMIDAS TIPICA DO
ASSENTAMENTO EDMILSON PASTOR?
10) QUAIS SÃO OS TIPOS DE LAZER QUE TEM AQUI NO ASSENTAMENTO
EDMILSON PASTOR?
11) VOÇE SE LEMBRA SE TEM OU AINDA TEM UM GRUPO QUE FAZ
ARTEZANATO?
2.1.2 SEGUNDO MOMENTO
No segundo momento foi trabalhada novamente a sensibilização voltada para as
origens das famílias assentadas no PA. Essa atividade tem como objetivo mostrar
um pouco das dificuldades e dimensões. A oficina do PRA reuniu todos os
agricultores na sede da associação onde foi mencionado todos os problemas
levantados e reconhecidos pelos assentados que no momento foi apresentado para
todos do assentamento durante as oficinas. Este encontro possibilitou uma
retrospectiva desde a primeira oficina realizada. Os agricultores relembraram a
importância da organização social e o trabalho em grupo para facilitar o processo de
28
resolução dos problemas. Em seguida uma reflexão possibilitou os agricultores à
compreensão do processo para a primeira etapa que resultará na elaboração do
plano de ação. Nesta etapa foi realizada a priorização dos problemas de acordo com
as dimensões, ficando priorizados 03 (três) problemas para cada dimensão.
Logo após, os problemas foram apresentados para a plenária, sendo a
priorização realizada em formato de votação aberta Para a priorização dos três
problemas foi utilizada uma votação da qual foi realizada através do uso de tarjetas
em formas de faces. Essas faces eram representadas por três fisionomias, sendo
que a primeira face (triste) representava um problema que devia ser resolvido
em um primeiro momento, ou seja, com alta prioridade; a segunda face
(sisudez) representava um problema que devia ser resolvido em um segundo
momento, ou seja, com um pequeno intervalo de tempo, em relação àqueles
mencionados no primeiro momento; já a terceira face (alegre), representava
uma situação em que os problemas podem para ser solucionado, ou seja, com um
intervalo maior de tempo em relação às outras condições anteriores. Esta dinâmica
de votação através de carinhas de tristeza, sisudez e alegria, facilita o entendimento
do grau dos problemas para a priorização, visto que cada um possui um peso
diferente na vida de cada agricultor (figura 07 e 08).
Após o fechamento da votação, foi feita a contagem de quais problemas haviam
recebido o maior número de carinhas tristes, das quais representava o maior nível
de gravidade. Os três problemas mais votados foram priorizados. (tabela
1,2,3,4,5,6).
A contagem dos votos foi feita pelos agricultores que estavam na posição de
fiscais para firmação da seriedade da priorização dos problemas, afinal, o início do
processo de evolução do PA deu-se neste momento.
A dinâmica de votação através das expressões das carinhas facilitou o
entendimento do grau dos problemas para a priorização, visto que cada carinha
possui um peso diferente na vida de cada agricultor.
29
Figura 12 e 13 – Priorização dos problemas.
Fonte: Autodiagnóstico CRT 3000/14 ATER/INCRA
2.1.3 Dinâmica do Balão
A dinâmica do balão teve por objetivo demonstrar a dificuldade em resolver
problemas comunitários quando apenas um pequeno grupo se torna responsável
pelo ato, sem a participação ativa da sociedade.
Para a dinâmica, (figura 09) cada ator recebeu um balão que representava um
problema da comunidade e algumas pessoas que representassem lideranças foram
convidadas a se colocar ao centro do círculo formado pelo atores. Ao comando do
animador, todos os atores lançaram seus “problemas” ao centro para que os
“líderes” dessem conta de mantê-los no ar, além de manter seu próprio problema,
sendo este o balão. Foi impossível para o pequeno grupo de líderes dar conta de
tantos problemas sem o apoio da comunidade.
30
Figura 14: Dinâmica do Balão.
(Fonte: Autodiagnóstico CRT 003000/14 ATER/INCRA)
Resultado da priorização dos 03 principais problemas do PA Madre Cristina:
Tabela 01. Área produtiva
PROBLEMAS triste sisudez alegre
Falta madeira e recurso financeiro
4° 10 18 02
Falta de alimento silagem e piqueteamento. 3° 12 15 03
Falta assistência técnica e equipamento 6° 03 03 24
Falta genética para gado leiteiro e bebedouro 1° 20 04 06
Falta analise de solo e adubação 5° 08 04 18
Falta água em algumas propriedades 2° 20 04 06
Fonte: CRT 003000/14 ATER/INCRA
31
Tabela 02. Área infraestrutura
PROBLEMAS triste sisudez alegre
Falta de iluminação publica
7° 09 16 04
Falta de deposito de água 6° 10 13 07
Falta de água potável e poço artesiano 5° 11 16 03
Falta de recuperação de estradas e pontes 3° 17 07 06
Falta empréstimos e financiamentos 2° 18 10 02
Falta regularização da documentação dos lotes 1° 28 01 01
Recuperação de casas e curais 4° 15 12 03
Fonte: CRT 003000/14 ATER/INCRA
Tabela 03. Área ambiental
PROBLEMAS triste sisudez alegre
Falta de recolhimento de embalagens de
agrotóxicos.
1° 22 06 02
Uso de agrotóxicos em local indevido. 2° 08 18 04
Ataque de cigarrinhas das pastagens em
lavouras e pastagem.
3° 06 20 04
Assoreamento das nascentes e córregos 4° 05 12 13
Fonte: CRT 003000/14 ATER/INCRA
.
Tabela 04. Área da organização social
PROBLEMAS triste sisudez alegre
Falta legalização das associações 2° 10 15 05
Falta cursos profissionalizantes 1° 18 07 05
Falta área de lazer 3° 09 11 10
32
Falta organização de grupo de mulheres 4° 04 10 16
Fonte: CRT 003000/14 ATER/INCRA
Tabela 05. Área da saúde
PROBLEMAS triste sisudez alegre
Não tem posto de saúde 1° 27 02 01
Falta de dentista 4° 20 07 03
Não tem agente de saúde 2° 26 02 02
Não tem vacinação para as pessoas 5° 20 04 16
Falta de exame preventivo para mulheres 3° 25 03 02
Fonte: CRT 003000/14 ATER/INCRA
Tabela 06. Área da educação
PROBLEMAS triste sisudez alegre
Falta escola para analfabetos 3° 07 07 16
Situação precária do ônibus escolar 2° 10 16 04
Falta de lazer na escola 1° 16 06 06
Fonte: CRT 003000/14 ATER/INCRA
2.2. A Assessoria Técnica, Social e Ambiental no Acompanhamento a
Implantação do Plano
A equipe de ATER/EMATER desenvolveu metodologias de
participação ativa dos assentados para elaboração do Plano de Recuperação do
Edmilson Pastor. Nos procedimentos metodológicos adotados considerou-se
imprescindível a participação de toda a comunidade do assentamento que teve uma
33
influência marcante no processo decisório, relacionados com as ações e propostas
por eles elencadas.
Ao lado desses momentos de decisões, e validações foram efetuadas
reuniões e oficinas com os atores do processo, com as quais se obteve informações
importantes, respeitando o contexto cultural e realidade daquela comunidade, o que
resultou na evolução dos trabalhos. Para que tenham desenvolvimento sustentável
local no que tange as dimensões: social, econômica e ambiental.
Para o desenvolvimento do plano a equipe organizou-se e empenhou
para atender melhor os desejos dos assentados, e transformar a realidade atual
desses assentados com a transição do processo de adaptação, execução e
desenvolvimento, anteriormente sonhado por eles, buscando um processo rural
sustentável contínuo de valores culturais, tecnológicos, econômicos e ambientais.
Esta missão foi definida como: promover a construção do
desenvolvimento rural sustentável, com base nos princípios da agroecologia e da
sustentabilidade, através de ações de assistência técnica e extensão rural e
mediante processos educativos e participativos, objetivando o fortalecimento da
agricultura familiar e suas organizações, de modo a incentivar o pleno exercício da
cidadania e a melhoria da qualidade de vida.
3. CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO EDMILSON PASTOR
3.1. Geral
O assentamento Edmilson Pastor trata-se do lote 35 gleba 27 setor 14
de abril, gleba Castro Alves, “SITIO PROENÇA”, cadastro sob o n° 001.104.100.900-
6, localizado no Município de Espigão do Oeste, medido e demarcado por Autarquia
Federal através da Tomada de preço nº02/81, apurando-se o quantitativo de
1.733,1873 (hum mil, setecentos e trinta e três hectares, dezoito ares e setenta e
três centiares) situado fora da faixa de fronteira (TD/INCRA 232.2.02/4034.
Os dados desse item foram extraídos do laudo de vistoria, realizada
pela Superintendência Regional do INCRA, Unidade Avançada do município de
Pimenta Bueno
Denominação do imóvel: Fazenda Proença
34
O Assentamento foi criado através de terra de domínio público
matriculada em nome do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária -
INCRA.
Denominação do Assentamento: Projeto de Assentamento Edmilson Pastor.
Data do decreto de desapropriação: 25 de Outubro 1999
Data e n° da Portaria de criação do PA: portaria n°05, de 08 de março de
2001.
O imóvel encontra-se devidamente cadastrado no sistema nacional de
cadastro rural - SNCR sob o n° 001104100900-6
Área total do imóvel (ha): 394.000,0000
Área registrada do imóvel (ha): 1.733,1873
Área medida do imóvel (ha): 394.000,0000
Área Requerida na lei de Reserva Legal (ha): 866.5936
Área de reserva legal (ha): 866.5936
Fração mínima de parcelamento (ha): 22,00
Distância da capital: 558 km
Sipra RO-0126000
3.2. Específica
Distância sede(s) municipal (-is): 50km da sede do município de Espigão do
Oeste e 80 Km da sede do município de Pimenta Bueno e 530 km de Porto Velho
através da BR 364 (Pimenta Bueno).
Via de acesso principal: Partindo do Município de Espigão do Oeste em
direção a Vila Canelinha, depois em direção a Vila 14 de abril, desta percorre-se
mais 8 Km e encontraremos o imóvel que fica a 50 Km da sede do Município de
Espigão do Oeste.
Capacidade de assentamento: 72O assentamento foi criado com 72 parcelas,
e após o novo levantamento pelo ATER/INCRA encontram 27 famílias assentadas
pela RB, 15 famílias não residem em sua parcela, 17 são ocupantes, 4 não moram
nas parcelas e 7 não foram identificados.
35
3.3 Entidades representativas dos assentados
SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS DE Espigão do Oeste
CNPJ – 84559772/0001-58 Endereço: RUA Misericórdia 1944 Centro de Espigão do Oeste /RO Telefone: (69) 3481-1501 CEP-76974-000
APAEP - ASSOCIAÇÃO DE PEQUENOS AGRICULTORES DO ASSENTAMENTO
EDMILSON PASTOR.
Linha 14 de Abril, Agrovila 01.
ASSAFAEP – ASSOCIÇÃO DE PRODUTORES RURAIS DA AGRICULTURA
FAMILIAR DO ASSENTAMENTO EDMILSON PASTOR.
Linha 14 de Abril, Agrovila 02.
4. DIAGNÓSTICO RELATIVO À ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PA
4. 1. Localização e Acesso
O PA Edmilson Pastor está localizado no Território Rio Machado do Estado de
Rondônia e está dentre as limitações de uma divisão político-territorial entre os
municípios de Pimenta Bueno e Espigão do Oeste, a sede do município do primeiro
esta a 50 Km e uma média de 80 Km do segundo distante do assentamento. O
município de Espigão do Oeste está localizado na BR 387, ficando à 50 Km da BR
364 que liga os municípios de Pimenta Bueno e Cacoal . O acesso mais próximo à
capital Porto Velho/RO é através da BR 364 do município de Pimenta Bueno que se
liga á BR 364.
4.2. Contexto Socioeconômico e Ambiental da Área de Influência do Projeto de
Assentamento
4.2.1 Condições Climáticas
36
O Estado de Rondônia encontra-se localizado em uma zona de transição entre
a região equatorial e a região tropical, onde normalmente a temperatura do ar é
elevada e uniforme ao longo do ano. Analisando a distribuição espacial da
temperatura, verifica-se uma temperatura média anual Tipo Aw, tropical e úmido,
caracterizado por apresentar uma temperatura média inferior a 18ºC no mês mais
frio, podendo chegar até 15ºC. Compreende o Planalto dos Parecis, localizado na
parte sul do município, com cotas de até 600m de altitude, ocorrendo também nas
áreas dissecadas entre 200 e 400m; é responsável pelas temperaturas mais
amenas. A vegetação observada localmente é do tipo savana, predominando, no
entanto, um tipo transicional entre floresta aberta e savana, dado o caráter típico da
transição climática. A transição de um clima equatorial, de chuvas bem distribuídas
(Am) para o clima tropical úmido, com uma pequena estação seca (Aw) provoca a
perda das folhas das árvores na época da estiagem perdendo, então, o aspecto
uniforme (árvores mais altas). O índice pluviométrico médio anual nos últimos 17
anos é de 1950 mm, com índices médios mensais de até 320 mm nos meses
chuvosos a quase nulos nos meses secos, registrando-se uma média de 152 dias
anuais com chuvas. São definidas duas estações: “verão”, entre maio e outubro,
marcado pela estabilidade do ar e com baixo índice pluviométrico (750 a 800 mm, ou
seja, 30-40% do total) e “inverno”, entre novembro e abril, com elevadas taxas de
precipitação, registrando-se até 90 mm em apenas um dia.
As temperaturas médias diárias mantêm-se entre 24ºC e 26ºC o ano inteiro,
com máxima média de 30ºC - 31ºC, mais frequente entre agosto e setembro, e
mínima média em torno de 20ºC - 21ºC, caracterizando um clima quente. As chuvas
provocam o declínio da temperatura, mas a forte insolação recupera rapidamente as
altas temperaturas. Normalmente verifica-se uma queda da temperatura durante a
noite, podendo ser inferior a 15ºC no Planalto dos Parecis. No verão, são comuns
oscilações térmicas mais amplas, podendo atingir até 9ºC por ocasião das friagens,
oriundas da entrada de ar polar pela calha dos rios Paraná e Paraguai (sistemas de
circulação extratropicais). A umidade relativa média anual é de 78%, sendo alta na
estação das chuvas (80-85%), diminuindo sensivelmente no período de verão (até
55-60%)
37
4.2.2 Hidrografia
O Município de Espigão do Oeste possui vários rios, sendo os mais
importantes: Roosevelt, 14 de Abril, Ribeirão Grande, Riozinho, Palmeiras e Kernit.
Apresenta também muitos Igarapés, sendo o mais importante o Igarapé Félix Fleury.
Os rios 14 de Abril e Ribeirão Grande nascem no município e deságuam no
Estado do Mato Grosso.
O rio Riozinho nasce no município e deságua no município de Cacoal,
sendo que antes de desaguar, ele recebe as águas do rio Palmeiras que também
nasce no município de Espigão do Oeste e abastece a cidade. Rio Roosevelt, que
tem sua nascente em outro município, banha uma grande parte do município de
Espigão do Oeste e deságua no Estado do Mato Grosso.
O Rio Kernit é afluente do Rio Roosevelt, tendo sua nascente também neste
município. No entanto, o Igarapé Félix Fleury é o mais importante.
4.2.3 Solos
O Estado de Rondônia forma uma mistura de diferentes tipos de solo, sendo
estes relacionados à heterogeneidade climática, de vegetações e à hidrologia da
região.
O levantamento de solos fornece os estratos mais pormenorizados que se
tem do ambiente. A estratificação pode ser classificada utilizando-se as chamadas
regiões pedoclimáticas do Brasil (AB’SABER, 1971). São comuns Latossolos e
Podzólicos (alta saturação por Al), pobres e de baixíssima capacidade de troca
catiônica. Nas áreas de ruptura do declive das elevações e nos locais de drenagem
mais deficiente são comuns os solos com plintita. Há solos de melhor fertilidade,
relacionados com as aluviões dos rios que são influenciados pelos sedimentos e nas
áreas de intrusões de rochas máficas.
A classe de Latossolo Vermelho Amarelo é bastante ampla no que se refere
à coloração e mesmo teores de Fe2O3. Estes solos são muitos expressivos, são
geralmente álicos ou distróficos, mas podem ser eutróficos em extensões
consideráveis nas regiões mais secas. A classe de Podzólico Vermelho Amarelo é o
solo com B Textural mais comum no Brasil, é razoavelmente bem distribuído no
território brasileiro, inclusive na Amazônia. Ocupa na paisagem, via de regra, as
38
áreas de relevo mais acidentado, com superfícies pouco suaves e áreas de relevo
suave mais jovem (rebaixadas).
Os Latossolos e Podzólicos são tipicamente cauliníticos e goethíticos e
possuem o horizonte A delgado. A riqueza química encontra-se ligada a vegetação.
A queima faz aumentar temporariamente o teor de nutrientes na superfície, as
colheitas decrescem a níveis não compensadores a partir do terceiro ano.
Plantas perenes nativas ou cultura especial é que se tem mantido melhor.
As pastagens de brachiárias têm-se saído bem.
Os solos hidromórficos ocorrem comumente em áreas transicionais para
cerrado e floresta, são pobres e geralmente rasos, expressando a pobreza das
rochas de origem, como quartzitos e rochas pelíticas pobres (filitos e micaxistos),
estes de pedoforma mais suaves nos contornos, mesmo quando o relevo é muito
pronunciado.
4.2.4 Relevo
A área urbana do Município de Espigão do Oeste é composta de terras baixas
e altas, isto é, ligeiramente onduladas, enquanto que a área rural apresenta
ondulações mais acentuadas como morros e serras, sendo a Serra Azul o ponto
mais alto, com 543m, localizado a 70 km da sede do município.
A caracterização morfológica adotada atualmente permite estabelecer três
unidades distintas de relevo: agradacionais, degradacionais e residuais. O relevo
cárstico não está evidenciado no município, embora estejam presentes unidades
carbonáticas. Os relevos agradacionais distribuem-se ao longo da rede de drenagem
atual, nas planícies aluviais e terraços tércio quaternários, constituídos por
superfícies de acumulação arenosa a argilo-arenosa, com matéria orgânica
disseminada. Os relevos degradacionais, dominantes no território, variam
amplamente em suas formas, ocupando desde áreas arrasadas a suavemente
ondulada (Depressão Inter planáltica), planaltos dissecados e os chapadões
areníticos realçados na topografia (Planalto dos Parecis). A Depressão Inter
planáltica, distribuída na parte norte, limita-se a sul pelo Planalto dos Parecis;
quando está escavada em rochas sedimentares (formações Cacoal e Pimenta
Bueno) apresenta um relevo arrasado onde se destacam colinas semi-tabulares,
interflúvios planos e vales amplos e, quando escavado em rochas cristalinas torna-
39
se suavemente ondulado, com vales em “V”. O Planalto Dissecado, observado sobre
rochas graníticas (Serra da Providência) e vulcânicas Roosevelt, exibe um relevo
pronunciado, constituído por um agrupamento de inselbergs ou pequenos maciços
montanhosos como, por exemplo, no interflúvio Kermit/ Roosevelt, onde exibe
encostas íngremes e vales apertados. Por fim, o Planalto dos Parecis constitui o
relevo mais expressivo da região, ocupando a faixa sul do município de Pimenta
Bueno, representado por uma superfície estrutural dissecada em patamares e
alojada em arenitos e pelitos das formações Fazenda Casa Branca e Parecis,
limitado a norte por uma escarpa contínua e erosiva. Nessa subunidade são comuns
“canyons” como o Vale do Apertado, no rio Comemoração. Os relevos residuais, de
ocorrência restrita a alguns morrotes de topo plano e platôs, estão distribuídos em
todo o Território, sendo constituídos por rochas lateríticas terciárias, onde se
destacam os horizontes concrecionário e o colunar, sustentando localmente o relevo.
4.2.5 Vegetação
A cobertura vegetal observada na região abrange tipos distintos de
vegetação, agrupados em cinco unidades: floresta tropical densa ou aberta; savana
arbórea densa ou aberta; ransição savana/ floresta tropical; formações pioneiras e
áreas antropizadas.
A Floresta Tropical Densa é diferenciada no extremo nordeste - NE do
Território entre os rios Kermit e Roosevelt (área granítica e ondulada) – abrangência
nos municípios de Espigão D’Oeste, Cacoal e Pimenta Bueno e em planícies e
terraços tércio quaternários; caracteriza-se pela heterogeneidade florestal sempre
verde, constituída por três estratos: arbóreo, arbustivo e herbáceas baixas e
subarbustos; a vegetação de menor porte encontra-se imersa na sombra, pois não
existe um período de queda das folhas.
As espécies vegetais mais comuns são palmeiras, canela, abiorana, angelim,
louro, castanheira, cedro, seringueira, mogno, cerejeira, entre outras. A Floresta
Tropical Aberta caracteriza-se pelo maior espaçamento entre as suas árvores e uma
expressiva quantidade de palmeiras (babaçu, patoá, inajá), cipós e bambu; distribui-
se por diferentes superfícies fisiografias e cobre a maior parte dos relevos
dissecados e ondulados das unidades proterozóicas e do embasamento, sendo
comuns as espécies breu-manga, mata-mata, jutaí, taxipreto e também a
castanheira, tauari e amarelão. As Áreas de Savana ou Cerrado são tipificadas por
40
árvores de pequeno porte, tortuosas, isoladas ou agrupadas sobre um revestimento
de gramíneas, possuindo geralmente casca grossa e tuberosa, adaptadas a solos
deficientes e aluminizados; desenvolvem-se preferencialmente sobre rochas do tipo
folhelhos. Podem apresentar-se como savana arbórea densa (cerradão), com um
maior número de indivíduos (árvores de até 10m), adensados e ramificados
(esgalhados), arbustos anões e palmeiras acaules, e/ou savana arbórea aberta
(campo cerrado), com árvores pequenas (até 5m), esparsamente distribuídas,
plantas anãs e palmeiras acaules, sendo comum ao longo do eixo da Rodovia BR-
364, entre Pimenta Bueno e Cacoal. Mata galeria (ciliar) também é uma feição
observável territorialmente. As Áreas de Transição ou de Tensão Ecológica
representam superfícies de contato entre diferentes classes de vegetação (mistura
de espécies), interpenetrando-se e competindo entre si, visando à ocupação de um
mesmo espaço, constituindo-se na vegetação predominante na área territorial,
principalmente na Chapada dos Parecis, entre a Rodovia BR-364 e o rio Roosevelt.
Essa transição pode ser da savana com a floresta tropical aberta ou com a floresta
semidecídual, incidente na divisa do Território Rio Machado com o município de
Vilhena, localizado no Cone Sul do Estado. Essas áreas estabelecem-se
preferencialmente com aquelas submetidas a uma transição climática. As Áreas de
Formações Pioneiras representam as primeiras fases na evolução da vegetação
observadas comumente em áreas de acumulação, inundáveis (depressões renosas);
mostram-se sucessivamente nos estágios de gramíneas, arbustivo e arbóreo,
condicionados pelo grau de umidade do solo. No município em tela, ocupam áreas
restritas como em um trecho meandrante do alto rio Comemoração e em trechos
específicos do rio Roosevelt A Ação Antrópica, identificada em áreas submetidas
pela intervenção humana, caracteriza-se pela retirada da vegetação nativa e a
ocupação por atividades agropecuárias e quando abandonadas pelo esenvolvimento
de uma vegetação secundária (capoeira), localizando-se referencialmente junto a
aglomerados humanos e ao longo do eixo da Rodovia BR-364. Ações de
reflorestamento são inexpressivas. À medida que se dirige para o sul do Território
em direção a Cuiabá, a vegetação vai perdendo afeição de floresta tropical
xuberante e assume gradualmente um caráter de floresta semidecidual, ou seja,
aparenta ser uma “mata seca” pela presença de uma estação seca (estiagem com a
perda das folhas das árvores mais altas).
41
4.2.6 Fauna
A fauna do Território é composta por animais de pequeno e grande porte
como mamíferos, aves, répteis, peixes e muitos insetos. Dentre os mamíferos
podemos encontrar nas matas da região onças (Panthera onca), jaguatiricas
(Leopardus pardalis) macacos (Cebus sp.), cotias (Dasyprocta sp.), pacas (Agouti
paca), antas (Tapirus terrestris), veados (Mazama sp., Ozotoceros sp.), tamanduás
(Myrmecophaga sp., Tamandua sp.), porcos-do-mato (Tayassu tajacu) e tatus
(Dasypus sp., Euphractus sp.). São animais de grande importância ecológica, pois
são capazes de alimentar-se de insetos (insetívoro) contribuindo para um equilíbrio
de populações de formigas e cupins, preás (Cavia aperea) e diversos outros
mamíferos. Aves como gaviões (Elanoides forficatus Gampsonyx sp., Buteogallus
sp.), araras (Ara spp.), periquitos e tuins (Myiopsitta sp., Forpus sp. ), papagaios
(Amazona sp.), urubus (Cathartes spp. ), beija-flores (Phaethornis sp., Heliomaster
sp.), jacus (Penelope spp.), mutuns (Mitu sp.), saíras (Tangara spp.), tiés
(Ramphocelus spp.) que alimentam se de frutos de embaúba, rolas (Streptopelia
spp.) e dezenas de outros pássaros que também podem ser avistados nas matas e
proximidades da cidade. A fauna de répteis e anfíbios também é riquíssima como em
toda a região amazônica, tendo como representantes mais comuns cobras, jacarés,
tartarugas, rãs, sapos, lagartos, calangos e outros. A fauna aquática é composta por
diversas espécies de peixes como lambaris (Astyanax spp.), pacus (Colossoma sp.),
piranha (Pygocentrus sp.), dourados (Brachyplatystoma sp.), pirararas
(Phractocephalus hemioliopterus), pintados (Pseudoplatystoma orruscans),
cascudos (Hypostomus sp.), bagres (Genidens sp., Bagropsis sp., Bagre sp.), traíras
(Hoplias spp.) e outras espécies. A fauna de artrópodes é a mais diversificada,
destacando-se várias espécies de besouros, formigas, cupins-de-solo, cupins-de-
montículos, cupins-arborícolas, libélulas, gafanhotos, aranhas, borboletas,
mariposas, abelhas, percevejos, mosquitos e outros que podem ser encontrados nos
mais deferentes habitats. A fauna desempenha importante papel para o
desenvolvimento e conservação da natureza regional. Sua conservação facilita o
controle natural de muitas pragas e doenças nas diversas culturas existentes na
região, sem a necessidade de utilização indiscriminada de agrotóxicos para o seu
controle; promove a polinização de plantas, propagação de sementes, aceleração da
decomposição de materiais vegetais como sementes e frutos e de outros animais.
42
4.2.7 Unidades de Conservação
O Estado de Rondônia possui uma área de 23.851.280,00 ha, da qual 19,83%
destinam-se às Unidades de Conservação. Atualmente o Estado conta com 59
Unidades de Conservação, sendo: 25 Reservas Extrativistas (1.390.196,99 ha),
quatro Estações Ecológicas (245.241,60 ha), oito parques (1.717.492,32 ha), quatro
Reservas Biológicas (629.895,60 ha), 13 florestas estaduais (756.280,86 ha), quatro
Reservas Particulares do Patrimônio Nacional – RPPN’s (2.760,59 ha) e uma Área
de Proteção Ambiental - APA (6.141,00 ha).
As Unidades de Conservação dividem-se em dois grupos, como mostra a
Tabela 3, Unidades de Uso Sustentável e Unidades de Proteção Integral.
TABELA 7: Unidades de Conservação por grupo de classificação
Fonte: CRT 003000/14 ATER/INCRA
O grupo das Unidades de Proteção Integral é constituído pelas seguintes
categorias de Unidades de Conservação: Estações Ecológicas, Reservas Biológicas,
Parques Nacionais, Monumentos Naturais e Refúgios de Vida Silvestre. Lembrando
que no Estado de Rondônia não são encontradas as categorias de Monumentos
Naturais e nem de Refúgios de Vida Silvestre.
O grupo das Unidades de Uso Sustentável possui as seguintes categorias de
Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental, Florestas Nacionais,
Reservas Extrativistas, Reservas de Desenvolvimento Sustentável, Reservas de
Fauna e Áreas de Relevante Interesse Ecológico, sendo as Reservas de Fauna e
Áreas de Relevante Interesse Ecológico não presentes no Estado.
As Unidades de Conservação são de responsabilidade dos Governos Federal,
Estadual, Municipal ou de Domínio Particular, de acordo com o decreto de criação
das mesmas, o Estado de Rondônia possui: três Unidades de Conservação
Municipais, 41 Unidades de Conservação Estaduais, 11 Unidades de Conservação
43
Federais e quatro Unidades de Conservação de Domínio Particular. Existem hoje, no
Instituto Chico Mendes da Biodiversidade - ICMBio, propostas de criação de uma
Floresta Nacional e uma Reserva de Rendimento Sustentado.
4.2.8 Situação Social e Demográfica
A rede urbana do Estado é composta, basicamente, pelos núcleos
demográficos ao longo da BR-364, destacando-se, além da capital Porto Velho, as
cidades do centro-sul do Estado, em função de certo dinamismo agroindustrial. São
os casos de Ji-Paraná e Cacoal, que disputam a liderança do interior, mas com clara
vantagem para a primeira cidade. A estrutura urbana demonstrada no mapa da
evolução urbana no Estado é resultante das três gerações detectadas por Coy
(1988).
O PA Edmilson Pastor está localizado entre dois Municípios do Território Rio
Machado que são Espigão do Oeste do Oeste e Pimenta Bueno
O conceito de território foi utilizado como base conceitual para o
desenvolvimento deste documento, o que significa dizer que foram observadas as
multidimensões presentes na região, respeitando as interações entre os diversos
aspectos, sejam eles ambientais, sociais, culturais, econômicos e políticos.
Considerou-se como sendo território:
“Um espaço físico, geograficamente definido, geralmente contínuo, compreendendo
cidades e campos, caracterizados por critérios multidimensionais, tais como,
ambiente, economia, sociedade, cultura, política e instituições, além de uma
população com grupos sociais relativamente distintos, que se relacionam interna e
externamente por meio de processos específicos, onde se pode distinguir um ou
mais elementos que indicam a identidade e coesão social, cultural e territorial.”
(CONDRAF/NEAD – 2003)
A região que hoje constitui o Território Rio Machado é um importante polo da
agricultura familiar do Estado de Rondônia. A economia está baseada na produção
agrícola e pecuária, sendo imprescindível para o desenvolvimento, um olhar voltado
para a realidade local devido à existência de inúmeras peculiaridades que
geralmente são permeadas de costumes de culturas distintas. Isso se deve,
principalmente, ao fato da colonização da região ter sido realizada por famílias
provenientes de praticamente todas as regiões do Brasil, que consigo trouxeram os
44
seus costumes, crenças, comidas típicas, formas de trabalho, sotaques e traquejos.
A região que compõe o Território Rio Machado é rica não só em produção agrícola e
biodiversidade, mas também possui um calor, um aperto de mão distinto, o que a
torna muito mais valorosa. Outro fator que deve ser ressaltado é a presença de
povos indígenas em parte do Território Rio Machado, que aumenta o caráter
heterogêneo bem como os desafios enfrentados por essa população.
Observando esta realidade do Território Rio Machado, pode-se comprovar
que sua população é composta por diversos costumes e culturas. Uma grande parte
da pluralidade cultural do país aqui está representada. Migrantes que vieram para
Rondônia, em busca de um futuro melhor, qualidade de vida e bem-estar para suas
famílias, hoje vivem no Território Rio Machado. Porém, muitas adaptações tiveram
que ser feitas; a região amazônica, com suas peculiaridades foi sendo desbravada e
transformada e hoje temos este ambiente que conhecemos e utilizamos para viver,
por vezes de forma consciente e regrada e, em outras, de forma totalmente
desordenada, o que promoveu danos que devem ser mitigados e constantemente
observados. As dificuldades encontradas em alguns momentos transformaram os
novos moradores da região, assim como em outros momentos a região é que foi
adaptada à vida dos moradores, formando, então, esta área territorial nomeada de
Rio Machado, com situações particulares.
O Território Rio Machado é um espaço físico, geograficamente definido,
contínuo, compreendendo cidades e espaços rurais de 07 municípios: Ministro
Andreazza, Cacoal Pimenta Bueno, Espigão do oeste Alvorada do Oeste, Santa
Luzia, Parecis e São Felipe.
Em 1966 – Foi fundada a Colonizadora Itaporanga que estabeleceu seu
núcleo de empreendimentos à margem esquerda da BR-364 30 km do leito da
rodovia.
Em 1978 – A localidade de Espigão D’Oeste foi elevada à categoria de distrito
do município de Pimenta Bueno.
Em 1981 – A lei nº 6.921, de 16 de junho de 1981, desmembrado a área do
município de Pimenta Bueno, criando o Município de Espigão d’Oeste, sem mudar
de nome.
Todas essas obras receberam recursos do POLONOROESTE, na gestão do
ex governador Jorge Teixeira de Oliveira.
45
4.2.9 Uso da terra, Economia e Sistemas de Produção
Segundo o IBGE (1999), o sistema de Classificação de uso atual da terra leva
em consideração o tipo de uso da terra na data do mapeamento, o manejo
empregado e a estrutura da produção (relações sociais de produção), com isso
caracterizam da melhor maneira possível as classes de uso definidas.
O mapa de uso da terra está baseado em informações de 1996 (Rondônia,
1998), mas utilizando-se os dados do Censo Agropecuário 1995/1996 para
complementar as informações do mapa, pode-se ter uma ideia do uso da terra no
Estado.
Em todos os municípios existe uma predominância da área ocupada com
pastagens, mas existem municípios onde há boa relação entre a área ocupada com
pastagem e a ocupada com agricultura. Os municípios cuja relação é mais
equilibrada são: Cacoal, Ji-paraná, Alegre dos Parecis, Parecis Nova Brasilândia do
Oeste, Santa Luzia do Oeste, Cerejeiras, Cacoal, Alta Floresta do Oeste, São Miguel
do Guaporé e São Felipe do Oeste.
A atividade industrial em Rondônia ainda é inexpressiva. Os ciclos de
extrativismo minero-vegetal pelo qual passou a economia do estado, não implicaram
no surgimento de um setor de transformação de produtos primários. Entretanto o
processo de colonização estimulou a construção civil, devido à migração ter
provocado a demanda por obras públicas e o crescimento do mercado habitacional.
Além do segmento da construção civil, as atividades do setor secundário abrangem
ainda o segmento madeireiro, e seu desdobramento na indústria moveleira, e a
mineração, principalmente após a criação da Província Estanífera de Rondônia,
acompanhando esse processo, vem se desenvolvendo a indústria de alimentos.
5. DIAGNÓSTICO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO EDMILSON PASTOR
5.1. Condições Físicas e Edafo-Climáticas do PA
5.1.1. RELEVO
46
Segundo projeto de criação fornecido pelo INCRA, o relevo é
predominantemente composto do tipo ondulado, com presença do fortemente
ondulado. Fator que restringe o uso de mecanização, mas que para o uso a que se
destina, ou seja, assentamento de pequenos agricultores que irão desenvolver
atividade com baixo grau de tecnificação este fator não é limitante. A arca faz parte
da sub-região das cadeias de montanhas do sul da Amazônia.
Figura 15: Relevo do Projeto de Assentamento. Fonte: CRT 003000/14 ATER/INCRA
5.1.2. SOLOS
Segundo o levantamento de solo promovido pelo serviço nacional de
levantamento e conservação de solo da Embrapa e do levantamento de solo de
recursos naturais. Promovido pelo projeto RADAMBRASIL alem de observação in-
loco o tipo de solo do imóvel é composto pela associação PVe3 (mapa 01).
47
MAPA 1 - TIPOS DE VEGETAÇÃO
Fonte: CRT 003000/14 ATER/INCRA
As características fundamentais dizem respeito a natureza e constituição
do material do solo, que indica o caminho seguido pelos processos intempéricos,
que consiste de sesquióxidos, argilas minerais silicatadas de retículo 1:1, quartzo e
outros minerais silicatados altamente resistentes à intemperização. Os óxidos livres
de alumínio podem estar ou não presentes, assim como também concreções de
óxidos de ferro, manganês, alumínio ou titânio. O conteúdo de silte é geralmente
baixo, sendo normalmente menor que 8% ou 15% para solos da formação barreiras
(VIEIRA, 1983).
Os Latossolos Vermelho Amarelo são normalmente distróficos, mas
sob determinadas condições, principalmente de clima, é possível aparecerem
48
eutróficos. Ocorrem em relevo plano a suave ondulado, podendo também, com
menos freqüência, aparecer em áreas onduladas ou forte onduladas, a vegetação
pode ser de floresta densa, aberto ou mista com palmeiras, semi-caducifólia ou
caducifólia.
As principais características destes solos são: transição difusa ou
gradual entre os horizontes, exceto quando existir Ap; ausência ou escassez de
cerosidade nos peds; baixa capacidade de troca catiônica das argilas; colorações
vermelhas, avermelhadas, amarelas ou brunadas no horizonte B; ausência ou quase
ausência de argila natural com cargas negativas em parte do horizonte
subsuperficial, que apresenta baixa relação carbono/argila (menor que 0,015); o
conteúdo de argila natural é normalmente baixo (grau de floculação próximo a
100%), no horizonte B2 é menor que 1%, exceto quando o Ki for muito baixo e o pH
em KCl for mais alto que o pH em H2O; ausência ou quase ausência de
desenvolvimento estrutural. A estrutura, quando aparece, é muito reduzida ou pouco
desenvolvida, sendo na grande maioria maciça; solo muito friável a friável quando
úmido; apresenta alta porosidade e alta permeabilidade; possui normalmente baixo
conteúdo de fósforo assimilável; apresenta normalmente baixa saturação de bases
no perfil e alta porcentagem de saturação com alumínio nos solos distróficos; o valor
de Ki deve ser menor que 2,2, sendo normalmente encontrado menor que 2,0; os
minerais primários sujeitos à intemperização estão praticamente ausentes,
compreendem, em conjunto, uma quantidade menor que 4% de minerais
intemperizáveis ou 6% de muscovita, na fração areia, podendo conter na fração
menor que 0,05 mm (silte+argila) não mais que traços de alofana, ou argilominerais
do grupo esmectita e somente pequena quantidade de ílita, sendo que a clorita
aluminosa aparece com freqüência; a relação silte/argila deve ser menor que 0,7 nos
solos de textura média e 0,6 nos solos de textura argilosa; a relação Al2O3/Fe2O3
aparece com valores altos, igual a 9,0; o Fe2O3 compreende 5 a 11% da fração
argila; e a capacidade de troca catiônica é menor que 13 meq/100g de argila
(VIEIRA, 1983).
49
Figura 16: Relevo do Assentamento Edmilson Pastor. Fonte: CRT 3000/14 ATER/INCRA
5.1.3. Recursos Hídricos
A hidrografia de Rondônia é formada por três bacias principais (bacia
hidrográfica do Rio Madeira, bacia hidrográfica do Rio Guaporé/Mamoré e bacia
hidrográfica do Rio Ji-Paraná ou Machado) e uma bacia secundária (bacia
hidrográfica do Rio Roosevelt ou Rio da Dúvida). No PA não existe rios e sim várias
nascentes que caracterizam córregos de pequeno porte (mapa 01).
As águas dos mananciais apresentam coloração preta, por não
transportarem cargas sólidas em suspensão e serem escurecidas em virtude do
elevado teor de matéria orgânica em decomposição, proporcionada pela vegetação
que se desenvolve nas áreas inundáveis das nascentes e nas margens, típico de
rios com nascentes no interior das matas. Os rios, igarapés e olhos-d’agua poderão
ser mais bem aproveitados na piscicultura, observando os cuidados pertinentes ao
uso racional dessas fontes hídricas.
50
MAPA 2 - BACIA HIDROGRÁFICA
Fonte: Autodiagnóstico CRT 3000/14 ATER/INCRA
Figura 17: Imagem Hidrografia do Assentamento Edmilson Pastor.
Fonte: Autodiagnóstico CRT 3000/14 ATER/INCRA
51
5.1.4. FLORA
A cobertura vegetal do PA é diversificada devida principalmente à climatologia
da região amazônica. O PA é caracterizado com vegetação de Floresta Ombrófila
Aberta submontana, esse tipo de vegetação é a que mais predomina no Estado,
principalmente no leste, sul, norte e na área central do território. As florestas
ombrófilas são constituídas por quatro fisionomias vegetais (floresta de cipó,
palmeiras, bambu e sorocaba), com faciação da floresta Ambrófila Densa, que
ocorre em uma área restrita localizada na parte central e é formada basicamente por
palmeiras, trepadeiras lenhosas, epífitas e árvores de médio e grande
porte.apresentando uma rica biodiversidade.
Figura 18: Figura da flora do Assentamento Edmilson Pastos.
Fonte: Autodiagnóstico CRT 3000/14 ATER/INCRA
52
Quadro 01 – Tipos de Essências Florestais
Nome comum Nome científico
Castanheira Bertholletia Excelsa
Cerejeira Prunus avium
Pequiarana Caryocar glabrum
Garapeira Apuleia Leiocarpa (Vog.) Macbr)
Bandarra Schizolobium amazonicum
Pinho cuiabano Parkia Multijuga
Imbireira Deguelia Hartschabachii
Embauba Cecropia peltata
Copaíba Copaífera langsdorfii Desf.
Jatobá Hymenaea courbaril
Pequi Caryocar brasiliensis
Ipê amarelo Tabebuia chrysotricha
Ipê roxo Tabebuia avellanedae
Tucumã Astrocaryum aculeatum
Seringueira Hevea brasiliensis
Aquariquara Minquartia guianensis
Faveiro Dimorphandra mollis Benth
Massaranduba Manilkara spp
Breu Protium heptaphyllum
Sucupira Bowdichia nítida
Canela Cinnamomum zeylanicum
Itauba Mezilaurus
Buritis Mauritia flexuosa L.f.
Fonte : Oficina de Autodiagnóstico Contrato 3000/14 ATER/INCRA
53
5.1.5. FAUNA
A fauna do PA é composta por animais de pequeno e grande porte como
mamíferos,( aves, répteis, peixes e muitos insetos. Dentre os mamíferos podemos
encontrar nas matas da região onças (Panthera onca), jaguatiricas (Leopardus
pardalis) macacos (Cebus sp.), cotias (Dasyprocta sp.), pacas (Agouti paca), antas
(Tapirus terrestris), veados (Mazama sp., Ozotoceros sp.), tamanduás yrmecophaga
sp., Tamandua sp.), porcos-do-mato (Tayassu tajacu) e tatus (Dasypus sp.,
Euphractus sp.). Apesar de alguns animais já não serem vistos constantemente, na
reserva do PA pode-se encontrar rasto dos animais. A caça de alguns animais por
pessoas que moral aos redores do PA ainda é constante. Por escassez de alimentos
na mata os animais tem atacado constantemente as plantações dos parceleiros, as
espécies que mais atacam são os macacos e quatis. A maioria dos igarapés e rios
estão protegidas por uma pequena faixa de mata ciliar, conservando algumas
espécies de peixe.
Quadro 02 – Tipo de Animais.
Nome comum Nome científico
Paca Agonti Paca
Cutia Dasyprocta
Irara Eira Barbara
Gato do mato Felis pardalis mitis
Macaco Cebus Ercleben
Quati Nasua nasua
Anta Tapirus Terrestris
Jaguatirica Leopardus Pardalis
Onça Phantera onça
Tatu Dasypus novemcinctus
Cobra bico de jaca Lochesis Muta
Cobra Coral Micrurus Lemniscatus
Viado Mateiro Mazama americana
54
Lontra Lutra longicaudis
Capivara Hydrochoerus hydrochoeris
Porco espinho Coendou prehensilis.
Cobra Sucuri Eunectes Murinus
Fonte : Oficina de Autodiagnóstico Contrato 3000/14 ATER/INCRA
Figura 19: fauna do Assentamento Edmilson Pastor
Fonte: Autodiagnóstico, CRT 3.000/14 – ATER/INCRA
Quadro 3 – Principais Aves do PA.
Nome comum Nome científico
Arara Vermelha Ara chloropterus
Arara canidé Ara ararauna
Arara mulatinha Myrocarpus fastigiatus
Periquito Brotogeris
Papagaio Erythrura psittacea
Tucano Ramphastos tucanus
Jacu Penelope ochrogaster
Mutum Crax fasciolata
55
Bem-te-vi Pitangus Sulphuratus
Periquito Tirica chiriri
Arara Ara iacepede
Mutum Crax fasciolata
Inhambu Tinamus tão
Macuco Tinamus solitarius
Fonte: Oficina de Autodiagnóstico Contrato 3000/14 ATER/INCRA
Quadro 4 – Principais Peixes do PA.
Nome comum Nome científico
Acará Geophagus brasiliensis
Lambari Astyanax SP
Traíra Hoplias malabaricus
Peixe-elétrico Apteronotus albifrons
Arraia Potamotrygon albifrons
Piau Leporinus
Pacu Piaractus mesopotamicus
Mandí Pimelodus maculatus
Maroba Sardinella brasiliensis
Piaba Leporinus friderici.
Piranha Serrasalmus natterery
Fonte: Oficina de Autodiagnóstico Contrato 3000/14 ATER/INCRA
5.1.6. Uso do Solo e Cobertura Vegetal
O solo do assentamento esta sendo usado em todas as parcelas com
pastagem (Brachiaria brizantha) para criação de bovinos e outros animais,
restringindo uma pequena área de algumas parcelas com plantio de culturas
perenes (café e cacau) e culturas anuais.
56
As florestas do assentamento possuem uma fisionomia de floresta
ombrófila aberta, densamente povoadas por palmeiras como babaçu, paxiúba,
pataoá, buriti, açaí solteiro e em touceira e a piaçava. Encontra-se ainda certa
freqüência de indivíduos de castanheira (castanha do Pará) e algumas poucas
seringueiras.
O uso de defensivos agrícolas são produtos químicos que ajudam o
produtor no controle de pragas e doenças.
O uso de venenos no campo tem muitos efeitos prejudiciais, afetam a
saúde do homem, dos animais e destroem a natureza. Prejudicam também a
economia das famílias dando uma despesa a mais e fazendo a terra produzir menos.
Segundo os assentados, há uma dificuldade muito grande por não haver coleta de
embalagens no assentamento. No momento a equipe de ATER/INCRA já agendou
um mutirão (figura 15 e 16).
Figura 20: Embalagens de agrotóxicos do Assentamento Edmilson Pastor
Fonte: Oficina de Autodiagnóstico Contrato 3000/14 ATER/INCRA
57
Figura 21: Coleta de embalagens do Assentamento Edmilson Pastor
Fonte: Oficina de Autodiagnóstico Contrato 3000/14 ATER/INCRA
5.1.7. Reserva Legal e Área de Preservação Permanente
No PA, diante da dimensão territorial, constatou-se que a maioria das
parcelas não possui sua área de reserva legal e preservação permanente
preservada. O assentamento possui sua reserva em bloco ( Mapa 03).
58
MAPA 3 - TIPO DE VEGETAÇÃO
Fonte: Oficina de Autodiagnóstico Contrato 3000/14 ATER/INCRA
As árvores mais encontradas são utilizadas para madeira de cerca. Os
agricultores ressaltam que, para que se possa fazer um reflorestamento, que exista
algum meio para que eles possam estar adquirindo as mudas, tanto por parte do
governo que poderia estar fornecendo estas:
- MARACATIARA (Astronium lecointei): Utilizada na fabricação de móveis.
- IPÊ (Tabebuia serratifolia): Utilizado em construções externas,
esquadrias, lambris e venezianas, trabalhos em torno e principalmente em tacos,
degraus de escala, taboas de assoalho, etc.
59
- CEDRO (Cedrella odorata): Utilizado para esculturas e obras de talha,
molduras, lambris, esquadrias, móveis em geral, confecções de pequenas caixas
para embalagens de luxo, instrumentos musicais, etc.
A queimada não está sendo uma prática agrícola intensa no assentamento,
dada à intensificação das fiscalizações e orientações quanto as penalidades
auferidas pelos órgãos competentes. O total das superfícies queimadas reduziu
bastante do ano de 2010 até 2014, muitos agricultores já conseguem observar a
degradação provocada pelo uso do fogo como forma de controle da vegetação.
O uso do fogo contribuiu para o cenário produtivo atual do assentamento,
muitas parcelas, tiveram prejuízo durante o período em que o fogo era usado de
forma indiscriminada. As perdas geradas pela queima de plantio como café, cacau,
dentre outras espécies, contribuíram para a monocultura existente hoje. Outros
fatores somaram para o quadro atual de uso e exploração do solo, dentre eles, a
ausência de assistência técnica por longos períodos.
2bc – são solos inaptos para cultivo de lavouras em sistema primitivo, porém
apresenta aptidão regular para cultivos de lavouras em sistemas de nível tecnológico
médio e de alto nível tecnológico.
Significando que são solos que apresentam como alternativa de utilização, o
cultivo de lavouras, salvo as devidas restrições de uso nos níveis de manejo de
média a intensa viabilidade de melhoramento e conservação do solo, sendo a classe
b considerada economicamente compensadora, enquanto que a classe c depende
das possibilidades individuais dos agricultores.
4p – são solos de aptidão restrita ao cultivo de pastagem plantada.
5(s)N – são solos com restrita aptidão para silvicultura e bons para pastagens
naturais.
5(s)n – são solos de restrita aptidão para silvicultura e regulares para
pastagens naturais.
5(sn) – são solos de restrita aptidão tanto para silvicultura quanto para
pastagens naturais.
5(s) – solos inaptos para pastagens naturais, de aptidão restrita para
exploração da silvicultura.
60
5.1.8. Estratificação Ambiental dos Agro Ecossistema
Constituem-se no maior e mais importante patrimônio produtivo
disponível no P.A Edmilson Pastor os recursos naturais como água, solo e floresta,
porém precisam ser conservados. O uso atual dos recursos hídricos no
assentamento é para consumo humano, higiene, lavagem de roupa e pesca.
Conclui-se, de maneira geral, que há um grande potencial hídrico a ser
explorado com a construção de represas e barragens para a criação de peixes e
fornecimento de água para os rebanhos, devendo primeiro ser organizada a
qualidade ambiental nas áreas de preservação, enfatizando o redirecionamento de
projetos econômicos, que venham a envolver a população na questão da
preservação (Mapa 04).
MAPA 4 - TIPO DE VEGETAÇÃO
Fonte: Oficina de Autodiagnóstico Contrato 3000/14 ATER/INCRA
61
5.1.9. Capacidade de Uso do Solo
De acordo com o Sistema de Classificação da Capacidade de Uso,
possivelmente o sistema mais influente de todos, sendo este estruturado pelo
Serviço de Conservação do Solo dos EUA para agrupar solos em classes de
capacidade de uso para planejamento agrícola, principalmente sob um enfoque de
produção sustentável, isto é, uso sem degradação socioecológica, com formas de
controle de erosão e poluição ambiental. Este sistema agrupa os solos em oito
classes, sendo que os solos do PA Edmilson Pastor podem ser agrupados nas
classes I, II, IV e VI:
Classe I – São solos cultiváveis que aparentemente sem problemas
especiais de conservação.
Classe II – São solos que requer uma ou mais práticas especiais de
fácil execução a fim de poderem ser cultivados segura e permanentemente com a
produção de colheita de média e elevada, com problemas simples de conservação.
Classe IV– São terras cultiváveis apenas ocasionalmente ou em
extensão limitada, com sérios problemas de conservação.
Classe VI – São terras impróprias para uso agrícola, pois
apresentam problemas especiais de conservação, podendo ser destinadas à
preservação da flora e da fauna silvestres ou para fins de recreação, turismo ou de
armazenamento de água.
62
MAPA 05 – INFRAESTRUTURA DO ASSENTAMENTO
Fonte: Oficina de Autodiagnóstico Contrato 3000/14 ATER/INCRA
Os assentados ressaltam que a falta de informações e de conhecimento
sobre Legislação Ambiental, na implantação do PA, foi o principal fator que
acarretou a degradação e o mau uso dos recursos naturais, desmatamento de áreas
de mata ciliar, encostas e morros, resultando na situação atual da realidade
ambiental do assentamento.
Os solos do Projeto de Assentamento Edmilson Pastor classificados conforme
a aptidão agrícola das terras para proposta de uso, delineados da seguinte maneira:
1(a)bC – são solos com aptidão boa para lavoura sob manejo C, o uso mais
intensivo ainda possível.
2(a)bc – são solos com restrita aptidão para cultivo de lavouras em sistema
primitivo, e regular aptidão em se tratando de sistemas semi-desenvolvidos e com
uso de tecnologias.
63
5.1.10. Análise Sucinta dos Potenciais e Limitações dos Recursos Naturais e
da Situação Ambiental do Assentamento
Os recursos naturais como água, solo e floresta, têm sofrido grandes
impactos constituem-se no maior e mais importante patrimônio produtivo disponível
no PA, porém precisam ser conservados.
Para se implantar um modelo de desenvolvimento sustentável no
assentamento, considerando os aspectos socioeconômicos e ambientais, depende
da avaliação do impacto ambiental provocado pela ação antrópica decorrente das
atividades agropecuárias sem a adoção de práticas de conservação ambiental, haja
vista, a ocorrência de derrubadas às margens de rios e igarapés, em áreas de
declividade acentuada, bem como o plantio de culturas perenes de forma a não
considerar o relevo predominante (plantio em nível).
5.2. Organização Espacial Atual
O Assentamento Edmilson Pastor esta dividido em duas agrovilas.
A agrovila 01 possui 38 lotes.
A agrovila 02 possui 34 lotes em média de 12 hectares.
Foram registradas através do programa de Assistência Técnica 58 famílias,
sendo apenas 27 assentados regulares da Reforma Agrária que residem e exploram
diretamente suas propriedades ( mapa 05 ).
A infraestrutura é uma dimensão bastante dinâmica, pois possibilita uma maior
visualização do assentamento ao longo dos anos como a implantação de estradas,
ponte, energia, galpões de associação, igrejas e fontes de água, sendo também
relatado no decorrer do presente plano de recuperação um grande interesse de
formar grupos informais, tanto de homens como mulheres e também meios de
comunicação e de transporte, sistema educacional e de capacitação profissional.
64
MAPA 6 - CENTRO DA INFRAESTRUTURA PA.
Fonte:Oficina de Autodiagnóstico Contrato 3000/14 ATER/INCRA
5.2.1 Situação Ocupacional
Quadro 05 – Situação Ocupacional PA
65
5.2.1 SITUAÇÃO OCUPACIONAL DO P.A EDMILSON PASTOR
PROJETO DE ASSENTAMENTO
QUANTIDADE DE PARCELAS
FAMILIAS CONTRATADAS
DIAGNÓSTICOS PROGRAMADOS
DIAGNÓSTICO REALIZADO
RB MORA NO LOTE
OCUPANTE MORA NO LOTE LOTE NÃO
IDENTIFICADO LOTE
AGLOMERADO LOTE
FRACIONADO
SIM NÃO SIM NÃO EDMILSON
PASTOR 58 58 58 37 30 07 26 02
Fonte: Autodiagnóstico, CRT 3.000/14 – ATER/INCRA
66
O PA Edmilson Pastor tem capacidade para atender a 72 unidades familiares,
no entanto a concentração de terras continua sendo um dos principais problemas
que o INCRA enfrenta para lidar em áreas de assentamento da Reforma Agraria.
Neste âmbito, foram identificadas e cadastradas pouco mais de 58 parcelas entre
assentados e ocupantes que não possuíam concentração de terras (quadro 05).
O assentamento tem um baixo índice de compras e vendas de parcelas.
Uns dos problemas existentes são os ocupantes, pois as Políticas Públicas
criadas para área de assentamento excluem qualquer um que esteja com situação
irregular, para a lei, é criminoso quem compra e quem vende parcelas.
Apesar da compra e venda de lotes em áreas de assentamento, o INCRA tem
se esforçado para entender a situação de cada parceleiro, sua situação social e que
na maioria, acabam se tornando público beneficiário da Reforma Agrária.
Todos devem estar atentos aos motivos que levam agricultores a desistirem
de suas propriedades.
5.2.2 Croqui de acesso ao PA Edmilson Pastor
Mapa 07 - Croqui de acesso.
Fonte: Oficina de Autodiagnóstico Contrato 3000/14 ATER/INCRA
O croqui de acesso se origina no município de Pimenta Bueno-RO deslocando por
25 km ate o município de Espigão D’Oeste-RO, município onde está localizado o
67
assentamento PA Edmilson Pastor. O PA fica localizado a 41 km do município de
Espigão D’Oeste-RO, e a 9 km do distrito 14 Abril.
5.2.3 Estradas
As estradas é um dos itens mais importante da infra-estrutura, pois é de suma
importância para que os assentados consigam transportar o escoamento de seus
produtos, acesso à saúde, educação e todos os serviços oferecidos pelos órgãos
das esferas Municipal, Estadual e Federal.
Figura 22: Estado de conservação das estradas do PA.
Fonte: Autodiagnóstico, CRT 3.000/14 – ATER/INCRA
5.2.4 Pontes
O PA só tem uma ponte e a falta de manutenção da mesma causa grandes
transtornos aos agricultores, pois dificulta ou muitas vezes impossibilita a passagem
de veículos pesados, o que além de dificultar o tráfego dos agricultores, prejudica o
escoamento da produção.
68
Figura 23: Pontes no PA.
Fonte: Autodiagnóstico, CRT 3.000/14 – ATER/INCRA
5.2.5 Energia
O PA Edmilson Pastor foi atendido pelo programa Luz no Campo e Luz para
Todos do Governo Federal, fornecido pela Eletronorte. Todas as linhas do PA foram
beneficiadas pelo programa, Governo Federal iniciou em 2003 o desafio de acabar
com a exclusão elétrica no país, com a implantação do Programa Luz para Todos.
Desde então, até março de 2014, 130 mil famílias assentadas da reforma agrária
foram beneficiadas.
O Programa Luz para Todos é uma ação integrada coordenada pelo
Ministério de Minas e Energia (MME) em que o Ministério do Desenvolvimento
Agrário (MDA) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA)
participam indicando quais assentamentos rurais têm prioridade para receber
energia elétrica. O governo utilizou a energia como vetor de desenvolvimento social
e econômico dos assentamentos rurais, contribuindo para a redução da pobreza e o
aumento da renda familiar.
A instalação da energia nos domicílios é gratuita e inclui três pontos de luz e
duas tomadas em cada residência. Com o Programa Luz para todos, o INCRA já
economizou cerca de R$ 160 milhões em obras de eletrificação. Os recursos
poupados foram investidos em outras obras de infraestrutura como estradas e
abastecimento de água para as famílias assentadas.
69
Figura 24: Instalação da rede elétrica no PA.
Fonte: Autodiagnóstico, CRT 3.000/14 – ATER/INCRA
5.2.6 Galpões de Associação
O PA Edmilson Pastor, tem 2 (duas) associações ASSAFAEP e APAEP.
Visto que todas possuem estrutura básica para realização de suas reuniões. O PA
também possui um barracão particular para eventos e comemorações, chamado
Roda de Viola (figura 19).
Distribuição das Associações existentes no PA Edmilson Pastor
Associação Local
ASSAFAEP LH 14 DE ABRIL AGROVILA 02
APAEP LH 14 DE ABRIL AGROVILA
01
Quadro 06 - Associações do PA
Fonte: Autodiagnóstico, CRT 3.000/14 – ATER/INCRA
70
Figura 25: Local onde foi realizado as oficinas do PA.
Fonte: Autodiagnóstico, CRT 3.000/14 – ATER/INCRA
5.2.7 Igrejas
As igrejas representam uma grande unidade na organização social no meio
rural, através delas os agricultores expressarem sua fé.
O PA Edmilson Pastor é um assentamento que possui 3 (três) igrejas (figura
21 e 22) uma na agrovila 1 (uma) e duas na agrovila 2 (dois) . É através delas que a
comunidade rural tem um acesso maior ao meio cultural e de lazer, promovido
através das festas comunitárias religiosas.
Figuras 26 e 27: Igrejas do PA Fonte: Autodiagnóstico, CRT 3.000/14 – ATER/INCRA
71
5.2.8 Fonte de Água
O abastecimento de água do assentamento é predominante de mina seguindo
de poço amazônico. O recurso hídrico que esta mais em evidência é de rio/igarapé
que é mais usado como bebedouro dos animais. A água para consumo humano na
maioria das parcelas é de nascente de água que abastecem as casas por gravidade,
e poço amazônico. As famílias apenas usam hipoclorito colocando dentro do poço
5.3. SITUAÇÃO DO MEIO SÓCIO-ECONÔMICO E CULTURAL
5.3.1. Histórico do Projeto de Assentamento
Este assentamento foi criado pela Portaria/INCRA/SR-17/RO nº 05 de
08/03/2001, em terras arrecadadas pela União de domínio público e matriculadas
em nome do INCRA. As terras foram desapropriadas por interesse social para fins
de Reforma Agrária.
A trajetória de ida dos Assentados é de trabalhadores oriundos de
diversos estados da federação, uma minoria chegou diretamente em Espigão do
Oeste e distritos vizinhos em busca da terra, aguardando a oportunidade de serem
contemplados com uma parcela de terra, para dela viver e retirar o seu sustento.
Essa mistura de conhecimentos provindos das diversas regiões do país, introduziu
na comunidade uma diversidade de tradições e costumes diferentes as diversas
áreas do conhecimento, proporcionando a implementação de novos métodos, que
facilitaram o desenvolvimento dessa comunidade.
5.3.2. População e Organização Social
A população do assentamento está representada na sua maioria por casais,
entre casados e os que vivem em união estável. A zona rural é um ambiente
predominantemente familiar, cujos casais trabalham em parceria para produção e
sustentabilidade da família. A mulher do campo tem tomado lugar de destaque na
agregação de valores. A geração de renda por parte das mulheres tem contribuído
para o desenvolvimento sustentável da família rural. O governo acreditando na
potencialidade das mulheres criou linhas de créditos específicos para elas, e assim
possam contribuir cada vez mais com a renda familiar. Analisando a quantidade de
72
famílias existentes no PA, visto que em sua maioria possuem de zero a dois
membros, sem incluir o casal Para o perfil de uma agricultura familiar, quando o
número de membros é muito baixo, de uma a duas pessoas, isto dificulta o processo
de produção, pois reduz a quantidade de mão de obra. Porém um dos motivos para
o baixo número de membros por família é o êxodo rural dos jovens que vão para a
cidade em busca de trabalhos assalariados. A ida dos jovens para a cidade é um
dos maiores problemas sociais que acontece nas famílias integradas a agricultura
familiar do país. Devido à dificuldade em gerar renda, ou até mesmo valores
culturais, em que os pais não possuem o costume de repassar parte da renda
oriunda do trabalho do jovem no lote, para o mesmo, então este sai o quanto antes
de casa.
5.3.1.2 ORIGEM
Observando o gráfico 01 abaixo, nota-se que além do Estado de Rondônia, o
predomínio da origem dos assentados é do Estado de Minas Gerais , isto tem um
peso importante nos valores socioculturais e até mesmo de produção da
comunidade.
Gráfico 01: Origem dos Assentados Fonte: CRT 003000/14 ATER/INCRA
73
5.3.2.2 Grupos Informais
Os grupos informais são formas de organizações sociais importantíssimas
para o desenvolvimento do assentamento. Desde a chegada da assistência Técnica
do INCRA no mês de abril de 2014, levantou um interesse muito grande da
população do PA para formar grupos informais tanto para mulheres como para os
homens.
Até o momento não há grupos informais.
5.3.2.3 Benefícios Sociais
Dentre os benefícios fornecidos pelo governo federal, a Bolsa Família ainda é
o programa que beneficia o maior número de famílias no PA Edmilson Pastor, porém
não é o suficiente para gerar qualidade de vida, o benefício apenas contribui para a
fome zero entre os cidadãos brasileiros. Outro benefício acessado pelas famílias é o
auxilio doença, auxilio Maternidade.
5.4. Infra-Estrutura Física, Social e Econômica
O PA Edmilson Pastor tem como alicerce a agricultura familiar de subsistência
e econômica, porém não auto sustentável. A produção leiteira é a principal atividade
economia do assentamento, não é diferente dos demais agricultores familiares do
Estado de Rondônia. A área agrícola é praticamente de subsistência, o que ainda é
produzido para comercialização é o café, cacau, inhame e hortaliças que são
comercializados no comércio local dos municípios de Espigão do Oeste e Pimenta
Bueno, além das feiras livres.
Atualmente o assentamento já possui uma infraestrutura que ajuda no
desenvolvimento da economia das famílias como: tanque granelizador de leite
(figura 28, 29 e 30); energia; estrada; 03 igrejas, 02 associações, dentre outros.
Com a chegada da assistência técnica do INCRA no assentamento Edmilson
Pastor, houve um forte estímulo para criar grupos de mulheres dos grupos para
acessar ao crédito Apoio Mulher e começarem a gerar renda própria, A falta de
renda específica da mulher rural vem se modificando ao longo dos anos, cada dia
74
mais mulheres têm buscado autonomia financeira, colaborando no desenvolvimento
familiar.
O INCRA, principal responsável pelo desenvolvimento dos assentamentos em
todo o país, está cada vez mais interessado em elevar a qualidade de vida de seus
assentados, porém o bom desenvolvimento do PA depende do interesse de todos os
envolvidos que é a comunidade, os governantes das três esferas (Municipal,
Estadual e Federal), a Emater, o INCRA, a IDARON, as Secretaria, a CEPLAC,
SEDAM e entre outros.
Figura 28 – Granelização leiteira do Assentamento Edmilson Pastor Fonte: Autodiagnóstico, CRT 3.000/14 – ATER/INCRA
75
Figura 29 – Granelização leiteira do Assentamento Edmilson Pastor
Fonte: Autodiagnóstico, CRT 3.000/14 – ATER/INCRA
Figura 30 – Granelização leiteira do Assentamento Edmilson Pastor
Fonte: Autodiagnóstico, CRT 3.000/14 – ATER/INCRA
5.5. SISTEMAS PRODUTIVOS
5.5.1 Sistema de Cultivo
Em Espigão do Oeste conta-se com a Assistência Técnica e Extensão Rural,
pelas instituições EMATER-RO e SEMAGRI, bem como o incentivo e apoio a
economia do Estado, tem-se os trabalhos desenvolvidos pela IDARON – Agência de
Defesa Sanitária Agrosilvopastoril - RO. A agricultura é sustentada pelas culturas
temporárias e permanentes. Dentre as temporárias estão: arroz, milho, feijão,
76
mandioca e outros. Dentre as culturas permanentes destacamos: a do café, que é
bastante explorada para a comercialização; a bananeira é plantada na região como
produto extra, sendo o seu produto consumido na propriedade ou através de feiras
livres. A mandioca é cultivada com a finalidade de manutenção dos próprios
agricultores.
As cerealistas, máquinas beneficiadoras de café, arroz e outros são os
responsáveis pela maioria das compras dos produtos.
Na área frutífera tem-se dado especial atenção à produção de laranja que tem
alcançado alto índice de produtividade, chegando ao comércio de exportação. Em
escala mais baixa, estão o abacaxi, o mamão, melancia e o biribá, comercializados
apenas em feiras livres.
5.5.2 Sistema de Criação
O rebanho de bovinos existentes caracteriza-se principalmente pelas raças
Giro Nelore e Mestiço Holandês, com uma produção de leite e carne em quantidade
suficiente para o consumo da região. As raças de suíno criadas na região
predominam pelos tipos Bahia e Piau e destina-se à produção de carne e banha,
consumido na própria comunidade e vendido o excedente. A criação de caprinos e
ovinos ainda está em fase de desenvolvimento, com uma pequena produção; o
mesmo acontecendo com a avicultura, prevalecendo a criação de galinhas, perus e
patos (figura 25, 26 e 27). A apicultura, criação de abelhas, também está em
desenvolvimento, mas com a introdução de novos manejos e um controle racional
na pastagem apícola, teremos futuro promissor para essa criação.
Com a crise no setor madeireiro, vários empresários estão investindo em
terras, rebanhos bovinos, fazendo com que esse setor seja aquecido e comece a
despontar com uma referência importante da nossa economia. Quanto a criação de
pequeno porte destacam-se a avicultura.
A avicultura cresceu muito devido à instalação da AVENORTE -Indústrias
Alimentícias S/A, inaugurada em 05/01/2001, cuja produção e abate de frangos
impulsionou o desenvolvimento da economia do município. Em 2007, ela foi vendida
para a GloboAves. Hoje a Globoaves tem a capacidade de abater até 100 mil
77
cabeças/dia, porém ainda em fase de crescimento da escala de abate, que é de
aproximadamente 45 mil cab/dia.
5.5.3 Comercialização e Abastecimento
O setor madeireiro era um dos principais setores responsáveis pela
economia, gerando divisas e empregando a maior parte da nossa mão-de-obra
industrial.
Atualmente, esse setor vem enfrentando várias crises financeiras, advindas
da proibição do corte de madeira por não apresentar documentos condizentes com
as exigências das autoridades ambientais. Isso fez com que algumas madeireiras
fechassem as portas e outras entrassem em colapso, causando enormes prejuízos
econômicos e sociais em nosso município. Essa crise do setor madeireiro evidencia
a necessidade urgente de se buscar outras alternativas econômicas para Espigão do
Oeste, através da aplicação de investimento em áreas como, por exemplo,
agricultura e pecuária.
Um setor que vem despontando é a criação de gado leiteiro e de corte, bem
como a piscicultura.
5.5.4. Análise Sucinta do(s) Sistema(s) Produtivo(s)
Em relação ao sistema agrícola convém relatar que dentre os
problemas enfrentados no assentamento, destacam-se o escoamento deficiente da
produção, devido falta de transporte e má conservação das estradas vicinais, junto
com a falta de recursos financeiros para a aplicação das alternativas tecnológicas
adequadas, englobando a dificuldade de acesso à linha de crédito, por falta da
documentação.
78
Figura 31 – Cultivo de hortaliças do Assentamento Edmilson Pastor
Fonte: Autodiagnóstico, CRT 3.000/14 – ATER/INCRA
Figura 32 – Galinheiro do Assentamento Edmilson Pastor
Fonte: Autodiagnóstico, CRT 3.000/14 – ATER/INCRA
79
Figura 33 – Cultivo de hortaliças do Assentamento Edmilson Pastor
Fonte: Autodiagnóstico, CRT 3.000/14 – ATER/INCRA
5.6. Serviços de Apoio à Produção
5.6.1. Assistência Técnica e Pesquisa
O Projeto de assentamento Edmilson Pastor ao longo dos seus 13 (treze)
anos de criação está pela segunda vez recebendo assistência técnica. Na primeira
fase os agricultores elaboraram o PDA (Projeto de Desenvolvimento do
Assentamento) que visava projetos básicos para o assentamento. Hoje é possível
ver a evolução do assentamento, com infraestrutura instalada; créditos aplicados;
agricultores capacitados e etc.
O INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) que é uma
autarquia federal com a missão prioritária de realizar a Reforma Agrária, manter o
Cadastro Nacional de Imóveis rurais e administrar as terras públicas da União, é
também o órgão direto responsável pela promoção da Assistência Técnica nos
assentamentos, podendo atuar através de parcerias e contratos. Nos últimos anos, o
INCRA incorporou entre suas prioridades a implantação de um modelo de
assentamento com a concepção de desenvolvimento sustentável. O objetivo é
implantar modelos compatíveis com as potencialidades e biomas de cada região do
País e fomentar a integração espacial dos projetos.
80
Através do contrato 3.000/14, a EMATER/RO (Associação de Assistência
Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia) é a contratada responsável por
aplicar técnica e metodologias participativas no assentamento Edmilson Pastor. A
EMATER/RO vem implementando programas e projetos da política agrícola do
Estado, sem custo ao agricultor visando, única e exclusivamente, o desenvolvimento
sustentável, através de prestação de serviço qualificado, eficiente e tecnológicos por
meio de programas que possibilitam o desenvolvimento econômico, social e cultural,
levando às famílias rurais a possibilidade de melhoria significativa na quantidade e
qualidade de produção, que consequentemente, proporciona melhoria na qualidade
de vida.
Os esforços da EMATER englobam as atividades: reuniões, palestras, visitas
técnicas, capacitação profissional do agricultor, através de cursos e demonstração
de técnicas agropecuárias, distribuição de sementes e mudas certificadas, além dos
programas, dentre eles o ATER/INCRA ( Assistência Técnica e Extensão Rural) que
é acrescido de atividades que envolve a assessoria técnica, social e ambiental como
a elaboração do PRA (Plano de Recuperação do Assentamento Edmilson Pastor).
5.6.2. Crédito
A Instrução Normativa INCRA Nº 93, de 5 de março de 2010, fixa valores e
normas gerais para a implementação do Crédito Instalação aos beneficiários dos
projetos da Reforma Agrária, que consiste no provimento de recursos financeiros,
sob forma de concessão de crédito, visando assegurar os meios necessários para
instalação e desenvolvimento inicial e/ou recuperação dos projetos do Programa
Nacional de Reforma Agrária. São modalidades de concessão de Crédito Instalação:
Apoio Inicial; Apoio Mulher; Aquisição de Materiais de Construção; Fomento;
Adicional do Fomento; Recuperação/Materiais de Construção; Reabilitação de
Crédito Produção e Crédito Ambiental. Porem o PA tem acessado apenas credito de
instalação, fomento, apoio inicial, e através do contrato 3000/14 algumas famílias
assentadas acessaram o PRONAF A, e PRONAF MAIS ALIMENTO. O PA Edmilson
Pastor pode acessar alguns créditos dessas modalidades, dentre estes PRONAF A,
Crédito Materiais de Construção e Recuperação, atualmente está trabalhando pra
acessar o Projeto Apoio Mulher e Programa Terra Sol, todos do INCRA.
81
Uma média de 60% dos assentados regulares e que exploram a parcela
diretamente, já tiveram acesso ao PRONAF/A.
5.6.3. Capacitação Profissional
O município de atualmente oferece diversos cursos profissionalizantes,
disponibilizados por diferentes entidades.
O SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, atua com a missão de
desenvolver atividades de Formação Profissional Rural e atividades de Promoção
Social voltadas para o "Homem Rural", contribuindo com sua profissionalização,
integração na sociedade, melhoria da qualidade de vida e pleno exercício de
cidadania. A parceria com a equipe de ATER/INCRA é muito importante levando
cursos para os assentados
O SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas,
realiza Cursos On-Line, Cursos Presenciais, Empreendedor Individual, Idéias de
Negócios e palestras. No município de Espigão D’Oeste o SEBRAE não tem
estrutura física própria para realização dos eventos. De acordo com os
organizadores, os eventos são realizados no prédio da Faculdade Unopar -
Universidade de Ensino a Distância do Sistema de Ensino Presencial Conectado
com tutores eletrônicos de forma on-line.
5.7. Serviços Sociais Básicos
A secretaria de Ação social do município de Espigão do Oeste tem um grande
compromisso de erradicar, em parceria com os diversos setores governamentais e
da sociedade civil, o trabalho infantil nas atividades perigosas, insalubres, penosas
ou degradantes nas zonas urbana e rural. Sua meta é:
Possibilitar o acesso, a permanência e o bom desempenho de crianças e
adolescentes na escola;
Implantar atividades complementares à escola - Jornada Ampliada;
Conceder uma complementação mensal de renda - Bolsa Criança Cidadã,
às famílias;
Proporcionar apoio e orientação às famílias beneficiadas;
82
- promover programas e projetos de qualificação profissional e de geração de
trabalho e renda junto às famílias
O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) é uma unidade pública
da política de assistência social, de base municipal, integrante do SUAS, localizado
em áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco social, destinado à
prestação de serviços e programas assistenciais de proteção social básica às
famílias e indivíduos, e à articulação destes serviços no seu território de
abrangência, e uma atuação inter-setorial na perspectiva de potencializar a proteção
social.
O Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social – BPC-LOAS, é
um benefício da assistência social, integrante do Sistema Único da Assistência
Social – SUAS, financiado pelo Governo Federal, cuja a operacionaliização do
reconhecimento do direito é do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS e
assegurado por lei, que permite o acesso de idosos e pessoas com deficiência às
condições mínimas de uma vida digna.
O Programa Viver Melhor tem a intenção de proporcionar diversão, assistência
e qualidade de vida ao público da terceira idade. Através da Secretaria de Estado de
Assistência Social (SEAS), além do acompanhamento físico serão desenvolvidas
atividades recreativas, acompanhamento psicológico e demais ações que
proporcionem uma melhor qualidade da vida para a terceira idade do município.
População em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza,
privação ou ausência de renda, acesso precário ou nulo aos serviços públicos, com
vínculos familiares, comunitários e de pertencimento fragilizados e vivenciam
situações de discriminação etária, étnica, de gênero ou por deficiências, entre
outros.
A secretaria de ação social oferece o auxilio funeral para famílias de baixa
renda com um salário mínimo, oferece abrigo para crianças e adolescente em
situação de vulnerabilidade social.
5.7.1. Educação
Apesar das dificuldades, o ensino na zona rural confronta com a realidade
nacional, pois podemos observar sim um avanço do ensino, pois principalmente o
83
acesso às escolas se tornou muito mais fáceis, com os programas dos governos que
disponibilizam transporte escolar gratuito em quase todas as regiões do país, porém,
ainda são muitas as dificuldades encontradas que desestimulam crianças e jovens
rurais a desistirem muito cedo dos estudos.
O PA Edmilson Pastor não tem escolas os filhos dos produtores freqüentam
uma escola no distrito 14 de abril que é aproximadamente 15 km da escola
Municipal Maria Rosa de Oliveira que é de ensino fundamental e médio.
ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINIO FUNDAMENTAL MARIA ROSA DE OLIVEIRA A escola esta localizada na Linha 80, Gleba 24, km 52, Setor 14 de Abril - Espigão do Oeste – RO
Código Cargo Escolaridade completa
13 Agente Administrativo Ensino Médio com conhecimento básico em
informática
14 Professor II Licenciatura em Pedagogia e/ou Normal Superior
15 Professor II Licenciatura em Pedagogia e/ou Normal Superior
16 Professor II Licenciatura em Educação Física
Quadro 7 - Quadro de professores
Fonte: Prefeitura Municipal de Espigão do Oeste
Os professores são capacitados através do PARFOR - Plano Nacional de
Formação dos Professores da Educação Básica que tem por objetivo induzir e
fomentar a oferta de educação superior, gratuita e de qualidade, para professores
em exercício na rede pública de educação básica, para que estes profissionais
possam obter a formação exigida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – LDB e contribuam para a melhoria da qualidade da educação básica no
País.
Há um ônibus que esta em péssimas condições que realizam o transporte
escolar dos alunos da Escola Maria Rosa De Oliveira.
A merenda escolar é adquirida pelos programas PNAE (Programa Nacional
de Alimentação Escolar), e recursos próprios. Com a criação destes programas de
alimentação na escola, a qualidade da merenda escolar se elevou e muito, pois os
cardápios são feitos por uma nutricionista de acordo com calendário agrícola, que
84
compra alimentos de acordo com a safra e devem ser livres de agrotóxicos. As
crianças recebem alimentos processados como bolo de mandioca, pão caseiro,
biscoitos, além de suco natural de polpas de fruta, e frutas da época, a qualidade
dos alimentos garante a segurança alimentar e nutricional dos alunos. Hoje os
municípios tem por obrigação comprar no mínimo 30% da merenda escolar
diretamente da agricultura familiar.
5.7.1.1. Nível de Escolaridade do Assentamento
O retrato dos assentamentos da Reforma Agrária é representado por
agricultores que lutaram por muitos anos para conseguirem um pedaço de terra na
Região Amazônica, trabalharam tanto que não tiveram mais tempo para estudar.
Conforme mostra no projeto de Assentamento Edmilson Pastor a realidade não é
diferente, 67% (gráfico 03) dos agricultores entre titulares e cônjuges possuem
apenas ensino fundamental incompleto.
Não Alfabetizado 17%; *1º Grau incompleto 67%;
1º Grau Completo 8%; *2º Grau Incompleto 8%;
2º Grau completo 0%; *Superior Completo 0%;
Superior Incompleto 0%; *Pós graduação 0%.
Gráfico 02 – Nível de escolaridade do PA. Fonte: CRT 003000/14 ATER/INCRA
*
85
A taxa de analfabetismo ainda é expressiva e constatada, no assentamento.
Hoje a educação para adultos é um problema apontado pelas famílias que vivem no
assentamento, pois não há esse tipo de educação.
Os produtores demonstraram um interesse muito grande em fazer cursos de
capacitação, pois a partir do momento que estiverem capacitados podem ajudar
tanto na mão de obra qualificada como na geração de renda familiar.
5.7.2. Saúde e Saneamento
O acesso a saúde é um grande problema para os assentados já que no
assentamento não há Unidade de Saúde e nem agente comunitário. Há no núcleo
urbano de 14 de Abril uma Unidade Básica de Saúde que pertence à administração
do município de Espigão do Oeste, porém o médico só oferece atendimento uma
vez por mês e atende toda a demanda do assentamento assim mesmo a qualidade
e quantidade de serviço prestado não é suficiente para a demanda do PA Edmilson
Pastor.
A Unidade Básica de Saúde (UBS) do 14 de Abril é composta por uma sala
de curativo e um consultório. No momento a Unidade de Saúde encontra-se fechada
só abre para o atendimento médico uma vez por mês e não tem nem um tipo de
medicação. Os profissionais que atendem são um Médico Clínico Geral e um
Enfermeiro. No momento não há realização do exame preventivo ginecológico
(Papanicolau), que tem o objetivo de prevenir o câncer no colo do útero, e para fazer
o mesmo, as mulheres precisam se deslocar até os município de Espigão do Oeste.
Este é um fator preocupante, pois o número de casos de câncer do colo do útero é
alto no Brasil, e apesar do governo disponibilizar o exame preventivo, ainda há uma
resistência por parte das mulheres que vai desde questões culturais á sociais, e
quando o acesso à este tipo de serviço é dificultado, há uma grande probabilidade
de diminuição do número de preventivo entre as mulheres do campo.
O município disponibiliza de ambulância hospitalar para transportar doentes
em estado grave ou que não tenham condições de serem transportados em outros
meios através de solicitações, mas nem sempre há disponibilidade, já que a
ambulâncias do município esta à disposição do Hospital Municipal para transportar
86
pacientes acidentados ou que por outro motivo precisam ser transferidos para o
Hospital Regional de Cacoal/RO ou hospital de Base da capital, Porto Velho/RO.
A situação da saúde no assentamento Edmilson Pastor não difere do restante
do país, porém por sua maioria, a saúde das famílias brasileiras está relacionada
diretamente aos maus hábitos de vida, como a má alimentação, falta de higiene dos
alimentos e pessoal.
Porém o maior problema tem sido a Hipertensão, a alteração da pressão
arterial é responsável pelo maior número de mortes no país, pois tem o risco de
infarto, insuficiência renal, e A.V.E (Acidente Vascular Encefálico). O aumento da
pressão arterial está relacionado a diversos fatores, como genéticos/ familiares ou
hábitos de vida como, alimentação rica em gordura, sal e açúcar; falta de atividade
física; uso de cigarro (Tabagismo); uso de bebida alcoólica (Etilismo); exposição
excessiva ao sol; estresse; desidratação entre outros. Outras pesquisas anteriores
apontam também a Hipertensão como um dos principais problemas de saúde da
atualidade, e atualmente tida como uma epidemia, e no campo não tem sido
diferente (quadro abaixo). A mudança de hábitos e culturas é um empecilho nas
mudanças de maus hábitos de vida, mas para haver bons resultados, são
necessários algumas mudanças.
A Hipertensão é uma doença crônica, e depois de diagnosticada não tem
cura, apenas controle. Alguns hipertensos controlam a pressão apenas com
mudanças de hábitos, mudando a alimentação, praticando exercícios regularmente,
diminuindo e/ou eliminado vícios com bebidas alcoólicas e cigarro, porém alguns são
obrigados se tratarem com medicamentos controlados, e estes pacientes que
dependem da medicação, do assentamento Edmilson Pastor tem se queixado muito
pela falta de medicamentos na Unidade Básica do 14 de Abril, pela falta de
acompanhamento contínuo pelos profissionais de saúde e até mesmo pela
dificuldade em acessar a estes profissionais, já que a demanda é muito elevada. O
número de hipertensos no assentamento é realmente assustadora e está acima da
média nacional, tendo uma representatividade de 50% (cinquenta), a metade das
famílias do assentamento tem pelo menos um hipertenso no Edmilson pastor . O
assentamento deve ter uma atenção maior dos gestores e governantes das três
esferas Municipal, Estadual e Federal.
87
Não há nenhum tipo de assistência no assentamento para tratar de saúde
mental, dependentes químicos e saúde bucal.
Os programas de saúde do SUS que atendem aos municípios são de Espigão
do Oeste e Pimenta Bueno são:
- Programa da saúde da mulher que realiza o preventivo, pré-natal, e
orientações de saúde como o auto-exame das mamas, planejamento familiar e etc.
- Hiperdia: programa que acompanha pacientes portadores de hipertensão e
diabetes. Fazendo o controle da glicemia e PA - Pressão Arterial mensalmente.
- Bolsa família: a pesagem das crianças beneficiárias do programa bolsa
família é acompanhada mensalmente na unidade.
- PACS (Programa Agentes Comunitários de Saúde);
- SINAN (Sistema de Informação de Agravo e Notificação);
- SIM (Sistema de Informação de Mortalidade);
- SISVAN (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional)
- SINASC (Sistema de Informação sobre nascidos Vivos);
Doenças
Hipertensão
Doença de Chagas
Gripe
Virose
Câncer
Anemia
Problema Renal
Dor de dente
Quadro 8 – Doenças que acometem os Assentados do Edmilson Pastor
Fonte: Autodiagnóstico, CRT 3.000/14 – ATER/INCRA
5.7.2.1. Saneamento Básico
No que se refere à coleta de lixo, não existe no projeto de assentamento, o que
as famílias fazem, é a queima do lixo inorgânico. Os dejetos sanitários são
despejados na maioria em fossa negra, e minoria, em fossa séptica. Percebeu-se
88
após levantamento nos cadastros da unidade familar que existe um grande
problema a respeito de instalações hidrosanitárias. A maioria das fossas, estão perto
de rios ou poços de água do consumo da família.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o saneamento básico é o
gerenciamento ou controle dos fatores físicos que podem exercer efeitos nocivos ao
homem, prejudicando seu bem-estar físico, mental e social.
O Projeto de Assentamento Edmilson Pastor não possui qualquer
representação de saneamento básico, pois não há recolhimento de lixo doméstico,
abastecimento de água potável e esgotamento sanitário. Com o benefício do INCRA
o crédito Aquisição de Materiais/Reforma possibilitou 80% das famílias regulares
possuir a fossa séptica em sua propriedade, este fator é uma potencialidade do
assentamento.
Gráfico 03 – Destino sanitário de dejetos.
Fonte: Autodiagnóstico, CRT 3.000/14 – ATER/INCRA
O destino do lixo é um fator preocupante tanto na área social de saúde,
quanto na área ambiental, apesar de estarem relacionados. O elevado índice de
famílias que utilizam do método de queimar o lixo como opção de destino final
contribui no desenvolvimento de doenças do aparelho respiratório, principalmente
89
em crianças e idosos, já que muitas vezes embalagens tóxicas estão presentes no
meio do lixo, como é o caso das embalagens de agrotóxicos.
5.7.2.2 Tratamento da água
A água é uma das maiores fontes de proliferação de microorganismos. No
Assentamento Edmilson Pastor há predominância do uso de hipoclorito como
tratamento da água, em algumas situações não procede como o melhor recurso, a
maioria é colocar hipoclorito (cloro).
Rio 0%;
Igarapé 0%;
Poço 20%;
Poço Artesiano 0%;
Outros 80%.
Gráfico 4 : Abastecimento de água do PA Edmilson Pastor
Fonte: Autodiagnóstico, CRT 3.000/14 – ATER/INCRA
No Assentamento conta conforme levantamento cadastral que 92% tem água
encanada, abastecida por nascentes de água ou bombeadas ou por gravidade.
90
Gráfico 5 : Abastecimento de água do PA Edmilson Pastor
Fonte: Autodiagnóstico, CRT 3.000/14 – ATER/INCRA
No assentamento Edmilson Pastor é bem dividido o tratamento da
água , como consta no cadastro da unidade familiar 50% usa hipoclorito e 50% filtra
a água para o consumo (gráfico 07).
Gráfico 6 : Abastecimento de água do PA Edmilson Pastor
Fonte: Autodiagnóstico, CRT 3.000/14 – ATER/INCRA
91
5.7.3. Cultura
A questão cultural no assentamento ainda é pouco difundida, assim
como nas demais localidades do Estado de Rondônia, esta é uma característica de
sua colonização que foi formada por pessoas oriundas de outros Estados das sete
regiões de nosso país. Assim Rondônia não possui cultura própria, a miscigenação é
muito forte. Ainda o que há de mais tradicional são as festas populares
principalmente religiosas, como dias de santos padroeiros, São João e as festas
folclóricas comemoradas nas escolas, além do dia 7 de setembro. Os torneios de
futebol também são constantes nos PA (figura 27).
Figura 34: Campo de futebol do Assentamento Edmilson Pastor
Fonte: Autodiagnóstico, CRT 3.000/14 – ATER/INCRA
5.7.4. Lazer
A Zona Rural ainda possui poucas alternativas de lazer, tendo como principal
atividade o futebol, predominando praticantes do sexo masculino. Mas há também
as próprias atividades rurais que são realizadas como práticas de lazer, como: as
pescarias, os banhos em rios e igarapés. Também são comuns as festas
comunitárias, religiosas, datas comemorativas como dia das crianças, dia das mães
e dos pais e etc. Porém muitos ainda, principalmente os jovens, se deslocam para a
Zona Urbana nos finais de semana em busca de alternativas de lazer.
92
5.7.5. Habitação
Quanto à moradia, os assentados receberam Crédito Habitação mais hoje já
está com suas casas precisando de reforma. Com relação à água podemos nos
certificar que a casa possui água encanada. A água que eles utilizam é, de poços
amazônicos, todas as casas do PA Edmilson Pastor têm energia elétrica. O
assentamento é constituído de 69% das casas em madeira (gráfico 07).
Gráfico 7 : Tipos de Moradia dos Beneficiários do PA Edmilson Pastor
Fonte: Autodiagnóstico, CRT 3.000/14 – ATER/INCRA
O contrato de reforma da moradia apresenta a clausula obrigatória da
construção do banheiro no interior da casa com as respectivas instalações
hidrossanitárias, somente onde não houver ainda. O restante das modificações fica
á critério dos moradores, podendo recuperar telhado, madeiramento, esquadrias, ou
ainda, ampliar cômodos, instalar cerâmica e etc. Este benefício proporcionará
conforto, saúde e qualidade de vida aos assentados. Para a realização deste
trabalho, a mão-de-obra pode ser aproveitada dos próprios beneficiários que atuam,
além de agricultores, como pedreiro, carpinteiro e eletricista.
A partir deste ano (2014) qualquer crédito moradia será financiado pelo Banco
do Brasil, sob a cordenação da Emater/RO , que terá a responsabilidade de executar
os projetos. Agora as propriedades regulares na Reforma Agrária que ainda não
93
foram contemplados com qualquer crédito moradia, poderão acessar o programa
nacional de habitação rural construindo suas casas no valor de R$ 30.500,00 (trinta
mil e quinhentos reais) com um reembolso para a Caixa Federal de apenas quatro
parcelas de R$ 305,00 (trezentos e cinco reais) com a primeira parcela um ano após
a conclusão da construção da casa.
A energia elétrica não é problema no assentamento Edmilson Pastor, todas as casas
são beneficiadas pela energia elétrica.
5.8. Análise das limitações, potencialidades e condicionantes
As limitações variam conforme o nível de manejo do solo, bem como florestal,
e também conforme o contexto socioeconômico local, assim, diante dos recursos
escassos e com limitações intrínsecas relativas à união e convivência coletiva,
prevê-se que a criatividade será a solução, vivenciando a idéia de que não existe
ambiente ruim, há apenas usos inapropriados.
Segue abaixo a relação de problemas e potencialidades sugeridos pelas
famílias rurais durante o processo de autodiagnóstico do Projeto de Assentamento
Edmilson Pastor, nas suas respectivas dimensões (social, infra-estrutura, econômica
e ambiental):
5.8.1. Potencialidades da área da educação
5.8.2. Problemas da área da educação
No assentamento não tem grupo existente de capacitação técnica para
jovens;
Falta de professores;
A merenda não é suficiente na escola;
Falta de lazer nas escolas;
Precisa de uma creche para as crianças do assentamento;
Tudo cadeira velha que vem de outras escolas;
Precisa de escola para analfabetos;
Professores maltratam os alunos;
94
Situação precária dos ônibus de alunos na linha;
5.8.3. Potencialidades da área da saúde
5.8.4. Problemas da área da saúde
Não tem posto de saúde;
Queremos um dentista;
Não tem agente de saúde;
Não tem vacinação para as pessoas;
Falta saneamento básico;
Temos que ter exames preventivos para mulheres;
5.8.5. Potencialidades da área de organização social
5.8.6. Problemas da área de organização social
Falta legalização das associações;
Falta organização de grupas para mulheres;
Falta área de lazer;
Falta área de lazer para idosos;
Falta curso profissionalizante;
Falta curso profissionalizante para jovens;
Falta de participação;
5.8.7. Problemas do meio Ambiente
Muita erosão nas propriedades;
Queima de lixos que pode ser reciclados;
Acumulo de sucatas;
Falta de recolhimento de embalagens de agrotóxico;
Uso de agrotóxico em lugar indevido;
Soriamento das nascentes e córregos;
Cigarrinhas nas pastagens e lavouras;
95
5.8.8 Problemas na área Produtiva
Falta de madeira e recurso financeiro;
Falta de alinhamento e piquetiamento;
Falta assistência técnica e equipamento;
Falta genética para gado leiteiro e bebedouro;
Falta analise de solo e precisa adubo;
Falta de água em algumas propriedade;
5.8.9 Problemas na Infraestrutura
Falta iluminação publica;
Falta recuperação de pastagem;
Falta recuperação de cerca;
Falta água potável e poço artesiano;
Falta recuperação de estradas e pontes;
Falta financiamentos e empréstimos;
Falta regularização da documentação do lote;
Recuperação das casas e currais;
Falta telefone publico e internet;
6. PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO PROJETO DE ASSENTAMENTO EDMILSON PASTOR
6.1. Apresentação
O Plano de Recuperação do Projeto de Assentamento Edmilson Pastor faz
parte de uma das metas estabelecidas pelo Contrato Nº 3.000/14 firmados entre
INCRA e EMATER/RO.
A elaboração do Plano de Recuperação do Assentamento Edmilson Pastor
evidencia alguns aspectos da complexa dinâmica que envolve os atores sociais da
reforma agrária, na busca de promover, no assentamento, um sistema produtivo de
96
base familiar, que seja sustentável, gere renda e utilize racionalmente os recursos
naturais.
A partir das potencialidades e limitações identificadas nos cadastros e nas oficinas
para conhecimento da realidade do assentamento foi possível se estruturar
programas e projetos que representam a demanda dos assentados. Entretanto,
observamos que a estrutura social e produtiva, na qual a comunidade está inserida,
apresenta sérias restrições ao seu desenvolvimento. Além disso, a prática do
planejamento participativo demanda um acompanhamento do processo de gestão
do Plano. Deste modo, a política de descentralização, que transfere para o
assentado a elaboração de um plano, cuja capacidade de gestão merece ser revista.
Por tornar eles mais independentes, com isso é necessário uma formação maior,
com mais tempo para que os representantes se apoderem melhor da
responsabilidade de gestão do plano, visto que esse pode ser um processo falho se
não houver continuidade, devido as políticas paternalistas que torna as ações
sociais mais individualistas, quebrando esta ideologia da coletividade, trabalhar para
o coletivo e não apenas interesses pessoais.
Sob outro enfoque, o planejamento participativo é também uma oportunidade para
construir o poder nas organizações locais, porém, este exercício do poder ainda
requer uma relação dialógica com os representantes de suas organizações sociais,
para que possam exercer a sua plena cidadania na tomada de decisões de interesse
coletivo.
O processo de planejamento participativo do assentamento é um caminho
aberto ao empoderamento, mediante a reflexão conjunta e tomada de decisões,
avançando assim na democracia participativa, que lhes dará melhores condições de
conduzir a gestão do Plano de Desenvolvimento do Assentamento. Tal processo
depende, sem dúvida, de uma política de desenvolvimento e, sobretudo da
determinação dos atores sociais. Deve-se também aprofundar conhecimento sobre a
visão de sustentabilidade do agricultor para, a partir dela, elaborar programas, cujas
diretrizes associem propostas de conscientização quanto ao seu papel como sujeito,
gestor, protagonista, usuário do desenvolvimento, bem como atividades específicas,
relacionado à gestão ambiental dos assentamentos, principalmente porque o projeto
97
de educação ambiental foi considerado de prioridade máxima. no Programa
Ambiental.
O desenvolvimento econômico do assentamento tem como aspectos
potenciais, a disponibilidade de recursos naturais, incluso o acesso à terra. Sendo
um instrumento de planejamento em nível local, a execução do PDSA deverá ter
como estratégia principal o estabelecimento de parcerias e articulações em nível
local (assentamento, entorno e a sede do município), estadual e federal.
Promovendo a sinergia entre pesquisa, extensão e fomento.
A elaboração deste PRA proporcionou também, o exercício interdisciplinar da
proposta metodológica de pesquisa participativa, centrada na realidade local da
comunidade de assentados recentes e, avanços na construção de um modelo de
assentamento sustentável, que proporcione aos assentados condições mínimas
para produzir e se reproduzir socialmente, em uma unidade produtiva do sistema de
agricultura familiar.
6.1.1. Organização Espacial
● Promover o fortalecimento da infraestrutura física, social e produtiva,
através de estruturas e/ou manutenção;
● Garantir acesso a linhas de crédito que possam contemplar os projetos
produtivos;
● Trazer ao PA iniciativas públicas que viabilizem opções de lazer e de
práticas culturais no assentamento.
6.1.2. Serviços e Direitos Sociais Básicos
● Promover a melhoria na qualidade de vida e das condições de trabalho dos
assentados através do fortalecimento dos serviços sociais básicos (saúde, educação
e saneamento);
● Proporcionar as famílias assentadas, educação de qualidade, por meio de
um programa de educação voltado para o meio rural adequado a realidade, que
respeite e valorize a cultura local; Erradicar o analfabetismo; Zelar pela inclusão da
população assentada nos programas de educação formal, especial e continuada;
Garantir capacitação profissional para atender aos programas sociais e produtivos;
98
● Garantir condições de circulação nas estradas internas e de acesso para
atender seguramente ao transporte escolar;
● Proporcionar o acesso a saúde através da implantação de estrutura
operacional e funcional de saúde para atender as famílias no PA, com serviços
gerais, principalmente de primeiros socorros e exames preventivos; Garantir o
atendimento médico e odontológico da população através de programas curativos
(oferecidos pelo SUS) e preventivos (saneamento e tratamento da água, entre
outros);
● Estimular práticas esportivas, culturais e de lazer, através de campeonatos,
feiras, eventos religiosos, entre outros;
● Promover ações de inclusão das famílias assentadas em políticas públicas,
aos programas sociais, atividades cívicas e de regularização de documentos.
6.1.3 - Sistemas Produtivos
● Melhorar a qualidade do sistema produtivo agrícola através da incorporação
dos princípios da agroecologia;
● Adotar tecnologias para recuperar áreas degradadas, e para neutralização
de acidez e fertilização do solo;
● Adotar tecnologias para agregação de valor da produção, especialmente na
produção de leite, mandioca, banana, abacaxi e frutas cítricas;
● Melhorar a qualidade do sistema produção e criação de animais, com
tecnologias para a bovinocultura leiteira e a criação em sistema colonial de aves e
suínos;
● Desenvolver a capacidade produtiva dos assentados, através de promoção
de eventos de capacitação profissional e o fortalecimento da assistência técnica
contínua;
● Buscar nichos de mercado como os programas PAA e PNAE.
6.1.4. Meio Ambiente
● Estimular o uso racional dos recursos naturais renováveis, mediante
aplicabilidade de projetos de recuperação e conservação de reserva legal e áreas de
preservação permanente;
99
● Promover eventos de educação ambiental para sensibilização da
comunidade, a fim de promover a difusão de conhecimentos e adoção de práticas
conservacionistas de manejo do solo;
● Desenvolver projetos sustentáveis para evitar os danos ambientais
referentes ao uso indiscriminado de agrotóxicos.
6.1.5. Desenvolvimento Organizacional
● Incentivar e fortalecer as formas de organizações sociais (associação rural
e grupo informal de mulheres rurais) existentes no PA;
● Estimular o envolvimento e participação ativa das mulheres e jovens rurais
na associação;
● Fortalecer e intensificar o trabalho da coordenação gestora do Plano de
Recuperação do Assentamento.
6.1.6 Assistência Técnica e Extensão Rural no Acompanhamento à Implantação do Plano
As equipes técnicas de ATER/INCRA estão inseridas na base da implantação
do plano de Recuperação dos assentamentos, tendo em vista a execução do
programa. A participação dos técnicos nas negociações e discussões, acontece de
forma integrada dentro do que a sua competência técnica lhe permite, acreditando
que sem a participação integrada das famílias que são os maiores interessados no
processo, não há possibilidade de êxito do programa.
O objetivo principal é a assessoria técnica, social e ambientalmente às
famílias assentadas, tornando-os unidades de produção estruturadas, inseridas de
forma competitiva no processo de produção, voltadas para o agronegócio da
agricultura familiar. A equipe técnica e assentados devem agir de forma integrada e
participativa, acreditando na trabalho de desenvolvimento dos parceiros municipal e
regional, de forma ambientalmente sustentável, tomando como referência o PRA, o
que será expresso nos projetos executivos para ampliação do potencial produtivo e
introdução de processos de beneficiamento, além dos cuidados dirigidos à
comercialização e aos grupos sociais.
100
Para acompanhar as ações propostas, a formação de um grupo informal de
monitoramento das atividades, possibilitará a finalização e fechamento das mesmas,
tendo como referência o planejamento das ações em oficinas específicas, tão logo
seja formalizada a continuidade do contrato. Para as atividades sociais de
implementação do Plano, a equipe técnica atuará com ações que terão o sentido de
identificar recursos, viabilizar a formulação do projeto executivo, acompanhar
processos licitatórios, para construção e melhoria da situação ocupacional do
assentamento. As atividades relacionadas á saúde serão acompanhadas com
trabalhos de educação continuada, cujas famílias rurais receberão orientações sobre
saúde sexual e reprodutiva; planejamento familiar; saúde do trabalhador rural;
segurança alimentar, saúde bucal e saúde preventiva através da atenção primária
em saúde, por meio de atividades com palestras, oficinas e dias especiais. Quanto
as atividades na dimensão econômica, a assistência será realizada conforme as
técnicas de agro ecologia, por meio de visitas, reuniões, palestras, cursos, além de
montar e acompanhar duas unidades demonstrativas experimentais, nas temáticas
recuperação de lavoura cafeeira e formação de área de capineira, respectivamente.
A assessoria técnica do INCRA desenvolverá esforços que estimulem trabalhos de
Educação Ambiental, em parceria com o SEDAM/GEAV; promoverá visitas
temáticas sobre questões ambientais e ações de reposição de áreas de Reserva
Legal, via implantação de Sistemas Agro Florestas - SAF’s; promoverá mutirão para
coleta e destinação de embalagens de agrotóxicos (IDARON), pilhas e baterias
(SEDAM), para estender aos agricultores, os serviços destes órgãos para
destinações devidas dos resíduos sólidos; assessorará na implantação de viveiros
de espécies frutíferas e florestais; levará conhecimentos e esclarecimentos sobre os
dispositivos legais inerentes ao meio ambiente (CONAMA), sensibilizará parceiros e
jovens agricultores quanto às questões ambientais que ocorrem no PA; promoverá
intercâmbios referentes a modelos de recuperação ambiental de RL’s e APP’s. Os
parceiros para estas atividades orientadoras do processo de desenvolvimento
sustentável serão: SEMAGRI, Prefeitura Municipal de Pimenta Bueno, CEPLAC,
SEDAM/GEAV, IBAMA, SENAR demais entidades governamentais ou não
governamentais afins.
O ATER através do INCRA trabalhará na implantação de metodologias que
viabilizarão o resgate cultural no assentamento.
101
6.2. PROGRAMAS
O PRA é um plano estruturado em uma visão holística do Assentamento, em
que a articulação de todos em torno de um único objetivo, gera a promoção do
desenvolvimento sustentável visando a inclusão social das famílias do PA Edmilson
Pastor.
A sensibilização dos agricultores e de suas famílias sobre o sentido da
reforma agrária promoveu um entendimento de que não é a penas uma política que
gera transformações na realidade do assentamento. Deste modo o objetivo desejado
de sensibilização e participação ativa na implementação do plano por parte das
famílias, torna-se cada vez mais real.
As ações propostas concentram para a construção de um ambiente favorável
à recuperação do projeto de assentamento, zelando pela responsabilidade na
aplicação dos recursos públicos e pelo seu retorno social.
O plano estabelecerá um modelo de gestão com distribuição de
responsabilidades entre as organizações sociais existente, com efetiva participação
dos agricultores e agricultoras, dos jovens, com os movimentos sociais, com as
entidades govenamentais e não-governamentais nas esferas local, regional e
nacional; com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e a
empresa de prestação de serviços de ATER, a EMATER/RO. O modelo será
delineado no programa de desenvolvimento organizacional de gestão do PRA.
6.2.1. Programa Organização Espacial
Conforme as premissas levantadas durante as oficinas coletivas, foi possível
verificar que a organização espacial do PA Edmilson Pastor necessita melhoria da
estrutura física da organização social, com ambientes distintos para reuniões,
espaço para realização de capacitações profissionais e também área de lazer,
porém as maiores preocupações da comunidade, está voltada à regularização
fundiária e a falta de disponibilidade de água potável no assentamento. Outra
questão priorizada está relacionada ao escoamento da produção agrícola, visto que
depende da conservação de estradas vicinais e pontes para que se tenha
trafegabilidade. Para estes três problemas priorizados pelos assentados, acredita-se
102
que o plano de ação preconizado na agenda de prioridades da dimensão de
infraestrutura, estabelecido coletivamente nas oficinas consiga concretizar as
prováveis soluções. Além destes, também foram elencados problemas na
necessidade de implantação de agroindústrias com a observação de que a produção
agropecuária fortemente presente no PA Edmilson Pastor é a cadeia do leite,
seguida do potencial para o cultivo de frutíferas, sendo então recomendado,
primeiramente a capacitação profissional das famílias dispostas a atuar na condução
dos trabalhos na agroindústria, quer seja na produção de derivados do leite, ou na
produção de alimentos de origem vegetal, com potencial para doces, compotas e
geleias ou preparo de polpas de frutas, também existe a possibilidade de
implantação de farinheira, observado a necessidade de ampliar áreas de cultivo de
matéria-prima para abastecimento das agroindústrias.
6.2.2 PROGRAMA PRODUTIVO Número de Ações 01
Desenvolvimento Produtivo
01- Recuperação e Manejo de Pastagem
Finalidade: Recuperar pastagens degradadas para a garantia do suporte
forrageiro, eliminar pragas e aumentar a produção leiteira das pequenas
propriedades rurais.
Descrição:
a) Implantação de projetos que visem a recuperação de pastagens degradadas;
realizar práticas agro-ecológicas para eliminar pragas do pasto; realizar manejo e
rotação do gado; estimular técnicas agropecuárias que minimizem a degradação
ambiental.
Responsáveis: Agricultores assentados da Reforma Agrária; comissão de
agricultores do PA Edmilson Pastor indicados pela comunidade; Marcos Laudelino
de Jesus, Jose Maria de Jesus, Adelair Krauser, Jose Tobias Santos (ocupante);
INCRA; ATER; Prefeituras de Pimenta Bueno; EMBRAPA e secretarias municipais
103
de agricultura.
Implementação da Ação Período: Outubro/2015
Promover através da assistência técnica a implantação de uma Unidade de
Observação de manejo de pastagem para capacitação de agricultores no
assentamento; promover capacitação de agricultores na produção de
biofertilizantes próprios para o combate de pragas e fortalecimento do solo;
realização de técnicas; realizar cursos de capacitação dos assentados em manejo,
conservação e/ou recuperação de pastos degradados; o trabalho de recuperação
de pastagem no projeto de assentamento será planejado e executado com a
efetiva participação da comunidade assentada, pois este é um problema de
responsabilidade individual de cada agricultor.
6.2.3 Número de Ações 04
Garantias de Direitos Sociais
01- Contratação de profissionais de saúde PA Edmilson Pastor
Finalidade: Promover a saúde das famílias rurais beneficiárias da Reforma
Agrária no PA Edmilson Pastor.
Descrição:
a) Promoção da saúde das famílias rurais através da educação continuada em
saúde preventiva com o auxílio à assistência técnica do Incra;
b) Atendimentos por profissionais de saúde regulares ao menos duas vezes por
semana na UBS do 14 de abril para atender a demanda; c) realização de exames
preventivos como o Papa Nicolau na UBS.
Responsáveis: Comissão de agricultores do PA Edmilson Pastor indicados pela
comunidade; Ana Paula Alves; Secretarias municipais de Saúde de Espigão do
Oeste/RO.
104
Implementao da Ação Período: Novembro/205
Reunir-se com a Secretaria municipal de Saúde do município de Espigão do
Oeste/RO para propor as medidas como a contratação de profissionais da saúde
(médico, dentista e enfermeiro) para atendimentos regulares no postinho do 14 de
abril; criação de fichas de atendimentos prioritárias na unidade básica de saúde do
municípios de Espigão do Oeste para agricultores residentes na Zona Rural;
disponibilizar agendamento de consultas para agricultores do PA Edmilson Pastor
para acessar médicos especialistas do município; dispor de um profissional
permanente para atendimento básico em saúde na UBS do núcleo urbano do 14
de abril. ; disponibilizar ambulância básica para auxiliar no transporte de casos de
urgência e emergência no assentamento.
02- Implantação de cursos de capacitação técnica para jovens e adultos do
PA Edmilson Pastor
Finalidade: Implantar cursos técnicos no Assentamento Edmilson Pastor que
atenda aos jovens e adultos agricultores.
Descrição
a) (Promover uma parceria com o Senar e Secretaria de Ação Social do
Município de Espigão do Oeste, b) realização de levantamento de dados
numéricos quanto ao número de jovens e adultos no assentamento que tem
interesse ou que sejam demanda para que justifiquem os cursos no
assentamento.
Responsáveis: Comissão de agricultores do PA Edmilson Pastor indicados pela
comunidade; Ismael Carmo de Oliveira; SENAR e Secretaria de Ação Social do
município de Espigão do Oeste Estado
105
Implementação da Ação Período: Novembro/2015
A comissão do plano deverá reunir-se com o representante do SENAR sendo este
o representante direto das Área Rural , juntamente com EMATER-RO para discutir
estratégias e parcerias que possibilitem a implantação de cursos
profissionalizantes no PA Edmilson Pastor; o levantamento da demanda dará a
partir de pesquisa comunitária nas linhas.
03- Implantação da Saúde Bucal do assentamento
Finalidade: Promover a saúde bucal das famílias rurais beneficiárias da Reforma
Agrária no PA Edmilson Pastor.
Descrição:
a) Promoção da saúde bucal das famílias rurais através da educação continuada
em saúde preventiva com o auxílio da assistência técnica do INCRA e secretaria
municipal de saúde; b) realização de serviços de saúde que vise a aplicação de
flúor para crianças em idade escolar como medida de prevenção de cáries; c)
divulgar no assentamento programas municipais e governamentais de saúde
bucal; d) distribuição de kit’s de higienização bucal para famílias rurais do
Edmilson Pastor.
Responsáveis: Comissão de agricultores do PA Martim Pastor indicados pela
comunidade; Maria Socorro, Joelma Silva Santos, Secretaria Municipal de Saúde
de Espigão do Oeste/RO.
Implementação da Ação Período: Janeiro/2016
Reunir-se com as Secretaria municipal de Saúde de Espigão do Oeste/RO para
propor cada trimestre um profissional de saúde para atender crianças e jovens do
assentamento com aplicação de flúor e distribuir kit’s de higiene oral; disponibilizar
fichas de atendimento prioritário nas UBS dos municípios para moradores da zona
rural; estruturar a UBS do14 de abril para atendimento em saúde bucal.
106
04- Implantação e Recuperação de Infra-estrutura .
Finalidade:Promover e recuperar a infra-estrutura básica do PA Edmilson Pastor
necessária á viabilização do processo produtivo e do desenvolvimento
sustentável.
Descrição
a) Priorização, a partir do levantamento das demandas de infra-estrutura do
projeto de assentamento para ser beneficiado com a implantação e recuperação
de estradas vicinais, saneamento básico, bueiros e ponte, visando proporcionar
condições físicas necessárias para o desenvolvimento sustentável do PA
Edmilson Pastor.
Responsáveis:
a) Comissão de agricultores do PA Edmilson Pastor indicados pela comunidade;
b) Secretarias municipais de obra de Espigão do Oeste/RO. c) INCRA.
Implementação da Ação Período: Janeiro/2016
Os trabalhos relativos ao desenvolvimento do projeto de assentamento serão
planejados e executados com a efetiva participação da comunidade assentada, de
modo a estimular a organização comunitária. A infra-estrutura será implementada
pela ordem de prioridade, por meio de parcerias municipais, estaduais ou
execução direta. Firmar parceria com a promotoria do Estado e SEDAM/RO
(Secretaria do Estado de Desenvolvimento Ambiental) na doação de madeiras
apreendidas que possam ser utilizadas na construção e reforma de pontes.
6.2.4 PROGRAMA Número de Ações 01
Garantia dos Direitos Ambientais
107
01- Implantação de recolhimento de embalagens de agrotóxico
Finalidade
Implantar projetos de recolhimentos de embalagens de agrotóxico
Descrição: Reunir-se com a IDARON do município de Espigão do Oeste/RO para
propor as medidas como deslocamento de profissionais para a coleta de
embalagens e disponibilizar agendamento anual.
Responsáveis
Comissão de agricultores do PA Edmilson Pastor indicados pela comunidade;
Lourisvaldo Paixão, Rosa Pra, Jose Carlos Ferreira, Estelita Fernandes da Costa;
IDARON; Prefeitura de Espigão do Oeste e Secretarias Municipais do Meio
Ambiente.
Implementação da Ação Período: Novembro/2015
O objetivo da ação é facilitar o acesso dos produtores rurais ao Sistema de
devolução de embalagens vazias de agrotóxicos e conscientização sobre a
importância da destinação correta das embalagens vazias na diminuição do risco
de contaminação das pessoas, do solo, da flora, da fauna e dos recursos hídricos.
em parceria com a Agência do IDARON, realizar palestras para conscientização
dos agricultores do assentamento Edmilson Pastor, quanto a utilização
responsável dos agrotóxicos, realizar demonstrações de métodos para orientá-los
sobre a tríplice lavagem da embalagens vazias de agrotóxicos. Além dessas
ações a EMATER deverá firmar uma sólida parceria com a IDARON para discutir
estratégias e parcerias que possibilite facilitar a devolução das embalagens vazias
de agrotóxicos.
6.2.5. Programa de Desenvolvimento Organizacional e de Gestão do Plano
O Programa de Desenvolvimento Organizacional de Gestão do Plano foi elaborado
da seguinte forma: as comissões foram formadas a partir de votação em plenária
com os agricultores do Edmilson Pastor. A comissão é única e trabalhará em todas
as dimensões. Cada gleba é representada por agricultores da sua região na
comissão. Cada qual será responsável em acompanhar as atividades do plano. As
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ações serão desenvolvidas a partir das parcerias com instituições municipais e
Estaduais, em especial os órgãos: INCRA, EMATER, IDARON, EMBRAPA, SEDAM,
Prefeitura e suas Secretarias.
Para gestão do Plano de Recuperação do Assentamento Edmilson Pastor,
são agendadas as reuniões nas instituições para tratar das negociações oficialmente
com cada representante das entidades. Estas reuniões tem a participação ativa dos
agricultores do PA, que solicitam a resolução dos problemas priorizados durante o
auto-diagnóstico, são preenchidas atas que oficializam o encontro. Por conseguinte,
o acompanhamento do plano será contínuo, assistida pela assistência técnica
(ATER) com o INCRA até a resolução, que terá um período de no máximo 5 anos
para conclusão.
6.2.6. Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER/INCRA)
A assistência técnica deverá ser prestada, preferencialmente, pelo
responsável pela formulação do PRA. O modelo de gestão do Plano prevê, além do
envolvimento do ATER e das famílias assentadas, a participação do INCRA, de
organizações públicas de ensino, pesquisa e assessoria técnica e da sociedade civil.
A construção de parcerias é relevante em todas as áreas, sendo estes parceiros, a
EMBRAPA, Secretaria de obras, Secretaria do Bem estar Social, Secretaria de
Educação, Secretaria de Agricultura, Secretaria de saúde, SENAR, EMATER,
INCRA, IDARON, INSS e SEDAM.
A evolução do desenvolvimento do Assentamento Edmilson Pastor nas
dimensões social, econômica e ambiental depende principalmente da atuação da
comunidade em geral, dos assentados e das comissões definidas para a gestão do
PRA. Obviamente, que os técnicos participarão das discussões, já no seu estágio
inicial, considerando que a sua competência é para execução dos serviços de ATER
do planejamento à avaliação, mas de forma integrada junto às famílias assentadas
que são os atores principais e os maiores interessados no sucesso do programa.
O objetivo básico é assessorar técnica, social e ambientalmente às famílias
assentadas, tornando-os unidades de produção estruturadas, inseridas de forma
competitiva no processo de produção, voltadas a agricultura familiar.
109
A equipe técnica e assentados devem agir de forma integrada à dinâmica do
desenvolvimento municipal e regional, de forma ambientalmente sustentável,
tomando como referência o PRA, para ampliação do potencial produtivo e introdução
de processos de beneficiamento, além dos cuidados dirigidos à comercialização e
aos grupos sociais.
6.3 Indicativos de Sustentabilidade – Sobre o Projeto, Subprograma e/ou Programa
A viabilidade econômica do Plano de Recuperação do Assentamento
Edmilson Pastor está estritamente ligada à probabilidade dos modelos produtivos
individuais a serem adotados pelos assentados, ao potencial no desenvolvimento de
projetos coletivos tais como agroindústrias, aproveitando-se do potencial produtivo
de matérias-primas para estas, como leite, carne e frutas, a utilização produtiva das
terras de acordo com a aptidão agrícola e ao uso sustentável dos recursos naturais
do Assentamento.
Os modelos produtivos construídos em conjunto com os agricultores
familiares são economicamente viáveis e estão voltados para as oportunidades de
mercado regional. É importante destacar que é fator condicionante para a eficiência
econômica: o nível tecnológico empregado na produção, o acompanhamento técnico
pela equipe de ATER/INCRA e a preservação do meio ambiente, tendo em vista a
transição agro-ecológica como peça fundamental para recuperação da fertilidade
natural dos solos, considerando a melhoria da condição físico-química e a
conservação do solo. A necessária análise de viabilidade econômica deverá ser
realizada na ocasião da elaboração de projetos executivos tais como as linhas de
crédito PRONAF. Vale ressaltar que os cálculos de viabilidade econômica, através
da avaliação do custo de produção, trata-se de valores aproximados, sendo estes
alterados mediante o resultado e interpretação da análise de solo.
6.4. Disposições Gerais
O Plano de Recuperação do Assentamento Edmilson Pastor foi elaborado
conforme os princípios do Manual Operacional de ATER. O plano será
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disponibilizado para as instituições públicas e instituições privadas que interagem
com o PA Edmilson Pastor, também para as duas associações do assentamento.
A partir dos problemas e potencialidades apresentados no auto-diagnóstico
foram elaborados programas temáticos, com a participação dos assentados. É
interessante que estes programas se materializem em projetos e ações concretas,
pois foram formulados em estreita sintonia com a situação diagnosticada para cada
dimensão. Por assim ser, acredita-se que há acessibilidade tanto em termos de
compreensão quanto de execução e espera-se que sua operacionalização facilite e
atenda satisfatoriamente os anseios dos agricultores, os principais envolvidos, sendo
suas vidas influenciáveis pelas ações, subsidiando suas necessidades e trazendo
benefícios para toda a família e, conseqüentemente, para o assentamento em que
vivem.
Espera-se, ainda, que as ações sugeridas neste documento (PRA) sirvam de
base para o desenvolvimento do assentamento, seu maior objetivo. E, que a partir
dele, os moradores possam sentir estimulados para continuar o processo de
mudança da realidade vivida por eles. Realizando as atividades propostas de modo
a transformar o real para o ideal.
7. Referências Consultadas
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MAPA HIDROLOGIA
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MAPA VEGETAÇÃO
MAPA INFRAESTRUTURA