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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO DISTRITO FEDERAL COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO PROCESSO Nº. 0002741-66.2017.6.07.8100 PREGÃO PRESENCIAL SRP Nº. 26/2017 IMPUGNAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO 1. DOS FATOS Cuidam os autos de pretensa contratação de pessoa jurídica para fornecimento e instalação de equipamentos, infraestrutura e softwares para solução de vídeo vigilância IP ao Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal – TRE-DF. O edital fora publicado no dia 22/09/2017, ficando agendado o certame para o dia 05/10/2017. No curso do prazo para apresentação das propostas, a empresa MCI SISTEMAS DE SEGURANÇA LTDA ofereceu impugnação sob a alegação de que o edital traz incoerências e possui omissões que podem gerar cotações temerárias. Alega ademais, que há exigências restritivas que prejudicam a ampla concorrência. Partindo do citado questionamento e com base nos argumentos colacionados na peça impugnatória, a ora Impugnante requer a “declaração de nulidade do edital” e sua consequente adequação. Isto posto passo à análise da impugnação. 2. DA TEMPESTIVIDADE E LEGITIMIDADE Inicialmente, é de se dizer que, no tocante à tempestividade das petições impugnatórias, o Decreto 3.555/2000, que regulamenta a modalidade Pregão, estabelece que: Art. 12. Até dois dias úteis antes da data fixada para recebimento das propostas, qualquer pessoa poderá solicitar esclarecimentos, providências ou impugnar o ato convocatório do pregão. § 1º Caberá ao pregoeiro decidir sobre a petição no prazo de vinte e quatro horas.

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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO DISTRITO FEDERAL COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO

PROCESSO Nº. 0002741-66.2017.6.07.8100 PREGÃO PRESENCIAL SRP Nº. 26/2017 IMPUGNAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO

1. DOS FATOS Cuidam os autos de pretensa contratação de pessoa jurídica para

fornecimento e instalação de equipamentos, infraestrutura e softwares para

solução de vídeo vigilância IP ao Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal

– TRE-DF. O edital fora publicado no dia 22/09/2017, ficando agendado o

certame para o dia 05/10/2017.

No curso do prazo para apresentação das propostas, a empresa

MCI SISTEMAS DE SEGURANÇA LTDA ofereceu impugnação sob a

alegação de que o edital traz incoerências e possui omissões que podem gerar

cotações temerárias. Alega ademais, que há exigências restritivas que

prejudicam a ampla concorrência.

Partindo do citado questionamento e com base nos argumentos

colacionados na peça impugnatória, a ora Impugnante requer a “declaração de nulidade do edital” e sua consequente adequação.

Isto posto passo à análise da impugnação.

2. DA TEMPESTIVIDADE E LEGITIMIDADE Inicialmente, é de se dizer que, no tocante à tempestividade das

petições impugnatórias, o Decreto 3.555/2000, que regulamenta a modalidade

Pregão, estabelece que: Art. 12. Até dois dias úteis antes da data fixada para recebimento das propostas, qualquer pessoa poderá solicitar esclarecimentos, providências ou impugnar o ato convocatório do pregão. § 1º Caberá ao pregoeiro decidir sobre a petição no prazo de vinte e quatro horas.

§ 2º Acolhida a petição contra o ato convocatório, será designada nova data para a realização do certame.

Considerando que a abertura do certame ocorrerá no dia 05/10/2017

e que a petição foi encaminhada e recebida no dia 29/09/2016, forçoso é

reconhecer a TEMPESTIVIDADE DO PLEITO.

Quanto à legitimidade para impugnar, o citado Decreto esclarece que

“qualquer pessoa poderá impugnar o ato convocatório do pregão”. Desta forma, resta

patente que tanto pessoas físicas quanto pessoas jurídicas podem impugnar editais de

pregão.

No tocante especificamente às pessoas jurídicas, é de se dizer que por

serem mera ficção jurídica devem ser representadas por pessoas físicas cujos atos lhe

serão imputados. Destarte, é indispensável a aplicação do instituto jurídico da

representação conforme o estatuto civil vigente.

Na presente situação, resta inconteste tanto a legitimidade quanto a

existência de representante investido de poderes para apresentar a petição ora

analisada.

Isto posto, CONHEÇO A IMPUGNAÇÃO da MCI SISTEMAS DE SEGURANÇA LTDA e, assim, passo a análise de mérito da apresentada.

3. DO MÉRITO

Preliminarmente, é forçoso reconhecer que as questões postas na

impugnação apresentada são estritamente técnicas.

Assim, este Pregoeiro, no uso das atribuições que lhe são conferidas

pela Lei e pelo instrumento convocatório1, houve por bem submeter a questão

ao crivo da unidade técnica de engenharia — Seção de Manutenção e

Reparos/SEMAR — e de TI — Seção de Administração de Rede e Sistemas

Operacionais/SARSO — deste Regional.

Diante da solicitação, as citadas unidades, conjuntamente, assim se

manifestaram: a) ITEM 5.1.3 REGISTRO E INSCRIÇÃO PROFISSIONAL

1 O item 11.1.3 do edital estabelece que “O pregoeiro poderá solicitar parecer de técnicos pertencentes ao quadro de pessoal do TRE-DF ou de pessoas físicas ou jurídicas estranhas ao Órgão, para orientar sua decisão”. Por outro lado, o item 14.2 do edital aduz que: “O pregoeiro, auxiliado pelo setor técnico competente, decidirá sobre a impugnação no prazo de até 24 (vinte e quatro) horas”.

Esclarecemos que a expressão “quitação” contida no texto do item refere-se ao nome do documento emitido pelos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia para a comprovação do registro de empresas e de seus responsáveis técnicos, qual seja: CERTIDÃO DE REGISTRO E QUITAÇÃO DE PESSOA JURÍDICA.

De fato o que se espera comprovar por meio do requisito “5.1.3 Registro e Inscrição Profissional”, por óbvio, é o registro ou inscrição profissional, em atendimento ao previsto no inciso I do art. 30 da Lei Federal n 8.666/93, abaixo transcrito:

“Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica

limitar-se-á a: I - registro ou inscrição na entidade profissional competente;

(...)” A licitante deve observar que o Edital em nenhum momento

solicita a demonstração de quitação de anuidades, mas tão somente solicita:

“A Licitante deverá apresentar Certidão de Registro e Quitação de Pessoa Jurídica expedida pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia - CREA.”

Por outro lado, esclarecemos que o art. 64 da Lei Federal n 5.194/66 regulamenta:

“Será automaticamente cancelado o registro do profissional ou de pessoa jurídica que deixar de efetuar o pagamento da anuidade, a que estiver sujeito, durante 2 (dois) anos consecutivos sem prejuízo da obrigatoriedade do pagamento da dívida.”

Sendo assim, tem-se a possibilidade de que qualquer licitante que apresentar certidão com, no máximo, 2 anos de emissão, estará devidamente habilitada à Contratação. Qualquer certidão emitida fora do prazo citado será objeto de diligência para esclarecimentos a ser realizada junto aos CREA’s, haja vista que a legislação federal estabelece o cancelamento automático do registro de inadimplentes, em termos específicos, situação em que a licitante não estaria, portanto, habilitada à contratação em função do cancelamento do registro.

Ademais, é necessário ressaltar que a contratação da melhor proposta não significa somente a contratação do menor valor, mas exige que a contratada agregue predicados incompatíveis que não são compatíveis com procedimentos negligentes de empresas que não zelam pela manutenção de seus registros em todas as instâncias exigidas pela Lei.

b) ITEM 5.1.4. ATESTADO DE CAPACIDADE TÉCNICO-OPERACIONAL

Inicialmente esclarecemos que a contratação em questão não

se trata de mera aquisição, onde fornecedores de produtos tecnicamente equivalentes ao especificado devem ser aceitos, ou mesmo de uma simples técnica executiva, onde experiência em serviços de similar complexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior ao especificado devem ser aceitas. A regra, contida no inciso I do § 1º do art. 3º da Lei Federal n 8.666/93, que estabelece a regra geral da impossibilidade de se incluir nos instrumentos convocatórios exigências restritivas da competitividade, também, define seus limites, se não vejamos:

Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita

conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos

§ 1o É vedado aos agentes públicos: I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação,

cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991;

Como atesta a boa hermenêutica jurídica, a lei não contém frase ou palavra inútil, supérflua ou sem efeito, tampouco deve a norma ser interpretada pontualmente, já que a regra aplicável ao todo é também aplicável às sub-partes.

Dito isso, a releitura do inciso I do § 1º do art. 3º da Lei Federal n 8.666/93 deve observar a presença da expressão: “impertinentes ou irrelevantes para o específico objeto do contrato”. As condicionantes “pertinência” e “relevância” significam, em suma, situações de exceções à regra geral, quando o estabelecimento de restrições for pertinente e relevante para cumprimento do específico objeto do contrato.

O Acórdão 2.992.2011 TCU-P, apresenta caso de possibilidade de exigência de atestados específicos:

“9.3.2. caso estritamente necessário à certeza da boa execução do objeto exigirem-se atestados relativos a serviços específicos da obra, certifique-se que se trata de encargo materialmente relevante, com particularidade técnica ou executiva que o torne distinto do usualmente existente em outras obras de mesmo porte e tipologia, observando, necessariamente, os seguintes condicionantes: (...)”

No caso concreto, o estabelecimento do requisito para a

comprovação da capacidade técnico-operacional das licitantes respeita claramente a legislação e a jurisprudência, notadamente por que a experiência requerida no ambiente do VMS Milestone XProtect Corporate/Expert refere-se a encargo materialmente relevante, com particularidade técnica que o torna distinto dos VMSs ditos “similares”, e dela depende o funcionamento eficaz e efetivo de todo o sistema que se objetiva disponibilizar ao final da prestação do serviço.

Nesse sentido esclarece-se que o fornecimento e instalação de cerca de 49% do valor da contratação nos prazos estabelecidos no instrumento convocatório dependerá de proficiência e prévio domínio operacional do software VMS Milestone XProtect Corporate/Expert, o que atende aos pressupostos de proporção com a dimensão e com a complexidade do objeto a ser executado, bem como de relevância e de valor significativo do objeto, como baliza, inclusive, a Súmula n 263/TCU.

Já quanto à exorbitância alegada no que tange à não previsão de aceitação de experiência com softwares “semelhantes”, é necessário aludir para o fato de que a implementação tecnicamente adequada do sistema depende do conhecimento prévio da arquitetura do software, neste caso demonstrada pela capacidade técnico operacional.

Ressalta-se que inciso II do item 2.2. CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO estabelece prazos para a instalação e configuração dos equipamentos no ambiente do VMS Milestone

XProtec Corporate (de 5 a 20 dias corridos), motivo pelo qual não é aceitável:

a ocorrência de falhas na instalação do sistema, já que as mesmas podem acarretar deficiências de operação do sistema, com impactos na segurança patrimonial, dos servidores e funcionários, magistrados e eleitores, objetivo maior da contratação em epígrafe; e

o consumo de maior tempo que o previsto ou a inobservância de preceitos específicos do VMS Milestone XProtec Corporate para a instalação e configuração do sistema, já que eventual inexperiência quanto às especificidades da arquitetura do software e suas minúcias significa grande probabilidade de atuação empírica e adoção de processos do tipo “tentativa e erro” durante a execução dos serviços;

Em complemento, observa-se que, além de se exigir a demonstração de capacidade técnico operacional relacionada ao VMS específico - por ser este o software instalado no TRE/DF, insta reiterar -, o instrumento convocatório estabelece ainda outro requisito, desta feita para a fase contratual, qual seja: a condução do trabalho de instalação, configuração, operação assistida e treinamento por profissional certificado pelo fabricante do VMS, de modo a se garantir a adequada capacitação teórica, a qualidade e a conformidade da instalação federada do sistema.

Ademais, esclarecemos que a demonstração da capacidade técnico operacional pela empresa licitante na “ Instalação e/ou configuração do Software de Gerenciamento de Vídeo – VMS “MILESTONE XPROTECT versão “CORPORATE” ou versão “EXPERT” ” intenta ainda demonstrar que a licitante, de alguma maneira, integra a rede de distribuidores: que conta com 6 empresas atualmente listadas no site do fabricante; revendedores: que conta com 22 empresas atualmente listadas no site do fabricante; ou especialistas e parceiros de qualquer espécie que dominam os aspectos específicos do VMS já adquirido, cujo rol não se pode mensurar, já que não existe tal estatística.

De tal sorte, observa-se que a alegação de frustração do caráter competitivo também é vã, haja vista que, na célere pesquisa realizada no site do fabricante, pode-se observar que, no mínimo, 28 empresas estariam habilitadas a prestar o serviço – já que presume-se que distribuidores e revendedores naturalmente já tenham em algum momento de sua existência prestado pelo menos um serviço de instalação e/ou configuração do VMS Milestone XProtect , isso sem contar as empresas especialistas ou que em algum momento já foram parceiras do fabricante na instalação ou configuração do VMS.

Em complemento, e de modo evidenciar a assertividade dos instrumentos que visam resguardar o caráter competitivo do certame, citamos ainda que, inclusive, admitir-se-á como requisito de habilitação que demonstração de capacidade técnico operacional abrangerá os dois tipos de versão que adotam a mesma arquitetura, quais sejam: Corporate e Expert, medida que amplia a competitividade dentro do universo de fornecedores hábeis.

Ante o exposto, temos que a demonstração de capacidade técnica operacional exigida, ao contrário do que alega a licitante, não se configura em vício, mas sim medida que visa resguardar os investimentos já realizados, e prestigia os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, motivação, zelo para com o Erário, economicidade, eficácia, efetividade e eficiência, entre outros, pois a experiência na instalação e configuração do VMS Milestone XProtect é estritamente necessária à certeza da boa execução do objeto que, importa ressaltar, possui especificidades técnicas distintas

dos demais VMS ditos “semelhantes” ou “de mesmo porte e tipologia”.

Por fim, é necessário ressaltar que licitar no presente contexto necessariamente significa impor restrições - desde que pertinente e relevantes, por óbvio -, pois a melhor proposta deve, além do menor preço, reunir outros atributos elencados no Edital. No caso destaca-se que a experiência anterior na instalação e configuração do software já existente, de especificidades técnicas distintas dos demais VMS “semelhantes”, exige que o futuro contratado seja capaz de atuar com técnica apurada, profundo conhecimento teórico e agilidade na resolução de problemas que certamente ocorrerão durante a integração dos 23 sites, que operarão em ambiente com cerca de 33 servidores (primários, secundários e de backup’s), cerca de 400 dispositivos e cerca de 150 operações independentes de aplicativos analíticos integrados ao VMS.

Assim, dada complexidade técnica do sistema, esclarecemos que será exigida das licitantes a comprovação de capacidade técnica operacional estabelecida no Edital.

Para finalizarmos o tópico, é necessário destacar que a garantia a que alude a Impugnante como fundamento de sua insurgência destina-se, como dito acima, à fase contratual do objeto.

Contudo, com supedâneo na legislação vigente, é possível – e necessário no presente caso – que este Regional busque, durante a fase licitatória, meios, admitidos no ordenamento jurídico, que assegurem que a escolha da futura contratada recaia sobre empresa que detenha comprovadamente, durante o certame, qualificação técnica adequada.

É de se dizer: não basta a alegada garantia exigida para a fase contratual (inerente, aliás, aos profissionais). É indispensável que a empresa vencedora do certame tenha capacidade técnica de assumir a execução do objeto e comprove tal fato no curso da licitação.

Note que este inclusive o entendimento jurisprudencial vigente. Cito, entre outras decisões, o REsp 331.215/SP, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, Dj de 27.05.2002.

Pelas razões expostas mantenho inalterado o texto impugnado.

c) ALÍNEA II. DO ITEM 1.2 DO ANEXO 1 - ESPECIFICAÇÕES

TÉCNICAS: CABO UTP O equipamento descrito “protetor de Surto para cabo UTP”

deve ser compreendido como acessório necessário à proteção das interfaces do cabeamento de instalação das câmeras externas e que deve integrar a categoria “acessórios” dos cabos UTP a serem previstos nas composições de custo unitário que devem integrar a proposta da licitante por força do item 11.1.2 do Edital, ou, se não expresso nas mesmas, integrar seus custos conforme previsto na alínea d) do item 1 do Anexo VI – Modelo de Apresentação de Proposta, do Edital.

Da mesma maneira que, em regra, composições de custo não diferenciam os acessórios de conexão: conector RJ-45 para a conexão de cabeamento em pontos RJ-45 UTP-UTP, ou conexão por fusão em conexão tipo UTP-F.O., ou os serviços de climpagem ou fusão; alegar a necessidade de previsão de cada um do quantitativos desses dispositivos – que importa dizer, possuem vulto insignificante para o total da contratação – exige um detalhamento executivo que extrapola os objetivos do Projeto Básico e praticamente inviabiliza a produção do documento, na medida em que, pela linha de raciocínio alegada, o documento deveria prever a quantificação de todos os

conectores, parafusos, buchas, adesivos diversos (fitas dupla face, fitas isolante, etc), serviços complementares, entre inúmeros outros acessórios e dispositivos.

Entretanto, o que exige a Lei 8.666/93 é: Art. 6o Para os fins desta Lei, considera-se: ... IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e

suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:

a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;

b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem;

c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;

d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;

e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso;

f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados;

Em complemento, a SUMULA n 258/TCU exige: “As composições de custos unitários e o detalhamento de

encargos sociais e do BDI integram o orçamento que compõe o projeto básico da obra ou serviço de engenharia, devem constar dos anexos do edital de licitação e das propostas das licitantes e não podem ser indicados mediante uso da expressão “verba” ou unidades genéricas.”

O que a Lei e a jurisprudência vedam é a ausência de critérios para a precificação, mas é necessário observar que a alínea ii. do item 1.2 do Anexo 1- Especificações Técnicas promove exatamente o contrário, pois deixa claro a necessidade de previsão da instalação do dispositivo especificamente “cada ponto para alimentação de câmeras externas deverá contar com dispositivo de proteção de surtos para cabos UTP”, informação que deve orientar a elaboração da proposta da licitante.

Em outro vértice verificamos que há a expressa obrigação de que a licitante apresente declaração de que sua proposta contempla todas as despesas necessárias a execução do objeto, incluindo “todas as despesas com materiais e equipamentos”, “outras despesas, diretas e indiretas, relacionadas com a execução do objeto” e ainda “o fornecimento de quaisquer outros materiais, equipamentos, acessórios e similares, não constantes do Edital, mas

inerentes à natureza dos serviços contratados.” – o que, inclusive, não é o caso pois o Edital cita expressamente a necessidade.

Senão vejamos: Anexo VI – Modelo de Apresentação da Proposta: 1) CARTA DE APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA A Carta de Apresentação da proposta comercial da empresa

licitante deverá: ... d) Declaração de que:

No preço global estão incluídas todas as despesas com materiais e equipamentos, mão-de-obra, ferramental, deslocamento e fretes, leis trabalhistas e previdenciárias, seguros, bem como todas as taxas e tributos incidentes e demais encargos e outras despesas, diretas e indiretas, relacionadas com a execução do objeto, estando incluído ainda o fornecimento de quaisquer outros materiais, equipamentos, acessórios e similares, não constantes do Edital, mas inerentes à natureza dos serviços contratados.

A licitante deve indagar o porquê de tal previsão antes de alegar que a citação da necessidade de um dispositivo acessório deveria ser expressa em determinado anexo do Edital, quando o é em outro.

Esclarecemos, por conseguinte, que a previsão da lícita declaração reside no fato de que é impossível que um orçamento, ainda que analítico e baseado em composições de custo unitário, preveja todos os itens e serviços intrínsecos à consecução do objetivo da contratação somente em sua planilha orçamentária. Por esse motivo que o Edital e o Projeto Básico são constituídos de anexos, os quais, em momentos diversos, estabelecem os requisitos da prestação dos serviços que, importa ressaltar, invariavelmente implicam em despesas para a futura contratada.

Por fim, aludimos ao fato de que, no contexto expressamente descrito na alínea ii. do item 1.2 do Anexo 1 - Especificações Técnicas, somente será necessária a instalação do acessório nas câmeras externas. Em uma célere análise do Projeto Básico e seus anexos, verifica-se que somente 101 dispositivos de protetores de surto - acessórios à instalação de câmeras externas, tanto quanto outros demais já citados -, serão necessários. Seu valor, de acordo com as especificações e em pesquisa realizada em 02/10/17, representa cerca de 0,165% do valor do contrato.

Por esse motivo deve a contratada, em observação ao conteúdo do item 1.2 do Anexo 1 - Especificações Técnicas, prever os custos do cumprimento da obrigação contratual em sua proposta em local que melhor lhe aprouver.

Raciocínio semelhante deve ser adotado para as demais obrigações estabelecidas no Edital, tais como necessidade de se manter limpos os locais de serviço, proteger os móveis de demais elementos constantes dos ambientes onde serão realizados os serviços, responder por danos causados durante a execução do objeto, remanejar equipamentos durante o comissionamento e operação assistida de modo a corrigir eventuais inadequações de visada, de ofuscamento e similares, limitada ao reposicionamento de no máximo 15 (quinze) câmeras , manter Livro Diário de Obras para cada edificação, e instalar as suas expensas todo o material adquirido, incluindo fixação, cabeamento, instalação elétrica, de softwares e de dispositivos de proteção que se façam necessários para o perfeito funcionamento, durabilidade e confiabilidade da solução adquirida - ainda que não constantes da planilha - somente citando as obrigações expressas no item 6. OBRIGAÇÕES GERAIS DA CONTRATADA do Projeto Básico que possuem custo diretamente aferível, como é o caso do dispositivo DPS em análise e

diversos outros expressamente descritos e não expressamente descritos, conforme determina a alínea d) do item 1 do Anexo VI – Modelo de Apresentação de Proposta, do Edital.

d) ITEM 1.2.3.2 DO ANEXO 2 – PLANILHAS ORÇAMENTÁRIAS: POSTE

As alegações da licitante referentes à “ausência de especificação do objeto”, “a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente, ...” e “impropriedades constatadas no processo referente ao Pregão”, devem ser avaliada sob o conteúdo dos documentos que constam do Edital.

Esclarece-se, nesse sentido, que a análise do compêndio dos documentos que integram o Edital, e que precede a elaboração da proposta, deve compreender a análise conjunta de todos os documentos que descrevem o objeto, sendo esperado que as licitantes depreendam esforços no sentido de complementar as informações elencadas nesses documentos com os demais referenciais citados, no caso, complementadas com as descrições contidas em normas técnicas brasileiras, haja vista o previsto na alínea d) do item 1 do Anexo VI – Modelo de Apresentação de Proposta, do Edital:

1) CARTA DE APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA A Carta de Apresentação da proposta comercial da empresa

licitante deverá: ... d) Declaração de que:

(...) Serão observados rigorosamente as especificações

das normas técnicas brasileiras ou qualquer outra norma subsidiária que garanta a qualidade igual ou superior, bem como as recomendações e instruções dos fabricantes, da fiscalização, de métodos e técnicas considerados boas práticas por organismos, associações técnicas e similares, assumindo, já, a integral responsabilidade pela perfeita realização dos trabalhos, de conformidade com as normas regulamentadoras do trabalho, normativos dos conselhos e entidades de classe, bem como sindicatos e similares, vinculados aos exercícios profissionais envolvidos na prestação dos serviços.

Em complemento esclarecemos que o item 1.2.3.2 da Planilha Orçamentária 2.2 do Anexo 2 aponta claramente a composição de custo unitário integrante do SINAPI considerada para a especificação do item, a saber: SINAPI nº 73783/014, além de citar expressamente no texto do item da planilha : “CONFORME NORMA CEB”. Dessa feita, verificamos que a Norma da Concessionária de Energia de Brasília – CEB NTD – 3.09 ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA, determina, em seu item 7. Poste de Concreto: 7. POSTES DE CONCRETO Os postes de concreto para iluminação pública devem estar em conformidade com os desenhos PC-001 e PC-002. Os postes devem possuir seção circular e atender as prescrições da ABNT NBR 8451. Igualmente, verificamos que a composição de custo unitário que integra o compêndio do Edital discrimina adequadamente o insumo 5044: “POSTE DE CONCRETO CIRCULAR, 200 KG, H=9M (NBR 8451)”.

Examinando-se a composição, fins verificação da especificação contida, com certo esforço pode-se buscar consultar a norma ABNT NBR 8451 - – Postes de concreto armado e protendido para redes de distribuição e de transmissão de energia elétrica, para a resposta às indagações da licitante quanto às características do poste considerado: seção circular tipo C 14, carga nominal de 200 kg, dimensão de topo 140mm ± 5mm. Abaixo se encontram transcritos trechos da ABNT NBR 8451-2:2012 – Postes de concreto armado e protendido para redes de distribuição e de transmissão de energia elétrica. Parte 2: Padronização de postes para redes de distribuição de energia elétrica, que citam as principais características construtivas do poste:

INEL 73783/14POSTE CONCRETO SEÇÃO CIRCULAR COMPRIMENTO=9M CARGA NOMINAL NO TOPO 200KG INCLUSIVE ESCAVACAO EXCLUSIVE TRANSPORTE - FORNECIMENTO E COLOCAÇÃO

UN

INSUMO 5044 POSTE DE CONCRETO CIRCULAR, 200 KG, H = 9 M (NBR 8451) UN 1,0000000

COMPOSICAO 88316 SERVENTE COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H 5,7500000

COMPOSICAO 91634GUINDAUTO HIDRÁULICO, CAPACIDADE MÁXIMA DE CARGA 6500 KG, MOMENTO MÁXIMO DE CARGA 5,8 TM, ALCANCE MÁXIMO HORIZONTAL 7,60 M, INCLUSIVE CAMINHÃO TOCO PBT 9.700 KG, POTÊNCIA DE 160 CV - CHP DIURNO. AF_08/2015

CHP 1,2500000

COMPOSICAO 92873LANÇAMENTO COM USO DE BALDES, ADENSAMENTO E ACABAMENTO DE CONCRETO EM ESTRUTURAS. AF_12/2015

M3 0,1500000

COMPOSICAO 94969CONCRETO FCK = 15MPA, TRAÇO 1:3,4:3,5 (CIMENTO/ AREIA MÉDIA/ BRITA 1) - PREPARO MECÂNICO COM BETONEIRA 600 L. AF_07/2016

M3 0,1500000

Caso a licitante necessite de maior detalhamento sobre o poste especificado para a elaboração de sua proposta, reiteramos a necessidade de que o mesmo deve atender aos preceitos de norma específica ABNT NBR 8451, como cita a composição do item e a declaração a ser exigida na sua Carta de Apresentação de Proposta.

No caso do poste, insta ressaltar, a perfeita identificação técnica requerida pela licitante que evita a citada “cotação temerária” do item deve ser realizada em atendimento a Norma ABNT NBR 8451:2012, sendo impreterível a análise de suas 6 Partes que definem os requisitos normatizados para postes, bem como a análise das outras normas indicadas pela ABNT para a aplicação da NBR 8451:2012.

Ante o exposto, deve a licitante consultar as normas

pertinentes para a precificação deste e dos demais itens, no sentido de certificar-se de que seus insumos atendem aos diversos requisitos das normas, haja vista o conteúdo do capítulo “Apresentação” do Anexo 1 – Especificações Técnicas:

... Assim, mesmo que não expressamente citadas no rol de

informações técnicas que, insta ressaltar, possui aspecto não taxativo, a licitante deverá observar durante a elaboração de propostas e execução do objeto: as Normas Técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR´S e organismos internacionais correlatos (ISO, IEC, DIN, BSI, AFNOR, AENOR, AMN, JIS, ASTM, ASME, IEEE, NFPA); as Normas Regulamentadoras do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego – NR´s, a regulamentação aplicável à prestação de serviços de engenharia no contexto do sistema CREA-CONFEA; Práticas de Projeto, Práticas de Construção e Práticas de Manutenção SEAP; a jurisprudência do Tribunal de Contas da União – TCU; a normatização concernente à Justiça Eleitoral da União; a Legislação, pertinentes ao escopo da presente contratação, bem como as recomendações de fabricantes e orientações técnicas dos manuais de equipamentos e softwares que integrem sua proposta.

e) ITEM 1.2.3.4 DO ANEXO 2 – PLANILHAS ORÇAMENTÁRIAS: PARA-RAIOS

Primeiramente em relação à indagação sobre a “inocuidade de aquisição de pára-raios em face da aplicação pretendida”, verificamos que o item 5.1.2 da norma ABNT NBR 5419:2015 Proteção contra descargas atmosféricas - Parte 1: Princípios geral, prevê :

“5.1.2 Fontes e tipos de danos a uma estrutura A corrente da descarga atmosférica é a fonte de danos. As

seguintes situações devem ser levadas em consideração em função da posição do ponto de impacto relativo à estrutura considerada:

a) S 1: descargas atmosféricas na estrutura; b) S2: descargas atmosféricas próximas à estrutura; c) S3: descargas atmosféricas sobre as linhas elétricas e

tubulações metálicas que entram na estrutura; d) S4: descargas atmosféricas próximas às linhas elétricas e

tubulações metálicas que entram na estrutura.”

Dessa maneira, configura-se como medida tecnicamente recomendável que se leve em consideração o efeito de uma descarga atmosférica em um poste (estrutura adjacente à edificação), ou próximo à ele, para que se possa reduzir os danos à câmera e à linha elétrica que conecta o equipamento ao circuito de alimentação que parte de quadro elétrico interno à edificação. O DPS continua sendo uma medida de proteção contra surtos eficaz, entretanto, promover um modo externo e adicional de interceptar a corrente de descarga do poste à terra, mostra-se, por força normativa, como medida adicional que deve ser considerada. Já com relação a especificações dos itens e previsão de todos os demais acessórios, novamente repisamos argumentos já expostos, bem como aludimos à novos aspectos que devem ser considerados pela licitante para a elaboração de sua proposta:

O Projeto Básico, o Anexo 6 – Modelo de Apresentação de

Proposta esclarecem ser necessária a previsão de todos os custos, ainda que não expressamente elencados nos documentos que integram o Edital:

PROJETO BÁSICO:

1. OBJETO Celebração de registro de preços junto à empresa

especializada para futuro e provável FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS, INFRAESTRUTURA E SOFTWARES PARA SOLUÇÃO DE VÍDEO VIGILÂNCIA IP NOS EDIFÍCIOS QUE INTEGRAM O TRE/DF, referentes à 2ª Etapa da implementação do projeto, e deverá incluir todos os equipamentos e acessórios, bem como todos os materiais, mão-de-obra, ferramental e serviços necessários à plena implementação, comissionamento e transferência de conhecimento da solução, de acordo com as etapas, quantitativos, especificações e locais discriminados neste Projeto Básico e seus anexos.

ANEXO VI – MODELO DE APRESENTAÇÃO DA

PROPOSTA: 1) CARTA DE APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA A Carta de Apresentação da proposta comercial da empresa

licitante deverá: ... d) Declaração de que:

No preço global estão incluídas todas as despesas com materiais e equipamentos, mão-de-obra, ferramental, deslocamento e fretes, leis trabalhistas e previdenciárias, seguros, bem como todas as taxas e tributos incidentes e demais encargos e outras despesas, diretas e indiretas, relacionadas com a execução do objeto, estando incluído ainda o fornecimento de quaisquer outros materiais, equipamentos, acessórios e similares, não constantes do Edital, mas inerentes à natureza dos serviços contratados.

Serão observados rigorosamente as especificações das normas técnicas brasileiras ou qualquer outra norma subsidiária que garanta a qualidade igual ou superior, bem como as recomendações e instruções dos fabricantes, da fiscalização, de métodos e técnicas considerados boas práticas por organismos, associações técnicas e similares, assumindo, já, a integral responsabilidade pela perfeita realização dos trabalhos, de conformidade com as normas regulamentadoras do trabalho, normativos dos conselhos e entidades de classe, bem como

sindicatos e similares, vinculados aos exercícios profissionais envolvidos na prestação dos serviços.

Por sua vez, novamente citamos o art. 6º da Lei 8.666/93 que

define Projeto Básico: Art. 6o Para os fins desta Lei, considera-se: ... IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e

suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:

a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;

b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem;

c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;

d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;

e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso;

f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados;

Sendo assim, é preciso observar que a descrição dos itens na

planilha 2.2 do Anexo 2 – Planilhas Orçamentárias, referentes ao SPDA dos 03 postes para câmeras externas, são claros em estabelecer que a instalação dos Pára-raios, Mastro e Haste (itens 1.2.3.4, 1.2.3.5 e 1.2.3.6) devem incluir acessórios, e o item iii.3 Postes contém desenho técnico subsidiário que permite identificar o arranjo construtivo.

Se observados alguns dos parâmetros constantes das composições utilizadas como referência, as indagações da licitante podem ser elucidadas pesquisando-se as composições de custo do SINAPI utilizadas como referência, a saber:

Qual bitola da cordoalha? Qual material? Cobre nú ou aço acobreada?

R: Cobre nu # 35mm² Qual tipo de isolador posicionado? Qual tipo de conector para haste posicionado, comum ou

reforçado? Qual tipo de conector para o cabo da haste será utilizado?

R: Suporte isolador simples diâmetro nominal 5/16” com rosca soberba e bucha

Qual dimensionamento da base para o mastro? Qual bitola do mastro? R: 2” Quantas descidas deverão ser aplicadas? R: 1

Dessa maneira, verifica-se que o Projeto Básico possui

elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço.

A não descrição de todos os acessórios não impede que a licitante verifique a sua necessidade e componha adequadamente seus custos, conforme jurisprudência do TCU, no seu Acórdão nº 1488/2016-Plenário:

“ em que pese a ausência de planilha detalhada de

quantitativos e preços unitários, julgou que a anulação do certame resultaria em prejuízo maior, de modo que determinou que o Órgão licitante (DPRF) exigisse do licitante provisoriamente em primeiro lugar, ainda na fase de julgamento das propostas, a apresentação de planilha detalhada discriminando a composição de custos “com seus respectivos preços unitários, atentando para a necessidade de quantificar e precificar os materiais e equipamentos que irá utilizar” (item 9.3.1 do Acórdão 1488/2016-Plenário). Neste sentido, observa-se que o Edital possui pleno alinhamento com a jurisprudência vigente, se não vejamos:

EDITAL 11.1.1. Na proposta deve constar informação expressa de

que os preços contidos incluem todas as despesas e custos diretos e indiretos.

11.1.2. A proposta deverá conter, em sua da Planilha Orçamentária, a Composição do BDI e a Composição de Custos Unitários, nos termos do art. 7º, §2º, II, da Lei nº 8.666/93, de acordo com o modelo constante do Anexo VI do Projeto Básico, atendendo as seguintes disposições:

Esclarecemos ainda que consta publicado no portal de

licitações que integra o site do TRE/DF o seguinte esclarecimento: Em atenção ao pedido de esclarecimentos referentes ao

Pregão nº 26/2017 temos a informar: Questionamento 1:

INEL 68070 PARA-RAIOS TIPO FRANKLIN - CABO E SUPORTE ISOLADOR M

INSUMO 863 CABO DE COBRE NU 35 MM2 MEIO-DURO M 1,0000000

INSUMO 3396 SUPORTE ISOLADOR SIMPLES DIAMETRO NOMINAL 5/16", COM ROSCA SOBERBA E BUCHA UN 0,5000000

COMPOSICAO 88247 AUXILIAR DE ELETRICISTA COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H 1,0000000

COMPOSICAO 88264 ELETRICISTA COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H 1,0000000

INEL 83638MASTRO SIMPLES DE FERRO GALVANIZADO P/ PARA-RAIOS H=3,00M INCLUINDO BASE - FORNECIMENTO E INSTALACAO

UN

INSUMO 867 CABO DE COBRE NU 50 MM2 MEIO-DURO M 1,0000000

INSUMO 3396 SUPORTE ISOLADOR SIMPLES DIAMETRO NOMINAL 5/16", COM ROSCA SOBERBA E BUCHA UN 1,0000000

INSUMO 10956 BASE PARA MASTRO DE PARA-RAIOS DIAMETRO NOMINAL 2" UN 1,0000000

INSUMO 12358 MASTRO SIMPLES GALVANIZADO DIAMETRO NOMINAL 2", COMPRIMENTO 3 M UN 1,0000000

COMPOSICAO 88247 AUXILIAR DE ELETRICISTA COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H 4,0000000

COMPOSICAO 88264 ELETRICISTA COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H 4,0000000

O Edital apresenta o Item nº 11.1.2 que trata: “A proposta deverá conter, em sua da Planilha Orçamentária, a Composição do BDI e a Composição de Custos Unitários, nos termos do art. 7º, §2º, II, da Lei nº 8.666/93, de acordo com o modelo constante do Anexo VI do Projeto Básico, atendendo as seguintes disposições...” Analisando o Anexo VI do Projeto Básico, não encontramos um modelo específico de planilha para a composição dos custos unitário. Desta forma, entendemos que cada licitante poderá usar seu próprio modelo. Está correto nosso entendimento?

Está correto o entendimento: será aceito que a licitante apresente seu próprio modelo de composição de custos unitário dos serviços contidos em sua proposta comercial.

A obrigatoriedade de apresentação das Composições de Custo Unitário prevista no item 11.1.2 do Edital encontra respaldo na Lei Federal 8.666/93, bem como na Súmula nº 258/TCU, e na jurisprudência sobre o assunto.

Em complemento, esclarecemos que as planilhas que compõe o Anexo 2 citam as referências de preço e composições utilizadas para o estabelecimento do valor estimado da contratação, quais sejam:

1) SINAPI, preferencialmente, quando disponíveis e tecnicamente adequadas, por força do art. 3º do Decreto nº 7983/2013. O número da composição adotada para cada item encontra-se transcrito na segunda coluna das planilhas 2.1 e 2.2;

2) SETOP/MG, subsidiariamente, quando disponíveis e tecnicamente adequadas, por força do art. 6º do Decreto nº 7983/2013. O número da composição adotada para cada item encontra-se transcrito na segunda coluna das planilhas 2.1 e 2.2; e

3) PESQUISA DE MERCADO, subsidiariamente, quando não disponíveis outras fontes de composições aplicáveis. A expressão “MERCADO” encontra-se transcrito na segunda coluna das planilhas 2.1 e 2.2;

Por fim esclarecemos que as composições de custos e preços unitários consideradas pelo TRE/DF para a estimativa do valor da contratação podem ser consultadas nos seguintes endereços eletrônicos:

SINAPI: Memória de Cálculo de Encargos Sociais:

http://www.caixa.gov.br/Downloads/sinapi-encargos-sociais-memorias-de-calculo/ENCARGOS_SOCIAIS_MEMORIA_DE_CALCULO_A_PARTIR_AGOSTO_2017.pdf

Catálogo de Composições Analíticas de Custos Unitários: http://www.caixa.gov.br/site/paginas/downloads.aspx#categoria_668

SETOP:Composições de Custos para obras de edificação e infraestrutura: http://www.transportes.mg.gov.br/municipio/consulta-a-planilha-de-precos-setop#composicao

Dessa maneira, considerando que o valor total dos itens questionados representa cerca de 0,14% do valor estimado da contratação, verifica-se que os argumentos apresentados pela licitante, quando sopesados pela jurisprudência e pelo conteúdo do Edital e seus anexos não deve ser considerado como motivação suficiente para a impugnação pretendida.

f) ITEM 2.15 DO ANEXO 1 – ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS: NO-BREAK

Em resposta a argumentação, temos a informar que a

especificação das tensões nominais de entrada e saída, quais sejam: 127/220V, não necessariamente conflita com a especificação da capacidade nominal de 6kVA. Tampouco restringe a competitividade, como alega a licitante, pois, em rápida pesquisa realizada, verificou-se que os seguintes modelos de equipamentos atendem as especificações:

1. Delta Power Solutions http://www.deltapowersolutions.com/pt-br/mcis/6kva-12kva-

monofasico-ups-serie-n-caracteristicas.php http://www.deltapowersolutions.com/pt-br/mcis/6kva-12kva-

monofasico-ups-serie-n-especificacoes-tecnicas.php 2. SMS – Grupo Legrand (Modelo µss 6000DI) http://www.sms.com.br/aplicacoes/documentos/01sql07/inc/ar

quivo_hd_familia.asp?familiaID=N036 3. EMERSON - GXT3-6000RT208 https://www.informaticashop.com.br/nobreak-lierbert-ups-

emerson-gxt3-6000rt208.html 4. Engetron – Modelo SEN6.0-015S http://www.5ti.com.br/no-breaks/1023-no-break-6-kva-42-kw-

127v-ou-220v.html

Ademais, novamente reiteramos que a licitante, para a elaboração de sua proposta comercial, deve necessariamente avaliar todo o conteúdo do Edital, o que, importa dizer, exige a leitura de todos os documentos, haja vista que o modelo e tipo de entrada questionados encontram-se descritos no diagrama do item iii.2 Quadros Elétricos, qual seja: monofásico / FNT.

Quanto ao tempo de recarga, trata-se de especificação que extrapola a obrigação estabelecida no caput do inciso IX do art. 6º da Lei 8.666/93 e o inciso II do art.3º da lei 10.520/2002, já que o Edital possui os elementos necessários e suficientes e com nível de precisão adequado à caracterização dos equipamentos que atendem as principais características relevantes.

Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte: (...) II - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara,

vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição;”

g) ITEM 2.18 DO ANEXO 1 – ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS: CONVERSOR DE MÍDIA

Quanto ao argumento elencado pela licitante, mesmo que pesasse a incompatibilidade alegada quanto ao equipamento descrito no item 2.18 com a fibra especificada - que representa somente 0,14% do valor estimado da contratação -, informamos que a mesma deverá elaborar sua proposta para o equipamento especificado, qual seja: monomodo.

Como esclarecimento complementar, informamos que o Pregão 26/2017 objetiva a celebração de Ata de Registro de Preços que, por definição, faculta à Contratante a celebração de contrato cujo escopo dependerá de seu interesse.

No caso em questão, informamos ainda que este TRE/DF possui procedimento em andamento para a contratação de fibras monomodo, compatíveis com o equipamento especificado.

CONCLUSÃO Ante o demonstrado, opinamos pela não aceitação dos

argumentos elencados pela licitante como motivação suficiente para a impugnação do Edital, mormente porquê:

a) Não há vício no requisito; b) Não há cerceamento da competitividade e a experiência requerida é

extremamente relevante e pertinente à execução do objeto nos termos pré-estabelecidos no Edital;

c) Não há o vício alegado, já que o Projeto Básico prevê sua necessidade em seus anexos e apresenta os elementos necessários e suficientes à elaboração da proposta comercial e execução adequada do objeto;

d) Não há o vício alegado, já que o Projeto Básico e as normas técnicas complementares, integrantes do mesmo como expressamente requerido, apresentam os elementos necessários e suficientes à elaboração da proposta comercial;

e) Não há o vício alegado, já que a instalação é necessária, bem como os dispositivos, acessórios, demais equipamentos e serviços possuem condições de serem identificados no Projeto Básico, devendo a licitante apropriar adequadamente seus custos em suas composições e proposta;

f) Não há cerceamento da competitividade como demonstra esta resposta, tampouco insuficiência de especificações;

g) A licitante deve incluir em sua proposta o item especificado.

Por fim aludimos ao conteúdo da Resolução nº 361/91 do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia – CONFEA, que estabelece como tecnicamente adequados os Projetos Básicos que possuam precisão de mais ou menos 15%:

RESOLUÇÃO Nº 361, DE 10 DEZ 1991. Dispõe sobre a conceituação de Projeto Básico em

Consultoria de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Art. 3º - As principais características de um Projeto Básico

são: ... f) definir as quantidades e os custos de serviços e

fornecimentos com precisão compatível com o tipo e porte da obra, de tal forma a ensejar a determinação do custo global da obra com precisão de mais ou menos 15% (quinze por cento);

Desse modo, considerando que as alegações da licitante referem-se à percentual inferior a 0,3% do valor da contratação, resta pacífico que não há justificativa para a impugnação solicitada, as quais, julgamos, estarem plenamente respondidas ao longo do presente esclarecimento.

Diante do exposto e considerando a tecnicidade da matéria, este

Pregoeiro acolhe integralmente a manifestação da unidade técnica e rejeita o

pedido de impugnação formulado mantendo incólume o edital e a data de

abertura do certame.

4. CONCLUSÃO

Por tudo quanto foi exposto, na qualidade de Pregoeiro, decido:

I. Conhecer do pedido de impugnação porquanto presente os

requisitos de admissibilidade;

II. No mérito rejeitar a impugnação e manter o edital nos termos

em que fora publicado;

Paulo Tadeu Moreira Saldanha Pregoeiro