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JOICE C. TANABE
PLANO DE NEGÓCIOS PARA O EMPREENDIMENTO DE CALÇADOS,
ACESSÓRIOS E COMPLEMENTOS DE MODA FEMININA
Florianópolis- SC
2012
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC
CENTRO DE ARTES - CEART
CURSO DE BACHARELADO EM MODA – HABILITAÇÃO ESTILISMO
JOICE C. TANABE
PLANO DE NEGÓCIOS PARA O EMPREENDIMENTO DE CALÇADOS,
ACESSÓRIOS E COMPLEMENTOS DE MODA FEMININA
Florianópolis- SC
2012
JOICE C. TANABE
PLANO DE NEGÓCIOS PARA O EMPREENDIMENTO DE CALAÇDOS,
ACESSÓRIOS E COMPLEMENTOS DE MODA FEMININA
Trabalho de Conclusão do Curso – modalidade
plano de negócios - do Curso de Bacharelado em
Moda: Linha de Formação em Estilismo do
Centro de Artes da Universidade do Estado de
Santa Catarina – CEART/UDESC
Professor Orientador: Dr. Nério Amboni.
Florianópolis- SC
2012
JOICE C. TANABE
PLANO DE NEGÓCIOS PARA O EMPREENDIMENTO DE CALÇADOS,
ACESSÓRIOS E COMPLEMENTOS DE MODA FEMININA
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito para a obtenção do grau de bacharel,
no curso de graduação em moda pela Universidade do Estado de Santa Catarina.
Banca Examinadora:
Orientador: ________________________________________
Professor Nério Amboni, Dr.
Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC
Membro: ________________________________________
Professora Isabela Regina Fornari Müller, Me.
Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC
Membro: ________________________________________
Professor Lucas da Rosa, Dr.
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC
Florianópolis, 03 de julho de 2012
RESUMO
TANABE, Joice. Plano de Negócios para o empreendimento de calçados, acessórios e
complementos de moda feminina dentro de uma empresa de bordados industrializados.
2012. 82f. Trabalho de Conclusão de Curso – Curso de Bacharelado em Moda – Habilitação em
Estilismo, Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, 2012.
Orientador: Dr. Nério Amboni
Defesa: 03 de julho de 2012
O presente trabalho propõe um Plano de Negócios para a implementação do empreendimento de
calçados, acessórios e complementos de moda feminina dentro de uma empresa, já existente, de
bordados industrializados. Na estrutura, excedente de espaço interno, observou-se a possibilidade
da criação de um novo negócio que utilizasse da vantagem de não necessitar de investimentos em
área de trabalho, e pudesse fazer o diferencial no design versátil, na compra de matérias primas
sustentáveis e alternativas e no desenvolvimento de têxteis ornamentados. Confirmando assim a
viabilidade da nova empresa perante a concorrência com o mercado asiático, que se mostra
crescente a cada ano.
Palavras - chave: calçados, acessórios e complementos de moda feminina. plano de negócios.
versatilidade. design têxtil.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Curva de Valor ....................................................................................................... 55
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Exportações de calçados por destino 2010................................................................. 29
Figura 2 - Importações de calçados por origem ......................................................................... 30
Figura 3 - Taxa de variação do volume de vendas do varejo por UF 2012 ................................. 36
Figura 4 - Logomarca da empresa Alexandre Birman ................................................................ 37
Figura 5 - Logomarca da empresa Arezzo ................................................................................. 38
Figura 6 - Logomarca da empresa Capodarte............................................................................. 40
Figura 7 - Logomarca da empresa Carmen Steffens ................................................................... 41
Figura 8 - Logomarca da empresa Jorge Bischoff ...................................................................... 42
Figura 9 - Logomarca da empresa Legaspi ................................................................................ 43
Figura 10 - Logomarca da empresa Loucos&Santos .................................................................. 45
Figura 11 - Logomarca da empresa Luiza Barcelos ................................................................... 46
Figura 12 - Logomarca da empresa Luz da Lua ......................................................................... 47
Figura 13 - Logomarca da empresa Miezko ............................................................................... 48
Figura 14 - Logomarca da empresa Santa Lolla ......................................................................... 49
Figura 15 - Logomarca da empresa Satryani .............................................................................. 50
Figura 16 - Logomarca da empresa Schutz ................................................................................ 51
Figura 17 - Logomarca da empresa Smartbag ............................................................................ 52
Figura 18 - Logomarca da empresa Studio Tmls........................................................................ 53
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Pontos fortes e fracos da marca Alexandre Birman ................................................. 37
Quadro2 - Pontos fortes e fracos da marca Arezzo ................................................................... 39
Quadro 3 - Pontos fortes e fracos da marca Capodarte ............................................................. 40
Quadro 4 - Pontos fortes e fracos da marca Carmen Steffens.................................................... 41
Quadro 5 - Pontos fortes e fracos da marca Jorge Bischoff ....................................................... 42
Quadro 6 - Pontos fortes e fracos da marca Legaspi ................................................................. 44
Quadro 7 - Pontos fortes e fracos da marca Loucos&Santos ..................................................... 45
Quadro 8- Pontos fortes e fracos da marca Luiza Barcelos ....................................................... 46
Quadro 9 - Pontos fortes e fracos da marca Luz da Lua ............................................................ 47
Quadro 10 - Pontos fortes e fracos da marca Miezko ................................................................ 48
Quadro 11 - Pontos fortes e fracos da marca Santa Lolla .......................................................... 49
Quadro 12 - Pontos fortes e fracos da marca Satryani............................................................... 50
Quadro 13 - Pontos fortes e fracos da marca Schutz ................................................................. 51
Quadro 14 – Pontos fortes e fracos da empresa Smartbag......................................................... 52
Quadro 15 - Pontos fortes e fracos da marca Studio Tmls ........................................................ 53
Quadro 16 - Curva de Valor de Valor ...................................................................................... 54
Quadro 17– Matriz SWOT da empresa Joice Tanabe ............................................................... 57
Quadro 18– Matriz BCG .......................................................................................................... 66
Quadro 19a - Atividades da empresa........................................................................................ 69
Quadro 19b - Atividades da empresa ....................................................................................... 70
Quadro 20 - Seleção e requisitos de funionários ....................................................................... 70
Quadro 21 - Tabela de cálculo de despesas mensais ................................................................. 72
Quadro 22 - Detalhamento dos investimentos .......................................................................... 74
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Evolução da produção internacional de calçados de 2000 a 2007 ............................. 28
Tabela 2 - Indicador de volume de vendas do comércio varejista 2012 ..................................... 33
SUMÁRIO
LISTA DE GRÁFICOS .............................................................................................................. 6
LISTA DE ILUSTRAÇÕES ....................................................................................................... 7
LISTA DE QUADROS ............................................................................................................... 8
LISTA DE TABELAS ................................................................................................................ 9
SUMÁRIO................................................................................................................................ 10
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 13
1.1 TEMA ........................................................................................................................... 13
1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................. 14
1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................................ 15
1.2.2 Objetivos específicos ..................................................................................................... 15
1.3 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................. 18
2.1 EMPREENDEDORISMO ............................................................................................. 18
2.1.1 Influências e Motivação ................................................................................................. 19
2.1.2 Processo empreendedor ................................................................................................. 19
2.1.3 Características do empreendedor ................................................................................... 19
2.2 PLANO DE NEGÓCIOS ............................................................................................... 20
2.2.1 Estrutura ........................................................................................................................ 21
3 PLANO DE NEGÓCIOS PARA O EMPREENDIMENTO DE CALÇADOS,
ACESSÓRIOS E COMPLEMENTOS DE MODA FEMININA................................................ 23
3.1 SUMÁRIO EXECUTIVO ............................................................................................. 23
3.2 ANTECEDENTE DA INDÚSTRIA DE CALÇADOS E ACESSÓRIOS ....................... 24
3.3 ANÁLISE DE MERCADO ........................................................................................... 27
3.3.1 Caracterização do mercado mundial .............................................................................. 27
3.3.2 Caracterização do mercado brasileiro ............................................................................ 31
3.3.3 Caracterização do mercado regional .............................................................................. 35
3.4 ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA ................................................................................ 37
Alexandre Birman ..................................................................................................................... 37
Arezzo ...................................................................................................................................... 38
Capodarte.................................................................................................................................. 40
Carmen Steffens........................................................................................................................ 41
Jorge Bischoff ........................................................................................................................... 42
Legaspi ..................................................................................................................................... 43
Loucos e Santos ........................................................................................................................ 45
Luiza Barcellos ......................................................................................................................... 46
Luz da Lua ................................................................................................................................ 47
Miezko...................................................................................................................................... 48
Santa Lolla ................................................................................................................................ 49
Satryani .................................................................................................................................... 50
Schultz ...................................................................................................................................... 51
Smartbag................................................................................................................................... 52
Studio Tmls .............................................................................................................................. 53
3.4.1 Curva de valor .................................................................................................................. 54
3.5 ANÁLISE ESTRATÉGICA .......................................................................................... 57
3.5.1 Análise Swot ................................................................................................................. 57
3.5.2 Base estratégica corporativa .......................................................................................... 61
3.6 DESCRIÇÃO DA EMPRESA ....................................................................................... 64
3.6.1 Descrição ...................................................................................................................... 65
3.6.2 Produtos ........................................................................................................................ 65
3.6.3 Matriz BCG ................................................................................................................... 65
3.6.4 Análise dos produtos ..................................................................................................... 66
3.6.5 Ciclo de vida do produto................................................................................................ 67
3.7 PLANO DE OPERAÇÕES ............................................................................................ 67
3.7.1 Seleção de novas matérias-primas.................................................................................. 67
3.7.2 Desenvolvimento ........................................................................................................... 67
3.7.3 Modelagem e encaixe .................................................................................................... 67
3.7.4 Enfesto e corte ............................................................................................................... 68
3.7.5 Design têxtil: bordado e silk .......................................................................................... 68
3.7.6 Confecção ..................................................................................................................... 68
3.7.7 Acabamento, controle da qualidade e embalagem .......................................................... 68
3.7.8 Expedição...................................................................................................................... 69
3.7.9 Vendedor ....................................................................................................................... 69
3.8 PLANO DE RECURSOS HUMANOS .......................................................................... 69
3.9 ESTRATÉGIAS DE MARKETING .............................................................................. 72
3.9.1 Produto .......................................................................................................................... 72
3.9.2 Preço ............................................................................................................................. 72
3.9.3 Praça ............................................................................................................................. 73
3.9.4 Promoção ...................................................................................................................... 73
3.10 PLANO FINANCEIRO ................................................................................................. 73
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 76
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 78
13
1 INTRODUÇÃO
O atual capítulo objetiva expor o tema do trabalho, seus objetivos e suas justificativas.
1.1 TEMA
O setor calçadista brasileiro é formado por cerca de oito mil fábricas e emprega
diretamente 340 mil pessoas. Produziu no ano de 2010, 814 milhões e em 2011exportou 113
milhões, relativo a pares de calçados. O Brasil exporta calçados para 150 países, sendo que os
principais são os Estados Unidos, Reino Unido, Argentina e Itália, respectivamente em ordem
quantitativa. As máquinas, equipamentos e matérias-primas para o processamento do sapato são
obtidos, em grande parte, no próprio mercado interno. (ABICALÇADOS, 2010)
A produção desse setor se encontra concentrada em pólos produtores, conforme figura
abaixo. Na região Nordeste foram produzidos 399,2 milhões de pares, correspondente a 45% do
total de pares fabricados no ano de 2010, já a região Sul obtém 34% e a região sudeste 21%.
(ABICALÇADOS, 2010)
Figura 1 - Principais estados produtores de calçados
Fonte: IMEI; TEM; MDIC/SECEX apud Abicalçados
14
Já os polos produtores de bolsas estão concentrados em Minas, Rio Grande do Sul e São
Paulo e de acordo com informações da Assintecal (Associação das Empresas de Componentes
para Couro, Calçados e Artefatos) no ano de 2011 foram adquiridos no exterior 55,51 milhões de
bolsas sintéticas, sendo a China responsável por 84% dessas importações. Esse efeito alarmante
poder ser visto na comparação entre os anos de 2006 a 2011, o aumento que vem crescendo a
cada ano e corresponde a 959% no período relativo. Durante o SICC (Salão Internacional do
Couro e Calçado), ocorrido recentemente em Gramado, empresários revelaram que a alavanche
de importados reduziu a capacidade de produção e o volume de empregos em porcentagens acima
de 50%.
Não diferente com os calçados, de acordo com Guidolin e Rodrigues (2011) nos últimos
anos o setor tem sido alvo da competição asiática, e o mercado tem se sustentado devido ao fato
de que o mercado interno consome a maior parte da produção nacional. Assim as autoras
afirmam que para superar e aumentar a competitividade, as empresas devem utilizar-se de duas
estratégias:
1)desenvolver produto, investindo em design, qualidade, criação e introdução de novos
materiais e componentes;
2)desenvolver marcas nacionais, controlar distribuição e gerenciar a cadeia de
fornecedores. (GUIDOLIN e RODRIGUES, 2011)
O primeiro item (1) tem como motivo diferenciar, agregando valor e qualidade, e o
segundo item (2) eleva a combinação de indústria x tecnologia/inovação, a fim de criar novas
funcionalidades e propriedades aos produtos.
Considerando o posicionamento estratégico, a busca pela inovação e a implementação de
uma nova empresa a ser constituída em um ambiente estrutural já existente, de bordados
industrializados, vê-se a necessidade da criação de um plano de negócios, como trabalho de
conclusão de curso. Com finalidade de facilitar e viabilizar a fundação do futuro empreendimento
no setor de calçados, acessórios e complementos de moda perante o mercado vê-se como
vantagem a redução de investimento em infraestrutura, e como estratégia de diferenciação o uso
de têxteis ornamentados, o design versátil e matérias-primas sustentáveis e alternativas,
diminuindo assim os riscos e formando estratégias de sucesso.
1.2 OBJETIVOS
15
1.2.1 Objetivo geral
Apresentar proposta de plano de negócios direcionado para a inserção da empresa de
confecção de calçados, acessórios e complementos de moda no ambiente estrutural de uma
empresa de bordados industrializados.
1.2.2 Objetivos específicos
No intuito de alcançar o objetivo geral estabelecido, faz-se necessário:
• Caracterizar o setor do qual pertence o empreendimento constante no plano de
negócios;
• Levantar as oportunidades e ameaças junto ao ambiente direto (clientes,
concorrentes, fornecedores, órgãos regulamentadores, stakeholders1 e governo) e
indireto (dimensões demográficas, políticas, econômicas, legais, ecológicas,
culturais e sociais);
• Realizar análise do setor do qual pertence a empresa pretendida, em termos de
mercados-alvo, concorrência e diferenciais competitivos;
• Definir a base estratégica corporativa para o negócio pretendido (negócio, missão,
visão, valores e objetivos estratégicos);
• Definir o plano de operações para a organização pretendida;
• Identificar estratégias de marketing (preço, praça, produto e promoção) para
assegurar o sucesso do negócio;
• Definir planejamento financeiro para o negócio pretendido.
1.3 JUSTIFICATIVA
Por ano são abertas cerca de 500 mil empresas no país, o que é um número considerável.
Entretanto, segundo pesquisa realizada pelo SEBRAE, em 2004, 49,4% delas encerram as
1 O termo inglês stakeholder designa uma pessoa, grupo ou entidade com legítimos interesses nas acções e no
desempenho de uma organização e cujas decisões e actuações possam afectar, directa ou indirectamente, essa outra
organização. Estão incluídos nos stackeholders os funcionários, gestores, proprietários, fornecedores, clientes,
credores, Estado (enquanto entidade fiscal e reguladora), sindicatos e diversas outras pessoas ou entidades que se
relacionam com a empresa.
16
atividades com até 2 (dois) anos de existência, 56,4% com até 3 (três) anos e 59,9% não
sobrevivem além dos 4 (quatro) anos. Já no ano de 2008, em nova pesquisa realizada pela mesma
empresa foi divulgado que em 2007 quatro entre cem negócios iniciados haviam fechado.
A abertura de um negócio não se baseia em simplesmente levantar as portas e agir, esse
processo consiste em um planejamento prévio e detalhado que exponha os reais riscos, ameaças
externas e fatores que impliquem no desenvolvimento do projeto. O plano de negócios irá
orientar o empresário na criação de uma nova empresa, com a finalidade de achar a melhor forma
de alcançar os objetivos pretendidos.
Um plano de negócio é um documento que descreve por escrito os objetivos de um
negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados,
diminuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negócio permite identificar e
restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado. (SEBRAE 2009)
Esse documento é uma análise detalhada que começa na definição dos produtos e serviços
que irá oferecer, seus clientes, concorrentes, fornecedores e, principalmente, sobre os pontos
fortes e fracos do seu negócio, identificando assim a viabilidade das ideias impostas.
No presente plano a empresa de bordados Cleverness, que estará alocada ao novo
empreendimento, é titulada de pequeno porte e encontra-se em meio à grande concorrência no
setor. Sendo a função da empresa apenas a prestação de serviços, estima-se a implantação da
confecção de calçados, acessórios e complementos de moda como meio de gerar outra fonte de
riqueza e criar uma marca própria, para posterior crescimento do empreendimento. Visto que
durante o curso de Moda a acadêmica teve preparação teórica e prática de como desenvolver
criações com restrições de acordo com a demanda do empreendimento.
17
1.4 METODOLOGIA DA PESQUISA
A pesquisa atual se identifica como sendo de metodologia científica, pois visa obter novo
conhecimento em um cenário realista. O tipo de pesquisa utilizada foi a exploratória com base em
referências bibliográficas e documentais publicadas em livro e em artigos eletrônicos, pesquisas
em sites e análise do ambiente estrutural em estudo, na finalidade de fundamentar a
implementação de um novo empreendimento de calçados, acessórios e complementos de moda
feminina em um ambiente estrutural, já concretizado, de bordados industrializados. Assim foram
pesquisados os antecedentes dos produtos envolvidos e a atual situação em que o mercado
atuante se encontra, seguido pelas etapas que compõe a elaboração de um plano de negócios: a
análise dos principais concorrentes, a análise estratégica, a descrição da empresa, o plano de
operações, o plano de recursos humanos, as estratégias de marketing e o plano financeiro.
Os métodos utilizados se mostraram na introdução, desenvolvimento e conclusão do
presente trabalho, permitindo a concretização do mesmo.
18
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 EMPREENDEDORISMO
Todo empreendedor começa a ter ideias ou pretendem montar um negócio próprio
geralmente quando está se sentindo infeliz no trabalho e quer abrir novos horizontes, partir pra
um negócio próprio. Entretanto “a imagem dos empreendedores como pioneiros arrojados talvez
seja excessivamente romântica” (DAFT, 1999). Futuros empreendedores, no começo, acham que
ter o próprio negócio é fácil e melhorará espontaneamente o cotidiano, mas abrir um negócio
requer bastante tempo e muita dedicação.
Empreendedor é aquele que constrói uma nova empresa assim que visualiza uma
oportunidade, levando em conta os fatores de produção e direcionando-os para a constituição de
novos produtos ou serviços. O administrador que aventura-se a melhorar uma organização,
introduzindo mudanças também pode ser considerado um exemplo do mesmo. (STONER e
FREEMAN, 1994 apud SOUZA).
Dornelas (2001) refere-se ao empreendedor como aquele que ao identificar uma
oportunidade assume os riscos e cria um negócio com a finalidade de obter lucro dele. Um
empreendedor tem como feitio, pelo menos as seguintes virtudes: iniciativa de criar um novo
negócio tendo paixão pelo fazer, usar os meios disponíveis através da criatividade fazendo a
diferença no circulo econômico e social em que se vive, e arcar com os riscos calculados
admitindo a probabilidade do fracasso.
O empreendedor como identificador de oportunidades, permanece em constante alerta nas
mudanças do mercado em foco. Segundo Schumpter (1949, apud DORNELAS) ele enfraquece a
ordem econômica vigente ao inovar na criação de produtos e serviços, formatos de organização
ou pela descoberta de recursos e materiais.
Segundo Souza (2010), o empreendedor ao buscar novos métodos, tecnologias e filosofias
torna o seu negócio frente ao mercado que está inserido, mostrando-se mais competitivo,
elevando a probabilidade de sucesso.
Dolabela (1999a, p.68) usa a definição de Filion (1991) para o termo empreendedor, por
ser simples e abrangente: “Um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza
visões”. Com base nessa definição, ele faz o seguinte comentário: “Um empreendedor é alguém
19
que define por si mesmo o que vai fazer e em que contexto será feito. Ao definir o que vai fazer,
ele leva em conta seus sonhos desejos, preferências, o estilo de vida que quer ter”. Assim, o
empreendedor precisa ser uma pessoa muito dedicada, afinal seu trabalho foi escolhido a dedo,
pode ser confundido com o prazer, pois todo empreendedor procura escolher um negócio do qual
goste.
2.1.1 Influências e Motivação
Na maioria das vezes o individuo resolve virar um empreendedor pela vontade de ganhar
muito dinheiro, querer ser seu próprio patrão, colocar em prática suas ideias e seus projetos, o
desejo de desenvolver algo que traga bons resultados, e querer provar para si e para as outras
pessoas que tem a capacidade de realizar um empreendimento de sucesso.
Para cada um, os motivos são uma ponderação dos expostos, acrescidos de algumas
particularidades próprias. Mas é importante observar que, aparentemente, a maioria das
empresas de sucesso foi iniciada por homens ou mulheres motivados pela vontade de
ganhar muito dinheiro e, em alguns casos, pelo desejo de sair da rotina a que estavam
submetidos. (DEGEN, 1989, p.15).
2.1.2 Processo empreendedor
Dornelas (2005, p. 40) descreve o processo empreendedor como:
O processo empreendedor envolve todas as funções, atividades e ações associadas com a
criação de novas empresas. Em primeiro lugar, o empreendedorismo envolve o processo
de criação de algo novo, de valor. Em segundo, requer a devoção, o comprometimento
de tempo e o esforço necessário para fazer a empresa crescer. E em terceiro, que riscos
calculados sejam assumidos e decisões críticas tomadas; é preciso ousadia e ânimo
apesar de falhas e erros.
2.1.3 Características do empreendedor
Os empreendedores possuem características próprias, precisa ser uma pessoa dinâmica,
dedicada, criativa, com grandes expectativas de negócios. Chiavenato (2006, p.3) vai mais além,
dizendo que o empreendedor é a energia da economia. Para ele, o empreendedor não é apenas um
criador de novas empresas ou o gerenciador de novos negócios, “ele é a energia da economia, a
alavanca de recursos, o impulso de talentos, a dinâmica de ideias”. Além disso, destaca o autor:
“ele é quem fareja as oportunidades fortuitas, antes que outros aventureiros o façam”.
20
Para concluir o empreendedor é uma pessoa que vê em uma grande oportunidade uma
forma de se dar bem profissionalmente, assumindo todos os riscos, se dedicando imensamente, e
dando oportunidades a outras pessoas a fazerem o que gostam.
2.2 PLANO DE NEGÓCIOS
O plano de negócios é a primeira incursão da empresa em planejamento estratégico e, ao
contrário do que muitos pensam, também pode ser feito por uma pequena empresa, podendo ser vital para esta, pois uma pequena empresa raramente dispõe de recursos
para se recuperar de eventuais erros. (...) Não é correto pensar que um plano de negócios
funciona somente para empresas novas. Tanto as empresas em atividade quanto as
empresas nascentes necessitam do plano de negócios. Com uma frequência cada vez
maior as empresas mais antigas sentem a necessidade de aplicar esse método. (BIAGIO;
BATOCCHIO, 2005, p.03)
O plano de negócios é um documento que serve para guiar o andamento de uma empresa
por um determinado tempo (SIEGEL et al., 1993, p. 18). Essa sequencia é um planejamento
prévio detalhado, que visualiza os possíveis obstáculos futuros e direciona o empreendimento
para a melhor solução a ser tomada, sendo essencial para o sucesso.
Mesmo assim somente esse projeto, não garante o sucesso de uma empresa, ou que ela
gere lucros, mas ajuda na preparação e na compreensão de todo o processo que deve ser seguido
para que a empresa não fique apenas no papel e não acabe nos primeiros meses de existência.
O empreendedor que prepara um plano de negócios vê-se obrigado a se concentrar nas
análises dos ambientes de negócio, nos objetivos a serem alcançados, na estrutura, na
organização, e em todos os recursos que são necessários para que o empreendimento não seja
apenas um sonho.
Sabedoria é a capacidade de prever as consequências, em longo prazo, das ações atuais, a disposição de sacrificar ganhos em curto prazo em favor de benefícios futuros, e a
habilidade de controlar o que é controlável e de não se afligir com o que não é. A
essência da sabedoria, portanto, é a preocupação com o futuro. (BERNARDI, 2006,
apud ACKOFF, 1979).
Bernardi (2007), afirma que o plano é importante, pois serve para abrir um novo
empreendimento, expandir o mesmo já existente, conseguir capital, realizar uma fusão, obter um
empreendimento ou estender a prováveis investidores e parceiros.
Segundo Berle e Kirschner (1995) além de ser primordial para se ter um empréstimo, o
empreendedor necessita do projeto escrito ao querer investir em um novo negócio, modificar ou
aumentar um antigo, ou até mesmo vendê-lo.
21
2.2.1 Estrutura
Embora se encontrem variações estruturais, o contexto geral dos dados e das finalidades
da análise são comuns; o que pode mudar é a forma e a sequência. Os vários interessados
no plano de negócios estão focados primeiramente na lógica do modelo, na consistência, na viabilidade econômico-financeira, nos riscos e nas condições de sustentabilidade do
negócio, o que inclui questões sociais e ambientais.(BERNARDI, 2006)
De acordo com Dornelas (2000) a estrutura do plano de negócios é composta:
- Capa
Pode não parecer, mas a capa é uma das partes mais importantes do plano de negócios,
pois é na capa que se tem a primeira impressão, e é nela que se encontram os primeiros detalhes
do plano de negócios.
- Sumário
É onde devem estar os títulos de cada seção do plano, e as páginas na qual se encontram
cada informação.
- Sumário executivo
O sumário executivo é a parte principal do plano, pois é através da leitura deste que o
leitor decidirá se continua a leitura ou não. Portanto deve ser escrito com muita atenção, revisado
várias vezes, para que não se encontrem erros e para que o leitor não se canse e não desista da
leitura já no início. Deve ainda ser escrito para o público alvo no qual o plano de negócios deseja
atingir.
- Planejamento estratégico
É onde se define o rumo do negócio, a situação atual, as metas, os objetivos, bem como a
visão e a missão da empresa. É a base para o início do plano de negócios.
- Descrição da empresa
Nesta seção devem-se descrever a empresa em seus conceitos, seus gastos, receitas, seu
histórico, razão social, seus impostos, localização, fornecedores e clientes.
22
- Produtos e serviços
É a seção onde se deve descrever que tipo de produtos e serviços sua empresa oferece,
qual seu ciclo de vida, como são produzidos, pesquisas, público alvo, principais clientes,
principais fornecedores.
- Plano de marketing
Como pretende vender seu produto, como conquistará seus clientes, como os manterá,
como aumentará sua carta de clientes, como desenvolverá os métodos para melhorar a
propaganda, como desenvolver os preços, como será a distribuição desses produtos e como será a
estratégia de promoções.
- Plano financeiro
A seção das finanças deve apresentar todos os gastos, lucros, receitas, tudo comprovado,
deve conter fluxo de caixa, balanço, ponto de equilíbrio, necessidade de investimentos, e os
retornos.
- Anexos
Deve conter todas as informações que forem relevantes para o melhor entendimento do
plano de negócios, não há um mínimo nem máximo de páginas, mas não se deve esquecer de
anexar os currículos dos sócios da empresa. Podem ainda ser anexas fotos dos produtos, fotos da
empresa, o contrato social, e documentos que forem considerados importantes.
23
3 PLANO DE NEGÓCIOS PARA O EMPREENDIMENTO
DE CALÇADOS, ACESSÓRIOS E COMPLEMENTOS DE
MODA FEMININA
O atual capítulo tem como objetivo analisar os fatores externos que virão a afetar o
empreendimento, determinar o sumário executivo da empresa Joice Tanabe, fazer a análise do
mercado mundial, brasileiro e regional, a análise estratégica, realizar uma descrição da empresa,
criar um plano de operações, um plano de recursos humanos, constituir estratégias de marketing e
preparar um plano financeiro.
3.1 SUMÁRIO EXECUTIVO
O referente plano de negócios tem por objetivo expor uma estrutura, planejamento e
estudo da viabilidade econômica de uma indústria de calçados, acessórios e complementos de
moda. A empresa será alocada a uma indústria de bordados industrializados, pertencente à família
da autora, na cidade de Apucarana. Localizada no norte do estado do Paraná, a cidade se vê
próxima a grandes polos comerciais, como São Paulo e Rio de Janeiro, e visa utilizar desta
vantagem como estratégia de vendas.
O empreendimento tem por determinação oferecer calçados, acessórios e complementos
de moda feminina na proposta do slow fashion. De acordo com Rech et al (2010), este ramo da
indústria da moda tem como excelência oferecer produtos limitados que superem a qualidade
aliando-se à criatividade, tais prioridades têm como compromisso perdurar o uso dos produtos,
seja tanto pelo atributo quanto pela estética, sem prender-se as tendências estacionais da moda.
As etapas no processo produtivo decorrem da criação, modelagem, corte, design têxtil,
confecção, acabamento, empacotamento e transporte. Dentro da empresa será elaborado o design
de produto, o design têxtil de bordados, os moldes, o acabamento e empacotamento dos produtos,
já a parte da confecção, estamparia e transporte serão terceirizados.
Inicialmente, o empreendimento terá cinco funcionários. Sendo estes recrutados na
universidade de moda da cidade, os quais passarão por treinamentos para especializar a mão de
obra, pois o ensino universitário local não é voltado para o setor de calçados e acessórios. A área
24
administrativa e financeira será integrada a estrutura já existente da empresa de bordados da
família da autora.
A fim de preparar o negócio para futuras variações do comércio, propõe-se fazer
projeções de vendas no cenário “realista”.
Em relação aos investimentos, a necessidade está na compra de computadores, programas
especializados, papelaria, tecidos, aviamentos, estratégias de marketing, reserva para gastos não
previstos e capital de giro. Já que o empreendimento utilizará a infra-estrutura da indústria
existente, os investimentos necessários serão relativamente baixos, se comparados à abertura de
um novo negócio.
3.2 ANTECEDENTE DA INDÚSTRIA DE CALÇADOS E ACESSÓRIOS
I. Bolsas
Segundo Franceschini (2006), os nômades da pré-história peregrinavam em busca de
sobrevivência, com a descoberta da pele para suprir carências de alimentos e proteção, acredita-se
que também a tenham utilizado para carregar e proteger suas caças, uma primeira espécie de
bolsa. Mas é na Bíblia Cristã, que aparece uma das primeiras citações sobre a existência de
acessórios de moda, isso ocorreu por volta de 750 a.C..
Naquele dia tirará o Senhor os seus enfeites: os anéis dos artelhos, as toucas, os colares
em forma de meia-lua, os brincos, os braceletes, os vestidos, os diademas, as cadeias dos
artelhos, os cintos, os amuletos, as caixinhas de perfumes, os mantos, os xales, as bolsas,
os espelhos as capinhas de linho e as tiaras. (ISAÍAS, cap. 3, p.16)
No inicio da Idade Média, as bolsas ganharam destaque junto ao vestuário e ornamentos.
Começaram a ser feitas com peles e tecidos, ornadas com franjas, pingentes, bordadas em fios de
ouro, prata ou pedrarias. Assim, as bolsas foram evoluindo ao longo dos tempos com nomes,
utilidades, tecidos e ornamentos variados. Os ornamentos podiam ser com ouro, pedrarias,
pérolas, bordados, rendas, fios de seda, cetim, couro, ráfia e madrepérola. O uso evoluiu passando
por bolsas de alimentos, de carregar rapé, remédios, chaves, escovas de cabelo, dinheiro
(esmolas), leques, garrafas de bebida, documentos, bolsas de relicários, bolsas de viagem, bolsas
retícule (usavam tecido que estavam em voga), bolsas de presente em formato de concha com
escritas sentimentais, bolsa chateleine (pequena bolsa suspensa por correntes, presa a cintura para
25
manter as mãos livres), bolsas de malha de metal, bolsas de compra, muitos outros nomes
(FRANCESCHINI, 2006).
O avanço da industrialização, percorrido durante o século XIX, trouxe a facilidade na
locomoção mundial e o crescente aumento das exportações, acarretaram em uma grande
quantidade de novas e atraentes bolsas que passaram a ser comercializadas por todas as partes do
mundo. Durante o século XVI corporações especializadas na confecção de bolsas começaram a
aparecer por toda a Europa, devido ao aumento de procura. No século XX esse acessório tornou-
se indispensável ao mundo fashion, com constantes modelos diferentes surgindo a cada estação,
elas passaram a ser desenhadas para ocasiões especiais e para específicas horas do dia.
(FRANCESCHINI 2006)
Ao longo dos tempos, as bolsas foram ocupando mais espaço no comércio de acessórios e
dobrando seu tamanho e valor econômico. Se antes eram apenas usadas para carregar dinheiro,
atualmente, já chegam a valer bem mais do que se tem na carteira. Assim a partir do século XX
surge o início da era das It Bags: ícones de estilo e alvo frequente de cópias (JEDYN 2011). As
mais icônicas até hoje são: a bolsa Jackie da Gucci (referente a Jacqueline Kennedy), Birkin da
Hermès (em homenagem a Jane Birkin), 2.55 da Chanel (inovação por ser prática e funcional),
Lady Dior da Dior (referência a Lady Diana) e a Speedy da Louis Vuitton (sendo a mais vendida
a Speedy 25 nascida de uma encomenda da atriz Audrey Hepburn, em 1965). (LOBO, 2009)
II. Calçados
Segundo O´Keeffe (apud PULS, 2003, p.38), a sandália foi o primeiro calçado feito pelo
homem, confeccionada a partir de peles de animais enroladas em volta dos pés, este ato envolvia
destreza em sua construção. McDowell (apud FERREIRA, 2010, p.84) confirma em pesquisas
que o surgimento dos sapatos deram-se no fim do período paleolítico, de 12.00 a 15.00 A.C.,
sendo que pinturas em cavernas da Espanha e França apresentam uma espécie de bota primitiva
de pele e modelos de sandálias. Os padrões primitivos perduraram durante um longo período,
mas foi no século IV que começou uma produção de variações decorativas de calçados em
26
diferentes partes do Mediterrâneo. Como exemplo podemos citar o Zori2, que foi o primeiro
modelo de chinelo japonês e é lembrado e usado até o hoje.
No fim do século XIX, com a mecanização do trabalho, o sapateiro começava a perder
seu domínio, pois antes a produção do calçado era feito somente por ele sendo responsável por
todas as fases do processo. Assim o calçado como um produto de várias operações foi inevitável
não segmentá-las e distribuí-las a setores diferentes. Assim, formaram-se pequenas oficinas e as
etapas passaram a ser executadas separadamente, quebrando a relação do artesão com o produto
(MOTTA apud NICOLAU, 2006, p.20).
A indústria mundial de calçados, desde meados dos anos 1980, vem promovendo uma
reestruturação industrial nos processos de produção e organização do trabalho. Uma das
tendências é a produção em dois ou mais países para redução de custos. Algumas partes do
calçados são confeccionados em países com baixo custo de fabricação e a montagem em países
com custo de fabricação mais caro e nível tecnológico melhor (CORRÊA et. al, 2001).
III. Cintos
No livro de James Laver (1989), observa-se a imagem de duas estátuas datada do terceiro
milênio a.C., uma delas é o deus Abu, da Suméria, que utiliza um cinto para sustentar a saia. Não
é mencionado o surgimento dos cintos no livro, porém em várias imagens pode ser visto a
utilização dos mesmos ao longo dos anos. Através das imagens mostradas por Laver, nota-se não
apenas a função utilitária, como no caso dos soldados gregos, mas também se observa a função
estética, percebidas nos homens e mulheres cretenses de 1550-1450 a.C., que usavam cintos
rígidos desde a infância para apresentar uma cintura extremamente fina. Seguindo a trajetória do
livro, em 481-752 na França foram encontrados túmulos de invasores francos que usavam o cinto
na gonelle, que era uma túnica na altura dos joelhos. Já com a rainha merovíngia Arnegonde
(550-70) foi achado um cinto largo que era utilizado sobre a túnica do chemise.
Segundo imagens do livro de François Boucher (2001) os cintos eram feitos de tecidos,
franjas, cordas, correntes e o próprio couro como é comumente visto. Nos dias atuais, novos
2 Produto de inspiração das sandálias da marca Havaianas.
27
materiais alternativos são inseridos no mercado, através de feiras nacionais e internacionais.
Muitas dessas feiras apresentam variações do couro, com diferenciais na textura imitando as
peles de animais como o avestruz, tilápia, leopardo e cobras. Também podem ser observadas
alternativas de materiais em couro sintético, lona e outros tecidos. O desenvolvimento desse setor
tem se enfatizado em tecnologias de sustentabilidade, que geraram o couro vegetal e a sarja
reciclada.
As renovações no mercado são acompanhadas pela multiplicidade de identidades nas
personalidades dos indivíduos, sendo as identidades formadas pelo nosso íntimo aliado ao meio
em que se vive (HALL apud RECH et al., 2010). Assim um novo consumidor consciente e de
intelecto global foi criado, e tem sido alvo de várias marcas. Esses novos empreendimentos
oferecem produtos associados à responsabilidade social, devido às exigências em que o mundo se
vê acompanhado.
3.3 ANÁLISE DE MERCADO
A seguinte análise tem o propósito de fazer um estudo do panorama englobado pelo setor
de calçados, acessórios e complementos de moda.
3.3.1 Caracterização do mercado mundial
Segundo Guidolin et al. (2010) nos anos 1970 muitos países desenvolvidos passaram a
reduzir sua participação na produção e exportação de calçados para o mundo, devido às
diferenças no custo da mão-de-obra. Esse espaço criou oportunidade para que países em
desenvolvimento se destacassem. Porém a China foi além e passou a representar 60% da
produção global em 2000 (Tabela 1).
28
Tabela 1 - Evolução da produção internacional de calçados de 2000 a 2007
A ascensão da China na fabricação de produtos do setor de moda, fez com que as
empresas que terceirizam esse trabalho, perdessem o domínio total sobre seus segredos artesanais
na confecção do produto, o que é um diferencial de qualidade que eleva o custo. Assim esse país
asiático aliou sua produtividade com a qualidade adquirida e criou um produto de concorrência
muito similar aos originais.
A Câmara de Comércio Internacional estima que o valor dos produtos falsificados e
pirateados em todo o mundo atinge cerca de US$ 600 bilhões, e sua projeção é que esse número
dobre até 2015. Sendo dois terços dos bens falsificados apreendidos por agentes americanos no
ano passado procedem da China, que tem um contingente considerável de mão de obra altamente
qualificada e é, cada vez mais, o país onde se fabricam bens de luxo legítimos (HOLMES, 2011).
Não só nos Estados Unidos, mas como em todo o mundo esses dados se tornam vigentes e cada
vez mais consumidores são vitimas dessas fraudes.
29
O Brasil com o incentivo de adentrar e melhorar sua competição com outros países tem
criado meios de se desenvolver perante o panorama mundial, como exemplo há o Brazilian
Footwear é um programa de promoção internacional do calçado brasileiro, tem como objetivo
incluir a participação de empresas do setor em eventos internacionais, assim com feiras e
showrooms, com a missão de buscar novos mercados além de promover a vinda de compradores
e formadores de opinião, e muitas outras ações. Esse plano é administrado pela Abicalçados em
parceria com a Apex-Brasil (ABICAÇADOS; APEX-BRASIL. 2011). Estratégias como essas
estão sendo utilizadas por diversos setores como forma de inclusão no mercado externo.
O Brasil possui a sétima economia mundial, e sobressai na indústria de calçados com
produção de 12.340,4 milhões de dólares obtendo um crescimento de 9,9% relativo ao ano de
2009. O volume de exportações recentemente foi de 143 milhões de pares, sendo 29 destes
destinados apenas aos Estados Unidos. As importações na maioria oriundas da Ásia alcançaram
os US$304,6 milhões, tendo a China com 9,4 milhões em números de pares e o Vietnã com
US$128,600,000,00. (ABICAÇADOS; APEX-BRASI, 2011)
Figura 2 - Exportações de calçados por destino 2010
30
Figura 3 - Importações de calçados por origem
O couro é predominantemente visto como matéria prima das bolsas, cintos e sapatos
desde os tempos mais remotos. Porém o desenvolvimento da indústria petroquímica e o
surgimento de materiais sintéticos criaram ao mercado uma nova variedade de materiais que se
atualizam em feiras internacionais que ocorrem ao longo do ano. A missão destas é a
apresentação de novas opções de material com qualidades específicas para cada uso e texturas
variadas com a intenção de suprir as exigências dos mais novos tipos de consumidores. Não
esquecendo os maquinários de ponta, que fazem com que a concorrência possa ser comparada em
tecnologia com países mais desenvolvidos e abra espaço para constantes inovações no produto
final.
As feiras são lançadoras de tendências no mundo da moda, não só no setor do vestuário,
mas como também no de calçados, acessórios e complementos de moda. Uma das mais
importantes da Europa ocorre em Düsseldorf na Alemanha, a GDS que apresenta novidades e o
que estará em evidência nas próximas estações na área de calçados, trazendo compradores
principalmente da Europa Central e do Norte, além de profissionais do Oriente Médio. Já na
China, acontece a International Clothing & Acessories Fair (CHIC) a feira esta em sua 20ª
edição, sendo uma das principais exposições de moda da Ásia e chegam a receber por volta de
100 mil profissionais para conhecer os produtos de mais de mil marcas.
31
O Brasil já participa dessas duas feiras com estimativas positivas, pois a Alemanha
comprou 1,6 milhão de pares do Brasil em 2011, equivalente a US$ 25 milhões e até agora em
janeiro de 2012, importaram 439,9 mil pares brasileiros, que geraram US$ 4,4 milhões. E a
Rússia negociou US$ 25,4 milhões (1,4 milhão de pares) durante 2011. Em neste janeiro
comprou 365,8 mil pares brasileiros (US$ 5,7 milhões). (ABICAÇADOS, 2012)
3.3.2 Caracterização do mercado brasileiro
Três fatores deram início à entrada dos produtos asiáticos no Brasil, são eles: o processo
de abertura comercial, o inicio da estabilização econômica e a valorização da moeda nacional.
Essas medidas acarretaram no aumento da concorrência externa e interna, fazendo com que as
empresas diminuíssem os custos na produção e elevasse sua participação no mercado estrangeiro.
(FRANCISCHINI e AZEVEDO apud TRICHES et al. 2008)
A abertura econômica para as importações da China é um dos maiores problemas
enfrentado pelo mercado brasileiro atualmente. Segundo o jornal Valor Econômico (2012), o
governo brasileiro pediu ao vice primeiro ministro chinês Wang Qishang, em recente vista ao
país, a criação de mecanismos de "restrição voluntária" de exportações por parte de empresas
chinesas de têxteis, confecções, calçados e eletroeletrônicos, a medida seria uma forma de não
abrir salvaguardas (barreiras temporárias à importação) aos produtos.
Medidas como a anunciada pelo Brasil sobre o aumento do IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializado) para carros importados foi a abertura para que outros setores se revelem. As
propostas pedem por outras medidas compensatórias, como desoneração para os fabricantes
nacionais, aumento do Imposto de Importação ou aplicação de tarifas antidumping, afirma
Faccchini. Providências como essas ajudam o mercado interno a ter condições de concorrer com
os preços baixos vindo do exterior. De acordo com Carlos Ajita, presidente da Associação
Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados, o IPI elevado gera dificuldades de comercialização
de cintos, carteiras e bolsas, pois representam cerca de 20% do faturamento do varejo e estão
sujeitos à alíquota de 10%, ao contrário do calçado e do vestuário, que são isentos de IPI
(COUROMODA, 2012).
32
As baixas tarifas alfandegárias cobradas pelo governo e a falta de patrulhamento dos
postos de fiscalização da Receita Federal, muitos produtos ilegais acabam entrando no Brasil e
por consequência afetam o mercado interno. Assim de acordo com Guidolin et al. (2010) a partir
dos anos 1990 o governo lançou atrativos industriais para a região nordeste, com o baixo custo da
mão de obra, incentivos fiscais promovidos pelos governos locais e a posição regional favorável
em relação aos maiores mercados consumidores de importação brasileira, como a Europa e os
Estados Unidos.
A produção brasileira de calçados teve seu máximo em 2004, quando começou a baixar
em decorrência da exacerbada concorrência internacional, dominado pela China, e da política
econômica de valorização do real. Como estratégias empresas exportadoras adoraram três
medidas importantes: procurar novos mercados, redirecionar as vendas para o mercado interno
e/ou investir em marcas próprias em novos canais de comercialização e em estilo e design,
fazendo produtos diferenciados e com maior valor agregado (CAMPOS, 2010).
De acordo com publicação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE 2012)
as atividades do varejo de tecidos, vestuário e calçados apresentou taxa de variação de 3,1% com
relação ao mesmo mês de janeiro do ano anterior e variação de 3,2% para os últimos 12 meses. O
resultado abaixo da média pode ser explicado pelo aumento de preços do setor, devido variação
no vestuário de 8,2% e a inflação de 6,2% nos últimos 12 meses.
33
Tabela 2 - Indicador de volume de vendas do comércio varejista 2012
Eventos para a promoção das vendas acontecem ao longo do ano todo no Brasil, com o
objetivo de apresentar tendências e abrir possibilidades de entrada no mercado internacional
ocorrem feiras como a SICC (Salão Internacional do Couro e do Calçado) em Gramado-RS, a
Francal e a Couromoda em São Paulo. Essas feiras abrangem todo o público que se interessa pelo
assunto, como comerciante, varejistas, produtores, empresários e consumidores.
Dentre os maiores acontecimentos na área, destacam-se a preocupação com
sustentabilidade, que é usada como argumento para atrair o consumidor: No caso do Grupo Kidy,
quem comprar o tênis da linha Ecokidy poderá devolver o produto quando não servir mais e
ganhar um vale de R$ 10 para comprar um novo da mesma linha. Os tênis devolvidos serão
reciclados e utilizados para fabricar novos itens da linha (GUIMARÃES, 2012). A busca de
novidades no setor acompanha a moda e as preocupações ambientais exigidas pelo mercado.
No ano passado a Sapatoterapia lançou o primeiro calçado biodegradável com certificado
no mundo, feito com materiais reciclados. O solado é feito de borracha natural, a cola usada é à
base de água, o couro é natural livre de cromo e não agride o meio ambiente, o forro é de fibra de
34
bambu e o atacador é de algodão. Apenas a linha usada para costurar é composta de poliéster para
dar a sustentação ao produto (COUROMODA, 2012).
Tecnologias como as desenvolvidas na área têxtil podem ser grandes aliadas no
desenvolvimento do setor de acessórios de moda. Segundo o jornal Hoje (2011) muitos estilistas
estão se voltando para os tecidos do futuro, com novas tecnologias. A estilista britânica Amy
Winter cria em seu ateliê roupas que interagem com o meio ambiente, visto em roupas que
mudam de cor quando em contato com o sol ou com a água, e até mesmo que pisquem luzes ao
sentirem a vibração sonora. Já a universidade de Saint Martins oferece mestrados com incentivo à
criação de novos tecidos tecnológicos, uma das professoras esta tentando criar algas que imitem a
renda. O G1 (2012) destaca a estilista Helen Storei que inventou um jeans que purifica o ar
quando se movimenta, esta tecnologia se baseia no dióxido de carbono, e segundo Helen essa
moda chamada de altruísta não faz efeito com apenas uma pessoa usando, mas causa um grande
impacto se muitos a usarem.
Questões ligadas ao desenvolvimento sustentável estão sendo debatidas de forma
frequente em praticamente todos os setores da economia mundial e, na cadeia de calçados,
acessórios e complementos de moda não tem sido diferente.
Diante do contexto ambiental atual a maioria dos países tem implementado rígidas
legislações que visam aumentar a necessidade de avanços contínuos nos padrões de qualidade,
com a otimização de insumos utilizados. A BM & FBOVESPA, juntamente com várias
instituições – ABRAPP, ANBIMA, APIMEC, IBGC, IFC, Instituto ETHOS e Ministério do
Meio Ambiente – decidiram unir-se para criar um índice de ações que seja um referencial para os
investimentos socialmente responsáveis, o ISE - Índice de Sustentabilidade Empresarial . Tendo
por objetivo, refletir o retorno de uma carteira composta por ações de empresas com reconhecido
comprometimento com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial, e também
atuar como promotor das boas práticas no meio empresarial brasileiro.
Segundo Costa e Rocha (2009), propõe-se que países menos desenvolvidos como o Brasil,
a inovação difere dos países desenvolvidos, pois se desenvolve de maneira cumulativa e gradual,
com a natureza incremental e fortemente relacionada ao aprendizado organizacional interativo.
Buscando adotar tais medidas, muitas empresas estão surgindo ou se adequando a essa
nova tendência, pois um novo consumidor com pensamento consciente e global foi criado, à
procura de produtos que oferecem conceitos locais e englobem a responsabilidade social.
35
Ações como das estilistas inglesas Annie Sherburne, que recicla 50% das coleções
passadas para criar outras novas, e da designer Stella McCartney, que combate o uso de pele e
couro, no Brasil marcas como a Osklen, que aliam a busca de novos materiais ao design evitando
agressões ao ambiente, tem sido o caminho usado pela moda para um bom relacionamento com o
mundo.
3.3.3 Caracterização do mercado regional
Dentro do mercado interno o governo permanece em constante conflito com a entrada
ilegal de produtos oriundos de países asiáticos, assim tem se criado medidas que dificultem esse
processo. Recentemente a Receita Federal apreendeu no porto de Paranaguá/PR apreendeu 2.292
malas falsificadas importadas. Procedentes da China as mercadorias tinham como destino a
cidade de Curitiba. O contêiner foi selecionado para vistoria por meio de análise risco -
procedimento que monitora cargas a partir de dados internos do fisco, antes mesmo da chegada
em território nacional.
Outra providência foi o resultado do convênio entre a Secretaria da Receita Federal do
Brasil e a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), fiscais da Receita
Federal da aduana de Santos/SP receberam treinamento para identificarem calçados importados
de forma irregular. O intuito é preparar auditores fiscais da aduana para que possam reconhecer e
identificar fraudes comuns nas importações de calçados procedentes, principalmente, de países
asiáticos.
A entrada de produtos como esses causam um prejuízo gigantesco às indústrias de vários
setores, diminuindo suas vendas e fazendo com que o país além de não arrecadarem impostos
ofereça produtos de péssima qualidade ao consumidor. De acordo com BNDES (2006) empresas
brasileiras começam a se aliar a China para valer-se dos preços mais competitivos nos calçados
através da importação de seus produtos ou terceirizando a produção de calçados. Mencionando
também que muitos técnicos brasileiros se mudaram para o país, devido aos salários que são
recebidos em dólares além de serem três vezes mais altos do que no Brasil.
O Brasil é segmentado em dois padrões de organização das atividades produtivas do setor
de calçados. O primeiro tem como alicerce as redes locais de produção, constituída
36
principalmente por pequenas e médias empresas. Assim revelam-se a região do Vale dos Sinos no
Rio Grande do Sul, especializada em calçados femininos, o polo de Franca em São Paulo, que se
destaca em calçados masculinos, e as cidades de Birigui e Jaú, no interior de São Paulo,
revelando-se em, respectivamente, na produção de calçados infantis e femininos. O segundo
modelo de organização foi estabelecido no Nordeste por empresas de grande porte que buscavam
mão de obra barata, economias de escala (baixos custos de produção e incremento de bens e
serviços) e incentivos fiscais para disputar a concorrência internacional.
Já em relação a vendas regionais a tabela a seguir apresenta os resultados por estado,
referentes ao volume de vendas relativas a janeiro de 2011 /2012. O Paraná mostrou-se em quarto
lugar com a taxa de 17,1% de aumento.
Figura 4 - Taxa de variação do volume de vendas do varejo por UF 2012
Fonte: IBGE, 2012
37
3.4 ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA
Os concorrentes analisados são empresas que atuam na confecção e venda de calçados,
acessórios e complementos de moda. São empresas de patamar elevado e que o futuro
empreendimento visa se igualar. Os produtos envolvidos no segmento em questão serão: bolsas,
cintos e sapatos. A análise será realizada de acordo com informações nos respectivos sites das
empresas citadas.
Alexandre Birman
Figura 5 - Logomarca da empresa Alexandre Birman
Fonte: http://alexandrebirman.com.br
Quadro 1 - Pontos fortes e fracos da marca Alexandre Birman
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
PRAÇA
Localização Loja principal em São Paulo
No site não informa o local da
fábrica, porém sendo parte do
grupo Arezzo deduz-se que fique no Vale dos Sinos-RS
Locais de Atuação
Lojas própria em São Paulo e
de revendas em PR, SP, RJ,
MG, DF, GO, CE, EUA, Canadá, Itália,Reino Unido,
França, Rússia, Turquia,
Emirados Árabes, China e
Japão
Tempo de Existência 5 anos – desde 2008 A marca mais recente do grupo
PRODUTO
Variedade
Variedade de calçados,
trabalhando também com a
personalização
Trabalha apenas com calçados
Qualidade
Modelos de luxo, com matérias-primas importadas
sendo produzidos
artesanalmente
Valor agregado no preço do
produto final
Diferenciação Possui lojas conceito e o Não agrega nenhum valor
38
produto pode ser
personalizado, É vendidos nas
melhores lojas de multimarcas de luxo, como Neiman
Marcus, Bergdorf Goodman e
Sak’s em NY, Printemps em
Paris, Brow’s em Londres, Harvey Nichols em Hong
Kong entre outras, citado em
revistas de moda (Vogue, Harpers Bazaar, Elle e In
Style). Conceituadas e usado
por celebridades
internacionais como Demi Moore, Kate Hudson, Jessica
Alba, Courtney Cox e
Leighton Meester, sendo citado por esta mo seriado
Gossip Girls
sustentável ou ecológico
PROMOÇÃO
Informação sobre os produtos
Fotos do produto em algumas
posições, zoom, nome, referência e descrição do
material utilizado
Não informa preço e cores
disponíveis, o zoom não é
detalhado
Formas de Venda Lojas e representantes
comerciais Apenas em lojas
Canal de Informações
Facebook, twitter, e-mail,
telefone, revistas,
celebridades
Site
Site interativo com vídeo sobre o processo artesanal da
produção, e de ótima
visualização
Precário em informações
detalhadas sobre os produtos
Sistema de Atendimento
ao Consumidor
Através do link contato no
site
Não possui outros meios, como
telefone
PREÇO
Preço Adequado ao mercado da
classe A e B
Disponível para poucos, não
atinge outras classes sociais
Condições de Pagamento De acordo com cada loja (cheques, cartões, etc.)
Fonte: Elaborada pela autora, 2012
Arezzo
Figura 6 - Logomarca da empresa Arezzo
Fonte: http://www.arezzo.com.br
39
Quadro2 - Pontos fortes e fracos da marca Arezzo
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
PRAÇA
Localização
Fabricação no polo calçadista
do vale do Sinos, Rio Grande do Sul, e operações comerciais
centralizadas em São Paulo
Locais de Atuação
Em todos os estados
brasileiros, com 308 lojas, no exterior na Bolívia, Paraguai,
Portugal e Venezuela, além de
diversos outros países através do canal multimarca
Tempo de Existência 40 anos – desde 1972
PRODUTO
Variedade
9 coleções ao ano com variedade de calçados, bolsas e
acessórios (batom, bijuterias,
cachecóis, carteiras, chapéus, cintos, echarpes, esmaltes,
luvas, óculos)
Qualidade Boa qualidade industrializada
Diferenciação Conceito fast fashion Não agrega nenhum valor
sustentável ou ecológico
PROMOÇÃO
Informação sobre os
produtos
Fotos de varias posições com zoom, preço, referência,
composição e dimensão dos
materiais, tamanho do salto,
disponibilidade de cores e de onde encontrar
Dimensão dos materiais não se aplica a acessórios como os
cintos e luvas
Formas de Venda Somente através de lojas
franqueadas ou multimarcas
Canal de Informações Revistas em geral, facebook, twitter, orkut, sites, you tube
Site
Site interativo com imagens
animadas e vídeo da nova
campanha e do making of, sendo de boa comunicação
visual
Sistema de Atendimento ao Consumidor
Envio de e-mail através do site
Não possui a opção
reclamações ou sugestões, e não possui outros meios, como
telefone
PREÇO
Preço Adequado ao mercado da
classe A e B
Condições de
Pagamento
De acordo com cada loja
(cheques, cartões, etc.)
Fonte: Elaborada pela autora, 2012
40
Capodarte
Figura 7 - Logomarca da empresa Capodarte
Fonte: http://www.capodarte.com.br
Quadro 3 - Pontos fortes e fracos da marca Capodarte
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
PRAÇA
Localização Sapiranga - RS
Locais de Atuação
Atuante no Brasil em 18
estados, e no exterior na Costa Rica e Líbano
Tempo de Existência Primeira loja em 1991- 21
anos Não especificado diretamente
PRODUTO
Variedade Sapatos, bolsas, cintos e
pulseiras
Qualidade Design sofisticado e com
toques artesanais
Diferenciação
Produtos exclusivos e repletos de detalhes diferenciados.
Lojas com espaços
diferenciados que refletem o estilo da marca
PROMOÇÃO
Informação sobre os
produtos
Fotos de varias posições, e
zoom, preço, número de
parcelas, disponibilidade de cores, tamanho, detalhes do
produto com: referência,
composição e dimensão dos
materiais, como podem ser usada, e serviços com
informações de atendimento,
frete e devolução
Formas de Venda Para lojas franqueadas e pelo
site
O site não informa a venda em lojas de multimarcas, porém a
autora já observou a marca em
diversas lojas
Canal de Informações Facebook e twitter
Site
Site interativo com animação de fotos e vídeos de making of
da coleção atual possui ótima
visualização e bem instruído
41
Sistema de Atendimento
ao Consumidor
Em cada produto visualizado,
através de telefone
PREÇO
Preço Compatível com o mercado
atuante, da classe A e B
Condições de Pagamento Cartões de crédito e boleto
bancário Sujeito a hackers
Fonte: Elaborada pela autora, 2012
Carmen Steffens
Figura 7 - Logomarca da empresa Carmen Steffens Fonte: http://www.carmensteffens.com.br
Quadro 4 - Pontos fortes e fracos da marca Carmen Steffens
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
PRAÇA
Localização Franca, São Paulo
Locais de Atuação
215 lojas no Brasil e 35 no exterior (Argentina, Estados
Unidos, França, Austrália e
Espanha),
Tempo de Existência 19 anos – desde 1993
PRODUTO
Variedade
11 coleções anuais com
grande variedade feminina de
calçados, bolsas, carteiras,
nécessaires, porta cartões, capas para celular e tablet,
cintos, pulseiras, braceletes,
jaquetas de couro. Também possui a linha masculina
Raphael Steffens com
calçados, capas para tablet, bolsas e carteiras, além da
linha CS teen para garotas
Qualidade Alta qualidade industrial Não menciona o uso de
processos artesanais
Diferenciação
Possui lojas conceito e oferece produtos com design
sofisticado, desenvolvidos
dentro das ultimas tendências de moda, elaborados com
couro diferenciado sendo de
42
alta qualidade e confortáveis,
controle de vendas limitado
por cidade
PROMOÇÃO
Informação sobre os
produtos
Fotos de varias posições, e zoom, preço, referência,
tamanho, composição e
dimensão dos materiais, disponibilidade de cores,
situação do dia em que pode
ser usada, descrição do perfil
da pessoa que usaria, como é usada (ombro, transversal,
etc.) e atendimento para
maiores informações
Sem fotos do interior da bolsa
Formas de Venda Exclusivamente para lojas franqueadas e licenciadas e
pelo site
Canal de Informações Facebook, twitter, blog,
vimeo, you tube, webstagram
Site
Site interativo com animação
de fotos e vídeos de making of
da coleção atual, possui ótima
visualização e bem instruído
Sistema de Atendimento ao Consumidor
Em cada produto visualizado,
através de telefone ou
atendimento online
PREÇO
Preço Compatível com o mercado
atuante, da classe A e B Alto valor devido ao controle de vendas limitado por cidade
Condições de Pagamento
Cartões de crédito,
transferência bancária e
boleto bancário
Sujeito a hackers
Fonte: Elaborada pela autora, 2012
Jorge Bischoff
Figura 8 - Logomarca da empresa Jorge Bischoff
Fonte: http://jorgebischoff.com.br
Quadro 5 - Pontos fortes e fracos da marca Jorge Bischoff
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
PRAÇA Localização
Não informado no site. Pelo fato do estilista ser o mesmo da
marca Loucos e Santos
acredita-se que a fábrica fique
43
na cidade de Igrejinha - Rs
Locais de Atuação 800 pontos de venda no país e
30 no exterior
Tempo de Existência
Não informa, apenas diz que o
sistema de franquias iniciou-se
em 2008
PRODUTO
Variedade Sapatos, bolsas, carteiras,
cintos, chaveiros, braceletes
Qualidade Valoriza a moda, design,
inovação, conforto e qualidade
Diferenciação Luxo e sofisticação
PROMOÇÃO
Informação sobre os
produtos
Foto, preço, referência,
composição de materiais,
tamanho do salto e dos cintos e disponibilidade de cores
Fotos sem zoom e sem mostrar
detalhes de outras posições do
produto, e nas bolsas não mostra o interior
Formas de Venda Franquias, lojas multimarcas
e pelo site
Canal de Informações E-mail, facebook, twitter,
blog e you tube
Site
Site interativo com animação
de fotos dos destaques do site
e vídeo de making of da coleção atual, possui boa
visualização
Confuso, poluído e com poucas
informações
Sistema de Atendimento ao Consumidor
Através do site pelo link fale conosco
Não possui outros meios, como telefone
PREÇO
Preço Compatível com o mercado
da classe A e B
Necessita investir mais em
marketing para manter o valor
Condições de Pagamento Cartões de crédito e boleto
bancário Sujeito a hackers
Fonte: Elaborada pela autora, 2012
Legaspi
Figura 9 - Logomarca da empresa Legaspi
Fonte: http://www.legaspi.com.br
44
Quadro 6 - Pontos fortes e fracos da marca Legaspi
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
PRAÇA
Localização Não informado pelo site
Locais de Atuação Principais boutiques do país Não informa cidades de
atuação pelo site
Tempo de Existência
Informa que são mais de 15 anos de sucesso, mas não diz
exatamente quando a empresa
foi criada
PRODUTO
Variedade Bolsas e recentemente
calçados Indústrias desse setor possuem
mais variedade de produtos
Qualidade Alta qualidade e processos
artesanais
Alta qualidade suspeita em
uma compra realizada pela
mãe da autora, após reenvio do produto para avaliação da
fábrica foi devolvido o mesmo
produto “concertado”, empresas que trabalham com
valores tão elevados e que
prezam pela qualidade
oferecida deveriam enviar um produto novo a consumidora,
que no caso teve que reenviar
várias outras vezes ocasionando na devolução do
produto
Diferenciação
Não trabalha com o sistema de
coleções, design inconfundível e sofisticado,
cores vibrantes, materiais
exclusivos, alta tecnologia e trabalho artesanal
PROMOÇÃO
Informação sobre os produtos
Fotos de varias posições, do
interior da bolsa e zoom,
preço, referência, tamanho, composição de materiais,
dimensões do produto,
disponibilidade de cores. Em
alguns produtos, como os sapatos, tem uma observação
sobre o salto
Na loja online informa se for o ultimo produto do estoque.
Formas de Venda Lojas multimarcas e pelo site Não informa onde encontrar
Canal de Informações Facebook, twitter, blog e
revistas Poucos canais utilizados
Site
De boa visualização e possui
aviso sobre a variação de cor
das fotos com o produto real
Poucas informações e apenas
algumas fotos da nova coleção,
sem making of
Sistema de Atendimento
ao Consumidor Através do link fale conosco
Não possui outros meios, como
telefone
45
PREÇO
Preço Compatível com o mercado da
classe A e B
Necessita investir mais em
marketing para manter o valor
Condições de Pagamento
Cartões de créditos, depósito
online, e boleto bancário, segurados pelo PagSeguro.
Possui desconto na forma de
pagamento por boleto
Sujeito a hackers
Fonte: Elaborada pela autora, 2012
Loucos e Santos
Figura 10- Logomarca da empresa Loucos&Santos Fonte: http://www.loucosesantos.com.br
Quadro 7 - Pontos fortes e fracos da marca Loucos&Santos
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
PRAÇA
Localização
Não informado, no fim da página do site e no link
contato possui um telefone e
endereço da cidade de Igrejinha, no Rio Grande do
Sul
Locais de Atuação
Não informada pelo site,
porém a autora já observou o produto em lojas do Paraná
Tempo de Existência Não informada pelo site
PRODUTO
Variedade Sapatos, bolsas e acessórios
Qualidade Não informada pelo site
Diferenciação
Arrojadas combinações de cores, materiais e
padronagens, desenvolvidas
pelo designer Jorge Bichoff para atingir um público
jovem e questionador
PROMOÇÃO Informação sobre os produtos Apenas uma foto do produto
com sua respectiva referência
46
Formas de Venda
Não informado, porém a
autora já observou o produto
em lojas de multimarcas
Canal de Informações Facebook, twitter, e-mail e
blog
Site
Muito conteúdo de
interatividade (vídeos,
músicas, fabebook, tweets do blog).
Pouquíssimas informações
sobre a empresa
Sistema de Atendimento ao
Consumidor
Através do site pelo link
fale conosco
PREÇO Preço Não informado
Condições de Pagamento De acordo com cada loja
(cheques, cartões, etc.)
Fonte: Elaborada pela autora, 2012
Luiza Barcellos
Figura 11 - Logomarca da empresa Luiza Barcelos
Fonte: www.luizabarcelos.com.br
Quadro 8- Pontos fortes e fracos da marca Luiza Barcelos
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
PRAÇA
Localização
Fabricação em Belo
Horizonte (MG) e em Campo Bom (RS)
Locais de Atuação 25 estados brasileiros
Tempo de Existência Metade da década de 80
Não definido pelo site, na
página do facebook a fundação foi em 1987
PRODUTO
Variedade Sapatos, bolsas e calçados
femininos infantis
No site possui a opção de
cinto, porém não há
visualização de produtos no item
Qualidade Atenção aos detalhes
Suspeita, a autora já comprou
um produto da marca que
descolou o bico do solado em poucos dias de uso, foi
enviado ao fabricante que
colou e devolveu, no mesmo caso da marca Legaspi a
insatisfação foi absoluta,
47
devido ao elevado valor pago
em relação a qualidade
oferecida
Diferenciação Foco na qualidade
PROMOÇÃO
Informação sobre os
produtos
Somente referência e uma
foto pequena
Formas de Venda Apenas lojas de multimarcas
Canal de Informações Blog Facebook, mas não é
divulgado no site
Site
Péssima visualização do
conteúdo, com letras pequenas, e dos produtos,
fotos pequenas e sem
informação
Sistema de Atendimento ao
Consumidor Através do link fale conosco
Não possui outros meios,
como telefone
PREÇO Preço Preço elevado de acordo com
a qualidade suspeita
Condições de Pagamento De acordo com cada loja
(cheques, cartões, etc.)
Fonte: Elaborada pela autora, 2012
Luz da Lua
Figura 12 - Logomarca da empresa Luz da Lua
Fonte: http://www.luzdalua.com.br
Quadro 9 - Pontos fortes e fracos da marca Luz da Lua
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
PRAÇA
Localização
Não é informado com
exatidão, no link contato aparece o nome da cidade
de Novo Hamburgo, RS
Locais de Atuação
Lojas exclusivas em 8
diferentes estados e multimarcas em 27
Tempo de Existência Não informado
PRODUTO
Variedade Calçados, bolsas, carteiras,
cintos e chaveiros
Qualidade Não informado
Diferenciação Couros especiais, texturas e
cores exclusivas, toques hand
48
made, metais personalizados
e atenção aos detalhes
PROMOÇÃO
Informação sobre os
produtos
Apenas foto com zoom e
referência
Formas de Venda Lojas exclusivas e
multimarcas
Canal de Informações Não informado
Site Simples sem interação e animação, com poucas
informações
Sistema de Atendimento ao
Consumidor
Através do link fale conosco
e do telefone informado
PREÇO Preço Não informado
Condições de Pagamento De acordo com cada loja (cheques, cartões, etc.)
Fonte: Elaborada pela autora, 2012
Miezko
Figura 13- Logomarca da empresa Miezko Fonte: http://www.miezko.com.br
Quadro 10 - Pontos fortes e fracos da marca Miezko
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
PRAÇA
Localização Origem Holandesa
Aparentemente pelo link
contato a emprese se situa em Campo Bom, Rs
Locais de Atuação
Presente em mais de 50 países
– 350 clientes internacionais e
mais de 400 brasileiros
Tempo de Existência 6 anos – criada em 2006
PRODUTO
Variedade
Calçados, bolsas, capas para
celular e tablet, cintos, pulseiras, luvas, jaquetas
Qualidade Não informado
Diferenciação Design diferenciado,
qualidade e exclusividade
PROMOÇÃO
Informação sobre os
produtos
Nome, referência, tamanho,
variedade de materiais e cores, foto com zoom
Formas de Venda Lojas de multimarcas em
49
muitas cidades do país, lojas
online e representantes
comerciais
Canal de Informações Facebook, twitter, e-mail e
blog
Site
Site interativo com imagens
animadas e vídeos da nova
campanha e do making of, sendo de boa comunicação
visual
Sistema de Atendimento
ao Consumidor
Através do link fale conosco e
do telefone informado
PREÇO
Preço De acordo com o público da
classe A e B Preço mais baixo, produção
abundante
Condições de Pagamento De acordo com cada loja
(cheques, cartões, etc.)
Fonte: Elaborada pela autora, 2012
Santa Lolla
Figura 14- Logomarca da empresa Santa Lolla Fonte: http://www.santalolla.com.br
Quadro 11 - Pontos fortes e fracos da marca Santa Lolla
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
PRAÇA
Localização Não informa
Locais de Atuação 120 estados brasileiros
Uso do Google maps para
mostrar a localização das
lojas fica confuso
Tempo de Existência 10 anos – desde 2002
PRODUTO
Variedade
Sapatos, bolsas, carteiras,
nécessaires, porta tablet e celular, cintos, pulseiras e
óculos
Qualidade
Sapatos de alta qualidade
tanto para trabalhar como nas
horas de lazer
Diferenciação
Trazer tendências mundiais
para mulheres antenadas e que
gostam de moda
50
PROMOÇÃO
Informação sobre os
produtos
Foto com zoom,
subclassificação do produto,
referência, preço, cores, tipo do salto e material usado
Formas de Venda Lojas franquiadas
Canal de Informações Facebook, twiter, e-mail e
blog
Site Imagens interativas e boa
visibilidade
Pouca informação sobre a
marca
Sistema de Atendimento ao
Consumidor Somente pelo site
PREÇO
Preço Adequado
Condições de Pagamento De acordo com cada loja
(cheques, cartões, etc.)
Fonte: Elaborada pela autora, 2012
Satryani
Figura 15- Logomarca da empresa Satryani
Fonte: www.satryani.com.br
Quadro 12 - Pontos fortes e fracos da marca Satryani
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
PRAÇA
Localização Pela informação no link contato
a localização da sede da
empresa é em Sapiranga - RS
Locais de Atuação
200 multimarcas no Brasil e
no exterior: África do Sul, Antilhas Holandesas, Bolívia,
Canadá, Chipre, Emirados
Árabes, França, Grécia, Malásia, Malta, Martinica
Tempo de Existência Desde 1992, mas a marca foi
criada em 1999 – 13 anos
PRODUTO
Variedade Sapatos, bolsas, carteiras,
cintos e pulseiras
Qualidade
Tendências da moda,
materiais diferenciados,
couros nobres, estampas
exclusivas com linhas criativas e contemporâneas
Diferenciação Qualidade no ambiente de
51
trabalho, em tecnologias e
nos maquinários aparentes no
luxo e requinte impecáveis dos produtos
PROMOÇÃO
Informação sobre os produtos
Foto com zoom, referência e
fotos com disponibilidade de
cores
Acesso a showroom virtual apenas para lojistas
Formas de Venda
Representantes de vendas em Minas Gerais, São Paulo e
Paraná. Lojas de multimarcas
em 15 estados brasileiros
Canal de Informações Apenas facebook e twitter
Site Acesso limitado de cinco
consultas no site
Sistema de
Atendimento ao
Consumidor
Através do site, endereço da empresa, e-mail e telefone
PREÇO
Preço Não informado
Condições de
Pagamento
De acordo com cada loja
(cheques, cartões, etc.)
Fonte: Elaborada pela autora 2012
Schultz
Figura 16- Logomarca da empresa Schutz
Fonte: http://www.schutz.com.br
Quadro 13 - Pontos fortes e fracos da marca Schutz
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
PRAÇA
Localização Campo Bom, Rio Grande do
Sul
Locais de Atuação
Pontos de venda em todos os
estados do Brasil, lojas
próprias convencionais em São
Paulo e Rio de Janeiro e lojas nos principais centros de moda
fashion do país. No mercado
externo, seus produtos podem ser encontrados em diversos
pontos de venda multimarca.
Tempo de Existência 17 anos – desde 1995
PRODUTO Variedade Sapatos, bolsas e acessórios Acessórios não definidos
52
Qualidade Tendências, desenvolvimento
de material e tecnologia
Diferenciação Design, qualidade, moda e
liberdade de expressão
PROMOÇÃO
Informação sobre os
produtos
Fotos com zoom, nome, referência, descrição, materiais
utilizados, cores disponíveis,
preço com numero de parcelas, e tamanho com tabela para
outros países
Formas de Venda Lojas exclusivas, multimarcas
e pelo site
Canal de Informações Facebook, twitter e blog
Site Imagens animadas e de fácil
visualização
Sistema de Atendimento ao
Consumidor
Apenas através do site no
link contato
PREÇO
Preço De acordo com o público da
classe A e B
Condições de Pagamento Cartões de crédito e boleto
bancário
Fonte: Elaborada pela autora, 2012
Smartbag
Figura 17 - Logomarca da empresa Smartbag
Fonte: http://www.smartbag.com.br
Quadro 14 – Pontos fortes e fracos da empresa Smartbag
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
PRAÇA
Localização Vila Aricanduva - São Paulo
Locais de Atuação
Não informa. No site possui
telefone e um sistema de envio
de email para saber onde encontrar os produtos
Tempo de Existência Não informado
PRODUTO
Variedade Bolsas e Cintos
Qualidade Altíssima qualidade e
acabamentos primorosos
53
Diferenciação
Utilização de tecnologia de
ponta na produção
especializada de couro curtido e ecologicamente
correto
PROMOÇÃO
Informação sobre os
produtos
Apenas uma foto do produto,
descrição do material usado e se possui variedade de uso e alça
Formas de Venda Lojas de multimarcas e
através de lojas multimarcas
online
Não informa a venda em lojas de
multimarcas, de acordo com
pesquisa de campo a autora já observou o produto
Canal de Informações Facebook, twitter, orkut,
you tube
Site Site sem muitas informações e
simples
Sistema de
Atendimento ao
Consumidor
Através do site, e de
telefone do showroom
PREÇO
Preço Compatível com o mercado
atuante, da classe A e B
Condições de Pagamento
De acordo com cada loja de
revenda (cheques, cartões,
etc.)
Fonte: Elaborada pela autora, 2012
Studio Tmls
Figura 18- Logomarca da empresa Studio Tmls
Fonte: http://loja.studiotmls.com.br
Quadro 15 - Pontos fortes e fracos da marca Studio Tmls
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
PRAÇA
Localização
Não informado, porém no
link atendimento o endereço é
de Campo Bom - RS
Locais de Atuação São Paulo e Brasília
Tempo de Existência Mais de 20 anos terceirizando
a fabricação de calçados Não informado com exatidão
PRODUTO
Variedade Sapatos e bolsas
Qualidade Design exclusivos,
profissionais qualificados
Diferenciação Plataformas, saltos altos e
edições limitadas
54
PROMOÇÃO
Informação sobre os produtos
Nome, referência, informação
se o frete é grátis, tamanho,
preço, número de parcelas disponíveis, descrição do
material usado e informação
sobre o tamanho do salto
Formas de Venda Lojas exclusivas, multimarcas
e através do site
Canal de Informações Apenas facebook e twitter
Site Ótimo de agradável
visualização
Sistema de Atendimento
ao Consumidor
Através do site, e-mail e
telefone
PREÇO
Preço De acordo com o público, da classe A e B ótima sessão de
promoções.
Condições de Pagamento Cartão de crédito, depósito,
PagSeguro e boleto bancário
Fonte: Elaborada pela autora, 2012
3.4.1 Curva de valor
Para uma melhor avaliação sobre a situação da empresa a ser criada perante a
concorrência existente, fez se necessário a criação da curva de valor como forma de análise dos
pontos fracos dessas empresas mantendo-se sempre à frente. Os números de classificação variam
de 1 a 10, sendo de ordem decrescente e avaliados pela autora.
Quadro 16 - Curva de Valor de Valor
Localização Locais de
Atuação
Variedade
de
Produtos
Diferenciação
dos Produtos Site MÉDIA
CU
RV
A D
E V
AL
OR
Alexandre Birman
8 8 3 4 7,5 6,1
Arezzo 8 8 9 2 8 7
Capodarte 8 5 5 4 8 6
Carmen
Steffens 8 8 9 3 8 7,2
Jorge Bischoff 7 4 4 2 4 4,2
Legaspi 0 2 1 7 2 2,4
Loucos e
Santos 7 0 3 5 6 4,2
55
Luiza Barcellos
6 5 4 2 1 3,6
Luz da Lua 8 6 7 7 2 6
Miezko 6 8 8 6 7 7
Santa Lolla 0 6 8 4 5 4,8
Satryani 6 7 5 1 1 4
Schultz 8 6 3 4 3 4,8
Smartbag 7 2 6 9 4 5,6
Studio Tmls 6 4 2 3 8 4,6
TOTAL 4,76
Fonte: elaborado pela autora, 2012
Gráfico 1 - Curva de Valor Fonte: elaborado pela autora, 2012
De acordo com as análises acima, pode-se observar que as marcas (exceto Santa Lolla e
Legaspi) que tem suas fábricas em polos calçadistas, possuem vantagem na contratação de mão
de obra especializada e mais barata, além dos fornecedores que cercam a região. A nova empresa
Joice Tanabe vê como vantagem a permanência no estado do Paraná, devido à proximidade às
56
regiões em que pretende atuar. Os locais onde as marcas citadas atuam corelacionam ao tempo de
existência da empresa, a maioria com mais de 10 anos de experiência já estão inseridas no
mercado brasileiro, sendo assim necessitam expandir seus negócios e se voltam a países
estrangeiros.
Já em relação à variedade de produtos as empresas analisadas apresentam produtos muito
diversificadas, por exemplo, a marca Alexandre Birman só vende calçados, já a Smartbag
somente bolsas e a Legaspi bolsas e recentemente calçados. A maioria vende sapatos, bolsas e
acessórios (carteiras, nécessaires, porta tablet e celular, pulseiras, braceletes, chaveiros e óculos)
assim como a Capodarte, Jorge Bischoff, Loucos e Santos, Luiza Barcellos, Luz da Lua, Santa
Lolla, Satryani, Schultz e Studio Tmls. Além de vender sapatos, bolsas e acessórios, a Arezzo
comercializa batom, bijuterias, cachecóis, chapéus, echarpes, esmaltes e luvas, a Carmen Steffens
jaquetas de couro e a Miezko jaquetas e luvas, essa expansão na variedade de mercadorias é vista
como meio de atrair uma quantidade maior de consumidoras para o setor.
Contrapondo a variedade dos produtos, o fator de diferenciação não é muito explorado
pelas marcas, pode-se observar, na maioria, que a valorização pelo método artesanal e a busca
pelas últimas tendências da moda, são primordiais e comunais. Essa distinção realmente aparece
nas marcas: Alexandre Birman, pois oferece a opção de personalização; Capodarte, que apresenta
produtos exclusivos com detalhes diferenciados; Carmen Steffens, proporciona couro de alta
qualidade, conforto e controle de vendas por região; Legaspi, não se adéqua a coleções sazonais;
Loucos e Santos, utiliza arrojada combinação de cores, materiais e padronagens; Luz da Lua,
oferece couros especiais, texturas e cores exclusivas, toques hand made e metais personalizados;
Smartbag, proporciona couro com curtimento ecologicamente correto; Studio Tmls oferta saltos
altos em geral e edições limitadas.
No que diz respeito ao site, este se revela como a porta de entrada de uma empresa nesse
setor, o consumidor ao ter interesse por um produto recorre à internet para obter informações de
que o produto realmente vale o preço, sendo que bolsas e sapatos geralmente não são de baixo
valor. Em meio à tecnologia muitos celulares possuem um aplicativo de leitura de códigos, que
são encontrados em revistas e em informações sobre os produtos (etiquetas), assim através da
câmera o aparelho lê o código e se direciona ao site da marca. Na análise de 15 empresas somente
seis tiveram um site realmente de fácil visualização com informações.
57
Localização, locais de atuação, variedade de produtos, diferenciação dos produtos e site
são critérios em que a empresa a ser constituída pretende investir e fazer seu diferencial. Sendo
assim será possível sobressair-se, e entrar no mercado com vantagem competitiva.
3.5 ANÁLISE ESTRATÉGICA
O desenvolvimento de um empreendimento necessita ser pensado estrategicamente, a fim
de sobreviver às turbulências do mercado que se mostra bastante vulnerável. O nível de
competição tem aumentado com o fator globalização que abriu as portas para mercados
internacionais que se mostraram prósperos.
A fim de preparar o novo negócio para as variações dos ambientes internos e externos, em
que a empresa se encontrará, será realizada a análise SWOT e a base estratégica corporativa da
empresa, correlacionando o cenário envolvido e os objetivos a serem alcançados.
3.5.1 Análise Swot
Esta análise é vista na forma de matriz SWOT3, que tem como objetivo examinar o
ambiente externo e interno relativo à empresa, verificando oportunidades a serem aproveitadas e
ameaças que interfiram na concorrência. Além de identificar as forças de vantagem competitiva,
mostra as fraquezas diante da competição com outras empresas.
Quadro 17– Matriz SWOT da empresa Joice Tanabe
AM
BIE
NT
E
EX
TE
RN
O
DIMENSÕES OPORTUNIDADES AMEAÇAS
INTERNACIONAL Diferenciação dos produtos por meio do
design
Países asiáticos exportando
produtos falsificados e sem
qualidade, além de produzir artigos dos mais variados tipos
com preços abusivamente
baixos
3 SWOT: Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats. Tradução em Português: Forças,
Fraquezas, Oportunidades e Ameaças.
58
Slow Fashion- implementando um novo
movimento de melhoria da qualidade dos
produtos, por meio de processos artesanais,
e a fim de perdurar o uso dos produtos, exibe a importância da não adequação a
sazonalidade da moda, fazendo opção pelo
design clássico criativo
Redução do tempo de criação,
produção e venda dos produtos concorrentes
Os acessórios vem obtendo cada vez mais importância na composição do vestir
O valor agregado às marcas
ícones, como as it-bags, faz com que o desejo se volte para
marcas que possuem status
TECNOLOGIA
Uso de tecidos que agreguem o valor
orgânico e sustentável.
O alto valor dos tecidos,
devido a tecnologia inovadora
Compra de matéria prima com empresas
que participem de programas ligados a
responsabilidade social e sustentável
Uso de tecidos sintéticos com níveis
tecnológicos agregados
SOCIEDADE
Design para todos Concorrência com preços
sempre mais inferiores Classes sociais de maior poder aquisitivo
dando importância a questões ambientais
ECONOMIA
Crescimento de 3,1% das vendas no setor,
relativo aos números do ano passado
IPI elevado no setor O Paraná se destaca como quarto lugar no
volume de vendas por região referente à 2011/2012
POLÍTICO-LEGAL Representam cerca de 20% do faturamento
do varejo IPI elevado gera dificuldades
de comercialização
CONSUMIDORES
Crescimento do consumo pelo público
feminino
Exigências dos consumidores
que mudam a todo tempo Aumento da renda dos consumidores
Consumidores mind style, que mudam seus
estilos de vestir com frequência.
FORNECEDORES
Busca pelos que utilizem de práticas
conscientes na produção da matéria prima Práticas abusivas no preço dos
fornecedores Feiras nacionais e internacionais
Utilização de práticas de desenvolvimento
social
59
GRUPOS DE INTERESSES
ESPECIAIS
Ecofriendly,pessoas preocupadas com os
efeitos ambientais causados pelo homem
Elevado valor que se agrega ao
produto
CONCORRENTES
Poucos concorrentes no Brasil que
trabalham na produção de calçados, acessórios e complementos de moda
priorizando o sistema slow fashion
População pouco consciente,
necessidade de implementação
de ideais
MÃO DE OBRA
Facilidade no treinamento de mão de obra
artesanal
Falta de comprometimento na
permanência do empregado, com a empresa
Busca de funcionários e estagiários em
entidades como o SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) e
UTFPR (Universidade Tecnológica Federal
do Paraná)
Problemas das empresas brasileiras com sindicatos
trabalhistas
AM
BIE
NT
E I
NT
ER
NO
ASPECTOS
CONSIDERADOS PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
LOCALIZAÇÃO
A emprese se encontrará em Apucarana,
região Norte do Paraná, que se encontra próximo a polos comerciais como São Paulo
e Rio de Janeiro
A cidade conta com aproximadamente 120 mil
habitantes, e dependerá de
representantes comerciais
pela região
SITE
Site interativo para conectar a empresa ao
consumidor, com vendas online
Preço mais elevado, em
relação a sites que não possuem esse grau de
comunicação com o
internauta
Contará com o sistema de vendas Ameaça de invasão de
hackers
VARIEDADE DE
PRODUTOS
O mix de produtos contará com calçados,
acessórios e complementos de moda, englobando bolsas, cintos e sapatos
DIFERENCIAÇÃO DE
PRODUTOS
A diferenciação se dará por meio da versatilidade oferecida no produto, o uso terá
a opção de uso dos dois lados, com alças
retrateis, conforme a criação da estilista
O não consumismo
exagerado
FORNECEDORES
Fornecedores preferenciais da região, caso
não haja variedades de materiais novos a
procura poderá se estender a outras regiões
Falta do poder de
negociação, por ser uma nova e pequena empresa no
mercado
60
COMERCIALIZAÇÃO
Vendas pelo site por meio do sistema
PagSeguro4
Representantes comerciais em São Paulo e Rio de Janeiro
EXPERIENCIA DE
MERCADO
A proprietária possui graduação em bacharelado em moda com habilitação em
estilismo, e possui curso de modelagem para
calçados. Os pais e donos da empresa em que
o novo empreendimento estará alocado possuem mais de 15 anos de experiência no
mercado de bordados industrializados, e
ajudarão na área administrativa e na de criação do design têxtil
Não realização de estágios
na área
Para verificar a viabilidade do
empreendimento está sendo realizado um
plano de negócios
MARGEM DE LUCRO Valor agregado devido ao trabalho artesanal Inicialmente não poderá
contar com margens altas
ATUALIZAÇÃO No máximo lançamento de 3 coleções ao
ano
Não corresponderá as
sazonalidades das estações
EQUIPE
A cidade de Apucarana e região contêm a
área da moda bem desenvolvida, devido às
faculdades (UTPR, UEL5, UEM
6 e
CESUMAR7) e os serviços do SENAI
8 e
SENAC
A equipe terá que ser
preparada e qualificada
para se adequar ao setor
ESTOQUES
A empresa atuará no sistema just in time, ou
seja, não terá altos níveis de estoque visto que cada produção será vista como um
projeto
MÍDIAS SOCIAIS
Estará presente sempre a fim de identificar
os consumidores e criar melhorias nos
produtos, além de divulgar a marca. Atuará com divulgações em sites, blogs, facebook,
twitter, e-banner, e as mídias que vierem a
existir
4 PagSeguro é a solução completa para pagamentos online, que garante a segurança de quem compra e de quem
vende na web. Confirma a garantia de produto ou serviço entregue ou seu dinheiro de volta
5 UEL: Universidade Estadual de Londrina.
6 UEM: Universidade Estadual de Maringá.
7 CESUMAR: Centro Universitário de Maringá.
8 SENAI: Serviço de Aprendizagem Industrial.
61
AÇÃO SOCIAL
Será mantida uma relação de apoio com entidades locais, seja no fornecimento de
matérias primas ou na prestação de serviços
a comunidade
PROSPECÇÃO DE CLIENTES
Será por meio de peças pilotos distribuídas
aos representantes, com mostruário de
materiais e cores
A peça terá que ser doada
devido ao desgaste causado
pelo contato manual
QUALIDADE DOS
PRODUTOS
Um funcionário será encarregado pelo
controle de qualidade, com a intenção de não deixar escapar imperfeições
Fonte: elaborado pela autora, 2012
3.5.2 Base estratégica corporativa
Consiste na definição do negócio, missão, visão, valores e objetivos organizacionais.
3.5.2.1 Definição do negócio
O negócio da empresa é a industrialização e comercialização de calçados, acessórios e
complementos de moda feminina, atuando dentro do conceito slow fashion, a fim de promover o
consumo consciente e desacelerado dos produtos de moda. Os usos de materiais alternativos e de
resistência terão preferência, adequado assim aos produtos oferecidos que exigem durabilidade. A
utilização de materiais alternativos e acessórios que complementam a versatilidade dos produtos
da marca com valor agregado, implicando em custos mais altos, e portanto, se adequando ao
consumo de uma classe social com maior poder aquisitivo.
3.5.2.2 Definição da Missão
Produzir calçados, acessórios e complementos de moda feminina, por meio de matérias
primas alternativas com índice de sustentabilidade, precisão e inovação que aliam design das
formas à versatilidade de uso aos nossos clientes.
3.5.2.3 Definição da Visão
62
Ser referência na representação do uso consciente e duradouro em calçados, acessórios e
complementos de moda feminina no país.
3.5.2.4 Definição dos valores
QUALIDADE: Produtos de qualidade com processos artesanais e uso de materiais
qualificados que perdurem.
RESPEITO À NATUREZA: Cuidado meticuloso da empresa na escolha de fornecedores
e nos processos relativos a materiais descartados.
RESPONSABILIDADE SOCIAL: Ajudar o consumidor a compreender as atuais
necessidades do meio ambiente e criar vínculos com entidades carentes no objetivo de criar
projetos de reaproveitamento de materiais.
EQUIPE: Colocar o funcionário em sua função de trabalho, mantendo respeito e clareza
na comunicação.
RELACIONAMENTO: Criar um ambiente de cooperação entre a empresa e os
fornecedores, cliente e parceiros.
3.5.2.5 Definição dos objetivos e estratégias
Os objetivos e estratégias usadas para o novo empreendimento estarão segmentados em
curto prazo (um ano), médio prazo (dois a quatro anos) e longo prazo (acima de quatro anos).
Sendo apresentadas a seguir:
CURTO PRAZO
Inicialmente produção de bolsas e cintos.
Construir a empresa juridicamente: através do escritório de contabilidade já
estabelecido pela empresa de bordados.
Contratar funcionários e adaptá-los as exigências das funções: busca de
colaboradores em fundações de qualificação como SENAI (Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial) e UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do
Paraná), e assim treiná-los para a adequação a função dentro do segmento.
63
Definir parcerias de terceirização: criar uma tabela atualizada de confecções de
bolsas e cintos, a fim de montar uma ordem de preferência sem ficar na
dependência de apenas uma, pois os prazos nessa área são instáveis.
Investir em marketing: montagem do site, divulgação da marca em redes sociais e
sites parceiros e criar um mailing de efetivos e possíveis lojas revendedoras.
Realização de um planejamento de vendas: definir metas e quantidades.
Planejamento de ação social na região: estudo da reutilização dos excedentes de
produção em fundações que necessitem de apoio.
MÉDIO PRAZO
Expandir e iniciar a produção de calçados.
Implementação de área de atualização em matéria prima: o mercado relacionado à
novidades de materiais sustentáveis e ecológicos cresce a cada momento com o
desenvolvimento de novas tecnologias.
Definir parceria com fornecedores: a fim de estabelecer regiões de compras e se
prevenir de possíveis atrasos nas entregas de matéria prima, mantendo assim uma
boa relação.
Desenvolver plano de cargos e salários: guiar o servidor em relação às
perspectivas de crescimento dentro da empresa, além de planos de capacitação e
desenvolvimento previstos.
Definir mais parcerias de terceirização: criar nova tabela atualizada na área de
confecções de sapatos, montando uma ordem de preferência sem permanecer na
dependência de apenas uma, devido aos prazos instáveis e a necessidade de
possível parceria com estados mais afastados que são polos calçadistas.
Rever o planejamento estratégico: o planejamento do primeiro ano de vida da
empresa deverá ser revisado anualmente para que possa ser adaptado às mudanças
externas e internas.
Atualizar plano de marketing: devido à entrada de um novo item dentro da marca.
Expansão de vendas: através de revendedores em São Paulo e Rio de Janeiro.
LONGO PRAZO
64
Refazer planejamento estratégico: ao longo de cinco anos, o planejamento
estratégico da empresa necessitará ser refeito.
3.6 DESCRIÇÃO DA EMPRESA
A empresa Joice Tanabe estará sediada em Apucarana, Paraná. A cidade se encontra ao
norte do estado e pretende utilizar a vantagem competitiva de estar próxima a metrópoles, como
São Paulo e Rio de Janeiro, onde estarão seus maiores consumidores.
O ambiente estrutural utilizado será o mesmo da indústria de bordados industrializados,
pertencente à família da autora. A agregação de duas empresas em um mesmo ambiente é vista
como estratégia de aproveitamento de uma área não utilizada, ocasionando na redução dos custos.
O desenvolvimento do design têxtil em bordados e corte a laser, focos do trabalho da empresa
Cleverness, será usado como um dos meios de diferenciação dos artigos oferecidos, assim,
devido à proximidade é possível ter maior controle na qualidade e na agilidade.
A compactação das empresas se dará também no quadro de funcionários que será
reduzido inicialmente, e alguns exercerão a mesma função nos dois empreendimentos, ocorrendo
a sobreposição de funções da diretora geral do negócio, que ocupará a função de estilista e
modelista, a ocupação do cargo de design têxtil ocorrerá entre a estilista e o programador de
bordados da empresa Cleverness. A terceirização dos funcionários na confecção, na estamparia
de silk9 e no transporte serão grandes aliados no desenvolvimento do negócio.
O empreendimento oferecerá produtos femininos como bolsas e cintos em curto prazo e
calçados em médio prazo. Atuando na prática do sistema slow fashion, com o desenvolvimento
de coleções que não se prendam a sazonalidade das tendências de moda, prezando por modelos
de design diferenciado e versáteis, com um toque clássico. O mix de produtos traz o conceito de
uma nova mulher exigente por design e conscientização ambiental nos produtos comprados.
As vendas serão realizadas por meio do site próprio e de sites de revenda, além de
representantes comerciais, estes necessitarão de consentimento da diretoria da empresa para a
revenda, pois os produtos terão limites de vendas por região ocasionando no estudo antecipado
mostrando se a região condiz com as consumidoras em foco.
9 Processo de estamparia por meio de impressão, no qual a tinta é vazada por uma tela preparada.
65
O funcionamento da fábrica se dará de segunda a sexta-feira das 08:00h às 18:00h, conforme a
necessidade há previsões de abrir aos sábados.
3.6.1 Descrição
O empreendimento será constituído de uma indústria de confecção de calçados, acessórios
e complementos de moda feminina que prioriza o sistema slow fashion. Localizada em
Apucarana, Paraná, visa expandir suas vendas nas regiões mais industrializadas do estado e nas
metrópoles de São Paulo e Rio de Janeiro.
3.6.2 Produtos
Lançando coleções de duas a três vezes por ano, investirá no design dos produtos, dos
bordados e cortes a laser, na versatilidade, na qualidade oferecida e na escolha de matéria-prima
consciente. A empresa contará com bolsas, cintos e sapatos femininos que se adéquam ao estado
de espírito da consumidora, que se mostra instável, em alguns dias ela poderá se sentir básica e
em outros necessitará de um brilho que a complemente. Os produtos serão oferecidos de duas
formas para se adequar a versatilidade: por meio de bolsas e cintos dupla face, e por componentes
das bolsas e calçados que serão removíveis, sendo que alças e aviamentos complementares as
peças acompanharão o produto vendido.
Os aviamentos representarão a feminilidade e sensualidade da mulher de acordo com cada
coleção. Sendo estes e os tecidos utilizados escolhidos com cautela, em busca do uso e consumo
adequado.
3.6.3 Matriz BCG
A matriz BCG analisa os produtos quanto a sua relação perante a participação e
crescimento no mercado em foco, podendo ser classificados como: produtos estrela, produtos
dúvida, produtos vaca leiteira e produtos abacaxi.
Produto Estrela: possui alta participação no mercado, sendo este comércio com alto
crescimento.
66
Produto Dúvida: possui baixa participação no mercado, sendo este comércio com alto
crescimento.
Produto Vaca leiteira: possui alta participação no mercado, sendo este comércio com
baixo crescimento.
Produto Abacaxi: possui baixa participação no mercado, sendo este comércio com baixo
crescimento.
De acordo com dados já apresentados no presente trabalho, foi elaborada a matriz BCG a
seguir:
Quadro 18– Matriz BCG
MATRIZ BCG
ALTA PARTICIPAÇÃO BAIXA PARTICIPAÇÃO
PRODUTOS ESTRELAS PRODUTOS DÚVIDAS
AL
TO
CR
ES
CIM
EN
TO
Calçados
PRODUTOS VACA LEITEIRA PRODUTOS ABACAXI
BA
IXO
CR
ES
CIM
EN
TO
Bolsas
Cintos
Fonte: elaborado pela autora, 2012
3.6.4 Análise dos produtos
Partindo da construção da matriz BCG, é possível realizar uma análise dos produtos da
nova empresa. Assim, verifica-se que os produtos classificados estrela como os calçados mantêm
uma alta participação e um alto crescimento devido à isenção de impostos pelo governo. E
produtos como as bolsas e cintos considerados como vaca leiteira, possuem alta participação por
representarem 20% do faturamento do varejo e baixo crescimento devido a cobrança de IPI
elevado, o que gera obstáculos na comercialização.
67
3.6.5 Ciclo de vida do produto
Os produtos da empresa a ser constituída são classificados como bens duráveis. O negócio
trabalhará com duas ou três coleções ao ano, com data de lançamentos ainda não definidos.
Assim o ciclo dos produtos terminará após um mês do lançamento da coleção seguinte.
3.7 PLANO DE OPERAÇÕES
As etapas do processo de produção do empreendimento a ser constituído serão:
3.7.1 Seleção de novas matérias-primas
Antes de cada coleção será realizada uma busca de novos materiais pela estilista, em
feiras do setor de calçados e têxteis. Estas possuem grande variedade de novos materiais e
maquinários disponíveis, além de ser um lugar ideal para ter contato com fornecedores e pessoas
do ramo, o que se torna importante, pois mantém a definição dos valores da empresa atualizados.
A busca por tendência em materiais novos na área sustentável e ecológica faz com que feiras
nacionais e internacionais, sejam a grande aliada, pois essa área se evolui constantemente e são
lançadas através destas.
3.7.2 Desenvolvimento
No desenvolvimento dos desenhos a estilista já terá por base quais materiais usar, sendo
assim adequando-os à elaboração dos produtos. Após os croquis e as fichas técnicas terminadas,
será feito um protótipo de cada modelo para conferir a modelagem e a aparência necessárias, para
posterior aprovação da diretora geral.
3.7.3 Modelagem e encaixe
Após a aprovação do protótipo, e se necessário feito as devidas correções, é liberada para
a modelista a definição dos moldes e posterior encaixe para diminuição do desperdício de
matéria-prima. O sistema inicial será o artesanal, posteriormente com a inicialização do ganho de
68
lucros prevê-se a compra de sistemas mais informatizados como o CAD10
, e ou o sistema
Audaces Digiflash Plus11
, a fim de aperfeiçoar o tempo de produção.
3.7.4 Enfesto e corte
Com o encaixe dos moldes definido e a matéria-prima devidamente preparada, o cortador
enfesta os tecidos (sobreposição de materiais utilizados para o corte) se necessário, e realiza o
corte. Separando-os para o envio a confecção ou a etapa do design têxtil.
3.7.5 Design têxtil: bordado e silk
Esta etapa envolverá a empresa de bordados industrializados Cleverness, que estará
alocada ao mesmo ambiente da indústria de calçados, acessórios e complementos. Em uma
combinação da estilista com o programador de bordados, os designs têxteis serão previamente
testados e corrigidos, adequando-os ao molde, dependendo do tecido utilizado será necessário o
re corte da parte. Já o silk será terceirizado por meio de uma pesquisa de campo, que levará às
empresas que possam se encaixar no serviço prestado.
3.7.6 Confecção
Devido à complexidade das peças e a exigência por qualidade no acabamento, o
empreendimento necessitará de um sistema rigoroso de busca por prestadoras de serviço
especializados na confecção de bolsas, cintos e sapatos. Por ser um trabalho que exige certo grau
de adequação, inicialmente será preciso o acompanhamento da modelista durante o processo de
terceirização. A escolha das prestadoras será através da qualidade no acabamento das peças.
3.7.7 Acabamento, controle da qualidade e embalagem
10 CAD – Computer Aided Design – Desenvolve produtos com auxílio do computador. Envolve a criação,
detalhamento, criação de linhas, criação de moldes, desenvolvimento e graduação (SENAI-RS. 2006). 11 Audaces Digiflash Plus – sistema de digitalização de moldes através de fotografias, com detalhamento de piques e
direção do fio (AUDACES).
69
Após o artigo retornar da confecção haverá uma pessoa na empresa encarregada da
conferência no controle de qualidade. A revisão visará confirmar a cor, o tecido, o design têxtil
de acordo com a ficha técnica em mãos, o acabamento do produto final poderá ser nos pontos
manuais e na retirada dos excessos de linhas de costura. Tudo confirmado a peça poderá ser
embalada pela mesma pessoa, mantendo a ficha técnica fora da embalagem.
3.7.8 Expedição
Esse processo será terceirizado por empresas que realizem o trajeto do pedido, ou o
cliente poderá vir ou se encarregar do transporte. Este oferecido pela empresa Joice Tanabe será
de acordo com a vontade do cliente, se for urgente acharemos a melhor maneira de entregar no
menor tempo. O valor do transporte será cobrado à parte, e relativo ao tipo de transporte
escolhido. Com a demanda e o tempo de vida no mercado, a empresa possuirá em médio prazo
uma lista de empresas pré-definidas que realizarão o trabalho, porém tal lista se manterá
atualizada conforme elogios ou reclamações dos clientes.
3.7.9 Vendedor
Realizar atendimento a clientes orientando quanto às especificações dos produtos,
orçamentos e prazos. Controlar os pedidos dos clientes, garantindo a qualidade do produto e a
entrega do mesmo no prazo estabelecido. Vender mercadorias em estabelecimentos definidos
pela diretora geral, auxiliando os clientes na escolha.
3.8 PLANO DE RECURSOS HUMANOS
O presente plano dependerá de 5 funções, conforme apresentado na seguinte tabela.
Inicialmente a autora do trabalho ficará encarregada por todas as funções realizadas dentro da
empresa, contando apenas com uma estagiária.
Quadro 19a - Atividades da empresa
70
Fonte: elaborada pela autora, 2012
Quadro 20b - Atividades da empresa
Estamparia/
Silk Corte Confecção
Acabamento/
Controle de
Qualidade/
Empacotamento
Transporte Vendedor
Terceirizado 1pessoa Terceirizado 1pessoa Terceirizado 1 pessoa
Fonte: elaborada pela autora, 2012
Os serviços terceirizados serão escolhidos de acordo com rigorosa seleção. A cada um
será enviado uma peça para testar a qualidade, e se os padrões forem adequados aos pretendidos
pela empresa, só assim serão selecionados. Logo, contará com uma lista de 3 empresas para cada
função, afim de não ficar na dependência apenas de uma.
O quadro de funcionários da empresa em médio prazo atenderá a tabela seguinte, de
acordo com valores informados no site CATHO (2012) e em conversas informais com pessoas da
área.
Quadro 210 - Seleção e requisitos de funionários
Cargo Pré-requisitos
Horário
de
trabalho
Atividades Salário
inicial
Estilista/Designer
Graduada em moda
com especialização em
desenvolvimento de
calçados, acessórios e
complementos de
moda
08:00 às
12:00
13:30 às
18:00
Pesquisa de tendência
em materiais
Criação e
desenvolvimento dos
produtos (do croqui à
ficha técnica,
englobando a criação
do design têxtil)
R$
4.000,00
Modelista Formação técnica em 08:00 às Desenvolvimento da R$
Estilista/Designer Modelista Design de Têxtil
(bordados/estamparia) Bordados
1pessoa 1pessoa 1pessoa Terceirizado para a empresa da
família da autora
71
modelagem
Experiência prévia
com modelagem na
área de calçados,
acessórios e
complementos de
moda
12:00
13:30 às
18:00
modelagem dos
produtos
2.000,00
Designer Têxtil
Experiência em Corel
Draw, Photoshop e
Wilcom ES Designer
08:00 às
12:00
13:30 às
18:00
Desenvolvimento do
design têxtil nos
formatos adequados
para as áreas do silk e
dos bordados
R$ 700,00
Corte
Formação técnica ou
experiência prévia em
corte de tecidos
08:00 às
12:00
13:30 às
18:00
Cortar manualmente ou
em enfesto R$ 800,00
Acabamento/
Controle de
Qualidade/
Empacotamento
Experiência prévia em
controle de qualidade
08:00 às
12:00
13:30 às
18:00
Realizar acabamentos
manuais seja em
costura ou na retirada
dos excessos de linhas
Conferência no
acabamento
Embalar o produto em
papel de seda, sacos de
TNT e em caixas
R$ 750,00
Vendedor de
atacado
Disponibilidade para
viagens
Experiência no ramo
de vendas
08:00 às
12:00
13:30 às
18:00
Realizar atendimento a
clientes orientando
quanto às
especificações dos
produtos, orçamentos e
prazos.
Controlar os pedidos
dos clientes, garantindo
a qualidade do produto
e a entrega do mesmo
no prazo estabelecido.
Vender mercadorias em
estabelecimentos
definidos pela diretora
geral, auxiliando os
clientes na escolha.
R$700,00
+ 5% por
venda
realizada
Fonte: elaborado pela autora (2012)
72
Um novo plano de cargos e salários deverá ser elaborado anualmente, definindo a
necessidade da contratação de novos funcionários e os benefícios a serem oferecidos aos
mesmos.
O treinamento dos funcionários será feito pela autora do trabalho que se aprofundou na
área de desenvolvimento de bolsas, cintos e sapatos, e pretende se atualizar anuamente para a
melhoria na qualidade dos produtos.
3.9 ESTRATÉGIAS DE MARKETING
3.9.1 Produto
O produto tem como diferenciação a inovação no design, que torna o produto versátil, e o
uso de materiais alternativos, que prolonguem a utilização de recursos naturais do ambiente. O
item 5.4 melhor especifica o produto oferecido.
3.9.2 Preço
Os preços das peças serão definidos com base nos seguintes cálculos:
1 - Cálculo do Custo da Matéria-Prima (CMP e Aviamentos)
CMP = Consumo + ICMS + Frete + Seguro.
2 - Cálculo das Despesas Mensais
Quadro 221 - Tabela de cálculo de despesas mensais
Despesas R$
Folha de pagamento dos colaboradores (5 pessoas) 1.700,00
Encargos Sociais (62,07%) 1.055,19
Pró-Labore + Encargos (20%) 2.000,00
Honorários Contábeis 350,00
Água, Luz, Telefone, Internet 180,00
Propaganda 100,00
Veículo (gasolina) 150,00
Depreciação 248,33
Diversos 200,00
TOTAL 3.983,52
73
Fonte: elaborado pela autora, 2012
Cada produto terá o valor do calculo 1 mais o calculo 2, que será dividido nas peças
produzias durante o mês e mais os lucros de 80% (inicialmente).
3.9.3 Praça
O empreendimento estará sediado em Apucarana, norte do Paraná, e alocado ao andar
superior da empresa Cleverness que pertence à família da autora. Devido à localização alem de
atender a região do estado, visa se estender a região do estado de São Paulo e Rio de Janeiro. Por
meio de um vendedor pretende atingir lojas de multimarcas onde há consumidoras em foco.
O transporte dos pedidos se dará a medida do cliente, seja a cargo do próprio ou
terceirizado pela empresa Joice Tanabe, que escolherá o melhor meio que respeite o prazo de
entrega que o cliente necessita.
3.9.4 Promoção
A comunicação de marketing será voltada para consumidoras que se preocupam com a
sustentabilidade e exigem que o bem comprado perdure. Visando um público eco-mind a
divulgação da marca será por meio de e-banners em sites que promovem a ecologia,
sustentabilidade, culinária vegetariana, vegan e orgânica. Os e-mails marketing serão enviados a
contatos de amigos que se enquadram ao público alvo e que passarão a outros amigos e assim por
diante. O mercado que ainda é escasso precisa de divulgação para uma maior conscientização das
pessoas, assim além do site a marca terá um blog com atualizações sobre assuntos que envolvem
a natureza x moda x tecnologia. Através do facebook as notícias serão divulgadas em conjunto ao
blog.
3.10 PLANO FINANCEIRO
O plano financeiro, sob o ponto de vista no cenário realista, colocará em detalhes onde
será o investimento inicial para possível avaliação de necessidade de financiamento.
74
Quadro 232 - Detalhamento dos investimentos
INVESTIMENTOS
ITEM QUANTIDADE VALOR TOTAL
01 Equipamentos eletrônicos:
Computador 01 R$ 1.200,00
Câmera fotográfica 01 R$ 400,00
Maquina de corte de tecido 01 R$ 250,00
02 Equipamentos para modelagem
Faca de corte (calçados, cintos) 01 R$ 70,00
Papel craft 10 kg R$ 48,00
Papelão 10 placas R$ 60,00
03 Criação do Site 01 R$ 2.000,00
04 Móveis
Mesa para corte 1,30 x 1,90 metros 01 R$ 150,00
05 Marketing
e-banners 01 R$ 50,00/mês
e-mail marketing R$ 20,00/mês
06 Abertura da empresa R$ 800,00
07 Funcionários
Auxiliar ou estagiaria de moda 01 R$ 800,00
Vendedor 01 R$ 900 +10%
08 Materiais para embalagem
Papel de seda R$ 20,00
Adesivo com logomarca R$ 50,00
Saco de TNT R$ 30,00
Caixas cintos R$ 50,00
Caixa bolsas R$ 50,00
09 Outros R$ 300,00
TOTAL R$ 6.998,00
Fonte: elaborado pela autora, 2012
Os itens equipamentos eletrônicos (1) foram orçados por sites de vendas online como
Bondfaro, Mercado Livre e Submarino.
Itens de papelaria para modelagem foram cotados de acordo com contatos de
fornecedores da empresa Cleverness. O preço da faca de corte de tecidos para
calçados foi feito de acordo com preço estipulado pelo Senai, no ano passado quando
a autora fez o curso de modelagem (2).
75
Para a criação do site foi feito um orçamento com uma empresa de webdesigner (3).
A empresa em paralelo já possui todos os móveis necessários da estrutura, faltando
apenas à mesa de corte que foi cotada com uma madeireira a placa de compensado de
serraria e os suportes foram cotados com uma serralheria.
O item de marketing (5) foi elaborado com base no site Google.
A abertura da empresa (6) foi feita com base em informações do escritório de
contabilidade da empresa Cleverness.
O salário dos funcionários (7) foi baseado em informação de conversas com pessoas
da área e pelo site Catho.
Os materiais para embalagem (8) foram cotados pela mesma empresa que fornece as
caixas personalizadas da Cleverness.
O valor total do investimento inicial (R$ 6.998,00) é considerado relativamente baixo se
comparado à abertura de novos empreendimentos na mesma área, logo não será necessário o uso
de financiamento, pois a autora do trabalho possui o valor em caixa.
76
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As diferenças no custo da contratação de mão de obra, atreladas à abertura comercial, a
estabilização econômica e a valorização da moeda nacional fizeram com que países como a
China sobressaíssem devido à alta disponibilidade de mão de obra barata e abundante,
acarretando no consequente aumento da concorrência interna e externa no Brasil. Países asiáticos
afetam o setor de calçados, acessórios e complementos de moda de varias formas, por exemplo,
nas falsificações, defasando o sistema private label devido ao menor preço (mão de obra +
matéria prima) e além da alta concorrência nas exportações para o mercado externo.
Já em relação à concorrência interna obteve-se uma média de 4.76, o que resultou na
possibilidade da implementação de grandes oportunidades, que explorem os diversos pontos
fracos observados durante a análise. Assim pode-se verificar que a abertura para a entrada nesse
setor de bolsas, cintos e sapatos se mostra no investimento em design versátil, qualidade e
combinação de materiais alternativos e na inovação do conceito que o produto transmite.
Constituindo uma relação do consumidor com o objeto, o individuo se identifica no ato da
compra e cria prazeres para consigo mesmo e com o ambiente a sua volta.
Ao analisar a localização do novo empreendimento observou-se que o posicionamento
estratégico se explica pelo fato de estar entre os estados que necessitará manter uma relação. Na
região Sul presumiu-se a possibilidade da confecção em larga escala, devido à concentração de
pólos produtores calçadistas e na região Sudeste observa-se consumidores em potencial.
Como estratégia de marketing a empresa utilizará de e-banners estratégicos em sites que
ligam o público-alvo a marca, e-mails marketing enviados para amigos e a pessoas ligadas ao
meio social, blog e facebook com atualizações sobre novidades dos produtos e assuntos de
interesse.
No plano de operações foi abordada a utilização de serviços de terceirização como forma
de reduzir custos na compra de maquinários, e evitar o desgaste no processo de relacionamento
ou cobrança em cima dos funcionários. Visto que na empresa a qual o futuro empreendimento se
alocará essa problemática tem prejudicado o funcionamento.
Através do plano financeiro pode-se verificar que o investimento necessário de R$
6.998,00 é consideravelmente baixo, sendo que esse valor será gasto em adaptações para a
implementação da nova empresa junto a outra já existente. Sendo assim ao novo empreendimento
77
poderá contar com uma maior disponibilidade de investimento em diferenciais que agregarão
valora ao produto final.
78
REFERÊNCIAS
ABICAÇADOS; APEX-BRASIL. Indústria de Calçados do Brasil 2011. Disponível em
<http://www.abicalcados.com.br/documentos/resenha_estatistica/cartilha%20portugues%20web.
PDF>. Acesso em: 26 março 2012.
ABICALÇADOS. 2012. Abicalçados e Receita Federal combatem fraudes nas importações.
Disponível em <http://www.abicalcados.com.br>. Acesso em: 18 março 2012.
ABICALÇADOS. 2012. GDS - Feira alemã encerra ciclo de feiras européias para o inverno
2013. Disponível em <http://www.abicalcados.com.br>. Acesso em: 09 abr 2012.
ALVES; RUTHSCHILLING, Evelise; ALVES, Gabriela Jobim da Silva. 2006. Vestuário
convencional: Aplicação e comercialização de eco-têxteis. Disponível em
<http://www.nds.ufrgs.br/admin/documento/arquivos/vestuarioconvecional.pdf>. Acesso em: 14
abril 2011.
AUDACES. Disponível em < http://www.audaces.com>. Acesso em: 29 abril 2012.
BIAGIO, Luiz Arnaldo, BATOCCHIO, Antonio. Plano de negócios – estratégia para micro e
pequenas empresas. São Paulo: Manole, 2005.
BERLE, G.; KIRSCHNER, P. Plano de negócios instantâneo: doze etapas rápidas e fáceis para
um negócio lucrativo. Rio de Janeiro: Axcel Books, 1995.
BERNARDI, Luiz Antonio. Manual de plano de negócios – Fundamentos, processos e
estruturação. São Paulo: Atlas, 2006.
ACKOFF, L.Russel. Planejamento empresarial.. Rio de Janeiro: Livros técnicos e científicos,
1979.
BERNARDI, Luiz Antonio. Manual de plano de negócios – Fundamentos, processos e
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BMF&BOVESPA. Índice de sustentabilidade empresarial – ISE. Disponível em
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