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0 0 0 2 2 8 9 9 4 2 0 0 8 4 0 1 3 9 0 0 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO PARÁ Processo N° 0002289-94.2008.4.01.3900 (Número antigo: 2008.39.00.002288-0) - 9ª VARA FEDERAL Nº de registro e-CVD 00015.2015.00093900.1.00315/00128 PROCESSO : 2008.3900.002288-0 CLASSE 7100 : AÇÃO CIVIL PÚBLICA REQTE : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL E OUTRO REQDO : TAILAMINASPLAC LTDA E OUTROS Juiz Federal: ARTHUR PINHEIRO CHAVES Classe da Sentença : A SENTENÇA Trata-se de ação civil pública ajuizada pelo MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL E INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS – IBAMA, contra T AILAMINASPLAC LTDA, TAIPLAC – T AILÂNDIA LÂMINAS E PLACAS L TDA, G. M. SUFREDINI INDUSTRIAL L TDA, SERRARIA PRIMAVERA L TDA E IND. E COM. DE MADEIRAS CATARINENSE L TDA, objetivando a condenação das referidas empresas ao pagamento de indenização por todos os danos materiais e morais pela prática de danos ambientais. Narrou a inicial, em síntese, que em operação realizada pelo IBAMA em serrarias localizadas no município de Tailândia, foi constado que as empresas requeridas mantinham em seus respectivos pátios, madeira não abrangidas por créditos no sistema de controle. Sustentam os requerentes que o não acobertamento das madeiras por créditos no sistema oficial de controle, implicaria ________________________________________________________________________________________________________________________ Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ARTHUR PINHEIRO CHAVES em 16/01/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006. A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 4637333900250. Pág. 1/22

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA … · pedir, e ausência de indicação da coletividade atingida pelos alegados danos morais. No mérito, sustenta a ocorrência de

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PODER JUDICIÁRIOTRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO PARÁ

Processo N° 0002289-94.2008.4.01.3900 (Número antigo: 2008.39.00.002288-0) - 9ª VARA FEDERALNº de registro e-CVD 00015.2015.00093900.1.00315/00128

PROCESSO : 2008.3900.002288-0

CLASSE 7100 : AÇÃO CIVIL PÚBLICA

REQTE : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL E OUTRO

REQDO : TAILAMINASPLAC LTDA E OUTROS

Juiz Federal: ARTHUR PINHEIRO CHAVESClasse da Sentença : A

SENTENÇA

Trata-se de ação civil pública ajuizada pelo MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL E

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS – IBAMA, contra

TAILAMINASPLAC LTDA, TAIPLAC – TAILÂNDIA LÂMINAS E PLACAS LTDA, G. M. SUFREDINI INDUSTRIAL LTDA,

SERRARIA PRIMAVERA LTDA E IND. E COM. DE MADEIRAS CATARINENSE LTDA, objetivando a condenação

das referidas empresas ao pagamento de indenização por todos os danos

materiais e morais pela prática de danos ambientais.

Narrou a inicial, em síntese, que em operação realizada pelo IBAMA em

serrarias localizadas no município de Tailândia, foi constado que as empresas

requeridas mantinham em seus respectivos pátios, madeira não abrangidas por

créditos no sistema de controle. Sustentam os requerentes que o não

acobertamento das madeiras por créditos no sistema oficial de controle, implicaria

________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ARTHUR PINHEIRO CHAVES em 16/01/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 4637333900250.

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Processo N° 0002289-94.2008.4.01.3900 (Número antigo: 2008.39.00.002288-0) - 9ª VARA FEDERALNº de registro e-CVD 00015.2015.00093900.1.00315/00128

tratar-se de matéria-prima não advinda das origens admitidas pela legislação, mas

sim de desmatamento clandestino e, portanto, criminoso.

Dizem ainda que as Requeridas foram autuadas pela autarquia

ambiental, conforme demonstrariam os Autos de Infração e Termos de Apreensão

juntados por ocasião do ingresso da inicial, além de que a operação teria resultado

na apreensão de 12.768,61m³ de madeira das Requeridas.

Argumentam, em resumo, que nos termos do § 3º do art. 225 da

CRFB/88 as condutas lesivas ao meio ambiente sujeitam os seus infratores às

sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de recuperar

os danos causados. Sustenta ainda que a responsabilidade civil por dano

ambiental é de natureza objetiva, independente de culpa e que no caso encontra-

se devidamente materializado o dano ambiental, a autoria da conduta lesiva e o

nexo de causalidade, devendo a ação ser julgada procedente. Pugnam assim, pela

condenação das Requeridas ao pagamento de indenização pelos danos materiais e

morais praticados contra o meio ambiente.

Instruíram a inicial com os documentos de fls. 59/73.

A liminar requestada foi deferida em decisão de fls. 75/80 para

bloquear as empresas no sistema DOF pelo prazo de 60 (sessenta) dias, a fim de

que o IBAMA pudesse concluir os trabalhos de fiscalização.

A empresa IND.E COM. DE MADEIRAS CATARINENSE LTDA apresentou

contestação às fls. 103/108, aduzindo ser uma sociedade empresária de boa

reputação e instalada há mais de 25 (vinte e cinco) anos no município de Tailândia, ________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ARTHUR PINHEIRO CHAVES em 16/01/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 4637333900250.

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onde gera mais de 400 (quatrocentos) empregos diretos e indiretos. Afirma que

sempre trabalhou com madeiras oriundas de Projetos de Manejo devidamente

autorizados pelo órgão ambiental competente e que autuação feita pelo IBAMA

durante teria sido precipitada, porque não teria cometido nenhuma infração que

pudesse ensejá-la. Ao fim, requereu a total improcedência dos pedidos formulados

na inicial.

A SERRARIA PRIMAVERA LTDA, contestou às fls. 111/130 suscitando

preliminar de inépcia da inicial por falta de delimitação de sua conduta. Entende,

também, que o juízo competente para o julgamento da demanda seria o Juízo da

Comarca de Tailândia, já que a autuação ocorreu no local de funcionamento da

sede da empresa e, segundo o disposto no art. 2º da Lei n. 7.347/85, as ações civis

públicas devem ser propostas no local do dano, cuidando-se de competência de

natureza funcional e, portanto, absoluta, além de que não haveria interesse

federal a justificar a competência da Justiça Federal. Sustenta que a presente ação

não deveria ser proposta porque à época de sua propositura, o auto de infração

ainda estava sendo discutido perante o IBAMA, além de que teria havido erro na

medição da madeira por parte dos fiscais dessa autarquia por ocasião da

fiscalização. Alega a nulidade do auto de infração porque fundamentado em

decreto e não em lei em sentido formal. Por fim, negou ter praticado a infração

narrada na peça vestibular, pugnando pelo acolhimento das preliminares

suscitadas e julgada improcedente a ação.

A empresa TAIPLAC – TAILÂNDIA LÂMINAS E PLACAS LTDA, apresentou

sua peça defensiva às fls. 154/164, suscitando, preliminarmente, a carência de

ação consubstanciada na falta de interesse de agir dos Requerentes em

decorrência da inadequação do provimento postulado para defender o direito

________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ARTHUR PINHEIRO CHAVES em 16/01/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 4637333900250.

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material pleiteado, entendendo inadequada a reparação pecuniária na espécie,

que deveria ceder lugar à reparação “in natura” do dano ambiental. No mérito,

argumenta inexistir dano material ambiental perpetrado pela Ré, uma vez que a

incompatibilidade da quantidade de madeira verificada na fiscalização com o saldo

da empresa no sistema de controle teria decorrido do método utilizado pelos

fiscais, que realizaram a contagem por amostragem, sem contar uma a uma, cada

tora de madeira. Isso teria resultado na verificação equivocada da quantidade de

madeira existente no pátio da empresa, gerando uma aparente incompatibilidade

com o seu saldo no sistema DOF. Alegou, também, a impossibilidade de dano

moral ao meio ambiente, que seria de titularidade indeterminada. Ao final, pugnou

pelo acolhimento da preliminar e julgado improcedente o pedido.

TAILAMINASPLAC LTDA ofertou contestação às fls. 198/219, suscitando

inicialmente, preliminar de inépcia da inicial por suposta ausência de causa de

pedir, e ausência de indicação da coletividade atingida pelos alegados danos

morais. No mérito, sustenta a ocorrência de erro de identificação e cubagem da

madeira apreendida em seu pátio, uma vez que os fiscais teriam efetivado a

contagem da madeira utilizando-se do método de amostragem, o que, no seu

entender, causou um saldo negativo em seu desfavor. Segundo alega, não fosse

isso, “ter-se-ia como única conclusão que todas as unidades florestais da

Defendente estavam devidamente acobertadas, licenciadas, descaracterizando,

assim, qualquer infração ambiental (...)”. No mais, sustenta inexistir, na hipótese,

a ocorrência dos requisitos legais caracterizadores da responsabilidade civil

ambiental, por ausência de comprovação dos danos que teria causado ao meio

ambiente, assim como do respectivo nexo de causalidade. Em arremate,

propugnou pelo acolhimento das preliminares e, acaso superadas, pela

improcedência da ação.________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ARTHUR PINHEIRO CHAVES em 16/01/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 4637333900250.

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GM SUFREDINI INDUSTRIAL LTDA apresentou contestação às fls.

220/241, reproduzindo a mesma argumentação expendida pela Requerida

TAILAMINASPLAC LTDA.

Réplica às contestações do MPF às fls. 242/260 e do IBAMA às fls.

278/294.

Intimadas a especificar as provas que pretendiam produzir,

TAILAMINAS PLAC LTDA e GM SUFREDINI INDUSTRIAL LTDA, requereram, dentre

outras, a produção de prova pericial a fim de identificar as espécies/essências e

volumetria das madeiras apreendidas nos respectivos Termos de Apreensão. Por

sua vez, TAIPLAC – TAILÂNDIA LÀMINAS E PLACAS LTDA requereu a produção de

provas referidas em manifestação de fl. 311. O MPF (fl. 313) e o IBAMA (fl. 315)

nada requereram a título de prova além daquelas já constantes dos autos.

As provas requeridas foram parcialmente deferidas, inclusive, a

pericial, conforme despacho de fls. 316/318.

Em razão da falta de pagamento dos honorários periciais certificado à

fl. 471-v, foi determinado o cancelamento da prova pericial requerida (fl. 472).

Alegações finais do MPF às fls. 484/492 e do IBAMA às fls. 495/497. A

empresa IND.E COM. DE MADEIRA CATARINENSE LTDA trouxe suas alegações finais

às fls. 499/502. As demais Requeridas, não as apresentaram.

É O RELATÓRIO.

FUNDAMENTO E DECIDO.

PRELIMINAR________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ARTHUR PINHEIRO CHAVES em 16/01/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 4637333900250.

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Inicialmente, analiso as preliminares suscitadas pelas empresas

Requeridas.

SERRARIA PRIMAVERA LTDA

A empresa SERRARIA PRIMAVERA LTDA suscita preliminares de inépcia

da inicial por suposta delimitação de sua conduta e, de incompetência deste Juízo

Federal para o julgamento do feito, porque o Juízo competente seria o da comarca

de Tailândia, onde lavrado o Auto de Infração.

Sem razão a Requerida.

Com efeito, conforme se observa da inicial, os Requerentes expuseram

os fatos imputando à Requerida a prática de infração ambiental consistente em ter

em depósito madeira nativa sem licença ambiental, ou seja, sem cobertura de

crédito no sistema de controle, conforme Auto de Infração n. 600647-D (fl. 65). Diz

ainda a inicial que a referida infração indica que a infração teria ensejado dano

ambiental, em decorrência da procedência ilegal da madeira que teria advindo de

desmatamento clandestino.

Vê-se, portanto, não haver a alegada inépcia na inicial, uma vez que

narra os fatos cotejando-os com os autos de infração lavrados contra as

Requeridas, asseverando serem responsáveis pela prática de dano ambiental,

arrematando com pedido de procedência da ação para que as empresas sejam

condenadas ao pagamento de indenização em consequência dos danos

ambientais perpetrados.

Sendo assim, não ocorrendo nenhuma das hipóteses elencadas no

parágrafo único do art. 295, CPC, deve ser rejeitada a preliminar de inépcia da ________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ARTHUR PINHEIRO CHAVES em 16/01/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 4637333900250.

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inicial suscitada pela Requerida.

Mesma sorte segue a preliminar de incompetência deste Juízo. Isso

porque, conforme afirma a própria Requerida, o Auto de Infração foi lavrado no

Município de Tailândia, município pertencente à Jurisdição desta Seção Judiciária,

conforme se nota da Resolução PRESI/CENAG 3 de 24.02.2012. O município de

Tailândia passou, posteriormente, a integrar a Jurisdição da Subseção Judiciária de

Tucuruí após a instalação da Vara Federal nesta localidade, muito tempo depois da

propositura desta ação, ajuizada em 20 de fevereiro de 2008.

A circunstância anterior deve ser cotejada com o fato de figurar no

pólo ativo da demanda o IBAMA, autarquia federal responsável pelos autos de

infração que instruem o pedido inicial, havendo a incidência do disposto no art.

109, I, da CRFB/88, atraindo a competência da Justiça Federal. Nesse sentido, não

merece acolhida a alegação competência do Juízo Estadual da Comarca de

Tailândia para o julgamento do presente feito, sendo competente este Juízo Federal

especializado em matéria ambiental, de modo que deve ser rechaçada a

preliminar de incompetência.

Verifica-se, assim, plena compatibilidade da propositura desta ação

com a regra inserta no art. 2º da Lei n. 7.347/85.

Dada essas circunstâncias, rejeito a preliminar de incompetência ora

arguida pela Requerida.

TAIPLAC – TAILÂNDIA LÂMINAS E PLACAS LTDA

A empresa TAIPLAC – TAILÂNDIA LÂMINAS E PLACAS LTDA, apresentou

sua peça defensiva às fls. 154/164, suscitando, preliminarmente, a carência de ________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ARTHUR PINHEIRO CHAVES em 16/01/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 4637333900250.

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ação consubstanciada na falta de interesse de agir dos Requerentes em

decorrência da inadequação do provimento postulado para defender o direito

material pleiteado, entendendo inadequada a reparação pecuniária na espécie,

que deveria ceder lugar à reparação “in natura” do dano ambiental.

Não prospera a preliminar em liça, pois segundo o disposto no art. 3º

da Lei n. 7.347/85 “A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou

o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer”. A lei faculta ao autor a

escolha do objeto da ação civil pública, que poderá ser tanto condenação em

dinheiro, como ocorre no presente caso, como condenação em obrigação de fazer

ou não fazer.

Nesse sentido, a preliminar não merece acolhida, devendo ser

afastada.

TAILAMINASPLAC LTDA e GM SUFREDINI INDUSTRIAL LTDA

TAILAMINASPLAC LTDA e GM SUFREDINI INDUSTRIAL LTDA ofertaram

contestação de idêntico teor, suscitando inicialmente, preliminar de inépcia da

inicial por suposta ausência de causa de pedir, e ausência de indicação da

coletividade atingida pelos alegados danos morais.

A inépcia da inicial, segundo entendem, decorreria de suposta

omissão da indicação do dano ambiental perpetrado pelas Requeridas, o que

afastaria o nexo de causalidade necessário ao reconhecimento da

responsabilidade ambiental.

Também não merece acolhida a preliminar em questão. Com efeito, a

inicial expôs que o dano ambiental decorria do fato de as Requeridas terem sido ________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ARTHUR PINHEIRO CHAVES em 16/01/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 4637333900250.

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autuadas por ter em depósito madeira sem licença ambiental, sustentando que

essas madeiras teriam advindo de desmatamento clandestino e ilegal. Essa

conduta, segundo se expõe na exordial, seria a causadora do dano ambiental o

que, em tese, permitiria o reconhecimento da responsabilidade ambienta.

Nesse sentido, não há que se falar em inépcia da inicial sob esse

prisma, merecendo ser rechaçada essa preliminar.

Por outro lado, quanto à alegada ausência de indicação da

coletividade supostamente atingida pelos danos ambientais para fins de

indenização de danos morais, tenho tratar-se de matéria de mérito a ser analisada,

portanto, mais adiante, por ocasião do enfrentamento das razões meritórias.

Encerradas as preliminares, passo ao mérito da causa.

MÉRITO

É cediço que o meio ambiente ecologicamente equilibrado, elevado à

categoria de direito fundamental pela Constituição Federal em seu art. 225, tem,

como um de seus instrumentos de garantia de efetividade, a disposição inserta em

seu §3º, no sentido de que “As condutas e atividades lesivas ao meio ambiente

sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e

administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos

causados.”.

Significa dizer, portanto, que a par das conseqüências de cunho

sancionatório decorrentes de conduta lesiva, deverá o infrator arcar ainda com os

ônus de reparar os agravos causados ao meio ambiente, como forma de mitigar ou

compensar os reflexos negativos de seu ato junto à coletividade, titular maior do ________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ARTHUR PINHEIRO CHAVES em 16/01/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 4637333900250.

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direito consagrado no artigo 225 da CF/88.

Trata-se, aqui, do instituto da responsabilidade civil ambiental, o qual,

em decorrência da relevância do bem tutelado, recebeu por parte do legislador

infraconstitucional tratamento bem mais rigoroso do que o dispensado às

responsabilidades civil e administrativa, positivando-se na modalidade objetiva, a

qual sequer admite a discussão acerca da existência de culpa.

Destarte, dispõe o §1º do art. 4º da Lei de Política Nacional do Meio

Ambiente (Lei n. 6.938/81), que:

“Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.” (grifei)

A doutrina pátria, por seu turno, em análise acurada do citado

dispositivo, houve por bem identificar cinco conseqüências da adoção da

responsabilidade objetiva no campo ambiental, destacando-se:

“...a) a irrelevância da intenção danosa (basta um simples prejuízo); b) irrelevância da mensuração do subjetivismo (o importante é que, mo nexo de causalidade, alguém tenha participado, e, tendo participado, de alguma sorte, deve ser apanhado nas tramas de responsabilidade objetiva); c) inversão do ônus da prova; d) irrelevância da licitude da atividade; e) atenuação do relevo do nexo causal (...).” (Sérgio Ferraz citado por José Afonso da Silva, na obra Direito Ambiental Constitucional, 6ª ed., Malheiros, 2007, p. 315., grifado no original)

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Observa-se, portanto, que a configuração da responsabilidade civil

ambiental terá como pressupostos a existência de uma conduta, lícita ou ilícita, o

nexo causal e, por fim, o dano, sendo despicienda qualquer discussão acerca da

existência de culpa do agente. Todavia, impende ressaltar, como dito, que não se

prescinde do próprio dano e do nexo causal entre este e a ação ou omissão de

quem o cause.

Assim sendo, é imperiosa a caracterização da lesão a um determinado

bem jurídico que, segundo a melhor doutrina nacional, pode ter conteúdo

econômico, configurando o denominado dano material, bem como configurar

violação a direito de personalidade, gerando o chamado dano moral.

Por outro lado, em que pese à Constituição consagrar no Título VII,

dedicado à ordem econômica e financeira, o princípio da livre iniciativa, reconhece

que o desempenho das atividades econômicas deve observar uma série de

princípios. Dentre estes, está o princípio da propriedade privada, condicionado à

sua função social, bem como à defesa do meio-ambiente.

Nessa ordem de idéias, sobreleva notar, pois, que sendo uma só a

matéria-prima da Ecologia e da Economia, na medida em que as árvores que

compõem a floresta são, a um só tempo, bens utilizados na atividade econômica e

bens de uso comum do povo, em face de sua função ecológica, deve-se

reconhecer que a nova formatação do direito de propriedade impõe o atendimento

de sua função sócio-ambiental.

Tais ponderações partem sempre da premissa de que as

atividades empresariais em tela tenham se pautado numa atuação lícita, situação

bem distinta da retratada na peça inicial. Isso significa que mesmo o desempenho

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Processo N° 0002289-94.2008.4.01.3900 (Número antigo: 2008.39.00.002288-0) - 9ª VARA FEDERALNº de registro e-CVD 00015.2015.00093900.1.00315/00128

regular de uma sociedade empresária encontra no interesse difuso uma limitação

ao seu exercício, pois a busca do rendimento econômico encontra-se associada à

preservação dos recursos naturais e à manutenção e estabilidade do meio

ambiente.

Pois bem, feito essa pequena explanação acerca da proteção do meio

ambiente em nosso ordenamento jurídico, impõe-se agora a análise do caso ora

submetido a julgamento.

Os documentos trazidos à colação indicam a ocorrência de dano

ambiental decorrente de desmatamento ilegal perpetrado pelas empresas

Requeridas. É o que se verifica dos Autos de Infração contra elas lavrados pela

Autarquia Ambiental (AI 600579-D, fl. 59; AI 414147-D, fl. 61; AI 600580-D, fl. 63;

AI 600647-D, fl. 65 e; AI 600649, fl. 67). Isso porque, segundo constado pela

fiscalização, as Requeridas mantinham em seus pátios madeiras em tora de

diversas essências sem licença outorgada pela autoridade competente.

Segundo as autuações empreendidas pelo IBAMA, foram apreendidos

12.768,91m³ de madeira nos pátios das empresas Requeridas, sem qualquer

cobertura no sistema oficial de controle, vale dizer, sem licença da autoridade

competente.

Não há notícia nos autos de que tais produtos florestais ou, ao menos,

parte deles, tenham advindo de plano de manejo devidamente autorizado pelo

órgão ambiental competente, pelo contrário, o que se evidencia das autuações é

que as madeiras aprendidas procederam de desmatamento ilegal, certamente

provocando danos ambientais.

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Processo N° 0002289-94.2008.4.01.3900 (Número antigo: 2008.39.00.002288-0) - 9ª VARA FEDERALNº de registro e-CVD 00015.2015.00093900.1.00315/00128

As alegações da empresa IND. E COM. DE MADEIRAS CATARINENSE

LTDA não merecem acolhida nesta sede, pois limitou-se a dizer que é uma

empresa de boa reputação que gera cerca de 400 empregos diretos e indiretos e

que, nos últimos dois anos, somente teria trabalhado com madeiras oriundas de

Plano de Manejo. Tais alegações, além de não comprovada nos autos, não

possuem o condão de afastar a legalidade da autuação do IBAMA que permanece

hígida.

SERRARIA PRIMAVERA LTDA sustentou que a ação não deveria ser

proposta, porque à época dos fatos, o auto de infração ainda estava sendo

discutido perante o IBAMA. Tal alegação não procede, pois a responsabilidade

ambiental desdobra-se para as esferas civil, administrativa e penal. É o que deflui

do comando encartado no § 3º do art. 225 da CRFB/88 ao estabelecer que “As

condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os

infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,

independentemente da obrigação de reparar os danos causados”. Vale dizer, em

matéria ambiental, pouco importa o prévio reconhecimento da responsabilidade

administrativa para que se desencadeie procedimento com vistas a alcançar a

responsabilidade civil do infrator. Tais responsabilidades independem uma da

outra. Daí, não prosperar a alegação da Requerida.

No mesmo sentido, não merece acolhida a sua alegação de que o auto

de infração carece de fundamentação por ter se baseado em decreto e não em lei

em sentido formal. Com efeito, o auto de infração lavrado pelo IBAMA contra a

Requerida (AI 600647-D, fl. 65), amparou-se não apenas em decreto, mas,

sobretudo, nos arts. 70 e 72 da Lei n. 9.605/98 que confere sustentação legal à

autuação. Segundo dispõe o art. 70 da referida lei, “Considera-se infração

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Processo N° 0002289-94.2008.4.01.3900 (Número antigo: 2008.39.00.002288-0) - 9ª VARA FEDERALNº de registro e-CVD 00015.2015.00093900.1.00315/00128

administrativa ambiental toda a ação ou omissão que viole as regras jurídicas de

uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente”. Percebe-se,

então, que o decreto mencionado no auto de infração (Decreto Federal 3.179/99)

tão somente explicita as condutas consideradas como infração administrativa

ambiental, extraindo a sua validade do art. 70 da Lei nº 9.605/98 e demais

dispositivos pertinentes do mesmo diploma normativo.

SERRARIA PRIMAVEIRA LTDA, assim como as Requeridas TAIPLAC –

TAILÂNDIA LÂMINAS E PLACAS LTDA, TAILAMINASPLAC LTDA e GM SUFREDINI

INDUSTRIAL LTDA, sustentaram a ocorrência de erro de identificação e cubagem

das madeiras apreendidas em seus pátios, uma vez que os fiscais teriam efetivado

a contagem da madeira utilizando-se do método de amostragem, o que, segundo

entendem, teria causado o saldo negativo de créditos no sistema oficial de

controle.

Também, não se sustenta essa alegação. Isso porque, segundo

esclareceu o MPF em réplica de fls. 242/260, o método utilizado pelo IBAMA para a

cubagem da madeira foi adequado. Pela pertinência, colho de sua manifestação as

seguintes informações:

Fato é que o método utilizado pelo IBAMA para estipular o volume de madeira em tora é o denominado “Geométrico”, obtido por meio da equação “Smalian”, que tomo por base a área de ambas as extremidades da tora, bem como sua altura, para determinar o volume total. Já a indústria madeireira utiliza como método de determinação volumétrica o denominado “Frankon”, que toma a circunferência da altura média da tora, ou de sua extremidade mais fina, para determinar seu volume, com o objetivo de determinar o volume aproximado de madeira em tora que será obtido após o processamento em tábuas.

Devido a essa diferença, verifica-se que o método utilizado ________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ARTHUR PINHEIRO CHAVES em 16/01/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 4637333900250.

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Processo N° 0002289-94.2008.4.01.3900 (Número antigo: 2008.39.00.002288-0) - 9ª VARA FEDERALNº de registro e-CVD 00015.2015.00093900.1.00315/00128

pelo IBAMA é extremamente mais aproximado do volume real da tora, enquanto que o utilizado no comércio madeireiro preocupa-se de forma mais específica com o potencial volume de madeira processada.

Sem entrar no mérito de qual das perspectivas se demonstra mais acertada no método no tocante à fiscalização da atividade madeireira, estando legalmente estabelecido que a fiscalização e o licenciamento serão realizados através de cálculos realizados pela equação “Smalian”, cabe ao administrado enquadrar-se nos limites estabelecidos, levando em consideração tais parâmetros.

Não pode o administrado alegar que o método utilizado pelo comercio é diferente daquele aplicado pela atividade fiscalizadora, já que ele obrigatoriamente vincula-se a esta. Se é de sua intenção adequar-se aos ditames comerciais, que realize então ambas as medições volumétricas em sua atividade produtiva, efetivando a venda de madeira pelo método “Frankon”, mas observando para que nunca ultrapasse o limite a que faz direito de acordo com os cálculos de “Smalian”.

No tocante à possível discrepância alegada pelas empresas contestantes, referente ao volume de madeira auferido pela autarquia ambiental e o que aduzem que efetivamente possuíam, quando da fiscalização, fica claro que apenas seria relevante dentro de duas medições que utilizassem o mesmo método, no caso o denominado “Smalian”, já que é o legalmente estabelecido como utilizado pelo IBAMA em sua atividade fiscalizadora. Quanto a isso, inclusive, o próprio IBAMA possui entendimento no sentido de desconsiderar qualquer valor superior ao autorizado dentro de um limite de 10%.

Verifica-se, então, que o alegado erro apontado pelas Requeridas

reside, na verdade, no método de contabilização do volume de madeira, sendo

certo que o IBAMA, por força da IN 112/2006 adota o método geométrico com

utilização da equação de “Smalian”, enquanto que as Requeridas, no desempenho

de suas atividades comerciais, adotam o método “Frankon”.________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ARTHUR PINHEIRO CHAVES em 16/01/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 4637333900250.

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Processo N° 0002289-94.2008.4.01.3900 (Número antigo: 2008.39.00.002288-0) - 9ª VARA FEDERALNº de registro e-CVD 00015.2015.00093900.1.00315/00128

Não há como reconhecer o erro na cubagem das madeiras apenas

pelas diferenças dos métodos utilizados no setor comercial com o adotado pelo

órgão fiscalizador, sendo certo que os agentes do IBAMA encontram-se vinculados

a adotar o método previsto n IN 112/2006, em virtude do princípio da legalidade

inerente ao desempenho da atividade administrativa.

Ademais, deve-se registrar que ao longo da instrução processual, foi

deferida a prova pericial no sentido de se verificar a ocorrência de erro na

contabilização da madeira encontrada nos pátios das Requeridas, contudo, em

virtude do não pagamento dos honorários do perito, foi determinado o

cancelamento da perícia (fls. 471-v e 472).

Desse modo, muito embora as Requeridas tenham alegado a

ocorrência de erro na contabilização da volumetria da madeira, não se

desincumbiram do ônus de comprovar o alegado, sendo certo que o ônus da prova

compete àquele que alega (art. 333, CPC).

Tais circunstâncias, ao meu sentir, reforçam a tese de que assiste

razão à pretensão autoral. Com efeito, nos termos do que dispõe o art. 225 e § 3º,

todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo-se ao

Poder Público e à sociedade o dever de preservação dos recursos naturais e, ainda

ao Estado a obrigação de reprimir os causadores dos danos nas esferas cível,

administrativa e penal, senão vejamos:

Art. 225 Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações:

(...).

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Processo N° 0002289-94.2008.4.01.3900 (Número antigo: 2008.39.00.002288-0) - 9ª VARA FEDERALNº de registro e-CVD 00015.2015.00093900.1.00315/00128

§3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. – Grifei.

Ademais, em se tratando de proteção ambiental, a responsabilidade

que recai sobre o(s) causador(es) do dano é de natureza objetiva e solidária,

podendo ser obrigado à reparação do dano todos os responsáveis diretos ou

indiretos pelo dano causado ao meio ambiente, sendo possível reclamar-e a

obrigação de qualquer dos devedores. A esse respeito tem ensinado a doutrina[1]

amparada na jurisprudência do STJ:

Além de objetiva e, para a maioria, calcada na teoria do risco integral, a responsabilidade civil por dano ao meio ambiente no Brasil é também solidária, ou seja, todos os responsáveis diretos ou indiretos pelo dano causado ao meio ambiente responderão solidariamente, podendo a obrigação ser reclamada de qualquer dos devedores (poluidores). Tal artifício técnico é utilizado para facilitar e agilizar a reparação do dano ambiental. Vale lembrar que para o fim de apuração do nexo de causalidade e da solidariedade no dano ambiental equiparam-se quem faz, quem não faz quando deveria fazer, quem faz mal feito, quem não se importa que façam, quem financia para que façam, e quem se beneficia quando os outros fazem.

No mesmo sentido a jurisprudência do c. STJ:

PROCESSUAL CIVIL. DANO AMBIENTAL. LOTEAMENTO IRREGULAR. ADQUIRENTES POSSUIDORES. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. LITISCONSÓRCIO PASSIVO. EMENDA À INICIAL ANTES DA CITAÇÃO. POSSIBILIDADE.

(...).

6. No plano jurídico, o dano ambiental é marcado pela responsabilidade ________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ARTHUR PINHEIRO CHAVES em 16/01/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 4637333900250.

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Processo N° 0002289-94.2008.4.01.3900 (Número antigo: 2008.39.00.002288-0) - 9ª VARA FEDERALNº de registro e-CVD 00015.2015.00093900.1.00315/00128

civil objetiva e solidária, que dá ensejo, no âmbito processual, a litisconsórcio facultativo entre os vários degradadores, diretos ou indiretos. Segundo a jurisprudência do STJ, no envilecimento do meio ambiente, a "responsabilidade (objetiva) é solidária" (REsp 604.725/PR, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJ 22.8.2005, p. 202), tratando-se de hipótese de "litisconsórcio facultativo" (REsp 884.150/MT, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 7.8.2008), pois, mesmo havendo "múltiplos agentes poluidores, não existe obrigatoriedade na formação do litisconsórcio", abrindo-se ao autor a possibilidade de "demandar de qualquer um deles, isoladamente ou em conjunto, pelo todo" (REsp 880.160/RJ, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 27.5.2010). – Grifei (REsp. 843.978/SP, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, Segunda Turma, DJE de 09.03.2012).

PROCESSUAL CIVIL E AMBIENTAL. QUEIMADA. MULTA ADMINISTRATIVA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ART. 14, § 1º, DA LEI N. 6.398/1981. DANO AO MEIO AMBIENTE. NEXO CAUSAL. VERIFICAÇÃO. REEXAME DE PROVA. SÚMULA N. 7/STJ.

1. A responsabilidade é objetiva; dispensa-se portanto a comprovação de culpa, entretanto há de se constatar o nexo causal entre a ação ou omissão e o dano causado, para configurar a responsabilidade.

2. (...). Grifei – (AgRg no AREsp. 165.201/MT, Min. HUMBERTO MARTINS, Segunda Turma, DJE de 2206.2012).

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. DANOS AMBIENTAIS. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. RESPONSABILIDADE DO ADQUIRENTE. TERRAS RURAIS. RECOMPOSIÇÃO. MATAS. TEMPUS REGIT ACTUM. AVERBAÇÃO PERCENTUAL DE 20%. SÚMULA 07 STJ.

1. A responsabilidade pelo dano ambiental é objetiva, ante a ratio essendi da Lei 6.938/81, que em seu art. 14, § 1º, determina que o poluidor seja obrigado a indenizar ou reparar os danos ao meio-ambiente e, quanto ao terceiro, preceitua que a obrigação persiste, mesmo sem culpa. Precedentes do STJ:RESP 826976/PR, Relator Ministro Castro Meira, DJ de 01.09.2006; AgRg no REsp 504626/PR, Relator Ministro Francisco Falcão, DJ de 17.05.2004; RESP 263383/PR, Relator Ministro João Otávio de Noronha, DJ de 22.08.2005 e EDcl no AgRg no RESP 255170/SP, desta relatoria, DJ de 22.04.2003.

(...). Grifei (REsp. 1.090.968/SP, Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJE de 03.08.2010).

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Diante desse cenário é perfeitamente procedente a ação contra as

Requeridas. Isso porque a ausência de qualquer autorização e/ou licença

outorgada pelos órgãos ambientais em seu favor, além de caracterizar infração

administrativa, enseja a sua responsabilidade civil pelos danos causados em

decorrência de sua atividade ilegal.

Assim sendo, estando devidamente caracterizada o dano ambiental, a

autoria da infração e o respectivo nexo de causalidade, sem incidência de

qualquer causa excludente de responsabilidade, resulta viabilizada a pretensão

reparatória do dano ambiental perseguida pelos autores na presente ação.

Tenho como parâmetro adequado para a responsabilização das

Requeridas, para fins de indenização por danos materiais praticado contra o meio

ambiente, os valores atribuídos aos produtos florestais constantes dos respectivos

Termos de Apreensão carreados às fls. 59/69, de modo que cada empresa seja

obrigada ao pagamento de indenização correspondente à quantidade de madeira

efetivamente encontrada em seu depósito de maneira ilegal, sendo essa a

quantificação do dano a ser indenizado materialmente.

Em relação à pretensão de indenização por danos morais ao meio

ambiente, entendo que não se trata de condenação intrínseca ao cometimento de

ilícitos ambientais, de modo que para a sua configuração, tal como se dá no que tange

aos danos materiais, deve ser efetivamente demonstrada, a partir, por exemplo, do

abalo sofrido pela comunidade imediatamente prejudicada pelo ilícito ambiental. Em

outras palavras, o dano moral, ainda que coletivo, não é presumido, precisa ser ________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ARTHUR PINHEIRO CHAVES em 16/01/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 4637333900250.

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demonstrado, motivo pelo qual não procede o pedido de indenização para tal espécie

de dano no presente caso.

Por fim, convém consignar ser desnecessária a confirmação da liminar

pleiteada, posto que limitada, pelos próprios Requerentes, ao encerramento dos

trabalhos da fiscalização, não havendo notícia nos autos, de sua necessidade de

manutenção nesta sede processual.

Diante do exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO para

condenar as Requeridas ao pagamento de indenização por danos materiais

causados ao meio ambiente a ser revertido ao fundo fluido de que trata o art. 13

da Lei n. 7.347/85. Os valores da indenização são os a seguir discriminados:

a) TAILAMINASPLAC LTDA deve pagar R$ 41.105,00 (quarenta e um

mil, cento e cinco reais), conforme TAD 515915-C, cujo valor deverá ser

monetariamente corrigido até o efetivo recolhimento, de acordo com o manual de

cálculos da Justiça Federal;

b) TAIPLAC – TAILÂNDIA LÂMINAS E PLACAS LTDA, R$ 523.956,40

(quinhentos e vinte e três mil, novecentos e cinquenta e seis reais e quarenta

centavos), conforme TAD 417754-C, cujo valor deverá ser monetariamente

corrigido até o efetivo recolhimento, de acordo com o manual de cálculos da

Justiça Federal;

c) GM SUFREDINI INDÚSTRIAL LTDA, R$ 60.910,90 (sessenta mil,

novecentos e dez reais e noventa centavos), conforme TAD 515917-C, cujo valor

deverá ser monetariamente corrigido até o efetivo recolhimento, de acordo com o

manual de cálculos da Justiça Federal;

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d) SERRARIA PRIMAVERA LTDA, R$ 187.792,36 (cento e oitenta e sete

mil, setecentos e noventa e dois reais e trinta e seis centavos), conforme TAD

417709-C, cujo valor deverá ser monetariamente corrigido até o efetivo

recolhimento, de acordo com o manual de cálculos da Justiça Federal;

e) INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRA CATARINENSE LTDA, R$

257.589,00 (duzentos e cinquenta e sete mil, quinhentos e oitenta e nove reais),

conforme TAD 417711-C, cujo valor deverá ser monetariamente corrigido até o

efetivo recolhimento, de acordo com o manual de cálculos da Justiça Federal;

Faz-se desnecessária a confirmação da medida liminar concedida

nestes autos, posto que deferida apenas para bloquear o acesso das empresas no

sistema DOF pelo prazo de 60 dias, o qual já se esgotou.

No tocante às verbas sucumbência, deixo de condenar as Requeridas

em honorários advocatícios, porquanto, conforme recente entendimento do STJ, de

que “em sede de ação civil pública, a condenação do Ministério Público ao

pagamento de honorários advocatícios somente é cabível na hipótese de

comprovada má-fé do Parquet. Dentro de absoluta simetria de tratamento e à luz

da interpretação sistemática do ordenamento, não pode o parquet beneficiar-se de

honorários, quando for vencedor na ação civil pública” (Resp 895.530/PR, Rel. Min.

Eliana Calmon, DJe18.12.2009). O entendimento sobredito se aplica também ao

IBAMA. Inteligência dos arts. 17 e 18 da Lei n. 7.347/85.

Todavia, condeno as demandadas a arcar com as custas processuais.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Belém, 16 de janeiro de 2015.________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ARTHUR PINHEIRO CHAVES em 16/01/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 4637333900250.

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PODER JUDICIÁRIOTRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO PARÁ

Processo N° 0002289-94.2008.4.01.3900 (Número antigo: 2008.39.00.002288-0) - 9ª VARA FEDERALNº de registro e-CVD 00015.2015.00093900.1.00315/00128

ARTHUR PINHEIRO CHAVESJUIZ FEDERAL DA 9ª VARA

[1] THOMÉ, Romeu. Manual de direito ambiental, Ed. Jus Podivm: Salvador, 2011, p. 495.

________________________________________________________________________________________________________________________Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL ARTHUR PINHEIRO CHAVES em 16/01/2015, com base na Lei 11.419 de 19/12/2006.A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trf1.jus.br/autenticidade, mediante código 4637333900250.

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