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  • ESTUDO

    Cmara dos DeputadosPraa 3 PoderesConsultoria LegislativaAnexo III - TrreoBraslia - DF

    TRS VERSES DE ACORDO BILATERAL ENTRETRS VERSES DE ACORDO BILATERAL ENTRETRS VERSES DE ACORDO BILATERAL ENTRETRS VERSES DE ACORDO BILATERAL ENTRE

    O BRASIL E OS ESTADOS UNIDOS DA AMRICAO BRASIL E OS ESTADOS UNIDOS DA AMRICAO BRASIL E OS ESTADOS UNIDOS DA AMRICAO BRASIL E OS ESTADOS UNIDOS DA AMRICA

    PARA MARINHA MERCANTE:PARA MARINHA MERCANTE:PARA MARINHA MERCANTE:PARA MARINHA MERCANTE:

    TREZE ANOS DE NEGOCIAES TREZE ANOS DE NEGOCIAES TREZE ANOS DE NEGOCIAES TREZE ANOS DE NEGOCIAES

    Maria Ester Mena Barreto Camino

    Consultora Legislativa da rea XVIIIDireito Internacional Pblico e Relaes Internacionais

    ESTUDO

    NOVEMBRO/2008

  • 2SUMRIO

    I. RESUMO...................................................................................................................................................................3II. Palavras-chave...........................................................................................................................................................3III.ABSTRACT..............................................................................................................................................................3IV. Key words................................................................................................................................................................31. INTRODUO....................................................................................................................................................... 42. ASPECTOS RELATIVOS TRAMITAO LEGISLATIVA.................................................................... 53. CONSIDERAES FINAIS:............................................................................................................................. 144. ANEXO ................................................................................................................................................................... 16

    2008 Cmara dos Deputados.Todos os direitos reservados. Este trabalho poder ser reproduzido ou transmitido na ntegra, desde quecitadas a autora e a Consultoria Legislativa da Cmara dos Deputados. So vedadas a venda, a reproduoparcial e a traduo, sem autorizao prvia por escrito da Cmara dos Deputados.

    Este trabalho de inteira responsabilidade de sua autora, no representando necessariamente a opinio daCmara dos Deputados.

  • 3RESUMO

    Brasil e Estados da Amrica vm negociando um Acordo de cooperaorelativo marinha mercante h mais de doze anos, treze, pelo menos, se considerarmos operodo inicial de tratativas.

    Foram firmados trs instrumentos bilaterais pelos respectivos governos.No caso brasileiro, em consonncia com o art. 49, I, da Constituio Federal, os trs instrumentosforam encaminhados ao Congresso Nacional, para apreciao legislativa, como um requisitopreliminar e essencial ao processo de ratificao.

    O acirrado debate parlamentar em relao ao contedo dos pactos,considerados lesivos aos interesses nacionais, tem provocado renegociaes necessrias esucessivas pelo Poder Executivo.

    O terceiro instrumento, conquanto parea o mais equilibrado dos trs,ainda objeto de controvrsia por razes similares aos anteriores. Muito embora haja algumasmelhorias em seu formato, o contedo continua, seno extamente o mesmo, muitssimosemelhante.

    Palavraschave

    Marinha Mercante. Acordos bilaterais Brasil Estados Unidos. Debate legislativo.Renegociaes necessrias pelo Executivo.

    ABSTRACT

    The Federative Republic of Brazil and the United States of America havebeen negotiating an agreement on merchant shipping for more than twelve years, thirteen, atleast, if we consider the initial deliberation period..

    Three different bilateral agreements were signed by both countries.According to Article 49, I, of the Brazilian Constitution, each of the three instruments, one at atime, was sent to the Brazilian National Congress for appreciation, as a preliminary and essentialrequirement for the ratification process.

    The vivid legislative debates as to their content, considered harmful tothe Brazilian merchant shipping, has provoked the successive revisions of the agreed texts by theExecutive.

    Although the third instrument might seem the most balanced of thethree, it is still very controversial for the same reasons of the two others eventhough there havebeen some improvements as to the way the instrument was drafted, its content remains, if notexactly the same, deeply similar

    Key words:Merchant shipping. Bilateral agreements Brazil-United States. Legislative debate.. Necessaryrenegotiations by the Executive.

  • 4TRS VERSES DE ACORDO BILATERALTRS VERSES DE ACORDO BILATERALTRS VERSES DE ACORDO BILATERALTRS VERSES DE ACORDO BILATERAL

    ENTRE O BRASIL E OS ESTADOS UNIDOS DA AMRICAENTRE O BRASIL E OS ESTADOS UNIDOS DA AMRICAENTRE O BRASIL E OS ESTADOS UNIDOS DA AMRICAENTRE O BRASIL E OS ESTADOS UNIDOS DA AMRICA

    PARA MARINHA MERCANTE:PARA MARINHA MERCANTE:PARA MARINHA MERCANTE:PARA MARINHA MERCANTE:

    TREZE ANOS DE NEGOCIAESTREZE ANOS DE NEGOCIAESTREZE ANOS DE NEGOCIAESTREZE ANOS DE NEGOCIAES

    Maria Ester Mena Barreto Camino

    1. INTRODUO

    Os Governos dos Estados Unidos da Amrica e da Repblica Federativado Brasil vm negociando um Acordo bilateral sobre Transporte Martimo h, pelo menos, trezeanos, se computarmos o perodo de tratativas inicial.

    As duas primeiras verses de instrumento pactuado foram formalizadassob a gide dos governos do Presidente Fernando Henrique Cardoso e, a terceira, no primeiroGoverno do Presidente Lus Incio Lula da Silva.

    Esses instrumentos foram assinados, respectivamente, em 31 de maio de1996, 20 de outubro de 1999 e 30 de setembro de 2005.

    A primeira verso foi objeto da Mensagem n 866, de 1996, analisada erelatada na Comisso de Relaes Exteriores e de Defesa Nacional, pela primeira vez, peloDeputado Paulo Delgado, que sugeriu a realizao de audincias pblicas, fez ressalvas e propsreservas no Projeto de Decreto Legislativo, a essas restries condicionando o seu voto favorvel.

    Coube ao Deputado Francisco Rodrigues examinar a Mensagemsubseqente, MSC n 398, de 2000. Manifestou-se atravs de Parecer Preliminar, em face dosproblemas que detectou e que teriam de ser sanados antes da anlise definitiva do instrumentoento em discusso. Naquela oportunidade, no s reiterou a sugesto de realizao de audinciaspblicas para a melhor anlise da matria, como pediu fosse requerida a reviso do despacho dedistribuio do instrumento, que, em face de determinao cogente da Resoluo CN n 1/1996,do Congresso Nacional, deveria ser objeto de oitiva preliminar da Representao Brasileira Comisso Parlamentar Conjunta do Mercosul, qual aquele texto, todavia, no chegou a aportar.

  • 5Essas duas primeiras tentativas iniciais de pacto bilateral foram objeto derequerimentos de retirada de tramitao legislativa, por parte do Poder Executivo,consubstanciados, respectivamente, nas Mensagens n 583, de 2000, firmada pelo entoPresidente Fernando Henrique Cardoso, em 23 de abril de 2000, e n 350, de 2003, assinada peloPresidente Luiz Incio Lula da Silva, em 25 de julho de 2003.

    No contexto da apreciao legislativa, o passo seguinte foi o recebimentopelo Congresso Nacional da Mensagem n 56, de 2006, assinada em 30 de setembro de 2005, peloPresidente Luiz Incio Lula da Silva, contendo a terceira verso de pacto bilateral, texto que seencontra, atualmente, sob apreciao da Comisso de Relaes Exteriores e de Defesa Nacional.

    Em face das marchas e contramarchas dessa anlise, solicitou-se Consultoria Legislativa um quadro comparativo entre os trs textos enviados ao Parlamento peloPalcio do Planalto.

    Elaborado o quadro solicitado, cabem, adicionalmente, comentrios emrelao aos aspectos mais curiosos da tramitao dessa matria no Congresso Nacional.

    2. ASPECTOS RELATIVOS TRAMITAO LEGISLATIVA:

    As trs verses de pacto bilateral entre o Brasil e os Estados Unidosenviadas ao Congresso Nacional para apreciao legislativa, nesses ltimos doze anos, aps aconcluso das respectivas negociaes pelo Executivo, tm pequenas alteraes de redao, maisrevelando uma adequao de linguajar aos debates travados, do que, propriamente, mostrandodivergncia estrutural ou de contedo, fato esse que pode ser facilmente averiguado no quadrocomparativo que integra este estudo1.

    A Mensagem n 866, de 1996, conforme mencionado na introduodeste estudo, foi objeto da relatoria do Deputado Paulo Delgado, na Comisso de RelaesExteriores e de Defesa Nacional,

    Do parecer ento exarado, h alguns aspectos que convm ressaltar.Vejamos, por exemplo, os comentrios feitos em relao ao item (c) do primeiro artigo2:

    O item (c) do artigo 1 garante, atendendo o princpio da reciprocidade, o acessoigual e no-discriminatrio a cargas prescritas (cargas reservadas bandeira nacional)da outra Parte aos armadores de bandeira nacional de cada Parte. Na segunda partedo mesmo item excetua, para os dois pases, a aplicao dessa disposio s cargas

    1 Vide quadro comparativo, fls. 16 a 27 deste estudo.2 A ntegra desse artigo o est no quadro comparativo em anexo, nas fls. 21 e 22.

  • 6militares. Contudo, cria outras excees que se aplicam somente a uma das Partes, osEstados Unidos da Amrica3, conforme podemos observar na transcrio que se segue:

    c) (...) A presente disposio no ser aplicada a cargas militares, tal comodefinidas na respectiva legislao nacional de cada parte, ou a exportaes norteamericanas de produtos agrcolas e de produtos amparados pela Seo 901 (b) da leide Marinha Mercante dos Estados Unidos da Amrica, de 1936; no obstante, seracessvel aos armadores brasileiros parcela dessas cargas no prescrita a navios debandeira norte-americana.

    Entendemos que o dispositivo acordado pelo governo brasileiro, reproduzidoacima, no atende ao princpio da reciprocidade, que um pressuposto comumenteadotado na assinatura de atos internacionais relativos ao comrcio, mediante o qualum Pas se compromete somente at onde o outro tambm pode se comprometer.

    Diante da regra geral de liberalizao assumida pelas Partes, as exceeslevantadas pelos Estados Unidos podem assumir grandes dimenses, podendo ter umimpacto fundamental no comrcio bilateral. Chamamos ateno para o fato de queforam excetuadas todas as exportaes norte-americanas de produtos agrcolas e deprodutos amparados pela lei citada. Na realidade, nem mesmo sabemos exatamente deque se est abrindo mo mediante o presente Acordo4. A situao , no mnimo,paradoxal: o Brasil abre completamente seu trfego martimo para um determinadopas e a outra Parte deixa de faz-lo para uma srie de produtos.

    O usual nas relaes internacionais, dentro do princpio da reciprocidade, seriaa elaborao de um dispositivo que afirmasse no estar o Brasil obrigado a conceder oacesso a navios de bandeira americana ao transporte de produtos que no esto abertos bandeira brasileira. Como exemplo dessa prtica internacional, citamos um atointernacional bilateral que recentemente tramitou nesta Comisso de RelaesExteriores, o Acordo sobre a Promoo e a Proteo Recproca de Investimentos, entreo Brasil e a Sua. O Acordo previa o tratamento nacional a ser concedido ainvestidores da outra Parte Contratante. Em virtude de disposies constitucionaisbrasileiras, que vedam a participao de empresas estrangeiras em determinadossetores, o governo suo no se obrigava a conceder o tratamento nacional a investidoresbrasileiros nessas mesmas reas, enquanto no houvesse modificao do textoconstitucional brasileiro

    Portanto, o Acordo em epgrafe, por no estabelecer direitos e obrigaes emtermos de reciprocidade, fere o princpio geral de direito internacional pblico quereconhece a isonomia entre Estados soberanos.5

    3 Os destaques em negrito so do texto original, os sublinhados no, foram acrescentados.4 Idem nota anterior.5 Parecer do Relator designado pela Comisso de Relaes Exteriores e de Defesa Nacional para a Mensagem n844, de 1996, Deputado Paulo Delgado, fls. 4 e 5. Parecer votado na Comisso em 27/9/1999. Os destaques foramacrescentados.

  • 7Mais adiante, em seu voto, o ento relator da matria posicionou-se,todavia, favoravelmente concesso de aprovao legislativa, mas desde que houvesse ressalva(ou seja, reserva) ao disposto nessa verso do item c do artigo primeiro, o que fez constar,expressamente, da proposta de Decreto Legislativo. Posta a matria em votao na Comisso deRelaes Exteriores e de Defesa Nacional foram aprovados tanto o parecer citado, como aproposta pertinente de Decreto Legislativo.

    Antes que essa Mensagem, j sob a forma de Projeto de DecretoLegislativo, fosse apreciada na Comisso temtica seguinte, foi retirada de tramitao pelo PoderExecutivo, atravs da Mensagem n 583, de 2000, posteriormente, portanto, ao envio daMensagem n 398, de 2000 ao Congresso Nacional, que trata da mesma matria e que havia sidoapensada a essa primeira (MSC 866, de 1996).

    A verso de Acordo encaminhada ao Legislativo nessa segundaMensagem, sob n 398, de 2000, ainda assinada pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso,apresentou, nesse artigo, pequena variao de redao6, em que o eventual carter discriminatriodo dispositivo deixava de ser manifesto7, como pode ser verificado comparando-se os textos8.

    Ao ser apreciada essa segunda verso de Acordo pela Comisso deRelaes Exteriores e de Defesa Nacional, foi submetida anlise e relatoria do DeputadoFrancisco Rodrigues, que, conforme j mencionado, optou por apresentar Parecer Preliminar Comisso de Relaes Exteriores e de Defesa Nacional, em face dos problemas que constatara natramitao legislativa, cujos pontos principais impe-se, igualmente, citar:

    No que tange possvel interferncia do Acordo sob anlise com compromissosj assumidos pelo Brasil, em especial aqueles constantes do Tratado de Assuno edemais instrumentos pertinentes ao MERCOSUL, so, deveras esclarecedoras asponderaes do Ministro que subscreve a Exposio de Motivos.

    Lembra ele que a alnea b do Artigo I, in fine, foi objeto de especialateno, por tratar da liberalizao do transporte de cargas no comrcio com terceirospases. Ainda que os negociadores brasileiros no tenham considerado necessrioalterar a redao do dispositivo procuraram explicitar com clareza outra parte ainterpretao brasileira de que o teor da ltima frase do item supracitado no seaplicar imediatamente aos pases do MERCOSUL. Conformeentendimento registrado em Ata assinada, a qual segue em anexo9,dever ser respeitado o cronograma resultante das negociaes em curso para liberalizar

    6 Esse dispositivo sofreria uma segunda variao na terceira e posterior verso de pacto bilateral, encaminhada apreciao legislativa atravs da Mensagem posterior, n 56, de 2006, assinada pelo Presidente Luiz Incio Lula daSilva.7 Ficara implcito?8 Vide fls. 21-22 deste estudo.9 Mesmo caso da nota cinco: os destaques em negrito esto no texto citado., os sublinhados foram acrescentados.

  • 8o comrcio martimo intrabloco, antes do que continuar sendo dada exclusividade sembarcaes dos Estados membros da Unio Aduaneira.

    A ata mencionada, todavia, no acompanha os documentos constantes dapresente Mensagem, nem h, pertinente a ela, qualquer meno no ato internacional.Trata-se de documento contendo uma inteno de interpretao dosnegociadores quanto tcnica a ser adotada para interpretar o dispositivo, mas que, nanorma propriamente dita, no se encontra explicitado.

    Duas providncias preliminares h, pois, que serem tomadas.

    Em se tratando de ato internacional que poder ter conseqncias sobre oscompromissos assumidos pelo Brasil no Tratado de Assuno, em relao aoMercosul, impe-se, em face das normas do Art. 1, I e 2 da Resoluo01/199610, do Congresso Nacional, que seja ouvida a Representao Brasileira daComisso Parlamentar Conjunta do Mercosul Comisso permanente que doCongresso Nacional.

    Dizem os referidos dispositivos:

    Art. 2 Caber Representao:

    I apresentar relatrio sobre todas as matrias de interesse do Mercosul quevenham a ser submetidas ao Congresso Nacional;

    ...

    1 Para os fins do disposto nos incisos I e II as matrias sero encaminhadas,

    preliminarmente, Representao, sem prejuzo de sua apreciao pelas comissescompetentes da Cmara dos Deputados e do Senado Federal, conforme o disposto nos

    respectivos Regimentos Internos.

    Sugiro, assim, que requeiramos sua oitiva, em obedincia Resoluo

    1/1996-CN, nos termos do art. 140 do Regimento Interno, Presidncia da Casa.

    Proponho, ademais, presidncia deste colegiado, neste parecer preliminar, que

    adote as providncias necessrias a fim de que seja enviada pelo Poder Executivo

    Cmara a ata contendo a clusula interpretativa mencionada na Exposio de

    Motivos do Ministro de Relaes Exteriores que no acompanhou a Mensagem n

    328, de 2000, sem a qual no possvel conhecer e deliberar a respeito da real

    extenso e contedo das obrigaes que sero assumidas pelo Pas.11

    10 A Resoluo do Congresso Nacional n 01, de 1996, foi derrogada pela Resoluo n 1, de 2007, que a substituiu,quando da criao do Parlamento do Mercosul, oportunidade em que aquela Comisso Mista Permanente doCongresso Nacional passou a se denominar Representao Brasileira no Parlamento do Mercosul.11 In: Parecer preliminar do Relator designado para a Mensagem n 398, de 2000, Deputado Francisco Rodrigues, fls.3 e 4, apresentado Comisso de Relaes Exteriores e de Defesa Nacional em 9/12/2003 e aprovado em 12 demaro de 2003, em que solicita a obteno de cpia da ata pertinente s negociaes do ato internacional sob anlise

  • 9A proposta de requerimento de redistribuio da matria para a Mesa daCmara, feita pelo Relator no parecer preliminar, foi acolhida pela Comisso de RelaesExteriores e de Defesa Nacional, sendo encaminhado Presidncia da Casa em 1 de julho de2003, assinado pela ento Presidente do colegiado, Deputada Zulai Cobra. Logo a seguir,atravs do ofcio SGMP n 1.396, de 04 de julho de 2003, assinado pelo ento Presidente da Casa,Deputado Joo Paulo Cunha, foi informada do acolhimento do pleito12.

    Essa segunda verso de Acordo, todavia, conforme mencionado na fl. 2deste estudo, tambm foi retirada do Congresso Nacional, atravs da Mensagem n 350, de 2003,o que ocorreu antes do texto chegar ento Comisso Parlamentar Conjunta do Mercosul.

    A Mensagem seguinte, de n 56, de 2006, contm e encaminha aoCongresso a terceira verso de pacto bilateral submetida ao Parlamento nessa matria. Foidistribuda pela Mesa Diretora da Cmara s Comisses de Relaes Exteriores e de DefesaNacional, Viao e Transportes e Constituio e Justia e de Cidadania, apenas nos termos do art.54 do Regimento Interno e no quanto ao mrito. Novamente, na distribuio, omitiu-se a oitiva ento Comisso Parlamentar Conjunta do Mercosul, apesar da deciso de redistribuio anteriorpara esta matria.

    Foi objeto, a seu turno, de anlise e voto favorvel do primeiro relatordesignado, Deputado Joo Castelo, cuja manifestao, apresentada em 4 de maio de 2006, foiobjeto de pedido de vista, em 10 de maio, do Deputado Jair Bolsonaro, que apresentou, em 3 deagosto seguinte, voto em separado contrrio. Colocada a matria na ordem do dia da Comisso deRelaes Exteriores e de Defesa Nacional, foi retirada de pauta, de ofcio, em 20 de dezembro,no chegando a ser apreciada na legislatura passada.

    No incio desta legislatura, a Mensagem foi redistribuda, em 28 defevereiro de 2007, ao novo relator, Deputado Mcio Monteiro, que a devolveu sem manifestao,em 18 de maro. Dois dias aps, foi designado o Deputado Jair Bolsonaro como novo relator,que apresentou parecer contrrio em 22 de maio de 2007. Colocada em discusso a matria, foiobjeto de pedido de vista conjunta em 30 de maio, concedida aos Deputados Joo Almeida,Nlson Mouro, Marcondes Gadelha e William Woo. Encerrado o prazo, apresentou, o DeputadoMarcondes Gadelha, voto em separado favorvel concesso de aprovao legislativa ao Acordo.

    junto ao Ministrio das Relaes Exteriores e a manifestao preliminar da ento Representao Brasileira naComisso Parlamentar Conjunta do Mercosul.12 Revejo o despacho de distribuio aposto Mensagem n 398, de 200, do Poder Executivo, para submet-lapreviamente Representao Brasileira na Comisso Parlamentar Conjunta do Mercosul, os termos do art. 2, incisoI e 1, da Resoluo n 01/1996-CN. Oficie-se requerente e, aps, publique-se. Joo Paulo Cunha, Presidente

  • 10

    Essas manifestaes, nos dois sentidos, instruem a discusso naComisso de Relaes Exteriores e de Defesa Nacional.

    Debatida a matria em plenrio, em 13 de julho de 2007, foi decidido deofcio, pelo ento presidente em exerccio, Deputado Marcondes Gadelha, a retirada da matriade pauta at a realizao da audincia pblica solicitada pelo colegiado, enfatizando-se que oevento deveria trazer expositores dos diversos (e opostos) pontos de vista.

    Essa audincia pblica no chegou a ser realizada e os esclarecimentospedidos no foram prestados, no tendo chegado a ser realizado o debate tcnico pleiteado.

    Na sesso legislativa de 2008, foi eleito Presidente do colegiado oDeputado Marcondes Gadelha que, em cumprimento s normas procedimentais, tantoregimentais como da praxe adotada no colegiado, colocou a matria em pauta e teve de retir-la,segundo os avanos e recuos da anlise legislativa, nos termos do que dispe o RegimentoInterno.

    Esse terceiro texto de acordo firmado entre os dois pases para marinhamercante traz, sem dvida, a melhor redao entre as trs verses encaminhadas ao Parlamento,mas ainda sem elidir o problema de fundo existente, que a potencial desvantagem para amarinha mercante brasileira da entrada, no mercado brasileiro, da marinha mercante americananos termos propostos. Importante ressaltar, todavia, que h uma tentativa ambgua de proteoda marinha mercante brasileira no bojo do dispositivo contido no item (c), do primeiro artigo,atravs da expresso caso surja algum desequilbrio involuntrio.13

    Destacam-se, dos posicionamentos em relao terceira verso deAcordo at aqui exarados, aspectos importantes.

    So convergentes as manifestaes dos Deputados Joo Castelo eMarcondes Gadelha que ressaltam os aspectos, em seu entender, positivos do instrumento:

    Entre as vantagens preconizadas pelo instrumento ressaltam-se, tanto naminha opinio, como na do Deputado Joo Castelo que fez a anlise anterior damatria, os seguintes pontos:

    a) a oferta de oportunidade justas e no discriminatrias aos transportadores debandeira nacional de ambas as Partes contratantes e aos transportadores de bandeirade outros pases;

    b) a concesso, de cada uma das partes contratantes, de idntico acesso, emcondies nodiscriminatrias s operaes comerciais dos transportadores quearvorem suas bandeiras, quanto s cargas consideradas reservadas da outra parte,para o transporte em embarcaes prprias ou afretadas (excludas as cargas denatureza militar ou daquelas denominadas de assistncia agrcola);

    13 O que, talvez, pudesse ensejar a seguinte pergunta: e se o desequilbrio no for involuntrio?

  • 11

    c) definio de carga reservada como sendo a carga, no todo ou em parte, quea legislao de uma das Partes Contratantes reserva para transporte em navios de suabandeira;

    d) celeridade na emisso das autorizaes para o transporte de cargasreservadas;

    e) concesso de tratamento justo e nodiscriminatrio s operaes comerciaisdos transportadores de cada Parte, inclusive quanto ao estabelecimento de escritrioscomerciais, propriedade e operao de instalaes martimas, movimentaointermodal de carga e ao estabelecimento de quaisquer outras instalaes julgadasnecessrias a uma conduo eficiente dos servios martimos;

    f) noimposio de restries ao transbordo de mercadorias ou reposio decarga;

    g) isonomia tributria e fiscal, concedida por ambas as Partes Contratantes sembarcaes que arvorarem as bandeiras dos dois pases;

    h) intercmbio de informaes entre as Partes Contratantes a respeito do trfegomartimo bilateral de cargas reservadas, com discriminao do valor e da tonelagem,por bandeira e tipo de embarcao, bem como sobre as alteraes que venham a ocorrerna sua legislao interna sobre o assunto.

    i) concesso, por cada uma das Partes Contratantes, de idntico acesso, emcondies nodiscriminatrias, aos transportadores que arvorarem suas bandeiras,quanto s cargas consideradas reservadas da outra parte, para o transporte emembarcaes prprias ou afretadas (excludas as cargas de natureza militar oudaquelas denominadas de assistncia agrcola:

    j) definio de carga reservada como sendo a carga, no todo ou em parte, que alegislao de uma das Partes Contratantes reserva para transporte em navios de suabandeira.

    Em sentido oposto, tm sido as manifestaes do Deputado JairBolsonaro que, na oprtunidade de sua manifestao mais recente a respeito, fundamentando suaposio pela rejeio do instrumento, aponta os aspectos que considera preponderantes:

    O primeiro deles o da concesso, por cada Parte Contratante, deidntico acesso, em condies no-discriminatrias, aos transportadores quearvorarem as bandeiras brasileira ou americana, ou forem pelas Partes contratados,s denominadas cargas reservadas que so as cargas que, no todo ou emparte, a legislao de cada pas reserva para transporte de navios de sua bandeira.

    Inicialmente, cabe destacar porque um pas, no transporte de carga martima,reserva determinadas cargas aos navios sob sua bandeira.

  • 12

    O primeiro motivo o de segurana. Observe-se que esse aspecto, por ser dointeresse americano, foi preservado, uma vez que o Acordo permite que seja reservadapara navio de bandeira americana o transporte de carga americana de naturezamilitar, ainda que, em hiptese remota, um navio sob bandeira brasileira oferecessemelhores condies para a realizao desse transporte.

    O segundo de natureza econmica. A Portaria n 414, de 16 de setembro de1997 e, portanto, editada sob a gide do governo neo-liberal de Fernando HenriqueCardoso estabelece, em seu art. 2, I, que cargas reservadas so cargas deimportao brasileira, nos termos do Decreto-Lei n 666, de 2 de julho de 1969,oriundas de pases que pratiquem, diretamente ou por intermdio de qualquerbenefcio, subsdio, favor governamental ou prescrio de cargas em favor de navio desua bandeira.

    Ou seja, a reserva de carga uma espcie de proteo contra a concorrnciadesleal, promovida pela oferta de condies mais favorveis no custo do transporte decarga, feita por navios mercantes estrangeiros que recebem ajuda governamental. Algosemelhante aos famosos subsdios agrcolas que a Unio Europia oferece aos seusprodutores para impedir a entrada de produtos estrangeiros de forma competitiva nomercado europeu.

    Outro aspecto que considera nocivo o de concesso de tratamentono discriminatrio s operaes comerciais dos transportadores, inclusivequanto ao estabelecimento de escritrios comerciais e propriedade e operao deinstalaes martimas, movimentao intermodal de carga e aoestabelecimento de quaisquer outras instalaes julgadasnecessrias a uma conduo eficiente dos servios martimos.

    At esta oportunidade, todavia, nos debates em curso referentes a essaltima Mensagem, a de n 56, de 2006, ainda no foram levantados, os dois outros problemasapontados pelo Deputado Francisco Rodrigues quando da tramitao da Mensagem n 398, de2000, problemas que continuam presentes, quais sejam:

    - em primeiro lugar, a no oitiva preliminar da ComissoParlamentar Conjunta do Mercosul, que, em tese, deveria, obrigatoriamente, opinar antesdas Comisses temticas especficas sobre o contedo normativo dessa matria, em facedos potenciais impactos do Acordo Bilateral em discusso sobre os compromissos assumidospelo Brasil em relao aos demais pases do Mercado Comum do Sul, quando da assinatura doTratado de Assuno14 e demais instrumentos do Mercosul;

    14 Tratado para a Constituio de um Mercado Comum entre a Repblica Argentina, a Repblica Federativa doBrasil, A Repblica do Paraguai e a Repblica do Uruguai, firmado em Assuno, em 26 de maro de 1991, que, nostermos do Artigo 23 do instrumento, foi denominado Tratado de Assuno.

  • 13

    - em segundo lugar, o no recebimento, em nenhum momento, peloCongresso Nacional, da ata requerida pelo Deputado Francisco Rodrigues, quando daapreciao da verso anterior do Acordo, instrumento esse que conteria a clusula interpretativapertinente matria, mencionada pelo Embaixador Luiz Felipe Seixas Corra, em sua Exposiode Motivos Mensagem n 398, de 2000.

    Em relao ao primeiro aspecto mencionado, a reviso necessria dodespacho de distribuio da Mensagem n 56, de 2006, para possibilitar a oitiva da ComissoParlamentar Conjunta do Mercosul, a soluo seria a Comisso de Relaes Exteriores e deDefesa Nacional requerer Presidncia da Cmara dos Deputados, com base no art. 140 doRegimento Interno, que fosse preliminarmente ouvida a ento Comisso Parlamentar Conjuntado Mercosul, hoje convertida em Representao Brasileira no Parlamento do Mercosul(conforme, alis, ocorreu com a Mensagem n 398, de 2000, que teve a sua redistribuio deferidapelo ento Presiidente da Cmara, Joo Paulo Cunha, antes mesmo que a Comisso de RelaesExteriores e de Defesa Nacional se manifestasse sobre o mrito da matria, o que perdeu o efeitoquando a Mensagem foi retirada do Congresso Nacional, persistindo o erro de distribuio naMensagem seguinte, MSC n 56, de 2007, ainda em tramitao.

    Enfatize-se que a deciso de redistribuio da Mensagem anterior, MSCn 398, de 2000, foi tomada em face da obrigatoriedade de ser preliminarmente ouvido aquelecolegiado, conforme o disposto no art. 2, da Resoluo n 1/1996, do Congresso Nacional,derrogado pelo dispositivo equivalente do art 3, I da Resoluo do Congresso Nacional n 1, de2007.

    No que concerne ao segundo aspecto, referente ata requerida peloDeputado Francisco Rodrigues e no recebida pelo Parlamento, h de se ponderar que, muitoembora o referido instrumento no seja diretamente pertinente terceira e atual verso de acertobilateral para marinha mercante, em tramitao no Congresso Nacional, os contedos normativospropriamente ditos dos trs textos encaminhados nesses doze anos ao Parlamento soprofundamente semelhantes, o que torna a ata mencionada, que conteria o acerto entre osnegociadores a respeito da forma de interpretao para a aplicao do Acordo, necessria adequada aferio dos compromissos bilaterais que o Brasil assumir se concluir a ratificaodessa ltima verso de pacto com a nao do norte.

    Em tese, a referida ata poderia ser considerada, inclusive, uma fonte de

    interpretao histrica do ato internacional em exame que, se estivesse presente nos autos de

    tramitao legislativa, acompanhando a Mensagem, poderia facilitar qualquer anlise. Tendo-se ela

    em mos, ademais, talvez fosse inclusive possvel examinar se o texto do pacto que acompanha aMensagem n 56, de 2006, logrou ou no inserir na normatizao positiva, ou seja, no texto do

    Acordo, a inteno interpretativa que a referida ata teria proposto, bem como analisar qual

  • 14

    exatamente era essa inteno, dados que poderiam auxiliar no sentido de melhor serem aferidos

    os matizes do acerto que se busca e suas exatas conseqncias para o pas e para os

    compromissos multilaterais anteriores assumidos no mbito do Mercosul.

    Alis, sem essa ata, poder-se-ia praticamente afirmar que seria temerria

    uma deciso legislativa definitiva, devendo o Congresso Nacional, no sistema constitucional de

    freios e contrapesos, exercer, nessa hiptese, papel de custus legis no controle da legalidade do direito por

    vir, semelhante ao que desempenha o Ministrio Pblico em sua respectiva rea de atuao. ,

    esse, papel relevantssimo do Parlamento, nem sempre lembrado. Afinal, a Repblica Federativa

    do Brasil compe-se de trs poderes, com competncias diferenciadas mas complementares, que

    se devem harmonizar e fiscalizar reciprocamente.

    3. CONSIDERAES FINAIS:

    1. Nestes ltimos doze anos, trs diferentes propostas de Acordo sobre

    Marinha Mercante entre os Governos da Repblica Federativa do

    Brasil e os Estados Unidos da Amrica foram encaminhados

    apreciao legislativa do Congresso Nacional.

    2. As trs verses de acordo internacional bilateral apresentam pequena

    variao entre os textos normativos, que no alteram

    significativamente o teor ou os matizes do compromisso a ser

    assumido.

    3. Examinando-se os autos de tramitao legislativa, constata-se,

    ademais, que nenhuma das trs verses de Acordo bilateral entre os

    dois pases nessa matria foi assinada pelos respectivos Chefes de

    Estado ou por seus Chanceleres, tampouco foram enviadas ao

    Congresso Nacional, junto s Mensagens do Poder Executivo, cpias

    dos instrumentos de delegao, que, nesses casos, so, usualmente, as

    Cartas de Plenos Poderes concedidas aos plenipotencirios que

    firmaram os instrumentos (muito embora possa ser considerado que

    o envio de Mensagem presidencial ao Congresso Nacional, assinada

    pelo Chefe do Poder Executivo, supra essa lacuna formal).

  • 15

    4. O contedo normativo da matria em tramitao na Mensagem n

    56, de 2006, pode, potencialmente, afetar os compromissos

    multilaterais assumidos pelo Brasil no mbito do Mercosul. Nesse

    sentido, a adequada tramitao legislativa da matria exige que,

    preliminarmente oitiva da Comisso de Relaes Exteriores e de

    Defesa Nacional, seja ouvida a Representao Brasileira no

    Parlamento do Mercosul, nos termos do que dispe a Resoluo. N

    01/2007, do Congresso Nacional.

    5. Seria, igualmente, de bom alvitre que a ata solicitada ao Ministrio

    das Relaes Exteriores pelo Deputado Francisco Rodrigues, quando

    da apreciao da Mensagem n 398, de 2000, na Comisso de

    Relaes Exteriores e de Defesa Nacional, muito semelhante atual,

    fosse recebida e analisada pelo Congresso Nacional, inclusive para

    complementar os subsdios discusso da verso atual de Acordo

    bilateral entre os dois pases, consubstanciada na Mensagem n 56,

    de 2005. Seria, alis, uma forma de complementar a instruo dos

    autos processuais legislativos pertinentes, que tambm poderiam

    conter, como histrico da discusso, os textos e votos exarados nas

    Mensagens anteriores, que poderiam ser inseridos nos autos como

    anexos, utilizando-se, como instrumento processual legislativo para

    tanto, eventuais complementaes de votos ou votos em separado.

    6. Importante, ademais, ressaltar que, em todas as oportunidades em

    que esse assunto foi trazido discusso e submetido baliza

    legislativa, recomendou-se a realizao de audincias pblicas, nunca

    acontecidas, para as quais fossem convidados os vrios atores

    envolvidos nesse processo, desde os Ministrios das Relaes

    Exteriores e Defesa, Agncia Nacional de Transportes Aquavirios,

    representantes de gesto de portos e do transporte aquavirio

    propriamente dito, ou seja, da marinha mercante brasileira, para que

    se possa aferir o potencial impacto da ratificao do instrumento,

    inclusive em face dos compromissos assumidos pelo Brasil em

    relao aos demais parceiros do Mercado Comum do Sul Mercosul.

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    4. ANEXO

    QUADRO COMPARATIVO ENTRE OS ACORDOS BILATERAIS SOBRE MARINHA MERCANTE BRASIL ESTADOS UNIDOS

    Mensagem n 866, de 199615 Mensagem n 398, de 2000 Mensagem n 56, de 2006

    Submete considerao do Congresso Nacional otexto do Acordo sobre Transporte Martimo,celebrado entre o Governo da RepublicaFederativa do Brasil e o Governo dos EstadosUnidos da Amrica, em Washington, DC, em 31de maio de 1996.

    Submete considerao do Congresso Nacional otexto do Acordo sobre Transporte Martimoentre o Governo da Republica Federativa do Brasil eo Governo dos Estados Unidos da Amrica,celebrado no Rio de Janeiro, em 20 de outubro de1999.

    Submete considerao do Congresso Nacional otexto do Acordo sobre Transporte Martimo entreo Governo da Republica Federativa do Brasil e oGoverno dos Estados Unidos da Amrica, celebradoem Washington, em 30 de setembro de 2005.

    Mensagem assinada em 10/09/1996, pelo PresidenteFernando Henrique Cardoso

    Mensagem assinada em 29/03/00, pelo PresidenteFernando Henrique Cardoso

    Mensagem assinada em 03/02/06, pelo PresidenteLuiz Incio Lula da Silva

    O Governo da Repblica Federativa do Brasil

    E

    O Governo dos Estados Unidos da Amrica(doravante denominados "Partes"),

    O Governo da Repblica Federativa do Brasil

    e

    O Governo dos Estados Unidos da Amrica(doravante denominados "Partes"),

    O Governo da Repblica Federativa do Brasil

    e

    O Governo dos Estados Unidos da Amrica(doravante denominados "Partes"),

    Reafirmando seu interesse no livre fluxo do comrcio Reafirmando o seu interesse no livre fluxo do Reafirmando o seu interesse no livre fluxo do

    15 Os grifos (negritos e itlicos) foram acrescentados aos textos das trs verses de Acordo.

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    Mensagem n 866, de 199615 Mensagem n 398, de 2000 Mensagem n 56, de 2006

    martimo e no acesso em condies de melhorcompetitividade a esse comrcio para osarmadores de bandeira nacional de ambas as Partes, econsiderando o interesse dos armadores de terceirasbandeiras;

    comrcio martimo e no acesso em condies demelhor competitividade a esse comrcio para osarmadores de bandeira nacional de ambas asPartes, e considerando o interesse dos armadoresde terceiras bandeiras;

    comrcio martimo e no acesso em condies emelhor competitividade a esse comrcio para ostransportadores de bandeira nacional :de ambas.as Partes, e considerando o interesse dostransportadores de terceiras bandeiras;

    Registrando o reiterado interesse do Governo daRepblica Federativa do Brasil em buscar aliberalizao de seu comrcio martimo, emparticular no que se refere operao de seusportos;

    Registrando o continuado interesse das Partes naliberalizao do comrcio martimo;

    Registrando o continuado interesse das Partes naliberalizao do trfego martimo;

    Levando em conta o movimento do comrciobilateral no sentido de um transporte intermodal decarga isento de restries;

    Levando em conta o movimento do comrciobilateral no sentido de um transporte intermodal decarga isento de restries;

    Levando em conta a crescente utilizao do transporte

    intermodal de cargas no trfego bilateral;16

    Reconhecendo que a concorrncia livre e leal aforma efetiva de se estimular um servio eficiente detransporte martimo a custos favorveis, e que taiscondies de transporte martimo promovem ocrescimento das economias de ambos os pases e deseu comrcio exterior;

    Reconhecendo que a concorrncia livre e justa17 aforma efetiva de se estimular um servio eficiente detransporte martimo a custos favorveis, e que taiscondies de transporte martimo promovem ocrescimento das economias de ambos os pases e deseu comrcio exterior;

    Reconhecendo que a concorrncia livre e justa aforma efetiva de se estimular um servio eficiente detransporte martimo a custos favorveis, bem comoque tais condies, de' transporte martimopromovem o' crescimento das economias de ambosos pases e do seu comrcio exterior; e

    16 Texto com redao diferente das propostas anteriores.17 Substitui-se, nas duas verses mais recentes deste Acordo, a expresso leal, originria, pela palavra justa.

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    Mensagem n 866, de 199615 Mensagem n 398, de 2000 Mensagem n 56, de 2006

    Reconhecendo a convenincia de se limitarem,tanto quanto possvel, as restries ao acesso dearmadores a cargas governamentais prescritas e aoutras cargas;

    Reconhecendo a convenincia de se limitarem,tanto quanto possvel, as restries ao acesso dearmadores a cargas governamentais prescritas e aoutras cargas;

    Reconhecendo a convenincia de se limitarem, tantoquanto possvel, as restries. de acesso dostransportadores s cargas reservadas18 pelas Partesbem como as demais cargas;

    *19 Acordam o seguinte: Acordam:

    ARTIGO I ARTIGO 1

    1. 20Desenvolvero suas relaes martimas bilateraisde conformidade com as seguintes disposies:

    As Partes desenvolvero suas relaes martimasbilaterais de acordo com as seguintes disposies noque se refere ao comrcio de carga geral:

    As Partes desenvolvero as suas relaes bilaterais detransporte. martimo em conformidade com asseguintes disposies, relativas ao trfegointernacional de longo curso de cargas, exclusivecargas' a granel, e cargas transportadas entre portosou pontos do territrio de qualquer das Partes:21

    18 Nesta ltima verso, substituiu-se a expresso cargas governamentais por cargas reservadas, podendo-se, todavia, entender que a referncia seja exatamente quelas cargasreservadas por serem cargas governamentais,19 Nessa primeira verso de pactos, no se colocou, nessa parte do texto do Acordo, qualquer expresso que identificasse o sujeito das determinaes normativas a seguir, tal AsPartes, Os Estados Partes, os acordantes. Portanto, para que encontre o sujeito das frases, que compem as determinaes normativas, necessrio recuar para a menoaos governos dos dois Estados Pares, colocada antes do prembulo.20 O sujeito dessa frase est no caput do instrumento: O Governo da Repblica Federativa do Brasil e o Governo dos Estados Unidos da Amrica.21 Texto com redao diferente das propostas anteriores.

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    Mensagem n 866, de 199615 Mensagem n 398, de 2000 Mensagem n 56, de 2006

    a) as Partes reafirmam o compromisso de promoverum comrcio livre22 e aberto, por meio demedidas administrativas e legislativas. Nessesentido, a Repblica Federativa do Brasil, no perodode vigncia deste Acordo, continuar23 a formularmedidas adequadas liberalizao e promooda concorrncia em seu comrcio martimo,incluindo esforos para reduzir significativamenteo escopo e a abrangncia da carga prescrita nocomrcio bilateral;

    a) as Partes reafirmam o compromisso depromover um comrcio martimo livre e abertopor meio de medidas administrativas elegislativas;

    a) as partes reafirmam o propsito .de perseguirum trfego martimo livre e aberto, atravs demedidas administrativas e legislativas;

    b) as Partes oferecero oportunidades justas e no-discriminatrias aos armadores de bandeiranacional de ambas as Partes e aos armadores deterceiras bandeiras para concorrer ao transporte decarga comercial no trfego bilateral. Oferecerotambm oportunidades justas e nodiscriminatrias aos armadores de bandeira

    b) as Partes oferecero oportunidades justas eno-discriminatrias aos armadores de bandeiranacional de ambas as Partes e aos armadores deterceiras bandeiras para concorrer ao transporte decarga comercial no trfego bilateral. Oferecerotambm oportunidades justas e nodiscriminatrias aos armadores de bandeira

    b) Partes oferecero oportunidades justas e nodiscriminatrias aos transportadores de bandeiranacional de ambas as Partes e aostransportadores de terceiras bandeiras, paraconcorrer ao transporte de. carga comercial notrfego bilateral. Cada uma das Partes oferecer,tambm, oportunidades justas e no discriminatrias

    22 Nessa primeira verso, foi omitido o qualificativo martimo para comrcio ou seja, os dois pases reafirmavam o compromisso de promover comrcio livre e aberto (poder-se-ia,ento, dizer qualquer comrcio, se isolado o dispositivo do contexto)23 V-se que, nessa verso do instrumento, ordem cogente dada Repblica Federativa do Brasil e a ela somente - para que tome as medidas necessrias liberalizao docomrcio martimo, promoo da concorrncia e limitao de cargas reservadas. Nas verses posteriores, os dois pases comprometem-se a promover/ perseguir ocomrcio/trfego martimo livre e aberto.

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    Mensagem n 866, de 199615 Mensagem n 398, de 2000 Mensagem n 56, de 2006

    nacional de ambas as Partes para concorrer aotransporte de carga comercial no comrcio comterceiros pases;

    nacional da outra Parte para concorrer aotransporte de carga comercial no comrcio comterceiros pases;

    aos transportadores de, bandeira nacional da outraParte, para concorrer ao transporte de cargacomercial no trfego com terceiros24 pases;

    c)25 os armadores de bandeira nacional de cada Partetero acesso igual e no-discriminatrio a cargas prescritasda outra Parte para transporte em embarcaesprprias ou por eles afretadas. A presentedisposio no ser aplicada a cargas militares, tal comodefinidas na respectiva legislao nacional de cadaParte, ou a exportaes norte-americanas26 deprodutos agrcolas e de produtos amparados pelaSeo 90 I (b) da Lei de Marinha Mercante dosEstados Unidos da Amrica, de 1936; noobstante, ser acessvel aos armadores brasileirosa parcela dessas cargas no prescrita a navios debandeira norte-americana;

    c) os transportadores nacionais de cada Partedevem ter acesso igual e no discriminatrio s cargasprescritas da outra Parte excetuando-se as cargas dedefesa e as cargas de assistncia agrcola, para transporte emnavios prprios ou afretados por aqueles transportadores.

    Caso surja algum desequilbrio involuntrio notransporte das cargas controladas pelo Governo, asPartes devero manter consultas prontamente,conforme estabelecido no Artigo 2 deste Acordo afim de encontrar soluo para o problema;

    c) os transportadores de bandeira nacional decada Parte tero acesso igual e no discriminatrio scargas reservadas da outra Parte, para o transporteem embarcaes prprias ou por eles afretadas,excludas as cargas de natureza militar, bem como aquelasdenominadas de assistncia agrcola. Caso surja algumdesequilbrio involuntrio no transporte das cargasreservadas pela outra Parte, as Partes promoveroconsultas prontamente entre si, conformeestabelecido no Artigo 2 do presente Acordo, a fimde encontrar soluo para a questo;

    24 Como acontecer essa triangulao e qual o seu exato impacto sobre a marinha mercante brasileira?25 Os textos desse artigo, que fulcral para a acordo que se deseja, tm pequenas variaes, mas significativas, nas trs verses assinadas e encaminhadas apreciao legislativanos ltimos treze anos.26 Nessa primeira verso do Acordo, foi estabelecida uma restrio permitindo apenas a transportadores norte-americanos o transporte de produtos agrcolas dos EstadosUnidos.

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    Mensagem n 866, de 199615 Mensagem n 398, de 2000 Mensagem n 56, de 2006

    d) autorizaes para o transporte de cargaprescrita por embarcaes de terceira bandeirasero emitidas prontamente. O perodo.Disponvel para que a competente autoridademartima brasileira determine se poder ser concedidaautorizao para o transporte de carga prescritapor embarcao nonacional dever limitar-se ano mais que trs dias antes e sete dias depois dadata de partida da embarcao, tal como solicitadopelo armador. A competente autoridade martimabrasileira responder a pedidos de autorizao dessanatureza num perodo de trs dias teis da data de seurecebimento;

    d) autorizaes para o transporte de cargaprescrita por embarcaes de terceira bandeiradevero ser prontamente emitidas. O prazodisponvel para que cada parte determine se poderser concedida autorizao para o transporte decargas prescritas em navios operados porarmadores no nacionais, no deverultrapassar o prazo de trs dias antes e sete diasdepois da data de partida da embarcao. tal comosolicitado pelo armador. A autoridade martima decada Parte dever responder ao requerimento deautorizao dentro de trs dias teis a contar da datado pedido;

    d) as autorizaes para o transporte de cargasreservadas por meio de embarcaes de bandeiraestrangeira devero ser prontamente emitidas. Oprazo disponvel para que cada Parte determine sepoder ser concedida autorizao para o transporte dacarga reservada, em navio operado portransportador de bandeira estrangeira, ser detrs dias antes e sete dias depois da datasolicitada pelo embarcador para a partida daembarcao: A autoridade competente de cada Partedever responder ao requerimento de autorizao no.prazo de trs dias teis a contar da data do seurecebimento;

    e) mediante solicitao de um armador,transportador ou outra parte interessada, asPartes desenvolvero todos os esforos parainformar dentro de trs dias teis se e por querazo determinada carga se enquadra na legislaode carga prescrita;

    e) as Partes, mediante solicitao de umarmador, transportador ou outra Parteinteressada, envidaro todos os esforos parainformar dentro de trs dias teis se e por que razodeterminada carga se enquadra na legislao de cargaprescrita;

    e) as Partes, mediante solicitao de umembarcador, transportador ou outra parteinteressada, envidaro todos os esforos parainformar, dentro de trs dias teis, se e por que razodeterminada carga se enquadra na sua respectivalegislao de carga reservada;

    f) as Partes concedero tratamento liberal eequivalente s operaes comerciais dos

    f) as Partes concedero tratamento liberal eequivalente s operaes comerciais dos

    f) as Partes concedero tratamento justo e nodiscriminatrio s operaes comerciais dos

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    Mensagem n 866, de 199615 Mensagem n 398, de 2000 Mensagem n 56, de 2006

    armadores de cada Parte, inclusive no que respeitaao estabelecimento de escritrios comerciais,propriedade e operao de instalaes eequipamentos martimos, acesso a terminais,transporte intermodal de carga e estabelecimento dequaisquer outras instalaes necessrias a umaconduo eficiente dos servios martimos;

    armadores de cada Parte, inclusive no que respeitaao estabelecimento de escritrios comerciais,propriedade e operao de instalaes martimas, amovimentao intermodal de carga eestabelecimento de quaisquer outras instalaesnecessrias a uma conduo eficiente dos serviosmartimos;

    transportadores27 de cada Parte, inclusive quantoao estabelecimento de escritrios comerciais, propriedade e operao de instalaes martimas, movimentao intermodal de carga e aoestabelecimento de quaisquer outras instalaesjulgadas necessrias a uma conduo eficiente dosservios martimos;

    g)28 com vistas a facilitar uma operao eficientedos transportes martimos, as Partes no imporoquaisquer restries ao transbordo de cargas nocomrcio bilateral;

    g) com vistas o facilitar a operao eficiente dotransporte martimo, as Partes no imporoquaisquer restries ao transbordo ou reposiode cargas no comrcio bilateral, respeitadas as leisde cabotagem de cada Parte;

    g) com vistas a facilitar uma operao eficiente dotransporte martimo, as Partes no imporoquaisquer instrues ao transbordo ou reposiode carga no trfego bilateral, respeitadas as leis decabotagem de cada Parte;

    h) em bases reciprocas, cada Parte conceder sembarcaes da outra Parte o mesmo tratamentoconcedido s suas embarcaes no que se referea impostos incidentes sobre a tonelagem ou ovalor do frete e outros tributos e encargos;

    h) em bases recprocas, cada Parte conceder sembarcaes da outra Parte o mesmotratamento concedido s suas embarcaes noque se refere a impostos incidentes sobre atonelagem ou o valor do frete e outros tributos eencargos;

    h) em bases recprocas, cada Parte conceder sembarcaes da outra Parte o mesmo tratoconcedido s suas prprias embarcaes no quese refere a impostos incidentes sobre atonelagem ou o valor do frete e outros tributos eencargos

    i) as tarifas e documentos de embarque emitidos por i) as tarifas e documentos de embarque emitidos por i) as tarifas e documentos de embarque emitidos por

    27 Nessa terceira verso do instrumento, substituiu-se armadores por transportadores.28 Alnea com variaes entre os textos.

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    Mensagem n 866, de 199615 Mensagem n 398, de 2000 Mensagem n 56, de 2006

    transitrios no armadores (NVOCC) constitudosde conformidade com as leis)29 dos EstadosUnidos da Amrica sero reconhecidos e aceitos notrfego em direo ao sul no comrcio entre asPartes;

    Operador de Transporte Multimodal (O.T.M.) ouocean transportation intermediaries constitudosem conformidade com as leis de cada Parte seroreconhecidos e aceitos pelas Partes no trfegobilateral;

    operadores de transporte multimodal ou porintermedirios de transporte de longo curso,constitudos em conformidade com as leis dequalquer das Partes, sero reconhecidos:, e aceitospelas Partes no seu trfego bilateral;

    j) as Partes trocaro, regularmente e de formaoportuna, informaes sobre o valor e a tonelagem,por bandeira e tipo de embarcao, de suasrespectivas cargas prescritas no comrcio bilateral.

    j) as Partes trocaro, regularmente e de formaoportuna, informaes sobre o valor e atonelagem, por bandeira e tipo de embarcao, desuas respectivas cargas prescritas no comrciobilateral.

    j) as Partes trocaro, regularmente, informaesatualizadas sobre o trfego martimo bilateral decargas por elas reservadas, com discriminao dovalor e da tonelagem; por bandeira e tipo deembarcao; e

    k) para efeitos do presente Acordo, "cargareservada" significa carga. no todo ou em parte,que a legislao da Parte reserva para transporteem navios de sua bandeira.30

    ARTIGO 2 ARTIGO 2

    2. Reunir-se-o31 dentro de 30 (trinta) dias dasolicitao por uma das Partes para consultas sobre a

    As partes devero reunir-se dentro de 30 (trinta) diasde solicitao por uma das Partes para consulta

    As Partes consultaro32 sobre alteraes que venhama ocorrer nas suas legislaes internas que possam

    29 Houve evoluo na redao da proposta inicial desse inciso, de carter indisfaravelmente estadunidense, para a atual, que faz referncia expressa a ambas as Partes ou seja,abrandou-se, um pouco, o texto original.30 Essa definio de carga reservada no explicitada nas verses anteriores.31 Vide nota 5. Idem neste caso: o sujeito do artigo, que so os dois Estados Partes, est colocado antes do prembulo.

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    Mensagem n 866, de 199615 Mensagem n 398, de 2000 Mensagem n 56, de 2006

    liberao do setor, questes que afetem o comrciomartimo bilateral ou qualquer questo com respeito aplicao ou interpretao deste Acordo.

    sobre a liberalizao do setor, questes que afetem ocomrcio martimo bilateral ou qualquer questo quediga respeito aplicao ou interpretao desteAcordo.

    interferir na aplicao do presente Acordo, bemcomo sobre questes outras, que digam respeito ssuas relaes de transporte martimo bilateral ou aplicao ou interpretao deste Acordo.

    ARTIGO 3

    Sem equivalente. Sem equivalente. Os dispositivos deste Acordo no restringiro odireito de qualquer das Partes de tomar qualquerao legtima, de acordo com o direito internacional,para a proteo de seus interesses33 de segurana.

    ARTIGO 4

    Sem equivalente. Sem equivalente. Para os efeitos da aplicao do presente Acordo, asautoridades competentes sero, pela RepblicaFederativa do Brasil, a Agncia Nacional deTransportes Aquavirios (ANTAQ), observando, asdiretrizes emanadas do Ministrio dos Transportes, e,pelos Estados Unidos da Amrica, a Administrao

    32 Depreende-se do texto (portanto, supe-se) que a consulta a ser feita entre as Partes, j que o artigo no diz expressamente quem ser consultado.33 Como pode ser interpretada a expresso qualquer ao legtima para defender seus interesses de segurana? O foro internacional pertinente defesa da concorrncia a OMC. J osinteresses pertinentes defesa e segurana competem ao Conselho de Segurana da ONU. A insero desta norma acontece na era ps onze de setembro, que tem tidorepercusses no direito internacional. No se pode esquecer, por exemplo, que a guerra do Iraque iniciou como um mecanismo de defesa, a fim de coibir terrorismo.

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    Mensagem n 866, de 199615 Mensagem n 398, de 2000 Mensagem n 56, de 2006

    Martima (MARAD), do Departamento deTransportes dos Estados Unidos da Amrica, ouentidade que o Governo dos Estados Unidosdesignar. Cada Parte notificar outra Parte, atravsdos canais diplomticos, qualquer alterao quanto identidade de sua autoridade competente.

    ARTIGO 3 ARTIGO 5

    3. As Partes operaro de maneira coerente com esteAcordo34 aps sua assinatura. O Acordo entrar emvigor na data do recebimento da ltima notificaoindicando que os procedimentos internos tenhamsido concludos e permanecer em vigor por umperodo de trs anos a partir desta data, salvodenncia por notificao escrita por qualquer dasPartes.

    O Acordo entrar em vigor na data do recebimentoda ltima notificao indicando que osprocedimentos internos para ratificao foramconcludos e dever manter-se em vigor por umperodo de 3 (trs) anos. Qualquer uma das Partespoder, a qualquer momento, denunciar o presenteAcordo. A denncia dever entrar em vigor 60(sessenta) dias aps o recebimento da notificaoescrita pela outra Parte.

    O presente Acordo entrar em vigor aps afinalizao de troca de notas indicando que osprocedimentos internos necessrios para sua entradaem vigor foram concludos. O Acordo ser mantidoautomaticamente renovado por perodos sucessivosde 1 (um) ano, caso nenhuma, das duas Partesapresente notificao em contrrio outra Parte.Qualquer uma das Partes poder, a qualquermomento, denunciar o presente Acordo. A dennciadever entrar em vigor 60 (sessenta) dias aps orecebimento; por via diplomtica, da notificao

    34 Essa expresso curiosa se as Partes negociam, supe-se o faam em boa f, no sendo necessrio dizer, de forma expressa, que sero coerentes com o pactuado (o princpio pacta sunt servanda). Ao ser esse aspecto ressaltado, ter-se- desejado enfatizar uma ordem para a liberalizao de comrcio martimo? Se as condies referentes aopactuado se modificassem, todavia, o princpio de direito internacional que deveria ser invocado seria rebus sic stantibus.

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    Mensagem n 866, de 199615 Mensagem n 398, de 2000 Mensagem n 56, de 2006

    escrita pela outra Parte.

    Feito em Washington, DC, aos 31 dias do ms demaio de 1996, nos idiomas Portugus e Ingls, emdois exemplares igualmente autnticos.

    Assinam o instrumento, pela Repblica Federativa doBrasil, o Embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima e,pelo Governo dos Estados Unidos, Albert J.Herberger,35.

    Feito na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, em 20 deoutubro de 1999, nos idiomas portugus e ingls, emdois exemplares igualmente autnticos.

    Assinam o instrumento pela Repblica Federativado Brasil, o ento Ministro dos Transportes, EliseuPadilha e, pelo Governo dos Estados Unidos,Rodney Slater, Secretrio de Transportes.36

    Feito em Washington, em 30 de setembro de 2005,nos idiomas portugus e ingls, em deis exemplaresigualmente autnticos.

    Assinam o instrumento, pela Repblica Federativa doBrasil, o Embaixador Roberto Abdenur e, peloGoverno dos Estados Unidos, Norman Y. Mineta,Secretrio de Transportes37.

    35 O seu cargo no declinado no instrumento e tambm no foi enviada cpia da Carta de Plenos Poderes dos signatrios ao Congresso Nacional, documento, esse, que praxe quando um ato internacional no assinado pelo Chefe do Executivo ou pelo respectivo chanceler.36 Mesmo caso da nota anterior.37 Mesmo caso das notas 21 e 22.

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    titulo: TRS VERSES DE ACORDO BILATERAL ENTRE O BRASIL E OS ESTADOS UNIDOS DA AMRICA PARA MARINHA MERCANTE: TREZE ANOS DE NEGOCIAESNome do autor: Maria Ester Mena Barreto CaminoData: 2008