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Ministério da Cultura Instituto Brasileiro de Museus Museu da Abolição PLANO MUSEOLÓGICO JUNHO 2017

PLANO MUSEOLÓGICO · A primeira atualização do Plano Museológico ocorreu ao longo dos últimos meses de 2011 e início de 2012 em atendimento à Lei n° 11.904,

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Ministério da Cultura

Instituto Brasileiro de Museus

Museu da Abolição

PLANO MUSEOLÓGICO

JUNHO 2017

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Presidente do Instituto Brasileiro de Museus

Marcelo Mattos Araújo

Diretora do Museu da Abolição

Maria Elisabete Arruda de Assis

Chefe de Serviço

Roberto Tadeu Cardoso de Moraes

Administração

André de Barros Guimaraes Maia

Telma Maia Pinheiro

Ação Educativa

Fabiana de Lima Sales

Museologia

Daiane da Silva Carvalho

Daisy Conceição Santos

Biblioteca e Arquivo

Simone Novaes Lins

Estagiários

Eduarda Amélia Nascimento Da Silva

Herivelton Bartolomeu Trindade Lins

Jaqueline Soares da Silva

Raimundo Nonato Batista Júnior

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[...] o nosso olhar pousa o seu foco sobre o movimento que foi,

sem dúvida, o maior momento, incomparavelmente maior do que

a luta buscada hoje por todos nós, descendentes de escravos, da

saga negra no País, o Abolicionismo. Movimento literário,

movimento político, movimento cívico, movimento estimulador

da reflexão e conhecimento científico, propiciador da maior

complexidade entre intelectuais de elite, classe média negro

mestiça, massas escravas sublevadas, Exército Nacional, Igreja

progressista e liberalismo internacional, jamais repetida com tal

fervor, elegância e virulência de linguagem e poder revelador da

verdadeira face da nacionalidade. O Abolicionismo de Nabuco,

Rebouças, Gama, Castro Alves e Patrocínio repousa, no fundo,

indiferente de nossa memória injusta, como um momento

insuperável da luta de integração daquele que João Ubaldo

Ribeiro chama de "o povo brasileiro". Ali, no Abolicionismo,

metalurgizava-se, pela primeira e insuperada vez, o metal

negro/mestiço brasileiro, convergência do melhor que o País já

pode juntar de seu élan civilizante, o Abolicionismo será sempre

um dos maiores momentos político-culturais deste País, que a

necessidade de destruir a obra da escravidão, como queria

Nabuco, seja o mote para a reterritorialização do espaço

abolicionista em nosso tempo, para que a face negra do povo, da

vida e da cultura da Nação seja plenamente revelada

Gilberto Moreira Passos Gil, Ministro da Cultura (2003-2008),

no discurso “A anti-comemoração da abolição”, promovido pela

Fundação Pedroso Horta no Senado Federal, durante os trabalhos

constituintes do “Encontro Brasil-África”.

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SUMÁRIO

Página

Apresentação 07

Introdução 08

Parte I: Definição da instituição

1 - Histórico do Museu da Abolição 10

1.1 - O bairro da Madalena 10

1.2 - O Sobrado Grande da Madalena 10

1.3 - A criação do Museu da Abolição 10

1.4 - Desapropriação, tombamento e reforma do Sobrado Grande da Madalena como sede

do Museu da Abolição

11

1.5 - Definição do Museu da Abolição na estrutura do IPHAN 11

1.6 - Inauguração do Museu da Abolição 11

1.7 - Primeiro fechamento do Museu da Abolição 12

1.8 - Reabertura do Museu da Abolição 12

1.9 - Segundo fechamento do Museu da Abolição 12

1.10 - A criação da Associação de Amigos do Museu da Abolição (AMAB) 13

1.11 - Transferência da gestão do MAB para a Administração Central do IPHAN 13

1.12 – Exposição “O Que a Abolição Não Aboliu” e construção do Macro-roteiro 13

1.13 - Criação do IBRAM – 2009 14

1.14 - Mudança da Superintendência do IPHAN-PE – 2010 14

1.15 - Exposição em Processo – 2010 14

1.16 – Desmontagem da Exposição em Processo e ocupação das salas de exposição de

Longa Duração

15

1.17 - Chegada dos novos servidores s 15

1.18 - Reforma e Restauro - Recursos do PAC das Cidades Históricas 15

1.19 - Diretores do Museu da Abolição em Ordem Cronológica 15

2 – Missão do Museu da Abolição 16

3 - Objetivos 16

3.1 - Objetivo geral 16

3.2 - Objetivos específicos 16

4 - Diagnóstico 17

4.1 - Institucional 17

a) Dispositivos institucionais de organização e gestão 17

b) Organograma 17

c) Quadro funcional 17

d) Associação de Amigos 18

e) Participação em organizações nacionais e internacionais 19

f) Parcerias e Cooperação Técnica 19

g) Projeto Selos 19

4.2 - Espaço físico e instalações 19

a) Quadro de áreas 20

b) Espaços existentes 20

4.3 - Acessibilidade 21

4.4 - Acervos 22

a) Acervo museológico 22

b) Acervo Bibliográfico e Hemerográfico 24

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4.5 - Exposições 26

a) Exposição de Longa Duração 26

b) Exposição de Curta Duração 29

c) Exposições Itinerantes 29

4.6 - Segurança 29

a) Recursos humanos 29

b) Equipamentos e medidas de segurança 30

c) Condições da infraestrutura do Museu 30

4.7 - Educativo 31

a) Exibição de filmes - Videoteca 32

b) Apoio a ações educativas realizadas por outras instituições 32

c) Realização de debates/cursos/fóruns/palestras voltados para a discussão de

temas ligados à cultura afro-brasileira

32

d) Ludoteca 32

4.8 - Públicos 33

4.9 - Atividades e Serviços 34

a) Mini-Auditório. 34

b) Jardim 34

c) Biblioteca e Arquivo 35

4.10 - Gestão de Pessoas 35

4.10.1 - Palestras Educativas 35

4.11 - Pesquisa 36

4.12 - Comunicação 36

a) Telefonia 36

b) Internet e Rede 36

c) Site do Museu 37

d) Redes sociais 37

e) Comunicação externa/Publicidade 37

f) Sinalização 37

g) Comunicado Interno 38

4.13 - Recursos materiais 38

a) Núcleo Técnico e Administrativo 38

b) Mini-Auditório 38

c) Copa 39

d) Equipamentos Musicais 39

e) Ludoteca 39

f) Núcleo Técnico (museologia) 39

4.14 - Manutenção dos espaços 40

5 - Análise SWOT - Pontos fortes e fracos 40

6 - Análise SWOT - Ameaças e oportunidades 41

Parte II: Programas

1 - Programa Institucional 43

1.1 - Regimento Interno do Museu da Abolição 43

1.2 - Projeto Selos 43

1.3 - Parcerias/Cooperação Técnica 43

2 - Programa de Gestão de Pessoas 44

2.1 - Estrutura Funcional 44

2.1.1 Organograma 44

2.1.2 Competências e Atribuições 45

a) Da Direção 45

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b) Do Núcleo Técnico 45

c) Do Núcleo Administrativo 45

d) Do Conselho Consultivo 46

2.2 - Capacitação e Atualização 46

2.2.1 Ciclo de Palestras Educativas do Museu da Abolição 46

2.4 - Acompanhamento do Desempenho Individual 46

2.5 – Reuniões Técnicas e Administrativas 47

3 - Programa de Acervos 47

3.1 - Aquisição e Descarte de Acervos 47

3.2 - Documentação 47

3.3 - Conservação 48

4 - Programa de Exposições 48

4.1 - Exposições Temporárias e Itinerantes 48

4.2 - Exposição de Longa Duração 48

5 - Programa Educativo e Cultural 48

6 - Programa de Pesquisa 49

7 - Programa Arquitetônico e Urbanístico 49

8 - Programa de Segurança 50

9 - Programa de Financiamento e Fomento 52

10 - Programa de Atividades e Serviços 52

10.1 - Laboratório de Experimentação Musical do Museu da Abolição - LEMMA 52

10.2 – Biblioteca / Arquivo 52

10.3 – Mini-auditório 52

10.4 – Jardim 52

11 - Programa de Comunicação 53

11.1.- Telefonia 53

11.2 - Internet e Rede 53

a) Internet 53

b) Rede 53

11.3 - Comunicação Interna 53

a) Comunicados 53

b) Sinalização 53

11.4 - Comunicação Externa / Publicidade 53

Parte III: Anexos

Anexo 1 - Minuta do regimento interno do Museu da Abolição 55

Anexo 2 - Minuta da política de aquisição e descarte de acervo museológico 67

Anexo 3 - Plantas do diagnóstico / ocupação do MAB 82

Anexo 4 - Plantas de Readequação dos espaços do MAB 85

Anexo 5 - Colaboradores do GT/MAB 92

Anexo 6 - Colaboradores da Exposição em Processo 94

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APRESENTAÇÃO

Este Plano Museológico é resultado dos debates e reflexões da equipe do Museu da

Abolição - MAB realizadas sobre a versão do Plano Museológico de março de 2012,

o qual foi produzido a partir da primeira versão do Plano Museológico, de Fevereiro

de 2007, e do dossiê elaborado pelo Grupo de Trabalho GT/MAB. Este GT foi criado

a partir da realização do Seminário “O Museu que Nós Queremos”, realizado em

março de 2005. O Seminário contou com a participação de representantes de diversas

instituições culturais e religiosas, técnicos de museus, professores, representantes da

sociedade civil e dos movimentos sociais, o qual definiu a atuação do MAB sob a

perspectiva da Museologia Social. A presente atualização foi desenvolvida em

atendimento aos Art. 44 e Art. 46, Parágrafo 3°, do Estatuto de Museus, instituído

pela Lei 11.904, de 14 de janeiro de 2009, inserido na Política Nacional de Museus.

Maria Elisabete Arruda de Assis

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INTRODUÇÃO

Este documento é produto dos debates e reflexões da equipe que integra o Museu da Abolição

(MAB), composta por servidores concursados pelo IBRAM/MINC. Esta é a terceira versão deste

documento, que atualiza a segunda versão do Plano Museológico do MAB, datada de 2012. Nesta

perspectiva, atende à Portaria Normativa nº 1 de 05/07/06, que regulamentava a criação do Plano

Museológico para as instituições ligadas ao Departamento de Museus e Centros Culturais/ Instituto do

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/ Ministério da Cultura (DEMU/IPHAN/MINC).

A primeira versão do Plano museológico do MAB foi elaborada em 2007 com base nos documentos

produzidos pelo GT/MAB (2005), que contou com intensa mobilização de comunidades do Estado de

Pernambuco, em conjunto com técnicos e especialistas. O Museu foi repensado de modo a permitir a

reflexão da problemática, dos anseios e dos sonhos da comunidade afrodescendente, além do sentido

da preservação de sua memória por meio das múltiplas visões do processo histórico abolicionista.

Naquele momento, com a participação e apoio da comunidade local, foi estabelecida a perspectiva de

o MAB tornar-se Centro de Referência da Cultura Afro-brasileira. Esta perspectiva continua como

o grande desafio do Museu da Abolição no atual Plano Museológico, assim como a consolidação de

seu Regimento Interno.

A primeira atualização do Plano Museológico ocorreu ao longo dos últimos meses de 2011 e início de

2012 em atendimento à Lei n° 11.904, de 14 de janeiro de 2009, Seção III, Art. 46, Parágrafo 3°, que

instituiu o Estatuto de Museus e define: “O Plano Museológico deverá ser avaliado permanentemente

e revisado pela instituição com periodicidade definida em seu regimento”. Neste processo, foi

definida a atuação do Museu da Abolição, de modo a adequá-lo às mudanças ocorridas nos últimos

anos, em função das ações do IBRAM e das transformações econômicas do Estado de Pernambuco.

Em 2016 foram feitas atualizações do histórico e Programas do Plano Museológico do MAB, sem

alteração da sua missão e objetivos. Este documento é o resultado destas atualizações.

Esta versão do Plano Museológico do MAB leva em consideração os trabalhos resultantes do

quinquênio 2012-2016, durante o qual as políticas internas foram consolidadas, os projetos executivos

de readequação dos espaços do museu e de sua museografia foram desenvolvidos, além dos novos

projetos e programas que resultaram em uma ampliação e diversificação dos públicos. Todas as

atividades desenvolvidas buscaram dar continuidade aos diálogos com a comunidade local, ou seja, a

continuidade do processo participativo que marcou a construção do Museu da Abolição, como “o

Museu que nós queremos”. Desta forma, buscou ampliar os espaços de interação e diversificação dos

públicos, atendendo às diversas propostas e perspectivas destes públicos, o que resultou nas diversas

parcerias realizadas ao longo destes anos.

Este Plano está dividido em três partes: a primeira parte apresenta a definição da instituição e seu

histórico; sua missão e objetivos; e os diagnósticos: Institucional, Espaço Físico e Instalações,

Acessibilidade, Acervos, Exposições, Educativo, Segurança, Gestão de Pessoas, Exposições,

Pesquisa, Financiamento e Fomento, Comunicação; Pontos Fortes, e Pontos Fracos, e Ameaças e

Oportunidades. A segunda parte apresenta os programas: Institucional, Gestão de Pessoas, Acervos,

Exposições, Educativo e Cultural, Pesquisa, Arquitetônico e Urbanístico, Segurança; Financiamento e

Fomento; e Comunicação. A terceira parte é integrada pela minuta do regimento interno; minuta da

política de aquisição e descarte de acervo museológico; planta-baixa do diagnóstico e ocupação atual do

MAB; e planta-baixa com a readequação dos espaços do Museu.

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PARTE I

DEFINIÇÃO DA INSTITUIÇÃO

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1 - Histórico do Museu da Abolição

1.1 - O bairro da Madalena

As terras do bairro da Madalena pertenciam, originalmente, ao fidalgo Duarte Coelho Pereira, capitão

donatário da capitania de Pernambuco, que as recebeu por meio da carta de Doação de D. João III.

Duarte Coelho, por sua vez, doou estas terras para seu cunhado Jerônimo de Albuquerque, e, após sua

morte, seus filhos herdaram-na e foram vendendo suas propriedades. O bairro foi, no passado, uma

das melhores zonas produtoras de açúcar.

O trecho onde está localizado o atual bairro da Madalena foi vendido no séc. XVII a Pedro Afonso

Duro, casado com Madalena Gonçalves, que fundou no local um engenho de açúcar. O engenho

estava localizado à margem de uma das vias de acesso ao interior da capitania de Pernambuco, a

estrada Real, cujo trecho chamava-se “Passagem da Madalena”, referindo-se ao nome da proprietária

deste engenho. A formação do bairro da Madalena está ligada à construção do engenho, que servia de

referência, na época, por sua imponente presença. Ganhou nome e importância com o passar dos anos,

surgindo, desta forma, residências em seu entorno, constituindo definitivamente o Bairro da

Madalena.

1.2 - O Sobrado Grande da Madalena

O engenho de açúcar estabelecido pelo fidalgo Pedro Afonso Duro foi vendido sucessivamente a

vários proprietários que o mantiveram funcionando como engenho. O seu casarão era considerado um

dos mais importantes da região no séc. XVII, e era conhecido como Sobrado Grande da Madalena.

Durante as invasões holandesas, foi transformado em estância fortificada para resistência aos

invasores, sendo palco de lutas pela restauração pernambucana.

No século XIX, pertenceu ao 3º Barão de Goiana, João Joaquim da Cunha Rego Barros1, tio e sogro

do Conselheiro do Império, Senador, Ministro e Chefe do Gabinete Imperial, João Alfredo Corrêa de

Oliveira, que o recebeu como herança do falecido tio. Nessa época, passou a ser conhecido como o

“Casarão de João Alfredo”. Assim como Joaquim Nabuco, João Alfredo foi um abolicionista que

lutou pelo fim do sistema escravagista.

O casarão era construção de destaque no bairro da Madalena que se ia formando, com os novos sítios

e casarões de famílias abastadas. Na segunda metade do século XIX sofreu uma grande restauração,

adaptando-se ao estilo neoclássico da época: revestimento de azulejos, esquadrias com bandeiras,

sacadas de ferro forjado e modificações arquitetônicas lhe deram a configuração atual, voltando a ser

conhecido como Sobrado Grande da Madalena.

Durante o período da II Guerra Mundial foi ocupado por uma unidade do Exército Brasileiro. Após a

segunda guerra, foi utilizado pela Cooperativa de Transportes João Alfredo e pela Companhia

Pernambucana Autoviária Ltda., como garagem e oficina para conserto de ônibus. Por fim,

abandonado e em péssimo estado de conservação, muitas famílias desabrigadas passaram a utilizar o

imóvel como moradia.

1.3 - A criação do Museu da Abolição

Na década de 50 surge a proposta de criação do Museu da Abolição, elaborada pelo professor

Martiniano Fernandes e encaminhada ao Senado Federal, através do Senador Joaquim Pires, como

Projeto de Lei nº 39, de 14.05.1954, em honra aos abolicionistas João Alfredo e Joaquim Nabuco.

Consta do texto do projeto que “se solicite à abertura de crédito necessário à aquisição do prédio onde

1 In, Vasconcelos, Ligia Rabelo Alves de, Gente de Goyanna : descendência dos casais João Joaquim da

Cunha Rego Barros, Manoela de Castro Caldas (III Barões de Goiana) e José Ignácio Ferreira Rabelo, Manoel Francisca Xavier da Cunha Coutinho. Ed. Universitária da UFPE, 2002.

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residiu o Conselheiro João Alfredo, conhecido como Palacete da Madalena, para fazer adaptações e a

instalação, nele, da Sede do Museu da Abolição”.

Em 22 de dezembro de 1957, o Presidente Juscelino Kubitscheck criou o Museu da Abolição com

Sede na Cidade do Recife, por meio da Lei Federal nº 3357, em homenagem àqueles dois

abolicionistas.

1.4 – Desapropriação, tombamento e reforma do Sobrado Grande da Madalena como sede do

Museu da Abolição

Em 1960, a Câmara Municipal do Recife aprovou Projeto de Lei nº 103, que estabeleceu como de

utilidade pública a desapropriação do Sobrado Grande da Madalena, com a finalidade de ser ali

instalado o Museu da Abolição.

A desapropriação foi efetivada através do Decreto Municipal nº 4514 de 30/12/1961, sancionada pelo

prefeito Miguel Arraes de Alencar, para a instalação do Museu, o qual passou a ser mantido pelo 1º

Distrito da DPHAN - Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

As despesas para a desapropriação e restauração ficaram a cargo do Governo Federal. Para o

cumprimento do estabelecido, a DPHAN, órgão responsabilizado pela manutenção e restauração do

Museu da Abolição, repassou à Prefeitura Municipal do Recife a quantia de Cr$ 6.000.000 (seis

milhões de cruzeiros). Em 1964 ocorreu a emissão de posse do imóvel.

Em 28 de novembro de 1966, o Sobrado Grande da Madalena foi reconhecido e tombado pela

DPHAN como Patrimônio Nacional, e inscrito no Livro Histórico de Tombo, volume um (1), folha

63, inscrição 389.

As obras de restauração do imóvel duraram vários anos, devido ao seu péssimo estado de

conservação, à envergadura dos trabalhos e à dimensão do prédio. Foram iniciadas em 1968,

estendendo-se até 1975, quando o 1º Distrito da DPHAN ali se instalou.

1.5 - Definição do Museu da Abolição na estrutura do IPHAN

O Regulamento Interno do IPHAN, que definiu a estrutura, a área de atuação e a competência dos

Museus e Casas Históricas da Instituição, foi publicado no Diário Oficial da União, por meio da

norma 230, de 30/03/1976, artigos 2, 4 e 23. Nele a Sede do Museu Abolição, em Recife – PE, foi

simplesmente vinculada ao Grupo VII - Unidade Museológica. Quando ocorreu a reformulação do

IPHAN e criou-se a Fundação Nacional Pró-Memória, em 1979, a classificação do MAB no

Regulamento Interno permaneceu a mesma, sem nenhuma outra especificação.

Na extinção da Fundação Pró-Memória e constituição do IBPC – Instituto Brasileiro do Patrimônio

Cultural, os Museus não foram mencionados. Após este período, o Museu da Abolição ficou

vinculado à Regional do IPHAN, atual Superintendência do IPHAN em Pernambuco.

1.6 - Inauguração do Museu da Abolição

Em setembro de 1982, o então Secretário de Cultura do Ministério de Educação e Cultura, Marcos

Vinícius Vilaça, instalou um Grupo de Trabalho, com a tarefa específica de elaboração de um projeto,

execução e implantação do Museu da Abolição, com inauguração determinada para 13/05/1983,

sendo a Portaria correspondente publicada apenas em 12/04/1983. O Grupo de Trabalho foi integrado

por Alair Barros, Olímpio Serra, Regina Timbó, Raul Lody e Roberto Motta.

Devido ao curto tempo disponível, o Grupo elaborou duas propostas: uma de curto prazo, para

efetivar a inauguração do Museu; e outra de longo prazo, para dar as condições de funcionamento e

desenvolvimento de suas funções e atribuições, assim como a montagem das seções técnicas e

administrativas necessárias.

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Naquele momento, foram explicitados os objetivos, metas, regulamento, estrutura, organograma,

quadro mínimo de pessoal (15 funcionários), equipamentos e necessidades para sua implantação e

funcionamento, proposta esta que nunca chegou a ser viabilizada.

Realizaram-se consultas através de correspondências a várias personalidades e instituições ligadas à

temática afro-brasileira, solicitando sugestões e subsídios para a definição do Museu da Abolição.

Cerca de 200 cartas foram enviadas, obtendo-se apenas pouco mais de 20 respostas. No relatório de

avaliação, o Grupo de Trabalho concluiu que a forma de consulta utilizada não foi a mais proveitosa

para a participação das referidas instituições e personalidades, indicando que a realização de um

seminário traria maiores e melhores subsídios.

O Museu da Abolição foi oficialmente inaugurado em 13/05/1983, com a exposição “O Processo

Abolicionista Através dos Textos Oficiais”, de curta duração, com a maioria do acervo de outras

instituições culturais, cedido por empréstimo ou em regime de comodato. A exposição ocupou 12

salas do pavimento superior e o hall de entrada principal do prédio.

1.7 - Primeiro fechamento do Museu da Abolição

A exposição “O Processo Abolicionista Através dos Textos Oficiais” permaneceu montada até o

ano de 1990. Naquele ano, o Museu foi fechado à visitação, em consequência da reforma

administrativa imposta pelo governo de Fernando Collor. A rubrica orçamentária que constava do

orçamento da Fundação Nacional Pró-Memória, denominada “manutenção do Museu da Abolição”,

foi extinta. Do mesmo modo, foi extinto o contrato com a prestadora de serviços que fornecia os

monitores, a recepcionista e a auxiliar de limpeza, ficando o Museu sem condições de atendimento ao

público.

1.8 - Reabertura do Museu da Abolição

Em setembro de 1996 o Museu da Abolição reabriu suas portas, com espaço físico

consideravelmente reduzido, em virtude da ocupação do pavimento superior pela 5ª Superintendência

Regional do IPHAN. O acervo existente na instituição, neste momento, também era mínimo em

virtude da devolução de vários objetos às instituições de origem.

Neste período, o Museu passou a utilizar apenas o espaço do pavimento térreo, constituído por

uma sala de exposição permanente, denominada “Memorial”, duas salas de exposições temporárias

para expressões da cultura afro-brasileira, históricas e contemporâneas, um auditório e uma sala de

administração. Do mesmo modo, seu reduzido quadro de pessoal era composto apenas por dois

técnicos, funcionários do IPHAN, e um estagiário.

1.9 - Segundo fechamento do Museu da Abolição

A partir de janeiro de 2005, o MAB foi obrigado a suspender o atendimento ao público, por falta de

condições de trabalho e de estrutura para atendimento e desenvolvimento de suas ações.

Desta vez, a iniciativa partiu da própria administração do Museu, que conseguiu enxergar, na

dificuldade apresentada, uma oportunidade para repensar o conceito da instituição. Criou-se, assim, o

Seminário “O Museu que Nós Queremos” com o objetivo de mobilizar os diversos segmentos da

sociedade, para discutir, conjuntamente, a missão, objetivos e o futuro do Museu da Abolição.

Naquele momento iniciou-se o primeiro contato direto com a sociedade.

Durante a realização do Seminário, foram elaborados dois documentos que apresentaram sugestões e

propostas, e reafirmaram a necessidade de ocupação física integral do Sobrado Grande da Madalena, e

estabeleceu-se a criação de um Grupo de Trabalho, denominado GT/MAB. O grupo tinha por missão

a apresentação de um dossiê estabelecendo a missão, os objetivos, e o processo necessário para a

redefinição do novo Museu, com prazo de entrega para o mês de julho de 2005. Este grupo foi

constituído por representantes de movimentos sociais, grupos religiosos, técnicos e acadêmicos, os

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quais se reuniam com a equipe do Museu, para refletir sobre o tema abolição e as expectativas da

comunidade afrodescendente em relação ao Museu. Nos encontros do GT/MAB, buscou-se delinear o

início de uma política museológica participativa, por meio das múltiplas visões dos envolvidos sobre

o processo histórico abolicionista e suas consequências atuais.

O GT/MAB reuniu-se semanalmente, de março a julho de 2005, durante quatro meses, e elaborou o

dossiê sobre o Museu da Abolição. Este documento serviu de base para a criação do primeiro Plano

Museológico, o qual foi finalizado em 2007 com os seguintes itens: histórico do Museu, incluindo as

legislações de criação, constituição e desapropriação do imóvel onde o Museu está localizado,

situação organizacional dentro do IPHAN, diagnóstico e situação daquele momento, com a definição

de missão, objetivos e metas, ações gerais e específicas e uma proposta de orçamento necessário para

dar continuidade aos trabalhos e efetivar a reabertura do MAB. Todavia, as propostas de

reestruturação física do Museu, colocadas nesta primeira versão do Plano Museológico não chegaram

a se concretizar, uma vez que não houve recursos financeiros destinados para tal.

Além das reuniões do GT/MAB, foram efetuadas quatro pesquisas de opinião, junto à população, o

que acrescentou subsídios aos trabalhos. Estas pesquisas também foram utilizadas para a elaboração

do Plano Museológico, num processo participativo de criação entre técnicos, representantes de

instituições culturais e religiosas, movimentos sociais e cidadãos em geral.

Em outubro de 2006, o Museu passou a contar com mais um técnico, que se integrou à sua equipe, por

meio do concurso público do IPHAN realizado em 2005. Naquele momento, o quadro funcional

passou a contar com: uma arquiteta, Evelina Grunberg; um museólogo, Adolfo Samyn Nobre de

Oliveira; uma socióloga, Simone Novaes; e uma estagiária.

1.10 - A criação da Associação de Amigos do Museu da Abolição (AMAB)

A Associação de Amigos do Museu da Abolição (AMAB) foi fundada em 14 de dezembro de 2006,

por vários integrantes do GT/MAB e outros representantes de instituições políticas e religiosas, com a

finalidade de apoiar as atividades e objetivos do Museu.

1.11 – Transferência da gestão do MAB para a Administração Central do IPHAN

Em 29 de janeiro de 2007, através da portaria № 42 de 26/01/07, a gestão administrativa, financeira e

patrimonial do Museu da Abolição foi transferida da 5ª Superintendência Regional para a

Administração Central do IPHAN. O Departamento de Museus e Centros Culturais ficou responsável

por sua operacionalização.

1.12 – Exposição “O Que a Abolição Não Aboliu” e construção do Macro-roteiro

Em 12 de março de 2008, o museu reabriu com a Exposição Campanha “O que a Abolição não

Aboliu” trazendo uma nova perspectiva do negro e da abolição. A exposição propunha, além do

debate sobre o tema abolição, a participação do visitante, que podia “plantar” suas sugestões e ideias

em um canteiro destinado a isto. As sugestões foram “colhidas” e compiladas pela equipe do museu,

que as classificou em categorias como: infra-estrutura, acervo, atividades, temas, divulgação, criticas

e elogios, entre outros.

Em continuidade às ações de abertura e com a proposta de participação, o museu mobilizou o público

em um processo de organização do seu espaço expositivo, denominado “Projeto de Elaboração

Participativa da Exposição de Longa Duração do MAB”. O objetivo deste projeto era reunir os

diversos segmentos da sociedade em torno do plano de reabertura do MAB e apresentar à sociedade o

museu como espaço para reflexão sobre a temática abolição, em uma perspectiva histórica das lutas

sociais e da resistência do povo negro, estabelecendo canais de participação efetiva da sociedade na

sua gestão.

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O público alvo foi composto pelos movimentos sociais interessados nos temas: direitos humanos,

igualdade racial, raça/etnia, grupos religiosos de matrizes africanas; desenvolvimento de práticas

participativas na gestão de instituições públicas; profissionais de museus; educadores; grupos

artísticos de matriz africana, e acadêmicos com interesse de estudo nas questões gênero/raça/etnia.

A participação estava aberta a qualquer pessoa interessada, bastando comparecer às reuniões. Ao

final, foram realizadas dez reuniões, com metodologias que variaram entre rodas de diálogos, oficinas

e palestras. A meta era reunir um número expressivo e diversificado de pessoas para desenvolver as

diversas fases da construção do projeto: elaboração do projeto de exposição de longa duração;

apresentação do projeto consolidado aos participantes; debater a função social do museu e o papel dos

museus na atualidade (museus, memória e poder); levantamento de temas e assuntos a serem

abordados na exposição; análise do material coletado na exposição campanha; discussão dos temas e

objetivos da exposição e organização dos temas nos espaços expositivos do Museu.

Com a intenção de manter o diálogo entre o museu e o público, foram desenvolvidas diversas formas

de participação como: intervenções nas rodas de diálogo; mensagens enviadas por cartas ou correio

eletrônico (dirigidos ao Museu da Abolição); contribuições semeadas na Exposição Campanha “O que

a Abolição não aboliu”, e mensagens deixadas no blog do museu. O resultado de todo o processo

participativo levou à criação de um macro-roteiro, composto por assuntos escolhidos e discutidos

pelos participantes.

1.13 - Criação do IBRAM

Com a criação do Instituto Brasileiro de Museus - IBRAM, cuja lei (Lei nº 11.906) foi sancionada

pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2009, o Museu da Abolição

passou a ser administrado por esta autarquia. O IBRAM é vinculado ao Ministério da Cultura e

sucedeu o antigo Departamento de Museus e Centros Culturais do Instituto do Patrimônio Histórico e

Artístico Nacional (IPHAN), incorporando os direitos, deveres e obrigações relacionados aos museus

federais.

1.14 - Mudança da Superintendência do IPHAN-PE – 2010

Em fevereiro de 2010, a Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional –

IPHAN em Pernambuco desocupou o espaço físico do prédio do Museu da Abolição, onde estava

instalado há mais de 30 anos e passou a funcionar no Palácio da Soledade, localizado no bairro da

Boa Vista, com a parceria IPHAN-UNICAP. Com a saída do IPHAN, o Museu da Abolição passou a

ocupar o casarão integralmente, com a possibilidade efetiva de realizar seus objetivos e cumprir sua

missão, em sua plenitude, como uma instituição museológica.

1.15 - Exposição “Processo” - 2010

O macro-roteiro, definido a partir das discussões iniciadas em 2005 e retomadas em 2008, orientou as

temáticas das salas de exposição. Através de uma oficina expográfica, realizada com o público

interessado, foi montada a “Exposição em Processo”, respeitando os temas estabelecidos. A exposição

foi inaugurada no dia 20 de novembro de 2010, Dia Nacional da Consciência Negra.

Da mesma forma que na Exposição Campanha, o visitante era provocado a pensar a nova proposta de

museu, podendo modificar ou complementar o que já estava exposto. Em constante processo de

transformação, cada sala temática ficou propositalmente inacabada para que o visitante deixasse sua

contribuição e se sentisse partícipe deste processo.

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1.16 - Desmontagem da Exposição em Processo e ocupação das salas de exposição de Longa

Duração durante o período de 2013 a 2016

A Exposição em Processo foi desmontada em outubro de 2013, em virtude da falta de condições de

sua permanência, uma vez que todo o material de construção de seus suportes era de papelão e os

mesmos estavam em péssimas condições de conservação. Em seu lugar foi montada a exposição

Mostra do Acervo do Museu da Abolição que teve início a 05 de novembro de 2013 e permaneceu até

23 de setembro de 2014. Ela marcou o início das comemorações do Mês da Consciência Negra de

2013 e apresentou os objetos do acervo histórico do MAB, além de expor pela primeira vez ao

público a escultura Samburu Dance I da artista plástica Marianne Houtkamp, doada ao museu em

2012 pela Receita Federal.

Em setembro de 2014 a exposição do artista plástico Braz Marinho ocupou todas as salas do andar

superior do casarão. Composta por esculturas, pinturas, vídeo instalação, e desenhos, sob a curadoria

de Karem Almeida, Raul Córdula e Charles Martins. A exposição de arte contemporânea foi abraçada

pelo Museu da Abolição por vislumbrar a oportunidade de levar seu público a refletir sobre a

sociedade que vivemos, sob uma perspectiva crítica. O conjunto de sua obra nos traz questões sobre o

cotidiano social, marcado pelo capitalismo opressor, pelo egoísmo e pelo individualismo, assim como

sobre a violência a que somos submetidos diariamente. O artista faleceu em fevereiro de 2013.

Após a desmontagem da exposição de Braz Marinho, foi montada a exposição de fotografias do V

Concurso Mestre Luís de França, cuja abertura se deu em 13 de Maio de 2016 e reuniu as três

fotografias premiadas no concurso realizado em 2015, as cinco fotografias que tiveram menção

honrosa e mais 25 fotografias que foram escolhidas a partir do tema Mulher Negra Protagonista,

definido para o Projeto Selos MAB 2016.

1.17- Chegada dos Novos Servidores

No segundo semestre de 2010, chegaram os recém-concursados para completar o quadro de servidores

do Museu da Abolição, nomeados pelo Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM. O quadro do Museu

passou a ter a seguinte configuração: um (1) Diretor; um (1) Técnico II; um (1) Técnico I; um (1)

Analista I - Administração; um (1) Assistente Técnico; um (1) Técnico em Assuntos Culturais -

Museologia; um (1) Técnico em Assuntos Educacionais; dois (2) Estagiários na área de museologia.A

equipe do MAB foi ampliada com a chegada da nova diretora, em 2012, e com a transferência de um

Analista I do Ibram sede, em 2013.

1.18 – Reforma e Restauro - Recursos do PAC das Cidades Históricas

Em 2013 o MAB foi contemplado com Recursos do PAC das Cidades Históricas, para viabilizar

reforma e requalificação do Museu. Os projetos executivos de restauro, complementares (hidráulico,

elétrico, climatização, segurança) e museográfico foram finalizados em janeiro de 2016 e submetidos

ao IPHAN para aprovação do orçamento. Os projetos foram enviados à equipe do PAC, em Brasília,

em agosto de 2016 e aguardam análise e aprovação. Após esta fase, os projetos devem ser licitados

para realização das obras.

1.19 – Diretores do Museu da Abolição em Ordem Cronológica

1984 - Alair Siqueira Barros - maio a dezembro

1984 a 1990 - Angela de Barros Sumavielle

1990 a 1996 - Museu fechado- Responsável: Superintendente do IPHAN

1996 a 2001 - Fernando Augusto de Souza Lima

2002 a 2009 - Evelina Grumberg

2010 a 2011 - Adolfo Nobre

2011 a 2012 - Fabiana Sales

2012 – Maria Elisabete Arruda de Assis

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2 - Missão do Museu da Abolição

Preservar, pesquisar, divulgar, valorizar e difundir a memória, os valores históricos, artísticos e

culturais, o patrimônio material e imaterial dos afrodescendentes, por meio de estímulo à reflexão e ao

pensamento crítico, sobretudo quanto ao tema abolição, contribuindo para o fortalecimento da

identidade e cidadania do povo brasileiro.

3 - Objetivos do Museu da Abolição

3.1 - Objetivo geral

Preservar, pesquisar, divulgar, valorizar e difundir a memória, os valores históricos, artísticos e

culturais, e o patrimônio material e imaterial dos afrodescendentes.

3.2 - Objetivos específicos

Promover a reflexão crítica sobre a participação dos africanos e seus descendentes na história do

processo escravista brasileiro, na Abolição, nas lutas libertárias e na formação da nacionalidade;

Desenvolver projetos (pesquisa, exposição, debates, seminários) sobre temas transversais,

referentes aos direitos humanos: acesso ao trabalho, políticas públicas de inclusão, intolerância

religiosa, racismo, preconceito, exclusão, gênero, etnias, liberdade, trabalho escravo

contemporâneo etc.; de modo a incentivar o fortalecimento da autoestima e promover a

visibilidade afirmativa dos afrodescendentes na sociedade brasileira;

Promover ações de reconhecimento, valorização e preservação do Patrimônio Cultural Afro-

brasileiro, material e imaterial, nas instituições e comunidades afrodescendentes;

Estimular práticas culturais e educativas no espaço do museu e nas atividades a serem

desenvolvidas com seus parceiros;

Implantar rede de articulação e cooperação com instituições e movimentos afins, públicos e

privados, religiosos, culturais e de ação social;

Desenvolver parcerias com Universidades e instituições de ensino com vistas a desenvolver

projetos de pesquisas sobre as temáticas: cultura afro-brasileira, abolição e temas correlatos;

Promover o Museu da Abolição como instituição federal de referência nacional da cultura afro-

brasileira;

Estabelecer política de aquisição de acervo a partir de editais, pesquisa, coleta e incentivo às

doações, junto às instituições universitárias, museológicas, comunidade em geral e movimentos

sociais e religiosos afrodescendentes;

Promover cursos de capacitação para professores da rede pública, de nível fundamental e médio,

visando instrumentalizá-los para o trabalho com o patrimônio cultural dos afrodescendentes

como recurso auxiliar para inserção do tema nos currículos escolares, com base na Lei Federal nº

10.639/03;

Promover as ações do Museu em consonância com a Lei nº 12.343 de dezembro de 2010, que

institui o Plano Nacional de Cultura e com a Política Nacional de Museus.

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4 - Diagnóstico

4.1 - Institucional

Até o mês de janeiro de 2009 a gestão administrativa, financeira e patrimonial do Museu da Abolição

esteve subordinada à Administração Central do IPHAN, sob a responsabilidade do Departamento de

Museus e Centros Culturais (DEMU). Com a criação do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM),

autarquia vinculada ao Ministério da Cultura, através da Lei 11.906, de 20 de janeiro de 2009, o

Museu da Abolição passou a ser uma Unidade Museológica integrante do IBRAM, ao lado de outras

28 instituições museais em todo o país.

a) Dispositivos institucionais de organização e gestão

Seu funcionamento é regido pelo Estatuto dos Museus, instituído pela Lei 11.904 de 14 de janeiro de

2009. Todavia, por não ser Unidade Gestora e por ter uma Associação de Amigos sem atuação para

captação de recursos e desarticulada, desde abril de 2014, o Museu da Abolição conta com restrições

financeiras. Além disto, não consolidou seu regimento interno, desde a elaboração do seu primeiro

Plano Museológico. Frente a estes motivos, o Museu encontra dificuldades em cumprir todas as

orientações estabelecidas no Estatuto de Museus.

b) Organograma

c) Quadro funcional

O quadro de pessoal do Museu da Abolição manteve-se reduzido até o início de 2010, contando

apenas com dois servidores e dois estagiários, o que dificultava o desenvolvimento de ações e

projetos, provocando sobrecarga de trabalho. Com a realização do concurso público do IBRAM,

quatro novos servidores ingressaram no quadro do Museu, sendo dois na área de Administração, um

na área de Educação, e um na área de Museologia.

No mapeamento realizado a pedido do IBRAM / DPGI, em 2010, sobre a quantidade de servidores

necessários para a composição da equipe do MAB, foi indicado a necessidade de oito (8) servidores,

além dos dois (2) já existentes, com um total de 10 servidores. A aprovação deste mapeamento foi

desmembrada em duas etapas: uma primeira que contemplou a inclusão de quatro (4) novos

servidores, no primeiro semestre daquele ano. A segunda etapa, ainda não ocorreu.

Direção

Núcleo

Administrativo

Núcleo Técnico

Estagiário

Museologia

Educativo Biblioteca/

Arquivo

Estagiário

Estagiário

Terceirizados

Estagiário

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Com a posse da nova diretora, em janeiro 2012, a equipe de servidores foi ampliada. Em março de

2013, o MAB recebeu mais um servidor, Analista I, transferido do IBRAM sede, para ocupar o cargo

de chefia de serviços, o qual estava disponível desde janeiro. A instituição conta hoje com oito

servidores.

Até 2010, a instituição contava com dois estagiários. Em março de 2014, em virtude da necessidade

de mediação, e uma vez que o número de recepcionistas passou de quatro (4) para dois (2) postos,

foram destinados mais dois (2) estagiários, à instituição.

O MAB passou a contar com o serviço de terceirizados contratados para realizar a recepção em 02 de

julho de 2013. Este contrato, com quatro (4) recepcionistas, se estendeu até 02 de julho de 2014. O

segundo contrato só iniciou em fevereiro de 2015, com redução de dois (2) postos. Os estagiários

contratados são das áreas de, ciências sociais, comunicação, museologia e administração. Hoje o

MAB conta com duas (2) recepcionistas e quatro (4) estagiários de nível superior, sendo um para dar

suporte à área administrativa e três para a área técnica.

Entre 2014 e 2015 existia um técnico em informática, permanente no MAB, que realizava o serviço de

manutenção e reparo na rede e nas estações de trabalho de cada servidor. Este técnico foi substituído,

em julho de 2015, pela prestação de serviço presencial a partir de demanda por problema identificado.

Em Outubro de 2015, com o propósito de atender o decreto nº 8.540/2015, cujo objetivo referia-se a

medidas de racionalização do gasto publico, esta unidade museológica teve que reduzir de 7 (sete)

para 6 (seis) postos na referida prestação de serviços.

Pelo mesmo motivo (atender o decreto nº 8.540/2015), em julho de 2016, houve redução do

quantitativo de postos de vigilância diurno, de 4 (quatro) para 2 (dois) postos. A partir de então, o

quadro funcional do Museu passou a ter a seguinte configuração:

Um (1) Diretor;

Duas (2) Técnicas em Assuntos Culturais - Museologia;

Um (1) Técnico em Assuntos Educacionais;

Um (1) Técnico II;

Um (1) Analista I - Administração;

Um (1) Analista I;

Um (1) Assistente Técnico;

Quatro (4) Estagiários nas áreas de museologia, ciências sociais, comunicação e administração,

que dão suporte à área técnica e administrativa.

Seis (6) Funcionários terceirizados, responsáveis pelo serviço de limpeza e conservação;

Quatro (4) postos de segurança terceirizados: dois (02) postos diurnos, e dois (2) postos

noturnos;

Dois (2) postos de recepção terceirizados.

d) Associação de Amigos

A Associação de Amigos do Museu da Abolição (AMAB) foi criada no dia 14 de dezembro de 2006,

num processo de articulação entre os técnicos do Museu e a sociedade, visando ao desenvolvimento

de ações para a reabertura do Museu, que, à época, encontrava-se fechado. A AMAB foi cadastrada

como associação junto ao IPHAN, conforme estabelecia a Portaria Normativa nº1 de 12 de Janeiro de

2007.

A Associação possui estatuto reconhecido em cartório e desde abril de 2014, não realizou eleições

para presidência e diretoria e, por este motivo, encontra-se com os cargos vacantes desde aquela data.

A única iniciativa de captação de recursos foi a inscrição do Projeto Acessibilidade para a Abolição,

que propunha a instalação de um elevador e demais adaptações. O projeto foi inscrito no Programa

CAIXA de Apoio ao Patrimônio Cultural Brasileiro – Patrocínio 2013/2014, sob o nº 541, o qual foi

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desenvolvido pela equipe do MAB e arquitetas do IBRAM, e foi aprovado. Todavia não houve

contratação para execução do mesmo, uma vez que os débitos da Associação de Amigos não foram

pagos.

A Associação foi reconhecida pelo IBRAM, por meio da Portaria nº 40, de 8 de fevereiro de 2013, de

acordo com a Instrução Normativa nº 01, de 27 de outubro de 2011, todavia a renovação deste

reconhecimento ainda não ocorreu tendo em vista a não contratação do projeto aprovado pela CAIXA,

assim como vacância da presidência e direção da AMAB. O Museu da Abolição vem mobilizando a

comunidade local para revitalizar a associação, realizando reuniões e debates sobre a importância e

criação de associações de amigos de museus, em articulação com alunos de museologia da UFPE e

instituições museológicas de Recife e Olinda.

e) Participação em organizações nacionais e internacionais

A partir de 2009, por iniciativa do IBRAM, que assumiu o pagamento das respectivas anuidades,

o Museu passou a ser membro da Associação Brasileira de Museologia (ABM) e do Conselho

Internacional de Museus (ICOM).

f) Parcerias e Cooperação Técnica

Desde 2005 o MAB vem desenvolvendo parcerias com os movimentos sociais e instituições públicas

e privadas. A partir de 2012 estas parcerias foram intensificadas e algumas delas formalizadas para

desenvolvimento de projetos que resultem em ampliação das atividades e acervos do MAB, assim

como captação de recursos para desenvolver projetos. Dentre estas podemos citar o ACT entre o

MAB e a Fundação Joaquim Nabuco para produção e diagramação do livro “Histórias Femininas:

Mulheres na História, História de Mulheres”; e a parceria estabelecida entre o MAB e o Centro

Cultural São Paulo, para realização de pesquisa, mapeamento e digitalização do acervo afro-

pernambucano que se encontra sob a guarda daquele Centro, no Acervo da Missão de Pesquisas

Folclóricas Mario de Andrade. O projeto foi denominado “Repatriação Digital” e digitalizou todos os

objetos e documentos identificados naquele acervo e passa a compor o acervo digital do MAB que

pode utilizar as fotografias dos objetos mapeados durante 20 anos.

e) Projeto Selos

Abrindo a programação anual de 2016, o Museu da Abolição lançou o projeto Selos, cujo objetivo é

associar a imagem institucional aos temas inerente à sua Missão, oferecendo ao público a

oportunidade para refletir sobre questões relevantes do mundo contemporâneo. Este projeto passou a

fazer parte, de maneira permanente, da programação do MAB, e propõe projetos, eventos, ações, e

exposições, sob o tema escolhido a cada ano. Do mesmo modo, estimula a sociedade, os movimentos

sociais, instituições públicas e privadas a realizarem atividades em parceria, ou mesmo desenvolver

projetos, ações e eventos próprios, nos espaços do MAB. O Selo MAB 2016 foi lançado no dia 08 de

março daquele ano, sob o tema Mulher Negra Protagonista. A imagem escolhida para compor o selo

foi a obra “Biju de Licuri” do artista Ramon Martins

O Museu da Abolição vem desenvolvendo projetos com outras instituições, sobre questões

importantes que envolvem temas de gênero, como: a discriminação sexual; o acesso ao crédito por

trabalhadoras rurais; a produção das mulheres quilombolas; a formalização do emprego doméstico; a

inclusão social, a institucionalização da memória das minorias, etc..

4.2 - Espaço físico e instalações

Atualmente, as instalações do MAB permitem o funcionamento das suas atividades de forma precária.

Há necessidade urgente de obras de restauro e de adequação dos espaços para atendimento ao público

(especialmente acessibilidade), e para funcionamento dos núcleos técnico e administrativo. Todas as

salas de exposição apresentam fios expostos, paredes, portas, janelas e portais estragados, o que

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contribui para um aspecto de degradação dos ambientes, além de oferecer riscos diversos aos

visitantes e funcionários.

Os danos da edificação já foram mapeados em projeto realizado em 2010, todavia interrompido por

erros identificados no processo de contratação. Em 2014, com os recursos do PAC das Cidades

Históricas, foram contratados os projetos executivos de adequação, restauro, complementares e

museográfico, os quais estão finalizados e aguardando aprovação do IPHAN para licitar a contratação

das obras.

A adequação, substituição ou reparo na rede elétrica, hidráulica, telefônica e lógica, são pontos

essenciais do projeto de restauro e adequação, assim como a instalação de sistema de climatização, de

rampas e elevador para viabilizar a acessibilidade ao casarão e área externa. Da mesma forma, estão

previstos no projeto a construção de uma sala para o Laboratório de Experimentação Musical -

LEMMA, no edifício de apoio, e espaço para café, loja e novos banheiros, na área externa.

a) Quadro de áreas

Área Total do terreno 6.302,74 m²

Área existente do pavimento térreo (sobrado) 570,16 m²

Área existente do 1º pavimento (sobrado) 517,96 m²

Área total do Sobrado 1.088.12 m²

Área total do anexo 213,75 m²

Área total de construção (sobrado e anexo) 1.301,87 m²

Área de solo impermeabilizado 2.144,20 m²

Área total de solo natural 2.571,32 m² Fonte: levantamento realizado em 2010 pela empresa ArqD.

[Ver Anexo 3 - Plantas do diagnóstico / ocupação do MAB]

b) Espaços existentes

Área total construída do MAB inclui: Sobrado, teatro de arena, anexo, garagem e guarita. O Sobrado

Grande da Madalena e é assim dividido:

O pavimento térreo apresenta 13 ambientes com um pequeno jardim interno nos fundos e o

pavimento superior é dividido em 12 ambientes;

A área externa da sede do MAB possui amplo jardim com teatro de arena, camarins, banheiros,

garagem, copa e estacionamento, onde são desenvolvidas atividades artísticas e culturais.

Ambientes utilizados pelo Museu no Sobrado Grande da Madalena:

AMBIENTE (Planta) ESPAÇO (Função) ÁREA

Ambiente 01 Sala de exposição temporária 1 30, 07 m2

Ambiente 02 Hall de entrada/Recepção 46,75 m2

Ambiente 03 Sala de exposição temporária 2 29,61 m2

Ambiente 04 B WC Masculino 9,42 m2

Ambiente 05 B WC com acessibilidade 3,31 m2

Ambiente 06 B WC Feminino 9,66 m2

Ambiente 07 Ambiente/Circulação 2,25 m2

Ambiente 08 Ambiente/Circulação 11,53 m2

Ambiente 09 Ambiente/Circulação 11,22 m2

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Ambiente 10 Hall da escada 19,61 m2

Ambiente 11 Sala de exposição temporária 3 44,07 m2

Ambiente 12 Reserva Técnica 46,28 m2

Ambiente 13 Mini-Auditório para 50 pessoas 54,10 m2

Ambiente 14 Depósito 46,18 m2

Ambiente 15 Hall de escada dos fundos/circulação 7,27 m2

Ambiente 16 Descanso na escada 5,95 m2

Ambiente 17 Vazia/Sem uso 42,02 m2

Ambiente 18 Copa 5,27 m2

Ambiente 19 Hall Entrada Núcleo Técnico 10,30 m2

Ambiente 20 Área Técnica – Museologia e Arquivo 25,07 m2

Ambiente 21 Jardim/Pátio 110,06 m2

Ambiente 22 Sala de exposição de longa duração 2 31,98 m2

Ambiente 23 Sala de exposição de longa duração 3 49,68 m2

Ambiente 24 Sala de exposição de longa duração 4 31,45 m2

Ambiente 25 Sala de exposição de longa duração 1 20,19 m2

Ambiente 26 Vazia/Sem uso 17,20 m2

Ambiente 27 Sala de exposição de longa duração 5 56,75 m2

Ambiente 28 Reserva Técnica 30,18 m2

Ambiente 29 Vazio/sem uso (acesso ao telhado) 9,14 m2

Ambiente 30 Vazio/sem uso 9,23 m2

Ambiente 31 Sala de exposição de longa duração 6 59,10 m2

Ambiente 32 Sala de Serviço Técnico I 47,54 m2

Ambiente 33 Hall escada/circulação 15,61 m2

Ambiente 34 Sala de Serviço Técnico II 43,73 m2

Área Total dos ambientes 917,98 m2

4.3 - Acessibilidade

De acordo com a Norma 9050:2004, que estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem

observados no que diz respeito às condições de acessibilidade, o Museu da Abolição não se configura,

até o presente, como um espaço cultural de uso público “visitável”, visto que este termo somente se

aplica a espaços que tenham pelo menos um local de convívio social acessível e um sanitário acessível

unissex.

Atualmente, o MAB possui um sanitário adaptado para o uso de portadores de cadeira de rodas ou

portadores de mobilidade reduzida, porém não possui rampas de acesso ao interior do sobrado pelas

portas laterais, pelo jardim interno ou mesmo pelo hall de entrada. Também não existem rampas que

permitam o acesso do portador de cadeira de rodas ou de mobilidade reduzida, para o jardim externo,

copa, camarim ou teatro de arena. Do mesmo modo, não existe nenhum tipo de acessibilidade para o

pavimento superior, onde se encontram exposições de média duração, realizadas enquanto o projeto

museográfico não se consolida.

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Em relação à sua expografia, o Museu não possui textos em Braille, figuras, pictogramas em relevo,

ou dispositivos eletrônicos de áudio que permitam a fruição da Exposição pelo deficiente visual.

Tampouco possui em seu quadro de funcionários um intérprete ou alguém capacitado em LIBRAS

(Língua Brasileira de Sinais). No estacionamento do MAB, não existe indicação de vagas especiais

para portadores de cadeiras de rodas ou de mobilidade reduzida.

Em dezembro de 2012, o Projeto Acessibilidade para o Museu da Abolição, apresentado pela

Associação de Amigos do Museu da Abolição-AMAB, no valor de R$306.000,00, desenvolvido pela

equipe técnica do MAB/IBRAM, foi aprovado no Edital da CAIXA Cultural, com o objetivo de sanar

as deficiências da infraestrutura do MAB no quesito de acessibilidade. Todavia, até setembro de 2013,

a documentação solicitada não foi apresentada à CAIXA pela AMAB, fato que impediu a assinatura

do contrato e a perda do recurso para executar o projeto.

No projeto de Restauro e reforma do MAB estão previstos todos os itens de acessibilidade, física e

cognitiva, que aguarda aprovação pelo IPHAN-DF e posterior licitação para início das obras.

4.4 – Acervos

a) Acervo museológico:

A coleção inicial do museu foi adquirida entre 1983 e 1989 para compor a exposição inaugural,

quando também foram solicitados objetos a outras instituições museológicas, cedido temporariamente

para esta exposição. Este conjunto inicial constitui-se de 130 peças. É caracaterizado por objetos

históricos ligados à temática da escravidão, tais como: instrumentos de tortura, objetos representativos

da Casa Grande e dos engenhos; objetos religiosos e, ainda, objetos comemorativos referentes à

abolição tais como selos, moedas e medalhas.

O museu adquiriu novas peças a partir de 2010, por meio de doação, para compor sua nova exposição

e, futuramente, o seu acervo. Também foram adquiridas peças para o acervo do Museu, por meio de

doação, por edital, e pelo acordo desenvolvido entre o IBRAM e a Receita Federal.

Parte dos objetos obtidos por empréstimo, para a exposição inicial, foi devolvida às respectivas

instituições no período em que o museu esteve fechado em 1990. Outros objetos foram devolvidos

entre 2009 e 2011.

No intuito de entendermos o processo documental do acervo museológico do MAB, foi realizado um

levantamento de todos os procedimentos efetuados desde a inauguração da instituição. Foram

localizadas as fichas de identificação do acervo, elaboradas pela museóloga e ex-diretora do Museu

Ângela Sumavielle; termos de responsabilidade; termos de doação; e correspondências referentes à

aquisição do acervo. Estes documentos contêm pouca informação e não se referem a todas as peças

existentes no acervo.

Em 2010 foi realizado um inventário do acervo museológico para ser entregue ao IBRAM, no qual foi

registrada a composição do acervo do museu por 130 peças (conjunto inicial). Naquele momento,

algumas peças não foram conferidas, pois se encontravam trancadas no cofre e a abertura2 deste só foi

possível no ano de 2011.

Naquele inventário foi verificado que dois (2) objetos estavam incompletos. Averiguou-se a

possibilidade das partes faltantes terem sido levados para as novas instalações do IPHAN-PE, por

acidente, na ocasião da mudança daquela Superintendência. Mas isto não foi confirmado e os objetos

permanecem incompletos.

Em 2011 o MAB adquiriu – por meio de compra – nove indumentárias referentes aos Orixás: Ogum,

2 Com a saída do IPHAN-PE as senhas do cofre foram perdidas e só um chaveiro pode realizar a sua abertura.

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Oxóssi, Omolu (ou Obaluaiê), Ossain, Oxum, Iemanjá, Iansã, Xangô e Oxalá para compor a coleção

expográfica da “Exposição Em Processo”; foram confeccionadas pela artesã Laurinete, conhecida

como Mãe Nete T’Osum. Estão previstas para acontecer ações de higienização, acondicionamento e

inventário dessas peças, para serem expostas.

Quatrorze (14) objetos de outras instituições museológicas, que se encontravam sob a guarda do

MAB, cujos termos de comodato já estavam vencidos, foram devolvidos aos museus de origem: 1)

Museu da Inconfidência, 05 (cinco) objetos; 2) Museu Histórico Nacional, 09 (nove) objetos

(setembro de 2012). Restam ainda no museu dois (02) objetos pertencentes ao Museu Histórico

Nacional. E com a desmontagem da Exposição em Processo, em 12.09.2013, foram devolvidos seis

(06) objetos que se encontravam na exposição, aos respectivos proprietários colaboradores.

Em 2012, o MAB recebeu a escultura “Samburu Dance I” da artista plástica holandesa Marianne

Houtkamp, por meio de doação da Receita Federal. A obra foi apreendida pela Alfândega do aeroporto

de Viracopos, São Paulo, por importação irregular. A partir do Acordo de Cooperação estabelecido

entre o IBRAM e a Receita, a escultura foi doada ao MAB.

Em 2014, foi inventariada como acervo museológico a peça Medalha de Honra ao Mérito do

Conselheiro João Alfredo, recebida como diploma do Tribunal Regional do Trabalho da sexta região

concedida ao Museu da Abolição em 1989.

Em 2015, o museu recebeu como doação da Receita Federal, em cumprimento ao acordo estabelecido

entre a receita e o IBRAM (Lei 12.840/2013): quatro (4) telas: 1) Sem Título - Autoria: Maurício

Kuhlman; 2) Biju de Licuri - Autoria: Ramon Martins; 3) Não Esqueça de despedir- Autoria: Maurício

Kuhlman; 4) Tambores - Autoria: Maurício Kuhlman; e um (1) par de esculturas em madeira com

partes cobertas por gesso e pintura policromada: Blackamoors. Além destes objetos, o MAB recebeu

a doação de uma escultura em aço, “Elos Cambiáveis” de autoria do artista Braz Marinho. A doação

foi realizada por Karem Almeida, esposa do autor falecido.

Em 2016, a Receita Federal fez a doação de 109 objetos de arte africana, que chegaram ao museu em

dezembro, vindas do Aeroporto Galeão/Rio de Janeiro. O estado de conservação destes objetos indica

a necessidade de intervenção de higienização e conservação com a maior brevidade possível, o que

será feito em parceria com o Museu Histórico Nacional.

No último levantamento do acervo (realizado em 2016) identificamos 212 peças em situações

diversas, conforme discriminado abaixo:

Nº Peças Situação/Condição Acervo

140 Pertencem ao museu

02 objetos estão incompletos

Inventariadas

58 Fotografias Adquiridas por doação e

recebidas por meio do IV

concurso de fotografias.

09 Indumentárias - estão em processo de

incorporação

Em análise para constituir

acervo

23 Não são inventariadas (não se sabe a

procedência, a forma de aquisição nem a data

de chegada ao Museu)

Em análise para constituir

acervo

02 Pertence ao Museu Histórico Nacional

Termo de comodato assinado em: 11/11/2015.

Placa oferecida ao Conselheiro João Alfredo

pela Academia de Recife. Data de devolução:

10/09/19

Viramundo. Data de devolução: 11/11/19

Em análise para constituir

acervo

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Total: 212 peças

O acervo do MAB não está inventariado em Livro de Tombo. As obras que fazem parte do acervo

estão registradas em fichas individuais e no Inventário Geral do Museu. Existe também um banco de

dados informatizado do acervo, elaborado pelo museólogo Adolfo Nobre, onde foram inseridas todas

as informações catalográficas sobre o acervo.

Foram realizadas algumas ações para reestruturação da documentação: Atualização do Inventário de

Acervo Museológico; registro fotográfico do acervo; Elaboração e Preenchimento de nova ficha de

identificação; Atualização do Banco de dados; Organização, catalogação e acondicionamento de todos

os documentos do acervo museológico, contemplando documentos de empréstimo, dossiês de

aquisição e contratos de comodato.

Com relação ao tratamento e conservação do acervo foram realizadas: acondicionamento do acervo

museológico em um mesmo andar, visando a melhoria de sua identificação e segurança.

Sistematização de rotina para higienização mecância das peças. Aquisição de equipamentos para

monitoramento climatico e de iluminação: Luxímetro; termo-higrómetro digital e datalogger digital.

Não existe reserva técnica ou espaços para tratamento do acervo museológico, tampouco

equipamentos de controle climático. O acervo museológico está em uma sala, destinada ao seu

armazenamento, cujo espaço físico não é suficiente para uma boa circulação, separação de diferentes

materiais ou organização de ferramentas, papéis e outros materiais de conservação. Por este motivo,

não pode ser considerada uma reserva técnica. Parte do acervo está acondicionada em armários de

metais, com fechaduras inadequadas.

Os objetos que necessitam de restauro não passaram por nenhuma intervenção desta natureza porque

o Museu não possui recursos humanos qualificados para este tipo de trabalho e nenhuma tentativa de

estabelecimento de parcerias com outras instituições, para tal fim, logrou sucesso.

A Política de Aquisição e Descarte de Acervos do MAB está em fase de consolidação. A minuta foi

encaminhada inicialmente à PROFER/IBRAM, e posteriormente ao DEPMUS/IBRAM. Após análise

da Procuradoria Federal – PROFER a minuta foi devolvida ao MAB para ajustes, sob orientação do

Departamento de Museus do IBRAM. O DPMUS orientou aguardar o Manual de Elaboração da

Política de Aquisição e Descarte de Acervos das Unidades Museus IBRAM, o qual está em fase de

elaboração, para que a Minuta do MAB seja adequada às orientações daquele Manual.

Dessa forma, após adequação da Minuta da Política do MAB ao Manual do IBRAM, o documento

será encaminhado para aprovação e publicação do documento no Boletim Administrativo Eletrônico -

IBRAM.

b) Acervo Bibliográfico Hemerográfico e Arquivístico

Na década de 80, iniciou-se um processo para a implantação de uma biblioteca especializada nos

assuntos correlatos à Cultura Afro-Brasileira e Museologia, com o objetivo primeiro de transformar o

Museu da Abolição em um Centro de Referência, visto que o mesmo não possuía uma quantidade de

acervo museológico considerável e significativa. Em virtude da falta de recursos financeiros, optou-se

por solicitar doações, em todo o país, às diversas editoras bem como às instituições culturais e de

ensino, obtendo-se um resultado bastante satisfatório.

Em 1994, o MAB já possuía cerca de 400 títulos e uma média de 7.000 recortes de jornais e revistas

que formaram a sua Hemeroteca. A primeira organização foi executada em 1995, ocasião em que o

MAB encontrava-se fechado, foi adotada a catalogação bibliográfica segundo as normas da

Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT - NBR6023 e Classificação Decimal Universal -

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CDU. Nesta ocasião, foram registrados, classificados e catalogados 513 livros, 104 periódicos e quase

oito mil recortes de jornais.

Depois da reabertura do MAB em 2006, e em virtude da ausência de uma bibliotecária no seu quadro

funcional, resolveu-se reformular a classificação e catalogação do acervo bibliográfico e

hemerográfico, adotando-se uma organização por assunto, estabelecendo-se os seguintes temas:

Abolição; Antropologia; Arte; Biografia; Cultura; Economia; Educação; Escravidão; Etnologia;

Folclore; História; IPHAN; Literatura; Literatura de Cordel; Museologia; Patrimônio; Personalidade;

Racismo; Referência; Religião; Resistência; Sociologia e Saúde, o que facilitou o atendimento ao

público.

Atualmente a biblioteca do MAB possui parte de seu acervo bibliográfico classificado e catalogado:

1344 livros; 617 periódicos; 3 metros lineares de acervo hemerográfico. Esta

classificação/catalogação foi realizada na década de 90, por ocasião da sua implantação. Ao longo dos

anos, recebeu, em doação, cerca de 1000 títulos que devem ser tecnicamente tratados e inseridos na

biblioteca. Alguns destes livros necessitam de restauração. Estes acervos estão armazenados em

armários deslizantes. Em 2015 o IBRAM enviou ao MAB um acervo “Biblioteca básica do IBRAM”,

composto por trinta (30) títulos de museologia e educação. Neste mesmo ano, recebemos duas

doações: uma do Instituto Ricardo Brennad, 230 títulos sobre temas correlatos; e outra da Receita

Federal do Brasil, o livro “Viagem Pitoresca e Histórica do Brasil”, de Debret. Todo este acervo foi

arrolado e inserido no inventário do IBRAM, naquele ano.

O arquivo do Museu da Abolição originou-se a partir da documentação produzida pelo grupo de

trabalho designado para conceber a sua exposição de inauguração, em 1983. A sua organização

técnica ocorreu também na década de 90, compondo o projeto de organização e implantação da

biblioteca, da seguinte forma:

Acervo Documental: Levantamento da documentação textual, formada por documentos

administrativos, técnicos, históricos e fotográficos, bem como do acervo referencial levantado no

arquivo nacional por ocasião da concepção da exposição inaugural do MAB (cópia de alvarás, cartas,

decretos, leis, petições, entre outros). Foi, portanto, realizado o acondicionamento técnico e

apropriado deste acervo, estabelecida uma numeração sequencial por assunto e efetuado o registro do

mesmo em planilha própria.

Acervo Histórico: Detém quatro coleções, intituladas: Abelardo Rodrigues, Paróquia Nossa Senhora

das Brotas, Família Corrêa de Oliveira e Documentos avulsos. Estas coleções são compostas por:

cartas de libertação, recibos e escrituras de venda de escravos; declaração de fuga de escravo;

recompensa pela captura de escravo; provisões de dispensa de impedimento matrimonial de escravos

e ex-escravos; livro de assento de crismas e de assentamento de casamentos de escravos e ex-

escravos; pedidos de dispensa de proclamas para casamento de escravos; concessão de dispensa de

impedimento matrimonial; documentos religiosos, como imagens de santos e orações impressas e

livros de ofício; Exemplar original da primeira página do Diário Popular, Anno IV, N.1.048, datado de

segunda-feira, 14 de maio de 1888, intitulada A LEI ÁUREA; entre outros.

Acervo Fotográfico: Retomada do Concurso de Fotografias Mestre Luís de França, por meio da sua

IV Edição. Levantamento das fotografias e slides, inventário e acondicionamento adequado. As

coleções são compostas por fotografias produzidas pelo MAB, na sua maioria, e referem-se ao seu

acervo tridimensional e às atividades diversas desenvolvidas no próprio museu. A ficha de inventário

utilizada foi concebida a partir de modelo existente no manual de orientação para preservação de

acervos fotográficos da Fundação Pinheiro, Universidade Federal de Minas Gerais e Fundação

Nacional de Arte. Seguindo a organização do acervo bibliográfico, também foi classificado por

assunto, assim estabelecido: acervo / ação educativa / ação cultural / área externa / exposições/

promoção e divulgação. A partir de 2017 o acervo fotográfico, das quatro edições do Concurso de

Fotografias Mestre Luís de França, passará a ser considerado acervo museológico e as providências

quanto ao seu inventário e à sua documentação serão viabilizadas.

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selecionado e classificado para compor as exposições decorrentes

4.5 – Exposições

a) Exposição de longa duração: “Exposição em processo”

A última exposição de longa duração do Museu da Abolição, denominada “Exposição em Processo”,

foi elaborada, desenvolvida e montada com a participação de vários representantes de diversos

movimentos sociais, lideranças religiosas, educadores, profissionais da área de museus, estudantes e

cidadãos interessados no tema e nos objetivos da instituição.

A proposta da exposição era ser permanentemente atualizada, renovando-se conforme a dinâmica da

memória dos diversos grupos que se debruçam sobre os temas que ela aborda, e com isto permitir que

os conflitos inerentes à sua construção se expressassem em seus resultados. Esta perspectiva tinha

como suporte a minimização dos desgastes que sofrem as exposições institucionais de longa duração,

dos museus em geral, uma vez que necessitam ser alteradas por completo, após longo período, em

virtude de não corresponderem às surgentes interpretações sobre determinado aspecto do tema tratado.

A idéia de elaboração da Exposição em Processo surgiu nos encontros realizados no Museu, por

ocasião do Seminário o Museu que Nós Queremos, realizado em 2005, e da criação do Grupo de

Trabalho MAB, que desenvolveu as linhas gerais que fundamentaram a missão institucional e os

objetivos do Museu da Abolição. Foi com base nos documentos criados por este grupo e nos debates

que o sucederam, com a participação de muitos dos seus integrantes, que se deu início ao

desenvolvimento do roteiro e temas da exposição.

A elaboração da exposição ocorreu de modo participativo e em várias etapas. O início do processo foi

a Exposição Campanha “O que a Abolição não Aboliu”, realizada em 20083. Na sequência foram

realizadas rodas de diálogo, que deram continuidade ao projeto de elaboração e envolveu os diversos

atores sociais que participaram deste processo. Nas rodas de diálogo foram definidas as linhas gerais

(macro roteiro) que nortearam a elaboração da exposição, e, ao mesmo tempo, o conteúdo dos debates

era disponibilizado no blog institucional (http://museuabolicao.blogspot.com/) com atualizações

semanais onde todos podiam participar colocando suas sugestões.

Após a realização dos ciclos de debates, palestras e oficinas, o macro roteiro foi estabelecido e

orientado com os temas abaixo, os quais deveriam ocupar o primeiro pavimento do Casarão, para

compor a exposição:

1. África como berço da humanidade4;

2. Correlação entre África5 e Brasil

6 ao longo da história numa perspectiva cronológica;

3. Contribuição dos povos negros na formação da sociedade brasileira;

4. Visão crítica sobre o processo abolicionista e seus resultados na atualidade;

5. Destaque para as lutas e movimentos de resistência negra;

6. África na atualidade.

3 Veja o item 1.12, página 14, que descreve este processo. 4Continente africano: Arqueologia - Australopthecus Ramidus 4.4 milhões de anos -; Grandes civilizações - Egito, Mali,

Shongai, Núbia, Ketu, Ifé.-; Aspectos geográficos; Aspectos linguísticos; Aspectos étnicos; diferentes formas de Escravidão; Escravidão inter-africana / Escravidão no Brasil - negros e indígenas 5Diferentes organizações sociais e políticas; África colonial - França, Itália, Alemanha, Portugal outros países -; Movimentos de

libertação do continente africano; Movimentos pan-africanistas; Processos de descolonização da África; África contemporânea. 6Europa / Portugal Século XV; Século XVI - Grandes navegações -; Legislação colonial - bulas papais etc. -; Processos de

escravidão; Século XVI; Ciclos econômicos - açúcar, ciclo da mineração, do algodão, do café etc. -; Legislação; Quilombos; Insurgências; Processos culturais afro-brasileiros: idiomas, música, dança, teatro, literatura, culinária, festas tradicionais, irmandades religiosas; Processos de resistência religiosa; Lideranças e movimentos sociais em prol da abolição - movimentos de resistência negra; 1850 extinção do tráfico de escravos; 1888 Lei Áurea; Continuam os processos em prol da abolição; Legislação - Estado Novo, por ex. -; Imigração oficial organizada/troca de mão de obra; Movimentos em prol dos direitos e da cidadania; Abolição e formas contemporâneas de conquistas sociais; Direito à terra/ reforma agrária / direito à moradia / direito ao trabalho/quilombos; Século XXI - movimentos globalizados da diáspora africana nas Américas e Caribe

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Após a definição do macro roteiro, as atividades diminuíram em virtude das demandas de

reorganização institucional por ocasião da criação do IBRAM no ano de 2009 e só em agosto de 20107

os debates foram retomados, e vários encontros foram realizados para retomar os temas da exposição

com o objetivo de constituir os primeiros elementos expográficos em caráter provisório e

experimental. As reuniões foram realizadas com os participantes das etapas anteriores e com outras

pessoas que passaram a integrar o projeto.

A proposta desta etapa era proporcionar a todos os participantes o compartilhamento dos

conhecimentos sobre os temas em questão, a sua transposição para uma linguagem museográfica e

suas formas de representação. No grupo formado, havia pessoas de longa experiência em museus

(museólogos, diretores e ex-diretores de museus, etc.) e pessoas sem nenhum domínio sobre o

assunto. Assim, em setembro de 2010, foram realizadas várias Oficinas Abertas de Montagem

Expográfica, às tardes de segunda, terça, quinta e sexta-feira, com pessoas de diversas áreas de

conhecimento, mas principalmente estudantes universitários.

Durante as oficinas, os temas do macro roteiro foram debatidos na perspectiva da sua representação

expográfica. O produto final das oficinas foi a confecção dos módulos, suportes e elementos a serem

expostos, os quais foram desenvolvidos em placas de papelão reforçado. Todos os envolvidos na

oficina participavam desde a concepção dos módulos até a sua execução final e posicionamento destes

materiais nas salas. Do mesmo modo, os textos, legendas e imagens foram criados com a participação

de todos os integrantes das oficinas, e, em alguns casos, elaborados por grupos de trabalho

específicos.

Os objetos destinados à composição expográfica das salas, foram escolhidos com base nos temas

abordados. Todavia, com a dificuldade de obtenção de alguns destes objetos para a inauguração da

exposição, o espaço a ele destinado permaneceu vazio, aguardando uma nova etapa do processo.

A motivação de todo este processo de elaboração de uma “exposição esboço”, ou “maquete da

exposição em tamanho natural”, surge a partir da compreensão de que a linguagem museográfica e

museológica é pouco acessível à maior parte da população, dada a complexidade desta atividade de

reunir objetos como “testemunhos da história para constituir narrativas sobre o passado”.

A exposição foi aberta ao público em 20 de novembro, ocupando o saguão de entrada, a escadaria

principal e seis salas do piso superior, contando com alguns objetos do acervo do MAB, objetos

doados por ocasião da montagem da exposição, e outros cedidos ao museu pelos próprios

participantes das oficinas.

Desde a sua concepção, estava previsto um momento para reflexão, análise e avaliação da exposição.

Por este motivo, em agosto de 2011 o museu convidou a sociedade a avaliar a exposição, por meio de

debate, visita mediada e aplicação de questionário, no qual foram apontados os aspectos frágeis e os

aspectos fortes identificados. A avaliação indicou que a sala três, referente à religião de matriz

africana, e a sala cinco, referente às leis abolicionistas e aos movimentos das lutas libertárias,

deveriam ser reformuladas expográfica e conceitualmente.

A partir desta avaliação, foram criados dois grupos de trabalho que desenvolveram novas propostas

para estas duas salas no final de 2011. Estas propostas foram desenvolvidas na forma de projetos, os

quais foram encaminhados para o IBRAM, como Plano de ação, e para captação de recursos em

editais de outras instituições. Os recursos solicitados ao IBRAM, para o desenvolvimento da proposta

da sala três, foram aprovados parcialmente. Assim, em 2012 foi realizada a reestruturação expográfica

da sala 03 (religiosidade) com a inclusão de indumentárias de Orixás e da sala 05 (processo

abolicionista), foram inseridos módulos tridimensionais e vitrina contendo objetos comemorativos da

abolição.

7Momento em que o Sobrado foi inteiramente desocupado pelo IPHAN-PE e entregue ao Museu.

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A Exposição em Processo foi desmontada em setembro de 2013 em virtude de seus suportes, feitos de

papelão, estarem se decompondo. O MAB também convidou a sociedade, iniciando com um debate

sobre o processo da exposição e encerrando com a desmontagem da exposição.

Em seu lugar foi montado a Mostra do Acervo Museu da Abolição, que compôs a programação do

Mês da Consciência Negra, para que o público conhecesse o acervo do Museu, que se encontrava em

reserva técnica desde 2010. A Mostra foi composta do acervo histórico, adquiridos para compor a

exposição inaugural do Museu da abolição “O Processo Abolicionista através dos textos oficiais”,

realizada em 1983, e também apresentou a escultura “Samburu Dance I” da artista holandesa

Marianne Houtkamp.

As salas expositivas foram divididas de acordo com a utilização das peças, sendo: a primeira,

intitulada Sala dos Abolicionistas, a qual expôs os bustos de dois dos principais abolicionistas (Joao

Alfredo e André de Rebouças), além da escultura (Samburu Dance I) que representa uma mulher da

tribo Samburu no Quênia dançando; a segunda sala, Economia/Trabalho, exibiu as peças relacionadas

ao ciclo do ouro, ciclo do açúcar, além de objetos de tortura destinados aos escravos; a terceira sala,

Cotidiano, apresentou as peças tipicamente utilizadas pela aristocracia e por seus escravos; na quarta

sala, Religiosidade, mostrou os objetos relacionados aos cultos de matriz africana, incluindo

instrumentos musicais e objetos utilizados no catolicismo. A última sala foi deixada vazia para

estimular aos visitantes reflexões sobre o vazio no Museu, coleta de acervo e acervos de interesse do

MAB.

Essa Mostra ficou em cartaz até setembro de 2014, sendo substituída pela exposição “Cicatrizes” do

artista plástico Braz Marinho, composta por desenhos, pinturas, esculturas e vídeo instalação,

escolhidas sob a curadoria de Karem Almeida, Raul Córdula e Charles Martins que traduzem um

breve resumo da trajetória do artista plástico.

O Museu da abolição pretendeu, com a realização desta exposição, revelar as denúncias expressas nas

obras de Braz, que figurou entre os representantes da arte contemporânea nordestina, e do

concretismo. O artista denunciou, com o seu olhar, as questões do cotidiano social, marcado pelo

capitalismo opressor e o egoísmo humano. A proposta do artista era levar o público à reflexão e

discussão acerca das diversas formas de agressão às quais homens e mulheres são submetidos

cotidianamente e, como na época da escravidão, quase sem reação das massas.

As reflexões propostas nas obras de Braz, em sintonia com a missão e os objetivos do Museu da

Abolição, ofereceram ao público uma oportunidade para refletir sobre questões transversais que

tangenciam os temas de interesse institucional. A exposição foi encerrada em 07 de maio de 2015.

No dia 13 de maio de 2016, foi inaugurada a exposição das fotografias selecionadas do IV Concurso

Mestre Luís de França - 2015, cujo tema foi “127 Anos de Abolição”, o qual buscou estimular a visão

crítica e estética sobre a Abolição, seus antecedentes e consequências na formação da sociedade atual

e no imaginário social. Além destas, também estiveram presentes outras fotografias do acervo do

Museu da Abolição resultante dos concursos anteriores (2002, 2003, 2005) selecionadas a partir do

tema do Projeto Selos 2016: Negra|Protagonista. Estas imagens refletem as discussões que o Museu

vem realizando no sentido de desenvolver sua missão institucional, a partir de questões relacionadas à

valorização da mulher negra, sua beleza e estética afrodescendente; o direito ancestral das

religiosidades de matriz africana; e os reflexos da abolição oficial na sociedade contemporânea.

A nova exposição de longa duração, a ser montada, leva em consideração as demandas dos

movimentos sociais, coletadas durante o processo participativo de montagem da “Exposição em

Processo”. Seu projeto está finalizado e tem previsão de ser executado após as obras de restauro e

qualificação do casarão, que será viabilizado com recursos do PAC das Cidades Históricas 2. As

obras de reforma e restauro estão sob a condução da Superintendência Regional do IPHAN-PE,

conforme portaria nº 383, de 20 de agosto de 2013, publicada no DOU Nº 162, de 22 de agosto de

2013. Todos os projetos estão finalizados, aprovados e aguardam liberação de recursos para sua

execução, pelo IPHAN/MinC.

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b) Exposição de Curta Duração

O Museu conta com três (3) salas de exposições temporárias (ambientes 1, 3 e 11 no piso térreo), as

quais estão com formas e condições de iluminação distintas entre si. As exposições montadas nestes

ambientes são mostras temporárias propostas pelo museu ou demandadas por artistas e instituições

locais.

A primeira sala (ambiente 1) possui espaço de 30.07m2 e iluminação por trilhos com 10 spots

direcionais e lâmpadas dicroicas. Atualmente todas estão queimadas e muitos spots não funcionam

mais. Do mesmo modo, os trilhos estão em curto, inviabilizando o uso da sala.

A segunda sala (ambiente 3) possui 29.61m2

e iluminação com lâmpadas tipo par 38 em canhões

direcionais, suspensos por um gride de ferro. O sistema é pesado e de difícil ajuste, ainda assim tem

servido razoavelmente bem às exposições realizadas no MAB nos últimos anos.

A terceira sala (ambiente 11) possui 44.07m2

e, por este motivo, consideramos um espaço razoável

com boa circulação para exposições. No entanto, o sistema de iluminação é inadequado, uma vez que

é iluminada por lâmpadas fluorescentes tubulares, que não possibilitam o direcionamento da luz.

O MAB produz exposições de curta duração, a partir de demandas da sociedade e parceiros, assim

como a partir da identificação de oportunidades de interesse institucional, que devem atender aos

objetivos e missão do Museu. Elas permanecem em cartaz por um período mínimo de três meses.

c) Exposições Itinerantes

O MAB realiza exposições itinerantes, que podem ser demandada pela sociedade, a partir de três (3)

acervos:

1) Recortes de jornais da hemeroteca, que podem ser selecionados a partir de temas correlatos a

cultura afro-brasileira e museologia;

2) “La SAPE: O Culto da Elegância na África Contemporânea”, composto por 20 fotografias de

Sapeurs, estudantes congoleses de Brazzaville e de Kinshasa, que residem em Recife. A

fotógrafa é Silvania Nobre, e curadoria do antropólogo Antonio Motta;

3) Instantâneas da África, de Diego Di Niglio, composto por 24 fotografias impressas e quatro

(4) textos explicativos.

4.6 - Segurança

a) Recursos humanos

A segurança é realizada por vigilantes terceirizados que fazem a proteção armada de toda a

infraestrutura do Museu, de seu acervo, servidores e visitantes. O efetivo passou por duas alterações,

desde 2012: a partir do segundo semestre de 2013, de três (3) postos diurnos para quatro (4) postos,

permanecendo dois (2) postos noturnos; a partir do segundo semestre de 2016, de quatro (4) postos

diurnos para dois (2) postos, permanecendo dois (2) postos noturnos. As atividades designadas a estes

seguranças são:

Abertura e fechamento do casarão;

Ronda diária e noturna, com preenchimento de Formulário de Ronda Diária, para

acompanhamento de ocorrências;

Registro de entrada e saída de veículos e objetos/volumes;

Registro de ocorrências diversas;

Registro de entrada e saída dos servidores.

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b) Equipamentos e medidas de segurança

O Museu nunca dispôs de uma política de proteção ao patrimônio e à vida das pessoas, nem avaliação

periódica dos possíveis riscos que venham prejudicar a integridade física do público visitante e a

instituição. As áreas de acesso limitado (administrativo e técnico) são precariamente sinalizadas,

todavia, existem problemas com as fechaduras. Por este motivo, as portas podem ser abertas por

estranhos à administração, e os mesmos podem ter acesso a estas áreas sem a devida permissão.

Entretanto, como os seguranças realizam o acompanhamento dos visitantes, este fato não tem

ocorrido. Nas salas destinadas ao depósito e arquivo, o controle de acesso torna-se mais rigoroso pela

sua própria localização e pelo fato das fechaduras funcionarem e as chaves ficarem dentro do

claviculário. O acesso em horários especiais, tais como, noturno, finais de semana e feriados,

diferenciados do horário normal de atendimento ao público é permitido, desde que previamente

autorizado pela administração. Este tipo de acesso é controlado pelos seguranças.

O prédio tem saídas suficientes, todavia, não existe plano de emergência, nem tampouco saídas de

emergência em locais estratégicos. A proteção existente contra incêndio constitui-se apenas da

presença de extintores distribuídos aleatoriamente nas salas. Não existe plano de manutenção destes

equipamentos, nem de sua distribuição nos espaços internos do museu. Por este motivo, a segurança

contra incêndio não é feita em consonância com normas e códigos oficiais. Da mesma forma, não

existem dispositivos de segurança, tais como: sistemas de alarmes automáticos, câmeras ou detectores

de movimento, porta corta-fogo, sprinklers, hidrantes, ou mangueiras, detector de fumaça, áreas de

resgate, circuito interno de TV, sistema de detecção eletrônica, nem detector de calor. Os funcionários

nunca receberam treinamentos para saber como agir em casos de emergência. Não existe funcionário

treinado em primeiros socorros. Não existe política de controle de chaves, de reposição e duplicação

de chaves, nem controle de emissão de chaves.

No segundo semestre de 2013, o IBRAM iniciou uma consultoria para realizar um plano de trabalho

para a elaboração do Plano de Gerenciamento de Riscos para o Patrimônio Cultural de cada um dos

Museus por ele administrados. Este plano de trabalho está dividido em três fases, e contou com a

colaboração de um consultor externo contratado pelo IBRAM:

Fase1 – contextualização e diagnóstico – já elaborado pelo MAB;

Fase 2 – análise e priorização de riscos - realizado pelo consultor uma análise dos riscos com base em

uma compilação de estatísticas referentes às ocorrências de eventos que afetam negativamente os

acervos dos museus – finalização prevista para final do ano;

Fase 3 – tratamento dos riscos - desenvolvimento de medidas para a eliminação dos riscos prioritários

ou sua redução a níveis aceitáveis. Análise crítica e seleção das medidas mais eficazes segundo

critérios de relação custo-benefício, sustentabilidade, complementaridade, riscos colaterais, etc. Será

elaborado um plano de tratamento de riscos para implantação das medidas selecionadas. A ser

iniciada a partir da visita técnica do consultor contratado pelo Ibram.

Para segurança dos acervos foram adquiridas duas mapotecas e equipamentos de precisão que

monitoram temperatura e umidade. Foram instalados dois equipamentos na Reserva Técnica, desde

dezembro de 2016.

c) Condições da infraestrutura do Museu

A inspeção física das instalações (telhados, portas e janelas, instalações elétrica, hidráulica, telefônica

e rede de computadores) não é realizada periodicamente. Uma vez que não existem funcionários com

este tipo de especialização no MAB, em casos emergenciais solicitamos ajuda do IPHAN-PE, o que

ocorre de maneira precária. O casarão apresenta uma série de deficiências estruturais quanto à sua

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conservação, necessitando de restauro e de readequação de seus espaços, já diagnosticados:

danificação em sua estrutura física (paredes, pisos, revestimentos de azulejos, telhados, tetos,

instalações hidráulicas, elétricas, climáticas, telefônica e de rede de computadores), como infiltração,

goteiras, vazamentos, madeiras apodrecidas, rachaduras, materiais quebrados, etc. Não só o casarão

principal, mas também o anexo, que apresenta rachaduras, infiltrações e desnivelamento do teto.

Não existe contrato para a prestação de serviço regular de manutenção predial. O contrato existente

diz respeito à conservação e limpeza, a partir do qual contamos com sete terceirizados para os

serviços gerais.

Entretanto, no intuito de manter as condições mínimas para utilização do imóvel e salvaguardar o bem

tombado, em agosto de 2012, foi contratada empresa para a prestação de alguns serviços emergenciais

de manutenção, a saber: revisão de telhas e telhado com troca de madeiras e telhas; limpeza dos forros

e rufa e retirada de máquina de ar condicionado central, instalada na década de 80 pelo IPHAN,

obsoleta e sem funcionamento. Conserto de vazamentos e substituição de torneiras e caixa d’água.

O Museu da Abolição foi contemplado no PAC das Cidades Históricas, em 2013. Parte destes

recursos foi utilizada para contratar os projetos executivos de restauro e complementares, (hidráulica,

elétrica, segurança, climatização). O edital que contratou a empresa foi lançado em outubro de 2013,

em um primeiro momento, e por ter havido questionamentos pelas empresas que não o venceram, o

mesmo foi cancelado e um novo edital foi lançado, após ajustes, em abril de 2014. A empresa

contratada (GRAU – Grupo de Arquitetura e Urbanismo) desenvolveu todos os projetos executivos,

inclusive o museográfico e estes projetos foram todos encaminhados ao IPHAN – DF, em setembro de

2016, após aprovação dos mesmos pelo IPHAN – PE. Aguardamos a devolução destes projetos, pelo

IPHAN-DF para a realização do edital de licitação e contratação da empresa que irá executar todos os

projetos de restauro, reforma e museográfico.

4.7 – Educativo

As ações do educativo do Museu da Abolição são desenvolvidas por uma servidora, técnica em

assuntos educacionais, com colaboração direta de dois museólogos e duas estagiárias, tanto no

planejamento das atividades quanto no atendimento ao público.

A perspectiva do educativo do MAB é a promoção de reflexão crítica sobre a participação dos

africanos e seus descendentes na história do processo escravista brasileiro, na abolição, nas lutas

libertárias e na formação da identidade nacional. O atendimento é voltado para os grupos escolares e

organizações de natureza diversificada. Por este motivo, coloca a atuação do Museu e seu acervo

como um recurso alternativo no auxílio ao desenvolvimento das atividades pedagógicas e

socioeducativas do professor e no atendimento da Lei 10.639/2003 que torna obrigatório o ensino

sobre História e Cultura Afro-Brasileira no ensino fundamental e médio.

No ano de 2011, dos 6.212 visitantes do MAB, 39,6% foram de visitas agendadas, correspondendo ao

público escolar nos diferentes níveis de formação. As ações que o educativo do MAB desenvolve,

atualmente, são as visitas mediadas que facilitam o diálogo entre o visitante e as exposições,

estimulando a participação direta do público na construção de discursos e questionamentos acerca dos

elementos expográficos. Com isto, subsidiamos o processo de troca e construção de conhecimento,

reforçando o papel do museu como espaço de educação.

Devido às limitações físicas e estruturais do Museu, o atendimento, nas salas de exposição, é limitado

a grupos de até 25 visitantes por mediação, não havendo número mínimo de visitantes para que ocorra

a mediação.

Todos os grupos de estudantes agendados devem ter o acompanhamento de um adulto responsável. O

agendamento pode ser feito por telefone, por email, no site institucional, por mensagem do facebook,

ou pessoalmente no Museu, das 9h às 17h, de segunda a sexta-feira. O responsável pelo agendamento

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pode ainda indicar a exibição de um vídeo para complementar a atividade de visitação ao Museu.

Após a visita à exposição, os visitantes podem utilizar o jardim para o lanche ou realização de

atividades ao ar livre.

a) Exibição de filmes - Videoteca

Qualquer visitante pode agendar a utilização do mini auditório do MAB para a exibição de algum dos

vídeos disponibilizados na videoteca, desde que não haja choque de horário com outras atividades

programadas para aquele espaço.

b) Apoio a ações educativas realizadas por outras instituições

O MAB disponibiliza 03 (três) das suas salas do pavimento térreo para realização de exposições

temporárias ou atividades socioeducativas, sem fins lucrativos e sem ônus para o proponente. A

proposta pode partir de pessoa física ou jurídica, desde que dialogue com a missão e objetivos da

instituição. A utilização destas salas atende às demandas espontâneas da comunidade. Da mesma

forma, o espaço externo do museu (jardim, teatro de arena e camarins) pode ser utilizado para a

realização de atividades lúdicas e socioeducativas, tais como apresentações, recitais, e demais eventos

culturais. Este espaço também é disponibilizado por meio de demanda espontânea, e, da mesma forma

que a utilização das salas, tem por pré-requisito o diálogo com a missão e objetivos da instituição.

c) Realização de debates/cursos/fóruns/palestras voltados para a discussão de temas ligados à

cultura afro-brasileira

O Educativo do MAB também realiza projetos, cuja demanda parte da própria comunidade do

entorno, colaboradores e escolas vizinhas, coletivos, organizações e instituições públicas e privadas.

Isto demonstra o reconhecimento do Museu como espaço da comunidade e parceiro no

desenvolvimento de atividades voltadas para o interesse coletivo, potencializando o desenvolvimento

de suas propostas socioeducativas.

d) Ludoteca

A ludoteca é um espaço destinado ao uso de brinquedos e jogos organizados para o livre uso dos

visitantes, em sua maioria crianças e adolescentes. Estes jogos e brinquedos possuem uma função

pedagógica intrínseca, ao proporcionar interação, socialização, aprendizado e diversão entre aqueles

que os utilizam.

O trabalho desenvolvido pelos educadores na ludoteca visa valorizar os brinquedos e atividades

lúdicas e criativas; estimular o desenvolvimento global e individual das crianças; despertar o interesse

por uma nova forma de animação cultural; desvincular o valor da apropriação privada do brinquedo

ressaltando a importância do lúdico, desenvolvendo o espírito de partilha entre os seus usuários.

Na ludoteca, a criança ou jovem tem a oportunidade de desenvolver ações de iniciativa pessoal, de

autonomia e enriquecer as suas interações sociais, apropriando-se de conteúdos vinculados à história e

cultura afro-brasileira e de exercícios de cidadania. A Ludoteca é fruto de uma parceria entre o Museu

da Abolição e o Bureau de Cultura, tendo sido implementada com recursos do Fundo Pernambucano

de Incentivo à Cultura (Funcultura-PE). Com o término das atividades do projeto, o MAB recebeu

como doação a estrutura, materiais e equipamentos montados para o funcionamento do espaço e,

atualmente, o atendimento é realizado pela própria equipe de mediação do Museu, a partir das

possibilidades proporcionadas pelos materiais listados no quadro abaixo:

Atividades da Ludoteca

Espaço Acervo Proposta de Atividades

Espaço da Estética - 26 colares (cores diferentes) - Oficina de Turbantes

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- 10 tecidos (cores diferentes)

- 1 Camiseta.

- 3 bonecas negras

- 3 bonecas de pano

- 2 mamulengos.

- 7 plaquinhas (fotos)

- Roupas de amarração

-Identificar cores dos orixás

- Fotos com as plaquinhas

- Brincar com as bonecas

- Teatro de mamulengos

Espaço da Leitura - 15 livros infanto-juvenis*

- 1 jogo da memória “Dança Afro”

- 1 jogo “Quem sou Eu?”.

- 3 potes com lápis de cor

- Contação de histórias

- Pintura e desenho.

- Jogo da memória

- Jogo de perguntas

Espaço da Música

2 agbés brasileiros

1 agbé africano

1 djembé

1 ganzá de material reciclado

1 pau de chuva

6 caxixis

3 tambores

1 Cabuletê

1 Agogô de Castanha

- Musicalização

- Comparação dos

instrumentos africanos e

brasileiros.

- Criação de música coletiva.

Espaço dos Jogos de

Tabuleiro

Borboleta de Moçambique

Tsoro

Matacuzana

Ludo “Vamos aprender brincando”

Ludo Gigante

YOTÉ – Jogo da Nossa História

É possível ainda trabalhar a realização do Cinema na Ludoteca, a partir da exibição de 14 títulos que

falam sobre cultura, história e memória afro-brasileira, contemplando, na sua diversidade, públicos de

todas as faixas etárias. Anualmente o Museu tem inserido projetos, em seu plano de ações, para

viabilizar monitores e oficinas voltadas especificamente para a Ludoteca.

4.8 – Públicos

Os públicos atendidos pelo MAB são bastante diversificados e se distinguem entre si de acordo com

os serviços procurados. O público do educativo varia entre estudantes do ensino fundamental, médio,

de graduação e professores dos diversos níveis; a biblioteca e hemeroteca também recebe este mesmo

público, além de pesquisadores e interessados na temática afro; o mini-auditório e demais espaços são

demandados por diversas instituições públicas, comunidades, movimentos sociais, culturais e

religiosos de matriz africana, para realização de eventos que estão vinculados à missão e objetivos do

MAB; os jardins são frequentados por estudantes das escolas próximas ao museu, trabalhadores do

entorno que utilizam os bancos para descanso durante os intervalos de repouso e alimentação, e

público em geral que visita o museu. Além destes, existe o público interno (servidores, estagiários, e

terceirizados), para o qual são destinadas atividades específicas.

A tendência de atendimento dos públicos no MAB é ampliar esta diversidade, tendo em vista a

mobilização crescente dos movimentos sociais, culturais e religiosos e sua participação nos debates e

atividades propostas pelo Museu. Além da crescente presença de docentes e discentes, os

representantes de movimentos sociais, culturais, religiosos e musicais, e instituições do entorno do

Museu, como associações de cegos, e membros da comunidade em geral, têm mantido contato para

viabilizar parcerias e atividades nos espaços do MAB.

Com o início das obras de construção do Túnel da Abolição, na rua de acesso ao estacionamento do

Museu da Abolição (rua Real da Torre), cujo projeto é da Secretaria das Cidades, a entrada do

estacionamento foi interditada permanentemente. Consta do projeto de instalação do túnel, uma nova

entrada a ser aberta após a conclusão da obra. Esta interdição causou impacto negativo quanto ao

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número de estudantes atendidos no museu, uma vez que os ônibus escolares não conseguem acessar o

estacionamento que tem capacidade para 3 ônibus. Este impacto resultou na redução do público, até

os dias de hoje. Todavia, o número de visitantes voltou a crescer a partir de 2015, em virtude de várias

atividades desenvolvidas na instituição. Este número poderia ter sido bem maior se o acesso ao

estacionamento tivesse sido recuperado. A expectativa de crescimento permanece com a conclusão

das obras no entorno do Museu.

VISITAÇÃO

Museu da Abolição

2012 2013 2014 2015 2016

6.133 3.993 3279 5214 7695

4.9 – Atividades e Serviços

O MAB disponibiliza diversos serviços, gratuitamente, conforme abaixo:

a) Mini-Auditório.

O auditório existe desde o período em que o prédio abrigava o IPHAN-PE e o MAB simultaneamente.

Mesmo neste período, o espaço servia ambas as instituições para realização de palestras, encontros,

oficinas e outras atividades.

Em 2009, o museu adquiriu novas cadeiras que foram destinadas ao auditório. Em 2010 foi instalado

sistema de projeção de vídeo pelos técnicos do MAB, com a fixação de projetor no teto da sala,

instalação de um home theater no ambiente e de uma tela para projeção. Com exceção da tela de

projeção, que foi confeccionada para este fim com materiais improvisados, os outros equipamentos já

pertenciam ao MAB.

Este espaço tem sido utilizado para encontros, apresentação de vídeos a grupos escolares, reuniões,

debates e palestras de interesse interno da equipe do MAB. É também utilizado, sem ônus, pela

comunidade local na promoção de atividades afins à missão e objetivos do MAB, mediante solicitação

e aprovação formal da direção do Museu.

Apesar de sua frequente utilização e de sua importância para as atividades do MAB e da comunidade,

o espaço apresenta alguns problemas, tais como: espaço reduzido para realização de encontros de

grupos maiores que 50 pessoas; fiação dos equipamentos expostos; mobiliário inadequado para

acondicionar os aparelhos de TV, DVD e som, de modo a eliminar riscos de danos e furto; a tela de

projeção, por ter sido confeccionada com lona branca brilhosa reflete a luz do projetor, diminuindo a

visibilidade da imagem projetada; inexistência de climatização e isolamento acústico.

b) Jardim

A área verde possui 3.327 m2 e uma vegetação repleta de espécimes que se harmonizam com a

temática do Museu e com a cultura afro-brasileira tais como: plantas de uso ritual, medicinal,

culinário e com significados litúrgicos. Estas espécimes foram identificadas e catalogadas em um

projeto de alunos de graduação do curso de ciências biológicas da UFPE. O jardim do MAB está

aberto ao público de segunda a sexta, das 9 às 17 horas, e, aos sábados das 13h às 17h.

No bairro da Madalena, o jardim do Museu da Abolição é uma opção de lazer que se destaca dentre as

poucas existentes, por oferecer aos visitantes, segurança, sombra, mesa para lanches, área para

piqueniques e passeio. Todavia, a utilização deste espaço para receber eventos é precária, em virtude

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da degradação dos bancos e calçadas de seus passeios (de pedras portuguesas), ausência de tratamento

paisagístico, iluminação e sinalização adequadas.

c) Biblioteca e Arquivo

O acervo da biblioteca do MAB é especializado em cultura afro-brasileira e museologia e possui mais

de mil títulos classificados e catalogados por assunto. O MAB não possui espaço físico nem

mobiliário adequados para receber e atender ao público interessado. Todavia, as demandas de

consultas são atendidas, sob agendamento, em uma das salas da administração. O horário de

atendimento da biblioteca/arquivo é de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h,

4.10 - Gestão de Pessoas

O Museu da Abolição conta hoje com um quadro funcional estabilizado, todavia seu corpo técnico e

administrativo desenvolve atividades que estão além da formação para a qual prestaram concurso.

Neste sentido, apesar de as atividades serem distribuídas de maneira proporcional, com vistas à

excelência do desempenho dos serviço prestados à comunidade pelo Museu, os servidores acumulam

funções, como a de bibliotecário, arquivista, comunicação, e manutenção da rede de informática, sem

ter a devida formação para tais funções, o que compromete a qualidade das atividades desenvolvidas.

Embora seu quadro de servidores tenha sido ampliado, ainda persiste a carência de pessoal para

desempenhar as atividades de mediação, comunicação, biblioteca, copeiragem, jardinagem,

manutenção predial e manutenção da rede de informática. Esta realidade não só dificulta a execução

dos serviços prestados no atendimento ao público, mas compromete sua qualidade, assim como a

qualidade dos espaços físicos da instituição. Além disto, agrava os riscos existentes para os acervos,

patrimônio e pessoas. A equipe atual do MAB está composta conforme tabela abaixo:

CARGO FUNÇÃO FORMAÇÃO VÍNCULO

Direção (DAS

101.3)

Graduação em Ciências Sociais, e mestrado e

doutorado em Antropologia.

Cedido

Analista I Chefia de Serviço

(DAS 101.4)

Graduação em Engenharia, e especialização em

Administração Financeira e Engenharia da

Produção.

Servidor

efetivo

Analista I –

Administração

Graduação em Administração, especialização

em Planejamento e Gestão Pública.

Servidor

efetivo

Técnico em Assuntos

Culturais -

Museologia

Graduação em Museologia, especialização em

Mediação Cultural e mestrado em Ciência da

Informação.

Servidor

efetivo

Técnico em Assuntos

Culturais -

Museologia

Graduação em Museologia, especialização em

Arte e Patrimônio e mestrado em Estudos

Étnicos e Africanos.

Servidor

efetivo

Técnico em Assuntos

Educacionais

Graduação e mestrado em Turismo. Servidor

efetivo

Técnico II Ciências Sociais Servidor

efetivo

Assistente Técnico I –

Administração

Graduação em Gestão Comercial Servidor

efetivo

Estagiário Graduando em Administração Contratado

Estagiário Graduando em Ciências Sociais Contratado

Estagiário Graduando em Comunicação - Jornalismo Contratado

Estagiário Graduando em Museologia Contratado

4.10.1 Palestras Educativas

O Museu da Abolição vem realizando, desde 2012, um projeto voltado para a inclusão educativa dos

seus servidores, terceirizados e estagiários por meio de palestras e atividades educativas. O objetivo é

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aprimorar a qualidade de vida no ambiente de trabalho, manter os funcionários motivados e

informados sobre a instituição em que trabalham e sua mantenedora.

4.11 - Pesquisa

O Seminário “O Museu que nós queremos”, realizado em 16 e 17 de março de 2005, no Museu da

Abolição, retomou a perspectiva de o Museu vir a ser Centro de Referência da Cultura Afro-

brasileira, definido pelo GT que o criou. Todavia, esta perspectiva ainda não se consolidou. Seja pela

ausência de pesquisas na instituição, seja pela ausência de acervos mais consistente, seja pela

ausência de publicações da própria instituição, seja pela acessibilidade aos acervos.

A consolidação do Centro de Referência da Cultura Afro-brasileira no Museu da Abolição está

condicionada ao desenvolvimento e publicação de pesquisas voltadas para o seu próprio acervo e para

temas de interesse da instituição e de seus objetivos; de constituição, organização, digitalização e

disponibilização de todos os acervos existentes aos públicos, seja virtual ou presencial; de

implantação de biblioteca, e ambiente equipado para o desenvolvimento de atividades educativas. O

museu possui acervo documental e coleção de fotografias analógicas e digitais com parte catalogada e

tecnicamente acondicionada. Existe necessidade, portanto, de tratamento e acondicionamento do

restante dos acervos para serem disponibilizados aos públicos.

A área técnica do MAB organizou um grupo de estudos que vem contribuindo para identificar as

necessidades de pesquisa a ser desenvolvida na instituição. Da mesma forma, tem proporcionado aos

estagiários a oportunidade de experimentar o trabalho de pesquisa voltado para as necessidades

institucionais quanto aos conteúdos importantes para a mediação. Em 2014, o IBRAM cadastrou o

Museu da Abolição na plataforma do Lattes/CNPq, o que possibilitou à criação do Grupo de Pesquisa

Antropologia e Museus na Contemporaneidade, cujo líder é a diretora do MAB, Maria Elisabete

Arruda de Assis, Doutora em Antropologia pela UFPE. As Áreas do conhecimento são Ciências

Humanas; Ciências Sociais Aplicadas e a Área Predominante: Antropologia; Museologia; Ciência da

Informação. Este grupo de pesquisas ainda não está consolidado, uma vez que carece da produção dos

trabalhos e participação efetiva dos pesquisadores cadastrados. Durante o ano de 2015 foi realizado

cadastramento de vários pesquisadores e articulação de parceria com o Paço do Frevo, museu do

município do Recife. Esta parceria aguarda formalização. A maior dificuldade para consolidar este

grupo é a participação de quatro dos seus pesquisadores em cursos de mestrado e doutorado.

4.12 - Comunicação

a) Telefonia

O Museu dispõe de uma central telefônica da marca Leucotron Telecom Active SDS, deixada pela

IPHAN-PE à época de sua mudança. A central esta conectada a cinco (5) linhas telefônicas: 3228-

3248, 3228-3903, 3228-3836, 3228-3901 e 3228-3834 e distribui ramais para todos os ambientes do

casarão, para o anexo e guarita.

Os equipamentos telefônicos foram trocados em 2012, juntamente com a atualização da central

telefônica melhorando a qualidade da comunicação interna. Todavia, a guarita dos seguranças e a

copa permanecem sem telefone e aguardam a realização das obras de restauro e qualificação para

substituição da fiação e conectores existentes.

b) Internet e Rede

A rede de computadores também é legado do IPHAN-PE, que possuía dezenas de computadores

distribuídos pelos pisos superior e térreo do Sobrado Grande da Madalena. Estas instalações atendem

precariamente às necessidades do Museu, uma vez que as conexões existentes são insuficientes para

atender a todos os servidores. Os cabos encontra-se em mau estado, o que causa interrupção do acesso

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à rede em alguns momentos e todo o cabeamento está exposto, inclusive nas salas de exposição.

Muitas das saídas estão oxidadas, impedindo a utilização de equipamentos em rede em diversos

espaços.

Após a saída do IPHAN-PE, ficaram no Museu dois switches de 24 portas, um switch de 8 portas e

todo o cabeamento. O provedor de internet continuou o mesmo contratado pelo IPHAN-PE, o Oi

Velox, que fornecia uma conexão de 2MB/s, até 2012.

Em setembro de 2012, o IBRAM firmou contrato com a Telemar Norte Leste S/A para fornecimento

de serviço de acesso à Rede Mundial Internet com conexão dedicada e permanente, sem limite de

tráfego, com velocidade de 2000 Kbps a 5000 Kbps.

Em junho de 2016, o IBRAM firmou um novo contrato para fornecimento de serviço de acesso à Rede

Mundial Internet com conexão dedicada e permanente, sem limite de tráfego, com velocidade mínima

de 2 Mbps, com a empresa OI/SA.

c) Site do Museu

O primeiro site do Museu da Abolição www.museudaabolicao.com.br foi desenvolvido em JOOMLA

(S.G.C. gratuito), pela equipe técnica do MAB com apoio da sua Associação de Amigos, em 2009.

Este site foi desativado em 2014, em virtude de sua inadequação (era comercial e não governamental)

e o seu conteúdo migrou para o servidor do IBRAM, quando foi criado o novo site

www.museudaabolicao.gov.br.

Uma vez que não existe técnico com formação em comunicação no MAB, um estagiário desta área,

sob supervisão de um servidor, alimenta o site e mídias sociais da instituição. A alimentação do site

fica comprometida em virtude do estagiário também ser responsável pelo desenvolvimento de peças e

campanhas publicitárias.

d) Redes sociais

O MAB possui perfil cadastrado nas seguintes redes sociais: Facebook: Museu da Abolição; Twitter:

https://twitter.com/museudaabolicao, e instagram @museuabolicao. Os perfis são administrados e

alimentados pelos próprios servidores ou estagiários, sob supervisão de um servidor. A necessidade de

atualização padronizada proporcionou a realização de um curso sobre mídias sociais, que foi realizado

no MAB, em parceria com a ASCOM/IBRAM, em 2015.

e) Comunicação externa/Publicidade

O MAB não possui assessoria de imprensa e as atividades e serviços do Museu são divulgados pelos

próprios servidores, auxiliados pelo estagiário de comunicação, por meio do seu site

(www.museudaabolicao.gov.br), correspondência eletrônica, boletins e site do IBRAM, folder

institucional, mídia espontânea, Agenda Cultural da Prefeitura do Recife, rádios comunitárias, os

meios custeados pelo IBRAM, e os disponíveis gratuitamente.

Em 2016 foi elaborado Projeto Básico para contratação de plano de comunicação contemplando todos

as mídias. A empresa contratada, todavia, não finalizou o projeto.

f) Sinalização

O Museu dispõe de precária sinalização interna, realizada pelos próprios servidores atendendo às

demandas observadas no decorrer da utilização do Museu pelo público. Verifica-se que a sinalização

não é eficaz necessitando de uma uniformização e ampliação, de modo a identificar todos os espaços

da instituição.

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No segundo semestre de 2012 foram instalados três (3) porta-banner na área lateral do museu,

próximo à entrada do estacionamento, voltado para a Rua Real da Torre, de grande movimentação.

Cada porta-banner recebe um banner específico: 1) logo e identificação do MAB; 2) foto da

exposição em cartaz 3) logo e foto de uma peça do acervo. Estes materiais, todavia, necessitam ser

substituídos periodicamente, em virtude de permanecer em área externa e em virtude de ser atualizada

com fotos recentes.

Com a instalação do Túnel da Abolição e consequente mudança da entrada do estacionamento, esta

sinalização é parcialmente eficaz. Diante deste fato, o projeto de sinalização desenvolvido com

recursos do PAC, previu uma nova sinalização, na praça ao lado do Museu e aguarda a execução dos

projetos de restauro, reforma e complementares, para sua instalação.

Na área externa existe uma placa indicativa de que o edifício é um Museu, localizada na Praça João

Alfredo. Nas vias de acesso à instituição existe apenas uma placa de sinalização de trânsito, antes da

entrada do túnel que fica na lateral da sede. A partir da Reforma da sede, haverá uma articulação com

a Prefeitura e CTTU-Companhia de Trânsito e Transporte Urbano, para ampliar esta sinalização.

g) Comunicado Interno

Com o objetivo de dar ciência a novos procedimentos e resoluções da administração à equipe do

Museu, são expedidos comunicados internos pela direção ou chefia de serviço. Os comunicados

internos, quando expedidos, são entregues diretamente aos servidores e terceirizados, e fixados no

mural de recados localizado no primeiro piso.

4.13 - Recursos materiais

O Museu da Abolição conta com os seguintes recursos materiais:

a) Núcleo Técnico e Administrativo:

Oito (8) estações de trabalho;

Onze (11) computadores;

Um (1) projetor;

Um (1) arquivo deslizante, com 1 módulo fixo, 3 módulos intermediários e 1 módulo terminal que

acondiciona o acervo bibliográfico, documental e audiovisual;

Seis (6) armários de aço;

Três (3) armários de madeira;

Uma (1) impressora laser multifuncional (terceirizada);

Três (3) bebedouros;

Seis (6) ventiladores.

Equipamentos recebidos em doação da Secretaria da Receita Federal do Brasil em 20/08/13:

Cinco (5) roteadores;

Um (1) notebook HP 14-B015DX Pavilion;

Seis (6) tabletes Genesis GT-7200;

Um (1) netbook Acer, Aspire One;

Uma (1) câmera fotográfica digital Canon Powershot SX 50 HS.

b) Mini-Auditório

Um (1) projetor;

Um (1) aparelho de Home Theater;

Dois (2) ventiladores;

Cinquenta (50) cadeiras estofadas.

Um (1) Telão

Um (1) bebedouro.

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c) Copa

Um (1) fogão;

Uma (1) geladeira;

Um (1) micro-ondas;

Um (1) bebedouro;

Um (1) ventilador.

d) Equipamentos Musicais

Cinco (5) Microfones Leson SM50, com cabo;

Cinco (5) Pedestais para microfone;

Um (1) par de Caixas Acústicas para graves 500w (ativa/passiva);

Um(1) par de Caixas Acústicas para graves 600w (ativa/passiva);

Um (1) rack, contendo:

Uma (1) Mesa de Som 12 canais

Um (1) Equalizador Gráfico estéreo

Um (1) Dual Compressor estéreo

Um (1) Crossover Paramétrico estéreo

Um (1) Reverb Digital

Uma (1) Bateria Sonor, contendo:

Dois (2) tom

Um (1) bumbo

Um (1) surdo

Um (1) caixa

Um (1) estante

Um (1) contra-tempo

Um (1) cachimbo/chupeta

Um (1) pedal de bumbo

Uma (1) banqueta

Um (1) Amplificador de baixo, Antera, 120W;

Um (1) Amplificador de guitarra, Giannini;

Um (1) Teclado Yamaha, com rack;

Um (1) Atabaque amarelo;

Seis (6) Cabos de 50cm;

Quatro (4) Cabos de 5m;

Um (1) Tablado;

Três (3) Caixas de retorno Sound Box.

e) Ludoteca

Três (03) mesas dobráveis de madeira de 0,60m x0,60m;

Doze (12) puffs coloridos;

Três (03) bancos em “C” de mdf com rodinhas, compostos de 03 partes cada um;

Um (01) arara de ferro;

Um (01) rack com gavetão em mdf branco de 2m x 0,50m;

Um (01) TV Panasonic 31”;

Um (01) home theatre LG (06 caixas de som acopladas).

f) Núcleo Técnico (museologia)

Quatro (04) Termo Higrômetros Digitais;

Quatro (04) Dataloger’s de Temperatura e Umidade;

Um (01) Termo Higrômetro com conversor isolado;

Dois (02) Luxímetros;

Dois (02) Analisadores de dióxido de Carbono.

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4.14 - Manutenção dos espaços

Atualmente o MAB conta apenas com a prestação de serviço de segurança e de conservação e

limpeza. Todavia, os serviços contratados não atendem integralmente, às necessidades de

manutenção, uma vez que não há serviço especializado em manutenção predial e jardinagem.

Desta forma, a necessidade da instituição diz respeito à empresa especializada em manutenção

predial, com prestação de serviços de hidráulica, elétrica, alvenaria, vidraçaria, pintura, carpintaria,

entre outros; e de jardinagem, uma vez que a área verde tem em torno de 5.000 m2. Além disto, por

não ter tratamento paisagístico, há dificuldades em se aproveitar melhor o espaço, principalmente para

o desenvolvimento de projetos socioeducativos que utilize as espécies vegetais existentes.

5 – Análise SWOT - Pontos fortes e fracos do Museu da Abolição -

PONTOS FRACOS PONTOS FORTES

Não possui regimento interno consolidado; Estimula a participação da comunidade em suas

atividades;

Quadro de servidores insuficiente; Dispõe de um amplo jardim, teatro de arena,

camarins e amplo estacionamento.

Acervo pouco representativo frente aos anseios

da comunidade envolvida com o museu e

condizente com sua aspiração de tornar-se

Centro de Referência da Cultura Afro-brasileira;

Ocupa um casarão tombado pelo IPHAN com

arquitetura do séc. XIX e riqueza de seus

elementos decorativos (azulejos);

Não possui acessibilidade física e

comunicacional para os visitantes com

necessidades especiais;

Possui ótima localização;

Não possui climatização para as áreas de

exposição, nem para a área de serviço técnico e

administrativo;

Possui orçamento para despesas de pequeno vulto

e extraordinária;

Não possui sinalização externa e a sinalização

interna é precária;

Possui amplo espaço para desenvolvimento de

diversas atividades;

A ausência de climatização deixa o museu

vulnerável à poluição sonora, o que dificulta as

ações do educativo e visitas mediadas;

Possui proposta museológica e museográfica

participativa e de vanguarda;

Inadequação dos espaços do museu; É um museu reconhecido pela comunidade

afrodescendente;

Apresenta estrutura física em estado de

degradação, o que compromete muito os

serviços prestados;

Possui programa educativo com atendimento às

escolas e comunidade;

Ausência de sistema de segurança interna e

externa e de planos de emergência para

salvamento de pessoas e acervo;

Possui participação da comunidade na proposição

e realização de projetos e atividades

socioeducativos e culturais;

Possui acervo iconográfico e documental não

digitalizado;

Possui temática de interesse e relevância à cultura

brasileira;

Possui Associação de Amigos sem atuação; É uma instituição federal e representante do

IBRAM no estado;

Não possui exposição de longa duração Possui projeto expográfico para exposição de

longa duração aprovado, que aguarda a reforma e

restauro do casarão para ser executado;

Não possui pesquisa e publicação que divulgue

estudos, exposição e acervos;

Disponibiliza acervos para a comunidade, para

fins de pesquisa e exposição;

Pouca divulgação junto aos meios de

comunicação de massa.

Possui integração com outras instituições e

fundações culturais do estado;

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A ausência de climatização deixa o museu

vulnerável à poluição do ar, o que põe em risco

todo o seu acervo.

Desenvolve parcerias com instituições públicas e

privadas, municipais, estaduais e federais, assim

como com movimentos sociais e ONG’s.

6 – Análise SWOT - Ameaças e oportunidades do Museu da Abolição -

AMEAÇAS OPORTUNIDADES

Não conclusão da obra do entorno do MAB

(Túnel) e reabertura da entrada do

estacionamento, interferindo na acessibilidade

de ônibus e carros ao estacionamento;

Possui uma comunidade envolvida em suas

atividades;

Ausência de política pública voltada para a

preservação do entorno do Museu e sua área de

tombamento;

Instalação de sinalização externa e placas

indicativas no entorno, implicando em visibilidade

e aumento de público;

Não reconhecimento da instituição, pelos grupos

afrodescendentes, como Centro de Referência da

Cultura Afro-brasileira;

Existência de Curso de Museologia na

Universidade Federal de Pernambuco;

Ausência de segurança pública na área externa,

afetando a segurança dos públicos;

Existência de políticas públicas voltadas para o

setor de Museologia e para o setor cultural;

Não execução dos projetos de reforma e restauro

do casarão, podendo inviabilizar a instituição.

Desenvolvimento socioeconômico do Estado de

Pernambuco, desencadeado por grandes

investimentos no setor industrial e de serviços;

Finalização da obra do túnel trará maior

visibilidade em virtude da praça que será instalada

ao lado do Museu, acima do túnel, causando um

maior impacto visual aos que chegam à cidade

pelo corredor leste/oeste

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PARTE II

PROGRAMAS

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1 - Programa Institucional

Neste programa estão ancorados o Regimento Interno, que também instituirá a participação da

sociedade na gestão do Museu da Abolição; o Projeto Selos que é estruturante das atividades

desenvolvidas na instituição; as parcerias realizadas com instituições públicas e privadas, em todas as

esferas (municipal, estadual e federal) e movimentos sociais; e a programação planejada anualmente

que está voltada para o cumprimento da Missão e Objetivos institucionais.

1.1 - Regimento Interno do Museu da Abolição

O Regimento Interno do MAB, ainda não está consolidado, mas sua minuta está finalizada, e foi

encaminhada ao IBRAM em 2015 para aprovação e divulgação. Ela compõe este documento como

Anexo 1. Com sua aprovação será estabelecida maior transparência às normas e procedimentos

institucionais, além de estabelecer uma dinâmica mais democrática de gestão de museus públicos, a

partir da criação do Conselho Consultivo, garantindo a efetiva atuação dos grupos sociais que têm

interesse e afinidade com a Missão e Objetivos institucionais, os quais estão citados no referido

documento. Em linhas gerais, o Regimento Interno compreende:

Vinculação do Museu da Abolição ao Instituto Brasileiro de Museus;

Constituição de um Conselho Consultivo com representantes de entidades e instituições ligadas a

questão afrodescendente, movimentos artísticos e sociais, representantes do poder público e

instituições universitárias;

Criação de áreas específicas para desempenho das atividades do Museu;

Definição das atribuições da direção e áreas técnica e administrativa

Outras disposições necessárias ao funcionamento do MAB.

1.2 - Projeto Selos

O objetivo do projeto Selos é associar a imagem institucional (não só do Museu da Abolição, como do

IBRAM) a temas diversos, oferecendo ao público a oportunidade para refletir sobre questões

relevantes no mundo contemporâneo de modo a potencializar os esforços em diminuir as

desigualdades sociais.

O projeto visa à confecção de um selo anual, para cada tema selecionado a ser trabalhado em todas as

atividades do calendário do Museu, a fim de estabelecer conexões entre temáticas atuais e suas

atividades finalísticas. A cada ano o MAB lançará um selo/tema que será alvo de ações, discussões,

eventos e exposições. A intenção é, além de estabelecer conexões entre temas selecionados e ações e

atividades do museu, ampliar redes de articulação e cooperação entre instituições públicas e privadas

e movimentos sociais, religiosos e culturais.

A metodologia engloba: Articular instituições, secretarias, coletivos, ONGs, associações, e afins

envolvidas nos sub-temas. Programar os eventos para o ano, focando nas datas comemorativas do

Museu e do tema do ano; desenvolver planilha com previsão de custos e cronograma detalhado. Os

Eventos a serem desenvolvidos, contemplam: Exposição, Mostra de cinema, Mostra de música,

Mostra de estética, Feira escambo (brechó solidário), Sessões de palestras educativas, Seminários.

Visitas mediadas a pontos turísticos do Recife, Campanha de prevenção à saúde, Ornamentação do

MAB. O Público-alvo do projeto são os movimentos sociais, culturais e religiosos, visando estimular

sua participação nos debates e atividades propostas pelo Museu. Além da já crescente presença de

docentes e discentes, os representantes de movimentos sociais, culturais, religiosos e musicais, e

instituições do entorno do Museu.

1.3 Parcerias/Cooperação Técnica

O desenvolvimento de parcerias e cooperação técnica com instituições públicas e privadas, das

diversas esferas (municipal, estadual e federal) e com os movimentos sociais se impõe como condição

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para a ampliação de atividades, e consequentemente dos públicos. Sua ampliação será consolidada a

partir da reforma e restauro do casarão, uma vez que com as condições atuais de infraestrutura estas

parcerias, são, de certo modo, inviabilizadas.

2 - Programa de Gestão de Pessoas

O programa de Gestão de Pessoas8 tem por objetivos: atender às necessidades imediatas e futuras do

Museu; proporcionar gestão alinhada com o propósito, estratégias, princípios e processos de trabalho

do IBRAM; incentivar o aprendizado contínuo e o comprometimento de todos que fazem parte do seu

quadro funcional. Ações a serem desenvolvidas:

Proporcionar capacitação e qualificação profissional aos servidores e terceirizados;

Estabelecer parcerias com universidades e outras instituições de ensino para viabilizar programa de

estágios;

Definir metas institucionais e individuais e acompanhar o desempenho de cada servidor;

Realizar periodicamente palestras educativas para todos os colaboradores;

Realizar reuniões periódicas com a equipe de servidores e terceirizados do MAB.

2.1. - Estrutura Funcional

2.1.1 – Organograma

A partir da consolidação do Regimento Interno e consequente criação do conselho consultivo da

instituição, o organograma do MAB terá a seguinte configuração:

8 Fundamentado no conceito de competências, entendidas como conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes, que se

manifestam por resultados observáveis e que viabilizam o alcance da missão e objetivos institucionais.

Direção

Núcleo

Administrativo

Núcleo Técnico

Terceirizados

Museologia

Educativo Biblioteca/

Arquivo

Estagiário

Estagiário

Estagiário

Estagiário

Conselho

Consultivo

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2.1.2 - Competências e atribuições

a) Da Direção:

Realizar o planejamento estratégico do museu, de forma a garantir o alinhamento entre as funções

museológicas, seus públicos, a captação de recursos e as normas do IBRAM e específicas do

campo museológico e cultural, bem como dos seus instrumentos de planejamento estratégico,

com previsão para captação de recursos;

Elaborar, consolidar e atualizar em conjunto com a equipe do museu os instrumentos de gestão e

monitoramento, (a exemplo do plano museológico, política de aquisição e descarte, o plano anual

de atividades, etc.), para assegurar o cumprimento da missão, visão e objetivos estratégicos do

museu;

Planejar e realizar a gestão de parcerias com atores e agentes envolvidos com o campo museal,

especialmente de parceiros e entidades mantenedoras interessadas;

Coordenar todas as ações do museu, garantindo o alinhamento dos objetivos e atividades

executadas pelas áreas administrativas e técnicas da instituição;

Apresentar ao Conselho Consultivo o planejamento anual do MAB;

Coordenar a elaboração do Relatório Anual das atividades e projetos desenvolvidos pelo MAB a

ser apresentado anualmente ao IBRAM e ao Conselho Consultivo;

Encaminhar anualmente ao IBRAM o inventário atualizado do acervo museológico, arquivístico e

bibliográfico do MAB;

Estimular a criação e acompanhar os planos, projetos e ações da Associação de Amigos;

Planejar e coordenar projetos para captação de recursos, para viabilizar a realização de atividades

culturais, educacionais e de investimentos no acervo e no edifício que abriga o museu;

Garantir o desenvolvimento dos programas de gestão de pessoas; de acervos; de exposições; do

educativo; de pesquisa; de segurança; de financiamento e fomento; de atividades e serviços; e de

comunicação;

Acompanhar resultados do museu, a fim de monitorar o alcance dos objetivos traçados no

planejamento.

b) Do Núcleo Técnico:

Planejar, coordenar e promover a execução das atividades de pesquisa, organização, preservação,

conservação, exposição e comunicação dos acervos museológicos, bibliográficos e arquivísticos do

MAB;

Promover atividades expositivas, socioculturais e educativas em conformidade com o

planejamento anual;

Planejar, acompanhar, controlar e quantificar a visitação ao Museu, bem como informar

mensalmente o quantitativo de visitantes à Direção e ao IBRAM;

Manter o inventário dos acervos atualizado e encaminhá-lo à Direção anualmente.

Promover a comunicação interna e externa do MAB;

Divulgar as atividades do MAB através dos meios de comunicação disponíveis;

Pesquisar e arquivar notícias e artigos sobre as atividades e imagem do MAB veiculadas nos meios

de comunicação, bem como aquelas relacionadas à cultura afro-brasileira.

Manter atualizada a mala direta com parceiros, usuários e visitantes do MAB;

Elaborar publicações impressas, digitais e em multimídia sobre temas de interesse do MAB.

c) Do Núcleo Administrativo:

Planejar, coordenar e supervisionar a execução das atividades relativas às áreas de recursos

humanos, material, patrimônio, almoxarifado, compras, suprimentos, documentação, protocolo,

arquivo, zeladoria, vigilância, terceirização, serviços gerais e os demais aspectos administrativos,

inclusive os convênios e demais instrumentos congêneres de cooperação;

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Consolidar indicadores, gerar relatórios e fornecer resultados consolidados à direção e ao núcleo

técnico para consolidar o Relatório Anual de Atividades e demais relatórios solicitados pelo

IBRAM;

Executar as atividades administrativas relativas às exposições;

Manter, em parceria com o núcleo técnico, condições ambientais adequadas de conservação e

exposição do acervo;

Acompanhar os serviços gerais do museu;

Promover a comunicação interna com os terceirizados e com demais colaboradores do MAB.

d) Do Conselho Consultivo:

Promover a articulação entre o MAB e instituições e movimentos sociais relacionados à cultura

afrodescendente;

Estimular o desenvolvimento de programas, projetos e atividades no âmbito das finalidades do

MAB;

Estimular a participação e o interesse dos diversos segmentos da sociedade nas atividades do

MAB;

Propor a criação e aperfeiçoamento de instrumentos para melhor desempenho e desenvolvimento

das atividades do MAB;

Sugerir ações para o planejamento anual do MAB;

Deliberar sobre a aquisição, alienação e descarte de acervo;

Analisar e emitir opiniões sobre o Plano Museológico;

Participar do diagnóstico institucional do MAB.

2.2. Capacitação e Atualização

O MAB mantém programa de capacitação para seus servidores seja por meio de cursos à distância ou

presenciais, participação em seminários e congressos, nas áreas pertinentes às necessidades da

instituição, do ponto de vista conceitual e técnicos relativos à missão e objetivos institucionais. Este

programa de capacitação contempla as seguintes atividades:

Participação em cursos, oficinas, treinamentos, palestras e seminários;

Desenvolvimento de parcerias com outras instituições para o estabelecimento de estágios;

Desenvolvimento de atividades em que o funcionário atue como multiplicador do conhecimento,

aprimorando assim o desempenho de suas funções;

Criação de programa de voluntariado na instituição junto às atividades educativas e culturais

desenvolvidas.

2.2.1 Ciclo de Palestras Educativas do Museu da Abolição

Projeto voltado para a inclusão educativa do público interno (servidores, terceirizados e estagiários)

por meio de palestras e atividades, com o objetivo de aprimorar a qualidade de vida no ambiente de

trabalho, mantendo a equipe motivada e informada sobre a instituição em que trabalham e sua

mantenedora. As palestras são voltadas para educação patrimonial, segurança e saúde no trabalho e

outros temas de interesse da equipe. O ciclo de palestras é realizado em parceria com instituições

locais, com periodicidade trimestral.

2.4. Acompanhamento do Desempenho Individual

O acompanhamento do desempenho individual está baseado no plano de trabalho anual de cada

servidor, e em consonância com as metas institucionais. Com exceção da Direção e do conselho

consultivo, todos os servidores e estagiários estão incluídos no acompanhamento do desempenho

individual.

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2.5. Reuniões Técnicas e Administrativas

São realizadas reuniões pela Equipe do MAB para planejamento, desenvolvimento e avaliação das

atividades e ações executadas.

3. Programa de Acervos

O programa de acervos será consolidado a partir da aprovação da minuta da Política de Aquisição e

Descarte de Acervos, apresentada no Anexo 2, que estabelece diretrizes de gestão, procedimentos e

critérios para aquisição e descarte de objetos ou coleções para os acervos do MAB.

3.1 - Aquisição e descarte de Acervos

A política de aquisição e descarte de acervos observará as normas e legislação nacionais e

internacionais que tratam do assunto, as orientações do IBRAM e normas do Regimento Interno do

MAB. As diretrizes de gestão dos acervos, procedimentos e critérios para aquisição e descarte de

objetos ou coleções, serão atualizadas periodicamente.

Enquanto a Política de Aquisição e Descarte de Acervos não estiver aprovada pelo IBRAM a direção

do Museu da Abolição organiza uma Comissão de Avaliação do Acervo Museológico, que é formada

por 03 (três) servidores da instituição, de diferentes setores, toda vez que houver necessidade de

avaliar a aquisição de acervos.

3.2 – Documentação

A documentação do acervo leva em consideração questões básicas como: facilidade de recuperação

das informações acerca da obra, documentos de aquisição do acervo e a segurança do mesmo. Neste

sentido, prevê a coleta, organização, tratamento, armazenamento, recuperação e disseminação da

informação produzida a partir da coleção.

A coleção do MAB necessita de pesquisas sob o ponto de vista da formação de sua coleção, aquisição,

procedência, valor simbólico, valor de uso e história, alimentando assim a documentação do museu. A

iniciativa visa à compreensão destes objetos em seu contexto de produção e utilização, do ponto de

vista histórico e cultural, entendendo-o como memória de sua temporalidade. Devem ser implantadas

iniciativas para realizar pesquisas, de modo sistemático, por meio de projetos mais amplos e de ordem

pontual, com os estagiários da casa.

Para auxiliar a composição da documentação e pesquisa da coleção, devem ser desenvolvidos projetos

de parceria com os Museus IBRAM para trazer profissionais especializados ao MAB, tais como

arquivista, bibliotecário, historiadores, antropólogos, etc. De outro modo, desenvolver projetos para

captar recursos e contratar serviços desses profissionais. As atividades necessárias são:

Organizar, catalogar e acondicionar todos os documentos do acervo museológico, contemplando

documentos de empréstimo, dossiês de aquisição e contratos de comodato;

Registrar todo o acervo museológico em Livro de Tombo, em formato manual e digitalizado,

contemplando campos básicos de informações sobre a história, a propriedade física e o

significado do item;

Estabelecer uso de livro de ocorrência do acervo museológico, para registros e ocorrências

relacionados ao acervo museológico do MAB;

Adquirir software para catalogação dos acervos existentes

Informatizar o acervo bibliográfico utilizando banco de dados adequado;

Digitalizar acervo da Hemeroteca.

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3.3 - Conservação

O tratamento e a conservação do acervo fotográfico arquivístico, bibliográfico e museológico, já são

realizados periodicamente pela equipe Técnica, por meio de higienização mecânica. Outros

procedimentos devem ser adotados, tais como: aferição de temperatura e umidade, para compra de

equipamentos necessários para o seu controle

Para acondicionamento do acervo será viabilizado o espaço físico destinado a Reserva Técnica.

Também serão adquiridos materiais permanentes como mobiliário para acondicionar o acervo.

4 - Programa de Exposições

4.1 - Exposições temporárias e itinerantes

O programa de exposições temporárias e itinerantes deve ser elaborado e viabilizado anualmente. Esta

programação deve levar em consideração; 1) demandas da sociedade para utilizar os espaços

expositivos do MAB, definidos para exposições de curta duração; 2) identificação da equipe técnica

de projetos realizados em outros espaços para serem recebidos no MAB; 3) identificação de

oportunidade para levar exposições do acervo do MAB para outros espaços. Em todas estas situações,

são levados em consideração os interesses institucionais, e a decisão da área técnica. Quando o

Regimento Interno estiver aprovado pelo IBRAM, e o Conselho Consultivo do MAB estabelecido,

estas decisões também serão submetidas a este conselho, prevendo a abertura de editais semestrais

para a utilização dos espaços a elas destinados.

4.2 - Exposição de Longa Duração

A exposição de longa duração será avaliada periodicamente pela direção do MAB e núcleo técnico,

com a participação do conselho consultivo e comunidades afrodescendente, observando a missão e os

objetivos do MAB de modo a garantir a sua atualização e permanente discussão.

5 - Programa Educativo e Cultural

O Educativo do Museu da Abolição tem por objetivo:

Implantar e desenvolver as políticas de atendimento ao visitante;

Coordenar o trabalho realizado pelos mediadores, responsáveis pelo acompanhamento dos

visitantes;

Realizar o agendamento dos grupos para visita às exposições de longa e curta duração ou para

outro tipo de atividade que esteja sendo oferecida pelo Museu;

Assessorar os professores e gestores de instituições do ensino formal e não formal quanto ao

estabelecimento de parcerias e propostas integradas de trabalho;

Documentar as atividades educativas oferecidas e realizadas no MAB;

Promover atividades tais como cursos, oficinas, mesas redondas e debates sobre temáticas

relacionadas à história e cultura afro-brasileira e temas transversais.

Do ponto de vista estratégico, as metas do programa educativo são:

Produzir material didático, lúdico e informativo, para apoio ao atendimento ao público visitante,

especialmente o público infantil, e professores;

Ofertar atividades segmentadas para o público conforme sua faixa etária;

Desenvolver, de forma continuada, parcerias para capacitação de professores da rede pública,

níveis fundamental e médio, voltadas para a instrumentalização do Ensino da História da

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Cultura Afro-brasileira, e auxílio no cumprimento da Lei 10.639/03 e Lei 11.645/08.

6 - Programa de Pesquisa

Consolidar e ampliar o Grupo de Pesquisa “Antropologia e Museus na Contemporaneidade”, que

possui as linhas de pesquisa cadastradas na plataforma do Lattes/CNPq nas área de conhecimento:

Ciências Humanas; Ciências Sociais Aplicadas, Antropologia; Museologia e Ciência da Informação.

Entre as metas estabelecidas para a Pesquisa, colocam-se:

Consolidar o Museu da Abolição como Centro de Referência da cultura Afro-brasileira;

Ampliar relações com as Universidades, estabelecendo convênios e parcerias, de modo a

desenvolver pesquisas nas diversas áreas de conhecimento de interesse da instituição, em

conjunto com profissionais e instituições reconhecidas;

Organizar e disponibilizar ao público acervos de documentos, hemeroteca e biblioteca existentes

no Museu;

Contribuir para ampliação dos acervos;

Atualizar o conhecimento sobre o uso de fontes e sobre o tratamento de acervos, essenciais à

qualificação metodológica da pesquisa histórica e antropológica;

Criar publicação do Museu para divulgar as pesquisas realizadas;

Disponibilizar os produtos elaborados pelas pesquisas aos diversos públicos e sociedade;

Identificar e documentar as diversas identidades e memórias dos povos afrodescendentes de

Pernambuco;

Identificar e documentar as histórias vividas e construídas por personalidades representativas dos

afrodescendentes de Pernambuco;

Democratizar o acesso ao conhecimento, por meio da organização de exposições, divulgação em

livros ou outras publicações, realização de seminários, debates e eventos afins, sobre os temas

pesquisados em parceria com outras instituições culturais, universidades, e entidades da

sociedade civil;

Realizar ações voltadas para a comunidade em geral, e particularmente aos afrodescendentes,

com vistas a ampliar o conhecimento produzido pelas pesquisas.

Ocupar o papel de instituição articuladora na construção de uma rede nacional e internacional de

museus com temática ou acervos afins aos do Museu da Abolição.

7 - Programa Arquitetônico e Urbanístico

Destinação dos espaços e seus usos após as obras de restauro e adequação do Sobrado Grande da

Madalena, que deverão contemplar acessibilidade de acordo com a norma 9050:2004, para todos os

espaços e ambientes do museu:

AMBIENTE (Planta) ESPAÇO (Função) ÁREA

Ambiente 01 Biblioteca / Arquivo 30,07 m2

Ambiente 02 Hall de entrada/Recepção 46,75 m2

Ambiente 03 Memorial do sobrado e do Museu da Abolição 29,61 m2

Ambiente 04 WC Masculino – Readequação para acesso ao

público

9,42 m2

Ambiente 05 WC com acessibilidade – Readequação para

acesso ao público

3,31 m2

Ambiente 06 WC Feminino – Readequação para acesso ao

público

9,66 m2

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Ambiente 07 Circulação – Readequação para acesso ao

público

2,25 m2

Ambiente 08 Circulação – Elevador 11,53 m2

Ambiente 09 Circulação/Escada 11,22 m2

Ambiente 10 Hall da escada 19,61 m2

Ambiente 11 Sala de exposição temporária 1 44,07 m2

Ambiente 12 Reserva técnica 46,28 m2

Ambiente 13 Sala de exposição temporária 2 54,10 m2

Ambiente 14 Mini-Auditório para 50 pessoas 46,18 m2

Ambiente 15 Hall de escada dos fundos/circulação 7,27 m2

Ambiente 16 Descanso da escada 5,95 m2

Ambiente 17 Ludoteca 42,02 m2

Ambiente 18 Copa 5,27 m2

Ambiente 19 Oficina de Higienização 10,30 m2

Ambiente 20 Núcleo Técnico 25,07 M2

Ambiente 21 Jardim/Pátio 110,06 m2

Ambiente 22 Sala de exposição de longa duração 2 31,98 m2

Ambiente 23 Sala de exposição de longa duração 3 49,68 m2

Ambiente 24 Sala de exposição de longa duração 4 31,45 m2

Ambiente 25 Sala de exposição de longa duração 1 20,19 m2

Ambiente 26 Elevador 17,20 m2

Ambiente 27 Sala de exposição de longa duração 5 56,75 m2

Ambiente 28 Setor educativo 30,18 m2

Ambiente 29 Sala Controle TI 9,14 m2

Ambiente 30 Banheiro para servidores 9,23 m2

Ambiente 31 Sala de Reflexão / Atividades Educativo 59,10 m2

Ambiente 32 Direção e Educativo 47,54 m2

Ambiente 33 Hall escada/circulação 15,61 m2

Ambiente 34 Núcleo Administrativo 43,73 m2

Os espaços externos do MAB serão readequados às necessidades do Museu: Construção de sala

acústica para reativação do LEMMA- Laboratório Experimental de Música do Museu da Abolição;

construção de espaço para loja, café e banheiros para atender às atividades externas; instalação de

lona tensionada para cobertura do teatro de arena; implantação do projeto paisagístico desenvolvido

para os jardins; melhoria no teatro de arena para melhor aproveitamento em atividades na área

externa: palestras, apresentações artísticas e de filmes, etc.

8 - Programa de Segurança

O quadro atual de seguranças do MAB é insuficiente, uma vez que desde o segundo semestre 2016

houve redução do quadro de vigilantes. Além disto, levando-se em consideração uma política mais

ampla, que pensa não apenas a segurança armada, a equipe do MAB compreende que a prioridade é o

desenvolvimento de um Plano de Gestão de Riscos ao Patrimônio, o qual está em fase de elaboração.

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Este foi desmembrado em ações, de curto (de 1 a 6 meses), médio (de 6 a 12 meses), e longo prazo (de

1 a 2 anos). As ações prioritárias para este programa estão abaixo descritas:

Ação Condição Prazo

Indicação de servidor técnico responsável pela

organização e condução das ações concernentes à

segurança;

Indicação do diretor Realizado

Aproximação do museu com os órgãos de segurança

pública, especialmente o corpo de bombeiros, as

polícias civil e militar, e a defesa civil;

A ser desenvolvido

pela Equipe MAB

Curto Prazo

Diagnóstico, das características da instituição, do

entorno, seu público e funcionamento; identificação e

avaliação dos riscos para a elaboração de um plano de

gerenciamento de riscos orientado para à realidade da

instituição;

A ser desenvolvido

pela Equipe MAB em

conjunto com

consultor contratado

pelo IBRAM.

Curto Prazo

Criação de um grupo de trabalho (brigada MAB)

orientados para construir e coordenar o plano de gestão

de riscos e outros documentos.

Indicação do diretor Curto Prazo

Notificação às empresas licitadas, que prestam

serviços ao Museu da Abolição, quanto à necessidade

de realização de treinamentos periódicos dos

funcionários terceirizados, no tocante a questões de

segurança;

A ser desenvolvido

pela Equipe MAB

Curto Prazo

Manual Interno de Segurança que sistematize ações

cotidianas nesta área, tais como: competências e

responsabilidades de cada servidor do museu, inclusive

terceirizados; normas de controle de acesso, de

funcionários, visitantes e pesquisadores, com

identificação dos mesmos e registro dos setores

visitados; política de controle de chaves, de entrada e

saída de acervo, veículos, e equipamentos;

A ser desenvolvido

pela Equipe MAB com

treinamento da equipe

terceirizada

Será desenvolvido

em conjunto com

Regimento Interno

(médio prazo)

Programação de treinamentos sistemáticos para

assegurar a condução das atividades de segurança, de

orientações, procedimentos preventivos e medidas a

serem tomadas em casos de emergência, envolvendo

todos os servidores, independente de sua atuação direta

ou indireta com a questão da segurança;

A ser desenvolvido

pela Equipe MAB, em

conjunto com IPHAN-

PE (curso sobre

cuidados com bens

tombados), Bombeiros

e Defesa Civil

Médio Prazo

Planos de segurança com foco em incêndios, roubos,

furtos, enchentes e retirada de funcionários, públicos e

acervos em caso de ocorrências;

A ser desenvolvido

pela Equipe MAB em

conjunto com

especialista da área.

Longo prazo

Aparelhamento do museu de recursos tecnológicos e

operacionais voltados diariamente ao problema da

segurança dos acervos, das instalações, dos públicos e

dos servidores e terceirizados.

A partir da execução

dos projetos básicos de

restauro e readequação

do museu, a serem

licitados

Longo prazo

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9 - Programa de Financiamento e Fomento

A receita do Museu da Abolição é proveniente dos seguintes meios:

Recursos da União/Ministério da Cultura;

Doações realizadas sob contrapartidas de parceiros;

Captação de recursos de leis de incentivo à cultura, por meio da elaboração de projetos;

Recursos de editais.

O programa de financiamento e fomento do MAB contempla o estimulo à reativação da Associação

de Amigos do Museu da Abolição, para captação de recursos; busca de apoio de OSCIPS e ONG’s,

como o Fórum de Museus de Pernambuco; parcerias com universidades e instituições de ensino, para

captação de recursos e desenvolvimento de projetos.

10 – Programa de Atividades e serviços

10.1 - Laboratório de Experimentação Musical do Museu da Abolição - LEMMA

O LEMMA será reativado com as obras de reforma e restauro do MAB. A nova sala atenderá de

forma plena aos usuários, e buscará parcerias com escolas públicas para oferecer suporte ao ensino da

música e ao cumprimento da Lei 11.769/08, que dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino da música

na educação básica. O novo ambiente terá os requisitos abaixo:

Instalações com isolamento e tratamento acústico;

Formulários para controle e acesso ao serviço;

Sistema para agendamento no site do MAB;

Acesso gratuito;

Contrapartida dos grupos musicais pela utilização do espaço: realizar pelo menos uma

apresentação, gratuitamente, na programação Anual do MAB.

10.2 – Biblioteca e Arquivo

O atendimento da biblioteca/arquivo é prejudicado por falta de pessoal, mobiliário adequado e de um

sistema de consulta eficiente para os usuários. São prioridades para este serviço:

Aquisição de mobiliário para armazenamento do acervo;

Contratação de bibliotecário e arquivista para organização e atualização do sistema de consulta e

utilização, por projeto ou parceria com Museus IBRAM;

Inserção de títulos no sistema de consulta.

10.3 - Mini-Auditório

O Auditório foi montado pelos servidores com equipamentos existentes no MAB. Embora funcione

razoavelmente bem e atenda ao público de maneira geral, existe a necessidade de melhoria das

instalações, criação de espaço adequado e compra de equipamentos. O Projeto de reforma e restauro

do MAB prevê a instalação de um novo auditório com os equipamentos e estrutura adequada à

necessidade da instituição. Na execução deste projeto teremos, aquisição de equipamentos e

mobiliários.

10.4 – Jardim

A área externa do museu também necessita de revitalização e de projeto de adequação que deve

consistir em:

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Instalação de cobertura do teatro de arena, com lona tencionada;

Execução do projeto de reforma e paisagístico, com construção de espaço para o Laboratório de

Experimentação Musical, loja e café;

11 – Programa de Comunicação

11.1 - Telefonia

A rede de telefonia externa e interna (ramais) será revisada e readequada, o que ocorrerá após as obras

de restauro e requalificação do MAB.

11.2 - Internet e Rede

a) Internet

Há necessidade de redimensionamento do acesso à Internet com aumento da banda larga fornecida ao

museu e de estudo de possibilidades para oferecer acesso gratuito (Access Point) aos usuários.

b) Rede

Com a revisão do sistema de rede no projeto executivo de reforma e restauro, todos os ambientes do

Museu serão contemplados com cabeamento e ampliação da rede.

11.3 - Comunicação interna

a) Comunicados

A comunicação interna é realizada por meio de reuniões, e-mail’s, e Comunicados Internos, os quais

são afixados no quadro de avisos do Museu e nas áreas de circulação dos terceirizados (seguranças e

serventes), quando o assunto for pertinente a estes grupos. A dificuldade maior é a ausência de porta-

recado, nos ambientes internos de circulação dos terceirizados, o que leva à fixação dos comunicados

nas paredes dos ambientes. A prática mais eficaz é a realização de reuniões que servem também de

momento de interação de toda equipe que compõe o MAB.

b) Sinalização

Toda a sinalização deverá atender aos critérios de acessibilidade estabelecidos por Lei para espaços

públicos e ao bem estar dos usuários. O projeto de sinalização interna e externa, elaborado por

empresa especializada, ao ser executado, contemplará os seguintes itens:

Sinalização dos espaços, a partir da planta baixa da instituição, localizada na recepção;

Sinalização de equipamentos e áreas acessíveis ou adaptadas para pessoas com deficiência;

Sinalização das salas de exposição e demais áreas de acesso;

Sinalização da área externa;

Sinalização de segurança (extintores de incêndio, câmeras, zonas de riscos etc.).

Áreas de acesso restrito.

11.4 - Comunicação externa/publicidade

Contratação de plano de comunicação para o museu, contemplando diagnóstico e ações para atingir

todas as mídias para divulgação das atividades e serviços da instituição.

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ANEXO 1

MINUTA DO REGIMENTO INTERNO DO MUSEU DA ABOLIÇÃO

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CAPÍTULO I

DA NATUREZA, MISSÃO E OBJETIVOS

Art.1º O Museu da Abolição, neste ato designado simplesmente como MAB, é unidade integrante da

estrutura do Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM, de acordo com o art. 7º e 8º da Lei nº 11.906,

de 20 de janeiro de 2009, e será regido pelo presente Regimento Interno, em consonância com as

diretrizes do IBRAM e demais disposições que lhe forem aplicáveis. A Unidade Museológica é um

órgão do IBRAM.

Art. 2º O MAB tem como missão preservar, pesquisar, divulgar, valorizar e difundir a memória, os

valores históricos, artísticos e culturais, o patrimônio material e imaterial dos afrodescendentes, por

meio de estímulo à reflexão e ao pensamento crítico, sobretudo quanto ao tema abolição, contribuindo

para o fortalecimento da identidade e cidadania do povo brasileiro.

Art. 3º O MAB tem as seguintes finalidades:

I - Administrar os bens e recursos sob sua guarda e responsabilidade, zelando por sua preservação

e integridade;

II - Elaborar, desenvolver e manter atualizado seu plano museológico, observando o disposto no

estatuto de museus, lei 11.904/09 e decreto 8.124/13; o plano nacional de cultura, lei 12.343/10; a

política nacional de museus e o plano nacional setorial de museus;

III - Propor, desenvolver e implementar programas, projetos e ações voltados para a educação, o

lazer, o desenvolvimento e a valorização das comunidades em que estão inseridos;

IV - Propor, desenvolver e implementar programas, projetos e ações voltados para a preservação,

pesquisa, comunicação e valorização do patrimônio musealizado, de forma democrática e

participativa;

V - Promover o Museu da Abolição como instituição federal de referência nacional da cultura afro-

brasileira;

VI - Promover o intercâmbio científico, acadêmico e cultural em sua área de atuação;

VII - Implantar rede de articulação e cooperação com instituições e movimentos afins, públicos e

privados, religiosos, culturais e de ação social;

VIII - Garantir o acesso amplo e democrático do público às dependências do museu, aos seus

programas, serviços e informações, bem como ao conhecimento ali produzido;

IX - Manter permanente espírito colaborativo, de intercâmbio e de solidariedade com todas as áreas

do IBRAM, inclusive com as outras unidades museais;

X - Desenvolver e implementar programas e projetos de formação, valorização e aprimoramento

profissional para suas equipes;

XI - Atender à convocação do presidente do IBRAM para prestar informações ou participar de

reuniões;

XII - Realizar a contagem regular de público e enviar os dados para a coordenação de produção e

análise da informação – CPAI;

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XIII - Manter as informações atualizadas junto ao Cadastro Nacional de Museus e o Registro de

Museus;

XIV - Participar das ações permanentes de promoção anuais coordenadas pelo IBRAM;

XV - Estimular a constituição de Associações de Amigos dos museus;

XVI - Elaborar, desenvolver e manter atualizada e disponibilizada a política de aquisição e descarte

de acervos musealizados;

XVII - Realizar exposições temporárias ou itinerantes, difundindo seu acervo e outras coleções;

XVIII - Manter atualizado os inventários de acervos dos bens musealizados;

XIX - Manter atualizadas as informações sobre os acervos musealizados no Inventário Nacional de

Bens Culturais – INBCM;

XX - Promover a reflexão crítica sobre a participação dos africanos e seus descendentes na

história do processo escravista brasileiro, na Abolição, nas lutas libertárias e na formação da

nacionalidade;

XXI - Promover ações de reconhecimento, valorização e preservação do Patrimônio Cultural Afro-

brasileiro, material e imaterial, nas instituições e comunidades afrodescendentes;

XXII - Desenvolver parcerias com Universidades e instituições de ensino com vistas a desenvolver

projetos de pesquisas sobre as temáticas da cultura afro-brasileira, abolição e temas correlatos;

XXIII - Estabelecer política de aquisição de acervo a partir de editais, pesquisa, coleta e incentivo às

doações, junto às instituições universitárias, museológicas, comunidade em geral e movimentos

sociais e religiosos afrodescendentes.

Parágrafo único. Para o cumprimento de sua missão institucional, o MAB deverá considerar, sempre

que possível, os objetivos específicos elencados no Sistema Brasileiro de Museus, conforme disposto

no art. 59 da Lei nº 11.904, de 14 de janeiro de 2009, no Decreto 8.124 de 17 de outubro de 2013,

bem como os elencados pelo Plano Nacional Setorial de Museus – PNSM e demais normativas

relacionadas à área museológica vigentes.

CAPÍTULO II

DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Art. 4º O MAB tem a seguinte estrutura organizacional:

I – Direção;

II – Núcleo Administrativo:

1. Chefia de Serviço.

III – Núcleo Técnico;

IV – Conselho Consultivo.

Art. 5º O MAB será dirigido por um Diretor, nomeado pelo Presidente do IBRAM, a partir da lista

tríplice elaborada pelo comitê de seleção, de acordo com os critérios da Portaria MinC nº 05/2014,

que regulamenta o artigo 34 do Decreto nº 8.124 de 17 de outubro de 2013.

CAPÍTULO III

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DA COMPETÊNCIA DAS ÁREAS

SEÇÃO I

DA DIREÇÃO

Art. 6º À Direção compete:

I - Realizar o planejamento estratégico do museu, de forma a garantir o alinhamento entre as

funções museológicas, seus públicos, a captação de recursos e as normas do IBRAM e específicas do

campo museológico e cultural, bem como dos seus instrumentos de planejamento estratégico, com

previsão para captação de recursos;

II - Coordenar todas as ações do museu, garantindo o alinhamento dos objetivos e atividades

executadas pelas áreas administrativas e técnicas da instituição;

III - Relar pelo regular funcionamento do museu;

IV - Elaborar, implementar e atualizar em conjunto com a equipe do museu os instrumentos de

gestão e monitoramento, (a exemplo do plano museológico, política de aquisição e descarte, o plano

anual de atividades prévio), para assegurar o cumprimento da missão, visão e objetivos estratégicos

do museu;

V - Firmar parcerias com instituições e museus, em âmbito local, nacional e internacional;

VI - Manter a documentação sistemática dos bens culturais musealizados que são de propriedade e

que estão sob a guarda da instituição museológica que dirige, conforme disposto no art. 39, da Lei

11.904, de 14 de janeiro de 2009;

VII - Zelar pelo fiel cumprimento das normas técnicas para o uso e posicionamento da logomarca

IBRAM e do museu, nas ações e campanhas de publicidade institucional, com vistas à preservação

da identidade visual e conceitual do IBRAM e do MAB;

VIII - Planejar e realizar a gestão de parcerias com atores e agentes envolvidos com o campo

museal, especialmente de parceiros e entidades mantenedoras interessadas;

IX - Estimular a criação e acompanhar os planos, projetos e ações da Associação de Amigos;

X - Planejar e coordenar projetos para captação de recursos, para viabilizar a realização de

atividades culturais, educacionais e de investimentos no acervo e no edifício que abriga o museu;

XI - Elaborar o planejamento financeiro do museu e gerenciar seus recursos, a fim de garantir a

execução da programação educativa e cultural bem como de salvaguarda do acervo;

XII - Acompanhar resultados do museu, a fim de monitorar o alcance dos objetivos traçados no

planejamento.

Parágrafo único. A direção poderá designar servidores para exercer as funções necessárias para o

funcionamento do museu.

SEÇÃO II

DO NÚCLEO ADMINISTRATIVO

Art. 7° Ao Núcleo Administrativo compete:

I - Consolidar indicadores, gerar relatórios e fornecer resultados consolidados à direção e à área

técnica para consolidar Relatório Anual de Atividades e demais relatórios solicitados pelo IBRAM;

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II - Realizar a gestão de Tecnologia da Informação;

III - Planejar as atividades de Tecnologia da Informação e suporte a todas as áreas do museu;

IV - Manter a adequação da infraestrutura de informática, backup de arquivos, segurança e acesso

à internet;

V - Realizar a gestão dos documentos recebidos e emitidos (protocolo);

VI - Realizar as ações pertinentes à logística, ao almoxarifado e armazenamento de materiais;

VII - Executar as atividades relativas à administração de pessoal de acordo com a legislação vigente

e as normas do IBRAM, especialmente quanto a férias, licenças, afastamentos, ponto eletrônico e

relatórios de frequência;

VIII - Administrar processos de seleção, contratação e desligamento de estagiários;

IX - Executar as atividades administrativas relativas às exposições;

X - Acompanhar a execução dos serviços de limpeza e manutenção com vistas à boa conservação

da estrutura física do museu e do seu acervo;

XI - Planejar, executar e manter o leiaute das instalações do museu, adequando-os às especificidades

das atividades museais, às necessidades de uso dos seus ambientes de trabalho e de visitação e aos

padrões necessários de conforto e segurança a partir de demanda em conjunto com a direção e o

núcleo técnico;

XII - Manter, em parceria com o núcleo técnico, condições ambientais adequadas de conservação e

exposição do acervo;

XIII - Acompanhar os serviços gerais do museu;

XIV - Acompanhar o funcionamento operacional do museu durante o horário de visitação do museu,

coordenando funcionários e terceiros que participam do funcionamento do dia-a-dia do museu;

XV - Detalhar a comunicação das atividades, supervisão das atividades, gerenciamento de riscos e

ocorrências e reporte de desvios;

XVI - Acompanhar o desempenho dos serviços do pessoal da segurança do museu com vistas a

assegurar a preservação do acervo e das exposições, assim como a integridade física dos funcionários

e dos visitantes;

XVII - Definir, em conjunto com a direção e com o núcleo técnico, políticas de segurança, desenho

de mapa de risco e definição e aplicação de plano e sistema de segurança;

XVIII - Realizar o inventário anual físico de bens móveis;

XIX - Realizar atualização do inventário quando do recebimento ou desfazimento de bens móveis.

XX - Monitorar periodicamente as condições de conservação e segurança dos espaços do museu;

XXI - Auxiliar o Chefe de Serviço na gestão dos contratos relativos à prestação dos serviços

terceirizados relativos à manutenção da infraestrutura administrativa do museu.

Art. 8º À Chefia de Serviço compete:

I - Gerenciar a prestação dos serviços terceirizados relativos à infraestrutura administrativa do museu,

com o auxílio do núcleo administrativo;

II - Gerenciar o pagamento mensal dos serviços continuados;

III - Propor e desenvolver projetos relativos à acessibilidade, segurança, conforto ambiental e

manutenção predial do museu, alinhado com a direção e o núcleo técnico;

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IV - Realizar a gestão de segurança em conjunto com a direção, o núcleo técnico e o núcleo

administrativo;

V - Verificar se os terceirizados foram devidamente capacitados para realização das atividades para

as quais foram designados, a fim de manter a continuidade das atividades do museu;

VI - Coordenar a manutenção predial e limpeza do museu;

VII - Monitorar o andamento de processos de responsabilidade do núcleo administrativo;

VIII - Supervisionar as atividades desenvolvidas pelo núcleo administrativo.

SEÇÃO III

DO NÚCLEO TÉCNICO

Art. 9º Ao Núcleo Técnico compete:

I - A Comunicação, que compreende:

a. Divulgar as atividades e fortalecer a marca e a imagem do museu frente à sociedade;

b. Realizar estudos e pesquisas de público que possam subsidiar as estratégias de comunicação que

serão adotadas pelos museus;

c. Inserir as informações mensais relacionadas à visitação, de acordo com o formulário eletrônico de

visitação mensal do IBRAM, até o dia 10 de cada mês;

d. Participar dos processos de elaboração de exposições, programa e projetos educativos, bem como

de todas as atividades desenvolvidas no museu que requeiram um plano de comunicação;

e. Prospectar parcerias para promover e divulgar o museu;

f. Desenvolver ações para aumento da visitação e fidelização do público, sempre integradas às

iniciativas de outras áreas e à missão institucional do museu;

g. Propor e apoiar estratégias de integração do museu com o turismo;

h. Desenvolver o Programa de Comunicação do museu, alinhado às orientações do IBRAM;

i. Consolidar informações referentes às atividades institucionais, incluindo os dados fornecidos pelo

núcleo administrativo, semestralmente, para produção do relatório anual de atividades;

j. Consolidar informações da programação do museu, semestralmente, para produção do Boletim

Eletrônico do MAB.

II - Os Acervos e a Pesquisa, que compreendem:

a. Elaborar, implementar e coordenar o Programa de Acervos, de acordo com o especificado na

alínea “c”, do inciso IV, do artigo 23 do Decreto 8.124/2013;

b. Executar a gestão do acervo sob a guarda da instituição seja ele permanente ou temporário;

c. Adquirir, incorporar e dar baixa no acervo em consonância à política de aquisição e descarte e ao

programa de acervo da instituição;

d. Elaborar e executar os procedimentos técnicos em relação a todo o processo de documentação do

acervo (identificar e catalogar os bens culturais que integram o seu acervo, na forma de registros,

inventários e em sistemas de recuperação de informação, em consonância com as normas do

Inventário Nacional dos Bens Culturais Musealizados);

e. Manter atualizada as informações sobre o Inventário Nacional dos Bens Culturais Musealizados e

demais cadastros nacionais referentes aos bens musealizados;

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f. Manter a documentação museológica atualizada e o inventário dos acervos musealizados, de

caráter museológico, arquivístico e bibliográfico, deve estar em consonância com as normas do

Inventário Nacional dos Bens Culturais Musealizados;

g. Executar e monitorar a movimentação interna do acervo e a circulação para outras instituições do

Brasil e exterior;

h. Realizar pesquisa sobre o acervo do museu, subsidiando as demais ações institucionais;

i. Estabelecer o diálogo entre o museu e outras instituições afins, de modo a promover o intercâmbio

de informações e acervos;

j. Atender à Política de Aquisição e Descarte do Acervo Musealizado, de acordo com as normas

vigentes e normas do DPMUS/IBRAM;

k. Elaborar e implementar o Plano de Gestão de Riscos para o museu;

l. Propor e monitorar as ações relativas à conservação e segurança do acervo;

m. Elaborar e desenvolver o Programa de Pesquisas do museu, de acordo com as diretrizes e

orientações do Comitê de Pesquisa do IBRAM;

n. Estabelecer o diálogo permanente com instituições acadêmicas para o desenvolvimento de projetos

em parceria;

o. Desenvolver, em parceira com o Núcleo de Expografia e Atividades Socioculturais e Educativas e

com a ASCOM, avaliações das exposições e das atividades educativas e culturais;

p. Manter atualizados os instrumentos de controle e sistemas de informação sobre o acervo

musealizado;

q. Orientar e monitorar os estagiários da instituição, dentro de suas respectivas áreas de

conhecimento;

r. Desenvolver pesquisas de acordo com os interesses institucionais, e de acordo com as linhas de

pesquisa cadastrada no CNPQ;

s. Consolidar a Revista Eletrônica do MAB a partir de publicação de artigos e resenhas, oriundas das

pesquisas desenvolvidas.

III - A Conservação e a Restauração de acervos, que compreendem:

a. Planejar e acompanhar as ações de conservação e restauração do acervo;

b. Participar da elaboração e implementação do programa de gestão de riscos ao patrimonio

musealizado, de acordo com as diretrizes e orientações do IBRAM;

c. Elaborar e desenvolver ações e programas para restauração das obras do acervo;

d. Monitorar periodicamente as condições de conservação e segurança dos espaços do museu;

e. Estabelecer normas e critérios para implantação de sistemas de controle das condições ambientais

com vistas à conservação preventiva do patrimônio musealizado;

f. Elaborar, em parceria com o núcleo administrativo, programa de capacitação técnica na área de

conservação e restauração;

g. Propor a realização de parcerias e/ou cooperação técnica com outras instituições visando à

implantação de políticas de conservação e restauração.

IV - A Reserva Técnica, que compreende:

a. Planejar e gerir a reserva técnica do museu, assegurando a manutenção e as boas condições de

conservação e segurança do acervo, de acordo com as normas do IBRAM;

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b. Elaborar política de conservação e difusão das informações referentes ao acervo não exposto;

c. Elaborar política de conservação para acondicionamento seguro, guarda e preservação do acervo

não exposto.

V - A Expografia, que compreende:

a. Planejar e desenvolver o programa de exposições de curta, média, longa duração, itinerante e em

outros formatos, de acordo com a vocação institucional e sua adequação aos diferentes tipos de

público;

b. Desenvolver projetos de exposições;

c. Propor à direção ações para a programação social, educativa e cultural do museu;

d. Conceber, realizar, monitorar e manter as exposições, em todas as suas fases (pré-produção,

produção, montagem, desmontagem e divulgação);

e. Desenvolver, em conjunto com a direção, estratégias de promoção e divulgação das ações

expográficas do museu.

VI - As Atividades Socioculturais e Educativas, que compreendem:

a. Planejar, coordenar e desenvolver o Programa Educativo e Cultural do museu, de forma a oferecer

oportunidades de aprendizagem, entretenimento e debate para diferentes públicos;

b. Desenvolver atividades pedagógicas com vistas ao melhor aproveitamento da potencialidade

educacional do acervo e das exposições realizadas;

c. Realizar estudo de público, bem como levantamento sobre avaliações das exposições e das

atividades educativas e culturais;

d. Implantar/implementar programa de capacitação de educadores externos e para a equipe do museu;

e. Estabelecer diálogo permanente com instituições de ensino e iniciativas de memória, para o

desenvolvimento de parceria em projetos de sua área de competência;

f. Elaborar material pedagógico a ser utilizado nas ações educativas planejadas;

g. Desenvolver em conjunto com a ASCOM/IBRAM e Área de Comunicação, estratégias de

promoção e divulgação das ações educativas e culturais do museu;

h. Buscar o alinhamento das ações do museu às diretrizes do Programa Nacional de Educação Museal

- PNEM.

VII – O Arquivo e a Biblioteca, que compreende:

a. Planejar e gerir o arquivo e o acervo bibliográfico do museu, assegurando a manutenção e as boas

condições de conservação e segurança do acervo, de acordo com as normas do IBRAM;

b. Adquirir, incorporar e dar baixa no acervo em consonância à política de aquisição e descarte e ao

programa de acervo da instituição;

c. Cumprir as normas do Inventário Nacional dos Bens Culturais Musealizados e o inventário

periódico dos acervos arquivísticos e bibliográficos do museu;

d. Elaborar e executar os procedimentos técnicos em relação a todo o processo de documentação do

acervo bibliográfico e arquivístico (identificar, registrar, catalogar e manter atualizada a

documentação; sobre os bens culturais que integram seu acervo, na forma de registros, inventários e

em sistemas de recuperação de informação).

CAPÍTULO IV

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DAS ATRIBUIÇÕES DO DIRETOR

Art. 10. Ao Diretor compete:

I - Administrar o Museu da Abolição e garantir o seu funcionamento geral, de acordo com a sua

natureza, objetivos e missão, cumprindo e fazendo cumprir o Regimento Interno e as demais

disposições do IBRAM;

II - Praticar atos de gestão nas áreas de administração; pessoal e patrimonial decorrentes de lei e de

regulamentos, bem como àqueles que lhes foi delegada a competência;

III - Planejar, coordenar, supervisionar e fiscalizar as ações de natureza técnica, executiva,

administrativa e financeira do museu, adotando métodos e procedimentos que assegurem excelência,

eficácia, eficiência, transparência e economia;

IV - Participar da elaboração e da implementação do Plano Estratégico do IBRAM;

V - Editar portarias, instruções normativas e outros atos legais, objetivando o melhor funcionamento

do museu;

VI - Convocar e presidir as reuniões com a equipe do museu e participar de reuniões do IBRAM

quando convocado;

VII - Manifestar-se sobre as matérias que lhes forem submetidas;

VIII - Solicitar informações, providências e esclarecimentos ao Conselho Consultivo;

IX - Apresentar relatórios e pareceres nos prazos fixados, propondo/recomendando alternativas de

solução para a tomada de decisão;

X - Propor temas e assuntos junto à Presidência do IBRAM, com antecedência, para apreciação nas

reuniões dos órgãos colegiados do IBRAM;

XI - Zelar pelo cumprimento e colaborar com o desenvolvimento, a implementação, o monitoramento

e a avaliação do Plano Nacional de Cultura - PNC e do Plano Nacional Setorial de Museus – PNSM;

XII - Coordenar o desenvolvimento e a execução de programas que contemplem as diversas funções e

atribuições do museu;

XIII - Coordenar o desenvolvimento e a execução de projetos destinados ao aprimoramento da

gestão institucional e à captação de recursos;

XIV - Acompanhar e supervisionar os atos referentes à administração de pessoal, incentivando e

promovendo a capacitação e a qualificação do quadro funcional;

XV - Indicar membros para representar o museu em conselhos, comissões e grupos de trabalho, ou

outros colegiados;

XVI - Coordenar a elaboração do Relatório Anual do museu, contemplando as informações

fornecidas pelas diversas áreas do museu;

XVII - Expedir ordens de serviço e praticar atos de caráter administrativo, velando pela perfeita

observância deste regulamento e pelas normas de administração pública;

XVIII - Organizar o calendário de atividades do museu, promovendo exposições individuais,

palestras, concursos, cursos, oficinas e outras iniciativas culturais;

XIX - Autorizar a cessão temporária de instalações e equipamentos do museu, sempre que julgar

necessário, respeitando as normatizações e procedimentos legais;

XX - Coordenar a elaboração do Programa de Segurança do museu, respeitando as normas e

instruções do IBRAM;

XXI - Coordenar a elaboração e implementação do plano museológico do museu, que deve ser

avaliado e aprovado pelo IBRAM;

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XXII - Nomear e dar posse a uma comissão permanente para avaliação de aquisição e descarte de

acervo;

XXIII - Acompanhar a atualização e disponibilização da política de aquisição e descarte dos acervos

musealizados;

XXIV - Orientar a atualização dos instrumentos de controle e cadastros nacionais sobre o acervo

musealizado conforme periodicidade estabelecida na legislação

XXV - Indicar ao Presidente do IBRAM servidor(es) do quadro do museu, ocupantes de cargos

técnicos de nível superior, devidamente qualificados para exercerem as atividades de fiscalização de

contratos que lhes será designada.

CAPÍTULO V

DO PLANO MUSEOLÓGICO

Art. 11. De acordo com a Lei n° 11.904/2009 o Plano Museológico é a ferramenta básica de

planejamento estratégico do museu e deverá seguir os seguintes critérios para a sua elaboração:

I - Deverá contar com a participação de todo o corpo de funcionários do museu, desde sua

concepção até a sua redação;

II - Deverá contar com a participação e o envolvimento da comunidade local e dos visitantes;

III - Deverá ser revisto periodicamente, conforme a necessidade do museu;

IV - Contará com o apoio técnico e estará sujeito a aprovação da diretoria do IBRAM;

V - Deverá ser revisto a cada 4 anos, ou em período inferior, quando se fizer necessário;

VI - Deverá ser publicado no Boletim Administrativo do IBRAM.

CAPÍTULO VI

DO CONSELHO CONSULTIVO

Art. 12. Compete ao Conselho Consultivo do MAB:

I - Apreciar e dar parecer sobre o Plano Anual de Atividades do MAB, bem como opinar e

apresentar sugestões sobre assuntos que lhe sejam submetidos pela Direção;

II - Emitir parecer sobre pedidos de exposições, quer temporárias quer itinerantes, programa de

cursos, oficinas e outros programas culturais

III - Opinar sobre aquisições, permutas e inclusões de obras para o acervo.

Art. 13. O Conselho Consultivo terá a seguinte composição com direito a voto:

I - Presidente (Diretor do Museu da Abolição);

II - Um Coordenador técnico (servidor do Museu da Abolição);

III - Um Coordenador administrativo (servidor do Museu da Abolição);

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IV - Um representante designado pela Associação de Amigos do Museu da Abolição;

V - Um representante designado pela Secretaria de Cultura do Estado/FUNDARPE;

VI - Um representante designado pela Secretaria de Cultura da Cidade do Recife/Prefeitura da Cidade

do Recife;

VII - Um representante indicado pelos movimentos sociais;

VIII - Um representante indicado pelo Curso de Museologia da UFPE;

IX - Um representante do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros, vinculado à Universidade Federal de

Pernambuco, Universidade Federal Rural de Pernambuco ou Universidade Católica de Pernambuco;

X - Um representante indicado por associações ou entidades religiosas de matriz africana;

XI - Um representante indicado por grupos artísticos, associações ou instituições ligadas às

manifestações culturais de matriz africana.

§ 1º Os representantes, titulares e suplentes, serão indicados pelos titulares das instituições e

entidades representadas e serão designados pela Direção do MAB.

§ 2º Poderão ser convidados a participar, sem direito a voto, das reuniões do Conselho Consultivo

especialistas, personalidades e representantes de órgãos e entidades dos setores público e privado.

§ 3º A participação nas atividades do Conselho Consultivo será considerada função relevante, não

remunerada.

CAPÍTULO VII

DA COMISSÃO CURATORIAL

Art. 14. Compete à Comissão Curatorial:

I - Analisar e emitir parecer sobre aquisição e descarte de acervos conforme a Política de Aquisição e

Descarte de Acervos do MAB;

II - Assessorar o diretor do MAB em assuntos relacionados aos acervos;

III - Indicar possíveis aquisições de acervos para o museu.

Art. 15. A comissão será formada por 09 (nove) participantes, sendo eles:

I - Presidente (Diretor do Museu da Abolição);

II - Um Coordenador técnico (servidor do Museu da Abolição);

III - Um representante da Associação de Amigos do Museu da Abolição;

IV - Um Representante do curso de museologia que trabalhe com a temática afro;

V - Um Representante do curso de Antropologia que trabalhe com a temática afro;

VI - Um Representante do curso de História que trabalhe com a temática afro;

VII - Um Representante do curso de Artes Plásticas que trabalhe com a temática afro;

VIII - Um Representante do Departamento de Processos Museais-DPMUS do IBRAM.

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Parágrafo único. A comissão reunir-se-á quando convocado pelo seu presidente ou por algum de seus

membros.

CAPÍTULO VIII

DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Art. 16. A Direção do Museu da Abolição poderá instituir Grupos de Trabalho e Comissões

Especiais, em caráter permanente ou transitório, para fins de estudos ou execução de atividades

específicas de interesse do museu.

Art. 17. As áreas do Museu da Abolição poderão ser organizadas internamente em outros núcleos

cuja organização, funcionamento, competências específicas e atribuições serão explicitadas em atos

específicos e indelegáveis do Diretor, após a aprovação pelo IBRAM.

Art. 18. As pesquisas deverão seguir as diretrizes e orientações do Comitê de Pesquisa do IBRAM.

Art. 19. Os núcleos do museu deverão fornecer informações para a elaboração do Relatório de

Gestão Anual do IBRAM.

Art. 20. O encaminhamento de propostas de atos administrativos para a apreciação do IBRAM

deverá seguir as orientações estabelecidas em atos normativos editados pelo Presidente do IBRAM.

Art. 21. Além das competências e atribuições estabelecidas neste Regimento Interno, outras poderão

ser cometidas às áreas e servidores com o propósito de cumprir a missão e objetivos institucionais e

atribuições definidas pelo IBRAM.

Parágrafo único. As competências e atribuições, a que se refere o caput deste artigo, poderão ser

detalhadas em ato específico do Diretor do Museu da Abolição bem como do Presidente do IBRAM.

Art. 22. O presente Regimento Interno será alvo de acompanhamento contínuo e de avaliação de seus

efeitos, a cada dois anos, a contar da data de sua publicação, por uma Comissão de

Acompanhamento e Avaliação criada por meio de Portaria do Diretor do museu, que estabelecerá

sua composição e forma de funcionamento.

Art. 23. Os casos omissos e as dúvidas suscitados na aplicação do presente Regimento Interno serão

solucionados pela Direção do Museu da Abolição com anuência do IBRAM.

____________________________

Diretor(a) do Museu da Abolição

____________________________

Presidente do IBRAM

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ANEXO 2

Minuta da Política de Aquisição e Descarte de Acervo Museológico

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MINUTA

POLÍTICA DE AQUISIÇÃO E DESCARTE DE ACERVO MUSEOLÓGICO DO MUSEU DA

ABOLIÇÃO

APRESENTAÇÃO

O Museu da Abolição - MAB é uma instituição federal, integrante da estrutura do Instituto

Brasileiro de Museus - IBRAM, autarquia do Ministério da Cultura, de acordo com o art. 7º da

Lei 11.906, de 20 de janeiro de 2009.

A missão institucional do Museu da Abolição é preservar, pesquisar, divulgar, valorizar e

difundir a memória, os valores históricos, artísticos e culturais, o patrimônio material e

imaterial dos afrodescendentes, por meio de estímulo à reflexão e ao pensamento crítico,

sobretudo quanto ao tema abolição, contribuindo para o fortalecimento da identidade e

cidadania do povo brasileiro.

Tendo em vista a sua missão, o MAB estabelece, através deste documento, sua Política de

Aquisição e Descarte de Acervos. Seu Objetivo é registrar e sistematizar princípios, métodos e

procedimentos técnico-administrativos, com vistas à aquisição e ao descarte das diversas

tipologias de acervo que se encontram sob a sua responsabilidade. Este instrumento contribui

para o conhecimento e o controle do patrimônio histórico-documental da instituição,

viabilizando o planejamento e a aquisição de acervos arquivístico, bibliográfico e

museológico.

Preâmbulo

Este documento foi elaborado a partir das normas do Código de Ética do Conselho

Internacional de Museus - ICOM, Conselho Nacional de Arquivos – CONARQ, da Lei 11.904

de 14 de janeiro de 2009, que institui o Estatuto de Museus, e das diretrizes estabelecidas

através da Portaria Nº. 231, de 29 de julho de 2011, do Instituto Brasileiro de Museus -

IBRAM, que estabelece procedimentos técnicos e administrativos para compra de acervos no

âmbito dos museus vinculados ao IBRAM.

Finalidades da Política de Aquisição e Descarte de Acervos do MAB:

1. Traçar diretrizes para a aquisição e descarte de acervos;

2. Permitir o crescimento racional e equilibrado do acervo;

3. Promover a dinamização e a acessibilidade aos acervos;

4. Manter e adquirir obras pertinentes à sua missão institucional;

5. Descartar obras dissonantes do perfil institucional ou por motivo justificado;

6. Suprir as lacunas existentes no acervo;

7. Dar apoio aos programas de pesquisa e educação da Instituição;

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8. Coletar e recuperar objetos e documentos que retratem a história, a luta, as relações

sociais, tecnológicas e culturais dos povos africanos que contribuíram para construção

do Brasil e dos afro-brasileiros.

COMISSÃO CURATORIAL

A Politica de Aquisição e Descarte será implementada por meio de uma Comissão Curatorial,

que será composta por profissionais da área de cultura que possuam notório conhecimento e

afinidade com a temática do museu.

Essa Comissão terá um caráter consultivo. Sua organização, bem como competências está

definida no regimento interno do MAB.

CAPÍTULO I - DOS ACERVOS

Art.1º - O acervo museológico do Museu da Abolição é composto por objetos históricos

ligados à temática da escravidão, tais como: instrumentos de tortura, objetos representativos

das casas grandes e dos engenhos; objetos religiosos e objetos comemorativos da abolição:

selos, moedas e medalhas. Art 2º - O acervo arquivístico do Museu da Abolição é formado por documentos de diversas

tipologias de caráter institucional (textuais, administrativos e técnicos), histórico,

iconográfico, sonoro, audiovisual e digital, adquirido na forma de incorporação, compra,

permuta ou doação. Art 3º - O acervo da Biblioteca Especializada do Museu da Abolição é composto por: livros,

folhetos, obras de referência, monografias, teses, periódicos e coleções especiais, com

assuntos correlatos à história do Brasil, da África, cultura afro-brasileira e museologia.

Art. 4º - Toda solicitação de aquisição de acervo para o MAB deve ser realizado a partir de

proposição dirigida à Direção do Museu, por pessoa física ou jurídica, denominado

proponente.

§ 1° - As propostas de compra poderão ser originadas de demanda interna ou externa ao

MAB.

§ 2° - A direção do MAB deverá encaminhar a solicitação de aquisição para que o setor

responsável pelo acervo inicie o processo de aquisição.

Art.5º - Após consulta à Comissão curatorial, a decisão final de aceitação da aquisição é de

responsabilidade do diretor do Museu, devendo o mesmo considerar a forma de aquisição de

material bibliográfico, de acordo com a portaria IBRAM nº 231, de 29 de julho de 2011;

§ 1° A Direção do Museu se reserva o direito de recusar a entrada de unidades no seu acervo

quando estas não estiverem em consonância com os seus objetivos, não se encontrarem em

condições adequadas de conservação ou por quaisquer outros motivos julgados relevantes.

§ 2º Os recursos orçamentários e financeiros para aquisição de acervo, por compra, devem

estar previstos nos instrumentos de planejamento do Museu.

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§ 3º Solicitar declaração do Ordenador de Despesas informando que o recebimento dos bens

não afetará a previsão estimativa do orçamento referente ao ano vigente, e que existe

disponibilidade financeira.

QUANTO AO ACERVO MUSEOLÓGICO DO MUSEU DA ABOLIÇÃO

CAPÍTULO II

DA AQUISIÇÃO DE ACERVOS MUSEOLÓGICOS

Art.6º - A aquisição de novos objetos para compor o acervo museológico pode ser efetivada

por meio de doação; legado; compra; permuta; coleta ou quaisquer outros meios cuja

propriedade do bem seja transferida para o museu.

Art. 7º - A aquisição será pautada pelos seguintes critérios:

I. Interação com o acervo existente;

II. Adequação à vocação, missão, visão e objetivos da Instituição;

III. Estado de conservação do bem: condições físicas e qualidade técnica;

IV. Ausência de condições e restrições do proponente, na sua utilização;

V. Não provenham da deterioração não autorizada, não cientifica ou

intencional de monumentos antigos, sítios arqueológicos, geológicos,

espécimes ou habitats naturais;

VI. Não viole qualquer legislação, tratados locais, estatais, nacionais e

internacionais;

VII. Acervos de restos mortais e material de caráter sagrado só poderão ser

adquiridos se forem resguardados os interesses e convicções das

comunidades, grupos religiosos e étnicos dos quais os objetos originam;

Art.8º - Procedimentos para aquisição de acervo:

I. Criar dossiê provisório para análise do bem a ser adquirido, com as

seguintes informações:

a) Qualificação do proponente: denominação da pessoa, documentos de

identificação, currículo e endereço;

b) Fotografias da peça (s) a ser adquirida (s);

c) Certificado ou registro de propriedade do objeto, de preferência

legalmente reconhecidos;

d) Declaração de autenticidade, que reconheça a autoria - quando for o caso

de autor identificável ou atribuído - ou a genuinidade da peça a ser

adquirida, emitida por especialista de notório saber, seja dos quadros de

servidores dos museus do IBRAM ou convidado;

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e) Relatório do estado de conservação acompanhado de documentação

fotográfica;

f) Histórico de procedência atestando a origem do bem cultural, que

apresentem a trajetória da(s) peça(s) desde sua descoberta ou criação;

g) Em caso de compra do acervo, deverão ser apresentadas declarações de

valor, no mínimo de três, pela unidade museológica ou por especialistas

convidados, e ratificada pela direção do Museu, com base em valores

efetivamente praticados no mercado, preferencialmente em leilões

públicos.

h) Parecer circunstanciado da área responsável justificando a aquisição,

tendo em vista a missão e os objetivos do museu, bem como, as diretrizes

desta Política de Aquisição.

II. Submeter o dossiê à Comissão Curatorial para consulta.

III. Encaminhar parecer da Comissão Curatorial ao Diretor do Museu.

Art. 9º - A documentação listada no Art.8º, juntamente com a deliberação final do diretor do

Museu e a ata da reunião da Comissão Curatorial constando o parecer do relator, deve compor

o relatório final a ser encaminhado pela direção do Museu ao DPMUS– Departamento de

Processos Museais/IBRAM, para análise e aprovação, conforme Portaria n.° 130.

Art. 10 - Recebido o parecer da DPMUS a solicitação de aquisição deverá ser encaminhada

formalmente pela direção ao presidente do IBRAM, instruída com a documentação listada no

Art.8º, para ser instaurado processo administrativo.

CAPÍTULO III

DOS PROCEDIMENTOS PARA ENTRADA DE ACERVOS MUSEOLÓGICOS

Art. 11 – Após a validação da aquisição por parte do IBRAM, faz-se necessária assinatura de

instrumento jurídico pelas partes, (proponente e Museu da Abolição) para a modalidade de

aquisição: Termo de doação; Contrato de compra e venda; Termo de permuta, ou outro

documento específico às modalidades.

Art. 12 – Deve-se registrar em documento específico a entrada do objeto e anexá-lo ao dossiê

anteriormente criado.

Art. 13 - O acervo adquirido deve receber numeração museológica, seguindo os critérios de

inventário, utilizado nas outras coleções do acervo.

CAPÍTULO IV

DO DESCARTE DE ACERVOS MUSEOLÓGICOS

Art.14 - O descarte pode ser efetivado por meio de doação, transferência, troca, venda,

repatriação ou destruição. Quando for o caso, o responsável pelo acervo deverá analisar os

seguintes critérios:

I. Impossibilidade de manutenção do bem;

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II. Condições físicas: itens irrecuperáveis, ou objetos deteriorados,

infestados, cujo estado de conservação interferem na comunicação com

o público, inviabilizando uma possível montagem expositiva;

III. Inadequação: obras cujo tema não esteja de acordo com a missão e os

objetivos da Instituição;

IV. Repatriamento de objetos.

Parágrafo Único: Em caso de erro de numeração ou equívocos no inventário, proceder ao

descarte desta numeração ou registro;

Art.15 - Procedimentos para descarte do acervo Museológico:

I. Qualquer servidor do MAB, ao identificar que tal procedimento é necessário,

deve comunicar à Direção do Museu, por meio de memorando,

acompanhado de dossiê com as seguintes informações:

a) Nome do objeto;

b) Registro geral do objeto;

c) Laudo de avaliação do estado de conservação acompanhado de

documentação fotográfica do objeto a ser descartado;

d) Justificativa para o descarte;

II. O Diretor deve convocar a Comissão Curatorial para consulta sobre o

procedimento e emissão de parecer;

III. Após consulta à Comissão curatorial, a decisão final de descarte é de

responsabilidade do diretor do Museu;

IV. Após deliberação do Diretor em favor do descarte, este deverá comunicar a

decisão à Presidência do Instituto Brasileiro de Museus, por meio de

memorando, acompanhado de dossiê de descarte e parecer da Comissão

Curatorial para que sejam efetivados os procedimentos legais.

V. A relação dos itens descartados será, obrigatoriamente, publicada em diário

oficial;

VI. Os números de identificação pertencentes às peças descartadas, não serão

utilizados em outra peça do acervo;

VII. Deverá ser registrado no Livro de Registro de Ocorrência do museu o motivo

do descarte, a data, o nome do responsável pela solicitação e ata da reunião

da Comissão Curatorial que forneceu parecer sobre o descarte.

QUANTO AO ACERVO ARQUIVÍSTICO DO MUSEU DA ABOLIÇÃO

CAPÍTULO V

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DA AQUISIÇÃO DE ACERVOS ARQUIVÍSTICO

Art.16 - A aquisição de acervos arquivísticos pode ser efetivada por meio de incorporação,

compra, permuta, doação ou quaisquer outros meios cuja propriedade do bem seja transferida

para o museu. Quando for o caso, o responsável pelo acervo deverá analisar os seguintes

critérios:

I. Interação com o acervo existente. Serão adquiridos, preferencialmente,

acervos históricos, de personalidades (escritores, políticos, músicos,

fotógrafos, cineastas, humanistas, artistas populares, etc.) e de

instituições (fábricas, sindicatos, cartórios, igrejas, etc.), que tenham ou

tiveram destaques regionais e/ou nacionais em suas áreas de atuação.

II. Adequação do acervo aos objetivos e missão da Instituição, com a

impossibilidade de recebimento de acervo com acesso restrito;

III. Estado de conservação do material: em boas condições físicas;

IV. Ausência de condições e restrições do proponente, na sua utilização,

respeitando a privacidade, honra e imagem da pessoa e instituição, nos

termos do art. 5º, inciso XXIII, da Constituição Federal Brasileira;

V. Não viole qualquer legislação, tratados locais, estaduais, nacionais e

internacionais;

Parágrafo Único: O Museu da Abolição não terá restrições quanto a: cronologia (data-

limite); gênero documental e suporte (podendo receber documentos avulsos ou partes de um

fundo arquivístico); recebimento de reproduções de documentos.

Art.17 - Procedimentos para aquisição de acervo:

I. Criar dossiê provisório para análise do bem a ser adquirido, com as

seguintes informações:

a) Qualificação do proponente: denominação da pessoa, documentos de

identificação, currículo e endereço;

b) Fotografias/imagens do acervo a ser doado;

c)Certificado ou registro de propriedade do acervo, de preferência

legalmente reconhecidos, quando couber;

d) Termo de doação assinado;

e) Relatório do estado de conservação, e termo de doação com

assinaturas reconhecidas legalmente;

f) Histórico de procedência;

II. Submeter o dossiê à Comissão Curatorial, para consulta.

III. Encaminhar parecer da Comissão Curatorial ao Diretor do Museu.

Art.18 - O MAB poderá ser depositário autorizado de documentos, fundos e coleções

ilicitamente adquiridos, que forem recuperados pela autoridade policial em território sob a

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sua jurisdição, desde que com a aprovação total necessária da autoridade administrativa da

Instituição e em consonância com a legislação relativa à proteção dos bens culturais.

CAPÍTULO VI

DOS PROCEDIMENTOS PARA ENTRADA DE ACERVOS ARQUIVÍSTICO

Art. 19 - Após a validação da aquisição, deve-se registrar, em termo específico, a entrada do

acervo e anexá-lo ao dossiê anteriormente criado.

Art. 20 - A documentação listada no Art.17, juntamente com a ata da reunião da Comissão

Curatorial, da qual deverá constar o parecer do relator e a deliberação da comissão, formará o

relatório final a ser encaminhado pela direção do Museu ao CPAD – Comissão Permanente de

Avaliação de Documentos/IBRAM, para análise e conclusão do processo de aquisição.

Art. 21 - O acervo adquirido deve receber numeração arquivística, seguindo os critérios de

inventário utilizado nas demais coleções, que obedecem as resoluções do Conarq e

NOBRADE.

CAPÍTULO VII

DO DESCARTE DE ACERVOS ARQUIVÍSTICO

Art.22 - O descarte pode ser efetivado por meio de doação, transferência, troca, venda,

repatriação ou destruição. Quando for o caso, o responsável pelo acervo deverá analisar os

seguintes critérios:

I. Impossibilidade de manutenção do acervo;

II. Condições físicas: itens irrecuperáveis, ou acervos deteriorados,

infestados, cujo estado de conservação interfira na comunicação com o

público, inviabilizando uma possível utilização ou consulta;

III. Inadequação: documentos cujos conteúdos não estejam de acordo com a

missão e os objetivos da Instituição;

IV. Repatriamento de acervos.

Art.23 - Procedimentos para descarte do acervo arquivístico:

I. Qualquer servidor do MAB, ao identificar que tal procedimento é

necessário, deve comunicar à Direção do Museu, por meio de

memorando acompanhado de dossiê com as seguintes informações:

II. a) Nome do acervo;

III. b) Registro geral do acervo;

IV. c) Laudo de avaliação do estado de conservação acompanhado de

documentação fotográfica do acervo a ser descartado;

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V. d) Justificativa para o descarte;

VI. O Diretor deve convocar a Comissão Curatorial para consulta sobre o

procedimento e emissão de parecer;

VII. Após consulta à Comissão curatorial, a decisão final de descarte é de

responsabilidade do diretor do Museu;

VIII. Após deliberação do Diretor em favor do descarte, a área administrativa

do MAB deve comunicar a decisão ao Instituto Brasileiro de Museus,

por meio de memorando, acompanhado de dossiê de descarte e parecer

da Comissão Curatorial;

IX. Neste caso, os números de identificação pertencentes ao acervo

descartado, não serão mais utilizados;

X. Deverá ser registrado no Livro de Registro de Ocorrência do museu o

motivo do descarte, a data, o nome do responsável pela solicitação e ata

da reunião da Comissão Curatorial que forneceu parecer sobre o

descarte;

XI. A relação dos itens descartados será, obrigatoriamente, publicada em

diário oficial.

Art. 24- O descarte de acervo, devido ao precário estado de conservação, ocorrerá somente

após criteriosa avaliação dos servidores do setor, em conjunto com técnicos da área de

conservação do IBRAM; neste caso as unidades do acervo descartadas poderão ser doadas a

instituição que trate de reciclagem de materiais não orgânicos.

Art.25 - Em caso de descarte por inadequação, deverão ser observados os seguintes itens:

I. Mediante pesquisa sobre assuntos de interesse da Instituição, realizar o

descarte de unidades do acervo que sejam consideradas inadequadas;

II. As proposições de descarte por inadequação são de iniciativa do corpo

técnico do MAB e deverão estar embasadas em relatório composto pela

identificação da unidade do acervo justificando as razões do descarte.

III. As proposições de descarte deverão ser encaminhadas à Comissão

Curatorial, para avaliação, parecer e posterior encaminhamento à

Direção do Museu, para decisão.

IV. As unidades do acervo descartadas poderão ser destinadas, através de

contrato de comodato ou de permuta, às instituições congêneres

públicas ou ofertadas em leilão, respeitando-se os parâmetros indicados

para outros bens patrimoniais públicos.

V. O relatório para proposição de descarte por inadequação deverá ser

enviado ao IBRAM pela Direção do Museu, para abertura de processo.

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Art. 26 - O descarte dos documentos técnico-administrativos será pautado segundo os

critérios aprovados na Tabela de Temporalidade e destinação de documentos do IBRAM e

sua destinação obedecerá rigorosamente o expresso na Lei nº 8.159, de 08 de janeiro de 1991,

que trata da Política Nacional de Arquivos Públicos e Privados.

Art. 27 - Nos casos de descarte de unidades dos acervos raros ou de importância histórica,

etnográfica e cultural, sujeita à polêmicas ou complicações de ordem jurídica, a decisão caberá

à direção geral do MAB em conjunto com a Comissão Curatorial, Comissão Permanente de

Avaliação de Documentos do IBRAM, Procuradoria Federal e com a Presidência do IBRAM.

Art. 28 - Quando o conhecimento disponível no Museu for insuficiente para assegurar uma

tomada de decisão eficaz, deve-se obter parecer de um profissional especializado.

Art. 29 - Toda unidade do acervo selecionada para descarte deverá ser avaliada e aprovada

pela Comissão Curatorial e encaminhada à Direção Geral do MAB, para a decisão final e

providências cabíveis.

QUANTO AO ACERVO BIBLIOGRÁFICODO MUSEU DA ABOLIÇÃO

CAPÍTULO VIII

DA AQUISIÇÃO DE ACERVO BIBLIOGRÁFICO

Art. 30- A aquisição de acervo bibliográfico pode ser efetivada por meio de doação; legado;

compra; coleta ou quaisquer outros meios cuja propriedade do bem seja transferida para o

museu, visto que o MAB não dispõe de recursos específicos para aquisição de acervo

bibliográfico. Quando for o caso, o responsável pelo acervo deverá analisar os seguintes

critérios:

I. Interação com o acervo existente;

II. Adequação do acervo aos objetivos e missão da Instituição;

III. Estado de conservação do material: boas condições físicas;

IV. Ausência de condições e restrições do proponente, na sua utilização;

V. Não viole qualquer legislação, tratados locais, estaduais, nacionais e

internacionais;

Art.31 - Procedimentos para aquisição de acervo:

I. Criar dossiê provisório para análise do acervo a ser adquirido, com as

seguintes informações.

II. Criar dossiê provisório para análise do bem a ser adquirido, com as

seguintes informações:

a) Qualificação do proponente: denominação da pessoa, documentos de

identificação, currículo e endereço;

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b) Fotografias/imagens do acervo a ser doado;

c) Termo de doação assinado;

d) Declaração de autenticidade, que reconheça a autoria - quando for o

caso de autor identificável ou atribuído - ou a genuinidade do acervo a ser

comprado, emitida por especialista de notório saber, seja dos quadros de

servidores dos museus do IBRAM ou convidado;

e) Relatório do estado de conservação acompanhado de documentação

fotográfica e termo de doação com assinaturas reconhecidas legalmente;

III. Submeter o dossiê à Comissão Curatorial para consulta.

IV. Encaminhar parecer da Comissão Curatorial ao Diretor do Museu.

Art.32 - A documentação listada no Art.31, juntamente com a ata da reunião da Comissão

Curatorial, da qual deverão constar o parecer do relator e a deliberação final, formará o

relatório final a ser encaminhado pela direção do Museu ao CENEDOM – Coordenação do

Centro Nacional de Estudos e Documentação da Museologia/IBRAM, para análise e

conclusão do processo de aquisição.

Art.33 - A aquisição de material bibliográfico terá como base indicadora: autoridade do autor;

idoneidade do editor; relevância do estudo e edição do documento.

Art.34 - A biblioteca, em princípio, deve manter em seu acervo dois exemplares de cada título

selecionado. Em casos específicos, podem ser adquiridas três de obras de relevante interesse.

Art.35 - As obras deverão, preferencialmente, estar impressas nos seguintes idiomas:

português, inglês, espanhol e francês.

Art.36 - Para a seleção bibliográfica, objetivando a compra do acervo, poderão ser utilizados:

bibliografias e revistas especializadas; catálogos; listas e propagandas de editores e livreiros;

guias de periódicos; sugestões dos usuários internos e externos; bases de dados; páginas

eletrônicas de editoras, de livrarias e de outras bibliotecas.

Art.37 - Em casos de doações em grande quantidade, como por exemplo a doação da

biblioteca de uma personalidade ilustre, serão precedidas de uma avaliação no local, realizada

por especialistas.

Art.38 - O MAB poderá ser depositário autorizado de material bibliográfico ilicitamente

reunidos, que forem recuperados pela autoridade policial em território sob a sua jurisdição,

desde que com a aprovação total necessária da autoridade administrativa da Instituição e em

consonância com a legislação relativa à proteção dos bens culturais.

Art.39 - Caracterizar-se-á como obra rara e/ou preciosa:

I. Uma edição de luxo.

II. Uma edição clandestina.

III. Uma edição censurada.

IV. Uma edição com tiragem reduzida.

V. Uma obra autografada por autor (es) renomado(s).

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VI. Obra esgotada ou especial e fac-similar, personalizada e numerada.

VII. Exemplar de coleção especial (belas encadernações e com ex-libris).

VIII. Exemplar com anotações manuscritas de importância (marginalia,

dedicatórias).

IX. Obra de caráter histórico-científico que date do período inicial da

ascensão de uma ciência ou disciplina.

X. Obra esgotada, face à contingência do tempo.

XI. Uma edição popular, especialmente romance na forma de folhetos

literários (literatura de cordel, panfletos).

XII. Uma edição de artífice renomado.

XIII. Obra de interesse específico e relevante para o Museu.

XIV. Primeiras impressões dos séculos XV- XVI;

XV. Impressões dos séculos XVII e XVIII;

XVI. Obras impressas no Brasil no século XIX;

XVII. Obras preciosas, aquelas que contem a história do MAB ou fazem parte

de sua história, com edições publicadas pelo ou sobre o Museu e suas

coleções.

CAPÍTULO IX

DOS PROCEDIMENTOS PARA ENTRADA DE ACERVO BIBLIOGRÁFICO

Art. 40 - Após a validação da aquisição, deve-se registrar em termo específico a entrada do

acervo e anexá-lo ao dossiê anteriormente criado.

Art. 41 - O procedimento deve ser comunicado, pela Comissão, por meio de memorando, às

partes interessadas: Direção, Corpo Técnico da Instituição e Instituto Brasileiro de Museus.

Art. 42 - O acervo adquirido deve receber o tratamento técnico obedecendo aos critérios de

classificação e indexação utilizado nas demais coleções.

CAPÍTULO X

DO DESCARTE DE ACERVO BIBLIOGRÁFICO

Art. 43 - O descarte pode ser efetivado por meio de doação, transferência, troca, venda,

repatriação ou destruição. Quando for o caso, o responsável pelo acervo deverá analisar os

seguintes critérios:

I. Serão retirados do acervo títulos e/ou exemplares para remanejamento

ou descarte, de acordo com normas previamente estabelecidas. Deve ser

um processo contínuo e sistemático, visando manter: a proposta de sua

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implantação em ser especializada; a qualidade do acervo e o

racionamento de espaço.

II. Impossibilidade de manutenção do acervo;

III. Condições físicas: itens irrecuperáveis, ou acervos deteriorados,

infestados, cujo estado de conservação interfere na comunicação com o

público, inviabilizando uma possível utilização ou consulta;

IV. Obras em duplicatas com elevada quantidade de exemplares no acervo;

em caso de obras já tombadas, haverá baixa no controle de registro, e

disto será prestado contas ao setor de patrimônio do IBRAM;

V. Readequar o foco da coleção;

VI. Inadequação: documentos cujos conteúdos não interessam à Instituição,

os incorporados ao acervo anteriormente, sem uma seleção prévia;

Parágrafo Único: Casos de erro no inventário, ocasionando duplicidade no

registro/numeração, a numeração deverá ser descartada;

Art.44 - Procedimentos para descarte do acervo bibliográfico:

I. Qualquer servidor do MAB, ao identificar que tal procedimento é

necessário, deve comunicar à Direção do Museu, por meio de

memorando acompanhado de dossiê com as seguintes informações:

a) Nome do acervo;

b) Registro geral do acervo;

c) Estado de conservação acompanhado de documentação fotográfica

do acervo a ser descartado;

d) Justificativa para o descarte;

II. O Diretor deve convocar a Comissão Curatorial para consulta sobre o

procedimento e emissão de parecer;

III. Após consulta à Comissão curatorial, a decisão final de descarte é de

responsabilidade do diretor do Museu;

IV. Após deliberação do Diretor em favor do descarte, a área administrativa

do MAB deve comunicar a decisão ao Instituto Brasileiro de Museus,

por meio de memorando, acompanhando de dossiê de descarte e parecer

da Comissão Curatorial;

V. Neste caso, os números de identificação pertencentes ao acervo

descartado, não serão mais utilizados;

VI. Deverá ser registrado no Livro de Ocorrência do Museu o motivo do

descarte, a data, o nome do responsável pela solicitação e ata da reunião

da Comissão Curatorial que forneceu parecer sobre o descarte;

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VII. A relação dos itens descartados será, obrigatoriamente, publicada em

diário oficial.

Art. 45- O descarte de acervo devido ao precário estado de conservação ocorrerá somente

após criteriosa avaliação dos servidores do setor, em conjunto com técnicos da área de

conservação do IBRAM; neste caso as unidades do acervo descartadas poderão ser doadas a

instituição que trate de reciclagem de materiais não orgânicos ou serão incineradas.

Art.46 - Em caso de descarte por inadequação, deverão ser observados os seguintes itens:

I. Mediante pesquisa de assuntos do interesse da Instituição realizar o

descarte de unidades do acervo que sejam consideradas inadequadas;

II. As proposições de descarte por inadequação são de iniciativa do corpo

técnico do MAB e deverão estar embasadas em relatório composto pela

identificação da unidade do acervo, acompanhado de relatório,

indicando e justificando as razões do descarte.

III. As proposições de descarte deverão ser encaminhadas à Comissão

Curatorial, para avaliação, parecer e posterior encaminhamento à

Direção do Museu para decisão.

IV. As unidades do acervo descartadas poderão ser destinadas através de

doação, contrato de comodato ou de permuta às instituições congêneres

públicas ou ofertadas em leilão, respeitando-se os parâmetros indicados

para outros bens patrimoniais públicos.

V. O relatório para proposição de descarte por inadequação deverá ser

enviado ao IBRAM pela Direção do Museu, para abertura de processo.

Art.47 - A destinação do material a ser descartado, tendo em vista o expresso na Lei nº

10.753, de 31 de outubro de 2003, que trata da Política Nacional do Livro, far-se-á mediante

as seguintes alternativas, conforme o caso:

I. Irrecuperável: para instituições filantrópicas, reconhecidas de utilidade

pública pelo Governo Federal, e as Organizações da Sociedade Civil de

Interesse Público, conforme o Decreto 99.658/1990;

II. Inadequação do conteúdo: será feito convite à bibliotecas

comunitárias, à instituições de ensino, instituições filantrópicas, outro

órgão, entidade ou empresa da Administração Pública Federal direta,

autárquica ou fundacional ou para outro órgão integrante de qualquer

dos demais Poderes da União. A escolha do material bibliográfico a ser

doado ficará a critério das instituições convidadas. Fixar-se-á um prazo

que obedecerá a ordem de solicitação. A entrega do material

bibliográfico deverá ser comunicada ao interessado para que o recolha

na Biblioteca do MAB;

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III. Doação aos servidores do IBRAM por inadequação do conteúdo:

essa doação será realizada mediante prévia divulgação em lista

veiculada por correio eletrônico institucional e no site institucional;

IV. Doação à colônias estrangeiras: será feita mediante prévio contato

com as correspondentes colônias locais das regiões, quando as obras

estiverem escritas em idiomas inacessíveis.

Os casos omissos serão resolvidos pela Direção do Museu da Abolição, em comum acordo

com a Procuradoria Federal e com a Presidência do IBRAM.

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ANEXO 3

PLANTAS DO DIAGNÓSTICO / OCUPAÇÃO DO MAB

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ANEXO 4

PLANTAS DE READEQUAÇÃO DO MUSEU DA ABOLIÇÃO

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SITUAÇÃO DO MUSEU DA ABOLIÇÃO - TOMBAMENTO

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PROJETO DE RESTAURO MUSEU DA ABOLIÇÃO – PAVIMENTO TÉRREO

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PROJETO DE RESTAURO MUSEU DA ABOLIÇÃO – PAVIMENTO SUPERIOR

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PROJETO DE RESTAURO MUSEU DA ABOLIÇÃO – JARDIM – PROJETO PAISAGÍSTICO

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PROJETO DE RESTAURO MUSEU DA ABOLIÇÃO – JARDIM – LOJA, CAFÉ E BANHEIROS

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ANEXO 5

COLABORADORES DO GT/MAB/2005

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Colaboradores GRUPO DE TRABALHO GT – MAB – Realizado em 2005

Coordenação: Evelina Grunberg - MAB

Vice-Coordenação: Arnaldo Vicente da Silva Filho – MNU – Movimento Negro Unificado

Secretaria:

Mônica Pádua – Memorial da Justiça do Estado de Pernambuco

Regina Batista – CPM - Consultoria em Projetos Museológicos

Rosilene Rodrigues – UFRPE, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Vânia Brayner – FUNDAJ - Museu do Homem do Nordeste

Membros:

Adriana Almeida – IPHAN – 5ª SR

Anselmo de Lira Ferraz – ASCON - Assoc. Nacional Def. do Consumidor

Antonio Roberto Nogueira Barros – Maracatu Nação de Luanda

Áurea Maria de A. M. Bezerra – Secretaria Municipal de Educação

Edite Oliveira Araújo – Ilê Axé Oyá Bery

Eugênia Chang – Centro Espírita Pai Canindé - Ilê Axé Oyá Beri

Fernando Augusto de Sousa Lima – PCR - Museu de Arte Moderna Aloísio. Magalhães

Hilda Feitosa – Grêmio Recreativo Escola de Samba Favela do Recife

Jamesson Tavares – Espaço Cultural Badia

João Monteiro – Casa Xambá – Arquivo Público Estadual

Jorge Andrade – MNU - Movimento Negro Unificado

José Amaro Santos da Silva – UFPE - Profº Adjunto do Deptº de Música

Lupércio Rômulo Soares – Ilê Oyá Bangbo Xê

Manoel Nascimento – Terreiro Obá Ogum Té – Presidente da ABICABEPE

Maria da Conceição da Silva – Terreiro Obá Ogum Té

Maria do Carmo Macedo – Antropóloga da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)

Marilene Rubin – Presidente do Fórum de Museus de Pernambuco

Marta Almeida – MNU - Movimento Negro Unificado

Silvia Adelmo - Ilê Axé Oyá Beri

Simone Novaes – IPHAN - Museu da Abolição

Sônia Pereira da Silva – APEC - Associação Pernambucana de Cegos

Veranice de França - IPHAN – 5ª SR

Walteir Silva – UFPE - Núcleo de Estudos Brasil África

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ANEXO 6

COLABORADORES DA EXPOSIÇÃO EM PROCESSO

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Colaboradores da EXPOSIÇÃO EM PROCESSO – Realizada em 2010

Adélia Mendes Correia João Batista Dantas

Ademario José de Freitas João Henrique L. Feitosa

Adilson Silva João Monteiro

Adolfo Samyn Nobre De Oliveira João Neto de O. Santos

Adriana Almeida Jonatas Lins Duarte

Adriana Maria Santos Jorge Andrade

Adriano Edney Santos de Oliveira Jorge D'Xangô

Airly Góes Maciel José Alfredo S. Junior

Alberto Saulo Silva de Lima José Amaro Santos da Silva

Albino Oliveira José Celso Lins

Alcidésio J. Santana José de Arimatéia

Aldair Nascimento da Silva José Roberto Feitosa

Alexandre L'Omi L'Odo Josebias José dos Santos

Almir Miranda da Hora Josinês B. Rabelo

Amanda Arruda Judite Félix de Moura

Amanda Maria Pereira Juliana Alves da Silva

Ana Carina Calixto de Souza Juliana Noleto Costa

Ana Catarina Sales Juliana Novais

Ana Fabiola Correia da Costa Juliana Rezende

Ana Janaina Tavares Ferreira da Costa Juliana Vasconcelos

Ana Paula Milad Kátia Gurgeia

Ana Paula Mota Bitencourt Kátia Santos Bogéa

Ane Caroline Mª da Silva Laila Santana

Ângela Gandier Leonardo Lima

Ângela Sumavielle Lindacy Silva Assis

Anna Elisa Zidanes Luiz Antônio R. de Andrade

Anne Cleide Silva Luiz H. Botelho

Anselmo de Lira Ferraz Lupércio Rômulo Soares

Antônio Joaquim de Santana Neto Manoel do Nascimento Costa

Antônio Motta Marcela Rodrigues Frutuoso de Cerqueira

Antônio Roberto Nogueira Barros Marcelo Artur da Silva

Arlete Franklin Marcelo Efrem

Arlete Iraneide Marcos Ivan da Fonseca Gomes

Armando Tenório Marcos Silva

Arnaldo V.S. Filho Margarida M. Marques Vasconcelos

Ary Banto Maria Guiomar Cunha

Átila Bezerra Tolentino Maria Iranilda Silva

Aubiérgio Costa Maria L. Silva

Áurea Maria de A. M. Bezerra Maria Lizete Andrade Santos de Souza

Aurenice Maria do Nascimento Lima Maria Regina Batista Silva

Ava Vieira de Brito Maria Vanessa Nunes do Carmo

Bartolomeu Frei Tito Figueiredo de Medeiros Maria Vânia do N. Souza

Bruno Monteiro Marilene R. G. Dias Leal

Bruno Ricardo Rodrigues da Silva Mário Chagas

Carlos Alberto V. Amaral Mário Ribeiro dos Santos

Carolina Miranda Maciel Marta Almeida

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Cássia Carla de Araújo Michelle Gonçalves Rodrigues

Catia Avellar Míriam America da Silva

Célia Lopes Tavares Moisés de Andrade Machado

Ceres Paes Barreto Moraes Moisés de Melo Santana

Ciema Silva de Mello Mônica Pádua

Cláudia Maria Rodrigues Pinto Moysés M. de Siqueira

Cláudia de Amorim Ponce Paulidayane Cavalcanti de Lima

Cláudia de Oliveira Barbosa Pedro Arão De Siqueira Junior

Cláudia de Vasconcelos Poliana do Nascimento Silva

Cláudia M. R. Storino Quézia Francisca da Silva

Cléa da Silva Alves Rafael Barros Gomes

Daniel Jacinto Pereira Rafael Costa

Danielly Bertoldo Lima Barreiras Rafael Valença

David Lieka Bolinga Raissa Souza

Deborah Evelyn dos Santos Siqueira Raul Lody

Edelson Ramos de Andrade Ravena B. M. Souza

Edileuza Monteiro Regina Barros Goulart Nogueira

Edite Oliveira Araújo Regina Batista

Edja Lima de Castro Monteiro Renata Sandrelly

Elígia Moura Roberta Maximo de Melo Arimateia

Emiliano Dantas Rodrigo Alves Araújo

Eric Cunegundes Rodrigo Correia de Lima

Eric Sodré da Motia Rosilene Rodrigues

Estela Regina Leleu Pereira Sandra Lúcia da Silva

Eugênia Chang Sandro Leandro Eloi

Evelin Carvalho M. de Arruda Sérgio Douets

Evelina Grunberg Sérgio Ricardo C. De Matos

Everaldo Silva Alves Severino Lepê Correa

Expedita Helena Almeida Silva Severino Saulo Gomes

Fabiano Santos Shirleide Pereira da Silva

Fábio da Rocha Silvana Araújo

Fátima Vasconcelos Silvânia de Abreu Ivo

Fernando Augusto de Sousa Lima Silvia Adelmo

Fernando Wilson Sabonete Sílvia Brasileiro

Flávio Paes Barreto Simone Novaes

Frederico Almeida Socorro Conrado

Genivaldo Barbosa Sônia Pereira da Silva

George de Souza Stela Maris Alves de oliveira

Gilberto Vasconcelos Surama Dos Reis Gonçalves

Giorge Patrick Bessoni e Silva Tamires Martins da Silva

Graça Oliveira Tarciana Portella

Henrique de Vasconcelos Cruz Thamires Paiva

Hilda Feitosa Valdeli Belo da Silva

Igor Henrique de Mendonça Valdenice Lopes Batista

Isabelle Gabrielle de Sena Santos Vanessa Adriano Marinho

Isadora T. de Paula Vanessa Tenório Bezerra

Ismael Tcham Vânia Brayner

Ivo de Xambá Vera Regina Paula Baroni

Izabel Lira da Silva Veranice de França

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Jaciara Mª Feliz de Moura Viviane Almeida

Jáder Félix da Silva Vivianne Ribeiro Valença

Jader Feliz da Costa Walteir Silva

Jamesson Tavares Walter Pedro da Silva

Janilson Lopes Walter Ramos

Janine Primo Wanderson Araújo da Silva

Jayro Pereira de Jesus Wellington Henrique

João Artur de Lima Williams Miguel dos Santos

Wilton F. Silva

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Museu da Abolição / IBRAM / MinC

Endereço: Rua Benfica, 1150 – Madalena

Recife/PE

CEP: 50720-001

Tel.: (81) 3228-3248