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Platão de Atenas
428? – 347? a.C.
Considerações importantes sobre Platão:
Pertence ao segundo período da filosofia antiga, conhecido como socrático, clássico ou
antropológico V-IV a.C.;
É considerado o maior discípulo de Sócrates;
Opõem-se aos sofistas;
Escreve em forma de diálogo, cujo protagonista é Sócrates;
Busca estabelecer como conhecimento verdadeiro o que é em si;
Seus principais temas são Teoria do Conhecimento [Educação] e Política.
PLATÃO
A educação deve proporcionar
ao corpo e à alma toda perfeição e beleza
de que são capazes
Preocupação com a ética
e com a justiça
Fator decisivo na vida
do Estado
Começa antes do nascimento
Educação a serviço da
evolução espiritual
Formação do homem moral
O mito da caverna
fixa em seu pensamento dois tipos de paidéia, uma – mais socrática -,
ligada à formação da alma individual, outra – mais política -,
ligada aos papéis sociais dos indivíduos, distintos quanto às qualidades intrínsecas
da sua natureza que os destinam a uma ou outra classe social e política.
N’A República e n’As Leis, desenvolve sua política da educação e rearticula o modelo de formação
em relação às diversas classes sociais.
Platão
Platão de Atenas
Considerações importantes sobre Platão:
Suas principais influências são:
• Sócrates de Atenas;
• Pitágoras de Samos, por meio de Filolau de Crotona;
• Heráclito de Éfeso, por meio de Crátilo.
Platão de Atenas
Teoria das Idéias
O principal objetivo de Platão foi tentar estabelecer uma síntese original entre o pensamento
dialético de Heráclito [Mundo das Sombras] e o pensamento metafísico de Parmênides
[Mundo das Idéias], mostrando que não são idéias distintas, mas visões diferentes de uma
mesma realidade que se apresenta de duas formas possíveis, a saber, a pensada [relativa ao
‘eidos’] e a sentida [relativa aos fenômenos]. Ademais a filosofia de Platão está fundada nas
idéias matemáticas de Pitágoras.
Veja:
Razão: Pensar: Mundo das Idéias: Metafísico: Idéias
Sentidos: Sentir: Mundo das Sombras: Dialético: Cópias
Alma
ou
Números
Platão de Atenas
Teoria da Reminiscência
Escrito por Platão na obra “Fédon”, afirma que o corpo é cativeiro, isto é, prisão da alma
pelo desejo do próprio homem.
Corpo ou Sentidos: Conhecimento Sensível – M.S.
Homem = Corpo + Alma
Alma ou Razão: Conhecimento Intelectivo – M.I.
Logo:
Cabe a cada homem usar dos sentido apenas como forma de chegar ao conhecimento das
essências, para assim poder alcançar o que é em si e superar os enganos da opinião e, com
isso, evoluir pelo processo de metempsicose.
Platão de Atenas
O que é metempsicose?
É o meio pelo qual a alma, por um processo de nascer e morrer várias vezes, evolui de um
estágio inferior para uma condição superior a partir da recordação acumulativa [ ] do
que já se encontra dentro de si.
Veja:
Como ocorre a recordação da idéia em si na alma?
Por meio da METEMPSICOSE
Cabeça
Tórax
Abdômen
Alma de Ouro: Magistrados: Sabedoria.
Alma de Prata: Guerreiros: Coragem.
Alma de Bronze: Trabalhadores: Temperança.
Este processo de evolução
recebe o nome de
metempsicose
Teoria da Reminiscência
Platão de Atenas Teoria da Contingência
Veja a relação entre idéias e cópias:
Abaixo temos a idéia de homem, casa e veículo.
O homem
Os homens
Mundo das
Idéias
Mundo das
Sombras
Acima temos as cópias de homens, casas e veículos.
A casa O veículo
As casas
Os veículos
O interior da caverna
O interior da caverna representa a prisão em que se encontra a humanidade na medida em que está submetida à ilusão.
Para Platão, a educação consiste no desenvolvimento da razão a fim de recordar os conhecimentos que a alma já trás de sua vida anterior no mundo das Idéias e se se libertar definitivamente das ilusões oferecidas pelos sentidos.
Platão de Atenas
Educação
Observe que, para o ex-prisioneiro, não é suficiente a
sua libertação, pois ele volta, desce “até os homens da
caverna e quer levá-los para a luz”.
1) Como se explica a volta do filósofo do mundo
luminoso da verdade para a escuridão da caverna?
2) Esse ato é um ato político?
Platão de Atenas
Educação
1) A volta do filósofo para o interior da caverna se dá como um ato de dignidade e benevolência para com seus semelhantes que se encontram presos à ilusão dos sentidos e das aparências.
2) Sim.
A função do filósofo é trabalhar na liderança política e fazer uso de seu conhecimento para libertar as pessoas comuns da ilusão dos sentidos e da doxa a que se encontram submetidas.
Platão de Atenas
Educação
Platão de Atenas
Para Platão existe uma relação direta entre educação e política, onde somente aquele que
conseguiu passar por todas as três etapas de formação intelectual, proposta em sua pedagogia,
pode governar com sabedoria a pólis e, com isso, garantir o cumprimento da principal virtude
do homem, a saber: a justiça.
Atenção!
Educação Política
Possibilita exercer uma justa...
Callipolis
Cidade ideal, obra do italiano Luciano Laurana, executada por volta de 1500, inspirado na idéias de Platão.
Platão de Atenas
Cabeça
Tórax
Abdômen
Alma de Ouro: Magistrados: Sabedoria.
Alma de Prata: Guerreiros: Coragem.
Alma de Bronze: Trabalhadores: Temperança.
As Classes da Callipolis
Platão de Atenas
Política Platônica
“Alegoria do Navio”
No Teeteto, “Sócrates” considera que mesmo que os filósofos pareçam inúteis, eles foram
criados como homens livres. Os hábeis retóricos, por outro lado, como escravos: de almas
pequenas e não retas, são servos do tempo e de seus discursos (172c-173b). Em uma citada
passagem da República, “Sócrates” responde às objeções de “Adimanto” com a “Alegoria do
Navio”: no relato, quem maneja uma embarcação não tem nenhum conhecimento do ofício,
todos ali comem [gulosos] e bebem [bêbados] até empanturrarem-se, se regem pelo prazer e
não pelo saber: consideram inútil o “verdadeiro” piloto, que julga ser necessário ter em conta
as estações, o estado do tempo, o movimento dos astros e outras coisas tais para conduzir
adequadamente a embarcação (488a-489a). Em um navio como este. afirma “Sócrates”, os
filósofos são certamente inúteis, mas não são responsáveis por isso, já que o natural seria que
os homens que têm necessidade de governo fossem em busca de quem tem capacidade para
fazê-la (489b-c). KOHAN, Walter Omar. Infância e educação em Platão. São Paulo: Revista Educação e Pesquisa – USP, vol.
29, nº. 01, pp. 23-24: 2003.
Política Platônica
Platão de Atenas
“Alegoria do Navio”
Relação entre o governo dos filósofos e dos sofistas à pólis:
Para Platão a “Alegoria do Navio” ilustra dois tipos possíveis e distintos de poderes relativo
ao governo da pólis, a saber: o governo justo dos filósofos e o governo injusto dos sofistas.
O primeiro se preocuparia com o bem [saber] da Callipolis e o segundo se preocuparia com
o prazer pessoal.
Governo da cidade-Estado Alegoria do Navio
Veja a comparação ‘Alegoria do Navio’ versus ‘Governo da cidade-Estado’:
Bêbados e Gulosos
“Verdadeiro” Piloto
Sofistas
Filósofos
Comparado às crianças
Epicuro
Filósofo grego do período helenístico. Filósofo do
Jardim. Defende uma filosofia essencialmente prática
com um único objetivo: a felicidade. A felicidade é
possível ser alcançada na interioridade da alma. Para isso
Epicuro defendia a idéia de que a filosofia deveria ser
eminentemente terapêutica (remédio-cura). Seu poder
terapêutico deveria curar dos males (O SOFRIMENTO-
DOR) para liberar a vida para o maior dos bens = O
PRAZER (Hedoné).
Epicuro
PARADOXO DE EPICURO
“Deus, ou quer impedir os males e não pode, ou pode e não quer, ou não quer nem pode, ou quer e pode. Se quer e não pode, é impotente: o que é impossível em Deus. Se pode e não quer, é invejoso: o que, do mesmo modo é contrário a Deus. Se nem quer nem pode, é invejoso e impotente: portanto, nem sequer é Deus. Se pode e quer, o que é a única coisa compatível com Deus, donde provém então a existência dos males? Por que razão é que não os impede?”
Epicuro
TETRAPHARMACON PARA A VIDA FELIZ:
1- Não temer os deuses. Os deuses existem, mas a idéia que se tem dos deuses
se baseia em opiniões falsas.
a) Crê-se que os deuses causam benefícios aos bons e malefícios aos maus.
Nada mais falso. Eles vivem no Olimpo junto aos seus semelhantes e não
se importam com os humanos e suas vicissitudes. Os deuses não julgam,
não condenam ou absolvem e por isso não devem se temidos. Devem ser
imitados.
b) Acredita-se que podemos atingir os deuses com preces, louvores, súplicas,
oferendas etc...Inútil. Eles não são atingíveis e não se preocupam com os
sofrimentos humanos. Os deuses só se interessam com a vida deles. Não
há de se preocupar com os de “outra raça”.
2- Não há razões para se preocupar com a MORTE. Pensar na morte aflige a alma e por isso o
sábio a desdenha. E por que a morte não nos deve preocupar?
• A morte não é um mal, ela não é nada. Ausência das sensações.
• É tolo quem diz ter medo da morte. “Quando estamos vivos, a morte não está presente;
quando a morte está presente, nós é que não estamos”. Enquanto nós somos ela não é e
quando ela é, já não somos.
3- A dor-sofrimento é suportável. E o que fazer quando somos atingidos por algum mal físico? Se
é leve é suportável, se é agudo passa logo e se é agudíssimo nos leva a morte imediata, que é
o fim da dor. Psicologicamente suporta-se a dor na lembrança de uma alegria ausente e na
esperança futura.
4- A felicidade é facilmente obtida: O primeiros três elementos são como que negativo. O
positivo é a vida feliz na vivência do prazer e na ausência da dor – sofrimento. Como?
Epicuro
O PRAZER É O SUMO BEM
VIDA FELIZ ATRAVÉS DE UM HEDONISMO SOFISTICADO. O FIM ÚLTIMO É O PRAZER. DISCRIMINAÇÃO DOS PRAZERES.
EXISTEM VÁRIOS TIPOS DE PRAZER
NATURAIS E NECESSÁRIOS NATURAIS E NÃO NECESSÁRIOS NEM NATURAIS NEM NECESSÁRIOS
Ligados à conservação Prazeres supérfluos Prazeres vãos da glória, honra,
Devem ser Buscados - Comer e beber com refino riquezes, poder, etc.
por eliminarem a dor -Comer quando se tem fome
-Beber quando se tem sede - Abrigar-se no luxo, etc
-Repousar quando com sono, etc. - Vestir-se sofisticadamente
Os do primeiro grupo estão ligados à eliminação da dor-sofrimento. Os do segundo
grupo não têm LIMITES, pois não subtrai a dor do corpo, mas estão em função do
prazer pelo prazer. Os do terceiro grupo, além de não eliminarem a dor, causam
perturbação da alma. Por isso a felicidade requer pouca coisa, o supérfluo atrai o
supérfluo. “A quem não basta pouco, nada basta”, diz Epicuro.
“Quando então dizemos que o fim último é o prazer, não nos referimos aos prazeres
dos intemperantes ou aos que consistem no gozo dos sentidos, como acreditam certas
pessoas que ignoram o nosso pensamento, ou não concordam com ele, ou o
interpretam erroneamente, mas ao prazer que é ausência de sofrimentos físicos e de
perturbações da alma”. Se o prazer momentâneo causar um sofrimento maior que o
prazer, então é sábio negar o prazer. Assim como um desprazer momentâneo causar
um maior prazer futuro, então é sábio optar pelo desprazer, mas em favor do prazer...
Dialética Hegeliana
Hegel edifica um sistema cujo objetivo principal é compreender a evolução da história, da filosofia e do universo, a dialética. Trata-se de um esquema progressivo em que o movimento do real surge como solução culminante de contradições anteriores. A dialética é, portanto, um movimento capaz de superar uma contradição. O processo dialético possui um momento positivo (tese) ao qual contrapõe-se um momento negativo (antítese). A contradição estrutural entre tese e antítese será resolvida por um terceiro momento, que superará o dois anteriores: a síntese.
Dialética Hegeliana
Este terceiro momento se afirmará, tornando-se uma nova tese, possibilitando, assim, um novo ciclo dialético.
Essa estrutura é aplicada a todos os campos do real desde a aquisição do conhecimento até os processos históricos e políticos. Para Hegel, há uma coincidência entre o universo racional e a realidade, daí sua famosa afirmação: o que é racional é real, o que é real é racional.