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Plantas Raras do Brasil

Plantas raras do Brasil

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  • 1. Plantas Raras do Brasil
  • 2. Plantas Raras do Brasil
  • 3. Conservao Internacional (CI-Brasil) Presidente Roberto Brando Cavalcanti Vice-Presidente de Operaes Carlos Alberto Bouchardet Diretores Guilherme Fraga Dutra Isabela Santos Luiz Paulo Pinto Patrcia Baio Paulo Gustavo Prado Ricardo Bomfim MachadoUniversidade Estadual de Feira de Santana Reitor Jos Carlos Barreto de Santana Diretor do Departamento de Cincias Biolgicas Carlos Costa Bichara Filho Coordenador do Programa de Ps-Graduao em Botnica Luciano Paganucci de Queiroz
  • 4. Conservao InternacionalUniversidade Estadual de Feira de Santana Plantas Raras do Brasil Organizadores Ana Maria Giulietti Alessandro Rapini Maria Jos Gomes de Andrade Luciano Paganucci de Queiroz Jos Maria Cardoso da Silva Belo Horizonte, MG 2009
  • 5. Coordenao Editorial Isabela de Lima SantosProjeto Grfico Lcia NemerDesigner Assistente Fbio de AssisFotografias da Capa M.Trov A. Rapini A. Chautems Ficha catalogrfica elaborada pela bibliotecria Nina C. Mendona CRB6/1288P713 Plantas raras do Brasil / organizadores, Ana Maria Giulietti ... [et al.]. Belo Horizonte, MG : Conservao Internacional, 2009. 496 p. : il., fots. color., mapas; 26 cm. Co-editora: Universidade Estadual de Feira de Santana. Inclui referncias. ISBN: 978-85-98830-12-4. 1. Plantas raras Brasil. 2. Diversidade biolgica Conservao. I. Conservao I nternacional. II. Giulietti, Ana Maria. CDU : 582
  • 6. SumrioSumrioPrefcio 11 BALANOPHORACEAE 90Agradecimentos 13 BEGONIACEAE 91 BERBERIDACEAE 95Colaboradores e Instituies 15 BIGNONIACEAE 96Introduo 23 BORAGINACEAE 101Catlogo de Plantas Raras do Brasil 37 BRASSICACEAE 102 ACANTHACEAE 39 BROMELIACEAE 103 ACHARIACEAE 44 BURMANNIACEAE 115 ALISMATACEAE 45 BURSERACEAE 116 ALLIACEAE 46 CACTACEAE 118 ALSTROEMERIACEAE 47 CALYCERACEAE 127 AMARANTHACEAE 48 CAMPANULACEAE 128 AMARYLLIDACEAE 51 ANNONACEAE 52 CANELLACEAE 130 APOCYNACEAE 54 CARYOPHYLLACEAE 131 APODANTHACEAE 65 CELASTRACEAE 132 AQUIFOLIACEAE 66 CHRYSOBALANACEAE 134 ARACEAE 67 CLUSIACEAE 139 ARALIACEAE 71 COMBRETACEAE 142 ARECACEAE 74 COMMELINACEAE 143 ASTERACEAE 76 CONNARACEAE 145
  • 7. SumrioCONVOLVULACEAE 147 LENTIBULARIACEAE 238CUCURBITACEAE 150 LOGANIACEAE 239CUNONIACEAE 153 LORANTHACEAE 240CYPERACEAE 154 LYTHRACEAE 243DILLENIACEAE 159 Malpighiaceae 252DROSERACEAE 161 MALVACEAE 262EBENACEAE 162 MELASTOMATACEAE 263ERICACEAE 165 MELIACEAE 280ERIOCAULACEAE 166 MOLLUGINACEAE 281ERYTHROXYLACEAE 181 MONIMIACEAE 282EUPHORBIACEAE 183 MORACEAE 284GENTIANACEAE 185 MYRISTICACEAE 287GESNERIACEAE 187 MYRSINACEAE 288HYPERICACEAE 191 MYRTACEAE 289LAMIACEAE 192 OCHNACEAE 293LAURACEAE 201 OLACACEAE 297LECYTHIDACEAE 208 OLEACEAE 298LEGUMINOSAE 212 ORCHIDACEAE 299 SUBFAMLIA AESALPINIOIDEAE C 212 OROBANCHACEAE 310 SUBFAMLIA IMOSOIDEAE M 221 OXALIDACEAE 312 SUBFAMLIA APILIONOIDEAE P 228 PASSIFLORACEAE 314
  • 8. SumrioPICRAMNIACEAE 316 SYMPLOCACEAE 380PIPERACEAE 317 THISMIACEAE 382PLANTAGINACEAE 324 THYMELAEACEAE 383POACEAE 326 TRIURIDACEAE 384PODOCARPACEAE 341 TURNERACEAE 385POLYGALACEAE 342 URTICACEAE 391POLYGONACEAE 346 VELLOZIACEAE 392PORTULACACEAE 347 VERBENACEAE 399PROTEACEAE 348 VIOLACEAE 406QUIINACEAE 349 VITACEAE 407RHABDODENDRACEAE 350 VOCHYSIACEAE 408RUBIACEAE 351 XYRIDACEAE 411RUTACEAE 358 ZINGIBERACEAE 416SABIACEAE 362 Acervo Fotogrfico 417SALICACEAE 363 reas-Chave para Espcies Raras deSANTALACEAE 364 anergamas F 433SAPOTACEAE 366SCHOEPFIACEAE 371SCROPHULARIACEAE 372SIMAROUBACEAE 374SOLANACEAE 375
  • 9. 10
  • 10. PrefcioPrefcio 11Um dos maiores desafios deste sculo desenvolver modelos de desenvolvimento sociale econmico que tenham como sua base a conservao da biodiversidade. Esses modelos so especialmente importantesem pases como o Brasil, detentores de grande parte das espcies existentes no planeta.O desenvolvimento sustentvel de um pas requer planejamento sistemtico de conservao, com objetivos bem defini-dos e mtodos consistentes de anlise. Para isso, informaes precisas sobre a distribuio das espcies so fundamentais.Nesse processo, nem todas as espcies so iguais. As espcies com distribuio restrita tm muito mais possibilidades deserem extintas por um evento catastrfico qualquer ou simplesmente pela ocupao humana desordenada do que espciesamplamente distribudas. Por isso, elas recebem maior ateno por parte dos conservacionistas. O argumento simples:se protegermos as reas onde estas espcies ocorrem, estaremos protegendo tambm populaes de outras espcies quepossuem distribuies mais extensas e, assim, maximizando os esforos de conservao.Este livro uma contribuio fantstica para a conservao da biodiversidade no Brasil e no mundo. Produto de uma par-ceria entre a Universidade Estadual de Feira de Santana e a Conservao Internacional, da qual orgulhosamente fao partedo seu Conselho Global, ele sintetiza o trabalho intenso de mais de 170 cientistas de 55 instituies e nos revela o mundodas plantas raras do Brasil. Plantas raras foram definidas como aquelas espcies que possuem distribuio menor do que10.000 km2. O nmero final deste esforo impressiona. Foram reconhecidas 2.291 espcies de plantas raras brasileiras,cerca de 4 a 6% de todas as espcies de plantas do pas, muitas das quais se encontram beira da extino. As distribuiesdas espcies de plantas raras ajudam tambm a delimitar 752 reas que so chaves para garantir a conservao da diversi-dade de plantas brasileiras. Essas reas deveriam ser rapidamente reconhecidas por todos como prioridade imediata paraum trabalho intenso de preservao.Conservar o capital natural brasileiro e promover o uso sustentvel dos recursos um dever de todos os setores da socie-dade nacional. Sem o esforo conjunto dos cientistas e sem livros de sntese como este, s vezes torna-se difcil imaginara magnitude do desafio que ainda temos pela frente. Espero que esta obra sirva de inspirao para um pacto nacional maisamplo que tenha como objetivo desenvolver aes concretas para evitar a extino das espcies no Brasil. Andr Esteves Membro do Conselho Diretor Conservao Internacional
  • 11. Agradecimentos Agradecimentos 13Agradecemos a todas as instituies cujos pesquisadores colaboraram no estudo dasfamlias relacionadas no livro. Em especial, Universidade Estadual de Feira de Santana por ter fornecido toda a infra-estrutura necessria ao projeto. Agradecemos ao Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio) e ao Instituto do Mil-nio do Semi-rido (IMSEAR), ambos do Ministrio da Cincia e Tecnologia, pelos recursos para o trabalho de campo queserviu de base para a avaliao de vrias espcies raras. A.M. Giulietti, A. Rapini, L.P. Queiroz e J.M.C. Silva agradecemao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq) pela bolsa de produtividade em pesquisa.M.J.G. Andrade agradece Conservao Internacional (CI-Brasil) pela bolsa recebida por meio da Fundao Instituto parao Desenvolvimento da Amaznia (FIDESA) para se dedicar organizao do livro. Este projeto foi desenvolvido graas aoapoio da Gordon and Betty Moore Foundation, baseada em Palo Alto (EUA), e de Andr Esteves, membro do Conselhoda Conservao Internacional. Por fim, um agradecimento especial a todos os autores, que demonstraram envolvimento emuita pacincia ao longo deste projeto que, como qualquer grande trabalho de sntese, mostrou-se muito mais complexodo que tnhamos inicialmente imaginado. Comisso Organizadora
  • 12. Colaboradores e InstituiesColaboradores e Instituies 15A lista a seguir inclui as pessoas que colaboraram para a produo deste livro: autoresdos captulos, pesquisadores que contriburam com a reviso do contedo e tambm aqueles que analisaram determinadas fam-lias e no encontraram espcies raras segundo os critrios adotados neste trabalho.Abel Augusto Conceio - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilAdilva de Souza Conceio - Universidade do Estado da Bahia, BA, BrasilAlain Chautems - Jardin Botanique de laVille de Genve, Genebra, SuaAlessandro Rapini - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilAlessandro Silva do Rosrio - Museu Paraense Emlio Goeldi, PA, BrasilAlexa Arajo de Oliveira Paes Coelho - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilAlexandre Quinet - Instituto de Pesquisa Jardim Botnico do Rio de Janeiro, RJ, BrasilAline Costa da Mota - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilAna Cludia Arajo - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, RS, BrasilAna du Bocage - Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuria, PE, BrasilAna Luiza Andrade Crtes - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilAna Maria Giulietti - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilAna Maria Goulart Azevedo Tozzi - Universidade Estadual de Campinas, SP, BrasilAna Paula Fortuna Prez - Universidade Estadual de Campinas, SP, BrasilAna Paula M. Santos - Universidade Federal de Uberlndia, MG, BrasilAnderson Alves-Arajo - Universidade Federal de Pernambuco, PE, BrasilAnderson F. P. Machado - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu Nacional, RJ, BrasilAndrea Karla A. Santos - Universidade Estadual de Feira de Santana e Universidade Federal da Bahia, BA, BrasilAndrea O. de Araujo - Universidade Estadual Paulista, SP, BrasilAngela Borges Martins - Universidade Estadual de Campinas, SP, BrasilAntnio Elielson S. Rocha - Museu Paraense Emlio Goeldi, PA, Brasil
  • 13. 16 Colaboradores e InstituiesAriane Luna Peixoto - Instituto de Pesquisa Jardim Botnico do Rio de Janeiro, RJ, BrasilAristnio M. Teles - Universidade Federal de Gois, GO, BrasilArmando Carlos Cervi - Universidade Federal do Paran, PR, BrasilCarlos Henrique Reif de Paula - Universidade Santa rsula, RJ, BrasilCarmen Slvia Zickel - Universidade Federal Rural de Pernambuco, PE, BrasilCarolyn E. B. Proena - Universidade de Braslia, DF, BrasilCssio van den Berg - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilCeclia O. Azevedo - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilCntia Kameyama - Instituto de Botnica de So Paulo, SP, BrasilClaudenir Simes Caires - Universidade de Braslia, DF, BrasilCludia Elena Carneiro - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilClaudio Augusto Mondin - Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul, RS, BrasilClaudio Nicoletti de Fraga - Instituto de Pesquisa Jardim Botnico do Rio de Janeiro, RJ, BrasilCristiana Koschnitzke - Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ, BrasilDenise Monte Braz - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, RJ, BrasilDomingos Bencio Oliveira Silva Cardoso - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilDouglas C. Daly - The New York Botanical Garden, NY, EUAEduardo Bezerra de Almeida Jr. - Universidade Federal Rural de Pernambuco, PE, BrasilEfignia de Melo - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilEliane de Lima Jacques - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, RJ, BrasilElnatan B. Souza - Universidade EstadualVale do Acara, CE, BrasilElsa L. Cabral - Universidad Nacional del Nordeste, Crdoba, ArgentinaElsie Franklin Guimares Instituto de Pesquisa Jardim Botnico do Rio de Janeiro, RJ, Brasillvia Rodrigues de Souza - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilEric de Camargo Smidt - Universidade Federal do Paran, PR, Brasil
  • 14. Colaboradores e Instituies 17Fbio de Barros - Instituto de Botnica de So Paulo, SP, BrasilFbio Vitta - Universidade Federal dosVales do Jequitinhonha e Mucuri, MG, BrasilFabrcio Moreira Ferreira - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilFtima Regina Gonalves Salimena - Universidade Federal de Juiz de Fora, MG, BrasilFernando Regis Di Maio - Universidade Estcio de S, RJ, BrasilFiorella F. Mazine - Universidade de So Paulo, SP, BrasilFlvio Frana - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilFrank Almeda - California Academy of Sciences, San Francisco, CA, EUAGardene Maria de Sousa - Universidade Federal do Piau, PI, BrasilGergia R. G. Figueirdo - Universidade Federal da Paraba, PB, BrasilGleidineia Leite Campos - Colgio Estadual Luiz Pinto de Carvalho, BA, BrasilGustavo Heiden - Instituto de Pesquisa Jardim Botnico do Rio de Janeiro, RJ, BrasilGuy R. Chiron - Universit Claude Bernard, Lyon, FranaHilda Maria Longhi-Wagner - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, RS, BrasilHeleno dias Ferreira - Universidade Federal de Gois, GO, BrasilIns da Silva Santos - Instituto de Pesquisa Jardim Botnico do Rio de Janeiro, RJ, BrasilJarnio Rafael Ozeas de Santana - Universidade Federal de Gois, GO, BrasilJimi Naoki Nakajima - Universidade Federal de Uberlndia, MG, BrasilJoo B. A. Bringel Jr. - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria, DF, BrasilJoo Batista Baitello - Instituto Florestal do Estado de So Paulo, SP, BrasilJoo Luiz M. Aranha Filho - Universidade Estadual de Campinas, SP, BrasilJoo Renato Stehmann - Universidade Federal de Minas Gerais, MG, BrasilJohn D. Mitchell - The New York Botanical Garden, NY, EUAJorge Antnio Silva Costa - Universidade Federal da Bahia, BA, BrasilJorge P. P. Carauta - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu Nacional, RJ, Brasil
  • 15. 18 Colaboradores e InstituiesJosaf Carlos de Siqueira - Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro, RJ, BrasilJos Floriano B. Pastore - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilJos Iranildo Miranda de Melo - Universidade Estadual da Paraba, PB, BrasilJos Maria Cardoso da Silva - Conservao Internacional, PA, BrasilJos Rubens Pirani - Universidade de So Paulo, SP, BrasilJuan Tun-Garrido - Facultad de MedicinaVeterinaria y Zootecnia,Yucatn, MxicoJuliana de Paula-Souza - Universidade de So Paulo, SP, BrasilJlio Antonio Lombardi - Universidade Estadual Paulista, SP, BrasilKarina Fidanza Rodrigues Bernado - Universidade Estadual de Campinas, SP, BrasilLaura Cristina Pires Lima - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilLeandro Jorge Telles Cardoso - Instituto de Pesquisa Jardim Botnico do Rio de Janeiro, RJ, BrasilLeila Macias - Universidade Federal de Pelotas, RS, BrasilLeilane Naiara Pedreira Sampaio - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilLeonardo de Melo Versieux - Instituto de Botnica de So Paulo, SP, BrasilLeonardo Pessoa Felix - Universidade Federal da Paraba, PB, BrasilLeslie R. Landrum - School of Life Sciences, AZ, EUALigia S. Funch - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilLvia G. Temponi - Universidade Estadual do Oeste do Paran, PR, BrasilLcia G. Lohmann - Universidade de So Paulo, SP, BrasilLuciano Paganucci de Queiroz - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilLuisa Ramos Senna - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilMara Ritter - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, RG, BrasilMarccus V. S. Alves - Universidade Federal de Pernambuco, PE, BrasilMarcelo D. M. Vianna Filho - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu Nacional, RJ, BrasilMarcelo Fragomeni Simon - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria, DF, BrasilMarcelo Reginato - Universidade Federal do Paran, PR, Brasil
  • 16. Colaboradores e Instituies 19Marcelo Trov - Universidade de So Paulo, SP, BrasilMarcos da Costa Drea - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilMarcos Gonzalez - Instituto de Pesquisa Jardim Botnico do Rio de Janeiro, RJ, BrasilMarcos Sobral - Universidade Federal de Minas Gerais, MG, BrasilMarcos Jos da Silva - Universidade Estadual de Campinas, SP, BrasilMarcus A. N. Coelho - Instituto de Pesquisa Jardim Botnico do Rio de Janeiro, RJ, BrasilMaria Bernadete Costa-e-Silva - Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuria, PE, BrasilMaria das Graas Lapa Wanderley - Instituto de Botnica de So Paulo, SP, BrasilMaria de Ftima Agra - Universidade Federal da Paraba, PB, BrasilMaria de Ftima Freitas - Instituto de Pesquisa Jardim Botnico do Rio de Janeiro, RJ, BrasilMaria do Carmo Amaral - Universidade Estadual de Campinas, SP, BrasilMaria do Socorro Pereira - Universidade Federal de Campina Grande, PB, BrasilMaria Fernanda Cali - Universidade de So Paulo, SP, BrasilMaria Iracema Bezerra Loiola - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, RN, BrasilMaria Jos Gomes de Andrade - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilMaria Mercedes Arbo - Universidad Nacional del Nordeste, Crdoba, ArgentinaMaria Natividad Sanchez de Stapf - Instituto Smithsonian de Investigaciones Tropicales, PanamMaria Regina de Vasconcelos Barbosa - Universidade Federal da Paraba, PB, BrasilMaria Rita Cabral Sales de Melo - Universidade Federal Rural de Pernambuco, PE, BrasilMariana Saavedra - Instituto de Pesquisa Jardim Botnico do Rio de Janeiro, RJ, BrasilMrio Barroso Ramos-Neto - Conservao Internacional, DF, BrasilMarla Ibrahim Uehbe de Oliveira - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilMarlon C. Machado - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilMarta Camargo de Assis - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria, SP, BrasilMassimilliano Dematteis - Instituto de Botnica del Nordeste, Corrientes, ArgentinaMatheus Fortes Santos - Universidade de So Paulo, SP, Brasil
  • 17. 20 Colaboradores e InstituiesMilena Ferreira Costa - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilMilene M. Silva-Castro - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilMilton Groppo - Universidade de So Paulo, SP, BrasilNathan Smith - The New York Botanical Garden, NY, EUAPatrcia Luz Ribeiro - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilPaula Dib de Carvalho - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilPaulo Takeo Sano - Universidade de So Paulo, SP, BrasilPedro Fiaschi - Virginia Commonwealth University, VA, EUAPedro Germano Filho - Instituto de Pesquisa Jardim Botnico do Rio de Janeiro, RJ, BrasilPedro Lage Viana - Universidade Federal de Minas Gerais, MG, BrasilPedro Lus Rodrigues de Moraes - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilPeter W. Fritsch - California Academy of Sciences, CA, EUARafael A. Xavier Borges - Instituto de Pesquisa Jardim Botnico do Rio de Janeiro, RJ, BrasilRafael Batista Louzada - Instituto de Botnica de So Paulo, SP, BrasilRaymond Mervyn Harley - Royal Botanic Gardens, Kew, Reino UnidoRegina Andreata - Universidade Santa rsula, RJ, BrasilRenato de Mello-Silva - Universidade de So Paulo, SP, BrasilRenato Goldenberg - Universidade Federal do Paran, PR, BrasilReyjane Patrcia de Oliveira - Universidade Federal da Bahia, BA, BrasilRicardo de Souza Secco - Museu Paraense Emlio Goeldi, PA, BrasilRita Cristina Seco Lee - Universidade Estadual de Campinas, SP, BrasilRita de Cssia Arajo Pereira - Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuria, PE, BrasilRita Fabiana de Souza Silva - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilRoberto Salas - Universidad Nacional del Nordeste, Crdoba, ArgentinaRodrigo B. Singer - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, RS, BrasilRosana Romero - Universidade Federal de Uberlndia, MG, Brasil
  • 18. Colaboradores e Instituies 21Rosangela Simo Bianchini - Instituto de Botnica de So Paulo, SP, BrasilRoseli Torres - Instituto Agronmico de Campinas, SP, BrasilRoxana Cardoso Barreto - Universidade Federal de Pernambuco, PE, BrasilScott Mori - The New York Botanical Garden, NY, EUASebastio Jos da Silva Neto - Instituto de Pesquisa Jardim Botnico do Rio de Janeiro, RJ, BrasilSergio Eustquio Noronha - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria, DF, BrasilSergio Romaniuc Neto - Instituto de Botnica de So Paulo, SP, BrasilSheila R. Profice - Instituto de Pesquisa Jardim Botnico do Rio de Janeiro, RJ, BrasilSilvana Aparecida Pires de Godoy - Universidade de So Paulo, SP, BrasilSilvana H. N. Monteiro - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilSimon J. Mayo - Royal Botanic Gardens, Kew, Reino UnidoSimone Fiuza Conceio - Universidade Federal do Recncavo da Bahia, BA, BrasilTaciana Barbosa Cavalcanti - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria, DF, BrasilTnia Regina Santos Silva - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilTarciso de Souza Filgueiras - Unio Pioneira de Integrao Social Faculdades Integradas, DF, BrasilTatiana Tavares Carrijo - Instituto de Pesquisa Jardim Botnico do Rio de Janeiro, RJ, BrasilTeonildes Sacramento Nunes - Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, BrasilThais Pacheco Kasecker - Conservao Internacional, PA, BrasilThais Trindade de Lima - Instituto de Botnica de So Paulo, SP, BrasilVanessa L. Rivera - Universidade de Braslia, DF, BrasilVera Lcia Gomes Klein - Universidade Federal de Gois, GO, BrasilVidal de Freitas Mansano - Instituto de Pesquisa Jardim Botnico do Rio de Janeiro, RJ, BrasilVinicius Castro Souza - Universidade de So Paulo, SP, BrasilVolker Bittrich - Universidade Estadual de Campinas, SP, BrasilWellington Forster - Universidade Estadual de Campinas, SP, BrasilWilliam Antonio Rodrigues - Universidade Federal do Paran, PR, Brasil
  • 19. IntroduoIntroduo 23Alessandro Rapini, Maria Jos Gomes de Andrade, Ana Maria Giulietti, Luciano Paganucci de Queiroz & Jos Maria Cardoso da SilvaUma flora pouco conhecida e bastante ameaada exigem ateno especial ao longo do ano todo. Para se ter uma idia, cerca de 40% da rea de Caatinga nunca foiAcredita-se que mais de 90% das espcies de angios- coletada e 80% dela subamostrada (Tabarelli & Vicente,permas j estejam descritas, mas a grande maioria delas 2004). Floristicamente, a Amaznia brasileira especial-continua praticamente desconhecida (Heywood, 2001) e mente subamostrada, possuindo uma intensidade de cole-boa parte da flora tropical permanece subamostrada (e.g. tas menor do que nos pases vizinhos. Suas coletas estoPrance et al., 2000). Assim, diferente do que acontece concentradas basicamente nas proximidades de grandescom grupos relativamente bem conhecidos, como aves e cidades, como Manaus e So Gabriel da Cachoeira, esten-mamferos, cujo nmero de espcies pode ser considera- dendo-se pelas principais rotas de acesso ao longo dos riosdo estvel (Diamond, 1985; May, 1986), as estimativas mais importantes, de modo que uma poro considervelpara o nmero de espcies de fanergamas ainda podem de sua rea nunca foi coletada (Schulman et al., 2007).variar consideravelmente. Baseados em extrapolaesa partir da taxa mdia de sinnimos em determinados Ainda assim, vale ilustrar a diversidade da flora brasileiragrupos, Govaerts (2001) e Scotland & Wortley (2003) a partir de um conhecimento que, apesar de incipiente,chegaram a nmeros discrepantes: 422.127 e 223.300 tem avanado consideravelmente desde a Flora Brasilien-espcies, respectivamente. Wilson (1988) havia sugerido sis. Dada a fase exploratria que ainda domina os estudoscerca de 290.000 espcies vegetais, sendo 248.500 s de taxonmicos no Brasil, qualquer estimativa para o n-angiospermas. Entre 130.000 e 155.000 dessas espcies mero de espcies brasileiras de angiospermas ser ine-so tropicais e quase metade delas estar ameaada nas vitavelmente imprecisa e os nmeros tm girado entreprximas dcadas, uma proporo bem maior do que os 35.000 e 55.000 (Groombridge, 1992; Govaerts, 2001;10% estimados para a flora temperada (Prance, 1977; Ra- Shepherd, 2003; Lewinsohn & Prado, 2005; Giulietti etven, 1987). Os Neotrpicos, com 15,8 milhes de km2, al., 2005), o que deve corresponder a um ndice em tor-incluem seis dos 17 pases considerados megadiversos no de 15% de toda a flora mundial. O Brasil o quinto(Mittermeier et al., 1997) e cerca de 90.000 espcies de maior pas em extenso territorial, mas esses nmerosangiospermas (Prance & Campbell, 1988), 85.000 s na superam o de qualquer outro pas: a China (o terceiroAmrica do Sul (Groombridge, 1992). pas em extenso territorial) possui em torno de 30.000 espcies de angiospermas, duas vezes mais do que asO Brasil o pas que abriga a flora mais rica do planeta, floras dos Estados Unidos (quarto pas em extenso ter-o que certamente est relacionado sua extenso terri- ritorial) e do Canad (segundo) juntas (http://www.torial, mais de 8.500.000 km, associada enorme di- foc.org/china/mss/intro.htm); a Austrlia (sexto pasversidade edfica, climtica e geomorfolgica, levando a em extenso territorial) e a Rssia (primeiro) possuemuma ampla gama de tipos vegetacionais. Como em outras em torno de 20.000 espcies cada, destacando-se a altapartes do mundo, no Brasil as angiospermas tambm do- proporo (cerca de 90%) de endemismos na Austrliaminam praticamente todos os ambientes terrestres. Es- (Chapman, 2006); e a ndia, um pas essencialmente tro-timativas para o nmero de espcies de fanergamas no pical e o stimo em extenso territorial, possui cerca depas, no entanto, ainda so deficientes. Isso se deve em 15.000 espcies de angiospermas (Molnar et al., 1995).parte falta de estudos taxonmicos e florsticos em esca-la nacional, em vez de regional, e em parte necessidade A falta de conhecimento da flora brasileira especialmen-de mais coletas intensivas, especialmente em reas de dif- te preocupante frente atual crise ambiental e estima-secil acesso, como regies montanhosas, pontos remotos da que cerca de metade das espcies de plantas pode estarAmaznia e ambientes com sazonalidade marcada, como ameaada de extino (Pitman & Jorgensen, 2002). Extin-as caatingas, as florestas semideciduais e o pantanal, que es so processos naturais, mas a superexplorao dos re-
  • 20. 24 Introduocursos, eliminao e fragmentao dos ambientes naturais, que elas ainda so insuficientes para proteger a maior par-introduo de espcies exticas e liberao de poluentes te das espcies ameaadas. Algumas dessas reas no sa-tm aumentado em mais de 1.000 vezes a taxa natural ram do papel ou no foram planejadas cuidadosamente, ede extino (Pimm et al., 1995; Gallagher & Carpenter, uma grande parcela delas est localizada em pores re-1997). Em 2008, a lista vermelha da IUCN (http:// motas e pouco diversas, como regies polares, tundras ewww.iucnredlist.org) apontou 87 espcies de plantas ex- desertos (Mulongoy & Chape, 2004). A seleo de novastintas (incluindo cinco espcies brasileiras) e 28 extintas reas para a conservao, portanto, continua sendo focona natureza (uma delas do Brasil), alm de indicar 8.457 de ateno especial. Mas, como eleger reas relevantesespcies de plantas ameaadas (mais de 90% so angios- biologicamente a partir de um conhecimento to incom-permas), sendo 32 brasileiras. Esses nmeros mostram-se pleto? E quais critrios devem ser considerados durantealarmantes se considerarmos que apenas 3% das plantas uma tomada de deciso desse tipo? As respostas a estasdescritas foram avaliadas e que dessas, 70% foram consi- questes ainda so controversas (e.g. Vane-Wright et al.,deradas ameaadas. A lista oficial das espcies brasileiras 1991; Freitag & Jaarsveld, 1997; Prendergast et al. 1999;ameaadas de extino, publicada em setembro de 2008 Szumik et al., 2002; Hortal & Lobo, 2006).pelo Ministrio do Meio Ambiente (MMA), no entanto,considerou 472 espcies ameaadas, um nmero quase 15 A seleo de reas com base exclusivamente no nmero devezes maior do que aquele apresentado pela IUCN. Ele espcies no necessariamente atingir de maneira eficien-bem maior do que aqueles indicados pelo MMA em maio te seus objetivos, j que a riqueza observada em algumasde 1968 (13 espcies) e em janeiro de 1993 (108 esp- regies pode denotar apenas a sobreposio de espciescies), mas ainda ficou muito abaixo do resultado do le- comuns e no ameaadas (Reid, 1998). Biodiversidadevantamento feito pelo consrcio de 300 especialistas, que tambm no deve ser encarada apenas como nmero deapontou 1.472 espcies para a lista atual (2008), muitas espcies; a discrepncia entre elas, seu patrimnio evolu-das quais no foram reconhecidas pelo MMA. tivo, um fator que precisa ser considerado (Vane-Wright et al., 1991; Forest et al., 2007; Mooers, 2007). QuaisquerBuscando evitar que espcies nativas sejam ameaadas que sejam os critrios para o planejamento de unidades depelo comrcio internacional, aproximadamente 29.000 conservao imprescindvel que se tenha um bom co-espcies de plantas j esto sob a proteo da Conveno nhecimento sobre a distribuio das espcies e que se pos-sobre o Comrcio Internacional de Espcies Selvagens sa apontar aquelas com distribuio restrita a stios pon-da Fauna e da Flora, a CITES (http://www.cites.org/ tuais (Prance, 1994). necessrio que sejam realizadas,eng/disc/species.shtml). Cerca de 450 espcies brasilei- ento, avaliaes quantitativas sobre biodiversidade e queras foram includas em um dos trs apndices da CITES, essas medidas possam ser mapeadas de modo a apontarporm essa lista se restringe basicamente a Orchidaceae, reas que meream ateno especial e mais investimentosCactaceae e espcies de samambaias arbreas (Cyathea para sua conservao (Margules & Pressey, 2000).spp. e Dicksonia sellowiana, o xaxim). Alm desses grupos,apenas quatro espcies brasileiras de Euphorbia (Euphor- Uma das alternativas mais difundidas para a seleo de re-biaceae), trs de Tillandsia (Bromeliaceae), trs de Zamia gies prioritrias biologicamente so os hotspots, reas in-(Zamiaceae), duas de Leguminosae e duas de Meliaceae substituveis pela alta concentrao de espcies exclusivasforam includas nessa lista. e sob forte ameaa de desaparecerem por j terem perdi- do uma grande proporo de sua rea original. Myers etA reduo da biodiversidade est em grande parte rela- al. (2000) apontaram 25 hostpots espalhados pelo mundo,cionada eliminao dos habitats naturais. Unidades de reas que abrigam pelo menos 0,5% de espcies de plantasconservao so reconhecidas internacionalmente como endmicas (cerca de 1.500 espcies de plantas exclusivas)o instrumento mais poderoso de proteo da biodiversi- e com mais de 70% de sua rea original devastada. Doisdade (UNEP-WCMC, 2008). Atualmente, existem mais deles foram considerados para o Brasil: a Mata Atlntica,de 102.000 reas protegidas. Elas ocupam 18.764.958 com cerca de 20.000 espcies de plantas e 92,5% de suakm2 (3,4% da superfcie da Terra), abrangendo 11,57% rea original perdida, e o Cerrado, com 10.000 espciesda poro terrestre (pouco mais de 1.500.000 km2 no de plantas e 80% de sua rea original modificada. QuaseBrasil) e 0,45% dos oceanos. Todavia, existe uma grande 3% das espcies de plantas do mundo todo esto restritasdesproporcionalidade de rea protegida entre os biomas, Mata Atlntica e 1,5% ao Cerrado. Proteger todos osdesde 4,6% a 26,3% (Hoekstra et al, 2005), de modo remanescentes desses dois biomas talvez ainda seja utpi-
  • 21. Introduo 25co e focar esforos exclusivamente neles deixaria desam- bastante restrita, as mais suscetveis a distrbios antr-paradas formaes tambm relevantes biologicamente, picos ou eventos estocsticos naturais. Por isso, devemcomo reas da Amaznia, da Caatinga ou do Pantanal. Por ser tratadas como vulnerveis. O mapeamento dessasesta razo, foi sugerido tambm a adoo do conceito de espcies raras, portanto, revelar stios que so biologi-Regies Naturais de Alta Biodiversidade (High Biodiversity camente insubstituveis e, na maioria dos casos, com v-Wilderness Regions, em ingls) que so reas grandes (mais rias espcies ameaadas (Callamander et al., 2005). Comde 750.000 km2), com alta concentrao de espcies en- isso em mente, surgiu a idia de se preparar um catlogodmicas (pelo menos 1.500 espcies endmicas) e com das espcies raras de fanergamas do Brasil que pudessemais de 70% de sua rea original ainda intacta. No Brasil, servir de base para a identificao de ACBs (Catlogo deapenas a Amaznia, com 30.000 espcies endmicas de Plantas, neste volume).plantas e 80% de sua rea intacta, foi classificada nestacategoria (Mittermeier et al., 2002). Certamente, existem regies que podem apresentar um conjunto maior de espcies exclusivas de plantas em decorrncia da especializao em resposta a fatores ed-E spcies raras como base para deteco de reas- ficos ou topogrficos particulares ou devido a restries disperso ou ainda associadas a processos recentes deChave para Biodiversidade (ACBs) diversificao responsveis pela ampliao do nmero deUm dos objetivos da Conveno sobre Diversidade Bio- espcies neoendmicas que ainda no ocuparam toda sualgica (Convention on Biological Diversity, CBD) estabe- distribuio potencial (Lesica et al., 2006). Essas reaslecer e fortalecer sistemas regionais de reas de proteo apresentam relevncia biolgica particular e devem ter s-dentro de um mbito global, tendo como metas para tios de tamanho suficiente manuteno das espcies con-2010 a proteo de pelo menos 10% de cada uma das sideradas durante o planejamento de uma rede de reas deecorregies do mundo, que segundo Olson et al. (2001) proteo nacional. No entanto, a percepo dessas reastotalizam 867 unidades distribudas em 14 biomas ter- com composio florstica singular, como os refgios narestres, e proteger as reas de relevncia biolgica. Nesse Amaznia, vem sendo questionada (Nelson et al., 1990).sentido, a deteco de reas-Chave para Biodiversidade Elas freqentemente denotam reas mais exploradas pelos(ACBs, mas Key Biodiversity Areas, KBAs, em ingls; Eken botnicos, estando geralmente associadas a centros urba-et al., 2004; Langhammer et al., 2007) tem surgido como nos (Moerman & Estabrook, 2006), mas no necessaria-uma estratgia prtica em escalas menores do que aque- mente so diferenciadas biologicamente. Mapear as esp-las delineadas pelos hotspots e compatvel com implanta- cies raras em pases megadiversos, amplos e heterogneoso de unidades de conservao. Essas ACBs so stios de como o Brasil, portanto, no uma tarefa simples e seusinteresse global que devem ser identificados e protegidos resultados devem ser constantemente reavaliados.em mbito regional ou nacional atravs de uma rede dereas de proteo. Em se tratando de plantas, destacam- Uma espcie geralmente considerada rara quando seusse entre esses stios aqueles que abrangem as populaes representantes esto confinados a uma pequena rea (reade uma proporo relativamente alta de espcies amea- de ocorrncia restrita), quando ocorrem sob condiesadas e/ou com distribuio restrita e que por isso so especficas (rea de ocupao restrita) e/ou quando soinsubstituveis e esto vulnerveis extino, precisando escassos ao longo de sua distribuio (baixa densidade)de proteo imediata. (Rabinowitz, 1981; Kruckeberg & Rabinowitz, 1985). Cerca de 20% da flora mundial, no entanto, caracteri-A maioria das espcies de plantas pode ser considerada zada por dados deficientes, e os estudos em conservaorara e so poucas as espcies cosmopolitas; um quarto dependem da complementao e da atualizao constanteda Terra, no entanto, ocupado por cerca de 200 esp- dos dados taxonmicos (Callamander et al., 2005). Diantecies apenas (Kruckeberg & Rabinowitz, 1985). A maioria da atual lacuna no conhecimento da flora brasileira, a reados estudos indica que a preservao de algumas poucas de ocorrncia o critrio mais objetivo para se classificarespcies comuns pode ser suficiente para manter os prin- uma espcie como rara com base em materiais de herb-cipais processos biolgicos de um ecossistema; porm, rio, na literatura e na experincia dos especialistas. Dessapouco se sabe sobre a funcionalidade das espcies raras maneira, foram estabelecidos limites de distribuio geo-neste contexto (Lyons et al., 2005). Por outro lado, so grfica restritivos para o enquadramento das espcies nes-as espcies raras, especialmente aquelas com distribuio te levantamento e consultados mais de 170 especialistas
  • 22. 26 Introduode 55 instituies de pesquisa nacionais e internacionais. prximo, o que as enquadraria tambm na categoria Vul-Com essa vultosa colaborao foi possvel, ento, aces- nervel (VU) de acordo com o critrio D2. Muitas dassar obras raras ou pouco conhecidas, teses e trabalhos no espcies mais ameaadas, no entanto, no foram includasprelo, bancos de dados pessoais, alm de observaes de no catlogo. So aquelas que ainda no foram descritas oucampo de vrios pesquisadores. cujo conhecimento parco impede que sua identidade seja estabelecida com segurana. Desamparadas, vrias delasNeste catlogo, foram includas apenas espcies exclu- sero extintas antes mesmo de serem descobertas.sivamente brasileiras e com distribuio pontual. A listase restringe s espcies com registros at 150 km distan- Os stios de relevncia biolgica detectados a partirtes entre si, o equivalente a cerca de 1 de latitude e 1 dessa flora de espcies raras no devem ser automati-de longitude de diferena entre eles. Isso corresponde a camente igualados s IPAs (Important Plant Areas, IPAs;uma rea de ocorrncia de at 10.000 km2. Espcies com Anderson, 2002), conforme definido para os pases dadistribuio linear, ao longo da costa brasileira ou de ca- Europa a partir de fungos, algas, liquens e embrifitas.deias montanhosas, por exemplo, estaro restritas a reas Diferente daquela proposta, eles no abordam nmerobem menores que essa, no entanto. Esse limite foi estabe- de espcies, nem espcies ameaadas ou biomas nicoslecido de maneira arbitrria, visando uma deteco prti- de maneira direta; alm disso, para as IPAs, os endemis-ca e objetiva das espcies raras. Ele bem menor do que mos foram definidos com base em limites polticos. Aos 50.000 km2 sugerido com base na congruncia global presena de espcies endmicas com distribuio restri-de centros de endemismos de aves, anfbios e mamferos ta um dos vrios critrios utilizados para a identifica-(Eken et al., 2004), mas coincide com aquele utilizado o de ACBs (Langhammer et al., 2007). Desse modo,em outros levantamentos de espcies de plantas com dis- os 752 stios detectados neste estudo como importan-tribuio restrita, prximo a 100 milhas (e.g. Sivinki & tes para as plantas raras brasileiras (Kasecker et al., esteKnight, 1996). Na realidade, a definio dos limites para volume) representam um subconjunto das informaesendemismos pontuais em plantas e invertebrados ainda necessrias para a definio de todas as ACBs do pas.exige anlises mais detalhadas, j que eles possuem, em Estes stios tm um valor imenso por dois motivos. Pri-sua maioria, reas de distribuio relativamente menores meiro, eles devem servir de base tanto para anlises dee mais especficas (Langhammer et al., 2007). lacunas e complementaridade utilizadas na seleo de novas reas para conservao e, como muitos deles soComo o catlogo refere-se exclusivamente s espcies definidos por espcies com reas de ocorrncia menoresendmicas restritas de fanergamas, extrapolaes des- de 1.000 km2, eles devem ser protegidos em sua inte-ses resultados para outros grupos taxonmicos ou para gridade (Rodrigues et al., 2004). Segundo, esses stioso nmero total de espcies devem ser vistas com reserva devem ser percebidos pelos rgos ambientais como os(Prendergast et al., 1993; Reid, 1998). Tambm no se setores mais frgeis do territrio brasileiro e que porpode assumir que essas espcies estejam necessariamente isso exigem uma ateno maior no que diz respeito aoameaadas. No entanto, com exceo de 2% das esp- licenciamento ambiental, dado que um planejamentocies com dados deficientes (no contam com localidade inadequado poder levar perda de espcies nicas dode coleta), as demais possuem limites restritos de ocor- patrimnio biolgico brasileiro.rncia (