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PORTUGAL PROPOSTA DE PROGRAMA OPERACIONAL TEMÁTICO VALORIZAÇÃO DO TERRITÓRIO 2007-2013 16 de Janeiro de 2007

PO Temático - Valorização do Território - FEDER + FC

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  • PORTUGAL

    PROPOSTA DE

    PROGRAMA OPERACIONAL TEMTICO VALORIZAO DO TERRITRIO 2007-2013

    16 de Janeiro de 2007

  • Programa Operacional Temtico Valorizao do Territrio 2

    Nota Prvia

    Este documento respeita o disposto no artigo 37 do Regulamento (CE) N. 1083/2006 contendo igualmente todos os elementos necessrios definidos no Regulamento (CE) N. 1080/2006. A presente proposta constitui uma pea essencial a acompanhar a consulta ao pblico a efectuar no decurso do exerccio de Avaliao Ambiental Estratgica.

    A Avaliao Ambiental Estratgica das intervenes estruturais para 2007-2013, enquadra-se nos requisitos estabelecidos na Directiva 2001/42/CE, do Parlamento e do Conselho, de 27 de Junho de 2001 e detm uma natureza sobretudo estratgica e transversal, situando-se a anlise numa escala macro-ambiental. Esta directiva refere que Programas Operacionais na sua totalidade sero oportunamente disponibilizados ao pblico para efeitos de informao, nomeadamente sobre a incluso, em sede de programao, das questes ambientais nos PO e nas respectivas avaliaes ex-ante e futura monitorizao, sendo elaborado para o efeito uma relatrio ambiental.

    A presente proposta apresenta informao detalhada ao nvel do diagnstico temtico, dos objectivos do programa operacional e de cada eixo prioritrios, elencando as respectiva temtica prioritrias. Porm, esta verso, no contempla a quantificao de objectivos por intermdio de nmero limitado de indicadores de realizao e de resultados, tal como sugere o regulamento.

    A apresentao dos indicadores e a sua respectiva quantificao dever constar da verso a remeter aos servios da Comisso Europeia. Por se tratar de um exerccio nacional ainda em curso, que abrange todos os Programa Operacionais e que envolve articulao com o desenho sistema de informao do QREN, no foi possvel nesta fase, incluir esta informao.

    Do mesmo modo, esta proposta no apresentar o resumo do exerccio de avaliao ex-ante por este se encontrar actualmente em fase final de elaborao. Trata-se de um exerccio dinmico que acompanha todas as fases de concepo do programa operacional e que encerrar em simultneo com o envio do programa Comisso Europeia. Este processo, de intensa interaco, permite que as concluses da avaliao sejam inscritas e influenciem todos os estados da programao.

    pertinente salientar que a Consulta Pblica a que o programa ser sujeito incidir em primeira instncia sobre o Relatrio Ambiental, no contexto do exerccio de Avaliao Ambiental Estratgica obrigatrio, sendo o Programa Operacional um elemento acessrio ao processo de consulta.

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    AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA

    A Directiva 2001/42/CE, relativa avaliao dos efeitos de determinados planos e programas no ambiente [Directiva Avaliao Ambiental Estratgica (AAE)] foi adoptada em Julho de 2001 estando o seu processo de transposio em curso no caso nacional. A directiva impe a avaliao ambiental de um grande nmero de planos e programas previamente sua aprovao.

    O Regulamento (CE) n. 1083/2006 do Conselho, de 11 de Julho de 2006, que estabelece disposies gerais sobre o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, o Fundo Social Europeu e o Fundo de Coeso, estabelece que a aco realizada no mbito dos fundos deve integrar, a nvel nacional e regional, as prioridades da Comunidade a favor do desenvolvimento sustentvel, reforando o crescimento, a competitividade, o emprego e a incluso social, e protegendo e melhorando a qualidade do ambiente (artigo 3). O regulamento tambm torna claro que os objectivos dos fundos so perseguidos no quadro do desenvolvimento sustentvel e da promoo pela Comunidade do objectivo de proteger e melhorar o ambiente, previsto no artigo 6 do Tratado (artigo 17).

    A Directiva AAE aplicvel a todos os planos ou programas abrangidos pelo seu mbito de aplicao, definido nos artigos 2 e 3. A iseno concedida aos planos e programas no mbito dos fundos estruturais no abrange o perodo de programao de 2007-2013 e, quer o Regulamento (CE) n. 1083/2006, quer o Regulamento (CE) n. 1698/2005 remetem explicitamente para a necessidade de ter em conta a avaliao do impacto ambiental (AIA) e a legislao AAE nas avaliaes a efectuar no mbito dos fundos10.

    Os artigos 2 e 3 da Directiva AAE incluem a realizao de uma srie de testes para decidir da necessidade de efectuar a AAE de um plano ou programa. O anexo 1 (baseado nas anteriores orientaes produzidas pela Comisso) efectua uma anlise sinttica da forma como esses testes so aplicados aos planos e programas abrangidos pelos fundos comunitrios. A concluso da Comisso que, no perodo de programao de 2000-2006, muitos dos planos e programas no mbito dos fundos estruturais preenchiam os critrios dos artigos 2 e 3 da Directiva AAE e exigiam uma avaliao nos termos da mesma, caso fosse de aplicao no momento da sua elaborao.

    Embora, no perodo de 2007-2013, o Regulamento (CE) n. 1083/2006 no preveja a avaliao ex-ante dos Quadros de Referncia Estratgicos Nacionais, impe essa obrigao no caso dos Programas Operacionais (n. 2 do artigo 48). As obrigaes impostas pelo artigo 47 do Regulamento (CE) n. 1083/2006, que prev que as avaliaes devem ter em conta a legislao comunitria pertinente em matria de impacto ambiental e de avaliao ambiental estratgica, sublinham que as directivas respectivas devem ser aplicadas sempre que os critrios nelas definidos sejam preenchidos. Atendendo forma como o mbito de aplicao da Directiva AAE foi definido e natureza varivel dos planos e programas adoptados a ttulo dos fundos, no possvel afirmar categoricamente com antecedncia quais os planos e programas abrangidos, mas em documentos recentes, a Comisso sugere

  • Programa Operacional Temtico Valorizao do Territrio 4

    que, no caso dos Programas Operacionais, se realize uma AAE. Os Estados-Membros foram ainda alertados para as obrigaes que lhes incumbem por fora da Directiva AAE nas orientaes para a avaliao ex-ante elaboradas pela Comisso, orientaes essas que tambm indicavam de que forma a AAE podia complementar e integrar a avaliao ex-ante.

    No mbito da preparao do Quadro de Referncia Estratgico Nacional (QREN), e dos Programas Operacionais que o compem, entendeu-se, seguindo orientaes da Comisso Europeia e do Instituto do Ambiente, fazer aplicar as determinaes e requisitos da Directiva Europeia 2001/42/CE de 27 de Junho, ao processo de preparao de um conjunto de Programas Operacionais. As opes em matria de AAE tem a sua expresso no estudo lanado pelos Termos de Referncia e Metodologia para Avaliao Ambiental Estratgica das propostas de Programas Operacionais, no mbito do Quadro de Referncia Estratgico Nacional, QCA IV (2007-2013) e Directiva Europeia 2001/42/CE. Este documento descreve os termos de referncia e uma metodologia para avaliao ambiental estratgica (AAE) das propostas de formulao de polticas pblicas, definidas no Quadro de Referncia Estratgica Nacional (QREN), e que iro executar as prioridades estratgicas nacionais a apresentar, atravs de Programas Operacionais, para financiamento comunitrio no mbito do prximo perodo de programao.

    Os termos de referncia e a metodologia de AAE aplicam-se s propostas dos Programas Operacionais (PO) que executam o QREN, limitando-se apenas aos programas que envolvem uma incidncia fsica e que enquadram futuros projectos enumerados nos Anexos I e II da Directiva 85/337/CE de 27 de Junho, designadamente os: PO Temtico Factores de Competitividade; PO Temtico Valorizao Territorial; cada um dos sete PO regionais financiados pelo FEDER.

    No quadro legislativo e das obrigaes regulamentares impostas, cada PO deve conter 4 elementos, que sero sub - produtos do exerccio AAE em curso, e em particular do respectivo Relatrio Ambiental. Estes quatro elementos so: i) resumo do relatrio ambiental; ii) resumo do procedimento AAE, incluindo o procedimento de consulta pblica; iii) evidncia de como foi tomado em linha de conta o relatrio ambiental e os resultados das consultas no processo decisrio; iv) elementos relativos ao acompanhamento e avaliao da AAE na implementao do PO.

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    NDICE

    ENQUADRAMENTO........................................................................................7 DIAGNSTICO............................................................................................ 12

    DFICES CONECTIVIDADE INTERNACIONAL ............................................................... 14 CONSTRANGIMENTOS EM ACESSIBILIDADES E MOBILIDADE................................................ 16 EXIGNCIAS DE PROTECO E VALORIZAO DO AMBIENTE E DO PATRIMNIO NATURAL ................. 17 REFORO DA PREVENO, GESTO E MONITORIZAO DE RISCOS NATURAIS E TECNOLGICOS........... 21 ESTRUTURAO, VALORIZAO E COESO DO TERRITRIO .............................................. 25 GOVERNAO PARA A VALORIZAO TERRITORIAL ...................................................... 27

    ANLISE SWOT .......................................................................................... 28 LIES DA EXPERINCIA PARA O ACTUAL PERODO DE PROGRAMAO..................... 37 UMA ESTRATGIA PARA A VALORIZAO DO TERRITRIO...................................... 42 AS PRIORIDADES DA AGENDA OPERACIONAL VALORIZAO DO TERRITRIO............... 45 AS ARTICULAES ENTRE PROGRAMAS OPERACIONAIS NO MBITO DA AGENDA OPERACIONAL VALORIZAO DO TERRITRIO.................................................... 48 O PROGRAMA OPERACIONAL VALORIZAO DO TERRITRIO .................................. 52 EIXOS PRIORITRIOS DO PROGRAMA OPERACIONAL VALORIZAO DO TERRITRIO...... 54 EIXO PRIORITRIO I REDES E EQUIPAMENTOS ESTRUTURANTES NACIONAIS .............. 55

    OBJECTIVOS E PRIORIDADES ............................................................................. 56 TIPOLOGIAS DE INTERVENO ........................................................................... 59 DESTINATRIOS .......................................................................................... 60 INDICADORES DE REALIZAO E RESULTADO............................................................. 63

    EIXO PRIORITRIO II PREVENO, GESTO E MONITORIZAO DE RISCOS NATURAIS E TECNOLGICOS ......................................................................................... 65

    OBJECTIVOS E PRIORIDADES ............................................................................. 67 TIPOLOGIAS DE INTERVENO ........................................................................... 69 DESTINATRIOS .......................................................................................... 71 INDICADORES DE REALIZAO E RESULTADO............................................................. 71

    EIXO PRIORITRIO III REDES E EQUIPAMENTOS ESTRUTURANTES NA REGIO AUTNOMA DOS AORES ............................................................................................. 73

    OBJECTIVOS E PRIORIDADES ............................................................................. 73 TIPOLOGIAS DE INTERVENO ........................................................................... 74 DESTINATRIOS .......................................................................................... 74 INDICADORES DE RESULTADO ............................................................................ 74

    EIXO PRIORITRIO IV REDES E EQUIPAMENTOS ESTRUTURANTES NA REGIO AUTNOMA DA MADEIRA ............................................................................................. 76

    OBJECTIVOS E PRIORIDADES ............................................................................. 76 TIPOLOGIAS DE INTERVENO ........................................................................... 77 DESTINATRIOS .......................................................................................... 78

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    INDICADORES DE RESULTADO ............................................................................ 79 EIXO PRIORITRIO V INFRA-ESTRUTURAS NACIONAIS PARA A CONECTIVIDADE E VALORIZAO TERRITORIAL.......................................................................... 81

    OBJECTIVOS E PRIORIDADES ............................................................................. 81 TIPOLOGIAS DE INTERVENO ........................................................................... 83 DESTINATRIOS .......................................................................................... 84 INDICADORES DE RESULTADO ............................................................................ 85

    EIXO PRIORITRIO VI DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA URBANO NACIONAL .............. 87 OBJECTIVOS E PRIORIDADES ............................................................................. 88 TIPOLOGIAS DE INTERVENO ........................................................................... 89 DESTINATRIOS .......................................................................................... 90 INDICADORES DE RESULTADO ............................................................................ 90

    EIXO PRIORITRIO VII ASSISTNCIA TCNICA AO PROGRAMA OPERACIONAL.............. 92 OBJECTIVOS E PRIORIDADES ............................................................................. 92 TIPOLOGIAS DE INTERVENO ........................................................................... 92 DESTINATRIOS .......................................................................................... 92 INDICADORES DE REALIZAO E RESULTADO............................................................. 93

    PROGRAMAO FINANCEIRA ......................................................................... 95 PROGRAMAO PLURIANUAL E POR EIXOS PRIORITRIOS ................................................ 95 REPARTIO INDICATIVA DA CONTRIBUIO COMUNITRIA POR CATEGORIA DE DESPESA ............... 98

    GRANDES PROJECTOS.................................................................................102 MODELO DE GOVERNAO...........................................................................103

    ARQUITECTURA GERAL; IDENTIFICAO DAS AUTORIDADES DE COORDENAO GLOBAL, DE GESTO OPERACIONAL, DE CERTIFICAO E DE CONTROLO; ....................................................103 SISTEMA DE GESTO DO PROGRAMA OPERACIONAL.....................................................105 SISTEMA DE CONTROLO E AUDITORIA ...................................................................110 SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO E PLANO DE AVALIAO ..............................................112 IDENTIFICAO DOS CIRCUITOS FINANCEIROS...........................................................114 PLANO DE INFORMAO E COMUNICAO...............................................................115

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    ENQUADRAMENTO

    Reflectindo as Agendas de Lisboa e Gotemburgo, o prximo perodo de programao dos Fundos Estruturais (2007-2013) assume uma poltica comunitria de coeso ambiciosa e centrada num nmero limitado de prioridades, com o objectivo de potenciar um maior efeito de alavanca e um valor acrescentado mais significativo dos recursos financeiros comunitrios e nacionais envolvidos.

    As prioridades para a poltica de coeso 2007-2013 tm por base um maior alinhamento da poltica de coeso com os objectivos estratgicos identificados no mbito da Estratgia de Lisboa renovada e, portanto, centradas na promoo do crescimento sustentvel, na competitividade e no emprego (cf. COM (2006) 386 final de 13 de Julho de 2006):

    a) Reforar a atractividade dos Estados-membros, das regies e das cidades, melhorando a acessibilidade, assegurando servios de qualidade e nveis adequados e preservando o ambiente

    Desenvolver e melhorar as infra-estruturas de transportes;

    Reforar as sinergias entre a proteco ambiental e o crescimento;

    Abordar a questo da utilizao intensiva das fontes de energia tradicionais pela Europa.

    b) Incentivar a inovao, o esprito empresarial e o crescimento da economia baseada no conhecimento, promovendo as capacidades de investigao e inovao, incluindo as novas TIC

    Reforar e melhorar o investimento em IDT;

    Facilitar a inovao e promover o esprito empresarial;

    Promover a sociedade da informao para todos;

    Melhorar o acesso ao financiamento.

    c) Criar mais e melhor emprego, atraindo mais pessoas para o mercado de trabalho ou para a actividade empresarial, melhorando a adaptabilidade dos trabalhadores e das empresas e aumentando os investimentos no capital humano

    Atrair e manter um maior nmero de pessoas no mercado de trabalho e modernizar os sistemas de proteco social;

    Melhorar a adaptabilidade dos trabalhadores e a flexibilidade do mercado de trabalho;

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    Aumentar o investimento no capital humano atravs da melhoria da educao e das competncias;

    Reforar a capacidade administrativa;

    Contribuir para manter uma populao activa saudvel.

    A materializao dos objectivos em matria de Estratgia de Lisboa renovada traduz-se em termos nacionais no PNACE (Programa Nacional de Aco para o Crescimento e Emprego 2005-2008), enquadramento estratgico que no poderia deixar de determinar de forma decisiva o Quadro de Referncia Estratgico Nacional (QREN) e o presente Programa Operacional (PO) Valorizao do Territrio.

    No domnio mais especfico do ordenamento e do desenvolvimento do territrio, o Programa Nacional da Poltica de Ordenamento do Territrio (PNPOT) constitui o referencial nacional fundamental para a interveno do QREN em matria da Prioridade Temtica Valorizao do Territrio.

    O PO Valorizao do Territrio que se apresenta ao longo dos prximos captulos inscreve-se, no que respeita s intervenes financiadas pelo FEDER, no mbito do objectivo Convergncia, e no que respeita s intervenes financiadas pelo Fundo de Coeso, no mbito dos objectivos Convergncia e Competitividade e Emprego, cujas orientaes comunitrias vo no sentido de estimular o potencial de crescimento sustentado da economia portuguesa, no quadro das seguintes prioridades:

    Centrar nos investimentos e nos servios colectivos necessrios para aumentar a competitividade a longo prazo e a criao de emprego e para assegurar o desenvolvimento sustentvel;

    Aumentar o esforo para aumentar o investimento no capital humano, promover o acesso ao emprego, reforar a incluso social e introduzir e executar reformas nos sistemas de educao e formao;

    Modernizar e reestruturar a capacidade de produo das regies, atravs da prestao de servios s empresas, em especial s PME, da melhoria do acesso ao financiamento, da promoo de IDT e da inovao, do desenvolvimento dos recursos humanos e da criao de condies para a penetrao, divulgao e adopo das TIC;

    Reforar as capacidades institucionais para conceber e executar polticas eficazes.

    A nvel nacional as orientaes com vista ao planeamento e programao da interveno estrutural comunitria em Portugal no perodo 2007-2013 encontram-se inscritas no QREN.

    Neste quadro de referncia, assume-se como desgnio estratgico global:

  • Programa Operacional Temtico Valorizao do Territrio 9

    Qualificar os Portugueses, valorizando o conhecimento, a cincia, a tecnologia e a inovao, bem como promover nveis elevados e sustentados de desenvolvimento econmico e scio-cultural e de qualificao territorial num quadro de valorizao da igualdade de oportunidades e, bem assim, aumentar a eficincia e qualidade das instituies pblicas, atravs da superao dos principais constrangimentos que se revestem de dimenso e caractersticas estruturais, e criar as condies propcias ao crescimento e ao emprego.

    E, como prioridades estratgicas nacionais:

    a) Promover a qualificao dos portugueses, desenvolvendo e estimulando o conhecimento, a cincia, a tecnologia e a inovao como principal garantia do desenvolvimento do Pas e do aumento da sua competitividade;

    b) Promover o crescimento sustentado atravs, especialmente, dos objectivos do aumento da competitividade dos territrios e das empresas, da reduo dos custos pblicos de contexto, incluindo os da administrao da justia, da qualificao do emprego e da melhoria da produtividade e da atraco e estmulo ao investimento empresarial qualificante;

    c) Garantir a coeso social actuando, em particular, nos objectivos do aumento do emprego e do reforo da empregabilidade e do empreendedorismo, da melhoria da qualificao escolar e profissional e assegurando a incluso social, nomeadamente desenvolvendo o carcter inclusivo do mercado de trabalho, promovendo a igualdade de oportunidades para todos e a igualdade de gnero, bem como a reabilitao e reinsero social, a conciliao entre a vida social e profissional, e a valorizao da sade como factor de produtividade e medida de incluso social;

    d) Assegurar a qualificao do territrio e das cidades traduzida, em especial, nos objectivos de assegurar ganhos ambientais, promover um melhor ordenamento do territrio, prevenir riscos e, ainda, melhorar a conectividade do territrio e consolidar o reforo do sistema urbano, tendo presente a vontade de reduzir assimetrias regionais de desenvolvimento;

    e) Aumentar a eficincia da governao privilegiando, atravs de intervenes transversais nos diversos PO relevantes, os objectivos de modernizar as instituies pblicas, melhorar a eficincia e qualidade dos grandes sistemas sociais e colectivos, com reforo da sociedade civil e melhoria da regulao.

    O Quadro de Referncia Estratgico Nacional (QREN) consagra princpios de organizao temtica na estruturao dos Programas Operacionais (PO), traduzindo-se numa diminuio significativa do seu nmero, quando comparado com a estrutura do QCA III: trs Programas Temticos (Factores de

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    Competitividade, Valorizao do Territrio e Potencial Humano) e nove Programas Regionais.

    Os programas temticos (de aplicao multi-territorial) so complementados, seguindo uma lgica de coerncia de intervenes, pelos PO Regionais do Continente os quais so estruturados tematicamente, assegurando-se, assim, a prossecuo escala regional (de acordo com as especificidades, constrangimentos e potencialidades de cada regio) das prioridades temticas relativas aos Factores da Competitividade e Valorizao Territorial.

    Em consequncia de determinaes regulamentares comunitrias e de algumas opes nacionais, o PO Valorizao do Territrio ser, na sua vertente co-financiada pelo FEDER, aplicado s Regies Convergncia do Continente (excluindo a regio em phasing-out do Algarve), ou seja, Norte, Centro e Alentejo. Na sua vertente co-financiada pelo Fundo de Coeso ser aplicado ao conjunto das regies do pas.

    No que diz respeito ao Tema Valorizao do Territrio o QREN estabeleceu a prioridade de dotar o pas e as suas regies e sub-regies de melhores condies de atractividade para o investimento produtivo e de melhores condies de vida para as populaes, abrangendo as intervenes de natureza infra-estrutural e de dotao de equipamentos essenciais qualificao dos territrios e ao reforo da coeso econmica, social e territorial.

    A um nvel operacional o QREN identificou como princpios chave para o exerccio de programao:

    A concentrao das intervenes, dos recursos e das tipologias de aco, especialmente prosseguida atravs da consagrao de um nmero reduzido de Programas Operacionais Temticos e de uma estruturao temtica dos Programas Operacionais Regionais do Continente (que propiciam o estabelecimento de sinergias e complementaridades entre instrumentos de poltica pblica) e, bem assim, de lgicas de atribuio de recursos e de priorizao de domnios de actuao directamente associadas s prioridades estratgicas a prosseguir;

    A selectividade e focalizao dos investimentos e aces de desenvolvimento, a concretizar pela utilizao de critrios rigorosos de seleco e de hierarquizao de candidaturas que efectivamente contribuam para a prossecuo da estratgia de desenvolvimento adoptada;

    A viabilidade econmica e a sustentabilidade financeira das actuaes dirigidas satisfao do interesse pblico, atravs da considerao dos respectivos efeitos sobre a despesa pblica actual e futura;

    A coeso e valorizao territoriais que potenciem os factores de progresso econmico, scio-cultural e ambiental de cada regio e as suas diversificadas potencialidades de desenvolvimento, contribuindo para o desenvolvimento sustentvel e regionalmente equilibrado do pas;

  • Programa Operacional Temtico Valorizao do Territrio 11

    A gesto e monitorizao estratgica das intervenes, que garanta a prossecuo eficiente e eficaz do desgnio e da orientao estratgica definidos e propicie condies para que a seleco de candidaturas aos Programas Operacionais tome em particular ateno os seus contributos para a prossecuo das metas e prioridades estratgicas estabelecidas.

    Aos quais acrescem, por particularmente relevantes:

    Fomento de parcerias pblico-privadas;

    Estmulo da cooperao e funcionamento em rede.

    A concepo do Programa Operacional Valorizao do Territrio teve por base os pressupostos orientadores e regulamentares nacionais e comunitrios, anteriormente sintetizados, modulados pelas lies de experincia na implementao de anteriores perodos de programao de fundos estruturais, numa lgica de programao de forte concentrao, selectividade e sustentabilidade, a par da instituio de princpios de simplificao e eficincia nos procedimentos administrativos e de reforo da qualidade da gesto e acompanhamento do Programa.

    O contedo do Programa reflecte, ainda, a colaborao de vrios actores econmicos e polticos com potencial influncia na implementao do Tema Valorizao do Territrio a nvel nacional e regional. Igualmente, se releva a importncia do modelo interactivo de elaborao da Avaliao Ex-ante para a melhoria da coerncia, relevncia, pertinncia e utilidade do presente exerccio de programao, e bem assim do processo de Avaliao Ambiental Estratgica que assume, no mbito deste tema, uma particular relevncia.

  • Programa Operacional Temtico Valorizao do Territrio 12

    DIAGNSTICO

    Com a recente aprovao pelo Governo da Estratgia Nacional para o Desenvolvimento Sustentvel (ENDS) e do Programa Nacional de Polticas para o Ordenamento do Territrio (PNPOT), Portugal dispe de um adequado enquadramento estratgico nos domnios fundamentais da valorizao do seu territrio, enquanto recurso essencial para a competitividade da sua economia e para o bem estar e a qualidade de vida de quantos o habitam.

    Portugal dispe igualmente de caracterizaes apuradas e de um diagnstico consolidado nesses mesmos domnios.

    O PNPOT identifica os grandes problemas que o pas enfrenta em matria de ordenamento do territrio, sistematizando-os em seis categorias.

    Em matria de recursos naturais e gesto de riscos: degradao do solo e riscos de desertificao, agravados por fenmenos climticos (seca e chuvas torrenciais) e pela dimenso dos incndios florestais; degradao da qualidade da gua e deficiente gesto dos recursos hdricos; insuficiente desenvolvimento dos instrumentos de ordenamento e de gesto das reas classificadas integradas na Rede Fundamental de Conservao da Natureza; insuficiente considerao dos riscos nas aces de ocupao e transformao do territrio, com particular nfase para os sismos, os incndios florestais, as cheias e inundaes e a eroso das zonas costeiras.

    Em matria de desenvolvimento urbano e rural: expanso desordenada das reas metropolitanas e de outras reas urbanas, invadindo e fragmentando os espaos abertos, afectando a sua qualidade e potencial ecolgico, paisagstico e produtivo, e dificultando e encarecendo o desenvolvimento das infra-estruturas e a prestao dos servios colectivos; despovoamento e fragilizao demogrfica e socioeconmica de vastas reas e insuficiente desenvolvimento dos sistemas urbanos no metropolitanos e da sua articulao com os espaos rurais envolventes, enfraquecendo a competitividade e a coeso territorial do pas; degradao da qualidade de muitas reas residenciais, sobretudo nas periferias e nos centros histricos das cidades, e persistncia de importantes segmentos de populao sem acesso condigno habitao, agravando as disparidades sociais intra-urbanas; Insuficincia das polticas pblicas e da cultura cvica no acolhimento e integrao dos imigrantes, acentuando a segregao espacial e a excluso social nas reas urbanas.

    Em matria de transportes, energia e alteraes climticas: subdesenvolvimento dos sistemas aeroporturio, porturio e ferrovirio de suporte conectividade internacional de Portugal, no quadro ibrico, europeu, atlntico e global; deficiente intermodalidade dos transportes, com excessiva dependncia da rodovia e do uso dos veculos automveis privados e insuficiente desenvolvimento de outros modos de transporte, nomeadamente do ferrovirio; elevada intensidade (reduzida eficincia) energtica e carbnica das actividades econmicas e dos modelos de mobilidade e consumo, com fraco recurso a energias renovveis, conduzindo a uma

  • Programa Operacional Temtico Valorizao do Territrio 13

    estreita associao dos ritmos do crescimento econmico com os do aumento do consumo de energia e das emisses de Gases com Efeito de Estufa (GEE); elevada dependncia de fontes de energia primria importadas (petrleo, carvo e gs natural), com forte concentrao das origens geogrficas e pesadas implicaes no dfice externo, agravada pela volatilidade e tendncia estrutural de aumento dos preos desses recursos no renovveis e de natureza estratgica.

    Em matria de competitividade dos territrios: forte disperso geogrfica das infra-estruturas econmicas e dos equipamentos tercirios mais qualificantes, com perdas de escala e atrofia das relaes de especializao e complementaridade geradoras de maior rendibilidade social e econmica; ausncia de um sistema logstico global, que tenha em conta os requisitos dos diferentes sectores de actividade e a insero dos territrios nos mercados globais; insuficiente projeco externa das funes econmicas das principais aglomeraes urbanas, dificultando a participao de Portugal nos fluxos de investimento internacional; reduzida extenso das cadeias de valor e insuficiente explorao das condies e dos recursos mais diferenciadores dos territrios, e correspondente debilidade das relaes econmicas interinstitucionais, intersectoriais e inter-regionais no espao econmico nacional.

    Em matria de infra-estruturas e servios colectivos: expanso e intensa alterao da estrutura da procura social de servios colectivos e de interesse geral, pelo efeito conjugado de mudanas demogrficas (envelhecimento, imigrao e migraes internas), econmicas e culturais; desajustamento da distribuio territorial e da qualidade da oferta de infra-estruturas colectivas e dos servios de interesse geral face a essa expanso e alterao estrutural das procuras sociais; deficiente programao do investimento pblico em infra-estruturas e equipamentos colectivos, com insuficiente considerao dos impactes territoriais e dos custos de funcionamento e manuteno; Incipiente desenvolvimento da cooperao territorial de mbito supramunicipal na programao e gesto de infra-estruturas e equipamentos colectivos, prejudicando a obteno de economias de escala e os ganhos de eficincia baseados em relaes de associao e complementaridade.

    Em matria de cultura cvica, planeamento e gesto territorial: ausncia de uma cultura cvica valorizadora do ordenamento do territrio e baseada no conhecimento rigoroso dos problemas, na participao dos cidados e na capacitao tcnica das instituies e dos agentes mais directamente envolvidos; insuficincia das bases tcnicas essenciais para o ordenamento do territrio, designadamente nos domnios da informao geo-referenciada sobre os recursos territoriais, da cartografia certificada, da informao cadastral e do acesso em linha ao contedo dos planos em vigor; dificuldade de coordenao entre os principais actores institucionais, pblicos e privados, responsveis por polticas e intervenes com impacte territorial; complexidade, rigidez, centralismo e opacidade da legislao e dos procedimentos de planeamento e gesto territorial, afectando a sua eficincia e aceitao social.

    Este conjunto de problemas associado a um quadro das novas oportunidades "susceptveis de consolidar processos de desenvolvimento diferenciados, inovadores

  • Programa Operacional Temtico Valorizao do Territrio 14

    e sustentados" constitui, luz dos princpios e objectivos mais genricos da Estratgia Nacional de Desenvolvimento Sustentvel, a base para o elenco das opes estratgicas do pas. No contexto dos objectivos estratgicos definidos no QREN, alguns destes problemas exigem explicitao adicional no presente documento, atravs do aprofundamento do diagnstico e dotando-o de uma natureza mais prospectiva.

    DFICES CONECTIVIDADE INTERNACIONAL

    O QREN identifica a superao dos dfices de conectividade internacional do Pas com reflexos determinantes na insuficiente valorizao da posio geo-estratgica de Portugal como um factor crucial para assegurar a elevao dos nveis de competitividade da economia e da atractividade dos territrios.

    Para a superao da referida fragilidade necessrio responder a exigncias no domnio das redes e infra-estruturas fsicas, designadamente de transportes. Estas exigncias correspondem integrao e modernizao das redes ferrovirias e rodovirias de forma a estabelecer ligaes eficazes com as redes existentes nos restantes Estados-membros, em particular em Espanha.

    A ausncia de interoperabilidade da rede ferroviria nacional com as redes europeias de transporte constitui um problema grave a ultrapassar. As bitolas existentes na Pennsula Ibrica no garantem o funcionamento normal das redes ferrovirias escala europeia, funcionando esta caracterstica da rede ibrica como uma autntica barreira entrada na circulao de pessoas e bens na fronteira dos Pirinus1. Portugal, como regio mais excntrica da Pennsula sofre de forma mais acentuada esse efeito-barreira, especialmente no trfego internacional de mercadorias, pois os seus custos generalizados aumentam de forma muito significativa.

    A melhoria das ligaes nacionais s redes transeuropeias de transporte emerge, assim, do diagnstico dos sistemas de transporte nacionais como um aspecto fundamental a concretizar.

    No contexto do sector ferrovirio e tendo em vista a elevao dos nveis de competitividade do Pas e de conectividade internacional, o PNPOT identifica as seguintes medidas prioritrias:

    Desenvolvimento da rede ferroviria de alta velocidade;

    Reviso dos planos ferrovirios existentes, articulando as solues de alta velocidade nas deslocaes internacionais e no eixo Lisboa - Porto com a concretizao de um plano para a rede convencional, reforando a interoperabilidade segundo padres europeus (migrao da bitola e eliminao de estrangulamentos circulao de comboios de passageiros e mercadorias);

    1 Espanha tem j em construo uma rede ferroviria de bitola europeia de AV/VE.

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    Promoo da integrao da rede ferroviria nas redes ibrica e europeia de passageiros e mercadorias, garantindo a possibilidade de transferncia modal da rodovia para a ferrovia e reforando, assim, a competitividade nacional e o papel de Portugal como plataforma de elevada acessibilidade no espao europeu e global (2006-2013).

    Em matria de transporte ferrovirio de mercadorias - que em Portugal tem sido tipicamente caracterizado pela predominncia de uma viso modal, concentrando-se na satisfao de necessidades em que a ferrovia, por si s, cumpre integralmente o transporte ao destino final das cargas a insuficiente maximizao da competitividade do Porto de Sines constitui um aspecto crtico.

    A atraco de novos fluxos de mercadorias por parte do transporte ferrovirio passa, sobretudo, pela sua integrao em cadeias de transporte intermodais (nomeadamente martimo-rodo-ferrovirias), maximizando e valorizando as capacidades e vantagens especficas de cada modo de transporte nos diferentes segmentos que compem a ligao entre as origens e destinos servidos.

    A construo de um novo corredor para mercadorias ligando o Porto de Sines a Elvas/Badajoz materializar a perspectiva intermodal e representar um elemento decisivo no reforo da competitividade do Porto de Sines.

    A melhoria preconizada para os sistemas de transportes internacionais dever permitir a Portugal aumentar a sua participao nos trfegos internacionais, europeus e mundiais, potenciando a localizao atlntica e assumindo um papel fundamental na moderao dos efeitos da posio geogrfica perifrica de Portugal numa Europa que se alargou para o Norte e para Leste.

    Para alm do contributo do sector ferrovirio para os objectivos de melhoria da conectividade internacional, salientam-se, no mbito deste mesmo desgnio, outras debilidades muito relevantes ao nvel do sector dos transportes, designadamente nos domnios aeroporturio e martimo.

    No modo de transporte aeroporturio destaca-se a evoluo estimada de saturao do actual Aeroporto de Lisboa, que decorre da incapacidade da estrutura actual para dar resposta ao crescimento previsto do trfego areo, perspectivando-se que a capacidade mxima seja atingida em 2010 (14 milhes de passageiros). Soma-se, s limitaes de capacidade, a oportunidade criada pela construo de uma nova infra-estrutura estratgica: a construo de uma plataforma area intercontinental (que dispute com Madrid segmentos de mercado, designadamente do extra-europeu).

    No domnio do sistema martimo-porturio, o desafio igualmente acrescido. Nos anos mais recentes assistiu-se perda da importncia dos trfegos atlnticos devido alterao e deslocalizao dos principais fluxos, fruto das alteraes que se produzem no centro de gravidade da economia, com a Europa a perder o seu peso relativo no contexto mundial.

    Esta deslocalizao teve consequncias mais graves em Portugal dada a sua situao perifrica ao nvel do territrio europeu e ao facto de os fluxos de trfego no transitarem atravs dos portos portugueses devido falta de competitividade

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    porturia, aos problemas da sua organizao e gesto e deficiente integrao na rede de transportes e nas cadeias logsticas que servem o centro da Europa.

    O projecto das auto-estradas martimas da UE abre, contudo, novas possibilidades aos portos portugueses, na medida em que prope o modo martimo como alternativa competitiva ao transporte rodovirio. A melhoria da atractividade dos portos portugueses obriga, assim, sua integrao num sistema logstico devidamente estruturado no territrio nacional.

    CONSTRANGIMENTOS EM ACESSIBILIDADES E MOBILIDADE

    Os desafios em matria de acessibilidades e de mobilidade, no se esgotando na vertente da conectividade internacional, apresentam tambm uma dimenso nacional a merecer ateno acrescida, que coloca igualmente exigncias ao nvel do modo rodovirio.

    A implementao do Plano Rodovirio conheceu um avano muito importante nos ltimos anos. Persistem, contudo, situaes que colocam em causa a eficincia da rede rodoviria, destacando-se a existncia de missing links importantes para o fecho de malhas e o funcionamento da rede, designadamente alguns troos importantes de estradas da rede principal a construir ou beneficiar, que serviro de base de apoio a toda a rede rodoviria nacional e asseguraro a ligao entre os centros urbanos com influncia supra-distrital e destes com os principais portos, aeroportos e fronteiras.

    Ao contrrio da rodovia, a ferrovia experimentou, nos ltimos anos, uma evoluo inversa. Entre 2004-1990, a rede ferroviria nacional diminui em extenso 290kms, ou seja, -9% do total das linhas exploradas (-0,7% em mdia anual). Porm, a dimenso total da rede electrificada sofreu um aumento significativo de +160% nos ltimos 10 anos.

    A Rede Ferroviria Nacional, como um todo, assume um papel crucial na concretizao de uma poltica de mobilidade sustentvel, da promoo da coeso social e territorial e no desenvolvimento econmico.

    Num cenrio de evoluo negativa do mercado ferrovirio de passageiros (com transferncia modal para o transporte individual), colocam-se actualmente, Rede Ferroviria Nacional, um conjunto de desafios que passam por garantir a integrao entre a rede convencional e a futura rede de alta velocidade, a articulao da rede ferroviria com a rede nacional de plataformas logsticas e a melhoria das ligaes ferrovirias aos 5 portos principais nacionais.

    Os constrangimentos em matria de transportes e acessibilidades exigem que conjunto de intervenes aqui destacado seja acompanhado por um segundo plano de intervenes ao nvel sectorial e regional, nomeadamente em matria de plataformas logsticas. A maximizao desejada dos resultados (impactes) destes investimentos obrigar a que se garanta a sua complementaridade e articulao.

    As intervenes previstas no desenvolvimento infraestrutural no domnio dos transportes e das acessibilidades so condies de base necessria para a

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    superao dos principais constrangimentos identificados mas reconhece-se que as mesmas, para produzirem efeitos de larga escala, tero de ser acompanhadas por uma aposta determinada na melhoria da eficincia e da qualidade ao nvel da sua gesto e da modernizao dos servios de transporte.

    Os objectivos de superao do impacte negativo do posicionamento perifrico de Portugal na Europa e da melhoria das acessibilidades e mobilidade devem ser assumidos igualmente como estratgicos enquanto contributos para o reforo da sustentabilidade do modelo de desenvolvimento da economia nacional.

    Assegurar esta sustentabilidade promovendo, em simultneo, padres elevados de qualidade de vida em todo o territrio nacional coloca igualmente exigncias especficas nos vectores mais centrais da poltica ambiental, traduzindo-se no imperativo de prosseguir um modelo de desenvolvimento que integre a proteco do ambiente, e da poltica de ordenamento do territrio, actuando ao nvel das redes, do sistema urbano e da competitividade e atractividade das cidades e reas metropolitanas.

    EXIGNCIAS DE PROTECO E VALORIZAO DO AMBIENTE E DO PATRIMNIO NATURAL

    Nos ltimos 20 anos, verificaram-se significativos progressos no domnio das polticas de conservao da natureza e da qualificao ambiental do territrio nacional, contribuindo para um desenvolvimento mais sustentvel do pas. Aumentou tambm a consciencializao dos portugueses sobre o valor dos recursos naturais e do ambiente e sobre a necessidade da participao dos cidados e da interveno do Estado na sua defesa e melhoria. Contudo, consensualmente reconhecido o muito que ainda est por fazer neste domnio.

    Num contexto de elevada dependncia da gesto dos recursos hdricos em relao a Espanha - 64% do territrio continental de Portugal est integrado nas bacias hidrogrficas dos rios internacionais a presso exercida sobre este recurso fundamental torna imperativo assegurar uma maior eficincia do seu uso. Em matria de recursos hdricos igualmente relevante assinalar que, em Portugal, no que respeita s guas de superfcie e s guas subterrneas, se verificam problemas de qualidade com intensidade diversa mas significativamente generalizados, e que as restantes guas interiores ainda revelam uma qualidade deficiente, devido sobretudo presena de matria orgnica e microbiolgica.

    A expanso das chamadas infra-estruturas ambientais, designadamente de abastecimento de gua, de tratamento de guas residuais e de tratamento de resduos, foi muito expressiva durante a vigncia do segundo e terceiro Quadros Comunitrios de Apoio. Muito embora subsistam diferenciaes assinalveis entre regies, a melhoria significativa que o pas conheceu relativamente cobertura de abastecimento de gua, de drenagem e tratamento de efluentes situa hoje o conjunto das regies Portuguesas num patamar superior mera satisfao de necessidades bsicas de ligao rede pblica.

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    Os investimentos realizados em matria de abastecimento de gua encontram expresso na capacidade para a prestao do servio pblico que permitia o acesso a uma percentagem da populao residente situado em:

    Abastecimento de gua para consumo humano: 93%;

    Drenagem e tratamento de guas residuais: 76%.

    Sem embargo do esforo realizado nos ltimos anos, em particular nos sistemas em alta e na vigncia do QCA 2000 2006, persistem, contudo, assimetrias regionais significativas no respeitante cobertura da populao residente com acesso ao servio pblico de abastecimento de gua para consumo humano, salientando-se que enquanto que Lisboa apresentava valores mais elevados do que a mdia nacional (96%), o Norte revela a dotao mais baixa do pas (81%). De notar que nos ltimos anos foi realizado um grande esforo de investimento, que teve como principal vector o desenvolvimento de solues de origem de gua que garantiam qualidade, quantidade e fiabilidade do servio.

    Quanto populao servida por sistemas de drenagem e tratamento de guas residuais as regies do Norte e Centro registam os valores mais baixos nestes indicadores, de 57 e 70%, respectivamente.

    Embora mantenha uma das mais baixas produes de Resduos Slidos Urbanos (RSU) da Unio Europeia, em Portugal verifica-se uma tendncia de crescimento da produo de resduos slidos urbanos (RSU), bem como da capitao diria, fortemente relacionada com o aumento do consumo e com o crescimento econmico.

    No respeitante s Regies Autnomas dos Aores e da Madeira os nveis de atendimento da populao com servios e gua ao domicilio situam-se significativamente acima da mdia nacional, ao contrrio do tratamento das guas residuais em que aquelas regies se encontram entre as regies que apresentam valores mais baixos de atendimento.

    Simultaneamente, assistiu-se, nestes ltimos anos, a um aumento nas infra-estruturas de gesto de resduos, nomeadamente, aterros sanitrios, estaes de transferncia e centrais de triagem.

    De uma anlise comparativa da situao nacional em 2005 relativa gesto de RSU com a dos restantes Estados-Membros da Unio Europeia, resulta que Portugal regista ainda um dfice significativo em termos de reciclagem material e orgnica, com 16% dos RSU encaminhados para aqueles fins, valor bastante inferior mdia dos EM, 27%.

    Registou-se nos ltimos anos um aumento significativo do nmero de equipamentos de deposio selectiva de embalagens instalados, apresentando a maior parte dos Sistemas um grau de cobertura inferior a 500 habitantes por ecoponto. Contudo, no devendo descurar-se a densificao da rede, deve dar-se igual enfoque a aspectos no menos importantes como a optimizao da rede e a sensibilizao dos cidados. No domnio da recolha selectiva importa igualmente incrementar a

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    cobertura por sistemas de recolha porta-a-porta, bastante eficazes em determinadas zonas e de implantao ainda reduzida em Portugal.

    Ainda no mbito da necessidade de incremento da reciclagem, verifica-se a necessidade de reduo da percentagem de rejeitados da triagem por via da optimizao desta operao.

    Em termos de unidades de gesto de RSU, constata-se que, actualmente, uma parte muito significativa dos RSU produzidos ainda depositada em aterro (63% em 2005, valor bastante superior mdia dos EM, 49%). O pas carece de solues que permitam desviar de aterro os resduos urbanos biodegradveis (RUB), luz do disposto na Directiva Aterros, bem como outros resduos valorizveis. Nesta perspectiva ser necessrio um esforo de investimento significativo nos prximos anos ao nvel da capacidade instalada de tratamento mecnico e biolgico (TMB), bem como unidades de digesto anaerbia / compostagem de RUB recolhidos selectivamente e que dever ser complementado por investimentos no mbito da valorizao de subprodutos, designadamente, materiais reciclveis, composto e combustveis slidos recuperados.

    O nvel de cobertura da populao com servios de gesto de resduos slidos urbanos actualmente de cerca de 100%, o que corresponde a uma melhoria muito significativa verificada na ltima dcada, em que o valor era de cerca de 46%. Este nvel de cobertura permitiu atingir em 2001 a meta de 100% prevista no Plano Estratgico de Resduos Slidos Urbanos. H no entanto necessidade de renovao contnua e de redefinio estratgica, considerando o crescente esgotamento dos sistemas.

    Igualmente no que se refere recolha selectiva, as taxas de cobertura so tambm nacionais, apresentando a generalidade dos sistemas rcios inferiores aos 500 habitantes por ecoponto (apenas 3 dos 29 sistemas ultrapassam, embora no significativamente essa meta).

    Quanto ao tratamento mecnico e biolgico, unidades de compostagem ou de digesto anaerbia, operaes de gesto de resduos identificadas como prioritrias no PERSU II, existem apenas neste momento em funcionamento 8 unidades (3 na regio LVT AML e Pennsula de Setbal, 2 na Regio Norte AMP e Vale do Ave, 2 no Algarve, 1 na Regio Centro - Cova da Beira).

    A gua, no contexto edafo-climtico do pas, um factor determinante para a competitividade e a sustentabilidade territorial. A influncia mediterrnica no clima continental implica uma irregularidade da distribuio do recurso inter e intra-anual e inter-regional. O Plano Nacional da gua, que transpe a Directiva Quadro gua identificando as disponibilidades e as necessidades de recursos hdricos do pas onde se destacam as necessidades da agricultura como grande consumidora e desperdiadora deste recurso. Os regadios pblicos assumem um papel determinante na melhoria do uso eficiente da gua, nomeadamente os mais recentes ou a criar tendo em conta os actuais mtodos no que se refere sua concepo e gesto.

    A existncia da reserva estratgica de gua de Alqueva permitir para alm do fornecimento directo de gua para a agricultura, o abastecimento urbano e

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    industrial de algumas zonas do Alentejo e o reforo de gua de barragens j existentes.

    Ao nvel das actividades econmicas a concluso do EFMA potenciar uma transfigurao da actividade agrcola numa rea muito significativa (110 mil hectares) com a possibilidade de desenvolvimento de produes com maior valor acrescentado relativamente s culturas de sequeiro tradicionais. At ao final de 2005 a rea beneficiada pela rede de rega era de 6.576 hectares prevendo-se abranger 20.000 hectares at ao fim de 2008 (meta QCA III).

    A agricultura surge, na ptica da conservao da natureza e da biodiversidade, tambm como uma realidade incontornvel dado que grande parte dos ecossistemas e espcies a preservar dependem quer da manuteno de sistemas de agricultura com elevado valor natural, quer do controlo e mitigao de relaes de potencial conflitualidade entre certas prticas agrcolas e os objectivos de conservao

    Comparativamente com outros Estados Membros, Portugal possui uma grande diversidade de patrimnio natural, com uma notvel biodiversidade nas reas terrestres, costeiras e marinhas, pelo que a definio de estratgias eficazes de defesa do Ambiente so fundamentais.

    No mbito da poltica de conservao da natureza e da biodiversidade foi determinado que uma parte substancial da superfcie de Portugal, desigualmente distribuda, esteja coberta por regimes jurdicos que impem restries ou condicionantes ao uso do solo e de outros recursos naturais, comprimindo o contedo material e alterando as condies de exerccio dos respectivos direitos de propriedade pelos particulares.

    O conjunto das reas classificadas ao abrigo da Rede Natura 2000 e da Rede Nacional de reas Protegidas representa, em 2005, 21,3 % de Portugal continental. Nas NUTS de Alto Trs-os-Montes, Beira Interior Norte, Alto Alentejo, Alentejo Litoral, Baixo Alentejo e Algarve, a importncia relativa dessas reas superior a 30% da superfcie total. Na NUT da Serra da Estrela tais reas com estatuto especial de conservao ultrapassam mesmo os 50% da superfcie total.

    Se por um lado, esta riqueza nos distingue, por outro, confere-nos uma particular responsabilidade na sua proteco; torna-se sobretudo essencial que, ao contrrio do que se verifica actualmente, esta riqueza seja conhecida, reconhecida e valorizada.

    A manuteno dos valores naturais, nos quais se enquadra a paisagem, requer uma ateno muito especial em matria de preveno de riscos naturais e tecnolgicos.

    REFORO DA PREVENO, GESTO E MONITORIZAO DE RISCOS NATURAIS E TECNOLGICOS

    Uma viso global dos principais riscos naturais e tecnolgicos em Portugal, com causas naturais, antrpicas, ou combinadas, permite traar um elenco preocupante nesta matria.

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    A costa portuguesa uma rea dinmica e complexa. Apresenta elevada sensibilidade ambiental, grande concentrao de habitats, recursos naturais de elevada produtividade e uma importante diversidade biolgica. Dada a importncia estratgica das zonas costeiras em termos ambientais, econmicos, sociais e culturais, a resoluo dos seus problemas crucial.

    O litoral continental de Portugal tem uma extensa costa com pouco mais de 900km que foi objecto nas ltimas dcadas de um forte desenvolvimento e de densificao humana. Cerca de 65% da populao continental vive a menos de 60 km da costa o que, a par dos importantes recursos naturais, da ocorrncia de zonas sensveis de elevada vulnerabilidade e dos riscos associados s dinmicas costeiras, constitui um espao de oportunidades mas tambm de real risco e conflitualidade.

    Os factores climticos e a fragilidade geolgica da linha de costa determinaram a existncia de extensos trechos costeiros extremamente dinmicos e particularmente vulnerveis ao balano sedimentar, o qual tem vindo a ser grandemente alterado, desde meados do sculo passado, devido essencialmente a aces antrpicas. Tambm a ocupao do topo das arribas com construes fixas e actividades humanas constitui um permanente foco de conflito face ao crescente risco que a natural tendncia de recuo das arribas activas representa.

    Por estes factos existem actualmente importantes trechos costeiros que apresentam graves problemas de transgresses marinhas e que de forma crescente tem vindo a colocar em risco importantes centros urbanos costeiros e zonas ocupadas por actividades humanas.

    Acrescem a estas preocupaes as decorrentes das possveis alteraes climticas que, no caso da costa do continente portugus, podero ameaar ainda mais os trechos costeiros mais vulnerveis.

    Nos anos mais recentes foram executados importantes investimentos na preveno e defesa costeira, mas em muitos casos associados a situaes de emergncia, contudo a sustentabilidade da zona costeira nacional exige intervenes adicionais muito significativas.

    Resultam como aspectos essenciais (i) ter uma abordagem na ptica da gesto integrada das zonas costeiras, em consonncia com as recomendaes da Unio Europeia, (ii) haver uma aprofundamento do conhecimento das tendncias de evoluo dos fenmenos costeiros, que permitam fundamentar grandes opes polticas de mdio e longo prazo, onde os impactes ambientais, sociais e econmicos sejam ponderados e sejam desenvolvidas as aces que concorram para cenrios mais sustentveis de mdio e longo prazo, podendo configurar cenrios de proteco, retirada ou mistos.

    Genericamente todo o litoral de Portugal considerado como zona crtica, sendo de destacar, pela sua vulnerabilidade os seguintes trechos:

    De Caminha a Espinho, com ocupaes urbanas em reas de risco, em particular no troo entre Caminha e Esposende e onde predominam as zonas baixas rochosas;

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    De Espinho at S. Pedro de Moel (Marinha Grande) com extensas zonas baixas e arenosas, com particular acuidade para os que se encontram imediatamente a Sul das Barras das principais linhas de gua - merecendo ainda entre estes particular ateno o caso do efectivo risco de ligao da Ria de Aveiro ao mar a Sul da Barra da Ria de Aveiro;

    As arribas activas com fraca coeso geolgica entre Marinha Grande e Sintra;

    A costa arenosa entre os rios Tejo e Sado, com particular ateno para a Costa da Caparica devido ao dfice sedimentar;

    As falsias activas da costa alentejana e do barlavento algarvio, com forte expresso nas de fraca coeso geolgica;

    A particular fragilidade das ilhas barreira no Algarve, devido ocupao de construes em zonas de elevado risco de galgamentos marinhos.

    As zonas baixas dos esturios das principais linhas de gua, em especial as que se encontram abaixo da cota de 5 m.

    As reas envolventes das Lagoas Costeiras que pontuam ao longo do Litoral, no s pela necessidade de recuperao e manuteno dos sistemas dunares que lhe esto associados mas tambm pelo ordenamento e valorizao das suas margens no sentido de conter a sua tendncia natural de colmatao.

    A reabsoro do passivo ambiental constitui igualmente um domnio de interveno prioritrio. O enquadramento legal para a recuperao ambiental dos locais utilizados pela actividade extractiva e industrial apenas comeou a ser clarificada a partir da dcada de 90. Muitas dessas utilizaes entraram em declnio, ou foram abandonadas pelo que nem sempre possvel responsabilizar entidades pela sua recuperao.

    Em Portugal existem situaes, geograficamente limitadas que requerem uma actuao urgente designadamente, contaminao de solos em consequncia da actividade industrial e urbana do passado. As aces com vista a requalificar estas reas tero de ser enquadradas em operaes integradas que resolvam os problemas ambientais, mas que simultaneamente, garantam a manuteno da qualidade ambiental no futuro.

    Algumas destas exploraes, minas e solos contaminados, representam um passivo ambiental muito importante, estando na origem de riscos para a sade pblica e para os ecossistemas e a sua resoluo constitui um pressuposto para a valorizao econmica das respectivas regies, onde, em muitos casos, as actividades que esto na sua origem foram as principais fontes de emprego. Durante o perodo de programao 2000 2006 foram desenvolvidas aces para minimizar os riscos existentes ou potenciais em alguns dos locais referenciados, mas o Estado ter ainda de continuar a desenvolver esforos que permitam reduzir a dimenso dos referidos riscos.

    Dos locais de interveno prioritria, em termos da reabilitao dos terrenos com vista sua futura requalificao, pelo risco que apresentam para o solo, aquferos,

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    ecossistemas e sade humana, salientam-se os terrenos afectos antiga zona industrial de Estarreja, aos terrenos da antiga Siderurgia Nacional (Seixal e Maia), antiga zona industrial do Barreiro, ao complexo de Sines e bacia do Alviela.

    No respeitante s zonas mineiras abandonadas, as situaes mais crticas situam-se na regio Norte, com particular nfase para o noroeste, na regio Centro, com destaque para os distritos do interior e na regio do Alentejo.

    Portugal manifesta fragilidades face a diversos tipos de riscos naturais e tecnolgicos, tendo necessidade de se apetrechar com infra-estruturas de preveno e resposta. A gesto do risco um mecanismo eficaz para enfrentar incidentes e acidentes com causas naturais, tecnolgicas ou antropognicas de modo a prevenir ou reduzir os seus impactes sociais, econmicas e ambientais, salientando-se os relativos aos fogos florestais, s cheias, s secas, radioactividade, qualidade do ar e eroso costeira.

    O diagnstico global em matria de Preveno e Gesto de Riscos revela que existe uma clara ineficincia na preveno e gesto de riscos, pelo que no pode ser mais adiada a resoluo das principais debilidades que o sistema apresenta, designadamente:

    Inexistncia de um Sistema de Proteco Civil (PC) eficaz;

    Ausncia de conhecimento sistematizado das vulnerabilidades e riscos existentes;

    Inexistncia de meios, recursos e equipamentos adequados a uma capacidade de resposta rpida e eficaz;

    Inexistncia de infra estruturas de comunicao comuns a todos os agentes de PC:

    Inexistncia de centrais nicas de registo centralizado de ocorrncias e despacho de meios;

    Inexistncia de um sistema de aviso e alerta;

    Falta de cobertura nacional de apoio de emergncia;

    Inexistncia de estruturas dimensionadas s necessidades de gesto do risco e operaes de socorro a nvel municipal e supra municipal;

    Inexistncia de um sistema de comunicaes alternativo, em caso de falha grave generalizada em terra.

    Inexistncia de um sistema de gesto de frotas com recurso a GPS.

    Estas debilidades originam consequncias preocupantes, designadamente face pluralidade e relevncia dos diversos tipos de riscos que afectam o territrio nacional.

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    Os incndios florestais constituem o maior risco das florestas portuguesas e deles tem resultado um nmero elevado de acidentes pessoais, bem como significativos prejuzos econmicos. A rea ardida anualmente em Portugal tem sido superior rea florestada, sendo este um importante contributo para a desertificao. As zonas mais susceptveis aos incndios localizam-se maioritariamente a norte do rio Tejo, em terrenos declivosos e onde predominam resinosas associadas a elevadas densidades do coberto vegetal.

    Tambm as cheias e inundaes constituem riscos naturais a merecer ateno, que se verificam sobretudo nas plancies aluviais dos principais rios do pas e, tambm, em bacias hidrogrficas de menores dimenses, sujeitas a cheias rpidas ou repentinas.

    O Pas apresenta ainda fragilidades face a outros tipos de riscos naturais e tecnolgicos, com destaque para os riscos que decorrem da actividade ssmica, com especial incidncia em diferentes zonas do territrio nacional.

    Tendo em conta a prioridade que o Governo atribui preveno e diminuio de desastres e ao aumento da capacidade para efectuar uma gesto de riscos eficaz, torna-se assim essencial, em matria de poltica de valorizao do territrio, a consagrao de mecanismos adequados para a rea da Preveno e Gesto do Riscos.

    Este compromisso a construo e consolidao de uma cultura de preveno do risco deve predominantemente promover o desenvolvimento de polticas integradas, que incidam sobre a mitigao, resposta e recuperao numa ptica de multi-riscos, parcerias variadas e sustentabilidade. A adopo de medidas de reduo dos riscos e vulnerabilidades a nica resposta a assumir face ameaa dos perigos e seus efeitos.

    A actual estrutura do Sistema Nacional de Proteco Civil apresenta a vulnerabilidade de no dispor de uma rede de equipamentos com caractersticas operacionais adequadas sua localizao no territrio e aos riscos existentes nas regies em que se inserem.

    Nessas circunstncias, torna-se indispensvel a existncia de estruturas adequadas s necessidades operacionais regionais, devendo dotar-se as regies diferentemente, de acordo com os riscos e vulnerabilidades do territrio em que se localizam e das populaes que servem.

    ESTRUTURAO, VALORIZAO E COESO DO TERRITRIO

    No quadro do ordenamento do territrio, verificam-se evolues preocupantes em diversos domnios. O processo de urbanizao em Portugal ocorreu de forma intensa num perodo limitado de tempo, o que levou a que alguns dos problemas comuns generalidade das cidades assumam no nosso pas particular gravidade.

    O crescimento urbano no planeado criou srios problemas de acessibilidade, resolvidos atravs do recurso ao transporte em automveis ligeiros com

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    consequncias gravosas em termos de congestionamento, poluio e uso do espao pblico.

    expanso suburbana correspondeu o despovoamento e debilitao econmica dos centros histricos das cidades, o que implica solues ambiciosas de regenerao social e econmica.

    As dificuldades de acesso habitao deram origem a vastas reas de gnese ilegal, deficitrias em espaos pblicos qualificados e desfavorecidas em equipamentos e servios colectivos. Ao mesmo tempo, a resposta pblica s carncias habitacionais deu origem a um conjunto de bairros sociais de propriedade pblica que exigem hoje novas formas de gesto, integrao comunitria e revitalizao.

    A qualidade da construo, geralmente baixa, coloca o desafio de melhorar a eco-eficincia dos edifcios, em particular a relao entre a eficincia energtica e as exigncias crescentes de conforto das habitaes.

    As transformaes ocorridas no mercado de trabalho, em particular a elevada participao feminina e o fenmeno recente da imigrao, originaram procuras sociais que frequentemente no encontram satisfao no mercado. A adequada oferta de servios dirigidos s crianas, jovens e idosos apela, por isso, a novas solues que assegurem a estas pessoas equidade de acesso aos servios e aos seus familiares equidade de oportunidades no mercado de trabalho.

    Sem atingir a gravidade registada noutros pases, tambm em Portugal surgem fenmenos de excluso, violncia e criminalidade associados a reas urbanas socialmente vulnerveis, tornando necessrias novas formas de preveno.

    A complexidade, e nalguns casos a natureza recente, de alguns destes problemas - e de outros, como a gesto de riscos naturais e tecnolgicos ou a valorizao dos resduos urbanos - justifica a experimentao de solues inovadoras que potenciem os impactes dos investimentos em infra-estruturas e equipamentos e, nalguns casos, possam constituir resposta alternativa a novos investimentos materiais.

    As reas metropolitanas do Porto e Lisboa esta ltima no quadro do programa operacional prprio so os espaos onde se colocam com maior intensidade os problemas urbanos que exigem novas abordagens com vista sustentabilidade das solues. Tambm nas aglomeraes do litoral polarizadas por cidades de dimenso mdia podero verificar-se grandes ganhos de valor se os investimentos materiais em infra-estruturas e equipamentos forem acompanhados por novas solues organizativas e tecnolgicas na prestao de servios s populaes e s empresas

    Complementarmente, Portugal confronta-se com fortes debilidades ao nvel do sistema urbano, com destaque para a ausncia, fora das reas metropolitanas de Lisboa e Porto, de centros urbanos de dimenso populacional e funcional favorvel ao desenvolvimento de dinmicas de competitividade e inovao. A qualidade dos servios que estes centros prestam s populaes e s empresas e a capacidade de dinamizar as regies em que se inserem dependem fortemente da existncia de

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    equipamentos capazes de se afirmar como factores de polarizao, de sinergias e de atractividade.

    O reforo dos centros urbanos estruturantes das regies implica uma perspectiva coerente das redes nacionais de equipamentos colectivos, informada, simultaneamente, por uma viso estratgica do territrio nacional e pela considerao de critrios que valorizem o conjunto de funes que a cidade oferece e no apenas o servio isolado de um dado equipamento.

    As redes de equipamentos colectivos experimentaram um desenvolvimento assinalvel nas ltimas dcadas, fruto do aprofundamento das preocupaes sociais, do crescente voluntarismo da administrao central e local, e dos significativos apoios financeiros ao investimento disponibilizados pelos Quadros Comunitrios de Apoio.

    Apesar disso, persistem certas carncias quantitativas e qualitativas em vrios domnios, e algumas deficincias de articulao intra e intersectorial e desfasamentos das redes face s dinmicas de ocupao do territrio e da evoluo demogrfica, econmica e social.

    Est em causa, em primeiro lugar, a qualificao funcional dessas redes para o desenvolvimento de novas valncias necessrias ao desenvolvimento do Pas e das regies, em segundo lugar, responder s novas procuras por parte das populaes e, por ltimo mas no menos importante, racionalizar essas redes ajustando-as s transformaes ocorridas na ocupao do territrio nacional. Nomeadamente em relao ao ensino superior o Programa Nacional da Poltica de Ordenamento do Territrio identifica que falta () coerncia territorial oferta pblica, sendo de salientar deficincias de articulao com a rede urbana, com as dinmicas demogrficas e com as necessidades nacionais e regionais dos processos de desenvolvimento. Noutros domnios registam-se tambm fortes desequilbrios nomeadamente na medida em que as redes no acompanharam satisfatoriamente as dinmicas de urbanizao do Pas, em particular a metropolizao das reas de Lisboa e do Porto e a emergncia das cidades mdias.

    GOVERNAO PARA A VALORIZAO TERRITORIAL

    O Programa Nacional da Poltica de Ordenamento do Territrio constitui o quadro de referncia para o desenvolvimento de um conjunto de instrumentos de gesto territorial que iro intervir nos domnios centrais identificados no presente diagnstico, reiterando-se aqui os princpios chave identificados em sede do mesmo documento, designadamente:

    A boa gesto territorial exige abordagens inovadoras e o respeito pelos seguintes princpios: pertinncia e eficcia (resposta s necessidades, com base em objectivos bem definidos e em avaliaes adequadas ao nvel territorial apropriado); responsabilizao (identificao clara das responsabilidades das instituies e prestao de contas); transparncia (comunicao activa e linguagem acessvel); participao (da concepo execuo, monitorizao e avaliao

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    numa perspectiva aberta e abrangente); e coerncia (entre as polticas sectoriais e territoriais).

    Neste quadro, importa prosseguir uma agenda persistente de descentralizao de competncias, de acordo com o princpio da subsidiariedade, e de simplificao e flexibilizao de procedimentos no mbito das tarefas de planeamento e gesto territorial, sem prejuzo da adequada salvaguarda do interesse pblico e facilitando a vida aos cidados e s empresas.

    tambm fundamental prosseguir uma aco sistemtica de actualizao, formao e capacitao cientfica e tcnica dos agentes do ordenamento e do desenvolvimento do territrio aos nveis nacional, regional e local.

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    ANLISE SWOT

    Os quadros seguintes procedem sistematizao das principais oportunidades e ameaas que se apresentam Valorizao do Territrio no quadros dos factores externos condicionantes, bem como identificao das foras e fraquezas associadas s dotaes existentes ou s dinmicas em curso.

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    Oportunidades e Ameaas Factores Exgenos Condicionantes

    OPORTUNIDADES AMEAAS

    Incertezas acrescidas no reordenamento poltico internacional, com repercusses em termos de comrcio internacional

    Estmulo ao desenvolvimento e explorao de fontes de energia renovvel, alternativas aos hidrocarbonetos, designadamente aquelas que dependem de recursos em que Portugal est bem dotado

    Presses sobre o mercado petrolfero e volatilidade de preos, com consequncias no agravamento do dfice comercial externo do Pas

    Dificuldades intermitentes no transporte areo e no turismo internacional com repercusses negativas na economia portuguesa, nas suas regies tursticas mais especializadas (Algarve e Madeira)

    Afirmao do processo de globalizao econmica (mundializao dos mercados, intensificao dos fluxos de investimento e comrcio, financiamento da economia, organizao global dos grandes players) e da emergncia das novas potncias econmicas

    Multiplicao das actividades de servios que escala mundial se deslocalizam para regies que combinam caractersticas naturais, ambientais, culturais e de disponibilidade de recursos humanos qualificados, que as tornam especialmente atractivas

    Reduo da relevncia do factor distncia na competitividade, com penalizao das vantagens competitivas da proximidade aos mercados do Centro da Europa para alguns segmentos da economia portuguesa

    Potencial geo-estratgico do territrio nacional em termos de estabelecimento de plataformas de articulao intercontinental - transporte martimo e areo Dumping ambiental por parte de concorrentes emergentes

    Intensificao dos fluxos de turismo resultantes da procura de espaos residenciais em localizaes com clima ameno, qualidade ambiental, paisagstica e cultural, condies de segurana e bons servios de sade por parte de sectores afluentes da populao europeia

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    Aprofundamento do processo de integrao econmica no espao da Unio Europeia

    Reforo de novos produtos tursticos, designadamente do turismo de eventos, potenciando a boa insero internacional de alguns equipamentos culturais, desportivos, cientfico-tecnolgicos

    Afirmao de Portugal como espao de acolhimento e fornecedor de servios vocacionados para os mercados europeus em actividades de apoio terceira idade de mdios e altos rendimentos

    Afirmao de grandes orientaes de poltica comunitria

    Evoluo da poltica agrcola comum no sentido do desenvolvimento rural, com repercusses positivas para os espaos rurais do pas

    Redes transeuropeias traadas em funo dos interesses do sistema de cidades de ranking superior da Unio Europeia, com penalizao de alguns elementos do sistema urbano nacional

    Maior ateno ao aproveitamento dos oceanos como fonte de descoberta de novos recursos biolgicos e minerais, com repercusses ao nvel do aproveitamento do potencial cientfico nacional e da valorizao dos recursos nacionais

    Limitaes possveis no espao da UE ao principal modo de transporte de mercadorias do comrcio externo de Portugal o rodovirio

    Impactes na estrutura produtiva portuguesa da aplicao de directivas comunitrias em termos de segurana alimentar, critrios ambientais e informao ao consumidor

    Maior ateno questo das vulnerabilidades no longo prazo aos impactes das alteraes climticas num pas com uma extensa orla costeira, com repercusses ao nvel da conscincia colectiva sobre o valor do ordenamento e da preservao dos recursos naturais

    Aprofundamento do processo de integrao das economias ibricas

    Alargamento da rea de mercado dos principais portos portugueses faixa ocidental do territrio continental espanhol

    Forte capacidade logstica implantada no territrio espanhol que gera o risco de concorrer com infra-estruturas logsticas em Portugal

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    Concretizao do projecto de alta velocidade Lisboa Madrid, que contribuir significativamente para elevar os nveis do conectividade s escalas ibrica e europeia

    Forte concorrncia do aeroporto de Madrid dificulta a afirmao de uma plataforma competitiva de transporte areo intercontinental em Portugal

    Reafirmao de grandes condicionantes e orientaes de poltica econmica nacional

    Programas de investimentos em infra-estruturas de abastecimento de gua, saneamento bsico e recolha e tratamento de resduos, clarificando as expectativas de actividades e servios com maior sensibilidade qualidade ambiental

    Insuficiente territorializao da poltica agrcola em funo da forte diferenciao territorial dos diferentes modelos de agricultura existentes em Portugal

    Concluso dos investimentos programados no Plano Rodovirio Nacional com efeitos positivos sobre os padres de localizao de novas actividades

    Dificuldades financeiras na concretizao de um projecto fundamental para a conectividade internacional da economia portuguesa comboios de alta velocidade

    Aposta excessiva num crescimento intenso do sector de turismo, penalizador para os recursos naturais e de sustentabilidade social questionvel

    Persistncia de dificuldades na territorializao das polticas pblicas na rea do desenvolvimento socio-econmico

    Evoluo dos padres de consumo

    Emergncia de consumo ecolgico e de excelncia na gastronomia e na segurana alimentar que podem constituir oportunidades para algumas regies portuguesas com potencial reconhecido

    Crescente valorizao da arquitectura como factor de excelncia urbana e de afirmao cultural, tendncia para a qual a sociedade portuguesa est bem situada em termos de recursos de excelncia com prestgio internacional reconhecido

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    Foras e Fraquezas Dotaes Existentes ou Dinmicas em Curso

    FORAS FRAGILIDADES

    Ambiente e Patrimnio Natural

    Grande diversidade do patrimnio natural, com elevado valor conservacionista; 22% do territrio nacional classificado com estatuto de proteco de conservao da natureza

    Insuficiente proteco e valorizao do patrimnio natural, frequentemente associado escassez de conhecimento para a gesto de espcies e habitats protegidos

    Clima e qualidade paisagstica favorveis atraco de pessoas e actividades Deficiente gesto de riscos naturais traduzida na destruio do patrimnio florestal e no agravamento dos fenmenos de desertificao e de eroso costeira

    Cobertura generalizada da populao em abastecimento de gua para consumo humano

    Nveis insuficientes de atendimento em reas de necessidades bsicas, com destaque para a drenagem e tratamento das guas residuais e a existncia de origens de gua que no oferecem garantias de qualidade, quantidade e fiabilidade do servio pblico

    Quadro legislativo ambiental consolidado Manifestas dificuldades em cumprir as metas do Protocolo de Quioto quanto reduo das emisses de gases com efeito de estufa

    Existncia de receptividade pela populao mais jovem para a adeso a sistemas de recolha selectiva e de valorizao de RSU

    Existncia de disfunes ambientais localizadas, designadamente solos contaminados e reas mineiras abandonadas

    Insuficiente consciencializao da populao de fixas etrias mais avanadas para a importncia da reciclagem e valorizao

    Emisso de gases com efeito de estufa decorrente da deposio da matria orgnica em aterro

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    Dotao em Recursos Naturais e Energticos

    Potencial em energias renovveis elevado: especialmente bioenergia, energias solares, energia elica e energia hdrica e dotao de instalaes porturias permitindo uma importao diversificada de matrias-primas energticas

    Forte dependncia energtica do exterior, num quadro de elevada intensidade energtica da economia; vulnerabilidade em matria de aprovisionamento energtico

    Diversidade de recursos naturais propcios ao desenvolvimento de actividades tursticas de qualidade

    Nveis significativos de ineficincia de uso dos recursos hdricos; problemas diversos de qualidade das guas de superfcie e subterrneas

    Conscincia colectiva crescente sobre a necessidade de promover uma utilizao racional dos recursos naturais Insuficiente aposta na reciclagem e valorizao dos resduos slidos urbanos

    Potencial para o surgimento de novas reas de negcio associadas reciclagem e valorizao de RSU, com inerentes benefcios designadamente ao nvel da criao de emprego

    Ordenamento, Cidades e Valorizao do Territrio

    Territrio diferenciado, com identidade e laos fortes com vrias regies do mundo Insuficiente insero internacional das principais aglomeraes

    Principais opes para a organizao do territrio nacional consolidadas (PNPOT), permitindo a coerncia entre os diversos instrumentos de gesto territorial

    Crescimento urbano extensivo e de baixa qualidade, acompanhado pela progressiva degradao e desvitalizao das reas histricas

    Patrimnio histrico, natural, cultural e arquitectnico de grande valia, susceptvel de alicerar dinmicas econmicas e de valorizao do territrio, e afirmao do estatuto de Patrimnio Cultural da Humanidade (UNESCO) em Portugal a constituir elemento de mobilizao pblica em torno da qualificao territorial

    Desequilbrio da rede urbana nacional e insuficiente dimenso e integrao dos sistemas urbanos no metropolitanos

    Extenso e caractersticas da faixa costeira como factor de grande valia geo-estratgica e econmica

    Modelo de mobilidade assente sobretudo no transporte rodovirio e, em meio urbano, no transporte individual, com impacte negativo nas condies gerais de produtividade e na qualidade de vida e ambiental

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    Potencial de valorizao territorial mediante recuperao para usos especficos Transformaes nos sistemas produtivos agro-florestais conduzindo ao despovoamento e ao abandono dos espaos rurais

    Rede de pequenas e mdias cidades, assegurando bons nveis potenciais de acesso de todo o territrio a funes, equipamentos e infra-estruturas urbanas

    Dificuldades em compatibilizar a preservao e valorizao dos recursos territoriais de maior valia com presses para a sua rentabilizao numa lgica privada e de curto prazo

    Crescente afirmao de um conjunto de cidades mdias escala nacional, com efeitos positivos na estruturao da rede urbana e na valorizao dos espaos rurais envolventes

    Dotao em Infra-estruturas para a Conectividade e a Atractividade

    Cobertura generalizada do pas em infra-estruturas rodovirias; taxa elevada de concretizao do Plano Rodovirio nacional ao nvel dos grandes eixos, garantindo bons nveis de acessibilidade entre as principais concentraes urbanas e industriais do Pas e com Espanha

    Atrasos na concretizao da rede logstica e intermodal de suporte ao sistema de distribuio interna e, parcialmente, de exportao - importao da especializao produtiva nacional

    Evoluo favorvel na cobertura do Pas pelas redes de telecomunicaes e uma forte dinmica empresarial neste sector e nos sectores afins, incluindo uma presena empresarial significativa em mercados externos

    Persistncia de dfices de conectividade internacional, acentuando os efeitos negativos de uma posio perifrica na Europa e prejudicando a valorizao da posio geo-estratgica do pas no contexto mundial

    Infra-estruturas aeroporturias internacionais no Continente com potencial de especializao elevado e com progresso sustentada de procura; estruturas aeroporturias da Madeira e dos Aores, que se tm revelado ajustadas sua internacionalizao

    Continuada debilidade da rede ferroviria convencional nos eixos de grande procura que servem o sistema urbano e os plos geradores de trfego de mercadorias

    Boa cobertura do territrio continental em termos de reas e de zonas de acolhimento empresarial e de equipamentos de apoio realizao de eventos empresariais e de mostras de produtos, com forte adequao distribuio territorial dos principais clusters industriais

    Dbil capacidade organizativa, de gesto empresarial e de sustentabilidade financeira da maioria das infra-estruturas de acolhimento empresarial

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    Dotao em Infra-estruturas e Equipamentos Sociais

    Forte acrscimo na dotao de equipamentos e infra-estruturas de natureza social, no conjunto das regies portuguesas, com influncia nos padres de coeso social

    Forte presso social para a manuteno de nveis elevados de infra-estruturao e de dotao de novos equipamentos, revelia do planeamento de redes e das possibilidades oferecidas pelo sistema de transportes, sem acautelar a respectiva sustentabilidade econmica e financeira

    Competitividade Territorial e Assimetrias Regionais

    Nveis de equipamento e infra-estruturao assegurando na generalidade do territrio as condies mnimas de evoluo para um novo patamar de qualidade de vida e de competitividade

    Dinmicas demogrficas recessivas e de despovoamento nas regies do interior em contextos de muito baixas densidades populacionais

    Emergncia de novos plos de dinmica econmica e demogrfica fora das reas metropolitanas

    Dfice generalizado de capacidade competitiva num quadro de reforo das assimetrias entre as regies portuguesas

    Potencial de capitalidade atlntica que a aglomerao de Lisboa apresenta no contexto das regies atlnticas (uma das raras capitais nacionais com vocao marcadamente atlntica), secundada pelo Porto no contexto do Noroeste peninsular

    Insuficiente dimenso dos centros urbanos no metropolitanos, limitando o surgimento de economias de aglomerao e o potencial de inovao

    Relativo equilbrio inter-regional em termos de coeso social, reflectindo-se mais na cobertura de bens e servios e menos na intensidade e nos padres especficos dos problemas de excluso

    Dificuldades de afirmao do modelo polinucleado da Regio Metropolitana do Porto, em virtude de problemas de governana e de retardamento de alguns projectos de infra-estruturao

    Potencial de afirmao de sistemas urbanos sub-regionais baseados no potencial de complementaridade entre cidades prximas, em particular nas reas de urbanizao difusa do litoral

    Insuficiente valorizao das experincias bem sucedidas, das boas prticas e das potencialidades das regies menos desenvolvidas reduzindo a atractividade de actores mais criativos e inovadores

    Potencial de afirmao urbana em torno de plataformas tursticas em reas no metropolitanas, com relevncia particular para o Funchal e Faro

    Dificuldades de organizao e estruturao do espao litoral compreendido entre as duas regies metropolitanas de Lisboa e do Porto; dificuldades de governana do sistema urbano policntrico que caracteriza este territrio

  • Programa Operacional Temtico Valorizao do Territrio 36

    Presena de instituies de ensino superior em cidades mdias como alavanca de crescimento econmico urbano qualificado e inovador

    Grande dependncia de alguns centros urbanos de funes dependentes do oramento do Estado e de procuras sociais de incerta sustentabilidade a mdio e longo prazo

    Dotao de Recursos para a Sociedade de Informao e do Conhecimento

    Nvel de equipamento TIC e conectividade comparvel ao existente nos restantes pases da UE, designadamente na rea da Educao e do Ensino Superior (Campus virtuais, internet nas escolas, Biblioteca do conhecimento on line, rede de fibra ptica nas Universidades)

    Coeso Social

    Experincias de integrao de polticas pblicas dirigidas a territrios urbanos com debilidades sociais acentuadas

    Polticas sociais e de revitalizao integrada de reas degradadas, com forte incidncia de pobreza urbana e outras formas de excluso social, excessivamente vulnerveis s incidncias do estado das contas pblicas e de polticas de estabilizao macroeconmica

    Formas e expresses de pobreza rural seriamente penalizadas pela tendncia observada nas duas ltimas dcadas de reforo do crescimento de centros urbanos em reas interiores com o consequente esvaziamento de aldeias rurais

    Administrao Pblica e Recursos Institucionais

    Concretizao de um processo de reformas estruturais, enquadrado num esforo comum a nvel da Unio Europeia, que lhe confere maior base consensual interna

    Dificuldade de execuo de reformas em reas cruciais da actuao do Estado, nomeadamente nas reas da sade, segurana social e fiscalidade, a melhoria dos graus de cobertura e a resposta ao envelhecimento progressivo da populao portuguesa

    Dfice de instncias e instrumentos de nvel regional intermdio que assegurem, de forma efectiva e continuada, a coerncia e a articulao entre os vrios nveis de interveno do Estado no territrio

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    LIES DA EXPERINCIA PARA O ACTUAL PERODO DE PROGRAMAO

    O Programa Operacional Temtico Valorizao do Territrio d continuidade aplicao dos Fundos Estruturais em reas que tm sido objecto de interveno ao longo dos Quadros Comunitrios de Apoio. natural, por isso, que o presente exerccio de programao procure beneficiar do capital de experincia e de aprendizagem acumulado ao longo desses perodos de programao e, em particular, do QCA III, em grande medida sistematizado nos exerccios de avaliao realizados.

    A avaliao intercalar do Programa Operacional do Ambiente (POA) reconhece o seu importante contributo para a melhoria do desempenho ambiental do Pas, com nfase, na melhoria do ambiente urbano e do litoral, o que se justifica pela concentrao de problemas a existentes, decorrentes dos cerca de 900 km de costa, onde se concentra uma percentagem elevada da populao, maioritariamente em cidades.

    Citando: Ser tambm importante atender, no prximo perodo de programao, canalizao de fundos para o desenvolvimento do interior, em particular do meio rural, pois nas reas rurais, e em estreita dependncia das actividades humanas tradicionais, que se encontram vastas reas protegidas, quer da Rede Nacional de AP, quer ao abrigo de Directivas Comunitrias da Conservao da Natureza (Aves e Habitats), e o declnio do mundo rural afecta seriamente habitats e ecossistemas.

    importante que o prximo perodo de programao facilite, por um lado, a articulao entre financiamentos de cariz ambiental e financiamentos atribuveis a outros domnios ess