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Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI N !"#$%&' (E " (E A)*S+* (E "%!%#  Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei n o  9.605, de 12 de feereiro de 199!; e d" outras #roid$ncias. O PRESI DENTE DA REP ÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: %&%'L( I )ISP(SI*+S -RIS /P&%'L( I )( (%( )( /P( ) PLI/*3(  rt. 1 o  sta Lei institui a Política Nacional de Resíduos Sóli dos, dis#ondo so4re seus #rincí#ios, o4etios e instruentos, 4e coo so4re as diretri7es relatias 8 est:o interada e ao erenciaento de resíduos sólidos, incluídos os #eriosos, 8s res#onsa4ilidades dos eradores e do #oder #4lico e aos instruentos econ<icos a#lic"eis. = 1 o  st:o sueitas 8 o4ser>ncia desta Lei as #essoas físicas ou urí dicas, de direito #4lico ou #riado, res#ons"eis, direta ou indiretaente, #ela era?:o de resíduos sólidos e as @ue desenola a?Aes relacionadas 8 est:o interada ou ao erenciaento de resíduos sólidos. = 2 o  sta Lei n:o se a#lica aos reeitos radioatios, @ue s:o reulados #or leisla?:o es#ecífica.  rt. 2 o  #licaBse aos resíduos sólidos, alC do dis #osto nesta Lei, nas L eis n os  11.DD5,  de 5 de aneiro de 200E, 9.9ED, de 6 de unFo de 2000, e 9.966, de 2! de a4ril de 2000, as noras esta4elecidas #elos ór:os do Sistea Nacional do eio 4iente GSisnaaH, do Sistea Nacional de iil>ncia Sanit"ria GSNSH, do Sistea 'nificado de ten?:o 8 Sanidade  ro#ecu"ria GSuasaH e do Sistea Nacional de etroloia, Norali7a?:o e Jualidade Industrial GSinetroH. /P&%'L( II )KINI*+S  rt. o  Para os efeitos desta Lei, entendeBse #orM I B acordo setorialM ato de nature7a contratual firado entre o #oder #4lico e fa4ricantes, i#ortadores, distri4uidores ou coerciantes, tendo e ista a i#lanta?:o da res#onsa4ilidade co#artilFada #elo ciclo de ida do #roduto; II B "rea containadaM local onde F" containa?:o causada #ela dis#osi?:o, reular ou irreular, de @uais@uer su4st>ncias ou resíduos;

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Presidncia da RepblicaCasa CivilSubchefia para Assuntos Jurdicos

LEI N 12.305, DE2 DE AGOSTO DE 2010.Institui a Poltica Nacional de Resduos Slidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e d outras providncias.

O PRESIDENTE DA REPBLICA Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:TTULO IDISPOSIES GERAISCAPTULO IDO OBJETO E DO CAMPO DE APLICAOArt. 1o Esta Lei institui a Poltica Nacional de Resduos Slidos, dispondo sobre seus princpios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas gesto integrada e ao gerenciamento de resduos slidos, includos os perigosos, s responsabilidades dos geradores e do poder pblico e aos instrumentos econmicos aplicveis. 1o Esto sujeitas observncia desta Lei as pessoas fsicas ou jurdicas, de direito pblico ou privado, responsveis, direta ou indiretamente, pela gerao de resduos slidos e as que desenvolvam aes relacionadas gesto integrada ou ao gerenciamento de resduos slidos. 2o Esta Lei no se aplica aos rejeitos radioativos, que so regulados por legislao especfica.Art. 2o Aplicam-se aos resduos slidos, alm do disposto nesta Lei, nas Leis nos 11.445, de 5 de janeiro de 2007, 9.974, de 6 de junho de 2000, e 9.966, de 28 de abril de 2000, as normas estabelecidas pelos rgos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), do Sistema Nacional de Vigilncia Sanitria (SNVS), do Sistema Unificado de Ateno Sanidade Agropecuria (Suasa) e do Sistema Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial (Sinmetro).CAPTULO IIDEFINIESArt. 3o Para os efeitos desta Lei, entende-se por:I - acordo setorial: ato de natureza contratual firmado entre o poder pblico e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a implantao da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto;II - rea contaminada: local onde h contaminao causada pela disposio, regular ou irregular, de quaisquer substncias ou resduos;III - rea rf contaminada: rea contaminada cujos responsveis pela disposio no sejam identificveis ou individualizveis;IV - ciclo de vida do produto: srie de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a obteno de matrias-primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a disposio final;V - coleta seletiva: coleta de resduos slidos previamente segregados conforme sua constituio ou composio;VI - controle social: conjunto de mecanismos e procedimentos que garantam sociedade informaes e participao nos processos de formulao, implementao e avaliao das polticas pblicas relacionadas aos resduos slidos;VII - destinao final ambientalmente adequada: destinao de resduos que inclui a reutilizao, a reciclagem, a compostagem, a recuperao e o aproveitamento energtico ou outras destinaes admitidas pelos rgos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposio final, observando normas operacionais especficas de modo a evitar danos ou riscos sade pblica e segurana e a minimizar os impactos ambientais adversos;VIII - disposio final ambientalmente adequada: distribuio ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais especficas de modo a evitar danos ou riscos sade pblica e segurana e a minimizar os impactos ambientais adversos;IX - geradores de resduos slidos: pessoas fsicas ou jurdicas, de direito pblico ou privado, que geram resduos slidos por meio de suas atividades, nelas includo o consumo;X - gerenciamento de resduos slidos: conjunto de aes exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinao final ambientalmente adequada dos resduos slidos e disposio final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gesto integrada de resduos slidos ou com plano de gerenciamento de resduos slidos, exigidos na forma desta Lei;XI - gesto integrada de resduos slidos: conjunto de aes voltadas para a busca de solues para os resduos slidos, de forma a considerar as dimenses poltica, econmica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentvel;XII - logstica reversa: instrumento de desenvolvimento econmico e social caracterizado por um conjunto de aes, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituio dos resduos slidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinao final ambientalmente adequada;XIII - padres sustentveis de produo e consumo: produo e consumo de bens e servios de forma a atender as necessidades das atuais geraes e permitir melhores condies de vida, sem comprometer a qualidade ambiental e o atendimento das necessidades das geraes futuras;XIV - reciclagem: processo de transformao dos resduos slidos que envolve a alterao de suas propriedades fsicas, fsico-qumicas ou biolgicas, com vistas transformao em insumos ou novos produtos, observadas as condies e os padres estabelecidos pelos rgos competentes do Sisnama e, se couber, do SNVS e do Suasa;XV - rejeitos: resduos slidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperao por processos tecnolgicos disponveis e economicamente viveis, no apresentem outra possibilidade que no a disposio final ambientalmente adequada;XVI - resduos slidos: material, substncia, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinao final se procede, se prope proceder ou se est obrigado a proceder, nos estados slido ou semisslido, bem como gases contidos em recipientes e lquidos cujas particularidades tornem invivel o seu lanamento na rede pblica de esgotos ou em corpos dgua, ou exijam para isso solues tcnica ou economicamente inviveis em face da melhor tecnologia disponvel;XVII - responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: conjunto de atribuies individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos servios pblicos de limpeza urbana e de manejo dos resduos slidos, para minimizar o volume de resduos slidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados sade humana e qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei;XVIII - reutilizao: processo de aproveitamento dos resduos slidos sem sua transformao biolgica, fsica ou fsico-qumica, observadas as condies e os padres estabelecidos pelos rgos competentes do Sisnama e, se couber, do SNVS e do Suasa;XIX - servio pblico de limpeza urbana e de manejo de resduos slidos: conjunto de atividades previstas no art. 7 da Lei n 11.445, de 2007.TTULO IIDA POLTICA NACIONAL DE RESDUOS SLIDOSCAPTULO IDISPOSIES GERAISArt. 4o A Poltica Nacional de Resduos Slidos rene o conjunto de princpios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e aes adotados pelo Governo Federal, isoladamente ou em regime de cooperao com Estados, Distrito Federal, Municpios ou particulares, com vistas gesto integrada e ao gerenciamento ambientalmente adequado dos resduos slidos.Art. 5o A Poltica Nacional de Resduos Slidos integra a Poltica Nacional do Meio Ambiente e articula-se com a Poltica Nacional de Educao Ambiental, regulada pela Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, com a Poltica Federal de Saneamento Bsico, regulada pela Lei n 11.445, de 2007, e com a Lei no 11.107, de 6 de abril de 2005.CAPTULO IIDOS PRINCPIOS E OBJETIVOSArt. 6o So princpios da Poltica Nacional de Resduos Slidos:I - a preveno e a precauo;II - o poluidor-pagador e o protetor-recebedor;III - a viso sistmica, na gesto dos resduos slidos, que considere as variveis ambiental, social, cultural, econmica, tecnolgica e de sade pblica;IV - o desenvolvimento sustentvel;V - a ecoeficincia, mediante a compatibilizao entre o fornecimento, a preos competitivos, de bens e servios qualificados que satisfaam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida e a reduo do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um nvel, no mnimo, equivalente capacidade de sustentao estimada do planeta;VI - a cooperao entre as diferentes esferas do poder pblico, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade;VII - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;VIII - o reconhecimento do resduo slido reutilizvel e reciclvel como um bem econmico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania;IX - o respeito s diversidades locais e regionais;X - o direito da sociedade informao e ao controle social;XI - a razoabilidade e a proporcionalidade.Art. 7o So objetivos da Poltica Nacional de Resduos Slidos:I - proteo da sade pblica e da qualidade ambiental;II - no gerao, reduo, reutilizao, reciclagem e tratamento dos resduos slidos, bem como disposio final ambientalmente adequada dos rejeitos;III - estmulo adoo de padres sustentveis de produo e consumo de bens e servios;IV - adoo, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de minimizar impactos ambientais;V - reduo do volume e da periculosidade dos resduos perigosos;VI - incentivo indstria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matrias-primas e insumos derivados de materiais reciclveis e reciclados;VII - gesto integrada de resduos slidos;VIII - articulao entre as diferentes esferas do poder pblico, e destas com o setor empresarial, com vistas cooperao tcnica e financeira para a gesto integrada de resduos slidos;IX - capacitao tcnica continuada na rea de resduos slidos;X - regularidade, continuidade, funcionalidade e universalizao da prestao dos servios pblicos de limpeza urbana e de manejo de resduos slidos, com adoo de mecanismos gerenciais e econmicos que assegurem a recuperao dos custos dos servios prestados, como forma de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira, observada a Lei n 11.445, de 2007;XI - prioridade, nas aquisies e contrataes governamentais, para:a) produtos reciclados e reciclveis;b) bens, servios e obras que considerem critrios compatveis com padres de consumo social e ambientalmente sustentveis;XII - integrao dos catadores de materiais reutilizveis e reciclveis nas aes que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;XIII - estmulo implementao da avaliao do ciclo de vida do produto;XIV - incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gesto ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resduos slidos, includos a recuperao e o aproveitamento energtico;XV - estmulo rotulagem ambiental e ao consumo sustentvel.CAPTULO IIIDOS INSTRUMENTOSArt. 8o So instrumentos da Poltica Nacional de Resduos Slidos, entre outros:I - os planos de resduos slidos;II - os inventrios e o sistema declaratrio anual de resduos slidos;III - a coleta seletiva, os sistemas de logstica reversa e outras ferramentas relacionadas implementao da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;IV - o incentivo criao e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associao de catadores de materiais reutilizveis e reciclveis;V - o monitoramento e a fiscalizao ambiental, sanitria e agropecuria;VI - a cooperao tcnica e financeira entre os setores pblico e privado para o desenvolvimento de pesquisas de novos produtos, mtodos, processos e tecnologias de gesto, reciclagem, reutilizao, tratamento de resduos e disposio final ambientalmente adequada de rejeitos;VII - a pesquisa cientfica e tecnolgica;VIII - a educao ambiental;IX - os incentivos fiscais, financeiros e creditcios;X - o Fundo Nacional do Meio Ambiente e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico;XI - o Sistema Nacional de Informaes sobre a Gesto dos Resduos Slidos (Sinir);XII - o Sistema Nacional de Informaes em Saneamento Bsico (Sinisa);XIII - os conselhos de meio ambiente e, no que couber, os de sade;XIV - os rgos colegiados municipais destinados ao controle social dos servios de resduos slidos urbanos;XV - o Cadastro Nacional de Operadores de Resduos Perigosos;XVI - os acordos setoriais;XVII - no que couber, os instrumentos da Poltica Nacional de Meio Ambiente, entre eles:a) os padres de qualidade ambiental;b) o Cadastro Tcnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais;c) o Cadastro Tcnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental;d) a avaliao de impactos ambientais;e) o Sistema Nacional de Informao sobre Meio Ambiente (Sinima);f) o licenciamento e a reviso de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;XVIII - os termos de compromisso e os termos de ajustamento de conduta;XIX - o incentivo adoo de consrcios ou de outras formas de cooperao entre os entes federados, com vistas elevao das escalas de aproveitamento e reduo dos custos envolvidos.TTULO IIIDAS DIRETRIZES APLICVEIS AOS RESDUOS SLIDOSCAPTULO IDISPOSIES PRELIMINARESArt. 9o Na gesto e gerenciamento de resduos slidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: no gerao, reduo, reutilizao, reciclagem, tratamento dos resduos slidos e disposio final ambientalmente adequada dos rejeitos. 1o Podero ser utilizadas tecnologias visando recuperao energtica dos resduos slidos urbanos, desde que tenha sido comprovada sua viabilidade tcnica e ambiental e com a implantao de programa de monitoramento de emisso de gases txicos aprovado pelo rgo ambiental. 2o A Poltica Nacional de Resduos Slidos e as Polticas de Resduos Slidos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios sero compatveis com o disposto no caput e no 1o deste artigo e com as demais diretrizes estabelecidas nesta Lei.Art. 10. Incumbe ao Distrito Federal e aos Municpios a gesto integrada dos resduos slidos gerados nos respectivos territrios, sem prejuzo das competncias de controle e fiscalizao dos rgos federais e estaduais do Sisnama, do SNVS e do Suasa, bem como da responsabilidade do gerador pelo gerenciamento de resduos, consoante o estabelecido nesta Lei.Art. 11. Observadas as diretrizes e demais determinaes estabelecidas nesta Lei e em seu regulamento, incumbe aos Estados:I - promover a integrao da organizao, do planejamento e da execuo das funes pblicas de interesse comum relacionadas gesto dos resduos slidos nas regies metropolitanas, aglomeraes urbanas e microrregies, nos termos da lei complementar estadual prevista no 3 do art. 25 da Constituio Federal;II - controlar e fiscalizar as atividades dos geradores sujeitas a licenciamento ambiental pelo rgo estadual do Sisnama.Pargrafo nico. A atuao do Estado na forma do caput deve apoiar e priorizar as iniciativas do Municpio de solues consorciadas ou compartilhadas entre 2 (dois) ou mais Municpios.Art. 12. A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios organizaro e mantero, de forma conjunta, o Sistema Nacional de Informaes sobre a Gesto dos Resduos Slidos (Sinir), articulado com o Sinisa e o Sinima.Pargrafo nico. Incumbe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios fornecer ao rgo federal responsvel pela coordenao do Sinir todas as informaes necessrias sobre os resduos sob sua esfera de competncia, na forma e na periodicidade estabelecidas em regulamento.Art. 13. Para os efeitos desta Lei, os resduos slidos tm a seguinte classificao:I - quanto origem:a) resduos domiciliares: os originrios de atividades domsticas em residncias urbanas;b) resduos de limpeza urbana: os originrios da varrio, limpeza de logradouros e vias pblicas e outros servios de limpeza urbana;c) resduos slidos urbanos: os englobados nas alneas a e b;d) resduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de servios: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos nas alneas b, e, g, h e j;e) resduos dos servios pblicos de saneamento bsico: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos na alnea c;f) resduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalaes industriais;g) resduos de servios de sade: os gerados nos servios de sade, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos rgos do Sisnama e do SNVS;h) resduos da construo civil: os gerados nas construes, reformas, reparos e demolies de obras de construo civil, includos os resultantes da preparao e escavao de terrenos para obras civis;i) resduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecurias e silviculturais, includos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;j) resduos de servios de transportes: os originrios de portos, aeroportos, terminais alfandegrios, rodovirios e ferrovirios e passagens de fronteira;k) resduos de minerao: os gerados na atividade de pesquisa, extrao ou beneficiamento de minrios;II - quanto periculosidade:a) resduos perigosos: aqueles que, em razo de suas caractersticas de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco sade pblica ou qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma tcnica;b) resduos no perigosos: aqueles no enquadrados na alnea a.Pargrafo nico. Respeitado o disposto no art. 20, os resduos referidos na alnea d do inciso I do caput, se caracterizados como no perigosos, podem, em razo de sua natureza, composio ou volume, ser equiparados aos resduos domiciliares pelo poder pblico municipal.CAPTULO IIDOS PLANOS DE RESDUOS SLIDOSSeo IDisposies GeraisArt. 14. So planos de resduos slidos:I - o Plano Nacional de Resduos Slidos;II - os planos estaduais de resduos slidos;III - os planos microrregionais de resduos slidos e os planos de resduos slidos de regies metropolitanas ou aglomeraes urbanas;IV - os planos intermunicipais de resduos slidos;V - os planos municipais de gesto integrada de resduos slidos;VI - os planos de gerenciamento de resduos slidos.Pargrafo nico. assegurada ampla publicidade ao contedo dos planos de resduos slidos, bem como controle social em sua formulao, implementao e operacionalizao, observado o disposto na Lei no 10.650, de 16 de abril de 2003, e no art. 47 da Lei n 11.445, de 2007.Seo IIDo Plano Nacional de Resduos SlidosArt. 15. A Unio elaborar, sob a coordenao do Ministrio do Meio Ambiente, o Plano Nacional de Resduos Slidos, com vigncia por prazo indeterminado e horizonte de 20 (vinte) anos, a ser atualizado a cada 4 (quatro) anos, tendo como contedo mnimo:I - diagnstico da situao atual dos resduos slidos;II - proposio de cenrios, incluindo tendncias internacionais e macroeconmicas;III - metas de reduo, reutilizao, reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de resduos e rejeitos encaminhados para disposio final ambientalmente adequada;IV - metas para o aproveitamento energtico dos gases gerados nas unidades de disposio final de resduos slidos;V - metas para a eliminao e recuperao de lixes, associadas incluso social e emancipao econmica de catadores de materiais reutilizveis e reciclveis;VI - programas, projetos e aes para o atendimento das metas previstas;VII - normas e condicionantes tcnicas para o acesso a recursos da Unio, para a obteno de seu aval ou para o acesso a recursos administrados, direta ou indiretamente, por entidade federal, quando destinados a aes e programas de interesse dos resduos slidos;VIII - medidas para incentivar e viabilizar a gesto regionalizada dos resduos slidos;IX - diretrizes para o planejamento e demais atividades de gesto de resduos slidos das regies integradas de desenvolvimento institudas por lei complementar, bem como para as reas de especial interesse turstico;X - normas e diretrizes para a disposio final de rejeitos e, quando couber, de resduos;XI - meios a serem utilizados para o controle e a fiscalizao, no mbito nacional, de sua implementao e operacionalizao, assegurado o controle social.Pargrafo nico. O Plano Nacional de Resduos Slidos ser elaborado mediante processo de mobilizao e participao social, incluindo a realizao de audincias e consultas pblicas.Seo IIIDos Planos Estaduais de Resduos SlidosArt. 16. A elaborao de plano estadual de resduos slidos, nos termos previstos por esta Lei, condio para os Estados terem acesso a recursos da Unio, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e servios relacionados gesto de resduos slidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crdito ou fomento para tal finalidade.(Vigncia) 1o Sero priorizados no acesso aos recursos da Unio referidos no caput os Estados que institurem microrregies, consoante o 3o do art. 25 da Constituio Federal, para integrar a organizao, o planejamento e a execuo das aes a cargo de Municpios limtrofes na gesto dos resduos slidos. 2o Sero estabelecidas em regulamento normas complementares sobre o acesso aos recursos da Unio na forma deste artigo. 3o Respeitada a responsabilidade dos geradores nos termos desta Lei, as microrregies institudas conforme previsto no 1o abrangem atividades de coleta seletiva, recuperao e reciclagem, tratamento e destinao final dos resduos slidos urbanos, a gesto de resduos de construo civil, de servios de transporte, de servios de sade, agrossilvopastoris ou outros resduos, de acordo com as peculiaridades microrregionais.Art. 17. O plano estadual de resduos slidos ser elaborado para vigncia por prazo indeterminado, abrangendo todo o territrio do Estado, com horizonte de atuao de 20 (vinte) anos e revises a cada 4 (quatro) anos, e tendo como contedo mnimo:I - diagnstico, includa a identificao dos principais fluxos de resduos no Estado e seus impactos socioeconmicos e ambientais;II - proposio de cenrios;III - metas de reduo, reutilizao, reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de resduos e rejeitos encaminhados para disposio final ambientalmente adequada;IV - metas para o aproveitamento energtico dos gases gerados nas unidades de disposio final de resduos slidos;V - metas para a eliminao e recuperao de lixes, associadas incluso social e emancipao econmica de catadores de materiais reutilizveis e reciclveis;VI - programas, projetos e aes para o atendimento das metas previstas;VII - normas e condicionantes tcnicas para o acesso a recursos do Estado, para a obteno de seu aval ou para o acesso de recursos administrados, direta ou indiretamente, por entidade estadual, quando destinados s aes e programas de interesse dos resduos slidos;VIII - medidas para incentivar e viabilizar a gesto consorciada ou compartilhada dos resduos slidos;IX - diretrizes para o planejamento e demais atividades de gesto de resduos slidos de regies metropolitanas, aglomeraes urbanas e microrregies;X - normas e diretrizes para a disposio final de rejeitos e, quando couber, de resduos, respeitadas as disposies estabelecidas em mbito nacional;XI - previso, em conformidade com os demais instrumentos de planejamento territorial, especialmente o zoneamento ecolgico-econmico e o zoneamento costeiro, de:a) zonas favorveis para a localizao de unidades de tratamento de resduos slidos ou de disposio final de rejeitos;b) reas degradadas em razo de disposio inadequada de resduos slidos ou rejeitos a serem objeto de recuperao ambiental;XII - meios a serem utilizados para o controle e a fiscalizao, no mbito estadual, de sua implementao e operacionalizao, assegurado o controle social. 1o Alm do plano estadual de resduos slidos, os Estados podero elaborar planos microrregionais de resduos slidos, bem como planos especficos direcionados s regies metropolitanas ou s aglomeraes urbanas. 2o A elaborao e a implementao pelos Estados de planos microrregionais de resduos slidos, ou de planos de regies metropolitanas ou aglomeraes urbanas, em consonncia com o previsto no 1o, dar-se-o obrigatoriamente com a participao dos Municpios envolvidos e no excluem nem substituem qualquer das prerrogativas a cargo dos Municpios previstas por esta Lei. 3o Respeitada a responsabilidade dos geradores nos termos desta Lei, o plano microrregional de resduos slidos deve atender ao previsto para o plano estadual e estabelecer solues integradas para a coleta seletiva, a recuperao e a reciclagem, o tratamento e a destinao final dos resduos slidos urbanos e, consideradas as peculiaridades microrregionais, outros tipos de resduos.Seo IVDos Planos Municipais de Gesto Integrada de Resduos SlidosArt. 18. A elaborao de plano municipal de gesto integrada de resduos slidos, nos termos previstos por esta Lei, condio para o Distrito Federal e os Municpios terem acesso a recursos da Unio, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e servios relacionados limpeza urbana e ao manejo de resduos slidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crdito ou fomento para tal finalidade.(Vigncia) 1o Sero priorizados no acesso aos recursos da Unio referidos no caput os Municpios que:I - optarem por solues consorciadas intermunicipais para a gesto dos resduos slidos, includa a elaborao e implementao de plano intermunicipal, ou que se inserirem de forma voluntria nos planos microrregionais de resduos slidos referidos no 1o do art. 16;II - implantarem a coleta seletiva com a participao de cooperativas ou outras formas de associao de catadores de materiais reutilizveis e reciclveis formadas por pessoas fsicas de baixa renda. 2o Sero estabelecidas em regulamento normas complementares sobre o acesso aos recursos da Unio na forma deste artigo.Art. 19. O plano municipal de gesto integrada de resduos slidos tem o seguinte contedo mnimo:I - diagnstico da situao dos resduos slidos gerados no respectivo territrio, contendo a origem, o volume, a caracterizao dos resduos e as formas de destinao e disposio final adotadas;II - identificao de reas favorveis para disposio final ambientalmente adequada de rejeitos, observado o plano diretor de que trata o 1o do art. 182 da Constituio Federal e o zoneamento ambiental, se houver;III - identificao das possibilidades de implantao de solues consorciadas ou compartilhadas com outros Municpios, considerando, nos critrios de economia de escala, a proximidade dos locais estabelecidos e as formas de preveno dos riscos ambientais;IV - identificao dos resduos slidos e dos geradores sujeitos a plano de gerenciamento especfico nos termos do art. 20 ou a sistema de logstica reversa na forma do art. 33, observadas as disposies desta Lei e de seu regulamento, bem como as normas estabelecidas pelos rgos do Sisnama e do SNVS;V - procedimentos operacionais e especificaes mnimas a serem adotados nos servios pblicos de limpeza urbana e de manejo de resduos slidos, includa a disposio final ambientalmente adequada dos rejeitos e observada a Lei n 11.445, de 2007;VI - indicadores de desempenho operacional e ambiental dos servios pblicos de limpeza urbana e de manejo de resduos slidos;VII - regras para o transporte e outras etapas do gerenciamento de resduos slidos de que trata o art. 20, observadas as normas estabelecidas pelos rgos do Sisnama e do SNVS e demais disposies pertinentes da legislao federal e estadual;VIII - definio das responsabilidades quanto sua implementao e operacionalizao, includas as etapas do plano de gerenciamento de resduos slidos a que se refere o art. 20 a cargo do poder pblico;IX - programas e aes de capacitao tcnica voltados para sua implementao e operacionalizao;X - programas e aes de educao ambiental que promovam a no gerao, a reduo, a reutilizao e a reciclagem de resduos slidos;XI - programas e aes para a participao dos grupos interessados, em especial das cooperativas ou outras formas de associao de catadores de materiais reutilizveis e reciclveis formadas por pessoas fsicas de baixa renda, se houver;XII - mecanismos para a criao de fontes de negcios, emprego e renda, mediante a valorizao dos resduos slidos;XIII - sistema de clculo dos custos da prestao dos servios pblicos de limpeza urbana e de manejo de resduos slidos, bem como a forma de cobrana desses servios, observada a Lei n 11.445, de 2007;XIV - metas de reduo, reutilizao, coleta seletiva e reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de rejeitos encaminhados para disposio final ambientalmente adequada;XV - descrio das formas e dos limites da participao do poder pblico local na coleta seletiva e na logstica reversa, respeitado o disposto no art. 33, e de outras aes relativas responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;XVI - meios a serem utilizados para o controle e a fiscalizao, no mbito local, da implementao e operacionalizao dos planos de gerenciamento de resduos slidos de que trata o art. 20 e dos sistemas de logstica reversa previstos no art. 33;XVII - aes preventivas e corretivas a serem praticadas, incluindo programa de monitoramento;XVIII - identificao dos passivos ambientais relacionados aos resduos slidos, incluindo reas contaminadas, e respectivas medidas saneadoras;XIX - periodicidade de sua reviso, observado prioritariamente o perodo de vigncia do plano plurianual municipal. 1o O plano municipal de gesto integrada de resduos slidos pode estar inserido no plano de saneamento bsico previsto no art. 19 da Lei n 11.445, de 2007, respeitado o contedo mnimo previsto nos incisos do caput e observado o disposto no 2o, todos deste artigo. 2o Para Municpios com menos de 20.000 (vinte mil) habitantes, o plano municipal de gesto integrada de resduos slidos ter contedo simplificado, na forma do regulamento. 3o O disposto no 2o no se aplica a Municpios:I - integrantes de reas de especial interesse turstico;II - inseridos na rea de influncia de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de mbito regional ou nacional;III - cujo territrio abranja, total ou parcialmente, Unidades de Conservao. 4o A existncia de plano municipal de gesto integrada de resduos slidos no exime o Municpio ou o Distrito Federal do licenciamento ambiental de aterros sanitrios e de outras infraestruturas e instalaes operacionais integrantes do servio pblico de limpeza urbana e de manejo de resduos slidos pelo rgo competente do Sisnama. 5o Na definio de responsabilidades na forma do inciso VIII do caput deste artigo, vedado atribuir ao servio pblico de limpeza urbana e de manejo de resduos slidos a realizao de etapas do gerenciamento dos resduos a que se refere o art. 20 em desacordo com a respectiva licena ambiental ou com normas estabelecidas pelos rgos do Sisnama e, se couber, do SNVS. 6o Alm do disposto nos incisos I a XIX do caput deste artigo, o plano municipal de gesto integrada de resduos slidos contemplar aes especficas a serem desenvolvidas no mbito dos rgos da administrao pblica, com vistas utilizao racional dos recursos ambientais, ao combate a todas as formas de desperdcio e minimizao da gerao de resduos slidos. 7o O contedo do plano municipal de gesto integrada de resduos slidos ser disponibilizado para o Sinir, na forma do regulamento. 8o A inexistncia do plano municipal de gesto integrada de resduos slidos no pode ser utilizada para impedir a instalao ou a operao de empreendimentos ou atividades devidamente licenciados pelos rgos competentes. 9o Nos termos do regulamento, o Municpio que optar por solues consorciadas intermunicipais para a gesto dos resduos slidos, assegurado que o plano intermunicipal preencha os requisitos estabelecidos nos incisos I a XIX do caput deste artigo, pode ser dispensado da elaborao de plano municipal de gesto integrada de resduos slidos.Seo VDo Plano de Gerenciamento de Resduos SlidosArt. 20. Esto sujeitos elaborao de plano de gerenciamento de resduos slidos:I - os geradores de resduos slidos previstos nas alneas e, f, g e k do inciso I do art. 13;II - os estabelecimentos comerciais e de prestao de servios que:a) gerem resduos perigosos;b) gerem resduos que, mesmo caracterizados como no perigosos, por sua natureza, composio ou volume, no sejam equiparados aos resduos domiciliares pelo poder pblico municipal;III - as empresas de construo civil, nos termos do regulamento ou de normas estabelecidas pelos rgos do Sisnama;IV - os responsveis pelos terminais e outras instalaes referidas na alnea j do inciso I do art. 13 e, nos termos do regulamento ou de normas estabelecidas pelos rgos do Sisnama e, se couber, do SNVS, as empresas de transporte;V - os responsveis por atividades agrossilvopastoris, se exigido pelo rgo competente do Sisnama, do SNVS ou do Suasa.Pargrafo nico. Observado o disposto no Captulo IV deste Ttulo, sero estabelecidas por regulamento exigncias especficas relativas ao plano de gerenciamento de resduos perigosos.Art. 21. O plano de gerenciamento de resduos slidos tem o seguinte contedo mnimo:I - descrio do empreendimento ou atividade;II - diagnstico dos resduos slidos gerados ou administrados, contendo a origem, o volume e a caracterizao dos resduos, incluindo os passivos ambientais a eles relacionados;III - observadas as normas estabelecidas pelos rgos do Sisnama, do SNVS e do Suasa e, se houver, o plano municipal de gesto integrada de resduos slidos:a) explicitao dos responsveis por cada etapa do gerenciamento de resduos slidos;b) definio dos procedimentos operacionais relativos s etapas do gerenciamento de resduos slidos sob responsabilidade do gerador;IV - identificao das solues consorciadas ou compartilhadas com outros geradores;V - aes preventivas e corretivas a serem executadas em situaes de gerenciamento incorreto ou acidentes;VI - metas e procedimentos relacionados minimizao da gerao de resduos slidos e, observadas as normas estabelecidas pelos rgos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, reutilizao e reciclagem;VII - se couber, aes relativas responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, na forma do art. 31;VIII - medidas saneadoras dos passivos ambientais relacionados aos resduos slidos;IX - periodicidade de sua reviso, observado, se couber, o prazo de vigncia da respectiva licena de operao a cargo dos rgos do Sisnama. 1o O plano de gerenciamento de resduos slidos atender ao disposto no plano municipal de gesto integrada de resduos slidos do respectivo Municpio, sem prejuzo das normas estabelecidas pelos rgos do Sisnama, do SNVS e do Suasa. 2o A inexistncia do plano municipal de gesto integrada de resduos slidos no obsta a elaborao, a implementao ou a operacionalizao do plano de gerenciamento de resduos slidos. 3o Sero estabelecidos em regulamento:I - normas sobre a exigibilidade e o contedo do plano de gerenciamento de resduos slidos relativo atuao de cooperativas ou de outras formas de associao de catadores de materiais reutilizveis e reciclveis;II - critrios e procedimentos simplificados para apresentao dos planos de gerenciamento de resduos slidos para microempresas e empresas de pequeno porte, assim consideradas as definidas nos incisos I e II do art. 3o da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, desde que as atividades por elas desenvolvidas no gerem resduos perigosos.Art. 22. Para a elaborao, implementao, operacionalizao e monitoramento de todas as etapas do plano de gerenciamento de resduos slidos, nelas includo o controle da disposio final ambientalmente adequada dos rejeitos, ser designado responsvel tcnico devidamente habilitado.Art. 23. Os responsveis por plano de gerenciamento de resduos slidos mantero atualizadas e disponveis ao rgo municipal competente, ao rgo licenciador do Sisnama e a outras autoridades, informaes completas sobre a implementao e a operacionalizao do plano sob sua responsabilidade. 1o Para a consecuo do disposto no caput, sem prejuzo de outras exigncias cabveis por parte das autoridades, ser implementado sistema declaratrio com periodicidade, no mnimo, anual, na forma do regulamento. 2o As informaes referidas no caput sero repassadas pelos rgos pblicos ao Sinir, na forma do regulamento.Art. 24. O plano de gerenciamento de resduos slidos parte integrante do processo de licenciamento ambiental do empreendimento ou atividade pelo rgo competente do Sisnama. 1o Nos empreendimentos e atividades no sujeitos a licenciamento ambiental, a aprovao do plano de gerenciamento de resduos slidos cabe autoridade municipal competente. 2o No processo de licenciamento ambiental referido no 1o a cargo de rgo federal ou estadual do Sisnama, ser assegurada oitiva do rgo municipal competente, em especial quanto disposio final ambientalmente adequada de rejeitos.CAPTULO IIIDAS RESPONSABILIDADES DOS GERADORES E DO PODER PBLICOSeo IDisposies GeraisArt. 25. O poder pblico, o setor empresarial e a coletividade so responsveis pela efetividade das aes voltadas para assegurar a observncia da Poltica Nacional de Resduos Slidos e das diretrizes e demais determinaes estabelecidas nesta Lei e em seu regulamento.Art. 26. O titular dos servios pblicos de limpeza urbana e de manejo de resduos slidos responsvel pela organizao e prestao direta ou indireta desses servios, observados o respectivo plano municipal de gesto integrada de resduos slidos, a Lei n 11.445, de 2007, e as disposies desta Lei e seu regulamento.Art. 27. As pessoas fsicas ou jurdicas referidas no art. 20 so responsveis pela implementao e operacionalizao integral do plano de gerenciamento de resduos slidos aprovado pelo rgo competente na forma do art. 24. 1o A contratao de servios de coleta, armazenamento, transporte, transbordo, tratamento ou destinao final de resduos slidos, ou de disposio final de rejeitos, no isenta as pessoas fsicas ou jurdicas referidas no art. 20 da responsabilidade por danos que vierem a ser provocados pelo gerenciamento inadequado dos respectivos resduos ou rejeitos. 2o Nos casos abrangidos pelo art. 20, as etapas sob responsabilidade do gerador que forem realizadas pelo poder pblico sero devidamente remuneradas pelas pessoas fsicas ou jurdicas responsveis, observado o disposto no 5o do art. 19.Art. 28. O gerador de resduos slidos domiciliares tem cessada sua responsabilidade pelos resduos com a disponibilizao adequada para a coleta ou, nos casos abrangidos pelo art. 33, com a devoluo.Art. 29. Cabe ao poder pblico atuar, subsidiariamente, com vistas a minimizar ou cessar o dano, logo que tome conhecimento de evento lesivo ao meio ambiente ou sade pblica relacionado ao gerenciamento de resduos slidos.Pargrafo nico. Os responsveis pelo dano ressarciro integralmente o poder pblico pelos gastos decorrentes das aes empreendidas na forma do caput.Seo IIDa Responsabilidade CompartilhadaArt. 30. instituda a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a ser implementada de forma individualizada e encadeada, abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos servios pblicos de limpeza urbana e de manejo de resduos slidos, consoante as atribuies e procedimentos previstos nesta Seo.Pargrafo nico. A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos tem por objetivo:I - compatibilizar interesses entre os agentes econmicos e sociais e os processos de gesto empresarial e mercadolgica com os de gesto ambiental, desenvolvendo estratgias sustentveis;II - promover o aproveitamento de resduos slidos, direcionando-os para a sua cadeia produtiva ou para outras cadeias produtivas;III - reduzir a gerao de resduos slidos, o desperdcio de materiais, a poluio e os danos ambientais;IV - incentivar a utilizao de insumos de menor agressividade ao meio ambiente e de maior sustentabilidade;V - estimular o desenvolvimento de mercado, a produo e o consumo de produtos derivados de materiais reciclados e reciclveis;VI - propiciar que as atividades produtivas alcancem eficincia e sustentabilidade;VII - incentivar as boas prticas de responsabilidade socioambiental.Art. 31. Sem prejuzo das obrigaes estabelecidas no plano de gerenciamento de resduos slidos e com vistas a fortalecer a responsabilidade compartilhada e seus objetivos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes tm responsabilidade que abrange:I - investimento no desenvolvimento, na fabricao e na colocao no mercado de produtos:a) que sejam aptos, aps o uso pelo consumidor, reutilizao, reciclagem ou a outra forma de destinao ambientalmente adequada;b) cuja fabricao e uso gerem a menor quantidade de resduos slidos possvel;II - divulgao de informaes relativas s formas de evitar, reciclar e eliminar os resduos slidos associados a seus respectivos produtos;III - recolhimento dos produtos e dos resduos remanescentes aps o uso, assim como sua subsequente destinao final ambientalmente adequada, no caso de produtos objeto de sistema de logstica reversa na forma do art. 33;IV - compromisso de, quando firmados acordos ou termos de compromisso com o Municpio, participar das aes previstas no plano municipal de gesto integrada de resduos slidos, no caso de produtos ainda no inclusos no sistema de logstica reversa.Art. 32. As embalagens devem ser fabricadas com materiais que propiciem a reutilizao ou a reciclagem. 1o Cabe aos respectivos responsveis assegurar que as embalagens sejam:I - restritas em volume e peso s dimenses requeridas proteo do contedo e comercializao do produto;II - projetadas de forma a serem reutilizadas de maneira tecnicamente vivel e compatvel com as exigncias aplicveis ao produto que contm;III - recicladas, se a reutilizao no for possvel. 2o O regulamento dispor sobre os casos em que, por razes de ordem tcnica ou econmica, no seja vivel a aplicao do disposto no caput. 3o responsvel pelo atendimento do disposto neste artigo todo aquele que:I - manufatura embalagens ou fornece materiais para a fabricao de embalagens;II - coloca em circulao embalagens, materiais para a fabricao de embalagens ou produtos embalados, em qualquer fase da cadeia de comrcio.Art. 33. So obrigados a estruturar e implementar sistemas de logstica reversa, mediante retorno dos produtos aps o uso pelo consumidor, de forma independente do servio pblico de limpeza urbana e de manejo dos resduos slidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de:I - agrotxicos, seus resduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, aps o uso, constitua resduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos rgos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas tcnicas;II - pilhas e baterias;III - pneus;IV - leos lubrificantes, seus resduos e embalagens;V - lmpadas fluorescentes, de vapor de sdio e mercrio e de luz mista;VI - produtos eletroeletrnicos e seus componentes. 1o Na forma do disposto em regulamento ou em acordos setoriais e termos de compromisso firmados entre o poder pblico e o setor empresarial, os sistemas previstos no caput sero estendidos a produtos comercializados em embalagens plsticas, metlicas ou de vidro, e aos demais produtos e embalagens, considerando, prioritariamente, o grau e a extenso do impacto sade pblica e ao meio ambiente dos resduos gerados. 2o A definio dos produtos e embalagens a que se refere o 1o considerar a viabilidade tcnica e econmica da logstica reversa, bem como o grau e a extenso do impacto sade pblica e ao meio ambiente dos resduos gerados. 3o Sem prejuzo de exigncias especficas fixadas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos rgos do Sisnama e do SNVS, ou em acordos setoriais e termos de compromisso firmados entre o poder pblico e o setor empresarial, cabe aos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes dos produtos a que se referem os incisos II, III, V e VI ou dos produtos e embalagens a que se referem os incisos I e IV do caput e o 1o tomar todas as medidas necessrias para assegurar a implementao e operacionalizao do sistema de logstica reversa sob seu encargo, consoante o estabelecido neste artigo, podendo, entre outras medidas:I - implantar procedimentos de compra de produtos ou embalagens usados;II - disponibilizar postos de entrega de resduos reutilizveis e reciclveis;III - atuar em parceria com cooperativas ou outras formas de associao de catadores de materiais reutilizveis e reciclveis, nos casos de que trata o 1o. 4o Os consumidores devero efetuar a devoluo aps o uso, aos comerciantes ou distribuidores, dos produtos e das embalagens a que se referem os incisos I a VI do caput, e de outros produtos ou embalagens objeto de logstica reversa, na forma do 1o. 5o Os comerciantes e distribuidores devero efetuar a devoluo aos fabricantes ou aos importadores dos produtos e embalagens reunidos ou devolvidos na forma dos 3o e 4o. 6o Os fabricantes e os importadores daro destinao ambientalmente adequada aos produtos e s embalagens reunidos ou devolvidos, sendo o rejeito encaminhado para a disposio final ambientalmente adequada, na forma estabelecida pelo rgo competente do Sisnama e, se houver, pelo plano municipal de gesto integrada de resduos slidos. 7o Se o titular do servio pblico de limpeza urbana e de manejo de resduos slidos, por acordo setorial ou termo de compromisso firmado com o setor empresarial, encarregar-se de atividades de responsabilidade dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes nos sistemas de logstica reversa dos produtos e embalagens a que se refere este artigo, as aes do poder pblico sero devidamente remuneradas, na forma previamente acordada entre as partes. 8o Com exceo dos consumidores, todos os participantes dos sistemas de logstica reversa mantero atualizadas e disponveis ao rgo municipal competente e a outras autoridades informaes completas sobre a realizao das aes sob sua responsabilidade.Art. 34. Os acordos setoriais ou termos de compromisso referidos no inciso IV do caput do art. 31 e no 1o do art. 33 podem ter abrangncia nacional, regional, estadual ou municipal. 1o Os acordos setoriais e termos de compromisso firmados em mbito nacional tm prevalncia sobre os firmados em mbito regional ou estadual, e estes sobre os firmados em mbito municipal. 2o Na aplicao de regras concorrentes consoante o 1o, os acordos firmados com menor abrangncia geogrfica podem ampliar, mas no abrandar, as medidas de proteo ambiental constantes nos acordos setoriais e termos de compromisso firmados com maior abrangncia geogrfica.Art. 35. Sempre que estabelecido sistema de coleta seletiva pelo plano municipal de gesto integrada de resduos slidos e na aplicao do art. 33, os consumidores so obrigados a:I - acondicionar adequadamente e de forma diferenciada os resduos slidos gerados;II - disponibilizar adequadamente os resduos slidos reutilizveis e reciclveis para coleta ou devoluo.Pargrafo nico. O poder pblico municipal pode instituir incentivos econmicos aos consumidores que participam do sistema de coleta seletiva referido no caput, na forma de lei municipal.Art. 36. No mbito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, cabe ao titular dos servios pblicos de limpeza urbana e de manejo de resduos slidos, observado, se houver, o plano municipal de gesto integrada de resduos slidos:I - adotar procedimentos para reaproveitar os resduos slidos reutilizveis e reciclveis oriundos dos servios pblicos de limpeza urbana e de manejo de resduos slidos;II - estabelecer sistema de coleta seletiva;III - articular com os agentes econmicos e sociais medidas para viabilizar o retorno ao ciclo produtivo dos resduos slidos reutilizveis e reciclveis oriundos dos servios de limpeza urbana e de manejo de resduos slidos;IV - realizar as atividades definidas por acordo setorial ou termo de compromisso na forma do 7o do art. 33, mediante a devida remunerao pelo setor empresarial;V - implantar sistema de compostagem para resduos slidos orgnicos e articular com os agentes econmicos e sociais formas de utilizao do composto produzido;VI - dar disposio final ambientalmente adequada aos resduos e rejeitos oriundos dos servios pblicos de limpeza urbana e de manejo de resduos slidos. 1o Para o cumprimento do disposto nos incisos I a IV do caput, o titular dos servios pblicos de limpeza urbana e de manejo de resduos slidos priorizar a organizao e o funcionamento de cooperativas ou de outras formas de associao de catadores de materiais reutilizveis e reciclveis formadas por pessoas fsicas de baixa renda, bem como sua contratao. 2o A contratao prevista no 1o dispensvel de licitao, nos termos do inciso XXVII do art. 24 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.CAPTULO IVDOS RESDUOS PERIGOSOSArt. 37. A instalao e o funcionamento de empreendimento ou atividade que gere ou opere com resduos perigosos somente podem ser autorizados ou licenciados pelas autoridades competentes se o responsvel comprovar, no mnimo, capacidade tcnica e econmica, alm de condies para prover os cuidados necessrios ao gerenciamento desses resduos.Art. 38. As pessoas jurdicas que operam com resduos perigosos, em qualquer fase do seu gerenciamento, so obrigadas a se cadastrar no Cadastro Nacional de Operadores de Resduos Perigosos. 1o O cadastro previsto no caput ser coordenado pelo rgo federal competente do Sisnama e implantado de forma conjunta pelas autoridades federais, estaduais e municipais. 2o Para o cadastramento, as pessoas jurdicas referidas no caput necessitam contar com responsvel tcnico pelo gerenciamento dos resduos perigosos, de seu prprio quadro de funcionrios ou contratado, devidamente habilitado, cujos dados sero mantidos atualizados no cadastro. 3o O cadastro a que se refere o caput parte integrante do Cadastro Tcnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais e do Sistema de Informaes previsto no art. 12.Art. 39. As pessoas jurdicas referidas no art. 38 so obrigadas a elaborar plano de gerenciamento de resduos perigosos e submet-lo ao rgo competente do Sisnama e, se couber, do SNVS, observado o contedo mnimo estabelecido no art. 21 e demais exigncias previstas em regulamento ou em normas tcnicas. 1o O plano de gerenciamento de resduos perigosos a que se refere o caput poder estar inserido no plano de gerenciamento de resduos a que se refere o art. 20. 2o Cabe s pessoas jurdicas referidas no art. 38:I - manter registro atualizado e facilmente acessvel de todos os procedimentos relacionados implementao e operacionalizao do plano previsto no caput;II - informar anualmente ao rgo competente do Sisnama e, se couber, do SNVS, sobre a quantidade, a natureza e a destinao temporria ou final dos resduos sob sua responsabilidade;III - adotar medidas destinadas a reduzir o volume e a periculosidade dos resduos sob sua responsabilidade, bem como a aperfeioar seu gerenciamento;IV - informar imediatamente aos rgos competentes sobre a ocorrncia de acidentes ou outros sinistros relacionados aos resduos perigosos. 3o Sempre que solicitado pelos rgos competentes do Sisnama e do SNVS, ser assegurado acesso para inspeo das instalaes e dos procedimentos relacionados implementao e operacionalizao do plano de gerenciamento de resduos perigosos. 4o No caso de controle a cargo de rgo federal ou estadual do Sisnama e do SNVS, as informaes sobre o contedo, a implementao e a operacionalizao do plano previsto no caput sero repassadas ao poder pblico municipal, na forma do regulamento.Art. 40. No licenciamento ambiental de empreendimentos ou atividades que operem com resduos perigosos, o rgo licenciador do Sisnama pode exigir a contratao de seguro de responsabilidade civil por danos causados ao meio ambiente ou sade pblica, observadas as regras sobre cobertura e os limites mximos de contratao fixados em regulamento.Pargrafo nico. O disposto no caput considerar o porte da empresa, conforme regulamento.Art. 41. Sem prejuzo das iniciativas de outras esferas governamentais, o Governo Federal deve estruturar e manter instrumentos e atividades voltados para promover a descontaminao de reas rfs.Pargrafo nico. Se, aps descontaminao de stio rfo realizada com recursos do Governo Federal ou de outro ente da Federao, forem identificados os responsveis pela contaminao, estes ressarciro integralmente o valor empregado ao poder pblico.CAPTULO VDOS INSTRUMENTOS ECONMICOSArt. 42. O poder pblico poder instituir medidas indutoras e linhas de financiamento para atender, prioritariamente, s iniciativas de:I - preveno e reduo da gerao de resduos slidos no processo produtivo;II - desenvolvimento de produtos com menores impactos sade humana e qualidade ambiental em seu ciclo de vida;III - implantao de infraestrutura fsica e aquisio de equipamentos para cooperativas ou outras formas de associao de catadores de materiais reutilizveis e reciclveis formadas por pessoas fsicas de baixa renda;IV - desenvolvimento de projetos de gesto dos resduos slidos de carter intermunicipal ou, nos termos do inciso I do caput do art. 11, regional;V - estruturao de sistemas de coleta seletiva e de logstica reversa;VI - descontaminao de reas contaminadas, incluindo as reas rfs;VII - desenvolvimento de pesquisas voltadas para tecnologias limpas aplicveis aos resduos slidos;VIII - desenvolvimento de sistemas de gesto ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resduos.Art. 43. No fomento ou na concesso de incentivos creditcios destinados a atender diretrizes desta Lei, as instituies oficiais de crdito podem estabelecer critrios diferenciados de acesso dos beneficirios aos crditos do Sistema Financeiro Nacional para investimentos produtivos.Art. 44. A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, no mbito de suas competncias, podero instituir normas com o objetivo de conceder incentivos fiscais, financeiros ou creditcios, respeitadas as limitaes da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), a:I - indstrias e entidades dedicadas reutilizao, ao tratamento e reciclagem de resduos slidos produzidos no territrio nacional;II - projetos relacionados responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos, prioritariamente em parceria com cooperativas ou outras formas de associao de catadores de materiais reutilizveis e reciclveis formadas por pessoas fsicas de baixa renda;III - empresas dedicadas limpeza urbana e a atividades a ela relacionadas.Art. 45. Os consrcios pblicos constitudos, nos termos da Lei no 11.107, de 2005, com o objetivo de viabilizar a descentralizao e a prestao de servios pblicos que envolvam resduos slidos, tm prioridade na obteno dos incentivos institudos pelo Governo Federal.Art. 46. O atendimento ao disposto neste Captulo ser efetivado em consonncia com a Lei Complementar n 101, de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), bem como com as diretrizes e objetivos do respectivo plano plurianual, as metas e as prioridades fixadas pelas leis de diretrizes oramentrias e no limite das disponibilidades propiciadas pelas leis oramentrias anuais.CAPTULO VIDAS PROIBIESArt. 47. So proibidas as seguintes formas de destinao ou disposio final de resduos slidos ou rejeitos:I - lanamento em praias, no mar ou em quaisquer corpos hdricos;II - lanamento in natura a cu aberto, excetuados os resduos de minerao;III - queima a cu aberto ou em recipientes, instalaes e equipamentos no licenciados para essa finalidade;IV - outras formas vedadas pelo poder pblico. 1o Quando decretada emergncia sanitria, a queima de resduos a cu aberto pode ser realizada, desde que autorizada e acompanhada pelos rgos competentes do Sisnama, do SNVS e, quando couber, do Suasa. 2o Assegurada a devida impermeabilizao, as bacias de decantao de resduos ou rejeitos industriais ou de minerao, devidamente licenciadas pelo rgo competente do Sisnama, no so consideradas corpos hdricos para efeitos do disposto no inciso I do caput.Art. 48. So proibidas, nas reas de disposio final de resduos ou rejeitos, as seguintes atividades:I - utilizao dos rejeitos dispostos como alimentao;II - catao, observado o disposto no inciso V do art. 17;III - criao de animais domsticos;IV - fixao de habitaes temporrias ou permanentes;V - outras atividades vedadas pelo poder pblico.Art. 49. proibida a importao de resduos slidos perigosos e rejeitos, bem como de resduos slidos cujas caractersticas causem dano ao meio ambiente, sade pblica e animal e sanidade vegetal, ainda que para tratamento, reforma, reso, reutilizao ou recuperao.TTULO IVDISPOSIES TRANSITRIAS E FINAISArt. 50. A inexistncia do regulamento previsto no 3o do art. 21 no obsta a atuao, nos termos desta Lei, das cooperativas ou outras formas de associao de catadores de materiais reutilizveis e reciclveis.Art. 51. Sem prejuzo da obrigao de, independentemente da existncia de culpa, reparar os danos causados, a ao ou omisso das pessoas fsicas ou jurdicas que importe inobservncia aos preceitos desta Lei ou de seu regulamento sujeita os infratores s sanes previstas em lei, em especial s fixadas na Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que dispe sobre as sanes penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e d outras providncias, e em seu regulamento.Art. 52. A observncia do disposto no caput do art. 23 e no 2o do art. 39 desta Lei considerada obrigao de relevante interesse ambiental para efeitos do art. 68 da Lei n 9.605, de 1998, sem prejuzo da aplicao de outras sanes cabveis nas esferas penal e administrativa.Art. 53. O 1o do art. 56 da Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, passa a vigorar com a seguinte redao:Art. 56. ................................................................................. 1o Nas mesmas penas incorre quem:I - abandona os produtos ou substncias referidos no caput ou os utiliza em desacordo com as normas ambientais ou de segurana;II - manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla ou d destinao final a resduos perigosos de forma diversa da estabelecida em lei ou regulamento.............................................................................................. (NR)Art. 54. A disposio final ambientalmente adequada dos rejeitos, observado o disposto no 1o do art. 9o, dever ser implantada em at 4 (quatro) anos aps a data de publicao desta Lei.Art. 55. O disposto nos arts. 16 e 18 entra em vigor 2 (dois) anos aps a data de publicao desta Lei.Art. 56. A logstica reversa relativa aos produtos de que tratam os incisos V e VI do caput do art. 33 ser implementada progressivamente segundo cronograma estabelecido em regulamento.Art. 57. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.Braslia, 2 de agosto de 2010; 189o da Independncia e 122o da Repblica.LUIZ INCIO LULA DA SILVARafael Thomaz FavettiGuido MantegaJos Gomes TemporoMiguel JorgeIzabella Mnica Vieira TeixeiraJoo Reis Santana FilhoMarcio Fortes de AlmeidaAlexandre Rocha Santos PadilhaEste texto no substitui o publicado no DOU de 3.8.2010