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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO FLORESTAL DO PARÁ 2010 PLANO SAFRA MADEIREIRA DO ESTADO DO PARÁ FLORESTAL Belém - Pará 2010

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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTOFLORESTAL DO PARÁ

2010

PLANO SAFRA MADEIREIRADO ESTADO DO PARÁ

FLORESTAL

Belém - Pará2010

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Governo do Estado do Pará

Governadora

Vice-Governador

Secretário de Estado de Meio Ambiente

Diretor Geral do Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará

Ana Júlia Carepa

Odair Santos Correa

Anibal Picanço

Jorge Gazel Yared

Câmara Técnica Setorial de Florestas

Belém - Pará2010

PLANO SAFRA FLORESTAL MADEIREIRADO ESTADO DO PARÁ

2010

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PLANO SAFRA MADEIREIRADO ESTADO DO PARÁ

FLORESTAL

2010

Belém - Pará2010

Realização

Apoio

SECRETARIA DE PROJETOS ESPECIAIS / PROGRAMA PARÁ RURAL

SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE

INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO FLORESTAL DO PARÁ

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Coordenação

Redação

Apoio Técnico

Fotos

Projeto Gráfico e Capa

Deryck Martins

Deryck MartinsRaniery BrancoEstela Souza

Cíntia BalieiroAndrey PantojaMax Cavalcante

Acervo AIMEX

Emanoel C. Souza Pinheiro

Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará

Plano Safra Florestal Madeireira do Estado do Pará: 2010. – Belém: IDEFLOR, 2010.

102 p.: ; 30 cm. il.

1. Safra Florestal Madeireira. 2. Florestas. 3. Programa Governamental. 4. Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará. 5.Governo do Estado do Pará.

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ÍNDICE

LISTA DE FIGURAS 9

LISTA DE QUADROS 11

LISTA DE GRÁFICOS 13

LISTA DE SIGLAS E ACRÔNIMOS 15

APRESENTAÇÃO 17

1. INTRODUÇÃO 19

1.1. Objetivos do Plano Safra Florestal Madeireira do Estado do Pará 2010 22

2. GESTÃO FLORESTAL NO ESTADO DO PARÁ 23

3. PRODUÇÃO FLORESTAL 28

3.1. Planejamento da Produção 32

3.2. Produção 2010 34

3.3. Projetos Florestais em Áreas Privadas 35

3.3.1. Reflorestamento 36

3.3.2. Manejo Florestal Sustentável 36

3.4. Projetos Florestais em Áreas Públicas 37

3.4.1. Concessão Florestal 37

3.6. Planejamento de Produção Florestal para 2010 39

3.7. Projetos passíveis de serem liberados em 2010 39

3.8. Localização dos projetos florestais e volumetria para a safra 2010 por Região de Integração 40

4. POLÍTICAS PÚBLICAS 42

4.1. Política Florestal 44

4.2. Políticas Vinculadas 46

4.2.1. Política Ambiental 46

4.2.2. Política Industrial 47

4.2.3. Política de Crédito 47

4.2.4. Política de Assistência Técnica e Extensão Florestal 48

4.2.5. Política de Preço 49

4.3. Mercado 49

5. CRÉDITO FLORESTAL 51

5.1. Programas Disponíveis 54

5.2. PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 62

6. ENTRAVES E MINIMIZAÇÃO DE RISCOS PARA A ATIVIDADE FLORESTAL 63

7. ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO FLORESTAL 69

7.2. Programa de Assistência Técnica e Extensão Florestal 72

8. MEDIDAS ESTRUTURAIS 75

8.1. Critérios para Planejamento 77

8.2. Calendário de Projetos Florestais 77

9. GESTÃO DO PLANO SAFRA FLORESTAL 79

9.1. INDICADORES DE ACOMPANHAMENTO PARA UMA BOA SAFRA FLORESTAL 82

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS 86

Anexos 88

Anexo 1: Calendário do produtor florestal – reflorestamento 90

Anexo 2: Calendário do produtor florestal – manejo florestal sustentável 92

Anexo 3: Quadro Comparativo - Fomento florestal 94

Anexo 4: Regiões de Integração do Estado do Pará e descrição de suas características. 96

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Figura 1: Cadastro de florestas públicas do Estado do Pará, 2010 28

Figura 2: Cadeia Produtiva Florestal, da base ao consumidor florestal 30

Figura 3: Cadeia produtiva da madeira, objetivos, níveis de beneficiamento e destinos 31

Figura 4: Regiões de integração do Estado do Pará, 2010 40

LISTA DE FIGURAS

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Situação da Gestão Ambiental dos Municípios do Pará. 26

Quadro 2: Planejamento de produção da matéria-prima florestal para 2010. 39

Quadro 3: Linhas de crédito aplicáveis a atividade florestal. 53

Quadro 4: Taxas de juros por tipo de apoio. 55

Quadro 5: Enquadramento do porte do beneficiário de acordo com a receita bruta anual. 56

Quadro 6: Enquadramento do porte do beneficiário de acordo com o limite de crédito 57

Quadro 7: Enquadramento do porte do beneficiário de acordo com a taxa de juros 57

Quadro 8: Enquadramento do porte do beneficiário de acordo com a receita bruta anual. 58

Quadro 9: Enquadramento do porte do beneficiário de acordo com a composição do quadro social . 58

Quadro 10: Atividades financiadas por tipo de atividade e localização na propriedade. 59

Quadro 11: Encargos financeiros por porte do empreendedor e taxa efetiva de juros. 59

Quadro 12: Enquadramento do porte do empreendedor de acordo com limite. 60

Quadro 13: Enquadramento do porte do empreendedor de acordo com participação máxima do FNO. 60

Quadro 14: Dotação orçamentária por fonte de recurso disponível para o ano de 2010. 62

Quadro 15: Entraves e direcionamentos para minimizar riscos a atividade florestal. 65

Quadro 16: Calendário de apresentação e licenciamento de projetos florestais no Estado. 77

Quadro 17: Critérios e indicadores para uma boa safra florestal no Estado do Pará. 82

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LISTA DE GRÁFICOSGráfico 1: Dinâmica da produção madeireira na Amazônia em um período de 10 anos. 31

Gráfico 2: Dinâmica do consumo de madeira vs volume licenciado no período 2003 a 2010 no Pará. 32

Gráfico 3: Origem da volumetria (m³) liberada em 2009 pela SEMA. 33

Gráfico 4: Número de licenças liberadas mensalmente em 2009 pela SEMA. 33

Gráfico 5: Volumetria (m³) liberada mensalmente em 2009 pela SEMA. 34

Gráfico 6: Quantidade (%) e situação dos processos existentes na SEMA, 2010. 35

Gráfico 7: Porcentagem de volume de madeira (m³) liberado até o mês de junho de 2010 pela SEMA-PA. 35

Gráfico 8: Porcentagem de participação das regiões de integração na safra florestal do Estado do Pará, 2010. 40

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LISTA DE SIGLAS E ACRÔNIMOSABINCI - Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada MecanicamenteAIMEX – Associação das Indústrias Exportadoras de Madeiras do Estado do ParáAUAS – Área de Uso Alternativo do SoloAUMPF – Autorização de Uso de Matéria-Prima FlorestalAUTEF – Autorização de Exploração FlorestalCAR – Cadastro Ambiental RuralCEFLOP – Cadastro de Florestas PúblicasCOEMA – Conselho Estadual de FlorestasCOMEF – Comissão Estadual de FlorestasCONJUR – Departamento JurídicoCTSF – Câmara Técnica Setorial de FlorestasDCQA – Departamento de Controle e Qualidade AmbientalDFS – Distrito Florestal SustentávelEMATER – Empresa de Assistência Técnica e Extensão RuralFAEPA – Federação da Agricultura e Pecuária do ParáFAT – Fundo de Amparo ao TrabalhadorFDA - Fundo de Desenvolvimento da AmazôniaFMM - Fundo da Marinha MercanteFNO – Fundo Constitucional do NorteGEPAF – Gerência de Projetos AgrosilvipastorisGEOTEC – Gerência de GeotecnologiaGF – Guia FlorestalIBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticaIDEFLOR – Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do ParáIDH – Índice de Desenvolvimento HumanoIMAZON – Instituto do Homem e do Meio Ambiente da AmazôniaIN – Instrução NormativaICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de ServiçoITERPA – Instituto de Terras do Estado do ParáIPEF – Instituto de Pesquisa FlorestalLAR – Licença Ambiental RuralLO – Licença de OperaçãoMDF – Chapa de Fibra de Media DensidadeMDP – Partícula de Media Densidade MMA - Ministério de Meio AmbienteOGU – Orçamento Geral da UniãoONG – Organização Não GovernamentalOSB - Oriented Strand BoardPEAS – Projeto Estadual de Assentamento SustentávelPEAEX - Projeto Estadual de Assentamento AgroextrativistaPAC – Programa de Aceleração do CrescimentoPAMFLOR – Programa de Apoio ao Manejo Florestal SustentávelPAOF – Plano Anual de Outorga FlorestalPAS – Programa Amazônia SustentávelPDS – Projeto de Desenvolvimento SustentávelPIB – Produto Interno BrutoPMFS – Projeto de Manejo Florestal SustentávelPRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura FamiliarSAF - Sistema Agro-florestalSEMA – Secretaria de Estado de Meio AmbienteSFB – Serviço Florestal BrasileiroSEFA – Secretaria da FazendaSISFLORA – Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais do Estado do ParáZEE – Zoneamento Ecológico-Econômico

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Plano Safra Florestal Madeireiro foi instituído pelo Decreto Estadual Nº 2.235, de 7 de Abril de 2010 e tem como objetivo principal, fortalecer a atividade florestal madeireira no Estado Odo Pará, identificando os gargalos e potencialidades, assim como fornecendo indicações

que auxiliem na operacionalização das políticas públicas de desenvolvimento florestal do setor de base florestal do Estado do Pará, incluindo o crédito florestal, o apoio a comercialização dos produtos madeireiros e a qualificação técnica e tecnológica do setor florestal.

Espera-se que a formulação de diretrizes para ações governamentais seja um dos principais resultados advindos deste plano, assegurando-se a continuidade de criação das ferramentas de apoio ao desenvolvimento da atividade florestal madeireira, criando-se condições para que o mercado florestal prospere e traga benefícios para a toda a sociedade paraense.

Nesse contexto apresentamos o Plano Safra Florestal do Estado do Pará para o ano de 2010, tendo em vista a necessidade de um planejamento de médio prazo para contribuir com uma cultura de desenvolvimento sustentável baseada em uma economia florestal forte e pujante que traga benefícios sociais, com respeito ao equilíbrio ambiental dos recursos florestais madeireiros do Estado do Pará.

APRESENTAÇÃO

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1Introdução

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1. INTRODUÇÃO

egundo ABIMCI (2008)¹, a atividade florestal brasileira representou, em 2008, 3,4% do Produto SInterno Bruto nacional, gerou mais de 8,6 milhões de empregos diretos, além de ter arrecadado em termos de tributos cerca de US$ 7,2 bilhões e exportado um valor de US$ 8,8 bilhões (5,5% do total das exportações nacionais). Sendo que sua participação no mercado internacional é em média de 3%.

Essa relevância se reflete no contexto sócio-econômico da Amazônia, com a criação de postos de trabalho, geração de divisas e auxílio na elevação do IDH nos municípios que desenvolvem atividades florestais. A importância na economia rural é fortalecida por uma vocação eminentemente florestal, já demonstrado em inúmeras publicações de instituições florestais (LENTINI et. al., 2005²; VERÍSSIMO et. al., 2002³; SCOLFORO,

41998 ).

5De acordo com levantamento realizado pelo SFB e IMAZON , em 2009 foram identificadas 2.226 empresas madeireiras em funcionamento na Amazônia Legal. Nesse ano, essas madeireiras extraíram em torno de 14,2 milhões de metros cúbicos de madeira em tora nativa, o equivalente a 3,5 milhões de árvores. O estudo aponta que aproximadamente 47% dessa matéria-prima foi extraída no Estado do Pará.

No Estado do Pará o desenvolvimento da atividade florestal madeireira de forma sustentável, representa grande desafio que perpassa por diferentes áreas do conhecimento como a pesquisa, o desenvolvimento, a inovação tecnológica, a capacitação e treinamento, o fomento, dentre outros.

A atividade de base florestal no Pará encontra-se num momento bastante delicado em razão de diversos aspectos que tendem a criar um ambiente de estrangulamento da produção, em função de dificuldades relacionadas à o f e r t a d e m a t é r i a - p r i m a e d a s características institucionais estabelecidas, além da baixa integração de ações e falta de confiabilidade entre os atores do setor produtivo, governo e organizações não governamentais.

A interrupção deste processo de estagnação da atividade f lorestal madeireira organizada deve ocorrer com o enfoque de competitividade sistêmica incluindo fatores importantes tais como: macroeconômico, políticos-institucionais, regulatórios, infra-estruturais, sociais e internacionais. O esforço demanda a análise do marco legal existente, o diagnóstico do estado da arte do setor, a avaliação do mercado e as tendências de uso e comercialização de madeiras, bem como da caracterização da produção florestal versus demanda de mercado, sendo este último um dos enfoques deste plano.

Neste sentido, a estruturação de um plano de planejamento da safra florestal madeireira em um ambiente inovador, envolvendo o setor produtivo, o governo e ONG's, possibilitará modificar o estado atual deste segmento e atender as demandas dos mercados assim como garantir a sustentabilidade dos recursos naturais do Estado do Pará.

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ABIMCI. Estudo Setorial 2008 da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente – ano base 2007. Curitiba: Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente, 2008, p. 24. LENTINI, M.; PEREIRA, D.; CELENTANO, D.; PEREIRA, R. Fatos Florestais da Amazônia 2005. Belém: Imazon 2005. 140 p., il. col. VERÍSSIMO, A.; LIMA, E.; LENTINI, M. Pólos Madeireiros do Estado do Pará. Belém: Imazon 2002. 74 p. SCOLFORO, J.R.S. Manejo Florestal. Lavras: UFLA/FAEPE 1998. 443p.: il. SFB e IMAZON. A atividade madeireira na Amazônia brasileira: produção, receita e mercados – Belém, PA: Serviço Florestal Brasileiro (SFB); Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), 2010. 20p. 21,5x28 cm

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O Plano Safra Florestal - 2010 apresenta como principais diretrizes básicas:

Ÿ Cadeia florestal (produção e comercialização);

Ÿ Profissionalização do setor (treinamento e capacitação);

Ÿ Políticas públicas florestais, ambientais e industriais;

Ÿ Apoio e fomento florestal;

Ÿ Licenciamento ambiental e;

Ÿ Desempenho dos projetos florestais.

As condições para a manutenção da atividade florestal madeireira no Estado do Pará estão vinculadas à construção de um novo ambiente institucional que permita a esse segmento um planejamento de longo prazo, que é uma das características intrínsecas do setor, tendo em vista o longo prazo de maturação da sua base florestal, seja através de plantações ou do manejo florestal.

A safra 2010 representa uma retomada da atividade florestal juntamente com a recuperação da economia mundial. O setor florestal madeireiro sentiu fortemente a crise econômica mundial, com efeitos sobre os empregos e ocasionando o fechamento de várias indústrias, principalmente aquelas que tinham na exportação sua principal fonte de renda.

Para o ano de 2010 a meta prevista é de 6,5 milhões de m³ de madeira advindos de projetos florestais no Pará. Essa meta atenderá mais de 800 produtores familiares, desde empresários, cooperativas, comunidades e famílias que tem nessa atividade uma de suas rendas. Essa meta garantirá ao Estado a geração de aproximadamente 10% do PIB, e aproximadamente 8% das exportações. Para garantir essa meta, várias ações serão desenvolvidas, demonstradas nesse documento.

Este documento apresenta as principais diretrizes e ações da política florestal do Estado do Pará para fortalecer a atividade florestal madeireira, através de programas e mecanismos que auxiliem na superação dos novos desafios, garantindo uma maior produtividade e crescimento econômico, aliado ao capital social e sustentabilidade dos recursos naturais.

Ÿ Apoiar a produção e comercialização de madeira no Estado do Pará;

Ÿ Ampliar os recursos destinados a atividade florestal madeireira;

Ÿ Fortalecer a atuação dos agentes envolvidos com o licenciamento e fiscalização de projetos florestais;

Ÿ Estimular a utilização do crédito florestal;

Ÿ Ampliar a produção florestal madeireira legal;

Ÿ Diminuir a ilegalidade da atividade florestal madeireira;

Ÿ Promover a recuperação de áreas alteradas, através do apoio a projetos de reflorestamento;

Ÿ Incentivar sistemas de produção florestal sustentáveis;

Ÿ Apoiar o desenvolvimento de projetos florestais comunitários e familiares;

Ÿ Supervisionar o desenvolvimento da gestão florestal do Pará.

1.1. Objetivos do Plano Safra Florestal Madeireira do Estado do Pará 2010

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2Gestão Florestal

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2. GESTÃO FLORESTAL NO ESTADO DO PARÁ

Brasil vive um prolongado ciclo de descentralização política, que teve como principal marco, 6Osegundo Toni e Kaimowitz (2003) , a aprovação da Constituição de 1988, após mais de vinte anos

vivendo sob um Estado político e burocraticamente centralizado, houve a devolução de poderes aos governos estaduais e municipais. Juntamente com o repasse das responsabilidades e significativo volume de recursos financeiros, uma série de obstáculos inerentes as atividades assumidas.

Apesar do Estado do Pará ser formado por extensas áreas de florestas, aproximadamente 70% do seu 7território (IMAZON, 2006) , até o ano de 2006, não possuía uma política florestal definida, com pouca

8participação na gestão ambiental. Segundo Queiroz Netto (2009) não era diferente na maioria dos Estados da Amazônia, que preferiam a cômoda posição de se omitir, por um lado, e criticar a atuação federal, por outro. Desta forma, perdiam todos, principalmente a floresta, que a cada dia era consumida pelas queimadas e desmatamento. Perdia também a população, privada de usufruir dos benefícios de uma atividade florestal sustentável, verdadeira vocação dos estados amazônicos.

8A situação mudou, de acordo com Queiroz Netto (2009) com a chegada da Lei 11.284/2006, pois a

gestão florestal passou a ser compartilhada, ficando os Estados com a competência de licenciar as áreas de florestas privadas e de domínio estadual. Com isso, os Estados passaram a ter maior protagonismo na condução das atividades florestais em seus territórios e foram chamados a estruturar seus órgãos ambientais e florestais, muitos dos quais somente foram criados a partir da nova lei.

Com a descentralização, no Pará o órgão ambiental que assumiu a gestão florestal foi a Secretaria de 9Estado de Meio Ambiente (SEMA). De acordo com Monteiro et al. (2009) para a gestão florestal, a SEMA utiliza

os sistemas de controle Simlam que realiza o processo de licenciamento ambiental e libera as licenças ambientais para a atividade florestal madeireira (AUTEF), através das etapas de Cadastro Ambiental Rural (CAR) e a Licença Ambiental Rural (LAR) e o Sisflora que realiza o controle do fluxo de entrada e saída de créditos de madeira em tora e produtos florestais.

O CAR foi criado para ser uma ferramenta de planejamento da propriedade rural pelo proprietário. Com a realização do CAR, é possível mapear e diagnosticar o atual uso do solo da propriedade, definindo a localização e situação da RL, APP e Uso Alternativo do Solo, visando a regularização e o ordenamento ambiental da propriedade, assim como a recuperação dos passivos ambientais.

Para que o produtor possa obter a LAR, deverá apresentar um projeto, com enquadramento legal e técnico previsto na legislação florestal vigente. O primeiro passo para submissão é protocolá-lo na SEMA, etapa esta que é realizada a análise prévia, evitando-se a entrada de projetos com falta de documentos ou informações obrigatórias ao processo de análise. Após a análise prévia e não havendo pendências iniciais, segue para o departamento Jurídico, onde há a análise documental, referente à veracidade das informações declaradas e cumprimento legal. A próxima fase é a verificação da localização do projeto, incluindo potencial florestal, respeito da reserva legal e app, etapa feita no Departamento de Geotecnologia. Após aprovação na GEOTEC, O próximo passo é a análise técnica, realizada na GEPAF, onde os analistas técnicos farão a análise da viabilidade do projeto. No caso da análise técnica apontar pendências, será informado ao detentor e ao responsável técnico para que este proceda os ajustes e esclarecimentos necessários e em caso da análise ser favorável, o projeto será encaminhado para a assinatura do Secretário da SEMA e então, o projeto estará licenciado, tendo o interessado a liberação dos créditos no Cadastro de Comercialização dos Produtos Florestais (Ceprof). O Ceprof é o sistema onde será lançado o volume de créditos em metros cúbicos apresentados no projeto e que foram autorizados pelo órgão ambiental.

6Fabiano Toni e David Kaimowitz. Municípios e Gestão Florestal na Amazônia. Natal: A.S. Editores, 2003.7IMAZON. Detalhamento do Macrozoneamento Ecológico Econômico do Estado do Pará: Áreas Para Produção Florestal Manejada. Secretaria Especial de Estado de Produção. 2006.8Justiniano de Queiroz Netto. Contrato de Concessão Florestal: instrumento jurídico para gestão das florestas públicas no Estado do Pará. Graduação em Direito. UNAMA. Ananindeua – PA. 2009.9André Monteiro, Dalton Cardoso, Adalberto Veríssimo e Carlos Souza Jr. Transparência Manejo Florestal: Estado do Pará, 2007 a 2008. IMAZON. 2009.

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No Pará, através da Lei Estadual n° 6.963, de 16 de abril de 2007, criou-se o Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará (IDEFLOR) com o objetivo de promover a gestão das florestas públicas estaduais, visando à produção sustentável e a gestão da política estadual para produção e desenvolvimento da cadeia florestal madeireira não madeireira no Estado.

A criação do IDEFLOR representou o início de uma mudança no foco das políticas públicas florestais construídas no Estado, uma vez que passou-se a discutir e desenvolver ações de apoio a atividade florestal, através da implementação das ferramentas previstas na Lei 11.284/2006, iniciando o processo de concessões florestais, acompanhando os contratos de transição e ainda apoiando ações de incentivo a produção florestal do Estado.

O Pará tem atualmente uma participação atuante, com rápido crescimento, em atividades de licenciamento o que tem gerado disputas com Municípios e com o governo federal das prerrogativas sobre o licenciamento de uma grande gama de atividades. Essa disputa se deve em grande parte ao potencial de arrecadação que tem o licenciamento de algumas atividades.

Essa descentralização, dos Estados aos municípios, está em pleno acontecimento, tendo em vista a necessidade dos municípios se apropriarem da gestão ambiental de seus territórios, ampliando as atividades delegadas, bem como discutindo os portes dos empreendimentos e conseqüente enquadramento do potencial poluidor dessas atividades.

Dos 143 municípios do Estado do Pará, atualmente, 112 possuem estruturas de meio ambiente, sendo que destes, 15 tem secretarias exclusivas de meio ambiente, 49 possuem secretarias de meio ambiente vinculadas a outras competências, como saúde, turismo e agricultura e 48 municípios não possuem secretaria de meio ambiente, funcionando como departamentos em outras secretarias (Quadro 1).

Quadro 1: Situação da Gestão Ambiental dos Municípios do Pará.

Estado

NºMunicípios

Com Estruturade Meio

Ambiente

Secretariaexclusiva de

Meio Ambiente

Secretaria deMeio Ambiente

+ outra compatência

Departamento deMeio Ambiente

em outra secretaria

PA 143 112 15 49 48

10Fonte: Cifor, 2006

No que tange a gestão das áreas públicas, a Lei 11.284/2006 trouxe ainda outras inovações que auxiliaram a esclarecer o entendimento sobre a gestão das florestas, dentre elas, estabeleceu, então, três formas de gestão de florestas públicas, a saber:

1. Criação de florestas nacionais e sua gestão direta: A gestão direta constitui na criação de florestas nacionais, estaduais e municipais, nos termos da Lei 9.985/2000 e sua exploração pelo próprio ente público, conforme descrito no art. 5º da Lei de Gestão de Florestas Públicas.

2. Destinação às comunidades locais: A destinação comunitária reconheceu a ocupação tradicional das comunidades locais e previu a concessão de forma não onerosa, por meio de reservas extrativistas, reservas de desenvolvimento sustentável ou concessão de direito real de uso, podendo, ainda o poder público, com base em condicionantes socioambientais, regularizar as posses das comunidades locais em áreas tradicionalmente por elas ocupadas.

3. Concessões florestais: Por último, a lei prevê a modalidade da concessão florestal, onde a atividade florestal é exercida pela iniciativa privada, de forma onerosa e mediante licitação.

Para a gestão das florestas públicas estaduais, várias ferramentas foram instituídas e criadas, a exemplo do Cadastro Estadual de Florestas Públicas do Pará (CEFLOP) de competência do IDEFLOR que objetiva reunir dados georreferenciados sobre as florestas públicas do Pará, criando uma base de dados que auxiliem os gestores públicos nos processos de destinação comunitária, criação de unidades de conservação, destinação de áreas passíveis de concessão florestal, além do processo de controle e monitoramento da utilização dessas florestas.

Toni, F. Gestão florestal na Amazônia brasileira: avanços e obstáculos em um sistema federalista. CIFOR, 2006.10

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De acordo com o CEFLOP, há atualmente cadastrados, 16 milhões de hectares de florestas públicas no Estado do Pará, sendo 79% de florestas destinadas (Unidades de conservação de uso integral, de uso sustentável, projetos de assentamento e contratos de transição) e 21% de florestas não destinadas (glebas estaduais), localizadas conforme mapa de espacialização das áreas públicas do Estado (Figura 1).

Possivelmente essas informações devem ser atualizadas com o passar dos anos, uma vez que ainda há porções de áreas não destinadas que precisam de um levantamento mais acurado para determinar de quem compete a sua gestão, união ou estado e ainda pela dinamicidade da própria atividade de identificação e mapeamento das florestas do Estado.

Segundo Queiroz Netto (2009) existe, ainda, uma boa parte de florestas públicas não identificadas no Estado do Pará, principalmente nas áreas de assentamentos rurais, bem como as florestas em áreas privadas, dentre elas a maior área florestal certificada do mundo, pertencente ao grupo Orsa Florestal, com 545 mil hectares. Tais números, revelam a importância da gestão florestal adequada no Estado do Pará, de forma a conservar este enorme patrimônio e, ao mesmo tempo, promover o seu uso de forma responsável, visando o desenvolvimento da região.

Acredita-se que nos próximos cinco anos, a gestão das florestas públicas, considerando-se as concessões florestais, terão uma importante contribuição na produção florestal do Estado do Pará, uma vez que a tendência de desenvolvimento da atividade do manejo florestal tenderá as áreas públicas, através de concessões e ou através do manejo florestal comunitário e familiar.

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Figura 1: Cadastro de florestas públicas do Estado do Pará, 2010.

Fonte: Instituto de Desenvolvimento Floresta do Pará, Cadastro de Florestas Públicas do Estado do Pará, 2010.

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3Produção Florestal

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PLANO SAFRA MADEIREIRADO ESTADO DO PARÁ

FLORESTAL

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3. DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO FLORESTAL

No Estado do Pará a cadeia produtiva, iniciando com a exploração madeireira, através do manejo florestal sustentável, e a utilização de madeira dos plantios florestais, passando pelo processamento e transformação da madeira e chegando ao consumidor final com os diferentes produtos e destinos, tornou-se, em pouco mais de três décadas, um dos principais segmentos econômicos. Esse segmento possui como características a geração de divisas e empregos, além de desenvolver técnicas e tecnologias, adaptadas as condições locais, atuando fortemente no desenvolvimento sócio-econômico da região.

No entanto, essa relação de utilização da madeira, parcialmente, nas últimas décadas, foi realizada de maneira indevida, com atividades de exploração ilegal, impulsionados por práticas que não priorizam a sustentabilidade, pela falta de políticas públicas coerentes e ainda, pela ineficácia de instituições de fiscalização e controle, resultando em perdas visíveis ao meio ambiente a ao setor florestal, resultando na escassez dos recursos florestais em alguns pólos madeireiros, e a conversão de grandes áreas em áreas degradadas. Esse contexto priorizou a formulação de políticas públicas focadas em sua maior totalidade ao elo inicial da cadeia produtiva florestal (Figura 1), criando uma série de entraves e evoluindo de forma tímida sobre formas de apoio para o desenvolvimento da atividade florestal legal.

Figura 2: Cadeia Produtiva Florestal, da base ao consumidor florestal.

Fonte: Mapeamento e Diagnóstico do Setor Madeireiro e Institutos de Pesquisa na Amazônia Legal. CGEE, 2010

A importância da atividade madeireira é realçada pela diversificação de possibilidades no destino final e transformação da madeira em diferentes produtos a partir dos objetivos possíveis de uso da madeira, além de níveis de beneficiamento e agregação de valor ao produto final (Figura 2). No Estado do Pará, ainda temos um longo caminho a percorrer para ampliar essas formas de uso, tendo em vista que em 2010 ainda não temos

11 12indústrias de fabricação de painéis de madeira reconstituídos e ou de papel e celulose .

15

Base FlorestalProcessamento(industrial)

Comércio Consumidorfinal

FOCO DA POLÍTICAPÚBLICA

(comando & Controle)

CARÊNCIA DEPOLÍTICAS PÚBLICAS

ESPECÍFICAS

Está em fase de implantação a primeira indústria de MDF do Estado do Pará na região de Paragominas. Há especulação da possibilidade de implantação de uma unidade da Suzano papel e celulose no Pará.

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Figura 3: Cadeia produtiva da madeira, objetivos, níveis de beneficiamento e destinos

Fonte: STCP 2009, baseado em VIEIRA, L (2004).

Apesar dos avanços atuais no processo de agregação de valor, o cenário atual tem deixado lacunas nos avanços referentes à cadeia florestal que tem sentido cada vez mais dificuldades de manutenção da capacidade de processamento industrial instalado, observado pela crescente diminuição da oferta de matéria-prima florestal, aliada a falta de políticas de apoio e desenvolvimento da cadeia florestal como um todo.

A atividade florestal madeireira na Amazônia, nos últimos dez anos, teve uma redução de produção de madeira em tora de 28 milhões de metros cúbicos (m³) para os 14 milhões de metros cúbicos produzidos no

13ano de 2009, de acordo com o estudo realizado por IMAZON e SFB (2010) como pode ser observado no gráfico a seguir:

Gráfico 1: Dinâmica do consumo de madeireira na Amazônia nos últimos 10 anos.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro, Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, 2010.

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Ano 1998 Ano 2004 Ano 2009

28,3 24,5 14,2Série 1

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IMAZON e SFB. A Atividade Madeireira na Amazônia Brasileira: produção, receita e mercados. Imazon: Belém. 2010.

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Outra informação relevante do estudo demonstra que entre 1998 e 2004, a receita bruta do setor madeireiro na Amazônia Legal aumentou de R$ 2,9 bilhões para R$ 6,7 bilhões. No entanto, no ano de 2009 foi observado que essa receita caiu para R$ 4,9 bilhões. De acordo com o estudo, essa queda se deve a redução da produção de madeira da Amazônia. O estudo demonstrou que entre os estados da Amazônia, a maior retração foi observada no Pará com uma queda de 34%.

Essa redução é reforçada quando observamos os dados de liberação de projetos florestais pela SEMA nos últimos anos que tem diminuído gradativamente. As principais causas para explicar essa redução, segundo IMAZON e SFB (2010) são: i) a substituição da madeira da floresta por outros materiais, como forros de PVC e madeiras plantadas, como a de eucalipto; i) O aumento de operações contra o desmatamento e o comércio ilegal de madeira e; iii) a crise econômica no ano de 2009.

Esse panorama demonstra que a oferta de madeira nativa e plantada no Pará neste momento está aquém da necessidade demandada pelas indústrias. A indústria de madeira de modo geral, seja ela voltada para a construção civil, setor moveleiro, produção energética, seja para produtos de madeira, vem sentindo os efeitos do déficit de matéria-prima. Este cenário tem inclusive limitado o investimento em novas unidades de processamento industrial, trazendo imensos prejuízos econômicos e sociais ao Estado.

O consumo de madeira em tora (m³) no Estado do Pará nos últimos sete anos não acompanhou o licenciamento da madeira. De acordo com levantamento da AIMEX (2010) feito com base em relatórios do IBAMA e relatórios de acompanhamento dos projetos florestais liberados, houve uma diminuição nessa diferença em 2009,com possibilidade de equiparar em 2010 conforme gráfico 2.

Gráfico 2: Dinâmica do consumo de madeira vs volume licenciado no período 2003 a 2010 no Pará.

3.1. Planejamento da Produção

Para promover a produção florestal e garantir a manutenção do consumo de madeira, é fundamental que haja um planejamento da produção em função das necessidades mercadológicas e exigência de madeira legal e sustentável para esse suprimento. Para que haja esse planejamento, é importante compreender a atual dinâmica de liberação de projetos florestais pelo órgão ambiental estadual.

Fonte: AIMEX, 2010

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No ano de 2009, foi liberado pela SEMA, na forma de projetos florestais (PMFS, reflorestamento e supressão) o montante de 4.429.599,81 m³ de madeira. Desse valor, a principal fonte de matéria-prima madeireira é advinda de projetos de manejo florestal, representado por 81% do total liberado em 2009, seguido por 13% de projetos de reflorestamento e 6% de autorizações de supressão vegetal.

Gráfico 3: Origem da volumetria (m³) liberada em 2009 pela SEMA.

A apresentação e aprovação dos projetos e liberação de sua respectiva volumetria vêm ocorrendo de forma espontânea, ou seja, não há um planejamento da produção vinculado ao calendário da safra florestal anual. Esse fato tem propiciado o licenciamento de projetos durante todo o ano, desconsiderando o período da safra florestal ocorrer no período do verão (respeitando-se algumas variações, no geral indo de junho a dezembro). No entanto, percebe-se que a falta de programação na liberação levando em consideração critérios como mercado, demanda, competitividade, regulação de preços, busca de investimentos, entre outros pode gerar entraves a atividade florestal, dificuldades de monitoramento dos projetos e danos ao meio ambiente.

As licenças ambientais de PMFS liberadas em 2009 tiveram uma curva exponencial positiva com maiores valores no período do verão (maio a dezembro), sendo a maior quantidade de licenças aprovadas no mês de dezembro, ultrapassando 30 licenças emitidas em um único mês.

Gráfico 4: Número de licenças liberadas mensalmente em 2009 pela SEMA.

Como é possível observar no gráfico 3, não há uma aprovação de projetos em consonância com a safra florestal madeireira, ou seja, no período de verão, que compreende os meses de junho a dezembro de cada ano, observa-se que o maior número de licenças emitidas em 2009 ocorreu no mês de dezembro, demonstrando uma total falta de sincronização com a atividade, ainda, ampliando a possibilidade de danos ambientais e elevação do custo financeiro da atividade, uma vez que no período chuvoso, amplia-se o custo de manutenção de máquinas e equipamentos, aumenta-se as dificuldades de logística, além da potencialização dos danos ambientais.

Importante ressaltar que a volumetria correspondente as licenças ambientais emitidas mantiveram a curva exponencial positiva do período chuvoso ao período do verão, reforçando a necessidade de planejamento para uma liberação que corresponda ao período da atividade florestal que ocorre entre maio a dezembro.

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Gráfico 5: Volumetria (m³) liberada mensalmente em 2009 pela SEMA.

A proposta do Plano Safra para 2010 consiste em vincular a liberação de projetos florestais com o calendário da safra florestal, através de chamadas públicas para o protocolo dos projetos, por meio de um calendário de apresentação pelos proponentes e acompanhamento da emissão das licenças ambientais, auxiliando a consolidar os mecanismos iniciados em 2009 pela SEMA, principalmente em relação à análise dos projetos de manejo e reflorestamento, efetivando a emissão das licenças correspondentes aos projetos aptos no 1º semestre, dentro do prazo de 20 dias para projetos de reflorestamento e 40 dias para projetos de manejo florestal.

Esse planejamento permitirá um cronograma que auxiliará tanto o produtor florestal para que este não protocole seu projeto na última hora, como os analistas ambientais da SEMA que poderão trabalhar dentro de prazos que permitirão uma maior celeridade, evitando o acúmulo de processos, além de criar um novo mecanismo de combate a irregularidades, uma vez que será possível acompanhar o andamento dos processos dentro do planejado e qualquer alteração será mais facilmente identificada.

É fundamental que haja ainda, uma vez por ano, a publicação desse calendário, que irá permitir o conhecimento dos empreendedores e técnicos responsáveis por esses projetos sobre o período de protocolo e previsão de liberação das licenças. Outro aspecto que deverá ser ressaltado é o limite de protocolo do projeto no calendário anual para que o mesmo possa ser autorizado na safra florestal do ano vigente, ou seja, entende-se que a data limite para que um novo projeto possa ser autorizado na safra do ano seja o mês de outubro.

Para que haja um planejamento que permita a mensuração da demanda de madeira a partir da produção legal e sustentável, se faz necessário medir o potencial de produção florestal previsto para o ano de 2010, considerando os (i) projetos de manejo em áreas privadas, (ii) projetos de manejo em áreas comunitárias, (iii) corte ou desbaste dos projetos de reflorestamento, (iv) projetos de manejo nas áreas públicas sob contrato de transição, (v) projetos de manejo nas áreas de concessão estadual.

A primeira etapa para estimar o potencial florestal produtivo do Estado do Pará foi o levantamento da situação atual dos processos referente aos projetos florestais existentes na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA). O levantamento foi realizado dentro dos principais departamentos de análise e fiscalização da SEMA (GEPAF, GEOTEC, CONJUR e Fiscalização), totalizando 810 processos. Destes, 15% foram notificados e estão aguardando resposta do interessado ou responsável técnico, 44% estão em processo de análise nos diversos departamentos da SEMA, 8% foram arquivados por motivos de não cumprimento de pendências ou não esclarecimento de inconsistências identificadas pelos analistas, 28% já foram analisados e aprovados e 1,7% foram suspensos por identificação de irregularidades (Gráfico 5).

3.2. Produção 2010

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Gráfico 6: Quantidade (%) e situação dos processos existentes na SEMA, 2010.

A partir do quadro inicial foi possível depurar os resultados, identificando as informações de produção apresentadas nos projetos e que permitiram estimar a produção florestal madeireira possível de ser licenciada para o ano de 2010. Para isso, excluímos os processos que foram suspensos, arquivados e ainda aqueles que estão aguardando resposta dos interesados e que já expiraram os prazos determinados pelos analistas, considerando apenas aqueles em processo de análise e que já foram aprovados neste ano. Feito essa separação, realizamos as estimativas apresentadas a seguir:

Até o dia 30 de junho de 2010 foram liberados pela SEMA 3.300.083,04 m³ de madeira advinda de projetos florestais no Estado do Pará, além de 2.400.974,61 st de resíduos florestais. Do total de volume de madeira liberado nos projetos florestais, temos 2.800.674,91 m³ de tora de projetos de manejo florestal, 400.060,90 m³ de tora/torete de projetos de reflorestamento, 92.139,17 m³ de madeira de projetos de supressão florestal e ainda 7.208,06 m³ de madeira de áreas de várzeas, em concordância com a Instrução Normativa (IN) da SEMA n° 40.

3.3. Projetos Florestais em Áreas Privadas

Gráfico 7: Porcentagem de volume de madeira (m³) liberado até o mês de junho de 2010 pela SEMA-PA.

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1.3.1. Reflorestamento

1.3.1. Manejo Florestal Sustentável

O Estado do Pará possui atualmente, cerca de 20 milhões de hectares de áreas abertas em diferentes estágios de degradação. Nesse contexto, o reflorestamento surge para atuar na recuperação das áreas abertas, auxiliando a suprir o mercado consumidor com madeira de boa qualidade. A região de integração do Capim possui atualmente cerca de 50 milhões de árvores plantadas, sendo espécies exóticas como o Eucalipto (Eucaliptus sp.) e nativas da Amazônia como o Paricá (Schizolobium amazonicum). O desenvolvimento dessa atividade encontra condições extremamente favoráveis na região, criando possibilidades para os diferentes objetivos dos segmentos industriais madeireiros.

Apesar do potencial candente da atividade do reflorestamento no Estado do Pará, o SISFLORA detectou no ano de 2007, que apenas 5% da madeira em tora que circulou no Estado do Pará foram oriundas de projetos de reflorestamento. Houve um aumento de 2007 a 2009, porém ainda incipientes. A promoção desse potencial poderá trazer inúmeros benefícios de ordem social, econômica e ambiental para os empreendedores e para os locais onde serão desenvolvidos esses projetos, tais como:

Aumento de empregos diretos e indiretos;

Aumento do IDH nos municípios de implementação;

Proteção da superfície do solo;

Diminuição da pressão sobre novas áreas de florestas nativas;

Aumento da biodiversidade;

Proteção de mananciais hídricos;

Aumento do conforto térmico;

Retenção do dióxido de carbono.

As principais espécies utilizadas para a atividade do reflorestamento no Estado do Pará são: Eucalipto, Pinus, Acácia, Teca, Paricá, além de alguns experimentos em menor escala como: Seringueira, Sumaúma, Neem, Araucária, Mogno, etc. A utilização dessas espécies é priorizada pelas condições de desenvolvimento e adaptação que representam para plantios florestais com ótimos índices de produção e produtividade. Outros fatores que contribuem para a pequena quantidade de espécies é a falta de informações sobre espécies para o seu desenvolvimento em plantios e a falta de sementes e mudas para o reflorestamento.

Outro diferencial do reflorestamento no Pará é o avanço nas informações sobre a utilização da espécie nativa da Amazônia Paricá (Schizolobium amazonicum) que tem demonstrado execelente adaptação as condições edafoclimáticas da região e ótimos índices de desenvolvimento e aproveitamento da madeira que tem conseguido ótimos preços no mercado externo. Algumas indústrias têm abastecido seu pátio de produção com plantios de Paricá o que tem garantido suprimento de matéria prima para a produção de compensados, entre outros produtos, além de trazer uma perspectiva de sustentabilidade em um médio em longo prazo.

Os projetos de manejo florestal continuam representando a principal atividade de suprimento de madeira no Pará, representando mais de 80% do volume atualmente comercializado no Estado.

14Em estudo realizado pelo IMAZON (2010) , analisando a qualidade dos projetos de manejo florestal, a partir de imagens de satélite, mostraram que 64% das áreas analisadas apresentaram qualidade intermediária, 14% apresentaram qualidade boa; e em 22% a exploração apresentada foi de baixa qualidade. O estudo fez ainda a comparação dos resultados entre os períodos de agosto de 2007 a julho de 2008 e agosto de 2008 a julho de 2009 e observou que a áreas com exploração de qualidade boa diminuiu 71% e as de qualidade intermediária e baixa aumentaram 194% e 28%, respectivamente. O estudo verificou ainda que nas imagens de satélite de 2009, em 97% das áreas de manejo florestal avaliadas, a floresta foi mantida, enquanto em apenas 3% houve desmatamento.

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André Monteiro, Dalton Cardoso, Denis Conrado, Adalberto Veríssimo & Carlos Souza Jr. Boletim Transparência Manejo Florestal, 2008-2009. IMAZON. 2010.14

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Há uma previsão de tendência dos projetos de manejo florestal se deslocar gradualmente para áreas públicas, devido à disponibilização dessas áreas no contexto da Lei de Gestão de Florestas Públicas. No entanto, esse processo deverá começar a surtir efeito nos próximos cinco anos quando as concessões florestais iniciarem uma maior quantidade de áreas concedidas e em funcionamento.

15De acordo com o Catálogo de Florestas Públicas do Estado do Pará (2010) a área total de florestas públicas identificadas pelo CEFLOP atualmente totaliza 16.936.067,716 hectares. Destes, 13.424.673,410 hectares de áreas destinadas, que são as que já possuem uma forma de utilização definida, como as unidades de conservação de uso sustentável, de uso integral, os projetos de assentamento e os contratos de transição e 3.511.394,306 hectares de áreas não destinadas, que ainda não possuem destinação definitiva, como as glebas estaduais. Para a safra florestal madeireira em 2010, estimamos que em florestas públicas, apenas haverá atividade de projetos florestais na modalidade de contratos de transição e projetos de assentamento.

O Plano Anual de Outorga Florestal 2010 do SFB, identificou 55.576.420 hectares de florestas públicas no Estado, sendo divididas em florestas públicas destinadas, com 49.566.423 e florestas públicas não destinadas com 6.009.997 hectares. Somando-se as áreas púbicas federais e estaduais, temos mais de 70 milhões de hectares, onde parte dessa área será concedida para manejo florestal através das concessões florestais.

Antes das concessões iniciarem em sua plenitude, há ainda a figura do contrato de transição, que é um instrumento regulamentado pelo Decreto Estadual 657 de 2007 e prevê a continuidade das atividades de manejo florestal em áreas de florestas públicas por empreendedores que já executavam a atividade antes da criação da Lei 11.284/2006. Segundo levantamento realizado pelo IDEFLOR, até junho de 2010, foram assinados 13 contratos de transição que representam 15.291,82 hectares de área manejada, autorizando 419.276,35 m³ de madeira em tora liberada para exploração. Esses projetos representam até o presente R$ 12.056.207,70 a serem arrecadados pelo estado. Há ainda projetos na modalidade de contratos de transição no âmbito do IDEFLOR e da SEMA. No IDEFLOR, há cinco projetos em análise que representam uma área de 16.285,00 hectares e um volume de 174.176,00 m³ e na SEMA há oito projetos em análise que representam uma área de 13.087,00 hectares e um volume de 269.250,24 m³, totalizando um volume total passível de entrar na safra florestal em 2010 de 443.426,24 m³, através de contratos de transição.

9Segundo IDEFLOR (2010) , os projetos de assentamento são áreas destinadas a reforma agrária,

planejadas de forma interdisciplinar e multisetorial interligadas ao desenvolvimento territorial e regional, orientadas para a utilização racional dos espaços físicos e dos recursos naturais existentes. No CEFLOP, há duas categorias de assentamentos: os Projetos Estaduais de Assentamento Sustentável (PEAS) e os Projetos Estaduais de Assentamento Agroextrativista (PEAX) que representam mais de 112,5 mil hectares de áreas destinadas a assentamentos. Nessas áreas, levantamos 21 projetos de manejo florestal sustentável em processo de análise na SEMA, representando uma área de 5.780,00 hectares que correspondem a um volume de 509.459,81 m³.

Acredita-se que nos próximos cinco anos, parte da madeira a ser produzida no Estado virá das concessões florestais, previstas na Lei 11.284/06, que traz a possibilidade de realização do manejo florestal sustentável em áreas públicas, constituindo instrumento de alto potencial para o fortalecimento da economia florestal no Estado do Pará. No entanto, esse processo deverá acontecer de forma planejada, compondo gradativamente a produção florestal do Pará, juntamente com a produção em áreas privadas.

Com a implementação dessa modalidade de uso florestal sustentável serão gerados diversos benefícios, tais como: a) Combate ao desmatamento: A melhor forma de combater o desmatamento é viabilizando uma destinação adequada e promovendo o uso sustentável dos recursos florestais;

3.4. Projetos Florestais em Áreas Públicas

3.4.1. Concessão Florestal

b) Suprimento de madeira legal ao mercado: Com o aumento de áreas sendo manejadas, conseqüentemente haverá um aumento da produção de madeira legal no mercado consumidor, promovendo a ampliação do parque produtivo, com geração de empregos e divisas;

IDEFLOR. Catálogo de Florestas Públicas do Estado do Pará. Belém – IDEFLOR. 2010.15

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c) Apoio ao manejo florestal comunitário: Dentro das condições para a realização do manejo florestal, o apoio as iniciativas que já existem na região poderão ser apoiadas, impulsionando a produção comunitária, gerando bem estar e qualidade de vida e; d) Ordenação de uso: O Estado promovendo as concessões estará auxiliando na ordenação do uso florestal, garantindo a manutenção da floresta e gerando receita para o Estado e para os municípios.

De acordo com dados do PAOF 2010 do IDEFLOR, no Estado do Pará, existem aproximadamente 125,3 milhões de hectares, sendo que mais de 72,5 milhões de hectares são Florestas Públicas. Destas, 77% (cerca de 55,5 milhões de hectares) são Florestas Públicas Federais e 23% (16.954.761,410 ha) são Florestas Públicas Estaduais registradas no Cadastro de Florestas Públicas do Estado.

As áreas passíveis de concessão apontadas no PAOF 2010 do IDEFLOR são: Floresta Estadual de Faro, com 631 mil hectares, do Paru, com 3,6 milhões, e do Trombetas, com 3,2 milhões de ha, além do conjunto de glebas Mamuru-Arapiuns que totalizam 1.798.352,636 ha de florestas estaduais para concessão florestal.

O PAOF 2010 do SFB, aponta um total de 4.110.948 hectares de florestas públicas federais passíveis de concessão em 2010 no Estado do Pará. Esse total representa 63,38% do total de áreas passíveis de concessão em 2010.

Atualmente apenas a Floresta Nacional de Saracá-Taquera, localizada nos municípios de Faro, Oriximiná e Terra Santa, com uma área total de 441.152 hectares já iniciou o processo de licitação, com a publicação das duas primeiras empresas do Pará a vencerem a licitação de uma floresta pública, as empresas madeireireiras Ebata Produtos Florestais e Golf Madeiras. O lote de concessões n° 1 não teve concorrente.

16De Camino (2002) define o manejo florestal comunitário e familiar como o conjunto de todas as atividades de manejo dos recursos florestais, com o propósito fundamental de melhorar as condições sociais, econômicas e ambientais das comunidades onde ocorre.

A média de área destinada para a produção florestal em áreas comunitárias e familiares foi de 88 hectares, demonstrando que geralmente são lotes de assentamentos ou pequenas áreas florestais em áreas comuns como territórios quilombolas. Do total de 21 projetos levantados, identificamos 7 projetos em nome de associações, sendo duas associações de remanescentes de quilombos e os demais, em nome de produtores, em áreas de assentamentos. A produção estimada para a safra de 2010 poderá chegar a um volume de 509.459,81 m³ dentro dessas áreas.

A produção florestal comunitária e familiar em 2010 está localizada, principalmente nos municípios de Pacajá, Santarém, Uruará, Placas, Trairão, Baião, Gurupá, Oeiras do Pará, Itupiranga, Itaituba, Trairão, Aveiro e Tomé Açú. Destes, destacamos o município de Pacajá que representa 23% dos projetos florestais comunitários e familiares.

Para melhor compreensão e planejamento da produção florestal que deverá estar na safra florestal 2010, considera-se as categorias de projetos florestais (PMFS, reflorestamento e supressão) sem a distinção do que é familiar ou empresarial, pois entende-se que a produção deverá ser toda aquela produzida no Estado, sem distinção, porém, consideramos essa distinção para as demais discussões como programas de assistência técnica e extensão florestal.

No dia 11 de fevereiro de 2010, foi aprovada a Instrução Normativa n° 40 que trata da atividade de manejo florestal por pequenos extrativistas em áreas de várzeas do Pará. Essa IN possibilitou uma nova categoria de uso florestal que não chega a ser enquadrada como PMFS devido à simplificação do processo e a dispensa de várias atividades inerentes a um PMFS. O diagnóstico realizado na SEMA demonstrou que já foi licenciado um volume de 7.208,06 m³, e área de 785 hectares. Apesar de ainda incipiente, essa atividade possui um grande potencial para aumentar nos próximos anos, devido algumas regiões do Estado como o arquipélago do Marajó, possuir grandes extensões de áreas que se enquadram nessa condição.

3.5. Produção Florestal Comunitária e Familiar

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DE CAMINO, R. Algunas consideraciones sobre El manejo forestal comunitário y su situación em América Latina. Taller Regional “Manejo Forestal Comunitário y Certificación em América Latina”. Santa Cruz: Enero. 2001

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3.6. Planejamento de Produção Florestal para 2010

Baseando-se no levantamento realizado junto aos órgãos ambientais IDEFLOR e SEMA, além dos levantamentos realizados junto a documentos oficiais como os Planos Anuais de Outorga Florestal do IDEFLOR e do SFB, foi possível montar um panorama de volume possível de 9.058.451,03m³ de madeira oriunda dos projetos florestais para o ano de 2010 (Quadro 1), não considerando-se os resíduos que totalizaram 1.159.934,69 st.

Quadro 2: Planejamento de produção da matéria-prima florestal para 2010.

No entanto, acredita-se que parte dessa volumetria não venha a ser licenciada esse ano por problemas de regularização fundiária, pendências técnicas, conflitos de sobreposição de áreas, deficit de reserva legal, dentre outros motivos que possam inviabilizar o licenciamento da atividade florestal.

Do total de volume identificado (9.027.727,38 m³) nos projetos florestais protocolados na SEMA, acreditamos que a meta a ser alcançada deva ser 6,5 milhões de m³ de madeira licenciada, a ser disposta de forma legal e sustentável para os produtores florestais do Estado, visando suprir a demanda do mercado de madeira nacional e internacional. Essa meta representará um acréscimo potencial no licenciamento de madeira pelo Estado, aumentando a quantidade de madeira legal no mercado. Para atingir essa meta, considerando os 3.300.081,23 m³ já licenciados, o Estado precisará licenciar pouco mais de 50% do total de volume existente na SEMA, que corresponde a 3.199.918,77 m³ para completar a meta de produção florestal para a safra florestal 2010.

Os projetos florestais que estarão na safra florestal do Estado do Pará de 2010, estão distribuídos em oito regiões de integração, das 12 regiões reconhecidas pelo Governo do Estado. Cinco regiões de integração representam 87% de todos os processos cadastrados na SEMA, são elas: Xingu (27%), Capim (19%), Baixo Amazonas (15%), Tocantis (12%) e Marajó (11%) (Gráfico 7 e Figura 4).

3.7. Projetos passíveis de serem liberados em 2010

3.8. Localização dos projetos florestais e volumetria para a safra 2010 por Região de Integração

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3.8. Localização dos projetos florestais e volumetria para a safra 2010 por Região de Integração

Os projetos florestais que estarão na safra florestal do Estado do Pará de 2010, estão distribuídos em oito regiões de integração, das 12 regiões reconhecidas

pelo Governo do Estado. Cinco regiões de integração representam 87% de todos os processos cadastrados na SEMA, são elas: Xingu (27%), Capim (19%), Baixo

Amazonas (15%), Tocantis (12%) e Marajó (11%) (Gráfico 8 e Figura 4).

Percebe-se que as duas regiões que apresentam maior quantidade de volumetria de projetos florestais no ano de 2010 são as regiões do Xingu e do Capim,

sendo a primeira com 27% do total, a região do Xingu, onde destacamos os municípios de Pacajá representando 28% da volumetria e Anapú com 26% do volume

total da região, seguido pela região do Capim com 19% do volume total do Estado, onde destacamos os municípios de Paragominas com 63% dos projetos da região

em volume e Tomé Açú com 25% dos projetos da região em volume autorizado ou passível de ser autorizado.

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Figura 4: Regiões de integração do Estado do Pará, 2010.

Gráfico 8: Porcentagem de participação das regiões de integração na safra florestal do Estado do Pará, 2010.

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4POLÍTICAS PÚBLICAS

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PLANO SAFRA MADEIREIRADO ESTADO DO PARÁ

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4. POLÍTICAS PÚBLICAS

4.1. Política Florestal

liadas a proposta de planejamento da safra florestal madeireira e o desenvolvimento da atividade Aflorestal madeireira em bases legal e sustentável, outras políticas vinculadas são necessárias a consolidação da política florestal, dentre as quais citamos: (i) Política ambiental; (ii) Política industrial; (iii) de Política de preços; (vi) Política de assistência técnica e extensão florestal e; (v) Política de crédito.

Diversas ações governamentais federais e estaduais vêm sendo realizadas para implementação e fortalecimento de atividades que priorizam a utilização dos recursos naturais, com a manutenção das áreas florestais, baseado no manejo florestal sustentável e no estimulo ao reflorestamento. Essas iniciativas apresentam grande potencial para representar uma mudança no panorama atual. Nesse contexto destaca-se:

A política florestal tem tido recentes avanços, principalmente com a publicação da Lei 11.284/2006 de gestão de florestas públicas que trouxe em seu arcabouço, uma série de inovações e o início do processo de descentralização da gestão ambiental da União para os Estados e Municípios, acelerando o processando de normatização das atividades florestais, tendo-se a especificação de cada contexto. Dessas, destaca-se:

Ÿ Lançamento do PAOF Estadual apresentando como áreas passíveis para concessão Floresta mais de 8 milhões de hectares de florestas públicas, iniciando-se o processo de regularização e ordenamento no conjunto de glebas Mamuru-Arapiuns com 1.798.352,636 ha de florestas, com cerca de 300 mil hectares para as concessões florestais;

Ÿ Assinatura do Pacto pela Madeira Legal e Sustentável, entre os segmentos empresarial, governamental e terceiro setor, contendo diversos compromissos para fortalecimento do setor florestal no Pará;

Ÿ Edição do Decreto nº 1.192/2008, criando a Câmara Técnica Setorial de Florestas, espaço destinado a discussão das normativas florestais;

Ÿ A edição do Decreto nº 657/2007, definindo regras para a celebração de contratos de transição para exploração florestal em áreas públicas estaduais;

Ÿ A edição do Decreto nº 1.493/2009, que alterou o Decreto nº 657/2007, ampliando o prazo para requerimento de vistoria conjunta SEMA / ITERPA com vistas à celebração de contrato de transição;

Ÿ A aprovação do Macro Zoneamento Ecológico Econômico do Estado do Pará, que prevê a alocação das atividades produtivas conforme a vocação de cada região, destinando áreas para consolidação e expansão da produção (35%), para o uso sustentável das reservas florestais (27%) e prevendo zonas de proteção integral (38%);

Ÿ Edição da Lei nº 7.423/2009, aprovando o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) na região Oeste do Pará;

Ÿ A criação do Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará (IDEFLOR), que tem como missão gerir as florestas públicas estaduais e implantar a política florestal no Estado, através da Lei nº 6.963/2007;

Ÿ O lançamento do PAS – Programa Amazônia Sustentável, que, além de obras de infra-estrutura previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), inclui a chamada Operação Arco Verde, destinando R$ 1 bilhão para financiamento de projetos de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas na Amazônia;

Ÿ O lançamento do Programa “1 bilhão de árvores” pelo Governo no Estado do Pará, iniciativa que pretende reflorestar cerca de 1 milhão de hectares de áreas alteradas ou degradadas no Estado;

Ÿ Edição do Decreto nº 1.976/2009, que criou o PAMFLOR – Programa de Apoio ao Manejo Florestal, objetivando dar mais agilidade ao processo de licenciamento dos projetos de manejo florestal, além de dar um caráter educacional que visa melhoria constante do processo de execução do manejo florestal;

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Ÿ Novos espaços de gestão e discussão colegiada como a Comissão de Gestão de Florestas Públicas- COMEF, criada pelo Decreto nº 5.795, de 5 de junho de 2006, da Câmara Técnica Setorial de Floresta do Estado do Pará, criada pelo Decreto nº 1.192, de 18 de agosto de 2008;

Ÿ Instituição do complexo geoeconômico e social denominado Distrito Florestal Sustentável - DFS da BR-163;

Ÿ Início do mapeamento das áreas de florestas públicas sob a gestão do Estado, seus tipos de vegetação e as formações de cobertura florestal, formando o Cadastro Estadual de Florestas Públicas – CEFLOP (Instrução Normativa IDEFLOR nº 004/2008);

Ÿ Implementação da possibilidade dos empreendedores arcarem com os custos decorrentes de vistorias realizadas pelo órgão ambiental nos processos de licenciamento, tornando, assim, o processo mais ágil, através da Instrução Normativa SEMA nº 26/2009;

Ÿ Simplificação do procedimento de Cadastro Ambiental Rural – CAR/PA através da emissão de CAR Provisório, com a Instrução Normativa SEMA nº 39/2010;

Ÿ Estabelecimento de parcerias com outros órgãos e entidades, como EMATER, ITERPA, Sindicatos, FAEPA, entre outros, com vistas a disseminar e facilitar a realização do Cadastro Ambiental Rural – CAR/PA, a exemplo da Instrução Normativa SEMA nº 37/2010 e da Instrução Normativa Conjunta SEMA/ITERPA nº 001/2010;

Ÿ Criação de Grupo de Trabalho e Pesquisa em Restauração Florestal no âmbito da SEMA/PA para discutir os instrumentos legais e técnicos de melhorias para o Cadastro Ambiental Rural e parâmetros para a Restauração Florestal, Servidão Florestal, Recomposição e Compensação da Reserva Legal, através da Portaria nº 090/2010;

Ÿ Normatização da exploração florestal em áreas de várzea realizada por pequenos produtores de madeira, através da Instrução Normativa SEMA nº 040, de 04/02/2010.

Ÿ Aumento do controle no lançamento no CEPROF/SISFLORA de créditos florestais provenientes de outros Estados, exigindo-se para tal a realização de vistoria em pátio para confirmação da existência e da volumetria dos produtos florestais, consoante Instrução Normativa SEMA nº 41/2010;

Ÿ Edição do Decreto Estadual nº 2.099/2010 dispondo sobre a manutenção, recomposição, condução da regeneração natural, compensação e composição da área de Reserva Legal de imóveis rurais no Estado do Pará, o qual cria um leque de diversas possibilidades para os proprietários rurais;

Ÿ Possibilidade de averbação de apenas 50% como reserva legal para os imóveis localizados nas áreas em que o Zoneamento Ecológico-Econômico – ZEE está em andamento, desde que a propriedade esteja localizada em área consolidada e com supressão florestal realizada até o ano de 2006, gerando maior segurança jurídica aos empreendedores em processo de regularização (Decreto Estadual nº 2.099/2010);

Ÿ Implementação em âmbito federal, com reflexos diretos em âmbito estadual, do “Programa Mais Ambiente”, com o objetivo de promover a regularização ambiental dos imóveis rurais (Decreto Federal nº 7.029/2009);

Ÿ Apoio do Governo do Estado do Pará aos Municípios que desenvolvem programas de redução ou extinção do desmatamento, principalmente aqueles constantes na relação divulgada pelo Ministério de Meio Ambiente – MMA, como, por exemplo, o município de Paragominas através do projeto “Município Verde”;

Ÿ Implementação de ações voltadas à repressão de crimes ambientais e de funcionamento de empresas fraudulentas, a exemplo das operações Arco de Fogo, Ventania, Padrão, entre outras;

Ÿ Edição do Decreto Estadual Nº 2.235, de 7 de abril de 2010 que institui o Plano Safra Florestal, objetivando fortalecer a cadeia produtiva florestal e articulando as diversas políticas, programas, ações e iniciativas florestais de cunho governamental e não governamental.

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Todas essas iniciativas representam o início da implementação de uma política florestal adequada ao desenvolvimento da região e podem contribuir para o ordenamento e desenvolvimento adequado do setor florestal-madeireiro, dependendo da prioridade dos governos na sua implantação, que deve ocorrer em parceria com o setor empresarial, instituições de pesquisa e demais atores ligados à questão florestal. São projetos que reconhecem a importância socioeconômica do setor florestal, o seu potencial de desenvolvimento e, ao mesmo tempo, sua capacidade de contribuir para a redução do desmatamento na região, visto que se trata de uma atividade econômica que valoriza e utiliza de forma responsável a floresta amazônica. É importante que todas essas políticas possam convergir com as demais políticas vinculadas, aliando os mecanismos e garantindo o avanço da atividade florestal do Pará em bases sustentáveis.

O setor produtivo de madeira e derivados no Pará em geral enfrenta enormes dificuldades para tornar seus produtos competitivos no mercado, que está cada vez mais globalizado. Problemas como parque tecnológico defasado, dificuldades de acesso e logística, seletividade de espécies florestais, mão-de-obra desqualificada e empresas em sua maioria descapitalizadas são recorrentes, e novos desafios são gerados à medida que o setor produtivo é mais exigido pelo mercado consumidor.

Esses desafios requerem políticas vinculadas à política florestal que auxiliem nos ganhos de competitividade e permitam que a atividade florestal madeireira se estabeleça com bases fortes que permitam vencer os desafios impostos a atividade. A falta dessas políticas impacta diretamente o desenvolvimento da política florestal, uma vez que são complementares e às vezes dependentes umas das outras. Nesse contexto, destacamos algumas políticas diretamente ligadas à atividade florestal.

Um dos aspectos da política ambiental que recorrentemente é questionado, quando trata-se da competitividade das indústrias florestais madeireiras, refere-se ao licenciamento ambiental que muitas vezes ocasiona um custo burocrático-administrativo que não é planejado pelos empresários e acaba por atuar na inviabilização dos negócios florestais. Nesse sentido, destacamos algumas normas nesse âmbito:

Ÿ A edição do Decreto nº 1.120/2008, que aumentou para 04 anos o prazo de validade da Licença de Operação - LO;

Ÿ A mudança da Instrução Normativa (IN) nº 001/2008 SEMA, dispensando o uso de Guia Florestal (GF) para transporte e comercialização de sementes, mudas, frutos como o açaí e a castanha, entre outros;

Ÿ A implantação de um sistema de acompanhamento dos projetos florestais em trâmite na SEMA, contendo as datas de previsão de análise, notificações e decisão do órgão ambiental;

Ÿ A adoção do sistema de análise prévia para projetos relacionados à atividade florestal, somente podendo ser protocolados processos com condições mínimas de apreciação, tendo em vista a o elevado número de processos com a tramitação suspensa em razão de apresentarem muitas pendências, gerando a necessidade de emissão de diversas notificações;

Ÿ O estabelecimento de prazo para aprovação de planos de manejo (40 dias úteis) e reflorestamento (20 dias úteis);

Ÿ IN SEMA nº 12/2008, simplificando o uso de madeira pelas empresas de construção civil no Estado do Pará;

Ÿ IN SEMA nº 13/2008, simplificando os procedimentos para aprovação dos projetos de reflorestamento no Estado do Pará;

Ÿ Edição da Resolução COEMA nº 079/2009 definindo as atividades consideradas de impacto local para fins de descentralização da gestão ambiental, fomentando o desenvolvimento de órgãos ambientais municipais;

Ÿ Publicação da Portaria n° 2318 de 09 de agosto de 2010 que regulamenta o procedimento de licenciamento nos processos cujo objeto seja licença de atividade rural para reflorestamento.

4.2. Políticas Vinculadas

4.2.1. Política Ambiental

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4.2.2. Política Industrial

4.2.3. Política de Crédito

As obras de infra-estrutura anunciadas pelo Governo, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), principalmente nas áreas de energia e transporte rodoviário e fluvial, são essenciais para a continuidade do desenvolvimento da atividade florestal nas áreas de produção florestal localizadas nas áreas mais distantes dos centros urbanos.

O desenvolvimento da cadeia produtiva da madeira em sua plenitude é de fundamental importância para ganhos a atividade produtiva como: i) agregação de valor, ii) diversificação dos produtos, iii) alcance de mercados mais exigentes, iv) profissionalização e ordenamento do setor florestal e, v) ampliação da participação na produção e comércio mundial.

O avanço da especificidade da cadeia produtiva da madeira é uma tendência mundial, contudo, é progressivamente freada pelas dificuldades impostas as empresas que atuam no setor florestal. Outro aspecto de fundamental importância a ser destacado é a grande quantidade de empresas de pequeno e médio porte que atuam nas etapas de produção, dificultando a ordenação e investimentos que contemple o setor.

Esse entrave pode ser superado com a criação de pólos de produção especializados que permitem a agregação de pequenos, médios e grandes produtores, permitindo uma ordenação da atividade e investimentos visando aumentar a capacidade gerencial, a qualidade do produto final, tecnologia adequada, entre outros, que beneficiem uma grande quantidade de empreendedores e refletindo em toda a cadeia produtiva da madeira.

Os pólos industriais têm o potencial de gerar um panorama de ganhos em competitividade para o Estado do Pará por representar avanços na demanda mercadológica de produtos de madeira. Para continuar esse processo, se faz necessário maior atenção de investimento de recursos para: i) Equiparar os avanços tecnológicos no processamento da madeira; ii) Política de geração e difusão de inovações tecnológicas; iii) Formação e desenvolvimento de capital humano; iv) Gerenciamento e organização das empresas e; v) Modernização das instituições envolvidas que atuam na cadeia de negócios.

Para tanto, faz-se necessário políticas públicas industriais que incentivem a promoção de novas indústrias com foco na agregação de valor ao produto da madeira, como exemplo:

Ÿ Edição do Decreto nº 1395/2008, ampliando a relação de máquinas e equipamentos isentos de ICMS, visando desonerar e estimular os investimentos voltados para a agregação de valor e aproveitamento de resíduos madeireiros;

Ÿ Realização das obras de revitalização dos Distritos Industriais de Ananindeua e Icoaraci que já possuem um pólo industrial montado e atuante, dando condições para ampliação dos negócios;

Ÿ Publicação da Instrução Normativa n° 49 de 12/07/2010 que estabelece normas para a regularização ambiental de portos fluviais de pequeno porte utilizados como atividade de apoio.

Para que haja avanços de novos sistemas de produção, investimentos em maior grau de beneficiamento com novos produtos e ainda para garantir o acesso à produção florestal, em se tratando de pequenos e médios produtores, faz-se necessário a garantia de uma política de crédito para as diferentes etapas da atividade florestal.

Vale ressaltar que a tendência de desenvolver projetos de manejo florestal em áreas públicas, através das concessões florestais, tem reforçado a necessidade de crédito e coerência com a realidade da produção florestal, o que fez com que as concorrências das últimas licitações tenham sido pouco concorridas.

Como avanços da política de crédito, citamos a criação de linhas específicas para subsidiar a atividade florestal como o FNO Biodiversidade operado pelo Banco da Amazônia, que traz condições adequadas à atividade florestal, respeitando os períodos de longo prazo de amadurecimento das espécies florestais para a colheita. Esse programa foi criado para atender as iniciativas do Governo voltadas para o combate ao avanço do desmatamento na Amazônia e para a manutenção e conservação da biodiversidade.

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Vários são os instrumentos econômico-financeiros atualmente disponibilizados e que influenciam diretamente a política de crédito para atividades florestais, tais como:

Ÿ Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) – criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pela Lei n.º 7.827/89, o FNO tem seus recursos oriundos de 0,6% do produto da arrecadação do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza e do imposto sobre produtos industrializados para serem aplicados no financiamento das atividades econômicas desenvolvidas em bases sustentáveis na Região Norte. É operacionalizado através de três programas de financiamento: o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (FNO-PRONAF), o Programa de Financiamento para Manutenção e Recuperação da Biodiversidade Amazônica (FNO-BIODIVERSIDADE) e o Programa de Financiamento do Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (FNO-AMAZÔNIA SUSTENTÁVEL);

Ÿ Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) – atende através dos programas PROGER Urbano, PROGER Rural e PRONAF, exclusivamente, micro e pequenos empreendedores urbanos, profissionais liberais e mini e pequenos produtores rurais, com ênfase na agricultura de base familiar. Potencial para desenvolver projetos agro-florestais e reflorestamento;

Ÿ Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDA) – destina-se ao financiamento de projetos de infra-estrutura de energia, telecomunicações, portos e rodovias;

Ÿ Recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – destinam-se às empresas e produtores rurais de mini/micro, pequeno, médio e grande portes que atuam nos segmentos da agropecuária, agroindústria, floresta, indústria, turismo, comércio e serviços, infra-estrutura e exportação;

Ÿ Recursos do Orçamento Geral da União (OGU) – atendem, através do PRONAF, agricultores familiares da Região Amazônica, suas cooperativas e associações e pessoas jurídicas formadas exclusivamente de agricultores familiares.

Atualmente, o principal programa que tem atuado no assessoramento da produção agro-florestal tem sido o Programa de Assessoria Técnica, Social e Ambiental à Reforma Agrária (ATES), criado em 2003 com o objetivo de acompanhar técnica, social e ambientalmente as famílias assentadas nos Projetos de Assentamento (PAs) da Reforma Agrária, criados ou reconhecidos pelo INCRA e no âmbito estadual, através do órgão fundiário Instituto de Terras do Pará (ITERPA).

As ações desenvolvidas no contexto da ATES são executadas em parceria com instituições públicas, privadas, entidades de representação dos trabalhadores rurais e organizações não governamentais. No entanto, para a atividade florestal ainda há imensas lacunas a serem preenchidas, uma vez que há uma série de peculiaridades na atividade florestal e ainda a grande quantidade de projetos florestais desenvolvidos no Estado.

O IDEFLOR tem desenvolvido discussões envolvendo a necessidade de criação e estruturação de um programa de assistência técnica e extensão florestal para atender os pequenos e médios produtores florestais, com apoio técnico e econômico.

Outro programa criado para ampliar a capacidade de análise e prazo adequado aos projetos, e ampliação da transparência e do controle ambiental na execução dos projetos de manejo florestal, com forte viés pedagógico foi o Programa de Apoio ao Manejo Florestal (PAMFLOR), criado pelo decreto 1.976, de 27 de novembro de 2009, porém ainda não foi totalmente implementado.

Para as grandes empresas florestais, o caminho tem sido a contratação de empresas e instituições especializadas no desenvolvimento de capacitação florestal, seja através de centros de treinamento fixos, a exemplo do pioneiro Instituto Floresta Tropical ou através de treinamentos in loco, customizando o treinamento de acordo com as características da empresa.

4.2.4. Política de Assistência Técnica e Extensão Florestal

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Destacamos algumas normas legais criadas no intuito de estabelecer uma política de assistência técnica a atividade agro-florestal:

Ÿ Publicação da Lei n° 12.188, de 11 de janeiro de 2010 que institui a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária – PNATER e o Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária – PRONATER, altera a Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, e dá outras providências;

Ÿ Estabelece as diretrizes e procedimentos referentes a Certificação e Atualização Cadastral de Imóveis Rurais, disposto no §1º, do artigo 9º, do Decreto 4.449, de 30 de outubro de 2002, alterado pelo Decreto 5.570, de 31 de outubro de 2005 e na Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais;

Ÿ Publicação do Decreto n° 1.976, de 27 de novembro de 2009 que cria o Programa de Apoio ao Manejo Florestal - PAMFLOR no Estado do Pará, e dá outras providências;

Ÿ Publicação da Instrução Normativa INCRA nº 61, de 07 de abril de 2010 que Estabelece critérios e procedimentos para as atividades de Manejo Florestal Sustentável em Projetos de Assentamento;

Ÿ Portaria MDA nº 35, de 16 de junho de 2010 que dispõe sobre o credenciamento das entidades executoras do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural – PRONATER.

Não há um parâmetro único para definição de uma política de preços mínimos para a atividade madeireira no Pará. Algumas medidas foram tomadas, principalmente com a necessidade de desenvolver os contratos de transição e as concessões florestais no âmbito da Lei de Gestão de Florestas Públicas.

A falta de um parâmetro único tem levado os órgãos ambientais responsáveis pela gestão florestal em áreas públicas a criarem alternativas que supram essa falta, a exemplo da definição criado pelo SFB para os preços a serem pagos pela madeira nos contratos de concessão celebrados na esfera federal, através da Cláusula 7ª, assinado entre o SFB e os vencedores das licitações que trata da forma de reajuste e revisão do preço da concessão florestal, estabelecendo um índice provisório (IPCA/IBGE), até que se estabeleça um índice específico que leve em conta a variação do mercado de produtos e serviços florestais.

A falta de um índice específico, a princípio, criou insegurança para os candidatos as concessões em florestas públicas, uma vez que a utilização de um índice provisório e a criação de um novo índice após a assinatura do contrato não trás estabilidade e segurança para uma relação de longo prazo.

Este índice já foi concebido e contratado para ser desenvolvido, denominado de IPPF – Índice de Preços de Produtos Florestais, está em processo de elaboração pelo IMAZON - Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia, objetivando acompanhar a variação do mercado de toras de madeiras tropicais.

A construção de políticas públicas coerentes com a realidade florestal é fundamental para a integração de ações de apoio e estímulo a comercialização desse produto, fomentando o mercado consumidor e trazendo benefícios para todos os envolvidos com a atividade. Para tanto, alguns desafios são postos, como a agregação de valor, as exigências mercadológicas, a busca de certificações, entre outras.

A agregação de valor ao produto de madeira está relacionada ao desenvolvimento da indústria de transformação desses produtos, gerando benefícios sócio-econômicos e ambientais, uma vez que a atividade produtiva da madeira tem seu maior impacto na atividade de extração que requer um conjunto de atividades criteriosas para minimizar esses impactos. Após a extração, as atividades de beneficiamento da madeira e transformação em produtos acabados, apresentam menor índice de impacto ambiental, principalmente por promover o melhor aproveitamento da madeira e utilizar como matéria-prima, o que muitas vezes é desperdiçado nas serrarias.

4.2.5. Política de Preço

4.3. Mercado

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Nesse contexto, o futuro do mercado mundial da madeira caracteriza-se por uma demanda crescente de fibra de madeira para a produção de painéis de madeira reconstituída, intensivos em tecnologia, conhecidos como MDF (Middle Dense Fibreboard) e OSB (Oriented Strand Board). O método mais barato de produzir essas fibras é por meio de plantações em localidades que favoreçam o crescimento rápido das espécies. Isso significa que as vantagens comparativas dos países produtores de madeira não consistem mais em recursos naturais já existentes na forma de florestas nativas, mas em recursos criados na forma de plantações com altas taxas de produtividade e baixos custos de produção. Essa situação coloca em grande desvantagem a produção de madeira com base em florestas nativas de difícil acesso e alta diversidade de espécies, com características muito heterogêneas.

A falta de empresas qualificadas que atendam essa demanda, aliado a outros fatores, tem gerado a queda da produção de madeira para suprir o mercado interno e externo. A falta de investimentos no setor e a atual crise financeira global têm influenciado no suprimento de madeira, e tende a se agravar ao longo dos próximos anos.

Com isto tem-se a tendência de um déficit futuro ainda maior, considerando que a expansão das atividades florestais legais e sustentáveis não tem acompanhado o ritmo de crescimento do consumo. A situação atual afeta a competitividade da indústria florestal, comprometendo a geração de riquezas para o país. O primeiro passo para superar esse entrave é o planejamento da produção, considerando a demanda de mercado, garantindo assim uma produção crescente, no ritmo da demanda de mercado.

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5Credito Florestal

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5. CRÉDITO FLORESTAL

m dos propósitos iniciais deste capítulo é o de concentrar as informações sobre linhas de crédito Udisponíveis nos principais bancos que atuam com projetos florestais, fornecendo uma primeira orientação sobre qual o melhor programa para cada atividade, de acordo com as especificidades do produtor e seu empreendimento.

Apesar do potencial candente da atividade de reflorestamento no Estado do Pará, o SISFLORA detectou no ano de 2007, que apenas 5% da madeira em tora que circulou no Estado do Pará foram oriundas de projetos dessa natureza. A quantidade de recursos destinados ao fomento de referida atividade ainda é insuficiente,

17como demonstrado por Veríssimo et al. (2003) no caso do Banco da Amazônia no ano de 2002, através do Programa ProFloresta desembolsou apenas 5 milhões de reais (0,5% do FNO) em um total de 8 contratos, destinados a projetos de reflorestamento.

18Segundo estudo realizado pelo CGEE (2010) , atualmente, as políticas públicas de instrumentos econômicos voltadas à atividade madeireira ainda são tímidas em termos de resultados. O estudo aponta que essas políticas estão relacionadas principalmente a mecanismos de financiamento e tem como característica ter o capital disponível proveniente de recursos do Tesouro Nacional, por meio de agentes públicos como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil (BB) e Banco da Amazônia (BASA).

18De acordo com CGEE (2010) o BNDES é o agente financeiro com a maior carteira de linhas de crédito

relacionadas a atividade florestal madeireira. No total, o estudo levantou a ocorrência de 33 linhas de crédito, sendo nove de interesse de interesse direto e as demais com caráter geral, conforme quadro 3 com o resumo das linhas de financiamento florestal identificadas.

VERÍSSIMO, A.; GOMES, H. M. e COSLOVSKY, S. Crédito para Manejo Florestal e Reflorestamento na Amazônia: o caso do Banco da Amazônia (FNO-Floresta). Relatório Final. Belém-PA, Dezembro de 2003. CGEE. Rede de Inovação Tecnológica para o setor madeireiro da Amazônia Legal. Série Documentos Técnicos. 2010.

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Quadro 3: Linhas de crédito aplicáveis a atividade florestal.

Fonte: Mapeamento e Diagnóstico do Setor Madeireiro e Institutos de Pesquisa na Amazônia Legal. CGEE, 2010

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Em 2009, somente o Banco da Amazônia liberou o equivalente a R$ 680 milhões para projetos florestais no Estado do Pará, sendo R$ 90 milhões somente para projetos de reflorestamento. Para o ano de 2010 foi previsto o montante de R$ 1,2 bilhão para projetos florestais no Estado do Pará, dos quais R$ 90 milhões serão destinados para projetos de reflorestamento.

Em reunião realizada no IDEFLOR, no âmbito da subcomissão da Câmara Técnica Setorial de Florestas, no dia 02 de fevereiro de 2010, o Superintendente do Banco da Amazônia, Sr. Valdecir Tosé, ressaltou como principais limitadores de acesso ao crédito: i) a falta de regulamentação ambiental (regras estáveis), gerando insegurança e dificuldades de compreensão técnica; ii) o preço da terra nua é extremamente baixo em relação ao restante do país, dificultando a garantia a ser oferecida pelos proprietários no momento de acessar o financiamento; iii) falta de regulamentação estadual específica para projetos de reflorestamento; além de outros limitantes levantados também em reunião da subcomissão como: falta de pesquisas que subsidiem os projetos, falta de clareza e objetividade na elaboração dos projetos, indefinição fundiária, dificuldade documental (contrato social, dívidas, entre outros).

Selecionamos alguns programas disponíveis operados pelas principais instituições bancárias que tem atuado com o setor florestal no Pará. Segue abaixo com maiores informações sobre cada um dos programas:

apoio ao reflorestamento, à conservação e à recuperação florestal de áreas degradadas ou convertidas, e ao uso sustentável de áreas nativas na forma de manejo florestal.

1. Financiamento ao plantio de espécies florestais para fins energéticos e/ou de oxirredução com Externalidades Positivas Ambientais: projetos que reduzam a pressão sobre matas nativas por intermédio do suprimento de madeira na cadeia produtiva dos setores de ferro gusa, ferro ligas, produtos cerâmicos e cal.

2. Financiamento ao reflorestamento de áreas degradadas ou convertidas e ao manejo florestal: plantios de espécies florestais nativas para conservação e recuperação de áreas degradadas ou convertidas, inclusive Áreas de Preservação Permanente e Reservas Legais, e manejo florestal sustentável de áreas nativas.

Reflorestamento; Fomento florestal; e Manejo florestal sustentável em áreas próprias e de terceiros, incluindo extração, beneficiamento, transporte e comercialização de produtos florestais.

Estudos, projetos, pesquisa e desenvolvimento, tecnologia, serviços de topografia, geoprocessamento, imagens por sensoriamento remoto, inventários, demarcação, assistência e auditoria técnica, certificação, monitoramento e treinamento; Obras, instalações e infraestrutura; Sementes, mudas e viveiros - coleta, aquisição, armazenamento e produção;

Condução da cultura - abertura, preparo, plantio, replantio, limpeza, poda, reforma e rebrota; Manutenção florestal - preparação do terreno, conservação do solo e da água, irrigação, controle fitossanitário e biossegurança, aceiros, prevenção e combate a incêndios florestais; Adequação ambiental, notadamente a recomposição das áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente, inclusive sistemas produtivos de preservação implementados sob o regime de manejo florestal sustentável nas Áreas de Reserva Legal; Aquisição de máquinas e equipamentos nacionais credenciados no BNDES.

Sociedades com sede e administração no País, de controle nacional ou estrangeiro; Empresários individuais; Associações e fundações; Pessoas jurídicas de direito público.

O apoio da linha de financiamento BNDES Florestal se baseia nas diretrizes do produto BNDES Finem, com algumas condições específicas, descritas abaixo.

5.1. Programas Disponíveis

Objetivo:

O financiamento pode ocorrer de duas formas:

Empreendimentos Apoiáveis:

Itens Apoiáveis:

Clientes:

Condições financeiras:

BNDES Florestal

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Quadro 4: Taxas de juros por tipo de apoio

Fonte: BNDES

a) Custo Financeiro: TJLP:

Participação máxima do BNDES

Prazo Total:

Garantias:

Beneficiários:

Classificação de porte:

Observação: o Custo Financeiro será Cesta para operações com empresas cujo controle seja exercido, direta ou indiretamente, por pessoa física ou jurídica domiciliada no exterior, destinadas a investimentos em setores de atividades econômicas não enumerados pelo Decreto nº 2.233/97.

b) Remuneração Básica do BNDES: 0,9% a.a.c) Taxa de Risco de Crédito: até 3,57% a.a., conforme o risco de crédito do cliente.d) Taxa de Intermediação Financeira: 0,5% a.a. somente para grandes empresas; MPMEs estão

isentas da taxa.e) Remuneração da Instituição Financeira Credenciada: negociada entre a instituição financeira

credenciada ao cliente.

Financiamento ao plantio de espécies florestais para fins energéticos e/ou de oxirredução com Externalidades Positivas Ambientais: 80% dos itens financiáveis. Observação: Esse limite pode ser aumentado para empreendimentos localizados nos municípios beneficiados pela Política de Dinamização Regional (PDR). Financiamento ao reflorestamento de áreas degradadas ou convertidas e ao manejo florestal: 100% dos itens financiáveis.

Financiamento ao plantio de espécies florestais para fins energéticos e/ou de oxirredução com Externalidades Positivas Ambientais: até 132 meses.

Financiamento ao reflorestamento de áreas degradadas ou convertidas e ao manejo florestal: até 180 meses.

Os prazos de carência e de amortização são definidos conforme espécies e modelo de exploração do projeto financiado.

Para apoio direto: definidas na análise da operação. Para apoio indireto: negociadas entre a instituição financeira credenciada e o cliente.

Pessoas físicas que se caracterizem como produtores rurais.

O porte do beneficiário é classificado pela receita operacional bruta anual prevista na estabilização do empreendimento, assim definida:

FNO - Amazônia Sustentável RuralPrograma de Financiamento do Desenvolvimento Sustentável da Amazônia

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Quadro 5: Enquadramento do porte do beneficiário de acordo com a receita bruta anual.

Fonte: Banco da Amazônia

Finalidades

Atividades financiadas

Limites de Financiamento

a) Financiar implantação, ampliação, modernização, reforma, relocalização de empreendimentos, cuja viabilização se dará por meio de:

· investimento fixo e/ou semifixo; · investimento misto (fixo, semifixo e custeio associado); · custeio não-associado (isolado); · comercialização.

b) Formação ou manutenção de estoques de empreendimentos, com financiamento a custeio e/ou comercialização para:

· Empreendimentos considerados de grande importância para o desenvolvimento sustentável local onde está implantado ou para prioritários, quanto à aplicação dos recursos, sob os aspectos sociais, econômicos, tecnológicos, e/ou espaciais;

· Somente para aquisição de matérias-primas, de insumos, de bens e/ou de produtos necessários à formação/manutenção de estoque para desempenho da atividade do beneficiário, com a liberação dos recursos feita diretamente pelo Banco aos fornecedores ou, na impossibilidade desta, diretamente ao beneficiário do crédito, mediante nota fiscal;

· custeio isolado para reflorestamento, Sistemas Agroflorestais (SAF) e Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMSF), aprovado pelo órgão ambiental competente, quando as inversões fixas e/ou semifixas tiverem sido realizadas com recursos próprios do beneficiário ou após o prazo de carência de financiamento concedido pelo Banco.

a) Agricultura; c) Silvicultura;

f) Agroindústria de produtos agropecuários, quando o processamento ou beneficiamento (industrialização) for efetuado por associação, ou cooperativa, ou pelo produtor, ou empresa rural na sua propriedade rural.

Financiamento total: até a capacidade de pagamento do beneficiário, considerando o comprometimento máximo de até 70% das suas disponibilidades.

Investimento misto: desde que observado o limite do financiamento total acima referido, a parcela equivalente ao custeio associado é limitada a 40% do investimento total, podendo este percentual ser elevado a até 80%, desde que devidamente justificado pela assistência técnica e comprovada a sua necessidade pelo Banco.

Custeio não-associado a investimento ou comercialização: desde que observado o limite de financiamento total, assim definido:

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Quadro 6: Enquadramento do porte do beneficiário de acordo com o limite de crédito.

Fonte: Banco da Amazônia

Encargos Financeiros: As taxas de juros são aplicadas conforme a classificação do porte do beneficiário.

Quadro 7: Enquadramento do porte do beneficiário de acordo com a taxa efetiva de juros.

Fonte: Banco da Amazônia

* Para os mutuários que pagarem a parcela da dívida até a data do vencimento, serão aplicados bônus de adimplência de 15% sobre os encargos financeiros.

Os prazos de financiamento serão dimensionados de acordo com a capacidade de pagamento do beneficiário, atendendo os seguintes critérios:

Carência: Até 6 (seis) meses após a data prevista para a comercialização da produção do empreendimento a ser realizado com o plano ou projeto a financiar, não podendo ultrapassar 6 (seis) anos.

Total:

investimento fixo ou misto: até 12 (doze) anos, incluída a carência, podendo, para culturas de ciclo longo, ser estendido até 20 (vinte) anos, de acordo com o prazo necessário inerente à cada espécie, desde que justificado pela assistência técnica e comprovado pelo Banco;

semifixo: até 10 (dez) anos, incluída a carência;

comercialização não-associada a investimento: até 180 (cento e oitenta) dias.

Os tipos de garantias aceitas pelo Banco são a hipoteca, penhor e aval.

Prazos para Pagamento:

Garantias para o financiamento:

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Ÿ

FNO – BiodiversidadePrograma de Financiamento para Manutenção e Recuperação da Biodiversidade Amazônica

Objetivo:

Beneficiários:

Classificação de porte:

Contribuir para a manutenção e recuperação da biodiversidade da Amazônia, a partir da concessão de financiamentos a empreendimentos que privilegiem o uso racional dos recursos naturais, com adoção de boas práticas de manejo, bem como empreendimentos voltados para a regularização e recuperação de áreas de reserva legal degradadas/alteradas das propriedades rurais.

Pessoas físicas que se caracterizem como produtores rurais.

Populações tradicionais da Amazônia (povos indígenas, comunidades quilombolas, ribeirinhos, extrativistas, pescadores artesanais, entre outros povos da floresta) não contempladas pelo PRONAF;

Pessoa jurídica.

O porte do beneficiário será classificado pela receita operacional bruta anual prevista na estabilização do empreendimento, assim definido:

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Quadro 8: Enquadramento do porte do beneficiário de acordo com a receita operacional bruta anual.

Fonte: Banco da Amazônia

Quando se tratar de cooperativa ou associação, o porte do beneficiário é assim classificado:

Quadro 9: Enquadramento do porte do beneficiário de acordo com a composição do quadro social ativo.

Fonte: Banco da Amazônia

Finalidades

I. Em áreas de uso alternativos do solo

a) Implantação, ampliação, modernização, reforma e relocalização de empreendimentos, com financiamento a :

investimento fixo e/ou semifixo;

investimento misto: custeio e/ou comercialização associado(s) ao investimento fixo e/ou semifixo;

b) Formação ou manutenção de estoques de empreendimentos, cuja viabilização se dará por meio de financiamento a custeio e/ou comercialização não-associado(s) ao investimento, devendo atender as seguintes condições:

para empreendimentos considerados de grande importância para o desenvolvimento sustentável da localidade onde está implantado ou para empreendimentos considerados prioritários, quanto à aplicação dos recursos, sob os aspectos sociais, econômicos, tecnológicos e/ou espaciais;

somente para aquisição de matérias-primas, de insumos, de bens e/ou de produtos necessários à formação ou manutenção de estoque para desempenho da atividade do beneficiário.

custeio isolado para reflorestamento, Sistemas Agroflorestais (SAF) e silvipastoris e Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMSF), aprovado pelo órgão ambiental competente, quando as inversões fixas e/ou semifixas tiverem sido realizadas com recursos próprios do beneficiário ou após o prazo de carência de financiamento concedido pelo Banco.

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II. Em área de Reserva Legal

a) Regularização e recuperação de áreas de reserva legal degradadas/alteradas, mediante o incentivo à adoção de alternativas de uso econômico sustentável da terra, cuja viabilização se dará por meio de financiamento a:

Ÿ investimento fixo e/ou semifixo;

Ÿ investimento misto: investimento fixo e/ou semifixo mais custeio; e

Ÿ custeio isolado.

Quadro 10: Atividades financiadas por tipo de atividade e localização na propriedade.

Itens Financiáveis: Todos aqueles necessários à implementação do plano ou projeto.

Fonte: Banco da Amazônia

Quadro 11: Encargos financeiros por porte do empreendedor e taxa efetiva de juros correspondentes.

Fonte: Banco da Amazônia

* Concedido nos pagamentos das parcelas da dívida efetuados até a data do respectivo vencimento.

Financiamento total: até a capacidade de pagamento do beneficiário, considerando o comprometimento máximo de até 70% das suas disponibilidades.

Investimento misto: desde que observado o limite do financiamento total, a parcela equivalente ao custeio associado é limitada a 40% do investimento total, podendo este percentual ser elevado a até 80%, desde que devidamente justificado pela assistência técnica e comprovada a sua necessidade pelo Banco.

Custeio não-associado a investimento ou comercialização: desde que observado o limite de financiamento total acima referido, assim definido:

Limites de financiamento

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Quadro 12: Enquadramento do porte do empreendedor de acordo com limite a ser acessado.

Fonte: Banco da Amazônia

Ÿ Investimento fixo: estão sujeitos a limites de participação do FNO, sendo que para efeito de participação máxima do Fundo no investimento fixo, a tipologia de Baixa Renda definida pela Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), independentemente se o empreendimento estiver localizado em regiões consideradas de baixa renda, estagnada, dinâmica ou de alta renda, assim definido :

Quadro 13: Enquadramento do porte do empreendedor de acordo com participação máxima do FNO.

Fonte: Banco da Amazônia

Prazos para pagamento:

Garantias do financiamento

Os prazos de financiamento serão dimensionados de acordo com a capacidade de pagamento do beneficiário, atendendo os seguintes critérios:

a) Prazo de Carência: até 6 (seis) meses após a data prevista para a comercialização da produção do empreendimento a ser realizado com o plano ou projeto a financiar, não podendo ultrapassar a 6 (seis) anos.

b) Prazo Total:

Ÿ investimento fixo ou misto: até 12 (doze) anos, incluída a carência, podendo, para culturas de ciclo longo, ser estendido a até 20 (vinte) anos, incluída a carência de até 12 (doze) anos, de acordo com o prazo necessário inerente à cada espécie, desde que justificado pela assistência técnica e comprovado pelo Banco;

Ÿ semifixo: até 10 (dez) anos, incluída a carência; e

Ÿ custeio e/ou comercialização: até 2 (dois) anos.

Ÿ

Ÿ

As usuais do Banco; e

Penhor florestal dos produtos madeireiros

PROPFLORA Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas

Fonte de Recursos: BNDES

Objetivos

– Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

Ÿ Implantação e manutenção de florestas destinadas ao uso industrial;

Ÿ Recomposição e manutenção de áreas de preservação e reserva florestal legal;

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· Implantação e manutenção de espécies florestais para produção de madeira destinada à queima no processo de secagem de produtos agrícolas;

· Contribuir para a redução do déficit existente no plantio de árvores utilizadas como matérias-primas pelas indústrias, principalmente a indústria moveleira;

· Incrementar a diversificação das atividades produtivas no meio rural. · Gerar emprego e renda de forma descentralizada; · Alavancar o desenvolvimento tecnológico e comercial do setor, assim como a arrecadação tributária. · Fixar o homem no meio rural e reduzir a sua migração para as cidades, por meio da viabilização

econômica de pequenas e médias propriedades. · Contribuir para a preservação das florestas nativas e ecossistemas remanescentes.

Produtores rurais, pessoa física ou jurídica, associações e cooperativas de produtores rurais.

· Investimentos fixos e semifixos; · Custeio associado ao projeto de investimento, limitado a 35% do valor do investimento, relacionado

com gastos de manutenção no segundo, terceiro e quarto anos. 8,75% ao ano

Até 100%

· Total: até 144 (cento e quarenta e quatro) meses; · Carência: em projetos para implantação e manutenção de florestas destinadas ao uso industrial deverá

ser definida com base na data estimada do primeiro corte acrescida de 6 (seis) meses e limitada a 96 (noventa e seis) meses. Em projetos para recomposição e manutenção de áreas de preservação e reserva legal terá carência de 12 (doze) meses.

· O crédito estará limitado a R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais), por beneficiário, independentemente de outros créditos ao amparo de recursos controlados do crédito rural.

· Se a atividade assistida requerer e ficar comprovada a capacidade de pagamento do beneficiário, poderá ser concedido mais de um financiamento para o mesmo beneficiário desde que o prazo entre formalização de uma operação e a anterior seja de pelo menos um ano.

· As adotadas pelo Banco;

· Não será admitida como garantia a constituição de penhor de direitos creditórios decorrentes de aplicação financeira.

· Deverá ser exigida do cliente a apresentação de declaração a respeito do cumprimento do limite de valor de financiamento;

· Deverá ser observada a regularidade ambiental da propriedade onde será implementado o projeto através do atendimento ao Código Florestal;

· As liberações serão parceladas, de acordo com os gastos nas fases de preparação, plantio e manutenção do cultivo florestal.

Beneficiários:

Itens Financiáveis

Encargos financeiros:

Participação:

Prazos para pagamento

Limites de Financiamento

Garantias do financiamento

Critérios Específicos

PRONAF - Floresta

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Finalidade:

Limites do financiamento:

Encargos Financeiros:

Prazos para pagamento:

5.2. PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA

5.2.1. Dotação Orçamentária para Alocação no Estado do Pará em 2010

Investimentos em projetos técnicos que demonstrem retorno financeiro e capacidade de pagamento suficientes do empreendimento e que preencham os requisitos definidos pela Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário para:

Ÿ Sistemas agroflorestais;

Ÿ Exploração extrativista ecologicamente sustentável, plano de manejo e manejo florestal, incluindo-se os custos relativos à implantação e manutenção do empreendimento;

Ÿ Recomposição e manutenção de áreas de preservação permanente e reserva legal e recuperação de áreas degradadas, para o cumprimento de legislação ambiental;

Ÿ Enriquecimento de áreas que já apresentam cobertura florestal diversificada, com o plantio de uma ou mais espécie florestal, nativa do bioma.

Até R$14.000,00: no caso de financiamentos com recursos do FNO, destinados exclusivamente para projetos de sistemas agroflorestais, exceto para beneficiários enquadrados nos Grupos “A”, “A/C” e “B”. Até R$7.000,00: demais casos

Até 20 (vinte) anos, contando com a carência do principal limitada a 12 (doze) anos, nos financiamentos contratados com recursos do FNO. Até 12 (doze) anos, contando com a carência do principal limitada a 8 (oito) anos em operações contratadas com outras fontes.

Para o exercício de 2010, a estimativa de recursos para alocação no Estado do Pará é de R$ 1.278,74 milhões, conforme demonstração no Quadro V. Esses recursos, originários das fontes de fomento (FNO, FAT, BNDES e OGU) e de sustentação econômica, deverão atender às necessidades de financiamento prioritárias, de acordo com a importância das atividades para a economia do Estado. Adicionalmente, também serão disponibilizados recursos do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDA) e Fundo da Marinha Mercante (FMM), cujas dotações em 2010 para aplicação na Amazônia são de, respectivamente, R$ 1 bilhão e R$ 150 milhões.

Taxa de juros de 1% ao ano

A distribuição de recursos por programas de financiamento é apresentada no quadro a seguir:

Quadro 14: Dotação orçamentária por fonte de recurso disponível para o ano de 2010.

Fonte: Banco da Amazônia

No anexo, apresentamos um quadro comparativo com as condições de cada uma das linhas de créditos apresentadas e disponíveis para a atividade florestal.

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6Entraves e Minimização

de Riscos

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PLANO SAFRA MADEIREIRADO ESTADO DO PARÁ

FLORESTAL

2010

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6. ENTRAVES E MINIMIZAÇÃO DE RISCOS PARA A ATIVIDADE FLORESTAL

O que pretendemos demonstrar neste capítulo são alternativas viáveis e eficientes para o suprimento de matéria prima no setor florestal de forma legalizada e sustentável, transformando seu potencial natural em ganhos econômicos e sociais. Nesse sentido, espera-se uma gradativa melhora na eficiência da atividade de produção florestal, agregando-se em todos os casos qualidade, transparência e agilidade, ordenando a atividade madeireira, e possibilitando o seu crescimento com políticas que visem disciplinar diretamente a exploração florestal do Estado do Pará.

A partir de reuniões realizadas nos foros especializados Câmara Técnica Setorial de Florestas, Comissão Estadual de Florestas e Fórum de Competitividade, agrupamos os principais entraves apontados como riscos ao desenvolvimento do setor florestal.

Quadro 15: Entraves e direcionamentos apontados para minimizar riscos a atividade florestal.

TE MA ENTRAVE DIRECIONAMENTO

Licenciamento Ambiental

Observância do prazo de análise estabelecido pela SEMA (20 dias reflorestamento e 40 dias PMFS)

Manter controle do andamento e prazo no

site da SEMA

Revisão do fluxo interno e estabelecimento de prazo de análise dos demais processos de licenciamento (LO,

LAR, etc.)

à produção florestal, necessárias para operacionalização da mesma, tais como portos, serrarias, entre outras, devem também ser submetidas a mecanismos

facilitadores e agilizadores

Credenciamento de profissionais para análise e vistoria de processos de

licenciamento

Adoção de procedimento semelhante do ITERPA e INCRA quanto a criação de um credenciamento de profissionais, como forma de cooperar com a realização de

serviços técnicos quando houver aumento significativo da demanda ou sempre que

necessário

Descentralização de determinadas competências para os municípios

Estabelecer níveis de gestão de acordo com a capacidade instalada de cada

município (técnicos, infra-estrutura, etc.)

Descentralizar o licenciamento dos projetos de reflorestamento e emissão do

CAR e LAR

Burocracia excessiva em projetos que já estão

em atuação

Implantação do mecanismo do POA automático para liberação imediata a

partir do 2° POA, uma vez que o já há uma excessiva análise criteriosa do PMFS e do 1° POA, sendo que não haverão grandes

alterações nos POA’s seguintes com maquinário, técnicas e pessoal, dessa

forma privilegiando aqueles que executam a atividade de forma correta e ordenada.

Aumento das parcerias para realização do Cadastro Ambiental

Rural –

CAR

Prosseguimento quanto a realização de parcerias com vistas a realização do CAR

as propriedades rurais do Estado como forma de divulgação e simplificação da necessidade de dar o primeiro passo à

regularização ambiental e fundiária

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TE MA ENTRAVE DIRECIONAMENTO

Falta ou comunicação deficiente entre os órgãos ambientais federais e estaduais

Melhoria na comunicação entre os órgãos ambientais, evitando, inclusive, divergências normativas e interpretativas que venham a

prejudicar os produtores rurais

Dificuldade de comunicação com os órgãos fundiários

Buscar meios de melhorar a comunicação com os órgãos fundiários, os quais são imprescindíveis no

processo de licenciamento ambiental com segurança de atividades florestais, face a

necessidade de regularização fundiária para tal

Infra-estrutura para o Licenciamento

Grande rotatividade e número insuficiente de técnicos

Buscar o aumento do número, bem como o provimento, de vagas destinadas aos técnicos,

tais como engenheiros, agrônomos, entre outros, com vistas a evitar a sobrecarga e a grande rotatividade atualmente observada

nos profissionais envolvidos no licenciamento e fiscalização

Falta de valorização adequada dos profissionais envolvidos na atividade

ambiental

Aprovação de produtividade para os técnicos da SEMA

Falta de investimentos na capacitação dos profissionais envolvidos na análise de

processos de licenciamento e na fiscalização ambiental

Investir na capacitação e atualização dos profissionais responsáveis pela análise e

acompanhamento dos processos

Falta de informação de base confiável, como no caso da base de dados do IBGE

Padronização de bases de referência para os projetos florestais no Estado

Qualidade dos Projetos Florestais

Deficiência de informações e qualificação na elaboração de mapas

Realização de cursos na área de geotecnologia e investimentos na aquisição de imagens mais precisas, atualizadas e com melhor resolução

Ausência de padrão na elaboração, análise e vistoria de projetos florestais

Padronização no processo de elaboração, análise e vistoria de projetos florestais

Divergências interpretativas de informações técnicas

- Oficinas de nivelamento entre analistas da SEMA e engenheiros consultores

- Elaboração de manuais de procedimentos padrões adotados pela SEMA, constando os

critérios técnicos adotados na análise e fiscalização de projetos

Deficiência acompanhamento mais efetivo na execução de projetos

florestais

Investir no monitoramento de projetos em execução, estimulando a preocupação quanto ao bom desempenho dos mesmos e, com isso tornando o mercado cada vez mais seletivo,

bem como aumentando a fiscalização da exploração florestal desordenada

Controle deficiente da movimentação de créditos florestais no SISFLORA

Designação de equipe de profissionais devidamente treinados para acompanhamento e realização de auditorias diárias no SISFLORA, com

o fito de analisar possíveis impropriedades na movimentação virtual de créditos florestais, tais

como percursos impossíveis ou improváveis, meios de transporte inadequados, entre outras

Licenciamento Ambiental

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TE MA ENTRAVE DIRECIONAMENTO

Planejamento da Produção

Falta de Planejamento das Atividades Florestais

Elaboração de cronograma de liberação dos projetos florestais no primeiro semestre de

2010, tomando por base os processos pendentes de análise na SEMA

Manejo Florestal Comunitário nos Assentamentos

Construção de um programa que permita segurança e transparência no manejo florestal

em áreas de assentamentos

Realização das concessões florestaisEstaduais

Lançar inicialmente o edital da Gleba Mamuru-Arapiuns no 1° semestre de 2010

Arcabouço Legal

Falta de regulamentação específica para projetos de reflorestamento.

Normatização da atividade do reflorestamento em âmbito estadual

Falta de Normas Técnicas ou Procedimentos florestais adequados a

Realidade Local

Normatização da atividade florestal em âmbito estadual adequados à realidade regional

Falta de adequação do marco regulatório estadual diante da nova política florestal

Revisão da Lei Estadual de Florestas

Ausência de norma específica para o licenciamento de atividades florestais

executadas em projetos de assentamento

Normatização da atividade florestal executada em áreas de assentamento

Instabilidade dos regulamentos da atividade florestal

Garantir atuação da Câmara TécnicaSetorial de Florestas, vedando a mudança de

regras técnicas sem sua prévia consulta e manifestação

Política Florestal de Desenvolvimento

Falta de padrão nos procedimentos de fiscalização da atividade florestal

Elaboração de Manual deProcedimentos de Fiscalização da atividade

madeireira do Pará

Ameaça e Invasão das áreas florestais Criação de um Grupo Especial para coibir as invasões de áreas florestais

Falta de estratégias de longo prazo para o setor florestal

Convergir às políticas florestais

Ausência de política de preços de produtos florestais oriundos de áreas

públicas

Garantir a cobrança de preços de produtos florestais, tanto nos contratos de transição como nas concessões florestais, viáveis e

compatíveis com o mercado

Modernização do Setor Florestal

Necessidade de modernização do setor florestal

Criação de um Programa de modernização do Setor Florestal, com linhas de créditos para

investimentos, assistência técnica, incentivos fiscais, etc.

Falta de qualidade na execução dos projetos florestais

Ações de capacitação e treinamento da mão-de-obra envolvida na atividade florestal

Falta de informações técnico-científicas sobre a atividade florestal

Definir espaços para pesquisa em tecnologia da madeira nos PCT e demais centros de

tecnologia existentes

Falta de orientação e capacitação dos assentados para execução de atividades

florestais de forma sustentável

Atividades de capacitação dos assentados para que possam eles mesmos executar

corretamente as atividades florestais sustentáveis, como PMFS.

Disseminação insuficiente das informações necessárias a regularização

fundiária e ambiental

Investimento na área de publicidade e propaganda com vistas a disseminar, através

dos meios de comunicação disponíveis, informações para regularização ambiental e

fundiária, principalmente para pequenos produtores, com ênfase no interior do Estado

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6.1. Outros Direcionamentos

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Além destes entraves apontados, várias outras indicações de ordem geral foram sugeridas no âmbito dos foros especializados, assim como durante as audiências públicas realizadas para discutir o Plano Safra Florestal Madeireira, tais como:

Verticalizar o setor produtivo por meio da agregação de valor na cadeia agroindustrial e conexão com os mercados regional, nacional e internacional;

Conferir prioridade às pequenas e micro-empresas regionais, nas ações de suporte e estímulo ao desenvolvimento na Amazônia;

Apoiar e fomentar atividades ambientalmente sustentáveis, com abertura de créditos, subsídios, pesquisa, informação sobre tecnologia;

Definir metas claras de taxas de desmatamento decrescentes, desestimulando a produção agropecuária em áreas de floresta nativa e a exploração florestal predatória e estimulando maior produtividade em áreas já degradadas;

Reestruturar o órgão ambiental estadual responsável pela política florestal no Pará, de modo a estabelecer um sistema de administração moderno e eficiente, dotado de recursos humanos, materiais e financeiros adequados;

Definir claramente metas e ações para a determinação e implementação de áreas de florestas para a produção comercial e para a conservação;

Direcionar as atividades econômicas de exploração florestal às áreas a serem institucionalizadas como pólos florestais, tendo em vista o desenvolvimento das atividades de forma permanente, sob o regime de produção sustentável;

Promover o desenvolvimento sustentável dos recursos florestais nas áreas alteradas por meio do reflorestamento, de sistemas agroflorestais e de manejo florestal;

Organizar a difusão de tecnologia florestal no meio rural para estimular o uso adequado dos recursos florestais;

Racionalizar as atividades de extração florestal de modo a minimizar o desperdício de madeira acarretado pelos métodos empíricos ora em uso e maximizar o valor econômico da floresta e a produtividade do setor;

Priorizar o manejo florestal sustentado, seguindo orientações de zoneamentos florestais e restrições de uso de espécies ameaçadas de extinção.

Todos esses indicativos foram considerados como instrumentos de planejamento para a proposição de ferramentas apresentadas neste Plano Safra na forma de calendários, cronogramas, critérios e indicadores, dentre outros. Alguns indicativos e proposições são de ordem geral e fogem a competência de um Plano Safra, porém, poderão auxiliar outros programas e políticas florestais.

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7Assistência Técnica e

Extensão florestal

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PLANO SAFRA MADEIREIRADO ESTADO DO PARÁ

FLORESTAL

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7. ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO FLORESTAL

dequar-se as sucessivas mudanças na legislação federal e estadual que regem a atividade Aflorestal, inverter a lógica de investimentos na etapa de elaboração do projeto, direcionando os esforços a execução da atividade, garantir a qualidade do manejo florestal em todas as suas etapas, são elementos essenciais para o avanço da atividade florestal madeireira no Estado do Pará. Tais mudanças e a garantia da qualidade do produto florestal final passam obrigatoriamente por ações de capacitação, assistência técnica e extensão florestal.

Para que a atividade florestal seja competitiva no mercado internacional, é preciso que seja modernizada, com uma mão-de-obra qualificada e a adoção de práticas de manejo florestal e exploração de impacto reduzido, garantindo um padrão de qualidade que atenda as exigências crescentes do mercado consumidor mundial.

Na última década, várias iniciativas governamentais e não governamentais foram desenvolvidas voltadas a capacitação, dentre as quais, destaca-se a criação do Centro Nacional de Apoio ao Manejo Florestal (CENAFLOR). No entanto, estas iniciativas não tem sido suficientes para atender a demanda crescente de qualificação de mão-de-obra. Estima-se que com o avanço das concessões florestais, haverá um aumento expressivo na contratação de mão-de-obra qualificada para atividades do manejo florestal e exploração de impacto reduzido.

O CENAFLOR foi legalmente criado como um Centro Especializado no âmbito do IBAMA através da Portaria IBAMA N°. 56, em 07 de outubro de 2003. Atualmente é competência do Serviço Florestal Brasileiro (SFB). A criação deste Centro Especializado teve motivação na falta de capacitação de pessoal, sendo este, um limitante para a adoção do manejo florestal e de exploração de impacto reduzido.

A principal demanda para uma instituição como o CENAFLOR está no apoio as iniciativas de capacitação de Manejo Florestal, além de contribuir na disseminação das boas práticas florestais e difusão de conhecimentos técnicos, científicos e tecnológicos da atividade florestal.

Com a realização de atividades de capacitação da mão-de-obra florestal, vários benefícios são possíveis como: i) aprimorar técnicas de manejo florestal, voltadas a produção sustentável de produtos e serviços; ii) disseminar o manejo florestal sustentável, contribuindo na implementação da atividade nos rincões da Amazônia; iii) Auxiliar no desenvolvimento de novas técnicas e avanços na atividade florestal; iv) Acessar as novas técnicas e tecnologias disponíveis no mercado; v) Atuar na melhoria constante da mão-de-obra florestal; vi) Promover o uso múltiplo da floresta e agregar valor aos produtos e serviços florestais.

No ano de 2004 haviam cinco Centros de Treinamento vinculados ao CENAFLOR atuando com capacitação florestal: INAM, PROMATEC, Centro Florestal Mil Madeireira, Projeto Jamanchin (SENAI-MT/COIMAL) e pela FFT/IFT. Atualmente apenas o IFT no Pará e o PROMATEC no Acre continuam em funcionamento.

Os Centros de Treinamento tem como função o apoio à capacitação e treinamento de pessoal para atuar nas bases operacionais, promover cursos de treinamento e atividades de extensão para público selecionado, apoiar a pesquisa científica aplicada, desenvolver e ou aprimorar modelos, métodos e materiais de treinamento em manejo florestal, avaliar e monitorar os cursos de treinamento e capacitação realizados.

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Box 1: Instituto Floresta Tropical

O Instituto Floresta Tropical (IFT) foi o primeiro centro de treinamento da Amazônia. Há mais de 15 anos, suas ações-chaves são a capacitação e treinamento de profissionais, tomadores de decisão, estudantes e membros de comunidades florestais nas práticas de manejo. Para isso, conta com uma estrutura que inclui um Centro de Manejo Florestal em Paragominas, em parceria com a empresa certificada Cikel Brasil Verde, que dispõe de 5 mil hectares de florestas manejadas para demonstrações e treinamento. Graças a outras parcerias, o Centro de Manejo Roberto Bauch conta também com tratores de exploração florestal e equipamentos diversos para aplicar as práticas de manejo. O IFT possui hoje um portfólio de 8 cursos práticos em manejo florestal que podem ser executados no Centro de Manejo ou nas próprias áreas das empresas e comunidades.

Além de capacitação e treinamento, outras atividades executadas pelo IFT são iniciativas de disseminação e sensibilização em manejo florestal e pesquisa aplicada, com o objetivo de aprimorar o manejo florestal em direção a uma maior sustentabilidade. Existem diversos experimentos importantes locados hoje no Centro de Manejo com o objetivo de melhor entender a dinâmica de crescimento das florestas manejadas e determinar o impacto da exploração sobre espécies florestais sensíveis, além de testar vários tratamentos silviculturais pós-exploratórios.

Como reconhecimento do trabalho do IFT como centro de excelência na área florestal, o Instituto recebeu uma menção honrosa do Prêmio Chico Mendes de Meio Ambiente em 2009. O IFT é hoje também uma das organizações ambientalistas representantes da região Norte brasileira no Conselho Nacional de Meio Ambiente, CONAMA, e membro da Câmara Técnica Federal de Florestas e Atividades Silvipastoris. O CMF Roberto Bauch é considerado um dos casos exemplares de manejo florestal nos trópicos pela FAO, e recentemente a Organização Internacional de Madeiras Tropicais, o ITTO, um dos apoiadores históricos do trabalho do IFT, reconheceu o projeto da organização na área de capacitação, treinamento e sensibilização como um dos dois melhores projetos financiados pela entidade na atualidade.

7.2. Programa de Assistência Técnica e Extensão Florestal

Faz-se necessário a estruturação de um programa de assistência técnica e extensão florestal em nível estadual que possa atender a demanda crescente de atividades florestais desenvolvidas por empresas, comunidades e famílias. Para tanto, alguns aspectos sobre o contexto atual da atuação de técnicos e engenheiros florestais junto aos projetos florestais são importantes de serem ressaltados. Alguns dos entraves relacionados diretamente à falta de capacitação são:

Inconsistência técnica dos projetos elaborados. A baixa qualidade dos projetos influencia diretamente no tempo de permanência de um projeto em análise, interferindo negativamente nos prazos de licenciamento;

A alta rotatividade de técnicos no órgão ambiental, relacionados a fatores como baixos salários, instabilidade, prazos curtos e insegurança, ocasiona uma série de prejuízos ao processo de análise e fiscalização de projetos florestais, tais como: diferentes níveis técnicos entre os analistas responsáveis pela análise e fiscalização e consequentemente gerando diferentes resultados;

Atualmente existem tecnologias de geoprocessamento e georreferenciamento que permitem uma velocidade de análise e resultados bem satisfatórios relacionados ao monitoramento do uso florestal. No entanto, observa-se uma baixa qualidade no desenvolvimento de atividades de geotecnologia por técnicos;

A falta de padrão na elaboração, análise e vistoria de projetos florestais, gera critérios subjetivos que permitem a aprovação e condução de projetos sem que haja um padrão único de qualidade;

Dificuldades de compreensão e acompanhamento da legislação florestal para que haja o devido enquadramento dos projetos florestais.

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Esses aspectos reforçam a necessidade de ampliar as ações de capacitação não apenas aos trabalhadores florestais, mas também junto aos técnicos de OEMA's e técnicos e engenheiros florestais de empresas privadas. Há a necessidade de destinação de novas áreas para desenvolvimento de centros de treinamento e difusão florestal que possam realizar cursos (teóricos e práticos) e pesquisas voltadas a atividade de manejo florestal, além do fortalecimento dos já existentes, auxiliando os projetos de manejo instalados no Estado, assim como atuar diretamente na formação e desenvolvimento da capacitação dos profissionais.

O apoio técnico aos técnicos florestais deve-se dar nos dois lados do balcão, ou seja, direcionados aos técnicos de empresas privadas que elaboram e executam projetos florestais, assim como os técnicos que analisam e vistoriam esses projetos florestais, garantindo padronização e qualidade em todo o processo de construção dos projetos florestais.

O programa de aprimoramento e nivelamento deve ser constante e dinâmico, através da criação de uma agenda de eventos técnicos a ser publicada anualmente, promovendo o aprimoramento técnico, o aperfeiçoamento na elaboração de projetos florestais, a discussão dos temas relacionados ao licenciamento ambiental e garantindo a participação dos técnicos e tomadores de decisão do setor produtivo e governamental.

Além da atuação junto aos técnicos, há necessidade de criação de um programa voltado a qualificação da mão-de-obra florestal que atua em projetos de manejo florestal, garantindo a qualidade dos produtos e serviços das florestas e a sua manutenção. Em estudo realizado pelo IMAZON (2010), para avaliar a qualidade do manejo florestal em áreas autorizadas pela SEMA, detectou que na maioria (64%) dessas áreas o manejo era de qualidade intermediária; em outros 14% a qualidade era boa; e somente em 22% a exploração era de baixa qualidade.

Para ampliar a qualidade dos projetos florestais no Estado, várias ações são necessárias, das quais, destacamos:

Incentivar e desenvolver programas de capacitação no setor governamental, municipal e estadual, e no âmbito empresarial, comunitário e de lideranças político-sociais, no que tange à legislação e à gestão ambiental e princípios de desenvolvimento sustentável;

Dotar as instituições de ensino, de infra-estrutura e pessoal necessários à formação de recursos humanos voltados para a realidade regional, visando dar suporte técnico-científico para a implementação de políticas ambientais e florestais;

Desenvolver seminários e workshops dirigidos aos técnicos extensionistas e produtores/empresários, objetivando seu nivelamento quanto à boa prática ambiental no meio rural e à transferência de técnicas ambientais mitigadoras e potencializadoras;

Capacitar recursos humanos ligados à pesquisa e tecnologia nas áreas de silvicultura tropical, gestão ambiental, tecnologia e comercialização de produtos florestais;

Capacitar o pequeno produtor para a adoção de tecnologias de padrões internacionais de mercado;

Promover capacitação nas áreas de recursos genéticos, biotecnologia, biossegurança, marketing de produtos florestais, fontes alternativas de energia, tecnologia de alimentos, transportes aquaviários, aproveitamento de várzeas, aqüicultura, pesca artesanal, tecnologia mínero-metalúrgica e turismo;

Apoiar a organização de unidades econômicas, cooperativas e associativas para que se tornem capazes de gerar seus próprios negócios;

Incentivar a utilização de meios de comunicação via satélite para treinamentos de educação a distância e video-conferência.

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Esses direcionamentos podem ser agrupados em duas vertentes: 1) A estruturação e fortalecimento de um Programa de Capacitação Florestal para grandes e médias empresas florestais que já atuam com manejo florestal. Essa capacitação deve-se dar através dos Centros de Treinamentos já existentes e em funcionamento, a exemplo do Instituto Floresta Tropical com mais de quinze anos de atuação com capacitações e ainda incentivar a criação de novos centros de treinamento. 2) Criar um Programa Estadual de Assistência Técnica e Extensão Florestal voltado para produtores florestais comunitários e familiares. Esse programa deverá ser criado e implementado em parceria com o IDEFLOR e a EMATER e demais órgãos governamentais que se relacionem com a atividade florestal, visando garantir o apoio necessário ao desenvolvimento da atividade do manejo florestal no Estado do Pará.

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8Medidas Estruturais

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PLANO SAFRA MADEIREIRADO ESTADO DO PARÁ

FLORESTAL

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8. MEDIDAS ESTRUTURAIS

8.1. Critérios para Planejamento

ara planejar o desenvolvimento de um projeto florestal, o produtor precisará definir claramente Pseus objetivos, isto é, definir o que se pretende como produto final, qual o período previsto da colheita, além de planejar a elaboração e liberação do projeto junto ao órgão ambiental responsável. Definir os objetivos é o primeiro passo para se calcular quais e quantos recursos (econômicos, técnicos, mercadológicos, ambientais e humanos) serão necessários para a realização do projeto em questão. Como subsídio para o planejamento, se faz necessário definir alguns critérios que auxiliarão a orientar as decisões que permitirão o melhor uso dos recursos naturais presentes em sua propriedade.

Algumas questões-chaves para o planejamento passam por decisões aparentemente simples que se não forem devidamente consideradas poderão trazer prejuízos pela falta de controle das variáveis de seu projeto florestal.

Ÿ Diversidade de espécies florestais: definir a diversidade de espécies está relacionado diretamente com o dimensionamento de equipe, máquinas e equipamentos;

Ÿ Época de colheita e de comercialização da produção: o investimento realizado só se tornará viável se houver prazo e condições para que haja a colheita e comercialização do produto;

Ÿ Tamanho da área do projeto: dimensionar a área de produção determinará o retorno econômico e o total de investimentos necessários ao alcance do sucesso do empreendimento;

Ÿ Dimensionamento da produção anual: é fundamental que seja considerado o ciclo de corte e a sustentabilidade do negócio a partir do dimensionamento anual;

Ÿ Distância da propriedade do local de processamento: a logística é um dos principais custos envolvidos com a produção florestal, principalmente por estar longe dos grandes centros urbanos, é fundamental que esses custos sejam dimensionados corretamente e ainda o planejamento do escoamento dessa produção;

Ÿ Disponibilidade e especialização da mão-de-obra: para uma boa produção, uma equipe capacitada é peça chave, garantindo a qualidade do produto final e atendimento das exigências mercadológicas.

Uma vez definidos os critérios do sistema de produção é fundamental, dentro de um enfoque sistêmico, planejar a realização do ciclo de produção ao longo dos anos, para otimizar o aproveitamento dos recursos naturais e evitar o rompimento da sustentabilidade do empreendimento. Com base nessas diretrizes, o produtor poderá escolher a melhor forma de utilização dos recursos, o período de atividade durante o ano, a manutenção do projeto, bem como da propriedade e também considerar as eventuais oscilações mercadológicas e climáticas, aumento da produção por área e a possibilidade de agregação de valor aos produtos finais.

Nesse sentido, o Plano Safra Florestal pretende sugestionar alguns instrumentos de apoio as decisões do produtor florestal:

Quadro 16: Calendário de apresentação e licenciamento de projetos florestais no Estado do Pará.

Protocolo do Projeto

na

SEMA

pela SEMA

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Projeto de Manejo Florestal

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2011

Projeto de Reflorestamento

(a ser implantado)

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2011

Levantamento

Circunstanciado

(implantado)

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2011

Projeto de Supressão Vegetal

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2011

Liberação dos Projetos Florestais pela SEMA

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8.3. BOAS PRÁTICAS FLORESTAIS

As novas técnicas e tecnologias desenvolvidas nos últimos anos permitiram o aperfeiçoamento das práticas florestais visando o melhor aproveitamento dos recursos e serviços da floresta, considerando o respeito aos mecanismos sociais e ambientais do local. Citamos a seguir, alguns exemplos para o desenvolvimento de projetos nessas bases:

Ÿ Utilização de espécies e proveniências adaptadas à região, ao solo e as condições climáticas;

Ÿ Utilização de espécies com qualidade genética e que tenham sido produzidas em viveiros cadastrados pela Secretaria de Agricultura. Para as situações em que esteja previsto o preparo de mudas ou coleta de sementes na área do projeto, estas devem ser cadastradas e preferencialmente certificadas de acordo com a regulamentação vigente;

Ÿ Aproveitamento da regeneração natural existente na área de exploração florestal, de acordo com os objetivos do projeto, priorizando aquelas que estejam em bom estado vegetativo;

Ÿ Atentar para a existência de redes viárias e linhas de transmissões próximas a plantios florestais, tendo-se o cuidado de manter aceiros para evitar alastramento de fogo em casos de incêndios florestais;

Ÿ Conservação de fragmentos florestais em áreas a serem implantados reflorestamentos, garantindo a manutenção de espécies de fauna e flora e compondo um mosaico de áreas com diferentes estágios sucessionais;

Ÿ A utilização de árvores em locais com declive acentuado deve-se executar segundo as curvas de nível, evitando deslizamentos na área;

Ÿ Recolher os resíduos gerados no projeto, tais como: embalagens, resíduos vegetais, sacos plásticos, caixas diversas, restos de produtos, águas de lavagem de máquinas e óleos, de preparação de produtos e das áreas de arborização, para locais devidamente apropriados;

Ÿ Não destruir locais de valor arqueológico, patrimonial ou cultural, bem como respeitar os valores das comunidades do entorno da área de implantação do projeto;

Ÿ Proceder à remoção de depósitos de entulhos e outros resíduos próximos ao projeto que possam contaminar as espécies a instalar.

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9Gestão da Safra Florestal

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PLANO SAFRA MADEIREIRADO ESTADO DO PARÁ

FLORESTAL

2010

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9. GESTÃO DO PLANO SAFRA FLORESTAL

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Instituído pelo Decreto Estadual Nº 2.235, de 7 de abril de 2010, o Plano Safra Florestal objetiva fortalecer a cadeia produtiva florestal, articulando as diversas políticas, programas, ações e iniciativas de cunho governamental e não governamental. Nesse sentido, o Art. 2º designa a coordenação pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará - IDEFLOR, a quem compete a sua elaboração e publicação, com o assessoramento da Câmara Técnica Setorial de Floresta - CTSF e apoio de todos os órgãos públicos estaduais que, direta ou indiretamente, atuem na política florestal do Estado do Pará.

Além da coordenação geral do IDEFLOR, é fundamental que haja um sincronismo com as demais secretarias do Governo do Estado (SEDECT, SEFA, SEMA, EMATER, SAGRI, etc.) para seu correto funcionamento e implementação, onde destacamos o papel essencial da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), responsável pelo licenciamento e fiscalização dos projetos florestais do Estado.

Considerando a necessidade de acompanhar a dinâmica da produção, o Art. 3º cria a periodicidade anual para sua revisão, dispondo sobre o planejamento da atividade florestal a ser executada durante a safra do ano seguinte para os produtos florestais, devendo-se conferir ampla publicidade, inclusive através de meios eletrônicos e da realização de oficinas e palestras, com a participação dos interessados e a democratização das informações.

O decreto institui ainda que o Plano Safra Florestal, quando elaborado separadamente para produtos florestais madeireiro e não-madeireiro, deverão ser revistos no primeiro trimestre de cada ano, no caso de produtos florestais madeireiros, dispondo sobre o planejamento da atividade florestal madeireira a ser executada durante a safra do mesmo ano, e no último trimestre de cada ano anterior, no caso de produtos florestais não-madeireiros, dispondo sobre o planejamento da atividade florestal não-madeireira a ser executada durante a safra do ano seguinte.

O decreto institui ainda que para elaboração do referido Plano deverão ser observados e cumpridos meios que possibilitem a participação popular, em especial consultas públicas nos municípios pólos das regiões de base florestal, onde serão coletadas sugestões para seu aperfeiçoamento e representação dos anseios dos segmentos envolvidos com a atividade florestal.

Para o ano de 2010, o Plano de Safra Florestal referente aos produtos madeireiros será publicado no segundo trimestre do ano em curso. Ressaltamos a inovação do plano safra que pela primeira vez foi elaborado para a atividade florestal, anteriormente sendo elaborado somente para as atividades agrícolas e pecuária.

A composição do Plano de Safra Florestal é definida no Art. 4º do Decreto que indica os seguintes elementos:

I - Diagnóstico, contendo a descrição e os entraves para o desenvolvimento da atividade florestal;II - Identificação das políticas públicas que influem na área florestal;III - Planejamento da Produção Florestal para o respectivo ano, considerando:a) os produtos florestais madeireiros;b) as diversas fontes de produção, tais como concessão florestal estadual e federal;c) PMFS em áreas privadas e comunitárias; projetos de reflorestamento e supressões florestais autorizadas;c) objetivos da política estadual de florestas;d) os instrumentos de fomento e apoio florestal disponíveis, a exemplo do crédito florestal e dos programas de pesquisa e a assistência técnica e extensão florestal;e) as ações e prioridades para o fortalecimento e desenvolvimento das atividades de base florestal;f) calendário de licenciamento ambiental dos projetos florestais;g) gerenciamento e indicadores do Plano Safra Florestal.

Plano Safra Florestal Madeireira procurou condensar o acúmulo das discussões que vem sendo desenvolvidas nos últimos anos, nos diversos foros especializados (GT Madeira e Móveis do

Fórum de Competitividade, Câmara Técnica Setorial de Florestas, Comissão Estadual de Florestas, entre outras) nas questões florestais, para que a partir desse base, avançar na implementação de ações sólidas que auxiliem o desenvolvimento da atividade florestal madeireira no Estado do Pará.

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A partir desse formato, faz-se necessário a criação de uma agenda de trabalho que proporcione a implementação das ações ora apresentadas nesse plano, bem como monitorar sua implementação, retroalimentando o processo. Essas ações deverão constar no planejamento anual do Governo do Estado para as atividades florestais.

Importante destacar que o Plano Safra Florestal não é um documento estático, devendo ser constantemente revisto, com objetivo de atualização de dados, incorporação de novas informações e que possa representar um balizador para planejamento da política de produção florestal sustentável no Estado do Pará. Além da revisão, é fundamental que haja o monitoramento das ações propostas, garantindo o fornecimento de matéria-prima, avanços na verticalização da produção industrial, na agregação de valor e incremento tecnológico dos produtos madeireiros, elevando o Pará a um novo patamar de desenvolvimento florestal.

A partir dos entraves e direcionamento apontados ao longo do estudo da safra florestal madeireira, elaboramos quatro critérios e indicadores para uma boa safra florestal no Estado do Pará. Para cada indicador, foram gerados três verificadores que indicarão o status de Bom a Insuficiente para a safra florestal em um período de um ano (Quadro 17).

9.1. INDICADORES DE ACOMPANHAMENTO PARA UMA BOA SAFRA FLORESTAL

Quadro 17: Critérios e indicadores para uma boa safra florestal no Estado do Pará

Acredita-se que é possível gerar novos critérios e indicadores que poderão ser agregados nas próximas safras florestais, ampliando o leque de variáveis que permitirão o desenvolvimento de uma boa safra florestal. No entanto, para iniciar uma gestão adequada da safra florestal, esses indicadores permitirão de imediato um acompanhamento efetivo de alguns principais gargalos relacionados a atividade florestal.

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10Considerações Finais

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PLANO SAFRA MADEIREIRADO ESTADO DO PARÁ

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10. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um dos primeiros passos para o desenvolvimento da atividade florestal madeireira no Estado do Pará é estimular a integração entre os elos da cadeia florestal, objetivando estabelecer mecanismos simples de comercialização entre a produção primária e secundária, apoiado pelo Governo por meio de mecanismos de apoio como tarifas apropriadas de imposto de circulação de mercadorias, por exemplo, incentivando assim o aumento do valor agregado dos produtos.

Medidas de apoio a produção e comercialização florestal madeireira, aliadas ao planejamento da atividade pelo produtor e técnico florestal resultarão em uma maior profissionalização do setor florestal que ainda apresenta gargalos estruturais que impedem esses avanços.

Uma etapa posterior as mudanças estruturais será promover o setor florestal-madeireiro em nível local, nacional e internacional, visando alcançar mercados potenciais, através de um serviço de divulgação com linguagem apropriada a diferentes públicos-alvo, tais como: o industrial, o exportador, o importador, e o consumidor em geral.

Faz-se necessário investir em capacitação e treinamento da mão-de-obra local, tendo em vista, as exigências mercadológicas. Isso pode trazer resultados em curto prazo com o apoio a promoção de cursos para áreas específicas do ciclo produtivo da madeira, como afiação, secagem, usinagem, produção, custo, controle de qualidade, gerenciamento, comercialização, além da continuidade de capacitação em exploração de impacto reduzido, manejo florestal, reflorestamento, entre outros.

Além do investimento local, a constituição de redes regionais e nacionais de serviços comuns e difusão tecnológica poderá auxiliar no intercâmbio de informações às empresas florestais madeireiras e promover os produtos desenvolvidos no âmbito local.

A matriz do desenvolvimento sustentável dos recursos florestais madeireiros apresenta uma estrutura adequada aos novos tempos de exigências globais sobre a temática ambiental. Na área de produtos florestais madeireiros, outros potenciais poderão ser desenvolvidos com vistas a uma atividade florestal de excelência, como: i) Desenvolvimento de informações tecnológicas de novas espécies madeireiras; ii) Fomento a novos processos, produtos e sistemas construtivos; iii) Produtos alternativos a partir do aproveitamento de resíduos; iv) Tecnologia mais limpa; v) Energia a partir da biomassa florestal e; vi) Mercado voluntário de carbono.

Além do papel do empreendedor, faz-se necessário a participação preponderante do setor público na condução da política florestal. Cada vez mais, o dialogo entre o setor privado com o governo na busca de estratégias que diminuam os impactos contrários ao desenvolvimento florestal, que vem sendo prejudiciais ao longo dos últimos acontecimentos no mercado financeiro mundial, e que certamente comprometerá a competitividade da indústria florestal.

Na última década, a atividade florestal do Pará iniciou um processo de grandes modificações em sua concepção e realização na forma de uso dos recursos florestais. Essa mudança está na pauta de trabalho do Governo do Estado tendo em vista o uso sustentável dos recursos. Essas mudanças visam o ordenamento da atividade e o estabelecimento de uma economia construída em bases duráveis e estáveis.

Assim, é preciso empreender ações e criar instrumentos que permitam a transição dos processos, entre o atual estágio e o futuro modelo de operação do setor florestal paraense, viabilizando a manutenção dos empregos e divisas geradas pela terceira atividade de maior expressão econômica do Estado.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos o apoio financeiro do Programa Pará Rural, coordenado pela Secretaria de Estado de Projetos Especiais, seu coordenador Igor Galvão e Roseli Menezes;

As contribuições enviadas durante o período de consultas públicas do Plano Safra Florestal que auxiliaram de forma preponderante a construção deste documento;

A concepção e estruturação preliminar pelos membros da Câmara Técnica Setorial de Florestas, através do GT Plano Safra Florestal, aos Srs(as) membros do GT, Justiniano Netto (coordenador), Raimundo Moraes (MPE), Milton Antônio da Costa (CNS), Denys Pereira (IMAZON), William Moraes (FETAGRI), Marcial Maciel (SAGRI), Fernanda Belusso (UNIFLOR), Edson Barbosa (Ideflor), Andréa Motta (SEMA), Regina Célia de Jesus (BASA), Charles R. Santos (Banco da Amazônia), Milton Antônio Santos (CNS), Edson Barbosa (Ideflor) e Zilma Nascimento (Ideflor)

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente pela disponibilização dos dados referentes aos projetos florestais do Estado do Pará;

Aos especialistas da Câmara Técnica Setorial de Florestas que contribuíram durante as reuniões com Contribuições para aperfeiçoamento deste trabalho;

Ao apoio da equipe do IDEFLOR, Sras. Zilma Nascimento e Priscila Magalhães, e as contribuições feitas pelo Dr. Jorge Yared.

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Anexos

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Maio03 - Dia do Pau-Brasil e do Solo25 - Dia do Trabalhador Rural29 - Dia do Geógrafo30 - Dia do GeólogoJunho

05 - Dia Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia17 - Dia Mundial da Luta contra a Desertificação28 - Dia do ipê Amarelo

Janeiro11 - Dia do Controle da poluição por Agrotóxico

Fevereiro02 - Dia Mundial das Zonas Úmidas06 - Dia do Agente de Defesa ambiental

Março 01 - Dia do Turismo Ecológico21 - Dia Mundial de Florestas

Abril15 - Dia Nacional da Conservação do Solo22 - Dia da Terra

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Janeiro Fevereiro Março

Abril Maio Junho

Calendário para Reflorestamento

Ÿ Preparo da área do viveiro;Ÿ Aquisição de semente;Ÿ Repicagem;Ÿ Preparo do solo;Ÿ Derrubada;Ÿ Enleiramento.

Ÿ Preparo da área do viveiro;Ÿ Aquisição de semente;Ÿ Repicagem;Ÿ Preparo do solo;Ÿ Derrubada;Ÿ Enleiramento.

Ÿ Preparo da área do viveiro;Ÿ Aquisição de semente;Ÿ Repicagem;Ÿ Preparo do solo;Ÿ Derrubada;Ÿ Enleiramento.

Ÿ Aração/gradagem;Ÿ Marcação dos blocos;Ÿ Piqueteamento; Abertura de covas;Ÿ Tratos fitossanitários;Ÿ Tratos culturais.

Ÿ Aração/gradagem;Ÿ Marcação dos blocos;Ÿ Piqueteamento;Ÿ Abertura de covas;Ÿ Tratos fitossanitários;Ÿ Tratos culturais.

Ÿ Tratos fitossanitários;Ÿ Tratos culturais;Ÿ Desbaste;Ÿ Poda.

Anexo 1: Calendário do produtor florestal – reflorestamento

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Julho12 - Dia do Engenheiro Florestal17 - Dia da Proteção das Florestas

Agosto09 - Dia Internacional dos Povos Indígenas14 - Dia do Controle da Poluição Industrial

Setembro03 - Dia do Biólogo05 - Dia Mundial da amazônia21 - Dia da Árvore

Outubro04 - Dia do Patrono da Ecologia12 - Dia do Agrônomo15 - Dia da Educação Ambiental27 - Dia do engenheiro Agrícola

Novembro30 - Dia do Estatuto

Dezembro29 - Dia da Biodiversidade

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D S T Q Q S S

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5 6 7 8 9 10 11

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19 20 21 22 23 24 25

Julho Agosto Setembro

Outubro Novembro Dezembro

24 25 26 27 28 29 30

31

28 29 30 26 27 28 29 30 31

Ÿ Elaboração do Projeto;Ÿ Apresentação junto a SEMA.

Ÿ Elaboração do Projeto;Ÿ Apresentação junto a SEMA;Ÿ Tratos fitossanitários;Ÿ Tratos culturais;Ÿ Desbaste;Ÿ Poda.

Ÿ Tratos fitossanitários;Ÿ Tratos culturais;Ÿ Desbaste;Ÿ Poda.

Ÿ Tratos fitossanitários;Ÿ Tratos culturais;Ÿ Desbaste;Ÿ Poda.

Ÿ Preparo da área do viveiro;Ÿ Aquisição de semente;Ÿ Repicagem;Ÿ Preparo do solo;Ÿ Derrubada;Ÿ Enleiramento.

Ÿ Aração/gradagem;Ÿ Marcação dos blocos;Ÿ Piqueteamento;Ÿ Abertura de covas;Ÿ Tratos fitossanitários;Ÿ Tratos culturais.

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Calendário do Manejo Florestal

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1 2 3

4 5 6 7 8 9 10

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18 19 20 21 22 23 24

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D S T Q Q S S

1

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16 17 18 19 20 21 22

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D S T Q Q S

1 2 3

6 7 8 9 10 11

13 14 15 16 17 18

20 21 22 23 24 25

27 28 29 30

Janeiro Fevereiro Março

Abril Maio Junho

D S T Q Q S S

1 2

3 4 5 6 7 8 9

10 11 12 13 14 15 16

17 18 19 20 21 22 23

24 25 26 27 28 29 30

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D S T Q Q S S

1 2 3 4 5 6

7 8 9 10 11 12 13

14 15 16 17 18 19 20

21 22 23 24 25 26 27

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D S T Q Q S

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7 8 9 10 11 12

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28 29 30 31

S

5 6

13

20

27

S

4 5

12

19

26

Maio03 - Dia do Pau-Brasil e do Solo25 - Dia do Trabalhador Rural29 - Dia do Geógrafo30 - Dia do GeólogoJunho

05 - Dia Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia17 - Dia Mundial da Luta contra a Desertificação28 - Dia do ipê Amarelo

Janeiro11 - Dia do Controle da poluição por Agrotóxico

Fevereiro02 - Dia Mundial das Zonas Úmidas06 - Dia do Agente de Defesa ambiental

Março 01 - Dia do Turismo Ecológico21 - Dia Mundial de Florestas

Abril15 - Dia Nacional da Conservação do Solo22 - Dia da Terra

Anexo 2: Calendário do produtor florestal – manejo florestal sustentável

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17 18 19 20 21 22 23

D S T Q Q S S

1 2 3 4 5 6

7 8 9 10 11 12 13

14 15 16 17 18 19 20

21 22 23 24 25 26 27

D S T Q Q S S

1 2 3 4

5 6 7 8 9 10 11

12 13 14 15 16 17 18

19 20 21 22 23 24 25

Outubro Novembro Dezembro

24 25 26 27 28 29 30

31

28 29 30 26 27 28 29 30 31

D S T Q Q S S

1 2 3

4 5 6 7 8 9 10

11 12 13 14 15 16 17

18 19 20 21 22 23 24

25 26 27 28 29 30 31

D S T Q Q S S

1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

29 30 31

D S T Q Q S S

1 2 3 4

5 6 7 8 9 10 11

12 13 14 15 16 17 18

19 20 21 22 23 24 25

26 27 28 29 30

Julho Agosto Setembro

Julho12 - Dia do Engenheiro Florestal17 - Dia da Proteção das Florestas

Agosto09 - Dia Internacional dos Povos Indígenas14 - Dia do Controle da Poluição Industrial

Setembro03 - Dia do Biólogo05 - Dia Mundial da amazônia21 - Dia da Árvore

Outubro04 - Dia do Patrono da Ecologia12 - Dia do Agrônomo15 - Dia da Educação Ambiental27 - Dia do engenheiro Agrícola

Novembro30 - Dia do Estatuto

Dezembro29 - Dia da Biodiversidade

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Anexo 3: Quadro Comparativo - Fomento florestal

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MMooddaalliiddaaddee PPrrooggrraammaa FFiinnaalliiddaaddee TTaaxxaa eeffeettiivvaa ddee jjuurrooss

aannuuaall AAttiivviiddaaddeess ffiinnaanncciiaaddaass

FFoonnttee ddee rreeccuurrssoo

LLiimmiittee ddee FFiinnaanncciiaammeennttoo//ppoorrttee

GGaarraannttiiaass

Programa de Financiamento do Desenvolvime

· Financiar implantação, ampliação, reforma, modernização e relocalização de empreendimentos; · Somente para aquisição de matérias-primas, de insumos, de bens e/ou de produtos necessários à formação/manutenção de estoque para desempenho da atividade do empreendimento com grande importância local, custeio isolado para reflorestamento, Sistemas Agroflorestais e Plano de Manejo Florestal Sustentável.

Mini 5,00 %

Pequeno 6,75 %

Médio 7,25 %

Grande

8,50 %

· agricultura; · pecuária; · silvicultura; · aquicultura; · pesca; · agroindústria (industrialização por associação, cooperativa, produtor, ou empresa rural na sua propriedade rural)

Fundo Constitucional de Financiamento do Norte - FNO

Mini 33.000

Pequeno 144.000

Médio 643.000

Grande

1.688.000

Hipoteca, penhor e aval

Pessoas físicas que se caracterizem como produtores rurais

FNO -Biodiversidade

Programa de Financiamento para Manutenção e Recuperação da Biodiversidade Amazônica

Contribuir para a manutenção e recuperação da biodiversidade da Amazônia, a partir da concessão de financiamentos a empreendimentos que privilegiem o uso racional dos recursos naturais, com adoção de boas práticas de manejo, bem como empreendimentos voltados para a regularização e recuperação de áreas de reserva legal degradadas/alteradas das propriedades rurais.

Mini

5,00 %

Pequeno

6,75 %

Médio

7,25 %

Grande

8,50 %

Mini, pequeno, médio e grande

4,0%

Em área de uso alternativo do solo:

·

Manejo florestal sustentável

·

Reflorestamento ·

Sistemas agroflorestais

·

Sistemas silvipastoris ·

Cadeia produtiva florestal

·

Serviços ambientais ·

Fauna silvestre

·

Plantas medicinais e aromáticas

·

Óleos essenciais ·

Recursos hídricos

Em área de Reserva Legal

·

Reflorestamento ·

Sistemas agroflorestais

·

Sistemas de produção em bases sustentáveis

Fundo Constitucional de Financiamento do Norte -

FNO

Mini

33.000

Pequeno

144.000

Médio

643.000

Grande

1.688.000

Hipoteca de imóvel rural ou urbano; Alienação Fiduciária;

Penhor Mercantil ou Rural;

Fiança Bancária;

Aval e Fiança de sócios e proprietários (não isoladas);

Penhor florestal dos produtos madeireiros

Pessoas físicas que se caracterizem como produtores rurais.

Populações tradicionais da Amazônia não contempladas pelo PRONAF

Pessoas jurídicas

PROPFlora

Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas

Contribuir para a redução do déficit existente no plantio de árvores utilizadas como matérias-primas pelas indústrias, principalmente moveleira ou ainda na implantação e manutenção de madeira utilizada no processo de secagem de produtos agrícolas ou industrial; Recomposição e manutenção de áreas de preservação e reserva legal.

8,75%

Preparação, plantio e manutenção de cultivo florestal

O crédito estará limitado a R$ 150.000,00

por beneficiário. Se comprovada a capacidade de pagamento do beneficiário, poderá ser concedido mais de um financiamento para o mesmo beneficiário após prazo de pelo menos um ano da contração inicial

Garantias usuais do Banco;

Não é admitida garantia por penhor de direitos creditórios de aplicação financeira.

Produtores rurais, pessoa física ou jurídica, associações e cooperativas de produtores rurais.

BeneficiáriosBeneficiários

FNO - AmazôniaSustentável Rural

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PRONAF Floresta

Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

Investimentos em projetos técnicos que demonstrem retorno financeiro e capacidade de pagamento suficientes do empreendimento e que preencham os requisitos definidos pela Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

1%

· Sistemas agroflorestais;

· Exploração extrativista ecologicamente sustentável, plano de manejo florestal, incluindo-se os custos relativos à implantação e manutenção do empreendimento;

·

Recomposição e manutenção de áreas de preservação permanente e reserva legal e recuperação de áreas degradadas, para legalização ambiental;

·

Enriquecimento de áreas que já apresentam cobertura florestal diversificada, com o plantio de uma ou mais espécie florestal nativa.

Fundo Constitucional de Financiamento do Norte -

FNO

Até R$14.000,00: no caso de financiamentos com recursos do FNO, destinados exclusivamente para projetos de sistemas agroflorestais, exceto para beneficiários enquadrados nos Grupos “A”, “A/C” e “B”.

Até R$7.000,00

nos demais casos.

Livremente negociado entre produtor e agente financeiro

Agricultores Familiares enquadrados no Pronaf.

MMooddaalliiddaaddee PPrrooggrraammaa FFiinnaalliiddaaddee TTaaxxaa eeffeettiivvaa ddee jjuurrooss

aannuuaall AAttiivviiddaaddeess ffiinnaanncciiaaddaass

FFoonnttee ddee rreeccuurrssoo

LLiimmiittee ddee FFiinnaanncciiaammeennttoo//ppoorrttee

GGaarraannttiiaass BeneficiáriosBeneficiários

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Anexo 4: Regiões de Integração do Estado do Pará e descrição de suas características

MUNICÍPIO

METROPOLITANA

Ananindeua

A região apresenta a maior população do estado (aproximadamente 2 milhões de habitantes), a maior

densidade demográfica, e os melhores índices de infra-estrutura econômica e social. O Produto Interno Bruto (PIB)

da região está concentrado nos setores de comércio e serviço (53,3%) e indústria (31,5%).

A atividade florestal é incipiente, porém há um parque industrial de

processamento de madeira nessa zona.

Belém

Benevides

Marituba

Santa Bárbara

GUAMÁ

Castanhal

A região apresenta uma densa rede rodoviária que se integra à BR-316, é eixo de ligação de Belém com outros

estados do Nordeste. O Guamá tem o maior oitavo PIB entre as regiões do estado. A maior contribuição é do setor terciário, o qual participa com 56% para o PIB total da

região. É uma região que necessita de políticas públicas voltadas para sua dinamização econômica, através do incentivo da verticalização da produção florestal

e de transformação de sua base produtiva.

Colares

Curuçá

Igarapé açú

Inhangapi

Magalhães Barata

Maracanã

Marapanim

Santa Isabel do Pará

Santa Maria do Pará

Santo Antônio do Tauá

São Caetano de Odivelas

São Domingos do Capim

São Francisco do Pará

São João da Ponta

São Miguel do Guamá

Terra Alta

Vigia

CAETÉS

Augusto Corrêa

A região abrange parte das antigas regiões Bragantina e Salgado. Assim como o Guamá, a região de Caetés já foi uma das mais dinâmicas do estado, mas hoje passa por uma fase

de estagnação. Considerando o seu PIB, a região está na décima primeira colocação. Sua participação no valor

adicionado do estado, no ano de 2004, foi insignificante, apenas 2,72%. A região necessita de políticas públicas de

incentivo à atividade econômica.

Bonito

Bragança

Cachoeiras do Piriá

Capanema

Nova Timboteua

Peixe Boi

Primavera

Quatipuru

Salinópolis

Santa Luzia do Pará

Santarém Novo

São João de Pirabas

Tracuateua

Viseu

REGIÃO DE INTEGRAÇÃO

DESCRIÇÃO

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MUNICÍPIO REGIÃO DE INTEGRAÇÃO

DESCRIÇÃO

LAGO DE TUCURUÍ

Breu Branco

A região abriga a grande hidrelétrica de Tucuruí, a qual abastece o setor elétrico de todo o Brasil. A maioria dos

municípios foram criados com a construção da usina. Considerando o seu PIB a região do lago ocupa a quarta

posição entre as demais do estado. Essa situação deve-se aos royalties pagos em função da hidrelétrica. Sua atividade

econômica

florestal é baseada principalmente na exportação de madeiras. Há ainda uma quantidade

expressiva de madeira submersa no lago, porém ainda não há nenhuma ação concreta para retirada desse quantitativo.

Goianésia do Pará

Itupiranga

Jacundá

Nova Ipixuna

Novo Repartimento

Tucuruí

XINGU

Altamira

A região tem baixa densidade populacional (1,2 hab/km²), devido a grande extensão de florestas. Essa região teve sua colonização dirigida pelo INCRA no início da década de 70, com a construção da BR-230, a rodovia Transamazônica. Considerando o seu PIB, a região está na oitava posição

dentre as 12 Regiões de Integração. Dadas as características do solo da região e das atividades já implantadas, pode-se

adotar como estratégia de desenvolvimento um grande projeto de incentivo ao manejo florestal comunitário.

Anapu

Brasil Novo

Gurupá

Medicilândia

Pacajá

Placas

Porto do Moz

Senador José Porfírio

Uruará

Vitória do Xingu

CARAJÁS

Bom Jesus do Tocantins

A região é fortemente polarizada pelas cidades de Marabá e Parauapebas. Ambas afetadas por processos migratórios decorrentes da exploração mineral em Parauapebas. A

região é o terceiro maior PIB do estado, atrás apenas das regiões metropolitana e tocantina. Contribuiu em 2004 com 16% do valor adicionado industrial do estado. Necessita de florestas energéticas que atendam a demanda de madeira

do pólo siderúrgico instalado na região.

Brejo Grande do Araguaia

Canaã dos Carajás

Curionópolis

Eldorado dos Carajás

Marabá

Palestina do Pará

Parauapebas

Piçarra

São Domingos do Araguaia

São Geraldo do Araguaia

São João do Araguaia

ARAGUAIA

Água Azul do Norte

A região é composta de municípios “jovens”, com atividades produtivas vinculadas à exploração mineral e produção

pecuária. Sofre com profundos conflitos agrários e ambientais. A região tem o sexto maior PIB estadual. A

atividade pecuária é bastante significativa na região. Em termo de valor adicionado essa atividade concentrou 62%

do VA regional no ano de 2004. Há potencial para o desenvolvimento de projetos agroflorestais.

Bannach

Conceição do Araguaia

Cumaru do Norte

Floresta do Araguaia

Ourilândia do Norte

Pau d’Arco

Redenção

Rio Maria

Santa Maria das Barreiras

Santana do Araguaia

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MUNICÍPIO REGIÃO DE INTEGRAÇÃO

DESCRIÇÃO

São Félix do Xingu

Sapucaia

Tucumã

Xinguara

BAIXO AMAZONAS

Alenquer

A preponderantemente para o rio. A região tem o quinto maior PIB do estado. Uma das atividades

de maior

crescimento é o turismo, que tem como atrações as praias, cachoeiras, lagos; excursões ecológicas e as numerosas

região é cortada pelo rio Amazonas na confluência com o rio Tapajós. A extração de madeira

é uma importantes atividade para a economia da região.

Nessa zona estão as primeiras áreas de concessão florestal no Estado, através da

licitação pública de Saracá-Taquera.

Almerim

Belterra

Curuá

Faro

Juruti

Monte Alegre

Óbidos

Oriximiná

Prainha

Santarém

Terra Santa

Aveiro

A região tem vastas áreas de florestas e tem um enorme potencial para o transporte hidroviário. A região tem o mais

baixo PIB do estado. O futuro da região está vinculado ao asfaltamento da BR-163. O asfaltamento da rodovia sem a

presença maciça do estado e sem a implantação efetiva das ações previstas pelo Plano de Desenvolvimento Sustentável

da BR-163, poderá ser fator de degradação ambiental e conflitos agrários. Há um potencial de crescimento da

atividade florestal em decorrência desse asfaltamento.

Itaituba

Jacareacanga

Novo Progresso

Rurópolis

Trairão

TOCANTINS

Abaetetuba

A região abriga o porto de Vila do Conde, o maior do estado. Suas principais cargas são minérios (bauxita), alumínio,

óleos combustíveis e madeira. Entre 2001 a 2004, o porto teve um incremento de 51% na movimentação

de cargas. O PIB da região, em função da atividade mineradora da Albrás e Alunorte, é o segundo maior do estado. Em termo de valor adicionado a região teve, em 2004, a maior participação do

setor industrial com cerca de 62%.

Acará

Baião

Barcarena

Cametá

Igarapé-Miri

Limoeiro do Ajuru

Mocajuba

Moju

Oeiras do Pará

Tailândia

MARAJÓ

Afuá

Anajás

Bagre

Breves

Cachoeira do Arari

Chaves

ARAGUAIA

Curralinho

Melgaço

Muaná

Ponta de Pedras

Portel

Salvaterra

Santa Cruz do Arari

São Sebastião da Boa Vista

Soure

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SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE

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PLANO SAFRA MADEIREIRADO ESTADO DO PARÁ

FLORESTAL

2010

SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE