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Plano missinário - 2 - metodista.org.br · Igreja Metodista possui os referenciais e fundamentos do seu Plano para a Vida e a Missão da Igreja, do Credo Social e de outros importantes

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Igreja MetodistaColégio Episcopal

Plano NacionalMissionário2007-2012

Plano Nacional Missionário 2007-2012Colégio Episcopal da Igreja MetodistaBiblioteca Vida e Missão, Documentos, nº1ª Edição, Dezembro/2006, 2.000 exemplares

Colégio Episcopal da Igreja Metodista (2007-2012)Bispo João Carlos Lopes - PresidenteBispo Luiz Vergílio Batista da Rosa - Vice-presidenteBispo Adonias Pereira do Lago - SecretárioBispo Adriel de Souza MaiaBispo Adolfo Evaristo de SouzaBispa Marisa de Freitas Ferreira CoutinhoBispo Paulo Tarso de Oliveira LockmannBispo Roberto Alves de Souza

Coordenação Geral de Ação Missionária (2007-2012)Bispo João Carlos Lopes - PresidenteMarcos Antônio Garcia - Vice-presidenteTânia Mesquita Guimarães - SecretáriaAdonias Pereira do LagoAry ParreiraElias BonifácioElmo Farias de AlbernazFrancisco Porto Almeida JúniorIvana Maria Ribeiro de Aguiar GarciaJoana D'arc MeirellesJosé Erasmo Alves de MeloLuiz Vergílio Batista da RosaSônia do Nascimento PalmeiraWesley Soares Nascimento

Câmara EditorialJosé Pontes Sobrinho - Expansão MissionáriaKeila da Silva Guimarães - Ação SocialLuiz Carlos Escobar - Ação AdministrativaBispo Honorário Stanley da Silva Moraes - EducaçãoRenilda Martins Garcia - Educação Cristã e Secretária do 18º Concílio Geral

Assessoria Nacional de ComunicaçãoSuzel Magalhães Tunes

Grupo Assessor do PNMBispo João Carlos LopesHélerson Bastos RodriguesHideíde Brito TorresLúcia Leiga de OliveiraMagali Cunha RibeiroRui de Souza Josgrilberg

Sede Nacional da Igreja MetodistaAvenida Piassanguaba, 3031Planalto Paulista - 04060-004 - SPwww.metodista.org.br - [email protected]

Capa: Alexander LibonattoDiagramação, revisão e metodologia de estudos: Hideide Torres (MTb/SP 35.784)Produzido por: Editora Cedro

Sumário

Apresentação ........................................................................... 5

Introdução ............................................................................... 7

PRIMEIRA PARTE: Nossos compromissos na missão ..................... 9

SEGUNDA PARTE: Bases da Ação Missionária .............................. 19

1. Igreja e Missão .............................................................. 19

2. Missão e Evangelização.................................................. 21

3. Missão, Identidade e Confessionalidade ........................ 25

4. Missão, Igreja e Ministério Pastoral ............................... 33

5. Missão e Igreja Local ..................................................... 35

6. Missão e Renovação da Experiência Religiosa ............... 39

7. Missão e Comunicação .................................................. 44

8. Missão e Educação Musical ........................................... 51

9. Missão e Educação ........................................................ 53

10. Missão e Ação Social ................................................... 55

TERCEIRA PARTE: As ações missionárias nos níveis da Igreja ... 59

Conclusão .............................................................................. 65

Metodologia de Estudos do Plano Nacional Missionário...... 67

Uma ajuda para entender palavras do PNM ......................... 75

Apresentação

O Colégio Episcopal e a Coordenação Geralde Ação Missionária, no cumprimento do art. 69,nº 3, dos nossos Cânones, encaminham o PlanoNacional Missionário, aprovado pelo 18º Concí-lio Geral da Igreja Metodista, realizado na cidadede Aracruz, ES e em São Bernardo do Campo, SP,ao povo chamado metodista. Neste documentoestão os objetivos, compromissos e bases para aação missionária a ser desenvolvida por todas asnossas igrejas, instituições e segmentos, por meiode seu planejamento nacional, regional, distritale local.

O presente Plano é fruto da avalia-ção nacional que nos mostrou

que compromissos missio-nários necessitam de con-tinuidade, com ações querequerem aperfeiçoamen-

tos no exercício da missão.Desta forma, não trazemos no-

vas diretrizes para a caminhada da Igreja Metodista.Reafirmamos o nosso tema (“Comunidademissionária a serviço do povo”) e, a partir dele,destacamos os compromissos missionários para opróximo período eclesiástico de 2007-2012.

Ele é um documento de fundamental impor-tância para nossa caminhada. Por isso, espera-mos a fidelidade de toda a Igreja, a fim de quehaja cumplicidade de nosso povo metodista emterras brasileiras no cumprimento destes com-promissos. Tenhamos em mente que fomos cha-

Neste documento estão osNeste documento estão osNeste documento estão osNeste documento estão osNeste documento estão osobjetivos, compromissos e asobjetivos, compromissos e asobjetivos, compromissos e asobjetivos, compromissos e asobjetivos, compromissos e as

bases para a açãobases para a açãobases para a açãobases para a açãobases para a açãomissionáriamissionáriamissionáriamissionáriamissionária

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mados para reformar a nação, particularmente a Igreja e es-palhar a santidade bíblica sobre a face da terra.

É com temor de Deus que podemos afirmar que pareceubem ao Espírito Santo e a nós, Colégio Episcopal e Cogeam, opreparo e envio deste documento na esperança de que eleseja um instrumento norteador da vida, missão e evangelizaçãode nossas comunidades. Convocamos o povo metodista a ca-minhar na graça, servir com os dons e sinalizar com os frutosdo Reino de Deus.

Oramos para que o Espírito Santo oriente a utilizaçãodeste Plano Nacional Missionário e que testemunhemos a ale-gria e a esperança do serviço, em nome de Jesus Cristo, oSenhor da Igreja.

São Paulo, 06 de dezembro de 2006.COLÉGIO EPISCOPAL (2002-2006)

Bispo João Alves de Oliveira Filho, PresidenteBispo João Carlos Lopes, Vice-Presidente

Bispo Josué Adam Lazier, SecretárioBispo Adriel de Souza Maia

Bispo Adolfo Evaristo de SouzaBispo Luiz Vergílio Batista da Rosa

Bispa Marisa de Freitas Ferreira Coutinho Bispo Paulo Tarso de Oliveira Lockmann

COORDENAÇÃO GERAL DE AÇÃO MISSIONÁRIA (2002-2006)Bispo João Alves de Oliveira Filho, Presidente

Edson Santa Rita Rubim, Vice-PresidenteMarcos Antônio Garcia, Secretário

Bispo João Carlos LopesBispo Josué Adam Lazier

Ary ParreiraCarmem de Souza

Cláudio Nelson KiehlFrancisco Porto Almeida Júnior

Jonas Fortes GautérioJosé Erasmo Alves de Melo

Neusa Felippe Silva SoutoZélia Santos Constantino

Introdução

Para melhor conhecer o desenvolvimento eatuação missionária da Igreja Metodista nestesúltimos anos, foi realizada uma Avaliação Nacio-nal. Os resultados dessa avaliação nos mostra-ram que compromissos missionários anteriorespermanecem em continuidade, com ações querequerem aperfeiçoamentos. Ao mesmo tempo,novas realidades apontam novos compromissos.Assim sendo, o presente Plano Nacional Missio-nário se inicia com a apresentação, em sua Pri-meira Parte, de frases que destacam nossos com-promissos missionários para o próximo período

eclesiástico.

Compromissos missioná-rios são assumidos a partir debases, de direcionamentos efundamentos bíblicos, histó-ricos, teológicos, doutrinários

que sempre precisamos recor-dar, trazer de novo ao coração, e

neles aprofundar o entendimento com reflexão eestudo. Em resumo, é o que está na Segunda Par-te deste Plano, na qual reproduzimos as Bases daAção Missionária, capítulos editados no Plano Na-cional aprovado em 2001, pois essa fundamen-tação doutrinária permanece bem aceita. Assim,a Igreja terá oportunidade de continuar guian-do-se por textos já conhecidos. Continuará estu-dando-os e por eles orientando-se com dedica-ção. Ainda como bases, para aprofundar estu-

Este Plano Nacio-Este Plano Nacio-Este Plano Nacio-Este Plano Nacio-Este Plano Nacio-nal foi elaborado à luznal foi elaborado à luznal foi elaborado à luznal foi elaborado à luznal foi elaborado à luzde uma ampla Avalia-de uma ampla Avalia-de uma ampla Avalia-de uma ampla Avalia-de uma ampla Avalia-

ção Nacional.ção Nacional.ção Nacional.ção Nacional.ção Nacional.

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dos, é importante destacar que, além deste Plano Nacional, aIgreja Metodista possui os referenciais e fundamentos do seuPlano para a Vida e a Missão da Igreja, do Credo Social e deoutros importantes documentos metodistas de doutrina, como“As marcas básicas da identidade metodista” e “Servos, ser-vas, sábios, sábias, santos, santas, solidários, solidárias”.

Na Terceira Parte, indicamos as competências e finalida-des das ações missionárias nos níveis da Igreja. Cabe a cadaum dos níveis, a seu modo, expressar e dar visibilidade à ‘Igreja,comunidade missionária a serviço do povo, espalhando a san-tidade bíblica sobre toda a terra’.

Nossos compromissos na missãoOs compromissos missionários representam

continuidade, aperfeiçoamentos ou novas percep-ções da vida e missão da Igreja. Os compromis-sos são entendidos como principais metas, linhasde ação que incentivam a Igreja Metodista a ca-minhar na graça, servir com os dons, produziros frutos do Reino de Deus, como ‘comunidademissionária a serviço do povo, espalhando a san-tidade bíblica sobre toda a terra’.

Cada compromisso, sintetizado numa frase,é um núcleo gerador de ações missionárias quecada nível da Igreja estabelecerá em seus Planosde Ação Missionária (conforme orientação naTerceira Parte deste Plano Nacional Missionário).

Como Igreja Metodista, nos comprometemos a:

1. Manter fidelidade aos fundamentosda fé cristã e obediência ao mandato

de Cristo.

Sustentar em todos os níveis a continuidadeapostólica da Igreja de Cristo e suas marcasestabelecidas pelo Novo Testamento e pelos pri-meiros concílios da Igreja. Como membros e co-munidades, ser apoiados e guiados pelas doutri-nas, planos e diretrizes da Igreja Metodista, con-forme os Cânones da Igreja, as Cartas Pastorais doColégio Episcopal e outros documentos metodistas.Continuamente ler, meditar, estudar, compreendere divulgar as Sagradas Escrituras. Afirmar que ocrescimento da Igreja, em quantidade e qualida-de, ocorre como conseqüência natural da cami-

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nhada na graça, do comprometimento com os frutos do Reinode Deus e de nosso propósito em sermos comunidademissionária a serviço do povo, espalhando a santidade bíblica.

2. Celebrar os sacramentos e cultuar a Deus emadoração comunitária, participativa.

Na ordem litúrgica do culto, de forma criativa, constar osmomentos de adoração, confissão de pecados, perdão, grati-dão, proclamação da Palavra, convite e desafios missionários. ACeia do Senhor, Mesa de Comunhão, acontece com periodici-dade. O Batismo é concedido a pessoas de todas as idades, quan-do ainda não batizadas na fé cristã. As celebrações se realizamde acordo com o Ritual da Igreja Metodista e as Normas para aCelebração do Ritual e outras. Na preparação do culto, zelarpelo cultivo e utilização de cânticos e hinos com conteúdos emacordo com as doutrinas da Igreja Metodista.

3. Anunciar e viver a experiência da graça deDeus acolhida pela fé em Cristo.

A vida cristã acontece e depende da graça de Deus, pon-to fundamental da revelação divina. Pela fé amorosa, obedientee ativa, recebemos a graça e a expressamos por meio da fé emação, no amor dedicado a Deus e ao próximo. Ela é uma ex-periência de impacto na vida das pessoas e da comunidade defé e que, ao mesmo tempo, atinge a razão (mente) e o cora-ção (sentimento, vontade, existência). Ela se manifesta demodo preveniente, justificador e santificador (João Wesley).A espontaneidade espiritual não despreza a disciplina comu-nitária. Busca incessantemente a unidade do Corpo de Cristo.

A experiência cristã é renovada quando vivemos aespiritualidade de forma integral em todos os momentos na vida,no cotidiano, e não apenas em cultos e reuniões. Só podemosser enviados por Deus em missão ao mundo quando estamos

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em real intimidade com Ele, reconhecendo as di-ferentes formas de o Espírito de Deus agir.

4. Fortalecer e promover a ação da igrejalocal como comunidade cristã de Dons e

Ministérios, inserida no mundo.

Expressando-se como comunidade missio-nária a serviço do povo, cada Igreja Metodistalocal é espaço de adoração, piedade, misericór-dia, acolhimento. Assim caminha na graça, servecom os dons, produz os frutos da nova vida emCristo. Permanecer na busca do bem, no empe-nho de viver a justiça do Reino nos relaciona-

mentos humanos, afastando-nos detodas as formas de mal e si-

tuações destruidoras devida. Em nossa responsa-bilidade social cristã, edu-car toda a Igreja a se en-

volver em iniciativasmissionárias de serviço solidário

junto à vida do povo, especialmente aos que fo-ram privados de seus direitos como pessoas. Sercomunidade que resiste a aspectos anticristãos:investir contra o individualismo, o consumismo,o desprezo aos valores éticos, a violência, a into-lerância religiosa e toda forma de exclusão queproduz injustiça, corrupção, impunidade, fomee miséria. Procurar conhecer o modo como or-ganizações e instituições se articulam, tendodisposição e competência para afetar as causasdos problemas. Denunciar situações que opri-mem, em especial a penúria e a miséria em quevivem os/as pobres. Anunciar e proporcionar es-

Igreja a caminhar naIgreja a caminhar naIgreja a caminhar naIgreja a caminhar naIgreja a caminhar nagraça, servir com os dons,graça, servir com os dons,graça, servir com os dons,graça, servir com os dons,graça, servir com os dons,produzir os frutos da novaproduzir os frutos da novaproduzir os frutos da novaproduzir os frutos da novaproduzir os frutos da nova

vida em Cristo.vida em Cristo.vida em Cristo.vida em Cristo.vida em Cristo.

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perança. Tomar posição frente aos problemas sociais do país.Apoiar ações que privilegiam a vida.

5. Produzir os frutos da nova vida em Cristo, naperspectiva do Reino de Deus.

Há um grande vigor na consciência vocacional do movi-mento metodista desde suas origens. Somos continuamenteinstrumento de reforma e renovação junto ao povo de Deus epessoas em diversidade de nações. O permanente desafio mis-sionário do povo metodista é, no mundo e na própria Igreja,produzir os frutos da nova vida em Cristo, os atos de piedadee misericórdia, a fé em ação, a santidade bíblica, na perspec-tiva do Reino de Deus. Cuidar e nutrir a vida plena na coletivi-dade humana e no mundo criado.

A ação missionária acontece a partir da igreja local; namaioria das situações ocorre em ambientes de constantes mu-danças. O contexto urbano, com seus conflitos e demandas,requer novas respostas missionárias da Igreja. Somos chama-dos a estabelecer parcerias, estudar os modelos de vida comu-nitária existentes na sociedade, realizar ações em diferentescontextos. A temática ‘Gênero e Igreja’ merece atenção especialem encontros ministeriais e congressos.

O conhecimento detalhado da realidade do bairro, dacomunidade, do país e do mundo nos permite identificar asnecessidades e desafios que gerarão efetivas ações missionáriase organizar a participação dos membros de acordo com osserviços a serem desenvolvidos em eventos, atividades ou pro-jetos mais duradouros, como sinal do Reino de Deus e teste-munho solidário.

6. Produzir um zelo evangelizador na vida decada metodista, de cada igreja local.

Que a paixão evangelizadora existente no coração de JoãoWesley, "nada saber senão ganhar almas", sentimento equiva-

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lente a incluir vidas no caminho da salvação, sejasempre presente em nossas múltiplas expressõesministeriais. Que essa paixão esteja no centro dasações previstas nos Planos de Ação em todos osníveis da Igreja. Acima de tudo, isso acontece me-diante o testemunho de vidas santificadas pela gra-ça do Espírito que atua em nossas Igrejas, trans-formando-nos em "sal da terra e luz do mundo".

7. Capacitar e desenvolver oministério pastoral de modo a cuidar

da Palavra, da formação, da unidade econexidade na Igreja Metodista.

O papel do ministério pastoral está em man-ter as ações da igreja local de modo a refletirema identidade da Igreja Metodista, fazendo a con-vergência visível das partes com o todo. Todos os

ministros e ministras o são sobmandato recebido para ser-

vir, zelar pela doutrina edisciplina na vida daIgreja. O ministério es-pecial da Palavra tem

uma natureza própria euma vocação particular que o

coloca em uma via de duas mãos. Esse minis-tério visa, por um lado, ao ensino, acompanha-mento, pastoreio e cuidado, discipulado, expan-são missionária. E, por outro, visa à obediênciaàs marcas da Igreja e sustento de sua unidade. Aboa pregação requer oração, estudo, preparo,meditação, compreensão do texto bíblico,contextualização. A educação teológica será rea-

A boa pregação requerA boa pregação requerA boa pregação requerA boa pregação requerA boa pregação requeroração, estudo, preparo,oração, estudo, preparo,oração, estudo, preparo,oração, estudo, preparo,oração, estudo, preparo,

meditação, compreensão domeditação, compreensão domeditação, compreensão domeditação, compreensão domeditação, compreensão dotexto bíblico,texto bíblico,texto bíblico,texto bíblico,texto bíblico,

contextualização.contextualização.contextualização.contextualização.contextualização.

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lizada tendo-se em vista a formação de pessoas vocacionadaspara o ministério pastoral e docente.

8. Valorizar a presença e papel dos ministériosde leigos e leigas nos vários aspectos da

missão da Igreja.

A valorização do laicato é uma marca a ser revitalizadana prática missionária metodista. Nossa forma de ser Igrejaimplica que leigos e leigas tenham reconhecimento, forma-ção, voz e participação no exercício dos diferentes dons eministérios. A correta compreensão da essência e da naturezado laicato na Igreja é um importante resgate a realizar nestemomento histórico.

O ministério leigo encontra sua expressão também no tes-temunho público de cada membro ou da comunidade Igreja,bem como no exercício profissional como vocação de diaconia.Ele cria e faz uso das oportunidades, na vida comunitária, en-volvendo-se com toda e qualquer causa que se mostre compatí-vel aos valores do Reino de Deus. Como metodistas, somos ci-dadãos do bairro, da cidade, do país e do mundo no qual vive-mos, expressando nossa fidelidade a Cristo na defesa dos valo-res que garantem e promovem a vida e a dignidade humanas.

Os grupos societários são uma forma e oportunidade paraleigos e leigas expressaram seus dons. Sua configuração e opor-tunidades de expressão merecem fortalecimento em todas as áreasda Igreja, com o impreterível apoio do ministério pastoral.

9. Desenvolver e promover educação cristã demodo constante na vida da Igreja.

A Educação Cristã é um processo dinâmico para a trans-formação, libertação e capacitação da pessoa e da comunida-de para viverem, pelo Espírito de Deus, a dinâmica do serviço,testemunho e anúncio do Evangelho do Reino de Deus, como

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discípulas e discípulos do Senhor Jesus. Essa edu-cação implica conhecimentos e vivência.

Vivenciar o Discipulado destacadamentecomo estilo de vida, forma de pastoreio e meiosde ação que perpassam a Igreja em todos os seusambientes e momentos, visando ao cumprimen-to da missão. Priorizar os relacionamentos, oapoio mútuo e a partilha das marcas da fé quecaracterizam os seguidores do Senhor Jesus, ex-pressam a dinâmica da graça de Deus e a presen-ça contínua do Espírito Santo, em ação na vidade todos os cristãos e cristãs.

Apoiar a Escola Dominical e o Programa deDiscipulado, com literatura produzida pela Igre-ja Metodista, a fim de promover a dinâmica deDons e Ministérios, fortalecer a doutrina da Igre-ja e preparar o povo metodista para a vida cristãe o cumprimento da missão. Ativar projetos e ati-vidades que ajudem as famílias a ser lugar desolidariedade, fraternidade e formação de pes-soas que irão, de vários modos e de acordo comseus dons, produzir os frutos da nova vida em

Cristo, na perspectiva do Reino deDeus. Desenvolver - por meio

de grupos, ministérios ououtras formas - ações queatendam à pessoa idosa.Estabelecer com os gru-

pos societários um trabalhodocente de capacitação para minis-

térios e vivência da cidadania. Dar atenção, jun-tamente com os organismos de jovens da Igreja,à reflexão e desenvolvimento de uma pastoral da

Frutos serão produzi-Frutos serão produzi-Frutos serão produzi-Frutos serão produzi-Frutos serão produzi-dos somente em comunhãodos somente em comunhãodos somente em comunhãodos somente em comunhãodos somente em comunhão

com a videira como umcom a videira como umcom a videira como umcom a videira como umcom a videira como umtodo.todo.todo.todo.todo.

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juventude. Continuar priorizando o trabalho com as criançase os adolescentes.

10. Ser uma comunidade de fé que se reconhececomo Igreja, parte da totalidade

do Corpo de Cristo.

Nossos frutos serão produzidos somente se estivermosem comunhão com a videira como um todo, Cristo e os ra-mos, em sua dimensão ecumênica. Esse compromisso seráafirmado nas diversas ações que a Igreja realiza. A igreja localé uma expressão viva da identidade metodista como um ramoda Igreja de Cristo. Isso está evidente quando, por exemplo,declaramos o Credo Apostólico, celebramos a Ceia do Senhor,oramos o Pai Nosso.

Temos compromisso com o desejo de Jesus Cristo acer-ca de seus seguidores e seguidoras, expresso na oração "Queeles sejam um para que o mundo creia que tu me enviaste"(Jo 17.21). Isso implica a reafirmação de que a unidade cristãé condição para a presença da Igreja no mundo. Viver em uni-dade não significa negar as diferenças, mas respeitá-las e bus-car encontro e suporte naquilo que é comum, tanto na formade entender e experimentar Deus, revelado em Jesus Cristo, quan-to nas ações de promoção da vida em todas as suas dimensões.

11. Desenvolver uma política de comunicação,interna e externa, que norteie as nossas intenções,sistemas e uso de diversos meios de comunicação.

Projetar sistemas e ações além dos limites locais, numacomunicação integrada, que produza identidade e unidademetodista e, ao mesmo tempo, comunicação voltada a seg-mentos, sem se tornar massificada ou massificadora. Além domaterial impresso, que continua útil e necessário, há outrosmeios que devem receber nossa atenção, em vista da era da

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comunicação global e sua problemática, que atualmente vive-mos. Muitas possibilidades se abrem: artes visuais, teatro,música, poesia, festa. Em favor da missão, desenvolver umaconexidade na tarefa editorial. Como arautos do Reino de Deus,precisamos dinamizar nossa visão e formas de comunicação,ocupando vários espaços e meios para, na perspectiva do povometodista, tornar a mensagem cristã o mais visível possível.

12. Agir de modo unido, conciliar e conexionalem nosso propósito missionário.

Para ser, de fato, ‘comunidade missionária a serviço dopovo, espalhando a santidade bíblica’, todos os Planos de AçãoMissionária - nos níveis e expressões nacional, regionais,distritais e locais da Igreja e suas instituições - estarão sintoni-zados com nossa forma de ser Igreja em missão. Aperfeiçoar aimplementação e acompanhamento dos Planos. Zelar para queo exercício do ministério pastoral reflita corretamente a rela-ção entre os vários níveis da Igreja. Ter em mente que a IgrejaMetodista opera por meio de decisões aprovadas em concílios,nos vários níveis. Olhar juntos, na mesma direção.

Afirmar que o corpo pastoral - Colégio Episcopal, pasto-res e pastoras - é referencial para a unidade da Igreja Metodista.Ao episcopado compete pastorear, orientar quanto à doutri-na, zelar pela unidade, cuidar do cumprimento da missão daIgreja. Também, segundo os Cânones, exercer um conjuntode funções administrativas.

Bases da Ação MissionáriaA expressão ‘Ação Missionária’ abrange to-

das as dimensões da Vida e Missão da Igreja: ado-ração, pastoreio, discipulado, educação, açãosocial, comunicação, evangelização, administra-ção e expansão missionária.

Os itens 1 a 6 desta Segunda Parte reprodu-zem as Bases da Ação Missionária editadas no Pla-no Nacional Objetivos e Metas, aprovado em 2001.

1. Igreja e Missão

A Igreja Metodista responde a Deus nesteinício de século e milênio procurando ser uma‘Igreja - comunidade missionária a serviço dopovo, espalhando a santidade bíblica sobre todaa terra’. O povo no Brasil vive as agruras de umasociedade injusta e desumana. Entramos no sé-culo XXI com a perversa hegemonização dosprocessos de globalização que, no caso brasi-leiro e latino-americano, aprofundam nossadependência e põem em xeque nossas identida-des culturais. O lado perverso desse processotecnológico-econômico é a brutal exclusão so-cial. Em nosso país, os excluídos contam emdezenas de milhões. São mais que miseráveis.São não-cidadãos que sequer contam nos pro-cessos de organização social. Escuta-se em todaparte o clamor desse sofrimento.

A ‘Igreja missionária a serviço do povo’ fazdo Reino de Deus, vivido e anunciado por Je-sus, o critério de seu amor e serviço ao mundo.Assim como o ocorrido com Jesus, esse Reino é

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anúncio da boa-nova ao povo e denúncia de prá-ticas que atentam contra sua vida e felicidade.Dessa forma, a Igreja Missionária, portadora daboa-nova, tem, como conseqüência, o papel pú-blico de denúncia profética. Há que se cultivara coragem do testemunho, pois importa antes"obedecer a Deus que aos homens" (At 5.29). Émissão da Igreja testemunhar a justiça de Deus,seu propósito para a humanidade, sua miseri-córdia, denunciando o pecado, suas conse-qüências, as estruturas desumanas da socieda-de, anunciando, ao mesmo tempo, o podertransformador do Evangelho.

Ser missionária implica, antes, ser Igreja.Numa época em que o ser Igreja acha-se amea-çado por movimentos e práticas que refletem maisprojetos individuais e não o carisma maior daIgreja de Cristo, somos chamados/as a repensarnosso compromisso pessoal a partir de nossaeclesiologia wesleyana e, por isso mesmo, forte-mente missionária.

A Igreja Metodista éum ramo importante daIgreja de Cristo e buscaser fiel e aberta à unidadede toda a videira. Neste tem-po de exaltação de sucessos in-dividuais, convocamos os/as metodistas a colo-car seus dons a serviço e em obediência aocarisma maior da Igreja. "A Igreja Metodista noBrasil é parte da Igreja Metodista na América La-tina e no mundo, e ramo da Igreja de Jesus Cris-to. Sensível à ação do Espírito, se reconhece cha-

A Igreja Metodista é umA Igreja Metodista é umA Igreja Metodista é umA Igreja Metodista é umA Igreja Metodista é umramo importante da Igrejaramo importante da Igrejaramo importante da Igrejaramo importante da Igrejaramo importante da Igrejade Cristo e busca ser fiel àde Cristo e busca ser fiel àde Cristo e busca ser fiel àde Cristo e busca ser fiel àde Cristo e busca ser fiel à

unidadeunidadeunidadeunidadeunidade

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mada e enviada a trabalhar com Deus neste tempo e nestelugar onde ela está" (PVMI). A forma da missão é dada pelaIgreja de Cristo, cujas marcas se tornam visíveis na IgrejaMetodista. A interação dos dois níveis é fundamental para nossaeclesiologia missionária.

A Igreja Metodista procura cumprir a missão recebida emunidade com o corpo todo de Cristo no mundo, traçando, emconcílios, o seu perfil e caminho, reafirmando continuamentesua natureza conciliar, conexional e episcopal.

Este Plano Nacional Missionário, em sua Primeira Parte,afirma os compromissos da Igreja Metodista no Brasil. NestaSegunda Parte, apresenta as Bases da Ação Missionária. Essessão os fundamentos para os Planos de Ação Missionária emtodos os níveis da Igreja, a serem preparados em consonânciacom nosso tempo e nossa vocação eclesial, conforme orienta-ções na Terceira Parte deste Plano.

2. Missão e Evangelização

Missão é convocação e envio. Evangelização é o conteú-do da missão. A Igreja necessita "experimentar de modo cadavez mais claro que sua principal tarefa é repartir fora dos li-mites do templo o que ela de graça recebe do seu Senhor. AMissão acontece quando a Igreja sai de si mesma, envolve-secom a comunidade e se torna instrumento da novidade doReino de Deus" (PVMI, Cânones 2002, p.82).

A Igreja Metodista define a missão como sendo "A Mis-são de Deus". Ela consiste em "estabelecer o seu Reino. OReino de Deus é o alvo do Deus Trino e significa o surgimentodo novo mundo, da nova vida, do perfeito amor, da justiçaplena, da autêntica liberdade e da completa paz" (PlanoQuadrienal da IM, 1979-1982, p.36).

A Igreja Metodista define "a evangelização como parte daMissão, é encarnar o amor divino nas formas mais diversas da

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realidade para que Jesus Cristo seja confessado como Senhor,Salvador, Libertador e Reconciliador. A evangelização sinalizae comunica o amor de Deus na vida humana e na sociedadeatravés da adoração, proclamação, testemunho e serviço"(PVMI, Cânones 2002, p.103).

Por meio da evangelização, a Igreja diz ao mundo que Deustornou-se carne em Jesus Cristo para identificar-se com as ne-cessidades e angústias do homem e da mulher, oferecendo li-bertação e salvação de todos os males que os afligem. Aoevangelizar, a Igreja identifica-se com a situação e o contextoem que está e proclama a mensagem da boa-nova, mensagemtrazida por Jesus ao anunciar o Reino de Deus (Mc 1.15-17).

Conhecemos o propósito de Deus, seu Projeto para ahumanidade, por meio de Jesus. No Emanuel, Deus feito car-ne, que habitou entre nós, vemos revelado esse Projeto. Elecomeça quando Jesus anuncia: "o tempo está cumprido, échegado o Reino de Deus" (Mc 1.15). O Reino de Deus come-ça com a vida e prática do Jesus de Nazaré. Sua prática é amanifestação do amor (pois Deus é amor). O Reino começacom a prática da misericórdia e continua, na história, quan-do, em comunhão com Jesus, por meio de seu Espírito, reali-zamos a mesma misericórdia. É por isso mesmo que o frutodo Espírito é o amor (Mt 25.31-46; 1Jo 1.7-11; 1Jo 3.15-18;1Jo 4.7-21). A proposta do Reino de Deus constitui a "chavede leitura" ou o critério para construir o projeto missionárioda Igreja. Podemos afirmar, tendo a nosso favor todo o teste-munho bíblico e o de João Wesley, que a nossa evangelização,ao sinalizar o Reino de Deus, manifesta o amor que transfor-ma as pessoas e afeta as estruturas da sociedade.

Para cumprir essa tarefa, a Igreja é enviada em direçãoàs necessidades das multidões (Mt 9.35-38). A multidão queseguia a Jesus estava cansada, aflita e era como ovelhas sem

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pastor. Era gente de todos os lugares, sem casa,sem trabalho e sem esperança. Jesus, comovi-do pelo quadro, chama alguns discípulos e osenvia ao encontro dessas pessoas carentes doamor e da graça de Deus. No capítulo 10 deMateus, encontram-se várias recomendaçõesa respeito do cumprimento dessa missão. Des-taca-se o anúncio de que o Reino de Deus che-gou (Mt 10.7).

Contudo, a tarefa de evangelizar não ter-mina com a conversão. Todos somos continu-amente discípulos e discípulas. Formar-se noEvangelho significa assumir progressivamentea mente de Cristo, o seu amor, o serviço mise-

ricordioso e o cultivo piedo-so da fé.

Os apóstolos foram,em todo tempo, discípu-los que trabalhavam aju-

dando a formar outros. Hánecessidade de formação mais in-

tensa, com ênfase especial em pequenos gru-pos (modelo wesleyano). Não há lugar para oindividualismo. O discipulado em perspectivametodista envolve toda a comunidade. Éprioritariamente formação comunitária. Todometodista é parte concreta de uma comunida-de e age por meio dela, discipulando e sendodiscipulado ao mesmo tempo.

João Wesley demonstrou uma grande preo-cupação com a vida das pessoas que aderiam ao

A formação doA formação doA formação doA formação doA formação dometodista/wesleyanometodista/wesleyanometodista/wesleyanometodista/wesleyanometodista/wesleyano

sempre foi centrada nasempre foi centrada nasempre foi centrada nasempre foi centrada nasempre foi centrada nacomunidade.comunidade.comunidade.comunidade.comunidade.

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movimento metodista. A formação do metodista/wesleyanosempre foi centrada na comunidade. A formação para a vidacristã de amor e serviço começa com a experiência comunitá-ria. Wesley colocava os membros do movimento em gruposmenores chamados de "sociedades" ou "classes". Este méto-do tornou-se uma das marcas do movimento liderado por Joãoe Carlos Wesley. Nas "sociedades" e "classes" os membros eramnutridos, ganhavam vitalidade e se orientavam para o serviço:outra marca do metodismo.

Havia entre os membros um sentimento de unidade e desolidariedade. João Wesley adquiriu esse hábito desde os tem-pos de estudante em Oxford e que se transformou em uma dascaracterísticas do metodismo. Naquele tempo, alguns alunos sereuniam em pequenos grupos para estudo da Bíblia, oração ebusca de uma vida de dedicação ao próximo, elemento da san-tidade do movimento wesleyano (HEITZENRATER, 1996, p.61).As "sociedades" ou "classes" do movimento metodista forne-ciam aos membros acompanhamento, nutrição e desafios paraviver concretamente o Evangelho de Cristo.

Desde o nascimento da Igreja, com o Pentecostes, ela éum "corpo" que cresce (At 2.41 e 47; 5.14; 6.7; 8.4 e 25;9.31; 11.21; 13.48-49; 16.5 e 21.20). O poder impulsionadorque leva a Igreja a experimentar o crescimento é a ação dinâ-mica e soberana do Espírito Santo (At 2.4-13; 6.10; 8.29 e 39;9.15-17 e 31; 10.44-47; 11.12 e 24; 13.2 e 4; 15.28 e 16.6-7)que encontra pessoas disponíveis a cooperar com ela, nosinergismo que nasce da fé.

Em Efésios 4.13-16, há uma referência ao crescimentonumérico da Igreja. Pessoas são tocadas pela graça de Deus ealcançadas pelo testemunho pessoal, evangelização e serviçopraticados pelos membros da Igreja. O que se espera é que aigreja local apresente esse crescimento, resultado da graça, e

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capacite, aperfeiçoe e prepare a pessoa cristã para o cumpri-mento de seus dons e ministérios (Ef 4.12). Quando se vive adinâmica do Espírito Santo e a ação da graça de Deus, o cres-cimento é algo normal e constante na vida da Igreja.

Há que se perceber ainda que existem muitas formas doque hoje se denomina "discipulado" inadequadas à formaçãodo povo metodista. Porém, reconhecemos que essa forma deministério se tornou muito importante. Advertimos o povometodista a sustentar formas de discipulado compatíveis aonosso modo de ser Igreja. Para isso, a Igreja Metodista pro-duz seu próprio material docente. Esse material deve ser utili-zado sem se recorrer a outros que, em geral, não atendem àsnossas expectativas.

Todas as gerações, povos, raças e línguas precisam ouvira mensagem do Evangelho e aceitar Jesus como seu únicoSalvador e Senhor (At 4.12; Mc 16.15; Mt 28.19-20).

A Igreja Metodista tem experimentado crescimento nosúltimos anos. O desafio é para que isso ocorra sem que outraspráticas pastorais, doutrinárias ou formas de ser igreja sejamassimiladas. Cabe-nos valorizar o modo de ser metodista, pormeio de práticas pastorais, doutrinárias e eclesiológicas emconsonância com os princípios wesleyanos. O crescimento deveser uma conseqüência natural do comprometimento com oReino de Deus e com o propósito de ser uma ‘comunidademissionária a serviço do povo, espalhando a santidade bíblicasobre toda a terra’.

3. Missão, Identidade e Confessionalidade

Na vida das pessoas, assim como das instituições huma-nas, dois elementos precisam ser claros: a) Quem somos? b)Para que existimos?

É urgente, neste início de milênio, ter clareza acerca denossa identidade. Quem são os cristãos e cristãs metodistas e

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qual é a natureza da fé metodista? E mais: a respos-ta à segunda pergunta é tão vital quanto à primeira,pois trata da finalidade, ou seja: Qual é a missãodos cristãos e cristãs metodistas? Tal definição deveser, acima de tudo, conhecida da comunidadeinterna. Toda a comunidade metodista precisa sa-ber, compreender, praticar e vivenciar essa lição.

Há relevância do tema frente à situação atual.O momento em que vivemos está profundamentepermeado pelas forças do mercado, em especial,o mercado globalizado. O individualismo justifi-ca a indiferença. A busca do lucro a qualquerpreço passa a ser parte fundamental daideologia dos grupos religiososde "sucesso". A exclusãosocial das multidões, semacesso ao mercado, aolado da valorização do su-cesso pessoal de quem sabecompetir ou gozar as vantagensdo oportunismo, agravam a violência social. Oquadro religioso se tornou confuso com a emer-gência dos novos critérios, distantes dos valoreséticos fundados na importância da vida, da soli-dariedade e do amor.

A Igreja de Cristo vive dramaticamente essemomento. Constata-se uma grande movimenta-ção religiosa, com uma constante busca de Deus,mas na verdade a maioria busca o transcenden-te, o sobrenatural, o místico e o mágico. As fron-teiras religiosas se confundem e confundem. Per-deu-se o equilíbrio entre ortodoxia e ortopraxia:

Existem hoje novosExistem hoje novosExistem hoje novosExistem hoje novosExistem hoje novoscritérios de vivência religio-critérios de vivência religio-critérios de vivência religio-critérios de vivência religio-critérios de vivência religio-

sa, distantes dos valoressa, distantes dos valoressa, distantes dos valoressa, distantes dos valoressa, distantes dos valoreséticos da vida.éticos da vida.éticos da vida.éticos da vida.éticos da vida.

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não se pensa a fé, vive-se uma "fé". Cresce o divórcio com anatureza, a racionalidade, sem falar na tradição e outros ele-mentos fundamentais para entender e viver a experiênciareligiosa cristã. Vive-se uma conturbação religiosa na qual acomunidade metodista é visivelmente afetada. Nesse quadro,as pessoas são, em grande número, levadas por "todo o ven-to de doutrina", "agitadas de um lado para outro". Na verda-de, há uma busca intensa de algo que traga às pessoas espe-rança e vida.

Ainda que haja esforços por parte do governo, a degenera-ção das instituições políticas fez com que a saúde ficasse doen-te, a educação sem escola, o trabalho sem emprego, a habita-ção sem moradia e o povo sem esperança. Tudo isso fez comque a religião se tornasse o refúgio do povo. Essa situação favo-rece o despontar de movimentos diversos, no seio da Igreja e dasociedade.

O religioso virou produto do mercado, pois a lógica quenos move é a do consumo. Líderes religiosos de toda ordemabusam do messianismo, da magia, do misticismo, afetandomesmo a verdadeira natureza da Igreja e o sentido da fé. A so-ciedade contemporânea parece ter se incompatibilizado como caminho da cruz. Proliferam "igrejas supermercados", nasquais as pessoas entram, apanham o produto de que necessi-tam, pagam e vão embora; ou "igrejas rodoviárias", em quemuitos chegam, e outros tantos saem, desaparecendo assim osentido de comunidade de fé.

No meio de toda essa situação, corremos o risco de per-der a configuração de nossa identidade e o sentido de nossafinalidade - a vocação para a qual fomos chamados.

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Reafirmamos o que consideramos comoelementos básicos e decisivos da confissão de fé e

ação missionária da Igreja Metodista:

a. A base da fé e da prática do Metodismo é a Bíblia.Nós, metodistas, aceitamos completa e totalmente as doutri-nas fundamentais da fé cristã, enunciadas nos Credos pro-mulgados pelos Concílios da Igreja dos quatro primeirosséculos da Era Cristã, e sintetizados nos 25 Artigos de Reli-gião do Metodismo Histórico;

b. O/A metodista junta, em uma unidade disciplinada, apiedade religiosa e a prática concreta da misericórdia. A junçãodessas duas operações só ocorre por meio da disciplina pes-soal e comunitária. Este é o caminho da santificação metodista,aquele que gera o processo real do aperfeiçoamento cristão;

c. A presença e o poder do Espírito Santo são fundamen-tais para a vida da comunidade da fé, para a piedade pessoal eos frutos do amor expressos nas obras de misericórdia. "É oEspírito que testifica ao nosso espírito que somos filhos de Deus".O primeiro fruto do Espírito é o amor;

d. A experiência pessoal com Cristo é fundamental para avida cristã pessoal e comunitária. Essa experiência pessoal é

"Preguem a nossa doutrina, inculquem a experiência,estimulem a prática, reforcem a disciplina. Se vocês

pregarem somente a doutrina, o povo será antinomiano; sepregarem somente a experiência, ele será entusiasta; se

pregarem somente a prática, fariseu; e se vocês pregaremtudo isso e não reforçarem a disciplina, o Metodismo serácomo um jardim cultivado, porém sem cercas, exposto àdestruição de porcos selvagens." (Texto encontrado

abaixo de um antigo retrato de João Wesley, exposto naNilcolson Square Church, em Edimburgo, Escócia. É a

resposta de Wesley a respeito de como o Metodismo seriamantido após a sua morte).

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iluminada no interior da vida comunitária, emprocesso distante do individualismo. Caminharcom Cristo é possível pela ação do Espírito. Essaexperiência pessoal e comunitária, balizada peladisciplina, é o campo para o crescimento emsantidade;

e. Paixão evangelizadora como testemunhode uma fé viva e prática, dirigida ao crescimentoe principalmente ao bem do próximo, criandoações de amor, sinalizando a presença de Deusno mundo e proclamando salvação e vida;

f. O compromisso com a Educação Cristãcomo um processo dinâmico para

a transformação, libertaçãoe capacitação da pessoa eda comunidade. Seu ob-jetivo é preparar a Igrejaa viver, pelo Espírito de

Deus, a dinâmica do anún-cio do Evangelho na dimensão de

Dons e Ministérios;

g. Compromisso com o bem-estar total dasociedade, procurando conhecer o modo comoorganizações e instituições se articulam, e dispo-sição para afetar as causas de seus problemas.Esse compromisso surge com a experiência pes-soal de salvação e é uma viva expressão dasantificação. É uma expressão convicta do cres-cimento na graça e no amor de Deus. Em suavivência missionária, metodistas anunciam oEvangelho, denunciam situações que oprimemas pessoas e a sociedade, preocupando-se, em

A experiência pessoal eA experiência pessoal eA experiência pessoal eA experiência pessoal eA experiência pessoal ecomunitária é o campocomunitária é o campocomunitária é o campocomunitária é o campocomunitária é o campopara o crescimento empara o crescimento empara o crescimento empara o crescimento empara o crescimento em

santidade.santidade.santidade.santidade.santidade.

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especial, com a penúria e a miséria em que vivem os/as po-bres. O poder salvador de Cristo transforma comunidades,pessoas, as situações em que elas vivem e o contexto social noqual se encontram;

h. Sacerdócio universal de todos os crentes. A IgrejaMetodista reconhece e enfatiza o fato de que todo o povo deDeus é chamado a desempenhar os ministérios por meio dosdons concedidos pelo Espírito, junto das pessoas e da socie-dade (mundo). É a grande ênfase da presença indispensáveldo "laicato" como parte integrante da Igreja e de sua expres-são missionária. Todo o povo de Deus é chamado a desempe-nhar os ministérios por meio dos dons;

i. O sistema conexional é característica básica e funda-mental para a existência do Metodismo, tanto como movimentoespiritual quanto como instituição eclesiástica. Temos de estarvigilantes para rejeitar a tentação congregacionalizante e culti-var, com gratidão e alegria, nossa participação efetiva no corpoconectado pela mutualidade. A partir dessa forma de ação emmutualidade, desenvolvemos a nossa vocação histórica: "O pro-pósito do povo metodista não é o de criar uma nova seita,mas reformar a nação, particularmente a Igreja, e espalhara santidade bíblica sobre toda a terra" (Wesley);

j. Nosso sistema conexional afirma que há uma só Igreja,que é o Corpo de Cristo, comprometida com a sinalização doReino de Deus no mundo, a qual não se esgota na igreja local,mas se expressa na mutualidade dos dons e serviço do povochamado metodista, em todo o Brasil, e em todo o mundo. Afi-nal, "há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, e uma sóIgreja". Esta Igreja - Corpo de Cristo - transcende a IgrejaMetodista, e inclui uma infinidade de outras Igrejas cristãs, aconsciência de que somos "parte da Igreja de Cristo". Temos aconsciência da unidade com todo o povo cristão, estendendo a

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mão a todos/as cujo coração é como o nosso, pro-curando preservar a unidade do Espírito no víncu-lo da paz, a fim de, em forma visível, sinalizar aomundo a unidade do Corpo de Cristo;

l. Afirmamos a importância de um sistema degoverno episcopal, no qual os bispos e bispas exer-cem por seu ministério pastoral, em comunhãocom a Ordem Presbiteral, a supervisão sobre a Igre-ja e seus diferentes ministérios, garantindo que asdecisões conciliares sejam executadas, e os dons eministérios sejam desafiados a frutificar no mun-do, para o efetivo exercício da missão;

m. O governo episcopal é reconhecido peloConcílio da Igreja. Acima de tudo, somos e cre-

mos numa Igreja Conciliar na qual,após discernir os sinais dos

tempos, centrados nas Es-crituras Sagradas e na He-rança Metodista e Cristã,estabelecemos objetivos e

metas para o exercício damissão, convictos/as que "pareceu

bem ao Espírito Santo e a nós";

n. Valorizamos a experiência conexional emtorno dos bispos e bispas e da OrdemPresbiteral, e valorizamos a experiência dos di-ferentes dons e da pluralidade de expressões dafé, mantendo, de modo disciplinado, a expe-riência da unidade no essencial;

o. A graça divina é fundamental em toda re-velação. O Metodismo enfatiza a experiência e a

Estabelecemos objetivosEstabelecemos objetivosEstabelecemos objetivosEstabelecemos objetivosEstabelecemos objetivose metas para o exercício dae metas para o exercício dae metas para o exercício dae metas para o exercício dae metas para o exercício damissão... pareceu bem aomissão... pareceu bem aomissão... pareceu bem aomissão... pareceu bem aomissão... pareceu bem ao

Espírito e a nós.Espírito e a nós.Espírito e a nós.Espírito e a nós.Espírito e a nós.

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vivência na graça por meio da fé receptiva. Graça preveniente,graça justificadora e graça santificadora, pessoal e comunitária.Pela fé amorosa, obediente e ativa, nos apropriamos da graça ea expressamos pelo amor concreto ao próximo, testemunhohistórico do nosso amor a Deus;

p. A Igreja Metodista vê-se em sua natureza como umCorpo, um organismo vivo. Uma comunidade de fé, adoraçãoe testemunho - que expressa seu amor para fora e para dentroda comunidade -, apoio e serviço, semelhante à comunidadeapostólica. É na vivência dessa viva comunidade de Cristo quesomos pessoas despertadas, alimentadas, unidas, edificadas,de forma a amar, servir, testificar e crescer;

q. A vivência prática da fé cristã. O Metodismo afirma ovalor da prática e da experiência da fé cristã. Antes de tudo, oMetodismo é um Cristianismo prático. A vivência prática levaa sério o comportamento ético. A prática e a experiência da fésão confrontadas e confirmadas pela Palavra de Deus, tradi-ção e experiência cristãs, razão, natureza e comunidade daIgreja. O elemento básico para a constatação e a confirmaçãodessa vivência é a Palavra;

r. O cuidado com a criação, pois dela somos mordomos.Sendo assim, é elemento da nossa missão nos comprometer-mos com a causa da preservação do meio-ambiente. Do mes-mo modo, é missão da Igreja trabalhar pela integridade davida; por isso, deve nos preocupar qualquer pesquisa e ma-nipulação biológica, que, mesmo representando conquistacientífica e avanço tecnológico, desrespeite essa integridade;

s. Resgatar o compromisso com a tradição do metodismohistórico de "reformar a nação, em particular a igreja, e espa-lhar a santidade bíblica sobre toda a terra", por meio de açõesde anúncio, denúncia, ensino e serviços, recrutando e envian-do missionários/as e desenvolvendo ministérios.

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4. Missão, Igreja e Ministério Pastoral

Wesley e os metodistas entendem que Igreja e ministé-rio pastoral se implicam mutuamente. O artigo treze, dosVinte e Cinco Artigos de Religião, sobre a Igreja diz: "A Igre-ja visível de Cristo é uma congregação de fiéis na qual seprega a pura Palavra de Deus e se ministram devidamente ossacramentos, com todas as coisas a eles necessárias, con-forme a instituição de Cristo".

O ministério pastoral é entendido na visão protestantecomo um ministério especial, chamado e preparado para ze-lar pela pura pregação da Palavra, ministrar corretamente ossacramentos, zelar pelas marcas essenciais da Igreja e aindacuidar da comunidade missionária como um todo, tudo issocomo um mandato da Igreja.

O ministério pastoral é essencial à vida da Igreja. Elefoi instituído pelos apóstolos como um modo de dar forma eunidade à Igreja, para que todo serviço refletisse o próprioministério de Cristo. O ministério pastoral da Igreja Metodistatem uma de suas formas na ordenação de pastores/pastorase constituição da Ordem Presbiteral. "Wesley compreendeuque, ao lado dos ministérios leigos, havia um ministério es-pecial, o da ordem presbiteral que carregava pesadas res-ponsabilidades a respeito do 'depósito da fé', da unidade daIgreja, da transmissão do carisma da ordem (ordenação), eque essa ordem era a real e autêntica sucessora apostólica.Por isso mesmo, era bastante exigente para com os pastorese exigia deles, mais que de qualquer outros, senso da or-

Para mais estudos, reflexão e conhecimento da fé cristã,da vida e missão da Igreja na tradição e história do povo

metodista, utilizar As Marcas Básicas da IdentidadeMetodista, Colégio Episcopal, Biblioteca Vida e Missão,

2005, 3a. edição.

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dem, da disciplina eclesiástica e de compromisso eclesialcomo um todo" (As Marcas Básicas da Identidade Metodista,Biblioteca Vida e Missão, 3.ed., 2005, p.73). Wesley afirmaque a Igreja tem "uma sucessão perpétua de pastores e mes-tres divinamente chamados e divinamente assistidos" (TheLondon Chronicle, 1761). Ao lado da Ordem Presbiteral, JoãoWesley reconheceu que pregadores leigos e pastores leigosexerçam funções pastorais.

O carisma pastoral não é apenas individual. Ele precisado reconhecimento e de sua integração ao carisma da Igrejacomo uma dimensão de sua apostolicidade. Esse fato é assi-nalado de modo visível quando a Igreja ordena para o mi-nistério pastoral. Por isso, a tradição protestante reconheceno ministério pastoral um mandato da Igreja e não apenasuma qualidade individual. No ministério pastoral, não se podesobrepor carismas ou qualidades pessoais ao carisma mi-nisterial da Igreja. O bispo Osvaldo Dias da Silva assim ex-pressou em um de seus sermões sobre o ministério pasto-ral: "O pastor é servo de Cristo, servo do povo, servo daIgreja". Há necessidade de serem promovidas ações queenfatizem esse carisma pastoral.

O ministério pastoral é, na igreja local, em sua formaçãodocente, um fator decisivo para uma boa articulação da co-munidade missionária e de sua ação com a forma correta deser Igreja. O/A pastor/pastora, enfatizando sua responsabili-dade docente, é chamado para cuidar das marcas essenciaisda Igreja em sua expressão local. Esse é o centro de seu man-dato. O/A pastor/pastora não é apenas o/a coordenador/a deministérios e incentivador/a da missão. Ele/Ela é responsável,em nível local, por discernir o que mantém ou o que faz cair aIgreja, conforme a expressão dos reformadores (articulistantis aut cadentis ecclesiae - afirmação doutrinária indis-pensável para sustentar uma Igreja, e sem a qual ela cai).

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A Igreja precisa serA Igreja precisa serA Igreja precisa serA Igreja precisa serA Igreja precisa seresculpida para receber suaesculpida para receber suaesculpida para receber suaesculpida para receber suaesculpida para receber suaforma visível como formaforma visível como formaforma visível como formaforma visível como formaforma visível como forma

de Cristo.de Cristo.de Cristo.de Cristo.de Cristo.

A religiosidade que nos rodeia, mesmo deinspiração cristã, tem assumido formas anár-quicas de ministério pastoral e sugere formasestranhas de eclesiologia, contrárias ao que aIgreja Metodista entende como o modo pró-prio de ser Igreja. Esse contexto, associado aosmeios de comunicação e às estratégias demarketing, favorece aventureiros. A Igreja ficaameaçada de assalto pela iniciativa particulare pelo carisma inteiramente individualizado,próprio da cultura atual. Essa é uma das amea-ças mais profundas à Igreja que mantém sua

continuidade histórica com osapóstolos. Muitas das "no-

vas formas de ser Igreja"não distinguem as mar-cas permanentes da Igre-ja de suas formas transi-

tórias.

A Igreja de Cristo precisa ser es-culpida, para usar uma figura da patrística, rece-ber sua forma visível como forma de Cristo, pormeio do cinzel obediente (o/a pastor/pastora) quedá continuidade às marcas apostólicas e essenciaisda vida da Igreja. O ministério pastoral tem sua au-tenticidade reconhecida quando o carisma da Igrejade Cristo determina os carismas individuais.

5. Missão e Igreja Local

A igreja local é definida em nossos docu-mentos como a unidade básica do sistemametodista. Isso significa que os diversos Planos,em todos os níveis, devem voltar-se para ela e estar

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integrados a essa base. As características de uma igreja localdevem ser observadas. Por outro lado, a igreja local não éautônoma, isto é, seu Plano de Ação Missionária deve obede-cer aos princípios e diretrizes que a integrem ao sistema, noespírito da conexidade.

O/A pastor/pastora responde pelo Plano Local de AçãoMissionária como Plano integrado ao sistema. O SuperintendenteDistrital é o supervisor do Plano de Ação Missionária em sua área.

As diretrizes apontam para a missão como uma tarefa deevangelização integral e contínua para todos/as, em que o cres-cimento da Igreja não é apenas numérico, mas formador detoda a pessoa para a vida de fé em comunidade e em serviço(dons e ministérios). As diretrizes do Plano Nacional dão ên-fase igualmente à importância da identidade metodista e daconfessionalidade como nosso modo de ser cristãos/cristãs,sendo fiéis à Igreja de Cristo num tempo de infidelidade. Por-tanto, é necessário relembrar continuamente as marcas daidentidade metodista e as marcas essenciais da Igreja.

A igreja local, unidade básica do sistema metodista, podeser vista em três pontos fundamentais:

• A igreja local é a principal forma de concretização daIgreja e a sua agência missionária mais importante;

• A igreja local estrutura-se em dons e ministérios comouma comunidade a serviço da Igreja de Cristo e do povo;

• A igreja local é uma comunidade de resistência àpermissividade ética e teológica, a toda forma de violência ede injustiça que agridem o povo, e às distorções religiosas,hoje tão freqüentes na nossa sociedade.

5.1. A igreja local é agência da missão. A missãoacontece mais plenamente quando a comunidade de fé é o eixo

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que sustenta a pregação da Palavra, a vida sacramental, o servi-ço ao povo. Este Plano Nacional lembra o fato de que a igrejalocal não é uma comunidade isolada ou independente. Sua for-ma de ser é a de afirmar-se como uma comunidade metodista,nosso modo de viver o cristianismo e integrar a Igreja de Cristo.Isso significa que nos entendemos como uma parte da Igreja.Como Metodistas, definimos, em Concílio, nosso modo de serIgreja nos níveis: local, distrital, regional e nacional.

O Plano para a Vida e a Missão da Igreja nos diz que “amissão acontece quando a Igreja sai de si mesma”. A igreja localé a porta mais importante para que a Igreja esteja em missão.

5.2. A organização da igreja local em dons e mi-nistérios deve estar a serviço da missão. A IgrejaMetodista entende que a melhor forma de estrutura e organi-zação é a de Dons e Ministérios, cabendo à igreja local conso-lidar a sua organização. O pastor e a pastora exercem umministério que tem conteúdo próprio e é essencial à vida daIgreja. Mas ele ou ela também coordena os ministérios daigreja local. Deve zelar para que os ministérios cumpram suatarefa de modo harmônico e articulado. Cada ministério énecessário para que o outro aconteça mais plenamente.

A Igreja Metodista tem, desde os tempos de João Wesley,uma tradição viva e rica de organização de ministérios e degrupos de missão e de edificação mútua (como as "classes")que, ainda hoje, podem ser inspiração rica para a missão. Noestabelecimento de objetivos e de seleção de meios para suaexecução, devemos lembrar, como igreja local, nosso modode ser. Consideramos ainda que nem todo meio é legítimo emuitos meios que se propõem hoje são contestáveis eticamenteou afetam a identidade metodista. Por isso, reafirmamos aqui,como metodistas, a importância da Escola Dominical (comoagência por excelência de formação, capacitação doutrinária,

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ministerial e discipulado), dos grupos articula-dos em torno de ministérios e dos grupossocietários.

5.3. A igreja local é uma comunidadede resistência. A comunidade de fé local, nocontexto da sociedade de mercado, é fiel ao Evan-gelho se desenvolver recursos e característicasque a tornem um foco de resistência a toda sortede distorção provocada pela nova organizaçãosocial de hoje. Vivemos no seio de uma rica cul-tura. Sofremos o impacto da globalização commuitos efeitos altamente destrutivos, como a ex-clusão, a individualização, a banalização da vida,dos costumes, da família, a generalização da vio-lência. Nessas distorções incluem-se também múl-tiplas formas emergentes de deturpação da vidareligiosa do povo e de formas prejudiciais à vidada autêntica Igreja de Cristo. Por isso, as comu-nidades locais metodistas são desafiadas a seconstituir em comunidades ativas de resistência.Não se trata de apenas preservar a si mesmas dacorrupção. Trata-se de resistência ativa, comanúncio e denúncia profética emnosso país, incluindo todasas atitudes de solidarieda-de ativa.

Faz parte da missão anecessidade de a igreja lo-cal estar aberta a expressõesculturais autênticas de nosso povo. Nossas comu-nidades vivem rodeadas por movimentos, seitas,práticas religiosas estranhas. Ao mesmo tempo,

A Igreja precisa estarA Igreja precisa estarA Igreja precisa estarA Igreja precisa estarA Igreja precisa estaraberta a expressões culturaisaberta a expressões culturaisaberta a expressões culturaisaberta a expressões culturaisaberta a expressões culturais

autênticas de nosso povo.autênticas de nosso povo.autênticas de nosso povo.autênticas de nosso povo.autênticas de nosso povo.

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promove-se a cultura da violência, do individualismo, da indi-ferença, da permissividade e da corrupção. A comunidade deresistência é desafiada a saber separar o que convém e o queé incompatível com a dignidade do cristão e do ser humano. Aigreja local, contrariamente às tendências do mundo contem-porâneo, entende-se como comunidade solidária, comunida-de de luta por justiça, comunidade de denúncia profética, co-munidade de paz.

5.4. A igreja local e o Distrito. A igreja local estáinserida em um Distrito Eclesiástico que tem como finalidadeestabelecer um Plano de Ação Missionária (Art. 124, Cânones,2002). O Distrito é um espaço no qual acontece a integração,articulação e promoção da ação missionária das igrejas lo-cais, em conexão e solidariedade com as ações missionáriasorganizadas e aprovadas pelas igrejas locais. É competênciados distritos articular e integrar as igrejas locais aos PlanosRegional e Nacional de Ação Missionária.

Sob a supervisão de um/a Superintendente Distrital, oDistrito promove a missão e seu cumprimento, despertan-do igrejas locais e ministérios para a vocação missionáriaque caracteriza os/as metodistas. O Distrito Eclesiásticopropicia a comunhão, a fraternidade, a partilha e opastoreio mútuo entre lideranças locais, pastores, pasto-ras e diferentes ministérios.

6. Missão e Renovação da Experiência Religiosa

A espiritualidade de Jesus deriva de sua caminhadamissionária de serviço ao povo. Seu amor misericordioso di-ante do sofrimento humano, pessoal e coletivo, era constante-mente pontuado com momentos de oração aos pés do Pai ecomunhão fraterna com seus discípulos. Esse é o modelo paranossa vida espiritual (Mc 1.35 e 4.10).

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Uma espiritualidade encarnada assume as condições con-cretas do povo, porque sua base é o amor - sua cultura, sualuta pela vida, pelo sustento da família, educação etc. (Jo 1.12).A espiritualidade é vivificada pela comunhão permanente como Pai, o Filho e o Espírito. "Quem crer em mim, como diz aEscritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto eledisse com respeito ao Espírito que haviam de receber osque nele cressem; pois o Espírito até esse momento nãofora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado"(Jo 7.38-39). A espiritualidade encarnada só é possível noseguimento de Cristo, assumindo-se a missão no mundo e seuamor salvador para todos os homens e mulheres. Alimenta-setambém de Deus Pai, o Criador, requerendo de nós compro-misso com a criação, considerando-se aqui a natureza, a soci-edade humana e sua cultura.

"Fui instruído aos pés de Gamaliel, segundo a exati-dão da lei de nossos antepassados, sendo zeloso para comDeus, assim como todos vós" (At 22.3). Paulo valorizou di-ante de seus ouvintes aquilo que aprendera dos pais e da tra-dição teológica judaica. O texto mostra, inclusive, Ananias vin-culando a experiência de Paulo à tradição dos pais (At 22.14).Isso nos adverte que toda experiência religiosa visa a tornarpresente o processo da revelação de Deus na História, reto-mando-se a fé e a tradição já existentes, reorientando e dina-mizando a fé e renovando a experiência do povo de Deus. Éimportante sublinhar que a presença de Ananias confere aPaulo o reconhecimento da comunidade cristã primitiva. Aexperiência, embora pessoal, precisa ter o reconhecimentoda comunidade de fé, e isso ocorre quando esta comunidadeé alcançada pelos frutos e sinais do Reino que a experiênciacom Deus deve gerar.

A graça divina é atuante, motivando a pessoa a aceitar aexperiência da conversão, da nova vida em Cristo e da prática

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da misericórdia. Essa espiritualidade que parteda conversão é contínua e crescente, levando apessoa a um constante crescimento em atos depiedade e obras de misericórdia. Umaespiritualidade na qual a oração, a meditação e oestudo da Bíblia, o jejum, as vigílias, o louvor, oculto, a pregação e a edificação da comunidade -os meios da graça - e os entranhados serviços demisericórdia face às necessidades humanas, es-tão continuamente presentes. É uma piedade que,sendo individual, não é individualista; sendo pes-soal, não é personalista, mas, comunitária, abrin-do-se à contínua ação do Espírito em nível social,comunitário e pessoal.

Wesley preocupava-se intensamente com avivência interior de sua espiritualidade. Ele entendiaque a graça de Deus o guiaria a uma santificaçãointerior, plena do amor divino, que se expressaria

numa autêntica preocupação amo-rosa pelo ser humano e pela

sociedade e num comporta-mento ético e moral santifi-cado em todos os seus as-

pectos. O Metodismo foi a ex-pressão de uma espiritualidade

dinâmica pessoal e comunitária.

A plenitude da manifestação do Espírito navida da pessoa e da comunidade testifica seu lugarfundamental no movimento. Ele não seria apenaso Consolador, mas o Sustentador, o Fortalecedor,o Inspirador, o que nutriria a todos no caminho daverdade, o que possibilitaria a experiência com agraça, o recebimento do dom e o frutificador da

O Metodismo foi aO Metodismo foi aO Metodismo foi aO Metodismo foi aO Metodismo foi aexpressão de umaexpressão de umaexpressão de umaexpressão de umaexpressão de uma

espiritualidade dinâmica.espiritualidade dinâmica.espiritualidade dinâmica.espiritualidade dinâmica.espiritualidade dinâmica.

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nova vida. Não há Metodismo autêntico sem amor entranhadoao próximo e piedade comunitária e pessoal.

"O Metodismo proclama que o poder do Espírito Santo éfundamental para a vida da comunidade da fé, tanto na pieda-de pessoal como no testemunho social (Jo 14.16-17). Somentesob a orientação do Espírito Santo pode a Igreja responderaos imperativos e exigências do Evangelho, transformando-seem meio de graça significativo e relevante às necessidades domundo" (Jo 16.7-11; At 1.8; 4.18-20) (Plano para a Vida e aMissão da Igreja Metodista, Elementos Fundamentais da Uni-dade Metodista, item c).

O crescimento em santidade é resultado da ação disci-plinada do indivíduo e da comunidade metodistas na entra-nhada prática da misericórdia e a indispensável valorizaçãoda piedade. Porque amamos e servimos, inspirados em Jesusde Nazaré, precisamos da graça e da comunhão vivificadoracom o Pai.

Nesse processo, a oração é uma prática indispensável.Como os discípulos, precisamos nos colocar aos pés de Jesuspara aprender a orar (Mt 6.9-13; 7.7-8). A oração alimentanossa comunhão com Deus, sustenta nossa experiência com agraça, com o amor, com a confissão, com a celebração davida que é dom de Deus, nos leva a aceitar nossa vocação paraser sal da terra e luz do mundo e reconhecer nossos dons eministérios. No contexto da oração, temos o desafio de acei-tar, em primeiro lugar, a Causa de Deus e a de Seu Reino, poisneles estamos incluídos/as (Mt 6.33; Lc 12.31).

No encontro misericordioso com as pessoas quebradas,excluídas e desesperançosas, ampliaremos, ao mesmo tem-po, a experiência que integra, crescentemente, a humanidadecomo "família" do mesmo Pai (o "Pai nosso") e, sobretudo,cultivaremos a inefável experiência de comunhão e convívio

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com Ele. Mais amor às pessoas do mundo, maior a consciên-cia de ter um Pai (Mt 6.44-45). A oração, necessária para onosso processo de crescimento em santificação, nos abre àconcreta experiência de filhos e filhas de Deus em comunhãocom sua imensa família. Na oração, cultivamos a experiênciade ser irmãos e irmãs de Jesus. Na oração, o Espírito confirmaa nosso espírito que somos filhos e filhas do Pai, acolhidos,por graça, ao seu seio (Rm 8.16). Quanto mais amor ao pró-ximo, mais comunhão com o Pai, mais oração.

Somos pessoas missionárias porque vocacionadas pornosso Pai. É o nome Dele que será santificado na sociedade ena vida dos seres humanos. É o Reino Dele que vem a nós,concedendo-nos a possibilidade da vida abundante (Jo 10.10).É a sua vontade, difícil de ser realizada, que conta. Na açãomissionária do Projeto de Deus para a humanidade, precisa-mos da oração (Ts 5.17-18).

Somos filhos e filhas com carências materiais de pão, tra-balho, saúde, dignidade. Jesus nos acolheu, na sua oração, aoincluir nela o direito de todas as pessoas a esse "pão".

Somos filhos e filhas do Pai, mas estamos em constanteconflito com os irmãos e irmãs. Não podemos comungar como Pai rompidos/as com nossos/as contemporâneos/as (Mt5.23-24). Precisamos lutar contra nós mesmos/as pelo per-dão do Pai que nos acolhe. Lutar, em oração, para a concretaexperiência de perdoar, no interior desta imensa família, quemnos ofende. É a luta regeneradora da oração e da oração comjejum (Mt 6.16-18).

Somos missionários/as em nome do Pai que propõe oseu Reino para toda a humanidade (Mt 10.7). Como nossoscaminhos não são os do Pai, precisamos ajustar nossa vonta-de à Dele, com seu auxílio. Sempre estaremos em tentação,pois a sociedade, e a nossa sociedade em particular, elimina a

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cruz, e não valoriza a solidariedade e o perdão.Precisamos da comunhão com o Pai como o arque respiramos.

Se a disciplina pessoal é condição para nossaeducação para a misericórdia, é na disciplina pes-soal e comunitária que desenvolveremos o indis-pensável caminho da oração (Lc 22.42).

7. Missão e ComunicaçãoEste capítulo utiliza - reordenando e acrescentando

novos aspectos - conteúdos do Plano NacionalObjetivos e Metas (aprovado em 2001) na parte

referente à Missão e Comunicação.

A comunicação é fator presente em todos oscampos da existência, nos mais variados meios eprocessos. É elemento fundamental para bonsresultados nas ações humanas, sejam elas pes-soais ou institucionais. E é imprescindível à igre-ja, em sua ação missionária. Para sereficaz, a comunicação nãopode ser negligenciada.

Para pensar e proporuma política de comunica-ção, para e pela Igreja, é ne-cessário considerar processos, sistemas,estruturas e meios de comunicação empregadospela Igreja ou possíveis a ela. Trata-se de reco-nhecer e aprimorar aspectos do que já vem sen-do feito e, a partir de novas demandas, apontardirecionamentos.

A Igreja Metodista, como organismo social,possui duas vertentes básicas em sua comunica-ção: a externa e a interna. O público externo se

Para ser eficaz, aPara ser eficaz, aPara ser eficaz, aPara ser eficaz, aPara ser eficaz, acomunicação não pode sercomunicação não pode sercomunicação não pode sercomunicação não pode sercomunicação não pode ser

negligenciada..negligenciada..negligenciada..negligenciada..negligenciada..

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constitui das pessoas, dos grupos sociais, da sociedade em ge-ral (na qual a própria Igreja se inclui) com suas instituições,empresas, órgãos governamentais, demais igrejas cristãs e ou-tros grupos religiosos. O público interno é, específica e direta-mente, a própria comunidade metodista no território nacional.

A comunicação na vertente interna deve proporcionar aunidade, firmar a conexidade, aprimorar a circulação de orien-tações e informações. E também doutrinar, educar, disseminarentre o povo metodista a sua forma denominacional de vida emissão como Igreja. Perante o público externo, a Igreja anun-cia a mensagem evangélica, proclama a nova vida em Jesus Cris-to, denuncia o que contraria a vida segundo a vontade de Deus,conclama pessoas a viverem a justiça do Reino proclamado evivido por Jesus Cristo. Enfim, processos de comunicação sem-pre estarão em uso para concretizar a ação missionária.

A maior ênfase da Igreja, ao longo de décadas de presen-ça no Brasil, tem sido na comunicação mediante a palavrafalada. Essa comunicação acontece nos cultos, na Escola Do-minical, no ensino e aprendizagem, nas instituições escolarese sociais, na evangelização, na expansão missionária, nas reu-niões de grupo, nas expressões teatrais, nos debates concilia-res. Ao lado da palavra oral, têm sido utilizados os meios im-pressos como os livros, revistas, folhetos, boletins, pronuncia-mentos, cartas e documentos. Sempre houve ênfase em distri-buição de Bíblias. O uso do rádio, da televisão, do telefoneainda acontece em poucos lugares, em ações isoladas. Ainternet começa a ganhar relevância e grupos e comunidadeslocais criam seus próprios sites.

Além dos tradicionais meios orais e impressos, há a co-municação visual, a audiovisual, a corporal, com um grandeleque de artes visuais, teatro, música, poesia, festa. Estas di-

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mensões têm sido pouco utilizadas, restringindo-se, na maio-ria das situações, à confecção de murais informativos, ao usode retroprojetor para visualização de canções nos momentosde culto e à formação de grupos de coreografia e de dançalitúrgica. Mesmo essas poucas, mas predominantes, expres-sões carecem de reflexão sobre o desafio da originalidade eda criatividade no processo da comunicação, com base nasexperiências, nas necessidades e na linguagem da igreja lo-cal (contextualização) frente à padronização imposta pelosmeios de comunicação utilizados por grupos religiosos.

No campo da comunicação musical, apesar de um incre-mento na diversificação de instrumentos em uso nos templos,maior atenção deveria ser dada ao conteúdo das letras de no-vos cânticos, muitos deles vindos de fontes cuja teologia nãoestá em consonância com o nosso pensar. Canções se consti-tuem em relevante meio de formação doutrinária do povometodista, razão pela qual deveria haver maior equilíbrio en-tre tradição e contextualização, ou entre o uso do Hinário Evan-gélico e o das canções religiosas populares.

Com a palavra oral e escrita a Igreja desenvolveu a educa-ção, formação, evangelização, divulgação de seu pensamento. Mas,em recentes décadas, já vivemos novos tempos no mundo da co-municação. Recentes recursos e tecnologias, em especial no campoda eletrônica, que incrementam o uso e a velocidade nas comuni-cações, exigem novas atenções em nossa ação missionária.

É por demais necessário que a Igreja produza e divul-gue, de várias formas (impressa, digitalizada, via internet) e acustos diversos, os conteúdos editoriais que diretamente lhepertencem (como Hinário Evangélico, Cânones, Normas e Ri-tuais, Cartas Pastorais e similares, Planos de Ação, livros, re-vistas de educação cristã e outras).

A geração de novas produções implica a organização esustento de núcleos editoriais que elaborem os conteúdos.

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Isso requer, em primeiro, promover o encontrode pessoas, potencial humano existente na Igre-ja, que articulem seus dons nesse relevante mi-nistério. Uma possibilidade é a organização deum banco de dados com informações a respeitodessas pessoas. Meios e recursos produzidos tam-bém requerem uma boa articulação para a dis-tribuição, seja mediante venda ou amostras emcortesia. Já se tem conhecimento de que não bastaenviar um exemplar dos principais recursos edi-toriais aos endereços das Igrejas locais e, comisso, acreditar-se que a entrega já está feita.

Para o aperfeiçoamento da política metodistade comunicação, são requeridos sistemas mais

eficientes de distribuição, uso,aproveitamento e estudo dos

materiais regionais e na-cionais da Igreja, elabo-rados com vistas à açãomissionária em suas várias

dimensões. Além de umaconstante atualização de um ban-

co de endereços, há que ser difundida uma cul-tura, no ministério pastoral, de atenção, divulga-ção, encaminhamento a quem de direito dos re-cursos missionários editados.

Perante o público externo, é fundamentalque demonstremos a identidade nacionalmetodista. Isso implica a responsabilidade da áreanacional da Igreja em suas expressões de anún-cio e denúncia que, além de proferir-se ao públi-co externo, também é palavra de orientação à

Perante o públicoPerante o públicoPerante o públicoPerante o públicoPerante o públicoexterno, é fundamental queexterno, é fundamental queexterno, é fundamental queexterno, é fundamental queexterno, é fundamental quedemonstremos a identidadedemonstremos a identidadedemonstremos a identidadedemonstremos a identidadedemonstremos a identidade

nacional metodista.nacional metodista.nacional metodista.nacional metodista.nacional metodista.

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própria Igreja. Situações específicas, momentos de destaquena vida nacional requerem a nossa voz profética. Estaremosa comunicar o Evangelho na perspectiva da Igreja Metodista.Também símbolos, estilos, logomarcas da Igreja devem con-vergir para uma identidade e conexão nacional. Precisamdar visibilidade ao todo. Sabemos que as Regiões da Igrejapossuem características próprias, mas tais dimensões locais nãodevem sobrepor-se à dimensão geral. Que o interno colaboreno reforço da identidade nacional em sua simbologia e namobilização requerida para os temas que desafiam a Igreja.

Quando falamos em comunicação, é fundamental conside-rar que não basta transmitir mensagem, doutrina, conteúdosde fé, mas é imperativo torná-los vivos e fonte de vida paraquem os recebe. O exemplo de Jesus nos mostra que a co-municação não acontece tão somente no uso das palavras,mas também por meio das posturas, ações, gestos (Jo 13.1-11). Não apenas dizer com palavras a mensagem de Deus,mas fazê-lo da forma mais adequada, pertinente econtextualizada possível, a fim de promover resultados maiseficazes, visando à transformação de vidas e estruturas.

Como Igreja, não se trata apenas de utilizar meios decomunicação e desejar eficácia nos resultados. Há também oaspecto da educação e democratização para os meios de co-municação. Não somente buscar utilizar os recursos, veículose canais de comunicação, mas transformá-los, redimensioná-los e humanizá-los, dignificando o meio pela grandeza damensagem. Educar para a análise crítica dos conteúdos e dosmeios de comunicação. Participar do processo de democrati-zação dos meios de comunicação para o melhor acesso à in-formação. Com a Internet, desempenhar significativo papelna democratização dos meios de comunicação, uma vez que aIgreja local pode se tornar um ponto de referência para per-

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mitir o acesso das classes menos favorecidas a esse veículocomunicacional. Trazer à reflexão a qualidade atual do queestá disponível nos meios públicos de comunicação. Educarpara que o povo metodista tenha mentalidade crítica diantedo que se veicula especialmente em televisão.

Não se trata, de forma alguma, de impor censuras ourestrições de cunho moralista. Ao contrário, incentivar a visãode maturidade e compromisso requerida por Deus a todos osseres humanos, criados à sua imagem e semelhança, de valo-rizar o próximo e a si mesmo, promovendo vida em abundân-cia e não formas geradoras de morte, exclusão, discrimina-ção, preconceitos.

No desenvolvimento de uma atualizada política de comu-nicação, há ações que merecem continuidade, com aprimo-ramentos, e há direcionamentos postos perante a Igreja paraaprimorar a comunicação a serviço da ação missionária.

• Despertar a Igreja e estimulá-la a usar os meios decomunicação social (rádio, TV, jornais) em prol da missão,da disseminação da mensagem cristã segundo a perspectivado povo metodista. Orientar nessa prática. Produzir diversi-dade de materiais com vistas às ações missionárias;

• A produção de material curricular para Escola Domi-nical e Programa de Discipulado deve ter continuidade porparte da Área Nacional, com aprimoramento constante demetodologias, conteúdos e formas de distribuição, em diálo-go permanente com as igrejas locais para conhecimento pró-ximo de suas demandas, necessidades e desafios;

• Ampliar a estrutura de funcionamento da AssessoriaNacional de Comunicação, permitindo-lhe novas ações e maisvisibilidade;

• Proporcionar uma linha editorial ao Expositor Cris-tão de modo a superar a ênfase em informação e trazê-lo

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novamente ao seu papel histórico como instru-mento da unidade, formação e comunicação vi-sando ao envolvimento da Igreja em missão;

• Realizar pesquisas para uma contínua ava-liação do material didático usado na Igreja, a fimde manter o equilíbrio entre as necessidades dopovo metodista e as diretrizes e ênfases bíblico-teológicas do Plano para a Vida e a Missão daIgreja e os compromissos expostos neste Plano;

• Melhor articular os processos de distribui-ção na e pela Igreja de materiais missionários pro-duzidos em vários níveis, instituições e ministérios;

• Projetar ações além dos limites locais,numa comunicação integrada, que produza iden-tidade e unidade e, ao mesmo tempo, segmenta-da, de alcance eficiente em seus resultados, semse tornar massificada ou massificadora;

• Proporcionar condi-ções para que se conhe-çam, se encontrem e searticulem pessoas daIgreja que têm capacida-de e dons particulares nocampo da comunicação, daeducação.

• Valer-se de recursos técnicos das institui-ções de ensino para a produção de materiais etreinamento de obreiros na área de comunica-ção social, na medida das possibilidades;

• Iniciar um banco de dados que fomentemelhor informação e articulação da Igreja na açãomissionária;

Projetar ações além dosProjetar ações além dosProjetar ações além dosProjetar ações além dosProjetar ações além doslimites locais, numalimites locais, numalimites locais, numalimites locais, numalimites locais, numa

comunicação integrada, quecomunicação integrada, quecomunicação integrada, quecomunicação integrada, quecomunicação integrada, queproduza identidade.produza identidade.produza identidade.produza identidade.produza identidade.

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• Organizar um cadastro dos programas e meios de comu-nicação em uso pela Igreja Metodista, relacionando-os;

• Promover um intercâmbio eficaz para o conhecimentoe uso de materiais missionários produzidos nos diversos seg-mentos da igreja;

• Prover a Igreja local com conhecimentos, sugestões eidéias a serem aplicados por ministérios de comunicação;

• Dinamizar a atividade musical, inclusive instrumental,como veículo de comunicação do Evangelho e celebração doculto, tendo-se em conta o item a seguir.

8. Missão e Educação Musical: arte na Igreja Metodista

A música sacra no contexto wesleyano sempre foi essen-cial para a Igreja no seu ato de pregar o Evangelho do Reino eespalhar a santidade bíblica sobre toda a terra. Portanto, fun-damental para o ensino de nossas doutrinas e práticas cúlticas.

Ao dispor sobre nossa Herança Wesleyana, o Plano paraa Vida e a Missão da Igreja (PVMI) enaltece o fervor metodista;ao dispor sobre o culto, deixa implícito que as demais ativida-des fazem parte de um extensivo ministério evangelístico.

Para o exercício pleno do amplo ministério da Igreja, amúsica sacra é fundamental. Não obstante, nossa riqueza deraiz tem sido subestimada, inclusive formalmente em institui-ções de ensino, pela falta de uma sólida formação musical.

Na Igreja Metodista dispomos de pessoal ativo nas igre-jas locais e de excelente testemunho cristão, qualificado paradar contribuições efetivas na área da música sacra.

O ano de 2007 assinala os 300 anos do nascimento deCharles Wesley e isso merece uma séria atenção por parte denossa Igreja.

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O tema Educação Musical - Arte há de ser estabelecidoe desenvolvido na Igreja Metodista em todos os seus níveis.

Educação Musical - Arte é o processo de formação quevisa à compreensão da hinódia da tradição cristã, preferencial-mente de tradição wesleyana, reconhecida e aceita pelometodismo histórico, como instrumento de expressão e açãopara capacitar o povo de Deus, leigo e clérigo, para a Vida eMissão da Igreja.

Antecipamos os seguintes objetivos:

•Criar instrumentos para a compreensão teológica de Músicae Arte que proporcionem a ação pastoral de todo o povo de Deus;

•Preparar pessoas leigas e clérigas para o Projeto Missioná-rio da Igreja Metodista;

•Produzir músicas que reafirmem nossa teologia e herançawesleyana;

•Proporcionar formação de ministros de música para o exer-cício ministerial da Igreja Metodista;

• Preparar obreiros para exercer o ministério de músicana Igreja Metodista em todos os seus níveis;

• Aprofundar a pesquisa da hinódia cristã na tradiçãowesleyana;

• Integrar a Educação Musical- Arte em um programa decapacitação em todos os níveis da Igreja Metodista;

• Revitalizar o ministério de música na igreja em todosos níveis;

• Orientar a atividade do louvor e adoração na igrejalocal por meio da música.

Esses objetivos podem ser alcançados na Igreja Metodistapor meio de ações realizadas nos seguintes campos:

• Faculdades de Teologia;

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• Seminários Regionais;

• Um Departamento Nacional de Música e Arte;

• Instituições de Ensino Secular, pelo departamento deMúsica e Arte;

• Coordenação (Nacional, Regional) de Educação;

• Igreja local.

9. Missão e Educação

Tradicionalmente, a educação é uma das principais ver-tentes da ação missionária da Igreja Metodista. Entendemosque a ação missionária abrange a dimensão educacional daIgreja como comunidade que, ao espalhar a santidade bíblicasobre toda a terra, forma opinião e educa pessoas e comuni-dades. A tarefa de educar, por sua vez, nos remete aos sinaisdo Reino de Deus (Mt 6.33; Jo 14.26) e à ação do EspíritoSanto no sentido da justiça de Deus, da nova criação, donovo ser humano, da nova sociedade (2Co 5.5, 14.17) etambém da necessária renovação da nossa atuaçãomissionária (Rm 12.1-2). Nessa perspectiva, entendemos queé importante resgatar na sociedade contemporânea a referên-cia da ação de Deus que, em amor e graça, atinge, transformae promove todas as pessoas, respeitando suas diferenças.

Educar, na perspectiva do Reino de Deus, é missão da igrejaque pretenda ser luz e sal do mundo (Mt 5.13-14). Ser luz desa-fia-nos a abrir caminhos de humanização da sociedade con-temporânea, marcada por individualismo, espírito competitivo,exclusão, violência, intolerância, fome, agressão e destruiçãoda natureza, etc. Ser sal, por sua vez, indica o caminho dessahumanização: conservar a vida humana como bem supremo edar sabor agradável à existência de todas as pessoas em seucotidiano: sejam crianças, jovens ou idosos, homens ou mulhe-res, pessoas com deficiência, pobres, doentes, negros, etc.

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Lutar pela humanização não é promover oantropocentrismo absoluto, mas, sim, voltarmo-nos para a condição humana em sua complexi-dade e vulnerabilidade. É superar os processosde dominação pecaminosa do sistema de merca-do neoliberal e direcionarmo-nos para umavivência comunitária marcada pela graça divinae pela solidariedade humana.

De acordo com o Plano para a Vida e Mis-são da Igreja, "a educação como parte da Missãoé o processo que visa oferecer à pessoa e comu-nidade uma compreensão da vida e da socieda-de, comprometida com uma práticalibertadora, recriando a vidae a sociedade, segundo omodelo de Jesus Cristo".Na busca de compreensãoda sociedade contemporâ-nea, os quatro pilares para aeducação do século XXI, advindosda Unesco (DELORS, São Paulo, Brasília, Unesco,1999), indicam relevantes possibilidades de atua-ção educacional no mundo contemporâneo.Aprender a ser, aprender a fazer, aprender a co-nhecer e aprender a viver juntos oferecem pistasdas exigências sociais ao ser humano contempo-râneo: humanizar-se (ser), capacitar-se para asações exigidas pela sociedade atual (fazer), bus-car o conhecimento continuamente (aprender ouconhecer) e socializar-se (viver juntos).

Aprender sempre está na pauta do dia.Abre-se à Igreja, portanto, um campo enorme deatuação no sentido da capacitação humana e da

AsAsAsAsAs comunidades são comunidades são comunidades são comunidades são comunidades sãodesafiadas a se constituirdesafiadas a se constituirdesafiadas a se constituirdesafiadas a se constituirdesafiadas a se constituir

em comunidades ativas deem comunidades ativas deem comunidades ativas deem comunidades ativas deem comunidades ativas deresistência.resistência.resistência.resistência.resistência.

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construção das condições de vida digna a todas as pessoas.Especialmente porque, em nosso país, a maioria da popula-ção não tem acesso ao sistema educacional e tem sido excluídado mercado de trabalho, o que elimina as possibilidades deuma vida digna: alimentação, trabalho, educação, saúde...

Somos, portanto, vocacionados por Deus para denunci-ar a exclusão e anunciar e promover a necessária construçãode uma sociedade para todos. Esse processo exige uma atua-ção educacional que considere a diversidade humana e quebusque criar condições de acessibilidade para as pessoas nosmais diversos espaços sociais.

Assim, nos variados campos de atuação (lar, igreja local,instituições de ensino da Igreja, escolas oficiais do Estado euniversidades, grupos comunitários, espaços sociais), somosconvidados a uma fundamental conversão: do olharclassificatório, seletivo e excludente para o olhar relacional einclusivo. Inspirados pelas palavras de Jesus Cristo - "Eu vimpara que todos tenham vida e vida em abundância" (Jo10.3) - precisamos perguntar pelas condições de formação ecapacitação do ser humano contemporâneo, questionandosempre os sistemas de dominação e morte à luz do Reino deDeus. Nossa missão passa pela promoção de processos edu-cacionais (sistemáticos ou assistemáticos) que possibilitem efacilitem a inclusão em suas diversas vertentes: educacional,econômica, digital, etc.

10. Missão e Ação Social

A Igreja, inspirada pelo Espírito Santo, tem como missãoagir na sociedade sempre proclamando a justiça e o amorincondicional de Deus a todos, sem fazer acepção de pessoas(At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9). Este é o modelo que o próprioJesus nos indicou. Nesses termos, devemos atuar socialmentepara a ressignificação da dignidade humana como um atribu-

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to do ser humano, em que a dignidade original de todas aspessoas converta-se em direito humano.

Reafirmamos, portanto, que "a ação social da Igreja,como parte da missão, é nossa expressão humana do amor deDeus. É o esforço da Igreja para que seja feita a vontade doPai. Isso acontece quando, sob a ação do Espírito Santo, nosenvolvemos em alternativas de amor e justiça que renovam avida e vencem o pecado e a morte, conforme a própria expe-riência e vida de Jesus Cristo" (PVMI).

Todavia, na hierarquização das relações sociais e da ex-clusão social, a dignidade humana tem sido violada pela socie-dade contemporânea. Padrões de capacidade, normalidade ede inserção social impõem-se como os únicos viáveis, portan-to, faz-se necessário reafirmarmos o que cremos: "Não existenenhum valor acima da pessoa humana, criada à imagem esemelhança de Deus" e "O pleno desenvolvimento humano, averdadeira segurança e ordem sociais só se alcançam na me-dida em que todos os recursos técnicos e econômicos e osvalores institucionais estão a serviço da dignidade humana naefetiva justiça social" (PVMI). Para tal, importa atuarmos noexercício da justiça e do amor, por intermédio de nossos donse ministérios, no sentido da participação total da Igreja namissão de Deus (1Co 12.1-30; Ef 4.5) nos bairros, nas cida-des, no campo, no País e em todo o mundo.

Um conceito importante neste novo momento da socieda-de, quando se busca superar a exclusão social, é a equiparaçãode oportunidades. Ele desafia a ação missionária da Igreja nosentido de sua contribuição para a igualdade de oportunidadesnos espaços sociais, dando visibilidade a atores sociais até en-tão ignorados em sua minoria, tais como: crianças, mulheres,

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idosos, pessoas com deficiência, afro-descenden-tes, etc. Trata-se de agir no sentido da emergênciade novos atores sociais e de novas formas de orga-nização social e política que primem pela vivênciada cooperação e da solidariedade e pelo compro-misso com a corporeidade humana - buscandocondições de uma vida digna e prazerosa para to-das as pessoas.

Esse modelo de ação social exige a supera-ção de uma visão assistencialista e paternalista -pelo qual a pessoa humana não ganha visibilidadee não assume o protagonismo da própria vida.

Entendemos que o exercício da ética cristãdeve ser o principio de toda ação social, espe-cialmente nas relações político-sociais, sempre"estimulando o desenvolvimento de uma cida-d a - nia responsável e o preparo para maior

participação nas estruturas eprocessos de decisões"

(PVMI). Desse modo,nossa atuaçãomissionária deve buscar

os caminhos da cooperaçãoe solidariedade, sem laços de

dependência e sem subjugar a pessoa, até entãomarginalizada e excluída das condições de umavida digna.

Considerando as atuais condições de vidano planeta terra - como a devastação das áreasverdes, a escassez de água, o acúmulo de lixo,etc. - a atuação missionária, em sua vertente so-cial, também deve "apoiar, incentivar e partici-

Somos desafiados aSomos desafiados aSomos desafiados aSomos desafiados aSomos desafiados auma atuação missionáriauma atuação missionáriauma atuação missionáriauma atuação missionáriauma atuação missionáriaque busque os caminhosque busque os caminhosque busque os caminhosque busque os caminhosque busque os caminhos

da cooperação...da cooperação...da cooperação...da cooperação...da cooperação...

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par das iniciativas em defesa da preservação do meio ambien-te" (PVMI). Trata-se de denunciar os pecados cometidos con-tra o meio-ambiente e de defender a natureza como parte dacriação de Deus (Gn 1). Devemos, portanto, como Igreja,apoiar e promover ações no sentido da valorização dabiodiversidade e da implementação do desenvolvimento sus-tentável em nosso país.

As ações missionárias nosníveis da Igreja

Apresentamos nas partes Um e Dois deste Pla-no os Compromissos Missionários e as Bases daAção Missionária. São os elementos fundamentaispara a elaboração dos Planos de Ação Missionária.

Cada nível de atuação da Igreja Metodista (con-forme a estrutura que temos: nacional, regional,distrital, Igreja local, e nesses também a consideraras suas instituições, tais como as educacionais e asconhecidas "AMAS") elabora o seu Plano de AçãoMissionária. Esses Planos serão construídos e escri-tos em consonância com nosso tempo, nossa voca-ção eclesial e com as necessidades do povo, lem-brando que a Igreja também é povo.

É intencional a inclusão da palavra "ação"nos títulos desses Planos, que são programáticos.Em geral um Plano de Ação, numa fase dedetalhamento, terá que atender a estas indaga-ções: O quê? Para quê? Para quem? Com quem?Como? Onde? Quando? Com quanto?

Estejamos atentos: a finalidade não está emrepetir na Igreja as mesmas ações em todos os ní-veis. É importante entender e configurar aespecificidade operacional de cada um dos níveisna Igreja. Cada nível cumpre os compromissos queassumimos, por meio de ações de acordo com assuas competências. Tenhamos sempre em vista queas ações de cada nível repercutem nos demais, poiscada nível colabora e inspira aos outros, de talmodo que estejam em "inter-ação" na totalidade

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da missão. Na Igreja, planejar as ações missionárias é uma tare-fa em mão dupla, indo e vindo entre os níveis. Cada Plano deAção Missionária - em acordo com as competências e respon-sabilidades do nível a que pertence - tem que considerar asrealidades, características e possibilidades dos demais níveis.Nessa "inter-ação", destacamos que cada Igreja local precisa,no espírito e contexto da conexidade metodista, levar em contaque ela não é autônoma. Isto é, o Plano Local de Ação Missionáriatem que: 1) considerar e acompanhar os direcionamentos,prioridades e compromissos expostos neste Plano Nacional Mis-sionário; 2) atender ao Plano de Ação Missionária de sua Re-gião (Campo) que, por vez, há de estar em consonância com oPlano do nível nacional da Igreja.

É necessário que cada Plano de Ação, no nível em queestiver, apresente com clareza quanto à forma e a quem cabea responsabilidade do acompanhamento do mesmo, tendo emvista obter-se efetiva realização de programas, projetos, ativi-dades nele propostos.

Competências e principais finalidades que confi-guram as ações, programas, projetos e recursos paraa missão previstos nos Planos de Ação Missionária emcada nível da Igreja.

A) Área Nacional da Igreja. Em sua dimensão nacio-nal, a Igreja Metodista como comunidade a serviço do povo seexpressa com estas principais competências: 1) Tornar visívela face da Igreja e audível a sua mensagem, a sua palavra pro-fética para nosso tempo, país e confins da terra, em meio àglobal realidade do mundo. A ação profética pública une avisão da Palavra e do Reino com a realidade social, religiosa,política, cultural, econômica e ética que afeta profundamentea vida do povo. A responsabilidade missionária profética con-tribui para ajudar as igrejas locais e instituições a tambémcumprir, em outra dimensão e de outros modos, a mesma

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tarefa. 2) Fortalecer e promover, da esfera nacio-nal à local, a doutrina, identidade, unidade,conexidade e ação missionária da Igreja Metodista.

Registra-se neste Plano (por de-cisão do 18º. Concílio Ge-

ral, em cumprimento aoArt, 73, inciso 1,Cânones 2002) que onúmero de cargos

para Bispos/as é 8(oito).

B) Nível regional. Competeaos níveis regionais (Região ou Campo Missioná-rio), inspirados pelas orientações e diretrizes daIgreja, planejar e articular a ação missionária emum Plano de Ação que atenda às característicassociais e culturais da área sob sua abrangência.É sua responsabilidade promover e orientar aosDistritos e Igrejas locais.

C) Nível Distrital. O Distrito, em seu modode estar em missão, é um espaço no qual aconte-ce a integração, articulação e promoção da açãomissionária com as igrejas locais, em conexão esolidariedade. O Distrito Eclesiástico propicia acomunhão, a fraternidade, o compartilhar e opastoreio mútuo entre lideranças locais, pasto-res/pastoras e diferentes ministérios.

D) Igreja local. Vista e entendida como aagência básica da ação missionária da Igreja, édecisiva a sua configuração em Dons e Ministé-rios. Sobre esta forma de ser igreja, veja-se no

Fortalecer a doutrina,Fortalecer a doutrina,Fortalecer a doutrina,Fortalecer a doutrina,Fortalecer a doutrina,identidade, unidade,identidade, unidade,identidade, unidade,identidade, unidade,identidade, unidade,

conexidade e ação missionáriaconexidade e ação missionáriaconexidade e ação missionáriaconexidade e ação missionáriaconexidade e ação missionáriada Igreja Metodista.da Igreja Metodista.da Igreja Metodista.da Igreja Metodista.da Igreja Metodista.

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item 5 deste Plano. Esse é o modo metodista de fazer missão eforma de garantir que esteja visível a ação da Igreja Metodista,e dessa com a Igreja Corpo de Cristo, em seu compromissocom a integridade das pessoas, da coletividade e de toda acriação. A Igreja é uma comunidade de servos e servas deJesus Cristo, anunciando e vivendo o Evangelho em atos depiedade, obras de misericórdia, espaço de adoração, acolhi-mento. Há um sacerdócio universal de todos os crentes.

Os Cânones da Igreja esclarecem sobre deveres a seremcumpridos pelos membros, sejam clérigos ou leigos. A Igrejalocal caminha na graça, serve com os dons, produz os frutosdo Reino de Deus. Ela é ‘comunidade missionária a serviço dopovo, espalhando a santidade bíblica sobre toda a terra’. Es-forços e recursos precisam voltar-se para esta base missionária.

Aos níveis da Igreja (local, distrital, regional, nacional),a fim de concretizar os compromissos apresentados na Pri-meira Parte deste Plano, enfaticamente orientamos no sentidode que, em seus Planos de Ação Missionária, agrupem as açõesem Áreas de Trabalho, ou Linhas de Ação, de acordo com suascompetências e finalidades. Que procedam assim de modo avisualizar os relacionamentos entre atividades, ministérios, se-cretarias, setores, programas, com "inter-ação" entre os ní-veis. Orientamos que esses grupamentos das ações sejam daseguinte forma:

• Ações educativas (formação, capacitação, preparação).

• Ações de responsabilidade social.

• Ministérios de trabalho com crianças.

• Ações de Expansão Missionária (anúncio da fé em Cris-to, evangelização, novos campos nacionais ou internacionais).

• Ações de comunicação.

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• Ações administrativas.

• Ações pastorais comunitárias (envolvendo ministériopastoral e laicato).

Orientações a respeito de ações: desejáveis, cabíveise possíveis - deverão ser fornecidas em continuidade a estePlano, de forma pedagógica, pelos níveis da Igreja. Desde já,entretanto, recordamos que o Plano para a Vida e a Missão daIgreja Metodista possui uma parte relativa a "Plano para asáreas de vida e trabalho" e essas permanecem como possibi-lidades operacionais e estratégicas. É orientador o que aí po-demos encontrar. São úteis para os Planos de Ação.

Conclusão

Como Igreja, temos nos aperfeiçoado quan-to à relevância de atuar com planejamento, fu-gindo assim de atividades dispersas e descone-xas que não levam a resultados concretos. Ao pla-nejar podemos alcançar resultados satisfatórios,frutos de nossa prática pastoral e ministerial. Pla-nejar de maneira participativa é algo mais desafia-dor ainda, pois determina a qualidade do Planoao incluir, desde o seu início, o envolvimento daspessoas que participarão nas ações.

Em nosso ato de plane-jar, o texto do Evangelhode Mateus 9.35-38 éoportuno, pois coloca

diante de nós a multidãoe o envio para a grande seara

chamada Brasil e América Latina, queestá pronta para a semeadura do Evangelho doReino de Deus. O ato de planejar sustenta a nos-sa vocação para ser comunidade missionária.

Entregamos à Igreja Metodista este PlanoNacional Missionário como direção para o quedesejamos e esperamos realizar e alcançar nopróximo período eclesiástico. O Plano apresentaos principais fundamentos que caracterizam eorientam o movimento metodista e que nos des-pertam para um compromisso missionário maisconcreto, relevante e frutífero, seguindo a óticado Reino de Deus.

O ato de planejarO ato de planejarO ato de planejarO ato de planejarO ato de planejarsustenta a nossa vocação: sersustenta a nossa vocação: sersustenta a nossa vocação: sersustenta a nossa vocação: sersustenta a nossa vocação: ser

comunidade missionáriacomunidade missionáriacomunidade missionáriacomunidade missionáriacomunidade missionária

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Cumpramos essa tarefa, tendo diante de nós o desafio deJesus Cristo: "A seara, na verdade, é grande, mas os traba-lhadores são poucos". Que nosso Plano Nacional Missionáriodesafie o povo metodista a ser obreiro dessa seara, a vivercomo ‘comunidade Missionária a serviço do povo, espalhan-do a santidade bíblica sobre toda a terra’.

Metodologia de Estudos do PlanoNacional Missionário

1. Uma visão geral do Plano

A missão da Igreja acontece do pensar ao agir. Nada podeser inconseqüente, mas fruto de vivências, reflexões e experi-ências. Por isso, o Plano Nacional Missionário de nossa Igrejase estrutura da seguinte forma:

Os compromissos são o cerne do Plano Missionário, por-que determinam aquilo em que nós acreditamos como pontosessenciais na missão. A partir deles e, ao mesmo tempo sus-tentando-os, temos as bases, os princípios que norteiam asações, a prática missionária da Igreja.

2. Entendendo nossos compromissos

Esta parte do documento precisa ser estudada e entendi-da na perspectiva de "fundamentos". A absorção desses con-teúdos por parte dos diversos segmentos da Igreja dará maisprofundidade e eficiência às ações.

Propomos uma dinâmica de estudo desses compromissos eum posterior desdobramento na prática dos ministérios e gruposnas diversas esferas da Igreja. A dinâmica de "vestir a camisa".

COM

PROMIS

SOS

BASES

AÇÕES

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Fazer desenhos recortadosem cartolina, com as frases doscompromissos em cada uma de-las. Trata-se de um verdadeirotime de futebol, com 12 compro-missos (vamos incluir o técnicono time para ficar perfeito!). Numa

equipe, todos os jogadores devem estar integrados para garan-tir o melhor desempenho e, consequentemente, o alcance doobjetivo maior, que é a vitória. Assim, ao analisar as doze cami-sas expostas uma ao lado da outra, pensar e discutir:

1. Esses compromissos, seguidos lado a lado, visam àpromoção da unidade da Igreja em todos os sentidos e emtodos os seus segmentos.

2. Quais dessas camisas são mais "fáceis de vestir" naprática da Igreja hoje? Isto é, dentre esses compromissos, quaisestão mais visíveis em nossa ação?

3. Quais dessas camisas precisam ainda "aparecer maisno jogo", isto é, os fundamentos que ainda não temos pratica-do ou sobre eles refletido com a mesma intensidade?

4. Que compromissos parecem mais ligados a que ministé-rios, instituições ou esferas da vida da Igreja com mais intensida-de? Como fazê-los interagir mais em termos de ações conjuntasdos ministérios, instituições ou organizações de nossa Igreja?

5. De que maneira poderíamos estabelecer uma "escalação"desses fundamentos na prática ministerial de nossa Igreja? Istoé, quais poderiam ser as estratégias a empregar para montaresse time para valer em nossa instância de ação na vida da Igre-ja? Como tornar visível esses fundamentos no dia-a-dia?

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Para o item 5, apresentamosalgumas sugestões que podemser incorporadas à vida dos seg-

mentos eclesiásticos conforme adisponibilidade:

1. Produção de jornal mural, reportando as ações de-senvolvidas e de que maneira elas pontuam os compromissosdo Plano Nacional.

2. Pastorais e meditações nos diversos níveis de publica-ções (Expositor Cristão, boletins regionais e locais; veículosde comunicação das instituições).

3. Estabelecer um compromisso como ênfase mensal du-rante os 12 meses do ano no período eclesiástico, abordan-do-o em mensagens, reuniões e diversas formas de comuni-cação conforme cada segmento da vida da Igreja.

4. No Plano de Ação local, distrital, regional e nacional, acada ação proposta relacionar o compromisso ou compro-missos com que se identifica de modo mais específico e, nomomento da avaliação, detectar não apenas de a ação propos-ta foi realizada, mas de que maneira ela atende ao compro-misso proposto.

5. De forma criativa e em conjunto, criar "slogans" a par-tir desses compromissos, que possam ser utilizados como ummeio pedagógico de melhor injetá-los na vida e na prática dossegmentos da Igreja.

6. Produção periódica de material específico de reflexãoe avaliação do Plano Nacional Missionário, como forma dedespertamento: circulares a funcionários e funcionárias, mem-bros, pastores e pastoras, cooperantes e parcerias; nas reuni-ões ordinárias de cada segmento, retomar a reflexão e solici-tar avaliações à luz do Plano Nacional, etc.

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dos segmentosdos segmentosdos segmentosdos segmentosdos segmentos

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3. Assumindo nossas bases

As bases da ação missionárias são como que os "pontosde partida" de onde os compromissos se concretizam em ações.Assim como numa casa, os fundamentos são primordiais paraque as ações se sustentem e alcancem os alvos. No Plano Na-cional, são apresentadas como bases os seguintes pontos:

1. Igreja e Missão

2. Missão e Evangelização

3. Missão, Identidade e Confessionalidade

4. Missão, Igreja e Ministério Pastoral

5. Missão e Igreja Local

6. Missão e Renovação da Experiência Religiosa

7. Missão e Comunicação

8. Missão e Educação Musical

9. Missão e Educação

10. Missão e Ação Social

Tendo em mãos o Plano Nacional, seria interessante pro-por um estudo dessas bases e seu conseqüente desdobramen-to nas ações missionárias das diversas esferas da vida da Igre-ja, preenchendo o quadro na próxima página para melhorvisualização. Este pode ser um exercício executado em qual-quer nível de ação. A partir desse quadro, torna-se possívelviabilizar o Plano de Ação de cada área na vida da Igreja.

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Uma ajuda para entender palavrasdo PNM

MISSÃO: diz respeito ao motivo de existir, à razão de ser, ao papelda Igreja (ou de uma organização) no mundo em que ela é parte. AIgreja Metodista declara que sua missão é participar do propósito deDeus, de "reconciliar consigo mesmo o ser humano, libertando-o detodas as coisas que o escravizam, concedendo-lhe uma nova vida àimagem de Jesus Cristo, pela ação e poder do Espírito Santo, a fim deque, como Igreja, constitua neste mundo e neste momento histórico,sinais concretos do Reino de Deus" (PVMI B, 4).

COMPROMISSO: Com-pró-misso. Juntos, na comunidade-igreja,estabelecemos alvos para realizar a missão. Neste PNM, a Igreja propõedirecionamentos, estabelece objetivos a alcançar, propõe linhas ou áre-as de ação, metas. Os Planos Nacionais, aprovados em cada ConcílioGeral, orientam sobre ações missionárias adequadas às circunstânciase necessidades atuais.

AÇÃO: é o ato de intervir na realidade por meio de uma ou váriasatividades, de modo espontâneo ou planejado. Na ação missionária daIgreja, interessam-nos as ações planejadas.

AÇÃO MISSIONÁRIA: inclui todas as dimensões da Vida e Missãoda Igreja, tais como: adoração, pastoreio, discipulado, educação, açãosocial, comunicação, evangelização, administração e expansãomissionária.

EXPANSÃO MISSIONÁRIA: significa o empenho da Igreja, por meiode um ou mais de seus ministérios, instituições, projetos, para expan-dir a ação missionária onde ainda não estiver presente e atuante, emdimensão geográfica (novos lugares) ou em aspectos da vida humanaa serem atendidos (dimensão cultural, existencial, etc.).

PLANEJAMENTO: é um processo de aquisição de conhecimentose informações, tomada de decisões e desenvolvimento de ações paraalcançar resultados desejados. Implica projetar um futuro, prever. Épensar antes, durante e depois das ações: qual o melhor caminho, comseus recursos e atividades, para chegar ao objetivo pretendido. As prin-cipais fases do planejamento são: diagnosticar uma situação e desejarmodificá-la, levantar recursos e possibilidades existentes, pôr em papel

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um plano, executar as atividades, avaliar os resultados alcançados, se-guir aperfeiçoando. É um processo constante, como num círculo: vai evolta para melhorar (há quem tenha usado "planejamento" como nomedo documento escrito, isto é, do "plano"; optamos usar "planejamento"tão somente para nomear o processo do planejar constante).

PROJETO: conjunto organizado de atividades que se inicia parater uma duração pré-determinada, a fim de atender a uma certa finali-dade. Porém, por vezes a palavra "projeto" tem ficado no nome de umaação missionária iniciada há um certo tempo e que ficou permanente.Na Igreja, os ministérios ou instituições têm sustentado e desenvolvidoprojetos.

ÁREAS DE TRABALHO OU LINHAS DE AÇÃO: são expressões usa-das para indicar um conjunto organizado e constante de projetos ou açõespermanentes, todos voltados a uma mesma finalidade maior (No PNM,essas expressões substituem a palavra programa, que não utilizamos,pois no uso diário "programa" significa "os momentos que vão acontecernuma festa, num encontro, num culto" ou "programa de rádio, de TV" eesse significado não é o que queremos destacar). Na Igreja, os ministéri-os e instituições voltados a atender a uma mesma questão sustentam edesenvolvem "áreas de trabalho" ou "linhas de ação".

PLANO: é um documento escrito, uma parte do processo de pla-nejamento, que registra as decisões, escolhas, orientações das ações aserem executadas. Há tipos ou níveis de Plano, mostrados a seguir.

PLANO PARA A VIDA E A MISSÃO DA IGREJA - PVIM: documentopermanente, serve como plano diretor. Ele declara os valores, os fun-damentos doutrinários, bíblicos, teológicos, históricos para direcionara Igreja. Todos os planos da Igreja precisam ser coerentes com o PVIM.

PLANO NACIONAL MISSIONÁRIO - PNM: aprovado em ConcílioGeral, o Plano orienta a Igreja para as ações no período eclesiástico (oatual plano foi aprovado para 2007-2012). Estabelece os princípios,compromissos, direcionamentos para as ações e as competências dosníveis da Igreja.

PLANO DE AÇÃO - em obediência ao PVMI e PNM, cada nível daIgreja (nacional, regional, distrital, local e institucional) estabelece oseu Plano de Ação em que detalha tudo quanto, de fato, pretenderealizar. O PNM apresenta, brevemente, as principais partes de umPlano de Ação.