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PLANTAS DE COBERTURA DE SOLO DE INVERNO 1. Família das gramíneas 1.1. CULTURA DA AVEIA 1.1.1. INTRODUÇÃO É um cereal originária da Antiga Ásia. Posteriormente a cultura foi introduzida na Europa onde encontrou condições favoráveis para seu desenvolvimento e começo dos primeiros trabalhos de melhoramento genético que proporcionaram os tipos modernos de aveia. A aveia (Avena sativa) é uma boa opção de cultivo de inverno, sobretudo no sul do País, devido a possibilidade de ocupação (como cobertura) de parte dos solos que normalmente ficam em pousio nesta época. 1.1.2. CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA A aveia pertence à Classe Angiospermae, Subclasse Monocotiledônea, Ordem Graminales, Família Gramineaceae e Gênero Avenae. As espécies principais são a strigosa, sativa e bysantina. 1.1.3. CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS É uma gramínea anual, com crescimento além de um metro de altura, variando conforme as espécies ou cultivares. Em condições favoráveis produz de 4 a 5 afilhos. As raízes são do tipo fasciculada, pequenas e em grande número, sendo que sua formação fibrosa facilita a penetração no solo. Caracteriza-se pelo formato de cabeleira, não se distinguindo a raiz principal. Botanicamente o grão de aveia é considerado um fruto denominado de cariopse, semicilíndrico e pontiagudo. A inflorescência é uma panícula piramidal. Apresenta colmos cilíndricos, eretos, glabros (sem pêlos), compostos de uma série de nós e entrenós. O ciclo é variável, dependendo da espécie, da época de semeadura e das temperaturas vigentes. Pode variar de 4 até 8 meses. Temperaturas mais elevadas aceleram o ciclo; temperaturas mais baixas tem efeito inverso. 1.1.4. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA A aveia, atualmente, encontra-se adaptada às mais diferentes regiões do mundo, desde as temperadas às subtropicais. Os países da Europa e América do Norte apresentam forte destaque na produção mundial, destacando-se a Rússia, EUA, Canadá, China, Polônia, entre outros. Os maiores produtores na América do Sul são o Brasil e a Argentina. É a sétima cultura em área cultivada, ficando atrás dos principais cereais como o trigo, o milho, o arroz e a cevada. No Brasil, os maiores produtores são por ordem, o Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Devido ao sucateamento a que foi submetido a triticultura nacional, a aveia vem ganhando uma maior importância. Os produtores estão na busca de novas alternativas, sendo esta muito importante economicamente, bem como no melhoramento dos solos. 1.1.5. USOS O grão de aveia é rico em proteínas, quando comparado aos grãos dos demais cereais de inverno. Desta maneira, a aveia pode ser introduzida como importante fonte proteica na alimentação humana e animal.

Plantas de Cobertura de Solo

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PLANTAS DE COBERTURA DE SOLO DE INVERNO

1. Família das gramíneas

1.1. CULTURA DA AVEIA 1.1.1. INTRODUÇÃO É um cereal originária da Antiga Ásia. Posteriormente a cultura foi introduzida na Europa onde

encontrou condições favoráveis para seu desenvolvimento e começo dos primeiros trabalhos de melhoramento genético que proporcionaram os tipos modernos de aveia.

A aveia (Avena sativa) é uma boa opção de cultivo de inverno, sobretudo no sul do País, devido a possibilidade de ocupação (como cobertura) de parte dos solos que normalmente ficam em pousio nesta época.

1.1.2. CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA A aveia pertence à Classe Angiospermae, Subclasse Monocotiledônea, Ordem Graminales,

Família Gramineaceae e Gênero Avenae. As espécies principais são a strigosa, sativa e bysantina.

1.1.3. CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS É uma gramínea anual, com crescimento além de um metro de altura, variando conforme as

espécies ou cultivares. Em condições favoráveis produz de 4 a 5 afilhos. As raízes são do tipo fasciculada, pequenas e em grande número, sendo que sua formação fibrosa

facilita a penetração no solo. Caracteriza-se pelo formato de cabeleira, não se distinguindo a raiz principal. Botanicamente o grão de aveia é considerado um fruto denominado de cariopse, semicilíndrico e pontiagudo. A inflorescência é uma panícula piramidal.

Apresenta colmos cilíndricos, eretos, glabros (sem pêlos), compostos de uma série de nós e entrenós. O ciclo é variável, dependendo da espécie, da época de semeadura e das temperaturas vigentes. Pode variar de 4 até 8 meses. Temperaturas mais elevadas aceleram o ciclo; temperaturas mais baixas tem efeito inverso.

1.1.4. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA A aveia, atualmente, encontra-se adaptada às mais diferentes regiões do mundo, desde as

temperadas às subtropicais. Os países da Europa e América do Norte apresentam forte destaque na produção mundial, destacando-se a Rússia, EUA, Canadá, China, Polônia, entre outros. Os maiores produtores na América do Sul são o Brasil e a Argentina.

É a sétima cultura em área cultivada, ficando atrás dos principais cereais como o trigo, o milho, o arroz e a cevada. No Brasil, os maiores produtores são por ordem, o Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.

Devido ao sucateamento a que foi submetido a triticultura nacional, a aveia vem ganhando uma maior importância. Os produtores estão na busca de novas alternativas, sendo esta muito importante economicamente, bem como no melhoramento dos solos.

1.1.5. USOS O grão de aveia é rico em proteínas, quando comparado aos grãos dos demais cereais de inverno.

Desta maneira, a aveia pode ser introduzida como importante fonte proteica na alimentação humana e animal.

Para a alimentação humana, os grãos podem ser transformados em flocos ou farinhas.Na alimentação animal, os grãos constituem-se em matéria prima para a fabricação de rações,

farelos e farinhas. A planta pode também ser utilizada para pastagem pelos animais. Para tanto, praticamente todas

as espécies são utilizadas, sendo a mais indicada a aveia preta devido a sua maior resistência à Ferrugem (provocada pelo fungo Puccinia coronata avenae), além de produzir maior quantidade de massa verde e apresentar maior resistência ao pisoteio. É uma espécie que fornece uma excelente cobertura de solo, proporcionando condições para a introdução e manutenção do Sistema de Plantio Direto na palha.

A aveia branca ou a amarela apresentam duplo propósito, seja para a produção de grãos ou para pastagens.

A utilização da aveia para silagem também é possível. Visando o armazenamento em silos de fermentação, a colheita deve ser feita logo após a floração, quando o grão se apresentar pastoso, pois este é o momento que apresenta maior teor de açúcares, fundamental no processo fermentativo.

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Para a obtenção de feno, o corte deve ser efetuado quando as plantas apresentarem cerca de 30cm de altura, pois neste estágio apresenta maior valor nutritivo. A maior produção é obtida quando o corte é efetuado na presença de aproximadamente 20% de plantas com flores.

1.1.6. FATORES QUE DETERMINAM PRODUTIVIDADE DE GRÃOS Diversos são os fatores determinantes da produtividade, destacando-se as seguintes:- densidade, nº de sementes/m2.- perfilhamento (formação de afilhos)- nº de grãos por inflorescência (panícula).- nº de panículas.- tamanho dos grãosCom fatores que diminuem a produtividade, podemos citar a insuficiente utilização de tecnologias

para a produção, a falta de pesquisas dos órgãos oficiais e pouca seletividade de sementes (pequenas parcelas das sementes comercializadas são destinadas exclusivamente para a produção de grãos; a maior parte é utilizada para a formação de pastagens).

1.1.7. CLIMA É um fator primordial na produção de aveia, considerada o cereal menos resistente ao calor e as

secas. Hoje, porém, com a criação de variedades resistentes é amplamente cultivada em diversos tipos de clima.

O período germinativo é favorecido por baixas temperaturas, bem como a fase inicial do crescimento. As geadas brandas favorecem o perfilhamento. Golpes de calor (temperaturas maiores que 32oC) aumentam a esterilidade e aceleram a maturação dos grãos.

A cultura adapta-se a diversas condições de umidade; em solos excessivamente úmidos, porém, torna-se muito vulnerável ao ataque de fungos fitopatogênicos.

A maturação da cultura exige altas temperaturas e baixa umidade. Quanto mais seco for o clima na maturação, há um aumento no teor de proteína do grão, uma melhor aparência do mesmo e maior peso por hectolitro.

Os grãos destinados à industrialização normalmente não são recebidos com excesso de umidade, pois ficarão pretos ou escuros o que é indesejável para fabricação de flocos ou farinhas.

1.1.8. SOLOS A aveia não é uma cultura muito exigente em relação a solo, mas não se adapta bem a solos de

baixa fertilidade. O pH ideal para seu cultivo situa-se entre 5,5 a 6,0. Não se recomenda o plantio em solos com pH abaixo de 5,5, devido a presença de maiores teores de Al3+, tóxico, que pode ocasionar o crestamento.

Os solos devem ser, preferencialmente, permeáveis, bem drenados, constituídos de bom teor de matéria orgânica (M.O.), de boa fertilidade e profundos.

O excesso de Al3+, no solo, pode ocasionar os seguintes efeitos:- baixo crescimento do sistema radicular; as raízes ficam curtas e grossas.- obstrução à absorção e translocação do fósforo (P) e do cálcio (Ca). Como exemplo, o Al 3+ se

combina com o P e o torna insolúvel, sem passar para a parte aérea da planta. Quanto mais ácido for o solo, maior será a possibilidade de combinação e o P não ficará disponível para a absorção pela planta.

- o alumínio faz a planta absorver mais manganês (Mn) e este, em excesso, é tóxico para a planta.

1.1.9. PREPARO DO SOLO - Preparo Convencional: É um sistema ainda muito utilizado pelos agricultores. No entanto, a

utilização deste Sistema é cada vez menor pelos produtores mais tecnificados. - Cultivo Mínimo: É muito utilizado pelos produtores, principalmente em restevas de soja e milho.- Plantio Direto: Com o advento do plantio direto, este se tornou a grande alternativa, mesmo para

a aveia, pelo movimento mínimo que causa no solo.

1.1.10. ADUBAÇÃO E CALAGEM a) - CORRETIVA: É feita de três a cinco anos para corrigir os níveis de P e K do solo, deixando-

os em condições para um bom desenvolvimento. b) - MANUTENÇÃO: Para manter os níveis para os quais o solo foi corrigido e de acordo com o

que a cultura retirou do solo, segundo a análise do solo. É feita em todos os anos ou a cada nova semeadura.

c) - COBERTURA: É realizada com nitrogênio, aplicado após a germinação das sementes. É feita para promover um maior perfilhamento e maior desenvolvimento das áreas foliares verdes.

Antes do plantio deve se corrigir a fertilidade do solo com fósforo e potássio, conforme as necessidades previstas de acordo com a análise do solo. No caso do Nitrogênio (N), recomenda-se

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aplicar 10 kg/ha (equivalente a aproximadamente 12 kg de uréia) na semeadura e o restante em cobertura no início do perfilhamento. As quantidades totais variam em função do teor de matéria orgânica do solo.

A calagem deve ser realizada sempre que a análise do solo evidenciar um pH inferior a 6,0. Deve se dar preferência ao calcário dolomítico, que além de possuir cálcio (Ca), possui também o magnésio (Mg) em sua composição.

As quantidades de N, P, K e da calcário a serem aplicadas relacionam-se às Recomendações de Adubação e de Calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, publicadas pela Comissão de Fertilidade do Solo do RS e SC.

1.1.11. SEMEADURA A semeadura pode ser realizada a lanço ou em linhas. O método a lanço mostra-se mais

adequado quando se objetiva a produção de pastagens. Neste caso recomenda-se usar 20% a mais de sementes. O método de plantio em linha é mais recomendado para a produção de grãos. O espaçamento entre-linhas recomendado gira em torno de 17 a 20 cm.

Quando se objetiva a produção de pastagens, a época de semeadura mais indicada vai de março a junho. Visando-se a produção de grãos, a época mais indicada varia de maio a junho, dependendo da região. Neste último caso, o plantio é mais retardado para evitar a ocorrência de geadas no período do florescimento.

A densidade de semeadura recomendada é de 400 a 500 sementes aptas/m2, quando o objetivo for a formação de pastagens, e de 300 a 350 sementes aptas/m2 (ou de 50 a 60 sementes aptas/ metro linear) quando se objetiva o cultivo para produção de grãos.

Com o objetivo de proporcionar dados suplementares para o cálculo da necessidade de sementes, temos que o PESO DE MIL SEMENTES é de 15 gramas para a aveia preta e de 30 gramas para a aveia branca. Para o cálculo da necessidade de sementes para a semeadura deve-se levar em consideração o poder germinativo destas.

1.1.12. CULTIVARES Aveia Preta (Avena strigosa): - Preta Comum, Preta Argentina e Preta Chilena.

Aveia Branca (Avena sativa): - UFRGS 16 e 17, Entrerios, UPF 2, UPF 13, UPF 14, UPF 15, UPF 16, UPF 17, Epecuen, CTC 2 e 3, Estanzuela 195, CTC 2 e CTC 3.

Aveia amarela (Avena bysantina): UFRGS 7, UFRGS 10, UFRGS 14, UFRGS 15, UPF 7, CTC 1, CTC 5, Cortez e Coronada.

Legenda: UPF - Universidade Passo Fundo UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. CTC - Centro de Treinamento da Cotrijuí.

1.1.13. CONSÓRCIOS RECOMENDADOS A aveia tem demonstrada ótimos resultados quando consorciada com a ervilhaca, o nabo

forrageiro e o azevém, além de outras leguminosas forrageiras. Quando se utiliza a consorciação há uma redução na quantidade de sementes necessárias para a semeadura, devido a inclusão de outra(s) espécie(s) no sistema.

1.1.14. TRATOS CULTURAIS a) PRINCIPAIS INVASORAS: Para se obter um bom controle de ervas invasoras, deve-se,

inicialmente, efetuar um bom preparo do solo. Dentre as principais destacamos: nabo ou nabiça, mostarda, cipó de veado e azevém.

b) PRINCIPAIS PRAGAS: Dentre as de importância econômica destacamos: pulgão verde das gramíneas, pulgão da espiga e lagarta do trigo.

c) PRINCIPAIS DOENÇAS: Destacamos a Ferrugem do Colmo, da Folha, Carvão da Panícula e Vírus do Nanismo Amarelo da Cevada.

A doença fúngica mais nociva e comum da aveia é a Ferrugem foliar, rigorosa em áreas de alta umidade, associada a temperaturas elevadas. O controle das ferrugens pode ser realizado mediante a utilização de variedades resistentes ou tolerantes. Outra forma é o emprego de fungicidas específicos, sobretudo quando se deseja a produção de sementes para posterior plantio; desta forma se evita a proliferação da doença em áreas cultivadas pelo uso de sementes contaminadas.

Outra doença comum da aveia é o Carvão da Panícula, causada pelo fungo denominado de Ustilago avenae. O controle pode ser feito através da utilização de sementes sadias ou pelo tratamento das sementes com fungicidas, antes do plantio.

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1.1.15. MANEJO DA CULTURA PARA ADUBAÇÃO VERDE E PLANTIO DIRETO A aveia, além de assegurar a formação de uma boa cobertura de solo, evitando que o mesmo

fique exposto às condições climáticas adversas, fornece uma grande produção de massa verde e, posteriormente massa seca, que permite a sucessão de soja, milho ou feijão em plantio direto.

Para proporcionar condições ao plantio direto, o corte da cultura deve ser efetuado quando esta se apresentar em plena floração, cerca de 110 a 130 dias após o plantio. O melhor sistema de corte consiste na derrubada uniforme do material com uso do implemento denominado de “rolo-faca”.

Para adubação verde, a incorporação do material vegetativo ao solo também deve ser efetuado quando a cultura se apresentar em pleno florescimento. A produção de massa verde da aveia varia de 30 a 60 toneladas/ha; a massa seca varia de 4 a 6 toneladas/ha.

1.1.16. COLHEITA DE GRÃOS A colheita de grãos deve ser realizada, preferencialmente, quando as panículas estiverem

amarelas e as sementes secas.A aveia deve ser colhida logo após a maturação, evitando-se que tome chuva. A umidade

excessiva proporciona uma coloração preta nos grãos, tornando-os impróprios para a indústria de alimentos, além de diminuir o peso hectolítrico. O teor de umidade no grão não deve ser superior a 13,5%.

1.2. CULTURA DO AZEVÉM1.2.1. INTRODUÇÃOO azevém é uma planta originária da bacia do mediterrâneo. Foi cultivada pela primeira vez na

Itália. É largamente cultivada em todos os países do mundo, onde as condições assim o permitem. Trata-se de uma gramínea anual, cespitosa, que possui folhas finas, estreitas e tenras, cujo o

porte pode atingir 1,2 m de altura. É uma espécie rústica, agressiva, de boa capacidade de perfilhamento, com excelente ressemeadura natural, pois as sementes permanecem viáveis no solo de um ano para outro. As raízes são fasciculadas. O ciclo total da cultura pode atingir 210 dias. O florescimento ocorre dos 150 aos 170 dias após o plantio.

1.2.2. USOSO azevém é uma espécie que pode ser utilizada para pastejo de animais. Tanto seu pasto como

seu feno são muito apreciados pelos animais, possuindo bom valor nutritivo. No caso da fenação, os cortes devem ser efetuados antes da floração, o primeiro aproximadamente aos 90 dias após a semeadura, e o segundo 40 a 50 dias após o primeiro. As demais brotações são utilizadas com pastejo direto. Possui ótima palatabilidade e digestibilidade. Pode apresentar rendimento de 25 a 30 toneladas de massa verde.

É uma planta que também pode ser utilizada para fins de cobertura do solo, propiciando condições para a implantação do plantio direto. Nos campos gerais do Paraná é usado na rotação de culturas com a soja, proporcionando um bom efeito residual e diminuição na aplicação de herbicidas, nos sistemas de plantio direto.

1.2.3. EXIGÊNCIAS CLIMÁTICASEmbora possa desenvolver-se em regiões de clima subtropical, o azevém apresenta melhor

desenvolvimento e vigor em climas temperados. Por não resistir ao calor, desenvolve-se melhor somente durante o inverno e a primavera, suportando geadas moderadas. Exige uma boa disponibilidade hídrica, desenvolvendo-se mais adequadamente em regiões com bom índice de precipitação pluviométrica.

1.2.4. SOLOSApresenta bom desenvolvimento em solos de varias capacidades e qualidades, mas tem

preferencia por solos argilosos e argilo-arenosos, úmidos, férteis e ricos em matéria orgânica. É mais exigente em fertilidade e umidade do que a aveia e o centeio, resistindo bem a umidade excessiva e a acidez dos solos. Devido a este motivo, o azevém pode ser cultivado em áreas normalmente destinadas ao cultivo de arroz. Para o plantio deve-se preparar muito bem o solo, pois suas sementes são muito pequenas e não vencem os torrões que por ventura permaneçam no solo.

1.2.5. SEMEADURAA época de semeadura recomendada varia do mês de março a maio, quando objetiva-se o

plantio para pastoreio, fenação ou para propiciar material de cobertura do solo para o plantio direto.Quando se planeja a colheita de sementes, recomenda-se atrasar o plantio para maio ao início

de junho, objetivando-se fugir da possibilidade de geadas na época do florescimento.

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A quantidade de sementes/ha pode variar de acordo com o poder germinativo e com os objetivos do seu cultivo. De modo geral as densidades recomendadas normalmente situam-se entre 25 a 30 kg/ha em cultivo solteiro. A nível de campo costuma-se indicar a semeadura de 40 kg/ha. A necessidade de semeadura em cultivo consorciado reduz-se para 15 a 20 kg/ha.

A semeadura do azevém é normalmente realizada a lanço. Contudo, é possível a semeadura em linhas, espaçadas 20 cm uma das outras, com uma profundidade de 0,5 a 1,0 cm.

O azevém pode ser semeado em campo nativo ou sobre pastagens. Neste caso, a semeadura pode ser feita a lanço utilizando o pisoteio intenso para pôr a semente em contato com o solo. Outra alternativa seria a utilização de máquinas de plantio direto.

Apresenta um crescimento inicial lento (mais do que a aveia), mas depois cresce rapidamente.

1.2.6. CONSÓRCIOS RECOMENDADOSO azevém pode ser consorciado com a aveia preta, a aveia branca, a ervilhaca, o trevo-branco,

o trevo-vermelho, o trevo-encarnado e o cornichão. As quantidades de sementes a serem utilizadas para as espécies consorciadas são:

a) Trevo-subterrâneo - emprega-se até 6 kg de sementes/ha. b) Trevo-encarnado - até 10 kg/ha.c) Trevo-branco - até 3 kg/ha.d) Cornichão - até 8 kg/ha.

1.2.7. ADUBAÇÃOA adubação da cultura do azevém deve, inicialmente, basear-se nos resultados de análise do

solo realizada antes do plantio. Através destes resultados, é possível se determinar a quantidade necessária de adubação, de acordo com as necessidades da cultura. Antes do plantio, caso haja a necessidade, recomenda-se corrigir a acidez e a fertilidade do solo, através da aplicação e incorporação de calcário e adubos fosfatados e potássicos.

Em relação ao nitrogênio, recomenda-se aplicar 20 kg de N/ha na semeadura, equivalente a aproximadamente a 50 kg de uréia/ha. O restante da dose deve ser parcelado em duas a três vezes iguais, aplicados no perfilhamento e após o corte ou utilização da área para pastejo. Se o teor de matéria orgânica do solo for superior a 4,5%, deve-se suprimir a adubação nitrogenada no plantio, sendo a dose total parcelada em partes iguais e aplicadas após os cortes ou pastejos.

1.2.8. MANEJO DA MASSA VERDE PARA PLANTIO DIRETOQuando se objetiva a implantação do sistema de plantio direto sobre a palha de azevém, este

deve ser tombado, com rolo-faca, por ocasião do pleno florescimento, que ocorre dos 150 aos 170 dias após o plantio, quando a planta atinge cerca de 60 a 80 cm de altura.

1.2.9. PRODUÇÃO DE SEMENTESA produção de sementes também é uma atividade agrícola importante. Caso o produtor tenha,

inicialmente, optado pela utilização da área para pastejo, torna-se necessário fazer uma adubação de cobertura a base de N logo após o primeiro (e único) corte. Caso não hajam perdas na colheita, a produção pode chegar até 700kg/ha.

A colheita pode ser feita manualmente ou de forma mecanizada, a partir do momento em que as sementes apresentam de 30 a 40% de umidade.

1.3. CULTURA DO CENTEIO 1.3.1. INTRODUCÃO O centeio apresenta dois centros de origem, ambos no sul da antiga Rússia. Um primário, na

Anatólia e no Cáucaso, a leste da Turquia e ao norte do Irã, e outro secundário, ao norte do Afeganistão e a oeste do Irã. Nessas áreas observa-se grande diversidade genética, havendo contínuas variações entre as populações cultivadas, tipos primitivos e espécies silvestres.

O centeio ocupa o 8º lugar, entre os cereais no mundo, e é cultivado especialmente no centro e no norte da Europa, em climas frios e secos, e em solos arenosos e franco férteis. Rússia e Polônia cultivam quase 2/3 do centeio mundial.

No Brasil foi introduzido no Sul pelos imigrantes alemães e poloneses, no século passado. É cultivado, principalmente, em solos ácidos e degradados e em altitudes acima de 600 m no norte do RS e SC, além da região centro sul do PR. No Brasil há uma expansão da área cultivada, pois a indústria de alimentos dietéticos absorve uma grande demanda.

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1.3.2. PRINCIPAIS USOS O grão é usado na alimentação humana, na fabricacão de pães e biscoitos e na indústria de

bebidas destiladas claras, principalmente na fabricação de álcool e whisky.O centeio é indicado especialmente para diabéticos e aqueles preocupados em manter a forma

física, pois as PENTOSANAS, presentes no grão retardam a digestão e diminuem a conversão alimentar. Era considerado o pão de pobre, mas mais recentemente merece posição de destaque como alimento dietético e como opção de diversificação na alimentação. A Rússia, Polônia e Alemanha são os países maiores consumidores, especialmente como pães mistos ou integrais.

Pode ser e é eventualmente usado na alimentação animal, misturado na ração em proporções não superiores a 20%. É indicado para forragem verde e para fenação. A palatabilidade do centeio verde para bovinos é muito boa e não há informações sobre uma possível redução na conversão alimentar. Estudos realizados no Brasil evidenciam que o centeio, inclusive o precoce, é apropriado ao pastoreio e ao corte como forragem durante o outono e inverno. O pastoreio deve ser iniciado quando as plantas tiverem 15 a 25 cm de altura. Para posterior colheitas de grãos, deve-se finalizar o pastoreio em meados de agosto no RS, SC e no centro-sul do PR.

Na estação fria, apresenta taxa de crescimento mais acelerada que as demais gramíneas de inverno. Também pode ser utilizada como planta de cobertura, para recuperar solos degradados e como adubo verde.

1.3.3. CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA Família: Gramineae Subfamília: PooideaeTribo: TriticeaeSubtribo: TriticineaeEspécie: SecaleNome Científico: Secale cereale

1.3.4. CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS A planta do centeio é muito semelhante ao trigo. É o único cereal que apresenta fecundação

cruzada, com outras espécies, como o trigo, o triticale e a cevada. Por este motivo, pode apresentar desuniformidade quanto ao espigamento, maturação e tipos de plantas.

Possui raízes capilares e fasciculadas. O colmo é herbáceo, cilíndrico, ereto e glabro (sem pêlos), podendo atingir até 2,0 m de altura. Suas folhs são pilosas, lineares, com lígulas membranosas, de cor verde escura. Possuem flores hermafroditas e dispostas em espigas alongadas. A semente é considerada um fruto, denominada cariopse, de cor amarelo-acinzentada, com sulcos longitudinais na face inferior.

1.3.5. CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS E EXIGÊNCIAS CLIMÀTICAS O centeio apresenta adaptação muito ampla. Destaca-se pelo crescimento inicial vigoroso e pela

rusticidade, resistência ao frio, à seca, à acidez nociva do solo, ao alumínio tóxico e às doenças. Possui sistema radicular profundo e agressivo capaz de absorver nutrientes indisponíveis a outras espécies. É o mais eficiente dos cereais no aproveitamento de água, pois produz a mesma quantidade de matéria seca com apenas 70% da água que o trigo utiliza. O centeio tem adaptação muito ampla, sendo cultivado desde o círculo polar Ártico até altitudes de 4300 m acima do nível do mar, no Himalaia.

Uma característica que enfatiza sua eficiência como cultura de cobertura é sua adaptação às condições frias e secas, pois ele cresce a partir dos 0ºC, enquanto o azevém necessita de no mínimo, 6,4ºC. A cultura é afetada por ventos quentes e secos, além do excesso de chuvas NA floração, fatores que diminuem a produtividade de grãos.

1.3.6. SOLOS Possui grande adaptabilidade em diversos tipos de solos. Apresenta bom desenvolvimento em

solos ácidos, arenosos, argilosos e bem drenados. Prefere os solos arenosos e sílico-argilosos. Apesar da boa adaptabilidade a solos ácidos, apresenta melhor desenvolvimento em solos com pH 6,0.

No preparo do solo, é conveniente utilizar a escarificação do solo quando há a presença de camadas compactadas, como o Pé-de-Arado ou o Pé-de-Grade. Pode-se efetuar o plantio em sistema DIRETO, CONVENCIONAL ou até o CULTIVO MÍNIMO, dependendo dos objetivos do produtor e da utilização da cultura.

1.3.7. SEMEADURA Para a produção de pastagens, semeadura deve ser realizada a partir de março. Quando se

objetiva a produção de grãos, as épocas de semeaduras indicadas são:a) de abril e maio em SP,MG,MS e Norte PR.

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b) de junho a julho em SC, RS, sul do PREm plantio individual, a necessidade de sementes recomendada varia de 80 a 100 kg/ha.

Recomenda-se a semeadura de 200 a 250 sementes aptas/m2. No cultivo em linhas, deve-se proporcionar um espaçamento de 17 a 20 cm entre-linhas.

Quando utilizada em consórcios, as seguintes misturas de sementes são recomendadas:a) 50 kg de centeio + 30 kg de ervilhacab) 40 kg de centeio + 10 kg de azevém + 5 kg de trevo vermelhoOBS: Além destes, outros consórcios podem ser recomendados, desde que haja uma semelhança

com nas velocidades de crescimento das culturas consorciadas. Desta maneira, como exemplo, não se recomenda o consórcio com o nabo forrageiro, pois esta apresenta um rápido crescimento inicial, causando um "abafamento" das plantas do centeio.

1.3.8. CULTIVARES RECOMENDADAS Deve se dar preferência a cultivar BR-1, ou então "populações coloniais" , que apresentem um

mínimo de uniformidade, com resistência à ferrugem do colmo e com características de produtividade e de sanidade aceitáveis. "GAYEROVO", centeio bravo ou White e Rye são recomendados para cultivo no norte do PR e em SP. Evitar variedades importadas, devido a fatores relacionados a adaptação ao clima, solos e doenças.

1.3.9. ADUBAÇÂO A adubação do centeio deve basear-se nas informações obtidas da análise do solo. As

quantidades a serem utilizadas constam nas "Recomendações de Adubação e Calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina", publicada pela Rede Oficial de Laboratórios de Análises de Solos (ROLAS). Deve se seguir a recomendação dada para a cultura do trigo,pois o centeio não possui, ainda, uma adubação específica.

Em relação ao nitrogênio, recomenda-se utilizar aproximadamente 20 kg de N/ha na semeadura. O restante deve ser parcelado, preferencialmente, em duas vezes iguais, no perfilhamento e após a utilização da pastagem. Se o conteúdo de matéria orgânica do solo for superior a 4,5%, suprimir a adubação nitrogenada no plantio. Para se evitar o acamamento, torna-se necessário diminuir 30 kg da adubação nitrogenada total recomendada para o trigo.

1.3.10. DOENÇAS O centeio é tolerante às doenças do sistema radicular, porém multiplica esses patógenos mais

eficientemente nos restos de cultura. A principal doença é a ferrugem do colmo (Puccínia graminis secalis) que ficou evidente em 1981, quando a doença ocorreu pela primeira vez no Brasil, sendo a responsável pela quase totalidade da destruição das lavouras. Outra doença de importância econômica é a helmintosporiose, causada pelo fungo Helminthosporium sativum. Causam lesões nas folhas, raízes e na coroa das plantas.

1.3.11. REPRODUÇÃO A principal característica que distingue o centeio dos outros cereais de inverno é a alogamia. Suas

flores são bissexuais. A autopolinização pode ocorrer por compatibilidade genética ou por fatores ambientais (calor, seca, etc).

A polinização entre duas cultivares semeadas lado a lado depende da coincidência da floração e da concentração do pólen, que é função da distância entre as populações e da direção e da velocidade do vento. Foi observada polinização cruzada de 7% quando a distância entre duas cultivares era de 20 m, e 3% quando essa distância era de 600 m.

A floração ocorre entre 5-10 dias após o espigamento. O processo de polinização é favorecido por temperaturas diurnas entre 13ºC e 25ºC, por insolação normal e por ventos moderados. Em temperaturas inferiores a 10ºC e períodos chuvosos, a polinização é postergada. Em condições favoráveis, a polinização poderá completar-se em poucos minutos. O estigma de uma flor não fertilizada pode permanecer viável por até 19 dias.

1.3.12. MELHORAMENTO Há pouca pesquisa com o centeio no Brasil. Atualmente a EMBRAPA/CNPT, de Passo fundo/RS,

desenvolve um programa visando a obtenção de novas cultivares, mais produtivas, adaptadas a condições de baixa fertilidade e resistentes ao acamamento e às principais doenças da cultura.

1.3.13. COLHEITA E ARMAZENAGEM O centeio produz, em média de 600 a 1.000 kg de sementes/ha

Page 8: Plantas de Cobertura de Solo

A colheita deve ser realizada logo após a maturação plena para evitar perdas por desgrane, que pode ocasionar prejuízos consideráveis. Recomenda-se armazenar o centeio com umidade inferior a 13% no grão. Como outros cereais, os gorgulhos e traças devem ser combatidos quando ocorrerem.

1.3.14. PRODUÇÃO DE SEMENTES A produção de sementes de centeio apresenta algumas particularidades, por ser alógama. Deve

se providenciar um isolamento físico de pelo menos 1000 metros de outra cultivar. Recomenda-se o mínimo de cinco (5) vistorias técnicas, nas fases de PERFILHAMENTO, ESPIGAMENTO, FLORAÇÃO, PRÉ-COLHEITA e COLHEITA

A semente deve ser colhida com menos de 18% de umidade. Se tiver mais que 13% de umidade deve ser secada por aeração ou temperatura não superior a 40ºC.

As Comissões Estaduais de Sementes e Mudas estabeleceram padrões mínimos de qualidade para os grãos do centeio, que são:

a) Padrão mínimo de pureza física: 95%b) Poder germinativo: 70%

2. Família das leguminosas2.1. CULTURA DA ERVILHACA2.1.1. INTRODUÇÃO A ervilhaca é pertencente a família das leguminosas. É uma espécie originária do Mediterrâneo

(Europa, Ásia Ocidental e África). Além de ser uma forrageira de alto valor nutricional, é uma cultura de extrema importância como planta de cobertura de solo de inverno, pois apresenta uma boa produtividade em massa verde.

Esta espécie é comumente conhecida pelos agricultores com o nome de "vica ou avica". O ciclo completo da cultura é de aproximadamente 180 a 200 dias.

2.1.2. CARACTERÍSTICAS DA CULTURAÉ uma leguminosa de ciclo anual e muito rústica. Possui caules quadrangulares, decumbentes

e trepadores. Atinge cerca de 1,0 m de altura e é muito palatável e nutritivo para os animais. São duas as espécies principais, denominadas de Vicia sativa L. (ervilhaca comum) e Vicia

villosa Roth (ervilhaca peluda). Em termos práticos, a ervilhaca peluda se diferencia da ervilhaca comum pelo hábito rasteiro e por possuir folíolos menores.

A ervilhaca comum apresenta , ainda, folhas compostas, paripenadas, com gavinha terminal e número variável de folíolos (de 3 a 7). As flores apresentam-se em pares ou solitárias, constituídas de corola de cor violácea ou púrpura. O fruto é um legume e pode apresentar um comprimento de até 8 cm e posuem de 4 a 10 sementes globosas, de cor variável (escura, pardo-roxa ou branco-avermelhado), com 4 a 5 mm de diâmetro. O peso de mil sementes varia de 50 a 80 gramas.

2.1.3. USOSA ervilhaca é uma excelente pastagem pra animais. O pastoreio deve ser realizado antes da

floração; a rebrota é utilizada para produção de feno, silagem ou até mesmo de sementes. Ressalta-se, no entanto, que por ser uma espécie muito sensível ao pisoteio, a produção de massa verde é bastante diminuída após o pastoreio. Sua forragem é de alto valor nutritivo, porém não se aconselha o uso como alimentação exclusiva, devendo-se associá-la com outras gramíneas, devido a possibilidade de ocorrência do timpanismo.

Em muitos casos é também utilizada como adubação verde, devido a capacidade de fixar o nitrogênio no solo. Proporciona também uma boa produção de massa verde, proporcionando uma cobertura eficiente contra a ação erosiva das chuvas, além de melhorar as características químicas, físicas e biológicas do solo. Devido a estes fatores, proporciona plenas condições para a implantação e manutenção de sistemas de cultivo mínimo ou o plantio direto na palha.

2.1.4. CONDIÇÔES CLIMÁTICASApresenta bom desenvolvimento em climas temperados. Em climas subtropicais possui um

menor potencial de desenvolvimento, sendo a maior dificuldade de seu gênero. Prefere climas frios, porém é prejudicada com temperaturas de 0oC ou abaixo destas.

2.1.5. SOLOSA ervilhaca desenvolve-se bem em solos arenosos ou argilosos, porém, preferencialmente ricos

em matéria orgânica e com bons conteúdos de cálcio e fósforo.. O pH ideal deve situar-se entre 5,0 a

Page 9: Plantas de Cobertura de Solo

6,5. Esta espécie é capaz de incorporar ao solo até 90 kg/ha de nitrogênio anualmente, o que a torna como eficiente adubo verde para as culturas subseqüentes.

O cultivo é limitado pela umidade demasiadamente alta. Devido a esta característica deve se evitar o plantio em áreas onde freqüentemente ocorra a estagnação de água.

2.1.6. SEMEADURAA época de semeadura recomendada para a cultura varia em função de seus objetivos. Assim,

quando finalidade é a produção de massa verde para a alimentação animal, adubação verde ou como cobertura do solo, a época indicada para a semeadura é de março a maio. Quando se objetiva a produção de sementes, a época de semeadura deve ser retardada para maio a junho.

A semeadura pode ser realizada a lanço ou através de semeadeiras. Na semeadura mecanizada deve se manter uma distância de 20 cm entre-linhas e utilizar uma profundidade de plantio de 3 a 4 cm.

A quantidade de sementes varia de acordo com a cultivar, sistema de plantio (em cultivo solteiro ou consorciada), fertilidade do solo e a sua finalidade. De modo geral, recomenda-se de 40 a 80 kg de sementes/ha no sistema solteiro (sem consorciamento) e de 30 a 50 kg de sementes/ha no sistema consorciado, este muito utilizado por ser uma planta trepadeira. Em áreas destinadas a produção de sementes deve se usar de 15 a 20 kg/ha de sementes, plantadas preferencialmente em linhas distanciadas de 80 cm entre elas.

Os consórcios recomendados referem-se às culturas da aveia, tremoço, centeio, azevém ou cevada. Um consorciamento muito utilizado é o da ervilhaca com a aveia preta, numa proporção de 20 kg de aveia para 50 kg/ha de ervilhaca.

Para se obter melhores resultados no cultivo da ervilhaca recomenda-se a inoculação das sementes com as bactérias fixadoras de nitrogênio (Rhizobium leguminosarum), através da utilização de inoculantes específicos para a espécie. Esta prática é indispensável quando se faz o primeiro plantio. Em locais onde ocorre uma eficiente formação de nódulos nas raízes, as plantas apresentam um melhor desenvolvimento

O poder germinativo normalmente é baixo, situado próximo a 70%

2.1.7. ADUBAÇÃOPara esta espécie recomenda-se uma adubação e calagem corretiva do solo conforme as

necessidades prescritas pela análise do solo. Caso haja a necessidade, recomenda-se a correção do pH do solo com calcário dolomítico e a melhoria da fertilidade através da utilização de adubação mineral fosfatada (superfosfato simples ou superfosfato triplo) e potássica (cloreto de potássio) ou até mesmo a adubação orgânica, normalmente realizada com estercos de gado e/ou de aves. Não se recomenda a adubação de cobertura com N devido a capacidade de fixação de N pela leguminosa.

2.1.8. MANEJO DA MASSA VERDECom o objetivo de se realizar o cultivo em Plantio Direto sobre a palha da ervilhaca, deve-se

promover o acamamento do material quando esta se encontrar na fase de pleno florescimento, com aproximadamente 35 cm de altura (em plantio solteiro), que ocorre dos 130 aos 170 dias após a semeadura. Por ocasião da necessidade de um cultivo subseqüente, caso as plantas não tenham atingido o pleno florescimento, estas devem ser controladas com herbicidas de ação total.

2.1.9. PRAGAS E DOENÇASEm geral, as ervilhacas são resistentes aos ataques de pragas e doenças.

2.1.10. COLHEITA DE GRÃOSPara a colheita de grãos deve se realizar vistorias periódicas a fim de saber o momento correto

de se realizar a colheita. A operação de colheita deve ser realizada em dias nublados para se evitar a perda de grãos através da abertura da vagem e queda das sementes ao chão. A colheita pode ser feita manualmente (com cegadeira) ou através de uma automotriz (principalmente quando consorciada). A produtividade de grãos pode variar de 500 a 700 kg/ha

3. Família das Cariofiláceas

3.1. CULTURA DA GORGA OU ESPÉRGULA

3.1.1. INTRODUÇÃO

Page 10: Plantas de Cobertura de Solo

A gorga ou a espérgula é uma planta pertencente à família das cariofiláceas. Apresenta uma denominação científica de Spergula arvensis. É uma planta rústica, de crescimento rápido, indicada no melhoramento das qualidades físicas do solo e na alimentação animal.

Produz cerca de 25 a 40 toneladas de massa verde/ha, em plena floração.

3.1.2. CARACTERÍSTICAS DA CULTURAA gorga é uma planta nativa da Europa, de ciclo anual e curto. Do plantio ao florescimento

necessita de 75 a 90 dias. Apresenta caule prostrado e ascendente (até 60 cm de altura), glabro (sem pêlos), viscoso e geralmente ramificado. As folhas são fasciculadas, filiformes, carnosas e pegajosas. As flores são brancas, terminais e dispostas em panícula frouxa. Os frutos apresentam-se na forma de cápsulas arredondadas, deiscentes (na maturação, as cápsulas se abrem espontaneamente e expulsam a semente). As sementes são globosas e pequenas, de cor preta ou amarelada.

3.1.3. USOS A espécie é indicada para alimentação de animais, em pastejo direto ou através de feno,

principalmente aos bovinos. O pastoreio pode ser realizado durante o inverno e a primavera; no entanto deve se ter o cuidado de evitar o pisoteio demasiado, principalmente por animais pesados. Neste caso, uma boa alternativa encontra-se no uso do pastoreio rotativo. Na alimentação do gado leiteiro aumenta a produção de leite e dá um sabor especial à manteiga e o queijo, denominado de esperguta. Contribui para aumentar o teor de proteína do leite.

Considerando-se as suas características conservacionistas, como a rusticidade, crescimento rápido, melhoramento das qualidades físicas do solo e sendo uma planta não esgotante, a gorga pode ser muito útil como planta de cobertura do solo, embora o seu manejo não seja tão fácil. Pode ser usada também para fins de adubação verde.

3.1.4. EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS A gorga encontra-se disseminada em várias regiões de clima temperado e em regiões elevadas de

clima tropical. É, portanto, uma planta adaptada ao clima frio, desenvolvendo-se melhor quando a temperatura média do mês mais quente for inferior a 22oC e a do mês mais frio inferior a 18oC. Apresenta resistência às geadas, beneficiando-se com umidade relativa do ar elevada.

3.1.5. SOLOS A gorga apresenta um bom desenvolvimento tanto nos solos arenosos quanto nos arenosos,

preferencialmente com bons teores de mat[eria orgânica. Tratando-se de uma planta calcífuga, adapta-se em solos ácidos (com pH de 4,6 a 5,5). A calagem dos solos diminuem a sua agressividade.

É considerada uma planta não esgotante dos solos, sendo também pouco exigente em fertilidade.

3.1.6. SEMEADURA Recomenda-se a quantidade de 10 a 15 kg/ha de sementes. Pode ser semeada a lanço e

incorporadas a uma profundidade de 3 a 4 cm, com uma gradagem superficial. Se o terreno estiver preparado e limpo de ervas daninhas, as sementes podem ser incorporadas ao solo mediante a utilização de uma ramo de árvore com folhas.

A semeadura deve ser providenciada, preferencialmente, nos meses de março a maio.

3.1.7. ADUBAÇÃO Recomenda-se como única adubação, a utilização de uréia, aplicada superficialmente cerca de 30

dias após a semeadura.

3.1.8. PRAGAS E DOENÇAS A gorga é uma cultura bastante rústica, poré pode ser atacada por uma espécie de fungo ainda

não identificada. A praga mais comum e que pode ocasionar alguns danos é a vaquinha, principalmente na fase inicial de crescimento.

3.1.9. MANEJO DA MASSA VERDE No cultivo da gorga para fins de alimentação do gado, recomenda-se fazer dois cortes anuais – o

primeiro aos sessenta dias do plantio.Quando se objetiva o cultivo para fins de adubação verde, apresenta a característica de fácil

incorporação ao solo, prática que deve ser realizada por ocasião do pleno florescimento. Sua decomposição é rápida, ocorrendo de 30 a 50 dias após. Não se deve incorporar a massa verde com os frutos já formados, pois haverá a germinação das sementes, que em seguida concorrerá com a cultura subseqüente.

Quando a finalidade de seu cultivo for a produção de uma camada vegetativa morta sobre o solo para fins de plantio direto, a prática do tombamento (com a utilização de rolo-faca), corte ou a aplicação

Page 11: Plantas de Cobertura de Solo

de herbicidas deve ser providenciada logo após o pleno florescimento. Devido a possibilidade de ressemeadura natural, devemos ter o cuidado de evitar que o acamamento do material seja providenciado após a formação das sementes.

3.1.10. PRODUÇÃO DE SEMENTES Dada a importância da gorga na conservação dos solos e na alimentação animal, cada produtor

deve produzir a sua própria semente. Para tanto, a reserva de uma área de 1.000 m2 para produção de sementes podem produzir de 60 a 80 kg de sementes. Após a maturação das sementes basta colhê-las, trilhar ou bater sobre uma lona ou terreiro e limpar ao vento. As lavouras pós-fumo poderão ser aproveitadas para a produção de sementes.

4. Família das Crucíferas4.1. Cultura do Nabo Forrageiro

4.1.1. INTRODUÇÃOO nabo forrageiro é originário da Ásia, onde há centenas de anos é cultivado para extração de

óleo, encontrado em significativas quantidades em suas sementes. É também usado na medicina, visto que as raízes e folhas contém acido sufloceânico e as partes aéreas são usadas como estimulante das funções gástricas. É uma cultura crucífera anual (ciclo curto) que possui raiz grossa, carnosa, muito apreciada pelo gado.

Prefere solos leves com bom teor de matéria orgânica e levemente úmidos. Substitui a mandioca em terrenos baixos e pouco úmidos, proporcionando bom rendimento de forragem, suculenta e nutritiva. A alimentação é aconselhada principalmente para o gado leiteiro. No Estado de Santa Catarina vem sendo cultivado há muitos anos por agricultores do Vale do Itajaí, havendo resistência ao seu cultivo em outras regiões por ser confundida pela nabiça, invasora muito temida.

4.1.2. CARACTERÍSTICAS DA CULTURAO nabo forrageiro apresenta-se bem em muitos solos com bons teores de argila. Planta de

família crucífera, anual, herbácea, ereta (1.0 - 1.8m) com pêlos ásperos reproduzindo-se por sementes. Apresenta raiz pivotante ou tuberosa (caulinares), com lóbulos arredondados Flores terminais em ramos longos, cor predominante branca com matizes roxo ou lilás. O fruto é sílico indeiscente (3.5 cm), com 2-10 sementes, arredondadas, cor marrom claro, até avermelhado em volta, com abundante tecido parenquimático.

4.1.3. PRODUÇÂOO rendimento, em média, é de 40 toneladas/ha de massa verde, mas pode ultrapassar a casa

dos 60 se as condições forem especiais. É usado como forrageiro devido ao seu crescimento agressivo, e o controle de ervas daninhas.

A cultivar apresenta um excelente material forrageiro, para pastejo durante o inverno. Devido a sua capacidade de rebote, possível utilizá-lo até no segundo. E também é bastante apreciada pelo gado, tendo grande valor na alimentação animal. Em excesso pode acarretar diarréia nos animais e conferir ao leite odor desagradável e sabor amargo.

4.1.4. EXIGÊNCIAS CLIMÁTICASAs variedades Européias podem ser cultivadas em climas temperados, continentais e tropicais,

sendo resistentes a geadas tardias. As temperaturas relativamente baixas, durante o crescimento vegetativo, favorecem a floração O rendimento e a maturação das síliquas são favorecidas por temperaturas mais elevadas e com bastante sol.

4.1.5. SOLOS - Tipos de solos mais adequados: Adapta-se a solos arenosos mas não muitos secos, exige

boas condições de umidade do solo durante a sua implantação e desenvolvimento inicial. Apresenta alguma tolerância a solos com alto saturação por alumínio e elevada acidez.

- Exigência em Fertilidade: Exige fertilidade média. Proporciona elevadas produções de massa verde e de grãos quando cultivados em solos férteis corrigidos e adequados as principais culturas.

4.1.6. ÉPOCA DE SEMEADURAO nabo forrageiro pode ser cultivado no sistema convencional ou no plantio direto. Deve ser

semeado de abril a maio.

4.1.7. CONSORCIAMENTO

Page 12: Plantas de Cobertura de Solo

O consorciamento recomendado é com milho e feijão pois combate as ervas daninhas, sendo a profundidade recomendada de no máximo 3 cm. Para a produção de massa verde, a semeadura deve ser bem adensada, usando-se entre 18 a 20 Kg de sementes/ha, com um espaçamento de 20 cm entre linhas. Para a produção de sementes, o espaçamento entre linhas deve ser de 40 cm, com cerca de 6,8 a 8,0 Kg/ha.

4.1.8. ADUBAÇÂO Com relação a adubação existem autores que recomendam o mínimo de 100 Kg de sulfato de

amônio, 200 Kg de superfosfato simples e 50 Kg de cloreto de potássio/ha. A aplicação de 30 a 40 toneladas/ha. melhoram muito as condições para obtenção de altos rendimentos na lavoura.

4.1.9. MANEJO DA MASSA VERDEQuando se objetiva realizar o plantio direto, a época ideal para se realizar o tombamento da

cobertura verde é durante o florescimento do nabo forrageiro, que ocorre entre 100 e 120 dias.O manejo deve ser feito, preferencialmente, com rolo-faca ou com herbicidas. A maturação é

longa e desuniforme, e a colheita pode ser feita com colhedoras equipadas com peneiras especiais. A produtividade média é de 400 a 600 Kg/ha de sementes.

4.1.10 PRAGAS -Vaquinha: A vaquinha causa principalmente furos na folha, ocorrendo com maior incidência

nas plantas mais novas. Esta praga pode acarretar maiores danos na fase inicial do ciclo da cultura, de abril a junho.

4.1.11 COLHEITA DE GRÂOSA colheita do nabo forrageiro é feita, na maioria das vezes, em pequenas propriedades onde é

retirada a parte aérea da planta e depois deixada para secar para posterior trilhamento, onde é separado a semente da parte aérea da planta.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A quantidade de sementes necessária para o cultivo dependem, basicamente, da espécie e da forma de semeadura escolhida. No QUADRO 1, abaixo, pode se visualizar algumas características importantes relacionadas a semeadura das diversas espécies de plantas de cobertura de solo de inverno.

QUADRO 1: Quantidade de sementes, profundidade e época de semeadura das plantas de cobertura de solo de inverno.

Espécie

Características Formas de semeaduraProfun-didade (cm)

Época de se-

meadura

Poder germina-tivo (%)

Peso de 1000

sementes (g)

a) em linhas b) a lanço

Espaça-mento (cm)

Quantidade de sementes

(kg/ha)

Quantidade de sementes

(kg/ha)Aveia amarela 90 29-35 17-20 80-115 90-120 3-4 mar-julAveia branca 90 25-35 17-20 80-115 90-120 3-4 mar-julAveia preta 90 15-20 17-20 50-65 55-70 3-4 mar-julCenteio 85 18-22 17-20 85-100 90-110 3-5 mar-julChícharo com. 85 110-170 20-40 80-120 90-130 3-5 mar-jul

Ervilha do campo 85 90-150 20-40 65-145 70-160 3-5 mar-jul

Ervilhaca comum 90 40-70 20-40 40-80 45-90 3-5 mar-julErvilhaca peluda 90 40-45 20-40 30-35 35-40 3-5 jan-julGorga 90 1,0 - - 10-15 2-3 abr-julNabo forrageiro 90 10-14 20-40 10-15 10-15 2-3 abr-julTremoço amarel 90 110-180 20-40 55-90 65-105 3-5 abr-julTremoço azul 90 120-180 20-40 65-100 80-115 3-5 abr-junTremoço branco 90 300-475 20-40 150-230 165-250 3-5 abr-jun

6. ANEXOS

TABELA 1: Interpretação dos resultados da determinação de fósforo (P) extraível (RS e SC).Faixas de teor de

P no soloClasse de Solo

1 2 3 4 5 6-----------------------------------------------mg/L--------------------------------------------------

Limitante 1,0 1,5 2,0 3,0 4,0 -Muito Baixo 1,1 - 2,0 1,6 - 3,0 2,1 - 4,0 3,1 - 6,0 4,1 - 8,0 -

Page 13: Plantas de Cobertura de Solo

Baixo 2,1 - 4,0 3,1 - 6,0 4,1 - 9,0 6,1 - 12,0 8,1 - 16,0 3,0Médio 4,1 - 6,0 6,1 - 9,0 9,1 - 14,0 12,1 - 18,0 16,1 - 24,0 3,1 - 6,0Suficiente 6,0 9,0 14,0 18,0 24,0 6,0Alto 8,0 12,0 18,0 24,0 30,0 -

OBS: - Classe 1: teor de argila superior a 55% - Classe 4: de 11 a 25% de argila - Classe 2: de 41 a 55% de argila - Classe 5: até 10% de argila - Classe 3: de 26 a 40% de argila - Classe 6: solos alagados

TABELA 2: Interpretação geral dos resultados de análise do solo para o RS e SC.

Teor no soloDeterminações

PH em água

Matéria Orgânica

Cátions trocáveisCa Mg Ca + Mg K

% (m/v) ---------------------------cmolc/L----------------------- mg/LLimitante - - - - - 20Muito baixo 5,0 - - - - 21 - 40Baixo 5,1 - 5,5 2,5 2,0 0,5 2,5 41 - 60Médio 5,6 - 6,0 2,6 - 5,0 2,1 - 4,0 0,6 - 1,0 2,6 - 5,0 61 - 80Suficiente - - - - - 81 - 120Alto 6,0 5,0 4,0 1,0 5,0 120

OBS: Unidades: - % m/v = relação massa/volume; - cmolc/L = centimol de carga por litro de solo- mg/L = miligrama por litro de solo (ppm)

TABELA 3: Recomendações de adubação nitrogenada para gramíneas e legumonosas de estação fria para os Estados do RS e SC.

Teores de Matéria Orgânica (%)

Adubação nitrogenada por cultivo (em kg de N/ha)Gramíneas de estação fria Leguminosas de estação fria

2,5 140 – 180 ver observações2,6 a 3,5 100 – 130 ver observações3,6 a 4,5 70 – 90 ver observações4,6 a 5,5 45 – 60 ver observações

> 5,5 30 ver observaçõesOBS: Quando se deseja cultivar plantas pertencentes a família das leguminosas, a adequada inoculação das sementes com Rhizobium específico é fundamental. Deve se utilizar adubação nitrogenada somente se for constatada que a inoculação foi ineficiente. Neste caso, aplicar nitrogênio na dose de 20 kg de N/ha, após cada duas utilizações da pastagem.

TABELA 4: Recomendações de adubação com fósforo para gramíneas de estação fria (RS e SC)

Teor de fósforo no

solo

Classe de solo1 2 3 4 5

Kg de P2O5/ha em cada cultivo1o 2o 3o 1o 2o 3o 1o 2o 3o 1o 2o 3o 1o 2o 3o

Limitante 150 95 65 140 80 50 130 70 40 130 70 40 140 80 50Muito baixo 120 90 60 110 70 40 100 60 R 100 60 R 110 70 40Baixo 90 65 R 80 50 R 70 40 R 70 40 R 80 50 RMédio 70 R R 60 R R 50 R R 50 R R 60 R RSuficiente 50 R R 40 R R 30 R R 30 R R 40 R RAlto 3

0R R 3

0R R 2

0R R 2

0R R 3

0R R

OBS: Valor R (Reposição): 40 kg de P2O5/ha.

TABELA 5: Recomendações de adubação com fósforo para leguminosas de estação fria(RS e SC)

Teor de fósforo no

solo

Classe de solo1 2 3 4 5

Kg de P2O5/ha em cada cultivo1o 2o 3o 1o 2o 3o 1o 2o 3o 1o 2o 3o 1o 2o 3o

Limitante 160 R R 160 R R 160 R R 160 R R 160 R RMuito baixo 130 R R 130 R R 130 R R 130 R R 130 R RBaixo 90 R R 90 R R 90 R R 90 R R 90 R R

Page 14: Plantas de Cobertura de Solo

Médio 70 R R 70 R R 70 R R 70 R R 70 R RSuficiente 50 R R 50 R R 50 R R 50 R R 50 R RAlto 3

0R R 3

0R R 3

0R R 3

0R R 3

0R R

OBS: Valor R (Reposição): 40 kg de P2O5/ha.

TABELA 6: Recomendações de adubação com potássio para gramíneas de estação fria (RS e SC)

Teor de Kno solo

_ Adubação potássica/ cultivo_(em kg de K2O/ha)_________ 1o 2o 3o

Limitante 130 80 60Muito baixo 100 60 RBaixo 70 R RMédio 40 R RSuficiente 20 R RAlto 20 R R

OBS: Valor R (Reposição): 40 kg de K2O/ha.

TABELA 7: Recomendações de adubação com potássio para leguminosas de estação fria (RS e SC)Teor de K

no solo_ Adubação potássica/ cultivo_(em kg de K2O/ha)_________ 1o 2o 3o

Limitante 120 R RMuito baixo 90 R RBaixo 70 R RMédio 60 R RSuficiente 50 R RAlto 40 R R

OBS: Valor R (Reposição): 40 kg de K2O/ha.