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ESTADO DE MATO GROSSO CÂMARA MUNICIPAL DE VÁRZEA GRANDE LEI N.º 3.112/2007 Institui o Plano Diretor do Município de Várzea Grande e dá outras providências. TÍTULO I - DA FUNDAMENTAÇÃO CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1º Esta lei, com fundamento na Constituição Federal, em especial no que estabelecem os seus artigos 30 e 182, na Lei Federal n° 10.257/01 - Estatuto da Cidade, e na Lei Orgânica do Município de Várzea Grande, institui o Plano Diretor Municipal e estabelece as normas, os princípios básicos, as diretrizes e os instrumentos para sua implantação. Art. 2º O Plano Diretor, nos termos das leis que o compõem, aplica-se a toda a extensão territorial do Município de Várzea Grande, devendo ser implantado e interpretado em articulação com as diretrizes de desenvolvimento regional, definidas pelo Estado do Mato Grosso. Art. 3º As políticas, diretrizes, normas, planos e programas deverão atender ao estabelecido nesta lei e nas leis que integram o Plano Diretor. Art. 4º Integram o Plano Diretor, instituído pela presente Lei, as seguintes leis: I. Lei do Perímetro Urbano; II. Lei de Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo Urbano; III. Lei de Parcelamento do Solo Urbano; IV. Lei do Sistema Viário; V. Lei do Código de Obras; VI. Lei do Código de Posturas. Art. 5º O Plano Diretor, composto por toda a legislação básica definida no artigo anterior, deverá ser revisado e atualizado em um prazo máximo de 10 (dez) anos. Parágrafo único. Por ocasião da revisão e atualização do Plano Diretor, também deverão ser objeto de avaliação e revisão as leis específicas que vierem a regulamentar os instrumentos previstos no Título IV da presente lei. CAPÍTULO II - DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PLANO DIRETOR Art. 6º O Plano Diretor de Várzea Grande é o instrumento básico da política de desenvolvimento do Município e integra o processo de planejamento municipal, devendo o plano plurianual, a lei de diretrizes orçamentárias e o orçamento anual incorporar as diretrizes e as prioridades nele contidas.

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  • ESTADO DE MATO GROSSO CMARA MUNICIPAL DE VRZEA GRANDE

    LEI N. 3.112/2007

    Institui o Plano Diretor do Municpio de Vrzea Grande e d outras providncias.

    TTULO I - DA FUNDAMENTAO

    CAPTULO I - DAS DISPOSIES PRELIMINARES

    Art. 1 Esta lei, com fundamento na Constituio Federal, em especial no que estabelecem os seus artigos 30 e 182, na Lei Federal n 10.257/01 - Estatuto da Cidade, e na Lei Orgnica do Municpio de Vrzea Grande, institui o Plano Diretor Municipal e estabelece as normas, os princpios bsicos, as diretrizes e os instrumentos para sua implantao. Art. 2 O Plano Diretor, nos termos das leis que o compem, aplica-se a toda a extenso territorial do Municpio de Vrzea Grande, devendo ser implantado e interpretado em articulao com as diretrizes de desenvolvimento regional, definidas pelo Estado do Mato Grosso. Art. 3 As polticas, diretrizes, normas, planos e programas devero atender ao estabelecido nesta lei e nas leis que integram o Plano Diretor. Art. 4 Integram o Plano Diretor, institudo pela presente Lei, as seguintes leis:

    I. Lei do Permetro Urbano; II. Lei de Zoneamento de Uso e Ocupao do Solo Urbano; III. Lei de Parcelamento do Solo Urbano; IV. Lei do Sistema Virio; V. Lei do Cdigo de Obras; VI. Lei do Cdigo de Posturas.

    Art. 5 O Plano Diretor, composto por toda a legislao bsica definida no artigo anterior, dever ser revisado e atualizado em um prazo mximo de 10 (dez) anos.

    Pargrafo nico. Por ocasio da reviso e atualizao do Plano Diretor, tambm devero ser objeto de avaliao e reviso as leis especficas que vierem a regulamentar os instrumentos previstos no Ttulo IV da presente lei.

    CAPTULO II - DOS PRINCPIOS FUNDAMENTAIS DO PLANO DIRETOR Art. 6 O Plano Diretor de Vrzea Grande o instrumento bsico da poltica de desenvolvimento do Municpio e integra o processo de planejamento municipal, devendo o plano plurianual, a lei de diretrizes oramentrias e o oramento anual incorporar as diretrizes e as prioridades nele contidas.

    PROJETORealce

    PROJETORealce

  • Art. 7 Os princpios gerais do Plano Diretor de Vrzea Grande so: I. garantia da funo social da cidade e da propriedade; II. garantia da sustentabilidade municipal, entendida como o desenvolvimento local

    equilibrado nas dimenses sociais, econmica e ambiental, visando melhoria contnua da qualidade de vida das geraes presentes e futuras;

    III. garantia da gesto democrtica com a participao da populao no processo de planejamento e desenvolvimento do Municpio;

    IV. garantia do direito universal moradia, infra-estrutura, servios e equipamentos para os atuais habitantes e futuras geraes. Art. 8 So objetivos gerais da poltica de desenvolvimento municipal, regulamentada na presente Lei do Plano Diretor:

    I. aumentar a eficcia da ao governamental, promovendo a integrao e cooperao com outros municpios, com os governos Estadual e Federal e com a iniciativa privada no processo de planejamento e gesto das questes de interesse comum;

    II. fortalecer economicamente o municpio; III. garantir a acessibilidade da populao a qualquer parte do territrio, por meio de

    constantes melhorias nas vias urbanas e rurais e da otimizao do sistema de transporte pblico; IV. compatibilizar os usos do territrio garantindo a qualidade de vida de seus cidados e a

    proteo do meio ambiente; V. garantir a definio de um permetro urbano que atenda s necessidades de

    crescimento da populao, intensificando a ocupao urbana em reas ambientalmente aptas aos usos urbanos a expanso das redes de infra-estrutura, e reduzindo a dinmica de expanso perifrica do tecido urbano;

    VI. assegurar o cumprimento da funo social da cidade, coibindo a distoro de usos e a reteno especulativa de imveis;

    VII. contribuir para a construo e difuso da memria e da identidade do municpio, atravs da proteo do patrimnio histrico, artstico, cultural e paisagstico;

    VIII. suprimir barreiras e obstculos arquitetnicos nas vias, nos espaos pblicos, no mobilirio urbano, na construo e reforma de edifcios, garantindo a acessibilidade urbana aos portadores de deficincia fsica e com mobilidade reduzida;

    IX. garantir a justa distribuio de benefcios e nus da implantao de infra-estrutura e servios urbanos;

    X. fortalecer a gesto ambiental do municpio, visando o efetivo monitoramento e controle do meio ambiente;

    XI. estabelecer medidas para conservao dos remanescentes vegetais nativos existentes na rea rural;

    XII. preservar as reas de vrzea dos rios pertencentes ao territrio municipal e proteger a bacia hidrogrfica de manancial de abastecimento pblico;

    XIII. adequar o patrimnio imobilirio pblico s diretrizes de desenvolvimento econmico e social estabelecidas pela presente lei, em cumprimento ao disposto no caput do artigo 2 da Lei Federal n 10.257/2001;

    XIV. promover o planejamento integrado e a gesto democrtica no processo de desenvolvimento municipal;

    XV. promover a reestruturao administrativa da Prefeitura Municipal viabilizando o planejamento e gesto territorial, habitacional e ambiental;

  • XVI. promover a construo e manuteno de um sistema de informaes com cadastros urbanos, parmetros, indicadores e banco de dados setoriais que permitam o monitoramento e a avaliao sistemtica do desenvolvimento urbano e rural, garantindo acesso pblico a todos os cidados;

    XVII. adequar os instrumentos de poltica econmica, tributria e financeira aos objetivos do desenvolvimento urbano.

    Seo I Da Funo Social da Cidade e da Propriedade

    Art. 9 A funo social da cidade e da propriedade, no Municpio de Vrzea Grande, se dar pelo pleno exerccio, por todos, dos direitos a terra, moradia, ao saneamento, ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, ao transporte pblico, mobilidade e acessibilidade, aos meios de subsistncia, ao trabalho, sade, educao, cultura, proteo social, segurana, ao lazer, informao e aos demais direitos assegurados pela legislao vigente. Art.10 A propriedade imobiliria cumpre sua funo social quando respeitar as funes sociais da cidade e atender s exigncias fundamentais expressas no Plano Diretor, e for utilizada para:

    I. habitao, especialmente de interesse social; II. atividades econmicas geradoras de trabalho, emprego e renda; III. proteo e preservao do patrimnio ambiental e cultural; IV. equipamentos e servios pblicos; V. usos e ocupaes do solo, compatveis com a infra-estrutura urbana disponvel e de

    acordo com os parmetros mnimos definidos na Lei de Zoneamento do Uso e Ocupao do Solo e demais legislaes correlatas.

    1 O direito de propriedade sobre o solo no acarreta, obrigatoriamente, o direito de construir, cujo exerccio dever ser autorizado pelo Poder Executivo, segundo os critrios estabelecidos nesta Lei, na Lei de Zoneamento de Uso e Ocupao do Solo e no Cdigo de Edificaes e Obras.

    2 Os direitos decorrentes da propriedade individual estaro subordinados aos interesses da coletividade. Art.11 Em caso de descumprimento da funo social da cidade e da propriedade, regulamentadas pela legislao vigente, devero ser utilizados os instrumentos de poltica municipal constantes do Ttulo IV da presente Lei.

    Seo II - Da Gesto Democrtica e Participativa

    Art.12 A gesto das polticas pblicas municipais se dar de forma democrtica e participativa, atravs da promoo da participao direta dos cidados, individualmente ou por suas organizaes representativas, nos processos de planejamento, tomada de deciso e controle das aes pblicas, atravs de espaos institucionalizados em que a Administrao Pblica delegue o seu poder de deciso, garantindo:

    I. a transparncia, a solidariedade, a justia social e o apoio na participao popular; II. a ampliao e a consolidao do poder dos citadinos e de suas organizaes

    representativas na formulao das polticas e no controle das aes do Poder Pblico; III. a consolidao e o aperfeioamento dos instrumentos de planejamento e gesto das

    polticas pblicas e descentralizao das aes do governo municipal; IV. a capacitao em conjunto com a sociedade civil;

  • V. o estmulo aos conselhos e a outras entidades do movimento popular; VI. a instituio de espaos para discusso, avaliao e monitoramento da implantao do

    Plano Diretor. Art.13 Dever ser respeitada a participao de todas as entidades da sociedade civil organizada, bem como daqueles que tiverem interesse, na definio das polticas pblicas, programas, projetos, planos, diretrizes e prioridades contidas neste plano, de modo a garantir o controle direto das atividades e o pleno exerccio da cidadania, constituindo obrigao do poder pblico proceder efetiva convocao das entidades e cidados para as atividades onde tal participao for exigida.

    Seo III - Da Sustentabilidade Ambiental

    Art.14 Todas as aes contempladas nesta Lei tm como pressuposto a sustentabilidade ambiental, de acordo com o artigo 225 da Constituio Federal e com as polticas estaduais e federais de proteo ao meio ambiente, tendo por objetivo assegurar a preservao dos recursos naturais do Municpio de Vrzea Grande, necessrios qualidade de vida das populaes atuais e futuras. Art.15 dever de todos zelar pela proteo ambiental em todo o territrio do Municpio, de acordo com as disposies da Legislao Municipal e com as normas adotadas pelo Estado e pela Unio.

    TTULO II - DAS DIRETRIZES E AES DE DESENVOLVIMENTO

    Art.16 A consecuo do Plano Diretor dar-se- atravs da implementao de polticas e diretrizes setoriais que atendam os eixos: ambiental, econmico, de infra-estrutura e servios, social, institucional e socioespacial.

    Pargrafo nico. As diretrizes estabelecidas nesta Lei devero ser implementadas de forma integrada e simultnea pelo Poder Pblico Municipal, visando garantir a sustentabilidade do desenvolvimento local e regional. Art.17 Para garantir a implementao das diretrizes previstas nessa Lei, a Prefeitura Municipal dever implementar um Plano de Aes definindo prioridades e prazos.

    1 Os recursos necessrios para a implementao do Plano de Aes referido no caput deste artigo devero estar previstos na Lei de Diretrizes Oramentrias e nos oramentos anuais.

    2 Os Planos Plurianuais, a Lei de Diretrizes Oramentrias e os Oramentos Anuais devem ser elaborados e compatibilizados com o Plano de Aes, referido neste artigo, em processo que assegure ampla participao da cidadania na elaborao e controle social desses instrumentos.

    CAPTULO I - DAS DIRETRIZES DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL

    Seo I - Do Desenvolvimento Institucional Art.18 Para a consecuo da poltica de desenvolvimento institucional, devem ser observadas as seguintes diretrizes:

    I. reorganizar a estrutura administrativa da Prefeitura Municipal, redistribuir as competncias e fortalecer o quadro tcnico e de fiscais das Secretarias Municipais de

  • Planejamento, de Viao, Obras e Urbanismo e de Meio Ambiente e Agricultura, para garantir a implementao das diretrizes do plano diretor e a aplicao das leis urbansticas;

    II. reestruturar a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agricultura, visando a criao de poltica ambiental municipal, com legislao especfica;

    III. implantar um sistema de informaes integrado na Prefeitura Municipal, que inclua dados globais do Municpio e que seja alimentado de forma eficiente e contnua por todos os rgos municipais;

    IV. aumentar a integrao do Municpio de Vrzea Grande com o Municpio de Cuiab, os municpios da regio e os demais entes federativos, especialmente nas aes de planejamento socioespacial e ambiental e na execuo de programas e aes, de infra-estrutura e servios pblicos, em nvel intermunicipal;

    V. mover esforos para dotar o Aglomerado Urbano - Cuiab Vrzea Grande de competncia para a execuo, mediante receita oramentria prpria, de aes e projetos de interesse intermunicipal;

    VI. revisar o quadro de servidores municipais garantindo melhor conjugao entre cargos comissionados e cargos efetivos, e implantar programas de capacitao dos atuais servidores municipais;

    VII. realizar concurso pblico para a contratao de servidores efetivos para todas as secretarias, com prioridade para as Secretarias Municipais de Planejamento, de Viao, Obras e Urbanismo e de Meio Ambiente e Agricultura;

    VIII. implantar esferas institucionais que propiciem a participao popular no planejamento municipal e na atuao oramentria do Poder Executivo;

    IX. integrar o exerccio da fiscalizao de obras, posturas, uso e ocupao do solo, parcelamento do solo e meio ambiente;

    X. viabilizar o planejamento municipal integrado, articulando os diversos rgos e Secretarias Municipais.

    Seo II - Do Desenvolvimento Econmico

    Art.19 Para a consecuo da poltica municipal de desenvolvimento econmico devem ser observadas as seguintes diretrizes:

    I. promover a reestruturao do Distrito Industrial de Vrzea Grande; II. incentivar a formao e consolidao de Arranjos Produtivos Locais; III. fomentar as cadeias produtivas de couro, mveis, madeira, cermica e alimentos; IV. implantar programa de capacitao envolvendo todos os nveis hierrquicos das

    empresas que atuam na cadeia produtiva do couro, mveis, cermica e alimentos; V. identificar e divulgar as oportunidades de investimentos e negcios em Vrzea Grande,

    fomentando estudos e prospeco de novos mercados para os produtos locais; VI. apoiar as pequenas e mdias empresas para a insero no comrcio exterior; VII. divulgar, em parceria com o Estado do Mato Grosso, os produtos e potencialidades

    vrzea-grandenses nos mercados nacional e internacional; VIII. incentivar a organizao dos micro e pequenos produtores em associaes,

    cooperativas e consrcios de produo, visando a formao de redes locais; IX. incentivar o desenvolvimento do comrcio local instalado; X. desenvolver e apoiar mecanismos e instrumentos de assistncia tcnica e de

  • capacitao dos micro e pequenos empreendedores para a gesto e para o uso de ferramentas modernas de administrao e de negcios, em parceria com instituies de ensino;

    XI. promover a ampliao da divulgao dos atrativos tursticos de Vrzea Grande em parceria com o Governo do Estado;

    XII. criar uma referncia de qualidade, ressaltando as diferenas e valores dos produtos vrzea-grandenses;

    XIII. incrementar o turismo de negcio e de lazer no municpio; XIV. apoiar empreendimentos tursticos de pequeno e mdio porte, junto aos canais de

    financiamento, para a melhoria e/ou ampliao das suas atividades.

    Seo III Do Desenvolvimento Rural Sustentvel

    Art.20 Para a consecuo da poltica municipal de desenvolvimento rural sustentvel devem ser observadas as seguintes diretrizes:

    I. promover o aumento da produtividade e da qualidade dos produtos agrcolas; II. aperfeioar o sistema de assistncia tcnica e extenso rural dirigida aos pequenos

    produtores; III. promover o desenvolvimento do agro-negcio da pecuria; IV. apoiar iniciativas de beneficiamento e industrializao de produtos regionais, nas

    agrovilas; V. oferecer qualificao profissional ao pequeno produtor rural; VI. promover o agro-negcio da pesca e da aqicultura; VII. estabelecer parcerias com instituies de ensino para elaborao de estudos e

    pesquisas visando elevar a qualidade do pescado para obteno de maior lucratividade dos agentes da cadeia produtiva;

    Seo IV Do Desenvolvimento Social

    Art.21 So diretrizes para a poltica municipal de desenvolvimento social: I. na rea de segurana: a) melhorar os indicadores de violncia e proporcionar maior segurana ao cidado

    vrzea-grandense, atravs do estabelecimento de parcerias entre os governos estadual e federal; b) elaborar e implementar um Plano Municipal de Segurana Pblica; c) criar Conselho Municipal de Segurana Pblica e Conselhos Comunitrios de

    Segurana; d) implantar bases da Polcia Comunitria em todas as regies do municpio.

    II. na rea de sade: a) promover a atualizao, adequao e ampliao do Sistema Municipal de Sade para

    garantir a cobertura total e igualitria das aes e servios pblicos de sade em todo o territrio municipal;

    b) criar mecanismos para a formao de Consrcios Intermunicipais da Sade;

  • c) elaborar um Plano Diretor de Investimento na rea da Sade; d) manter a Programao Pactuada Integrada; e) aderir repolitizao da sade como um movimento que retorna Reforma Sanitria

    Brasileira, tendo a questo da sade como um direito; f) priorizar as aes de promoo sade, fortalecendo a preveno.

    III. na rea de educao: a) Possibilitar o acesso igualitrio educao, da populao, em todo o territrio

    municipal e garantir a qualidade do ensino; b) ampliar a oferta de vagas na educao infantil, ensino fundamental, ensino mdio,

    educao especial, e educao de jovens e adultos na rede pblica de ensino; c) implantar uma poltica de educao tecnolgica e profissional no municpio de Vrzea

    Grande; d) mover esforos para ampliar a oferta de vagas no ensino superior no municpio de

    Vrzea Grande; e) qualificar o desempenho do Sistema Municipal de Educao.

    IV. na rea cultura, esporte e lazer: a) criar a Secretaria Municipal de Cultura; b) implantar o Programa Municipal de Gesto da Cultura; c) expandir, otimizar e recuperar a estrutura dos espaos existentes para prticas

    esportivas e de lazer visando incluso social de crianas, adolescentes e jovens; d) recuperar, readequar e expandir os equipamentos municipais de esporte e lazer; e) elaborar e implementar um Programa de Gesto do Esporte e Lazer, que vise

    incluso social de crianas, adolescentes e jovens.

    V. na rea de ao social: a) garantir o acesso da populao vulnervel do municpio de Vrzea Grande poltica de

    assistncia social; b) adequar o Municpio s exigncias da Legislao Federal atravs da implantao do

    Sistema nico da Assistncia Social (SUAS); c) criar a Central de Regulao dos Servios Scio-assistenciais; d) implementar os servios scio-assistenciais para o atendimento da pessoa portadora

    de deficincia e da pessoa idosa; e) garantir o atendimento especializado populao vitimizada e/ou em situao de

    vulnerabilidade pessoal e social, atravs dos servios de proteo social especial; f) estruturar e implementar no Municpio o Centro de Referncia Especializado da

    Assistncia Social (CREAS), de acordo com as exigncias da Legislao Federal, para atendimento na rea da proteo especial;

    g) dotar o municpio de uma poltica de gerao de Trabalho e Renda, com identificao das reas de vulnerabilidade e risco.

  • Seo V Do Patrimnio Cultural

    Art.22 A poltica municipal de patrimnio cultural visa preservar e valorizar o legado cultural transmitido pela sociedade, protegendo suas expresses material e imaterial.

    1 Considera-se patrimnio material as expresses e transformaes de cunho histrico, artstico, arquitetnico, paisagstico e urbanstico.

    2 Considera-se patrimnio imaterial os conhecimentos e modos de fazer identificados como elementos pertencentes cultura comunitria, os rituais e festas que marcam a vivncia coletiva do trabalho, a religiosidade, o entretenimento e outras prticas da vida social, bem como as manifestaes literrias, musicais, plsticas, cnicas e ldicas. Art.23 So diretrizes para a poltica municipal de patrimnio cultural:

    I. tornar reconhecido e apropriado pelos habitantes de Vrzea Grande o valor do patrimnio cultural do municpio;

    II. garantir que o patrimnio arquitetnico tenha usos compatveis com a edificao e mantenha as suas caractersticas construtivas originais;

    III. desenvolver o potencial turstico de Passagem da Conceio, Capo Grande, Bom Sucesso e Pai Andr, tendo como referncia o seu patrimnio cultural e ambiental.

    Seo VI - Do Meio Ambiente

    Art.24 A poltica de meio ambiente de Vrzea Grande tem como objetivo geral propor medidas que permitam conciliar as atividades desenvolvidas no municpio com a ocupao ordenada do territrio e o aproveitamento dos recursos naturais, condicionando a utilizao do espao territorial e a explorao dos recursos preservao da qualidade do meio ambiente, assim promovendo o desenvolvimento sustentvel da regio e do municpio. Art.25 So diretrizes da poltica de meio ambiente municipal:

    I. impedir novas ocupaes em reas sujeitas a inundaes, em especial nas plancies e baixos terraos aluvionares dos rios e nas lagoas do municpio;

    II. identificar e materializar os limites das reas de Preservao Permanente existentes; III. recuperar as matas ciliares atravs do replantio da vegetao; IV. implantar aes que promovam a conservao das reas de Preservao Permanente; V. assessorar os proprietrios para adequao das propriedades rurais ao Cadastro

    Nacional de Imveis Rurais (CNIR); VI. desativar o Cemitrio do Parque do Lago e incentivar a construo de futuros

    cemitrios na forma de gavetas elevadas do solo; VII. instalar poos de monitoramento de lenol fretico nos cemitrios do municpio,

    seguido por monitoramento peridico da qualidade das guas subterrneas; VIII. definir e implantar projeto de arborizao urbana, especificando padres para o

    plantio e espcies adequadas; IX. realizar o mapeamento de aptido dos solos do municpio, em escala adequada ao

    planejamento municipal; X. incentivar a elaborao e execuo de projetos que visem a adoo de prticas de

    manejo de solo sustentveis para desenvolvimento da atividade agrcola; XI. permitir a prtica controlada de queimadas para limpeza do campo somente em

    intervalos que possibilitem a recuperao do meio ambiente;

  • XII. mapear pontos crticos de risco de inundao em reas ocupadas; XIII. elaborar e executar projetos para minimizao do risco de inundao na rea

    urbana; XIV. incentivar o envolvimento da populao na discusso da temtica ambiental; XV. realizar levantamentos para identificar reas degradadas onde no foram devidamente

    implementadas aes de recuperao ambiental, avaliar a responsabilidade e fazer cumprir a legislao ambiental vigente;

    XVI. promover a fiscalizao efetiva das dragas que exploram areia no leito do rio Cuiab; XVII. mover esforos para o estabelecimento de parcerias entre o estado e municpio para

    a regulamentar a consulta prvia Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agricultura para licenciamento ambiental;

    XVIII. reparcelar os imveis situados no permetro da Zona de Conservao e Proteo Ambiental, desde que obedecidas as seguintes condies. (VETADO)

    XIX. os lotes remanescentes do reparcelamento no podero ter rea inferior a 2,0 h (dois hectares);(VETADO)

    XX. o reparcelamento obedecer processo de permisso junto Secretaria Municipal de Meio Ambiente;(VETADO)

    c) em caso de alienao e transferncia, mesmo que em processo de inventrio, dever ser obedecida esta norma, permanecendo o imvel na situao de condomnio, no divisvel em razo de sua dimenso. (VETADO) XIX. estabelecer o prazo de dois anos, a contar da data de aprovao desta lei, para que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, em conjunto com as empresas e cooperativas que desenvolvem explorao mineraria nas Zonas de Conservao e Proteo Ambiental, cessem tais atividades e iniciem a recuperao das reas degradadas.

    XX. vedar a colocao de instrumentos de propaganda comercial (outdoor e assemelhados) nos logradouros pblicos do Municpio. (VETADO).

    XXI criar o Parque Ambiental do Embauval para evitar a maior degradao ambiental, revitalizando o crrego e resgatando o lazer para a comunidade.

    XXII criar a Estrada Parque s margens do Rio Cuiab, compreendendo o trecho da Ponte Srgio Motta at o povoado de Pai Andr.

    Pargrafo nico As empresas proprietrias dos instrumentos mencionados no caput e o Poder Pblico Municipal promovero a sua retirada imediatamente aps a aprovao desta Lei. (VETADO).

    Seo VII Do Saneamento Ambiental

    Art.26 So diretrizes do Saneamento Ambiental: I. qualificar o sistema de saneamento municipal, propor alternativas para a sua

    otimizao atravs da integrao regional, visando a reduo da poluio hdrica do municpio e de seu entorno;

    II. elaborar o Plano Municipal de Saneamento; III. atender a demanda presente de abastecimento de gua potvel das comunidades

    municipais; IV. promover a manuteno permanente e ampliar o Sistema de Abastecimento de gua

    utilizando o manancial superficial do Rio Cuiab;

  • V. reduzir a evaso na arrecadao do custo do abastecimento de gua potvel, atravs da execuo de campanhas de conscientizao para consumidores e da implantao de um cadastro de informaes permanentemente atualizado;

    VI. aumentar a eficincia, ampliar e qualificar o sistema de coleta e tratamento de esgoto domstico do Municpio;

    VII. elaborar projetos de instalao de fossas spticas e filtros anaerbios individuais nas residncias localizadas na zonas rural e urbana que, a curto prazo, no sero atendidas pelas estaes de tratamento de esgoto;

    VIII. criar incentivos para que as novas indstrias elaborem um plano de saneamento bsico e regulamentar exigncia de que as mesmas sejam responsveis pelo abastecimento de gua de seu consumo interno bem como pelo tratamento do esgoto produzido;

    IX. promover o monitoramento e a fiscalizao dos efluentes de origem industrial; X. implantar sistema de macro-drenagem na cidade de Vrzea Grande, considerando os

    demais sistemas de infra-estrutura; XI. elaborar o Plano Diretor Municipal de Resduos Slidos; XII. converter o atual lixo em aterro sanitrio para resduos domsticos e hospitalares,

    de acordo com as normas tcnicas e a legislao ambiental vigente; XIII. implantar programa municipal de coleta e disposio final do resduo slido reciclvel.

    Seo VIII Do Sistema Virio e transportes

    Art.27 So diretrizes para o sistema virio e transportes: I. prover melhor integrao viria e funcional com o Municpio de Cuiab e a regio; II. estabelecer a hierarquizao do Sistema Virio Municipal; III. implantar anis virios de circulao perifricos malha urbana, de modo a

    proporcionar fluidez ao trfego local e de longa distncia, orientando a circulao dos diferentes tipos de trfego de veculos entre as cidades do Aglomerado Urbano, articulando-os s pontes que cruzam o rio Cuiab;

    IV. preservar a Macrozona Rural de Interesse de Conservao e Preservao do Patrimnio Ambiental e Cultural do fluxo virio intenso;

    V. reavaliar projeto geomtrico do contorno Norte-Sul de Cuiab, sob responsabilidade do DNIT, no trecho entre o Rio Cuiab e a BR 163/364;

    VI. melhorar a mobilidade urbana, qualificando a circulao e o transporte urbano de modo a viabilizar a acessibilidade de toda a populao aos espaos e equipamentos urbanos, e promovendo a continuidade da malha viria;

    VII. desenvolver e implantar projetos de melhoria da malha viria; VIII. elaborar e executar o Plano de Obras e de Circulao Viria do Municpio IX. implantar o Sistema Ciclovirio Municipal; X. elaborar e implantar o Plano Municipal de Transportes; XI. elaborar e implantar o Plano de Transportes Pblico Rural; XII. implantar terminal Rodovirio Intermunicipal de passageiros, priorizando a sua

    integrao fsica e operacional com o transporte pblico urbano; XIII. elaborar e implantar o Plano de Transporte Escolar;

  • XIV. elaborar estudo de viabilidade para o transporte hidrovirio de cargas e passageiros no rio Cuiab;

    XV. elaborar Plano de Transporte de Cargas, com regulamentao da circulao e estabelecimento de zonas de proibio de trfego pesado;

    XVI. implantar Terminal Rodovirio de Cargas prximo ao Trevo do Lagarto; XVII. promover a qualificao institucional dos rgos responsveis pelo planejamento e

    gesto dos sistemas virio e de transportes municipal; XVIII. elaborar e implantar Plano de Mobilidade e Acessibilidade de Vrzea Grande. XIX. garantir a integralidade do passe livre ao estudante, servidor com remunerao no

    superior a dois salrios mnimos e ao desempregado, nos termos da lei em vigor, com sua implantao imediata. VETADO).

    Seo IX - Da Poltica de Desenvolvimento Socioespacial

    Art.28 A poltica de desenvolvimento socioespacial do municpio deve atender as seguintes diretrizes:

    I. propor um novo desenho para a organizao territorial do municpio, tendo como referncia a identidade e a cultura das diferentes comunidades locais, o desenvolvimento socioespacial, bem como o planejamento e gesto integrada do Aglomerado Urbano Cuiab Vrzea Grande;

    II. retificar os limites do territrio municipal atravs do estabelecimento de parcerias do Municpio de Vrzea Grande com o Instituto de Terras e Cartografia do Mato Grosso, e com os Municpios de Nossa Senhora do Livramento e Santo Antnio do Leverger;

    III. definir um novo limite para o Permetro Urbano, incluindo reas rurais consolidadas e ocupadas com caractersticas urbanas, e suprimindo reas urbanas sem ocupao ou de interesse de preservao ambiental;

    IV. promover a habitao de interesse social, a regularizao fundiria e a implantao de infra-estrutura e servios pblicos nas reas urbanas de ocupao consolidada;

    V. regulamentar e implantar os instrumentos do Estatuto da Cidade (Lei Federal n. 10.257/2001) que viabilizem a regularizao fundiria, a produo habitao de interesse social, e o acesso de todos os habitantes ao direito cidade;

    VI. desenvolver e implantar de forma articulada s outras polticas setoriais, o Plano Municipal de Regularizao Fundiria e Habitao de Interesse Social;

    VII. implantar um sistema permanente de fiscalizao da ocupao do territrio, acompanhando o processo de implantao dos loteamentos regularmente aprovados, coibindo o surgimento de novas reas irregulares, e protegendo da ocupao as reas de preservao permanente e as consideradas imprprias para urbanizao;

    VIII. criar, no prazo de cento e oitenta dias, para dar suporte s polticas municipais de Regularizao Fundiria, Habitao de Interesse Social e implantao de infra-estrutura urbana:

    a) Plano Municipal de Habitao; b) Conselho Municipal de Habitao: c) Agncia Municipal de Habitao d) Fundo Municipal de Habitao. IX. promover o ordenamento do uso e da ocupao do solo urbano, tendo como referncia

    o princpio da cidade real, e como objetivos o cumprimento da funo social da propriedade, o

  • acesso dos habitantes ao direito cidade e o desenvolvimento socioespacial; X. garantir a transparncia e a simplificao das exigncias e trmites burocrticos na

    emisso de alvars de construo e parcelamentos do solo urbano; XI. conter a expanso da periferia urbana e reduzir o nmero de reas urbanas

    subutilizadas e sem utilizao; XII. reduzir e minimizar o risco de ocorrncia de acidentes ambientais nas reas urbanas

    ocupadas; XIII. ordenar a ocupao do solo urbano visando a preservao do patrimnio cultural e

    ambiental do municpio.

    TTULO III - DO ORDENAMENTO TERRITORIAL

    Art.29 De acordo com os princpios fundamentais do Plano Diretor, o ordenamento territorial tem como objetivo a gesto eficiente e sustentvel do territrio, sendo institudo pelos seguintes instrumentos:

    I. Macrozoneamento Municipal incorpora todo o territrio municipal e ser definido com base nas caractersticas dos ambientes naturais e construdos;

    II. Zoneamento urbano - definido a partir do grau de urbanizao e do padro de uso e ocupao desejvel para a rea urbana. Art.30 A delimitao das zonas urbanas, bem como os parmetros de ocupao das reas urbanas do Municpio de Vrzea Grande sero definidos na Lei Municipal de Zoneamento de Uso e Ocupao do Solo Urbano, parte integrante do Plano Diretor Municipal, institudo pela presente Lei.

    CAPTULO I - DO MACROZONEAMENTO

    Art.31 O Macrozoneamento fixa as regras fundamentais de ordenamento do territrio e tem como objetivo definir diretrizes para a integrao harmnica entre a proteo e a conservao do patrimnio ambiental e cultural e as atividades antrpicas. Art.32 O territrio do Municpio de Vrzea Grande fica subdividido em trs macrozonas:

    I. Macrozona Rural (MR); II. Macrozona Rural de Interesse de Conservao e Preservao do Patrimnio Ambiental

    e Cultural (MRCP); III. Macrozona Urbana (MU). Pargrafo nico. A delimitao das macrozonas e seus parmetros de uso e ocupao do

    solo esto definidos nos Anexos I e II, partes integrantes desta Lei. Art.33 A Macrozona Rural tem como referncia o Zoneamento Ecolgico Econmico do Estado do Mato Grosso, que classificou o territrio municipal como uma rea de usos a readequar para recuperao ambiental, e ter como objetivos:

    I. Manter e incentivar atividades agrosilvipastoris, de extrao mineral e de turismo, visando o desenvolvimento social e territorial sustentvel;

    II. Ordenar e monitorar o uso e ocupao do solo rural, de acordo com a aptido do solo; III. Incentivar prticas adequadas de manejo dos solos;

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  • IV. Conter e coibir o processo desordenado e ilegal de parcelamento do solo rural, caracterizado pela produo irregular de lotes menores que o mdulo mnimo do INCRA;

    V. Recuperar e preservar os remanescentes vegetais e a mata ciliar; VI. Permitir o uso industrial, desde que mantidos a baixa densidade ocupacional, o

    respeito ao mdulo rural, a compatibilidade de uso com reas rurais vizinhas e a observncia da legislao ambiental. Art.34 A Macrozona Rural de Interesse de Conservao e Preservao do Patrimnio Ambiental e Cultural corresponde s reas rurais cuja ocupao dever se realizar sob condies adequadas de manejo, visando a utilizao sustentada dos recursos naturais e culturais, e a preservao de reas de interesse ambiental e cultural sejam elas protegidas ou no por leis federais, estaduais e municipais, e ter como objetivos:

    I. Readequar ou compatibilizar o uso e a ocupao do solo rural do municpio aos objetivos do Plano Diretor;

    II. Preservar as paisagens naturais relevantes e os ecossistemas associados; III. Preservar a conectividade de corredores biolgicos; IV. Conservar a fauna, a flora e sua variabilidade gentica; V. Preservar o patrimnio natural e cultural existente; VI. Fomentar e regulamentar as prticas sustentveis de turismo; VII. Preservar a qualidade da gua dos recursos hdricos.

    Art.35 A Macrozona Urbana correspondente rea do permetro urbano de Vrzea Grande, e ter como objetivos:

    I. Delimitar a rea do territrio municipal onde sero aplicadas as Leis de Zoneamento de Uso e Ocupao do Solo Urbano e a de Parcelamento de Solo Urbano;

    II. Delimitar as reas para a aplicao dos instrumentos do Estatuto da Cidade; III. Proteger, conservar e recuperar o patrimnio natural e cultural inserido na rea urbana; IV. Proteger da ocupao stios com fragilidades ou risco de ocorrncia de acidentes

    ambientais; V. Reduzir ou minimizar os riscos de acidentes ambientais nas reas urbanas j

    ocupadas; VI. Controlar e direcionar o adensamento urbano; VII. Controlar a ocupao de reas cuja infra-estrutura encontra-se prxima da saturao; VIII. Reverter o processo de expanso perifrica do tecido urbano; IX. Promover a regularizao fundiria articulando sustentabilidade ambiental e incluso

    socioespacial; X. Potencializar o uso da infra-estrutura urbana existente; XI. Racionalizar os investimentos pblicos; XII. Tornar segura e eficiente a circulao da populao a todas as regies onde exista ou

    se planeje a instalao de atividades urbanas; XIII. Qualificar a paisagem urbana. 1 A Macrozona Urbana est divida em trs reas, conforme mapa do Anexo III da

    presente lei, quais sejam: I. rea urbana de recuperao, conservao e preservao do patrimnio ambiental e

    cultural, cujos objetivos so:

  • a) preservar o patrimnio natural e cultural existente; b) proteger da ocupao stios com fragilidades ou risco de ocorrncia de acidentes

    ambientais; c) promover a manuteno da qualidade ambiental; d) conter a ocupao nas reas ambientalmente sensveis; II. rea Urbana de Ocupao Controlada, cujos objetivos so: a) controlar densidades; b) reduzir ou minimizar os riscos de acidentes ambientais; c) estabelecer um controle ambiental eficiente; d) controlar a utilizao de reas cuja infra-estrutura encontra-se prxima da saturao; e) ordenar o adensamento construtivo; f) permitir o adensamento populacional onde este ainda for possvel, como forma de

    aproveitar a infra-estrutura existente; g) ampliar a disponibilidade de equipamentos pblicos, espaos verdes e reas de lazer; h) requalificar a paisagem urbana; III. rea Urbana de Intensificao da Ocupao, cujos objetivos so: a) potencializar o uso da infra-estrutura existente e complement-la nas reas

    desatendidas; b) atender o princpio da funo social da propriedade e da cidade; c) racionalizar os investimentos pblicos a partir da implantao de aes articuladas entre

    as diversas polticas setoriais; d) implantar equipamentos pblicos, espaos verdes e reas de lazer; e) qualificar a paisagem urbana; f) incentivar o parcelamento e a ocupao de reas urbanas sem utilizao ou

    subutilizadas, com prioridade para a produo de habitao de interesse social; g) viabilizar a urbanizao e a regularizao fundiria dos ncleos habitacionais de baixa

    renda localizados dentro do permetro urbano; 2 A rea Urbana de Recuperao, Conservao e Preservao do Patrimnio Ambiental

    e Cultural a que se refere o inciso I do pargrafo anterior, ser destinada para a implementao da poltica de proteo do patrimnio cultural e do meio ambiente, permitindo a gerao potencial construtivo atravs da aplicao do instrumento da Transferncia do Direito de Construir.

    3 Na rea Urbana de Ocupao Controlada, a que se refere o inciso II do pargrafo primeiro deste artigo, ser permitida a regulamentao e aplicao do instrumento da Outorga Onerosa do Direito de Construir.

    4 Na rea Urbana de Intensificao da Ocupao, a que se refere o inciso III, do pargrafo primeiro deste artigo, ser autorizada a aplicao dos instrumentos do Parcelamento, edificao ou utilizao compulsrios, IPTU progressivo no tempo, Desapropriao com pagamento em ttulos da dvida pblica, a recepo de potencial construtivo atravs da aplicao da Transferncia do Direito de Construir e o exerccio do Direito de Preempo, nos termos da legislao especfica.

  • TTULO IV - DOS INSTRUMENTOS DA POLTICA MUNICIPAL

    Art.36 Consideram-se instrumentos de planejamento da poltica municipal: I. Plano Plurianual; II. Lei de Diretrizes Oramentrias; III. Lei de Oramento Anual; IV. Lei de Uso e Ocupao do Solo; V. Lei de Parcelamento do Solo; VI. Lei de Sistema Virio; VII. Planos de desenvolvimento econmico e social; VIII. Planos, programas e projetos setoriais; IX. Programas e projetos especiais de urbanizao; X. Instituio de unidades de conservao; XI. Instituio de unidades de preservao de bens scio-ambientais.

    Art.37 Consideram-se instrumentos jurdicos e urbansticos da poltica municipal: I. Parcelamento, edificao ou utilizao compulsrios; II. IPTU progressivo no tempo; III. Desapropriao com pagamento em ttulos da dvida pblica; IV. Outorga onerosa do direito de construir; V. Transferncia do direito de construir; VI. Operaes urbanas consorciadas; VII. Consrcio imobilirio; VIII. Direito de preempo; IX. Direito de superfcie; X. Estudo prvio de impacto de vizinhana (EIV); XI. Tombamento; XII. Desapropriao; XIII. Demais instrumentos jurdicos definidos nesta lei. 1 Os instrumentos da poltica de incentivo fiscal do Municpio de Vrzea Grande, em

    atendimento ao disposto no artigo 2, incisos IX e X da Lei Federal 10.257/2001, que dispe sobre a justa distribuio dos nus e bnus decorrentes do processo urbanizao, para o pleno desenvolvimento das funes sociais da cidade e de propriedade, devero priorizar imveis e atividades econmicas que atendam ao menos uma das seguintes condies:

    I. Apresentem boa conservao das edificaes existentes; II. Apresentem boa conservao das espcies florsticas cadastradas; III. Promovam reciclagem de guas pluviais e servidas. 2 A concesso de isenes a que se refere o pargrafo anterior, em qualquer caso,

    dever ser objeto de prvia aprovao pelo Conselho da Cidade de Vrzea Grande e de prvia autorizao em Lei Municipal especfica. Art.38 Consideram-se instrumentos de regularizao fundiria da poltica municipal:

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  • I. Concesso de uso para fins de moradia; II. Zonas especiais de interesse social; III. Assistncia tcnica e jurdica gratuita para as comunidades e grupos sociais menos

    favorecidos, especialmente na proposta de aes de usucapio individual e coletivo. IV. Parceria com entidade privada que tenha como objetivo a regularizao fundiria.

    Art.39 Consideram-se instrumentos tributrios e financeiros da poltica municipal: I. Tributos municipais diversos; II. Taxas e tarifas pblicas especficas; III. Contribuio de melhoria; IV. Incentivos e benefcios fiscais.

    Art.40 Consideram-se instrumentos jurdico-administrativos da poltica municipal: I. Servido administrativa e limitaes administrativas; II. Concesso, permisso ou autorizao de uso de bens pblicos municipais; III. Contratos de concesso dos servios pblicos urbanos; IV. Definio de objetivos de expanso de atendimento da rede municipal de gua e

    esgoto como elemento essencial do contrato com a concessionria pblica municipal desses servios pblicos;

    V. Convnios e acordos tcnicos, operacionais e de cooperao institucional; VI. Termo administrativo de ajustamento de conduta; VII. Doao de imveis para pagamento da dvida.

    Art.41 Outros instrumentos, no mencionados nesta lei, podero ser utilizados, desde que atendam ao disposto no Plano Diretor, observem as demais normas municipais e atendam o disposto na Lei Federal n 10.257/2001 (Estatuto da Cidade).

    CAPTULO I - DO PARCELAMENTO, EDIFICAO OU UTILIZAO COMPULSRIOS

    Art.42 O parcelamento, a edificao e a utilizao compulsrios do solo urbano visam, complementarmente, garantir o cumprimento da funo social da cidade e da propriedade, por meio da induo da ocupao de reas vazias ou subutilizadas, onde tal ocupao for considerada prioritria, na forma de lei especfica dispondo sobre a matria. Art.43 A implementao do parcelamento, da edificao e da utilizao compulsrios do solo urbano objetiva:

    I. Otimizar a ocupao de regies da cidade dotadas de infra-estrutura e equipamentos urbanos, inibindo a expanso urbana na direo de reas no servidas de infra-estrutura, bem como nas reas ambientalmente frgeis;

    II. Aumentar a oferta de lotes urbanizados nas regies j consolidadas da malha urbana; III. Combater o processo de periferizao e a ocupao irregular do solo; IV. Combater a reteno especulativa de imvel urbano, que resulte na sua subutilizao

    ou no utilizao. V. Reserva mnima de 25% (vinte e cinco por cento) do imvel como rea no edificada.

    (VETADO).

  • Art.44 facultado ao poder pblico municipal exigir, do proprietrio do imvel urbano no edificado, subutilizado, utilizado inadequadamente ou no utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena de parcelamento, edificao ou utilizao, nos termos das disposies contidas nos artigos 5 e 6, da lei federal n. 10.257/2001 - Estatuto da Cidade. Art.45 O parcelamento, a edificao e a utilizao podero ser aplicados na rea Urbana de Intensificao de Ocupao, delimitada no Anexo III da presente lei, tendo prioridade os seguintes casos, sem prejuzo de outros a serem definidos em legislao especfica:

    I. Imvel urbano com rea superior a 3.000 m (trs mil metros quadrados) cujo coeficiente de aproveitamento seja inferior ao mnimo estabelecido pela Lei de Zoneamento do Uso e Ocupao do Solo Urbano;

    II. Edificao desocupada h mais de 5 (cinco) anos; 1 Fica facultado aos proprietrios dos imveis localizados nas reas de que trata este

    artigo, propor, ao executivo, o estabelecimento do consrcio imobilirio, conforme disposies do artigo 46 da lei federal n. 10.257/2001 - Estatuto da Cidade e do artigo 52 desta lei.

    2 Ficam excludos da obrigao estabelecida no caput, aps tecnicamente comprovada pelo rgo municipal competente, os imveis utilizados nas seguintes condies:

    I. Garagem de veculos de transporte de passageiros; II. Exercendo funo ambiental; III. De interesse social, ambiental e como patrimnio cultural; IV. Ocupados por clubes ou associaes de classe; V. Imveis integrantes de massa falida.

    Art.46 Os imveis nas condies a que se refere o artigo 44 desta lei sero identificados e seus proprietrios notificados.

    1 A notificao far-se-: I. Por funcionrio do rgo competente do executivo, ao proprietrio do imvel ou, no

    caso de este ser pessoa jurdica, a quem tenha poderes de gerncia geral ou administrativa;

    II. Por edital quando frustrada, por trs vezes, a tentativa de notificao na forma prevista pelo inciso anterior;

    2 Os proprietrios notificados devero, no prazo mximo de um ano a partir do recebimento da notificao, protocolar pedido de aprovao e execuo de parcelamento ou edificao.

    3 Somente podero ser apresentados 2 (dois) pedidos de aprovao de projeto para o mesmo lote, observado o prazo de um ano.

    4 Os parcelamentos e edificaes devero ser iniciados e concludos no prazo mximo de dois anos a contar da primeira aprovao do projeto.

    5 A transmisso do imvel, por ato inter vivos ou causa mortis, posterior data da notificao, transfere as obrigaes de parcelamento, edificao ou utilizao previstas neste artigo, sem interrupo de quaisquer prazos.

    CAPTULO II - DO IPTU PROGRESSIVO NO TEMPO

    Art.47 Em caso de descumprimento da obrigao descrita no artigo 44 desta lei, dever o poder pblico municipal exigir do proprietrio do solo urbano no edificado, subutilizado, utilizado inadequadamente ou no utilizado, que promova seu adequado aproveitamento sob pena de ser

  • institudo o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana Progressivo no Tempo IPTU Progressivo, conforme as disposies constantes da lei federal n. 10.257/2001 - Estatuto da Cidade.

    1 O valor da alquota a ser aplicada a cada ano ser fixado em lei especfica e no exceder a duas vezes o valor referente ao ano anterior, respeitada a alquota mxima de 15% (quinze por cento).

    2 vedada a concesso de isenes ou de anistias relativas tributao progressiva de que trata este artigo. Art.48 A aplicao do IPTU Progressivo no tempo objetiva:

    I. Cumprimento da funo social da cidade e da propriedade por meio da induo da ocupao de reas vazias ou subutilizadas, onde o Plano Diretor considerar prioritrio;

    II. Fazer cumprir o disposto no Captulo I do Ttulo IV desta lei, que trata do parcelamento, edificao ou utilizao compulsria;

    III. Aumentar a oferta de lotes urbanizados nas reas j consolidadas da malha urbana; IV. Combater o processo de periferizao, a ocupao irregular do solo e o risco de

    ocorrncia de acidentes ambientais na rea urbana; V. Inibir o processo de reteno especulativa de imvel urbano, que resulte na sua

    subutilizao ou no utilizao.

    CAPTULO III - DA DESAPROPRIAO COM TTULOS DA DVIDA PBLICA

    Art.49 facultado ao Poder Pblico Municipal, decorridos cinco anos de cobrana do IPTU progressivo, sem que o proprietrio tenha cumprido a obrigao de parcelamento, edificao ou utilizao adequada, proceder desapropriao do imvel, com pagamento de ttulos da dvida pblica, os quais devero ter sua emisso previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de at dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenizao e os juros legais de 6% (seis por cento) ao ano.

    1 O valor real da indenizao, nos termos do artigo 8 da lei federal n 10.257/2001: a) Corresponde ao valor venal, estabelecido na planta genrica de valores, na data da

    primeira notificao, conforme previsto no artigo 46 desta Lei; b) No computar expectativas de ganhos, lucros cessantes e juros compensatrios. 2 Os ttulos de que trata este artigo no tero poder liberatrio para pagamento de

    tributos. 3 O Municpio proceder ao adequado aproveitamento do imvel no prazo mximo de

    cinco anos, contado a partir da sua incorporao ao patrimnio pblico. 4 O aproveitamento do imvel poder ser efetivado diretamente pelo poder pblico

    municipal ou por meio de alienao ou concesso a terceiros, observando-se, nestes casos, o devido procedimento licitatrio.

    5 Ficam mantidas, para o adquirente de imvel nos termos do 4 deste artigo, as mesmas obrigaes de parcelamento, edificao ou utilizao previstas nos artigos 44 a 46 desta lei. Art.50 A desapropriao com ttulos da dvida pblica visa aplicar uma sano ao proprietrio do imvel urbano, para garantir o cumprimento da funo social da cidade e da propriedade urbana nos termos deste Plano Diretor. Art.51 O instrumento da desapropriao com ttulos da dvida pblica tem como objetivos:

  • I. Promover a reforma urbana; II. Fazer cumprir a funo social da propriedade urbana e da cidade, a que o imvel se

    destina, sancionando o proprietrio que a descumpre; III. Combater o processo de periferizao, a ocupao irregular do solo e o risco de

    ocorrncia de acidentes ambientais na rea urbana; IV. Inibir o processo de reteno especulativa de imvel urbano, que resulte na sua

    subutilizao ou no utilizao.

    CAPTULO IV - DO CONSRCIO IMOBILIRIO

    Art.52 O consrcio imobilirio um instrumento de cooperao entre o poder pblico municipal e a iniciativa privada, para fins de realizar urbanizao em reas que tenham carncia de infra-estrutura e servios urbanos, que contenham imveis urbanos subutilizados, no utilizados ou utilizados inadequadamente ou que necessitem de intervenes urbansticas, conforme critrios definidos na presente Lei e na Lei de Zoneamento de Uso e Ocupao do Solo, integrante do Plano Diretor.

    Pargrafo nico. Como forma de viabilizao do consrcio imobilirio, expresso por meio de planos de urbanizao ou edificao, o proprietrio poder transferir ao poder pblico municipal o seu imvel, recebendo como pagamento, aps a realizao das obras, percentual de unidades imobilirias devidamente urbanizadas ou edificadas. Art.53 O valor das unidades imobilirias a serem entregues ao proprietrio ser correspondente ao valor do imvel antes da execuo das obras, observado o disposto no 2, do artigo 8 da Lei Federal n. 10.257/2001 - Estatuto da Cidade. Art.54 O instrumento do consrcio imobilirio objetiva:

    I. Realizar obras de urbanizao, que atendam de forma prioritria a implantao das diretrizes de sistema virio e transportes, de desenvolvimento socioespacial, de saneamento ambiental e de meio ambiente;

    II. Realizar planos de edificao. Art.55 O Poder Pblico Municipal poder facultar, ao proprietrio de imvel enquadrado nos casos estabelecidos no artigo 44 desta lei, a requerimento deste, o estabelecimento de consrcio imobilirio como forma de viabilizao financeira do aproveitamento do imvel, conforme o disposto na lei federal n. 10.257/2001 - Estatuto da Cidade. Art.56 Os consrcios imobilirios devero ser formalizados por termo de responsabilidade e participao, pactuado entre o proprietrio urbano e a municipalidade, visando garantia da execuo das obras do empreendimento, bem como das obras de uso pblico.

    CAPTULO V - DO DIREITO DE PREEMPO

    Art.57 O direito de preempo confere ao poder pblico municipal a preferncia para a aquisio de imvel urbano objeto de alienao onerosa entre particulares, no caso deste necessitar de reas para:

    I. Regularizao fundiria; II. Execuo de programas e projetos habitacionais; III. Implantao de equipamentos urbanos e comunitrios; IV. Ordenamento e direcionamento da expanso urbana;

  • V. Criao de espaos pblicos de lazer e reas verdes; VI. Criao de unidades de conservao ou proteo de outras reas de interesse

    ambiental; VII. Proteo de reas de interesse histrico, cultural e paisagstico.

    Art.58 O direito de preempo ser exercido nos termos das disposies contidas nos artigos 25, 26 e 27 da lei federal n. 10.257/2001 - Estatuto da Cidade. Art.59 O Poder Pblico Municipal delimitar, por meio de lei municipal especfica, com base nas diretrizes do Plano Diretor as reas em que concretamente incidir o direito de preempo, definindo procedimentos e fixando prazos de vigncia, que no podero exceder a 5 anos, renovveis por igual perodo.

    Pargrafo nico. A aplicao do instrumento referido no caput desse artigo ter como prioridade as reas definidas no Anexo III da presente lei.

    CAPTULO VI - DA OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR

    Art.60 Entende-se como outorga onerosa do direito de construir a faculdade concedida ao proprietrio de imvel, para que este, mediante contrapartida ao poder pblico municipal, possa construir acima do coeficiente de aproveitamento bsico at o limite estabelecido pelo coeficiente de aproveitamento mximo permitido para a zona e dentro dos parmetros determinados na Lei Municipal de Zoneamento de Uso e Ocupao do Solo Urbano, parte integrante do Plano Diretor, institudo pela presente Lei. Art.61 O poder executivo municipal poder exercer a faculdade de outorgar onerosamente o exerccio do direito de construir, mediante contrapartida financeira a ser prestada pelo beneficirio, conforme disposies dos artigos 28, 29, 30 e 31 da Lei Federal n. 10.257/2001 - Estatuto da Cidade, e de acordo com os critrios e procedimentos definidos em legislao especifica.

    Pargrafo nico. A aplicao do instrumento referido nesse artigo poder ocorrer na rea Urbana de Ocupao Controlada, delimitada no Anexo III da presente lei, observadas as disposies da Lei de Zoneamento de Uso e Ocupao do Solo Urbano, parte integrante do Plano Diretor. Art.62 A concesso da outorga onerosa do direito de construir poder ser negada pelo rgo municipal responsvel pelo planejamento e gesto socioespacial, caso se verifique possibilidade de impacto no suportvel pela infra-estrutura ou o risco de comprometimento da paisagem urbana. Art.63 Lei municipal especfica estabelecer os imveis que podero receber e as condies a serem observadas para a outorga onerosa do direito de construir, determinando no mnimo:

    I. A frmula de clculo da cobrana; II. Os casos passveis de iseno do pagamento da outorga; III. A contrapartida do beneficirio; IV. Os procedimentos administrativos necessrios.

    Art.64 Poder ser permitida a utilizao do coeficiente mximo, sem contrapartida financeira, na produo de Habitao de Interesse Social (HIS). Art.65 O impacto da outorga onerosa do direito de construir dever ser controlado, permanentemente, pelo setor responsvel pelo planejamento socioespacial, que tornar pblicos os relatrios do monitoramento do uso do instrumento.

  • Art.66 A utilizao dos recursos auferidos com a adoo da outorga onerosa do direito de construir ser definida em legislao especfica, observado o disposto no art. 26, da Lei Federal n 10.257/2001.

    CAPTULO VII - DA TRANSFERNCIA DE POTENCIAL CONSTRUTIVO

    Art.67 Entende-se como transferncia de potencial construtivo o instrumento de poltica urbana por meio do qual se permite, como forma de compensao, ao proprietrio de imvel sobre o qual incide um interesse pblico de preservao de bens de interesse cultural, ambiental, ou de interesse social, a transferncia, para outro local, do potencial construtivo que foi impedido de utilizar.

    1 As reas prioritrias para gerao de potencial construtivo, atravs de limitaes administrativas para a construo, esto delimitadas no Anexo III da presente lei, integrando os limites da rea Urbana de Recuperao, Conservao e Preservao do Patrimnio Ambiental e Cultural.

    2 As reas passveis de receber o potencial construtivo, a ttulo de transferncia, so aquelas inseridas na rea de Intensificao da Ocupao, delimitadas no Anexo III da presente lei. Observado o disposto na Lei de Zoneamento de Uso e Ocupao do Solo, parte integrante do Plano Diretor.

    3 A Lei Municipal de Zoneamento de Uso e Ocupao do Solo Urbano e outras leis especficas podero, a ttulo de incentivo, estabelecer potenciais construtivos fictcios para os imveis situadas em reas nas quais no seja possvel construir, por limitaes de interesse de preservao do patrimnio ambiental e cultural, facultando aos proprietrios o uso do instrumento referido no caput desse artigo.

    4 A faculdade conferida ao poder pblico no pargrafo anterior tambm poder ser exercida para gerao de potencial construtivo em imveis localizados em Zonas Especiais de Interesse Social. Art.68 A transferncia total ou parcial de potencial construtivo tambm poder ser autorizada pelo poder pblico municipal, como forma de indenizao, mediante acordo com o proprietrio, nas desapropriaes destinadas a melhoramentos virios, equipamentos pblicos, programas habitacionais de interesse social e programas de recuperao de bens de interesse cultural e ambiental. Art.69 O volume construtivo, base de clculo e demais critrios necessrios aplicao da transferncia de potencial construtivo sero definidos em legislao municipal especfica, observando-se o coeficiente de aproveitamento mximo permitido na zona onde est inserido o terreno que recebe a transferncia, definido pela Lei de Zoneamento de Uso e Ocupao do Solo, parte integrante do Plano Diretor.

    Pargrafo nico. O proprietrio de imvel, enquadrado na forma da legislao urbanstica especfica, que transferir potencial construtivo assumir a obrigao de manter aquele preservado e conservado, mediante projeto e cronograma aprovado por rgo competente do poder pblico municipal. Art.70 O impacto da transferncia de potencial construtivo dever ser controlado permanentemente pelo setor responsvel pelo planejamento socioespacial, que tornar pblicos os relatrios do monitoramento do uso do instrumento. Art.71 As alteraes de potencial construtivo, resultantes da transferncia total ou parcial, devero ser registradas pelo setor responsvel pelo planejamento socioespacial, no sistema de informaes relativas ao imvel.

  • CAPTULO VIII - DAS OPERAES URBANAS CONSORCIADAS Art.72 Compreende-se como operao urbana consorciada o conjunto de intervenes e medidas coordenadas pelo poder pblico municipal, com a participao dos proprietrios, moradores, usurios permanentes e investidores privados, com o objetivo de alcanar, em uma rea, transformaes urbansticas estruturais, melhorias sociais e a valorizao ambiental. Art.73 Mediante leis especficas, o poder pblico municipal utilizar operaes urbanas consorciadas e estabelecer as condies a serem observadas em cada operao, com as seguintes finalidades:

    I. Ampliao e melhoria da rede viria e outras infra-estruturas; II. Ampliao e melhoria do transporte coletivo; III. Implantao e melhoria de espaos pblicos; IV. Implantao de programas de habitao de interesse social; V. Implantao de equipamentos estratgicos para o desenvolvimento urbano; VI. Modificao adequada do zoneamento de determinada rea para finalidades

    econmicas e sociais. Pargrafo nico. Como contrapartida contribuio financeira dos particulares, podero

    ser previstas, nas operaes urbanas consorciadas, entre outras medidas: a) A modificao de ndices e caractersticas de parcelamento, uso e ocupao do solo e

    subsolo, bem como alteraes das normas edilcias, considerado o impacto ambiental delas decorrente;

    b) A regularizao de construes, reformas ou ampliaes executadas em desacordo com a legislao vigente. Art.74 Cada operao urbana consorciada dever ser aprovada por lei especfica, nos termos do art.32 da Lei Federal n.10.257/01 a partir de um plano de operao urbana consorciada, contendo no mnimo:

    I. Definio da rea a ser atingida; II. Finalidade da operao; III. Programa bsico de ocupao da rea e intervenes previstas; IV. Instrumentos previstos na operao; V. Estudo prvio de impacto de vizinhana; VI. Contrapartida a ser exigida dos proprietrios, usurios permanentes e investidores

    privados em funo dos benefcios recebidos; VII. Forma de controle da operao, obrigatoriamente compartilhado com representao da

    sociedade civil; VIII. Cronograma fsico-financeiro, com demonstrativo das expectativas de receitas e

    despesas.

    CAPTULO IX - DO DIREITO DE SUPERFCIE

    Art.75 O direito de superfcie o direito real de construir, assentar qualquer obra ou plantar em solo de outrem. Art.76 O instrumento do direito de superfcie objetiva a regularizao fundiria e o ordenamento e direcionamento da expanso urbana de modo adequado s diretrizes da presente lei.

  • Art.77 facultado ao proprietrio de imvel urbano conceder a outrem o direito de superfcie do seu terreno, por tempo determinado ou indeterminado, mediante escritura pblica registrada no cartrio de registro de imveis, conforme o disposto na lei federal n. 10.257/2001 - Estatuto da Cidade. Art.78 O direito de superfcie poder ser exercido em todo o territrio municipal.

    1 O poder pblico municipal poder exercer o direito de superfcie em reas particulares onde haja carncia de equipamentos pblicos e comunitrios.

    2 O poder pblico municipal poder utilizar o direito de superfcie em carter transitrio para remoo temporria de moradores de ncleos habitacionais de baixa renda, pelo tempo que durarem as obras de urbanizao. Art.79 O poder pblico municipal poder conceder, onerosamente, o direito de superfcie do solo, subsolo ou espao areo, nas reas pblicas integrantes do seu patrimnio, para explorao por parte das concessionrias de servios pblicos, mediante contratos especificamente fixados para tanto. Art.80 O proprietrio de terreno poder conceder administrao direta e indireta do Municpio o direito de superfcie, nos termos da legislao em vigor, objetivando a implementao de diretrizes constantes desta lei.

    CAPTULO X - DO ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANA

    Art.81 Lei Municipal especfica poder submeter a autorizao de empreendimentos e atividades que causam grande impacto urbanstico e ambiental, consoante os parmetros definidos na presente lei e na Lei de Zoneamento de Uso e Ocupao do Solo, adicionalmente ao cumprimento dos demais dispositivos previstos na legislao urbanstica, elaborao e aprovao de Estudo Prvio de Impacto de Vizinhana (EIV), a ser apreciado pelos rgos competentes da administrao municipal, ouvido o Conselho da Cidade de Vrzea Grande. Art.82 A Lei Municipal Especfica, referida no artigo anterior, poder submeter ao Estudo de Impacto de Vizinhana (EIV) os seguintes empreendimentos:

    I. Parcelamentos urbanos com rea total igual ou superior a 300.000 m (trezentos mil metros quadrados) ou quaisquer parcelamentos localizados na rea Urbana de Ocupao Controlada;

    II. Empreendimentos comerciais com rea construda total superior a 5.000 m (cinco mil metros quadrados);

    III. Cemitrio, crematrios e capelas morturias; IV. Plantas industriais com mais de 1.000 m (mil metros quadrados) de rea construda e

    quaisquer empreendimentos industriais situados na rea rural do Municpio; V. Aterros sanitrios ou outros depsitos de resduos slidos; VI. Presdios. Pargrafo nico. Lei municipal poder definir outros empreendimentos e atividades que

    dependero de elaborao do EIV para obter as licenas ou autorizaes de construo, ampliao ou funcionamento. Art.83 O Estudo Prvio de Impacto de Vizinhana (EIV) dever esclarecer sobre os aspectos positivos e negativos do empreendimento, sobre a qualidade de vida da populao residente ou usuria da rea em questo e de seu entorno, devendo incluir, no que couber, a anlise e proposio de soluo para as seguintes questes:

    I. Adensamento populacional;

  • II. Uso e ocupao do solo; III. Valorizao imobiliria; IV. reas de interesse histrico, cultural, paisagstico e ambiental; V. Equipamentos urbanos, incluindo consumo de gua e de energia eltrica, bem como

    gerao de resduos slidos, lquidos e efluentes de drenagem de guas pluviais; VI. Equipamentos comunitrios, tais como os de sade e educao; VII. Sistema de circulao e transportes, incluindo, entre outros, trfego gerado,

    acessibilidade, estacionamento, carga e descarga, embarque e desembarque; VIII. Poluio sonora, atmosfrica e hdrica; IX. Vibrao; X. Periculosidade; XI. Gerao de resduos slidos; XII. Riscos ambientais; XIII. Impacto scio-econmico na populao residente ou atuante no entorno; XIV. Ventilao e iluminao.

    Art.84 O poder executivo municipal, para eliminar ou minimizar impactos negativos a serem gerados pelo empreendimento, quando no entender pela desaprovao desse, dever solicitar, como condio para aprovao, alteraes e complementaes no projeto, bem como a execuo de melhorias na infra-estrutura urbana e de equipamentos comunitrios, tais como:

    I. Ampliao das redes de infra-estrutura urbana; II. rea de terreno ou rea edificada, para instalao de equipamentos comunitrios, em

    percentual compatvel com o necessrio para o atendimento da demanda a ser gerada pelo empreendimento;

    III. Ampliao e adequao do sistema virio, faixas de desacelerao, ponto de nibus, faixa de pedestres, semaforizao;

    IV. Proteo acstica, uso de filtros e outros procedimentos que minimizem incmodos da atividade;

    V. Manuteno de imveis, fachadas ou outros elementos arquitetnicos ou naturais, considerados de interesse paisagstico, histrico, artstico ou cultural, bem como recuperao ambiental da rea;

    VI. Cotas de emprego e cursos de capacitao profissional, entre outros; VII. Percentual de habitao de interesse social no empreendimento; VIII. Possibilidade de construo de equipamentos sociais em outras reas da cidade. 1 As exigncias previstas nos incisos anteriores devero ser proporcionais ao porte e ao

    impacto do empreendimento. 2 A aprovao do empreendimento ficar condicionada assinatura de termo de

    compromisso pelo interessado, em que este se compromete a arcar integralmente com as despesas decorrentes das obras e servios necessrios minimizao dos impactos decorrentes da implantao do empreendimento e s demais exigncias apontadas pelo poder executivo municipal, antes da finalizao do empreendimento.

    3 O certificado de concluso da obra e/ ou o alvar de funcionamento s sero emitidos mediante comprovao da concluso da obra.

  • Art.85 A elaborao do EIV no substitui o licenciamento ambiental requerido nos termos da legislao ambiental. Art.86 Dar-se- obrigatria publicidade aos documentos integrantes do EIV, que ficaro disponveis para consulta pblica, no rgo municipal competente, para qualquer interessado.

    1 Sero fornecidas cpias do EIV, quando solicitadas pelos moradores da rea afetada ou suas associaes.

    2 Antes da deciso sobre o projeto, o rgo pblico responsvel pelo exame do EIV dever realizar audincia pblica com os moradores da rea afetada ou com suas respectivas associaes.

    TTULO V - DOS INSTRUMENTOS DE REGULARIZAO FUNDIRIA

    Art.87 Para fins desta lei, consideram-se instrumentos de regularizao fundiria aqueles destinados a legalizar a permanncia de ocupaes populacionais em desconformidade com a lei. Art.88 So considerados Instrumentos de Regularizao Fundiria:

    I. Zonas especiais de interesse social (ZEIS); II. Usucapio especial, coletivo e individual, de imvel urbano; III. Concesso de uso para fins de moradia. IV. Parceria com entidade privada que tenha como objetivo a regularizao fundiria.

    Art.89 Os instrumentos mencionados neste captulo regem-se pela legislao que lhes prpria, observando, ainda e no que couber, o disposto nesta lei.

    CAPTULO I - DAS ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL

    Art.90 As Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS so reas urbanas delimitadas pelo poder pblico municipal, que se sobrepem ao Zoneamento urbano Municipal, onde permitido, por meio da elaborao de um plano urbanstico prprio, o estabelecimento de padres de uso e ocupao diferenciados da legislao em vigor.

    1 A instituio de Zonas Especiais de Interesse Social, dentro do permetro urbano de Vrzea Grande, ser permitida apenas nos casos de cumprimento dos objetivos dispostos nesta Lei e desde que obedecidos os critrios estabelecidos em lei municipal especfica.

    2 Na elaborao dos estudos urbansticos e sociais especficos que fundamentaro a delimitao das ZEIS, devero ser priorizadas as reas constantes no mapa constante do Anexo IV da presente Lei. Art.91 So objetivos das ZEIS:

    I. Permitir a incluso urbana de parcelas da populao que se encontram margem do mercado legal de terras;

    II. Possibilitar a formao de um banco de terras agindo como um instrumento de regulao do mercado imobilirio na rea urbana;

    III. Possibilitar a extenso dos servios e da infra-estrutura urbana nas regies no atendidas;

    IV. Garantir a qualidade de vida e a equidade social entre as ocupaes urbanas; V. Permitir a permanncia de ocupaes irregulares j existentes, desde que no

  • acarretem risco vida ou dano ao meio ambiente. Art.92 Lei municipal, com fulcro neste Plano Diretor, definir os critrios para criao de Zonas Especiais de Interesse Social, estabelecendo o contedo mnimo dos planos urbansticos para sua implementao e autorizando a regulamentao administrativa de excees s regras de uso e ocupao do solo definidas na Lei de Zoneamento de Uso e Ocupao do Solo Urbano.

    1 O Poder Executivo dever elaborar um Plano Urbanstico prprio para cada rea urbana caracterizada como ZEIS.

    2 O processo de elaborao do Plano Urbanstico dever ser participativo, de acordo com o estabelecido no Ttulo VI desta Lei.

    CAPTULO II - DO USUCAPIO ESPECIAL DE IMVEL URBANO

    Art.93 Entende-se como Usucapio Especial de Imvel Urbano a aquisio do domnio por aquele que possuir, como sua, rea urbana de at 250m (duzentos e cinqenta metros quadrados), por cinco anos, ininterruptamente e sem oposio, utilizando-a para sua moradia ou de sua famlia.

    1 S ser concedida a Usucapio Especial de Imvel Urbano aos possuidores que no sejam proprietrios de outro imvel urbano ou rural.

    2 As reas urbanas com mais de duzentos e cinqenta metros quadrados, ocupadas por populao de baixa renda para a sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposio, onde no for possvel identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, so suscetveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores no sejam proprietrios de outro imvel urbano ou rural.

    3 O exerccio do direito mencionado neste artigo dever observar o disposto nos artigos 9 a 12 da Lei Federal n 10.257/2001 e as demais normas federais atinentes matria.

    CAPTULO III - DA CONCESSO DE USO ESPECIAL PARA FINS DE MORADIA

    Art.94 Ter direito Concesso de Uso Especial para Fins de Moradia todo cidado que mantiver posse para sua moradia ou de sua famlia, por cinco anos at 30 de junho de 2001, ininterruptamente e sem oposio, sobre imvel pblico situado em rea urbana de at 250m (duzentos e cinqenta metros quadrados).

    1 O Direito Especial de Uso para Fins de Moradia ser concedido somente queles que no sejam proprietrios ou concessionrios, a qualquer ttulo, de outro imvel urbano ou rural, e seguir os parmetros legais da Medida Provisria n 2.220, de 04 de setembro de 2001 e da legislao municipal especfica.

    2 O instrumento previsto neste artigo poder ser utilizado pelo Municpio na implementao dos Planos Urbansticos de Zonas Especiais de Interesse Social, para o fim de promover a regularizao da posse, de populao de baixa renda, em ocupaes irregulares sobre imveis pblicos.

    3 Deste que atendidos os requisitos prprios, definidos na Medida Provisria n. 2.220/01 e na legislao municipal especfica, o municpio poder outorgar concesso de uso especial coletiva aos possuidores beneficirios.

    TTULO VI - DO PLANEJAMENTO E GESTO MUNICIPAL

  • CAPTULO I - DOS INSTRUMENTOS DE DEMOCRATIZAO DA GESTO MUNICIPAL Art.95 Para os efeitos desta lei, consideram-se instrumentos de democratizao da gesto municipal todos aqueles que tm por objetivo promover a gesto municipal descentralizada e participativa, quais sejam:

    I. rgos colegiados de poltica urbana; II. Debates, audincias e consultas pblicas; III. Conferncias; IV. Conselhos; V. Gesto oramentria participativa; VI. Estudo de impacto de vizinhana; VII. Projetos e programas especficos; VIII. Iniciativa popular de projeto de lei.

    Art.96 Alm dos instrumentos previstos nesta lei, a Prefeitura Municipal de Vrzea Grande poder estimular a criao de outros espaos de participao popular. Art.97 A participao de toda a populao na gesto municipal ser assegurada pelo Poder Pblico, mediante a convocao obrigatria das entidades da sociedade civil e da cidadania, especialmente daqueles que sero diretamente atingidos por decises e atos tomados nos termos da presente lei. Art.98 A informao acerca da realizao dos debates, conferncias, audincias pblicas e gesto oramentria participativa ser garantida por meio de veiculao nas rdios locais, jornais locais e Internet, podendo, ainda, ser utilizados outros meios de divulgao, desde que assegurados os constantes nesta lei. Art.99 As informaes referentes ao artigo anterior devero ser divulgadas com, no mnimo, cinco dias de antecedncia.

    Pargrafo nico. Dever constar da informao o local, o dia, o horrio e o assunto respectivo reunio. Art.100 Os instrumentos mencionados neste captulo regem-se pela legislao que lhes prpria, observado o disposto nesta lei.

    Seo I - Dos Debates

    Art.101 O poder pblico promover a realizao peridica de sesses pblicas de debates sobre temas relevantes de interesse pblico. Art.102 A realizao dos debates poder ser solicitada prefeitura pelos Conselhos Municipais e por outras instituies representativas de classe e demais entidades de representao da sociedade.

    Seo II - Das Audincias Pblicas

    Art.103 A audincia pblica um instituto de participao administrativa, aberta a indivduos e a grupos sociais determinados, visando legitimidade da ao administrativa, formalmente disciplinada em lei, por meio da qual se exerce o direito de expor tendncias, preferncias e opes que podem conduzir o poder pblico a uma deciso de maior aceitao consensual.

  • Art.104 As audincias pblicas sero promovidas, pelo poder pblico, para garantir a gesto democrtica da cidade, nos termos do artigo 43 da lei federal n 10.257/2001 - Estatuto da Cidade.

    Pargrafo nico. Ainda que com carter no deliberativo, as audincias pblicas implicam o dever de motivao do administrador quando da tomada das decises em face dos debates e indagaes realizados. Art.105 Sero realizadas audincias pblicas nos processos de implantao de empreendimentos ou atividades de significativo impacto urbanstico ou ambiental com efeitos potencialmente danosos em seu entorno, bem como nos demais casos que forem de interesse pblico relevante.

    1 Todos os documentos relativos ao tema da audincia pblica sero colocados disposio de qualquer interessado para exame e extrao de cpias, inclusive por meio eletrnico, com antecedncia mnima de quinze dias da data da realizao da respectiva audincia pblica.

    2 As intervenes realizadas em audincia pblica sero registradas por escrito e gravadas para acesso e divulgao pblicos, devendo, o conselho respectivo ao tema, reter para seu acervo, uma cpia da lavratura da ata de realizao da audincia.

    3 Sero obrigatrias as audincias pblicas quando da realizao de Estudo de Impacto de Vizinhana, como condio prvia e indispensvel sua aprovao, bem como nos processos administrativos de reviso da legislao bsica do Plano Diretor, antes do encaminhamento de Projetos de Lei pelo Poder Executivo Cmara Municipal.

    Seo III - Das Conferncias Pblicas

    Art.106 As conferncias tero por objetivo a mobilizao, do governo municipal e da sociedade civil, na elaborao e avaliao das polticas pblicas, em que sero discutidas as metas e prioridades para o Municpio. Art.107 As conferncias podero ser utilizadas para definir alteraes na legislao urbanstica, em especial quando da reviso da presente Lei do Plano Diretor.

    Seo IV - Dos Conselhos

    Art.108 A participao da populao na gesto municipal se dar, tambm, por meio de conselhos municipais de carter consultivo, propositivo e fiscalizatrio dentro de suas atribuies e apenas nos limites de sua competncia, que dever sempre ser fixada por lei. Art.109 So atribuies gerais de todos os Conselhos Municipais:

    I. Intervir em todas as etapas do processo de planejamento do Municpio; II. Analisar e propor medidas de concretizao de polticas setoriais; III. Participar da gesto dos fundos previstos em lei e garantir a aplicao de recursos

    conforme aes previstas no Plano Diretor; IV. Solicitar ao poder pblico a realizao de audincias pblicas, debates, conferncias e

    consultas pblicas, no mbito de suas competncias.

    Subseo I - Do Conselho da Cidade de Vrzea Grande Art.110 Fica institudo o Conselho da Cidade de Vrzea Grande, rgo deliberativo, propositivo, opinativo e consultivo, externo, a ser composto, de forma paritria, por servidores do

  • Poder Executivo Municipal, por representantes dos diversos segmentos sociais e das diversas unidades territoriais que compem o municpio, atendida, proporcionalmente, a extenso territorial do Municpio e a densidade populacional.

    Pargrafo nico. A regulamentao do Conselho citado no caput do artigo anterior se dar mediante aprovao de legislao especfica, que dever ocorrer no prazo mximo de 90 dias aps a publicao da presente lei. Art.111 A existncia do Conselho da Cidade de Vrzea Grande est garantida nos termos do art. 42, III, do Estatuto da Cidade, e conforme art. 6 da Resoluo n 34/2005 do Ministrio das Cidades. Art.112 O Conselho da Cidade de Vrzea Grande receber, no mnimo, as seguintes competncias em lei municipal especfica que definir a sua criao:

    I. Acompanhar a implantao do Plano Diretor, analisando e opinando sobre questes relativas sua aplicao;

    II. Acompanhar o processo de atualizao permanente do Plano Diretor, atravs da proposio de alteraes;

    III. Emitir parecer sobre proposta de alterao do Plano Diretor; IV. Emitir parecer sobre projetos de lei de interesse da poltica desenvolvimento

    socioespacial, antes de seu encaminhamento para o processo de aprovao pela Cmara; V. Acompanhar a regulamentao legal e a implantao dos instrumentos de poltica

    municipal e de democratizao de gesto, regulamentados na presente lei; VI. Acompanhar a implantao dos Planos Setoriais, de execuo do Plano Diretor; VII. Acompanhar a elaborao dos projetos de lei que regulamentaro o presente Plano

    Diretor, opinando sobre seu contedo; VIII. Gerir o Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano FDMU; IX. Convocar audincias pblicas; X. Elaborar seu regimento interno. Pargrafo nico. Para criao ou alterao de leis que disponham sobre matria pertinente

    ao Plano Diretor, lei de Zoneamento de Uso e Ocupao do Solo e lei de Parcelamento do Solo Urbano, o Conselho da Cidade de Vrzea Grande dever emitir parecer prvio, como requisito para o processo de aprovao pela Cmara Municipal. Art.113 A primeira composio do Conselho da Cidade de Vrzea Grande e a elaborao e aprovao do seu regimento interno acontecero por meio de audincia pblica, convocada pelo Poder Executivo, no prazo estipulado na forma da presente lei.

    Pargrafo nico. O Poder Executivo Municipal garantir suporte tcnico, operacional e administrativo necessrio ao pleno funcionamento do Conselho da Cidade de Vrzea Grande.

    CAPTULO II - DO PLANEJAMENTO E GESTO SOCIOESPACIAL

    Art.114 Entende-se por Sistema Municipal de Planejamento e Gesto Socioespacial o conjunto de rgos, normas, recursos humanos e tcnicos que objetivam a coordenao articulada das aes dos setores pblico e privado e da sociedade em geral, bem como a integrao entre os diversos programas setoriais e a dinamizao e modernizao da ao governamental.

  • Pargrafo nico. O Sistema Municipal de Planejamento e Gesto Socioespacial, conduzido pelo setor pblico, dever garantir a necessria transparncia e a participao dos cidados e de entidades representativas. Art.115 O Sistema Municipal de Planejamento e Gesto Socioespacial composto por:

    I. rgo responsvel pelo planejamento e pela gesto socioespacial do municpio; II. Secretarias Municipais de Vrzea Grande; III. Sistema de Informaes Municipais.

    Seo I - Do rgo de Planejamento e Gesto Socioespacial

    Art.116 O rgo responsvel pelo planejamento e gesto socioespacial dever desempenhar, dentre outras funes a serem definidas em regulamentao especfica, as seguintes:

    I. Comandar o processo de implantao, regulamentao e monitoramento e atualizao permanente do Plano Diretor Municipal, detalhando planos, programas e projetos relacionados ao ordenamento e ocupao do solo;

    II. Planejar e implementar a poltica municipal de promoo da habitao social e regularizao fundiria e traar as diretrizes para a execuo de seus programas;

    III. Implementar e atualizar o Sistema de Informaes Municipais e outras informaes necessrias gesto e ao planejamento municipal;

    IV. Promover o levantamento de dados estatsticos e a realizao de estudos, pesquisas e diagnsticos de natureza territorial, necessrios ao processo de planejamento;

    V. Promover a articulao entre as Secretarias Municipais e o Conselho da Cidade de Vrzea Grande;

    VI. Discutir e concretizar, com rgos federais, estaduais e municipais, parcerias, consrcios e/ou financiamentos para a implantao do Plano Diretor;

    VII. Informar e orientar questes atinentes legislao urbanstica, rural e ambiental municipal;

    VIII. Monitorar a implementao das polticas de desenvolvimento estabelecidas nesta Lei.

    IX. Aprovao de projetos construtivos e de parcelamento do solo urbano; X. Manter cadastro de informaes e arquivo de plantas de edificaes e parcelamentos

    do solo aprovados, alimentando e atualizando permanentemente o sistema de informaes municipais;

    XI. Expedir parecer em relao aos processos de licenciamento para localizao e funcionamento de atividades econmicas no municpio;

    XII. Fiscalizao do uso e da ocupao do solo no territrio municipal; XIII. Fiscalizao de Obras e Posturas Municipais; XIV. Elaborao de projetos para execuo de Obras pela Prefeitura; XV. Coordenao da aplicao dos instrumentos da Outorga Onerosa do direito de

    construir e da transferncia de potencial construtivo.

    Seo II - Do Sistema de Informaes Municipais

  • Art.117 O poder executivo dever implantar um Sistema de Informaes Municipais que possibilite o monitoramento e a avaliao de dados globais sobre o Municpio.

    Pargrafo nico. O Sistema de Informaes estar vinculado estrutura do rgo de Planejamento e Gesto Scio espacial da Prefeitura. Art.118 O Sistema de Informaes tem como objetivos:

    I. Produzir e sistematizar informaes pblicas, evitando a duplicao de meios e instrumentos para fins idnticos;

    II. Controlar e monitorar o uso e ocupao do solo municipal; III. Alimentar e facilitar a integrao de sistemas e mecanismos setoriais (virio e

    transporte, tributrio, preservao e recuperao ambiental e cultural, bens scio-ambientais e outros), garantindo o registro das informaes produzidas;

    IV. Difundir as informaes pblicas. Art.119 O Sistema de Informaes dever conter obrigatoriamente:

    I. Delimitao precisa das macrozonas, das zonas urbanas, das reas para a aplicao dos instrumentos do Estatuto da Cidade, do permetro urbano e do territrio municipal;

    II. Informaes geo-ambientais para toda a extenso do territrio municipal; III. Cadastros que contenham a relao de equipamentos urbanos pblicos, equipamentos

    sociais, cadastro imobilirio, reas vazias, sistema virio, rede de transporte pblico, arruamento, infra-estrutura de gua, esgoto, energia eltrica, telefonia, estabelecimentos industriais, de comrcio, de servios, reas verdes e configurao da rea rural;

    IV. ndices e parmetros de uso e ocupao do solo e de construo para todos os imveis urbanos, de acordo com as leis de Zoneamento de Uso e Ocupao do Solo, Parcelamento do Solo Urbano e Cdigo de Edificaes;

    V. Informaes scio-econmicas, em especial demografia, emprego e renda. Art.120 Os agentes pblicos e privados ficam obrigados a fornecer Prefeitura todos os dados e informaes que forem considerados necessrios ao Sistema de Informaes, obedecendo aos prazos, condies e penalidades fixados pelo poder executivo municipal.

    Pargrafo nico. Para efeito do disposto neste artigo, incluem-se, tambm, as pessoas jurdicas federais e estaduais, inclusive empresas pblicas, autarquias, sociedades de economia mista, fundaes, bem como empresas privadas, concessionrias, permissionrias ou autorizatrias de servios pblicos, sob regime privado ou no.

    Seo III - Do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano

    Art.121 O Fundo de Municipal de Desenvolvimento Urbano FMDU - ser criado por Lei prpria, com a finalidade de emprestar suporte financeiro ao desenvolvimento de projetos relacionados :

    I. regularizao fundiria; II. execuo de programas e projetos habitacionais de interesse social; III. ordenamento e direcionamento da expanso urbana; IV. implantao de equipamentos urbanos e comunitrios; V. criao de espaos pblicos de lazer e reas verdes; VI. criao de unidades de conservao ou proteo de outras reas de interesse

    ambiental;

  • VII. proteo de reas de interesse histrico, cultural ou paisagstico. Art.122 Os recursos do FMDU sero constitudos, dentre outros, pelos seguintes meios:

    I. dotaes oramentrias especficas do Municpio, preferencialmente com a utilizao do acrscimo da receita decorrente da implementao do IPTU progressivo no tempo;

    II. contribuies, doaes e transferncias dos setores pblicos e privados; III. produtos de operaes de crdito celebradas com organizaes nacionais e

    internacionais; IV. rendas procedentes da aplicao financeira dos seus prprios recursos; V. receitas provenientes da aplicao da outorga onerosa do direito de construir e de

    outros instrumentos urbansticos previstos na presente Lei; VI. receitas decorrentes da cobrana de multas por infrao legislao urbanstica.

    TTULO VII - DAS DISPOSIES FINAIS E TRANSITRIAS

    Art.123 O Conselho da Cidade de Vrzea Grande, ora institudo, dever ser regulamentado em lei no prazo mximo de 90 (noventa) dias, a contar da publicao da presente lei. Art.124 Os mapas temticos contidos no Plano Diretor Participativo, com Base Cartogrfica na escala 1:10.000 sero adequados no prazo de cento e oitenta dias, a contar da data de disponibilizao dos elementos tcnicos aerofotogramtricos pela empresa produtora. Art.125 Fica o Poder Executivo Municipal autorizado a promover no prazo de cento e oitenta dias da vigncia deste plano. I Elaborao da norma regulamentadora de edificao de Condomnio Fechado. II Reviso do Cdigo de Obras. III Elaborao dos demais planos setoriais decorrentes desta Lei. Art. 126 Integram a presente lei os seguintes Anexos:

    Anexo I Mapa de Macrozoneamento do Municpio de Vrzea Grande; Anexo II Parmetros de Uso e Ocupao da Macrozonas Municipais; Anexo III Mapa de reas Passveis de Aplicao do Parcelamento, Edificao ou

    Utilizao Compulsrias, Outorga Onerosa do Direito de Construir e Transferncia de Potencial Construtivo;

    Anexo IV Mapa de Zonas Especiais de Interesse Social ZEIS. Art. 127 A elaborao e reviso, respectivamente, previstas nestes substitutivos ora

    includos nas emendas propostas pela Cmara Municipal de Vrzea Grande, sero observadas em consonncia com o inciso I, do 4. do artigo 40 da Lei Federal 10.257/2001 e da resoluo n. 25 do Conselho das Cidades, artigos 3. ao 9..

    Art. 128 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao, revogando todas as disposies em contrrio.

    Praa dos Trs Poderes, Pao Municipal Couto Magalhes, em Vrzea Grande, 13 de dezembro de

    2007.

    Murilo Domingos Prefeito Municipal

  • ANEXO II PRAMETROS DE USO E OCUPAO DAS MACROZONAS MUNICIPAIS

    MACROZONA LOTE MNIMO COEFICIENTE APROVEITAMENTO USOS PREDOMINANTES

    Macrozona Rural Mdulo INCRA -

    Atividades agrosilvipastoris e de extrao mineral; Turismo; Preservao, conservao e recuperao dos remanescentes vegetais e da mata ciliar.

    Macrozona Rural de Interesse de Conservao e Preservao do Patrimnio Ambiental e Cultural

    Mdulo INCRA -

    Atividades agrosilvipastoris; Turismo; Preservao, conservao e recuperao do patrimnio natural e cultural.

    Macrozona Urbana Conforme Lei de Zoneamento de Uso e Ocupao do Solo Urbano Conforme Lei de Zoneamento de Uso e Ocupao do Solo Urbano

    Habitao, Comrcio, Servios, Institucional e Industrial, de acordo com a Lei de Zoneamento de Uso e Ocupao do Solo Urbano.

    Em todas as macrozonas devero ser respeitados o Cdigo Florestal Brasileiro (Lei Federal 4771/1965).

  • ANEXO III MAPA DE REAS PASSVEIS DE APLICAO DO PARCELAMENTO, EDIFICAO OU UTILIZAO COMPULSRIAS, OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE

    CONSTRUIR E TRANSFERNCIA DE POTENCIAL CONSTRUTIVO

  • ANEXO IV MAPA DE ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL - ZEIS

  • ANTEPROJETO DE LEI DO PERMETRO URBANO (CAPA)

  • LEI DO PERMETRO URBANO (verso da CAPA)

  • SUMRIO ANTEPROJETO DE LEI DO PERMETRO URBANO

    Anexo I Mapa do Permetro Urbano. 51

  • LEI DO PERMETRO URBANO

    Estabelece nova delimitao para o Permetro Urbano do Municpio de Vrzea Grande

    Art.1 O Permetro Urbano do Municpio de Vrzea Grande pass