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Pleased Mag - Engenharia & Construção

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Ao completar 5 anos em circulação, a revista de variedades e negócios de Juiz de Fora/MG exibe seu novo projeto gráfico com uma edição especial temática.

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Desde que saiu das cavernas, o ho-mem vem se especializando em empi-lhar “tijolo por tijolo em um desenho ló-gico”, como enfatizou Chico Buarque de Hollanda em Construção, uma de suas canções mais emblemáticas. No início, as paredes foram inventadas para pro-teger das intempéries; depois, passaram a servir para agradar deuses, satisfazer o ego de poderosos e, por fim, para de-safiar a natureza. Assim foram erguidos templos romanos, igrejas góticas, pirâ-mides egípcias e maias, palácios como o Taj Mahal, pontes, represas, estradas e edifícios que quase tocam o céu.

Sonho e tecnologia, persistência e cálculos, audácia e investimento: des-sas combinações nasce a fascinante e essencial Engenharia Civil. Um setor que sempre tende a se expandir. Juiz de Fora, como muitas cidades brasileiras, é exemplo de centro urbano em desenvol-vimento. Cresce a olhos vistos, superan-do as barreiras de sua topografia, apli-cando técnicas inovadoras, formando um perfil em constante evolução. Cons-truções modernas são bem-vindas, cla-ro, mas há que se manter o foco na sus-tentabilidade para garantir alicerces fir-mes ao desenhar nosso futuro.

Nesta edição especial, procuramos traduzir belezas e comemorar conquis-tas da engenharia, apresentar as no-vidades do setor, valorizar obras que protegem o meio ambiente e incenti-var quem planeja construir, reformar ou apenas cuidar melhor de sua casa. Da segurança do operário à escolha do material de acabamento, da fundação ao para-raios, cada passo merece ser avaliado com atenção redobrada; as-sim como cada página da revista que está em suas mãos.

É sempre um prazer tê-lo conosco.Erica Machado

DIRETORA: Erica Machado

PROJETO GRÁFICO eDIREÇÃO DE ARTEJean Pierre Verdaguer

EDIÇÃO: Raquel Ribeiro

REDAÇÃO: Henelise Motta, Jorge Fedoce

DIAGRAMAÇÃO: Rafaela Fernandes

COLABORADORESFotos: Blur Estúdio Fotográfico Texto: Emilly Souza e Louise Vianello

REVISÃO: Darlan LulaCAPA: Cidade das Artes e da CiênciaFoto - Raquel Ribeiro

DEPARTAMENTO COMERCIALAtendimento: Ayanne Avanci, Luciana Paixão e Sana KellerIMPRESSÃORona Editora

As imagens sem menção de crédito foram captadas na Internet sob licença do GNU Free Documentation Licence e/ou Creative Commons Attribution-Share Alike Generic License.

A revista Pleased é uma publicação independente do Grupo Pleased Editora e sua distribuição é dirigida. Pessoas que não constam no expediente não são autorizadas a falar em nome da revista ou retirar qualquer material sem permissão formal da Editora. Não nos responsabilizamos por ideias e conceitos emitidos em artigos de conteúdo publicitário, que expressam apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião do Grupo.

EDITORIAL

Atenção redobrada, da fundação ao para-raios

EXPEDIENTE

GRUPO PLEASED Av. Pres. Itamar Franco, 2590

Juiz de Fora - MG | CEP: 36025-290Tels.: 32 3218-0503 / 3026-3007

www.pleased.com.br |[email protected]

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A CT&G Projetos e Construções Ltda. possui uma es­trutura capaz de atender a qualquer tipo e porte de obra, das mais simples às mais complexas. Instalada em sede própria, possui um quadro técnico com mais de 26 anos de experiência capaz de viabilizar serviços de qualquer natureza e de suprir as mais diversas necessidades.Para cumprir todas as metas, competência e expe­riência profissional são fatores fundamentais.Temos como evidência o cumprimento do escopo de cada empreendimento, com técnica, qualidade e aten­dimento aos prazos, procedendo de forma econômica, social e ambientalmente responsáveis, garantindo a sa­tisfação dos clientes, buscando a melhoria contínua, se­gundo critérios de segurança, produtividade e qualidade.Nosso compromisso com a qualidade, com o dina­mismo e a ética profissional traduz­se certamente em clientes satisfeitos.Face à formação multidisciplinar de seus componen­tes, essencial ao entendimento em trabalhos mais complexos, no campo da Engenharia, Arquitetura, Ad­ministração, Economia, pode a CT&G Projetos e Cons­truções Ltda. atender a serviços que requeiram conhe­cimento e sensibilidade para analisar e propor solu­ções nas áreas de atuação.

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08 PLEASED RECOMENDA Livros, programas culturais e eventos 10 VITRINE Materiais para uma construção ecológica 12 MISCELÂNEA Curiosidades do mundo da Engenharia 22 BATE-PAPO Engenheiro Hérmanes Barbosa Abreu

30 SEGURANÇA DO TRABALHO O uso correto de equipamentos evita acidentes e aumenta a produtividade 32 VIDA REALA (má)experiência de construir ou reformar sem a consultoria de um engenheiro 36 CAPA - VALÊNCIAA Cidade das Artes e da Ciência, na Espanha, exibe a ousadia da engenharia moderna 44 OBRAS MARAVILHOSAS Construções ao redor do mundo que desafiam o bom senso e a lei da gravidade 56 DEZ PERGUNTAS Professor Hélio Antônio da Silva fala sobre o centenário da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Juiz de Fora 60 ECOVILAS Um modelo sustentável de vida em comunidade e suas técnicas construtivas

64 COMPOSTAGEM Conheça as miniusinas capazes de dar um destino nobre para os resíduos orgânicos 69 ACESSIBILIDADE Desenho Universal: diretrizes para construir e produzir para todas as pessoas 71 INGLÊS A JATO Desconfie de cursos que prometem aprendizado instantâneo 72 ÚLTIMAS PALAVRAS A Engenharia impossível de MC Escher 73 PLEASED IN ENGLISH

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NESTA EDIÇÃO

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PLEASED | RECOMENDA

Museu interativo, história da engenharia juiz-forana,

informações detalhadas para uma construção sustentável

e agenda de eventos. Anote nossas dicas!

PROJETO CATAVENTOLocalizado no belo Palácio das Indústrias, na cidade de São Paulo, trata-se de um espaço totalmente interativo, dedicado às ciências e voltado ao público jovem. Dividido em quatro áreas – Universo, Vida, Engenho e Sociedade –, apresenta incríveis estações eletrônicas e hidráulicas, onde dá para ver como a energia elétrica é produzida, entender a dinâmica das bolhas de sabão ou ter a experiência de levantar 100kg com apenas uma mão. Aberto de terça a domingo, com entrada das 9h às 16h e visitação permitida até as 17h - cataventocultural.org.br

OBRAS INCRÍVEISEssa série da National Geographic mostra as mais

espetaculares construções do planeta e como a humanidade usa a tecnologia ao limite. Conheça desde

super-helicópteros a plataformas petrolíferas, por meio de animações computadorizadas e imagens surpreendentes. E emocione-se com os dramas que permeiam as histórias.

MANUAL DO ARQUITETO DESCALÇODicas para construir de forma sustentável. Eis a meta desse livro lançado em 1980. Com linguagem simples e desenhos explicativos, Johan van Lengen, fundador do Centro de Bioconstrução e Arquitetura Intuitiva Tibá, ensina a aproveitar as características naturais do solo, posicionar a construção de acordo com o sol, ventos e vegetação; apresenta soluções para saneamento, uso da água e energia. Editor: Empório do Livro. www.tibarose.com

ENGENHEIROS NOTÁVEISPrimeiro de uma série de livros,

idealizada pelo Clube de Engenharia de Juiz de Fora, que presta homenagem

aos profissionais que criaram a história da cidade: O Engenheiro que Gosta de

Ensinar, assinado pelo jornalista Geraldo Muanis, refaz a trajetória do professor e

engenheiro Renato José Abramo. À venda no Clube de Engenharia (Rua

Halfeld, 805 – Centro).

Engenharia

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MUSEU DINÂMICO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Criado em 1999 pela Faculdade de Engenharia da UFJF, o museu conta com quase dois mil objetos e

instrumentos científicos, além de rica coleção de peças produzidas pelo Parque Tecnológico da UFJF, principalmente nas áreas de topografia, mecânica,

ótica, acústica, eletricidade e meteorologia. Possui ainda um acervo bibliográfico com cinco

mil volumes e 10 mil documentos relacionados à história educacional e administrativa. Av. Barão do Rio Branco, 3460. Visitação de segunda a sexta das

8:30h às 16:30h. Tel.: (32)3214-4161

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FEBRACE

Realizada anualmente pela Universidade de São Paulo (USP), a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia estimula a cultura científica, o empreendedorismo e busca despertar novas vocações e induzir práticas pedagógicas inovadoras nas escolas de educação básica de todo o país. Em 2014, os projetos finalistas serão expostos de 18 a 20 de março, na Escola Politécnica da USP. http://febrace.org.br/

Feicon Batimat

Ponto de encontro de arquitetos, construtores, engenheiros e lojistas, é um dos principais salões da construção na América Latina. Fundação e Estrutura, Máquinas, Ferramentas e Equipamentos para Construção, Revestimento, Sistemas Construtivos e Automação e Segurança são alguns dos setores da feira. De 18 a 22 de março, no Pavilhão de Exposição do Anhembi de São Paulo. www.feicon.com.br

Concrete Show

Todo ano, empresários e profissionais da cadeia produtiva do concreto e da construção civil se reúnem nessa feira. Entre os expositores nacionais e internacionais há fabricantes de concreto, de acessórios e ferramentas, de sofware, de equipamentos leves e pesados. De 27 a 29 de agosto, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. www.concreteshow.com.br

Cultura

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VITRINE

De telhas, tijolos e tintas ao biodigestor, o mercado

oferece cada vez mais produtos que não agridem

o meio ambiente.

Materiaisecológicos

TELHA: feita com uma camada de material reciclado (sobra de embalagens na fabricação de pasta de dente), a telha protege dos raios UV, é isolante térmica (transfere 80% menos calor que a de amianto), leve e resistente à umidade. Para completar, sua fixação é simples e ela não trinca quando furada por prego e parafuso. Fabricada no estado de São Paulo. www.ecopreserve.com.br/telha_tp.php

BIODIGESTOR: restos de alimentos e fezes (de animais ou humanas) fermentam naturalmente, o que pode ser muito útil! Essa matéria-prima gratuita é transformada em gás pelo biodigestor. Em geral utilizado em fogão de cozinha, o gás também funciona para gerar energia elétrica. www.recolast.lojavirtualfc.com.br

AQUECIMENTO SOLAR: Placas especiais captam a luz do sol e a transformam em energia, aquecendo a água armazenada em um boiler. O sistema, simples e eficaz, produz energia limpa, valoriza o imóvel e gera economia na conta de luz. À venda em lojas especializadas. FO

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TIJOLO: mais resistente que o tijolo convencional, o produto, vendido em três formatos (inteiro, meio e canaleta), oferece

ótimo isolamento termoacústico. Seus encaixes ainda facilitam o alinhamento das paredes e geram economia no uso de materiais,

como ferro e madeira. Encontrado nas boas lojas de construção de Juiz de Fora. Saiba mais em www.tijolosecologicos.net

TINTA: em vez de componentes sintéticos (como os derivados de petróleo), as tintas são feitas com matérias-primas naturais. A mais

ecológica tem por base a terra; e por isso as cores vão do bege ao marrom-escuro, passando por tonalidades avermelhadas. O mercado

apresenta outras tintas, consideradas ecológicas por provocarem menos impacto ambiental em seu ciclo de vida: menor gasto energético, menos consumo de água, tratamento adequado de efluentes, redução no uso de

embalagens etc. Também se considera a quantidade de solventes que se gasta

na fábrica para limpar os recipientes onde as tintas são produzidas.

http://www.idhea.com.br/pdf/tintas.pdf

COMPOSTEIRO: É uma pequena “usina” que acelera o ciclo natural de decomposição de matéria orgânica, criando um ambiente propício para que os micro-organismos (fungos e bactérias) e as minhocas trabalhem mais rápido e transformem a matéria orgânica em húmus; ou seja, um rico fertilizante. Há diversos modelos e tamanhos. Informações: http://agriculturaurbana.org.br/boas_praticas/compostagem/Modelos_de_composteiros.htm

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REPRESA DE HOOVER Entre 1931 e 1936, foi construída uma represa entre os estados ame-ricanos de Nevada e Arizona. Para isso, o fluxo do Rio Colorado foi des-viado por meio de túneis escavados no interior das paredes do desfila-deiro. Sua estrutura de concreto era incomparável; assim como a produ-ção de energia elétrica. Esse marco da engenharia foi incrementado em 2009 com a inauguração da ponte Mike O’Callaghan-Pat Tillman Me-morial Bridge sobre a represa.

do incrível mundo da construçãoCuriosidades

MISCELÂNEA

Túneis cavados à base de picareta, uma cidade perdida em meio ao deserto ou a passarela de madeira que mais parece obra de arte:

PASSEIO CURVILÍNEOUma cobra de aço flutua a 36 me-tros de altura em Singapura. A ponte Henderson Waves é uma lúdica pas-sarela que liga o parque Telok Blan-gah Hill ao monte Faber. Nas curvas, os pedestres podem se sentar e ad-mirar a vista. À noite, a ponte vira obra de arte: a iluminação cria um efeito mágico entre as rugas da ser-pente de madeira dourada.

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CIDADE PERDIDACenário do filme Indiana Jones e a Última Cruzada, Petra, na Jordânia, por séculos foi consi-derada uma lenda, como Atlân-tida. Localizado apenas no iní-cio do séc. XIX, esse conjunto arquitetônico talhado em are-nito data de 312 a.C. e mescla estilos variados: assírio, egíp-cio, helenístico e romano.

TOP ENTRE OS TOPSAté o fim do ano, será inaugurado o edifício mais caro do mundo, o Tour Odéon, em Mônaco. No es-tilo belle époque, tem projeto assinado pelo arqui-teto Alexandre Giraldi, e seu metro quadrado está avaliado em 65 mil euros (mais de 220 mil reais). A cobertura deve sair pela bagatela de 215 mi-lhões de euros! São 3,3 mil m², cinco andares, vis-ta panorâmica e piscina com borda infinita.

VISTA MARAVILHOSACom 13km de extensão e até 72 metros de altura no vão central, a ponte Rio-Niterói foi inau gu-rada em 1974 sob a égide de maior ponte da América do Sul. Na época, estimava-se que pas-sariam por ela 50 mil veículos por dia. Hoje o tráfego é pelo menos três vezes maior.

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VALE OUROO hotel mais sofisticado do mundo fica em... Du-

bai, óbvio! Projetada por Tom Wright, essa mara-vilha da construção civil possui 321 metros de

altura. É mais alta que a Torre Eiffel e um pou-co menor que o Empire State Building. Com ouro na decoração dos quartos e no átrio de

entrada, o Burj Al Arab é pura ostentação.

ERA UMA CASA MUITO ENGRAÇADA...Também conhecida como Crazy House, Hang Nga Gues-thouse é um hotel em formato de árvore, na cidade de Da-lat, no Vietnã. As estruturas imitam troncos e galhos; e a decoração inclui pontes, cavernas, lagos e teias de aranha gigantes. O hotel, de apenas dez quartos, foi idealizado pela arquiteta Dang Viet Nga, ao longo de duas décadas, como um projeto pessoal; mas, claro, depois abriu aos hóspedes.

ROTATÓRIA FLUTUANTEUma esperta solução para mini-mizar o caos no trânsito foi a ro-tatória, recurso que prioriza car-ros, mas dificulta a vida dos pe-destres. A prefeitura de Xangai, na China, resolveu esse dilema ao criar uma passarela circular sus-pensa quase 20 metros acima da rotatória. Iluminada à noite, pas-sou a ser um ponto turístico.

MISCELÂNEA

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NÃO BEBA (MESMO) ANTES DE DIRIGIRPara acessar a Vila de Guoliang, nas montanhas Taihang, na China, era pre-ciso enfrentar um precário e perigoso caminho. Apesar de inúmeras solicita-ções para a construção de uma estrada, os moradores não foram atendidos. Em 1972, 13 deles resolveram arregaçar as mangas. Durante cinco anos, de-zenas de outros moradores aderiram à empreitada – e muitos perderam suas vidas. O túnel, escavado em penhascos, está a 120 metros de altura e tem 1.200 metros de comprimento, cinco de altura e quatro de largura. É conheci-da como “a estrada que não tolera erros”.

MEGAPISCINACom tamanho equivalente ao de 20 piscinas olímpicas oficiais, a Lagoa de Cristal, no resort San Alfonso del Mar, no Chile, tem quase um quilômetro de comprimento, levou cinco anos para ser construída e custou cerca de R$ 3,2 bilhões. Com profundi-dade em torno de 35 metros, tem áreas para velejar, passear de jet ski e mergulhar, além de diversas praias artificiais.

FONTE NA PONTELocalizada em Seul, na Coreia do Sul, a Ponte Bampo fascina ao anoitecer. Ao lon-go de seus 1.140 metros de comprimento, 190 toneladas de água por minuto jorram pelas suas laterais. Bombeada do Rio Han, a água é iluminada por 10 mil lâmpadas de LED que mudam de cor. Batizada de Fonte Arco-íris do Luar, proporciona um espetáculo para centenas de turistas.

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história que você vai ler agora pode até não ser inédita, mas retrata o segredo do sucesso de uma empresa que, atualmente, é referência na construção civil em Juiz de Fora. Também serve de inspiração para quem quer começar um empre-endimento novo. A Brun Terraplenagem surgiu da ousadia de um homem com 32 anos de experiência no mercado e herdeiro de um forte vínculo familiar com a construção civil. Estamos falando de Aluizio Brun, que cresceu em um canteiro de obras e conseguiu partilhar com seus filhos a paixão pelo negócio.

Com tino e sabedoria, Aluizio uniu o talento de cada um para criar a empresa: Rodrigo é administrador; Leandro, engenheiro de Produção; e Victor, estudante de Engenharia Civil. Os quatro co-mandam a Brun Terraplenagem, que oferece serviços de drenagem e saneamento, demolição, locação de equipamentos, compactação de solo, além de aterro e desaterro, entre outros. A empresa conta com equipamentos modernos e profissionais qualificados. “Investi-

mos em equipamentos compactos para realizar obras de difícil acesso. Assim, conseguimos aumentar nossa cartela de clientes”, acrescentou Rodrigo Brun.

Apesar de grande, a empresa atende também a pessoas físicas e pequenas construtoras. “Os meus primeiros clientes foram os pequenos, por isso não largo eles de jeito nenhum”, afirma Aluizio. Valori-zar a fidelidade comercial parece ser um dos pilares de crescimento da Brun; assim como a seriedade. “Acredito que os fregueses reconhecem nossa cre-dibilidade”, comenta o patriarca.

A nova sede, situada no bairro Santos Dumont, com estrutura ampla e visual moderno, abriga o ad-ministrativo, enquanto um galpão aloja todo o ma-quinário e a frota de veículos. O objetivo é propor-cionar o melhor atendimento, sempre respeitando prazos, projetos e contratos. Finalizando nossa his-tória de sucesso, há algo ainda a ressaltar: além da tradição e credibilidade, a Brun Terraplenagem em-placou outra marca, a confiança. Num mercado ex-tremamente exigente, vários clientes firmam par-ceria de exclusividade com a empresa, garantindo, assim, mais segurança às suas obras.

A Brun Terraplenagem, um terreno limpo

para a credibilidade

por tradição

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UMA EMPRESA, MUITOS SERVIÇOSVersátil, a Brun Terraplenagem oferece um leque completo de serviços: drenagem e saneamento, demolição, aterro e desaterro, compactação de solo, além de locação de equipamentos.

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Obras da Haec Congel

contribuíram na construção da

história imobiliária de Juiz de Fora

Os orgulhosos diretores da Haec Congel: Hélio, entre Hérmanes pai (a direita) e Hérmanes filho

Edifício Comercial Alberto Vieira Lima

Um marco para

abe aquela clássica história de toda mãe ter um filho favorito, apesar de jamais reconhe-cer isso? Assim acontece com a construtora Haec Congel, do alto de seus 46 anos de es-trada. Numa conversa com a direção da em-presa, quando foi perguntado se havia uma obra pela qual havia um carinho especial, o

silêncio pairou no ar. Logo em seguida, o experiente Hér-manes Barbosa Abreu, fundador e um dos proprietários, foi enfático: “Quando se faz o que se gosta, tudo é pra-zeroso. Por isso, temos um carinho especial por todas as obras”; porém deu para perceber nas entrelinhas que al-gumas delas merecem um xodó a mais. A começar pelo prédio do Comercial Alberto Vieira Lima, na esquina da Rua Antônio Carlos com a Avenida Barão do Rio Bran-co, no centro da cidade. Com projeto arquitetônico do fi-lho, Hérmanes José Barbosa Abreu, a construção inovou o mercado imobiliário. Construído em 1998, o prédio se destacou pelo isolamento térmico-acústico e pelo reves-timento com vidros laminados azuis. “Isso era bastan-te novo na época e foi um marco para a cidade. Para se ter uma ideia, os vidros foram importados do México”, apontou o diretor Hélio Barbosa Abreu.

O campus da Universidade Federal de Juiz de Fora também ocupa um lugar especial no coração da equipe da Haec Congel: além de participar de sua construção na década de 1970, a empresa foi responsável por erguer os novos prédios da Faculdade de Medicina e dos institutos de Ciências Humanas e Exatas. No catálogo dos traba-lhos realizados ao longo de quase meio século, há outros relevantes, como a agência do Banco do Brasil no calça-dão da Rua Halfeld e obras em outros municípios minei-ros e dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.

SJuiz de Fora

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urante o apogeu das fábricas de teci-do, Juiz de Fora era conhecida no Bra-sil como a “Manchester Mineira”, numa época em que o hino da cidade, então um polo industrial, a apelidou “Princesa de Minas”. No início do século XXI, po-rém, seu perfil mudou bastante: a maior

parte do PIB local vem do setor de serviços, segundo o Ins-tituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. Um setor que ainda pode crescer muito e que conta principalmente com a força da construção civil, uma das atividades que mais movimentam a economia juiz-forana.

A Eletro Guimarães é uma das empresas que incenti-vam esse crescimento. Segundo Nélio Guimarães, um dos proprietários da loja, ainda há resistência das construto-ras locais em comprar materiais — principalmente os elé-

tricos — em Juiz de Fora. Para atuar nesse mercado, a empresa oferece aos seus clientes produtos de qualidade com preços competitivos. “Temos um estoque que atende a qualquer tamanho de pedido e nos esforçamos para ofe-recer melhores condições e preços do que a concorrência. Quase sempre conseguimos atingir essa meta”, garante.

A Eletro Guimarães ampliou sua estrutura com a aquisição de um galpão que logo foi transformado em um grande depósito. A loja da Rua Batista de Oliveira tam-bém conta com um considerável estoque de itens de giro rápido, ou seja, aqueles que são mais procurados pelos consumidores. “Comprar na cidade é vantajoso, pois a en-trega é muito mais rápida. Além disso, construtores e em-presários ajudam a girar a roda da economia local: o di-nheiro permanece aqui, aumentando a receita do municí-pio e a oferta de empregos”, ressalta Guimarães.

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Eletro Guimarães oferece vantagens para

que setor da construção civil movimente mais a economia local

Estoques fartos são a melhor estratégia para satisfazer ocliente em termos de preço,

qualidade e comodidade

Invista na cidade

Juiz de Fora

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Além de escoramento metálico (foto maior), a empresa aluga “aparalixos”

e formas para laje nervurada (imagens à direita), entre outros equipamentos.

www.scorelocacoes.com.brContato: 32 3213 5875 ou 32 9117 1369

e-mail: [email protected]

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á dez anos no mercado e fo-cada em um segmento antes monopolizado pelas grandes mul tinacionais, a Score Lo-cações para Construção vem conquistando cada vez mais

espaço. Unindo credibilidade, segurança, experiên cia e solidez, ela disponibiliza aos seus clientes o aluguel de escoramento me-tálico, travamento de pilares e vigas, formas para laje nervurada e peças para plataforma primária e secundária (“aparalixos”).

É importante ressaltar que os equipa-mentos oferecidos pela Score são essenciais para garantir aos clientes mais segurança, praticidade e economia, ou seja, os três pi-lares que norteiam os trabalhos de qualquer construtora que se preocupa em otimizar o tempo e oferecer construções de qualidade. “Temos equipamentos de fácil trabalhabili-

dade que reduzem custos em mãos de obra e materiais”, afirmou um dos sócios da em-presa, José Geraldo Trotta Torres.

Atenta ao competitivo mercado constru -tivo, a Score investe em produtos que se en quadram em todo tipo de obra – caso das torres de escoramento, que atendem às construções de qualquer altura.

Além da boa relação custo-benefício, o cliente da Score encontra todos os equi-pamentos em um único lugar, sem ne-cessidade de se deslocar para procurar em outro município, obstáculo comum em se tratando de formas para lajes nervuradas. O cuidado em oferecer o melhor serviço acabou fazendo com que a Score amplias-se a área de atuação: recentemente, inau-gurou uma unidade na cidade de Comen-dador Levy Gasparian (RJ) e passou a aten-der a região sul-fluminense.

HSCORE LOCAÇÕES PARA CONSTRUÇÃO garante rapidez e qualidade, com equipamentos para qualquer tipo de obra

PUBLICIDADE EDITORIAL

segurançaAgilidade e

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Conhecimento

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“NA NATUREZA NADA SE CRIA, nada se perde, tudo se trans forma.” A famosa frase de Antoine Lavoi-sier, químico francês (1743-1794), se encaixa perfeita-mente à engenharia civil, área que vive em constante evolução. Hérmanes Barbosa Abreu acompanhou mui-tas das tranformações do ramo: 47 de seus 76 anos de vida foram dedicados à profissão. Formado pelo Insti-tuto Militar de Engenharia (IME), é um dos proprietá-rios da conceituada Haec Congel, em Juiz de Fora.

Pleased (P): Como o senhor vê a evolução da Engenharia do início da sua carreira até hoje?Hérmanes Abreu (H): A Engenharia Civil passou por grandes mudanças. Isso pode ser percebido em obras gi-gantescas que chamam a atenção das pessoas. É uma profissão que lida com algo literalmente concreto: as pontes são um bom exemplo. No passado, tínhamos pon-tes muito bonitas, feitas com elevada tecnologia, mas que utilizavam recursos técnicos e materiais da época.

P: Mas essas novas tecnologias nem sempre podem ser incorporadas, certo?H: Óbvio que elas tornam mais fácil o trabalho, mas temos dificuldade em encontrar mão de obra especia-lizada para acompanhar estas tecnologias. Às vezes, projetam-se obras com processos construtivos moder-nos e não há quem execute. Por outro lado, a engenha-ria sempre teve uma vertente muito artesanal: quer coisa mais ridícula do que a pessoa ainda ter de cortar uma tábua com um serrote? Até para fazer um bolo o confeiteiro conta com ferramentas mais modernas.

2P: Fale sobre as novas tecnologias utilizadas na construção de pontes.H: Antigamente havia muita dificuldade para transpor grandes vãos, pois o uso do concreto armado exigia enor-me volume de materiais, que suportavam muito menos peso do que os usados atualmente. Como os processos construtivos vêm evoluindo bastante, hoje temos estru-turas mais leves e esbeltas. Um exemplo é a Ponte do Sa-ber, na cidade do Rio de Janeiro. Ela é presa e sustenta-da por cabos de aço. Veja até que ponto chegou! Isso mos-tra que a evolução é, e continua sendo, muito grande.

BATE-PAPO

CONCRETO

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irar um projeto do papel para erguer uma gran-de obra exige trabalho duro e muitos cálculos. E o que fazer para obter um empreendimento de sucesso? Os primeiros passos são analisar a escolha do local, o capital disponível e recor-rer a profissionais bem preparados. Caracteriza-da por desempenhar um trabalho sério e con-

fiável, a RHR Engenharia e Consultoria alia experiência profis-sional, criatividade e proatividade justamente nessa fase crucial do empreendimento. A RHR gerencia obras industriais, residen-ciais e comerciais, prestando serviço de elaboração de orçamen-tos, projetos e execução. Valoriza o comprometimento com seus clientes e parceiros, busca a melhor qualidade do produto, ga-rante prazos e os custos orçados. E ainda proporciona ao clien-te acompanhamento detalhado dos processos construtivos atra-vés de RGM`s (Relatórios Gerais Mensais). “Tudo isso com se-gurança e proporcionando alternativas e processos construtivos que venham a ser traduzidos em maiores e melhores benefícios aos empreendimentos”, diz o engenheiro civil Hamilton Rober-to Larcher de Almeida, coordenador da empresa.

Atualmente, a RHR gerencia, em Juiz de Fora, projetos e obras do Hospital Linus Pauling. Em parceria com as construto-ras Nobel e João Fortes Engenharia, coordena os projetos dos empreendimentos Le Quartier e Mitte. No projeto do Centro Empresarial Monte Sinai, a RHR atuou da implantação ao tér-mino dos trabalhos, incluindo a construção das duas passare-las metálicas, premiadas com menção honrosa entre as melho-res obras em aço de 2012 — na Categoria Obras Especiais do quinto Construmetal, organizado pela Associação Brasileira da Construção Metálica (ABCEM). O projeto foi realizado em par-ceria com Efe Arquitetos, Limonge, Plena e Inusa.

Integram o portfólio da empresa a participação no com-plexo Mercedes-Benz e obras para Petrobras, MRS Logística, Açominas, Siderúrgica Mendes Júnior (atual Arcelor Mittal) e Shop ping Neumarkt (em Blumenau/SC).

TRHR Engenharia e Consultoria garante qualidade ao gerenciar projetos e obras Equipe da RHR avalia o andamento

das obras do Hospital Linus Pauling

Uma das passarelas metálicas do Centro Empresarial Monte Sinai

Visão geral do Centro Empresarial Monte Sinai

Edifício Le Quartier Grambery

Serviço no píer TEBIG da Petrobras, em Angra dos Reis/RJ

nos processosEficiência

nos processosEficiência

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Você sabia que o Brasil é campeão na incidência de raios atmosféricos? Aqui ocorrem cerca de 50 milhões de descargas atmosféricas por ano, que geram acidentes graves e prejuízos com a queima de equipamentos eletroeletrônicos.Para se proteger desse perigo, o ideal é investir em um sistema de para-raios. Em Juiz de Fora, a principal referência neste quesito é a EDIL-SON ELÉTRICA, que também oferece serviços

de termografia, locação de geradores e venda de materiais elétricos industriais.A loja é pioneira desse setor na cidade. “Caso o sistema seja mal elaborado e executado, o re-sultado final será pior do que se não houvesse nenhum sistema de segurança”, afirma Rodri-go Fóffano, engenheiro-eletricista responsável pela empresa. Segundo ele, o ideal é que o pla-nejamento e a instalação de para-raios sejam feitos desde a etapa de fundação da obra. Para casas e prédios prontos, sejam residenciais, urbanos, rurais, comerciais ou industriais, a Edil-son Elétrica é habilitada a adaptar eficientes sis-temas de proteção. “Solicitamos a planta da cons-trução e elaboramos um projeto cuidadoso, sem-pre sob a responsabilidade de profissionais qua-lificados e seguindo as normas previstas pela As-sociação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Qualquer obra pode e deve ter para-raios, mas com muita responsabilidade em seu dimensio-namento e sua implantação”, disse o engenheiro.

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equipamentos e instalação de para-raios

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odo mundo sonha em construir ou reformar com ra-pidez, fazendo o mínimo de sujeira possível e evitan-do o desperdício, certo? Com o sistema drywall (pare-de seca, em inglês) isso se torna realidade. Como fun-ciona? Simples, trata-se de placas com miolo de gesso envolto em papel-cartão fixadas em uma estrutura de aço. “Ao contrário do que muitos ainda pensam, o sis-

tema é muito resistente, possibilitando a fixação de diversos tipos de carga, como TV’s, extintores, armários, bancadas, entre outros”, expli-ca o engenheiro-civil Ciro Gomes, proprietário da Innovare Construção Seca, empresa que vende e oferece consultoria sobre o produto.

“Na alvenaria comum, você tem que primeiro atijolar, esperar sete dias até a massa secar, para depois ‘apertar’ e ‘chapiscar’, esperar mais três dias e só então passar o gesso ou massa corrida. No drywall, você encaixa as placas e, no dia seguinte, a parede está seca e pronta para ser pintada. Além de rápido, produz muito menos sujeira. É um processo altamente industrializado e racional”, garante Ciro. Ele ain-da ressalta que, como esse sistema possui menos junta, é menor o risco de a parede ficar com algum defeito.

O engenheiro conta que a empresa participou da cons-trução de várias Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) no estado de Minas Gerais, todas feitas no mesmo forma-to. O uso do drywall em edificações como essas é de suma importância, pois ele possui excelente desempenho acús-tico, além de ser pouco espesso e leve (pesa seis vezes me-nos que uma alvenaria de lajota cerâmica). Ou seja, gera economia no trabalho da mão de obra. “O uso do acartonado em for-ros facilita no corte para instalação de luminárias e pode ser aplicado em grandes áreas e alturas. Tudo isso facilita na decoração e gera me-nos entulho na obra”, acrescenta.

Muito versátil, o drywall pode ser utilizado em instalações residen-ciais, comerciais e empresariais para compor paredes e forros de am-bientes internos. E ainda é um coringa em reparos e pequenas obras, pois ajuda a ocultar as instalações de subsistemas com facilidade.

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da aplicação do drywall

Obra e sem sujeira

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26 | Pleased - Engenharia & Construção

omo se não bastasse a beleza arquitetônica de muitas das casas do Es-trela Sul, o nobre bair-ro ainda alegra a cidade com inusitados nomes de rua. Nada de home-

nagens a políticos ou figuras proemi-nentes: ali os logradouros foram ba-tizados com títulos de poemas de au-tores juiz-foranos. A Alameda Pássa-ros da Polônia, por exemplo, refere-se a um poema de Marta Gonçalves, e é nessa inspiradora rua que se situa um dos empreendimentos administrados pela ACNN Incorporadora. Uma jovem empresa que trabalha em parceria com a construtora Moraes Cardoso há cin-co anos, imprimindo qualidade às suas edificações – e mostrando-se sempre fiel aos prazos de entrega.

Mas, afinal, o que faz uma incor-poradora? Profissionais da área certa-mente sabem a resposta, mas para lei-gos o tema ainda causa confusão. De forma bem simples e direta, um dos só-cios da ACNN, José Natalino do Nasci-mento, explica: “A Incorporadora é res-

ponsável por todo o trâmite legal, par-te administrativa e comercialização das edificações presentes em um determi-nado lote”. Ainda de acordo com ele, a construtora se encarrega de aspectos técnicos das construções: tem a obri-gação de garantir que a obra esteja “em pé” nos prazos e condições preestabele-cidos. Assim, o serviço de incorporação facilita o trabalho da construtora, que não tem que se preocupar com a faceta burocrática da construção.

A diretoria ressalta que os aparta-mentos da ACNN, construídos sem-pre em parceria harmoniosa com a Mo-raes Cardoso, são vendidos com rapi-dez e entregues com pontualidade. O próximo empreendimento a ter suas chaves liberadas aos novos morado-res é o Edifício Metropolitan, localiza-do na rua batizada pela poetisa.

C

Incorporadoras como a ACNN garantem aspectos técnicos e

resolvem entraves burocráticos

Edifício Metropolitan: numa rua com nome

de poema, todas as unidades foram vendidas muito

antes do previsto

capricho

AFINADA PARCERIAIncorporadoras têm liberdade de traba-lhar com quantas construtoras quise-rem, mas a relação da ACNN com a Mo-raes Cardoso é de total simbiose. Afi-nal, uma empresa nasceu da outra: há 15 anos no mercado, os sócios da construto-ra decidiram expandir os negócios e criar uma incorporadora — além de entrar no ramo imobiliário. Convidaram profissio-nais para administrar o novo empreendi-mento e criaram a ACNN Incorporadora Ltda., cuja sigla representa as iniciais dos nomes dos donos da empresa.

No prazo,com

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Pleased - Engenharia & Construção | 27

homem que move montanhas co-meça carregando pedras peque-nas.” Esse ditado chinês ilustra perfeitamente a vida do jovem empreendedor Roberson Bedo-re de Souza, um dos proprietários da Alunobre Esquadrias de Alumí-

nio, que soube aproveitar uma grande oportunida-de que apareceu de forma inusitada em sua vida. Ro-berson era funcionário nessa mesma empresa, esta-va com salários atrasados e, em vez de recorrer a uma solução jurídica, entrou em um inusitado acordo com o patrão: como forma de pagamento, ele se tornou dono! Isso aconteceu em 2005 e, desde então, a em-presa vem ganhando mercado em Juiz de Fora e re-gião, sempre proporcionando aos seus clientes bom atendimento e pontualidade na entrega.

Hoje Roberson divide o comando da Alunobre com sua esposa, Bianca Aparecida de Souza. Con-tando com um quadro de funcionários altamente qualificados e um sistema de atendimento informa-tizado, o casal oferece aos seus clientes uma insta-lação rápida e eficiente de esquadrias de alumínio. Entre seus compradores há pessoas jurídicas e físi-cas, mas é necessário um pedido mínimo de peças; ou seja, não aceitam encomenda de única janela. Se-gundo Bianca, em geral o cliente faz o pedido de ma-terial em forma de projeto ou com as medidas, mas, caso o consumidor não tenha nenhuma dessas duas informações, um profissional vai até a obra e anota as medidas para a fabricação das esquadrias.

“Queremos atender da melhor forma; e, para isso, procuramos entender o que a pessoa realmen-te quer”, pontuou a sócia. Todo o trabalho é pau-tado com o objetivo de mostrar ao cliente que ele está fazendo um ótimo negócio. O resultado? No início desse ano a empresa vai dobrar o número de funcionários! “A demanda pelo nosso produto cres-ceu e, provavelmente, teremos que mudar de local, visto que nossa estrutura não está dando conta de tanta produção”, comemorou Bianca.

O“Alunobre produz e instala

esquadrias, portas e janelas com qualidade e pontualidade

Beleza leveza

SUCESSO ATRIBULADOApós adquirir a empresa de forma inusitada, Roberson Souza passou por vários desafios — como sociedade mal sucedida e problemas financeiros —, mas nada que freasse a vontade de crescer. “A empresa está melhor do que nunca, com vários equipamentos modernos que agilizam as tarefas!”, comemora. Sua próxima meta é uma sede própria e mais ampla. Para ele, o sucesso de tanto segredo é manter a fé: “Muitas vezes pensei em desistir, mas Deus sempre me impulsionou”.

Page 28: Pleased Mag - Engenharia & Construção

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A impermeabilização, quando bem fei-ta, evita dor de cabeça e representa um inves-timento que, em longo prazo, proporciona enor-me economia. Existe algo mais desagradável do que aquelas famosas manchas pretas no teto? Ou uma parede descascando no meio da sala? Além de comprometer a segurança e a estética, o mofo causado pelas infiltrações pode compro-meter a saúde dos moradores.A boa notícia é que o mercado de impermea-bilizantes apresenta, hoje, produtos indicados para todas as etapas de uma obra. A Aqualitec Impermeabilizações contém uma vasta lista de itens que impedem a infiltração de água ou pas-sagem da umidade. Vale ressaltar que qualquer tipo de terreno pode sofrer com a infiltração e que os gastos com impermeabilizantes para pre-venção saem três vezes mais baratos do que se forem empregados de forma corretiva. Conheça alguns materiais úteis e práticos. Todos à venda na Aqualitec, com excelente preço:

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em primeiro lugarem primeiro lugarSegurança

apacete, botas, luvas, máscaras e protetores auriculares são alguns dos equipamentos de proteção in-dividual (EPI) utilizados por trabalhadores que desempenham ati-vidades que representam riscos à vida. Caso típico de quase todas as etapas da construção civil – tanto que basta a imagem de um ca-pacete de obra para nos remeter imediatamente ao setor! A eficá-cia de um EPI depende da qualidade do material e, claro, de seu uso correto. Segundo Júlio César Teixeira, professor e engenheiro espe-cialista em Segurança do Trabalho, para um bom gerenciamento do sistema de proteção individual é preciso que o empregador forneça, de forma gratuita, os equipamentos em perfeito estado de funcio-namento e conservação – e adequados a cada atividade.

“O equipamento de proteção individual precisa ter o Certifica-do de Aprovação (CA), emitido pelo Ministério do Trabalho e Em-prego, garantia de que o equipamento atende às normas de segu-rança. Os EPI’s são parte de um programa mais amplo, o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), que tem por objetivo

proteger a integridade física e promover a saúde do trabalhador”, explica o especialista. É também res-ponsabilidade das empresas exigir dos funcionários a utilização do EPI durante a jornada de trabalho e que sigam as orientações sobre o uso adequado de cada item. O funcionário pode – e deve! – colaborar, tendo consciência da relevância dos acessórios e ze-lando pela conservação dos equipamentos.

À frente da Equipaminas, uma empresa juiz-fo-rana que se destaca há mais de dez anos no merca-do de locação e venda de equipamentos de seguran-ça do trabalho, Ediana Alves de Oliveira é categórica quando o assunto é a importância dos equipamen-tos. “O uso de EPI é uma das exigências legais rela-cionadas à Segurança do Trabalho, uma série de me-didas que visam a minimizar acidentes e doenças ocupacionais”, enfatiza a empresária.

C

Segurança

Equipamentos de proteção individual minimizam riscos de acidente e aumentam a produtividade

sempre em primeiro lugar

DICA DE ESPECIALISTA

TEXTO | EMILLY SOUZA

30 | Pleased - Engenharia & Construção

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em primeiro lugarem primeiro lugarSegurançaSegurançaPROTEÇÃO SE APRENDE DE MIL MANEIRASNa área acadêmica, a segurança do trabalho abrange uma cadeira multidisciplinar que inclui de Higiene e Medicina do Trabalho à Proteção contra Incêndios e Explosões, pas-sando por Psicologia na Engenharia de Segurança, Ergo-nomia e Iluminação. Especialistas nesta área trazem para a Engenharia Civil maior valorização das relações humanas e, por tabela, aumento da produtividade.

sempre em primeiro lugar

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VIDA REALFO

TOS

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Pleased - Engenharia & Construção | 33

Obra dáTRABALHO

esde que me casei, há cinco anos, eu e minha esposa sonhamos em ter um cantinho, um lugar para chamar de nosso. Três anos se passaram e... a gen-

te pagando aluguel! Até que surgiu a oportunidade de construir no quintal da

casa de minha mãe. A felicidade foi tão gran-de que nos encorajou a ficar mais um tempo no aluguel. O que eu não sabia, apesar de sempre ouvir isso dos outros, é que tocar uma obra é pedir para ter problema. Não à toa, muita gente desiste de construir e compra algo pronto.

Enfrentamos o desafio de partir do zero. Contratamos um en-genheiro, que fez a planta da casa e legalizou a construção, com registro na prefeitura e alvará. Mas eu mesmo contratei a mão de obra; certamente por isso já estamos com o terceiro pedreiro.

No centro de um chão pintado nos quatro cantos, o pintor amador percebe que não tem onde pisar. Quem nunca se viu nessa cena clássica que atire o primeiro pincel. Brincar de engenheiro só pode dar nisso...TEXTO | JORGE FEDOCE

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Nesses dois anos e três meses, pos-so elencar uma série de, digamos, in-conveniências. O pedreiro cometeu vá-rios erros, os piores foram a infiltração na laje, que foi mal batida, e má colo-cação dos encanamentos. O que acar-retou mais gastos, pois tivemos que refazer o serviço. Para piorar, faltou planejamento das etapas de trabalho.

As guarnições das portas, por exem-plo. O segundo pedreiro que contratei se esqueceu de colocar as guarnições antes do reboco das paredes. Conclu-são: tiveram de ser feitas sob medida, pois as de tamanho padrão não se en-caixavam no espaço deixado. Isso, cla-ro, custou muito mais caro. Agora es-tamos na fase mais temida: o acaba-

mento. Todos esses problemas pode-riam ter sido evitados se antes eu ti-vesse tido a conversa com Mário Na-lon de Queiroz, professor da faculda-de de Engenharia Civil, da Universi-dade Federal de Juiz de Fora. Para os leitores da Pleased, ele esclarece, com didatismo, como o processo constru-tivo pode ser otimizado.

1ºpassosonho planejado

Pode parecer óbvio, mas planejar sua obra e saber quanto ela vai custar é indispensável. A estimativa de gastos defi-ne se você terá condições de concluir a casa. Calcular quan-to tempo a empreitada vai durar também evita chateação. Quando fui comprar os pisos e azulejos, por exemplo, foi um susto: não imaginei que fosse tão caro. Tivemos que aceitar a frustração de não ter o revestimento do nosso co-ração – e, sim, o que cabia no nosso bolso. Caso tivesse fei-to um planejamento mais preciso não passaria por isso. O pior é que não sou o único! Uma pesquisa sobre desperdí-cio nos canteiros de obras brasileiros feita pela Universi-dade Federal de Minas Gerais, em parceria com outras 12 universidades, apontou que um dos fatores é a falta de pla-nejamento. Segundo a instituição, nos países desenvolvi-dos, os engenheiros gastam seis meses na elaboração de um projeto cuja construção pode durar apenas 30 dias. No Brasil, ocorre o contrário: trinta dias para definir o projeto e seis meses para executá-lo.

2ºpassoo legal é legal

A presença de um engenheiro durante a obra faz toda diferença! Além de evitar erros que o pedreiro costuma cometer, agilizar o trabalho, tornar a obra mais segu-ra e economizar material, construir sem essa consul-toria é ilegal. É o que define a lei 5194/66, do Conse-lho Federal de Engenharia e Agronomia. Já que o aces-so a um profissional qualificado não é acessível a todos que sonham com a casa própria, o profes-sor diz que existe um projeto adiantado para a criação do serviço de engenharia pública, que fornecerá assistência gra-tuita. “A Engenharia tem um interesse social e de alta complexidade. Se uma obra for mal feita pode colocar em ris-co a vida das pessoas que moram na casa ou daquelas que passam pelo local; enfim, de toda a socieda-de em volta”, alerta Queiroz.

3ºpassomãos à obra

Durante a execução do projeto; ou seja, da fundação ao acabamento, a dica mais importante é: a ordem dos fatores altera – e muito! – o produto final. “Em uma obra comum, as etapas construtivas iniciais começam de baixo para cima: fun-dação, levantamento das paredes e assentamento da laje. Depois, o processo se inverte, e o mais lógico é fazer o acabamento de cima para baixo”, explica Quei-roz. Por exemplo, faz-se o revestimento da laje e depois o da parede; mas entre as duas etapas é preciso colocar as esquadrias (guarnições de portas e as jane-las). A pintura deve ficar por último, depois da colocação dos pisos.

VIDA REAL

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Pleased - Engenharia & Construção | 35

o legal é legal

Faça uma economia esperta: mate-rial de má qualidade e mão de obra inexperiente rimam com “o barato que sai caro”. O motivo? Costumam gerar erros de execução, mau uso de ferramentas, desperdício de mate-rial e necessidade de refazer traba-lhos. A soma de um bom engenheiro (ou uma construtora), fornecedores e equipe confiável é a única equação que garante qualidade.

Aproveite a sombra de árvores e es-colha bem como posicionar a casa para aproveitar a luz natural e a ventilação. Se o fundo de seu lote está voltado para o sul e os quartos

ficam desse lado, certamente fica-rão mais frescos. Mas se a área de lazer também ficar nos fundos, será pouco ensolarada.

Portas e janelas podem ser plane-jadas para aproveitar ao máximo a iluminação e a ventilação naturais. Janelas localizadas em paredes opostas, por exemplo, propiciam a ventilação cruzada.

Fique atento para evitar desperdí-cio de material: isso reduz o impac-to ambiental e preserva seu bolso. Estudos apontam que o desperdício em uma obra chega a 33%. Segundo

pesquisa da UFMG, a construção ci-vil desperdiça 90% das argamassas.

Não pavimentar a área externa da casa é ótimo para absorver a água das chuvas. Em vez de cimento, opte por grama ou jardim, o que ainda ajuda a refrescar e embelezar a casa.

Use madeira certificada de reflores-tamento e não abra mão de verifi-car a procedência. De acordo com o Ibama, mais de 85% das árvores amazônicas são cortadas ilegalmen-te, e metade é usada na indústria de construção civil e moveleira das re-giões Sul e Sudeste.

DICAS PARA UMA OBRA INTELIGENTE

Reformar uma casa pode dar ainda mais dor de cabeça do que construir. Muita gente acha que não precisa contratar um engenheiro e depois se arrepende. É o caso de Renata Hele-na Gomes, auxiliar financeira. Ela e o marido compraram uma casa e resolveram enfrentar uma dívida de 15 anos para sair do aluguel. “Não construímos, pois não era viável comprar um lote.” Mas, para terem a moradia sonhada, investiram em al-gumas intervenções – e já foram três! Uma delas envolvia pin-tura e, por falta da ajuda de um profissional especializado, houve erros na execução. “Eu queria pintar o quarto da minha filha de rosa, e o vendedor me garantiu que seria claro. Na hora de pintar, o cômodo ficou muito escuro. Tivemos que adicio-nar tinta branca para clarear.” Em outro serviço, os pintores orientaram pintar a fachada da casa, feita em chapisco, com pistola. Não deu certo e tudo teve que ser pintado com broxa. “O trabalho, que duraria três dias, durou oito.”

tambémmerece atenção

Reforma

Renata, seu marido e a filha exibem com

prazer a chave e o documento da casa

própria. “Suei a camisa para deixar tudo do meu jeito”

BLU

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HO

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Page 36: Pleased Mag - Engenharia & Construção

CAPA | VALÊNCIA - ESPANHA

A terceira maior cidade da Espanha sofria com enchentes catastróficas do Rio Turia. A solução foi desviar o curso do rio para fora do centro urbano.

Em seu lugar, Valência ganhou um fabuloso parque linear, cuja atração principal consiste em um megacomplexo cultural, coroado pelas

construções futuristas do arquiteto Santiago Calatrava

Page 37: Pleased Mag - Engenharia & Construção

da Ciência

Cidade das

&

TEXTO | RAQUEL RIBEIROFOTOS | JEAN PIERRE VERDAGUER

Page 38: Pleased Mag - Engenharia & Construção

inuoso, arrojado, sensual, orgânico e lúdico. Um design arrebatador, de contornos que lembram conchas, discos voadores, cauda de baleia e até um olho que pisca: erguidos com imaginação, aço, concreto, vidro e dezenas de milhões de ladrilhos hidráulicos. Os edifícios que compõem o imponente complexo arquitetônico e cultural da Cidade das Artes e da Ciên-cia (CAC) — em um trecho do antigo leito do Rio Turia, em Valência — remetem ao mar, ao céu e a um nome familiar aos brasileiros, nosso visionário Oscar Nie-meyer. As referências a seu estilo são claras; assim como as que evocam o inigua-lável catalão Antonio Gaudí, pois todas as estruturas são revestidas por mosai-cos feitos com caquinhos de azulejos brancos, cuja superfície brilhante reflete em mais de 13 mil m2 de translúcidos espelhos d’água.

Santiago Calatrava e Félix Candela, autores do projeto arquitetônico, tra-balharam em estreita parceria com os engenheiros Alberto Domingo e Carlos Lázaro. Afinal, desenhos de cúpulas e coberturas que parecem folhas e asas fi-cariam no papel se não fossem viabilizados pelos árduos cálculos dos auto-res do projeto estrutural dessas obras futuristas. Trata-se de uma imensa ga-

leria a céu aberto, já que o conjunto forma uma obra de arte perfeitamen-te integrada à paisagem. Apenas fla-nar a esmo em torno dessas cons-truções e das amplas piscinas azuis que as adornam já vale uma ida a Va-lência. O passeio pode começar pelo Umbracle — grande jardim coberto por uma estrutura parecida com o es-queleto de uma baleia —, que mistu-ra elementos da vegetação mediter-rânea, valenciana e de países tropi-cais, ganhando novas cores de acordo com a estação do ano. No anexo ex-terno do Umbracle, além de uma bela vista do conjunto arquitetônico e da

SO lugar é o paraíso de fotógrafos amadores e profissionais: para onde quer que se olhe, uma maravilha arquitetônica ou urbanística

implora para ser clicada. Duro é editar centenas de imagens ao voltar para casa...

CAPA | VALÊNCIA - ESPANHA

NEM SÓ DE CRIATIVIDADE SE CONSTROEM OS SONHOSAs imagens mostradas nestas páginas revelam o teor dos materiais usados nas obras

do complexo cultural da Cidade das Artes e da Ciência: vidro temperado, aço, concreto e milhões de caquinhos de azulejos brancos; tudo rodeado de espelhos d’água

Page 39: Pleased Mag - Engenharia & Construção

área verde do entorno, há o Paseo del Arte, onde acontecem mostras sazo-nais de arte contemporânea, e o Jar-dín de Astronomía, que expõe diver-sos modelos de relógios de sol – uma pequena, porém insinuante, amostra do que o visitante encontrará no Mu-seu da Ciência, logo em frente.

Entrar em cada construção, claro, é outra viagem. Em especial, no Oce-anogràfic, conhecido por ser o maior aquário da Europa, com 45 mil ani-mais de 500 espécies. Seus dez pavi-lhões temáticos são dedicados aos bio-mas marinhos e reservam grandes surpresas, como as águas-vivas e me-

dusas que parecem emitir luzes colo-ridas, o ancestral caranguejo-aranha gigante ou a doce e majestosa baleia beluga. Para ela e outros seres do Ár-tico foi criada uma grande cúpula em forma de iglu, onde se reproduzem as condições naturais da gélida região polar. Atravessar túneis submarinos de vidro e se ver rodeado por arraias, tubarões e centenas de peixinhos é ou-tra experiência inesquecível, a ser lon-gamente aproveitada. Melhor do que sentar nos bancos que permeiam o tú-nel para apreciar a vista, só mesmo dormir lá dentro! Um programa edu-cacional valenciano, inspirado no fil-

me Uma Noite no Museu, recebe grupo de crianças ou famílias para passar a noite sob a rica fauna marinha.

Entre as espécies que represen-tam todos os mares, merece destaque o clã dos leões-marinhos: observar seus hábitos nos lembra como a vida é primorosa. O Oceanogràfic, aliás, inspira o cuidado pelos inúmeros se-res que habitam as águas da Terra e alerta contra a poluição e a sobre-pesca, prática de captura insustentá-vel que leva à destruição de hábitats e compromete a existência de diver-sas espécies. Como forma de educa-ção ambiental, há em alguns pontos

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do percurso esculturas feitas com su-cata encontrada no mar. Destoando desse princípio de respeito e cuidado com a vida marinha, o show de golfi-nhos decepciona. Como se estivésse-mos em Miami, os animais são con-finados, condicionados e exibidos em um ambiente ensurdecedor: nos al-to-falantes, um funk carioca altíssi-mo, daqueles com letras ofensivas de cunho sexual, era intercalado pela voz de um apresentador histérico. Vai entender esses espanhóis...

O restaurante Submarino é outra laureada atração do lugar. Com arqui-tetura à la Niemeyer, cardápio mira-

bolante e preços pouco convidativos, enormes e ricamente iluminados aquá-rios substituem as janelas e proporcio-nam aos privilegiados comensais um panorama espetacular. Um restauran-te mais em conta e uma lanchonete completam o pacote, para quem prefe-re ou precisa gastar menos.

Vizinho ao Oceanogràfic, o Mu-seo de las Ciencias Príncipe Felipe traz, em uma área de 26 mil metros quadrados, um mundo de experimen-tos interativos e exposições relacio-nadas à evolução da vida, da ciên cia e da tecnologia. Instigante, seu lema é “proibido não tocar, não sentir, não

pensar”. Cabines para testar a audi-ção, reconhecer sons, visualizar o ca-lor do corpo, calcular o tamanho do intestino, avaliar a força dos saltos e decifrar ilusões ópticas — exemplos pinçados entre duas centenas de es-tandes — estão à disposição do visi-tante. Você ainda pode se perder em uma sala de espelhos, ser guiado por um robô em um planetário virtual, admirar modelos em tamanho real de projetos de Leonardo da Vinci e des-cobrir como funciona um pêndulo de Foucault com quase 20 metros de al-tura. Tudo com o objetivo de atiçar a curiosidade pelas ciências e fomentar

CAPA | VALÊNCIA - ESPANHA

TOUR PELO OCEANOGRÀFIC Em sentido horário: a praia dos flamingos, sinalização colorida, o pavilhão das aves costeiras, mesa no restaurante Submarino, um leão-marinho bebê sendo amamentado e panorama do túnel dedicado às espécies do Atlântico

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TURIA, O RIO QUE VIROU PARQUEA Cidade das Artes e da Ciência ocupa apenas uma fração do Jar-dín del Turia, uma área com 7km de extensão transformada em parque urbano em 1986. Ali era o leito do Rio Turia, desviado em 1957 após uma enchente catastrófica. O Jardín cruza a cidade do Oceanogràfic até o Bioparc — um zoológico sem cercas onde os animais circulam e convivem em áreas que imitam seus hábitats. Ao longo do parque, uma infinidade de fontes, monumentos, pistas de cooper e bike, quadras de todo tipo de esporte, estações de fitness, playgrounds e o sensacional Parque Gulliver: um gigan-te de concreto que serve de brinquedo para crianças subirem, descerem e escorregarem. Bem bolado, organizado e grátis!

o espírito crítico e investigador. Le-vando o conhecimento pelo caminho que une diversão e interação, o mu-seu recebeu mais de 29 milhões de vi-sitantes desde sua inauguração, em 2000, segundo o site oficial.

Uma edificação arredondada com área construída de 37 mil m2, mais de 70 metros de altura e um inusitado jardim suspenso, por onde se chega por elevadores panorâmicos ou esca-das: eis o Palau de las Arts Reina So-fía, que abriga quatro auditórios para apresentações de ópera, teatro e mú-sica, com capacidade total para 3.700 pessoas. Por dentro, majestoso. Por

fora, curioso: é impossível não se in-trigar com a cobertura de 230 me-tros, em forma de pena e feita de con-creto, que parece flutuar suspensa so-bre a estrutura principal! Na verdade, ela faz parte dos monumentais su-portes estruturais da obra, mas o fato é que parece querer voar...

Completam a fantástica Cidade das Artes e da Ciência os edifícios Ágora e Hemisfèric. O primeiro é um gigantes-co ginásio concebido para realização de eventos esportivos, cuja cobertura de aço parece uma concha — em dias de clima ameno, as duas metades po-dem se abrir como uma ostra.

A cereja do bolo é o Hemisfèric.Uma engenhosa estrutura de vidro e aço, em forma de olho, abriga um auditó rio esférico reluzente, que fun-ciona como planetário e sala de cine-ma iMax 3D, onde são exibidos filmes e documentários. Para completar, um sistema hidráulico colossal levanta as “pálpebras” da estrutura de vidro, criando o genial efeito de um olho aberto. Enfim, seja você um aman-te da arquitetura, da música, das ar-tes plásticas, do paisagismo, das ci-ências, dos animais marinhos ou da pura diversão, essa “cidade dentro da cidade” tem tudo para agradar!

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ARQUITETURA POLÊMICACalatrava criou uma nova linguagem e provocou uma revolução técnica na arquitetura. Em Valência, valorizou a cidade e passou a atrair milhares de turistas. Nem por isso a Cidade das Artes e da Ciência e outros de seus audaciosos projetos espalhados pelo mundo, como o MUSEU DO AMANHÃ, no Rio de Janeiro (a ser inaugurado em 2015), ou o Complexo Olímpico de Atenas (Grécia), deixam de ser alvo de polêmicas. Muitos críticos osconsideram extravagantes, pouco funcionais e, sobretudo, absurdamente caros. Mas que graça teria a engenharia sem a ousadia dos arquitetos?

DOMANDO O GÊNIO INDOMÁVELAlém do prejuízo de R$ 10 milhões pelas falhas no projeto do Palau de las Arts, em Valência, o escritório de Calatrava protagoniza processos judiciais por problemas estruturais ou falhas de planejamento em diversas cidades do mundo. Em Oviedo, na Espanha, a justiça pede R$ 10,6 milhões como indenização pelo desabamento de um centro de conferências. Uma vinícola em Ávala (também na Espanha) quer reaver R$ 6,4 milhões em prejuízos causados por um vazamento no telhado. Em VENEZA, ITÁLIA, R$ 1,5 milhão já foi gasto para reparar o acabamento de uma bela, porém perigosa, ponte: os transeuntes sofrem acidentes por causa do revestimento feito com tijolos de vidro, escorregadios demais.

A JOIA DA COROA ou “O CARO QUE ACABOU SAINDO BEM MAIS CARO”:

O Palau de las Arts Reina Sofía, construção mais suntuosa do complexo, recebeu um

revestimento em mosaico feito com MILHÕES DE CAQUINHOS DE LADRILHOS.

Poucos anos depois de pronto, partes do mosaico começaram a despencar (em plena

véspera do Natal de 2013), provocando a interdição total do edifício. Agora, a

cobertura será inteiramente substituída por placas de alumínio, ao custo de 10 milhões

de reais e pelo menos três óperas adiadas...

QUANDO O SONHO VIRA PESADELO

CAPA | VALÊNCIA - ESPANHA

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PANORÂMICAS

Quando os arquitetos esbanjam criatividade em projetos visionários, cabe aos engenheiros o desafio de tirar a obra do papel...

engenhariamaravilhas da

moderna

TEXTO | RAQUEL RIBEIRO

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Desde o surgimento das primeiras civilizações, insistimos em cruzar mares, geleiras e desertos; criamos artifícios para contornar rochedos, atravessar monta-nhas e empilhar pedras para atingir o céu. Com o tempo, inventamos a engenharia para le-var a cabo projetos cada vez mais mirabolantes. Hoje, povoamos o mundo com obras arro-jadas, futuristas, audaciosas, intrigantes e belas, que desafiam a natureza, as leis da física e até o bom senso. Conheça e surpreenda-se com dez construções que superaram dificuldades topográficas, climáticas ou tecnológicas, aliando investimentos estratosféricos, inventivi-dade, milhares de trabalhadores e tremendos esforços de engenharia.

MUNDO ARTIFICIAL - The World Islands e Palm Islands, Dubai - Emirados ÁrabesToda edificação é um desafio à natureza, tanto que a maioria é erguida com materiais duráveis como cimento e aço. Por isso, as ilhas artificiais dos Emirados Árabes talvez sejam a obra mais desconcertante do planeta. Imagine uma estrutura no meio do mar em que poderosas dragas tiram areia do leito oceânico e a depositam em camadas, adicionando uma ca-mada de pedras e duas de rochas com até seis toneladas cada. A disposição das rochas, encaixadas por guindastes, é calcu-lada por GPS, garantindo o complexo formato das ilhas. Para reduzir o impacto das ondas, milhões de toneladas de rocha e areia formam os quebra-mares que rodeiam os arquipélagos mais famosos: o singular mapa mundi The World e as Palm Is-lands com forma de palmeira. Dubai ganhou, além de admiradores, centenas de quilômetros adicionais de orla para cons-truir hotéis de luxo, balneários residenciais, marinas, restaurantes, centros comerciais e parques temáticos.

engenhariamoderna

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DOVERDOVER

CALAISCALAIS

FRANÇAFRANÇA

INGLATERRAINGLATERRA

FOLKESTONEFOLKESTONE

TRAJETO DO EUROTUNNEL

PAZ SOB O MAR - Túnel sob o Canal da Mancha, França/Inglaterra

Napoleão já sonhava, no séc. XIX, com um projeto de túnel ligando a França à In-glaterra, mas os ingleses tinham receio de que isso facilitasse uma invasão. Em 1987, os países se acertaram e deram início à obra, que usou uma tecnologia de exploração de petróleo para identificar o tipo de solo e poder calcular fundações firmes. Os engenheiros também contaram com sonares, radares, explosões de dinamite e um equipamento de oito metros de diâmetro chamado TBM (em in-glês, Máquinas Perfuradoras de Túneis). O túnel foi sendo cavado, entre 40 e 75 metros abaixo do leito do mar, por ingleses e franceses ao mesmo tempo. Quan-do as máquinas de escavação se encontraram, verificou-se que os túneis esta-vam quase perfeitamente alinhados: um prodígio de precisão. A terra retirada dos túneis foi levada para a superfície e serviu para ampliar áreas litorâneas: só a Inglaterra ganhou quase 370 mil metros quadrados.

PROTEÇÃO SE APRENDE DE MIL MANEIRASNa área acadêmica, a segurança do trabalho abrange uma cadeira multidisciplinar que inclui de Higiene e Medicina do Trabalho à Proteção contra Incêndios e Explosões, pas-sando por Psicologia na Engenharia de Segurança, Ergo-nomia e Iluminação. Especialistas nesta área trazem para a Engenharia Civil maior valorização das relações humanas e, por tabela, aumento da produtividade.

ESTRADA SOBRE AS ONDASOverseas Highway – Flórida/EUA

Um arquipélago tropical de 1.700 ilhas nosul da Flórida já teria um charme natural, mas ganha em tecnologia e modernidade ao ser alinhavado por uma rodovia que parece flutuar sobre o mar esverdeado. A Overseas liga Florida Keys ao continente e as ilhas entre si. O tour pelos 205,2km de estrada inclui vista abençoada e a chance de ver peixes, arraias e golfinhos.

PANORÂMICAS

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MAIS ALTO, MAIS RÁPIDO, MAIS SEGURO - Viaduto de Millau, França

A estrada que ligava Clermont-Ferraud a Béziers era curvilínea, perigosa e conges-tionada. Após estudar diversos projetos, em 1996, o governo aceitou a proposta dos engenheiros Norman Foster e Michel Virlogeux. Feita de concreto e aço, a estrutura recebeu sete pilares de concreto armado com altura entre 77 e 246 metros. O sistema de cabos suporta oito grandes vãos: os centrais medem 342 metros e os das extremi-dades, 204 metros. Inaugurado em 2004, com 2.460 metros de extensão, o viaduto atravessa o vale do Rio Tarn e prima pela segurança.

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TREM NAS ALTURAS - Ferrovia Xining-Lhasa - Tibet/China

O comboio que liga Xining, na província chinesa de Qinghai, a Lhasa, no Tibet, é de alta velocidade e tem cabines pressuriza-das e oxigenadas. Afinal, esta é a primeira ferrovia a atingir essa altíssima região autônoma da China: construída em duas eta-pas, tem quase 2.000km de trilhos e atinge 5.072 metros acima do nível do mar. A ferrovia mais alta do mundo tem também a estação mais alta do mundo, a Montanha Tanggula, a 5.068m. E, claro, tem também uma das mais belas e singulares paisa-gens do planeta! Dá calafrios calcular o desafio de assentar tri-lhos, escavar sete túneis, construir 675 pontes e 44 estações em condições climáticas e topográficas tão extremas. A pior parte foi construir 550km de ferrovia sobre o permafrost – solo rocho-so permanentemente congelado, com trechos pantanosos de-vido ao degelo superficial do verão. Com investimento de US$ 3,68 bilhões, a obra durou cinco anos e contou com mais de 20 mil trabalhadores e dois mil paramédicos.

PANORÂMICAS

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TECNOLOGIA ANTITERREMOTOAeroporto Internacional de Kansai - Osaka, Japão

Em 38 meses, com a mão de obra de 6 mil trabalhadores, foi construído o aeroporto e sua ilha artificial de 1,7km2 em Osaka, no Japão. O maior desafio dos engenheiros foi pro-jetar uma estrutura resistente a terremotos, e eles passa-ram no teste: nenhum dano foi causado, apesar de o lo-cal estar próximo ao epicentro de um forte abalo ocorrido no ano seguinte da inauguração. Apoiada sobre mil esta-cas que atravessam 30 metros através da água, 20 metros de lama e se fixam em 40 metros de rocha, cada uma de-las equipada com um poderoso macaco hidráulico e sen-sores especiais. Se houver qualquer movimento em uma das estacas, ela se autoajusta. O Aeroporto foi escolhido em 2001 como uma das dez obras distinguidas como Mo-numento de Engenharia Civil do Milênio, pela Sociedade Americana de Engenheiros Civis.

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OLHAR SOBRE O ABISMO - Grand Canyon Skywalk, Estados Unidos

Um mirante com piso de vidro temperado reforçado, feito de aço em formato de ferradura. Com três me-tros de largura e 21 metros de comprimento, permite que 120 pessoas caminhem sobre a beira do cânion como se estivessem flutuando no ar. Situado 1.200 metros acima do Rio Colorado, proporciona um ponto de vista único de um dos panoramas mais famosos do mundo. Com 400 toneladas de aço, a Skywalk foi proje-tada para suportar ventos de mais de 160km/h e terremotos de até 8 graus na escala Richter. Apesar da se-gura proteção de vidro laminado com 1,5 metro de altura, nem todo visitante se habilita a olhar para baixo.

ATALHO PRECIOSO - Canal do Panamá - América Central

Não fosse essa passagem aberta na marra, os navios levariam duas semanas para ir do oceano Atlântico ao Pacífico, contornando a América do Sul. Já o “atalho” de 80 quilômetros de extensão é percorrido em até dez horas, dependendo do tráfego. Por ele passam 12 mil navios, cargueiros e transatlânticos por ano, resultando em imensa economia de tempo e dinheiro. O canal, porém, teve seu preço: destruiu ecossistemas e ceifou a vida de 20 mil trabalhadores (vítimas de febre amarela). Sua construção so-freu constantes desmoronamentos de taludes, torrenciais chuvas tropicais e proble-mas políticos, até que os americanos terminassem a empreitada em 1914.

PANORÂMICAS

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TÚNEL EMERGE DO MAR E VIRA PONTEPonte de Øresund, Dinamarca e SuéciaUnindo Dinamarca e Suécia por trem ou carro, a Ponte de Øresund é uma belíssima obra que inovou esse ramo da engenharia. Além de ser a maior ponte rodoferroviária da Europa, metade do trajeto passa so-bre o mar e metade por um túnel submarino! Inaugurada em 2000, foi construída em cinco anos ao custo de US$ 3 bilhões. São cobrados 36 euros de cada carro para atravessar a ponte, que se chama Øresund na Dinamarca e Øresundsbron na Suécia. A estrutura toda pesa 82 mil toneladas, e os dois pilares mais altos atingem 204 metros, entre os quais as embarcações podem passar sem problemas.

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A TORRE QUE TOCA O CÉU - Burj Khalifa, Dubai

Mais uma da coleção de obras megalômanas de Dubai, o Burj Khalifa é o edifício mais alto do mundo (por enquanto!). Para se ter ideia dos números que nortearam a constru-ção, se unidas em linha, as vigas de aço usadas para levantar a torre dariam para ligar o Oriente Médio aos Estados Unidos. Vista de cima, forma uma flor-de-lis com 828m de al-tura e 160 andares habitáveis, superando o Taipei 101 (508m), em Taiwan, e o Petronas Twin Towers (452m), na Malásia. Admirar a cidade a partir do mirante At The Top se tor-nou um disputado programa turístico, ao preço de 27 dólares.

PANORÂMICAS

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Fundação Centro Tecnológico (FCT) de Juiz de Fora é uma entidade civil de direito privado sem fins lucrativos. Seus fundadores são professores da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Juiz de Fora e atuam em diversas áreas da Engenharia Civil, Elétrica, de Produção e Arquitetura e Urbanismo. Sua criação originou-se na necessi-dade inadiável de tornar mais efetivo o relacionamento entre a universidade e as empresas.

Um dos principais projetos da Fundação Centro Tecnológi-co é o Projeto Gepro, criado em 2001 com o objetivo de garan-tir a qualidade das obras executadas por empresas de engenha-

ria ou afins. São realizados serviços de consultoria, projetos de pavimentação, de interseções, acessos, acompanhamento de obras rodoviárias, projetos de drenagem, controle da qualidade dos materiais, especificações de procedimentos de serviços técni-cos, fiscalização in loco das atividades da obra e ge-renciamento de processos construtivos.

O Projeto Gepro ainda gerencia e monitora ro-dovias, faz avaliação da sinalização vertical e ho-rizontal, obras de arte correntes, pavimentação, sistemas operacionais e níveis de serviço, elemen-

Anas obras

De OlhO

Serviços prestados pela FCT/Projeto Gepro

garantem ao cliente mais eficiência na

fiscalização de construções

PARA COLOCAR A MÃO NA MASSAO Projeto Gepro também representa um dos laços que a fundação tem com a UFJF. Entre as ações realizadas em parceria, vale citar os projetos de extensão ministrados no Gepro, onde os estudantes de Engenha-ria, com apoio de bolsas de estudos ou por meio de estágios, têm a chance de prati-car os conceitos adquiridos dentro de sala de aula. Saiba mais no site www.geprofct.com.br ou pelo telefone (32) 3233 2007.

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tos de proteção e segurança. A principal atuação da Fun-dação é nas áreas de Engenharia relacionadas com tecno-logia do concreto, barragens, obras industriais, geotec-nia, pavimentos rígidos e flexíveis.

A equipe técnica hoje é formada pelos coordenadores e engenheiros civis Arnaldo Surerus de Oliveira, Antônio Eduardo Polisseni, Evandro Maia Costa e Luiz Cezar Duarte Pacheco; e por diversos consultores exclusivos de diferentes áreas da Engenharia. Entre as principais características do Projeto Gepro é a sua inclu-são no sistema de gestão da qualidade segundo a norma NBR ISO 9001:2008, certificado pelo ICQ BRASIL para controle tecnológico de solos e concreto desde o ano de 2013.

Obras fiscalizadas pela FCT/Projeto Gepro incluem de barragens a rodovias, passando por drenagens, contenções e pavimentação, entre outros projetos

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Um mundo em

CRIADA EM 1914, a antiga Escola de Engenharia re-cebeu de Clorindo Burnier, seu fundador, o lema Iluminat, Sanat et Civitates inter se Jungit; ou seja, Iluminar, Sanear e Ligar Cidades. Cem anos depois, a faculdade visa muito além dessas metas: investe em tecnologia de ponta e busca formar engenheiros-cidadãos sintonizados com o mundo novo. O PROFESSOR HÉLIO ANTÔNIO DA SILVA, DIRETOR DA FACULDADE DE ENGENHARIA DA UFJF, fala sobre momen-tos históricos e projetos para o futuro.

“Nossa meta não é só formar profissionais de qualidade para um mundo em transformação tecnológica, mas também formar cidadãos críticos da situação política, econômica, social e ambiental de nosso país.”

Pleased (P): O que está previsto para as comemorações do centenário da faculdade?

Professor Hélio (H): Procuraremos os Correios para elaborar um selo come-morativo pela passagem dos 100 anos; criaremos a medalha Clorindo Burnier, para agraciar cem pessoas ou institui-ções de Juiz de Fora, região e do Bra-sil; um baile de gala no dia 22 de agos-to, a ser definido o local e, entre os dias 17 e 24 de agosto, teremos o lançamen-to de um livro contando a extraordiná-ria trajetória da Faculdade de Engenha-ria. Escrito por Geraldo Muanis, esse li-vro mostrará, por exemplo, que a escola teve uma fábrica de equipamentos, que chegou a oferecer um catálogo com 530 equipamentos de precisão, inclusive óti-cos e até equipamentos destinados à aviação. Com tecnologia própria e clien-tes em todo o país, a fábrica, nos anos 1930, praticamente sustentava a esco-la, que ainda não contava com financia-mento público. Foram realmente uns vi-sionários esses engenheiros!

DEZ PERGUNTAS | PROF. HÉLIO ANTÔNIO DA SILVAFO

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(P): Hoje a faculdade oferece onze cursos, cinco especializações, três modalidades de mestrado e dois tipos de doutorado. Novos cursos serão abertos?

(H): Está em avançada discussão a cria-ção de uma modalidade que tem muito a contribuir para o desenvolvimento e crescimento do Brasil: a Engenharia Fer-roviária. Nosso país, de dimensão conti-nental, tem somente 28 mil quilômetros de ferrovias. Os Estados Unidos, por exemplo, têm mais de 300 mil quilôme-tros de ferrovias. A ideia desse curso não é apenas ensinar a construir ferrovias, mas, sim, gerar ciência e tecnologia nes-sa área. Hoje fabricamos vagões e loco-motivas, mas com tecnologia importada. Por isso, a MRS, empresa amiga e parcei-ra, tem enorme interesse no curso.

(P): Há previsão de novas obras de ampliação do departamento?

(H): Sim, temos um projeto, a ser lici-tado, de um prédio de seis andares para expansão da Faculdade de Engenha-ria. E uma biblioteca, da Engenharia e do ICE, de três andares, a ser inaugu-rada nos próximos meses, com 3 mil m2 de área construída, que é um verdadei-ro Centro de Difusão do Conhecimento das ciências e das tecnologias. Moder-na, ampla e planejada para prescindir do uso de ar-condicionado.

(P): Quais os novos equipamentos ou laboratórios da faculdade que merecem ser citados?

(H): Entre as novas tecnologias, des-taca-se a impressão em 3D, que acredi-to ser a responsável pela terceira revo-lução industrial. Ela vai mudar todo o processo produtivo no mundo. A facul-dade adquiriu recentemente um torno CNC, que, em breve, estará funcionando a pleno vapor. Esse torno laminará uma peça, em aço, em alumínio ou outros me-tais, primeiramente desenhada no com-putador. Em um dos laboratórios do cur-so de Arquitetura e Urbanismo, o aluno faz o projeto de uma casa no computador e envia à impressora 3D. Após a impres-são das peças, monta-se a maquete, que pode ser testada em outro laboratório.

OUSADIA, DETERMINAÇÃO E CRESCIMENTODia primeiro de agosto de 1914: é deflagrada a Primeira Guerra Mun-dial. O presidente da República do Brasil, Wenceslau Brás, em função da guerra, fazia difundir o lema: “Parcimônia nos gastos de quaisquer naturezas, quer público ou privado”. Mesmo em tal conjuntura, Clorindo Burnier Pessoa de Mello, mais quatro abnegados, Washington Marcon-des Ferreira, Cristiano Degwuert, Odilon Pereira de Andrade e Asdrubal Teixeira de Souza, fundam, em 17 de agosto do mesmo ano, a Escola de Engenharia de Juiz de Fora. Logo passou a formar engenheiros de “Tra-balhos Públicos”, em um curso que durava três anos. A partir de 1918, o curso para engenheiros civis e eletrotécnicos durava quatro anos. So-mente a partir de 1925, tornou-se de cinco anos. Em 23 de dezembro de 1960, é criada a Universidade Federal de Juiz de Fora, e a Escola de Engenharia passa a integrar, juntamente com mais quatro fa-culdades, a UFJF. Em 1963, em plena fase desenvolvimentista do país, a Elé-trica se emancipa da Engenharia Civil e passa a ter seu próprio curso. Com a grande reforma do Ensino Superior de 1969, são criados, nas universidades federais, os institutos e as faculdades. Nesse ano, a Escola de Engenharia da UFJF passa a se chamar Faculdade de Engenharia da UFJF. Em 1992, é implantado, por iniciativa do Clube de Engenharia de Juiz de Fora, o Curso de Arquitetura e Urbanismo. Em 2000, é criado o Curso de Engenharia de Produção. Em 2008, com a implantação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais pelo Governo fede-ral, mais conhecido como “Reuni”, ocorre a maior expansão da Faculdade de Engenharia, com a criação dos cursos de Engenharia Computacional, em conjunto com o Instituto de Ciências Exatas, o curso de Engenharia Mecâni-ca, o de Engenharia Sanitária e Ambiental e a divisão da Engenharia Elétrica em cinco novas modalidades: Robótica e Automação Industrial, Telecomu-nicações, Energia, Sistemas de Potência e Sistemas Eletrônicos.

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Nesse laboratório, simula-se, com um equipamento chamado heliodon, o movi-mento do sol e, assim, o aluno visualiza a insolação da edificação que ele projetou.

(P): A que se destina a construção atrás do playground do campus?

(H): Um Centro de Ciências que vai abrigar um planetário e atividades in-terativas. A meta é despertar e incenti-var o interesse de crianças e adolescen-tes pelo conhecimento de Engenharia, Biologia, Bioquímica, Farmácia, Astro-nomia etc. No Brasil, quase todas as es-colas têm um local para praticar Educa-ção Física, mas nem todas têm um la-boratório de ciências para os alunos se divertirem e desenvolverem a criativi-dade. Meu sonho é ver em nossa cidade um Parque de Diversão voltado à Ciên-cia e Tecnologia, como o Vilvite, implan-tado na cidade de Bergen, na Noruega, e a Fundação Catavento, em São Paulo.

(P): Que projeto recente da faculdade fez diferença na vida dos juiz-foranos?

(H): O plano de drenagem na Zona Norte, realizado para a Prefeitura. As-sim que forem executadas as ações su-geridas nesse plano, serão evitados ala-gamentos na região. Por solicitação da Prefeitura, uma equipe multidisciplinar foi formada, e mapeamos toda a área de risco da cidade. Outro projeto interes-sante – e pioneiro no Brasil – é a criação de um curso de extensão gratuito des-tinado a pedreiros, marceneiros e aju-dantes de obra. O objetivo é dar opor-tunidade de qualificação para essa mão de obra, hoje tão despreparada. Ao tra-balharmos o conceito de qualidade, te-remos, com certeza, um impacto na me-lhoria das construções; e na vida dessas pessoas, pois haverá aumento de renda. Esse curso, desenvolvido pela faculda-de, tem apoio do Sinduscon.

(P): Como a faculdade pode ajudar Juiz de Fora a crescer de forma planejada?

(H): Para melhorar a mobilidade urba-na, é preciso investir em mais corredo-res de ônibus, BRTs, e VLTs (Veículos Leves sobre Trilho), além da implanta-ção de metrô. Temos o Departamento de Transporte e Geotecnia para aten-der a esta área. Dentro desse contexto, encaixa-se a modalidade de Engenharia que queremos implantar, a Ferroviária. A Faculdade de Engenharia ainda ofere-ce, no curso de Arquitetura e Urbanismo, disciplinas sobre mobilidade urbana e acessibilidade; sendo que os profissionais da Arquitetura, junto com a Prefeitura, trabalham nas diretrizes do “Desenho Universal”. Esse conceito surgiu após a Revolução Industrial, na Inglaterra, no fim do século 19, e foi desenvolvido com mais ênfase por arquitetos da Universi-dade da Carolina do Norte, nos EUA. Re-sumindo, o conceito de Desenho Univer-sal é a criação de ambientes e produtos a serem usados por todas as pessoas (e não apenas ao “homem padrão”).

(P): Nosso prefeito é engenheiro, formado na UFJF. Isso facilita o diálogo com a Prefeitura?

(H): Temos uma estreitíssima relação com esta e com todas as prefeituras ante-cedentes. Comecei meu mandato em ju-lho de 2010, durante a administração de Custódio Mattos. Por ser amigo da facul-dade e desenvolvermos vários projetos, por diversas vezes esteve em nossa que-rida faculdade. O atual, Bruno Siqueira, com pouco tempo de mandato, perdi a conta de quantas vezes já esteve conosco. Aliás, a Faculdade de Engenharia tam-bém tem estreitíssima relação com todas as entidades representativas da socieda-de civil de Juiz de Fora, como o SINDUS-CON; ADJFR; SENGE, CREA, Clube de Engenharia, Centro Industrial etc.

(P): A construção civil provoca im-pacto ambiental. Como a faculdade aborda o assunto?

(H): Temos o curso de Engenharia Am-biental, e o tema é trabalhado em to-das as especializações com o objetivo de minimizar esse impacto. Os alunos são orientados a usar materiais ecológicos e dar destino adequado aos resíduos. Mas a questão crucial é o planejamento: um projeto bem feito é o melhor caminho para reduzir o impacto ambiental.

(P): Como o senhor avalia o aluno que está saindo da faculdade?

(H): Hoje, no Brasil, há mais de du-zentas modalidades de Engenharia e um amplo mercado de trabalho, mas se o profissional não estiver antena-do com as novas tecnologias, se não in-vestir em uma educação continuada, ele vai ficar de fora. Por isso digo que nossa faculdade está formando enge-nheiros generalistas para os próximos 50 anos: oferecendo excelentes labo-ratórios e aliando conceitos e conhe-cimentos para que o aluno tenha uma base sólida. Nesses últimos cem anos, aprendemos a formar não só enge-nheiros e arquitetos de qualidade, mas também cidadãos críticos da situação política, econômica, ambiental e social de nosso país. Tendo em vista que a UFJF tem, entre as suas cláusulas pé-treas, a missão de civilizar e humani-zar a terra, o segundo objetivo, que é formar cidadãos, talvez seja mais im-portante que o primeiro.

DEZ PERGUNTAS | PROF. HÉLIO ANTÔNIO DA SILVA

“Em 2008, a faculdade contava com 280 vagas; hoje são quase 700, 154 professores, 48 TAEs e mais de 4.200 alunos, além de três cursos de mestrado, dois de doutorado e cinco de especialização lato sensu.”

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f lora original O caminho para a

regularização ambiental do seu empreendimento

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www.floraoriginal.com.br | f: 32 3082-8464 | [email protected]

A CONSTRUÇÃO CIVIL É UMA das atividades que mais causam im-pactos no meio ambiente, devido ao alto consumo de matérias-primas, como mi-nérios, areia, terra e água. Com falhas de planejamento e alto índice de desperdí-cio de materiais, o setor é responsável por cerca de 60% dos resíduos sólidos pro-duzidos pelos centros urbanos brasileiros. Para reverter esse quadro, construções sustentáveis que respeitem a legislação ambiental são a melhor solução. Empresas comprometidas com a preservação de recursos naturais são mais bem vistas pela sociedade e agregam valor a suas marcas e produtos. Como sempre surgem novas regras e legislações na área de meio ambiente, o serviço de con-sultoria ambiental está em pleno crescimento e vem sendo cada vez mais pro-curado por empresas, instituições e governos. Seu principal objetivo é avaliar os impactos que um projeto pode causar no solo, no ar, na água e na biodiversi-dade do local e de seu entorno. A Flora Original Consultoria em Meio Ambiente oferece consultoria técnica especializada às pessoas físicas e jurídicas que pre-cisem se adequar às disposições previstas na legislação ambiental, seja ela em âmbito municipal, estadual ou federal. Composta por profissionais das mais diversas áreas como Ciências Biológicas, En-genharia Florestal e Geografia, a equipe multidisciplinar da Flora Original está ha-bilitada a desenvolver os estudos necessários para a obtenção de licenças ambien-tais, bem como o acompanhamento junto aos orgãos de fiscalização ambiental. Em Juiz de Fora e nas cidades vizinhas, a empresa realiza o licenciamento ambien-tal para todas as fases do empreendimento: instalação, ampliação e operação.

SERVIÇOS PRESTADOS• Gestão e Acompanhamento Ambiental de Obras Urbanas• Estudos e Relatórios de Impacto Ambiental (EIA/RIMA)• Plano de Controle Ambiental (PCA)• Relatório de Controle Ambiental (RCA)• Relatório de Avaliação de Desempenho Ambiental (RADA)• Plano Básico Ambiental (PBA)• Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD)• Outorga para Uso de Água e Cadastro de Uso Insignificante (IGAM/ANA)• Elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos• Estudos e Projetos de Relação Empresa-Comunidade

PUBLICIDADE EDITORIAL

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MODELO

Você já se imaginou vivendo em uma comunidade, onde todo o ciclo de produção de bens

materiais, alimentos e serviços fosse autossuficien-te? Saiba que muita gente em busca de uma vida mais

saudável, leve e em harmonia com a natureza imagi-nou. E já está vivendo assim! Estamos falando das eco-

vilas, conjuntos de moradias baseadas em uma visão ecológica, social e espiritual. Herdeiro do movimento hip-

pie, o conceito surgiu na Europa, em 1991, após a realiza-ção de uma pesquisa para identificar os melhores exemplos

de comunidades sustentáveis ao redor do mundo.

Baseada em princípios da permacultura, usando técnicas de bioconstrução,

essa nova-velha forma de viver em comunidade vem

ganhando cada vez mais adeptos. E moradores!

TEXTO | LOUISE VIANELLO

sustentável

COMPORTAMENTO

60 | Pleased - Engenharia & Construção

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Hoje os tipos de ecovilas variam de acordo com cada cultura local, mas os princípios são os mesmos e incluem em sua organização práticas como: produ-ção orgânica de alimentos; utilização de sistemas de energia renovável; uso de materiais de baixo impacto ambien-tal nas construções; economia solidá-ria, cooperativismo e rede de trocas; educação transdisciplinar e holística; preservação de ecossistemas; respeito

às espécies nativas; comunicação co-munitária; ativismo global e local.

Um lugar que segue à risca es-sas premissas é a Clareando, em Pira-caia (a 100km de São Paulo). Lá as re-gras são bem definidas e há consulto-ria constante de seu idealizador, o en-genheiro agrônomo Edson Hiroshi. A primeira árvore plantada foi em parce-ria com Sandra Mantelli, advogada, es-posa e, desde 1999, parceira de Hiroshi

na empreitada. “A venda de lotes é feita por nós até hoje; e não se trata de mera negociação comercial e, sim, da adesão a um conceito. A pessoa vem nos visi-tar, conhece o local, o projeto, as regras e só depois passamos a falar em vendas propriamente ditas”, conta Sandra. “A Clareando é mais que uma comunidade que investe e constrói nos lotes forneci-dos, é um sonho colocado em prática”, complementa Hiroshi.

sustentávelPleased - Engenharia & Construção | 61

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Com vinte e três hectares, sendo dois de mata nativa, quatro nascentes e muitas araucárias, o espaço já con-ta com uma boa infraestrutura. Cada família constrói sua casa baseada em princípios de bioconstrução e assume alguma atividade em grupo, ligada à permacultura, apicultura, construção com materiais alternativos, entre ou-tras. Com o tempo, os idealizadores da Clareando perceberam que não é nada fácil manter uma ecovila funcio-nando. Por isso, criaram uma associa-ção de moradores com a intenção de reger de forma conjunta aquilo que sempre buscaram. Com reuniões se-manais, unem forças e traçam o que é definido por muitos como a “constru-ção de um novo mundo”.

CONSTRUÇÃO PLANEJADA Para que as moradias causem me-

nos impacto ambiental, todas contam com sistemas de captação de água da chuva e tratamento de esgoto, e algu-mas com telhado verde, que nada mais é do que o uso de vegetação na cober-tura das construções. Isso fornece isola-mento acústico e térmico.

Tijolos comuns liberam muito ca-lor e carbono no meio ambiente, por

isso construções em ecovilas devem ser com tijolos ecológicos ou de ado-be. Feitos de terra crua, água e palha, e moldados por processo artesanal ou semi-industrial, agridem bem menos o planeta. Também são utilizados pau a pique, estrutura de toras de eucalip-to, acabamento em “terraesterco”, pin-tura de “terracal”, forros térmicos de lona, bambu e vidros reaproveitados.

O interior das residências tam-bém traz novidades, como o “banhei-ro seco”. Impossível imaginar uma descarga sem água, não é? Mas pode acreditar, existe e funciona! A descar-ga comum leva 10 litros de água lim-pa, fezes e urina; que acaba se mistu-rando à água que sai do chuveiro, pias e tanques, formando um absurdo vo-lume de esgoto e um insensato dis-pêndio de água. Em todos os modelos de banheiro seco, em vez de encana-mentos hidráulicos, há duas câmaras de compostagem, que armazenam os resíduos até que se transformem em composto. Após esse processo, os de-jetos são retirados e levados para um minhocário, onde vira húmus. “O ba-nheiro seco foi criado para promover o uso racional da água e, ao mesmo tem-po, aproveitar os resíduos sólidos, evi-

“A vida em comunidade écomo fazer parte de uma grande família: só é possível se houver muita meditação; caso contrário, a tendência é o ego dominar e a discórdia se disseminar”KASHI DHYANI

SAIBA MAIS: www.anandamarga.org.br www.ipemabrasil.org.br

www.idhea.com.brwww.comuntierra.orgwww. pachamama.com

gen.ecovillage.orgwww.purayoga.com.br

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tando a contaminação do meio am-biente. A tecnologia é louvável por fe-char um ciclo natural”, afirma Giulia-na Capello, jornalista ambiental espe-cializada em construções sustentáveis e autora de Meio Ambiente & Ecovilas. Ela optou por construir um banheiro seco em sua casa na Clareando. Aliás, usou várias técnicas de bioconstrução, que refletem os princípios que adota em seu cotidiano: conexão com a na-tureza, simplicidade voluntária e con-sumo responsável.

DECISÕES POR CONSENSOO Brasil tem várias ecovilas acon-

tecendo, e algumas em formação, na Chapada dos Veadeiros, em Goiânia, Campinas, Porangaba, Rio de Janeiro, Liberdade e até bem perto de Juiz de Fora, no município de Belmiro Braga. Em torno de 25 pessoas, vindas de di-versas partes do Brasil, de Porto Rico, Filipinas e até da Índia, moram na Fa-zenda Ananda Kiirtana, em uma bela área de 220 hectares. Apesar de não usar o termo “ecovila”, a comunidade segue esses princípios ao ter por base a “unidade mestra”. Esse conceito, de-senvolvido por Srii Srii Anandamurtii nos anos 1950, “concretiza na vida co-munitária as práticas socioespirituais para o alcance da autorrealização e ser-viço à humanidade”, explica Marcela de Marco Sobral, uma das moradoras.

Ali as decisões são tomadas em processos participativos. Cada um tem sua responsabilidade – e trabalho é o que não falta! A comunidade plan-ta no sistema agroflorestal, produz pães, leite e mel, faz compras coleti-

vas, atende a crianças de uma comu-nidade vulnerável na Escola Sol Nas-cente e está aberta ao mundo.

“Nós ainda não somos totalmente autossu ficientes, mas essa é a meta”, diz Marcela. Todo domingo tem me-ditação, seguida de almoço vegetaria-no colaborativo e, às vezes, palestra, yoga, retiro dirigido, curso de detox e alimentação crudívora. E sempre acontecem atividades para crianças. Quem quiser passar alguns dias pode ficar no alojamento e participar do cotidiano da comunidade. Vale res-saltar que ali não entra carne, bebida alcoólica, cigarro ou drogas. “Apesar de não seguir uma religião, a espiri-tualidade está presente como pano de fundo, na expansão do ser e da comu-nidade”, resume Marcela.

O estilo de vida alternativo tem atra-ído várias pessoas ao redor do mundo, cansadas de correria, consumismo, vio-lência e individualismo que permeiam as grandes cidades. Caso de Kashi Dhya-ni, dona de um restaurante vegano na região de Visconde de Mauá, entre Rio e Minas. Ela nasceu vegetariana, cres-ceu em contato com a natureza e é, des-de oito anos de idade, discípula de Osho (irreverente mestre espiritual indiano que conquistou o ocidente). Em busca de “conhecimento espiritual”, chegou à Ecovila PachaMama, na Costa Rica. Situada em um paraíso ecológico, com belas matas preservadas, praias e vul-cões, a comunidade, liderada pelo is-raelense Tyohar, oferece retiros de si-lêncio, meditações, cursos de yoga, je-juns de desintoxicação, inúmeros cur-sos holísticos e rituais xamânicos em clima de música, dança e celebração. Seus residentes vieram de Israel, Gré-cia, EUA, Alemanha e de outros paí-ses. “Fui para passar três meses e aca-bei ficando quatro anos”. De lá trou-xe conceitos da alimentação crudívo-ra (conhecida como raw food) e delicio-sas receitas. Kashi acredita que a vida em comunidade é como fazer parte de uma grande família, mas que isso só é possível se houver muita meditação; “caso contrário, a tendência é o ego do-minar e a discórdia se disseminar”.

Atividade para crianças na Fazenda Ananda Kiirtana, pertinho de Juiz de Fora

Casa sustentável na Ecovila Clareando, em Piracaia, a 100km de São Paulo

PRÁTICAS ANTIGAS, TÉCNICAS MODERNAS Os idealizadores e moradores de ecovilas estão formando uma rede de trocas de ex-periências, usando desde a web até a opor-tunidade de vivências, encontros e mes-mo conferências, promovidas pela Rede Global de Ecovilas - GEN. E contam com a oferta de cursos para colocar em prática seus ideais, como os oferecidos pelo Idhea (São Paulo) e pelo Ipema (Ubatuba), am-bos no estado de São Paulo. O interessan-te nesses cursos, pautados pelas diretrizes da bioconstrução e da permacultura, é que descobrimos que conhecimentos ances-trais, como o pau-a-pique, são adaptados às modernas tecnologias. E esse casamento dá muito certo!

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foraA

JOGAR

o planejar uma construção sustentável, logo vem em mente o uso de placas de aquecimento solar, de cisternas para reapro-veitar a água da chuva e de um sistema planejado para tratamento de efluentes. De-pois, durante a construção, é comum pensar em tijolos, telhas, tintas e revestimentos ecológicos. Finalmente, quando nos mudamos para a casa nova, incluímos na rotina a separação do lixo reciclável e o cuidado para não desperdiçar água e energia elétrica. Claro que todos esses procedimentos fazem a maior diferença no uso consciente de recursos naturais e na economia doméstica. No entanto, um fator crucial costuma fi-car de fora: dar destino correto aos resíduos orgânicos. Apesar de representarem mais de 60% do chamado lixo comum, os restos de alimentos e podas de jardim quase nun-ca são separados e processados. Mesmo pessoas habituadas a enviar plástico, metal, papel e vidro para reciclagem em geral não sabem o que fazer com o orgânico.

Se até a sucata da indústria espacial polui

e congestiona a órbita terrestre, conclui-se

que não existe “jogar fora” quando se trata de

resíduos. Se não há como se livrar do lixo, melhor

repensar esse conceito

SUSTENTABILIDADE

TEXTO | RAQUEL RIBEIROILUSTRAÇÕES* | ORLANDO PEDROSO

* ILUSTRAÇÕES DO LIVRO A FUGA DAS MINHOCAS, DE RAQUEL RIBEIRO - ED. ALEXANDRIA

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Separados, os resíduos orgânicos

podem virar húmus, adubar

hortas e fomentar a segurança alimentar.

Misturados ao material reciclável

e ao lixo tóxico, com certeza vão virar uma massa

fétida de impacto ambiental e social,

que agrada somente aos insetos...

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O Brasil, infelizmente, não tem políticas oficiais para recolher e apro-veitar as sobras orgânicas: sem trata-mento, esse rico material se mistura a outros resíduos, criando a desagra-dável e impactante massa que vai pa-rar nos lixões. Individualmente, po-rém, cada um pode dar conta de qua-se 100% do lixo que produz. Como? Usando um modelo de composteiro doméstico adequado ao espaço e esti-lo da casa. Trata-se de miniusinas que produzem húmus (adubo natural) a partir de restos orgânicos. A maioria dos modelos à venda conta com a aju-da de minhocas para esse trabalho – e elas já vêm incluídas no kit! É o caso dos produtos da Morada da Floresta,

portação e correio (http://www.natu-remill.net). O uMi é um modelo nacio-nal mais barato, em fase de aprovação de patente junto ao INPI – logo entrará em produção e tem tudo para conquis-tar o mercado (http://www.umicom-postagem.com.br).

Já quem dispõe de um quintal grande ou mora em sítio pode optar por um composteiro sem custo. Trata--se da “leira”, o tradicional buraco que se faz na terra para depositar resídu-os orgânicos, e do monte (ou pilha). Povos de todos os cantos do mundo têm esse hábito desde que o homem dominou a agricultura! Um mode-lo um pouco mais sofisticado, porém mais prático, é o divulgado pelo biólo-

Minhocasa ou Cadico Minhocas, pe-quenas empresas que produzem e dis-tribuem, em todo o Brasil, modelos feitos com engradados (ou baldes) de plástico empilhados. Quanto maior a pilha, maior a capacidade de compos-tagem, tanto que se vendem kits para escolas, restaurantes, fábricas etc.

E quem mora em apartamento pe-queno, como resolve o problema? Para esse público (e para quem não tem tem-po ou vontade de lidar com terra), exis-te um modelo elétrico, parecido com uma máquina de pão, a ser acoplado embaixo da bancada da cozinha. Chi-que, simples, eficiente, porém caro. Nos Estados Unidos, custa entre 249 e 349 dólares, sem contar taxa de im-

“No Brasil, um dos maiores obstáculos, se não o maior, para a difusão acelerada da compostagem urbana é a máquina pública.”

JOAQUIM MOURA - EDUCADOR AMBIENTAL

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go Luiz Toledo, um “louco pelo lixo”: o decomposteiro por aeração espontâ-nea, um sistema fechado, onde os res-tos orgânicos são acondicionados em recipientes (que podem ser feitos dos mais diversos materiais) que contam com tampa, porta para retirada do composto e tubos para aeração que permitem ao oxigênio circular duran-te a compostagem. Ganha da leira em termos estéticos, eficiência e segu-rança, pois conta com telas que im-pedem a entrada de insetos e outros animais, cuidado fundamental quan-do se processam grandes volumes e/ou restos de carnes.

Uma alternativa intermediária é o sistema de composteiros cilíndricos

(veja box). Essa compostagem vertical com tela de alambrado é fácil de usar e baratíssima para instalar. Joaquim Moura, educador ambiental e mora-dor da região turística de Visconde de Mauá (RJ), promove seu uso, es-truturando o trabalho, controlando os volumes e desenvolvendo detalhes (como a tampa, o tubo central de ae-ração ou o elástico para evitar que as tampas voem). “O modelo faz parte do ‘método Reduzo o Lixo’, que busca sensibilizar os órgãos públicos através do treinamento de seus gestores de educação ambiental, limpeza urbana e coleta de lixo, além do esforço de en-volvimento da comunidade. Tudo que nossos funcionários públicos detes-tam... No Brasil, um dos maiores obs-

táculos, se não o maior, para a difu-são acelerada da compostagem urba-na é a máquina pública. O ‘Reduzo o Lixo’ é a combinação de elementos fí-sico-estruturais, com elementos con-ceituais ‘informacionais’ e intelectu-ais”, explica Joaquim.

Enfim, a compostagem dá destino nobre aos restos orgânicos e reduz o impacto dos aterros sanitários, pois a mistura de resíduos secos com os úmi-dos forma o tenebroso chorume. Féti-do e 300 vezes mais poluente que o es-goto doméstico, ele contamina o solo, os rios e lençóis freáticos. Por outro lado, quando é recolhido em um pro-cesso controlado de compostagem, vira um poderoso fertilizante e um de-fensivo agrícola natural.

BONS EXEMPLOS PARA ADMIRAR E COPIARNa Alemanha, a coleta é cobrada de acordo com o peso dos detritos recolhidos nas residências. Isso incentiva a reciclagem e a compostagem.

A prefeitura de Nova York separa papel, metal e vidro há mais de 20 anos e agora tem um projeto para solicitar ou, futuramente, exigir que moradores coloquem os restos de comida em unidades de coleta de resíduos orgânicos. Há centenas de cen-tros de compostagem comunitária nas cinco regiões da cidade – e muitos promo-vem eventos que divulgam as vantagens da compostagem.

Em Bruxelas, a prefeitura incentiva a “compostagem de quarteirão”, cedendo três mil euros para moradores que instalarem centrais comunitárias de compostagem e ali depositarem seus resíduos orgânicos. O movimento propicia o encontro dos que aderiram ao projeto, contribui para uma boa convivência e estimula a solidariedade.

Em São Paulo, berinjelas, tomates, abóboras, ervas medicinais e temperos estão sendo colhidos no telhado do Shopping Eldorado. Ali se composta diariamente 400kg de sobras da praça de alimentação. O prédio gasta 4.500 reais por mês, mas ganha adubo grátis para a horta, reduz a “pegada ecológica”, economiza na taxa de lixo e ainda conquista espaço na mídia que valoriza ações sustentáveis. Para acelerar a compostagem, está sendo usada uma enzima que também tira o cheiro e esteriliza o material orgânico. Mais informações sobre essa técnica, desenvolvi-da pelo Centro de Estudos Bioideias: http://www.facebook.com/pages/Composta-gem-R%C3%A1pidaProjeto-Compostagem/448547455196184

Modelos de composteiros não faltam, dos mais rudimentares aos mais eficientes e sofisticados. À esquerda, na foto maior, um decomposteiro por aeração espontânea feito de alvenaria com tubos de pvc. Na mesma imagem, vê-se uma bombona plástica adaptada.

Nas fotos menores, um sistema montado com anéis de concreto interligados por tubos por onde as minhocas podem se locomover; e a boa e velha leira, método mais tradicional de compostagem.

Abaixo, um ilustre habitante dos lixões, que não está nem um

pouco animado com essa história.

SUSTENTABILIDADE

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CONSTRUA SEU COMPOSTEIROCom uma simples tela de arame se monta um par de com-posteiros cilíndricos, que alternam a função de receber e processar resíduos, e produzem húmus em até quatro me-ses. Podem ser usados cilindros mais altos e/ou mais am-plos, de acordo com a demanda.

Escolha um local sombreado para evitar ressecamento e excesso de chuva.

Coloque a tela em pé, presa ao chão, pois ela fica instável com pouco material dentro.

Ponha uma camada de terra, palha ou folhas secas no fundo. Adicione uma camada de jornal amassado e umedecido. Por cima, adicione os restos orgânicos: cascas de frutas, de legumes e de ovos, restos de verdura, chá, pó de café etc. Importante: carnes devem ser picadas em pedaços pequenos e embrulhadas em jornal.

Também podem entrar no composteiro coador de café, papel toalha e guardanapos usados.

Após colocar os restos, acomode as minhocas (ou uma porção de húmus, e adicione uma camada de folhas secas, para não atrair insetos.

Repita a operação de pôr restos orgânicos do dia a dia, sempre cobrindo com material seco (palha, jornal picado, serragem, folhas ou terra), até completar a capacidade do composteiro. Para terminar, adicione uma última e generosa camada de material seco, para manter a mistura protegida contra insetos.Três meses depois, retire o material, passe por uma peneira de pedreiro e devolva o que sobrar para o composteiro. O material peneirado é o húmus, pronto para ser usado.

Se o fundo do cilindro não estiver em contato direto com a terra, prepare uma base para recolher o líquido (chorume) que passar pelo processo. Quando tirar o composto, retire também esse chorume, misture com cinco partes de água e use para borrifar as plantas,pois é um poderoso adubo e defensivo foliar.

O húmus resultante da decomposição possui nutrientes fundamentais para as plantas: nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, ferro, zinco, cobre, manganês e boro. Com seu uso constante, o solo sofre menos mudanças bruscas de acidez ou alcalinidade.

Devolva para o composteiro um pouco do húmus retirado (cerca de 5% do total). Rico em micro-organismos e ovos de minhoca, ele melhora e acelera o processo.

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m recente viagem a Va-lência, na Espanha, fiquei impressionada com o in-vestimento em acessibi-lidade nos pontos turísti-cos. Sei que outros países

europeus têm muito a ofertar nesse campo, mas fiquei deveras fascinada com uma maquete de bronze, acom-panhada de texto em Braille, situada em uma das entradas da Plaza de La Virgen, no centro histórico da cidade. Igreja, chafariz, casarões e ruas esta-vam perfeitamente traduzidas para as mãos de deficientes visuais passea-rem pelo lugar. Depois podiam seguir o caminho demarcado nas largas cal-çadas e sentir o ambiente repleto de histórias, com a referência do dese-nho construído na mente.

Acessibilidade. A palavra diz tudo. Tornar o lugar acessível, sim-ples assim. Mas o Brasil ainda está longe de permitir que todos os habi-tantes usufruam o direito de ir e vir. Subir em ônibus, passar pela catra-ca, circular de cadeira de rodas por calçadas estreitas, fazer compras de supermercado; enfim, tentar se lo-comover ainda é um desafio na vida de milhões de brasileiros. Segundo o censo de 2010 do IBGE, cerca de 24% da população declararam pos-suir pelo menos uma das deficiên-cias investigadas (mental, motora, visual e auditiva). E se essa respeitá-vel parcela se beneficiou de leis que garantem rampas de acesso, esta-cionamento reservado, banheiros especiais e até direito ao transpor-te gratuito, deve isso a ONGs e mi-litantes do movimento de inclusão de pessoas com deficiência. Con-tribuíram também formadores de opinião e políticos, que lutaram por uma legislação que regulamenta es-

[email protected] | COLUNA | RAQUEL RIBEIRO*

E sas questões. O fato é que nosso país não assume efetivamente essa bandeira. Para isso acontecer, cada novo projeto de engenharia ou ar-quitetura deveria se pautar no “de-senho universal”, um conceito para criar produtos, serviços e ambientes acessíveis ao maior número possível de pessoas, independentemente de faixa etária, habilidade, estatura ou condição física e sensorial. Incluin-do, assim, além dos portadores de deficiências, as crianças e os idosos.

Conheça alguns dos sete princípios desse conceito criado por engenhei-ros, arquitetos, urbanistas e desenhis-tas industriais. E como podem orien-tar todo tipo de projetos: FLEXIBILIDADE NO USO: é caso de es-cada rolante que é precedida de um patamar horizontal, para que o usu-ário se prepare para subir ou descer. Ou mesmo de fabricação de tesou-ras e abridores de lata adequados a destros e canhotos. USO EQUITATIVO: rampas, portas automáticas com sensores (abrem sem exigir força física ou alcance das mãos) e barras de apoio no sa-nitário são exemplos. USO INTUITIVO: colocar ícones de identificação fácil (com desenhos, sem texto) e sinalização sonora e lu-minosa em elevadores. TOLERÂNCIA AO ERRO: escadas e rampas com corrimão e piso antider-rapante; e sinalização sonora e lumi-nosa nos semáforos de pedestres e saídas de garagem são exemplos. INFORMAÇÃO PERCEPTÍVEL: o mapa tátil de Valência se enquadra nesse item, assim como o uso de recursos de audiovisual ou textos em Braille em locais públicos.

O que esse assunto tem a ver com sustentabilidade? Creio que não basta costurar uma relação de respeito com a natureza se não hou-ver harmonia entre os homens. E a engenharia pode abarcar as duas facetas, ajudando a construir um mundo inclusivo e sustentável.

Num mundo que visa a um “homem padrão”, e deixa muita gente de fora, é hora de abrir o

leque da acessibilidade

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* Raquel Ribeiro é jornalista, especializada em sustentabilidade.

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nglês em um ano”, “In-glês em um semestre!”. Quem nunca se depa-rou com uma propagan-da dessas? No mundo de hoje, esse tipo de promes-

sa tem sido cada vez mais comum e tentadora. Por que não arriscar? Afi-nal, precisamos de tudo “para on-tem”. Ué, quer dizer então que é im-possível aprender uma língua estran-geira em pouco tempo? É propagan-da enganosa? Vamos com calma: mi-nha intenção não é ser polêmico.

Trabalho como professor e tra-dutor há quase onze anos, e tive a oportunidade de conhecer muitos e muitos alunos. Crianças, jovens, adultos e alguns idosos. Todos, ób-vio, com suas especificidades e situ-ados em diversos níveis de aprendi-zados (até em uma mesma sala de aula). Alguns aprendiam com faci-lidade; outros, com extrema difi-culdade. E tem aqueles que apren-deram de forma constante e, ao fi-nal do segundo ano (média entre o ensino básico e o intermediário, suficiente para uma conversação “leve”), apresentaram nível satisfa-tório de conhecimento.

Sua pergunta pode ser: qual o tempo ideal para aprender uma lín-gua, então? Resposta simples e pron-ta: depende de cada um. Mas “inglês em um mês”?! Sinceramente, acho que não. Volto sempre à comparação de aprendizado de idiomas versus malhação/emagrecimento: aposto que você nunca viu uma academia de ginástica que anunciasse: “Seu cor-po dos sonhos em seis meses!”. Sim-plesmente porque ninguém pode se comprometer a entregar a VOCÊ uma mudança que depende (qua-se que) totalmente de VOCÊ MES-

[email protected] | COLUNA | LUIZ GUILHERME*

I MO. Antes de prometer algo tão sé-rio, é preciso perguntar: “quantas ve-zes por semana você pode ter aula?”, “quantas horas por dia você preten-de se dedicar?”, “quanto você está disposto a investir no processo?”.

Já tive a oportunidade de traba-lhar em várias escolas de idiomas, e posso dizer o seguinte: a média de tempo do curso completo (aque-le que a pessoa começa sem saber nada e sai apta a fazer as provas in-ternacionais mais prestigiadas) é de quatro a cinco anos. Isso mes-mo, ANOS. Geralmente é espera-do do aluno dois anos para atingir um nível intermediário, e até cin-co para um aprofundamento do co-

* Luiz Guilherme é professor de inglês, com certificados CAE e CPE

de Cambridge | Tel.: 32 8874-4795

O mito do inglês a

nhecimento. Tudo isso com duas aulas por semana. Prometer em dois (o intermediário), e até cinco anos (o curso total), considero uma proposta mais realista. E, a não ser que você pretenda ser um marato-nista do idioma, assistindo a aulas cinco vezes por semana e dedican-do em casa várias horas ao estudo, dificilmente fugirá da regra.

Mais importante que a veloci-dade, é a constância. Como a ma-lhação, não adianta praticar 28 dias no primeiro mês e faltar outros 60 dias; com idiomas, é preciso entre-ga e muita, muita perseverança. Há um ditado em italiano que diz “Chi va piano va sano e va lontano”, ou seja, quem vai com calma e segurança, vai longe. Parafraseando um comercial famoso: “Quer se dedicar quanto?”.

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ENGENHARIA

ÚLTIMAS PALAVRAS

impossível

MATEMÁTICO OU ARTISTA? O genial gravurista holandês Maurits Cornelis Escher (1898 a 1972) esboçou as mais insanas obras arquitetônicas jamais vistas — literalmente, pois suas criações impossíveis não podem ser transpostas do meio bidi mensional do papel para o mundo tri dimensional. No entanto, serviram como inspiração para inúmeros arqui tetos e engenheiros, que pouco a pouco vencem as limitações tecnológicas impostas pela realidade. Não deve tardar para engenheiros chi-neses construírem uma fonte contínua cuja água corre para cima, como a da célebre gravura desta página.

Waterval, litografia de 1961 (38cm × 30cm)

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CONSTRUCTION

ENGINEERING

HOME CONSTRUCTION CAN BE TIRESOME!CITY OF ARTS AND SCIENCE

IS IT POSSIBLE TO THROW THINGS AWAY?

Welcome!Let’s learn english!

Neste caderno você encontrará uma VERSÃO REDUZIDA EM INGLÊS, com algumas das principais matérias traduzidas para o IDIOMA.

Assim, a PLEASED disponibiliza, de forma EDUCATIVA, um CONTEÚDO EXTRA para seus LEITORES, atingindo neste processo

uma MAIOR ABRANGÊNCIA de público.

Versões por Luiz Guilherme Castro

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Since I got married, five years ago, my wife and I have dreamed of having a home to call our own. Three ye-ars have passed and… we are still paying rent! Until we were faced with the opportunity to build a house

in my mother’s backyard. The prospects were so positive that they encouraged us to keep paying for a while more. What I did not know, despite hearing it from others, is that building a home is a headache in the making. Not surprisingly, many people give up the idea of constructing and decide to buy so-mething already built.

We faced the challenge head-on. We hired an engineer, who drafted the blueprint of the house and legalized the cons-truction, gathering all the needed permits. However, I made sure I was the one to hire the help; certainly, the reason why we have had three different bricklayers so far. Over these two and a half years I can list a series of, let’s say, inconveniences: The bricklayer has made several mistakes, the worst being a leaking roof, result of a job poorly done, and bad plumbing. This caused us to spend more, since we had to have the service redone. To make it worse, there was a lack of planning of the work stages. The second worker we hired forgot to place the door trims before the plaster of the walls, which meant they had to be custom-made, because the standard size would not fit there. That, of course, cost us a lot more.

Now we are facing the most feared sta-ge: the finishing works. All of the pro-

blems could have been avoided if I had had a talk with Mário Nalon de

Queiroz, a professor at the Ci-vil Engineering college of the

Universidade Federal de Juiz de Fora. He explains to our re-aders, in a simple

and straightforward way, how the cons-

truction process can be optimized:

1st StepA Planned Dream

It may seem obvious, but planning your construction and knowing how much it will cost is imperative. The cost estimate defines if you have the financial conditions to fi-nish the house. Calculating time for the endeavor to be com-pleted will avoid headaches. When I set out to buy flooring and tiles, for example, it gave us a scare: I never imagined it would be so expensive. We had to accept the frustration of not buying exactly what we dreamed of, and instead get-ting the one we could afford. In case we had planned more carefully, we would not have gone through this. We are not alone, though. A research on waste at construction sites in Brazil carried out by the Universidade Federal de Minas Ge-rais, in partnership with twelve other universities, showed that one of the factors is the lack of planning. The institution shows that “in developed countries the engineers spend six months developing a project, whose implementation takes just 30 days”. In Brazil the opposite happens: thirty days to conclude the project and six months to execute it.

Home construction

2st StepWhat is legal is legal

The presence of an engineer during the construc-tion makes all the difference! Besides avoiding extra costs that the bricklayer may cause, it can speed up the process, make the building safer and to save material. The lack of such consultancy is illegal. It is defined by law 5194/66, from the Federal Council of Engineering and Agronomy. Since the access to a qualified professional is not affordable to everyone who dreams of being a homeowner, the pro-fessor says that there is an ongoing project calling for the creation of a free and public service of engineering. “Engi-neering has a social interest of high quality. If a construc-tion is poorly done, it jeopardize the lives of the people who live in the house or those who entered it; anyways, of socie-ty in general”, warns Queiroz.

3st StepWhat is legal is legal

During the execution of the project, which means, from foundation to finishing, the most important tip is: the or-der of factors affects the final results (a lot). “In a common construction, the building stages go from bottom to top: foundation, walls, and the structure of roofs. After, the pro-cess is inverted and the most logical is to work the finishing from top to bottom”, Queiroz explained. For example, the coating of the roof is done before the wall; but between the two stages, it is necessary to place the frames (door tri-ms and windowsills). The painting should be done last, af-ter the flooring is installed.

can be tiresome!In the middle of the room, surrounded by painted walls, the amateur painter realizes he has nowhere to step without making a mess. He or she who has never been through such an ordeal shall cast the first paintbrush. Playing engineer comes with a price…

By Jorge Fedoce

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A Planned Dream

A presença de um engenheiro duran-te a obra faz toda diferença! Além de evi-tar erros que o pedreiro costuma cometer, agilizar o trabalho, tornar a obra mais se-gura e economizar material, construir sem essa consultoria é ilegal. É o que define a lei 5194/66, do Conselho Federal de Enge-nharia e Agronomia. Já que o acesso a um profissional qualificado não é acessível a todos que sonham com a casa própria, o professor diz que existe um projeto adian-tado para a criação do serviço de engenha-

- Save smartly. Bad quali-ty materials and an inexperien-ced workforce goes in the same direction as “you get what you pay for”. The reason? They tend to cause execution errors, mate-rial waste and lack of planning, as well as the need for redoing many steps. A good engineer, suppliers and a reliable team go a long way.

- Take advantage of the sha-des from trees and choose the best place to erect the house and have access to sunlight and ventilation. If the back of the lot is south-fa-

ced and the rooms are on this side, they are certainly going to be coo-ler. But, if the playground is also in the back, it might get little sun.

- Doors and windows can be planned to receive the maximum amount of light. Windows loca-ted on opposite allow for optimi-zed ventilation.

- The outside of the house should not be paved, in order to absorb water from the rain. Ins-tead of cement, try grass or a garden, which helps to cool and beautify the house.

- Avoid material waste. It re-duces environmental impact and helps you save. Studies show that waste in constructions rea-ches 33%. According to a study from UFMF, civil constructions waste 90% of the mortar.

- Use reforestation wood and check its precedence. According to IBAMA, 85 to 90% of Amazon trees are cut down illegally; while half of it is used in civil construc-tion and furniture making in the South and Southeast of Brazil.

TIPS FOR SMART HOME BUILDING

Renovating a house can be even more problematic than building it. Many people think they don’t need to hire an engineer, and then they regret it. It is the case of Renata Helena Gomes, financial assis-tant. She and her husband bought their dream house and decided to face a mortgage of fifteen years to stop paying rent. “We didn’t build it from scratch, because it was not viable to buy land”. But, to have their dream home, they invested in some interventions – three, so far! One of them involved painting, and, the lack of a specialized professional caused errors in the execution of the project. “I wanted to paint my daughter’s room pink, and the salesman assured us it would be light pink. When painted, the room looked very dark. We had to add whi-te paint to make it lighter.” In another service, the painters advised to paint the façade, made from roughcast, with a paint pistol. It didn’t go as planned and everything had to be redone using a brush. “What should have taken them three days, took eight”.

deserve attentionRenovations

Renata, her husband and their daughter, proudly show the key and the deed to their

home, but confess they had to work hard for it to look they way they dreamed it.

What is legal is legal

What is legal is legal

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Tortuous, dashing, sensual, organic and playful. With a ravishing design, of contours that reminds us of shells, flying saucers, the tail of a whale, and even a blinking eye: built with imagination, iron, concrete, glass and tens of millions of hydraulic mosaic bits. The buildings that comprise the majestic ar-chitectural and cultural complex of the City of Arts and Sciences (CAS) – on a stretch of the old riverbed of the Turia, in Valencia – refer to the sea, the sky, and to a name familiar to Brazilians, our visionary Oscar Niemeyer. The refe-rences to his style are easy to see; as well as the ones that refer the unparal-leled Catalan Antonio Gaudí, since all the structures are coated with mosaics made from fragments of white tyles, whose shiny surface reflects 13 thousand m2 of translucid reflective pools.

Santiago Calatrava and Félix Candela, authors of the architetonic project, worked in close partnership with the engineers Alberto Domingo and Carlos Lázaro. Afterall, designs of the domes and roofs that look like leaves and win-gs would forever be on paper, if they were not made possible by the hard work and calculus of the authors of the structural project of such futuristic construc-tions. It is an immense open air gallery, since the whole of the construction blends perfectly with the environment. Just roam around such works of art and

large blue pools that adorn the pla-ce is, alone, worth a trip to Valencia. The ride can start with the Umbracle – a big garden covered by a structu-re similar to a whale’s skeleton -, whi-ch mixes elements of Mediterrane-an, Valencian and tropical vegeta-tions, with new colors depending on the season of the year. On the outsi-de annex of the Umbracle, besides a nice view of the architectural ensem-ble and of the green around surroun-ding, there is the Paseo del Arte, whe-re seasonal showings of contempora-ry art take place. In addition, the Jar-dín de Astronomía, which holds exhi-bitions of several different sun clocks – a small but enticing glimpse of what

The third biggest city in Spain suffered from catastrophic floods of the Turia River. The solution found was to deviate its course away from the

urban center. In its place, Valencia got a fabulous linear park, whose main attraction consist of a mega Cultural Complex filled with the futuristic

constructions by the acclaimed architect Santiago Calatrava.

DREAMS ARE NOT ONLY MADE OF CREATIVITYThe images show non this page reveal the contente of the materials used in the building

of the City of Arts and Science: Toughened glass, steel, concrete and millions of white tile shards; surrounded by translucid reflecting pools.

ArtsScience

City of

&

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the visitor will find at the Science Mu-seum, straight ahead.

When you enter each building, you go on a journey in itself. Especially L’Oceanogràfic, known as Europe’s largest aquarium, with 45 thousand animals of 500 species. Its ten themed pavilions are dedicated to the mari-ne biomes and hold great surprises in store, such as the Jellyfish that seem to emit colored lights, the ancestral Japanese Spider Crab or the sweet and majestic Beluga Whale. For them and other Artic creatures there is a big dome shaped like an iglu, reproducing the natural conditions of this icy po-

lar region. To cross-underwater glass tunnels while surrounded by rays, sharks, and hundreds of little fish is an unforgettable experience, to be tho-roughly enjoyed. The only thing that would be better than sitting on one of the many benches found along the tunnels would be to spend a whole ni-ght there! A Valencian educational program, inspired by the film “A Night at the Museum”, hosts a group of chil-dren or families who wish to spend a night and such rich marine fauna.

Among the 500 species represen-ting all seas, one deserves to be men-tioned: The clan of sea lions. To obser-

ve their habits reminds us how exqui-site life can be. L’Oceanogràfic inspi-res us to care for the countless bein-gs that roam the waters of our pla-net and alerts us against pollution and overfishing, the unsustainable prac-tice of capture that leads to the des-truction of habitats and compromises the existence of several species. As a way for environmental education, there are many sculptures along the ride that are made from waste found in the sea. However, the show of the dolphins seems to be out-of-pace with the rest of the idea of preserva-tion and care for the animals.

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As if we were in Miami, the ani-mals are confined, conditioned and exhibited in a deafening environment: The speakers blast Brazilian funk, with its offensive and sexual lyrics, while the host sounds hysterical, instead of just excited. Go figure…

The submarine restaurant is ano-ther much celebration attraction. With Niemeyer-esque architecture, over--the-top menu and somewhat ste-ep prices, gigantic and richly lit aqua-riums substitute windows and provi-de the privileged patrons a spectacu-lar view. A more affordable restaurant and a snack bar are options for those who can’t or won’t overspend.

The Museo de las Ciencias Prínci-pe Feliz has an area of 26 thousand square feet, a world of interactive ex-periments and exhibitions related to the evolution of life, sciences and te-chnology. Thought-provoking is its motto: “It is forbidden not to touch, not to feel, not to think”. Booths to test the hearing, recognize sounds, visualize body heat, calculate the size of intestines, assess the strength of jumps and decipher optical illusions – some random examples for over two

hundred options – are available to the visitor. You can also get lost in the mir-rored rooms, follow a robot in the vir-tual planetary, real-size models of Le-onardo Da Vinci projects and disco-ver how a Foucault Pendulum works, standing tall at nearly 20 meters of height. All aiming to entice the curio-sity for science and foment the inqui-sitive spirit. While pairing knowledge with leisure and interaction, the mu-seum has received 29 million visitors since its opening day, in 2000, accor-ding to the official website.

A round construction built in an área of 37 thousand m², over 70 me-ters high and an odd hanging garden, which can be accessed by panoramic elevators or stairs. You have found the Palau of Queen Sofia, home to four auditoriums for Opera concerts, theater and musical, with a total ca-pacity of 3.700 people. Inside, it is majestic. On the outside, it is curious: It is impossible not to be intrigued by the roof of 230 meters, in the shape of a feather and made of concrete, which makes it seem to float above the main structure! In fact, it is part of the monumental structural basis

of the piece, but more dazzling is the fact it seems to want to fly…

To complete the fantastic City of Arts and Science, we have the Ágora and Hemisfèric buildings. The first is a humungous gymnasium conceived for sporting events, whose steel roof resembles a shell – on fair days, both halves can open like an oyster.

The icing on the cake is Hemisfè-ric. A very ingenious structure of glass and steel, in the shape of an eye, hos-ting a spherical shiny auditorium, whi-ch works as a planetarium and an iMax 3D screening room, where movies and documentaries are shown. A colos-sal hydraulic system raises the “eye lids” of the glass structure, creating an amazing effect of an open eye. So, whether you are an appreciator of ar-chitecture, music, arts, landscaping, science, marine animals or pure fun, this “city within the city” has got what it takes to please you.

The place is a Paradise for ama-teur and professional photographers: No matter where you look, there is something exquisite to be captured on film. The hard part will be to edit the images when returning home…

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TURIA, THE RIVER THAT IS NOW A PARKThe city of the arts and science takes up only a fraction of the Jar-dín del Turia, with an area of 7km transformed into an urban park in 1986. It used to be the riverbed of the Turia River, deviated in 1957 after a catastrophic flood. The Jardín crosses the city from the L’Oceanogràfic until the Bioparc – a zoo without fences where the animals roam free in áreas that resemble their habitats. All over the park, countless fountains, monuments, jogging and biking tra-cks, courts for all kinds of sport, fitness centers, playgrounds and the amazing Gulliver Park; a concrete giant that serves as a gigantic toy for children to climb, or slide down. Very creative and free!

CONTROVERSIAL ARCHITECTURE

Calatrava created a new language and stirred a technical revolution in architectu-re. In Valencia, he beautified the city and enabled it to attract thousands of tourists. Regardless of his fame and his many re-nowned projects all over the world, such as the MUSEU DO AMANHÃ, in Rio de Janeiro (to open in 2015), or the Olympic Arena in Athens (Greece), they are also targets for controverse. Many critics con-sider them to be extravagant, not func-tional, and, above all, absurdly expensive. But how could engineering be fun without the boundry-pushing architects?

TAMING THE INDOMITABLE GENIUS

Besides the R$10 million loss due to gli-tches in the project of the Palácio das Ar-tes de Valência, Calatrava’s office faced law suits due to structural problems or planning mistakes, in many cities of the world. In Oviedo, in Spain, justice asked for R$10,6 million in compensation for the collapsing of a conference center. A winery in Ávala (also in Spain) wants com-pensation of R$6.4 million in damages caused by a roof leaking. In Venice, Italy, R$1,5 million was already spent to repair a beautiful, but DANGEROUS BRIDGE: Passers-by have suffered accidents due to the coating made of glass tiles, too slippery.

THE CROWN JEWEL, OR “YOU GET WHAT YOU PAY FOR”

The Palau de las Arts Reina Sofia, the most sumptuous building of the com-plex, received a MOSAIC COATING with millions of tile shards. Few years af-ter its opening, parts of the mosaic star-ted to fall of (on Christmas eve, 2013), le-ading to the interdiction of the building. Now, the roof will be completely repla-ced by aluminum boards, at the cost of R$10 million and three cancelled operas.

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awayTHROW THINGS

When planning a sustainable construc-tion, the first things that come to mind are solar panels and rainwater--harvesting tanks. Then, during the

construction itself, it is common to think of bricks, roof tiles, paints and eco-friendly coatings. Finally, when we move into the new house, we should start thinking about waste sorting, while focusing on not wasting water and electricity. Of course, all of tho-se procedures matter when we think of a conscious use of natural resources and “Home Ec”. However, a crucial factor is sometimes left out: giving a final and proper destination to organic residues. Althou-gh they represent over 60% of home waste, food leftovers and garden residues are almost never sor-ted and processed. Even those of us who are accus-tomed to sorting plastic, metal, paper and glass, seldom know what to do with organic materials.

If even spatial waste pollutes and jams Earth’s orbit, it can be

concluded that it is impossible to throw things “away” when it

comes to residues. If you can’t get rid of waste, then you should

rethink the whole concept

It is possible to

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Brazil, unfortunately, does not have official policies to handle organic wa-ste. Without treatment, this rich ma-terial mixes with other substances, creating the unpleasant and harmful mass that goes straight to landfills. Individually, however, each one of us can find a use for almost 100% of the garbage they produce. How? Throu-gh using a domestic composting sys-tem fit for your space and home. They are mini humus-producing structures running on organic resi-dues. Most models for sale already come with worms, great partners of the process! It is the case of the pro-ducts from Morada da Floresta, Mi-nhocasa or Cadico Minhocas, small companies that produce and distri-bute, all over Brazil, models made from stacked crates and plastic bu-ckets. The higher the pile, the bigger

the composting capacity and that is why they sell those kits to school, restaurants, factories, etc.And what about those people who live in apartments or tiny spaces, how can they address the problem? Well, for them, and for those not willing to handle the dirt, there is an elec-trical model, similar to a bread ma-chine, to be attached to the bottom of the kitchen counter. Fancy, sim-ple, efficient, but expensive. In the US, it costs from 249 to 349 dollars, not to mention import fees and frei-ght (http://www.naturemill.net). The uMi is the least expensive national model, still in the process of getting its patent from the INPI and is ex-pected to soon be in production, and it has all it takes to be a hit. (http://www.umicompostagem.com.br/home.html#home).

On the other hand, if you have a big yard, or a rural estate, you can opt for a free composter. It is the com-post pit, the traditional whole in the ground to deposit organic resi-dues, and the pile. Civilizations from all over the globe have had this ha-bit since man created agriculture. A model, which is a tad more sophisti-cated, is the one from Luiz Toled, a biologist who is a waste aficionado (see box). His “Decomposer by spon-taneous aeration”, in a concrete reci-pient in the shape of a vase – which can be painted or decorated – goes well with any garden and can pro-cess the residues of a family of five. It is better than the pit in aesthetic and safety terms, since the screens that protect the air entrance prevent small animals from getting in. This is fundamental, especially when you

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GOOD EXAMPLES

- In Germany, garbage collection is charged according to the weight of the wa-ste collected from the household. This incentivizes recycling and composting.- The city of New York has been working with waste sorting for over 20 years and now has a project to, in the future, request citizens to place organic waste in spe-cific units of organic residue disposal. There are hundreds of community com-posting centers in the five regions of the city – and many promote events to rai-se awareness of the advantages of composting.- In Brussels, the city incentivizes the “block composting”, donating three thou-sand euros to citizens who install communal composting centers and use it to deposit their organic waste. This movement allows for better socialization of members of the project, while it stimulates solidarity.- In São Paulo, eggplants, tomatoes, pumpkins, medicinal herbs and spices are being harvested on the roof of Shopping Eldorado. There, 400kg of lefto-vers from the food court are composted. The building spends 4500 reais a mon-th with the project, but receives free fertilizer for the vegetable garden, all the while reducing its “carbon footprint”, saving on garbage fees and free publicity for its sustainability actions. To accelerate the composting, an enzyme is being used, one that also ends the putrid smell and sterilizes the organic material. More information on the said technique, developed by the Centro de Estudos Bioideias can be found at: http://www.facebook.com/pages/Compostagem--R%C3%A1pidaProjeto-Compostagem/448547455196184

compost great volumes or rests of meat scraps.Another alternative is the system of cylindrical composters (see box). This vertical composting with wire fences is easy to use and extreme-ly inexpensive to install. Joaquim Moura, an environmental educator from the touristic region of Viscon-de de Mauá (state of Rio de Janeiro), works on the development, testing and structuring of the work, con-trolling volumes and focusing on de-tails (such as the lid, the central ae-ration tube, or the rubber band to stop the covers from flying off with the wind). “The model is part of the ‘reduce the waste’ method, which aims to raise awareness of the go-vernment, train environmental edu-cators, garbage collectors, and the participation of the surrounding communities. All of what I said is what most public workers detest… In our country, one of the biggest obstacles, if not THE biggest, for the popularization of composting is the government. The “reduce the wa-ste” is a combination of physical, structural and intellectual elements, Joaquim explains.Composting gives a noble destina-tion to organic wastes, and redu-ces the impact of landfills; as well as the infamous mixture of dry and humid residues that form the lea-chate. This liquid, 300 times more pollutant than domestic sewage, contaminates the soil, the rivers and the water tables. On the other hand, if it is correctly disposed of, it becomes a powerful fertilizer and helps immensely with the use of recyclable materials.

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